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    Antecedentes do Interesse em Finanas: Um Estudo com Alunos Brasileiros Atravs do uso

    de Modelagem de Equaes Estruturais

    Antecedents of Interest in Finance: A Study with Brazilian Students Through the Use of

    Structural Equation Modeling

    Rafael Kuramoto [email protected]

    Leonel Gois Lima [email protected]

    Carlos Eduardo Franco [email protected]

    Mrcio Moutinho [email protected] de Carvalho [email protected]

    Resumo

    O Objetivo do trabalho resume-se em avaliar os antecedentes do interesse pessoal na rea

    de finanas por alunos de cursos de administrao do Brasil. Foram coletadas informaes em

    quatro estados brasileiros, totalizando uma amostra de 290 observaes vlidas, coletadas em

    instituies pblicas e privadas. Os dados foram analisador por meio da modelagem de equaes

    estruturais. Das quatro hipteses propostas, duas foram refutadas. Verificou-se que o interesse

    pessoal na rea de finanas sofre influncia da crena do aluno na relevncia da rea (H2) e do

    interesse do mesmo em construir uma carreira (H3).

    Palavras-Chave:Formao Profissional; Currculo; Interesse em Finanas.

    Abstract

    The objective of this paper is to assess the antecedents of interest in finance for Brazialian

    students of management courses. Data were collected in four Brazilian states Brazilian states, a

    total sample of 290 valid observations, collected in public and private institutions. Data

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    were analyzed using structural equation modeling. Two, of the four hypotheses, were rejected. It

    was found that personal interest in finance is influenced by the student's belief in the relevance of

    this area (H2) and student interest in a career (H3).

    Keywords:Vocational Training Curriculum; Interest in Finance.

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    1. Introduo

    Os cursos de graduao em Administrao no Brasil necessitam de esforos contnuos das

    diversas instituies de ensino superior devido sua reconhecida complexidade. A rea de Ensino

    e Pesquisa em Administrao apresenta-se como o principal ambiente de debate e estudos que

    busca conhecer e enfrentar os desafios relacionados formao de futuros administradores. Nesta

    rea verificou-se uma pequena quantidade de estudos cientficos produzidos at o final da dcada

    de 90 (Nicolini, 2001). Vale ressaltar que tal temtica apresenta algumas limitaes em relao a

    sua abrangncia e quantidade de estudos quando comparada com outros temas relacionados

    Administrao, como Gesto de Pessoas, Estratgia, marketing, finanas e operaes.

    Este estudo procurou enfocar a formao acadmica da graduao em Administrao,

    baseando-se na matriz curricular dos cursos regulares. Estas estruturas podem ser segmentadas

    em disciplinas de suporte (como sociologia, economia, estatstica, alm de outras), disciplinas de

    conhecimento e aperfeioamento da gesto (gesto de pessoas; finanas; produo e operaes,

    logstica, marketing, alm de outras), apresentando-se como obrigatrias ou eletivas. O currculo

    completado com estgios supervisionados e atividades complementares (Nicolini, 2001;

    Andrade & Amboni, 2004). O presente estudo busca inspirao em estudos semelhantes que

    buscaram analisar o interesse dos estudantes de Administrao em outras reas como, por

    exemplo, Produo e Operaes, Recursos Humanos, Marketing e Logstica (Costa, Lima &

    Andrade, 2008; Costa, Pinto, Oliveira, Andrade & Oliveira 2008; Costa, Ramos, Mazza &

    Plutarco 2009; Costa & Oliveira, 2009).

    Decidiu-se por enfatizar a rea de Finanas, por possuir uma expressiva proporo da

    carga-horria mdia nos cursos de Administrao, alm de ter utilizado procedimentos de anlise

    distintos, e da rea no ter sido especificamente objeto de estudos anteriores.

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    A formao universitria na rea de finanas a partir da viso dos alunos foi tratada como

    objeto especfico de anlise deste estudo. O cenrio acadmico de Administrao e Contabilidade

    vem apresentando um maior espao para o desenvolvimento da rea funcional de Finanas. A

    ttulo de exemplo, algumas organizaes apresentam foco de interesse no setor. A Sociedade

    Brasileira de Finanas (SBFIN), por exemplo, de uma instituio que visa incentivar a

    realizao de estudos na rea, bem como promover a formao acadmica (SBFIN, 2011). O

    desenvolvimento de executivos na rea de finanas apresenta-se tambm como objeto de ateno

    por membros do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanas (IBEF) ao desenvolver o IBEF

    Jovem. A organizao possui como pblico alvo, os estudantes de graduao em administrao,

    embora enfoque principalmente, os ps-graduados na rea de finanas (IBEF, 2011).

    Procurou-se avaliar o posicionamento dos estudantes de cursos de graduao em

    Administrao, pois os considera como os principais interessados nas exigncias quanto a sua

    formao. Deste modo, definiu-se o seguinte problema central de pesquisa: como definir um

    modelo que verifique a avaliao dos estudos de cursos de graduao em Administrao, segundo

    o seu interesse na carreira, a relevncia teoria-prtica, a relevncia interdisciplinar, os

    conhecimentos tcnicos adquiridos e a qualidade dos professores em sua formao?

    Foi necessrio delimitar academicamente a rea de Finanas, para tanto, optou-se por

    destacar as disciplinas principais e recorrentes dos cursos, como finanas corporativas,

    matemtica financeira, anlise de investimentos, administrao financeira e oramentria, alm

    de outras. Destarte, definiram-se os seguintes objetivos para o estudo: (1) avaliar o interesse dos

    estudantes pelas disciplinas da rea de Finanas; e (2) analisar os principais fatores de influncia

    sobre este interesse.

    O estudo est estruturado em cinco partes, iniciada por esta introduo. A seguir, tem-se

    uma reviso terica, abordando os procedimentos de formao em Administrao, um debate

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    sobre a rea de Finanas e as delimitaes dos temas do trabalho de campo. Os procedimentos

    metodolgicos utilizados no desenvolvimento do estudo de campo encontram-se na terceira parte.

    As anlises a partir da modelagem de equaes estruturais e os seus resultados so apresentados

    no quarto tpico e, finalizando, apresentam-se as consideraes finais, contendo as limitaes,

    implicaes e recomendaes de futuros estudos.

    2. Quadro Terico

    Inicialmente preferiu-se expor algumas consideraes a partir de literatura especializada

    sobre a formao em Finanas, ressaltando as atribuies do profissional da rea. A seguir,

    aprofunda-se nas pesquisas sobre o tema, inserindo a discusso sobre a influncia docente na

    formao dos estudantes. Finaliza-se com a apresentao das demarcaes e recortes utilizados

    no estudo de campo.

    2.1. Debate Sobre Finanas

    A rea de Finanas apresenta uma ampla abrangncia, estando relacionado tanto com a

    administrao de recursos pessoais, quanto em um contexto de administrao de negcios.

    Demonstra que pode ser empregada em ambiente que vai muito alm da sua utilizao

    estritamente organizacional, estando presente no cotidiano das pessoas. Segundo Bodie e Merton

    (2002, p. 32) Finanas o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do

    tempo. Estabelece-se a teoria financeira como um conjunto de conhecimentos que permitem a

    organizar e alocar recursos ao longo do tempo, bem como apresentando modelos quantitativos

    para auxiliar a avaliao de alternativas para a tomada de decises e execuo futura (Bodie &

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    Merton, 2002). Conforme Gitman (2004), a rea de finanas pode ser entendida como a cincia e

    a arte de administrar fundos. Ressalta que tanto pessoas como organizaes utilizam-se de

    recursos financeiros, de maneira prtica consumindo, investindo ou levantando fundos.

    A anlise financeira permite empregar ferramentas que flexibilizam o processo de tomada

    de decises acerca de investimento de forma corretas, levando em considerao o que for mais

    vantajoso num dado momento apropriado. A rea de finanas pode ser segmentada em duas

    partes principais, conforme as oportunidades de carreira: servios financeiros e administrao

    financeira. O primeiro consiste na rea que presta assessoria, concebe e entrega produtos

    financeiros a indivduos e organizaes (governo e empresas). Enquanto o segundo trata das

    responsabilidades organizacionais, gerenciando as finanas de todos os tipos de organizaes

    (pblicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, pequenas ou grandes, financeiras ou no). Os

    administradores financeiros desempenham tarefas diversas como, por exemplo: (i) previses

    financeiras; (ii) oramento; (iii) gesto do fluxo de caixa; (iv) anlise de investimentos; (v)

    captao de fundos; e (vi) administrao de crdito (Gitman, 2004).

    Segundo Gropelli e Nikbakht (1998), os administradores financeiros, para obterem sucesso

    na carreira, devem ser responsveis pelo reconhecimento e resposta aos fatores que geram

    mudanas no setor. Alguns autores sugerem que um bom profissional da rea de finanas deve ter

    domnio de trs campos inter-relacionados: (i) investimentos, que consiste nas decises de

    investidores individuais e uma carteira de investimentos; (ii) mercados de capital e instituies,

    enfatizando as instituies financeiras e os mercados de ttulos; e (iii) administrao financeira,

    que aborda as decises financeiras dentro das organizaes baseando-se em financiamento e

    gerenciamento do caixa. O ltimo campo mais amplo dos trs considerando as oportunidades de

    carreiras, embora se ressalte que um profissional da rea necessite habilidades nos trs campos

    para compreender o seu inter-relacionamento (Brigham & Houston, 1999; Brigham, Gapenski &

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    Ehrhardt, 2001). Outro campo de atuao acrescentado por Ross, Westerfield e Jordan (2002),

    trata-se das Finanas Internacionais que consiste apenas numa especializao dos outros trs. O

    desempenho orientado apenas em negociaes financeiras de empresas multinacionais,

    relacionadas com risco poltico e taxa de cmbio. Destaca-se que a Administrao Financeira

    trata de uma atividade orientada por objetivos. Em outras palavras, as aes do administrador

    financeiro relativas ao planejamento financeiro, s anlises, s decises de investimento e s

    decises sobre financiamentos devem ser tomadas visando-se ao cumprimento dos objetivos dos

    proprietrios da empresa, seus acionistas ou gestores, no caso da administrao pblica. Deste

    modo, preliminarmente, necessita-se compreender qual o objetivo da administrao financeira,

    o qual ir propiciar um apoio concreto para a avaliao e tomada de decises financeiras (Ross,

    Westerfield & Jordan, 2002).

    Finalizando, atentando-se para outra viso, destacam-se as principais razes pelos quais um

    estudante busca os conhecimentos sobre a rea de finanas, propostos resumidamente por Bodie e

    Merton (2002). Os cinco motivos para o estudo de finanas so: (i) para gerir os recursos

    pessoais; (ii) para tratar com o ambiente dos negcios; (iii) para procurar oportunidades de

    carreira interessantes e compensadoras; (iv) para ampliar a mente; e (v) para fazer escolhas como

    cidado baseando-se de informaes pblicas.

    2.2. Debate Sobre a Importncia do Professor na Formao dos Estudantes

    Trs conceitos bsicos podem basear a importncia do professor na formao dos

    estudantes: interao, intersubjetividade e afetividade. A relao pedaggica est embasada na

    interao humana. Portanto, a reflexo sobre o processo educacional inclui a qualidade nas

    relaes que se estabelecem no contexto escolar. A ausncia de estabelecimento de relaes com

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    qualidade dificultar, seguramente, a produo formativa de qualidade, algo pretendido pela

    escola (Fazenda, 2002).

    Fazenda (2002) ressalta que a aprendizagem depende do relacionamento de troca entre

    professores e alunos, dado a importncia da intersubjetividade. Destaca ainda que provavelmente

    o pensamento de uma parte complementa o da outra. De outra maneira, Vygotsky (1994) reala a

    importncia das relaes sociais atravs da mediao e da internalizao que so fundamentais

    para a aprendizagem. Deste modo, o autor corrobora ao pensamento de Fazenda (2002),

    apresentando a idia de que a construo do conhecimento ocorre atravs da intensa interao

    entre pessoas.

    No aspecto da interao, Gaspar e Monteiro (2005), tambm, reforam que o professor o

    agente primordial do processo, pois ele quem estabelece a definio da situao, viabilizando

    uma interao social produtiva, motivando e envolvendo o aluno. Alm disso, ele quem

    constitui, tambm, a linguagem mais adequada para que ocorra a interao.

    Vygotsky (1994) afirma ainda, que toda aprendizagem est apoiada num processo de

    vnculo e em afetividade, que o terceiro conceito apresentado por Fazenda (2002). Esta

    assertiva corrobora com a idia de Fernndez (1991, p.47), que argumenta que [...] para

    aprender, necessitam-se de dois personagens (ensinante e aprendente) e um vnculo que se

    estabelece entre ambos e que [...] no aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a

    quem outorgamos confiana e direito de ensinar (Fernandez, 1991, p. 52). Portanto, pode-se

    afirmar que a relao professor-aluno constitui-se em estimada condio de incremento da

    motivao (de ambos) e de aperfeioamento do ensino e da aprendizagem.

    Por fim, ressaltando a importncia do professor na formao dos alunos, merece recordar

    o pensamento de Abreu e Mosetto (1990, p.115) que afirmaram que [...] o modo de agir do

    professor em sala de aula, mais do que suas caractersticas de personalidade que colabora para

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    uma adequada aprendizagem dos alunos. No existe nenhum conhecimento efetivamente

    humano, que no seja socialmente produzido e no esteja entre tecido de afeto.

    2.3. Definies dos Recortes da Pesquisa

    Os trabalhos desenvolvidos por Camey e Williams (2004), Mcintyre, Webb e Hite (2005),

    Farrell (2006) e Robinson (2006) serviram de base para a elaborao deste artigo por possurem

    objetivos semelhantes, alm da consulta a trabalhos de outros pesquisadores que possuem

    interesses semelhantes no tema (Costa et al., 2008; Costa, Lima & Andrade, 2008; Costa e

    Oliveira, 2009; Costa et al., 2009). Na etapa seguinte, cinco construtos foram construdos, pois

    supostamente influenciariam o interesse pessoal dos estudantes pela rea de finanas.

    O primeiro construto elaborado foi nomeado Interesse pessoal na rea de Finanas e

    fixado como a varivel dependente do modelo (Y), baseando-se nos estudos desenvolvidos por

    Camey e Williams (2004). Estes analisaram o interesse pessoal de estudantes pela rea de

    Marketing, relacionando ainda elementos como a importncia atribuda pelo aluno para a

    disciplina, a disposio pessoal para desenvolver os estudos na rea e o interesse dos estudantes

    na carreira em Marketing. Merece apresentar as distines existentes entre o interesse em uma

    carreira na rea e o interesse pessoal na rea.

    O Interesse em uma carreira na rea foi o segundo construto desenvolvido. Este

    aspecto envolve elementos que condicionam o estudante a trabalhar na rea, enquanto o interesse

    em Finanas, para aqueles que no desejam seguir a carreira, ser influenciado pelos cinco

    motivos para o estudo de Finanas apontadas por Bodie e Merton (2002), mencionados

    anteriormente.

    A terceira dimenso de anlise foi a Relevncia terico/prtica da rea. Os aspectos

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    relacionados ao que Mcintyre, Webb e Hite (2005) chamaram de impactos para estudante,

    referentes ao aprendizado sobre servios (no estudo citado, para estudantes de Marketing), so

    avaliados neste construto. Nestes termos, adequaram-se os aspectos relacionados disciplina de

    servios para as disciplinas da rea de Finanas. Consideram-se os aspectos que Camey e

    Williams (2004) avaliaram como o impacto educacional da disciplina Marketing para o estudante

    de negcios para a formao da escala de mensurao deste construto.

    Outra dimenso analisada refere-se ao Conhecimento tcnico sobre finanas. Este

    avaliado a partir da percepo de que h variantes no domnio das tcnicas gerenciais de

    produo e que, provavelmente, este domnio instrumental impactaria na avaliao da disciplina

    feita pelo estudante. Baseou-se no procedimento adotado por Farell (2006) para fundamentar a

    anlise desta dimenso que desenvolveu uma escala de avaliao de auto eficcia na utilizao

    das ferramentas e conhecimentos de Marketing para estudantes desta disciplina. De modo mais

    restrito, levou-se em considerao a proposio de Bodie e Merton (2002), que assinalaram as

    principais competncias dos profissionais da rea de Finanas.

    Avaliou-se, tambm, a Relevncia interdisciplinar da rea nos cursos de

    Administrao. Tomou-se por base o trabalho de Mcintyre, Webb e Hite (2005), os quais

    realizaram a uma avaliao anloga em relao a servios em Marketing, alm da anlise de

    Robinson (2006) sobre a atitude dos estudantes em relao ao uso da tecnologia.

    A Qualidade docente sob a tica discente foi o ltimo construto includo. Destaca-se

    que o mesmo ainda no fora investigado pelos estudos anteriores que serviram de base para a

    presente pesquisa. O pressuposto inicial de que o interesse do estudante pela rea influenciado

    positivamente por sua avaliao em relao ao professor da disciplina. Os trabalhos

    desenvolvidos por Fazenda (2002) e Vygotsky (1994) fundamentaram esta anlise, balizando

    seus trabalhos nas crenas da relao professor-aluno. Alm disso, empregou-se como referencia

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    ao construto, o conceito de empatia, desenvolvido no instrumento SERVQUAL (Parasuraman,

    Zeithaml & Berry, 1988), no qual o aluno entenderia como ideal, a postura do professor que se

    pusesse em seu lugar, como forma de realizar melhorias na relao de ensino-aprendizagem.

    Sobre a pesquisa procedida nas fontes bibliogrficas sobre formao de gestores, tanto em

    mbito nacional quanto internacional, pode-se afirmar que ela no encontrou evidncias para

    construo e enunciado de hipteses de relacionamento entre as dimenses apontadas

    anteriormente. Estabeleceu-se como hipteses deste estudo a analise entre as relaes com os

    construtos Conhecimento tcnico sobre finanas; Relevncia terico/prtica da rea;

    Interesse em uma carreira na rea; Relevncia interdisciplinar da rea; e Qualidade

    docente sob a tica discente influenciando o Interesse pessoal na rea de Finanas pelos

    alunos (Figura 1).

    Figura 01 Configurao das Hipteses

    Fonte:Dados da Pesquisa.

    ConhecimentoTcnico

    RelevnciaTerico-Prtica

    RelevnciaInterdisci linar

    Interesse naCarreira

    Qualidade doDocente

    Interesse Pessoal

    H1

    H2

    H3

    H4

    H5

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    As hipteses propostas empregadas no estudo so as seguintes:

    H1 O interesse pessoal do estudante pela rea de finanas influenciado positivamente

    pelo Conhecimento tcnico sobre finanas;

    H2 O interesse pessoal do estudante pela rea de finanas influenciado positivamente

    pela Relevncia terico/prtica da rea;

    H3 O interesse pessoal do estudante pela rea de finanas influenciado positivamente

    pelo Interesse em uma carreira na rea;

    H4 O interesse pessoal do estudante pela rea de finanas influenciado positivamente

    pela Relevncia interdisciplinar da rea;

    H5 O interesse pessoal do estudante pela rea de finanas influenciado positivamente

    pela Qualidade docente sob a tica discente.

    Deste modo, considerando tais hipteses, seguiu-se para o estudo de campo, tendo como

    pressuposto o fato de que a boa consistncia uma anlise somente pode ser apresentada a partir

    das informaes dos prprios estudantes. Os detalhes dos procedimentos e decises do trabalho

    de campo so apontados a seguir.

    3. Aspectos Metodolgicos

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    3.1. Abordagem e propsitos

    A pesquisa visou, sob uma perspectiva causal (Malhotra, 2006), avaliar relaes entre os

    construtos (i) Conhecimento Tcnico sobre Finanas; (ii) Relevncia terico/prtica; (iii)

    Interesse em uma carreira na rea; (iv) Relevncia interdisciplinar na rea; e (v) qualidade

    docente sob a tica discente como antecedentes do Interesse pessoal na rea de finanas(Y)

    de alunos de graduao em administrao. A proposta baseou-se, primordialmente nos trabalhos

    de Costa et al. (2008); Costa, Lima & Andrade (2008); Costa & Oliveira (2009); Costa et al.

    (2009), Camey e Williams (2004), Mcintyre, Webb e Hite (2005), e Farrell (2006) e Robinson

    (2006). No entanto, acrescentou-se ao modelo, o construto qualidade docente sob a tica

    discente, baseado em pressupostos de Fazenda (2002), Vygotsky (1994), Gaspar e Monteiro

    (2005), Fernndez (1991) e Abreu e Mosetto (1990).

    3.2. Instrumento Utilizado

    O instrumento de coleta, na forma de um questionrio estruturado, foi desenvolvido com

    base nos trabalhos dos autores referenciados no pargrafo anterior. O mesmo fora segmentado em

    quatro blocos sendo o primeiro, composto de oito questes, destinadas a coletar informaes

    referentes formao do estudante de administrao. O segundo bloco, composto de uma nica

    questo, se desdobrava em sete assertivas, nas quais o estudante deveria informar seu grau de

    concordncia, frente ao seu nvel de segurana em atender a alguns quesitos das disciplinas de

    finanas. As assertivas foram medidas por intermdio de uma escala ordinal itemizada do tipo

    Likertde cinco pontos, indo de 1 pouco seguro, a 5 muito seguro. Dispensou-se a

    etapa denominada pr-teste, em virtude de o instrumento originalmente adaptado por Costa et

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    al. (2008), ter passado por esse crivo. Neste trabalho buscou-se realizar apenas adaptaes no

    instrumento, de maneira a viabilizar a resposta de algumas proposies ainda no respondidas,

    como por exemplo, a insero do construto qualidade docente sob a tica discente. O terceiro

    bloco de questes foi composto por uma nica questo que se desdobrava em 22 assertivas. Elas

    objetivavam mensurar as opinies dos estudantes frente aos construtos definidos nas proposies.

    A mensurao, assim como no bloco anterior, se deu por meio de uma escala de cinco pontos do

    tipo likert, indo de 1 discordo totalmente, a 5 concordo totalmente. O quarto e ultimo

    bloco de questes abordava questes de cunho demogrfico e socioeconmico.

    3.3. Coleta de Dados

    A abordagem amostral se deu por intermdio de um levantamento (survey), na forma de

    um corte transversal (cross-section). Coletaram-se informaes diretamente com alunos dos

    cursos de administrao. Eles foram abordados nas salas de aula, ou nas dependncias de suas

    respectivas Instituies de Ensino Superior (IES), em geral, enquanto aguardavam pelas aulas,

    conforme recomendao de Corra e Caon (2002). Uma das premissas adotadas era que o aluno

    j tivesse concludo ao menos uma disciplina do conjunto de disciplinas de finanas. No total,

    oito IES brasileiras, pblicas e particulares, dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Cear, e

    Esprito Santo compuseram a amostra.

    A populao do estudo caracteriza-se por estudantes de cursos superiores presenciais de

    administrao do Brasil. De acordo com dados do INEP/MEC (2009) referentes sinopse da

    educao superior do pas, em 2009 o nmero de alunos matriculados nos cursos de

    administrao, em IES pblicas e privadas, foi de 604.581. A amostra foi coletada entre os meses

    de maro e abril de 2011 e composta por 290 observaes vlidas.

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    3.4. Anlise dos Dados

    Aps a coleta, os dados foram analisados atravs da tcnica de modelagem de equaes

    estruturais, que para Raykov & Marcoulides (2006) e Schumacker & Lomax (2004), tem como

    uma das principais caractersticas, a considerao dos erros de medio, onipresentes nas

    variveis latentes. Alm disso, a tcnica baseia-se na anlise da estrutura de covarincia das

    variveis presentes nos modelos. Hair et al. (2005) acreditam que a tcnica de Modelagem de

    Equaes Estruturais (SEM Structural Equation Modelling) seja uma extenso de diversas

    outras tcnicas multivariadas, como a anlise fatorial exploratria e a regresso mltipla.

    Todavia, cabe mencionar que Schreiber, Nora, Stage, Barlow e King (2006) afirmam que a SEM

    direcionada pela teoria, sendo portanto, o resultado do planejamento da anlise impulsionada

    pelas relaes tericas existentes entre as variveis observadas e no observadas.

    O sistema de equaes estruturais teve como suporte o softwareAMOS16.0.1, que se

    baseia na estrutura de covarincias das variveis. Hair et al.(2005) orientam para o emprego da

    ferramenta estatstica modelagem de equaes estruturais, a adoo de uma amostra mnima de

    100 observaes vlidas e, como valor ideal, 200. Entretanto, de acordo com Raykov &

    Marcoulides (2006), esse tema tem sido alvo de muitos debates, pois no h uma regra clara e

    facilmente aplicvel. Os autores recomendam, com base em Hu, Bentler, & Kano (1992), a

    adoo de 10 vezes o nmero de parmetros livres no modelo. Neste caso, com 290 observaes

    vlidas, o tamanho atende plenamente s recomendaes tericas.

    4. Anlise dos Resultados

    4.1. Descrio da Amostra

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    No que se refere idade, observou-se uma parcela significativa de jovens entre 22 e 24

    anos (25,7% dos respondentes), e tambm de pessoas acima de 28 anos (25%). Os outros trs

    grupos at 22 anos, de 26 a 28 anos e de 24 a 26 representam respectivamente 18,8%, 11,8% e

    18,8%, o que caracteriza uma composio da amostra relativamente jovem. Verificou-se, ao

    realizar a diviso por gnero, que os estudantes entrevistados na pesquisa apresentam certa

    discrepncia 61,8% dos entrevistados so do sexo masculino, e apenas 38,2% do sexo

    feminino, o que no reflete, a rigor, a diviso de gnero presente no ensino superior brasileiro

    (INEP, 2009).

    Com relao ao estado civil, observa-se que a maioria composta por estudantes solteiros

    (75%), e uma parcela menor de casados (22,9%). J o grupo formado por outros compem

    apenas 2,1% do total da amostra.

    Quanto renda familiar mensal, a maior camada composta por estudantes com renda

    superior R$ 4.000,00 (30,3%) seguida por uma parcela com renda entre R$2,001,00 a $3,000

    (21,1%). O grupo com menor renda mensal ate R$ 1.000,00 tambm o menor grupo, com

    apenas 12,07%.

    A amostra, conforme j mencionado, fora coletada em quatro estados brasileiros, ficando

    assim distribuda: 124 observaes coletadas no estado do Cear, representando 40,9% do total;

    111 observaes coletadas no estado do Rio de Janeiro, representando 36,6% da amostra; 31

    observaes em Minas Gerais (10,2%); e 37 observaes coletadas no estado do Esprito Santo

    (12,2%).

    Do total de alunos pesquisados, 53,5% foram provenientes de instituies pblicas e

    46,5% de instituies privadas, fato que demonstra equilbrio entre a natureza das faculdades dos

    respondentes. Os dados coletados mostraram que a maioria dos respondentes (98,3%) estava

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    cursando a segunda metade do curso, ou seja, do quinto semestre para frente, prevalecendo

    aqueles que estavam no stimo semestre (36,6%). A Tabela 1 apresenta uma sntese dos dados

    aqui abordados.

    Tabela 1 - Informaes Socioeconmicas e Demogrficas dos Respondentes (em %)

    Gnero Instituio de EnsinoMasculino 61,8 Pblica 53,5Feminino 38,2 Privada 46,5

    Idade Renda familiarAt 22 anos 18,8 At R$ 1.000,00 12,7De 22 a 24 anos 25,7 De R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 19,7De 24 a 26 anosDe 26 a 28 anos

    18,811,8

    De R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00De R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00

    21,116,2

    Acima de 28 anos 25,0 Acima de R$ 4.000,00 30,3

    Distribuio por Estado Estado civilCear 40,9 Solteiro 75,0Rio de Janeiro 36,6 Casado 22,9Minas Gerais 10,2 Outro 2,1Esprito Santo 12,2

    Fonte: Dados da pesquisa.

    Os estudantes responderam tambm, questes sobre o tipo de ocupao atual, trabalho e

    experincia na rea de finanas. Do quantitativo de resposta vlidas, 37,6% afirmaram trabalhar

    ou ter trabalhado em atividades associadas rea de finanas. Segmentados de tal maneira que

    72,9% associaram s atividades prprias do seu trabalho, 4,2% aos projetos da faculdade e 22,9%

    assinalaram a opo outros. Em relao ocupao funcional, os resultados indicaram que 61,8%

    dos estudantes trabalhavam em tempo integral, 26,4% em meio perodo e 11,8% no estavam

    trabalhando no momento.

    Estes resultados, que parecem indicar uma boa aproximao com a realidade

    (exploratoriamente) verificada no universo dos cursos de Administrao, sinalizam inicialmente

    que os estudantes tm uma experincia relativamente restrita na rea de finanas. Tal fato permite

    contrapor aos comentrios de restrio propostos por Costa, Lima e Andrade (2008) e Costa e

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    Oliveira (2009), que afirmam existir uma orientao maior nos cursos para as reas financeiras,

    de marketing, ou de recursos humanos.

    Sobre as intenes futuras em relao a trabalho ao terminarem o curso, mais da metade

    dos respondentes (60,4%) pretende buscar um emprego pblico ou privado, 26,4% pretendem

    abrir o prprio negcio, 5,0% pretende trabalhar em empresa da famlia e 8,3% informam no

    pretender trabalhar aps o trmino do curso.

    J em relao continuidade dos estudos aps o trmino do curso, 54,6% dos estudantes

    pesquisados possuem a inteno de fazer curso de especializao (lato sensu), 18,5% pretendem

    fazer curso de mestrado, 14,2% dos respondentes pretendem parar de estudar por um perodo ou

    definitivamente, e 12,6% pretendem cursar outra graduao. Este resultado ilustra o expressivo

    interesse dos estudantes em seguir para estudos de ps-graduao, especificamente para a rea

    profissional, por meio de cursos de especializao lato sensu.

    4.2. Anlise dos Construtos

    Inicialmente tinha-se a idia de que haveria cinco constructos independentes:

    Conhecimento tcnico sobre finanas, Interesse em uma carreira na rea, Relevncia da

    rea, e Qualidade docente sob a tica discente, conforme indicava o referencial terico.

    Ao realizar a modelagem de equaes estruturais, observou-se que a correlao entre os

    constructos Relevncia terico/prtica da rea e Relevncia interdisciplinar da rea era

    superior a 90%, indicando no haver validade discriminante entre os mesmos. Com isso, foi

    necessrio voltar teoria para investigar como solucionar essa questo. Decidiu-se, com base na

    teoria e no fraseamento das questes, por unir os referidos constructos em um nico, denominado

    Relevncia da rea. Nesse processo de anlise e ajuste do modelo, algumas variveis foram

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    excludas por no se ajustarem bem proposta. O apndice A apresenta a relao de variveis

    empregadas inicialmente no modelo e o apndice B apresenta a tabela de correlaes das

    variveis empregadas no modelo.

    Alm disso, tambm se verificou o ndice de confiabilidade psicomtrica Alfa de

    Cronbach de cada construto e o valor da Composite Reliability, encontrando-se valores bons

    (acima de 0,7), conforme apresentada na Tabela 2. Segundo Hair et al. (2005), essas medidas

    asseguram a validao dos construtos e possibilita presumir que pesquisas posteriores dem

    retornos similares.

    Tabela 2 - Informaes de Confiabilidade dos Construtos da PesquisaConstruto Alpha de Cronbach* Composite Reliability*

    Conhecimento tcnico sobre finanas 0.825 0,826Interesse em uma carreira na rea 0.920 0,923Relevncia da rea 0.769 0,772Qualidade docente 0,785 0,788Interesse Pessoal 0,824 0,830

    * Valores aceitveis acima de 0,7

    Fonte:Dados da pesquisa.

    4.3. Modelagem de Equaes Estruturais

    Para as anlises multivariadas, especificamente aquela que utiliza modelagem de

    equaes estruturais, Hair et al.(2005) recomendam que sejam examinados primeiro os dados,

    para identificar os valores omissos (missing values) e atpicos (outliers). Alm disso, recomenda

    avaliar as relaes entre as variveis, neste caso, a normalidade, a linearidade e a

    homoscedasticidade. Com relao aos dados perdidos, verificou-se no processo de coleta e

    tabulao, a existncia de treze questionrios incompletos e com respostas mltiplas em questes

    que admitiam apenas uma resposta em um total de 303 questionrios. Optou-se pela abordagem

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    de caso completo. Essa tcnica, de acordo com Hair et al. (2005), caracteriza-se por uma

    abordagem mais simples, em que se excluem as observaes incompletas ou invalidadas. Assim,

    foram excludas 13 observaes, sendo aproveitados 95% dos questionrios aplicados, ou seja,

    290 questionrios.

    O exame visual, bem como os testes Jarque-Bera e de White dos dados revelaram que as

    premissas de normalidade e homoscedasticidade da regresso no foram violadas. Esses exames

    visuais, associados ao processo de casewise, no identificaram a presena de outliers. Da mesma

    forma, corroborando com tal assertiva, o exame da distncia de Mahalanobis e de Influence no

    apresentaram saltos expressivos, o que refora tal observao.

    Ao avaliar o ajuste de um modelo desenvolvido pela tcnica de SEM, com o uso de

    softwares, o pesquisador se depara com uma srie de coeficientes. Garson (2002) adverte que o

    pesquisador no deve se empenhar em uma caa a coeficientes, e que a comunicao de todos os

    ndices desnecessria. Kline (1998) recomenda o emprego de pelo menos quatro testes (qui-

    quadrado, GFI, NFI e TPI). Para o presente trabalho, optou-se pela avaliao dos ndices de qui-

    quadrado (CMIN), graus de liberdade (DF), GFI, TLI, CFI e RMSEA.

    O modelo foi avaliado por meio da estimativa de mxima verossimilhana (Maximum

    Likelihood Estimation - MLE), que para Codes (2005) o mtodo mais empregado de avaliao

    em SEM e se caracteriza por calcular todos os parmetros do modelo de uma s vez. O mtodo se

    destaca por assumir os parmetros do modelo, com valores da populao e no apenas da

    amostra.

    Para avaliar o modelo e testar sua aderncia, ou seja, verificar se obteve um bom ajuste

    (Goodness of Fit), empregou-se como um dos ndices de avaliao, o coeficiente qui-quadrado/gl.

    Esse ndice, que composto pela razo entre o valor de qui-quadrado e os graus de liberdade

    encontrados, deve se situar abaixo de dois, j que a amostra apresenta menos de 400 observaes.

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    No modelo avaliado, este valor foi igual a 1,803, o que significou um bom ajuste. Os ndices TLI

    e CFI assumiram magnitudes razoveis, ficando acima de 0,90, como recomenda a literatura e

    GFI, prximo a isso (0,899). O RMSEA ficou abaixo de 0,06, demonstrando um ajuste aceitvel.

    O valor (P) do qui-quadrado apresentou significncia estatstica, que prejudica ligeiramente o

    ajuste do modelo. Os ndices encontrados so apresentados de forma sinttica na tabela 03 e a

    condio de aceitao das hipteses, na tabela 04. Das quatro relaes propostas por meio das

    hipteses iniciais do modelo, duas (Interesse_Pessoal Conhecimento_Tcnico;

    Interesse_PessoalQualidade_Docente ) no apresentaram significncia estatstica, devendo-se

    portanto, rejeit-las. As demais relaes apresentaram significncia ao nvel de 0,001.

    Tabela 3 - ndices de Ajuste do Modelo Avaliado

    Qui-quad. P gl Quiquad./gl GFI TLI CFI RMSEA344,299 0,000 179 1,923 0,899 0,932 0,942 0,057

    Fonte: Elaborado pelos autores, com base nos dados do modelo.

    Tabela 4 - Situao de validao das hipteses do modelo

    Hipteses C.R. P Situao

    H1O interesse pessoal influenciado positivamente peloConhecimento tcnico em finanas.

    1,053 0,293 Rejeitada

    H2O interesse pessoal influenciado positivamente pelaRelevncia da rea.

    7,343 *** No Rejeitada

    H3 O interesse pessoal influenciado positivamente peloInteresse em uma carreira na rea. 7,335 *** No Rejeitada

    H4O interesse pessoal influenciado positivamente pelaQualidade do docente.

    0,878 0,380 Rejeitada

    Fonte: Elaborado pelos autores, com base nos dados do modelo adotado.

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    A Figura 2 apresenta o modelo estrutural, na forma de um diagrama de caminhos, com os

    respectivos pesos.

    Figura 2 - Diagrama de Caminhos

    Fonte: Elaborado pelos autores, com base na teoria.

    5. Consideraes Finais

    O objetivo principal foi analisar o interesse de alunos de cursos de Administrao pela

    rea de Finanas, e agregar elementos para a compreenso do valor atribudo pelo estudante nesta

    ConhecimentoTcnico

    h7e7 ,70

    h6e8

    ,61h4e9

    ,64h3e10

    ,73

    h2e11 ,66

    h1e12 ,64

    Relevnciada reaE5e13

    ,62

    Interesse naCarreira

    C3e17

    ,90C2e18

    ,92C1e19 ,86

    QualidadeDocente

    P4e20

    P2e21

    P1e22

    ,72

    ,81

    ,70

    InteressePessoal

    I1 e23

    I2 e24

    I3 e25

    I4 e26

    ,76,76

    ,67

    ,77

    e27

    ,05

    ,59

    ,42

    ,05

    N3e30

    N4e28

    ,59

    ,67

    E3e31 ,55

    E6e32 ,74

    ,41

    ,56

    ,44

    ,58

    ,40

    ,40

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    rea. Levando em considerao a realizao do estudo emprico e as contribuies tericas,

    considera-se que os propsitos foram alcanados satisfatoriamente, dado que os resultados

    encontrados detm implicaes para os responsveis pela gesto de instituies de ensino

    superior, bem como de cursos de Administrao. Deste modo, os resultados podem ser

    comparados com os achados de outros estudos de temtica anloga e, servindo de inspirao para

    futuras pesquisas sobre os estudos de avaliao da disciplina dos cursos e a importncia do papel

    do professor para o interesse do aluno.

    A partir dos resultados do trabalho de campo, gerou-se insumos suficientes que permitem

    responder adequadamente ao problema de pesquisa. Tal fato permite avaliar com consistncia o

    interesse dos estudantes de Administrao pela rea de Finanas atravs dos seus potenciais

    fatores de influncia.

    Quanto ao primeiro e segundo objetivos, verificou-se que foram rejeitada as hipteses H1

    e H4. Isso significa que, de acordo com a investigao, os construtos Conhecimento tcnico

    sobre finanas e Qualidade docente sob a tica discente no exercem influncia significante

    no Interesse pessoal na rea de Finanas. Em outras palavras, pode-se inferir que tal interesse

    seja influenciado por outras variveis, que no essas.

    Verifica-se que tal Interesse pessoal na rea de Finanas sofre influncia da crena do

    aluno na relevncia da rea (H2) e do interesse do aluno em construir uma carreira na rea (H3)

    em funo da no rejeio das hipteses H2 e H3. Pode-se inferir que o interesse pessoal pela

    rea est fortemente relacionado s crenas dos estudantes, especialmente que o conjunto de

    disciplinas seja importante e a crena na possibilidade de construir uma carreira, ou mesmo de

    uma melhor (re) colocao no mercado de trabalho.

    Do ponto de vista terico, o artigo contribui para o campo de avaliao curricular de

    cursos de graduao em Administrao, utilizando seus resultados para uma avaliao mais

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    concisa da rea de Finanas e do prprio curso de Administrao. Tambm apresenta

    contribuies ao testar um novo componente analtico que no foi considerado por outros estudos

    anlogos: qualidade docente sob a tica discente.

    Os resultados foram coletados de forma limitada, dado que a amostra foi obtida apenas

    em quatro estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Cear e Esprito Santo), no

    configurando o carter de abrangncia nacional (Estados da regio sul, centro-oeste e norte do

    pas). Recomenda-se uma replicao deste estudo em um nmero maior de unidades da

    federao, abrangendo todo o pas, com nmero maior de respondentes e de instituies.

    Buscando mais abrangncia e profundidade da temtica, recomenda-se a pesquisa de uma

    viso integrada da rea, com a sugesto de que outros estudos investiguem como gestores,

    empresrio e professores compreendem a maneira de ser o processo de ensino de competncias

    na rea de Finanas. Outro ponto consiste em quais tipos de abordagens podem ser adotadas para

    despertar o interesse do aluno, buscando uma maior tendncia da formao acadmica com a

    aplicao prtica contextualizada para a realidade do mercado. Alm disso, faz-se necessrio,

    uma melhor compreenso dos atributos que compem a crena do aluno, para ento melhor

    compreender o interesse dos mesmos por uma disciplina ou por um conjunto de disciplinas.

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  • 7/23/2019 Antecedentes do Interesse em Finanas: Um Estudo com Alunos Brasileiros Atravs do uso de Modelagem de Equ

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    Apndice A Relao de Variveis Observveis

    ConhecimentoTcnico H1

    Compreender a relao entre instituies financeiras e mercados financeiros, bem como o papel dos

    mercados monetrios de capitaisH2 Analisar a liquidez e eficincia de uma empresa atravs de ndices financeiros

    H3 Entender a relao entre endividamento e alavancagem financeira

    H4Conhecer os processos de planejamento financeiro, incluindo planos financeiros de longo prazo(estratgicos) e de curto prazo (operacionais)

    H6Administrar a relao entre risco e retorno, conhecendo os procedimentos para aferir e medir o risco esaber tomar decises que aumentem o valor da empresa

    H7 Entender a rentabilidade e o valor de mercado de uma empresa

    Interesse

    Pessoal

    I1 As disciplinas da rea tm grande importncia para mim

    I2 As disciplinas da rea so muito interessantes para mim

    I3 No me incomoda gastar tempo extra para me dedicar s atividades das disciplinas desta rea

    I4O aprendizado das disciplinas desta rea pode ser considerado de grande relevncia para minha

    formao profissional

    Interesse

    carreira

    C1 A carreira nesta rea uma boa opo para mim

    C2 A carreira na rea , para mim, desejvel

    C3 Uma carreira nesta rea desperta bastante o meu interesse

    Relevncia

    Terico-Prat

    N1 Eu entendo que todos devem cursar estas disciplinas desta rea

    N2 O contedo da rea complementa bem as demais disciplinas do curso de Administrao

    N3 As disciplinas da rea so bastante desafiadoras

    N4 O contedo das disciplinas da rea deveria ser trabalhado tambm em todas as disciplinas do curso

    Relevncia

    Interdisciplinar

    E2 O que aprendo nas disciplinas desta rea ser importante para minha formao profissional

    E3A aprendizagem das habilidades gerenciais da rea ajuda os estudantes a solucionar problemasprticos

    E5 As disciplinas da rea conduzem os estudantes a aliar teoria e prtica

    E6 O contedo aprendido nas disciplinas da rea de finanas ser til no meu dia-a-dia

    Qualidade

    docente

    P1 Considero os professores que tive em finanas como sujeitos educados

    P2 Gosto da didtica dos professores que j tive em finanas

    P4 Espelho-me profissionalmente nos professores que tive em finanas

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    Apndice B Tabela de Correlaes das Variveis Empregadas no Modelo

    H1 H2 H3 H4 H6 H7 I1 I2 I3 I4 E3 E5 E6 C1 C2 C3 N3 N4 P1 P2 P4

    H1 1H2 ,430** 1

    H3 ,471**

    ,533** 1

    H4 ,365**

    ,401**

    ,457** 1

    H6 ,376**

    ,353**

    ,393**

    ,394** 1

    H7 ,446**

    ,426**

    ,432**

    ,494**

    ,543** 1

    I1 ,275**

    ,265**

    ,334**

    ,233**

    ,131*

    ,260** 1

    I2 ,270**

    ,209**

    ,270**

    ,127* ,103 ,188

    **,605

    ** 1

    I3 ,251**

    ,281**

    ,287**

    ,220** ,104 ,214

    **,487

    **,476

    ** 1

    I4 ,278**

    ,282**

    ,354**

    ,214**

    ,145*

    ,242**

    ,597**

    ,592**

    ,482** 1

    E3 ,080 ,134*

    ,148*

    ,113* ,053 ,100 ,360

    **,316

    **,244

    **,440

    ** 1

    E5 ,178** ,111 ,180

    ** ,107 ,086 ,129*

    ,353**

    ,406**

    ,309**

    ,316**

    ,391** 1

    E6,313

    **

    ,280

    **

    ,342

    **

    ,244

    **

    ,183

    **

    ,265

    **

    ,446

    **

    ,484

    **

    ,438

    **

    ,626

    **

    ,426

    **

    ,458

    **

    1C1 ,276**

    ,285**

    ,339**

    ,223**

    ,219**

    ,266**

    ,602**

    ,577**

    ,497**

    ,513**

    ,244**

    ,287**

    ,461** 1

    C2 ,278**

    ,254**

    ,322**

    ,265**

    ,215**

    ,233**

    ,544**

    ,511**

    ,497**

    ,496**

    ,207**

    ,253**

    ,396**

    ,784** 1

    C3 ,302**

    ,259**

    ,277**

    ,235**

    ,222**

    ,262**

    ,553**

    ,527**

    ,470**

    ,482**

    ,181**

    ,196**

    ,356**

    ,758**

    ,843** 1

    N3 ,175** ,102 ,127

    * ,110 ,076 ,126*

    ,384**

    ,473**

    ,400**

    ,498**

    ,367**

    ,416**

    ,411**

    ,347**

    ,330**

    ,332** 1

    N4 ,166** ,098 ,193

    **,195

    **,176

    **,149

    **,353

    **,356

    **,433

    **,383

    **,250

    **,294

    **,409

    **,366

    **,346

    **,379

    **,495

    ** 1

    P1 ,130*

    ,191**

    ,196**

    ,154** ,088 ,171

    **,297

    **,327

    **,333

    **,348

    **,217

    **,380

    **,276

    **,214

    **,239

    **,143

    *,329

    **,256

    ** 1

    P2 ,210**

    ,178**

    ,252**

    ,190**

    ,172**

    ,227**

    ,304**

    ,394**

    ,403**

    ,252**

    ,183**

    ,384**

    ,232**

    ,261**

    ,260**

    ,285**

    ,318**

    ,261**

    ,540** 1

    P4 ,280**

    ,202**

    ,264**

    ,192**

    ,195**

    ,201**

    ,250**

    ,350**

    ,377**

    ,260**

    ,134*

    ,293**

    ,302**

    ,362**

    ,347**

    ,305**

    ,287**

    ,301**

    ,469**

    ,559** 1

    **. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

    *. Correlation is s ignificant at the 0.05 level (2-tailed).