anselmo de castro volume iv Ónus da prova

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  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    F i mdapr ova

    Comose al _cança

    Regr ageral

    r i am,el e,

    ( ar t . 351 do Cód. Ci v. ) . A f orça del as pode ser afas_

    t ada por si mpl es cont r apr ova.

    Secção VI I - ÓNUS DA PROVA

    140. Pr ova

    Ou at r avés de pr ovas com f or ça pr obat ór i a l e

    gal ou pr ovas de l i vre apr eci açao, di z- - se que a pr o

    va l ogr a o seu r esul t ado quando por mei o del a se de

    monst r e a ver dade ou "a r eal i dade" (1) do f act o. Res

    t a saber qual o "gr au de cer t eza" com que essa verda.

    de ou a r eal i dade do f act o há- de ser consegui da. A

    esse r espei t o, embor a sem def i ni ção pr eci sa, deve en

    t ender - se que se encont r a demonst r ada a r eal i dade de

    f act o desde que se at i nj a aquel e gr au de cer t eza que

    as pessoas mai s exi gent es da vi da r ecl amam par a dar

    como exact o um cer t o f act o (2) . É essa a posi ção em

    (1) - Cf , , ar t . 341 do Cód. Ci v.(2) - Obj ect o da pr ova, par a CASTRO MENDES, nao se-

    t odavi a, f act os, mas af i r mações de f act os, poi s, par a

    pr ova é a ger açao de uma convi cção, e porque o conce_i

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    que o j ui z se deve col ocar . Nao á, poi s, a cer t eza

    absol ut a (1) que excl ui a possi bi l i dade de. o f ac

    t o nao t er ocor r i do mas nao é a si mpl es pr obabi l i dj a

    de da sua ver i f i cação ; é mai s al guma coi sa - uma prtD

    habi l i dade f or t e ( 2) . Compet i r á à par t e cont r ár i a

    pôr em evi dênci a essa possí vel mar gem de dúvi da que

    possa subsi st i r .

    E est e o gr au de cer t eza exi gi do par a t odos

    os casos em que a deci são haj a de val er com ef i cáci a

    t o de f acto é i ndet ermi nado.

    Há, por ém, t eor i as ecl éct i cas par a as quai s t

    t o das prova sao f act os e af i r mações. Par a VAZ SERF

    embor a cer t o que o obj ect o da pr ova é uma repr esent aç

    t el ect ual apr esent ada como cor r espondent e à r eal i dade

    pr esent ação deve quant o possí vel t r aduzi r e coi nci di :

    r eal i dade, assi m se expl i cando que a l ei di ga que s

    " t em por f unção a demonst r ação da r eal i dade dos f actc

    t a é a concepção cl áss i ca à qual se obj ect a di zendo :

    sat i sf az quando se t r at a de pr ova l egal ; daí at é (nac

    t e as t ent at i vas de aj ust ament o) que haj a quem ex d

    mei os de prova, a conf i ssão e as pr esunções.

    (1) - Quase i mpossí vel par a os f act os da vi dí

    só possí vel no domí ni o das ci ênci as exact as.

    (2) - "Um gr au de pr obabi l i dade t ão el evado) q

    suf i ci ent e par a a vi da" ( VAZ SERRA, Pr ovas . 115) .

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    de caso j ul gado. Par a out r as si t uações em que nao há

    f or maçao de caso j ul gado, cont ent a- se a l ei com al

    go que se si t ua ent r e a possi bi l i dade de o f act o t er

    ocor r i do e a sua pr obabi l i dade, a si mpl es cr edi bi l i

    dade (1) .

    Assi m:

    - nos pr ocedi ment o caut el ares, na pr ova de

     j ust o i mpedi ment o, na posse j udi ci al avul sa, em que

    se t oma por base a mel hor posse, nao se deci di ndo, po_

    rém, sobr e a posse, na pr ova i nf or màt ôr i a da posse

    i mpost a em embargos de t ercei r o, e, de um modo ger al ,

    em t odos os pr ocedi ment os auxi l i ar es no pr ocesso de-

    cl ar at ór i o.

    Al i ás, da pr ópr i a f or ma at enuada que r evest e

    nal gumas daquel as si t uações o pr i ncí pi o do cont r adi _

    t ór i o, l ogo r esul t a a i nt enção de uma menor exi gên

    ci a da l ei àcer ca da pr obabi l i dade da ocor r ênci a das

    ci r cunst ânci as ou f act os j ust i f i cat i vos da concessãoda pr ovi dênci a sol i ci t ada.

    (1) - Da- pr ova, como at r ás se def i ni u - i s t o é, como o

    r esul t ado conducent e a um al t o gr au de ver osi mi l hança tal co

    mo est e é exi gi do na vi da como suf i ci ent e para a f ormação du.

    ma convi cção e como base de deci sões, sem que a possi bi l i da-

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    141. Cont r apr ova ou- pr ova car r t râr i a

    À par t e nao onerada com a pr ova do f act o ca

    be, apenas, um ónus de cont r apr ova quando quei r a aba,

    l ar a cer t eza em que o Tr i bunal t enha f i cado ou pos

    sa f i car na r eal i dade do f act o at r avés da sua prova.

    Vi sa, assi m, neut r al i zar a pr ova, " pr ova pr i nci

    pal " , r epondo o j ui z no est ado de dúvi da ou i ncer t e

    za i ni ci al ( convi cção negat i va) . Nao necessi t a de

    per suadi r o j ui z de que o f act o em causa não é ver

    dadei r a ( convi cção posi t i va) (1). Aqui r esi de, f un

    dament al ment e, a di f er ença ent r e o ónus da pr ova e

    o ónus da cont r apr ova. E que o ónus da pr ova só f i ca

    sat i sf ei t o at i ngi do aquel e gr au de "pr obabi l i dade

    f or t e" da r eal i dade do f act o enquant o o ónus da con

    t r apr ova apenas exi ge que a par t e i ncumbi da r est abe; ^

    l eça ng j ui z o "est ado de dúvi da" .

    de de um er r o sej a absol ut ament e excl uí da - di st i ngue-pi es cr edi bi l i dade, j ust i f i caçao ou pr ova i nf ormat ór i et ..pr obabi l i dade exi gi da é menor ) e a suspei t a ( grau debi l i dade ai nda i nf er i or ao da j ust i f i cação) . - VA..Pr ovas . 116.

    (1) - ANDRADE, Noções, 193.

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    Noção

    Cansa.gxação

    l egal

    142. Prowa.do cmrsitxájriLo e ESmmtiapro^a íim-

    idí i reeta

    Nem sempr e assi m acont ece, cabendo, por vezes,

    à cont r apr ova a pr ova pr i nci pal ; sucede i st o nos ca

    sos de pr ova do cont r ár i o e de cont r apr ova i ndi r ect a.

    - pr ova do cont r ár i o

    "A pr ova do cont r ár i o vi sa t or nar cer t o não

    ser ver dadei r o um f act o j á demonst r ada, f or mal ment e,

    por pr ova l egal pl ena" (1) . Sempr e que a pr ova pr o

    duzi da t enha f or ça pr obat ór i a l egal ( pr ova documen

    t al , por conf i ssão, pr esunções) , à cont r apar t e não

    bast ar á a pr ova de ci r cunst ânci as que col oquem o j ul

    gador "em dúvi da” , mas t erá de pr ovar a pr ópr i a não

    ver i f i cação do f act o em causa no âmbi t o em que act ua

    a pr ova l egal .

    E est a a dout r i na hoj e obj ect o do consagr a-

    çao l egal no ar t . 347 do Cód. Ci v. : "A pr ova l egal pi e,

    na só pode ser cont r ar i ada por mei o da prova que mos,

    t r e não ser ver dadei r o o f act o que del e f or obj ect o,

    ( l ) - ANDRADE, Noçoes, 193- 4

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    sem pr ej uí zo de out r as r est r i cções especi al ment e de

    t er mi nadas na l ei ", enquant o no ar t . 346 di spõe: "Sal ,

    vo o di spost o no ar t i go segui nt e, à pr ova que f or pr a

    duzi da pel a par t e sobr e quem r ecai o ónus pr obat ór i o

    poda a par t e cont r ár i a opôr cont r apr ova a r espei t o

    dos mesmas f act os, dest i nada a t orná- l os duvi dosos;

    se o consegui r é a quest ão deci di da cont r a a par t e

    oner ada com a pr ova" . Quer di zer , f or a do âmbi t o da

    pr ova l egal e par a as pr ovas de l i vre apr eci ação, bas,

    t ar á à cont r apar t e a si mpl es cont r apr ova.

    - cont r apr ova i ndi r ect a

    Rest a ver se esse pr i nci pi o deve ou nao compor ,

    t ar uma l i mi t ação na cont r apr ova que pr et enda f azer - se,

    nao di r ect ament econt r a o f act o a pr ovar ou dado como

    pr ovado (o f acto i ndi ci ár i o base da pr esunção) - caso em

    que bast ar i a sempr e a cont r apr ova nos t ermos i ndi cados-

    mas se pr et enda f azer soment e at r avés dos f act os com

    que i ndi r ect ament e e por nova pr esunção pr et enda i nva-

    l i dar - se a pr ova pr oduzi da, (cont r apr ova i ndi r ect a) ,v.

    g. , pr ova i ndi ci ár i a cont r a pr ova di r ecta, ou cont r a

    pr ova i gual ment e i ndi ci ár i a (na base de i ndí ci os di

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    f er ent es - cont r a i ndí ci os).

    Exern

    pi o

    Pos i

    ção de

    ROSENBERG

    Assi m, pr ovados, v. g. , os f actos i ndi ci ado-

    r es da gr avi dade ci as of ensas (em acçao de di vór ci o) ,

    t em o r éu da t or nar cer t a a exi st ênci a de cont r a-

    - i ndí ci os qus i nval i dem tal r esul t ado; e assi m se

    t ar a de pr oceder sempr e que se quei r a pr oduzi r pr ova

    i ndi r ect a por cont r ai ndí ci os.

    ANDRA- Est a d  a posi ção de ROSENBERG (l ) a que so

    ^ opõem MANUEL DE ANDRADE e VAZ SERRA, ANDRADE (2) ne

    ga est a di st i nção ent r e a cont r apr ova di r ect a e i n

    di r ect a af i r mando que o ónus da cont r a pr ova di r ec

    t a se mant ém o mesmo em t odos os casos: a par t e nao

    t em que pr ovar posi t i vament e e a t i t ul o de prova pci n_

    ci pal cont r ai ndí ci os que l ha sej am f avor ávei s. VAZVAZ

    SERRA SERRA (3) acei t a a mesma cr í t i ca: a par t e nao dever á

    (1) - ROSENBERG, Carga de l a pr ueba12 t r ad, esp. , 175.

    (2) - MANUEL DE ANDRADE, Al gumas quest ões em mat é

    r i a de i nj úr i as gr aves como f undament o do di vâr ci o, 1956, 34

    e segs. ( 3) _ yAZ SERRA) Pr ovas, 115.

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    ser sobr ecar r egado com a pr ova dos cont r a- i pdí ci os de

    modo a que, se decai r nel a, a acção pr oceda não obs

    t ant e nao exi st i r a cer t eza absol ut a da r eal i dade dos

    i ndi ci os .

    Par ece- nos pr ef er í vel a or i ent ação segui da p

    por RDSENdERG poi s que sá i ndí ci os ou cant r ai ndí ci osad

    t or nados cer tos, podem l ugi t i mamont e t omar - se par a ba

    so duma concl usão do t r i bunal em cont r ár i o da j á r e

    cebi da.

    143.

    Pr ova e cont r apr ova nao apar ecem escal onadas

    ent r e si , embor a haj a um nexo l ógi co que, cr onol ogi

    cament e, nao t em t r aduçao no pr ocesso; quer di zer , a

    cont r apr ova pode sur gi r ant es mesmo de t er si do pr o

    duzi da a pr ova. 0 aut or da cont r apr ova quer er á ent ão

    11pr ecaver - se cont r a o sucesso da pr ova pr i nci pal " ( 1 )

    ou desej ar á que o t r i bunal se convença do acer t o da

    cont r apr ova. 1

    (1) - I MI KI SCH, Zi vi l pr ozessr echt . § 842, I I , ci t .

    VAZ SERRA, ’Pr ovas . 113.

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    Noçãode AN.

    DRADE

    144. Ónus da pr ova

    Quando, exi gi da a pr ova pr i nci pal , el a não é

    f ei t a, ou é anul ada pel a cont r apr ova, o f act o t em- se

    por i nexi st ent e com a consequênci a de nao poder ser

    apl i cada a nor ma de cuj a hi pót ese const i t ui a pr es

    supost o de apl i caçao. A causa t er á, poi s, de ser de

    ci di da cont r a a par t e a quem a sua i nvocaçao apr ovei

    t ava. Nao pode o t r i bunal se o f act o se t ornar duvi

    doso abst er - se de deci di r a causa dei xando a quest ão

    em aber t o. Ao "non l i quet " no domi ni o dos f act os, cqr

    r esponde ou dever á sempr e cor r esponder um ’’l i quet "

     j . ur í di co, G pr ocesso vi sa r esol ver def i ni . t i vam. ente

    o l i t í gi o ent r e as par t es, evi t ando que a quest ão

    possa vol t ar a pôr - se com pr ej uí zo del as e da pr ó

    pr i a paz e segur ança soci al . Nest as condi çoes ao

    t r i bunal á i mpost o o dever de j ul gar segunda a r egr a

    do ónus da pr ova. Est a t r aduz- se, na f or mul ação de

    ANDRADE (1) "para a par t e a quem compet e, no encar go

    de f or necer a pr ova do f act o vi sado, i ncor r endo nas

    desvant aj osas consequênci as de se t er como l í qui do o

    f act o cont r ár i o" .

    (1) - ANDRADE, Noç ões, 183.

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    Mel hor que di zer " t er - se como l í qui do o f ac

    t o cont r ár i o" ser á di zer - se "t er - se como i nexi st en

    t e o f act o", a i st o porque se no mesmo f act o, agora sob

    f or ma negat i va a cont r apar t e pr et enda f azer assent ar

    qual quer pr et ensão em r econvenção e l he couber a es

    se t í t ul o a pr ovaj del e, a pr et ensão i mpr oceder á i gual ,

    ment e se nao f i zer a pr ova negat i va do f act o.

    Par a t al si t uação num pr ocesso r egi do pel o

    pr i ncí pi o da aqui si ção pr ocessual e i nqui si t ór i o do

    t r i bunal quant o a pr ovas - como ent r a nós e na mai or

    par t e das l egi sl ações nao i nt er essa, como é óbvi o,

    o que a par t e t enha pr ovado mas o que se J nj aj a_j prova-

    do sej a por vi a del a ou por vi a da cont r apar t e ou do

    t r i bunal .

    0 ónus da pr ova é, assi m, nao um- ónus subj ec,

    t i vo mas um ónus obj ect i vo ou no di zer de ROSENBERG,

    "ónus de aver i guação" . Por out r o l ado, em qual quer

    pr ocesso ai nda que r egi do pel o pr i ncí pi o absol ut o da

    of i ci al i dade, v. g. , no pr ocesso ci vi l , na j ur i sdi ção

    vol unt ár i a, t em apl i cação a mesma r egr a de ónus da

    pr ova, poi s, em t odos el es, pode a si t uação de i l i -

    qui dez de qual quer f act o necessár i o à apl i cação do

    di r ei t o vi r a ver i f i car - se.

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    Neces_ 

    si da-de

     J ust i ,f i ca-çao

    145. Di st r i bui ção do ónus da prova

    Poe- se agor a o pr obl ema de saber sobr e qual , »

    das par t es deve r ecai r o ónus da pr ova, i st o é,  a de_

    ci são desf avor ável do l i t í gi o, na hi pót ese de o f ac

    t o em causa f i car i l í qui do.

    É evi dent e que, em di r ei t o pr i vado, nao podi a

    dei xar - se pesar sobr e o aut or , sem l i mi t ações, t odo

    o encar go do ónus da pr ova. Se ao aut or f osse i mpos

    t a a pr ova de t odos os f act os f undament ador es exi gi

    dos pel a nor ma que cr i a o di r ei t o - f act os const i t u

    t i vos0 -, e si mul t aneament e se l he exi gi sse o dá i n

    exi st ênci a de qual quer f act o que i nval i dasse ou t or

    nasse i nef i caz o di r ei t o, ou o modi f i casse, ou o ex

    t i ngui sse - f actos i mpedi t i vos, modi f i cat i vos, ou ex

    t i nt i vos ~, i st o é, que o seu di r ei t o nao só nasceu

    como- subsi st e nao poder i a o aut or consegui r na mai o.

    r i a dos casos a ■concr et i zação da sua pret ensão i mpas,

    si bi l i t ando- se, assi m, a r eal i zaçao do pr ópr i o di r ei

    t o obj ect i vo.

    Nem podi a t er a menor j ust i f i cação que assi m

    f osse se se pensar que no pr ocesso se nao pr ovam di

    r ei t os mas apenas f act os: a exi st ênci a do di r ei t o é

    uma si mpl es consequênci a da exi st ênci a das el ement os

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    t í pi cos da nor ma f undament ador a do di r ei t o e da au

    sênci a dos el ement os t i pi cos de nor mas i mpedi t i vas< *- -   -  —

    ou ext i nt i vas que concor r am na hi pót ese. Donde r esul

    t a que pr ovados os f act os que i nt egr am a nor ma f un-

    dament ador a i mpoe- se ao j ui z, sem mai s, deduzi r de

    l a □ nasci ment o do di r ei t o e com el e a sua exi st ên

    ci a pr esent e se nao sao apresent ados e pr ovados f ac

    t os t í pi cos duma nor ma cont r ár i a i mpedi t i va ou ext i n

    t i va. qua l he per mi t em concl ui r que o di r ei t o não pô

    de nascer ou se ext i ngui u. Est es, em caso de ddvi da,

    t er ão de haver - se como i nexi st ent es, t al como di zemos

    quant o aos f act os que const i t uem os el ement os da nor

    ma f undament ador a ( l ) .

    Podi a, na sol ução do pr obl ema, pensar - se num

    cr i t ér i o que dei xasse ao ar bí t r i o do j ui z deci di r con_

    t r a uma ou cont r a out r a das par t es. E em cer t os ca

    sas par a aí t ende a l ei . Assi m é no di r ei t o ger mâni co

    nos casos da r esponsabi l i dade ci vi l , em que par a a pr o

    va dos seus pr essupost os o t r i bunal deci de na base

    (1) - Cf . ROSENBERG, Der echo Pr ocessuai s

    I I , 226.

    Cri tj é

    r i o de

    di st .

    Out r o

    cr i t jé

    r i o

    Di t 2.

    Al e

    mão

    Ci vi l ,

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    Entrenâs

    Ful cro

    do pr o

    bl ema

    Nor mas

    const . j

    modi f .

    e

    ext i nt .

    Nor mas

    i mped.

    de uma pr ova ' ' pr i ma f aci e". E, ent r e nós, quant o à de.

    t err ni naçao do mont ant e da i ndemni zação do dano com

    put ado segundo a equi dade. A verdade, por ém, ê que

    f or a esses casos ou out r os especi ai s t al cr i t ér i o i m

    pl i car i a gr ave r i sco de cer t eza e segur ança soci al .

    0 pr obl ema da di st r i bui ção do dnus da pr ova

    ent r e as par t es não é, assi m, senão um pr obl ema de apl i

    cação de., di rei to. . El e t r aduz- se em det er mi nar quai s os

    el ement os ver dadei r amei t e const i t ut i vos da nor ma f un-

    dament ador a do di r ei t o i nvocado em j uí zo o os que, es

    t ando j á f ora del a, const i t uam el ement o de uma norma

    que se l he oponha - cont r anor ma ( i mpedi t i va ou oxt i nt i -

    va) , deci di ndo cont r a a par t e a quem. i nt er esse no pr o

    cesso a apl i cação da norma const i t ut i va ou da cont ra,

    nor ma (1) .

    0 pr obl ema não of er ece, em r egr a, di f i cul da

    des de mai or quant o à di st i nção ent r e nor ma f undamen,

    t ador a ou const i t ut i va do di r ei t o e nor ma modi f i cat i .

    va ou ext i nt i va, vi st o est a pr essupor um di r ei t o j ánasci do e ef i caz. Quant o às nor mas i mpedi t i vas o prg.

    : -V-" ol ema r evest e- se da mai or di f i cul dade na medi da em que ón

    t er essam ao pr opr i o nasci ment o do di r ei t o, e os f actos

    r espect i vos que a const i t uem sao concomi t ant es com

    ( D - supr a. I I I , 347- 50.

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    ment e desi gna com cl areza a si gni f i cação do f act o na

    norma, como t odos os demai s el ement os.

     Temas

    prob.

    f i xos

    I nerên,

    ci a à

    nor ma

    mat e

    r i al

    Apl i c .

    da r e

    gra do

    O. P. no

    t empo

    e no es_

    paço

    Como consequênci a dest a i dei a depar amos com

    um ónus pr obat ór i o pr s- f i xado par a cada nor ma; os t e

    mas pr obat ór i os sao f i xos e nao var i ávei s consoant e

    a posi ção que as par t es assumam em j uí zo; quem i nvo

    ca um di r ei t o t em de pr ovar os f actos const i t ut i vos

    do seu di r ei t o. Uma vez est es pr ovados, cumpre à ou

    t r a par t e pr ovar os f act os i mpedi t i vos ou ext i nt i vos

    do di r ei t o que a par t e adver sár i a i nvoca. Quer i st o

    di zer que o ónus da pr ova apar ece como i ner ent e à pró.

    pr i a nor ma j ur í di ca a apl i car , devi dament e i nt er pr e

    t ada. E est a ci r cunst ânci a t emde ser t omada em cont a

    na apl i caçao no t empo e no espaço da l ei r egul adora

    do ónus da pr ova. Assi m, será apl i cada em cada caso

    a l ei vi gent e no moment o do nasci ment o da r el ação j u_

    r í di ca cont r over t i da, como ser á de apl i car a r egr a

    do ónus da pr ova da l ei i nt ernaci onal ment e compet en

    t e par a r egul ar a r el ação j ur í di ca em di sput a.

    Do que se di sse, se concl ui , porém, que não

    há por nat ur eza f act os const i t ut i vos, i mpedi t i vos ou

    ext i nt i vos. Ser i a, por i sso, er r óneo dar i nvar i ável .

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

    16/36

    ment e a um f act o uma ou out r a nat ur eza. 0 que par a um

    di r ei t o ou no domí ni o de uma r el açao j ur í di ca é f ac

    t o i mpedi t i vo, par a out ro, bem pode ser f act o consti _

    t ut i vo. É, poi s, à r espect i va nor ma ou nor mas apl i cá

    vei s e só a el as, que há que atender. Ass i m, mai s do

    que f act os const i t ut i vos, i mpedi t i vos ou ext i nt i vos

    se deve f al ar de nor mas const i t ut i vas, i mpedi t i vas ou

    ext i nt i vas .

    Do expost o r esul t a:

    - Nao i nt er essara, na det ermi nação do dnus da

    pr ova, a mai or ou munor f aci l i dade da pr ova do f act o

    um causa por uma ou out r a das par t es. Tal consi der a

    ção ser á uni cament e r el evant e no pl ano da apr eci ação

    das pr ovas pel o j ui z, na f or maçao da sua convi cção

    mai s ou menos exi gent e consoant e os casos, pl ano j á

    super ado no momont o da deci são da causa segundo a r e

    gr a do dnus da pr ova. Tal so i nt er essar á par a o l s-

    gi sl ador , na conf or mação das normas e por consegui n

    t e como el ement o possí vel de i nt erpr et ação da l ei mas

    nunca como el ement o deci si vo.

    '■ Nao se di ga que será essa a r azão de, nas ac- i 

    çoes de si mpl es apr eci açao negat i va, ao aut or apenas

    compet i r a pr ova dos f act os i mpedi t i vas e ao r éu a

    I \

    c

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    122

    Fact os

    negat i

    vos

    pr ova dos f act os const i t ut i vos. A r azao é out r a: éque nàs acções de si mpl es apr eci açao negat i va o t i t u

    l ar da j cret ensâ r el açao j ur í di ca éu o r éu. l ogo a es

    t e caber á a pr ova dos f act os const i t ut i vos de, seu di _

    r ei t o segundo o pr i ncí pi o geral , e nao pel o f act o de

    ser demasi ado oner oso par a o aut or t er de a negar e pro_

    var um por um, t odos os possí vei s f act os const i t ut i

    vos do di r ei t o i nvocado pel o r éu (1) .

    - Também nao há que at ender à di f i cul dade

    cr i ada pel a pr ova de f act os negat i vos; essa consi de

    r ação é i r r el evant e par a quem i nt er pr et a e apl i ca o

    di r e i t o . Pel o cont r ár i o,j á o nao ser á para o l egi sl ador

    que t endo em cont a essa di f i cul dade di spensa, em r e

    gra, a prova de f actos negat i vos. Mas nao f al t am ex-enr

    pl os em cont r ár i o:

    - ext i nção de uma ser vi dão por nao uso;

    - r epet i ção do i ndevi do (o aut or t er á de

    pr ovar a i nexi st ênci a da dí vi da) . Nao há poi s l ugar

    à apl i caçao do af or i smo "negat i va non sunt pr obanda"

    ( 2) . Repare- se que nao er a com est e si gni f i cado que

    (1) - Vor , t odavi a, ANDRADE, Np. Qoes. 190.

    (2) - Cf , VAZ SERRA, Pr ovas. 64. '

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    est e pr i ncí pi o er a ent endi do t r adi ci onal ment e, embor a

    o si gni f i cado que l he era at r i buí do t ambém não sej a

    de acol her . Pr et endi a- se com est e af or i smo que a pro.~ .#

    va cabi a a quem al egava e nao a quem negava.

    - Fi nal ment e nao i nt er essa ai nda por quem é

    al egado o f act o. 0 õnus da al egaçao é det er mi nado pe_

    l o ónus da pr ova e nao est e pel o pr i mei r o (1) . É de

    acor do com a sua r epar t i ção ou di st r i bui ção ent r e as

    par t es que se def i ni r á a causa de pedi r ou os el emen

    t os do f act o necessár i os para que el a se consi dere de.

    vi dament e f or mul ada, i st o á, cumpr i do o diraus da al ega

    çao do aut or , e por sua vez se def i ni r á o âmbi t o do

    o' nus de al egaçao em cont r aposi ção e di st i nt o do que

    s o âmbi t o do onus de i mpugnação.

    Assi m &  por ésta vi a que se daf i ni i á a nat ureza*1

    )■ •

    (1) - Em al guns casos só apar ent ement e não éou o é mas apenas por necessi dade de evi t ar a i nconcldo pedi do. Assi m, v. g. no pedi do de r gsol ução do corsendo ao r éu que caber á pr ovar o cumpr i ment o ou o i ncment o nao cul poso e nao ao aut or o i ncumpr i ment o, nost er mos que na acçao em que se peça a condenação no cusrt o do cont r at o, deve o aut or par a concl udênci a do pedigar o i ncumpr i ment o.

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    Nat u

    reza

    da de.

    f esa

    do

    r éu

    MI CHEL

    LI

    C ar ác

    t er pro

    cessualdo o. p.

    da def esa do réu ( 1) , como i mpugnação ou como excep-

    çao, especi al ment e se aquel e const i t ui negaçao mot i

    vada ou excepçáo. O t r aço di st i nt i vo est á sm qus narex

    cepçao est á em causa a i nvocaçao da uma copt r anor ma cu

     j a apl i cação à cont r apar t e compete t or r ar cer t a, mas

    que em si nao nega a ocor r ênci a da norma f undament a-dor a do di r ei t o, enquant o na negaçao mot i vada é   negada

    essa norma e o r espect i vo f act o const i t ut i vo e se di z

    que const i t ui f act o j ur í di co_di st i nt o: v. g. no mu

    t uo que o r áu di z ser doaçao.

    E est a a posi ção de ROSENBERG, por nós adop-

    t ada. Nao é t odavi a acei t e por numer osos aut or es, en

    t r e as quai s Ml CHELLI , para quem a r egr a do ónus da

    pr ova, em vez de consi der ar - se i ner ent e ao di r ei t o ma

    t er i al , ser - l he- i a ext er na, pr ópr i a do di r ei t o pr oces

    sual . Em f ace do di r ei t o pr i vado, não haver i a que di s

    t i ngui r nor mas const i t ut i vas, i mpedi t i vas, ext i nt i vas cu

    modi f i cat i vas; apenas t endo em cant a as necessi dades

    do pr ocesso, J i al dct i co como â , sur gi r i a a di st i nção en.

    (D - Cf., , III vol., 342 e segs.

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    t r e f act os i mpedi t i vos e const i t ut i vos.

    A r epar t i ção do ónus da pr ova dever i a, ass i m,

    f azer - se consoant e a posi ção em que cada um dos su

     j ei t os da r el ação mat er i al ss encont r a no pr ocesso( e

    o ef ei t o j ur í di co concr et ament e pr et endi do) nao ha

    vendo, por consegui nt e, t emas pr obat ór i os f i xos nos

    t er mos em que se dei xar am i ndi cados, quer di zer , fac.

    t os cuj a prova t enha de caber sempre ao mesmo suj ei

    t o da r el ação j ur í di ca. Aquel a r epar t i ção é,   poi s, de.

    t er mi nada pel a posi ção da par t e ( Réu ou Aut or ) em r c

    l ação à espéci e concr et a do pr ocesso, não em r el ação

    à espéci e abst r act a l egal (l )

    Est a i mpl í ci t a nest e modo de ver a i dei a

    de que a posi ção do Aut or nunca pode equi pa,

    r ar - se à do Réu, cabendo- l he sempr e um anus

    pr i ma' r i o da pr ova, i nvocando- se uma r azão hi s.

    t dr i ca segundo a qual os t emas pr obat ór i os

    f i xos são pr ópr i os soment e dc- pr ocesses at r gsados, corno o germâni co (em que o "o' nus pr o-

    bandi " per t enci a ao Reu) , e nao dos pr oces

    sos moder nos ou mesmo do . própr i o pr ocesso

    r omano (2).

    Nest a l i nha, nas acções de decl ar ação negat i

    (1) - Vi de MI CHELLI , Cor so Di Di r i t t o Pr oces-

    sual e Ci vi l a. I I . Bl ss. MI CHELLI expr i me- se em t er mos*2

    de nao mai or pr eci são qua os do t ext o,

    (2) - Sobr e o pont o vi de- MI CHELLI , L' 0nexe de

    l a Pr ova.

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    Funda

    ment o

    da po 

    si çao

    de Mi

    CHELLI

    va o ónus da pr ova per t encer i a, segundo MI CHELLI , ao

    aut or. Ma acçao de cumpr i ment o de cont r at o a est e ca

    ber i a t ambán pr ovar o i ncumpr i ment o quando pedi sse a

    i ndemni zação ou r esci são r espect i va poi s o i ncumpr i

    ment o é  a causa de nova pr est açao ( i ndemni zação pel o

    dano) que nao r esul t a j á di r ect ament e do cont r at o, e

    nao quando pedi sse o cumpr i ment o especí f i co, caso em

    que dada a di ver sa nat ur eza do obj ect o da acçao, t al

    ónus r ecai r i a sobr e o r eu.

    A mesma or i ent ação f oi ent r e nós segui da por

    ALBERTO DOS REI S, MANUEL DE ANDRADE (1) e VAZ SERRA

    (2), est e com al gumas r est r i cçoes.

    MI CHELLI par t e de uma i dei a de que à l uz do

    di r ei t o mat er i al nao há verdadei r ament e nor mas i mpe

    di t i vas; est as sao par t e i nt egr ant e das nor mas cons

    t i t ut i vas, nao aut ónomas, sal vo quando a l ei di ga pre.

    ci sament e o cont r ár i o. E, por i sso, sar a sobr e o au

    t or que, em pr i ncí pi o, r ecai r ao as dúvi das quant o à

    const i t ui ção do di r ei t a, a  menos que a  l ei i ndi que

    cl ar ament e ou por mei o de presunção que a prava da

    norma i mpedi t i va cabe ao Reu. Assi m: 12

    (1) - ANDRADE, ' Noções, 188.(2) - VAZ SERRA. Provas. 76.

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    Enquanto para ROSENBERG, sol ução que

    per f i l hamos, sao i mpedi t i vas ( l ogo, const i

    t ut i vas de sxcepçao) as normas que det er

    mi nam a i nval i dade do negóci o e. ó à par t e

    •Ja r el ação j ur í di ca mat er i al que qui ser

    i nvoca- l as que compet o,a pr ova, sej a r eu

    ou aut or da acçap, para MI CHELLI a pr ova

    da i nval i dade poder i a caber a uma ou out r a par t e da r- el açao mat er i al consoant e o

    caso concr et o. Exs, :

    -  Numa acçao dest i nada à obt enção do

    cumpr i ment o de um. cont r at o, compet i r á v.

    g. ao i ncapaz pr ovar a sua i ncapaci dade;

    nest e caso encont r am- se de acor do as duas

    t eses em conf l i t o.

    - J á numa acção de decl ar açao dc val i dade de um negóci o compet i r á - na t ese

    de MI CHELLI - ao aut or e nao ao i ncapaz a

    pr ova da capaci dade do out r o cont r aent e.

     Tudo i st o der i va da i dei a - nao pr ovada - de

    que nao t em si gni f i cado a di st i nção ent r e nor mas i m

    pedi t i vas e const i t ut i vas, ol hando apenas ao di r ei t o

    mat er i al . Mas i st o é uma pet i ção de pr i ncí pi o sem

    ef i cáci a demonst r at i va.

    Quem pr ocur e o cami nho l ógi co segui do na f or

    mul açao das normas j ur í di cas aper cebe- se de que, em

    pr i mei r o l ugar , o l egi sl ador di z qual a nor ma que cor

    r esponde a cer t o pr essupost o - e a nor ma f i ca desde

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    l ogo compl et a; mas, depoi s, na mesma di sposi ção l e

    gal pr evê- se que as coi sas possam t er - se passado de

    modo di f er ent e e nao se pode pr ovar que est e segundo

    moment o sej a ai nda a mesma nor ma.

    Sxnt e- Resumi ndo: o l egi sl ador começa por f or mul arse

    uma "f at t i speci e" si mpl es' l i mi t ando o ef ei t o j ur í di

    co cor r espondent e, à qual depoi s se seguem ,out r as,

    mai s compl exas, cuj os ef ei t os sao di ver sos.

    MI CHELLI nao pode f ur t ar - se, al i ás, aos mes

    mos óbi ces que opoe a uma di st r i bui ção do ónus da pro

    va f i r mada úni cament e na l ei ou na norma a apl i car .

    Poi s a assa mesma norma recor re, el e, coj no nao podi a

    dei xar ds ser , no moment o segui nt e ao da consi der a

    ção da posi ção da par t e e do ef ei t o j ur í di co pr et en

    di do. Nesse moment o i mpõe- se- l he det er mi nar i gual men,

    ment e que pressupost os sao necessár i os par a o ef ei t o

     j ur í di co em cgusa e quai s os que o não_si o. A di f i

    cul dade nao f oi r esol vi da, mas apenas desl ocada para

    post er i or moment o.

    146. 0 ónus da pxova no Cád. Civ.

    Vej amos a posi ção assumi da no Cód. Ci v. sobr e

    128

    a mat ér i a.

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    129

    Começa pax decl ar ar - se no n2 1 do ar t . 342:

    "Àquel e que i nvocar um di r ei t o cabe f azer a pr ova dos

    f act os const i t ut i vos do di r ei t o al egado". E o ns 2

    cont i nua: "A pr ova dos f act os i mpedi t i vos, modi f i cat i ,

    vos ou ext i nt i vos do di r ei t o i nvocado compet e àquel e

    cont r a quem a i nvocaçao é f ei t a".

    E, assi m, i nequí voca a l ei no sent i do de l an,çar sobre a cont r apar t e o ónus da pr ova dos pressupôs,

    t os da nor ma i mpedi t i va e no de consi derar i r r el evan.

    t e a posi ção das par t es no processo, e de apenas aten,

    der à sua posi ção na r el açao mat er i al . Cl ar ament e o

    most r a o ar t . 343, 1: "Nas acções de si mpl es apreci a,

    ção negat i va compet e ao r éu a prova dos f act os cons-

    t i t ut i vos do di r ei t o que se ar r oga"

    Mas a l ai no n2 3 do ar t . 342, vem, em cer t a

    medi da, compr omet er a coer ênci a do si st ema ao di spor

    no n2 3 do art . 342, di sposi ção que não const ava do

    Ant epr oj ect o de VAZ SERRA: "Emcas o de dúvi da, os f ac

    t os devém ser consi der ados como const i t ut i vos ds di

    r ei t o". Consagr ou- se, t odavi a, a dout r i na que MANUEL

    Sol u

    ção le,

    gal

    Consa-

    gr açao

    da t e

    se de

    ROSENBERG

    Consa-

    gr açao

    da t ese de

    MI CHELLI

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    DE ANDRADE (1) , pr opõe sempre que surgi ssem dúvi das

    na qual i f i caçao de um f act o como const i t ut i vo ou i m

    pedi t i vo (2).

     Tal di sposi ção conduzi ra' pr àt i cament e à su

    pr essão da cat egor i a das nor mas i mpedi t i vas.

    Cr í t i ca Os t er mos em que se encont r a r edi gi do o n12 3

    do ar t . 342 l evar ão, em r egr a, o j ui z a segui r o ca

    mi nha mai s f áci l no caso de t er dúvi das sobr e se cer.

    t o f act o &  const i t ut i vo ou i mpedi t i vo, t endendo a con

    si dor á- l o const i t ut i vo sem gr andes i ndagações e a ro_

    sol ver , ass i m, normal ment o, cont r a a par t o que i nvocaum di r ei t o. 0 si st ema do ónus da pr ova pr econi zado

    nos numer os ant er i ores podo vi r , dest a f or ma, a ser

    sèr i amont e compr omet i do, ja' que a di st i nção ent r o faç.

    t os const i t ut i vos a i mpedi t i vos, a pr ópr i a aut onomi a/

    dest es, apar oes gr avemant e ameaçada. E, no f undo, o

    r econheci ment o da t oso de MI CHELLI .

    (1) - De acor do, de cer t o modo, com MI CHELLI e sobr e

    t udo com a t eor i a negat ór i a segui da por par t e da dout r i na al e,

    mã cont r a a t eor i a excepci onat ór i a que, em caso de dúvi da,

    oendi a par a qual i f i car o f act o como i mpedi t i va, i st o é, comoexcepçao. Cf r . ANDRADE, Noçoes» 193, nota (2).

    (2) - ANDRADE, Noções , 187, not a (3).

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    Um dos pr obl emas, cuj a sol ução poder i a f or ne

    cer - nos al gumas i ndi cações sobr e a exact a posi ção as.

    sumi da pel a l ei , é o da pr ova da condi ci onal i dade do

    cont r ato, quando se. susci t am dúvi das sobr e a exi st ên

    ci a ou i nexi st ênci a da condi ção. 0 Cód. Ci v. abst eve-

    - se de t omar posi ção sobr e o assunt o.

    Est á à mar gem do probl ema o ar t . 343, 3: "Se

    o di r ei t o i nvocado pel o aut or est i ver suj ei t o à con

    di ção suspensi va ou a t er mo i ni ci al , cabe- l he a pr o

    va de que a condi ção se ver i f i cou ou o t ermo se ven

    ceu; se o di r ei t o est i ver suj ei t o a condi ção r esol u-

    t i va ou a t er mo f i nal , cabe ao r éu pr ovar a ver i f i ca

    ção da condi ção ou o venci ment o do pr azo" . A di sposi

    ção supoe j á pr ovada a condi ci onal i dade do cont r at a,

    e a quest ão qus resol ve nunca susci t ou cont r ovér si a.

    0 pr obl ema est á em saber se, no caso de duvi da ser á o

    aut or a pr ovar que o negoci o é  puro ou o r eu a pr o

    var a sua condi ci onal i dade.

    Como probl ema- t est e que nos chama j ust ament e Ps 

    à essênci a do ver dadei r o cr i t ér i o da r epar t i ção do

    ónus da pr ova f ar - l he- emos r ef er ênci a especi al .

    A si t uaçao é est a: ambas as par t es est ão de

    acor do em que o negóci o se r eal i zou e as>. vi ncul ou,

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    Sol u

    ção

     J ust i

    f i ca

    ção

    Out r as

    r azoes

    mas o r éu opoe que o f ez condi ci onal ment e, quer di

    zer , o r éu, com a al egaçao da cpndi ci onal i dade, só em

    concr et o se opoe ao negóci o i nvocada mas abst r act a-

    ment e admi t e que el e se f ez e que se vi ncul ou. Nao

    se t r at a da si t uação de o r éu opôr que as par t es nao

    chegar am a r eal i zar o negóci o por est ar em em desacor ,

    do quant o à sua suj ei ção a condi ção.

    Or a, at endendo a quo á  om abst r act o quo o dnus

    da pr ova t om de ser consi der ado, vi st o quo o j ui z nao

    t em mei o do sabor como na r eal i dade as coi sas se pas.

    sar am, ver i f i cados os f act os que, sagundo a l ei , sao s,y_f i ci ont es par a a r aal i zaçao do um cont r at o, d sobr e o

    r éu que dever á pesar o car go da pr ova da condi ci ona-

    l i dade do negóci o e nao sobr e o aut or a da sua i ncon,

    di ci onal i dade.

    Out r as consi der ações de porme

    nor apont am, na hi pót ese, . para a mes

    ma sol ução: - a sempr e ambí gua nature

    r a da condi ção como suspensi va ou r e-

    sol ut i vs e nao haver dúvi da de que a

    pr ova dest a compet e ao devedor .

    - a pat ent e i r r el evânci a, pa

    r a o r econheci ment o do di r ei t o, da i n-

    condi ci onal i dade, se. o r éu a nao al e

    ga na sua def esa. Nao se vê, al i ás, por ,

    que haj a de di st i ngui r - se a caso dasdemai s condi ções i mpedi t i vas do di rei .

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

    28/36

    t o que l he per t ence provar .

    Semel hant ement e, e sem af r ont ar a quest ão de

    nat gr cza do negdci o, como pur o ou a pr azo, o ar t , 343}

    2 l ança sobr e o r éu, e nao sobr o o aut or , a pr ova do o

    pr azo j á t er decor r i do nos casos do acções a pr opor

    dent r o de cer t o pr azo, quando est e começa a cor r er sá

    a cont ar da dat a em que o aut or tove. conheci ment o de

    cer t o f act o. Tr at a- se do um f act o ext i nt i vo, a caduci _

    dade do di r ei t o, e quando se t r at a de caduci dade con

    venci onal mui t o se apr oxi ma da hi pót ese da condi ci o-

    nal i dade do nogdci o.

    Not e- se, por ém, que a l ei nao é compl et apoi s

    pr evê só a  caso do pr azo decor r ent e apenas do co

    nheci ment o do aut or ; quando decor r a di r ect ament e da

    dat a do cont r at o ( dat a que não const e do document o) a

    sol ução l ógi ca t er á de ser a mesma: sobr e o r éu r e

    cai r á "a si mi l e" a pr ova da dat a do cont r ât o.

    14T. ' Modi f i cações l egai s e convenci onai s da

    r epar t i ção do ónus da pr ova

    A r epar t i ção nor mal do ónus da pr ova pel as

    par t es sof r e os desvi os que r esul t am da apl i cação do

    di spost o nos ar t s. 344- 45 do Cód. Ci v.

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    134

    I nver

    são

    conven,

    ci onal

    Assun

    ção es^pont â-

    nea do

    o. p.

    I nver t e- se o ónus da pr ova:

    - quando há pr esunção. , l egal , di spensa

    ou l i ber ação do ónus da pr ova;

    - havendo convenção vál i da nesse sent i do;

    - quando por cul pa da par t e cont r ár i a se

    t orna i mposs í vel a prova ao oner ado.

    A i nver são do ónus da pr ova com uma conven

    ção ( ar t . 345) , exi ge, por ém, que se t r at e de di r ei t a

    di sponí vel e que se não t or ne excessi var nunt e di f í ci l

    a uma das par t es o exer cí ci o do di r ei t o, l i mi t es es

    t es i mpost os pel a i r r enunci abi l i dade dos di r ei t os

    i ndi sponí vei s e por a i l i ci t ude da convenção da r e

    núnci a ant eci pada de di r ei t os i ndi sponí vei s, f r e-

    quent smunt e r esul t ar de dol o da cont r apar t e. 0 pri n.

    cí pi o r egr a da val i dade da convenção vem corr obor ar

    o car áct er essenci al ment e mat er i al da r egr a do onus

    da pr ova.

    Di scut e- se se a assunçao espontânea do onus da

    pr ova pel a i ni ci at i va da pr ova pel a par t e nao oner a-

    r ada const i t ui r á caso de i nver são do ónus da pr ova a

     j unt ar aos r est ant es.

    A sol ução . af i r mat i va, mui t o segui da na j úr i s

    pr udênci a i t al i ana mas r epel i da pel a quase t ot al i da

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    de da dout r i na, não é de acei t ar e só poderá admi t i r

    - se quando acompanhada de expr essa vont ade dessa i n

    ver são que al i ás r esul t ar i a no caso nao de convenção

    mas de act o uni l at er al .

    148. %l ÜJ Eaçri i es3 da regara di st xÜKut i wa dra

    onus da pnnwa

    - Nas acções de ef ect i vacáo de di r ei t os com

    base em decl ar ação negoci ai cont r at ual ou uni l at er al

    caber á ao aut or a pr ova dos pr essupost os evi gi r i no por

    l ei par a a const i t ui ção do seu di r ei t o; mas nada mai s

    l he cumpr e pr ovar par a o exer cí ci o dos seus di r ei t os,

    v. g. cumpr i ment o coer ci vo da. obr i gaçao di r ect a ou i n

    di r ect a. I st o nas obr i gações de. pr est açao posi t i vg ôr

    que eo r su cumpr e pr ovar o cumpr i ment o (l ) nunca ao Au

    t or caber a pr ovar qual quer f act o que sa l he r ef i r a,

    quer peça o cumpr i ment o especí f i co, quer o cumpr i men.

    t o por equi val ent e ( i ndemni zação da dano) quer a res

    ci são. Ao r éu compet e pr ovar que cumpr i u ou nãa cum

    pr i u l egl t i mament e.

    Quant o à i ndemni zação do dano, cl ar o que, ao1

    (1) - Cf . ar t . 799, 1 do Cód. Ci v.

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    136

    Respon_

    s ab. ej ç

    t racon.

    tratuáL

    aut or caber á a pr ova da causal i dade e do mont ant e do

    dano.

    Se a obr i gação é de pr est ação negat i va, o i n

    cumpr i ment o apar ece ent ão como a causa di r ect a do ddL

    r ei t o ( que at é ai nao t i nha sur gi do) e por i sso é ao

    aut or que cabe pr ová- l o, j á que f az par t e da r espec

    t i va nor ma f undament adora ou const i t ut i va.

    - Nas accoes por r esponsabi l i dade ext r acon-

    t r at ual f azem agor a par t e da norma f undament ador a do

    di r ei t o à i ndemni zação r equi si t os a pr ovar pel o au

    t or que nao se ver i f i cam na r esponsabi l i dade cont r a

    t ual . Cabe assi m, ao aut or a pr ova do f act o, a pr ova

    da sua i l i ci t ude, da cul pa (l ) - sal vo os casos do

    r esponsabi l i dade obj act i va - al em do nexo do causa

    l i dade o do dano.

    Par a f aci l i t ar a posi ção do aut or , a pr ova

    pr i nci pal desses f act os que, segundo a r egr a ger al ,

    se i mpoe f azer , é di spensada no di r ei t o e dout r i na

    est r angei r as e subst i t uí da pel a pr ova " pr i ma f aci e"

    ou de pr i mei r a aparênci a especi al ment e quant o a cul - 1

    (1) - Cf . o ar t . 487, 1 do Cód. Ci v.

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    pa e ao dano, v, g, no di r ei t o al emão,

    Nao par ece possí vel , por ém, sem di sposi ção e,

    pr essa, essa sol ução como sol ução de pr i ncí pi o. Tantc

    quant o se pode di zer é  que o j ui z no pl ano da apr eci

    çao da prova pode t omar essa prova "pr i ma f aci e" comcpr ova suf i ci ent e por pr esunção. Todavi a mesmo no nos

    so di r ei t o al go de semel hant e se vem a dar quant o l 

    pr ova cio mont ant e do dano: t ant o agor a pel o CoTi i gc

    Ci v, como j á ant er i or ment e pel o Cod. do Pr oc. Ci v.

    sua l i qui dação nao é  f ei t a segundo as r egr as est r i e™

    t as do dnus da pr ova que dever i a r esol ver as duVi das

    sempr e cont r a o aut or , mas segundo a equi dade. Tal e o

    que si gni f i ca a di sposi ção que per mi t e r el egar par a

    o Paso uxecuei va o ai ser l i qui dado o dano por deci

    são ar bi t r ai , sempr e que o t r i bunal nao di sponha dos

    necessár i os el emont os de f acto.

    - Nas acções de r ei vi ndi cação, a causa do pe

    di r e especi al ment e compl exa para o aut or , j á que er

    t r e el e e o r éu nao ha r el ações pessoai s. Cabe ao au

    t or a pr ova do seu di r ei t o de pr opr i edade e par a t alnao l he bast a o t í t ul o t r ansl at i vo, t endo que demons

    t r ar pel as sucessi vas e ant er i or es t r ansmi ssões do pré

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    138

    Acções

    negat_ól i as de

    Di r .

    r eai s

    di o, e pel a posse, que se deu a sua aqui s i çao por usu_

    capi ão, que em dl t i ma anál i se ser á o ver dadei r o f ac

    t o const i t ut i vo do di rei t o.

    - □ pr obl ema das acções de si mpl es apr eci a

    ção negat i va j á f oi ver sado (1) . Del as sao exempl o,

    ent r e out r as j á r ef er i das as acções negat ór i as de di

    r ei t os r eai s l i mi t ador es da pr opr i edade, v. g. as ac-'

    çõss negat ór i as de ser vi dão.

    Sempr e que nao i nt er f i r a na apl i caçao da r e

    gr a ger al a posse do r éu, que, como t al , é pr esunção da

    exi st ênci a do di r ei t o, ao aut or , conf or me aquel a r e

    gr a, nao compet i r á pr ovar senão os f act os i mpedi t i

    vos ou ext i nt i vos dos f actos const i t ut i vos do di r ei

    t o do r éu a al egar e a pr ovar excl usi vament e por este.

    Ao aut or (2) compet i r á apenas a12demonst r ação

    do seu i nt er esse em agi r e da sua l egi t i mi dade e, por

    i sso, a pr ova da propr i edade quando event ual ment e o

    r éu a cont est o.

    (1) - Cf . s upr a, pág. 121- 2.

    (2) - Cf . Adi t . , 44.

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    139

    - Na aecao de i nvest i gação de pat erni dade i l e- Acçãode

    qriintE P03-33 durante la rg o tem po,o problema de saber^ i nv.

    se ao aut or compet i a pr ovar , al émdas condi çaes de ad_ de peí ,

    mi ssi bi l i dede da acçao, a pr ocr i ação e a f i del i dade r l eg»

    da mae durant e o per í odo concepci onal . A sol ução en

    t ão def endi da pel o Pr of . PI RES DE LI MA e acol hi da em

    Assent o const a hoj e dos ar t s. 1860 a 1B66 est ando i n_

    cl uxdos nos f act os const i t ut i vos do di r ei t o do aut or ,

    não só as condi çoes de admi ss i bi l i dade da acção, mas

    t ambém aquel e f act o da f i del i dade da mul her no perl o,

    do concepci onal .

    A t r adi ci onal expr essão "except i o pl ur i um"

    que t r aduzi a j ust ament e a i dei a cont r ár i a de i nf i de

    l i dade como f act o i mpedi t i vo per de, ass i m, a sua aceo,

    ção pr ópr i a (1) .

    - Par a a i mpugnação da pat erni dade l egí t i ma I mpu-

    r ege o ar t . 1816. A exi gênci a do nasc i ment o dent r o 9na5aoda pat .

    dos 180 di as post er i or es ao casament o é a nor ma f up- l egi t .

    dament ador a do di r ei t o do aut or ; j á as al í neas "a), b)1

    (1) - Obser ve- se a def i ci ent e f ormul ação da l ei no

    ar t . 1866 do Cód. Ci v. que opoe condi çoes de admi ss i bi l i dade

    ( que são mér i t o) ao pr ópr i a mér i t o.

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    140

    Acção

    de des.

    pej o

    e c) do n2 1 sao normas i mpedi t i vas a i nvocar pel o

    r éu e de que só est e t em o ónus da pr ova.

    Aqui a nat ur eza i mpedi t i va dessas normas a-

    pr esent a- se em t oda a sua ni t i dez,

    0 n9 2 nos f act os que prevê é um exempl o de

    cont r anor ma àquel as nor mas i mpedi t i vas de que compe

    t i r á j á ao aut or a pr ova, pr ovada a apl i cação da nor

    ma i mpedi t i va r espect i va.

    E sao mui t as as hi pót eses em que as nor mas

    nos podem apar ecer nessa sucessão de nor ma e cont r a

    nor ma dest a, como a prescr i ção, com as suas causas sus,

    pensi vas ou i mpedi t i vas, e as causas que, por sua vez,

    el i dam a apl i caçao dest a, f enómeno que por out roster .

    mos se expr i me pel as f ór mul as f act o const i t ut i vo, e^

    cepção, cont r a- excepçao, excepçao à cont r a- excepçao, et c.

    - Mai s- um exempl o se vai dar ai nda f r i sant e

    do f act o ou norma i mpedi t i va mar cada por cer t a ambi

    val ênci a por suscept í vel , t ambém, de cer t o modo, de

    qual i f i car - se como nor ma const i t ut i va: a acçao de des

    pej o. Ps ar r endament os par a habi t açao não caducam, por

    mor t e do ar r endat ár i o' quando a est e sobrevi va cônj uge,

    parent e ou af i m em l i nha r ecta, que com el e convi ves.

  • 8/19/2019 Anselmo de Castro volume IV Ónus Da prova

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    sem, pel o menos, há um ano - hi pót ese pr evi st a no art .

    1111.

     J ã a f or ma negat i va da di sposi ção "o arrenda,

    ment o não caduca se", segui da de i ndi caçao daquel as

    pr essupost as, i ncul ca que se est á aí a r egul ar um di .

    r ei t o que se quer conf er i r a pessoas nao l i gadas ao

    ar r endament o, di r ei t a por i sso que nao deve ser r e

    conheci do se os seus pr essupost os se nao ver i f i car am

    na í nt egr a. Par a al ém di sso, por ém, e no mesmo sent i ,

    do»est á a ci r cunst ânci a de o sucessor ou o cess i oná

    r i o do di r ei t o t er de pr ovar os r espect i vos f act os

    da sucessão e cessão e de depender do t i t ul ar desses

    di r ei t os exer cê- l os ou nao.

    - A venda de coi sa al hei a, de bens oner ados

    ou de coi sa def ei t uosa - cf . ar t . 892, 905, 913 e

    914 - of er ecem um novo campo de exper i ênci a na apl i -

    caçao da r egr a di st r i but i va do ónus da pr ova.