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XXIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música Natal 2013 Controle paramétrico a partir de uma abordagem Gestáltica MODALIDADE: Composição Helder Alves de Oliveira UFPB [email protected] Aynara Dilma Vieira da Silva UFPB [email protected] Hildegard Paulino Barbosa UFCG [email protected] Liduino José Pitombeira de Oliveira UFCG [email protected] Resumo: Este artigo visa descrever as etapas iniciais do planejamento composicional utilizado na peça Segmentos, para orquestra sinfônica, cuja estrutura é definida a partir da aplicação de Leis Gestálticas. Serão utilizados, de forma prescritiva, os trabalhos de James Tenney e Larry Polansky - que lidam com a fragmentação de obras musicais em unidades gestálticas temporais - com a intenção de propor uma metodologia de sistematização dos gestos composicionais e, principalmente, do controle dos parâmetros musicais. Palavras-chave: Controle Paramétrico. Gestalt. Unidades Temporais. Parametric Control based on a Gestaltic Approach Abstract: This article aims at describing the first steps of the compositional planning used in the work Segmentos, for symphony orchestra, whose structure is based on the application of Gestalt Laws. The works of James Tenney and Larry Polansky, which deal with the fragmentation of musical works into temporal gestaltic units, will be used on a prescriptive fashion with the intent of proposing a methodology for the systematization of compositional gestures and, mainly, of musical parametric control. Keywords: Parametric Control. Gestalt. Temporal Units 1. Introdução Este trabalho descreve os procedimentos composicionais utilizados na peça Segmentos, para orquestra sinfônica, cuja estrutura é definida a partir da aplicação de Leis Gestálticas. Assim, além de uma breve fundamentação teórica das Leis da Gestalt, discutiremos o potencial de sua aplicação no planejamento composicional de obras musicais. 2. Gestalt O artigo seminal de Ehrenfels, intitulado Ueber Gestaltqualitäten e publicado em 1890, inspirou o psicólogo Max Wertheimer, em torno de 1912, a iniciar seus estudos sobre

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Helder Oliveira

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  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    Controle paramtrico a partir de uma abordagem Gestltica

    MODALIDADE: Composio

    Helder Alves de Oliveira UFPB [email protected]

    Aynara Dilma Vieira da Silva

    UFPB [email protected]

    Hildegard Paulino Barbosa

    UFCG [email protected]

    Liduino Jos Pitombeira de Oliveira

    UFCG [email protected]

    Resumo: Este artigo visa descrever as etapas iniciais do planejamento composicional utilizado na pea

    Segmentos, para orquestra sinfnica, cuja estrutura definida a partir da aplicao de Leis Gestlticas.

    Sero utilizados, de forma prescritiva, os trabalhos de James Tenney e Larry Polansky - que lidam com

    a fragmentao de obras musicais em unidades gestlticas temporais - com a inteno de propor uma

    metodologia de sistematizao dos gestos composicionais e, principalmente, do controle dos parmetros

    musicais.

    Palavras-chave: Controle Paramtrico. Gestalt. Unidades Temporais.

    Parametric Control based on a Gestaltic Approach

    Abstract: This article aims at describing the first steps of the compositional planning used in the work Segmentos, for symphony orchestra, whose structure is based on the application of Gestalt Laws. The

    works of James Tenney and Larry Polansky, which deal with the fragmentation of musical works into

    temporal gestaltic units, will be used on a prescriptive fashion with the intent of proposing a

    methodology for the systematization of compositional gestures and, mainly, of musical parametric

    control.

    Keywords: Parametric Control. Gestalt. Temporal Units

    1. Introduo

    Este trabalho descreve os procedimentos composicionais utilizados na pea

    Segmentos, para orquestra sinfnica, cuja estrutura definida a partir da aplicao de Leis

    Gestlticas. Assim, alm de uma breve fundamentao terica das Leis da Gestalt,

    discutiremos o potencial de sua aplicao no planejamento composicional de obras musicais.

    2. Gestalt

    O artigo seminal de Ehrenfels, intitulado Ueber Gestaltqualitten e publicado em

    1890, inspirou o psiclogo Max Wertheimer, em torno de 1912, a iniciar seus estudos sobre

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    percepo na Alemanha, que impulsionou o surgimento da Psicologia da Gestalt. A Teoria da

    Gestalt parte do pressuposto de que objetos visuais podem ser agrupados de acordo com

    algumas Leis de Percepo (DESOLNEUX et al, 2008:13), tais como: 1)

    Segregao/Unificao: unidades so formadas quando h descontinuidade de estimulao

    (contraste); quando no existe contraste, nenhuma forma percebida; 2) Fechamento:

    tendncia para completar objetos que aparentam estar incompletos pela unio de intervalos e

    estabelecimento de ligaes; 3) Boa continuidade: linhas tendem a se prolongar na mesma

    direo; 4) Proximidade: elementos prximos formam unidades e elementos distantes se

    segregam; 5) Similaridade: elementos semelhantes se agrupam, formando unidades,

    enquanto elementos diferentes tendem a se segregar; 6) Pregnncia: tendncia para

    simplificar a percepo dos objetos (GOMES FILHO, 2000: 27-37) e (BORDINI, 2004).

    Reybrouck (1997: 57-64) afirma que a traduo das Leis Gestlticas visuais para a

    msica ainda precisa de bases empricas e conceituais, uma vez que, enquanto uma figura

    geomtrica apreendida como um todo quando observada, uma figura musical necessita de

    uma apresentao sucessiva. Porm, alguns estudiosos fizeram uso das Leis Gestlticas na

    anlise musical, como Lerdahl e Jackendoff (1983), que utilizaram as leis de proximidade e

    similaridade na anlise da msica tonal, e Tenney (1988) e Tenney e Polansky (1980), que

    utilizaram essas mesmas leis - principalmente a de similaridade - na anlise de obras atonais.

    Lipscomb (1996) formula exemplos musicais de cinco Leis Gestlticas,

    exemplificadas na Figura 1: Proximidade: (a) uma melodia com graus conjuntos fornece

    maior senso de unidade do que uma melodia cheia de saltos, (b) quando duas alturas esto

    bastante separadas (D-L), uma ruptura ocorre, ao passo que alturas prximas (as quatro

    notas D4) tendem a formar unidade; Similaridade (c): timbres similares (indicados, na

    figura, pelas hastes diferenciadas) tendem a se agrupar, assim como sons musicais que

    dividem uma amplitude comum; Direo comum (d): no mencionada anteriormente, esta lei

    se exemplifica quando acordes consecutivos ascendentes ou descendentes se agrupam, o que

    leva, por outro lado, separao entre esses dois grupos distintos; Boa continuidade (e): uma

    transio gradual de frequncia introduzida de uma altura a outra em uma passagem repetida,

    onde a alternncia de nota aguda com nota grave auxilia na ligao de duas alturas em uma

    simples direo perceptual, diminuindo a tendncia ruptura; Fechamento (f): experincia

    passada induz a mente a preencher sons que no so mostrados no estmulo fsico, como a

    fundamental ausente.

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    Para a composio de Segmentos, o trabalho sistemtico de organizao estrutural

    utilizar como referencial terico os estudos de Tenney (1988) e Tenney e Polansky (1980), a

    partir de um vis prescritivo.

    Figura 1: Simples analogias musicais de Leis Gestlticas (Fonte: Lipscomb, 1996).

    3. Formalizao Gestltica de Tenney e Polansky

    Tenney classifica as configuraes musicais que exibem unidade (unidades

    gestlticas temporais - UGT) segundo nveis hierrquicos distintos de percepo: 1) Elemento

    a unidade do primeiro nvel hierrquico, sendo a menor de todas e podendo ter componentes

    simultneos indivisveis; 2) Clang a unidade do prximo nvel superior e composta por

    dois ou mais Elementos contguos; 3) Sequncia a unidade do terceiro nvel hierrquico

    superior, composta por dois ou mais Clangs. Outras UGT de nveis hierrquicos superiores

    so: Segmento, Seo e a pea em si. H ainda nveis hierrquicos acima da pea: uma srie

    de peas em um determinado concerto ou mesmo o conjunto de todas as obras de um

    compositor em particular. As UGT podem ser monofnicas, quando contm UGT do prximo

    nvel inferior percebidas temporalmente uma por vez, ou polifnicas, quando contm UGT do

    prximo nvel inferior percebidas duas ou mais por vez. (TENNEY; POLANSKY, 1980).

    Segundo esses dois autores, o critrio para segmentao de um trecho em Clangs

    se fundamenta na seguinte definio, baseada nas Leis Gestlticas de proximidade e

    similaridade:

    Em uma sucesso monofnica de Elementos, um Clang tender a ser iniciado, no

    tocante percepo, por qualquer Elemento que difere do Elemento anterior por um

    intervalo (em algum parmetro) que maior do que aqueles que imediatamente o

    precedem e o sucedem [...] (TENNEY; POLANSKY, 1980: 209)

    Acrescentamos a esta definio o caso de um Elemento se encontrar no incio de

    uma obra, o que obviamente configura o incio de um Clang. A segmentao de um trecho

    musical em Clangs, a partir da definio de Tenney e Polansky, pode ser melhor

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    compreendida atravs do exemplo da Figura 2, onde trs Clangs so delimitados com base em

    clculos realizados exclusivamente no mbito do parmetro durao.

    Na Figura 2, a pauta superior [A] constitui o trecho que ser delimitado em

    Clangs e a pauta inferior [B] uma grade de referncia para determinao do intervalo de

    durao entre os Elementos, os quais so designados pelas letras do alfabeto. Ao nos

    referirmos aos Elementos, no texto, estes sero inscritos entre chaves, para maior clareza. O

    Elemento {a} marca o incio de um Clang, uma vez que o primeiro Elemento apresentado.

    O Elemento {b}, por sua vez, no poder iniciar um Clang, posto que isto faria com que {a}

    isoladamente constitusse um Clang, o que contraria a prpria definio dessa UGT, que deve

    ser composta por dois ou mais Elementos. Para esses e os demais Elementos, demonstramos,

    na Tabela 1, a comparao entre os intervalos de durao () entre eles, onde consideramos a

    semicolcheia como unidade de referncia, com valor 1. Assim, por exemplo, o Elemento {c}

    no inicia um Clang, porque bc (intervalo de durao entre o Elemento {b} e o Elemento

    {c}), que o precede, menor que ab e menor que cd. Em outras palavras, pela definio de

    Tenney e Polansky, para que {c} iniciasse um Clang, o intervalo de durao que o precede -

    ou seja, bc - deveria ser maior que ab, que o precede, e tambm maior que cd, que o

    sucede, algo que ocorre com relao ao Elemento {d}, por exemplo. Observe que, no final

    dessa tabela, a inexistncia de um Elemento {n} deixa em aberto o intervalo de durao final

    (mn), embora possamos afirmar que {m} no iniciar novo Clang, visto que kl = lm. O

    sinal de interrogao (?) indica a indefinio para o Elemento, para a operao e para o

    intervalo.

    Figura 2: Delimitao de Clangs a partir do exame do parmetro durao

    Apliquemos agora, ao mesmo exemplo da Figura 2, alturas diferenciadas, para o

    procedimento de delimitao de Clangs a partir do parmetro altura. Podemos observar, na

    Figura 3, que a delimitao dos Clangs com base nesse parmetro difere da delimitao com

    base no parmetro durao. A Tabela 2 descreve o procedimento de anlise comparativa entre

    os Elementos, que anlogo ao realizado na Tabela 1, com a diferena de que aqui os

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    intervalos so representados por |xy|, onde x a altura inicial e y altura final, e ter o

    semitom como unidade de referncia, com valor 1.

    Clang Elemento Comparao Status de iniciao

    1 {a} SIM

    {b} NO

    {c} ab > bc < cd 6 > 2 < 10 NO

    2 {d} bc < cd > de 2 < 10 > 1 SIM

    {e} cd > de = ef 10 > 1 = 1 NO

    {f} de = ef < fg 1 = 1 < 4 NO

    {g} ef < fg = gh 1 < 4 = 4 NO

    {h} fg = gh = hi 4 = 4 = 4 NO

    {i} gh = hi < ij 4 = 4 < 16 NO

    3 {j} hi < ij > jk 4 < 16 > 2 SIM

    {k} ij > jk = kl 16 > 2 = 2 NO

    {l} jk = kl = lm 2 = 2 = 2 NO

    {m} kl = lm = m? 2 = 2 ? ? NO

    Tabela 1. Quadro comparativo entre os intervalos de durao dos Elementos da Fig. 2

    Figura 3: Delimitao de Clangs a partir do exame do parmetro altura

    Clang Elemento Comparao Status de iniciao

    1 {a} SIM

    {b} NO

    {c} |ab| > |bc| < |cd| 4 > 3 < 7 NO

    2 {d} |bc| < |cd| > |de| 3 < 7 > 1 SIM

    {e} |cd| > |de| = |ef| 7 > 1 = 1 NO

    {f} |de| = |ef| < |fg| 1 = 1 < 3 NO

    3 {g} |ef| < |fg| > |gh| 1 < 3 > 2 SIM

    {h} |fg| > |gh| > |hi| 3 > 2 > 1 NO

    {i} |gh| > |hi| < |ij| 2 > 1 < 0 NO

    {j} |hi| > |ij| = |jk| 1 > 0 = 0 NO

    {k} |ij| = |jk| < |kl| 0 = 0 < 5 NO

    {l} |jk| < |kl| = |lm| 0 < 5 = 5 NO

    {m} |kl| = |lm| = |m?| 2 = 2 ? ? NO

    Tabela 2. Quadro comparativo entre os intervalos de durao dos Elementos da Fig. 3

    Observando os resultados mostrados nas Tabelas 1 e 2, conclumos que a

    delimitao de Clangs pode variar de acordo com a escolha do parmetro. Em outras palavras,

    delimitar Clangs a partir de um nico parmetro insuficiente. Para resolver essa

    incongruncia, Tenney e Polansky propem a soma dos intervalos paramtricos, visto que o

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    ouvinte percebe os parmetros todos ao mesmo tempo. Assim, os intervalos de cada

    parmetro individual preestabelecido devem ser considerados (somados) a fim de fornecer

    uma precisa descrio de proximidade e similaridade de configuraes sonoras. O total desta

    soma chamado de distncia. A Figura 4 mostra a sobreposio dos intervalos paramtricos

    representados nas duas figuras anteriores e o clculo da distncia, que a soma aritmtica

    desses intervalos. Como podemos observar, o clculo da distncia resulta em uma nova

    delimitao que uma combinao das delimitaes feitas isoladamente para cada parmetro.

    Figura 4: Delimitao de Clangs a partir do clculo da distncia

    4. Planejamento composicional de Segmentos

    A pea Segmentos se constituir em uma grande unidade gestltica temporal

    composta por unidades perceptivas em nveis hierrquicos inferiores, em ordem decrescente:

    Movimentos, Sees, Segmentos, Sequncias, Clangs e Elementos. A obra ter trs

    movimentos, cujo primeiro, que abordaremos mais pormenorizadamente, iniciar com uma

    introduo lenta executada unicamente pela seo de cordas sem os contrabaixos. O

    gerenciamento das unidades gestlticas de forma quantitativa, demonstrada anteriormente, s

    vivel sob uma perspectiva monofnica, sendo a polifonia resultante um aspecto no

    gerencivel. Este gerenciamento se restringe s Leis Gestlticas de proximidade e

    similaridade, algo claramente expresso na prpria definio de Tenney e Polansky (1980:

    209). A ttulo de exemplo, demonstraremos em detalhes o planejamento composicional dos

    quatro primeiros compassos da pea.

    O primeiro passo consistir em determinar a quantidade de Clangs e Elementos

    para cada voz. Cada Clang conter uma quantidade especfica de Elementos, que

    correspondero s alturas. O prximo passo no planejamento composicional ser a escolha

    dos parmetros que serviro de base para as delimitaes dos Clangs. Assim, os parmetros

    altura e durao sero determinantes, neste trecho inicial, para a diferenciao de Clangs. Os

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    intervalos de base para este processo sero a semicolcheia (durao), associada ao valor 15, e

    o semitom, associado ao valor 10, sendo os demais valores proporcionalmente calculados. A

    proporcionalidade duracional poder ser fixa (obtida por multiplicao) ou mvel (obtida por

    soma). Esta terminologia definida em Boulez (1981: 51-52). A escolha do valor 15 para o

    intervalo de base do parmetro durao deve-se ao fato deste valor produzir uma semnima

    igual a 60, que divisvel por 3, 4 e 5, facilitando a utilizao de tercinas e quintinas. Esta

    durao corresponder ao tempo percorrido at a ocorrncia do prximo som. Este tempo

    pode ser preenchido por som ou som acrescido de silncio (pausas).

    Figura 5: Trecho inicial de Segmentos

    Sendo assim, o passo seguinte aps a escolha dos parmetros (no caso, durao e

    altura) ser estabelecer uma srie de nmeros, para cada voz, que corresponder ao total

    (distncia) da soma dos intervalos paramtricos correspondentes a cada Elemento em relao

    ao tempo. Determinamos que a sequncia simples monofnica dos primeiros violinos ser

    formada por dois Clangs: o primeiro com nove Elementos e o segundo com trs; a sequncia

    dos segundos violinos ser formada por trs Clangs: o primeiro com nove Elementos, o

    segundo com trs e o terceiro com quatro; a sequncia das violas ser formada por dois

    Clangs: o primeiro com doze Elementos e o segundo com cinco; e a sequncia dos

    violoncelos ser formada por dois Clangs: o primeiro com dois e o segundo com quatro

  • XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal 2013

    Elementos. Na Figura 5, podemos observar o planejamento das distncias, a determinao

    arbitrria dos intervalos das duraes e das alturas, e a realizao em notao musical

    tradicional. Observemos que as dinmicas e as articulaes no so determinadas no

    planejamento, cujo processo formal se ocupa unicamente com a delimitao das unidades

    gestlticas, a partir dos parmetros altura e durao.

    notrio que o processo de traduzir os valores de distncia em notao musical,

    atravs da determinao dos intervalos, extremamente exaustivo se realizado manualmente.

    Este processo de clculo est sendo automatizado atravs da criao de um aplicativo

    computacional escrito em Python. Este aplicativo toma como input os valores de distncia e

    fornece como output notao musical (no formato Lilypond). Assim, alm de acelerar nosso

    processo de delimitao das UGT, para a composio de Segmentos, tornaremos a

    manipulao gestltica no mbito prescritivo acessvel a outros compositores interessados em

    realizar experimentaes.

    Referncias:

    BORDINI, Ricardo Mazzini. Relatrio da turma de composio VII de 2004. Disponvel em:

    . Acesso em: 30 mar. 2011.

    BOULEZ, P. A Msica Hoje. Trad.: Reginaldo Carvalho e Mary Amazonas Leite de Barros.

    So Paulo: Perspectiva, 1981

    DESOLNEUX, Agns; MOISAN, Lionel; MOREL, Jean-Michel. From Gestalt Theory to

    Image Analysis: a Probabilistic Approach. New York: Springer, 2008.

    FILHO, Joo Gomes. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. 6. ed. So

    Paulo: Escrituras, 2004.

    LERDAHL, Fred e JACKENDOFF. A Generative Theory of Tonal Music. Cambridge, Mass.:

    MIT Press, 1983.

    LIPSCOMB, Scott D. The Cognitive Organization of Musical Sound. In: HODGES, D. (Ed.).

    Handbook of Music Psychology, 2 ed. San Antonio: IMR Press, 1996. p. 133-75.

    REYBROUCK, Mark. Gestalt Concepts and Music: Limitations and Possibilities. Lecture

    Notes in Computer Science - Music, Gestalt, and Computing, V.1317, 1997, p.57-69.

    TENNEY, James e POLANSKY, Larry. Temporal Gestalt Perception in Music. Journal of

    Music Theory, vol. 24, n.2, p. 205-242, 1980.

    ______. Meta+Hodos: A Phenomenology of 20th-Century Musical Materials and an

    Approach to Study of Form and META Meta+Hodos. Editor: Larry Polansky. 2. ed. Oakland:

    Frog Peak Music, 1988.