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LbUL oj n_J f o !

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ANO XXXVIII - N.° 1891 - JUNHO DE 1943 - CR $ 2,00

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UM CONCURSO ENTRE GENTE GRANDEPARA DAR BOA LEITURA

AOS PEQUENINOS

A trinta e sete anos vem "O TICO-TICO" em-

preendendo os melhores esforços, no sentido de pôrao alcance da infância brasileira a mais seleciona-

da e saudável leitura, através de suas páginas co-

mo dos livros que reuniu em sua Biblioteca Infantil.

Essa tarefa, embora não sendo das mais fá-ceis em um país onde, até há bem pouco tempo,eram raros os escritores que se dedicavam à litera-tura para a gente miúda, tem sido levada a cabocom o mais vivo interesse, e não mediremos esfor-

ços para continuar a executar tão belo programa,que diz de perto com a formação da mentalidade edo caráter dos homens de amanhã.

Por ser assim é que o "O TICO-TICO" resol-

veu agora lançar, numa iniciativa ainda absoluta-

mente inédita entre nós, um concurso literário en-

tre escritores adultos, para oferecer leitura sadiaaos nossos meninos.

No quadro ao lado estão especificadas as BA-

SES do certame, que se encerrará em 31 de Julho

do corrente ano, e por meio do qual serão conferi-dos seis prêmios e três menções honrosas aos tra-

balhos melhor classificados.

Oferece-se, assim, uma excelente oportunida-

de aos nossos escritores, não só aos já consagrados,

como aos que ainda não apareceram devidamente,

para colaborar na campanha de saneamento men-tal da Juventude Brasileira, em que "O TICO-TICO"agora mais do que nunca está empenhado.

MENSARIO INFANTILPropriedade da S. A. "O MALHO"

Rua Senador Dantas, 15 — (5.° andar)Caixa Postal, 880 — Telefone: 22-0746

RIO DE JANEIRODiretor: Antônio A. de Souza e Silva

Preço das assinaturas, remessa sob registro postal:Para o Brasil, toda a América.Portugal e Espanha:12 meses Cr $ 25,00

6 " " $ 13,00Número avulso " $ 2,00Publica-se no dia 1.° de cada mês.

BASESO TICO-TICO institue, a partir de Io de Fevereiro,

para encerramento em 31 de Julho do corrente ano,um CONCURSO de histórias inéditas para crianças,entre contistas nacionais, conferindo os seguintesprêmios:UM PRÊMIO de CR$ 300,00 — ao autor do melhor

conto infantil sobreassunto patriótico.

UM PRÊMIO de CR$ 150,00

UM PRÊMIO de CR$ 300,00

UM PRÊMIO de CR$ 150,00

UM PRÊMIO de CR$ 300,00

UM PRÊMIO de CR$ 150,00

ao autor do trabalhodo mesmo gênero ime-diatamente c 1 a s s i-ficado.ao autor do melhorconto iníantU sobremotivo de folcore bra-sileiroao autor do trabalhodo mesmo gênero ime-diatamente classi-ficado.ao autor do melhorconto infantil parameninas.ao autor do trabalhodo mesmo gênero ime-diatamente classi-ficado.

Os originais, datilografados em dois espaços, nãopoderão exceder de seis (6) folhas tamanho almaçoescritas de um lado só.

Os autores assinarão com pseudônimo, juntandouma sobrecarta com a identidade e trazendo por forao título do trabalho concorrente e ó gênero a que per-tence. Cada autor poderá concorrer com um ou maistrabalhos e a um ou mais gêneros.

Os trabalhos deverão ser endereçados à REDAÇÃODO TICO-TICO (Concurso de CONTOS) Rua SenadorDantas, 15 — 5.° andar — Rio de Janeiro. Serão re-cebidos até o dia 31 de Julho de 1943.

Os trabalhos concorrentes serão julgados por umacomissão especial, cujos componentes só serão conhe-cidos depois da proclamação do resultado.

Os trabalhos enviados ficarão sendo de proprie-dade de "O TICO-TICO" que poderá publicá-los aqualquer tempo, devendo entretanto fazer sempre re-ferencia ao concurso, quando o fizer.

Haverá três (3) Menções Honrosas, uma para cadagênero de conto.

8O veredicto da Comissão Julgadora será definitivo

e a Redação se reserva o direito de excluir do certameo trabalho que lhe parecer não corresponder à orien-tação de "O TICO-TICO".

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LIÇÕES DE VOVÓMEUS NETINHOS

II' IIjuninos , que oESTAMOS

no mês dos festejos chamadospovo chama "joaninos", erradamente.E' neste mês que se festejam Santo Antônio, São João,

São Pedro e São Paulo, e o hábito é fazerem-se fogueiras nasnoites dos dias consagrados a esses santos.Naturalmente vocês, que são pequenos, gostam quando chegaJunho por causa dessas festas, e dos fogos de artificio, das lindasfogueiras, dos balões ...Entretanto, meus netinhos, vocês não imaginam os males quepodem ser causados pelos balões, embora tão bonitos, e osprejuizos que essa espécie de diversões tem causado!Quando a "media", ou "morrão", de um balão cái, 'acesa, emcima de um campo ou plantação onde há folhagem seca, oucapim, logo se origina um incêndio, que se pôde alastrar e causaros piores danos.Já tem havido casos de incêndios em casas de residências, nas cida-des e na roça, provocados por balões. Os exemplos são sem conta.Por causa disso é que, quando chegam as festas "juninas", as autori-dades pedem ás pessoas que não soltem balões, apelam para o bomsenso e o bom coração de todos, e proíbem mesmo essedivertimento perigoso.Vocês não irão pensar que as autoridades proíbem os balões sópelo gosto de aborrecer as crianças. Não é mesmo?... Se o fazemé porque há uma razão justa, e devemos aceitar as suas determina-ções com a certeza de que estamos procedendo direito, com bomsenso e patriotismo.Ser patriota, meus netinhos, não é só morrer na guerra, heróica-mente. E' saber cumprir as Leis, respeitar as autoridades, nãoconcorrer — como no caso de que estamos tratando — pelosimples gosto de ver um balão subir para o céu estrelado, parao prejuízo provável de outras pessoas.O Vovô pede, pois, a vocês, que este mês não soltem balões.Que sejam bons patriotas, respeitando as determinações dasautoridades, pois elas só desejam o bem estar de todos, inclu-sive o de vocês.

VOVÔ

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mUJ SSO se passou há muito

Bi tempo: Virgínia completa-Al va, nesse dia, o seu oitavoano de existência e estava muitotriste, porque seus pais eram t3opobres que nSo podiam fazer, aomenos, um doce para festejar seuaniversário.

' E, conversando com Joaquim,seu irmSozinho, chegava a chorarde desgosto.

— Mas, que se há de fazer,maninha? dizia Joaquim. TaLvezpara o ano a nossa vida estejamelhor. Bem sabe que papai estásem recursos; todo o seu campode trigo secou; ainda por cimao burrinho foi .roubado pelosciganos e a nossa vaca morreu...

Assim, ficámos t8o pobres !Que fazer? O único remédio étrabalhar para ver se podemoscomprar outro burro, outra vacae plantar de novo o campo.

Mas si nós pudéssemosarranjar hoje um pouco de fa-rinha de trigo, dois ou três ovos,

JUNHO -194

um pouco de manteiga,fazíamos um doce...

— N3o chores, nja-ninha, disse Joaquim.Vamos experimentaruma cousa: eu vou pro-curar o moleiro. Levo--lhe um feixe de lenha;assim talvez êle me dêfarinha. Faz-se um bolocom umas amêndoas efica tudo arranjado.

E Joaquim, sem maisdemora, arranjou umfeixe de lenha e levou-oao moleiro que, em.tro-ca, lhe deu uma cuiade farinha.

Chegando á casa am3i de Virgínia fez umlindo bolo; mas, quandofoi- procurar as amên-doas viu que os ratostinham comido todas,

deixando uma só.Pois esta amêndoa única foi

posta no bolo e lá foi o bolo parao forno.

A noitinha quando iam todossentar-se a mesa, ouviram baterà porta.

Abriram e entrou um homemalto e forte com um grande man-to, dizendo:

Que frio! Que frio! Olá,boa gente! permitam que eu meabrigue aqui.

Pois ii3o, disse o velho,pode entrar e sentar-se: nós íamosjantar. E' servido?

Aceito, respondeu o via-jante. Aceito, porque estou commuita fome.

E' jantar de pobre, disse*a velha. Mas exatamente temosum doce, porque é o dia do ani-versário de minha filha.

Bravo! exclamou o viajante.E' dia de festa! Pois então tam-bem quero beber à saúde destalinda menina.

Abrindo a sua grande capa,que por dentro tinha uma porçãode algibeiras cheias de cousasboas, tirou uma garrafa de vinho,um presunto, quatro pSes e umchouriço. Joaquim e Virgínianunca tinham visto um banquetetfio soberbo.. Jantaram muitobem; depois, quando chegou ahora de comer o bolo, aconteceuque o pedaço que tinha amêndoacoube ao viajante.

A menina ficou assim umpouco triste, porque ela é quequeria aquele pedaço, mas nãodisse cousa alguma.

Entretanto, o viajante, notan-do o fato, disse de repente:

Oh!... Que cousa singular!Que é? perguntaram todos.

Onde 8 encontraram?Aqui mesmo.

Foi colhida no nossoquintal.

^_ >.)&r\iJjwll'^<t /**"-) " Esta amêndoa!

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/ «i*~^ ^^gando-a comvinho.

Depois des-pediu-se e foi--se embora.

Os velhosriram-se mui-to da pilhériado viajante eforam todos sedeitar.

No dia se-guinte quandoacordaram ascrianças disse-ram logo:

- Vamos a ver se a amêndoajá brotou.

--Deixem de tolices,crianças;disse o velho.

Mas, abrindo a porta, ficoumuito espantado, vendo no logarem que fora plantada a amêndoa,um burro gordo, forte e umalinda vaquinha.

Oh! Qfíe é isso? exclamouo velho.

Foi a amêndoa, foi a amên-doa! exclamaram as crianças.

O velho compreendeu logoque aquilo era um presente dogeneroso viajante. Mas as crian-

ças ficaram con-vencidas de que osbichos tinham bro-tado da terra.

O TICO-TICO

—Pois olhem, disse o viajante,muito serio.

Isto é uma raridade! E' umaamêndoa mágica. Só nasce umade cem a cem anos e esta veiodar mesmo no seu quintal! Olhemque já é ter sortej...

Os dois velhos abriram a bocade-espanto. As crianças arrega-laram os olhos.

Mas que é que essaamêndoa faz? perguntou ovelho.

Faz milagres. Plantan-do essa amêndoa á meia-noite,nasce qualquer cousa que agente pedir. Querem ter aprova? Vou plantar umaamêndoa diante da porta desua casa. Diga lá a meninaVirgínia que quer que nasçadessa amêndoa. \

. disse a criança,que ficou com vergonha.

Então diga a senhora,replicou o viajante.

A m3i de Virgínia pôs-sea rir e disse:

Homem! Atualmente oque nós precisamos é de umburro e de uma vaquinha. Si

JUNHO

esses dois ani-mais...

—Pois va-mos a ver,dis-se o viajante.

Levantou-seda mesa e,abrindo a por-ta, plantou aamêndoa, re-

-/íl .¦¦_¦! áW\ <sVJ lIQ^V

-***afJ *_¦ \ fTAfém

-i, fcr.*: . '¦

52*

O TICO-TICO

Sc^dJmMfàdwi CakcaÂ1-CRIANÇA SEM PAIS.2- NAS CARTAS.3-FRUTA.4 - PARA CORTAR MA-

DEIRA.5-INSTRUMENTO OE

MUSICA.O-NA MESA DEREFEI-- COES.7- FRUTA.6-ZOMBA.

NA VERTICAL ASSINALADAO NOME DE UM BRASILEIROILUSTRE.^j .

_____/l-ÍÍTRÃS

p——M1_—á^_^__

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vtictfc/ljwdixt TROCANDO A6ENCONTRARÃO AS PRO-FISSÕES DOS DONOSDOS CARTÕES DE VISI-TAS.|

ARRANJE OS ALGARISMOS ACIMASOBRE OS TRAÇOS DE MANEIRACOE A SOMA DELES SEJA 1.000.

g^*AQUI ESTA A MANEIRA DE DESENHAR UM PELICA- ^SPÍÍÊ í^?,^^5 "^'CIAie DAS FIGUNO COM POUCAS LINHAS PA§ DESENHADAS O NOME DE UMANO <_ur ruuLAb LINHAR. IMPORTANTE CIDADE DO BPA6IL

Q. N|__ í

li-K yy SmLu»immmmi y> _7_iL [.,.,.J

yyy ^^mu&mJmmmm^^- ^-~^\ ____i-i^

O TICO-TICO JUNHO -1943

6NTRE

todos oi que morreram nas lutas

travadas pela nossa independência po-litlca ha um nome que merece destaque

fulgente: é a irmi Joana Angélica, a ex-

celsa religiosa cuja morte Joaquim Norberto cias-

sifica como "o primeiro frande sacrifício da nos-

sa redenção".A história de Joana Angélica é um pedaço da

glória do Brasil. A sua figura suave e doce de mu-

lher, dedicada ao culto de Deus, voltou-se na hora

trágica, a serviço da Pátria.

Joana Angélica de Jesus nasceu na cidade de

São Salvador, na Baia, em 1762. Era filha de José

Tavares de Almeida e Catarina Maria da Silva,

pessoas de respeito na sociedade local de então.

Desde criança manifestou ela grande inclinação

pela vida religiosa, sem que seus pais procurassemcontrariá-la. Entrou para o Convento da Lapa. em

Maio de 1872 e em Maio do ano seguinte fez a sua

profissão de Irmã das Religiosas Reformadas de

Nossa Senhora da Conceição. Entre suas compa-

nheiras de vida cristã, Joana Angélica conquis-

tou a maior admiração pelas suas virtudes pere-

grinas e pelo ardor da sua fé. Em Fevereiro d.

1797, era escrivà do Convento, cargo que desem-

penhou até 1801.D. 1812 a 1814, foi vigária e, no ano seguiu-

te, escolhida Abadessa do Convento, função quecumpriu até 1817. Em 1821, voltou ao cargo de

Abadessa, no qual morreu de maneira trágica e

heróica.

O S GRANDES

EPISÓDIOS DA

NOSSA HISTORIA

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JOANA ANGÉLICAHEROÍNA DA INDEPENDÊNCIA

NO começo de 1822 — ano que assinala a nos-

sa independência — os ânimos estavam for-temente agitados em todo o pais. As dissenções en-tre portugueses e brasileiros eram constantes.

As Cortes de Lisboa teimavam em humilharo Brasil. Os ecos dos ideais de independência che-

garam até lá. A exaltação continuava por toda

parte. E a Baia era um foco de permanente insur-reição. A nomeação do general Madeira de Melo

para o comando das armas da Província foi umabomba, porquanto esse oficial era, ostensivamen-te. o chefe do elemento português contra os bra-sileiros. A 19 de Fevereiro de 1822. impossivel evi-tar a luta, rebentou nas ruas de São Salvador,violento conflito. "As tropas portuguesas, supe-riores em número e em armas, foram batendo osnacionais no Rosário, tomando os quartéis do 1.°e 2." Regimentos de Unha, uma parte de cujossoldados foi aprisionada e a restante entrou emsolta debandada. O partido nacional cedia o pas-so ao adversário. Poucos soldados conseguiramrecolher-se ao Forte de São Pedro, centro da re-si. tém ia de Manuel Pedro : na tarde desse mes-mo dia 19. Madeira intimava as tropas da refe-rida fortaleza a que se rendessem e, como a res-

JUNHO -1943

posta foi a negativa, começaram os preparativospara bombardeá-la no dia seguinte, confiando adireção do ataque ao capitão de engenharia JoséFeliciano da Silva Costa, que então servia na Le-

gião Constitucional Lusitana. Desfalcadas as li-nhas brasileiras, tornando-se impossivel a resls-tência, o Forte de São Pedro, na manhã dc 21,

abertos os seus portões, foi ocupado pelas tropasde Madeira que prenderam Manuel Pedro, trêsoficiais e alguns cadetes fieis."

Depois da vitória, entretanto, os soldadosde Madeira, sem ter quem os pudesse conter, semhaver quem pudesse manter a disciplina, sequio-sos de sangue, entraram a praticar na cidade to-da sorte de monstruosidades. Saques, roubos, as--assinio., tudo isso fei parte do cortejo do tri-unfe.

O mais monstruoso desses atentados foi le-vado a efeito pelas tropas de Madeira contra o

Convento da Lapa, sob o pretexto de que agen-tes do partido reacionário se haviam refugiadonaquele templo e de lá hostilizavam os portu-

gueses.A atitude de Joana Angélica, em meio des-

ses sanguinários acontecimentos, é a página he-

roica e legendária da sua vida. A's 10 horas do

dia 20 de Fevereiro de 1822, as forças de Madeirainvadiram o Convento. As portas foram derruba-das a golpes de machado e por elas entraram ossoldados. Joana Angélica reuniu as companhei-ras e esperou o desfecho do monstruoso atentado.

As pobres freiras tremiam encomendando a

alma ao Senhor, quando Soror Joana Angélica,exclamou, procurando reprimi-los: "Para trás,bandidos! Respeitai a Casa de Deus! Antes de

conseguirdes os vossos infames desígnios passa-reis por sobre o meu cadáver !" Surdo rumor aco-

lheu estas frases. "Mata! Mata !", bravejavameles. Um deles, acercando-se então dc Soror Joana

Angélica, enterrou-lhe no peito a espada, enquan-

to ela, com os braços cruzados sobre o mesmo, pro-curava estancar o sangue. Assim rolou sobre o

solo."Joana Angélica entrou dessa forma para a ga-

leria dos grandes mártires brasileiros, coroada

pela glória do seu sacrifício c da sua abnegação.A figura lendária dessa heroina baiana se pro-jeta no painel da história nacional, Irradiando

a esplêndida formação do seu espirito de mulhere de serva de Deus, perdoando, talvez, no instan-

te derradeiro, os seus monstruosos assassinos, pe-dindo a Deus, para eles, a sua suprema miseri-córdia.

AMÉRICO PALHA

TICO TICO

COMPANHIASUma vez um cachorro

encontrou um burro na es-trada e falou:

— Nós somos duas víti-mas!

"4- Nós nos devemos vingar.Tu, que tens quatro pés for-rados valentemente, bem pó-des...

— O homem, peior cria-tura que percorre terra, cha-ma-me — cachorro e a ti —burro!

AS MA S

<_r Q\ I — í ^'

...reduzir a trapos o pri-meiro homem que nos apa-recer no caminho.y"~^\ \\ recer no caminho. r—~y

O burro, envaidecido yyy~ >» .com as palavras do ca- // -**/V/\. //íchorro, enfrentou, então, f \y Ji flcorajoso, o primeiro mor- / i ,-**>-—--^ f\ -. -c/^' (^-^ fy^ ^'ntal e, insuflado como fora, f (•-¦•^ __. aV^v>^ ~~"\esperneou valentemente. /* •TV^V [j^-----rT5 /*-5~^ y\ -YT^f JvwyMT^^rl r7^

. ./.-.V^io^3 \yK , ty^':::::•vK. y \ \ v v^ f -c y >.

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8O TICO-TICO JUNHO - T943

A Bolívia tempouco mais de2.000.000 dehabitantes. Suasuperfície é de1.600.000 qui-lômetros qua-

drados.

c=r7Zaçõ&i* á/h*JL%LeaJia&

gs l ji Bandeira nacional da ^^^CL r Í\^^*^_«^^^^_1í^I \s^l>7<-J*f

K^% v \ \ \V^^^7 / / /

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It

Escudo de armas nacionais daRepública

A Bolívia não é banhada por nonhum oceano ou mar. Na sua fron

tcira com o Peru fica o grandeLago Titicaca

Conformação do mapa daBolívia e posição de La

Paz, sua Capital7\Ea Pa*

\

.

( Continua na página seguinte ) <

O TICO-TICO JUNHi 1943

NAÇÕESPágina n.° 2

(conclusão da pág. anterior)

H

Bolívia é uma República, e seu no-me se deriva do de seu fundador,Simon Bolívar, o general libertador.Está situada no coração do con-

tinente americano, no hemisfério Sul, enão tem costas banhadas por mar ouoceano. Limita-se territorialmente com oBrasil, o Paraguai, a Argentina, o Chile eo Peru.

Na Bolívia só há, póde-se dizer, duasestações: a chuvosa, ou verão, e o inverno,que em certas regiões altas é de um rigorextremo, atingindo a temperatura até a 10graus abaixo de zero.

Dois sistemas de montanhas sobres-saem no território boliviano. Muitos dos seus montes sãovulcânicos, uns extintos, outros em atividade.

Os rios da Bolívia pertencem a três bacias hidrográ-ficas. No rio Madeira, na parte boliviana, há 14 cachoeiras.O lago Titicaca, que pertence metade à Bolívia e metadeao Peru, pois fica na fronteira, está a 3.914 metros dealtitude e mede 8.340 quilômetros quadrados de superfitie.Nesse lago há 25 ilhas, várias penínsulas, baías, cabos eestreitos, portos de desembarque. O Titicaca é tambemchamado Lago do Sol.

Há grande variedade de animais no planalto boliviano,como a lhama, a vicunha, o guanaco, a alpaca. Entre as

^**3^ V- °""ip AMERICANASDesenho de MiguelTexto de Galvão de Queiroz

aves, o condor, o abutre, as águias, quehabitam as montanhas.

O solo boliviano é riquíssimo em es-pecies minerais. A Bolívia é o país maisrico em bismuto, tem muito estanho, cobre,ricas águas minerais. A prata boliviana éafamada.

Fala-se no país o idioma espanhol, dosprimeiros colonizadores. Mas os indiospossuem 40 dialetos que usam entre si.

A religião do Estado é a católica, mashá liberdade de praticar a religião que sedesejar.

A Bolívia é uma República unitária,democrática e representativa. A capital

oficial é Sucre, mas o Presidente da República vive em LaPaz que é, praticamente, a sede do Governo.

A bandeira tricolor da Bolívia, que vocês vêem napágina anterior, foi adotada a 14 de Julho de 1888.

Só uma pequena quantidade da população india aindase encontra em estado de atrazo, pois as Missões Francis-canas teem civilizado a maioria.

A Bolívia é um país amigo do Brasil, com o qual mar.-tém as melhores relações e está ligado por certos traçoscomuns e estreitas afinidades.

Sua História é cheia de lances vigorosos e belos e osseus vultos nacionais são dignos de admiração.

PRATA

ZINCO OURO

PRODUÇÕES MINERAIS

Além da prata, ouro, zinco, estanhoe chumbo, o solo da Bolívia contémtambém mercúrio, platina, e outras ri-quezas. Em Oruro estão as famosas mi-nas de estanho bolivianas.

NA REGIÃO TROPICAL, QUE LIMI-TA COM A AMAZÔNIA, A BOLÍVIAPOSSUE GRANDES SERINGAIS EALI TEM LUGAR A EXTRAÇÃO DABORRACHA, COMO NO NOSSO PAIS.

CHUMBO

ALGODÃO CANA MILHO

PRODUÇÕES VEGETAIS

A Bolívia cultiva, além do que apa-rece neste quadro, arroz, fumo, man-dioca, abacaxi, cacau, café, quina ecoca.

AMENDOIM BANANA UVA

TICO-TICO JUNHO -1943

láaLè^-.A pega ê uma ave que

tem o instinto ou hábitodo roubo. Apodera-se dejóias, talheres e objetosque brilhem, t leva-ostara o seu ninho.

Nesses se encontramsempre coisas de valor,cuja desaparição foi, tal-ves, inexplicável para osdonos. •

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*t*+-^'

O Papel secantí quechamamos " mata-bor-rão" i fabricado comtrapos do pano de algo-dão fervidos em uma so-lução de potassa. Seudescobrimento se deveà distração de umoperário dc certa fábricaque esqueceu de pôr, namassa que. prct>aravatara fazer papel, umasubstância qualquer. Odono da fábrica ficouzangado e pôs fora mui-tas folhas estragadas.Mas observou que aque-le papel estragado íbsor-via ou chupava os U]ui-dos. Aproveitou-o, en-tão, para secar os mr-nuscritos, substituindo aareia. •

A formiga vermelha itemível porquê quandose lhe toca ela despren-de um liquido venenosoque produz forte ardorna pele, e que i a basede ácido fórmico.

• Foi às margens do rioBranco, afluente do rioNegro, no Estado doAmazonas que o natu-ralista Gustavo Wallisdescobriu uma árvorecuja sombra tinha 158metros de circunferên-cia, podendo abrigarvinte e cinco mil pes-soai.

Foi o príncipe Alber-to, esposo da rainha Vi-toria, quem introduziuna Inglaterra' o costumede se erguerem árvoresde Natal, nos lares e nasigrejas, por ocasião dasfestividades do nasci-mento de Jesus.

Bernardo Vieira deMello, procer da guerrados Mascates, morreuencarcerado na Torre deSão Julião, em Lisboa.

fiteWVIíí

Com diversas letraspodemos fazer carascomo as que aqui) sãolistas, isto é apenas umapequena amostra do quese pôde fazer. Você,com habilidade, fará ou-tros arranjos engraçados.

•Foi na rua dos Latoei-

ros, atual GonçalvesDias, que Tiradentes foipreso pelas tropas dovice-rei Luiz de Vas-concelos e Sousa.

•Antes de resolver em-

barcar para o Brasil, D.João VI, afim de asse-gurar sua dinastia deci-dirá expedir para o nos-so país o príncipe D. Pe-dro, que tinha apenasnove anos e viria como título de condestavel,sob a tutela de D. Fer-nando de Portugal.

Co:bert

• Quem foi Coibir11Foi o maior ministro dtLuis XIV, (quatorze),rei de França. Traba-lhador infatigavel, reor-ganizou as finanças dapaís e deu à indústria,ao comércio e à marinhamercante grande desen-volvimento. Nasceu em1619 t morreu em l68j.

Em recompensa pelapacificação do Rio Gran-de do Sul, o barão deCaxias recebeu o títulode conde, com o grau demarechal e o posto desenador do Império.

•A unidade monetária

do Brasil, vocês sabem,i hoje o Cruzeiro. EmNicarágua é o " Cordo-ba"; em Costa Rica é o"Colón"; na Guatunalaè o " Quctzal"'; em Hon-duras o " Lempira"'; noSalvador, o "Colón";

tio Panamá o "Balboa";

no México, na Argenti-na. no Uruguai, na Co-lombia, no Chile e no

'

Paraguai, o "Pesa"

(ouro ou prata); na Ve-nezuela o "Bolívar";

no Peru o "Sol"; noEquador, o " Condor";na Bolívia o "Bolívia-

no"; e na RepublicaDominicana o " Dollar"americano.

Em nosso pmíi, no Es-tado do Pará, uma da»mais lindas árvores, aMassaranduba, que porsinal fornece uma exce-lente madeira de cons-trução, produz também¦jm fruto delicioso. Fa-zendo-se uma incisão nacasca deixa cair um li-quido com todas as ca-)racterísticas d» leite.Este liquide é largame*-te utilisado como se fos-se leite animal.

•As árvores cujos tron-

cos estão cobertos demusgo ou plantas trepa-deiras são as que teemmais predisposição paraatrair os raios.

Um dos mais antigossímbolos de autoridade èa águia. Foi usada comoemblema imperial, emescudos, troféus, capace-tes, etc, pelos persas eromanos. Mas tarde, ou-trás nações adotaramtambém a águia e naAmérica ela aparece t.osescudos do México, Pa-namá e Estados Unidos.

mOs limites do Brasil

com a Guiana Francesa,estabelecidos pela sen-tença arbitrai do presi-dente da S u i ça, sãoconstituídos pela serrade Tumucumaque, desdea nascente do rio Maro-ni à do rio Oiapoque epor esse até sua foz noAtlântico, a oeste doCabo de Orange.

•" V. Excia. verá como

eu sei cumprir os meusdeverei", foi a irônicaresposta do general Al-meida Barreto ao apelodo visconde de OuroPreto no sentido deprender o marechal Deo-doro da Fonseca.

a-** .; —^«—-¦

>¦ —¦ 1 1 r""¦ mi mmi i«n.si¦¦ i *.

Os cadernos de recor-tes são uma coisa deg,rande utilidade. Todosnós devemos ter os nos-sos, com recortes úteis,ou bonitas poesias, belasfiguras, etc.

A melhor maneirapara pregar um recorteno caderno i. passar •goma na superfície des-finada a êle, em vez depassá-la nas costas dorecorte, como se faz ge-ralmente. Isso evita quea goma se espalhe e sujea folha, enfeiando-a.

•Os dentes postiços fo-

ram inventados pelos an-tigos hebreus, os quaisos faziam de madeira,de ferro e ouro, por mo-tivos decorativos. Só noséculo 17 é que se co-meçou a confeccionardentaduras postiças, des-tinadas à mastigação.

•Pelo que se sabe, a

greve de criados em de-fesa de seus bigodes ocor-reu em Paris em i<307.A greve foi provocadapor um decreto que proi-bia, a essa corporação,usar bigodes e havia dese supor que ganhassema partida.

ÉÉÉDe todos os animais,

cujos hábitos tem sidopossível observar, os pes-xes são os que dormemmenos, e alguns teem ainexplicável propriedadede mudar de côr, enquan-to estão adormecidos.

AS AMÉRICAS UNIDAS, UNIDAS VENCERÃO

Junho — 1943 — 11 — O TICO-TICO

Os Heróis de JunhoBARROSO

Aos companheiros : o Brasil esperaQue cada um cumpra o seu dever . . . Agora,A postos ! Vigilância ! A* glória ! embonPela escada em que a vida se exonera.

Do "Amazonas", á proa, firme, a austeraFigura do Almirante cresce . . . ForaO fogo . . . e a água de rubro se colora,E cada lutador é bruto e fera.

A nossa esquadra, envolta em lue purpúreaAvança cheia da mais nobre fúria,Da bravura tocando os apogeus . . .

A Barroso sorri o Anjo da Glória,E, recolhendo os louros da vitória,O herói a majestade tem de um deus.

GREENHACGUma promessa... um riso... uma esperança, .aDoce alvorada anunciando um diaTransbordante de luz e de harmonia. . ,De luz serena e de harmonia mansa.

E essa heróica, essa cândida criançaO símbolo se fez da valentiaQuando o rouco tonCat da artilhariaClamor de morte pelo espaço lança

Contra os mil inimigos que se movemNa abordagem, no aceso da batalha.Avança, impávido, o sublime jovem...

Como um arcanjo em meio da inferneira,Arqueja e luta e tomba e se amortalha,Como na alma da Pátria, em sua bandeira.

MARCILIO DIASTu, flor agreste, que no inculto pradoDa alma do povo vicejaste obscura,Ganhaste, de repente, tal altura,Que és como um astro de ouro em céu lavado.

No dia do teu trágico noivadoCom a morte, a glória refulgente e puraLograste, dos que fazem — que ventura! —Do amor da Pátria um santo apostolado.

Quando tombaste, no fragor da luta,Tombaste, como tomba uma sementeEm terra de águas pútridas enxuta;

E essa se desatou, fecunda e ardente,Rasgando a grossa crosta, resoluta,E dando frutos abundantemente.. .

LEONCIO CORREIA

CREME DE ARROZ

COLOMBO0 alimento ideal

para as criançasLeve

Saboroso

Alimentício

Fácil de assimilar

A VENDA EM TODAS AS BOAS CASAS E NA

GONÇALVES DIAS, 32-367 DE SETEMBRO, 94-96

A IDADE DO ALFINETEHá quantos anos existe este singelo e utilíssimo

objeto? Êle é mais velho do que se supõe. A sua ori-gem monta à mais longínqua antigüidade.-No VelhoTestamento (II livro) há referências ao alfinete. Eos gregos e romanos da éra hebraica o usavam nosseus pepluns e túnicas. Os alfinetes antigos, se-melhando estiletes, não tinham cabeça. Os alfinetesdo modelo hoje usual apareceram primeiramente naFrança e depois na Inglaterra: datam de 1540. Jáforam, de resto, considerados como objetos preciosos...Eram verdadeiras jóias. E hoje são o que vocês sabem.

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(PÍLULAS DH PAPAINA E PODOFILINA.Empregadas eom sucesso nas moléstias do esto-

mago, fígado ou Intestinos. Essas pílulas, além detônicas, são Indicadas nas dlspepslas, dores de cabe-ça, moléstias do figado e prisão de ventre. São umpoderoso digestivo e regularlzador das funções gãs-tro-lntestlnals.

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O TICO-TICO — 12 — Junho — 1943

MISCELÂNEA PARASEU ÁLBUM

Uni sujeito mandou uma lebre viva de presente a um amigo e mandou-apelo seu criado, rapaz bastante boçal. A lebre conseguiu escapar-se, mas o criado nãofez o mais pequeno esforço para agarrá-la: deixou-se ficar parado a olhar para ela, comcara de riso e poz-se a gritar:

— Pois sim, corre que não te serve de nada; por mais que corras não vais lá ter,porque não sabes a morada!

A razão por que muita gente não sobe cbnrersar é forque não sabe escutar. —Padre Senna Freitas.

0 farmacêutico: — Olhe que a carne que o senhor vendeu ontem para minhacasa tinha mau gosto, sabe?

O carniceiro: — Então estamos quites, porque o remédio que o senhor me ven-deu a semana passada tinha um gosto horrível!

Unychophagia é o nome que cientificamente se dá ao péssimo luibito de roer asunhas. O dr. Bérillon, dedicando-se ao estudo dessa mania, considera-a uma doença dignade atenção pelos males que pode acarretar.

m mNO HOTEL

^Sv"__¥__filLJ

1^" NAO FALHA ^

O criado: — A que horas quer o senhor que o chame?Barnabé: — Ah, eu sempre acordo à hora exata a que preciso levantar-me, mas se

por acaso me deixar adormecer, chame-me então cinco minutos antes, se faz favor.

• •

Caracterisa um homem bem educadoconversar com seus inferiores sem altivet,e com seus superiores com respeito e de-sembaraço. — Chesterfield.

Aquele inglês que ali vai, deu-meuma vez uma bofetada que me partiu trêsdentes.

E você que fez?Como não sei inglês, fiz de conta que

não entendia.

Não pode haver felicidade quando nãose procure cuidadosamente fazer felizesaqueles que vivem junto de nós, e aquelesque nos estimam. — Marquesa de Po-mares.

Um sujeito convida um compadre parajantar, mas, findo este, os estômagos nempor isso ficaram lá muito bem confortados.

Então, compadre, quando há-de cávir jantar outra vest

E' já, se quiser, responde-lhe o outro!

O galo é um dos emblemas nacionais daFrança. Adornou, sob a Revolução, asbandeiras francesas; desapareceu sob o Im-pério, reapareceu em 1830

"e foi novamen-te suprimido por Napoleão III.

FAZ DOS FRACOS FORTESINFALÍVEL NOS CASOSDE ESGOTAMENTO

ANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSONIA

FALTA DE APETITEE OUTROS SINTOMAS DEFRAQUEZA ORGÂNICA DECRIANÇAS E DE ADUL-

TOS.

CORRESPONDÊNCIA DODOUTOR

IE-T45S©SAEEsta seçío, antiga em O TICO-TICO,reaparece agora para atender às con-sulta» que nos são enviadas pelosnossos leitores • que vinham sendorespondidas pela pagina "Gavetinhado Saber". As perguntas e cônsul-tas devem ser dirigidas* separadas detoda outra qualquer espécie de cor-respond.ncia, a "Dr. Sabe-Tudo" —Redação dáO Tleo-TIco— Rua SenadorDantas, 15-5.' andar—Rio de Janeiro.

Paulo Montes (Rio) — As roupasque você viu os artistas vestirem,naquele filme, para atravessar oincêndio existem, sim. São feitasde amianto, uma fibra mineral quenão pega fogo e com que se fazemroupas especiais para bombeiros.Acredita, agora, no filme ?

Olga A. Dias Gomes (Cabo Frio)-r- O Canal de Suez foi inauguradoa 20 de Novembro de 1869. EraFernando Lesseps, o nome do en-genheiro.

A. B. (Rio) — Só respondo aperguntas que trazem o nome e en-dereço do "

perguntador", ou con-sulente.

Antonio Pires Filho (Bangú) —O nome África se deriva de umatribu, os Aires, ou Afros, que era amais importante do continente n,e-gro, cuja denominação primitiva eraLibia.

Marieta Cortes (São Paulo) —Você tem razão: os gaúchos dizem"encilhar" e os nortista "selar" ocavalo. Talvez isso se explique pe-Io fato de os gaúchos terem os seuscavalos sempre — ou quase sempre

selados, arretados, bastando "en-cilhar" à hora de montar, isto ,éapertar a cilha que foi afrouxadapara o animal ficar mais à vontade.

Rui Vasconcelos (Belém) — Gos-tei da carta. "Terra de Senaar" é amesma coisa que "Mesopotamia".

Tem toda a razão.Uma leitora estudiosa (S. Paulo)

Repita a pergunta assinando di-reitinho seu nome. Para que isso depseudônimos, erjtre amigos? Nãodeve ter vergonha de procurar ad-quirir um conhecimento novo. E'perguntando que se fica sabendo.Você não tem um nome? Use-o.

FAÇA UM ÁLBUM COM AS PAGINAS "NAÇÕES AMERICANAS"*)

Junho — 1943 ,— 13 O TICO-TICO

Páginas Históricas de Decoração — Por SETH— N°. 9

GRÉCIA ANTIGAA

Grécia, país montanhoso,fica ao Sul da Europa, na

Península Balcânica. E' banha-da a O. pelo Mar Jônio, ao Sulpelo Mediterrâneo e a E. peloMar Egeu.

Os primitivo* habitantes daGrécia moravam em cavernas eusavam instrumentos de pedra,pois não conheciam ainda osmetais.

Rodeados de mar e de nume-rosas ilhas, os primeiros gregostornaram-se marítimos e aventu-reiros e começaram a entrar emrelações com outros povos.

Da influência desses povos,principalmente fenícios e egip-cios, surgiu uma antiga civiliza-ção, estabelecida na Ilha deCreta, cerca de 2.000 anos an-tes de Cristo. São os temposheróicos dos Argonautas e daGuerra de Tróia, cantados porHomero na Iliada e na Odisséia.

Os dórios e jônios que in-,vadiram a Grécia, foram os po-vos de maior influência no país.O desenvolvimento do comércio,da escrita e das riquezas eman-cipou as classes inferiores e es-tabeleceu nova ordem social,tendo por base a cidade,

As cidades, que eram comopequenos Estados, foram a prin-cípio monárquicas, depois repu-blicanas; antes aristocráticas,depois democráticas.

As principais cidades da Gré-cia foram: Atenas, Esparta, Té-bas e Corinto.

Esparta foi uma cidade mi-litar, célebre pelo seu legisladorLicurgo. Atenas teve como le-

gisladores Dracon e Solon, sen-do a mais importante das cida-des gregas pelo seu progressointelectual e comercial.

Nos séculos VII e VI A. C.

predominaram na Grécia dois

povos rivais: os dórios e os jô-nios. Para combater os persas,tentaram os gregos se unirem,mas a persistente rivalidade en-tre as suas cidades enfraqueceua Grécia e a deixou à mercê dosinimigos.

Em vão pregou-se a uniãodos gregos, até que Felipe daMacedônia, à frente de suasaguerridas tropas tornou-se se-nhor da Grécia. Seu filho, Ale-xandre, o Grande, o maior guer-reiro da Antigüidade, continuouo domínio " macedônio sobre os

gregos, criou um extenso impe-

rio, conquistando a Ásia Menor,a Pérsia, o Egito, levando a in-fluência helenica a todos os po-vos que submeteu.

Morto Alexandre, ficou o seuimpério entregue aos seus ge-nerais e desmembrado.

Ora submetida aos reis daMacedônia, ora aos da ÁsiaMenor, a Grécia acabou por

perder as suas liberdades mu-nicipais e depois de prolonga-das lutas civis entrou em de-cadência até que acabou con-

quistada pelos romanos.Perdeu a sua importância po-

lítica, mas continuou a exercersobre os seus vencedores e sô-bre o mundo, a influência desua civilização, base essencialde seu prestígio na Humani-dade.

Motivos de DecoraçãoAo alto. no ângulo esquerdo. Júpiter, o deus dos deusesna mitologia grega, vencedor dos Titans e de Saturno, seupai. Deu o mar a Netuno e os infernos a Plutão, ficandocom o céu e a terra.

No [riso que se segue, para a direita, cenas da Iliada deHomero, e o perfil de Aquiles, herói lendário, o mais ta-moso da Guerra de Tróia, cujo corpo era invulnerável,exceto o calcanhar.

Ao centro, ao alto. sobre a fachada do templo, vemosHomero, célebre poeta grego, considerado como autor daIliada e da Odisséia.

No centro da página, entre as colunas, vemos a figura deAtenéa ou Minerva, filha de Júpiter, deusa da Sabe-doria, da Arte e da Ciência, verdadeiro símbolo da civi-lização grega. *•

Na base da coluna, à esquerda. Péricles, célebre estadista,protetor das artes, e que marcou com o seu nome o séculode maior brilho nn história da Grécia.

Na base da coluna, à direita: Alexandre, o Grande, daMacedônia, o maior guerreiro da Antigüidade, criador deum imenso império que se estendia desde o Mediterrâneoàs fronteiras da índia.

(VCr * patina IS)

O TICO-TICO — 14 — Junho — 1SU3

GRÉCIAmammmammaammmmm ^^¦gBBKS-H-B-flM-HNH-H-H-B-HHMM-M^

11111 > 111 ii i iÍl«!**t\Viíi n 111 i,i 11 ii i ul-J \ityy y\il ttl I 1 lui i / j^ln.nunmi<S| TTTiinl iiíii.m.) *»*»»Ci,iiiHiiiiiiiniiil cáiT"^V/ l/f IIT %Z&i\iii,uiiii,tUill.if?i4íyft\ui.,iil,iuilit

t;v,v|:::-.v,.:v;.--'.-v,|lnr.rin ra ra ra ra 1% ra fl. . .*.".*•.•* • *. ••

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O TICO-TICO 15 JUNHO 1943

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51

SwPlWAS; ESTADO DE

P^ÃO PAULO, E A CIDA^ ^

CÂMARA ^^'^A: OUE SE CÚAMA -• y_sTO_iw«a^__M»m__ia!'1UM.o

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© CARRASCONEGRO QUE ENFORCOU

TfEADENTESTiWMA OAPrLiDoo-'VlMK10__.

O MAIOR TO^/ã^O© DO MUNDOFOI EXTRAÍDO NO MUNlClPlO DECRISTALINA .EM GOIÁS. PESAVA

6.700 GRAMASE F16UROU MA^_>

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EXPOSIÇÃO DORIO OE JANEIRO-

_y. 'TODOS OS RIOS DA EUROPA

r REUNIDOS NÃO RIVALIZAM COM O'W&7.©M&§ WA QUANTIDADE DEÁGUA QUE VERTE NO OCFAMO.EEQÜIVALE A -4- VEZES A DO

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Decreto ijmperiALEM 29 Dt NQJ/EMBRO

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A EXTENSÃO DE REDETELEQRÁFICA NO BE3_&3lTPLE* * 60.429366 Hctpof».

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TICO-TICO JUNHO -1943

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CAÇADA DO MACUCO

©Conto de Tostes MaltaDesenho de Noemia-

O MACUCO é parecidocom a galinha d'An-gola mas é cinzento

e muito mais bonito. Vive nosmatos e é muito esperto. Vaiandando com a cabeça esticada,mexendo a cabeça de um ladopara outiò. Quando o mato estáseco, êle faz tanto barulho pisahdonas folhas secas, que até pareceonça. Mas, si "ouve outro barulho,se espanta logo, e vôa. Depoisdisso, é difícil ao caçador encon-.tra-lo de novo, nesse dia.

Ali pelas seis horas da tarde, omacuco deixa de andar pelo chãoe vai empoleirar nas arvores altas.E dá, como uma despedida, trêspiados: fi-fi-fi. Durante o dia, dequando em guando, êle pia umavez.

E é imitando esse piado quese caça macuco.

O caçador entra no mato,escolhe um logar em que possaficar escondido — numa raiz dearvore grande, por exemplo — eimita o canto do macuco, sopran-do num pedaço de madeira cha-mada, mesmo, pio. Dá um piadosó, e fica ali sem fazer barulho.Si o macuco pensa que é umcompanheiro que está piando, dá

JUNHO-1943

um piado, tambem, e vem andan-do para encontrá-lo. Mas vemdesconfiado, dando uma voltagrande. De vez em quando, pára,dá novo piado e espera resposta.O caçador torna a piar, e é precisoter paciência e ficar quieto. Atéque o macuco ohega e toma fogo,si o caçador não for pichote. .

Assim tambem se caçam outrasaves, como nhambú, o chororó, acapoeira, que têm um canto bo-nito, mas que são aves mais fáceisde caçar, porque não mostrama desconfiança e a espertesa domacuco.

Paia todas essas aves ha piosque imitam muito bem o cantodelas. Ha, até, pio de grilo, queé usado para chamar o macuco,que gosta muito de comer grilos.

Agora que vocês já sabem comose caça o macuco, ouçam esse caso:

O Tazinho e o Bertâo erambons caçadores, e um dia, após-taram quem matava primeiroum macuco.

Entraram, separados, no mes-mo mato. Um nâo sabia onde

E',o bicho vem aí —pensouêle, e começou a piar.

Mas, nada do macuco chegar.Passada uma hora, o Bertão nãoteve mais paciência de esperar efoi andando devagarinho para olado doTazinho.convencido de queia encontrar o macuco.

Quando chegou mais perto,piou, e, dessa vez, quem se enga-nou foi o Tazinho.

E',o bicho vem aí! —pensoutambem, e armou a espingarda.

Ora, nesse dia, o Bertâo estavaçom um boné feito com pele deonça. E quando êle ia passando^abaixadinho, entre umas moitas,para chegar perto do macuco, oTazinho viu aquele pêlo e pensouque era onça mesmo, e puxoulogo o gatilho O chumbo passouassoviando na cabeça do Bertâoe um grãozinho lhe furou umaorelha.

Que susto medonho! Ali mes-mo os dois caçadores prometeram,"um, ter mais paciência, não saindodo seu logar, e o outro, maiscuidado, nSo atirando assim, semter mesmo certeza.

E paciência e cuidado todosestava o outro. Mas o pio doTazinho era tâo bom, imitava tão nós precisamos ter, nelsse mundobem, que enganou o Bertâo. de Nosso Senhor.

17 O TICO-TICO

/iv^oT^y^íVAI *w^% A. Al 4a-TI Ia ___WÊ —~~_

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Va»_-« >-^ ^^ .nJo—

_J~-

RA no tempo em que os

animais falavam. Es-

tavam, reunidos na

mata vários bichos

> conversando.¦ Creio que desta ela nào

escapa — falou um tucano abrin-

do desmesuradamente o comprido

bico.Eu tambem penso assim

-coaxou um grande sapo-boi es-

condido entre as pedras.E vai ser uma perda irre-

parável para nós. Havemos de

sentir bastante, falou a onça pin-

O TICO-TICO

W/mm

tada. Quem irá fazer o que ela

faz?

Dizer-nos quando vai chover

ou fazer sol. Adivinhar tudo,

nossos pensamentos, nossos de-

sejos, nossas doenças...— E' mesmo!-disseram todos

em coro.

E durante alguns minutos fi-

caram em silêncio, pensativos, sem

trocar uma única palavra.Mas, de quem estariam falan-

do aqueles animais? Quem seria

essa figura tão importante quetanta preocupação lhes causava?

18

Era a velha Coruja. Sim, a senho-ra Dona Coruja com "d"

grande.Essa venerável matrona, como

o mais sensato e ilustrado dosanimais, era respeitadíssima. Eraela quem dava conselhos, sabiade tudo, tudo ensinava. Adivinha-va o passado, o presente e o futu-ro. Sabia fazer certas orações quetraziam felicidade e bôa sorte aosinfelizes. Era temida e respeitadapelo seu aspecto, seus hábitos mis-teriosos e sua vida privada. Nin-

guem sabia nada a seu respeito.Ela conhecia a vida de todos osoutros animais. Há dias, porém,um mal qualquer tomara contadela. Achava-se doente. Andavatriste, macambúsia, e quasi nãosaía de casa. Nem mesmo à noite.

Vários médicos de renome fo-ram chamados. O Dr. Urso, o Dr.

Jaboti, o Dr. Cavalo. Nenhum,

porém, deu geito.Nenhum acertava com a mo-

léstia. Ela continuava na mesmatristeza, no mesmo abatimento.

Aquilo preocupava a bicharada,

porque eles reconheciam o valorda senhora Dona Coruja. E es-tavam todos calados, quando che-

gou o Dr. Macaco, que (modéstiaà parte) era um dos mais afama-dos médicos daquele lugar. Aca-bava de vir da casa da Dona Co-ruja. Estava carrancudo. De so-brecenho cerrado. A coisa, pelo

JUNHO - 1943

<h©que parecia, não andava lá muito

bõa.Então, como vai Dona Co-

ruja?-perguntou o curioso Tu-cano.

O macaco cocou o alto da ca-beca. Fez uma careta de quemnào gostou da pergunta.

E falou:— Continua no mesmo! Não con-segui descobrir a moléstia !

Todos ficaram boquiabertos

com aquela resposta. Até o Dr.

Macaco, a maior sumidade no

mundo médico da Bicholandia^

havia fracassado? Francamente!

Que se havia de fazer, então?

Dona Coruja não podia continuar

assim. Havia de se arranjar umremédio custasse o que custasse.

E estavam todos pensando nesta

mesma cousa. De-repenre ouviu-

se um estalo: — Paft!...

Fora o Dr. Macaco. Dando um

peteléco na testa disse:

Eureka! Tenho uma idéia.

Só há entre nós um bicho que

poderá descobrir o mal que ator-

menta a senhora Dona Coruja.

Quem é? Quem é?—pergun-

taram rodos.

E' o Papagaio-respondeu o

Macaco.

Ora. mas o Papagaio não é

médico-replicou a onça pintada.

JUNHO 1943

ffcynay_a__tf-— Mas é um bicho inteligente,

astucioso e, quem sabe?...

Houve divergência de opiniões.

Votação. E por cinco votos contra

quatro foi aceita a proposta do Dr.

Macaco. Foram buscar o Papagaio.

Encontraram-no em uma pândegadanada com uma porção de peri-

quitos e araras. A principio, o louro

não quis ir. Não gostava de se

amofinar. Mas tanto insistiram queacabou cedendo. E foram todos

juntos. Chegando em casa de

Dona Coruja o Dr. Macaco convi-

dou o Papagaio para entrar. En-

traram todos atrás.

À porta do quarto, o Papagaio

disse ao Macaco que êle entrariasozinho. E entrou.

Os outros bichos ficaram nasala, juntos com o Dr. Macaco.Tudo de olho arregalado. Anciosos.Os corações aos pulos.

Não haviam passado cinco mi-nutos. De dentro do quarto ou-viu-se uma gostosa gargalhada.Com surpresa dos bichos, a Co-ruja passou por sobre eles garga-lhando, gargalhando, até perder-se lá longe.

E até hoje a Coruja amdasolta boas gargalhadas todas asvezes que se lembra daquela ane-dota gostosa que o papagaio lhecontou.

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19 O TICO-TICO

Personagens:

A vovóO netinho i ._ . u_ ! irmãosA netinha (

Cenário:

Uma sala ou gabinete mobiladocom elegância e conforto mo-dernos. Sobre um movei umaparelho de rádio.. *

VOVÓ — (Entra com o seu "tricot"e se senta em uma poltro-

na a trabalhar).NETINHO — (Entrando com a ir

mã, como se viessemdo colégio) Bôa tar-de, vovó...

NETINHA — (Entrando juntamentecom o irmão) Vovozi-

nha bôa tarde! (Beija-a).VOVÓ — Bôa tarde, nâo! Devem

pedir assim: Sua benção,vovó?... Para eu respon-der: Deus os abençoe!...

NETINHO — Isso era antigamente...NETINHA— No "tempo do onça",

vovó...VOVÓ — Estão enganados! Isso era

no tempo em que os maismoços respeitavam osmais velhos. ..

NETINHO — Mas nós respeitamosmuito a vóvózinha...

NETINHA — E lhe queremos muitobem.. . (Abraça a).

NETINHO — Assim como não des-JjÊ respeitamos pessoa ai-

guma.VOVÓ — Bem sei. bem sei; e me

sinto feliz por ser a vovó^Ê de tio bons netinhos. En-

tretanto, vamos deixar demodernismos e fazer comose faz.a no tempo de ou-tróra em que os netos beijavani as mãos das avós.

NETINHA — Pois eu beijo...(Beija-lhe a mão).

NETINHO — E eu tambem...(Beija-lhe a mão).

VOVÓ — Deus os faça felizes...NETINHA — Amen, vovó! ..NETINHO— Felizes e... engraça-

dos...VOVÓ — Engraçados ?'.... Por

que?...NETINHO — Porque vamos tomar

parte na representa-ção de uma comédiano colégio...

NETINHA — E, se não tivermosgraça, será.. uma

desgraça, não acha ?VOVÓ — Nâo exagerem. Desgraça

é uma coisa triste e, mui-tas vezes, a graça dc cer-tos "cômicos" é... nãoterem graça alguma.

NETINHO — Mas nós queremos tergraça...

NETINHA — h" havemos de tê-la,verá..

VOVÓ — Isso é conforme... Se acomédia nâo tiver graça.não serão vocês que lh'a

darão.NETINHO — Vamos fazer o possi-

vel. Eu já sei meupapel de cór.

NETINHA — E eu tambem já de-corei o meu.

VOVÓ — E outro engano de vocêse de muita "gente bôa" deteatro, pensar que saber opapel de cór é saber re-presentá lo...

NETINHO — Pois não é assim?.NETINHA — Quem sabe o papel de

cór não se atrapalha

O TICO-TICO

mmmá.Eustar^io Wanderley

_í@y^v^ My x"~~~ /.

VOVÓ — Não se atrapalha, mas...se atropela. E' bem verda-de que "saber bem" seupapel, sem esperar pelo"ponto", é uma grandecoisa; porém o principal ésaber "viver" a persona-gem com toda a naturali-dade. Dar as inflexões jus-• tas â voz...

NETINHO — E a vovó já represen-tou?

VOVÓ — Já, sim. Exatamente comovocês hoje, quando eu eramocinha, representei nocolégio onde estudava, eera aplaudida !

NETINHA — Quem me dera» ternascido nesse tempo,

para vêr a vovó em cena!...

VOVÓ — Se você tivesse nascidonaquele tempo, não seriaminha neta. .

NETINHO — Não seria sua neta?!...NETINHA — E que seria eu, en-

tão?!...VOVÓ — Seria, talvez... minha

avó...NETINHA — (Rindo). Ai. que

graça!... Eu vovó davovó!...

VOVÓ — Nâo. Você seria vovó dasua neta... que seria eu!...Verdadeira comédia ..

NETINHO — E. por falar nisso,a coméc1 a que vamosrepresentar no cole-gio tem tambem umavovó...

NETINHA — Tal e qual como a se-nhora...

VOVÓ — E quem vai fazer o papeldessa vovó... é algumamenina?!. . .

NETINHO — Não. E' uma profes-sora, que representaconosco.

NETINHA — E representa tâo bemque parece mesmouma velhinha.

VOVÓ — Assim é que está certo.Os professores devem re-presentar com os seus alu-nos para os animar, parapara os guiar. . Seria ri-diculo se o pcoel de umavelha avosinha fosse de-sempenhado por umacriança...

NETINHO — Nio tinha graça ai-guma...

NETINHA — Ninguém acreditavaque ela fosse mesmo,

avó das outras... colegas..VOVÓ — Justamente. Nio havia"verdade". E, como o tea-

'ro deve dar, o mais pos-s'vel, "a ilusão da verda-de", ai falhava essa ilusão.

NETINHO"— Apoiado, vovó. Nanossa comédia a vovó,como a senhora, s_acha bom "o tem-pode outróra..."

NETINHA— E nós repetimos:"Tempo bom é o deagora..."

VOVÓ — Estou de acordo com vo-eés; embora ache que ou-tróra havia tambem mui-ta coisa bôa...

NETINHO — Isso eu não seiporque nâo era dessetempo...

NETINHA - Nem euVOVÓ — Mas eu fui, e sei. Tinha-

se mais calma, gosava-sede mais sossego...NETINHO- Pudera!... Nâo ha-

v'a automóveis...VOVÓ — Mas havia "diligencias..."

e muito boas!.. .NETINHA — Tio boas que levavam

uma semana para iremdo Rio a São Paulo!...

NETINHO — Quando hoje se vaide avião, em umahora!...

NETINHA — Quando a senhora eramenina havia telefo-nes?

VOVÓ — Não. Em compensação nâohavia tambem os "trotes"que hoje se dio pelo tele-fone...

NETINHO-E cinema?... Ha-via?...

VOVÓ — Nio. Havia, entretanto,boas lanternas mágicas,cosmoramas e um ótimoteatro...

NETINHA — Hoje tambem hi tea-tro e muito bom.

NETINHO— O do nosso . colégio,por exemplo.

VOVÓ - (Sorrindo). Nâo duvido,mas eu me refiro a tei-tro... de verdade...

NETINHA — E a senhora pensaque o do nosso cole-gio é... de menti-ra?...

VOVÓ — Não digo isso. Creio ape-nas, que é um te_trinho...de brinquedo.

NETINHO — De brinquedo, nâo,senhora. O nosso en-saiador não brinca, eestá sempre nos di-zendo: — "Vocês, pa-ra representar, sâo...um caso sério .."

VOVÓ — Quero crer que êle temtoda a razão...

'NtTlNIKl. — K tem sim, porque,mesmo as comédias ecenas cômicas, nós le-vamos... muito a sé-no. ..

VOVÓ — E assim é que deve ser;não exagerando, entretan-to, ao ponto de fazeremo público chorar nas co-médias... para rir, e dargargalhadas nas cenas pa-téticas...

NETINHO — Isso é que não. Nósnão representamoscoisas patéticas, nemde longe...

NETINHA — E, por falar em "delonge", vovó, no seutempo havia televi-são?...

VOVÓ — Nâo. Nâo havia.NETINHO — E havia raios X?.VOVÓ — Não. E nem por isso

a gente ¦ morria mais doque hoje...

NETINHA — E' que havia menosgente para morrer doque há hoje.

NETINHO — h no seu tempo, vovó,havia telégrafo semfio?...

VOVÓ — Nâo... Infelizmente nãohavia...

NETINHA— Es ti vendo, entâo?Se era bom seu tempode outróra, melhorainda é o tempo deagora. (Vai acionar oaparelho de rádio aofundo). E rádio?...

NETINHO — E geladeira elétrica,"frigidaire" havia noseu tempo, senhoravovó?

VOVÓ — Tambem nao havia. Re-conheço que hoje há maisconforto, mais comodida-de... (O rádio começa airradiar um alegre trechomusical).

NETINHA — E mais alegria tam-beml... Vamos dan-

NETINHO.—Vamos!... Venhatambem vovó!... Mos-tre que é alegre eque, como outróra.havendo saúde e pazde espírito, bom tem-po é tambem o deagora! (Faz uma rodacom a irmã e a vovó,dansando os três alelír.mentt. ao som dorádio).

20 JUNHO - 1943

P_^°£____- (gXsXLî a^^fl1It§m

[PESSOAL/ LA" NO MAMOEIRO MA' UM ,\ jf MAMÃO MADURINHO; QUEM pEGAR. I_A: PRIMEIRO, TEM DIREITO A METADE^

VALEU?...

O PRETO AINDA VEM. MUITO LONGE, jO MAMÃO SERÁ SO SARA NOS DOIS

-~~__n. -<^ m .____, ^ __&_tro—43

-.»¦» —-'H **"i»i I I nriii r***** -*¦ *¦***,* _ -

21JUNHO-1943 O TICO-TICO

PARA O SEU' GALINHEIRO

7TWi~T

Ü

SM w ^iV ^^^ te// A Y^ À\M fhtâiíà '$5/^X. ^Jit w\ J.~JY

&Esm \J^ Im^y^p 7-í^SCf V *^x^Z^ ******

fJ1^?^^ \^^^^^&^^^ ^/t^^7^^> JÈúSm^^^^ ^^^^^^^^l c* -x\^^4wmm^wM $Hmf%^ §m^^__m ^^^_n^^<^\

<tA mm^ «» | ****** ^^ M|MODO DE AKMAR

Cole em cartolina apenas uma face de cada figura.

Depois de recortar cole, então, no lado oposto, a face que

lhe corresponde, de modo que as bordas combinem.

Aquelas partes com entalhe devem ser adaptadas aos

entalhes das bases-das figuras, ficando perpendiculares a

estas e permitindo as aves do seu galinheiro ficarem dc pé.

aliAMIÇO VELHO,ESTAMOS NUMAMlSERIAjMALUCA » HOJE NÃO ARRANJEI UH ___CENTAVO '

i—^SE PUDÉSSEMOS 1VENDER ESTC NOSSO)

^C^E^REln^/^y»1 ÍCiP

QUE ESTA" _A_EJ._r.DODESCOBRIR O VIRAIATA?

UMAs0K\ HINAfe^Vl DE o

UE TESTOU SENTINDO CHEIRODE PETROIJEO-, VA. VER_

QUE NO NOSSO QUINTAL HAUMA MIN__.DE PETRO\.EO!

«3.

EUREKA'. O VIRALATA DESCQBglaPETRÓLEO NO-UOSSO^QUIhJTAL

EU NAOhe crti.noEUREKAu0 iM

__£ ^«v ám 9L

CHl' PETRÓLEO OOÍBOH .E JA' VEMENSARPAFADO

7

OUV/I DI2E.R 3.UE O PANDAEE-CO DESCOBRIU PETPOLEO

S__üTERRENO-VOUCONP&VLO___fi__r

TOR QUAHTO ME VENDE SUA CASA)SR F-NI-VREGO'? 7-___ nA'q _ VENDER- P0«

^^^rtlNHEiRQ Si® EhT

mmm\m-i !t^ \l*ÜB \\mã' ^_r^

QUE ESTA QUERENDOCAVAR O VIRALATA0

T _/

VENDEMOS NOSSA CASA E VAMOSPARA BEH LONGE,PARACHO&UE r

NAO HAVIAOUTRO

REMÉDIO1>

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Mui t^ ' 4/XrWiAe^

(l_v/J^^

, ESTOU ESTRANHANDO QUE O

j VIBAIATA N&O NOS OU IZ_I SEGUIR f \C__HCERO I

UE' ...O VIPALATA VE.O NOS

ALCAN^AC' ELE DESCOBCIO,NÁO FDI PETRÓLEO, HASUM OSSO [ n_T

JU<? *p ilõn

O TICO-TICO 24 JUNHO 1943

CAPRICHOS DA NATUREZA = por Bob StewardO "cervo voador" conto chamam na Europa¦ ««te coleòptero, voa cem tanta forçaque é capai de quebrar vidraças, quandoesbarra em Janelas fechadas.

*-¦

I \<^V f^. ¦/£<# (lo tantas t tio varuHlas at oapécloa >JI\\ ,\ y . Âa ylrtrM

Alfunj animais come 40 melutces que vivem pele munde jjjÊII \ //*—V, -"*¦ » y, l/L^^*—" Sliji'^'

"estrela do mar" u«m tanta qu,, so as espécies, bem estudadas petos ^^e^^a\mmWl. \J , I //A~- ,s^^~^\ / \A^^±*-^^SZ^*mm**^^~\

capacidade vital que nie naturalistas, vio alem da llll. ^—«T5JÍ«a1 ^sB^VVl / JL /-aair^ \. i J^at^^^^^^ÍLm*^^^^ I m,,rim n*m quando tio ^^^^T^trSfllímW^^^^^

poli a seu pelcn contem ¦63/^ ™

^^>-"~ T~ WjamfV'' íPl^B' A\ r^.àB Os crustáceo» seo ellmentos perigosos nos míaes

terrivelmente amaria. Rs^B &Ü&ittÍm^BE$^^^)£f'" \ J * WefwlMeellie a cemldereda uma das I, ^lÉS Wv/IaV .^BBmW Yv. ^atffl ""*' d* r•',r•<,uvi,, desae» enlmais, acumulam-se¦ 1 i 1 *_*¦>¦_—11¦¦ 1 V~ q» *\W/>'^

íLmÈÊ m*'#rM • ma'* ««travagantt* flores V// E^i/yf' .edmfl V JÍ *m Í,U orí*n,smo substancias multo tóxicas

0W^ ^^^^^"""^M

^5,/ ^^^^^B ^Bmmmmí^ ^S*s^__ bem i»4SS ríflftM novadai ^^ I wmmmsBiÈ ¦ áBlfl mmmr^^^'^''mmmmu\/f Mwk ^

I I ^n<^ yÇ , r-, d - '.g-1 I / slo associações de grande número ""ísfc^.. ^^X^ÍT

"^^--^ %£^. ^^ /\j£- lÍL y/ ^&'- traiido -mH v»«t«, h *ub*,i*nci-,* f/jh

25O TICO-TICO JUNHO -1943

HISTORIA DO LIVROA

ias

JNVENÇÃO do papele da imprensa permitiu adivulgação das ciênciasletras.

A facilidade de impressãoanimou os escritores e cientis-ias, aumentando o númerode livros, que, se tornandomais baratos, tornararmse po-pulo.O primeiro livro impresso comtipos móveis de metal foi aBíblia, na cidade de Mogúnciaem 1455. Existe na BibliotecaNacional de Lisboa um exem-plar dessa obra. Em Portugalencontra-se o Pentaíeuco, quedata de 1487 e do qual há doisexemplares, um em Oxford,outro no Museu Britânico deLondres.

Ne século XV ficaramcélebres os-impressores EliezerToledano, Eliezer Alemtangi,Orías e Foríeiro. E' deste pe-riodo o Breviário Bracarense,impresso na cidade de Braga,em 1494.A Biblioteca Nacional do Riode Janeiro possue o Missal

DOIS RA

Bracarense, em latim, impressoem Lisboa, em 1498, por Nicolauda Saxônia. Na Inglaterra, oprimeiro livro editado datade 1477, e foi impresso porGuilherme Caxton.

Os primeiros livros impressoseram de grande formato, porquea isto obrigava o tamanho dostipos.

Depois do século XV come-çaram a aparecer livros detodos os tamanhos e formatos.O primeiro livro com ilustra-cões intercaladas no texto foi

Pedro Woeriol gravou os pri-meiros desenhos em cobre, parailustrar os Emblemas, livro deGeorgette de Monlenay. Isto foiieito na cidade francesa deLyon.

Os livros em que os cientistas,escritores e poetas expunhamsuas idéias correram mundo.

Muitos deles, como as Viagensde Marco Polo, influíram noshomens do seu tempo.

Sabe-se que Cristóvão Colomboe outros descobridores inspira-ram-se nesse livro e em outros,

que pregavam a redondeza daTerra, a existência de outroscontinentes, a leste e a oeste daEuropa.

LIVROS

o volume das Meditações deTorquemada, impresso porUlrich Hahn, em Roma, em 1467.A partir de 1485 tornou-secomum ilustrar os lêxtos doslivros, com desenhos em relevoem placas de buxo, madeirafácil de ser trabalhada. Em 1566,

TOS DE EXP

âíWA^W

MARCO PÓLO

EDIENTE".SAEEE

rjl-l ^-rí^m^CP l

-

O JORNAL A R I O S T OESPINHEIRA

Especial para O TIC

As fantasias contadas pormuitos livros despertaram o

- desejo de aventuras, o interesse

pelas viagens e 'expedições,

animando os descobridores a

empreenderem viagens.

São os livros que nos permitemadquirir conhecimentos noves,ter ciência dos fatos da vidados povos, reproduzir novasedições de obras antigas.

Além do livro, a imprensa fo:aplicada no jornal, que apare-ceu no século XIX.

O primeiro jornal brasileirofoi a Gazeta do Rio deJaneiro, redigida por freiTibúrcio da Rocha, oficial da

Secretaria dos Negócios Estran-

geiros e da Guerra.

Esse jornal era impresso naImprensa Regia, em 1808.

Um dos mais antigos jornaisdo mundo é o Times (pronun-cia-se Táimes), publicado emLondres desde 1788.

O Temps (pronuncia-se Tâm),de Paris, foi fundado em 1829

O-TICO) ILUSTRAÇÕES DO AUTOR

O jornal mais antigo daAmérica do Sul é o Diáriode Pernambuco, e data de 1825.

vendidos á tarde, os ves-

pertinos.Além dos jornais, são impressasrevistas, geralmente ilustradascom muitas gravuras, foiegrafias e desenhos, mais levesem sua leitura que os jornais,que servem para divulgarnotícias, idéias e comentários.

Há tambem jornais e revistasinfantis, isto é, desiinadas àscrianças, como o nosso TICO--TICO, a mais antiga dasrevistas infantis brasileiras, con-iando trinta e sete anos deexistência.

CRISTÓVÃO COLOMBO

O Jornal do Comer-cio, do Rio de Janen^,foi criado em 182ó.

O Correio Paulistano,o mais antigo jornalda capital paulista, foifundado em 1854.

Há jornais que saem

pela manhã, e porisso são chamadosmatutinos,- outros são

O !.o JORNAL BRASILEIRO FOIIMPRESSO EM 1808, NO

RIO DE JANEIRO

NUM INSTANTE ACHOU FORÇA

O T i CO -T ICO 26 JUNHO 1943 27JUNHO 1943O TI CO -T

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* " cí**

Cana de açúcar-.

— Nos séculos XVI e XVil eucana de açúcar, mandei no Brasd.Marfim Afonso de Souza me trouxe

para esta abençoada terra. Os per-nambucanos fizeram fortuna a minhacusta e tão importante eu sou que,para cuidar-de-mim, centenas e cen-tenas de negros foram trazidos daÁfrica.

Mas um dia. cescobriram oouro

O TI CO-TiCO

A COMQOISTfl PflSO Ouro:

— Ouro! Como refulge e atrai omeu nome! Como eu sou forte!

Uma vez — faz anos — alguémdisse: "Há ouro no sertão do Brasil"!E, logo, de serra em serra, de valeem vale, de quebrada em quebrada,o grito ecoou, soberbo e triunfanteiE, como um chamado imperioso, ficouvibrando em todas as almas, levan-tando ambições, movimentando asbandeiras.

Mandei eu, cana de açúcar, nãotu!

Século XVII,.. século XVIII... Es-condo-me nas çjròtas mais profundas,nos ínvios sertões intransponíveis — eatrás de mim correm os homens, só-fregos, olhos faiscando de cobiça.Por mim, só por mim. BartolomeuBueno da Silva semeia de cidades osertão de Goiás, Borba Gato fazbrotar Sabará do deserto e PascoalMoreira caminha, caminha até meencontrar em Cuiabá!

Eu, eu, *__., tw-fc, sou mais forteque tudo, mais forte que a glória,mais forfe que a própria vida. Pormim os homens lutam, matam,, devoram-se, estraçalham-se!

kio das Mortes... rio Veiinallio...mata da Traição... C^uem deu essesnomes? Eu! Quem atiçou a luta, jo-gando uns contra os outros Emboa-oas e portugueses? - Eu!

Cana de açúcar:

Mas tu és o Mal! Tu és o De-mônio!. Ouro: teus veios estão tintosde sangue!

Eu, não! Os homens não deliram

por minha causa, mas, em troca, ascrianças estendem-me os braços,(puando as mamães se esquecem demim, já reparaste na graça, no en-canto, com que os pedacinhos^degente me chamam?: — Ç>ué!o açu-ca, mamãe!"

Ouro (rindo):Que doçura!-.. Faies Corno o

morcego, cana: mordes e assoprasAdoças com o açúcar o café que_ohomem bebe e depois... quando dern/va fâ fermenta^ u bmanaia* ^vn\o álcool.

Cana:

Mas... nunca! Eu dou ao ho-homem o álcool para que êle o usena indústria, na medicina, na higie-ne... Nãç é minha a culpa se algunstolos se envenenam com êle.

Ouro:

bem; tua vida é banal e nãome interessa. Fizeste dos homens agri-cultores, enraizados ao solo, e eu,oh! eu fiz aventureiros, criei heróis.Os bandeirantes que correram atrásde mim, ir

^^^^^^^^^^^^™~Wi ^^ i^iHIuUiniUMB^— miHTMl_B"Myr

28 JUNHO-1943

TERRAS DO BRASIL DE L. P. SILVEIRADE LEMOS

car, não foram homens: foram super-homens! E sabes o que, por mim, elesfizeram? Sabes? Ouve: Por mim elesampliaram, até o infinjto, as frontei-ras do Brasi). Essa terra formidável,

que para o ocidente se desdobre porSao Paulo, Goiás, Mato Grosso,Amazonas, até o Paraguai, até o Ma-deira, até o Javarí, essa terra gene-rosa, conquistada, palmo a palmo,pelo bandeirante, é minha, só minha!Porque fui eu, foi a sedução domeu brilho-què atraiu o homem, como

um ímã, para o oeste. Só Eu!

Um jesuito (entra, interrompendo,

e diz suavemente):

Só tu, ouro? E' bem verdade

o que se diz: presunção e água ben-ta, cada um toma o que quer. . .

Esqueces os criadores de gadoque, atrás de pastagens para seu re-

banho, foram também, palmo a joal-mo, conquistando a terra. E esquecesmeus irmãos, os jesuitas que inunda-ram as margens do Amazonas demissões. E o sul do Brasil? Tam-^t-m até lá eles chegaram, os jesuitas,não para espalhar o ódio, mas paralevar ao índia a palavra de Deus, apalavra de paz

Ciador de gado (que fcntrára pouco antes):

E' certo. E fizeste muito mais

que isso, jesuíta: instruiste o Brasil.

Cana:

E' verdade... Quantos colégios

fundaram os jesuitas!

Criador de gado:

E fundando colégios, fizeram

a grandeza da Pátria.

JUNHO -1943

Cana:

Nós todos fizemos a grandezado Brasil- E o Brasil agradece ao. . .

(aponta para o ouro, que diz, ime-

diatamente):

Ouro:

— .... Bandeirante

Cana:

... aos (aponta para ocriador de gado, que acrescenta

logo):

Criador/de gado:

Cana:

. . e aos . (aponta para o

jesuíta que completa, em seguimento):

Jesuita:

jesuitas .

Cana (voltando-se para. a assistên-cia :

a todos os três, o presenteque lhe deram, de um território . .

Todos (em uníssono, pausadamen-te, mas com força e entusiasmo):

criadores de gado . colossa I!

i'. Asltâiyi ________¦_¦ H

29

—rruam-CSaC^H

O TICO-TICO

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>^_ /// ,;3^^S_Ífi: !ÉM^ÍN3i

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New rios do interior os _»- •*¦ ^ 1 \ ./!<_

C^ //*/y indígenas pescam ~7 ^ >>!!*"¦ . - yjvíl — -~n )//

com arco e ílexa. X ~"————¦""""^

Toda a costa doBrasil, no Atlântico,é povoada dc peixes.( VEK O TEXTOEM OUTRO LOCALNESTA EDIÇÃO )

Pescadores de regresso.O peixe que está na va-ra é o "Jahú". (de

água doce)

A sardinna é aliundan-te nas costas brasi-

leiras.

Um dos peixes de mar mais apre-ciados, a CORVINA. Redução de

1/6 do tamanho natural. 3^^§gi

- <£L /* \-<r,. ^s^a^" ^^^Sr

O Pirarucu é o baca-lháu brasileiro. E'abundante nos rios

da Amazônia, sen-do uma das rique-zas naturais do

pais.

A HISTORIA DE JESUSCONTADA AS CRIANÇAS

A TEMPESTADE ABRANDADA

(Adapt de Mons. MAGALDI)

mWmm/ A

___£_! Ttf*_|, .. a^i-fii ,,J^*J'

(Continuação)

£/?A um dia de maravilhosa be-

leza. No céu azul puríssimo,iam os raios rubros — ouro do sola morrer além dos montes, dandoà natureza inteira, um quê de me-lancólico que convidava ao reco-Ihimento e à prece.

Jesus, junto ao lago de Thibe-riades, chamou os discípulos, su-biu em uma barca e mandou remarao largo, dizendo:"Vamos

para _ outra margem."E lá se foram sobre as ondas

levemente encrespadas. Na traves-sia Jesus adormeceu. De-repentesoprou rijo o vento, as águas seagitaram, o céu se cobriu de nú-vens e a mais terrível das tempes-tmdes ameaçou tragar o barco emque Jesus continuava a dormir nomeio da consternação dos discípu-los. Mas o pavor foi tão grandeque resolveram acordá-lo.

"Mestre, salvai-nosl Estamosperdidos". E Êle, levantando-setranqüilo e sereno, mandou aovento e as ondas que se acalmas-sem. E a tempestade abrandou, eo lago tornou-se calmo, e serenouo céu.

E Jesus dirigindo-se aos discí-pulos disse-lhes, censurando-os:

"Por que temer, gente depouca fé"?

E eles, maravilhados, murmura-ram: — "Quem é este que mandano vento e no mar, e é obedecido"?

Cada página do Evangelho fazlembrar o que se passa na nossavida, nâo é verdade? Muitas vezesnós mesmos nos sentimos cansa-

O PEIXEO PEIXE é uma

do Brasil. Há, no linosso pais, uma imencomparável à riquezaespécies animais,o nosso território, comde peixes, a décimanhecidas em todo o

(OKI®)

(VÉR A PÁGINAANTERIOR)

daa riquezas naturaistoral e nos rios dosa riqueza de peixes,da fauna, isto é, deNoi rios que possuetam-se 1.800 espéciesparte das espécies co-inundo.

Pela costa do Brasil a pesca é uma das fôrmas habituais detrabalho, e milhões de patrícios nossos vivem desse mister,

O peixe é um alimento bom, saudável e nutritivo, próprio aosdoentes, mas sua carne deve ser comida quando esteja bem fresca,isto é, não tenha passado muito tempo desde que o peixe foi pescado,A carne do peixe é branca, geralmente. (O salmão é peixe de carnevermelha).

. O Brasil possue em seus rios peixes que não existem emoutros países. O Pirarucu é um deles. E' grande, fornido de carnec esta tem melhor sabor que o bacalhau, que vem das costas no-rueguesas.

A piranha é um peixe que se faz notável pela sua voracidade:seus dentes são como navalhas. Vive nos rios Tocantins, Ara-guaia e outros daquela região.

O peixe, como ficou dito, é uma riqueza nacional. A indústriada pesca e dos seus derivados (peixes enlatados, etc.) é uma dasmais florescentes no Brasil.

dos de lutar e de sofrer, e lança-mos ao céu esse brado:

— "Salvai-nos, Senhor! Sem Vó$.estamos perdidos"!

Oh! seja sempre este • nossobrado na hora do sofrimento e doperigo, e Deus virá em nosso au-xílio, sempre e sempre!

(Continua)

LIVROS

A INSTRUÇÃODA INFÂNCIA

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A PR^Ç-OS MÓDICOS QUEINTERESSAM AS CRIANÇASE FACILITAM OS MESTRES.

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A/0 OE JANflRQ

Fomos distinguidos pelo Sr. Ca-

pitão Moacyr Fayão de AbreuGomes, brilhante figura do nossoExército, com uma visita na qualnos ofereceu exemplares dos seustrabalhos "Manual de InstruçãoPré-Militar", e "Planos de Orga-nização da Juventude Brasileira".

O primeiro é uma separata doexcelente volume de autoria desseoficial "O livro da Juventude", de

que O TICO-TICO transcreveu,em sua edição de Abril último, umbonito capítulo:

"O menino quesalvou a Bandeira".

PEDIMOS AOS NOSSOS CONCOR-RENTES QUE ENDERECEM DESTAFÔRMA AS SUAS CARTAS COM AS

SOLUÇÕES DOS CONCURSOS:* À Redação d'0 TICO-TICO — (Nos-

sos Concursos)Rua Senador Dantas, 15 — 5."

RIO DE JANEIRO

FAÇA UM ÁLBUM COM- AS PAGINAS "NAÇÕES AMERICANAS'

Junho — 1943 — 34 O TICO-TICO

___L tios«o«concursosJ3%•

Recebem-se as soluções até o dia 15 do mês se-guinte. Cada concurso corresponde a 5 prêmios. Osleitores podem concorrer a todos e mandar juntastodas as soluções, mas só pôde o mesmo leitor serpremiado em um concurso de cada vez.

CONCURSO N.° 82

BIÍíj V \\\V ÉllllllilmÊÊÊK^ 3 m

miõ ^^mi 1** Jy?»W

Este concurso consiste em reconstituir um medalhão partido que encerra uma grandeverdade. Cole a solução em folha de bloco, assine, ponha seu endereço e mande a"O TICO-TICO". Faça o mesmo com as demais soluções. O endereço deve ser

completo e bem claro. Reúna só os seis recortes brancos.

CONCURSO N.° 84

YyXyrrin-in^ ,**» ^ i\ —iw—U— \ y

^¥r ylEr* \

CONCURSO N.» 85

Aqui está um bonito e acertado pensa-mento de Jacinto Benavente, escritor es-panhol. Mas... o linotipista não botou asvogais?! Você poderá fazê-lo. E man-de-nos o pensamento completo, depois deter meditado sobre êle:

CHAVES

Horizontais: 1 — Para escrever; 4 —

Fazer dormir o irmãozinho; 5 — Fruta.

Verticais: 1 — Para pescar; 2 — Ma-deira; 3 — Acidente geográfico.

"P — NS — R GR — ND — ftS — M — LH — R

PR — T — XT — P — R —F — Z — R — SP —

N —8".

I—C—NT- B-N-V-NT—

Mande a solução em folha inteira de

bloco, com seu nome e endereço completo.

ii'..

¦*¦¦ ¦¦ »— '

Leia no próxl-mo número

A HISTORIADA BALEIA

e dè boas gar-galhadas.

CONCURSO N.° 83

C |H |_Mil

Q | f|U | | l||

N | ~HT -I Oli ICOMPLETE AS" PALAVRAS HO-

RIZONTAIS, .QUE DEVEM TERESTAS SIGNIFICAÇÕES.

Querida — espaço de tempo — remédio —

tem vontade — valioso — para pescar —coisa nenhuma — este dia — instrumentomusical.

•COLE OU ESCREVA AS SOLU-COES EM FOLHAS DE BLOCO

JÍ^O- s. diga•que eu lhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE

ALEXANDREPARA A BELLEZA DOSCABELL0S.6 CONTRACABELIOS BRANCOS

COLE OU ESCREVA AS SOLUÇÕES EM FOLHAS* INTEIRAS DE BLOCO

0 TICO-TICO " ~# - Junho — 1943

<?c€j_concurso»A publicação dos nomes dos premiados é feita

duas edições após. Os prêmios são livros e são re-metidos pelo Correio, sendo preciso virem os nomese endereço completos.

PREMIADOS NOS CONCURSOS DE ABRIL

NO CONCURSO N.° 74

Maricne Santos Nogueira —Rua Sampaio Ferraz, 8 —ap. 601 — Tijuca —Rio.

Eunice Conceição Gehrke — Rua Vise. de Maçar, 219 — Curitiba — Paraná.

Dolores Mendes — Rua D. Pedro II, 56 — Joinvile — Sta. Catarina.

Jtalo Saísse — Rua Nilo Peçanha, 18 — Rio Bonito — E. do Rio — (E. F. L.).

André da Graça Lima — Sacramento — E. F. Mojiana — Minas Gerais.

NO CONCURSO N.° 75

Lia de Barros Silvestre — Estação de Morro Alto — Minas Gerais (E. F. L.).Silvio Ferreira Calçada — Rua Glicério, 301 — S. 'Paulo — E. S. Paulo.Plavius Vinícius _". Araújo — Rua Marcilio Dias, 1445 — Bagé — R. G. Sul.Armando da Fonseca Caruso — Travessa São Feliciano, 64 — Niterói — E. Rio.Nilde Oliveira Herscn — Rua Amoroso Costa, 10 — Tijuca — Rio.

NO CONCURSO N.° 76

Geraldo Memicci — Rua Vise. de Pirajá, 509 — casa 3 — Ipanema — Rio.Armando Vieira — Mercado Municipal, Banca n.° 9 — Porto Alegre - R. G. Sul.Vira Azevedo — Rua das Acácias, 44 — ap. 1 — Rio.João Queirós — Rua da Conceição, 63 — ap. 61 — S. Paulo — E_t. de. S. Paulo.Helcio Leite Movais — Rua Antônio Cardoso, 222 — Passa Quatro - M. Gerais.

NO CONCURSO N.° 77

Maria Fctzner — Rua Zamenhof, 105 — Porto Alegre — R. G. Sul.Oscar Teixeira Silva — Rua Saturnino de Padua, 435 — Lavras — Minas Gerais.Yara Amazonas — Av. Conselheiro Nébias, 596 — Santos — S. Paulo.Leopoldo F. Quadra — Av. Paulo de Frontin, 763 — Rio de Janeiro.Carlos Diniz Henriques — Rua Major Demon. 51 — Rio.

O PRÊMIO DESTE MÊSOs concorrentes cujos nomes apa-

recém na relação acima, foram pre-miados por sorte, com um exemplardo lindo [ivro "As Caçadas de Pe-drinho", de Monteiro Lobato, ediçãoda Cia. Editora Nacional (rua dosGusmões, 639 — S. Paulo) repre-sentada nesta Capital pela LivrariaCivilização Brasileira. (Rua do Ou-vidor, 94).

Este livro, custa, com bonita e só-lida encadernação, 10 cruzeiros.

próxima númeroVeja, no próximo número, entreoutras coisas boas :História da baleia • Trôs sapos• Passatempos curiosos • Aambição do Macaco • Históriadas bibliotecas • Magia ao seualcance • Jogo matemático •Vamos ao circo? (para armar) •A abelha • O castelo do mágico.

Esta foi boa...Um homem pediu para ser carteiro.

O senhor sabe ler? — perguntaram-lhe na agência do correio.I^ír?! Valha a verdade ainda não sei... Mas quando for

nomeado terei de ver tantas letras, tantas... que, na certa, empouco tempo, estarei lendo por cima, de cor e salteado.

SOLUÇÕES DOS CONCURSOS DE ABRIL

DO CONCURSON.° 74

DO CONCURSO

Linha n.° 1 — TangenteLinha n.° 2 — DiâmetroLinha n.° 3 — RaioLinha n.° 4 — FlexaLinha n.° 5 — CordaLinha n.° 6 — Secante

N.° 75

m DO CONCURSON.° 76

DO CONCURSON.° 77 • At?9 •"

9 •/

TOSSE?

C0DEIN0LNUNCA FALHA

PREFERIDO PELAS CRIANÇASPOR SER DE GOSTO AGRADA-

VEL

PREFERIDO PELOS MÉDICOSPOR SER DE EFEITO SEGURO

PREFERIDO POR TODOS, PORSER O REMÉDIO QUE

ALIVIA, ACALMA E CURA

Infalível contra resfriados, asma ebronquites

VEJA NO PRÓXIMO NUMERO, "O CASTELO DO MÁGICO

Junho — 1943 — 33 — O TICO-TICO

AVES E PÁSSAROSDO BRASIL

JOAQUIM SILVEIRA TOMAZ

— A EMA —

^J^jJJJA "*** *^r'*

A ema, nhandú ou xurí é uma ave latino-americana. No Brasil,tem por "habitat" os estados do sul, parte de Minas e Mato

Grosso e Goiáz.Hoje em dia, no entanto, poucas por ali se vê. A caçada desen-

freada, para lhe tirar as penas, tem acabado com elas.A ema, chamada pelos ornitologistas de rhea americana, é o

avestruz do nosso continente. Pertencem elas à ordem dos rei-formes, têm três dedos em cada pé e o corpo ovóide. O mais curió-so de tudo é que têm dentes: cinco na mandibula superior e trêsna inferior.

Pesam em média 40 quilos e tal como os avestruzes digerem,em seu estômago portentoso, até ferro I

A disposição dos olhos daema é tambem uma coisa no-tavel. Estão colocados do ladoda cabeça e não na dianteiracomo nos outros bichos, demodo que na corrida, elas tantoolham para frente como paratraz, sem precisar mover a ca-beca, coisa que facilita a fuga.Correm com um olho no perse-guidor, outro no caminho...

A caçada ao nhandú é íei--" ta por meio de "boleadoras",

que nada mais são do que bolas presas nas extremidadesde uma corda.

O caçador acompanha a bicha, a cavalo, é claro, poisque a pé ele não consegue alcançá-la ,e uma vez próxi-mo dela, lança a boleadora que se entrelaça nas pernasda ema, imobilizando-a.

Entre nós, como já disse, a caça dizimou um nú-mero colossal delas e a desaparição dessa preciosa aveestá muito próxima se não se tomarem medidas pro-tetoras.

Da ema somente as penas para espanadores e asplumas para ornamentos, são aproveitadas, pois a car-ne é, até certo ponto, desagradável ao paladar.

Sobre o xurí contam os aborígenes muitas lendas.

Numa delas, o xuri ou, ainda surí, foi desafiado pelosapo (!) para uma corrida rasa em campo liso. Acei-tou o desafio, certo de que venceria e na hora da cor-rida lá estava a bicharada toda para assistir a partida.Saíram. A ema logo toma a dianteira, mas por toda aparte onde passava, via um sapo saltando a seu lado.

Eram os companheiros do outro que, de acordo coma combinação prévia do astucioso, ali estavam, pelo ca-minho, para enganar o xurí.

Na meta da corrida, Junto ao poste do vencedor,de dentro de uma cuia, antes mesmo do nhandú che-gar, salta um sapo e grita:

— Pronto I Cheguei primeiro IFoi vencida a ema, porque todos os sapos eram

iguais e ela não tinha elementos para distingui-los.Vivem as emas aos bandos de oito, nove fêmeas e

um macho. Fazem ninhos no chão, onde todas põem esó o macho é quem choca... Este, pachorrentamente,ali fica os 42 dias da incubação e ail de quem se aproxl-mar do ninho para roubar-lhe um filho ou comer umovo I

raízes pdiidi* e cúbicasdos números i 1 30

Ral* RalaNúmero Quadrada Cúble*

1,00000 1,000001,41421 1,259921,73205 1,442242,00000 1,587402,23606 1,709972,44948 1.817122,64575 1,912952,82842 2,000003,00000 2.08008

10 3,16227 2,1544311 3,31662 2,223981. 3,46410 2,2894a13 3.60555 2,3513314 3,74165 2,4101415 3,87298 2,4662116 4,00000 2,5198417 4,12310 2,5712818 4,24264 2,6207419 4,35889 2,6684020 4,47213 2,7144121 4 58257 2,7589222 4,69041 2,8020323 4.79583 2,8438624 4,89897 2,8844925 5,00000 2,9240126 5,09901 2,9624927 5,19615 3,0000028 5,29150 3,0365829 5,38516 3.0723130 5,47782 3,10723

MAMÃE!Fa ç a tricô

COM AS LÀS

/^°"T-íoNs

nai mais belas cores da moda.

Fabricação do LAIICIO VARAM S/ARua Lopes Coutinho, 315

8. PAULO

O TICO-TICO — 34 — O TICO-TICO

1

i i iir",T1'

. - inSuU-Ul«ível ? *"°ocla alegria

Triot q.uc scmeia' nuemsabccompteen ^^^O

Brasil é a «**-*£ .ntrépido, ^\\^^v

*

ceram meus p» doce trai-H ulh0 da t***5*L vivo cercado P«-a bo orguin

nnde vivo humana. -.«—ti--ão c da simpatia g .^csti

meu amor. gcr brasüeiro P^° .^Uidade *•Orgutt-o-me

de ser contaglante g<?n.

<^

-.

I .¦'- *W^^S^_______.

JUNHO - 1943 35 O TICO-TICO

"O BRASIL ESPERAQUE CADA UM CUMPRA O SEU DEVER"

\y' I\sy=y

* i —" '.,

Bu (fmm $*mmwr Jrf'HiiL\

famo^sinal içado, a 11 de Junho, por ordem do Almirante Barroso, na memora-

vel baffelba naval de Riachuelo, e que teve o poder de galvanizar as energias dos

nossos,5*dando nos a Vitória, aqui está reproduzido junto ao pavilhão nacional.

Dentro das marítimas o sinal é hasteado sempre na verga, o que nâo poderiaser feiro aqui, sen^epará -Io da bandeira nacional, que por sua vez só pôde tremular no tope

do mastro, motivo^>rque nesta composição é apresentado na mesma adriça.

Os nossos lfl>res devem gravar bem nos seus corações a frase histórica, e seguir sempre

.Ia encerra, cumprindo sempre, cada um, o seu dever.

O I C O - T I C 36 JUNHO - 1943

PARA AS NOSSAS AMISUI-

NHAS RECORTAREM, COLAREM EM CARTOLI-

NA E VESTIREM PARA BRINCAR.

pájjiiT

m<§mioini.

^^ S[

/ /v»" • • • •/ \%

O TICO-TICO 37 JUNHO - 1943

CAPITANIA DA PARAÍBA

Quando, em 1630, pela segunda vês, os holandeses invadiram j Çj B^^^_^Z^-jl ji fcu5-^ Bfc—VfBo Brasil, visaram como pontos de ataque, as cidades de Q PVi_b^S __T"i*__fii^^_? ___S» '*_^^_ B4^_!jRecife e Olinda, ambas na então Província de Pernambuco. _3 E?^3mawz^^Sk

%Ê£%^S%(y y^ \ '*^^&mmírír ^"'"^"^ rí2r§á§§^^^5 *-^ governador daquela Província, Matias de Albuquerque,&êfjar^S'2íí6&ji&'' y \ ,

'^_P?«' "^a^mmmw^^^ desprovido quase de forças para combater os lacantes, poisjjgSr ^r^Sp > y \ f^Zi^. ^Ç^n -__S^^^^^^^ _^ a E*Panna --5"0 CUÍ° domínio o Brasil se acha\a, então) sendo

^y^S?' _W n «5^v_r__i^Ç5i7\ ~^^^ ^s^*** ^^y^ yí previamente avisada da invasSo, apenas llie remelera o parco'y^ S^*'

\\ \\y2mx$ll E ^^" yE^^y^/ auxilio de 3 caravelas, transportando 27 soldados (!) não^r y^ j üyi*S£Bm73'{ {*! ^*yZ ^&\&^^V deixou, contudo de promover a resistência.\ \\&£SÊÊí!m¥*' -^"^ f /

As> yAÈzwlÊtky^d-A n—7^ h&üter {a:(Ehr^^í^WJ^LV^ AMtí^imvi&mmWí^áS^\âbPS-_M^»i^^í^^^a^^twí^yyj^^4^H_i____^^i^^^^Hwí/ ° v^^éitmmu^^- ^

WÊÊmêêmPara esse fim, organisou

companhias de emboscada e fun-entre a capital pernambucana e a

idade de Olinda, o célebre arraial do Bom Jesus, não dando tréguasà perseguição aos invasores, impedindo a infiltração pelo interiordo pais e interceptando, até, por último, a comunicação entre asduas cidades ocupadas. O sistema de ataque empregado pelastropas de Matias de Albuquerque, era o de guerrilhas, o qualsurtiu bastante efeito, por ser desconhecidos para os holandeses

HENRIQUE DIAS, 0

^BS____JI''r;^JiB-K---K5^^Mi.liai tJ\ • ^^r^"nUm_ ii \ i VJlÍm* '-m\ / / // J9L /_! _P_Sf_^!?H^* *m 11 ¦

m^J^mWWmffí^&vÊmWÊ/WmiirVm_ràl V •'' * _Í_B^____SI Ir /'«r,-_l

Se, entretanto, Domingos Fer-nan.lcsCalabai, natural da cida-de de Porto Calvo, em Alagoas,por questões com Matias de Al-buquerque, não houvesse traídoos companheiros, passando-separa o lado dos invasores eraprovável que o domínio holan-dês não durasse, como o logroufazer, por 24 anos.

Ail

Senhores da situação os holandeses, guiados por Calabar, redobraram deaudácia, e, em pouco tempo, eram as tropas de Matias de Albuquerqueobrigadas a deixar todos os pontos ainda em nosso poder, ficando, assim, oterreno propicio pa> a a conquista dos invasores. Assim é que, abandonado

arraial do Bom Jesus, Matias jle_ AlF>uquerque, reunindo ura total de8.000 pessoas, entre homens, mu-lheres e creanças, emigra paraAlagoas, enquanto os ocupantes

I se estabeleciam em Pernambucoe invadiam o Rio Gran)

x do Norte,K\t_ãrT/L ^W —Nt<\

O TICO-TICO

kQdMhm \ itetíií_í_s_S\^__twLwmT>1J i uàn V'^^y^S^^amhmY^yZ^mmi^lmrZmW IV \_ - •tuLfl Pt * _P__^jC!ví^_=íj»«///iM<\ ^tjSZ^imWy^^|PT\. | \ \k +W3 ív^^t/^^^Ê^EEf^,riyEr\M

)àfàpvlr\5tf *VjTWlNHtf«_fi Ta^v&_^S_M\x<-R

\rf+AM \Pm KM \ VMpi(Aí^prj38 JUNHO -1943

_BPl \i o\ puniram com o merecido 'f J_S|» ^ ul_f|R'/ í_fiL B_ íLlftt *"â Ul8A V/

}E yA^*mA^ ÍBJ _»_^"J_f_V J^\_y _____ Independentes assim eiam .hamados os da insurreição era IVns _

> ./ ^Üy^JB^V-^ -_r A-.V_. _.// ^_H Liberdade". Para seu chefe fora eleito JoSo Fernandes Vieira. Na Campina

/^^b_SSf':> '„?___*„ T^i tmV __VW élàWk ^ Tatx>rda. em 1654. após uma guerra de 24 anos. toi assinado um a.iV.to,

rYm^'^ '^Ml I tW _J.£-_ 71*' %Jmr%aa\wÊ l*'0 <•"<" <* h013""^8 teriam que deixar imediatamente o solo brasileiro

/C*/ ÍJ kJá 'í

/A I /il ll^T I \i\~ J__kl_^^ Scu uomln'° esf»D_u-se desde o rio Sio Fraii.i_cu ao Estado d.. M..ianh3o.

JUNHO -1943 39 O TICO-TICO

QUADROS DA NOSSA HISTORIA(23)

íl REPÜBL1CI1AS

idéias republicanas, velhas aspi-rações brasileiras, não agitaram o

2.° reinado senão no fim, e isso graças ao

prestígio pessoal de D. Pedro II, cuja bon-

wuíá* *¦¦ mm mWmm

D. Pedro II• d»r •%• »r#*li étwrant-

Benjamim ConstantBotelho úm MagalhãesUm <» awtn.lp.lt flan*a-

«ra. *a «wUIm

X^ mtio HtuW, «aMaé* rfa»»^ AYâ^^-Am\^a\\m\\ 4w,\

^SS^*^^ **** R-^ÚMIU Ammmmm\\mfmy9mmmm. W^^^^^^^mm\\m\

^^^*"^w vfl Sbz \Ss\ mfmW yr^m\\ \\ ™ ¦ «i .afaAvSr' 'BP* %+jMar !m\ã\ 'jaaValk*

^«J^l ^N^» N. Alm. Saldanha 4a Clama Alm. Custodie 4* KMwf\jSfr \ yf ^V ClwlM ala mui ém Arme*, malta tilnnti i *• Utl

^^|3b Bfai T s * *mm\P&*í^^^úlllÈÈm B-aPU oaW

MarechalFloriano Peixoto

wtoatltulu Dua.r. na Pr».»l«Wnt<« «!¦ «««pública t¦ a.wa.t.M a a(Itat*. rtn.lu-tUnsrli ém* prtmmirmm t#m-

pa* r.aãiOIrnw.i

Proclamou-a o Marechal Deodoro daFonseca, & (rente das tropas, na manhã de15 de Novembro de 1889, e o primeiro átoda República foi exilar a Familia Imperial.

Pouco depois da implatação do novo re-gimen, não tardaram os desentendimentosentre os chefes, levando o país a lutas fratri-cidas, como as do federalismo, ho Rio Grandedo Sul, e a revolta da armada, em 1893, queagitaram o governo do marechal FlorianoPeixoto.

Posteriormente, o regime foi plenamen-te consolidado e, graças à ação do PresidenteVargas, o Brasil hoje progride e se impõe aorespeito das demais nações, no pleno vigordo regime republicano.

A República i proclamada polo MarechalManoel Deodoro da Forneça, no dia li do

Novembro de 1AK9

dade e modéstia sempre o tornaram ama-do dos brasileiros. Mas, quando o Impe-rador. velho, cançado e doente, já não

podia exercer a sua autoridade como de-via. a República não tardou.

JUNHO 1943

mm~~7BÊÊÊÊM Ml 11 ——————————

Afundamento do Javary nana bar», durante a revolta

40

do Oua-1891 Navio da guerra da

O TICO-TICO

/*_r_-___ia_Pi__JEll___i _r_r___* ______ __*_»__"__. distribuição, em plano horizontal, das terrasUUI. I Inf-LN 115 G llrlAfttS.-- E águas que formam a superfície terrestre.

0 C E A N 0 A R T I CO

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O TICO-TICO JUNHO - 1943

Aventuras de Zé Macaco

Faustina estreou um chapéu novo. Moderníssi-mo ! Era uma roda perfeita.

'Nessa elegância passouperto de um...

... ciclista que acabava de que- • -. Faustina teve uma idéia. Aproximou-se delabrar á roda trazeira da sua má- e começou a elogiar rasgadamente o chapéu. Faus-quina. Ao ver o chapéu da ... tina ficou tão. impressionada...

¦ ¦lili ¦¦! i| ¦ .¦¦-^¦¦n iH n.n n i l li i... ¦ i i i i» ¦¦¦ ¦¦¦_¦_»¦ ¦ l ¦¦ l l li i ¦ i ii.ii ¦¦ i .ií . . ¦_.y. ¦¦ ¦ ¦¦! i i i. i .i li

^EhLO! VAIS V£A? o ^-v Q\ mmmmmmma^

... que não opôs obstáculos em ceder o seuornamento...

... a tão distinto cavalheiro. Quando chegou em ... e depois, foi para a janela pensar nocasa contou o caso ao Zé Macaco... sucesso que estava fazendo.

^__^ .

Eis senão quando, o tal ciclista passou a todacarreira. Faustina...

... ao vê-lo, deu um grito. E ociclista...

... passou ostentando no lugar da roda trazeira, olindo chapéu da Faustina.

O TICO-TICO 42 JUNHO -1943

X-_. mrnifiiWm\ 7a»_^"^X '^aeaaaan _F

^r;.a _M aaaaaaa» __^ _._r^iP__r!_¦íl^^_•,» >/___r-»_^r *'.^^mr ^___r __r _^ _nr____r '¦ __r ^ ._r .___rA'ãAw ' A__r ___r__T'ar___r <'__r _^r-*'___r «"_^Vís^^ _-_Er__M

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AnoSeis mezes

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Numero avulso Cr $ 5.00 CAIXA POSTAL 880 -RIO

AVENTURAS DE CHIQUINHO

Chiquinho lera uma dessas histórias absurdas, as aventures, t tão entusiasmado ficou que logo pensou tm imitar js pro- Chiquinho não se incomodou, c aproveitando a auienciafenUstices de um til Homem Foguete. A ttl personagem, tzot daquele homem. Como sempre, chamou o Benjamin, dos peis, foi * c«s* de fogos do jeu "Polvon Sêc«", que cr*auxiliada por foguetes de grande potência, voava peloi e explicou-lhe o que ia fazer, mas o pretinho, que jempre um indivíduo lem escrúpulos, e que infringindo a> Icii nãoarei com a metma facilidade com que vôa um pássaro é vitima de tais experiências, desta vez teve mais juiso vacilou em vender-lhe quatro foguetes de grande poderou um «vido. disse que não queria saber de brincadeiras com fogo. explosivo por alguma meia dúzia de cruzeiros.

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Quando Chiquinho chegou em casa • prima Lili Mas, Chiquinho quando cisma de fazer uma cousa, Aí.foi a contai Dando um arranco formidável, os foguetesque já estiva ao par dc tudo, chamou-lhe faz mesmo. Fez ouvidos moucos aos conselhos da escapuliram das mãos de Chiquinho, c assovisndo,atenção dizendo que não fizesse tal brincadeira pois prima. Lá no quintal, juntou os foguetes, amarrando-os descrevendo no ar uma porção de ziguc-zagues, passaram pora mesma poderia trazer conseqüências bastantes dese- bem uns nos outros. E sob os olhares curiosos do cima do muro e foram procurar as costas de um guarda civilgredáveis. Benjamin c do Jagunço riscou um fósforo e acendeu-os. que por infelicidade passava por ali àquela hora.

D«pois, dando uma reviravolta no ar, roncando dc fazer E Chiquinho, que ainda nao se refizer, do grande t, como dissera a prima Lili, as conseqüências daquelamedo, voando sem rumo certo, os foguetões foram atingir susto que levara, viu com surpresa os foguetes passa- brincadeira foram bastante desagradáveis. O guarda civil c obem cm cheio o chapéu eôco dc um respeitável senhor, rem por cima do muro em sua direção. Mas, não teve ,

,ínl,<" q"'""»1"-»* «os pais dc Chiquinho, que só não. r , l ¦ j i. levou uma surra por ter ficado bastante queimado. Teve queque,, muito eontr* icu gosto, foi obrigado a mostrar tempo dc livrar-se, c vocês podem ver o que I.,., wl«,. a,.. A. . - j

q. 'ao' '"*q".. "c" *"»« *" oc cama. t um mes dc castigo sem sair á rua.

« reluzente ca.áce. aconteceu. Rebentaram as bomba, bem cm cima deU Assim é que acontece «os meninos levadas c d..obedientes.

GRAFICA PIMENTA DF. MKLI.O-RIO