ano xxxi - 2020 – 3ª semana de junho de 2020 boletim

22
ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM INFORMARE Nº 25/2020 ASSUNTOS TRABALHIS ASSUNTOS TRABALHIS ASSUNTOS TRABALHIS ASSUNTOS TRABALHISTAS TAS TAS TAS EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, EMISSÃO, RENOVAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA - PORTARIA Nº 11.347, DE 6 DE MAIO DE 2020 ............................................................................................ Pág. 453 LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO Lei Nº 8.213/1991, IN INSS/PRES Nº 77/2015 E A NR 15 - ATUALIZAÇÃO - CONSIDERAÇÕES ............................................................................................................... Pág. 462 QUEBRA DE CAIXA – ATUALIZAÇÃO - CONSIDERAÇÕES TRABALHISTAS ..................................................................................... Pág. 468

Upload: others

Post on 14-Nov-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020

BOLETIM INFORMARE Nº 25/2020

ASSUNTOS TRABALHISASSUNTOS TRABALHISASSUNTOS TRABALHISASSUNTOS TRABALHISTASTASTASTAS

EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, EMISSÃO, RENOVAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE CERTIFICADO

DE APROVAÇÃO – CA - PORTARIA Nº 11.347, DE 6 DE MAIO DE 2020 ............................................................................................ Pág. 453

LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO Lei Nº 8.213/1991, IN INSS/PRES

Nº 77/2015 E A NR 15 - ATUALIZAÇÃO - CONSIDERAÇÕES ............................................................................................................... Pág. 462

QUEBRA DE CAIXA – ATUALIZAÇÃO - CONSIDERAÇÕES TRABALHISTAS ..................................................................................... Pág. 468

Page 2: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 453

ASSUNTOS ASSUNTOS ASSUNTOS ASSUNTOS TRABALHISTASTRABALHISTASTRABALHISTASTRABALHISTAS

EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, EMISSÃO, RENOVAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA

Portaria Nº 11.347, De 6 De Maio De 2020 Sumário 1. Introdução; 2. Proteção Individual – EPI – NR 06; 2.1 - Empregador Está Obrigado; 2.2 - Orientação Do Uso Do EPI – Competência Do SESMT E CIPA; 3. Avaliação De Equipamento De Proteção Individual; 4. Certificados De Conformidade E Relatórios De Ensaio; 4.1 - Certificados De Conformidade Emitidos Por Organismos Estrangeiros; 5. Critérios De Emissão, Renovação E Alteração Do Certificado De Aprovação; 5.1 - A Análise Dos Requerimentos De Ca; 5.2 - Para Solicitar Emissão, Renovação Ou Alteração De Ca; 5.3 - Documentação; 5.4 - Após A Revalidação Do TR; 5.5 - A Prorrogação De Validade Do Ca; 5.6 - EPI Fabricado Pela Matriz E/Ou Suas Filiais; 5.7 - Alteração Das Características Do EPI; 6. Prazo De Validade Do Certificado De Aprovação; 7. Migração De Certificado De Aprovação; 8. Comercialização E Marcações Obrigatórias; 8.1 - Parâmetros Estabelecidos Nos Requisitos Técnicos; 8.2 - Suspensão Ou Ao Cancelamento Do Ca; 9. Fiscalização Do Equipamento De Proteção Individual; 9.1 - Amostra Do EPI; 9.2 - Conclusão Do Processo Da Fiscalização; 10. Suspensão Do Certificado De Aprovação; 11. Cancelamento Do Certificado De Aprovação; 11.1 - Decisão Final De Cancelamento Do Ca; 12. Disposições Transitórias; 12.1 - Permitido Que Os EPIS Fabricados No Brasil Ou No Exterior A Partir De 12 De Novembro De 2019; 12.2 – Demais Informações E Procedimentos. 1. INTRODUÇÃO A Portaria nº 11.347, de 6 de maio de 2020 (D.O.U.: 08.05.2020) Estabelece os procedimentos e os requisitos técnicos para avaliação de Equipamentos de Proteção Individual - EPI e emissão, renovação ou alteração de Certificado de Aprovação – CA. Nessa matéria será tratada sobre esse assunto, conforme dispõe a Portaria citada acima. 2. PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI – NR 06 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (Subitem “6.1” da NR 06). “EPI – Equipamentos de Proteção Individual são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determina atividade”. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (Subitem “6.1.1” da NR 06). A Portaria nº 11.347, de 6 de maio de 2020 estabelece os procedimentos e os requisitos técnicos para avaliação de Equipamentos de Proteção Individual - EPI e emissão, renovação ou alteração de Certificado de Aprovação – CA (Artigo 1º da Portaria nº 11.347/2020). Para fins da portaria citada acima, consideram-se EPIs aqueles elencados na Norma Regulamentadora - NR nº 06 (Parágrafo único, do artigo 1º da Portaria nº 11.347/2020). 2.1 - Empregador Está Obrigado

Page 3: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 454

O empregador está obrigado a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias (Subitem 6.3 da NR 6): a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e c) para atender a situações de emergência. O artigo 166 da CLT também estabelece que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Conforme a CLT e a NR 6 é obrigatório que o empregador forneça os equipamentos de proteção (EPI), para proteger o trabalhador contra os riscos ambientais e também contra acidentes de trabalho. “Para a Justiça do Trabalho, somente a comprovação de que o empregado recebeu o equipamento de proteção, por escrito (através de ficha de entrega de EPI), não tira do empregador o pagamento de uma eventual indenização, pois a norma estabelece que o empregador deva garantir o seu uso, através de fiscalização e de medidas coercitivas, quando for o caso”. 2.2 - Orientação Do Uso Do EPI – Competência Do SESMT E CIPA Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade, conforme o subitem 6.5, da NR 6. Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários, subitem 6.5.1, da NR 6. 3. AVALIAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL O EPI deve ser concebido e avaliado segundo os requisitos técnicos estipulados nos Anexos I, II e III da Portaria citada (Artigo 2º da Portaria nº 11.347/2020) O fabricante e o importador do EPI são responsáveis por comprovar a eficácia da proteção do equipamento, previamente à sua comercialização no território nacional, em conformidade com as exigências desta Portaria (Artigo 3º da Portaria nº 11.347/2020). Segue abaixo, os §§ 1 a 4º do artigo 3º da Portaria nº 11.347/2020: Os EPIs submetidos à avaliação compulsória no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - SINMETRO, devem ser avaliados na modalidade de certificação, por meio de Organismos de Certificação de Produtos - OCP nacionais acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, em conformidade com os Regulamentos de Avaliação da Conformidade - RAC já publicados pelo INMETRO, bem como com o estabelecido nesta Portaria no que tange aos requisitos documentais e de marcação. Os demais EPIs devem ser avaliados na modalidade de relatório de ensaio, por meio de laboratórios de ensaio nacionais acreditados no INMETRO, em conformidade com os critérios estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria (Verificar os anexos na Portaria). O EPI tipo meia de segurança terá sua conformidade atestada mediante termo de responsabilidade emitido pelo próprio fabricante, no qual assegure a eficácia do equipamento para o fim a que se destina e declare ciência quanto às consequências legais, civis e criminais em caso de falsa declaração e falsidade ideológica. O EPI tipo colete à prova de balas terá sua conformidade comprovada por meio dos seguintes documentos: a) Relatório Técnico Experimental - ReTEx, emitido pelo Exército Brasileiro, que aprove o modelo de colete à prova de balas e indique o nível de proteção correspondente; e

Page 4: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 455

b) Título de Registro - TR e respectiva Apostila, emitidos pelo Exército Brasileiro, abrangendo o modelo do colete à prova de balas, com data de validade vigente. 4. CERTIFICADOS DE CONFORMIDADE E RELATÓRIOS DE ENSAIO Os certificados de conformidade e os relatórios de ensaio que comprovem a eficácia da proteção do EPI devem ser emitidos em nome do fabricante nacional ou importador (Artigo 4º da Portaria nº 11.347/2020). Equiparam-se a certificado de conformidade emitido no âmbito do SINMETRO e a relatório de ensaio emitido por laboratório acreditado pelo INMETRO, os certificados de conformidade ou relatórios de ensaios realizados no exterior e emitidos em nome do fabricante estrangeiro, para os seguintes equipamentos: (Artigo 5º da Portaria nº 11.347/2020) a) capacete para combate a incêndio; b) respirador purificador de ar motorizado, respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido de demanda com pressão positiva tipo peça facial inteira combinado com cilindro auxiliar, respirador de adução de ar tipo máscara autônoma de circuito fechado, respirador de fuga; c) máscara de solda de escurecimento automático; d) luvas de proteção contra vibração - somente ensaios da norma ISO 10819; e e) vestimenta de proteção contra risco químico tipos 1, 2 e 5. 4.1 - Certificados De Conformidade Emitidos Por Organismos Estrangeiros Os certificados de conformidade emitidos por organismos estrangeiros serão reconhecidos, para fins de avaliação dos EPIs citados no caput (Verificar o item “4” acima), desde que o organismo certificador do país emissor do certificado seja acreditado por um organismo signatário de acordo multilateral de reconhecimento (Multilateral Recognition Arrangement - MLA), estabelecido por uma das seguintes cooperações: (§ 1º, do artigo 5º da Portaria nº 11.347/2020) a) International Accreditation Forum, Inc. - IAF; ou b) Interamerican Accreditation Cooperation - IAAC. Os resultados de ensaios de laboratórios estrangeiros serão aceitos, para fins de avaliação dos EPIs citados no caput, quando o laboratório for acreditado por um organismo signatário de acordo multilateral de reconhecimento mútuo, estabelecido por uma das seguintes cooperações: (§ 2º, do artigo 5º da Portaria nº 11.347/2020) a) Interamerican Accreditation Cooperation - IAAC; b) European co-operation for Accreditation - EA; ou c) International Laboratory Accreditation Cooperation - ILAC. 5. CRITÉRIOS DE EMISSÃO, RENOVAÇÃO E ALTERAÇÃO DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO A solicitação de CA de EPI deve ser realizada por pessoa jurídica constituída segundo as leis brasileiras, de forma que, em qualquer caso, possa se responsabilizar pelo equipamento a ser comercializado no território nacional (Artigo 6º da Portaria nº 11.347/2020). Segue abaixo, os §§ 1º a 3º do artigo 6º da Portaria nº 11.347/2020: Deverá constar expressamente no contrato social da pessoa jurídica, dentre os seus objetos sociais, a fabricação e/ou a importação de EPI. Uma vez emitido o CA para determinado EPI, os direitos decorrentes da sua titularidade não podem ser cedidos ou compartilhados com terceiros, observado o disposto nesta Portaria.

Page 5: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 456

Não é permitida a cessão de uso ou qualquer outra forma de autorização concedida pelo fabricante ou importador detentor do CA a terceiros para que estes utilizem o Certificado sem que se submetam ao procedimento regular estipulado nesta Portaria para a obtenção de CA próprio. 5.1 - A Análise Dos Requerimentos De CA A análise dos requerimentos de CA é realizada pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, por meio da Coordenação-Geral de Segurança e Saúde no Trabalho - CGSST, órgão vinculado à Secretaria de Trabalho - STRAB, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPRT (Artigo 7º da Portaria nº 11.347/2020). O CA será gerado no sistema Certificado de Aprovação de Equipamento de Proteção Individual - CAEPI (Parágrafo único, Artigo 7º da Portaria nº 11.347/2020). 5.2 - Para Solicitar Emissão, Renovação Ou Alteração De CA Para solicitar emissão, renovação ou alteração de CA, o fabricante ou importador de EPI deve apresentar a Folha de Rosto de emissão, renovação ou alteração de CA, gerada no sistema CAEPI, acompanhada dos seguintes documentos, conforme o tipo do equipamento: (Artigo 8º da Portaria nº 11.347/2020) a) certificado de conformidade, emitido por OCPs nacionais acreditados pelo INMETRO, para equipamentos submetidos à avaliação compulsória no âmbito do SINMETRO; b) ReTEx, TR válido e respectiva Apostila, emitidos pelo Exército Brasileiro, para o EPI tipo colete à prova de bala; c) termo de responsabilidade, para o EPI tipo meia de segurança; d) relatório de ensaio ou certificado de conformidade realizado no exterior, para os equipamentos listados no art. 5º desta Portaria (Verificar o item “4” e seu subitem nessa matéria), acompanhado da respectiva tradução para a língua portuguesa; ou e) relatório de ensaio, emitido por laboratório nacional acreditado pelo INMETRO, para os demais equipamentos não listados nos incisos anteriores. Segue abaixo, os §§ 1º a 4º do artigo 8º da Portaria nº 11.347/2020: Para a geração da Folha de Rosto no sistema CAEPI, o fabricante ou importador deve solicitar acesso ao sistema, enviando e-mail para [email protected], com os dados de CPF e e-mail do usuário, CNPJ da empresa e os tipos de EPIs para os quais serão solicitados o CA. O documento referido no inciso I do caput (Verificar a alínea “a” acima) deve ser apresentado em formato digital e assinado digitalmente com certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica. O documento referido no inciso V do caput (Verifica a alínea “e” acima) deve ser inserido por meio da ferramenta de laudo digital disponível no sistema CAEPI para laboratórios, ocasião em que deve ser encaminhado apenas o Recibo de Importação de Laudo, gerado pelo sistema, ou, na impossibilidade de inserção direta no sistema CAEPI, o documento deve ser apresentado no formato indicado no parágrafo anterior. Os documentos emitidos por laboratório estrangeiro ou pelo Exército Brasileiro podem ser apresentados em formato de cópia simples. 5.3 - Documentação A documentação referida no artigo 8º (Verificar o subitem “5.2” acima) deve ser apresentada via Sistema Eletrônico de Informações - SEI, disponível no endereço eletrônico http://www.fazenda.gov.br/sei (Artigo 9º da Portaria nº 11.347/2020). Caso o TR, previsto no inciso II do art. 8º (Verificar a alínea “b” do subitem “5.2” acima), esteja com a validade expirada e tenha sido solicitada sua revalidação junto ao Exército Brasileiro, de acordo com os trâmites estipulados no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados - R-105, o fabricante ou importador poderá solicitar a prorrogação da data de validade do respectivo CA por meio da apresentação de cópia da declaração emitida pelo Exército Brasileiro, atestando o recebimento do pedido de revalidação do TR dentro do prazo legal, bem como atestando a manutenção de sua validade (Artigo 10 da Portaria nº 11.347/2020).

Page 6: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 457

5.4 - Após A Revalidação Do TR Após a revalidação do TR pelo Exército Brasileiro, a empresa deverá solicitar a renovação do CA do tipo colete à prova de balas, apresentando-se a documentação prevista no art. 8º (Verificar no subitem “5.2” dessa matéria) (§ 2º, do artigo 10 da Portaria nº 11.347/2020). 5.5 - A Prorrogação De Validade Do CA A prorrogação de validade do CA será concedida pelo prazo indicado na declaração ou, na ausência de informação, pelo prazo de noventa dias (§ 1º, do artigo 10 da Portaria nº 11.347/2020). 5.6 - EPI Fabricado Pela Matriz E/Ou Suas Filiais Em caso de EPI fabricado pela matriz e/ou suas filiais, o fabricante poderá solicitar a emissão de CA único no CNPJ da matriz, mediante apresentação de relatório de ensaio que elenque todas as unidades fabris do fabricante que produzam aquele equipamento (Artigo 11 da Portaria nº 11.347/2020). Segue abaixo, os §§ 1º a 3º do artigo 11 da Portaria nº 11.347/2020: Para a emissão do relatório de ensaio previsto no caput (Verificar no artigo acima), o fabricante deverá enviar ao laboratório uma declaração em que conste todas as unidades de sua empresa que produzem o referido equipamento. O laboratório de ensaio deverá anexar ao relatório de ensaio a declaração enviada pelo fabricante. O fabricante deve informar no manual de instruções do EPI os CNPJ das unidades que produzem o referido equipamento. 5.7 - Alteração Das Características Do EPI Em caso de alteração das características do EPI deverá ser solicitada a alteração do CA anteriormente concedido (Artigo 12 da Portaria nº 11.347/2020). A solicitação de alteração do CA será admitida quando o enquadramento do EPI no Anexo I da NR nº 6 não for modificado e desde que não ocorra supressão quanto ao tipo de proteção oferecida (§ 1º, do artigo 12 da Portaria nº 11.347/2020). O prazo de validade do CA para o qual foi requerida a alteração não será alterado (§ 2º do artigo 12 da Portaria nº 11.347/2020). 6. PRAZO DE VALIDADE DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO O prazo de validade do CA é de cinco anos, contados a partir: (Artigo 13 da Portaria nº 11.347/2020) a) da data da emissão do CA, caso o relatório de ensaio tenha sido emitido há menos de um ano; ou b) da data de emissão do relatório de ensaio, caso o relatório de ensaio tenha sido emitido há mais de um ano. Os relatórios de ensaio com mais de quatro anos não serão válidos para emissão, renovação ou alteração de CA (Parágrafo único, do artigo 13 da Portaria nº 11.347/2020). O CA de EPI sujeito à avaliação compulsória no âmbito do SINMETRO terá validade equivalente àquela do certificado de conformidade emitido pelo Organismo de Certificação de Produtos responsável pela avaliação do equipamento (Artigo 14 da Portaria nº 11.347/2020). Em caso de EPI de proteção contra queda de altura composto por cinturão de segurança, talabarte e/ou trava-quedas, a data de validade do CA será equivalente àquela do certificado de conformidade do cinturão de segurança (§ 1º, do artigo 14 da Portaria nº 11.347/2020). A manutenção da validade do CA emitido mediante a apresentação de Certificado de Conformidade é condicionada à regular execução de suas manutenções periódicas, nos termos desta Portaria (§ 2º, do artigo 14 da Portaria nº 11.347/2020).

Page 7: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 458

O CA de EPI tipo colete à prova de balas terá validade equivalente àquela do TR do produto, emitido pelo Exército Brasileiro (Artigo 15 da Portaria nº 11.347/2020). 7. MIGRAÇÃO DE CERTIFICADO DE APROVAÇÃO Em caso de alteração societária que resulte na sucessão de direitos e deveres, a empresa sucessora poderá solicitar a migração dos CAs da empresa sucedida, apresentando os seguintes documentos: (Artigo 16 da Portaria nº 11.347/2020) a) requerimento formal de migração de CA em que se explique a situação que ensejou a alteração contratual; b) comprovação do registro da alteração societária na repartição competente, consubstanciado no ato da reorganização empresarial que comprove a incorporação de uma empresa pela empresa, ou a cisão em que se comprove a transferência da fabricação dos EPIs para o novo CNPJ; c) declaração dos Organismos Certificadores de Produto envolvidos, se for o caso, atestando a ciência quanto à migração dos CAs e informando como realizarão este procedimento, em caso de equipamentos certificados no âmbito do INMETRO; e d) a relação de EPIs e respectivos CAs da empresa sucedida. Uma vez concedido o requerimento, todos os CAs da empresa sucedida serão migrados para a empresa sucessora (Parágrafo único, do artigo 16 da Portaria nº 11.347/2020). 8. COMERCIALIZAÇÃO E MARCAÇÕES OBRIGATÓRIAS O fabricante ou importador deverá fornecer manual de instruções, em língua portuguesa, do EPI, quando da sua comercialização, conforme parâmetros estabelecidos nos requisitos técnicos constantes no Anexo I desta Portaria (Artigo 17 da Portaria nº 11.347/2020). Salvo disposição em contrário da norma técnica de ensaio aplicável, o manual de instruções do EPI pode ser disponibilizado ao usuário em meio eletrônico (§ 1º, do artigo 17 da Portaria nº 11.347/2020). Em caso de manual de instruções disponibilizado ao usuário em meio eletrônico, é responsabilidade do fabricante ou importador do EPI garantir a permanente disponibilidade do documento na plataforma eletrônica escolhida, sob pena de ser considerada a comercialização do equipamento sem o correspondente manual de instruções (§ 2º, do artigo 17 da Portaria nº 11.347/2020). 8.1 - Parâmetros Estabelecidos Nos Requisitos Técnicos O EPI deve possuir a marcação indelével do nome do fabricante ou importador, do lote de fabricação e do número do CA, conforme parâmetros estabelecidos nos Requisitos Técnicos constantes no Anexo I desta Portaria (Artigo 18 da Portaria nº 11.347/2020). O laboratório de ensaio ou OCP deve verificar no EPI: (§ 1º do artigo 18 da Portaria nº 11.347/2020) a) em caso de renovação ou alteração de CA, as marcações referidas no caput; ou b) em caso de emissão de CA, as marcações do nome do fabricante ou importador e do lote de fabricação e a existência de campo destinado para a marcação do futuro número do CA. Em caso de EPI avaliado no exterior, conforme art. 5º desta Portaria, caberá ao próprio fabricante ou importador garantir as marcações obrigatórias estabelecidas neste artigo (§ 2º do artigo 18 da Portaria nº 11.347/2020). 8.2 - Suspensão Ou Ao Cancelamento Do CA O fabricante ou importador que comercializar EPI sem o manual de instruções ou sem as marcações obrigatórias previstas nesta Portaria ficará sujeito à suspensão ou ao cancelamento do CA (Artigo 19 da Portaria nº 11.347/2020). 9. FISCALIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Page 8: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 459

As atividades de fiscalização quanto ao cumprimento das disposições relativas à avaliação e à comercialização dos EPIs desta Portaria serão desenvolvidas pela SIT, por meio dos auditores fiscais do trabalho (Artigo 20 da Portaria nº 11.347/2020). Segue abaixo, os §§ 1º a 6º do artigo 20 da Portaria nº 11.347/2020: A SIT realizará a fiscalização de EPI de ofício ou em resposta a denúncias. Será aceita, para fins de apuração, a denúncia acerca de EPI, desde que formalmente apresentada à SIT, e instruída com documentos e subsídios quanto à alegação, não sendo aceita, em nenhuma circunstância, denúncia anônima, resguardada a identidade do denunciante. Cabe ao INMETRO fiscalizar, em todo território nacional, diretamente ou por meio dos órgãos delegados, com base na Lei n.º 9.933, de 20 de dezembro de 1999, o cumprimento das disposições relativas à avaliação da conformidade dos EPIs que possuam RAC em vigor no âmbito do SINMETRO, bem como para aplicar as penalidades previstas nos respectivos regulamentos. A denúncia recebida pela SIT sobre EPI que possua RAC em vigor no âmbito do SINMETRO será encaminhada ao OCP responsável pela avaliação do equipamento para fins de apuração. O OCP deverá comunicar à SIT os resultados da apuração realizada e as medidas adotadas. Em caso de irregularidades constatadas pelo OCP, a SIT, por meio da CGSST promoverá a suspensão, o cancelamento ou a alteração da data de validade do CA, no sistema CAEPI, a depender da natureza da não conformidade e do motivo da suspensão ou cancelamento, em consonância com os Requisitos Gerais de Certificação de Produtos - RGCP do INMETRO, de acordo com o Anexo IV desta Portaria. 9.1 - Amostra Do EPI Para a fiscalização do EPI, a SIT, por meio da CGSST, solicitará às unidades descentralizadas da Inspeção do Trabalho o recolhimento de amostras de EPI para realização de ensaios (Artigo 21 da Portaria nº 11.347/2020). A amostra do EPI, a ser recolhida pela Auditoria Fiscal do Trabalho mediante lavratura de termo de apreensão, deve: (Artigo 22 da Portaria nº 11.347/2020) a) pertencer preferencialmente ao mesmo lote de fabricação; b) conter o número mínimo de unidades estabelecido nas normas técnicas aplicáveis; c) ser apreendida diretamente no fabricante ou importador do EPI, ou em distribuidores comerciais por eles reconhecidos, ou, ainda, em estabelecimentos sujeitos à fiscalização do trabalho, desde que o equipamento não tenha sido utilizado, esteja na embalagem original do fabricante ou importador e seja acompanhado da respectiva nota fiscal de compra a fim de comprovar sua origem; e d) ser encaminhada, posteriormente, à SIT. Não sendo possível a apreensão do número mínimo de unidades necessárias, a fiscalização deverá efetuar a apreensão das unidades disponíveis (§ 1º, do artigo 22 da Portaria nº 11.347/2020). Os custos com a reposição da amostra apreendida pela fiscalização do trabalho em distribuidores ou em estabelecimentos fiscalizados são de responsabilidade do fabricante ou importador do EPI (§ 2º, do artigo 22 da Portaria nº 11.347/2020). As amostras apreendidas pela auditoria fiscal serão encaminhadas pela SIT ao laboratório de ensaio responsável pela avaliação do EPI para que promova nova avaliação, objetivando à verificação da manutenção das condições originárias do equipamento (Artigo 23 da Portaria nº 11.347/2020). Os custos decorrentes da avaliação do EPI prevista no caput (Verificar o parágrafo acima) são de responsabilidade do fabricante ou importador do EPI (Artigo 23 da Portaria nº 11.347/2020). Em caso de denúncia quanto às marcações obrigatórias do EPI previstas nesta Portaria, a avaliação da adequação será realizada pela SIT (Artigo 24 da Portaria nº 11.347/2020).

Page 9: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 460

O fabricante ou importador que tiver o EPI submetido a procedimento de fiscalização deve prestar à SIT, quando solicitado ou notificado administrativamente, todas as informações sobre o processo de avaliação e sobre o processo interno de controle da qualidade da produção, no prazo máximo de dez dias úteis (Artigo 25 da Portaria nº 11.347/2020). 9.2 - Conclusão Do Processo Da Fiscalização A conclusão do processo da fiscalização poderá resultar em suspensão ou cancelamento do CA do EPI analisado e na lavratura de auto de infração, em virtude de eventuais irregularidades constatadas (Artigo 26 da Portaria nº 11.347/2020). 10. SUSPENSÃO DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO A suspensão do CA pode ocorrer nos seguintes casos: (Artigo 27 da Portaria nº 11.347/2020) a) quando for constatada a ocorrência de omissão ou falsidade nas declarações ou provas documentais apresentadas no momento da solicitação da emissão, renovação ou alteração do CA; b) desconformidade das características ou do desempenho do produto existentes à época da certificação e que foram determinantes para a concessão do CA; c) quando verificado que no contrato social da pessoa jurídica não consta dentre os seus objetos sociais a fabricação e/ou a importação de EPI; d) quando constatada a comercialização do EPI sem o manual de instruções, referido no art. 17 (Verificar o item “8” e seu subitem), ou sem marcação indelével no equipamento dos dados referidos no art. 18 desta Portaria (Verificar o item “8” e seu subitem); e) quando o titular do CA divulgar, durante a comercialização do EPI, informação diversa da que foi objeto de avaliação e que foi determinante para a concessão do CA; f) quando houver a suspensão ou o cancelamento por motivo de reprovação em ensaios do certificado de conformidade, pelo Organismo de Certificação de Produtos, conforme hipóteses previstas no Anexo IV desta Portaria; ou g) cessão de uso de CA a terceiros. Segue abaixo, os §§ 1º a 3º do artigo 27 da Portaria nº 11.347/2020: A suspensão do CA será comunicada ao fabricante ou importador do EPI. O fabricante ou importador pode apresentar defesa escrita à SIT, por meio da CGSST, no prazo de dez dias úteis, contados do recebimento da notificação. No caso de deferimento total da defesa, a SIT, por meio da CGSST, revogará o ato de suspensão do CA do equipamento. Durante o período de suspensão do CA, é vedada a fabricação ou importação do EPI, devendo o fabricante ou importador suspender a sua comercialização até que promova as adequações necessárias (Artigo 28 da Portaria nº 11.347/2020). O fabricante ou importador deverá informar a suspensão de comerciliazação do EPI a todos os distribuidores (§ 1º, do artigo 28 da Portaria nº 11.347/2020). No período de suspensão do CA, os distribuidores não poderão comercializar o referido EPI (§ 2º, do artigo 28 da Portaria nº 11.347/2020). 11. CANCELAMENTO DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO O indeferimento parcial ou total da defesa apresentada em resposta à suspensão do CA, conforme previsto no §2º do art. 27 desta Portaria (Verificar abaixo), e o descumprimento do disposto no art. 28 acarretam o cancelamento do CA (Artigo 29 da Portaria nº 11.347/2020).

Page 10: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 461

“§2º do art. 27, no caso de deferimento total da defesa, a SIT, por meio da CGSST, revogará o ato de suspensão do CA do equipamento”. O cancelamento do CA será precedido de comunicação ao fabricante ou importador do EPI (Artigo 30 da Portaria nº 11.347/2020). É facultado ao interessado recorrer à Coordenação-Geral de Recursos - CGR, da STRAB, da decisão de cancelamento do CA, no prazo de dez dias, contado do recebimento da comunicação do cancelamento (Parágrafo único, do artigo 30 da Portaria nº 11.347/2020). Em caso de cancelamento de CA em decorrência dos motivos estabelecidos nos incisos I, II, IV ou VII do art. 27 (Verificar as alíneas “a”, “b”, “c” e “g” do item “10” dessa matéria), ou do descumprimento do art. 28 (Verificar o item “10” dessa matéria), o fabricante ou o importador ficará impedido de solicitar a emissão de novo CA para o mesmo equipamento até que comprove a superação das irregularidades que deram origem ao cancelamento (Artigo 31 da Portaria nº 11.347/2020). 11.1 - Decisão Final De Cancelamento Do CA Após a decisão final de cancelamento do CA, o fabricante ou importador deverá providenciar o recolhimento dos equipamentos do comércio atacadista e varejista no prazo de noventa dias, comprovando à SIT, por meio da CGSST, a adoção da medida (Artigo 32 da Portaria nº 11.347/2020). O não atendimento do disposto no caput (Parágrafo acima) gera a responsabilização do fabricante ou importador por quaisquer danos decorrentes da comercialização irregular do EPI cujo CA foi cancelado medida (Parágrafo único, do artigo 32 da Portaria nº 11.347/2020). O CA cancelado após decisão final de processo administrativo não será reativado (Artigo 33 da Portaria nº 11.347/2020). Os CAs de todos os produtos correspondentes a itens suprimidos do Anexo I da NR nº 6 serão automaticamente cancelados pela SIT, por meio da CGSST (Artigo 34 da Portaria nº 11.347/2020). Para a continuidade da comercialização do produto, para outros fins que não sejam como EPI, o fabricante ou importador deve providenciar, no prazo de noventa dias, a contar da data da supressão do EPI do Anexo I da NR nº 6, a retirada do número do CA do produto, de sua embalagem e de toda a sua documentação (Parágrafo único, do artigo 34 da Portaria nº 11.347/2020). 12. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Para fins de avaliação de EPI, serão aceitos, pelo período de vinte e quatro meses contado do início da vigência desta Portaria, relatórios de ensaios por laboratórios de ensaio ainda não acreditados pelo INMETRO e credenciados, até a data de publicação desta Portaria, pela STRAB (Artigo 35 da Portaria nº 11.347/2020). Os ensaios de EPI e os respectivos relatórios de ensaio emitidos pelos laboratórios referidos no caput devem atender aos parâmetros previstos na ISO 17025 (Parágrafo único, do artigo 35 da Portaria nº 11.347/2020). 12.1 - Permitido Que Os EPIs Fabricados No Brasil Ou No Exterior A Partir De 12 De Novembro De 2019 É permitido que os EPIs fabricados no Brasil ou no exterior a partir de 12 de novembro de 2019 até 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Portaria, sejam postos à venda ou utilizados com a indicação de certificado de conformidade emitido no âmbito do Sinmetro, de laudos de ensaio emitidos por laboratórios acreditados pelo Inmetro ou do TR, emitido pelo Exército Brasileiro, ficando dispensados do cumprimento da obrigação de marcação do número do CA, prevista no art. 18 desta Portaria (Verificar o item “10” dessa matéria) (Artigo 36 da Portaria nº 11.347/2020). 12.2 – Demais Informações E Procedimentos Como medida extraordinária e temporária para o enfretamento da emergência de saúde pública decorrente do Coronavírus (COVID-19), os EPIs classificados como Respirador Purificador de Ar do tipo peça um quarto facial ou semifacial, com filtro para material particulado P2 ou P3, ou do tipo peça facial inteira, com filtro para material particulado P3, ou ainda quaisquer dessas peças faciais com filtro combinado (P2 ou P3 e filtro químico) cujos CAs tenham vencido no período de 1º de janeiro de 2018 até a data de publicação desta Portaria e que, porventura, ainda não possuam novos ensaios atualizados de avaliação poderão ser comercializados mediante a apresentação do relatório de ensaio constante do CA (Artigo 37 da Portaria nº 11.347/2020).

Page 11: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 462

A comercialização referida no caput (Verificar o parágrafo acima) tem caráter excepcional e será permitida pelo prazo de cento e oitenta dias (§ 1º, do artigo 37 da Portaria nº 11.347/2020). Durante o período estabelecido no parágrafo anterior, o fabricante ou importador do EPI deve se responsabilizar pela comercialização de equipamentos em consonância com as características especificadas no relatório de ensaio citado no caput, nos termos da alínea e do subitem 6.8.1 da NR nº 6 - Equipamentos de Proteção Individual (Verificar abaixo) (§ 2º, do artigo 37 da Portaria nº 11.347/2020). “Alínea e do subitem 6.8.1 da NR nº 6 - Equipamentos de Proteção Individual: 6.8.1 O fabricante nacional ou o importador deverá: ... e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA; ...”. Os EPI classificados como Peça Semifacial Filtrante para Partículas - PFF, submetidos à avaliação compulsória no âmbito do SINMETRO, devem observar os requisitos estabelecidos na Portaria INMETRO nº 102, de 20 de março de 2020, que suspende a compulsoriedade da certificação de suprimentos médico-hospitalares para enfrentamento da epidemia do coronavírus (COVID-19) (Artigo 38 da Portaria nº 11.347/2020). Nos casos previstos na Portaria INMETRO nº 102 de 2020, o fabricante ou importador deve apresentar à STRAB, para fins de emissão ou renovação de CA, os registros do cumprimento dos requisitos técnicos previstos por meio de ensaios realizados em conformidade com o disposto na referida Portaria (§ 1º, do artigo 37 da Portaria nº 11.347/2020). A exigência referida no §1º do art. 6º será dispensada em caso de fabricação ou importação de EPI para enfrentramento do coronavírus (COVID-19), enquanto durar o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020 (Artigo 39 da Portaria nº 11.347/2020). “§1º do art. 6º... §1º Deverá constar expressamente no contrato social da pessoa jurídica, dentre os seus objetos sociais, a fabricação e/ou a importação de EPI”. Eventuais casos omissos serão objeto de estudo e avaliação pela STRAB (Artigo 40 da Portaria nº 11.347/2020). Fundamento legal: Citados no texto.

LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO Lei Nº 8.213/1991, IN INSS/PRES Nº 77/2015 E A NR 15

Atualização - Considerações Sumário 1. Introdução; 2. LTCAT E PPP; 3. LTCAT - Laudo Técnico Das Condições Ambientais Do Trabalho; 3.1 - Elementos Informativos Básicos Constitutivos; 3.2 – Responsável Pela Avaliação E Assinatura; 3.3 – Complementação Ao LTCAT; 3.4 - Não Substitui O LTCAT; 3.5 - Demonstrações Ambientais – Atualizações; 3.6 - Alterações No Ambiente De Trabalho Ou Em Sua Organização; 4. Penalidades; 5. Ação Do Servidor Responsável Pela Análise Administrativa Para Da Aposentadoria Especial; 6. Ação Do Servidor Responsável Técnico-Pericial; 7. Análise Médico-Pericial. 1. INTRODUÇÃO

Page 12: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 463

Nessa matéria será tratada sobre o LTCAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho, com a legislação previdenciária (Lei nº 8.213/1991 e IN INSS/PRES nº 77/2015) e também em Normas Regulamentadoras, como no caso a NR 15, que trata sobre atividades e operações insalubres. 2. LTCAT E PPP A apresentação do LTCAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho deverá ser exigida para os períodos de atividade exercida sob condições especiais apenas a partir de 29 de abril de 1995, exceto no caso do agente nocivo ruído ou outro não arrolado nos decretos regulamentares, os quais exigem apresentação de laudo para todos os períodos declarados. Para períodos laborados entre 29 de abril de 1995, data da publicação da Lei nº 9.032, de 1995, a 13 de outubro de 1996, véspera da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de 1996: (Artigo 258 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) os antigos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais emitidos até 31 de dezembro de 2003, e quando se tratar de exposição ao agente físico ruído, será obrigatória a apresentação do LTCAT ou demais demonstrações ambientais arroladas no inciso V do caput do art. 261; ou b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir de 1 de janeiro de 2004. O PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário - é o documento histórico-laboral, individual do trabalhador que presta serviço à empresa, destinado a prestar informações ao INSS relativas à efetiva exposição a agentes nocivos que, entre outras informações, registra dados administrativos, atividades desenvolvidas, registros ambientais com base no Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT e resultados de monitorização biológica com base no PCMSO (NR-7) e PPRA (NR-9). “A comprovação de exposição aos agentes nocivos será feita por formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa ou seu preposto, com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho (site do Ministério da Previdência Social)”. O PPP dispensa a apresentação de laudo técnico ambiental para fins de comprovação de condição especial de trabalho, desde que demonstrado que seu preenchimento foi feito por Responsável Técnico habilitado, amparado em laudo técnico pericial (§ 4º, do artigo 264, da IN INSS/PRES nº 77/2015). 3. LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO O LTCAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho é uma declaração pericial emitida por engenheiro de segurança ou por médico do trabalho habilitado pelo respectivo órgão de registro profissional, para fins previdenciários, no caso principalmente para concessão da aposentadoria especial e destinado a: a) apresentar os resultados da análise global do desenvolvimento do PPRA, do PGR, do PCMAT e do PCMSO; b) demonstrar o reconhecimento dos agentes nocivos e discriminar a natureza, a intensidade e a concentração que possuem; c) identificar as condições ambientais de trabalho por setor ou o processo produtivo, por estabelecimento ou obra, em consonância com os demais artigos deste capítulo, e com os demais expedientes do MPAS, do MTE ou do INSS pertinentes; d) explicitar as avaliações quantitativas e qualitativas dos riscos, por função, por grupo homogêneo de exposição ou por posto de trabalho. Importante: A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista (§ 1º, do artigo 58 da Lei nº 8.213/1991). 3.1 - Elementos Informativos Básicos Constitutivos

Page 13: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 464

Na análise do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT, quando apresentado, deverá ser verificado se constam os seguintes elementos informativos básicos constitutivos: (Artigo 262 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) se individual ou coletivo; b) identificação da empresa; c) identificação do setor e da função; d) descrição da atividade; e) identificação de agente nocivo capaz de causar dano à saúde e integridade física, arrolado na Legislação Previdenciária; f) localização das possíveis fontes geradoras; g) via e periodicidade de exposição ao agente nocivo; h) metodologia e procedimentos de avaliação do agente nocivo; i) descrição das medidas de controle existentes; J) conclusão do LTCAT; k) assinatura e identificação do médico do trabalho ou engenheiro de segurança; e l) data da realização da avaliação ambiental. Informações importantes: O LTCAT e as demonstrações ambientais de que trata o inciso V do caput do art. 261 (ver abaixo) deverão embasar o preenchimento da GFIP e dos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais (Artigo 263 da IN INSS/PRES nº 77/2015). O INSS poderá solicitar o LTCAT ou as demais demonstrações ambientais, ainda que não exigidos inicialmente, toda vez que concluir pela necessidade da análise destes para subsidiar a decisão de caracterização da atividade como exercida em condições especiais, estando a empresa obrigada a prestar as informações na forma do inciso III do art. 225 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999 (Parágrafo único, do artigo 263 da IN INSS/PRES nº 77/2015). “Inciso V do caput do art. 261: V - as demonstrações ambientais: a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA; b) Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR; c) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT; e d) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO”. 3.2 – Responsável Pela Avaliação E Assinatura O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho, com o respectivo número da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA ou por médico do trabalho, indicando os registros profissionais para ambos (Parágrafo único, do artigo 262 da IN INSS/PRES nº 77/2015). 3.3 – Complementação Ao LTCAT

Page 14: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 465

Poderão ser aceitos, em substituição ao LTCAT, e ainda de forma complementar, desde que contenham os elementos informativos básicos constitutivos relacionados no art. 262, os seguintes documentos: (Artigo 258 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) laudos técnico-periciais realizados na mesma empresa, emitidos por determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, individuais ou coletivas, acordos ou dissídios coletivos, ainda que o segurado não seja o reclamante, desde que relativas ao mesmo setor, atividades, condições e local de trabalho; b) laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO; c) laudos emitidos por órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE; d) laudos individuais acompanhados de: d.1) autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento, quando o responsável técnico não for seu empregado; d.2) nome e identificação do acompanhante da empresa, quando o responsável técnico não for seu empregado; e d.3) data e local da realização da perícia. e) as demonstrações ambientais: e.1) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA; e.2) Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR; e.3) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT; e e.4) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. 3.4 - Não Substitui O LTCAT Para o disposto no caput deste artigo (Ver o artigo 252), não será aceito: (§ 1º do artigo 258, da IN INSS/PRES nº 77/2015) “I - laudo elaborado por solicitação do próprio segurado, sem o atendimento das condições previstas no inciso IV do caput deste artigo; II - laudo relativo à atividade diversa, salvo quando efetuada no mesmo setor; III - laudo relativo a equipamento ou setor similar; IV - laudo realizado em localidade diversa daquela em que houve o exercício da atividade; e V - laudo de empresa diversa”. 3.5 - Demonstrações Ambientais – Atualizações As demonstrações ambientais referidas no inciso V acima (Subitem “3.4”), devem ser atualizadas pelo menos uma vez ao ano, quando da avaliação global, ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização, observado o § 4º deste artigo, por força dos itens 9.2.1.1 da NR-09, 18.3.1.1 da NR-18 e da alínea "g" do item 22.3.7.1 e do item 22.3.7.1.3, ambos da NR-22, e todas do MTE (§ 2º do artigo 252, da IN INSS/PRES nº 77/2015) O LTCAT e os laudos mencionados nos incisos de I a IV acima (Subitem “3.4”), emitidos em data anterior ou posterior ao período de exercício da atividade do segurado poderão ser aceitos desde que a empresa informe expressamente que não houve alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo (§ 3º do artigo 252, da IN INSS/PRES nº 77/2015). E ele deverá ser renovado todo ano. 3.6 - Alterações No Ambiente De Trabalho Ou Em Sua Organização

Page 15: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 466

São consideradas alterações no ambiente de trabalho ou em sua organização, entre outras, aquelas decorrentes de: (§ 4º do artigo 258, da IN INSS/PRES nº 77/2015) “I - mudança de layout; II - substituição de máquinas ou de equipamentos; III - adoção ou alteração de tecnologia de proteção coletiva; e IV - alcance dos níveis de ação estabelecidos nos subitens do item 9.3.6 da NR-09, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do MTE, se aplicável”. “O LTCAT é um laudo técnico das condições ambientais de trabalho, o qual é feito a partir do levantamento dos riscos ambientais no local de trabalho, mediante a uma visita do engenheiro ou médico do trabalho que irá vistoriar e também determinar os riscos existentes. E ele deverá ser renovado todo o ano”. 4. PENALIDADES Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: (Artigo 283 do Decreto nº 3.048/1999, Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) “I - a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações: ... h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento; e (Incluída pelo Decreto nº 4.862, de 2003). II - a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e sessenta e um reais e setenta e três centavos) nas seguintes infrações: ... n) deixar a empresa de manter laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)”. Importante: As multas que trata acima poderão ser reajustadas no ato da confirmação da infração, ou seja, os valores são corrigidos/atualizados. 5. AÇÃO DO SERVIDOR RESPONSÁVEL PELA ANÁLISE ADMINISTRATIVA PARA DA APOSENTADORIA ESPECIAL Caberá ao servidor administrativo a análise dos requerimentos de benefício, recurso e revisão para efeito de caracterização de atividade exercida em condições especiais, preenchimento do formulário denominado Despacho e Análise Administrativa da Atividade Especial - Anexo LI, com observação dos procedimentos a seguir, entre outros: (Artigo 296 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) verificar a necessidade de corrigir falhas ou a falta de informações no formulário e no LTCAT, quando exigido, atentando-se para as normas previdenciárias vigentes e, caso as inconsistências impossibilitarem a análise, o servidor deverá emitir exigência ao segurado ou à empresa, conforme o caso, visando a regularização da documentação. Serão consideradas falhas ou falta de informações, dentre outras: a.1) a inexistência de identificação da empresa, dados do segurado e sua profissiografia, data da emissão, dados do responsável pelas informações no formulário para reconhecimento de atividade especial e respectiva assinatura;

Page 16: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 467

a.2) falta de apresentação de LTCAT ou documento substitutivo, quando exigido, conforme disposto no art. 258; e a.3) na hipótese de apresentação de LTCAT ou documentos substitutivos informados no art. 259, a identificação da empresa, data da emissão e assinatura do médico do trabalho ou engenheiro de segurança e respectivo registro profissional. 6. AÇÃO DO SERVIDOR RESPONSÁVEL TÉCNICO-PERICIAL Na análise dos requerimentos, recursos e revisões que envolvam a caracterização de atividade exercidas em condições especiais caberá ao Perito Médico Previdenciário - PMP: (Artigo 297 da IN INSS/PRES nº 77/2015) “I - realizar análise técnica dos períodos de atividade exercida em condições especiais com exposição a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, quando requisitado tanto em processos administrativos, quanto em processos judiciais, avaliando as informações: a) dos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais, conforme o caso, observando o disposto no art. 260, confrontando as informações com os documentos contemporâneos apresentados; e b) do LTCAT ou documentos substitutivos informados no art. 261, confrontando com os documentos apresentados, observando o art. 262”. 7. ANÁLISE MÉDICO-PERICIAL Em análise médico-pericial, além das outras providências cabíveis, o PMP indicará a necessidade de emissão de: (Artigo 299 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) Representação Administrativa - RA ao Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho do MTE, sempre que, em tese, ocorrer desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho que reduzem os riscos inerentes ao trabalho ou às normas previdenciárias relativas aos documentos LTCAT, CAT, PPP e GFIP, quando relacionadas ao gerenciamento dos riscos ocupacionais; b) RA aos conselhos regionais das categorias profissionais, com cópia a Procuradoria Federal, sempre que a confrontação da documentação apresentada com os ambientes de trabalho revelar indícios de irregularidades, fraudes ou imperícia dos responsáveis técnicos pelas demonstrações ambientais; c) encaminhar à Procuradoria Federal, para Representação para Fins Penais - RFP, ao Ministério Público Federal ou Estadual competente, sempre que as irregularidades ensejarem a ocorrência, em tese, de crime ou contravenção penal; e d) Informação Médico Pericial - IMP à Procuradoria Federal, para fins de ajuizamento de ação regressiva contra os empregadores ou subempregadores, quando identificar indícios de dolo ou culpa destes, em relação aos acidentes ou às doenças ocupacionais, incluindo o gerenciamento ineficaz dos riscos ambientais, ergonômicos e mecânicos ou outras irregularidades afins. Segue abaixo, os §§ 1º a 3º Artigo 299 da IN INSS/PRES nº 77/2015: “§ 1º As representações deste artigo deverão ser emitidas pelo Serviço/Seção de Saúde do Trabalhador da Gerência Executiva. § 2º O Serviço/Seção de Saúde do Trabalhador da Gerência Executiva deverá enviar cópia da representação de que trata este artigo à unidade local da RFB e à Procuradoria Federal, preferencialmente por meio digital, bem como remeter um comunicado, conforme modelo constante no Anexo XIX. § 3º A Procuradoria Federal deverá auxiliar e orientar a elaboração das representações de que trata este artigo, sempre que solicitada”. Fundamentos Legais: Citados no texto.

Page 17: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 468

QUEBRA DE CAIXA – ATUALIZAÇÃO Considerações Trabalhistas

Sumário 1. Introdução; 2. Remuneração; 3. Quebra De Caixa Diferente De Gratificação De Caixa; 3.1 – Conceitos; 3.1.1 - Jurisprudências; 3.2 – Obrigatoriedade E Valor Da Quebra De Caixa - Acordos Ou Convenções Coletivas De Trabalho; 3.3 – Integra A Remuneração Para Todos Os Efeitos Legais; 3.4 – Descontos Por Diferença No Caixa; 4. Horas Extras E Adicional Noturno; 5. DSR/RSR – Não Reflete; 6. Integração Das Verbas Para Cálculo De Férias, 13º Salário E Aviso Prévio Indenizado; 7. Incidências Tributárias (INSS/FGTS E IR-Fonte). 1. INTRODUÇÃO A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em seu artigo 457, § 1º estabelece que integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Não existe legislação que trata sobre a determinação do pagamento de quebra de caixa. Nesta matéria será tratada sobre o pagamento da quebra de caixa. 2. REMUNERAÇÃO Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber (Artigo 457 da CLT). Também compreende-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber, como também com outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho como horas-extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagem, etc. (Artigo 457 da CLT). “Salário é o valor pago como contraprestação dos serviços prestados pelo empregado, e remuneração engloba este, mais outras vantagens a título de gratificação ou adicionais”. “Art. 458. CLT - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas”. 3. QUEBRA DE CAIXA DIFERENTE DE GRATIFICAÇÃO DE CAIXA 3.1 – Conceitos a) Quebra de Caixa: “A quebra de caixa não se confunde com a gratificação de caixa, pois a primeira tem por objetivo compensar perdas decorrentes de eventuais diferenças de numerário que o empregado tenha que suportar”. Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelo empregado que lida com manuseio constante de numerário. “Quebra de caixa é um valor adicional ao salário do empregado que tem uma função diretamente relacionada ao manuseio do dinheiro/numerário da empresa.” Usualmente a quebra de caixa, é paga aos caixas de banco, de supermercados, agências lotéricas, etc., mas não há, na Legislação, obrigatoriedade de pagamento do “Adicional de Quebra de Caixa”, porém, é comum que os Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho fixem tal obrigatoriedade, em relação àqueles empregados sujeitos ao risco de erros de contagem ou enganos relativos às transações de valores monetários.

Page 18: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 469

“SÚMULA Nº 247 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: A parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais”. Extraído das jurisprudências abaixo, do subitem “3.1.1”: a) “É possível extrair do acórdão recorrido que a referida parcela foi instituída por mera liberalidade do empregador, por meio de norma coletiva, com natureza indenizatória, cujo objetivo era ressarcir possíveis prejuízos que o empregado tivesse com as diferenças no caixa”. b) “A parcela paga mensalmente, em valor ou percentual fixo, a título de quebra de caixa, constitui acréscimo destinado a remunerar a maior responsabilidade que se exige do empregado, no exercício da função que a enseja”. b) Gratificação de Caixa: “A quebra de caixa não se confunde com a gratificação de caixa, pois a primeira tem por objetivo compensar perdas decorrentes de eventuais diferenças de numerário que o empregado tenha que suportar”. Observe-se que o Precedente Normativo do TST nº 103 dispõe que a Gratificação de Caixa é de 10% (dez por cento) sobre o salário do trabalhador que exerce a função de caixa permanentemente, nestes termos: “PRECEDENTE NORMATIVO Nº 103 do TST - GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (positivo) Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a função de caixa a gratificação de 10% (dez por cento) sobre seu salário, excluídos do cálculo adicionais, acréscimos e vantagens pessoais”. Importante: “O adicional de quebra de caixa poderá ser fixado em função do documento coletivo entre sindicato e empresas, inclusive estabelecer valores”. 3.1.1 - Jurisprudências QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA. É possível extrair do acórdão recorrido que a referida parcela foi instituída por mera liberalidade do empregador, por meio de norma coletiva, com natureza indenizatória, cujo objetivo era ressarcir possíveis prejuízos que o empregado tivesse com as diferenças no caixa. Os acordos coletivos de trabalho, reconhecidos por força do que dispõe o artigo 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, firmados pelos Sindicatos devem ser prestigiados, desde que neles sejam observados o patamar mínimo de direitos sociais assegurados legalmente. Dessa forma, estando a atuação do sindicato da categoria profissional do autor no pleno e regular exercício de suas prerrogativas constitucionais, e não havendo notícia de nenhum vício na realização do acordo coletivo questionado, a solução jurídica inafastável é o reconhecimento da plena validade da cláusula coletiva, legitimamente pactuada, que previu a natureza indenizatória para a parcela "quebra de caixa". Recurso de revista conhecido e provido, no tema... (Processo: RR 12802720135090017 – Relator(a): José Roberto Freire Pimenta – Julgamento: 11.03.2015) QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA. O adicional -quebra de caixa- possui natureza salarial, e não indenizatória, uma vez que sua finalidade é remunerar a maior responsabilidade que se exige do empregado na função que lhe deu ensejo. Pertinente a aplicação analógica da Súmula 247 desta Corte ao caso dos autos, uma vez que a finalidade do adicional é idêntica, tanto em se tratando de Banco, quanto de estabelecimentos comerciais. Recurso de Revista conhecido e não provido. (Processo: RR 327700-44.2002.5.12.0034 – Relator: José Simpliciano Fontes de F. Fernandes – Julgamento: 27.08.2008) QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA. COMERCIÁRIO. A parcela paga mensalmente, em valor ou percentual fixo, a título de quebra de caixa, constitui acréscimo destinado a remunerar a maior responsabilidade que se exige do empregado, no exercício da função que a enseja. O móvel que conduziu à edição do Enunciado nº 247 do TST remanesce, mesmo quando se cogita de comerciário, eis que o título sob apreço, ressalvadas restrições em sua origem, ostente natureza salarial, nada indenizando. TST - RR NUM: 665147 Ano: 2000 Região: 02 - DJ DATA: 06-06-2003. 3.2 – Obrigatoriedade E Valor Da Quebra De Caixa - Acordos Ou Convenções Coletivas De Trabalho Ressalta-se que não existe lei que trata sobre a obrigatoriedade do pagamento de quebra de caixa. No entanto tem Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho que estabelecem a obrigatoriedade do pagamento do adicional de quebra de caixa, para os empregados que estão sujeitos ao risco de erros na contagem ou mesmo enganos relativos às transações de valores monetários.

Page 19: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 470

Observações importantes: “O adicional de quebra de caixa poderá ser fixado em função do documento coletivo entre sindicato e empresas”. Tem empresas que adotam o pagamento desse adicional em Regulamento Interno, ou seja, paga-se por vontade própria dos empregadores. Existem entendimentos que, os empregados que exercem a função de caixa ou assemelhada (tesoureiro, auxiliar de tesouraria, bilheteiro, cobrador, fiscal de caixa, conferente de caixa, entre outros) têm direito ao adicional de quebra de caixa, correspondente a um percentual do salário normativo, negociado anualmente pelo sindicato da categoria. E este percentual poderá variar de acordo com a previsão na convenção coletiva de cada sindicato. 3.3 – Integra A Remuneração Para Todos Os Efeitos Legais Conforme o artigo 457 da CLT e também posicionamento jurisprudencial, a verba de quebra de caixa paga com regularidade, independentemente de ter havido perda de numerário ou não, irá integrar a remuneração para todos os efeitos legais. Entretanto, terá caráter de ressarcimento e não de salário, se o pagamento for feito apenas quando ocorrer o prejuízo. “Súmula nº 247 do TST - QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: A parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais”. “A tendência jurisprudencial e no sentido de que se essa verba é paga regularmente, integra a remuneração do empregado para todos os efeitos legais. Entretanto, terá caráter indenizatório ou de ressarcimento, se o pagamento for feito apenas quando ocorrer o prejuízo”. Observação: Verificar também os itens “4” a “6” e seus subitens, desta matéria. Jurisprudência: QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA SALARIAL. Na forma preconizada na Súmula nº 247 desta Corte Superior, a parcela paga aos bancários sob a denominação -quebra de caixa- possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais. Nesse contexto, e nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, a diretriz do verbete sumulado supramencionado, tem aplicabilidade, por analogia, inclusive para os demais trabalhadores, de modo que a verba denominada quebra de caixa ostenta natureza salarial. Precedentes. Recurso de revista conhecido e desprovido. (Processo: RR 1877100502002502 1877100-50.2002.5.02.0900 – Relator(a): Dora Maria da Costa – Julgamento: 22.06.2011) 3.4 – Descontos Por Diferença No Caixa Quando se paga o valor “nomeado” como quebra de caixa, poderá admitir sim o desconto de diferença no caixa, porém, quando houver previsão em Convenção Coletiva de Trabalho. E o valor máximo do desconto somente poderá ser o valor exato do valor da quebra de caixa, conforme entendimentos dos juristas (Verificar as jurisprudências abaixo). “O desconto é somente permitido se o funcionário receber a gratificação como quebra de caixa e até o limite dessa gratificação. O adicional de quebra de caixa não tem previsão em legislação ordinária, sendo normalmente estipulado em Convenção ou Acordo Coletivo”. Extraído das jurisprudências abaixo: a) “Normalmente, os descontos no salário só são permitidos quando provada, pelo menos, a culpa do empregado. Esta é, no entanto, uma circunstância especial. Primeiro, porque se trata de empregado bancário que recebe uma gratificação destinada especificamente a cobrir eventuais diferenças no caixa”. b) “A reclamante alega que não havia conferência do caixa na sua presença, o que ofende o disposto na cláusula 33ª das CCTs e impõe a devolução das diferenças cobradas a este título”. c) “Quando o empregado é beneficiado pela verba "quebra de caixa", mês a mês, e ocorrendo a diferença no caixa, não se configura afronta à referida norma legal o desconto proporcional à diferença ocorrida”. Jurisprudências:

Page 20: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 471

GRATIFICAÇÃO. COMISSÃO DE CAIXA. VALIDADE DOS DESCONTOS. CULPA PRESUMIDA. Normalmente, os descontos no salário só são permitidos quando provada, pelo menos, a culpa do empregado. Esta é, no entanto, uma circunstância especial. Primeiro, porque se trata de empregado bancário que recebe uma gratificação destinada especificamente a cobrir eventuais diferenças no caixa. Segundo, porque, sendo ele o empregado que tem a posse do dinheiro, é presumida a sua culpa quanto à falta de qualquer numerário em seu caixa. Daí serem legítimos os descontos limitados ao valor da gratificação de quebra de caixa. Naturalmente, é ressalvada a possibilidade de o empregado fazer prova de ausência de culpa, como, por exemplo, em hipótese de assalto. Recurso de revista conhecido e provido. (TST – RR – Processo: 954400720065130008 95440-07.2006.5.13.0008, Relator(a): Vantuil Abdala - Data de Julgamento: 13.05.2009) RESTITUIÇÃO DE DESCONTOS – DIFERENÇAS DE CAIXA. A reclamante alega que não havia conferência do caixa na sua presença, o que ofende o disposto na cláusula 33ª das CCTs e impõe a devolução das diferenças cobradas a este título. (...) Ocorre que a cláusula 33ª das CCTs trazidas com a inicial (f. 29, 31, 34 e 38 prevê expressamente que “A conferência dos valores de Caixa será realizada na presença do comerciário responsável, se este foi impedido, pela empresa, de acompanhar a conferência, ficará isento de qualquer responsabilidade por erros apurados”. Assim, flagrante o descumprimento, pela reclamada, da norma convencional acima transcrita, impõe-se concluir que foram irregulares os descontos efetuados a título de diferença de caixa, fazendo jus a reclamante à devolução dos valores correspondentes. (RO - 00974-2006-015-03-00-0, TRT 3º MG, 1º Turma, Rel, JOSÉ Marlon De Freitas, Belo Horizonte, 11 de junho de 2007) DESCONTOS - QUEBRA DE CAIXA A intangibilidade a que alude o artigo 462, da CLT, consiste em evitar-se a abusividade de possível artifício empresarial em reduzir o salário do empregado com a prática de utilizar-se dessa via para transferir os riscos da atividade econômica ao trabalhador. Quando o empregado é beneficiado pela verba "quebra de caixa", mês a mês, e ocorrendo a diferença no caixa, não se configura afronta à referida norma legal o desconto proporcional à diferença ocorrida. (Processo RO - 10766/01. Relator Emília Facchini. Belo Horizonte, 02 de outubro de 2001) 4. HORAS EXTRAS E ADICIONAL NOTURNO Não existe previsão legal que trata sobre a base de cálculo das horas extras e adicional noturno, onde irá fazer parte desta base a quebra de caixa, porém, algumas decisões judiciais poderão determinar à integração dessa verba como parte da base de cálculo, conforme segue abaixo. “SÚMULA DO TST Nº 264. HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO: “A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa”. “O adicional de quebra de caixa, quando pago por liberalidade da empresa ou por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, integra o salário para efeito de cálculo de horas extras e adicional noturno”. Observação: Poderá verificar, se existe alguma cláusula na Convenção Coletiva, que trate sobre o assunto, pois não existe dispositivo legal como já foi citado. Jurisprudências: GRATIFICAÇÃO QUEBRA DE CAIXA - NATUREZA JURÍDICA. Tratando-se de verba colocada à disposição do empregado com a finalidade de cobrir diferenças eventualmente verificadas nas operações e atividades de cobrança, a gratificação quebra de caixa assume o caráter de garantia, ainda que unilateralmente limitada, da intangibilidade salarial. Logo, se paga com habitualidade, tem ela natureza salarial, passando a integrar o salário do empregado, para todos os efeitos legais, sendo sua natureza jurídica salarial e não indenizatória. (inteligência da Súmula nº 247 do C. TST). Recurso Provido. PROCESSO TRT 15ª REGIÃO Nº 01514-2005-071-15-00-0. Relator Juiz José Antonio Pancotti. Decisão N° 039276/2006. HORA EXTRA - BASE DE CÁLCULO - A hora extra deve ser calculada com base na remuneração percebida pelo obreiro, aí compreendidas não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, as percentagens, as gratificações ajustadas, as diárias para viagens e os abonos pagos pelo empregador (inteligência do artigo 457, § 1º, da CLT). (TRT 12ª R. - RO-V. 6.149/2001 - (01629/2002) - Florianópolis - 2ª T. - Rel. Juiz João Cardoso - J. 05.02.2002) 5. DSR/RSR – NÃO REFLETE

Page 21: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 472

De acordo com o Decreto n° 2.7048, de 1949, em seu artigo 11, § 4º, para os efeitos do pagamento da remuneração, entende-se como semana o período da segunda-feira a domingo, anterior à semana em que recair o dia de repouso. A quebra de caixa pode ser definida como um adicional pago aos funcionários que trabalham diretamente no caixa da empresa, como já foi visto anteriormente. E como se trata de um adicional, existem entendimentos que não têm reflexo no descanso semanal remunerado, pois esse pagamento é feito sobre o valor do salário mensal, no qual já está incluído o DSR/RSR. 6. INTEGRAÇÃO DAS VERBAS PARA CÁLCULO DE FÉRIAS, 13º SALÁRIO E AVISO PRÉVIDO INDENZIADO De acordo com o artigo 457 da CLT compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. “§ 1º. Art. 457 - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador”. Conforme entendimentos de juristas: “No caso da quebra de caixa, se pago com habitualidade, sem depender da ocorrência de prejuízo (supre a falta do “dinheiro” no caixa), o adicional de quebra de caixa tem natureza salarial, devendo constar nas verbas trabalhistas, como férias, 13º salário, verbas rescisórias etc”. a) Férias: Quando o empregado recebe além do salário outros acréscimos, conforme dispõe o artigo 457 da CLT, o artigo 142 da mesma determina que deve ser calculada uma média dos últimos 12 (doze) meses, e somadas ao valor do salário que servirá de base ao cálculo das férias. Integra-se para todos os efeitos no cálculo de férias: horas extras, gratificações, comissões e todos os adicionais agregados ao salário do empregado (§ 5º, artigo 142 da CLT). “Art. 142 da CLT - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977. § 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977. ... § 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977”. Sendo misto o salário, como por exemplo, fixo mais quebra de caixa, deverá ser apurada a média apenas da parte variável, cujo total será somado à parte fixa do salário. b) 13º Salário: A base de cálculo do 13º salário é a remuneração devida em dezembro ou a remuneração do mês da rescisão, conforme a Lei n° 4.090/1962. Aos empregados que recebem salário variável, a qualquer título, será calculada na base da soma das importâncias variáveis devidas, nos meses trabalhados dentro do exercício até o mês anterior àquele em que se realizar o adiantamento e o pagamento do 13º Salário. Conforme o Decreto n° 57.155/65, em seu artigo 3º, § 1º tratando-se de empregados que recebem apenas salário variável, a qualquer título, o adiantamento será calculado na base da soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o mesmo adiantamento. “SÚMULA Nº 207 DO STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL). GRATIFICAÇÕES HABITUAIS. As gratificações habituais, inclusive a de natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário”.

Page 22: ANO XXXI - 2020 – 3ª SEMANA DE JUNHO DE 2020 BOLETIM

TRABALHO E PREVIDÊNCIA – MAIO– 25/2020 473

No caso da quebra de caixa, se pago com habitualidade, sem depender da ocorrência de prejuízo, o adicional de quebra de caixa tem natureza salarial, devendo constar nas verbas trabalhistas, como férias, 13º salário, verbas rescisórias etc. c) Aviso Prévio Indenizado: O Aviso Prévio sendo indenizado, a base de cálculo é o último salário percebido pelo empregado. E percebendo o empregado salário fixo mais parcelas variáveis ou somente salário variável, o valor do Aviso Prévio corresponderá ao salário fixo acrescido da média das parcelas variáveis dos últimos 12 (doze) meses, ou somente da média dos 12 (doze) últimos meses ou período inferior, no caso de empregado com menos de um 1 (ano) de serviço dispensado com Aviso Prévio indenizado (Artigo 487 da CLT). A média dos últimos 12 (doze) meses por analogia aplica-se o § 3º, artigo 487 da CLT. “Art. 487, § 3º, CLT - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço”. Observação: As normas coletivas de trabalho podem estabelecer período inferior para cálculo da média das parcelas variáveis, as quais deverão ser obedecidas desde que sejam mais vantajosas ao empregado, então a empresa deverá proceder aos 2 (dois) cálculos, para fazer a devida verificação. 7. INCIDÊNCIAS TRIBUTÁRIAS (INSS/FGTS E IR-FONTE) No caso de INSS e FGTS. “Esta verba não estar expressamente relacionada nas parcelas que não incidem INSS, como é o caso das previstas no art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212/91, com isso, a parcela paga a título de quebra de caixa deve integrar a remuneração do trabalhador para efeitos de incidência previdenciária. A parcela paga a título de quebra de caixa está sujeita à incidência do FGTS, conforme disposto no art. 15, § 6º, da Lei nº 8.036/1990”. A verba quebra de caixa tem incidência de INSS e FGTS, conforme o quadro abaixo:

VERBAS INSS FGTS

Quebra de caixa SIM Lei nº 8.212/91, art. 28, inciso I

SIM IN 25/01, art. 12, XX, do Ministério do Trabalho

Jurisprudência: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE VALOR PAGO AO EMPREGADO A TÍTULO DE QUEBRA DE CAIXA. INCIDÊNCIA. 1. O Tribunal a quo consignou que a verba referente ao adicional de quebra de caixa possui natureza salarial, de modo a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. 2. Quanto ao auxílio "quebra de caixa", consubstanciado no pagamento efetuado mês a mês ao empregado em razão da função de caixa que desempenha, por liberalidade do empregador, o STJ assentou a natureza não indenizatória das gratificações feitas por liberalidade do empregador, devendo incidir nesses casos a contribuição previdenciária. 3. Agravo Regimental não provido. (Processo: EREsp 1397333 RS 2013/0260117-7 – Relator(a): Ministro Benedito Gonçalves – Publicação: DJ 26.03.2015) Fundamento legal: Citados no texto.