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painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano XI nº 279 junho/ 2018 Rúscas e nutrivas, Plantas Alimencias Não Convencionais também podem ser oportunidades de mercado na agronomia É DE COMER Evento Semana de Agronomia pauta a revolução no campo Arquitetura Retrofit e a recuperação de imóveis abandonados Educação AEAARP lança gibi que explica importância dos profissionais habilitados Ora-pro-nobis

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painelAssociação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Ano XI nº 279 junho/ 2018

Rústicas e nutritivas, Plantas Alimentícias Não Convencionais também podem ser

oportunidades de mercado na agronomia

É de comerEvento

Semana de Agronomia pauta a revolução no campo

ArquiteturaRetrofit e a recuperação de

imóveis abandonados

EducaçãoAEAARP lança gibi que explica

importância dos profissionais habilitados

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As reuniões da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RM-RP) têm acontecido majoritariamente na sede da AEAARP. Abrimos as portas da nossa casa para esta fase da RM-RP por que a nossa entidade faz parte desta organização. Além disso, é nosso desejo ter as opiniões dos técnicos da associação ouvidas e levadas em consideração e, sobretudo, é a oportunidade de os associados da AEAARP participarem desta verdadeira revolução regional que tem sido planejada.

Nós, engenheiros, arquitetos e agrônomos, devemos ser protagonistas nestas mudanças. As decisões políticas encaminhadas por meio do Conselho da RM-RP e de outras instâncias dessa organização, só terão efetividade se respaldadas no conhecimento técnico e na capacidade de panejar, projetar e construir.

Fazer parte de uma associação de classes é o que cria a oportunidade participarmos de momentos históricos como este. No passado, a AEAARP escreveu seu nome na história da cidade. Hoje, cravamos o nosso nome na história de toda a região.

Convido os associados a informarem-se sobre as datas das audiências. A maioria dos encontros são públicos e fazer parte de um grupo é isso: comprometer-se, trabalhar e fazer história.

Eng. civil Carlos Alencastre

especial Rústicas e nutritivas 05Oportunidade de mercado 10Cactos e plantas forrageiras à mesa 12

agronomia 14 Segurança alimentar precisa da agricultura familiar

conselho 17Um presidente idealista

agronomia 18Tecnologia e demanda promovem revolução no campo

arquitetura 20Não é reforma, é retrofit

história 22Bom humor nas atas

legislação 23Senado aprova lei que cria conselho de técnico industrial e agrícola

CREA-Sp 24Empresas e autarquias devem ter registro no CREA-Sp

educação 25AEAARp lança gibi educativo

notas e cursos 26

índiceRua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel

A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes AlvesDiretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

ConselhoPresidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria JuniorEng. civil Edgard CuryEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng. civil Jose Aníbal LagunaEng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiEng. civil Roberto MaestrelloEng. civil Wilson Luiz LagunaEng. elet. Hideo KumasakaArq. e urb. Adriana Bighetti CristofaniArquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire GrelletEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques Soares

Conselheiros suplentesEng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaEng. agr. José Roberto Scarpellini

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | [email protected]

Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330Foto capa: Daniela Antunes

Publicidade: 16 2102.1719

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP

ESPECiAL

Rústicas e nutritivasPlantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) nascem espontaneamente em todas as regiões do país, têm valor nutritivo, potencial de mercado e podem colaborar com a segurança alimentar

No quintal, no terreno desocupado ou em um canteiro: as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) não escolhem local ou clima para brotarem. A rusticida-de das espécies permite que apareçam espontaneamente em qualquer pedaço

de terra. Outra peculiaridade é o alto valor nutricional, o que as faz conquistar um nicho de mercado, principalmente em razão do crescimento do público vegetariano, vegano e daqueles que buscam alimentação saudável e diversificada. Hortaliças compõem a maior fatia de PANCs; mas, há folhas, flores, frutas, condimentos e oleaginosas.

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Coleção de hortaliças não convencionais, na Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF

PANC é um acrônimo (sigla composta pelas iniciais de um

termo) que contempla um grande número de plantas nativas ou

exóticas naturalizadas; cultivadas ou subespontâneas. As subespontâneas

são consideradas infestantes, nocivas ou daninhas e, muitas vezes, são descartadas. Segundo o biólogo

Valdely Ferreira Kinupp, o termo PANC é novo, completa 10 anos neste ano de 2018. Veja algumas curiosidades sobre essas plantas no e-book Guia Prático PANC, no

endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

incompletas, têm nomes repetidos ou plantas que deveriam ser divididas em mais espécies, de acordo com especia-listas. Apesar de muitos acreditarem que toda PANC é nativa, várias espécies são exóticas e estão naturalizadas, brotando de Norte a Sul no Brasil, dependendo de suas características.

O biólogo Valdely Ferreira Kinupp, professor do instituto Federal de Educa-ção, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Manaus-Zona Leste (iFAM--CMZL), fala que uma espécie pode ser PANC em determinada região e ser comum na culinária de outras cidades ou estados. “O conceito PANC gira em torno do regionalismo, de uma tradição local e de ter um alimento mais fresco”. Ele é coautor do livro Plantas Alimentí-cias Não Convencionais (PANC) no Brasil – guia de identificação, aspectos nutricio-nais e receitas ilustradas, da editora Plan-tarum, junto com o engenheiro agrôno-mo Harri Lorenzi.

Valdely acrescenta que uma plan-ta pode ter partes não convencionais. “O mamoeiro é convencional pela fruta madura, o mamão. Mas, o uso do fruto verde em salada ou do miolo, retirado de dentro do caule do mamoeiro, não é con-vencional. Essas partes podem ser usa-das tanto para salada quanto para pratos doces ou salgados, além de substituir o coco ralado”.

TRADICIONAL NÃO É CONVENCIONAL!

Hortaliças tradicionais são mais conhecidas no meio acadêmico como hortaliças não convencionais, são espécies com distribuição limitada, restrita a determinadas localidades ou regiões, que exercem ou exerceram influência na alimentação e na cultura dessas populações.

Fonte: Embrapa

Estima-se que existam mais de 10 mil espécies de PANCs no Brasil. Só na Amazônia, seriam mais de 2.400 espé-cies. As listas disponíveis, porém, são

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AEAARP

Há, segundo o biólogo, uma movi-mentação crescente de comercialização dessas plantas. “As PANCs têm potencial econômico e é um nicho de mercado, es-pecialmente com a demanda crescente por alimentos agroecológicos e orgâni-cos”, ressalta.

CaracterísticasAs PANCs são muito resilientes (adap-

tam-se às condições de solo e clima), rústicas e produzem suas próprias se-mentes botânicas (que vem dentro do fruto) ou agronômicas (que são unida-des propagativas). “A maioria é espontâ-nea. As que nascem sozinhas produzem grande quantidade de sementes como, por exemplo, picão preto, dente-de--leão, serralha e algumas variedades de mostarda”, explica Valdely.

Saiba mais sobre estudo da Embrapa no endereço eletrônico da AEAARP,

na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

O engenheiro agrônomo Nuno Madeira, pesquisador da Embrapa Hortaliças, informa que foram instalados bancos comunitários de mudas e sementes nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná. “Os bancos são implantados em espaços coletivos, que ofereçam boas condições agronômicas, mão de obra, irrigação [quando necessária] e que tenham acompanhamento da extensão

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Coleção de hortaliças não convencionais, na Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF

Outra vantagem agronômica é que, muitas vezes, uma praga pode atacar a PANC e preservar a planta principal da lavoura.

Desde 2015, a Embrapa Hortaliças, lo-calizada em Brasília-DF, pesquisa as ca-racterísticas agronômicas e nutricionais de 20 espécies que fazem parte do grupo PANC. O objetivo é garantir a manuten-ção, conservação e promoção das horta-liças tradicionais. Dentre os resultados obtidos até agora se destacam a criação de bancos comunitários de sementes e mudas de hortaliças tradicionais em vários estados brasileiros, a sistematiza-ção do modelo de produção de algumas espécies e a capacitação de estudantes, estagiários e mestrandos, que estão pro-duzindo trabalhos de iniciação científica sobre o tema.

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Revista Painel

FLOR TAMBÉM É ALIMENTO

Rica em vitamina C e minerais como potássio, cálcio e zinco, além de compostos sulfurosos

benéficos ao sistema imunológico, a flor comestível capuchinha (Tropaeolum majus) dura mais tempo se mantida em torno de

5°C. A conservação foi determinada por agrônomos da Embrapa. Além do consumo fresco em saladas, as flores de capuchinha

podem ser desidratadas, embebidas em álcool ou em calda de açúcar ou congeladas em

cubos para coquetéis. Saiba mais no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

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As flores de coloração amarela apresentaram maior vida útil, quando refrigeradas a 5°C

Pesquisador Nuno Madeira ao lado do plantio experimental de Moringa, na Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF

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rural”. Os bancos estão localizados em institutos estaduais de pesquisa, universidades ou associações de produtores que tenham horta coletiva. “A intenção é que sejam permanentes, por isso monitoramos à distância”.

A criação dos bancos é resultado da vontade de alguns produtores de resga-

tar a tradição, a cultura local e a heran-ça de seus antepassados, levando para a mesa alimentos que eram comuns em sua infância. “Recentemente, um senhor de 80 anos nos disse que não via há muitos anos o mangarito, que a mãe cozinhava para ele quando era criança. A partir do interesse de um produtor, estimulamos

a busca por parceiros para que a região receba o banco de mudas e sementes e possa beneficiar muitas pessoas”, acres-centa Nuno. isso também é importante para evitar a extinção de espécies.

Algumas PANCs são mais difíceis de manusear como, por exemplo, a ora--pro-nóbis, que tem espinhos. “Para aumentar o seu potencial produtivo de-senvolvemos sistemas de produção para facilitar o manuseio durante o cultivo. No caso da ora-pro-nóbis, por exemplo, ensi-namos uma poda que deixa a planta mais domável”, explica o agrônomo.

Outra característica recorrente das PANCs é que boa parte necessita de pouca irrigação e algumas nem preci-sam, o que as tornam mais resistentes à seca. Com o manejo adequado é possí-vel cultivá-las em qualquer lugar do país. “Temos em Brasília plantas de diferentes regiões, algumas precisam de sol, outras de meia sombra, outras de estufa etc.”, acrescenta Nuno.

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AEAARP

As regiões e suas PANCsNão existe uma região do país mais

propícia para o cultivo de PANCs. “Cada bioma tem suas próprias PANCS. É claro que a Mata Atlântica talvez seja o bioma mais rico do Brasil, devido as suas ca-racterísticas. Tanto no meio de florestas quanto no Cerrado podemos encontrar muitas frutas e castanhas. Na Caatinga, temos os cactos e umbu, por exemplo”, acrescenta Valdely.

O conceito PANC é muito amplo, pois inclui pratos alimentícios não convencio-nais e suas formas de preparo. “A pitaya ainda é uma PANC. Muitas pessoas não sabem como comer ou preparar recei-tas”, esclarece Valdely. Ele comenta que a rúcula era considerada uma planta es-pontânea em algumas regiões do mundo e que o agrião também é considerado PANC na região da Patagônia (Argentina). O açaí, que era regionalizado e hoje está difundido, apresenta formas de uso não convencionais e por isso consta nas listas de PANCs.

EM RIBEIRÃO TEM

Ainda que nasçam espontaneamente, alguns produtores têm investido em plantações de hortaliças tradicionais. Em Ribeirão Preto (SP), o engenheiro agrônomo Pedro Leça, associado da AEAARP, tem um viveiro de mudas, localizado no bairro Recanto das Palmeiras, onde produz espécies não convencionais como a bertalha (poderosa planta medicinal, anti-inflamatória usada no combate a doenças hepáticas e oculares), moringa (rica em sais minerais e vitaminas essenciais à saúde humana), ora-pro-nóbis (rica em proteínas, ajuda na perda de peso e no combate à úlcera e cistite), grumixama (que, segundo Pedro, tem propriedades antioxidantes e e ajuda na prevenção do câncer), além de algumas pimentas exóticas, entre outros vegetais.

Engenheiro agrônomo Pedro Leça com mudas de bertalha e ora-pro-nóbis, em seu viveiro localizado em Ribeirão Preto-SP

Mudas de grumixama (à esquerda) e ora-pro-nóbis (à direita) no viveiro de Ribeirão Preto (SP)

Produtores de Ribeirão Preto sofrem forte concorrência de outros das cidades vizinhas, que plantam e vendem alimentos convencionais. Pedro viu na dificuldade uma oportunidade. “Em Ribeirão Preto, o mercado para plantas não convencionais ainda é pequeno e não está consolidado, mas tem grande potencial”, diz o agrônomo, que também vende mudas para outros produtores. Seu principal público consumidor são aqueles listados no início desta reportagem: vegetarianos, veganos e aqueles que investem em alimentação saudável.O viveiro de Pedro tem mais de 20 anos e as PANCs ganharam espaço há dois. O interesse de trabalhar essas espécies decorre da leitura de publicações sobre o tema, disponibilizados frequentemente por instituições como Embrapa, Esalq e Unicamp. A procura por espécies diferentes, aliada à rusticidade das plantas não convencionais, instigou o agrônomo a aderir à novidade.

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Revista Painel

oportunidade de mercado

As Plantas Alimentícias Não Con-vencionais (PANC) não servem somente à agronomia e ao resgate

cultural; são importantes também para a saúde humana. Segundo reportagem veicu-lada pelo telejornal Bom dia São Paulo (TV Globo), 90% das calorias ingeridas no mun-do vêm de apenas 20 espécies. Existem, porém, mais de 10 mil vegetais comestíveis. Os números revelam oportunidades.

Assista a reportagem do Bom Dia São Paulo no endereço eletrônico da

AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

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Coleção de hortaliças não convencionais, na Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF

Em tempos de mudanças climáticas fica cada vez mais difícil produzir alimentos e, segundo Nuno Madeira, pesquisador da Embrapa Hortaliças, esse ambiente re-quer mais produtos agroquímicos. Outra característica do mercado é o desapare-cimento de produtos em determinadas épocas do ano. Paradoxalmente, tem muito alimento sendo capinado e jogado fora. “Por que não consumir essas plan-tas?”, indaga o pesquisador. Não é uma sugestão para abandonar os alimentos convencionais, mas sim um alerta para outras possibilidades alimentares.

Nuno acrescenta que essa diversidade também contribui com a segurança ali-

ESPECiAL

mentar, em razão do aumento da oferta de plantas alimentícias espontâneas, e redução no consumo de agrotóxicos pelo fato dessas espécies serem mais rústicas. A rusticidade e a manutenção das carac-terísticas originais – diferentemente do que acontece com os itens disponíveis nos supermercados – também fazem crescer o valor nutritivo das plantas. O caruru, por exemplo, tem sete vezes mais ferro do que o espinafre.

Muitas das PANCs são antioxidantes, ricas em antocianina e betalaína (pig-mentos naturais presentes em algumas plantas) e podem ser matérias-primas para pigmentos, óleos e aromas. “isso

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AEAARP

tudo gera trabalho e renda”, comple-ta o biólogo Valdely Ferreira Kinupp. Além de criar empregos formais, as PANCs podem contribuir com a ma-nutenção do homem no campo e o re-torno às origens, acrescenta o biólogo. Basicamente, quem produz as PANCs são agricultores familiares que comer-cializam a produção em feiras orgâ-nicas ou de porta em porta. Existem, porém, fazendas interessadas na pro-dução dessas espécies.

FEIRAS ORGÂNICAS NO BRASIL

Veja o mapa das feiras orgânicas realizadas no Brasil (em Ribeirão Preto-SP existem seis feiras), quatro publicações sobre o tema e 41 receitas com espécies não convencionais.

www.aeaarp.org.brMapa de feiras orgânicas no Brasil - Fonte: www.feirasorganicas.org.br

Não é possível quantificar o volume da perda de PANCs nas lavouras brasilei-ras – quando as plantas são eliminadas na aplicação de agroquímicos, quando a terra é arada com tratores, quando há in-cêndio etc. “Se tudo isso fosse aproveita-do como produto in natura, processado, industrializado na forma de farinhas, mo-lhos, conservas, geleias e condimentos amenizaríamos a fome no planeta ou a carência de alimentos em algumas regi-ões”, pondera Valdely.

É PANC OU NÃO É?

Para quem tiver dúvida se determinada espécie está na lista das PANCs e como deve ser consumida pode buscar ajuda nos herbários, geralmente localizados em institutos de pesquisas, universidades ou instituições correlacionadas. “Lá os taxonomistas, botânicos e especialistas podem dar informações detalhadas sobre a planta”, alerta o biólogo Valdely Ferreira Kinupp. O engenheiro agrônomo Nuno Madeira recomenda o livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil – guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas, da editora Plantarum, escrito por Valdely e o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi (Editora Plantarum). “Esse livro apresenta mais de 350 espécies e é considerada a ‘bíblia’ das PANCs”, diz Nuno. O agrônomo alerta que cada PANC tem a forma correta de preparo para garantir a segurança no consumo.

Livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil

COMER É PANC

O biólogo Valdely Ferreira Kinupp defende que restaurantes comerciais e industriais também podem explorar as

PANCs em seus pratos. Um movimento que têm ajudado a disseminar o

conceito PANC é o projeto do SESC Pompeia (SP), chamado Comer é Panc.

Até o mês de novembro, a instituição vai apresentar palestras relacionadas ao tema. “Ações como essa ajudam a

difundir o tema e a levar conhecimento para onde precisa”, diz Valdely, que

também integra esta ação.

institutos estaduais de pesquisas, uni-versidades e empresas como a Embrapa investem cada vez mais em pesquisas re-lacionadas às PANCs. Além disso, é pos-sível encontrar mais de 540 currículos de profissionais no Lattes (plataforma virtual criada e mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico) que contenham a expressão “Plan-tas Alimentícias Não Convencionais”.

Valdely conhece restaurantes no Rio de Janeiro (RJ) e em Manaus (AM), onde boa parte do cardápio é feito com PANC. “Al-guns não usam mais alface e outras horta-liças convencionais”. A alta gastronomia é um dos principais nichos de mercado a ser explorado. “Muitas pessoas são desconec-tadas da natureza, cozinham pouco e não sabem ou têm preguiça de processar o ali-mento. Porém, se tiver sorvete de banani-nha-do-mato ou cagaita em uma sorvete-ria, com certeza vão querer experimentar”.

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Revista Painel

cactos e plantas forrageiras à mesa

Na Etiópia, uma “falsa” bananeira tem alimentado diariamente 10 milhões de pessoas. Conhecida

como bananeira-da-abissínia, a planta não dá frutos comestíveis, mas é da sua polpa que muitos agricultores do sul daquele país alimentam suas famílias.

Além das propriedades medicinais da Ensete ventricosum (nome cientifico da espécie), segundo reportagem do portal Época, sua fibra serve para a constru-ção de casas, resiste a longos períodos de seca e, em épocas chuvosas, a folha-gem protege o solo das enxurradas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), a planta produz mais alimentos do que a maioria dos

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Veja a reportagem completa do portal Época no endereço eletrônico

da AEAARP, na área Notícias.

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Palma forrageira, 90 dias após o primeiro corte

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cereais: 50 pés da vegetação ocupam cerca de 300 metros quadrados e pode alimentar diariamente uma família de cinco a seis pessoas.

Embora a maioria dos cactos não seja comestível, as espécies do gênero Opuntia podem servir como alimento. Segundo a organização não governa-mental Funverde, especialistas chega-ram à conclusão de que a planta oferece

muitas possibilidades aos agricultores como alimento, feno e água. Essas plan-tas sobrevivem aos climas áridos e se-cos, armazenam água (até 180 toneladas de água por hectare) e estão se tornan-do importante ferramenta para progra-mas de segurança alimentar.

A bananeira-da-abissínia na Etiópia e a palma forrageira (da família Opuntia) no Brasil são exemplos de Plantas Alimentí-cias Não Convencionais (PANCs) usadas em programas de segurança alimentar.

No Brasil, é a palma forrageira que tem potencial para atuar no combate à fome e à desnutrição nas regiões semiáridas do país. De origem mexicana, a espécie foi trazida para o Brasil no final do século XiX e se adaptou ao clima do semiárido. Por isso, foi bem aceita e difundida no Nordeste. Até a pouco tempo, seu uso principal era na produção pecuária. No entanto, o potencial produtivo, nutritivo e as outras utilidades dessa planta des-pertaram o interesse de pesquisadores, que começaram a utilizá-la na alimenta-ção humana, produção de medicamentos e cosméticos, na conservação e recupe-ração de solos, entre outros.

A planta suporta grandes períodos de estiagem – pois se adapta às regiões com precipitações anuais em torno de 250 mm a 1.800 mm de chuva, com tempe-ratura entre 18°C e 38°C – e pode ser

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AEAARP

HORA DE PLANTARO programa é coordenado pela

Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), que tem parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

do Ceará (Ematerce), Instituto Agropolos do Ceará, secretarias de agriculturas

municipais, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras

Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) e seus sindicatos.

Segundo Márcio, no Brasil a palma é mais cultivada nos estados do Pernambuco, Pa-raíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Nor-te, Piauí e, principalmente, no Ceará, onde existem iniciativas para cultivo da espécie e conscientização de seu potencial produtivo. Entre 2007 e 2017, entidades públicas e privadas distribuíram, através do programa “Hora de Plantar”, 57 milhões de raquetes--semente de palma forrageira, além de ou-tras sementes e mudas de elevado potencial genético, para agricultores familiares.

produzida em larga escala. Em 2001, a FAO reconheceu o potencial da palma e sua importância para o desenvolvimento das regiões áridas e semiáridas, especial-mente, nos países em desenvolvimento.

O engenheiro agrônomo Márcio José Alves Peixoto, coordenador das Cadeias Produtivas da Pecuária da Secretária do Desenvolvimento Agrário do Ceará, aponta que o cultivo da palma forrageira pode ser em áreas de textura arenosa à argilosa. “Além da fertilidade, é funda-mental que o solo tenha boa drenagem, uma vez que áreas sujeitas ao encharca-mento não servem para o cultivo”. Desde que obedeça às recomendações, o plan-tio e o manejo são simples. “As raquetes--semente para o plantio devem ser gran-des e sadias, sem manchas e não podem ter emitido algum broto”, acrescenta.

Segundo a Empresa de Assistência Téc-nica e Extensão Rural do Ceará (Emater-ce), a palma forrageira é rica em vitaminas A, complexo B e C e minerais como cálcio, magnésio, sódio, potássio, além de 17 ti-pos de aminoácidos. Márcio explica que os principais componentes da polpa são água (85%), carboidratos (10% a 15%) e quantidades importantes de vitamina C. Além de ser um produto mais econômico, o agrônomo acrescenta que o vegetal é mais nutritivo que alimentos como couve, beterraba e banana (veja a tabela).

Assista a reportagem completa e conheça as

algumas receitas com a planta no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

A partir de novos estudos e com a dis-seminação das formas de uso na alimen-tação, a palma forrageira tem potencial para ser a base alimentar das regiões semiáridas. Algumas instituições do país que estão trabalhando fortemente nes-se objetivo são: Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Ceará (UFC), instituto Federal da Paraí-ba (iFPB), instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (iFCE), ins-tituto Agronômico de Pernambuco (iPA), Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), instituto Nacio-nal do Semiárido (iNSA) e Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).

O uso da palma como alimento no Nordeste é recente. “Foi intensifica-do a partir dos anos 2000 e isso só foi possível, principalmente, porque vá-rios órgãos estão trabalhando nisso”, diz o agrônomo.

MEtOdOLOgIA dE REPROdUçÃO POR fRACIONAMENtO dE RAqUEtE

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Fonte: Guedes, C. C.; Oliveira, J. S.; Fernandes, M. F.; Oliveira, R.; Deiro, T. C. B. J.; Sousa, V. Broto de palma, sabor e nutrição. Sebrae/PE – Faepe. Recife, 2004

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Revista Painel

AGRONOMiA

Segurança alimentar preciSa

da agricultura familiar

E a agricultura familiar precisa de engenheiros agrônomos e políticas públicas

de financiamento de iniciativas técnicas

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AEAARP

A Lei nº 11.947/2009 garante alimentação saudável aos alunos da rede pública de ensino. A ali-

mentação escolar e as ações de educação alimentar e nutricional são oferecidas aos estudantes da educação básica pú-blica através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O governo federal repassa a estados e municípios as verbas para a aquisição de alimentos conforme o número de matriculados em cada rede de ensino.

Uma das medidas do governo para garantir uma alimentação saudável e ade-quada nas escolas, é a obrigatoriedade de que 30% do valor repassado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa-ção (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) seja utilizado na compra de alimentos produzidos pelo pequeno produtor.

De acordo com dados do FNDE em 2015, foram disponibilizados para Ribeirão Preto R$ 5,2 milhões para a compra da merenda escolar; do total, R$ 1,7 milhão foi utilizado na compra de produtos da agricultura familiar. Em 2016 foram in-vestidos 5,8 milhões, sendo R$ 898 mil na agricultura familiar. O investimento foi menor do que o exigido pela lei em razão da falta de produtores interessados na chamada pública. Segundo o engenheiro agrônomo Luiz Fernando Zorzenon, da Coordenadoria de Assistência Técnica integral (CATi) de Ribeirão Preto, o de-sinteresse dos produtores deu-se devido os baixos preços oferecidos no edital. Em 2017, a prefeitura abriu edital com pre-visão de investimento de R$ 1,6 milhão, priorizando a compra de produtores locais.

A aplicação da lei incentivou a produ-

os produtores evidenciam uma nova tendência na administração pública, onde os compradores públicos assumem papel de protagonistas.

“Outra medida importante e lançada recentemente são as novas ferramentas de tecnologias para fortalecer o acesso ao mercado aos produtores: o Mapa da Agricultura Familiar Paulista, que traz informações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e os modelos de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), assim como a divulgação sobre diagnósticos realizados com base nos dados informados nas DAPs”, destaca.

Valverde ainda explica que os produtos cultivados em Ribeirão Preto e região atendem os editais dos três principais programas de Compras Públicas: Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE/nacional), Programa Paulista da Agricultura de interesse Social (PPAiS/estadual), além do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/nacional).

Segundo dados do instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea), Ribeirão Preto tem um percentual de área territorial com plantação de 59,67%, bem acima da média nacional, que é de 7,67%.

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ção de alimentos diversificados, produ-zidos em âmbito local pela agricultura familiar e pelos empreendedores familia-res rurais. Os pequenos produtores são dispensados dos processos licitatórios. A aquisição dos alimentos para o PNAE é feita através de chamada pública, proce-dimento administrativo voltado à seleção de proposta específica para aquisição de alimentos provenientes da agricultura fa-miliar, empreendedores familiares rurais ou suas organizações.

Segundo José Valverde, secretário--executivo do Conselho Estadual de Segu-rança Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA-SP) e da Câmara intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional Susten-tável (CAiSAN-SP), uma das diretrizes da atuação do CONSEA-SP é o apoio ao pe-queno produtor e agricultura familiar. “As CRSANS, por orientações do CONSEA-SP, buscam intensa articulação intersetorial e de fomento na temática de Segurança Ali-mentar entre os produtores da agricultura familiar e o Poder Público, tendo como principal pilar de atuação o fortalecimento das compras públicas”, explica.

Para ele, a adoção do Regime Dife-renciado de Contratação e os novos processos de compras exclusivas para

Agro Família

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Revista Painel

OportunidadePara a consultora de agronegócio do

Sebrae Ribeirão Preto, Flaviane Araújo, a relação entre o produtor familiar e o engenheiro agrônomo pode melhorar o desempenho dos pequenos produtores, que já é bom. “Hoje uma propriedade de 10 mil metros quadrados, que planta hortaliças, pode gerar renda de R$ 100 mil por mês”, explica.

Segundo o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (iBGE) a agricul-tura familiar representa hoje 85,2% dos estabelecimentos rurais brasileiros, cor-respondendo a 38% do Produto interno Bruto (PiB). Os pequenos produtores são responsáveis pela produção de 87% da mandioca, 70% do feijão, 59% da carne suína, 58% do leite, 50% da carne de aves e 46% do milho no Brasil. 70% dos alimentos consumidos no país vem da agricultura familiar.

De acordo com Flaviane, a agricultura familiar ganha destaque e necessita do trabalho do agrônomo para auxiliar no plantio, melhorar as técnicas e aumentar produção. “Muitos agrônomos saem da faculdade orientados a buscar trabalho em usinas ou grandes empresas, mas a agricultura familiar pode ser uma boa oportunidade de trabalho para este pro-fissional”, ressalta.

Já o engenheiro agrônomo Zorzenon, da CATi, acredita que existe mercado para o agrônomo na agricultura familiar. Segundo ele, o pequeno produtor tem baixa capaci-dade de investimento e depende de coo-perativas e associações para capacitação e treinamento. “Faltam políticas públicas e os produtores dificilmente conseguem pagar por profissionais, como agrônomos, zootecnistas e veterinários”.

Atualmente, os produtores da agricultura familiar participam de cursos de capaci-tação oferecidos pela Coordenadoria de Desenvolvimento de Agronegócios (CODE-AGRO), por meio do instituto de Coopera-tivismo e Associativismo (iCA), Centro de

Alimentação adequada e saudável é direito garantido pela Constituição federal (Artigo 6º). Propor ações para que as pessoas tenham acesso regular e permanente a alimentos de qualidade é uma das atribuições dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional, que discutem e analisam políticas públicas e programas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e de Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA).Na região de Ribeirão Preto, o trabalho é realizado pela Comissão Regional de Segurança Alimentar Nutricional Sustentável (CRSANS), composta por 25 municípios, instância descentralizada e participativa que integra a estrutura organizacional do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea/SP).Segundo Leandra Alvarez de Paiva Alves, conselheira titular da CRSANS-Ribeirão Preto, a cada dois meses os membros da comissão se reúnem para discutir políticas públicas em Segurança Alimentar e enumerar demandas da região, que são levadas posteriormente ao CONSEA/SP. A Comissão atua também na promoção da alimentação saudável e no apoio à agricultura familiar.

Agro Família

Segurança Alimentar e Nutricional (Cesans). Também recebem orientações através de programas, dentre eles o Agro-família, desenvolvido pelo Sebrae Ribeirão Preto.

O Agro-família atende agricultores fami-liares que produzem hortaliças, legumes e frutas na região de Ribeirão Preto. O pro-jeto tem o objetivo de ajudar o pequeno produtor a vender o que é produzido e melhorar as técnicas de plantio.

Os agricultores familiares podem vender diretamente para o governo, desde que devidamente habilitado através da decla-ração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP), um documento de identificação da agricultura familiar que pode ser obtido tanto pelo agricultor ou agricultora familiar (pessoa física), quanto por organizações familiares rurais como: associações, coo-perativas e agroindústrias (pessoa jurídica).

O Agro-família também criou um mapa que identifica onde estão os pequenos agri-cultores, o que produzem e a sazonalidade dos alimentos. Esta última informação aju-da as prefeituras a elaborarem o cardápio das escolas priorizando legumes e frutas da época, que além de ter valor nutricional maior, são mais acessíveis e saborosos.

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AEAARP

CONSELHO

um presidente idealista

O novo presidente do Conselho Deliberativo acredita que a Associação é ferramenta de mudança da vida das pessoas

PerfilGiulio é natural de Ribeirão Preto.

Associou-se à AEAARP em 2005, quando chegou à cidade depois de longo período de trabalho e estudo em outras cidades e na inglaterra.

“Fiquei muito tempo fora e quando voltei, sofri o impacto da precariedade de algumas áreas no Brasil. Então, eu pensei: o que eu posso fazer pelo meu país?”, conta.

Ele conheceu a Associação e desde o início integra a Diretoria ou o Conselho da entidade. “Cada coisa que a gente faz é algo concreto na direção desse meu ideal”, explica.

Giulio é graduado na Universidade de Mogi das Cruzes. Trabalhou em diversas empresas nacionais e multinacionais nas áreas de manutenção, projeto e produção. Foi docente e conselheiro do CREA-SP, onde ainda colabora em alguns grupos de trabalho. Ele também integrou comitivas brasileiras que participaram de congressos internacionais de engenharia.

Na AEAARP, Giulio acredita que todos podem criar uma rede de relações de pensamentos diversos. “Que bom que tem gente que pensa diferente!”.

A Diretoria executa ações. O Conselho zela pelo bom andamento da entidade. Essa

é a visão do engenheiro mecânico Giulio Roberto Azevedo Prado sobre o Conselho Deliberativo da AEAARP, organismo do qual acaba de assumir a presidência. Seu papel nesse cargo, ele fala, é o de coordenar o trabalho do grupo.

A relação com os colegas, garante, é horizontal. Giulio acredita que os membros do Conselho têm deveres e responsabi-lidades iguais, independentemente de quem seja o presidente (ou coordenador) do grupo. Sua meta é estimular a parti-cipação e todos nas ações da AEAARP, fazer circularde informações relevantes e avançar nas discussões sobre o Regimento interno da Associação.

“O que foi feito na AEAARP até aqui é excelente, por isso precisamos aperfeiçoar os processos”, assinala. Ele defende que o crescimento da entidade nos últimos anos, do ponto de vista de ações voltadas ao associado, exige o regramento de fluxos de informação e trabalho, por exemplo. Essa é uma das questões que Giulio pretende pautar no Conselho.

Giulio Roberto Azevedo Prado

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Revista Painel

Alexandre De Sene

tecnologia e demanda promovem revolução

no campo12ª Semana de Agronomia da AEAARP mostrou que avanços

tecnológicos e necessidade de abastecimento são oportunidades de mercado de trabalho para engenheiros agrônomos

Um comercial de televisão dos anos de 1980 lançava o desafio: vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? O mesmo questionamento pode ser aplicado ao agronegócio. Tem mercado porque tem tecnologia ou tem

tecnologia porque tem mercado?A engenheira agrônoma Carla Paixão, docente do Centro Universitário Moura La-

cerda, respondeu à questão na palestra de abertura da 12ª Semana de Agronomia da AEAARP. É a necessidade, conclui ela, que impulsiona a indústria de máquinas agrícolas, cada vez mais especializadas e autônomas.

AGRONOMiA

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AEAARP

No campo, inovação é sinônimo de redução de mão de obra. Mais do que a busca pela eficiência, o número menor de pessoas trabalhando na lavoura é um fenômeno do mercado. Cada vez menos pessoas buscam esse tipo de emprego, ponderou o engenheiro agrônomo Murilo Voltarelli, docente da Universidade de São Carlos (UFSCar), que palestrou na AEAARP junto com Carla.

As engrenagens da produção na lavoura, entretanto, não podem parar. O imenso desafio foi mostrado nas palestras da Semana de Agronomia, onde os oradores foram unânimes: o mundo precisa garantir o abastecimento de alimentos no futuro.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050, o pla-neta Terra será habitado por 10 bilhões de pessoas. Há, de acordo com Murilo, redução de área agricultável horizontal. A tecnologia, portanto, deve responder ao aumento da produtividade nos lugares onde esses espaços são disponíveis – no Brasil, por exemplo – e encontrar alterna-tivas para a verticalização.

15% a 20% ao ano. Ainda de acordo com ele, a maioria das startups brasileiras têm como produto o controle biológico. isto porque, ele explica, é um mercado a ser explorado, e o Brasil está na vanguarda.

A revolução 4.0 brasileira, para Alexan-dre, acontece no campo, onde a exigência por eficiência requer pesquisa e tecnologia. Para o engenheiro agrônomo Rafael Bor-donal Kalaki, o resultado dessa combinação é a oportunidade de atender a mercados internacionais cada vez mais exigentes.

Em sua palestra, Rafael mostrou que o desempenho das exportações do agronegócio – que incluem alimentos e combustíveis – deu grande salto positivo nos últimos 15 anos. A necessidade de alimentar cada vez mais pessoas gera grandes oportunidades de negócios e amplia as oportunidades de trabalho para os profissionais habilitados.

Carla Paixão

Rafael Kalaki

Murilo Voltarelli

Do primeiro trator desenvolvido no início do século XX – a combustão no motor era estimulada por uma manivela –, o advento dos modelos com cabine nos anos de 1980 até os recentes modelos autônomos, muita coisa mudou, e não foi só com as máquinas.

Há sintonia, segundo Carla, no desen-volvimento de equipamentos agrícolas e de novos cultivares para reduzir a taxa de ineficiência e aumentar a receita com a produção. Uma máquina que faz a disper-são de sementes na lavoura, por exemplo, precisa tê-las no padrão; ou seja, todas as sementes devem ter o mesmo tamanho e formato para que o trabalho mecânico seja eficiente e não ocorra desperdício. Este modelo, apresentado pela palestrante na AEAARP, regula a quantidade de dispersão e as condições de manutenção do equipa-mento. Tudo eletronicamente.

A inovação nas máquinas torna eficiente também o controle de pragas, o que é cada vez mais feito no Brasil utilizando os inimigos naturais de insetos e fungos. O engenheiro agrônomo Alexandre De Sene, também docente do Centro Universitário Moura Lacerda, explicou em sua exposição que a inovação nos equipamentos permite que o controle biológico seja executado com mais precisão.

Se antes o agricultor ia até a plantação e soltava seu exército de combatentes das pragas aleatoriamente, abrindo um singelo copinho de plástico, hoje a aplicação pode ser feita usando drones guiados por GPS e que liberam as cargas seguindo estudos técnicos que reduzem o desperdício e aumentam a eficiência.

No Brasil, segundo Alexandre, o uso do controle biológico de pragas cresce de Alexandre De Sene

Veja todas as palestras da 12ª Semana de Agronomia na biblioteca de vídeos da página da AEAARP no Facebook.

www.facebook.com/AEAARP

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Revista Painel

No tempo em que o centro da cidade de São Paulo era o endereço comercial mais cobiçado pelas empresas, foram construídos arranha-céus que disputavam a pai-sagem com os edifícios históricos. Foi quando o Wilton Paes de Almeida surgiu e

tornou-se ícone da arquitetura modernista. Em 650 metros quadrados foram construídos 12 mil metros quadrados em estrutura metálica, lajes de concreto, com mármore grego no acabamento dos pisos, revestimento em vidros de cristal Ray-Ban, janelas basculantes, heliporto na cobertura, ar-condicionado central e restaurante para todos os funcionários das empresas de Sebastião Paes de Almeida, então dono do edifício que desabou no incêndio do dia 1ª de maio deste ano.

NãO é REfORmA, é retrofit

ARQUiTETURA

O incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro da cidade de São Paulo, lançou luz para a técnica que

pode conferir novos usos para edifícios abandonados

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AEAARP

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O abandono, e consequentes riscos, é uma característica compartilhada por pelo menos outros 70 edifícios na cida-de de São Paulo, a maioria ocupada irre-gularmente por pessoas sem moradias. Para o arquiteto e urbanista José Borelli, a “tragédia anunciada” do Wilton Paes de Almeida poderia ter sido solucionada uti-lizando as técnicas de retrofit.

Uma tradução aceita para o termo é a de “colocar o antigo em boa forma”. José Borelli compara o “fit” do nome à ginás-tica. Para ele, a intervenção proporciona uma nova energia ao prédio.

O movimento surgiu na Europa e Es-tados Unidos e consiste em conferir aos espaços usos diferentes daqueles para os quais foram originalmente construídos, respeitando normas de acessibilidade, se-gurança, conforto térmico, ambiental etc.

O arquiteto explica que retrofit é di-ferente de reforma, caracterizada pela modernização do espaço. “O retrofit w

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edia

O edifício Wilton Paes de Almeida foi projetado pelo arquiteto Roger Zmekhol; começou a ser construído em 1961 e foi concluído em 1968.Roger nasceu em Paris (França) em 1928 e ainda criança mudou-se com os pais, de origem árabe, para o Brasil. Graduou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP).Além do edifício que desapareceu neste ano, Roger é autor de outras obras de expressivo valor arquitetônico, como sua própria residência, erguida no bairro Morumbi, em São Paulo.

modifica, dando novo uso para o lugar ao mesmo tempo em que preserva suas características arquitetônicas”, esclarece.

Ele trabalhou no projeto de retrofit do antigo prédio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo (SP), na região do Parque ibirapuera. Há cerca de dois anos, o edifício projetado por Oscar Niemeyer é ocupado pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP). José Borelli esclarece que a técnica de retrofit preserva as característi-cas arquitetônicas, compatibilizando o pa-trimônio com a utilização segura do espaço.

Uma das características do edifício Wilton Paes de Almeida que mais ofe-recia risco aos moradores era a estrutu-ra metálica. “Hoje, esse tipo de material recebe tratamento e é mais resistente”, explica. O retrofit naquele lugar incluiria, por exemplo, tratamento das estruturas metálicas com tintas específicas e resis-tentes ao fogo.

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Revista Painel

To d a s a s reuniões de diretoria e

conselho da AEAARP são registradas em atas. Os documentos, guardados na sede da entidade, contam histórias de episódios importantes, como as discussões acerca da compra da primeira sede e da participação em debates sobre o futuro da cidade.

Alguns registros, entretanto, mere-cem destaque pela forma como foram redigidos, revelando entrosamento e bom humor.

Da reunião realizada no dia 6 de setembro de 1963, o registro foi o seguinte:

[...] Não poderia deixar de ficar assi-nalada a exibição coreográfica do colega Antônio Pascoal, por ocasião desta reunião, que deu sábia lição de como não dançar o halygali.

No mês seguinte, parte do registro da reunião relatou:

[...] reuniram-se os membros desta Associação no Restaurante do Bosque, em jantar de congraçamento que contou com a presença de oito casais e cinco libertinos, digo, libertos do matrimônio.

HiSTóRiA

Moradia popularO retrofit foi usado pela Companhia de

Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do governo de São Paulo em três empreendimentos de interesse social.

De acordo com a assessoria de impren-sa da Companhia, dois destes projetos foram viabilizados com recursos do Pro-grama de Atuação em Cortiços (PAC); um deles tem 105 unidades habitacionais e o outro 59. O PAC foi realizado em parceria

A desocupação do centro de São Paulo é um processo histórico que pode ser medido em décadas. Intervenções urbanas mal aceitas pela população, novas tendências em organização de espaços em prédios corporativos, e mudanças de vários serviços públicos provocaram o deslocamento de milhares de usuários e residentes da região, levando ao esvaziamento de centenas de prédios na região.A crise econômica dos anos 1980 e 1990 não contribuiu para que o centro fosse reocupado por novos usuários; a região, que já foi o ponto vital de São Paulo, perdeu relevância, visibilidade e poder de atração.A degradação consequente a esse processo, que podemos identificar a partir da década de 1970, ganhando intensidade nos anos 1980, somente agravou a situação do centro paulistano.As tentativas do poder público em retornar para a região central e os planos de revitalização urbana das sucessivas administrações municipais, não foram e não são suficientes para reverter a deterioração de uma área urbana que precisa de novos eixos de desenvolvimento e polos de atratividade.O centro, no entanto, ainda é uma região ocupada e frequentada por milhões de pessoas, com um comércio vigoroso e amplo equipamento urbano (metrôs, pontos de ônibus, iluminação pública etc).Ao mesmo tempo, devemos lembrar que o país tem um déficit habitacional calculado em seis milhões de domicílios. Segundo a fundação João Pinheiro, em 2014, o déficit habitacional do estado de São Paulo era de 1,327 milhão de unidades, sendo que quase metade disso (47%) estava localizado na região metropolitana de São Paulo.Temos, portanto, um cenário em que há uma enorme população com necessidade de moradia e uma região — com ampla infraestrutura e oferta de serviços, e interligada às diversas áreas da cidade — e que sedia uma vasta quantidade de imóveis desocupados.

Arquiteto José Roberto Geraldine Júnior, presidente do CAU-SP

O CENTRO DE SãO PAULO

com o Banco interamericano de Desen-volvimento (BiD). O terceiro empreendi-mento, com 120 unidades, foi viabilizado pelo programa Programa Minha Casa, Minha Vida - Entidades.

Os três ficam no centro da cidade de São Paulo, tiveram usos residenciais ou comerciais e estavam abandonados. Por meio da técnica de retrofit, foram recu-perados e transformados em residências pela CDHU.

Bom humor

nas atas

análise

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AEAARP

LEGiSLAçãO

senado aprova lei que cria conselho de técnico

industrial e agrícolaAs profissões deixam de ser registradas no Sistema CONFEA/CREA

Foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União a Lei 13.639/2018, que cria o Conselho

Federal dos Técnicos industriais e Agríco-las e os respectivos conselhos regionais.

A lei tem origem no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 145/2017, aprovado no Senado em 28 de fevereiro depois de passar por consulta pública. A norma já entrou em vigor.

As profissões de técnico industrial e de técnico agrícola foram regulamenta-das pela Lei 5.524/1968 e pelo Decreto 90.922/1985, o qual estabelece que esses profissionais só podem exercer suas atividades depois do registro em conselho profissional.

Até a nova legislação, o Conselho Fede-ral de Engenharia e Agronomia (CONFEA) fazia o registro e normatizava a atuação

das duas categorias. A partir de agora, os técnicos industriais e agrícolas deixam de fazer parte desse Sistema e formam um conselho só para técnicos, à parte dos engenheiros e agrônomos.

O PLC é de autoria do poder Executivo e foi relatado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado pelo senador Lasier Martins (PSD-RS).

Fonte: Agência Senado

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Revista Painel

tações também dos profissionais contrata-dos e daqueles que forem os responsáveis legais por sua atuação no mercado.

A Resolução 336/89, do CONFEA, regulamentou esses dois artigos da Lei, definindo, por exemplo, as categorias das empresas.

Na Resolução do CONFEA, publicada em 27 de outubro de 1989, o Art. 13 define que o registo de empresas será concedido apenas àqueles que tenham ha-bilitação profissional compatíveis com os “objetivos sociais de sua ou dos objetivos de suas seções técnicas, se os profissionais do seu quadro técnico cobrirem todas as atividades a serem exercitadas”.

O engenheiro Thiago Marchetti, chefe da Unidade de Gestão de inspetorias de Ribeirão Preto, informa que a última blitz realizada pelo Conselho fiscalizou especificamente os artigos 50 e 60 da Lei Federal 5194/66, respaldados pela Resolução 336/89. A ação dos fiscais aconteceu em órgãos e autarquias públi-cas e empresas privadas.

A DLei Federal 5194/66 define no Capítulo ii as regras para registro de empresas e entida-

des que atuam nas áreas de engenharia e agronomia. O primeiro artigo desse capítulo (Art. 59) estabelece que “as firmas, sociedades, associações, com-

empresas e autarquias devem ter

REgiSTRO NO CREA-Sp

Art. 1º - A pessoa jurídica que se constitua para prestar ou executar serviços e/ou obras ou que exerça qualquer atividade ligada ao exercício profissional da Engenharia, Agronomia, geologia, geografia ou Meteorologia enquadra-se, para efeito de registro, em uma das seguintes classes:

CLASSE A - De prestação de serviços, execução de obras ou serviços ou desenvolvimento de atividades reservadas aos profissionais da Engenharia, Agronomia, geologia, geografia ou Meteorologia;

CLASSE B - de produção técnica especializada, industrial ou agropecuária, cuja atividade básica ou preponderante necessite do conhecimento técnico inerente aos profissionais da Engenharia, Agronomia, geologia, geografia ou Meteorologia;

CLASSE C - de qualquer outra atividade que mantenha seção, que preste ou execute para si ou para terceiros serviços, obras ou desenvolva atividades ligadas às áreas de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, geologia, geografia ou Meteorologia.

RESOLUçãO 336/89 – CONFEA

panhias, cooperativas e empresas em geral” devem ser registradas no Sistema CONFEA-CREA para atuar no setor.

Para isso, devem ter a denominação condizente com a área de atuação.

O Art. 60 da Lei define que as empresas, por sua vez, devem exigir registros e ano-

CREA-SP

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Revista Painel

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AEAARP

A AEAARP acaba de lançar um gibi para informar e conscientizar a população sobre as atribuições

de engenheiros, arquitetos e agrônomos.O gibi conta a história da família de

João e Maria, um casal que sonhava com a casa própria. Para construí-la, entre-tanto, não contrataram profissionais ha-bilitados pelo Conselho de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP) e pelo Conselho de Arquitetura e Urba-nismo de São Paulo (CAU-SP). Nas 12 páginas, João e Maria padecem com o calor, a falta de capacidade elétrica das instalações e uma das cenas mostra uma situação bastante corriqueira, a janela do banheiro sobre a pia da cozinha. isto

EDUCAçãO

é, a distribuição dos espaços internos da edificação poderia ter sido projetada para atender às necessidades da família e as normas de construção.

“Fazer uma casa não é simplesmente subir paredes, abrir vãos para janelas e portas e cobrir com um telhado. Existem aspectos técnicos, que devem ser ob-servados”, explica o engenheiro Arlindo Sicchieri, diretor da AEAARP.

Depois de mostrar a saga da família para se adaptar ao imóvel, que foi cons-truído desrespeitando normas técnicas, a publicação lista uma série de dicas para quem quer contratar engenheiros, arquitetos e agrônomos.

“O objetivo da publicação é mostrar

à população a importância de contratar profissionais habilitados, combatendo a atuação de leigos”, frisa Celso Santos, conselheiro da entidade que participou da elaboração da publicação. Uma das recomendações listadas pela entidade, é informar-se sobre os profissionais na associação. “É uma forma de valorizarmos o nosso associado”, destaca Celso.

O gibi será distribuído nas escolas da ci-dade, em eventos que a AEAARP promove para comemorar os 70 anos de fundação em entidades que reúnem síndicos e condomínios.

As ilustrações são de José Carlos Fecuri e a coordenação editorial é da Texto & Cia Comunicação.

aeaarp lança giBi educativo

Publicação valoriza profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia

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Revista Painel

Novos AssociadosGustavo Santiago R. Mendonça ArquitetoMarcelo Luiz Moreira Luz ArquitetoPedro Luiz Labate ArquitetoCarlos Eduardo de Freitas Engenheiro agrônomoEdison Baldan Junior Engenheiro agrônomo Marileia Terezinha C. Cecchini Engenheira civil Carlos Alberto Fernandes Engenheiro eletricista Marcelo Ficher de Macedo Engenheiro eletricistaSilvio Pires Correa Engenheiro eletricistaLuiz Fernando Millon Aguiar Engenheiro mecânicoFernanda Aparecida Jorge Geraldino Técnica em edificaçõesArmando Alves Silva Neto Técnico em eletrotécnicaSinhiti Nagayoshi Técnico em eletrotécnicaCarlos Antonio Hauser Técnico em químicaFrederico Nunes Rodrigues Estudante de arquitetura

46Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.

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NOTAS E CURSOS

O último AEAARP Cultural foi sobre Graciliano Ramos, romancista, cronista,

contista, jornalista, político e memorialista que viveu de 1892 a 1953 e é considerado

um dos nomes mais importantes da literatura brasileira. O próximo evento cultural na AEAARP será no dia 12 de julho com a

apresentação de um quarteto de cordas.

Fernanda Junqueira, Ercília Pamplona, Augusto Aguiar e Regina Foresti

O arquiteto e urbanista Claudio Manetti falou sobre os métodos de elaboração das leis complementa-res ao Plano Diretor na AEAARP. O coordenador do evento, enge-nheiro Wilson Luiz Laguna, afirma que o objetivo da entidade é reunir representantes da população – de associações de bairro e entidades de classe – e técnicos para que possam contribuir na formulação e revisão das leis complementares. “Precisamos colocar na mesma sala quem conhece a cidade, quem vive nos bairros e sabe de suas necessidades e carências, com os profissionais, que pensam o planejamento do ponto de vista técnico e urbanístico”, explica Laguna. Manetti é docente na Faculdade de Arquite-tura e Urbanismo (FAU) da PUC Campinas e na Anhembi Morumbi, em São Paulo (SP). Foi consultor da prefeitura de São Paulo na elaboração do Plano Municipal de Habitação, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e de outras secretarias e órgãos do município e do governo de São Paulo em projetos nas áreas de meio ambiente, infraestrutura e equipamentos institucionais.

Plano Diretor

Wilson Laguna, Cláudio Manetti e Carlos Alencastre

Cerv

eja

Augusto Balieiro, da Cervejaria Walfänger, falou na AEAARP sobre o mercado das micro-cervejarias e do prazer de fazer cerveja.

Depois da palestra, os convidados degustaram a cerveja alemã.

Cerveja