ano lxx – n. 87 – maio-agosto 2008 · deus na cultura da comunicação. quer ainda informar...

36
Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008

Upload: others

Post on 05-Jan-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM1

Page 2: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

ANO PAULINO2 0 0 8 / 2 0 0 9

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM2

Page 3: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Editorial

Ano Paulino

O logotipo eleito de comum acordo entre a Pia Sociedade de São Paulo eas Filhas de São Paulo para marcar as iniciativas que serão realizadas du-rante o Ano Paulino (28 de junho de 2008 – 29 de junho de 2009) é umasíntese visual da contribuição específica que Paulinos e Paulinas querem ofe-recer a toda a comunidade eclesial. O texto “Ano Paulino 2008-2009” é comoo alicerce que sustenta a interpretação das linhas e cores utilizadas.

A data apresentada de modo explícito recorda o acontecimento em si,mas, ao mesmo tempo, proporciona uma interpretação da história como en-contro entre o tempo que passou e a Providência. Basta pensar no modocomo se registrava o tempo passado: “Ano do Senhor”, seguido da data. Oadjetivo “paulino” está diretamente ligado a São Paulo, e recorda-nos a di-mensão espiritual e eterna.

O logotipo da Pia Sociedade de São Paulo simboliza a possibilidade doencontro entre uma linha reta partida (na cor preta) e uma linha oblíqua,quase uma espiral (na cor vermelha), com o texto “Paulus”. O logotipo dasFilhas de São Paulo é uma representação estilizada da Terra (o mapa-múndicom seus paralelos na cor preta) e a letra “p” em maiúsculo, inicial da pala-vra “Paulinas” (na cor vermelha).

O logotipo do Ano Paulino retoma linhas e cores dos dois logotipos impri-mindo um dinamismo que remete tanto a forma da Terra como ao desejo deaproximar as cores preta e vermelha mediante a alusão da força circular quecria as condições para uma maior inteiração.

O apelo das formas e cores dos logotipos se complementam com umalinha idealmente circular, na cor amarela, que simboliza o movimento daTerra. A linha está composta por pequenos fragmentos distintos que aludemtanto as viagens apostólicas de São Paulo como aos produtos de uma tecnologiacada vez mais especializada que giram ao redor do planeta.

Com essa síntese visual, Paulinas e Paulinos, querem contribuir com acelebração do dinamismo apostólico universal de São Paulo (linha amarela)com o específico do carisma da comunicação que é representada pelas linhasretas e arredondadas, e pelas cores vermelha e preta.

Pe. Silvio SassiSuperior Geral dos Paulinos

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM3

Page 4: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

Publicação quadrimestralda Família Paulina

Ano LXX – Nº 87maio-agosto de 2008

ISSN 1413-1595

O Cooperador Paulino é uma revis-ta fundada pelo Bem-aventuradoTiago Alberione em 1918. Sua mis-são é servir o evangelho, a culturahumana e a catequese do povo deDeus na cultura da comunicação.Quer ainda informar sobre a vida,a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, queprocura manter viva, no mundomoderno, a obra evangelizadorado apóstolo são Paulo.

Editora

Pia Sociedade de São Paulo(Paulus)

Jornalista responsávelPe. José Dias Goulart, ssp

RedatorFr. Alexandre Carvalho, ssp

RevisorFr. Alexandre Carvalho, ssp

Projeto GráficoFr. Darlei Zanon, ssp

Equipe de redaçãoIr. Terezinha Lubiana, pddm

Ir. Maria Rogéria, fspIr. M. Ida Cappellari, fsp

Ir. Susana Santa Catarina, apIr. Florinda Dias Nunes, ijbp

ImpressãoPaulus Gráfica

Via Raposo Tavares, km 18,5São Paulo, SP

Tiragem11.300 exemplares

RedaçãoO Cooperador Paulino

Caixa Postal 2.53401060-970 São Paulo - SP

Página na internetpaulinos.org.br

Endereço eletrô[email protected]

SXC

| Sumário

Espiritualidade ..................................................................................................... 5

Cartas ....................................................................................................................... 8

Institutos Seculares ........................................................................................ 10

Atualidade ........................................................................................................... 12

Liturgia .................................................................................................................. 14

Vocação ................................................................................................................ 30

Notícias ................................................................................................................. 32

Comunicação IBuscar a verdadepara compartilhá-la ..................... 22

CapaPaulo:educador e comunicador ......... 18

PastoralO ministério da acolhida ........... 26

Comunicação IIO rosto de Deusna sociedade atual ....................... 24

SXC

SXC

4 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM4

Page 5: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Espiritualidade

| Bento XVI |

“Paulo pregando em Atenas”, de Rafael

Queridos irmãos e irmãs, con-cluímos nossas reflexões sobre osdoze apóstolos, chamados direta-mente por Jesus durante sua vidaterrena. A partir de agora, começa-remos a nos aproximar das figurasde outros personagens importantesda Igreja primitiva. O primeiro des-tes, chamado pelo Ressuscitado, aser também ele autêntico apóstolo,é sem dúvida Paulo de Tarso. Bri-lha como uma estrela de primeiragrandeza na história da Igreja, e nãosó na das origens. São João Crisós-

Paulo de Tarso

do, ou inclusive “o primeiro depoisdo Único”. Certamente, depois deJesus, ele é o personagem das ori-gens do qual mais estamos informa-dos. De fato, não só contamos coma narração que Lucas faz dele nosAtos dos Apóstolos, mas também deum grupo de cartas que provémdiretamente de sua mão e que, semintermediários, nos revelam sua per-sonalidade e pensamento. Lucas nosinforma que seu nome original eraSaulo (cf. At 7,58; 8,1), em hebreuSaul (cf At 9, 14.17; 22,7.13; 26,14),

tomo o exalta como personagemsuperior inclusive a muitos anjos earcanjos (cf. “Panegírico” 7, 3).Dante Alighieri, na Divina Comé-dia, inspirando-se na narração deLucas nos Atos dos Apóstolos (cf.9, 15), o define simplesmente como“vaso de eleição” (Inferno 2, 28),que significa: instrumento escolhi-do por Deus. Outros o chamaramde o “décimo terceiro apóstolo” – erealmente ele insiste muito no fatode ser um autêntico apóstolo, ten-do sido chamado pelo Ressuscita-

| mai-ago 2008 | 5

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM5

Page 6: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

6 | O Cooperador Paulino |

cer este Evangelho, literalmente“boa notícia”, ou seja, o anúncio degraça destinado a reconciliar aohomem com Deus, consigo mesmoe com os outros. Desde o primeiromomento, havia compreendido queesta é uma realidade que não afeta-va só os judeus, a um certo grupode homens, mas que tinha um va-lor universal e afetava todos.

A Igreja de Antioquia da Síriafoi o ponto de suas viagens, onde oEvangelho foi anunciado pela pri-meira vez aos gregos e onde foiacunhado também o nome de “cris-tãos” (cf. At 11,20.26), ou seja, cren-tes em Cristo. No apostolado dePaulo não faltaram dificuldades,que ele enfrentou com valentia poramor a Cristo. Ele mesmo recordaque teve que suportar “trabalhos...,cárceres..., açoites, perigos de mor-te, muitas vezes... Três vezes fui açoi-tado com varas; uma vez apedreja-do; três vezes naufraguei... Viagensfreqüentes, perigos de rios, perigosde salteadores, perigos dos de mi-nha raça, perigos dos gentios, peri-gos em cidade, perigos em despo-voado, perigos pelo mar, perigosentre falsos irmãos, trabalho e fa-diga, noites sem dormir, muitas ve-zes fome e sede, muitos dias semcomer, frio e nudez. E além de ou-tras coisas, minha responsabilida-de diária: a preocupação por todasas Igrejas” (2Cor 11,23-28). Em suapassagem da Carta aos Romanos(cf. 15,24.28) se reflete seu propó-sito de chegar até Espanha, até oconfim do Ocidente, para anunciar

uma vocação no encontro com oRessuscitado (cf. Gl 1,15-16). Defato, se definirá explicitamentecomo “apóstolo por vocação” (cf.Rm 1,1; 1Cor 1,1) ou “apóstolo porvontade de Deus” (2Cor 1,1; Ef 1,1;Cl 1,1), como querendo sublinharque sua conversão não era o resul-tado de bonitos pensamentos, de re-flexões, mas o fruto de uma inter-venção divina, de uma graça divinaimprevisível. A partir de então, tudoo que antes constituía para ele umvalor se converteu, paradoxalmen-te, segundo suas palavras, em perdae lixo (cf. Fl 3,7-10). E desde aquelemomento, pôs todas suas energiasao serviço exclusivo de Jesus Cristoe de seu Evangelho. Sua existênciase converterá na de um apóstolo quequer “fazer-se tudo a todos” (1Cor9,22) sem reservas.

Daqui se deriva uma lição mui-to importante para nós: o que con-ta é colocar Jesus Cristo no centroda própria vida, de maneira quenossa identidade se caracterize es-sencialmente pelo encontro, a co-munhão com Cristo e sua Palavra.Sob sua luz, qualquer outro valordeve ser recuperado e purificado depossíveis escórias. Outra lição fun-damental deixada por Paulo é ohorizonte espiritual que caracteri-za o seu apostolado. Sentindo agu-damente o problema da possibilida-de para os gentis, ou seja, os pagãos,de alcançar Deus, que em Jesus Cris-to crucificado e ressuscitado ofere-ce a salvação a todos os homens semexceção, se dedicou a dar a conhe-

como o rei Saul (cf. At 13,21), e eraum judeu da diáspora, dado que acidade de Tarso se situa entre aAnatólia e a Síria. Muito cedo ha-via ido a Jerusalém para estudar afundo a Lei mosaica aos pés dogrande rabino Gamaliel (cf. At22,3). Havia aprendido tambémum trabalho manual e rude, a fa-bricação de tendas (cf. At 18,3), quemais tarde lhe permitiria sustentar-se pessoalmente sem ser um pesopara as Igrejas (cf. At 20,34; 1Cor4,12; 2Cor 12,13-14).

Para ele, foi decisivo conhecera comunidade dos que se professa-vam discípulos de Jesus. Por eles,teve notícia de uma nova fé, umnovo “caminho”, como se dizia, quenão punha no centro a Lei de Deus,mas a pessoa de Jesus, crucificadoe ressuscitado, a quem era atribuí-da a remissão dos pecados. Comojudeu zeloso, considerava estamensagem inaceitável, escandalo-sa, e sentiu o dever de perseguir osseguidores de Cristo, inclusive forade Jerusalém. Precisamente no ca-minho para Damasco, a inícios dosanos trinta, Saulo, segundo suaspalavras, foi “alcançado por CristoJesus” (Fl 3,12). Enquanto Lucasconta o fato com abundância dedetalhes — a maneira em que a luzdo Ressuscitado o alcançou, mu-dando fundamentalmente toda suavida —, em suas cartas ele vai dire-tamente ao essencial e fala não sóde uma visão (cf. 1Cor 9,1), masde uma iluminação (cf. 2Cor 4,6)e, sobretudo, de uma revelação e

“O amor de Cristo nos chama... morreu por todos,para que os que vivem já não vivam para si, maspara aquele que morreu e ressuscitou por eles.”

(2Cor 5,14s)

coop87.p65 4/14/2008, 5:38 PM6

Page 7: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 7

|cp|

o Evangelho por toda parte até osconfins da terra então conhecida.Como não admirar um homem as-sim? Como não dar graças ao Se-nhor por ter-nos dado um apósto-lo deste nível? Está claro que nãoteria podido enfrentar situações tãodifíceis, e às vezes tão desesperadas,se não tivesse uma razão de valorabsoluto ante a que não podia terlimites. Para Paulo, esta razão, sa-bemos, é Jesus Cristo, de quem es-creve: “O amor de Cristo nos cha-ma... morreu por todos, para queos que vivem já não vivam para si,mas para aquele que morreu e res-suscitou por eles” (2Cor 5,14-15),por nós, por todos.

De fato, o apóstolo oferecerá seutestemunho supremo com o sangue,sob o imperador Nero aqui, emRoma, onde conservamos e venera-mos seus restos mortais. ClementeRomano, meu predecessor nestasede apostólica nos últimos anos doséculo I, escreveu: “Por zelos e dis-córdia, Paulo se viu obrigado e mos-trar-nos como se consegue o prêmioda paciência... Depois de ter prega-do a justiça a todos no mundo, edepois de ter chegado até os últimosconfins do Ocidente, suportou omartírio ante os governantes; destemodo se foi deste mundo e alcan-çou o lugar santo, convertido nomaior modelo de perseverança”(1Cor 5). Que o Senhor nos ajude aviver a exortação que nos deixou oapóstolo em suas cartas: “Sede meusimitadores, como eu o sou de Cris-to“ (1 Cor 11, 1).

“Sede meus imitadores,como eu o sou de Cristo.“

(1Cor 11, 1)

div

ulg

ação

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM7

Page 8: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Cartas

Caro(a) Cooperador(a) Paulino(a), esteespaço é seu! A cada edição da suarevista, teremos a grata satisfação depublicar seus elogios, suas críticase suas sugestões!Escreva-nos:

Cooperador PaulinoCaixa Postal 2.53401060-970 – São Paulo – SPou: [email protected]

Rep

rod

uçã

o

Rep

rod

uçã

o

Olá. Adorei a revista, O Cooperador Paulinodesse início de ano. Ela foi muito proveitosa ede grande importância. Parabenizo, acima detudo, sobre a reportagem sobre a juventude.

Renê Augusto Vilela – Barroso-MG – por e-mail

Adorei esta revista, gostaria de ver algumamatéria sobre São Vicente Ferrer. Por favor,aguardo resposta. Que Deus abençoe a todos.

Nazarena Aparecida Pereira – Recife-PE – por e-mail

Sempre que recebo O Cooperador Paulino é umaalegria. Ele me ajuda em reflexões importantese quero destacar do último número o artigosobre o Ofício Divino. Pra mim foi umanovidade. Não conhecia esse modo de rezar...

Ricardo Almeida – São Paulo-SP – por e-mail

Olá. Agradeço por receber O Cooperador Paulinoem minha casa sempre que tem uma revistanova. Temos poucos recursos onde moro e porisso ela é sempre bem-vinda. Parabéns.

Lindalva do Carmo Aleluia – por e-mail

Gosto muito de O Cooperador Paulino. Sempreleio com atenção aquilo que vem sobrevocação. Sou catequista e procuro ajudarminhas crianças na descoberta da vocação.Gostei muito do que vocês escreveram nestarevista de janeiro. Um abraço a todos.

Terezinha da Silveira – por e-mail

Oi amigos do Cooperador Paulino! Escrevo paradar meus parabéns a vocês pelo excelenteconteúdo da nossa revista. Leio todos artigos efico feliz por saber que posso contar com esseauxílio. É sempre uma boa leitura. Quero dizertambém que o visual da revista está muito bom.Tenho revistas antigas e vejo que nem secompara as de hoje com as de alguns anosatrás. Continuem assim.

Pedro Oliveira – por e-mail

Quero dar uma sugestão: O Cooperador Paulinopoderia ter mais números durante o ano.Por que ela não é uma revista mensal? Tenhocerteza de que faria um grande sucesso!

Fernando da Prata – por e-mail

O Cooperador Paulino tem mudado e semprepara melhor. Parabéns para a equipe que faz arevista.

Liliane A. da Silva – por e-mail

8 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM8

Page 9: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

Conheça os

– Institutos Seculares –

fundados pelo Bem-aventurado Tiago Alberione

“Fiz o propósitode não perdernenhuma ocasiãoque Deusme oferecepara fazero bem”(Bem-aventurado Tiago Alberione)

Institutos* Nossa Senhora da Anunciação (para moças)* São Gabriel Arcanjo (para moços)* Santa Família (para casais)* Jesus Sacerdote (para sacerdotes e bispos diocesanos)

Para mais informações, dirigir-se a:

Institutos Paulinos - Via Raposo Tavares, km 18,5 - Jardim Arpoador05576-200 - São Paulo - SP – ou [email protected]

Visite o nosso site: www.paulinos.org.br

| mai-ago 2008 | 9

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM9

Page 10: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

10 | O Cooperador Paulino |

| Institutos

| Francisco Tôdaro, ssp |

No coração doFundador

No entanto, a oportunidade pa-ra realizar tudo quanto o EspíritoSanto lhe sugeria chegou-lhe quan-do redigiu o Estatuto dos InstitutosJesus Sacerdote, São Gabriel Arcan-jo e Nossa Senhora da Anunciação,aprovados pela Santa Sé aos 8 deabril de 1960. No segundo capítulodo mencionado Estatuto, nos arti-gos 13 e 14, encontra-se elucidadoseu pensamento com relação a to-das as pessoas unidas com o víncu-lo matrimonial, desejosas de alcan-çar a perfeição cristã mediante aprofissão dos votos segundo seuestado. Obteve a aprovação de umarealidade antes que essa se concre-tizasse.

Vale a pena oferecer o testemu-nho de Padre Amorth, a quem oFundador confiara os Institutosagregados: “Além de sermos since-ros, temos de dizer que o InstitutoSanta Família estava muito presen-te no ânimo de Padre Alberione, aponto de mais de uma vez ele meter pedido que o pusesse em anda-mento. Sempre lhe respondi que ti-nha demasiado trabalho com osoutros Institutos; e ele, então, repe-tia: ‘Esperemos que haja um sacer-dote disponível para isso’”.

Muitas vezes, nas revistaspaulinas, Padre Alberione havia es-crito sobre o seu projeto com rela-

ção à profissão dos votos, vividostambém por pessoas unidas pelovínculo matrimonial. Será PadreFúrio Gauss, membro do InstitutoJesus Sacerdote, que, achegando-seao leito de Padre Alberione já ago-nizante e ajoelhando-se diante dacama, lhe haveria de comunicar quealguns casais lhe manifestaram odesejo de fazer parte do InstitutoSanta Família. A Pia Discípula Ju-dite Benzo, enfermeira do Funda-dor, presente a esta visita, afirmaque Padre Alberione sussurrou comleve fio de voz: “Abençôo, abençôo”.Imediatamente depois, no mesmodia, Padre Gauss informou o Supe-rior Geral, Padre Dâmaso Zanonisobre isto. E este disse: “Aqui está serealizando, verdadeiramente, oevangelho: se o grão de trigo caídopor terra não morre, a espiga nãopode crescer e amadurecer. Com asua dolorosa agonia, o Fundadorobtém a graça necessária para o de-senvolvimento do novo Instituto”.

Em janeiro de 1972, os respon-sáveis pelo Instituto Jesus Sacerdo-te, junto com dois bispos, reuni-ram-se em Roma com Padre Lame-ra para preparar o texto do Estatu-to do Instituto Santa Família. Foientão que, na cripta da igreja dedi-cada ao Divino Mestre, na Via Por-tuense, durante uma celebração,

É preciso dizer que não dispo-mos de nenhum tipo de pregaçãodireta do Fundador ao InstitutoSanta Família. Porém, consideran-do fontes indiretas, podemos afir-mar que a atenção às famílias sem-pre esteve presente no coração dePadre Alberione, muito tempo an-tes que o Instituto nascesse.

Em sintonia com os ensinamen-tos de Leão XIII, o Fundador escre-via: “Querendo restaurar todas ascoisas em Cristo, Deus dispôs queele iniciasse sua obra apresentandoa todas as famílias um modelo eexemplo perfeito na família deNazaré. Nela, justamente, os pais, asmães e os filhos encontram liçõesdivinas de paciência, castidade,amor familiar, laboriosidade e reli-giosidade. Ali, Jesus, durante trintae três anos, viveu, trabalhou e re-zou. Deste modo, a restauração co-meçou a partir da família”.

No Natal de 1931, inauguroupara as famílias a Revista FamíliaCristã. Em 1956, quando a revistahavia atingido meio milhão deexemplares, Padre Alberione quisque todas as famílias do mundo lei-toras da Família Cristã fossem con-sagradas à Virgem, Mãe, Mestra eRainha dos Apóstolos. Isto aconte-ceu no mês de maio, no Santuárioda Rainha dos Apóstolos, em Roma.

O Instituto Santa Famíliateve seu comovente iníciocom a bênção que o bem-aventurado Tiago Alberione,pouco antes de morrer,dirigiu ao Instituto queacabava de nascer. Sob ainspiração e a proteção daSagrada Família de Nazaré,os esposos vivem emprofunda comunhão comtoda a Família Paulina.

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM10

Page 11: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 11

|cp|

Imag

e D

J

Padre Zanoni confiou oficialmenteaos sacerdotes do Instituto JesusSacerdote, sacerdotes diocesanos, odesenvolvimento do Instituto San-ta Família em toda a Itália.

Depois da concelebração, algu-mas pessoas visitaram, na enferma-ria da casa das Pias Discípulas, a IrmãJudite Benzo – enfermeira de PadreAlberione e já próximo de reunir-secom ele. A religiosa, com simplici-dade e com um sorriso indescritível,manifestou-lhes que oferecia suaprópria vida pelo desenvolvimentodo nascente Instituto.

Em março de 1972, Padre Za-noni, Superior Geral, escrevia na re-vista Pastor Bonus: “O Instituto San-ta Família é uma iniciativa desejadapelo Fundador, que queria fosseaprovada pela Igreja e que agora nas-ce para completar o ciclo dos Insti-tutos agregados da Família Paulina.Da santificação da família esperamosum saneamento da sociedade e mui-tas vocações para a Igreja e para asnossas Congregações. O encarrega-do de seguir o Instituto é Padre Es-têvão Lamera, que trabalha com osmembros do Instituto Jesus Sacer-

Para mais informações, dirigir-se a:

Institutos PaulinosVia Raposo Tavares, Km 18,505576-200 - São Paulo - SP

[email protected] o nosso site:

www.paulinos.org.br

dote. Aos Paulinos e às Paulinas, cabeo dever de rezar para que o Institutose desenvolva, e de apresentar boasfamílias às quais se possa convidar auma maior santificação. Estamoscertos de que o Fundador abençoa-rá o novo Instituto que tanto dese-jou e pelo qual já ofereceu orações esacrifícios”.

Mais uma vez, em dezembro de1972, Padre Dâmaso Zanoni diri-gia-se ao Instituto Santa Família:“Agora sois uma realidade; peque-na, desconhecida, mas santamentevital, como as sementes das gran-des árvores que nascem na prima-vera. A vossa primavera despontouem 26 de novembro de 1971, dia damorte do Fundador. Nascestes na-quele dia: primeira graça de umsanto que voltava a Deus. Com esteinício, de todo sobrenatural, o vos-so Instituto se tornará grande, le-vedo que fermenta a massa domundo, sempre mais numeroso.Tereis graças, méritos, muitos san-tos. E a Família Paulina terá em vósbenefícios imensos”.

Todas as menções de Padre Al-berione por ocasião da festa da Sa-

grada Família são uma instrução devida para os membros do InstitutoSanta Família. Nelas, ele nos fala decomunhão, de unidade indissolúvelna qual se realiza a oração de JesusMestre: “para que sejam um, comonós somos um”. À luz da SagradaFamília, os esposos recebem o domde predileção e de comunhão comtodos os sacerdotes, começandopelos irmãos da Pia Sociedade deSão Paulo.

A dinâmica do amor trinitário,tal como o viveram os três mem-bros da Sagrada Família, nos esti-mula a crescer e a promover o maispossível um estilo de relaçõesinterpessoais dirigidas para umagrande estima mútua pela grandevocação recebida, e a uma profun-da e total confiança como expres-são de amor.

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM11

Page 12: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Atualidade

A Ciberigreja| Darlei Zanon, ssp |

A Igreja Católica ainda engati-nha na cibercultura, mas já tomouconsciência de que esta é a tendên-cia atual e que é de fundamentalimportância se adequar à nova cul-tura. Igino Domanin afirma: “Embreve nascerá um novo tipo de‘Igreja’, emanação virtual daquelatradicional, geográfica e temporal-mente deslocada, mas não por issomenos eficaz na sua ação evange-lizadora”.

Os textos oficiais mostram ointeresse da Igreja em refletir sobreo tema. Em 2002, em sua mensa-gem para o Dia Mundial da Comu-nicação, o papa João Paulo II afir-mou: “o novo mundo do espaçocibernético é uma exortação à gran-de aventura da utilização de seu

“A comunidade religiosatem a necessidade

de se fazer presenteno mundo virtual”

12 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM12

Page 13: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

|cp|

também são importantes, pois osleitores podem se manifestar e tro-car experiências.

Um caminho muito promissorna cultura do virtual é a orientaçãoespiritual. Alguns exemplos ficarammundialmente famosos, como osPadres Online (www.pretionline.it)e a diocese virtual Partenia (www.partenia.org), que se apresentacomo “uma extensa diocese semfronteiras onde o sol nunca se põe”.Nesta mesma linha existe tambéma Ciberiglesia, criada por JuanYzuel. Mas o que faz a diferença sãoos programas de conversação emtempo real, tais como chats e mes-sengers. Esses programas permitemuma conversa afetiva, direta, defundamental ajuda para muitaspessoas.

O objetivo de todos esses recur-sos e sites, no entanto, é anunciar oevangelho. Isso implica em ser umlocal de encontro; suscitar a solida-riedade; apoiar a inculturação me-diante o diálogo respeitoso com ospovos e com a própria cibercultura;colaborar no diálogo inter-religio-so; oferecer um serviço de orienta-ção pastoral e espiritual; apoiar otrabalho dos agentes de pastoral ecatequistas oferecendo formação,subsídios e recursos pastorais; cri-ar consciência para as necessidadesdo povo e dos cibernautas; animara vivência comprometida da fé noseio de uma comunidade cristã.

A comunidade religiosa tem anecessidade de se fazer presente nomundo virtual, apropriando-se dos

Rep

rod

uçã

o

potencial para proclamar a mensa-gem evangélica. Este desafio está nocentro do que significa, no início domilênio, seguir o mandato do Se-nhor para ‘avançar’: Duc in altum!(Lc 5,4). ... A Internet pode ofere-cer magníficas oportunidades deevangelização, se usada com com-petência e clara consciência de suasforças e fraquezas”.

Atualmente há diversos sites quetêm a fé como seu centro e o obje-tivo de se oporem aos sites que pro-movem o ódio, a banalidade, a por-nografia etc. O portal do Vaticano(www.vatican.va) é uma tentativada Igreja de se inserir neste univer-so, mas mostra-se carregado deuma mentalidade não virtual. O sitesó serve para conhecer a Igreja ca-tólica, expõe a autoridade e a po-tência da Igreja, mas não atrai, nãoserve para evangelizar e converter.Não há interação, não soube criaruma verdadeira “igreja virtual”, umnovo ambiente de encontro comDeus e com a comunidade cristã.

Os sites que parecem ter maissucesso e abertura são os “não ofi-ciais”, sites pessoais e de institutosreligiosos; e os newsgroups e gru-pos de relacionamento que refletemsobre a fé e a religião com sinceri-dade e profundidade e principal-mente porque são uma forma de aspessoas interessadas na fé mante-rem contato e trocarem experiên-cia. Um fenômeno no Brasil quetem contribuído para isso é oOrkut, além dos blogs é claro. Es-paços como esta Revista Online

instrumentos interativos típicosda cibercultura, a fim de criarnovas maneiras de encontro comDeus e de manifestação da fé. Decriar novas formas de contatocom a Palavra de Deus e com oseu projeto salvífico. Quandohouver uma forma digital da Igre-ja católica pronta para acolher ohomem contemporâneo e dispos-ta a apresentar-lhe uma novida-de, o ser humano (cristão ou não-cristão) mergulhará na nova cul-tura com grande chance de en-contrar algo que dê sentido à suavida e incentive uma nova formade viver sua fé.

O exemplo de são Paulo égrande fonte de inspiração, poiso apóstolo dos gentios, com aevangelização por cartas, abriuum novo caminho. Depois dascartas paulinas, a imprensa serviuenormemente para a difusão uni-versal e rápida da boa-nova, e hojetemos um meio ainda mais eficaz,que é o ciberespaço, e não pode-mos desperdiçar o seu auxílio.Paulo é-nos incentivo para mer-gulhar plenamente neste univer-so pois comprovou que novosmeios são eficazes para promovera fé e a vida cristã e para a forma-ção, estruturação e sustentação denovas comunidades.

Se você conhece uma formainteressante de evangelização oucontribui com alguma forma depromoção da fé na cibercultura,comente o artigo e fale sobre suaexperiência.

| mai-ago 2008 | 13

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM13

Page 14: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Liturgia

Ofício Divino das ComunidadesComo celebrar?

| Ir. Penha Carpanedo, pddm |

“O Ofício Divino dasComunidades representa

um esforço de inculturaçãoda Liturgia das Horas”

Arq

uiv

o D

iscí

pu

las

Este é o segundo artigo, de umasérie de três, publicado nesta revis-ta, sobre o Ofício Divino das Co-munidades, versão inculturada daLiturgia das Horas. Na edição an-terior, falamos sobre o sentido des-ta oração que recebemos dos nos-sos antepassados judeus e cristãos,com quem aprendemos a orar pres-tando atenção no mistério das ho-ras. Lembramos que, ao interrom-per nossa atividade humana pelaoração, testemunhamos que o nos-so tempo, todo o nosso viver e ouniverso inteiro pertencem a Deus.

Há, no meio de nossas comuni-dades, uma busca grande de oração,a ponto de muita gente migrar paragrupos ou movimentos que lhe res-pondam a este anseio. O Ofício Di-

14 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM14

Page 15: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

|cp|

vino das Comunidades responde aeste fervor espiritual do povo comuma proposta de oração eclesial epopular, bíblica e litúrgica que aju-da a unir fé e vida cotidiana, dimen-são social e pessoal, louvor e lamen-to, escuta e prece.

Sendo o Ofício uma ação litúr-gica tem um caráter comunitário:realiza-se na comunhão dos irmãose irmãs reunidos, pela mediação dorito: gestos e palavras que se repe-tem de acordo com a hora, o dia ouo tempo litúrgico. No presente ar-tigo, vamos aprofundar o sentidodestes elementos que compõemcada ofício e como fazer na prática.

O começo de cada ofício é mar-cado por um tempo de oração pes-soal, a chegada, em que cada pes-soa é convidada a fazer silêncio. Nodizer de João Crisóstomo, um paida Igreja do 4º século, sem a ora-ção pessoal a oração comunitáriaseria como colocar incenso em car-vão apagado. Por isso, com a ilumi-nação do ambiente reduzida e, àsvezes, com ajuda de um refrão me-ditativo, a as pessoas se recolhem nosilêncio do próprio coração e sepreparam para a oração comum.

Neste silêncio, a pessoa quecoordena se levanta sem fazer qual-quer comentário, entoa os versos deabertura repetidos pela assembléia.São versos bíblicos de invocação ouconvite, que nos situam no diálogoda aliança com Deus, em JesusCristo.

Depois vem a Recordação davida. Quem coordena convida aspessoas a lembrar acontecimentosdo dia, a trazer suas angústias e es-peranças, suas tristezas e alegrias, asconquistas e revezes da caminhada,as lembranças marcantes da famí-lia, da comunidade, das Igrejas e dospovos, os próprios fenômenos danatureza como sinais de Deus... Poraí começa a escuta de Deus que nosfala por meio dos acontecimentosda vida. No Ofício da noite, em vezde recordação da vida, pode-se, às

pressa em cada ofício. Ou pode-seler o evangelho do dia ou aindauma outra leitura... Segue um tem-po de meditação silenciosa para re-passar no coração a Palavra de Deusque escutamos na recordação davida, no salmo e na leitura bíblica...Partilham-se entre irmãos, senti-mentos, impressões, apelos que aPalavra de Deus fez surgir no co-ração.

O ponto alto do ofício na ma-nhã é o Cântico de Zacarias, anún-cio de alegria pela visita do sol nas-cente; no ofício da tarde, é o Cân-tico de Maria, dando graças a Deuspelos sinais do reino e, no ofício danoite, o Cântico de Simeão, reco-nhecimento da salvação de Deus nofindar do dia.

As preces são nossa resposta àPalavra de Deus, na recordação davida, no salmo, na leitura... Comopovo sacerdotal, elevamos a Deuslouvor, ação de graças e intercessãopor toda a humanidade... Quempreside faz o convite e propõe a res-posta, de preferência cantada. Se-guem as preces formuladas e espon-tâneas, recitadas por diferentes pes-soas da assembléia. No final todosrecitam ou cantam juntos o Painosso (na versão ecumênica aomenos quando cantado).

O ofício termina com a bênçãoe a despedida. Pedimos a Deus, quenos conceda a sua bênção e a suaforça no ‘ofício’ que continua navida, na convivência... até que seuReino se cumpra em plenitude.

A repetição dos mesmos ritos acada dia, garante que as pessoas sesituem com segurança em cada mo-mento da oração e não se sintamperdidas. Estes ritos, por serem diá-rios, devem ser revestidos de per-manente autenticidade, evitandocair na formalidade. Cantando ossalmos, escutando a Palavra deDeus e respondendo na prece, ascomunidades recebem força paradar testemunho do Cristo liberta-dor.

vezes, fazer a revisão do dia, umaespécie de ato penitencial, invocan-do a misericórdia de Deus e rece-bendo dele o seu perdão.

Terminada a recordação da vidaentoa-se o hino, expressão da nos-sa oração em linguagem poética. Éescolhido de acordo com a hora dodia, a festa, o tempo litúrgico ou ascircunstâncias da vida.

Todos se sentam para a oraçãodo salmo. Faz-se uma breve intro-dução, os cantores entoam e a as-sembléia canta em coros alternados.No final silêncio e meditação.

Os salmos constituem parte es-sencial no Ofício Divino, Palavra deDeus em forma de louvor, de açãode graças, de súplica... São uma es-cola de oração que fazem memóriadas ações de Deus na história(êxodo) e nos situam no diálogo daAliança de Deus com o seu povo.Nessa relação de amor Deus se ma-nifesta como Deus da vida, atentoaos gemidos do seu povo e de todaa terra... e o povo responde agrade-cendo, reconhecendo sua miséria,intercedendo, unindo-se a JesusCristo, o grande cantor dos salmos.É ele quem reza, quando a Igreja orae salmodia (cf. SC 7).

Tomando como referência opróprio Cristo, os salmos foramdistribuídos ao longo do Ofíciopara fazer memória de sua morte eressurreição na hora do dia (salmosda manhã e da tarde ou noite); nosdias da semana (salmos do domin-go e dos dias da semana); nas festasou tempos litúrgicos (salmos pró-prios da quaresma, páscoa etc).

Em cada ofício, não escolhemosos salmos de acordo com nossossentimentos; aceitamos o salmo aliindicado e nele reconhecemos a vozde Cristo; deixando que as palavrasdo salmo venham suscitar em nósos mesmos sentimentos que haviaem Jesus.

Além da Palavra de Deus canta-da e meditada nos salmos e cânticosbíblicos, há uma leitura bíblica im-

| mai-ago 2008 | 15

coop87.p65 4/14/2008, 5:39 PM15

Page 16: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

Nós, Irmãs Discípulas do Divino Mestre, cultivamos uma espiritualidade litúrgica, centrada napessoa de Jesus Mestre que se faz presente na Palavra, na Eucaristia e na comunidade reunida.Assim como Maria e o apóstolo Paulo, vivemos nossa consagração em comunidades de oraçãoe de atividade apostólica, no seguimento de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Nossamissão na Igreja se insere no amplo horizonte do sacerdócio dos batizados, dos ministérioslitúrgicos e da pastoral litúrgica.

Se você sente o desejo de consagrar sua vida a Deus, seguindo Jesus Mestre, venha nosconhecer, partilhar da nossa vida e da nossa missão.

Nossos endereços

Discípulas do Divino Mestre

Rua Gaspar Lourenço, 442 – Vila Mariana04107-001 São Paulo – SP

(11) [email protected]

Rua Carlos Silveira Franco Neto, 179Bairro Jacaré

13318-000 Cabreúva - SP(11) 4409.2696

[email protected]

Caixa Postal 9595001-970 - Caxias do Sul – RS

(54) [email protected]

Rua Otaviano Pessoa Monteiro, 31Casa Caiada

53130-350 – Olinda PE(81) 3431.2346

[email protected]

16 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:40 PM16

Page 17: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 17

coop87.p65 4/14/2008, 5:40 PM17

Page 18: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Capa

PAULOeducador e comunicador

| Joana T. Puntel, fsp |

“São

Pau

lo”,

de

A. T

ang

i

18 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:40 PM18

Page 19: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

de seus escritos (as cartas de S. Pau-lo), parte da Bíblia, mais precisa-mente do Novo Testamento. Sãoestudos exegéticos, contextuali-zados, com o auxílio, inclusive daarqueologia, para compreendermelhor o que Paulo, no seu contex-to, dizia às comunidades que fun-dara.

Entretanto, há também a possi-bilidade de lançar o olhar sobrePaulo como educador e como comu-nicador. Educação e comunicação seentrelaçam. Não é possível estabe-lecer fronteiras. Nem mesmo cons-truir definições estáticas: até ondese define educação e onde inicia acomunicação.

O educador. O comunicador

Se considerarmos o perfil idealde educador, percebemos que, nasociedade atual, é sempre mais raroencontrá-lo. E isto por diversas ra-zões não analisadas nesta reflexão.

Como afirma Celito Méier1 , oeducador deve ser elo entre o queaprende (laboratório) e a vida con-creta, gestando coletivamente,transformações que nos impulsio-nem para uma sociedade alternati-va à que hoje existe entre nós. Porisso, e fundamentalmente, o papeldo educador é ser multiplicador deagentes libertadores. Com essa ca-

Estamos falando de um perso-nagem que atravessou os séculoscomo uma das grandes e funda-mentais referências no universocultural e, sobretudo, no mundo docristianismo. Estudos de qualidadedemonstram, e vários autores exa-minam, por exemplo, a maneiracomo a erudição textual e a arqueo-logia revelam a figura do apóstoloe seu papel no cristianismo, mos-trando que Paulo, como Jesus, de-dicou-se à pregação do Reino deDeus – de justiça e eqüidade –, espe-cialmente contra os poderes mun-danos dominantes do Império Ro-mano.

Não poderia ter sido melhor,portanto, a decisão do papa BentoXVI ao proclamar 2008 como umano dedicado a S. Paulo. Podemosjá entrever muitas iniciativas, nomundo católico, para que se conhe-ça, aprofunde e viva, nos dias dehoje, a convicção, os princípios e acoragem de Paulo. Um homem que,de perseguidor, tornou-se um se-guidor. Jesus Cristo foi quem o con-quistou. Um homem que viveu asua identidade cristã até as últimasconseqüências, até se deixar trans-formar totalmente, pelo próprioJesus que o conquistara.

Muitas são as considerações quese fazem sobre São Paulo, a partir

“Como educador,Paulo leva seus seguidorese seus ouvintes a buscarem

um sentido maiorpara suas vidas.”

| mai-ago 2008 | 19

ANO PAULINO2 0 0 8 / 2 0 0 9

coop87.p65 4/14/2008, 5:40 PM19

Page 20: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

cador com presença libertadora.Para reeducar o espírito humano, efazer nascer o cultivo por um hori-zonte maior de sentido, Paulo neces-sitou passar pela escola, não mais ade Gamaliel para o estudo da Lei,mas por aquela do espírito que in-troduz a seiva nova do diferente.Paulo é um educador diferente: nãosegue o sistema, defende a pessoa,criada por Deus, provoca-a, convi-da-a a “revestir-se” de uma novamentalidade. Aquela de um horizon-te maior, que supera a materialidadedo fazer, do lucro, do mercado. Háhorizontes maiores a fazerem parteda existência humana. Há a educa-ção para seguir as obras do espíritoe não os desejos da carne, como eletão fortemente, descreve na esplên-dida carta aos Romanos.

Como educador, Paulo leva seusseguidores e seus ouvintes a busca-rem um sentido maior para suasvidas. Descortina horizontes maio-res, possibilitando uma nova visão

racterística, o educador, torna-seaquele que faz nascer o cultivo dohorizonte maior de sentido. Trata-se, na realidade, de reeducar o espí-rito humano para que não se deixeanestesiar perante o império dosdesejos e interesses de uma socie-dade que não vê além do consumoimediato dos bens materiais.

Mas é à luz de Jesus que o edu-cador cristão proporcionará umanova e diferenciada leitura da his-tória e despertará nos discípulos(em quem o ouve) o desejo e a bus-ca da utopia em meio ao conflito, àignorância. E a busca de um senti-do maior da existência. Daí ser pre-ciso alimentar a espiritualidade e amística que fazem transcender opresente e conferem sentido ao lu-tar cotidiano. Na caminhada comseus discípulos, Jesus mesmo per-cebe a incompreensão e a falta dehorizonte maior na vida de seusamigos. E leva-os a olhar para alémdo mundo que os rodeia. Há um

sentido maior em tudo. É tarefa doeducador ajudar a enxergar paraalém das circunstâncias atuais, paraalém da fatalidade, do bem-estarconsumista, da solidão que sufoca,dos desvalores que matam.

A experiência de Jesus que, nosprimeiros momentos, levou seusseguidores à sensibilidade, à leiturada história, das questões sociais...lhes, ensina, também, que é precisoum momento ulterior, de muitoestudo, reflexão e espírito de uto-pia e transcendência, para uma in-tervenção social significativa: valedizer presença libertadora.

Paulo, um grande educador.Lendo suas cartas e, sobretudo, oresumo de sua vida, descrita no li-vro dos Atos dos Apóstolos, fica cla-ro que Paulo, para gestar transfor-mação no mundo, introduzir prin-cípios do “novo” ensinamento deJesus, precisou passar pela “revolu-ção” de suas idéias, de sua mentecultural, para poder tornar-se edu-

“Educar funde-se, então,com o comunicar.

Isto é, colocar-se em contato.Comunica-se, verdadeiramente,

quando se capta o pulsar da vida.”

20 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:40 PM20

Page 21: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

mundo da comunicação, que se tor-nou muito mais complexo do queno tempo de Paulo, a ponto de opróprio pontífice denominá-locomo o primeiro areópago do tem-po moderno. Tal metáfora tem a vercom Paulo, quando esteve em Ate-nas pregando no areópago. Trata-se de um setor importante da cul-tura moderna. Aí deve se realizar a“pregação” à qual devotou-se ogrande comunicador Paulo. Comu-nicação que, seguindo as linguagense a sensibilidade do homem con-temporâneo, faz da comunicaçãoum “lugar teológico” onde deveacontecer o diálogo entre fé e cul-tura midiática.

Deduz-se, então, a importânciae o convite para a evangelização emconhecer, refletir, iluminar, comoPaulo, esse revolucionário mundoda comunicação, que cada vez maisprovoca a mudança de paradigmas,de linguagens e métodos pastoraisna evangelização atual.

A Igreja tem, em Paulo, ummodelo de alguém que diante denovos olhares e novas fronteiraspara a evangelização na culturamidiática, leva em consideração osdesafios inerentes aos períodos his-tórico-culturais do homem con-temporâneo e vai ao seu encontrosem abdicar da própria identidadee com a coragem de alguém quevive sua vocação de educador ecomunicador. Especialmente, nasociedade atual, em que os meiosde comunicação freqüentementeestão a serviço de determinados in-teresses, eles costumam transmitirprincipalmente as mensagens queconvêm aos que têm poder econô-mico. Como Paulo, que “enfrentou”Pedro na discussão a respeito deimposições aos pagãos, a evange-lização também não pode se esta-belecer como uma imitação do pro-cedimento tantas vezes manipula-dor dos poderes econômico-midiáticos.

de mundo, na cultura greco-roma-na da época; faz uma refundação demundos novos e libertos. Comoeducador, luta e sofre por suas con-vicções: “Fiz-me tudo pelo Evange-lho de Jesus Cristo”. A verdadeiraeducação requer educadores con-victos, que sejam presençalibertadora, elevam as pessoas à suadignidade de seres humanos e filhosde Deus. Paulo viveu e comunicouesta verdade.

Educar funde-se, então, com ocomunicar. Isto é, colocar-se emcontato. Comunica-se, verdadeira-mente, quando se capta o pulsar davida. Para que tal fato aconteça, e avida desabroche é necessário sen-tir-se tocado. Aqui se encontra aidentidade do processo educativo,evangelizador e libertador decor-rente da práxis de Jesus. O educa-dor/comunicador é alguém que sesente tocado.

Paulo comunica, a exemplo deJesus, que opta por um processoinculturado e dialógico de comu-nicação, possibilitando ao povo queo ouvia, com ele convivia, e que re-cebia suas cartas, entrar em relaçãocom Deus, voltado para seus ir-mãos, em permanente espírito deacolhida. Paulo usa, como meio decomunicação, a pregação. Fundacomunidades e comunica-se comelas através de cartas – este era omeio de o apóstolo manter-se emcontato com cidades e lugares dis-tantes, pois assim a distância geo-gráfica sugeria. Nasce e se prolon-ga, então, o diálogo, elemento fun-damental na comunicação. Um diá-logo que coloca os princípios fun-damentais do evangelho nas situa-ções concretas, ou seja, atinge e pe-netra os problemas específicos econcretos, organiza as atividadesapostólicas e encoraja à vida dascomunidades, hoje, diríamos davida em sociedade.

Na encíclica Redemptoris Missio(1990), o papa João Paulo II fala do

|cp|

SXC

Indubitavelmente, o maior de-safio atual, em que Paulo pode ser“modelo” para o comunicador dehoje, “consiste em perceber commaior clareza e empatia as inquie-tações e necessidades profundas doshomens e das mulheres de hoje,para que se possa interpretá-las eexpressá-las melhor do que outrasmensagens midiáticas pouco evan-gélicas”.2

Oxalá, Paulo seja o grandeinspirador para o agir dos educa-dores e comunicadores de hoje.

1 Celito MEIER. A educação à luz dapedagogia de Jesus de Nazaré. S. Paulo:Paulinas, 2006.2 Victor Manuel FERNANDEZ. Teologia

espiritual encarnada. S. Paulo: Paulus, 2007, p.194.

| mai-ago 2008 | 21

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM21

Page 22: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Comunicação I

Buscar a verdadepara compartilhá-la

| Ir. Agnes Quaglini, fsp |

SXC

A verdade, em sua essência objetiva e na suaprojeção atual, mediante os meios de comunicação,é o tema escolhido pelo papa Bento XVI para oDia Mundial das Comunicações Sociais de 2008.

22 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM22

Page 23: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

de conquistar os planetas, antes deconquistar o centro da terra, antesde dominar as civilizações, faz-seindispensável a aventura que con-siste em poder conhecer algumacoisa que, de forma alguma, possaser negada. Daí por que pensamosna evocação exaurida pelos gregos:a verdade como absolutamente ine-gável, mas inegável de tal modo quenem a mudança de época nem amudança de cultura, nem homensnem deuses poderão mudá-la. Nemmesmo o Deus onipotente podemudar o conteúdo da verdade”.

Onde procurar a verdade?

Antes de tudo, a verdade tem deser procurada dentro de nós. Nanossa vida. Procurando-a, desco-briremos os significados profundosdo nosso ser. Mas essa busca podegerar o cansaço de uma longa ca-minhada antes de entrevê-la commais clareza e descobrir que elasempre esteve em nós. Isto, só sesoubermos questionar-nos sem hi-pocrisia e sem adulterações.

Para aquele que crê, a verdadenão tem verossimilhança com umsimples conceito ou com uma vi-são filosófica da vida, mas ela estáencarnada, e, portanto, representa-da diretamente por uma pessoa: Je-sus Cristo. Nele a verdade-fidelida-de de Deus se fez presente da ma-neira mais eminente. Jesus, “cheiode graça e de verdade” (Jo 1,14); é

O tema ecoa como um convite:“Buscar a verdade para compartilhá-la”. A mensagem, que foi publicadano fim de janeiro, nos oferece pre-ciosos estímulos para colocar-nos,de fato, a serviço da verdade.

“O que é a verdade?”. É a per-gunta de Pilatos a Jesus que diz: “...vim ao mundo para dar testemu-nho da verdade” (Jo 18,37s). Pilatos,porém, não espera pela resposta. Fi-camos sem uma definição da ver-dade, a qual estamos buscando e setorna cada vez mais difícil conhecer.

Atualmente, a verdade é muitasvezes injuriada e proposta de múl-tiplas formas, sendo que por issoaumenta cada vez mais a dificulda-de de reconhecê-la. Além do mais,a nossa época é influenciada poruma explosão massiva da ciência,em vista da técnica que engendrouuma concepção pragmaticista doque é verdadeiro. E ainda: a proli-feração das ideologias, que absolu-tizam verdades parciais ou simplesaspectos da verdade, exacerbam aquestão da verdade e sobre ela apre-sentam visões fragmentadas e nãoraras vezes distorcidas.

Em primeiro plano, é importan-te chegar a um acordo sobre o sig-nificado da palavra “verdade”. O fi-lósofo Emanuele Severino escreveuque a verificação do significado des-sa palavra constitui a mais extraor-dinária aventura que o homem jáfoi capaz de levar a termo. “Antes

testemunha da verdade (Jo 18,37);Nele está a verdade (Ef 4,21); elemesmo é a verdade (Jo 14,6).

Plenitude de verdade

Jesus, palavra viva, é a possibili-dade nova, suprema e última Pala-vra dada por Deus ao homem, dereconhecer como verdadeiro, isto é,de dar sentido à sua vida. Na trans-formação histórica da verdade, con-tando com estruturas simbólicas epreconcebidos culturais em seu vir-a-ser, Cristo é o ponto de referên-cia, a verdade por inteiro, que liber-ta e santifica o homem que se abrepara ele ao escutá-lo e ao aderir aele na fé, e o torna capaz de cami-nhar na senda da verdade e de com-partilhar a verdade na caridade.Mediante a palavra, a verdade atra-vessa o espaço e o tempo e se fazpresente, convincente e operante.Para ser humana, criativa, quer di-zer, de uma comunidade humani-zante, a comunicação deve vir em-balada na verdade: deve ser dom eintercâmbio de verdade, bem dis-tante de qualquer forma de mani-pulação. A palavra fiel à verdadeque está em nós e que encontra emCristo a inspiração mais autênticaoferece-nos possibilidades inexplo-radas e cheias de promessas para apartilha da verdade e o crescimen-to humano e cristão em qualquerambiente em que vivamos, nos co-muniquemos e amemos. |cp|

“Nem mesmo o Deus onipotentepode mudar o conteúdo da verdade”

| mai-ago 2008 | 23

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM23

Page 24: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Comunicação II

| Valdir José de Castro, ssp |

O rosto de Deusna sociedade atualPara que a Igreja cumpra sua missão é necessário queela não perca e se comprometa com a novidade quecada tempo oferece.

24 | O Cooperador Paulino |

É comum encontrar pessoas quese sintam atraídas pela mensagemde Jesus, mas que têm uma resis-tência muito grande em relação àIgreja. Chegam até a dizer: “Jesus,sim; Igreja, não”. Essa atitude, quea princípio parece contraditória,deveria fazer-nos pensar no comonos sentimos já que somos parte daIgreja; mais ainda, deveria questio-nar aqueles que exercem algum tipode liderança.

Os motivos que provocam essedescompasso são muitos e pode-mos entendê-los a partir das pró-prias pessoas (com suas experiên-cias e concepções religiosas), seja apartir da Igreja ou, ainda, de ambasas realidades. Vamos, neste artigo,enfocar tal realidade a partir doponto de vista da Igreja enquantoinstituição, tratando de um aspectoimportante que é seu “rosto” numasociedade em constantes transfor-mações sociais e culturais, es-pecialmente com o desenvolvimen-to da comunicação. Com que rostoa Igreja se apresenta à sociedade?

Falar do rosto da Igreja é refe-rir-se a sua imagem dentro de umacultura (ou das culturas) na qualvivemos. A imagem da Igreja écompreensível aos homens e mu-lheres do século XXI? O conteúdode sua mensagem é claro e adapta-do à linguagem das pessoas de hoje?

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM24

Page 25: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

|cp|

que leva ao perdão, à solidariedadee à prática da justiça.

Assim como a Igreja, somoschamados a viver a espiritualidadedo seguimento, que é uma espiri-tualidade marcadamente liberta-dora. Os que seguem a Jesus sãochamados a olhar com ele as pes-soas a partir de sua realidade con-creta, ajudá-las a libertar-se dosmuitos pesos que a sociedade e, àsvezes, certas tradições religiosas im-põem em suas costas. Não podemosesquecer que o primeiro a libertar-se das tradições religiosas que nãorespondiam a realidade de seu tem-po foi o próprio Jesus. Nos evange-lhos são descritos alguns conflitosque travou com os fariseus que va-lorizavam mais as tradições do queas pessoas.

Numa sociedade consumista,marcada pelo individualismo, naqual se valoriza mais as coisas doque as pessoas, o único caminho decredibilidade dos discípulos de Je-sus é o do testemunho do amor quese dá na partilha de seus problemase na defesa da vida, em todos os sen-tidos. Se queremos mostrar o rostode Igreja que se aproxima de Jesus,o amor é o caminho que supera to-dos os outros (1Cor 12,31). É a con-dição principal para que o mundocreia no cristianismo. Todo o mais,certamente passará.

A forma como está organizada ecomo seus membros se relacionamdá credibilidade ao que ela anun-cia que é, antes de tudo, a boa-novade Jesus?

O grande risco que a Igreja deontem e de hoje corre é anunciar-se a si mesma. Olhando a história,constatamos que a Igreja semprecorreu o risco de tornar-se prisio-neira da imagem ou da idéia que,num determinado tempo, se cons-truiu de si mesma. Não podemosesquecer que em cada tempo a Igre-ja construiu sua própria imagemnascida de determinada situação. Sea Igreja se volta apenas para si, elapára no tempo e não comunica amensagem de Jesus com a lingua-gem adequada aos homens e mu-lheres de hoje.

Isso não significa que a Igrejadeva adaptar-se as estruturas domundo para ser aceita. O apóstoloPaulo já dizia à comunidade deRoma: “não tomem como modeloeste mundo. Ao contrário, transfor-mem-se interiormente renovandosua mentalidade a fim de que pos-sam discernir qual a vontade deDeus: o que é bom, o que o agrada,o que é perfeito” (Rm 12,2).

Nas últimas décadas, especial-mente com o Concílio Vaticano II, aIgreja começou a se preocupar ematualizar-se. Neste Concílio, a Igreja

tomou consciência da necessidadede abrir-se ao mundo, à situaçãoconcreta das pessoas e das culturascerta de que “as alegrias e as espe-ranças, as tristezas e as angústias doshomens de hoje, sobretudo dos po-bres e de todos aqueles que sofrem,são também as alegrias e as esperan-ças, as tristezas e as angústias dos dis-cípulos de Cristo; e não há realidadealguma verdadeiramente humanaque não encontre eco no seu cora-ção. Porque a sua comunidade é for-mada por homens, que, reunidos emCristo, são guiados pelo EspíritoSanto na sua peregrinação em de-manda do reino do Pai, e receberama mensagem da salvação para a co-municar a todos. Por este motivo, aIgreja sente-se real e intimamenteligada ao gênero humano e à sua his-tória.” (Gaudium et Spes, 1).

Seguindo o itinerário traçadopelo último Concílio, a recenteConferência de Aparecida declarouque “a Igreja deve cumprir a suamissão seguindo os passos de Jesuse adotando suas atitudes” (DA 30).Essa afirmação não pode ficar re-duzida a mera teoria. O que defineo seguimento de Jesus não são asformulações dogmáticas (que cre-mos e professamos), mas a expe-riência profunda de Deus e a práti-ca de seus ensinamentos que se fun-damentam, antes de tudo, no amor

| mai-ago 2008 | 25

SX

C

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM25

Page 26: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Pastoral

| Ir. Maria Hetzler, ijbp |

aco-lheu, noconvite quelhe fôra feito, apessoa do Deus “des-conhecido” e, desse encon-tro, como experiência de fé, bro-tou a força geradora do Povo deDeus da Aliança (cf. Gn 12,1ss).Maria, embora assustada, acolheuo mensageiro celeste aderindo à suapalavra e deste encontro foi geradoo Verbo feito carne.

O encontro com a Palavra só éverdadeiro e fecundo quando ocor-re a acolhida. A partir desse encon-tro uma atitude pastoral geradorade novos encontros desabrocha,carregados das mais diversas di-mensões e matizas que se difun-

Uma atitude pastoral

v i d a ,e tenham vida emabundância” (Jo 10, 10).

Nossa inserção concreta na co-munidade de fé e de vida tem seuinício com um encontro. Freqüen-tando o grupo de catequese, sob aorientação de um catequista, parti-cipamos regularmente de uma sé-rie de encontros com o objetivo denos preparar para o encontro como Senhor na Eucaristia como pon-to alto do itinerário de fé que nosintroduz na vida do Povo de Deusa caminho, Igreja peregrina.

Boa parte das nossas opçõesposteriores, hoje mais que em tem-pos idos, trazem a marca da quali-dade da vivência desses momentosde iniciação onde não é indiferentea intensidade da acolhida e do ca-lor humano que encontramos. Éisso, sobretudo, que marca o tem-po da catequese como algo praze-roso que deixa saudades ou, ao con-trário, algo fastidioso desembocan-do na constatação lacônica: “Atéque enfim passou...”

Todo encontro, para ser agradávele fecundo, requer acolhida. Abraão

Enquanto a Igreja, no mundotodo, por iniciativa do Papa, se pre-para para celebrar o Ano Paulinoque tem por objetivo revitalizar apaixão por Cristo e pelo Reino, a CF2008, providencialmente, propôsque refletíssemos sobre os valoresessenciais que dignificam o ser hu-mano com o tema “Escolhe, pois, aVida”. Tal reflexão envolve tudo oque favorece o desabrochar da vidadesde o seu início até o seu declínio,evitando que seja manipulada, me-nosprezada ou espezinhada. Esse foio empenho que moveu, com radi-calidade, o apóstolo Paulo, os dis-cípulos da primeira era cristã eaqueles se sentem vocacionados aser discípulo e missionário emqualquer tempo e espaço.

Num mundo em que a falta desentido para a vida ameaça o equi-líbrio e a própria existência huma-na, optar pela vida pode até pare-cer inútil, mas é uma atitude pas-toral de primeira necessidade. Con-tudo, essa opção só tem sentido sese faz uma experiência pessoal eprofunda do valor que a vida tem:“Eu vim para que todos tenham

O ministério da acolhida

SXC

26 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM26

Page 27: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

o imprevisível, o novo. Apenas namedida em que estamos dispostosa acolher o novo, nos capacitamosa nos deixar invadir por ele e ser-mos, nós mesmos, instrumentos derenovação e de vida.

Enfim, querer acolher, com to-das as forças da nossa mente. Dar-nos conta de que a acolhida é parteessencial do ser discípulos e missio-nários, aprofundar o tema da aco-lhida e perceber o quanto isto éimportante para a nossa realizaçãoplena. Acolher com a vontade e cul-tivar o desejo de acolher sempre.Querer acolher também quando

isto nos desfia, nos parece difí-cil ou até impossível. Aco-

lher com o coração!

Afeiçoar-nos à idéia de sermos vo-cacionados à acolhida. Abrir o nos-so coração e permitir que o Senhortome conta dele e com Ele, todosos demais, poderão ser acolhidosmais facilmente nEle, e por Ele.

A atitude pastoral da acolhida,portanto, é bem mais ampla que oministério de receber bem as pes-soas que chegam às nossas comu-nidades, às portas das nossas igre-jas para as celebrações. Tal acolhi-da é importante sem dúvida, masainda é insuficiente para favorecero desabrochar de uma nova men-talidade a favor da vida. “Sê sensa-

dem conforme as necessidades es-pecíficas do tempo e do espaço.Acolher a realidade pessoal de cadadia significa acolher e gerar a VIDAem nós. Lição por excelência quepodemos apreender de São Pauloao longo de todo o seu itineráriode conversão desde o deixar paratrás os valores caducos do passadoaté a convicção do “Vivo, mas já não

sou mais eu que vivo, éCristo que

vive emmim”.

“Apreender de Paulo”, insistefreqüentemente o bem-aventuradoTiago Alberione, fundador da Fa-mília Paulina!

Acolher o mundo que nos cercacom seus valores e desafios. Deixar-se encantar pela beleza da vida quepulsa silenciosamente e deseja vir àtona, desabrochar e se expandir. Ummundo em constante mudança quesurpreende e gera de tantas perple-xidades, porém um mundo frágil,repleto de sede de felicidade e devida. Acolher o outro, o diferente, |cp|

to, escolhe a vida! Parte o pão, curaas feridas! Sê fraterno e viverás”(Hino da CF 2008).

Olhando, então, para São Pau-lo, todos nós, membros e ou ami-gos da grande Família Paulina, dei-xando ecoar em nós a voz da 5ªConferência do Episcopado Latino-Americano de Aparecida e motiva-dos pela Campanha da Fraterni-dade 2008, queremos revitalizar anossa opção pela vida impregnadospela ousadia do Apóstolo dasgentes.

Este ano, as irmãs Pastorinhastambém celebram seus 70 anos defundação. Para vivenciá-lo mais in-tensamente, escolheu como tema dereflexão a santidade, na vida e na

ação pastoral. Todos, como batiza-dos, somos chamados à santidade.Na Província Jesus Bom Pastor,2007-2008 foi consagrado e estásendo vivido como ano vocacionalcujo tema: “Vocações para cuidar davida”, tem sua continuidade tantona Campanha da Fraternidadecomo no Ano Paulino, pois requerum cuidado que implica acolhida,abnegação, atenção, dedicação, es-mero e paixão. Requer o “deixar-seseduzir”, apaixonar-se pela causa doreino a fim de que em Cristo, nós enossos povos tenhamos vida, e vidaem abundância.

| mai-ago 2008 | 27

coop87.p65 4/14/2008, 5:41 PM27

Page 28: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

As Irmãs Pastorinhas têm como centro de suas vidasJesus Bom Pastor, alimentando-se da Palavra de Deus e da Eucaristia.

Inspiradas nas atitudes Dele,inserem-se nos locais mais necessitados de evangelização,

procurando ser no meiodo povo de Deus, sinal da bondade e solicitude do Pastor.

Se você sente o desejo de dedicar sua vida a Deus,através da missão pastoral, venha nos conhecer....

Seja uma Irmã Pastorinha!

Nossos endereços:

Província Padre AlberioneRua Pepiguari, 302 – Alto da Lapa

CEP 05059-010 / São Paulo/SP

Fone (11) 3834-5906

[email protected]

site: www.irmaspastorinhas.com.br

Província Jesus Bom PastorCentro Vocacional – Caixa Postal 138

CEP 95001-970 / Caxias do Sul/RS

Fone (54) 3211-9380

[email protected]

site: www.pastorell

28 | O Cooperador Paulino |

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM28

Page 29: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 29

Av. Pedro Bueno, 298 – Parque Jabaquara

04342-010 – São Paulo – SP

Fone: (11) 2578-0272

[email protected]

Rua Bom Jesus, 25 – Centro

65800-000 – Balsas – MA

Fone: (99) 3541-7658

[email protected]

Irmãs Apostolinas

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM29

Page 30: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| Vocação

Juventudee a difícilarte de decidir

Se quiséssemos relacionar todasas ordens, congregações religiosas einstitutos de vida secular existentesna Igreja, teríamos um trabalhoconsiderável que talvez não fosseconcluído. Se cada sociedade reli-giosa reflete um sopro particular doEspírito Santo, podemos afirmarque a fecundidade desse Espírito émultiforme e sua ação tem comoobjetivo suscitar a sensibilidade daspessoas de um determinado tempoe lugar para o clamor dos menosfavorecidos. O Espírito é dinâmicoe não se deixa paralisar pelas estru-turas que organizam as sociedadesacima citadas. Por isso, se tais soci-edades não se renovam, correm orisco de desaparecerem.

Bem sabemos que um dos indi-cadores para que se perceba quãosaudável é uma instituição é a che-gada de novas e abundantes (ouconstantes) vocações. Contudo, avida religiosa enfrenta um proble-ma que é típico da sociedade atual:decisões tardias e inconsistentes.Diante dessa realidade não há recei-ta, mas cabe a nós refletir sobre talsituação para que encontremos lu-zes a nortear nossa caminhada.Como o tema é complexo, vamosnos aproximar dele com cautela enão de forma definitiva.

Não tem jeito! A sociedade queo ser humano constrói se impõe so-bre o próprio ser humano de ma-neira, muitas vezes, devastadora. Seo progresso traz consigo benefícios;vem, com ele, também, as dificulda-des. É marca do nosso tempo a ra-pidez; e o dia de ontem pode pare-cer muito distante no tempo. As cri-anças têm acesso cada vez mais cedoao mundo da tecnologia e da infor-mação e isso propicia um encurta-mento ou subaproveitamento dainfância e daquilo que é caracteríscodesse momento da vida. Na prática,temos gerações que experimentamo descompasso entre a aquisição dainformação e a singularidade do queé a experiência da vida.

30 | O Cooperador Paulino |

SX

C

| Ceráfico Almeida |

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM30

Page 31: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

|cp|

mentos dos outros; por isso, não sesente o dono da verdade nem seapresenta como um oportunistamanipulador da opinião da maio-ria em prol dos próprios interesses.Suas intervenções são sinceras e sefundamentam na sincera busca dobem comum; sua vida é marcadapela graça do momento presente;por isso, não vive o saudosismoimprodutivo e paralisante do pas-sado nem se perde em vãs expecta-tivas ou exagerada preocupaçãocom o futuro; sem deixar de ser elemesmo, saberá adaptar-se às pesso-as na sua diversidade, limites e va-lores. Saberá tirar proveito disso,mas sem manipular as coisas con-forme as próprias conveniências. Asrespectivas exigências destas condi-ções (do ambiente e das pessoas)são harmonizadas com as necessi-dades do indivíduo.

A pessoa madura não idealiza asdemais pessoas. Haverá de encará-las na sua realidade: podem errarde tantas formas e por tantos mo-tivos conhecidos ou encobertos.Deste modo se evitará exigir dosoutros aquilo que os outros nãopodem oferecer. Algumas limita-ções psicológicas, como a rejeiçãode toda responsabilidade não deveser considerada como virtude, masfuga que nasce de um complexo deinferioridade. Certos medos de seexpor ou de assumir riscos ou afuga ao enfrentar alguns tipos deproblemas pode revelar não tantohumildade, mas imaturidade. Ameta de quem se comporta assim émanter-se numa tranqüilidade pas-siva, compreendida como fuga dosproblemas que a impede de decidire de pensar com a própria cabeça.Esse quadro é perigoso e quando serelaciona com jovens que buscama vida religiosa, ao considerá-la por-to seguro, se torna ainda pior por-que passa a esconder medos, trau-mas e recalques. E este fenômenotem sido muito comum nos últimostempos.

e sacerdotes não alcançarão festasjubilares como bodas de prata eouro. Decisões tardias não signifi-cam necessariamente decisões ma-duras e consistentes, infelizmente.

Se decisões tardias marcam avida das novas gerações, não pode-mos esquecer que tais decisõesmuitas vezes são acompanhadaspor uma postura inconsistente. E oque isso significa? Significa queuma boa parte dos jovens não sa-bem exatamente o que buscam ouse caracterizam por serem movidospor sentimentos ou emoções. Elespermanecem numa determinadaexperiência na qual o prazer pro-porcionado deve ser palpável econstante; se isso muda, talvez –pensam eles – seja a hora de buscaruma nova experiência.

Quanto à consistência ou ma-turidade, o que se poderia dizer? Aoinvés de apontarmos os aspectosnegativos, vamos elencar o que ca-racteriza a pessoa que já alcançoucerto grau de maturidade. Tal pes-soa será um bom candidato à vidareligiosa.

Não se alcança a maturidade deum momento para o outro, mas deforma paulatina e gradual. A segu-rança emotiva e a percepção ade-quada de si mesmo indicam a ca-pacidade de suportar a frustração,de modo que os estados emotivosnão interfiram nos seus atos, deci-sões nem no bem-estar dos outros.A pessoa madura tem um sensorealístico da realidade, corre riscosrazoáveis à luz do bom senso, nãocai em situações de pânico nemdramatiza as situações; é um al-guém capaz de apresentar o própriopensamento, sentimentos e convic-ções sem se sentir ameaçado ou sobo efeito do complexo de culpa; oponto de vista dos outros não o ini-be nem lhe tira a liberdade de seexpressar com responsabilidade.

Quem já atingiu um certo graude maturidade respeita e leva emconsideração a opinião e os senti-

Se olharmos para os jovens quebuscam a vida religiosa, constata-mos que a sua grande maioria estáacima dos vinte e quatro anos. Sãovelhos? Não! Contudo, se percebeclaramente que o tempo de toma-da de decisões foi adianta e, cadavez mais, está sendo adiado. Ao bus-carem o auxílio do Serviço de Ani-mação Vocacional, os jovens apre-sentam uma realidade vivencial, emgeral, marcada pela fragmentarie-dade. Noutras palavras, esses jovenstiveram contato com muitas reali-dades, mas não se fixaram em ne-nhuma delas. Esse histórico trazi-do pelos jovens se mostra comoalgo, de antemão, negativo; pois aprimeira impressão que fica é deque a busca pela vida religiosa serámais uma aventura fugaz como asanteriores já vividas.

E por que isso acontece? Algunsfatores podem ser apontados, mas,em linhas gerais, o jovem de hojereflete e incorpora a fragmentarie-dade que a sociedade experimenta.Nesse sentido, se estabelece uma es-pécie de conflito que não pode serignorado. Se a sociedade experi-menta esse quê de esfacelamento, aIgreja, vista como instituição, é porsi estável. Embora as pessoas que acomponha sejam filhas de seu tem-po, estruturalmente a Igreja temregras claras e rígidas quanto a suaforma de ser e existir. Poderíamosnos perguntar: como acolher e aju-dar aqueles que procuram a Igrejae desejam fazer dela sua opção devida?

A atitude de acolhida das insti-tuições religiosas deve ser, de fato,de acolhida; contudo, é justo dizerque muitas instituições não estãopreparadas – porque a própria Igre-ja também não está – para acolhermuito dos jovens que se apresen-tam. A idade com que eles estabe-lecem o primeiro contato, já há al-guns anos, era a idade que marcavao final da formação inicial. Se dizque as novas gerações de religiosos

| mai-ago 2008 | 31

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM31

Page 32: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

32 | O Cooperador Paulino |

| Notícias

Foto

s: A

rqu

ivo

Pau

lino

s

Formandos Paulinos 2008 – Ingressaram na comunidade de Caxiasdo Sul-RS para fazer a experiência do ano propedêutico sete jovensoriundos de quatro Estados do Brasil. Esses jovens são orientados peloPe. Carlos Alberto da Silva.

Dando continuidade ao processo formativo, seis jovens compõem acomunidade de Belo Horizonte-MG, sob a orientação do Pe. ValdecirConte.

A comunidade deformandos da CidadePaulina é constituídapelos estudantes do 2ºe 3º anos de Filosofiaque estão sob os cuida-dos do Pe. Luiz MiguelDuarte. Os estudantesdo 3º ano, ao longo de2008, farão a experiên-cia do postulantado.

Em pé da esquerda para a direita: Alex Alves,18anos, Rio de Janeiro-RJ; Geraldo Magela, 26 anos,São Francisco de Paula-MG; Silvano Arruda, 25anos, Rio Paranaíba-MG; Mackson de Souza, 23anos, Natal-RN.Agachados da esquerda para a direita: DiegoRodrigues, 21 anos, Belém-PA; Francisco de Assis,20 anos, Poço Branco-RN; Elpenor Robson, 20

Atrás: Pe. Mário, Guilherme, Pe. Valdecir, Tiago.Na frente: Bruno, Mizael, Alex e Manuel.

2º ano de filosofia: Edson, Leandro, Humberto,Rogério, Pedro e Jorge.

3º ano de filosofia: Sílvio, Claudinei, Benedito,Erivaldo, Roni e Tiago.

Medellín: Noviciado Ibero-americano – Na cidade de Medellín,Colômbia, na sede do Noviciado Ibero-americano, no dia 24 de ja-neiro de 2008, teve lugar a celebração eucarística, presidida pelo Pe.Andrés Monroy, Superior provincial da Colômbia-Equador-Panamá,na qual os seguintes jovens ingressaram no noviciado: Isaías SilvaPinto (Província Brasil), Sergio Alberto Casillas Ramos (ProvínciaMéxico), Constantino Pérez Fernández (Província México), ArturoAlejandro Herrera López (Província México), Andrés de JesúsAfanador Rodríguez (Região Venezuela), Jhoan José BecerraMendoza (Região Venezuela). Pe. Guillermo Gándara, da ProvínciaMéxico, é o Administrador da Sede do Noviciado; colaboram com eleos Pes. Pascual Ortega e Aristelio Monroyel.

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM32

Page 33: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 33

Exercícios Espirituais e Renovação de votos – Entre os dias 20 e25 de janeiro, sob coordenação do Superior Provincial da Argentina,Pe. Valdir de Castro, os paulinos do Brasil realizaram os ExercíciosEspirituais de 2008. As reflexões basearam-se na segunda carta dePaulo aos Coríntios. O retiro ocorreu no Centro de EspiritualidadeFlos Carmeli, das Irmãs Carmelitas Missionárias, em Mairiporã-SP.No dia 25, Festa da Conversão de São Paulo, os religiosos Romilson,José Carlos, José Augusto, Evandro e A. Iraildo renovaram votos porum ano.

Livros da Paulus editora são considerados altamente recomendáveis pela FNLIJ – Fernando Pessoa: Oamor bate à porta, de Elias José, na categoria Literatura de Língua Portuguesa, e Mãe África de Celso Sisto, nacategoria Reconto, foram as publicações da PAULUS Editora consideradas altamente recomendáveis pela Fun-dação do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). “Fico muito feliz pelo reconhecimento do trabalho. É muito difíciltrabalhar com literatura em um país em que quase não se lê, em que praticamente não há livrarias, por isso, aalegria é ainda maior”, afirma Elias José. Celso Sisto acredita que o fato de seu livro ter sido escolhido comoaltamente recomendável é um sinal de que as pessoas devem olhar com maior cuidado para as próprias origens.“O livro é uma valorização da cultura africana, ou seja, é um caminho para a compreensão do que está no nossosangue. Fico muito feliz com a indicação, pois é um estímulo para continuarmos pesquisando e produzindobons livros”, explica. As obras também estão concorrendo ao Prêmio FNLIJ, que será finalizado no dia 26 demaio com a entrega dos Prêmios. A Fundação do Livro Infantil e Juvenil tem como objetivo institucional apromoção da leitura e a divulgação de livros de qualidade para crianças e jovens.

Bênção da Paulus Livraria de Contagem-MG – Aconteceu no sá-bado, dia 23/02, a bênção de inauguração da PAULUS de Conta-gem-MG, presidida por Dom Serafim. Estiveram presentes Pe.Paulo Bazaglia, Pe. Darci Marin, Pe. Valdecir Uveda, Pe. ValdecirConte e toda a comunidade de Belo Horizonte. A cerimônia con-tou também com a presença da prefeita de Contagem, MaríliaCampos, e da coordenadora de políticas de educação básica, Ma-ria Elisa. Além de outros representantes da secretaria de educa-ção, compareceram também clientes e representantes da comu-nidade local.

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM33

Page 34: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

34 | O Cooperador Paulino |

Trabalho missionário e vocacional da Família Paulina – Entreos dias 02 e 10 de março de 2008, a Família Paulina se reuniu numbonito trabalho missionário-vocacional na paróquia São João Ba-tista, Itaqui, zona rural de Mogi Guaçu-SP. Como Família nós che-gamos ao número significativo de 15 pessoas, dos Paulinos estavampresentes Frei Alexandre e Jr. Marcos Aurélio; ao longo da semana,visitamos e abençoamos as famílias, percorremos as escolas da lo-calidade e proporcionamos encontros formativos e celebrativos. Aparóquia São João Batista é formada por 11 comunidades ea sua frente está o Pe. Hélio. Todas as comunidades da paróquia fo-ram visitadas e, ao final, o saldo foi de gratidão a Deus pelo traba-lho realizado na unidade.

I Encontro do Instituto Jesus Sacerdote – Aconteceu na Co-munidade Paulina de Salvador nos dias 19 e 20 de fevereiro o IEncontro do Instituto Paulino de Vida Secular Consagrada JesusSacerdote. Participaram do Encontro alguns Padres Diocesanos:Pe. João de Deus, Pe. Adilson, Pe. Alberto-Dionísio, Pe. MarceloNascimento e Pe. Fernando. Os temas tratados foram: Os Institu-tos de vida secular consagrada e os documentos da Igreja; o Esta-tuto do Instituto Jesus Sacerdote; os conselhos evangélicos na vidado sacerdote diocesano (Pe. Vittorio Saraceno), Os InstitutosPaulinos na mente do Pe. Alberione (Pe. Abramo Parmeggiani),Espiritualidade e Carisma Paulino (Pe. Antônio Lúcio). Na con-clusão do encontro foram tratados alguns assuntos, tais como: Pas-toral Vocacional para os Institutos Paulinos, troca de experiênciaspastorais entre os padres e Ano Paulino.

“Avancem para águas mais profundas” – No dia 10 de fevereirode 2008, as postulantes Ana Paula Soares da Mota, Edilaine Alves deSouza, Maria da Conceição Alves de Carvalho e Mariane TadeuMoreira ingressaram no noviciado, Jardim Divino Mestre, em Caxiasdo Sul – RS. Que a graça de Deus as acompanhe nesta nova etapa dacaminhada.

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM34

Page 35: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

| mai-ago 2008 | 35

Foto

s: A

rqu

ivo

Pau

linas

Missionárias paulinas na África – As comunidades paulinas deAngola e Moçambique foram beneficiadas com a presença de Ir.Ivonete Kurten que lhes transmitiu o conteúdo do 9º CapítuloGeral realizado em Ariccia, Itália, de 20 de agosto a 20 de setembro2007. Em Moçambique, a comunidade paulina é formada por seteirmãs, duas aspirantes, três noviças e sete colaboradores. Ali traba-lham três irmãs brasileiras: Maria Ema Tomasi, Inês Pissinin e Ma-ria Lúcia Souza. Quatro missionárias brasileiras compõem a comu-nidade de Angola: Maria Celina Toda, Catarina Boff, Marlise Hecklere Eliene P. de Oliveira. Nestas duas comunidades, a presença Paulinatem sua forte expressão através da Paulinas Livraria, da PastoralVocacional, das feiras de livros em escolas, paróquias, universidades,produção editorial livros e CDs com canções religiosas e programasde rádios.As sete missionárias sentiram-se revigoradas e felizes com a presen-ça de uma Irmã brasileira que, além de transmitir a vivência do Ca-pitulo Geral, pôde levar-lhes notícias do nosso Brasil.

150 anos das aparições de Nossa Senhora de Lourdes – A con-vite de Maison de la France, Ofício de Turismo e Diocese de Lourdes,um grupo de 25 jornalistas de vários países foram convidados paraacompanhar as celebrações religiosas realizadas no dia 11 de feverei-ro, data da primeira aparição deNossa Senhora a Bernadete Sou-birous. Do Brasil, foram convi-dados jornalistas do jornal OGlobo, revista Planeta e revistaFamília Cristã. As despesas dostrês jornalistas foram assumidaspelas organizações que os con-vidaram. A revista Família Cris-tã foi representada por IrmãMaria Alba Vega, Diretora Ge-ral da Revista.

Comunidade de Moçambique

Irmã Eliene com o grupo de colaboradoresda livraria em Angola

Irmã Marlise e o grupo de formandas, em Angola

coop87.p65 4/14/2008, 5:42 PM35

Page 36: Ano LXX – n. 87 – maio-agosto 2008 · Deus na cultura da comunicação. Quer ainda informar sobre a vida, a espiritualidade e a atividade mis-sionária da Família Paulina, que

ANO PAULINO2 0 0 8 / 2 0 0 9

Jovem, neste ano dedicado a São Paulo, conheça a missão dos padres e irmãos paulinos

e consagre-se a ela como apóstolo da comunicação!

Escreva-nos: Centro Vocacional Paulino

Caixa Postal 2.534 01060-970 São Paulo - SP

[email protected] paulinos.org.br

18.5x27.indd 3/11/2008, 3:29 PM1