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OBRAS DE ENGENHARIA - CONCESSÕES INFRAESTRUTURA - CONSTRUÇÃO INDUSTRIAL www.revistaoe.com.br Prêmio INOVAINFRA 2020 BIM, drones e apps móveis lideram a revolução digital Ano LVIII - Março / Abril 2020 - Nº579 - R$ 20,00 Yara amplia unidade na cidade de Rio Grande (RS)

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OBRAS DE ENGENHARIA - CONCESSÕESINFRAESTRUTURA - CONSTRUÇÃO INDUSTRIAL

www.revistaoe.com.br

Prêmio INOVAINFRA 2020

BIM, drones e apps móveislideram a revolução digital

Ano LVIII - Março / Abril 2020 - Nº579 - R$ 20,00 Yara amplia unidade na cidade de Rio Grande (RS)

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[email protected]/LiebherrConstruction

Viva o Progresso.

R 954 C SME: alta produtividade e máxima performance Nova classe: peso operacional de 60 toneladas Melhor relação de custo por tonelada produzida Maiores forças de escavação: novo implemento SME com reforços e proteções adicionais de série

Carro inferior Super Heavy Duty e contrapeso mais pesado:aumento da estabilidade e da vida útil

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Diretor Editorial: Joseph Young

Editor:Augusto [email protected]

Publicidade:Wanderlei Melo e Cristiano [email protected]

Diagramação: Ergon Art

Circulação:Jessica [email protected]

Sede:Avenida Comendador Alberto Bonfiglioli, 351São Paulo/SP - Brasil - CEP: 05.593-000Telefone: (11) [email protected] revista O EMPREITEIRO é uma publicação mensal, dirigida, em circulação controlada, a todos os segmentos da indús-tria de construção imobiliá-ria e industrial, e aos setores público e privado de infraestru-tura, obras de transporte, energia, saneamento, habitação social, telecomunicações etc. O público leitor é formado por profissionais que atuam nos setores de construção, infraes-trutura e concessões: construtoras; empresas de projetos e consultoria; monta-gem mecânica e elétrica; instalações; empresas que prestam serviços especializados de engenharia; empreendedores privados; incorporadores; fundos de pen-são; instituições financeiras; fabricantes e distribuidores de equipamentos e materiais; órgãos contratantes das adminis-trações federal, estadual e municipal.

Preços das edições impressas: Números avulsos: R$ 15,00; Edi-ções atrasadas: R$ 15,00; 500 Grandes: R$ 40,00 (1 exemplar ano); Registro de Publicação está assentado no cadastro de Divisão de Censura de Diversões Públicas do D.P.F. sob nº 475/73.8190, no livro B - registro no 1º Ofício de Títulos e Documentos. Registrada no Serviço de Censura Federal sob nº 2; 269P209/73. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte do conteúdo desta publicação poderá ser reproduzi-da ou transmitida, de qualquer forma e por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações, ou qualquer sistema de armazenagem de informação, sem auto--rização, por escrito, dos editores.

Siga-nos no Twitter: @oempreiteiroNos adicione: revista O Empreiteiro

O EMPREITEIRO foi editado de 1962 a 1968 como jornale desde 1968 em formato de revista.

Diretor Responsável: Joseph Young

Março / abril 2020 Sumário

OBRAS DE ENGENHARIA,INFRAESTRUTURA ECONSTRUÇÃO INDUSTRIAL

[email protected]/LiebherrConstruction

Viva o Progresso.

R 954 C SME: alta produtividade e máxima performance Nova classe: peso operacional de 60 toneladas Melhor relação de custo por tonelada produzida Maiores forças de escavação: novo implemento SME com reforços e proteções adicionais de série

Carro inferior Super Heavy Duty e contrapeso mais pesado:aumento da estabilidade e da vida útil

Editorial4 | Inovação para manter a casa de pé – e acessa a chama da Engenharia Brasileira

Fórum da Engenharia6 | Yara amplia unidade na cidade de Rio Grande (RS)

Premiados do InovaInfra 20208 | Concessionárias / RodoviasRodovia dos Tamoios: Teleférico auxilia nas complexas obras em trecho de serra preservadaCCR ViaOeste: Manutenção preventiva com inovação13 | Engenharia / RodoviasProgeo Engenharia: Área de escape desacelera caminhão em caso de perda de freios13 | Concessionárias / SaneamentoSabesp: Projeto de Economia Circular cria novo paradigma para ETE14 | Engenharia / SaneamentoPassarelli: Shield escava túnel para adutora por baixo do Rio TietêEngeform: Mapeamento com drone alterou traçado de adutora16 | Engenharia / Montagem IndustrialCobrazil: complexa logística para montar chaminé de 200 mIPS: Rigging de vigas sob linhas vivas18 | Engenharia / Gestão de ObrasMétodo-Passarelli: Sistema integra metodologias ao projetoHTB: Modelagem em BIM 4D de edifício garagem, erguido em 120 dias19 | Engenharia / Tecnologias DigitaisEngemon: Ferramenta para gestão de atividades elimina papel e notas manuaisFábio Bruno Construções: Implosão tornou-se engenhariaSeta Engenharia: Aplicativo móvel aumenta compromisso à segurança22 | Concessionárias / EnergiaCPFL: Poste de concreto armado autoaterrado reduz riscosCTG Brasil: Tecnologia para unificar todas as operações de geraçãoSterlite Power: Drones fazem lançamento de cabos guia de LTs23 | Engenharia / EnergiaAndrade Gutierrez: Soluções reduzem custos de LT e supressão de mata nativa24 | Engenharia / Soluções ConstrutivasBarbosa Mello: Operação remota de equipamentos não tripulados em atividades de risco potencialMascarenhas Barbosa Roscoe: Primeira britagem primária executada com pré-moldadosKeller Tecnogeo: Geodrenos a vácuo aceleram recalque e antecipam prazosConcrejato: Reaproveitamento de madeira em museu valeu pontos na certificação LeedFGS Geotecnia: Malha de aço protendida estabiliza colunas de rocha em rodoviaCamargo Corrêa Infra: Concretagem de blocos de fundação com uso de nitrogênio30 | Engenharia / VANTs-DronesConcremat: Inspeção remota de adutoras com robôTPF Engenharia: VANT aprimora projetos e gerenciamentoDimensional: Mapeamento com drone se funda com dados de subsuperfícieSaletto: Vistoria via drone de planta de mineraçãoTÜV SÜD: Levantamento cadastral aéreo de área ocupada34 | Concessionárias / FerroviasMRS Logística: Projeto Roda TrilhoRumo Logística: Aprimoramento da condução dos maquinistas36 | Engenharia / Gestão de ProjetosTime-Now: Gestão automatizada do portfólio de projetosNúcleo Engenharia: Estruturação de PPP de iluminação públicaHersa Engenharia: Scrum dá garantia de qualidade do processoPQR MA2: Relatórios de clash detection tornam-se fundamentais em obra de hospitalMHA Engenharia: Abobada de vidro abriga centro de educação e pesquisa

PREMIAÇÃO E WORKSHOP INOVAINFRA 2020 FOI REPROGRAMADO PARA 4 DE AGOSTO DE 2020, EM SÃO PAULO (SP)

Reurbanização40 | Devido às inúmeras interferências encontradas no subsolo, o Vale do Anhangabaú (SP) terá 1,2 km de galeria técnica de 2,30 x 3,20 m

Termelétrica41 | UTE Santa Cruz vai gerar 50% a mais de energia com ciclo combinado

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E d i t o r i a l

O cancelamento do projeto da Casa Brasil nas Olímpiadas de Tóquio tem diversos significados. É de-corrência da péssima gestão dos recursos públicos, que somada aos casos de corrupção colocaram em risco o legado dos 12 estádios da Copa do Mundo e, na se-quência, o uso do complexo olímpico da Rio 2016 pela população — além de exaurir as finanças nas três es-feras de governo.

A gestão pública descoordenada e que muda de prioridades a cada quatro anos está também na raiz dos 90 anos de inundação na capital paulista, onde 60% dos pontos de alagamento ainda são os mesmos. O mesmo quadro se repete em diferentes escalas em Belo Horizonte e outras capitais.

Aí está o Museu Nacional para deixar patente o es-tado de abandono dos bens culturais do País. Segundo o Instituto Brasileiro de Museus há mais de três mil instituições no território nacional, muitas com graves carências. Ainda está na memória dos viajantes aquela imagem clássica de um viaduto pronto na Via Dutra, que ficou anos sem a construção das rampas de acesso.

Estes exemplos candentes refletem a crise de recursos nos anos recentes para investimentos na Infraestrutura — salvo os investimentos privados das concessionárias que se tornaram sus-tentáveis graças à gestão empresarial de resultados. O próximo ciclo de concessões a nível federal e estadual inclui ferrovias, aeroportos, rodovias, metrô etc.

Neste cenário desafiante acontece o 1º Prêmio INOVAIN-FRA 2020 da revista O Empreiteiro, que recebeu mais de 90 projetos do norte ao sul do País, enviados por empresas de engenharia e concessionárias de serviços de Infraestrutura. Os projetos mais votados pelo júri independente, formado por representantes da Aeerj, Sinicesp, Sinduscon-SP, Abece, AB-

Inovação para manter a casa de pé — e acesa a chama da Engenharia Brasileira

CIC, ABCEM e o consultor engenheiro Sergio Palazzo, estão resumidos nesta edição.

Esses projetos premiados pelo júri são frutos do espírito de ino-vação dos engenheiros das concessionárias, construtoras, projetistas, firmas de montagem industrial e serviços especiais de engenharia.

Enaltecem a tradição histórica da Engenharia Brasileira, cuja origem se confunde com a hidrelétrica de Paulo Afonso no rio São Francisco, a saga dos irmãos e engenheiros Rebouças na ferrovia Curitiba-Paranaguá, a Via Anchieta que cruzou a Serra do Mar em São Paulo, a linha Norte-Sul do metrô paulistano — idealizado pelo prefeito e engenheiro Prestes Maia - cujo primeiro trecho foi escavado em cut and cover, a usina Henry Borden da então Light, a adutora de Guandu no Rio — e outras tantas obras memoráveis.

A força da inovação aqui atestada pelos mais de 90 proje-tos enviados ao Prêmio INOVAINFRA 2020 sinaliza o início de um novo ciclo — agora impulsionado por recursos privados via concessões - onde ficará patente que a Engenharia Brasileira é capaz de renovar a Infraestrutura do País, elevando os padrões de qualidade das obras – para resistir aos fenômenos climáti-cos extremos que se multiplicam – com segurança redobrada, a custos competitivos com relação aos padrões globais — porque Brasil não pode ser eternamente uma ilha – e respeitando os prazos contratuais. Isto é, entregando as obras no prazo.

O espírito de inovação significa ainda virar a página e abrir um novo ciclo — onde a nossa Engenharia vai se revitalizar e crescer, recuperando o tempo perdido.

Uma das grandes obras da engenharia nacional: o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso

O drone aplicado às obras de energia é uma das grandes inovações recentes

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A Dimensional Engenharia tem orgulho de participar e de copatrocinar o 1º Prêmio de Inovação na Engenharia - Inova Infra 2020. Esta importante iniciativa da revista O Empreiteiro valoriza as inovações no segmento e, por isso, está alinhada com as metas da empresa de fomentar a inovação e de potencializar o uso estratégico da tecnologia nos seus processos construtivos e rotinas de trabalho. A premiação da Dimensional Engenharia é a materialização de muita dedicação e esforço técnico-financeiro para posicionar a empresa na vanguarda tecnológica da infraestrutura nacional.

Dedicação. Inovação. Integridade.

01 Baixe e instale o aplicativo através do QR code ao lado:

03 Clique em ativar e aponte a câmera do celular para as imagens onde houver este ícone para assistir ao vídeo ou explorar o empreendimento 3d.

02 Ative o APP e escolha o Residencial Dona Zica

Como funciona:

Veja mais uma inovação da Dimensional Engenharia, um APP proprietário de Realidade Aumentada (RA).

RESIDENCIAL DONA ZICA

anos25

Saiba mais:

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A Yara Brasil Fertilizantes está ampliando sua unidade no Rio Grande (RS), que passa a ter 191.541,96 mil m². Trata-se de um investimento total de cerca de R$ 2 bilhões.

O estágio físico da obra já passa de 80% e a inauguração está prevista ainda para esse ano. O complexo deve se transformar no maior da América Latina em fertilizantes.

A unidade será formada por uma planta de acidulação com capacidade de produção de 150 t/h, uma planta de granulação de 95 t/h, unidades industriais para mistura, armazenagem e ex-pedição de fertilizantes NPK, com capacidade de estocagem de mais de 200 kt, sistema automatizado para ensaque e carrega-mento de caminhões.

Além das unidades industriais, o projeto contempla áreas de apoio, como pátio de caminhões, balanças rodoviárias, salas de compressores, subestações, entre outras.

O complexo antes das obras tinha 128.453,46 m². O novo

Yara amplia unidade na cidade de Rio Grande (RS)e mais a ampliação representa acréscimo de 63.088,00 m² à unidade. Em 2019, as primeiras novidades entraram em ope-ração por meio da unidade de mistura e ensaque automático para a expedição de big bags.

A empresa projetista e gerenciadora da expansão é a Worley.

Pré-fabricados e guindastes executam 10 apartamentos por semanaO guindaste de torre Liebherr 85 EC-B 5b é utilizado pela

Dallé Construtora para a construção de quatro torres residen-ciais, no Residencial Los Moros, com 36 apartamentos cada, em Bagé (RS). O equipamento foi posicionado estrategicamente para operar desde a fundação e a construção do subsolo, com estru-turas pré-fabricadas de concreto de até 2,5 t, e a construção dos nove pavimentos (mais térreo), com o transporte de formas de aproximadamente 1,5 t para paredes de concreto do residencial.

Com a utilização desses dois métodos construtivos (pré-fa-bricados e paredes de concreto), a Dallé Construtora conseguiu reduzir sua mão-de-obra para 25 pessoas, mantendo um ritmo de entrega de até 10 apartamentos por semana.

Além de agilidade para a obra, com o guindaste de torre 85

EC-B 5b a construtora teve uma sensível redução no número de afastamentos dos colaboradores (por questões ergonômicas), já que o equipamento se encarrega da parte pesada da obra. Tam-bém, com menos pessoas no canteiro e com o guindaste de torre para fazer o transporte de material, a organização do local pode ser melhor realizada.

O guindaste de torre 85 EC-B 5b realizou praticamente to-das as atividades da obra, ficando para a bomba de concreto, o bombeamento do concreto para dentro das formas. Até mesmo a concretagem da fundação, que foi realizada em uma época chuvosa, foi feita com o guindaste de torre (utilizando-se uma caçamba de concreto), evitando manobras de caminhões no can-teiro de obra em terreno de terra molhada.

O 85 EC-B 5b, foi montado com 50 m de lança, sobre base cruciforme e com mais de 40 m de altura livre de gancho.

Um guindaste de torre Liebherr, automontável, 32TT, com 12 anos também opera nas obras do Residencial Los Moros. Ele tem sido utilizado principalmente para o abastecimento de materiais de acabamento da obra, que são rapidamente descarregados do caminhão e posicionados diretamente em plataformas na facha-da do edifício, fornecendo material para diferentes andares.

O equipamento conta com uma lança inclinada, o que per-mitiu utilização com altura livre de gancho de 31 m. O guin-daste automontável 32TT, que opera com lança de 30 m de comprimento, foi patolado em uma rua com pouca circulação ao lado da obra.

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0

A revista O Empreiteiro apresenta a partir desta página os 35 trabalhos vencedores do Prêmio Ino-vainfra 2020 em sua primeira edição.

Os projetos aqui expostos estão em formato re-sumido, mas dão um panorama da atuação ousada e criativa da engenharia nos vários segmentos da economia.

Os trabalhos premiados são de oito concessioná-rias e 27 empresas de engenharia, incluindo cons-trutoras, montadoras, projetistas e gerenciadoras e serviços especiais.

A apresentação dos projetos na publicação é dividida pelas diversas categorias que compõem a premiação, pela ordem: Rodovias, Saneamento,

Celebrando a inovação na Engenharia e InfraestruturaMontagem Industrial, Gestão de Obras, Tecnologias digitais, Energia, Soluções Construtivas, VANTs--Drones, Ferrovias e Gestão de Projetos.

O júri do prêmio é formado por representantes das seguintes entidades do setor de engenharia e construção: Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), Sindicato da Construção Civil do Estado de São Pau-lo (Sinduscon-SP), Associação Brasileira de Enge-nharia e Consultoria Estrutural (Abece), Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), Associação Brasileira de Construção Metáli-ca (Abcem) e o consultor engenheiro Sergio Palazzo.

Rodovia dos Tamoios: teleférico auxilia nas complexas obras em trecho de serra preservada

Apresenta-se neste trabalho estudo de caso de um pro-jeto pioneiro no Brasil implantado pela Concessionária Ta-moios na Rodovia dos Tamoios – SP/099, na altura do km 72+500. Em uma região de difícil acesso e coberta total-mente por vegetação nativa, a construção de um viaduto de 315 m em curva e um emboque de túnel está sendo realizada com uma tecnologia inovadora, o cable crane, que é um te-leférico de carga, que transporta insumos, equipamentos e trabalhadores, conduzidos por cabos aéreos, que são susten-tados por duas torres metálicas.

Atualmente, encontra-se em andamento a obra de Dupli-cação da Rodovia dos Tamoios (SP-099) no Trecho Serra, com-preendido entre o km 60,48, em Paraibuna, até o km 82,00, em Caraguatatuba. Esse trecho de duplicação fará a transposição da Serra do Mar, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar.

A extensão total do novo traçado para a duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra é de 21,5 km, o qual é constituído por um trecho de cerca de 4 km paralelo à pista existente e mais 17,5 km em traçado novo. Do total, serão 12,8 km em túneis, 2,6 km em viadutos e pontes e 6,1 km em

terraplenagem. Para a construção do Viaduto 3 e

do emboque do Túnel 3 – Lado São José dos Campos, sem a necessidade de abertura de acessos e caminhos de serviço pela mata da região, a melhor alternativa encontrada foi a utilização do cable crane. Os prin-cipais objetivos com a introdução desse sistema inovador são a im-plantação do Viaduto 3 (com tabu-leiro de aproximadamente 310 m de extensão e quatro apoios interme-diários e dois encontros, um no tér-mino do caminho de serviço 1B e o

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CONFIE NA COMPETÊNCIADE QUEM SABE O QUE FAZ.

Construir o futuro é ter propósito, negócios e vidas em nossas mãos.

Por isso, ao longo desses 30 anos, buscamos reafirmar em cada projeto o compromisso de mergulhar e entender todas as etapas, de cada obra, para entregar sempre o melhor aos clientes. Afinal, entendemos que nossa responsabilidade é não apenas com o resultado, mas também com o planejamento, as ferramentas que serão utilizadas, o prazo e, é claro, com a relação de longo prazo.

VENCEDORA NO PRÊMIO INOVAINFRA* 2020CATEGORIA GESTÃO DE OBRAS EM ENGENHARIAPELO USO DE DASHMAN ANALYTICS EM CONTRATOS DA VIVO.

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Que tal descobrir o que podemos criar juntos?Para conhecer nossos cases, acesse nosso site.

*Pela revista O Empreiteiro.

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / r o d o v i a s

outro próximo ao emboque do túnel T3-4), e implantação do emboque do Túnel 3-4 – Lado São José dos Campos (conten-ção em solo grampeado de 3.751 m², cortina atirantada de 400 m² e enfilagens).

O projeto foi concebido em conjunto com a Construtora Queiroz Galvão e a empresa austríaca LCS Cable Cranes. A fabricante do equipamento utilizado na obra atua há mais de 20 anos com transporte de cargas em terrenos acidenta-dos. A empresa já executou mais de 20 projetos nos cinco continentes utilizando o equipamento.

No Brasil, é o primeiro e foi dotado de características específicas de engenharia, que tiveram que ser minuciosa-mente projetadas e planejadas.

Movido por motores, elétrico e hidráulico, o guincho iça as cargas e as transporta por cabo de aço por um trecho de 394 m de vão entre duas torres, uma delas com 42 m e a outra com 35 m de altura. A capacidade do sistema é de até 20 t.

Principais características técnicas do equipamento: fa-bricante - LCS Cable Cranes; origem – Áustria; distância

entre torres - 394 m; diâmetro cabo principal - 65 mm; diâ-metro do cabo de movimentação - 30 mm; capacidade de carga - 20 t; velocidade de deslocamento - 4 m/s; velocidade de içamento - até 1,5 m/s com 2.000 kg; capacidade da ca-bine - 10 pessoas; altura da torre 1 - 42,1 m; altura da torre 2 - 34,9 m; sistema de controle da operação - 6 câmeras; controle remoto (içamento de carga) - 2 dispositivos.

Devido uma das torres (Torre 1) estar em um lado inacessí-vel, a montagem do cable crane exigiu uma operação complexa, com duração de 120 dias e apoio de um helicóptero. A tarefa contou com o auxílio de quatro especialistas da matriz aus-tríaca, além de aproximadamente 25 funcionários e técnicos da Queiroz Galvão, que passaram pela necessária qualificação.

A Torre 2 foi projetada em módulos, de forma que seus tamanhos não ultrapassassem a capacidade de carga do he-licóptero.

Esse helicóptero com capacidade de carga de 3.500 kg foi locado especialmente para fazer a movimentação e encaixe dos módulos que compõem as duas torres, o mais pesado

No ano de 2020, a Engefoto completa 40 anos de ativida-de. Sua filosofia empresarial, desde a fundação, sempre esteve apoiada em dois sólidos pilares: Tecnologia e Qualidade. Estar na vanguarda tecnológica jamais foi uma opção para a empresa, sempre foi um compromisso.

No transcurso de sua história, foram inúmeras as ocasiões em que a Engefoto posicionou-se com pioneirismo: como no de-senvolvimento de soluções tecnológicas para a captura e pro-cessamento de imagens digitais, na avaliação de malhas rodo-viárias com equipamentos automatizados, na aplicação de bases cartográficas obtidas por processo laser, no desenvolvimento de sistemas para a gestão territorial, na concepção de sistemas mul-tifuncionais de levantamentos, na utilização da metodologia BIM em projetos de infraestrutura, entre outras.

Nesta linha, a Engefoto se posiciona como a primeira em-presa do Brasil a desenvolver e utilizar um sistema oblíquo para a captura de imagens, sendo aplicado em trabalho desenvolvido para a Prefeitura Municipal de Curitiba.

De forma distinta aos modelos convencionais de mapeamen-to aéreo, a utilização de sistemas oblíquos traz um conjunto de possibilidades novas aos produtos decorrentes deste mapeamen-to. É a evolução do processo de utilização de câmeras em posição nadir, ou seja, câmeras que mapeiam a área de interesse em po-sição ortogonal, que é a metodologia convencional utilizada no mercado e que limita a captação de informações como fachadas

Empresa desenvolve primeiro sistema oblíquo para captura de imagensde edificações ou outras informações que tenham sido ocluídas por outros objetos. Já com a utilização de um sistema composto por câmeras oblíquas, estas informações podem ser mapeadas, garantindo uma maior riqueza de detalhes.

Nesse mapeamento tridimensional, com alto nível de deta-lhamento cognitivo, é necessário garantir que um mesmo pon-to seja observado no mínimo em quatro perspectivas. Para isso, há necessidade de composição oblíqua de um conjunto de uma, duas, quatro ou cinco câmeras.

O sistema desenvolvido pela Engefoto dispõe de duas câme-ras de alta resolução, devidamente calibradas e com sistemas de posicionamento por GNSS, cujo emprego em planos de voos cruzados vem garantindo a observação dos objetos em quatro perspectivas diferentes, gerando uma maior qualidade à nuvem de pontos e geoinformação com precisão centimétrica.

Rodovia dos Tamoios (conTinuação)

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Inovar é usartecnologia pararealizar sonhos.

As soluções adotadas na obra de reforma e ampliação do Fortaleza Airport nos colocaram entre as empresas mais inovadoras de 2020.

O maior diferencial deste projeto vai além da aplicação de alta tecnologia. Nosso foco está na execução de empreendimentos que

propiciem uma experiência única e inesquecível aos usuários.

Consórcio Aeroporto Fortaleza

passarelli.com.br | metodo.com.br

Obra vencedora do Prêmio de excelência BIM Sinduscon SP

Obra vencedora do Prêmio InovaInfra 2020

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com 3.200 kg. A aeronave precisou fazer 35 viagens com os elementos para a montagem, somente da Torre 1. Mas antes disso foram realizados vários testes e simulações, para que no dia da montagem tudo corresse de maneira segura e com o máximo de precisão.

As peças foram içadas com um cabo long line preso ao helicóptero, com dois dispositivos: um para possibilitar que a carga fosse solta pelo gancho de baixo e outro próprio para ser utilizado em situações de emergência, caso precisasse ser solto por completo numa even-tual necessidade de aliviar a carga da aeronave. Um dos principais desafios na logística de montagem das torres foi deixar o long line no comprimen-to adequado para manter a exatidão no alinhamento da carga içada. Tudo exigiu muita precisão, paciência e trabalho em conjunto.

O cable crane superou as ex-pectativas nas atividades previstas no plano de viabilidade/operacional tanto em performance como em sua versatilidade de propiciar transporte

de equipamentos pesados, insumos, pessoas e grandes vo-lumes de material proveniente de cortes e escavações do Túnel 3.

Com início de operação em março de 2019, pode-se constatar a eficiência do cabo aéreo em todas as tarefas planejadas.

Autores: Mathias Loch, engenheiro civil, e Robinson Ávila, gerente de engenharia

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / r o d o v i a s

CCR ViaOeste: manutenção preventiva com inovaçãoA manutenção preventiva é imprescindível para que as

rodovias mantenham a excelência na prestação de serviço, fluidez no trânsito e preservem a segurança dos usuários. Para realizar o monitoramento de faixas de domínio, áreas de preservação permanente (APP), recursos hídricos e focos de desmatamento, a concessionária destaca equipes de cam-po que podem estar expostas a riscos de acidentes, seja na estrada ou mesmo ao percorrer locais de difícil acesso.

Seguindo com sua estratégia contínua de melhoria de processos e busca por inovação, tecnologia e boas práticas operacionais, a CCR ViaOes-te desenvolveu uma estratégia visando a diminuir os riscos e ganho de produtivida-de, baseada no uso de drones para análise e monitoramento das rodovias e seu entorno, gerando benefícios para a operação.

Após uma série de estudos de viabilidade e capacitação de colaboradores para esta ati-vidade, a empresa realizou o primeiro teste com o equipamento drone em novembro de 2018, dando um importante passo na busca por eficiência operacional. Apesar da popula-rização dos drones, o uso desse equipamento na manutenção e operação de rodovias é algo novo. Uma de suas vantagens é a versatilidade, sendo possível aplicá-lo em inúmeros trabalhos, simplificando a execução em todas elas.

A incorporação do equipamento à operação da CCR ViaOeste visava às seguintes atividades: estudo de tráfego; acompanhamento e monitoramento da faixa de domínio; se-gurança do trabalho; monitoramento ambiental; engenharia e registro de acidentes relevantes.

O uso de drone se mostrou uma ferramenta muito impor-

tante para o estudo de tráfego, contribuindo significativa-mente na identificação de variáveis ou situações que inter-ferem na condição de fluidez das rodovias. A possibilidade de captação de vídeos aéreos fornece uma perspectiva que dá base ao diagnóstico e, consequentemente, contribui para a tomada de decisões de forma mais assertiva.

Para realizar a inspeção no interior da estrutura de um via-duto, a CCR ViaOeste explica que precisava de cinco pessoas além de um sistema de sinalização na pista sobre o viaduto. A

equipe utilizava o rapel tendo o acostamento como base para realizar a descida pela corda. Com o drone, todo o processo de inspeção ficou muito mais seguro para os membros da equipe e para os usuários, pois dispensa a interdição do acostamento.

Outro exemplo: num estudo realizado em agosto e setem-bro de 2019 entre os km 15 e km 7 da pista sul da SP-075, buscou-se uma solução para melhorar a fluidez do acesso à rodovia, entre às 17h e 18h, período de tráfego mais intenso.

A partir da utilização do drone, o estudo sugeriu ajustes na sinalização horizontal e alteração na distância entre as faixas de mudança de velocidade (acele-ração e desaceleração). A medida foi determinan-te para melhorar as condições de fluidez no local.

Autores: Carlos Eduardo Martins Costa, gestor de atendimento; Daniel Cardozo Daneluz, coordenador de planejamento e controle do atendimento; Daniel Schenkel Di Michele, agente de engenharia; José Roberto Viana, superintendente de investimentos; Luiz Antonio da Cunha Araújo, agente de planeja-mento e controle do atendimento; Pedro Henrique Caramori Veloso, gestor de engenharia; e William Dan de Sousa Carvalho Filho, agente de engenharia

Estudo de caso feito por drone de fluidez em acesso

12 | | março / abril 2020

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / r o d o v i a s

Progeo Engenharia: área de escape desacelera caminhão em caso de perda de freios

Sabesp: projeto de economia circular cria novo paradigma para ETE

A Progeo participou intensamente da construção dessa área de escape - um desafio em tecnologia e prazo para benefício e segurança dos usuários da rodovia BR 376/PR, concessionada à Arteris Litoral Sul.

Projetada para absorver o impacto de grandes veículos, cami-nhões e ônibus, em caso de perda de freios, o espaço evita causar acidentes com altíssima gravidade, poupando vidas.

Inaugurada em 14 de novembro de 2019 pela Arteris Litoral Sul, obra executada pela Progeo Engenharia, a nova área de escape foi usada logo após sua instalação por um caminhão carregado de

O projeto de economia circular na Estação de Tratamento de Esgotos de Franca (SP) da Sabesp consiste em uma implantação sequencial de ações integradas para as fases líquida, sólida e ga-sosa do processo, com o objetivo de otimizar os processos exis-tentes e transformar a planta de uma geradora de resíduos em uma estação de recuperação de recursos, propiciando benefícios sociais, operacionais, financeiros e ambientais.

16 toneladas de massa asfáltica. A Arteris administra três disposi-tivos do mesmo tipo, sendo dois na BR-376/PR e um na BR-116/SP.

As áreas de escape são aclives, com pistas em brita/cinasita (argila expandida) ou outro material que permita que o carro desacelere até parar, a exemplo do que se vê em circuitos de Fór-mula 1. Tal solução foi muito bem estudada e projetada, uma vez que não havia terreno apropriado para sua instalação no local.

O lugar é delimitado considerando os veículos de maior mas-sa, levando em conta ainda a aceleração e velocidade final. A cai-xa de amortecimento foi dimensionada de maneira segura para reduzir por atrito drasticamente a velocidade em curto espaço de tempo, sem prejuízo às pessoas.

A nova área de escape foi também utilizada na madrugada do dia 22 de novembro de 2019 por um ônibus, garantindo que 39 pessoas saíssem ilesas depois que o veículo perdeu os freios. Após falhar os freios, o motorista viu a sinalização e resolveu entrar na área de escape.

Autores: Luiz Antonio Naresi Junior, diretor comercial; Elisa Sie-bra Miranda Saraiva, engenheira civil; Tales Ferreira Duraes, en-genheira civil; e Luiz Felipe Clementino, gerente de obras

Este projeto de economia circular foi iniciado com um diagnós-tico dos processos existentes, sempre sob a óptica sistêmica dos pro-cessos integrados. Em paralelo, foi feito a prospecção tecnológica das principais soluções utilizadas em projetos de economia circular. Como resultado da concepção para o projeto, foram implantados um sistema de beneficiamento de biogás para produção de biome-tano para uso veicular, uma estufa para reduzir o teor de umidade do lodo para minimizar os custos com transporte e disposição final, bem como a adequação do sistema de produção de água de reuso.

Com a consolidação de soluções prospectadas, iniciou-se a contratação de um sistema de geração de energia elétrica, por meio de uma turbina hidráulica, para aproveitar o potencial hi-droelétrico residual existente no lançamento dos efluentes finais da ETE até o corpo d’água.

O passo seguinte é a implantação da hidrólise para otimizar a produção do biogás e transformar o lodo em um produto apto para o uso agrícola, com características que facilite o deságue, reduzindo os custos de transporte e disposição. Para viabilizar a

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Passarelli: shield escava túnel para adutora por baixo do Rio TietêA Passarelli Engenharia completou a construção de um túnel

de 116 m de extensão sob o leito do Rio Tietê, parte da obra da adutora do Sistema Gênesis, da Sabesp, em São Paulo, que inter-ligará os sistemas de abastecimento de água entre as cidades de Barueri e Santana de Parnaíba. A obra beneficiará mais de 350 mil pessoas residentes nas duas cidades e também das cidades de Aldeia da Serra, Pirapora do Bom Jesus e Itapevi.

Para este serviço, a Passarelli utilizou a versão mais avançada de sua máquina shield - a única do Brasil e da América Latina capaz de es-cavar em rocha, adquirida pela empresa da Herrenknecht. Com 1.500 mm de diâmetro, a máquina levou apenas 30 dias para completar a extensão total do túnel sob o leito do Rio Tietê no município de Barueri.

Em uma obra com nível de dificuldade entre médio e alto - devido à necessidade do túnel ser construído abaixo do leito do rio, e pelas projeções dos estudos técnicos prévios, que aponta-vam a presença de maciço rochoso, a máquina shield cumpriu seu papel sem sustos.

Para ser instalada, a Passarelli abriu dois poços de serviço, um de emboque com 25,6 m de profundidade e 8,50 m de diâmetro, e o de desemboque com 23,6 m de profundidade e 6,80 m de diâmetro - em cada ponta do trajeto previamente definido.

A máquina foi posicionada no dia 6 de fevereiro de 2019 no poço de emboque escavado em Barueri (SP), e iniciou os traba-lhos construindo o túnel até o outro lado do rio, aonde chegou no dia 8 de março de 2019. Enquanto o shield avançava, o material escavado (rocha) foi removido através de um sistema de bombea-mento e armazenado nos tanques de decantação na superfície.

Ao mesmo tempo também em que o shield avançava, tubos de concreto com 2,50 m de comprimento foram instalados na tra-seira da máquina e cravados um a um por sistema de macaquea-mento hidráulico (pipe jacking) até a conclusão do túnel. Após a finalização do trecho, a tubulação da adutora de 900 mm em aço carbono foi instalada no interior da tubulação de concreto.

Este foi o primeiro serviço do shield de rocha da Passarelli no es-tado de São Paulo, e a segunda obra em que é utilizado pela empresa no País. A máquina estreou no ano passado na obra do Coletor Tronco Cidade Nova, no Rio de Janeiro, onde foi utilizada em dois trechos de rocha, escavando um total de 250 m de túnel em dois tramos.

Autores: Vlamir Petrelli, superintendente; Bruno Legramandi, ge-rente de contrato; e Roberto Y. Kakishita, especialista em túneis

implantação da hidrolise será necessária a adoção de sistemas de cogeração de energia térmica e elétrica, que alimentará a hidróli-se e equipamentos existentes na planta. Para aproveitar todos os recursos da planta, a geração de energia sustentável, como foto-voltaica e eólica, é a última etapa do projeto de economia circular.

Este é um projeto que propiciará mudança de paradigma na forma de projetar as estações de tratamento de esgoto, pois es-tas deverão apresentar soluções integradas e otimizadas para as três principais fases do processo: fases líquida, sólida e gasosa, gerando produtos incrementais de alto valor agregado.

As etapas já implementadas do projeto de economia circu-lar na ETE de Franca apresentam importantes resultados para o setor de saneamento. Testes foram realizados na frota interna da companhia, em um ônibus Scania movido a gás natural, bem como em um automóvel a gás fabricado pela Audi, e os resulta-dos mostram eficiência e eficácia do biometano da ETE.

Os resultados complementares envolvem substituição de combustíveis fósseis por energia limpa; redução da pegada de

carbono e da emissão de gases de efeito estufa; capacitação de mão de obra técnica e operacional no Brasil; obtenção do biome-tano de esgotos como um novo combustível na matriz energé-tica; e disseminação do conhecimento ao setor de saneamento, como uma nova proposta de gestão para a eficiência do setor.

No médio e longo prazo, as etapas sucessivas planejadas de implementação do projeto de Economia Circular na ETE de Fran-ca permitirão produzir condicionantes de solo e fertilizantes para uso agrícola, água de reuso, geração de energia elétrica e térmica.

Autores: Fabiana Rorato de Lacerda Prado, gerente de departa-mento; Marcelo Kenji Miki, gerente de departamento; Silvio Re-nato Siqueira, engenheiro especialista; Cristina Knorich Zuffo, su-perintendente de PDI; Francisco Correa Ramos Junior, engenheiro especialista; Bruno Sidnei da Silva, engenheiro especialista; Luiz Yoshiharu Ito, engenheiro especialista; Luciano Riami, gerente da ETE de Franca; João Comparini, engenheiro especialista, Gilson S. Mendonça e Rosane Erbert Miki, engenheiro especialista

sabesp (conTinuação)

14 | | março / abril 2020

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Engeform: mapeamento com drone alterou traçado de adutoraA Engeform, em parceria com outras empresas, idealizou e

mantém o Okara Hub, ecossistema de inovação voltado à acele-ração de startups dos mercados da construção civil, engenharia, desenvolvimento imobiliário e cidades inteligentes. Atualmente, o hub está em sua terceira fase de tração, sendo que nas duas anteriores, cerca de 22 construtechs foram tracionadas.

Um dos projetos em andamento pela Engeform é a obra da Adutora Caieiras que, quando entregue, triplicará a vazão de água nas regiões de Caieiras, Pirituba, Perus e Jaraguá, no ex-tremo norte da capital paulista. Contratada pela Sabesp, a En-geform está construindo uma adutora com diâmetro de 1.050 mm em aço carbono, 40% superior à existente, que interligará os centros de redistribuição de água da região mencionada.

O grande desafio enfrentado na região onde a obra está sen-do executada era a falta de informações quanto às condições da área, uma vez que o local passou por um crescimento desordena-do ao longo do tempo e o projeto original foi feito com informa-ções em época anterior a esse crescimento.

A partir deste cenário, pensando em soluções disruptivas e investindo em inovação, o projeto implementado na obra foi em parceria com a Levitar, uma das startups tracionadas no Okara

Hub, que oferece serviços de engenharia, integrando operação com drones, tecnologia de precisão e análise de dados.

A construtech realizou o mapeamento topográfico completo da área do projeto por meio de VANTs (Veículos Aéreos Não Tri-pulados), popularmente conhecidos como drones. Essa técnica forneceu um levantamento detalhado de informações para a En-geform, que montou um estudo focado na possibilidade de alte-ração, para o canteiro central, do traçado inicialmente projetado para ser realizado no terço da via.

Autores: Rafael Alpire, especialista em inovação e gestão de co-nhecimento; e Paulo Bie, gestor de negócios

Sobreposição de projetos em CAD e ortofoto

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Cobrazil: complexa logística para montar chaminé de 200 mA Cobrazil Engenharia e Construções, contratada pela SDEP-

CI, participou da obra da Usina Termoelétrica Pampa Sul, da En-gie, em Candiota (RS). A usina utiliza como fonte principal para a queima e geração de energia o carvão mineral.

Este empreendimento é considerado diferente das demais usinas termoelétricas instaladas no país, por utilizar a tecnologia da caldeira do tipo Leito Fluidizado Circulante (CFB – Circulating Fluidised Bed), tecnologia de combustão limpa do carvão. Este modelo apresenta vantagens adequadas para a utilização do car-vão disponível no Brasil, como menor temperatura de combustão, redução na emissão de Nox e melhor desempenho operacional.

A chaminé é uma das principais unidades na construção de uma termoelétrica. Na UTE Pampa Sul, considerada atualmente como a maior da América Latina, com 195 m de altura, referente à estrutura de concreto e, sendo a parte mais alta do projeto (200 m) na ponta do duto metálico interno do chaminé, mostra quão importante foi integrar planejamento, engenharia, segurança e a montagem em si.

O desafio em alinhar as multidisciplinas envol-vidas e ajustar toda a logística para montar as 92 seções metálicas que somadas pesam cerca de 366 t, resultou no maior içamento do projeto. Em paralelo, foram executados a montagem de outras 216 t de estruturas, divididas entre sete plataformas inter-mediárias e passarelas de acesso.

Essas variáveis fizeram com que a Cobrazil pla-nejasse minuciosamente as atividades de monta-gem, levando em considerações todas as interferên-cias possíveis para consolidação do plano de ataque. Tendo a verticalidade como ponto crucial e o alto risco durante a montagem, onde qualquer erro po-deria ser fatal, a empresa criou um comitê para es-tes trabalhos, visando a questionar e elencar o sequenciamento ideal, os passos que deveriam ser verificados e as ações a serem tomadas e seus respectivos responsáveis - tudo isso visando ga-rantir a integridade de seus colaboradores, mitigando os riscos e garantindo o atendimento do prazo de montagem planejado.

O modelo de chaminé utilizado neste empreendimento tor-nou-se inovador e pioneiro no Brasil, pois sua construção foi realizada através de uma estrutura de concreto com diâmetro externo de 21,2 m na base; no topo, o diâmetro é de 9,8 m. Em seu interior, ela conta com um duto de aço com diâmetro de 5,8 m, de chapa titânio de 1,2 mm de espessura.

Os equipamentos principais de içamento que o site contava envolviam dois elevadores de canecas tipo pinhão e cremalhei-ra, paralelos, fornecido pela empresa Rohr, e com capacidade de

carga para 1.500 kg ou 10 pessoas cada. Na translação média eram gastos 7 min desde o ponto de origem, no piso zero ao topo, a 193 m de altura, e vice-versa. Nestes equipamentos eram deslocados, até o topo, trabalhadores, ferramentas e dispositivos de menor porte.

Conhecido pelo nome de “Strand Jacks System”, foram ainda adotados macacos hidráulicos modelo HSL 2000, que possuem capacidade de 200 t individualmente, e são fornecidos e ope-rados pela ALE Heavylift. Instalados a 193 m, os quatro equipa-mentos consistem numa série de 64 cordoalhas de aço, guiadas através de um cilindro hidráulico com sistema de ancoragem in-ferior e superior.

Este equipamento foi utilizado para a montagem dos dutos e é um dos mais versáteis do mercado de movimentação de car-ga, possibilitando altas capacidades de movimentação, controle, precisão e segurança.

Uma vez conhecida a capacidade técnica dos equipamen-tos a serem utilizados para o içamento de cargas e pessoas, houve a congruência das ações na busca pelas soluções de engenharia.

O desafio de montagem do duto metálico trouxe à equipe da Cobrazil a necessidade de discutir e apurar técnicas e metodolo-gias de montagem inovadoras, buscando soluções de engenharia e construtibilidade que garantiram segurança dos profissionais, maior produtividade e retorno.

Autores: Walter Luis de Asevedo, diretor de operações; Reinaldo Silva Marcelino, gerente de planejamento; Matheus Adolfo Con-terno, responsável de Contratos; e Rodrigo Fabiano de Oliveira, gerente de empreendimentos

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IPS: rigging de vigas sob linhas vivasA IPS, empresa especializada em en-

genharia de rigging, realizou um desa-fiante trabalho de montagem de vigas sob rede de alta tensão responsável pela alimentação da cidade de Campinas (SP), com intervenção de umas das principais rodovias do estado: a SP-330 (Rodovia Anhanguera, concessionada à CCR).

Com a fabricação das vigas do vão central (78 t) no canteiro de obras, foi necessário um planejamento logístico

detalhado para o transporte das vigas à pista central da rodovia.O viaduto é composto por três vãos, sendo dois com 22 m e o vão central com 40 m.

Os vãos de 22 m estão sobre as pistas das marginais sul (sentido Campinas/SP) e norte (sentido São Paulo/SP) e os do vão central sobre a via expressa da Rodovia Anhanguera, altura do km 91,8.

A construção do viaduto, que abrirá um novo acesso à cidade, na altura do Jardim Nova Europa, é uma contrapartida do complexo Royal Campinas-Convention Business & Hotels, que promete ser um dos maiores do País.

A condição de interferência física da lança do guindaste com a rede de alta tensão não poderia ser evitada se mantivesse o ângulo ideal para efetuar a amarração das duas primeiras vigas. Com isso, a IPS Engenharia propôs uma amarração com ângulo maior que 45 graus, gerando a demanda de uma nova análise estrutural no projeto das vigas.

Após a conclusão da análise estrutural constatou-se a necessidade da utilização de um dispositivo especial para o içamento. O dispositivo é composto por cabos de aço e uma estrutura metálica com a finalidade de evitar a flambagem maior que o previsto no projeto das vigas durante as operações de montagem.

Para o vão da marginal sul, todas as vigas estavam sob a rede elétrica. Após algumas análises e dimensionamentos preliminares de guindastes, chegou-se à conclusão de que a dificuldade de montagem do vão seria devido a combinação entre comprimento de lança ideal, raio de operação e limitação da altura da rede de alta tensão. Isso reduziu a poucas opções de guindastes e ainda tornaria a operação de montagem muito lenta.

A nova proposta da IPS Engenharia foi a aplicação e utilização de um guindaste telescópico sobre esteiras. Com isso, foi proposto o guindaste Liebherr – LTR1100, com lança telescópica e sobre esteiras, ideal para o içamento, devido à possibilidade de des-locamento com a carga içada, evitando uma das combinações que seria o raio com o comprimento da lança.

Em conjunto com o departamento de engenharia da Tranenge Construções, foi elaborado um plano estratégico para a construção do viaduto sobre a Rodovia Anhanguera (SP330).

A primeira etapa do planejamento foi a determinação da montagem dos vãos de 22 m, referentes as pistas das marginais, evitando o bloqueio total da rodovia, mantendo o fluxo pela pista expressa, com interrupções parciais.

Para a montagem do vão central, o fluxo da rodovia (pista expressa) foi transferido para as pistas das marginais, assim também evitando o bloqueio total da rodovia.

Autor: Edvaldo Bernardino Peixoto, diretor

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Nova data para o Prêmio

INOVAINFRA 2020

4 de agosto de 2020,

em São Paulo (SP)

Mais informações tel. (11) 3895-8590 ou

[email protected]

OBRAS DE ENGENHARIA,INFRAESTRUTURA E

CONSTRUÇÃO INDUSTRIAL

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Método-Passarelli: sistema integra metodologias ao projeto

HTB: modelagem em BIM 4D de edifício garagem, erguido em 120 dias

O Consórcio Aeroporto de Fortaleza, composto pela Método Engenharia e Passarelli Engenharia, foi responsável pela coor-denação dos projetos e serviços de construção para ampliação do landside (áreas de circulação de usuários) e airside (área de circulação de aeronaves), além de modernizações no terminal existente do Fortaleza Airport, concessionado à Fraport.

A obra teve como característica a execução simultânea com a elaboração dos projetos executivos (fast tracking). Para tanto, foram utilizados dois conceitos distintos para as áreas de retrofit e para as áreas de expansões.

Nas áreas de retrofit foram criados novos sistemas de instala-ções prediais (sprinklers, detecção, dutos de retorno de ar, novos chillers, iluminação led, som, automação de sistemas etc.) e al-terações sistemáticas de layout e de fluxos - isto com o terminal em pleno funcionamento, sem afetar o dia a dia dos usuários e operação do Aeroporto.

Em relação às áreas de expansões, foram feitos um minucioso levantamento de possíveis interferências que serviu de subsídio para a elaboração dos projetos de fundações, contenções e novos edificações propostas.

No projeto introduziu-se um processo inovador para carre-gar as informações de valor agregado à fase de gestão e ope-ração, tanto nos modelos BIM (as built), quanto nos databooks entregues dentro de um sistema do tipo Integrated Workplace Management System (IWMS) de última geração, denominado Archibus. Este sistema permite a gestão integrada do patrimônio e ativos, junto com os processos de administração de espaços, ativos, manutenção, custos, contratos etc., que trarão inúmeras vantagens em relação aos sistemas convencionais de gestão.

A cada reunião de desenvolvimento dos projetos e inserção de um novo processo, como foi o caso das estruturas metálicas e da cobertura, tomou-se como pré-requisito para a contratação que o projeto fosse elaborado em 3D. O modelo 3D foi funda-

Em um dos recentes desafios da HTB, realizado em consórcio com a Tedesco e Barbosa Mello, foi a ampliação do Porto Alegre Airport, concessionada à Fraport, que utilizou a modelagem BIM 4D e linha de balanço. A ampliação do aeroporto foi subdividida em diversas obras específicas, como a construção de um novo edifício garagem, para atender à crescente demanda da região.

A construção deste edifício tinha o prazo previsto de 120 dias, motivo pelo qual foi escolhido o sistema construtivo em pré-fabricado de concreto. Para a sincronização entre as ativida-des de montagem em obra e a fabricação e transporte do sistema

mental para avançar fortemente nas decisões a serem adotadas na construção de um projeto enxuto, atendendo as melhores prá-ticas de engenharia em BIM.

A prática pode trazer agilidade às tomadas de decisão frente aos desafios de manter o aeroporto funcionando, prazos extremamente enxutos, interferências encontradas nas áreas de retrofit e expan-sões, fluxo de passageiros e liberações de áreas para uso imediato.

A ideia principal ao desenvolver o projeto de ampliação e re-trofit do Fortaleza Airport em BIM foi garantir a melhor operação durante o ciclo de vida da edificação: novas instalações de ponta e o uso do modelo com as informações de manutenção e vida útil a serem geridas de forma prática, propiciando um plano de manutenção efetivo para a área de operações do aeroporto.

Desta forma, informações para a gestão do empreendimento que estariam inertes em databooks foram organizadas e disponi-bilizadas para executar as manutenções necessárias e considerá-veis. Várias metas foram alcançadas por usar as ferramentas de 3D como um braço decisório.

Autores: Giselle Castro e Camila Kfouri

de produção Enginner-to-Order (ETO), foi utilizado pela HTB, em parceria com a UFRGS, um planejamento e controle de obras que considerasse princípios da produção enxuta com apoio da mode-lagem BIM 4D e linha de balanço.

Os potenciais benefícios do uso de sistemas construtivos pré--fabricados do tipo ETO abrangem desde a redução de custos e do tempo total do empreendimento até melhorias na qualidade do produto na perspectiva do cliente.

A linha de balanço permitiu a sincronização dos fluxos de produção e utilização dos princípios de redução do tamanho do

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lote de produção, contribuindo para melhorias nos processos de construção. O BIM 4D, vinculando a modelagem BIM e o plano de execução da obra, facilitou o compartilhamento e o reuso das informações durante a definição das estratégias de execução em obra e, por consequência, sincronia com transporte e fabricação das peças.

Dessa forma, a utilização conjunta da linha de balanço e BIM 4D forneceu uma plataforma adequada para a visualização do fluxo de trabalho em sistemas de controle, facilitando a intro-dução de processos colaborativos entre as equipes de trabalho dentro e fora do canteiro. De fato, a BIM 4D apoiou na tomada de decisão na gestão da produção.

Para tanto, foram definidas diretrizes para apoiar a definição dos lotes de montagem para sistemas pré-fabricados de con-creto. Destaca-se a sistematização das etapas para a definição dos lotes de montagem, a partir de duas unidades de análise: o empreendimento e o lote. A divisão da obra em lotes facilitou a etapa de controle de montagem, além de oferecer flexibilidade para enfrentar alguns desafios, tais como alterações no projeto e mudança na sequência de montagem. Para sistemas de produção ETO, as definições de lote são decisões chave para o controle do fluxo de materiais e sincronização entre a fábrica e a obra.

A principal contribuição do uso do BIM 4D e linha de balanço neste projeto foi a definição dos lotes de montagem e a proposi-ção de um conjunto de ferramentas complementares para apoiar

a tomada de decisões, que atuou na principal causa de perdas nos canteiros de obra - que é a interrupção de fluxos de trabalho, usualmente causada pela alta variabilidade do sistema de produ-ção, pela morosidade na atualização das informações e pela falta de sincronização entre os processos.

O edifício garagem contabilizou 828 peças pré-fabricadas (39 painéis fachada, 105 pilares, 121 vigas, 563 lajes). O fornecedor do pré-moldado foi a Cassol. Os softwares utilizados foram Révit (Autodesk), MS Project (Microsoft) e Synchro (Bentley).

Autores: Thomas Diepenbruck, superintendente técnico; e Raquel Hoffmann (engenheira civil e doutoranda UFRGS)

Engemon: ferramenta para gestão de atividades elimina papel e notas manuais

Com a tecnologia cada vez mais presente e acessível, o desa-fio tem sido identificar em qual recurso investir. Novos softwares são lançados a todo momento com objetivo de otimizar tarefas, economizar tempo e direcionar maior quantidade hora/homem para contribuição estratégica do negócio, fazendo pensar em melhorias de processos todos os dias.

Nos contratos de manutenção da Vivo não foi diferente. An-tes, mais de 300 indicadores de performance eram elaborados e administrados de forma manual, todos os meses. Uma estimativa

de mais 120 horas dedicadas por mês ao processo manual inco-modava a todos.

Insatisfeitos com este cenário, a Engemon enxergou a opor-tunidade de otimizar as ordens de serviço investindo em um soft-ware de gestão de operação e manutenção - que proporcionasse a automatização dos KPIs gerenciais.

Com a disponibilidade de uma ferramenta que programe a ordem de serviço, acompanhe seu status e identifique variáveis como tempo de execução, utilização de materiais, custos e des-pesas, o processo tornou-se automatizado.

A ferramenta permite verificar facilmente a disponibilidade de funcionários, identificar habilidades necessárias, e programar o trabalho. Inclui filtros customizáveis para ver os serviços por clien-te, por negócio, por local, por tipo de problema, ou por qualquer outro critério necessário para atender o processo de seu negócio.

A central de ordem de serviço facilita o processo de designar tarefas e de informar sua equipe, via e-mail, celular ou outro sistema de comunicação móvel.

O técnico deixa de preencher check lists extensos e manuais,

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / t E C n o l o g i a s d i g i t a i s

para clicar rapidamente e produzir informações imediatas. É pos-sível registrar e reportar a qualquer tempo, custos de material, despesas e compras associadas com o serviço executado.

Ao eliminar o tradicional papel (R$ 8.000,00 mensais em fo-lhas de papel e impressões), o quadro negro e as notas, adicio-ne-se o benefício de ter um sistema que permite a máxima sa-tisfação do cliente e da equipe, pois garante que todo o trabalho contratado seja executado dentro do prazo e também fiscalizado, analisado e monitorado.

Outro benefício é a flexibilidade e adaptabilidade do sistema. O processo de solicitar um serviço pode ser tão simples quanto enviar uma mensagem. Além de oferecer uma interface de preen-chimento de solicitação simples e intuitiva, também dispõe de painel de controle do solicitante com o status das solicitações pendentes, abertas e vencidas em tempo real.

A possibilidade de mapear e acompanhar todos os custos com a ordem de serviço, produz relatórios com agilidade e for-

nece uma fatura detalhada. Isso são mais benefícios que justi-ficam o investimento.

Em resumo, a implantação do sistema Dashman Analytics nos contratos da Vivo resultou em benefícios para a contratada e para o cliente. Proporcionar otimização do tempo, facilidade de execução, redução de custos de impressões e papeis, confiabili-dade da informação e agilidade em gerar e analisar indicadores. Além disso, estreitou relações e impactou diretamente no dia a dia da operação, garantindo excelência operacional.

Investir em um painel integrado e on line para gestão das atividades realizadas em campo, capaz de monitorar, analisar e tomar decisões rápidas, é o que todos procuram.

Autores: Sonia Keiko, vp novos negócios; Matheus Urban de Car-valho, divisão de engenharia, manutenção e operação; e Benja-min André A. Albuquerque (product solution executive Dimetrika Technologies)

O Consórcio Porto Rio contratou a empresa Fábio Bruno para implodir o viaduto da Perimetral, região central do Rio de Janeiro (RJ), numa extensão de 1.800 m.

Utilizando o software de simulação de implosão desenvol-vido em conjunto com a empresa Norte Americana ASI (Applied Science International), foi realizado um intenso estudo para que se viabilizasse a implosão da extensa estrutura.

Com tecnologia, a implosão deixou de ser um tipo de serviço que dependia apenas de “feeling” e conhecimento estrutural, e passou a ser serviço de engenharia, pois além dos cálculos de plano de fogo (detonação), análise das modelagens são obtidas e uma melhor avaliação da implosão pode ser feita.

Pelo projeto, havia garantia contratual mínima de que 85% das vigas metálicas permaneceriam intactas após a implosão, além de proteção de diversos prédios tombados pelo IPHAN, es-truturas antigas ao longo de toda a extensão do viaduto e de dutos subterrâneos de energia elétrica, água e esgoto existentes.

Fábio Bruno Construções: implosão tornou-se engenharia

Para se garantir o melhor resultado, foram realizadas 34 simulações, com opções técnicas diversas, num prazo total de oito meses.

As análises dinâmicas feitas não foram apenas sobre a queda provocada pelo peso da estrutura, mas também estimar o nível de vibração a ser encontrado, o efeito da queda nas estruturas próximas e a utilização de explosivos para os cortes dos pilares.

Para a detonação, diversas medidas de segurança foram toma-das: considerou-se 15 mm/s como velocidade máxima de partícu-la, envelopamento dos pilares com tela metálica e manta geotêxtil para evitar o ultralançamento, isolamento da área num raio de 100 m com a evacuação das pessoas realizada pela defesa civil, apoio de mais de 500 pessoas para auxiliar no fechamento de trânsito e acompanhamento por câmeras do desenrolar da operação.

O resultado foi conforme o programado, tendo mais de 95% das vigas sem qualquer empeno e nenhum dano às estruturas re-manescentes. Após a implosão foi feita a reciclagem de 100% do material demolido. A implosão foi realizada em novembro de 2013.

Autores: Giordano Bruno e Fábio Bruno, sócios fundadores

engemon (conTinuação)

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / t E C n o l o g i a s d i g i t a i s

Seta Engenharia: aplicativo móvel aumenta compromisso à segurançaOs setores de saúde e segurança do trabalho na Seta Engenha-

ria compõem o sistema integrado de gestão, denominado inter-namente pela empresa de Sistema Seta de Sustentabilidade – S3.

Com a gerência do S3 ligada diretamente ao presidente da empresa, o setor possui autonomia de gestão, inclusive as equi-pes de obras, respondendo diretamente a área corporativa.

Dentre as premissas básicas de saúde e segurança do traba-lho (SST), reconhece-se a fundamental importância e papel deci-sivo na busca pela excelência em saúde e segurança do trabalho: uma liderança comprometida e efetiva.

A boa prática em SST apresentada refere-se à criação de um aplicativo móvel, denominado Viva Segurança, que possui como principal objetivo aumentar comprometimento das lideranças em segurança do trabalho, criando a cultura de participação proativa na prevenção de acidente.

O aplicativo móvel foi desenvolvido para resolução de duas problemáticas na empresa: a disseminação da cultura de segu-rança dos líderes e melhor acompanhamento de seus desempe-nhos. A boa prática começou a ser planejada em maio de 2017.

O Aplicativo Viva Segurança é um dispositivo móvel usado em aparelhos de smartphone com sistemas operacionais Android e IOS.

Os resultados obtidos com o aplicativo Viva Segurança de 2018 até novembro de 2019 foram os seguintes: 21.471 totais de cadas-tros; 6.330 observações de trabalho cadastradas; 5.879 avaliações de DDS; 2.481 reportes de desvios e 1.643 reporte de boas práticas.

O aplicativo Viva Segurança proporcionou ainda uma métri-ca para avaliação de desempenho das lideranças em relação à segurança do trabalho. Através do Índice de Comprometimento das Lideranças – ICL, conseguiu-se identificar os líderes efetivos.

Autor: Paulo Montenegro, engenheiro de segurança

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / E n E r g i a

CPFL: poste de concreto armado autoaterrado reduz riscosA CPFL Energia relata o desenvolvimento de uma

tecnologia inovadora de postes de concreto armado para redes de distribuição de energia, com capacidade de aterramento da rede através da sua própria estrutu-ra, dispensando na maioria dos casos o uso de hastes de aterramento.

Em geral, toda instalação elétrica, tanto na geração, transmissão e distribuição, até o consumidor final, deve incluir um sistema de aterramento para proteger os equi-pamentos e as pessoas contra descargas e choques elé-tricos. Os principais objetivos do aterramento do sistema elétrico são minimizar as variações térmicas e de tensão nos equipamentos, propiciar segurança para as equipes de trabalho, reduzir as interferências nos sistemas de comunicação e contribuir para a detecção e eliminação rápidas de falhas à terra.

Os aterramentos da rede de distribuição de energia atual-mente são realizados por condutores de cobre ou aço zincado, que interligam as carcaças dos equipamentos, o condutor neutro e a saída dos para-raios.

Esses condutores descem pelo interior oco do poste de con-creto circular ou por tubos de PVC instalados no interior do poste de concreto duplo T.

Na sua extremidade inferior, são conectados a uma ou vá-rias hastes de terra metálicas enterradas no solo. A monta-gem deste modelo de aterramento é realizada somente após a instalação do poste na rede elétrica, que implica em tempo e custo adicionais.

Além disso, esta concepção de aterramento acarreta diversos problemas indesejáveis, tais como: ocorrência de mau contato, principalmente nas conexões enterradas; instalações feitas ina-dequadamente; danos causados por máquinas em cabos de ater-ramentos em áreas rurais ou localizados em estradas de terra; roubos dos cabos de cobre enterrados no solo e a deterioração natural do aterramento decorrente da oxidação das hastes e co-nexões enterradas no solo, cuja vida útil pode variar entre 5 e 15 anos, em média, dependendo das características do solo e do tipo da haste de terra utilizada (cobre ou aço zincado).

O poste autoaterrado utiliza a sua armadura de aço interna como condutor para a interligação dos componentes de rede ao referencial terra, eliminando o uso de cabos de descida. Isto é feito através de terminais de conexão fixados no vergalhão e em-butidos no concreto. Em sua base, na região que fica enterrada, é utilizado um concreto condutivo, capaz de escoar as correntes de descargas atmosféricas e surtos elétricos, dispensando o uso de hastes encravadas no solo.

Na etapa de transferência de tecnologia, foram confec-cionados protótipos de poste autoaterrado em diversos fabri-cantes, para a realização de testes mecânicos e elétricos. A funcionalidade do poste autoaterrado desenvolvido no projeto foi aprovada em ensaios de rotina, realizados em protótipos no fabricante de postes, e em ensaios de tipo, realizados em laboratório de alta tensão.

Além dos ensaios no poste autoaterrado, como um todo, tam-bém foram realizados ensaios em corpos de prova do concreto condutivo e no conector de aterramento. Ainda foram promo-vidas medições em campo para avaliação de desempenho do aterramento e a avaliação de indicadores de qualidade da rede de distribuição com postes autoaterrados, obtendo-se resultados altamente satisfatórios.

Para a realização da etapa de transferência de tecnologia, foi fabricado e instalado um Lote Piloto de 510 postes autoaterra-dos, confeccionados em 5 diferentes fabricantes. Em função do Índice de Queima de Transformadores (IQT) por descargas atmos-féricas, foi escolhido para o projeto piloto a região da cidade de Ibiúna, no Estado de São Paulo.

Contribuiu também para a escolha desta localidade a carac-terística de alta resistividade do solo, onde é difícil a obtenção de bons aterramentos de instalações elétricas.

A cidade de Ibiúna fica localizada na região oeste da região metropolitana de São Paulo, possuindo 71.228 habitantes e uma área total de 1.057,5 km².

A densidade de descargas atmosféricas divulgada pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, coloca a cidade de Ibiúna como a 229ª localidade com mais descargas atmosféri-cas no Estado de São Paulo, com 8,58 descargas/km²/ano, que

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / E n E r g i a

corresponde a uma ocorrência média de 9.069 descargas atmos-féricas por ano ou 756 descargas por mês. A taxa de queima de transformadores de rede de distribuição em Ibiúna é o dobro da média obtida para as demais regiões de concessão das distribui-doras do grupo CPFL Energia.

Dessa forma, em Ibiúna foram selecionados 150 transforma-dores para instalação dos postes autoaterrados, incluindo os seus postes adjacentes, totalizando 450 postes. Os demais 60 postes foram instalados na região da Baixada Santista (SP). Neste úl-timo caso, o objetivo foi realizar a instalação em uma região litorânea para a observação, em médio e longo prazo, dos efeitos da salinidade no concreto condutivo e armadura.

O poste autoaterrado apresentou resultados altamente satis-fatórios durante a fase de testes e hoje é uma tecnologia con-solidada no Grupo CPFL Energia. Com seu uso, espera-se como

benefícios: redução do índice de queima de equipamentos, como transformadores; melhoria dos indicadores de continuidade, com a redução de faltas de energia por falhas em equipamentos; re-dução de queima de equipamentos de clientes; redução do tem-po de instalação, entre outros.

Há várias empresas de engenharia e fornecedores envolvidos nesse projeto, além das pertencentes ao grupo CPFL: Matos Fer-reira Engenharia e Serviços, Concrefer Indústria e Comércio de Postes e Artefatos de Cimento, Icotema - Madeiras Tratadas e Concreto, Matra Indústria e Comércio, Romagnole Produtos Elé-tricos e IPT Indústria de Postes Teixeira.

Autores: Rafael Gomes Bento, analista de projetos de inovação; An-tonio Carlos Almeida Cannabrava, engenheiro de soluções; e Bene-dito Edmundo Moura Ferreira, diretor (Matos Ferreira Engenharia)

A CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País, projetou a criação de um novo Centro de Operação da Geração (COG). O objetivo é unificar o controle de todas as operações de ge-ração da empresa, com ganho de agilidade e precisão nos processos.

Criada em 2013, a CTG Brasil é parte da China Three Gorges Corporation (CTG), e realizou uma série de aquisições no país. Diante dessa expansão que ocorreu nos primeiros anos de existên-cia da empresa, com um portfólio de ativos de diferentes portes, características e regiões, a operação centralizada dos empreendi-mentos de geração, de forma uniformizada, tornou-se necessária.

Atualmente, a empresa tem em operação 14 usinas hidrelé-tricas, além de outras três usinas hidrelétricas e 11 parques eó-licos em que a CTG Brasil tem participação. O novo COG terá capacidade para unificar o controle e monitoramento de até 28 empreendimentos de geração, o dobro da carteira atual.

O projeto de formatação do COG foi iniciado em dezembro de 2016 e teve dez meses de duração. A construção do centro está em andamento, na usina hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), com investimento de aproximadamente R$ 20 milhões. Sua ope-ração está programada para começar em dezembro de 2020.

Para realizar a concepção do novo centro de operação da CTG Brasil, foram observadas todas as estruturas e sistemas recebidos das antigas concessionárias, que foram responsá-veis pela gestão dos empreendimentos atualmente controla-dos pela empresa. Como estrutura, pode-se destacar o centro de operação legado da Companhia Energética de São Paulo (CESP), localizado na usina Jupiá, e o centro de operação que foi da Duke Energy, localizado na usina Chavantes. Cada um dos centros de operação tem recursos e características pró-prias, que foram considerados na concepção do novo COG.

CTG Brasil: tecnologia para unificar todas as operações de geração

O novo centro de operações será instalado na usina hidrelé-trica Ilha Solteira. O COG da usina Jupiá será reformado e se tornará o COG backup da CTG Brasil. O centro de operação da usina Chavantes será desativado quando o novo COG entrar em operação. O processo completo de concepção do projeto durou cerca de dez meses, resultando numa especificação téc-nica de aproximadamente 400 páginas, com a solução técnica completa que envolve desde o sistema de supervisão e con-trole, sistema de dados históricos, sistema OTS (Operator Trai-ning Simulator), infraestrutura civil e auxiliares, entre outros.

O projeto de implementação do novo centro de operação da geração (COG) da CTG Brasil será um marco na companhia e será referência em termos de eficiência e inovação tecnológica.

A implantação do novo COG da CTG Brasil também propor-cionará ao Sistema Interligado Nacional (SIN) mais segurança na operação, a partir da padronização de um novo modelo operacio-nal, pensado para a eficiência e eficácia na operação das plantas, visando à otimização, racionalização e agilidade nos processos.

Autor: Daniel Melo, engenheiro especialista

Perspectiva do Centro de Operação da Geração

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O projeto Arcoverde da Sterlite Power consistiu na constru-ção de 139 km de linhas de transmissão em 230 kV e de uma nova subestação, além da ampliação de duas subestações de energia, expandindo o atendimento ao estado de Pernambuco, com potência de 400 MVA. Os processos inovadores na implan-tação do projeto contribuíram para sua entrega com dois anos de antecedência ao prazo previsto pela Aneel.

O desafio na construção de novas linhas de transmissão (LT) muitas vezes consiste em cruzar linhas já existentes, áreas de preservação permanente (APP) ou rios. Este processo, chamado de travessia, na maioria das vezes deve cruzar linhas energizadas que, por sua vez, não podem ser desligadas devido as questões regulatórias e também à necessidade de alimentação constante do SIN – Sistema Interligado Nacional, sendo necessário a apli-cação de procedimentos construtivos específicos para a execu-ção dos trabalhos.

Para solucionar dificuldades como essas, a Sterlite Power conta com a parceria de empresas especializadas e com expe-riência comprovada. Neste projeto, a empresa construtora foi a Tabocas Participação Empreendimentos.

Pela complexa atividade de lançamento de cabos na travessia sobre transmissão energizada, é necessário a montagem de uma “praça de lançamento”. Para isso, é dimensionado uma equipe de aproximadamente 30 trabalhadores e são identificados riscos como movimentação de materiais, condições climáticas adver-sas, queda de objetos, torções, projeção de partículas, cortes e escoriações etc.

Algumas etapas das atividades acontecem nas torres que possuem altura de aproximadamente 35 m na tensão de 230 kV, assim os riscos relacionados a trabalhos em altura e eletricidade estão presentes em quase toda a atividade.

Relacionado à eletricidade, tem-se os perigos de choque elétrico e arco elétrico, que podem ser provocados pela indução ocasionada pela proximidade com a linha energizada a ser trans-posta ou outras linhas que estão próximas à linha a ser construí-da, e também em caso de queda dos cabos condutores.

Diante desse cenário e avaliando as metodologias utiliza-das até o momento, percebeu-se que há uma oportunidade de melhoria no processo de travessia de linhas introduzindo novas

Sterlite Power: drones fazem lançamento de cabos guia de LTs

tecnologias, a fim de proporcionar o grau de proteção adequada para os trabalhadores e maior eficiência no processo todo.

Na execução da atividade, faz-se uma rede de proteção sobre a linha existente lançando-se uma corda guia de nylon (material isolante) com 2 mm de diâmetro através do vão da travessia, sobre os para-raios da linha existente. Para o lançamento desta corda guia, é necessário que um colaborador escale a torre e amarre a corda guia em algum objeto que possa ser arremessado do alto da torre sobre os cabos ou lançado do solo com o auxí-lio de alguma ferramenta, porém sem controle de sua trajetória. Após o lançamento da corda guia, tem-se a etapa de lançamento dos cabos condutores onde há riscos de aproximação e/ou queda dos cabos sobre a linha energizada a ser transposta.

Como solução para os problemas acima, principalmente os riscos destacados relacionados pelo trabalho em altura e eletrici-dade, a engenharia da Sterlite em conjunto com a engenharia da Tabocas preparou um procedimento específico inovador.

Neste procedimento foi incluído o uso de drone para fazer o lançamento do cabo guia e o sistema de roldanas duplas, utili-zado pela Tabocas para reduzir o risco de aproximação ou queda dos cabos sobre os condutores da LT existente .

Nesse projeto, foi lançada uma corda guia de nylon com 2 mm de diâmetro através do vão da travessia, sobre os para-raios da LT existente, com auxílio de drone, respeitando a distância mí-nima de 20 m do eixo da LT 230 kV Serra das Vacas – Garanhuns II, tanto no sentido vertical quanto no horizontal, evitando assim interferências eletromagnéticas. Utilizando esta guia, foi lançada outra corda guia, de diâmetro superior, de 6 mm, que serve para lançar a corda de aramida na sequência.

O uso do drone permitiu, dentro da hierarquia das medidas de con-trole, eliminar a etapa de escalada e o arremesso de objetos do alto da torre para a passagem do cabo piloto, eliminando os riscos inerentes.

O uso do sistema de roldanas duplas reduziu o risco de apro-ximação ou queda dos cabos sobre os condutores da linha de transmissão existente - durante a etapa de lançamento destes cabos - reduzindo os riscos.

Autores: Jell Andrade, diretor de projeto; Marcos Lopes, diretor de implantação; e Fábio Lacerda, coordenador de planejamento

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Andrade Gutierrez: soluções reduzem custos de LT e supressão de mata nativaO trabalho apresentado pela Andrade Gutierrez se abre

em três cases que, segundo a construtora, são consequên-cias da estratégia de negócio que demanda permanente inovação.

O primeiro case é uma obra de linha de transmissão para a Equatorial Transmissão. A meta foi garantir que a execução da linha da LT de 859 km localizada em uma região remota entre o noroeste da Bahia e o sudeste do Piauí, ocorresse sem interrupções, desperdícios e sobrecusto.

Indefinição de procedimentos para recebimento, confe-rência, descarga, armazenamento e distribuição dos mate-riais; quanto a capacidade e layout dos pátios e as rotas de abastecimento entre canteiros e frentes de serviço foram algumas das questões postas no começo do desenvolvimento do projeto.

Assim, foi feita a estruturação e definição da operação logística da obra com base nas metodologias e ferramentas Lean, considerando as restrições inerentes à especificidade do projeto.

Como resultado, a otimização dos recursos para operação dos pátios logísticos reduziu custos em torno de R$ 1,40 milhão entre novembro de 2018 e outubro de 2019. A proje-ção é que, até o fim da obra, em abril de 2020, a redução de custos chegue a R$ 2,07 milhões (-40%).

O segundo case trata de lançamento de cabos-guia com drones em obra de linha de transmissão também para a Equatorial Transmissão. O projeto foi desenvolvido em Barcarena (PA) e além da Andrade Gutierrez, foi envolvida na obra a Levi-tar, empresa de serviços com drones.

O desafio deste traba-lho foi reduzir o custo de supressão vegetal de tre-chos da floresta amazôni-

ca durante o lançamento de cabos-guia. A solução adotada foi substituir o método tradicional de lançamento de cabos--guia, que requer uma faixa de supressão vegetal de cerca 10 m de largura entre cada torre da linha de transmissão para o tráfego de caminhões e equipamentos, por um mé-todo utilizando drones para sobrevoar o trecho de floresta.

Pequenos cabos-guia são acoplados nos drones, que so-brevoam a vegetação densa entre as torres, evitando a ne-cessidade de supressão vegetal e locação de equipamentos e balsas nas regiões de travessia de rios. Esses cabos, então, são amarrados a outros, cada vez mais pesados e resisten-tes, servindo de guia para os cabos condutores finais de alta tensão.

A utilização do método permitiu redução de 68% da área de supressão vegetal, de 75 ha para 24 ha, ao longo de 57 km de linha do lote 23, de 500 kV.

O último case apresentado pela Andrade Gutierrez foi um contrato com a Norte Energia em obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Neste trabalho, o objetivo foi re-duzir o custo de produção de concreto sem prejudicar suas propriedades físicas e mecânicas no estado endurecido.

A solução consistiu em utilizar uma tecnologia de iman-tação da água de amassamento para produção de concretos convencionais e bombeados. Essa tecnologia, desenvolvida e validada em laboratório, utiliza a imantação da água de amassamento para reduzir o consumo de cimento, aditivos e

adições pozolânicas sem comprometer as proprie-dades físicas e mecânicas do concreto no estado endurecido.

A iniciativa permitiu a redução de 4% no consu-mo de cimento e aditivos na obra de Belo Monte, que lançou mais de 3,8 milhões m³ de concreto.

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / s o l u ç õ E s C o n s t r u t i v a s

Por meio da tecnologia, a Construtora Barbosa Mello apri-morou diferentes etapas do processo produtivo: desde o levanta-mento topográfico, realizado com mais precisão e agilidade por meio da coleta de imagens aeroespaciais, até a execução das so-luções de engenharia, com sistemas de automatização, utilizando projetos embarcados nas máquinas e controle remoto que replica os painéis dos equipamentos dentro das Unidades de Comando. A iniciativa se destaca pelo ineditismo de combinar essas soluções inovadoras na execução de um único projeto de engenharia.

Para viabilizar a execução de testes em campo com tempo re-

corde, a Barbosa Mello trabalhou em conjunto com um parceiro estratégico, com o qual desenvolve projetos há algumas décadas. A Sotreq, por meio de seu braço tecnológico, a Sitech, somou competências para compor uma frota com 17 equipamentos au-tomatizados: oito máquinas pesadas e nove caminhões.

Desde a concepção do projeto, em março de 2019, até a exe-cução dos testes em campo, em setembro de 2019, as equipes trabalharam de forma colaborativa e em composição multidisci-plinar para assegurar o pleno funcionamento do projeto.

A Construtora Barbosa Mello, com sua experiência em grandes obras de infraestrutura, atuou com visão integrada em três pilares

Barbosa Mello: operação remota de equipamentos não tripulados em atividades de risco potencial

(pessoas, tecnologia e processos) para assegurar que as máquinas e os sistemas de automatização pudessem ser aplicados de for-ma consistente, segura e com níveis de produtividade e qualidade equivalentes aos métodos tradicionais, com eficácia já conhecida.

No pilar pessoas, a empresa se baseia na atração e seleção de perfil profissional para operação de equipamentos não tripulados;

qualificação de mão de obra para operar os equipamentos não tripulados e os drones para levantamento topográfico; e atuação focada no engajamento da equipe para o desenvolvimento do novo modelo de operação e integração de interfaces e partes interessadas.

Na tecnologia, a Barbosa Mello atuou na implementação de sistemas de IoT em máquinas e veículos pesados semi-autôno-mos, composição de unidades de comando remoto (shelter) e Centro de Controle de Operações Remotas.

No pilar processos, a Barbosa Mello focou para atingir os resul-tados dos sistemas de automatização na adequação dos processos para levantamento topográfico e modelagem do projeto 3D em-barcado no sistema dos equipamentos não tripulados; e na quali-dade, saúde, meio ambiente e segurança com definição de proce-dimentos e controle de acesso a ZAS (Zonas de Autossalvamento).

Autores: Rodrigo Assunção Gazzola, engenheiro; Guilherme Be-chara, gerenciamento de programas; Carlos Magno C. Schwenck, gestão de equipamentos; Bruno Amaral, head de inovação e transformação digital; Leonardo Neves, responsável de TI; e Fa-biane Caldeira, HR business partner

Processamento das imagens

Fotogrametria

Projetos embarcados nas máquinas

Modelo 3D – controle de máquinas

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Mascarenhas Barbosa Roscoe: primeira britagem primária executada com pré-moldados

A Mascarenhas Barbosa Roscoe (MBR) vem sendo pioneira na execução de obras industriais especiais em estru-turas de concreto pré-moldado. Após desenvolver pré-moldado hiperestático em obras nas áreas de mineração e si-derurgia, como túneis, prédios de amido, flotação, torres de resfriamento, células de eletrólise, e outras, a MBR inovou em 2012 fazendo o primeiro espessador de lama pré-moldado; e em 2017, projetou, produziu e montou a primeira britagem primária pré-moldada.

Esta última obra, inicialmente, foi concebida em estrutura convencional de concreto. A MBR estudou e idealizou um modelo em estrutura pré-moldada com solidarizações e concretagens de segundo estágio, transformando-a em hiperestáti-ca e monolítica, mantendo assim a arquitetura e funcionalidade de projeto original da contratante.

A estrutura foi composta por aproximadamente 400 peças,

sendo a mais pesada de 35 t, somando um volume total estimado de 2.500 m³ de con-creto entre pré-moldados e solidarizações, montados com um guindaste de até 500 t.

Comparando-se com o original, este projeto permitiu melhorias nos proces-sos deste empreendimento como redu-ção de andaimes, cimbramentos e for-mas; redução da utilização de madeira; redução dos riscos de acidentes devido ao menor efetivo em trabalho em altura; redução de resíduos sólidos; prazo; ad-ministração e relação entre planejado e realizado em função da repetitividade e controle do processo.

A MBR, além dos benefícios para o em-preendimento, contribuiu para a inovação da engenharia de pré-moldados em obras industriais com a execução deste projeto,

sendo a primeira britagem primária dentro deste processo.

Autor: Amério Savio, gerente de engenharia

Keller Tecnogeo: geodrenos a vácuo aceleram recalque e antecipam prazoA Keller Tecnogeo Fundações trabalhou nas obras de am-

pliação do Centro Logístico CL Aeroporto de Guarulhos, um condomínio de galpões localizado estrategicamente próxi-mo ao aeródromo da Grande São Paulo, em que apresentava como desafio a implantação das novas instalações em curto prazo, condições do terreno caracterizado pela presença de solos moles espessos e adensáveis e um projeto otimizado de fundação direta do piso sobre o terreno.

As soluções de engenharia tradicionais, representadas por duas possíveis alternativas, não convergiam para o equi-líbrio econômico-financeiro: a solução em piso estaqueado apresentava-se muito onerosa e a solução de condiciona-mento do terreno por aceleração dos recalques com geodre-nos e aterro de sobrecarga não atendia ao prazo construtivo.

Para a conclusão das obras no prazo viável com a manu-tenção do piso do galpão logístico apoiado diretamente so-bre o terreno, associou-se à aplicação de sistemas de vácuo à solução de geodrenos e aterros de sobrecarga temporária.

A área de ampliação do galpão logístico de aproximada-

mente 34 mil m² foi setorizada em três módulos, permitindo assim a execução em fases. A terraplanagem, composta por aterros de sobrecarga com movimentos de terra em tom-bamentos interno, evoluía à medida que se atingia o grau de adensamento necessário de cada setor. O projeto foi de-senvolvido visando resultar ao final das fases de construção com o mínimo de solo excedente - para disposição final em bota-fora.

A principal inovação tecnológica foi a implementação do vácuo associado aos geodrenos, que representava um aterro virtual com sobrecarga equivalente a um aterro efetivo com altura de 3,5 m.

Atuação da sobrecarga a vácuo

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O tratamento de solos consistiu na cravação de drenos fi-broquímicos verticais (geodrenos) até o fundo da camada de argila, aplicação de um sistema de consolidação das argilas a vácuo e posterior execução de aterro de pré-carga com per-manência temporária para acelerar a velocidade dos recalques.

Para o monitoramento do subsolo local e das estruturas circo-vizinhas, para avaliar a efetiva ação do vácuo na con-solidação do terreno, tempo de permanência do aterro e es-tado de equilíbrio face aos grandes movimentos de terra, foi implementado um criterioso programa de instrumentação.

O monitoramento resultou de instrumentos de medição de recalques profundos, marcos superficiais, piezômetros e inclinômetros, bem como registros de alteamento dos ater-ros, que permitiram a condução das obras sem qualquer ocorrência e nos prazos esperados.

Os resultados observados, com a análise dos resultados de instrumentação e ensaios executados posteriormente no maciço consolidado (CPTu e Vane Test), constataram que a consolidação das argilas compressivas foi efetiva e nos prazos estabelecidos, resultando em prazo equivalente à metade das expectativas para solução tradicional de geo-drenos com aterro de sobrecarga, atribuindo ao projeto o benefício do prazo e substancial economia na solução de suporte do pavimento do galpão logístico, dispensando desta feita a utilização de fundações profundas de elevado custo de implantação.

A construtora desta obra foi a Sanca Engenharia e a pro-jetista, Damasceno Penna Engenharia Geotecnica.

Autor: Alexandre Novaes, engenheiro

Concrejato: reaproveitamento de madeira em museu valeu pontos na certificação Leed

A Concrejato, contratada pela Fundação Roberto Marinho, rea-lizou a restauração das fachadas e esquadrias da edificação do Mu-seu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), atingida por incêndio.

O projeto inicial previa o refazimento integral das 504 (qui-nhentas e quatro) esquadrias do museu, após o incêndio ocorrido em 2015, mas a Concrejato reaproveitou 35 m³ da madeira da co-bertura e utilizou mais 28 m³ de madeira comprada de demolição, adquiridas de antigas casas e fazendas em Igarapava (SP). Este reaproveitamento tem um significado histórico importante no que diz respeito ao patrimônio e tem pontuação para certificação Leed, face a reutilização das madeiras além de um ganho econômico.

A Concrejato já havia trabalhado na obra da implantação do Museu da Língua Portuguesa de 2004 a 2006, realizando nessa época obras de restauração e civis, conhecendo, portanto, todos os materiais e detalhes técnicos da edificação.

Por ocasião da desmontagem da estrutura da cobertura por conta do ocorrido em 2015, uma vez que todo telhado de zinco

foi destruído, a orientação foi para que se buscasse o desmonte das peças e não a sua retirada para descarte. Com a realização desse procedimento, houve a possibilidade de se avaliar com mais critério toda a madeira de estrutura do telhado remanescente.

Afora essa preocupação inicial, houve o entendimento de que uma vez descartada a hipótese de reutilização das peças enquan-to elementos estruturais, as mesmas poderiam ser reutilizadas oportunamente nas obras de reconstrução do museu. Esse mo-mento foi essencial, pois foi feita a opção de guarda das peças devidamente acondicionadas, evitando o seu descarte.

Nessa oportunidade, a Concrejato entendeu que seria possí-vel manter um maior número possível de esquadrias de madeira, restaurando parte e completando as lacunas com peças de ma-deiras novas - e daí surgiu a possibilidade de reaproveitamento da madeira estocada desde o incêndio.

Com esse processo a empresa conseguiu uma pontuação má-xima na qualificação da certificadora do Leed, deixando ainda de descartar produtos passíveis de reutilização e respeitando regras valiosas de restauração e sustentabilidade.

A solução e a reutilização da madeira vieram do entendimen-to inicial desde o momento em que a empresa estava realizando os trabalhos de remoção e limpeza dos escombros. O entendi-mento do processo viabilizou, após um ano, a utilização da ma-deira aparentemente carbonizada e que seria descartada, para outra finalidade que não estrutural.

Autores: Maria Aparecida Soukef, diretora operacional; e Fernan-da Baracat Lapo, coordenadora de obra

geodRenos (conTinuação)

28 | | março / abril 2020

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / s o l u ç õ E s C o n s t r u t i v a s

A FGS Geotecnia realizou um tra-balho rodoviário audacioso na Serra do Espigão, em Santa Catarina, numa estrada sob concessão da Arteris.

Desde a sua inauguração nos anos 70, um trecho da BR 116/SC próximo ao km 108 sofre com constantes insta-bilidades de taludes rochosos e quedas de rochas, tendo como consequência inúmeras interrupções e acidentes.

A geologia local é formada basicamente por rochas sedi-mentares, com diferentes velocidades de intemperismo, o que ocasiona o tombamento de colunas de rochas com alturas de 30 m e volumes médios de 750 m³ cada.

Em 2017, várias obras de estabilização de taludes foram iniciadas neste trecho, em um total de seis taludes naturais estabilizados e diferentes técnicas adotadas: grampos, telas de alta resistência, concreto projetado, muros de impacto, bar-reiras dinâmicas contra queda de rochas, barreiras dinâmicas contra fluxo de detritos e soluções em terraplenagem.

Aproximadamente 50.000 m² de taludes foram estabiliza-dos até a metade de 2018. Em algumas colunas de arenito foi identificado um mecanismo de ruptura devido à plastificação do pé. A excentricidade da coluna causa concentração na por-ção de jusante do pé; e esta concentração provoca a plastifi-cação e desplacamento do pé, que aumenta a excentricidade concentrando ainda mais as tensões. Este processo cíclico aca-ba resultando no tombamento destas colunas.

Este mecanismo foi identificado em estágio avançado em cinco colunas. Para frear este processo, uma medida de esta-bilização ativa deveria ser implementada. Devido à geometria

FGS Geotecnia: malha de aço protendida estabiliza colunas de rocha sobre rodovia

do problema e aos prazos requeridos para a reabertura da rodovia, a solu-ção em concreto armado e tirantes foi descartada.

Foi proposta uma solução com malha de aço de fios de alta resis-tência (1770MPa – Geobrugg Spider S3/130) protendida. A protensão foi possível graças à geometria do proble-ma. Ao envolver as colunas, a malha

pode ser tensionada por grampos laterais como uma membrana. Para verificação da carga nos grampos e consequentes

pressões de confinamento geradas no maciço, um sistema de instrumentação composto por células de carga e uma célula de pressão foi concebido e instalado. Foram medidas cargas de até 90kN nos grampos, que resultaram em pressões de 35kPa aplicadas ao maciço.

As pressões foram monitoradas durante um mês, de onde foi constatada a manutenção da tensão aplicada pela tela ao maciço. Os resultados medidos nesta obra não são suficientes para conclusões definitivas; entretanto, estas observações in-dicam a viabilidade de se empregar sistemas de malha de alta resistência para aplicação de esforços ativos.

Autores: Felipe Gobbi, sócio-administrador; Alvaro Pereira, sócio--gerente; Nicholas Stein, engenheiro civil; Bruno Denardin, enge-nheiro civil; Marcos Strauss, sócio-diretor; Azambuja, geotecnia e engenharia; Sergio Asakawa (consultor corporativo de geotecnia Arteris), Alex Savaris (coordenador de implantação e conserva Ar-teris), Paulo Henrique Dias (diretor Seel), Eduardo França (diretor Seel) e Vasco Teles (supervisor Seel)

Imagem das colunas onde a solução de malha de aço de alta resistência foi utilizada para aplicação de esforços ativos

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / s o l u ç õ E s C o n s t r u t i v a s

Para obra de arte especial, localizada na Rodovia Anhan-guera (administrada pela CCR), Km 59, em Jundiaí (SP), era necessária a execução de dois blocos de fundações de um via-duto, com volume de 500 m³ de concreto cada. Conduzida pela construtora Camargo Corrêa Infra, tendo como principais parceiros a Concremat, Supermix e Air Liquide, o projeto teve a adoção de inovadora solução.

O estudo térmico apresentava duas opções: concretagem em duas etapas, com utilização de gelo; e concretagem em etapa única, com utilização de nitrogênio líquido.

A execução em duas etapas seria bem mais trabalhosa, pois o tratamento da junta de concretagem (corte verde) seria difi-cultado pela alta densidade de armadura vertical, comprome-tendo o acesso da mão de obra.

Após análise de cada alternativa, optou-se por realizar a concretagem em etapa única utilizando nitrogênio líquido para o resfriamento, garantindo a temperatura máxima de aplica-ção (20°C) e facilitando o abatimento projetado no traço.

O processo se resume em inclusão de uma lança de nitro-gênio líquido no balão do caminhão betoneira, onde a aplica-ção é realizada através de um sistema automatizado, controla-do por painel de controle.

Os resultados alcançados representaram melhoria de pro-

Camargo Corrêa Infra: concretagem de blocos de fundação com uso de nitrogênio

dutividade de 1,00 Hh/m³ para 0,83 Hh/m³, com redução de 50% do prazo.

O projeto do concreto resfriado com nitrogênio permitiu ainda ajustes de temperatura flexíveis e precisos (resfriamen-to mais rápido e controlado se comparado ao gelo); e maior uniformidade no concreto curado e redução significativa de trincas e fissuras provenientes das altas temperaturas.

Autores: Bruno Sarmiento, engenharia; Marcelo Passerott, geren-te de produção; e Gustavo Zanin, gerente de obras

A Concremat adotou em uma obra da Sabesp, na Grande São Paulo, o projeto Robô Zinho. O robô é utilizado para inspeções de adutoras em funcionamento com autonomia de até 1 km. O equipamento opera com um sistema de an-

tenas, independente de cabos de comunicação e fontes, o que garante uma autonomia inédita para este tipo de ser-viço, visto que os demais equipamentos comercializados no mercado possuem limitação de 100 a 500 m e funcionam com cabo de comando.

Concremat: inspeção remota de adutoras com robôO Zinho, como foi nomeado pela equipe, faz uma verifica-ção visual minuciosa e tem capacidade de identificar falhas de revestimento, a existência de deformações, obstruções, infiltrações, desalinhamentos e vazamentos - quando vi-

sualmente passíveis de serem detectados.O robô já foi utilizado com sucesso e excelente qualida-de de imagem nas adutoras da Sabesp, nos trechos de Perus - Jaraguá – Caieiras (Trecho Reservatório Caieiras

- 25 m e trecho Rodoanel – 25 m) e na adutora de Francisco Morato (5 mil m).

Autores: Fábio Simões Subtil, gerente operacional; Victor Roncal-li, estagiário; e Danilo Ferreira Rocha, desenhista

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / v a n t s - d r o n E s

Para fazer uso de VANTs (veículos aéreos não tripulados) em obras selecionadas, a empresa segue uma série de etapas com a finalidade de obter fotos e vídeos automáticos, ortomosaicos (imagem única em alta qualidade resultante da junção de todas as ortofotos capturadas com o auxílio de um drone) e modelos 3D.

As etapas para se alcançar isso envolvem elaboração de plano de voo, execução do pla-no de voo e processamento das imagens. Com equipamentos desse tipo é possível acompa-nhar obras; analisar qualidade dos serviços executados; fazer estimativa de distâncias, áreas, volumes e seções; medições de campo e obtenção de his-togramas de elevação, curvas de nível e nuvens de pontos.

Para a TPF, o VANT pôde aprimorar a elaboração de relatórios de acompanhamento de obras com fotos automáticas que facilitam o comparativo entre meses; auxiliar na avaliação à distância da qualidade dos serviços executados, na conferência da seção com o projeto e nas medições de campo, medindo avanços físicos com boa acurácia e precisão e reduzindo o tempo demandado para tal.

Com o auxílio dos ortomosaicos e modelagens 3D processa-das, é possível realizar o controle de estoque dos materiais do canteiro, além de poupar tempo de deslocamento até o local da construção para realizar o acompanhamento do seu estágio atual.

O trabalho também mostra que é viável realizar um levanta-

No município de São Pedro da Aldeia (RJ), a Dimensional En-genharia, contratante e executora geral, com auxílio da Sigeo Geofísica e Progeo Geotecnia, realizou a modelagem virtual BIM de terreno contendo dados de mapeamento da superfície obti-dos através de aerofotogrametria, com drone, e de mapeamento geológico raso da subsuperfície obtidos através de prospecção geofísica com GPR (Ground Penetrating Radar). O objetivo da Di-mensional era fazer a avaliação do ativo.

Em 2018, surgiu uma oportunidade para a Dimensional de aquisição de um interessante ativo de infraestrutura na área de mineração. Contudo, como se trata de investimento de gran-de vulto, era de fundamental importância, para subsidiar um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), com uma precificação do ativo mais confiável, um aprofundamento das informações disponíveis, já que alguns dados relevantes eram empíricos ou estimados.

Entretanto, para obtenção destas importantes informações,

TPF Engenharia: vant aprimora projetos e gerenciamento

Dimensional: mapeamento com drone se funde com dados de subsuperfície

mento planialtimétrico e obter medidas com uma boa precisão e acurácia, mesmo sem a inclusão de pontos de controle. Além disso, possibilita através da aerofotogrametria com VANTs, a ge-ração de histogramas de elevação, curvas de nível e nuvem de pontos que são vastamente utilizadas na engenharia.

Por fim, estudos de casos a viabilidade do uso de VANTs na engenharia civil mostram que esta nova tecnologia está cada vez mais inserida no contexto da construção, gerando bons resulta-dos e trazendo diversos benefícios desde a elaboração de proje-tos até o gerenciamento de obras.

Autoras: Bárbara Vilar, assistente de corporação; e Lorena Olivei-ra, gerente da qualidade, recursos humanos e compliance

os custos dos levantamentos e investigações por métodos tradi-cionais, bem como o tempo demandado para concatenação dos dados, eram fatores impeditivos, tanto por limitações orçamen-tárias - para uma avaliação prévia - quanto por imposição de prazo limite para apresentação de uma oferta vinculante. Isso tudo devido à enorme área de abrangência do ativo, de mais de 100 ha (1.003.036 m²).

Para subsidiar uma tomada de decisão dos acionistas com um grau maior de confiabilidade na avaliação do ativo, com custo e prazo adequados à demanda posta, surgiu a ideia de mesclar informações que poderiam ser obtidas através de diversas tec-nologias utilizadas pela empresa, criando um modelo virtual do ativo em avaliação, contendo informações superficiais e subsu-perficiais, em que se pudesse extrair com precisão adequada as informações necessárias à tomada de decisão.

Assim, a solução imaginada foi a criação de um modelo vir-tual BIM do terreno, contendo informações de mapeamento da

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / v a n t s - d r o n E s

superfície obtidas através de aerofo-togrametria executada com drone, e informações de mapeamento geo-lógico raso da subsuperfície obtidas através de prospecção geofísica com GPR, calibrados com cruzamento de dados obtidos através de pontuais sondagens mistas, que também ser-viram para caracterizar os materiais encontrados.

O resultado final foi um modelo virtual do terreno, contendo infor-mações de superfície e subsuperfície, com grande aderência à sua contra-parte real, cujos dados extraíveis subsidiaram, com acurácia, o EVTE e a tomada de decisão dos acionistas sobre o ativo.

Após a validação da solução pro-posta, com a obtenção de um produto final confiável, adequado e preciso, foi elaborado um comparativo de custo e prazo entre a metodologia inovadora desenvolvida pela Dimensional e a alter-nativa convencional, para aferir os ganhos efetivos.

Desse modo, verifica-se que a utilização do método inova-dor desenvolvido pela Dimensional contribuiu para a redução de aproximadamente R$ 150.000,00, equivalente a custo 69% me-nor, e de 58 dias úteis do prazo do serviço, equivalente a prazo 71% menor.

A metodologia inovadora desenvolvida pela Dimensional para prospecção de subsuperfícies é escalável, replicável e não se res-

tringe apenas a prospecção de ativos, sendo possível de ser uti-lizada em obras de infraestrutura como implantação ou alarga-mento de rodovias, ferrovias, canalização, oleodutos, gasodutos, adutoras de água entre outras intervenções, que impliquem em movimentações de terra em grandes volumes e exijam conheci-mento com acurácia das camadas do terreno.

Autores: Vinicius Augusto Pereira Benevides, diretor operacional; André Luis Rangel da Rosa, gestor de unidade de negócio; Daniel Pacheco Albuquerque, arquiteto e urbanista; Rafael da Anuncia-ção Barros, engenheiro civil; e Andrei Lima, engenheiro civil

Saletto: vistoria via drone de planta de mineraçãoO projeto surgiu a partir de um pedido de inspeção visual

à Saletto pela cliente, uma mineradora localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, de modo a auferir as condi-ções atuais do maquinário, em caráter preventivo.

O objeto de estudo foi um transportador de correia. Por se tratar de maquinário habitualmente utilizado, o cliente de-mandava a necessidade de inspeção que deveria ser realizada com o transportador operando normalmente, de modo a não prejudicar o seu funcionamento.

Desta forma, a inspeção com o equipamento em funcio-namento passou a ser a principal dificuldade do projeto. O desafio foi realizar inspeção eficiente e segura de forma a atender as necessidades do cliente.

A Saletto, por meio de um VANT (veículo aéreo não tripulado), comumente chamado de drone, decidiu inspecionar o equipa-mento nas condições previamente requisitadas.

Durante a elaboração do plano de inspeção, foi informado pelo cliente que durante a instalação do equipamento, a colo-cação da correia foi realizada por meio de vulcanização. Por se tratar de parte do equipamento que passa por grande acúmulo de tensão, foi redobrada a atenção sobre este local do equi-pamento, utilizando o VANT para a realização de uma análise mais minuciosa.

Com base nas visualizações do equipamento pela câmera do drone, notou-se um início de ruptura em parte da correia. E mais: foi possível observar um ponto de desgaste nas bordas da

Com o mapeamento da superfície do terreno foi estabelecido o plano de prospecção geofísica e a localização dos furos de sondagem

mapeamenTo (conTinuação)

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TÜV SÜD: levantamento cadastral aéreo de área ocupadaContratada pela SEHAB – Secretaria da Habitação do Municí-

pio de São Paulo, a TÜV SÜD realizou levantamento planialtimétri-co cadastral por aerofotogrametria usando drone na área de ocu-pação irregular denominada Jardim Colombo, em São Paulo (SP).

Com base na sua experiência anterior em trabalhos com utili-zação de aerofotogrametria clássica em áreas favelizadas, a TÜV SÜD desenvolveu uma metodologia própria. Nesse caso, o obje-tivo foi obter um levantamento planialtimétrico cadastral com urgência para a realização de projetos de urbanização do Jardim Colombo com metodologia BIM.

O trabalho foi executado no período entre maio e julho de 2019. Foram implantados pontos amarrados ao Sistema Geodé-sico Brasileiro SGB – SIRGAS. O transporte das coordenadas geo-désicas foi vinculado a partir de marcos homologado pelo IBGE e a determinação a partir da observação de posicionamento por ponto preciso - PPP.

Neste projeto, foram realizados dois voos aerofotogramétri-cos, um com recobrimento no sentido norte-sul e outro no senti-

do leste-oeste. Os dados coletados foram então processados em ortofotomosaico retificado, modelo digital de elevação e nuvem densa de pontos.

Foram ainda disponibilizadas equipes de campo para verificar e complementar os elementos restituídos sobre a imagem, como método construtivo das edificações, numeração predial, número de pavimentos e dimensão dos beirais.

A altimetria foi obtida a partir da nuvem densa de pontos resul-tantes do processamento das imagens ajustadas e corrigidas car-tograficamente. A classificação da nuvem de pontos foi realizada de forma semiautomática, mesclando as ferramentas de classifica-ção do software e seleção manual, a fim de se atingir o maior nível de exatidão possível. Foi também realizada a filtragem e separação na nuvem de pontos dos elementos classificados como solo.

Os resultados obtidos na elaboração da nuvem de pontos na área do Jardim Colombo comprovaram a agilidade e a qualidade do processo escolhido para as situações encontradas na área, em comparação com os métodos tradicionais de levantamento, sen-do realizado o trabalho de campo em 45 dias, em contraponto ao serviço realizado pelo método tradicional que demandaria 60 dias, além da economia financeira de 22,5%, com a vantagem de produzir, além de um levantamento preciso e de alta qualidade, e uma nuvem de pontos ortogonais que poderá ser utilizada para o desenvolvimento de trabalhos utilizando a metodologia BIM.

Autores: Ary Wolfenberg, cartógrafo; Stefania Dimitrov, coorde-nadora; Ana Carolina, arquiteta; Everton Campos, engenheiro; José Ivonildo, arquiteto; Daniela Capuano, engenheira; e Wilson Moraes

correia, que poderia ser causada em razão de prisão de material de transporte.

O VANT foi capaz de, em um só voo, apontar a classificação da natureza do equipamento, descrever as atividades que desem-penha habitualmente, levantar elementos que possam apresen-tar alguma anomalia, mesmo que ainda em um estágio inicial.

Com base nestes dados obtidos por meio do uso do dispositi-vo, foi possível apontar um pequeno problema que, caso não fosse percebido precocemente, poderia culminar em uma situação mui-to mais crítica no futuro, colocando em risco a segurança dos tra-balhadores que se encontrem operando ou próximos à máquina.

Autores: Josiel gomes e Ítalo Coutinho, engenheiros

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / F E r r o v i a s

A dinâmica é um ramo da mecânica que estuda o movimen-to de um corpo e as causas deste movimento. Os conceitos de dinâmica sempre estiveram presentes na ferrovia, desde a sua concepção mais básica. Soma-se à dinâmica uma outra ciência: a tribologia, que é uma parte da física aplicada que estuda o fenômeno do atrito em suas diversas manifestações.

O amplo entendimento da interação entre veículo e via per-mite o desenvolvimento de ativos mais eficientes, e práticas de manutenção igualmente relevantes para o sucesso das ferrovias atuais. Nesta linha, tanto a dinâmica quanto a tribologia são fundamentais.

Nos últimos dez anos, a MRS vem aplicando e colhendo bons resultados de um importante programa, que tem por fundamento a dinâmica ferroviária, aliada a tribologia: o Projeto Roda Trilho.

Neste programa, um amplo diagnóstico da interação roda e trilho foi realizado, envolvendo ativos rodantes e a via perma-nente. A partir daí um plano de melhorias nestes ativos foi esta-belecido e colocado em prática. Com o tempo, resultados positi-vos passaram a ser observados, inclusive mudando o patamar da MRS com relação ao desgaste de rodas e trilhos.

As motivações para o desenvolvimento do Projeto Roda Trilho na MRS remetem ao início dos anos 2000. Basicamente, tiveram relação com defeitos superficiais em trilhos e rodas, que evoluí-ram para modos de falha mais críticos, os quais, além de aumen-tarem o consumo destes componentes, reduziram a confiabilida-de e geraram exposição ao risco de acidentes ferroviários.

Em 2008 foi iniciado o Projeto Roda-Trilho com estudo dos perfis de roda e trilho; aquisição de trilhos premium e super-premium; de-senvolvimento do projeto de lubrificação; planejamento de esmeri-lhamento de trilhos; melhoria do sistema de areeiro das locomotivas (foco na redução de patinação); estudo de melhoria de truques, com foco em capacidade de inscrição de curvas e estudo de melhoria metalúrgica das rodas, que precedeu as rodas microligadas na MRS.

MRS Logística: projeto roda trilho

A implementação em 2009 e 2010 do Projeto Roda-Trilho incluiu o desenvolvimento do novo perfil de rodas (de alta co-nicidade efetiva para melhoria nas inscrições de curva, e casado com os novos perfis de trilho); desenvolvimento de rodas micro-ligadas para vagões; desenvolvimento dos truques de inscrição radial; e início do retrofitting dos truques antigos, melhorando especialmente a capacidade de inscrição em curvas e reduzindo os arrastes em tangentes.

A partir de 2011, o Projeto Roda Trilho ganha corpo em uma importante frente: o gerenciamento do atrito. Dez anos depois, o projeto apresentou vários resultados, como: eliminação do desgaste lateral em curvas (raio apertado); ganho estimado em 60% na vida útil dos trilhos; consolidação de plano para novos fornecedores de graxa (gerenciamento do atrito); realização de estudos atrelados à redução do ruído e eficiência energética; im-plantação do torneamento preventivo de rodeiros e aumento da vida útil de rodas em 100%.

Entre os desafios de 2009 em diante incluem o monitora-mento remoto de lubrificadores, efetivação do esmerilhamento preventivo, novos fornecedores de graxa, implantação de roda microligada em locomotiva, novas extensões de gatilhos de ro-deiros e truques e novos materiais para componentes de truques como pads, discos de prato de pião etc.

Os resultados alcançados até o momento e os desafios futu-ros demonstram a importância do tema para o sucesso da ferro-via moderna.

Autores: Felipe César Moreira Ciríaco, consultor ferroviário; Ar-mando Sisdelli, consultor ferroviário; Maron Rachid Araújo, espe-cialista ferroviário; Lucas de Castro Valente, especialista ferroviá-rio; Daniel de Souza Borges Ferreira, coordenador de engenharia de manutenção; e João Carlos de Serpa, especialista ferroviário

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / C o n C E s s i o n á r i a s / F E r r o v i a s

O trabalho desenvolvido pela Rumo Logística teve o objetivo de aprimorar a condução dos maquinistas com uma proposta de ensi-no adaptativo de acordo com os pontos fortes e fracos individuais.

Inicialmente, foi feito um mapeamento de consumo, segu-rança e tempo de trânsito dos trens aplicando-se simulações dinâmicas com especialistas do ramo em equipamentos específi-cos, definindo um padrão adequado de condução que atendesse esses três pilares de condução. A partir deste estudo, foi criado um procedimento aplicado a todos os maquinistas, a fim de dis-seminar o padrão ótimo de condução.

Com todos os maquinistas treinados e exercitando a con-dução proposta, desenvolve-se um sistema com base no ensino adaptativo de alunos para elevar o nível de aprendizado na con-dução proposta.

O ensino adaptativo é uma metodologia que individualiza cada aluno em seus pontos fortes e fracos, a fim de direcionar o ensino e padronizar os resultados. Ele é amplamente aplicado em plataformas digitais de ensino em todo o mundo e vem se tornando uma tendência no ramo.

A partir desse conceito, os maquinistas da Rumo passaram

Rumo Logística: aprimoramento da condução dos maquinistasa ter feedbacks semanais em seus pontos fracos, o que elevou o patamar da condução dos trens de toda a empresa, com redução de tempo de trânsito, consumo de combustível e melhora na se-gurança operacional.

Como próximos passos, a concessionária está trabalhando em levar os dados do sistema, que hoje são acessados via desktop das lideranças, para os smartphones dos maquinistas.

Autor: Rodrigo Rampinelli Ribeiro, coordenador de engenharia

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A estruturação da concessão na modalidade PPP de ilumina-ção pública de Teresina (PI) envolve uma população de 850 mil habitantes e um parque de 93 mil pontos de luz.

O projeto foi estruturado pelo consórcio NTVS, da qual a Nú-cleo Engenharia é líder e PMO, através do BNDES. O estudo foi elaborado a partir do diagnóstico da rede de iluminação públi-ca, considerando os planos de expansão da cidade e criando um projeto técnico, que se adequasse as necessidades de Teresina. Após a fase de projetos foi feita a orçamentação de custos de eficientização e modernização do parque e análises jurídicas e financeiras para a concessão do parque.

Os investimentos serão da ordem de R$ 264 milhões ao longo

A Time-Now Engenharia é uma empresa de prestação de serviços especializada em gerenciamento de projetos e paradas industriais. Em 2018, a empresa assumiu o gerenciamento do portfólio de projetos do cliente Duratex.

Com capex estimado em R$ 95 milhões, o portfólio contem-plava 300 projetos de aquisição e montagens, distribuídos em cinco unidades da Duratex no território nacional.

A empresa foi contratada para trazer soluções em gerencia-mento de projetos à empresa. Faz parte do escopo da Time-Now as seguintes entregas: elaboração de cronograma macro; elaboração e atualização de cronograma por projeto; elaboração e atualiza-ção de curva; elaboração e atualização de histograma; controle financeiro dos projetos; relatório mensal; antecipação de pontos de alertas e desvios, mitigação e acompanhamento de correção, e controle de tendências; portal de projetos com dashboards de acompanhamento e controle do portfólio de projetos; apoio à equipe de implantação Duratex na gestão dos projetos e apoio aos fornecedores visando a padronizar os cronogramas recebidos.

Para viabilizar a gestão de portfólios em diferentes unidades se fez necessário o uso de tecnologias que conectem as informações de maneira clara e confiável. Dentro desse conceito, a Time-Now trouxe sua tecnologia de gerenciamento de projetos chamada Time Connect, com as seguintes funcionalidades: portal de proje-tos; dashboards; relatórios detalhados automatizados; aplicativo Time Connect (atualização de cronograma através de smartpho-ne); gerenciamento de pendências e gerenciamento de ações.

Antes da Time-Now, as rotinas de atualização dos projetos na Duratex eram feitas através de relatórios mensais e semanais, por meio de slides e planilhas e tudo isso gerava uma quantidade de trabalho volumoso para preparar esse conteúdo para as reuniões.

Hoje, todas as reuniões dentro da Duratex relativas ao portfólio de

Núcleo Engenharia: estruturação de PPP de iluminação pública

Time-Now: gestão automatizada do portfólio de projetos

do período de concessão, que é de 20 anos, concentrados nos primeiros dois anos. O projeto prevê a substituição de 100% das luminárias existentes por LED, o que proporcionará uma cidade mais clara, além de uma economia de mais de 50% no consumo de energia; eficiência e qualidade na prestação de serviços; mo-dernização do parque; melhoria da segurança pública através da solução dos pontos escuros e iluminação diferenciada para pra-ças, parques, quadras esportivas públicas, corredores de trans-portes (BRT, ônibus, ciclovia); expansão da rede; e revitalização do centro histórico, com a implantação de 16 pontos de ilumina-ção de destaque, impulsionando o turismo e comércio noturno.

Também neste projeto foi criado o conceito de banco de pon-

projetos são feitas utilizando o sistema, não existindo mais a geração de slides. Tudo está no formato on line. Além disso, essa dinâmica se tornou uma referência dentro da empresa, sendo levado até o nível de diretoria.

Na Duratex, a ferramenta contribuiu para a redução das tro-cas de e-mails e apresentações, otimizando o tempo das equipes. Além disso, a alta disponibilidade das informações dos projetos fa-cilitou as análises e cruzamento de dados através dos dashboards.

O Time Connect possibilitou redução de 21% do carry-over para 2019; assertividade na apropriação financeira em 97%; acréscimo de 27% no indicador de qualidade dos projetos, com-parado ao ano de 2017 e acréscimo de 26% nos projetos a serem implantados pela área de engenharia, comparado ao ano de 2017.

Autor: Octávio Amaranto Magalhães, head de inovação; Felipe Pereira de Souza, engenheiro de planejamento; e James Ferretti Stein, gerente de PMO

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / g E s t ã o d E P r o j E t o s

tos, onde a Núcleo sugeriu o valor para o crédito do ponto padrão de iluminação pública e criou uma tabela que associa o ponto à

instalação do poste, luminária, classificação de via e potência ao valor de referência. No início do projeto serão depositados 2.750 de crédito e a estes são adicionados mais 440 pontos ao ano, para que o poder público o utilize para atender as diversas demandas da cidade, como: crescimento vegetativo; projetos de expansão da cidade (Polo Empresarial Norte e Sul e futuros), re-cebimento e manutenção de pontos novos (lagoas do Norte) e outras demandas pontuais da prefeitura.

Também foi previsto no projeto a exploração de atividades acessórias pelo poder privado e público, com o compartilhamen-to destas receitas na proporção de 15% da receita bruta.

Autor: Ana Martins, gerente de contratos

O uso dos chamados métodos ágeis, muitos deles advindos de empresas de tecnologia, para desenvolvimento de softwares, hardwares, veículos autônomos etc. nos últimos 25 anos, vem sendo atualmente incorporados a outras atividades econômicas.

Em um processo ousado e inovador, a equipe de qualidade da Hersa Engenharia implantou os conceitos do Scrum, para atua-lizar todo seu sistema de gestão da qualidade (devidamente cer-tificado na norma ISO 9001:2015) em pouco mais de dois meses, sem comprometer o funcionamento do sistema em si e antes da auditoria externa de manutenção.

O Scrum é uma estrutura de processo usada para gerenciar o trabalho em produtos complexos desde o início dos anos 90. Scrum não é um processo, técnica ou método definitivo. Pelo contrário, é uma estrutura na qual se pode empregar vários pro-cessos e técnicas. O Scrum deixa clara a eficácia relativa do ge-renciamento de produtos e das técnicas de trabalho para que se possa melhorar continuamente o produto, a equipe e o ambiente de trabalho.

Na Hersa, o Scrum foi desenvolvido no processo de atualiza-ção do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), com levantamento de todas as demandas necessárias para realizar a referida atua-lização, criando o Product Backlog (tradução: lista de produtos pendentes). Definiu-se sprints semanais (reuniões estratégicas de planejamento para definir o que será entregue até o pró-ximo sprint, considerando o Product Babcklog) para rea-lizar as entregas. Os sprints foram efetuados regular-mente durante dois meses.

Nos ciclos de Scrum, aprende-se muito com o

Hersa Engenharia: scrum dá garantia de qualidade no processoprimeiro ciclo, ainda mais quando se realizou o Sprint Re-view antes de iniciar o segundo ciclo. Os desenvolvimentos dos dois ciclos foram medidos, para verificar o principal: a produtividade.

Com o melhor entendimento da dinâmica do Scrum, conse-guiu-se aumentar a produtividade em 26% em comparação ao primeiro ciclo, realizando inclusive a entrega final com antecedên-cia de uma semana com relação ao prazo previsto inicialmente.

Um dos métodos de medição de desempenho previsto no Scrum, é um gráfico chamado Burndown (objetivo deste gráfico é demonstrar o avanço da realização das ações, sendo o sentido ideal descendente, em direção ao eixo y).

Os resultados alcançados com esta iniciativa significou redu-ção de custos (otimização da equipe para realizar a atualização em menor tempo), redução de prazo (conseguiu-se antecipar a entrega em uma semana em relação a prevista), produtividade (aumento de 26% em relação ao 1º ciclo) e qualidade (redução de 25% dos procedimentos anteriormente existentes, conseguin-do integrá-los, atendendo aos requisitos de qualidade previsto na ISO 9001:2015 – constatada através de auditoria externa no final do ano passado).

Autor: Diogo Hauck, coordenador de QSMS

Painel utilizado no desenvolvimento do projeto

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P r ê M i o i n o v a i n F r a 2 0 2 0 / E n g E n h a r i a / g E s t ã o d E P r o j E t o s

A PQR MA2 Engenharia e Consultoria, empresa de consulto-ria em engenharia focada em soluções MEP (mechanical, electric and plumbing), realiza em parceria com a L+M Gestão de espaços de saúde e a Engesec, a construção do Hospital Municipal de Guararema com UTI, em São Paulo, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2020.

O Hospital Municipal de Guararema tem área total construí-da de 4.340 m², 27 leitos com previsão para chegar a 88, setores de pronto-atendimento, leitos de internação e UTI, centro cirúr-gico, salas de partos, tomografia, raio-x, ultrassom, laboratório de emergência, farmácia, serviço de nutrição, refeitório e área administrativa.

Muito mais que atender à exigência do edital de licitação da obra, a PQR MA2 Engenharia e Consultoria fez o desenvolvimento do projeto em 3D BIM, proporcionando as seguintes vantagens: detecção na fase de projeto de interferências entre as inúmeras disciplinas (arquitetura, estrutura, elétrica, hidráulica, incêndio, ar condicionado, automação, entre outras); melhor controle/previsão de custo; redução dos conflitos durante a construção e menos mudanças durante a construção.

Parte do Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), o Centro de Educação e Pesquisa Albert Einstein conta com uma estrutura de teto de vidro abobadado. Neste contexto, a MHA Engenharia foi escolhida para fazer o desenvolvimento do projeto de todas as instalações e criar as interfaces de soluções viáveis para as demandas do uso da operação do Hospital Albert Einstein.

O skylight se estende no teto a mais de 20 m de altura. O projeto foi concebido para que, em caso de um incêndio no átrio, um sis-tema de extração de fumaça, composto por ventiladores e rede de dutos instalados na cobertura, pudesse retirar a fumaça para garan-tir a possibilidade de escape do público pelas escadas da edificação.

Adicionalmente, o átrio comporta áreas que necessitam de climatização, como a praça de alimentação, o anfiteatro e a área

PQR MA2: relatórios de clash detection tornam-se fundamentais em obra de hospital

MHA Engenharia: abobada de vidro abriga centro de educação e pesquisa

Ao longo do desenvolvimento dos projetos pode-se apontar que os relatórios de clash collision foram fundamentais para revisão e ajustes das disciplinas, evitando-se que estas interfe-rências fossem apenas percebidas na hora de execução da obra, provocando a paralisação momentânea, necessidade de reunião dos envolvidos, tomada de decisão e retomada da obra.

Autor: Cristian Bartocchio, CEO

de exposições, e que foi viabilizado através de um sistema de dis-tribuição de ar condicionado com insuflação por baixo, concebido para a climatização da zona de ocupação até 2 m acima do piso.

O trabalho envolveu ainda sistema de desmineralização de água, por osmose reversa, para atendimentos de pias e equipa-mentos dos laboratórios; fontes de aquecimento de água com 30 placas solares na cobertura; complexo sistemas de drenagem no átrio central do edifício, onde foi projetado um jardim que abrigará árvores de grande porte; rede de esgoto de gordura, que após passar por uma caixa separadora de gordura, é interligada na rede de esgoto.

Já o projeto do sistema elétrico do Albert Einstein Centro de Pesquisa e Ensino foi modelado em 3D. A decisão partiu de certos parâmetros que facilitam não só o tempo de confecção do proje-to, mas as relevâncias das instalações elétricas.

O projeto do prédio foi desenvolvido e assinado pela Safdie Architests, com participação da Perkins & Will. O projeto paisa-gístico foi desenvolvido pelo escritório Isabel Duprat Arquitetura Paisagística. A data de conclusão da obra foi junho de 2018.

Autor: Guilherme Augusto de Brito Neves, diretor de tecnologia

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E n t i d a d E

Fiscalizar é protegerOs anos recentes têm sido cenário

de importantes modificações compor-tamentais e econômicas.

As empresas, outrora perenes, passam por transformações que lhes impõem ações rápidas. Seus produtos possuem vida curta e, assim, passam a ser indispensáveis os investimentos na melhoria dos processos produtivos, no desenvolvimento de novos produtos e na busca por outros mercados.

Ao mesmo tempo, a amplitude do nível de informação e engajamento social exige das instituições, públicas e privadas, uma postura de correção nunca antes atingida.

Nesse contexto, as diretrizes de compliance saíram do bac-koffice para se tornarem parte do core business das empresas. Conceitos como ética e transparência fazem parte do dia a dia da gestão e exigem profissionais altamente capacitados e com-

prometidos em todos os setores, mas, em especial, nas atividades que dizem respeito à lisura financeira e contábil.

Por isso, é indispensável o papel fiscalizador dos conselhos de classe. Nas profissões regulamentadas, essas entidades são responsáveis por elabo-rarem os códigos de ética, disciplinan-do a conduta dos profissionais quanto às normas éticas e morais que devem ser seguidas.

O Conselho Regional de Contabi-lidade de Minas Gerais (CRCMG) está atendo às demandas do mercado e exerce seu papel fiscalizador, de for-ma a garantir que tanto a sociedade

quanto a classe contábil estejam protegidos no que se refere à atuação ética e técnica dos profissionais da contabilidade.

Fiscalizar é proteger, e o CRCMG trabalha para ajudar a construir um país cada vez mais próspero e justo.

Nova data para o Prêmio INOVAINFRA 2020

4 de agosto de 2020, em São Paulo (SP)

Mais informações tel. (11) 3895-8590 ou [email protected]

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r E u r b a n i z a ç ã o

Augusto DinizPrincipal área de ligação entre os diversos polos do centro

da cidade de São Paulo, o Vale do Anhangabaú está em obras de requalificação. O valor total da reforma é de R$ 80 milhões.

As intervenções se procedem em uma área de 53 mil m². As obras tiveram início em maio do ano passado e tem previsão de conclusão em junho.

O consórcio contratado pela prefeitura de São Paulo, após vencer concorrência pública para execução dos serviços, é com-posto pelas empresas Lopes Kalil Engenharia e FBS Construção Civil e Pavimentação.

O gerenciamento da obra é da SP Obras, ligada à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB).

O objeto do contrato com o consórcio envolveu a elaboração dos projetos executivos e execução das obras de requalificação e reurbanização do Vale do Anhangabaú, entre o Viaduto do Chá e o Viaduto Santa Efigênia.

A obra também se estende à rua São João, que cruza o Vale, entre o Largo Paissandu e a Rua Líbero Badaró, e no entorno da Praça Ramos, que é tombada pelo patrimônio histórico, fica ane-xa ao Vale e não está no escopo da requalificação.

O projeto engloba ainda instalação de 12 quiosques metáli-cos com infraestrutura de água e luz, área com 840 aspersores de água ligados a tanques subterrâneos e sistemas de drenagem, pista de skate, assentos, entre outros itens.

Luiz Carlos Giovanelli, coordenador do núcleo de infraestru-tura da SP Obras, diz que a primeira etapa das obras será entre-gue em maio, com a área de eventos concluída.

Com terraplenagem finalizada (quase 30 mil m³ de mo-vimentação de terra), está sendo mon-tada a parte da infraestrutura elétrica, que será enterrada, e hidráulica. A ilu-minação pública será automatizada e com sistema LED.

Interferências no subsoloUm dos grandes desafios da obra, de

acordo com Luiz Carlos, é a remoção das inúmeras redes no subsolo, muitas delas enterradas a poucos metros da superfície.

O Vale do Anhangabaú, por ser um ponto de travessia no centro da cidade, por ali passam redes de saneamento, gás, energia elétrica e pelo menos duas dezenas de redes de concessionárias de

Devidos às inúmeras interferências encontradas no subsolo, o Vale do Anhangabaú (SP) terá 1,2 km de galeria técnica de 2,30 x 3,20 m

telecomunicações. O número de interferências no subsolo, portanto, são enormes.

Por conta disso, uma galeria técnica de 1,2 km de extensão, com 2,30 m de altura e 3,20 m de largura, possível, portanto, de se caminhar pela mesma, já está quase concluída no entorno da área, para passagem somente das redes de telecom. A galeria terá seis extremos e as concessionárias farão interligação das suas respectivas redes somente por meio dela.

A galeria, construída no subsolo do Vale com aduelas pré--moldadas forradas com uma manta impermeabilizante da Den-ver, permitirá acesso para manutenção da rede.

As obras se dividiriam em trechos ao longo do Vale, relata o coordenador, mas a quantidade de redes no subsolo fez com que elas fossem conduzidas em toda área, por que não daria para realizar a remoção das redes em fases.

Na medida em que se faz uma interrupção da rede por conta da obra, a melhor solução está sendo tentar realizar toda a sua remoção de vez, para evitar seguidas interrupções em diferentes períodos nas redes existentes que cruzam o lugar.

Toda drenagem no local está também sendo refeita e cita-se que o Vale do Anhangabaú tem dois túneis passando no subsolo além de cursos d’água canalizados. Mas as atuais obras não atin-gem essas estruturas.

Sistema de aspersão de águaEstão sendo construídas ainda seis cisternas, cada uma com

capacidade para 170 m³, e dispostas ao longo do Vale, para aten-der um sistema de água com 852 aspersores espalhados em um trecho no nível da superfície da esplanada.

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r E u r b a n i z a ç ã o

t E r M E l é t r i C a

No total, serão 10,2 km de tubulações para atender esse ino-vador sistema de aspergir água, com diâmetros variando de 50 mm a 300 mm.

Há uma distância de 2 m entre um aspersor e outro na espla-nada para que as pessoas possam andar entre eles.

A água aspergida será recolhida pelos ralos do equipamento, voltando ao ciclo através da drenagem. O reaproveitamento é de 90% do total e captação de 10% do restante será feita através de poço artesiano.

A água a ser aspergida, organizada em diversas zonas, pode-rão ser controladas, ligadas e desligadas, de acordo com a neces-sidade, demanda e situação do uso do espaço.

Bombas serão instaladas para fazer a elevação da água das cisternas aos aspersores.

PisoO novo pavimento do Vale do Anhangabaú permitirá tráfe-

go de caminhões pesados e até carretas, que são utilizadas para montagem de palcos - estão previstos seis espaços para monta-gem de palcos de evento na área.

O novo pavimento terá 20 cm de BGS (brita graduada sim-ples), 10 cm de BGTS (brita graduada tratada com cimento) e 18 cm de piso uniforme ao longo de toda área. O concreto, de acordo com engenheiro, terá capacidade de 8 t/m².

O volume de concreto a ser consumido para construção do piso é de 8.460,00 m³.

O novo Vale do Anhangabaú atenderá as normas de acessibi-lidade na sua área de circulação de pedestres.

Uma pista de skate será construída próxima ao viaduto Santa Efigênia, no Vale do Anhangabaú. Já havia no local uma área

ocupada pelos skatistas, mas com a construção da pista se ofi-cializa o espaço ao esporte.

O local receberá ainda sanitários, ludoteca, entre outros mo-biliários. A ação faz parte de um amplo processo de requalifica-ção do centro, cujo objetivo é incentivar a sua ocupação.

Por fim, o projeto contempla áreas ajardinadas e contará com 480 árvores – 355 já existentes no local mais 125 novas espécies nativas que serão plantadas.

ProjetoO projeto do Vale do Anhangabaú foi constituído em 2013.

Tanto o conceito, quanto o projeto básico, foram coordenados pela SP-Urbanismo, empresa de planejamento urbano vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU).

A reurbanização do Vale integra um conjunto de iniciativas para recuperação da região central, informa a prefeitura. A re-qualificação da região central envolve ações, como a recupera-ção dos calçadões na área do Triângulo Histórico (ruas Benjamin Constant, Boa Vista e Líbero Badaró), requalificação de edifícios e terrenos abandonados ou subutilizados, a viabilização do Parque Augusta, do Parque Minhocão, e as revitalizações do Largo do Arouche e Praça Roosevelt.

Ao longo de décadas, o Vale do Anhangabaú sofreu várias mudanças. A última, nos anos 1970, o sistema viário existente foi transferido para um túnel no subsolo, provocando alterações na dinâmica da área central, resultando no desenho atual, hoje em reforma.

Parte dos trilhos do antigo sistema de bondes na capital, en-contrado no trecho sob intervenção da Avenida São João, será restaurada e colocada em exposição.

Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)A UTE Santa Cruz de Furnas Centrais Elétricas está em

obras para transformar a planta existente que funciona hoje em ciclo aberto para ciclo combinado. O projeto está sendo realizada pela OEC – Odebrecht Engenharia & Construção na modalidade de EPC completo, que inclui engenharia, obras civis, descomissionamento, montagem eletromecânica, for-necimento de materiais, equipamentos e sistemas, comis-sionamento e operação assistida. O contrato é de R$ 578,6 milhões.

A mudança para o ciclo combinado representará aumento de 50% na geração de energia da planta, passando a unidade a ter

UTE Santa Cruz (RJ) vai gerar 50% a mais de energia com ciclo combinadocapacidade nominal para 507 MW. Hoje, estão cerca de 300 co-laboradores na obra, mas no pico em julho serão 400.

Segundo o engenheiro mecânico José Luis Coutinho, a parte mais complexa do projeto é fazer a integração dos novos equipa-mentos com os existentes, com paradas programadas na usina. A operação comercial da planta modernizada está marcada para abril de 2021.

A Usina Termelétrica de Santa Cruz, localizada no extremo da Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), foi inaugurada há 50 anos e operava com quatro turbinas a óleo. Na crise de energia de 2001, foi decidido instalar duas caldeiras e dois turbo geradores dual fuel (gás natural e óleo diesel) na planta.

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E n E r g i a

Entre 2004 a 2012, por conta de o gás natural ainda não estar disponível na planta, as turbinas operaram somente com diesel, combustível que não permite realizar o ciclo combinado.

Quando chegou o fornecimento de gás na unidade em 2012, tentou-se comissionar as caldeiras existentes (instaladas mas até então inativas) para realizar o fechamento do ciclo combinado existente. O projeto, porém, não deu certo, com as duas turbi-nas operando a gás (cada uma com capacidade nominal de 175 MW), mas em ciclo aberto - sem aproveitamento do calor. Assim, Furnas contratou a OEC, após licitação pela Lei 8.666, para im-plantar em definitivo o ciclo combinado. As obras tiveram início em abril de 2019.

Novas caldeirasPara instalar o novo ciclo combinado, pelo projeto, a OEC teve

que remover as duas caldeiras existentes. Assim, foram instala-das duas novas caldeiras da marca Nooter Eriksen (italiana), cuja montagem está em fase final.

Também pelo projeto será necessário instalar uma turbina a vapor de 176,4 MW (o fornecedor nesse caso é a Siemens) para fechar o fluxograma do ciclo combinado.

Na ampliação da planta, a parte civil abrange a fundação das caldeiras, turbo gerador a vapor, edifícios das salas elétricas, de controle e gerador de emergência e fundações da tubulação de água de resfriamento.

O engenheiro José Luis Coutinho explica que apesar da im-portância das obras civis e da engenharia, a parte de suprimentos é essencial e responde por 70% do custo da construção.

A desmontagem das duas caldeiras ocorreu de abril a se-tembro do ano passado. As novas caldeiras, que chegaram em dezembro e janeiro último, foram embarcadas em seis conjun-tos, com o máximo de montagem possível executado na fábrica, segundo Coutinho.

Ele esclarece que o projeto das caldeiras, uma vez que elas foram projetadas e fabricadas em um elevado nível de pré-montagem dos módulos de pressão (metodologia conhecida como Cframes), tem contribuído para a produtividade na monta-gem delas no canteiro, eliminando muitos serviços.

O turbo gerador a vapor estava previsto de chegar em abril em três partes e deve seguir di-reto para instalação. Ele conta ainda com sistema de lubrificação, condensador, sistema de vácuo e bombas de condensado.

O diretor de contratos explica que o conjunto do turbo gerador também terá a sua montagem facilitada, uma vez que seus componentes (tur-binas de alta, baixa e gerador) serão fornecidos

totalmente montados em skids (conjuntos).As duas chaminés que se acoplam às caldeiras chegaram pelo

porto de Itaguaí, que fica a cerca de 15 km da planta e é o mesmo terminal marítimo por onde desembarcaram as caldeiras e turbo gerador importados.

Para montagem das caldeiras, foi usado um guindaste adap-tado com extensão da Manitowoc para possibilitar a carga de 600 t. A montagem das chaminés usará o mesmo equipamento.

InterligaçõesA interligação das caldeiras com os turbo geradores a gás,

para que o ciclo combinado se efetive, começou em março. Na junção do turbo gerador a gás com a chaminé há uma

série de tubulações e componentes a serem instalados.O diverter dumper, o módulo que determina a saída do calor

do turbo gerador para ciclo aberto ou ciclo combinado, será ins-talado no lugar do existente, que operou apenas em ciclo aberto.

Assim, após desmontar o diverter dumper existente, será exe-cutada a base de instalação do novo equipamento, seguido de instalação do novo diverter dumper.

Essa operação será feita nos dois turbo geradores a gás, sendo um de cada vez. Cada mudança do diverter dumper levará 90 dias e será autorizado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) o não funcionamento da turbina a gás para realização dos trabalhos.

Em outubro, os diverters dumpers serão interligados às cal-deiras. As tubulações para as caldeiras, sistemas auxiliares e uti-lidades deverão chegar em abril.

A tubulação que faz a interligação da caldeira com o turbo gerador a vapor opera em alta pressão. Essas tubulações de aço liga têm padrão P11, P22 e P91, medem de 2 a 20 polegadas, com espessura de 7 mm a 32 mm.

O piperack será montado em cima do existente, com cabos elétricos, cabos de instrumentação e outras tubulações.

Visão geral do projeto com as duas novas caldeiras à frente

Foto

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