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ANO CATEQUÉTICO NACIONAL 2009 TEMA: CATEQUESE, CAMINHO PARA O DISCIPULADO LEMA: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as Escrituras e parte o pão(Lc 24, 32.35) APRESENTAÇÃO Na 44ª AG (2006) foi aprovado pelos Bispos a realização do Ano Catequético, após 50 anos do 1° Ano Catequético (1959). Iniciativa é resultado da importância que a Igreja vem dando a catequese, como ficou expresso no DNC e no Doc.Aparecida. Não é um evento isolado, mas p/toda Igreja, insere-se: Nas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na 46 a . Assembléia Geral da CNBB, em abril de 2008; Em estreita relação com a Campanha da Fraternidade de 2009. O tema Fraternidade e Segurança Pública e o lema - "A paz é fruto da justiça" - (Is 32,17); Juntamente com os 30 anos da Exortação Apostólica de João Paulo II, Catechesi Tradendae, e Puebla; Sínodo dos Bispos de 2008, dedicado à "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja ; sintonizado com o 12° Inter-eclesial das CEBs; Ano Catequético terá sua culminância com a Terceira Semana Brasileira de Catequese, em Indaiatuba(SP), de 07 a 11 de outubro de 2009 INTRODUÇÃO O TEXTO INSPIRADOR (1-5) “Discípulos de Emaús". (Lc 24,13-35); Experiência do encontro com Jesus Cristo, no caminho, na Palavra e na Eucaristia; Relata a mudança de rumo que tomou a vida dos discípulos; não fica no rito gestual da partilha. Foi a partir da mudança provocada pelo encontro, que os discípulos assumiram o compromisso da partilha, da missão, da evangelização, do anúncio, da construção das comunidades (cf. Mt 28,19-20); O ideal da vida comunitária “Somos uma comunidade de RESSUSCITADOS” (cf. At 2,4247) Os objetivos do Ano Catequético Nacional (6)

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ANO CATEQUÉTICO NACIONAL 2009TEMA: CATEQUESE, CAMINHO PARA O DISCIPULADO

LEMA: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as Escrituras e parte o pão” (Lc 24, 32.35)

APRESENTAÇÃO Na 44ª AG (2006) foi aprovado pelos Bispos a realização do Ano Catequético, após 50 anos

do 1° Ano Catequético (1959). Iniciativa é resultado da importância que a Igreja vem dando a catequese, como ficou

expresso no DNC e no Doc.Aparecida. Não é um evento isolado, mas p/toda Igreja, insere-se: Nas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na 46a. Assembléia Geral da CNBB,

em abril de 2008; Em estreita relação com a Campanha da Fraternidade de 2009. O tema Fraternidade e

Segurança Pública e o lema - "A paz é fruto da justiça" - (Is 32,17); Juntamente com os 30 anos da Exortação Apostólica de João Paulo II, Catechesi Tradendae,

e Puebla; Sínodo dos Bispos de 2008, dedicado à "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja ; sintonizado com o 12° Inter-eclesial das CEBs; Ano Catequético terá sua culminância com a Terceira Semana Brasileira de Catequese, em

Indaiatuba(SP), de 07 a 11 de outubro de 2009

INTRODUÇÃO O TEXTO INSPIRADOR (1-5)

“Discípulos de Emaús". (Lc 24,13-35); Experiência do encontro com Jesus Cristo, no caminho, na Palavra e na Eucaristia; Relata a mudança de rumo que tomou a vida dos discípulos; não fica no rito gestual da

partilha. Foi a partir da mudança provocada pelo encontro, que os discípulos assumiram o

compromisso da partilha, da missão, da evangelização, do anúncio, da construção das comunidades (cf. Mt 28,19-20);

O ideal da vida comunitária “Somos uma comunidade de RESSUSCITADOS” (cf. At 2,42-47)

Os objetivos do Ano Catequético Nacional (6) Despertar para a importância do aprofundamento e do amadurecimento na fé, vivida no seio

de uma comunidade; A experiência do discipulado, como seguimento do Caminho; Que o discípulo possa mergulhar, de modo cada vez mais profundo, nas Escrituras, na

liturgia, na teologia, na evangelização e no compromisso pastoral, fruto da experiência do "partir o pão".

Objetivo Geral (7)

“dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”.“dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”. Consciência de que a catequese é uma dimensão de toda a ação evangelizadora; Que toda a Igreja assuma uma nova concepção de catequese como processo formativo,

sistemático, progressivo e permanente de educação da fé, da esperança e do amor (cr. DNC 233).

Objetivos específicos (8)

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a) intensificar a formação catequética dos catequistas, dos agentes de pastoral, dos religiosos/as e dos ministros ordenados;b) incentivar a instituição do Ministério de Catequista;c) impulsionar o estudo das Sagradas Escrituras;d) acentuar o Primado da Palavra de Deus na vida da Igreja;e) cultivar a dimensão litúrgica da catequese;f) estimular a dimensão catequética nas comunidades na perspectiva da pastoral de conjunto; g) dar a devida ênfase à catequese com adultos, com jovens e junto às pessoas com deficiência;h) incentivar na catequese a inspiração catecumenal;i) estimular a implementação da disciplina Catequética nos cursos de Teologia;j) intensificar a dimensão missionária da catequese por meio da espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo;l) educar para a vivência de uma fé comprometida com as urgentes mudanças da nossa sociedade, tendo presente o princípio da interação vida/fé;m) favorecer na catequese a abertura ao outro, à realidade, ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso.

A estrutura do Texto-Base (9-12) Está organizado em três partes, segundo o método ver-julgar-agir, resgatado e valorizado

pela Conf. Aparecida e presente no DNC. Primeira parte: ENCONTRO- “Aprender, caminhando com o Mestre” (Jesus se aproxima e

escuta); Segunda Parte: PALAVRA- “Aprender, ouvindo o Mestre” (Ele nos revela as Escrituras); Terceira parte: MISSÃO -“Aprender, agindo com o Mestre” (ao partir o pão, eles o

reconheceram e retomaram ao caminho de Jerusalém); Trazer o relato dos discípulos de Emaús para o contexto da ação catequética em sua própria

comunidade;

PRIMEIRA PARTE: O ENCONTROAprender Caminhando com o Mestre

JESUS SE APROXIMA E ESCUTA Caminhar é preciso (12-22)

O ato de caminhar indica o desenvolvimento da história da salvação; Caminho indica o método de comunicação de Deus; Jesus é modelo de caminhante e se definiu como o Caminho (cf. Jo 14,6); e neste caminhar

ele instruía os discípulos; O caminho aponta para a comunidade; Mais do que uma palavra, caminho significa um modo de ser da Igreja que vai ao encontro

das pessoas; A fidelidade a Jesus Caminho exigiu textos de referência sobre Jesus, nasceu o (NT) e o

texto doutrinal: (Didaqué –165). Isso garantiu a transmissão do depósito da fé, dos apóstolos à 1ª geração e 2ª geração e até

os nossos dias pela TRADIÇÃO.TRADIÇÃO.(DNC 23-25). A Igreja que é obra do Espírito continua o seu peregrinar no mundo e com o mundo a serviço

do ser humano, orientada pelos valores do Evangelho (Conc.Vat.II –LG 50)

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O Doc. Catequese Renovada (1983) dá um novo enfoque à catequese como CAMINHADA.

O DNC (2005) vem reforçar esta concepção de catequese como Itinerário de inspiração catecumenal (DNC 45);

O Doc.Aparecida 298 e DGAE 64: “Itinerário catequético permanente”. O caminho de Emaús (23-29)

A iniciativa é de Jesus. Ele não interrompe o assunto. A atitude de Jesus é caminhar com eles, escutá-los e descobrir sua realidade;

Aproximar-se é dispor-se a conhecer e sentir de perto a necessidade do outro; Jesus quer ouvir as preocupações, angústias, decepções e esperanças. Tal como deveríamos

fazer nós também na ação evangelizadora: interessar-nos pelo outro; Jesus entra pela porta das preocupações; Na verdade a decepção dos discípulos está na falta de compreensão da morte de cruz. Quanta

gente desanima e desiste de lutar diante das dificuldades da vida EVANGELIZAR É, ANTES DE TUDO, NÃO IGNORAR (30) Jesus ouve as dúvidas e os questionamentos dos dois caminhantes; Na catequese ensinamos o que achamos necessário sem ouvir o que está no coração do

interlocutor; O diálogo serve tanto para criar laços como para indicar os procedimentos pedagógicos mais

adequados. As respostas dependem das perguntas (31-34) Na realidade atual as pessoas fazem perguntas complexas. Considerar estas perguntas é

fundamental; O caminho não está pronto. Ele se refaz e se remodela à medida que as pessoas vão

descobrindo novas perguntas, respostas e propostas para a vida; O caminho das pessoas é uma jornada individual e comunitária. Traz as marcas da cultura,

da religiosidade, do ambiente social, político e econômico. O discipulado como seguimento de Cristo Vivo (35-37)

Na convivência cotidiana com Jesus e no confronto com os seguidores de outros mestres, os discípulos descobrem duas coisas bem originais: não foram eles que escolheram seu mestre, foi Cristo quem os escolheu (cf.Jo 15,16);

"Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa...” (DA 243 e 12)

ABRINDO TAMBÉM NOSSOS OLHOS PARA NOSSA REALIDADE (38-42) O Doc.Aparecida (367) afirma que: “a pastoral da Igreja não pode prescindir do contexto

histórico onde vivem seus membros. Sua vida acontece em contextos sócio-culturais bem concretos”.

Nos Discípulos de Emaús, um deles tem nome - Cléofas; do outro não consta o nome, é um anônimo (cf. Lc 24,17-18). Não é por acaso.

Em nossa sociedade, os sem nome são milhões. São anônimos, ignorados em sua dignidade de pessoa e em seus direitos.

Aparecida chama atenção para os novos rostos da pobreza: o povo da rua, migrantes, enfermos, dependentes de drogas, presidiários, etc...

O neo-liberalismo considera o lucro e as leis de mercado parâmetros absolutos em detrimento da dignidade e do respeito da pessoa

Quem são os excluídos de nossas comunidades? O olhar de Aparecida sobre nosso mundo (43-45)

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Campo sócio-cultural : supervalorização da subjetividade individual, imediatismo, consumismo, despreocupação ética; felicidade confundida com bem-estar.

Campo econômico : o mercado absolutiza o lucro, convertendo-a em promotora de iniqüidades e injustiças

Campo social : globalização concentra o poder e a riqueza na mão de poucos Campo ecológico : subordina-se a preservação da natureza ao desenvolvimento econômico Campo sócio-político : (positivo) esforço dos Estados em definir e aplicar políticas públicas

nos campos sociais, (negativo) corrupção na sociedade e no Estado, gerando impunidade e favorecendo o descrédito do povo

O olhar de Aparecida sobre a Igreja (46-47)

A Igreja tem exercido um importante serviço, particularmente aos mais pobres, promovendo a dignidade deles nos campos sociais, contudo:

Há insuficiente número de presbíteros; Falta de espírito missionário no clero; Insuficiente atendimento pastoral e sacramental dos fiéis; Espiritualidade contrária à renovação do Concílio Vaticano II; A falta de uma linguagem adequada à cultura vigente; A falta de preparo de agentes de pastoral e de catequistas; Variedade de ofertas religiosas, de críticas à religião.

SEGUNDA PARTE: A PALAVRAAprender Ouvindo com o Mestre

ELE NOS REVELA AS ESCRITURAS Nesta segunda parte, somos convocados a aprender o que o Mestre tem a nos dizer,Nesta segunda parte, somos convocados a aprender o que o Mestre tem a nos dizer,

através das Escrituras, para compreender e iluminar o chamado ao discipulado e àatravés das Escrituras, para compreender e iluminar o chamado ao discipulado e à missão. missão.

CONVERSAS AO LONGO DO CAMINHO “Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: És tu o único

peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?”(cf. Lc 24, 17-24). Perguntas que brotam da vida (49-53)

“O que andais conversando pelo caminho?" (cf. Lc 24,17) – Jesus quer entendê-los nos seus sofrimentos, nas suas angústias e suas buscas.

“Que foi?” Respondem: "O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo" (cf. Lc 24, 19-24) - Estas palavras revelam que a esperança dos discípulos em torno de Jesus era de um líder humano. Sua crise estava na incapacidade de superar a experiência da cruz.

Ouvir faz parte do acolhimento. Jesus, resposta para os problemas humanos (54-59)

“A fé cristã nos faz reconhecer um propóstio na existência: não somos frutos do acaso, fazemos parte de uma história que se desenrola sob o olhar amoroso de Deus” (DNC 15)

A identidade do discípulo missionário de Jesus Cristo nasce da experiência, do encontro vital com o Senhor (cf. DA 243 e 312).

A ação evangelizadora da Igreja "deve ser resposta consciente e eficaz para atender as exigências do mundo de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo cheguem às pessoas, modelem as comunidades e incidam

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profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos" (DA 371).

CATEQUESE DE JESUS (60-63) Atitudes de Jesus: Aproxima-se Escuta Pergunta Retoma as Escrituras e percebe que não tinham entendido Pacientemente começa a recordar o processo catequético A resposta de Jesus é um convite a ver a realidade à Luz da Palavra em vista da missão. Seguir o CRUCIFICADO RESSUSCITADO Dores, sofrimentos, perseguição acompanham a missão de quem abre novos caminhos. (2

Cor 11,23-30) A catequese de Jesus começa pela memória da Palavra de Deus, para relembrar aos

discípulos que o caminho percorrido pelo Cristo já estava previsto nelas. PALAVRA QUE ILUMINA (60-67) Explicar as Escrituras é lembrar a prática, a missão e os ensinamentos de Jesus, nos fez

retornar à comunidade, assumir a missão e manter viva a esperança. Caminhada de Jesus com os discípulos de Emaús é modelo de INICIAÇÃO CRISTÃ, com

destaque para os seguintes elementos: Escuta da Palavra Adesão e Celebração desconhecer as Escrituras é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo" (DA 247). o encontro de Filipe com o Etíope que lia, sem entender. Daí a importância dos animadores

das comunidades e dos catequistas terem uma iniciação às Escrituras e uma intimidade orante com a Palavra. (Rm 10,14-15)

Para superar uma leitura meramente fundamentalista é de grande importância criar um projeto de animação bíblica da pastoral.

PERMANECER COM O SENHOR (68-71) “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando.” (Lc 24, 29)

A sensibilidade dos discípulos aumenta na medida em que se aproximam da aldeia. O peregrino já não é mais um estranho.

O rito da partilha remete à memória da prática messiânica de Jesus de multiplicar o pão com as multidões famintas (cf. Mt 14,13-21; Lc 9,10-17; Mc 6,30-42).

Foi a memória do jeito de ser e fazer de Jesus, que permitiu abrir seus olhos e reconhecer a presença viva do Ressuscitado.

É naquela refeição fraterna, na aldeia, que os olhos dos dois caminheiros se abrem e despertam para o discipulado e a missionariedade.

Fazei isto em minha memória (72-73) A memória foi feita pelo caminho quando lhes explicava as Escrituras e a Palavra é

compreendida a partir da experiência concreta do partir o pão. Partir e repartir o pão era a nova fonte da vida comunitária. Esta era a Boa Nova,

testemunhada por Jesus e apresentada pelas primeiras comunidades cristãs. No gesto da memória está a passagem da cruz para a ressurreição, da morte para a vida. As mulheres são as primeiras discípulas de Jesus a levar a boa notícia da sua Ressurreição

(cf.Mt 28,8) A INSTITUIÇÃO DA Eucaristia torna-se MEMÓRIA PERMANENTE para a mística dos

discípulos.

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O primeiro dia (74-84) "Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém." (Lc 24,13)

Sua ressurreição deu-se no primeiro dia da semana, no domingo; Viver "segundo o domingo", é viver como ressuscitados,"filhos da Luz", de acordo com São

Paulo; O Domingo indica o início do mundo novo em Cristo Jesus; O Domingo é o oitavo dia e o primeiro da Nova Criação. Tornou-se o Dia do Senhor (cf. Ap

1,10); Assim, o Domingo é: a) é dia de celebrar a ressurreição de Jesus, o grande Memorial, o centro da fé; b) é dia de interrupção do trabalho, de descanso, para alegrar-se com a criação de Deus, que

também descansou; c) é dia de encontro na comunidade eclesial, com os que crêem na ressurreição; d) é dia do Senhor, de sua ressurreição e da nova Criação; e) é dia de estar com a família, enriquecer os laços do amor.

TERCEIRA PARTE: A MISSÃOAprender Agindo com o Mestre

AO PARTIR O PÃO, ELES O RECONHECERAM E RETORNARAM AO CAMINHO

CORAÇÃO ENTUSIASMADO DO DISCÍPULO MISSIONÁRIO (85-90) Não estava ardendo o nosso coração (Lc 24,32).

Agora o novo ardor se espalha. Sai do coração e chega à mente, à consciência e move os pés dos que saem para evangelizar (cf. Is 52,7; Na 2,1);

A rotina pastoral, catequética e celebrativa, em lugar de atrair, às vezes pode afastar as pessoas;

“A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária" (DA 3 70).

O caminho do discipulado é sustentado por uma mística e uma espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo no encontro com o irmão, especialmente os mais pobres (cf. DA 243).

MESMO CAMINHO: NOVO ESPÍRITO (91-97) “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém” (Lc 24, 33)

Os discípulos voltam à comunidade com um novo olhar. Refazem o caminho, agora com espírito novo, com melhor compreensão da missão;

A catequese evangelizadora ajuda a formar discípulos (DNC 34), e educa para a ação sócio-transformadora.

Fazer discípulos é, porém, um processo dinâmico, pois o discipulado requer um tempo de aprendizagem;

Aparecida retoma com uma nova compreensão e vigor uma dimensão fundamental do discipulado: a missão. Ela está enraizada visceralmente nos sacramentos do Batismo e da Confirmação.

PISTAS DE AÇÃO PARA O ANO CATEQUÉTICO NACIONAL (98-99) Situar a catequese no seio da Pastoral Orgânica e de Conjunto, de modo que a dimensão

bíblico-catequética esteja presente em todos os serviços pastorais como parte integrante da ação evangelizadora;

Não perder de vista alguns princípios básicos na animação bíblico-catequética;

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Todos estão convidados a assumir e tenham em conta na sua pastoral a dimensão catequética.

CATEQUESE E PASTORAL DE CONJUNTO (100)

Logo após o Concílio Vaticano II, a CNBB passou a enfocar suas diretrizes de ação a partir das conhecidas seis dimensões: Comunitária e Participativa, Missionária, Bíblico Catequética, Litúrgica, Ecumênica e Sócio Transformadora.

Desta maneira cada dimensão está profundamente unida à bíblico-catequética e esta em função das outras

O lugar da pastoral bíblico-catequética na vida da Igreja (101-102)

É toda a comunidade; Na “pastoral orgânica”, porque cada serviço específico não forma um corpo, mas conforma

um órgão dentro de um único corpo que é a Igreja, no conjunto (pastoral de conjunto) de seu ser e missão, levada a cabo através de diferentes serviços.

A dimensão bíblico-catequética (103-104) no seio de uma única ação evangelizadora Propiciadora e dinamizadora da Pastoral de Conjunto; É sua função suscitar em todos os serviços de pastoral a integração e explicitação da

dimensão bíblico catequética inerente a toda e qualquer ação eclesial; Não há pastoral de conjunto se esta não estiver perpassada pela animação bíblico catequética

PRINCÍPIOS DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA A Bíblia como fonte da Catequese (106-107)

A fonte primeira da Catequese é a Bíblia Na Catequese, mais importante do que falar da Bíblia é propiciar as condições para que os

próprios catequizandos aprendam a entrar em contato direto com o texto das Escrituras, a partir da fé.

A leitura da Bíblia como tarefa eclesial (108-110)

A leitura da Bíblia é uma tarefa, não individual, mas eclesial (cf. 2 Pd 1,20), pois se trata de lê-la no mesmo Espírito que a inspirou e a codificou.

Primeiro vem a revelação de Deus no 'livro da vida', depois nos é dado o 'livro da Bíblia', para decodificar a revelação do 'livro da vida'.

Animação bíblico catequética: sua grande tarefa é criar aquelas condições que permitam uma autêntica leitura das Escrituras.

A diversidade de funções da Palavra (111-115)

Liturgia: é na celebração, no simbolismo do rito, que a fé antecipa aquilo que ela espera. Norma de vida: ilumina a conduta pessoal, um modo de ser e de agir. Comunitária e social: serviço no seio da sociedade, como 'fermento na massa' e 'luz do

mundo' (GS 43). Pedagógica: A função da Palavra não é simplesmente 'informar' ou veicular um conjunto de

verdades, mas ela é interpeladora. AÇÕES RELACIONADAS AO MINISTÉRIO DA PALAVRA (DGAE 9-14) (116-17)

Promover uma catequese contextualizada "Educar o povo na leitura e na meditação da Palavra de Deus“, com oportunidades de

formação bíblica e teológica Promover o Serviço de Animação Bíblica da Pastoral Privilegiar a Palavra de Deus como fonte, inspiração, fundamentação de todos os nossos

projetos e ações pastorais Valorizar os textos bíblicos nas homilias Divulgar, ensinar, educar e praticar a lectio divina

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Iniciação cristã e catequese permanente (118)

Assumir a iniciação cristã; Motivar o processo catequético, assumido por todos como catequese básica fundamental (cr.

DA 294); Investir na implementação da catequese de inspiração catecumenal; Motivar os adultos para a vivência da fé em comunidade; Organizar formações diferenciada aos adultos praticantes, aos batizados não praticantes ou

afastados e aos convertidos que pedem o Batismo; Educar para o diálogo ecumênico e inter-religioso Formação para o discipulado (119) (cf. DGAE 37-46) a) Fazer "uma clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades“b) Promover formação de animadores pastorais, catequistas, seminaristas, diáconos,

presbíteros;c) Organizar equipes ou comunidades de formadores de agentes de pastoral e de

coordenadores;d) Assumir a formação de comunidades, sobretudo as comunidades eclesiais de base;e) Incentivar a instituição do Ministério de Catequista AÇÕES RELACIONADAS AO MINISTÉRIO DA LITURGIA (DGAE 15-26) (120) Promover, com ênfase, nas celebrações eucarísticas; Destacar na liturgia, sua dimensão educativa permanente da fé, assim como mistagógica; Evidenciar sempre a conexão íntima e orgânica de todas as ações da Igreja,

privilegiadamente a catequese, com a liturgia; Valorizar e promover a aplicação do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA); Aprofundar o sentido do domingo e resgatar o sentido do descanso; AÇÕES RELACIONADAS AO MINISTÉRIO DO SERVIÇO (DGAE 17-23) Opção pelos pobres e Pastoral Social (121)

a) Integrar todas as iniciativas de Pastoral Social na promoção da dignidade humana, na renovação da comunidade e na construção de uma sociedade solidária;

b) Assumir a opção preferencial pelos pobres;c) Promover formas de serviços de voluntariado;d) Promover na Igreja a dimensão fraterna de acolhida;e) Abrir espaço aos excluídos.Família (122): lugar e escola de comunhão a) Assegurar, na Pastoral Orgânica, a importância da Pastoral Familiar;b) Acolhimento em situações matrimoniais canonicamente irregulares;c) Vincular, de modo especial, a catequese à família, pois os pais são os primeiros catequistas

de seus filhos;d) Rever os conteúdos e métodos da preparação dos jovens para a vida matrimonial Pastoral orgânica (123)

a) "Fazer com que todos os fiéis, homens e mulheres participem do planejamento e das decisões relativas à vida eclesial e à ação pastoral" (DGAE 1 05d);

b) Conhecer e explicitar a dimensão catequética presente em cada ação evangelizadora;c) Contar com serviços e participação dos movimentos e pastorais para realizar etapas do

itinerário do discípulo missionário;Pastoral urbana e segurança pública (124) a) Transformar as paróquias em comunidade de comunidades (cf. DA 517);b) Abrir-se para experiências, estilos e linguagens, que possam encarnar o Evangelho na

cidade;

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c) Fomentar a pastoral da acolhida;d) Dar atenção especial aos que sofrem;e) Efetivar maior presença nos centros de decisão da cidade;f) Criar iniciativas de educação para a paz e superação de toda forma de violência;g) Conscientizar sobre a necessidade de superação da violência familiar;h) Cobrar do poder público formas de superação da injustiça.Metodologia de ação (125)

a) Modo de proceder de Jesus;b) Aplicação do princípio metodológico de interação fé e vida;c) No trabalho pastoral haja trabalho de equipe;d) Promover oficinas para elaboração de textos e instrumentos didáticos para as pastorais e a

catequese;e) Exercer a coordenação como ministério da comunhão.Comunidades Eclesiais de Base (126-127)

a) Descentralizar as 'grandes comunidades' impessoais, tornando-as espaços promotores do resgate da identidade;

b) Renovação da paróquia com setorização em unidades menores, para que aconteça realmente a unidade entre fé e vida;

c) Estudar o Texto-Base do 12° Inter-eclesial.