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A demanda por alimentos, fibras e bioenergia e, consequentemen- te, a demanda por fertilizantes tem sido crescente. Atualmente, o su- primento dessa demanda se dá principalmente pela importação. Neste contexto, os remineralizado- res ou agrominerais (rochas moídas que apresentam potencial para uso agrícola) surgem como fontes ‘al- ternativas’ de nutrientes. Diversos trabalhos de pesquisa têm demons- trado a viabilidade técnica, econô- mica e ambiental desses produtos, desde que atendidas as recomen- dações técnicas para sua utilização. Contudo, a utilização de agromine- rais pelo setor agrícola ainda é limi- tada, em geral, devido à falta de pro- dutos devidamente registrados junto aos órgãos competentes, que estejam disponíveis comercialmente e que apresentem comprovada eficiên- cia agronômica e segurança de uso. A falta de legislação específica para seu registro e comercialização era apontada como um dos maiores en- traves para a viabilização do seu uso. Em função disso, um grupo de tra- balho composto pelo Ministério de Minas e Energia (MME); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- mento (Mapa); e outras instituições públicas, dentre elas a Embrapa Cli- ma Temperado, vem discutindo al- ternativas e subsidiando os órgãos responsáveis com critérios técnicos para mudar o aparato legal. Essa “força tarefa” resultou na aprovação da Lei 12.890, publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de de- zembro de 2013, cujo texto inclui os remineralizadores entre as catego- rias de insumos agrícolas previstas na Lei 6.894/1980 - Lei dos Ferti- lizantes. Com isso, estes produtos passam a ser licenciados pelo Mapa. A aprovação desta Lei certamente irá garantir que esse tipo de insumo seja testado adequadamente, liberado pelos órgãos ambientais estaduais, registrado no Mapa e comerciali- zado com suas garantias mínimas. Importante destacar que esse tipo de matéria-prima apresenta ampla distribuição no território nacional, o que possibilita que cada região pro- duza os insumos que necessita, dimi- nuindo assim os custos de produção. No que diz respeito à Embrapa Cli- ma Temperado, a Unidade vem trabalhando com o tema desde 2004 onde conjuntamente com a Petrobras-SIX (Superintendência da Industrialização do Xisto), CPRM - Serviço Geológico do Brasil e outras instituições parceiras (UFSM, UFPR, UTFPR, UFPel, IFRS, Ecocitrus e Universidade de Guelph) desenvol- ve estudos de avaliação da eficiência agronômica, segurança ambiental e dos alimentos produzidos com uso de formulações fertilizantes obtidas a partir de agrominerais. O projeto mais antigo dessa linha de pesquisa é o projeto Xisto Agríco- la, ainda em vigência. Este projeto já obteve o licenciamento ambien- tal e registro junto ao Mapa de dois co-produtos do processo Petrosix (água de xisto – em 2008, e calcário de xisto – em 2010). Outros dois es- tão sob avaliação dos órgãos compe- tentes. Neste sentido, o papel da Uni- dade no tema, subsidiando tanto os órgãos ambientais quanto o Mapa, tem se consolidado nos últimos cin- co anos, culminando na formulação de políticas públicas e na oferta de novos insumos para a agricultura. Ano 20, nº 846 Remineralizadores de solos na Lei dos Fertilizantes Embrapa Clima Temperado 1º a 17/01/2014 Com a aprovação da Lei 12.890, agrominerais passam a ser licenciados pelo Mapa Equipe Embrapa Clima Temperado, Embrapa Cerrados e Serviço Geológico do Brasil - CPRM/Superintendência de Porto Alegre

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Page 1: Ano 20, nº 846 Embrapa Clima Temperado 1º a 17/01/2014 ... · UTFPR, UFPel, IFRS, Ecocitrus e Universidade de Guelph) desenvol- ... o moodle, para os técnicos da Emater. Várias

A demanda por alimentos, fibras e bioenergia e, consequentemen-te, a demanda por fertilizantes tem sido crescente. Atualmente, o su-primento dessa demanda se dá principalmente pela importação. Neste contexto, os remineralizado-res ou agrominerais (rochas moídas que apresentam potencial para uso agrícola) surgem como fontes ‘al-ternativas’ de nutrientes. Diversos trabalhos de pesquisa têm demons-trado a viabilidade técnica, econô-mica e ambiental desses produtos, desde que atendidas as recomen-dações técnicas para sua utilização.Contudo, a utilização de agromine-rais pelo setor agrícola ainda é limi-tada, em geral, devido à falta de pro-dutos devidamente registrados junto aos órgãos competentes, que estejam disponíveis comercialmente e que apresentem comprovada eficiên-cia agronômica e segurança de uso.A falta de legislação específica para seu registro e comercialização era apontada como um dos maiores en-traves para a viabilização do seu uso. Em função disso, um grupo de tra-balho composto pelo Ministério de

Minas e Energia (MME); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa); e outras instituições públicas, dentre elas a Embrapa Cli-ma Temperado, vem discutindo al-ternativas e subsidiando os órgãos responsáveis com critérios técnicos para mudar o aparato legal. Essa “força tarefa” resultou na aprovação da Lei 12.890, publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de de-zembro de 2013, cujo texto inclui os remineralizadores entre as catego-rias de insumos agrícolas previstas na Lei 6.894/1980 - Lei dos Ferti-lizantes. Com isso, estes produtos passam a ser licenciados pelo Mapa.A aprovação desta Lei certamente irá garantir que esse tipo de insumo seja testado adequadamente, liberado pelos órgãos ambientais estaduais, registrado no Mapa e comerciali-zado com suas garantias mínimas. Importante destacar que esse tipo de matéria-prima apresenta ampla distribuição no território nacional, o que possibilita que cada região pro-duza os insumos que necessita, dimi-nuindo assim os custos de produção.No que diz respeito à Embrapa Cli-

ma Temperado, a Unidade vem trabalhando com o tema desde 2004 onde conjuntamente com a Petrobras-SIX (Superintendência da Industrialização do Xisto), CPRM - Serviço Geológico do Brasil e outras instituições parceiras (UFSM, UFPR, UTFPR, UFPel, IFRS, Ecocitrus e Universidade de Guelph) desenvol-ve estudos de avaliação da eficiência agronômica, segurança ambiental e dos alimentos produzidos com uso de formulações fertilizantes obtidas a partir de agrominerais. O projeto mais antigo dessa linha de pesquisa é o projeto Xisto Agríco-la, ainda em vigência. Este projeto já obteve o licenciamento ambien-tal e registro junto ao Mapa de dois co-produtos do processo Petrosix (água de xisto – em 2008, e calcário de xisto – em 2010). Outros dois es-tão sob avaliação dos órgãos compe-tentes. Neste sentido, o papel da Uni-dade no tema, subsidiando tanto os órgãos ambientais quanto o Mapa, tem se consolidado nos últimos cin-co anos, culminando na formulação de políticas públicas e na oferta de novos insumos para a agricultura.

Ano 20, nº 846

Remineralizadores de solos na Lei dos FertilizantesEmbrapa Clima Temperado 1º a 17/01/2014

Com a aprovação da Lei 12.890, agrominerais passam a ser licenciados pelo Mapa

Equipe Embrapa Clima Temperado, Embrapa Cerrados e Serviço Geológico do Brasil - CPRM/Superintendência de Porto Alegre

Page 2: Ano 20, nº 846 Embrapa Clima Temperado 1º a 17/01/2014 ... · UTFPR, UFPel, IFRS, Ecocitrus e Universidade de Guelph) desenvol- ... o moodle, para os técnicos da Emater. Várias

Linha Aberta nº 846, de 1° a 17/01/2014

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O trabalho intitulado “Biology and fertility life table of Aganas-pis pelleranoi (Hymenoptera: Figitidae) in larvae of Anastre-pha fraterculus and Ceratitis ca-pitata (Diptera: Tephritidae)” de autoria de Rafael da Silva Gon-çalves, Dori Edson Nava, Helter Pereira, Heitor Lisbôa, Ander-son Dionei Grutzmacher e Ri-cardo Alexandre Valgas foi des-taque na capa do Annals of the Entomological Society of Ame-rica, uma das mais importan-

tes revistas da Sociedade Norte Americana de Entomologia. A foto que ilustra a capa da revista é de autoria de Paulo Lanzetta e se refere ao parasitóide Aganas-pis pelleranoi. O trabalho com-pleto encontra-se no volume 106, número 6, páginas 791-798, 2013. Segundo o pesquisador Dori Edson Nava este traba-lho faz parte de um programa que estuda o potencial de con-trole biológico de moscas-das--frutas com parasitóides nativos.

Trabalho em Entomologia é destaque na capa de revista norteamericana

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Prosa Rural e DCTV em 2014

As condutas que podem resul-tar em assédio são diversas: po-dem se dar por ação, por omis-são ou por gestos. Quando se trata de ser cruel com o seme-lhante, o ser humano é muito criativo. Logo, não é possível relacionar todos os comporta-mentos que podem resultá-lo, mas seguem os mais comuns: humilhar, amedrontar, des-prezar, ironizar, ridicularizar, isolar e perseguir. Falar mal, rir da pessoa, fazer piadas, pôr apelidos, discriminar os doen-tes, gritar ou criticar sempre o trabalho do empregado, por melhor que ele seja. Também pode ser considerado assédio ignorar, não cumprimentar, impedir de se expressar, ser in-diferente à pessoa, não chamar para reuniões das quais todos os outros colegas participam. O assédio moral é particu-larmente cruel porque pode deixar marcas na vítima por toda sua vida, como também é um dos principais causado-res da Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional. E, embora se fale muito das consequências psi-cológicas e psiquiátricas do assédio (como irritabilidade, insônia e depressão), estudos da Organização Mundial da Saúde revelam que outras do-enças graves podem ser desen-cadeadas, como hipertensão, úlceras, labirintite, transtornos alimentares e até alcoolismo e dependência química de ou-tras droga.Fonte: Administradores

A grade de programação dos temas a serem trabalhados no programa de rádio Prosa Rural e Dia de Campo na TV foram definidos para 2014. A UD foi contemplada com alguns assun-tos a serem apresentados no de-correr do ano: no programa de rádio está agendado, para abril, Cultivares de batata para agri-cultura familiar e, em dezem-

bro, Sementes Crioulas e seus guardiões, ambos divulgados em todas regiões do país. Já o tema escolhido para compor o calendário do programa de te-levisão foi o Sistema de Alerta para combate a mosca-das-fru-tas dos pessegueiros. Todos os programas são feitos em parce-ria com a Embrapa Informação Tecnológica, em Brasília/DF.

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Giro pela Unidade

A UD, em parceria com a Emater, está formando um curso de Produção em Hortaliças Orgânicas. O cur-so será oferecido através de uma plataforma virtual, o moodle, para os técnicos da Emater. Várias uni-dades da Embrapa estão colaborando com o pro-cesso de construção do conteúdo, que será disponi-bilizado dentro dos módulos existentes no moodle, dentre eles José Ernani e Gustavo Schiedeck, que es-creverão um capítulo sobre Transição Agroecológica.

O comitê permanente de gestão do Sistema de Acom-panhamento e Avaliação de Desempenho (SAAD) solicita que os avaliadores/supervisores dos em-pregados de apoio à pesquisa (Analistas, Técnicos e Assistentes) realizem suas avaliações até o dia 14 de fevereiro. O SAAD é responsável pela ges-tão do desempenho dos empregados, bem como a avaliação dos resultados de trabalho alcançados.

Paulo Lanzetta

1° a 14/02 - Avaliações SAAD

Curso Hortaliças

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O programa Terra Sul será reprisado durante os me-ses de janeiro e fevereiro. Ao todo, serão oito edições reprisadas do programa, contendo as principais re-portagens produzidas pela Embrapa e Emater no ano de 2013. O retorno das edições inéditas do programa será em 1° de março, às 11h45, na TV Nativa. A pri-meira reportagem a ser exibida tratará da Recria de Novilhas e Manejo Alimentar de Vacas em Lactação, produzida orginalmente para o Dia de Campo na TV.

1/1 a 28/2 - Terra Sul

Em dezembro, foi realizada uma ação de arrecadação de itens junto a equipe de trabalho da UD para compor 86 cestas de Natal a serem entregues aos colaboradores da MaxLim e aos Vigilantes e Recibados das três bases físi-cas. Presentes e livros também fizeram parte da homena-gem aos filhos, de até 12 anos, dessas famílias e aos me-ninos do Instituto de Menores. Foi arrecadado, além de itens para cestas, um valor de 2,3 mil reais. O trabalho foi motivado pela UD e pela Embrapa Produtos e Mercado.

Lilia Aguila

16 a 20/12/13 - Reconhecimento de Natal

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Linha Aberta nº 846, de 1° a 17/01/2014

EXPEDIENTE - O jornal interno Linha Aberta é editado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Clima Temperado, nas versões on-line e impresso. Chefe-Geral: Clenio Pillon. Chefe Administração: José Dias Vianna Filho. Chefe TT: João Carlos Costa Gomes. Chefe P&D: Sergio Renan. Edição: Cristiane Betemps (7418RS) Diagramação: Ariadne Siqueira. Circulação: Equipe NCO. Redação: Cristiane Betemps ; Ariadne Siqueira (estagiária). Fone: (53) 3275-8113. E-mail: [email protected]

01/01 - Walkyria Scivittaro 01/01 - Alcides Severo01/01 - Orobaldo Kerchner06/01 - Jorge Silva 09/01 – Denise Santos 13/01 - Luiz Oliveira 14/01 - Vanilton Mackedanz15/01 - Paulo Loi 15/01 - Jose Ernani 17/01 - Gilberto Kuhn

Aniversários

Depoimento Embrapa 40 anos

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tta Eliana Mariete da Luz Silveira

Anos 80

Eliana Mariete da Luz Silveira começou a trabalhar na Embra-pa em 1980, como contratada, no Laboratório de Álcool. Nove anos depois, no dia 11 de setem-bro, passou no concurso da Em-presa e assumiu como laborato-rista no Laboratório de Cultura de Tecidos, onde ficou apenas durante um ano. Logo, mudou--se para o Laboratório de Fisiolo-gia Vegetal, onde permaneceu até 2002, quando passou a fazer par-

te do Setor de Gestão de Pessoas.A vontade de trabalhar na Em-brapa veio de família. Seu pai, Lino Silveira da Luz, foi um dos fundadores da ETB, tendo se apo-sentado com 39 anos de serviço. Eliana destaca a importância da Empresa no cotidiano de todos nós, empregados ou não. “Cada vez que eu sento à mesa para co-mer eu vejo a tecnologia da Em-brapa. Isso me remete há 30 anos e eu vejo a diferença”, conclui.

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Professora aposentada, teóloga, pe-dagoga e líder há mais de 50 anos do Grupo Cidadania e Vida na ci-dade de Pelotas, Ana Maria Soares da Silva foi uma das indicadas ao prêmio Betinho – Atitude Cidadã de 2013. O prêmio, lançado pelo COEP em 2008, busca valorizar e divulgar as inicia-tivas sociais desen-volvidas em todo o país e dar o devido reconhecimento a pessoas que dedi-cam seu dia a dia em prol da cida-dania. A Embrapa participou como membro do COEP regional, incenti-vando a indicação de Ana Maria como representante da Região Sul.A votação é feita através do site do prêmio e classifica os ganhadores em âmbito regional e municipal. No final do concurso, na categoria

regional, a candidata escolhida foi a da cidade de Londrina/PR, mas Ana Maria recebeu o maior núme-ro de votos na cidade de Pelotas. Contudo, para ela, a competição não é a parte mais importante: “O meu papel é estar com, não é fazer

por ou para, é estar com! Como eu vou lá concorrer com eles?”, questiona. Ana Maria teve de lutar contra a pobreza e os preconceitos da época para cur-sar a faculdade. Formou-se em magistério, com habilitação em pe-dagogia. Foi nes-

ta época que decidiu trabalhar na rua, com os pobres e necessita-dos. Idealizou, então, a primeira organização de catadores do mu-nicípio e acompanhou de per-to a criação do primeiro galpão

de reciclagem de lixo de Pelotas. Com as mudanças na prefeitura, Ana viu com tristeza o fechamento do galpão alguns anos depois. Mas ela não desanimou e, em 2001, os temas de seu mestrado foram jus-tamente a preservação do meio ambiente, inclusão produtiva, multimistura e movimentos so-ciais. Mesmo com os desafios, sua personalidade forte não a deixa abandonar sua luta pela igualda-de social, que perdura até hoje. “O que não admito é uns terem tan-to e outros quase nada”, finaliza.

Divulgado resultadodo Prêmio Betinho 2013