ano 2 – número 8 – novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre...

12
Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www.centropaulasouza.sp.gov.br GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE Revista do

Upload: others

Post on 15-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www.centropaulasouza.sp.gov.br

GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE

Revista do

Page 2: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

2

Motivospara celebrar

Alunos e professores do Centro Paula

Souza e da rede estadual de ensino avan-çaram, a partir de outubro, mais passosrumo à inclusão digital. Um acordo entreo Governo do Estado e a Microsoft oferece,aos 6 milhões de docentes e discentes,e-mail gratuito e acesso a informações sobreeducação e internet. Os educadores, por suavez, têm a possibilidade de financiar laptopscom preço reduzido e sem juros. Eis ummotivo de muita alegria, porque se tratada primeira vez que o Centro Paula Souzaparticipa de um programa como esse.

As razões para nos orgulharmosda instituição não param por aí: do iníciode 2008 até o primeiro semestre de 2009,foram criadas duas dezenas de cursos nasEtecs e Fatecs do Estado. A diversificaçãode habilitações acompanha o dinamismoda economia, o surgimento de novos ramosprofissionais e a transformação dos antigos.Com essas mudanças planejadas nos currí-culos, os alunos têm mais condições de sepreparar para um mercado de trabalho cadavez mais competitivo. Essa qualidade deensino se reflete em muitas facetas: umadelas, mais um motivo para comemorar, é osucesso dos nossos estudantes em prêmioscomo o Técnico Empreendedor, organizadopelo Sebrae, e no concurso Estudos de umBanheiro, promovido pela Deca.

Laura LaganáDiretora Superintendente

A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Reportagem e edição: Patrícia PatrícioReportagem: Fabio Berlinga e Luciene SoaresProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaCapa: Marta Almeida / Raul de AlbuquerqueJornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles,Fabio Berlinga e Gleise Santa ClaraDesigners: Jonathan Toledo e Marta AlmeidaBanco de Informações: Débora Souza e Mariana NogueiraSecretário de Redação: Raul de Albuquerque

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo , SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Premier Gráfica – Tiragem: 8.500 exemplares

Em r

espe

ito a

o am

bien

te, e

sta

publ

icaç

ão fo

i im

pres

sa e

m p

apel

rec

icla

do.

RápidasEditorial

Jordan Santos Pereira, aluno daEscola Técnica de São Paulo, a Etesp,passou em primeiro lugar entre 2.800candidatos que fizeram a prova paraestagiário de nível técnico, realizadopela Fundação de DesenvolvimentoAdministrativo (Fundap), vinculada àSecretaria de Gestão Pública do Estadode São Paulo. Jordan, 16 anos, no 2o anodo Ensino Médio e 2o módulo de

O primeiro da turma

Em re

spei

to a

o m

eio

ambi

ente

, est

a pu

blic

ação

foi i

mpr

essa

em

pap

el re

cicl

ado.

Raul

de

Alb

uque

rque

Com abertura do Quarteto deVioloncelo, o 3o Simpósio de Tecnologiade Tatuí reuniu alunos da Etec SallesGomes e da Fatec local, entre os dias6 e 10 de outubro. A Fatec organizou51 minicursos na área de automaçãoe 12 palestras sobre gestão; a Etec apre-sentou 65 minicursos em 12 diferentes

Alunos de Tatuíexibem projetos

áreas técnicas. Ocorreram ainda duasvisitas em empresas da cidade: uma àFundição Brasileira de Alumínio e outraà Yazaki, fabricante de fiação elétricapara automóveis. Todas as atividadesforam gratuitas. O evento encerrou-secom um espetáculo de teatro, Entre Céuse Terras, encenado por alunos da Etec.

Informática, já assumiu a vaga deestagiário na Secretaria do Emprego eRelações do Trabalho. Para o estudante,que nunca trabalhou, o estágio é umaoportunidade importante. O resultadosurpreendeu o aluno: “apesar de nãoter me preparado especialmente paraa prova, sabia que tinha ido bem – acer-tei 28 das 30 perguntas. Mas não espe-rava ficar em primeiro”.

Concurso DecaAlunos do curso técnico em Design de Interiores

de três Etecs ficaram na lista dos 30 melhores do país no13o “Concurso Deca Estudos de Um Banheiro”, que incentivanovos talentos. Foram selecionados entre170 trabalhos, vindos de 36 escolas doBrasil, competindo em três categorias:Residencial (Banheiro Senhor e Senhora),Público (Banheiro São Paulo Fashion Week)e Comercial (Banheiro Hotel Fazenda).

Alessandra Guerreiro Marcelino, 33,da Etec Vasco Antonio Venchiarutti (Jundiaí),e Andréia da Rocha, 24, da Etec GetúlioVargas (São Paulo) emplacaram dois pro-jetos diferentes para Hotel Fazenda, na Ca-tegoria Comercial. “É necessário empenhoe experiência para ficar entre os 30”, afirmaAlessandra. Outro estudante que garantiusucesso na categoria Público foi LeandroHenrique Moraes Brasil, 23, da Etec Fernando Prestes (Sorocaba).Ele criou uma proposta para o São Paulo Fashion Week. Saibamais acessando www.estudosdeumbanheiro.com.br

Acima, Alessandra;ao lado, Leandro e

Andréia

Foto

s: A

rqui

vo P

esso

al

Page 3: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

3

Marília: alimentos

Rápidas

Itapetininga

Entre os dias 6 e 10 de outubro,a Fatec Itapetininga realizou a 3a Semanade Tecnologia, com o tema “Agronegó-cios e Sustentabilidade”. As manhãs sedestinaram a workshops, que aborda-ram temas tão variados como agricultu-ra orgânica, fluxo contábil para o trigo,cana-de-açúcar e energia, sistemaagrosilvipastoril, gado de corte, citricul-tura, cafeicultura, culturas de pêssego,batata, banana, maracujá, girassol, caquie eucalipto, agricultura de precisão ecréditos de carbono. Durante as tardes,exibiram-se documentários e acontece-ram cursos sobre qualidade na agroin-dústria (com 50 vagas). As noites sevoltaram a palestras sobre o agronegó-cio brasileiro, o marketing para essa áreade atividade, as mudanças na relaçãoentre agricultor e natureza, o plantiodireto, a importância da observação daterra, a prospecção de novas tecnolo-gias, os títulos na Bolsa de Mercadoriase Futuros (BM&F) e o mercado futurorelativo ao setor. Participaram profissio-nais da Escola Superior de Agricultura

Luiz de Queiroz (Esalq), da UniversidadeEstadual Paulista (Unesp), da Universida-de Metodista de Piracicaba (Unimep) doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), da Universidade Federal de SãoCarlos (UFScar), além de empresas eassociações. As emissões de dióxido decarbono causadas pelo transporte dospalestrantes serão neutralizadas peloplantio de 100 árvores para a recomposi-ção da mata ciliar do Rio Itapetininga.

O III Simpósio de Tecnologia em Alimentos da Fatec Marília (FatecAL)reuniu especialistas, alunos e professores de 7 a 10 de outubro no Teatro Municipal.As palestras foram preparadas por pesquisadores da Unesp (Botucatu e Jabotica-bal), da Unilins e do Centro Paula Souza, além de profissionais do setor. Abordaramassuntos relacionados à indústria alimentícia – segurança alimentar, tratamentode efluentes e resíduos industriais, novas tendências de aromas, controle dequalidade na indústria sucroalcooleira, riscos decorrentes do consumo de leiteinformal e derivados artesanais, inovação no desenvolvimento de produtos enovas tendências no controle higiênico dos alimentos – esta, ministrada pelobiomédico Roberto Figueiredo, o “Dr. Bactéria”, conhecido por seu quadro noFantástico. Entre os cursos práticos, degustação de grãos de café, prática de barista(ministrado pelas especialistas Patrícia Osles e Bianca Pego Diocedo), fabricação dedrageados de açúcar (com a Maritucs Alimentos) e apreciação de vinhos (enófiloIdelson Roque de Castro e Professor Doutor Luis Fernando Santos Escouto).

discute agronegócio

em cartaz

Mais de 100 palestras

No 10o Congresso de Tecnologiada Fatec São Paulo, promovido de13 a 17 de outubro, houve mais deuma centena de palestras sobre tópicostão distintos como física de partículas,inteligência competitiva, energia solar,empreendedorismo, automação indus-

em São Paulotrial e controle de finanças. O Simpósiode Iniciação Científica e Tecnológica,concomitante ao congresso, dispôs177 trabalhos de alunos de 20 institui-ções de ensino. Em 15 de outubro,Dia do Professor, houve apresentaçãodo Coral do Centro Paula Souza.

Arq

uivo

Fat

ec M

aríli

a

O mês da tecnologia também contoucom semanas tecnológicas, minicursose exposições de trabalhos nas Fatecs deCarapicuíba, Guaratinguetá, Jaboticabal,Jaú, Ourinhos, Piracicaba (1o Semana deBioenergia Sucroalcooleira), São Bernardoe Sorocaba. E nas Etecs das seguintescidades: Leme (Semana do Empreende-dorismo), Mococa (7o Feira das Profis-sões), Mogi Mirim, Ribeirão Pires, SãoJoaquim da Barra, Taquarituba e Taubaté.

Outubro:mais eventos

André da Silva, aluno de Tecnologia de Alimentos,demonstra fabricação de drageados de açúcar

Page 4: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

4

Prêmio Sebrae

Alunos da Etec de Franca conquistam o segundo lugar no Prêmio Técnico Empreendedor,organizado pelo Sebrae, com ministérios da Educação e Agricultura

Uma quitandapremiada

A Etec Professor Carmelino CorrêaJúnior, de Franca, obteve o se-gundo lugar no tema Coopera-

tivismo do Prêmio Técnico Empreende-dor do Sebrae. O projeto – desenvolvi-do por professores e alunos de Agricul-tura e Pecuária e batizado de QuitandaEs´cológica – consiste na venda da pro-dução excedente de produtos orgâni-cos da unidade, aliada à ação educativae empreendedora para fortalecer aCooperativa-Escola e levar conscienti-zação e bem-estar à comunidade.

no qual se inscreveram 300 trabalhosde escolas técnicas e faculdades detecnologia de 184 unidades de todasas regiões do País, envolvendo 900 alu-nos. Os temas foram Cooperativismo,Inclusão Social e Tema Livre. Só 17 tra-balhos chegaram à etapa nacional,entre os quais o da Etec de Franca.

COLHENDO RESULTADOS

Segundo a diretora superintendentedo Centro Paula Souza, Laura Laganá,

o fato de ter uma representantepremiada já é uma grande con-quista na primeira participaçãode escolas técnicas paulistas noprêmio. Além disso, o aconteci-mento revela o retorno dos inves-timentos feitos nos últimos anosna recuperação dos cursos deAgricultura e de Pecuária.

“Nossas escolas agrícolastêm evoluído muito e já estamoscolhendo os primeiros resultados.Historicamente, essas escolaseram as que menos tinham infra-estrutura e condições de ensino.O Estado tem investido muito noensino agrícola porque é uma área

crucial para São Paulo”, destacou LauraLaganá. Ela acrescentou que a premia-ção tem um aspecto muito importantepara os demais alunos da Etec de Francae para as escolas agrícolas. “São alunosegressos de famílias com renda médiade três salários mínimos, que geralmen-te não tiveram grandes oportunidades.Um prêmio como esse coroa todo umprocesso e mostra que a educação

pode dar um futuro promissor”,analisou a diretora superintendente.

A avaliação de Laura Laganá coincidiucom o balanço feito pelo presidente doSebrae. Paulo Okamotto observou queos projetos agraciados servem de exem-plo não só para os demais docentes ealunos na produção de conhecimentocomo ajudam a consolidar a cultura docooperativismo e empreendedorismo.

Já o ministro interino da Agriculturadisse que um dos objetivos do concursoera divulgar as idéias postas em práticapelas escolas. Ao ratificar as palavrasdos colegas, o secretário do MEC GetúlioFerreira fez menção especial ao CentroPaula Souza – “uma das instituiçõesconstantemente premiadas”.

O segundo lugar foi muito come-morado pelos estudantes, em meio asessões intermináveis de fotografias.“Quando inscrevemos o projeto ele jáestava em andamento, mas quando foiselecionado colocamos ainda mais garra,a turma colocou todo o foco nessa ação.Só de chegarmos à etapa nacional jáfoi uma emoção muito grande”, come-morou Guilherme Sousa de Oliveira,18 anos, estudante de Agricultura.

A aluna de Pecuária Rayane Assis,17 anos, previu um crescimento doprojeto após a consagração em Brasília.Para ela, trata-se de uma conquista daescola e da comunidade. “Quando exi-bimos nosso projeto numa exposiçãoem Franca, nossos produtos orgânicoseram os maiores. O repolho era tãogrande que o pessoal não acreditava,porque produto orgânico tende a sermenorzinho”, brincou Rayane.

Arq

uivo

Ete

c Pr

ofes

sor C

arm

elin

o Co

rrêa

Jún

ior

Em 30 de setembro, a equiperecebeu o prêmio em Brasília, compresença do presidente do Sebraenacional, Paulo Okamotto, do ministrointerino da Agricultura, Silas Brasileiro,e do secretário substituto de EducaçãoProfissional e Tecnológica do Ministérioda Educação (MEC), Getúlio MarquesFerreira. O MEC e o Ministério da Agri-cultura foram parceiros do concurso,

Hortaliças e conservas orgânicas à venda pelos alunos

Page 5: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

5

utubro de 2008 ficará na história da inclusão digitalde alunos e professores do Centro Paula Souza e da redeestadual de ensino. O Governo do Estado firmou um acordo

com a Microsoft para promover a educação pública com apoio datecnologia da informação, que beneficiará quase 6 milhões dealunos, professores, diretores, coordenadores e dirigentes deensino dos níveis Fundamental, Médio, Técnico e Tecnológico.

Essa parceria inclui e-mail gratuito, acesso a novas tecnologiasdigitais, softwares de apoio pedagógico e informações sobreeducação e internet. “É mais um passo para consolidar a políticado governo estadual de ampliar o acesso e a utilização da informáti-ca em nosso sistema de ensino”, ressalta o governador José Serra.

O convênio não terá custo ao Estado, pois será financiado pelaMicrosoft. Os e-mails poderão ser

além de mais de 7 mil do CentroPaula Souza. “É uma ação importantenão apenas para o professor, mas parao Brasil. O maior desafio para o cresci-mento econômico do país é a qualida-de da educação”, afirma o governador.

Esse programa oferece duplavantagem aos docentes na aquisiçãode computadores: preço menor queo de mercado e parcelamento semjuros. O financiamento será feito pelaNossa Caixa, que investirá pelo menos

Acesso à internet

Etecs e Fatecs terão e-mails institucionais,capacitação pela Microsoft e financiamento para

laptops de professores em 24 vezes sem juros

Rede plugadaMAIS BENEFÍCIOS PARAO CENTRO PAULA SOUZA

Além de implantar a comunicação eletrônica, o acordo pre-vê outras vantagens para cerca de 160 mil pessoas, entre

alunos, ex-alunos e professores das Etecs e Fatecs no Estado:– Oferecer a 14 mil estudantes dos cursos de Tecnologia

da Informação, nos níveis médio e superior, o Programade Capacitação, o apoio aos cursos de extensão técnicapós-curso regular e os cursos de formação profissional.

– Dar treinamento a distância nos programasAluno Monitor e Desafio Digital.

– Premiar professores e alunos de Tecnologiada Informação e Educação Básica, por meio doPrêmio Professores Inovadores e da Imagine Cup.

O

R$ 15 milhões para subsidiaro juro zero aos educadores.

O pagamento do computa-dor será descontado em holerite(a partir do segundo mês seguin-te à adesão ao financiamento).E o valor poderá ser pago ematé 24 parcelas fixas mensais.“Serão prestações de R$ 64, valorinferior a 4% do menor saláriona Educação”, destaca Serra.

Para Laura Laganá, a ferramentatecnológica auxilia no desenvolvi-mento da educação. “O computa-

dor dará mais autonomia à prática do-cente. Além de preparar as aulas melhor,o professor terá à disposição recursosmultimídia para a sala de aula. Realizou-seum sonho: pela primeira vez os docentesdo Centro Paula Souza são contempla-dos em um programa como esse”.

O governo ainda conseguiucom a Microsoft a oferta do pacoteWindows Vista Home Basic e Office,além de dois softwares de apoio peda-gógico, inclusos no computador.

acessados de qualquer lugar, viawebmail. “Essa parceria viabilizarápara nossos alunos e docentes oacesso às mais modernas ferra-mentas na área de Tecnologia daInformação. O e-mail institucionalintensifica a comunicação entreestudantes e professores”, come-mora a diretora superintendentedo Paula Souza, Laura Laganá.

“Dar aos jovens acesso à tec-nologia é uma forma de transfor-mar a educação e melhorar asociedade”, avalia Steve Ballmer,presidente mundial da Microsoft.

COMPUTADOR BARATO E SEM JUROS

Outra novidade foi anunciadano Dia do Professor (15 de outubro):o programa Computador do Professor,uma ação conjunta das Secretarias doDesenvolvimento, da Educação e daFazenda, para financiar computadoresportáteis (laptops) aos cerca de 130 milprofessores efetivos da rede estadual,

Serra assina convênio com a Microsoft

Milton Michida

Page 6: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

6

NovidadesMatéria de capa

nos cursosEntre 2008 e 2009,novos cursos entre as dezenas de opções disponíveis nas Fatecs e Etecs.

Também houve mudança de nomes, para adequá-los ao Catálogo Nacional de Cursos

sociedade e a economia mudamrapidamente, e o Centro PaulaSouza segue essa dinâmica ao

adaptar, renomear (veja as alterações nosite www.centropaulasouza.sp.gov.br) e atémesmo criar currículos novinhos em fo-lha. Parte dessas mudanças ocorre paraatender às recomendações do CatálogoNacional de Cursos, do MEC. A seguir,você conhece os novos cursos ofereci-dos entre 2008 e 2009 nas Etecs e Fatecs.

NÍVEL TÉCNICO (ETECS)

Avicultura: os granjeiros de Bastossentiam falta de técnicos que operassemequipamentos sofisticados e soubessemcontrolar doenças. Em um convêniocom a prefeitura, assinado em julho de2008, criou-se uma classe descentraliza-da sob administração da Etec ProfessorEudécio Luiz Vicente, de Adamantina.

Cozinha: inédito no Centro PaulaSouza, começa em 2009 na Etec Carlosde Campos (no bairro do Brás, em SãoPaulo). “Discutimos a idéia várias vezesna escola, quando demos qualificaçãobásica de garçom. Com a motivação dogrupo de professores de Nutrição, quefizeram cursos na área de gastronomia,pudemos implantar o projeto”, diz odiretor da Etec, Nilton César Alves.

Higiene Dental: iniciou as ativida-des no primeiro semestre de 2008,a pedido da Faculdade de Medici-na da USP em Ribeirão Preto, quepercebeu a carência de técnicos naárea. “O campus disponibilizou aestrutura de equipamentos, o quefacilitou a instalação do curso”,conta Almério Melquíades deAraújo, coordenador de EnsinoTécnico do Centro Paula Souza.

Modelagem de Vestuário:a região do Brás, onde fica a EtecCarlos de Campos, é conhecidapelas confecções e atacadistasde roupas. Elas precisam de mo-delistas que saibam otimizar

os recursos num trabalho conjuntocom o estilista. Em parceria, a Coorde-nadoria de Ensino Técnico e os profes-sores da Etec montaram a gradecurricular, com início em 2009.

Produção de Cana-de-Açúcar:a partir de 2009 atenderá às demandasde usinas que não só industrializam,mas produzem a cana que moem, emmunicípios sucroalcooleiros: Andradina,Jales, Paraguaçu Paulista e Penápolis.

A

MAIS ALTERNATIVAS NAS ETECS

– Agente comunitário – apenas para agentes comunitários das prefeiturasde Praia Grande, São Paulo e Piracicaba, a partir de 2009.

– Agroecologia – desde o segundo semestre de 2008 em Taquarivaí,e a partir de 2009 também em Itapetininga e Presidente Venceslau.

– Industrial Madeireiro: desde o início de 2008 em Itapeva(reportagem na edição 6 desta revista).

– Redes de Computadores: desde o começo de 2008 em São José do Rio Pardo.

O curso técnico de Produção de Cana-de-Açúcarforma profissionais nas cidades voltadas ao setor

Gastão Guedes

Etec Bastos

No curso técnico de Avicultura, em Bastos, o alunoaprende a controlar as doenças das galinhas

Page 7: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

7

Serviços Imobiliários: elaborado em conjuntocom o Conselho Regional de Corretores de Imóveis(Creci), é um curso multidisciplinar que começa a serministrado em 2009 na Etec de Praia Grande. “Profes-sores dos cursos de marketing, legislação, construçãocivil, cada um colaborou com sua especialidade”,

cios. “Este será mais geral, conformeprevê o Catálogo Nacional de Cursos”,frisa Angelo Cortelazzo, coordenador deEnsino Superior do Centro Paula Souza.

Meio Ambiente e Recursos Hídricos:oferecido em Jaú desde agosto de 2008,o currículo deste curso leva em conta avocação da cidade, próxima à bacia doTietê. O programa aborda tratamentode esgoto e de águas pluviais, despolui-ção de rios, reflorestamento de mataciliar e proteção de nascentes, de formaa garantir água de qualidade paraconsumo humano e animal.

Radiologia: em 2009 realiza-se umsonho antigo de Botucatu, que contacom importante centro médico univer-sitário (vinculado à Unesp, parceira doCentro Paula Souza na elaboração do

currículo). A cidade carece deprofissionais que saibam ma-nusear e entender os recursosde aparelhos como ultra-som,tomógrafo e raio-X. “O refina-mento na análise dos dadosé extremamente importantepara contribuir com os mé-dicos na elaboração do laudo

técnico”, observa Angelo Cortelazzo.Secretariado: difere do antigo curso

de Automação de Escritórios e Secreta-riado. A partir de 2009, haverá grandeconcentração nas aulas de idiomas.Além disso, ensinam-se noções deRH e administração, em duas unidades:Itaquaquecetuba e São Caetano do Sul.

Sistemas Aeronáuticos – Mecânicae Manutenção ou Manufatura: os doiscursos (Manutenção e Manufatura) ofe-recidos a partir de 2009 em São Josédos Campos atendem ao pedido daEmbraer, que colaborou na elaboraçãodo currículo. Cortelazzo anima-se:“A expectativa é que o profissional sejabastante valorizado e absorvido, devidoà demanda gerada pelos contratosinternacionais da Embraer”.

Três Fatecs têm curso deBioenergia Sucroalcooleira

Gas

tão

Gue

des

Maí

ra S

oare

s

Motores de aeronaves não serãomistério para os futuros alunos deSistemas Aeronáuticos, que começaem 2009 em São José dos Campos

OUTRAS OPÇÕES NAS FATECS

– Análise e Desenvolvimento de Sistemas: substitui Processamentode Dados. Desde o primeiro semestre de 2008, em Santos,São Paulo (Bom Retiro), Presidente Prudente e Sorocaba.

– Comércio Exterior: a partir de 2009 na Fatec de Praia Grande.– Gestão do Agronegócio: desde agosto de 2008 em Botucatu.– Logística Aeroportuária: criado no segundo semestre de 2008,

em Guarulhos (ver reportagem publicada na edição 7 desta revista).– Materiais – Ênfases em Materiais Poliméricos, Cerâmicos ou

Metálicos: desde o início de 2008, em São Paulo (Bom Retiro).– Silvicultura: leia reportagem na página 12.

diz Soely Faria Martins,do Laboratório de Currículodo Centro Paula Souza.

Turismo Receptivo: a EtecFrancisco Garcia, de Mococa,sugeriu mesclar os conteúdosde turismo e hotelaria, paraque o profissional esteja pre-parado para receber visitantesem hotéis, restaurantes eeventos. Essa experiênciapedagógica apresentadaao Ministério da Educação(MEC) também aconteceem Americana e no Guarujá,desde o segundo semestre de 2008.

NÍVEL SUPERIOR (FATECS)

Bioenergia Sucroalcooleira: gesta-do em Araçatuba numa iniciativa devários parceiros: Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz (Esalq) dePiracicaba, Unesp de Jaboticabal e ascoordenadorias de Ensino Técnico eSuperior do Centro Paula Souza. Desdeo primeiro semestre de 2008, nas trêscidades citadas busca formar profissio-nais que atuem na expansão crescentedos combustíveis limpos.

Eventos: começa em 2009 emJundiaí e diferencia-se do existenteem São Paulo, focado em empreendi-mentos turísticos e eventos em negó-

Page 8: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

8

Professora recebe diploma das mãos de Laura Laganá

Formação Pedagógica

rofessores se transformaramem alunos durante o ProgramaEspecial de Formação Pedagógica

para as Disciplinas do Ensino Profissio-nal Técnico, o antigo Esquema 1,ministrado pelo Centro Paula Souza,entre setembro de 2007 eagosto de 2008, para cercade 1.200 profissionais.

O objetivo do cursoé fornecer ao professorgraduado a licenciatura,titulação fundamental parao exercício do magistério.Com duração de 540horas/aula, a qualificaçãoocorreu em São Paulo eem 13 cidades do interiordo Estado. Mais do queadequar a formação àlegislação, o Programade Formação Pedagógicaqualifica e valoriza oprofessor no mercado detrabalho. “De uma maneira geral, agregavalor ao currículo e facilita muito nacontinuidade da carreira”, afirma HélioPessolato, que fez o curso em Sorocabae leciona na Etec de São Roque.

A formação pedagógica tambémé fundamental na busca constantedo aperfeiçoamento da qualidade doensino adotado nas Etecs, no momentoem que a instituição passa pelo maiorprocesso de expansão de sua história.“Foi uma troca de experiências muitorica. Esse contato entre docentes dediferentes unidades permitiu que idéiasbem-sucedidas se disseminassem.Outro aspecto importante é quando

Em sintonia com oensino de excelência

Programa de Formação Pedagógica com duração de um anoqualifica mais de 1.200 docentes de ensino técnico

P o professor volta ao banco escolar ese vê novamente como aluno. Ele acabarefletindo sobre a posição dos estudan-tes e revendo conceitos pedagógicos”,conta o coordenador do curso,Adhemar Batista Heméritas.

essenciais: “Descentralizamos asturmas para facilitar o deslocamentodos professores, diminuindo as despesase dificuldades com viagens. Além disso,editamos um livro para que houvesseuma uniformidade do conteúdo”.

FORMATURA

A cerimônia de formaturafoi realizada em setembro, noMemorial da América Latina,na Capital, e contou com apresença do governador JoséSerra, do vice-governador esecretário de Desenvolvimento,Alberto Goldman, e da diretorasuperintendente do CentroPaula Souza, Laura Laganá,entre outras autoridades.

O governador se referiuà qualificação como aliada doplano de expansão do ensinoprofissional, uma das priorida-

des do governo estadual. “Queremosampliar o sistema garantindo a excelên-cia do ensino, que é a meta da institui-ção. Tenho certeza de que esse cursovai contribuir para isso”.

Laura Laganá mencionou aimportância do programa para amelhora do desempenho dos profes-sores em sala de aula. “Assim comoatualizamos continuamente nossoscurrículos, é fundamental investir naformação dos docentes, porque a elescabe mais do que transmitir o conteúdoespecífico dos cursos: eles também têma missão de desenvolver competênciase valores éticos dos nossos alunos”.

Mariana Costa, que leciona nasEtecs de Itu e São Roque, confirma aevolução profissional: “O curso ajudoumuito a aperfeiçoar minha didática eminha metodologia de ensino. Esseaprimoramento teve reflexo decisivona maneira de conduzir uma aula”.

De acordo com Heméritas, esse foium dos programas mais democráticospara docentes organizado pelo CentroPaula Souza. Foram 1.226 alunos de83 Etecs, vindos de 56 municípios dife-rentes. As aulas foram ministradas por130 professores. Para alcançar essesnúmeros significativos e unificar ametodologia, duas ações foram

Raul

de

Alb

uque

rque

Page 9: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

9

Biodigestor

Com gás totalEm parceria com Embrapa e Firestone, projeto pioneiro de biodigestortransforma esgoto doméstico em energia limpa em Cabrália Paulista

eito de uma borracha especial,um “bexigão”, medindo 50 metrosde comprimento e 4 de largura,

recebe os dejetos dos 100 alunos quemoram na Etec Astor de Mattos Car-valho, de Cabrália Paulista, além dosresíduos produzidos pelos 50 suínos epor bovinos da granja. Esse equipamen-to, que transforma esgoto em gás car-bônico e metano, é o biodigestoranaeróbio, em funcionamentodesde o final de agosto.

O biodigestor tem capacidadepara produzir 130 kg de biogás e6.000 litros de biofertilizante por dia.Um dos gases produzidos no pro-cessamento das fezes, o metano,abastece fogões, aquece a granja e,com a instalação de um gerador,produzirá energia para a ilumina-ção externa. O biofertilizante adubao solo para produzir café, milho,alface e feijão. Foram investidoscerca de R$ 530 mil no projeto.

Já existem granjas de suínoscom biodigestor no Brasil. Usar esgotodoméstico é a grande novidade desteprojeto – que captou a atenção do pre-sidente mundial da Firestone BuildingProducts Company, Tom Walker; deseus representantes no Brasil, no Chile,no Peru e na República Dominicana;e de uma delegação de empresáriosjaponeses. A Embrapa desenvolveu atecnologia e a Firestone forneceu obiodigestor, feito de borracha especial.Outros aliados do Centro Paula Souzano projeto são a Ecosys (representanteda multinacional em Bauru) e a pre-feitura de Cabrália Paulista.

Trata-se também do primeirobiodigestor anaeróbio criado paraavaliar a viabilidade tecnológica dageração de energia a partir do esgotodoméstico. “A redução de coliformesno biofertilizante chegou a 99,99999%,ou seja, um altíssimo nível de eficiência.Havia preocupação quanto a contami-nações por causa do uso do esgoto

humano, mas obiodigestor estáfuncionando muitobem e é uma pro-posta válida paracomunidades de 200 a 300 pessoas”,conta Wilson Tadeu Lopes da Silva, daEmbrapa Instrumentação Agropecuária.

Segundo o pesquisador, o biogás(composto de dióxido de carbono,metano e outras substâncias) tambémapresentou qualidade boa, com quase60% de metano – gás que se transformaem energia (calor e eletricidade). “Os re-sultados superaram muito as expectati-vas”, comemora o pesquisador.

Essa tecnologia atende à proposta derealizar o tratamento básico de resíduosorgânicos e garantir a sustentabilidadede uma pequena comunidade rural, deaté 500 pessoas. Todo o esgoto orgânicogerado pelos 340 alunos da Etec seguepara tratamento no biodigestor. Alunosdo Ensino Médio, dos cursos técnicos emAgricultura e Informática, mais quatro

professores estão envolvidos como projeto. “Acompanhei desde aconstrução”, diz Jefferson HenriqueGraton, que concluiu Agriculturae agora faz o curso técnico deAçúcar e Álcool. Jefferson e seuscolegas medem semanalmenteo pH do biofertilizante, diariamen-te conferem a temperatura e

verificam a pressãodo gás no biodigestordia sim, dia não.“Espero que contebastante no currículo”,conta Jefferson.

Segundo Louren-ço Magnoni Júnior,diretor da Etec, oequipamento é umainiciativa importante

tanto para os estudantes quanto para asociedade. Além de promover o estudoda bioenergia, o projeto oferece apossibilidade de tratar esgoto domésti-co, reestruturar o saneamento básico esubstituir o adubo químico por bio-fertilizante na agricultura. E o resultadodesse trabalho se traduz em energialimpa, esgoto tratado, plantas maisviçosas e economia de R$ 2 mil reaismensais na conta de luz.

F

Patr

ícia

Pat

ricio

Div

ulga

ção

Arq

uivo

Ete

c As

tor d

e M

atto

s Ca

rval

ho

Page 10: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

10

Tais constatações revelam que aescola pode ditar os rumos e buscaracordos conforme sua conveniênciae não somente ser um elemento pas-sivo do processo de articulação social.Ao contrário, deve agir deliberadamen-te e identificar a vocação regionalno intuito deformar as aliançasestratégicas maisconvenientes parao desenvolvimento.

MARILUCIALVES MARTINO

é diretora da FatecGuarulhos

Artigo

lianças consistem em estraté-gias de interação e troca entrediversos agentes sociais, de

modo que possam apoiar-se reciproca-mente e realizar seus objetivos median-te a transformação e melhoria de suaspráticas. Essa perspectiva é particular-mente importante na educação, cujosbenefícios refletem na sociedade.Nesse sentido, indicamos os princípiosque definem o conceito de parceriaem sua dimensão atual: cooperação,complementaridade, convergênciade interesses, aprendizado mútuo ecompartilhamento de recursos.

O Centro Paula Souza expandesua atuação, atendendo às solicitaçõesdo mundo do trabalho e à realidade decada região. Busca uma sintonia com osetor produtivo, acompanha a evoluçãotecnológica e as mudanças na organi-zação do trabalho. Em conjunto comparceiros, amplia a oferta de educaçãoprofissional, sempre em consonânciacom as políticas produtivas do Estado.Nesse sentido, os acordos contribuempara promover a integração das políticase a articulação das ações de qualifica-ção social e profissional, somadas àsde geração de emprego e renda.

Parcerias naeducação

Além dos convênios que resultamem cursos – fruto de currículos construí-dos com fundações, sindicatos, empre-sas e prefeituras – e em classes descen-tralizadas, há aqueles cujo objetivo é apromoção de projetos sociais. Articula-dos com a comunidade local, muitosenvolvem universidades, associações enúcleos de assentamento. É o caso dosprogramas de Qualificação Básica, volta-dos a um público que encontra dificul-dades para conseguir uma vaga no mer-cado de trabalho e muitas vezes estáimpossibilitado de partilhar dos bense recursos oferecidos pela sociedade.

Muitas empresas voltam-se paraa educação, na tentativa de melhorar

doações de materiais e equipamentos,financiamentos e patrocínios; além deajudar na manutenção de projetospedagógicos da escola. Nessa perspec-tiva, a prática de parceria contribui coma escola no cumprimento de sua funçãosocial e aponta para uma revisão deseus procedimentos de gestão.

No âmbito das políticas sociais,o tema ganha força na medida em queas alianças podem proporcionar maioreficácia às instituições. No âmbitoexterno se sintonizam com açõesvoltadas para o desenvolvimento localsustentável, já que as estratégias empre-gadas amparam-se na vocação e nasparticularidades dos agentes regionais.

A

o desempenho de seus trabalhadores.Essas ações não se ligam diretamenteà melhoria da escola pública, mascontribuem para isso, pois, ao recebera formação em seu ambiente de tra-balho, o funcionário ganha motivaçãopara retomar os estudos.

De uma forma geral, as parceriasmodificam a gestão das unidadesescolares e resultam em: diminuiçãoda evasão; oferta de estágio e empregopara os alunos; valorização e atualiza-ção do corpo docente e discente;facilidade para a realização de visitastécnicas; desenvolvimento de projetosde conclusão de curso, permitindo aosalunos articularem teoria e prática;

Empresas, associações e prefeiturascontribuem com o Centro PaulaSouza na construção de cursos,

em programas de qualificação e emprojetos de desenvolvimento local

“Os acordos contribuem para promover a integração das políticase a articulação das ações de qualificação social e profissional”

profissional

Jona

than

Tol

edo

Page 11: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

11

Perfil

Álbumde família

Pai e filhos viram um futuro melhor nas Etecs e Fatecse conseguiram sucesso na sua empresa, em Sorocaba

os 17 anos, Walmir Foglieneterminou o Ensino Técnicoem Taubaté e foi para Sorocaba

trabalhar na empresa do pai, que prestavaserviços de manutenção em máquinasda indústria de cimento. O ano era 1982e o negócio passava por dificuldades,com apenas dois funcionários.

Cheio de energia e expectativasquanto ao futuro, imaginou que umaformação superior poderia ajudá-lo areerguer o empreendimento da família.Foi aí que o Centro Paula Souza entrouna vida da família Fogliene: Walmir come-çou o curso superior de Tecnologia emMecânica – Modalidade Projetos, na Fa-culdade de Tecnologia (Fatec) Sorocaba.

Foram tempos difíceis em que eletentava conciliar o trabalho com o paie a vida acadêmica. “Demorei cerca dedez anos para terminar um curso de três.Apliquei os conhecimentos que adquirina Fatec na empresa e o negócio co-meçou a crescer. Tinha que viajar muitopara atender clientes e não conseguiaacompanhar a exigência dos profes-sores, que era muito grande”.

Mas Fogliene não desistiu.“Queria me formar na Fatec de qualquerjeito. Tive de prestar vestibular de novo,o que mostra o quanto eu era insisten-te. Poderia ter me matriculado em umafaculdade particular, mas não abriamão da qualidade que o curso estavame trazendo”, relembra.

O esforço deu resultado. Aos poucos,Walmir foi deixando de lado a manuten-ção e focou as atividades da empresaem sua área de formação, elaborandoprojetos e produzindo maquinário.

A Comprou a partedo pai no negócioe fundou a FoglieneInstalações Industriais.

Entre os produtosdesenvolvidos e co-mercializados estãotanques metálicosusados pelo setorpetrolífero, câmaraspara mergulho tam-bém utilizadas em hospitais, estruturasmetálicas, caldeiras, compressores dear e os mais diversos equipamentos in-dustriais. A empresa chegou a ter quase500 funcionários – hoje, com a moder-nização da produção e a terceirizaçãode alguns serviços, tem cerca de 25.Os clientes são de todo o Brasil. “Alémda qualidade técnica que o curso metrouxe, o diploma da Fatec dá muitacredibilidade ao profissional na horade buscar clientes”, avalia.

Walmir ampliou a formação,graduou-se engenheiro mecânico e fezpós-graduação em Gestão Empresarial.Mas ainda aposta nos talentos que be-beram na mesma fonte. “Sempre con-tratei, e ainda contrato, estagiários dasFatecs. Alguns deles foram efetivados eoutros saíram para gerenciar a produ-ção e os projetos de outras empresasde grande porte”, afirma.

Aposta tanto que incentivoudois de seus cinco filhos a seguirem omesmo caminho. “A iniciativa foi deles,não forcei ninguém a optar pela mesmacarreira que exerço. Mas incentivei por-que tinha certeza de que teriam boasperspectivas seguindo esse caminho”.

No entanto, os garotos começarammais cedo: Alexandre Fogliene, 23 anos,já está terminando o mesmo curso dopai. Antes ele fez Projetos de Mecânicana Escola Técnica (Etec) Fernando Pres-tes, de Sorocaba. “É uma formação muitoboa, focada na parte tecnológica e dáuma versatilidade muito grande parao profissional”, comenta Alexandre.

Outro filho, Walmir Fogliene Júnior,18 anos, se formou em Mecânica emoutra Etec da cidade, a Rubens de Fariae Souza. Está no segundo semestre deMecânica – Modalidade Processos deProdução na Fatec. “O curso é bastantepuxado, é preciso se dedicar muito.Mas a estrutura é ótima, me dá umabase boa para o trabalho”.

E adivinhe: ambos trabalham naFogliene Instalações Industriais. Alexan-dre é o responsável pelo departamentode projetos da empresa. Walmir Júnior,pelo de processos de produção.

“Fico me policiando todo o tempopara não levar assuntos de trabalhopara casa e vice-versa. Porém, é gratifi-cante sempre tê-los junto comigo e sededicando ao trabalho”, revela, cheio deorgulho, o pai da família de tecnólogos.

A formação de Walmir (acima)serviu de inspiração para

os filhos Alexandre (alto) eWalmir Júnior (ao lado)

Foto

s: A

rqui

vo P

esso

al

Page 12: Ano 2 – Número 8 – Novembro de 2008 www ......2020/06/08  · de 2008 até o primeiro semestre de 2009, foram criadas duas dezenas de cursos nas Etecs e Fatecs do Estado. A diversificação

12

Arranjos Produtivos

nde homem e natureza sejuntam na decisão de semprehonrar nossa gente e respeitar

nosso chão”. Se os alunos e professoresdo curso de Silvicultura procurassem umlema, poderiam recorrer aos versos docompositor Renato Teixeira. Com apenas10 meses de existência, o primeiro cursode Silvicultura da América Latina foiimplantado na cidade de Capão Bonito,distante 230 quilômetros da capital,e atende a 160 alunos da Fatec.

A necessidade de formar um quadroprofissional para suprir as demandas domercado da região semeou o projetoque frutificou em um curso tecnológicovoltado ao manejo sustentável de flo-restas. Uma das maiores produtoras demadeira para papel e celulose do país,a região sudoeste do Estado carecia deexpertise nesse setor. A partir da deman-da, o Centro Paula Souza – em parceriacom a Associação da Indústria Madei-reira de Capão Bonito (Assim ), a ONGInter-Rios e a Votorantim Celulose ePapel – estruturou o curso, de três anos.

FUTURO PROMISSOR

“Os cursos de Engenharia Florestal,Agronomia e Biologia se voltam para otrato com florestas. Vimos que faltavamnesse campo pessoas que dominassemtodo o processo produtivo da madeira,desde o plantio até a coleta. Decidimos,

então, investir nesse nicho”, explicao diretor da Fatec Capão Bonito,José Francisco de Souza.

Atraídos pela possibilidade de setornar profissionais disputados, muitosalunos que prestaram o último vesti-bular para Silvicultura vieram de outrosmunicípios e Estados, como Acre, Ron-dônia, Tocantins e Mato Grosso. É o casode Marcelo Maiani. Morador de BragançaPaulista, ele mudou-se para CapãoBonito quando foi aprovado. Além devislumbrar boas chances de emprego,o rapaz de 21 anos afirma que o seg-mento ambiental é promissor. “Pesquiseisobre o curso, me apaixonei pela gradecurricular e percebi que vou trabalharcom a profissão do futuro ligada à pre-servação ambiental”, comenta Maiani.

De olho nos profissionais quesairão da Fatec, algumas empresasda região firmaram convênios na buscade estagiários. “Temos menos de um anode curso e empresários nos procuramsemanalmente em busca de indicaçõespara estágio”, afirma o professor JoséFrancisco de Souza. “A Fatec CapãoBonito será um centro de excelênciae ajudará a incrementar as pesquisasna área. Temos um prazo curto e umademanda enorme para esse profissional.Sonhamos com o aperfeiçoamento dopólo madeireiro de São Paulo e do País epor isso o desenvolvimento de estudosna área será fundamental”, avalia o arqui-

teto Marcelo Sacco, representante daAssim, associação dos madeireiros locais.

REFERÊNCIA VERDE

Há tempos, o verde – mais quedominar a paisagem – transformou-seem referência para a região, que abrigaa primeira floresta plantada do País.Em sintonia com a realidade socio-econômica local, as futuras instalaçõesda faculdade de Capão Bonito serãotodas de madeira. Salas de aula, labora-tório, viveiro e auditório farão parte doprojeto que tem suas obras aceleradas.

Com uma grade curricular específicaque conta com disciplinas comobotânica, geologia e biologia celular,os futuros tecnólogos têm o ensinoatrelado à educação ambiental em aulasde segunda a sábado. Nessas ocasiões,são abordadas também as técnicasavançadas de produção de árvorescomo eucalipto e pinus.

O Brasil é hoje um dos maioresprodutores de madeira mundiais. Porisso, Capão Bonito e região pretendemconsolidar-se no ramo. Nesse projeto, aFatec já começou a fomentar a econo-mia local, gerando emprego e renda.

Os guardiõesda floresta

O“

Com curso inédito na América Latina, a Fatec de Capão Bonitoprepara profissionais especializados no ciclo produtivo da madeira

Ant

onio

Cru

z/A

Br

Manejando corretamente áreas reflorestadase a mata nativa, os alunos de Silviculturaajudam a manter a floresta de pé

Peter Fir

Arranjos Produtivos