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1 Revista do Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 www www www www www.centropaulasouza.sp.gov .centropaulasouza.sp.gov .centropaulasouza.sp.gov .centropaulasouza.sp.gov .centropaulasouza.sp.gov.br .br .br .br .br Instituição responsável pelas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais Planeta quente Estudante de Etec participa de expedição ao Pólo Norte pág. 8 Planeta quente Estudante de Etec participa de expedição ao Pólo Norte pág. 8 Boa safra Novos cursos na área de bioenergia sucro-alcooleira pág. 12 Boa safra Novos cursos na área de bioenergia sucro-alcooleira pág. 12 Avaliação das Fatecs Roberta Froncillo fala sobre melhoria do ensino e empregabilidade pág. 4 Avaliação das Fatecs Roberta Froncillo fala sobre melhoria do ensino e empregabilidade pág. 4 Da teoria à prática Alunos desenvolvem trabalhos de conclusão de curso de olho nas necessidades da comunidade pág. 6 e 7 Da teoria à prática Alunos desenvolvem trabalhos de conclusão de curso de olho nas necessidades da comunidade pág. 6 e 7

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Revista do

Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007Ano 1 - Número 4 - Dezembro de 2007 wwwwwwwwwwwwwww.centropaulasouza.sp.gov.centropaulasouza.sp.gov.centropaulasouza.sp.gov.centropaulasouza.sp.gov.centropaulasouza.sp.gov.br.br.br.br.br

Instituição responsávelpelas Escolas Técnicas(Etecs) e Faculdadesde Tecnologia (Fatecs)estaduais

Planetaquente

Estudante deEtec participa

de expedição aoPólo Norte

pág. 8

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Estudante deEtec participa

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Boa safraNovos cursos na

área de bioenergiasucro-alcooleira

pág. 12

Boa safraNovos cursos na

área de bioenergiasucro-alcooleira

pág. 12

Avaliaçãodas FatecsRoberta Froncillo

fala sobremelhoria do ensinoe empregabilidade

pág. 4

Avaliaçãodas FatecsRoberta Froncillo

fala sobremelhoria do ensinoe empregabilidade

pág. 4

Da teoria à práticaAlunos desenvolvem trabalhos de conclusão

de curso de olho nas necessidades da comunidadepág. 6 e 7

Da teoria à práticaAlunos desenvolvem trabalhos de conclusão

de curso de olho nas necessidades da comunidadepág. 6 e 7

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Foram cerca de dez mil estudantes inscri-tos e 143 premiados, mas quem brilhou na3a Olimpíada de Matemática, Física e Químicaforam as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs).Destaque entre os finalistas do primeiro ano do Ensino Médio, o jovem Fernando Soaresde Aguiar Neto, da Etec Paulino Botelho (São Carlos), obteve a melhor colocação geral naprova. Já Gabriel de Salles, Gian Morelato, Bruno Rogério e Pedro Doccusse ajudaram aelevar a Etec Philadelpho Gouvêa Netto (São José do Rio Preto), à categoria de destaquedo evento, com os dois primeiros lugares nas provas de segundo e terceiro anos. Criadapelo Centro Multidisciplinar para Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, a olimpíadaavaliou os conhecimentos em exatas de estudantes das três séries do Ensino Médio deescolas de todo o Estado. Os alunos com os melhores desempenhos foram premiados nodia 15 de setembro e ganharam pacotes de viagens e outros brindes.

Na ponta

Agosto foi um mês de programaçãointensa para os Ensinos Técnico e Tecnoló-gico. Entre os dias 2 e 5 do mês, aconteceua 5a Feira da Agricultura Familiar e do Tra-balho Rural (Agrifam), com a participaçãodas Etecs Orlando Quagliato (Santa Cruz doRio Pardo), Paulo Guerreiro Franco (VeraCruz), e Astor de Mattos Carvalho (CabráliaPaulista). Realizado em Agudos, o eventoteve um público estimado de 29 mil visi-tantes, totalizando R$ 14 milhões em ne-gócios fechados. A Etec de Cabrália fez su-cesso com seus alimentos defumados eseu biodigestor, um projeto que transforma esgoto em fertilizante e biogás, desenvolvidoem parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Vai ser o pri-meiro biodigestor do Brasil destinado ao esgoto doméstico”, comemora o professor Eduar-do Bianconcini Teixeira Mendes, do curso de Agricultura.

Negócio

Entre os dias 23 e 25 de outubro,a Etec Parque da Juventude (SãoPaulo) recebeu a primeira FeiraTecnológica promovida peloCentro Paula Souza. Foram apre-sentados 50 trabalhos abordan-do várias áreas da ciência. Teveespaço para divulgação de pro-jetos comercializáveis e ativida-des técnico-culturais envolvendoinstituições convidadas.

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O estudante Fernando, da Paulino Botelho,com o diretor Maurilo e familiares

Da esq. para a dir., os alunos premiados Bruno, Pedro, Gabriel e Gian, da Etec Philadelpho Gouvêa Netto

ERRATA: Com relação à matéria Arte também requer técnica, da edição número 3, página 8, Leandra Coutinho é coor-denadora do curso de Dança em Ipaussu. A coordenadora do curso de Música de Ourinhos é Daniele Montulege.

rápidaseditorial

Expansãocom qualidade

Neste segundo semestre, foram cria-das cinco escolas técnicas e três facul-dades de tecnologia, elevando para 138o número de Etecs e para 33 o de Fatecs.

Esse crescimento, no entanto, nãoconstitui uma simples expansão quan-titativa. Acontece de modo planejado,observando as vocações de cada re-gião, viabilizando as melhores opçõesde formação para variados setores pro-dutivos, sem descuidar do aprimora-mento do ensino.

É por conta desse padrão de quali-dade que o Centro Paula Souza tem sedestacado no cenário da educação pro-fissional. Seja ao atender com agilidadeas demandas de empresas, oferecendonovos cursos a cada vestibular ou ves-tibulinho. Seja investindo fortementeem atualizar currículos, equipar labora-tórios, firmar convênios de cooperaçãotécnica ou pedagógica.

Dois exemplos dessa bem-sucedi-da receita da instituição são mostradosnas próximas páginas desta edição.

Um deles é a exigência de Trabalhode Conclusão de Curso (TCC) nos cursostécnicos. Estimulados a aplicar seus co-nhecimentos, os estudantes se preparampara enfrentar o mundo do trabalho.

É com orgulho que registramostambém o reconhecimento de nossacompetência e potencial por empresasdo porte da Microsoft, que acaba de fir-mar um acordo de cooperação pormeio do qual milhares de alunos e pro-fessores terão acesso às mais atuais tec-nologias na área de informática.

Laura LaganáDiretora superintendente

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O Estado de São Paulo ganhou quatro novas Etecs e três Fatecs. Agora,são 138 escolas técnicas e 33 faculdades mantidas pelo Centro Paula Souza.Em agosto, o governador José Serra assinou os decretos de criação dasFatecs Guarulhos e São Caetano e das Etecs de Itaquera e de Diadema(São Paulo). Em setembro, foram criadas as Etecs de Ferraz de Vasconcelose de Sapopemba (São Paulo); além da Fatec Jales.

Com 200 alunos no curso de Informática, a escola de Itaquera vai im-plantar o Ensino Médio a partir de 2008. A Etec de Sapopemba, que hojetem três cursos, vai dobrar o número de vagas no primeiro semestre de2008, chegando a 240, com a implantação do curso técnico em Alimen-tos e de duas novas turmas para os cursos técnicos Assessoria Empresariale Informática. Em Diadema, hoje com três cursos, também haverá EnsinoMédio a partir do ano que vem. A Etec de Ferraz de Vasconcelos, que ofe-rece Administração, Informática, Logística e Segurança do Trabalho, é ou-tra que vai implantar o Médio em 2008

As novas Fatecs já começam bastante concorridas. No vestibular destesegundo semestre, que seguiu um calendário especial, o curso de Logísticae Transportes, na Fatec de Guarulhos, teve quase 15 candidatos por vaga

As caçulas da família

Era para ser uma simples aula de português, mas os alunos da segunda série da Etec Prefei-to Alberto Feres (Araras), a transformaram em uma aula de cidadania. Tudo começou quando aprofessora Rita de Cássia Curcio comentou sobre o desejo de montar uma biblioteca na escola.“Em poucos meses, conseguimos mais de 200 livros para iniciar nosso acervo”, explica Rita.

Não satisfeitos, os estudantes propuseram que a biblioteca fosse móvel e chegasse até aspessoas que não têm acesso à leitura. Agora, toda quarta-feira, das 7h às 9h30, um grupo decinco alunos se reveza para emprestar e recolher os livros do projeto Enquanto seu Ônibus nãoVem, uma biblioteca móvel montada no terminal de ônibus da cidade. Durante o tempo emque esperam sua condução, trabalhadores, crianças e idosos aproveitam para ler, jogar damasou simplesmente bater um papo com os alunos da escola.

“Além de ajudar os outros, acaba ajudando a gente também, que não tinha muito o hábitode ler”, elogia Guilherme Moreira Lizardo, 16, aluno de Mecatrônica e um dos integrantes doprojeto. Ele, que adorava ficar na internet conversando com os amigos, agora tem a oportuni-dade de mostrar suas habilidades no tabuleiro de xadrez e trocar experiências com gente de

várias faixas etárias. “O idoso é muito menosprezado. Aspessoas da minha idade esquecem que ele viveu maisque a gente e tem histórias para contar”, diz Guilherme.

Quando perguntado se todos que emprestam os livrosrealmente os devolvem, o estudante ri: “Sabe que a minhamãe perguntou a mesma coisa?” Segundo ele, a iniciati-va de montar uma biblioteca móvel tem sido muito bemrecebida pela população, que leva “a sério” o trabalho dosjovens. “Até agora, todos os livros emprestados foram de-volvidos”, comemora. Tomara que continue assim.

Mais quatro Etecs e três Fatecs foram criadas,até setembro, em continuidade

ao plano de expansão do governo do Estado

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O governador Serra, inaugura aFatec de Jales, que terá curso de Agronegócios

Estudante guarda oslivros na biblioteca

móvel, enquantojovens do Tiro de

Guerra se divertem noxadrez: convívio

acontece no terminalde ônibus da cidade

Leitura itinerante

para o período noturno. Em São Caetano do Sul, o cursode Análise de Sistemas e Tecnologia da Informação rece-beu mais de 500 inscritos para 200 vagas.

Para conhecer todos os cursos oferecidos pelas uni-dades administradas pelo Centro Paula Souza, consulteo site www.centropaulasouza.sp.gov.br

Arquivo Etec Prefeito Alberto Ferez (Araras)

Arquivo Etec Prefeito Alberto Ferez (Araras)

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O objetivo não é estabelecer concorrência; a comparaçãodeve ocorrer quando a instituição analisa seus próprios

dados e revê seus projetos de melhorias

entrevista

O DNA do

Coordenadora do Sistema de Avaliação Institucionalmostra resultados da pesquisa junto às Fatecs e

aponta as principais melhorias para os estudantes

“ aluno médio da Fatec é um ho-mem branco, entre 19 e 23 anos,que trabalha”. Só quem está à fren-

te de um minucioso banco de dados sobreo ensino técnico e tecnológico é capaz deuma afirmação dessas com tamanha pre-cisão. Coordenadora do Sistema de Avalia-ção Institucional (SAI) do Centro Paula Sou-za, Roberta Froncillo avalia anualmente to-das as Fatecs e Etecs. Em agosto, saíram osresultados dos questionários sobre asFatecs – que mostram quesitos como de-sempenho pedagógico, índices de titula-ção e trabalho docente, índice de produti-vidade, situação de egressos e relação es-cola-sociedade, entre outros. Nesta entre-vista, Roberta explica quais os critérios paraa avaliação das instituições e os ganhos paraalunos, pais, professores e comunidade.

O que as pesquisas do SAI identificam?Roberta Froncillo – Essas pesquisas bus-cam atender às aspirações da comunida-de. São vários itens que avaliam basica-mente três indicadores: processo, produ-to e benefício. Processo são as ações vol-tadas para a formação profissional do alu-no. Além do desempenho pedagógico eprofissional, essa área engloba aspectoscomo higiene e segurança, assiduidade,infra-estrutura e gestão, entre outros itens.O indicador de produto aponta a eficáciada instituição. Por exemplo, como está arelação candidato/vaga, quais os índicesde perda e de produtividade, qual é a situa-ção dos egressos e como anda a relaçãoentre a escola e a comunidade. O últimoindicador avaliado pelas pesquisas é o debenefício, que mostra o grau de satisfação,as expectativas e a avaliação do curso feitapor alunos e egressos.

Quais os resultados mais expressivos daúltima pesquisa?Roberta – Os resultados mais recentes sãoos da avaliação da Fatec, feita entre maio e

junho de 2007. Setenta por cento dos alu-nos responderam aos questionários, de umuniverso de 18.585 estudantes em 30 cur-sos diferentes. Entre os índices que mere-cem destaque, temos que 67% das Fatecsmelhoraram seu desempenho em relaçãoao ano anterior e 22% mantiveram o padrãode desempenho, contra apenas 11% queapresentaram queda de 11%.

O que mudou desde 1999, quando aavaliação começou?Roberta – Há três aspectos que melhora-ram muito, se olharmos o histórico. Noquesito higiene e segurança, por exemplo,a melhoria foi de 23,8% – era 50,5%, em1999, e passou para 74% em 2006. Em ges-tão, o índice subiu de 50,5% para 76,7%,um crescimento de 26,2%. O desempenho

pedagógico também melhorou, passandode 67,4% para 79%. Como trabalhamoscom ensino, chegar a 100% é uma utopia:basta um professor faltar ou um aluno re-petir o ano para o índice diminuir.

Qual é a melhor Fatec?Roberta – Não é possível aferir esse dado,porque a proposta não é de que as Fatecsconcorram umas com as outras. Como voucomparar a Fatec de Marília, que tem umano de funcionamento e 215 alunos, coma Fatec de São Paulo, que tem essa quanti-dade só de professores? A Fatec de Maríliaestá indo bem, a comunidade está felizcom o benefício, não há perdas de aluno.Sabe começo de namoro? Estão deslum-brados. Como vou comparar essa realida-de com a de uma Fatec muito maior oumais antiga? A comparação deve ocorrer

internamente, quando a instituição anali-sa seus próprios dados de anos anteriorese revê seus projetos de melhorias.

Você pode falar quais os cursos quemais empregam?Roberta – Ah, isso, sim. Há dois tipos decursos que mais empregam: os tradicionais,como Mecânica e Secretariado, e os queestão, digamos, na moda, caso dos cursosde Logística (89,7%), Informática para Ges-tão em Negócios (89%) ou Processos deProdução (97,1%). O Manutenção de Apa-relhos Hospitalares, por exemplo, tem100% de empregabilidade após um anoda conclusão do curso. Fora esses, há al-guns cursos recém-criados, que vão apa-recer só nas próximas pesquisas, como osde Plásticos ou Agronegócio.

Quem é o aluno da Fatec?Roberta – De acordo com a pesquisa maisrecente, de agosto, 66,2% dos alunos sãohomens, 72% brancos, 49% na faixa entre19 e 23 anos. A maioria já trabalha (65%) e29% já têm um curso técnico na área.

Como explicar esse perfil tão masculino?Roberta – É o tipo de curso que define operfil do estudante. Se os setores produ-tivos consultados apontam que determi-nada região comporta um curso de Me-cânica, Eletrônica ou Soldagem, só paracitar três dos mais procurados, é provávelque mais homens se interessem. Por outrolado, há cursos que têm muito mais mu-lheres: o curso de Alimentos, em Marília,tem 62,7% de mulheres. Em Americanaacontece algo semelhante com o cursotêxtil, que tem 57% de garotas.

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ORoberta Froncillo, coordenadora do SAI

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cultura

SAIBA MAIS

www.produtoresindependentes.zip.netwww.youtube.com/user/coelhodemoraesvideoswww.youtube.com/profile?user=coelhodemoraesdirect

C

gulos Amorosos”, baseada em texto do es-critor carioca Millôr Fernandes.

Além disso, os estudantes da FatecMococa estão envolvidos nas filmagens dolonga-metragem de “Os Pecados da Tribo”,obra de José J. Veiga que vem sendo adap-tada pelos alunos do teatro universitário.“Aqui, o aluno se expõe e experimenta suaestética, expadindo sentidos e sensações”,completa Coelho de Moraes.

Para Anelise Arruda da Gama, 20, alunade Informática para a Gestão de Negócios,fazer teatro tem sido uma experiência de

abrir os horizontes. “Estou amando o tea-tro, sempre gostei, e agora tenho a opor-tunidade de me envolver mais com essaarte”, conta a jovem. Anelise acha “impor-tantíssimo” que a população tenha acessoa espetáculos e outras atividades culturais:“É uma forma de mostrar que todos podemse envolver e buscar a cultura, essencialpara a formação e instrução de uma pes-soa, principalmente de adolescentes”.

DUPLA JORNADA – O envolvimento deAnelise com o teatro passa por uma boacapacidade de organização, para que elaconsiga freqüentar as aulas do curso de In-formática e participar dos ensaios das pe-ças. “Agora, estou no último semestre etenho poucas aulas”, explica ela, aliviada.

Além de todas essas atividades, desdeagosto, a Fatec Mococa tem um programana TV Direta, que vai ao ar toda quarta-fei-ra, às 18h30, com reprise no dia seguinte,pela manhã. É tanto evento cultural acon-tecendo simultaneamente que a arena dosrodeios corre o risco de ficar vazia.

idade de pouco mais de 65 mil ha-bitantes, até o início de 2007, Mo-coca era um lugar carente de uma

produção cultural que de fato contribuís-se para a formação de crianças e adoles-centes. “O que temos, como na maioria dascidades interioranas, é a cultura do even-to, com rodeios, concertos de grandes es-trelas, teatros e cinemas fechados”, criticao compositor e regente de orquestra Mar-co Antônio Coelho de Moraes, 51.

Cansado de encontrar sempre as mes-mas opções de lazer na cidade onde mora,ele resolveu procurar Diógenes Bosquetti,diretor da Fatec Mococa, para apresentar oprojeto de criação de um centro de ativida-des culturais, com “espaço para os talentosiniciantes da cidade”. Em março, nascia o Nú-cleo de Difusão e Produção Cultural da FatecMococa. “Temos um grupo de teatro uni-versitário, o TUF, um outro de cinema, reali-zando a pré-produção de um filme que con-tará a história de Mococa, e um coral aindamuito iniciante, mas que vai explorar reper-tório popular e MPB”, explica o regente.

De lá para cá, a agenda de Coelho deMoraes não deu trégua. A Temporada Cria-tiva – como ele chama os concursos e es-petáculos promovidos pelo núcleo – co-meçou em maio e já tem atividades pro-gramadas até março de 2008. Só para oconcurso de poesias, foram 500 trabalhosinscritos. “Era pra ser um concurso local, nomáximo regional, mas já nasceu nacional”,conta, o coordenador animado.

EM CARTAZ – As inscrições para os con-cursos de contos curtos, teatro e curtas-metragens encerraram em outubro. Àsterças-feiras, alunos e integrantes da co-munidade podem assistir a filmes clássi-cos dos anos 70, selecionados para exibi-ção na Agenda CineClube. Também teveentrada gratuita as apresentações do Gru-po de Teatro da Eletrô, que entrou em car-taz, dia 27 de outubro, com a peça “Triân-

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Cartaz da peça “Triângulos Amorosos” ealunos fazem ensaio e teste de figurinos para

uma das peças da Temporada Criativa

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Teatro, cinema, música, contos, poesia:Fatec Mococa cria núcleo de difusão e abre roteiro cultural

para que alunos descubram seus talentos

Um grandeelenco

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TCC

De olho naqualidade

Alunas da Vasco Antônio Venchiaruttidão os últimos retoques na pinturada brinquedoteca: reforma foi o TCCde turmas de dois cursos diferentes

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Quem entra na brinque-doteca da escola muni-cipal Glória da Silva Ro-

cha Genovese e vê as crianças sedivertindo com blocos de mon-tar, bonecas e outros brinquedos,mal imagina a trabalheira que ti-veram os alunos dos cursos deDesign de Interiores e de Edifi-cações, da Etec Vasco AntônioVenchiarutti (Jundiaí). Onde ha-via um barracão caindo aos pe-daços, agora existe um prédioreformado, com revestimento episos novinhos, muitos brinque-dos e livros educativos e paredescom cheiro de tinta nova, cober-tas de desenhos lúdicos.

Estudantes do curso de De-sign de Interiores tiveram a idéiade reformar a creche em parce-ria com a prefeitura. Depois defazer um levantamento de tudoo que seria preciso mudar no lo-cal, logo perceberam que nãoconseguiriam dar conta do traba-lho sozinhos. Então, os alunos deEdificações foram convidados aparticipar do projeto e as obrascomeçaram. Enquanto um grupodesenhava e executava o proje-to dos móveis que comporiam onovo espaço, outro ficou encar-regado de buscar apoio da ini-ciativa privada, conseguindo boaparte do material de construçãoe de acabamento utilizados na

Implantação do Trabalho deConclusão de Curso em sete

habilitações estimula formandosa desenvolver projetos de

relevância profissional

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Além de beneficiar a comunidade,os projetos desenvolvidos como TCC

podem também trazer melhoriaspara a própria escola

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obra. Alguns estudantes iniciaram umacampanha para arrecadação de brinque-dos, mobilizando colaboradores na escolae na comunidade. Todas as etapas do pro-cesso foram fotografadas e documentadase, ao cabo de alguns meses, o memorialdescritivo trazia detalhes da obra: objeti-vos propostos e alcançados, justificativas,até mesmo o apelo social do projeto.

“É a segunda brinquedoteca que osalunos reformam na cidade”, conta, orgu-lhoso, Mauro Gut, diretor da Etec. Só nareforma da primeira, entregue em 2006,foram 35 patrocinadores. Neste ano, aentrega do prédio teve até placa come-morativa, com o nome de todos os alu-nos – que transformaram a reforma dasinstalações em um Trabalho de Conclu-são de Curso (TCC) coletivo.

Além de beneficiar a comunidade, osprojetos desenvolvidos como TCC podemtambém atender às demandas da própriaescola. É o que acontece na Etec JorgeStreet (São Caetano), entidade que im-plantou o TCC há quase dez anos. Em2006, pifou um dos tornos usados pelosalunos de Mecânica e de Eletrônica. Porse tratar de um maquinário útil e de pre-ço elevado, um grupo de estudantes deMecânica resolveu trans-formar em TCC a manu-tenção do equipamento.“Toda escola sempretem algum equipamen-to que precisa de con-serto e, em alguns casos,isso é relativamentecaro”, pondera SabrinaRodero Ferreira Gomes,diretora da Jorge Street.Com o TCC dos alunos, aescola conseguiu eco-nomizar entre 60% e 70% do custo da ma-nutenção do torno, caso o trabalho fosserealizado por outros profissionais.

“As escolas acham muito complicadofazer projetos na área de Mecânica, porquecostumam ser robustos e dispendiosos.Elas se esquecem de que o aluno podetrabalhar seu TCC dentro da realidade daprópria unidade”, diz Sabrina. Ela brinca eafirma que, na Jorge Street, não há umaporta ou portão que não tenha sido auto-matizado pelas turmas. “Todo mundo saiganhando: o estudante desenvolve os con-teúdos de sua habilitação, ajuda a escola eainda tem a possibilidade de chamar aatenção das empresas”, conclui.

O TCC vem sendo implantado experi-mentalmente, desde 2005, nas Etecs Ge-túlio Vargas (São Paulo), Bento Quirino(Campinas), Jorge Street (São Caetano),além da Vasco Antônio Venchiarutti (Jun-diaí). Como o projeto piloto foi um suces-

os cursos estejam preparados para recebero TCC em seu conteúdo programático.

“Para colocar no plano de curso, o TCCpassa pelo laboratório de currículo, umprocesso que leva um ano, no qual faze-mos reuniões mensais com especialistas

e representantes do se-tor produtivo”, explicaIvone Marchi Lainetti Ra-mos, da Coordenadoriade Ensino Técnico doCentro Paula Souza.

De acordo com Ivone,há muitas vantagens parao estudante que faz oTCC: “Por mais que o cur-so técnico seja atualizado,depois que o aluno se for-ma, se não se mantiveratualizado, vai acabar forado mercado de trabalho”.Ao motivar o aluno a bus-car seus próprios itinerá-rios de formação, o TCCestimula que ele “apren-da a aprender”.

Além disso, Ivone afir-ma que muitos projetosapresentados como TCC

Nas fotos: as criançasem frente à nova

fachada; portão comsistema automático

instalado pelosestudantes; e alunos

em frente ao torno

so em todas as escolas, a partir deste ano,passa a ser adotado por sete habilitações:Saneamento e Controle Ambiental, DesignGráfico, Marketing e Vendas, Mecânica,Design de Interiores, Telecomunicações eTurismo. Até o final do ano, outras 15 habi-litações também serão incluídas no proje-to, e, em 2009, a previsão é de que todos

têm “cara de negócio” e podem vir a sercomercializados de fato. “Os TCCs passampor bancas de validação, e delas participamespecialistas e empresários que são refe-rência na temática que o aluno escolheu;gente que pode ter interesse em colocar aexperiência em prática e desenvolver oprojeto do aluno”, explica Ivone.

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enas, neve e muito, muito frio – es-sas foram as primeiras lembrançasque a jovem Bárbara Jéssica Paes,

14, guardou de sua viagem a Pólo Norte:“Pena que não consegui ver nenhum ursopolar...” Escolhida entre 90 jovens de todoo país, ela integrou uma expedição inter-nacional à Noruega, uma iniciativa da TVcoreana KBS, em parceria com a TV Cultu-ra e emissoras públicas da Itália, França,Austrália, Japão, Bangladesh e Quênia.

ambiente

A verdadeinconveniente

Estudante da Etesp é única brasileira a ingressar em expediçãoque estudou os efeitos do aquecimento global no Pólo Norte

Bárbara representou o Brasil em expedição que investigou as conseqüências do aquecimento global

Entre o final de julho e o começo deagosto, Bárbara e onze estudantes de vá-rios países passaram nove dias em umacampamento de cientistas na pequenailha de Ny-Alesund, no Círculo Polar Árti-co. Para embarcar nessa aventura, ela tevede enfrentar uma rigorosa seleção, queavaliou conhecimentos sobre o meioambiente, habilidade frente às câmeras e,claro, fluência em inglês.

“Uma equipe da TV Cultura foi até mi-nha escola para fazer uma triagem dosalunos que se encaixassem nesse perfil”,conta Bárbara, estudante do Ensino Mé-dio na Escola Técnica Estadual de São Pau-

lo (Etesp), no bairro do Bom Retiro. “Fiztodo o Ensino Fundamental no mesmocolégio particular. Por isso, eu e meus paistivemos que pensar bem onde eu faria oEnsino Médio.” A escolha foi fácil, afinal, aEtesp sempre foi uma escola de destaquena capital, e há dois anos vem obtendobons desempenhos no Exame Nacionaldo Ensino Médio (Enem).

“No começo, fiquei com um pouco dereceio de mudar para uma escola públi-

ca. Depois, vi que os professores são óti-mos, o sistema de ensino é muito bom ehá muitas atividades extracurriculares,que ajudam os alunos a entender melhora matéria”, conta a estudante. É nessasatividades que Bárbara desperta a am-bientalista que há dentro dela. Com seuscolegas do primeiro ano do Ensino Mé-dio, ela já foi a Campos do Jordão (SP) fa-zer uma trilha ecológica, a um assenta-mento do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST) estudar plantioconsciente e ao Jardim Botânico conhe-cer de perto espécies em extinção – etudo isso só na disciplina de Biologia.

OBSERVAÇÃO IN LOCO – A expedição aoPólo Norte deixou Bárbara ainda mais preo-cupada com os impactos nocivos causa-dos pelos seres humanos ao ambiente.Ela pôde ver de perto como o aquecimen-to de apenas 1oC na temperatura da Terrapode causar o degelo de icebergs enor-mes ou ameaçar ecossistemas inteiros.“Pesquisamos o nível de carbono nos blo-cos de gelo. Dá para ver como as camadasmais antigas têm uma concentração decarbono maior do que as camadas atuais”,explica ela. Observação de pássaros, co-leta de plâncton e experiências com o solotambém fizeram parte do repertório deatividades do grupo de estudantes.

A viagem colocou Bárbara em conta-to com culturas e valores bem diferentesdos que ela conhecia: “Descobri que osadolescentes dos outros países passammuito mais tempo na escola do que osbrasileiros”. Para ela, se a educação fossevalorizada como deveria, os alunos nãoconsiderariam uma tortura passar um diatodo numa sala de aula. “Minha escola éminha segunda casa”, avalia.

De volta ao Brasil, ela trouxe váriasidéias de projetos para desenvolver juntoaos colegas de classe. Também já come-çou a colocar em prática algumas medi-das simples que, se replicadas, podem aju-dar a conter o aquecimento global e di-minuir a poluição. “Em casa, troquei aslâmpadas comuns pelas fluorescentes.Guardamos o lixo que pode ser recicladoe usamos a água de maneira consciente”,aponta. De todas as ações, a mais difícilde colocar em prática é diminuir a emis-são de gases poluentes no trajeto entresua casa e a escola. É que, apesar de mo-rar num bairro próximo, ela precisa atra-vessar a rodovia Dutra e a via expressaMarginal, para chegar ao colégio. “É meioperigoso, não dá para ir a pé. Vou de ôni-bus, mas compenso a emissão de gasesplantando árvores nativas”, conta. Isso éque é consciência ecológica.

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parceiros

Livre acesso

a manhã da sexta-feira, 21 de setembro, o Centro Paula Souza e a Microsoft Brasilselaram uma parceria histórica de cooperação: a empresa vai investir R$ 2 milhõesem um projeto que oferece software e materiais didáticos para as Faculdades de

Tecnologia (Fatecs) e para as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). O acordo prevê uma capa-citação em informática e web design para os professores, que, depois, trabalharão na inclu-são digital de mais de 20 mil alunos. A instituição terá, ainda, acesso aos programasMSDNAA, uma aliança acadêmica para uso educacional e de pesquisa.

Para se ter uma idéia da importância da parceria, se cada escola fosse adquirir essepacote de software oferecidos pela Microsoft, teria de desembolsar em torno de 500 dóla-res por escola. “Hoje, 97% dos profissionais de tecnologia e web design trabalham comferramentas Microsoft”, explica Douglas Hamilton de Oliveira, professor do Centro PaulaSouza responsável pelo projeto. Graças a esse convênio, o aluno ganha dois diferenciais:um na formação, outro, já no mercado de trabalho.

A cerimônia realizada para a assinatura dessa importante parceria aconteceu emsetembro, no Palácio dos Bandeirantes, e contou com a presença de Alberto Goldman,na época, governador em exercício do Estado de São Paulo, Laura Laganá, diretora supe-rintendente do Paula Souza, Michel Van der Belt, vice-presidente mundial para o setorpúblico da Microsoft, e Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil.

Michel Levy disse que só por meio da capacitação é possível diminuir as diferençasentre as economias e contribuir para o desenvolvimento sustentável dos países em cresci-mento: “A Microsoft tem um compromisso de longo prazo com o Brasil e a meta de tornara tecnologia cada vez mais acessível, disponível e relevante”.

“O acesso a essas novas tecnologias nos obriga a reformular nossas escolas. É impor-tante que o novo conhecimento adquirido transforme o que estamos fazendo dentro dasala de aula”, alertou Laura Laganá, durante a cerimônia. Em breve, Fatecs e Etecs terãotodo esse universo ao alcance de um clique.

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Parceria com a Microsoft vai colocar alunos em contatocom software de ponta nas áreas de tecnologia e web design

les têm entre 20 e 60 anos, a maio-ria não concluiu o ensino médio etodos estão fora do mercado for-

mal de trabalho. É para atender a esse pú-blico que a Secretaria do Emprego e Re-lações do Trabalho do Estado de São Pau-lo (SERT) assinou uma parceria com oCentro Paula Souza. Ao todo, 28 Fatecs eEtecs vão receber os participantes doPrograma Emergencial de Auxílio-De-semprego – Frentes de Trabalho.

Ainda em fase piloto, o projeto visacapacitar 14 mil trabalhadores da capitale Grande São Paulo, em 11 cursos de for-mação de autônomos, como artesanatoe eletricista, e 13 áreas com possibilida-de de emprego formal, caso de informá-tica e telemarketing, entre outros. Os par-ticipantes recebem uma bolsa de R$ 210,além de seguro de vida e verba para ali-mentação e transporte.

Na Etec Parque da Juventude (SãoPaulo), uma das primeiras a começar acapacitação, 15 turmas estão em ativi-dade. “O aluno busca qualificação, porisso, discutimos muito o saber se apre-sentar”, explica Yara Graciano Oliveirados Reis, diretora de serviço da Etec. Nasprimeiras 50 horas, os bolsistas recebemconceitos gerais, como cidadania e se-gurança no trabalho. Depois, outras 150horas tratam de conhecimentos espe-cíficos da área escolhida. “Esses alunosestão fora da escola há muitos anos. Sefosse por iniciativa própria, talvez elesnão tivessem vindo”, diz Yara.

O projeto Frentes de Trabalho temum investimento total de R$ 4,8 milhões.De acordo com o secretário do Empre-go e Relações do Trabalho, GuilhermeAfif, o Paula Souza será o único respon-sável pela formação dos bolsistas, traba-lho que antes era desempenhado pororganizações não governamentais(ONGs). “Esse filtro é fundamental paraque possamos garantir uma boa qualifi-cação”, completa Afif.

Da esquerda para a direita: Laura Laganá, Alberto Goldman, Michel Levy e Michel Van der Belt

Frentes de Trabalhovão capacitar 14 mil

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formaçãocontinuada

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Novohorizonte

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opinião

Expandir é

A democratização do acessoao ensino superior se dará

por meio do ensino tecnológico

precisoMatéria veiculada recentemente

pelo jornal Folha de S. Paulo apon-ta que o Brasil está importando en-

genheiros por não encontrar mão-de-obraespecializada ou em quantidade suficien-te para atender às necessidades das em-presas nacionais. O artigo segue mostran-do que, segundo o Conselho Federal deEngenharia, Arquitetura e Agronomia(Confea), órgão que concede autorizaçãoa engenheiros estrangeiros para exercerema profissão no Brasil, os pedidos de autori-zação passaram de 34, em 2005, para 79no ano passado. O crescimento é de 132%.

Segundo Marcos Túlio de Melo, presi-dente do Confea, o período de estagnaçãovivido pelo Brasil nos últimos 20 anos é oresponsável por essa situação, pois a estru-tura de engenharia, reconhecida interna-cionalmente, foi desmontada pelo fato deo país ficar tanto tempo sem crescer. Fal-tam engenheiros, tecnólogos e técnicos deengenharia no país. Vinte mil engenheirossão formados anualmente pelas universi-dades brasileiras, enquanto a Coréia do Sul,

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Yolanda Silvestre

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com população equivalente a um terçoda brasileira, gradua 80 mil por ano.

De acordo com o MEC, em 2005, oBrasil formou 1.114 doutores em enge-nharia, de um total de 8.989 titulados nomesmo ano. Terá de formar pelo menos4 mil, em 2010. O número de doutoresna área é insuficiente para atender às ne-cessidades. A demanda é manifestadapor diversas empresas à Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní-vel Superior (Capes), e se estende a todopessoal técnico de nível médio.

Além de ser insuficiente a oferta deprofissionais específicos em diversasáreas, há também um déficit de profes-sores, particularmente no Ensino Médio.No caso da Física, são necessários 55 milprofessores dessa matéria: segundo oMinistério da Educação (MEC), entre1990 e 2001, as faculdades só formaram7.216 licenciados na área. A situação éapenas um pouco menos grave em Quí-mica, Biologia e Matemática.

palavras, significa que 30% dos estudan-tes não conseguiram uma vaga em umauniversidade gratuita e de qualidade.

Acredito que a democratização doacesso ao Ensino Superior se dará pormeio do Ensino Tecnológico. É necessá-rio graduar mais em educação superiortecnológica do que 1,9% do total de626.160 graduados da educação superior,como apontam dados de 2004.

UM POUCO DE HISTÓRIA – O EnsinoTécnico no Brasil tem início no 2o Impé-rio com a criação do “Instituto de Edu-candos Artífices”, para meninos, e o “Se-minário da Glória”, para meninas. Asduas instituições surgiram para abrigare dar instrução profissional às criançasórfãs ou abandonadas e tinham caráterassistencial. No Estado de São Paulo,com as transformações ocorridas no fi-nal do século 19 e a chegada de umgrande contingente de imigrantes, hou-ve forte impulso no surgimento de mui-

O Estado de São Paulo tem 24% detodas as instituições de ensino superiorbrasileiras e 27% das matrículas de níveluniversitário. Nele estão três das maioresuniversidades públicas do país – USP,Unesp e Unicamp –, que, juntas, somam148 mil alunos de graduação e pós-gra-duação e pouco mais de 8 mil mestres edoutores. Trata-se do Estado com um dosprincipais núcleos de competência emensino técnico e tecnológico, a cargo doCentro Estadual de Educação Tecnológi-ca Paula Souza, com 171 unidades, 118cursos e mais de 120 mil alunos. A des-peito de tudo isto, o número de conclu-intes no Ensino Médio propedêutico giraem torno de 500 mil alunos, e o de in-gressantes nas instituições de Ensino Su-perior não passa de 360 mil. Em poucas

durou por muito tempo – permitia queconhecimentos técnicos adquiridos naescola servissem, com pequenos ajustes,ao longo de toda a vida do trabalhador.Porém, a partir de meados dos anos 80,essa premissa mudou radicalmente emtodo mundo, com a revolução na tec-nologia industrial.

Os produtos e processos passarama ter uma obsolescência muito rápida,alterando radicalmente as demandasda sociedade sobre o setor educacio-nal, especialmente em relação à forma-ção profissional. O setor produtivo na-cional passou a depender ainda maisda qualificação e especialização de re-cursos humanos para o manejo de no-vas tecnologias determinantes da com-petitividade empresarial.

É nesse cenário que o Paula Souzavem empreendendo um forte plano deexpansão de suas unidades e oferta denovas vagas. Ao responder positivamen-te às demandas qualificadas para a am-pliação das vagas e unidades de ensino,o Paula Souza contribui para o aumentodo nível de satisfação social. A maneiramais eficiente de participar do desenvol-vimento econômico de nosso Estado.

YOLANDA SILVESTRE é formadaem Filosofia e pós-graduada em Filo-sofia da Educação pela Universidadede São Paulo. É presidente do Conse-lho Deliberativo do Centro Estadualde Educação Tecnológica Paula Sou-za e assessora da Secretaria de Desen-volvimento do Estado de São Paulo

tas indústrias, que ocuparam a mão-de-obra imigrante. No início do século 20,no entanto, eram necessários mais tra-balhadores para o mercado de trabalhoposto pela industrialização crescente.Com isso, em 1910, foram criadas as pri-meiras escolas oficiais de ensino profis-sional em nosso Estado, que tinhamcomo objetivo atingir um público cons-tituído pelos filhos dos trabalhadores queiam seguir a profissão de seus pais.

O número de escolas foi crescendo esurgiram algumas reformulações no en-sino profissionalizante. Em 1930, os cur-sos foram equiparados ao ensino secun-dário da educação acadêmica e procu-rou-se aproximar as escolas profissionaisdas necessidades do mercado de traba-lho. A realidade da época – e que per-

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O setor produtivo nacional passou a dependerainda mais da qualificação e especialização de

recursos humanos para o manejo denovas tecnologias determinantes da

competitividade empresarial

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uem mora em Araçatuba tem doisbons motivos para comemorar.Região notória por suas usinas de

açúcar, a cidade contabilizou um bom de-sempenho nas exportações das últimassafras: foram 10,5 milhões de toneladas decana-de-açúcar exportadas em 2006, qua-se dois milhões a mais que a safra ante-rior. A produção de açúcar cresceu 16%na última safra, colocando o Estado de SãoPaulo como responsável por 60% de todaa produção brasileira na área.

O segundo motivo de comemoraçãoé que a classe descentralizada de Araça-tuba se tornou uma Escola Técnica, ga-nhando autonomia administrativa Esta-dual (Etec). A unidade continuará a minis-trar o curso técnico em Análise e Produ-ção de Açúcar e Álcool. O que contribuiupara essa mudança foi a expansão dessemercado, que vive uma busca constantepor profissionais especializados, com co-nhecimentos de gestão e processos.

O curso nasceu em 2001, de uma par-ceria entre o Centro Paula Souza e a Uniãodos Produtores de Bioenergia (Udop). A ins-tituição entrava com a expertise e a Udopbuscava uma usina interessada em ofere-cer aulas para os seus funcionários.

A união dos esforços resultou na elabo-ração de um curso de 1.600 horas, 800 de-las com atividades práticas, dentro das pró-prias usinas. “É uma forma de dar uma certacomodidade para esses funcionários, que,geralmente, trabalham o dia todo e assis-tem as aulas à noite”, explica Vanessa Olivieri,coordenadora de treinamento da Udop.

arranjos produtivos

Solo fértilCurso técnico em Análise e Produção de Açúcar

inaugura instalações da Etec de Araçatuba

Fotos: Acervo Única

Revista do Centro Paula Souza – publicação bimen-sal do Centro Estadual de Educação Tecnológica PaulaSouza, ligado à Secretaria de Desenvolvimento doEstado de São Paulo – Praça Coronel Fernando Pres-tes, 74 – Bom Retiro – São Paulo – SP – 01124.060 –Tel.: (11) 3327.3000www.centropaulasouza.sp.gov.brPresidente do Conselho Deliberativo: YolandaSilvetreDiretora Superintendente: Laura LaganáVice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

1. Cana-de-açúcar; 2. Maquinários das usinas utilizados na colheita da cana-de-açúcar;3. Cana-de-açúcar orgânica: cuidados com o ambiente fazem parte da grade curricular do curso

Q A parceria deu tão certo que, em seis anos,quatro turmas foram formadas, cada umacom cerca de 40 alunos – em novembro, seformaram os alunos da quinta turma.

PARA TODOS – Com uma procura cada vezmaior por essa formação, este ano, as aulasdeixaram de ser exclusivas dos funcionáriosdas usinas. O Paula Souza fez um Vestibuli-nho para atender à comunidade. “Já temos160 alunos, divididos em quatro turmas”,conta Antonio da Silva Nunes Neto, diretorda escola. Segundo Neto, a escola mudou,em agosto, para um prédio na área urbanada cidade: “Dentro da grade curricular, es-tão previstas visitas técnicas às usinas”.

O curso é o mesmo que os funcioná-rios das usinas tiveram. O aluno recebe no-ções de gestão, manutenção e operaçãode equipamentos, além de aprender infor-mática. “O objetivo é que ele atue em umausina ou em uma empresa de bioenergia.Por isso, também abordamos questões re-lacionadas à segurança”, diz Vanessa.

Como a demanda das usinas continuagrande para os profissionais com essa for-mação, em novembro começou mais umaclasse dentro da usina, tendo o mesmoconteúdo pedagógico das turmas da Etec.

Neto tem ainda mais uma boa notíciapara Araçatuba: no mesmo prédio da Etec,vai funcionar a Fatec de Araçatuba, comum curso de Tecnologia em Bioenergiasucroalcooleira. Mas por essa novidade apopulação terá de esperar mais um pou-quinho – a previsão de implantação des-sa Fatec é para 2008.

Reportagem e edição: Carolina CostaGrupo de Comunicação Social (GCOM)[email protected] – Tel. : (11) 3327.3144Jornalistas: Áurea Lopes, Bárbara Ablas, Dirce HelenaSalles, Fábio Berlinga e Mariana Pereira (estagiária)Jornalista responsável: Áurea Lopes – MTB 11.518Arte: Marta M. M. de Almeida e Luciano SenhoriniSecretário de Redação: Raul de AlbuquerqueFoto da capa: Maíra SoaresCTP, impressão e acabamento: Imprensa Oficialdo Estado de São PauloTiragem: 7.800 exemplares

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