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1 Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável 1 a Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável Ensino sustentável Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa em expansão em expansão em expansão em expansão em expansão Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi fala das novidades fala das novidades fala das novidades fala das novidades fala das novidades na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pé quente Pé quente Pé quente Pé quente Pé quente Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa em expansão em expansão em expansão em expansão em expansão Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi Helena Peterossi fala das novidades fala das novidades fala das novidades fala das novidades fala das novidades na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação na pós-graduação Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pág. 9 Pé quente Pé quente Pé quente Pé quente Pé quente Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Cursos de Gestão da Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem Produção de Calçados atraem futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores futuros empreendedores Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO Emprego Emprego Emprego Emprego Emprego à vista à vista à vista à vista à vista Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade de egressos das de egressos das de egressos das de egressos das de egressos das Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Emprego Emprego Emprego Emprego Emprego à vista à vista à vista à vista à vista Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade Aumenta empregabilidade de egressos das de egressos das de egressos das de egressos das de egressos das Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Etecs e das Fatecs Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Ano 2 – Número 5 – Março de 2008 www.centropaulasouza.sp.gov.br Revista do 1 a Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais de alunos com causas ecológicas e sociais Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8 Págs. 6 a 8

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    Ensino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentável11111aaaaa Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromissode alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisPágs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8

    Ensino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentávelEnsino sustentável

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    Pé quentePé quentePé quentePé quentePé quenteCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedores Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12

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    Pé quentePé quentePé quentePé quentePé quenteCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daCursos de Gestão daProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemProdução de Calçados atraemfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedoresfuturos empreendedores Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12

    SECRETARIA DEDESENVOLVIMENTO

    EmpregoEmpregoEmpregoEmpregoEmpregoà vistaà vistaà vistaà vistaà vistaAumenta empregabilidadeAumenta empregabilidadeAumenta empregabilidadeAumenta empregabilidadeAumenta empregabilidadede egressos dasde egressos dasde egressos dasde egressos dasde egressos dasEtecs e das FatecsEtecs e das FatecsEtecs e das FatecsEtecs e das FatecsEtecs e das Fatecs Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4

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    Ano 2 – Número 5 – Março de 2008 www.centropaulasouza.sp.gov.br

    Revista do

    11111aaaaa Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromisso Feira Tecnológica destaca compromissode alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisde alunos com causas ecológicas e sociaisPágs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8Págs. 6 a 8

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    Conquistase desafios

    Obalanço de 2007contabilizouavanços importantes no crescimentodo Centro Paula Souza, que expandiu aoferta de ensino profissional com agilidade,acompanhando as estratégias traçadas pelaSecretaria de Desenvolvimento do Estadode São Paulo. Chegamos a 33 Fatecs e138 Etecs, trabalhando em parceria com osmunicípios para atingir a meta de 52 Fatecse 100 mil novas matrículas em Etecs até 2010.

    Por isso, comemoramos a aprovaçãodo aumento de 45% no orçamento dainstituição para 2008, reforço que nosajudará a dar conta do grande desafioproposto pelo governo paulista.

    Para além dos números, porém,o ano passado registrou alguns marcosna construção do nosso padrãode ensino de excelência.

    Realizamos a 1a Feira Tecnológicado Paula Souza, com trabalhos de estu-dantes que mostraram projetos inova-dores, uma vitrine dos profissionaispreparados por nossas escolas.

    Tivemos, ainda, o reconhecimentodo trabalho desenvolvido pelo Sistemade Avaliação Institucional (SAI), que foivencedor do Prêmio Mário Covas nacategoria Gestão de Recursos Humanos.

    Tudo isso nos enche de orgulho e nosmotiva a continuar fazendo nossa história nocaminho da educação pública de qualidade.

    Laura LaganáDiretora Superintendente

    RápidasEditorial

    A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

    Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

    Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvetreDiretora Superintendente: Laura Laganá

    Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

    Reportagem e edição: Carolina CostaReportagem: Amanda PolatoProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaFoto da capa: Maíra SoaresJornalista responsável: Áurea Lopes – MTB 11.518

    Grupo de Comunicação – GCOMJornalistas: Áurea Lopes, Bárbara Ablas,Dirce Helena Salles, Fábio BerlingaDesigners: Luciano Senhorini (site), Marta Almeida (arte)Estagiária: Mariana PereiraSecretário de Redação: Raul de Albuquerque

    Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, BomRetiro, São Paulo , SP , CEP 01124-060, Tel. (11) 3327-3144gcom@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Tarfic Gráfica – Tiragem: 7.800 exemplares

    Há muito que inclusão deixoude ser tabu e passou a fazer parteda vida de alunos, professores e fun-cionários de Escolas Técnicas (Etecs)e Faculdades de Tecnologia (Fatecs).Pensando nisso, o Centro Paula Souzaorganizou, no final de 2007, o SeminárioPerspectivas de Inclusão de Pessoas comNecessidades Especiais. Promovido pelaCoordenadoria de Ensino Técnico(Cetec), o evento reuniu especialistas

    Educação para todosem deficiência visual, mental e auditivapara um debate sobre práticas bem-sucedidas. Entre as instituições quecompartilharam suas experiênciasestavam algumas das maiores ONGsda área, como a Associação de Paise Amigos dos Excepcionais (Apae) ea Fundação Dorina Nowill para Cegos.O seminário foi uma de várias atividadesde inclusão que farão parte das açõesdo Paula Souza neste ano.

    Estudante do curso técnicoem Nutrição e Dietética da Etec Pro-fessor Pedro Leme Brisolla Sobrinho(Ipaussu), Willian José Dias comentaque, ao contrário do publicado nareportagem De Olho na Qualidade,da edição passada da revista, o Trabalhode Conclusão de Curso (TCC) existedesde 2003 naquela Etec. De fato,a exemplo de Ipaussu, várias escolas

    Quando o TCC começou?

    Alunos da Fatec deRio Preto criaram um chippara monitoramento do gadode corte. O precioso softwareé colocado sob a pele do animale armazena várias informações,entre elas peso, hábitos ealimentação, substituindo atradicional marcação no couro ouas argolas de identificação. “O chipé tão fácil de ser manuseado queos peões aprenderão rápido”, brincamos estudantes Marcelo Nagy, CarlosDoria, Eduardo Assis e Kelly Ito, docurso superior tecnológico de Informá-tica para a Gestão de Negócios.

    Direto do pasto ao chip

    já desenvolviam TCC antes de ele setornar um requisito obrigatório paraas escolas do Centro Paula Souza. Noentanto, essas iniciativas eram isoladas e,muitas vezes, desenvolvidas em cursosespecíficos e não por toda a escola.Como ação institucional do Paula Souza,os TCC só foram implantados depois doprojeto-piloto desenvolvido em 2005,conforme explicado na reportagem.

    O projeto ficou entre os dez finalistasdo 2o Desafio GV-Intel de Empreende-dorismo e Venture Capital, organizadopela Fundação Getúlio Vargas emparceria com a Intel.

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    Alunos da Fatec de Rio Preto em cerimônia do 2o DesafioGV-Intel de Empreendedorismo e Venture Capital

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    Empenhado em implantar o maisousado plano de democratização doensino público profissional da históriado Estado, o governo de São Paulocriou mais seis Fatecs, nos municípiosde Araçatuba, Capão Bonito, Itu,Jaboticabal, Piracicaba e Sertãozinho.Só neste primeiro semestre, foram ofe-recidas nessas unidades cerca de 500novas vagas. Agora, são 39 faculdadesde tecnologia do Centro Paula Souza.A meta é chegar a 52 unidades até 2010.

    Angelo Cortelazzo, da Assessoriade Assuntos de Educação Superior doCentro Paula Souza, explica a estratégiade expansão: “Queremos capilarizara rede para incluir mais pessoas no

    Longo alcance

    Sempre em busca de inovar eatender a demandas sociais e dossetores produtivos, o Paula Souza crianovos cursos nas Fatecs e Etecs. Nosvestibulinhos para o Ensino Técnicodo primeiro semestre de 2008, foramoferecidos quatro novos cursos técni-cos: Higiene Dental (Ribeirão Preto),Industrial Madeireiro (Itapeva), Produ-ção e Comercialização de Café (EspíritoSanto do Pinhal e Franca) e Redes deComputadores (São José do Rio Pardo).

    A opção mais procurada foi o cursotécnico em Enfermagem na Etec Carlosde Campos (São Paulo), com demandade 26,3 candidatos por vaga para operíodo da manhã. Em seguida vieram

    Seis novas Fatecs, todas no interior, elevam para39 o número de unidades; meta é chegar a 52 em dois anos

    Muitas opções

    ensino superior e atender àsdemandas do setor produtivo”.

    Em Sertãozinho, por exemplo, a vo-cação local é a indústria mecânica volta-da para usinas de açúcar e álcool. Por isso,a nova Fatec começa com o curso supe-rior de Tecnologia em Mecânica – Moda-lidade Soldagem. No vestibular, realiza-do em dezembro, o curso, no períodonoturno, teve 5,9 candidatos/vaga.

    Também com foco no setor, asfaculdades de Araçatuba, Jaboticabale Piracicaba ministram o curso superiortecnológico de Bioenergia Sucro-Alcooleira. Cada faculdade oferece 80vagas, 40 no turno da tarde e 40 à noite.O período noturno foi o mais procurado,

    Logística na extensão da Etec DonaEscolástica Rosa (Cubatão), com 20,8candidatos/vaga, e Segurança doTrabalho na Etec Dona Escolástica Rosa(Santos), com 20,3 candidatos/vaga.

    Nas Fatecs, os cursos inéditosforam Bioenergia Sucro-Alcooleira,nas novas unidades de Araçatuba,Jaboticabal e Piracicaba; e Silvicultura,na nova Fatec de Capão Bonito. EmSão Paulo foram criados os cursos deMateriais com ênfases em MateriaisPoliméricos, em Materiais Cerâmicose em Materiais Metálicos e Turismo eHospitalidade, com ênfases em Gestãode Empreendimentos Turísticos eem Eventos em Negócios.

    Etecs e Fatecs iniciam o ano com novos cursos e maior oferta de vagas

    Substituindo o curso de Proces-samento de Dados em São Paulo,surge o de Análise e Desenvolvimentode Sistemas (também oferecido emPresidente Prudente), o mais concor-rido do último vestibular, com 22,8candidatos por vaga para o períodonoturno e 17,7 para o matutino,ambos na capital paulista.

    Rápidas

    com 7,5 candidatos/vaga em Araçatuba,11,7 em Jaboticabal, e 9,5 em Piracicaba.

    Em Capão Bonito, cidade de45 mil habitantes, o período noturnodo curso de Tecnologia em Silviculturada nova Fatec chegou a 8 candidatos/vaga. Oferecendo o curso de Informá-tica, Modalidades Gestão Financeirae Gestão da Produção Industrial, Ituteve o vestibular mais tardio das novasunidades, em meados de fevereiro.

    “A concorrência nas novas Fatecsfoi acima da média, por causa de umademanda reprimida”, conta Angelo.“Isso reforça a tese da necessidade deexpansão do ensino superior públicocom novos cursos tecnológicos”, avalia.

    Alunos em usina de Araçatuba: uma das três Fatecsque oferecem o curso de Bioenergia Sucro-Alcooleira

    Gas

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    des

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    Mercado

    como se existissem dois mundosparalelos. Em um, vivem quase1,5 milhão de pessoas em busca

    de trabalho no Estado de São Paulo,sempre vencidas por candidatos maispreparados. Em outra dimensão, estãoos formandos do Centro Paula Souza,rapidamente absorvidos por ummercado em busca de profissionaiscom competências e habilidadesespecíficas, adquiridas em uma institui-ção que tem foco em formação profis-sional. Enquanto a taxa de empregabi-lidade do Estado é de 50% nessa faixaetária, a dos egressos das Etecs varia de74% a 78%; e a das Fatecs, entre 90%e 95%. Os números seriam ainda maisanimadores não fosse o fato de boa

    Há vagasAumentam os índices de empregabilidade dos egressos de Etecs e Fatecs

    E OS DEZ MAISSaiba quais são os cursostécnicos que mais empregamno Estado de São Paulo:• Administração• Contabilidade• Edificações• Eletromecânica• Eletroeletrônica• Eletrônica• Enfermagem• Informática• Mecânica• Segurança do Trabalho

    Fonte: SAI

    parte dos estudantes que conclui umcurso técnico preferir dar continuidadeaos estudos antes de procurar emprego.

    A cada novo levantamento dosíndices de empregabilidade feito peloSistema de Avaliação Institucional (SAI),os números crescem. “A vocação doPaula Souza é justamente oferecer ensi-no profissionalizante”, analisa RobertaFroncillo, coordenadora do SAI. “Quemprocura nossos cursos está de olho nomercado de trabalho”, completa ela.

    No mundo dos egressos deescolas técnicas (Etecs), mais de 83%têm carteira assinada e a remuneraçãomédia é de R$ 2.041 mensais – umaumento de 34% em relação aoperíodo imediatamente posterior

    Mercado de trabalhoabsorve rapidamente os

    egressos de Etecs e Fatecs

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    lunos da Etec Trajano Camargo,de Limeira, venceram a 6a FeiraBrasileira de Ciências e Engenha-

    ria, Criatividade e Inovação (Febrace) evão representar o Brasil na Feira Interna-cional de Ciências e Engenharia da Intel(Intel ISEF), nos Estados Unidos. O eventoreúne jovens de mais de 40 países.

    Com o projeto Reciclo, três estudantesdo curso técnico de Química desenvolve-ram o reaproveitamento de substânciasencontradas nas pilhas, como agentede pigmentação para cerâmicas.

    É a terceira vez que uma Etecganha o prêmio principal da competi-ção: na Febrace 2007, projeto realizadopor estudantes da Etec Getúlio Vargasfoi um dos vencedores. Antes, na ediçãode 2004, estudantes da Etec Polivalente,de Americana, foram para a Isef.

    Quinze projetos de oito Etecs foramfinalistas do evento. Além do Reciclo,seis deles foram premiados: Uma misturaexplosiva?, da Etec Polivalente, de Ameri-cana; Curtimento de peles de peixe para aconfecção de calçados e acessórios, daEtec Professor Carmelino Corrêa Júnior,de Franca; Fleck tira-manchas, Químicaambiente, da Etec Trajano Camargo;Controle para chuveiro elétrico, da EtecGuaracy Silveira, de São Paulo.

    A Febrace é uma das maiores feirasde ciência jovem no Brasil. Estudantes dosensinos Fundamental (8a série), Médio eTécnico de todo o país mostram seusconhecimentos e sua capacidade de criarprojetos inovadores e criativos nas áreasde Ciências e Engenharia. Nesta edição,foram apresentados 262 projetos.

    Jovensinventores

    Febrace

    Avaliação reconhecida

    Pela segunda vez, o Centro Paula Souza ganhou o Prêmio Mário Covasna categoria Gestão de Recursos Humanos. No final de 2007, o SAI foireconhecido como exemplo de prática em gestão pública. Criado em 1999,o sistema avalia dados de Etecs e Fatecs, colhendo informações entre alunos,pais, professores e egressos. Os dados são analisados e servem paradefinir estratégias e metas a serem seguidas pela instituição.

    Em 2006, o Prêmio MárioCovas reconheceu o Sistemade Auto-Avaliação para a Melho-ria da Qualidade da EducaçãoProfissional do Estado de SãoPaulo (Observatório Escolar),desenvolvido pela Coordenado-ria de Ensino Técnico (Cetec).

    à conclusão do curso, quandoos salários têm uma média de R$ 1.337mensais. Os dados englobam valorespesquisados entre 2000 e 2007.

    Os cursos com os índices deempregabilidade mais altos são Mecâ-nica, Contabilidade e Segurança doTrabalho (confira os dez mais no gráficona página ao lado). De acordo com osdados do SAI, a maior oferta de vagasestá na indústria (26,4%), seguida porserviços (20,7%) e comércio (14,8%).

    Trabalhador há 26 anos emuma fábrica de eixos para caminhão,Carlos Roberto Gregório, 44, sentia faltade aprofundar seus conhecimentostécnicos. “Eu tinha o emprego garantido,mas a empresa onde trabalho começoua estimular que os funcionários conti-nuassem os estudos”, recorda ele. Apesardo interesse crescente em estudar emuma escola do Paula Souza, Carlosnunca arranjava tempo. Até que, comempenho próprio e apoio da empresa,ele pôde fazer um curso técnico.

    Em 2006, Carlos concluiu o cursode Mecânica na Etec Professor Basilides

    de Godoy (São Paulo). Depois detantos anos trabalhando na serralheriada fábrica, hoje ele é coordenador deserviços. A fábrica passou por um grandeprocesso de terceirização na produção,reduzindo a quantidade de funcionáriosde cinco mil para pouco mais de mil.“Com o curso técnico, hoje produzomais do que quando tínhamos maisfuncionários”, afirma.

    GESTÃO PREMIADA – Agraciadocom o Prêmio Mário Covas (leia maisno quadro acima), o SAI passou aanalisar também a relação entre aadministração do Centro Paula Souzae suas escolas e faculdades por meiodo recém-criado Sistema de Avaliaçãoda Administração Central (SAAC).

    Com o SAAC e as avaliações dasEtecs e Fatecs já realizadas pelo SAI,todas as instâncias passarão por avalia-ção, do trabalho educacional desenvol-vido nas escolas com os alunos à própriaeficiência do sistema de gestão. “Vamosavaliar desde a superintendente aovigia do prédio”, explica Roberta.

    Marcos Monteiro, secretário adjunto de GestãoPública; Roberta Froncillo, do SAI; Laura Laganá,

    do Paula Souza; Sidney Beraldo, secretáriode Gestão Pública; e Alberto Goldman, vice-

    governador e secretário de Desenvolvimento

    Raul de Albuquerque

    A

    Raul de Albuquerque

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    A corrente

    as 160 páginas que ViníciusBertochi, 20, folheia, está umaempresa de produtos capilares

    prontinha para sair do papel. Resultadodo Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) apresentado na 1a Feira Tecnoló-gica (Feteps), promovida na Etec Parqueda Juventude (São Paulo), no final de2007 (leia mais no quadro ao lado),a BFG Cosméticos Ltda. pode não serainda uma empresa de fato, mas jánasce com um cuidado socioambientalautêntico. Desenvolvido com os colegasFernando Fantasia Lopes, 17, e WyverGodoi, 18, todos do curso de Admi-nistração da Etec Trajano Camargo(Limeira), o TCC tem uma clara preocu-pação ambiental. “Elaboramos o projetoseguindo todas as especificações dosestudos e relatórios de impacto ambien-tal e até fizemos uma previsão depatrocínio para uma ONG de combateao câncer aqui da região”, explicaVinícius, com pose de empresário.

    Casos de TCCs comprometidoscom questões sociais ou de meio am-biente, como o da BFG Cosméticos Ltda.,são cada vez mais freqüentes entre asfuturas empresas criadas por alunos deescolas técnicas da rede Paula Souza.Na Feteps, dos 51 projetos apresentadospor estudantes de todo o Estado,55% abordavam aspectos cidadãosou estavam alinhados com a causaecológica. De estudos sobre bullying edesnutrição a experimentos de utiliza-ção de agricultura orgânica na produ-ção de medicamentos homeopáticos

    Preocupados com problemasda atualidade, alunos aproveitamTCC para desenvolver projetosecológicos e sociais

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    Matéria de capaM

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    Leilian com as cascasde camarão usadas

    para produzir plástico

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    Vinícius (dir.), ao lado dos colegas Wyver e Fernando: empresa de cosméticos nas normas ambientais

    Aprimeira edição da Feira Tecnológica (Feteps) aconte-ceu na Etec Parque da Juventude (São Paulo) entre osdias 23 e 25 de outubro de 2007 e foi um sucesso. Partici-param 30 escolas e faculdades com quase 80 projetos.

    Depois de uma seleção feita pelos professores, osmelhores projetos participantes receberam troféus eprêmios em dinheiro. Entre os vencedores de Etecestão o braço mecânico, da Paulino Botelho (São Carlos);o dosador de líquidos, da Martin Luther King (São Paulo);a BFG Cosméticos, da Trajano Camargo (Limeira); aquímica da limpeza, da Martinho Di Ciero (Itu); e umaanálise de poliestireno expandido, da Etesp (São Paulo).

    Nas Fatecs, os premiados foram um software paraentrada de dados estatísticos e um trabalho de compu-tação gráfica, ambos desenvolvidos pela unidade deOurinhos, e uma campanha de marketing para grameirade pequeno porte, feita por alunos da faculdade deItapetininga. Na votação popular, o projeto de

    Mais de 50 projetos de Etecs e Fatecs foram apresentados

    ou confecção de uma máquina paraamassar latinhas, 28 projetos mostraramcomo os TCCs refletem o esforço emlidar com desafios atuais e concretos.

    “Calculamos a quantidadede gases do efeito estufa que umaempresa de ônibus de Franca emitee descobrimos que os 155 carros dafrota liberam 58 toneladas de dióxidode carbono na atmosfera, anualmente”,

    do bem

    Raul

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    Uma vitrine de boas idéiasprodução de plástico a partir de cascas de camarãofoi destaque na opinião dos visitantes.

    Este ano, o Centro Paula Souza já está estudandocomo será a segunda edição da Feteps, que deveacontecer, provavelmente, em outubro.

    Caro

    lina

    Cost

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    comenta Marcelo Colombari, 26, alunodo curso técnico em meio ambiente,da Etec Professor Carmelino CorreiaJúnior (Franca). “Para zerar essa emissãode poluentes, é necessário o plantiode 288 árvores, então, optamos porespécies nativas da região”, completaele, que desenvolveu o TCC junto comDaniela de Prá e Luciana Silva Radesca.

    PLÁSTICO DE CAMARÃO – É na-tural que alunos de uma turma de meioambiente escolhessem uma aborda-gem “verde” na hora de definir o temado TCC. Mas uma olhada atenta aosestandes da Feteps mostra que concei-tos como aquecimento global, recicla-gem e manejo sustentável aparecemcomo o foco mesmo em cursos quenão são diretamente ligados à área.

    Foi o que aconteceu no TCC deuma turma de química, da Etec deRibeirão Pires. A intenção dos estudan-tes Leilian Cristine de Oliveira Caetite,18, Luana Lima, 18, Filipe Candeleiro, 18,Mariane da Silva, 17, e Walter José doCarmo, 18, foi aliar o trabalho de con-clusão a algo que fosse “benéfico aomeio ambiente”. Um dos integrantesdo grupo leu em uma revista que acasca do camarão poderia ser usadano tratamento de afluentes e foi comesse foco que eles começaram aestudar mais sobre esse crustáceo,tão popular no litoral brasileiro.

    “Descobrimos que o camarão temuma substância, a quitina, que podeser transformada em polímero, justa-mente a matéria-prima das sacolinhasde supermercado”, conta Leilian, entu-

    Matéria de capa

    Na foto acima, Marcelo e oprojeto de carbono, ao lado,Guilherme, Paloma e Felipecom o amassador de latas

    siasmada. Por vários dias, os estudantesfreqüentaram feiras e supermercadosatrás das cascas de camarão – por seubaixo valor comercial, as cascas costu-mam ser simplesmente descartadaspelos vendedores. “Ficamos cheirandoa camarão não só na época de coletar ascascas mas em toda a produção do TCC.Até a escola cheirava a camarão!”, brincaWalter. De olho na viabilidade comercialdo projeto, ele deu continuidade aosestudos em química e hoje cursaProdução de Plásticos na Fatec de Mauá.

    O processo desenvolvido por Waltere seus colegas ainda é bastante demora-do, mas os estudantes contaram com

    total apoio da direçãoda escola, que, entremuitos incentivos, forne-ceu reagentes, solventese todos os equipamentosnecessários. Leilian explicaque seu grupo teve deadaptar muitas coisaspara concluir a extraçãode quitosana a partir daquitina da casca docamarão: “Nossos labora-tórios não tinham todas ascondições que precisáva-mos para realizar o tra-balho, os aparelhos não

    agüentariam passar 36 horas ligados,por exemplo”. Também foi fundamentalo estímulo dos professores, que ajuda-ram nas pesquisas e incentivaram osjovens a participar da Feteps.

    Como todo ecologista, os alunosde Ribeirão Pires já estão de olho nadisseminação do projeto, para que elepossa se tornar, de fato, uma opção àsdanosas sacolas plásticas não biodegra-dáveis. “Precisamos desenvolver melhoro projeto para reproduzi-lo em escalaindustrial, mas temos planos de conti-nuar as pesquisas no começo do anoque vem, como trabalho de iniciaçãocientífica”, antecipa Leilian.

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    Entrevista – Helena Peterossi

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    Mudarpara crescer

    Coordenadora da pós-graduação aborda novidades da área efala do estímulo à cultura de pesquisa e inovação tecnológica

    qualidade da produção acadêmica dosprofessores e alunos que faz com que oprograma seja recomendado pela Capes.

    Qual é o perfil dos candidatos?– Pode-se dizer que os candida-

    tos têm entre 30 e 40 anos e que sãoprofissionais com atividades na áreaempresarial, que procuram o mestradoem busca de novas oportunidades.É expressiva a demanda de tecnólogosformados pelo Paula Souza, assim comode professores de Etecs e Fatecs. A maiordemanda de candidatos é para aslinhas de pesquisa em Tecnologias deInformação e Formação Tecnológica.

    Quais são as metas da área para este ano?– A principal meta é o incremento

    da produção acadêmica conjunta deprofessores e alunos de trabalhos emperiódicos, livros e eventos que atendamaos requisitos de avaliação da Capes.Especial atenção será dada à realizaçãodo 3o Workshop de Pós-Graduação ePesquisa, previsto para outubro, de modoa torná-lo um evento que possibilite adifusão da cultura da pesquisa acadêmi-ca junto à comunidade do Paula Souza.

    Quais os pré-requisitos para se candi-datar a uma vaga de pós-graduação?

    – O processo de seleção para omestrado exige certificação de profi-ciência em língua inglesa e um pré-projeto de pesquisa. Há uma prova delíngua portuguesa e entrevista. A seleçãopara os cursos de especialização e MBAé realizada pela análise do curriculumvitae e da trajetória profissional.

    projetos e conteúdos multidiscipli-nares que o habilitam a desenvolverconhecimentos e novas alternativas desolução para problemas práticos. Alémdisso, a pesquisa aplicada na área deatuação agrega valor ao setor produtivoe à formação profissional, estimulandouma cultura de inovação tecnológica.Já os cursos de especialização e MBAdesenvolvem conteúdos inovadorese metodologias que permitem aosprofissionais de empresas, seu públicoalvo, qualificação para o desenvolvimen-to de projetos e práticas de investigaçãoem seus ambientes de trabalho.

    Os mestrados também são avaliados?– Sim, o programa de mestrado é

    avaliado anualmente por órgãos externosà instituição, a partir de critérios nacio-nalmente estabelecidos pela comunida-de acadêmica. As atividades de pesquisae o imperativo da produção acadêmicasão o diferencial da pós-graduação e oprincipal aspecto avaliado. Com isso, é a

    elena Gemignani Peterossi,61, pisou pela primeira vez noCentro Paula Souza em 1973.

    De lá para cá, passou por vários depar-tamentos, sempre com o mesmo foco:investir na qualidade do ensino ofere-cido pela instituição. “O desafio é manterna pós-graduação o mesmo padrãode qualidade que conquistamos nosensinos médio, técnico e superiortecnológico”, explica a assessora-chefepara Assuntos de Pós-Graduação ePesquisa e coordenadora do Programade Mestrado do Paula Souza. Nestaentrevista, Helena fala sobre a implan-tação de cursos de especializaçãolato sensu e do mestrado nas Fatecs.

    Como surgiu o programade pós-graduação?

    Helena Peterossi – O programa co-meçou a ser planejado a partir do com-promisso do Paula Souza de fortalecere completar a ação institucional voltadapara a educação profissional. O objetivoera fazer com que a instituição abran-gesse todos os níveis e modalidadesde ensino: formação inicial continuada,ensino técnico, ensino superior tecno-lógico e pós-graduação stricto e latosensu. Os primeiros cursos de especia-lização começaram em 2002 e, apósa recomendação da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes), o programa demestrado teve início em 2003.

    Por que investir em pós-graduação?– No mestrado, o aluno participa

    de um ambiente de investigação, com

    H

    Helena Peterossi, coordenadora da Pós-Graduação

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    Um currículo,muitas

    erpassa no sistema formal deensino um otimismo didáticona capacidade de a escola ensinar

    qualquer assunto a qualquer pessoa.A pretensão é antiga. João AmósComênio, no século 17, já a defendeuna sua Didática Magna ou o “métodouniversal de ensinar tudo a todos”.

    De fato, os conteúdos curricularespodem incluir “tudo”: objetivos deensino e de aprendizagem, competên-cias, conhecimentos, habilidades,métodos, materiais, avaliação. Sobesse currículo oficial, há um ensinoimplícito de valores, normas e regras,e pressupostos políticos e epistemo-lógicos das disciplinas e matérias,que não se explicitam nas formasem que são apresentadas.

    O desenvolvimento e a expansãoda ciência, da técnica e da tecnologiaderramam na escola novas demandasque invariavelmente são recolhidas emrecipientes, as disciplinas curriculares.Freqüentemente, autoridades apresen-tam propostas e iniciativas de incluirno currículo novos conteúdos, como

    Mudanças curriculares na educação profissionalnão dispensam os saberes e os fazeres do trabalho

    educação sexual, espanhol, religiãoe uma porção de outros temas.

    Ao mesmo tempo, como resulta-do dos estudos e pesquisas na área,novos temas vão sendo incorporados,a partir de categorias como diferençae identidade, nas quais se incluem raça,gênero, classe, etnia, idade, cultura,língua e nacionalidade.

    Outra tendência que se acentuaé a instituição de uma pedagogiamundial, com a divulgação de propos-tas de uma educação que se ocupe dequestões relevantes para a sobrevivên-cia e evolução do ser humano. Compatrocínio de agências internacionais,intelectuais como Edgar Morin eJacques Delors coordenam grupos deespecialistas que elaboram propostasde currículos de alcance mundial.

    A citação de Comênio nos remeteà educação profissional: faz referênciaao conhecimento das “coisas que sefabricam (...) para que nos façamos (...)também de atores”. Com isso, agrega-se ao “tudo” o conhecimento dosfundamentos, razões e objetivos dosaber fazer do trabalho. Apesar dapolêmica sobre a referência ao merca-do de trabalho, é necessário admitirque a educação profissional nãoprescinde dos saberes e fazeres do

    Artigo – José Vitório Sacilotto

    P

    possibilidades

    trabalho, no contexto e nas formas emque se organiza para a produção debens, serviços, técnicas e tecnologias.

    Na educação profissional, o currí-culo se organiza em função de umperfil profissional elaborado a priori.Em qualquer nível ou modalidade deeducação, será indispensável delimitara extensão do conteúdo curricular.

    Nossa pretensão, nas palavras deComênio, “de ensinar com tal certeza,que seja impossível não conseguir bonsresultados”, talvez seja uma utopia,um lugar a procurar incessantemente.Nosso trabalho será mais produtivo sereconhecermos os nossos limites e asnossas possibilidades. Contra o muitoque pretendemos, nos lugares e temposde escola, talvez ainda devamos admitir,com Noel Rosa e Vadico, que “ninguémaprende sambano colégio”. Ou,contrariando-os:aprende-se sambano colégio, só quefora da sala de aula.

    JOSÉ VITÓRIOSACILOTTO é

    assistente técnicode direção II da Coordenadoria de

    Ensino Técnico do Centro Paula Souza

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    Relações Internacionais

    Jovemembaixadora

    Atuação socioambiental leva aluna da Etec de Maríliapara programa de intercâmbio cultural nos Estados Unidos

    epois de passar todo oEnsino Médio acompanhandoa história dos Estados Unidos

    só pela televisão e pelos livros escolares,Letícia Vieira Mattos, 17, da Etec AntônioDevisate (Marília) pôde conhecer aterra de Tio Sam de pertinho. “Tinhaa impressão de estar dentro de umfilme!”, diverte-se a jovem. Mas ela nãoesperava aprender tanto: “Cada lugarde Washington que visitávamos erauma verdadeira aula de história”.

    Ao lado de 35 jovens brasileiros,Letícia visitou a capital americana e,em um grupo menor, o Estado deMichigan. A viagem de duas semanas,em janeiro deste ano, ocorreu depoisde ela ter sido selecionada para par-ticipar do programa Jovens Embaixa-dores 2008, promovido pela Embaixadados Estados Unidos no Brasil, em par-ceria com instituições dos setorespúblico e privado de ambos países.

    Letícia foi selecionada entre maisde três mil jovens de escolas públicasdo país. Entre os pré-requisitos, estavamfluência em inglês, bom desempenhoescolar e engajamento em atividadesde responsabilidade social e volunta-riado. “O projeto sobre meio ambienteque realizei na escola foi o que fez adiferença na seleção. Sem isso, eu nãoteria sido chamada”, explica a estudante,que acaba de concluir o Ensino Médioe o curso Técnico em Administraçãona Etec Antônio Devisate (Marília).

    O embrião do projeto surgiunas aulas de uma disciplina chamada“Técnico-Científico e Uso Racionalda Água”, no segundo e terceiro anos

    do Ensino Médio. Depois de estudara fundo a questão do tratamento deesgoto, a professora estimulou a turmaa pensar em formas de levar esse conhe-cimento aos familiares e à comunidade.

    “Eu e algumas amigas tivemos a idéiade mostrar o que havíamos aprendidopara as crianças de uma escola da

    região”, diz Letícia. Seu engajamentocom o voluntariado começou compeças de teatro, que ela montavapara falar sobre a importânciado uso consciente da água.

    “Gostei muito de estudar na Etecporque os professores não ficavamsó jogando conteúdos nos alunos.Eles nos incentivam a criar projetos ea nos interessar por coisas ao nossoredor”, avalia a garota. Com essa preocu-pação, Letícia foi para os Estados Unidosnão apenas para conhecer outra culturamas também para trocar informações.

    Letícia, em frente ao Palácio da Justiça, em Washington: projeto de fazer Relações Institucionais

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    D “Aprendi sobre a forma como elespreservam o meio ambiente. A coletaseletiva de lixo, por exemplo, é umhábito comum”, recorda. Ela explicaque também se preocupou em mostrarum outro lado do Brasil, longe das man-chetes de violência e corrupção quecostumam ilustrar fotos do país no

    exterior. “Nós estamos preocupados coma questão ambiental”, conclui Letícia.

    Sempre interessada em história,geografia e português, a jovem encon-trou ótimas aulas nessas áreas na Etec,além de uma boa infra-estrutura deapoio, com novas salas de informáticae biblioteca. Agora, ela sonha com umacarreira em Relações Internacionais,sua escolha no próximo vestibular queprestar. O programa Jovens Embaixado-res já está abrindo portas. Letícia estápleiteando uma bolsa para estudarem uma universidade americana.

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    Com opé direito

    Arranjos Produtivos

    ranca, Jaú, Birigui. Nessas trêscidades se concentra um negócioque movimenta quase dois bilhões

    de reais por ano só em exportações,a indústria dos calçados. Não à toa,é justamente onde estão os principaiscursos técnicos e tecnológicos do setor,de olho nos cerca de 300 mil trabalha-dores desse mercado em todo país.

    “No setor, é comum encontrar profis-sionais muito experientes que não têmnem Ensino Médio”, observa Nelci Rosade Souza Rodella, coordenadora docurso técnico em Gestão da Produçãode Calçados na Etec de Birigui.O objetivo do curso é prepararos alunos para conheceremtodas as etapas de produção.“O perfil do profissional bus-cado é aquele capaz de lidarcom as novas tecnologias ede pensar em novos modosde produção”, afirma a profes-sora, também profissional domercado há mais de 20 anos.

    Desde a criação do curso,em 2005, a Etec esteve preo-cupada em adequá-lo àsnecessidades do setor e dos alunos,que, muitas vezes, já estavam traba-lhando nas indústrias. Reuniões comsindicatos, empresários e com o Serviçode Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) foram fundamentais para isso.“É crucial nosso apoio ao curso se quere-mos formar os profissionais melhorpreparados de que tanto precisamos”,ressalta Samir Nakad, empresário deBirigui e diretor da Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

    Para montar um currículo deacordo com esse novo perfil, a Fatecde Jaú, na época da criação do cursotecnológico em Gestão da Produçãode Calçados, em 2006, fez reuniões comrepresentantes das indústrias de calçados,além de sindicatos e do Sebrae.

    O coordenador do curso, CélioFavoni, afirma não haver turmas forma-das, embora a maioria já esteja traba-lhando na área: “Além disso, algunsalunos têm se destacado por uma

    Cursos técnicos e tecnológicos se aperfeiçoam paraatender à demanda por qualificação no setor calçadista

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    tos:

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    Acima, Juliana, que montou sua própria empresa; abaixo, estudantesda Etec de Birigüi trabalham com moldes de calçados

    atuação empreendedora”. É o casode Juliana Camila Zanetti Soares, de Jaú,dona de sua própria empresa. “Meu pairesolveu fechar a fábrica dele e eucomprei as máquinas”, lembra. Julianasaiu dos saberes do chão de fábrica,adquiridos desde os 12 anos, trabalhan-do com o pai, e passou para o gerencia-mento: “Com o que aprendi na Fatec,montei um plano de negócios econsegui apoio da incubadorade empresas do sindicato”.

    Em Franca, sede de um dos prin-cipais pólos calçadistas do país, com

    mais de 700 indústrias, a EtecProfessor Carmelino CorreiaJúnior criou, em 1999, o cursotécnico em Curtimento,voltado para indústrias decouro, peles e calçados etambém para empresas deconsultoria. A fim de nãoperder o contato com omercado, a Etec faz pesquisasperiódicas com empresários.Assim, surgiu uma disciplinanova chamada GestãoAmbiental, pensada para

    desenvolver análises e técnicas depreservação ambiental.

    “As fábricas estão sempre pedindoque a escola abra mais vagas e solici-tando mais estagiários”, relata ValdetePereira, coordenadora do curso. Nesteano, deve ser implantado mais um curso,o técnico em Gestão da Produção deCalçados. A instalação de uma Fatec nacidade também é aguardada para 2008.Tudo para os alunos saírem com um péna qualificação e outro no mercado.