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• Supremo confirma entendimento de que Funrural é incons- titucional • Aiba defende produtores em rodada de reuniões no CAB • 12ª edição do Agrocafé entra para a história como uma das melhores já realizadas • Passarela da soja supera expectativas • Solenidade concorrida marca início da gestão de Ademar Marçal no Fundeagro ANO 17 Nº 188 Abr/11 Página 04 Página 03 Página 09 Página 11 Página 02 A iminência da apro- vação do Novo Código Florestal, trazendo a reboque a proibição de abertura de novas áre- as de mata nativa por cinco anos - a chama- da “moratória flores- tal” (Artigo 47) - que prejudica gravemente a economia baiana, le- vou a Aiba a promover uma intensa campanha. Em manifesto aberto à sociedade e entregue ao relator do Novo Có- digo, o deputado Aldo Rebelo, com a assinatu- ra de entidades diversas de agricultores e traba- lhadores rurais, a Aiba propôs a exclusão do cerrado e da caatinga nordestinos da proibi- ção de desmatamento. A argumentação bem fundamentada ganhou Moratória florestal: Aiba promove cruzada para evitar esta injustiça VEJA AINDA NESTA EDIÇÃO o apoio do Governo do Estado da Bahia, atra- vés dos secretários de Agricultura e de Meio Ambiente, assim como de diversos parlamen- tares baianos, tanto es- taduais como federais, que se juntaram à cau- sa dos produtores. O resultado dessa força- tarefa foi a total com- preensão e simpatia do relator, que, admi- tiu rever a questão da moratória, entre outros aspectos, postergando a votação do texto. Para estados tradicionais da agricultura, no Sul e no Sudeste, que já não possuem terras para desmatar, ou para ou- tros, do Centro Oeste, que começaram a ex- plorar o cerrado pelo menos duas décadas antes da Bahia, o Ar- tigo 47 traz mais van- tagens que prejuízos, uma vez que o código anistia os passivos. A Bahia, cujo cerrado encontra-se em franco desenvolvimento, e a caatiga cobre mais de 70% do território, tem muito a perder com a moratória. As reuniões aconteceram durante o 12º Agrocafé. Eduardo Salles (Sec. Agricultura, Sérgio Pitt (Vice-presidente Aiba) e Rui Costa (Dep. Fed.)

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• Supremo confirma entendimento de que Funrural é incons-titucional

• Aiba defende produtores em rodada de reuniões no CAB

• 12ª edição do Agrocafé entra para a história como uma das melhores já realizadas

• Passarela da soja supera expectativas

• Solenidade concorrida marca início da gestão de Ademar Marçal no Fundeagro

ANO 17 Nº 188 Abr/11

Página 04

Página 03

Página 09

Página 11

Página 02

A iminência da apro-vação do Novo Código Florestal, trazendo a reboque a proibição de abertura de novas áre-as de mata nativa por cinco anos - a chama-da “moratória flores-tal” (Artigo 47) - que prejudica gravemente a economia baiana, le-vou a Aiba a promover uma intensa campanha. Em manifesto aberto à sociedade e entregue ao relator do Novo Có-digo, o deputado Aldo Rebelo, com a assinatu-ra de entidades diversas de agricultores e traba-lhadores rurais, a Aiba propôs a exclusão do cerrado e da caatinga nordestinos da proibi-ção de desmatamento. A argumentação bem fundamentada ganhou

Moratória florestal: Aiba promove cruzada para evitar esta injustiça

VEJA AINDA NESTA EDIÇÃO

o apoio do Governo do Estado da Bahia, atra-vés dos secretários de Agricultura e de Meio Ambiente, assim como de diversos parlamen-tares baianos, tanto es-taduais como federais, que se juntaram à cau-sa dos produtores. O resultado dessa força-tarefa foi a total com-preensão e simpatia do relator, que, admi-tiu rever a questão da moratória, entre outros aspectos, postergando a votação do texto. Para estados tradicionais da agricultura, no Sul e no Sudeste, que já não possuem terras para desmatar, ou para ou-tros, do Centro Oeste, que começaram a ex-plorar o cerrado pelo menos duas décadas

antes da Bahia, o Ar-tigo 47 traz mais van-tagens que prejuízos, uma vez que o código anistia os passivos. A Bahia, cujo cerrado encontra-se em franco desenvolvimento, e a caatiga cobre mais de 70% do território, tem muito a perder com a moratória. As reuniões aconteceram durante o 12º Agrocafé.

Eduardo Salles (Sec. Agricultura, Sérgio Pitt (Vice-presidente Aiba) e Rui Costa (Dep. Fed.)

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ANO 17 Nº 188 Abr/11 2

ANO 17 - Nº 188 - Abr/11Publicação mensal editada pela Associação de

Agricultores e Irrigantes da Bahia - Aiba

Jornalista Responsável:Catarina Guedes - DRT 2370-BA

Aprovação Final:Alex Rasia

Editoração Eletrônica:Eduardo Lena (77) 3611-8811

Impressão: Gráfica Irmãos Ribeiro

(77) 3614-1201

Tiragem:2.500 exemplares

Comentários sobre o conteúdo editorial desta publicação, sugestões e críticas, devem ser encaminhadas através

de e-mail para: [email protected]

Matérias da Abapa, Fundeagro e Fundação Bahia são de responsabilidade das referidas entidades.

A reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação é permitida e até recomendada, desde que

citada a fonte.

Av. Ahylon Macêdo, 11, Barreiras - BA - CEP. 47.806-180 - Fone: (77) 3613-8000 Fax: (77) 3613-8020

www.aiba.org.br

O Supremo Tribunal Federal rejeitou,

no final de março últi-mo, o recurso apresen-tado pela União Federal no caso do Frigorífico Mataboi, confirmando a inconstitucionalidade do Funrural cobrado do produtor rural pessoa física. A União pre-tendia com o recurso ver reconhecida a tese de que o Funrural pas-sou a ser exigível com a entrada em vigor da Lei 10.256/2001, sob a alegação de que tal Lei havia “regularizado” as inconstitucionalidades do Funrural.

De acordo com o corpo jurídico da Asso-ciação de Agricultores e Irrigantes da Bahia - Aiba, a tese da União foi rechaçada pela Cor-te Suprema e a inconsti-tucionalidade do tributo

Supremo confirma entendimento de que Funrural é inconstitucional, mesmo após entrada em vigor da Lei 10.256/01

foi mantida, preservan-do, assim, o direito dos produtores rurais não terem o ônus de pagar o Funrural sobre a co-mercialização de sua produção. “Assim, está confirmado que o tribu-to é indevido, até que legislação nova basea-da na Emenda Consti-tucional nº 20/98 venha a instituir a contribui-ção”, diz o advogado Wagner Pamplona.

A tentativa da União em diminuir o impacto da inconsti-tucionalidade do Fun-rural alegando que a Lei 10.256/2001 ha-via regularizado a si-tuação, sofreu grave derrota. O Supremo, além de confirmar a inconstitucionalidade da contribuição, agora confirma também que, para ser regularizado o

tributo, deve ser edita-da nova Lei que passa a valer somente a par-tir de sua publicação, não podendo retroagir. “Mais uma grande vi-tória dos produtores rurais”, atesta o vice presidente da Aiba, Sérgio Pitt.

O reflexo da recente decisão do Supremo, com relação aos asso-ciados da Aiba é direto e imediato, tendo em vista que dá suporte e ainda mais segurança jurídica à tutela an-tecipada conquistada pela entidade em abril do ano passado, e que comemora, no próximo mês, a segunda safra consecutiva livre da in-cidência do Funrural.

Os produtores que formalmente aderi-ram às ações da Aiba conduzidas pelos ad-vogados tributaristas Wagner Pamplona e Jeferson da Rocha, já foram beneficiados com uma redução da carga tributária equi-valente a R$60 por hectare/ano (tendo

por base a cultura da soja). As Ações Co-letivas propostas pela entidade, desta forma, encontram na recente manifestação do STF, um importante alicer-ce que consolida as vitórias já alcançadas, como a suspensão da exigibilidade do tri-buto por duas safras, e abre caminho para as que ainda virão, caso da restituição dos va-lores retidos ao longo dos últimos 10 anos.

“No mais, é pre-parar a documentação necessária e aguardar que a Justiça seja céle-re e acompanhe, assim como vem acompa-nhando, os preceden-tes favoráveis às teses sustentadas pela Aiba, para confirmar, em seus julgados, a vitória do contribuinte rural em juízo, que se confi-gura nítida e legítima, e, agora, reafirmada por mais este pronun-ciamento da Suprema Corte brasileira”, fina-liza o advogado Jefer-son da Rocha.

A AIBA ajuizou Mandado de Segurança Coletivo em face da autoridade fazendá-

ria local competente com o objetivo de obter decisão judicial que determinasse que a auto-ridade decidisse os processos administrativos de solicitação de créditos de ICMS que se en-contravam pendentes de decisão desde 2004. Foi deferida liminar neste sentido, confirma-da pelo Tribunal de Justiça da Bahia, tendo o Inspetor Fazendário procedido as decisões administrativas em todos os processos pen-dentes (mais ou menos 900 processos), defe-rindo alguns e indeferindo outros.

Solicitamos, assim, que o produtor que possui processos administrativos de libe-ração de crédito de ICMS procure a AIBA, que conta com uma atendente específica para esta ação, a assessora jurídica Jossiene Fritsch, para obter a decisão que deferiu seu crédito e/ou tomar conhecimento das novas ações judiciais que estão sendo preparadas pelo departamento jurídico com o objetivo de obter a liberação dos créditos de ICMS indeferidos. Com esta ação judicial, mais de 300 produtores foram beneficiados com a liberação de seus créditos.

Informamos, que, por intermédio do escri-tório Pamplona, Baldissarella e Advogados Associados, foram ajuizadas quatro ações or-dinárias coletivas em nome de 30 associados com o objeto de obter o reconhecimento aos créditos de ICMS decorrentes das operações de aquisições de insumos e óleo diesel que haviam sido negados pela Secretaria de Fa-zenda Estadual. Após a contestação do Esta-do da Bahia, já foram efetivadas as perícias judiciais, as quais atestam a existência de tais créditos e o direito a sua utilização pelos pro-dutores autores das ações. Aguarda-se, assim, sentença judicial em tais processos.

Créditos de ICMS

Precedente fortalece Tutela Antecipada da Aiba, que exime mais de 1.200 associados de recolher o tributo sobre a pro-dução.

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Em uma série de audiências no

Centro Administrati-vo da Bahia (CAB), em Salvador, a con-vite da Prefeitura de Luís Eduardo Maga-lhães, a Aiba mostrou projetos, expos pro-blemas e defendeu os direitos dos produto-

Maratona no CABMais estradas

Pelo Programa de Pavimentação de Novas Rodovias - definido pelo Protocolo de Intenções assinado entre o Governo do Estado e a Aiba - estão contratados os projetos executivos de 440 km de rodovias a serem pavimentadas. São eles, Rodoagro, Rodovia da Soja, Timbaúba, Entre Rios, Rio de Balsas e a Estrada do Café, além dos 114 quilômetros das estradas estaduais BA 461 e BA 462 (Bela Vista e Novo Horizonte). A empresa ATP Engenharia Ltda, de Recife, foi contratada para a execução deste trabalho.

“Vamos tocar este programa, que é essen-cial para o estado”, disse o vice governador Otto Alencar, ressaltando a proatividade dos produtores do Oeste da Bahia.

Na reunião com o secretário Otto Alencar, a estrada Timbaúba foi eleita como a primei-ra para execução da PPP. “Será um laboratório que nos permitirá as primeiras avaliações da parceria”, diz Pitt.

Atendendo a um requerimento do

deputado federal, Oziel Oliveira (PDT-BA), o relator do Código Flo-restal Brasileiro, deputa-do federal Aldo Rebelo (PC do B - SP), compa-receu a audiência públi-ca na Comissão de Meio Ambiente e Desenvol-vimento Sustentável, na manhã da quarta-feira, 23 de março, para dis-cutir pontos do relatório, sobretudo, o que trata sobre a moratória de cin-co anos.

De acordo com o de-putado Oziel Oliveira, o objetivo da audiência, foi manifestar a preocu-pação em relação ao tex-to constante no artigo 47, que proíbe a abertura de

Alteração no Código Florestal é tema de audiência pública na Comissão do Meio Ambiente na Câmara Federal

Da esquerda para direita: Dep. Aldo Rebelo, Dep. Giovani Cherini, Dep. Oziel Oliveira, André Lima e Raul Valle

novas áreas para agricul-tura e pecuária durante o período de 5 anos.

O deputado Oziel sugeriu ao relator que fossem excluídas desse artigo os biomas cerrado e caatinga e toda a área abrangida pela Superin-tendência de Desenvol-vimento do Nordeste – Sudene. “Pedi ao relator essa a mudança por en-tender que o texto afeta-rá diretamente o desen-volvimento econômico do oeste da Bahia e que a moratória para supres-são de florestas nativas poderá, entre outras con-seqüências, causar danos sociais, como o aumento do desemprego no cam-po”, ressaltou.

O deputado Oziel ex-

plicou que, especialmen-te, no cerrado baiano que cobre grandes municí-pios produtores de grãos como Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Formosa do Rio Preto, por exem-plo, existe espaço para a ampliação de áreas produtivas, que podem, perfeitamente, respeitar o desenvolvimento sus-tentável e o zoneamento agroecológico sem pre-judicar a economia dos municípios.

O relator, deputado federal Aldo Rebelo, disse que é simpático ao pedido do deputado Oziel Oliveira, que é vi-ce-presidente da Comis-são de Meio Ambiente, e vai levar o pleito a dis-

cussão. Participaram da audi-

ência pública como con-vidados o procurador da Fazenda Nacional do Es-tado de São Paulo, Luis

Carlos Silva de Moraes, o consultor jurídico em Meio Ambiente, André Lima, o representante do Instituto Socioambien-tal, Raul Valle, além de

entidades, associações e organizações não go-vernamentais ligadas ao meio ambiente.

Fonte: Assessoria de Imprensa do parlamentar

res do Oeste baiano.No último dia 23 de

março, acompanhando o prefeito Humberto Santa Cruz, o vice-pre-sidente da Aiba, Sérgio Pitt, abordou duas das principais frentes de trabalho da Associação nos últimos anos: meio ambiente e logística.

Pitt encontrou-se com o vice-governador da Bahia e secretário de Infraestrutura do Es-tado, Otto Alencar. Na pauta, o Programa de Pavimentação de Rodo-vias da Região Oeste, e também a proposta de renovação da Parceria Público Privada (PPP) para uma força-tarefa visando viabilizar o es-coamento da safra agrí-cola, em especial, nas BA’s 461 (Bela Vista) e 462 (Alto Horizonte), rodovias cruciais da re-gião. Participaram do encontro o diretor ge-ral do Departamento de Infraestrutura de Trans-portes da Bahia (Der-

ba), Saulo Filinto Pon-tes de Souza, e o chefe de gabinete da Seinfra, Marcos Cavalcante.

“Este trabalho de manutenção, especial-mente no momento de início da colheita em que nos encontramos, é indispensável para melhorar o trafego no escoamento da safra. Com relação ao Anel da Soja, o trabalho de tapa buraco está sendo acelerado pelo próprio Derba. Se for neces-sário o apoio dos pro-dutores, a Aiba será acionada para a mobi-lização”, afirmou Pitt.

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O 12° Simpósio Na-cional do Agro-

negócio Café 2011 foi uma das mais bem su-cedidas dentre todas as edições que contabi-liza. Além da partici-pação dos produtores, das empresas ligadas ao cultivo do grão, e da qualidade dos painéis e palestrantes, o Simpó-sio foi palco de impor-tantes manifestações do setor agrícola baiano, que se uniu para pe-dir ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), convidado de honra do Agrocafé, a exclusão da caatinga e do cerrado do Nordeste da “mora-tória florestal”, definida na revisão do Código Florestal. A próxima edição do evento já tem

12º Agrocafé encerra contabilizando sucessos

data para acontecer: de 12 a 14 de março de 2012.

De acordo com o pre-sidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araujo, este ano o Agrocafé teve um aditivo especial: os pre-ços, que depois de mais de uma década insufi-cientes para compensar o produtor ante o Real valorizado, finalmen-te estão em alta. “Isso motivou a adesão dos cafeicultores, mesmo que nem todos tenham aproveitado este bom momento, já que ven-deram anteriormente sua produção. Mas, há uma esperança, baseada nos estoques mundiais em níveis críticos, de

que esta situação ainda se sustente por um tem-po”, prevê o presidente da Assocafé.

“Para as próximas edições do Agrocafé, os desafios serão intensi-ficar o foco na agricul-tura familiar, que é a maioria no contingente de café na Bahia. O ob-jetivo é ajudar a fazer chegar a esse produtor informação, tecnologia e crédito”, afirma João Lopes Araujo. Também a comunidade acadêmi-ca, que já foi mobiliza-da este ano, terá atenção maior no próximo ano.

A Assocafé também comemora o sucesso dos mini cursos, que aconteceram simulta-neamente às palestras de plenário, e tiveram

lotação completa todos os dias. Ao todo, foram 10 cursos intensivos, que abordaram técnicas de aplicação de defen-sivos, qualidade, me-canização da colheita, inovações tecnológicas e variedades resisten-tes a pragas e doenças, irrigação, poda em ca-fezais, noção de clas-sificação e o curso de barista, que, devido à grande procura em to-das as edições, este ano teve duas turmas.

O 12º Agrocafé foi uma realização da Assocafé, juntamente com a Associação de Agricultores e Irrigan-tes da Bahia (Aiba), Federação da Agri-cultura do Estado da Bahia (Faeb), Serviço

Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar) e do Centro do Comércio de Café da Bahia, tendo como patrocinadores o Governo do Estado da Bahia, através da Se-cretaria da Agricultura

(Seagri) e da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Ministério da Agricul-tura (MAPA), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Sebrae e Pe-trobras.

Os desafios das próximas edições do Agrocafé serão

intensificar o foco na agricultura familiar, que é a maioria no contingente de

café na Bahia”“ João Lopes Araujo - Presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé)

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A Associação de Agri-cultores e Irrigantes

da Bahia – Aiba e o Banco do Nordeste, em um mo-delo inédito de parceria, investem este ano R$555 mil, a fundo perdido, em projetos sociais da região Oeste da Bahia, benefi-ciando 14 instituições. A Aiba, através do Funde-sis, aportará R$395 mil, e o Banco do Nordeste, R$159 mil. As primeiras quatro entidades bene-ficiadas pelo Fundo, em 2011, receberam na se-mana passada R$92 mil, referentes à primeira par-cela dos investimentos. Estas quatro instituições atendem diretamente a 464 pessoas, oriundas das classes mais necessi-tadas da região Oeste do estado.

Entre as entidades be-neficiadas, está o Centro de Promoção Humana Eugênia Ravasco, locali-zado na Vila dos Funcio-nários, em Barreiras. O Centro atende crianças e

Fundesis libera R$ 395 mil, não reembolsáveis, para entidades sociais do Oeste da Bahia

adolescentes do sexo fe-minino. São 100 meninas atendidas diretamente e 200 famílias, indireta-mente. A primeira par-cela liberada no valor de R$ 18 mil é parte dos R$ 50 mil contratados com a instituição. Com estes recursos, o espaço físi-co será ampliado, com a construção de um piso superior, no qual serão instaladas sala de arte, biblioteca, uma sala de dança, sala de atendimen-to psicológico, banheiros e dispensa.

Outra instituição contemplada é a Associa-ção de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Luís Eduardo Magalhães, que atende 214 pessoas com idades variando en-tre dois meses 53 anos, portadoras de síndrome de down, deficiência mental e múltipla. A pri-meira parcela liberada no valor de R$ 40 mil é par-te dos R$50 mil contra-tados do Fundesis. Esses

recursos foram aplicados na continuação do Com-plexo Desportivo e Hi-droterápico para práticas de atletismo e fisioterapia terapêutica, que auxiliam na reabilitação de diver-sas patologias. Assim, a entidade poderá melhorar o atendimento, ao incluir mais uma modalidade de atividade.

A Associação de Pro-teção às Crianças Pobres, localizada na Vila do Pa-pelão, em Barreiras, re-cebeu a primeira parcela de R$20 mil, de um total de R$45 mil contratados, para iniciar a reforma do prédio da creche, assim como a conclusão do gal-pão que pertence à Asso-ciação. A entidade atende atualmente 100 crianças da periferia de Barrei-ras, especificamente, da Vila Brasil e Santa Luzia, com idades entre zero e quatro anos. Os recursos disponibilizados serão investidos na creche, na reforma dos banheiros,

troca das portas e forro, troca do revestimento ce-râmico das áreas interna e externa, divisão do ber-çário, cobertura de área que liga as duas salas e o refeitório, além do rete-lhamento. O galpão tam-bém será reformado para ser alugado, e, assim, poder gerar renda para a instituição. Além disso, será realizada a reforma do piso, o reboco, com investimento na ventila-ção, pintura, calhas, re-forma do banheiro, além da instalação elétrica e hidráulica.

Por fim, também foi beneficiada a Associação de Moradores da Vila Buriti. Localizada no mu-nicípio de Luís Eduardo Magalhães, a instituição atende atualmente 50 crianças, além de benefi-ciando mais 130 famílias. Dos R$50 mil do projeto contratado, foi liberada a primeira parcela de R$ 14 mil reais. Os recursos serão aplicados na rees-

truturação da creche, com equipamentos e móveis necessários para o desen-volvimento das atividades e serviços de qualidade.

“Tanto a escolha das entidades, quanto a apli-cação dos recursos, pas-sam por um minucioso processo de triagem para garantir a segurança e

eficiência na aplicação dos recursos. A cada ano, o Fundesis se consolida como uma iniciativa de resultados positivos e duradouros, que está aju-dando a melhorar a vida de milhares de pessoas na nossa região”, diz a coordenadora do Funde-sis, Makena Thomé.

Sobre o FundesisInstituído em 2006, o Fundesis é resultado de

um modelo inédito de parceria entre a Associa-ção de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e o Banco do Nordeste que financia, a fundo perdi-do, projetos de Responsabilidade Social que pro-movam o desenvolvimento sócio-econômico nas comunidades carentes do Oeste da Bahia. Suas ações são voltadas para Inclusão Social e Digital, Educação, Cultura, Saúde Preventiva, Geração de Renda e Empreendedorismo. Os recursos do Fundesis provêm da adesão espontânea de pro-dutores rurais associados à Aiba, mutuários do BNB, assim como do próprio banco, além de do-ações de Pessoas Físicas e Jurídicas e repasses de cooperativas de produtores rurais, com recursos do Fundo de Assistência Tecnológica Educacio-nal e Social (Fates). Sobre o valor das operações de financiamento contratadas junto ao BNB, um pequeno percentual é destinado ao Fundo pelos produtores e pelo Banco do Nordeste.

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O 12º Simpósio Na-cional do Agro-

negócio Café (Agroca-fé) foi o pano de fundo para o parecer mais aguardado pelos pro-dutores rurais, suas en-tidades de classe e par-lamentares baianos nos últimos dias: a simpa-tia do deputado fede-ral e relator do Novo Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB/SP) ao pleito do setor agrícola de retirar da moratória florestal prevista pelo Novo Código as áreas de cerrado e caatinga do Nordeste. Em alto e bom som, Rebelo ga-rantiu ser justa a cau-sa baiana e prometeu avaliar com cuidado o pedido. Aldo Rebelo participou da abertura do evento no dia 21 de março, no Hotel Bahia Othon Palace, em Sal-vador.

“Recebi a manifes-tação diretamente dos agricultores, e também pelas suas entidades, como Associação de Agricultores e Irrigan-tes da Bahia (Aiba) a Federação da Agricul-tura (Faeb), a Federa-ção dos Trabalhadores da Agricultura Fami-liar (Fetraf), dos secre-tários da Agricultura e do Meio Ambiente, da bancada federal

Relator do Novo Código Florestal declarou apoio aos agricultores baianos para retirar estado da “moratória florestal”

da Bahia, e creio que também vai haver ma-nifestação por parte da bancada do Sena-do. Vou examinar com todo o critério e com todo cuidado. A ela-

boração do relatório é um trabalho coletivo, que busca o equilíbrio das negociações, em-bora leve a minha as-sinatura. Acredito que há razões muito bem

postas nos argumentos apresentados aqui na Bahia e vou procurar uma solução adequa-da, que não prejudique o desenvolvimento do estado e proteja o meio

ambiente”, garantiu o parlamentar.

“Posso declarar que tenho uma grande sim-patia pelas razões apre-sentadas. Precisamos procurar apresentar as

alterações para que o Relatório esteja pronto para esta votação”, dis-se Rebelo.

A presença do de-putado e o tema em pauta levaram para o

Rui Costa (Dep. Fed.), Aldo Rebelo (Dep. Fed.), Eduardo Salles (Sec. Agricultura), Eva Chiavon (Sec. Casa Civil), João Lopes (Dir. Regional Aiba) e Afonso Flo-rence (Min. Des. Agrário)

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Relator do Novo Código Florestal declarou apoio aos agricultores baianos para retirar estado da “moratória florestal”

Agrocafé parlamenta-res de várias legendas, que reforçaram o plei-to dos agricultores e prometeram conseguir mais apoio, tanto na Assembléia Legisla-tiva da Bahia, quanto na Câmara Federal. Dentre eles, estavam os deputados estadu-ais Mário Negromonte Jr (PP), Kelly Maga-lhães (PCdoB), Hebert Barbosa (DEM), os fe-derais, Oziel Oliveira (PDT), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente na Câmara, e João Leão (PP), que garantiu trabalhar pelo apoio dos 44 membros da bancada, Rui Cos-ta (PT), dentre outros. O ministro do Desen-volvimento Agrário, Afonso Florence, fez coro com os conterrâ-neos, e defendeu uma emenda específica para a Bahia e o Nordeste.

Para o secretário do Meio Ambiente, Eu-gênio Spengler, não se pode legislar de forma igual para diferentes estados, com caracte-rísticas distintas. Se-gundo ele, o que se aplica para a região amazônica, pode não se aplicar para o cerrado, e não necessariamen-te vale para o pampa gaucho, para o Panta-

nal, ou a caatinga. “Os estados é que deveriam se organizar para fazer o seu planejamento”, afirmou.

“A moratória pela moratória não vai re-solver o problema. Primeiro, porque nós não temos condições, mesmo com todas as fiscalizações do Iba-ma e do Estado, não vamos conseguir con-trolar desmatamentos ilegais, ou incêndios criminosos, etc. Deve-mos perseguir, sim, o desenvolvimento sus-tentável”, disse.

Manifesto

Durante a abertura do Agrocafé, o Secretá-rio da Agricultura, Edu-ardo Salles, entregou para o deputado Aldo Rebelo manifesto dos produtores, redigido e assinado pela Aiba, ao qual assinaram tam-bém a Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), pedindo a ex-clusão do cerrado e da caatinga do Nordeste da Moratória Florestal. “O projeto do novo có-digo, como um todo, é bom para a agricultura e para o meio ambien-

te, mas o Artigo 47 é danoso tanto para a agricultura empresarial como para a familiar, e atinge em cheio a eco-nomia baiana, que tem no setor um dos seus mais importantes las-tros”, afirmou Salles.

“Não é justo que os estados do Sul e do Sudeste tenham se desenvolvido e o Nor-deste, especialmente a Bahia, que vive um momento de fortaleci-mento da agropecuária e prioriza a agroindus-trialização, não possa se desenvolver”, ques-tionou o secretário.

“Este era o movi-mento que esperáva-mos, quando demos início a uma exaustiva jornada pelos gabine-tes de Salvador e Bra-sília para alertar sobre o problema e mostrar que, embora seja in-teressante para muitos estados, na medida em que oferece compen-sações ao Desmata-mento Zero, o Novo Código Florestal, com o Artigo 47, faz com que a Bahia não ape-nas pare no tempo, como retroceda”, dis-se o vice presidente da Associação de Agri-cultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, segundo quem a

Deputado Federal João Leão (PP)

Deputado Federal Rui Costa (PT)

Deputado Estadual Hebert Barbosa (DEM)

Deputada Estadual Kelly Magalhães (PC do B)

Deputado Federal Oziel Oliveira (PDT)

medida prejudica os investimentos em cur-so, impede os futuros investimentos, e atenta contra o direito consti-tucional que todo cida-

dão tem à propriedade. “É direito de todo ci-dadão ser ressarcido se privado da sua pro-priedade para o bem de algo maior. Quem

pagaria por isto? Esta-mos muito confiantes no apoio declarado do deputado Aldo Rebelo à nossa causa”, con-cluiu Sérgio Pitt.

Deputados Federais e Estaduais presentes no 12º Agrocafé

Deputado Estadual Mario Negromonte Filho (PP)

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Com a publicação da Portaria Ministerial

de número 373, de 25 de fevereiro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE pos-tergou para 1º de setem-bro deste ano o início da vigência da norma que estabelecia novas regras para o registro da jorna-da de trabalho por meio de ponto eletrônico.

O argumento do MTE para justificar a proibição dos atuais sistemas de registros eletrônicos era a supos-ta vulnerabilidade dos marcadores às “manipu-lações indevidas pelos patrões”. Por causa da medida, uma corrida aos fornecedores de reló-gios de ponto eletrônico - adaptado às novas de-terminações da Portaria

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MTE adia para 1º de setembro de 2011 a vigência da norma para

registro de ponto eletrônicoMinisterial 1510 - co-meçou, e muitos siste-mas recém implantados viraram sucata.

No entanto, a princi-pal alteração constante da Portaria Ministerial 373, além da prorroga-ção do prazo, foi dar a possibilidade de manu-tenção dos atuais siste-mas eletrônicos , o que a Portaria chama de sistemas de ponto “al-ternativo”, desde que eles sejam aprovados por Convenção Cole-tiva de Trabalho e não admitam: I - restrições à marcação do ponto; II - marcação automática do ponto; III - exigência de autorização prévia para marcação de sobrejor-nada; e IV - a alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empre-

gado. Além de, para fins de fiscalização: I - estar disponíveis no local de trabalho; II - permitir a identificação de em-pregador e empregado; e III - possibilitar, atra-vés da central de dados, a extração eletrônica e impressa do registro fiel das marcações realiza-das pelo empregado.

A portaria, apesar de prorrogar o prazo para adaptação das no-vas regras, gera ainda mais instabilidade entre os empregadores, pois agora o produtor que tem sistema eletrôni-co pode continuar com o atual sistema, desde que este seja aprovado em convenção coletiva de trabalho, ou optar pelos aparelhos de acor-do com a Portaria 1510

ou, ainda, voltar para os sistemas mecânico e manual, o que seria um retrocesso.

Com o adiamento da norma e com a possi-bilidade de homologar os atuais sistemas, e en-quanto se espera que o bom senso vigore e im-peça o sucateamento e a mudança abrupta dos atuais sistemas eletrô-nicos, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) estuda a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a Portaria Minis-terial n.° 1.510/2009 e, agora, contra a Portaria n.° 373/2011, que ferem, no mínimo, os princípios da razoabilidade e da segurança jurídica que devem nortear o sistema legal brasileiro.

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“A cada evento a gente aprende mais. Por isso faço esforço para participar de todos”. Com estas palavras, o produtor rural Valdir Riffel definiu o que o le-vou a sair de casa no sá-bado, 12 de março, sob chuva intermitente, para participar da 13ª Pas-sarela da Soja, um dos mais importantes even-tos do calendário do agronegócio, promovi-do pela Fundação Bahia e Embrapa. A Passarela da Soja é realizada na fazenda Maria Gabriela, em Roda Velha, distrito de São Desidério. Como Riffel, cerca de 1000 pessoas estiveram pre-sentes ao dia de campo, entre produtores, técni-cos, representantes da pesquisa, da indústria e do comércio agrícola, e estudantes.

Em fila, a profes-sora Lidiane Oliveira conduzia, como muitos outros professores, um grande grupo de jovens. No caso, estudantes do segundo ano do curso

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Passarela da Soja 2011 foi além das expectativas dos organizadores

de Técnica Agrícola do Colégio Agropecuário CETEP. “Trago as tur-mas todos os anos para conhecer de perto as principais abordagens sobre a soja. Isso auxi-lia muito na formação extra curricular do alu-no”, disse a professora, respaldada pelas alunas Graziele Pereira e Dalci Souza Maia.

A Passarela da Soja foi dividida em quatro estações experimentais. Na primeira, o público conheceu as novas va-riedades de soja da Fun-dação Bahia, BRS13, a BRS 314 e a BRS 315, que estão disponíveis para o produtor na safra 2011/12. Após o even-to, as cultivares foram renomeadas, homena-geando o escritor baia-no Jorge Amado (veja matéria nesta mesma edição). A primeira pa-rada ficou sob a orien-tação do pesquisador da Embrapa Cerrados, Se-bastião Pedro da Silva Neto, que, ao apresentar as tecnologias, frisou a

viabilidade econômica, a sustentabilidade am-biental, e tratou das for-mas como o produtor de soja pode garantir margem de remunera-ção maior, através de tecnologias e processos mais eficientes.

Nesta mesma esta-ção, o vice presidente da Aiba, Sérgio Pitt, abordou, em rápida apresentação, as ini-ciativas que a entidade vem tomando na defesa do produtor rural, contra ações ilegais de órgãos ambientais, assim como as mudanças no Código Florestal, que trazem a imposição de uma no-civa moratória florestal por cinco anos.

Já na segunda esta-ção, o tema foi fertili-dade do solo. “Fertili-zantes: quando, onde e como aplicar” e “Micro-nutrientes: solos pobres e solos corrigidos”, com explanação do especia-lista em geoprocessa-mento José Francisco da Cunha. O especialis-ta discutiu formas de se produzir em abundân-cia: aspectos biológicos, físicos e químicos.

Na parada seguin-te, foi a vez de falar de Manejo Integrado de Pragas na Região Oeste da Bahia, com a ento-mologista Jurema Rat-tes. A professora frisou métodos de diminuir a pressão de lagartas,

sobretudo com foco na prevenção: erradicação da primeira geração, manejo na dessecação, tratamento na semente, métodos fisiológicos pós emergentes, fecha-mento entre linhas, iden-tificação das espécies de lagartas e não utilização de piretróides.

Fechando o circui-to, o professor Jaime Maia dos Santos, da Unesp/ FCAV. Dono de um estilo leve e engra-çado, o professor usou seu magnetismo para chamar atenção para um problema sério nas plantações de soja: os nematóides. Ressaltou a importância de evitar a contaminação por trá-

fego de veículos e má-quinas agrícolas, tratou sobre os mecanismos de ação do fitoparasita, que ataca a raiz da soja, e os métodos de com-bater o problema.

O presidente da Fun-dação Bahia, Amauri Stracci, não escondeu o contentamento com o resultado do evento. “Mercado e clima favo-ráveis e tecnologias de qualidade para mostrar. Tínhamos tudo para ter um excelente evento, mas ficamos surpresos com a resposta do pú-blico e a participação nas palestras, que supe-rou em muito as nossas expectativas”, conta Amauri Stracci.

“A cada evento a gente aprende mais. Por isso faço esforço para participar de todos”

Valdir RiffelProdutor rural

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A combinação exata entre rusticidade

e delicadeza, porte e beleza de três das mais conhecidas heroínas das histórias do escri-tor baiano Jorge Ama-do, Gabriela (Gabriela Cravo e Canela), Tieta (Tieta do Agreste) e Lí-

A Bahia foi o pri-meiro estado

do Brasil a iniciar o processo de certifi-cação das proprie-dades que partici-pam do Programa Socioambiental da

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Fundação Bahia homenageia Jorge Amado em suas novas cultivares de sojavia (Mar Morto), foram a inspiração de batismo das três novas varieda-des comerciais de soja que a Fundação Bahia e a Embrapa Cerrados disponibilizam para a safra 2011/12. A pri-meira apresentação do trio de tecnologias

genuinamente baianas aconteceu na Passarela da Soja 2011, em 12 de março passado, porém, ainda com os nomes de BRS 313, a BRS 314 e a BRS 315. Mas, a par-tir de agora, entram em vigor as novas nomen-claturas, devidamente

registradas: BRS 313 Tieta, BRS 314 Gabrie-la e BRS 315 Lívia.

“Foi uma idéia feliz e original que vai con-ferir ainda mais per-sonalidade aos nossos materiais, na medida em que absorve os va-lores fortes e o char-

me que a marca Bahia agrega, e que hoje já batiza também a nossa instituição de pesquisa privada, a Fundação Bahia”, disse o pre-sidente da Fundação, Amauri Stracci. Ele afirma que considera a justa a homenagem ao

gênio literário baiano, traduzido em mais de 70 idiomas.

Agora, quando fize-rem a pergunta clássi-ca, o que é que a baiana tem, vamos dizer sem medo de errar: tecno-logia em soja”, disse Stracci.

BRS 313 Tieta BRS 314 Gabriela BRS 315 Lívia

Abapa inicia o processo de certificação do Programa Socioambiental da Produção de Algodão

Produção de Algodão (PSOAL). Com o ob-jetivo de orientar o co-tonicultor sobre a regu-larização e adequação ao cumprimento das legislações pertinentes às rotinas trabalhistas

de segurança, saúde e meio ambiente do tra-balho, o PSOAL, está sendo implantado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), juntamen-te com a Associação Brasileira dos Produto-res de Algodão (Abra-pa), nas propriedades rurais.

O processo de cer-tificação referente a safra 2010/2011, teve início no final de fe-vereiro e está sendo realizada pelo órgão certificador, Intertek do Brasil. Inicialmente estão participando 13

propriedades, das quais dez já foram auditadas e conseguiram atingir índices que permitem a certificação. As demais propriedades serão au-ditadas até o final do mês de abril.

Segundo o coorde-nador do PSOAL na Bahia, o engenheiro agrônomo, Maurício Lopes, com o início do processo de certificação está sendo evidenciado que as propriedades produtoras de algodão da região oeste estão respeitando as condi-ções sociais trabalhis-tas. “O cotonicultor

sabe a importância de um bom relacionamen-to com os funcionários. Não é só produção é o respeito ao trabalha-dor”, afirmou.

A metodologia im-plantada pela Abapa para desenvolver o PSOAL consiste em auxiliar o produtor através de inspeções locais e entrevistas de campo, a realizar uma auto avaliação das suas condições atuais, no que diz respeito ao cumprimento da legis-lação trabalhista vigen-te. “Através do preen-chimento total de uma

lista de verificação (check list), cons-truída com base na legislação brasileira, obtemos um relatório contendo as irregula-ridades e a partir dis-so, elaboramos um plano de melhorias a serem adotadas pelo produtor”, explicou Maurício.

Os produtores as-sociados interessados em aderir ao PSOAL devem entrar em contato com a Abapa para solicitar o termo de adesão e formali-zar a participação no programa.

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Enquanto o Congres-so Nacional discute

mudanças radicais no Código Florestal, e a Bahia aprova um Plano de Adequação e Regu-larização dos Imóveis Rurais do Estado, a Pro-curadoria Federal Espe-cializada do Ibama de Barreiras, na apreciação dos processo dos pro-dutores que procuraram espontaneamente regu-larizar sua situação, pro-move ações via medidas cautelares junto a Justiça Federal, requerendo a aplicação de penalida-des que excedem em muito as próprias pena-lidades previstas na tão badalada legislação em discussão para mudança. Por exemplo, o pedido de bloqueio de bens dos produtores, equivalente a R$5 mil reais por hecta-re, pela falta de autoriza-ção para o desmatamen-to, que o próprio órgão não emitiu na época por falta de estrutura e recur-sos humanos.

Diante destes proble-mas, a entidade requereu

Retrocesso ambientaluma reunião com a Pro-curadoria Geral do Esta-do (PGE), que foi realiza-da no dia 23 de março em Salvador. A reunião com a presença do procurador geral, Rui Morais Cruz, acompanhado da procu-radora Gertha Márcia Al-meida, que cuida essen-cialmente das questões ambientais, teve partici-pação dos secretários de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, e de Agricultu-ra, Eduardo Salles, que atenderam ao pleito da Aiba, representada pelo seu vice-presidente Sér-gio Pitt.

De acordo com Pitt, a razão da audiência na PGE foi dar ciência ao órgão sobre o posiciona-mento da Procuradoria do Ibama de Barreiras.

“Estes produtores são justamente aqueles que procuraram o Ibama e órgãos ambientais para fazer a adequação e re-gularização ambiental, com base em um progra-ma elaborado pelo Esta-do, com interveniência do próprio Ibama. Esta medida pune exatamente quem quer fazer a coisa certa”, explicou Sérgio Pitt, ressaltando que esta proposta que tira o pro-dutor de atividade vai na contramão de tudo que se discute com o Novo Código Florestal. “O pa-recer do Ibama de Bar-reiras excede os rigores da própria lei, e contribui ainda mais para colocar o produtor na ilegalida-de”, resumiu o executivo da Aiba.

A necessidade de georreferenciar

todos os imóveis rurais é uma determinação da lei, que atribui os cus-tos dos processos aos proprietários, e, ao In-cra, o processamento e certificação dos pedi-dos. Uma questão apa-rentemente simples, mas que, na prática, está completamente travada. Os processos não andam. Milhares de pedidos enchem

Morosidade na certificaçãoprateleiras junto do In-cra, e, enquanto isso, o proprietários estão im-pedidos de alienar, ou mesmo oferecer em ga-rantia real estes imóveis para levantar recursos financeiros para custeio da safra agrícola.

Foi para tratar do tema que a Aiba e a Prefeitura de Luís Eduardo Maga-lhães pediram audiên-cia ao superintendente do Incra na Bahia, Luís Gugé, que recebeu os re-

presentantes do Oeste em seu gabinete no dia 23 de março. Gugé argumentou que além da falta de fun-cionários, o Incra enfrenta um processo muito com-plexo para a certificação. “É necessário rever ime-diatamente o sistema de certificação, simplifican-do a burocracia imposta pelo sistema hoje”, admi-te o superintendente, que garantiu envidar esforços para a celeridade dos pro-cessos.

Uma cerimônia que reuniu produtores,

políticos, sociedade e autoridades regionais, estaduais e nacionais ligados ao agronegócio do Oeste da Bahia mar-cou simbolicamente a transmissão do cargo de presidente do Conselho Diretor do Fundo para o Desenvolvimento do

Esta medida pune exatamente quem quer

fazer a coisa certa”“ Sérgio Pitt - vice-presidente da Aiba

Bela solenidade marca posse de Ademar Marçal no Fundeagro

Agronegócio Algodão (Fundeagro), do enge-nheiro agrônomo Ezeli-no Carvalho para o em-presário Ademar Marçal. A eleição ocorreu em Assembléia Geral Or-dinária e Extraordinária do Fundeagro, em 23 de novembro. E Marçal já assumiu a presidência do Fundo desde janei-ro deste ano. O evento, promovido no Espaço de Eventos Quatro Esta-ções, em Luís Eduardo Magalhães, reuniu mais de 400 pessoas.

A chegada de Mar-çal, empresário conhe-cido tanto pela compe-tência, quanto pelo estilo arrojado e entusiasmo

pela pesquisa científica e novas tecnologias para o agronegócio, é vista como muito benéfica para o Fundeagro, cuja base é o tripé pesquisa, defesa fitossanitária e marketing.

“Marçal é um ho-mem que enxerga além. Foi dele, por exemplo, a iniciativa de criar a Fun-dação Bahia, de pesqui-sa privada, cujo embrião foi a sua própria casa. Essa é só uma mostra da capacidade que ele tem de gerir com maestria os recursos deste Fun-do, tão importante para a nossa região”, afirma o presidente da Aiba, Wal-ter Horita.

Nova diretora do Fundeagro -Biênio 2011/12

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Este ano, a maior feira de tecnolo-

gia agrícola e negócios do Norte-Nordeste, a Bahia Farm Show, contará com um novo espaço, onde pequenas e médias empresas do comércio regional e baiano poderão expor seus produtos e mar-cas, pagando por isto um valor especial, 50% menor que o custo nor-mal de um estande na feira. A iniciativa, é re-sultado da parceria que a Associação de Agri-cultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) firmou com o Sebrae Bahia, e vai incrementar ainda mais os negócios no evento, que será rea-lizado de 31 de maio a 4 de junho de 2011, no município de Luís Eduardo Magalhães.

O Pavilhão das Pe-quenas e Médias Em-presas da Bahia terá ao todo 900 metros

Parceria entre a Aiba e o Sebrae Bahia promove acesso das pequenas e médias empresas à Bahia Farm Show

quadrados, sendo 300 metros quadrados de áreas cobertas, com capacidade para abri-gar 10 empresas. De acordo com o coorde-nador geral da Bahia Farm Show, Alex Ra-sia, os comerciantes, comprovadamente pe-quenos ou médios, te-rão subsídio do Sebrae para 50% dos custos de participação, que englobam a locação da área, montagem bási-ca, serviços de limpeza e segurança.

“Será uma feira den-tro da feira. Um portal democrático, que ofe-recerá os mais diversos serviços e produtos, li-gados ou não ao agro-negócio. Esta era uma demanda antiga do co-mércio de LEM, que finalmente será atendi-da”, afirma Rasia.

O presidente da As-sociação Comercial de Luís Eduardo Maga-

lhães, Carlos Piorezan, comemorou a notícia. “A Bahia Farm Show abriu uma oportunida-de muito interessante para incluir uma fa-tia do nosso setor que queria participar da feira, mas não podia, e agora vai expor suas mercadorias com um custo menor”, disse Piorezan.

Para o Sebrae, a ini-ciativa complementa as ações que a entidade já realiza na região, li-gadas, entre vários ou-tros aspectos, à capaci-tação para a gestão, e à integração das cadeias produtivas locais. “O apoio do Sebrae na ne-gociação dos espaços propicia aos pequenos e médios comerciantes locais um canal para aumentar a visibilidade dessas empresas, para a abertura de novos mercados, e, em últi-ma instância, aumentar

seus faturamentos, o que é bom para eles, e para a economia da re-gião”, afirma o diretor operacional do Sebrae, Lauro Ramos.

As empresas inte-ressadas em participar desta área da feira e obter o apoio do Se-brae Bahia já podem procurar o departa-mento comercial re-gional da Bahia Farm Show: [email protected], (77) 8802-0683.

A Bahia Farm Show é promovida pela Asso-ciação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação dos Reven-dedores de Máquinas e Implementos Agríco-las do Estado da Bahia (Assomiba), Fundação Bahia e Prefeitura Mu-nicipal de Luís Eduar-do Magalhães.

A Bahia Farm Show abriu uma oportunidade muito interessante para incluir uma fatia do nosso setor que queria participar da

feira, mas não podia“ Carlos Piorezan - Presidente da Acelem