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ano 15 | nº 92 | setembro/outubro 2015 | R$ 30,00 www.porkworld.com.br SENECAVÍRUS A: Novo vírus preocupa veterinários. Cadeia deve atuar para controlar infecção USDA: Produção em alta em 2016 DINAMARCA: Conheça o segredo da suinocultura mais eficiente do planeta

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ano 15 | nº 92 | setembro/outubro 2015 | R$ 30,00

www.porkworld.com.br

SENECAVÍRUS A: Novo vírus preocupa veterinários. Cadeia deve atuar para controlar infecção

USDA: Produção em alta em 2016

DiNAmARCA: Conheça o segredo da suinocultura mais eficiente do planeta

2 3setembro/outubro 2015 / edição 92

entrevista | steve leeson

Empresas do Grupo Agroceres:

... E A SUA CONFIANÇA É A NOSSA MAIOR CONQUISTA!Em 20 de setembro de 2015 a Agroceres completa 70 anos. A história da Agroceres é a história de pessoas que se uniram em torno de um propósito: o de levar tecnolo-gia ao campo e contribuir com o agronegócio brasileiro em sua busca por produzir cada vez mais e melhor.

Pessoas que, ao longo de gerações, assumiram o com-promisso de construir os 4 pilares de nossa proposta de valor: Tecnologia e Inovação, Qualidade, Atendimento e Resultado. Um compromisso que você vê em tudo o que a Agroceres faz: na busca, desenvolvimento e adaptação da melhor tecnologia disponível para a sua realidade, na qualidade consistente e padronizada de nossos pro-dutos, em nosso atendimento presente e capacitado, e, principalmente, nos resultados que o ajudamos a con-quistar.

Sabemos que foi cumprindo com este compromisso que conquistamos a sua con� ança nos últimos 70 anos. E será assim que manteremos esta conquista pelos mui-tos anos que virão.

www.agroceres.com.br

4 5setembro/outubro 2015 / edição 92

capa | agroceres

Empresa que integra a história empresarial e agropecuária do país comemora aniversário e trabalha de olho num futuro de novas tecnologias e atendimento ideal ao cliente Redação

Agroceres 70 anosA competência do Agro Brasil

momento não poderia ser mais emblemático. A segunda grande guerra havia acabado, o mundo estava dividido e tudo estava para ser reconstruído. Foi neste cená-rio que o agrônomo e pesquisa-

dor mineiro Antônio Secundino de São José resolveu plantar uma semente. A ideia nasceu depois de oito meses estudando e conhecendo projetos de melhoramento genético de plantas nos Estados Unidos. Cultivar e vender no Bra-sil sementes de milho híbrido. Grãos obtidos com o cruzamento de linhagens puras, obtidas por autofecundação até gerar descendentes geneticamente homogêneos. Capazes de gerar plantas com produtividade muito acima das sementes convencionais da época. Secundino voltou com uma coleção de linhagens e cruza-

mentos de milho e iniciou pesquisas para obter uma variedade híbrida adaptada às condições brasileiras, ao lado do amigo, professor e pes-quisador da faculdade onde se graduou, Glads-tone Drummond. Em setembro de 1945, os dois juntaram-se a outros três colegas e funda-ram a Agroceres, nome emprestado da deusa romana das colheitas, Ceres. O primeiro pro-duto foi desenvolvido na Fazenda São Fernan-do, em Minas Gerais, a partir de linhagens ob-tidas de uma variedade mexicana e outras três nacionais, testadas durante anos por Gladsto-ne e Secundino. No primeiro ano, a empresa vendeu 3 mil quilos de sementes embaladas em saquinhos costurados na máquina de cos-tura da mulher de Secundino, que saía de jipe e convencia os agricultores da região a terem uma colheita até 30% maior. Rapidamente, a

fama do “milho milagroso” se espalhou.No segundo ano, veio a sociedade com a In-ternational Basic Economy Corporation (IBEC), braço agrícola da Fundação de Nel-son Rockefeller, empresário histórico e vi-ce-presidente dos Estados Unidos. A IBEC assumiu o controle acionário e a maior parte do capital enquanto a administração permane-ceu nas mãos dos sócios brasileiros. A empresa cresceu e chegou a vários estados. No início da década de 1970, um episódio dramático aca-bou reforçando a imagem da Agroceres. Focos do fungo Helminthosporium foram detecta-dos em vários lugares do país, tornando invi-ável a reprodução de sementes saudáveis para aquela safra. A empresa decidiu não vender a produção para evitar o risco de disseminação do fungo. A atitude teve enorme impacto fi-

O

1945Nasce a empresa | Lançada primeira semente de milho híbrido do Brasil

1947 International Basic Economy Corporation torna-se sócia da empresa

1970 Inauguração de fábrica de iscas formicidas

1977Primeiro núcleo genético suíno de alto desempenho

1980 Sócios brasileiros adquirem controle acionário

1985Primeira granja de melhoramento genético de aves do Brasil

1986Morre em São Paulo Antônio Secundino

Agroceres | Linha do tempo

nanceiro, mas foi reconhecida como prova do compromisso com a qualidade. Logo depois, Ney Bittencourt de Araujo, agrônomo e filho de Secundino, assumiu a presidência. Depois de iniciar a Agroceres nas áreas de sementes de hortaliças e isca formicida, o executivo co-mandou a entrada em novos negócios: semen-tes de sorgo e de pastagens, o primeiro núcleo genético suíno de alto desempenho, a nutrição animal e a primeira granja de melhoramento genético de aves do Brasil. Na década seguin-te, os sócios brasileiros adquiriram o controle acionário. Em 1986, Secundino morreu, aos 76 anos de idade. O filho seguiu como líder, liderou a criação da Associação Brasileira de Agribusiness (atual Associação Brasileira do Agronegócio – ABAG) e tornou-se um dos maiores responsáveis pela difusão do conceito de Agronegócio no Brasil. O tempo passou e a Agroceres reestruturou-se em duas divisões: Vegetal e Animal. Ney morreu em 1996, aos 59 anos. Em homenagem a ele, a ABAG en-trega, em seu congresso, o Prêmio Persona-lidade do Agronegócio Ney Bittencourt de Araujo. Urbano Campos Ribeiral, cunhado de Ney e então vice-presidente responsável pela Divisão Vegetal, assumiu a presidência. Treze anos depois, Urbano passou a presidente do Conselho de Administração e foi sucedido por Fernando Pereira, que ocupava a direção da Unidade de Genética de Suínos. A diver-sificação se intensificou, com a inauguração de uma fábrica de palmito cultivado na Bahia, a aquisição da Multimix Nutrição Animal e Santa Helena Sementes, o controle total so-bre a Inaceres e a incorporação da Génétiporc. No ano passado, a certificação como “Empresa com Excelência em Sustentabilidade”, do Ins-tituto Brasileiro de Executivos de Finanças, pelo segundo ano, só confirmou a trajetória de setenta anos de sucesso de uma das empresas mais emblemáticas do Agronegócio do Brasil.

1988Inaugurada unidade industrial de Rio Claro (SP)

1989Empresa se reestrutura em duas divisões: Vegetal e Animal

1996Morre Ney Bittencourt | Urbano Campos Ribeiral assume presidência

1993Lançamento da isca formicida Mirex S

2004Inauguração da fábrica de palmito cultivado na Bahia

2010Aquisição da Multimix Nutrição Animal

2012Empresa assume controle total da Inaceres

2014Recebe pela segunda vez a certifica-ção “Em-presa com Excelência em Susten-tabilidade”

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capa | agroceres

Ele tem o pé fincado no meio rural, onde ainda vivem seus pais e onde passou toda a sua infân-cia e adolescência, até sair para cursar o segundo grau e posteriormente a Universidade. Ainda na Universidade, lecionou em colégio e, posterior-mente, já tendo concluído o Mestrado, foi pro-fessor da Faculdade de Zootecnia de Uberaba (FAZU). Depois ingressou na Agroceres PIC como Geneticista. Orgulha-se de ter partici-pado ativamente da grande evolução (inclusive genética) da suinocultura brasileira, nos últimos trinta anos, ao lado da marca Agroceres.Sobre o aniversário da Agroceres, ele comenta:

“setenta anos de vida de uma empresa é um tempo longo sob qualquer critério de análise, ainda mais no Brasil. Mas muito do sucesso da Agroceres se explica pelo seu apego a alguns va-lores que são parte da sua cultura interna desde a sua fundação. É o caso da sua obsessão pela tecnologia e inovação, pela busca de alta qua-lidade em tudo o que se propõe a fazer, pela preocupação com o bom atendimento e com o resultado obtido pelos seus clientes. Isso resume a Agroceres ontem, marca a empresa hoje e vai nortear seu crescimento nas próximas décadas”, afirma convicto. Para Fernando, a suinocultu-

Os comandantes

FERNANDO ANTONiO PEREiRA• Presidente Executivo• 32 anos de empresa• 60 anos• Nasceu em São Miguel do Anta (MG)• Graduado em Engenharia Agronômica e Mestre em Zootecnia, com especialização e Melhoramento Genético Animal, pela Universidade Federal de Viçosa• Marca da Gestão: “Utilizar o talento das pessoas, focar nas prioridades e atenção à coerência entre a comunicação e a prática”

ra brasileira não é grande como deveria, mas detém qualidade de produção ímpar. “Temos qualidade e custo competitivos para alavancar consumo interno e externo. Sou otimista por-que já estamos em um novo patamar em todos os elos da cadeia da carne suína, muito mais ca-pacitados para alçar voos mais altos, ajudando a ocupar o espaço possível e necessário para o agronegócio brasileiro no cenário mundial”, justifica. No melhoramento genético de suíno, o executivo salienta que o uso de novas tecnolo-gias da seleção genômica está possibilitando um progresso genético 35% superior ao que ocorria em um passado muito recente. “A percepção dos ganhos pelos produtores e pela indústria está só começando.Vivemos um momento raro”, anuncia. É uma evolução que contagia o presidente da Agroceres, que tem planos de continuar expan-dindo os negócios do grupo no Brasil e exterior, de acordo com as peculiaridades de cada de cada um deles. Falando sobre a evolução da suinocul-tura brasileira, ele comenta que os módulos de produção são cada vez maiores e é uma cadeia que está cada vez mais integrada, no conceito amplo da expressão, ou seja, há uma crescente interdependência entre o proprietário da granja e a indústria. Não dá para pensar num só elo. Trabalhamos pensando em carne de qualidade, com menor custo de produção, rendimento de cortes específicos, produtos para diferentes tipos de mercado, etc.”, reforça. “Nestas últimas décadas o mercado mudou ra-dicalmente e temos o orgulho de termos sido um dos protagonistas de muitas destas mudan-ças”. Comentando sobre as exportações bra-sileiras de carne suína ele fala que, por alguns motivos não vinculados a eficiência da nossa produção e indústria, infelizmente os volumes exportados pelo Brasil convivem com alguma oscilação sem romper o recorde estabelecido ainda em 2006. Mas acredita que esta barreira será rompida em breve e que o destaque como cliente nos próximos anos será provavelmente a China.Sobre o aniversário da Agroceres, Fernando en-fatiza que este é um momento de agradecimen-to a todos pela confiança depositada na empresa e de passar uma mensagem de confiança, diante do momento difícil por que passa o Brasil. “Não podemos parar. Este complicado momento po-lítico e econômico será pedagógico. O custo de aprendizagem da nossa sociedade está sendo alto, mas assim que voltarmos a crescer o fare-mos com novos paradigmas. É como em tecno-logia e inovação, em que o rompimento de um paradigma leva a outro. E nunca existe produto acabado, mas evolução contínua, sentencia.

Suinocultura e nutrição

A Agroceres PIC nasceu em 1977, fruto de uma parceria com a Pig Improvement Com-pany (PIC), da Inglaterra. O objetivo foi im-plantar um programa completo de seleção de linhas puras e produção de suínos híbridos comerciais, Garantindo aos criadores prolifi-cidade das fêmeas, velocidade de crescimento das progênies, eficiência em conversão ali-mentar, carne magra na carcaça e qualidade de carne. Foram trazidos animais puros de elite, instalados em Patos de Minas na pri-meira Granja Núcleo de melhoramento ge-nético de suínos do país, onde era feita a sele-ção para a venda, reposição do próprio plantel e para as granjas multiplicadoras, onde eram produzidas matrizes híbridas. A primeira fê-mea matriz híbrida foi vendida em 1979 com o nome de Camborough, homenagem para as universidades britânicas que deram suporte à PIC. Os primeiros machos reprodutores ven-didos pela empresa foram os mesmos machos puros usados para a produção da Camborou-gh, e o primeiro macho híbrido da empresa, o AGPIC 204, foi lançado em 1980. Em 1983, foi criado o departamento de Engenharia e Projetos de Granjas. A partir do início dos anos 1990, o melhoramento genético passou a contar com uma nova ferramenta: a seleção assistida por marcadores moleculares, capaz de identificar nas linhas maternas genes po-sitivos ou prejudiciais. Casos do Halotano, eliminado por causar a perda da qualidade de carne. Os marcadores também foram usa-dos para aumentar o tamanho das leitegadas e melhorar a conversão alimentar. Em 1995,

a Agroceres PIC implantou a primeira Uni-dade de Disseminação de Genes (UDG), em Patos de Minas. Nas UDG’s, são alojados os machos reprodutores de maior valor genético da empresa, selecionados no Brasil ou impor-tados das Granjas Núcleo da PIC dos Esta-dos Unidos e do Canadá. O sêmen coletado é utilizado simultaneamente na própria Granja Núcleo, em Granjas Multiplicadoras e em granjas de clientes.Na virada do século, a Agroceres PIC com-prou o controle da PIC Argentina, que pas-sou a se chamar Agroceres PIC Argentina. E construiu uma nova Granja Núcleo, maior e em um local mais afastado (Presidente Olegário -MG). Foi a primeira a obter a certificação ISO 14001, de gestão ambien-tal. A Agroceres PIC passou a ofertar seus melhores machos reprodutores classificados em duas novas categorias. Os 20% melhores, destinados para inseminação, como TG Eli-te. Os 30% seguintes como TG Superior. O restante era vendido para monta natural ou descartado para o abate. Em 2013, a Agroce-res PIC inaugurou a sua segunda Unidade de Disseminação de Genes, em Fraiburgo (SC), e lançou o programa CBV Max, um servi-ço de gerenciamento que monitora o valor genético do plantel de machos reprodutores das UDGs e dos clientes. No ano seguinte, concluiu a aquisição da Génétiporc do Brasil, empresa que representava aqui a Génétiporc canadense. A aquisição trouxe uma equipe com grande experiência, ampliou o portfólio de produtos e a capacidade de produção e

venda da empresa.Na área de nutrição, o grupo é representado pela Agroceres Multimix, que hoje tem forte presença nos segmentos de suínos, aves e bo-vinos, exportando para vários países da Amé-rica do Sul. A primeira unidade de produção de ração foi construída ainda na década de 1970, para atender a primeira granja de su-ínos da empresa. Logo surgiram os primei-ros clientes interessados em comprar a ração. Para atender clientes em regiões distantes e minimizar a restrição tributária, a Agroceres optou por especializar-se na produção e ven-da de pré-misturas nutricionais. A primeira linha foi lançada em 1986. Atualmente, a empresa produz mensalmente mais de 1.100 fórmulas diferentes de produtos. Possui as certificações ISO 9001 e HACCP (Hazard Analysis & Critical Control Point), além das exigências da Instrução Normativa 04, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA). Em 2007, a Agroceres inaugurou em Rio Claro a sua primeira Uni-dade de Produtos Veterinários, que são adi-cionados aos seus produtos ou vendidos para serem acrescidos diretamente à ração produ-zida por seus clientes. E para difundir conhe-cimento sobre a cadeia produtiva e estreitar ainda mais a parceria com criadores e empre-sas, a Agroceres PIC realiza, a cada dois anos, o Seminário Internacional de Suinocultura, em parceria com a Agroceres Multimix e outras empresas do setor. Já foram realizadas onze edições, cravando vinte anos de realiza-ção ininterrupta.

Sonho: “Ver os brasileiros entendendo melhor que cabe a cada um fazer suas escolhas, respeitando os direitos coletivos, e não

esperar que o estado decida por eles”Granja Paraíso

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Marcelo pode dizer que respira Agroceres desde o berço. Neto do fundador da empre-sa, passou a infância e adolescência rodando o Paraná, os Estados Unidos e Minas Gerais. Começou na empresa na área de planejamen-

to, passou pela controladoria e hoje coordena a parte corporativo de gestão de pessoas, tec-nologia da informação, área jurídica, tesoura-ria, contabilidade e planejamento da gestão. Experiência que não deixa dúvidas sobre os

mARCELO ARAUJO RiBEiRAL• Vice-presidente Administrativo Financeiro• 25 anos de empresa• 47 anos• Nasceu em São Paulo (capital)• Graduado em Economia• MBA em Administração | Kellogg School of Management (EUA)

passos da Agroceres setenta anos. “Somos lí-deres absolutos em genética de suínos, temos participação forte em milhos e sementes para silagem, levamos tecnologia de ponta ao cam-po em nutrição, proteção de lavouras e novos negócios. A Agroceres desbravou o Agro-negócio, cresceu, diversificou e amadureceu. Queremos ser reconhecidos como empresa que contribuiu para o agronegócio brasileiro, com bom atendimento, qualidade de produtos e tecnologia”, crava sem medo de errar. O vice-presidente esclarece que o vigor da corporação pode ser medido pela atuação dos últimos cinco anos, com importantes aqui-sições e recorde de faturamento em 2015, mesmo com a economia brasileira recessiva. “Nossa pauta sempre foi uma gestão que permitiu autonomia às unidades de negócio e, ao mesmo tempo, o compartilhamento de estruturas corporativas definidas. Misturada ao bom atendimento, à qualidade dos pro-dutos e tecnologia. E vamos seguir assim. Melhorando a rentabilidade e produtividade dos clientes. Crescendo e promovendo maior sinergia entre os negócios, troca intensa de conhecimento. Sem nunca deixar de atender como indústria os requisitos atuais e futuros da sociedade, dos clientes e consumidores: sustentabilidade, bem-estar animal, quali-dade e sanidade”, pontua. Marcelo Araujo Ribeiral confia no aumento do consumo bra-sileiro de carne suína ao longo do tempo e no incremento das exportações. Calejado em Administração e Gestão, revela o que consi-dera a “pedra filosofal’ dos negócios de suces-so do futuro. “As companhias vitoriosas vão tomar decisões baseadas em dados concretos, objetivos, medidos. O mundo tem um longo caminho neste sentido. Várias ferramentas de gestão irão permitir ao produtor conhecer em detalhe o desempenho zootécnico e financei-ro do negócio, facilitando e agilizando a visu-alização de diversos cenários e a tomada de decisão em tempo hábil”, conclui.

capa | agroceres

Marca da Gestão: “Decisão baseada em análise de dados e a interação humana posterior, com exame e discussão sobre as informações”

“Poucas empresas nacionais completam uma trajetória assim como líder de mercado. E se-gue renovando, com projetos ambiciosos pela frente, em todas as linhas de negócio”. É com este sentimento que o carioca (criado no Mato Grosso do Sul) Alexandre Rosa acompanha o aniversário da empresa. Médico veterinário com experiência em Marketing e Administra-ção, já rodou o mundo, atuou como gerente de mercado e comercial na Agroceres PIC duran-te nove anos e agora lidera o único negócio do grupo que tem um sócio, no caso a PIC. “São 38 anos de grande sucesso. 52% de participação média nos mercados brasileiro e argentino, en-tre machos e fêmeas, países que possuem juntos um milhão e novecentas mil matrizes”, conta. Alexandre também frisa os bons resultados al-

cançados com a incorporação da Génétiporc. “Gerou uma série de sinergias, com produtos de qualidade, mesma filosofia de pesquisa e desenvolvimento, boa plataforma de produção. Ela vinha crescendo no mercado. Foi uma ação estratégica bastante interessante”, resume.O braço animal da Agroceres é um “avião”. In-vestimentos na disseminação genética, especifi-camente projetos de Genética Líquida. São três unidades de disseminação de genes (UDGs) operando, em Santa Catarina e Minas Gerais. E até o fim de 2016, serão mais duas, no Su-deste e Sul. Para atender o mercado com alto valor genético e qualidade sanitária. Além de biossegurança, diante do fenômeno mundial das doenças emergentes virais. “Serão proces-sos novos e modernos, que vão permitir rigor

ALEXANDRE FURTADO DA ROSA • Diretor Superintendente da Agroceres PIC• 21 anos de empresa• 45 anos• Nasceu no Rio de Janeiro (RJ)• Graduado em Medicina Veterinária | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul• MBA em Gestão Empresarial | Estados Unidos• MBA em Marketing | ESPM (SP)• Marca da Gestão: “Trabalhar em time, em grupo. Incentivar a participação. Passar por diversas áreas no grupo ajudou bastante.• Estar ao lado do cliente e procurar o crescimento do negócio”• Gerência de mercado durante nove anos e gerência comercial do sul

ainda maior, assegurando proteção sanitária aos clientes”, adianta. Este é um ponto crucial para a empresa. Sistemas de produção fechada. Cruza-mentos na própria propriedade e sêmen apenas das UDGs da Agroceres PIC. Outra questão é levar o avanço o mais rápido possível para a granja. “Nosso papel é realizar o melhoramento, assegurar um animal do mais alto valor genéti-co. O passo seguinte é fazer a disseminação. So-mente via sêmen dos melhores animais, redu-zindo o atraso genético. E estamos conseguindo aumentar a precisão. Estamos investindo forte em ferramentas de seleção genômica, medindo a performance dos animais (conversão, ren-dimento, carcaça) e agregando informações existentes no cromossomo do animal. Carac-terísticas de impacto econômico. Genotipamos por ano cerca de 50 mil animais, mais do que a soma de todas as concorrentes. São tecnologias que aumentaram em mais de 35% a precisão do valor genético. Estamos falando de um ganho que hoje ultrapassa oito reais por animal de abate”, pondera. Nos últimos quatro anos, as questões perseguidas foram robustez, leitegadas maiores, capacidade de desmame, peso ao nas-cimento, peso ao desmame, mortalidade. Agora, chegou a hora da taxa de sobrevivência na re-cria e terminação. “E em breve teremos grandes novidades, como a edição de genes. Anular os efeitos de determinados genes do animal, que envolvem doenças específicas de alto impacto econômico no setor. A meta geral é criar o ani-mal de olho na qualidade. Assegurar a reação dele aos diversos desafios”, complementa Ale-xandre Rosa.A atualização genética segue forte, com até qua-tro importações por ano. Machos de alto valor e investimentos em programas de atualização genética aos clientes. Mas, e o mercado? “Sou otimista. Dá para dobrar o consumo interno, abocanhando espaços da carne bovina, por exemplo. Conveniência, cortes mais apropria-dos aos novos comportamentos do consumidor. Há muitas oportunidades. Internacionalmente, precisamos chegar a um milhão de toneladas, a metade ainda do que os EUA conseguem. Exis-tem poucos países com capacidade de exporta-ção. Temos plantas excepcionais, somos flexí-veis, podemos usar a Indústria que hoje já acessa mais de 150 mercados com o frango. Aumentar na China, entrar efetivamente no Japão e na Coreia do Sul. Conseguir 900 mil toneladas em cinco anos não é fácil, mas é factível. Temos as condições. Ainda há contrastes, as margens são apertadas, mas quem vai chegar lá na frente é quem é eficiente”, analisa. E a Agroceres PIC? “Queremos crescer mais. Somos ambiciosos. Nossa maior satisfação é quando o nosso clien-te está trabalhando bem e ganhando dinheiro”, afirma convicto.Sonho: “Ver a suinocultura brasileira como líder mundial, consumindo

30 kg per capita, exportando mais do que os EUA”

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capa | agroceres

O negócio dele é olhar para a frente, construir. Mineiro de nascimento e prosa, começou na empresa como engenheiro, ajudando a idea-lizar e construir a granja de elite de aves, um setor que estava nascendo. Depois, fez de tudo. Foi para a área de suínos, projetos de granjas e fábrica de ração. Atuou como Gerente de Produtos, Gerente de Marketing e Gerente Geral de Marketing. Passou pelos setores de aves e chegou ao de nutrição animal. “Esta área nasceu como exigência de mercado, associada à genética de suínos produzida pela empresa. Cresceu muito, legitimando-se como parte do

grupo. Hoje temos uma equipe imensa, muito competente. E a obra é de todos, o tempo todo. Foi assim que saímos da filosofia de produto para a de serviço. Desenvolver produtos espe-cíficos, soluções para as diversas necessidades de cada um. O desafio é entender muito bem o problema e o desejo do cliente”, resume Mau-rício Nacif. Para ele, Nutrição é muito mais do que um alimento, uma receita. “Precisa ter saúde, manejo, sanidade, temperatura, confor-to ambiente. Olhar para tudo. E cada granja é uma, exige soluções específicas”, explica.E é esta complexidade que encanta Nacif.

mAURÍCiO NACiF DE FARiA• Diretor da Agroceres Multimix• 27 anos de empresa• 58 anos• Nasceu em Viçosa (MG)• Graduado em Engenharia Agrícola | Universidade Federal de Viçosa• Especialização em Defensivos Agrícolas | Universidade Federal de Viçosa

“Fazer mais proteína com menos. Ainda va-mos aprender muito da fisiologia animal, dos ingredientes. Veremos muitas mudanças e a Agroceres está de olho nas pesquisas, no co-nhecimento. Todos os dias estamos estudan-do a combinação de ingredientes diferentes. Não consigo ver limite para isto. A evolução em trinta anos, por si só, explica a intensidade desta mudança. Faço o mesmo suíno com me-nos gordura, mais proteína, mais cedo, carne mais adequada aos dias de hoje. Um serviço espetacular para a sociedade”, admira-se. Para ele, o caminho do futuro da Agroceres Mul-timix é atender as demandas modernas do planeta. “A terra tem uma quantidade finita de recursos. A população mundial vai a nove bilhões de pessoas em mais 35 anos. Melhorar a conversão alimentar sempre será o maior de-safio. Aditivos que melhorem a digestão serão essenciais. Melhoradores de toda natureza. Só não sei quais. Até mesmo porque muitos de-les ainda não nasceram. As próprias enzimas, ingredientes bem recentes, ainda têm muito o que se desenvolver. Probióticos, prebióticos, acidificantes, moduladores, nutracêuticos, etc. Muitas novidades, o tempo todo, vem pela frente”, anuncia satisfeito.

Marca da gestão: “Procuro incentivar os outros a criarem, proporem, serem comprometidas e fazerem mais. Incentivo insistente no trabalho

em equipe. Isso é muito importante para mim.Também adoro inovação e melhoramento tecnológico. E gosto muito de

fazer bem feito”

ANTÔNiO SECUNDiNO DE SÃO JOSÉiDEALiZADOR DA AGROCERES

• Nasceu em 1910• Primeiro presidente da empresa• Engenheiro Agrônomo graduado na Escola Superior de Agricultura Viçosa (ESAV)• Estudou no Iowa State College (EUA) | Percorreu 21 estados americanos• Professor e pesquisador da ESAV• Foi Secretário de Agricultura, Transportes, Indústria e Comércio da Paraíba• Atuou na Comissão Brasileiro-Americana de Produção de Gêneros Alimentícios• Trabalhou na General Mills• Funda a Agroceres ao lado de John Ware, Gladstone Drumond, Adylio Vitarelli e Dee William Jackson• Primeira produção: Fazenda São Fernando (MG) | 65 hectares

• Negócios: Agroceres Multimix | Agroceres PIC | Biomatrix | Santa Helena Sementes | Formicidas Mirex-S | Inaceres

• Produção: Sementes de milho e sorgo | Genética de suínos no Brasil e na Argentina | Nutrição Animal | Proteção de cultivos | Palmitos cultivados

• Presidentes: Antonio Secundino | Ney Bittencourt de Araujo | Urbano Campos Ribeiral | Fernando Pereira

1.283 colaboradores

232 Graduados52 Especialistas42 Mestres15 Doutores

140 profissionais de campo Representantes em todo o Brasil

Reunião com agricultores para explicar o milho hibrido - Jacarezinho/PR, década de 50

Grupo fundador da Agroceres. Da esquerda para a direita John Ware, Adylio Vitarelli, Gladstone Drummond, Antônio Securino e Dee William Jackson