ano 12 - nº 53 - maio (4.59 mb)

28
INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 10 . Nº 53 . MAIO DE 2015 Tractebel tem novo diretor administrativo GDF SUEZ passa a se chamar ENGIE Encontro debate os desafios do setor elétrico Manutenção garante ONU defende nova aliança global do parque gerador alta disponibilidade

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INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 10 . Nº 53 . MAIO DE 2015

Tractebel tem novo diretor administrativo

GDF SUEZ passa a se chamar ENGIE

Encontro debate os desafios do setor elétrico

Manutenção garante

ONU defende nova aliança global

do parque geradoralta disponibilidade

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Tractebel Energia2

25 ENGIE

25. GDF SUEZ passa a se chamar ENGIE

26. Prêmio GDF SUEZ de inovação 2015

SUMÁRIO

27 ALTA VOLTAGEM

27. Rating mantido

27. Jirau coloca mais duas turbinas em operação

03 MENSAGEM DO prESIDENTE

03. Um ano diferente

04 360º

04. Tractebel inaugura escritório em Fortaleza para atender parques eólicos

04. Canoagem Ecológica

05. Termelétrica Charqueadas

05. Sincronismo da Usina Termelétrica Ferrari

15 ENTrEVISTA

15. Flávio Antônio Neiva, presidente da ABRAGE

23 MEIO AMBIENTE

23. Meio ambiente também é solidariedade

06 USINA

06. Tractebel inova na construção de parque eólico no Ceará

08. Modernização aumenta eficiência das usinas

06

12

10 EMprESA

10. Tractebel tem novo diretor administrativo

12. Performance humana: todos unidos pela excelência

18 EMprESA

18. Receita líquida de vendas aumenta, mas lucro cai 3,7%

19. IV ESA

21. Uma nova aliança global

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BoasNovas 3

MensageM do Presidente

Um ano

Manoel Zaroni Torres – presidente da Tractebel Energia

O ano de 2015 começou diferente para a Tractebel Energia.

Anunciamos, em abril, o resultado do primeiro trimestre, que

chegou a R$ 345 milhões de Lucro Líquido, um incremento de

19,2% em relação ao mesmo período de 2014.

As vendas de energia da Tractebel alcançaram, no primeiro

trimestre de 2015, 4.245 MW médios, um crescimento de 0,5%

em relação ao mesmo trimestre de 2014. A receita líquida de

vendas totalizou, nos três primeiros meses deste ano, R$ 1,62

bilhão, 1,5% menor que a do mesmo período de 2014. O EBITDA

atingiu R$ 790 milhões no período, mostrando um crescimento

de 13,8% em relação ao primeiro trimestre de 2014, e a

margem EBITDA no primeiro trimestre deste ano foi de 48,8%,

incremento de 6,6 pontos percentuais em relação ao mesmo

período do ano passado.

Ressaltamos que a alocação de energia realizada pela Empresa

foi maior neste primeiro trimestre, impossibilitando uma

comparação com o resultado do mesmo período de 2014. Essa

extrapolação simples e direta do resultado do trimestre para o

ano inteiro não deve ser feita. Isso porque o setor elétrico ainda

está sob o forte impacto do GSF (Generation Scaling Factor),

sofrendo com a baixa hidrologia no País.

O expressivo déficit de geração hidráulica faz com que a

diferença entre a energia vendida e a que é efetivamente

produzida pelo conjunto das hidrelétricas brasileiras tenha

que ser comprada no mercado de curto prazo, a preços

mais elevados. Essa situação criou um custo enorme para as

geradoras, que precisam honrar os seus contratos de venda

de energia hidráulica. O impacto financeiro do GSF para todo o

setor foi da ordem de R$ 26 bilhões, em 2014, e esse valor pode

se manter em 2015, mesmo com a redução do PLD de R$ 822/

MWh para R$ 388/MWh.

A Tractebel tem conseguido honrar seus compromissos e obter

resultados, mesmo em momentos de crise graças, à sua gestão

e aos seus empregados. O ano de 2015 marca uma mudança

para dar continuidade a essa história de sucesso. Depois de 37

anos dedicados à Companhia, dos quais nos últimos 15 anos

como diretor administrativo, Luciano Andriani se aposentou.

Para prosseguir com esse modelo de sucesso e garantir que

a Tractebel supere os desafios vindouros, convocamos Júlio

César Lunardi, com ampla experiência dentro da Empresa na

Diretoria de Produção, onde ocupou cargos de liderança em

Usinas e chegou a gerenciar o Departamento de Geração Hidráulica.

Ao Luciano, agradecemos pela liderança, espírito apaziguador e fidelidade

e desejamos muita felicidade e igual sucesso na nova etapa de sua vida. Ao

Júlio, manifestamos nosso apoio total e a confiança na condução da Diretoria

Administrativa.

Manoel Zaroni Torres

Diretor-presidente

Plínio Bordin

diferente

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Tractebel Energia4

360o

Tractebel inaugura escritório em Fortaleza para atender parques eólicos

Desde dezembro, a Tractebel Energia conta com

um escritório em Fortaleza, Ceará, para estar

próxima aos principais fornecedores, clientes e

demais facilidades, como banco, cartório, correio,

etc. “Centralizamos toda a atividade administrativa

da Regional de Eólicas e vamos atender a todos

os parques da Tractebel, como os de Trairi, Santa

Mônica e Beberibe, no Ceará; Pedra do Sal no

Piauí, e os futuros Parques Eólicos da Bahia

(Campo Largo) e Rio Grande do Norte (RN)”,

revela o gerente da REEL (Regional de Eólicas) e

também responsável pelo escritório de Fortaleza,

Alexandre Thiele.

A Companhia não descarta investir em outros

parques na região, pois suas eólicas alcançaram

bom desempenho no ano passado, com geração

bruta de 622.403 MWh, o que dá uma geração

média de 71 MW, para uma potência instalada de

159 MW. “Isto significa um fator de capacidade

acima de 44%, considerado muito alto em termos

de parques eólicos”, complementa Thiele.

Plínio Bordin

Canoagem EcológicaO Consórcio Machadinho e a Tractebel Energia apoiaram a

5ª edição da Canoagem Ecológica de Paim Filho (RS), que

contou com a participação de 140 canoeiros em 45 canoas.

Eles percorreram 19km do Rio Inhandava e recolheram

220 kg de dejetos das suas margens. O projeto teve início

em 2010, quando foram recolhidas 3 mil toneladas de lixo.

“Hoje, cinco anos depois da inserção do projeto, diminuiu

consideravelmente a quantidade de lixo que encontramos”,

explica a bióloga e responsável pelo projeto, Cris Zandoná. Canoeiros recolhem lixo do rio Inhandava, que faz parte da bacia do Rio Uruguai, divisa SC/RS

Cris Malinowski Zandoná

Ampliação do número de Usinas eólicas levou à abertura de escritório em Fortaleza

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BoasNovas 5

360o

Termelétrica CharqueadasNo ano passado, a Usina Termelétrica Charqueadas, localizada

no Rio Grande do Sul, atingiu geração de 352.556,83 MWh,

contra os 253.942,67 MW produzidos em 2013. Essa foi a

segunda maior produção da termelétrica, já que a geração

recorde se deu no ano 2000, com 359.702,5 MW.

Segundo o gerente da Usina, Renato Barbosa, essa alta

geração se deve ao período de pouca chuva nas regiões

Sudeste e Nordeste, que iniciou em 2013 e se manteve durante

todo o ano de 2014. Com pouca água nos reservatórios das

hidrelétricas, todas as usinas térmicas do Brasil precisam ser

despachadas de forma permanente, ou seja, estão gerando

energia na sua máxima capacidade.

Sincronismo da Usina Termelétrica FerrariO turbogerador 5 da Usina Termelétrica Ferrari foi

sincronizado ao SIN (Sistema Interligado Nacional)

no dia 28 de abril, o que caracterizou o início da

operação em teste. Antes das obras de ampliação,

a Usina contava com 65,5 MW de capacidade

instalada e 23,2 MW médios de capacidade

comercial. Com a ampliação, Ferrari passa a

oferecer 80,5 MW de capacidade instalada e 35,6

MW de capacidade comercial ao parque gerador

da Tractebel Energia, que investiu cerca de R$ 80

milhões nas obras.

Usina Termelétrica Charqueadas, em operação há mais de 50 anos, atingiu segundo recorde anual de geração em 2014

Termelétrica Ferrari foi ampliada sem que fossem registrados acidentes de trabalho

Divulgação Tractebel

Divulgação STAGE25

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Tractebel Energia6

USINA

Tractebel inova na construção deparque eólico no Ceará

No segundo semestre de 2016, será inaugurado mais um

empreendimento da Tractebel Energia para gerar eletricidade com a

força dos ventos. O Complexo Eólico Santa Mônica, em construção no

município cearense de Trairi, terá 36 aerogeradores de 2,7 Megawatts

(MW) cada, totalizando 97,2 MW de capacidade instalada, o suficiente

para alimentar uma cidade de 170 mil habitantes. Pela primeira vez em

obras do gênero, o projeto usará um dispositivo de montagem das

torres que dispensa o uso de grandes guindastes, reduzindo custos

e acelerando o ritmo dos trabalhos. O valor total do investimento no

Complexo é de R$ 460 milhões.

Iniciadas em agosto do ano passado, as obras estão na fase de

finalização dos acessos internos e das plataformas de montagem.

“O próximo passo é construir as fundações dos aerogeradores”,

diz o diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos, José

Luiz Jansson Laydner. Em paralelo, estão sendo fabricados os

equipamentos, com destaque para as torres de concreto com 119

metros de altura que serão produzidas em uma fábrica próxima aos

parques que compõem o Complexo.

“O projeto beneficiará a população local pelas diversas ações que

a Tractebel fará na região, algumas na forma de compensações

ambientais e outras por iniciativa própria”, prossegue Laydner.

Obras de implantação do Complexo Eólico Santa Mônica avançam no litoral oeste do Ceará

Estrada de acesso a Ouro Verde foi melhorada para o trânsito de caminhões

Charles Robson

Charles Robson

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BoasNovas 7

USINA

Uma ponte precisou ser construída para que os caminhões não precisassem trafegar pelo centro urbano de Trairi

Ele menciona a geração de emprego durante a construção civil e a montagem

eletromecânica. “Talvez o benefício mais perene seja a qualificação da mão de obra”,

afirma. Trairi, a 123 quilômetros de Fortaleza, tem 54 mil habitantes e um IDH-M

(Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 0,606, considerado médio.

Realizados junto com o poder público e com a sociedade civil, os projetos de

desenvolvimento econômico e social do município priorizam as iniciativas

sustentáveis e as vocações locais. Essas ações incluem o fortalecimento da

produção e venda das rendas de bilro; a revitalização de áreas públicas; o

restabelecimento de ligação viária entre os distritos; a doação de equipamentos

para exames radiológicos; a reforma e ampliação de instalações de atendimento

a crianças e adolescentes e o incentivo ao turismo.

Entre as razões que motivaram a escolha do local, estão a qualidade dos ventos,

a boa infraestrutura e as sinergias com o Complexo Trairi, já em operação. O novo

Complexo usará parte das obras de acesso às linhas de média tensão de Trairi e

compartilhará tanto a Subestação elevadora quanto a Linha de Transmissão em

230 kV, que já liga Trairi à Subestação Pecém II. As equipes de operação também

se dedicarão aos dois Complexos. Outros fatores importantes são o amplo

conhecimento que a Tractebel tem das comunidades do entorno e a relação

transparente com os órgãos governamentais.

MONTAGEM – “Nossos principais desafios logísticos e de engenharia, além da

fabricação dos equipamentos, são o transporte das pás e a montagem das torres,

que será feita com um novo e revolucionário dispositivo de içamento, o Eolift”, diz

o gerente do projeto, engenheiro Carlos Holme. Essa nova tecnologia permite

empilhar os segmentos das torres de cima para baixo, ao contrário do método

convencional. “A principal vantagem do Eolift é eliminar a necessidade do uso de

grandes guindastes, que são caros e pouco disponíveis”, explica o engenheiro.

Charles Robson

Iranildo dos Santos Moura, 30 anos, nascido e criado no sítio Ilha, em Trairi, contratado para atuar como servente nas obras é um exemplo do aproveitamento da mão de obra local

Charles Robson

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Tractebel Energia8

USINA

Modernização aumenta

Composto por 27 usinas, o parque gerador da Tractebel Energia

vem passando por constantes modernizações nos últimos anos,

principalmente nas plantas com maior tempo de funcionamento.

O objetivo é aumentar a confiabilidade, a disponibilidade e a eficiência

dessas Usinas, sejam elas hidrelétricas ou termelétricas. É o caso da

Hidrelétrica Passo Fundo (2x113 MW), no Rio Grande do Sul, uma das

mais antigas da Companhia, cuja modernização se caracterizou por

intervenções nos sistemas e equipamentos, resultando numa maior

eficiência na geração de energia.

O diretor de Produção da Tractebel Energia, José Carlos Cauduro

Minuzzo, avalia que a intervenção em Passo Fundo foi feita para que cada

unidade geradora dure mais 35 anos, aumentando a confiabilidade e

disponibilidade da Usina. “Haverá aumento de performance, refletidos

na melhor resposta à regulação de frequência e tempo de estabilização e

sincronismo da unidade geradora”, comenta.

Na Usina Salto Santiago (4x355 MW), o objetivo também é garantir que

cada unidade geradora dure mais 35 anos. Os rotores são produto de

um novo projeto, que altera e amplia as condições do projeto original

das turbinas. Eles possibilitarão o melhor aproveitamento do potencial

hidráulico da planta, aumentando a eficiência da conversão da energia no

conjunto Turbina e Gerador. “Com a modernização, a garantia física total

adicionada à Usina Salto Santiago é de 24,2 MW médios”, informa o diretor.

Na UHSS, entre outras intervenções, será implantado um novo Sistema

Digital de Supervisão e Controle da Usina – SDSC que comportará todas

as modernizações realizadas nas unidades geradoras, dos serviços

auxiliares elétricos e mecânicos, tomada d'água e vertedouro, além de

estar compatível com as novas condições operativas da unidade.

Outras plantas também estão em processo de modernização, como

as unidades da UTLA, que faz parte do Complexo Termelétrico Jorge

Lacerda (SC) e a Usina Hidrelétrica Ponte de Pedra (MT/MS). Minuzzo

ressalta que essas atualizações fortalecem as equipes de manutenção da

Companhia, principalmente a ENG (Engenharia de Manutenção) e a TMS

(Tractebel Manutenção e Serviços). Essas duas áreas, junto com as áreas

de Geração Térmica (DGT) e Hidráulica (DGH), buscam soluções, novos

equipamentos e fazem todo o planejamento para realizar as intervenções

necessárias. “As modernizações servem também como base e referência,

aprimorando e treinando as equipes de Operação e Manutenção”,

complementa Minuzzo.

eficiência das usinas

Usina Salto Santiago, de 1.420 MW de capacidade instalada recebe investimentos para modernização de equipamentos e sistemas

Plinio Bordin

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BoasNovas 9

USINA

ENG E TMS árEAS cOMpLEMENTArES As duas áreas – ENG e TMS – participam, juntamente com DGT e DGH,

do Plano Plurianual da Diretoria de Produção e são imprescindíveis

para chegar à meta da Empresa: alta disponibilidade do parque

gerador. A ENG fica responsável por atividades de estudos e projetos

de engenharia de manutenção relacionadas ao parque gerador da

Tractebel e a TMS é a responsável pela manutenção dos equipamentos

e sistemas de todas as Usinas. Essas áreas trabalham de forma

complementar e atuam em conjunto, antecipando falhas, implantando

ações de planejamento, programando paradas anuais, além de

participarem, com outras áreas da Empresa, do desenvolvimento

de estudos e da implementação de projetos de repotencialização e

recapacitação das Usinas.

O gerente da ENG, Luiz Felippe, lembra que a Engenharia de

Manutenção da Tractebel deve enxergar todas as partes que compõem

uma usina em funcionamento. “A cada dia aprimoramos a elaboração

de diagnósticos, análises do estado dos equipamentos, investigamos

causas-raiz de falhas e geramos informações técnicas. Tudo isso para

mitigar riscos de perda de disponibilidade, ao assegurar a lucratividade

e perenidade do negócio”, observa.

Por sua vez, a TMS possui uma estrutura com três centrais de

manutenção: Hidrelétrica, Termelétrica e de Sistemas, atendendo as

Usinas hidrelétricas e termelétricas. A equipe da TMS é responsável

pela manutenção preventiva e pela corretiva ou intempestiva do parque

gerador da Companhia. O trabalho é intenso para 2015. Até dezembro,

várias plantas passam por manutenção preventiva. Além das unidades

de Jorge Lacerda A, que completa 50 anos, as termelétricas William

Arjona (MS), Ibitiúva (SP) e Lages (SC) também ganham novo fôlego.

“Nossas equipes também dão suporte técnico na instalação de novos

projetos, como vai ocorrer com Pampa Sul (RS)”, diz o gerente da TMS,

Linomar Osil Ferreira.

MANUTENÇÃO

prEVENTIVA – É a manutenção programada, ou

seja, todo o equipamento da Usina tem um plano de

manutenção. Toda a programação anual de paradas

é lançada no SAU – Sistema de Acompanhamento de

Usinas. Exemplos: parada contratual de 4.000h de

operação para inspeção no rotor da Turbina da unidade

geradora 1 da Usina Hidrelétrica Ponte de Pedra e

inspeção periódica Bienal e substituição da válvula

distribuidora da unidade geradora 3 de Salto Osório.

cOrrETIVA OU INTEMpESTIVA – Ocorre sem a equipe

ter uma programação. A máquina está funcionando e falha,

parcial ou completamente. Neste caso, a equipe entra em

ação para resolver de forma imediata o problema.

Luiz Felippe (dir) e Linomar acompanham a manutenção preventiva e revitalização do estator do gerador da Unidade 1 da UTLA, no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda

Turbina Francis de eixo vertical transforma a energia hidráulica em energia mecânica

Silveira Produções

Divulgação Tractebel

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Tractebel Energia10

EMPRESA

Tractebel tem novo

Depois de 37 anos de trabalho, o diretor administrativo da Tractebel

Energia, Luciano Andriani, se aposentou, passando o cargo para o

engenheiro eletricista, Júlio César Lunardi, que assumiu a Diretoria em

30 de abril. Luciano construiu uma carreira de sucesso e saiu aplaudido

pelo presidente, Manoel Zaroni Torres, pelos colegas diretores e pelos

empregados da Companhia.

Na despedida, o sentimento era um só: se aposenta um profissional

de alto gabarito, um amigo e, acima de tudo, um homem ponderado e

comunicativo. “Só tenho a agradecer por contar com o Luciano durante

15 anos na minha equipe. Sempre fiel, sem sua diplomática atuação não

teríamos o ambiente de trabalho que temos hoje”, ressaltou Zaroni.

Formado em Administração de Empresas pela UFSC (Universidade Federal

de Santa Catarina), Luciano Andriani entrou como estagiário na Eletrosul,

com 21 anos. Desempenhou diferentes funções, entre elas no Arquivo,

na Biblioteca, em Sistemas de Informações e em Recursos Humanos. Na

privatização de 1998, optou pela Gerasul para ser o gerente de Recursos

Humanos e Informática. Dois anos depois, foi convidado por Zaroni para

assumir a Diretoria Administrativa, da qual se despediu neste abril de 2015.

diretor administrativo

“Foi difícil tomar a decisão porque tenho muita satisfação de trabalhar

e conviver com os colegas. Aqui construímos uma Empresa positiva,

com um bom ambiente de trabalho, onde fiz muitas amizades. Mas é

o momento de me dedicar a outras atividades e realizar outros

sonhos”, afirmou.

Ao tomar posse, Júlio César Lunardi, disse que não será fácil substituir

Luciano e que se sente um privilegiado pela indicação. O novo diretor

se formou em 1985 pela UFSC, entrou em 1986 na Eletrosul e cursou

recentemente MBA pela Fundação Dom Cabral. Otimista por natureza

e apesar da crise política, econômica e de credibilidade que o Brasil

atravessa, Júlio acredita que toda a sociedade deve se esforçar para

resgatar os verdadeiros valores. “A minha indicação para a posição de

diretor administrativo é o reconhecimento de um trabalho de equipe.

Temos bons desafios e ótimas oportunidades pela frente, sempre

crescendo com sustentabilidade e no topo da geração privada do

setor elétrico brasileiro”.

Plinio Bordin

Maurício Bähr, presidente do Conselho da Tractebel Energia, o ex-diretor Luciano Andriani, o novo diretor Júlio César Lunardi e o presidente da Tractebel, Manoel Zaroni Torres durante a cerimônia de posse da DA

Ao deixar a Tractebel, Luciano Andriani recebeu diversas homenagens, entre elas, da Escola de Samba Dascuia e da Sociedade Novo Horizonte, ambas de Florianópolis

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BoasNovas 11

EMPRESA

Júlio Lunardi assume a DA depois de fazer carreira na Diretoria de Produção

Qual o maior desafio que você enfrentou como

diretor administrativo?

Luciano Andriani – A gestão de empresas no Brasil

ainda é um processo difícil, com muito mais desafios

que o normalmente esperado para o exercício de uma

atividade econômica, em especial quando comparado com

países que se encontram em um estágio mais avançado

de desenvolvimento. Mas acredito que tivemos êxito na

construção de uma Empresa forte, sustentável e competitiva,

pois partimos de um processo de privatização de uma

estatal, que contava com muitas qualidades. Esforçamo-

nos para manter essas qualidades, mas também tivemos

o desafio de expandir e criar novas oportunidades, que se

refletiram no crescimento de todas as pessoas envolvidas,

o que é motivo de grande satisfação.

O que você vai levar de dentro da Tractebel que servirá

pra toda a vida?

L.A. – Sem dúvida os valores que construímos juntos e

que criaram na Empresa um grande laço de amizade e

cooperação entre as pessoas. Aprendi a conviver com uma

equipe muito especial, comprometida com os resultados,

com a ética e com o espírito de equipe. Há um grande carinho

entre as pessoas que trabalham na Tractebel Energia.

O que pretende fazer daqui pra frente?

L.A. – Acredito que a aposentadoria não é um fim, mas um

novo começo. Portanto, ela abre imensas possibilidades

de se fazer um pouco do que sonhamos, mas não tivemos

oportunidade de colocar em prática. O que continua a me

causar alguma preocupação é saber que o tempo disponível,

como sempre, é pouco. Por isso, temos que continuar a fazer

escolhas entre tudo o que gostaríamos de fazer.

Que cargos você ocupou na Tractebel?

Júlio césar Lunardi – Ingressei na Eletrosul/Tractebel, em 1986, para

trabalhar na Usina Hidrelétrica Passo Fundo (RS). Depois fui transferido

para a Hidrelétrica Salto Santiago (PR), onde fiquei um ano. Logo retornei

a Passo Fundo, como gerente do Setor de Operação. De lá, saí, em

1999, para atuar na implantação da Usina Hidrelétrica Itá e, em 2001,

fui para a implantação da Usina Machadinho como gerente adjunto de

comissionamento e, depois, como gerente local, até 2008. Assumi a

gerência Regional do Rio Iguaçu em 2008 e cheguei a Florianópolis

em 2012 para ser o gerente do Departamento de Geração Hidráulica.

Assumo agora mais um desafio, ser o diretor administrativo da Empresa.

Quais os desafios de um engenheiro eletricista no cargo de

diretor Administrativo?

J.c.L. – Minha atuação profissional sempre foi na área de produção,

notadamente junto às Usinas Hidrelétricas, e isto me propiciou conhecer

muito a Empresa, seus empregados e colaboradores. Agora, na Diretoria

Administrativa terei esta visão ampliada e espero desenvolver, juntamente

com os colegas, trabalhando em equipe, as ações necessárias para

que a Tractebel continue crescendo, proporcionando oportunidades

de desenvolvimento para todos.

Qual o momento que consideras mais especial da tua vida

profissional? por quê?

J.c.L. – Um dos momentos especiais da minha vida foi junto à hidrelétrica

Machadinho. Nesta Usina, cujo proprietário é o Consórcio Machadinho,

com oito sócios, a Tractebel Energia detêm 19,3% do patrimônio

e é responsável pela sua operação e manutenção. Foi aí que tive a

oportunidade de atuar desde o "primeiro tijolo" e esta experiência me

proporcionou muito conhecimento técnico e humano, pela diversidade de

situações vivenciadas e pelo contato intenso com entidades empresariais

e em especial com as pessoas.

Luciano Andriani vai se dedicar a projetos pessoais após 37 anos na Empresa

Edson Junkes Plinio Bordin

Page 12: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel Energia12

EMPRESA

Todos unidos pelaexcelência

Em implantação nas 27 Usinas da Tractebel, o Programa de

Melhoria da Performance Humana tem o intuito de conscientizar

para a mudança de comportamento e de atitudes dos

empregados na busca da melhora da produtividade e da

segurança no trabalho. Formatado nos Estados Unidos pelo

EPRI (Electric Power Research Institute) e aplicado em vários

países, o programa está baseado no diálogo e na comunicação,

ambos imprescindíveis para o seu sucesso, já que no caso da

Tractebel envolve quase 2.500 pessoas – 850 funcionários e

1.600 contratados – de Norte a Sul do País.

O gerente do DGH (Departamento de Geração Hidráulica), Artur

Ellwanger, explica que o programa é mundialmente adotado nas

usinas nucleares, onde teve o seu início, principalmente após

o evento com a usina nuclear de Chernobyl na Ucrânia. Nas

demais fontes de geração (hidro e térmicas) ele ainda é muito

pouco utilizado. “Essa metodologia trata o comportamento

das pessoas no ambiente de trabalho”, comenta.

A ideia é, complementa o gerente de Recursos Humanos

Euclides Backes, tirar as pessoas do automático. “Todo o ser

Tractebel Energia é a primeira empresa privada de geração de energia do Brasil a adotar o Programa Performance Humana

A comunicação clara é um dos fundamentos para a execução segura e eficaz das atividades nas Usinas

Plinio Bordin

Plinio Bordin

Page 13: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

BoasNovas 13

EMPRESA

FErrAMENTAS pArA ExEcUTANTES

AUTO VErIFIcAÇÃO – É aplicada durante ações específicas de

performance baseada em habilidades para evitar a desatenção.

Ou seja, parar na frente do equipamento e analisar; depois pensar

no que realmente vai fazer e qual o resultado que deve alcançar;

logo vem o agir e no final rever o que fez.

VErIFIcAÇÃO cOM pArES – É uma técnica de prevenção de

erros que envolvem um acordo entre dois executantes antes de

realizar uma tarefa específica e também com o objetivo de evitar

a desatenção. É uma comunicação de três vias: Falo para um

empregado, e ele deve repetir o que foi falado, e eu volto a repetir,

sempre da mesma forma. Só assim vai ter certeza do que foi falado,

ou seja, que a comunicação foi compreendida.

rEGrA DOS DOIS MINUTOS – parar e analisar o ambiente de

trabalho, antes da execução dos serviços, verificar se está tudo

certo por, no mínimo, dois minutos.

FErrAMENTAS pArA OS SUpErVISOrES

INSTrUÇõES ANTErIOrES AO TrABALhO – Para evitar a

desatenção e incerteza; para rever a experiência operacional antes

de realizar alguma atividade importante, que não seja de rotina ou

após intervalos de trabalho.

rEVISÃO pOSTErIOr – É realizada para constatar se o

planejamento, a transmissão de instruções e a execução da tarefa

ou da atividade foram eficazes.

ATITUDE DE QUESTIONAMENTO – É um processo sistemático

que começa com a definição do problema e termina com a

implantação de uma solução, para evitar a incerteza sobre uma

situação nova ou não identificada.

humano erra e o erro, mesmo sem existir a intenção de quem

erra, é inerente ao trabalho. O ser humano, ao mesmo tempo em

que pode ser uma fonte de erros, é a solução para os problemas,

desde que esteja consciente e devidamente focado nas

atividades no seu ambiente de trabalho”, diz.

EFIcácIA – O Programa de Performance Humana adotado

pela Tractebel Energia foi desenvolvido pelo EPRI, instituto

norte-americano de pesquisa e desenvolvimento do setor

elétrico, e trata a questão do comportamento das pessoas

quando executam e/ou supervisionam atividades dentro de

usinas. “Eles idealizaram uma metodologia e desenvolveram

ferramentas que, aplicadas, mudam atitudes e comportamentos

no trabalho, na maioria das vezes mesmo sem o empregado se

dar conta disso”, afirma Ellwanger, acrescentando que o foco

está no empregado fazer sua atividade com maior eficácia.

Aprovado em dezembro de 2013 para ser aplicado nas atividades

de Operação e Manutenção da Tractebel, o Programa conta

com um Comitê de 14 pessoas e tem como responsável o diretor

de Produção, José Carlos Cauduro Minuzzo. "A expectativa é

que os resultados comecem a aparecer em 2 a 3 anos após sua

implantação", afirma Minuzzo.

“O Comitê, que se reúne mensalmente, definiu como será

aplicado esse programa dentro da Empresa. Os gerentes já

foram treinados e começamos, agora, aplicando o Performance

Humana em todos os empregados e contratados da área

operacional”, informa José Carlos Borgmann, coordenador do

Programa. Neste ano, foram realizadas três turmas nas usinas

do Rio Iguaçu – hidrelétricas Salto Osório e Salto Santiago,

ambas no Paraná. Até o final deste ano todos os empregados e

contratados deverão estar treinados e aplicando no seu dia a dia

algumas das ferramentas do Performance Humana (veja box).

Com isso, mais uma vez, a Companhia adota novas ferramentas

para buscar a excelência operacional nas suas Usinas.

Treinamento na Usina Hidrelétrica Salto Santiago

Divulgação Tractebel

Page 14: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

www.tractebelenergia.com.br

O trabalho da Tractebel é muito mais do que gerar energia. Nosso compromisso é fazer isso de maneira sustentável, respeitando a natureza, as comunidades onde atuamos e as futuras

gerações. E isso só é possível porque, além de utilizar fontes limpas e renováveis em mais de 80% do que produzimos, estamos sempre investindo em projetos que promovem

a melhoria social, ambiental e econômica. Tudo porque acreditamos que a importância de uma empresa é maior quando todos ganham com ela.

Quando uma empresa pensa nos

próximos vinte anos, é planejamento.

Quando pensa nos próximos duzentos,é sustentabilidade.

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BoasNovas 15

ENTREVISTA

GSF é o maior problema

Os problemas enfrentados pelo setor, principalmente a questão do

GSF (Fator de Ajuste de Geração), que vem prejudicando o resultado

econômico das geradoras brasileiras, é um dos grandes desafios a ser

vencido pela ABRAGE (Associação Brasileira de Empresas Geradoras

de Energia Elétrica). Para saber quais as ações que estão sendo

traçadas e outras preocupações do setor, a revista BOAS NOVAS

conversou com o presidente da ABRAGE, Flávio Antônio Neiva.

Boas Novas – Quais são, hoje, os maiores desafios enfrentados

pelas geradoras de energia do país? cite-os.

Flávio Antônio Neiva, presidente da ABrAGE – A questão do

GSF (Fator de Ajuste de Geração) é o grande desafio do momento

para o segmento de geradores do Brasil e mitigar os efeitos das

vultosas exposições mensais das empresas é uma das tarefas do setor

atualmente. Mas, outros desafios também merecem nossa atenção,

entre eles:

1 – O debate em torno do papel do MRE (Mecanismo de Realocação

de Energia), pois com as mudanças paulatinas na matriz energética,

o MRE tem sido descaracterizado, não havendo atualmente equidade

na participação dos ônus e bônus do mecanismo entre fontes que dele

fazem uso, sem previsão legal;

2 – Reexame dos prazos dos leilões para a construção de novas usinas

(A-5 x A-6), definindo prazos mais realistas para a entrada em operação

dos empreendimentos, de forma a acomodar os atrasos frequentes

motivados por problemas intercorrentes de várias naturezas;

3 – Alternativas estruturais no SIN (Sistema Interligado Nacional) para

Arquivo ABRAGE

para os geradores de energia

Page 16: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel Energia16

ENTREVISTA

o atendimento à demanda máxima, tendo em vista a crescente incorporação

de usinas hidrelétricas sem reservatórios, os recorrentes esvaziamentos dos

reservatórios existentes, aumento do consumo devido às altas temperaturas

verificadas no verão, agregação de fontes sem a “despachabilidade” necessária

para o atendimento ao consumo na hora

da ponta, etc.;

4 – Reexame dos valores da tarifa de geração (GAG) para as empresas que

prorrogaram suas concessões segundo a Lei 12.783/13, tendo em vista que os

valores atuais são insuficientes para fazer frente aos inúmeros compromissos

dessas concessões.

B.N. – como a ABrAGE avalia o GSF e o impacto nas geradoras

em 2015?

F.N. – Nos últimos anos, a ABRAGE vem empreendendo esforços junto à

ANEEL e Ministério de Minas e Energia na busca de solução para esse grave

problema do setor elétrico. Conforme mencionado, o GSF é atualmente o maior

problema enfrentado pelas empresas geradoras, tendo em vista os valores

bilionários das exposições dele decorrentes. Essa questão tem sido tratada no

setor elétrico desde o ano passado, mas ainda não se encontrou uma solução

para o problema.

Para o ano de 2015 vislumbramos a continuidade dessas exposições em valores

vultosos, o que certamente levará as empresas a se protegerem através de

hedge no seu portfólio de oferta de energia. Como consequência do aumento

de hedge, haverá uma redução na oferta de energia para contratos, podendo

resultar em aumento de preços de energia. Por outro lado, para os novos

empreendimentos que não conseguem fazer hedge (Sociedades de Propósito

Específico, por exemplo) a exposição motivada pelo GSF pode ser um enorme

empecilho para a viabilização econômico-financeira do empreendimento.

B.N. – Quais os principais projetos de Lei que tramitam no congresso

Nacional que são do interesse da ABrAGE?

F.N. – Há um conjunto de Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional

que tratam de aperfeiçoamentos na legislação sobre licenciamento ambiental

de empreendimentos e a ABRAGE atua nesses projetos em consonância com

o Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico – FMASE. Além disso, existem PLs

que propõem alterações na política de recursos hídricos do país e a ABRAGE,

por representar o segmento de geração no Conselho Nacional de Recursos

Hídricos, também tem especial interesse no acompanhamento da sua

tramitação no Congresso Nacional; e PLs relacionados a alterações na

carga tributária incidente sobre o Setor Elétrico.

B.N. – Quais as mudanças que o senhor sugere para aperfeiçoar o

modelo energético brasileiro? por quê?

F.N. – A ABRAGE entende serem prementes as discussões em torno dos temas

que se constituem hoje desafios importantes para o setor elétrico, entre eles

estão: discussão ampla sobre as fontes primárias de energia elétrica (hidráulica,

gás, carvão, eólica, nuclear, etc.), quanto à sua localização e disponibilidade,

e a consequente projeção da matriz de energia elétrica; discussão sobre os

custos x benefícios da retomada da construção de usinas com reservatórios,

tanto na tarifa final para os consumidores quanto na segurança energética

para o Sistema; o reexame dos valores de GAG; o debate em torno do papel

do MRE; o reexame dos prazos dos leilões para a construção

de novas hidrelétricas; as alternativas estruturais no SIN para o

atendimento à demanda máxima; e o GSF.

B.N. – O que o Governo pode fazer para garantir que

a geração de energia seja um bom negócio para os

investidores?

F.N. – Os reajustes promovidos pelo Governo nos preços

iniciais dos leilões A-3 e A-5 com certeza serão um importante

atrativo para os empreendedores. Além disso, os estudos

recentes da ANEEL para a definição prévia dos excludentes de

responsabilidades na fase de construção do empreendimento

e a mobilização para a busca de soluções para os problemas

mais graves do setor, como o caso do GSF, são importantes

sinalizadores para o mercado de investidores do setor elétrico.

Por último, a questão do licenciamento ambiental deve ser

priorizada para garantir o perfeito cumprimento do cronograma

das obras.

B.N. – A baixa hidrologia registrada de 2013 para cá

mostra que o Brasil não deve mais ficar dependente

das hidrelétricas? Qual a saída? Apostar mais em

fontes complementares?

F.N. – As dificuldades ambientais para a viabilização da

expansão da oferta de energia por meio de usinas com

reservatórios e os problemas de armazenamento, decorrentes

dos recentes períodos hidrológicos críticos, sinalizam ao País

Nos últimos anos, a ABRAGE vem empreendendo esforços junto à ANEEL e Ministério de Minas e Energia na busca de solução para esse grave problema do setor elétrico. Conforme mencionado, o GSF é atualmente o maior problema enfrentado pelas empresas geradoras, tendo em vista os valores bilionários das exposições dele decorrentes.

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BoasNovas 17

ENTREVISTA

É importante também que ocorra a expansão dessa matriz com outras fontes complementares, como a eólica, a solar e a biomassa, pois todas elas contribuem para a composição de uma matriz cada vez mais limpa.

a necessidade de expansão de sua matriz, com a maior

inserção de geração termelétrica oriunda de fontes

térmicas limpas, como o gás. É importante também

que ocorra a expansão dessa matriz com outras fontes

complementares, como a eólica, a solar e a biomassa,

pois todas elas contribuem para a composição de uma

matriz cada vez mais limpa.

É necessário também que o CNPE (Conselho Nacional

de Politica Energética) promova uma discussão ampla

sobre as fontes primárias de energia elétrica (hidráulica,

gás, carvão, eólica, nuclear, etc.), quanto à sua

localização e disponibilidade, e a consequente projeção

da matriz de energia elétrica.

B.N. – como funcionam os Grupos de Trabalho

da ABrAGE e qual a sua importância para as

empresas do setor elétrico?

F.N. – Os Grupos de Trabalho da ABRAGE, que contam

com a participação de representantes de todas as

Associadas, são a estrutura fundamental que sustenta

o funcionamento da Associação. Todos os assuntos

conduzidos pela ABRAGE são tratados inicialmente no

âmbito dos seus Grupos de Trabalho e, depois de bem

debatidos, se necessário, são então encaminhados à

deliberação da Assembleia da Associação.

Esses grupos abrangem todas as áreas operacionais

das empresas geradoras: institucional/legal, operação & manutenção de usinas, meio

ambiente, regras de comercialização de energia, econômico-financeiros, jurídicos,

recursos hídricos, planejamento energético, segurança de barragens, controle

patrimonial, etc.

Nesses grupos há uma troca intensa de informações e de conhecimento entre os

profissionais das empresas, contribuindo para o seu crescimento e para a formulação

de propostas convergentes para os grandes problemas do setor elétrico brasileiro.

Arquivo ABRAGE

Arquivo ABRAGE

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Tractebel Energia18

EMPRESA

rESULTADO 1º TrI 2015

As vendas de energia da Tractebel alcançaram no primeiro trimestre

de 2015, 4.245 MW médios, um crescimento de 0,5% em relação ao

mesmo período de 2014. A receita líquida de vendas totalizou nos três

primeiros meses deste ano R$ 1,62 bilhão, 1,5% menor que a do mesmo

período de 2014. Já o lucro líquido foi R$ 345 milhões neste período,

valor 19,2% acima do alcançado no 1TRI de 2014, e correspondente

a R$ 0,5282 por ação. O EBITDA atingiu R$ 790 milhões no período,

mostrando um crescimento de 13,8% em relação ao primeiro trimestre

A crise hídrica foi o maior problema enfrentado

pela Tractebel Energia, que viu seu lucro líquido

encolher 3,7% em 2014, registrando R$ 1,38 bilhão,

ou seja, R$ 54 milhões menos do que o apurado em

2013. O EBITDA chegou a R$ 2,90 bilhões no ano

passado, uma queda de 4,8% ou R$ 148 milhões

na comparação com 2013. Já a receita líquida de

vendas foi de R$ 6,47 bilhões, em 2014, 16,2% ou

R$ 904 milhões acima da alcançada em 2013.

mas lucro cai 3,7%Receita líquida de vendas aumenta,

Momento não é dos melhores no setor elétrico e resultado poderia ter sido pior

de 2014, e a margem EBITDA no primeiro trimestre deste ano foi de

48,8%, incremento de 6,6 pontos percentuais em relação ao mesmo

período do ano passado.

"É bom ressaltar que a alocação de energia realizada pela Empresa foi

maior neste primeiro trimestre, o que impossibilita uma comparação

com o resultado do mesmo período de 2014”, explica o diretor

presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres. Segundo ele,

deve ficar claro também que uma simples extrapolação do resultado

do trimestre para o ano inteiro não deve ser feita.

Nas reuniões das APIMECs, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o diretor presidente,

Manoel Zaroni Torres, afirmou que o resultado é satisfatório tendo em vista as dificuldades

causadas pela escassez de chuvas. "A diversidade de nossas fontes aliada à gestão

coordenada do planejamento e controle da oferta, do portfólio de contratos e da

manutenção das Usinas, permitiu-nos enfrentar os desafios do ano, confirmando a

resiliência apontada pelo mercado como um de principais diferenciais da Tractebel",

enfatiza o executivo.

No Rio de Janeiro, para uma plateia de analistas, investidores, sócios da APIMEC e

jornalistas, o diretor Financeiro, Eduardo Sattamini, disse que Empresa está atenta às

oportunidades de negócios que devem surgir. “Projetamos um investimento de R$ 963

milhões em 2015, que estão distribuídos entre a manutenção do parque gerador, o início

da construção da Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski) e os parques eólicos no

Nordeste”, afirmou Sattami.

Nos próximos três anos, a Tractebel vai injetar R$ 4 bilhões em seu parque gerador.

“Acreditamos no potencial e no desenvolvimento de nosso País e, mesmo num momento

de crise, estamos construindo a Termelétrica Pampa Sul (340 MW) no Rio Grande do Sul; o

Complexo Eólico Santa Mônica (97 MW), no Ceará; o Complexo Eólico Campo Largo (327

MW), primeiro empreendimento da Tractebel na Bahia; e expandindo a Termelétrica Ferrari

(15 MW), em São Paulo”, ressalta o diretor presidente Zaroni.

Com esses empreendimentos, a maior empresa privada de energia do Brasil adicionará

779 MW em seu diversificado parque gerador. Atualmente, a Tractebel possui capacidade

instalada própria de 7.027,2 MW, em 27 Usinas operadas pela Companhia em um portfólio

balanceado – 79% hidrelétricas, 16% termelétricas e 5% complementares.

DIVIDENDOS – O Conselho de Administração da Tractebel aprovou, em 30 de março, a

proposta de dividendos complementares referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de

dezembro de 2014, no montante de R$ 172,1 milhões (R$ 0,2636276932 por ação). Assim, o

total de proventos relativos a 2014 atingiu R$ 775,2 milhões, equivalente a R$ 1,1875973571

por ação, ou 55% do lucro líquido distribuível ajustado, enquanto que nos três exercícios

anteriores alcançou 100%. "A redução do payout foi uma decisão prudente. Temos diante

de nós incertezas conjunturais ligadas à hidrologia e um plano de expansão arrojado,

apesar de perfeitamente compatível com a saúde financeira da Tractebel", explica Zaroni.

Em ano de crise hídrica, resultado da Tractebel foi possível em função da operação de termelétricas, como o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, de 857 MW, em Santa Catarina

Plinio Bordin

Page 19: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

BoasNovas 19

EMPRESA

Encontro debate desafios

Vários assuntos relacionados ao setor elétrico brasileiro e às atividades ambientais

e patrimoniais das Usinas da Tractebel foram apresentados e debatidos no IV ESA

(Encontro Sociopatrimonial e Ambiental), que ocorreu no auditório da sede da

Companhia, em Florianópolis, durante os dias 28 e 29 de abril. “O ESA é uma boa

oportunidade de nivelar informações, procedimentos, divulgar nossas políticas

e interagir com as empresas parceiras sobre as questões socioambientais e

patrimoniais”, explica o gerente de Meio Ambiente da Tractebel Energia, José

Lourival Magri.

Diferente de outros anos, o ESA 2015 contou com a participação de outras empresas

do setor e do Instituto Acende Brasil, com a palestra de Alexandre Uhlig, abordando

A Matriz Elétrica Brasileira: Perspectivas para o Futuro. Uhlig analisou o setor e

resgatou os últimos 20 anos. Além disso, explorou cenários propostos por três

instituições diferentes, suas perspectivas de consumo, os recursos disponíveis

e o potencial de oferta existente.

No primeiro dia do evento, dois outros temas chamaram a atenção: Atendimento à

Resolução Normativa Nº 501 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Nº 03

– ANA (Agência Nacional de Águas) e o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Obrigatório

para todos os imóveis rurais, o CAR é um registro eletrônico com a finalidade de

integrar as informações ambientais daquela área. "Temos milhares de propriedades

no entorno de nossas Usinas e temos o compromisso de manter essas áreas e

deixá-las melhor. E temos feito isso com o plantio de milhares de árvores todos os

socioambientais e patrimoniais

O gerente de Meio Ambiente José Lourival Magri, a advogada Cristina Riggenbach e o coordenador de Patrimônio, Rivelino Augusto dos Reis, todos da Tractebel Energia, elucidam dúvidas sobre uso de reservatórios

anos e mediante nossa inserção nas comunidades via

projetos sociais e culturais", observou Luciano Andriani

ao se despedir do cargo de diretor Administrativo.

Alexandre Uhlig, do Instituto Acende Brasil

Renato Gama

Renato Gama

Page 20: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel Energia20

EMPRESA

GESTÃO pATrIMONIAL – Gustavo Sbrissia – da Brookfield Energia; Ivan Takeshi

Toyama – da Duke Energy; Gisele Leopoldo – da Neoenergia; Nasser Bhering Nasser –

da CSC (BAESA, ENERCAN) e Rivelino Augusto dos Reis – da Tractebel Energia, debateram

a Gestão Patrimonial nas Usinas de Energia Elétrica – Cenário Nacional. "A troca de

experiências, o convívio e o conhecimento de boas práticas do mercado são resultados

importantes do ESA, mas é fundamental transformar o que foi discutido em ações que

possam fazer a Tractebel Energia avançar ainda mais nos aspectos sociopatrimoniais

e ambientais", ressalta o novo diretor Administrativo Júlio César Lunardi.

Empregada da Tractebel Energia, Rosemirian do Carmo Santana apresentou o

Projeto Reciclagem de Resíduos, criado e desenvolvido dentro da Empresa. Outros

dois empregados, Leandro Marcos Magri e Luciane Pedro, apresentaram o tema

Responsabilidade Social Corporativa – da Implantação de Projetos à Operação das Usinas.

árEAS DE prESErVAÇÃO E BOM rELAcIONAMENTO

O segundo dia do evento foi aberto debatendo o momento atual dos investimentos da

Empresa, tema do diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos, José Luiz Laydner,

que abordou a Ampliação do Parque Gerador da Companhia. Na sequência, cases de três

empreendimentos nos quais a Tractebel tem participação foram apresentados. O programa

Vizinhos do Lago, iniciado em 2007, e que, a cada ano, vem estreitando os laços da Usina

Hidrelétrica Itá com seus lindeiros e promovendo um bom relacionamento entre eles foi

abordado por Felipe Batista e Luis Paulo Kuczmarski, da empresa Lago Azul Consultoria.

Roberto Pizzato, do Consórcio Machadinho, e Luiz Paulo Mafioletti, da Natural Consultoria,

falaram do caso de sucesso de Machadinho no relacionamento com as comunidades e, por

sua vez, Odilon Parente, apresentou o case da Usina Hidrelétrica Estreito, no qual abordou

as questões patrimoniais e suas implicações socioambientais.

A boa convivência é uma marca nos projetos do Meio Ambiente nas Usinas da Tractebel.

O gerente de Meio Ambiente da Companhia, José Lourival Magri, revela que a Tractebel

Energia é responsável por cuidar de Áreas de Preservação Permanente em quase todas

as regiões do País, cujo perímetro é do tamanho da costa brasileira.

pAcUErA – Atualmente, todas as hidrelétricas brasileiras devem possuir o seu Pacuera

(Plano de Conservação e Uso do Reservatório Artificial), que disciplina a conservação,

recuperação, uso e ocupação ordenada do entorno do reservatório. Na Tractebel são, hoje,

quatro Usinas com Pacueras aprovados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

e dos Recursos Naturais Renováveis)– Itá, Machadinho, Ponte de Pedra e Cana Brava –

“É bom ressaltar que o Pacuera da Usina Machadinho é benchmarking para o Ibama. E é

esse o nosso instrumento para fomentar os usos múltiplos dos reservatórios”, explica Magri.

Na mesma área outro tema abordado foi a Utilização dos Reservatórios pelas Comunidades

e Controle do Plano de Uso. Desse debate entre empregados da Tractebel, participaram

Cristina Riggenbach, do Jurídico; Rivelino dos Reis, coordenador Sociopatrimonial, e o

gerente do Meio Ambiente, José Lourival Magri. Os três responderam perguntas enviadas

por empregados de diversas Usinas da Empresa, tirando dúvidas e esclarecendo as

principais questões do dia a dia de quem cuida do uso de reservatórios. Na sequência,

Jonas Benedet falou sobre a regularização do Condomínio Passo da Entrada, de Passo

Fundo e Anderson Martins apresentou Projetos de Regularização Fundiária, que tem como

objetivo identificar as pendências, planejar e executar as ações de regularização e também

atualizar as bases de dados dos empreendimentos da Companhia.

“Precisamos ter a consciência de que, para sermos sustentáveis como Empresa, mais do

que Usinas, temos de construir relacionamentos. O encontro atingiu o seu objetivo de alinhar

os conhecimentos, trocar experiências e boas práticas e reforçar posicionamentos em

termos da gestão sociopatrimonial e ambiental de nossos empreendimentos”, avalia Neloir.

O diretor de Produção José Carlos Cauduro Minuzzo,

em sua explanação no ESA, resumiu bem o espírito

do evento: “Não podemos nos esquecer de que nós

chegamos depois, que as comunidades já existiam

antes dos empreendimentos e cabe a nós fazer

a gestão responsável dos mesmos, atendendo

as exigências legais, mas também promovendo

impactos positivos tanto na qualidade de vida

quanto no meio ambiente destas localidades”.

Renato Gama

José Carlos Cauduro Minuzzo, diretor de Produção

José Laydner, diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos

Renato Gama

Page 21: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

BoasNovas 21

EMPRESA

Uma nova aliança global

Uma nova agenda civilizatória global irá entrar em vigor em 2016 para

aprofundar os ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) e as

empresas têm papel fundamental para colocá-la em prática. O tema foi

apresentado, no dia 23 de abril, em Florianópolis, pelo representante da

ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil, Jorge Chediek, que

falou sobre os Objetivos no evento Diálogos para a Sustentabilidade.

Em encontros com o governador de Santa Catarina, Raimundo

Colombo, com empresários e jovens, Chediek destacou que a

experiência brasileira tem servido de exemplo para muitos países.

“Propomos uma nova aliança global pela construção de um mundo

mais justo e sustentável”, disse em palestra no auditório da Tractebel

Energia a representantes de empresas catarinenses apoiadoras dos

ODMs. “A agenda pós-2015 é mais ambiciosa: não falamos em reduzir,

mas sim em eliminar a pobreza”.

Para o embaixador da ONU, muitas das soluções para os problemas

globais, sobretudo as vinculadas à produção e consumo, serão

geradas pelo setor privado, em parcerias com governos, sociedade

civil e organismos internacionais: “Meu conselho é que essa agenda

seja adotada como parte do DNA das empresas, pois vai ser um grande

negócio”. Ele ressaltou a importância da pressão dos consumidores

e os riscos para a reputação e as finanças das empresas que não

abraçarem a causa da sustentabilidade.

O evento foi promovido pelo Movimento Nacional pela Cidadania

e Solidariedade, o Movimento Nós Podemos Santa Catarina e

o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com

participação dos embaixadores dos ODMs em Santa Catarina:

Uma plateia formada por empresários, empregados da Tractebel e representantes de diversas instituições assiste à palestra do representante da ONU no Brasil, Jorge Chediek

Tractebel Energia, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do

Extremo Sul), Consórcio Baesa/Enercan, Unimed, Univali, Portonave,

Facisc e Eletrobrás/Eletrosul. A Tractebel é embaixadora do ODM 3 -

Promover a Igualdade de Gênero e a Autonomia das Mulheres.

“Temos apoiado campanhas de enfrentamento da violência contra

a mulher e fóruns infanto-juvenis contra o assédio sexual e o assédio

moral”, disse o diretor Administrativo Júlio César Lunardi. Ele mencionou

ainda o apoio a campanhas contra o câncer de mama (Outubro Rosa),

auxílio-creche e maternidade e o programa de treinamento WIN Brasil –

Women in Network. A meta do grupo GDF SUEZ para este ano é que um

em cada três cargos de alta gestão e 25% dos cargos de gerência sejam

ocupados por mulheres.

Chediek (dir.) recebe livros sobre Santa Catarina que foram patrocinados pela Tractebel

Plínio Bordin

Plínio Bordin

Page 22: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel Energia22

EMPRESA

Boas Novas – O que o Brasil tem a ensinar ao mundo em relação

aos Objetivos do Milênio?

Jorge chediek – O Brasil tem uma experiência realmente

extraordinária. Em 20 anos, elevou seu índice de desenvolvimento

humano em quase 48%. Melhorou em todas as categorias: saúde,

educação, expectativa de vida e renda. E também, diferentemente de

outros países, conseguiu fazer isso ao mesmo tempo em que reduzia

desigualdades. Muitas políticas sociais no Brasil, incluindo programas

de transferência de renda, de alimentação escolar, de promoção da

agricultura familiar, geram enorme interesse mundial. Boa parte do

nosso trabalho é promover a troca de experiências entre o Brasil e

outros países do Sul.

Boas Novas – Isso coloca o País em posição melhor para implantar

os ODSs?

J.c. – Sim, pois o Brasil, além de ter tido grande sucesso em sua política

social, também implementou boas políticas ambientais. Por exemplo,

o desmatamento foi radicalmente reduzido, a matriz energética

brasileira é muito limpa e o País tem um compromisso com uma visão

de desenvolvimento sustentável em suas políticas públicas. O Brasil

está muito bem posicionado para continuar melhorando a agenda

dos ODMs que está embutida na agenda dos ODSs.

Boas Novas – Como as empresas de energia podem contribuir

com os ODSs?

J. c. – As empresas de energia são atores-chave em na nova agenda

de desenvolvimento sustentável. Elas devem virar parceiras, primeiro

assegurando acesso universal à energia barata. Também devem

assumir a liderança tecnológica na utilização de fontes renováveis

para geração de energia, adoção de boas práticas para reduzir as

perdas dos sistemas de distribuição e de transmissão e promoção

de uma cultura de poupança dos consumidores. Estamos muito

confiantes que as empresas brasileiras vão dar também um bom

exemplo nesse sentido.

Boas Novas – Como a ONU dialoga com as grandes corporações

para que possam aderir aos ODSs?

J. c. – A ONU está propondo que, para as empresas, é essencial

virar parceiras dessa agenda, porque é um imperativo para garantir a

sustentabilidade da nossa espécie. Ao mesmo tempo, gera excelentes

oportunidades de negócios. Não fazê-lo vai gerar custos enormes de

reputação e econômicos. As empresas com visão já estão se engajando

muito ativamente na construção dessa agenda.

Empresas de energia são atores-chave na nova agenda de desenvolvimento sustentável.

ENTENDA OS ODMs E ODSs

Os ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) foram

estabelecidos pela ONU, em 2000, com o apoio de 191 nações

e ficaram conhecidos como 8 Jeitos de Mudar o Mundo:

1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome;

2 – Atingir o ensino básico universal;

3 – Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia da mulher;

4 – Reduzir a mortalidade infantil;

5 – Melhorar a saúde materna;

6 – Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;

7 – Garantir a sustentabilidade ambiental; e

8 – Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Esses objetivos expiram no final de 2015.

A ONU trabalha, em conjunto com governos, sociedade civil e

outros parceiros, para dar continuidade aos ODMs por meio de

uma agenda de desenvolvimento pós-2015. Ela é organizada

em 17 ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável),

abrangendo questões como pobreza, fome, educação,

mudança climática e acesso à justiça. Há um novo conjunto

de metas, com foco na preservação dos recursos naturais e

na sustentabilidade. O prazo para adesão aos ODSs pelos

Estados-membros da ONU é setembro deste ano.

Chediek falou à Revista Boas Novas sobre o papel do setor elétrico nos ODSs

Plínio Bordin

Page 23: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

BoasNovas 23

MEIO AMBIENTE

Meio ambiente também é

Na tarde de 20 de abril, um tornado com velocidade

estimada em 250 quilômetros por hora devastou

o município de Xanxerê, provocando estragos

também em Ponte Serrada, no Oeste catarinense.

Nos dias que se seguiram à tragédia, o engenheiro

florestal Janir de Oliveira Souza Júnior, funcionário

da Prefeitura de Xanxerê, juntou-se a um grande

contingente de voluntários nos trabalhos de apoio aos

mais de 50 mil moradores afetados nas duas cidades.

Com o pensamento voltado para a reconstrução,

Janir recorda a utilidade dos ensinamentos do que

aprendeu, entre 2012 e 2013, no município de Itá:

“Meio ambiente não é só fauna e flora, é também

relacionamento entre as pessoas, é solidariedade”,

afirma. “Aprendi que educação ambiental envolve

uma visão holística do mundo, uma reflexão sobre

o porquê das nossas ações e como elas podem

resultar em benefícios para a comunidade”.

O engenheiro é um dos quase 250 profissionais

capacitados pelo PFEA (Programa de Formação de

Educadores Ambientais) desde 2009. Criado pelo

Consórcio Itá para atender uma das condicionantes

do licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica

Itá, o Programa chega à sexta edição com excelente

receptividade. A parceria institucional envolve o CDA

(Centro de Divulgação Ambiental) do Consórcio

Itá; a Uniso (Universidade de Sorocaba), a UFSC

(Universidade Federal de Santa Catarina) e a UFSM

(Universidade Federal de Santa Maria).

“Temos o PFEA como a ‘menina dos olhos’, pela

abrangência e credibilidade que conquistou”, diz

o gerente geral do Consórcio Itá, Reginaldo de

Oliveira. “Isso aumenta a nossa responsabilidade

de sempre buscar seu aperfeiçoamento”. Há

muitas possibilidades de aplicação dos conteúdos,

destaca: “Por exemplo, nos aspectos de adaptação

da população à relocação da cidade de Itá, na

convivência harmoniosa com o reservatório da Usina

e nos programas para uso múltiplo do reservatório”.

A elaboração do currículo e a seleção da

equipe pedagógica foram coordenadas pelo

professor Marcos Reigota, da Uniso, biólogo com

solidariedade

Formado no PFEA, Janir de Oliveira Souza Júnior foi a Xanxerê ajudar as vítimas do tornado

Arquivo pessoal

Page 24: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel Energia24

MEIO AMBIENTE

pós-doutorado em Educação. “Adotamos o enfoque

teórico de ‘meio ambiente e vida cotidiana’, com o

uso do recurso metodológico das narrativas orais,

escritas, teatrais, musicais, cinematográficas ou ainda

fotográficas”, explica. “Assim os participantes trazem

não só os seus conhecimentos e experiências, como

também as suas dúvidas, inquietações, sentimentos,

narrativas sobre as realidades em que vivem e os

desafios que encontram diariamente”.

O cabo Leandro Costenaro, da Polícia Militar de Joaçaba,

que integrou a turma de 2010, conta que o PFEA ajudou

muito no relacionamento humano, na maneira dele

se expressar e conviver com as pessoas. “Hoje faço

trabalho comunitário recuperando áreas com o plantio

de árvores e recebendo crianças para atividades

recreativas na sede rural da associação da PM”.

Em Xanxerê, o engenheiro Janir pretende usar os

fundamentos do que aprendeu para reconstruir passeios

públicos, áreas de lazer e a arborização urbana. “Penso

em aplicar as técnicas de educação ambiental para

restabelecer a cidadania e a harmonia entre as pessoas”,

afirma. As sementes plantadas pelo PFEA encontraram

solo fértil.

Nova turma de educadores ambientais começou a ser formada em abril

Turma formada em 2014 foi a quinta do Programa

Divulgação CDA

Divulgação CDA

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BoasNovas 25

ENGIE

GDF SUEZpassa a se chamar ENGIE

A empresa chilena E-CL, do Grupo ENGIE, fará a

interconexão elétrica do SING (Sistema Interconectado

do Norte Grande) ao SIC (Sistema Interconectado

Central), unindo o Chile de norte a sul. O projeto estará

em operação em 2017, representando um mercado

elétrico mais eficiente, seguro, sustentável

e, principalmente, com menores custos.

O contrato entre o governo chileno e a E-CL foi

assinado no dia 16 de abril, em cerimônia que

contou com a presença da presidente do Chile

Michelle Bachelet e do Ministro de Energia Máximo

Pacheco. “Agradecemos a confiança depositada

pelo Governo ao escolher a E-CL para tocar o projeto

e nos comprometemos a seguir desenvolvendo esta

iniciativa com a mesma garra e seriedade com que

trabalhamos nos últimos quatro anos, desde quando

iniciamos o desenho da linha de transmissão”, afirmou

o CEO da ENGIE no Chile, Juan Clavería.

O investimento será de US$ 860 milhões. A linha de

transmissão de 500 kV terá 600 km de extensão,

ligando Mejillones (SING) a Copiapó (SIC).

chILE SErá cONEcTADO pOr LINhA DE TrANSMISSÃO DA ENGIE

A GDF SUEZ anunciou, no dia 24 de abril, a mudança do nome do

Grupo para ENGIE. A nova marca reforçará a atuação global da

companhia e o foco em fontes de energia renováveis. Em comunicado,

o CEO da ENGIE Gérard Mestrallet, explicou que o novo nome também

representa a preparação do Grupo para os desafios apresentados

pelas profundas mudanças que o setor de energia está passando em

todo o mundo, com o desenvolvimento de fontes de energia renováveis

e uma redução no consumo resultante da eficiência energética e

revolução digital.

"Para enfrentar os novos desafios dessa realidade e acelerar nosso

desenvolvimento, nós decidimos dar ao grupo um novo nome: ENGIE.

É um nome fácil e poderoso, nome que evoca energia para todos

e em todas as culturas, um nome que personifica nossos valores e

atividades", afirmou o executivo. O novo nome expressa ainda a nova

ambição corporativa do Grupo, cuja condução será feita por Isabelle

Kocher, atual Chief Operating Officer (COO). A executiva vai assumir a

liderança da ENGIE quando Mestrallet deixar o cargo no ano que vem.

A nova denominação da marca utiliza o sol nascente como sua

logomarca, simbolizando um novo dia no mundo da energia. Visando

definir sua dimensão internacional, a ENGIE escolheu manter o slogan

atual By People for People. O nome GDF SUEZ continuará a ser a

denominação social do Grupo, isto é, o nome jurídico. Assim, o nome

GDF SUEZ será mantido em todos os documentos regulamentares e da

Bolsa de Valores.

Hoje, apenas a marca corporativa e suas representações nos diferentes

países mudam. O Grupo está avaliando a utilização do novo nome

nas suas diferentes empresas. A intenção é racionalizar e simplificar

a carteira de marcas para reforçar a legibilidade, a notoriedade, e a

coerência global em benefício à nova marca. Por enquanto não há

orientação para alteração do nome e da marca da Tractebel Energia.

Presidente do Chile Michelle Bachelet (esq) e ministro de Energia, Máximo Pacheco, assinam o contrato com a E-CL

Divulgação ENGIE

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Tractebel Energia26

ENGIE

Prêmio GDF SUEZ Brasil deinovação 2015

A ENGIE entende que o mundo da energia está passando

por profundas e duradouras transformações e acredita

que a inovação é essencial para enfrentar os desafios

desse mundo em constante mudança, além de contribuir

para o desenvolvimento dos países, das empresas e

das pessoas. Por isso, o Grupo lançou um ambicioso

programa de inovação em diversas regiões em que atua

para fomentar a criatividade empreendedora.

Como parte dessa iniciativa, a GDF SUEZ Brasil está

organizando o Prêmio GDF SUEZ Brasil de Inovação

2015. O prêmio reconhecerá os projetos inovadores do

setor de energia ligados aos seguintes temas: eficiência

energética; novas fontes de energias renováveis;

mitigação e adaptação; tecnologias inteligentes; cidades

inteligentes e mobilidade; e gás do Século XXI. Os

projetos serão divididos em cinco categorias:

cATEGOrIA 1: Ideias de Novas Atividades /

Novos modelos de negócios, para atividades

inovadoras na fase inicial

Quatro categorias para as Inovações que já

foram implementadas pelo menos uma vez:

cATEGOrIA 2: Desenvolvimento de Negócios

cATEGOrIA 3: Relações comerciais e com clientes

cATEGOrIA 4: Desempenho operacional, técnico

e tecnológico

cATEGOrIA 5: Excelência em Gestão

A comissão julgadora é formada por entidades com

forte envolvimento com o tema inovação tais como:

o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel);

a Coppe-UFRJ; a Laborelec (Centro de tecnologia

baseado na Bélgica e presente em diversos países),

o Instituto Acende Brasil e a Câmara de Comércio

França-Brasil.

Os projetos serão avaliados de acordo com o grau

de inovação, viabilidade/grau de implementação

e criação de valor. Os vencedores serão premiados durante o GDF SUEZ Innovation

Day, que acontecerá no Rio de Janeiro, no dia 10 de junho. Entre os prêmios estão a

possibilidade de inclusão dos projetos vencedores nos programas de P&D do Grupo,

além de uma viagem a Paris para participar do evento mundial de inovação da ENGIE,

o GDF SUEZ Innovation Week, que acontecerá de 15 a 19 de junho. Como previsto no

Regulamento, funcionários da ENGIE e suas subsidiárias não estão aptos a participar.

Para mais informações sobre o Prêmio, acesse www.gdfsuezla.com.

Shutterstock

Page 27: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Coordenação e ediçãoLeandro Provedel Kunzler

Reportagem e textosDfato Comunicaçã[email protected]

Jornalista responsávelDuda Hamilton

Concepção gráfica e editoraçãoDzigual Golinelli

Foto da capa Plinio Bordin

Tiragem 2.600 exemplares

Informativo da Tractebel Energia S.A, de responsabilidadeda Assessoria de Comunicação da Diretoria Administrativa

ALTA VOLTAGEM

Rating mantidoA agência Fitch Ratings reafirmou, em 20

de abril, o Rating Internacional da Tractebel

Energia em BBB e o Rating Nacional de

Longo Prazo em AAA, ambos com

perspectiva estável. "A reafirmação do

rating da Tractebel tem grande relevância,

especialmente no momento por que passa

o setor, e assume uma importância ainda

maior por distinguir a Companhia dos

demais agentes do mercado, ratificando a

qualidade dos seus ativos e de sua gestão",

afirma o diretor Financeiro e de Relações com

Investidores, Eduardo Sattamini.

Em dezembro último, a Standard & Poor’s

também havia reafirmado os ratings de crédito

corporativo da Empresa em “brAAA/brA-1”

na Escala Nacional Brasil, com perspectiva

estável, ou seja, a melhor qualidade de crédito

possível para uma empresa brasileira.

Jirau coloca mais duas turbinas em operaçãoA usina hidrelétrica Jirau (3.750 MW), da qual a ENGIE detém 40%, em

comissionamento no rio Madeira, no estado de Rondônia, está agora com 27

turbinas em operação comercial, totalizando 2.025 MW (em 29/4/15). Duas

outras turbinas já estão em teste. A hidrelétrica entrou em operação em 2013

e atingirá 100% de sua energia assegurada no segundo semestre de 2015.

Rating possibilita acesso a crédito, que promove os investimentos da Tractebel, como a construção da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski)

Usina de Jirau é o maior empreendimento do Grupo em construção no Brasil

Divulgação ENGIE

Divulgação Tractebel

Page 28: Ano 12 - nº 53 - Maio (4.59 MB)

Tractebel,novamente

AAA(bra) noRating Nacionalde Longo Prazo

pela agênciaFitch Ratings.

A Tractebel apresenta altos níveis de

disponibilidade na produção e conta com

um parque gerador diversif icado, o que

possibilita f lexibilidade operacional.

Graças a esses fatores, somados à

competência na gestão, a agência reaf irmou

o Rating Internacional da Companhia

em BBB e o Rating Nacional de Longo Prazo

em AAA(bra). Uma condição destacada

no cenário econômico atual, reconhecida

por uma agência renomada e que demonstra

a capacidade da Tractebel de seguir

investindo na energia que move o País.

www.tractebelenergia.com.br

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AF Anuncio Revista Boas Novas 23x30cm.pdf 1 5/12/15 4:47 PM