ano 12 - nº 52 - fevereiro (6.68 mb)
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INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 10 . No 52 . FEVEREIRO DE 2015
Tractebel é reconhecida como destaque em Ética
GDF SUEZ renova acordo nuclear com Brasil
Parque Fritz Plaumann é modelo de gestão
Novos investimentos impulsionam o crescimento
P&D Eólico em fase de testes
Tractebel Energia2
SUMÁRIO
31 ALTA VOLTAGEM
31. Complexo Termelétrico é certificado com ISO 50001 inédita
29 GDF SUEZ
29. 25 turbinas em operação em Jirau
30. GDF SUEZ renova acordo de cooperação nuclear com Eletrobrás e Eletronuclear
27 INOVAÇÃO
27. Aerogerador brasileiro em teste
03 MENSAGEM DO prESIDENTE
03. Investimento na diversificação
04 360º
04. Energia solar para o Projeto Tamar
04. Semana do Meio Ambiente no Paraná
05. Cinzas de biomassa para compostagem
05. Medalha do Mérito Catarinense do CREA-SC
18 ENTrEVISTA
18. MAURO PASSOS, presidente do Instituto IDEAL
21 MEIO AMBIENTE
21. Parque Fritz Plaumann é modelo de gestão compartilhada
24. Do lixo para floreiras e canteiros
26. R$ 220 milhões pagos em royalties em 2014
06 EMprESA
06. Obras de termelétrica no Rio Grande do Sul devem começar em abril
12. Tractebel chega à Bahia
14 Termelétrica Ferrari se prepara para testes
15. Há dez anos na seleta lista do ISE
16. Agência reafirma rating
17. Entre as mais éticas do Brasil
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30
BoasNovas 3
MensageM do Presidente
Investimentona diversificação
Manoel Zaroni Torres – presidente da Tractebel Energia
A Tractebel Energia e seu Controlador, a GDF SUEZ, em uma
demonstração da confiança no futuro do País, aprovaram a realização
de novos projetos no Brasil que resultarão em investimentos de R$ 3,8
bilhões, a serem concluídos até janeiro de 2019. Estes investimentos vão
ampliar a capacidade de geração da Empresa em 533,2 MW, dos quais
386,9 MW foram vendidos em leilão realizado pela Agência Reguladora
de Energia Elétrica – Aneel em dezembro de 2014, e 146,3 MW serão
ofertados no Mercado Livre.
Estes investimentos estão sendo efetuados nos estados da Bahia, onde
será implantado o Complexo Eólico Campo Largo, cujos parques terão
capacidade de gerar 178,2 MW, Rio Grande do Sul, onde será implantada
a termelétrica Miroel Wolowski (conhecida na fase de projeto como
Pampa Sul) com capacidade de geração de 340 MW, e São Paulo, com a
ampliação da capacidade de geração da Termelétrica Ferrari, que utiliza
biomassa de cana de açúcar, em 15 MW.
Como estas unidades não dependem do regime de chuvas para
sua operação, sua energia irá contribuir para aumentar a segurança
do sistema integrado brasileiro de geração de energia elétrica,
especialmente em condições hidrológicas desfavoráveis, como se
verifica atualmente.
A Usina Miroel Wolowski é um novo capítulo na história energética do
carvão brasileiro e um passo importante para o aproveitamento do
potencial existente no Rio Grande do Sul, maior jazida conhecida do
Brasil. De acordo com dados da Aneel, as reservas brasileiras ocupam
o 10º lugar no ranking mundial, totalizando sete bilhões de toneladas.
Desse volume de reservas, o Rio Grande do Sul responde por 89,25%.
Somente a Jazida de Candiota, onde será erguida a Usina, possui 38%
de todo o carvão nacional.
A Tractebel tem larga experiência na operação e manutenção de usinas
a carvão. Do total de seu portfolio próprio de 7.027 MW, 1.119 MW são
provenientes de termelétricas, dos quais 929 MW obtidos a partir do
carvão mineral.
Seu principal empreendimento de geração térmica é o Complexo
Termelétrico Jorge Lacerda, situado em Santa Catarina, com capacidade
instalada de 857 MW. No Rio Grande do Sul, a Companhia possui a Usina
Termelétrica Charqueadas, com 72 MW de capacidade instalada. Além
dessas Usinas, a Tractebel opera as termelétricas Ibitiúva (SP), Ferrari
(SP), ambas com bagaço de cana; Lages (SC), a biomassa de madeira,
e William Arjona (MS), a gás natural. Todas as Usinas da Tractebel
apresentam excelentes índices de performance e seguem rigorosamente
os requisitos ambientais necessários neste tipo de empreendimento.
Já o Complexo Campo Largo, na Bahia, será composto por onze parques
eólicos. A energia foi vendida pelo período de 20 anos. Esses parques,
juntamente com outros cinco destinados ao Mercado Livre, compõem
a primeira fase do Complexo Campo Largo, com capacidade instalada
total de 326,7 MW. O crescimento da participação de eólicas no parque
gerador é um objetivo estratégico da Companhia para manter a posição
de maior geradora privada do Brasil. O projeto Campo Largo amplia a
participação da energia eólica na matriz energética do País e no portfolio
da Tractebel, contribuindo para a geração de energia renovável.
Manoel Arlindo Zaroni Torres
Diretor-presidente
Plínio Bordin
Tractebel Energia4
360o
Energia solar para o Projeto Tamar
Semana do Meio Ambiente no Paraná
Conhecido nacionalmente pelos trabalhos com tartarugas marinhas, o
Projeto Tamar deu mais um passo importante em direção à preservação
da natureza com a utilização de energia solar. Desde 30 de outubro,
dois módulos fotovoltaicos, um com 1,96 kWp, doado pela Tractebel
Energia, e outro de 1 kWp, doação da UFSC e Instituto IDEAL, estão no
Centro de Visitantes na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis.
Por utilizar esse equipamento, o Tamar SC recebeu o Selo Solar,
certificação do IDEAL (Instituto para o Desenvolvimento de Energias
Alternativas na América Latina) conferido a instituições que utilizam
energia alternativa. Para a coordenadora regional da Fundação Pró
Tamar SC, Juçara Wanderline, a parceria é importante, pois ajuda a
divulgar esse tipo de geração de energia, preserva o meio ambiente
e é uma economia na conta de luz do Projeto.
O presidente do IDEAL, Mauro Passos, acredita que a ação vai ajudar
a impulsionar a geração fotovoltaica, já que, no verão, o Tamar chega a
receber mais de 1 mil pessoas por dia e é um dos projetos mais visitados
do Brasil, principalmente por escolas. “Levar a energia solar para o
Tamar é aproximar os jovens dessa nova tecnologia”. Segundo Maury
Garret da Silva, do Departamento de Desenvolvimento de Negócios da
Tractebel Energia, essa doação feita pela empresa vai contribuir com a
sustentabilidade do Projeto Tamar de Florianópolis. “Esta ação está em
Com uma boa participação da comunidade, as usinas hidrelétricas Salto Osório
e Salto Santiago, ambas localizadas no Paraná, realizaram, de 18 a 20 de novembro,
no Auditório da Usina Salto Santiago, a primeira SEMAS (Semana do Meio Ambiente
e Sustentabilidade). “Mostramos os trabalhos desenvolvidos pela Tractebel para que
a comunidade acompanhe e participe de nossos projetos ambientais”, afirma o gerente
da Regional do Iguaçu, Leocir Scopel.
O tema central do encontro foi a Proteção dos Rios, mas também foram tratados
assuntos como Proteção de Nascentes, Defeso e Peixes do Rio Iguaçu. Entre os
palestrantes, esteve o professor da Unioeste, de Toledo, Gilmar Baumgartner, que
abordou as espécies nativas de peixes do Rio Iguaçu, e o capitão Marcelo Veigantes,
da Polícia Ambiental, que explorou o tema Defeso.
linha com os investimentos realizados pela Companhia em energia solar,
recentemente, com a implantação da Usina Fotovoltaica Cidade Azul
(3MWp), em Tubarão e com o P&D em conjunto com outras empresas
que instalaram módulos de avaliação em diferentes regiões do Brasil”,
comenta.
Divulgação Tractebel
Evair Pedro Dalmazo
Módulos fotovoltaicos transformam a energia solar em eletricidade
Equipes das Usinas Salto Osório e Salto Santiago organizaram a Semana do Meio Ambiente
BoasNovas 5
360o
Medalha do Mérito Catarinense do CREA-SC
Cinzas de biomassa para compostagemUtilizar as cinzas de biomassa provenientes da geração de energia da
Unidade de Cogeração Lages (UCLA) no projeto Lixo Orgânico Zero
melhorou as minicompostagens ecológicas (MCEs) implantadas em
escolas e residências da cidade catarinense. Desde 2013, as cinzas da
UCLA passaram a ser usadas nas MCEs, permitindo ampliar o projeto
a atender um número maior de pessoas.
Iniciado em 2012, o projeto Lixo Orgânico Zero tem como objetivo
reduzir ao máximo os resíduos orgânicos do lixo coletado na cidade
e depositado no aterro sanitário. Para tanto, foi desenvolvida uma
tecnologia muito simples denominada de Minicompostagem Ecológica
(MCE) para que qualquer cidadão possa separar o lixo seco para
reciclagem e transformar os resíduos orgânicos em temperos, chás e
hortaliças, semeados sobre o material orgânico das minicompostagens
ecológicas.
As cinzas da Usina apresentam características físicas e químicas para
uma ótima compostagem e são distribuídas nos Postos de Entrega
Voluntária de quatro escolas da rede pública para qualquer cidadão que
aderir ao projeto. Até agora, a UCLA disponibilizou 15 toneladas de cinza
para cada uma das quatro escolas, mas esse número pode ser ainda
maior em 2015, já que a Usina gera cerca de 60 toneladas diárias.
O projeto, segundo o gerente local da Tractebel Energia, Mario Wilson
O diretor de Produção da Tractebel Energia, José Carlos Cauduro
Minuzzo recebeu a Medalha do Mérito Catarinense do CREA-SC.
A solenidade ocorreu dia 5 de março na ACE – Associação Catarinense
de Engenheiros, em Florianópolis. O evento presta homenagem aos
profissionais, entidades de classe, instituições de ensino, empresas
públicas e privadas que, de alguma forma, contribuíram com o
aprimoramento técnico das profissões, promoveram o desenvolvimento
tecnológico e melhoria da qualidade de vida dos catarinenses.
Com a Medalha e Diploma do Mérito foram homenageados o engenheiro
civil Roberto de Oliveira; o engenheiro mecânico José Carlos Cauduro
Minuzzo; o engenheiro agrônomo João Carlos de Souza Palma;
o engenheiro eletricista Arno Ruberto Werle; e a Federação das Indústrias
do Estado de Santa Catarina (FIESC).
Cusatis, é inédito no Brasil, pois tem como finalidade retirar os resíduos
orgânicos do circuito tradicional da coleta pública de lixo, eliminando
assim estes resíduos do lugar onde foram gerados.
Jean Carlos de Souza
Divulgação CREA/SC
Crianças aprendem a cultivar hortaliças com uso de cinzas da Usina de Cogeração Lages
Da esq. para a dir.: eng. civil Carlos Alberto Kita Xavier, presidente do CREA-SC; eng. civil Laércio Tabalipa; eng. mecânico José Carlos Cauduro Minuzzo e eng. eletricista Thomaz Londero Moojen, conselheiro do CREA-SC
Tractebel Energia6
EMPRESA
Obras de termelétricano Rio Grande do Suldevem começar em abril
Tractebel Energia aguarda a Licença de Instalação emitida pelo IBAMA para dar início à implantação da Usina Termelétrica Miroel Wolowski (Pampa Sul)
Candiota (rS)
BoasNovas 7
EMPRESA
Depois de vender 294,5 MW no leilão A-5 (cuja
energia deve ser entregue a partir de janeiro de 2019),
no final de novembro de 2014, a Tractebel Energia
aguarda a Licença de Instalação para iniciar as obras
de implantação projeto da Usina Termelétrica Miroel
Wolowski, também conhecida como Pampa Sul,
na cidade de Candiota (RS). O total a ser investido
na Usina é de cerca de R$ 1,8 bilhão, com parte dos
recursos próprios e outra financiada pelo BNDES
e outros bancos.
O projeto da Usina prevê capacidade instalada de 680
MW, mas só a primeira fase, com 340 MW foi a leilão.
Essa energia vendida foi contratada por um período
de 25 anos, a partir de janeiro de 2019, quando a
termelétrica deve entrar em operação comercial.
O presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres, ressalta que as termelétricas
fornecem segurança e estabilidade ao sistema elétrico nacional, pois independem de
condições climáticas para gerar energia. “Das opções de insumos existentes, o carvão
tem custo menor e maior abundância, pois o gás natural vindo da Bolívia já está 100%
comprometido e a biomassa é intermitente, pois depende dos ciclos agrícolas”, informa
o CEO.
Além dos parques eólicos, o carvão é outra forma do Rio Grande do Sul gerar energia,
já que é um Estado que não tem uma boa hidroeletricidade. Isso faz com que tenha risco
de déficit e, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), seja importador de
energia elétrica, enfrentando dificuldades para o atendimento da carga, principalmente
no verão. Estudos indicam que a Termelétrica Miroel Wolowski vai aumentar o grau de
confiabilidade do sistema e reduzirá o risco de déficit de energia e a necessidade de
importação de energia proveniente de outras regiões do Brasil.
Divulgação Tractebel Capa Pictures/Rojas Victor
Termelétrica Miroel Wolowski será parecida com a Usina de Mejillones, que a GDF SUEZ opera no Chile
CINZASCINZAS Filtro de manga
Precipitador eletrostático
Dessulfurizador
Chaminé
Condensador
Turbina a vapor
TAMBOR
VAPOR SATURADO
SUPERAQUECEDOR
AR
CARVÃO
CALCÁRIO FORNALHA
CICLONE
GASES
ÁGUA
VAPOR
CINZAS
Tractebel Energia8
EMPRESA
O QUE É LEITO FLUIDIZADO
Na fornalha (reator) são injetados
carvão e calcário e um fluxo de ar
previamente aquecido. O fluxo
de ar (criado por ventiladores)
faz a mistura entre o carvão e o
calcário circular continuamente
através da fornalha e do ciclone
até que suas partículas sólidas
sejam totalmente queimadas.
Parte dos resíduos sólidos da
combustão (cinzas) é removida
no ciclone e na fornalha. O fluxo
de gases resultantes segue,
então, através das superfícies de
troca de calor da caldeira e dos
dutos de ar e gases, passando
pelos diversos filtros (precipitador
eletrostático e filtro de mangas,
que capturam as partículas
menores e mais leves das cinzas,
e o dessulfurizador, onde é feita
a captura final dos óxidos de
enxofre). Por fim, o fluxo de gases
vai para o meio ambiente por
meio de uma chaminé.
TECNOLOGIA DE COMBUSTÃO LIMpA
A principal diferença tecnológica em relação a outras usinas
termelétricas a carvão em operação no Brasil é a utilização de caldeira
do tipo Leito Fluidizado Circulante (em inglês, Circulating Fluidized
Bed – CFB – leia mais no box), que apresenta uma maior flexibilidade
a variações na qualidade do combustível e é a mais adequada ao carvão
da região. Este tipo de caldeira resulta em menores emissões de gases
como os óxidos de nitrogênio (NOx) e os óxidos de enxofre (SOx).
A tecnologia de Leito Fluidizado Circulante está enquadrada como
tecnologia de combustão limpa do carvão (Clean Coal Technology). Os
demais equipamentos da Usina, como turbina, gerador, condensador,
torre de resfriamento e bombas, utilizam tecnologia semelhante às
demais usinas a carvão existentes no Brasil.
“Vale ressaltar que, por serem equipamentos mais modernos,
apresentam um melhor desempenho operacional. Nem todos os
equipamentos são nacionais, já que o Brasil não fabrica caldeiras,
turbinas e geradores do porte que serão utilizados na termelétrica”,
comenta o diretor de Desenvolvimento e Implantação de Negócios,
José Luiz Laydner.
Os principais equipamentos serão importados da China (caldeira),
Alemanha (turbina) e Estados Unidos (gerador), mas uma parte
considerável dos equipamentos, componentes e serviços utilizados
para a implantação da Usina será produzida no Brasil. "Vamos buscar,
ao máximo e sempre que possível utilizar serviços e produtos locais",
afirma Laydner.
BoasNovas 9
EMPRESA
CONSUMO DE CArVÃO
Operando na sua capacidade máxima nominal, a Usina Termelétrica
Miroel Wolowski consumirá cerca de 250 mil toneladas por mês. E a
previsão é operar a usina a plena carga de oito a nove meses por ano,
com um consumo médio mensal de cerca de 160 mil toneladas de
carvão.
A Tractebel Energia possui larga experiência na operação e manutenção
de usinas a carvão, pois opera o Complexo Termelétrico Jorge
Lacerda, em Capivari de Baixo (SC) com 857 MW e a Usina Termelétrica
Charqueadas (RS) que tem 72 MW. Todas as Usinas da Tractebel
apresentam excelentes índices de performance.
A instalação da usina se dá no município de Candiota (RS) por ali estar
a maior jazida conhecida de carvão do Brasil e a que apresenta
menores custos de produção. Além da proximidade de unidades
mineiras, a região apresenta adequada malha rodoviária, solo favorável
à instalação das estruturas e proximidade de subestação e de linhas
de transmissão.
Divulgação Tractebel
Caldeira CFB que será montada na Termelétrica Miroel Wolowski é uma das maiores do tipo no mundo
Tractebel Energia10
EMPRESA
MEIO AMBIENTE
No caso do armazenamento do carvão, na maior parte do tempo o
carvão será produzido na mina e imediatamente consumido na Usina.
A UTE Miroel Wolowski contará com silos de carvão, com poucas
horas de capacidade, para acomodar variações no fornecimento.
Já o calcário ficará depositado em área contígua à Usina.
A água virá de reservatório a ser construído no Rio Jaguarão, cuja área
total alagada será de 382,35 ha. A Área de Proteção Permanente no
entorno do reservatório será de 162,75 ha, totalizando 545,1 ha nos
municípios de Candiota e Hulha Negra. Em sua capacidade máxima
(680 MW, 2 x 340 MW) a Usina demandaria aproximadamente 520
litros de água. Como o projeto será implantado em duas etapas,
a demanda inicial será de 260 litros, que pode ser abastecida por
apenas uma barragem. Vale destacar que esta água será destinada
predominantemente para o sistema de torres de resfriamento, onde a
mesma será evaporada. Em síntese, a maior parte da água consumida
será devolvida ao ambiente na forma de vapor.
Serão suprimidos 195 hectares de mata nativa. No entanto, em função
do empreendimento, serão adotadas medidas compensatórias, a
exemplo da Compensação Ambiental, que implicarão investimentos
em Unidade de Conservação, além do plantio da vegetação no
entorno do reservatório. Essas medidas estão incluídas nos chamados
Programas Ambientais, entre eles o proposto Programa de Reposição
Florestal e Monitoramento das Áreas de Preservação Permanente dos
Reservatórios.
O EIA-RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) indica que o
bioma Pampa não sofrerá ameaças pela implantação da termelétrica,
pois estudos ambientais anteriores foram realizados e uma série de
programas, projetos e ações irão garantir o mínimo impacto. Além disso,
na área da Usina e seu reservatório, o bioma já foi transformado pela
ação do homem em área de pastagem e lavoura.
Programas de intervenção e controle com o objetivo de mitigar, neutralizar
e/ou compensar os impactos e potencializar aqueles considerados
benéficos já foram definidos. Entre eles, o Programa de Monitoramento de
Águas Superficiais; Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas;
Programa de Desapropriação e Indenização de Proprietários Atingidos
e o Programa de Atividades e Responsabilidade Social.
Emissão de gases – Uma das
maiores preocupações quando se
fala em usina termelétrica de carvão
é a emissão de gases. A caldeira
CFB apresenta menores emissões
de NOx e SOx, quando comparada
com as tradicionais caldeiras de
carvão pulverizado. A adição de
calcário na fornalha junto com o
carvão permite a captura de grande
parte do enxofre existente no carvão,
reduzindo as emissões de SOx. Com
relação às emissões de SOx, além
da captura na caldeira CFB, a Usina
ainda conta com um dessulfurizador,
onde será feita captura adicional do
enxofre, permitindo a redução das
emissões de SOx abaixo dos limites
estabelecidos. Além disso, filtros de
manga e precipitadores eletrostáticos
filtram e retém o material particulado,
evitando que cheguem à chaminé.
Divulgação Tractebel
Tecnologia mais moderna existente será utilizada na Usina Termelétrica Miroel Wolowski para minimizar impactos ambientais
BoasNovas 11
EMPRESA
Quem foi Miroel Wolowski
O engenheiro eletricista Miroel Wolowski nasceu
no Paraná, no ano de 1947. Formou-se pela UFSC
(Universidade Federal de Santa Catarina) em 1972,
e em 1981 concluiu o curso de Administração
de Empresas na ESAG (Escola Superior de
Administração e Gerência). Começou sua carreira
profissional na Ericson Brasil, passando pela
Intelbras e Eletrosul.
Com a privatização, em 1998, ficou na Gerasul e
depois Tractebel Energia, onde ocupou os cargos
de diretor de Comercialização de Energia e de
diretor de Desenvolvimento e Implantação de Novos
Negócios. Em 2001, Miroel tomou posse como
diretor de Comercialização e Negócios e, entre
os seus principais desafios, dois se destacaram:
intensificar a comercialização de energia na busca
por clientes livres e implementar novos projetos.
Entre eles, projetos de cogeração e carvão, como
os localizados em Lages (SC) e Candiota (RS).
“Miroel foi um entusiasta do projeto Pampa Sul desde
o início”, lembra o presidente da Tractebel Energia,
Manoel Zaroni Torres, que teve a ideia de mudar o
nome do projeto em homenagem ao diretor, falecido
em outubro de 2011. Após o leilão de novembro,
a Tractebel propôs a mudança de nome do projeto,
que passará a se chamar Usina Termelétrica Miroel
Wolowski.
Divulgação Tractebel
Torres de resfriamento baixam a temperatura da água que sai dos condensadores para que esta água retorne fria para o sistema de produção
Miroel Wolowski sempre defendeu o uso do carvão na matriz energética para dar segurança ao sistema elétrico nacional
Divulgação Tractebel
Tractebel Energia12
EMPRESA
Um dos maiores complexos de geração eólica do Brasil, Campo Largo,
será construído na Bahia, pela Tractebel Energia, a partir de 2016, com
entrada em operação comercial prevista para 2019. Com 626,4 MW de
capacidade instalada, o suficiente para suprir uma cidade de 4 milhões
de habitantes, e potencial de ampliação para mais 150 MW, este será
o primeiro empreendimento da Empresa em terras baianas.
“O crescimento da participação de eólicas no parque gerador é um
objetivo estratégico da Companhia para manter a posição de maior
geradora privada do Brasil”, comenta o diretor-presidente da Tractebel,
Manoel Zaroni Torres. Atualmente, a Empresa tem seis usinas eólicas
em operação, que totalizam 159 MW. Projetos de mais 1.000 MW
estão em desenvolvimento na Bahia e no Rio Grande do Norte.
O Complexo Campo Largo será instalado em Umburanas e Sento
Tractebel chega à BahiaSé, municípios de economia agropecuária que fazem parte,
respectivamente, das mesorregiões Centro-Norte Baiano e Vale
São-Franciscano, a 450 km de Salvador. Nesse local, foi identificado
um grande potencial eólico, por causa das características dos ventos:
eles são unidirecionais, têm alta velocidade média e pouca turbulência.
Para os 56,3 mil habitantes dos dois municípios, a energia eólica trará
benefícios como benfeitorias de acesso, geração de empregos diretos
e indiretos, aumento na arrecadação tributária e investimentos em
ações socioambientais, alinhados às diretrizes do órgão licenciador,
às necessidades da população e às políticas da Companhia. No pico
das obras, devem ser criados cerca de 500 empregos, com prioridade
para a mão de obra local.
Oeste baiano é a nova fronteira da Tractebel para a geração de energia eólica
Tainy Catanzarite Torres
BoasNovas 13
EMPRESA
Campo Largo compreende duas fases. A Fase 1,
orçada em R$ 1,7 bilhão, é composta por 11 projetos
e terá capacidade de geração de 326,7 MW. Seis
desses projetos, totalizando 178,2 MW, foram
vendidos no mercado regulado no leilão A-5, em 28
de novembro de 2014, e os outros cinco se destinam
ao mercado livre. A Fase 2 agregará ao portfólio da
Tractebel outros 299,7 MW.
Na primeira fase, serão instalados 121
aerogeradores Alstom ECO122, com potência
nominal individual de 2,7 MW. As torres terão
89 metros de altura, as pás 59,3 metros de
comprimento e o rotor 122 metros de diâmetro.
Ambas as fases serão implantadas no mesmo
terreno de 44 mil hectares. Em consequência, haverá
grandes sinergias de estrutura, como acessos,
linha de transmissão, operação e manutenção,
subestação de energia e mão de obra.
“Nosso maior desafio logístico na primeira fase
de Campo Largo será o transporte das 363 pás”,
avalia o gerente de Desenvolvimento de Negócios
da Tractebel, Guilherme Slovinski Ferrari. Outro
desafio importante é o transporte de equipamentos
e suprimentos. O processo de licenciamento já foi
iniciado e todos os projetos já têm Licença Prévia.
Estudos ambientais complementares estão em
andamento para a obtenção da Licença de Instalação.
As obras do Complexo Eólico de Campo Largo incluem a construção de uma linha de
transmissão de 45 quilômetros até a Subestação Ourolândia III, onde será feita a conexão
ao SIN (Sistema Interligado Nacional). “Esta subestação deverá ficar pronta em março de
2018, nove meses antes do início da operação dos primeiros projetos”, informa o gerente.
Tainy Catanzarite Torres
Tainy Catanzarite Torres
Cidade de Jacobina é uma das principais da região e fica a 100 km do Complexo Eólico
Região do Complexo Campo Largo é formada majoritariamente por vegetação típica da Caatinga
Tractebel Energia14
EMPRESA
Termelétrica Ferrari se prepara para testesA ampliação da Termelétrica Ferrari, no Estado de São Paulo, está em ritmo acelerado, com as obras civis em
fase final e a montagem eletromecânica bem avançada. É possível que os testes de pré-comissionamento
da Usina sejam feitos entre o final de março e o início de abril, segundo informou o gerente do projeto, Márcio
Daian Neves. Se tudo ocorrer conforme o cronograma, a Termelétrica deve fazer seus primeiros testes de
operação no mês de maio.
“Nossa ideia é que a ampliação da termelétrica esteja concluída no final de maio, aumentando a capacidade
instalada da planta para 80,5 MW e incrementando a garantia física para 35,6 MW”, ressalta o gerente. Com
isso, a Tractebel Energia aumenta seu portfólio de energia incentivada oriunda de fontes renováveis. No leilão
A-5, realizado em novembro passado, a Tractebel Energia comercializou 15 MW da UTE Ferrari.
Até aqui os desafios foram muitos e variados. Entre eles, Márcio Neves cita a construção e a interligação
de novos equipamentos na planta existente, o que exigiu uma gestão eficiente de interface e de saúde e
segurança num prazo justo de 15 meses. “Estamos concluindo a montagem eletromecânica, ou seja, as
interligações entre caldeira, turbina, auxiliares e torre de resfriamento”, adianta o gerente. Para ele, outra
atividade importante é a conclusão da ampliação da Subestação Ferrari, com a instalação do novo bay de
transformação (transformador, seccionadora e isoladores) permitindo a energização da subestação antes
do início da safra da cana-de-açúcar.
Luiza Matos Menezes Luiza Matos Menezes
Transformador é instalado na UTE Ferrari Ampliação da Usina Termelétrica Ferrari deve estar concluída em maio
BoasNovas 15
EMPRESA
Há dez anos
na seleta lista do ISE O ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial),
iniciativa pioneira na América Latina, completa dez
anos em 2015 como referência para investimentos
socialmente responsáveis no Brasil. Originalmente
financiado pelo Banco Mundial, ele é uma ferramenta
para análise comparativa das empresas listadas
na BM&FBovespa em aspectos como equilíbrio
ambiental, justiça social e governança corporativa.
Todos os anos, as empresas com as 200 ações mais
líquidas são convidadas a participar do processo
e, no máximo, 40 são selecionadas. Apenas 11
companhias integram o índice desde sua criação.
Uma delas é a Tractebel Energia.
“Neste ano, demos mais uma demonstração da
nossa transparência, autorizando a publicação
das nossas respostas às questões do ISE”, diz o
diretor-presidente da Tractebel, Manoel Zaroni
Torres. Ele considera um privilégio fazer parte da
seleta lista. As 40 companhias da atual carteira são
oriundas de 19 setores da economia e somam R$
1,22 trilhão de valor de mercado – quase a metade
do valor total das empresas com ações negociadas
na Bolsa.
“Estar no ISE desde quando ele foi criado é uma
demonstração do compromisso da Tractebel
Energia com uma visão de longo prazo, em que os
resultados econômico-financeiros estejam atrelados
a práticas diferenciadas de governança corporativa
e gestão socioambiental”, diz o consultor de
Sustentabilidade da Tractebel, Mario Corrêa de Sá
e Benevides. Ele explica que a política da Companhia
a respeito do tema abrange as dimensões integradas
da Qualidade, do Meio Ambiente, da Saúde e
Segurança no Trabalho e da Eficiência Energética.
A Tractebel, ressalta Benevides, adota a Política
sobre as Mudanças Climáticas, que estabelece as
prioridades e diretrizes corporativas em relação ao
tema, e a Política de Engajamento de Stakeholders,
que contém os procedimentos adotados pela
Companhia e suas controladas para se relacionar
com seus públicos de interesse durante o
desenvolvimento, implantação e operação de
Usinas de geração de energia.
“Temos também os programas Tractebel Energia de Responsabilidade Social Corporativa,
de Desenvolvimento Cultural, Melhoria Ambiental
e Inclusão Social”, complementa.
Na avaliação do consultor, os principais desafios da Empresa quanto ao tema dizem
respeito ao uso cada vez mais eficiente e racional dos recursos naturais, à gestão dos
impactos ambientais e ao melhor benefício possível das suas atividades para todos os
stakeholders. O engajamento e a motivação dos colaboradores são fundamentais para
que esses desafios sejam enfrentados com sucesso. Entre as iniciativas que devem
representar avanços futuros, Benevides menciona projetos de preservação de nascentes,
novos centros de cultura e centros poliesportivos: “Temos sempre foco em ações
nas comunidades onde a Companhia está presente, principalmente para a infância
e adolescência” conclui.
Plinio Bordin
Diretores garantem a Governança Corporativa na Tractebel, uma das dimensões de maior destaque no ISE
Tractebel Energia16
EMPRESA
Agência reafirma rating
A Tractebel Energia encerrou o ano de 2014 com
uma excelente notícia para seus acionistas e
a comunidade de investimentos. No dia 29 de
dezembro, a agência Standard & Poor’s reafirmou
os ratings de crédito corporativo da Empresa
em brAAA/brA-1 na Escala Nacional Brasil, com
perspectiva estável, ou seja, a melhor qualidade
de crédito possível para uma empresa brasileira.
Isto comprova o ótimo desempenho operacional e
a estabilidade de caixa, mesmo em momentos de
adversidade.
Nas avaliações, são considerados critérios
quantitativos, como demonstrativos financeiros e
projeções, e qualitativos – contexto setorial e cenário
político-econômico do país. Elas ocorrem pelo
menos uma vez por ano ou quando a empresa emite
algum valor imobiliário. “É uma revalidação de nosso
atestado de saúde econômico-financeira”, afirma o
diretor Financeiro e de Relações com Investidores,
Eduardo Antonio Gori Sattamini.
“A reafirmação dos ratings confirma que a
capacidade da Companhia de honrar seus
compromissos no curto e longo prazos permanece
estável, na visão de uma agência independente
e renomada”. Como consequência, acrescenta
Sattamini, a Tractebel deve continuar a se beneficiar
de taxas de juros competitivas, caso decida fazer
uma nova captação de recursos no mercado
financeiro local. “A qualidade de crédito da
companhia representa uma vantagem competitiva
perante seus pares”, completa.
Entre os critérios avaliados, a Empresa tem se
destacado na forte geração de caixa, o que lhe
dá liquidez para financiar internamente seus
investimentos, se necessário. “A Tractebel é uma
companhia pouco alavancada, já que sua dívida,
basicamente de longo prazo, corresponde a apenas
1,4 vez o Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização), informa o diretor.
Subsidiária estratégica para seu controlador,
a GDF SUEZ, a Companhia tem um parque de
geração diversificado, o que lhe oferece flexibilidade
operacional, e registra um alto nível de vendas contratadas no médio e longo prazo,
possibilitando uma maior previsibilidade dos resultados futuros.
Em seu relatório, a Standard & Poor’s enfatiza que, apesar da severa seca no Brasil, a
Tractebel continua saudável. Os constantes investimentos em manutenção e revitalização
das Usinas têm proporcionado altos índices de disponibilidade nas operações. “Isso faz
a diferença, especialmente em períodos de hidrologia crítica, como o atual, já que um
megawatt-hora (MWh) não gerado deve ser adquirido a um preço elevado no mercado
de curto prazo”, ressalta o presidente da Tractebel, Manoel Zaroni Torres. “A diversidade
de nosso parque gerador tem dado certo alívio nas perdas resultantes da baixa geração
hidrelétrica no sistema, na medida em que nossas termelétricas tendem a produzir acima
do volume contratado”, complementa Zaroni.
Para ele, essa diversidade, aliada à boa coordenação entre o planejamento e controle
da oferta, à gestão do portfólio de contratos e ao plano de manutenção das Usinas, vem
permitindo à Companhia atravessar o atual momento de seca com resultados satisfatórios.
Getty Images
BoasNovas 17
EMPRESA
Entre as mais éticasdo BrasilNo final do ano, a Tractebel Energia foi reconhecida
pelo Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, como
a instituição de destaque do Ranking das Empresas
Mais Éticas do Brasil, devido à maior pontuação na
avaliação dos IGE (Indicadores de Gestão Ética).
O desempenho da geradora e comercializadora de
energia chegou aos 75,3%, com destaque para a
Estrutura do Programa de Supervisão; Educação
& Treinamento; Disciplina & Incentivos e Liderança
& Recursos.
Para o presidente da Tractebel Energia, Manoel
Zaroni Torres, o Brasil e o mundo vivem um momento
em que a sociedade e os cidadãos têm mais acesso
à informação e podem expressar sua opinião e fazer
as críticas que bem entenderem. “Esse contexto
coloca as empresas, seus executivos, empregados
e ações sob constante vigilância. Por isso, ser
apontada como destaque em ética, um valor tão caro
à Tractebel, é motivo de grande satisfação”, ressaltou
Zaroni.
São nove tópicos com 72 questões de “melhores
práticas” referentes à ética & conformidade. A
validação das informações prestadas pela Tractebel
Energia foi realizada pela IAIDIT, empresa de
consultoria parceira do Instituto Brasileiro de Ética
nos Negócios, e o resultado alcançado apontou
que a Empresa encontra-se no estágio avançado,
revelando que tem um sistema estruturado e eficaz
de gestão ética, incorporado à sua governança
corporativa.
O Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios é uma
associação de direito privado sem fins lucrativos,
fundado em 2003, cuja missão é fomentar a ética
no ambiente empresarial e acadêmico, por meio da
construção e disseminação das melhores práticas
para propiciar um futuro com responsabilidade social
e desenvolvimento sustentável ao País.
Fabio Flinto
Gerente de Auditoria da Tractebel Energia, Antônio Carlos Corrêa Benavides, recebe troféu em cerimônia realizada em dezembro
Tractebel Energia18
ENTREVISTA
MAURO PASSOS, presidente do Instituto IDEAL
Energia eólica e fotovoltaica: as estrelas da América Latina
Formado em Engenharia Mecânica, em 1972, pela Universidade
Federal de Rio Grande (RS), Mauro Passos, que atualmente preside
o Instituto IDEAL, tem especialização em Recursos Hídricos, pelo
Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul); em Hidrologia Aplicada (US Geological Survey)
e em Planejamento Energético pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, mais conhecido como
COPPE/RJ. Sempre ligado às questões de energia e meio ambiente,
de 1973 até 2003, o engenheiro atuou no setor de Planejamento do
Sistema Elétrico Brasileiro - DNAEE, Eletrobras/Eletrosul.
Foi vereador em Florianópolis de 1996 a 2000, e de 2000 a 2002 e
deputado federal 2003 a 2007. Como parlamentar, atuou no Congresso
Nacional e no Parlamento do Mercosul, nas comissões de Minas e
Energia, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia.
Criou em 2007 o Instituto IDEAL, organização privada sem fins
lucrativos, com sede em Florianópolis (SC) e atuação na promoção de
energias renováveis e políticas de integração energética nos países
da América Latina.
Para saber quais as inovações, as tendências e as possibilidades do
setor elétrico sul-americano, a revista Boas Novas conversou com o
engenheiro Mauro Passos. Acompanhe a seguir a entrevista.
Quais as inovações dos últimos anos em geração de energia
na América do Sul nos locais onde o Instituto IDEAL atua?
Mauro passos, presidente do Instituto IDEAL – Em termos de
inovação tecnológica avançamos pouco. O que existe, atualmente, na
América Latina, são oportunidades de negócios e, é claro, que quando
há investimento os detentores do conhecimento se aproximam. No caso
eólico, por exemplo, todos os grandes players estão aqui no Brasil, o
que não é diferente em outros países.
Que país na América do Sul está mais adiantado na pesquisa/
adoção de energias renováveis? E que país está mais atrasado?
por quê?
M.p. – É difícil responder uma pergunta como essa, até porque
depende muito do tamanho do mercado e das potencialidades naturais
de cada país. O Uruguai, por exemplo, muito em breve deve ter boa
parte de sua matriz renovável, pois é um compromisso do Governo;
o Paraguai só consome 10% da energia renovável que produz. Já o
Chile começa a investir pesado em energia solar, por ser a alternativa
mais viável que tem. O deserto do Atacama tem os melhores índices de
insolação do planeta. Se olharmos para o Caribe e América Central,
vejo ótimas perspectivas para as fontes solar e eólica.
Sob o ponto de vista tecnológico, a dependência é de todos. Mas,
é exatamente nesse ponto, que eu vejo a possibilidade do Brasil,
pela dimensão que tem, de se tornar detentor do conhecimento das
energias renováveis na América Latina.
Quais os projetos pioneiros nessa área de energia renovável
na América do Sul?
M.p. – Outra pergunta difícil de responder, já que existem diferenças
consideráveis entre os países, seja de capacitação, de recursos e
culturais. Uma pequena planta eólica experimental nos Andes está
sendo testada para atender uma comunidade no Equador e a ideia é
avaliar o desempenho dos aerogeradores em grandes altitudes, de
difícil acesso, numa comunidade indígena. Em El Salvador, na selva,
numa região de conflitos, está sendo ampliada uma usina que aproveita
o calor da terra. Outro projeto que posso citar é o P&D Fotovoltaico
da Tractebel com a Universidade Federal de Santa Catarina e outras
empresas parceiras, em várias regiões do Brasil, que vai permitir
conhecer, em breve, a melhor tecnologia fotovoltaica, de acordo com
o grau de insolação de cada região do País.
Sonia Vill
Engenheiro Mauro Passos lidera o Instituto IDEAL, que promove a adoção de fontes renováveis de energia
BoasNovas 19
ENTREVISTA
Quais os principais projetos do IDEAL e como aderir a eles?
M.p. – O América do Sol é um dos principais programas do IDEAL,
englobando diversas atividades de fomento da energia fotovoltaica.
No programa são produzidos, por exemplo, cartilhas e outros produtos
didáticos, gratuitos e inéditos, que explicam o conceito de geração
distribuída; Simulador Solar, ferramenta digital que permite o cálculo
da potência de um sistema fotovoltaico; Fundo Solar, que dá o apoio
financeiro a consumidores residenciais e microempresários para a
instalação de geradores fotovoltaicos; Selo Solar, certificação a quem
utiliza a eletricidade solar; 50 telhados, que procura multiplicar as
instalações fotovoltaicas pelo país.
O Instituto também conta com uma cartilha de energia eólica e
promove, anualmente, o Seminário Energia + Limpa, reunindo
diversos especialistas do setor. Outra ação do Instituto é o Concurso
de Monografias sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética
Ecológicas. Mais informações sobre esses projetos nos sites www.
institutoideal.org e www.americadosol.org.
Como está funcionando o CpDEO-Sul - Centro de pesquisa
em Energia Eólica?
M.p. – A ideia do CPDEO-Sul nasceu dois anos atrás no Instituto
IDEAL. Conseguimos envolver e comprometer quatro universidades
do Rio Grande do Sul: FURG (Federal de Rio Grande), UFRGS,
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e PUC de Pelotas, além
da Prefeitura de Rio Grande. A intenção era por meio do Centro de
Pesquisa em Energia Eólica desenvolver um projeto piloto off-shore,
ou seja, aerogeradores em alto mar. Até agora, com todo o litoral que
se tem, de águas rasas e fortes ventos, não se tem um estudo de custo
de um projeto destes. O que nos faltou foi encontrar um parceiro para
através de recursos de P&D desenvolver esse projeto. Sempre me
lembro da costa do Chile ou então do Rio da Prata, que separa Buenos
Aires de Montevidéu, verdadeira Arábia Saudita da energia eólica
off-shore.
O que é o Selo Solar do Instituto IDEAL? E quantas empresas/
instituições possuem? O que fazer para conquistar?
M.p. – O Selo Solar é outra iniciativa do IDEAL em parceria com a
CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que ajuda
na disseminação da energia fotovoltaica. De forma resumida, é uma
certificação do Instituto, concedida gratuitamente para quem adota
a energia solar – empresas, instituições públicas e privadas, além
de proprietários de edificações que consumirem um valor anual de
eletricidade solar ou 50% do seu consumo seja de eletricidade vinda de
fonte solar. Desde o início da certificação, em 2012, foram distribuídos
21 selos solares.
Na sua opinião, a geração distribuída pode se tornar realidade?
Se afirmativo, em quanto tempo? Cite os principais obstáculos?
M.p. – A geração distribuída já é uma realidade em vários países.
Mesmo aqui no Brasil os projetos de P&D da Aneel sinalizam para breve
a chegada dessa inovação. Os obstáculos do setor elétrico quase
sempre vêm do próprio setor. Sem querer generalizar, muitas das
nossas empresas resistem ao novo.
Microgeradores eólicos são viáveis? Veremos esses
equipamentos nas cidades latinoamericanas? Ou eles já
existem, onde?
M.p. – Em dezembro do ano passado, num evento da Abeeólica,
tivemos a oportunidade de lançar o Guia de Microgeradores Eólicos -
uma iniciativa do IDEAL, com o apoio da GIZ, ANEEL, Abeeólica, SENAI
e ABDI. Esse foi um passo importante para levar o conhecimento e
A energia fotovoltaica é a energia complementar perfeita para um país como o nosso, de grande insolação e uma forte dependência hídrica na matriz energética.
Ronald Pimentel
Mauro Passos já atuou no planejamento do setor elétrico
Tractebel Energia20
ENTREVISTA
a potencialidade da microgeração eólica a todos. Como são muito
poucas as empresas que atuam com pequenos geradores eólicos,
penso que ainda vamos ter um longo caminho a percorrer. Acredito
que inicialmente chegará ao campo, para depois se urbanizar.
Na América Latina, por exemplo, o Uruguai tem instalado vários
pequenos geradores eólicos para atender a zona rural.
A geração fotovoltaica residencial e a geração em usinas
fotovoltaicas são antagônicas ou complementares? por quê?
M.p. – No meu entender não são antagônicas e nem complementares.
Embora a fonte seja a mesma, o sol, as finalidades são distintas. No
caso da geração fotovoltaica residencial, é uma iniciativa do consumidor
investindo na produção de sua própria energia. Fazendo um paralelo,
é como quem decide colocar aquecimento de água solar na sua casa.
Já uma usina solar é uma decisão de quem acredita que ela lhe possa
trazer retorno ao seu investimento. Fazendo um paralelo, é como quem
investe numa PCH (Pequena Central Hidrelétrica).
Qual é o papel do setor empresarial na geração de energia
brasileira? É ele quem deve optar por energias renováveis?
M.p. – Tomando por base o que vem acontecendo com a energia eólica,
se observa a participação tanto das estatais, como do setor privado
nos leilões. No primeiro leilão de usinas solares, em outubro do ano
passado, por exemplo, cerca de 1 GW, foi dominante a participação
privada. Imagino que, em breve, diante da necessidade de se ganhar
escala e conhecimento, o setor estatal também deverá entrar nesse
segmento.
Quais as tendências e possibilidades em relação à energia
renovável para os próximos anos na América do Sul?
M.p. – Acredito muito no potencial das energias renováveis, eólica
e solar, no nosso continente. Tanto assim que criamos o Instituto
IDEAL em 2007, com esse olhar latino. Já chegamos com o apoio da
OLADE (Organização Latinoamericana de Energia) em 14 países.
Uma das iniciativas que nos permitiu avançar junto aos países latinos
é o concurso de monografias ECO-lógicas em eficiência energética e
energia renovável. Na sua sexta edição, voltado para alunos de pós-
graduação, o concurso sempre contou com o patrocínio da Tractebel.
O plano Decenal de Energia determina chegar a 2022 com 20
GW de potência instalada no Brasil. Isso é possível, existe a
possibilidade de superar essa meta? Como?
M.p. – Tenho sempre um cuidado ao me manifestar sobre metas de
médio e longo prazo. Acho que o setor eólico, por exemplo, superou
as mais otimistas previsões e espero que o mesmo ocorra com o
setor solar.
Como o senhor analisa a crise energética que estamos vivendo?
pelo terceiro ano consecutivo as termelétricas estão em
funcionamento. É só um problema de falta de chuva, ou faltam
investimentos no setor de energia? Quais os ajustes que devem
ser feitos? Que papel tem a energia renovável nesse contexto?
M.p. – Falar da crise atual é uma longa conversa, quase uma outra
entrevista. De forma resumida, claro que num sistema hídrico como o
nosso a falta de chuva é impactante. Para atender a demanda o ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico) não teve outra alternativa
senão despachar as usinas térmicas. O quadro atual não se resolve
com simples ajustes. Só vejo um caminho: a necessidade de grandes
investimentos em energia renovável.
Tanto eólica como solar são fontes apropriadas para complementar
a forte base hídrica que temos. A solar mais ainda. Não é por acaso
que a hora de ponta se deslocou para o início da tarde, justamente em
função do calor e, por consequência, da necessidade de se ligar os
aparelhos de ar-condicionado. É justamente nos horários de grande
insolação que a energia solar mais produz. Portanto, não é por conta do
acaso que afirmamos: a energia fotovoltaica é a energia complementar
perfeita para um país como o nosso, de grande insolação e uma forte
dependência hídrica na matriz energética.
Ronald Pimentel
O engenheiro acredita que o futuro da geração de energia na América Latina passa pelo uso maior de fontes renováveis
BoasNovas 21
MEIO AMBIENTE
Parque Fritz Plaumann é modelo de gestão compartilhadaO Parque Estadual Fritz Plaumann, uma das mais importantes áreas de proteção
ambiental de Santa Catarina, é hoje referência em gestão e manejo com relevantes
resultados em conservação da biodiversidade, turismo ecológico, educação ambiental e
pesquisa científica. Entre janeiro de 2012 e maio de 2014, foi realizada a revisão do Plano
de Manejo do Parque – equivalente ao Plano Diretor de uma cidade. A Fase 2 entrou em
vigor, oficialmente, em setembro, consolidando uma iniciativa pioneira de administração
compartilhada.
A atuação conjunta do poder público com o terceiro setor tem sido fundamental para
proteger essa área remanescente da Floresta do Rio Uruguai, ou Floresta Estacional
Decidual, uma formação do bioma Mata Atlântica que está ameaçada de extinção.
Criado em 2003, numa área de 717,5 hectares a 12 quilômetros de Concórdia, no
Oeste catarinense, o parque homenageia o famoso naturalista que viveu na região: Fritz
Plaumann. A Tractebel foi uma das responsáveis por sua implantação, compromisso do
Consórcio que construiu a Usina Hidrelétrica Itá para atender a compensação ambiental
no licenciamento da obra.
“Essa compensação já está concluída, mas por
meio do Consórcio Itá continuamos apoiando o
parque, dentro de nossa política de sustentabilidade
e responsabilidade social”, diz o gerente de Meio
Ambiente da Tractebel Energia, José Lourival Magri.
“Nós participamos da revisão do Plano de Manejo
com apoio institucional e com imagens de satélite
que fazemos das áreas do entorno do reservatório
a cada dois anos”, complementa. Após o término
do período de participação financeira na gestão,
o Consórcio Itá continua aportando R$ 12,5 mil
mensais por mais 24 meses, totalizando R$ 300 mil,
informa seu gerente-geral Reginaldo de Oliveira.
A unidade de conservação é administrada pela
Fatma (Fundação do Meio Ambiente do Estado
de Santa Catarina), com a colaboração técnica da
Ecopef (Equipe Cogestora do Parque Estadual Fritz
Plaumann) e de um Conselho Consultivo formado
por 19 instituições. Diversos projetos são realizados
no âmbito desta parceria, como monitoramento
das transgressões às normas do Parque, educação
ambiental, divulgação através de aplicativos, mídias
sociais e informativos, trabalho com guias mirins,
recuperação de áreas degradadas e envolvimento
da comunidade do entorno nas ações.
“Com a consolidação do Plano de Manejo, fica
fortalecida a parceria de cogestão que já serve de
modelo para as unidades existentes e como ‘case de
sucesso’ para todos os envolvidos”, diz o chefe da
Unidade de Conservação da Fatma, André Adriano
Dick. O presidente da Ecopef, Murilo Anzanello
Nichele, acrescenta que uma rede informal com mais
de 40 organizações vem contribuindo tanto para
trabalhos quanto para o apoio financeiro. Ele destaca
a alta efetividade nas ações em função da gestão Divulgação Caipora
Pesquisa e educação ambiental andam juntas no Parque Fritz Plaumann
Tractebel Energia22
MEIO AMBIENTE
participativa: “Há um forte envolvimento das escolas da região, bem
como do público em geral”. A revisão do Plano contou com recursos
do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).
Santuário para espécies ameaçadas
O Parque Fritz Plaumann tem papel importante na proteção da
biodiversidade, comprovaram as pesquisas para a revisão do Plano
de Manejo. Entre as espécies ameaçadas de extinção que encontram
refúgio nesse santuário, incluem-se cinco aves – uma delas é o
anu-coroca (Crotophaga major); quatro anfíbios, com destaque
para a rã-de-riacho, que tem o nome científico Crossodactylus
schmidti, criticamente em perigo; e cinco árvores – outras 20 podem
ser consideradas raras. Espécies nativas como o gato-maracajá
(Leopardus wiidie) foram reveladas em estudos recentes. Desde 2004,
mais de 50 estudos científicos foram desenvolvidos na área.
“Houve grande atualização de conhecimento”, conta o biólogo Eduardo
Hermes Silva, coordenador geral da revisão do Plano de Manejo e
membro da Caipora (Cooperativa para Conservação da Natureza).
“Somente no grupo de aves, 232 espécies foram registradas, em
comparação com as 120 identificadas na primeira fase do Plano”. O
número corresponde a 35% das aves conhecidas em Santa Catarina
e 28 delas são classificadas como de alta sensibilidade ambiental,
isto é, precisam de ambientes preservados para sobreviver. A lista de
Murilo Nichel
Murilo Nichel
Acervo Ecopef
Tamanduá-Mirim (Tamandua tetradactyla)
Cachorro do Mato (Cerdocyon thousa)
Parte da área total de 717 hectares pode ser visitada no parque localizado a 12 km de Concórdia (SC)
BoasNovas 23
MEIO AMBIENTE
A inauguração do Parque Natural Municipal Mata
do Rio Uruguai Teixeira Soares, localizado no
município do Marcelino Ramos/RS, lindeiro da Usina
Hidrelétrica Itá está programada para ocorrer no
primeiro semestre deste ano. No parque, com 429
hectares, foram construídos o Centro de Visitantes,
um mirante e uma passarela suspensa, num total
de 2.141m² de área construída sendo 1.127m² de
área coberta, além de seis trilhas com diferentes
temáticas interpretativas. “Foram 20 meses de
intenso trabalho nas obras”, afirma o gerente
Regional da Tractebel Energia, Diego Collet.
O Parque Teixeira Soares vai proporcionar a
proteção de um dos ecossistemas mais ameaçados
do Bioma Mata Atlântica e possui um núcleo de
floresta primária nunca alterado pelo homem, refúgio
de espécies nativas ameaçadas de extinção no
Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Outro ponto
positivo do parque é que ele possui um “mosaico”
de vegetação que potencializa pesquisas sobre
a regeneração ecológica, sendo um laboratório
natural para atividades de educação ambiental”,
informa o gerente.
Localizado em Marcelino Ramos, cidade das águas termais, do turismo religioso e rural,
o parque será mais um atrativo que vai gerar desenvolvimento, conservação ambiental
e renda. O parque já conta com o gestor nomeado pelo Município, Conselho Consultivo
constituído por associações do Município, universidades e empresas, e equipe cogestora,
que trabalharão para fomentar a conservação, pesquisa e o turismo.
Nos primeiros cinco anos de operação do Parque, o Consórcio Itá dará suporte
financeiro para a formação e qualificação da equipe, que fará a gestão desta Unidade
de Conservação.
mamíferos aumentou de nove para 21 – com ocorrência provável de 113.
Um dos seus diferenciais foi a aplicação de um diagnóstico organizacional para definir
as competências e atribuições das diferentes instâncias de gestão – Fatma, Ecopef e
Conselho Consultivo. Outra ação inovadora da Fase 2 foi a análise da evolução do uso e
cobertura do solo, tanto no parque quanto em seu entorno. Os resultados indicam que a
floresta nativa está se regenerando, apesar da presença de algumas espécies exóticas.
“Isso se deve a um conjunto de fatores, como a legislação ambiental mais rígida, a saída
de pessoas do campo e o melhor uso do solo pelos agricultores, além das características
biofísicas da região”, explica o biólogo.
Para ampliar a conectividade florestal e reduzir as pressões negativas no entorno, a Fase 2
aumentou em 15,8% a zona de amortecimento do parque, que passou para 2.481 hectares.
Nessa zona, há proibição de algumas atividades – pesca, por exemplo – e o incentivo a
boas práticas de uso do solo, como a averbação de reservas legais e recuperação de
Áreas de Preservação Permanente. Em novembro, foi aprovada pelo Funbio a liberação de
recursos para outro projeto, com duração de 12 meses. A proposta é fortalecer ainda mais
as instâncias de gestão, ampliar a difusão da Fase 2 do Plano de Manejo e impulsionar sua
execução junto com as instituições parceiras e a comunidade.
Evandro Carbonera
Passarela com vista para uma cachoeira será uma das atrações do parque
Rã-de-riacho (Crossodactylus schmidti)
Elaine Lucas
AjUSTES FINAIS NO pArQUE TEIxEIrA SOArES
Tractebel Energia24
MEIO AMBIENTE
Do lixo para floreiras e canteirosConscientizar seus 300 funcionários da Sede, em Florianópolis, para reciclar, reutilizar
e reaproveitar os resíduos, tanto no escritório da Tractebel Energia, como em suas
residências, é o objetivo principal do Programa de Gestão de Resíduos, implantado em
julho de 2012. Nessa época, a reciclagem de resíduos era de apenas 4% e eram utilizados
35 mil copos plástico/mês. Hoje, a reciclagem atende 97% de tudo que é gerado na Sede
da Empresa, com o resíduo orgânico 100% reciclado para compostagem na própria
Empresa. Já a utilização de copos plásticos despencou para 15 mil copos mês e todos
vão direto para a reciclagem.
Chegar até esses números não foi tarefa fácil, mas a perseverança aliada às muitas
ações, como a aquisição da máquina que tritura o lixo orgânico, contribuíram para a
conscientização. “Adquirimos lixeiras para separação de todos os resíduos e, para motivar
os colegas, realizamos diferentes palestras informativas”, afirma a analista administrativa,
Rosemirian do Carmo Sant’Ana, idealizadora e responsável pela implantação,
coordenação e desenvolvimento do Programa de Gestão de Resíduos.
No início, conta o gerente do Departamento de Documentação, Patrimônio, Suprimentos
e Serviços, Neloir Paludo, somente três pessoas – Rosemirian, Dayana da Silva Jesus e
José Carlos Dutra – participavam do projeto, atualmente são 18 funcionários colaborando
e dezenas deles levando adubo pra casa. É o caso de Eraldo Acelino Cordeiro, assistente
de Recursos Humanos, que utiliza 10 kg de adubo, de dois em dois meses, para fortificar
a terra, onde plantas frutíferas – laranja, limão e morango – e temperos, como salsinha e
cebolinha. “Depois que passei a usar o adubo natural melhorou muito a qualidade da terra
e, principalmente, os temperos vieram com mais força”, ressalta.
Desde setembro de 2013, a máquina que tritura o lixo orgânico está instalada e, de lá pra cá,
Plínio Bordin
Rosemiriam e Neloir junto à máquina de compostagem, que foi instalada no subsolo da Sede da Tractebel Energia, em Florianópolis
já foram distribuídos 2,2 toneladas de adubo. “Hoje
temos uma lista de espera de colegas interessados
no produto que é distribuído gratuitamente”,
diz Paludo. Cristiane Scholz Faísca Cardoso,
coordenadora de Planejamento Empresarial,
também recebe o adubo seco e ensacado. “Utilizo
misturado com a terra nas floreiras do apartamento,
na horta comunitária do prédio e no jardim da casa
da mãe”, complementa.
Além do ótimo resultado nas plantas e na horta,
Cristiane observa que o adubo tem algumas
vantagens, entre elas o odor agradável e o
aproveitamento de resíduos orgânicos que
acabariam no lixo tradicional, ou seja, num aterro
sanitário, totalmente sem utilização. Esse adubo
também é utilizado no jardim e vasos de plantas
da empresa.
Para o diretor Administrativo da Tractebel, Luciano
Andriani, além da contribuição para a preservação
do meio ambiente, esse projeto tem como missão
conscientizar os funcionários para que reaproveitem
os resíduos não só na Empresa, mas fora dela, no
seu dia a dia, na comunidade onde estão inseridos.
BoasNovas 25
MEIO AMBIENTE
SEMANA LIxO ZErO
De 1º a 09 de novembro, a Tractebel Energia
patrocinou a Semana Lixo Zero, organizada pelo
Instituto Lixo Zero Brasil e promovida pela RBS TV.
Foram mais de 250 ações por meio da participação
de palestrantes nacionais e internacionais e do
engajamento da população, em especial, da Grande
Florianópolis e de Tubarão. Uma das ações de maior
destaque foi a limpeza das margens do Rio Tubarão,
na qual foram retiradas mais de 20 toneladas de lixo
e entulho do local.
Plínio Bordin Plínio Bordin
Divulgação RBS
Cristiane exibe saco com compostagem produzida na Tractebel Eraldo leva compostagem para casa a cada dois meses
Ação de maior impacto local foi a limpeza das margens do Rio Tubarão, realizada por voluntários
R$ 11.478.545
EstreitoR$ 2.213.310
ponte de pedra
R$ 4.561.615
Cana Brava
R$ 2.753.977
São Salvador
R$ 13.652.680
Salto Santiago
R$ 14.621.929
MachadinhoTOTAL R$ 88.028.622
Mapa do valor distribuído aos Municípios em 2014
R$ 2.015.695
passo Fundo
R$ 19.424.572
Itá
R$ 17.306.299
Salto Osório
Tractebel Energia26
MEIO AMBIENTE
R$ 220 milhões pagos emroyalties em 2014
A Tractebel Energia recolheu, em 2014, o total de R$ 220.071.554,62
em royalties. Deste valor, R$ 88.028.621,85 foram destinados aos
65 municípios abrangidos pelas nove hidrelétricas da Companhia
(ver mapa). Os recursos da COFURH (Compensação Financeira pela
Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia
Elétrica) são distribuídos entre Agência Nacional de Águas, Estados,
Municípios, Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia
e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –
FNDCT. A COFURH, instituída pela Constituição Federal de 1988, é um
percentual que as concessionárias de geração hidrelétrica pagam pela
utilização de recursos hídricos. A ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica) gerencia a arrecadação e a distribuição dos recursos entre os
beneficiários. As concessionárias pagam 6,75% do valor da energia
produzida a título de compensação financeira.
Os valores efetivamente repassados pela ANEEL aos municípios podem
ser um pouco diferentes dos divulgados pela Tractebel em função
de fatores como o ganho de energia pela existência de outras usinas
no mesmo rio. Ressalta-se que o repasse aos municípios é feito pela
ANEEL com defasagem de até 60 dias em relação ao recolhimento feito
pela Tractebel Energia. Os dados exatos que cada município recebeu
em 2014 podem ser encontrados no site da ANEEL em www.aneel.gov.
br/aplicacoes/cmpf/gerencial.
Pequenas Centrais Hidrelétricas são dispensadas do pagamento
da COFURH.
BoasNovas 27
INOVAÇÃO
Aerogerador brasileiro em teste
Um projeto inovador de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), iniciado em
março do ano passado numa parceria das empresas WEG e Tractebel
Energia, colocará o Brasil na vanguarda tecnológica da geração de
eletricidade com a força dos ventos. No dia 9 de fevereiro, começaram
no Sul de Santa Catarina os testes do primeiro aerogerador eólico
de grande porte a ser desenvolvido integralmente no País. Toda a
tecnologia desenvolvida terá propriedade intelectual nacional, um
importante avanço no atual contexto de controle do mercado por
empresas estrangeiras.
O empreendimento atende a Chamada Pública nº 017/2013, da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Projeto Estratégico
Desenvolvimento de Tecnologia Nacional de Geração Eólica. Mais de
mil pessoas estão envolvidas no trabalho, somando profissionais das
duas empresas e consultores do Brasil, Estados Unidos, Alemanha,
Holanda e Suíça, além da cadeia de fornecedores. A conclusão das
atividades está prevista para maio de 2017.
Um primeiro aerogerador, com potência nominal de 2,1 MW, já está
instalado na frente do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, do outro
lado da rodovia BR-101. Ele servirá como laboratório para testes de
componentes eletrônicos, elétricos e mecânicos a serem embarcados
no protótipo final de 3,3 MW. Juntas, as duas máquinas terão potência
suficiente para abastecer de energia 9 mil residências (a média nacional
Transdata
Aerogerador foi instalado junto à Usina Solar Cidade Azul, às margens da BR 101, em Tubarão (SC)
Tractebel Energia28
INOVAÇÃO
João Paulo Gualberto da Silva, diretor da WEG José Carlos Cauduro Minuzzo, diretor de Produção da Tractebel
moderno”, afirma o diretor de Energia Eólica da WEG, João Paulo
Gualberto da Silva. “Não há no Brasil nenhuma outra companhia
desenvolvendo equipamentos semelhantes de grande porte”,
acrescenta. A máquina terá 10% a mais de potência que as existentes
no mercado, uma torre de 120 metros de altura em concreto e um rotor
das pás com 130 metros de diâmetro. Um parque eólico com apenas
nove desses aerogeradores pode abastecer uma cidade de 100 mil
habitantes. A eficiência energética será certificada pela organização
alemã DNV-GL, uma das três maiores do mundo nessa especialidade.
O empreendimento vai gerar 500 empregos diretos em vários estados,
tanto no desenvolvimento da tecnologia quanto na fabricação de
componentes como torres e pás. Os resultados do projeto de P&D
devem estimular o aumento da concorrência entre os fabricantes
e, em consequência, a queda de preços, com benefícios para os
consumidores brasileiros.
é de 152,2 kWh por mês), equivalente a uma cidade de 27 mil habitantes.
A proposta é criar um modelo que atenda as demandas específicas dos
parques eólicos brasileiros e as tendências tecnológicas do mercado.
Para o gerente do projeto pela Tractebel Energia, Renato Coelho, o
objetivo mais importante da iniciativa é propiciar o desenvolvimento de
uma cadeia de fornecedores nacionais. “Nosso desafio será grande,
mas as equipes estão bem alinhadas e comprometidas para atingir
todos os objetivos propostos”, afirma. No total serão investidos R$
160 milhões, dos quais R$ 88,3 milhões da WEG e R$ 71,7 milhões
da Tractebel. “Este é o maior valor já destinado pela Companhia a um
projeto de P&D, o que demonstra sua relevância”, afirma o diretor de
Produção da Tractebel, José Carlos Cauduro Minuzzo. “A empresa vem
investindo nesta alternativa de energia e evidentemente terá interesse
no produto para uso em futuros parques eólicos”, complementa.
“Queremos fazer um aerogerador extremamente competitivo e
Rodrigo Arsego Plinio Bordin
BoasNovas 29
GDF SUEZ
25 turbinas em operaçãoem JirauA Usina Hidrelétrica Jirau colocou a sua 25ª turbina em operação em
fevereiro de 2014, totalizando uma potência em operação de 1.875 MW,
o que representa metade da capacidade total da Usina. A hidrelétrica
está gerando acima do programado pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico. No último dia 02 de fevereiro, a geração da usina foi de
1.556 MW, sendo que o programado pelo ONS era de 1.449 MW. Além
das 25 máquinas em operação, outras duas unidades já estão em fase
de teste e deverão começar a operar muito brevemente.
Uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), Jirau é um empreendimento de grandes proporções. Sua
capacidade instalada será de 3.750 MW, o suficiente para abastecer
10 milhões de casas. É a maior hidrelétrica do mundo a operar com
turbinas do tipo bulbo e será a quarta maior do País em capacidade total
de geração. Na frente de Jirau estarão somente a binacional Itaipu, que
tem capacidade de 14 mil MW; Belo Monte, que como Jirau localiza-se
na região amazônica e, quando for concluída, terá capacidade instalada
de 11.233 MW; e finalmente a usina de Tucuruí, no Pará, que possui
capacidade de 8.535 MW.
Um dos grandes diferenciais de Jirau é o seu reservatório, com 108 km²
– pequeno, se comparado aos reservatórios de usinas menores
da região, porém com boa capacidade de armazenamento.
Duda Francischelli
Duda Francischelli
Jusante da Usina de Jirau, no Rio MadeiraMontagem das turbinas avança em Jirau
Tractebel Energia30
GDF SUEZ
GDF SUEZ renova acordo decooperação nuclear com Eletrobrás e Eletronuclear
O presidente da GDF SUEZ Energy Brasil, Maurício Bähr, assinou, no dia 22 de dezembro,
a renovação do acordo de cooperação com a Eletrobrás e a Eletronuclear para o
desenvolvimento da energia nuclear no Brasil. O acordo objetiva a troca de informações
e experiências a fim de prosseguir com o programa nuclear no País. O protocolo de
cooperação, válido por cinco anos, foca na expansão da energia nuclear no Brasil,
na implementação de novas tecnologias e na capacitação de recursos humanos.
A GDF SUEZ está presente no setor nuclear há mais de 50 anos. O Grupo possui e
opera sete Usinas na Europa, que totalizam 6.1 GW de capacidade instalada. Além
disso, a Companhia está desenvolvendo novas centrais nucleares na Turquia, baseada
na tecnologia ATMEA1 em parceria com os japoneses da ITOCHU & MHI (Mitsubishi
Heavy Industry) e da concessionária local EUAS, e, na Inglaterra, com reator AP-1000
da americana Westinghouse, em parceria com a TOSHIBA.
Entre os mercados que ganham a atenção
da companhia está o Brasil, que prevê no seu
Planejamento Energético de longo prazo a
construção de novas usinas nucleares para entrada
em operação comercial a partir de 2025. “O grupo
pretende fazer bom uso da sua excelente experiência
em gestão de plantas nucleares, expandindo a sua
atuação em mercados-chave como o Brasil, onde
já é o produtor independente privado líder de
geração de energia elétrica no País, com 10.3 GW
instalados e 3.3 GW em construção no final de 2014”,
declarou Bähr.
Callens Thomas
Central Nuclear de Tihange, Bélgica
Informativo da Tractebel Energia S.A, de responsabilidadeda Assessoria de Comunicação da Diretoria Administrativa
ALTA VOLTAGEM
Coordenação e ediçãoLeandro Provedel Kunzler
Reportagem e textosDfato Comunicaçã[email protected]
Jornalista responsávelDuda Hamilton
Concepção gráfica e editoraçãoDzigual Golinelli
Foto da capa Usina de MejillonesCrédito: CAPA PICTURES/ROJAS VICTOR
Tiragem 4.500 exemplares
Complexo Termelétrico é certificado
com ISO 50001 inédita
Uma gestão de energia eficiente não é apenas boa para o resultado
financeiro de uma empresa. E ela está se tornando uma exigência com a
norma ISO 50001, que auxilia companhias de todo o planeta a melhorar
seu desempenho em energia, aumentar a eficiência energética e reduzir
impactos em mudanças climáticas. O Complexo Termelétrico Jorge
Lacerda (SC) conquistou a ISO 50001:2011, em 29 de janeiro de 2015,
sendo certificado pelo BVC (Bureau Veritas Certification) por três anos
consecutivos.
De todos os clientes do BVC, o Complexo é o primeiro negócio de
geração de energia elétrica do Brasil a receber a certificação. Na
Tractebel, proprietária do Complexo, essa é a primeira Usina, das 27,
a obter esse selo. “Essa certificação é importante porque tem padrão
internacional e proporciona proteção ambiental e redução dos custos
operacionais”, ressalta Carlos Humberto Dalsasso, do departamento
de Engenharia da Tractebel e coordenador do SIG (Sistema Integrado
de Gestão), acrescentando que a norma ainda contribui positivamente
para a sustentabilidade empresarial e para a conscientização do uso
racional dos recursos energéticos.
Ao adequar seu Sistema de Gestão à ISO 50001, a Tractebel passa
a atender os requisitos dessa norma internacional, cujos propósitos
são a melhoria contínua do desempenho energético, as reduções
das emissões de gases de efeito estufa (e outros impactos ambientais
associados) e reduções do custo de energia.
“Foram dois anos e meio no processo de certificação, desde a decisão
de cumprir com as normas exigidas, passando pela formação da
equipe, até chegar à certificação do Bureau”, conta Dalsasso. Ele afirma
ainda que todo o Sistema de Gestão foi desenvolvido e implantado
Plinio Bordin
Complexo Termelétrico Jorge Lacerda é o primeiro empreendimento de geração de energia com ISO 50001 da BVC
sem consultoria externa. “Tudo foi feito pelo time da Tractebel e não foi
difícil, pois a Empresa tem know how, ou seja, conhecimento teórico
e prático em certificações ISOs, já que 14 Usinas, entre hidrelétricas e
termelétricas, possuem as ISOs 9001, 14001 e a OHSAS 18001”.
Formada por 21 empregados, a equipe de certificação do Complexo
Jorge Lacerda iniciou os trabalhos, juntamente com as equipes das
áreas certificadas, em julho de 2012 e possui representantes de
várias áreas, como Operação, Manutenção, Engenharia, Utilidades,
entre outros. “Com essa norma, nosso foco é a melhoria contínua do
desempenho energético e a redução de custos de energia”, observa o
diretor de Produção da Tractebel, José Carlos Cauduro Minuzzo.
QUER SABER COMO FIZEMOS PARA GANHAR O TROFÉU TRANSPARÊNCIAPELA QUINTA VEZ?SEM PROBLEMAS,A GENTE CONTA.
www.tractebelenergia.com.br
É possível que, neste exato momento, muita gente esteja pensando:
como uma empresa faz para ganhar o Troféu Transparência tantas vezes,
em tão pouco tempo? Afi nal, nós ganhamos cinco vezes, sendo quatro delas
nos últimos cinco anos. Se alguém nos perguntasse isso, diríamos que não existe
segredo. Aliás, o segredo é justamente não ter segredo. Nosso sucesso nesta
premiação está diante dos olhos de todos. Está na qualidade das informações
que prestamos aos nossos acionistas, parceiros e colaboradores.
Está no rigor com que seguimos os nossos princípios contábeis e na seriedade
com que recebemos cada uma das auditorias realizadas aqui dentro. E está,
principalmente, na forma clara, objetiva e respeitosa com que divulgamos os
nossos negócios. Como falamos anteriormente, é muito fácil ver o que está por
trás deste prêmio. Basta consultar nosso site, ler nossos relatórios ou falar com
qualquer pessoa que trabalhe com a gente.
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