anno i pará, 30 de outubro de 1883...

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/l 10 .'/ 'F í ¦";¦•' Anno I Pará, 30 de Outubro de 1883 fÜSi » ,/?7i '&m^ in//%-/ »—»" SEEVTO0 BE CASA í ^Serie~N.°18 .££ tfrjpcebetnos: Estatutos da Sociedade Postal de Beneficência. ' O 'Domingo, pequeno periódico litterario, que. come- çou a ser publicado na capital Maranhão. AVISO.—Mais esta vez pedimos attenção ao que pu- blicamos na ultima pagina da. capa.,- ' —Não posso coníprenendèi:, dizia um, como é qne o rei casa com a mulher do pae. . . . —Sim, tens razão; a rainha era viuva de outro rei e agora . . . E' exquesito, é. Que diabo de embrulhada! Estas cousas de governo são mesmo assim. E fica- mos na mesma. —Aqui vem qiiem nos explica tudo. O'aquelle ! di- ze-me ca: sab.èrâs explicar como ê que o rei casa com a mulher do pae? iv simples: não vos que 6 elle o herdeiro do ihro- noí Ah! Senr. Benevenujo.- Seri.a -dfectivãmente beiie venuto. si não uzasse de'tanta dynamite de esiyTo. Creia que si soubéssemos onde o.Sr. mora, lhe devolvíamos as suas seis tiras, pois reçeiamos a todo. o momento uma explosão. 1 o- Senr. André Chenier. Acrosbico, meu caro Snr o*o um acrostico ! E si depois o pae da moça, por descuido, ou por não saber ao certo quem é o Sr André, desabafa a suaben* o-ala em algum cie nós? Passa fora, no^so'amigo ! EEPOETEBADAS diligente portugueza. proprietária de uma taver- na ao largo da Memória e de umas famosas arrecadas de puro ouro do Porto foi aggredida" uma destas ulti- mas noites por dois malvados,- que alem de tirar-lhe as arrecadas, lhe teriam também tirado a vida, sertão depressa não acudisse a patrulha aos gritos da victinia. Estas linhas que são feitas em substituição do Si'. Boc- cacio que por líocntenão ponde çolligir notas para o Decan/eron deste numero, oíTei ecem-me ensejo para. fa- zer a seguinte declaração. ATTENÇÃO. - '¦() abaixo assignado que aMtigainente era .conhecido •'por Eelisberto Lyiice, declara que d'ora em diante as "si^mir-sedia como abaixo assigna, visto ter encontrado 'aViítrodo mesmo nome para não ser confundido com um "Fuão Lvnce que:escreve pedidos anonymos na gaze- "ta, cominiciaes e denuncias, (pie pela falta de clareza ."'nos.n<>mes e de coragem em fallar abertamente, com- 'Vri-omertenain *.s creditas do mesmo abaixo, assignado, Aq.ue acima de tudo presa, a reportagem como uma mis- "são sa-rada e altamente civilisado^i. FtIisb\yto Bertho, 7 c>L-FeUsberto Lynec, Repórter ila Vicia Paraense: 0 CYRIO Posso, bem informado, garantir aos leitores da I ida Paraense qne foi esse um Vaso virgem^ pela primeira vez a patrulha chegou a tempo de impedir um crime. A esse propósito, uma. phrase curiosa de um dos pa- trulhas. Como disseram os diários, os soldados revistaram, em perseguição dos criminosos, vários quintaes e teme- nosda circtinivisinhança, tendo n'uma palhoça encori- tradodous sugeitps-,..que tudo indicava serem os perse- guidos. —Eram elles, exclamava depois o soldado, eram ei- les mesmo ! Conheci, pela visi.cn'ura da cara. Posso, igualmente liem informado, garantir aos leito- res da Vida Parae»se que apezar disso não foram pre- zos: não é a primeira véz que tal suecede. Tenho também no cardienho uma conversa, ouvida no terraço do Café Chia,. quando no tlieatro Ismenia rej^resentaya-seaA/í/^if/v perdes, azues, encarnados, a.marellos, os program- mas eram disputados ás portas das lojase levados pelas ruas, destacando-se ao longe como grandes azas de borboleta vivamente coloridas. . E d'ahi começou a se pensar e a se fallar no Cyrio. Todos os annos boatos propheticos assoalham que a festa será inferior á do anno antecedente. Pode ser. mas o Cyrio não. O Cyrio é sempre o Cyrio. por aquella mesma razão porque exclamava, o poeta : O. povo é sempre grande, ê sempre granclç o poço ! Pois si é o povo que faz o Cyrio ¦ :: Podem pavonear-se orgulhosos os janotas nos seus •/metes, podem sorrir os alados porta-estandartes,. po- d em ostentar-se as mundanas nas <*.*déclies de 50^000 de al.uguer, não é isso o Cvrio. O .Cyrio é' a' mai inheirada suada e arquejante, carre- g,mdo\> escãlerdo 'S. João ãe Deus; o Cyrio ó o povi- léo íormigante,uuehando a berlinda. Porqueemfim, o Cyrio é uma devoção, e os devotos São esses.; Não sèdeprehendacVaqui que queremos de/7ar prosa poética e religiosa; ao contrario, dando a C.ezàr o (pie é de Cezaiy assigualamos o devido lugar aos jam-tais,. aos porta-estandartes e ás mundanas.. .

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Anno I Pará, 30 de Outubro de 1883

fÜSi

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»—»"

SEEVTO0 BE CASAí

^Serie~N.°18

.££

tfrjpcebetnos:Estatutos da Sociedade Postal de Beneficência.

' O 'Domingo, pequeno periódico litterario, que. come-

çou a ser publicado na capital dó Maranhão.

AVISO.—Mais esta vez pedimos attenção ao que pu-blicamos na ultima pagina da. capa.,- '

—Não posso coníprenendèi:, dizia um, como é qne orei casa com a mulher do pae. . . .

—Sim, tens razão; a rainha era viuva de outro rei eagora . . . E' exquesito, é. Que diabo de embrulhada!

— Estas cousas de governo são mesmo assim. E fica-mos na mesma.

—Aqui vem qiiem nos explica tudo. O'aquelle ! di-ze-me ca: sab.èrâs explicar como ê que o rei casa com amulher do pae?

iv simples: não vos que 6 elle o herdeiro do ihro-noí

Ah!

Senr. Benevenujo.- Seri.a -dfectivãmente beiie venuto.si não uzasse de'tanta dynamite de esiyTo. Creia quesi soubéssemos onde o.Sr. mora, lhe devolvíamos assuas seis tiras, pois reçeiamos a todo. o momento umaexplosão.

1 o-Senr. André Chenier. Acrosbico, meu caro Snro*o um acrostico !

E si depois o pae da moça, por descuido, ou por nãosaber ao certo quem é o Sr André, desabafa a suaben*o-ala em algum cie nós? Passa fora, no^so'amigo !

EEPOETEBADAS

5® diligente portugueza. proprietária de uma taver-na ao largo da Memória e de umas famosas arrecadasde puro ouro do Porto foi aggredida" uma destas ulti-mas noites por dois malvados,- que alem de tirar-lheas arrecadas, lhe teriam também tirado a vida, sertãodepressa não acudisse a patrulha aos gritos da victinia.

Estas linhas que são feitas em substituição do Si'. Boc-cacio que por líocntenão ponde çolligir notas para oDecan/eron deste numero, oíTei ecem-me ensejo para. fa-zer a seguinte declaração.

ATTENÇÃO . -

'¦() abaixo assignado que aMtigainente era .conhecido•'por Eelisberto Lyiice, declara que d'ora em diante as"si^mir-sedia como abaixo assigna, visto ter encontrado'aViítrodo mesmo nome para não ser confundido com um"Fuão Lvnce que:escreve "¦ pedidos anonymos na gaze-"ta, cominiciaes e denuncias, (pie pela falta de clareza."'nos.n<>mes e de coragem em fallar abertamente, com-'Vri-omertenain *.s creditas do mesmo abaixo, assignado,Aq.ue acima de tudo presa, a reportagem como uma mis-"são sa-rada e altamente civilisado^i.

FtIisb\yto Bertho,7c>L-FeUsberto Lynec,

Repórter ila Vicia Paraense:

0 CYRIO

Posso, bem informado, garantir aos leitores da I idaParaense qne foi esse um Vaso virgem^ pela primeiravez a patrulha chegou a tempo de impedir um crime.

A esse propósito, uma. phrase curiosa de um dos pa-trulhas.

Como já disseram os diários, os soldados revistaram,em perseguição dos criminosos, vários quintaes e teme-nosda circtinivisinhança, tendo n'uma palhoça encori-tradodous sugeitps-,..que tudo indicava serem os perse-guidos.

—Eram elles, exclamava depois o soldado, eram ei-les mesmo ! Conheci, pela visi.cn'ura da cara.

Posso, igualmente liem informado, garantir aos leito-res da Vida Parae»se que apezar disso não foram pre-zos: não é a primeira véz que tal suecede.

Tenho também no cardienho uma conversa, ouvida

no terraço do Café Chia,. quando no tlieatro Ismeniarej^resentaya-seaA/í/^if/v

perdes, azues, encarnados, a.marellos, os program-mas eram disputados ás portas das lojase levados pelasruas, destacando-se ao longe como grandes azas deborboleta vivamente coloridas. .

E d'ahi começou a só se pensar e a só se fallar noCyrio.

Todos os annos boatos propheticos assoalham que afesta será inferior á do anno antecedente.

Pode ser. mas o Cyrio não.O Cyrio é sempre o Cyrio. por aquella mesma razão

porque exclamava, o poeta :O. povo é sempre grande, ê sempre granclç o poço !Pois si é o povo que faz o Cyrio ¦ ::Podem pavonear-se orgulhosos os janotas nos seus

•/metes, podem sorrir os alados porta-estandartes,. po-d em ostentar-se as mundanas nas <*.*déclies de 50^000de al.uguer, não é isso o Cvrio.

O .Cyrio é' a' mai inheirada suada e arquejante, carre-

g,mdo\> escãlerdo 'S.

João ãe Deus; o Cyrio ó o povi-léo íormigante,uuehando a berlinda.

Porqueemfim, o Cyrio é uma devoção, e os devotos

São esses. ;Não sèdeprehendacVaqui que queremos de/7ar prosa

poética e religiosa; ao contrario, dando a C.ezàr o (pieé de Cezaiy assigualamos o devido lugar aos jam-tais,.aos porta-estandartes e ás mundanas.. .

'

¦.os,

«¦/

A Vida Paraensei i i ..'..:....... ....i. m. ' rmrr

Porque elles v ellas por sua vez representam *» bidomelhor da festa, o lado pi'«tico, aquelle que traduz emfacto a pujança o pn.gresso e a riqueza da terra-

Einquaúto fizerem parte, do Cyrio o bom fato de,casimira, o rico vestido de seda, os magníficos çavallos,os velludos, «>s galões, ws toguctes, <• Cy:io é Cyrioé a festa de Na/areth é festa.

Porque a festa mio e mais que uiu ineiodé animar oeominereio e a industria, e tonuii' o pulso ás finanças.

No dia em (jue no Cyrio nao houver a seda, nem :ieasiuiiia, nem os cavallos, nem «8 carros, adeus festade Nazaretli, era uma vez o Pará!

Mas a Virgem Senhora de Nuzareth não ha de cotesentir em taí. Por toda a consumação dos séculos ad-niit.t iremos que o povo sempre gran<le*earregue o bar-co e puche a berlinda, comtanto qne ao lado desci de-mon>traçfio de fé venham ós milagres do luxo o do di-nheirn, produzido pelo trabalho e pelo progi-èsso.

E eiitfio teremos em vez de uni milheiro de bico* duo'«z luna eeutetia de focos electrieos ; e o lengendario

porco f» o tradiecional pato. o os dançarinos e 04 gynt-nastas do pavilhão de Flora elev-uão á quinta esuenciado aperfeiçoamento a sua alta missão de distrahir asmassas e a pyroteehinica do Sr. Canosas attingirá aosublime dos fogos cambiantes e do buscape de estouro.

Oíoria. odí.ria á Virgem que póe em circulação o di-íílieiro, anima ;• vida, auxilia «» trabalho e desenvolviarique?.a .!

0 REI. DE PORTUGAL

§§ Luiz í é um desses monarchas de quem aschapas do e-tyio dizem que é fadado" para iviiia;^ naosomente nos seus domiuiosgeographicoA, como tambémno coração dos seus' vassallos.

E' esmoler, caritativo, lhano, amigo das artes, daslettrus. ¦¦ na<,> sfo sabe si também das sciencias, de quev legitimo representante entre nós seu illustre tioo Se-nhorD. Pedro II.

Portanto, D. Luizl é níonarcha da única espécie exo-tica (|Ue consegue ainda medrar em paz no meio da.verdadeira floresta de republicanismo e de socialismo

qne brota, exuberante du seio deste século. E' monar-cha constitucional verdadeiro, como o da Bélgica, comoo da llollanda.: simples cidadão pacato e, burguez quea única razão de queixa que tem da sorte ó lei-o atra-

palhndo com um manto- de purpura. uma coroa e umsceptro, quando podia fazel-o um homem completa-mente feliz si o agraciasse simplesmente com o guarda-sol e o chapéo alto, e o confortável sobretudo de qual-quer ammanuense alegre e despreoccupado.

Uma prova disto é que S. M., não obstante a sua ele-vada posição hierarchica dispensal-o perfeitamente decertos luxos de penha e leitura a que só se dedicam os

Ínfimos plumitivos que nâo nasceram coroados, sente-se atrahido pelo horroroso mister das lettras e cultivaos velhos e etei nos mestre*.

A«sim, emquanto sen primo da Uussia faz todas ásdiligencias por ter a ^.stosa dita de ir pelos ares li-nníaexplosão de nitro glycerimi, o rei de Portugal utiliaaas suas horas vagas

"traduzindo Shakspeare ; emquanto

o poeta do D. Jayme esquece ingratamente a musa aum canto para galgar ás pastas ministeriaes, o rei quetem a obrigação de fazer e desfazer ministros folga debom grado em repudiar os decretos e os conselhos, paraestudar o poeta do Hamlet.

Ora. é precisamente essa tendência de D.Luiz I quenos demove a dar media do seu anniversario o seu re-trato n'uma pagina d'e<te periódico, consagrando-lhe

igualmente estas linhas, com a semeeremonia de quementeude todos os ràbiscadores de papel iguaes peranteo ti ribeiro e a penna.

Vê-se, pois, que isto não ó uma barretnda, nem umbeija-mão.

O primeiro cidadão de um paiz fortemente vinculadoao Brazil faz hoje annos. Comprinientamo-lo, e detauto melhor vontade quando poderíamos ter a honrade consideral-o como um cóllega, ou mais, como ummestre, si entre ellee nós não houvesse esse traite ca-runchoso e niiaelironico que se chama—throno.

A' NAZARETH!

$00 fervei opus é grande,E' completa a confusão,Nas ruas se acotovellaVariada multidão.

Roupas novas, modas velha*,Pannos de todas as cores,Marujos, anjos, janotas,Musicas, luzes e flore*,

Fazem um todo indescriptivel,Picado de notas vivas,Onde se expandem contentes.Eisonhas caras festivas.-

Este nunca em sua vidaUm par de botas calçou,E agora, mettido n¦ellas,Ao martyrio se votou.

Aquelle outro, ao contrario,Hoje sahio de pés núsE vê com dores terriveisAo que a crença nos reduz.

Mais alem um. felizardoQue escapou á sepultura,Carrega o próprio caixãoCom toda a desenvoltura.

Uns que vão pr»a festa a péVoltam em porcos montados,Usando os cargos de ChristoAos de Baccho accumulados.

Easaleta dos milagresFica cheia ti trasbordarDa gratidão, qu? em promessasDeixou-se dócil moldar.

Ha braços, pernas, barrigas,Retaatos e fantazias,Té mesmo algumas cabeças,De cera..,. porém vasias,

Satisfeita a fé e a crença,Vem depois, a diversão,Pra que quem vende consigaTambém fazer ^devoção.

E a crença religiosaE dos negócios a féEntoam juntos um coroA' virgem de Nazaré th !

Jírnesto Pompadour.

Wt':. '¦'•':':•;}'" "¦'¦'.

¦

..

¦ '

.

DEMASIAS DE ZELO

iKimos tia dias a sentinella do corpo da guarda daalfândega reprehender a uni moço pelo simples tactode passar muito perto d'ella.

—Mais longe, camarada, mais longe, dizia o mavor.cio defensor da pátria.

Entretanto, não passando o moço entre a sentinella eo lugar que ella guardava, parece que delia para dianteo inundo é vasto e tanto faz passar, de dia, mais longecomo mais perto, isso em nada prejudica os regula-mentos militares.

Apostamos em como tamanho nao seriatratasse de impedir um crime qualquer.

7. ei o. si se

Conde de Lippe.

DEGRINGOLAMOS..,

ícaba um telegramma de annunciar a morte, oumelhor, o assassinato, a facadas, do proprietário doCorsário, jornalsinho insultuoso que se publicava noimpério.

Todos conhecem mais ou menos essa folha insolente

que punha a descoberto, inuna franqueza ciúa e obsce-na, particularidades escandalosas. Era forçoso, a bemdo pudor publico, levantar uni impecilho a semelhanteimprensa ; nada porém autórisava o recurso trágico a

que se socorreram os oifendidÒs, mandando coser anavalha por algum capoeira assalariado o proprietáriodo Corf.ario.

W velho esse expediente na corte do império. _ Quan-do uma voz encommóda os tarugôes, a policia disfarça-se, ataca, vareja, espreita, atraiçôa. Agora a cousa foimais longe, aperfeiçoou-se. Quando n lgü em insulta amoral calei — entra em scena a faca, supprime-se oalguém.

JS' então esse o meio de que dispõe a justiça na pri-meira cidade brazileira ?

Quando se chega a esse extremo, justifica-se a lingua-o-tun torpe das folhas injuriosar, com a vingança sangui-nolenta dos injuriados ; e nesse caso os caracteres debem curvam a cabeça tristemente perante o apodreci-cimento (pie váe invadindo os nossos costumes, e pen-sam instinctivamente nas desordens moraes do baixoimpério romano e na decadência napoleoniea

Giraram.-+. ¦» ¦ *.

—Ora ! morreu o burro? Coitado! Logo n'um dia des-tes, em que todo o inundo está alegre

Que tristeza para a humanidade!

NOTAS NAZARETNAS

(autenticas e textüaes)No arraial;—Espera, espera ahi ó Chico !—Ora deixe-se disso, você quando quizer seguir mu-

lher bonita falle commigo primeiro. E' difficil sabertrazel-as fechadinhas na mão como eu trago

N. B. O typo que dizia isto era quarentão, de côr se-zonatiea, com um só dente na frente e um olho vesgo dis-farçaclo por um pinee-nez, e tem no dedo ppllegar danulo direita uma unha de alfaiate com 15 centímetrosde comprimento.

Dous sujeitos com uma pontinha da branca:—Repito-lhe que não ha lei alguma que obrigue o

passageiro a sair do bond quando desencarrilha. A gen-te paga, tem direito de ficar sentado.

—Nilo importa, nao importa, mas na Europa é comose usa.

—Agora! Na Europa, na Europa Tudo o que mio

presta na Europa vem para o Brazii

Entre duas velhas;Este anno eu entrei muito desinfeliz na festa. O

anuo passado eu tirei nasorte p'r.-t Jaquirn umnbonecra

grande assim deste tamanho. Hoje vortei atravez na cou-sa e tirei esiesinJiòque descan.galha, logo.

E' verdade!

Na estrada de Nazareth. cae de trambulhão a pare-lha de um bond.

No bond immediato um sugeito pilherico, que ia só a.faltar n'um almoço para que fora convidado, exclama

philosophicamente:

Dançavam no pavilhão uns figurões de capote encar-nado, figurando combates e recepções de embaixadores.

A cousa corria monótona e oZe-povinho cabeceava,insipido e aborrecido.

De repente exclama uma mulata, trepada sobre umbanco:

—Que porcfria! E' mesmo cousa de Maranhão!

na Aivdéa conversou commigo

—Vossa Excellencia ó cruel !—Gentes!—Cruel, cruel sim, minha senhora.—Porque?— Porque quando ... - ,

aquelle respeito, fez-me promessas que^o-c^imprioEu? Que promessa foi que lhe fiz?—Não me prometteü que me esperava todas as tar-

des á janella? Pois eu debalde passo nunca a vejo!—Ora, ora que culpa tenho eu de que o senhor

passe ((liando eu não estou na janella?N. B. E1 escusado dizer que este dialogo era entre um

fánienho e uma elegante.

—Duas cervejas, depressa!—Prompto, patrão. De que marca quer?—Sei lá, sei lá. Quaes são as melhores que vocês

teem ?—Temos Águia, lUi de copas, Carlos Gomes, marca

Cavallo....—Marca cavallo! Nada, é capaz da gente ficar burro

THEATEOS

|fP marido da estreante era uma das pecas solieita-das nos solicitados dos jornaes ao emprezario (juilher-me da Silveira por vários amadores da comedia fina edo theatro alegre.

Pois Srs., posso asseverar-lhes que os mencionadosamadores não formam legião. Ao contrario, poucos—como os escolhidos th» Evangelho.

Agora, o (pie se pôde dizer é que eram poucos, masbons. A prova é (pie applaúdirain a valer.

A Vida Paraense

E applaudiram com justiça, valha a verdade.A engraçada fantasia de Meilhac e Halevy, os dous

jmestres° consummados em situações pilhencas e typos

bem acabados, teve uma interpretação excedente porjarte da trowpe do theatro Ismenia. < .

Viam-se aú figurus de um cômico irresistível, verda-

deiras caricaturas de carne e osso, estudadas com in-

tellio-encia e executadas com arte.0°Sr. Conde Escarbonnier, confiado a Guilherme ca

Silveira, forneceu a este artista mais uma, o.ccasião de

pôr em evidencia o seu talento. Soberbo, não acharam,

aquelle parlapatâo do 2.° tiC-tó, com ares de protector e

sym])athias pelas criadas _Pyramidal, o Lisboa! Papá Marasquiu, toda a sua

vida atribulado por um pezadello consubstanciado em

quatro filhas sonsas e endiabradas, teve uma inteipre,

taçãode mão cheia lia mão do Lisboa, bo aquelle Irak

do l.o acto, aquelle írak contemporâneo dos lnarao.Sim senhoras, sim senhoras, gostei : Iodas quatio,

como as quatro todas. Sobretudo a recitaçau da ta-

bula, porque emquanto aos uamoricqs, isso laz-»e na

vida real mais ou menos ao vivo.Keireira de Souza n'u,ma comedia é um daumaüo.

E' decidido, sem ser Sarmento. Bravo, Ferreira cie

Souza , , , y ¦Uma cousa que não me tem escapado, e a Doa (.11*-

posiçko que mostra a Sra. I). Maria Villas-Boa) parao palco. Esteve bem rasóavel a velha mama Capitai ne

feita por essa artista. Somente não seria máo cuidar um

pouco da pronuncia.Nessa pagina de ligeiras charges da vida, parisiense,

desenhadas ao correr do lapisqí)or Meilhac e Halevy, lia

um croquis delicioso e mignon, que nao participa üo

ridiculo lançado sobre as outras personagens. E Mina,

a estreante. Ora Mina, a estreante í desempenhaüa

pila Sra. D. Izolina Mondar e como I). Isolma Mon-

ciar é io-ualmente mignonne e realisa o croquis deseja-

do, segue-se que n'essa parte tout va bien dam le meil-

\—kttr~êesmondes.—~-^~-: --%*• --'

Porque agora, maritimo como sempre, <> theatro da

Paz entra para o estaleiro e vae a concerto.Os concertos, os celebres concertos de todos os :an-

nos.

BinocoUni

IMPRENSA POUTUGUEZA

Vida Paraense foi honrada com a apreciabibssi-

maTrsita dos illustrados jornalistas, os Srs. João de Al-

meida Pinto e Heitor Varella de piles, o primeiro di-

rector e o segundo secretario da empreza dos jornaes

Contemporâneo e Commercio e Industria, que se publi-

carn em Lisboa.A primeira dessas publicações presta especiaes e im-

portanteci serviços ás artes e ás lettras portuguezas, pu-

blicando retratos e biographias das individualidades

artisticase litterarias mais notáveis, o que faz do Con-

temporaneo uma collecção preciosa e inestimável, rica

de sübsidlos para a historia dn vida intellectual de um

povo.Obscura representante da imprensa paraense, esta

folha aperta aífectuosamente a mão aos dous illustres

cavalheiros, demonstração esta que não importa somem

te um agradecimento á distineção recebida, mas tam-

bem uma sincera saudação a dous valentes trabalhado-

res da civilisação e do progresso.

M.:,1,Leonie e D. Rosa Manhonça, em pequenos pa-

Ve\scU 1?schutteuses, collocaram-se a altura do assumpto.

Bom typo. o Sr. Villas.Já tinha notado jio amigo Máximo uma certa voca-

ção para o palco. Nao precisava dizel-o.E Biscarat? Ah ! esse anda sempre provando. E olhe

que si Marasquiu não fosse pae d'ellas

Está escripto. O theatro da Paz nao põe mais pe em

terra A empreza, fiel ao suecesso, me.tte-se na fragata

Santa Posa, larga cutellos e varredouras e faz proa parafora, da barra, porque terminou a sua estação.

Emfim 110 gênero navio, A Probidade e um dos me,

lhores.Temsuastaesou quaes tinturas de peça regu-

lar erepresentavel,'e sahio das mãos do Sr. Gezar de

Lacerda que na opinião de muita gente e aquillo queha pouco Mario Üchard chamou a bardou, com a pe-queria diferença de não se poder justihear tão bem

como este; em todo o èiiso; como o Sr. Cezar d?. Lacei,

da é official do ÔMçio, sabe escolher da seara alheia a

melhor, parte para ceifar.A Probidade é, pois, uma peça com todas as regras

—e premiada. „E reoularmente representada no theatro da 1 az prm-

cipalmènte com uns aspirantezinhos da pá virada, re-

gularmente concorrida, e regularmente applaudida.Podéra ! E'navioE assim encerrou-se um dos tbeatros e o titulo destas

chronicas volve ao singular.

Cf

ANNEXINS PELO AVESSO

II

líloo-ou, ioga José na loteria,

Compra quartos, e meios todo o dia ;Nunca tira

Siquer o mesmo preço que empregou. .,Passam annos, a sorte não mudou ;.; -

Não reviraO destino cruel, a cynica fortuna,

Num amúo que não se coadunaCo' uma mulher.

E joga sempre, o Zé, e sempre "a parra é verde»,.

O que me faz dizer que tudo perdeE tudo quer.

Tibis,

P,rá%_Typ. do LiYro do Coramercio-de Antônio Braulc F. dn. Silva