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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ CURSO DE TURISMO Ellen Doralice da Silva Souza ANÁLISE SOBRE AS PERSPECTIVAS DE FOMENTO A INTERIORIZAÇÃO DO TURISMO NO MUNICÍPIO DE BARCELONA/RN Currais Novos/RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CURSO DE TURISMO

Ellen Doralice da Silva Souza

ANÁLISE SOBRE AS PERSPECTIVAS DE FOMENTO A INTERIORIZAÇÃO DO TURISMO NO MUNICÍPIO DE

BARCELONA/RN

Currais Novos/RN 2018

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ELLEN DORALICE DA SILVA SOUZA

ANÁLISE SOBRE AS PERSPECTIVAS DE FOMENTO A INTERIORIZAÇÃO DO TURISMO NO MUNICÍPIO DE

BARCELONA/RN

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Currais Novos, para obtenção do Grau de Bacharel em Turismo. Orientador: Prof° Ms. Antonio Rafael Barbosa de Almeida

Currais Novos/RN 2018

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ANÁLISE SOBRE AS PERSPECTIVAS DE FOMENTO A INTERIORIZAÇÃO DO TURISMO NO MUNICÍPIO DE BARCELONA/RN

O trabalho apresentado foi julgado e aprovado para obtenção do grau de bacharel em turismo, no curso de graduação em turismo, bacharelado, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN

Currais Novos-RN ___/___/____

___________________________________ Profa. Dra. Paula Rejane Fernandes

Coordenadora interina do Curso de Turismo

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________ Prof. Me. Antonio Rafael Barbosa de Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

____________________________________________ Prof. Me. Rodrigo Cardoso da Silva

Instituto Federal de Brasília Examinador

____________________________________________ Profa Dra. Simone da Silva Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinadora

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TERMO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo

total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, à Coordenação do Curso, a Banca

Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte

ideológico empregado ao mesmo.

Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a

propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena –

detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º,

consignam, respectivamente:

§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte,

sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão,

de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda,

aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com

intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos

com violação de direito autoral.

Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente

que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja

comprovado plágio integral ou parcial do trabalho,

Currais Novos-RN, ___ de ____________ de 2018.

________________________________

Ellen Doralice da Silva Souza

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Dedico este trabalho a minha mãe por toda a força que demonstras ter e repassas para mim. És minha melhor parte.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por nunca ter me desamparado nos momentos de

angustia e desapontamento e por ter me sustentado, assim sabendo que tudo que

passei foi por permissão Dele até chegar aqui.

Meu sentimento de gratidão vai também para meu companheiro de todas

as horas, meu noivo: Jadiel Santos. Te agradeço, pois foi a partir de seu apoio que

continuei minha jornada acadêmica, se cheguei até aqui foi graças ao seu esforço,

carinho, ajuda e dedicação. Um dos meus maiores motivos de seguir em frente. A

você também dedico a minha vitória.

Meu maior agradecimento inclino a pessoa que me gerou, me educou e

formou meu caráter, tudo que faço é pensando na senhora. Busco cada dia ser

melhor pelo exemplo de mãe e de mulher que és. Meu maior orgulho de vida, de ser

humano, de força. És minha fonte inesgotável de amor.

À minha família, irmão, avó e avô agradeço pelo empenho em me ajudar,

é por vocês que tenho me dedicado e insistido em alcançar meus sonhos.

À Daniel por não ter medido esforços em me ajudar durante esse período

de transformações em minha vida como também pelas palavras de consolo e

motivação.

Ao meu orientador: Antonio Rafael, meu muito obrigada pela paciência

nas orientações e por ter se dedicado a me auxiliar nesse trabalho.

À Rodrigo Cardoso, vai minha sincera gratidão, por ter me ensinado que

na vida, passamos por muitas dificuldades, mas temos que aprender a contorna-las

sempre de cabeça erguida e sem nos boicotar. Você foi um verdadeiro psicólogo e

parte desse trabalho dedico a você, pois não teria conseguido sem sua ajuda e

orientação.

Gostaria de agradecer também a Juliana que fez meus dias mais felizes,

você não sabe o quanto sua amizade foi importante para mim.

À Andréia, não tenho nem palavras para descrever o quanto sua

companhia e sua amizade foram essenciais para eu acreditar na minha formação,

suas loucuras e sua parceria foram de total importância para mim. Sorrimos e

choramos juntas, nos escutamos e nos motivamos. Quero te agradecer por tudo e

espero que essa amizade dure além dos muros da universidade.

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Aos professores que participaram dessa jornada, agradeço pelos

conteúdos ensinados que me fizeram crescer e alguns que me influenciaram a

chegar até aqui. Meu maior apreço à Marluce, Rodrigo, Eva, Rafael, Gilson e Edilson

(in memoria), vocês estarão sempre guardados em meu coração, assim mostrando

minha gigante admiração.

Agradeço também aos que não acreditaram em mim ou que de alguma

forma tentaram me desanimar, obrigada, pois através disso, criei forças para lutar

ainda mais e alcançar meu objetivo.

Aos que me ajudaram a concluir esse curso direta ou indiretamente, meu

muito obrigada.

Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam (Clarice

Lispector). Assim são nossos sonhos, por acreditar tanto neles é que corremos atrás

para torna-los realidade e conquistar lugares que nem poderíamos imaginar.

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A simplicidade tende ao desenvolvimento,

a complexidade à desintegração.

Peter Drucker

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RESUMO

Considerando que há uma carência de estudos e por verificar uma baixa ação do turismo no local, aparece o interesse de saber como ocorre o desenvolvimento do turismo no interior do estado do Rio Grande do Norte, especificamente na cidade de Barcelona, objetivando analisar o município, em sua intenção e perspectivas de desenvolver o turismo, a partir de atores públicos, privados e da comunidade em geral. Para tanto, é necessário caracterizar o turismo do município estudado, avaliar as intenções dos gestores no processo de fomento e analisar a participação dos residentes nesse processo. Realiza-se então uma pesquisa de teor quali-quantitavo e descritivo-exploratório. Para tanto, foi utilizada a fase de pesquisa de campo, a partir da qual realizou-se a coleta de dados através aplicação de questionários e entrevistas. Diante disso, verifica-se que é de interesse que o turismo no município seja estimulado, porém a atual gestão municipal não possui formas concretas de desenvolver a atividade no momento, a falta de conhecimento dos gestores públicos ouvidos em relação ao turismo reflete também na população que reside na cidade, o que impõe a constatação de que a gestão tem muito trabalho se quiser que a atividade faça parte da economia da cidade, procurando diretrizes que lhes ajudem a chegar a esse objetivo, atentando-se principalmente em qualificar o trade turístico e a população. PALAVRAS-CHAVE: Planejamento turístico. Interiorização do Turismo. Barcelona. Desenvolvimento.

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ABSTRACT

Whereas there is a lack of studies and a low tourism action in place, appears the interest to know as the development of tourism in the State, specifically in the city of Barcelona, aiming to analyze the municipality, in your intent and prospects for developing tourism, from different interest groups. To this end, it is necessary to characterize the tourism of the municipality studied to evaluate the speech of managers in the process of reviewing the participation of residents in the process. Performs a search of quality content and descriptive-exploratory quantitavo. It was used the stage of field research and data collection was established through application of questionnaires and interviews. Given this, the municipality can be powered, but the management has no concrete ways of developing tourism at the time, the lack of knowledge of management in relation to tourism reflects also in the population living in the city, which requires finding that management has a lot of work if you want to be part of the economic activity of the city, looking for guidelines that help them reach that goal, mainly in the trade and tourist population. KEY WORDS: Tourism planning. Internalization of tourism. Barcelona. Development.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Macro programas e programas do PNT 2007/2010............................

26

Figura 2 Pedra da fé ............................................................................................

37

Figura 3 Rio Potengi em Barcelona ...................................................................

38

Figura 4 Quadrilha Tradicional Junina Sertão ..................................................

39

Mapa 1 Delimitação do município de Barcelona .............................................. 35

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Grupos da Câmara Setorial de Turismo............................................

23

Quadro 2 Macro programas do PNT 2003-2007.................................................

25

Quadro 3 Etapas do planejamento turístico......................................................

30

Quadro 4 “Entrevista com o empresário da pousada Brisa Potengi”............. 47

Quadro 5 “Entrevista com o secretário de turismo do município”................. 49

Quadro 6 “Entrevista com o vice-prefeito da cidade”...................................... 52

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Gênero das pessoas entrevistadas.................................................... 41

Gráfico 2 Faixa etária dos entrevistados........................................................... 42

Gráfico 3 Nível de escolaridade.......................................................................... 42

Gráfico 4 Foi consultado em relação ao processo de desenvolvimento do

turismo em Barcelona? ......................................................................................

43

Gráfico 5 O que você acha sobre levar o turismo para esse município?

Isso seria um ponto positivo ou negativo para a cidade? ..............................

44

Gráfico 6 Achas que o turismo beneficiaria o desenvolvimento econômico

do município de Barcelona? …........................................................................... 45

Gráfico 7 Atrativos que deveriam ser visitados na visão dos residentes...... 46

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CADASTUR- Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos

CNTUR- Conselho Nacional de Turismo

EMBRATUR- Empresa Brasileira de Turismo

Exmo- Excelentíssimo

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IDEMA- Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente

MICT- Ministério da Indústria, Comércio e Turismo

MTUR- Ministério do Turismo

PIB- Produto Interno Bruto

PNT- Plano Nacional de Turismo

PRT- Política de Regionalização do Turismo

RN- Rio Grande do Norte

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 16

1.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................... 18

2 OBJETIVOS................................................................................................... 19

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 19

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................... 20

3 METODOLOGIA............................................................................................ 20

4 POLITICA E PLANEJAMENTO TURISTICO................................................ 21

4.1 PLANEJAMENTO TURÍSTICO................................................................ 28

4.2 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO........................................................ 32

5 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE BARCELONA............................. 34

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 55

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 57

APÊNDICES................................................................................................... 60

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1 INTRODUÇÃO

Territorialmente, o turismo no Rio Grande do Norte vem se constituindo a

partir de cinco polos turísticos, que abarcam vários municípios do estado: Polo Costa

das Dunas, Polo Costa Branca, Polo Seridó, Polo Serrano e Polo Agreste-Trairi. A

partir dessa configuração o governo federal tem pensado e dialogado para que a

interiorização do turismo aconteça em maior proporção, porém pouco tem-se visto a

mobilização por parte dos gestores municipais para que essa atividade se efetive.

São muitos os atrativos desconhecidos e que precisam de um olhar amplo e criativo

para sua promoção, planejamento e estruturação. É fácil perceber a ascensão do

turismo como plano governamental, porém pouco se vê a ação para que esse

influenciador econômico aconteça de maneira adequada e planejada.

A análise de potencialidade é muito complexa e demanda tempo, o

turismo não acontece e/ou se efetiva instantaneamente, é preciso analisar a

localidade, inventariá-la (passo primordial para um planejamento no setor do

turismo), criar roteiros, sinalizá-las, divulgá-las, atrair o olhar dos turistas para esses

locais. Há muito a se fazer para que o turismo aconteça nos municípios, sobretudo,

os de pequeno porte, em contrapartida há dificuldade em executá-lo, pela falta de

infraestrutura básica e apoio governamental, bem como detectado por Silva (2015.

p. 131-132). Em sua pesquisa sobre política de regionalização do turismo no interior

do Rio Grande do Norte, o referido autor afirma que:

as secretarias municipais carecem de profissionais com formação direcionada, ou experiência na área de turismo [...] O estudo do PRT no interior potiguar elucidou as formas que o turismo é entendido pelo setor público, exaltando com todas essas problemáticas o entendimento amador ou primário que a gestão estadual e municipal tem sobre o turismo.

Muito se fala sobre as ações dos gestores do turismo, contudo a falta de

conhecimento teórico sobre a área também faz com que a referida atividade não

seja planejada de acordo com diversas pesquisas acadêmicas e sistemas do âmbito

turístico, assim sendo mais um bloqueador de desenvolvimento.

Entende-se que o turismo é de demanda elástica, que fica em segundo

plano em relação às necessidades primárias, porém é preciso ações no tocante as

etapas do planejamento turístico, seguidas como na conjectura, para que, quando

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surgir entraves político, ambientais e sociais, esses, sejam devidamente

ultrapassados.

O planejamento turístico é o ato de planejar, ordenar, criar planos para

obter resultados eficazes e alcançar objetivos. Fazem parte do planejamento: as

políticas públicas, as preocupações ao meio ambiente, sociedade e economia. A

regionalização e municipalização do turismo, a inventariação turística, as estratégias

de marketing, a elaboração de projetos, são formas de se pensar o turismo segundo

seus diversos segmentos. Assim, caracterizando-os e moldando a criatividade no

que tange à segmentação especializada para acender a atividade turística e

minimizar os problemas.

No Brasil, o turismo acontece com maior incidência desde a década de

1970 no segmento de sol e praia, pois a ênfase de divulgação do governo era

voltada as áreas litorâneas. Desde então, os municípios do interior sofrem com

poucas possibilidades de trabalhar o turismo, pela carência de infraestrutura e

recursos humanos, contudo, nesses locais o turismo surge como alternativa

econômica, especialmente ligada aos segmentos de ecoturismo, turismo cultural, de

aventura, e de experiência.

Nesse contexto, surge o Programa de Regionalização do Turismo (PRT)

elaborado pelo Ministério do Turismo (MTur), no período de 2004, sendo mais uma

política de desenvolvimento da atividade turística que também mostrava a

possibilidade de descentralização do turismo, formando polos regionais (um conjunto

de cidades que tenham peculiaridades em comum), que estejam espalhados não

apenas em regiões litorâneas, como também, interioranas e que os atrativos que

compõem esses polos sejam especialmente conhecidos.

Para que possamos entender melhor sobre esse assunto, é preciso saber

como ele se estrutura, assim o MTur, nos mostra como;

O Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil é dirigido para os mercados competitivos e impulsionado na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Traduz-se em ações, estratégias e reformas na estrutura do governo que possam garantir maior equidade, novos critérios de ação e negociação coletiva capazes de se transformar em oportunidades nos mercados mundiais e repercutir na geração e distribuição de renda no País. Nessa perspectiva, o turismo é visto como gerador de oportunidade e aliado eficaz no propósito de redução de pobreza, quando planejado e monitorado de forma sistemática, compartilhada e coletiva (BRASIL, 2004, p. 08).

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Este programa nasce de uma necessidade de cooperação para trabalhar

o turismo de modo que os destinos se ajudem e se complementem. A regionalização

aparece com a proposta de detectar características similares dos municípios para

que estes, imediatamente citados fomentem o trabalho cooperado.

No município de Barcelona/RN isso não acontece, pois, a supracitada

cidade não faz parte de instâncias governamentais que tratem especificamente do

turismo, porém se detectado potencial no lugar, este pode, como as demais cidades

limítrofes, desenvolver a atividade.

Barcelona é uma cidade localizada no Agreste Potiguar, apresenta 4.066

habitantes, que não faz parte de nenhum dos cinco polos de turismo do estado,

onde a instituição responsável pelo desenvolvimento do turismo (a Secretaria

Municipal de Turismo) é embrionária, possuindo poucos empreendimentos

associados a essa atividade, porém se constatado o interesse da gestão pública em

fomentar a atividade turística, surgindo anteriormente falado como alternativa

econômica, gerará também a criação de uma nova possibilidade para a cidade.

O problema de pesquisa decorreu de uma análise empírica das cidades,

sobretudo de pequeno porte, por terem pouca infraestrutura e ainda assim tentarem

produzir o turismo nessas localidades, como alternativa econômica, porém não

planejada.

Dentro dessa conjuntura, pergunta-se: será que o município de Barcelona

poderia utilizar o turismo como uma alternativa econômica? Sua infraestrutura

comporta o turismo? Quais aspectos dessa cidade podem ser passiveis de visitação

turística? Quais diretrizes (esta atividade) deve-se seguir?

O turismo só pode ser uma alternativa econômica para a cidade se

houverem pessoas capacitadas, que entendam do turismo para planejar,

desenvolver e gerir a atividade no local, porque conseguem ter um olhar mais amplo

sobre a atividade, explorando várias alternativas.

1.1 JUSTIFICATIVA

A relação entre o pesquisador e seu objeto de estudo é de suma

importância para contribuição e desenvolvimento da investigação. A busca pelo

estímulo do turismo no município de Barcelona/RN dá-se pelo meu sentimento de

pertencimento do lugar, uma vez que não sendo natural, contudo residente há mais

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de oito anos da localidade, vêm-se o desejo de melhorias do ambiente onde vivo,

principalmente na área em que me orgulho de estudar e pelo anseio de passar

conhecimentos adquiridos na teoria para a prática.

Tendo em vista a importância do planejamento para as cidades turísticas

e a necessidade de execução conforme a teoria, tive a curiosidade de estudar de

maneira aprofundada essa composição do turismo que é o planejamento, aplicando-

o a um município onde o turismo é incipiente e pelo desejo de melhorar a cidade de

Barcelona/ RN, apresentando algo novo ao espaço e tornando-o conhecido, como

também estudar se há potencialidade e qual o segmento turístico adequado para a

cidade.

Este assunto será analisado pelo fato de eu não tomar conhecimento de

trabalhos que indaguem o surgimento do turismo e que remetam ao modo de como

utilizar as potencialidades e ordená-las no desenvolvimento turístico, aproximando,

especificamente para o Agreste Trairi, onde há existência de polo turístico, porém o

município estudado não consta entre os integrantes. Outro fator motivador foi a

inexistência de estudos relacionados com a temática proposta do município de

Barcelona/RN.

Pretende-se com este trabalho chamar a atenção dos gestores do

município analisado para o desenvolvimento de uma gestão profissional, geração de

novos empregos no âmbito do turismo e melhorias de infraestrutura da localidade

receptora, como também fazer com que o município estudado torne-se um

laboratório para aplicar o conhecimento adquirido durante a formação acadêmica e

contribuir para a configuração do lugar, podendo ser crítico no âmbito em que me

compete e desfrutar de uma sociedade onde haja melhorias.

2 OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Analisar o município de Barcelona, no Rio Grande do Norte, em sua intenção

e perspectivas de desenvolver o turismo, a partir de atores públicos, privados e da

comunidade em geral.

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2.2 Objetivos específicos

Caracterizar a atual prática turística realizada no município, bem como suas

perspectivas.

Avaliar a atuação dos gestores públicos no processo de planejamento do

turismo;

Analisar a participação da comunidade local no processo de

desenvolvimento turístico no município de Barcelona;

3 METODOLOGIA

Este estudo identifica-se como exploratório, que segundo Cervo et al.

(2007, p. 63), “trata-se da pesquisa que realiza descrições precisas da situação e

quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes”.

Porquanto, busca entender como desenvolver o turismo em um município pequeno e

qual as perspectivas da comunidade e da gestão pública quanto ao desenvolvimento

da atividade turística, bem como aprofundar o conhecimento sobre planejamento

turístico, com ênfase no município de Barcelona.

Além de exploratória, a pesquisa também se caracteriza como descritiva,

já que se preocupa em relatar os fatos observados, sem intervenção.

Na elaboração do referencial teórico serão utilizadas revisões

bibliográficas para embasamento e discussão do planejamento turístico, políticas de

fomento a atividade e desenvolvimento local, como também, manuais de orientação

ou publicação do Ministério do Turismo e websites referentes aos assuntos

abordados ao decorrer deste trabalho.

A abordagem dessa pesquisa caracteriza-se como quali-quantativa, “o

ambiente natural é fonte direta para coleta de dados, interpretação de fenômenos e

atribuição de significados”. (PRODANOV; FREITAS, 2013. p. 128). E utiliza-se de

valores numéricos para quantificar os resultados, porém não permite realizar

análises estatísticas.

A coleta de dados será alcançada através de entrevista individual com

estrutura semiaberta aplicada com alguns gestores do município com interface na

articulação do turismo no município, aplicando o critério de interesse no assunto

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abordado por este trabalho. A adoção dessa ferramenta de coleta de dados foi

realizada já que a mesma é focalizada, ao mesmo tempo em que permite inclusões

e exclusões de perguntas, como ainda a explicação das questões. Outra forma de

coleta dos dados para a pesquisa será através de aplicação de questionários, que

proporcionará a análise de desenvolvimento do turismo vista pelos autóctones e em

sua elaboração de dados, será utilizada a tabulação, que conforme Marconi e

Lakatos (2010. p. 150-151)

é a disposição dos dados em tabelas, possibilitando maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles. É uma parte do processo técnico de análise estatística, que permite sintetizar os dados de observação, conseguidos pelas diferentes categorias e representá-los graficamente. Dessa forma, poderão ser melhor compreendidos e interpretados mais rapidamente.

A exposição dos dados será feita através de quadros, tabelas e

representações gráficas, ou de forma explicativa, a fim de que o trabalho seja melhor

compreendido e os dados sejam visualizados corretamente, como também

embasará as considerações dialogadas durante a pesquisa.

4 Política e planejamento turístico

Para entender a política é de suma importância que compreendamos seu

significado e o porquê de sua existência. Para Chauí (2004, p. 478) “a política foi

inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute,

delibera e decide em comum para aprovar ou rejeitar as ações que dizem respeito a

todos os seus membros”. Em outras palavras a política foi inserida para que a

sociedade fosse representada por um grupo, fazendo valer os interesses coletivos.

Em um ponto de vista abrangente a política é o artifício que faz com que a

sociedade seja dirigida e organizada em função de um objetivo em comum onde

seja propício para todos, tornando-se um bem supremo da vida social

(COMPARATO, 2008).

Afunilando o assunto podemos falar de política pública como uma

dimensão da política mais concreta e que tem relação com orientações vinculadas a

decisão e ação (SECCHI, 2014, p.1). A política pública não tem uma única definição

estabelecida, com o passar do tempo surgem diversas definições. Assim, “política

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pública é o processo pelo qual os diversos grupos que compõem a sociedade –

cujos interesses, valores e objetivos são divergentes – tomam decisões coletivas,

que condicionam o conjunto dessa sociedade” (RODRIGUES, 2010. p.13). Dias

(2010) afirma que política pública pode ser definida como uma união de ações

realizadas pelo Estado, com o intuito de ajudar a sociedade em seus interesses e

necessidades.

Portanto, partindo da definição acima citada, considerando o atendimento

do Estado diante da sociedade, a política pública de turismo constitui-se da

orientação do poder público, seja na esfera federal, estadual, regional ou municipal,

para o fomento do turismo, com consulta do trade turístico, como também da

comunidade (LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2008. p.121). Para concretizar seu

sentido a política deve mostrar propostas cabíveis a seu público-alvo, como afirma

Gastal e Moesch (2007. p. 42).

Uma política pública deve ter [...] como objetivo democratizar o bem público chamado Turismo, possibilitando que o lazer e a hospitalidade sejam acessíveis a todos, visitantes e cidadãos, não apenas como uma potencialidade, mas como realidade, e que a sociedade organizada incida nessas definições.

As políticas públicas de turismo devem estar conscientes do seu trabalho

e principalmente da ideia do que é o turismo, trazendo melhorias no

desenvolvimento da área, fazendo assim que a atividade ocorra de maneira a trazer

lazer como algo acessível a toda população, sendo também um importante

desenvolvedor econômico.

É importante frisar que dependendo do momento político que o país se

encontra e também da força governamental estabelecida nesse momento, essas

políticas de turismo possuem maior ênfase ou não e por muitas vezes o turismo

serve como um pilar de levantamento econômico durante os períodos de recessões.

Em um contexto nacional, para que o turismo brasileiro pudesse alcançar

ao que vemos atualmente, houve-se muito trabalho. A partir disso entenderemos a

trajetória nacional das políticas que colaboram e direcionam a fomentação do

turismo brasileiro.

As políticas de turismo no Brasil começam a aflorar na década de 1920,

ainda quando o turismo era destinado a elite que faziam viagens de navio para

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Marketing e planejamento

Infraestrutura e polos turísticos

Geração e promoção de

eventos

Capacitação profissional e

pesquisa

Facilitação e legislação

Linhas de crédito e

investimento

Europa de muitos dias onde na volta traziam artigos para presentear a família. É

nesse momento que surgem as primeiras organizações públicas e privadas com

interesse na atividade. O turismo nacional começa a aparecer no Rio de Janeiro com

a Exposição do Centenário da Independência do Brasil em 1922, esse evento

contou com mais de 3 milhões de pessoas (CARVALHO, 2009). Após isso surgem

diversos outros eventos e atrações. Na década de 1960, com a transferência da

capital federal para a recém Brasília, diversos setores da economia são

impulsionados, o que contribuiu para o desenvolvimento do turismo, chamando a

atenção de estrangeiros.

É a partir disso que se reconhece a importância do turismo na economia e

a necessidade de uma instituição responsável pelo mesmo, sendo assim foram

criados em 1966 a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e o Conselho Nacional

de Turismo (CNTUR), no governo do Presidente Humberto de Alencar Castelo

Branco (Decreto-lei n° 55, de 18 de novembro de 1966). Ainda durante o governo

militar na década de 1980, foram criados planos de desenvolvimento regional,

advindo da França.

Já no ano de 1993 foi criado o Ministério da Indústria, Comércio e

Turismo (MICT), onde a Secretaria Nacional de Turismo e Serviços ficou

responsável por planejar as ações do setor e a Embratur para executá-las. Para

acrescentar, ainda neste ano foi criada a Câmara Setorial de Turismo, constituída

por seis grupos com objetivos específicos para questionar e exibir propostas sobre o

desempenho do setor abarcando temas como vemos a seguir:

Quadro 1 Grupos da Câmara Setorial de Turismo

Fonte: Elaborado pela autora

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A finalização deste trabalho buscou solucionar problemas no trade

turístico nacional, para reaquecer a economia e alavancar o crescimento do país.

Em 1995 com a publicação final do documento “Diretrizes para uma

Política Nacional de Turismo” de 1996-1999, o setor turístico tem pela primeira vez

um roteiro ativo que representava o compromisso do governo federal requerido por

pessoas que militavam no turismo.

Em 1998, foi instituído o Ministério de Esportes e Turismo, atualizando o

Plano Nacional, não perdendo as principais estratégias do plano anterior.

Mais um passo foi dado na criação do Ministério do Turismo em 1° de

janeiro de 2003, sendo este voltado totalmente ao desenvolvimento da atividade

turística. O órgão principal do turismo passa a praticar uma política pública

descentralizada e orientada pelo pensamento estratégico. Já em 2004 com a

atuação o Ministério supracitado, adota-se uma política focada no fomento do

turismo regional, dando maior ênfase às Unidades da Federação1. O Programa de

Regionalização do Turismo trabalha a concentração e o intercâmbio de todas as

ações desempenhadas pelo MTur com estados, regiões e municípios

brasileiros (MTur, 2017).

Após esses projetos, de acordo com Beni (2006), foram criados: fundos

para financiamento de projetos de desenvolvimento turístico; decretos e portarias

editados para concretizar e abranger o fomento do turismo; Política Nacional do

Meio Ambiente; elaboração de programas voltados para o desenvolvimento do

turismo, objetivando se tornar um produto competitivo internacionalmente.

Concretizando, outros projetos e diretrizes também fazem com que o cenário do

Turismo no Brasil, ocupe o 27° lugar entre 136 nações, e mantendo a liderança na

América do Sul (MTUR, 2017).

Adentrando mais afundo nas políticas públicas do turismo, podemos ver

nos discursos para seu fomento, como anteriormente citado, que foram criados

planos nacionais de turismo. O MTur instituiu três planos conforme passados os

anos: 2003-2007; 2007-2010; 2013-2016.

A primeira versão do plano de 2003 até 2007 traz como discurso o

desenvolvimento do turismo em uma colocação de prioridade/ relevância para a

economia nacional e trata-o como um âmbito de relações em que não pode existir o

1Estados brasileiros.

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amadorismo. Este plano propõe a descentralização do turismo transpassando a

esfera municipal, mas trabalhando através de consórcios públicos para que a

atividade turística aconteça por várias regiões do território nacional, assim podendo

ser promovido em âmbito internacional de maneira competitiva. Para tanto discute-

se a seguir sobre a relevância do plano acima citado.

O Plano Nacional deve ser o elo entre os governos federal, estadual e municipal; as entidades não governamentais; a iniciativa privada e a sociedade no seu todo. Deve ser fator de integração de objetivos, otimização de recursos e junção de esforços para incrementar a qualidade e a competitividade, aumentando a oferta de produtos brasileiros nos mercados nacional e internacional. (MTUR, 2003. p. 6)

Este plano é estruturado por macro programas, os quais apresentam

descrições e objetivos, que tem a intensão de resolver problemas que possam

impedir o crescimento do turismo nacional. São eles compostos de maneira em que

veremos a seguir no quadro 1.

Quadro 2. Macro programas do PNT 2003-2007.

Fonte: Plano Nacional de Turismo, 2003-2007.

MACRO PROGRAMA 7: INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

MACRO PROGRAMA 1: GESTÃO E RELAÇÕES

INSTITUCIONAIS MACRO PROGRAMA 2: FOMENTO

MACRO PROGRAMA 3: INFRA - ESTRUTURA

MACRO PROGRAMA 4: ESTRUTURAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO

DA OFERTA TURÍSTICA

MACRO PROGRAMA 5: QUALIDADE DO PRODUTO

TURÍSTICO

MACRO PROGRAMA 6: PROMOÇÃO E APOIO À

COMERCIALIZAÇÃO

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Após o PNT 2003-2007, surge o plano PNT 2007/2010 para dá

continuidade ao fomento do turismo e fazer com que o país se destacasse em sua

potencialidade, nele, a regionalização passa a ser parte dos macro programas. O

“PNT 2007/2010 – Uma viagem de Inclusão”, era um plano otimista como o anterior,

que tinha a intenção de mostrar que o turismo pode ser alcançado não só pela

classe elitista do Brasil, mas também para os outros grupos sociais. Esse plano

objetivava uma impulsão não apenas de turistas, mas ainda de empresários e

empregados, pois uma das metas era estimular o mercado empregatício e o PIB.

Partindo para essa ideia de um plano que gere desenvolvimento econômico e social,

o MTur discorre sobre a relevância do PNT em questão.

A elaboração do Plano Nacional de Turismo 2007/2010 dá relevância, continuidade e aprofunda a política adotada e implementada nos anos de 2003 a 2006, por meio da ação articulada de setores empresariais que compartilham com o governo uma dimensão institucional cooperada. (MTUR, 2007-2010)

Este plano procura estimular o fluxo turístico doméstico, estruturar os

destinos turísticos, aumentar o número de empregos e ocupações e gerar 7,7

bilhões de dólares em divisas (MTUR, 2007-2010). Este também foi dividido em

macroprogramas, porém seguidos ainda de programas (Como mostra a figura 1).

Figura 1. Macro programas e programas do PNT 2007/2010

Fonte: Plano Nacional de Turismo, 2007- 2010

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Os macro programas são compostos pela união de programas que fazem

a organização, através de temas, das várias atividades executivas desempenhadas

pelo Ministério e seus parceiros. Já os programas se fragmentam em diferentes

ações que exprimem o seu detalhamento em projetos e atividades que propiciarão a

realização das metas (MTUR, 2007-2010. p. 57)

Já no PNT 2013-2016 as metas são mais ambiciosas quando falamos do

fluxo turístico no Brasil. Para que o Brasil atinja a meta de 3ª colocação no ranking

de destinos com maior economia turística do mundo até 2022, o ministério entende

que seria “preciso planejar e implementar um conjunto de políticas públicas e ações

como esforço para alavancar e concretizar o enorme potencial turístico do país”

(MTUR, 2013-2016, p. 60).

Este PNT não estabelece macro programas, mas sim objetivos e metas

para alavancar o turismo. São eles: Preparar o turismo brasileiro para os

megaeventos; incrementar a geração de divisas e a chegada de turistas

estrangeiros; incentivar a viagem doméstica; melhorar a qualidade e aumentar a

competitividade do turismo brasileiro (MTUR, 2013-2016).

Como metas o Ministério do Turismo estabeleceu: Aumento de 7,9

milhões de turistas estrangeiros ao país; Aumento em US$ 10,8 bilhões na receita

com o turismo internacional até 2016; aumentar para 250 milhões o número de

viagens domésticas realizadas até 2016; elevar para 70 pontos o índice médio de

competitividade turística nacional até 2016; aumentar para 3,6 milhões as

ocupações formais no setor de turismo até 2016.

Com este último plano é perceptível que a expectativa em melhorar o

turismo brasileiro é grande e que muitas coisas se postas em prática, pode

alavancar o turismo nacional. A partir disso podemos imaginar um desenvolvimento

também de lugares menores e menos conhecidos nacionalmente.

É importante pensar que o Turismo tem diversos segmentos, sendo assim

não estando apenas inseridos em grandes cidades e metrópoles. Partindo desse

pressuposto o discurso de interiorização do turismo é bastante importante para gerar

renda fora dessas capitais e ainda expandir a divulgação dos estados não se atendo

às localidades especificas e tirando o foco do segmento de sol e praia. O estado do

Rio Grande do Norte está engajado nesse discurso, porém existem ainda lugares

não abarcados pela política de regionalização, assim deixando de expor ainda mais

lugares em potenciais, lugares estes que concentram por muitas vezes uma rica

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cultura, perdida em muitos locais pelas construções em massa e pela aquisição de

novas culturas.

A interiorização do turismo é de suma importância ainda para o

conhecimento dos próprios estados, em suas perspectivas históricas, culturais e por

belas paisagens que podem abarcar diversos segmentos do turismo, seja este de

aventura, ecoturismo, experiência, mas também porque por diversas vezes as

pessoas não conhecem seus próprios estados, priorizando o que veem fora, por ser

mais divulgado e por ser destinos de massa, desvalorizando assim os domésticos.

Diante de tudo que foi falado sobre políticas públicas e seus discursos no

âmbito turístico podemos perceber a relação que estas políticas tem com o

planejamento, na verdade a política e o planejamento estão intrinsicamente ligados.

Para analisarmos essa relação, entenderemos também o que é o planejamento em

suas diversas perspectivas.

4.1 Planejamento turístico

O planejamento é o ato de estabelecer diretrizes, traçar metas, visando

alcançar um objetivo. Tudo e todas as ações ao nosso redor devem ser e são

planejadas. A cada passo, mesmo que involuntariamente, observamos: o que

queremos; o que devemos fazer para alcançar o nosso objetivo e quais medidas

devemos tomar. Além também das consequências de cada ação, das possibilidades

de erro e métodos de correção.

Planejamento, segundo Ruschmann (2006), é a atividade que estabelece

condições para se alcançar os objetivos propostos, ou seja, o planejamento surge

como meio de facilitação, uma organização metódica que torna fácil e possível a

realização do que se almeja alcançar. Já sob a visão de Barreto (2005) este é um

mecanismo orientado para um: futuro desejado, com meios efetivos para tornar este

uma realidade. Pode-se notar a continuidade e similaridade entre os pensamentos

das duas autoras. Observamos que estas remetem a ideia que o processo de

planejamento, e sua execução, se origina a partir da existência de um interesse ou

um objetivo. Esse interesse pode partir do campo econômico ou social,

principalmente quando ligado ao turismo.

Braga (2007, p. 08) discute abaixo sobre planejamento turístico.

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O planejamento turístico é o processo de avaliação do núcleo receptor (comunidade, oferta turística e demanda real) da demanda potencial e de destinos turísticos concorrentes, com o intuito de ordenar ações de gestão pública direcionadas ao desenvolvimento sustentável e, consequentemente, fornecer direcionamento à gestão privada para que ela estruture empreendimentos turísticos lucrativos com base na responsabilidade sócio ambiental.

O planejamento turístico é o passo inicial para uma boa gestão,

possibilitando ao gestor uma atividade organizada e bem estruturada em diversos

aspectos, sejam eles: sociais, econômicos, ambientais e culturais.

O ponto inicial de um planejamento sempre é a informação, a observação,

e a coleta de dados sobre determinado local, ambiente, sociedade, etc. Segundo

Petrocchi (1998) todo planejamento é contemplado com três enfoques, que se

subdividem e formam o sistema de planejamento, são esses: a informação, a

decisão e a ação. Sendo a informação: a captação de um dado, fato, ou história, que

impulsione o indivíduo a pensar e produzir interesse, o que submete a seguir a

segunda etapa: a Decisão é o primeiro passo para o firmamento do planejamento, é

com a Decisão que se traça: o objetivo, caminhos, metas, precauções e etapas do

mesmo. Já a ação é a consolidação após a decisão de todo processo de

desenvolvimento. A ação pode-se dizer que, é a prática do tudo que foi planejado,

ou seja, é a atividade que antecede a realização do objetivo.

Além dos enfoques do planejamento é importante que saibamos quais

suas etapas.

De acordo com Fernandes (2011) em uma visão simplificada as etapas do

planejamento são:

Diagnóstico: é a primeira fase e está baseado na coleta de dados e

pesquisas. Esta é a etapa que permite o conhecimento do espaço onde a

atividade turística acontece. Permite ainda saber como ocorreu, o que

ocorreu, o por quê e assim modificar a situação encontrada.

Prognóstico é a visão prematura do futuro e se fundamenta em projeções

e visões.

Estabelecimento de objetivos e metas é o propósito estabelecido de forma

quantitativa.

Programação é a fase em que se reúne todos os projetos similares ou os

que se complementam formando programas específicos. Implementação/

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execução é a fase em que os investimentos são dados em maiores

proporções.

Avaliação é a última fase e que permite rever as atitudes tomadas

inicialmente, e assim modifica-las de acordo com o necessário às

mudanças estabelecidas no mercado.

Voltando a visão de Petrocchi (2002), agora falando da composição do

planejamento, as etapas do planejamento turístico acontecem da seguinte forma

(quadro 2):

Quadro 3. Etapas do planejamento turístico.

Fonte: Adaptado de Petrocchi (2002, p. 51)

O quadro acima mostra uma forma mais abrangente e explicada do que

seriam as etapas de um bom planejamento, assim podendo alcançar o objetivo com

maior eficiência. Analisando-o é percebível que para um destino se estruturar como

turístico, é necessário conhecer o macro ambiente, assim sabendo a necessidade

da localidade turística em potencial, fazer um levantamento de tais necessidades,

definir o que será feito na localidade, saber o que será executado primeiro, definindo

assim as prioridades, apontar possíveis entraves ao longo do período de execução e

assim escolher meios que façam diminuir esses entraves, havendo também que

Item Etapa Ações

1 Análise macro ambiental Conhecer o entorno à organização, o mercado e a situação interna.

2 Elaboração do diagnóstico Sumário que reflete os levantamentos da análise macro ambiental.

3 Definir objetivos O que se quer atingir.

4 Determinar as prioridades O que é mais importante; Em que ordem.

5 Identificar os obstáculos, as dificuldades

Listar quais são; Sua intensidade; Influência sobre os resultados.

6 Criar os meios, os mecanismos Visam minimizar obstáculos; Analisar e escolher alternativas.

7 Dimensionar os recursos necessários Quantificar os recursos; Em que ordem de necessidade.

8 Estabelecer responsabilidades Especificar volumes, padrões, fluxos, áreas críticas, etc.

9 Projetar cronograma Definir prazos de execução, volumes de produção, custos, parâmetros etc.

10 Estabelecer pontos de controle Escolher áreas-chave; Estabelecer critérios.

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estabelecer responsabilidades, definir prazos de conclusão do projeto e escolher

critérios de desenvolvimento de cada ação.

Através de Petrocchi (2002) podemos chegar à conclusão que planejar

requer tempo e sinergia, assim, partindo da ideia acima, antes da implementação da

atividade turística, se faz necessário uma análise, ou um diagnóstico na localidade,

observando se tal local tem a capacidade de se desenvolver de forma lucrativa.

Deve ser feita de maneira a se pensar em diversos fatores: a potencialidade, sem

essa o turismo não tem como acontecer, pois, sem atrativo, não existe a motivação

de conhecer lugares; a infraestrutura, para que haja o turismo é de necessidade

básica uma via de acesso em bons estados, pontos de restauração e hospedagem;

a promoção, sem este o turismo não é divulgado e não será visto à nível nacional ou

internacional; a sustentabilidade, que se remete não só ao meio ambiente, mas

também a questão de prosseguir com a atividade turística adequada e profissional.

Estes e outros fatores fazem como que se minimizem os impactos e as

chances de erros futuros, mantendo um fluxo turístico sustentável e promovendo

geração de renda, empregos, uma estrutura capaz de receber o turista, pois antes

de implementar tal atividade, é necessário saber se ela também beneficiará aos

autóctones, pois ela não só abrange o turismo, mas toda comunidade local.

Ruschmann apud Silveira et al. (2010), considera que o objetivo do

planejamento turístico consiste em estabelecer regulamentações das atitudes do

homem sobre o espaço buscando mecanismos para evitar efeitos negativos nos

recursos, ou seja, agravantes que possam destruir ou perder sua atração. Por isso

tem-se a importância de seguir todas as etapas do planejamento turístico, a fim de

minimizar impactos, seja no meio ambiente, na sociedade ou na cultura de um lugar.

Dessa forma contribuindo para uma gestão de qualidade e eficiência.

No caso dos municípios o planejamento é estabelecido por meio das

secretarias de turismo, estas têm o dever de buscar formas de desenvolvimento do

turismo por meios de inventário, plano municipal, plano de marketing, procurar

estabelecer um conselho municipal. Além dessas atribuições, cabe ao órgão

municipal de turismo elaborar estudos sobre a oferta e a demanda da localidade.

O desenvolvimento turístico municipal está intrinsicamente ligado ao

planejamento e faz com que os municípios se motivem a buscar aperfeiçoar a infra e

a superestrutura da cidade (sistema de turismo elaborado por Carlos Beni), para que

em consórcio com outros municípios formem-se regiões turísticas. Verifica-se que a

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ênfase do turismo atual está nessas regiões, porém se os municípios não estiverem

com qualidade de recepção de turistas, o turismo não se concretiza, de nada adianta

ter um atrativo se não houver a estrutura adequada para que ele seja visitado. O

turismo não acontece apenas pelo atrativo, mas pela união de vários elementos.

O município se torna uma peça-chave para roteiros turísticos

estabelecidos, não só no que tange à visitação, mas também na geração de novos

empregos, renda, capacitação condutores locais e na conscientização de

sustentabilidade.

Com tudo que já foi falado até agora, a relação entre planejamento do

turismo e política é íntima, e podem se complementar, ajudando numa gestão do

turismo de forma competente.

4.2 Planejamento participativo

A expressão planejamento participativo, traz a priori uma ideia do seu

significado, assim podemos conceituar planejamento participativo como sendo uma

união de esforços vindas de pessoas e âmbitos diferentes com o propósito de

planejamento. Reforçando o entendimento, para Gandin (2013, p. 88) “a expressão

'planejamento participativo' significa qualquer esforço de planejar com a utilização de

ideias que venham das pessoas que fazem parte de uma instituição, de um

movimento ou de um grupo”. O planejamento participativo surge no Chile, com o

objetivo de ajudar escolas católicas e congregações religiosas das Américas. Após

sua expansão, significativamente no Brasil, esta passa a ser uma espécie de

planejamento adequado a ambientes que se atenham à práticas sociais (GANDIN,

2013).

O nome participativo vem sendo aplicado, porque a expressão libera um

significado airoso, atraindo pessoas, bem como atualmente é pouco provável

encontrar grupos de pessoas que não exigem participação. (GANDIN, 2013. p. 92)

Como abordado anteriormente, o planejamento é de total relevância e é

um passo crucial quando nos referimos a tomada de decisões. Para tanto, existe o

planejamento participativo com uma metodologia bem específica, sendo aplicados:

conceitos, técnicas e instrumentos, sendo baseada na Pedagogia do compreender

fazendo e da atuação da construção em conjunto.

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No turismo não é diferente, o tipo de planejamento abordado neste tópico

surge como modo de aproximar a comunidade na tomada de decisões, ainda porque

a atividade turística transforma os espaços e paisagens, afetando assim a

comunidade receptora, em suas identidades e memórias.

Sendo assim é plausível que pensemos no turismo como um âmbito

abrangente, que necessita de diversas participações para se efetivar, a seguir Beni

(2008, p. 126-127) discorre sobre a importância da participação no planejamento do

turismo no programa de regionalização.

A participação é um elemento-chave, tanto na concepção e no planejamento como na implementação do Programa de Regionalização do Turismo. Além de fortalecer a cidadania, favorece o crescimento social, político, administrativo e tecnológico de um grupo, na medida em que amplia suas responsabilidades e resgata valores sociais, históricos, étnicos e culturais. A participação ativa de todos os segmentos sociais, empresariais e governamentais, comprometidos com os objetivos do programa, é fundamental para a integração efetiva dos envolvidos na construção conjunta.

É importante que haja essa ideia de inclusão no que diz respeito ao

planejamento turístico, ainda porque é uma área que não se desenvolve sozinha.

Esta se inserida dentro de um sistema interligado, onde os conjuntos e elementos

interagem entre si. “O turismo da maneira que ocorre, afeta as formas de vida, a

economia e, direta e indiretamente, as pessoas envolvidas na atividade”

(NASCIMENTO, 2012).

O turismo não é, ou na verdade, não deveria ser uma área planejada

individualmente pelos gestores, mas sim por diversos âmbitos que em conjunto faz a

atividade acontecer. Meios de hospedagem, restauração, lazer, agências de

viagens, o poder público, a comunidade, todos esses e muitas outras partes também

de segundo e terceiros setores estão unidos para que o turismo se faça valer de

maneira adequada e profissional.

Podemos associar o planejamento participativo ao desenvolvimento local,

quando o turismo é planejado através de diferentes perspectivas, assim fomentando

não só a economia do local, mas também os aspectos sociais. Sendo assim, a partir

do momento em que a comunidade participa do modo de desenvolvimento do

turismo, seja como opinião, ou seja, como mão de obra, a localidade se beneficia

tanto sendo divulgada, através do marketing boca a boca, como também pela

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geração de capital deixada pelos turistas. Concretizando esse pensamento Scótolo e

Panosso Netto (2015, p. 37), discutem sobre desenvolvimento local:

O desenvolvimento de um determinado local de interesse turístico está sujeito aos tipos de estratégias que são implantadas e às características de cada local. Considerando que cada região (em esfera macro ou micro), cada país, cidade, vilarejo ou comunidade possui características próprias que devem ser consideradas no âmbito do planejamento turístico, seria ousado afirmar que o turismo sempre é gerador de desenvolvimento local.

Pensar em desenvolvimento local é pensar em um crescimento da

localidade, a partir do planejamento é que se pode chegar ao desenvolvimento da

localidade, pensando na melhor forma de fomentar o turismo de maneira em que

haja menores impactos possíveis na qualidade de vida da comunidade receptora.

“Assim, conhecer os parâmetros que definirão as tomadas de decisões sobre quais

estratégias seguir torna-se ponto fundamental para o real desenvolvimento local”

(SCÓTOLO; PANOSSO NETTO, 2015, p. 45).

No desenvolvimento local estão atrelados dois modelos:

Endógeno, onde utiliza-se os recursos advindos da própria localidade,

como: mão de obra, economia, recursos naturais e culturais.

Exógeno, seria o oposto do desenvolvimento endógeno, sendo assim, é a

utilização de potenciais originários de localidades externas.

Assim dependendo do turismo a ser pensado é possível utilizar-se dos

recursos para reforçar a cultura do local, e assim repor a geração de renda na

própria localidade. “Os interesses da população local, assim como sua capacidade

de gestão e aproveitamento de suas características endógenas e de recursos

exógenos a ela destinados são os fatores preponderantes para que o

desenvolvimento ocorra” (SCÓTOLO; PANOSSO NETTO, 2015. p. 46).

Partindo desse pressuposto e de tudo que foi falado nesta seção,

partiremos para o objeto de estudo dessa pesquisa, buscando analisar na próxima

seção o munícipio de Barcelona e suas características, bem como o que há de

atrativo neste município, em uma perspectiva de desenvolvimento da localidade com

características endógenas e participação comunitária.

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5 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BARCELONA

O município de Barcelona fica localizado na região Agreste Potiguar do

estado do Rio Grande do Norte, possui segundo estimativa do IBGE (2010) 4.066

habitantes, foi emancipado do município de São Tomé no dia 17 de dezembro de

1958.

Seguindo uma caracterização física do município, este tem como

coordenadas geográficas: latitude: 5º 57’ 02” Sul; longitude: 35º 55’ 35” Oeste,

dispondo de uma área total de 152,63 km², equivalente a 0,29% da superfície

estadual. O município fica a 86 km da capital e tem como municípios limítrofes São

Tomé, Ruy Barbosa, Riachuelo, Lagoa de Velhos, São Paulo do Potengi e Sítio

Novo2.

A seguir no Mapa 1, a delimitação da área estudada para ilustrar

geograficamente o recorte espacial do objeto de estudo, visando também situar o

leitor.

Mapa 1. Delimitação do município de Barcelona

Fonte: IBGE.

Elaboração: Ellen Souza, 2018

2 Caracterização do município. IDEMA (2008)

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O principal meio de subsistência do município é através da agricultura,

pecuária e dos serviços públicos.

O município é cercado por paisagens naturais, e a população está sempre

engajada a mostrar a cultura da região onde se situa.

Segundo o site oficial do município “a região onde hoje se situa o município

de Barcelona foi colonizada no início do século XIX por sertanejos vindos do Seridó,

bem como de outras regiões do Rio Grande do Norte e da Paraíba” (BARCELONA,

2017). O município surgiu de uma fazenda chamada Salgado (primeiro nome dado a

região onde hoje se situa o município), construído pelo cidadão bodóense, José

Maria do Nascimento, que tinha posse da terra ao lado de seu irmão Antônio Felipe.

No período de 1864 a fazendo já era conhecida por Salgado em virtude do alto teor

de salinidade do local.

Segundo o IDEMA (2008) “com a ascensão de São Tomé, em 1928 a

município, o povoado Salgado passou a fazer parte do seu território. ”

A ascensão à categoria de vila aconteceu no ano de 1938, pelo decreto n°

603, assinado pelo interventor federal Rafael Fernandes Gurjão.

Em 1958, Barcelona recebeu o título de cidade, foi desmembrada do

município de São Tomé pela Lei nº 2.331, assinado pelo governador da época,

Dinarte de Medeiros Mariz.

Segundo a ata lavrada, o município de Barcelona foi instalado onde hoje se

situa a Escola Estadual professor Tertuliano Pinheiro Filho (antigo Grupo Escolar).

“Ao primeiro dia do mês de janeiro de 1959, no, Grupo Escolar desta cidade, onde

se encontrava instalada provisoriamente a Prefeitura Municipal, presente grande

número de autoridades e pessoas gradas, foram pelo Exmo. Sr. Dr. Manoel Luiz

Gomes Neto, Juiz de Direito desta Comarca de São Tomé, declarados abertos os

trabalhos de instalação do Município de Barcelona”.3

A cidade conserva um grau de religiosidade grande que possui maior parte

da população católica, a padroeira da cidade é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,

cujo dia é comemorado em 02 de agosto, época em que chegou ao pequeno

povoado a imagem da santa trazida pelo filho do fundador do lugar. Por indicação de

Padre Cícero em Juazeiro foi escolhida a padroeira, no ano de 1918.

3 Ata de instalação do município de Barcelona em 1° de janeiro de 1959, retirada de: http://www.barcelona.educ.ufrn.br/historia.htm.

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Figura 2. Pedra da fé

Foto por: Sonia Furtado, 2015

Fonte: http://www.chaguinha.com.br

Barcelona é um munícipio relativamente novo, em contrapartida possui

lugares naturais que atraem o olhar, a principal atração, ainda que não possa ser

chamada de turística, é a Pedra da Fé, situada em uma propriedade particular, mas

de fácil acesso, ela atrai a atenção por ter a palavra “Fé” (como mostra a figura 2)

cravada de maneira natural e ainda ser utilizada para a pratica de esportes radicais

como o rapel, possuindo várias passagens4: positivo, vertical e negativo. Com uma

descida de 100 metros. A pedra não se estrutura apenas para prática de esportes

radicais, mas também na religiosidade, pelo fato de fiéis deixarem objetos como

forma de agradecimento as graças alcançadas e possuindo várias estátuas de

santos católicos, sendo um local de adoração e símbolo de fé da maioria da

população em conjunto com a marca cravada na pedra. A serra da arara é outro

potencial atrativo para prática de trilhas.

4 Passagens: Tipos de rapel

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Figura 3. Rio Potengi em Barcelona

Fonte: Chaguinha, 2018.

Outro importante recurso natural que a cidade possui é a passagem do

Rio Potengi (como mostra a figura 3), que em tempos de cheia torna-se ponto de

encontro para diversão da população. Tendo sua nascente em Cerro Corá, este rio

passa por mais oito cidades: São Tomé, Barcelona, São Paulo do Potengi, São

Pedro, Ielmo Marinho, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Natal e tem extensão

total de 176 km perfazendo uma bacia hidrográfica com superfície de 3.180km².

O curso do Rio Potengi se divide em três seções distintas: O alto do Potengi, que vai das nascentes até as proximidades da cidade de Barcelona. O médio curso, entre a cidade de Barcelona até proximidades de São Gonçalo do Amarante. O baixo curso que compreende os 19 km restantes do curso fluvial, desses, os últimos 10 km estão sujeitos à entrada de maré. (UFRN, 2012)

E se olhado de uma forma mais abrangente este pode ser um importante

potencial para o ecoturismo, assim preservando além o importante patrimônio

natural do Rio Grande do Norte.

Como já falado anteriormente, a cidade está envolta por recursos naturais,

então além das paisagens supracitadas, o município ainda possui vários açudes e

serras. Ao longo do ano o município, apesar da crise existente no nosso país,

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procura promover vários eventos para o lazer e salvaguarda da cultura nordestina,

principalmente durante as festas juninas, onde possui uma quadrilha tradicional por

nome de “Junina Sertão” (figura 4) que percorre todo o estado concorrendo nos

eventos da categoria. Além da Festa das rosas5, Sexta-feira cultural6, Festa da

Padroeira7 e o Barcelona Junina.

Barcelona por se tratar de uma cidade pequena e não popularmente

conhecida ainda não se encontra em diretrizes e roteiros consolidados.

Figura 4. Quadrilha Tradicional Junina Sertão.

Fonte: Chaguinha, 2017.

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Antes de expor os resultados deste trabalho vale recapitular os objetivos

que levaram à pesquisa e levantar algumas considerações acerca da cidade e seu

modo de pensar o turismo sob diferentes olhares.

A comunidade e a gestão pública do município foram escolhidas por

serem agentes promissores do turismo, sendo a gestão pública, o planejador de

5 Festa Tradicional que acontece há 27 anos, organizada por empresários do município. 6 Festa que acontece na última sexta-feira de cada mês, tocando músicas que remetam a cultura

nordestina e com apresentações culturais. 7 Festa tradicional em culto a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, após o ritual católico na igreja,

acontece a festa em praça pública.

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todo mecanismo, fazendo a atividade acontecer por etapas e resultados satisfatórios

e a comunidade como sendo afetado por este mecanismo, por modificar e

mercantilizar o espaço.

Vale salientar que não houveram dificuldades quanto a fase de coleta de

dados, não havendo resistência por parte de nenhum dos atores em questão, assim

facilitando a obtenção do resultado esperado desta pesquisa.

Para obtenção dos resultados foram utilizados dois métodos de coleta de

dados: o questionário e a entrevista semiaberta. O método de aplicação de

questionários foi dado por conveniência e através de duas formas: online e físico,

assim, sendo aplicados com a população residente da cidade com faixa etária igual

ou superior a dezesseis anos, ressalto que seria necessária uma amostra mais

significativa da população. Já as entrevistas foram aplicadas com a gestão pública e

privada, sendo estes: o secretário de turismo do município, o vice-prefeito, outrora

vereador e incentivador do turismo na localidade e um empresário hoteleiro local.

Esses métodos foram escolhidos por serem de fácil aplicação e entendimento dos

envolvidos e ideais para alcançar o objetivo esperado.

Se esperou com esses métodos de coleta de dados, conseguir

caracterizar a atual situação da atividade turística no município, bem como

conjecturar o modo de priorização da atividade turística e ações no tocante ao

desenvolvimento da atividade em questão e consequentemente analisar a

participação da comunidade receptora no processo de fomento ao turismo e a

relação deste com a gestão pública. Para tanto foram utilizadas as discussões dos

autores anteriormente citados, tendo como finalidade mostrar como o turismo se

desenvolve e assim comparar e/ou somar aos resultados da pesquisa de campo.

Partindo para os resultados da pesquisa de campo, começaremos

explicando como atingimos os resultados almejados.

Através das discussões propostas no referencial teórico, podemos

analisar os diversos modos de se pensar o planejamento do turismo, possuindo

várias etapas, visões, políticas, como também algumas variações, podendo incluir a

população residente nesse modo de desenvolver o turismo em dadas localidades.

Percebe-se ainda que o caminho percorrido para que o turismo acontecesse da

maneira em que vemos atualmente, foi longo, mas faz analisar que apesar disso

ainda falta muito para que possamos consolidá-lo em alguns locais, talvez por falhas

ou desinteresses dos gestores responsáveis pela atividade.

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A segunda seção mostra a riqueza que a cidade possui, mas o que

podemos concluir é que a cidade é relativamente nova, possuindo 60 anos de

emancipação política, como também pequena em âmbito populacional. Sendo assim

podemos concluir que ainda há muito o que ser feito e desenvolvido no município.

Essa pesquisa foi dada através de questionários aplicados (encontrados

nos apêndices desse trabalho) com pessoas que residem na cidade de Barcelona,

com o propósito de mostrar como estes residentes percebem o advento do turismo

no local. Sendo assim, foram aplicados 58 questionários, com indivíduos de 16 à 70

anos de idade.

Na primeira pergunta, foram analisados os gêneros dos participantes,

assim concluímos que: 47% dos entrevistados foram do sexo masculino e 53%

feminino (como mostra o gráfico a seguir).

Gráfico 1 “Gênero das pessoas entrevistadas”

Fonte: Elaborado pelo autor

Consequentemente foram perguntadas a essas pessoas sua faixa etária

(como mostra o gráfico 2), concluindo que em uma amostra de 58 pessoas, foram

entrevistadas: 9 pessoas com faixa etária entre 16-20 anos; 19 entre pessoas com

21-25 anos; 13 entre 26-30 anos; 4 entre 31-35 anos; 5 entre 30-40 anos; 2 entre

41-45 anos; 3 entre 46-50 anos; 1 entre 51-55 anos; 1 entre 56-60; 0 entre 61-65

anos e 1 entre 66-70 anos de idade.

53%

47%

Gênero

Feminino

Masculino

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Gráfico 2 “Faixa etária dos entrevistados”

Fonte: Elaborado pelo autor

Em seguida, perguntou-se também o nível de escolaridade dessas

pessoas (apresentado no gráfico 3), 62% afirmam ter Ensino Médio Completo; 14%

afirmam ter cursos superiores completos; 2% curso tecnólogo; 7% possuem curso

técnico; 7% possuem apenas o Ensino Fundamental; 5% dessa amostra abstiveram-

se da pergunta e 3% estão cursando o Ensino Superior.

Gráfico 3 “Nível de escolaridade”

Fonte: Elaborado pelo autor

Faixa etária dos etrevistados

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

16-20 21-25 26-30 31-35 36-40 41-45

46-50 51-55 56-60 61-65 66-70

Ensino Médio Completo

62%

Superior completo

14%

Tecnólogo2%

Técnico7%

Cursando E. Superior

3%

Ensino Fundamental

7%

Absteve-se da resposta

5%

ESCOLARIDADE

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A quarta pergunta do questionário aplicado serviu para saber se os

residentes tinham sido consultados em relação à intenção de desenvolvimento do

turismo por parte dos gestores públicos da cidade. Sendo assim, 28% dos

entrevistados disseram que sim, foram consultados em relação a isso; 60% disseram

que não, subtendendo que pelo menos ouviram falar sobre o assunto e 12%

afirmaram que não tomaram conhecimento sobre o assunto. As respostas revelam o

desconhecimento da população sobre as ações para o desenvolvimento do turismo.

Já a porcentagem de pessoas que disseram sim impressiona, por isso houve-se o

questionamento sobre quem eram as pessoas consultadas pelos gestores. Esse

questionamento será explicado durante a exposição dos resultados da entrevista.

Gráfico 4 “Foi consultado em relação ao processo de desenvolvimento do turismo

em Barcelona?”

Fonte: Elaborado pelo autor

A pergunta seguinte foi: O que você acha sobre levar o turismo para esse

município? Isso seria um ponto positivo ou negativo para a cidade? As respostas

foram diversas, umas com mais ênfases que outras. Sobre as respostas, as que

mais se destacaram foi que seria relevante para desenvolver a cidade; divulgar o

município através de suas belezas naturais; afetar direta e indiretamente os

munícipes; seria modelo para a região onde está inserida e principalmente aumentar

a economia da cidade. Pode-se com essa pergunta perceber ainda o baixo grau de

conhecimento que a pessoas tem em relação a atividade turística, pois apesar de

28%

60%

12%Sim

Não

Não tomou conhecimento doassunto

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aparecer respostas como as anteriormente citadas, muitas pessoas não

conseguiram desenvolver respostas quanto a essa primeira pergunta (como mostra

o gráfico 5), mas todas concordaram que essa atividade seria um ponto positivo.

Isso nos leva a pensar que o estudo do turismo poderia ser mais disseminado.

A partir da pergunta 5, levou-se o interesse de saber em que o turismo

beneficiaria o município, sendo esta a questão 5.1, tendo como respostas: a

economia, geração de novos empregos, a divulgação da cidade, cultura,

infraestrutura do local, comércio, crescimento religioso e capitação de recursos

federais.

Gráfico 5 “O que você acha sobre levar o turismo para esse município? Isso seria

um ponto positivo ou negativo para a cidade?”

Fonte: Elaborado pelo autor

A seguinte pergunta do questionário foi para verificar se os residentes

achavam que o turismo beneficiaria a economia do município diretamente e todos os

58 entrevistados disseram que sim (como mostra o gráfico 6).

38%

62%

Não conseguiramdesenvolver a resposta

Conseguiram desenvolver aresposta

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Gráfico 6 “Achas que o turismo beneficiaria o desenvolvimento econômico do

município de Barcelona?”

Fonte: Elaborado pelo autor.

A última questão foi: Entre os locais que existem em Barcelona, qual ou

quais você acha interessante ser visitado por turistas? As respostas foram

diversificadas, como maior porcentagem aparece a pedra da fé, que consta em 54

dos 58 questionários aplicados, em seguida a serra da arara foi citado por 19

pessoas, o rio Potengi aparece em 8 desses questionários, em seguida o cajueiro

sendo citado 7 vezes, a Igreja Matriz do município, sendo 6 vezes e a gruta de

Nossa Senhora Aparecida 4 vezes, as demais localidades aparecem poucas vezes e

constam como outros no gráfico abaixo.

100%

0%

Sim Não

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0 10 20 30 40 50 60

Pedra da fé

Serra da arara

Rio Potengi

Outros

Barragem de Hugo

Cajueiro

Gruta N. S. Aparecida

Igreja Matriz

Atrativos

Gráfico 7 “Atrativos que deveriam ser visitados na visão dos residentes”

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisados os resultados pôde-se concluir que os residentes do município

de Barcelona/RN, estão totalmente disponíveis e entusiasmados com a chegada

dessa atividade na cidade, por gerar principalmente novos empregos e por poder

movimentar a cidade que é pequena, embora os resultados revelem o não

conhecimento em relação a intenção de desenvolvimento por parte dos gestores.

Relacionando a teoria à prática, este entusiasmo da população seria um

ponta pé inicial para o desenvolvimento local endógeno, pois estas pessoas

engajadas no desenvolvimento oferecem mão-de-obra local e recursos como

desenvolvimento de artesanato e comidas, assim não precisando buscar em âmbitos

externos.

Como falado anteriormente na primeira seção deste trabalho, a

participação é a união de esforços vindas de lugares diferentes, então é muito

relevante para o planejamento do turismo no município de Barcelona que essa

população participe do processo de tomada de decisões sobre o turismo,

fortalecendo o crescimento social e aproximando a população e a gestão.

Percebeu-se com esse método de coleta de dados qual o principal

atrativo desta cidade, concluímos ainda que não há nenhuma resistência enquanto o

advento do turismo, os residentes não acham que essa atividade seja um ponto

negativo para a cidade, estes gostam e se orgulharem desses atrativos, querendo

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que mais pessoas os conheçam, ainda que grande parte desta população não tenha

sido consultada enquanto a intenção de fomentar a atividade no município.

Se identificado ações de desenvolvimento do turismo, estes cidadãos

estarão empenhados em ajudar a fomentá-lo, pois também serão beneficiados direta

ou indiretamente pela atividade.

Já identificada e conhecida a perspectiva da população barcelonense,

partiremos para análise dos discursos dos gestores, buscando entender suas visões

e ações sobre o turismo.

As entrevistas foram feitas com três gestores do município, sendo eles,

dois gestores públicos (secretário de turismo e vice-prefeito) e um privado (Dono da

pousada Brisa Potengi).

A primeira entrevista realizada no dia 20 de junho, deu-se com o gestor

de uma empresa privada, foram feitas seis perguntas, caracterizadas a seguir:

Quadro 4 “Entrevista com o empresário da pousada Brisa Potengi”

1 Como desenvolveu-se o interesse

de construir a pousada?

“Vi que a cidade estava crescendo e

muitos vendedores e turistas, não

tinham onde ficar, e se locomovia para

outras cidades”.

2

Você percebe o fluxo de pessoas

vindas de quais lugares e quais

as motivações delas?

“Sim. Natal, Santa Cruz, São Tomé e

outras. Vendas em gerais, turismo e

festas tradicionais”.

3

Você acha que com a chegada do

turismo, o mercado cresceria?

“Sim, com isso gera renda pra pousada

e muito movimento pra cidade”

4

Você já foi chamado pela gestão

para participar de reuniões sobre

o desenvolvimento da atividade

“Até o momento não, já dei palestra de

empreendedorismo em sala de aula.

Acho importante sim, pois o empresário

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turística? Se não, você acha que

a participação da comunidade e

empresários é importante para o

desenvolvimento do turismo?

tem a visão de investimento em algo e

a comunidade tem que participar”.

5

Tem interesse em cadastrar sua

empresa no Cadastur?

A priori o empresário não sabia o que

isso significava, mas dada a explicação

o mesmo disse que tem interesse.

Tiramos a conclusão disto que ainda há

muito o que os gestores públicos

analisar e procurar conhecer para

repassar as informações necessárias

para o trade turístico.

6

Existe plano de marketing

estabelecido na sua empresa?

Como você divulga a sua

empresa?

“Existe, com as redes sociais e boca a

boca, e os próprios hóspedes gostam

do ambiente e indica para outras

pessoas. ”

Fonte: Elaborado pela autora

Na entrevista acima podemos perceber que é verificado fluxo turístico

mesmo que incipiente na localidade, por pessoas de diversos lugares que chegam

ao município por distintas motivações. É notório que o turismo na visão do gestor

entrevistado é de total importância não apenas numa visão de desenvolvimento da

cidade, mas também do seu empreendimento, pois com sua inserção os turistas

podem manter estada no local visitado, isso pode influenciar no aumento de sua

empresa, propondo até outras formas de entretenimento.

O turismo faz parte de um sistema que engloba superestrutura e

infraestrutura, com isso para que esse aumento da empresa ocorra, várias coisas

precisam ser mudadas e aperfeiçoadas, por quanto o turismo não se efetiva apenas

pelo atrativo ou mercado. Sendo assim, o poder público e privado deve estar em

sinergia para que se possa atingir o objetivo esperado enquanto visão de

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investimento e desenvolvimento social, pois por mais que o empresário tenha essa

vontade de investir, pela falta de ação governamental essa intenção não se efetiva.

Foi detectado ainda uma falta de conhecimento do mercado turístico

uma vez que não se sabe o que é CADASTUR, uma ferramenta utilizada para reunir

todos aqueles que estejam legalmente inseridos no ramo turístico. Um conhecimento

inicial para aplicar as outras ferramentas que colaboram para o crescimento

profissional da empresa, como a classificação de meios de hospedagem.

O gestor afirma que possui plano de marketing boca- boca e através das

redes sociais. O marketing é uma boa ferramenta de divulgação para a empresa e

as redes sociais é uma forma bastante eficiente para essa função, por isso é

relevante que seja utilizada, bem como outras diversas formas de divulgação,

dependendo do seu público alvo. Quanto mais formas de divulgação forem

utilizadas, mais chances de atingir públicos diferentes terá.

Para colaboração dessa pesquisa, a segunda entrevista foi dada no dia

21 de junho com um gestor participante do poder executivo municipal, as perguntas

feitas foram as seguintes:

Quadro 5 “Entrevista com o secretário de turismo do município”

1

Por que decidiu desenvolver o

turismo no município e qual o

principal interesse?

“Para que a cidade se torne conhecida e

que nosso patrimônio ambiental, cultura

e história seja explorada podendo gerar

divulgação e uma movimentação na

economia do município. ”

2

O município barcelonense está

inserido no mapa turístico do

RN? Se não, como pretende

inseri-lo?

“Não, mas com a ajuda da secretaria do

estado, ser posto como um destino

religioso entre tantos do Rio Grande do

Norte”.

3

O município dispõe de leis que

abarquem o turismo?

“Sim, a população tem total acesso a

elas pelo site do município, onde consta

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o desenvolvimento do turismo através de

nossas potencialidades, procurando

também parcerias que nos ajudem a

desenvolve-las”.

4

Existe um conselho de turismo

estabelecido para desenvolver a

atividade?

“Ainda não, conforme a chegada de

turistas e quando o fluxo se tornar mais

frequente, poderemos pensar no

assunto”.

5

Como se constitui a secretaria

de turismo do município?

“A secretaria está composta apenas do

secretário de turismo, pois ainda é

embrionária”.

6

Quais os principais projetos

para fomentação do turismo?

“Colocar a pedra da fé, nosso principal

atrativo mais visível, entrando no roteiro

religioso do estado”.8

7

Existem atividades turísticas em

execução? Se não como

pretendem desenvolvê-la?

“Algumas agências já juntam grupos

para a prática de rapel, e para fazer

trilhas, mas ainda não há pessoas

especializadas na cidade para conduzir

os grupos. Pretendemos desenvolver a

atividade através da divulgação, redes

sociais e como já ocorrido e como já

falei, participando do roteiro religioso”.

8

Acha importante a participação

da população no tangente ao

“Sim, com a ajuda de instituições como o

SEBRAE, capacitar a população para

8 A pedra da fé é um atrativo que pode ser explorado em mais de um segmento, porém é

importante que a gestão se atenha a pensar o turismo nesse local de modo sustentável, por se tratar

de um atrativo natural.

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turismo? Se sim, como inserir a

população na atividade?

trabalhar na área e também desenvolver

mais negócios na cidade”.

9

Existe algum planejamento de

marketing estabelecido? Quais

serão os meios de divulgação

do destino turístico?

“Não existe. A princípio a intenção é que

se divulgue através de mídias sociais. ”

Fonte: Elaborado pela autora

O turismo está sendo cada vez mais selecionado como alternativa

econômica das cidades, principalmente as que possuem poucos tipos, procurando

gerar ainda mais renda a localidade. Percebe-se que em Barcelona não é diferente.

Porém observa-se que poucas são as ações feitas para que essa alternativa se

torne parte integrante da economia, o discurso não se torna prática.

A pessoa entrevistada discorre sobre tornar a cidade conhecida, porém

não existem planos de marketing ativos para que isso ocorra, não há como a cidade

se tornar conhecida sem saber como divulgá-la. As ideias e projetos ficam apenas

no papel, pelo fato da gestão pública municipal estar dependente do conhecimento

da secretaria do estado e ter apenas o secretário encarregado de planejar o turismo

na cidade.

Conclui-se ainda que há uma concordância entre os entrevistados até

aqui citados, quando se fala que há fluxo turístico no local. Porém mais uma vez

percebe-se que não é uma ação da gestão e sim de empresas externas que se

utilizam do lugar.

Podemos falar ainda que não há sincronia entre gestão pública e privada,

por quanto não existe diálogo entre ambos, não existindo um conselho municipal de

turismo, isso reflete na dificuldade de desenvolver a atividade. Essa dificuldade

compromete a inserção da cidade no mapa turístico, pois só há como inseri-lo se a

atividade se desenvolver com estrutura adequada para acolher o turista.

A terceira entrevista foi feita com outro participante do poder executivo

municipal no dia 25 de junho, para este foram feitas perguntas semelhantes às da

entrevista anteriormente exposta, apresentadas a seguir:

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Quadro 6 “Entrevista com o vice-prefeito da cidade”

1

Por que decidiu desenvolver o

turismo no município e qual o

principal interesse?

“O principal interesse é que temos

potencial por Deus ter esculpido a

palavra Fé em uma pedra. O turismo irá

gerar empregos, e com isso a nossa

economia daria mais dignidade a nossos

conterrâneos”.

2

Barcelona está inserida no mapa

turístico do RN? Se não, como

pretende inseri-lo?

“O município está inserido sim, fomos ao

governo do Estado, em audiência com o

secretário Rui Gaspar e mostramos o

nosso potencial. Mas infelizmente não

estamos ainda com infraestrutura que é

necessário para se receber os turistas”.

3

O município possui leis

municipais para o turismo?

“Existe Lei que criou a secretaria de

turismo, e dando suas prerrogativas”.

4

Há um conselho de turismo para

desenvolver a atividade?

“Quanto ao conselho não tenho

conhecimento”.

5

Houve consulta da população

em relação a intenção de

desenvolver o turismo?

“Existiu algumas consultas e sempre se

voltou a população do município para o

desenvolvimento do turismo. ”

6

Quais os principais projetos

para fomentação do turismo?

“Projetos não existem e o que temos é

uma busca para que possamos dar o

primeiro passo, uma válvula de escape

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para nossa economia”.

7

Existem atividades turísticas em

execução? Se não, como

pretendem desenvolvê-la?

“Não existe nenhuma atividade. Ao meu

ver o desenvolvimento ocorrerá quando

houver interesses dos órgãos

diretamente credenciados”.

8

Acha importante a participação

da população no turismo? Se

sim, como pretendem inseri-

los?

“Sem a participação da popular, não

dará certo. Se inserir com capacitações

preparando para o recebimento do

turismo em nosso município. O

incentivo, investimento para os

munícipes possam iniciar o seu

comércio e ter sua dignidade. ”

9

Existe plano de marketing

estabelecido? Como vai ser a

divulgação do destino turístico?

“Não existe plano de marketing. A

divulgação seria através de empresas

credenciadas e governo do Estado, blog

e jornais”.

Fonte: Elaborado pela autora

Na resposta 2 observamos o que foi apresentado sobre planejamento

turístico na introdução deste trabalho, que a atividade turística não se dá apenas

pela vontade de desenvolvê-la, é preciso avaliar inúmeras formas de planejamento,

por isso a dificuldade em executá-lo, pois o turismo não é feito apenas de atrativos,

existe uma gama de outros fatores que fazem essa atividade acontecer, inclusive a

infraestrutura do local, é preciso haverem opções de hospedagem, lazer e

restauração, bem como uma boa infraestrutura básica, como: acessos de boa

qualidade ao destino, saneamento básico. Não havendo isso, os visitantes não

pernoitarão na cidade, gerando mínima renda à localidade, e possivelmente não

atraindo nem a quantidade de turistas esperados.

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Diferentemente do que informa o gestor, o município não aparece

formalmente inserido em nenhum dos polos turísticos do estado e,

consequentemente, não faz parte do mapa turístico estadual, sendo assim e

relacionando com o que foi falado sobre a infraestrutura, o município não aparece

nessas pesquisas porque ainda não está preparado para receber o turismo. Sendo

assim, não adiantaria uma divulgação onde mostrasse a falta de profissionalismo do

turismo potiguar.

Na questão 5 perguntei ainda quem eram essas pessoas, quais âmbitos

elas pertenciam.

O entrevistado respondeu que na ocasião em que foram reivindicar a

entrada do município no roteiro levaram representantes da sociedade e da igreja

católica.

Discutiremos agora a relação e o que podemos concluir com os dados

coletados nessa pesquisa, objetivando alcançar nosso objetivo geral.

Este trabalho pretende de maneira geral analisar as perspectivas de atores

diferentes em relação ao desenvolvimento do turismo. Sendo assim, pudemos

analisar a visão de três atores da sociedade: a esfera pública, privada e residentes.

Através desses dados pode-se perceber que apesar do interesse da

população em participar do desenvolvimento do turismo, a gestão pública não tem

quase nenhum meio articulado de desenvolver o turismo, atrelado a isso a gestão

privada não tem conhecimento sobre o âmbito turístico, como observado que o

entrevistado não sabia o que era o CADASTUR (Cadastro dos Prestadores de

Serviços Turísticos). Mais um ponto observado é que a gestão ainda está muito

dependente das ações do governo do Estado e com isso não conseguir prosseguir.

Vemos entre os entrevistados 2 e 3 algumas opiniões dissonantes, como nos

projetos de desenvolvimento do turismo, e nas atividades turísticas em execução.

Com tudo isso, é perceptível que ainda falta muito para que o turismo faça parte da

economia do município.

Ainda através desses dados podemos caracterizar ação do turismo como

sendo incipiente, visto que as pessoas entrevistadas observam atrativos a serem

explorados, pouca movimentação turística, mas tem o interesse de em conjunto,

desenvolver a atividade, mesmo que aos poucos. Podemos avaliar a atuação dos

gestores como sendo interessada, mas pouco atuante em procurar mudar a situação

que os impedem de fomentar a atividade, prejudicando os empreendimentos de

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crescerem seu público. Verifica-se também pouco conhecimento sobre a área,

buscando assim um conhecimento externo. Tendo em vista isso, e o que foi exposto,

podemos perceber uma participação mínima da população, não pelo fato da gestão

não estar empenhada nisso, mas porque o turismo é praticamente inexistente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho está relacionado ao desenvolvimento da atividade turística,

atrelado ao planejamento, teve o intuito de verificar o desenvolvimento do turismo

sob a ótica da comunidade e dos gestores do município de Barcelona/RN. Este

trabalho foi elaborado por perceber um turismo emergente na cidade, e por querer

saber percepção das pessoas em relação ao turismo na dada localidade. Este tema

também surgiu para que houvessem estudos científicos sobre a atividade nesse

município, e trazer também uma nova proposta de estudo, mesmo em uma cidade

onde o turismo não é uma prioridade ou não faz parte da impulsão econômica.

O objetivo geral dessa pesquisa era analisar o município de Barcelona,

no Rio Grande do Norte, em sua intenção e perspectivas de desenvolver o turismo,

a partir de grupos de interesses distintos. Esse objetivo foi alcançado a partir dos

instrumentos de coleta de dados mostrando o interesse de ambas as partes

estudadas e a busca de desenvolver o turismo pela gestão, porém até então sem

sucesso por falta de infraestrutura para comportar a atividade.

A hipótese deste trabalho era que o turismo só pode ser uma alternativa

econômica para a cidade se houverem pessoas capacitadas, que entendam do

turismo para planejar, desenvolver e gerir a atividade no local, porque conseguem

ter um olhar mais amplo sobre a atividade, explorando várias alternativas. Através

da análise dos dados adquiridos podemos confirma-la, pois percebeu-se que a

atividade só não começou a ser desenvolvida na localidade porque existem outras

coisas que precisam melhorar para poder comportar o turismo, sendo que uma parte

do planejamento foi buscado, mas não pode ser executado, isso não impede que

uma pessoa não capacitada possa buscar conhecimento a respeito buscando

alternativas de mudança da situação, porém um profissional da área poderia

acelerar esse processo.

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Na caracterização da prática turística realizada no município bem como

suas perspectivas. Detectamos que o fluxo de turistas é bem pequeno, através das

falas do gestor público e do gestor privado, sendo percebidos pessoas que

pernoitam no local, por diversas motivações: trabalho, festas e para conhecer a

cidade. O segundo objetivo era avaliar a atuação dos gestores no processo de

planejamento do turismo, sendo alcançado a partir da detecção do interesse da

gestão em observar seu atrativo e ir em busca de uma avaliação que pudesse

nortear o caminho para desenvolver o turismo.

Avalio então a posição dos gestores positiva para pelo menos buscar

melhorias, para então depois conseguir fomentar a atividade. O terceiro objetivo era

analisar a participação da comunidade no processo de desenvolvimento do turismo.

Pude constatar que a população não tem uma participação ativa pela atividade ainda

não acontecer com frequência, mas percebe-se a vontade da gestão de inserir a

comunidade na atividade turística, como o interesse dos cidadãos em participar.

Para testar a hipótese, precisou-se de um problema de pesquisa,

indagou-se: será que o município de Barcelona poderia utilizar o turismo como uma

alternativa econômica? Sua infraestrutura comporta o turismo? Quais aspectos

dessa cidade podem ser passiveis de visitação turística? Quais diretrizes (esta

atividade) deve-se seguir? Analisamos que sim, porém depois que os percalços da

infraestrutura sejam ultrapassados, pois existem uma gama de atrativos a ser

explorado e com a análise dos residentes o principal lugar a ser visitado, seria a

pedra da fé. Precisa-se fazer um inventário para analisar toda a superestrutura do

local, para poder tomar decisões de como melhorar a infraestrutura e o que precisa

ser obtido para conseguir desenvolver a atividade.

A pesquisa teve como dificuldade o tema restrito, pois não existem

estudos identificados sobre Barcelona, assim restringindo também mais

caracterização do município. Recomenda-se que novos estudos sejam feitos sobre o

município, não apenas na área do turismo e podendo expandir ou complementar

esse tema, bem como também obter uma amostra de dados maior e buscando mais

perspectivas. Recomenda-se também que possam analisar quais ações a gestão

pretende tomar em relação aos percalços encontrados, que não foram contemplados

nessa pesquisa.

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REFERÊNCIAS

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FERNANDES, Ivan Pereira. Planejamento e organização do turismo: uma abordagem desenvolvimentista com responsabilidade social e ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda; FERREIRA, Marina Baird; ANJOS, Margarida dos. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curitiba: Positivo, 2009. GANDIN, Danilo. Soluções de planejamento para uma prática estratégica e participativa. Petrópolis: Vozes, 2013. GASTAL, Susana; MOESCH, Marutschka. Turismo, políticas públicas e cidadania. São Paulo: Aleph, 2007. (ABC do turismo). História do município de Barcelona. Disponível em: < http://barcelona.rn.gov.br/>. Acesso em: 14 set. 2017 LOHMANN, Gilherme; PANOSSO NETTO, Alexandre. Teoria do Turismo: Conceitos, Modelos e Sistemas. São Paulo: Aleph, 2008. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. NASCIMENTO, Renê Corrêa do. Reflexões sobre planejamento turístico regional no limite do Sistur. In: BENI, Mario Carlos. Turismo: planejamento estratégico e capacidade de gestão. Barueri, SP: Manole, 2012. Cap. 3. Perfil do município. Disponível em: <http://www.idema.rn.gov.br/>. Acesso em: 09 de dez. 2016. PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: futura, 1998. PRODANOV, Cleber Cristiano; FARIAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo, RS: Universidade Feevale, 2013.

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Programa de regionalização do Turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/4882-programa-de-regionalizacao-do-turismo.html>. Acesso em: 05 jun. 2018. Ranking de competitividade no turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/7673-brasil-avan%C3%A7a-no-ranking-de-competitividade-em-turismo-do-f%C3%B3rum-econ%C3%B4mico-mundial.html>. Acesso em: 02 jul 2018. Rio Potengi. Disponível em: <http://www.meioambiente.ufrn.br/?p=8133>. Acesso em: 22 jun. 2018. RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. RUSCHMANN, Doris; SOLHA, Karina Toledo (Org.). Planejamento Turístico. Barueri, SP: Manole, 2006. SCÓTOLO, Denise; PANOSSO NETTO, Alexandre. Contribuições do turismo para o desenvolvimento local. Cultur - Revista de Cultura e Turismo, Ilhéus (BA), v. 9, n. 1, p. 36-59, 2015. SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. SILVA, Rodrigo Cardoso da. Política de regionalização de turismo no interior potiguar: articulação, entraves e efetividade. Dissertação, Programa de Pós- Graduação em Turismo. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2015. SILVEIRA, Gerlaine Soares; ALVES, Carlos Henrique Silva; SOUZA, Edvânia Gisele de. O turismo como subsídio para o desenvolvimento de pequenas cidades do norte de Minas Gerais. Porto Alegre: Agb Associação dos Geográfos Brasieliros, 2010. 11 p. Disponível em: <www.agb.org.br>. Acesso em: 09 nov. 2016

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO RESIDENTES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este questionário tem como objetivo, analisar a visão dos munícipes de Barcelona/RN

em relação a intenção de desenvolvimento do turismo na localidade.

1. Sexo

( ) Feminino ( ) Masculino

2. Idade: _________.

3. Escolaridade: _________________________________.

4. Você foi consultado em relação ao processo de desenvolvimento do turismo em

Barcelona?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não tomou conhecimento sobre essa intenção dos gestores

5. O que você acha sobre levar o turismo para esse município? Isso seria um ponto

positivo ou negativo para a cidade?

________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________.

5.1. Em que o turismo beneficiaria o município:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________.

6. Você acha que o turismo beneficiaria o desenvolvimento econômico do município de

Barcelona?

( ) Sim ( ) Não

7. Entre os locais que existem em Barcelona, qual ou quais você acha interessante ser

visitado por turistas?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CURRAIS NOVOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE TURISMO

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APÊNDICE B – GESTORES

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- ENTREVISTA

Data: _____________________

Nome do entrevistado: ________________________________________________

Cargo: _____________________________________________________________

1. Como surgiu o interesse de construir a pousada?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2. Você percebe um fluxo de pessoas de quais cidades e quais as motivações de

viagem até Barcelona?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. Você acha que com a chegada do turismo, aumentaria o número de hóspedes e

assim poderia aumentar sua empresa?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4. Você já foi chamado pela gestão para participar de reuniões sobre o

desenvolvimento da atividade turística no local? Se não, você acha que a

participação da comunidade e empresários do local é importante para o

desenvolvimento do turismo no município?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CURRAIS NOVOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE TURISMO

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5. Tem interesse em se credenciar no Cadastur?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

6. Existe plano de marketing estabelecido na sua empresa? Como você divulga a sua

empresa?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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APÊNDICE C – GESTORES

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- ENTREVISTA

Data: _____________________

Nome do entrevistado: ________________________________________________

Cargo: _____________________________________________________________

1. Porque a decisão de desenvolver o turismo no município? Qual o principal

interesse?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2. Barcelona está inserida no mapa turístico do RN? Se não, como pretende inseri-

lo?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. O município possui leis municipais para o turismo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4. Há um conselho de turismo estabelecido para desenvolver a atividade?

_____________________________________________________________________

5. Qual o organograma da secretaria de turismo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CURRAIS NOVOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE TURISMO

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6. Quais os principais projetos para fomentação do turismo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

7. Existem atividades turísticas em execução? Se não como pretendem desenvolvê-

la?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

8. Acha importante a participação da população no tangente ao turismo? Se sim,

como pretendem inserir a população na atividade?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

9. Existe plano de marketing estabelecido? Como vai ser a divulgação do destino

turístico?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

APÊNDICE D – GESTORES

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CURRAIS NOVOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE TURISMO

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INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- ENTREVISTA

Data: _____________________

Nome do entrevistado: ________________________________________________

Cargo: _____________________________________________________________

1. Porque a decisão de desenvolver o turismo no município? Qual o principal

interesse?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2. Barcelona está inserida no mapa turístico do RN? Se não, como pretende inseri-

lo?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. O município possui leis municipais para o turismo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4. Há um conselho de turismo estabelecido para desenvolver a atividade?

_____________________________________________________________________

5. Houve consulta da população em relação a essa intenção de desenvolver o

turismo?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

6. Quais os principais projetos para fomentação do turismo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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7. Existem atividades turísticas em execução? Se não como pretendem desenvolvê-

la?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

8. Acha importante a participação da população no tangente ao turismo? Se sim,

como pretendem inserir a população na atividade?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

9. Existe plano de marketing estabelecido? Como vai ser a divulgação do destino

turístico?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________