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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 ANÁLISE DO TRANSPORTE DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO NUM PEQUENO CURSO D’ÁGUA NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIACHO GAMELEIRA, PE Fernanda Maria de Lima Paiva 1 ; Suzana M. Gico de Lima Montenegro 1 ; Ignácio H. Salcedo 2 ; Paulo Frassinete de Araújo Filho 3 ; Vajapeyam S. Srinivasan 3 ; Severino Lopes da Silva Filho 1 ; José Roberto Gonçalves de Azevedo 1 ; Richarde Marques da Silva 4 ; & Leonardo Pereira e Silva 5 Resumo A região Nordeste do Brasil apresenta uma carência dos estudos hidrossedimentológicos, principalmente no campo. Neste contexto, este estudo teve como objetivo principal mensurar a produção de sedimentos em suspensão em uma microbacia da Bacia Experimental do Riacho Gameleira – BERG, localizada no Agreste do Estado de Pernambuco. Para tanto foi construída uma seção hidrossedimentométrica com um linígrafo e um amostrador tipo ascendente para medição da quantidade de sedimentos em suspensão. Foram utilizados 12 eventos que produziram escoamento superficial e sedimentos em suspensão ocorridos no período de 03 de abril de 2010 a 15 de setembro 2010 para inferir uma relação exponencial entre a concentração de sedimentos em suspensão e vazão líquida. Com base nesta relação, a descarga sólida em suspensão foi calculada para os eventos registrados entre 04 de junho de 2010 e 05 de maio de 2011 para estimar a produção anual dos sedimentos. Os resultados obtidos permitem avaliar que a produção de sedimentos em suspensão na BERG foi de 0,003 ton/dia. Abstract – In the northeast of Brazil field studies of runoff and erosion are relatively scarce. The present study was carried out with the objective of estimating the amount of sediments carried in suspension by a small creek in the Gameleira Experimental Basin, located in the semiarid area of Pernambuco. A measurement section was built and installed where in, the runoff and the suspended sediment load could be measured. The section had a linigraph to monitor the water levels and sediment samplers that collected the mixture during the rising phase of the flow. In the period between April 3rd, 2010 and September 15th, 2010, 12 events that produced runoff and sediments in suspension were utilized to fit an exponential curve between the mean concentration of sediments and the flow discharge. This relation was utilized to estimate the annual production of sediments in suspension for the events registered between June 4th, 2010 and May 5th, 2011. The results show an annual production of sediments in suspension of about 0.003 ton/day. Palavras-Chave – Sedimentos em suspensão, erosão, vazão, bacia experimental. 1 Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Engenharia Civil, email: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] 2 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Agrárias, email: [email protected] 3 Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Núcleo de Tecnologia, email: [email protected], [email protected] 4 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Geociências, email: [email protected] 5 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, email: [email protected]

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

1

ANÁLISE DO TRANSPORTE DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO NUM PEQUENO

CURSO D’ÁGUA NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIACHO GAMELE IRA, PE

Fernanda Maria de Lima Paiva1; Suzana M. Gico de Lima Montenegro1; Ignácio H. Salcedo2;

Paulo Frassinete de Araújo Filho3; Vajapeyam S. Srinivasan3; Severino Lopes da Silva Filho1; José

Roberto Gonçalves de Azevedo1; Richarde Marques da Silva4; & Leonardo Pereira e Silva5

Resumo – A região Nordeste do Brasil apresenta uma carência dos estudos hidrossedimentológicos, principalmente no campo. Neste contexto, este estudo teve como objetivo principal mensurar a produção de sedimentos em suspensão em uma microbacia da Bacia Experimental do Riacho Gameleira – BERG, localizada no Agreste do Estado de Pernambuco. Para tanto foi construída uma seção hidrossedimentométrica com um linígrafo e um amostrador tipo ascendente para medição da quantidade de sedimentos em suspensão. Foram utilizados 12 eventos que produziram escoamento superficial e sedimentos em suspensão ocorridos no período de 03 de abril de 2010 a 15 de setembro 2010 para inferir uma relação exponencial entre a concentração de sedimentos em suspensão e vazão líquida. Com base nesta relação, a descarga sólida em suspensão foi calculada para os eventos registrados entre 04 de junho de 2010 e 05 de maio de 2011 para estimar a produção anual dos sedimentos. Os resultados obtidos permitem avaliar que a produção de sedimentos em suspensão na BERG foi de 0,003 ton/dia. Abstract – In the northeast of Brazil field studies of runoff and erosion are relatively scarce. The present study was carried out with the objective of estimating the amount of sediments carried in suspension by a small creek in the Gameleira Experimental Basin, located in the semiarid area of Pernambuco. A measurement section was built and installed where in, the runoff and the suspended sediment load could be measured. The section had a linigraph to monitor the water levels and sediment samplers that collected the mixture during the rising phase of the flow. In the period between April 3rd, 2010 and September 15th, 2010, 12 events that produced runoff and sediments in suspension were utilized to fit an exponential curve between the mean concentration of sediments and the flow discharge. This relation was utilized to estimate the annual production of sediments in suspension for the events registered between June 4th, 2010 and May 5th, 2011. The results show an annual production of sediments in suspension of about 0.003 ton/day.

Palavras-Chave – Sedimentos em suspensão, erosão, vazão, bacia experimental.

1 Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Engenharia Civil,

email: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] 2 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Agrárias, email: [email protected] 3 Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Núcleo de Tecnologia, email: [email protected],

[email protected] 4 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Geociências, email: [email protected] 5 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, email: [email protected]

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

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INTRODUÇÃO

A erosão do solo e a produção de sedimentos são objetos de preocupação crescente nas

últimas décadas nas diversas situações relacionadas com a gestão do uso do solo e da água. O solo é

um recurso natural praticamente não renovável, portanto, é de extrema importância quantificar sua

perda, sobretudo, em bacias hidrográficas onde o uso e ocupação do solo são intensos, sejam por

atividades agrícolas quanto pecuárias. Uma das maneiras de se estudar os impactos causados pela

erosão dos solos e sua influência em áreas rurais ou urbanas é através da coleta sistemática de dados

hidrossedimentológicos em bacias experimentais, sendo de grande valia (Restrepo et al., 2006;

Machado et al., 2003).

Os dados observados de vazão e descargas sólidas obtidas nas bacias experimentais podem

ser utilizados na calibração dos parâmetros de modelos hidrossedimentológicos, e esses modelos

podem ser utilizados em outras bacias semelhantes, não-instrumentadas, da região, com

características hidrológicas semelhantes para obter as primeiras estimativas da geração do

escoamento superficial e a produção de sedimentos pela erosão. Atualmente, modelos

hidrossedimentológicos são largamente empregados para o planejamento conservacionista e no

controle da erosão dos solos e de seus impactos. Existem vários tipos de modelos, com diferenças

importantes na sua formulação e estruturação. Portanto, a escolha de um modelo depende da

qualidade dos dados disponíveis, de uma calibração satisfatória e de sua validação (Srinivasan e

Paiva, 2009).

Uma das maneiras de se avaliar as influências do tipo de solo e da cobertura vegetal sobre

produção de sedimentos é a partir do emprego de metodologias voltadas para a medição do

transporte de sedimentos em suspensão em bacias hidrográficas (Paranhos e Paiva, 2008; Scapin et

al., 2007). A utilização de equipamentos amostradores para medições de descargas sólidas em

suspensão em rios perenes são valiosas ferramentas para obtenção de concentração média de

sedimentos. Existem diversos tipos de equipamentos para medição de sedimentos transportados em

rios. Melo et al. (2009), por exemplo, avaliaram o uso do amostrador DH-59 para coletar dados de

sedimentos em suspensão em uma típica bacia do semiárido nordestino. Paranhos e Paiva (2008)

utilizaram um amostrador de sedimentos de nível ascendente e descendente em uma pequena bacia

rural no Rio Grande do Sul, para se obter o sedigrama de um evento.

Estudos sobre transporte de sedimentos em rios perenes ou em regiões de clima úmido estão

relativamente bem documentados (e.g.Achite e Ouillon, 2007), entretanto, existem poucos estudos

sobre a produção de sedimentos em bacias hidrográficas na região Nordeste e na região Agreste do

Estado de Pernambuco. Devido a essa carência de informações, este trabalho objetiva quantificar a

produção de sedimentos em suspensão durante o período chuvoso em uma microbacia rural, com

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curso d’água perene e localizada no Agreste pernambucano,através de dados coletados em uma

seção hidrosedimentológica implementada para esse fim.

MATERIAIS E MÉTODOS

Bacia Experimental do Riacho Gameleira

O estudo foi realizado em uma microbacia da Bacia Experimental do Riacho Gameleira –

BERG, localizada no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, entre as coordenadas 8º

06’ e 8º 10’ de latitude sul e 35º 29’ e 35º 33’de longitude oeste (Figura 1).

70º 60º 50º 40º

70º

60º 50º

20º

30º 30º

10º

40º

20º

10º

BRASILPARAÍBA

ALAGOASBAHIA

CEARÁ-39°00'

-8°0

0'

-35°

00'

-10°00'

35º10'

-8º06'

35º48'

-8º20'

35º29'

-8º06'

35º33'

-8º10'

S

N

EW

010 10 20 km

ESCALA GRÁFICA

01,5 1,5 3 km

ESCALA GRÁFICA

RIACHO GAMELEIRA BACIA TAPACURÁ

Figura 1 − Localização da bacia hidrográfica da Bacia Experimental do Rio Gameleira.

A BERG é uma sub-bacia da Bacia do Rio Tapacurá, uma das bacias responsáveis pelo

abastecimento hídrico da Região Metropolitana do Recife. A BERG possui uma área de drenagem

de aproximadamente 16,31 km², e está inserida em uma área de transição entre a zona da mata e o

agreste. A ocupação do solo é constituída predominantemente por plantações de cana-de-açúcar e

hortaliças irrigadas, além de áreas de pastagens para criação bovina e de búfalos.

O relevo da BERG é representado por morros de declividade elevada, tendo seu ponto mais

alto situado na cota de 430 m e o ponto mais baixo na cota de 140 m. Os solos da microbacia são

predominantemente Argissolos (Figura 2), os quais possuem ótima condição de drenagem, estrutura

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desenvolvida em blocos e granulometria com elevada proporção de argila, porcentagem de silte

superior 20% e com elevada taxa de infiltração (Furtunato et al., 2007).

O clima na bacia segundo a classificação de Köppen é do tipo AS’ (quente e úmido com

chuvas de outono a inverno). O período não-chuvoso é de setembro a março, e a estação chuvosa é

de abril a agosto. A Figura 3 apresenta a distribuição temporal da precipitação mensal total de 2004

a 2009, obtida a partir dos dados do posto pluviométrico localizado próximo à seção

hidrossedimentométrica. A precipitação anual é muito irregular, variando entre 600 e 1.500

mm/ano. Precipitação média anual é de 1.210 mm/ano, com um coeficiente de variação de 31%

(Silva et al., 2010a).

Figura 2 − Mapa dos tipos de solo da BERG e área de contribuição da microbacia.

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2004 - 2009

Figura 3 − Precipitação média mensal no período de 2004 a 2009 na microbacia.

Dispositivo para Medição de Sedimentos em Suspensão

Para mensurar os sedimentos em suspensão na seção hidrossedimentométrica foi instalado

um dispositivo e adaptado para as condições do riacho, devido ao fato do tempo de resposta da área

de drenagem ser muito pequeno. Para analisar o desempenho do amostrador de sedimentos em

suspensão, foram realizadas campanhas de medições dos sedimentos transportados em eventos

chuvosos na bacia. O dispositivo de medição de sedimentos em suspensão é composto por uma

torre de coleta automática de sedimentos no ramo ascendente do hidrograma. Essa torre possui

garrafas de 1 litro dispostas a cada 10 cm, num total de seis garrafas, para com o valor médio entre

as concentrações de cada garrafa, determinar a concentração média de sedimento em suspensão no

riacho. Para a instalação do dispositivo de medição do fluxo de sedimentos em suspensão, foi

escolhido um local com a menor influência abiótica, que permitisse a construção de uma seção

hidrossedimentométrica. Essa seção está localizada nas coordenadas 9.508.280 mN e 245.090 mE

(Figura 2), drena uma área de 58,7 ha e possui um perímetro de 4.097 m.

A Figura 4 mostra detalhes do amostrador de sedimentos em suspensão e também das

garrafas utilizadas para armazenar os sedimentos em suspensão carreados em cada evento de chuva

(Figura 4A).

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Figura 4 − Fossa de sedimentação e detalhes do coletor de sedimentos em suspensão: (A) Chapa galvanizada que evita entrada de sedimento no canal. (B) Garrafas coletoras de sedimentos para coleta das amostras.

Como as garrafas inicialmente possuem ar, foi necessário colocar uma chapa sobre a calha de

desvio e fixá-la para que as garrafas ficassem no lugar e não flutuassem durante a onda de cheia o

que impediria a entrada da mistura de água e sedimentos nas mesmas (Figura 4B). Cada garrafa

possui duas mangueiras, uma para entrada do escoamento com o sedimento em suspensão e a outra

para saída do ar contido na garrafa (Figura 4B). As mangueiras de saída ficam acima das

mangueiras de entrada, e também estão fixadas em uma base localizada atrás do suporte das

mangueiras de entrada.

Assim, quando o nível do riacho alcança o nível da mangueira de entrada de uma determinada

garrafa, o escoamento com o sedimento em suspensão entra na garrafa expulsando o ar pela

mangueira de saída.

Análise dos Dados em Laboratório

As coletas das amostras de sedimentos em suspensão foram realizadas logo após os eventos

da chuva-deflúvio, para determinação da concentração de sólidos suspensos totais. O material

sólido coletado foi determinado pelo método de filtro de papel, utilizando-se de um funil acoplado a

um frasco Kitazato. Foram determinados os sólidos suspensos totais. Após o processo de filtração

foi submetido à dessecação em estufa, mantida a 65°C, conforme recomendado por Task

Committee (1969). Neste trabalho considerou-se a concentração de sedimentos suspensos igual ao

total de sólidos em suspensão, que é a massa de sólidos retidos por filtragem, após a evaporação da

água da amostra e pesagem do resíduo sólido, dividido pelo volume da amostra (Cantón et al.,

2001).

A B

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Após a secagem, o material foi pesado em uma balança analítica, subtraindo-se o peso do

papel. Em seguida foi obtida a concentração de sedimentos em suspensão por litro d’água

amostrado (mg/l), calculando-se a descarga sólida (ton/dia), com base na descarga líquida (l/s).

Esses procedimentos foram feitos no Laboratório do Departamento de Energia Nuclear, da

Universidade Federal de Pernambuco.

Determinação da Curva-Chave de Vazão

Após a construção da seção hidrossedimentométrica foi determinada a curva-chave de vazão.

Para as determinações de nível de água, vazão e a velocidade média do escoamento na seção foram

realizadas campanhas de medições diretas. As campanhas aconteceram durante o período chuvoso

entre os meses de abril e agosto de 2010.

A curva-chave foi estabelecida com dados amostrados com valores de vazão no intervalo

entre 0,02 e 15 l/s. Em princípio, essa limitação da vazão deve-se ao comportamento hidrológico da

bacia que apresenta um rápido decréscimo no escoamento poucas horas após o fim da precipitação,

devido ao fato de grande parte da bacia ser constituída por solos de composição arenosa e com alta

taxa de infiltração (Paiva et al., 2010).

Depois do estabelecimento da curva-chave, séries longas de vazão e descarga de sedimentos

em suspensão, puderam ser obtidas através de um processo de monitoramento contínuo para uma

avaliação do comportamento hidrossedimentológico da microbacia. Uma equação potencial foi

ajustada a curva chave cuja forma está mostrada na Equação 1.

Q = 0,0053×(C+2,59)2,53 (1)

em que, C é a cota da lâmina de água (cm) e Q a vazão (l/s). A Figura 5 mostra a curva-chave da

seção na microbacia da BERG.

O coeficiente de determinação da curva-chave de vazão foi R² = 0,96. A Figura 5 mostra que

a curva-chave produziu uma relação cota/vazão na forma de potência com excelente coeficiente de

determinação entre as duas variáveis analisadas. Essa relação permitiu a obtenção das vazões a

partir das leituras de altura do fluxo do curso d’água.

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8

0 4 8 12 16 202 6 10 14 18Cota (cm)

0

4

8

12

16

2

6

10

14V

azão

(l/s

)

Q = 0,0053 × (C + 2,59)2,53

R² = 0,96RMS = 0,053

Figura 5 – Curva-chave da seção hidrossedimentométrica na microbacia.

Determinação da Produção de Sedimentos em Suspensão

Durante o período compreendido entre 03/04/2010 a 15/09/2010 foram registrados 20 eventos

que produziram escoamento superficial e sedimentos em suspensão. Destes eventos, apenas 12

possuíam dados de pluviografia, linigrafia e concentração de sedimentos, que foram utilizados neste

estudo para gerar a relação entre a vazão (Q) e a concentração de sedimentos em suspensão (Css).

Para este fim, foram seguidos os passos seguintes.

A concentração média na seção transversal foi calculada pela relação entre a descarga sólida e

a descarga líquida (Equação 2), e a descarga sólida de cada evento foi calculada pela Equação 3.

Cm = Qs/Q (2)

Qs = Css×Q (3)

no qual Cm é a concentração média na seção transversal (mg/l), Qs a descarga sólida (mg/s), Q a

descarga líquida (m³/s), e Css a concentração de sedimentos (mg/l).

Após a determinação da descarga sólida em suspensão para cada medição, foram traçadas as

curvas-chave de sedimentos das estações segundo metodologia apresentada por Lopes et al. (1981),

Asselman (2000) e Carvalho (1994).

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As curvas-chave de sedimentos possuem várias formas, entretanto, a mais utilizada é a função

potencial que tem a forma indicada pela Equação 4:

Css = α×Qβ (4)

sendo α e β coeficientes provenientes do ajuste aos dados observados.

O cálculo da descarga em suspensão é feito considerando que o sedimento se movimenta com

a velocidade da corrente em toda a seção transversal, ficando então igual ao produto da descarga

líquida pela concentração. Considerando a questão das unidades que não são homogêneas, num

mesmo sistema, é necessário verificar a constante adequada. As descargas sólidas em suspensão

para cada medição foram calculadas utilizando os dados de vazão líquida e de concentração média

de sedimentos em suspensão pela Equação 5.

Qss = Σ (Q×Css) × 0,0864 (5)

sendo Qss a descarga sólida ou fluxo de sedimentos em suspensão (ton/dia), Q a vazão em (m3/s). O

fator numérico da multiplicação representa a conversão do dia em segundos e mg em toneladas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 1 apresenta os eventos da cheia registrados em 2010 e até 05 de maio de 2011 com

os valores da precipitação total de cada evento, as descargas líquidas, a concentração de sedimentos,

a descarga de sedimentos suspensos obtidos para a seção e os dados médios com os quais se traçou

a curva chave para o amostrador. Nota-se que as faixas de variação da precipitação foram de 6 a

145 mm/dia, vazão média variando de 0,003 a 0,020 m³/s, e concentração de sedimentos em

suspensão variando entre 0,048 a 22,9 mg/l.

A partir dos dados coletados no amostrador de sedimentos em suspensão, foram calculados os

valores médios da produção de sedimentos em suspensão para cada cota e traçou-se a curva chave.

A Tabela 1 é a seguir.

Pode-se observar que em apenas metade dos eventos o escoamento foi igual ou superior a

lâmina de 30 cm, e em apenas 2 eventos foi atingida a lâmina de 40 cm. Nota-se que a concentração

de sedimentos em suspensão acompanhou a tendência do escoamento superficial na maioria dos

eventos, a produção de sedimentos aumentando com a vazão, embora na forma não linear.

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Tabela 1 – Valores de precipitação total, lâmina escoada, concentração de sedimentos em suspensão, e produção de sedimentos estimada na microbacia da BERG.

Data Chuva(mm) Lâmina(cm) Q (m³/s) Css (mg/l) Qss (t/dia) 4/6/10 47,2 10 0,0033 1,50 0,0004

10 0,0033 1,90 0,0005 14/6/10 64,0

20 0,0141 3,10 0,0038 10 0,0033 2,20 0,0006 20 0,0141 3,10 0,0038 16/6/10 64,0 30 0,0161 3,70 0,0051 10 0,0033 4,30 0,0012 20 0,0141 6,50 0,0079 30 0,0161 13,90 0,0193 40 0,0184 18,70 0,0297

17/6/10 142,5

50 0,0203 22,90 0,0402 10 0,0033 0,90 0,0003 20 0,0141 1,90 0,0023 20/6/10 71,6 30 0,0161 2,60 0,0036 10 0,0033 1,20 0,0003

27/6/10 27,9 20 0,0141 1,90 0,0023 10 0,0033 0,80 0,0002 20 0,0141 1,50 0,0018 30/6/10 31,8 30 0,0161 2,40 0,0033

9/7/10 25,7 10 0,0033 1,90 0,0005 10 0,0033 2,30 0,0007

13/7/10 16,3 20 0,0141 3,80 0,0046

28/7/10 7,5 10 0,0033 0,23 0,0001 10 0,0033 0,56 0,0002 20 0,0141 1,20 0,0015 30 0,0161 1,90 0,0026

7/8/10 32,0

40 0,0184 2,30 0,0037 10 0,0033 0,10 0,0000 20 0,0141 1,56 0,0019 10/8/10 17,8 30 0,0161 2,30 0,0032

22/8/10 14,0 10 0,0033 0,05 0,0000 10 0,0033 2,50 0,0007 20 0,0141 3,90 0,0048 2/9/10 14,5 30 0,0161 5,70 0,0079 10 0,0033 0,05 0,0000 11/1/11 15,8 20 0,0141 0,07 0,0001 10 0,0033 0,09 0,0000

26/1/11 16,0 20 0,0141 0,15 0,0002 10 0,0033 0,05 0,0000

21/2/11 11,3 20 0,0141 0,07 0,0001 10 0,0033 1,10 0,0003 20 0,0141 1,20 0,0015 26/2/11 43,3 30 0,0161 2,40 0,0033 10 0,0033 1,50 0,0004 27/2/11 22,5 20 0,0141 1,82 0,0022

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30 0,0161 2,10 0,0029 10 0,0033 1,30 0,0004 20 0,0141 1,60 0,0019 11/3/11 27,1 30 0,0161 1,90 0,0026 10 0,0033 3,10 0,0009 20 0,0141 3,90 0,0048 30 0,0161 4,50 0,0063

9/4/11 27,0

40 0,0184 5,10 0,0081 10 0,0033 0,91 0,0003 20 0,0141 1,23 0,0015 12/4/11 32,8 30 0,0161 1,45 0,0020 10 0,0033 0,38 0,0001 20 0,0141 0,51 0,0006 13/4/11 25,0 30 0,0161 1,34 0,0019 10 0,0033 0,84 0,0002 20 0,0141 1,12 0,0014 30 0,0161 1,42 0,0020

18/4/11 22,5

40 0,0184 2,35 0,0037 10 0,0033 0,36 0,0001 20 0,0141 0,53 0,0006 19/4/11 41,5 30 0,0161 0,95 0,0013 10 0,0033 0,14 0,0000

21/4/11 35,3 20 0,0141 0,15 0,0002 10 0,0033 0,11 0,0000

30/4/11 19,9 20 0,0141 0,14 0,0002 10 0,0033 0,15 0,0000

1/5/11 15,7 20 0,0141 0,17 0,0002 10 0,0033 0,37 0,0001 20 0,0141 0,59 0,0007 30 0,0161 0,95 0,0013

2/5/11 18,7

40 0,0184 1,89 0,0030 10 0,0033 0,75 0,0002 20 0,0141 0,97 0,0012 30 0,0161 1,68 0,0023

3/5/11 85,8

40 0,0184 2,24 0,0036 10 0,0033 1,65 0,0005 20 0,0141 2,51 0,0031 30 0,0161 2,99 0,0042 40 0,0184 3,62 0,0058

4/5/11 78,6

50 0,0194 4,86 0,0081 10 0,0033 1,65 0,0005 20 0,0141 2,51 0,0031 30 0,0161 2,99 0,0042 40 0,0184 3,62 0,0058

5/5/11 108,0

50 0,0203 4,86 0,0085 Média 38,235 - 0,011 2,376 0,0030

Desv. Padrão 30,820 - 0,0061 3,388 0,0057

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De acordo com a Tabela 1, verificou-se que a produção de sedimentos média na microbacia

da BERG foi de 0,003 t/dia. Nichols (2006) e Nearing et al. (2007) investigaram a produção de

sedimentos em diversas microbacias de clima semiárido nos Estados Unidos, e obtiveram valores

de produção de sedimentos entre 0,07 a 5,7 t/ha/ano. Achite e Ouillon (2007) obtiveram valores de

produção de sedimentos em suspensão na grande bacia hidrográfica de Wadi Abd na Argélia de

aproximadamente 13 t/ha/ano. Resultados distintos dos encontrados por Clapp et al. (2000), para o

deserto de Yael em Israel, Oriente Médio, com produção de sedimentos de 40 t/ha/ano. Analisando

os resultados obtidos, e comparando com outros estudos, pode-se afirmar que a produção de

sedimentos na microbacia da BERG apresentou valores que podem ser considerados como baixos,

quando comparado com os resultados obtidos em outros estudos em outras regiões do mundo.

Análise da Produção de Sedimentos em Suspensão

A Figura 6 mostra os valores médios dos sedimentos em suspensão coletados pelo amostrador

de sedimentos. A maior vazão de pico correspondeu a 0,014 m³/s e a maior concentração de

sedimentos atingiu aproximadamente 4,8 mg/l. Esse foi o maior evento, registrado em 17/06/2010,

durante a campanha. Os maiores eventos de cheia na região ocorreram entre 14 e 20/06/2010, com

valores da precipitação variando entre 60 e 140 mm/dia.

0 0.004 0.008 0.012 0.0160.002 0.006 0.01 0.014

Vazão (m³/s)

0

1

2

3

4

5

Con

cent

raçã

o de

sed

imen

tos

(mg/

l)

ln(Css) = 2,788 * ln(Q) + 12,923

R² = 0,77RMS = 0,44

Figura 6 – A concentração de sedimentos e a vazão observados em cada evento registrado na

microbacia.

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A relação entre as descargas sólidas e a vazão para o presente estudo está mostrada na Figura

7. No desenvolvimento desta relação, a faixa da variação da vazão está limitada entre 0,003 m³/s e

0,016 m³/s. Essa restrição deve-se ao fato das características das ondas de cheias na bacia, que

apresentam tempo de duração da cheia muito pequeno, com uma ascensão muito rápida. Deve-se

ressaltar que foi registrado também, um grande número de eventos com pequenos valores de

concentração de sedimentos e alguns eventos considerados como extremos (Figura 7).

0 0.004 0.008 0.012 0.0160.002 0.006 0.01 0.014

Vazão (m³/s)

0

1

2

3

4

5

6

Prod

ução

de

sedi

men

tos

em s

uspe

nsão

(kg/

dia)

ln(Qss) = 3,327 * ln(Q) + 15,387

R² = 0,77RMS = 0,64

Figura 7 – Relação obtida entre as vazões e as descargas sólidas em suspensão média para cada

evento registrado na microbacia.

O coeficiente de determinação R2 entre a vazão e a descarga sólida para a seção

hidrossedimentométrica, considerando todos os eventos foi de 0,77. Apesar de ter ainda poucos

eventos observados, pode-se considerar que essa relação é satisfatória. O dispositivo de medição de

sedimentos em suspensão conseguiu amostrar bem tanto os eventos de maior magnitude como os da

baixa expressão nesta microbacia.

A influência dos eventos de cheia nas descargas líquidas e sólidas na microbacia da BERG é

dominante e apesar do riacho ser perene com apenas um filete de água durante a estiagem, o

transporte de sedimentos é episódico. Nesse sentido, Paiva et al. (2010) relataram que em grande

parte da BERG é comum o escoamento superficial apenas durante eventos chuvosos acima de 6

mm. No caso do carreamento de material sólido, somente foram registrados valores da produção de

sedimentos em eventos acima de 7 mm. Outro fator a ser considerado na produção de sedimentos na

microbacia, é com relação à grande variabilidade da erosividade das chuvas na região. Segundo

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Silva (2004), a região Nordeste apresenta valores de erosividade das chuvas entre 20 e 5.000

MJ.mm.ha/h/ano. Em estudo mais recente, Silva et al. (2010b), determinaram a erosividade das

chuvas utilizando dados diários de precipitação de dez postos localizados nas proximidades da

BERG, e obtiveram valores de erosividade da ordem de 3.600 a 4.400 MJ.mm.ha/h/ano. Isto indica

que pode haver grandes variações interanuais na erosão do solo e produção de sedimentos.

As características físicas da microbacia da BERG, como a grande diferença de elevação entre

a nascente do curso d’água e a estação hidrossedimentométrica, e os solos pouco profundos,

favorecem o escoamento superficial rápido durante os eventos chuvosos. Esses fatores resultam no

pequeno tempo de concentração da microbacia e no surgimento de pequenas ravinas e sulcos, que

de um modo geral favorecem a dispersão dos sedimentos ao longo do curso d’água.

Como era esperado, observou-se que os eventos que apresentaram os maiores valores de

concentração de sedimentos correspondiam aos maiores valores de precipitação. Lopes e Srinivasan

(1981) relataram que em geral, apenas as chuvas com altas intensidades produzem escoamentos

suficientes para causar erosão laminar, uma vez que as mesmas superem a capacidade de infiltração

do solo.

Verificou-se que nos eventos mais intensos e com maior produção de sedimentos, a deposição

ao longo do percurso foi muito pequena, sendo praticamente todo o sedimento desprendido

carreado para o exutório da microbacia. Um bom exemplo é o evento do dia 17/6/2010, aonde

aproximadamente 90% da produção de sedimentos chegou ao exutório.

CONCLUSÕES

Este trabalho representa um dos primeiros estudos para caracterizar o comportamento

hidrossedimentológico de uma microbacia dentro Bacia Experimental do Riacho Gameleira,

localizada no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Com base nos resultados obtidos

utilizando dados de duas estações chuvosas de 2010 e 2011, pode-se concluir que:

A Bacia Experimental do Riacho Gameleira apresenta uma rápida geração do fluxo

superficial em eventos da chuva com o tempo de concentração muito pequeno devido às grandes

declividades nas partes altas. Entretanto, as pequenas chuvas parecem infiltrar totalmente e as

infiltrações são responsáveis pela ocorrência do filete de água no período de estiagem.

O sistema de coleta de amostras de sedimentos em suspensão instalado funcionou

satisfatoriamente sem apresentar falhas, nem em pequenos eventos, nem em grandes eventos.

A relação exponencial ajustada entre a concentração média e a vazão líquida apresentou um

coeficiente de determinação bastante razoável, permitindo assim sua utilização para a estimativa da

produção anual de sedimentos em suspensão.

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A Bacia Experimental, apesar de não apresentar erosões do solo consideráveis, julgando pela

produção anual de sedimentos, para eventos das chuvas intensas apresentou indícios de ravinamento

devido às grandes declividades, o que exige certos cuidados da conservação.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FACEPE pela bolsa de Doutorado do primeiro autor, ao CNPq pelas

bolsas de produtividade em pesquisa, a CAPES pelo programa de PVNS que possibilitou o prof.

Vajapeyam S. Srinivasan do CAA/UFPE, participar nesta investigação e à FINEP/MCT, pelo apoio

financeiro ao Projeto BEER/UFPE.

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