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1 www.congressousp.fipecafi.org Análise do Nível de Evidenciação das Informações Contábeis Ambientais e a Utilização dos Indicadores Versão G3 do GRI: uma Comparação entre Empresas Brasileiras de Setores Relacionados a Engenharia e Construção Civil DIEGO LAUDRING SILVA Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) BRUNA CAMARGOS AVELINO Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)/Universidade de São Paulo (USP) Resumo A propagação das ideias de responsabilidade social ambiental a partir da segunda metade do século XX trouxe maior conscientização e consequente cobrança por parte dos acionistas, governo e sociedade em geral para que as organizações, principalmente as de grande porte, publicassem relatórios que evidenciem sua relação com a sociedade e meio ambiente, bem como políticas voltadas para o aprimoramento da relação sócio-ambiental. No entanto, a falta de uniformidade na divulgação e a influência do marketing impediram uma maior transparência e eficiência na análise de tais relatórios, carecendo, dessa maneira, de modelos que facilitassem a convergência das informações divulgadas, com destaque para o modelo GRI (Global Reporting Initiative). O presente estudo tem como objetivo analisar os graus de aderência aos indicadores essenciais do GRI de empresas brasileiras do segmento de engenharia e construção civil, bem como comparar o nível de evidenciação das informações dessas companhias no exercício de 2012. A coleta dos dados foi realizada por meio do site do GRI, que contém a relação das instituições que utilizam suas diretrizes para a elaboração de relatórios sociais. Para o tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo dos relatórios estudados, com o intuito de verificar a concordância com as diretrizes essenciais relativas aos indicadores de desempenho econômico, social e ambiental do modelo GRI, conforme modelo de Dias (2006). Posteriormente, foram elaborados os cálculos do grau de aderência plena (GAPIE) e Grau de aderência efetiva (GEE) de cada relatório analisado de forma a permitir uma avaliação quantificada de como as empresas estão respeitando as determinações estabelecidas pelo modelo de referência. Constatou-se, de forma similar ao encontrado por outros autores, que o fato de fazer parte de um mesmo setor econômico não faz com que as empresas estejam em um nível semelhante de aderência aos indicadores do GRI. Palavras-chave: Responsabilidade Social e Ambiental, Balanço Social, Global Reporting Initiative, Engenharia e Construção Civil.

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Análise do Nível de Evidenciação das Informações Contábeis Ambientais e a Utilização

dos Indicadores Versão G3 do GRI: uma Comparação entre Empresas Brasileiras de

Setores Relacionados a Engenharia e Construção Civil

DIEGO LAUDRING SILVA

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

BRUNA CAMARGOS AVELINO

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)/Universidade de São Paulo (USP)

Resumo

A propagação das ideias de responsabilidade social ambiental a partir da segunda metade do

século XX trouxe maior conscientização e consequente cobrança por parte dos acionistas,

governo e sociedade em geral para que as organizações, principalmente as de grande porte,

publicassem relatórios que evidenciem sua relação com a sociedade e meio ambiente, bem

como políticas voltadas para o aprimoramento da relação sócio-ambiental. No entanto, a falta

de uniformidade na divulgação e a influência do marketing impediram uma maior

transparência e eficiência na análise de tais relatórios, carecendo, dessa maneira, de modelos

que facilitassem a convergência das informações divulgadas, com destaque para o modelo

GRI (Global Reporting Initiative). O presente estudo tem como objetivo analisar os graus de

aderência aos indicadores essenciais do GRI de empresas brasileiras do segmento de

engenharia e construção civil, bem como comparar o nível de evidenciação das informações

dessas companhias no exercício de 2012. A coleta dos dados foi realizada por meio do site do

GRI, que contém a relação das instituições que utilizam suas diretrizes para a elaboração de

relatórios sociais. Para o tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo dos relatórios

estudados, com o intuito de verificar a concordância com as diretrizes essenciais relativas aos

indicadores de desempenho econômico, social e ambiental do modelo GRI, conforme modelo

de Dias (2006). Posteriormente, foram elaborados os cálculos do grau de aderência plena

(GAPIE) e Grau de aderência efetiva (GEE) de cada relatório analisado de forma a permitir

uma avaliação quantificada de como as empresas estão respeitando as determinações

estabelecidas pelo modelo de referência. Constatou-se, de forma similar ao encontrado por

outros autores, que o fato de fazer parte de um mesmo setor econômico não faz com que as

empresas estejam em um nível semelhante de aderência aos indicadores do GRI.

Palavras-chave: Responsabilidade Social e Ambiental, Balanço Social, Global Reporting

Initiative, Engenharia e Construção Civil.

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1 Introdução

Com o advento da Revolução industrial e a consequente globalização entre os séculos

XIX e XX, respectivamente, foi imposta uma nova relação comercial mais dinâmica e

degradante, impactando de forma direta a sociedade e o meio ambiente (Tinoco & Kraemer,

2008). Desse modo, é notório nas últimas décadas o aumento de discussões e pressões por

parte de órgãos governamentais, não governamentais, sociedade e empresas sobre o impacto

causado pelas atividades empresariais na relação socioambiental e na imagem das empresas

aos stakeholders (Oliveira, 2003). Nesse contexto, se tornam necessários sistemas de

informações robustos que possibilitem às organizações terem uma visão mais analítica e

eficiente sobre o relacionamento de suas atividades com o meio ambiente e a sociedade

(Bazani & Leal, 2013).

Em meio a essas discussões, houve um crescimento na preocupação pela adoção de

politicas de responsabilidade social por parte das empresas. Tais politicas envolvem uma

gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de preocupações sociais e ambientais

nas decisões e resultados das empresas. Ademais, dizem respeito à maneira como as

organizações agem, como impactam e como se relacionam com o meio ambiente e suas partes

legitimamente interessadas (Oliveira, 2003). Diante disso, foi implementado na França, em

1977, o Balanço Social, que posteriormente se difundiu para outros países, chegando ao Brasil

na década de 80 (Tinoco & Kraemer, 2008).

De acordo com Perottoni e Cunha (1997, p. 13), o “Balanço Social é um conjunto de

informações econômicas e sociais, que tem por objetivo a divulgação de informações sobre o

desempenho econômico e financeiro das empresas e sua atuação em benefício da sociedade”.

Logo, o Balanço Social surgiu para as empresas como uma importante ferramenta de controle

e análise sobre o impacto ambiental e relacionamento social.

Observa-se, porém, que em um contexto global, os Balanços Sociais apresentados ainda

mostram-se incompletos, possuindo baixa padronização e transparência, além de sofrerem

forte influencia do marketing (Siqueira e Vidal, 2003). Conforme atesta Oliveira (2003, p.

15), “muitos balanços sociais na realidade parecem material de divulgação comercial da

empresa, usando ações socioambientais como uma estratégia de propaganda”. Dessa forma, a

credibilidade dos relatórios ambientais divulgados pelas entidades pode ser afetada, levando à

falta de confiança por parte dos stakeholders.

Visando auxiliar na transparência e comparabilidade dos relatórios sociais, diversos

órgãos não governamentais elaboraram diretrizes para a criação das demonstrações. Dentre

estes, destaca-se o Global Reporting Iniciative (GRI), que consiste em um acordo

internacional cujo objetivo é elaborar e difundir diretrizes para a organização de relatórios de

sustentabilidade aplicáveis global e voluntariamente pelas organizações (GRI, 2006).

Diante do exposto, e considerando que as diretrizes do guia GRI surgiram como uma

possível solução para a falta de uniformidade e transparência dos relatórios ambientais das

empresas em nível mundial, a presente pesquisa propõe-se a responder a seguinte questão de

pesquisa: qual o grau de aderência das empresas do segmento de engenharia e construção civil

às diretrizes do GRI para a elaboração de seus relatórios ambientais no exercício de 2012?

O estudo tem como objetivo geral analisar o grau de aderência plena aos indicadores

essenciais do GRI de empresas brasileiras atuantes no segmento de engenharia e construção

civil, bem como comparar o nível de evidenciação das informações contábeis dessas

companhias no exercício de 2012.

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3 www.congressousp.fipecafi.org

Espera-se, com este trabalho, expandir a discussão acerca da temática sobre a qualidade

da evidenciação dos atuais relatórios ambientais das empresas, por meio da verificação da

adesão aos indicadores do GRI. No que diz respeito à contribuição prática, os resultados

obtidos poderão auxiliar na maior transparência, confiabilidade e padronização dos relatórios

sociais das organizações, visto que dará uma visão geral sobre as principais deficiências das

evidenciações ambientais de grandes empresas do segmento de engenharia e construção civil

em relação às diretrizes de um modelo com abrangência mundial.

2 Plataforma Teórica

2.1 Balanço Social: do Surgimento à sua Aplicação Atual

A partir da guerra entre Vietnã e Estados Unidos, entre os anos 60 e 70, que gerou

profunda insatisfação popular, passou-se a exigir que as empresas adotassem nova postura

moral e ética perante os cidadãos, se preocupando menos com aspectos financeiros e passando

a dar maior atenção às relações sociais. Surgiram, a partir disso, as primeiras informações e

indicadores sociais que passaram a ser publicados e divulgados juntamente com as

demonstrações contábeis. Em 1977 foi elaborada, na França, a Lei nº 77.769, que obrigou

todas as entidades que possuíam 300 ou mais funcionários a publicar o Balanço Social.

Posteriormente, vários países europeus adotaram ditames da lei francesa, passando a divulgar,

também, o Balanço Social, entre esses: Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal e

Inglaterra (Tinoco & Kraemer, 2008).

No Brasil, as primeiras discussões sobre o tema tiveram inicio na década de 1960, a

partir da instituição da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) em 1961,

que deu início a uma pregação sobre a responsabilidade da empresa nas questões sociais. A

partir dos anos de 1990, houve um maior interesse da sociedade sobre o assunto, sendo que

empresas de diversos setores passaram a divulgar, de forma mais recorrente, relatórios com

perfil mais social e humano, tornando os balanços sociais uma realidade para um número cada

vez maior de organizações (Cunha & Ribeiro, 2007).

A publicação do Balanço Social no país ainda não é obrigatória, porém, se torna cada

vez mais exigida por ser um relatório que fornece informação contábil, social e ambiental;

informações sobre a política interna com foco na qualidade de vida dos funcionários e sobre a

postura da empresa diante do meio ambiente. Os modelos mais utilizados são o do IBASE

(Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e o do GRI (Global Reporting

Initiative) (Godoy, 2007).

De acordo com Gonçalves (1979, p. 75), entende-se por Balanço Social o conjunto de

informações quantificadas por meio das quais a empresa poderá acompanhar de maneira

objetiva o desenvolvimento de suas atividades no campo de recursos humanos, bem como

medir seu desempenho na implementação de programas de caráter social. Dessa forma,

através do Balanço Social, as organizações devem apresentar informações qualitativas e

quantitativa sobre como a empresa está desempenhando sua função social e ambiental na

sociedade (Oliveira, 2005).

O Balanço Social possui pelo menos quatro vertentes, que são: a de Recursos Humanos,

a Ambiental, a das Relações com a sociedade e a do Valor Adicionado. Tais vertentes podem

ser tratadas tanto em conjunto quanto isoladamente (Ribeiro & Lisboa, 1999). Sendo assim,

por meio do Balanço Social, é possível realizar uma análise da interação da empresa com os

elementos que a cercam e que, consequentemente, contribuem para sua existência, incluindo o

meio ambiente natural, a comunidade e economia local e recursos humanos. Ademais, é

possível obter indicadores de caráter econômico, como a relação entre salários pagos ao

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trabalhador e as receitas brutas; e índices de caráter social, como a evolução de emprego

(Cunha & Ribeiro, 2007).

Salienta-se, no entanto, que diversas críticas têm sido direcionadas aos diferentes

modelos de Balanços Sociais apresentados pelas organizações, dentre as quais se destacam:

falta de transparência, carência de informações relevantes, excesso de informações e falta de

padronização e tempestividade (Dias, 2006). Para Siqueira e Vidal (2003, p.2), o que vem

sendo observado nos relatórios sociais publicados é uma tendência de valorização da

divulgação dos aspectos positivos em detrimento dos negativos como uma forma de promover

a imagem da organização. Tal fato prejudica uma análise aprofundada do relacionamento das

empresas com o meio ambiente e seus interessados.

Nota-se, também, significativa escassez de transparência nos relatórios sociais

publicados. Segundo Carvalho e Siqueira (2007, p. 2), para um relatório ser transparente, ele

deve passar por revisão de entidade independente, identificação do responsável pelas

informações, além da emissão de notas explicativas. No entanto, estudos apontam uma

tendência contrária a esse conceito. Pinto e Ribeiro (2003), por exemplo, analisaram relatórios

de empresas industriais de Santa Catarina e destacaram que não havia notas explicativas em

nenhuma das organizações estudadas. Siqueira e Vidal (2003) analisaram relatórios de

empresas de diversos segmentos e apontaram que, das 22 sociedades estudadas, apenas seis

apresentavam algum tipo de nota explicativa, porém, em pequeno número e com baixa

riqueza de informação, ocasionando uma série de pontos obscuros que mereceriam algum tipo

de evidenciação mais clara.

O Balanço Social, como um instrumento de análise da responsabilidade social das

empresas, deve possuir grau de comparabilidade para se realizar uma avaliação concreta do

real impacto das entidades. Entretanto, observa-se, em uma série de relatórios atuais, uma

falha nesse quesito. Costa e Marion (2007) verificaram que uma das maiores dificuldades em

analisar as informações ambientais consiste na falta de uniformidade na estrutura dos

relatórios utilizados pelas empresas. O estudo de Siqueira e Fernandes (2009) também chegou

à mesma conclusão ao analisar o relatório de 22 empresas que adotam modelos variados de

divulgação de resultado.

Alguns autores afirmam, no entanto, que a qualidade dos relatórios sociais divulgados

está apresentando uma tendência de melhora, principalmente após o surgimento de modelos

que auxiliam na elaboração do Balanço Social, tais como ETHOS, GRI e IBASE. O estudo

de Cunha e Ribeiro (2007) observou uma alteração gradativa de divulgação das empresas

brasileiras no sentido de apresentação de informações sobre meio ambiente, cidadania e valor

adicionado através da adoção do IBASE. Tal estudo também destacou os balanços sociais

chilenos, os quais apresentam informações que interessam particularmente à classe

trabalhadora, contando com a participação direta da classe na elaboração do relatório. Costa e

Marion (2007, p.12), ao contrário, afirmam que pelo fato de nenhum órgão regulador instituir

a obrigatoriedade de utilização de um modelo específico e existirem muitos modelos, poderá

ocorrer maior agravamento na falta de uniformização dos relatórios sociais divulgados.

2.2 As Diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI)

O Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização não governamental, criada em

1997, que objetiva oferecer uma estrutura confiável para a elaboração de relatórios

sustentáveis, de forma a padronizá-los a organizações de todos os tamanhos, setores e

localidades (GRI, 2002, p. 1).

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A adesão aos indicadores GRI é feita voluntariamente, na qual qualquer instituição pode

se utilizar do modelo proposto, bastando apenas haver o interesse da organização em divulgar

as informações por eles solicitadas. Esta adesão pode ser realizada de maneira informal ou,

então, incorporada de forma progressiva pelas organizações. A empresa poderá, ainda,

organizar o relatório ao nível mais exigente, denominado “de acordo com” (GRI, 2002).

Atualmente, a aderência às diretrizes GRI contempla mais de 2.000 organizações em

aproximadamente 80 países, as quais utilizam o modelo supracitado como base para a

elaboração dos seus relatórios de sustentabilidade (GRI, 2013). Logo, observa-se uma

considerável aceitação a essas diretrizes, que caminham para alcançar sua meta: ser o modelo

base de relatório de sustentabilidade em âmbito global (GRI, 2002, p.1).

Quanto à sua composição, os relatórios ambientais alinhados ao guia GRI devem

possuir informações relevantes e indispensáveis em três tipos de conteúdo: 1) Perfil, que são

informações que estabelecem o contexto geral para a compreensão do desempenho da

organização, tais como a sua estratégia, perfil e governança; 2) Forma de gestão, que

relaciona-se a informações que indicam a forma como uma organização aborda um

determinado conjunto de aspectos; 3) Indicadores de Desempenho, que são as informações

comparáveis sobre o desempenho econômico, ambiental e social da organização (GRI, 2013).

As diretrizes do modelo GRI contêm uma série de indicadores que são separados em

três grupos: 1) indicadores de desempenho econômico: que medem o valor econômico direto

gerado e distribuído, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados,

doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para

provedores de capital e governos e os principais impactos econômicos da empresa sobre a

sociedade; 2) indicadores de desempenho ambiental: que apontam o desempenho relativo aos

impactos da organização sobre sistemas naturais vivos e não vivos, incluindo ecossistemas,

terra, ar e água; 3) indicadores de desempenho social: que se referem aos impactos da

organização nos sistemas sociais em que opera; tais indicadores abrangem desempenho

referente a práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade geral e responsabilidade pelo

produto (Godoy, 2007, p. 6-10).

Ao utilizarem os indicadores GRI de forma correta, as organizações terão uma visão

mais ampla a respeito de suas atividades e a respeito de desperdícios gerados a partir de suas

atividades operacionais, pois os indicadores foram desenvolvidos de forma que evidenciem os

aspectos negativos de sua atividade econômica (GRI, 2002, p.25).

Autores distintos enfatizam os benefícios advindos da adoção das diretrizes do guia

GRI, dentre eles Carvalho e Siqueira (2007, p.2), que afirmam que o modelo GRI oferece

informações abrangentes não orientadas para o gerenciamento da imagem corporativa, além

de fornecer bases para uma maior comparabilidade das informações, constituindo um grande

esforço para a harmonização de informações. Adams e Evans (2004, p.5), por sua vez,

afirmam que o modelo GRI é o mais completo, tendo em vista que contém princípios como de

“inclusão” e “transparência” que fornecem maior credibilidade aos relatórios ambientais.

Logo, nota-se a relevância substancial desse modelo no cenário atual, se consolidando cada

vez mais como conversor global dos relatórios sociais e contribuindo para maior transparência

e comparabilidade na divulgação de informações.

3. Metodologia

3.1 Amostra e Fonte dos Dados

Para a realização desta pesquisa, foram considerados os relatórios do ano de 2012, cujas

informações remetiam às diretrizes ambientais, sociais e econômicas dos indicadores

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essenciais do GRI de empresas brasileiras cujas atividades encontram-se relacionadas ao

segmento de engenharia e construção civil.

A opção por empresas desse segmento se justifica pelo fato de exercerem atividades

que: i) estão em evidência no mercado, pelos crescentes incentivos governamentais com

programas de habitação, bem como por demandas ocasionadas pelos eventos esportivos

sediados no país em 2014; ii) exercem importante papel econômico nas áreas de atuação, pela

capacidade de elevação da taxa de crescimento do produto, do emprego e da renda no curto e

médio prazo, agregando significativo valor ao capital produtivo do estado; iii) impactam de

forma direta o meio ambiente e a sociedade e, por isso, necessitam divulgar relatórios

ambientais transparentes e padronizados sobre suas políticas econômicas, sociais e ambientais

para que possam ser analisadas com maior profundidade pelos interessados.

O banco de dados utilizado para a coleta dos relatórios estudados foi o site do GRI, que

contém a relação das instituições que, de alguma forma, utilizam suas diretrizes para a

elaboração dos relatórios sociais. Por meio dessa relação, foram selecionadas empresas do

segmento relacionado a engenharia e construção civil, sediadas no Brasil.

No total, foram analisadas cinco empresas brasileiras, a saber: Construtora Andrade

Gutierrez, Even Construtora e Incorporadora S.A., Galvão Engenharia, Mendes Junior e

Tecnisa Construtora e Incorporadora.

3.2 Modelo de Análise dos Dados

Para a análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin (2006).

Foram considerados os indicadores GRI essenciais dos grupos: econômico, social e ambiental.

Não foram inseridos indicadores adicionais, pois estes podem não ser informados e aplicados

em todas as empresas, o que poderia vir a prejudicar a comparabilidade do estudo. Foram

observados, no total, quarenta e nove indicadores distribuídos conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Indicadores Essenciais de Desempenho Econômico, Ambiental e Social.

INDICADORES DE DESEMPENHO ECONOMICO

EC1- Valor econômico direto gerado e distribuído incluindo receitas, custos operacionais, indenizações a

trabalhadores, donativos e outros investimentos na comunidade, lucros não distribuídos e pagamentos a

investidores e governos.

EC2- Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização, devido às

alterações climáticas.

EC3- Cobertura das obrigações referentes ao plano de benefícios definidos pela organização.

EC4- Apoio financeiro significativo recebido do governo.

EC6- Políticas, práticas e proporção de custos com fornecedores locais, em unidades operacionais

importantes.

EC7- Procedimentos para contratação local e proporção de cargos de gestão de topo ocupado por indivíduos

provenientes da comunidade local, nas unidades operacionais mais importantes.

EC8- Desenvolvimento e impacto dos investimentos em infra-estrutura e serviços que visam essencialmente

o benefício público através de envolvimento comercial, em gêneros ou para o bem da comunidade.

INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL

EN1- Materiais utilizados, por peso ou por volume.

EN2- Percentagem de materiais utilizados que são provenientes de reciclagem.

EN3- Consumo direto de energia, discriminado por fonte de energia primária.

EN4- Consumo indireto de energia, discriminado por fonte primária.

EN8- Total de retirada de água por fonte primária.

EN11-Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas, ou

adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

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EN12- Descrição dos impactes significativos de atividades, produtos e serviços sobre a biodiversidade das

áreas protegidas e sobre as áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.

EN16- Emissões totais diretas e indiretas de gases com efeito de estufa, por peso.

EN17- Outras emissões indiretas relevantes de gases com efeito de estufa, por peso.

EN19- Emissão de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por peso.

EN20- NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso.

EN21- Descarte total de água, por qualidade e destinação.

EN22- Quantidade total de resíduos, por tipo e método de eliminação.

EN23- Número e volume total de derrames significativos

EN26- Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão da redução desses

impactos.

EN27 Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, por

categoria de produto.

EN28 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-monetárias resultantes da

não-conformidade com leis e regulamentos ambientais.

INDICADORES DE DESEMPENHO SOCIAL

Indicadores de Desempenho Social Referentes a Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

LA1- Discriminação da mão-de-obra total, por tipo de emprego, por contrato de trabalho e por região.

LA2- Número total de trabalhadores e respectiva taxa de rotatividade, por faixa etária, gênero e região.

LA4- Percentagem de trabalhadores abrangidos por acordos de contratação coletiva.

LA5- Prazos mínimos de notificação prévia em relação a mudanças operacionais, incluindo se esse

procedimento é mencionado nos acordos de contratação coletiva.

LA7- Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho,

por região.

LA8- Programas em curso de educação, formação, aconselhamento, prevenção e controle de risco, em

curso, para garantir assistência aos trabalhadores, às suas famílias ou aos membros da comunidade afetados

por doenças graves

LA10- Média de horas de formação, por ano, por trabalhador, discriminadas por categoria de funções.

LA13- Composição dos órgãos sociais da empresa e relação dos trabalhadores por categoria, de acordo com

o gênero, a faixa etária, as minorias e outros indicadores de diversidade.

LA14- Discriminação da proporção do salário base entre homens e mulheres, por categoria de funções.

Indicadores de Desempenho Social Referentes a Direitos Humanos

HR1- Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas

referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos.

HR2- Percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos que foram submetidos a avaliações

referentes a direitos humanos e as medidas tomadas.

HR4- Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas.

HR5 - Operações identificadas em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva

pode estar correndo risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.

HR6 - Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas

tomadas para contribuir para a abolição do trabalho infantil.

HR7 - Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao

escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação do trabalho forçado.

Indicadores de Desempenho Social Referentes à Sociedade

SO1- Natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e práticas para avaliar e gerir os impactos das

operações nas comunidades, incluindo a entrada, operação e saída.

SO2 - Percentual e número total de unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos relacionados a

corrupção.

SO3 - Percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos anticorrupção da organização.

SO4- Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção.

SO5- Posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de políticas públicas e lobbies.

SO8 - Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-monetárias resultantes da

não-conformidade com leis e regulamentos.

Indicadores de Desempenho Referentes à Responsabilidade pelo Produto

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Fonte: Adaptado GRI (2006).

Para o tratamento dos dados, foi realizada, primeiramente, uma classificação das

informações obtidas em conformidade com o requerido pelos indicadores essenciais do GRI.

O critério utilizado se baseou nos modelos preconizados por Dias (2006) e Carvalho (2007),

apresentados conforme a Tabela 2.

Tabela 2: Base para classificação das informações

CATEGORIA SIGLA CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO

AP

RE

SE

NT

AD

OS

APL Aderência Plena

Quando todos os dados requeridos no protocolo indicador

essencial da G3 foram devidamente fornecidos pela

Organização.

AP Aderência Parcial

Quando apenas parte dos dados requeridos no protocolo do

indicador essencial da G3 foram apresentados pela

organização.

D Dúbio Quando as informações fornecidas não são suficientes para

o usuário avaliar se a aderência é plena ou parcial.

I Inconsistente

Quando as informações fornecidas pela organização

diferem daquelas requeridas no protocolo do indicador

essencial da G3.

O A

PR

ES

EN

TA

DO

S ND Não Disponível

Quando a organização reconhece que a informação

requerida é pertinente às suas atividades, porém esta ainda

não tem condição de fornecê-la.

NA Não Aplicável

Quando a organização reconhece que os dados requeridos

pelo indicador não são pertinentes às suas atividades ou ao

setor em que ela atua.

OJ Omitido com

Justificativa

Quando a organização omite a informação requerida pelo

protocolo do indicador essencial da G3, por sua decisão,

porém apresentando uma justificativa para tal omissão.

O Omitido Quando nada é comentado sobre o indicador, como se o

mesmo não existisse.

Fonte: Dias (2006) e Carvalho (2007).

Posteriormente, foram elaborados os cálculos do grau de aderência plena (GAPIE) das

organizações analisadas. A fórmula foi replicada dos estudos de Dias (2006) e Carvalho

(2007) e permite que seja avaliado, em porcentagem, o quanto as empresas estão respeitando

as determinações estabelecidas pelo GRI. O cálculo é realizado da seguinte maneira:

GAPIE = Total dos Indicadores com “APL” + Total dos Indicadores “OJ”

Total dos Indicadores Essenciais – Totais dos Indicadores “NA”

Leia-se: GAPIE-GRI = Grau de aderência plena aos indicadores essenciais da GRI ; APL = Aderência Plena ; OJ

= Omitidos com Justificativa; NA = Não Aplicáveis.

PR1 - Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados

visando melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.

PR3 - Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, e o percentual

de produtos e serviços sujeitos a tais exigências.

PR6 - Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações de

marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio.

PR9 - Valor monetário de multas (significativas) por não conformidade com leis e regulamentos

relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços.

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Dias (2006, p. 96) destaca que, no numerador, os indicadores omitidos com justificativa

são somados aos indicadores com aderência plena pelo fato de os primeiros serem uma opção

fornecida pelo GRI para a não apresentação de algum indicador essencial. No denominador, o

total de não aplicáveis foi subtraído do total dos indicadores essenciais para que não haja

penalização da empresa em virtude de existirem indicadores que não se enquadrem em sua

realidade.

Adicionalmente, foi calculado o Grau de Evidenciação Efetiva (GEE), que é baseado no

estudo de Carvalho (2007) e objetiva mensurar o percentual da quantidade de informação

efetivamente relatada pela organização dentro do potencial total de informação do modelo GRI,

conforme a fórmula que segue:

GEE= Total dos Indicadores com “APL”

Total dos Indicadores Essenciais – Totais dos Indicadores “NA”

Leia-se: GEE-GRI = Grau de evidenciação efetiva aos indicadores essenciais da GRI ; APL = Aderência Plena ;;

NA = Não Aplicáveis.

Dessa forma, os indicadores “não aplicáveis” foram subtraídos do total de indicadores

essenciais de modo a não influenciarem na apreciação final dos resultados e propiciar uma

análise mais objetiva em termos de aderência ao indicador.

Os resultados da amostra podem ter variações de 0%, que corresponde ao menor grau de

aderência, e 100%, que representa o maior grau. O critério de apresentação dos indicadores

foi explicitado de acordo com os três Níveis de Aplicação sugeridos pela GRI (A, B e C),

sendo classificados como “alto”, “médio” e “baixo” em conformidade com os três níveis de

aplicação. Na Tabela 3, baseada no estudo de Castro, Siqueira e Macedo (2009), evidencia-se

esta classificação:

Tabela 3: Níveis de Classificação do GAPIE e do GEE

FAIXA CLASSIFICAÇÃO

0% |— 25% “BAIXO”

25% |— 62% “MÉDIO”

62% |— 100% “ALTO”

Fonte: Adaptado de Castro, Siqueira e Macedo (2009).

Portanto, de acordo com o GRI (2006b, p.2), terão classificação “alta”, nível de

aplicação A, as organizações que apresentarem resultados acima de 62% dos índices

analisados. O nível de aplicação B, classificação “média”, representa as empresas que

apresentaram o equivalente a 25%, ou seja, resultados entre 25% e 62%. E aquelas que

apresentarem resultados inferiores a 25% são classificadas como de grau “baixo”.

3.3 Limitações da Pesquisa

A principal limitação desta pesquisa diz respeito à subjetividade presente na análise de

conteúdo. Muitas das inferências foram influenciadas por interpretações pessoais por parte do

pesquisador. Em vista disso, deve-se levar em consideração a questão da subjetividade no

decorrer da análise dos dados.

Nota-se, também, que a análise de conteúdo limitou-se à coleta de informações nos sites

e nos relatórios sociais divulgados anualmente pelas empresas pesquisadas, tais relatórios

podem apresentar vieses relacionados, principalmente, ao destaque de informações positivas

ou à omissão de alguma outra informação que pode ser crucial para a correta interpretação do

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indicador. Algumas organizações também se utilizam de atenuantes nas informações quando

causam algum impacto ambiental, ou, então, tentam extrair algo de positivo de eventuais

casos maléficos ocorridos no decorrer de suas atividades, de forma a distorcer o conteúdo

transmitido ao usuário.

Outros fatores de limitação estão relacionados à utilização de apenas indicadores

essenciais, em detrimento dos adicionais, e da amostra que comporta somente uma parcela das

empresas brasileiras relacionadas à engenharia e construção civil, não podendo ser estendido

o resultado ao total de empresas desse segmento.

4. Apresentação dos Resultados

4.1 Análise Geral dos Resultados

Após a realização dos cálculos dos GAPIEs das empresas da amostra, com o objetivo de

realizar uma análise comparativa das entidades, os níveis de adequação foram divididos por

indicadores de desempenho econômico, social e ambiental. Ressalta-se que todas as entidades

analisadas elaboraram um sumário, também denominado índice remissivo, indicando os

tópicos e as respectivas páginas do relatório nos quais estavam localizados os indicadores

objeto de estudo.

De acordo com a metodologia utilizada nesta pesquisa, a única empresa que poderia

estar classificada no grupo “alto” de aderência aos indicadores é a Construtora Andrade

Gutierrez. A Even construtora e incorporadora S.A, apesar de ter se declarado no nível A+,

obteve aderência de 51%, sendo classificada como nível “médio”. O resultado demonstrado

diverge daquele obtido no estudo de Dias (2006), no qual cinco, das oito empresas analisadas,

obtiveram resultado considerado com alto grau de aderência para esse indicador, no entanto,

se aproxima dos resultados alcançados no estudo de Castro, Siqueira e Macedo (2009) e

Carvalho (2007), em que nenhuma empresa da amostra apresentou alto grau de aderência

plena.

Observou-se, ainda, uma variabilidade significativa nos resultados gerais, tal fato é

evidenciado pelo desvio padrão geral no GAPIE das empresas, que atingiu aproximadamente

19%. Verifica-se, dessa forma, que não há uma uniformidade na aderência aos indicadores

entre empresas de um mesmo segmento. O mesmo comportamento foi observado no estudo

de Bazani e Leal (2013), que verificou que não havia tendência na observação dos GAPIEs no

estudo dos indicadores ambientais de empresas dentro dos mesmos segmentos em

petroquímicos, celulose e exploração e refino.

Com relação à elaboração do calculo do Grau de Evidenciação Efetiva (GEE), foram

observadas algumas mudanças nos percentuais de adequação. Uma primeira observação a ser

realizada é que, no Grau de Evidenciação Efetiva, nenhuma empresa pode ser classificada no

nível “alto” de aderência, sendo que a Construtora Andrade Gutierrez, que havia alcançado

63% no Grau de Aderência Plena, omitiu com justificativa três indicadores (EN8, EN19 e

LA5) que não foram considerados no cálculo do GEE, ocasionando uma queda para 56% na

aderência efetiva.

Na sequência, detalha-se a análise dos relatórios de cada empresa individualmente.

4.2 Análise da Construtora Andrade Gutierrez

A empresa Andrade Gutierrez se declarou no nível B de classificação, mediante parecer

da empresa de auditoria Ernst & Young. Com relação à evidenciação dos indicadores, estes

foram distribuídos de acordo com a Tabela 4.

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Tabela 4: Relação dos Indicadores Construtora Andrade Gutierrez

CLASSIFICAÇÃO ECONOMICO AMBIENTAL SOCIAL TOTAL

APL 5 10 12 27

AP 1 3 2 6

D 0 0 0 0

I 1 1 0 2

ND 0 0 0 0

NA 0 0 1 1

OJ 0 2 1 3

O 0 1 9 10

TOTAL 7 17 25 49

Fonte: Elaborada pelos autores.

Leia-se: APL=aderência plena; AP= aderência parcial; D= dúbio; I = inconsistente; ND = não declarado;

NA= não aplicável; OJ = omitido com justificativa; O = omitido sem justificativa.

A construtora apresentou um GAPIE de 63%; esse considerável desempenho se deve ao

fato de a empresa ter atendido plenamente 27 dos 49 indicadores analisados. A companhia

também omitiu com justificativa os indicadores EN11, EN19 e LA5, o que foi considerado

como adicional no cálculo do indicador conforme evidenciado na metodologia. Ressalta-se

que foram considerados omitidos com justificativa os indicadores em que a empresa

apresentou comentário contendo argumentações que justificassem a sua não apresentação.

Com relação ao GEE, esse foi de 56%, justificado pelo fato de esse índice não considerar as

omissões com justificativa.

No grupo de desempenho econômico, foram apresentados com aderência plena cinco

(EC3, EC4, EC6, EC7, EC8), dos sete indicadores analisados. O indicador EC1 não foi

considerado atendido plenamente por não terem sido discriminadas completamente as

informações referentes ao valor econômico gerado pela entidade conforme requisitado e o

indicador EC2 foi considerado inconsistente por serem apresentadas informações que

destoaram do requerido. No grupo de desempenho ambiental, a organização apresentou com

aderência plena dez (EN1, EN3, EN16, EN17, EN20, EN22, EN23, EN26, EN27 e EN28) dos

dezessete indicadores. No que se refere à avaliação social, foram apresentados com aderência

plena 12 dos 25 indicadores.

No cômputo geral, pode-se inferir que, de acordo com o critério utilizado para a

pesquisa, o relatório da companhia em questão se apresenta em um nível relativamente alto,

tendo em vista o grau de aderência plena e a objetividade na prestação de informações. No

entanto, se caracterizou por uma alta exposição das qualidades e por omissão de informações

que são relevantes para a avaliação do modelo de relatório em análise.

4.3 Análise da Even Construtora e Incorporadora

A empresa Even Construtora & Incorporadora se declarou no nível A+ de qualidade,

alegando que o relatório foi submetido a avaliação externa.

A organização, no entanto, apresentou um GAPIE e GEE de 51% de acordo com os

critérios utilizados neste estudo, de forma que o nível de aderência foi classificado como

“médio”. Os indicadores da Even Construtora foram distribuídos de acordo com a Tabela 5.

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Tabela 5: Relação dos Indicadores Even Construtora

CLASSIFICAÇÃO ECONOMICO AMBIENTAL SOCIAL TOTAL

APL 6 5 14 25

AP 0 7 8 15

D 0 0 0 0

I 1 4 1 6

ND 0 1 2 3

NA 0 0 0 0

OJ 0 0 0 0

O 0 0 0 0

TOTAL 7 17 25 49

No que tange ao desempenho econômico, observa-se que a organização obteve um

aproveitamento de 86%, ou seja, apresentou seis dos sete indicadores essenciais requeridos,

dessa forma, apenas o indicador EN2 obteve classificação como “inconsistente” por

apresentar uma informação discrepante do que foi solicitado.

Por meio da análise do desempenho ambiental, foi constatado que a entidade apresentou

de forma plena apenas cinco dos dezessete indicadores solicitados, sendo eles: EN16, EN19,

EN23, EN23 e EN28. Isto evidencia que, apesar de a organização declarar que apresentou

totalmente as informações, muitas delas são expostas de maneira limitada ou distorcida em

relação ao que realmente é solicitado. Em seu desempenho social, a construtora obteve um

grau de atendimento de 56%, pois apresentou plenamente 14 das 25 informações requeridas.

O relatório social da Even Construtora & Incorporadora, de maneira geral, se

caracterizou por apresentar a maior parcela dos indicadores requeridos, no entanto, muitos

deles foram reportados de maneira incompleta ou com informações incompatíveis com o que

era de fato requisitado, haja vista a considerável quantidade de classificações inconsistentes.

4.4 Análise da Galvão Engenharia

A Galvão Engenharia se declarou no nível C de aplicação ao modelo GRI. A empresa

apresentou um GAPIE e GEE de 18%, sendo classificado como de aderência “baixa” em

relação aos índices supracitados. A distribuição dos indicadores está representada na Tabela 6.

Tabela 5: Relação dos Indicadores Galvão Engenharia

CLASSIFICAÇÃO ECONOMICO AMBIENTAL SOCIAL TOTAL

APL 3 1 5 9

AP 2 0 5 7

D 0 0 0 1

I 0 0 1 0

ND 0 0 0 0

NA 0 0 0 0

OJ 0 0 0 0

O 2 16 14 32

TOTAL 7 17 25 49

Em relação aos indicadores de desempenho econômico, a Galvão Engenharia obteve

aderência plena em três indicadores (EC1, EC3 e EC4). No desempenho social, apenas o

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indicador EN3 foi apresentado e classificado como de aderência plena, o que contribuiu para

que a organização tivesse o baixo GAPIE/GEE apresentado. No que tange à avaliação do

desempenho social, verificou-se que foram apresentados 11 dos 25 indicadores requeridos, e

apenas cinco deles foram considerados como de aderência plena.

Em síntese, o relatório em questão se apresentou com carência de várias informações no

que tange ao que é solicitado pelo modelo de análise, tendo em vista que foram apresentados

apenas 35% do total de indicadores essenciais, sendo que, dos apresentados, 17% foram

evidenciados de forma parcial ou dúbia.

4.5 Análise da Mendes Junior

A Mendes Junior se declarou no nível B de qualidade de acordo com parecer da BDO

Auditores Independentes SS. O GAPIE e o GEE foram de 20%, classificados como aderência

“baixa” em relação ao critério utilizado pelo estudo. Os indicadores da Mendes Junior estão

distribuídos conforme a Tabela 7.

Tabela 7: Relação dos Indicadores da Mendes Junior.

CLASSIFICAÇÃO ECONOMICO AMBIENTAL SOCIAL TOTAL

APL 1 3 6 10

AP 1 2 2 5

D 0 0 0 0

I 0 0 2 2

ND 0 0 0 0

NA 0 0 0 0

OJ 0 0 0 0

O 5 12 15 32

TOTAL 7 17 25 49

Observa-se que, no desempenho econômico, a organização apresentou dois dos sete

indicadores essenciais, no entanto, apenas um deles foi considerado como de aderência plena,

sendo ele o indicador EC3. O indicador EC1 foi considerado parcialmente atendido por não

explicitar todas as informações referentes ao valor econômico gerado e distribuído. Não foi

realizada nenhuma referência com relação ao restante dos indicadores desse grupo, motivo

pela qual foram considerados como omitidos sem justificativa.

No que se refere ao desempenho ambiental, foram apresentados cinco indicadores,

sendo que três deles foram realizados de forma plena (EN1, EN22 e EN23). Em relação ao

desempenho social, dez dos indicadores foram apresentados, sendo seis com aderência plena

(LA2, LA4, LA10, HR5, SO8 e PR1).

De modo geral, o relatório social da Mendes Junior se caracterizou pela omissão de

várias das informações utilizadas para análise, haja vista que os indicadores classificados

como omitidos sem justificativa representaram 65% do total utilizado no estudo. Dentre os

dezessete indicadores apresentados, sete foram julgados como faltando informações

relevantes ou sem consonância com o que realmente é solicitado, evidenciando que a entidade

carece de melhorias ao reportar as informações.

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4.6 Análise da Tecnisa Construtora e Incorporadora

A Tecnisa Construtora e Incorporadora se declarou no nível C de aderência ao modelo.

A organização atingiu GAPIE e GEE de 31%, classificado como nível “médio” no método

utilizado. A classificação dos indicadores da Tecnisa teve distribuição conforme a Tabela 8.

Tabela 8: Relação dos Indicadores Tecnisa Construtora e Incorporadora.

CLASSIFICAÇÃO ECONOMICO AMBIENTAL SOCIAL TOTAL

APL 1 7 7 15

AP 0 2 3 5

D 0 0 0 0

I 0 0 0 0

ND 0 0 0 0

NA 0 0 0 0

OJ 0 0 0 0

O 6 8 15 29

TOTAL 7 17 25 49

Na avaliação do desempenho econômico, verifica-se que foi apresentado apenas um

(EC1), dentre os indicadores analisados, sendo este arbitrado como de aderência plena. Os

demais indicadores para esse grupo foram omitidos sem justificativa.

Com relação ao desempenho ambiental, observa-se que foram apresentados nove, dos

dezessete indicadores requeridos para a pesquisa: sete deles classificados como de aderência

plena (EN1, EN2, EN3, EN8, EN22, EN26 e EN28) e dois como de aderência parcial (EN4 e

EN21). Não foram feitas menções sobre os demais oito indicadores, fato pelo qual foram

classificados como omitidos sem justificativa. No que tange ao desempenho social, foram

apresentados 10 dos 25 indicadores essenciais considerados para este grupo, destacando que

sete tiveram aderência plena (LA4, LA8, LA10, LA14, HR6, SO8 e PR9).

O relatório social de 2012 da Tecnisa Construtora & Incorporadora, de maneira geral, se

notabilizou por omitir informações importantes, principalmente aquelas relacionadas a uma

descrição mais precisa de como funciona a organização, a exemplo de itens que pedem

descrição de aspectos negativos como emissão de gases e políticas internas para combater a

corrupção, se caracterizando pelo maior enfoque aos aspectos positivos. No entanto, para os

indicadores em que as informações são apresentadas, estas são evidenciadas de forma

satisfatória, haja vista que, dos vinte indicadores apresentados, quinze foram classificados

como aderidos plenamente.

5 Considerações Finais

O presente estudo objetivou realizar uma análise comparativa do nível de evidenciação

de informações contábeis ambientais entre empresas do segmento relacionado a engenharia e

construção civil. Tal análise se baseou na identificação da aderência aos indicadores

essenciais de desempenho econômico, ambiental e social da versão GRI (G3) do relatório

social ano base de 2012 das empresas da amostra.

Os resultados empíricos apontaram que as entidades analisadas apresentam, de modo

geral, carência na transparência das informações publicadas, de forma que uma série de

aspectos considerados negativos à imagem da empresa foram omitidos ou apresentados de

forma inconsistente. Esta questão vai ao encontro do que foi concluído no estudo de Bazani e

Leal (2013) e atestado por Siqueira e Vidal (2003). Outra constatação é a existência de

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distorção entre o que as empresas declaram em seus relatórios e o que realmente apresentam

segundo as diretrizes do GRI, a exemplo da empresa Even Construtora & Incorporadora, que

se declarou no nível A+ de classificação do GRI, mas apresentou informações de forma

incompleta ou inconsistente sendo, por isso, classificada como de nível “médio” para a

aplicação dos índices GAPIE e GEE.

Na análise do GAPIE, observou-se que houve uma variabilidade considerável no

resultado entre as empresas analisadas, não havendo tendência de apresentação para empresas

de mesmo segmento. A organização Andrade Gutierrez foi a que obteve o melhor

desempenho para esse indicador, sendo a única empresa que se enquadrou na classificação

“alta” de aderência.

No desempenho por categoria, o melhor desempenho médio das empresas foi observado

na área ambiental. O que é contraditório, pois a maioria dos indicadores desse grupo envolve

cálculos de difícil mensuração, como materiais utilizados por peso e volume, emissão de

gases e consumo de água e energia. Nos grupos de desempenho econômico e social, o

resultado médio foi equiparado, no entanto, deve-se considerar que no desempenho social

foram considerados vinte e cinco indicadores contra sete do desempenho econômico, o que

aponta para uma maior carência proporcional na apresentação de indicadores econômicos.

Em relação ao desempenho do GEE, constatou-se que nenhuma organização se

enquadrou na classificação “alta”. A Andrade Gutierrez, que havia obtido classificação maior

no GAPIE, omitiu com justificativa três indicadores, o que ocasionou a queda para a terceira

posição na análise do GEE. Quanto ao desempenho por categoria do GEE, constata-se que o

pior desempenho médio foi observado no âmbito social, reflexo da omissão com justificativa

de indicadores da Andrade Gutierrez. Contraditoriamente, o melhor desempenho passou a ser

do grupo de desempenho econômico, que não teve omissão com justificativa de nenhuma das

entidades analisadas. Dessa forma, fica evidenciado que a omissão com justificativa de

indicadores relevantes pode alterar o entendimento com relação à qualidade do relatório de

sustentabilidade publicado pelas empresas, em conformidade com o concluído por Carvalho

(2007) e Castro, Siqueira e Macedo (2009).

Diante do exposto, observa-se que, apesar dos esforços do Global Reporting Initiative

(GRI) em uniformizar os relatórios sociais e fornecer um substrato para a melhoria na

qualidade de divulgação das informações de cunho contábil/ambiental, as empresas do

segmento analisado, em geral, ainda carecem de melhorias no que se refere à quantidade de

informações prestadas e à forma de apresentação das mesmas. Há necessidade, portanto, de

convergirem para uma maior uniformidade e transparência ao reportarem os indicadores

requeridos e para a redução de vieses que distorçam as informações divulgadas.

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