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MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO
ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO
TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA
Londrina 2012
MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO
ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO
TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Recursos Humanos: Gestão de Pessoas e Competências, como requisito à obtenção do título de especialista. Orientadora: Profª Ms. Elen Gongora Moreira
Londrina 2012
MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO
ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO
TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA
Londrina 2012
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Recursos Humanos: Gestão de Pessoas e Competências, como requisito à obtenção do título de especialista. Orientadora: Profª Ms. Elen Gongora Moreira
Aprovada em: ____/____/____
Profa. Ms. Elen Gongora Moreira Orientadora
Profa. Dra. Damares T. Biazin Membro da Banca Examinadora
Londrina 2012
Dedico este trabalho aos meus pais que
sempre me apoiaram e incentivaram a
progredir com os estudos, o que foi
essencial para vencer mais esta etapa
em minha vida.
A minha filha Ana Lara pela paciência
nos momentos de minha ausência.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus que me deu condições para alcançar mais este objetivo em
minha vida.
À Profª Ms. Elen Gongora Moreira, pela orientação e apoio essencial para elaboração de
minha monografia.
Aos colegas da gráfica por me permitirem realizar o estudo.
BORTOLOTTO, Mariana Pizzutti. Análise de viabilidade para implantação de um Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho. 2012. 90 f. Monografia (Especialização em Recursos Humanos - Gestão de Pessoas e Competências) – Centro Universitário Filadélfia, Unifil, Londrina, Pr., 2012.
RESUMO
As organizações com visão competitiva estão cada vez mais em busca da melhoria contínua, pois elas devem demonstrar uma postura ética e responsável com relação à avaliação ambiental, a qualidade e a saúde e segurança no trabalho. Devido a isto, este estudo apresenta uma proposta de análise de viabilidade para implantação de um Sistema de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho em uma Indústria Gráfica. O principal objetivo foi identificar os possíveis riscos gerais que os setores da empresa investigada apresentaram na questão de Segurança e Saúde no Trabalho. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico, onde foram apresentados conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho e de Segurança e Saúde no Trabalho. Para pesquisa de campo, aplicou-se método qualitativo, através de análise de observação efetuada nos setores da empresa para avaliação. Teve como instrumento para a coleta de dados um modelo de roteiro para ser preenchido. Os riscos ambientais detectados foram representados através de um mapa gráfico, que na aplicação prática, esse procedimento poderá trazer como resultado um diagnóstico do ambiente de trabalho que permitirá demonstrar a viabilidade e a validade da proposta. E, por último, apresentam-se recomendações de melhoria nos setores para cada tipo de risco, bem como as vantagens advindas com a adoção de um SGSST. Foi sugerido um modelo elaborado pela OIT para aplicação das diretrizes que a empresa deverá seguir. Palavras-chave: Segurança e Saúde no Trabalho, riscos ambientais, mapa gráfico
ABSTRACT
The organizations with competitive vision are increasingly seeking for continuous improvement, because they must demonstrate an ethical and responsible with respect to environmental assessment, quality and health and workplace safety. Because of this, the study proposes a feasibility review for implantation of a System of Management Occupational Health and Workplace Safety in a printing industry. The main objective was to identify possible general risks in sectors of the company showed on the issue of Health and Safety at Work. First, was made a literature review, which presented concepts of quality of work life and Health and Workplace Safety. For field research, was applied qualitative method, through analysis of observation made in the areas of company for assessment. For data collection was used a script model as an instrument to be completed. The environmental risks identified were represented by a graphical map, which in practical application, this procedure may bring a diagnosis as a result of the work environment that will demonstrate the feasibility and validity of the proposed. And, finally, presents recommendations for improvement in the areas for each type of risk and the benefits arising from the adoption of an SMOHWS. It was suggested a model developed by the OIT for implementing the guidelines that the company should follow. Key words: Health and Workplace Safety, environmental risks, graphical map
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no trabalho - QVT .............. 14
Quadro 2 - Fatores pessoais que influenciam o comportamento gerador de acidentes 21
Quadro 3 - Benefícios Pecuniários ................................................................................ 24
Quadro 4 - Quadro de classificação dos riscos ocupacionais em grupos, de acordo com
a sua natureza e a padronização das cores correspondentes ...................................... 35
Quadro 5 - Dados do Setor Administrativo .................................................................... 37
Quadro 6 - Riscos Biológicos – Setor Administrativo .................................................... 38
Quadro 7 - Riscos Ergonômicos – Setor Administrativo ................................................ 39
Quadro 8 - Riscos de Acidentes – Setor Administrativo ................................................ 40
Quadro 9 - Dados do Setor de Acabamento ................................................................. 41
Quadro 10 - Riscos Físicos – Setor de Acabamento ..................................................... 42
Quadro 11 - Risco Químicos – Setor de Acabamento ................................................... 43
Quadro 12 - Riscos Ergonômicos – Setor de Acabamento ........................................... 44
Quadro 13 - Riscos de acidentes – Setor de Acabamento ............................................ 45
Quadro 14 - Dados do setor de Limpeza ...................................................................... 46
Quadro 15 - Riscos químicos – setor de limpeza .......................................................... 47
Quadro 16 - Riscos biológicos – setor de limpeza ........................................................ 48
Quadro 17 - Riscos Ergonômicos – Setor de Limpeza .................................................. 49
Quadro 18 - Riscos de Acidentes: Setor de Limpeza .................................................... 50
Quadro 19 - Dados do Setor de Impressão ................................................................... 50
Quadro 20 - Riscos Físicos – Setor de Impressão ........................................................ 51
Quadro 21 - Riscos Químicos – Setor de Impressão .................................................... 52
Quadro 22 - Riscos Biológicos – Setor de Impressão ................................................... 53
Quadro 23 - Riscos Ergonômicos – Setor de Impressão ............................................... 54
Quadro 24 - Riscos de Acidentes – Setor de Impressão ............................................... 55
Quadro 25 - O tipo de riscos e suas cores .................................................................... 57
Quadro 26 - Benefícios da inclusão de um SGSST ...................................................... 68
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira e Normas Técnicas CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas DORT - Distúrbios Osteomosculares Relacionadas ao Trabalho EPI – Equipamento de Proteção Individual INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social ILO-OSH - Guidelines on Occupational Safety and Health Management Systems LER - Lesões por Esforços Repetitivos NR – Norma Regulamentadora OIT - Organização Internacional do Trabalho OMS – Organização Mundial de Saúde PCA - Programas de Conservação Auditiva PCMAT - Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCP - Programas de Prevenção e Controle de Perdas PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário PPR - Programas de Proteção Respiratória PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SGSST – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho SSG – Segurança e Saúde no Trabalho
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ................................................................... 11
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO ......................................................................................... 11
2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................................. 12
3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ................................................................ 16
3.1 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............................................................ 18
3.2 ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO, PROFISSIONAIS .............................. 19
3.3 CONSEQUÊNCIAS DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO ..................... 22
3.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES .............................................................................. 25
3.5 SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO
TRABALHO .................................................................................................................. 29
4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 32
4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA DE ESTUDO ............................................................ 32
4.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA .................................................................. 33
4.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO MAPA DE RISCOS ..................................... 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DO ESTUDO DE CASO ......................................... 37
5.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR ADMINISTRATIVO ............................. 37
5.1.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 38
5.1.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 38
5.1.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 38
5.1.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 39
5.1.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 40
5.2 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE ACABAMENTO ............................. 40
5.2.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 41
5.2.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 42
5.2.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 43
5.2.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 43
5.2.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 45
5.3 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE LIMPEZA ...................................... 45
5.3.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 46
5.3.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 46
5.3.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 47
5.3.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 48
5.3.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 49
5.4 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE IMPRESSÃO................................. 50
5.4.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 51
5.4.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 51
5.4.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 52
5.4.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 53
5.4.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 54
5.2 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 57
5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS FÍSICOS ........................................ 58
5.4 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS QUÍMICOS .................................... 58
5.5 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS BIOLÓGICOS ................................ 59
5.6 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS ERGONÔMICOS .......................... 59
5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS DE ACIDENTES ............................ 61
6 ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO
DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ............................................................ 63
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 71
9
1 INTRODUÇÃO
Com o progresso tecnológico e a preocupação em manter seu nível de
qualidade sempre satisfatório, as organizações se obrigam cada dia mais a se empenharem
para que o ambiente de trabalho esteja favorável para melhor execução das tarefas. Na
busca por essa melhoria contínua a área de gestão de pessoas tem papel fundamental ao
aplicar métodos que satisfaçam principalmente o bem-estar de seus colaboradores e prevenir
ocorrências indesejáveis para o processo de trabalho.
Considerando o interesse em obtenção da diminuição de custos referentes
aos riscos à saúde dos colaboradores, as empresas só tendem a ganhar com investimento na
Qualidade de Vida do Trabalho (QVT). Tal investimento trará bons retornos, tanto na
motivação dos funcionários quanto na redução de custos e desperdícios desnecessários,
refletindo também no aumento da produtividade e melhor desempenho do trabalho (ROCCA
et al., 2011).
Julião (2001) observa que a valorização da QVT aumentou, devido às
decorrentes mudanças e exigências que o mundo globalizado estabelece, proporcionando
melhores condições de trabalho e promovendo o bem estar de todos.
Para Pacheco Jr. (1995) as organizações devem corresponder melhor às
expectativas de seus envolvidos, uma vez que investindo diretamente nestes, de forma
indireta também investirá em seus clientes. De um modo geral, tanto a empresa quanto seus
colaboradores acabam sendo favorecidos prevalecendo essa prática de qualidade.
Ao longo dos tempos, as condições de trabalho sofreram grandes
transformações, como por exemplo da conquista por reconhecimento dos direitos trabalhistas
e à melhoria dos esforços de trabalho de fator físico. Em muitas organizações essa realidade
está longe de atingir a satisfação que a maioria busca, muitas deficiências nesta questão
ainda existem e elas precisam ser sanadas (JULIÃO, 2001). Por exemplo, falta de
conscientização e responsabilidade que todos, empregadores e empregados, deveriam ter a
respeito de prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais.
A redução dos acidentes no local de trabalho é um dos mais fortes desafios
ao homem. Essa batalha apresenta um aspecto notável. A princípio, ele dispõe de recursos
mais do que suficientes para evitá-los, pois o avanço científico e tecnológico criou e tem
criado métodos e dispositivos altamente sofisticados em vários campos da atuação humana,
inclusive na prevenção de acidentes. No entanto, o objetivo principal não tem sido atingido
satisfatoriamente e o que mais surpreende é que a totalidade das causas dos acidentes tem
sido atribuída ao próprio comportamento do homem (CARVALHO, 2005).
A adoção de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho
10 (SGSST) é uma saída estratégica para a empresa que pretende agregar maior valor
operacional e melhorar seu desempenho nos negócios.
A empresa estudada é conceituada e reconhecida em seu segmento,
fornece produtos para todo o Brasil e pretende servir de referência dentro da área, dobrando
a sua capacidade produtiva, procurando atender um número maior de clientes e exportar os
seus produtos para outros países. Além do objetivo de melhorar seu posicionamento
competitivo no mercado e de elevar o nível de bem-estar organizacional, neste contexto, esta
empresa busca primeiramente conservar a boa imagem para com seus funcionários e a
sociedade.
Diante do exposto, esse estudo identificou os possíveis riscos gerais que os
setores da empresa investigada apresentaram na questão de Segurança e Saúde no
Trabalho (SST), propondo uma análise de viabilidade para implantação de um SGSST de
fator eficaz.
Os objetivos específicos deste trabalho foram:
identificar os riscos nos setores da empresa;
elaborar o mapa de riscos;
propor, a partir do mapeamento, recomendações e sugestões de
melhoria para o ambiente de trabalho e à saúde do trabalhador,
e,
apresentar outras vantagens que a empresa tende a ganhar com
essa nova gestão.
11 2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – QVT
A expressão é atual, porém a QVT tem sido preocupação desde que o
homem começou a utilizar instrumentos para trabalhar. Com o mesmo propósito dos dias
atuais, isto é, sempre direcionado a satisfazer e valorizar o bem-estar do trabalhador no
desempenho de suas atividades.
Os gestores que estão em busca de um diferencial estratégico em suas
empresas, se posicionam cada vez mais em prol da QVT, ou seja, acreditam que se
investirem nessa prática de qualidade, terão retornos excelentes em sua lucratividade.
Para melhor compreensão do termo, os próximos itens abordarão a história
da QVT e a evolução das condições de trabalho, bem como seus conceitos e definições.
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO
A partir do século XVIII e XIX, as preocupações com as condições de
trabalho e a influência destas na produção moral do trabalhador passaram a ser estudas de
forma científica. Contudo, a QVT teve seus primeiros estudos efetivamente em 1950, quando
foi desenvolvida uma abordagem sócio técnica em relação à organização do trabalho. Na
década de 60 as preocupações com a QVT, foram impulsionadas pela perspectiva de uma
sociedade progressista, tendo como base a saúde, segurança e satisfação dos trabalhadores
(RODRIGUES, 1994).
No final da década de 70, após uma crise e alta inflação no ocidente, houve
uma renovação no desenvolvimento das abordagens da QVT, quando do surgimento de forte
competição nos mercados internacionais, com a participação do Japão divulgando novos
modelos de organização do trabalho (FERNANDES, 1996).
Conforme Zavattro (1999 apud GUIMARÃES, 2004, p. 210) “nos anos 80 a
QVT adquire importância como um conceito globalizado, na busca do enfrentamento de
questões ligadas à produtividade e à qualidade total”.
Nos anos 90, os trabalhos norte-americanos de Shcein, Handy, Mintzberg e
Ulrich analisam novos conceitos das condições de trabalho, em uma perspectiva
organizacional (FRANÇA, 2004).
Segundo a mesma autora, Walton (1975) foi o primeiro norte-americano que
embasou um conjunto de critérios sob a óptica organizacional, enfatizando importante linha
de pesquisa de satisfação em QVT.
As definições evolutivas da QVT na visão de Nadler & Lawler (1983 apud
FERNANDES, 1996, p. 42) se destacam nos seguintes períodos:
1 - QVT como uma variável (1959/1972): Reação do indivíduo ao trabalho.
12
Era investigado como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o
indivíduo.
2 – QVT como uma abordagem (1969/1974): O foco era o indivíduo antes do
resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias
tanto ao empregado como à direção.
3 – QVT como um movimento (1975/1980): Declaração ideológica sobre a
natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização.
Os termos – administração participativa e democracia industrial – eram
frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT.
4- QVT como tudo (1979/1982): Como panacéia contra a competição
estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade,
problemas de queixas e outros problemas organizacionais.
6 - QVT como nada (futuro): No caso de alguns projetos de QVT
fracassarem no futuro, não passará de apenas um “modismo” passageiro.
Atualmente, a QVT envolve tanto aspectos físicos e ambientais como os
aspectos psicológicos no trabalho, com forte reivindicação dos empregados quanto às
condições de trabalho de um lado, e do outro o interesse das organizações em elevar sua
produtividade e a qualidade (CHIAVENATO, 1999).
2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A QVT é abrangente e sua definição não é muito clara, conforme enfatizam
Wether e Davis (1983 apud FERNANDES, 1996) os postos de trabalho representam não
somente uma renumeração para os trabalhadores, mas também um meio de satisfazerem
suas necessidades de toda ordem, para obtenção de uma melhor qualidade de vida. O
conceito engloba direitos que protegem o trabalhador, a humanização do trabalho e a
responsabilidade social da empresa.
A mesma autora explica melhor essa conceituação:
(...) Explicite-se que a QVT deve ser considerada como uma gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas mudam constantemente; e é contingencial porque depende da realidade de cada empresa no contexto em que está inserida. Além disso, pouco resolve atentar-se apenas para fatores físicos, pois aspectos sociológicos e psicológicos interferem igualmente na satisfação dos indivíduos em situações de trabalho; sem deixar de considerar os aspectos tecnológicos da organização do próprio trabalho que, em conjunto, afetam a cultura e interferem no clima organizacional com reflexos na produtividade e na satisfação dos empregados (FERNANDES, 1996 p. 46).
13
Trist (1975 apud RODRIGUES, 1994) declara que a QVT é de muita
importância para as empresas em todos os países. Para Nadler e Lawer (1983 apud
RODRIGUES, 1994), QVT é a grande esperança das organizações para atingirem a
produtividade, sem deixar de lado a motivação dos indivíduos.
Na linha de pensamento de França (2004) as definições de QVT são
multifacetas, abrangendo atitudes éticas, políticas e expectativas pessoais. Foi nas últimas
décadas que se difundiu melhor o conceito de QVT, referente ao novo perfil da pessoa no
trabalho. Pode-se dizer que a QVT vai desde cuidados com os riscos ocupacionais do
trabalho até atividades voluntárias das pessoas, em áreas de lazer e outras. No Brasil, o tema
tem gerado interesse de empregadores pela contribuição que pode se oferecer para o
empregado e para a produtividade empresarial.
De acordo com Feigenbaum (1994, apud CONTE, 2007) entende que QVT é
o comprometimento com a qualidade de forma mais proveniente nos ambientes em que os
funcionários se encontram intrinsecamente envolvido nas decisões, sendo estas influenciadas
no desempenho de suas funções.
WALTON (1973 apud FERNANDES, 1996, p. 48) propõe oito categorias
conceituais de critérios e indicadores de QVT, ilustrados no Quadro 1:
14
Fonte: WALTON (apud FERNANDES, 1996 p. 48).
QUADRO 1: Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no trabalho – QVT
O conceito de QVT basicamente leva a um profundo respeito pelas pessoas,
de modo que as organizações necessitem de pessoas motivadas, que colaborem
efetivamente em suas tarefas e que sejam justamente recompensadas pelos seus deveres
realizados (CHIAVENATO, 1999).
Para Sucesso (1998, apud VASCONCELOS, 2001, p. 28) pode-se dizer, de
maneira geral, que a qualidade de vida no trabalho abrange:
renda capaz de satisfazer às expectativas sociais e pessoais;
orgulho pelo trabalho realizado;
vida emocional satisfatória;
autoestima;
imagem da empresa/instituição junto à opinião pública;
CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT
1 – COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA
Equidade interna e externa Justiça na compensação Partilha dos ganhos de produtividade
2 – CONDIÇÕES DE TRABALHO
Proporcionalidade entre salários Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável Ausência de insalubridade
3 – USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES
Autonomia Autocontrole relativo Qualidades múltiplas Informações sobre o processo total do trabalho
4 – OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA
Possibilidade de carreira Crescimento pessoal Perspectiva de avanço salarial Segurança de emprego 5 - INTEGRAÇÃO SOCIAL NA
ORGANIZAÇÃO
Ausência de preconceitos Igualdade Mobilidade Relacionamento 6 – CONSTITUCIONALISMO
Senso comunitário Direitos de proteção do trabalhador Privacidade pessoal Tratamento imparcial Direitos trabalhistas 7 – O TRABALHO E O ESPAÇO TOTAL DE
VIDA
Papel balanceado no trabalho Privacidade pessoal Liberdade de expressão Tratamento imparcial Direitos trabalhistas
8 – RELEVÃNCIA SOCIAL DO TRABALHO NA VIDA
Imagem da empresa Responsabilidade social da empresa Responsabilidade pelos produtos Práticas de emprego
15
equilíbrio entre trabalho e lazer;
horários e condições de trabalhos sensatos;
oportunidades e perspectivas de carreira;
possibilidade de uso do potencial;
respeito aos direitos; e
justiça nas recompensas.
Essas várias abordagens e definições de QVT pode-se compreender que é
de fundamental importância que essa qualidade esteja em evidência no dia a dia do individuo
em seu ambiente de trabalho.
A busca pela qualidade de vida evita a fadiga decorrente da falta de lazer no
cotidiano do trabalhador. Deve-se criar um ambiente em que todos sintam prazer de trabalhar,
assim poderão mostrar o melhor que tem para oferecer em troca de uma justa qualidade de
vida.
16 3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: CONCEITOS E OBJETIVOS
Segundo Webster (2008) os primeiros estudos referentes à Segurança e
Saúde no Trabalho iniciaram-se há, aproximadamente, 300 anos. No Brasil, após a revolução
de 1930, aumentaram as reivindicações trabalhistas. Em 1943 criou-se uma legislação social
ordinária, com a origem da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT e, em consequência, a
lei n. 6.514/77 e a Portaria n. 3.214/78, que tratam exclusivamente da Segurança e da
Medicina do Trabalho. O tema teve seu desenvolvimento maior na década de 70, a fim de
reverter o elevado número de acidentes e doenças no trabalho, praticando a política de
prevenção e proteção ao trabalhador e ao meio ambiente.
Pereira Júnior (2008, p. 464) argumenta mais alguns objetivos:
desde então as medidas já tomadas entre as quais se destacam a da criação das CIPAS (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) foram reforçadas a obrigatoriedade da existência dos Serviços Especializados em Segurança Higiene do Trabalho nas empresas de maior porte. As normas de Segurança e Saúde no trabalho estão contidas na Portaria n 3.214 de 8 de junho de 1978, que, desde sua instituição, vêm se modificando e se atualizando. Atualmente são 30 normas regulamentadoras (NRs) que procuram regular os procedimentos preventivos e FAE dos diversificados riscos a que se opõem os trabalhadores diante do trabalho que realizam. Muitas campanhas de prevenção de acidentes do trabalho trouxeram resultados imediatos com a diminuição de acidentes e progressivamente esses resultados se estabilizaram, embora oficialmente os números de acidentes baixassem, à custa da sobnotificação. É que na verdade atingimos apenas a superfície da problemática reduzindo os acidentes de fácil resolução com o simples uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para as ocorrências menos graves.
Segurança é um estado, traduz-se, basicamente, em confiança. A
Segurança do Trabalho é uma prevenção de perdas, com intuito de evitar acidentes com
danos materiais e mais ainda à saúde do trabalhador (WEBSTER, 2008).
Para Rocca et al (2011, p. 04) a Segurança do Trabalho é o conjunto de
medidas, ciência, tecnologia e tomadas de decisões que tem por objetivo a proteção do
trabalhador em seu ambiente de trabalho, visando redução de acidentes e doenças
ocupacionais. Os responsáveis pela segurança do trabalho em uma empresa e suas
respectivas atribuições, conforme Rocca et al (2011, p.04) são:
Técnico de Segurança do Trabalho:
inspeciona locais, equipamentos e instalações, observando as condições
de segurança, garantindo o funcionamento e uso de equipamentos de
segurança e sugerindo soluções para um trabalho mais seguro;
relata os resultados das inspeções realizadas;
17
investiga eventuais ocorrências, estudando o motivo pelo qual ocorreu e
sugerindo mudanças para que não volte a acontecer;
instrui os colaboradores sobre normas de segurança por meio de palestras
e treinamento e fiscaliza a adoção das referidas normas;
responsável pelo contato com serviço médico da empresa ou externo, para
contato em caso de acidente;
coleta e mantém dados de acidentes, para que possa obter subsídios para
realização de medidas para redução dos mesmos.
Engenheiro de Segurança do Trabalho;
presta assessoria a empresas quanto à segurança de suas instalações,
equipamentos e procedimentos de modo a determinar as necessidades de
segurança a serem tomadas na redução de acidentes;
proporciona estudos para a melhor adequação técnica do homem a
máquina e da máquina ao homem;
realiza campanhas de conscientização da prevenção de acidentes,
realizando palestras, ministrando treinamentos e elaborando e distribuindo
material informativo;
estabelece a necessidade específica do uso de EPI (Equipamento de
Proteção Individual) nas mais diversas aplicações, realizando levantamento
das atividades, adequação, treinamento de uso e conscientização;
estuda as determinadas atividades exercidas no ambiente de trabalho de
modo a determinar a insalubridade relacionada à execução do trabalho; e,
realiza estudo sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais em
conjunto com outros especialistas de modo a precisar as causas dos
acidentes e doenças para que possa elaborar métodos para a redução dos
mesmos.
Médico do Trabalho:
realiza exames periódicos dos colaboradores e examina exames
complementares de modo a garantir a continuidade da produtividade;
executa tratamento de urgência em caso de acidentes, tomando medidas e
realizando os procedimentos necessários de modo a evitar consequências
mais graves ao colaborador;
participa do levantamento das atividades dos colaboradores, de modo a
precisar possíveis situações de insalubridade;
participa do treinamento das equipes de emergência, orientando quanto
aos procedimentos corretos;
18
procede a exames médicos para a seleção de pessoal de modo a qualificar
os candidatos com melhor aproveitamento para a vaga;
ajuda na inspeção de instalações da empresa como cozinha, creche,
sanitários, junto a outros profissionais de saúde, sempre focando o bem
estar dos colabores; e,
participa de congressos médicos e de prevenção de acidentes e divulga
pesquisas sobre saúde ocupacional.
Enfermeiro do Trabalho:
analisa as condições de segurança, observando os locais de trabalho e
discute as possíveis soluções em grupo;
desenvolve e executa planos de saúde e segurança;
realiza os primeiros socorros no local de trabalho de modo a minimizar
possíveis danos mais graves ao acidentado; e,
fomenta a conscientização dos colaboradores quanto ao uso dos
equipamentos e vestimentas de segurança.
O conjunto e união de metodologias desses profissionais formam o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT. Este grupo de
profissionais deve promover nas empresas as práticas de segurança e higiene no trabalho
para os colaboradores, fazendo com que as atitudes e métodos de trabalho deles sejam
sempre o mais seguro e higiênico possível (ROCCA et al., 2011).
Chiavenato (1999, p. 381) destaca ainda que “segurança do trabalho é o
conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para
prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente quer instruindo ou
convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas”.
Segurança do trabalho costuma ser definida segundo Oliveira (2009, p. 86)
como “a ciência e arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos
profissionais”. No que se refere à segurança do trabalho, o profissional da área deve no
mínimo saber reconhecer os riscos capazes de ocasionar a saúde do trabalhador, bem como
avaliar a magnitude desses riscos por meio de treinamento e prescrever medidas para
eliminá-los.
3.1 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Higiene do Trabalho tem o objetivo de proteger o trabalhador dos riscos de
saúde inerente às tarefas que são executadas. A mesma está relacionada com as condições
19 de trabalho que englobam a saúde física e mental das pessoas. O ambiente para ser
considerado saudável, deve proporcionar condições ambientais físicas e agentes externos
que favoreçam todos os sentidos humanos, isso do ponto de vista de saúde física, e,
melhores condições psicológicas e sociológicas, favorecendo primeiramente o
comportamento das pessoas, do ponto de vista de saúde mental (CHIAVENATO, 1999).
È fato de que a Higiene e Segurança no Trabalho têm constituído uma
preocupação crescente no mundo organizacional. Atualmente, vivem-se situações que nos
remetem para sistemas produtivos contemporâneos da Revolução Industrial ou do princípio
do século XX, onde os recursos humanos são mero instrumento de trabalho, descorando-se
negligentemente os princípios mais básicos de dignidade humana (CARVALHO, 2005).
Para a mesma autora, hoje a Higiene e Segurança no Trabalho pode ser
integrada com a gestão, como forma de minimizar os riscos para os trabalhadores e terceiros,
melhorar o desempenho das organizações e dos próprios recursos humanos e ainda
alavancar a imagem de responsabilidade perante a sociedade.
Em suma, a higiene do trabalho é um conjunto de medidas preventivas
relacionadas ao ambiente do trabalho, visando à redução de acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais. O objetivo não é apenas identificar fatores que possam prejudicar a saúde do
trabalhador, mas também eliminar ou controlar esses riscos.
3.2 ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO, PROFISSIONAIS
Até ao início da Revolução Industrial existem poucos relatos sobre acidentes
e doenças desencadeadas do trabalho, onde, neste período, predominava o trabalho escravo
e manual. Essa época veio alterar o cenário e gerar novos e graves problemas. Com a
chegada da máquina a vapor, a produtividade aumentou e o trabalhador passou a viver num
ambiente de trabalho mais agressivo, ocasionado principalmente pela divisão das tarefas e a
concentração de várias pessoas num mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de
acidentes e doenças originadas do trabalho começaram a surgir de fato (CARVALHO, 2005).
Chiavenato (1999) sob um conceito técnico considera o acidente como um
fato inesperado, imprevisto e não premeditado, muitas vezes causador de prejuízo material e
dano físico as pessoas (dor, sofrimento, invalidez ou até morte).
Segundo o artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente do
trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do
trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de
caráter temporário ou permanente”. Pode levar a afastamentos, a perda da capacidade para o
trabalho, até mesmo a morte (MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL, 2009a).
20
Ainda para o Ministério de Previdência Social (2009a) os acidentes de
trabalho poderão ser classificados como: a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e
o local de trabalho do segurado; b) a doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e c) a doença do
trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente.
Conforme art. 2º da lei de Acidentes de Trabalho – Lei n. 6.367 de 19 de
outubro de 1976, acidente do trabalho se origina de um acontecimento na execução do
trabalho ou quando o empregado é considerado no seu desempenho, fora do respectivo lugar
e horário, nessa definição, equiparou a lei o acidente de trabalho às moléstias profissionais,
para fins de reparação de danos sofridos pelo empregado no local e durante o trabalho
(OLIVEIRA, 2009).
O que também se equipara a acidentes de trabalho são aqueles sofridos
pelos trabalhadores no horário e local de trabalho, devido a agressões, sabotagens ou atos
de terrorismo praticados por terceiros ou colegas de trabalho. A doença originada da
contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. Também aqueles
sofridos fora do local e horário de trabalho, na condição de que o trabalhador esteja
executando ordens ou serviços sob a autoridade da empresa. Outra situação seria o acidente
que ocorre durante viagens a serviço, mesmo que seja com fins de estudo, desde que
financiada pela empresa (MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL, 2009a).
Para Digiácomo e Vieira (2008) sempre que houver a interação direta e
indireta entre um objeto possibilitador de perigos e a pessoa pericilitante é dada uma
condição de risco. Um acidente ocorrerá quando houver, juntamente com a realização das
condições desses risco. Dessa forma as pessoas são influenciadas pelo modo de conduta e
da atividade em si, o que pode acarretar os acidentes.
Segundo Chiavenato (1999) é importante observar alguns fatores pessoais,
como personalidade, que podem influenciar na ocorrência de acidentes, averiguando se os
colaboradores estão predispostos a sofrer acidentes ou não. Isto pode ser situacional, sendo
que uma pessoa pode ser predisposta a acidentes em um tipo de atividade, e quando estando
em outro tipo de trabalho não apresentar dificuldades.
21 Características Pessoais
Predisposição e tendências de comportamentos
Tipos de comportamentos específicos
Incidência de comportamentos acidentais
Personalidade · Inteligência · Motivação · Habilidades sensoriais · Habilidades motoras · Experiência
· Atitudes e hábitos não-desejáveis · Falta de habilidades específicas · Tendência a assumir riscos
· Falta de atenção · Esquecimento · Desconcentração · Dificuldade em obedecer regras e procedimentos · Desempenho inadequado · Excessiva exposição a riscos
· Probabilidade de comportamentos individuais geradores de acidentes.
Fonte: CHIAVENATO (1999, p. 387)
Quadro 2: Fatores pessoais que influenciam o comportamento gerador de acidentes
O Quadro 2 apresenta as características pessoais como personalidade,
motivação, experiência, habilidades, podem influenciar nas atitudes dos colaboradores, o que
pode levar a um acidente. Se um funcionário não tem predisposição para o trabalho, falta de
interesse, caso se descuide por um minuto pode acarretar em atitude não-desejáveis, assim
como um acidente.
Oliveira (2009) ressalta que a causa pessoal de insegurança ou fator
pessoal, podem levar a prática de um ato inseguro de forma inconsciente ou não. Destaca
ainda que as condições inseguras de um ambiente de trabalho são, em suma, as falhas ou
defeitos técnicos, falta de manutenção de dispositivos de segurança, que coloca em risco a
integridade física ou à saúde dos trabalhadores. Portanto, os atos inseguros e as condições
inseguras constituem fatores principais na causa de acidentes.
É um dever de a empresa ter como objetivo a proteção da saúde daqueles
que fazem parte integrante da comunidade trabalhadora. A Organização Mundial da Saúde –
OMS, por sua vez, define saúde como sendo um perfeito estado de bem-estar físico, psíquico
e social. Assim sendo, no trabalho, pode-se perder a saúde, o que implicará em uma menor
capacidade de trabalho e, portanto, uma diminuição de melhora no nível de saúde (VIEIRA,
2008).
A saúde ocupacional está ligada com a assistência médica preventiva. A lei
nº 24/94 instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, exige que os
exames médicos trabalhistas sejam feitos regularmente além de promover programas de
proteção e palestras da saúde dos funcionários e, ainda, elaboração do mapa de riscos
(CHIAVENATO, 1999).
O que pode ser considerado riscos de saúde para o trabalhador, seriam
aspectos físicos, biológicos, químicos, ergonômicos e de acidentes, assim como condições
expostamente estressastes, que também podem provocar danos à saúde.
22
Melo (2003, p. 08) define saúde e doença como “estados que dependem da
integridade física e mental do indivíduo, bem como das características físicas e “emocionais”
da sociedade na qual ele vive, mora, trabalha, diverte-se e sofre”.
A mesma ressalta que as causas mais frequentes das Lesões por Esforços
Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomosculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) seriam a
postura inadequada, o esforço excessivo laboral, a falta de exercícios físicos, a repetição de
movimento, a correlação com ambientes frios, ausências de pausas ou essa insuficientes,
fatores pessoais físicos e emocionais e fatores organizacionais, o pescoço e a região lombar
também são afetados por essas doenças.
O estresse relacionado ao trabalho também pode desencadear muitos
problemas, estes estão relacionados principalmente a mudanças, tempo, controle, fatores
sociais e à carga de trabalho. Existem controvérsias entre alguns terapeutas especializados
em estresse ocupacional, alguns dizem que os problemas do local de trabalho são dominados
por uma pressão máxima de trabalho e mínimo controle, enquanto outros dizem que a maioria
dos problemas evoluem a partir do senso de segurança produzido pela mudança (WILSON,
1997).
Para White (2000) as condições físicas também são causas de potenciais de
estresse, tais como: coisas demais para se fazer em pouco tempo, desconforto nas posições
de trabalho; barulho excessivo; trabalho com manuseios repetitivos; qualidade do ar precária,
entre outros.
Além destas doenças citadas, entre outras podem ser condenáveis do
trabalho, e, portanto, as empresas devem prevenir seus funcionários aos ambientes de
trabalho, pois causam custos e problemas para o individuo, para empresa e sociedade.
3.3 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES E DE DOENÇAS DO TRABALHO
É fato que os acidentes de trabalho causam prejuízos para a empresa com a
paralisação de máquinas, afastamento de funcionários, pagamento de multas e indenizações
para os acidentados, causa transtornos para a família, afastamento das atividades normais,
entre vários outros.
“Acidentes também influem de forma negativa em todo o processo produtivo,
pois são responsáveis por perda de tempo, de materiais, diminuição da eficiência do
trabalhador, aumentando o absenteísmo e causando prejuízos financeiros” (WEBSTER, 2008,
p. 701).
Para o mesmo autor os principais fatores que envolvem o custo de
acidentes são:
23
a) humanos: todo acidente com lesão acarreta despesas médicas
hospitalares, farmacêuticas, indenizações, etc. Sem citar os custos sociais
que poderão ser imensuráveis.
b) agentes produtivos: a danificação de máquinas, equipamentos,
ferramental, matéria-prima etc., ocorre com muita frequência, quando de
acidentes de trabalho.
c) tempo: qualquer acidente gera perda de tempo e, consequentemente,
de produção e mão de obra qualificada; e,
d) instalações físicas: o acidente poderá acarretar custos em edificações,
instalações elétricas, instalações hidráulicas, entre outros.
E, os principais prejuízos seriam segundo Roboredo (apud WEBSTER 2008
p. 702):
para o trabalhador: lesão; sofrimento físico/mental; incapacidade para o
trabalho; morte e família desamparada.
Para a empresa: gastos com primeiros socorros e transporte do acidentado,
danificação ou perda de máquinas; equipamentos e matéria-prima, dificuldades com as
autoridades e desprestígio para a empresa; máquina sem produção até a substituição do
acidentado; descontentamento dos clientes pelo atraso da produção.
Para a nação: Trabalhador ativo sem produzir; coletividade com mais
dependentes; necessidade de aumento de impostos, taxas, seguros etc, consequente
aumento do custo de vida, aumentos das desigualdades sociais.
Na Norma Regulamentadora nº 18, a Associação Brasileira e Normas
Técnicas (ABNT) determina os conceitos de custos diretos e indiretos de acidentes do
trabalho. Segundo ela o custo direto esta relacionado com o total das despesas aos
acidentados, tais como assistência médica e hospitalar, bem como tipos de indenizações para
cada tipo de ocorrência. O seguro faz a cobertura dessas respectivas despesas. O custo
indireto envolve custos com fabricação, despesas gerais, lucros cessantes (CHIAVENATO,
1999).
Para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apud (CHIAVENATO,
1999 p. 389) custo indireto de acidente do trabalho inclui os seguintes itens:
gastos do primeiro tratamento médico, despesas sociais, custo do tempo perdido pela vítima, perda por diminuição do rendimento profissional no retorno do acidentado ao trabalho, perda pela menor rendimento do trabalhador que substituiu temporariamente o acidentado, cálculo do tempo perdido pelos colegas de trabalho para acudir a vítima, etc.
24
Estes fatos indesejáveis levam também a prejuízos sócioeconômicos
relevantes, como custos sociais da Previdência Social, que são os benefícios como auxílio-
doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente, pensão por morte, reabilitação e
readaptação (a empresa pode ser obrigada a readaptar o funcionário) do segurado-
acidentado.
O Quadro 3 descreve sobre esses benefícios pecuniários:
Benefícios Beneficiários Condições p/ Concessão
Data de Início
Data da Cessão
Valor
Auxílo-doença(esp. 91)
Acidentado do Trabalho
Afastamento do trabalho por incapacidade laborativa temporária por acidente de trabalho
16° dia de afastamento consecutivo para empregado data do afastamento demais segurados
Morte concessão de auxilio-acidente ou aposentadoria cessação da ncapacidade alta médica volta ao trabalho
91% do salário-de-benefício
Aposetadoria por invalidez esp.92)
Acidentado do trabalho
Afastamento do trabalho por invalidez acidentaria
No dia em que o euxilio-doença teria inicio ou no dia seguinte à cessação do auxílio-doença
Morte cessação da invalidez volta ao trabalho
100% do salário-benefício
Auxílio-acidente(esp. 94)
Acidente do trabalho
Redução da capacidade laborativa por lesão acidentária
Dia seguinte à cessação do auxílio-doença
Consessão de aponsentadoria Óbito
50% do salário-benefício
Pensão(esp. 93)
Dependentes do acidentado do trabalho
Morte por acidente do trabalho
Data do óbito ou data da entrada do requerimento quando requerida após 30 dias do óbito
Morte do dependente cessação da qualidade de dependente
100% do salário-de-benefício
Fonte: INSS (Apud DIGIÁCOMO e VIEIRA 2008, p. 634)
Quadro 3: Benefícios Pecuniários
A consequência dos acidentes é uma grande preocupação, pois envolve
vidas humanas, e as lesões por eles provocadas merecem uma melhor atenção. Todo
acidente de trabalho deve ser plenamente previsto e evitado. É possível controlar ou eliminar
estas causas, evitando os atos inseguros e as condições de ambientes de insegurança. O
gerenciamento dos riscos é de suma importância para a prevenção de acidentes, se
25 utilizando de métodos eficazes para exercer nas etapas do processo produtivo é o que
garante a continuidade e a segurança (OLIVEIRA, 2009).
Oliveira (2009, p. 83) ainda lista os conceitos básicos sobre consequências
do acidente:
Lesão pessoal: qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como consequência de acidente do trabalho. Natureza da lesão: expressão que identifica a lesão, segundo suas características principais. Lesão imediata: lesão que se manifesta no momento do acidente. Lesão mediata (lesão tardia): lesão que não se verifica imediatamente após a circunstância acidental da qual resultou. Morte: cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo decorrido desde a lesão. Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo): lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente. Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo): lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente. Incapacidade permanente total: perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, sem morte. (olhos, mãos, pés – dois dos três) Incapacidade permanente parcial: redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica. Incapacidade temporária total: perda total da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total. Tempo computado: tempo contado em "dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporária total" mais os "dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial". Prejuízo material: prejuízo decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros ônus resultantes de acidente do trabalho. Agente do acidente ou simplesmente agente: substância ou ambiente que, sendo inerente à condição de segurança, tenha provocado o acidente. Fonte da lesão: substância, energia ou movimento do corpo que provocou diretamente a lesão.
3.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS
Em 1921 a Organização Internacional do Trabalho - OIT, implantou um
serviço de prevenção de acidentes de trabalho. Segue-se um período de grande
desenvolvimento tecnológico e de alterações na produção industrial que conduziram, por
vezes, a um agravamento importante das condições de trabalho (CARVALHO, 2005).
De acordo com a mesma Organização, ocorrem anualmente cerca de 270
milhões de acidentes de trabalho no mundo, dos quais, 2 milhões seriam fatais. O Brasil é
considerado recordista mundial de acidentes de trabalho com três mortes a cada duas horas
e três acidentes de trabalho não fatais a cada minuto (ALMEIDA; VILELA, 2010).
26
Para os mesmos autores, acidentes de trabalho e doenças de trabalho são
influenciados por características relacionadas à situação no ato de trabalho como o
maquinário, a tarefa, o meio técnico ou material, e também pela organização e relações de
trabalho. Porém, no meio técnico as causas decorrentes são em sua maioria provocada por
falhas dos operadores, assim como erro humano, ato inseguro, comportamento fora do
padrão ou falhas técnicas materiais, normalmente associadas ao descumprimento de normas
e padrões de segurança.
A ocorrência de acidentes, segundo Oliveira (2009) depende da atuação de
diversos fatores relativos à condição ambiental, de sua natureza e intensidade, assim como
para o indivíduo, depende de sua suscetibilidade ao agente; e quanto à atividade profissional,
depende de suas características. Tais fatores devem ser averiguados como um todo para se
identificar o real risco que agentes ambientais provocam à saúde dos trabalhadores.
A partir dos dados do Ministério de Previdencia Social (2009b) em 2009
foram registrados 723.452 acidentes e doenças do trabalho. Este número, ainda não inclui os
trabalhadores autônomos e as empregadas domésticas. Entre esses registros contabilizou-se
17.693 doenças relacionadas ao trabalho, e parte destes acidentes e doenças tiveram como
conseqüência o afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores devido à incapacidade
temporária, 13.047 trabalhadores por incapacidade permanente, e o óbito de 2.496 cidadãos,
estes eventos provocam grande impacto social, econômico sobre a saúde pública no Brasil.
Segundo Sell (2008, p. 397) a prevenção de acidentes deve concentrar-se
na eliminação dos perigos e riscos, para assim ser possível obter um efeito maior na
prevenção de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. São necessários, no
planejamento e na execução das medidas preventivas de acidentes de trabalho, dados e
informações da área técnica, organizacional, social e humana, assim por exemplo, antes de:
eliminar perigos é necessário conhecer uma série de detalhes
sobre perigos e sua atuação sobre a pessoa;
eliminar riscos é necessário saber de que precondições técnicas,
humanas e organizacionais eles dependem;
tentar gerar uma conduta segura nas pessoas é necessário
questionar os fatores que influenciam essa conduta;
fornecer protetores individuias é necessário conhecer os perigos
contra os quais eles devem proteger, para poder selecionar
protetores adequados.
Para as concepções de Carvalho (2005, p. 29) as medidas de prevenção
devem assegurar a proteção dos trabalhadores contra os riscos para a sua segurança e
saúde resultantes dos efeitos dos agentes químicos e da utilização de substâncias
27 prejudiciais. Não sendo possível eliminar esses agentes, deve-se avaliar e aplicar medidas
apropriadas para essa prevenção, sendo elas:
medidas organizacionais: organização da prevenção com
programas dirigidos para a especificidade dos riscos, concepção dos
processos de trabalho e de controles técnicos apropriados,
identificação de alternativas aos processos de trabalho e utilização de
métodos de trabalho adequados;
medidas técnicas: redução da quantidade de agentes químicos e
substâncias perigosas nos locais de trabalho; utilização de
equipamentos e materiais adequados que permitam evitar ou reduzir
ao mínimo a libertação de substâncias perigosas; redução ao mínimo
da duração e grau de exposição e do número de trabalhadores
expostos; elaboração do Plano de Emergência em função do risco de
acidente; aplicação de medidas de proteção coletiva na fonte do
risco, designadamente, de ventilação, segregação, armazenamento e
de medidas organizativas adequadas; e, adoção de medidas de
proteção individual, incluindo a utilização de equipamentos de
proteção individual, senão for possível a exposição por outros meio;
medidas de vigilância médica: vigilância da saúde dos
trabalhadores expostos e susceptíveis de contrair doenças; criação
de rotinas específicas nos exames de admissão, periódicos e
ocasionais, que atendam ao agente, às características de exposição
e ao trabalhador; e,
medidas de formação e informação: informar os trabalhadores
acerca dos riscos conexos com a exposição e os resultados das
avaliações; assegurar formação contínua em práticas e
procedimentos de segurança; utilizar as informações das fichas de
dados de segurança para a preparação das instruções.
Os locais de trabalho devem manter fichas atualizadas de dados sobre os
níveis de exposição a agentes químicos perigosos, bem como os resultados da vigilância da
saúde de cada trabalhador. A identificação das substâncias perigosas e os resultados de
avaliação dos riscos nos locais de trabalho devem ser registrados. Portanto, a presença de
28 agentes perigosos nos locais de trabalho representa riscos para os trabalhadores, que assim
expostos venham a contrair alguma doença. Para que tal não aconteça, é importante atentar-
se para o tempo de exposição, intensidade e as características dos agentes (CARVALHO,
2005).
Quanto aos agentes físicos, os maiores causadores em potencial de
doenças ocupacionais são: ruídos, vibrações mecânicas; temperaturas extremas; pressões
anormais; radiações ionizantes; radiações não ionizantes (OLIVEIRA, 2009).
O mesmo autor comenta ainda que os riscos biológicos ocorrem devido a
micro-organismos, podem provocar inúmeras doenças, assim expostos em contato ao
homem. Algumas atividades profissionais possibilitam um risco maior com esses agentes, tais
como trabalhadores rurais, hospitais, coletas de lixo, laboratórios, etc.
Segundo o Ministério de Previdência Social (2009b) a legislação relaciona
diversos programas relativos à prevenção de acidentes dentre eles:
• PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) – NR-9, segundo a
qual o empregador deve controlar a ocorrência de riscos ambientais existentes ou que
possam surgir no ambiente de trabalho; De acordo com a NR-09 da Portaria 3.214/78, fica
estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e implementação por parte de todos os
empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando
a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação,
reconhecimento, avaliação, consequente e controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que possam vir a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. De acordo com a NR-05 da Portaria
3.214/78, deverá ser efetuado o levantamento de riscos ambientais (físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes), sendo estes representados em planta baixa.
• PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) – A Norma
Regulamentadora 7 estabelece o objetivo do PCMO (Programa de controle médico
ocupacional) como sendo a “promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.”
• PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) – que contém todo o histórico
funcional, a descrição das atividades desenvolvidas, os riscos envolvidos, os equipamentos
de proteção oferecidos pela empresa, etc. Seu preenchimento e entrega são obrigatórios, no
momento do desligamento do colaborador da empresa.
• PCMAT – Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho. A NR 18,
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, traz em seu item 18.3 a
necessidade do PCMAT em obras de construção, fato que todos os profissionais
intervenientes em um processo de construção deveriam dominar e dele ter pleno
conhecimento.
29
• PPR – Programas de Proteção Respiratória. Implantação e manutenção
obrigatória de acordo com a Instrução Normativa 01/94 do TEM.
• PCA – Programas de Conservação Auditiva. De acordo com a NR-01 da
Portaria 3.214/78, cabe ao empregador adotar medidas para eliminar ou neutralizar a
insalubridade e as condições inseguras de trabalho, a partir de níveis de ação de acordo com
a NR-09, níveis de exposição de acordo com o Anexo I da NR-15 e parâmetros de avaliação
de acordo com o Anexo I da NR-07
• PCP - Programas de Prevenção e Controle de Perdas.
Portanto, observa-se que a legislação apresenta programas que visam a
prevenção de acidentes de trabalho, bem como estabelecendo normas e técnicas,
relacionadas à higiene e segurança no trabalho, que devem ser aplicadas com a finalidade
precípua de proteger a vida.
Apenas com a conscientização das pessoas e da prevenção de acidentes é
que poderão ser evitados acontecimentos indesejáveis. Por isso, as empresas, os
governantes e os próprios trabalhadores devem se comprometer para definir meios que
reduzam e previnam tais acontecimentos (PACHECO JR., 1995).
3.5 SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO TRABALHO
Para se ter ciência da importância da saúde e segurança ocupacional,
somente no Brasil, em 2009, ocorreu cerca de 1 morte a cada 3,5 horas, devido ao risco
decorrente dos fatores ambientais do trabalho e ainda cerca de 83 acidentes e doenças do
trabalho reconhecidos a cada 1 hora na jornada diária, ainda uma média de 43
trabalhadores/dia que não mais retornaram ao trabalho devido a invalidez ou morte
(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2009b).
A prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e incidentes
críticos deve ser tratada como uma necessidade primária das empresas, adquirindo um
política de qualidade na saúde e segurança no trabalho (PACHECO JR, 1995).
Sistema de Gestão é uma estrutura organizacional com definições de
responsabilidades técnicas e administrativas para desenvolver e implementar uma política de
segurança e saúde no trabalho e para gerenciar seus riscos (ABNT, 2010).
Aplica-se uma metodologia para gerenciar de forma sistemática os
processos-chave envolvendo a saúde ocupacional e segurança no trabalho, trazendo
resultados significativos e atingindo os objetivos dos prevencionistas, evidenciando essa
cultura (MILANELI, 2009).
Destaca-se, pela sua relevância, a obrigação de criação, nas empresas, de
um sistema organizado, com os meios necessários à defesa da segurança e da saúde dos
30 trabalhadores, assente em princípios gerais de prevenção, nomeadamente, a planificação da
prevenção através de um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho,
as medidas de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho
(CARVALHO, 2005).
Os acidentes e as doenças resultantes do trabalho podem trazer grandes
transtornos a uma empresa, caso ela não se atente a prevenção da SST, pois os custos são
elevados em relação aos equipamentos e na redução da produção. Os custos reais dos
acidentes de trabalho são substancialmente mais elevados do que os custos aparentes. O
acidente de trabalho não é apenas um pesado tributo humano, mas sim, indicador de uma
gestão ineficaz no processo de produção. Isto significa que um risco não detectado no tempo
certo pode ocasionar um custo maior do que o custo da sua prevenção. O empregador tem a
responsabilidade de prestar contas e o dever de organizar a segurança e a saúde no trabalho.
A implementação de um sistema de gestão da SST oferece, entre outros aspectos, uma
abordagem útil para cumprir estes deveres (CARVALHO, 2005).
Nenhuma implantação será viável se não houver uma participação
persistente por parte dos colaboradores envolvidos, estes precisam assimilar corretamente as
novas responsabilidades em termos de segurança no trabalho que terão que cumprir. O
incentivo primordial deve partir da alta gestão, que tem o papel fundamental de valorizar os
conhecimentos e a experiência dos trabalhadores, estimulando a motivação e favorecendo a
mudança, assim eles terão maior facilidade no aprendizado quanto ao conhecimento dos
perigos e a percepção dos riscos.
Segundo ABNT (2010, p. 19) a organização deve garantir que qualquer
trabalhador sob seu controle cumprindo atividades/operações que possam ter impacto sobre
Segurança e Saúde no Trabalho, possua habilidades/competências com base na qualificação,
habilitação, capacitação, autorização, e ou pré-requisitos legais, devendo manter os registros
associados, atendendo no mínimo:
a) treinamento básico:
Sistema de gestão;
PEVA – Planejar, Executar, Verificar e Agir
Técnicas de análise de riscos;
Técnicas de medidas de controle;
Entendimento/Interpretação;
Saber como proceder;
Saber como fazer;
-se;
Saber como lidar com a informação, saber como aprender;
31
Liderança.
nterfaces com o meio ambiente.
b) treinamento específico:
Métodos/Procedimentos de trabalho;
Atitudes/Procedimentos para situações de emergência;
Manuseio da documentação;
A responsabilidade máxima compete à alta administração, a mesma deve
identificar os riscos e orientar seus funcionários com ações e atitudes pró-ativas,
promovendo recursos essenciais à implementação, ao controle e à melhoria do sistema de
gestão. Portanto, para se obter um sistema de gestão, primeiramente alguns aspectos
devem ser considerados tais como: requisitos de segurança e saúde ocupacional; rotinas de
inspeção de segurança; serviço de saúde ocupacional; práticas adequadas para a
segurança e saúde ocupacional; alimentação e trabalho; programa de melhoria contínua das
condições de trabalho (MILANELI, 2009).
32 4 METODOLOGIA
Inicialmente, para elaboração deste estudo, foi realizado um levantamento
bibliográfico por meio de fontes primárias e secundárias de até 20 anos de publicação, com
assuntos que auxiliou a formação desta pesquisa.
Carvalho (2008) explica que pesquisa bibliográfica é um meio de orientar
seu trabalho, adquirindo conhecimentos e após isso analisar com rigor e crítica. Assim,
pesquisar no campo bibliográfico é juntar as informações necessárias para progredir no tema
de estudo.
Realizou-se o estudo em setores de uma gráfica, com uma metodologia
centrada em observação sistemática e estudo de caso com abordagem qualitativa, para
levantamento do diagnóstico com o propósito de auxiliar na busca de resultados significativos.
Nas palavras de Pádua (2007, p. 79-80):
Quando falamos na observação como fonte de dados para a pesquisa, queremos dizer que a partir do momento em que o pesquisador se interessa pelo estudo de um dado aspecto da realidade, a observação espontânea deve ser verificada através da observação sistemática, para que se elabore então o conhecimento científico, daquele aspecto do real que se quer conhecer. É também denominada observação estruturada ou controlada, podendo ocorrer em situações de campo ou de laboratório.
Segundo a mesma autora, na observação sistemática pode-se utilizar de
roteiros elaborados para que se registrem as observações feitas, sendo estas podendo ser
complementada com fotos, filmes, slides. Nesse estudo específico, houve o envolvimento
direto da autora desse trabalho. Para melhor registro das informações, utilizou-se um modelo
de roteiro para coleta de dados, que foi representado através de desenhos gráficos.
Para Gil (1996) quanto à vantagem do método estudo de caso, é que os
procedimentos e análise de dados adotados para os relatórios caracterizam-se por uma
linguagem mais acessível do que outros tipos de pesquisa.
E enfim, a pesquisa é qualitativa por considerar o processo e seu significado
como enfoques principais de abordagem, ou seja, o objetivo maior está na compreensão dos
fatos e não na sua mensuração. Os dados identificados são avaliados, sem a aplicação de
métodos estatísticos.
4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA DE ESTUDO
Nesta parte será apresentada uma breve descrição da empresa de estudo
em questão.
33
A gráfica foi fundada em fevereiro de 1995 inicialmente como Loja de
Cópias. Em 1996 iniciou suas atividades como gráfica e editora, sendo que em 1998, mudou-
se para instalações maiores, adquirindo novos equipamentos, funcionando apenas como
gráfica e editora. Em 2000 adquiriu equipamentos modernos, duplicando a sua capacidade
produtiva e começando atuar fortemente na arte editorial e na área de brindes. Em 2001
mudou-se para sede própria, investindo em novos equipamentos e abrindo representações
em outros estados, principalmente São Paulo.
Os produtos de maior comercialização são os brindes empresariais
personalizados (cadernos, blocos de anotações, agendas, calendários de base e outros),
representando 90% da sua produção.
Há 17 anos atuando no mercado gráfico, essa empresa busca atender com
competência as expectativas e exigências de seus clientes, criando principalmente um vínculo
para que assim ele sempre procure retornar para novos pedidos. Sendo o segmento na área
de brindes adotado, a mesma vem conquistando cada vez mais seu espaço, tendo atuado em
todo o território nacional, através de venda direta ou ainda de representantes.
Em busca de se tornar cada vez mais competente no mercado competitivo,
a empresa tem uma grande preocupação em melhorar seu sistema de qualidade, voltado
principalmente para o bom atendimento, pontualidade nas entregas, produtividade e
capacitação de seus funcionários, bem como elevar a carteira de clientes e
consequentemente efetuar aquisição de equipamentos com novas tecnologias para que
anualmente possa oferecer novos produtos, ou até os mesmos com um novo diferencial.
A empresa define a sua missão em fornecer através de meios impressos,
serviços de divulgação de informações dos clientes, atendendo às suas necessidades. A
mesma procura manter convênios com o Sindicato dos Empregados nas Indústrias Gráficas
objetivando trocar informações e sempre que possível manter treinamento especifico nas
diversas áreas de produção. A empresa também mantêm contatos com outras empresas,
com relativo interesse de trocar informações tanto de equipamentos, mão de obra e meios
operacionais, para assim se manter em evidência das novidades tecnológicas do mercado.
4.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
O estudo em questão foi realizado em dois meses (maio e junho), através de
análise de observação de todos os setores da empresa: Administrativo, Acabamento,
Refeitório, Banheiros/Vestiário e Impressão.
Para a elaboração do mapa de riscos, foi preciso conhecer o estágio atual
do ambiente e o processo de trabalho dos funcionários, e após elaborado pretende-se
34 mostrar a eles a importância da participação de todos para acompanhamento sempre que
necessário.
A empresa recentemente efetuou a renovação anual dos programas PPRA e
PCMSO, portanto foi utilizado consulta nos manuais atualizados o que proporcionou um
auxílio maior para busca de informações quanto às avaliações ambientais.
Optou-se por se utilizar apenas um modelo de roteiro para o levantamento
dos riscos diagnosticados de cada setor, descrevendo as principais informações, onde se
pôde avaliar aspectos dos 05 agentes de riscos pertencentes para a elaboração do mapa.
4.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO MAPA DE RISCOS
Os Mapas de Riscos reúnem as informações necessárias para estabelecer o
diagnóstico da situação de saúde e segurança no trabalho, bem como possibilitar, a troca e
divulgação de informações entre os trabalhadores, estimulando sua participação nas
atividades de prevenção (BARCELOS, 2008).
Conforme palavras de Barcelos (2008, p. 673) “o mapa de riscos demonstra
sem subterfúgios a realidade do ambiente em que o trabalhador vive o seu cotidiano.
Envolver os trabalhadores nesse processo é um procedimento inteligente e capaz de dar
bons resultados”.
É importante lembrar que a própria legislação brasileira já estabelece um
mecanismo para o envolvimento dos funcionários, que é a criação e atuação de uma
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A empresa atualmente possui 18
funcionários em seu quadro, o limite mínimo para organização da CIPA, hoje, é de 20
empregados, para grau de risco de 3 a 4. Por não ter essa obrigatoriedade a empresa ainda
não viu a necessidade de implantá-la. O mapa de riscos também é o método utilizado pela
CIPA para identificar os riscos com a participação do maior número de trabalhadores, sendo
auxiliado pelo SESMT.
O intuito desta pesquisa, conforme os objetivos é identificar os riscos
ocupacionais de todos os setores, e, após esse levantamento a melhor metodologia para
descrever e representar graficamente esses riscos com detalhes.
Conforme os resultados obtidos tem-se a possibilidade de conseguir
subsídios suficientes que favoreça a apresentação das sugestões de redução e eliminação
desses agentes, bem como desenvolver medidas de proteção ao trabalhador através da
análise de viabilidade para a implantação de um Sistema de Gestão eficaz voltado para a
Saúde e Segurança no Trabalho.
35
A utilização de mapas é uma das formas mais efetivas de representação dos
riscos ocupacionais, constituindo-se em um elemento básico para a estruturação de planos de
prevenção dos danos à saúde dos trabalhadores.
Conforme Quadro 04, apresenta a classificação dos Riscos Ocupacionais
em Grupos e as cores padronizadas:
Grupo 1 – Verde
Riscos Físicos
Grupo 2 –
Vermelho
Riscos Químicos
Grupo 3 – Marrom
Riscos Biológicos
Grupo 4 –
Amarelo
Riscos
Ergonômicos
Grupo 5 – Azul
Riscos de
Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico
intenso
Arranjo físico
inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e
transporte manual
de pesos
Máquinas e
equipamentos
Radiações
ionizantes
Névoas Protozoários Exigências de
postura
inadequada
Ferramentas
inadequadas ou
defeituosas
Frio Gases Parasitas Imposição de
ritmo excessivo
Eletricidade
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno
e noturno
Probabilidade de
incêndio ou
explosão
Pressões
anormais
Substâncias
compostas ou
produtos químicos
em geral
Jornada de
trabalho
prolongada
Armazenamento
inadequado
Umidade Monotonia e
repetividade
Outras situações
causadoras de
stress físico e/ou
psíquico
Animais
peçonhentos
Outras situações
de riscos que
poderão contribuir
para a ocorrência
de acidentes
Fonte: Portaria n. 25, 29.12.94 – SSSM/MTb (Apud Barcelos, p. 677)
Quadro 4: Quadro de classificação dos riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua
natureza e a padronização das cores correspondentes
36
Para esta pesquisa optou-se elaborar o Mapa de Riscos completo, ou seja,
de toda a empresa, para que assim sejam representado as diversas situações e afixado em
cada setor analisado, pois o roteiro será preenchido para cada setor.
O modelo de roteiro que foi utilizado para levantamento dos riscos, foi
baseado no livro Manual de Saúde e Segurança no Trabalho, elaborado pela mestre em
ergonomia Mary Angela Barcelos. Portanto, foram descritas e detalhadas as análises feitas
em todos os setores de estudo.
37 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO ESTUDO DE CASO
Nesta parte será apresentado roteiro para preenchimento das informações e
dos riscos identificados no setor administrativo.
Preencher o quadro com as informações do Setor
Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Administrativo
Dados gerais: Nº de trabalhadores: 5 Sexo: M x Quantos: 3 F x Quantos: 2 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos
Descrição da
Atividade:
Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, finanças, logística, comercial e arte final, atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo todo o procedimento necessário referente aos mesmos, preparam relatórios e planilhas; executam serviços gerais de escritórios.
Prováveis queixas de problemas de saúde: fadiga visual; dores de cabeça e dor muscular.
Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais: Stress; DORT; LER; Lombalgia
Quadro 5: Dados do Setor Administrativo
5.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR ADMINISTRATIVO
Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor
Administrativo.
38 5.1.1 Grupo I: Riscos Físicos
Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse
agente não será necessário ser preenchido.
5.1.2 Grupo II: Riscos Químicos
Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse
agente não será necessário ser preenchido.
5.1.3 Grupo III: Riscos Biológicos
Foram encontrados somente bactérias e fungos, conforme demonstrado no
Quadro a seguir.
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Vírus Não identificado Não identificado
Bactérias Todos do Setor Filtros do sistema de ar
condicionado podem
provocar alergias e
problemas respiratórios, a
manutenção deve ser feita
periodicamente, para evitar a
contaminação.
Protozoários Não identificado Não identificado
Fungos Todos do Setor Filtros do sistema de ar
condicionado podem
provocar alergias e
problemas respiratórios, a
manutenção deve ser feita
periodicamente, para evitar a
contaminação.
Bacilos Não identificado Não identificado
Parasitas Não identificado Não identificado
Quadro 6: Riscos Biológicos – Setor Admnisitrativo
39 5.1.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos
Dentro do riscos ergonômicos, foram identificados neste setor os agentes de
exigência de postura, imposição de ritmo excessivo, monotonia e repetitividade e outras
situações causadoras de stress físico e/ou psíquico conforme demonstrado no Quadro
abaixo.
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Trabalho físico pesado não identificado não identificado
Levantamento e Transporte
manual de peso
não identificado não identificado
Exigência de Postura
Inadequada
Todos do Setor Ter cuidado para não
assumir posturas
inadequadas ao sentar e
levantar da posição, realizar
exercícios de alongamento e
relaxamento muscular.
Controle Rígido de
Produtividade
não identificado não identificado
Imposição de Ritmo
Excessivo
Todos do Setor Evitar o esforço excessivo
laboral, realizar exercícios
de alongamento e
relaxamento muscular.
Trabalhos em Turnos e
Noturnos
não identificado não identificado
Jornada de Trabalho
Prolongada
não identificado não identificado
Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas
ao ritmo de trabalho, realizar
exercícios de alongamento e
relaxamento muscular.
Outras Situações
Causadoras de Stress Físico
e/ou Psíquico
Todos do Setor Manter o controle sobre a
situação e o tempo
Quadro 7: Riscos Ergonômicos – Setor Administrativo
40 5.1.5 Grupo V: Riscos de Acidentes
Neste grupo, foram identificados probabilidade de incêndios ou explosões, e,
outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes conforme
mostra o quadro a seguir.
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado
Máquinas e Equipamentos
sem proteção
não identificado não identificado
Ferramentas Inadequadas
ou Defeituosas
não identificado não identificado
Iluminação Inadequada não identificado não identificado
Eletricidade não identificado não identificado
Probabilidade de Incêndios
ou Explosões
Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos
extintores
Armazenamento Inadequado não identificado não identificado
Animais peçonhentos não identificado não identificado
Outras Situações de Riscos
que poderão contribuir para
a ocorrência de Acidentes
Todos do Setor Ter cuidado com quedas nas
escadas ou batidas
Quadro 8: Riscos de acidentes – Setor Administrativo
5.2 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE ACABAMENTO
Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor
de acabamento.
41 Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Acabamento
Dados gerais: Nº de trabalhadores: 8 Sexo: M x Quantos: 2 F x Quantos: 6 Banheiros:(x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório:(x) bons ( ) péssimos
Descrição da
Atividade:
Desenvolvem trabalho de pré e pós- impressão. Planejam a execução do serviço de acabamento, conversão e distribuição juntamente com o supervisor, que revisa as embalagens e etiquetagem dos produtos. Preparam materiais para alimentação em linhas de produção. Ajustam e operam máquinas de acabamento gráfico e editorial. Alimentam as máquinas e separam materiais para reaproveitamento. Preparam matrizes de corte, refile, dobra e colagem, bem como realizam manutenção produtiva dos equipamentos.
Prováveis queixas de problemas de saúde: cansaço, dores de cabeça e dores musculares, problemas de coluna
Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. A Incorreta alimentação nas maquinas semi-automáticas pode levar a corte nas mãos e nos dedos. Iluminância deficiente ou em excesso. Doenças profissionais: Fadiga, aumento da pressão arterial, DORT, LER, Lombalgia, alterações auditivas conforme o tempo de exposição ao risco pela não utilização do EPI e STRESS devido a sobrecarga pelas jornadas de trabalho prolongada.
Quadro 9: Dados do Setor de Acabamento
5.2.1 Grupo I: Riscos Físicos
Neste grupo, o ruído foi o agente identificado, conforme mostra o quadro a
seguir.
42 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção
Individual/Coletiva
Recomendações
Ruídos Coladeira de
Livros; Furadeiras
semi-automatica;
Dobradeira
Automática,
Guilhotina e
Impressora Offset
Protetores
auriculares
Fazer um controle
mais rígido quanto ao
uso de protetores
auriculares no
momento em que as
máquinas estiverem
em funcionamento.
Reduzir a fonte
geradora, evitar usá-
las todas ao mesmo
tempo.
Vibrações
Radiações Ionizantes
Radiações Não-
Ionizantes
Frio
Calor
Pressões Anormais
Umidade
não identificado não identificado não identificado
Quadro 10: Riscos Físicos – Setor de Acabamento
5.2.2 Grupo II: Riscos Químicos
Nesta parte, foram encontradas somente substâncias, compostos ou
produtos Químicos em Geral.
43 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção Individual/Coletiva Recomendações
Poeiras não identificado não identificado não identificado
Fumos não identificado não identificado não identificado
Névoas não identificado não identificado não identificado
Neblinas não identificado não identificado não identificado
Gases não identificado não identificado não identificado
Vapores não identificado não identificado não identificado
Substâncias,
Compostos ou
Produtos Químicos
em Geral
Cola Máscaras descartáveis Controle rígido
para utilização das
máscaras.
Quadro 11: Risco Químicos – Setor de Acabamento
5.2.3 Grupo III: Riscos Biológicos
Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse
agente não será necessário ser preenchido.
5.2.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos
Foram encontrados, conforme o quadro a seguir, os riscos de levantamento
e transporte de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade,
imposição de ritmo excessivo, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade e
outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
44 Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Trabalho físico pesado não identificado não identificado
Levantamento e Transporte
Manual de Peso
Todos do setor Utilizar sempre a empilhadeira
para descarregamento de
materiais, bem como seu
deslocamento. Manter a
atenção para transitar com a
empilhadeira (as vias internas
de circulação têm largura
inferior ao necessário), evitando
quedas e atropelamentos. E
manusea-la somente
empurrando..
Exigência de Postura
Inadequada
Todos do Setor Ter cuidado para não assumir
posturas inadequadas nas
bancadas de trabalho. Não há
mobiliário para sentar, todos
trabalham em pé por períodos
prolongados, deve-se aumentar
as pausas entre um serviço e
outro.
Controle Rígido de
Produtividade
Bloquistas Fazer pausas intercaladas ao
ritmo de trabalho
Imposição de Ritmo Excessivo Todos do Setor Evitar o esforço excessivo
laboral
Trabalhos em Turnos e
Noturnos
não identificado não identificado
Jornada de Trabalho
Prolongada
Todos do Setor Aumentar as pausas caso seja
necessário prolongar a jornada
Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas ao
ritmo de trabalho
Outras Situações Causadoras
de Stress Físico e/ou Psíquico
Todos do Setor Manter o controle entre a
situação e o tempo
Quadro 12: Riscos Ergonômicos – Setor de Acabamento
45 5.2.5 Grupo V: Riscos de Acidentes
Foram identificados riscos de máquinas e equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndios ou explosões e outras situações de riscos que poderão contribuir
para a ocorrência de acidentes.
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado
Máquinas e Equipamentos
sem proteção
Cortador Fazer a manutenção
constante na guilhotina,
verificar antes de começar o
corte se o sistema de
fotocélula esta ativo.
Ferramentas Inadequadas
ou Defeituosas
não identificado não identificado
Iluminação Inadequada não identificado não identificado
Eletricidade não identificado não identificado
Probabilidade de Incêndios
ou Explosões
Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos
extintores e a sua
demarcação
Armazenamento Inadequado não identificado não identificado
Animais peçonhentos não identificado não identificado
Outras Situações de Riscos
que poderão contribuir para
a ocorrência de Acidentes
Todos do Setor Ter cuidado com quedas de
materiais, batidas e fraturas.
Manter um controle rígido
para os EPIS obrigatórios.
Quadro 13: Riscos de acidentes – Setor de Acabamento
5.3 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE LIMPEZA
Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor
de limpeza.
46
Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Função: Serviços gerais
Dados gerais: Nº de trabalhadores: 1 Sexo: F x Quantos: 1 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos
Descrição da
Atividade de
Limpeza:
Efetuam processo de higienização nas instalações. Conservam alvenaria e fachadas e recuperam pinturas, impermeabilizam superfícies, lavando, preparando e aplicando produtos.
Prováveis queixas de problemas de saúde: dores de cabeça, alergias, ressecamento das mãos e dores musculares.
Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais: Lombalgia, DORT e LER; doenças de pele.
Quadro 14: Dados do Setor de Limpeza
5.3.1 Grupo I: Riscos Físicos
Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse
agente não será necessário ser preenchido.
5.3.2 Grupo II: Riscos Químicos
Neste setor foram identificados agentes de poeiras e outras substâncias de
compostos e produtos químicos em geral.
47
Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção
Individual/Coletiva
Recomendações
Poeiras Acumulo de
Sujeira
Luvas em látex,
avental impermeável
e bota em PVC
Controle rígido para
utilização do uniforme
de proteção, evitando
alergias e
ressecamentos das
mãos.
Fumos não identificado não identificado não identificado
Névoas não identificado não identificado não identificado
Neblinas não identificado não identificado não identificado
Gases não identificado não identificado não identificado
Vapores não identificado não identificado não identificado
Substâncias,
Compostos ou
Produtos Químicos
em Geral
Produtos de
Limpeza
Luvas em látex,
avental impermeável
e bota em PVC
Controle rígido para
utilização do uniforme
de proteção, evitando
alergias e
ressecamentos das
mãos.
Quadro 15: Riscos Químicos – Setor de Limpeza
5.3.3 Grupo III: Riscos Biológicos
Foram identificados somente bactérias e fungos.
48
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Vírus não identificado não identificado
Bactérias Banheiros Controle rígido para
utilização do uniforme de
proteção, evitando alergias,
infecções intestinais e
parasitores
Protozoários não identificado não identificado
Fungos Banheiros Controle rígido para
utilização do uniforme de
proteção, evitando alergias,
infecções intestinais e
parasitores
Bacilos não identificado não identificado
Parasitas não identificado não identificado
Quadro 16: Riscos Biológicos – Setor de Limpeza
5.3.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos
No respectivo grupo foi identificado trabalho físico pesado, exigência de
postura inadequada, imposição de ritmo excessivo, jornada de trabalho prolongada,
monotonia e repetitividade.
49
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Trabalho físico pesado Aux de serviços gerais Nos dias que for necessário
fazer a limpeza de todo o
chão do barracão, outra
pessoa deverá auxiliá-la na
limpeza.
Levantamento e Transporte
Manual de Peso
não identificado não identificado
Exigência de Postura
Inadequada
Aux de serviços gerais Ter cuidado para não
assumir posturas
inadequadas. Intercalar
pausas entre um serviço e
outro, evitando dores
musculares e problemas de
coluna.
Controle Rígido de
Produtividade
não identificado não identificado
Imposição de Ritmo
Excessivo
Aux de serviços gerais Evitar o esforço excessivo
laboral
Trabalhos em Turnos e
Noturnos
não identificado não identificado
Jornada de Trabalho
Prolongada
Aux de serviços gerais Aumentar as pausas caso
seja necessário prolongar a
jornada
Monotonia e Repetitividade Aux de serviços gerais Fazer pausas intercaladas
ao ritmo de trabalho
Outras Situações
Causadoras de Stress Físico
e/ou Psíquico
não identificado não identificado
Quadro 17: Riscos Ergonômicos – Setor de Limpeza
5.3.5 Grupo V: Riscos de Acidentes
A probabilidade de incêndios ou explosões e outras situações de riscos
foram ou únicos agentes encontrados neste setor, que poderão contribuir para a ocorrência
de acidentes.
50
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado
Máquinas e Equipamentos
sem proteção
não identificado não identificado
Ferramentas Inadequadas
ou Defeituosas
não identificado não identificado
Iluminação Inadequada não identificado não identificado
Eletricidade não identificado não identificado
Probabilidade de Incêndios
ou Explosões
Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos
extintores e a sua
demarcação
Armazenamento Inadequado não identificado não identificado
Animais peçonhentos não identificado não identificado
Outras Situações de Riscos
que poderão contribuir para
a ocorrência de Acidentes
Aux de serviços gerais/
Instalação em geral
Ter cuidado com a queda
nos pisos escorregadios na
hora da limpeza.
Quadro 18: Riscos de Acidentes: Setor de Limpeza
5.4 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE IMPRESSÃO
Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor
de impressão.
Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Impressão
Dados gerais: Nº de trabalhadores: 2 Sexo: M x Quantos: 2 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos
Descrição da
Atividade:
Planejam serviços da impressão gráfica na modalidade offset e ajustam máquinas para impressão. Realizam serviços de impressão gráfica, tais como impressão plana e rotativa.
Prováveis queixas de problemas de saúde: dores de cabeça e dores musculares, irritação nas vias respiratórias
Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais:
Contaminação pela não correta forma de fazer a limpeza na máquina; dermatites de contato; alteração de audição conforme o tempo de exposição ao risco pela não utilização do EPI e STRESS, devido a sobrecarga pelas jornadas de trabalho prolongada.
Quadro 19: Dados do Setor de Impressão
51
5.4.1 Grupo I: Riscos Físicos
O agente de ruído foi o agente encontrado no setor analisado.
Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção
Individual/Coletiva
Recomendações
Ruídos Impressora Protetores auriculares Fazer um controle mais
rígido quanto ao uso de
protetores auriculares no
momento em que as
máquinas estiverem em
funcionamento. Reduzir
a fonte geradora, evitar
usá-las todas ao mesmo
tempo.
Vibrações
Radiações Ionizantes
Radiações Não-
Ionizantes
Frio
Calor
Pressões Anormais
Umidade
não identificado não identificado não identificado
Quadro 20: Riscos Físicos – Setor de Impressão
5.4.2 Grupo II: Riscos Químicos
Foram identificados riscos de vapores e substâncias, compostos ou
produtos químicos em geral.
52 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção
Individual/Coletiva
Recomendações
Poeiras não identificado não identificado não identificado
Fumos não identificado não identificado não identificado
Névoas não identificado não identificado não identificado
Neblinas não identificado não identificado não identificado
Gases não identificado não identificado não identificado
Vapores Gasolina/Alcool
isopropílico
Máscaras/Luvas
nitrílicas
Esses produtos são
utilizados para limpeza
das peças, deve manter
o controle rígido dos
EPIS.
Substâncias,
Compostos ou Produtos
Químicos em Geral
Tintas/solventes/
reveladores/
resíduos líquidos
Máscaras/Luvas
nitrílicas
Fazer um controle mais
rígido quanto ao uso dos
EPIS para preparação
das tintas e limpeza dos
rolos, evitando o uso de
solvente para limpeza
das mãos o que expõe a
inalação e absorção pela
pele desprotegida.
Procurar eliminar em
lugar adequado os panos
de limpeza que foram
utilizados para retirar os
resíduos.
Quadro 21: Riscos Químicos – Setor de Impressão
5.4.3 Grupo III: Riscos Biológicos
Bactérias e fungos foram os agentes identificados neste setor.
53 Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Vírus não identificado Não identificado
Bactérias Impressor/ Aux de
Impressão
Manter lugar adequado para
descarte dos resíduos.
Protozoários não identificado não identificado
Fungos Impressor/ Aux de
Impressão
Manter lugar adequado para
descarte dos resíduos.
Bacilos não identificado não identificado
Parasitas não identificado não identificado
Quadro 22: Riscos Biológicos – Setor de Impressão
5.4.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos
O trabalho físico pesado, levantamento e transporte manual de peso,
exigência de postura inadequada, imposição de ritmo excessivo, monotonia e repetitividade
são agentes encontrados no setor.
54 Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Trabalho físico pesado Aux de Impressão, Impressor Fazer revezamento dos dois
funcionários para colocação
dos papeis na maquina, devido
à quantidade de volume
exigindo maior esforço.
Levantamento e Transporte
Manual de Peso
Aux de Impressão, Impressor Utilizar sempre a empilhadeira
para descarregamento de
materiais, bem como seu
deslocamento. Manter a
atenção para transitar com a
empilhadeira (as vias internas
de circulação têm largura
inferior ao necessário), evitando
quedas e atropelamentos. E
manusea-la somente
empurrando..
Exigência de Postura
Inadequada
Aux de Impressão, Impressor Ter cuidado para não assumir
posturas inadequadas. Procurar
fazer pausas entre um serviço e
outro.
Controle Rígido de
Produtividade
não identificado não identificado
Imposição de Ritmo Excessivo Todos do Setor Evitar o esforço excessivo
laboral
Trabalhos em Turnos e
Noturnos
não identificado não identificado
Jornada de Trabalho
Prolongada
não identificado não identificado
Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas ao
ritmo de trabalho
Outras Situações Causadoras
de Stress Físico e/ou Psíquico
não identificado não identificado
Quadro 23: Riscos Ergonômicos – Setor de Impressão
5.4.5 Grupo V: Riscos de Acidentes
Os riscos de acidentes identificados neste setor foram a probabilidade de
incêndios ou explosões e outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência
de acidentes.
55
Agente/Riscos Função/Local Recomendações
Arranjo Físico Inadequado
Máquinas e Equipamentos
sem proteção
Ferramentas Inadequadas
ou Defeituosas
Iluminação Inadequada
Eletricidade
Probabilidade de Incêndios
ou Explosões
Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos
extintores e a sua
demarcação
Armazenamento Inadequado
Animais peçonhentos
Outras Situações de Riscos
que poderão contribuir para
a ocorrência de Acidentes
Aux de serviços gerais Ter cuidado com quedas de
materiais ou batidas
Quadro 24: Riscos de Acidentes – Setor de Impressão
Após preenchido o roteiro e feito o levantamentos de todos os riscos
existentes nos setores, esta pesquisa irá representar sobre planta baixa os riscos
identificados. Esses riscos irão ser representados através de círculos de cores e tamanhos
diferentes, quanto maior o grau de risco, maior será o círculo.
56
Figura 1: Mapa de Risco
A SIMBOLOGIA representada pelo tamanho dos círculos acompanha o tipo
de gravidade do risco.
Risco Grave
Risco Médio
57
Risco Pequeno
O TIPO DE RISCO VARIA COM A COR:
AGENTES QUÍMICOS VERMELHO
AGENTES FÍSICOS VERDE AGENTES BIOLÓGICOS MARROM
AGENTES ERGONÔMICOS AMARELO AGENTES MECÂNICOS AZUL
Quadro 25: O tipo de risco e suas cores
No mapa gráfico foram desenhados círculos próximos às fontes geradoras
dos riscos, de acordo com o tamanho que represente a gravidade mensurada pelo roteiro.
Ainda foi identificado o número de trabalhadores expostos em questão.
Outra situação detectada foi a existência de riscos de grupos diferentes,
mas com a mesma gravidade, assim sendo, o círculo foi dividido em partes iguais, cada parte
com a cor identificada.
Esse estudo sugeriu que a gerência mostre aos trabalhadores a criação
desse mapa, propiciando o envolvimento e convocando-os a participarem na elaboração do
mapeamento, para que discutam em conjunto aspectos relacionados à representação dos
riscos ocupacionais que vivenciam, assim nos próximos mapas, os próprios poderão efetuar
as renovações e alterações assim que houver a necessidade.
5.2 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES
As avaliações foram realizadas qualitativamente, por observação do
processo produtivo. Nesta fase de identificação, foram levados em consideração todos os
possíveis riscos e perigos, descrevendo aspectos visíveis do que o trabalhador faz em seu
trabalho. Neste sentido, para se efetuar uma avaliação dos riscos que seja adequada e
suficiente deverá ser assegurada uma verdadeira redução da exposição ao perigo, porque
além da avaliação global dos riscos é necessário efetuar um acompanhamento constante e
inspeções regulares, por parte dos trabalhadores.
58 5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS FÍSICOS
O ruído certamente é um dos agentes mais influentes identificado em uma
indústria gráfica. Por sua vez, o ruído, pode acarretar grande incômodo para o trabalho e
problemas graves na audição, além de outros que levam também a distúrbios psicológicos, e
até alterações nos sistemas circulatório, digestivo e reprodutor. Um local de trabalho ruidoso
concorre no sentido de aumentar as tensões a que o indivíduo está normalmente sujeito. Por
isso, esse estudo orienta que a manutenção preventiva dos equipamentos e a utilização dos
protetores auriculares sejam feita de forma efetiva, como maneira de reduzir esses
agravantes.
Outro possível agente dentro deste risco em uma gráfica seria a radiação
não ionizante na forma ultravioleta, utilizada no processo de sensibilização de filmes, telas e
chapa. A empresa há um ano não utiliza mais o processo de fotolito, que é a gravação de
filmes para impressão. Atualmente a mesma terceiriza o serviço com uma empresa que faz a
gravação direto na chapa e já entrega pronta para colocar na máquina. Portanto, esse agente
não atinge mais diretamente o funcionário.
A edificação é em alvenaria e a cobertura é feita por telhas de zinco
assentadas sobre pórticos de concreto, com forração de manta térmica, contendo 08
exaustores eólicos. Sendo assim, não foi verificado o agente calor, pois não possuem fontes
industriais. Os pisos são em cimento liso desempenado, geralmente em boas condições de
limpeza e conservação. A ventilação ocorre de forma natural através de janelas e artificiais
com 06 aparelhos de ventiladores expostos nos postos de trabalho.
5.4 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCO QUÍMICOS
Na gráfica de estudo os produtos químicos mais utilizados são: reparadores,
tintas e solventes orgânicos (diluentes de tintas e limpeza de equipamentos). São utilizados
principalmente na impressão offset e a exposição do trabalhador aos solventes orgânicos
ocorre principalmente na limpeza dos rolos das máquinas, sendo usados vários tipos de
mistura de solventes para esta operação.
Conforme for o produto químico utilizado, sua manipulação, a concentração
no ambiente e o tempo de exposição do trabalhador podem levar a graves problemas de
saúde. Para atualização do manual PPRA, foi executada a inspeção pelo médico do trabalho,
de acordo com o limite de tolerância das normas estabelecidas pela NR15, assim foi
identificado pelo tempo de exposição aos agentes resultantes dos produtos, que não são
considerados insalubres ao trabalhador, estando dentro do limite de tolerância. O sistema de
59 ventilação feito por exaustores eólicos permite direcionar o fluxo de ar, o que facilita a
exaustão do ar contaminado.
A manutenção de ventiladores e exaustores deve ser realizada de acordo
com as instruções dos fabricantes. Recomenda-se apenas quanto à organização de
armazenamento dos produtos, que sejam acondicionados em embalagens adequadas em um
local apropriado e de fácil acesso, pois foi identificado que não há separação desses
materiais e nem rotulagem de identificação, sendo estes expostos com as embalagens
abertas.
5.5 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCO BIOLÓGICOS
Foi observado em uma das visitas, que dentro de um armário na cozinha foi
identificado que os utensílios, estavam para fora do local apropriado no momento da
observação, isso deve-se ao fato de suspeita de ratos circulando por aquele local. A auxiliar
de serviços gerais, que é a pessoa responsável pelo setor, tinha providenciado veneno para
tentar eliminar o roedor. Para esse caso recomenda-se a contratação de uma empresa
desinsetizadora, com técnicas menos agressivas ao meio ambiente, pois possuem métodos
que inclui medidas preventivas e corretivas, de modo que esses roedores e outros insetos
que possam existir, sejam mantidas em níveis que não conduzam a ocorrência de
contaminações.
As embalagens vazias de produtos químicos e os panos sujos utilizados na
limpeza das máquinas, assim como resíduos líquidos provenientes dos processos de pré-
impressão, impressão e limpeza são armazenados em tambores, em local próprio fora da
área produtiva, até que sejam retirados por uma empresa especializada, responsável pelo
descarte.
Em observação nos banheiros os dois são dividos por sexo e verificou-se
que são mantidos em boas condições de limpeza e conservação.
O setor administrativo mantêm 3 aparelhos de ar condicionado, estes podem
vir a causar problemas respiratórios e outras alergias. Conforme roteiro recomenda-se a
limpeza desses aparelhos com regularidade e periodicidade, para a prevenção desses
agentes.
5.6 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS ERGONÔMICOS
Nessa etapa foram identificados os riscos laborais existentes, suas
possíveis repercussões e consequências na saúde dos funcionários. As avaliações foram
realizadas por observações das atividades, dos locais e condições de trabalho.
60
O primeiro setor a ser observado dentro desse risco foi o administrativo. O
setor é uma sala grande onde mantêm 5 postos de trabalho dividido pelas respectivas áreas
de atuação. Foi verificado que os funcionários trabalham com cadeiras anatômicas que se
ajustam a altura da mesa. Porém em um dos postos analisado, uma mesa não estava
adequadamente favorável, pois não havia o apoio de braços para o teclado, o mesmo era
reto. Portanto é de suma importância efetuar a troca desta mesa pela de apoio ao teclado,
pois sentar em uma postura correta em frente ao computador é essencial para manter a
saúde e a produtividade ao longo da jornada de trabalho no escritório. Recomenda-se
também que seja disponibilizado apoio para os pés, regulável na altura, com movimentação
anterior e posterior.
Outra medida de controle proposta nesse setor seria que os funcionários
desenvolvessem pausas intercaladas com exercícios de alongamentos por pelo menos três
vezes ao dia, isso ajudaria muito a reeducar a postura, refletindo no desempenho profissional
e a outros problemas devido ao acúmulo de trabalho. Aconselha-se afixar no setor um modelo
de todos os exercícios que os funcionários possam praticar durante estas pausas.
O setor de acabamento foi o que mais levantou agentes desse risco. Quanto
ao levantamento de transporte e manual de peso, foi verificado que é necessário utilizar a
empilhadeira para transitar com os materiais para serviço, conduzindo-a para frente e não
puxando. Os funcionários fazem o uso correto, porém aconselha-se que o descarregamento
seja feito de maneira que não exija muito esforço de braços e coluna, e sim com uma forma
adequada de postura.
Em relação ao serviço desenvolvido pelo trabalhador, foi apontado que as
bloquistas, os operadores de máquinas e a auxiliar de serviços gerais trabalham
continuamente em pé e não há cadeiras em nenhum dos postos. Existe pausa de 10 minutos
na parte da manhã e na parte da tarde, sendo a pausa maior feita no horário de almoço que é
de uma hora. Para as bloquistas a atenção é maior, devido o trabalho ser manual e repetitivo.
Recomenda-se assim como foi proposto para o escritório, que os funcionários façam pausas
intercaladas por pelo menos 5 minutos a cada hora para que se alonguem e repousem,
evitando o cansaço muscular e impedindo que ocorram danos maiores, quando somados aos
riscos ocupacionais. Sugere-se ainda que a empresa disponibilize para estes trabalhadores,
assentos para descanso em locais que possam ser utilizados por todos durante as pausas. A
carga de trabalho também deve estar dentro do limite de razoabilidade.
Recomenda-se também para a auxiliar de serviços gerais que solicite a
colaboração de outro funcionário para fazer a limpeza de todo o chão da instalação, assim
que houver a necessidade, reduzindo tempo e esforço físico.
61 5.7 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS DE ACIDENTES
Para identificar os eventuais agentes causadores de acidentes, foram
observadas as condições referente à preservação das edificações, à organização e limpeza, a
adequação dos equipamentos e materiais utilizados e de resíduos resultados do processo de
produção, foram avaliados também aspectos quanto à comodidade dos postos de trabalho e
a correta utilização das máquinas e dos equipamentos de proteção.
No setor administrativo aconselha-se que seja feita a limpeza do chão em
horários com menos fluxo de pessoas circulando, recomenda-se no início da tarde, antes que
os funcionários retornem, evitando quedas nos pisos escorregadios.
No setor de acabamento o risco de acidentes é maior comparado a outros
setores, pois possui maquinário, o que exige conhecimento e atenção por parte dos
operadores. Recomenda-se para o cortador antes de ligar a guilhotina para o corte de papel,
verificar sempre se o sistema de fotocélula está ativo, o que impede a descida da faca.
Recomenda-se também que a empresa disponibilize um empurrador para melhor ajuste das
resmas. O encarregado de produção deve ficar responsável para acompanhamento desse
controle, bem como para a rigidez da utilização dos EPI´S obrigatórios. A mesma
recomendação vale para os operadores de outras máquinas, bem como a constante
manutenção preventiva.
Para o agente de transporte manual de peso, foi identificado que a maioria
dos deslocamentos de material de um lugar para outro é utilizada a empilhadeira na maioria
dos casos, e somente para volumes pequenos o transporte é manual. No entanto, as vias
internas de circulação têm largura inferior ao necessário e não dispõem de demarcação,
resultando na ocorrência de trânsito simultâneo de pessoas e materiais, o que gera acidentes
como quedas e atropelamentos. Deve-se aumentar o espaço para circulação e efetuar as
devidas demarcações com faixas para melhor transição do transporte, com acompanhamento
rígido por parte do responsável.
Quanto aos agentes eletricidade e incêndios, aparentemente não foram
verificadas más condições, sem fios expostos ou descascados. Mas recomenda-se que o
encarregado de produção continue acompanhando a situação das instalações elétricas e a
sua preservação, para que sempre apresentem condições que não ofereçam perigo para o
trabalhador. A observação periódica ainda deverá ser feita pelo mesmo funcionário quanto ao
armazenamento correto de materiais inflamáveis. Todos os extintores da empresa se
apresentavam dentro da validade e com as respectivas demarcações nos locais. Mas
recomenda-se que a empresa promova uma palestra quanto ao correto uso dos extintores
para os colaboradores.
62
Quanto à iluminação é natural, através de janelas e auxiliada por lâmpadas
fluorescentes em todos os setores da empresa. Não foi detectado risco a esse agente.
No setor de impressão as impressoras possuem as plataformas de apoio
alternado dos pés para descanso da coluna. A limpeza dos rolos é feita manualmente pelos
operadores com solventes orgânicos aplicado em panos. Percebeu-se a não utilização das
luvas impermeáveis, os mesmos fazem a higienização nas mãos de forma inadequada,
através dos solventes, expondo-os a inalação e ao ressecamento da pele. Os rolos das
máquinas precisam estar parados durante a operação de limpeza, e o operador deve acionar
o giro para acessar as partes a serem limpas. A limpeza com os rolos em movimento pode
causar o esmagamento das mãos devido ao ponto de convergência. Novamente deve-se
fazer o acompanhamento e inspecionamento para o uso dos equipamentos de segurança.
63 6 ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
As características mostram que as atividades desenvolvidas na gráfica de
estudo, apresentam algumas condições de riscos ao trabalhador e que necessitam de
medidas de controle.
A inclusão desta gestão poderá contribuir para harmonia da saúde mental e
física do trabalhador nesta empresa, proporcionando uma dinâmica favorável à eficiência e ao
perfeito funcionamento da mesma, em relação à segurança do trabalho (individual e coletiva).
O empregador passará a ter obrigação de prestar contas e o dever de organizar a segurança
e a saúde no trabalho. A implantação do presente sistema de gestão da SST oferece, entre
outros aspectos, uma abordagem útil para cumprir estes deveres.
Uma proposta que será sugerida para a empresa é de um modelo elaborado
pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), sob o título: Guidelines on Occupational
Safety and Health Management Systems – ILO-OSH 2001.
O estudo em questão considerou que a ILO-OSH 2001 possui diretrizes
mais adequadas, visto que sua utilização não têm caráter obrigatório e sua aplicação não
exige certificação, além de possuir orientações para implementação em nível de
organizações. O objetivo é de fato aplicar conceitos e definições do SGSST com foco na
melhoria efetiva do ambiente de trabalho, propondo o incentivo à auditoria e o
reconhecimento para o empregador pela autoridade nacional de SST. Para a promoção de
melhorias dessas condições de trabalho nessa etapa será exposto às vantagens que advirão
pela adoção desta gestão, voltada para proporcionar medidas preventivas que atendam
integralmente à saúde e a segurança do trabalhador.
Elementos da ILO-OSH 2001, segundo MARCOS (2008, p.15):
Política
3.1. Política de SST
3.2. Participação do trabalhador
Organização
3.3 Responsabilidades e obrigação de prestar contas
3.4. Competência e capacitação
3.5. Documentação
3.6. Comunicação
64
Planejamento e implementação
3.7. Análise Inicial
3.8. Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema
3.9. Objetivos em matéria de segurança e saúde
3.10. Prevenção de perigos
3.10.1 Medidas de prevenção e controle
3.10.2. Gestão de mudanças
3.10.3 Prevenção, preparação e atendimento a situações de emergências
3.10.4 Aquisições de bens e serviços
3.10.5 Contratação
Avaliação
3.11. Monitoramento e medição do desempenho
3.12. Investigação de lesões, degradação da saúde, doenças e incidentes
relacionadas ao trabalho
3.13. Auditoria
3.14. Análise realizada pela administração
Ação para melhorias
3.15. Ação preventiva e corretiva
3.16. Melhoria contínua
O ciclo PDCA ou ciclo de melhoria contínua representa exatamente as fases
da ILO-OSH 2001, conforme figura a seguir:
POLÍTICA
Ação para melhorias Organização
Avaliação Planejamento e implementação
Fonte: Adaptado de MARCOS(2008, p.16)
Figura 2: Ciclo PDCA
Conforme Benite (2004, p. 40) o guia ILO-OSH apresenta as seguintes
características básicas:
A P C D
65
é compatível com outras normas de sistema de gestão da qualidade e ambiental,
encorajando a integração dos sistemas de gestão;
exige um grande envolvimento e participação dos trabalhadores nas definições de
políticas, metas, controles etc;
não tem objetivo de substituir legislações e regulamentações nacionais;
reflete um valor tripartite, ou seja, a sua elaboração procurou atender às expectativas
das três principais partes interessadas em sua efetiva criação (governo, empresas e
trabalhadores);
não foi criado com o intuito de ser utilizado como referência para certificação por
organismos certificadores; porém, não elimina esta hipótese;
apresenta dois níveis de implementação; um primeiro nacional que busca orientar os
países a criarem estrutura que fomentem a implementação de SGSST pelas empresas
por meio da criação e regulamentação de leis no país; e um segundo nível, um guia
para implementação do SGSST por parte das empresas; e,
deixa em aberto a possibilidade de cada país crias suas próprias normas ou guias de
SGSST, adequando o modelo proposto às particularidades e especificidades locais e
os diversos setores industriais.
Os elementos que estabelecem o guia ILO-OSH 2001, foi acrescentado ao
final deste trabalho (Anexo A).
Cada requisito prescrito deve ser visto como algo que, segundo a
experiência internacional de diversos especialistas, é uma boa prática que traz resultados
positivos para as empresas. Tais requisitos fica a critério da empresa de como deve ser
estabelecidos e a forma que irão desenvolver os elementos do modelo adotado, assegurando
sua adequação aos aspectos da organização e buscando o melhor nível de desempenho
possível.
Para que funcione e que seja devidamente sistematizada por toda a
empresa, essa proposta irá servir como base significativa para que de fato ocorra o
desenvolvimento desse sistema.
A diretoria e as gerências devem identificar continuamente a necessidade de
recursos e disponibilizá-los. Benite (2004, p. 77) cita os principais recursos de investimentos
do SGSST:
aquisição de equipamentos de proteção;
aquisição de placas de sinalização e conscientização;
alocação de tempo para as atividades;
contratação de consultorias especializadas;
aquisição de sistemas informatizados;
66
ensaios laboratoriais;
investimentos em pesquisas de novas tecnologias e sistemas de proteção; e,
tempo e material para treinamentos e atividades de conscientização.
A comunicação tem que ser primordial entre os trabalhadores e a gerência
evitando o medo de represálias e que as respostas sejam convenientes. O envolvimento dos
funcionários provê o modo pelo qual eles manifestam o seu próprio comprometimento com a
SST, essa consciência é essencial para sua proteção. Deve-se criar mecanismos para
encorajá-los quanto ao desempenho no assunto SST, bem como estabelecer a quem eles
vão se reportar no caso de problemas ou sugestões a serem apontadas. São exemplos de
mecanismos, segundo Benite (2004, p. 84):
realização de treinamentos;
apresentação de vídeos;
placas de sinalização e cartazes;
reuniões periódicas com equipes e conversas informais;
realização de simulações de situações de emergência;
divulgação de resultados de investigações de acidentes na empresa ou
externos;
participação no processo de identificação de perigos e avaliação de riscos;
formação de comitês para representá-los nas questões de SST;
envolvê-los na análise crítica de procedimentos e na política de SST;
elaborar programas para recompensar aqueles que apresentam sugestões
para a melhoria dos processos da empresa;
realização de pesquisas com os trabalhadores (questionários e entrevistas);
envolvimento com os objetivos e metas durante a sua definição e análise;
envolvimento na revisão dos programas de gestão da SST;
envolvimento nas atividades de investigação de acidentes e quaseacidentes;
envolvimento em atividades de treinamentos de colegas de trabalho; e,
envolvimento nos processos de identificação de perigos e avaliações de
riscos de suas atividades, inclusive em situações que resultem em mudanças
nos ambientes de trabalho que podem afetá-los.
Benite (2004, p.88) ainda acrescenta que a empresa pode utilizar-se de
meios para realizar suas comunicações e consultas nos diversos sentidos da hierarquia
organizacional, os quais podem auxiliar a conscientização. Conforme os canais de consultas
estabelecidos pela empresa podem ser considerados ferramentas fundamentais para a
disseminação das informações. Tais como:
67
informações pertinentes;
mensagens em holerites;
realização de treinamentos;
comunicações verbais;
formulários de comunicação interna – CI; e,
O SGSST não pode ser constituído somente de procedimentos, formulários,
equipamentos de proteção, ferramentas e coisas do gênero. Tudo isso de nada adiantará se
os funcionários não tiverem as competências necessárias para participar das decisões, se
não estiverem conscientizados e constantemente informados, pois a força de todos que
movimentará o sistema, tornando as boas intenções sendo como válidas.
A empresa que demonstra o seu compromisso com a SST permite melhorar
significativamente a eficácia das operações internas e consequentemente reduzir acidentes,
riscos e períodos de paragem. A implantação do SSGST pode gerar uma oportunidade de
melhoria para a empresa e para aqueles que ela depende para funcionamento.
Assim, de acordo com o modelo proposto, o SGSST pode contribuir
efetivamente para que a empresa obtenha um nível maior de Melhoria Contínua, visto que o
mesmo apresenta mecanismos sistêmicos de melhoria e fundamenta-se em uma atuação
proativa.
Conforme o conhecimento adquirido dessa autora, durante a jornada de
pesquisas sobre o tema de estudo, no quadro 05 será apresentado os benefícios da inclusão
de um SGSST na empresa.
68
Irá aprimorar o desempenho da empresa em SST, podendo tornar a atividade
produtiva mais eficiente e econômica, com a adoção, todos da empresa terão uma visão
global de funcionamento dos conceitos estabelecidos pelo guia.
Permite acelerar o processo de redução das taxas de acidentes e afastamentos,
podendo evitar que a organização sofra prejuízos sociais, cíveis, financeiros e de desgaste
da imagem pública da empresa, estabelecendo uma postura responsável no mercado em
que atuam perante clientes, fornecedores, comunidades e órgãos fiscalizadores, reduzindo o
risco de sanções e ações judiciais.
Analisa e determina a natureza dos riscos que afetam os trabalhadores,
possibilitando identificar as funções que os expõem a riscos que possam causar doenças
ocupacionais, favorecendo o melhor desempenho do ambiente organizacional e certificando
que os problemas sejam minimizados.
Incorpora um processo de melhoria contínua, os objetivos e as responsabilidades são
definidos, e todos os colaboradores são preparados para lidar de forma eficaz com
quaisquer riscos futuros.
Estímulo à participação e comprometimento dos funcionários desde os operacionais
até a alta direção, com maior envolvimento nas definições do processo da empresa,
possibilitando o alcance da motivação, da autonomia e da satisfação profissionais
indispensáveis, para lhes proporcionar o reconhecimento social e permitir um equilíbrio
saudável entre a sua vida laboral e pessoal.
Quadro 26: Benefícios da inclusão de um SGSST
Estas são apenas algumas das questões que as empresas devem
considerar quando implementam os seus próprios sistemas de gestão da SST.
69 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos dias de hoje, devido às profundas pressões competitivas, as empresas
precisam acompanhar as rápidas mudanças das condições, dos processos e das
organizações do trabalho. As atividades dentro de uma indústria gráfica impõem certos riscos
aos trabalhadores e somente atender aos requisitos legais mínimos, não é suficiente para
chamar a atenção quanto a estar em dia com a segurança e a qualidade de vida.
A correta distribuição das máquinas, dos postos de trabalho, das operações,
a demarcação das áreas, a manutenção de pisos e escadas, a separação dos estoques, entre
outros, é o que compõem os requisitos necessários para a qualidade de produção, operação
eficiente e redução de desperdícios, contribuindo decisivamente para a prevenção de
acidentes e de doenças ocupacionais.
Para garantir a segurança, conforto e bem-estar dos trabalhadores as
organizações devem ser capazes de lidar continuamente com os desafios à SST e a melhor
qualidade de vida, dar respostas eficazes através de estratégias de gestão dinâmicas, pois
manter o ambiente de trabalho organizado é um desafio de gerenciamento e planejamento,
mas que deve ser encarado em razão dos benefícios para a empresa e para o trabalhador.
Além dos programas obrigatórios, as empresas podem desenvolver outros paralelos que
auxiliarão na conscientização dos funcionários em conjunto com a área de gestão.
A partir deste contexto, com os resultados obtidos através da análise de
observação nos setores da empresa de estudo, foi detectado que a atual situação no
ambiente de trabalho, os trabalhadores estão sujeitos diariamente a um tipo de risco,
portanto, é necessário algumas adaptações em relação aos riscos ocupacionais identificados.
Conforme demonstrado no mapa gráfico, os postos de trabalho devem ser planejados de um
modo que apresentem condições seguras, precisas e eficientes. Dada as observações
realizadas, sugere-se também algumas recomendações para a melhoria nos postos de
trabalho. Em razão disto, foi proposto uma análise de viabilidade para implantação de um
Sistema de Gestão e Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho (SGSST).
É importante ressaltar o efeito positivo resultante da introdução do SGSST
ao nível da Organização, tanto para à redução dos perigos e dos riscos quanto para à
produtividade, sendo ainda reconhecido pelos governantes, pelos empregadores e pelos
trabalhadores. Assim, foram apresentados os benefícios decorrentes de sua adoção.
As diretrizes do modelo proposto servirão como instrumento para todos
aqueles que têm um papel a desempenhar para garantir que os locais de trabalho sejam
locais saudáveis e seguros. Também foram apresentadas suas principais características,
como por exemplo, o princípio da melhoria contínua e o da agregação das melhores práticas
na área de gestão da SST, tais como identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos
70 existentes nos ambientes de trabalho de forma a mantê-los dentro de limites aceitáveis pelas
partes interessadas.
A adoção de um SGSST pode não ser a solução para todos os problemas
da Segurança e Saúde do Trabalho de uma empresa e nem mesmo será imediata a redução
do número de acidentes e de doença do trabalho, mas é um modo prático de conseguir um
melhor ambiente de trabalho e melhorias constantes com a aplicação de seus conceitos e
diretrizes. Com o correto entendimento dos conceitos, elimina-se aquela crença de que os
acidentes são obras do acaso.
A forma como cada empresa ingressa seu SGSST pode, ou não, criar os
requisitos apropriados para que a melhoria de desempenho aconteça. Se não houver uma
adaptação às suas necessidades e, ainda, não conseguir aplicar a mudança na cultura
organizacional por parte da diretoria e de todos os trabalhadores, o SGSST por si só pode
não trazer os resultados desejados.
O melhor momento para estabelecer um Sistema de Gestão é quando a
diretoria está completamente comprometida com a implantação do mesmo, ela deve
compreender a segurança como um desafio organizacional que contribui para geração de
novos comportamentos e valores. Inicialmente depende exclusivamente da diretoria este
comprometimento e posteriormente dos colaboradores.
Espera-se com esta proposta garantir que esse Sistema de Gestão se torne
uma das principais formas de comunicação aos trabalhadores, de forma que sua atuação
resulte em contínuas e efetivas melhorias nos ambientes de trabalho. Portanto, poderá ser
implantada a em todas as áreas da empresa, independentemente do número de
trabalhadores e de sua duração.
Logo, esse investimento busca contribuir com a empresa de estudo, mais
ainda com a área gráfica, que ainda carece de avanços significativos na área de SST. Os
ganhos da produtividade dos empregados e as melhores condições de trabalho, sendo eles,
portanto convertido em uma oportunidade de criar diferenciais importantes em relação a maior
concorrência no mercado.
71
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MELO, Celly Dulcemar. Doenças Ocupacionais com ênfase a LER/DORT. 2003. Monografia (Especialização em Gestão Universitária). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em: <http://www.grucad.ufsc.br/celly/tcc_celly.pdf> Acesso em: 02/04/2012.
MILANELI, Eduardo. Sistema de Gestão em Segurança e Medicina do Trabalho. In: OLIVEIRA, Cláudio Antônio Dias De; Milaneli, Eduardo. Manual Prático de Saúde e
73 Segurança no Trabalho. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2009. Cap.21, p.385-415.
MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL. Acidentes de trabalho: anuário estatístico. 2009a. Disponível em:<http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=1033>. Acesso em: 23.03.2012.
MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL. Saúde e Segurança Ocupacional. 2009b. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>. Acesso em: 30.03.2012.
OLIVEIRA. Cláudio Antônio Dias de. Legislação. In: OLIVEIRA, Cláudio Antônio Dias De; Milaneli, Eduardo. Manual Prático de Saúde e Segurança no Trabalho. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2009. Cap.4, p.37-86.
PACHECO JÚNIOR, Waldemar. Qualidade na Segurança e Higiene do Trabalho: série SHT 9000, normas para a gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Atlas, 1995.
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico-prática. 13. ed. Campinas: Papirus, 2007.
ROCCA, José et al. Segurança, Higiene e Qualidade de Vida no Trabalho. 2011. Trabalho da disciplina Gestão de Recursos Humanos (Curso Tecnologia em Informática). Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá, Guaratinguetá, 2011. Disponível em: <http://rabci.org/rabci/sites/default/files/QVT.pdf>. Acesso em: 20 Jan. 2012.
RODRIGUES, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
SELL, Ingeborg. Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho. In: VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part II, Cap.1, p.345-443.
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74
VIEIRA, Sebastião Ivone. Introdução à segurança, higiene e medicina do trabalho. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (coor). Manual de Saúde e de Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part I, Cap. 2, p. 46-74.
WEBSTER, Marcelo Fontanella.Segurança e higiene do trabalho: conceitos e objetivos. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (coor). Manual de Saúde e de Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part III, Cap. 2, p. 685-707.
WHITE. Adrian. Estresse: Métodos práticos para recuperar a saúde aplicando a medicina complementar. São Paulo: Vitória régia, 2000.
WILSON, Paul. Calma no trabalho. 9 ed. São Paulo: Cultrix, 1997.
75
ANEXO
ANEXO A – ELEMENTOS QUE ESTABELECEM O SGSST
Base nas Diretrizes da OIT (ILO-OSH 2001)
76
POLÍTICA
3.1 Política de segurança e saúde no trabalho
3.1.1 O empregador, mediante consulta junto aos trabalhadores e seus representantes, deve
estabelecer e apresentar, por escrito, uma política de SST que deve ser:
(a) específica para a organização e apropriada ao seu porte e à natureza de suas atividades;
(b) concisa, claramente escrita, datada e efetivada através de assinatura ou endosso do
empregador ou da pessoa de cargo mais elevado ou de maior responsabilidade na
organização;
(c) comunicada e facilmente acessível a todas as pessoas no local de trabalho;
(d) revisada para que continue adequada; e
(e) colocada à disposição das partes externas interessadas, conforme o caso.
3.1.2 A política de SST deve incluir, no mínimo, os seguintes princípios e objetivos
fundamentais com os quais a organização deve estar comprometida com:
(a) a proteção da segurança e saúde de todos os membros da organização através da
prevenção de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho;
(b) o cumprimento dos requisitos da legislação nacional em vigor, dos programas voluntários,
dos acordos coletivos em SST e de outros requisitos que a organização subscreve;
(c) a garantia de que os trabalhadores e seus representantes sejam consultados e
encorajados a participar ativamente em todos os elementos do sistema de gestão da SST; e
(d) a melhoria contínua do desempenho do sistema de gestão da SST.
3.1.3 O sistema de gestão da SST deve ser compatível com os outros sistemas de gestão na
organização ou estar neles integrado.
3.2 Participação dos trabalhadores
3.2.1 A participação dos trabalhadores constitui um elemento essencial do sistema de gestão
da SST na organização.
77 3.2.2 O empregador deve assegurar que os trabalhadores e seus representantes de
segurança e saúde sejam consultados, informados e capacitados em todos os aspectos de
SST associados ao seu trabalho, incluindo as medidas relativas a situações de emergência.
3.2.3 O empregador deve adotar medidas para que os trabalhadores e seus representantes,
em matéria de SST, disponham de tempo e recursos para participarem ativamente dos
processos de organização, planejamento e implementação, avaliação e ação para melhorias
do sistema de gestão da
SST.
3.2.4 O empregador deve assegurar, de uma maneira adequada, o estabelecimento e o
funcionamento eficiente de um comitê de segurança e saúde e o reconhecimento dos
representantes dos trabalhadores em matéria de SST, em conformidade com a legislação e a
prática nacionais.
ORGANIZAÇÃO
3.3 Responsabilidade e obrigação de prestar contas
3.3.1 O empregador deve ter responsabilidade global pela proteção da segurança e saúde
dos trabalhadores e demonstrar liderança nas atividades de SST na organização.
3.3.2 O empregador e a alta administração devem definir a responsabilidade, a obrigação de
prestar contas e a autoridade para o desenvolvimento, a implementação e a operação do
sistema de gestão da SST e para o alcance de objetivos pertinentes. Devem ser
estabelecidos estruturas e processos que:
(a) assegurem a SST como uma responsabilidade intrínseca do pessoal diretivo que deve ser
conhecida e aceita em todos os níveis;
(b) definam e comunique aos membros da organização a responsabilidade, a obrigação de
prestar contas e a autoridade das pessoas encarregadas de identificar, avaliar ou controlar
fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à SST;
(c) proporcionem supervisão efetiva, segundo as necessidades, para assegurar a proteção da
segurança e da saúde dos trabalhadores;
(d) promovam a cooperação e a comunicação entre os membros da organização, que inclui
os trabalhadores e seus representantes, para implementar os elementos do sistema de
gestão da SST na organização;
78 (e) satisfaçam aos princípios do sistema de gestão da SST contidos nas diretrizes nacionais,
nos sistemas específicos ou nos programas voluntários aos quais a organização tenha
subscrito, conforme o caso;
(f) estabeleçam e implementem uma política clara em matéria de SST bem como objetivos
mensuráveis;
(g) estabeleçam procedimentos efetivos para identificar e eliminar ou controlar fatores de risco
(ou perigos) e riscos relacionados ao trabalho e promovam a saúde no trabalho;
(h) estabeleçam programas de prevenção e promoção da saúde;
(i) assegurem a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos
trabalhadores e de seus representantes no cumprimento das políticas de SST;
(j) disponibilizem os recursos adequados para assegurar que as pessoas responsáveis pela
SST, incluindo o comitê de segurança e saúde, possam desempenhar satisfatoriamente suas
funções; e
(k) assegurem a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos
trabalhadores e de seus representantes nos comitês de SST, caso existam.
3.3.3 Um ou mais membros da alta administração devem ser nomeados, conforme o caso,
com responsabilidade, autoridade e obrigação de prestar contas para:
(a) desenvolver, implementar, analisar periodicamente e avaliar o sistema de gestão da SST;
(b) informar periodicamente à alta administração sobre o desempenho do sistema de gestão
da SST; e
(c) promover a participação de todos os membros da organização.
Item 3.4 Competência e capacitação
3.4.1 Os requisitos de competência necessários em SST devem ser definidos pelo
empregador e os procedimentos devem ser estabelecidos e mantidos
para assegurar que todas as pessoas sejam competentes para desincumbir-se de seus
deveres e responsabilidades relativos aos aspectos de SST.
3.4.2 O empregador deve possuir a competência suficiente, ou o acesso à mesma, para
identificar e eliminar ou controlar fatores de risco (perigos) e a competência em matéria de
SST inclui capacitação, experiência e instrução no trabalho ou uma riscos relacionados ao
trabalho, bem como para implementar o sistema de gestão da SST.
3.4.3 De acordo com as disposições referidas no parágrafo 3.4.1, os programas de
capacitação devem:
(a) envolver todos os membros da organização, conforme o caso;
(b) ser conduzidos por pessoas competentes;
79 (c) oferecer capacitação inicial eficaz e oportuna e atualização em intervalos apropriados;
(d) incluir a avaliação da compreensão e da retenção da capacitação adquirida pelos
participantes;
(e) ser analisados periodicamente. A análise deve incluir o comitê de segurança
e saúde, caso exista. Os programas de capacitação serão alterados, quando necessário, para
garantir sua pertinência e eficácia; e
(f) estar suficientemente documentados, segundo a conveniência e de acordo com o porte e a
natureza da atividade da organização.
3.4.4 A capacitação deve ser oferecida gratuitamente a todos os participantes e, quando
possível, realizada durante as horas de trabalho.
3.5 Documentação do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho
3.5.1 De acordo com o porte e a natureza da atividade da organização, deve ser elaborada e
mantida atualizada uma documentação sobre o sistema
de gestão da SST que compreenda:
(a) a política e os objetivos da organização em matéria de SST;
(b) as funções administrativas e as responsabilidades fundamentais para
a implementação do sistema de gestão;
(c) os fatores de risco (ou perigos) e riscos significativos para a SST resultantes das
atividades da organização, bem como as medidas adotadas para preveni-los e controlá-los; e
(d) os planos, os procedimentos, as instruções e outros documentos internos utilizados na
estrutura do sistema de gestão da SST.
3.5.2 A documentação do sistema de gestão da SST deve:
(a) estar claramente escrita e apresentada de tal modo que seja compreendida
pelos usuários e
(b) estar sujeita a análises regulares, ser modificada, quando necessário, difundida e de fácil
acesso a todas as partes interessadas da organização.
3.5.3 Os registros de SST devem ser estabelecidos, gerenciados e mantidos no local de
origem, de acordo com as necessidades da organização. Devem ser identificáveis e
rastreáveis e o tempo de conservação deve ser especificado.
3.5.4 Os trabalhadores devem ter o direito de consultar os registros relativos ao seu ambiente
de trabalho e à sua saúde, respeitando a necessidade
de confidencialidade.
80
3.5.5 Os registros de SST podem compreender:
(a) registros resultantes da implementação do sistema de gestão da SST;
(b) registros relativos a lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao
trabalho;
(c) registros decorrentes da legislação nacional de SST;
(d) registros relativos a exposições dos trabalhadores, à vigilância do ambiente de trabalho e
da saúde dos trabalhadores; e
(e) os resultados do monitoramento ativo e reativo.
Item 3.6 Comunicação
3.6.1. Devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos e disposições para:
(a) receber, documentar e responder adequadamente às comunicações internas e externas
relativas à SST;
(b) assegurar a comunicação interna da informação sobre SST entre os níveis e as funções
relevantes da organização; e
(c) assegurar que as preocupações, as idéias e as contribuições dos trabalhadores e de seus
representantes para as questões de SST sejam recebidas, consideradas e respondidas.
PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
3.7 Análise inicial
3.7.1 O sistema de gestão da SST existente na organização e nos respectivos programas
devem ser avaliados mediante uma análise inicial, conforme o caso. Na ausência de um
sistema de gestão da SST, ou caso a organização seja recente, a análise inicial deverá servir
de base para o estabelecimento do mesmo.
3.7.2 A análise inicial deve ser executada por pessoas competentes, mediante consulta junto
aos trabalhadores e/ou seus representantes, conforme o caso, e deve permitir:
(a) identificar a legislação nacional aplicável e vigente, as diretrizes nacionais, as diretrizes
específicas, os programas voluntários de proteção e outros requisitos que a organização
subscreve;
(b) identificar, prever e avaliar os fatores de risco (ou perigos) e riscos resultantes do
ambiente e da organização do trabalho existentes ou futuros;
(c) determinar se os controles existentes ou planejados são adequados para eliminar fatores
de risco (ou perigos) ou controlar riscos; e
81 (d) analisar os dados obtidos a partir da vigilância da saúde dos trabalhadores.
3.7.3 Os resultados da análise inicial devem:
(a) estar documentados;
(b) servir de base para a tomada de decisões sobre a implementação do
sistema de gestão da SST; e
(c) servir como referência inicial para avaliar a melhoria contínua do sistema de gestão da
SST da organização.
Item 3.8 Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema
3.8.1 A finalidade do planejamento deve ser a criação de um sistema de gestão da SST que
sustente:
(a) no mínimo, a conformidade com a legislação nacional;
(b) os elementos do sistema de gestão da SST da organização; e
(c) a melhoria contínua do desempenho em SST.
3.8.2 Devem ser tomadas providências para um planejamento adequado e apropriado da SST
que se baseie nos resultados da análise inicial, de análises posteriores ou de outros dados
disponíveis. Tal planejamento deve contribuir para a proteção da segurança e saúde no
trabalho e incluir:
(a) definição clara, hierarquização por ordem de prioridade e quantificação, quando
pertinente, dos objetivos da organização em matéria de SST;
(b) a preparação de um plano de ação para alcançar cada objetivo, no qual se definam
responsabilidades e critérios claros de desempenho, indicando-se o que deve ser feito, quem
deve fazê-lo e quando;
(c) a seleção de critérios de medição para confirmar que os objetivos são alcançados; e
(d) a provisão de recursos adequados, incluindo recursos financeiros e apoio técnico,
segundo as necessidades.
3.8.3 As providências para o planejamento da SST na organização devem cobrir o
desenvolvimento e a implementação de todos os elementos
do sistema de gestão da SST.
3.9 Objetivos de segurança e saúde no trabalho
82 3.9.1 Em conformidade com a política de SST e baseando-se na análise inicial ou nas
análises posteriores, devem ser estabelecidos objetivos mensuráveis em matéria de SST que
sejam:
(a) específicos para a organização, apropriados e de acordo com seu porte e natureza da sua
atividade;
(b) consistentes com a legislação nacional pertinente e aplicável, bem como com as
obrigações técnicas e comerciais assumidas pela organização em matéria de SST;
(c) focalizados na melhoria contínua da segurança e saúde dos trabalhadores para alcançar o
melhor desempenho em SST;
(d) realistas e alcançáveis;
(e) documentados e comunicados a todas as pessoas interessadas e a todos os níveis da
organização; e
(f) avaliados periodicamente e, se necessário, atualizados.
3.10 Prevenção de fatores de risco (perigos)
3.10.1 Medidas de prevenção e controle
3.10.1.1 Fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à segurança e à saúde dos
trabalhadores devem ser identificados e avaliados de forma contínua. As medidas preventivas
e de proteção devem ser implementadas de acordo com a seguinte ordem de prioridade:
(a) eliminar o fator de risco (perigo) e riscos;
(b) controlar o fator de risco (perigo) e risco na fonte com a adoção de medidas de controle de
engenharia ou medidas organizacionais;
(c) reduzir ao mínimo os fatores de risco (perigos) e riscos através da concepção de sistemas
seguros de trabalho que compreendam medidas administrativas de controle; e
(d) se os fatores de risco (perigos) e riscos residuais não puderem ser controlados por meio
de medidas coletivas, o empregador deverá fornecer gratuitamente equipamento de proteção
individual apropriado, incluindo vestuário, e adotar medidas que assegurem o uso e a
manutenção desses equipamentos.
3.10.1.2 Devem ser estabelecidos procedimentos ou medidas de prevenção e de controle de
fatores de risco (perigos) que:
(a) sejam adaptados aos fatores de risco (perigos) e riscos presentes na organização;
(b) sejam analisados e modificados, se necessário, periodicamente;
(c) satisfaçam as condições previstas na legislação nacional e reflitam boas práticas; e
83 (d) levem em consideração o estado atual do conhecimento, incluindo as informações ou os
relatórios procedentes de organizações, tais como serviços de inspeção do trabalho, serviços
de segurança e saúde do trabalhador e outros serviços, conforme o caso.
3.10.2 Gestão de mudanças
3.10.2.1 Os impactos sobre a SST de mudanças internas (tais como as alterações na equipe
de trabalho ou a introdução de novos processos, métodos de trabalho, estrutura
organizacional ou aquisições), bem como de mudanças externas (por exemplo, em função de
reformas da legislação nacional, de fusões de empresas ou da evolução dos conhecimentos
em SST e das tecnologias), devem ser avaliados e ações preventivas devem ser adotadas
antes da introdução de tais mudanças.
3.10.2.2 A identificação de fatores de risco (perigos) e a avaliação dos riscos devem ser
realizadas antes da introdução de qualquer alteração ou da utilização de novos métodos de
trabalho, procedimentos, equipamentos ou materiais. Essa avaliação dever ser efetuada
mediante consulta junto aos trabalhadores, a seus representantes e ao comitê de segurança
e saúde, conforme o caso.
3.10.2.3 A implementação de uma “decisão de mudança” deve assegurar que todos os
membros afetados da organização sejam adequadamente
informados e capacitados para esse fim.
3.10.3 Prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência.
3.10.3.1 Medidas de prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência devem
ser adotadas e mantidas. Essas medidas devem identificar o potencial de ocorrência de
acidentes e situações de emergência e direcionar a prevenção dos riscos de SST a eles
associados. As medidas devem levar em conta o porte e a natureza da atividade da
organização. Elas também devem:
(a) garantir a informação, a comunicação interna e a coordenação necessárias para proteger
todas as pessoas em situações de emergência no local de trabalho;
(b) fornecer informação e estabelecer comunicação com autoridades competentes, vizinhança
e serviços de atendimento a situações de emergência;
(c) organizar serviços de primeiros socorros e assistência médica, combate a incêndios e
evacuação de todas as pessoas que se encontrem no local de trabalho; e
84 (d) oferecer informação e capacitação pertinentes a todos os membros da organização, em
todos os níveis, incluindo exercícios periódicos de prevenção, preparação e atendimento a
situações de emergência.
3.10.3.2 Medidas de prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência devem
ser estabelecidas em colaboração com os serviços de emergência externos e outros órgãos,
onde aplicáveis.
3.10.4 Aquisições de bens e serviços.
3.10.4.1 Procedimentos devem ser estabelecidos e mantidos com a finalidade de garantir
que:
(a) a conformidade com os requisitos de segurança e saúde para a organização seja
identificada, avaliada e incorporada às especificações de compra e locação de bens e
serviços;
(b) as exigências em matéria de segurança e saúde no trabalho previstas pela legislação
nacional e pela organização e sejam identificadas antes da aquisição de bens e serviços; e
(c) as medidas sejam tomadas para que se cumpram tais requisitos antes da utilização
desses bens e serviços.
3.10.5 Contratação
3.10.5.1 Medidas devem ser tomadas e mantidas a fim de garantir que as exigências de SST
da organização, ou pelo menos o equivalente, sejam aplicadas aos empreiteiros e a seus
trabalhadores.
3.10.5.2 As disposições para os empreiteiros que exerçam suas atividades no local de
trabalho da organização devem:
(a) incluir critérios de SST nos procedimentos de avaliação e seleção dos empreiteiros;
(b) estabelecer comunicação e coordenação eficazes e contínuas entre os níveis apropriados
da organização e o empreiteiro antes que o último inicie o trabalho. Isto deve incluir cláusulas
para comunicar fatores de risco (perigos) e as respectivas medidas de prevenção e controle;
(c) prever disposições para notificar lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes
relacionados ao trabalho registrados entre os trabalhadores dos empreiteiros enquanto
prestarem serviços na organização;
85 (d) proporcionar aos empreiteiros e a seus trabalhadores conscientização e capacitação em
relação a fatores de risco (riscos) existentes no local de trabalho antes do início e no decorrer
de suas atividades, conforme as necessidades;
(e) supervisionar regularmente o desempenho em SST das atividades do empreiteiro no local
de trabalho; e
(f) assegurar que no local de trabalho os procedimentos e as medidas relativos à SST sejam
respeitados pelo(s) empreiteiro(s).
AVALIAÇÃO
3.11 Monitoramento e medição do desempenho
3.11.1 Procedimentos para monitorar, medir e registrar regularmente o desempenho em SST
devem ser elaborados, estabelecidos e analisados periodicamente.Responsabilidade,
obrigação de prestar conta e autoridade para monitorar devem ser definidas nos diferentes
níveis da estrutura administrativa.
3.11.2 A seleção de indicadores do desempenho deve ser feita de acordo com o porte e a
natureza da atividade da organização e os objetivos de SST.
3.11.3 Medidas tanto qualitativas como quantitativas, adequadas às necessidades da
organização, devem ser consideradas. Estas devem:
(a) basear-se nos fatores de risco (perigos) e riscos identificados na organização,
nos compromissos da política de SST e nos objetivos de SST; e
(b) dar suporte ao processo de avaliação da organização, incluindo a análise crítica pela
administração.
3.11.4 O monitoramento e a medição do desempenho devem:
(a) permitir que se determine em que extensão a política e os objetivos de SST estão sendo
implementados e os riscos, controlados;
(b) incluir tanto monitoramento ativo como reativo e não se apoiar somente em estatísticas
sobre lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho; e
(c) ser registradas.
3.11.5 O monitoramento deve proporcionar:
(a) retro-alimentação (feedback) sobre o desempenho em SST;
86 (b) informação para determinar se os procedimentos habituais de identificação, prevenção e
controle de fatores de risco (perigos) e riscos foram implementados e operam efetivamente; e
(c) bases para a tomada de decisões que visem a melhorar a identificação de fatores de risco
(perigos), o controle dos riscos e o sistema de gestão da SST.
3.11.6 O monitoramento ativo deve compreender os elementos necessários para estabelecer
um sistema pró-ativo e abrangente:
(a) o monitoramento da realização de planos específicos, do atendimento a critérios de
desempenho e do alcance de objetivos estabelecidos;
(b) a inspeção sistemática de métodos de trabalho, instalações e equipamentos;
(c) a vigilância do ambiente de trabalho, incluindo a organização do trabalho;
(d) a vigilância da saúde dos trabalhadores por meio de controle ou acompanhamento médico
adequado dos trabalhadores para diagnóstico precoce de sinais e sintomas de danos à
saúde, com a finalidade de determinar a eficácia das medidas de prevenção e controle; e
(e) o cumprimento da legislação nacional que seja aplicável, dos acordos coletivos e de
outras obrigações a qual a organização subscreve.
3.11.7 O monitoramento reativo deve incluir a identificação, a notificação e a investigação de:
(a) lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho (incluindo o
monitoramento das faltas acumuladas por motivo de doença);
(b) outras perdas, tais como danos à propriedade;
(c) desempenho deficiente em segurança e saúde e outras falhas no sistema de gestão da
SST; e
(d) programas de reabilitação e restauração da saúde dos trabalhadores.
3.12 Investigação de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e seus
impactos no desempenho da segurança e saúde
3.12.1 A investigação da origem e das causas básicas das lesões, das degradações da
saúde, de doenças e dos incidentes deve permitir a identificação de qualquer deficiência do
sistema de gestão da SST e deve ser documentada.
3.12.2 Essas investigações devem ser conduzidas por pessoas competentes, com a
participação apropriada dos trabalhadores e de seus representantes.
3.12.3 Os resultados de tais investigações devem ser comunicados ao comitê de segurança e
saúde, onde existir, e o comitê deve fazer recomendações apropriadas.
87 3.12.4 Os resultados das investigações, assim como quaisquer recomendações do comitê de
segurança e saúde, devem ser comunicados às pessoas competentes para que tomem
providências corretivas, incluídos na análise crítica pela administração e considerados nas
atividades de melhoria contínua.
3.12.5 As ações corretivas resultantes de tais investigações devem ser implementadas com a
finalidade de evitar que se repitam casos de lesões, degradações da saúde, doenças ou
incidentes relacionados ao trabalho.
3.12.6 Os relatórios elaborados por organismos de investigação externos, tais como os
serviços de inspeção de trabalho e as instituições de seguro social, devem ser considerados
da mesma maneira que as investigações internas, observando-se o caráter confidencial.
3.13 Auditoria
3.13.1 Devem ser adotadas providências para a realização de auditorias periódicas
destinadas a determinar se o sistema de gestão da SST e seus elementos protegem de forma
adequada e eficaz a segurança e saúde dos trabalhadores e previnem incidentes.
3.13.2 É conveniente estabelecer uma política e um programa de auditoria que forneçam
indicações sobre a competência do auditor, assim como o escopo, a freqüência, a
metodologia das auditorias e a apresentação dos relatórios.
3.13.3 A auditoria compreende uma avaliação do conjunto ou de uma parte dos elementos do
sistema de gestão da SST na organização, conforme o caso. A auditoria deve cobrir:
(a) política de SST;
(b) participação dos trabalhadores;
(c) responsabilidades e obrigações de prestar contas;
(d) competências e capacitação;
(e) documentação do sistema de gestão da SST;
(f) comunicação;
(g) planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema;
(h) medidas de prevenção e controle;
(i) gestão de mudanças;
(j) prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência;
(k) aquisições de bens e serviços;
(l) contratação;
88 (m) monitoramento e medição do desempenho;
(n) investigação de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes
relacionados ao trabalho e seus efeitos no desempenho de segurança
e saúde;
(o) auditoria;
(p) análise crítica pela administração;
(q) ação preventiva e corretiva;
(r) melhoria contínua; e
(s) quaisquer outros critérios ou elementos que possam ser apropriados.
3.13.4 A conclusão da auditoria deve determinar se os elementos do sistema de gestão
implementado ou uma parte deles:
(a) são suficientemente eficazes para satisfazer à política e aos objetivos de SST da
organização;
(b) são eficazes para promover a plena participação dos trabalhadores;
(c) dão respostas satisfatórias aos resultados das avaliações de desempenho em SST e de
auditorias precedentes;
(d) permitem que a organização alcance a conformidade com a legislação nacional; e
(e) cumprem as metas de melhoria contínua e de melhores práticas em SST.
3.13.5 As auditorias devem ser conduzidas por pessoas competentes, membros da
organização ou não, e independentes da atividade a ser auditada.
3.13.6 Os resultados e as conclusões da auditoria devem ser comunicados a todos os
responsáveis por ações corretivas.
3.13.7 A consulta referente à seleção do auditor e a todas as fases da auditoria no local de
trabalho, incluindo a análise dos seus resultados, está condicionada à participação dos
trabalhadores, conforme o caso.
3.14 Análise crítica pela administração
3.14.1 As análises críticas pela administração devem:
(a) avaliar a estratégia global do sistema de gestão da SST a fim de determinar se ele satisfaz
aos objetivos de desempenho planejados;
(b) avaliar a capacidade do sistema de gestão da SST para responder às necessidades
globais da organização e das partes interessadas, incluindo os trabalhadores e as
autoridades regulamentares;
89 (c) avaliar a necessidade de modificar o sistema de gestão da SST, incluindo a política de
SST e seus objetivos;
(d) identificar que ação é necessária para remediar, tempestivamente, quaisquer deficiências,
incluindo o ajuste de outros aspectos da estrutura de administração da organização e da
medição dos resultados;
(e) fornecer orientação de feedback, incluindo a determinação de prioridades para um
planejamento significativo e uma melhoria contínua;
(f) avaliar os progressos alcançados em relação aos objetivos de SST da organização e às
atividades de ação corretiva; e
(g) avaliar a eficácia das ações de acompanhamento a partir das análises críticas
precedentes.
3.14.2 A frequência e o escopo das análises periódicas do sistema de gestão da SST
realizadas pelo empregador ou pelo responsável de maior hierarquia devem ser definidos de
acordo com as necessidades e as condições da organização.
3.14.3 A análise crítica pela administração deve considerar:
(a) os resultados das investigações sobre os casos de lesões, degradações da saúde,
doenças e incidentes relacionados ao trabalho, do monitoramento e da medição de
desempenho, e das atividades de auditoria; e
(b) as contribuições internas e externas adicionais assim como as mudanças, incluindo as
mudanças organizacionais que possam afetar o sistema de gestão da SST;
3.14.4 As conclusões da análise crítica realizada pela administração devem ser registradas e
formalmente comunicadas:
a) às pessoas responsáveis pelo(s) elemento(s) pertinente(s) do sistema de gestão da SST
para que elas possam tomar as medidas que se fizerem necessárias; e
(b) ao comitê de segurança e saúde, assim como aos trabalhadores e a
seus representantes;
AÇÃO PARA MELHORIAS
3.15 Ação preventiva e corretiva
3.15.1 Providências devem ser estabelecidas e mantidas para ações preventivas e corretivas
resultantes do monitoramento e da medição de desempenho
90 o sistema de gestão da SST, das auditorias e das análises críticas realizadas pela
administração. Tais providências devem permitir:
(a) identificar e analisar as causas básicas de quaisquer não-conformidades com as normas
de SST em vigor e/ou disposições relativas aos sistemas de gestão da SST; e
(b) introduzir, planejar, implementar, verificar a eficácia e documentar ações preventivas e
corretivas, incluindo as mudanças no próprio sistema de gestão da SST.
3.15.2 Quando a avaliação do sistema de gestão da SST ou outras fontes mostrarem que as
medidas de prevenção e proteção relativas a fatores de risco (perigos) e riscos forem
inadequadas ou suscetíveis de assim se tornarem, essas medidas devem ser consideradas
seguindo-se a reconhecida hierarquia de prevenção e controle, aperfeiçoadas e
documentadas oportunamente, conforme o caso.
3.16 Melhoria contínua
3.16.1 Disposições devem ser estabelecidas e mantidas em prol da melhoria contínua dos
elementos pertinentes do sistema de gestão da SST e do sistema como um todo. Essas
disposições devem levar em consideração:
(a) os objetivos de SST da organização;
(b) os resultados das atividades de identificação e avaliação de fatores de risco (perigos) e
riscos;
(c) os resultados do monitoramento e da medição de desempenho;
(d) as investigações de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao
trabalho e os resultados e as recomendações das auditorias;
(e) as conclusões da análise crítica realizada pela administração;
(f) as recomendações a favor de melhorias apresentadas por todos os membros da
organização, que inclui o comitê de segurança e saúde, quando existir;
(g) as alterações na legislação nacional, nos programas voluntários e nos acordos coletivos;
(h) as novas informações relevantes; e
(i) os resultados dos programas de proteção e promoção da saúde.
3.16.2 Os processos e os resultados da organização em matéria de segurança e saúde
devem ser comparados com os resultados de outras organizações de forma a melhorar o
desempenho em segurança e saúde.
FONTE: ANEXOS TIRADO DO LIVRO DIRETRIZES SOBRE SISTEMAS DE GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PUBLICADO PELO FUNDACENTRO, 2005.
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