anÁlise de viabilidade para implantaÇÃo de um sistema … · ppra - programa de prevenção de...

93
MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA Londrina 2012

Upload: others

Post on 29-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO

ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO

TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA

Londrina 2012

Page 2: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO

ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO

TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Recursos Humanos: Gestão de Pessoas e Competências, como requisito à obtenção do título de especialista. Orientadora: Profª Ms. Elen Gongora Moreira

Londrina 2012

Page 3: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

MARIANA PIZZUTTI BORTOLOTTO

ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO

TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA GRÁFICA

Londrina 2012

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Recursos Humanos: Gestão de Pessoas e Competências, como requisito à obtenção do título de especialista. Orientadora: Profª Ms. Elen Gongora Moreira

Aprovada em: ____/____/____

Profa. Ms. Elen Gongora Moreira Orientadora

Profa. Dra. Damares T. Biazin Membro da Banca Examinadora

Londrina 2012

Page 4: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

Dedico este trabalho aos meus pais que

sempre me apoiaram e incentivaram a

progredir com os estudos, o que foi

essencial para vencer mais esta etapa

em minha vida.

A minha filha Ana Lara pela paciência

nos momentos de minha ausência.

Page 5: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus que me deu condições para alcançar mais este objetivo em

minha vida.

À Profª Ms. Elen Gongora Moreira, pela orientação e apoio essencial para elaboração de

minha monografia.

Aos colegas da gráfica por me permitirem realizar o estudo.

Page 6: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

BORTOLOTTO, Mariana Pizzutti. Análise de viabilidade para implantação de um Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho. 2012. 90 f. Monografia (Especialização em Recursos Humanos - Gestão de Pessoas e Competências) – Centro Universitário Filadélfia, Unifil, Londrina, Pr., 2012.

RESUMO

As organizações com visão competitiva estão cada vez mais em busca da melhoria contínua, pois elas devem demonstrar uma postura ética e responsável com relação à avaliação ambiental, a qualidade e a saúde e segurança no trabalho. Devido a isto, este estudo apresenta uma proposta de análise de viabilidade para implantação de um Sistema de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho em uma Indústria Gráfica. O principal objetivo foi identificar os possíveis riscos gerais que os setores da empresa investigada apresentaram na questão de Segurança e Saúde no Trabalho. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico, onde foram apresentados conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho e de Segurança e Saúde no Trabalho. Para pesquisa de campo, aplicou-se método qualitativo, através de análise de observação efetuada nos setores da empresa para avaliação. Teve como instrumento para a coleta de dados um modelo de roteiro para ser preenchido. Os riscos ambientais detectados foram representados através de um mapa gráfico, que na aplicação prática, esse procedimento poderá trazer como resultado um diagnóstico do ambiente de trabalho que permitirá demonstrar a viabilidade e a validade da proposta. E, por último, apresentam-se recomendações de melhoria nos setores para cada tipo de risco, bem como as vantagens advindas com a adoção de um SGSST. Foi sugerido um modelo elaborado pela OIT para aplicação das diretrizes que a empresa deverá seguir. Palavras-chave: Segurança e Saúde no Trabalho, riscos ambientais, mapa gráfico

ABSTRACT

The organizations with competitive vision are increasingly seeking for continuous improvement, because they must demonstrate an ethical and responsible with respect to environmental assessment, quality and health and workplace safety. Because of this, the study proposes a feasibility review for implantation of a System of Management Occupational Health and Workplace Safety in a printing industry. The main objective was to identify possible general risks in sectors of the company showed on the issue of Health and Safety at Work. First, was made a literature review, which presented concepts of quality of work life and Health and Workplace Safety. For field research, was applied qualitative method, through analysis of observation made in the areas of company for assessment. For data collection was used a script model as an instrument to be completed. The environmental risks identified were represented by a graphical map, which in practical application, this procedure may bring a diagnosis as a result of the work environment that will demonstrate the feasibility and validity of the proposed. And, finally, presents recommendations for improvement in the areas for each type of risk and the benefits arising from the adoption of an SMOHWS. It was suggested a model developed by the OIT for implementing the guidelines that the company should follow. Key words: Health and Workplace Safety, environmental risks, graphical map

Page 7: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no trabalho - QVT .............. 14

Quadro 2 - Fatores pessoais que influenciam o comportamento gerador de acidentes 21

Quadro 3 - Benefícios Pecuniários ................................................................................ 24

Quadro 4 - Quadro de classificação dos riscos ocupacionais em grupos, de acordo com

a sua natureza e a padronização das cores correspondentes ...................................... 35

Quadro 5 - Dados do Setor Administrativo .................................................................... 37

Quadro 6 - Riscos Biológicos – Setor Administrativo .................................................... 38

Quadro 7 - Riscos Ergonômicos – Setor Administrativo ................................................ 39

Quadro 8 - Riscos de Acidentes – Setor Administrativo ................................................ 40

Quadro 9 - Dados do Setor de Acabamento ................................................................. 41

Quadro 10 - Riscos Físicos – Setor de Acabamento ..................................................... 42

Quadro 11 - Risco Químicos – Setor de Acabamento ................................................... 43

Quadro 12 - Riscos Ergonômicos – Setor de Acabamento ........................................... 44

Quadro 13 - Riscos de acidentes – Setor de Acabamento ............................................ 45

Quadro 14 - Dados do setor de Limpeza ...................................................................... 46

Quadro 15 - Riscos químicos – setor de limpeza .......................................................... 47

Quadro 16 - Riscos biológicos – setor de limpeza ........................................................ 48

Quadro 17 - Riscos Ergonômicos – Setor de Limpeza .................................................. 49

Quadro 18 - Riscos de Acidentes: Setor de Limpeza .................................................... 50

Quadro 19 - Dados do Setor de Impressão ................................................................... 50

Quadro 20 - Riscos Físicos – Setor de Impressão ........................................................ 51

Quadro 21 - Riscos Químicos – Setor de Impressão .................................................... 52

Quadro 22 - Riscos Biológicos – Setor de Impressão ................................................... 53

Quadro 23 - Riscos Ergonômicos – Setor de Impressão ............................................... 54

Quadro 24 - Riscos de Acidentes – Setor de Impressão ............................................... 55

Quadro 25 - O tipo de riscos e suas cores .................................................................... 57

Quadro 26 - Benefícios da inclusão de um SGSST ...................................................... 68

Page 8: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira e Normas Técnicas CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas DORT - Distúrbios Osteomosculares Relacionadas ao Trabalho EPI – Equipamento de Proteção Individual INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social ILO-OSH - Guidelines on Occupational Safety and Health Management Systems LER - Lesões por Esforços Repetitivos NR – Norma Regulamentadora OIT - Organização Internacional do Trabalho OMS – Organização Mundial de Saúde PCA - Programas de Conservação Auditiva PCMAT - Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCP - Programas de Prevenção e Controle de Perdas PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário PPR - Programas de Proteção Respiratória PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SGSST – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho SSG – Segurança e Saúde no Trabalho

Page 9: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ................................................................... 11

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO ......................................................................................... 11

2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................................. 12

3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ................................................................ 16

3.1 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............................................................ 18

3.2 ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO, PROFISSIONAIS .............................. 19

3.3 CONSEQUÊNCIAS DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO ..................... 22

3.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES .............................................................................. 25

3.5 SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO

TRABALHO .................................................................................................................. 29

4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 32

4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA DE ESTUDO ............................................................ 32

4.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA .................................................................. 33

4.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO MAPA DE RISCOS ..................................... 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DO ESTUDO DE CASO ......................................... 37

5.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR ADMINISTRATIVO ............................. 37

5.1.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 38

5.1.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 38

5.1.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 38

5.1.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 39

5.1.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 40

5.2 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE ACABAMENTO ............................. 40

5.2.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 41

5.2.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 42

5.2.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 43

5.2.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 43

5.2.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 45

5.3 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE LIMPEZA ...................................... 45

5.3.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 46

5.3.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 46

5.3.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 47

Page 10: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

5.3.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 48

5.3.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 49

5.4 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE IMPRESSÃO................................. 50

5.4.1 Grupo I: Riscos Físicos ....................................................................................... 51

5.4.2 Grupo II: Riscos Químicos .................................................................................. 51

5.4.3 Grupo III: Riscos Biológicos ................................................................................ 52

5.4.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos ........................................................................... 53

5.4.5 Grupo V: Riscos de Acidentes ............................................................................ 54

5.2 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 57

5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS FÍSICOS ........................................ 58

5.4 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS QUÍMICOS .................................... 58

5.5 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS BIOLÓGICOS ................................ 59

5.6 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS ERGONÔMICOS .......................... 59

5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS DE ACIDENTES ............................ 61

6 ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO

DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ............................................................ 63

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 71

Page 11: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

9

1 INTRODUÇÃO

Com o progresso tecnológico e a preocupação em manter seu nível de

qualidade sempre satisfatório, as organizações se obrigam cada dia mais a se empenharem

para que o ambiente de trabalho esteja favorável para melhor execução das tarefas. Na

busca por essa melhoria contínua a área de gestão de pessoas tem papel fundamental ao

aplicar métodos que satisfaçam principalmente o bem-estar de seus colaboradores e prevenir

ocorrências indesejáveis para o processo de trabalho.

Considerando o interesse em obtenção da diminuição de custos referentes

aos riscos à saúde dos colaboradores, as empresas só tendem a ganhar com investimento na

Qualidade de Vida do Trabalho (QVT). Tal investimento trará bons retornos, tanto na

motivação dos funcionários quanto na redução de custos e desperdícios desnecessários,

refletindo também no aumento da produtividade e melhor desempenho do trabalho (ROCCA

et al., 2011).

Julião (2001) observa que a valorização da QVT aumentou, devido às

decorrentes mudanças e exigências que o mundo globalizado estabelece, proporcionando

melhores condições de trabalho e promovendo o bem estar de todos.

Para Pacheco Jr. (1995) as organizações devem corresponder melhor às

expectativas de seus envolvidos, uma vez que investindo diretamente nestes, de forma

indireta também investirá em seus clientes. De um modo geral, tanto a empresa quanto seus

colaboradores acabam sendo favorecidos prevalecendo essa prática de qualidade.

Ao longo dos tempos, as condições de trabalho sofreram grandes

transformações, como por exemplo da conquista por reconhecimento dos direitos trabalhistas

e à melhoria dos esforços de trabalho de fator físico. Em muitas organizações essa realidade

está longe de atingir a satisfação que a maioria busca, muitas deficiências nesta questão

ainda existem e elas precisam ser sanadas (JULIÃO, 2001). Por exemplo, falta de

conscientização e responsabilidade que todos, empregadores e empregados, deveriam ter a

respeito de prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais.

A redução dos acidentes no local de trabalho é um dos mais fortes desafios

ao homem. Essa batalha apresenta um aspecto notável. A princípio, ele dispõe de recursos

mais do que suficientes para evitá-los, pois o avanço científico e tecnológico criou e tem

criado métodos e dispositivos altamente sofisticados em vários campos da atuação humana,

inclusive na prevenção de acidentes. No entanto, o objetivo principal não tem sido atingido

satisfatoriamente e o que mais surpreende é que a totalidade das causas dos acidentes tem

sido atribuída ao próprio comportamento do homem (CARVALHO, 2005).

A adoção de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

Page 12: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

10 (SGSST) é uma saída estratégica para a empresa que pretende agregar maior valor

operacional e melhorar seu desempenho nos negócios.

A empresa estudada é conceituada e reconhecida em seu segmento,

fornece produtos para todo o Brasil e pretende servir de referência dentro da área, dobrando

a sua capacidade produtiva, procurando atender um número maior de clientes e exportar os

seus produtos para outros países. Além do objetivo de melhorar seu posicionamento

competitivo no mercado e de elevar o nível de bem-estar organizacional, neste contexto, esta

empresa busca primeiramente conservar a boa imagem para com seus funcionários e a

sociedade.

Diante do exposto, esse estudo identificou os possíveis riscos gerais que os

setores da empresa investigada apresentaram na questão de Segurança e Saúde no

Trabalho (SST), propondo uma análise de viabilidade para implantação de um SGSST de

fator eficaz.

Os objetivos específicos deste trabalho foram:

identificar os riscos nos setores da empresa;

elaborar o mapa de riscos;

propor, a partir do mapeamento, recomendações e sugestões de

melhoria para o ambiente de trabalho e à saúde do trabalhador,

e,

apresentar outras vantagens que a empresa tende a ganhar com

essa nova gestão.

Page 13: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

11 2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – QVT

A expressão é atual, porém a QVT tem sido preocupação desde que o

homem começou a utilizar instrumentos para trabalhar. Com o mesmo propósito dos dias

atuais, isto é, sempre direcionado a satisfazer e valorizar o bem-estar do trabalhador no

desempenho de suas atividades.

Os gestores que estão em busca de um diferencial estratégico em suas

empresas, se posicionam cada vez mais em prol da QVT, ou seja, acreditam que se

investirem nessa prática de qualidade, terão retornos excelentes em sua lucratividade.

Para melhor compreensão do termo, os próximos itens abordarão a história

da QVT e a evolução das condições de trabalho, bem como seus conceitos e definições.

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO

A partir do século XVIII e XIX, as preocupações com as condições de

trabalho e a influência destas na produção moral do trabalhador passaram a ser estudas de

forma científica. Contudo, a QVT teve seus primeiros estudos efetivamente em 1950, quando

foi desenvolvida uma abordagem sócio técnica em relação à organização do trabalho. Na

década de 60 as preocupações com a QVT, foram impulsionadas pela perspectiva de uma

sociedade progressista, tendo como base a saúde, segurança e satisfação dos trabalhadores

(RODRIGUES, 1994).

No final da década de 70, após uma crise e alta inflação no ocidente, houve

uma renovação no desenvolvimento das abordagens da QVT, quando do surgimento de forte

competição nos mercados internacionais, com a participação do Japão divulgando novos

modelos de organização do trabalho (FERNANDES, 1996).

Conforme Zavattro (1999 apud GUIMARÃES, 2004, p. 210) “nos anos 80 a

QVT adquire importância como um conceito globalizado, na busca do enfrentamento de

questões ligadas à produtividade e à qualidade total”.

Nos anos 90, os trabalhos norte-americanos de Shcein, Handy, Mintzberg e

Ulrich analisam novos conceitos das condições de trabalho, em uma perspectiva

organizacional (FRANÇA, 2004).

Segundo a mesma autora, Walton (1975) foi o primeiro norte-americano que

embasou um conjunto de critérios sob a óptica organizacional, enfatizando importante linha

de pesquisa de satisfação em QVT.

As definições evolutivas da QVT na visão de Nadler & Lawler (1983 apud

FERNANDES, 1996, p. 42) se destacam nos seguintes períodos:

1 - QVT como uma variável (1959/1972): Reação do indivíduo ao trabalho.

Page 14: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

12

Era investigado como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o

indivíduo.

2 – QVT como uma abordagem (1969/1974): O foco era o indivíduo antes do

resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias

tanto ao empregado como à direção.

3 – QVT como um movimento (1975/1980): Declaração ideológica sobre a

natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização.

Os termos – administração participativa e democracia industrial – eram

frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT.

4- QVT como tudo (1979/1982): Como panacéia contra a competição

estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade,

problemas de queixas e outros problemas organizacionais.

6 - QVT como nada (futuro): No caso de alguns projetos de QVT

fracassarem no futuro, não passará de apenas um “modismo” passageiro.

Atualmente, a QVT envolve tanto aspectos físicos e ambientais como os

aspectos psicológicos no trabalho, com forte reivindicação dos empregados quanto às

condições de trabalho de um lado, e do outro o interesse das organizações em elevar sua

produtividade e a qualidade (CHIAVENATO, 1999).

2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A QVT é abrangente e sua definição não é muito clara, conforme enfatizam

Wether e Davis (1983 apud FERNANDES, 1996) os postos de trabalho representam não

somente uma renumeração para os trabalhadores, mas também um meio de satisfazerem

suas necessidades de toda ordem, para obtenção de uma melhor qualidade de vida. O

conceito engloba direitos que protegem o trabalhador, a humanização do trabalho e a

responsabilidade social da empresa.

A mesma autora explica melhor essa conceituação:

(...) Explicite-se que a QVT deve ser considerada como uma gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas mudam constantemente; e é contingencial porque depende da realidade de cada empresa no contexto em que está inserida. Além disso, pouco resolve atentar-se apenas para fatores físicos, pois aspectos sociológicos e psicológicos interferem igualmente na satisfação dos indivíduos em situações de trabalho; sem deixar de considerar os aspectos tecnológicos da organização do próprio trabalho que, em conjunto, afetam a cultura e interferem no clima organizacional com reflexos na produtividade e na satisfação dos empregados (FERNANDES, 1996 p. 46).

Page 15: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

13

Trist (1975 apud RODRIGUES, 1994) declara que a QVT é de muita

importância para as empresas em todos os países. Para Nadler e Lawer (1983 apud

RODRIGUES, 1994), QVT é a grande esperança das organizações para atingirem a

produtividade, sem deixar de lado a motivação dos indivíduos.

Na linha de pensamento de França (2004) as definições de QVT são

multifacetas, abrangendo atitudes éticas, políticas e expectativas pessoais. Foi nas últimas

décadas que se difundiu melhor o conceito de QVT, referente ao novo perfil da pessoa no

trabalho. Pode-se dizer que a QVT vai desde cuidados com os riscos ocupacionais do

trabalho até atividades voluntárias das pessoas, em áreas de lazer e outras. No Brasil, o tema

tem gerado interesse de empregadores pela contribuição que pode se oferecer para o

empregado e para a produtividade empresarial.

De acordo com Feigenbaum (1994, apud CONTE, 2007) entende que QVT é

o comprometimento com a qualidade de forma mais proveniente nos ambientes em que os

funcionários se encontram intrinsecamente envolvido nas decisões, sendo estas influenciadas

no desempenho de suas funções.

WALTON (1973 apud FERNANDES, 1996, p. 48) propõe oito categorias

conceituais de critérios e indicadores de QVT, ilustrados no Quadro 1:

Page 16: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

14

Fonte: WALTON (apud FERNANDES, 1996 p. 48).

QUADRO 1: Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no trabalho – QVT

O conceito de QVT basicamente leva a um profundo respeito pelas pessoas,

de modo que as organizações necessitem de pessoas motivadas, que colaborem

efetivamente em suas tarefas e que sejam justamente recompensadas pelos seus deveres

realizados (CHIAVENATO, 1999).

Para Sucesso (1998, apud VASCONCELOS, 2001, p. 28) pode-se dizer, de

maneira geral, que a qualidade de vida no trabalho abrange:

renda capaz de satisfazer às expectativas sociais e pessoais;

orgulho pelo trabalho realizado;

vida emocional satisfatória;

autoestima;

imagem da empresa/instituição junto à opinião pública;

CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT

1 – COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA

Equidade interna e externa Justiça na compensação Partilha dos ganhos de produtividade

2 – CONDIÇÕES DE TRABALHO

Proporcionalidade entre salários Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável Ausência de insalubridade

3 – USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES

Autonomia Autocontrole relativo Qualidades múltiplas Informações sobre o processo total do trabalho

4 – OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA

Possibilidade de carreira Crescimento pessoal Perspectiva de avanço salarial Segurança de emprego 5 - INTEGRAÇÃO SOCIAL NA

ORGANIZAÇÃO

Ausência de preconceitos Igualdade Mobilidade Relacionamento 6 – CONSTITUCIONALISMO

Senso comunitário Direitos de proteção do trabalhador Privacidade pessoal Tratamento imparcial Direitos trabalhistas 7 – O TRABALHO E O ESPAÇO TOTAL DE

VIDA

Papel balanceado no trabalho Privacidade pessoal Liberdade de expressão Tratamento imparcial Direitos trabalhistas

8 – RELEVÃNCIA SOCIAL DO TRABALHO NA VIDA

Imagem da empresa Responsabilidade social da empresa Responsabilidade pelos produtos Práticas de emprego

Page 17: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

15

equilíbrio entre trabalho e lazer;

horários e condições de trabalhos sensatos;

oportunidades e perspectivas de carreira;

possibilidade de uso do potencial;

respeito aos direitos; e

justiça nas recompensas.

Essas várias abordagens e definições de QVT pode-se compreender que é

de fundamental importância que essa qualidade esteja em evidência no dia a dia do individuo

em seu ambiente de trabalho.

A busca pela qualidade de vida evita a fadiga decorrente da falta de lazer no

cotidiano do trabalhador. Deve-se criar um ambiente em que todos sintam prazer de trabalhar,

assim poderão mostrar o melhor que tem para oferecer em troca de uma justa qualidade de

vida.

Page 18: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

16 3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: CONCEITOS E OBJETIVOS

Segundo Webster (2008) os primeiros estudos referentes à Segurança e

Saúde no Trabalho iniciaram-se há, aproximadamente, 300 anos. No Brasil, após a revolução

de 1930, aumentaram as reivindicações trabalhistas. Em 1943 criou-se uma legislação social

ordinária, com a origem da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT e, em consequência, a

lei n. 6.514/77 e a Portaria n. 3.214/78, que tratam exclusivamente da Segurança e da

Medicina do Trabalho. O tema teve seu desenvolvimento maior na década de 70, a fim de

reverter o elevado número de acidentes e doenças no trabalho, praticando a política de

prevenção e proteção ao trabalhador e ao meio ambiente.

Pereira Júnior (2008, p. 464) argumenta mais alguns objetivos:

desde então as medidas já tomadas entre as quais se destacam a da criação das CIPAS (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) foram reforçadas a obrigatoriedade da existência dos Serviços Especializados em Segurança Higiene do Trabalho nas empresas de maior porte. As normas de Segurança e Saúde no trabalho estão contidas na Portaria n 3.214 de 8 de junho de 1978, que, desde sua instituição, vêm se modificando e se atualizando. Atualmente são 30 normas regulamentadoras (NRs) que procuram regular os procedimentos preventivos e FAE dos diversificados riscos a que se opõem os trabalhadores diante do trabalho que realizam. Muitas campanhas de prevenção de acidentes do trabalho trouxeram resultados imediatos com a diminuição de acidentes e progressivamente esses resultados se estabilizaram, embora oficialmente os números de acidentes baixassem, à custa da sobnotificação. É que na verdade atingimos apenas a superfície da problemática reduzindo os acidentes de fácil resolução com o simples uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para as ocorrências menos graves.

Segurança é um estado, traduz-se, basicamente, em confiança. A

Segurança do Trabalho é uma prevenção de perdas, com intuito de evitar acidentes com

danos materiais e mais ainda à saúde do trabalhador (WEBSTER, 2008).

Para Rocca et al (2011, p. 04) a Segurança do Trabalho é o conjunto de

medidas, ciência, tecnologia e tomadas de decisões que tem por objetivo a proteção do

trabalhador em seu ambiente de trabalho, visando redução de acidentes e doenças

ocupacionais. Os responsáveis pela segurança do trabalho em uma empresa e suas

respectivas atribuições, conforme Rocca et al (2011, p.04) são:

Técnico de Segurança do Trabalho:

inspeciona locais, equipamentos e instalações, observando as condições

de segurança, garantindo o funcionamento e uso de equipamentos de

segurança e sugerindo soluções para um trabalho mais seguro;

relata os resultados das inspeções realizadas;

Page 19: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

17

investiga eventuais ocorrências, estudando o motivo pelo qual ocorreu e

sugerindo mudanças para que não volte a acontecer;

instrui os colaboradores sobre normas de segurança por meio de palestras

e treinamento e fiscaliza a adoção das referidas normas;

responsável pelo contato com serviço médico da empresa ou externo, para

contato em caso de acidente;

coleta e mantém dados de acidentes, para que possa obter subsídios para

realização de medidas para redução dos mesmos.

Engenheiro de Segurança do Trabalho;

presta assessoria a empresas quanto à segurança de suas instalações,

equipamentos e procedimentos de modo a determinar as necessidades de

segurança a serem tomadas na redução de acidentes;

proporciona estudos para a melhor adequação técnica do homem a

máquina e da máquina ao homem;

realiza campanhas de conscientização da prevenção de acidentes,

realizando palestras, ministrando treinamentos e elaborando e distribuindo

material informativo;

estabelece a necessidade específica do uso de EPI (Equipamento de

Proteção Individual) nas mais diversas aplicações, realizando levantamento

das atividades, adequação, treinamento de uso e conscientização;

estuda as determinadas atividades exercidas no ambiente de trabalho de

modo a determinar a insalubridade relacionada à execução do trabalho; e,

realiza estudo sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais em

conjunto com outros especialistas de modo a precisar as causas dos

acidentes e doenças para que possa elaborar métodos para a redução dos

mesmos.

Médico do Trabalho:

realiza exames periódicos dos colaboradores e examina exames

complementares de modo a garantir a continuidade da produtividade;

executa tratamento de urgência em caso de acidentes, tomando medidas e

realizando os procedimentos necessários de modo a evitar consequências

mais graves ao colaborador;

participa do levantamento das atividades dos colaboradores, de modo a

precisar possíveis situações de insalubridade;

participa do treinamento das equipes de emergência, orientando quanto

aos procedimentos corretos;

Page 20: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

18

procede a exames médicos para a seleção de pessoal de modo a qualificar

os candidatos com melhor aproveitamento para a vaga;

ajuda na inspeção de instalações da empresa como cozinha, creche,

sanitários, junto a outros profissionais de saúde, sempre focando o bem

estar dos colabores; e,

participa de congressos médicos e de prevenção de acidentes e divulga

pesquisas sobre saúde ocupacional.

Enfermeiro do Trabalho:

analisa as condições de segurança, observando os locais de trabalho e

discute as possíveis soluções em grupo;

desenvolve e executa planos de saúde e segurança;

realiza os primeiros socorros no local de trabalho de modo a minimizar

possíveis danos mais graves ao acidentado; e,

fomenta a conscientização dos colaboradores quanto ao uso dos

equipamentos e vestimentas de segurança.

O conjunto e união de metodologias desses profissionais formam o Serviço

Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT. Este grupo de

profissionais deve promover nas empresas as práticas de segurança e higiene no trabalho

para os colaboradores, fazendo com que as atitudes e métodos de trabalho deles sejam

sempre o mais seguro e higiênico possível (ROCCA et al., 2011).

Chiavenato (1999, p. 381) destaca ainda que “segurança do trabalho é o

conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para

prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente quer instruindo ou

convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas”.

Segurança do trabalho costuma ser definida segundo Oliveira (2009, p. 86)

como “a ciência e arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos

profissionais”. No que se refere à segurança do trabalho, o profissional da área deve no

mínimo saber reconhecer os riscos capazes de ocasionar a saúde do trabalhador, bem como

avaliar a magnitude desses riscos por meio de treinamento e prescrever medidas para

eliminá-los.

3.1 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Higiene do Trabalho tem o objetivo de proteger o trabalhador dos riscos de

saúde inerente às tarefas que são executadas. A mesma está relacionada com as condições

Page 21: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

19 de trabalho que englobam a saúde física e mental das pessoas. O ambiente para ser

considerado saudável, deve proporcionar condições ambientais físicas e agentes externos

que favoreçam todos os sentidos humanos, isso do ponto de vista de saúde física, e,

melhores condições psicológicas e sociológicas, favorecendo primeiramente o

comportamento das pessoas, do ponto de vista de saúde mental (CHIAVENATO, 1999).

È fato de que a Higiene e Segurança no Trabalho têm constituído uma

preocupação crescente no mundo organizacional. Atualmente, vivem-se situações que nos

remetem para sistemas produtivos contemporâneos da Revolução Industrial ou do princípio

do século XX, onde os recursos humanos são mero instrumento de trabalho, descorando-se

negligentemente os princípios mais básicos de dignidade humana (CARVALHO, 2005).

Para a mesma autora, hoje a Higiene e Segurança no Trabalho pode ser

integrada com a gestão, como forma de minimizar os riscos para os trabalhadores e terceiros,

melhorar o desempenho das organizações e dos próprios recursos humanos e ainda

alavancar a imagem de responsabilidade perante a sociedade.

Em suma, a higiene do trabalho é um conjunto de medidas preventivas

relacionadas ao ambiente do trabalho, visando à redução de acidentes de trabalho e doenças

ocupacionais. O objetivo não é apenas identificar fatores que possam prejudicar a saúde do

trabalhador, mas também eliminar ou controlar esses riscos.

3.2 ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO, PROFISSIONAIS

Até ao início da Revolução Industrial existem poucos relatos sobre acidentes

e doenças desencadeadas do trabalho, onde, neste período, predominava o trabalho escravo

e manual. Essa época veio alterar o cenário e gerar novos e graves problemas. Com a

chegada da máquina a vapor, a produtividade aumentou e o trabalhador passou a viver num

ambiente de trabalho mais agressivo, ocasionado principalmente pela divisão das tarefas e a

concentração de várias pessoas num mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de

acidentes e doenças originadas do trabalho começaram a surgir de fato (CARVALHO, 2005).

Chiavenato (1999) sob um conceito técnico considera o acidente como um

fato inesperado, imprevisto e não premeditado, muitas vezes causador de prejuízo material e

dano físico as pessoas (dor, sofrimento, invalidez ou até morte).

Segundo o artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente do

trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do

trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de

caráter temporário ou permanente”. Pode levar a afastamentos, a perda da capacidade para o

trabalho, até mesmo a morte (MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL, 2009a).

Page 22: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

20

Ainda para o Ministério de Previdência Social (2009a) os acidentes de

trabalho poderão ser classificados como: a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e

o local de trabalho do segurado; b) a doença profissional, assim entendida a produzida ou

desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e c) a doença do

trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é

realizado e com ele se relacione diretamente.

Conforme art. 2º da lei de Acidentes de Trabalho – Lei n. 6.367 de 19 de

outubro de 1976, acidente do trabalho se origina de um acontecimento na execução do

trabalho ou quando o empregado é considerado no seu desempenho, fora do respectivo lugar

e horário, nessa definição, equiparou a lei o acidente de trabalho às moléstias profissionais,

para fins de reparação de danos sofridos pelo empregado no local e durante o trabalho

(OLIVEIRA, 2009).

O que também se equipara a acidentes de trabalho são aqueles sofridos

pelos trabalhadores no horário e local de trabalho, devido a agressões, sabotagens ou atos

de terrorismo praticados por terceiros ou colegas de trabalho. A doença originada da

contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. Também aqueles

sofridos fora do local e horário de trabalho, na condição de que o trabalhador esteja

executando ordens ou serviços sob a autoridade da empresa. Outra situação seria o acidente

que ocorre durante viagens a serviço, mesmo que seja com fins de estudo, desde que

financiada pela empresa (MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL, 2009a).

Para Digiácomo e Vieira (2008) sempre que houver a interação direta e

indireta entre um objeto possibilitador de perigos e a pessoa pericilitante é dada uma

condição de risco. Um acidente ocorrerá quando houver, juntamente com a realização das

condições desses risco. Dessa forma as pessoas são influenciadas pelo modo de conduta e

da atividade em si, o que pode acarretar os acidentes.

Segundo Chiavenato (1999) é importante observar alguns fatores pessoais,

como personalidade, que podem influenciar na ocorrência de acidentes, averiguando se os

colaboradores estão predispostos a sofrer acidentes ou não. Isto pode ser situacional, sendo

que uma pessoa pode ser predisposta a acidentes em um tipo de atividade, e quando estando

em outro tipo de trabalho não apresentar dificuldades.

Page 23: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

21 Características Pessoais

Predisposição e tendências de comportamentos

Tipos de comportamentos específicos

Incidência de comportamentos acidentais

Personalidade · Inteligência · Motivação · Habilidades sensoriais · Habilidades motoras · Experiência

· Atitudes e hábitos não-desejáveis · Falta de habilidades específicas · Tendência a assumir riscos

· Falta de atenção · Esquecimento · Desconcentração · Dificuldade em obedecer regras e procedimentos · Desempenho inadequado · Excessiva exposição a riscos

· Probabilidade de comportamentos individuais geradores de acidentes.

Fonte: CHIAVENATO (1999, p. 387)

Quadro 2: Fatores pessoais que influenciam o comportamento gerador de acidentes

O Quadro 2 apresenta as características pessoais como personalidade,

motivação, experiência, habilidades, podem influenciar nas atitudes dos colaboradores, o que

pode levar a um acidente. Se um funcionário não tem predisposição para o trabalho, falta de

interesse, caso se descuide por um minuto pode acarretar em atitude não-desejáveis, assim

como um acidente.

Oliveira (2009) ressalta que a causa pessoal de insegurança ou fator

pessoal, podem levar a prática de um ato inseguro de forma inconsciente ou não. Destaca

ainda que as condições inseguras de um ambiente de trabalho são, em suma, as falhas ou

defeitos técnicos, falta de manutenção de dispositivos de segurança, que coloca em risco a

integridade física ou à saúde dos trabalhadores. Portanto, os atos inseguros e as condições

inseguras constituem fatores principais na causa de acidentes.

É um dever de a empresa ter como objetivo a proteção da saúde daqueles

que fazem parte integrante da comunidade trabalhadora. A Organização Mundial da Saúde –

OMS, por sua vez, define saúde como sendo um perfeito estado de bem-estar físico, psíquico

e social. Assim sendo, no trabalho, pode-se perder a saúde, o que implicará em uma menor

capacidade de trabalho e, portanto, uma diminuição de melhora no nível de saúde (VIEIRA,

2008).

A saúde ocupacional está ligada com a assistência médica preventiva. A lei

nº 24/94 instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, exige que os

exames médicos trabalhistas sejam feitos regularmente além de promover programas de

proteção e palestras da saúde dos funcionários e, ainda, elaboração do mapa de riscos

(CHIAVENATO, 1999).

O que pode ser considerado riscos de saúde para o trabalhador, seriam

aspectos físicos, biológicos, químicos, ergonômicos e de acidentes, assim como condições

expostamente estressastes, que também podem provocar danos à saúde.

Page 24: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

22

Melo (2003, p. 08) define saúde e doença como “estados que dependem da

integridade física e mental do indivíduo, bem como das características físicas e “emocionais”

da sociedade na qual ele vive, mora, trabalha, diverte-se e sofre”.

A mesma ressalta que as causas mais frequentes das Lesões por Esforços

Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomosculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) seriam a

postura inadequada, o esforço excessivo laboral, a falta de exercícios físicos, a repetição de

movimento, a correlação com ambientes frios, ausências de pausas ou essa insuficientes,

fatores pessoais físicos e emocionais e fatores organizacionais, o pescoço e a região lombar

também são afetados por essas doenças.

O estresse relacionado ao trabalho também pode desencadear muitos

problemas, estes estão relacionados principalmente a mudanças, tempo, controle, fatores

sociais e à carga de trabalho. Existem controvérsias entre alguns terapeutas especializados

em estresse ocupacional, alguns dizem que os problemas do local de trabalho são dominados

por uma pressão máxima de trabalho e mínimo controle, enquanto outros dizem que a maioria

dos problemas evoluem a partir do senso de segurança produzido pela mudança (WILSON,

1997).

Para White (2000) as condições físicas também são causas de potenciais de

estresse, tais como: coisas demais para se fazer em pouco tempo, desconforto nas posições

de trabalho; barulho excessivo; trabalho com manuseios repetitivos; qualidade do ar precária,

entre outros.

Além destas doenças citadas, entre outras podem ser condenáveis do

trabalho, e, portanto, as empresas devem prevenir seus funcionários aos ambientes de

trabalho, pois causam custos e problemas para o individuo, para empresa e sociedade.

3.3 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES E DE DOENÇAS DO TRABALHO

É fato que os acidentes de trabalho causam prejuízos para a empresa com a

paralisação de máquinas, afastamento de funcionários, pagamento de multas e indenizações

para os acidentados, causa transtornos para a família, afastamento das atividades normais,

entre vários outros.

“Acidentes também influem de forma negativa em todo o processo produtivo,

pois são responsáveis por perda de tempo, de materiais, diminuição da eficiência do

trabalhador, aumentando o absenteísmo e causando prejuízos financeiros” (WEBSTER, 2008,

p. 701).

Para o mesmo autor os principais fatores que envolvem o custo de

acidentes são:

Page 25: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

23

a) humanos: todo acidente com lesão acarreta despesas médicas

hospitalares, farmacêuticas, indenizações, etc. Sem citar os custos sociais

que poderão ser imensuráveis.

b) agentes produtivos: a danificação de máquinas, equipamentos,

ferramental, matéria-prima etc., ocorre com muita frequência, quando de

acidentes de trabalho.

c) tempo: qualquer acidente gera perda de tempo e, consequentemente,

de produção e mão de obra qualificada; e,

d) instalações físicas: o acidente poderá acarretar custos em edificações,

instalações elétricas, instalações hidráulicas, entre outros.

E, os principais prejuízos seriam segundo Roboredo (apud WEBSTER 2008

p. 702):

para o trabalhador: lesão; sofrimento físico/mental; incapacidade para o

trabalho; morte e família desamparada.

Para a empresa: gastos com primeiros socorros e transporte do acidentado,

danificação ou perda de máquinas; equipamentos e matéria-prima, dificuldades com as

autoridades e desprestígio para a empresa; máquina sem produção até a substituição do

acidentado; descontentamento dos clientes pelo atraso da produção.

Para a nação: Trabalhador ativo sem produzir; coletividade com mais

dependentes; necessidade de aumento de impostos, taxas, seguros etc, consequente

aumento do custo de vida, aumentos das desigualdades sociais.

Na Norma Regulamentadora nº 18, a Associação Brasileira e Normas

Técnicas (ABNT) determina os conceitos de custos diretos e indiretos de acidentes do

trabalho. Segundo ela o custo direto esta relacionado com o total das despesas aos

acidentados, tais como assistência médica e hospitalar, bem como tipos de indenizações para

cada tipo de ocorrência. O seguro faz a cobertura dessas respectivas despesas. O custo

indireto envolve custos com fabricação, despesas gerais, lucros cessantes (CHIAVENATO,

1999).

Para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apud (CHIAVENATO,

1999 p. 389) custo indireto de acidente do trabalho inclui os seguintes itens:

gastos do primeiro tratamento médico, despesas sociais, custo do tempo perdido pela vítima, perda por diminuição do rendimento profissional no retorno do acidentado ao trabalho, perda pela menor rendimento do trabalhador que substituiu temporariamente o acidentado, cálculo do tempo perdido pelos colegas de trabalho para acudir a vítima, etc.

Page 26: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

24

Estes fatos indesejáveis levam também a prejuízos sócioeconômicos

relevantes, como custos sociais da Previdência Social, que são os benefícios como auxílio-

doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente, pensão por morte, reabilitação e

readaptação (a empresa pode ser obrigada a readaptar o funcionário) do segurado-

acidentado.

O Quadro 3 descreve sobre esses benefícios pecuniários:

Benefícios Beneficiários Condições p/ Concessão

Data de Início

Data da Cessão

Valor

Auxílo-doença(esp. 91)

Acidentado do Trabalho

Afastamento do trabalho por incapacidade laborativa temporária por acidente de trabalho

16° dia de afastamento consecutivo para empregado data do afastamento demais segurados

Morte concessão de auxilio-acidente ou aposentadoria cessação da ncapacidade alta médica volta ao trabalho

91% do salário-de-benefício

Aposetadoria por invalidez esp.92)

Acidentado do trabalho

Afastamento do trabalho por invalidez acidentaria

No dia em que o euxilio-doença teria inicio ou no dia seguinte à cessação do auxílio-doença

Morte cessação da invalidez volta ao trabalho

100% do salário-benefício

Auxílio-acidente(esp. 94)

Acidente do trabalho

Redução da capacidade laborativa por lesão acidentária

Dia seguinte à cessação do auxílio-doença

Consessão de aponsentadoria Óbito

50% do salário-benefício

Pensão(esp. 93)

Dependentes do acidentado do trabalho

Morte por acidente do trabalho

Data do óbito ou data da entrada do requerimento quando requerida após 30 dias do óbito

Morte do dependente cessação da qualidade de dependente

100% do salário-de-benefício

Fonte: INSS (Apud DIGIÁCOMO e VIEIRA 2008, p. 634)

Quadro 3: Benefícios Pecuniários

A consequência dos acidentes é uma grande preocupação, pois envolve

vidas humanas, e as lesões por eles provocadas merecem uma melhor atenção. Todo

acidente de trabalho deve ser plenamente previsto e evitado. É possível controlar ou eliminar

estas causas, evitando os atos inseguros e as condições de ambientes de insegurança. O

gerenciamento dos riscos é de suma importância para a prevenção de acidentes, se

Page 27: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

25 utilizando de métodos eficazes para exercer nas etapas do processo produtivo é o que

garante a continuidade e a segurança (OLIVEIRA, 2009).

Oliveira (2009, p. 83) ainda lista os conceitos básicos sobre consequências

do acidente:

Lesão pessoal: qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como consequência de acidente do trabalho. Natureza da lesão: expressão que identifica a lesão, segundo suas características principais. Lesão imediata: lesão que se manifesta no momento do acidente. Lesão mediata (lesão tardia): lesão que não se verifica imediatamente após a circunstância acidental da qual resultou. Morte: cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo decorrido desde a lesão. Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo): lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente. Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo): lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente. Incapacidade permanente total: perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, sem morte. (olhos, mãos, pés – dois dos três) Incapacidade permanente parcial: redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica. Incapacidade temporária total: perda total da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total. Tempo computado: tempo contado em "dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporária total" mais os "dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial". Prejuízo material: prejuízo decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros ônus resultantes de acidente do trabalho. Agente do acidente ou simplesmente agente: substância ou ambiente que, sendo inerente à condição de segurança, tenha provocado o acidente. Fonte da lesão: substância, energia ou movimento do corpo que provocou diretamente a lesão.

3.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Em 1921 a Organização Internacional do Trabalho - OIT, implantou um

serviço de prevenção de acidentes de trabalho. Segue-se um período de grande

desenvolvimento tecnológico e de alterações na produção industrial que conduziram, por

vezes, a um agravamento importante das condições de trabalho (CARVALHO, 2005).

De acordo com a mesma Organização, ocorrem anualmente cerca de 270

milhões de acidentes de trabalho no mundo, dos quais, 2 milhões seriam fatais. O Brasil é

considerado recordista mundial de acidentes de trabalho com três mortes a cada duas horas

e três acidentes de trabalho não fatais a cada minuto (ALMEIDA; VILELA, 2010).

Page 28: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

26

Para os mesmos autores, acidentes de trabalho e doenças de trabalho são

influenciados por características relacionadas à situação no ato de trabalho como o

maquinário, a tarefa, o meio técnico ou material, e também pela organização e relações de

trabalho. Porém, no meio técnico as causas decorrentes são em sua maioria provocada por

falhas dos operadores, assim como erro humano, ato inseguro, comportamento fora do

padrão ou falhas técnicas materiais, normalmente associadas ao descumprimento de normas

e padrões de segurança.

A ocorrência de acidentes, segundo Oliveira (2009) depende da atuação de

diversos fatores relativos à condição ambiental, de sua natureza e intensidade, assim como

para o indivíduo, depende de sua suscetibilidade ao agente; e quanto à atividade profissional,

depende de suas características. Tais fatores devem ser averiguados como um todo para se

identificar o real risco que agentes ambientais provocam à saúde dos trabalhadores.

A partir dos dados do Ministério de Previdencia Social (2009b) em 2009

foram registrados 723.452 acidentes e doenças do trabalho. Este número, ainda não inclui os

trabalhadores autônomos e as empregadas domésticas. Entre esses registros contabilizou-se

17.693 doenças relacionadas ao trabalho, e parte destes acidentes e doenças tiveram como

conseqüência o afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores devido à incapacidade

temporária, 13.047 trabalhadores por incapacidade permanente, e o óbito de 2.496 cidadãos,

estes eventos provocam grande impacto social, econômico sobre a saúde pública no Brasil.

Segundo Sell (2008, p. 397) a prevenção de acidentes deve concentrar-se

na eliminação dos perigos e riscos, para assim ser possível obter um efeito maior na

prevenção de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. São necessários, no

planejamento e na execução das medidas preventivas de acidentes de trabalho, dados e

informações da área técnica, organizacional, social e humana, assim por exemplo, antes de:

eliminar perigos é necessário conhecer uma série de detalhes

sobre perigos e sua atuação sobre a pessoa;

eliminar riscos é necessário saber de que precondições técnicas,

humanas e organizacionais eles dependem;

tentar gerar uma conduta segura nas pessoas é necessário

questionar os fatores que influenciam essa conduta;

fornecer protetores individuias é necessário conhecer os perigos

contra os quais eles devem proteger, para poder selecionar

protetores adequados.

Para as concepções de Carvalho (2005, p. 29) as medidas de prevenção

devem assegurar a proteção dos trabalhadores contra os riscos para a sua segurança e

saúde resultantes dos efeitos dos agentes químicos e da utilização de substâncias

Page 29: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

27 prejudiciais. Não sendo possível eliminar esses agentes, deve-se avaliar e aplicar medidas

apropriadas para essa prevenção, sendo elas:

medidas organizacionais: organização da prevenção com

programas dirigidos para a especificidade dos riscos, concepção dos

processos de trabalho e de controles técnicos apropriados,

identificação de alternativas aos processos de trabalho e utilização de

métodos de trabalho adequados;

medidas técnicas: redução da quantidade de agentes químicos e

substâncias perigosas nos locais de trabalho; utilização de

equipamentos e materiais adequados que permitam evitar ou reduzir

ao mínimo a libertação de substâncias perigosas; redução ao mínimo

da duração e grau de exposição e do número de trabalhadores

expostos; elaboração do Plano de Emergência em função do risco de

acidente; aplicação de medidas de proteção coletiva na fonte do

risco, designadamente, de ventilação, segregação, armazenamento e

de medidas organizativas adequadas; e, adoção de medidas de

proteção individual, incluindo a utilização de equipamentos de

proteção individual, senão for possível a exposição por outros meio;

medidas de vigilância médica: vigilância da saúde dos

trabalhadores expostos e susceptíveis de contrair doenças; criação

de rotinas específicas nos exames de admissão, periódicos e

ocasionais, que atendam ao agente, às características de exposição

e ao trabalhador; e,

medidas de formação e informação: informar os trabalhadores

acerca dos riscos conexos com a exposição e os resultados das

avaliações; assegurar formação contínua em práticas e

procedimentos de segurança; utilizar as informações das fichas de

dados de segurança para a preparação das instruções.

Os locais de trabalho devem manter fichas atualizadas de dados sobre os

níveis de exposição a agentes químicos perigosos, bem como os resultados da vigilância da

saúde de cada trabalhador. A identificação das substâncias perigosas e os resultados de

avaliação dos riscos nos locais de trabalho devem ser registrados. Portanto, a presença de

Page 30: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

28 agentes perigosos nos locais de trabalho representa riscos para os trabalhadores, que assim

expostos venham a contrair alguma doença. Para que tal não aconteça, é importante atentar-

se para o tempo de exposição, intensidade e as características dos agentes (CARVALHO,

2005).

Quanto aos agentes físicos, os maiores causadores em potencial de

doenças ocupacionais são: ruídos, vibrações mecânicas; temperaturas extremas; pressões

anormais; radiações ionizantes; radiações não ionizantes (OLIVEIRA, 2009).

O mesmo autor comenta ainda que os riscos biológicos ocorrem devido a

micro-organismos, podem provocar inúmeras doenças, assim expostos em contato ao

homem. Algumas atividades profissionais possibilitam um risco maior com esses agentes, tais

como trabalhadores rurais, hospitais, coletas de lixo, laboratórios, etc.

Segundo o Ministério de Previdência Social (2009b) a legislação relaciona

diversos programas relativos à prevenção de acidentes dentre eles:

• PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) – NR-9, segundo a

qual o empregador deve controlar a ocorrência de riscos ambientais existentes ou que

possam surgir no ambiente de trabalho; De acordo com a NR-09 da Portaria 3.214/78, fica

estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e implementação por parte de todos os

empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando

a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação,

reconhecimento, avaliação, consequente e controle da ocorrência de riscos ambientais

existentes ou que possam vir a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a

proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. De acordo com a NR-05 da Portaria

3.214/78, deverá ser efetuado o levantamento de riscos ambientais (físicos, químicos,

biológicos, ergonômicos e de acidentes), sendo estes representados em planta baixa.

• PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) – A Norma

Regulamentadora 7 estabelece o objetivo do PCMO (Programa de controle médico

ocupacional) como sendo a “promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus

trabalhadores.”

• PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) – que contém todo o histórico

funcional, a descrição das atividades desenvolvidas, os riscos envolvidos, os equipamentos

de proteção oferecidos pela empresa, etc. Seu preenchimento e entrega são obrigatórios, no

momento do desligamento do colaborador da empresa.

• PCMAT – Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho. A NR 18,

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, traz em seu item 18.3 a

necessidade do PCMAT em obras de construção, fato que todos os profissionais

intervenientes em um processo de construção deveriam dominar e dele ter pleno

conhecimento.

Page 31: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

29

• PPR – Programas de Proteção Respiratória. Implantação e manutenção

obrigatória de acordo com a Instrução Normativa 01/94 do TEM.

• PCA – Programas de Conservação Auditiva. De acordo com a NR-01 da

Portaria 3.214/78, cabe ao empregador adotar medidas para eliminar ou neutralizar a

insalubridade e as condições inseguras de trabalho, a partir de níveis de ação de acordo com

a NR-09, níveis de exposição de acordo com o Anexo I da NR-15 e parâmetros de avaliação

de acordo com o Anexo I da NR-07

• PCP - Programas de Prevenção e Controle de Perdas.

Portanto, observa-se que a legislação apresenta programas que visam a

prevenção de acidentes de trabalho, bem como estabelecendo normas e técnicas,

relacionadas à higiene e segurança no trabalho, que devem ser aplicadas com a finalidade

precípua de proteger a vida.

Apenas com a conscientização das pessoas e da prevenção de acidentes é

que poderão ser evitados acontecimentos indesejáveis. Por isso, as empresas, os

governantes e os próprios trabalhadores devem se comprometer para definir meios que

reduzam e previnam tais acontecimentos (PACHECO JR., 1995).

3.5 SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA NO TRABALHO

Para se ter ciência da importância da saúde e segurança ocupacional,

somente no Brasil, em 2009, ocorreu cerca de 1 morte a cada 3,5 horas, devido ao risco

decorrente dos fatores ambientais do trabalho e ainda cerca de 83 acidentes e doenças do

trabalho reconhecidos a cada 1 hora na jornada diária, ainda uma média de 43

trabalhadores/dia que não mais retornaram ao trabalho devido a invalidez ou morte

(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2009b).

A prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e incidentes

críticos deve ser tratada como uma necessidade primária das empresas, adquirindo um

política de qualidade na saúde e segurança no trabalho (PACHECO JR, 1995).

Sistema de Gestão é uma estrutura organizacional com definições de

responsabilidades técnicas e administrativas para desenvolver e implementar uma política de

segurança e saúde no trabalho e para gerenciar seus riscos (ABNT, 2010).

Aplica-se uma metodologia para gerenciar de forma sistemática os

processos-chave envolvendo a saúde ocupacional e segurança no trabalho, trazendo

resultados significativos e atingindo os objetivos dos prevencionistas, evidenciando essa

cultura (MILANELI, 2009).

Destaca-se, pela sua relevância, a obrigação de criação, nas empresas, de

um sistema organizado, com os meios necessários à defesa da segurança e da saúde dos

Page 32: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

30 trabalhadores, assente em princípios gerais de prevenção, nomeadamente, a planificação da

prevenção através de um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho,

as medidas de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho

(CARVALHO, 2005).

Os acidentes e as doenças resultantes do trabalho podem trazer grandes

transtornos a uma empresa, caso ela não se atente a prevenção da SST, pois os custos são

elevados em relação aos equipamentos e na redução da produção. Os custos reais dos

acidentes de trabalho são substancialmente mais elevados do que os custos aparentes. O

acidente de trabalho não é apenas um pesado tributo humano, mas sim, indicador de uma

gestão ineficaz no processo de produção. Isto significa que um risco não detectado no tempo

certo pode ocasionar um custo maior do que o custo da sua prevenção. O empregador tem a

responsabilidade de prestar contas e o dever de organizar a segurança e a saúde no trabalho.

A implementação de um sistema de gestão da SST oferece, entre outros aspectos, uma

abordagem útil para cumprir estes deveres (CARVALHO, 2005).

Nenhuma implantação será viável se não houver uma participação

persistente por parte dos colaboradores envolvidos, estes precisam assimilar corretamente as

novas responsabilidades em termos de segurança no trabalho que terão que cumprir. O

incentivo primordial deve partir da alta gestão, que tem o papel fundamental de valorizar os

conhecimentos e a experiência dos trabalhadores, estimulando a motivação e favorecendo a

mudança, assim eles terão maior facilidade no aprendizado quanto ao conhecimento dos

perigos e a percepção dos riscos.

Segundo ABNT (2010, p. 19) a organização deve garantir que qualquer

trabalhador sob seu controle cumprindo atividades/operações que possam ter impacto sobre

Segurança e Saúde no Trabalho, possua habilidades/competências com base na qualificação,

habilitação, capacitação, autorização, e ou pré-requisitos legais, devendo manter os registros

associados, atendendo no mínimo:

a) treinamento básico:

Sistema de gestão;

PEVA – Planejar, Executar, Verificar e Agir

Técnicas de análise de riscos;

Técnicas de medidas de controle;

Entendimento/Interpretação;

Saber como proceder;

Saber como fazer;

-se;

Saber como lidar com a informação, saber como aprender;

Page 33: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

31

Liderança.

nterfaces com o meio ambiente.

b) treinamento específico:

Métodos/Procedimentos de trabalho;

Atitudes/Procedimentos para situações de emergência;

Manuseio da documentação;

A responsabilidade máxima compete à alta administração, a mesma deve

identificar os riscos e orientar seus funcionários com ações e atitudes pró-ativas,

promovendo recursos essenciais à implementação, ao controle e à melhoria do sistema de

gestão. Portanto, para se obter um sistema de gestão, primeiramente alguns aspectos

devem ser considerados tais como: requisitos de segurança e saúde ocupacional; rotinas de

inspeção de segurança; serviço de saúde ocupacional; práticas adequadas para a

segurança e saúde ocupacional; alimentação e trabalho; programa de melhoria contínua das

condições de trabalho (MILANELI, 2009).

Page 34: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

32 4 METODOLOGIA

Inicialmente, para elaboração deste estudo, foi realizado um levantamento

bibliográfico por meio de fontes primárias e secundárias de até 20 anos de publicação, com

assuntos que auxiliou a formação desta pesquisa.

Carvalho (2008) explica que pesquisa bibliográfica é um meio de orientar

seu trabalho, adquirindo conhecimentos e após isso analisar com rigor e crítica. Assim,

pesquisar no campo bibliográfico é juntar as informações necessárias para progredir no tema

de estudo.

Realizou-se o estudo em setores de uma gráfica, com uma metodologia

centrada em observação sistemática e estudo de caso com abordagem qualitativa, para

levantamento do diagnóstico com o propósito de auxiliar na busca de resultados significativos.

Nas palavras de Pádua (2007, p. 79-80):

Quando falamos na observação como fonte de dados para a pesquisa, queremos dizer que a partir do momento em que o pesquisador se interessa pelo estudo de um dado aspecto da realidade, a observação espontânea deve ser verificada através da observação sistemática, para que se elabore então o conhecimento científico, daquele aspecto do real que se quer conhecer. É também denominada observação estruturada ou controlada, podendo ocorrer em situações de campo ou de laboratório.

Segundo a mesma autora, na observação sistemática pode-se utilizar de

roteiros elaborados para que se registrem as observações feitas, sendo estas podendo ser

complementada com fotos, filmes, slides. Nesse estudo específico, houve o envolvimento

direto da autora desse trabalho. Para melhor registro das informações, utilizou-se um modelo

de roteiro para coleta de dados, que foi representado através de desenhos gráficos.

Para Gil (1996) quanto à vantagem do método estudo de caso, é que os

procedimentos e análise de dados adotados para os relatórios caracterizam-se por uma

linguagem mais acessível do que outros tipos de pesquisa.

E enfim, a pesquisa é qualitativa por considerar o processo e seu significado

como enfoques principais de abordagem, ou seja, o objetivo maior está na compreensão dos

fatos e não na sua mensuração. Os dados identificados são avaliados, sem a aplicação de

métodos estatísticos.

4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA DE ESTUDO

Nesta parte será apresentada uma breve descrição da empresa de estudo

em questão.

Page 35: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

33

A gráfica foi fundada em fevereiro de 1995 inicialmente como Loja de

Cópias. Em 1996 iniciou suas atividades como gráfica e editora, sendo que em 1998, mudou-

se para instalações maiores, adquirindo novos equipamentos, funcionando apenas como

gráfica e editora. Em 2000 adquiriu equipamentos modernos, duplicando a sua capacidade

produtiva e começando atuar fortemente na arte editorial e na área de brindes. Em 2001

mudou-se para sede própria, investindo em novos equipamentos e abrindo representações

em outros estados, principalmente São Paulo.

Os produtos de maior comercialização são os brindes empresariais

personalizados (cadernos, blocos de anotações, agendas, calendários de base e outros),

representando 90% da sua produção.

Há 17 anos atuando no mercado gráfico, essa empresa busca atender com

competência as expectativas e exigências de seus clientes, criando principalmente um vínculo

para que assim ele sempre procure retornar para novos pedidos. Sendo o segmento na área

de brindes adotado, a mesma vem conquistando cada vez mais seu espaço, tendo atuado em

todo o território nacional, através de venda direta ou ainda de representantes.

Em busca de se tornar cada vez mais competente no mercado competitivo,

a empresa tem uma grande preocupação em melhorar seu sistema de qualidade, voltado

principalmente para o bom atendimento, pontualidade nas entregas, produtividade e

capacitação de seus funcionários, bem como elevar a carteira de clientes e

consequentemente efetuar aquisição de equipamentos com novas tecnologias para que

anualmente possa oferecer novos produtos, ou até os mesmos com um novo diferencial.

A empresa define a sua missão em fornecer através de meios impressos,

serviços de divulgação de informações dos clientes, atendendo às suas necessidades. A

mesma procura manter convênios com o Sindicato dos Empregados nas Indústrias Gráficas

objetivando trocar informações e sempre que possível manter treinamento especifico nas

diversas áreas de produção. A empresa também mantêm contatos com outras empresas,

com relativo interesse de trocar informações tanto de equipamentos, mão de obra e meios

operacionais, para assim se manter em evidência das novidades tecnológicas do mercado.

4.2 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

O estudo em questão foi realizado em dois meses (maio e junho), através de

análise de observação de todos os setores da empresa: Administrativo, Acabamento,

Refeitório, Banheiros/Vestiário e Impressão.

Para a elaboração do mapa de riscos, foi preciso conhecer o estágio atual

do ambiente e o processo de trabalho dos funcionários, e após elaborado pretende-se

Page 36: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

34 mostrar a eles a importância da participação de todos para acompanhamento sempre que

necessário.

A empresa recentemente efetuou a renovação anual dos programas PPRA e

PCMSO, portanto foi utilizado consulta nos manuais atualizados o que proporcionou um

auxílio maior para busca de informações quanto às avaliações ambientais.

Optou-se por se utilizar apenas um modelo de roteiro para o levantamento

dos riscos diagnosticados de cada setor, descrevendo as principais informações, onde se

pôde avaliar aspectos dos 05 agentes de riscos pertencentes para a elaboração do mapa.

4.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO MAPA DE RISCOS

Os Mapas de Riscos reúnem as informações necessárias para estabelecer o

diagnóstico da situação de saúde e segurança no trabalho, bem como possibilitar, a troca e

divulgação de informações entre os trabalhadores, estimulando sua participação nas

atividades de prevenção (BARCELOS, 2008).

Conforme palavras de Barcelos (2008, p. 673) “o mapa de riscos demonstra

sem subterfúgios a realidade do ambiente em que o trabalhador vive o seu cotidiano.

Envolver os trabalhadores nesse processo é um procedimento inteligente e capaz de dar

bons resultados”.

É importante lembrar que a própria legislação brasileira já estabelece um

mecanismo para o envolvimento dos funcionários, que é a criação e atuação de uma

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A empresa atualmente possui 18

funcionários em seu quadro, o limite mínimo para organização da CIPA, hoje, é de 20

empregados, para grau de risco de 3 a 4. Por não ter essa obrigatoriedade a empresa ainda

não viu a necessidade de implantá-la. O mapa de riscos também é o método utilizado pela

CIPA para identificar os riscos com a participação do maior número de trabalhadores, sendo

auxiliado pelo SESMT.

O intuito desta pesquisa, conforme os objetivos é identificar os riscos

ocupacionais de todos os setores, e, após esse levantamento a melhor metodologia para

descrever e representar graficamente esses riscos com detalhes.

Conforme os resultados obtidos tem-se a possibilidade de conseguir

subsídios suficientes que favoreça a apresentação das sugestões de redução e eliminação

desses agentes, bem como desenvolver medidas de proteção ao trabalhador através da

análise de viabilidade para a implantação de um Sistema de Gestão eficaz voltado para a

Saúde e Segurança no Trabalho.

Page 37: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

35

A utilização de mapas é uma das formas mais efetivas de representação dos

riscos ocupacionais, constituindo-se em um elemento básico para a estruturação de planos de

prevenção dos danos à saúde dos trabalhadores.

Conforme Quadro 04, apresenta a classificação dos Riscos Ocupacionais

em Grupos e as cores padronizadas:

Grupo 1 – Verde

Riscos Físicos

Grupo 2 –

Vermelho

Riscos Químicos

Grupo 3 – Marrom

Riscos Biológicos

Grupo 4 –

Amarelo

Riscos

Ergonômicos

Grupo 5 – Azul

Riscos de

Acidentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico

intenso

Arranjo físico

inadequado

Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e

transporte manual

de pesos

Máquinas e

equipamentos

Radiações

ionizantes

Névoas Protozoários Exigências de

postura

inadequada

Ferramentas

inadequadas ou

defeituosas

Frio Gases Parasitas Imposição de

ritmo excessivo

Eletricidade

Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno

e noturno

Probabilidade de

incêndio ou

explosão

Pressões

anormais

Substâncias

compostas ou

produtos químicos

em geral

Jornada de

trabalho

prolongada

Armazenamento

inadequado

Umidade Monotonia e

repetividade

Outras situações

causadoras de

stress físico e/ou

psíquico

Animais

peçonhentos

Outras situações

de riscos que

poderão contribuir

para a ocorrência

de acidentes

Fonte: Portaria n. 25, 29.12.94 – SSSM/MTb (Apud Barcelos, p. 677)

Quadro 4: Quadro de classificação dos riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua

natureza e a padronização das cores correspondentes

Page 38: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

36

Para esta pesquisa optou-se elaborar o Mapa de Riscos completo, ou seja,

de toda a empresa, para que assim sejam representado as diversas situações e afixado em

cada setor analisado, pois o roteiro será preenchido para cada setor.

O modelo de roteiro que foi utilizado para levantamento dos riscos, foi

baseado no livro Manual de Saúde e Segurança no Trabalho, elaborado pela mestre em

ergonomia Mary Angela Barcelos. Portanto, foram descritas e detalhadas as análises feitas

em todos os setores de estudo.

Page 39: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

37 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO ESTUDO DE CASO

Nesta parte será apresentado roteiro para preenchimento das informações e

dos riscos identificados no setor administrativo.

Preencher o quadro com as informações do Setor

Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Administrativo

Dados gerais: Nº de trabalhadores: 5 Sexo: M x Quantos: 3 F x Quantos: 2 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos

Descrição da

Atividade:

Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, finanças, logística, comercial e arte final, atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo todo o procedimento necessário referente aos mesmos, preparam relatórios e planilhas; executam serviços gerais de escritórios.

Prováveis queixas de problemas de saúde: fadiga visual; dores de cabeça e dor muscular.

Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais: Stress; DORT; LER; Lombalgia

Quadro 5: Dados do Setor Administrativo

5.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR ADMINISTRATIVO

Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor

Administrativo.

Page 40: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

38 5.1.1 Grupo I: Riscos Físicos

Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse

agente não será necessário ser preenchido.

5.1.2 Grupo II: Riscos Químicos

Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse

agente não será necessário ser preenchido.

5.1.3 Grupo III: Riscos Biológicos

Foram encontrados somente bactérias e fungos, conforme demonstrado no

Quadro a seguir.

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Vírus Não identificado Não identificado

Bactérias Todos do Setor Filtros do sistema de ar

condicionado podem

provocar alergias e

problemas respiratórios, a

manutenção deve ser feita

periodicamente, para evitar a

contaminação.

Protozoários Não identificado Não identificado

Fungos Todos do Setor Filtros do sistema de ar

condicionado podem

provocar alergias e

problemas respiratórios, a

manutenção deve ser feita

periodicamente, para evitar a

contaminação.

Bacilos Não identificado Não identificado

Parasitas Não identificado Não identificado

Quadro 6: Riscos Biológicos – Setor Admnisitrativo

Page 41: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

39 5.1.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos

Dentro do riscos ergonômicos, foram identificados neste setor os agentes de

exigência de postura, imposição de ritmo excessivo, monotonia e repetitividade e outras

situações causadoras de stress físico e/ou psíquico conforme demonstrado no Quadro

abaixo.

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Trabalho físico pesado não identificado não identificado

Levantamento e Transporte

manual de peso

não identificado não identificado

Exigência de Postura

Inadequada

Todos do Setor Ter cuidado para não

assumir posturas

inadequadas ao sentar e

levantar da posição, realizar

exercícios de alongamento e

relaxamento muscular.

Controle Rígido de

Produtividade

não identificado não identificado

Imposição de Ritmo

Excessivo

Todos do Setor Evitar o esforço excessivo

laboral, realizar exercícios

de alongamento e

relaxamento muscular.

Trabalhos em Turnos e

Noturnos

não identificado não identificado

Jornada de Trabalho

Prolongada

não identificado não identificado

Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas

ao ritmo de trabalho, realizar

exercícios de alongamento e

relaxamento muscular.

Outras Situações

Causadoras de Stress Físico

e/ou Psíquico

Todos do Setor Manter o controle sobre a

situação e o tempo

Quadro 7: Riscos Ergonômicos – Setor Administrativo

Page 42: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

40 5.1.5 Grupo V: Riscos de Acidentes

Neste grupo, foram identificados probabilidade de incêndios ou explosões, e,

outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes conforme

mostra o quadro a seguir.

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado

Máquinas e Equipamentos

sem proteção

não identificado não identificado

Ferramentas Inadequadas

ou Defeituosas

não identificado não identificado

Iluminação Inadequada não identificado não identificado

Eletricidade não identificado não identificado

Probabilidade de Incêndios

ou Explosões

Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos

extintores

Armazenamento Inadequado não identificado não identificado

Animais peçonhentos não identificado não identificado

Outras Situações de Riscos

que poderão contribuir para

a ocorrência de Acidentes

Todos do Setor Ter cuidado com quedas nas

escadas ou batidas

Quadro 8: Riscos de acidentes – Setor Administrativo

5.2 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE ACABAMENTO

Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor

de acabamento.

Page 43: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

41 Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Acabamento

Dados gerais: Nº de trabalhadores: 8 Sexo: M x Quantos: 2 F x Quantos: 6 Banheiros:(x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório:(x) bons ( ) péssimos

Descrição da

Atividade:

Desenvolvem trabalho de pré e pós- impressão. Planejam a execução do serviço de acabamento, conversão e distribuição juntamente com o supervisor, que revisa as embalagens e etiquetagem dos produtos. Preparam materiais para alimentação em linhas de produção. Ajustam e operam máquinas de acabamento gráfico e editorial. Alimentam as máquinas e separam materiais para reaproveitamento. Preparam matrizes de corte, refile, dobra e colagem, bem como realizam manutenção produtiva dos equipamentos.

Prováveis queixas de problemas de saúde: cansaço, dores de cabeça e dores musculares, problemas de coluna

Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. A Incorreta alimentação nas maquinas semi-automáticas pode levar a corte nas mãos e nos dedos. Iluminância deficiente ou em excesso. Doenças profissionais: Fadiga, aumento da pressão arterial, DORT, LER, Lombalgia, alterações auditivas conforme o tempo de exposição ao risco pela não utilização do EPI e STRESS devido a sobrecarga pelas jornadas de trabalho prolongada.

Quadro 9: Dados do Setor de Acabamento

5.2.1 Grupo I: Riscos Físicos

Neste grupo, o ruído foi o agente identificado, conforme mostra o quadro a

seguir.

Page 44: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

42 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção

Individual/Coletiva

Recomendações

Ruídos Coladeira de

Livros; Furadeiras

semi-automatica;

Dobradeira

Automática,

Guilhotina e

Impressora Offset

Protetores

auriculares

Fazer um controle

mais rígido quanto ao

uso de protetores

auriculares no

momento em que as

máquinas estiverem

em funcionamento.

Reduzir a fonte

geradora, evitar usá-

las todas ao mesmo

tempo.

Vibrações

Radiações Ionizantes

Radiações Não-

Ionizantes

Frio

Calor

Pressões Anormais

Umidade

não identificado não identificado não identificado

Quadro 10: Riscos Físicos – Setor de Acabamento

5.2.2 Grupo II: Riscos Químicos

Nesta parte, foram encontradas somente substâncias, compostos ou

produtos Químicos em Geral.

Page 45: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

43 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção Individual/Coletiva Recomendações

Poeiras não identificado não identificado não identificado

Fumos não identificado não identificado não identificado

Névoas não identificado não identificado não identificado

Neblinas não identificado não identificado não identificado

Gases não identificado não identificado não identificado

Vapores não identificado não identificado não identificado

Substâncias,

Compostos ou

Produtos Químicos

em Geral

Cola Máscaras descartáveis Controle rígido

para utilização das

máscaras.

Quadro 11: Risco Químicos – Setor de Acabamento

5.2.3 Grupo III: Riscos Biológicos

Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse

agente não será necessário ser preenchido.

5.2.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos

Foram encontrados, conforme o quadro a seguir, os riscos de levantamento

e transporte de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade,

imposição de ritmo excessivo, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade e

outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.

Page 46: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

44 Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Trabalho físico pesado não identificado não identificado

Levantamento e Transporte

Manual de Peso

Todos do setor Utilizar sempre a empilhadeira

para descarregamento de

materiais, bem como seu

deslocamento. Manter a

atenção para transitar com a

empilhadeira (as vias internas

de circulação têm largura

inferior ao necessário), evitando

quedas e atropelamentos. E

manusea-la somente

empurrando..

Exigência de Postura

Inadequada

Todos do Setor Ter cuidado para não assumir

posturas inadequadas nas

bancadas de trabalho. Não há

mobiliário para sentar, todos

trabalham em pé por períodos

prolongados, deve-se aumentar

as pausas entre um serviço e

outro.

Controle Rígido de

Produtividade

Bloquistas Fazer pausas intercaladas ao

ritmo de trabalho

Imposição de Ritmo Excessivo Todos do Setor Evitar o esforço excessivo

laboral

Trabalhos em Turnos e

Noturnos

não identificado não identificado

Jornada de Trabalho

Prolongada

Todos do Setor Aumentar as pausas caso seja

necessário prolongar a jornada

Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas ao

ritmo de trabalho

Outras Situações Causadoras

de Stress Físico e/ou Psíquico

Todos do Setor Manter o controle entre a

situação e o tempo

Quadro 12: Riscos Ergonômicos – Setor de Acabamento

Page 47: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

45 5.2.5 Grupo V: Riscos de Acidentes

Foram identificados riscos de máquinas e equipamentos sem proteção,

probabilidade de incêndios ou explosões e outras situações de riscos que poderão contribuir

para a ocorrência de acidentes.

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado

Máquinas e Equipamentos

sem proteção

Cortador Fazer a manutenção

constante na guilhotina,

verificar antes de começar o

corte se o sistema de

fotocélula esta ativo.

Ferramentas Inadequadas

ou Defeituosas

não identificado não identificado

Iluminação Inadequada não identificado não identificado

Eletricidade não identificado não identificado

Probabilidade de Incêndios

ou Explosões

Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos

extintores e a sua

demarcação

Armazenamento Inadequado não identificado não identificado

Animais peçonhentos não identificado não identificado

Outras Situações de Riscos

que poderão contribuir para

a ocorrência de Acidentes

Todos do Setor Ter cuidado com quedas de

materiais, batidas e fraturas.

Manter um controle rígido

para os EPIS obrigatórios.

Quadro 13: Riscos de acidentes – Setor de Acabamento

5.3 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE LIMPEZA

Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor

de limpeza.

Page 48: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

46

Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Função: Serviços gerais

Dados gerais: Nº de trabalhadores: 1 Sexo: F x Quantos: 1 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos

Descrição da

Atividade de

Limpeza:

Efetuam processo de higienização nas instalações. Conservam alvenaria e fachadas e recuperam pinturas, impermeabilizam superfícies, lavando, preparando e aplicando produtos.

Prováveis queixas de problemas de saúde: dores de cabeça, alergias, ressecamento das mãos e dores musculares.

Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais: Lombalgia, DORT e LER; doenças de pele.

Quadro 14: Dados do Setor de Limpeza

5.3.1 Grupo I: Riscos Físicos

Não encontrado esse tipo de risco no setor, portanto o roteiro para esse

agente não será necessário ser preenchido.

5.3.2 Grupo II: Riscos Químicos

Neste setor foram identificados agentes de poeiras e outras substâncias de

compostos e produtos químicos em geral.

Page 49: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

47

Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção

Individual/Coletiva

Recomendações

Poeiras Acumulo de

Sujeira

Luvas em látex,

avental impermeável

e bota em PVC

Controle rígido para

utilização do uniforme

de proteção, evitando

alergias e

ressecamentos das

mãos.

Fumos não identificado não identificado não identificado

Névoas não identificado não identificado não identificado

Neblinas não identificado não identificado não identificado

Gases não identificado não identificado não identificado

Vapores não identificado não identificado não identificado

Substâncias,

Compostos ou

Produtos Químicos

em Geral

Produtos de

Limpeza

Luvas em látex,

avental impermeável

e bota em PVC

Controle rígido para

utilização do uniforme

de proteção, evitando

alergias e

ressecamentos das

mãos.

Quadro 15: Riscos Químicos – Setor de Limpeza

5.3.3 Grupo III: Riscos Biológicos

Foram identificados somente bactérias e fungos.

Page 50: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

48

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Vírus não identificado não identificado

Bactérias Banheiros Controle rígido para

utilização do uniforme de

proteção, evitando alergias,

infecções intestinais e

parasitores

Protozoários não identificado não identificado

Fungos Banheiros Controle rígido para

utilização do uniforme de

proteção, evitando alergias,

infecções intestinais e

parasitores

Bacilos não identificado não identificado

Parasitas não identificado não identificado

Quadro 16: Riscos Biológicos – Setor de Limpeza

5.3.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos

No respectivo grupo foi identificado trabalho físico pesado, exigência de

postura inadequada, imposição de ritmo excessivo, jornada de trabalho prolongada,

monotonia e repetitividade.

Page 51: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

49

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Trabalho físico pesado Aux de serviços gerais Nos dias que for necessário

fazer a limpeza de todo o

chão do barracão, outra

pessoa deverá auxiliá-la na

limpeza.

Levantamento e Transporte

Manual de Peso

não identificado não identificado

Exigência de Postura

Inadequada

Aux de serviços gerais Ter cuidado para não

assumir posturas

inadequadas. Intercalar

pausas entre um serviço e

outro, evitando dores

musculares e problemas de

coluna.

Controle Rígido de

Produtividade

não identificado não identificado

Imposição de Ritmo

Excessivo

Aux de serviços gerais Evitar o esforço excessivo

laboral

Trabalhos em Turnos e

Noturnos

não identificado não identificado

Jornada de Trabalho

Prolongada

Aux de serviços gerais Aumentar as pausas caso

seja necessário prolongar a

jornada

Monotonia e Repetitividade Aux de serviços gerais Fazer pausas intercaladas

ao ritmo de trabalho

Outras Situações

Causadoras de Stress Físico

e/ou Psíquico

não identificado não identificado

Quadro 17: Riscos Ergonômicos – Setor de Limpeza

5.3.5 Grupo V: Riscos de Acidentes

A probabilidade de incêndios ou explosões e outras situações de riscos

foram ou únicos agentes encontrados neste setor, que poderão contribuir para a ocorrência

de acidentes.

Page 52: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

50

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Arranjo Físico Inadequado não identificado não identificado

Máquinas e Equipamentos

sem proteção

não identificado não identificado

Ferramentas Inadequadas

ou Defeituosas

não identificado não identificado

Iluminação Inadequada não identificado não identificado

Eletricidade não identificado não identificado

Probabilidade de Incêndios

ou Explosões

Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos

extintores e a sua

demarcação

Armazenamento Inadequado não identificado não identificado

Animais peçonhentos não identificado não identificado

Outras Situações de Riscos

que poderão contribuir para

a ocorrência de Acidentes

Aux de serviços gerais/

Instalação em geral

Ter cuidado com a queda

nos pisos escorregadios na

hora da limpeza.

Quadro 18: Riscos de Acidentes: Setor de Limpeza

5.4 LEVANTAMENTO DOS RISCOS: SETOR DE IMPRESSÃO

Nesta parte foi preenchido o roteiro para levantamento dos Riscos no setor

de impressão.

Ramo de Atividade: Indústria Gráfica Setor: Impressão

Dados gerais: Nº de trabalhadores: 2 Sexo: M x Quantos: 2 Banheiros: (x) bons( ) péssimos Armários: (x) bons ( ) péssimos Bebedouros: (x)sim ( ) não Refeitório: (x) bons ( ) péssimos

Descrição da

Atividade:

Planejam serviços da impressão gráfica na modalidade offset e ajustam máquinas para impressão. Realizam serviços de impressão gráfica, tais como impressão plana e rotativa.

Prováveis queixas de problemas de saúde: dores de cabeça e dores musculares, irritação nas vias respiratórias

Prováveis acidentes que poderão ocorrer: Quedas ou batidas. Doenças profissionais:

Contaminação pela não correta forma de fazer a limpeza na máquina; dermatites de contato; alteração de audição conforme o tempo de exposição ao risco pela não utilização do EPI e STRESS, devido a sobrecarga pelas jornadas de trabalho prolongada.

Quadro 19: Dados do Setor de Impressão

Page 53: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

51

5.4.1 Grupo I: Riscos Físicos

O agente de ruído foi o agente encontrado no setor analisado.

Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção

Individual/Coletiva

Recomendações

Ruídos Impressora Protetores auriculares Fazer um controle mais

rígido quanto ao uso de

protetores auriculares no

momento em que as

máquinas estiverem em

funcionamento. Reduzir

a fonte geradora, evitar

usá-las todas ao mesmo

tempo.

Vibrações

Radiações Ionizantes

Radiações Não-

Ionizantes

Frio

Calor

Pressões Anormais

Umidade

não identificado não identificado não identificado

Quadro 20: Riscos Físicos – Setor de Impressão

5.4.2 Grupo II: Riscos Químicos

Foram identificados riscos de vapores e substâncias, compostos ou

produtos químicos em geral.

Page 54: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

52 Agente/Riscos Fonte Geradora Proteção

Individual/Coletiva

Recomendações

Poeiras não identificado não identificado não identificado

Fumos não identificado não identificado não identificado

Névoas não identificado não identificado não identificado

Neblinas não identificado não identificado não identificado

Gases não identificado não identificado não identificado

Vapores Gasolina/Alcool

isopropílico

Máscaras/Luvas

nitrílicas

Esses produtos são

utilizados para limpeza

das peças, deve manter

o controle rígido dos

EPIS.

Substâncias,

Compostos ou Produtos

Químicos em Geral

Tintas/solventes/

reveladores/

resíduos líquidos

Máscaras/Luvas

nitrílicas

Fazer um controle mais

rígido quanto ao uso dos

EPIS para preparação

das tintas e limpeza dos

rolos, evitando o uso de

solvente para limpeza

das mãos o que expõe a

inalação e absorção pela

pele desprotegida.

Procurar eliminar em

lugar adequado os panos

de limpeza que foram

utilizados para retirar os

resíduos.

Quadro 21: Riscos Químicos – Setor de Impressão

5.4.3 Grupo III: Riscos Biológicos

Bactérias e fungos foram os agentes identificados neste setor.

Page 55: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

53 Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Vírus não identificado Não identificado

Bactérias Impressor/ Aux de

Impressão

Manter lugar adequado para

descarte dos resíduos.

Protozoários não identificado não identificado

Fungos Impressor/ Aux de

Impressão

Manter lugar adequado para

descarte dos resíduos.

Bacilos não identificado não identificado

Parasitas não identificado não identificado

Quadro 22: Riscos Biológicos – Setor de Impressão

5.4.4 Grupo IV: Riscos Ergonômicos

O trabalho físico pesado, levantamento e transporte manual de peso,

exigência de postura inadequada, imposição de ritmo excessivo, monotonia e repetitividade

são agentes encontrados no setor.

Page 56: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

54 Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Trabalho físico pesado Aux de Impressão, Impressor Fazer revezamento dos dois

funcionários para colocação

dos papeis na maquina, devido

à quantidade de volume

exigindo maior esforço.

Levantamento e Transporte

Manual de Peso

Aux de Impressão, Impressor Utilizar sempre a empilhadeira

para descarregamento de

materiais, bem como seu

deslocamento. Manter a

atenção para transitar com a

empilhadeira (as vias internas

de circulação têm largura

inferior ao necessário), evitando

quedas e atropelamentos. E

manusea-la somente

empurrando..

Exigência de Postura

Inadequada

Aux de Impressão, Impressor Ter cuidado para não assumir

posturas inadequadas. Procurar

fazer pausas entre um serviço e

outro.

Controle Rígido de

Produtividade

não identificado não identificado

Imposição de Ritmo Excessivo Todos do Setor Evitar o esforço excessivo

laboral

Trabalhos em Turnos e

Noturnos

não identificado não identificado

Jornada de Trabalho

Prolongada

não identificado não identificado

Monotonia e Repetitividade Todos do Setor Fazer pausas intercaladas ao

ritmo de trabalho

Outras Situações Causadoras

de Stress Físico e/ou Psíquico

não identificado não identificado

Quadro 23: Riscos Ergonômicos – Setor de Impressão

5.4.5 Grupo V: Riscos de Acidentes

Os riscos de acidentes identificados neste setor foram a probabilidade de

incêndios ou explosões e outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência

de acidentes.

Page 57: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

55

Agente/Riscos Função/Local Recomendações

Arranjo Físico Inadequado

Máquinas e Equipamentos

sem proteção

Ferramentas Inadequadas

ou Defeituosas

Iluminação Inadequada

Eletricidade

Probabilidade de Incêndios

ou Explosões

Todos do Setor Efetuar sempre a troca dos

extintores e a sua

demarcação

Armazenamento Inadequado

Animais peçonhentos

Outras Situações de Riscos

que poderão contribuir para

a ocorrência de Acidentes

Aux de serviços gerais Ter cuidado com quedas de

materiais ou batidas

Quadro 24: Riscos de Acidentes – Setor de Impressão

Após preenchido o roteiro e feito o levantamentos de todos os riscos

existentes nos setores, esta pesquisa irá representar sobre planta baixa os riscos

identificados. Esses riscos irão ser representados através de círculos de cores e tamanhos

diferentes, quanto maior o grau de risco, maior será o círculo.

Page 58: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

56

Figura 1: Mapa de Risco

A SIMBOLOGIA representada pelo tamanho dos círculos acompanha o tipo

de gravidade do risco.

Risco Grave

Risco Médio

Page 59: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

57

Risco Pequeno

O TIPO DE RISCO VARIA COM A COR:

AGENTES QUÍMICOS VERMELHO

AGENTES FÍSICOS VERDE AGENTES BIOLÓGICOS MARROM

AGENTES ERGONÔMICOS AMARELO AGENTES MECÂNICOS AZUL

Quadro 25: O tipo de risco e suas cores

No mapa gráfico foram desenhados círculos próximos às fontes geradoras

dos riscos, de acordo com o tamanho que represente a gravidade mensurada pelo roteiro.

Ainda foi identificado o número de trabalhadores expostos em questão.

Outra situação detectada foi a existência de riscos de grupos diferentes,

mas com a mesma gravidade, assim sendo, o círculo foi dividido em partes iguais, cada parte

com a cor identificada.

Esse estudo sugeriu que a gerência mostre aos trabalhadores a criação

desse mapa, propiciando o envolvimento e convocando-os a participarem na elaboração do

mapeamento, para que discutam em conjunto aspectos relacionados à representação dos

riscos ocupacionais que vivenciam, assim nos próximos mapas, os próprios poderão efetuar

as renovações e alterações assim que houver a necessidade.

5.2 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES

As avaliações foram realizadas qualitativamente, por observação do

processo produtivo. Nesta fase de identificação, foram levados em consideração todos os

possíveis riscos e perigos, descrevendo aspectos visíveis do que o trabalhador faz em seu

trabalho. Neste sentido, para se efetuar uma avaliação dos riscos que seja adequada e

suficiente deverá ser assegurada uma verdadeira redução da exposição ao perigo, porque

além da avaliação global dos riscos é necessário efetuar um acompanhamento constante e

inspeções regulares, por parte dos trabalhadores.

Page 60: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

58 5.3 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS FÍSICOS

O ruído certamente é um dos agentes mais influentes identificado em uma

indústria gráfica. Por sua vez, o ruído, pode acarretar grande incômodo para o trabalho e

problemas graves na audição, além de outros que levam também a distúrbios psicológicos, e

até alterações nos sistemas circulatório, digestivo e reprodutor. Um local de trabalho ruidoso

concorre no sentido de aumentar as tensões a que o indivíduo está normalmente sujeito. Por

isso, esse estudo orienta que a manutenção preventiva dos equipamentos e a utilização dos

protetores auriculares sejam feita de forma efetiva, como maneira de reduzir esses

agravantes.

Outro possível agente dentro deste risco em uma gráfica seria a radiação

não ionizante na forma ultravioleta, utilizada no processo de sensibilização de filmes, telas e

chapa. A empresa há um ano não utiliza mais o processo de fotolito, que é a gravação de

filmes para impressão. Atualmente a mesma terceiriza o serviço com uma empresa que faz a

gravação direto na chapa e já entrega pronta para colocar na máquina. Portanto, esse agente

não atinge mais diretamente o funcionário.

A edificação é em alvenaria e a cobertura é feita por telhas de zinco

assentadas sobre pórticos de concreto, com forração de manta térmica, contendo 08

exaustores eólicos. Sendo assim, não foi verificado o agente calor, pois não possuem fontes

industriais. Os pisos são em cimento liso desempenado, geralmente em boas condições de

limpeza e conservação. A ventilação ocorre de forma natural através de janelas e artificiais

com 06 aparelhos de ventiladores expostos nos postos de trabalho.

5.4 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCO QUÍMICOS

Na gráfica de estudo os produtos químicos mais utilizados são: reparadores,

tintas e solventes orgânicos (diluentes de tintas e limpeza de equipamentos). São utilizados

principalmente na impressão offset e a exposição do trabalhador aos solventes orgânicos

ocorre principalmente na limpeza dos rolos das máquinas, sendo usados vários tipos de

mistura de solventes para esta operação.

Conforme for o produto químico utilizado, sua manipulação, a concentração

no ambiente e o tempo de exposição do trabalhador podem levar a graves problemas de

saúde. Para atualização do manual PPRA, foi executada a inspeção pelo médico do trabalho,

de acordo com o limite de tolerância das normas estabelecidas pela NR15, assim foi

identificado pelo tempo de exposição aos agentes resultantes dos produtos, que não são

considerados insalubres ao trabalhador, estando dentro do limite de tolerância. O sistema de

Page 61: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

59 ventilação feito por exaustores eólicos permite direcionar o fluxo de ar, o que facilita a

exaustão do ar contaminado.

A manutenção de ventiladores e exaustores deve ser realizada de acordo

com as instruções dos fabricantes. Recomenda-se apenas quanto à organização de

armazenamento dos produtos, que sejam acondicionados em embalagens adequadas em um

local apropriado e de fácil acesso, pois foi identificado que não há separação desses

materiais e nem rotulagem de identificação, sendo estes expostos com as embalagens

abertas.

5.5 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCO BIOLÓGICOS

Foi observado em uma das visitas, que dentro de um armário na cozinha foi

identificado que os utensílios, estavam para fora do local apropriado no momento da

observação, isso deve-se ao fato de suspeita de ratos circulando por aquele local. A auxiliar

de serviços gerais, que é a pessoa responsável pelo setor, tinha providenciado veneno para

tentar eliminar o roedor. Para esse caso recomenda-se a contratação de uma empresa

desinsetizadora, com técnicas menos agressivas ao meio ambiente, pois possuem métodos

que inclui medidas preventivas e corretivas, de modo que esses roedores e outros insetos

que possam existir, sejam mantidas em níveis que não conduzam a ocorrência de

contaminações.

As embalagens vazias de produtos químicos e os panos sujos utilizados na

limpeza das máquinas, assim como resíduos líquidos provenientes dos processos de pré-

impressão, impressão e limpeza são armazenados em tambores, em local próprio fora da

área produtiva, até que sejam retirados por uma empresa especializada, responsável pelo

descarte.

Em observação nos banheiros os dois são dividos por sexo e verificou-se

que são mantidos em boas condições de limpeza e conservação.

O setor administrativo mantêm 3 aparelhos de ar condicionado, estes podem

vir a causar problemas respiratórios e outras alergias. Conforme roteiro recomenda-se a

limpeza desses aparelhos com regularidade e periodicidade, para a prevenção desses

agentes.

5.6 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS ERGONÔMICOS

Nessa etapa foram identificados os riscos laborais existentes, suas

possíveis repercussões e consequências na saúde dos funcionários. As avaliações foram

realizadas por observações das atividades, dos locais e condições de trabalho.

Page 62: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

60

O primeiro setor a ser observado dentro desse risco foi o administrativo. O

setor é uma sala grande onde mantêm 5 postos de trabalho dividido pelas respectivas áreas

de atuação. Foi verificado que os funcionários trabalham com cadeiras anatômicas que se

ajustam a altura da mesa. Porém em um dos postos analisado, uma mesa não estava

adequadamente favorável, pois não havia o apoio de braços para o teclado, o mesmo era

reto. Portanto é de suma importância efetuar a troca desta mesa pela de apoio ao teclado,

pois sentar em uma postura correta em frente ao computador é essencial para manter a

saúde e a produtividade ao longo da jornada de trabalho no escritório. Recomenda-se

também que seja disponibilizado apoio para os pés, regulável na altura, com movimentação

anterior e posterior.

Outra medida de controle proposta nesse setor seria que os funcionários

desenvolvessem pausas intercaladas com exercícios de alongamentos por pelo menos três

vezes ao dia, isso ajudaria muito a reeducar a postura, refletindo no desempenho profissional

e a outros problemas devido ao acúmulo de trabalho. Aconselha-se afixar no setor um modelo

de todos os exercícios que os funcionários possam praticar durante estas pausas.

O setor de acabamento foi o que mais levantou agentes desse risco. Quanto

ao levantamento de transporte e manual de peso, foi verificado que é necessário utilizar a

empilhadeira para transitar com os materiais para serviço, conduzindo-a para frente e não

puxando. Os funcionários fazem o uso correto, porém aconselha-se que o descarregamento

seja feito de maneira que não exija muito esforço de braços e coluna, e sim com uma forma

adequada de postura.

Em relação ao serviço desenvolvido pelo trabalhador, foi apontado que as

bloquistas, os operadores de máquinas e a auxiliar de serviços gerais trabalham

continuamente em pé e não há cadeiras em nenhum dos postos. Existe pausa de 10 minutos

na parte da manhã e na parte da tarde, sendo a pausa maior feita no horário de almoço que é

de uma hora. Para as bloquistas a atenção é maior, devido o trabalho ser manual e repetitivo.

Recomenda-se assim como foi proposto para o escritório, que os funcionários façam pausas

intercaladas por pelo menos 5 minutos a cada hora para que se alonguem e repousem,

evitando o cansaço muscular e impedindo que ocorram danos maiores, quando somados aos

riscos ocupacionais. Sugere-se ainda que a empresa disponibilize para estes trabalhadores,

assentos para descanso em locais que possam ser utilizados por todos durante as pausas. A

carga de trabalho também deve estar dentro do limite de razoabilidade.

Recomenda-se também para a auxiliar de serviços gerais que solicite a

colaboração de outro funcionário para fazer a limpeza de todo o chão da instalação, assim

que houver a necessidade, reduzindo tempo e esforço físico.

Page 63: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

61 5.7 AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES: RISCOS DE ACIDENTES

Para identificar os eventuais agentes causadores de acidentes, foram

observadas as condições referente à preservação das edificações, à organização e limpeza, a

adequação dos equipamentos e materiais utilizados e de resíduos resultados do processo de

produção, foram avaliados também aspectos quanto à comodidade dos postos de trabalho e

a correta utilização das máquinas e dos equipamentos de proteção.

No setor administrativo aconselha-se que seja feita a limpeza do chão em

horários com menos fluxo de pessoas circulando, recomenda-se no início da tarde, antes que

os funcionários retornem, evitando quedas nos pisos escorregadios.

No setor de acabamento o risco de acidentes é maior comparado a outros

setores, pois possui maquinário, o que exige conhecimento e atenção por parte dos

operadores. Recomenda-se para o cortador antes de ligar a guilhotina para o corte de papel,

verificar sempre se o sistema de fotocélula está ativo, o que impede a descida da faca.

Recomenda-se também que a empresa disponibilize um empurrador para melhor ajuste das

resmas. O encarregado de produção deve ficar responsável para acompanhamento desse

controle, bem como para a rigidez da utilização dos EPI´S obrigatórios. A mesma

recomendação vale para os operadores de outras máquinas, bem como a constante

manutenção preventiva.

Para o agente de transporte manual de peso, foi identificado que a maioria

dos deslocamentos de material de um lugar para outro é utilizada a empilhadeira na maioria

dos casos, e somente para volumes pequenos o transporte é manual. No entanto, as vias

internas de circulação têm largura inferior ao necessário e não dispõem de demarcação,

resultando na ocorrência de trânsito simultâneo de pessoas e materiais, o que gera acidentes

como quedas e atropelamentos. Deve-se aumentar o espaço para circulação e efetuar as

devidas demarcações com faixas para melhor transição do transporte, com acompanhamento

rígido por parte do responsável.

Quanto aos agentes eletricidade e incêndios, aparentemente não foram

verificadas más condições, sem fios expostos ou descascados. Mas recomenda-se que o

encarregado de produção continue acompanhando a situação das instalações elétricas e a

sua preservação, para que sempre apresentem condições que não ofereçam perigo para o

trabalhador. A observação periódica ainda deverá ser feita pelo mesmo funcionário quanto ao

armazenamento correto de materiais inflamáveis. Todos os extintores da empresa se

apresentavam dentro da validade e com as respectivas demarcações nos locais. Mas

recomenda-se que a empresa promova uma palestra quanto ao correto uso dos extintores

para os colaboradores.

Page 64: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

62

Quanto à iluminação é natural, através de janelas e auxiliada por lâmpadas

fluorescentes em todos os setores da empresa. Não foi detectado risco a esse agente.

No setor de impressão as impressoras possuem as plataformas de apoio

alternado dos pés para descanso da coluna. A limpeza dos rolos é feita manualmente pelos

operadores com solventes orgânicos aplicado em panos. Percebeu-se a não utilização das

luvas impermeáveis, os mesmos fazem a higienização nas mãos de forma inadequada,

através dos solventes, expondo-os a inalação e ao ressecamento da pele. Os rolos das

máquinas precisam estar parados durante a operação de limpeza, e o operador deve acionar

o giro para acessar as partes a serem limpas. A limpeza com os rolos em movimento pode

causar o esmagamento das mãos devido ao ponto de convergência. Novamente deve-se

fazer o acompanhamento e inspecionamento para o uso dos equipamentos de segurança.

Page 65: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

63 6 ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

As características mostram que as atividades desenvolvidas na gráfica de

estudo, apresentam algumas condições de riscos ao trabalhador e que necessitam de

medidas de controle.

A inclusão desta gestão poderá contribuir para harmonia da saúde mental e

física do trabalhador nesta empresa, proporcionando uma dinâmica favorável à eficiência e ao

perfeito funcionamento da mesma, em relação à segurança do trabalho (individual e coletiva).

O empregador passará a ter obrigação de prestar contas e o dever de organizar a segurança

e a saúde no trabalho. A implantação do presente sistema de gestão da SST oferece, entre

outros aspectos, uma abordagem útil para cumprir estes deveres.

Uma proposta que será sugerida para a empresa é de um modelo elaborado

pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), sob o título: Guidelines on Occupational

Safety and Health Management Systems – ILO-OSH 2001.

O estudo em questão considerou que a ILO-OSH 2001 possui diretrizes

mais adequadas, visto que sua utilização não têm caráter obrigatório e sua aplicação não

exige certificação, além de possuir orientações para implementação em nível de

organizações. O objetivo é de fato aplicar conceitos e definições do SGSST com foco na

melhoria efetiva do ambiente de trabalho, propondo o incentivo à auditoria e o

reconhecimento para o empregador pela autoridade nacional de SST. Para a promoção de

melhorias dessas condições de trabalho nessa etapa será exposto às vantagens que advirão

pela adoção desta gestão, voltada para proporcionar medidas preventivas que atendam

integralmente à saúde e a segurança do trabalhador.

Elementos da ILO-OSH 2001, segundo MARCOS (2008, p.15):

Política

3.1. Política de SST

3.2. Participação do trabalhador

Organização

3.3 Responsabilidades e obrigação de prestar contas

3.4. Competência e capacitação

3.5. Documentação

3.6. Comunicação

Page 66: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

64

Planejamento e implementação

3.7. Análise Inicial

3.8. Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema

3.9. Objetivos em matéria de segurança e saúde

3.10. Prevenção de perigos

3.10.1 Medidas de prevenção e controle

3.10.2. Gestão de mudanças

3.10.3 Prevenção, preparação e atendimento a situações de emergências

3.10.4 Aquisições de bens e serviços

3.10.5 Contratação

Avaliação

3.11. Monitoramento e medição do desempenho

3.12. Investigação de lesões, degradação da saúde, doenças e incidentes

relacionadas ao trabalho

3.13. Auditoria

3.14. Análise realizada pela administração

Ação para melhorias

3.15. Ação preventiva e corretiva

3.16. Melhoria contínua

O ciclo PDCA ou ciclo de melhoria contínua representa exatamente as fases

da ILO-OSH 2001, conforme figura a seguir:

POLÍTICA

Ação para melhorias Organização

Avaliação Planejamento e implementação

Fonte: Adaptado de MARCOS(2008, p.16)

Figura 2: Ciclo PDCA

Conforme Benite (2004, p. 40) o guia ILO-OSH apresenta as seguintes

características básicas:

A P C D

Page 67: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

65

é compatível com outras normas de sistema de gestão da qualidade e ambiental,

encorajando a integração dos sistemas de gestão;

exige um grande envolvimento e participação dos trabalhadores nas definições de

políticas, metas, controles etc;

não tem objetivo de substituir legislações e regulamentações nacionais;

reflete um valor tripartite, ou seja, a sua elaboração procurou atender às expectativas

das três principais partes interessadas em sua efetiva criação (governo, empresas e

trabalhadores);

não foi criado com o intuito de ser utilizado como referência para certificação por

organismos certificadores; porém, não elimina esta hipótese;

apresenta dois níveis de implementação; um primeiro nacional que busca orientar os

países a criarem estrutura que fomentem a implementação de SGSST pelas empresas

por meio da criação e regulamentação de leis no país; e um segundo nível, um guia

para implementação do SGSST por parte das empresas; e,

deixa em aberto a possibilidade de cada país crias suas próprias normas ou guias de

SGSST, adequando o modelo proposto às particularidades e especificidades locais e

os diversos setores industriais.

Os elementos que estabelecem o guia ILO-OSH 2001, foi acrescentado ao

final deste trabalho (Anexo A).

Cada requisito prescrito deve ser visto como algo que, segundo a

experiência internacional de diversos especialistas, é uma boa prática que traz resultados

positivos para as empresas. Tais requisitos fica a critério da empresa de como deve ser

estabelecidos e a forma que irão desenvolver os elementos do modelo adotado, assegurando

sua adequação aos aspectos da organização e buscando o melhor nível de desempenho

possível.

Para que funcione e que seja devidamente sistematizada por toda a

empresa, essa proposta irá servir como base significativa para que de fato ocorra o

desenvolvimento desse sistema.

A diretoria e as gerências devem identificar continuamente a necessidade de

recursos e disponibilizá-los. Benite (2004, p. 77) cita os principais recursos de investimentos

do SGSST:

aquisição de equipamentos de proteção;

aquisição de placas de sinalização e conscientização;

alocação de tempo para as atividades;

contratação de consultorias especializadas;

aquisição de sistemas informatizados;

Page 68: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

66

ensaios laboratoriais;

investimentos em pesquisas de novas tecnologias e sistemas de proteção; e,

tempo e material para treinamentos e atividades de conscientização.

A comunicação tem que ser primordial entre os trabalhadores e a gerência

evitando o medo de represálias e que as respostas sejam convenientes. O envolvimento dos

funcionários provê o modo pelo qual eles manifestam o seu próprio comprometimento com a

SST, essa consciência é essencial para sua proteção. Deve-se criar mecanismos para

encorajá-los quanto ao desempenho no assunto SST, bem como estabelecer a quem eles

vão se reportar no caso de problemas ou sugestões a serem apontadas. São exemplos de

mecanismos, segundo Benite (2004, p. 84):

realização de treinamentos;

apresentação de vídeos;

placas de sinalização e cartazes;

reuniões periódicas com equipes e conversas informais;

realização de simulações de situações de emergência;

divulgação de resultados de investigações de acidentes na empresa ou

externos;

participação no processo de identificação de perigos e avaliação de riscos;

formação de comitês para representá-los nas questões de SST;

envolvê-los na análise crítica de procedimentos e na política de SST;

elaborar programas para recompensar aqueles que apresentam sugestões

para a melhoria dos processos da empresa;

realização de pesquisas com os trabalhadores (questionários e entrevistas);

envolvimento com os objetivos e metas durante a sua definição e análise;

envolvimento na revisão dos programas de gestão da SST;

envolvimento nas atividades de investigação de acidentes e quaseacidentes;

envolvimento em atividades de treinamentos de colegas de trabalho; e,

envolvimento nos processos de identificação de perigos e avaliações de

riscos de suas atividades, inclusive em situações que resultem em mudanças

nos ambientes de trabalho que podem afetá-los.

Benite (2004, p.88) ainda acrescenta que a empresa pode utilizar-se de

meios para realizar suas comunicações e consultas nos diversos sentidos da hierarquia

organizacional, os quais podem auxiliar a conscientização. Conforme os canais de consultas

estabelecidos pela empresa podem ser considerados ferramentas fundamentais para a

disseminação das informações. Tais como:

Page 69: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

67

informações pertinentes;

mensagens em holerites;

realização de treinamentos;

comunicações verbais;

formulários de comunicação interna – CI; e,

O SGSST não pode ser constituído somente de procedimentos, formulários,

equipamentos de proteção, ferramentas e coisas do gênero. Tudo isso de nada adiantará se

os funcionários não tiverem as competências necessárias para participar das decisões, se

não estiverem conscientizados e constantemente informados, pois a força de todos que

movimentará o sistema, tornando as boas intenções sendo como válidas.

A empresa que demonstra o seu compromisso com a SST permite melhorar

significativamente a eficácia das operações internas e consequentemente reduzir acidentes,

riscos e períodos de paragem. A implantação do SSGST pode gerar uma oportunidade de

melhoria para a empresa e para aqueles que ela depende para funcionamento.

Assim, de acordo com o modelo proposto, o SGSST pode contribuir

efetivamente para que a empresa obtenha um nível maior de Melhoria Contínua, visto que o

mesmo apresenta mecanismos sistêmicos de melhoria e fundamenta-se em uma atuação

proativa.

Conforme o conhecimento adquirido dessa autora, durante a jornada de

pesquisas sobre o tema de estudo, no quadro 05 será apresentado os benefícios da inclusão

de um SGSST na empresa.

Page 70: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

68

Irá aprimorar o desempenho da empresa em SST, podendo tornar a atividade

produtiva mais eficiente e econômica, com a adoção, todos da empresa terão uma visão

global de funcionamento dos conceitos estabelecidos pelo guia.

Permite acelerar o processo de redução das taxas de acidentes e afastamentos,

podendo evitar que a organização sofra prejuízos sociais, cíveis, financeiros e de desgaste

da imagem pública da empresa, estabelecendo uma postura responsável no mercado em

que atuam perante clientes, fornecedores, comunidades e órgãos fiscalizadores, reduzindo o

risco de sanções e ações judiciais.

Analisa e determina a natureza dos riscos que afetam os trabalhadores,

possibilitando identificar as funções que os expõem a riscos que possam causar doenças

ocupacionais, favorecendo o melhor desempenho do ambiente organizacional e certificando

que os problemas sejam minimizados.

Incorpora um processo de melhoria contínua, os objetivos e as responsabilidades são

definidos, e todos os colaboradores são preparados para lidar de forma eficaz com

quaisquer riscos futuros.

Estímulo à participação e comprometimento dos funcionários desde os operacionais

até a alta direção, com maior envolvimento nas definições do processo da empresa,

possibilitando o alcance da motivação, da autonomia e da satisfação profissionais

indispensáveis, para lhes proporcionar o reconhecimento social e permitir um equilíbrio

saudável entre a sua vida laboral e pessoal.

Quadro 26: Benefícios da inclusão de um SGSST

Estas são apenas algumas das questões que as empresas devem

considerar quando implementam os seus próprios sistemas de gestão da SST.

Page 71: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

69 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos dias de hoje, devido às profundas pressões competitivas, as empresas

precisam acompanhar as rápidas mudanças das condições, dos processos e das

organizações do trabalho. As atividades dentro de uma indústria gráfica impõem certos riscos

aos trabalhadores e somente atender aos requisitos legais mínimos, não é suficiente para

chamar a atenção quanto a estar em dia com a segurança e a qualidade de vida.

A correta distribuição das máquinas, dos postos de trabalho, das operações,

a demarcação das áreas, a manutenção de pisos e escadas, a separação dos estoques, entre

outros, é o que compõem os requisitos necessários para a qualidade de produção, operação

eficiente e redução de desperdícios, contribuindo decisivamente para a prevenção de

acidentes e de doenças ocupacionais.

Para garantir a segurança, conforto e bem-estar dos trabalhadores as

organizações devem ser capazes de lidar continuamente com os desafios à SST e a melhor

qualidade de vida, dar respostas eficazes através de estratégias de gestão dinâmicas, pois

manter o ambiente de trabalho organizado é um desafio de gerenciamento e planejamento,

mas que deve ser encarado em razão dos benefícios para a empresa e para o trabalhador.

Além dos programas obrigatórios, as empresas podem desenvolver outros paralelos que

auxiliarão na conscientização dos funcionários em conjunto com a área de gestão.

A partir deste contexto, com os resultados obtidos através da análise de

observação nos setores da empresa de estudo, foi detectado que a atual situação no

ambiente de trabalho, os trabalhadores estão sujeitos diariamente a um tipo de risco,

portanto, é necessário algumas adaptações em relação aos riscos ocupacionais identificados.

Conforme demonstrado no mapa gráfico, os postos de trabalho devem ser planejados de um

modo que apresentem condições seguras, precisas e eficientes. Dada as observações

realizadas, sugere-se também algumas recomendações para a melhoria nos postos de

trabalho. Em razão disto, foi proposto uma análise de viabilidade para implantação de um

Sistema de Gestão e Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho (SGSST).

É importante ressaltar o efeito positivo resultante da introdução do SGSST

ao nível da Organização, tanto para à redução dos perigos e dos riscos quanto para à

produtividade, sendo ainda reconhecido pelos governantes, pelos empregadores e pelos

trabalhadores. Assim, foram apresentados os benefícios decorrentes de sua adoção.

As diretrizes do modelo proposto servirão como instrumento para todos

aqueles que têm um papel a desempenhar para garantir que os locais de trabalho sejam

locais saudáveis e seguros. Também foram apresentadas suas principais características,

como por exemplo, o princípio da melhoria contínua e o da agregação das melhores práticas

na área de gestão da SST, tais como identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos

Page 72: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

70 existentes nos ambientes de trabalho de forma a mantê-los dentro de limites aceitáveis pelas

partes interessadas.

A adoção de um SGSST pode não ser a solução para todos os problemas

da Segurança e Saúde do Trabalho de uma empresa e nem mesmo será imediata a redução

do número de acidentes e de doença do trabalho, mas é um modo prático de conseguir um

melhor ambiente de trabalho e melhorias constantes com a aplicação de seus conceitos e

diretrizes. Com o correto entendimento dos conceitos, elimina-se aquela crença de que os

acidentes são obras do acaso.

A forma como cada empresa ingressa seu SGSST pode, ou não, criar os

requisitos apropriados para que a melhoria de desempenho aconteça. Se não houver uma

adaptação às suas necessidades e, ainda, não conseguir aplicar a mudança na cultura

organizacional por parte da diretoria e de todos os trabalhadores, o SGSST por si só pode

não trazer os resultados desejados.

O melhor momento para estabelecer um Sistema de Gestão é quando a

diretoria está completamente comprometida com a implantação do mesmo, ela deve

compreender a segurança como um desafio organizacional que contribui para geração de

novos comportamentos e valores. Inicialmente depende exclusivamente da diretoria este

comprometimento e posteriormente dos colaboradores.

Espera-se com esta proposta garantir que esse Sistema de Gestão se torne

uma das principais formas de comunicação aos trabalhadores, de forma que sua atuação

resulte em contínuas e efetivas melhorias nos ambientes de trabalho. Portanto, poderá ser

implantada a em todas as áreas da empresa, independentemente do número de

trabalhadores e de sua duração.

Logo, esse investimento busca contribuir com a empresa de estudo, mais

ainda com a área gráfica, que ainda carece de avanços significativos na área de SST. Os

ganhos da produtividade dos empregados e as melhores condições de trabalho, sendo eles,

portanto convertido em uma oportunidade de criar diferenciais importantes em relação a maior

concorrência no mercado.

Page 73: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

71

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ildelberto Muniz. VILELA, Rodolfo A.G. Modelo de análise e prevenção de acidentes de trabalho – MAPA. Piracicaba: CEREST, 2010. Disponível em: <http://www.cerest.piracicaba.sp.gov.br/site/images/images/MAPA_IMPRESSO_CERTO240810_PDFX.pdf>. Acesso em: 30.abr.2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Projeto de Norma da ABNT/CEE-109: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho – Requisitos. 2010. Disponível em: <http://www.segurancanotrabalho.eng.br/download/projeto_abnt.pdf>. Acesso em 20 abr.2012.

BARCELOS, Mary Angela. Mapeamento de riscos ambientais. In: VIEIRA, Sebastião Ivone(coor). Manual prático de saúde e segurança no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. Part III, Cap.1, p.673-683.

BENITE, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho para empresas construtoras. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.fcardoso.pcc.usp.br/dissertaçaoanderson-completa-final.pdf. Acessado em: 25.jul.2012.

CARVALHO, Helena Isabel Lima. Higiene e segurança no trabalho e suas implicações na gestão dos recursos humanos: o sector da construção civil. Dissertação (Mestrado em Sociologia - Especialização em Organizações e Desenvolvimento dos Recursos Humanos). Universidade do Minho, Braga, 2005). Disponível em:

<http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6463?locale=en> Acessado em: 16.mar.2012.

CARVALHO, Maria Cecília Maringoni. Construindo o saber. Metodologia Científica: Fundamentos e Técnicas. 19. ed. Campinas: Papirus, 2008.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CONTE, Antônio Lázaro. Qualidade de vida no trabalho: Funcionários com qualidade de vida no trabalho são mais felizes e produzem mais. Revista FAE BUSINESS. n 07. Nov. 2007. Disponível em: http://ergocentervix.com.br/site/artigos/artigos_4/qualidade_de_vida.pdf. Acesso em: 14. mar.2012.

Page 74: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

72 DIGIÁCOMO, Rafael Murilo; VIEIRA, Sebastião Ivone. Legislação em saúde ocupacional. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (coor). Manual prático de saúde e segurança no trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part II, Cap.5, p.591-624.

FERNANDES, Eda. Qualidade de vida no trabalho: Como medir para melhorar. Salvador: Casa da qualidade, 1996.

FUNDACENTRO. Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, 2005. Disponível em: < http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/safework/pub/diretrizes_sobre_gestao_364.pdf> Acesso em: 25.jul.2012

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GUIMARÃES, Liliana Andolpho Magalhães. Série Saúde Mental e Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

JULIÃO, Patrícia. Avaliação em empresa do setor automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema de qualidade baseado na especificação técnica ISO/TS16.949. 2001. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso em Economia, Administração e Contabilidade) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/tcc/trabalhos/TCC_PatriciaJuliao.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2012.

PEREIRA JUNIOR. Casimiro. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. In: VIEIRA, Sebastião Ivone Vieira (coor). Manual de Saúde e Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part II, Cap.3, p.460-478.

MARCOS, Paulo Afonso Moral. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho: gerenciamento de riscos em serviços de saúde (NR 32). São Paulo: Ltr, 2008.

MELO, Celly Dulcemar. Doenças Ocupacionais com ênfase a LER/DORT. 2003. Monografia (Especialização em Gestão Universitária). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em: <http://www.grucad.ufsc.br/celly/tcc_celly.pdf> Acesso em: 02/04/2012.

MILANELI, Eduardo. Sistema de Gestão em Segurança e Medicina do Trabalho. In: OLIVEIRA, Cláudio Antônio Dias De; Milaneli, Eduardo. Manual Prático de Saúde e

Page 75: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

73 Segurança no Trabalho. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2009. Cap.21, p.385-415.

MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL. Acidentes de trabalho: anuário estatístico. 2009a. Disponível em:<http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=1033>. Acesso em: 23.03.2012.

MINISTÉRIO DE PREVIDENCIA SOCIAL. Saúde e Segurança Ocupacional. 2009b. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>. Acesso em: 30.03.2012.

OLIVEIRA. Cláudio Antônio Dias de. Legislação. In: OLIVEIRA, Cláudio Antônio Dias De; Milaneli, Eduardo. Manual Prático de Saúde e Segurança no Trabalho. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2009. Cap.4, p.37-86.

PACHECO JÚNIOR, Waldemar. Qualidade na Segurança e Higiene do Trabalho: série SHT 9000, normas para a gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Atlas, 1995.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico-prática. 13. ed. Campinas: Papirus, 2007.

ROCCA, José et al. Segurança, Higiene e Qualidade de Vida no Trabalho. 2011. Trabalho da disciplina Gestão de Recursos Humanos (Curso Tecnologia em Informática). Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá, Guaratinguetá, 2011. Disponível em: <http://rabci.org/rabci/sites/default/files/QVT.pdf>. Acesso em: 20 Jan. 2012.

RODRIGUES, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

SELL, Ingeborg. Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho. In: VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part II, Cap.1, p.345-443.

VASCONCELOS, Anselmo Ferreira. Qualidade de Vida no Trabalho: origem, evolução e perspectivas. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 08, n. 1, jan/mar 2001. Disponível em: http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2009/06/qualidade-de-vida-no-trabalho-origem.pdf Acesso em: 06 mar. 2012.

Page 76: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

74

VIEIRA, Sebastião Ivone. Introdução à segurança, higiene e medicina do trabalho. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (coor). Manual de Saúde e de Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part I, Cap. 2, p. 46-74.

WEBSTER, Marcelo Fontanella.Segurança e higiene do trabalho: conceitos e objetivos. In: VIEIRA, Sebastião Ivone (coor). Manual de Saúde e de Segurança no Trabalho. 2 ed. São Paulo: LTr, 2008. Part III, Cap. 2, p. 685-707.

WHITE. Adrian. Estresse: Métodos práticos para recuperar a saúde aplicando a medicina complementar. São Paulo: Vitória régia, 2000.

WILSON, Paul. Calma no trabalho. 9 ed. São Paulo: Cultrix, 1997.

Page 77: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

75

ANEXO

ANEXO A – ELEMENTOS QUE ESTABELECEM O SGSST

Base nas Diretrizes da OIT (ILO-OSH 2001)

Page 78: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

76

POLÍTICA

3.1 Política de segurança e saúde no trabalho

3.1.1 O empregador, mediante consulta junto aos trabalhadores e seus representantes, deve

estabelecer e apresentar, por escrito, uma política de SST que deve ser:

(a) específica para a organização e apropriada ao seu porte e à natureza de suas atividades;

(b) concisa, claramente escrita, datada e efetivada através de assinatura ou endosso do

empregador ou da pessoa de cargo mais elevado ou de maior responsabilidade na

organização;

(c) comunicada e facilmente acessível a todas as pessoas no local de trabalho;

(d) revisada para que continue adequada; e

(e) colocada à disposição das partes externas interessadas, conforme o caso.

3.1.2 A política de SST deve incluir, no mínimo, os seguintes princípios e objetivos

fundamentais com os quais a organização deve estar comprometida com:

(a) a proteção da segurança e saúde de todos os membros da organização através da

prevenção de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho;

(b) o cumprimento dos requisitos da legislação nacional em vigor, dos programas voluntários,

dos acordos coletivos em SST e de outros requisitos que a organização subscreve;

(c) a garantia de que os trabalhadores e seus representantes sejam consultados e

encorajados a participar ativamente em todos os elementos do sistema de gestão da SST; e

(d) a melhoria contínua do desempenho do sistema de gestão da SST.

3.1.3 O sistema de gestão da SST deve ser compatível com os outros sistemas de gestão na

organização ou estar neles integrado.

3.2 Participação dos trabalhadores

3.2.1 A participação dos trabalhadores constitui um elemento essencial do sistema de gestão

da SST na organização.

Page 79: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

77 3.2.2 O empregador deve assegurar que os trabalhadores e seus representantes de

segurança e saúde sejam consultados, informados e capacitados em todos os aspectos de

SST associados ao seu trabalho, incluindo as medidas relativas a situações de emergência.

3.2.3 O empregador deve adotar medidas para que os trabalhadores e seus representantes,

em matéria de SST, disponham de tempo e recursos para participarem ativamente dos

processos de organização, planejamento e implementação, avaliação e ação para melhorias

do sistema de gestão da

SST.

3.2.4 O empregador deve assegurar, de uma maneira adequada, o estabelecimento e o

funcionamento eficiente de um comitê de segurança e saúde e o reconhecimento dos

representantes dos trabalhadores em matéria de SST, em conformidade com a legislação e a

prática nacionais.

ORGANIZAÇÃO

3.3 Responsabilidade e obrigação de prestar contas

3.3.1 O empregador deve ter responsabilidade global pela proteção da segurança e saúde

dos trabalhadores e demonstrar liderança nas atividades de SST na organização.

3.3.2 O empregador e a alta administração devem definir a responsabilidade, a obrigação de

prestar contas e a autoridade para o desenvolvimento, a implementação e a operação do

sistema de gestão da SST e para o alcance de objetivos pertinentes. Devem ser

estabelecidos estruturas e processos que:

(a) assegurem a SST como uma responsabilidade intrínseca do pessoal diretivo que deve ser

conhecida e aceita em todos os níveis;

(b) definam e comunique aos membros da organização a responsabilidade, a obrigação de

prestar contas e a autoridade das pessoas encarregadas de identificar, avaliar ou controlar

fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à SST;

(c) proporcionem supervisão efetiva, segundo as necessidades, para assegurar a proteção da

segurança e da saúde dos trabalhadores;

(d) promovam a cooperação e a comunicação entre os membros da organização, que inclui

os trabalhadores e seus representantes, para implementar os elementos do sistema de

gestão da SST na organização;

Page 80: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

78 (e) satisfaçam aos princípios do sistema de gestão da SST contidos nas diretrizes nacionais,

nos sistemas específicos ou nos programas voluntários aos quais a organização tenha

subscrito, conforme o caso;

(f) estabeleçam e implementem uma política clara em matéria de SST bem como objetivos

mensuráveis;

(g) estabeleçam procedimentos efetivos para identificar e eliminar ou controlar fatores de risco

(ou perigos) e riscos relacionados ao trabalho e promovam a saúde no trabalho;

(h) estabeleçam programas de prevenção e promoção da saúde;

(i) assegurem a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos

trabalhadores e de seus representantes no cumprimento das políticas de SST;

(j) disponibilizem os recursos adequados para assegurar que as pessoas responsáveis pela

SST, incluindo o comitê de segurança e saúde, possam desempenhar satisfatoriamente suas

funções; e

(k) assegurem a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos

trabalhadores e de seus representantes nos comitês de SST, caso existam.

3.3.3 Um ou mais membros da alta administração devem ser nomeados, conforme o caso,

com responsabilidade, autoridade e obrigação de prestar contas para:

(a) desenvolver, implementar, analisar periodicamente e avaliar o sistema de gestão da SST;

(b) informar periodicamente à alta administração sobre o desempenho do sistema de gestão

da SST; e

(c) promover a participação de todos os membros da organização.

Item 3.4 Competência e capacitação

3.4.1 Os requisitos de competência necessários em SST devem ser definidos pelo

empregador e os procedimentos devem ser estabelecidos e mantidos

para assegurar que todas as pessoas sejam competentes para desincumbir-se de seus

deveres e responsabilidades relativos aos aspectos de SST.

3.4.2 O empregador deve possuir a competência suficiente, ou o acesso à mesma, para

identificar e eliminar ou controlar fatores de risco (perigos) e a competência em matéria de

SST inclui capacitação, experiência e instrução no trabalho ou uma riscos relacionados ao

trabalho, bem como para implementar o sistema de gestão da SST.

3.4.3 De acordo com as disposições referidas no parágrafo 3.4.1, os programas de

capacitação devem:

(a) envolver todos os membros da organização, conforme o caso;

(b) ser conduzidos por pessoas competentes;

Page 81: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

79 (c) oferecer capacitação inicial eficaz e oportuna e atualização em intervalos apropriados;

(d) incluir a avaliação da compreensão e da retenção da capacitação adquirida pelos

participantes;

(e) ser analisados periodicamente. A análise deve incluir o comitê de segurança

e saúde, caso exista. Os programas de capacitação serão alterados, quando necessário, para

garantir sua pertinência e eficácia; e

(f) estar suficientemente documentados, segundo a conveniência e de acordo com o porte e a

natureza da atividade da organização.

3.4.4 A capacitação deve ser oferecida gratuitamente a todos os participantes e, quando

possível, realizada durante as horas de trabalho.

3.5 Documentação do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho

3.5.1 De acordo com o porte e a natureza da atividade da organização, deve ser elaborada e

mantida atualizada uma documentação sobre o sistema

de gestão da SST que compreenda:

(a) a política e os objetivos da organização em matéria de SST;

(b) as funções administrativas e as responsabilidades fundamentais para

a implementação do sistema de gestão;

(c) os fatores de risco (ou perigos) e riscos significativos para a SST resultantes das

atividades da organização, bem como as medidas adotadas para preveni-los e controlá-los; e

(d) os planos, os procedimentos, as instruções e outros documentos internos utilizados na

estrutura do sistema de gestão da SST.

3.5.2 A documentação do sistema de gestão da SST deve:

(a) estar claramente escrita e apresentada de tal modo que seja compreendida

pelos usuários e

(b) estar sujeita a análises regulares, ser modificada, quando necessário, difundida e de fácil

acesso a todas as partes interessadas da organização.

3.5.3 Os registros de SST devem ser estabelecidos, gerenciados e mantidos no local de

origem, de acordo com as necessidades da organização. Devem ser identificáveis e

rastreáveis e o tempo de conservação deve ser especificado.

3.5.4 Os trabalhadores devem ter o direito de consultar os registros relativos ao seu ambiente

de trabalho e à sua saúde, respeitando a necessidade

de confidencialidade.

Page 82: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

80

3.5.5 Os registros de SST podem compreender:

(a) registros resultantes da implementação do sistema de gestão da SST;

(b) registros relativos a lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao

trabalho;

(c) registros decorrentes da legislação nacional de SST;

(d) registros relativos a exposições dos trabalhadores, à vigilância do ambiente de trabalho e

da saúde dos trabalhadores; e

(e) os resultados do monitoramento ativo e reativo.

Item 3.6 Comunicação

3.6.1. Devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos e disposições para:

(a) receber, documentar e responder adequadamente às comunicações internas e externas

relativas à SST;

(b) assegurar a comunicação interna da informação sobre SST entre os níveis e as funções

relevantes da organização; e

(c) assegurar que as preocupações, as idéias e as contribuições dos trabalhadores e de seus

representantes para as questões de SST sejam recebidas, consideradas e respondidas.

PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

3.7 Análise inicial

3.7.1 O sistema de gestão da SST existente na organização e nos respectivos programas

devem ser avaliados mediante uma análise inicial, conforme o caso. Na ausência de um

sistema de gestão da SST, ou caso a organização seja recente, a análise inicial deverá servir

de base para o estabelecimento do mesmo.

3.7.2 A análise inicial deve ser executada por pessoas competentes, mediante consulta junto

aos trabalhadores e/ou seus representantes, conforme o caso, e deve permitir:

(a) identificar a legislação nacional aplicável e vigente, as diretrizes nacionais, as diretrizes

específicas, os programas voluntários de proteção e outros requisitos que a organização

subscreve;

(b) identificar, prever e avaliar os fatores de risco (ou perigos) e riscos resultantes do

ambiente e da organização do trabalho existentes ou futuros;

(c) determinar se os controles existentes ou planejados são adequados para eliminar fatores

de risco (ou perigos) ou controlar riscos; e

Page 83: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

81 (d) analisar os dados obtidos a partir da vigilância da saúde dos trabalhadores.

3.7.3 Os resultados da análise inicial devem:

(a) estar documentados;

(b) servir de base para a tomada de decisões sobre a implementação do

sistema de gestão da SST; e

(c) servir como referência inicial para avaliar a melhoria contínua do sistema de gestão da

SST da organização.

Item 3.8 Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema

3.8.1 A finalidade do planejamento deve ser a criação de um sistema de gestão da SST que

sustente:

(a) no mínimo, a conformidade com a legislação nacional;

(b) os elementos do sistema de gestão da SST da organização; e

(c) a melhoria contínua do desempenho em SST.

3.8.2 Devem ser tomadas providências para um planejamento adequado e apropriado da SST

que se baseie nos resultados da análise inicial, de análises posteriores ou de outros dados

disponíveis. Tal planejamento deve contribuir para a proteção da segurança e saúde no

trabalho e incluir:

(a) definição clara, hierarquização por ordem de prioridade e quantificação, quando

pertinente, dos objetivos da organização em matéria de SST;

(b) a preparação de um plano de ação para alcançar cada objetivo, no qual se definam

responsabilidades e critérios claros de desempenho, indicando-se o que deve ser feito, quem

deve fazê-lo e quando;

(c) a seleção de critérios de medição para confirmar que os objetivos são alcançados; e

(d) a provisão de recursos adequados, incluindo recursos financeiros e apoio técnico,

segundo as necessidades.

3.8.3 As providências para o planejamento da SST na organização devem cobrir o

desenvolvimento e a implementação de todos os elementos

do sistema de gestão da SST.

3.9 Objetivos de segurança e saúde no trabalho

Page 84: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

82 3.9.1 Em conformidade com a política de SST e baseando-se na análise inicial ou nas

análises posteriores, devem ser estabelecidos objetivos mensuráveis em matéria de SST que

sejam:

(a) específicos para a organização, apropriados e de acordo com seu porte e natureza da sua

atividade;

(b) consistentes com a legislação nacional pertinente e aplicável, bem como com as

obrigações técnicas e comerciais assumidas pela organização em matéria de SST;

(c) focalizados na melhoria contínua da segurança e saúde dos trabalhadores para alcançar o

melhor desempenho em SST;

(d) realistas e alcançáveis;

(e) documentados e comunicados a todas as pessoas interessadas e a todos os níveis da

organização; e

(f) avaliados periodicamente e, se necessário, atualizados.

3.10 Prevenção de fatores de risco (perigos)

3.10.1 Medidas de prevenção e controle

3.10.1.1 Fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à segurança e à saúde dos

trabalhadores devem ser identificados e avaliados de forma contínua. As medidas preventivas

e de proteção devem ser implementadas de acordo com a seguinte ordem de prioridade:

(a) eliminar o fator de risco (perigo) e riscos;

(b) controlar o fator de risco (perigo) e risco na fonte com a adoção de medidas de controle de

engenharia ou medidas organizacionais;

(c) reduzir ao mínimo os fatores de risco (perigos) e riscos através da concepção de sistemas

seguros de trabalho que compreendam medidas administrativas de controle; e

(d) se os fatores de risco (perigos) e riscos residuais não puderem ser controlados por meio

de medidas coletivas, o empregador deverá fornecer gratuitamente equipamento de proteção

individual apropriado, incluindo vestuário, e adotar medidas que assegurem o uso e a

manutenção desses equipamentos.

3.10.1.2 Devem ser estabelecidos procedimentos ou medidas de prevenção e de controle de

fatores de risco (perigos) que:

(a) sejam adaptados aos fatores de risco (perigos) e riscos presentes na organização;

(b) sejam analisados e modificados, se necessário, periodicamente;

(c) satisfaçam as condições previstas na legislação nacional e reflitam boas práticas; e

Page 85: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

83 (d) levem em consideração o estado atual do conhecimento, incluindo as informações ou os

relatórios procedentes de organizações, tais como serviços de inspeção do trabalho, serviços

de segurança e saúde do trabalhador e outros serviços, conforme o caso.

3.10.2 Gestão de mudanças

3.10.2.1 Os impactos sobre a SST de mudanças internas (tais como as alterações na equipe

de trabalho ou a introdução de novos processos, métodos de trabalho, estrutura

organizacional ou aquisições), bem como de mudanças externas (por exemplo, em função de

reformas da legislação nacional, de fusões de empresas ou da evolução dos conhecimentos

em SST e das tecnologias), devem ser avaliados e ações preventivas devem ser adotadas

antes da introdução de tais mudanças.

3.10.2.2 A identificação de fatores de risco (perigos) e a avaliação dos riscos devem ser

realizadas antes da introdução de qualquer alteração ou da utilização de novos métodos de

trabalho, procedimentos, equipamentos ou materiais. Essa avaliação dever ser efetuada

mediante consulta junto aos trabalhadores, a seus representantes e ao comitê de segurança

e saúde, conforme o caso.

3.10.2.3 A implementação de uma “decisão de mudança” deve assegurar que todos os

membros afetados da organização sejam adequadamente

informados e capacitados para esse fim.

3.10.3 Prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência.

3.10.3.1 Medidas de prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência devem

ser adotadas e mantidas. Essas medidas devem identificar o potencial de ocorrência de

acidentes e situações de emergência e direcionar a prevenção dos riscos de SST a eles

associados. As medidas devem levar em conta o porte e a natureza da atividade da

organização. Elas também devem:

(a) garantir a informação, a comunicação interna e a coordenação necessárias para proteger

todas as pessoas em situações de emergência no local de trabalho;

(b) fornecer informação e estabelecer comunicação com autoridades competentes, vizinhança

e serviços de atendimento a situações de emergência;

(c) organizar serviços de primeiros socorros e assistência médica, combate a incêndios e

evacuação de todas as pessoas que se encontrem no local de trabalho; e

Page 86: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

84 (d) oferecer informação e capacitação pertinentes a todos os membros da organização, em

todos os níveis, incluindo exercícios periódicos de prevenção, preparação e atendimento a

situações de emergência.

3.10.3.2 Medidas de prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência devem

ser estabelecidas em colaboração com os serviços de emergência externos e outros órgãos,

onde aplicáveis.

3.10.4 Aquisições de bens e serviços.

3.10.4.1 Procedimentos devem ser estabelecidos e mantidos com a finalidade de garantir

que:

(a) a conformidade com os requisitos de segurança e saúde para a organização seja

identificada, avaliada e incorporada às especificações de compra e locação de bens e

serviços;

(b) as exigências em matéria de segurança e saúde no trabalho previstas pela legislação

nacional e pela organização e sejam identificadas antes da aquisição de bens e serviços; e

(c) as medidas sejam tomadas para que se cumpram tais requisitos antes da utilização

desses bens e serviços.

3.10.5 Contratação

3.10.5.1 Medidas devem ser tomadas e mantidas a fim de garantir que as exigências de SST

da organização, ou pelo menos o equivalente, sejam aplicadas aos empreiteiros e a seus

trabalhadores.

3.10.5.2 As disposições para os empreiteiros que exerçam suas atividades no local de

trabalho da organização devem:

(a) incluir critérios de SST nos procedimentos de avaliação e seleção dos empreiteiros;

(b) estabelecer comunicação e coordenação eficazes e contínuas entre os níveis apropriados

da organização e o empreiteiro antes que o último inicie o trabalho. Isto deve incluir cláusulas

para comunicar fatores de risco (perigos) e as respectivas medidas de prevenção e controle;

(c) prever disposições para notificar lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes

relacionados ao trabalho registrados entre os trabalhadores dos empreiteiros enquanto

prestarem serviços na organização;

Page 87: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

85 (d) proporcionar aos empreiteiros e a seus trabalhadores conscientização e capacitação em

relação a fatores de risco (riscos) existentes no local de trabalho antes do início e no decorrer

de suas atividades, conforme as necessidades;

(e) supervisionar regularmente o desempenho em SST das atividades do empreiteiro no local

de trabalho; e

(f) assegurar que no local de trabalho os procedimentos e as medidas relativos à SST sejam

respeitados pelo(s) empreiteiro(s).

AVALIAÇÃO

3.11 Monitoramento e medição do desempenho

3.11.1 Procedimentos para monitorar, medir e registrar regularmente o desempenho em SST

devem ser elaborados, estabelecidos e analisados periodicamente.Responsabilidade,

obrigação de prestar conta e autoridade para monitorar devem ser definidas nos diferentes

níveis da estrutura administrativa.

3.11.2 A seleção de indicadores do desempenho deve ser feita de acordo com o porte e a

natureza da atividade da organização e os objetivos de SST.

3.11.3 Medidas tanto qualitativas como quantitativas, adequadas às necessidades da

organização, devem ser consideradas. Estas devem:

(a) basear-se nos fatores de risco (perigos) e riscos identificados na organização,

nos compromissos da política de SST e nos objetivos de SST; e

(b) dar suporte ao processo de avaliação da organização, incluindo a análise crítica pela

administração.

3.11.4 O monitoramento e a medição do desempenho devem:

(a) permitir que se determine em que extensão a política e os objetivos de SST estão sendo

implementados e os riscos, controlados;

(b) incluir tanto monitoramento ativo como reativo e não se apoiar somente em estatísticas

sobre lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho; e

(c) ser registradas.

3.11.5 O monitoramento deve proporcionar:

(a) retro-alimentação (feedback) sobre o desempenho em SST;

Page 88: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

86 (b) informação para determinar se os procedimentos habituais de identificação, prevenção e

controle de fatores de risco (perigos) e riscos foram implementados e operam efetivamente; e

(c) bases para a tomada de decisões que visem a melhorar a identificação de fatores de risco

(perigos), o controle dos riscos e o sistema de gestão da SST.

3.11.6 O monitoramento ativo deve compreender os elementos necessários para estabelecer

um sistema pró-ativo e abrangente:

(a) o monitoramento da realização de planos específicos, do atendimento a critérios de

desempenho e do alcance de objetivos estabelecidos;

(b) a inspeção sistemática de métodos de trabalho, instalações e equipamentos;

(c) a vigilância do ambiente de trabalho, incluindo a organização do trabalho;

(d) a vigilância da saúde dos trabalhadores por meio de controle ou acompanhamento médico

adequado dos trabalhadores para diagnóstico precoce de sinais e sintomas de danos à

saúde, com a finalidade de determinar a eficácia das medidas de prevenção e controle; e

(e) o cumprimento da legislação nacional que seja aplicável, dos acordos coletivos e de

outras obrigações a qual a organização subscreve.

3.11.7 O monitoramento reativo deve incluir a identificação, a notificação e a investigação de:

(a) lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho (incluindo o

monitoramento das faltas acumuladas por motivo de doença);

(b) outras perdas, tais como danos à propriedade;

(c) desempenho deficiente em segurança e saúde e outras falhas no sistema de gestão da

SST; e

(d) programas de reabilitação e restauração da saúde dos trabalhadores.

3.12 Investigação de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e seus

impactos no desempenho da segurança e saúde

3.12.1 A investigação da origem e das causas básicas das lesões, das degradações da

saúde, de doenças e dos incidentes deve permitir a identificação de qualquer deficiência do

sistema de gestão da SST e deve ser documentada.

3.12.2 Essas investigações devem ser conduzidas por pessoas competentes, com a

participação apropriada dos trabalhadores e de seus representantes.

3.12.3 Os resultados de tais investigações devem ser comunicados ao comitê de segurança e

saúde, onde existir, e o comitê deve fazer recomendações apropriadas.

Page 89: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

87 3.12.4 Os resultados das investigações, assim como quaisquer recomendações do comitê de

segurança e saúde, devem ser comunicados às pessoas competentes para que tomem

providências corretivas, incluídos na análise crítica pela administração e considerados nas

atividades de melhoria contínua.

3.12.5 As ações corretivas resultantes de tais investigações devem ser implementadas com a

finalidade de evitar que se repitam casos de lesões, degradações da saúde, doenças ou

incidentes relacionados ao trabalho.

3.12.6 Os relatórios elaborados por organismos de investigação externos, tais como os

serviços de inspeção de trabalho e as instituições de seguro social, devem ser considerados

da mesma maneira que as investigações internas, observando-se o caráter confidencial.

3.13 Auditoria

3.13.1 Devem ser adotadas providências para a realização de auditorias periódicas

destinadas a determinar se o sistema de gestão da SST e seus elementos protegem de forma

adequada e eficaz a segurança e saúde dos trabalhadores e previnem incidentes.

3.13.2 É conveniente estabelecer uma política e um programa de auditoria que forneçam

indicações sobre a competência do auditor, assim como o escopo, a freqüência, a

metodologia das auditorias e a apresentação dos relatórios.

3.13.3 A auditoria compreende uma avaliação do conjunto ou de uma parte dos elementos do

sistema de gestão da SST na organização, conforme o caso. A auditoria deve cobrir:

(a) política de SST;

(b) participação dos trabalhadores;

(c) responsabilidades e obrigações de prestar contas;

(d) competências e capacitação;

(e) documentação do sistema de gestão da SST;

(f) comunicação;

(g) planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema;

(h) medidas de prevenção e controle;

(i) gestão de mudanças;

(j) prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência;

(k) aquisições de bens e serviços;

(l) contratação;

Page 90: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

88 (m) monitoramento e medição do desempenho;

(n) investigação de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes

relacionados ao trabalho e seus efeitos no desempenho de segurança

e saúde;

(o) auditoria;

(p) análise crítica pela administração;

(q) ação preventiva e corretiva;

(r) melhoria contínua; e

(s) quaisquer outros critérios ou elementos que possam ser apropriados.

3.13.4 A conclusão da auditoria deve determinar se os elementos do sistema de gestão

implementado ou uma parte deles:

(a) são suficientemente eficazes para satisfazer à política e aos objetivos de SST da

organização;

(b) são eficazes para promover a plena participação dos trabalhadores;

(c) dão respostas satisfatórias aos resultados das avaliações de desempenho em SST e de

auditorias precedentes;

(d) permitem que a organização alcance a conformidade com a legislação nacional; e

(e) cumprem as metas de melhoria contínua e de melhores práticas em SST.

3.13.5 As auditorias devem ser conduzidas por pessoas competentes, membros da

organização ou não, e independentes da atividade a ser auditada.

3.13.6 Os resultados e as conclusões da auditoria devem ser comunicados a todos os

responsáveis por ações corretivas.

3.13.7 A consulta referente à seleção do auditor e a todas as fases da auditoria no local de

trabalho, incluindo a análise dos seus resultados, está condicionada à participação dos

trabalhadores, conforme o caso.

3.14 Análise crítica pela administração

3.14.1 As análises críticas pela administração devem:

(a) avaliar a estratégia global do sistema de gestão da SST a fim de determinar se ele satisfaz

aos objetivos de desempenho planejados;

(b) avaliar a capacidade do sistema de gestão da SST para responder às necessidades

globais da organização e das partes interessadas, incluindo os trabalhadores e as

autoridades regulamentares;

Page 91: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

89 (c) avaliar a necessidade de modificar o sistema de gestão da SST, incluindo a política de

SST e seus objetivos;

(d) identificar que ação é necessária para remediar, tempestivamente, quaisquer deficiências,

incluindo o ajuste de outros aspectos da estrutura de administração da organização e da

medição dos resultados;

(e) fornecer orientação de feedback, incluindo a determinação de prioridades para um

planejamento significativo e uma melhoria contínua;

(f) avaliar os progressos alcançados em relação aos objetivos de SST da organização e às

atividades de ação corretiva; e

(g) avaliar a eficácia das ações de acompanhamento a partir das análises críticas

precedentes.

3.14.2 A frequência e o escopo das análises periódicas do sistema de gestão da SST

realizadas pelo empregador ou pelo responsável de maior hierarquia devem ser definidos de

acordo com as necessidades e as condições da organização.

3.14.3 A análise crítica pela administração deve considerar:

(a) os resultados das investigações sobre os casos de lesões, degradações da saúde,

doenças e incidentes relacionados ao trabalho, do monitoramento e da medição de

desempenho, e das atividades de auditoria; e

(b) as contribuições internas e externas adicionais assim como as mudanças, incluindo as

mudanças organizacionais que possam afetar o sistema de gestão da SST;

3.14.4 As conclusões da análise crítica realizada pela administração devem ser registradas e

formalmente comunicadas:

a) às pessoas responsáveis pelo(s) elemento(s) pertinente(s) do sistema de gestão da SST

para que elas possam tomar as medidas que se fizerem necessárias; e

(b) ao comitê de segurança e saúde, assim como aos trabalhadores e a

seus representantes;

AÇÃO PARA MELHORIAS

3.15 Ação preventiva e corretiva

3.15.1 Providências devem ser estabelecidas e mantidas para ações preventivas e corretivas

resultantes do monitoramento e da medição de desempenho

Page 92: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

90 o sistema de gestão da SST, das auditorias e das análises críticas realizadas pela

administração. Tais providências devem permitir:

(a) identificar e analisar as causas básicas de quaisquer não-conformidades com as normas

de SST em vigor e/ou disposições relativas aos sistemas de gestão da SST; e

(b) introduzir, planejar, implementar, verificar a eficácia e documentar ações preventivas e

corretivas, incluindo as mudanças no próprio sistema de gestão da SST.

3.15.2 Quando a avaliação do sistema de gestão da SST ou outras fontes mostrarem que as

medidas de prevenção e proteção relativas a fatores de risco (perigos) e riscos forem

inadequadas ou suscetíveis de assim se tornarem, essas medidas devem ser consideradas

seguindo-se a reconhecida hierarquia de prevenção e controle, aperfeiçoadas e

documentadas oportunamente, conforme o caso.

3.16 Melhoria contínua

3.16.1 Disposições devem ser estabelecidas e mantidas em prol da melhoria contínua dos

elementos pertinentes do sistema de gestão da SST e do sistema como um todo. Essas

disposições devem levar em consideração:

(a) os objetivos de SST da organização;

(b) os resultados das atividades de identificação e avaliação de fatores de risco (perigos) e

riscos;

(c) os resultados do monitoramento e da medição de desempenho;

(d) as investigações de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao

trabalho e os resultados e as recomendações das auditorias;

(e) as conclusões da análise crítica realizada pela administração;

(f) as recomendações a favor de melhorias apresentadas por todos os membros da

organização, que inclui o comitê de segurança e saúde, quando existir;

(g) as alterações na legislação nacional, nos programas voluntários e nos acordos coletivos;

(h) as novas informações relevantes; e

(i) os resultados dos programas de proteção e promoção da saúde.

3.16.2 Os processos e os resultados da organização em matéria de segurança e saúde

devem ser comparados com os resultados de outras organizações de forma a melhorar o

desempenho em segurança e saúde.

FONTE: ANEXOS TIRADO DO LIVRO DIRETRIZES SOBRE SISTEMAS DE GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PUBLICADO PELO FUNDACENTRO, 2005.

Page 93: ANÁLISE DE VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA … · PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QVT - Qualidade de Vida no Trabalho SESMT – Serviço Especializado

91