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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ALDA MARCELA SOUZA DE ALBUQUERQUE PONTES ELISA RODRIGUES ARAÚJO ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU COMO REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO MACEIÓ AL 2018/ 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ALDA MARCELA SOUZA DE ALBUQUERQUE PONTES ELISA RODRIGUES ARAÚJO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU COMO REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE

BLOCOS DE CONCRETO

MACEIÓ – AL

2018/ 1

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ALDA MARCELA SOUZA DE ALBUQUERQUE PONTES ELISA RODRIGUES ARAÚJO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU COMO REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE

BLOCOS DE CONCRETO

Trabalho apresentado como requisito final, para

conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro

Universitário Cesmac, sob a orientação do professor

Sérgio Venâncio da Silva.

MACEIÓ – AL

2018/ 1

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

A658a Araújo, Elisa Rodrigues

Análise da utilização de borracha de pneu como redução de

resíduos sólidos para produção de blocos de concreto / Elisa

Rodrigues Araújo . -- Maceió: 2018

44 f.: il.

TCC (Graduação em Engenharia civil) - Centro Universitário

CESMAC, Maceió - AL, 2018.

Orientador: Sérgio Venâncio da Silva

1. Resíduos. 2. Concreto. 3. Borracha de pneu. I.

Silva, Sérgio Venâncio da. II. Título.

CDU:624.012.4

Evandro Santos Cavalcante

Bibliotecário CRB-4/1700

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ALDA MARCELA SOUZA DE ALBUQUERQUE PONTES ELISA RODRIGUES ARAÚJO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU COMO REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE

BLOCOS DE CONCRETO

Trabalho apresentado como requisito final, para

conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro

Universitário Cesmac, sob a orientação do professor

MSc. Sérgio Venâncio da Silva.

APROVADO EM:_____/____/_____

________________________________________ Sérgio Venâncio da Silva

ORIENTADOR

________________________________________ Zéferino José Alencar Bezerra

AVALIADOR INTERNO

________________________________________ Thássia Catherine Costa Nascimento

AVALIADOR INTERNO

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos sustentado durante toda

essa caminhada, nos tranquilizando nos momentos difíceis e nos dando força para

prosseguir.

Aos nossos pais, pelo incentivo, oportunidade, por acreditar na nossa

capacidade e por estarem sempre ao nosso lado aconselhando e apoiando. Sem

eles nada disso seria possível.

Aos nossos irmãos e avós, por todo carinho, incentivo e confiança.

Aos nossos namorados Miguel e Hebert, por partilharem das nossas

angustias, pelo estimulo, apoio e compreensão demonstrados

Ao nosso orientador Prof. MSc. Sérgio Venancio da Silva, pela compreensão,

pelos ensinamentos, instrução e confiança depositada.

Aos engenheiros Ellysson e Jonhson, pela paciência, pelos valiosos

ensinamentos, e pelo grande apoio durante o desenvolvimento da pesquisa.

Ao Centro Universitário CESMAC, por disponibilizar o seu laboratório de

Engenharia e a todos que colaboraram para que os ensaios experimentais fossem

realizados com êxito.

Aos nossos amigos e familiares pelo companheirismo, por nos apoiarem e por

sempre encorajarmos nos momentos falhos.

A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

deste trabalho.

A todos, meus sinceros agradecimentos.

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ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU COMO REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO

ANALYSIS OF THE USE OF TIRE RUBBER AS A REDUCTION OF SOLID WASTE FOR PRODUCTION OF CONCRETE BLOCKS

Alda Marcela Souza De Albuquerque Pontes [email protected]

Elisa Rodrigues Araújo [email protected]

Prof. MSc. Sérgio Venancio da Silva [email protected]

RESUMO

Boa parte da sociedade tem se voltado para os conceitos da sustentabilidade, buscando alternativas para minimizar os impactos originado pelo consumo de matéria-prima e pelo grande volume de resíduos gerados. Entre os quais se incluem os resíduos provocados pela construção civil e os provenientes de borracha de pneu, cuja destinação é geralmente inadequada. Considerando a enorme quantidade de pneus descartadas anualmente e a dificuldade para a disposição correta destes resíduos, no presente trabalho, foi realizado experimento utilizando a borracha de pneu na substituição parcial da areia, confeccionando corpos de prova de concreto através da moldagem de formas cilíndricas para ensaio de compressão. Amostras destes blocos de concreto foram elaborados com três diferentes quantidades de borracha granulada, considerados inservíveis (0, 10 e 20% em relação à massa de areia). Tanto o agregado miúdo quanto a borracha passaram por classificação granulométrica para padronizar as proporções em triplicata. A formulação seguiu as proporções de material (cimento, agregado miúdo, agregado graúdo e água). A resistência dos blocos foi determinada a partir da média de 3 ensaios à compressão em prensa hidráulica, conforme a norma ABNT NBR 5739:2007. Os corpos de prova foram rompidos em ensaio de compressão 28 dias após sua moldagem. Resultados mostraram que, apesar de uma resistência relativamente menor que os blocos de argamassa sem adição de borracha, sua indicação é viável.

Palavras-chave: Resíduos. Concreto. Borracha de pneu.

ABSTRACT

A large part of society has focused on sustainability concepts, seeking alternatives to minimize the impacts caused by the consumption of raw materials and the large volume of waste generated. These include waste generated by construction and those from tire rubber, which is generally inappropriate. Considering the enormous amount of tires discarded annually and the difficulty to the correct disposal of these residues, in the present work, an experiment was realized using tire rubber in the partial substitution of the sand, making concrete test bodies through the molding of cylindrical forms for test of compression. Samples of these concrete blocks were elaborated with three different amounts of granulated rubber, considered to be unserviceable (0, 10 and 20% in relation to the sand mass). Both the kid and rubber aggregates underwent granulometric grading to standardize proportions in triplicate. The formulation followed the proportions of material (cement, small aggregate, large aggregate and water). The strength of the blocks was determined from the average of three tests on compression in hydraulic press, according to the standard ABNT NBR 5739: 2007. The specimens were ruptured in compression test 28 days after their molding. Results showed that, despite a relatively lower resistance than blocks of mortar without addition of rubber, its indication is feasible.

Keywords: Waste. Concrete. Tire rubber.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 1.1 Considerações iniciais ....................................................................................... 6 1.2 Objetivos .............................................................................................................. 7 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 7 1.2.2 Objetivos Específico ........................................................................................... 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 9 2.1 Geração de resíduos ........................................................................................... 9 2.1.1 Classificações normativas dos resíduos gerados ............................................. 10 2.2 Resíduos da construção civil ........................................................................... 12 2.2.1 Impactos dos resíduos da construção civil ....................................................... 13 2.2.2 Benefícios do reaproveitamento em canteiros de obra .................................... 15 2.3 Resíduos provenientes de pneu ...................................................................... 17 2.3.1 Produção e descarte do pneu .......................................................................... 17 2.3.2 Reciclagem e reutilização dos pneus ............................................................... 17 2.4 Concreto convencional ..................................................................................... 19 2.4.1 Composição do concreto convencional ............................................................ 19 2.4.2 Fatores que influenciam na qualidade do concreto convencional .................... 21 2.4.3 Propriedades do concreto convencional .......................................................... 22 2.4.3.1 Propriedades do concreto fresco ................................................................... 22 2.4.3.1.1 Trabalhabilidade: ........................................................................................ 22 2.4.3.1.2 Exsudação: ................................................................................................. 22 2.4.3.2 Propriedades do concreto endurecido ........................................................... 23 2.4.3.2.1 Peso especifico: ......................................................................................... 23 2.4.3.2.2 Deformações: ............................................................................................. 23 2.4.3.2.3 Resistência aos esforços mecânicos à compressão: ................................. 24 2.4.3.2.4 Resistencia aos esforços mecânicos à tração: ........................................... 25 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 26 3.1 Materiais e Métodos .......................................................................................... 26 3.1.1 Agregados ........................................................................................................ 27 3.1.2 Cimento ............................................................................................................ 27 3.1.3 Água ................................................................................................................. 27 3.1.4 Resíduo de borracha de pneu .......................................................................... 27 3.2 Confecção do traço do concreto ..................................................................... 28 3.3 Confecção do concreto com adição de borracha .......................................... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 36 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 40 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 41

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

O setor da indústria é um dos principais responsáveis pelos impactos

ambientais devido ao uso intenso dos recursos naturais. Entretanto, não são os

únicos responsáveis por essa geração de lixo, pois uma grande parte desses

resíduos são domiciliares e da construção civil. Por este motivo uma das maiores

dificuldades do Brasil refere-se à diversificação de resíduos gerados e a falta de

destinos adequados (KARPINSK, L. A. et al, 2009).

Na área da construção civil, durante o processo construtivo, de demolição ou

reforma, há uma enorme geração de resíduos que podem ser caracterizados como

produtos à base de cimento, produtos cerâmicos e madeira. O setor da construção

convive com a dificuldade para o descarte desse resíduo, por não encontrar áreas

disponíveis para sua disposição final. Desta forma, logo após serem descartados do

canteiro são levados para aterros sanitários ou a grandes depósitos instáveis como

terrenos baldios, córregos e à beira de vias, ocasionando, muitas vezes, obstrução

de canais e gerando assim um armazenamento inapropriado de consideráveis

volumes de resíduos (PERS, 2015).

Considerando a vida útil de aterros e a distância entre eles e os pontos

geradores de resíduos, faz-se necessário buscar formas de diminuir o índice de

resíduos gerados seja pela conscientização da população e da indústria como

também pela reutilização ou reciclagem destes resíduos.

De acordo com a Resolução brasileira nº 307 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (2002), resíduos gerados pela construção civil são classificados em

classes A, B, C e D, sendo o da classe A caracterizados pelos resíduos, gerados na

construção civil, reutilizáveis ou recicláveis como agregados.

Além do próprio material da construção civil que pode ser reutilizado, um

resíduo passível de reaproveitamento são os pneus. Segundo Bravo (2014) os

pneus estão entre os principais itens para o funcionamento de veículos automotores,

sendo importante para o conforto e segurança dos usuários. Porém, é um material

que, após todos os métodos de recuperação como a recauchutagem, não tem uma

destinação correta e, com isso, tem gerado vários problemas como a emissão de

gases poluentes quando são queimados, a obstrução de canais e córregos quando

são abandonados nos cursos d’agua e a proliferação de mosquitos transmissores de

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doenças quando descartados indevidamente. Para esse tipo de resíduo adotou-se a

Resolução brasileira do CONAMA nº 258 de 1999, em vigor desde 2002, que obriga

aos produtores de pneus novos e importadores de pneumáticos a coletar e dar uma

destinação ambientalmente adequada aos pneus considerados inservíveis.

A borracha de pneu é um material com características promissoras na área da

construção civil, pois possui leveza, boas propriedades térmica e acústica,

elasticidade e absorção de energia. Concretos produzidos com esse material

dispõem baixa densidade, uma maior durabilidade do concreto e um melhor

isolamento térmico e acústico, fazendo com que a borracha seja um material com

potencial em ascensão para a reciclagem (CRUZ, G. A. A. CALHABEU, E.M.

MARTINS, C. A. SORDI, V. L, 2002).

Neste estudo serão consideradas duas formas de reciclagem dos resíduos

sólidos para a utilização na construção civil, utilizando desde os próprios resíduos da

construção na formação de blocos, e os resíduos de borracha de pneu na produção

de blocos de concreto. Entretanto, para caráter experimental será utilizado apenas a

borracha de pneu.

O custo dos materiais de construção tradicionais é bastante elevado no Brasil,

o que pode ser explicado pelo alto consumo de energia e transporte. Dessa maneira,

nos últimos anos, o estudo de novos materiais com bom desempenho e baixo custo

vem crescendo cada vez mais. A existência de estudos referentes a este tema é de

suma importância, pois com o devido conhecimento poderá ser reduzido os custos

de uma construção, os níveis de desperdícios e o número de resíduos gerados.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo analisar a utilização da borracha de

pneu, aproveitando-o na confecção de blocos de concreto.

1.2.2 Objetivos Específico

Relatar a importância da reutilização de resíduos na construção civil e avaliar

suas vantagens ambiental e econômica;

Analisar o aproveitamento dos resíduos de borrachas de pneu na utilização

em bloco de concreto para alvenaria de vedação;

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Divulgar formulações e as principais indicações de uso para os blocos de

concreto produzido com resíduos de pneu;

Apresentar um comparativo deste com o bloco de concreto convencional.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Geração de resíduos

Durante a década de 1980, nos grandes centros urbanos do pais, o tema

“resíduos sólidos” destacou-se, pois, as mídias divulgavam as inadequadas

disposições dos resíduos no solo. Com o aumento das informações, houve um

aumento dos estudos sobre a questão dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Como

por exemplo tem-se: métodos de tratamento como compostagem e incineração,

atividades como coleta seletiva para reciclagem e disposição em aterros sanitários

(GUNTHER, 2008).

A excessiva geração de resíduos e seu descarte irregular, em grande parte

das cidades brasileiras, causam a poluição do ambiente urbano. Em Maceió, pode-

se citar a obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais na cidade, o

comprometimento do tráfego em vias públicas e a degradação da paisagem da

cidade, além da poluição do ar com gás carbônico liberado pelos veículos, como

visto nas figuras 1 e 2 (G1, 2017).

Figura 1 – Praia da Avenida após fortes chuvas em Maceió (29/05/2017). Fonte: G1, 2017

Figura 2 – Riacho Salgadinho após fortes chuvas em Maceió (2017) Fonte: Gazetaweb, 2005.

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Alguns tipos de resíduos sólidos, por apresentarem características peculiares,

são denominados de resíduos especiais, os quais podem representar perigo à saúde

humana e ao meio ambiente, exigindo um cuidado maior no que diz respeito ao seu

transporte, tratamento e disposição final. Outros resíduos são tratados como

especiais devido à sua origem, como os resíduos de serviços de saúde, resíduos da

construção civil, resíduos de portos e aeroportos ou resíduos agrícolas (GUNTHER,

2008).

2.1.1 Classificações normativas dos resíduos gerados

A ABNT, através da norma NBR 10.004:2004 define resíduos sólidos como:

Resíduos nos estados sólidos e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistema de abastecimento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem instável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos de agua, ou exijam para isso soluções, técnicas e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Tais resíduos são divididos em perigosos e não perigosos. A classe 1

compete aos resíduos denominados perigosos que são aqueles que possuem

características descritas como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade

e patogenicidade, podendo apresentar risco à saúde pública. Podem provocar

mortalidade, incidência de doenças, e riscos ao meio ambiente quando o resíduo for

gerenciado de forma inadequada, possuindo assim um alto nível de periculosidade

(NBR 10.004, 2004).

A classe 2 refere-se aos resíduos denominados não perigosos que, por sua

vez, é subdividida em duas classificações, inertes e não inertes. Os inertes são

aqueles que não se solubilizam ou que não tem nenhum de seus componentes

solubilizados quando submetido a um teste padrão de solubilização conforme NBR

10006/2004 – “Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos

sólidos”. Já os não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água.

A resolução do CONAMA nº 307 (2002), diz que os resíduos gerados pela

construção civil são divididos em 4 classes, classe A, B, C e D.

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Classe A

São resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregado, podendo ser tijolo,

concreto e argamassa por exemplo. Esses tipos de materiais podem ser

aproveitados no próprio canteiro de obra, mas se isso não acontecer, devem ser

encaminhados para usinas de reciclagem ou aterros específicos de resíduos de

construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem

futura. Conforme o CONAMA nº 307 (2002), a classe A é subdividida em três tipos,

sendo eles resíduos:

De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.) argamassa e

concreto;

De processo de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em concreto

(blocos, tubos, meios-fios entre outros) produzidas no canteiro de obras.

Classe B

São resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plástico,

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. O gesso anteriormente era

classificado como classe C, porém com o fortalecimento das técnicas de construção

a seco como o drywall ele passou a ser da classe B. Esses tipos de materiais devem

ser encaminhados para áreas especificas para que ocorra uma reciclagem

apropriada.

Classe C

Englobam os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação,

tais como os produtos de isopor, massa corrida, etc. Os materiais dessa classe

deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as

normas técnicas específicas.

Classe D

São resíduos perigosos que causam riscos à saúde humana e ao meio

ambiente oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e

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outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolição, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Deverão ser armazenados,

transportados e destinados para aterros industriais licenciados para receber esse

tipo de produto.

Em 02 de agosto de 2010 foi sancionada a Lei 12.305/2010 também

conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa lei regula o

manejo correto para todos os resíduos, implementa metas de redução, reutilização e

reciclagem, no intuito de reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos produzidos para

destinação final.

2.2 Resíduos da construção civil

Segundo a resolução do CONAMA nº 307 (2002), no Artigo 2º, inciso I define

resíduos da construção civil como materiais provenientes de construções, reformas,

reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e

da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral,

solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação

elétrica e etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

A Lei 12.305/2010 define os Resíduos da Construção Civil (RCC), da seguinte

maneira: “os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de

construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos

para obras civis”.

Os geradores - pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,

responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos - deverão

ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos, e como objetivo secundário

a redução, reutilização, reciclagem e destinação final. Os resíduos não poderão ser

depositados em aterros de resíduos domiciliares, em encostas, lotes vazios e corpos

d’água (BRASIL, 2010).

Como um exemplo de local, que gera vários resíduos da construção civil,

podemos citar a cidade de Maceió, que gera diariamente cerca de 40% a mais

RCCs do que os resíduos sólidos urbanos estimados (PERS, 2015). Verificou-se

também que o recolhimento dos RCCs em Maceió é feito por empresas

especializadas ou feita em pontos de entrega voluntária. Na capital só existe um

ponto de entrega voluntaria, que só abrange os bairros de Pajuçara, Ponta da Terra

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e Ponta Verde, com um recebimento restrito aos resíduos inertes. Apesar de existir

formas adequadas para descartar tais resíduos, muitas empresas não o faz, e com

isso, uma grande parte dos seus resíduos gerados são encaminhados para “bota-

fora” (terrenos baldios), ocasionando assim um acumulo nas vias públicas e nos

cursos d’água (PERS, 2015).

A resolução CONAMA nº 307 (2002) estabelece que “os resíduos da

construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos,

em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas

protegidas por Lei. ”

Nos Gráficos 1 e 2 destacam-se os percentuais de como é feita a coleta dos

resíduos gerados de Maceió e a sua destinação final (SAMPAIO, R. B. et al, 2012).

Gráfico 1 – Forma de coleta. Gráfico 2 – Destinação final.

Fonte: Sampaio, R. B. et al, 2012. Fonte: Sampaio, R. B. et al, 2012.

2.2.1 Impactos dos resíduos da construção civil

Responsável por provocar grandes impactos ambientais, sociais e

econômicos, a indústria da construção civil apresenta grandes volumes de materiais

de construção o que acaba gerando elevados volumes de resíduos nas ruas,

terrenos baldios e outros (KARPINSK, 2009).

As obras de engenharia causam dois tipos de impactos que vão desde a

utilização dos recursos naturais, gerando uma modificação da paisagem, até a

geração de resíduos. No que diz respeito aos impactos causados pelo consumo de

recursos naturais, segundo Ferreira (2017), estima-se que as ações da construção

civil consomem cerca de 50% (cinquenta por cento) dos recursos naturais,

renováveis e não renováveis. Com esse consumo de recursos naturais há também

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uma modificação da paisagem tanto nos canteiros de obra quanto nos locais de

extração de cada tipo de recurso.

Os resíduos gerados pelas construções e demolições (RCD), que podem ser

caracterizados por produtos cerâmicos e produtos à base de cimento. Os RCD

brasileiros não representarem grandes riscos ambientais por possuírem

características químicas e minerais semelhantes aos agregados naturais e solos,

eles podem conter óleos de maquinários, pinturas e asbestos de telhas de cimento

amianto (FERREIRA, 2017). Esses agregados tornam os resíduos da construção

civil prejudiciais à saúde humana e ao equilíbrio dos ecossistemas. Apesar dos

resíduos não causarem danos químicos, uma preocupação que deve ser

considerada é em relação a quantidade que é gerado, pois é muito grande (Figura

4).

Figura 4 – Resíduos de demolição

Fonte: Eco4u, 2013.

Os principais impactos sanitários e ambientais relacionados aos resíduos de

construção e demolição (RCD) são aqueles associados às deposições dos entulhos

em locais inapropriados, que comprometem o tráfego e a drenagem das cidades.

A construção civil é um dos setores da indústria que mais gera resíduos,

porém se, por um lado, a construção civil tem como desvantagem produzir vários

tipos de resíduos em quase todos os seus processos, por outro, tem como vantagem

a capacidade de absorver quase que totalmente os resíduos que produz desde que

haja um aperfeiçoamento no gerenciamento. Enquanto vários setores industriais

diminuem a utilização de suas matérias-primas, a engenharia civil não pode reduzir

a quantidade dos materiais necessários para edificar uma obra sem comprometer a

qualidade e a durabilidade da construção e, por este motivo, deve-se haver uma

melhor destinação e reutilização dos seus resíduos (KARPINSK, 2009).

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Esses resíduos gerados são responsáveis por grande quantidade de RCD

postos em rios e vias urbanas. Comprometendo assim a saúde, o meio ambiente

como também a degradação das cidades, dificultando o trafego de pedestres e

veículos (KARPINSK; PANDOLFO; REINEHR; KUREK; PANDOLFO; GUIMARÃES,

2009).

Os resíduos gerados pela construção podem ser reciclados e reutilizados até

no próprio canteiro de obras. Alvenaria, concreto e argamassas, podem ser utilizado

na forma de agregado e o resto de madeira, metal, plástico, papelão e outros podem

ser reutilizados no canteiro, ou podem ser separados por baias e encaminhados

para reciclagem. Com exceção de resíduos denominados perigosos, como as tintas,

solventes e óleos, esses podem ser considerados inutilizáveis. (SEBRAE, 2017)

O Sebrae (2017), relata que “Desde 2002, o CONAMA já responsabilizava os

geradores de resíduos da construção civil pela sua destinação adequada”. O que

reduz a quantidade de resíduos jogados sem aproveitamento e diminui o impacto

gerado por esses resíduos. Para o reaproveitamento dos resíduos é necessário que

haja primeiramente uma separação deles, conforme a Figura 5.

Figura 5 – Baia de resíduos em canteiro de obra. Fonte: Frank e sustentabilidade, 2016.

2.2.2 Benefícios do reaproveitamento em canteiros de obra

O setor da construção civil é um dos grandes causadores dos impactos no

meio ambiente por utilizar intensamente os recursos disponíveis, sendo o setor que

gera o maior número de resíduos. Entretanto, a maioria dos resíduos gerados pelas

construções, reformas e demolições podem ser reaproveitados nos próprios

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canteiros e para isso deve-se haver um gerenciamento adequado do canteiro para

tais fins.

O desperdício dos materiais e o descarte dos resíduos geram um custo muito

alto para as empresas. Com o reaproveitamento e a reciclagem dos resíduos da

construção é possível diminuir o custo final de uma obra. Esse benefício não seria

apenas financeiramente, pois, adotando a essa prática, beneficia-se também o meio

ambiente por estar prolongando a vida útil das reservas naturais e reduzindo o

impacto ambiental (FERREIRA, 2017).

“Comparativamente a países do primeiro mundo, a reciclagem de resíduos no

Brasil como materiais de construção é ainda tímida, com a possível exceção da

intensa reciclagem praticada pelas indústrias de cimento e de aço” (SILVA, 2008).

Segundo Ferreira (2017), estima-se que seja mais barato em cerca de 40%

(quarenta por cento) fazer a reciclagem ou a reutilização dos materiais da

construção civil na obra, do que apenas descartar em locais apropriados. Essa

redução de custo se dá por não ser mais necessário obter a mesma quantidade de

matéria prima, e com isso pode-se identificar um custo-benefício em relação a

extração de pedrisco, brita e areia pois, os próprios resíduos de concreto, por

exemplo, após um processo de moagem, podem substituir tais agregados.

Outro benefício que pode ser citado, além da redução de custo e preservação

de recursos naturais, é a redução da necessidade de áreas para aterros devido à

diminuição do volume de resíduos a serem depositados.

No Brasil existem alguns estados que são referência quando se trata de

reaproveitar os resíduos da construção, podendo ser citado Belo Horizonte (MG),

por exemplo. Nesta cidade existe um plano de gestão diferenciado chamado de

Programa de Correção Ambiental e Reciclagem dos Resíduos de Construção. Com

o programa definiu ações específicas para captação, reciclagem, informação

ambiental e recuperação de áreas degradadas. Hoje existem em Belo Horizonte 28

Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) e 3 unidades de

reciclagem dos Resíduos Classe A. O RCD captado nas Unidades de Recebimento

é encaminhado para as estações de reciclagem, onde são selecionados, triturados e

expedidos. Nos municípios de Maceió, Aracaju e Salvador existem exemplos de

construtoras que promovem algumas iniciativas a reciclagem de resíduos classe A

nos canteiros de suas obras (FRANK E SUSTENTABILIDADE, 2017).

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2.3 Resíduos provenientes de pneu

2.3.1 Produção e descarte do pneu

Mariano (2017) afirma que, a produção do pneu teve início em 1845, após

Charles Goodyear descobrir o processo de vulcanização da borracha e deixou cair

junto com o enxofre no fogão. Tal descoberta fez com que fossem substituídas as

rodas de madeira e de ferro. A borracha absorve melhor o impacto das rodas sobre

o solo, é resistente e durável. Com isso tornou o transporte confortável e mais

prático.

O pneu tem sua maior parte produzida por 10% de borracha natural, 30% de

petróleo e 60% de aço e tecidos, para obter uma estrutura mais fortalecida

(MARIANO, 2017).

No Brasil, são descartadas pelo menos 450 mil toneladas de pneus por ano.

Para sua decomposição na natureza é necessário, em média, 600 anos, podendo

tornar-se criadouros do mosquito transmissor de doenças e poluir o meio ambiente

(SEST; SENAT, 2017).

Para Andrietta (2002), o descarte de pneus ao ar livre jogados nos campos,

rios, lagos e outros, é considerado o descarte mais agressivo ao meio ambiente, por

ameaçar a saúde humana (Figura 6). Uma das causas é a proliferação de insetos

nocivos e transmissores de doença, pelo acumulo de água dentro dos pneus, e as

substâncias toxicas que os pneus contém que podem ser liberadas na atmosfera.

Figura 6 – Descarte de pneus

Fonte: Recicloteca, 2017.

2.3.2 Reciclagem e reutilização dos pneus

A primeira medida que se deve tomar para a destinação de um pneu usado é

a recauchutagem, mas quando este processo não é mais possível, então é feita a

remoldagem. Contudo, se as condições do pneu utilizado não permitirem nenhuma

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das alternativas anteriores, então ele passa a ser considerado um pneu inservível

(RIBEIRO 2005, apud BRAVO 2014).

A reutilização de pneus inservíveis é muito comum no Brasil em alguns

setores, como por exemplo, na fabricação de solados de sapatos, borrachas de

vedação, combustível alternativo para as indústrias de cimento, dutos pluviais, pisos

para quadras poliesportivas, tapetes de automóveis e outros (RECICLANIP, 2017).

A Resolução do CONAMA nº. 416/2009 descreve a destinação

ambientalmente adequada de pneus inservíveis como “procedimentos técnicos em

que os pneus são descaracterizados de sua forma inicial, e que seus elementos

constituintes são reaproveitados, reciclados ou processados por outra(s) técnica(s)

admitida(s) pelos órgãos ambientais competentes, observados a legislação vigente e

normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e

a segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos”.

Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE (2017),

relata que o processo de recuperação e regeneração dos pneus exige a separação

da borracha vulcanizada de outros componentes, como metais e tecidos. Os pneus

velhos são cortados em pedaços e são transformados em pó, purificado por um

sistema de peneiras. O pó é moído até atingir a granulação desejada e, depois,

submetidas à digestão em vapor d’água e produtos químicos, como álcalis e óleos

minerais, para desvulcanizá-las. Logo em seguida a borracha é vulcanizada numa

bateria de prensas para finalização do produto.

Por meio das Resoluções do CONAMA no. 258/99 e 301/02, regulamentadas

pela Instrução Normativa no. 8/02 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, procedimentos e metas para pneumáticos

inservíveis foram estabelecidos no Brasil. A legislação impôs, a partir de 2002, a

obrigatoriedade de destinar corretamente um pneu inservível para cada quatro

novos produzidos, importados e reformados. A cada ano, a obrigatoriedade foi

crescendo até chegar a cinco pneus para cada quatro pneus reformados a partir de

2005.

Segundo Andrietta (2002), Diversas outras formas de aproveitamento ou

reciclagem podem ainda ser destacadas:

Recauchutagem ou reforma: é um processo em que o pneu é reformado por

vulcanização na camada superior de borracha da banda de rolamento. Para

isso o pneu não deve apresentar cortes e deformações e obter a banda de

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rodagem em condições que permita sua aderência ao solo. Por conta da má

conservação das estradas e ruas brasileiras muitos pneus não atendem o

requisito para reforma e acabam tendo uma vida útil limitada.

Recuperação: os pneus são triturados, moídos e transformados em pó fino,

podem ser usados na mistura com asfalto para pavimentação, fábricas de

cimento, onde após ser moído é incinerado no forno como combustível e seus

gases, produzidos pela queima, são introduzidos ao cimento. Pode também

ser utilizados na produção de solados dos calçados, tapetes para automóvel e

outros.

Regeneração ou desvulcanização: a borracha é separada dos demais

componentes e desvulcanizada, passando por modificações que a torna mais

plástica e apta a receber nova vulcanização, sem as mesmas propriedades

da borracha crua.

“O uso de pneus triturados em vez dos materiais de construção convencionais

apresentam os seguintes benefícios: densidade reduzida, melhor propriedades de

drenagem e, melhor isolação térmica e acústica” (BENSON 1995, apud KAMIMURA

2002).

Uma técnica de baixo custo e simples está sendo utilizada em alguns

municípios americanos para a produção de placas pré-moldadas de concreto,

utilizando resíduos de borracha provenientes de recauchutagem de pneus,

substituindo a areia (KAMIMURA, 2002).

Foi constatado que o pneu também pode ser utilizado como agregado miúdo

na fabricação de blocos de concreto com função estrutural. Para que não haja

diminuição na resistência e para consumir o limite máximo de cimento foram

necessários 13% desse resíduo. O resultado mostra que bloco de concreto realizado

com resíduos demonstra capacidade térmica podendo competir com o bloco de

concreto tradicional (FIORITI; AKASAKI, 2004).

2.4 Concreto convencional

2.4.1 Composição do concreto convencional

Historicamente a pedra já era utilizada nas construções. Pode-se encontrar

até hoje os monumentos como as pirâmides construídas pelos egípcios, os templos

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gregos e os arcos romanos que foram feios utilizando as pedras como o principal

material de construção (ROMANO,2004).

Segundo Almeida (2002), o principal material de construção é o concreto, que

é o resultado da mistura, de forma racional, de aglomerantes (cimento), agregados

(pedra e areia) e água. Essa mistura deve possuir plasticidade suficiente para sua

utilização, e com o passar do tempo adquire coesão e resistência.

Romano (2004), afirma que o concreto é uma mistura heterogêneo composta

por aglomerantes hidráulicos, material inerte e água. O aglomerante, usualmente, é

o cimento Portland que deve estar de acordo com a ABNT NBR 5732/1991. Os

materiais inertes são os agregados, que podem ser classificados como agregado

graúdo (pedra britada) e agregado miúdo (areia natural ou pó de pedra).

Segundo Pinheiro (2007), os agregados graúdos possuem diâmetros que

variam de 0,075mm a 4,8mm, e os agregados miúdos tem seus diâmetros maiores

que 4,8mm.

Pode-se dizer que, após a mistura dos materiais que compõe o concreto, o

aglomerante tem a função de unir os fragmentos dos demais materiais, e os

agregados, graúdos e miúdos, tem a função de aumentar o volume da mistura,

diminuindo assim os custos (PINHEIRO, 2007). Em alguns casos podem ser

adicionados aditivos, seguindo a ABNT NBR 12655/2006, que modificam as

características físicas e químicas do concreto, com a finalidade de aumentar ou

diminuir a cura ou a plasticidade do concreto (ALMEIDA, 2002).

A mistura do cimento com a água é denominada de pasta (Figura 7), e a

mistura da pasta com agregado miúdo de argamassa (Figura 8). Considera-se

concreto a argamassa à qual foi adicionado agregado graúdo como ilustrado na

Figura 9 (ALMEIDA, 2002).

Figura 7 – Composição da pasta. Figura 8 – Composição da argamassa. ....(Fonte: PINHEIRO, 2007) (Fonte: PINHEIRO, 2007)

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Figura 9 – Composição do concreto simples.

(Fonte: PINHEIRO, 2007)

2.4.2 Fatores que influenciam na qualidade do concreto convencional

Segundo Almeida (2002), existem quatro fatores que influenciam na qualidade

do concreto no seu estado final, são eles:

MATERIAL: quando o material utilizado é de boa qualidade o concreto

também será.

PROPORCIONALIDADE: ter uma proporção adequada de cimento,

agregados e água faz com que o concreto consiga atingir a resistência

necessária para cada tipo de projeto.

MANIPULAÇÃO: quando o concreto é feito na betoneira, para que seja de

boa qualidade, é necessário seguir uma sequência ao adicionar cada

material. Primeiramente coloca-se os agregados graúdos, em seguida a água

para que haja uma “lavagem das britas”, depois acrescenta os agregados

miúdos e o cimento, após a mistura esta homogeneizada deve ser

transportada, lançada nas formas e adensada corretamente.

CURA: deve haver hidratação do cimento de forma continua por um período

de tempo até que o concreto esteja totalmente endurecido, logo deve-se

evitar que haja a evaporação prematura da água necessária à hidratação do

concreto, esse processo é denominado de cura. Caso a cura seja feita de

forma que não haja a hidratação adequada, surgirão patologias no concreto.

Quando há um cuidado na escolha do material e na preparação do concreto,

obtêm-se uma qualidade desejada e, com isso, a resistência adequada ao projeto e

a durabilidade necessária. A capacidade resistente “consiste basicamente na

segurança à ruptura”, e a durabilidade “consiste na capacidade de a estrutura resistir

às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto

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estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto” (NBR

6118, 2004).

2.4.3 Propriedades do concreto convencional

As propriedades do concreto se dividem em duas fases a do concreto fresco e

endurecido. Para o concreto fresco podem ser citadas como propriedades a

trabalhabilidade e exsudação, já o peso especifico, as deformações e as resistências

aos esforços mecânicos (tração e compressão) são alguns exemplos de

propriedades do concreto em sua fase endurecida.

2.4.3.1 Propriedades do concreto fresco

“Concreto que está completamente misturado e que ainda se encontra em

estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido” (NBR 12.655,

2006).

2.4.3.1.1 Trabalhabilidade:

A trabalhabilidade é uma propriedade que depende de diversos fatores,

dentre os quais se destacam: as características e dosagens dos materiais e o modo

de produção do concreto.

Segundo Romano (2004), “é a propriedade do concreto fresco que identifica

sua maior ou menor aptidão para ser empregado com determinada finalidade, sem

perda de homogeneidade”.

A trabalhabilidade do concreto fresco determina a facilidade com o qual um

concreto pode ser manipulado sem segregação nociva (DURAN; FRACARO, 2011).

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), associa três

características do concreto com a trabalhabilidade. Primeiro cita a facilidade de

redução de vazios e de adensamento do concreto, em seguida fala da facilidade de

moldagem, relacionada com o preenchimento da fôrma e dos espaços, e por último

comenta sobre a resistência à segregação e manutenção da homogeneidade da

mistura, durante manuseio e vibração.

2.4.3.1.2 Exsudação:

A exsudação é a ascensão da água de amassamento à superfície do concreto

que foi recém lançado, esse fenômeno ocorre devido a densidade do concreto ser

menor que a dos agregados e a do cimento (GUERRA, 2015). A consequência

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desse acontecimento é a redução da resistência mecânica e a formação de um

concreto poroso, isso se dá quando, na superfície do concreto há uma formação de

uma lamina d’água com partículas finas de concerto, que foram levadas para a

superfície pela água (ROMANO, 2004).

Guerra (2015), diz que a exsudação pode ser provocada pelo excesso de

água de amassamento, baixo teor de cimento e excesso ou falta de vibração.

A exsudação pode ser evitada quando é empregado a quantidade de água

necessária no concreto, logo, haverá uma proporção adequada do fator

água/cimento, e adicionando grãos finos para suprir as carências dos agregados

(ALMEIDA, 2002).

2.4.3.2 Propriedades do concreto endurecido

“Concreto que se encontra no estado solido e que desenvolveu resistência

mecânica” (NBR 12.655, 2006).

2.4.3.2.1 Peso especifico:

Os principais fatores que o peso especifico depende, no concreto endurecido,

é a granulometria dos agregados e o método de compactação adotado.

A massa especifica será maior quando houver um maior peso especifica de

agregados e uma maior quantidade de agregado graúdo (ALMEIDA, 2002). De

acordo com a massa específica o concreto pode ser classificado em três tipo

(DURAN; FRACARO, 2011):

- Leves: pedras-pomes, vermiculitas e argilas expandidas (<1000 Kg/m³);

- Normais: areia quartzosas, seixos e brita gnáissicas, etc. (1000 a 2000 kg/m³);

- Pesados: brita, magnetita, limonite etc. (>2000 kg/m³).

O concreto “normal” é o mais usual em peças estruturais, concreto simples e

armado, o denominado “leve” é aquele que utiliza agregados leves, e o “pesado” é

produzido a partir de agregados de alta densidade (FREITAS, 2012).

2.4.3.2.2 Deformações:

Freitas (2012), classifica as deformações em duas naturezas: deformação

própria e deformação produzida por cargas externas.

A classificação de deformação própria é devido à variação da umidade e

temperatura, retração e expansão que o concreto sofre (FREITAS, 2012). A retração

é a redução das dimensões, em todas as direções, sem que haja a aplicação de

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cargas externas, esse fenômeno ocorre logo após a pega, devido ao contato com o

meio ambiente (ROMANO, 2004). As causas da retração podem ser químicas,

capilar ou por cabornatação (PINHEIRO, 2007). Romano (2004), afirma que o

quanto mais novo é o concreto, mais se deforma e à medida que envelhece, se

torna mais resistente, sofrendo assim menos deformações.

Já a classificação de deformação produzida por cargas externas, são aquelas

mediante a deformações imediatas e lenta (ALMEIDA, 2002). Deformação imediata

é aquela que ocorra logo após a aplicação das cargas externas e corresponde ao

desempenho do concreto como um sólido (PINHEIRO, 2007). Deformação lenta ou

fluência é o acréscimo de deformação causada por uma força aplicada que pode

aumentar caso a carga seja mantida (ALMEIDA, 2002). A fluência é mais rápida no

começo, porem vai diminuindo progressivamente com o tempo e em sua totalidade

após dois ou três anos (ROMANO, 2004).

2.4.3.2.3 Resistência aos esforços mecânicos à compressão:

Uma das principais propriedades do concreto é a resistência mecânica de

diversos tipos, porem na maior parte das estruturas o concreto esta submetia aos

esforços de compressão (DURAN; FRACARO, 2011). A resistência e a compressão

podem ser relacionadas através da moldagem e ensaios de corpos de prova,

seguindo as NBR 5738/2008 e NBR 5739/2007, respectivamente (FREITAS, 2012).

No Brasil utiliza-se para ensaios de resistência, utiliza-se copos de prova

cilíndricos com 15 cm de diâmetro e 30 de altura, e adota-se como idade padrão 28

dias, pois com o passar do tempo o concreto vai ganhando resistência e aos 28 dias

já possui cerca de 75 a 90% de sua resistência total (FREITAS, 2012).

A resistência do concreto é definida em função do fck, segunda a NBR

8953/2015, é classificada em três grupos, sendo do grupo 1 os concretos com fck

entre 20 e 50 Mpa, o concreto grupo 2 é considerado de alto desempenho e possui

fck entre 55 e 100 Mpa, e o grupo 3 é do concreto não estrutural que engloba o fck

que vai de 10 a 15 Mpa.

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Tabela 1 – Classes de resistência de concretos estruturais.

Classe de resistência

Grupo I

Resistencia característica à

compressão (Mpa)

Classe de resistência

Grupo II

Resistencia característica à

compressão (Mpa)

C20 20 C55 55

C25 25 C60 60

C30 30 C70 70

C35 35 C80 80

C40 40 C90 90

C45 45 C100 100

C50 50 Fonte: NBR 8953/2015.

Inúmeros fatores podem influenciar a resistência mecânica do concreto como

por exemplo, a relação água/cimento, idade, forma e granulometria dos agregados,

tipo de cimento, forma e dimensão dos corpos de prova e as condições de cura

(DURAN; FRACARO, 2011).

2.4.3.2.4 Resistencia aos esforços mecânicos à tração:

A resistência a tração necessita de vários fatores, pode-se ser citado como

principal fator a aderência dos grãos com a argamassa (ALMEIDA, 2002).

Segundo Pinheiro (2007), a diferença que existe entre os estudos de

resistências, tração e compressão, está no tipo de ensaio. Existem três tipos de

ensaios normatizados, a tração direta, compressão diametral conforme NBR

7222/2011 e tração na flexão segundo NBR 12142/2010 (FREITAS, 2012).

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3 METODOLOGIA

Na elaboração desse trabalho foram coletados dados a respeito das possíveis

utilizações do pneu, como matéria prima potencial no processo de fabricação de

blocos de concreto e a reutilização de resíduos em canteiros de obra. Com base

nisto, fez-se necessário coletar inúmeras referências bibliográficas, tomando como

parâmetro de consulta, sites, artigos, trabalhos acadêmicos, dissertações e

mestrados nacionais, bem como normas nacionais.

Inicialmente, fez-se um apanhado técnico referencial que contou com a

revisão de documentos, dentre eles normas do CONAMA e da ABNT, com a

finalidade de estabelecer as melhores abordagens metodológicas. Na sequência

foram selecionados trabalhos com diferentes linhas de pesquisa, todas utilizando o

pneu como resíduo na formulação do concreto. Dentre os trabalhos estudados, a

maioria avaliou o desempenho da borracha adicionada ao concreto, tanto para a

fabricação de pré-moldados quanto para aplicação em ciclovias, calçadas, etc. A

minoria foi elaborada para obter uma função estrutural, e um trabalho contemplou a

adição do metacaulim na sua fabricação. Para poder traçar um critério na obtenção

de parâmetros comparativos entre o concreto com a adição da borracha de pneu e o

concreto convencional foi pertinente a elaboração experimental de corpos de prova

para tal conferência.

Esta etapa teve como propósito determinar a dosagem destinada à fabricação

do bloco de concreto com substituição parcial do agregado miúdo pela borracha de

pneu triturada. Para isso foi desenvolvido um trabalho experimental, utilizando o

Núcleo de Ciências Exatas e Tecnologias de Engenharia Civil do Centro

Universitário CESMAC, situado no Edifício Vinícius Maia Nobre.

3.1 Materiais e Métodos

Os materiais utilizados para a realização deste trabalho foram: cimento

Portland, agregado miúdo, agregado graúdo, água e resíduo de borracha de pneu.

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3.1.1 Agregados

Figura 10 - Agregado graúdo. Figura 11 - Agregado miúdo. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Os agregados foram fornecidos pelo laboratório de engenharia. O agregado

graúdo utilizado foi a brita 0, e o agregado miúdo empregado foi a areia fina como

visto nas Figuras 10 e 11, que conforme teste de granulometria passou pela peneira

de número 0,3 mm.

3.1.2 Cimento

Cimento utilizado foi o cimento Portland CP IV – 32 RS do fabricante Zumbi.

3.1.3 Água

Utilizou-se água potável proveniente do sistema de abastecimento de água de

Maceió-AL.

3.1.4 Resíduo de borracha de pneu

Para a fabricação do concreto, foi realizada uma seleção do grânulo da

borracha através do peneiramento deste resíduo. Utilizou-se a peneira de abertura

4,75 mm para sua confecção que foi colocada no agitador de peneiras (Figuras 12,

13 e 14).

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Figura 12 - Peneira de abertura Figura 13 - Granulo de borracha 4,75 mm. peneirado. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Figura 14 – Agitador de peneiras.

Fonte: Autor, 2018.

3.2 Confecção do traço do concreto

Para a confecção do concreto com pneu foi necessário realizar o experimento

com 3 traços diferentes. O primeiro traço foi executado sem adição da borracha,

esse traço foi considerado como o concreto referência, utilizado para que fosse

possível haver um comparativo entre o concreto convencional e o concreto

adicionado o resíduo citado. Para o concreto referência foi utilizado um traço padrão

de 1 : 1,5 : 2 : 0,5, onde a proporção de massa combinada com volume seria de 1 de

cimento para 1,5 de areia, 2 de brita e 0,5 para o fator água cimento.

Nas etapas seguintes utilizou-se o mesmo traço padrão, porem houve uma

mudança quanto o agregado miúdo, pois para o segundo traço retirou-se 10% do

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volume da areia e o substituiu pela borracha de pneu triturada, e o terceiro traço

substituiu-se 20% do agregado. Sendo assim, tem-se três tipos de traço:

T1 – traço sem adição de borracha;

T2 – traço com 10% de borracha (substituição de 10% do agregado miúdo por

resíduo de borracha, em relação ao volume);

T3 – traço com 20% de borracha (substituição de 10% do agregado miúdo por

resíduo de borracha, em relação ao volume).

Para que os materiais fossem pesados em laboratório foi necessário

transformar o traço para quilograma, na Tabela 2 são apresentados os traços em

massa:

Tabela 2 - Dosagem dos traços de concreto em massa (Kg).

Fonte: Autor, 2018.

Houve a necessidade de triplicar o traço padrão (T1), utilizando-se assim 3 Kg

de cimento (Figura 15), 6,51 Kg de agregado miúdo (Figura 16), 9 Kg de agregado

graúdo (Figura 17) e 1,5 L de água (Figura 18).

Figura 15 – 3Kg de cimento. Figura 16 – 6,51Kg de agregado miúdo. Fonte: Autor, 2018 Fonte: Autor, 2018

Traço em massa

cimento : agregado miudo : borracha de pneu : agregado graudo : água/cimento

T1 1 : 2,17 : 0 : 3 : 0,6 0

T2 1: 1,95 : 0,085 : 3 : 0,6 10

T3 1 : 1,74 : 0,18 : 3 : 0,6 20

tipo dos

traços

volume de

borracha

utilizada (%)

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Figura 17 – 9Kg de agregado graúdo. Figura 18 – 500ml de água. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Para a substituição do agregado miúdo (areia fina) pela borracha, foi retirado

primeiramente 10% do volume total do agregado utilizado, e o substituiu por 10% da

borracha de pneu, para o primeiro traço com borracho (T2), ilustrado nas Figuras 19

e 20. Para o segundo traço com adição de pneu (T3), foram retirados 20% do

volume da areia e foi substituído por 20% do resíduo.

Figura 19 – 10% do volume da areia. Figura 20 – 10% de borracha em volume.

Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

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3.3 Confecção do concreto com adição de borracha

Para a preparação do concreto foi inserido na betoneira primeiramente o

agregado graúdo e a água e em seguida foi feito a sua mistura (Figuras 21, 22, 23 e

24).

Figura 21 – Betoneira. Figura 22 – Betoneira com Fonte: Autor, 2018. agregado graúdo. Fonte: Autor, 2018.

Figura 23 – Betoneira com Figura 24 – Betoneira após agregado graúdo e água. a mistura dos materiais. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Em seguida foi acrescentado o cimento (Figura 25) e por último o agregado

miúdo (Figura 26), a borracha foi colocada juntamente com a areia, quando houve a

necessidade de moldar os corpos de prova com o resíduo.

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Figura 25 – Adição de cimento. Figura 26 – Adição de agregado miúdo. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

O tempo de betonada após todos os materiais terem sido inseridos foi de 8

minutos. Logo após a mistura estar totalmente homogeneizada foi realizado o ensaio

de Abatimento do Tronco de Cone (Figura 27 e 28), conforme as recomendações da

NBRNM 67 (1998).

Figura 27 – Tronco de cone preenchido Figura 28 – Verificação após retirada com o concreto. do cone. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Na sequência, foi necessário produzir 3 amostras de cada tipo de traço.

Realizou-se a moldagem dos corpos de prova, conforme as recomendações da NBR

5738 (2008).

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Tabela 3 – Número de camadas para moldagem dos corpos-de-prova.

Fonte: NBR 5738, 2008.

Utilizou-se corpos de prova cilíndricos de 100mm de dimensão básica. O

adensamento foi de forma manual e para isso foi necessário moldar o corpo de

prova com duas camadas, tendo que dar 12 golpes para cada camada, conforme

está mostrado na tabela 3.

Figura 29 – Moldagem dos corpos Figura 30 – Corpos de prova de prova. etiquetados. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Mecânico Manual

100 1 2 12

150 2 3 25

200 2 4 50

250 3 5 75

300 3 6 100

450 5 9 225

150 1 2 75

250 2 3 200

450 3

Tipo de

corpo-de-prova

Dimensão básica

(d)

mm

Número de camadas em função do

tipo de adensamentoNúmero de golpes para

adensamento manual

Prismático

Cilíndrico

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Figura 31 – Corpo de prova Figura 32 – Corpos de prova identificados. desmoldado. Fonte: Autor, 2018.

Fonte: Autor, 2018.

Após terem sido moldados houve a necessidade de esperar 24 horas para a

sua desmoldagem como visto nas Figuras 29, 30, 31 e 32. Posteriormente, o

concreto foi levado a um tanque com água, onde 9 corpos de prova permaneceram

por 6 dias e os outros restantes por 27 dias (Figura 33). Logo em seguida foi levado

à retífica para a remoção de camada desnivelada conforme Figura 34 mostra.

Figura 33 – corpos de prova imersos Figura 34 – corpos de prova na em água. retificadora. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

O teste de resistência à compressão axial foi realizado em duas etapas, a

primeira após 7 dias e a segunda após 28 dias, o rompimento dos corpos de prova

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seguiram a orientação da NBR 5739 (2007) e foi utilizado uma prensa hidráulica

para o rompimento (Figura 35).

Figura 35 - Prensa para ensaio de resistência.

Fonte: Autor, 2018.

A prensa analisa o quanto de força o concreto suportou antes do seu

rompimento, logo foi obtida uma força, em Mpa, para cada corpo de prova testado.

Essa força é a resistência à compressão do corpo, então logo após o recolhimento

de todos os valores foi possível obter os resultados.

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36

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para o rompimento dos corpos de prova na prensa hidráulica, foram

realizados três testes para cada percentual de borracha. Nas Figuras 36, 37 e 38

mostram os corpos de prova com 0%, 10% e 20% de borracha, respectivamente,

sendo levado à prensa para o ensaio de resistência à compressão. Na figura 39

apresenta os corpos de prova de cada percentual já rompido.

Figura 36 – Ensaio de resistência sem Figura 37 – Ensaio de resistência com adição de borracha. 10% de borracha. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Figura 38 – Ensaio de resistência com Figura 39 – Corpos de prova após ruptura. 20% de borracha. Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

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Na tabela 4 são mostradas as resistências obtidas por cada corpo de prova.

Tabela 4 – Resistencia à compressão após 28 dias de cura.

Fonte: Autor, 2018.

Nos Gráficos 3, 4 e 5 estão os relatórios dos ensaios que a prensa hidráulica

forneceu, neles estão ilustrados os comportamentos que cada corpo de prova sofreu

durante os testes de compressão. Os gráficos relacionam tensão e tempo.

No Gráfico 3 é demonstrado o resultado do ensaio do corpo de prova com 0%

de borracha, que suportou uma carga de 15,57 Mpa.

Gráfico 3 – Relatório de ensaio sem adição de borracha.

Fonte: Autor, 2018.

Número da amostra 1 2 3

Corpo de prova 20%

de borracha

Resistencia à compressão (Mpa)

15,57 17,16 13,84

8,62 10,05 13,2

15,7313,5

Corpo de prova 0% de

borracha

Corpo de prova 10%

de borracha

17,09

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No Gráficos 4 apresenta o ensaio do corpo de prova com 10% de borracha

que resultou numa resistência de 8,62 Mpa.

Gráfico 4 – Relatório de ensaio com 10% de borracha.

Fonte: Autor, 2018.

A resistência do corpo de prova com adição de 20% de borracha foi de 17,09

Mpa, como foi exibido no Gráfico 5.

Gráfico 5 – Relatório de ensaio com 20% de borracha.

Fonte: Autor, 2018.

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Para uma melhor comparação referente à resistência do concreto foi realizada

uma média das resistências obtidas para cada porcentagem de resíduo. O Gráfico 6

a seguir ilustra tal comparação.

Gráfico 6 – Média das resistências obtidas para cada percentual (Mpa)

Fonte: Autor, 2018.

No estudo realizado com 28 dias, tendo como finalidade comparar o concreto

com adição de borracha e o concreto convencional, constatou-se que a adição de

20% de borracha em volume, na substituição do agregado miúdo, apresentou

resultados semelhante em relação a resistência à compressão do concreto sem

adição de pneu, e possuiu uma maior resistência quando comparado ao concreto

com 10% de borracha.

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CONCLUSÃO

O propósito deste trabalho foi aumentar o campo de visão e possibilidades

para a utilização do pneu que são descartados diariamente. Para isso, foi

desenvolvido um experimento a fim de analisar o possível aproveitamento do

resíduo da borracha de pneu triturado sendo utilizado como agregado miúdo, para a

confecção de blocos de concreto com função não estrutural.

Avaliou-se a influência de dois diferentes teores para a substituição do

agregado miúdo por resíduos de borracha, analisando os resultados da resistência à

compressão axial.

Analisando os valores de resistência à compressão dos corpos de prova de

concreto, constatou-se uma leve diminuição de resistência quando incorporou 10%

do resíduo de borracha, e uma diminuição insignificante quando foi substituído 20%

do agregado pelo pneu. Os corpos de prova confeccionados com concreto sem o

resíduo de pneu apresentaram uma resistência média de 15,52 MPa, enquanto nos

blocos confeccionados com substituição de 10% do agregado miúdo foi de 10,62

MPa, e para a incorporação de 20% de borracha obteve uma resistência média de

15,44 MPa, ilustrando assim um percentual de perda na resistência de 31,57% para

o concreto com 10% de borracha, e de 0,51% para o concreto com 20% do resíduo.

Comparando os dois tipos de concreto, analisou-se que o concreto de

borracha de pneu demonstra uma capacidade técnica satisfatória, podendo ser

substituído pelo concreto tradicional para a confecção de bloco de concreto. Vale

também produzir concreto com adição da borracha em outras proporções, a fim de

ampliar sua visão técnica e de aproveitamento do resíduo.

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