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ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO www.valoracrescentado-online.com Angola 20 USD’s | Portugal 26| Resto do Mundo 25 USD’s MARÇO / ABRIL 2008 | n.º 10

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Nós africanos, não podemos ter sempre o peixe. Temos de pegar na cana e pescar, ou seja, temos de ter Trabalho e Ca- pital, nem que para isso procuremos o investimento directo estrangeiro. produtores do Mundo (Tentativa, Bom Jesus, Dombe Gran- de e Cassequel). Hoje estas culturas ou não existem ou não têm expressão. Porquê? Por causa da guerra. A guerra tem sido o grande flagelo de África e por consequência do seu fraco desenvolvimento humano.

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ENSINOBÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO

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A SUA APLICAÇãO COM CASOS PRÁTICOS COMPLEMENTADO COM LEgISLAÇãO

FISCAL E COMERCIAL

PLANO gERAL DECONTABILIDADE

José Luís Faria Magro

Brevemente

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editorial

O Mundo, ao longo dos tempos foi assolado por guerras, tempestades, doenças, crises sociais, demográficas e hoje te-mos a crise alimentar a nível mundial. Estas devassas não vão ficar por aqui. Elas vão continuar ao longo dos tempos, ou seja, já é intrínseco ao Homem. Estas devassas no fundo, não deixam de ser um jogo: há ganhadores e há perdedores, jogo esse, que se encaixa em parte no pensamento de Char-les Darwin (1809-1882), ou seja, a evolução das espécies é possível pela concorrência que existe entre indivíduos da mesma espécie, que competem pelo mesmo alimento, en-fim, é a lei do mais forte.

Independentemente das ajudas das “task force” criadas pela Nações Unidas, Organizações Não Governamentais (ONG)... para debelar a crise alimentar a nível mundial, temos de convir que quem vai ganhar é o mais forte. Quem vai co-mercializar os produtos alimentares, vai praticar preços es-peculativos, vai reter alimentos, para originar quebras e pos-teriormente praticar os preços pretendidos: especulação.

Continuando com a lei do mais forte, os povos africanos são os que mais vão sofrer com esta crise. Mas, nós africanos pegando no que ensinou Adam Smith (o pai da Economia Politica) temos Terra, onde os produtos alimentares na sua maioria são cultivados. Temos mais Terra, que os outros con-tinentes. O que nos falta então? Trabalho e Capital.

Olhando para os tumultos que surgiram nos Camarões e no Burika Faso, por causa da subida do custo do arroz, açúcar e óleo alimentar, nós em Angola já cultivámos estes pro-dutos e no que concerne ao açúcar já fomos um dos maiores

produtores do Mundo (Tentativa, Bom Jesus, Dombe Gran-de e Cassequel). Hoje estas culturas ou não existem ou não têm expressão. Porquê? Por causa da guerra. A guerra tem sido o grande flagelo de África e por consequência do seu fraco desenvolvimento humano.

Nós africanos, não podemos ter sempre o peixe. Temos de pegar na cana e pescar, ou seja, temos de ter Trabalho e Ca-pital, nem que para isso procuremos o investimento directo estrangeiro.

Angola (Valor Acrescentado tem escrito muitas vezes) é um país rural com grandes potencialidades com culturas que dão mais que uma vez por ano. Temos recursos hídricos invejá-veis. Temos gado. Começamos a ter estradas completamente transitáveis que já permitem o escoamento. Precisamos de organizar o nosso sector agrícola, ver as nossas necessidades. Precisamos de incentivar o investidor a apostar neste sec-tor, criando as infra-estruturas mínimas para se instalarem (estradas começamos a ter, é necessário energia eléctrica, reorganizar e incentivar o comércio rural, instalar centros abastecedores, escolas, hospitais...). Depois os excedentes ou serão transformados, ou exportados, isto na perspectiva de se atingir a auto suficiência alimentar e os excedentes serem transformados e transportados.

O que digo, julgo serem as defesas que Angola tem para não sentir tanto esta crise. Assim, passaremos a ser fortes se con-seguirmos produzir produtos agrícolas para todos nós. Sere-mos ainda mais fortes, se conseguirmos exportar excedentes agrícolas, quer em bruto quer transformados.

CRISE ALIMENTAR A NÍVEL MUNDIAL

PRoPRIEDADE Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. DIRECToR José Luís MagroADMINISTRADoR Luís Gomes ChEfE DE REDACção Adelaide Alves REDACção Filipa Couto, Carlos NetoPUbLICIDADE Agostinho VuboDESIGN GRÁfICo PMD - Comunicação e Design www.pmd.ptIMPRESSão Uniarte Gráfica / PortoCoLAboRARAM NESTE NúMERo Filipa Couto, José Luís Magro, Rogério Fernandes Ferreira e Todor Stefanov Denchev

Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/b/2006.

SEDEAv. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168

DELEGAçãoRua Serpa Pinto, nº 750 - 4º4550-465 Porto - PortugalTel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897

www.valoracrescentado-online.cominfo@valoracrescentado-online.com

2 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

Curso de Expediente Geral de Escritório e Práticas de Contabilidade com Informática Aplicada.

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Formador: Dr. José Luís Magro

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� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

Março/Abril ‘08 | nº 10

contabilidade

20 CAMINHOS DAS NIC - A IMPARIDADE

AsNIC(NormasInternacionaisdeContabi-lidade)eoquedelasestádecorrendoleva-nosaadmitirquenãoseestarãoaseguirsócaminhosapropriados.

São numerosas as imprecisões de termi-nologiaeasfaltasderigordasconceitua-çõesedefinições.Muitospontoscarecemdeesclarecimentosoumerecemdebates,ponderando inconvenientes e eventuaisconveniências.

gestão

24 Ideias e Técnicas de Gestão GlossárioquevainaletraL.

28 Glossário de Bolsa de Valores GlossárioquevainaletraI.

32 PEQUENOS NADAS DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS

Julgoquenãohádadosestatísticosquere-firamcomalgumrigorovalorpercentualdapopulação bancarizada em Angola. Há umvalor consensualde4%e tudo indicaqueem2010,sepossaatingiros10%,frutodabancarizaçãodoprocessodaFunçãoPúbli-ca, mais concretamente o pagamento dossaláriosviaBanca.

informática de gestão

36 CASHFLOW

Tendocomobaseumempréstimobancário construímosummapadeCashflow.

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. �Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

sumário

secções

02 EDITORIAL

06 COMUNICADOSDEIMPRENSA

12 RECORTESDEIMPRENSA

16 OPINIÃODOSLEITORES

20 CONTABILIDADE

24 GESTÃO

36 INFORMÁTICADEGESTÃO

42 ESPECIAL

68 NEGÓCIOS

72 SAÚDE

76 ARTE

82 FALANDOCOM

86 POESIA

88 FORMAÇÃO

90 PRÓXIMONÚMERO

Angola,temmaisde100milprofessores.Éumnú-mero. Deste número, quantos têm vocação paradar aulas? Muitos, podem não ter as habilitaçõesexigidas,muitospodemtersóa4ªclasse,mases-tespodemtermuitomaisvocaçãoqueaquelesquesão licenciados. Mas, devido à conjectura, temosdeaceitartodos.Masdevidoàconjecturaeàsexi-gênciasqueapazeoMundoobriga,osprofessoressemhabilitações,têmdeestudar,têmdesernive-ladosparaquesejammelhoresprofessores.Quemderaquetivéssemosummaiornúmerodeprofesso-rescomobinómiovocação/qualificação.Éumidealraro,mesmonospaísesmaisevoluídos.

especial

42 ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO

saúde

72 EFEITOS HELIOMAGNÉTICOS SOBRE O ORGANISMO HUMANO

Todo o terapeuta que obteve um reconhe-cimento verdadeiro e completo na área daarte de cura deve considerar as peculiari-dadesdasestaçõesdoano, jáque,sendodiferentes,asconsequênciasnoorganismotambémosãoeoestadodesaúdedependemuitodosfenómenosatmosféricosemudacomasditasestaçõesdoano.JáHipócra-tes,grandemédicodaantiguidadeepaidaMedicina,odissehá2.300anos.

arte

76 Expo Colecção ENSARTE 2008

“EXPO-COLECÇÃO ENSARTE” 2008” éuma exposição que apresenta um con-juntorelevantedeobrasdeartemodernaecontemporâneapertencentesaoacer-vo da empresa ENSA – Seguros de An-gola,S.A.

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� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

O Banco Millennium Angola organiza hoje a Conferência “Negócios em Angola” a partir das 18h00, na sala Luanda do hotel Trópico, com o objectivo de abordar temas sobre o mercado angolano nomeadamente numa perspectiva de suporte ao negócio de importações/exportações, saber as ex-periências de quem investiu e conhecer os apoios existentes para quem tenciona investir em Angola.

O evento teve a seguinte ordem de trabalhos:

18:00h - Recepção dos Convidados (Oferta do Guia de Ne-gócios em Angola)

18:15h - Boas Vindas / AberturaDr. Fernando Nogueira, Presidente do Banco Millennium An-gola

18:20h - Negócios em AngolaEng.º Carlos Fernandes, Presidente da Agência Nacional do Investimento Privado

19:00h - Case-studies: Sr. António Soares, CabireDra. Ana Nunes, Monte Adriano

19:50h - Sessão de Perguntas e Respostas

20:00h - Encerramento da Conferência Dr. Joaquim Icuma Muafumba, Ministro do Comércio

Esta Conferência enquadra-se no 2.º aniversário do Banco Millennium Angola que celebrámos também com a aber-tura do nosso décimo Balcão, localizado na rua principal da Samba. Está prevista a abertura de novos espaços em Luanda e noutras Províncias até final do ano. Actualmen-te, o Banco marca presença nas Províncias de Luanda, Ben-guela e Huambo.

BANCO MILLENNIUM ORGANIZOU CONFERÊNCIA ‘NEGÓCIOS EM ANGOLA’ No âmbito do 2.º aniversário do Banco, este evento abordará temas sobre o mercado angolano nomeadamente os de suporte ao negócio das importações / exportações. O programa prevê intervenções do Ministro do Comércio, da ANIP e exemplos práticos de duas empresas. O Banco continuará a alargar a sua rede comercial com a abertura de Balcões em Luanda e noutras Províncias do País.

2008-0�-1�

O Banco Millennium Angola celebra hoje um protocolo com a Liga dos Veteranos de Guerra de Libertação de Ango-la (LIVEGA) para a atribuição de bolsas de estudo a jovens estudantes, filhos dos Veteranos de Guerra de Libertação de Angola.

A assinatura do protocolo terá lugar na Rua Rainha Ginga, n.º 83 às 10h00 e formaliza uma relação de cooperação com a LIVEGA, representada pelo seu secretário-geral, Cristovão Quina, que possibilitará aos bolseiros prosseguirem a fre-quência dos seus estudos.

As bolsas são concedidas por períodos de um ano lectivo e destinam-se à frequência do ensino superior, 2.º ciclo do ensino secundário, ensino médio técnico ou e de formação profissional em estabelecimentos de ensino localizados em território angolano.

MILLENNIUM ANGOLA ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO À LIVEGAProtocolo visa cooperar com famílias da Liga dos Veteranos de Guerra de Libertação. Bolsas permitirão prosseguimento dos estudos e são concedidas por períodos de um ano lectivo. Apoio destina-se à frequência do ensino superior, 2.º ciclo do ensino secundário, ensino médio técnico ou e de formação profissional.

2008-0�-18

comunicados de imprensa

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8 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

O Banco BIC Português vai iniciar actividade em Por-tugal no dia 8 de Maio, em Lisboa. Com capital social de 17,5 milhões de euros, este novo Banco vai concentrar a sua actividade em três grandes áreas de negócio: função de cor-respondente bancário de bancos angolanos designadamente do Banco BIC de Angola em Portugal para gestão de fluxos financeiros entre os dois países, banca de empresas e private banking assumindo o negócio de particulares, uma lógica de complemento ao de banca de empresas

O aumento das relações económicas entre Portugal e Angola é um dos factores motivadores desta decisão, apoiando-se assim o sector empresarial português na sua estratégia de internacionalização para Angola bem como os investidores de Angola que já operam ou venham a querer operar em Portugal e na Europa.

Fernando Teles é o Presidente do Conselho de Adminis-tração Executivo do Banco BIC em Angola e Presidente do Conselho de Administração não executivo do Banco BIC Português. Luís Mira Amaral assume a função de CEO do Banco BIC Português. O Banco BIC Português é um banco de direito português criado de raiz, de capitais Angolanos e Portugueses, com a mesma estrutura accionista do Banco BIC de Angola.

Em 2007, o resultado líquido do Banco BIC de Angola atin-giu 80 milhões de dólares, valor que representa um cresci-mento de 146% face ao ano anterior. Os recursos de clientes cresceram 85%, tendo atingido os 2.114 milhões de dólares. O crédito concedido situou-se nos 1.373 milhões de dóla-res, registando um aumento de 115%. Os capitais próprios acompanharam o crescimento do Banco – cresceram 125%, situando-se nos 152,6 milhões de dólares. Nas quotas de mercado, relativas a Dezembro de 2007, ao nível do movimento cambial, o Banco BIC lidera em Angola com uma quota de 25,7%. Em recursos de clientes alcan-

çou uma quota de 14,5% e em crédito de uma quota de 14,4%. O rácio de solvabilidade regulamentar é de 12,4%

O Banco BIC iniciou actividade em Angola em Maio de 2005, como banco comercial e com uma estrutura accionis-ta composta por vários investidores privados. Actualmente, a estrutura accionista do BIC é composta por investidores nacionais e estrangeiros.

O Banco BIC conta actualmente com 93 unidades co-merciais em Angola compostas por 71 Agências, 9 Centros de Empresas, 1 gabinete de Private Banking e 12 Balcões Empresa, empregando cerca de 945 co-laboradores.

O Banco BIC Português vai ser apresentado por Fernando Teles e Luís Mira Amaral, em Conferência de Imprensa, no próximo dia 8 de Maio, às 10 horas, na sede do banco, na Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa.

´

Conferência de imprensa:Apresentação do Banco BIC Português

Fernando Teles e Luís Mira Amaral8 de Maio - 10 horas

Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa

BANCO BIC AVANÇA EM PORTUGALFernando Teles e Luís Mira Amaral assumem liderança do novo Banco

28.0�.08

comunicados de imprensa

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10 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

comunicado de imprensa

“O ano de 2007 foi positivo para toda a banca ango-lana. Houve maior aproximação aos clientes e um forte aumento do crédito concedido à economia. Para 2008, as perspectivas continuam positivas no-meadamente na captação de poupanças e na cana-lização para o investimento”, afirma Fernando Teles, Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC em Angola e Presidente do Conselho de Administração do Ban-co BIC Português.

A expansão em Angola continua a ser uma prioridade estra-tégica do Banco BIC. Em 2008, o Banco BIC vai inaugurar 45 novas Agências em Angola, 19 fora de Luanda. A aposta mantém-se na rede de particulares através da massificação do acesso aos meios electrónicos de pagamento e na promo-ção do acesso ao crédito e no reforço da atenção ao sector empresarial.

“A banca é dos sectores mais modernos de Ango-la, com uma oferta básica de produtos e serviços muito semelhante à existente na Europa. Vamos continuar a apostar na inovação e modernização:

os exemplos de Internet, sms banking e adesão á rede VISA são prova disso. Queremos contribuir para o melhor funcionamento da banca em Ango-la e, consequentemente, criar postos de trabalho tão necessários num país que acaba de sair de uma guerra civil. O nosso projecto abrange todo o Pais não se limitando apenas a Luanda e ás principais capitais de província, o plano de crescimento da rede para este ano é mais uma vez prova disso”, refere Fernando Teles.

Em 2005, o primeiro ano de actividade do BIC, os resultados líquidos ascenderam a 5,14 milhões de dólares e, em 2006 o lucro líquido foi 32,58 milhões de dólares, valor que re-presenta um crescimento de 533%. Já em 2007, o resultado líquido atingiu 80 milhões de dólares, com um crescimento de 146%, face ao ano anterior. Actualmente, o Banco BIC conta com 93 unidades comerciais em Angola com-postas por 71 Agências, 9 Centros de Empresas, 1 gabinete de Private Banking e 12 Balcões Empresa, empregando cerca de 945 colaboradores.

Conferência de Imprensa:Apresentação do Banco BIC Portugal

Fernando Teles e Luís Mira Amaral8 de Março - 10 horas

Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa

BANCO BIC CONSOLIDA PRESENÇA EM ANGOLAEm 2008 vai inaugurar 45 novas agências

29.0�.08

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12 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

recortes de imprensa

Aumentou em seis anos para as mulheres e mais de sete para os ho-mens, durante o período entre 1959 e 2001. Mas as disparidades tam-bém aumentaram, pois houve uma diminuição da esperança de vida de mulheres que vivem em zonas pobres e rurais, fenómeno largamente re-lacionado com doenças originadas por tabaco, obesidade e hipertensão.Estas são as principais conclusões de um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard e da Universidade de Washington. O trabalho come-çou a ser feito ainda na década de 80 e foram analisados dados de mais de dois mil condados. Concluiu-se que em cerca de mil desses conda-dos, a maioria pobres e rurais, houve uma regressão da esperança de vida, essencialmente das mulheres.“A maioria desses condados situa-se no Sul profundo, ao longo do rio Mississippi e na Appalachia [zonas abrangidas pela cordilheira dos Apalaches], estendendo-se à área meridional do Midwest e ao Texas”, escreveu a equipa de investigadores, revelando que os condados mais afectados também sofrem outros problemas sociais, como mais insu-cesso escolar.Enquanto no total dos EUA a esperança de vida tem aumentado de-vido à regressão das mortes causadas pelos problemas cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais, nestas áreas tem-se registado um fenómeno contrário: no caso das mulheres, o aumento da mortalidade deve-se “primeiramente a doenças crónicas relacionadas com o tabaco, excesso de peso e obesidade, e hipertensão”, enquanto nos homens, cuja perda não foi tão acentuada, há uma maior diversidade de causas, como a sida e os homicídios.“Há agora provas de que a saúde de parte importante da população dos EUA tem vindo a piorar nas últimas duas décadas”, afirmou, em co-municado, Majid Ezzati, professor associado de saúde internacional da Harvard School of Public Health e co-autor do estudo: “Registar, em 20 anos, um declínio em uma de cada cinco mulheres norte-americanas é algo sem precedentes. Estamos a deixar para trás uma parte cada vez maior da população.”Afirmações completadas por outro dos autores do estudo, Christopher Murray, director do Instituto de Saúde Métrica e Avaliação da Universi-dade de Washington: “Declínio da esperança de vida é algo que tradi-cionalmente tem sido considerado um sinal de que os sistemas sociais e de saúde estão a falhar, como aconteceu em partes de África e na Europa de Leste. O facto de isto estar a acontecer a um número alarga-do de norte-americanos deve ser um sinal de que o sistema de saúde dos EUA necessita de uma reavaliação séria.”As conclusões do estudo revelam inúmeras excepções aos dados reve-lados no ano passado pelos CDC (Centros para Controlo e Prevenção de Doenças), segundo os quais a esperança de vida dos norte-ameri-canos subiu de 69,6 anos em 1955 para 75,8 em 1995 e 78 em 2005, e que as mulheres vivem mais que os homens, o mesmo acontecendo às pessoas de raça branca em comparação com os afro-americanos. De acordo com os investigadores, apesar de muitos dos condados te-rem uma quantidade significativa de população negra, os brancos que vivem nessas áreas pobres também estão bastante pior que os brancos de regiões mais ricas.

Autores:MajidEzzati1,AriB.Friedman,SandeepC.Kulkarni,ChristopherJ.L.Murray

EUA: OBESIDADE, TABACO E HIPERTENSÃO AUMENTAM DISPARIDADES NA ESPERANÇA DE VIDA

As empresas do sector petrolífero têm se preocupado cada vez mais com a melhoria dos seus sistemas de segurança, condição essencial para a garantia da estabilidade das empresas e dos seus activos, consi-derou hoje (24/04/08), em Luanda, Fernando Roberto, um dos adminis-tradores da Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de An-gola).

Falando no acto de abertura do se-minário sobre segurança no sector petrolífero em Angola, no Centro de Convenções de Talatona, Fernando Roberto frisou que investir na segu-rança é um imperativo, cujo objec-tivo é reduzir os riscos e os custos com o seguro.

Segundo a análise do responsável da Sonangol, quanto mais se inves-tir na segurança operacional das empresas menor serão os riscos de acidente, maior serão os níveis de confiança e os resultados das orga-nizações.

Fernando Roberto considera ainda que os temas em discussão, no se-minário, por especialistas angolanos e estrangeiros apresentam também uma visão sobre a gestão de segu-rança empresarial praticada em ou-tros países.

Durante dois dias, quinta e sexta-feira, técnicos do sector petrolífe-ro vão analisar temas como “Risco operacional no sector petrolífero”, “Globalização e estrutura de segu-rança”, “Relações custo-benefício ”, “Integração de sistemas de segu-rança”, e “Estratégia sobre seguran-ça no sector petrolífero”.

Fonte:AngolaPress

PETROLÍFERAS PREOCUPAM-SE COM MELHORIA DOS SEUS SISTEMAS DE SEGURANÇA

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1� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

recortes de imprensa

A crise financeira internacional provocada pelo colapso do crédito hipotecário de alto risco (“subprime”) nos EUA poderá gerar prejuízos totais de 600 mil milhões de dólares (394 mil milhões de euros) na economia mundial, estimou hoje o ban-co suíço UBS.

Desse montante total, o UBS prevê que 350 mil milhões de dólares (230 mil milhões de euros) sejam suportados pela banca e pelas seguradoras. Até agora, o sector financeiro anunciou perdas de 160 mil milhões de dólares (105,4 mil mi-lhões de euros), um pouco menos de metade das estimativas hoje avanças para o sector pelo UBS. Decorre deste cálculo, que as más notícias ainda não acabaram para o lado dos bancos e das seguradoras em todo o mundo.

“A situação continuou a degradar-se neste último mês, e os dados provenientes dos EUA e da Europa são inquietantes”, avaliam os analistas.

Fonte:Publico

PREJUÍZOS COM O “SUBPRIME” DEVEM CHEGAR AOS 600 MIL MILHÕES DE DÓLARES

O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a sua pre-visão para o crescimento da economia mundial para 3,7 por cento, menos quatro décimas do que os anteriores 4,1 por cento anunciados em Janeiro, justificada pela insta-bilidade dos mercados financeiros, avança hoje a versão alemã do “Financial Times”.

Entre Janeiro e Abril, o fundo afirma que a situação dos mercados financeiros se deteriorou consideravelmente e que a crise do crédito hipotecário de alto risco (“subprime”) nos EUA, que se iniciou no Verão passado, continua a fa-zer vítimas entre bancos, seguradoras e outras instituições financeiras. A nova previsão deverá ser revelada pelo fun-do entre 12 e 13 deste mês, adianta ainda o jornal.

O novo número do FMI pode estar associado, igualmente, à revisão do crescimento da economia da Alemanha, que deverá crescer apenas 1,2 por cento, contra os anteriores 1,5 por cento, e à baixa acentuada para os EUA, que ape-nas poderá crescer meio por cento, face ao antecedente 1,5 por cento.

Fonte:versãoalemãdoFinancialTimes

CRISE FINANCEIRA OBRIGA FMI A BAIXAR PREVISÃO DO CRESCIMENTO MUNDIAL PARA 3,7 POR CENTO

O Governo angolano tem um programa agro-pecuário que visa produzir bens alimentares em quantidade suficiente, capaz de fazer face a uma eventual crise de cereais a nível mundial.

O programa consubstancia-se em investimentos na reabilitação de infra-estru-turas, formação de quadros e de empresários do sector agrário, assim como na concessão de créditos às áreas produtivas, principalmente das cadeias do milho e do feijão, através do financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

Em recentes declarações à imprensa, em Luanda, aquando da assinatura de um acordo geral de cooperação entre Angola e Cabo Verde, o ministro ango-lano da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, disse que o programa não foi criado por causa da crise mundial de cereais, mas para resolver o problema da carência de alimentos que o país vive.

“Estamos a fazer grandes investimentos na agricultura para aumentarmos a produção alimentar, diversificá-la e acabar com a dependência externa, no que concerne a importação de bens alimentícios”, esclareceu. As Nações Unidas promovem, hoje (segunda-feira), uma reunião em Berna (Suíça) para discutir a crise alimentar mundial.

Fonte:AngolaPress

GOVERNO TEM PROGRAMA CAPAZ DE CONTER CRISE DE CEREAIS

A companhia nacional de petróleos e gás do Irão -Petropars- está interessada em participar na exploração de petróleo em Angola, segundo refere o portal do Ministério do Petróleo do Irão.

O Director-Geral da Petropars, Gholam-Reza Manouchehri disse que a compa-nhia nacional de petróleos tem vindo a avaliar várias oportunidades de investi-mento em África, e Angola é uma das prioridades.

“Para a semana vamos estudar em por-menor o modo como poderemos partici-par no desenvolvimento de um poço de petróleo em Angola”, disse.O Irão é o quarto maior exportador de petróleo do mundo e possui as segun-das maiores reservas de gás do mundo, logo a seguir à Rússia.

Fonte:AngolaDigital

IRÃO INTERESSADO EM EXPLORAR PETRÓLEO EM ANGOLA

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1� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

opinião dos leitores

Escreva-nos a dizer o que pensa dos últimos artigos da VALOR ACRESCENTADO.

Dr José Luís Magro

O município de Porto Amboim é dos mais ricos em pesca como vocês disseram. Mas é necessário criar as infra-es-truturas mínimas como tam-bém referem. A Peskwanza não reúne essas condições mínimas?

Máximo Ambrósio

Prezado Director

Sou leitor assíduo da revista Valor Acrescentado. Tenho aprendido muito. O trabalho de Kwanza-Sul, para além de um grafismo que não há em Angola, em especial a capa da última revista, mos-tra uma forte sensibilidade e saber para tratar os aspectos socioeconómicos das provín-cias como já aconteceu com o trabalho sobre a província de Malanje. Valor Acrescentado é a única revista angolana que aborda com profundidade as provín-cias de Angola. Gosto muito do vosso trabalho.

Carlos Figueiredo

Valor Acrescentado

Sou do Sumbe e fiquei muito contente com o vosso trabalho. Parabéns.

Malaquias José

Doutor Luís Magro

Li com atenção o trabalho que fez sobre a província do Kwanza-Sul. O trabalho mostrou independência não dando relevo a figuras públicas antes enquadrando-as no cômputo geral do trabalho. A classificação do trabalho Educação, Saúde, Agricultura, Pescas… mostra a preocupação que a sua revista teve com o aspecto socioeconómico. Mostrou que ainda há muito que fazer nesta província como na maioria das províncias de Angola. Mostrou que as assimetrias entre o litoral e o interior estão bem vincadas no Kwanza-Sul. Mas, infelizmente o nosso interior padece desse mal.A Gabela está perdida, no meio do interior. Quando terá o desenvolvimento e a importância que já teve? A CADA, já foi a principal companhia agrícola de Angola, uma mini cidade, hoje, pelo que li só lhe resta o hospital. Vamos ter esperança que a médio prazo vamos ter nestes meios a qualidade de vida e meios que outrora tiveram.Bem-haja

Luís Pedrosa

Director

A revista Valor Acrescentado marca a diferença. Investiga pelo que os as-suntos têm qualidade em qualquer parte do Mundo.

Carla Nbongo

VALOR ACRESCENTADO ERROU

Valor Acrescentado pede desculpa ao Governador da província do Kwanza-Sul, por no Especial da edição nº. 9 ter colocado erradamente o nome de “Gaspar Neto” na legenda da fotografia do Governador, quan-do deveria ter sido “Serafim do Prado”, que é o nome do referido Governador.Pelo facto, pedimos as nossas sinceras desculpas.

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18 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

opinião dos leitores

Escreva-nos a dizer o que pensa dos últimos artigos da VALOR ACRESCENTADO.

Zé Magro

Não conhecia a revista e con-forme já tive a oportunidade de publicar, no sítio habitual, gostei da revista, da sua orga-nização da oportunidade e so-bretudo, do valor pedagógico da mesma.Mais valem títulos como este do que uma dezena de manu-ais com textos estereotipados, uns infantis em demasia outros demasiado densos, para os alunos angolanos e não só.Vale a pena fazer o que tu fa-zes! Continua e espero que os nossos patrícios reconheçam na revista e no seu director, a valia em apoiá-lo.

Jorge Sá Pinto

Prezado Director

Tem razão quando disse que” a redução da pobreza passa por uma forte acção de sen-sibilização e educação da po-pulação nomeadamente rural”.Para se conseguir a tal redu-ção implica a aposta forte na educação de qualidade. Não vai ser fácil tirar os meninos do litoral e colocá-los no interior, porque têm de lhes dar muitas condições que não existem no momento.

João Evangelista

Professor Luís Magro

Conheci a Valor Acrescentado através da LAC, onde tem par-ticipado com regularidade no programa Vector, o melhor que Luanda tem sobre Economia. As suas participações na LAC, mostram a sua versatilidade e o grande conhecimento sobre Contabilidade e Gestão o que é transportado para a revista Valor Acrescentado. O profes-sor e a Valor Acrescentado são verdadeiras mais-valias para a recuperação de Angola.

Celina Ferreira

José Luís Magro

Fui espreitar o Valor Acrescentado e tudo o que diga respeito a nossa terra eu tento ver, ainda quando mais se trata da zona em que cresci, Kuanza Sul, andando eu na “cuskice” vi uma foto que me surpreendeu e me arrepiou, uma moça de nome Rosalina e a notícia é sobre 2 gemeos que tem, quase ía jurar que é a “minha Rosalina” uma menina que cresceu comigo, e que nos perdemos pelas circunstancias da guerra. Preciso saber se é mesmo ela, pelo que peço ajuda ao Valor Acrescentado.

Milai Valada

Nota: Valor Acrescentado vai contactar o Hospital Central da Boa Entrada, no sentido de saber a morada da Rosalina. Se conseguir e se for vontade da Rosalina, damos o contacto.

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20 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

contabilidadecontabilidade

CAMINHOS DAS NIC A IMPARIDADE

ROGÉRIO FERNANDES FERREIRAEconomista e Advogado

Professor Catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa

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. 21Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

contabilidade

A s NIC (Normas Internacionais de Contabilidade) e o que delas está decorrendo leva-nos a admitir que não se estarão a seguir só caminhos apropriados.

São numerosas as imprecisões de terminologia e as faltas de rigor das conceituações e definições. Muitos pontos care-cem de esclarecimentos ou merecem debates, ponderando inconvenientes e eventuais conveniências.

Abordando o tema da imparidade, matéria de que se ocu-pa a NIC (ou IAS International Accounting Standard) Nº 36 – Imparidade de Activos, observam-se alguns aspectos que se reputam de interesse.

Um primeiro relaciona-se com a circunstância de no nosso País (e em muitos outros) se falar em par, acima do par, abaixo do par. Na norma sob exame, em vez destas tradicionais for-mas de expressão, prefere-se falar de imparidade e num sen-tido restrito, o da baixa de valor. Busca-se assim averiguar se há imparidades em Activos, ou seja, se os activos existentes a valores de data anterior estão em perda em relação a data posterior de nova referência.

Um ponto que se reputa conveniente assinalar relaciona-se com o estabelecido na IAS nº 36 (ou NCRF nº 12) acerca de testes sistemáticos de verificação da existência de imparida-des em activos. Desde logo se observa que o custo de aquisi-ção seria, porventura, a melhor referência.

Importa também assinalar que não seria de considerar em imparidade activos adquiridos por preços acima dos nor-mais caso esses preços resultem de a qualidade dos bens ser superior. Muitos bens à venda no mercado são de marca pelo que se manifestará menos fácil cotejar preços de mercado e de custo desses bens com os das outras marcas. E as actuais formas de vender com bónus diversos, descontos especiais, brindes, etc., também desfavorecem cotejos.

Ocorre-nos também assinalar que os exames de imparidade, deveriam ser particularmente para casos de relevância e não para a generalidade dos activos. Seriam exames de situações em que ocorressem significativas quebras nos preços dos ac-tivos adquiridos ou de bens em obsolescência ou perda de utilidade ou préstimo. Então é que seria de examinar o valor

contabilidade

São numerosas as imprecisões de terminologia e as faltas de rigor das conceituações e definições. Muitos pontos carecem de esclarecimentos ou merecem debates, ponderando

inconvenientes e eventuais conveniências.

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22 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

líquido objecto de recuperação, contabilizando tal perda de imparidade no ano da ocorrência em foco. Aliás, já assim se procedia em Portugal, dentro da ortodoxia contabilística tradicional, ponderando, para efeitos fiscais, o que se apon-ta no Dec. Regulamentar 2/90, de 12 de Janeiro, art. 10º, sobre amortizações designadas de extraordinárias.

No tocante a perdas de imparidade a apurar por recurso a fu-turas “unidades geradoras de caixa” estimadas a que alude a IAS em referência, a nossa opinião é que o adequado seria proceder apenas a esses exames de imparidade para activos dotados de autonomia, isto é, separados, nos fins gestivos, de demais activos da empresa. É que só em tais casos se po-dem formular os correspondentes ou específicos cômputos de benefícios económicos futuros, actualizando os fluxos desses benefícios, prevendo para o efeito os anos da previsí-vel obtenção dos rendimentos futuros, a fixação da taxa ou taxas de rendibilidade, taxas de risco, etc. De contrário, ou seja, seguindo entendimentos literais ou demasiado abstrac-tos sobre o conteúdo das NIC, acaba por chegar-se a solu-ções inseguras e, a nosso ver, menos apropriadas.

Mais: as matérias descritas deveriam ser elaboradas por equipas de peritos responsáveis, conhecedores dos variados aspectos destas questões. E seria de considerá-las nos Rela-tórios de Gestão, com apreciações relativas quer à utilização futura dos bens quer também acerca da marcha da empresa. Os trabalhos do quotidiano actual dos técnicos oficiais de

contas não devem basear-se em opções inseguras ou incon-troversas.

Admite-se que, no futuro, se acabará por encontrar soluções suficientemente pragmáticas sobre as variadas matérias que nas NIC aparecem já estabelecidas. Designadamente, in-siste-se que por uma dada NIC estabelecer caminhos para apreciar a imparidade, não haverá que fazer “testes de im-paridade” para todos os elementos patrimoniais susceptíveis de variações. Atente-se, por exemplo, que se dada empresa adquire uma viatura ligeira para seu serviço, após a compra desse bem ocorre de imediato perda de valor resultante de o bem passar desde logo a qualificar-se como “bem em 2ª mão”. Perdas de valor da natureza apontada não se devem contabilizar (entram em contradição com o princípio conta-bilístico da continuidade).

contabilidade

Busca-se assim averiguar se há imparidades em Activos, ou seja, se

os activos existentes a valores de data anterior estão em perda em relação a

data posterior de nova referência.

Insiste-se que por uma dada NIC estabelecer caminhos para apreciar a

imparidade, não haverá que fazer “testes de imparidade” para todos os elementos patrimoniais susceptíveis de variações.

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gestão

IDEIAS E TÉCNICAS DE GESTÃO

VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 20082� .

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JOSÉ LUÍS MAGROLicenciado em Contabilidade

Pós-Graduado em Finanças EmpresariaisAuditor e Consultor de Empresas

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. 2�Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

Um termo que está relacionado com o conjunto de técnicas desenvolvidas nos anos 70 por fabricantes japoneses como a Toyota e a Matsuhita para reduzir os custos de produção e aumentar a competitividade da indústria. Foi populariza-do através do estudo sobre a indústria automóvel do MIT, designado “The Machine that Change the World”, que in-vestigou as causas associadas à superioridade dos nipónicos nos domínios da produtividade, flexibilidade, rapidez e qua-lidade. O conceito de Lean Prodution é baseado em quatro princípios: trabalho de equipa; comunicação; uso eficiente de recursos e eliminação de desperdícios; e melhoria contí-nua (a que os japoneses chamam kaisen). Pode ser resumida em três passos:

Redesenho dos processos de modo que cada etapa do ciclo de produção consiga manter um fluxo contínuo;

Criação e desenvolvimento de equipas plurifuncionais;

Procura contínua de melhoramentos quer ao nível dos custos, quer da qualidade.

A Lean Prodution (Produção Magra) opõe-se à Mass Produ-tion (Produção de Massa), porque exige metade dos recursos humanos, do espaço industrial, do investimento em maqui-naria e do tempo de concepção e desenvolvimento de um produto.

O objectivo final é a criação de uma Lean Enterprise (empre-sa magra e em boa forma), na qual todas as actividades que não oferecem valor acrescentado são eliminadas, através de um processo participativo que inclui a auscultação dos clientes e dos fornecedores. Para o efectuar, são aplicados métodos ligados à engenharia industrial como o fluxo pro-longado e sincronizado da produção, o fabrico e o aprovisio-namento just-in-time e a gestão de qualidade total.

As empresas que dominam o Lean Prodution, apresentam vantagens competitivas pois podem ampliar sua variedade

de produtos, atingindo melhor, os diferentes segmentos do mercado. Outra possibilidade, é uma maior taxa de renovação de produtos, mantendo-os mais actualizados do que a con-corrência. Essas duas tendências, que vêm sendo utilizadas pelas empresas que aplicam o Lean Prodution, afectam signi-ficativamente os volumes de produção, conciliando até certo ponto, a grande variedade de produtos à venda no sistema de produção artesanal, com um volume elevado de produção, e consequentemente baixos preços e acesso ao mercado de massas, do sistema de produção em massa clássico.

Além de maior variedade de produtos ou menores ciclos de renovação, pode-se utilizar este conjunto de vantagens na implementação de um eficiente processo de desenvolvimen-to de inovações tecnológicas no produto. O projecto Lean Prodution, permite uma aproximação maior entre o sector de pesquisa e desenvolvimento e a engenharia do produto significando uma rápida introdução de inovações tecnológi-cas nos novos modelos.

Hoje, nos países mais industrializados, são ministrados cur-sos de Lean Prodution, em que as são ensinadas as principais ferramentas de análise de sistemas produtivos.

Bibliografia:“The Machine That Change the World” de Janes Womack, Daniel Jones e Daniel Ross (Harper Collins, 1990) e “Kanban Just-in-Time at Toyota” de Japan Manage-ment Association (Productivity Press, 1989).http://paginas.terra.com.br/negocios/processos2002/lean_production.htmhttp://www.numa.org.br/gmo/itens/cursolean.htm

LEAN PRODUTION (PRODUÇÃO MAGRA)

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2� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

gestão

Criado por Chris Argyris, considerado o maior especialista mundial em comportamento organizacional. Ele, aplicou às empresas, no sentido dos seus trabalhadores adquirem no-vos conhecimentos. Na Learning Organization (uma organi-zação em constante aprendizagem) os sistemas de gestão são alterados em função do nível de aprendizagem individual e colectiva. Ou seja, são organizações que tem capacidade de aprender, renovar e inovar continuamente.

O conceito de Learning Organization, viria a ser populariza-do em 1990, por Peter Senge, autor do best-seller “The Fifht Discipline”.De acordo com este autor a proposta de Lear-ning Organization, é o resultado da convergência de cinco disciplinas:

Raciocínio sistémico: integração dinâmica entre o todo e as suas partes, ou seja, formação e desenvolvi-mento individual, em que o exemplo deve vir da gestão de topo;

Domínio pessoal: objectivos, energia e paciência, ou seja, prende-se com modelos mentais, em que se reco-menda a construção de vários cenários, relativos à evo-lução futura do negócio;

Conscientização dos modelos mentais enraiza-dos: examiná-los de forma meticulosa, ou seja, implica empenhamento em vez de mera obediência, porque o compromisso dos trabalhadores gera energia, paixão e motivação.

Definição de um objectivo comum: um sentido de missão, ou seja, um trabalho em equipa, com exemplo, o desporto e as grandes realizações colectivas nas artes e nas ciências são as duas grandes referências.

Disciplina do aprendizado em grupo: a unidade fundamental é o grupo e não o indivíduo, ou seja, é relativa aos sistemas de pensamento.

Para que as organizações sejam capazes de assimilar as cinco disciplinas, têm de funcionar em conjunto, sendo o raciocí-nio sistémico responsável para integração das restantes dis-ciplinas. O objectivo é eliminar as deficiências de aprendiza-gem, começando pela sua identificação e posteriormente a aplicação de algumas técnicas que exercitem um raciocínio sistémico, o qual permitirá o desenvolvimento das outras disciplinas.

1.

2.

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4.

5.

De acordo com Peter Senge, são cinco as principais deficiên-cias do processo de aprendizagem nas organizações:

Eu sou o meu cargo: limitação da função e falta de objectivos;

O inimigo estar lá fora: a culpa e sempre dos ou-tros;

A fixação em eventos: ênfase no curto prazo;

A não consciencialização das mudanças: falta de atenção às utilizadas e aos indicadores de longo prazo;

O mito da equipe administrativa: vai bem nas ro-tinas mas não nas situações difíceis.

O Learning Organization, tem como premissa, o aprendiza-do pela experiência e depende muito da cultura organizacio-nal do estilo de liderança e da Administração Participativa.

A busca da aprendizagem contínua, segundo a proposta de Senge, que coloca o enfoque sistémico como sua base, fica vazia de significado caso a estrutura da empresa não reflicta também uma visão sistémica do negócio.

Após o sucesso do livro, Senge criou um centro de aprendiza-gem patrocinado pelas maiores empresas norte-americanas. A recolha das metodologias, exercícios e testes ensinados nas suas acções de formação justificaram a publicação de um novo livro intitulado “The Fifht Discipline Fielbook”.

. Bibliografia:Organizational Learning II, de Crys Argyris e Donald Schon (Addison-Wesley, 1996); Learning into the Future, de George Binney e Collin Williams (Nichokas Brealey, 1995); The Fith Discipline Fildbook, de Peter Serge, Art Kleiner, Charlotte Roberts, Richard Ross e Bryan Smith (NicholasBrealey,1994).

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4.

5.

LEARNING ORGANIZATION (ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM)

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gestão

GLOSSÁRIOBOLSA DE VALORES

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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 200828 .

FILIPA COUTOLicenciada em Gestão de Empresas

Pós-Graduada em Gestão de Centros Urbanos

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. 29Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

IndexanteSão taxas ou índices usados como referência para o cálculo de rendibilidade de outras aplica-ções financeiras. Exemplos, são a LIBOR e a Prime Rate, que reflectem a evolução das taxas de juro do mercado para determinado prazo.

Indicadores económicosEstatísticas chave que mostram a direcção e tendência de uma determinada economia. Entre estes encontram-se a taxa de juro de referência dos bancos centrais, a taxa de desemprego, a taxa de inflação, a capacidade produtiva e a balança comercial.

Índices

É uma variável utilizada para medir indirectamente um agregado de difícil quantificação. Tem uma aplicação especial a agregados de carácter económico tais como: evolução dos preços de alguns bens (Índice de Preços no Consumidor), cotações das acções (Índice PSI-20, IBEX-35), evolução do custo de vida (Índice de Poder de Compra), evolução da indústria (Índice de Produção Industrial) entre outros indicadores estatísticos. Os índices bolsistas traduzem a evolução do preço dos títulos transaccionados diariamente nas Bolsas de Valores, dando um maior peso aos das empresas mais importantes, ou seja com maior volume transaccionado, de modo a proporcionar aos investidores informação para um melhor acompanhamento da evolução das suas acções. Note-se que estes índices são indicadores médios, ou seja indi-cam tendências, uma vez que não traduzem a (des) valorização exacta das acções.

Índice de Frequência (IF) Reflecte a percentagem de sessões de bolsa em que um valor mobiliário teve cotação oficial.

Índice de Negócios (IN)

Traduz a parcela do número de negócios realizados sobre um valor mobiliário no número total de negócios efectuados no mesmo período sobre a totalidade de valores mobiliários da mesma categoria negociados em idêntica tipologia de negociação, ajustando para o efeito, o diferente número de sessões em que estiveram admitidas.

Índice de Quantidade (IQ) Traduz a proporção da quantidade transaccionada de um valor mobiliário na quantidade total de valores mobiliários da mesma categoria transaccionada no mesmo período.

Índice de sharpeÍndice utilizado pelos profissionais do mercado financeiro, que relaciona o retorno e o risco envolvi-do em determinado investimento. Quanto maior for o retorno e menor for o risco, melhor será o índi-ce de Sharpe. Quando comparamos os índices Sharpe de diversos fundos, o maior será o melhor.

Índice de Transacção (IT)

Índice utilizado pelos profissionais do mercado financeiro, que relaciona o retorno e o risco envolvido em determinado investimento. Quanto maior for o retorno e menor for o risco, me-lhor será o índice de Sharpe. Quando comparamos os índices Sharpe de diversos fundos, o maior será o melhor.

Índice de Valor (IV)Reflecte a proporção do valor das transacções realizadas sobre um valor mobiliário no valor total negociado sobre valores mobiliários da mesma categoria no mesmo período em idêntica tipologia de negociação, ajustando para o efeito, o diferente número de sessões em que estiveram admitidas.

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30 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

Índice PSI 20

O PSI-20 compila os 20 valores principais, em termos de capitalização ( preço da acção x número de acções cotadas), no caso concreto na Bolsa de Valores em Portugal, indepen-dentemente do sector a que pertençam. São as acções mais líquidas e representativas, negociadas no Mercado de Cotações Oficiais.

É actualizado ao longo da sessão de bolsa sempre que ocorra uma nova cotação nalguma das acções que compõe a carteira. É revisto semestralmente de acordo com certos cri-térios de pré-selecção: o título tem que estar cotado há mais de 2 meses no Mercado de Cotações Oficiais, tem que ter sede social no território nacional, uma correlação elevada com o mercado e adequada dispersão e capitalização bolsista. Em 31/12/1992, foi calcu-lado com base 3000.

Inflação Subida generalizada do índice dos preços em determinado espaço económico (geralmente um país) e num período de tempo.

ImpostoPrestação obrigatória em dinheiro, sem contrapartida imediata, sobre o rendimento das pessoas singulares e que é exigida pelo Estado, visando a cobertura de um conjunto de despesas de interesse nacional.

Inside Information Informação relativa a uma empresa que não é do domínio público.

Insider Pessoa que tem acesso a informação privilegiada.

Insider Trading Prática ilegal, que consiste na utilização de informação privilegiada (que não é do domí-nio público) com vista a obter mais-valias nas transacções.

Instituições Financeiras

Podem ser agrupadas em instituições financeiras monetárias (bancos, caixas econó-micas e caixas de crédito agrícola mútuo) e instituições financeiras não monetárias (intermediários financeiros, auxiliares financeiros, companhias de seguros e fundos de pensões).

Intermediação Realização de operações financeiras através de uma instituição intermediária (interme-diário financeiro).

In-the-money Situação em que o preço de exercício de uma opção ou warrant se situa abaixo (call) ou acima (put) do preço corrente do activo subjacente.

Investir No sentido financeiro é fazer uma aplicação de capital com o objectivo de obter um re-torno.

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32 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

gestãogestão

GOODWILL

Há bem pouco tempo nos manuais de Economia o conceito de empresa era “uma organização que tinha como objecti-vo a maximização do lucro”. Os bancos são empresas. Hoje, nos manuais de Gestão, o conceito de empresa passou a ser diferente, ou seja, maximizar o EVA (Economic Va-lue Added)� que também é conhecido por Resultado Supra-normal ou Resultado Residual.

O que é o EVA? É a diferença entre os resultados operacio-nais, deduzidos dos impostos previstos e do montante de

� Já referido na edição nº 4 da VALOR ACRESCENTADO

resultados exigidos pelos accionistas e pelos credores. Sendo assim, deve corresponder ao excedente de resultados opera-cionais relativamente ao resultado exigido pelos accionis-tas e pelos credores. O valor actualizado desse excedente, é conhecido como Market Value Added, que corresponde ao goodwill.

Numa perspectiva económica considerada tradicional, o va-lor de empresa depende do seu potencial de gerar rendimen-tos, ou seja, da sua capacidade de gerar lucros. Para além do seu valor patrimonial, é importante considerar o valor asso-ciado aos activos intangíveis que se traduzem no aumento da capacidade de rendimento da empresa, ligados a marcas, situação geográfica (localização dos estabelecimentos), fide-

PEQUENOS NADAS DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS

JOSÉ LUÍS MAGRO

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gestão

. 33Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

gestão

lidade da clientela, quali-dade dos serviços... Todos estes aspectos intangíveis são fontes potenciais de criação de valor e desenvol-vem capacidades especiais de criação de riqueza. Este intangível designa-se por goodwill.2

POPULAÇÃO BANCARIZADA

Julgo que não há dados estatísticos que refiram com algum rigor o valor percentual da população bancarizada em Angola. Há um valor consensual de 4% e tudo indica que em 2010, se possa atingir os 10%, fruto da bancarização do processo da Função Pública, mais concretamente o pagamento dos salários via Banca.

Mas, dentro dos 4% da população bancarizada qual a per-centagem que sabe utilizar 50% dos serviços bancários oferecidos? Entretanto, não de uma forma especulativa, julgo ser um número reduzido. Esse estudo, deve ser tam-bém estendido ao segmento de empresas..

QUALIDADE DE SERVIÇOS

MULTICAIXA

Há ainda utentes, para quem o multicaixa só serve para levantar dinheiro e mesmo assim muitos não sabem le-vantar dinheiro abaixo dos valores que aparecem no mos-trador. Eu próprio, por mais que uma vez, ensinei como se levanta valores inferiores.

Mas, o Multicaixa não deve servir só para levantar dinhei-ro. Serve para fazer recargas telefónicas: Unitel e Movicel,

2 Neves, João Carvalho, in “Avaliação de Empresas e Negócios”, Mcgrawhill, pg 199.

serve para fazer pagamen-tos de serviços (todos os serviços públicos deveriam ter nas facturas ou docu-mentos equivalentes uma identificação bancária com o respectivo número de conta). Por outro lado, é possível fazer transferên-cias de conta a conta.

Pelo exposto, há um con-junto de funcionalidades que podem descongestio-nar o fluxo de clientes nos balcões. É importante for-mar os utentes, colocando

inclusive prospectos nos balcões mostrando as potenciali-dades do Multicaixa e a consequente vantagem de não ter de esperar muito tempo para ser atendido. Para o efeito, implica que as caixas multibanco sejam carregadas com maior frequência.

O Multicaixa existe para servir os utentes. O servir inclui também os feriados, sábados e domingos. É frequente, em cidades como Luanda e Benguela, nesses dias, não exis-tir dinheiro em muitos postos. Infelizmente é frequente. Como sugestão, porque não fazer carregamentos aos sá-bados?

Estamos no inicio do século XXI, em que o avanço tec-nológico nomeadamente no sector bancário, já permite a utilização cada vez mais do dinheiro electrónico, pelo que temos de apostar forte nesta realidade, que já é presente.

TRANSFERÊNCIAS

Transferência para uma conta do mesmo banco (pri-meira espera aceitável). O balconista confere os dados da transferência nomeadamente as contas do ordena-dor (e assinatura) e do beneficiário e, por último, coloca um “ok” em sinal de conformidade em como havia fun-dos na conta do ordenador. Posteriormente, o utente segue para o caixa para fazer a respectiva transferência.

1.

Numa perspectiva económica considerada tradicional, o valor de empresa depende do seu potencial

de gerar rendimentos, ou seja, da sua capacidade de gerar lucros. Para além do seu valor patrimonial, é importante

considerar o valor associado aos activos intangíveis que se traduzem

no aumento da capacidade de rendimento da empresa, ligados a

marcas, situação geográfica (localização dos estabelecimentos), fidelidade da clientela, qualidade dos serviços…

Todos estes aspectos intangíveis são fontes potenciais de criação de valor e desenvolvem capacidades especiais de criação de riqueza. Este intangível

designa-se por goodwill.

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3� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

gestãogestão

Julgo que nesta operação há uma intervenção a mais, porque:

Não houve intervenção directa com dinheiro, pelo que não se justifica a ida ao caixa. O mo-vimento contabilístico desta operação teve úni-ca, e, exclusivamente, a ver com diminuição de recursos do ordenador e aumento de recursos do beneficiário; ou,

Se é por uma questão de funcionalidade ou organi-zação, o utente iria directamente ao caixa que jul-go ter os mesmos meios (conferência dos dados da transferência) que tem o balconista.

Transferências em dólares americanos feitas para a con-ta de beneficiários para uma conta designada “Conta com despesas”�.

Acontece que muitas vezes os titulares das “Conta com des-pesas”, pretendem fazer a transferência de saldos e/ou valo-res para as suas contas “Conta sem Despesas”� . São obriga-dos a ir ao caixa, levantar o dinheiro pretendido e fazerem o respectivo depósito na “Conta sem despesas”.

Ora, trata-se única e , exclusivamente, de transferência de valores que nada tem a ver com a conta Caixa. Julgo que não se justifica o levantamento de dinheiro, porque a nível contabilístico as contas a movimentar são entrada de Re-cursos para um conta do titular e saída de Recursos de uma conta do próprio titular, ou seja, a rubrica a movimentar é única e exclusivamente “Recursos”.

� Contas que recebem transferências de entidades como contas domiciliadas no próprio banco e/ou em bancos diferentes.� Contas domiciliadas num balcão que é movimentada com depósitos e levan-tamentos.

2.

DEPÓSITOS DE VALORES DE CLIENTES DO MESMO BANCO

É normal fazer-se depósitos de valores de clientes do mesmo banco. Porém cheques de grande montante, os balcões onde vai ser feito o depósito confirma junto do balcão do cliente ou do próprio cliente, no sentido de se saber se realmente passou o(s) respectivo(s) cheque(s). Hoje os balcões estão em on-line e sabem os saldos dos clientes do balcão A ou B. Por-quê a confirmação junto do sacador do cheque? Argumen-ta-se que há muita fraude e temos (banca) de nos defender. Certo, mas vamos ver o que refere a Lei Uniforme relativa ao Cheque sobre esta matéria:

O artigo 12º refere a responsabilidade do sacador (emitente do cheque) “ o sacador garante o pagamento”;

O artigo 13º (preenchimento abusivo do cheque incomple-to) refere “se um cheque incompleto no momento de ser passa-do tiver sido completado contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos ser moti-vo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido o cheque de má fé ou, adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave”.

Julgo que a espera a que o depositante está sujeito, não tem a ver com o consignado no artigo 12º mas no que está escri-to no artigo 13º, nomeadamente “salvo se este tiver adquirido o cheque de má fé ou, adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave”. Mas se são valores para depositar, não há, à priori, motivo para reter o depositante, isto porque na eventuali-dade de existir o que está consignado neste último artigo, o sacado (banco) pode fazer o respectivo estorno. Perguntar-se-á, mas o depositante tem um documento de depósito de um dado valor que com o estorno passa a ser diferente. É verdade, mas estamos perante um ilícito e como tal o banco tem de se defender.

Muitos não sabem levantar dinheiro abaixo dos valores que aparecem no mostrador.

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gestão

. 3�Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

gestão

Não obstante, é importante escalpelizar o que está consigna-do no artigo 10º (assinaturas falsas ou nulas), “se o cheque con-tém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por cheque, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado, as obrigações dos outros signatários não deixam de ser válidas”.

Em suma, os portadores de boa fé não podem ser prejudi-cados, pelo que os titulares dos cheques devem guardá-los em lugares seguros e quando receberem os módulos devem contar o número de cheques no sentido de verificarem se estão todos. Porquê? Porque conheci um caso como audi-tor, em Portugal, em que o funcionário de um balcão, por norma, retirava um cheque dos módulos, em clientes cujo perfil já conhecia: bons saldos médios, mas desorganizados. Depois de imitar as assinaturas dos clientes, levantava pe-quenos montantes das respectivas contas. Porquê, pequenos montantes? Porque sabia de antemão, que por serem verbas pequenas, os clientes não lhes atribuíam importância, mes-mo conferindo os extractos, e utilizava o factor multiplica-dor, ou seja, um número significativo de clientes, para que o “negócio” lhe fosse rentável. Como consultor de empresas, noto que muitas empresas não fazem a reconciliação bancá-ria tão importante na eficácia do seu controlo interno.

LEVANTAMENTOS

A nível documental não há um critério uniforme na Banca, no que concerne aos levantamentos. Há bancos que para o levantamento em kwanzas exigem um cheque. Para dó-lares um documento do próprio banco. Não percebo esta diferença documental, isto porque o mais importante é a movimentação contabilística, sendo o documento único e exclusivamente o suporte.

Relativamente ao cheque que é um título de crédito à vis-ta (artigo 28º da Lei Uniforme relativa ao Cheque), ou seja pagável de imediato, de acordo com o artigo número 6º da referida lei, a modalidade do cheque é a seguinte:

O cheque pode ser passado à ordem do próprio sacador (titular do cheque, da conta sobre um banco);

O cheque pode ser sacado por conta de um terceiro (no-minativo);

O cheque não pode ser passado sobre o próprio sacador, salvo no caso em que se trate dum cheque sacado por um estabelecimento sobre outro estabelecimento, am-bos pertencentes ao mesmo sacador.

Ora, acontece, que muitos balcões quando os cheques são apresentados pelo próprio sacador, exigem que este coloque

“à ordem” o nome do próprio sacador ou coloque a desig-nação “o próprio”. Este procedimento contraria o que está escrito no artigo acima, ou seja, “o cheque não pode ser passa-do sobre o próprio sacador” a não ser dentro das circunstâncias referidas no próprio artigo.

Mas dir-se-á que é um procedimento de segurança do saca-do. Mas o sacado está seguro, com o que está expresso no artigo 14º da lei em causa “transmissão” que refere “o endos-so pode ser feito mesmo a favor do sacador ou de qualquer outro co-obrigado…” e reportando-me ao artigo 35º (obrigação de o sacado verificar a regularidade dos endossos) “o sacado que paga um cheque endossável é obrigado a verificar a regularidade da sucessão de endossos mas não a assinatura dos endossantes”, ou seja, é esta a obrigação do sacado.

PEDIDO DE NÚMERO DE CONTA

É feito no balcão das agências. Está correcto. Porém se o utente pretender fazer um depósito ou um levantamento, julgo que poderia pedir o número da conta, ao próprio cai-xa, porque, julgo que o sistema está preparado para o efeito, evitando desta forma que o utente tivesse de se deslocar a dois serviços dentro do mesmo balcão.

CONCLUSÃO

As demonstrações financeiras medem-se e comparam-se como sabemos. O goodwiil hoje também se mede e compa-ra, mas ainda não é frequente o seu uso.

A Banca como qualquer organização virada para o públi-co, tem todo o interesse em melhorar o funcionamento dos seus serviços de atendimento. Essa melhoria, tem em vista o cliente perder o menor tempo possível num balcão, pois “tempo é dinheiro”. Julgo que há tarefas que podem ser melhoradas e/ou eliminadas, sem descurar o controlo interno, tão fundamental para uma boa gestão de conti-nuidade. As esperas prejudicam os clientes e no caso das empresas pode ferir a sua produtividade. A vida hoje é feita a correr.

Para além da publicidade que possa aparecer nos monitores dos multicaixas, seria oportuno que aparecesse um quadro com as funcionalidades destas máquinas.

Hoje há o homebanking, que deve ser bem divulgado, mos-trando as suas grandes vantagens. Nos dias que correm, os depósitos à ordem já deveriam ser feitos de uma forma automática como existe já em muitos países. Hoje, deveria existir um maior número de estabelecimentos comerciais e de serviços, a utilizar o multicaixa e porque não o VISA. Já estamos na era do dinheiro electrónico.

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informática de gestãoinformática de gestão

A empresa XPTO SA contraiu um empréstimo bancário nas seguintes condições:

Taxa de juro anual (r ) 8,781%Periodicidade (mensal); (m) 12Número de períodos;T x m 48Valor do empréstimo 142.324,00 USD

A direcção financeira, através do EXCEL2007, conferiu os dados fornecidos pelo Banco usando para o efeito as Funções Financeiras que usamos para o cálculo de Empréstimos na edição 1, em Informática de Gestão. O valor da prestação a pagar é de 3.439,65 USD conforme figura a seguir:

Figura 1

FILIPA COUTO

CASHFLOW

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Resolveu criar uma folha própria que chamou “cashflow” , com a seguinte estrutura:

Figura 2

Na folha “Cashflow”, vamos colocar em E5 o valor da divida USD 142.324,00, usando a fórmula “=Dados!B6.Dados”. Dados foi o nome que atribuímos ao primeiro livro onde estão os dados do empréstimo constante da figura 1. Depois de usarmos a fórmula temos:

Figura 3

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O “Período” corresponde a um total de 48. Para inserir o período, colocamos os dois primeiros números, no concreto 0 e 1, e quando aparecer o cruz inserta na figura a seguir, arrastamos até ao número 48.

Figura 4

Para o cálculo do juro, constante da figura 2, temos de entrar em “Fórmulas”, e dentro das “Funções Financeiras” em “ipg-to”, abrimos a caixa constante da figura a seguir:

Figura 5

Corresponde a “períodos” o primeiro em “Cashflow”

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. 39Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

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Os dados estão todos entre “ $...$”,, porque são valores constantes, excepção feita para o período visto serem 48. Porquê com “$...$”? Porque a fórmula vai ser arrastada até à última prestação e temos de manter aqueles valores sem variações.

Para o cálculo da Amortização, constante da figura 2, usamos a mesma metodologia que usamos para o cálculo dos juros. Para o efeito dentro das “Funções Financeiras”, vamos procurar “PPGTO”. Aberta a caixa, temos de colocar os dados con-forme figura a seguir:

Figura 6

Todos os dados são constantes, à excepção do período. Faz-se a cópia da fórmula até à última prestação.

Para o cálculo da “Renda”, esta é a soma dos “Juros” e das “Amortizações”. Tem de corresponder ao valor que foi calculado em “Dados” e neste “Valor da prestação a pagar”. A fórmula é copiada até ao último período.

Figura 7

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O “Capital em Dívida” que consta da figura 2, corresponde à diferença do Capital em Divida anterior menos a “Amortiza-ção” , ou seja, “=E5-C6”, em Casflow. Esta fórmula é copiada até ao final e a última tem de ser igual a 0, conforme figura a seguir:

Figura 8

O valor dos juros 26.944,32 USD, é igual ao que consta em “Dados” (figura 1 em “Juros Totais”.

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ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONALA BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO

JLMagro

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É bom que se medite nesta máxima. Para se ser professor é necessário que se tenha vocação. É como plantar uma árvore, todos os dias regá-la, todos os dias vê-la crescer. O professor, deve fazer o mesmo com os seus alunos. O bom professor é aquele que ao longo da vida é recordado pelos alunos, com saudade e carinho. O

bom professor, é aquele que mais tarde, o aluno já não aluno, o chama de Mestre.

Angola, tem mais de 100 mil professores. É um número. Deste número, quantos têm vocação para dar aulas? Muitos, podem não ter as habilitações exigidas, muitos podem ter só a 4ª classe, mas estes podem ter muito mais vocação que aqueles que são licenciados. Mas, devido à conjuntura, temos de aceitar todos. Mas devido à conjuntura e às exigências que a paz e o Mundo obriga, os professores sem habilitações, têm de estudar, têm de ser nivelados, para que sejam melhores professores. Quem dera tivéssemos um maior número de professores com o binómio vocação/qualificação. É um ideal raro, mesmo nos países mais evoluídos.

Porque é que este trabalho é sobre o Ensino Básico e o Técnico-Profissional?

Começando pelo Ensino Básico, consideramos o mais importante de todos. Porquê? Porque quem não tiver um bom Ensino Básico, dificilmente consegue chegar a patamares mais avançados do Ensino, mais propriamente, o Superior. Neste, é assaz importante o ensino de uma forma competente do Português e da Matemática. É necessário que estes miúdos amanhã quando tiverem a sua formação média ou superior, saibam ler e escrever correctamente. O mesmo se passa com a Matemática, que permite que tenhamos um raciocínio lógico e no mínimo estes miúdos amanhã, saibam fazer contas, sem recurso à máquina de calcular. Que saibam ao menos a tabuada.

Ao longo dos tempos, temos escrito sobre a merenda escolar. É necessário um maior esforço, no sentido de toda a criança ter direito à merenda escolar. Infelizmente, para muitas crianças, ela é a melhor refeição que têm durante o dia. Não basta termos escolas muito bem apetrechadas e muito bonitas, se devido à falta de alimentação capaz, as crianças têm fraco rendimento.

Bem-haja os programas curriculares incluírem a Educação Sexual. Os angolanos como a generalidade dos africanos, começam a sua vida sexual muito cedo. É importante que conheçam, os malefícios do HIV/SIDA e os meios que têm para não serem mais uma vítima. É importante, que saibam o que é o planeamento familiar. Há regras, que devido às circunstâncias da vida, vão chocar com tradições. Mas temos de dar qualidade de vida aos nossos filhos, pelo que, temos de saber qual o número a que é possível dar essa qualidade.

Ensino Técnico-profissional. Angola não pode ter só quadros com formação superior. Podem ser abertas em todas as províncias ou em quase todas, Escolas Superiores, até materialmente bem dotadas, mas haverá docentes com qualida-de para tanta escola? A qualidade de uma Escola Superior vê-se pelo número de professores, mestres, pós-graduados e licenciados. Não podemos ter Escolas Superiores em que mais de 75% são licenciados. Então, temos de apostar forte no Ensino Técnico-Profissional. E mesmo neste Ensino, temos de ir buscar professores de fora (Cuba e Brasil).

Estes politécnicos estão dotados de laboratórios e oficinas e novas tecnologias. Mas, não basta. São necessárias biblio-tecas, porque “BIBLIOTECA é a maior CIDADE do Mundo, onde cada LIVRO é uma arranha-céus de SABEDO-RIA” citando o benguelense Nuno de Menezes.

Tão importante como a proliferação de politécnicos, são as saídas profissionais dos jovens que concluem os seus cursos. É importante que os Governos provinciais criem condições para o sector privado se instalar, dando emprego a estes jovens.

“Vou no “barco da Química”, de que não prescindo, para um porto que é mais do

que um laboratório, num mar que tem muito mais que reagentes…

O meu fascínio é o aluno!”

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ENSINO BÁSICO

O Ensino Básico vai da 1ª à 9ª classe. A sua evolução de 2003 a 2006, por províncias foi a seguinte:

O mapa acima, mostra que o maior número de alunos, estão concentrados nas províncias sublinhadas a amarelo. O crescimento anual foi de 21%, 3% e 8% em 2004, 2005 e 2006 respectivamente.

PROVÍNCIA 200� 200� 2005 2006

MF MF MF MF Média Peso

BENGO 37.016 44.008 52.161 35.895 42.270 1,41%BENGUELA 218.163 233.925 276.961 276.961 251.502 8,38%BIÉ 190.361 266.847 315.234 350.309 280.688 9,35%CABINDA 71.582 73.658 87.043 95.908 82.048 2,73%CUNENE 82.338 131.923 157.120 92.438 115.955 3,86%HUAMBO 267.062 403.561 479.721 340.501 372.711 12,42%HUILA 515.258 568.710 672.886 672.886 607.435 20,24%KUANDO KUBANGO 53.039 107.476 128.627 113.397 100.635 3,35%KWANZA NORTE 48.222 50.771 60.054 57.851 54.224 1,81%KWANZA SUL 176.563 205.142 243.473 202.903 207.020 6,90%LUANDA 423.818 381.262 446.180 460.432 427.923 14,26%LUNDA NORTE 53.549 66.872 79.452 121.583 80.364 2,68%LUNDA SUL 34.420 46.149 54.838 71.914 51.830 1,73%MALANGE 99.987 144.919 173.157 142.008 140.018 4,67%MOXICO 39.646 47.070 55.775 87.277 57.442 1,91%NAMIBE 38.678 40.809 47.975 61.046 47.127 1,57%UIGE 114.215 173.702 206.257 148.082 160.564 5,35%ZAIRE 28.357 35.657 42.175 38.688 36.219 1,21%Total 2.�92.27� �.022.�6� �.��9.�8� �.�70.079 �.00�.000 �00,00%

Crescimento 2�% �% 8%

Fonte Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado

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A nível de escolas entre 2002 a 2006, foram construídas:

O crescimento foi determinado em “Número”, pela diferença entre as escolas existentes em 2006 menos as que exis-tiam em 2002. A percentagem do crescimento, “%”, corresponde ao quociente do “Número” pelas escolas existentes em 2002. O “Peso” corresponde à divisão das escolas existentes por província em 2006, pelo total de 2006.

Podemos verificar que as que têm maior peso, são as que estão sublinhadas a amarelo. De notar que a Huila, consta nos dois mapas, tendo sido a maior em ambos.

Entretanto, Malanje e Uige, que são das que têm maior peso a nível de número de escolas, não foram as que tiveram maior frequência de alunos, ou seja, Malanje (142.008 alunos para 1.000 escolas) e Uige (148.082 alunos para 1.002 escolas) respectivamente.

ACÇÃO SOCIAL

Sabemos, nos dias que correm, que a escola para muitos pais, ainda é um fardo, por-que os filhos, enquanto estão a frequentar as aulas, não podem ocupar-se de tarefas como: transportar água, tomar conta dos irmãos mais novos, guardar gado…

Julgamos que a merenda escolar é um dos veículos para acabar com o abandono escolar e a prova é dada pela Vice-ministra Alexandra Simeão, que tem o pelouro da Acção Social “o objectivo da criação da merenda escolar, foi atrair a criança á escola. Como? Dando uma refeição com qualidade, ou seja, rica em vitaminas e proteínas”.

CRESCIMENTO

PROVÍNCIAS 2002 2006 NÚMERO % PESOBENGO 148 276 128 86% 3%BENGUELA 467 868 401 86% 9%BIÉ 272 1.090 818 301% 12%CABINDA 206 250 44 21% 3%CUNENE 363 612 249 69% 7%HUAMBO 424 786 362 85% 9%HUÍLA 974 1.187 213 22% 13%KUANDO KUBANGO 50 100 50 100% 1%KUANZA NORTE 280 386 106 38% 4%KUANZA SUL 220 391 171 78% 4%LUANDA 291 441 150 52% 5%LUNDA NORTE 159 205 46 29% 2%LUNDA SUL 23 81 58 252% 1%MALANGE 323 1.006 683 211% 11%MOXICO 91 144 53 58% 2%NAMIBE 118 163 45 38% 2%UÍGE 603 1.002 399 66% 11%ZAÍRE 175 245 70 40% 3%TOTAL 5.�87 9.2�� �.0�6 78% �00%

Fonte: Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado

”O objectivo da criação da merenda escolar, foi atrair a criança á escola. Como? Dando uma refeição com

qualidade, ou seja, rica em vitaminas e proteínas”

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Prosseguindo com Alexandra Simeão “o esforço que o Governo fazia anu-almente com a criação de escolas, seu apetrechamento, colocação de professo-res, ou seja, todo o esforço associado à função educativa, tinha uma quebra muito significativa.

O ano lectivo começava, e gradualmente as salas de aula ficavam vazias. No final do ano lectivo, em casos extremos, muitas salas de aula, tinham metade dos alunos.

Começámos a tentar perceber a razão de ser da criança recusar a escola pe-rante melhores condições.

Concluímos que a visibilidade da nova escola não poderia ser vista só pelas crianças, mas também pelos próprios pais.

Verificámos ainda, que a maioria das crianças estava mal nutrida, nomea-damente no interior, e se continuassem assim o seu rendimento escolar seria fraco.

Perante esta realidade passou a ser imperioso para o Ministério da Educação, fornecer a merenda escolar, como acção social.

Em 1998, começámos a primeira experiência piloto com a merenda esco-lar, na província de Malanje, com a ajuda do Programa Alimentar Mundial (PAM). Prosseguimos para o Bié e Huambo. Na altura era extremamente di-fícil deslocarmo-nos por causa da guerra. Até 2001, funcionou só com o apoio do PAM. A comida fornecida nos centros de refugiados era a mesma que era fornecida para a merenda escolar. Estas refeições custavam na altura USD 0,29/por criança (fuba, lentilhas, feijão e duas vezes por semana, carne enlatada), tinham no mínimo os componentes nutritivos para a ali-mentação da criança.

Na altura, em algumas províncias, pensámos incluir na merenda escolar, produtos extra, devido ao surgimento de doenças cutâ-neas, o que nos obrigou a fazer um estudo para cada província. Com a ajuda do PAM, foi possível introduzir essa melhoria”.

Foi em 2006, que ficou decidido pelo Governo, que o Ministério da Educação, passaria a ser responsável pela me-todologia da merenda escolar e pela sua fiscalização. São os Governos provinciais os responsáveis pelos concursos públicos para o fornecimento da merenda escolar.

Não implica que sejam empresas localizadas nas próprias províncias. Cabinda, fez um contrato com a LACTIAN-GOL, Luanda, que tem trabalhado em pleno com o fornecimento das merendas, no enclave.

Alexandra Simeão, Vice-Ministra da Educação para a Acção Social

“Concluímos que a visibilidade da nova

escola não poderia ser vista só pelas crianças,

mas também pelos próprios pais.”

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Mas, infelizmente, como já escrevemos várias vezes nos trabalhos que fizemos sobre as províncias, nem todas têm merenda escolar como se pode ver no Mapa de Atendimento, a seguir referido:

Como se pode concluir pelo mapa acima, mesmo dentro das províncias contempladas com a merenda escolar, nem todas as escolas e, por consequência alunos, foram contemplados com a merenda escolar

Se a merenda escolar é uma forma de atrair e manter as crianças nas escolas, ela tem de ser mais abrangente, ou seja, tem de ser distribuída a um maior número de alunos. Porém, infelizmente, acontece existir dificuldades em algumas províncias em se conseguir o fornecedor certo para a merenda escolar. A sua escolha obedece a concurso público, e no caso do Moxico, não foi fácil arranjar o fornecedor ideal.

Ainda não há uma uniformização da merenda escolar nem a nível nacional nem a nível provincial.

Os fornecedores da merenda escolar e a sua composição é consta do quadro abaixo:

De acordo com Alexandra Simeão �O programa beneficia da ajuda de uma fábrica localizada em Benguela que é de uma organização cristã, que fornece a título gratuito, bolachas, biscoitos�mas reforçados, ou seja, vitaminados”.

A merenda escolar em muitas escolas do interior, mais propriamente no meio rural, não é só para a criança de 6 anos. É também para o irmão de 3 anos que o acompanha à escola e está à espera da sua distribuição, para matar a fome. Muitas vezes, esta é a primeira refeição depois de terem jantado no dia anterior, pelas 17 horas. Este gesto não pode ser condenado. Mostra fraternidade, indicia que amanhã aquela criança, de 3 anos, vai querer ir à escola, porque tem comida. É uma forma entre outras, de trazer a criança à escola, sem absentismo.

PROVÍNCIAN.º DE

ALUNOSPLANIFICADO

N.º DE ALUNOS

ATENDIDOS

N.º DE ESCOLAS

ATENDIDAS

2006 DIFERENÇA

ALUNOS NºESCOLAS ALUNOS NºESCOLAS

BENGUELA 60.000 15.759 25 276.961 868 (261.202) (843)

BIÉ 60.000 53.422 88 350.309 1.090 (296.887) (1.002)

CABINDA 50.000 88.444 240 95.908 250 (7.464) (10)

HUAMBO 60.000 108.989 162 340.501 786 (231.512) (624)

HUILA 30.000 0 0 0 0

K-KUBANGO 20.000 0 0 0 0

K-SUL 40.000 15.000 41 202.903 391 (187.903) (350)

L-SUL 40.000 0 0 0 0

LUANDA 100.000 11.771 11 460.432 441 (448.661) (430)

MALANGE 50.000 0 0 0 0

MOXICO 30.000 20.892 29 87.277 144 (66.385) (115)

UIJE 50.000 40.757 89 148.082 1.002 (107.325) (913)

TOTAL 590.000 �55.0�� 685 �.962.�7� �.972 (1.607.339) (�.287)

Fonte Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado

LACTIANGOL:Pacote de leite com chocolate que deram o nome de “Camba” ou iogurte;Componente sólida que podem ser bolachas, pão, ou snack que já vêem em-baladas

OUTROS FORNECEDORESContinuaram com o modelo do PAM, ou seja, comida cozinhada. Este modelo tem de ter no mínimo cinco componentes em termos de alimentos, água potável tratada e exige um(a) cozinheiro(a). Temos algumas províncias que incluíram produtos locais como: frutas, papas…

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De acordo com a Vice-ministra “são distri-buídos gratuitamente os livros e todo o ma-terial didáctico aos alunos, bem como duas vezes por ano é feita uma desparasitação.

Não é com a criação de uma auto-estrada até a Menongue, que vamos resolver o problema do Ensino. Temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores.

Possivelmente estariamos muito melhor a nível de desenvolvimento humano, se o En-sino durante estes trinta anos tivesse sido a prioridade máxima”, assim disse Ale-xandra Simeão, mas há que seguir em frente. Há necessidade de um trabalho árduo e paciente, no sentido de fazer ver aos pais a vantagem dos filhos estu-darem, e porque não eles próprios pas-sarem também a frequentar a escola?

As igrejas, independentemente do cre-do religioso, tiveram um papel de capi-tal importância, ensinando e custeando o material didáctico em lugares em que a guerra não deixava “entrar”, e ainda hoje continuam com essa missão, nos lugares mais recônditos do país.

A recuperação do Ensino, não é só tarefa do Estado. É de todos. Neste contexto tem aparecido empresas como a Sonangol, Sonamet... que têm cumprido a sua responsabilidade social. Seria bom que outras empresas aderissem a esta nobre causa.

O PROFESSOR DO INTERIOR

A taxa de alfabetização a nível mundial em 2007, para um universo de 179 países de todos os continentes, foi a seguinte:

Este quadro mostra esta grande realidade: países como Somália, Iraque, Afeganistão e Serra Leoa, são países onde os conflitos armados perduram, daí o seu atraso acentuado a nível de Ensino. Nós também tivemos esse problema, daí estarmos na 144ª posição. Hoje, a palavra de ordem é: recuperar.

POSIÇÃO PAÍS TAXA1 Finlândia 100,00%2 Gronelândia 100,00%3 Geórgia 100,00%… … …144 Angola 53,80%… … …172 Somália 25,80%173 Iraque 24,40%… … …176 Afeganistão 21,00%177 Serra Leoa 20,50%178 Burquina Faso 16,80%

Fonte: http://www.indexmundi.com/pt/angola/

“Não é com a criação de uma auto-estrada até a Menongue, que vamos resolver o problema

do Ensino. Temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores.”

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Mas recuperar não pode ser no curto prazo. Tem de existir estratégias a médio e longo prazo para recuperarmos o atra-so escolar que grassa no nosso país. Temos de saber aproveitar o crescimento económico que temos tido nos últimos anos, e com as receitas criadas e obtidas, aplicá-las em áreas extremamente importantes para o nosso desenvolvimen-to humano. Dentro dessas áreas temos a Educação. Com o acabar da guerra, a principal dotação do Orçamento Geral do Estado tem de ser para a Educação. Julgamos que é o que está a acontecer conforme gráfico a seguir:

Fonte: Ministério das Finanças

A Educação está no Sector Social, juntamente com a Reinserção Social, que no nosso entender, têm de estar associa-das tendo presente os malefícios sociais que qualquer guerra provoca. O quadro acima mostra, que a partir de 2005, o Sector Social foi o que passou a ter mais peso na estrutura da Despesa Pública.

Mas, os meios monetários são extremamente importantes para a recuperação do atraso escolar. É importante dizer, que a Educação é muito mais que os meios monetários ou materiais juntos. O mais importante na Educação, são as pessoas e a prova provada foi dada pela Vice-ministra Alexandra Simeão “temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores”. Temos de pensar na realidade intrínseca do nosso país, porque:

Angola é um país grande em extensão (1.246.700 km2) e pequeno em população (12.263.596-Julho 2007 est.�).Para além da pouca população, esta está dispersa, e as tradições e costumes, variam entre elas. Te-mos os Kimbundus, os Umbundus, os Ki-kongos... Independentemente das etnias, temos os urbanos e temos os rurais, ou seja, temos aqui um choque de culturas;

A dispersão da nossa população e a exten-são do nosso território, são um obstáculo, porque precisamos de estradas principais, secundárias e terciárias, para poder chegar às comunas e aldeias mais longínquas, ou seja, a Educação precisa de ter um meio envolvente.

Esse meio envolvente, passa pela recuperação, preparação e formação dos professores.

Durante o conflito, quem “aguentou” o Ensino, nos lugares mais fustigados pela guerra foram os professores, agora agentes do ensino, com a 4ª ou a 6ª classe. Hoje, muitos destes homens, muitas destas mulheres, têm mais de 50 anos. Muitos ainda leccionam em lugares, onde os mais habilitados não querem lá estar.Mais uma vez, a dispersão da população e a grande extensão do território.

� http://www.indexmundi.com/pt/angola/populacao.html

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É verdade, que aqueles professores não estão preparados para os novos desafios do Ensino. Mas também é verdade, que serviram e servem o país e não é justo dizer: “muito obrigado, mas agora vão para casa”.

Perguntar-se-á, então que fazer?

A resposta foi dada por Viriato Neto, Director Geral Adjunto, do Instituto Nacional de Formação de Quadros, que pertence ao Ministério da Educação, “perante esta realidade, pensamos criar um processo de nivelamento de todos os pro-fessores nestas circunstâncias (professores sem a habilitação mínima). Temos de lutar para ter professores, com habilitação mínima: o ensino médio feito. Esse nivelamento passa por uma formação continua. O Ministério da Educação, está a dar neste momento, uma formação de 10 dias úteis para actualização de conhecimentos. Estes professores não devem ter menos de 300 horas de formação contínua”.

Viriato Neto, Director Geral Adjunto do Instituto Nacional de Formação de Quadros

Com a paz, outra realidade surgiu: a explosão escolar. Para resolver o problema, de acordo com Viriato Neto, “tivemos de optar: ou recrutar pessoal sem formação pedagógica para leccionar, ou manter as crianças fora do ensino. Optámos pela primeira o que obrigou a recrutar uma série de jovens sem formação pedagógica. Esta realidade veio afectar em grande medida a qualidade do professor”.

A qualidade do Ensino é uma preocupação e uma prioridade do Ministério da Educação de acordo com Viriato Neto, pelo que a estratégia foi a criação de um “PLANO MESTRE PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES”. Este plano con-templa a formação inicial, contínua e à distância. De acordo com aquele quadro “é importante capacitar os professores que estão no sistema, com formação pedagógica”, porque nos dias que correm não basta ter formação superior para dar aulas: a formação pedagógica, ou seja, saber transmitir conhecimentos é assaz importante�. Esta vertente é a grande aposta do Ministério da Educação.

“Perante esta realidade, pensamos criar um processo de nivelamento de todos os professores nestas circunstâncias

(professores sem a habilitação mínima). Temos de lutar para ter professores,

com habilitação mínima: o ensino médio feito. Esse nivelamento passa por uma

formação continua. O Ministério da Educação, está a dar neste momento, uma formação de 10 dias úteis para

actualização de conhecimentos. Estes professores não devem ter menos de 300

horas de formação contínua”.

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Hoje, há escolas para formação de professores em todas as capitais provinciais e em alguns municípios. Mas con-forme relata Viriato Neto, “muitos jovens entram nessas escolas sem nenhuma vocação para o Ensino. Pretendem apenas aumentar os seus conhecimentos, ter um diploma. Esta realidade fez com que as nossas escolas fossem perdendo profissiona-lismo. Costumamos dizer: formam tudo, menos professores”.

“Muitos jovens entram nessas escolas sem nenhuma vocação para o Ensino”. Já constatamos esta realidade nas províncias que fizemos. Independentemente dos malefícios que pode provocar a entrada destes jovens nessas escolas, temos de convir que é um direito que lhes assiste. Quem dera que todos os jovens tivessem possibilidades de aumentar o seu grau académico. O grande problema como disse o Administrador da Gabela2 “o principal empregador é o Estado, mais propriamente nas áreas da Educação e da Saúde. Não temos iniciativa privada”.

Mas, para que surja a iniciativa privada, implica que haja infra-estruturas mínimas e elas estão a ser criadas. Com a proliferação das escolas técnico-profissionais pelo país, implica que surjam empresas privadas nas províncias para empregar esses jovens, quando acabarem a sua formação.

Hoje existem as “Escolas de Professores do Futuro”, com apoio da UNICEF. Estas escolas têm como objectivo prepa-rar professores para zonas rurais. Mas, já começa a surgir um problema, com os professores que concluem o curso: mui-tos não querem ficar nas zonas rurais. A “guerra” entre o litoral e o interior já é bastante antiga, noutros países, nou-tros séculos e porque não em Angola. Para fixar estes profes-sores, talvez passe pelo que disse Viriato Neto “tem de existir uma política de substituição, ou seja, aquele que acabou o curso, vai substituir o professor sem habilitação própria, para este ter a respectiva formação. Para o efeito, devem ser criadas condições sociais para receber o novo professor. Devem ser estabelecidas comissões de serviço entre 2 a 3 anos para esses professores, com a possibilidade de ficarem definitivamente, se assim optarem”.

De acordo com a nova carreira do Professor, o professor primário tem de ter como habilitação mínima a 12ª classe, com a componente pedagógica. De acordo com Viriato Neto, “a partir de 2009, todos os candidatos à escola de formação de professores tem de fazer um exame de admissão.”

A aprovação do novo Estatuto da Carreira de Docente, vai permitir melhores remunerações (habilitações literárias e tempo de serviço são factores importantes), e condições sociais como facilidade na contracção de empréstimos bancários. As novas escolas primárias, nomeadamente nas zonas rurais, estão a ser construídas contemplando já no projecto, casas para professores.

2 Ver edição número 9 da Valor Acrescentado

“Tem de existir uma política de substituição, ou seja, aquele que

acabou o curso, vai substituir o professor sem habilitação

própria, para este ter a respectiva formação. Para o efeito, devem

ser criadas condições sociais para receber o novo professor. Devem ser estabelecidas comissões de

serviço entre 2 a 3 anos para esses professores, com a possibilidade

de ficarem definitivamente, se assim optarem”.

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AS ORGANIZAÇõES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONG) E AS IGREJAS

No período de guerra surgiram muitas ONG. Em algumas localidades, a liderança do Ensino era das ONG, nomeada-mente em zonas onde o Governo não tinha possibilidades de lá chegar.

Com o acabar da guerra, muitas pensaram que a sua missão estava cumprida e abandonaram esses lugares. Mas, de acordo com Luísa Grilo, “ainda são necessárias, pelo que há protocolos firmados entre o Ministério da Educação e as ONG, no sentido destas traçarem os seus planos de acção dentro de parâmetros, que possam ser assegurados pelo nosso Ministério. Os protocolos têm um espaço temporal para serem executados. Depois da sua execução, a passagem do testemunho é muito prática porque os nossos bens são os alunos.

Como refere Luísa Grilo, “no interior, onde não há escola pública quem assegura o Ensino são as igrejas. Como exemplo no Cunene, a Igreja luterana tem feito um trabalho notável, assegurando quer o Ensino quer o material didáctico”.

A MULHER

O gráfico a seguir, mostra o peso que a mulher tem na sociedade angolana, com idades compreendidas entre os 14 e 19 anos.

Fonte CIA World Factbook, adaptado pelo Valor Acrescentado

O gráfico mostra que durante o período de 1975 a 1990, houve um valor constante na ordem dos 44%, tendo havido um acréscimo de 1995 a 2000. Com o surgimento da paz em 2002 é natural que tenha havido um outro crescimento, nesse espaço temporal.

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De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, através do seu inquérito MICS, a taxa de alfabetização é, actual-mente, de 67%. As mulheres são penalizadas, pois aparecem com 54%�.

As mulheres são em maior número em população e talvez por isso as mais analfabetas.

Há um programa designado “GÉNERO DO SISTEMA NO CONTEXTO EDUCATIVO”, que de acordo com Luísa Grilo, directora nacional para o Ensino Geral, do Ministério da Educação, esse programa tem como principais objectivos:

A promoção da mulher a nível de escolaridade, incentivando-a no mínimo a obter a escolaridade obrigatória (6ª classe);

Incentivar as jovens que abandonaram o ensino, a retomá-lo.

Para além deste programa, há de acordo com a directora nacional para o Ensino em Geral “um apoio da UNICEF, para promover a educação da mulher.”

Luísa Grilo, directora nacional para o Ensino em Geral

Prosseguindo com Luísa Grilo “encomendámos um estudo a uma entidade privada de pesquisa, que ainda não está concluído, mas já nos permite dizer: há cada vez mais, uma maior tendência das jovens estudarem. Já está provado que as jovens que conseguem terminar a escolaridade obrigatória, têm mais facilida-de em fazer o resto do percurso, ou seja, concluírem a 12ª classe”.

Uma das grandes quebras da escolaridade situa-se entre a 4 e a 6ª classe, fruto da educação tradicional que recebem da família. Porquê? Porque sur-gem problemas com a vida sexual activa dos jovens, nomeadamente das meninas, ajudar em casa, cuidar dos irmãos. Com o programa “GÉNERO DO SISTEMA NO CONTEXTO EDUCATIVO”, Luísa Grilo refere ”temos fei-to campanhas de alfabetização que felizmente começam a dar frutos. A jovem, a mulher, quando entra na escola, procura que o seu filho frequente com regulari-dade a mesma. Não obstante, há uma maior tendência dos pais para apostarem na escolaridade dos rapazes.”

“Há uma maior tendência dos pais apostarem na escolaridade dos rapazes”. Porquê? Porque em determinadas zonas de Angola (e África), a nível de tradições e costumes, a principal força do trabalho é a mulher. A mulher tem de conciliar as tarefas de ser mãe, dona de casa, esposa e sustento da casa.

� “ESTRATÉGIA DE ALFABETIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO ATRASO ESCOLAR, 2006 - 2015”, elaborado pelo Ministério da Educação

“Há cada vez mais, uma maior tendência

das jovens estudarem. Já está provado

que as jovens que conseguem terminar

a escolaridade obrigatória, têm mais facilidade em fazer o resto do percurso, ou seja, concluírem a 12ª

classe”.

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Para a recuperação do atraso escolar, a figura do professor é deveras importante, porque em muitas comunidades, é a única pessoa que sabe ler e escrever. Mas, de acordo com Luísa Grilo, temos de jogar mais com a professora,”porque ela deve mostrar às mães, as vantagens da escola, mostrar que a mulher com estudos pode ascender a vários cargos profissio-nais e sociais.”

É política do Ministério da Educação que haja paridade nos lugares de topo da pirâmide, ou seja, a nível do próprio Ministério há 11 directores em que seis são mulheres e os restantes são homens. Tal política tem sido seguida nas Direcções provinciais de Educação, em que se o director é homem, o lugar de director adjunto é de uma mulher ou o inverso. O mesmo é seguido para as estruturas intermédias. Nas escolas, se o chefe de turma é rapaz a adjunta é uma rapariga ou o inverso.

OS MENINOS NA RUA

É um flagelo que temos, e sobre o mesmo, já dedicámos parte do nosso especial, na edição número 7. Quantos meninos e meninas vivem na rua? Não sabemos. Há quem saiba? Julgamos que não. A quem compete a sua recupe-ração? Dizem-nos que ao Ministério da Reinserção Social. Mas, julgamos que a recuperação não pode ser só daquele Ministério, porque há a envolvente Educação e esta pelo que julgamos saber, é da responsabilidade do Ministério da Educação.

Porque estão na rua?

A guerra foi a principal causa. Muitos perderam os seus familiares directos: pais;

A falta de trabalho dos pais;

Muitos meninos na rua, são o sustento dos pais e demais família.

Como se pode charmar a esta geração? Os sociólogos, os psicólogos, os assistentes sociais são as pessoas mais habili-tadas para lhes pôr um nome, nós chamamos-lhes “FILHOS DE UM DEUS MENOR”.

A recuperação dos “meninos na rua”, não é fácil. Eles criaram os seus hábitos. Eles criaram os seus códigos de con-duta. Eles criaram entre eles, a sua própria família e conhecemos várias histórias de tentativa de recuperação destes miudos, que não resultou. O argumento é a minha familia são os meninos que vivem comigo na rua, vocês (quem quer recuperar) não são minha família.

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Mas, não se pode desanimar. É necessário fazer algo pela sua recuperação.Neste sentido, o Governo no decorrer do ano de 2007, criou o programa “ESTRATÉGIA DE ALFABETIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO ATRASO ESCO-LAR 2006-2015”. De acordo com Luisa Grilo “o público-alvo, são os que estão no mercado do trabalho nem que seja no informal, que não têm nenhuma qualificação, muitos são mesmo analfabetos, ou semianalfabetos”.

Prosseguindo com Luísa Grilo “para estes jovens é importante a conciliação en-tre o trabalho e a escola. Há ainda um programa integrado, designado “EDUCA-çãO PArA TODOS”. Para o efeito, o Ministério da Educação, conta com o apoio dos parceiros. Entre eles temos os salesianos no município do Sambizanga, onde se trabalha com este público-alvo. Os meninos na rua, continuam com a sua ac-tividade no comércio informal, mas têm horas para aprenderem a ler, aprenderem a gerir o seu pequeno negócio, aprenderem a poupar, ou seja, aprendem a gerir um pequeno negócio. Temos também outra ONG, que é nacional “CANDENGUES UNIDOS”, que trabalha também com vendedores ambulantes. A sua zona de acção é o rocha Pinto. Esta ONG associa sempre alfabetização e trabalho. Não podemos chamar ao trabalho quer dos “SAlESIANOS” quer dos “CANDENGUES UNIDOS”, como formação profissional, mas sim habilidades para a vida”.

EDUCAÇÃO SExUAL

A Educação Sexual, é a forma que Angola em particular, e África em geral, têm de vencer o flagelo do HIV/SIDA. Para além deste flagelo, a Educação Sexual também ensina os jovens a saber o que é o planeamento familiar, tão impor-tante em África e dentro dela, em Angola.

Para Luísa Grilo, “os angolanos começam a sua vida sexual muito cedo (12 anos). No programa “DEFENDE A VIDA, VEN-CENDO SOBrE A SIDA”, uma das mensagens é que a gravidez é um mal menor. As alunas, hoje sabem as consequências de uma gravidez precoce, porque são conceitos que já estão no curriculum escolar, mais propriamente nos livros escolares, a partir da 4ª classe. Estamos a baixar no ponto de vista de escolaridade, ou seja, começar mais cedo esta educação, tudo indica na 3ª classe. O planeamento familiar, começa a partir de alunos com 14 anos. Porquê esta planificação? No 1º ano, houve uma re-acção muito negativa de muitos encarregados de educação, sobre a educação sexual e, particularmente, quando dissemos o que era um acto sexual. Conseguimos ultrapassar estas barreiras e hoje as pessoas já aceitam a sexualidade como acto natural”.

Tal como nós aprendemos a prevenir a malária sem qualquer preconceito, a escola tem de dar habilidades no sentido do aluno saber proteger a sua vida.

“O público-alvo, são os que estão no mercado do

trabalho nem que seja no informal, que

não têm nenhuma qualificação,

muitos são mesmo analfabetos, ou

semianalfabetos”.

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DESPORTO ESCOLAR E TEATRO

Pegando no que nos disse um antropólogo, há mais de trinta anos, “a morfologia do africano dá-lhe condições óptimas para praticar desportos como a corrida, o salto, o futebol…” e prosseguindo “ o africano tem um musicalidade diferente de qualquer outro povo.”

Ora, não basta ter qualidades natas. É preciso desenvolvê-las, daí a importância do desporto escolar, que de acordo com Luísa Grilo, “ existe um programa de desporto escolar e educação física que as escolas devem cumprir. Anualmente, há os campeonatos provinciais e de dois em dois anos realiza-se o campeonato nacional inter-escolas.

A nível de teatro, de acordo com a directora nacional para o Ensino Geral, “fizemos em 2005, o lançamento da cam-panha da luta contra o HIV/SIDA, na escola, onde a máxima é “PrOTEGE A VIDA APrENDENDO SOBrE SIDA”. O que é isto? É um programa, com uma componente académica e científica, onde há uma interacção entre professor e aluno.Para que eles apreendam os conceitos sobre esta doença, sem qualquer tipo de rodeios: como se transmite, como se previne, cuida-dos a ter com as pessoas infectadas, como lidar diariamente com os portadores” Para que esta mensagem, não seja dita de uma forma directa, encontrámos uma forma mais suave para a sua transmissão, que foi o teatro e a canção. Promovemos nas escolas o teatro participativo. O que é o teatro participativo? É aquele em que o público que assiste, pode participar, interpelando os actores. Esta interacção provoca discussão, provoca interesse entre actores e público, o que proporciona mais conhecimento sobre o HIV/SIDA”.

É um programa, com uma componente académica e científica, onde há uma interacção entre professor e aluno.Para que eles apreendam os conceitos sobre esta doença, sem qualquer tipo de rodeios: como se transmite, como se previne, cuidados a ter com as pessoas infectadas, como lidar diariamente com os portadores… Para que esta mensagem, não seja dita de uma forma directa, encontrámos uma forma

mais suave para a sua transmissão que foi o teatro e a canção.

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Há também clubes de HIV/SIDA, nas escolas, onde se fazem os teatros, festivais da canção, palestras e ajudas a se-ropositivos. Com estes teatros e festivais da canção, têm aparecido novos valores. Há um grupo de teatro forte em Luanda e no Namibe (Escola João Paulo II), que já ganharam festivais da canção.

ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

Ainda é fraca, a relação entre a escola e os Encarregados de Educação. “Há responsabilidades mútuas”, conforme relata Luísa Grilo.

Para aquela directora, “a escola deve ser um lugar aberto, onde o pai, a mãe, o encarregado de educação se sinta atraído, ou seja, a escola não pode ser vista por eles como um lugar onde “depositam” durante um determinado período de tempo, as suas crianças, e mais tarde vêem recolhê-las. Há necessidade dos pais se comprometerem com a escola, com a escolarização e com todo o meio envolvente”. Já há um grupo de pais que começam a compreender esta realidade. Temos um programa de “SENSIBILIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO”. Muitos pensavam que quando a escola chama, é porque a mesma precisa de contributos para a compra, por exemplo, de uma cisterna de água ou para outro tipo de ajuda. Mas nós queremos mais do que isso. Queremos que a sua relação com o professor seja mais estreita, que conheça as dificuldades e anseios das escolas dos seus filhos. Esta é uma forma dos filhos saberem que a escola é importante para eles, visto terem a presença frequente dos pais. O nosso programa prevê actividades conjuntas. Vamos lançar em Junho deste ano: “o mês da criança”, um programa com o nome “Escola amiga da criança”.

Os pais são livres em escolher as escolas para os seus filhos. Porém, Luísa Grilo faz notar “a nossa recomendação é que no ensino primário, as crianças devem estar o mais próximo possível da escola e de casa, no sentido de evitar o desgaste das viagens, isto porque, muitas crianças chegam à escola, muito cansadas. Aconselhámos também que, havendo vários filhos com pequenas diferenças de idade, todos devem frequentar a mesma escola”.

ENSINO PúBLICO VS ENSINO PRIVADO

Os pais procuram o melhor para os seus filhos. É natural. Assim, aqueles que vivem nas grandes cidades, têm como alternativa ao Ensino Público o Ensino Privado. As escolas privadas representam 10% de toda a população de ensino básico e secundário. O pressuposto para os pais, é que o Ensino Privado, para além de melhores instalações e infra-estruturas, tem melhor corpo docente. Será esta a realidade em Angola?

Para Luísa Grilo, “a diferença não é muito grande. Os professores do ensino privado são também professores do ensino pú-blico, ou seja, não há professores que sejam apenas do ensino privado. Nós pretendemos que as escolas privadas, tenham em exclusivo, o seu corpo docente. É uma das exigências para a obtenção do alvará. Mas, devido à falta de professores, ainda estamos numa fase de condescendência.�

Entretanto, de acordo com Viriato Neto, “ aos muitos professores que dão aulas no Ensino Público e no Ensino Privado, nós apelidámos de professor turbo, porque passam a vida a correr e não preparam devidamente as suas aulas. Hoje, o professor tem de se habituar a investigar”.

Os programas curriculares são iguais, excepção feita para as escolas chamadas consulares: portuguesa, internacional, francesa, congolesa...entretanto, como refere Luísa Grilo “o nosso programa não é fechado. Deve ser aberto às realidades de cada província”.

. Os professores do ensino privado são também professores do ensino público, ou seja, não há professores que sejam apenas do ensino privado.

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PORTUGUêS E MATEMÁTICA

O português é a nossa língua oficial. Como tal , temos de saber falar e escrever bem português.

A Matemática, é importante para o desenvolvimento mental do aluno e pode ser importante, se enveredar por cursos onde a Matemática é fundamental.

Julgamos que o Português e a Matemática estão associados, porque é extremamente difícil resolver problemas de Ma-temática, se não houver uma boa base de interpretação, ou seja, de Português. Estas duas disciplinas são nucleares, pelo que devem começar a ser ministradas no Ensino Básico.

Como refere Alexandra Simeão “se a criança não for habituada a ler na infância, muito dificilmente vai conseguir hábitos de leitura”. É esta aposta que os professores têm de fazer. Mas os próprios professores, nomeadamente do interior, precisam de uma formação sólida, para poder ensinar estas disciplinas, tão importantes e necessárias para o desen-volvimento dos seus alunos.

A Educação não passa só pela escola. Passa também por casa. Hoje, a maioria das pessoas ouvem a Globo e a Record. É verdade que os programas passados nessas televisões, o português falado, não é o de Portugal (que é o de Angola) mas sim o do Brasil. Estará correcta esta atitude?

LÍNGUAS MATERNAS

Será uma forma de fazer perdurar a nossa cultura. Não vai ser fácil a sua implementação, porque mais uma vez existe a clivagem entre litoral e interior. Ou seja, a maioria da juventude do litoral, não fala a sua língua materna. Daí no litoral ser optativo.

Mas ensinar uma língua tem algo de complexo. É necessário conhecer a sua etimologia, é necessário conhecer a sua gramática, o significado das palavras.

Devido à complexidade que referimos, não vai ser para já, a implementação do ensino das Línguas Maternas. Viriato Neto, aproveitou para dizer, “o Ministério através do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação, está a desenvolver um projecto com o apoio de uma universidade sul-africana, no sentido de serem criados os programas curriculares das línguas Maternas. É necessário criar uma bolsa de formadores e depois no terreno, formarem os professores. Não basta só falar a língua nacional, é necessário conhecer os instrumentos necessários para ministrar a língua Materna, mais propriamente a nível pedagógico. Mais tarde, vamos fazer ensaios em determinadas províncias e depois da experiência consolidada, avançaremos gradualmente pelo país”.

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AS FORÇAS E FRAQUEZAS DO ENSINO BÁSICO

FORÇAS

O Ministério da Educação é o maior empregador em Angola, com mais de 100 mil professores. A formação con-tinua dos professores, tem avançado com bons resultados. Os professores têm possibilidades, com frequência, de ultrapassar as suas falhas e aumentar os seus conhecimentos com a formação contínua. Esta formação é gratuita. A remodelação e criação de escolas associadas ao novo programa educativo, são uma grande força do ensino público. Estabilidade no ponto de vista económico e social. Os salários, pese embora não serem bons, já são aceitáveis.

Houve uma evolução significativa no ponto de vista de abordagem social a nível de Ensino, nos últimos 10 anos. Na altura, só havia o desporto escolar. Hoje, há saúde escolar gratuita e ensina-se os malefícios e a forma de prevenir o HIV/SIDA.

FRAQUEZAS

A principal, é a fraca qualidade do corpo docente, isto porque há muitos professores sem habilitações mínimas. A falta de qualidade dos professores não lhes permite ministrar devidamente o Português e a Matemática. A merenda escolar ainda não é uma realidade em toda a Angola. Não há pacotes atractivos para fixar professores nas zonas rurais.

ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL

O organograma do Sistema Educativo mostra

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Pelo organograma, concluímos que o Ensino Técnico Profissional, começa no 1º ciclo que vai da 7ª à 9ª classe e de-senvolve-se no 2º ciclo, que vai da 10ª à 12ª classe. Emílio Leôncio, director do Ensino Técnico Profissional, explicou o funcionamento deste Ensino nos respectivos ciclos. “ No 1º ciclo, o Ensino Técnico Profissional é básico, passando a ser mais técnico, no 2º ciclo”.

Emílio Leôncio, director do Ensino Técnico Profissional

Prosseguindo com Emílio Leôncio, o Ensino Técnico Profissional, tem como principal objectivo “ formar técnicos para o mercado de trabalho. Também dá com-petências para que os alunos prossigam os seus cursos a nível superior”.

“Formar técnicos para o mercado de trabalho”. Julgamos ser esta a nossa grande aposta. Precisamos como de “pão para a boca”, de quadros intermédios, para po-der desenvolver sectores da actividade económica, tão importantes como o primário (agricultura e pes-cas) e o secundário (indústrias). É importante pensar no que disse o Governador provincial de Kwanza Sul, Serafim do Prado, aquando da inauguração do Insti-tuto Politécnico do Sumbe “o Instituto Politécnico do Sumbe, vai fazer ressurgir profissões que desde há muito estão esque-cidas na nossa sociedade”. No caso concreto do Kwanza Sul, são profissões como: electricistas, técnicos de frio, entre outras. São cursos ou profissões, necessários para as actividades daquela província, como as pescas, onde o frio é de capital importância.

Os Governos provinciais têm de ter a preocupação em criar escolas Técnico Profissionais, que ministrem cursos adaptados às características das províncias, tal como está a acontecer no Kwanza Sul. Tal pensamento, vai de en-contro ao que disse Emílio Leôncio “os politécnicos podem ter vários cursos, mas acima de tudo, estão vocacionados para as características e potencialidades de cada província. Por exemplo, em Malanje, a Escola Agrária, vai albergar outros cursos como construção civil, electricidade, electrónica, telecomunicações”.

O bacharelato, corresponde às habilitações mínimas para o professor do Ensino Técnico Profissional. A nível de professores, Emílio Leôncio, disse “temos professores que fizeram a sua formação em escolas superiores do país e outros fizeram-na no exterior. Devido ao equipamento de ponta que temos, implica formar os docentes, no sentido de estarem prepa-rados para trabalharem com tais equipamentos”.

“Equipamentos de ponta”, temos de pensar na actual realidade de Angola. Muitos desses equipamentos, precisam de energia eléctrica sem falhas. Como resolver o problema? Com geradores, mas não basta, são necessários estabiliza-dores de correntes e afins.

“Formar técnicos para o mercado de trabalho. Também dá competências

para que os alunos prossigam os seus cursos a nível superior”.

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Entretanto, ainda há uma grande lacuna de docentes especializados, pelo que houve necessidade de estabelecer um intercâmbio com Cuba e Brasil, no sentido de fornecerem professores. De acordo com o director do Ensino Técnico Profissional, “Malanje já recebeu professores cubanos, e no dia 29 de Maio, chegam mais professores cubanos que vão ser distribuídos pelas Escolas Agrárias. Por exemplo, Kwanza Sul, vai receber sete professores. Mais tarde, vão começar a chegar professores brasileiros”.

Prosseguindo com o director, “as habilitações mínimas para estes professores, é a licenciatura”.

Esta cooperação vai ter uma duração entre dois a três anos. Porém, o Ministério da Educação, de acordo com Emílio Leôncio, “vai recrutar monitores, no sentido de auxiliarem os professores e simultaneamente ganharem experiência. Pensa o Governo, criar uma bolsa de professores, para mais tarde substituir os cooperantes, dando desta forma continuidade ao ensino”.

Os professores cubanos falam espanhol e os professores brasileiros falam um português específico do Brasil. Questio-nado sobre a forma como se vão relacionar professores estrangeiros e alunos, Emílio Leôncio disse “a experiência que tivemos com professores cubanos depois da independência, não perturbou a aprendizagem dos alunos, e estes continuaram sempre a falar português. Os próprios professores cubanos, na altura, procuraram também em aprender português, e nós até dizíamos que eles falavam portuespanhol”. Prosseguindo, “não podemos ter o complexo de colonizado, porque o português é a nossa língua e é importante que saibamos falar e escrever bem português”.

Os politécnicos, estão a ser construídos e dotados com a linha de crédito que vem da China. De acordo com Emílio Leôncio “os politécnicos são entregues com chave na mão e estão devidamente apetrechados a nível de oficinas e laboratórios. As Escolas Médias Agrárias, estão dotadas de dormitórios, quer para os discentes quer para os docentes”.

“Malanje já recebeu professores cubanos, e no dia 29 de Maio, chegam mais professores cubanos que vão ser distribuídos pelas Escolas Agrárias. Por exemplo, Kwanza Sul, vai receber sete professores. Mais tarde,

vão começar a chegar professores brasileiros”.

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A distribuição dos politécnicos pelo país consta do quadro a seguir:

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Mas, não basta formar só jovens, tão necessários para o nosso desenvolvimento, como já referimos. É necessário que o sector privado empregue estes jovens. É necessário que o sector privado saia de Luanda e vá para as províncias, no sentido de dar emprego a estes jovens. É preciso que os Governos provinciais estejam atentos a esta realidade, ou seja, vão de encontro às expectativas dos jovens que concluem os seus cursos.

Os cursos ministrados são os seguintes:

De acordo com o número 2 do artigo 22º , do decreto-lei nº 90/04 de 3 de Dezembro, ( Lei de Bases do Sistema de Educação - Subsistema do Ensino Técnico Profissional) refere:

“As escolas técnicas, podem apresentar propostas de criação de cursos de ensino técnico-profissional ou de especialidades de cursos já existentes, para dar respostas às necessidades locais e regionais”. Julgamos que esta flexibilidade é importante, para o desenvolvimento integrado do país.

“As escolas técnicas, podem apresentar propostas de criação de

cursos de ensino técnico-profissional ou de especialidades de cursos já existentes, para dar respostas às necessidades locais e regionais”.

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�8 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

negócios

NEGÓCIOS EM ANGOLA

JOSÉ LUÍS MAGRO

O Millennium Angola, inaugurou no dia do seu aniversá-rio (03/04) mais uma agência, esta localizada na Samba. De acordo com Fernando Nogueira, presidente do Conselho de Administração do banco, está nos seus horizontes, chegar ao final do ano de 2008, com 20 balcões. No momento, o Millennium Angola, está localizado em Luanda, Benguela e Huambo.

Balcão da Samba

No próximo mês de Maio, tudo indica, que vai ser assinado o contrato com os novos accionistas (parceiros) Sonangol e Banco Privado do Atlântico (BPA), com uma participação conjunta na ordem dos 50%.

Nos dias 2 e 3 de Abril, o Millennium Angola, realizou con-ferências com o tema “Negócios em Angola” no Porto e em Lisboa, respectivamente. Porquê? Porque faz parte da estra-tégia de internacionalização do banco, em que se procura uma cadeia de valor com reuniões (workshops) e partilha das “best practices”.

No passado dia 15 de Abril, o banco Millennium Angola, realizou na sala Luanda do Hotel Trópico uma conferência similar. Ou seja, “Negócios em Angola”. A sala estava cheia. Mais estrangeiros que angolanos. Justifica-se. Porquê? Por-que o mercado angolano continua apetecível, não só para portugueses, como para espanhóis e outros.

À entrada foi entregue a cada participante, o “Guia de Negó-cios em Angola”� de António Vilar & Associados (Advogado). Como curiosidade, encontrámos dias depois da conferência, várias pessoas com a obra na mão, inclusive no avião que nos levou a Lisboa. É importante o interesse dos investido-res, em obras e documentação relevante, dos países onde pretendem investir. Quanto mais documentados melhor.

Fernando Nogueira presidente do Conselho de Administra-ção do Millennium Angola, parafraseando um professor que teve nos EUA de gestão, disse “não basta sermos eloquentes, não basta saber a casualidade das falhas dos outros (multinacio-nais), tudo isto é importante, mas tem de estar aliado ao espírito empreendedor e sabermos correr riscos”. Em suma, o empresá-rio tem de ser empreendedor e saber correr riscos, o que nos leva muitas vezes a dizer: é necessário nascer empresário, tal como é necessário nascer futebolista ou cantor.

“A primeira preocupação do Governo depois de o calar das armas, foi criar as infra-estruturas necessárias para atrair in-vestimento” disse Cruz Neto, vice-ministro do Comércio. É importante e necessário. Mas também é importante que o sistema burocrático seja mais agilizado, ou seja, a criação de empresas seja feita em menos tempo2. É necessário que Luanda a metrópole de Angola, tenha estradas minima-mente em condições, que os acessos à zona industrial de

� Publicado na edição nº7 da Valor Acrescentado e o autor da obra, participou no Especial da 5ª Edição “O Investidor Português em Angola”.2 Ver na edição nº 5 o especial “O Investidor Português em Angola”.

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. �9Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO . �9Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

negócios

Viana (principal pólo industrial) sejam feitos de uma for-ma rápida para que as empresas aí localizadas sejam mais produtivas e rentáveis. A energia eléctrica tão necessária em qualquer indústria ou serviços, tem de existir sem fa-lhas tão frequentes. Estas são responsabilidades do Gover-no que têm de ser resolvidas no curto prazo, com eficácia, para que se possa dizer que estão reunidas as condições para a atracção do investimento.

Ana Gomes (Monte Adriano), António Soares( Cabire), Cruz Neto (vice-ministro Comércio),Joaquim Muafuama(ministro Comércio),

Fernando Nogueira (Millennium Angola)

O investimento ainda está concentrado em Luanda e quan-do muito, noutras cidades do litoral como Benguela e Ca-binda, apesar da Lei 17/05 Benefícios Fiscais dar melhores benefícios, a quem estiver nas zonas B (municípios de Ben-guela, Kwanza-Sul, Bengo…) e C (Bié, Moxico entre outras). Para atrair investimento para o interior, implica mais pólos industriais e que os três principais caminhos-de-ferro co-mecem a funcionar em pleno. É importante e necessário o apoio à agricultura, às pescas, e à indústria transformado-

ra. Temos de deixar de importar produtos que cá podemos produzir numa altura que grassa a crise alimentar a nível mundial.

O Millennium Angola, apresentou duas empresas suas clien-tes que estão bem implementadas no nosso mercado. Valeu a pena ouvir o que disseram os seus representantes: António Soares presidente do Conselho de Administração da CABIRE e Ana Gomes responsável pelo Controlo de Gestão de MON-TE ADRIANO.

CABIRE

CABIRE em língua nativa significa “galinha viva”, “saudá-vel”. Às vezes é usado para identificar um individuo forte e bem disposto.

Foi constituída em 1998, mas começou a laborar em 1999. Para o efeito, a empresa comprou um armazém no Sambi-zanga que foi o seu primeiro posto de venda.

A actividade da empresa é a importação de alimentos e a sua comercialização. O arranque foi assaz difícil, fruto da guerra que grassava no país. Os exportadores queriam di-nheiro à cabeça, o que obrigou muitas vezes os sócios a entrarem com suprimentos [empréstimos dos sócios à so-ciedade]. Entretanto, pode ser vista a evolução da empresa no quadro da página seguinte (pág.70).

Cada vez mais nos negócios há as parcerias. As parcerias bem-feitas, são necessárias e importantes para o desenvolvi-mento sócio-económico de um país. Repetimos bem-feitas e sobre esta matéria António Soares disse “já tivemos proble-mas com empresários portugueses, brasileiros e chineses. Eles não perceberam para se fazer uma parceria, implica respeito mútuo: na relação ninguém é melhor que ninguém. Tem de haver visão estratégica e a tomada de decisões tem de ser conjunta. Hoje já

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70 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

negócios

temos empresários angolanos evoluídos. Muitos estudaram no exterior, que foi o meu caso. Entretanto, temos uma parceria com uma empresa portuguesa que está bem implementada no seu sec-tor: frio, em Portugal. Esta parceria, já existe há uns anos e tudo indica que vai perdurar. Continuamos abertos a parcerias, que tragam para o grupo, valor acrescentado”.

Neste contexto, a CABIRE é parceira da ENDIAMA, na distribui-ção alimentar nas Lundas, mais concretamente Dundo, Luca-pa e Saurimo, praticando preços acessíveis para a população.

A CABIRE já é detentora de marcas a nível nacional e in-ternacional, como “Bomsabor”, “Saboroso” e procura criar hábitos de consumo.

A empresa procura uma politica de diversificação ver-tical [extensão das actividades da empresa, seja para consumos intermédios ou para a produção de matérias-primas, seja para a comercialização] (Idem, ibidem), dai já estar em actividades como a agro-pecuária e a agro-indústria. O desenvolvimen-to destas actividades, são assaz importantes para a CABIRE, tendo presente o que disse o seu primeiro responsável “te-mos tido grandes dificuldades com a operacionalidade dos nossos

portos. Hoje, os meios financeiros para fazer face à importação quadruplicaram. Antigamente, o tempo médio para uma impor-tação era de 45 dias, hoje é de 120”. Repetimos o que fre-quentemente escrevemos: temos de incentivar a indústria, nomeadamente a transformadora, para desanuviar o grande tráfego do porto de Luanda e já extensivo ao do Lobito, fru-to da recuperação das estradas. Quando vai ser possível as empresas angolanas praticarem a politica do just-in-time?�

Para além da diversificação vertical, a CABIRE já procura a di-versificação horizontal [exploração de novos domínios de ac-tividade apoiando-se em efeitos de sinergia e de complementaridade com a carteira de actividades existente] (Idem, ibidem). Frio (par-ceira com empresa lusa), tão importante para a conservação dos alimentos. Construção civil, como refere António Soares “antigamente ninguém queria ir ao Huambo, Cuito fazer obras e/ou reparações. Diziam que era longe, que era perigoso. Tivemos de criar uma divisão de Construção Civil, para as nossas instalações. Hoje, deixou de ser divisão para ser empresa. Para além de traba-lhar para o grupo, já tem uma carteira de clientes aceitável”.

� Ver edição nº 8 da Valor Acrescentado “Glossário Ideias e Técnicas de Gestão”.

ano acontecimento

2000

Distribuição directa. A empresa investe em viaturas, telemarketing. Recruta no Brasil técnicos ligados à área das Vendas e Publicidade. Começa a empresa a fazer vendas por telefone, a levar o produto à casa do cliente.Porquê esta estratégia? A empresa não tinha grandes recursos financeiros e para estar no mercado tinha de optar por uma política de diferenciação [por politica de diferenciação, entende-se como a produção de qualquer oferta que em relação à oferta em referência, apresenta diferenças para além do preço, qualidades ou características perceptíveis pelo mercado ou por uma faixa significativa do mercado, no quadro do domínio da actividade da oferta dominante] (STRATEGOR).Por outro lado, houve surpresa estratégica [acontecimento que aparece na vida da empresa caracterizado pelo seu carácter repentino de utilização similar ou ampliada] (Idem, ibidem).Esta estratégia trouxe um forte valor concorrencial, aliado a uma boa visibilidade no mercado e permitiu bons ganhos à empresa.

2002 Ano da paz. A Banca começa a dar maior apoio às empresas. Entretanto é importante frisar que o Millennium em Portugal, já apoiava a empresa, daí a relação de afectividade que há entre o banco e a empresa.

200�A empresa começa a entrar noutras áreas de negócios, como a agro-pecuária, agro-indústria, ou seja, começa a criar sinergias [provém da combinação de duas actividades que, exercidas em conjunto, se realizam mais eficaz-mente do que quando são exercidas separadamente] (Idem, ibidem).

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. 71Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO . 71Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

negócios

Por razões estratégicas este grupo está localizado na Argen-tina (Buenos Aires), Brasil (S.Paulo), China (Pequim), EUA (Washington) e Portugal (Lisboa). Esta localização tem a ver com as compras globais feitas pelo grupo, no sentido de ter mais valor competitivo, disse António Soares.

Ainda por razões estratégicas, o grupo está no sector imo-biliário (compra terrenos, constrói e vende) e no sector automóvel. Tem contratos de exclusividade para distri-buir viaturas chinesas fundamentalmente médias e pesa-das, num período de 30 dias. Está também na área dos transportes.

CABIRE, com sede na Rui Rainha Ginga nº 72 Luanda, em-prega cerca de 900 trabalhadores e é a distribuição de ali-mentos a principal actividade do grupo. Tem 20 armazéns para o grosso e iniciou o retalho no decorrer de 2007, com uma loja na Vila Alice-Luanda.

Como estratégia futura a CABIRE, continua a apostar na di-versificação da sua actividade e a consolidação das suas em-presas. Está atenta a novas oportunidades de negócios.

MONTE ADRIANO

Esta empresa resultou da fusão� das empresas Monte & Monte e Sociedade Empreitadas Adriano. Esta transfor-mação jurídica ocorrida em Portugal, originou que as re-presentações na altura das empresas fundidas, em Ango-la, passassem a usar a denominação social actual – Monte Adriano.

A empresa funciona em estrutura global [estrutura que toma em consideração simultaneamente (países/produtos, tecno-logia/produto, função/projectos...) e que implica, por conseguinte, várias linhas de hierárquicas simultâneas.] (STRATEGOR), ou seja, Monte Adriano em Angola, está dependente das linhas-mestras de Portugal (Póvoa de Varzim).

� [Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, podem fundir-se, me-diante a sua reunião numa só. As fusões podem ser por incorporação em que é realizada mediante a transferência global do património de uma ou mais so-ciedades para outra e a atribuição aos sócios daquelas partes, acções ou quo-tas desta; fusão por constituição de nova sociedade, realizada mediante a constituição de uma nova sociedade, para a qual se transferem globalmente os patrimónios da sociedade fundidas, sendo aos sócios destas atribuídas partes, acções ou quotas da nova sociedade] (Gonçalves da Silva, F.V.)

A internacionalização de MONTE ADRIANO levou-a a mer-cados na Europa (Roménia) e em África (Marrocos, Cabo Verde e Angola). Porquê o nosso país? Porque há factores de união comuns como a lingua, costumes e tradições e é um país em reconstrução, onde a principal área de actividade de MONTE ADRIANO é bastante necessária: construção civil e obras públicas.

As áreas de actividade da MONTE ADRIANO em Angola, com empresas constituidas em cada uma, são:

Engenharia e Construção que é o core business do grupo;

Agregados em que é aplicada a diversificação vertical, tem como objectivo fornecer ao grupo areias, agregados britados e massas betuminosas. Hoje, para além de for-necer ao grupo já tem a sua carteira de clientes;

Ambiente, prestação de serviços na reabilitação, pro-jecção e conservação do ambiente. O principal objecti-vo é melhorar a qualidade de vida das populações, pro-movendo para o efeito acções de formação, incluindo normas de higiene e segurança no trabalho.

Promoção imobiliária, compra de terrenos, cons-trução e venda de imóveis.

A empresa está a trabalhar nas províncias do Bengo, Ben-guela, Huambo, Kwanza Sul e Luanda. De relevo a nível de estradas temos:

Luanda-Bailundo, Huambo-Alto Hama, Huambo-Caala (já terminada com duas pontes e uma passagem superior para peões), Luanda- Viana (consórcio com Mota Engil e Soares da Costa).

A nível de construção de relevo temos:

Casas dos cantoneiros na estrada Huambo-Caala, recupera-ção do palácio da Administração do Bailundo, casa de passa-gem da INEA (Instituto Nacional das Estradas). Edifício que está a ser construído na ilha de Luanda, com o nome de Eto-na, cuja conclusão está prevista para evereiro de 2009,que quando pronto serão colocados para venda 14 apartamen-tos e 19 lugares de garagem.

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72 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

saúde

TODOR STEFANOV DENCHEVProfessor Catedrático

Assessor-Investigador do Instituto de Catalisis Academia de Ciências da Bulgária

EFEITOS HELIOMAGNÉTICOS SOBRE

O ORGANISMO HUMANO

T odo o terapeuta que obteve um reconhecimento ver-dadeiro e completo na área da arte de cura deve con-siderar as peculiaridades das estações do ano, já que,

sendo diferentes, as consequências no organismo também o são e o estado de saúde depende muito dos fenómenos atmosféricos e muda com as ditas estações do ano. Já Hipó-crates, grande médico da Antiguidade e pai da Medicina, o disse há 2.300 anos.

Neste âmbito, consideramos meteotropismo ou meteos-sensibilidade a capacidade que o organismo (sobretudo o organismo doente) tem de responder fisiológica e patolo-gicamente aos factores e influências meteorológicas. Uma grande parte das crianças com várias enfermidades tem uma sensibilidade mais elevada.

Estes fenómenos verificam-se na área da geografia médica (Dimitrova S., 2002), chamando-lhes “patologia geográfi-ca”, baseando-se nas particularidades geográficas da região já que a importância destes factores é enorme.

As nossas observações confirmam a inter-relação entre a continuidade do sindroma asmático e depende, em alto grau, da estação do ano e assim poder-se-á prescrever e cor-rigir com tratamento homeopático.

Também está cada vez mais clara a influência sobre o orga-nismo humano dos processos que ocorrem no Sol a nível de radiações electromagnéticas e os diversos fenómenos rela-cionados com eles na magnetosfera, ionosfera, troposfera e biosfera da Terra.

Estes processos e as mudanças dos campos magnéticos da Terra, são cada vez mais, tidos em atenção na prática médi-ca, já que a frequência e a intensidade de numerosos proces-sos biológicos, bioquímicos e fisiológicos estão relacionados com as mudanças da actividade solar.

Para alguns fenómenos, esta correlação está categoricamente provada, para outros só é presumível, mas as relações mútuas entre estes fenómenos, na maior parte, são desconhecidas.

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. 73Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO . 73Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

saúde

As diferentes radiações electromagnéticas do Sol influem so-bre os processos físicos ao redor da Terra e na sua superfície (Dimitrova S., 2002).

Concluindo, a mudança da tensão dos campos magnéticos débeis (de baixa tensão), sob a influência dos processos elec-tromagnéticos do Sol condiciona os seus efeitos sobre o or-ganismo.

Nas figuras 1 e 2 mostra-se a influência da actividade geo-magnética sobre a tensão arterial síntolica e diastólica, du-rante tempestades magnéticas e em doentes com patologia cardiovascular.

Figura 1Nota: Influência da actividade geomagmética (Agy) sobre a pressão arterial

diastálica

Figura 2Nota: Influência de actividade geomagnética (AGM) sobre a pressão arterial

sistólica.

Análises estatísticas mostram vários períodos de actividade solar, sobrepondo-se cada um em período de 10-22 anos, 80-90 anos.

O mais importante é o ciclo que ocorre a cada 11 anos rela-cionado com a mudança da actividade solar.

O espaço interplanetar está cheio de partículas do assim chamado “vento solar” e também do campo magnético in-terplanetar (CMI). Este campo está relacionado com o Sol, formando uma estrutura magnética que está girando à mes-ma velocidade do Sol - 1 volta para cada 27 dias (de 24 ho-ras), observado da Terra.

A passagem do sector do campo magnético ao sector da Ter-ra está-se a fixar como a mudança dos pólos (+...-) do CMI.

Actualmente considera-se provada a influência dos factores heliogeofísicos sobre o estado funcional dos sistemas vivos, assim como sobre o organismo humano (V.G.Glaz, 1988).

Lamentavelmente, as investigações de muitos cientistas não são suficientemente valorizadas.

A influência dos factores heliogeofísicos manifesta-se com maior ou menor intensidade sobre as várias infecções, uti-lizando vários índices de actividade magnética solar. É sa-

Neste âmbito, consideramos meteotropismo ou meteossensibilidade

a capacidade que o organismo (sobretudo o organismo doente) tem de responder fisiológica e

patologicamente aos factores e influências meteorológicas. Uma

grande parte das crianças com várias enfermidades tem uma sensibilidade

mais elevada.

O mais importante é o ciclo que ocorre a cada 11 anos relacionado com a

mudança da actividade solar.

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7� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

saúde

bido que todos os sistemas biológicos, em todos os níveis, funcionam no sistema de auto-vibrações e auto-oscilações. Cada patologia pode-se considerar como uma alteração dos osciladores internos do organismo. No bio-objectos en-contram-se praticamente todos os mecanismos de geração de campos magnéticos. São medidos os campos magnéti-cos formados pelos cristais de magnetite (Fe3 O4), (mag-neto natural que possui propriedade ferro-magnéticas) em bactérias, neurónios, abelhas, tubarões, pombos-correios (V.G.Glaz, 1988).

O homem acumula este ferro-magneto nas glândulas supra-renais. Supõe-se que os micros cristais de magnetite têm ori-gem endógena. O efeito do campo magnético solar e o cam-po magnético da Terra relacionado com ele, influem sobre os campos magnéticos bio-osciladores e, portanto, sobre as propriedades biológicas dos indutores de várias patologias e, também, sobre os indutores e a perceptibilidade de certas infecções no homem.

Está estabelecido que a subida da actividade solar inibe a ac-tividade da desidrogenase mitocondrial e da fosfatase ácida das plaquetas, e dos eosinófilos. O aumento da tensão do campo magnético da Terra provoca inibição da fosfatase áci-da dos linfócitos, assim como alterações da microcirculação sanguínea.

A análise do status enzimático e dos parâmetros da situa-ção heliomagnética permite prognosticar os dias de acon-tecimentos biologicamente importantes. Está comprovado 3 (três) que 1 (um) a 2 (dois) de explosões solares, quando o número de Wolf chega a 44 e mais, pode-se esperar uma depressão profunda da desidrogenase dos linfócitos que pro-voca, nos casos de doença crónicas, uma agudização da pa-tologia ou o aparecimento de infecções.

Ao contrário, os dias com baixa actividade solar (nº de Wolf = 10 a 20) são mais favoráveis, por exemplo, para a vaci-nação de crianças vulneráveis, com início de sensibilização específica.

Conforme o mencionado até aqui, são importantes os efei-tos das explosões solares sobre o campo magnético da Terra e as alterações meteorológicas consecutivas sobre o estado das populações e as propriedades magnéticas passivas do or-ganismo.

Nos dias de tempestades magnéticas, é preciso tomar medi-das orientadas na estabilização das membranas celulares e optimização do metabolismo celular.

Nós temos um esquema da influência dos factores físicos e clínicos sobre o estado funcional das células sanguíneas que participam na patogénese da asma e outras patologias.

Chegamos à conclusão que, junto com factores externos co-nhecidos, deve-se ter em vista as oscilações do campo mag-nético da Terra provocadas pela actividade solar.

Segundo as nossas investigações e de outros investigadores, o aspecto biológico dos factores heliomagnéticos é condi-cionado pela sua influência sobre as propriedades magne-to-eléctricas das moléculas de água que entram na compo-sição das membranas celulares e, desta maneira, mudam a sua polarização e permeabilidade. O mecanismo principal da actividade solar os processos vitais é, essencialmente, a mudança das propriedades físico-químicas da água celular e dos tecidos do organismo que, por sua vez, influem nas propriedades das proteínas e de outras macro-moléculares das membranas celulares. Estas ideias abrem caminho para a compreensão dos fenómenos que ocorrem ao nível mole-cular e sub-molecular nos sistemas vivos que reagem à ra-diação solar e explicam de modo geral, a natureza de alguns efeitos hélio-biológicos. Nestes últimos, podem incluir-se as mudanças da floculação das proteínas na prova de Takatá, a coagulação do sangue e a permeabilidade das membranas celulares.

Nas Figuras 3 e 4 mostram-se as mudanças da susceptibili-dade magnética da água como resultado da influência do campo tensão indeterminada.

Também está cada vez mais clara a influência sobre o organismo humano dos processos que ocorrem no sol a nível de radiações electromagnéticas e os diversos fenómenos

relacionados com eles na magnetosfera, ionosfera, troposfera e biosfera da Terra.

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. 7�Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO . 7�Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

Figura 3

Figura 4

Nota: 1. Água de nascente natural 2. Água destilada 3. Água bidestilada

Na tabela 1 são apresentados os valores da susceptibilidade magnética dos líquidos fisiológicos do homem, no estado normal e no patológico.

Investigados Amostra Y�0-8

Homens saudáveis Água soro sanguíneo-5.732 -4.325 -3.742

Arterosclerose Soro sanguíneo -6,745

Cancro do cólon Soro sanguíneo -6,844

Doentes em diálise Soro sanguíneo -16432

Tabela 1

Entretanto sabe-se que muitas reacções enzimáticas de-pendem da permeabilidade dieléctrica do meio de disper-são (...) que, por sua vez, muda com as mudanças helio-magnéticas.

Este, é um dos modos de adaptação do organismo ao meio ambiente, cujos parâmetros estão submetidos de inúmeras mudanças e alterações. As oscilações têm alto diapasão tem-poral: desde o milésimo do segundo até muitos anos, que representam os grandes relógios biológicos.

A depressão da desidrogenase dos linfócitos pode expli-car a baixa da imunidade e, relacionado com ela, o apare-cimento de infecções, as quais quando atingem grandes massas humanas, passam a ser denominadas de epide-mia.

Temos de mencionar que a baixa actividade da desidrogena-se linfocitária, antes da inoculação da toxina do “stapliloco-cus aureus” condiciona o desenvolvimento desfavorável do processo infeccioso.

O conhecimento de todos estes fenómenos, a sua influência sobre o estado funcional do homem e os biorritmos do or-ganismo, podem ajudar a descobrir e tratar muitas doenças e processar uma profilaxia atempada, ou seja, utilizar todos estes conhecimentos em favor do homem.

saúde

Bibliografia:Dimitrova S., Stoilova IGeomagnetic índices and Humain Patological stateCompte rendu de l´Academi bulgar de Cience vol 55, n11, 2002, p 30-35Maksimov A.A.V.G.GlazTratamento das doenças pulmonares da etologia não especifica das crianças com preparados homeopáticosMoscovo, Medicina , 1988, p 174-180.

A análise do status enzimático e dos parâmetros da situação heliomagnética

permite prognosticar os dias de acontecimentos biologicamente importantes. Está comprovado 3 (três) que 1 (um) a 2 (dois) de

explosões solares, quando o número de wolf chega a 44 e mais, pode-se esperar uma depressão profunda da desidrogenase dos linfócitos

que provoca, nos casos de doença crónicas, uma agudização da patologia

ou o aparecimento de infecções.

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7� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

“EXPO-COLECÇÃO ENSARTE” 2008” é uma exposição que apresenta um conjunto relevante de obras de arte moderna e contemporânea pertencentes ao acervo da em-presa ENSA – Seguros de Angola, S.A. Criadas em suportes diversificados como a pintura e a escultura, as obras se-leccionadas, produzidas no período pós independência, são da autoria de alguns dos mais significativos artistas angolanos residentes no país, com realce para o pintor Viteix, ao qual a exposição rende uma homenagem pela sua destacada participação neste projecto que hoje é reali-dade. Através da exposição, o público, particularmente as crianças e os jovens, vai poder aceder a obras de arte que lhe possibilitarão fazer o percurso histórico da arte an-golana da última década do século XX e início do século XXI. Nela estão incluídos alguns artistas angolanos cujas obras são fundamentais na História da Arte do tempo em que vivemos.

Não se trata de uma exposição ilustrativa de um concei-to, pois cada obra propícia um desafio específico na sua instalação espacial, não se tendo procurado um percur-so unificador em termos de linguagens artísticas ou de programas conceptuais. Em função dos seus títulos, ca-racterísticas formais e sentidos detectáveis, as obras esta-belecem, a cada visitante, contudo, o inalienável direito de reconhecer analogias, construir interpretações, estimu-lar a discussão e o confronto de ideias que, na arte como na vida, se revelam muitas vezes mais enriquecedores do que o consenso. Não podendo representar a Colecção da ENSA – Seguros de Angola, S.A. em toda a sua diversidade e abrangência, porque o espaço e as condições museoló-gicas e espaciais são bastante limitados, esta exposição é, mesmo assim, um cartão de visita de um museu de arte contemporânea.

arte

ExPO COLECÇÃOENSARTE 2008

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. 77Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

A Grande Composição Variante - III, �989 VITEIXAcrílico s/ tela 140 x 280 cm

arte

A Colecção procura ainda representar as obras de artistas significativos das décadas de 80 e de 90, agrupando-os em constelações de épocas sem paradigma, onde os temas, os conceitos e as formas decorrem mais de uma formulação e de uma resolução singulares e idiossincráticas do que de pro-gramas ideológicos relativos ao estatuto da arte e do objecto de arte em relação ao que quer que seja a vida, a sociedade ou o mundo. Estas são décadas em que assistimos a inúmeras tentativas de reavaliação das grandes narrativas históricas, sociais, políticas e estéticas com vista à abertura de novos caminhos onde a liberdade inerente à reflexão e à criação artísticas surge cada vez mais como um programa original.

Esta exposição afirma-se também pela diversidade de opções estéticas e geracionais, necessárias a uma visão abrangente e criteriosa da arte moderna e contemporânea em Angola do período pós independência. Traz à tona questões-chave da actual produção artística, experiências e preocupações co-muns em todo o mundo, de encontro às características e tendências da arte contemporânea global. Aborda política, economia, cidadania, identificação sócio-cultural, género, igualdade, identidade, o resgate de uma história, espirituali-dade, sexualidade, classe social, direitos humanos, guerra e paz. Por outro lado, é notória a constatação de que os artis-tas contemporâneos angolanos nos dão exemplos de como a arte actual se apropria de formas de representação ancestrais de arte popular, utilizando-as com frequência na sua forma erudita.

Por fim, a exposição reflecte uma característica fundamental da actualidade: a influência mútua entre os artistas. Consta-ta-se como muitas destas obras, apesar da sua diversidade, se complementam e ganham um novo sentido, um sentido mais profundo, quando vistas em conjunto.

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78 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

arte

A COLECÇÃO

Comemorar o seu 30º aniversário, a ENSA – Seguros de An-gola, S.A. decidiu apresentar uma exposição do seu acervo, reunindo um conjunto de obras de 17 artistas contemporâ-neos angolanos.

Ao longo de quase dezassete anos vem sendo constituído um acervo que conta com cerca de 113 obras de pintura e escultura representativas da arte contemporânea angolana. Colecção de Arte Contemporânea da ENSA – Seguros de Angola, S.A. teve início em 1991 e constituiu-se como um acervo cultural, integrado na estratégia global da empre-sa seguradora cujos objectivos e os critérios orientadores mostram duas abordagens complementares. Por um lado, a ENSA, enquanto empresa angolana preocupada com o crescimento económico e o desenvolvimento, ciente da sua dimensão cultural, inicia o mecenato consubstancia-do no apoio financeiro para o desenvolvimento das artes plásticas angolanas nas disciplinas de Pintura e Escultura, chamando a si a sua própria organização. Por outro lado, procura registar e salvaguardar obras de conceituados e jo-vens criadores que têm vindo a protagonizar as tendências estéticas no período pós independência de Angola.

A ENSA, Seguros de Angola, S.A. promove esta exposição de alguns nomes representativos das artes plásticas Ango-lanas de diferentes posicionamentos etários e estilísticos, preocupada em salvaguardar e promover uma parte do pa-trimónio cultural e trazer à luz talentos, congregar artis-tas vindos de diversos pontos geográficos com diferentes graus de experiência acumulada e com diversas propostas de trabalho, com realce para a participação de uma parte significativa de artistas de todo o país.

A Importância do Seguro, 2002 FERNANDO NUNES

Acrílico s/ tela 133 x 188 cm

Kuxixima, 2006ANTÓNIO SEBASTIÃO NGOLA

Talha em madeira 37 x 25 x 59 cm

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. 79Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

arte

Vuata N’ Kampa ku makaya katekela, 2006 JOÃO MABUAKA (MAYEMBE)Talha s/ madeira 110 x 75 x 65 cm

Recriando Horizontes, 2002 MASONGI AFONSO (AFÓ)Madeira 83 x 31 x 25 cm

A Mística do Imbondeiro I, �998 JORGE GUMBE

Acrílico s/ tela 140 x 180 cm

O Sonho de Uma Criança de Rua, 2006 MARCOS NTANGU

Técnica mista 120 x 160 cm

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80 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

arte

Quadro 8, �995 MARCO KABENDATécnica mista, colagem s/ madeira 118 x 91 cm

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82 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

falando com...

Rui Manuel dos Santos é o presidente do Conselho de Administração da SISTEC – SISTEMAS TECNOLOGIAS E INDUSTRIA SA. Conversámos sobre a origem e a evolução da SISTEC ao longo dos tempos. Vamos então saber, o que é e o que faz a SISTEC.

A SISTEC existe desde 01/07/1991. Resultou da divisão da PROTÉCNICA (cons-tituída em 1981, tendo sido a primeira sociedade comercial a surgir em Angola depois da independência). A PROTECNICA, neste espaço temporal esteve sempre a laborar e em pleno. Ainda hoje, algumas pessoas dizem: eu vou à PROTÉCNICA e não à SISTEC, o que significa que o nome ficou bem gravado.

Hoje, a SISTEC emprega 630 trabalhadores angolanos em que 10% tem formação superior. A aposta na formação contínua é um dos objectivos da sua Administra-ção. O sistema remuneratório da empresa, obedece a um sistema “salário+prémio de performance”, que tem como suporte uma tabela salarial, que permite ao tra-balhador uma perspectiva de carreira dentro da empresa.

Todos os trabalhadores têm um manual de acolhimento, onde toda a filosofia da empresa está lá explicada. O “MOMENTO DA VERDADE”, não deixa de ser um teste feito aos trabalhadores, em que são colocados na posição de clientes e têm de justificar as razões porque optam pelos produtos SISTEC. Às sextas-feiras todos os trabalhadores das filiais têm de ir trabalhar com a t-shirt da SISTEC.

Tem para cada divisão um método de gestão descentralizado e por objectivos, sendo cada director de divisão, responsável pelas metas da sua divisão, e cada um deles (directores de divisão) é accionista da SISTEC.

Neste contexto e tendo presente o estudo da cultura da empresa, pode-se dizer que este “modus vivendi” da SISTEC vai de encontro ao que foi observado por Ouchi� “ o controlo formal é substituído por uma cultura comum, que garante aos indi-víduos que os seus interesses próprios e os da empresa convergem. Os indivíduos agem, portanto, em consonância com a organização”.

A nível de funcionamento a empresa tem as seguintes divisões:

� Outchi W., Theorie Z, InterÉditions, 1982.

SISTECAPRESENTAR SOLUÇõES

Rui Santos

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. 83Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

1. SISTEMAS E COMUNICAÇõES

É o nosso score business. Assenta fundamentalmente em “Tecnologias de Informação”. Já utilizamos tecnologia de ponta: fibra óptica, sistema de transmissão de dados de alta velocidade. Apresentamos soluções completas de dados e re-des em CAT5 e CAT6.

2. EQUIPAMENTO DE ESCRITÓRIO E INFORMÁTICA

Esta é a divisão mais conhecida pelo público em geral, onde está inserida a área de Informática e serviços. Para além de termos a exclusividade para Angola, das marcas da figura ao lado, temos ainda a IBM business partners, com a linha iSeries, xSeries, e eSeries.da qual já recebemos os prémios

Conseguimos a representação da LENOVO com toda a sua gama de notebooks e Personal Computer.

O objectivo é o cliente chegar e ter um pacote completo para o seu escritório.

3. HOME

Virada para o Lar. Tem três subdivisões que são as seguintes:

A área HI-FI/TV, que representa em exclusivo para Ango-la, as marcas JVC e CASIO e produtos de marca própria, procurando dar ao cliente o que precisa para a casa.

A linha branca, onde a SISTEC representa em exclusivi-dade para o país a Whirpool.

Telemóveis GSM, produtos Multichoice...

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8� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

falando com...

�. DESPORTO

A SISTEC, começou por tentar conciliar a máxima “mens sana in corpo sano” para o seu pessoal. Porém, rapidamente notou que havia uma grande procura destes produtos por parte dos seus clientes. Perante este nicho de negócio, a em-presa negociou com as marcas “Technogym” e a “Tylo”, a abertura de ginásios em Luanda e noutros locais.

A SISTEC dentro da sua responsabilidade social apoia o Club Desportivo do “Maculusso”.

�. BROADCASTING E SOM

Sistemas de televisão e de rádios FM, onda média ou ondas curtas, digitais ou analógicos, com todo o sistema completo adjacente como estúdios, mesas, consolas...

Sistemas de Public Adressing, desde a mais simples unidade “stand alone” até ao mais complexo sistema para um está-dio com lotação de 50 mil pessoas.

Sistema de gravação e tradução simultânea.

Sistema de som e música, instrumentos musicais Yamaha.

Sistemas de comunicações militares tácticos, semi-tácticos e civis com sistemas integrados de voz, dados e cifra por qual-quer via de comunicação

Cabos, fibra óptica, laser óptico, HF/VHF/UHF/ Micro-On-das/Vsat ou qualquer sistema.

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. 8�Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

�. HOTELARIA

A SISTEC está em oito capitais provinciais. Nelas tem casas de passagem, para o seu pessoal deslocado. Mais tarde, con-cluiu que podia criar sinergias se abrisse uma rede de peque-nos hotéis práticos e funcionais.

Avançou com o projecto e já tem dois hotéis a funcionar em Benguela e Huambo.

A SISTEC pensa alargar esta cadeia a 9 hotéis.

Estas divisões permitem à SISTEC ter cerca de 26.630 clien-tes fidelizados e os seus recursos humanos 100 % nacionais constituem uma equipa dinâmica e interessada, sendo a principal força da SISTEC. Esta equipa que se distribui por oito capitais provinciais, já marca a diferença. Actualmente a SISTEC é líder nos equipamentos para ginásios e som. Nas outras divisões está bem posicionada.

A SISTEC está numa fase de maturação e de acordo com Rui Santos “temos de consolidar o que foi feito até à data”, o que não invalida que não esteja atenta a futuros negócios que possam surgir.

Page 86: Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25

8� . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

QuitandeiraPOETA AGOSTINHO NETO

A quitanda.

Muito sol

e a quitandeira à sombra

da mulemba.

- Laranja, minha senhora,

laranjinha boa!

A luz brinca na cidade

o seu quente jogo

de claros e escuros

e a vida brinca

em corações aflitos

o jogo da cabra-cega.

A quitandeira

que vende fruta

vende-se.

- Minha senhora

laranja, laranjinha boa!

Compra laranja doces

compra-me também o amargo

desta tortura

da vida sem vida.

Compra-me a infância do espírito

este botão de rosa

que não abriu

princípio impelido ainda para um início.

Laranja, minha senhora!

Esgotaram-se os sorrisos

com que chorava

eu já não choro.

E aí vão as minhas esperanças

como foi o sangue dos meus filhos

amassado no pó das estradas

enterrado nas roças

e o meu suor

embebido nos fios de algodão

que me cobrem.

Como o esforço foi oferecido

à segurança das máquinas

à beleza das ruas asfaltadas

de prédios de vários andares

à comodidade de senhores ricos

à alegria dispersa por cidades

e eu

me fui confundindo

com os próprios problemas da existência.

Aí vão as laranjas

como eu me ofereci ao álcool

para me anestesiar

e me entreguei às religiões

para me insensibilizar

e me atordoei para viver.

Tudo tenho dado.

Até mesmo a minha dor

e a poesia dos meus seios nus

entreguei-as aos poetas.

Agora vendo-me eu própria.

- Compra laranjas

minha senhora!

Leva-me para as quitandas da Vida

o meu preço é único:

- sangue.

Talvez vendendo-me

eu me possua.

- Compra laranjas!

cultura

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N.º 8N.º 6 N.º 7 N.º 9

ANGOLA:ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?

RELAÇÕES ECONÓMICAS PORTUGAL/ANGOLA

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formação

CALENDÁRIODE

FORMAÇÃOVALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 200888 .

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OBJECTIVO

Oferecer aos participantes conhecimentos teóricos, sobre a evolução da Contabilidade ao longo dos tempos e paralela-mente dar a conhecer o seu impacto e importância a nível da globalização. Dar a conhecer a relevância do Anexo ao Balanço e Demonstração dos Resultados para melhor com-preensão das demonstrações financeiras. A responsabilidade do relatório de gestão.

A QUEM SE DESTINA

A Contabilistas, Administradores, Bancários e Gestores de empresas, bem como a todos que estudam esta temática.

RESPONSÁVEL PELA FORMAÇÃO

José Luís Faria Magro, licenciado em Contabilidade e pós-graduado em Finanças Empresariais. Larga experiência na área da Contabilidade no norte de Portugal. Investigador na área da Contabilidade e Gestão, com artigos publicados em Portugal, Brasil e Angola. Várias conferências sobre Contabi-lidade e Gestão e a entrada de Portugal na Moeda Única.

LIMITE DE FORMANDOS

20

CARGA HORÁRIA

30 horas, distribuídas por 1 dia de cada semana:

Período da manhã 9H00 - 12H30 Período da tarde 14H00 – 18H00

PREÇO

1.500 USD, pagos no acto de inscrição

TExTOS DE APOIO

Fornecidos pelo formador e distribuídos em cada sessão

INFORMAÇõES E RESERVAS

Avenida Comandante Valódia nº 5, nº15 1º -Luanda Telf. 00244 244497 Móvel 00244 923454677 0351919352177 Fax 00244 4311168 Email [email protected]

PROGRAMA

. 89Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO

Contabilidade AvançadaHistória da Contabilidade.

Normalização ou Harmonização Contabilística.

Plano de Contas.

Encerramento de Contas.

Análise FinanceiraFunção Financeira e Análise Financeira.

Instrumentos-Base de Análise Financeira.

Método dos Rácios.

Análise do Risco.

Análise de Rendibilidade e Crescimento.

Análise dos Fluxos de Caixa.

Contabilidade BancáriaO que são Planos de Contas Sectoriais.

Normas e Princípios Contabilísticos.

O Plano de Contas das Instituições Financeiras

As Contas Internas e de Regularização e a sua importância à luz dos princípios contabilísticos.

Contas de ordem ou extrapatrimoniais.

A Norma Internacional de Contabilidade (NIC) nº 30 – Divulgações das Demonstrações e de Instituições Financeiras Similares.

Auditoria FinanceiraA origem da Auditoria.

Princípios e normas de Contabilidade versus Princípios e Normas de Auditoria.

Procedimentos e Testes de Auditoria.

A Organização de uma Auditoria.

Os papeis de trabalho

Controlo Interno.

Auditoria ao Balanço e Demonstração dos Resultados.

Relatórios e pareceres de Auditoria.

formação

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próximo número

90 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

PORQUE DESCE O DÓLAR AMERICANO?Este artigo procura explicar os motivos que têm levado a moeda americana estar em queda.

A ARTE DE BEM VIVERActualmente com muita frequência face ao ouvir-se falar em Estudos de Mercados, Gestão, Comercial e Marketing, confrontamo-nos com diversos comentários sobre a necessidade do conhecimento da arte de saber vender.

A POBREZA E A ExCLUSÃO SOCIALA noção de exclusão social é relativamente recente, sendo a sua abordagem dificultada pela difusão que vai tendo nos vários discursos, nomeadamente nos meios políticos e intelectuais. Com efeito, à medida que a noção de exclusão se generaliza e a sua utilização se torna mais comum, ela torna-se mais fluida e, por vezes, equivoca.

TAxA INTERNA DE RENTABILIDADE E VALOR ACTUAL LÍQUIDOExercício prático na folha de cálculo EXCEL

O DIREITO E O AMBIENTEEnquadramento jurídico sobre o Ambiente.

ASSIM VAI O MUNDOAs serpentes a sair dos ovos são cada vez mais numerosas e também as cléopatras que depois as colocam onde possam envenenar.O comum das pessoas vai-se apercebendo que se estão alimentando roubos, assaltos, terrorismos, falsificações. Todos desejam felicidade, di-nheiro, poder. Buscas que nem sempre assentam em ganhos obtidos a título de trabalho.

Page 91: Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25

editorial

O Mundo, ao longo dos tempos foi assolado por guerras, tempestades, doenças, crises sociais, demográficas e hoje te-mos a crise alimentar a nível mundial. Estas devassas não vão ficar por aqui. Elas vão continuar ao longo dos tempos, ou seja, já é intrínseco ao Homem. Estas devassas no fundo, não deixam de ser um jogo: há ganhadores e há perdedores, jogo esse, que se encaixa em parte no pensamento de Char-les Darwin (1809-1882), ou seja, a evolução das espécies é possível pela concorrência que existe entre indivíduos da mesma espécie, que competem pelo mesmo alimento, en-fim, é a lei do mais forte.

Independentemente das ajudas das “task force” criadas pela Nações Unidas, Organizações Não Governamentais (ONG)... para debelar a crise alimentar a nível mundial, temos de convir que quem vai ganhar é o mais forte. Quem vai co-mercializar os produtos alimentares, vai praticar preços es-peculativos, vai reter alimentos, para originar quebras e pos-teriormente praticar os preços pretendidos: especulação.

Continuando com a lei do mais forte, os povos africanos são os que mais vão sofrer com esta crise. Mas, nós africanos pegando no que ensinou Adam Smith (o pai da Economia Politica) temos Terra, onde os produtos alimentares na sua maioria são cultivados. Temos mais Terra, que os outros con-tinentes. O que nos falta então? Trabalho e Capital.

Olhando para os tumultos que surgiram nos Camarões e no Burika Faso, por causa da subida do custo do arroz, açúcar e óleo alimentar, nós em Angola já cultivámos estes pro-dutos e no que concerne ao açúcar já fomos um dos maiores

produtores do Mundo (Tentativa, Bom Jesus, Dombe Gran-de e Cassequel). Hoje estas culturas ou não existem ou não têm expressão. Porquê? Por causa da guerra. A guerra tem sido o grande flagelo de África e por consequência do seu fraco desenvolvimento humano.

Nós africanos, não podemos ter sempre o peixe. Temos de pegar na cana e pescar, ou seja, temos de ter Trabalho e Ca-pital, nem que para isso procuremos o investimento directo estrangeiro.

Angola (Valor Acrescentado tem escrito muitas vezes) é um país rural com grandes potencialidades com culturas que dão mais que uma vez por ano. Temos recursos hídricos invejá-veis. Temos gado. Começamos a ter estradas completamente transitáveis que já permitem o escoamento. Precisamos de organizar o nosso sector agrícola, ver as nossas necessidades. Precisamos de incentivar o investidor a apostar neste sec-tor, criando as infra-estruturas mínimas para se instalarem (estradas começamos a ter, é necessário energia eléctrica, reorganizar e incentivar o comércio rural, instalar centros abastecedores, escolas, hospitais...). Depois os excedentes ou serão transformados, ou exportados, isto na perspectiva de se atingir a auto suficiência alimentar e os excedentes serem transformados e transportados.

O que digo, julgo serem as defesas que Angola tem para não sentir tanto esta crise. Assim, passaremos a ser fortes se con-seguirmos produzir produtos agrícolas para todos nós. Sere-mos ainda mais fortes, se conseguirmos exportar excedentes agrícolas, quer em bruto quer transformados.

CRISE ALIMENTAR A NÍVEL MUNDIAL

PRoPRIEDADE Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. DIRECToR José Luís MagroADMINISTRADoR Luís Gomes ChEfE DE REDACção Adelaide Alves REDACção Filipa Couto, Carlos NetoPUbLICIDADE Agostinho VuboDESIGN GRÁfICo PMD - Comunicação e Design www.pmd.ptIMPRESSão Uniarte Gráfica / PortoCoLAboRARAM NESTE NúMERo Filipa Couto, José Luís Magro, Rogério Fernandes Ferreira e Todor Stefanov Denchev

Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/b/2006.

SEDEAv. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168

DELEGAçãoRua Serpa Pinto, nº 750 - 4º4550-465 Porto - PortugalTel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897

www.valoracrescentado-online.cominfo@valoracrescentado-online.com

2 . VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008

Curso de Expediente Geral de Escritório e Práticas de Contabilidade com Informática Aplicada.

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Formador: Dr. José Luís Magro

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ENSINOBÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO

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A SUA APLICAÇãO COM CASOS PRÁTICOS COMPLEMENTADO COM LEgISLAÇãO

FISCAL E COMERCIAL

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José Luís Faria Magro

Brevemente