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Universidade de Brasília ANDRÉA SENNA MACHADO A LUDICIDADE COMO COMPONENTE ESSENCIAL PARA A INICIAÇÃO ESPORTIVA. Volta Redonda 2007

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Universidade de Brasília

ANDRÉA SENNA MACHADO

A LUDICIDADE COMO COMPONENTE ESSENCIAL PARA AINICIAÇÃO ESPORTIVA.

Volta Redonda

2007

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ANDRÉA SENNA MACHADO

A LUDICIDADE COMO COMPONENTE ESSENCIAL PARA A

INICIAÇÃO ESPORTIVA.

Trabalho apresentado ao Curso deEspecialização em Esporte Escolar doCentro de Educação a Distância daUniversidade de Brasília em parceriacom o Programa de CapacitaçãoContinuada em Esporte Escolar doMinistério do Esporte para obtenção dotítulo de Especialista em EsporteEscolar.

Orientador:Profª Ms. Ivanete da Rosa Silva de Oliveira

Volta Redonda

2007

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MACHADO, Andréa Senna

A ludicidade como componente essencial para iniciação esportiva.Volta Redonda, 2007.

35 p.

Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília.Centro de Ensino à Distância, 2007.

1. Brincar 2. Jogo 3. Lúdico 4. Formação doprofessor

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ANDRÉA SENNA MACHADO

A LUDICIDADE COMO COMPONENTE ESSENCIAL PARA A

INICIAÇÃO ESPORTIVA.

Trabalho apresentado ao Curso deEspecialização em Esporte Escolar doCentro de Educação a Distância daUniversidade de Brasília em parceriacom o Programa de CapacitaçãoContinuada em Esporte Escolar doMinistério do Esporte para obtenção dotítulo de Especialista em Esporte Escolarpela Comissão formada pelosprofessores.

Presidente: Profª Ms. Ivanete da Rosa Silva de OliveiraCentro Universitário de Volta Redonda - UNIFOA

Membro: Profª Ms. Cláudia dos Santos

Volta Redonda

2007

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força de todos os dias....

Na sincronia da energia e vibração, agradeço aos meus mentores espirituais

e em especial ao amigo Damasceno, pela palavra amiga de sempre, pelo equilíbrio,

sabedoria e pela força para eu continuar a minha jornada.

A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Município de Volta Redonda,

por esta oportunidade.

Ao grupo AMMAVR nosso grupo de estudos, que carinhosamente nos

apelidamos assim, desde o início desta caminhada estamos juntas nos apoiando,

crescendo, descobrindo, como também compartilhando nossas angústias, alegrias e

conquistas.

A nossa orientadora e aos tutores do CEAD que me estimularam pela troca

de idéias e experiências.

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“Estarei contando isso com um suspiro, em

algum lugar daqui há muitas eras:duas

estradas se bifurcavam numa floresta, e eu

– Eu escolhi a estrada menos percorrida, e

isso fez toda a diferença.”

Robert Frost

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RESUMO

O presente estudo, empreendido através de uma pesquisa de campo descritiva, tem

por objetivo compreender como a concepção lúdica desenvolvida em cursos de

formação de professores de educação física, interfere nas práticas pedagógicas dos

mesmos. A reflexão sobre a importância do brincar e do lazer como fatores

indispensáveis para o desenvolvimento e aprendizagem da criança e sobre a

formação lúdica do educando, visando uma melhor compreensão do mundo infantil

dos nossos alunos, nos permitiu identificar o lúdico como elemento preponderante

que promove o aprendizado e o processo de aquisição de autonomia e criticidade do

indivíduo. Então, após a análise dos dados coletados por uma entrevista que tratava

de quatro questões centrais, constamos que o lúdico é aprendido não só através do

currículo, mas também através de todo o conjunto de saberes docentes.

Palavras-chave: Brincar; Jogo; Lúdico; Formação do professor.

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SUMÁRIO

RESUMO1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 09

2. O BRINCAR EDUCATIVO ............................................................... 11

2.1. O Jogo .............................................................................................. 14

3. O LÚDICO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL ................................ 16

3.1. A compreensão dos jogos e brincadeiras promovendo o

aprendizado ...................................................................................... 18

3.2. Ludicidade, o aprendizado por meio do desenvolvimento da

autonomia e da criticidade ................................................................ 19

3.3. Iniciação esportiva através das atividades lúdicas ........................... 21

4. METODOLOGIA ............................................................................... 23

4.1. Resultados e análise da coleta de dados ......................................... 24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 296. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 31

ANEXO ............................................................................................. 34

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1- INTRODUÇÃO

No processo de ensino aprendizagem, quando a competição está em

evidência, notamos uma diminuição da auto-estima e o aumento do medo de errar,

reduzindo as capacidades e o desenvolvimento da criança. O aprendizado através da

vivência e do jogo é muito mais efetivo e duradouro, pois as crianças passam a

participar ativamente do processo da conclusão do conhecimento.

A formação lúdica é necessária, pois possibilita vivências pessoais e criativas

que podem colaborar muito para promover a prática pedagógica, permitindo criar

novas formas de pensar e construir o pensamento.

Não devemos dar respostas prontas aos nossos alunos e sim criarmos jogos

que façam pensar para executar o movimento da melhor forma possível. Assim

aqueles que tiverem uma variedade de experiências de habilidade motoras básicas

serão capazes de utilizar a técnica com mais facilidade e solucionar problemas de

tempo e espaço apresentados em vários momentos do jogo.

É importante ressaltar o lúdico no ensino do esporte da modernidade. O jogo é

a maneira que impulsiona a aprendizagem, promove o desenvolvimento estimulando

e beneficiando a inteligência, a motricidade e a linguagem, estimula a criança e o

jovem a enfrentar o problema, correr risco e preparar novos desafios.

Este trabalho foi elaborado com base no Programa Segundo Tempo no

Município de Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro, nos ginásios Poliesportivo

Municipais: Amaro Ignácio (Bairro Retiro), José Alves “Zinho” (Santa Cruz), Carlos

Augusto Haasis Filho (Vila Rica), Darcise José de Carvalho (Santo Agostinho) e

Parque Aquático Municipal. Tivemos como foco a intervenção de professores de

educação física que atuam com crianças de 5 a 10 anos em fase de iniciação

esportiva e que também participam de torneios, copas e festivais.

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Nossa intenção é investigar se o conceito de lúdico está atrelado aos

conceitos apreendidos durante a formação universitária do professor que atua no

PST.

A amostra foi composta por 9 (nove) professores, que trabalham no Programa

Segundo Tempo nos ginásios municipais e Parque Aquático do Município de Volta

Redonda. Esse quantitativo foi devido ao número reduzido de professores que atuam

na prática das aulas do PST, pois em nosso município os estagiários atuam

diretamente com os alunos e os professores ficam na coordenação do programa em

cada pólo.

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2- O BRINCAR EDUCATIVO

O brincar é indispensável para as crianças, pois é fundamental para o seu

desenvolvimento psicomotor, afetivo e cognitivo, sendo um instrumento para a

construção do seu caráter. Constitui-se também em um direito apresentado por

diversos documentos internacionais e assegurado na Constituição Federal do Brasil.

Segundo a Declaração Universal dos Direitos da Criança – (ONU:1959)

"... a criança deve ter todas as possibilidades deentregar-se aos jogos e às atividades recreativas,que devem ser orientadas para os fins visados pelaeducação; a sociedade e os poderes públicos devemesforçar-se por favorecer o gozo deste direito".

A Associação Internacional pelo Direito da Criança Brincar – (IPA), que foi

realizada em Malta (1979), Viena (1982) e Barcelona (1989) aponta os seus

princípios norteadores que são: a saúde, a educação, o bem-estar , ação social, o

lazer e o planejamento.

Na dimensão da saúde a IPA considera que brincar é essencial para a saúde

das crianças. Em relação à educação, o brincar faz parte do processo da formação

educativa do ser humano. De acordo com o bem-estar e ação social, o brincar é

fundamental para a vida familiar e comunitária, a criança precisa de tempo para

brincar em seu tempo de lazer.

Diante do publicado pela IPA, compreendemos que nem sempre a teoria se

reflete na prática, pois, enfim, vivemos em uma sociedade que não tem dado a

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devida importância às crianças, especialmente no que refere ao direito de brincar,

que se constitui necessidade básica e direito de todos.

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel social que

assumem enquanto brincam. No momento da brincadeira, os gestos, os sinais, os

objetos e os espaços ganham significado para o cotidiano infantil. As crianças ao

brincar recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que

estão brincando.

É no ato de brincar que a criança forma diversos vínculos entre as

características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem

com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações.

Para educadores que promovem as atividades lúdicas é importante

compreender de forma mais ampla os termos brincar, brincadeira, jogo e brinquedo.

Kishimoto (1994) ilustra que brinquedo é compreendido como um objeto

suporte da brincadeira, os brinquedos podem ser considerados: estruturados e não

estruturados. São denominados de brinquedos estruturados aqueles que já são

adquiridos prontos, como por exemplo, piões, bonecas, carrinhos e tantos outros.

Os brinquedos denominados não estruturados são aqueles que não sendo

industrializados, são simples objetos como cordas, paus e pedras, que nas mãos das

crianças adquirem novo significado, passando assim a ser um brinquedo. A corda

puxa a lata que se transforma num carrinho, a pedra se transforma em comidinha e o

pau se transforma em cavalinho.

A brincadeira é uma atividade que pode ser coletiva ou individual. Nela a

existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-

se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, existindo

uma maior liberdade de ação.

Nas brincadeiras com regras, “a ética é o reconhecimento do outro” (Badiou,

1995, p. 15), as crianças exercem uma atitude que permite reconhecer o outro para

poderem participar, respeitando, assim, as noções básicas de convivência para o

bom andamento da atividade lúdica.

A proposta das atividades lúdicas prevê uma maior aproximação da criança os

conteúdos escolares neles envolvidos e o desenvolvimento de atitudes favoráveis à

aprendizagem desses conteúdos.

Devemos ter uma visão clara, baseada cientificamente e certa das

necessidades do aluno, e seja qual for a reflexão adotada entre aluno-professor-

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escola, não devemos deixar de considerar as atitudes dos alunos como um dos focos

principais a serem explorados.

A aplicação de jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações

educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens

específicas, competências e potencialidades das crianças envolvidas. Portanto, é na

atividade lúdica que encontramos maior facilidade de trabalhar respectivamente a

função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo.

Através das experiências lúdicas nós educadores podemos obter elementos

importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado.

No brincar espontâneo podemos registrar as ações lúdicas a partir da:

observação, registro, análise e tratamento. É possível, também, observar uma

criança, em sua trajetória lúdica, durante sua vivência dentro de um jogo ou de uma

brincadeira, entender e compreender suas ações e fazer intervenções e diagnósticos

seguros ajudando o indivíduo ou grupo.

Já no brincar dirigido podemos sugerir desafios a partir da escolha de jogos,

brinquedos ou brincadeiras. Os jogos orientados podem ser praticados com objetivos

claros de promover o acesso a aprendizagens de conhecimentos específicos como:

matemáticos, lingüísticos, científicos, históricos, culturais, naturais, morais etc. E o

outro propósito é auxiliar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, lingüístico e

na construção dos valores.

A semelhança lógica entre o brincar, o aprender e o desenvolvimento está

bem definida por educadores como Piaget (1978), Vygotsky (1989), ao afirmarem que

a criança aprende porque brinca e brinca porque aprende o sentido e a forma de

brincar muda de acordo com seu desenvolvimento. Então, entendemos que o brincar

é uma das causas do desenvolvimento, e que no momento da brincadeira, a criança

entra em contato com as atividades intelectuais, partindo do concreto para o abstrato

e vice-versa, dependendo da atividade aplicada.

Nós podemos definir, a partir de uma escolha criteriosa, as ações lúdicas mais

adequadas para cada criança envolvida, respeitando assim o princípio básico de

individualidade de cada ser humano.

Segundo Almeida (1987), a educação lúdica pode ter duas implicações.

Dependendo de ser bem ou mal utilizada, na mão do professor despreparado, a

educação lúdica pode ser uma arma, capaz de mutilar, não só o verdadeiro sentido

da proposta, mas servir de negação do próprio ato de educar. Enquanto, em outra

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perspectiva, a educação lúdica pode ser um instrumento de unificação, de libertação

e de transformação das reais condições em que se encontra o educando. É uma

prática desafiadora, inovadora e possível de ser aplicada.

2.1 O jogo

A teoria de Jean Piaget é uma importante referência para entendermos o

desenvolvimento e a aprendizagem humana. Com relação ao jogo, Piaget (1978)

acredita que ele é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de exercício

que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por

ter apreciado seus efeitos. O jogo constitui-se em expressão e condição para o

desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem

transformar a realidade.

A compreensão de jogo está integrada tanto ao objeto (brinquedo) quanto à

brincadeira. É uma atividade mais estruturada e organizada por um sistema de regras

mais explícitas. Uma característica importante do jogo é a sua utilização tanto por

crianças quanto por adultos, enquanto que o brinquedo tem uma associação mais

exclusiva com o mundo infantil.

Segundo Piaget (1978), o jogo infantil é dividido em três fases distintas: jogos

de exercício, simbólico e com regras. O jogo de exercício ocorre na primeira infância,

são as manifestações de repetições motoras que oferecem um certo prazer para os

bebês, são resultados de suas ativas movimentações e resume quase que

exclusivamente a manipulações oferecidas pela descoberta do potencial das mãos.

Após este período, aproximadamente entre 2 a 4 anos, surgem os jogos

simbólicos, ou faz-de-conta, são exercícios onde a criança utiliza sua imaginação,

primeiramente de forma individual, para representar papéis, situações,

comportamentos e realizações.

Piaget (1978) classifica a última fase, os jogos com regras, onde as crianças

passam do individual e para o social, os jogos possuem regras básicas e necessitam

de interação entre as crianças; são resultados deste tipo de jogo a aprendizagem de

regras de comportamento, respeito às idéias e argumentos contraditórios e a

construção de relacionamentos afetivos.

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As atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na formação

psicomotora, como também na formação da personalidade das crianças. Para

Vygotsky (1989), há dois elementos importantes na atividade lúdica das crianças no

que se refere aos jogos com regras: o jogo com regra explícita e o jogo com regras

implícitas.

O primeiro destes fatores são as regras pré-estabelecidas pelas crianças e

que a sua não realização é considerada uma falta grave. O outro segmento é

composto por regras que não estão propriamente ditadas, mas entende-se que são

necessárias para a continuação do jogo. Portanto, as regras implícitas oferecem a

criança uma noção de entendimento às regras ocultas, mas necessárias.

Piaget e Vygotsky têm suas teorias basicamente centrada na concepção de

desenvolvimento. Entretanto uma concepção complementa a outra, pois, o

desenvolvimento da teoria piagetiana considera em sua forma retrospectiva, isto é, o

nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer.

Enquanto a teoria vygostkyana considera-o na dimensão prospectiva, ou seja,

enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida

ao sujeito na realização de uma tarefa. É desta concepção que ele afirma que a

aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.

A aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel

essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas

intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos,

funcionando como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial

do aluno.

Para Vygotsky (1989), a vivência em sociedade é essencial para a

transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela aprendizagem nas

relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso

desenvolvimento mental.

Através do jogo na educação infantil, levamos para o ensino-aprendizagem

condições para desenvolver a construção do conhecimento, introduzindo as

propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação motivadora.

Portanto, o jogo não deve ser visto, apenas, como lazer ou divertimento, pois ele

favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral.

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3. O LÚDICO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Segundo Feijó (1998, p. 67) “O lúdico é uma necessidade básica da

personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica

humana”. Conseqüentemente, é importante que o professor descubra e trabalhe a

dimensão lúdica que existe em sua essência, no seu trajeto cultural, de forma que

venha aperfeiçoar a sua prática pedagógica. Portanto a ludicidade poderia ser a

ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se

sobre sua forma de ensinar, utilizando o lúdico como fator motivante de qualquer tipo

de aula.

Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que o educador busque

resgatar os momentos lúdicos que fizeram parte do seu caminhar. A ludicidade,

portanto, implica na formação do professor por estar ligada diretamente com o lado

humano, ontológico, do mesmo, permitindo a ele um estado de inteireza e de estar

pleno naquilo que faz.

Porém, nem todos os professores têm uma consciência no planejamento dos

conteúdos e na preparação de suas aulas no Programa Segundo Tempo. Muitos

ainda atuam na perspectiva desportiva apenas, não desenvolvendo em suas praticas

momentos de ludicidade e inclusão.

A importância da formação lúdica do professor segundo Santos (1997)

possibilita ao educador: conhecer-se como pessoa, saber suas possibilidades e

limitações, ter visão sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da

criança, do jovem e do adulto.

A sua formação não é definida, depende da compreensão que cada

profissional tem sobre o conteúdo, a educação, a criança, o adulto e, enfim, a

sociedade como um todo. Permitindo assim, neste contexto, um diferencial dos

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educadores, possibilitando diversas práticas pedagógicas. A vivência da ludicidade

estimula no professor o ato criador e recriador, crítico, aguça a sensibilidade, o

espírito de liberdade e a alegria de viver.

Para compreendermos a ação docente, temos que considerar, sobretudo, que

o processo de formação do professor é crescente, portanto, a dimensão lúdica na

formação do profissional é parte integrante de todo o processo, amplo, complexo e

integral.

Como educadores, devemos ter sempre em nossas práxis a relação das

atividades lúdicas com as atividades intelectuais, pois, sendo assim, Rodrigues

afirma que:

“Quando toda a criança, indiscriminadamente, puderbrincar em espaços alternativos, com equipamentosdiversificados, jogar com outras crianças de váriasfaixas etárias, descobrir o novo, manipular econstruir brinquedos, desafiar seus limites, construirregras, ser intuitivas e espontâneas –transformando-se em bruxa, super-homem, batman,rainha... estará atingindo o principal objetivo que é ode fazer com que ela incorpore a sua essência econstitua-se num sujeito mais inteligente esocial”.(Rodrigues, 2000, p.47).

Muito mais que transmitir conteúdos das matérias curriculares organizadas e

programadas para o desenvolvimento intelectual, é preciso ensinar a ser cidadão,

mostrar aos alunos seus deveres e seus direitos. Essa deve ser a preocupação e o

dever do educador que atua no Programa Segundo Tempo.

É preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais

devem ser cumpridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é

importante que o professor trabalhe valores, fazendo seu aluno perceber o outro,

perceber quem está a seu redor, formando crianças que saibam a importância de

respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo.

O sentido das aprendizagens é único e particular na vida de cada um, e que

inúmeros são os fatores afetivo-emocionais que podem impedir o investimento

intenso necessário ao aprendizado.

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3.1 A compreensão dos jogos e brincadeiras promovendo o aprendizado.

A cultura lúdica das crianças, apesar de tantos entraves como o progresso

tecnológico e questões sociais como a miséria e a violência, vem ganhando novas

formas e re-significações.

Um dos objetivos da educação física é promover o resgate dos jogos,

brinquedos e brincadeiras, permitindo que os alunos explorem, criem, transformem

este conhecimento com alegria e prazer. É importante que os educadores tenha a

compreensão do equilíbrio, do conhecimento e o prazer das crianças nas aulas não

sendo somente uma reprodução de movimentos e regras, mas sim estimulando a sua

capacidade de transformar e recriar um jogo.

Segundo Friedmann (1996).

“Refletir sobre os jogos e brincadeiras que fizemosna infância, a tranqüilidade e a alegria que estetempo nos trazia, deveria nos fazer desejar o mesmopara nossas crianças. Seria e será, se resgatarmosesses jogos, uma prova de amor: querer passar paraos representantes do futuro a nossa herança deprazer, alegria, treino para a vida liberdade depensamento e criação para que eles tenham o poderde transformar o mundo tornando-o observador,crítico e com autoconfiança suficiente, para quebrinquem com a vida, com a serenidade de quemcaminha com objetivos e luta para conquistá-los.Brincar, jogar, dramatizar, participar e viver acho queessa é a essência da infância que não devemosnunca deixar de estimular, dando espaço, tempo eatenção para as crianças” (p.51-52).

Assim, os alunos mais experientes, com toda sua bagagem cultural, nos

diferentes contextos sociais, contribuem para a construção e a re-significação dos

conhecimentos apresentando novos caminhos para as soluções dos problemas.

Freire nos chama atenção quanto ao valor do jogo na escola:

“Portanto, não esperemos que a escola, em suaestrutura atual, contemple com boa vontade a idéiade acolher o jogo, ou como conteúdo de ensino, oucomo recurso pedagógico educacional. Talvez nãohaja uma consciência clara por parte da escolaquanto ao caráter prático do jogo, mas, certamentehá uma intuição, pelo menos, baseada naobservação pura e simples de crianças ou

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adolescentes brincando, quanto aos risos implicadosno ato de jogar.” (Freire, 2002, p.77)

O jogo sendo utilizado de forma coerente pode se tornar um instrumento eficaz

para o professor na construção do conhecimento dos seus alunos, desde que ele

explore situações desafiantes, possibilitando a resolução de problemas e o diálogo

visando possíveis mudanças.

Friedmann (1996), baseando-se nos estudos de Piaget, afirma que o jogo

pode ser utilizado como forma de incentivar o desenvolvimento humano por meio de

diferentes dimensões, que são: o desenvolvimento da linguagem onde o jogo é um

canal de comunicação de pensamentos e sentimentos; o desenvolvimento moral que

é um processo de construção de regras numa relação de confiança e respeito;

desenvolvimento cognitivo que dá acesso a um maior número de informações para

que, de modo diferente, possam surgir novas situações; o desenvolvimento afetivo

onde facilitem a expressão de seus afetos e suas emoções; e o desenvolvimento

físico-motor explorando o corpo e o espaço a fim de interagir no seu meio

integralmente.

Diante essas dimensões, o jogo passa a ser ensinado em duas formas e

atitudes a serem tomadas: um jogar espontâneo, onde ele tem apenas o objetivo de

divertimento e um jogar dirigido, onde ele passa a ser proposto como fonte de

desafios, promovendo o desenvolvimento da aprendizagem.

Sendo assim, ao empregarmos o jogo como uma atividade de

desenvolvimento humano, permitimos um conhecimento dessa forma de

aprendizagem, com o comprometimento do buscar pedagógico, transformando num

exercício crítico e consciente do aprender.

3.2 Ludicidade, o aprendizado por meio do desenvolvimento da autonomia e dacriticidade.

No processo de construção de conhecimentos, o educador deve ser

companheiro de seus alunos, tornando o aprender numa constante troca de

experiências e vivências. Contudo, cabe ao educador ser mediador, desafiador e

orientador, sendo importante ele intervir na atividade da criança oportunizando a ela

avançar no processo de construção de si e do conhecimento em sua totalidade.

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As atividades lúdicas, os jogos, em todos os momentos da vida da criança,

podem contribuir muito não só para o desenvolvimento da criatividade, da autonomia,

da criticidade como diversas habilidades que serão os seus alicerces na construção

da sua identidade e da sua personalidade.

Através do lúdico, a criança cria o seu próprio espaço, a sua maneira de

pensar, de conceber o mundo e as coisas, pois, de acordo com Motta (1994),

“representar é experimentar a vida em suas múltiplas possibilidades” (p. 26). O

brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir

consigo mesma, com o outro e com o mundo.

No jogo, a criança aprende, verbaliza, comunica-se com pessoas que têm

mais conhecimentos, internaliza novos comportamentos e, conseqüentemente, se

desenvolve. O lúdico possibilita que a criança se torne cada vez mais autônoma e

mais consciente de suas ações com melhor auto-estima e consciência corporal.

Passos (1995), classifica o lúdico em instrumental e essencial. A educação

física quando se aproxima do lúdico, geralmente se limita à perspectiva do lúdico

instrumental direcionando a instrução e a doutrinação. O professor que atua neste

aspecto visa apenas à aprendizagem dos conteúdos desejados por ele, sendo o

esporte instrumentalizado, através dos jogos de iniciação. É o professor que dirige a

aula o tempo todo, não abrindo para a participação direta dos alunos na formação de

regras, solução-problema e questionamentos.

Segundo Zaluar (1994), “é próprio do lúdico, como o meio através do qual as

culturas ou sistemas simbólicos se criam, ser também um meio eficaz através do qual

se aprende a manejar os símbolos e a brincar com eles” (p. 83).

Com referência ao lúdico essencial o jogo possui uma manifestação cultural

compreendida como processo de construção. Os alunos participam na construção do

jogo, compreendendo-o e valorizando as políticas da autonomia e participação

(Perroti, 1994).

O lúdico essencial é fundamental para o desenvolvimento da criança, na

construção de sua percepção do mundo e das suas relações com ele. A sua

essência é baseada manifestação da espontaneidade, interação, criatividade e

imaginação, participação e cooperação. No jogo lúdico tudo é decidido e criado pelos

participantes, sendo assim, a todo o momento estão praticando a sua autonomia,

criatividade e imaginação.

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Existe ainda, a possibilidade de fazer com que os alunos participem da própria

escolha do jogo, da brincadeira, construindo, assim, um ato rico para o seu

desenvolvimento. De acordo com Kishimoto (1993, p.102), “o papel educativo do jogo

é exatamente esse. Quando desenvolvido livremente pela criança, o jogo tem efeitos

positivos na esfera cognitiva, social e moral”.

Para vivenciar a essência do lúdico, às vezes se faz necessário um mínimo de

instrumentação. Não se pode negar a sua manifestação instrumental, não se deve

perder a referência dos elementos principais do lúdico para não perder o sentido

próprio da ação.

O abandono dos jogos, das brincadeiras e das atividades lúdicas, significa o

próprio abandono da cultura, pois essas atividades são elementos criadores de

cultura. Dentro de uma proposta pedagógica com manifestações lúdicas, os jogos

favorecem a autonomia e a auto-reflexão para o processo de emancipação dos

alunos. Dentro de uma visão emancipatória, a educação física precisa esta envolvida

com a autonomia, a liberdade, a auto-reflexão e com as dimensões culturais,

históricas e pessoais.

3.3 Iniciação esportiva através das atividades lúdicas.

A Educação lúdica visa estudar e valorizar um novo processo de

desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano por meio do

uso de brinquedos, jogos e materiais didáticos coligados que sirvam de suporte para

o sujeito da aprendizagem aprenda de forma mais descontraída, efetiva, eficiente e

eficaz.

A ludicidade na iniciação esportiva deve ser bem orientada pelos professores

respeitando sempre as fases de desenvolvimento das crianças, de forma apropriada

e coerente adaptando jogos permitindo assim que todos participam e se encontram

na grande diversidade das atividades, para no futuro possuir uma gama de

experiências em várias modalidades e não somente em uma delas.

Nos jogos de regras quando bem aplicados existe um respeito à bagagem

cultural dos alunos nas aulas, permitindo explorar e compreender as suas ações,

mudando e criando novos desafios, o professor tem o papel de ser mediador destas

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resoluções, nunca dando as respostas prontas, e sim mostrando caminhos para se

adequarem a novas situações do jogo.

De acordo com Piccolo (1999), educar na prática de esporte é preparar o

aluno para realizar determinadas habilidades por meio da descoberta do prazer de se

exercitar. É conscientizá-lo de suas capacidades e limitações, descobrindo diferentes

maneiras de aprender um movimento. A ludicidade da proposta pode ser o caminho

dessa conscientização.

Na iniciação esportiva é preciso trabalhar atividades adaptadas, respeitando

os níveis de habilidades, os limites e a potencialidade de cada um nas resoluções de

problemas, não existindo um gesto técnico padronizado para todos, mas um jeito

particular de cada um em suas ações motoras. Nesse sentido, o jogo passa a ter a

capacidade de desenvolver, por meio dele, formas e contribuições para gerar

talentos, aperfeiçoar potencialidades e criar novas habilidades de conviver.

Junto ao trabalho realizado de iniciação esportiva no Programa Segundo

Tempo é importante o professor fazer um resgate dos jogos populares que vêm se

modificando no decorrer da história e explorar os jogos da cultura lúdica das crianças

como a queimada, pique-bandeira, passa 10 etc. como também os jogos

cooperativos, pensando em adaptações nas situações dos jogos esportivos.

Após vivenciarem todos estes jogos, os fundamentos serão compreendidos

com mais facilidade pelos alunos. As brincadeiras criadas por eles permitem a

construção de várias habilidades, resolução de problemas, fazendo com que os

alunos se adaptem a uma nova situação de jogo, porém estes acontecimentos têm

que ser discutidos com os alunos e não impostos pelo professor, tornando uma

discussão quanto à tomada de consciência.

É importante a participação dos alunos na construção dos jogos e brincadeiras

ajudando o professor na elaboração de suas aulas, com sua história de vida e cultura

lúdica diferenciada, não existindo um padrão determinado de movimento, mas sim

diferentes formas de se atingir um objetivo. As atividades que os alunos criam são

expressivas para eles, além da participação e do prazer, ocorre à construção de um

aluno mais participativo, criativo e autônomo.

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4- METODOLOGIA

A metodologia presente neste estudo está pautada em uma abordagem

subsidiada por um paradigma qualitativo, envolvendo um estudo prospectivo

descritivo de campo.

Participaram dessa pesquisa 09 (nove) professores que atuam no Programa

Segundo Tempo da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Município de Volta

Redonda. Esses professores possuem como espaço de intervenção os ginásios

poliesportivos municipais e o parque aquático municipal. Os ginásios encontram-se

localizados em bairros de periferia e do centro.

Um dos critérios para compor a amostragem desse estudo era estar atuando

no PST com alunos de idade entre 5 a 10 anos em fase de iniciação esportiva e ter

concluído sua graduação.

No primeiro momento, enviamos um ofício à coordenação do Programa

Segundo Tempo da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, solicitando autorização

para colher dados através de questionário, filmagem e observação durante o ano de

2006, nos ginásios poliesportivos e no parque aquático municipal onde acontecem as

aulas do PST.

O questionário direcionado aos professores que atuam no Programa Segundo

Tempo, continha 04 (quatro) perguntas que abordavam a ludicidade; a sua utilização

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nas aulas do PST, a relação e o desenvolvimento do lúdico na iniciação esportiva e a

aquisição do sentido de ludicidade na formação acadêmica desses profissionais.

Os dados foram coletados utilizando a entrevista estruturada e a filmagem

como instrumentos de investigação.

Entre os professores entrevistados 02 (dois) atuam no parque aquático com

aulas de natação, 01 (um) trabalha no ginásio do bairro Santa Cruz com aulas de

iniciação ao tênis e os demais trabalham com a iniciação esportiva nos outros

ginásios municipais.

Todos tiveram a opção de levar consigo o questionário e responder em outro

momento, não sendo preciso a sua identificação e as imagens foram obtidas a partir

da filmagem de três aulas de cada sujeito, totalizando em 27 tomadas de 50 minutos

cada uma e seus dados foram registrados para posterior análise de conteúdo (Bardin:

1977).

Pela proximidade da pesquisadora com os professores e alunos, pois a

mesma atua na Secretaria de Esporte e Lazer como supervisora dos Ginásios

Poliesportivos, a aplicação dos instrumentos de investigação se deram sem nenhuma

dificuldade.

4.1 Resultados e análise da coleta de dados

O Curso de Educação Física, teve uma significativa reestruturação no

currículo, para atender às exigências apontadas pelo MEC e, simultaneamente as

demandas da região em 2001.

Até essa data, o curso em questão não tinha em sua matriz curricular

disciplinas como: Teoria e Ensino do Jogo, Teoria e Ensino do Lazer, Teoria e Ensino

do Esporte. Também o perfil profissiográfico de seu segmento docente não era

definido, ora sobressaia o profissional que trabalharia com academia e, em outros

momentos, o professor que atuaria na escola, mas, sobretudo, o técnico que regia as

atividades de nos dois espaços de atuação.

Depois de um amplo debate com o corpo de professores e alunos, traçou-se

com linhas bem definidas, e com base ainda na Resolução CNE 03/87, mas

apontando para as Resoluções, que até então ainda não homologas: CNE/CP de

01/2002 - que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de

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Professores da Educação Básica, e a 07/2004 - que instituiu as Diretrizes

Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em educação física, nível

superior de graduação plena, um novo perfil profissiográfico: o professor de

educação física que atuaria no espaço formal e não formal, fundamentado por

aspectos críticos, morais, criativos, estéticos e político-culturais, com ênfase nas

atividades de lazer.

Dessa forma, procuramos compreender a apropriação do conceito de

ludicidade através da formação do sujeito. Os dados foram categorizados e

apresentados de acordo com o disposto nos quadros 1 e 2.

QUADRO 1: CATEGORIZAÇÃO DAS ENUNCIAÇÕES OBTIDAS ATRAVÉS DOSQUESTIONÁRIOS RELACIONADAS À CONCEPÇÃO DO LÚDICO NAS AULAS DOPST.

Ano deinício econclusãodaformação

Conceito deludicidade

Importância do lúdicona iniciação esportiva

Utilização da ludicidadeno PST

Abordagem daludicidade na formaçãoacadêmica

Suj.1

1988-1991

Prazer. Construção domundo.

Brinquedos cantadose jogos simbólicos.

Pouco abordada.

Suj.2

2001-2004

Prazere elementoessencial para oprocesso deautonomia.

Atrair a atenção dosalunos.

Pequenos e grandesjogos.

Forma de recrear,transformação edinamização doaprendizado eestímulo para oensino do esporte.

Suj.3

1997-2000

Base dapercepção.

Brincar e jogarresultam em umprocesso criativoque modifica arealidade.

Através dos jogos. Muitosuperficialmente.

Suj.4

2000-2003

Prazer esatisfação.

Tornar mais atrativae prazerosa aatividade.

Treinamento em formade atividadesrecreativas ecooperativas.

Sem grandedestaque.

Suj.5

1991-1994

Brincar e recrear. Aula mais dinâmicae criativa.

Jogos cooperativos. Nenhuma.

Suj.6

1998-2002

Transformação doaprendizadodiretivo emcriativo eprazeroso.

Aprendizado comprazer e dinamismo.

Jogos criados etransformados pelaspróprias crianças.

Ensino muitotécnico, tive quebuscar na literatura.

Suj.7

2001-2004

Forma deintegraçãoatravés de jogos ebrincadeiras.

Integração atravésde jogos ebrincadeiras deacordo com odesporto proposto.

Jogos e brincadeiras. Rápido e superficial.

Suj.8

2004-2007

Espontaneidade,diversão,aprendizagem eimaginação.

Através dele osalunos trabalham ascapacidades físicas.

Pequenos e grandesjogos.

Por dois fatores: arealidade dosalunos e acontribuição da

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atividade para oobjetivo da aula.

Suj.9

2004-2007

Forma prazerosae satisfatória deaprender e seconhecer para terautonomia.

Romper com asatividadesrepetitivas emonótonas.

Atividades de acordocom as dificuldadesdos alunos.

Foi abordada emalgumas disciplinascom poucaimportância.

QUADRO 2: CATEGORIZAÇÃO DAS IMAGENS RELATIVAS A CONCEPÇÃO DOLÚDICO NAS AULAS DO PST.

Utilização da ludicidade no PST Forma de utilizaçãoSuj. 1 Brinquedos cantados. Relacionado ao prazer.

Suj. 2 Pequenos e grandes jogos. Aulas dinâmicas, recreativas, favorecendo aautonomia.

Suj. 3 Não foi observado nenhuma atividadelúdica.

Exercícios técnicos e diretivos.

Suj. 4 Atividades recreativas. Exercícios dinâmicos, mas voltados aoaprimoramento da técnica.

Suj. 5 Jogo no final da aula. Jogo com aplicação de técnicas.

Suj. 6 Jogos e brincadeiras durante toda arealização das aulas.

Aulas dinâmicas, recreativas, favorecendo aautonomia.

Suj. 7 Jogos somente no início da aula. Forma dirigida.

Suj. 8 Aula com predominância técnica. Prevalecendo a técnica.Suj. 9 Aula com predominância técnica. Exercícios técnicos e diretivos.

Constatamos que cinco professores tiveram sua formação fundamentada no

currículo anterior ao ano de 2001, que chamaremos para efeito de categorização, de

1º currículo, e quatro no currículo posterior, que chamaremos de 2º currículo.

Àqueles formados no 1º currículo ao serem perguntados pelo conceito de

ludicidade responderam, em sua maioria (4 professores: Suj 1, 3, 4 e 5) que o lúdico

é entendido como atividade de prazer, brincadeira e recreação. Entretanto, um

professor (Suj. 6) disse que o conceito de lúdico está associado à forma de

“transformação do aprendizado diretivo em criativo e prazeroso”. Todos eles, sem

exceção disseram que o lúdico foi abordado de forma superficial e através de um viés

técnico.

Ao descreverem a importância do lúdico para o ensino da iniciação esportiva,

todos os quatro professores, que tem como base de formação o 1º currículo,

expuseram que era para tornar a aula mais dinâmica e prazerosa. Contudo o uso do

lúdico como elemento essencial na aprendizagem do esporte só foi percebido na aula

do Suj 6.

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Os outros professores do grupo de 1º currículo quando se utilizam da

ludicidade a usam com foco numa abordagem instrumental (Passos, 1995).

Em relação aos professores formados no 2º currículo ao serem perguntados

pelo conceito de ludicidade responderam, em unanimidade (4 professores: Suj 2, 7, 8

e 9), que o lúdico é entendido como atividade de prazer, mas também como

componente que promove a integração e a autonomia.

Contudo ao assistir as aulas dos professores (Suj. 7, 8 e 9) constatamos que

apesar de conceituar o lúdico de forma a superar a visão do instrumental, durante as

suas aulas, que eram extremamente diretivas, o lúdico se mostrava de maneira

incipiente somente no inicio da aula através de jogos que visavam a eficiência

técnica.

A maioria dos professores disse que a ludicidade foi tratada superficialmente

em sua formação.

Esses professores, que apreendem o lúdico instrumental demonstraram

através de sua prática que apesar de reconhecer o valor das atividades no processo

educacional, verificamos que tem sido insignificante a ênfase dada na intervenção no

que se refere às atividades lúdicas.

Pelas respostas obtidas e observações das aulas percebemos que em sua

formação, no 1º currículo, o professor não foi estimulado a fazer explanações e

compreensões de suas práticas, mas apenas executar e copiar as técnicas de

movimentos de forma correta. Ainda existem muitos professores de Educação Física

que continuam ensinando do jeito que aprenderam na Universidade, como uma

receita pronta e ultrapassada.

Percebemos uma forte visão empírica no qual o sistema educacional é um

verdadeiro aliado na manutenção de uma estrutura social, favorecendo assim uma

educação voltada na repetição em que o educando recebe passivamente os

conhecimentos tornando-se um depositário do educador.

Concordamos com Amaral (2004) quando elege o jogo cooperativo como um

instrumento de articulação e promoção do processo educativo, onde todos participam

e se divertem, compartilhando as alegrias, perdas e realizações. Além de

potencializar a criatividade e a espontaneidade, auxiliando na criação de uma

consciência humanitária e contribuindo através dos valores positivos com a

sociedade para uma melhor qualidade de vida e a construção de um mundo melhor.

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Os professores formados pelo 2º currículo citaram que em sua formação, a

visão da ludicidade como forma transformadora do aprendizado. O lúdico como jogo

livre, espontâneo, não diretivo e com o compromisso responsável da facilitação do

processo de ensino, incentivo e estímulo do ensino do esporte de uma forma mais

prazerosa e animada. Essa concepção está condizente com o que defende Lopes

(1999, p.35) quando diz que “o jogo para criança é o exercício, é a preparação para a

vida adulta”.

Ressaltamos a importância de uma reestruturação do planejamento afim de

que as aulas ganhem uma fundamentação teórica e lúdica, fornecendo uma

seqüência dos conteúdos propostos nas aulas com mudanças nas estratégias de

ensino, com objetivos claros a serem alcançados, buscando a formação consciente

dos alunos sobre suas ações de forma mais crítica e autônoma.

Kishimoto (1994) ao estabelecer o jogo como instrumento educativo tem como

proposta que o educador possa valorizar “os jogos na educação, ou seja, brinquedos

e brincadeiras como formas privilegiadas de desenvolvimento e apropriação,

conhecimento pela criança e, portanto, instrumentos indispensáveis da prática

pedagógica e componente relevante de propostas curriculares” (p. 11).

Os jogos e as atividades lúdicas fazem parte do ato de educar em um

compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade. É através deles

que as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização e a auto-

estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e na

construção de uma sociedade mais humana.

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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando concepções de vários autores, vimos que, os jogos, as

brincadeiras, enfim as atividades lúdicas tornam-se recursos didáticos de grande

aplicação e valor no processo ensino-aprendizagem através de uma aprendizagem

aliada ao prazer, alegria e divertimento.

Nesse sentido compreendemos que o currículo pode tratar a ludicidade como

uma proposta mais crítica e autônoma, entretanto a base da formação é impregnada

de outros saberes que são importantes para a formação e para a práxis pedagógica.

Então, constatamos que o currículo influencia na apropriação do conceito do

lúdico, mas não podemos deixar de apontar que ele não é o único responsável pela

atribuição do significado de lúdico. Esse fato é comprovado quando, um dos sujeitos

que foi formado pelo currículo anterior a 2001, concebe o lúdico de forma essencial.

E, quando três professores formados no currículo posterior, o concebe numa

perspectiva instrumental.

Portanto, é preciso que o professor reveja o conteúdo e a sua prática

pedagógica, substituindo a rigidez e a passividade pela vida, pela alegria, entusiasmo

de aprender, maneira de viver, pensar, compreender e reconstruir o conhecimento.

Deixamos então como sugestão que a ação lúdica deve ser elemento

essencial, deve ser encarada com muita seriedade e respeito, pois através dela a

criança integra-se ao meio ambiente e ao mundo social, vivenciando,

experimentando, trocando experiências e desenvolvendo sua bagagem de vida.

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É aproveitando os momentos de prazer da criança com atividades lúdicas,

jogos e brincadeiras permitindo que elas recriam novos jogos ou formas de brincar

que sejam significativas, que estaremos abrindo caminhos para novos conhecimentos

construídos com muita criatividade, pois esse é um dos objetivos do lúdico no

processo de ensino-aprendizagem, permitindo que a criança descubra o seu poder

da criação, pois não se pode imaginar o lúdico sem o ato de criar.

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8 - ANEXO

Questionário investigativo sobre a concepção lúdica dos professores que

atuam no P.S.T.

1ª- O que você entende por ludicidade?

2ª- Qual a importância do trabalho lúdico na iniciação esportiva?

3ª- Como você utiliza a ludicidade em suas aulas do Programa Segundo

tempo?

4ª- Em que ano você se formou e em qual Universidade? Como era abordada

a ludicidade durante a sua formação acadêmica?

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