andrÉa lÍvia lins neves silvestres nos municÍpios … · comunidades visitadas, um anjo que caiu...

73
1 ANDRÉA LÍVIA LINS NEVES ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE TRIATOMÍNEOS SILVESTRES NOS MUNICÍPIOS DE ABAETETUBA E BARCARENA, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 1980 A 2006 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientador: Prof. Dr. Sebastião Aldo da Silva Valente Laboratório de Doença de Chagas, SEPAR/IEC Banca Examinadora: Prof. Dr. Nelson Veiga Laboratório de Geoprocessamento, IEC Profa. Dra. Lourdes Maria Garcez dos Santos Laboratório de Leishmaniose, SEPAR/SVS/IEC/MS Prof. Dr. Edvaldo Carlos Brito Loureiro Laboratório de Bacteriologia, SABEMI/SVS/IEC/MS Prof. Dr. Ricardo José de Paula Souza e Guimarães (Suplente) Laboratório de Geoprocessamento, IEC Belém, 29 de Abril de 2013.

Upload: hoangbao

Post on 14-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

ANDRÉA LÍVIA LINS NEVES

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE TRIATOMÍNEOS

SILVESTRES NOS MUNICÍPIOS DE ABAETETUBA E BARCARENA, ESTADO

DO PARÁ, NO PERÍODO DE 1980 A 2006

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal

do Pará, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários.

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Aldo da Silva Valente

Laboratório de Doença de Chagas, SEPAR/IEC

Banca Examinadora: Prof. Dr. Nelson Veiga

Laboratório de Geoprocessamento, IEC

Profa. Dra. Lourdes Maria Garcez dos Santos

Laboratório de Leishmaniose, SEPAR/SVS/IEC/MS

Prof. Dr. Edvaldo Carlos Brito Loureiro

Laboratório de Bacteriologia, SABEMI/SVS/IEC/MS

Prof. Dr. Ricardo José de Paula Souza e Guimarães (Suplente)

Laboratório de Geoprocessamento, IEC

Belém, 29 de Abril de 2013.

2

“Esse rio é minha rua, minha e tua, mururé…”

Paulo André e Ruy Barata

3

Dedico esta dissertação às

populações ribeirinhas da Amazônia.

4

AGRADECIMENTOS

À Deus pela dádiva da vida e pela oportunidade de fazer algo em prol de meus

semelhantes.

À minha família pelo apoio incondicional, pela compreensão, pelo investimento,

por me mostrar o valor inestimável do conhecimento, e por nunca me deixar perder as

esperanças. Vocês são meu porto-seguro!

À Universidade Federal do Pará, instituição que trilhou minha vida acadêmica,

onde cumpro mais uma etapa: graduação, especialização, e agora mestrado. Que

continue sendo, com todos os percalços da educação pública neste país, a melhor do

Estado, mostrando a tantos outros o caminho do saber.

À coordenação do PPG-BAIP, na pessoa da Drª. Jeannie Nascimento, pelo ótimo

trabalho realizado na coordenação do curso e pela infinita compreensão.

À CAPES, pelo fomento, incentivo necessário à pesquisa no norte do Brasil.

Ao Instituto Evandro Chagas, na pessoa da Drª. Elizabeth Santos, pelo suporte

durante a viagem a campo, sem o qual este projeto jamais teria saído do papel. Por fazer

parte da minha história acadêmica, desde a iniciação científica, afinal, aqui tracei minha

linha de pesquisa.

Ao meu orientador, Dr. Aldo Valente, um guia neste imenso mundo da pesquisa,

que acreditou em mim e me deu um rumo, obrigada pela confiança.

À toda equipe do Laboratório de doença de Chagas: Drª. Vera Valente, Msc.

Walter Santos, os técnicos Francisco, Nivaldo, Aguinaldo e Caroline, pelas lições, pela

paciência e pelo apoio.

À toda equipe do Laboratório de Geoprocessamento, na pessoa do Dr. Nelson

Veiga, pela confecção das imagens. Aos técnicos Alcinês e Glaubus que foram comigo

a campo, companheiros de uma verdadeira odisséia. Dr. Ricardo Guimarães, Fabrício e

Alcione, pela atenção providencial nos momentos de dúvida.

Aos funcionários que receberam a equipe nos setores de endemias dos

municípios de Abaetetuba e Barcarena, pela valiosa contribuição que proporcionaram

nos momentos que mais precisamos de um norte, pelo fornecimento de endereços e

mapas das cidades que foram muito úteis.

À agente comunitária de saúde e líder comunitária em Abaetetuba Maria

Caripuna, exímia conhecedora de cada morador e das moléstias que mais acometem as

comunidades visitadas, um anjo que caiu do céu para nos acompanhar aos lugares mais

íngremes da nossa viagem, disponível ao tempo e a hora. Minha profunda admiração

pelo belo trabalho que desenvolve.

À todos os pacientes que visitei, pela hospitalidade, pelo carinho com que fui

recebida, pela conversa boa e cheia de estórias recheadas de muita experiência de vida.

O aprendizado que vocês me proporcionaram jamais encontrarei em livros ou na

universidade! Peço perdão pelos cafezinhos recusados devido ao tempo escasso, estava

só de passagem! Obrigada pelas frutas e lembrançinhas!

5

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO................................................................................................

1.1 A DOENÇA DE CHAGAS...............................................................................

1.1.1 Epidemiologia da doença de Chagas..............................................................

1.1.2 Histórico e casuística na Amazônia brasileira...............................................

1.1.3 Os vetores: ecologia e importância epidemiológica......................................

1.2 USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA O ESTUDO DE ENDEMIAS

1.2.1 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias no mundo e

América Latina.................................................................................................

1.2.2 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias no

Brasil.................................................................................................................

1.2.3 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias na Amazônia............

1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................

1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................

1.3.2 Objetivo Específicos........................................................................................

2 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................

2.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................................

2.2 ÁREAS DE ESTUDO………………………………………………………………

2.2.1 Município de Abaetetuba-Pará......................................................................

2.2.1.1 Localização, população e economia..................................................................

2.2.1.2 Clima, vetação e hidrografia.............................................................................

2.2.2 Município de Barcarena-Pará........................................................................

2.2.2.1 Localização, população e economia..................................................................

2.2.2.2 Clima, vetação e hidrografia.............................................................................

2.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO E CRACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA……...

2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO………………………………………………..

2.5 ESTUDOS COM TRIATOMÍNEOS...............................................................

2.5.1 Coleta de triatomíneos em domicílios e anexos............................................

2.2.2 Coleta de triatomíneos silvestres em palmeiras............................................

2.2.3 Coleta de triatomíneos com armadilha de luz..............................................

2.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ESPACIAIS OBTIDOS.......................

3 RESULTADOS

3.1 BANCO DE DADOS DOS PACIENTES E TRIATOMÍNEOS.....................

3.2 CASOS DE DCA..............................................................................................

3.3 TRIATOMÍNEOS.............................................................................................

3.3.1 Estatística descritiva........................................................................................

3.3.2 Infecção natural dos triatomíneos por T. cruzi.............................................

3.3.3 Avaliação espacial dos casos e locais de captura de triatomíneos...............

3.4 DESMATAMENTO VS. TRIATOMÍNEOS VS. CASOS DE DCA EM

ABAETETUBA E BARCARENA...................................................................

4 DISCUSSÃO....................................................................................................

4.1 SOBRE A RELAÇÃO PALMEIRAS VS. TRIATOMÍNEOS.........................

6

4.2 SOBRE DESMATAMENTO............................................................................

4.3 SOBRE A ANÁLISE ESPACIAL....................................................................

5 CONCLUSÕES................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Série histórica da DCA na Amazônia Brasileira, 1968 a 2011..................... 12

Figura 2- Distribuição dos casos de doença de Chagas por UF e proporção de casos

associados à transmissão pela via oral no Estado do Pará............................ 12

Figura 3- Localização do município de Abaetetuba, Pará…………………………… 25

Figura 4- Localização do município de Barcarena, Pará…………………………….. 27

Figura 5- Armadilha Noireau………………………………………………………… 29

Figura 6- Armadilha de luz Pensilvania trap………………………………………... 30

Figura 7- Banco de dados georreferenciado de triatomíneos coletados nos

municípios de Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.... 32

Figura 8- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea maripa no

município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006........................... 34

Figura 9- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea phalerata

no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006...................... 34

Figura 10- Proporção de triatomíneos positivos e negativos, por espécie, capturados

em palmeiras da espécie A. maripa no período de 1980 a 2006 no

município de Barcarena, Pará....................................................................... 36

Figura 11- Proporção de triatomíneos positivos e negativos, por espécie, capturados

em palmeiras da espécie A. phalerata no período de 1980 a 2006 no

município de Barcarena, Pará....................................................................... 37

Figura 12- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2000, com

casos de paciente, palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2000......

Figura 13- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2006, com

pontos georreferenciados dos pacientes, locais de ocorrência de palmeiras

e triatomíneos capturados entre 1988 a 2006................................................

Figura 14- Flutuação do número de casos de DCA e o incremento do desmatamento

entre 2002 a 2006 nos municípios de Abaetetuba (A) e Barcarena (B) /

Pará................................................................................................................

Figura 15- Progressão de desmatamento nos municípios de Abaetetuba e Barcarena

entre os anos 2000 a 2006, Pará....................................................................

Figura 16- Placa indicando plantação de 50 ha de açaí nativo na região das ilhas do

município de Abaetetuba, Pará.....................................................................

8

RESUMO

A doença de Chagas aguda (DCA) é um importante problema de saúde pública na

América Latina. O agente etiológico é o hemoflagelado Trypanosoma cruzi que infecta

o homem por diversos mecanismos de transmissão, sendo a via oral a mais comum na

Amazônia brasileira. Triatomíneos do gênero Rhodnius são os vetores mais encontrados

por toda a região incluindo espécies exclusivamente silvestres, ocorrendo em variados

ecótopos, sendo as palmeiras do gênero Atallea o mais importante. O uso das técnicas

de georreferenciamento é de grande utilidade para estudos populacionais, ambientais e

epidemiológicos devido seu caráter interdisciplinar, e despontam como proposta de

vigilância epidemiológica a ser desenvolvida na Amazônia. O presente estudo objetivou

analisar a evolução espaço-temporal da prevalência da DCA nos municípios de

Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006 utilizando dados ambientais,

entomológicos e epidemiológicos. As coletas de triatomíneos foram feitas durante os

anos de 1980 a 2006. A partir da digitalização de todos os dados contidos nos livros de

registros utilizados nas viagens para trabalho de campo envolvendo captura de

triatomíneos desde 1977 até o ano de 2006, foram construído banco de dados

entomológico e de pacientes no programa Microsoft Office Excel. Desses locais foram

tomadas as coordenadas geográficas e gerados banco de dados georreferenciados no

software ArcView 3.3. O pré-processamento das imagens de satélite foi executado no

software Erdas 8.3.1 e geradas imagens classificadas onde foi possível plotar os pontos

de casos de DCA e de captura de triatomíneos. A influência do desmatamento nos casos

de DCA foi verificada por meio de análises de correlação de Pearson. Em Abaetetuba

57 casos de DCA ocorreram no período de 1998 a 2006 e em Barcarena entre 2002 e

2006, 17 casos foram notificados. Cinquenta e nove triatomíneos foram capturados no

município de Abaetetuba e 720 em Barcarena, das espécies Rhodnius pictipes, Rhodnius

robustus, Panstrongylus lignarius, Eratyrus mucronatus, Microtriatoma sp, porém

destes 12 e 26, respectivamente, não tiveram seus locais de captura georreferenciados

por falta de dados. Apenas em Barcarena houve coleta de triatomíneos em palmeiras, 53

das espécies Attalea maripa, Attalea phalerata e Elaeis oleifera foram investigadas. R.

pictipes foi a espécie capturada em maior número. A espécie de palmeira mais infestada

e com maior variabilidade de espécies de triatomíneos colonizando-a foi A. phalerata. A

taxa global de infecção natural por hemoflagelados semelhantes a T. cruzi em palmeiras

foi 15,2% (N=103). Não foi observada correlação entre o incremento do desmatamento

sobre o número de casos de DCA em ambos os municípios. A análise espaço-temporal

da incidência de DCA nos dois municípios estudados mostrou que o padrão de

distribuição de casos e de locais com ocorrência e capturas de triatomíneos não foi

homogêneo. Na análise temporal foi observada a dependência espacial entre a

incidência da DCA nos locais de estudo e a distribuição espacial dos ecótopos

identificados, relacionadas ao crescente antropismo, sobretudo, invasões e ocupações

desordenadas recentes. A vigilância epidemiológica da doença de Chagas será mais

abrangente, capacitada e munida de recursos que sustentem a informação, o exercício da

vigilância será mais eficiente e produzirão mais conhecimentos no tocante à prevenção

da doença e no manejo de reservatórios e vetores durante investigações futuras.

9

ABSTRACT

The acute Chagas disease (ACD) is a major public health problem in Latin America.

The etiologic agent is a flagellate Trypanosoma cruzi infects humans by several

transmission mechanisms, being orally more common in the Brazilian Amazon.

Triatomines of the genus Rhodnius vectors are found all over the region including only

wild species, occurring in different ecotopes, and the palm trees of the genus Atallea the

most important. The use of techniques geocoding is useful for population studies,

environmental and epidemiological because it’s interdisciplinary character, and emerge

as proposed to be developed epidemiological surveillance in the Amazon. The present

study aimed to analyze the spatial-temporal evolution of the prevalence of ACD in the

municipalities of Abaetetuba and Barcarena the period 1980 to 2006 using

environmental data, epidemiological and entomological. The collections of insects were

made during the years 1980 to 2006. From the scanning of all the data contained in log

books used in the travel field work involving capture of triatomines from 1977 until the

year 2006, were built and entomological database of patients in the program Microsoft

Office Excel. These locations were taken and the geographic coordinates generated

georeferenced database in ArcView 3.3 software. The pre-processing of satellite images

was performed in ERDAS software 8.3.1 and classified images generated where it was

possible to plot the points and ACD cases capture triatomines. The influence of

deforestation in the case of ACD was verified by Pearson correlation analysis. In

Abaetetuba 57 cases of ACD occurred in the period from 1998 to 2006 and Barcarena

between 2002 and 2006, 17 cases were reported. Fifty-nine insects were captured in the

town of Abaetetuba and 720 in Barcarena, species Rhodnius pictipes, Rhodnius

robustus, Panstrongylus lignarius, Eratyrus mucronatus, Microtriatoma sp, but these 12

and 26, respectively, did not have their capture sites for lack of georeferenced data.

Only in Barcarena been collecting triatomines in palm trees, 53 species Attalea maripa,

Attalea phalerata and Elaeis oleifera were investigated. R. pictipes species was

captured in greater numbers. The species of palm tree infested more and with greater

variability of species of insects colonizing it was A. phalerata. The overall rate of

natural infection hemoflagellates similar to T. cruzi from palm trees was 15.2% (N =

103). There was no correlation between the increase of deforestation on the number of

cases of ACD in both municipalities. The space-time analysis of the incidence of ACD

in both municipalities showed that the distribution pattern of cases and local occurrence

and captures triatomines was not homogeneous. In analyzing temporal spatial

dependence was observed between the incidence of ACD in the study sites and the

spatial distribution of ecotypes identified, related to increasing anthropogenic mainly

disordered recent invasions and occupations. Epidemiological surveillance of Chagas

disease will be more comprehensive, trained and provided with resources to support the

information, exercising vigilance will be more efficient and produce more knowledge

regarding the prevention and management of disease reservoirs and vectors for future

investigations.

10

1. INTRODUÇÃO

1.1 A DOENÇA DE CHAGAS

1.1.1. Epidemiologia da doença de Chagas

A doença de Chagas (Tripanossomíase americana) é um importante problema de

saúde pública na América Latina e endêmica em 21 países desde o México até a

Argentina. O agente etiológico é o hemoflagelado Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909)

pertencente à ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae.

Estima-se que nas Américas o número de pessoas infectadas seja de

aproximadamente 7,5 milhões e que outras 100 milhões estejam expostas em zonas

endêmicas. No Brasil, a estimativa é que haja 1,9 milhões de infectados e que outros 21

milhões estariam sob risco de infecção (OPS, 2006).

Diversos são os mecanismos de transmissão do T. cruzi (vetorial, transfusões

sanguíneas, oral, transplacentária, acidentes laboratoriais, manipulação de animais

infectados, transplantes de órgãos e transmissão sexual) (Coura, 2007). Contudo, o

mecanismo vetorial é o mais frequente.

A doença apresenta duas fases clínicas distintas: a fase aguda e a fase crônica. A

fase aguda por se apresentar, na maioria dos casos, assintomática ou oligossintomática,

confunde-se com outros processos infecciosos, dificultando seu diagnóstico precoce.

Nesta fase a miocardite aguda e lesões dos plexos mioentéricos do esôfago e cólon são

frequentes. A forma crônica pode se apresentar nas formas indeterminada (~60% dos

infectados não apresentam sintomas), cardíaca, digestiva ou mista (cardíaca e digestiva)

e tem grande repercussão clínica (Coura 2007; 2008).

Cerca de 100 medicamentos já foram utilizados para o tratamento da doença,

mas há pelo menos trinta anos o Benzonidazol (Rochagan®) e o Nifurtimox (Lampit®)

são indicados para casos agudos e recentes da doença (Coura, 2008), nos quais

produzem cura parasitológica em mais de 80% dos pacientes; entretanto sua eficácia

varia de acordo com a área geográfica, um efeito provavelmente relacionado com a

susceptibilidade das cepas de T. cruzi às drogas (Urbina & Docampo, 2003).

Atualmente a profilaxia da doença de Chagas está baseada no controle de

populações domiciliadas dos vetores com a aplicação de inseticidas de efeito residual

nas residências. A vigilância de áreas vulneráveis (onde há evidências da possibilidade

de vetores silvestres e peridomiciliares se adaptarem aos domicílios) e o tratamento de

11

casos agudos da doença são outras ações preventivas eficazes (Schofield et al. 2006;

Coura, 2008).

1.1.2. Histórico e casuística na Amazônia brasileira

Na década de 1920, Carlos Chagas realizou os primeiros estudos sobre doença

de Chagas no Estado do Pará, quando descreveu a infecção pelo T. cruzi em macacos

Saimiri sciureus (Chagas, 1924a; 1924b). A partir daí o parasito foi citado por outros

autores infectando triatomíneos e diversos animais silvestres como tamanduás, gambás,

tatús, iraras, marsupiais e morcegos (Ferreira & Deane, 1938a; Deane & Jansen, 1939;

Deane & Demasceno 1961b; Deane L, 1961a; 1964a; 1964b; 1967; Rodrigues & Melo,

1942; Lainson et al.,1979). Rodrigues & Melo (1942) realizaram o primeiro inquérito

hemo-parasitoscópico, no bairro do Aurá, periferia de Belém, examinando 117

indivíduos, todos com resultados negativos. O primeiro caso humano de doença de

Chagas aguda (DCA) viria a ser descrito por Shaw et al. em 1969 na cidade de Belém,

em um surto familiar que acometeu 4 pessoas. Depois deste, a partir de 1982, outros

surtos familiares e com suspeita de transmissão oral, semelhantes ao primeiro, foram

descritos em vários Estados da região (Tabela 1), e a partir de 1991 passaram a ser

anuais, como mostra a figura 1.

A casuística da Amazônia registra 929 casos autóctones até dezembro de 2011,

sendo 99% deles diagnosticados em fase aguda (Instituto Evandro Chagas, Dez. 2011,

dados não publicados). O Estado do Pará lidera o número de casos com 747 (80%),

seguido do Amapá com 135 (15%) e Amazonas com 34 (4%) (Instituto Evandro

Chagas, 2011) (Figura 2).

12

Figura 1*- Série histórica da DCA na Amazônia Brasileira, 1968 a 2011.

*Dados citados parcialmente em Valente, V.C. (2011).

Figura 2*- Distribuição dos casos de doença de Chagas por UF e proporção de casos

associados à transmissão pela via oral no Estado do Pará. *Dados citados parcialmente em Valente, V.C. (2011).

13

Tabela 1- Surtos de doença de Chagas na Amazônia Brasileira de 1968 a 2011*

UF MUNICÍPIO ANO Nº. DE SURTOS Nº. DE CASOS/SURTO

AC Rio Branco 1993 02 03

Feijó 2010 01 06

AP Macapá 1974-2011 15 76

Mazagão 1996 01 17

Santana 1999-2010 06 42

AM Tefé 2004 01 09

Coari 2007 01 25

PA Acará 2011 01 04

Abaetetuba 1998-2011 19 152

Afuá 1992-2010 03 13

Anajás 2011 00 02

Ananindeua 2003-2011 11 48

Bagre 1999 02 16

Barcarena 2002-2011 08 32

Belém 1968-2011 52 229

Capanema 2009 1 3

Castanhal 2009 02 14

Curralinho 2009 02 22

Breves 2003-2010 06 58

C. do Arari 1992-2006 02 16

Cametá 1988-2010 4 14

Igarapé-miri 2002-2011 01 19

Irituia 2011 00 01

Marituba 2011 00 01

Melgaço 2011 00 01

Muaná 2004 03 10

Ponta de Pedras 2001-2010 03 18

Portel 2009 03 18

Santarém 1999-2006 02 31

São D. Capim 2011 2 04

S. J. de Pirabas 2003 01 03

S. S. Boa Vista 2004-2010 03 15

Vizeu 1996 01 03

MA São Luís 1985 01 02

Bacurituba 1985 01 02

TOTAL 161 929 *Fonte: Instituto Evandro Chagas, 2011. Citados parcialmente em Valente et al., (1999 a,b,

2006;2009); Pinto et al., (2004; 2008); Valente, V.C. (2011).

14

1.1.3. Os vetores: ecologia e importância epidemiológica

Atualmente 19 espécies de triatomíneos têm sua presença registrada na

Amazônia Brasileira, sendo que 11 delas já foram encontradas naturalmente infectadas

com T. cruzi e são, portanto, consideradas potenciais vetoras (Miles et al., 1981b;

Barrett & Guerreiro, 1991; Valente V. et al., 1998; Gaunt & Miles, 2000; Teixeira et

al., 2001; Coura et al., 2002a; Abad-Franch et al., 2005). Todas são essencialmente

silvestres, zoófilas e com limitada dispersão pelo voo, com exceção de Triatoma

rubrofasciata de ocorrência cosmopolita, associado ao rato doméstico, pelo qual exibe

preferência alimentar e Triatoma maculata presente nas áreas rurais e até urbana de

Roraima, que é uma espécie sinantrópica e forma densas colônias no peridomicílio

(sobretudo, em galinheiros). A incapacidade de domiciliação observada entre estas

espécies, juntamente com a falta de adaptação daquelas procedentes das áreas

endêmicas ao bioma amazônico, constitui os principais fatores limitantes para uma

completa endemização da doença de Chagas na região.

Justamente por não haver qualquer registro de domiciliação de triatomíneos na

região à época do primeiro inquérito triatomínico nacional, realizado no período de

1975 a 1983, a região Norte foi excluída de tal pesquisa (Silveira, 2011), embora já se

tivesse conhecimento da existência de algumas espécies, infectadas ou não por T. cruzi,

na região desde a década de 1930 através dos estudos de vários autores (quadro 1).

15

Quadro 1- Estudos sobre triatomíneos na Amazônia pré-Primeiro Inquérito Nacional.

Espécie Referência Local T. cuzi

Rodnius pictipes,

Panstrongylus geniculatus Ferreira & Deane (1938b) Belém Sim

Eratyrus mucronatus,

Panstrongylus

rufotuberculatus

Rodrigues & Melo (1942) Belém Não

R. pictipes, Rodnius

robustus, P.geniculatus Almeida & Machado (1971) Manaus Sim

P. geniculatus, R. pictipes,

Panstrongylus lignaris Lainson et al. (1979); Miles et

al. (1981b) Belém Sim

R. robustus

Mascarenhas et al.(1986) Tucuruí

Sim R. pictipes

P. geniculatus

P. lignarius

Não Microtriatoma

trinidadensis

Uma tentativa de domiciliação foi observada por Valente V. et al. (1998) em

Muaná na Ilha do Marajó, quando encontraram colônias de P. geniculatus em

chiqueiros de porcos domésticos no peridomicílio. Durante a investigação

epidemiológica, essa espécie também foi encontrada em palmeiras de Attalea maripa,

(inajá) e Attalea phalerata (urucurizeiro) e pode estar associada com a transmissão da

doença de Chagas na região marajoara (Valente V.et al., 1998; Valente S. et al., 2009).

Embora T. maculata (associado com aves) e P. geniculatus (associado com

porcos domésticos) tenham sido encontrados muito próximos do domicílio do homem

(Valente V. et al., 1998; Luitgards-Moura et al., 2005), não foi confirmado até o

momento estabelecimento de ciclos domésticos de transmissão de T. cruzi na região

amazônica.

Diversas evidências epidemiológicas mostram que existe a possibilidade de

transmissão ativa da doença sem colonização de estruturas artificiais (Aguilar et al.

2007). Por exemplo, a invasão de moradias e locais de armazenamento/processamento

de alimentos por vetores silvestres adultos é o principal mecanismo responsável pela

prevalência crescente da infecção por T. cruzi na Amazônia (Coura et al., 2002b;

16

Grijalva et al., 2003; Aguilar et al., 2007). Este comportamento invasivo é

provavelmente o principal mecanismo de transmissão de T. cruzi para humanos na

Amazônia e está envolvido na aparição de surtos de transmissão oral (Chico et al.,

1997; Coura et al., 1999; Miles et al., 2003; Aguilar et al., 2007; Valente S. et al ,2009;

Alarcon de Noya et al, 2010; Miles, 2010).

Triatomíneos do gênero Rhodnius são os vetores de T. cruzi mais encontrados

por toda a Amazônia incluindo espécies exclusivamente silvestres, de ocorrência

diversificada quanto aos ecótopos e regiões da Amazônia. A última espécie de

triatomíneo descrita na Amazônia Brasileira, Rhodnius milesi (Valente V. et al., 2001),

foi registrada em grandes colônias na copa de palmeiras Attalea maripa (inajá) no

Município de Bragança, Pará, e moradores têm relatado que adultos famintos costumam

entrar nos domicílios, provavelmente atraídos pela luz e tentam alimentar-se no homem

e em animais domésticos.

Entre os triatomíneos existentes na Amazônia brasileira, somente T.

rubrofasciata foi introduzido pelo homem. Essa espécie de caráter cosmopolita e

domiciliar adapta-se a ambientes urbanos restritos, como zonas portuárias, infestadas

de ratos domésticos (Rattus rattus alexandrinus), animais pelos quais têm marcada

preferência alimentar. Deane (1947), Lainson et al. (1979) e Valente S. et al. (1987)

encontraram colônias de T. rubrofasciata no bairro da Cidade Velha em Belém,

infectados com Trypanosoma conorrhini, mas não com T. cruzi, vivendo nos domicílios

humanos associados ao rato doméstico. Valente S. et al. (1995) e Marcili et al. (2009a)

em estudo realizado na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, isolaram amostras de

T. cruzi a partir Rattus rattus alexandrinus e triatomíneos coletados em vários bairros, e

inclusive, caracterizaram-nas como T. cruzi TcI, mostrando a manutenção do ciclo

doméstico entre ratos e T. rubrofasciata na cidade.

O conhecimento sobre triatomíneos da Amazônia ainda apresenta algumas

lacunas deixadas pela carência de estudos sobre, dentre outros ramos, espécies de

triatomíneos, associações com ecótopos, em especial espécies de palmeiras, e

principalmente sobre fatores de dispersão. Não se sabe, por exemplo, quais espécies

seriam mais facilmente adaptáveis a ecótopos artificiais.

Apesar dos avanços significativos, pouco se conhece sobre as espécies e sua

distribuição na Amazônia, e aquelas mais importantes na transmissão da infecção para o

17

homem (Gaunt & Miles, 2000; Monteiro et al. 2000; 2001; Abad-Franch et al. 2005;

2009; 2010). Além dos estudos morfológicos realizados com diversas espécies

regionais, os estudos moleculares e filogeográficos de triatomíneos da Amazônia se

restringem a R. robustus, que se mostrou um complexo de populações geneticamente

distintas (Monteiro et al., 2003), bem como R. pictipes que também compreende um

complexo de populações geneticamente distintas e separadas geograficamente (Abad-

Franch et al., 2007; 2009).

1.2 USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA O ESTUDO DE ENDEMIAS

1.2.1. Uso do geoprocessamento para de estudo de endemias no mundo e América

Latina

Em 1854, durante uma terrível epidemia de cólera, John Snow mapeou as

residências dos mortos pela doença e as bombas d’água que as abasteciam em Londres

(Snow, 1990), deixando implícito na construção do mapa a hipótese da veiculação

hídrica da doença, confirmada posteriormente. Esse talvez seja o exemplo mais antigo

do uso do mapeamento para análises de indicadores em saúde.

O uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) em diferentes áreas do

conhecimento tem sido uma constante para prevenir agravos, estudar sua extensão e

propor medidas de contenção. No final da década de 70, o cientista canadense Rowland

R. Tinline utilizou os recursos dos SIG´s em medicina veterinária e epidemiologia para

investigar a propagação da febre aftosa, de 1967 a 1968, na Inglaterra, com o objetivo

de compreender melhor o período de incubação da doença e como ela se espalhou entre

os rebanhos (Ramirez, apud Tinline, 1970; Ramirez, apud Tinline & Singh, 1976). A

partir daí, muito se aprendeu sobre a febre aftosa utilizando SIG’s, e se observou que

poderiam ser aplicados no controle de futuros surtos a nível mundial (Ramirez et al.,

2004).

Na agricultura, as técnicas de geoprocessamento vêm sendo amplamente

utilizadas na caracterização de lavouras (Trabaquini et al., 2011), no controle de pragas

(Souza F.S.et al., 2007) e pesquisa de metais pesados no solo (Valladares et al., 2009)

para comprovação de contaminação por agroquímicos no manejo agrícola.

18

Em estudos populacionais os SIG’s têm auxiliado pesquisas sobre natalidade

(Hau et al., 2009), morbidade e envelhecimento populacional (Campos, F.G. et al.,

2009), tornando-se tão essencial em demografia quanto à estatística.

Durante a última década, os avanços tecnológicos nos SIG’s têm facilitado o

desenvolvimento de modelos espaciais preditivos para o risco de exposição a vetores e

patógenos nos Estados Unidos (Nicholson & Mather, 1996; Kitron et al., 1997;

Brownstein et al., 2002; Guerra et al., 2002; Bunnell et al., 2003; Yabsley et al., 2005;

Diuk-Wasser et al., 2006; Eisen et al., 2006a, 2006b, 2007). Dentre eles, os principais

exemplos de sucesso são a Borrelia burgdorferi, agente causador do doença de Lyme, a

bactéria Yersinia pestis, transmitida pela picada de pulga na transmissão da peste, e

Culex tarsalis, que é considerado o principal vetor do Vírus do Oeste do Nilo (Eisen &

Einse, 2007).

A associação das técnicas de geoprocessamento com outras comumente

utilizadas em epidemiologia também se mostrou eficaz. A aplicabilidade do método

etnográfico possibilitou a construção da georreferência de fatores sócio-culturais

associados ao comportamento da leishmaniose nos Estados endêmicos da Venezuela,

uma maneira objetiva de gerar iniciativas de educação e participação comunitária de

forma permanente e sustentável (Guevara, 2007).

A esquistossomose, endêmica em mais de 54 países na América do Sul, Caribe,

África e Oriente Médio (Chitsulo et al., 2000; Steinmann et al., 2006; Aagaard-Hansen

et al., 2009), foi prevista através da utilização de SIG’s pela primeira vez nas Filipinas e

no Caribe (Cross & Bailey, 1984; Cross et al., 1984). Appleton (1978) e Brown (1994)

documentaram as variáveis climáticas e ambientais que influenciam a distribuição da

esquistossomose. Os SIG’s foram utilizados em larga escala no estudo da

esquistossomose na Ásia (Cross et al., 1996; Zhou et al., 2001; Seto et al., 2002; Yang

et al., 2005; Zhang et al., 2008) e em vários países africanos, incluindo a Etiópia

(Kristensen et al., 2001; Malone et al., 2001), Egito (Abdel-Rahman et al., 2001;

Malone et al., 1994; 1997), Uganda (Kabatereine et al., 2004), Tanzânia (Brooker et al.,

2001) e Chade (Beasley et al., 2002; Brooker, 2002).

Bakker (2005) utilizou o SIG com georreferenciamento ponto a ponto, quando

estudou a susceptibilidade de comunicantes de hanseníase residentes numa pequena ilha

da Indonésia com 644 habitantes. No entanto, deteve-se apenas na distribuição

geográfica das casas dos moradores e dos pacientes, sem estabelecer relações com

indicadores epidemiológicos.

19

1.2.2. Uso do geoprocessamento para estudo de endemias no Brasil

No Brasil, apesar de seu grande potencial, as técnicas de representação espacial

ainda são pouco utilizadas na área da saúde devido às dificuldades inerentes à

manipulação deste tipo de informação, mesmo com a crescente disponibilização de

tecnologias de tratamento de informações gráficas e mapas em microcomputadores

(Lapa, 1999).

No Estado da Bahia, Bavia et al. (2001) conduziram um dos primeiros estudos

que tentaram relacionar a distribuição da esquistossomose com variáveis ambientais.

Outros estudos utilizando SIG’s para correlacionar a presença do vetor e a ocorrência de

casos de esquistossomose foram realizados em Pernambuco (Barbosa, C.S. et al., 2004),

Minas Gerais (Freitas et al., 2006, Guimarães et al., 2006, 2008, 2009) e São Paulo

(Teles et al, 2005).

Carvalho et al. (2010) utilizaram a tecnologia SIG para criar um modelo de

distribuição espacial da esquistossomose que foi aplicado na região do projeto Estrada

Real, um dos maiores e mais ambiciosos projetos de turismo rural do Brasil. A estrada

atravessa 178 municípios de três Estados com altos níveis de prevalência de

esquistossomose (0.06-28.2%), situação no mínimo preocupante, uma vez que receberia

turistas de várias regiões, incluindo áreas onde não há esquistossomose e até mesmo de

países livres da doença.

Dois estudos no Rio de Janeiro por meio da utilização de técnicas de

geoprocessamento e análise geoestatística, possibilitaram estimar áreas de risco para a

ocorrência de carga parasitária produzida pelo Ascaris lumbricoides, (Campos, M.R., et

al., 2002) e modelar a distribuição espacial da ocorrência de ascaríase, utilizando mapas

de risco (Fortes et al., 2004).

Assim como a malária na Amazônia, a dengue no Brasil foi a endemia mais

beneficiada com estudos utilizando técnicas de geoprocessamento. Em 2005 um estudo

na cidade de Porto Alegre identificou locais com potencial de transmissão localizando e

relacionando os casos da doença a presença do vetor e identificando fatores sócio-

ambientais que caracterizavam esses locais, através de técnicas de geoprocessamento,

procurando desenvolver um modelo de prevenção (Barcellos et al., 2005). Da mesma

forma, no Rio de Janeiro, Lagrotta et al. (2008) identificaram áreas críticas para o

controle do vetor. Em São Paulo, Barbosa, G.L. et al. (2010) analisaram a relação entre

a distribuição espaço-temporal de casos de dengue e os indicadores larvários, através de

mapas do estimador Kernel.

20

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o geoprocessamento é uma

metodologia eficaz de gerência no programa de eliminação da hanseníase, sendo

recomendada sua utilização em todos os países endêmicos (WHO, 2004). São muitos os

trabalhos epidemiológicos com abordagem da análise espacial, como o estudo realizado

no município de Olinda (PE) com o objetivo de analisar a ocorrência de casos de

hanseníase, durante o período de 1991 a 1996, segundo sua distribuição espacial e

correlação com as condições de vida da população (Lapa et al., 2001). A maioria dos

estudos que utilizam SIG’s na hanseníase faz o georreferenciamento de casos por bairro,

distrito sanitário ou setor censitário, como na Tese de Mercaroni (2003), por exemplo.

Porém, Dias et al. (2005) em Mossoró-RN, realizaram o georreferenciamento caso a

caso. Esse tipo de coleta, ponto a ponto, possibilitou uma visualização mais real da

distribuição da doença, além de identificar os locais em que ocorrem os aglomerados de

casos.

Outro estudo descreveu o uso de técnicas de geoprocessamento para caracterizar

as desigualdades sociais através de indicadores compostos que configuravam as

condições de risco de agravos respiratórios em crianças de uma área abrangida por um

centro de saúde-escola do município de São Paulo (Chiesa et al., 2002).

Em Ribeirão Preto, um estudo descreveu a distribuição espacial da tuberculose

na área urbana do município no período de 1998 a 2002 através da utilização de

softwares como MapInfo versão 6.5 (geocodificação) e Spring (análise estatística

espacial) (Hino et al., 2005; 2006). Este estudo foi de grande importância para a

comunidade, pois sugeriu atividades prioritárias, como: controle de comunicantes,

proteção dos sadios (BCG), investigação de casos resistentes aos tuberculostáticos,

campanha educativa sobre a doença em conjunto com escolas da região e revisão da

organização do serviço e das ações de saúde até então estabelecidas para prevenção e

controle da tuberculose.

Estudos com dados geoprocessados têm se mostrado mais eficazes em áreas

endêmicas para evidenciar e resolver o problema da subnotificação nas pequenas áreas

com taxas de incidência igual a zero. Sales et al. (2010) obteve taxas ajustadas de

incidência da tuberculose infantil no Estado do Espírito Santo, onde a unidade de

análise escolhida foi o município. Além disso, o estudo identificou possíveis áreas de

transmissão recente da doença auxiliando no controle e no diagnóstico precoce.

21

1.2.3. Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias na Amazônia

A utilização de SIG’s aplicada à epidemiologia na região Amazônica é recente e

os primeiros trabalhos datam do início da década de 2000. Na época buscava-se

desenvolver modelos de interrelacionamento de bases de dados que pudessem ser

aplicados à vigilância em saúde e na expressão gráfica de dados epidemiológicos (Penna

& Veiga, 2004; Sampaio & Veiga, 2005; Veiga & Brandão, 2004; 2005; 2006). Até

então os estudos realizados na região utilizando geotecnologias limitavam-se a

demonstrar alterações na cobertura vegetal de determinadas áreas devastadas em certo

período de tempo, como em Veiga (1991) e Veiga & Gasparetto, (2007 e 2008).

A malária foi a enfermidade regional que primeiro se beneficiou das

geotecnologias disponíveis, tendo sua vigilância epidemiológica e combate

contemplados com os primeiros trabalhos envolvendo a utilização de SIG’s (Rodrigues,

L.P.S.,Diniz, Gasparetto, Monteiro, Soffiatti & Veiga et al., 2009; Soffiatti, et al., 2009;

Veiga & Gasparetto, 2007; Veiga et al., 2008; 2009; 2010). A partir daí não só a

incidência e a prevalência de endemias da região passaram a ser expressas neste formato

como também estudos ecoepidemiológicos, a vigilância e o controle, os aspectos

socioeconômicos e ambientais e até mesmo a prospecção de fatores de risco coletivo de

males como leishmaniose visceral (Soffiatti et al., 2009; 2010; Souza C.C., et al., 2009),

dengue (Barreiros, Veiga, Gasparetto, Soffiatti, Souza & Rodrigues, 2009), hanseníase

(Barreiros, Santos, Monteiro, Gasparetto, Veiga, & Costa, 2009), leptospirose

(Gasparetto et al, 2009), hepatite A (Rodrigues et al, 2010; Veiga & Bensabath, 2006;

Veiga, 2006), doença de Chagas (Sousa C.C., Gasparetto, Souza C.T N., Soffiatti &

Veiga, 2009), tuberculose (Veiga et al, 2011) e esquistossomose (Rodrigues &Veiga,

2008; Veiga et al, 2005).

Grandes projetos instalados na região tiveram os estudos com SIG’s como fontes

fundamentais de reconhecimento da área de implantação, sua população, solo,

hidrografia, cobertura vegetal, fauna, e também auxiliaram na prospecção do impacto

ambiental e na saúde da população local, a exemplo do Projeto Juruti, para exploração

de Bauxita (Veiga et al, 2011) e o Projeto Belo Monte, para implantação de uma usina

hidrelétrica (Veiga et al, 2011), ambos no Estado do Pará.

O uso das técnicas de georreferenciamento foi sugerido na iniciativa AMCHA,

quando foi proposto o desenvolvimento progressivo de um método de

georreferenciamento padronizado para os casos agudos de doença de Chagas e para a

área de distribuição conhecida para os vetores (ou potenciais vetores) e seus ecótopos

22

preferenciais. As informações geradas, de acordo com Silveira 2007, seriam

centralizadas em banco de dados, utilizando um sistema de informação geográfica que é

alimentado com os dados recolhidos por sensoriamento remoto e dados obtidos por

medidas diretas de coleta em campo. A recomendação inicial era trabalhar nas áreas

críticas já identificadas, que apresentavam transmissão freqüente de Trypanosoma cruzi

("Hotspots"), nas quais as características epidemiológicas da doença devem ser

estudadas em profundidade. Essa proposta de vigilância epidemiológica seria

desenvolvida na Amazônia suportada pelo sistema já existente para o combate à

malária.

Veiga et al, (2009) implementou um modelo de análise espaço temporal da

incidência de malária em dois municípios do estado do Pará. Em 2008, o mesmo autor

já havia realizado um estudo sobre dados botânicos e geomorfológicos relacionando-os

às características epidemiológicas da doença de Chagas nos municípios de Abaetetuba,

Bragança e Barcarena, e concluiu inclusive, que há relação entre as alterações na

cobertura vegetal da área e a prevalência de casos no período estudado.

23

1.3 OBJETIVOS

1.3.1. Geral

Analisar a distribuição espaço-temporal da ocorrência de triatomíneos nos

municípios de Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006.

1.3.2. Específicos

Gerar acervo de mapas entomológicos relacionando a distribuição da fauna de

triatomíneos nas áreas de estudo um banco de dados georreferenciado dos

locais de coleta de triatomíneos para reconhecimento, catalogação e

identificação da sua distribuição;

Analisar a evolução espaço-temporal da ocorrência de triatomíneos;

Avaliar o desmatamento considerando sua influência na ocorrência do vetor;

Construir um acervo de imagens digitais georreferenciadas de satélites, que

auxilie futuras pesquisas relacionadas às estratégias de controle da doença de

Chagas nos referidos municípios.

24

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo de caráter descritivo, ecológico e retrospectivo, baseado na análise da

distribuição espacial de tritomíneos capturados nas áreas e períodos especificados no

ítem 1.4.1.

2.2 ÁREAS DE ESTUDO

2.2.1 Município de Abaetetuba-Pará

2.2.1.1 Localização, população e economia

O município de Abaetetuba (figura 3) pertence à mesorregião do Nordeste

Paraense e microrregião de Cametá (IBGE, 2007) com distância em linha reta de 53 km

da capital do Estado e com acesso por via rodoviária e fluvial. Compreende área de

1,611 km² e localiza-se a uma latitude 01º43' sul e a uma longitude 48º52' oeste, estando

a uma altitude de 10 metros. Limita-se ao Norte com o rio Pará e o município de

Barcarena, a Leste com o município de Moju, ao Sul com o município de Igarapé-Miri

e, a Oeste, com os municípios de Limoeiro do Ajuru e Muaná.

Possui uma população de 141.100 habitantes com uma densidade demográfica

de 82,8 hab/km² (IBGE, 2007). A atividade econômica predominante no município é o

setor terciário (comércio e serviços), que conta com uma ampla rede de

estabelecimentos das mais diversas atividades. No setor agro-florestal, o município

destaca-se como o 2º maior produtor de açaí do Pará, como 3º maior produtor de bacuri

e cupuaçu, e como o maior produtor de manga do Estado. Outras culturas também

marcam fortemente a cadeia vegetal abaetetubense, como mandioca, coco, miriti e

bacaba, que apresentam grande produção. Na piscicultura o município caracteriza-se

como o 5º maior pólo pesqueiro do Estado, apresentando grande produção de camarão.

2.2.1.2 Clima, vetação e hidrografia

O clima no município de Abaetetuba é do tipo Am, segundo a classificação de

Köppen, que corresponde à categoria de super úmido. Apresenta altas temperaturas,

inexpressiva amplitude térmica, e precipitações ambulantes. A cobertura vegetal

original, representada pela Floresta Hileiana de grande porte (Floresta Densa de Terra

25

Firme), que recobria maior parte do município de Abaetetuba, indistintamente, é

praticamente inexistente, dando lugar à Floresta Secundária, intercalada com cultivos

agrícolas. As áreas de várzea apresentam sua vegetação característica, com espécies

ombrófilas latifoliadas, intercaladas com palmeiras, dentre as quais desponta o açaí

como uma espécie de grande importância para as populações locais.

O principal rio do município de Abaetetuba é o Pará, que é o limite natural, a

noroeste, com os municípios de Muaná e Ponta de Pedras. Nesse rio, se destacam

dezenas de ilhas: Urubuéua, Sirituba, Capim, Compopema, entre outras. Importante,

também, é o rio Abaeté que banha a sede do Município e deságua na baía do Capim.

Outros rios que deságuam na baía do Capim são: Guajará de Beja, Arapiranga de Beja e

o Arienga, este último fazendo limite com Barcarena, a nordeste. Destaca-se, ainda, o

rio Itanambuca, que serve de limite natural, a sudoeste, com o município de Igarapé-

Miri.

Figuara 3 - Localização do município de Abaetetuba, Pará.

26

2.2.2 Município de Barcarena- Pará

2.2.2.1 Localização, população e economia

O município de Barcarena pertence à mesorregião Metropolitana de Belém e a

microrregião de Belém com distância em linha reta de 30 km da capital do Estado e com

acesso por via rodoviária e fluvial. Compreende área de 1.310,330 km2 e localiza-se a

uma latitude 01º30' sul e a uma longitude 48º37' oeste, estando a uma altitude de 15

metros em relação do nível do mar. Limita-se ao Norte com o município de Belém e

com a Baía do Guajará, ao Sul com os municípios de Abaetetuba e Moju, a Leste com o

município de Acará e a Oeste com a Baía do Marajó.

Possui uma população de 99.859 habitantes com uma densidade demográfica de

76,21 hab/km² (IBGE, 2007). A cidade é um importante pólo industrial, onde é feita a

industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos

para transmissão de energia elétrica. A economia tem base tradicional na agricultura,

mas também avança com o turismo e com as indústrias instaladas na cidade. É em

Barcarena que está localizado o maior porto do Estado do Pará: o Porto de Vila do

Conde.

O clima de Barcarena é do tipo equatorial quente e super úmido com

temperatura média anual entre 29 e 31º C acompanhado de precipitações abundantes,

acima de 2.500 mm/ano que ocorrem com mais freqüência nos seis primeiros meses e,

menos intensamente, nos últimos seis meses do ano. A cobertura vegetal primitiva de

Floresta Densa foi quase totalmente substituída pelo pasto e pelo plantio de culturas de

subsistência em áreas de regeneração florestal de Floresta Secundária. Ao longo das

margens dos rios e igarapés predominam as Florestas Ciliares e de várzeas nos trechos

sob influência de inundações, ocorrendo, também, o mangue e a siriúba, margeando os

grandes rios e as ilhas do município. Uma pequena faixa de mata do tipo campina é

descrita na ilha Trambioca, caracterizada como uma área aberta, coberta com vegetação

herbácea e ciporácea do tipo mata de capoeira.

2.2.2.2 Clima, vegetação e hidrografia

O clima de Barcarena é do tipo equatorial quente e super úmido com

temperatura média anual entre 29 e 31º C acompanhado de precipitações abundantes,

acima de 2.500 mm/ano que ocorrem com mais freqüência nos seis primeiros meses e,

menos intensamente, nos últimos seis meses do ano. A cobertura vegetal primitiva de

27

Floresta Densa foi quase totalmente substituída pelo pasto e pelo plantio de culturas de

subsistência em áreas de regeneração florestal de Floresta Secundária. Ao longo das

margens dos rios e igarapés predominam as Florestas Ciliares e de várzeas nos trechos

sob influência de inundações, ocorrendo, também, o mangue e a siriúba, margeando os

grandes rios e as ilhas do município. Uma pequena faixa de mata do tipo campina é descrita

na ilha Trambioca, caracterizada como uma área aberta, coberta com vegetação herbácea e

ciporácea do tipo mata de capoeira.

Figura 4 – Localização do município de Barcarena, Pará.

2.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Este estudo caracteriza-se como de base populacional, em que a população foi

constituída por triatomíneos capturados no período de 1980 a 2006, cujas informações

encontravam-se nos livros de registros utilizados nas viagens para trabalho de campo

envolvendo captura de triatomíneos no laboratório de doença de Chagas do IEC. A

28

visita aos municípios para a coleta dos pontos e tomada das coordenadas geográficas de

cada localidade, ocorreu no período de 21 de novembro a 02 de dezembro de 2011.

2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos deste estudos os triatomíneos com endereço do local de captura

incompleto ou inexistente, o que inviabilizou a tomada das coordenadas geográficas,

condição impreterível para inclusão neste estudo.

2.5 ESTUDOS COM TRIATOMÍNEOS

A identificação dos triatomíneos obedeceu aos critérios taxonômicos de Lent &

Wygodzinski (1979). Os espécimes eram levados para o laboratório, um terço deles

sendo destinados à formação de colônias para estudos futuros, e os dois terços restantes

foram previamente desinfectados individualmente em solução de Hibitane (ICI).

Depois foram submetidos à compressão do abdome para retirada do conteúdo da ampola

retal. Este era diluído em uma solução mista e examinado entre lâmina e lamínula, com

objetiva 40x, para pesquisa de flagelados semelhantes a T. cruzi. Quando positivo, o

material era semeado em (6 tubos) de meio bifásico de cultura (DIFCO), para

desenvolvimento, e posteriormente em meio monofásico (RPMI 1640 GIBCO), de

crescimento, para ulterior isolamento, identificação, obtenção de extratos biológicos e

caracterização bioquímica do parasito. Do material obtido também eram preparados

esfregaços em lâminas corados pelo Giemsa para identificação.

2.5.1 Coleta de triatomíneos em domicílios e anexos

A busca ativa de triatomíneos foi realizada no interior de residências e no

peridomicílio. As capturas foram diuturnas, porém principalmente feitas à noite, entre

19:00 e 23:00 h. Os espécimes foram coletados manualmente, com auxílio de pinças,

luvas e lanternas. Desalojantes químicos não foram empregados. Os exemplares

coletados foram acondicionados em frascos individuais, numerados e identificados

segundo o sítio de captura, como domicílio, chiqueiro, galinheiro etc.

29

2.5.2 Coleta de triatomíneos silvestres em palmeiras

Foram utilizados os métodos descritos por Miles et al. (1981b), e as armadilhas

de fita adesiva idealizada por Noireau, (1999) (figura 5) contendo camundongos no seu

interior atraindo insetos que procuram alimento e ficam colados. As armadilhas eram

colocadas em palmeiras selecionando as mais próximas de habitações humanas, de

preferência aquelas com copa de palha abundante e espécies epífitas, consideradas mais

apropriadas ao abrigo de animais, propiciando-lhes ao mesmo tempo alimento e

proteção. Quando as palmeiras infestadas de triatomíneos não tinham as colônias de

triatomíneos esgotadas algumas eram derrubadas com motosserra, e dissecadas com o

auxílio de terçados, luvas de raspa de couro e pinças de vários tamanhos. O chão às

proximidades da palmeira era limpo, o quanto possível, e coberto com plástico claro,

sobre o qual era dissecada a coroa da árvore. Os insetos capturados eram

acondicionados em frascos plásticos com tampa perfurada, permitindo ventilação

adequada. Os frascos eram rotulados com o nome da palmeira, local e data, um para

cada palmeira, e transportados para o laboratório. Os espécimes assim coletados

seguiam a mesma rotina estabelecida para o caso dos coletados em domicílio ou em

anexos.

Figura 5 – Armadilha Noireau

2.5.3 Coleta de triatomíneos com armadilha de luz

A armadilha de luz utilizada foi o modelo Pennsylvania Trap, descrito por

Sontwood (1978). Basicamente constituída de uma fonte luminosa, uma lâmpada

30

fluorescente de 20 W, 120 volts, guarnecida por três lâminas metálicas verticais, de

aproximadamente 20 x 100 cm, pendentes de uma cobertura plana, quadradas e também

metálicas e radialmente dispostas de modo a formar três ângulos de 90° em torno da

lâmpada. Em sua borda inferior, essas lâminas vão ter a abertura de um funil, em cujo

vértice inferior se dispõe um saco de pano coletor dos espécimes atraídos pela luz. A

armadilha luminosa é suspensa por corda de náilon.

Sua instalação era feita em árvores mais altas que as palmeiras, e às suas

proximidades a cerca de 20 m acima do nível do solo. A fonte de luz era alimentada por

gerador e/ou bateria automotiva, acionado(a) no período de 19 às 22:00 hs.

Figura 6 – Armadilha de luz Pensilvania trap.

2.6 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ESPACIAIS

Para a construção do banco de dados entomológico foi utilizado o programa

Microsoft Office Excel, a partir da digitalização de todos os dados contidos nos livros

de registros utilizados nas viagens para trabalho de campo envolvendo captura de

triatomíneos desde a fundação do Laboratório de Doença de Chagas do Instituto

Evandro Chagas em 1977 até o ano de 2006, e deste banco foram selecionados os

registros dos municípios de Abaetetuba e Barcarena, desde os primeiros triatomíneos

capturados em 1980 até 2006.

31

Os dados e informações foram levantados em 3 (três) fontes principais:

Fontes primárias: consultas nos arquivos de registros de triatomíneos do

Laboratório de Doença de Chagas (relatórios de campo e públicos relacionados a

características ambientais da área, livros de campo, artigos e livros);

Fontes secundárias: bases de dados cartográficas disponíveis no Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e imagens de satélite obtidas no

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE);

Fontes terciárias: banco de dados de classificação ambiental (desmatamento) do

Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES)

e limite dos municípios georreferenciados.

O banco de dados georreferenciado (BDGeo) foi desenvolvido no software

ArcView 3.3, bem como a construção da expressão visual da situação

ecoepidemiológica das áreas de estudo através da aplicação de técnicas de álgebra de

mapas e pelo interrelacionamento das bases de dados georreferenciadas. O pré-

processamento das imagens de satélite, para melhoria de acuidade visual dos objetos

informacionais nelas contidos foi executado no software Erdas 8.3.1, sendo a

composição de bandas espectrais, geração de falsa cor para criação de mosaicos e

recorte de áreas específicas as técnicas utilizadas.

Os resultados foram tratados estatisticamente utilizando análises de correlação

de Pearson, disponível no site VASSARSTATS <http://vassarstats.net>

32

3. RESULTADOS

3.1. BANCO DE DADOS DE TRIATOMÍNEOS

O banco de dados foi construído a partir das informações dos triatomíneos

capturados em ambos os municípios no período de 1980 a 2006. As informações sobre

os insetos descreviam os ecótopos onde foram realizadas capturas de triatomíneos pela

equipe do laboratório de doença de Chagas/IEC, bem como aqueles entregues pelos

próprios moradores ao serviço de saúde local (Figura 7).

Figura 7- Banco de dados georreferenciado de triatomíneos coletados no período de 1980 a

2006 nos municípios de Abaetetuba e Barcarena, Pará.

3.2 ESTATÍSTICA DESCRITIVA

O banco de dados gerado permitiu quantificar 779 triatomíneos pertencentes a

sete espécies capturados no período de 1980 a 2006, sendo 59 no município de

Abaetetuba e 720 em Barcarena. Alguns exemplares careciam de informações quanto a

sua situação (P=positivo, N=negativo, M=morto, C=colônia), porém foram mantidos na

pesquisa quando foi possível localizar seu local de captura. No entanto, triatomíneos

33

com dados completos no banco quanto a sua situação, mas com endereço incompleto ou

inexistente não foram georreferenciados e, portanto, desconsiderados. Em Abaetetuba,

dos 59 triatomíneos capturados 12 não tiveram seus locais de captura encontrados e em

Barcarena, apenas 25 dos 720 espécimes não foram georreferenciados.

Somente no município de Barcarena houve coletas de triatomíneos em

palmeiras. Um total de 53 palmeiras foi investigado quanto à presença de triatomíneos.

Das sete espécies registradas durante todo o trabalho, cinco foram encontradas na

palmeira Attalea phalerata (Tabela 2), adicionalmente foi a espécie com o maior

quantitativo de espécimes de triatomíneos (N=564).

Tabela 2- Ocorrência das espécies de triatomíneos por espécie de palmeira investigada no

município de Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.

Triatomíneo Espécie da palmeira(*)

Attalea maripa Attalea phalerata Elaeis oleifera

Rhodnius pictipes X X X

Rhodnius robustus X

Panstrongylus

lignarius X X

Eratyrus mucronatus X

Microtriatoma sp. X

(*) Definida conforme Henderson, Galeano & Bernal (1995).

Em relação à frequência das espécies de triatomíneos, Rhodnius pictipes foi a

mais frequente, sendo registrada nas três espécies de palmeiras e em grande abundância

nas palmeiras das espécies Attalea maripa e A. phalerata (Figura 7 e 8).

34

Figura 8- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea maripa

no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006.

Figura 9- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea

phalerata no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006.

Nas palmeiras de Elaeis oleifera, a única espécie de triatomíneo registrada foi R.

pictipes, nas quais foram capturados 39 indivíduos.

No município de Abaetetuba, 86% (51 de 59) dos triatomíneos foram capturados

em residências e chegaram por demanda espontânea ao setor de endemias local. Estes

eram encaminhados via ofício para o IEC em Belém para análise de infecção natural. Os

oito insetos restantes não tinham dados sobre a origem no banco de dados. Em

Barcarena apenas três exemplares foram capturados em armadilhas de luz

(Pennsylvania Trap). Outros 22 espécimes foram encontrados em residências durante

busca ativa noturna realizada nas comunidades onde houve surtos. A maioria dos

35

barbeiros capturados no município foi por meio da técnica de dissecação de palmeiras

(Tabela 3). A espécie Attalea phalerata foi o ecótopo com o maior número de

triatomíneos capturados, sendo a espécie R. pictipes a mais frequente.

Tabela 3- Quantitativo de triatomíneos capturados por espécie de palmeira no município de

Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.

Triatomíneo A. maripa A. phalerata E. oleifera

R. pictipes 65 492 39

R. robustus 0 45 0

P. lignarius 12 17 0

P. geniculatus 0 0 0

E. mucronatus 0 8 0

T. rubrofasciata 0 0 0

Microtriatoma sp. 0 2 0

Total 77 564 39

Quanto ao sexo e idade, as fêmeas adultas (F) foram capturadas em maior

número em Abaetetuba do que em Barcarena, onde as ninfas (N) foram maioria. Dados

sumarizados na tabela 4.

Tabela 4- Triatomíneos capturados quanto ao sexo e idade nos municípios de Abaetetuba e

Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.

Triatomíneo Abaetetuba Barcarena

♂ ♀ Ninfa ♂ ♀ Ninfa

R. pictipes 10 20 0 186 63 372

R. robustus 0 0 0 12 8 26

P. lignarius 1 1 0 2 4 24

P. geniculatus 7 14 0 3 5 0

E. mucronatus 1 1 0 0 3 6

T. rubrofasciata 2 0 0 0 0 0

Microtriatoma sp. 0 0 0 2 0 0

Total 21 36 0 205 83 428

3.3. INFECÇÃO NATURAL DOS TRIATOMÍNEOS POR T. CRUZI

Em Abaetetuba, 59 triatomíneos foram capturados, sendo que 12 foram

excluídos do estudo por terem dados incompletos ou inexistentes em relação a sua

localização, o que inviabilizou a tomada das coordenadas geográficas. Dos 47

espécimes restantes, 28 chegaram mortos ao laboratório e apenas 19 tiveram seu

conteúdo intestinal examinado. Os dados quantitativos dos triatomíneos por município

estão sumarizados na tabela 5.

36

Tabela 5- Triatomíneos capturados quanto à situação nos municípios de Abaetetuba e Barcarena

no período de 1980 a 2006, Pará.

Triatomíneo Abaetetuba Barcarena

P N M C P N M C

R. pictipes 8 2 15 0 98 178 162 162

R. robustus 0 0 0 0 6 13 6 21

P. lignarius 1 0 1 0 4 9 11 6

P. geniculatus 0 6 11 0 0 2 6 0

E. mucronatus 0 0 1 0 1 4 3 0

T. rubrofasciata 0 2 0 0 0 0 0 0

Microtriatoma sp. 0 0 0 0 0 0 0 3

Total 9 10 28 0 109 206 188 192

P=espécime positivo para hemoflagelados semelhantes a T. cruzi; N=espécime negativo;

M=morto; C=destinado para colônias em laboratório.

Dos triatomíneos capturados no município de Barcarena, 695 espécimes tinham

dados completos quanto à situação e 109 eram positivos pra T. cruzi. Do total capturado

em palmeiras (N=680), 678 foi dissecado, com exceção dos dois exemplares de

Microtriatoma sp. que foram destinados ao estabelecimento de colônias, a taxa global

de infecção natural por hemoflagelados semelhantes a T. cruzi foi 15,2% (N=103). A

figura 9 mostra a proporção de espécimes positivos por cada espécie de triatomíneo

capturado em palmeiras da espécie A. maripa, e a figura 10 em palmeiras da espécie A.

phalerata.

Figura 9- Proporção de triatomíneos positivos e negativos,

por espécie, capturados em palmeiras da espécie A. maripa

no período de 1980 a 2006 no município de Barcarena, Pará.

37

Figura 10- Proporção de triatomíneos positivos e negativos,

por espécie, capturados em palmeiras da espécie A.

phalerata no período de 1980 a 2006, no município de

Barcarena, Pará.

Dos 39 espécimes de R. pictipes capturados em indivíduos de E. oleifera em dois

foi detectada a presença de hemoflagelados semelhantes a T. cruzi.

3.3.3. Avaliação espacial dos casos e locais de captura de triatomíneos

As figuras 11 e 12 mostram o processo de ocupação do espaço no município de

Abaetetuba e as figuras 13 e 14 no município de Barcarena, no período entre 2000 e

2006. Os locais onde os triatomíneos foram capturados estão representados por pontos

pretos, e os ponto azuis indicam a localização das palmeiras nas figuras referentes ao

município de Barcarena. A ocupação do espaço foi definida a partir do descritor

desmatamento.

38

Figura 11- Caracterização ambiental do município de Abaetetuba no ano 2000, com pontos georreferenciados dos locais de captura de

triatomíneos no período de 1988 a 2000, Pará.

39

Figura 12- Caracterização ambiental do município de Abaetetuba no ano 2006, com pontos georreferenciados dos locais de captura de

triatomíneos no período de 1988 a 2006, Pará.

40

Figura 13- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2000, com pontos georreferenciados dos locais de ocorrência de

palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2000.

41

Figura 14- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2006, com pontos georreferenciados dos locais de ocorrência de

palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2006.

42

3.4. DESMATAMENTO VS. TRIATOMÍNEOS VS. CASOS DE DCA EM

ABAETETUBA E BARCARENA

A influência do desmatamento nos casos de DCA nos municípios estudados foi

verificada por meio de análises de correlação de Pearson.

Neste passo foram utilizados dados sobre o incremento de desmatamento,

disponíveis na base de dados do Projeto PRODES/INPE. Estas análises foram

realizadas considerando os anos 2002 a 2010, devido à falta de registros mais antigos

para estes municípios.

A figura 15 mostra a flutuação do número de casos de DCA em Abaetetuba (A)

e Barcarena (B), bem como o incremento de desmatamento (ID) dado em valores

percentuais.

Figura 15- Flutuação do número de casos de DCA e o incremento do desmatamento entre 2002

a 2006 nos municípios de Abaetetuba (A) e Barcarena (B) / Pará. Fonte: SINAN/MS e Projeto

PRODES/INPE.

Não foi observada correlação entre o incremento do desmatamento sobre o

número de casos de DCA em ambos os municípios [Abaetetuba r= -0.105; r2= 0.011;

g.l.=7; p=0.299] e [Barcarena r= -0.171; r2= 0.029; g.l.=7, p=0.556]. No entanto,

considerando apenas o município de Barcarena, a ausência de notificações de DCA

entre os anos 2002 a 2005 podem ter influenciado negativamente a análise. Assim,

avaliando o período de 2006 a 2010 se observa uma tendência, marginalmente positiva,

entre as duas variáveis [Barcarena r= 0.822; r2=0.675; g.l.=3; p=0.0439].

43

4 DISCUSSÃO

4.1. SOBRE A RELAÇÃO PALMEIRAS VS. TRIATOMÍNEOS

Em levantamento realizado por Galvão et al. (2003) as espécies do gênero

Rhodnius são as mais numerosas na Amazônia brasileira. Essencialmente arborícolas e

por isso tidos como exclusivamente silvestres, com exceção de R. prolixus, são os

principais responsáveis pela manutenção do ciclo enzoótico de T. cruzi na natureza.

(Lent & Wygodzinsky, 1979; Diotaiuti & dias, 1984; Romaña et al., 1999; Dias et al.,

2008; Abad-Franch et al., 2009). Nesse contexto, as diversas espécies de palmeiras

surgem como vegetação dominante em muitas regiões, sendo, muitas vezes, o único

refúgio para animais vertebrados.

A importância dos diversos gêneros de palmeiras como ecótopos para os

triatomíneos vêm sendo objeto de estudo, entre eles Acrocomia, Attalea, Copernicia,

Mauritia e Syagrus (Lent & Wygodzinsky, 1979; Barretto, 1979; Dias et al., 2008;

Abad-Franch et al., 2009), com destaque para o gênero Attalea (Barretto, 1979; Romaña

et al., 1999; Dias et al., 2008). As palmeiras do gênero Attalea são consideradas

ecótopos naturais para espécies de Rhodnius e alguns autores as têm como um indicador

ecológico de risco epidemiológico para a doença de Chagas (Romaña et al., 1999),

quando consideram os mecanismos de transmissão vetorial extradomiciliar.

Neste trabalho, Rhodnius pictipes foi a espécie capturada em maior número e a

que apresentou maior versatilidade infestando as três espécies de palmeiras pesquisadas:

A. Maripa, A. phalerata e E. oleifera, assim como em Valente (2008). Com relação a

espécie de palmeira mais infestada e com maior variabilidade de espécies de

triatomíneos, A. Phalerata foi encontrada colonizada por todas as cinco espécies

envolvidas neste trabalho: R. pictipes, R. robustus, P. lignarius, E. mucronatus e

Mirotriatoma sp., resultado semelhante ao encontrado por Valente (2008) e Dias

(2011), embora apenas as palmeiras encontradas infestadas tenham sido incluídas, o que

nos impossibilita afirmar qual espécie investigada teve maior número de palmeiras

infestadas.

O achado de R. pictipes em E. oleifera corrobora a importância dessa espécie de

palmeira como ecótopo de triatomíneos, embora pouco pesquisado. Relatos semelhantes

foram feitos em Valente (2008) e Miles et al. (1981b).

44

Dias et al. (2008) demonstrou que a arquitetura da copa de A. speciosa favorece

a colonização dos triatomíneos, permitindo maior estabilidade microclimática e

servindo de abrigo para diversas espécies de animais, incluindo vertebrados de grande

porte, como T. tetradactyla Linnaeus, 1758 (Dias et al., 2010). De forma geral, as

palmeiras com copa exuberante, mantém um microclima ameno e abrigam animais que

servem de fonte de alimentação para os triatomíneos. Neste ecótopo estável os vetores

não necessitam se dispersar muito a procura de alimento.

Em Barcarena, onde o maior número de triatomíneos foi capturado em

palmeiras, as ninfas predominaram em relação aos adultos, da mesma forma que em

Dias (2011). Já em Abaetetuba, onde 51 dos 59 triatomíneos foram capturados em

residências, as fêmeas foram maioria, fato que coincide com os estudos de Wanderley

(1991), que encontrou maior infestação dos intradomicílios por fêmeas fertilizadas e

capazes de formar colônias entre os dados da vigilância epidemiológica do Estado de

São Paulo nos anos de 1985 e 1986.

Em outro estudo, Minoli & Lazzari (2006) verificaram que fêmeas de T.

infestans iniciam o voo mais frequentemente que os machos da mesma espécie. A

própria variação de espécie também imprime diferentes comportamentos, como

demonstrado no mesmo estudo, em que R. prolixus mostrou-se mais predisposto a voar

quando comparado com T. infestans. Além do sexo, o estado nutricional e os diferentes

habitats em que as espécies se encontram podem influenciar na predisposição ao voo

(Lehane et al., 1992; Ceballos et al., 2005).

As fêmeas de duas espécies de Triatoma coletadas em armadilhas luminosas por

Noireau & Dujardin (2001) apresentaram jejum mais prolongado em relação àquelas

encontradas nos ecótopos naturais. O próprio fato de o voo ser um mecanismo de

dispersão e colonização dos triatomíneos justifica que fêmeas sejam minoria em

palmeiras, uma vez que elas devem ser mais propensas a voar que os machos, isso sem

considerarmos a dispersão à procura de alimentos à noite por atração luminosa.

Em regiões de pastagens e áreas devastadas após as queimadas, Dias et al.,

(2008) demonstraram que a arquitetura da copa de diferentes gêneros de palmeiras

permite uma maior ou menor estabilidade microclimática que pode estar diretamente

relacionado com a infestação destes ecótopos por triatomíneos e com a densidade

populacional destes insetos.

A taxa de infecção natural dos triatomíneos por T. cruzi em ambos os municípios

foi elevada e muito próxima da encontrada em outros estudos realizados nestes mesmos

45

municípios e em outras regiões com características semelhantes (Lainson et al., 1979;

MILES, 1981a; 1981b; 1983; Coura et al., 2002a; Valente, 2008). Talvez esses índices

expliquem a regularidade dos surtos nos municípios mesmo sem a presença de espécies

domiciliadas e justifiquem a manutenção do ciclo enzoótico de T. cruzi entre vetor,

reservatório e homem através de meios alternativos de transmissão.

4.2. SOBRE DESMATAMENTO

A taxa anual de desmatamento na Amazônia brasileira é de cerca de dois

milhões de hectares (PRODES). Na Amazônia Legal aproximadamente 385.234 km2

foram desmatados entre 1988 a 2010, só no Estado do Pará essa taxa foi de 5.543 km2no

mesmo período. O Pará é o segundo Estado com o maior índice de desmatamento no

Brasil, perdendo apenas para o Mato Grosso, com 5.834 km2. Gorla et al. (2005),

baseados em imagens de satélites, demonstraram que a metade desse desmatamento

corresponde à pequenas áreas de 15-100 hectares, dos pequenos produtores que

migraram de outras regiões.

Nos municípios de estudo, a maioria das áreas georreferenciadas

caracterizavam-se por floresta secundária, tipo capoeira jovem, ou ainda, resquícios de

floresta próximos às áreas recém-ocupadas. Nesse contexto, a perturbação ambiental, ao

que parece, foi tal que concentrou, e até certo ponto favoreceu o ciclo de transmissão,

uma vez que em áreas de floresta preservada a intensidade da transmissão parece estar

mais diluída, e, portanto, menos notada ao homem.

Embora os efeitos da degradação ambiental antrópica sobre populações de

triatomíneos tenham sido discutidos extensivamente (Abad-Franch et al., 2006; Abad-

Franch et al., 2009; Forattini, 1980; WHO, 2002), Abad-Franch et al. (2010) mostraram

taxas de ocupação semelhantes de palmeiras por espécies do gênero Rhodnius na

floresta e nas zonas rurais e menor ocupação em áreas urbanas.

As visitas periódicas da equipe do Laboratório de Doença de Chagas ao

município de Barcarena para a investigação de surtos quase que anuais, registraram a

grande mudança da paisagem, que a cada ano teve as áreas de floresta reduzidas, dando

lugar a assentamentos e campos de obras. A extensão do desmatamento em Barcarena

aumentou de 226,2 km2 no ano de 2000 para 315,3 km2 em 2006, segundo dados do

Projeto Prodes – Monitoramento da Floresta Amazônica brasileira por satélite, ou seja,

em seis anos 24% do território perdeu a cobertura vegetal (figura 16).

46

Figura 16- Progressão de desmatamento nos municípios de Abaetetuba e Barcarena

entre os anos 2000 a 2006, Pará.

No município de Barcarena, grandes áreas de floresta, inclusive áreas de

proteção ambiental, foram desflorestadas no período de 2000 a 2006. A implantação das

fábricas do projeto Albras-Alunorte para o beneficiamento, industrialização e

exportação de caulim, alumina e alumínio, foi responsável pela remoção da cobertura

vegetal de áreas remanescentes e que eram destinadas a manter um mínimo da paisagem

natural primitiva.

Além da grande área de floresta subtraída, como mostra a comparação entre as

figuras 13 e 14, soma-se a ocupação desordenada do espaço, também observada com o

crescimento e surgimento dos bairros, loteamento e invasões na periferia das cidades. A

atual invasão Renascer com Cristo, em Barcarena, configura um exemplo da alteração

brusca da paisagem. Lá buscamos pontos de palmeiras derrubadas anos atrás e

encontramos um bairro em construção, com dezenas de casas sendo levantadas e

famílias chegando de mudança de outras regiões. Porém, ao fundo do quarteirão, ainda é

possível visualizar a floresta secundária que cerca o novo bairro.

Nesse cenário, encontramos muitos troncos queimados, e as únicas árvores

deixadas pela população foram as palmeiras, algumas inclusive marcadas pelo fogo. Um

relato semelhante foi feito por Dias (2011), porém este autor refere-se a prática do

cultivo após a queima em comunidades de áreas rurais que praticam a agricultura de

subsistência. Da mesma forma, em regiões já desmatadas que servem de pastagens para

47

o gado, as palmeiras se proliferam como consequência da prática da queima, e muitas

vezes são as únicas fontes de sombra para os animais.

Em Abaetetuba, o fenômeno da ocupação desordenada do espaço é semelhante

ao de Barcarena, embora mais urbano. Na região das ilhas observamos a extensiva

substituição da floresta secundária pela plantação de monocultivos como cacau,

cupuaçú e principalmente o açaí, fruto que tem gerado grandes lucros ao município,

tornando-o o segundo maior produtor do Estado. Presenciamos ilhas inteiras

transformadas em açaizais, algumas com mais de 50 hectares de extensão (figura 17).

Talvez por causa dessa abundância o suco seja a principal fonte de alimento para muitas

famílias ribeirinhas.

Figura 17 – Placa indicando plantação de 50 ha de açaí nativo na região das ilhas do muni-

cípio de Abaetetuba, Pará.

Em meio às plantações de açaí, algumas palmeiras de buriti (Mauritia flexuosa)

e tucumã (Astrocaryum aculeatum) despontam com certa imponência devido a idade

avançada claramente perceptível, pela altura e o diâmetro do tronco destas palmeiras.

Porém, as espécies mais comuns observadas, tanto na orla das ilhas como na porção

48

mais central, foram o inajazeiro (A. maripa) e o uricurizeiro (A. phalerata). Apenas em

Barcarena um único exemplar de dendezeiro (E. oleifera) foi encontrado infestado e

colonizado por Rhodnius pictipes.

A análise estatística realizada, embora não contemple em sua totalidade o

período do estudo (1980 a 2006), evidencia em Barcarena três picos a serem

observados: nos anos de 2006 e 2009 o aumento do número de casos coincide com o

aumento do incremento de desmatamento (ID), e em 2008 ambas as variáveis

apresentam queda, apesar da ausência de notificações de DCA entre os anos 2002 a

2005 que influenciou negativamente a análise. Em Abaetetuba, os picos coincidentes no

gráfico são mais discretos: alta em 2004, 2006 e 2009, e baixa nos anos de 2003, 2005 e

2008, embora a significância estatística seja quase nula (p=0.299).

4.3 SOBRE A ANÁLISE ESPACIAL

A análise espaço-temporal nos dois municípios estudados mostrou que o padrão de

distribuição de casos e de locais com ocorrência e capturas de triatomíneos não foi

homogêneo. Esta situação já havia sido descrita por Veiga et al (2008) em um estudo

realizado nos mesmos municípios no período de 2000 a 2006 quando fez a associação

entre casos de DCA e ecótopos de capturas de triatomíneos.

Em Barcarena, as imagens geradas revelaram que os locais de captura de

triatomíneos caracterizam-se por vegetação dos tipos capoeirão adulto e jovem, matas

de galerias e áreas alagadas de Igapó, e tinham uma relação de dependência espacial

com a localização precisa de pacientes, conforme observado nas imagens classificadas e

nos trabalhos de campo. Esses resultados foram observados também em Veiga et al

(2009) e em Souza et al (2009). Este último autor observou a relação espacial de

ecótopos e casos de DCA e concluiu que havia a possibilidade de relações antrópicas

terem influenciado a prevalência da doença, embora no presente estudo não tenham sido

encontradas evidências estatísticas dessa relação.

Souza et al (2009) conclui ainda que as análises feitas no município de Abaetetuba,

a respeito dos casos de DCA, não mostraram relação com questões ambientais, pois lá a

prevalência da doença distribuiu-se na sede deste município, sugerindo desta forma

outro processo de contaminação que não a proximidade com ecótopos de triatomíneos,

provavelmente a ingestão de alimentos contaminados.

49

Na análise temporal foi observada a dependência espacial entre a incidência da DCA

nos locais de estudo e a distribuição espacial dos ecótopos identificados, relacionadas ao

crescente antropismo, sobretudo invasões e ocupações desordenadas recentes.

Os municípios apresentaram ainda diferenças em diversos aspectos como cobertura

vegetal, relações produtivas e formas de ocupação humana. Em função da influência de

variáveis como tempo e correlação espacial foi possível observar que há uma relação de

dependência espacial entre a alteração da cobertura vegetal e a prevalência de casos no

período.

O geo referenciamento dos pontos relacionados a surtos em ambos os municípios,

permitiu identificar no mapa claramente que as comunidades estão cada vez mais

vulneráveis e cercadas de condições epidemiológicas favoráveis a transmissão de novos

casos de doença de Chagas.

O geoprocessamento tem se mostrado uma eficiente metodologia para o estudo de

eventos em epidemiologia por isso tornou-se tão importante nas análises em saúde. O

presente estudo utilizou-se de dados retrospectivos e esbarrou na falta de dados

epidemiológicos completos nos documentos da época. A vigilância epidemiológica da

doença de Chagas será mais abrangente, capacitada e munida de recursos que sustentem

a informação, o exercício da vigilância será mais eficiente e produzirão mais

conhecimentos no tocante à prevenção da doença e no manejo de reservatórios e vetores

durante investigações futuras.

50

5 CONCLUSÕES

Existe nos dois municípios estudados vários ciclos ativos de transmissão do T.

cruzi entre distintos hospedeiros com elevadas taxas de infecção, incluindo o

homem;

Com a ação antrópica esse ciclo tende a aproximar-se cada vez mais do

domicílio humano;

Triatomíneos infectados estão presentes em quase todos os ecótopos

investigados e as espécies R. pictipes e R. robustus foram encontradas em maior

número;

As palmeiras A. maripa e A. phalerata foram considerados os ecótopos

preferenciais das espécies de triatomíneos envolvidas no estudo, a maioria do

gênero Rhodnius;

Observou-se uma tendência marginalmente positiva entre as variáveis

incremento do desmatamento e número de casos de DCA, apesar da ausência de

notificações de DCA entre os anos 2002 a 2005 que influenciou negativamente a

análise;

Em Abaetetuba, embora a significância estatística entre essa duas variáveis tenha

sido quase nula (p=0.299), a investigação epidemiológica, os trabalhos em

campo e as imagens geradas mostraram que essa relação está presente na área

estudada;

Os mapas gerados pelo geo referenciamento nas duas localidades apontam

claramente que no ciclo silvestre próximo dos domicílios humanos as palmeiras

regionais são importantes ecótopos de triatomíneos infectados com T.cruzi;

A análise espaço-temporal sugere uma correlação entre a alteração da cobertura

vegetal e a prevalência de casos no período do estudo.

51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AAGAARD-HANSEN, J., MWANGA, J.R., BRUUN, B. Social science perspectives

on schistosomiasis control in Africa: past trends and future directions. Parasitology

136:1747-1758, 2009.

ABAD-FRANCH, F.S., PALOMEQUE, H., AGUILAR, M.V., MILES, M.A. Field

ecology of sylvatic Rhodnius populations (Heteroptera, Triatominae): risk factors for

palm tree infestation in western Ecuador. Tropical Medicine and International

Health 10(12):1258–1266, 2005.

ABAD-FRANCH, F., SALVATELLA, R., BAZZANI, R. Transiciones ecológicas y

transmissión vectorial de la enfermedad de Chagas en la Amazonia. In: Memorias de

la 2ª Reunión de la Iniciativa Intergubernamental de Vigilancia y Prevención de la

Enfermedad de Chagas en la Amazonia, 2006.

ABAD-FRANCH, F., MONTEIRO, F.A. Biogeography and evolution of Amazonian

triatomines (Heteroptera: Reduviidae): implications for Chagas disease surveillance

in humid forest ecoregions. Mem Inst Oswaldo Cruz 30:102 Suppl 1:57-70, 2007.

ABAD-FRANCH, F., MONTEIRO, F.A., JARAMILLO, O.N., GURGEL-

GONÇALVES, R., DIAS, F.B., DIOTAIUTI, L. Ecology, evolution, and the long-

term surveillance of vector-borne Chagas disease: A multi-scale appraisal of the tribe

Rhodniini (Triatominae). Acta Trop 110(2-3):159-77, May-Jun 2009.

ABAD-FRANCH, F., FERRAZ, G., CAMPOS, C., PALOMEQUE, F.S., GRIJALVA,

M.J., AGUILAR, H.M., MILES, M.A. Modeling disease vector occurrence when

detection is imperfect: infestation of Amazonian palm trees by triatomine bugs at

three spatial scales. PLoS Neglected Tropical Diseases 2;4(3):e620, Mar 2010.

ABDEL-RAHMAN, M.S., EL-BAHY, .M.M., MALONE, J.B., THOMPSON, R.A., EL

BAHY, N.M. Geographic information systems as a tool for control program

management for schistosomiasis in Egypt. Acta Trop 79: 49-57, 2001.

ADLER, J. L. Geografhic Information Systems (GIS) in Academic Libraries: Na

Introdcion. The Journal of Academic Librarianship. New York, 1995.

AGUILAR, H.M., ABAD-FRANCH, F., DIAS, J.C., JUNQUEIRA, A.C.V., COURA,

J.R. Chagas disease in the Amazon region. Mem Inst Oswaldo Cruz 102

(Suppl1):47-56, 2007.

52

ALARCÓN DE NOYA, B., DÍAZ-BELLO, Z., COLMENARES, C., RUIZ

GUEVARA, R., MAURIELLO, L., ZAVALA-JASPE, R., SUAREZ, J.A., ABATE,

T., NARANJO, L., PAIVA, M., RIVAS, L.C.J., MÁRQUES, J., MENDOZA, I.,

ACQUATELLA, H., TORRES, J., NOYA, O. Large urban outbreak of orally

acquired acute Chagas disease at a school in Caracas, Venezuela. J. Infect. Dis.,

201(9): 1308–1315, 2010.

ALVES, J.J.A. Geoecologia da Caatinga No Semi-Árido do Nordeste Brasileiro.

Climatologia e Estudos da Paisagem Rio Claro, vol 2,n 1, janeiro/junho, p. 58-71,

2007.

APPLETON, C.C. Review of literature on abiotic factors influencing the distribution

and life cycles of bilharziasis intermediate host snails. Malacol Rev 11: 1-25, 1978.

ARAÚJO, C.A., WANIEK, P.J., JANSEN, A.M. An overview of Chagas disease and

the role of triatomines on its distribution in Brazil. Vector Borne Zoonotic Disease

9(3):227-34, Jun 2009.

BAKKER, M.I. Epidemiology and prevention of leprosy: a cohort study in Indonesia.

Op Donderdag 31 maart, 2005.

BARBOSA, C.S., ARAÚJO, K.C., ANTUNES, L., FAVRE, T., PIERE, O.S. Spatial

distribution of schistosomiasis foci on Itamaracá Island, Pernambuco, Brazil. Mem

Inst Oswaldo Cruz 99 (1): 79-83, 2004.

BARBOSA, G.L., LOURENCO, R.W. Análise da distribuição espaço-temporal de

dengue e da infestação larvária no município de Tupã, Estado de São Paulo. Rev.

Soc. Bras. Med. Trop. 43 (2): 145-151, 2010.

BARCELLOS, C. & BASTOS, F. I. Geoprocessamento, ambiente e saúde: uma união

possível? Cad. Saúde Pública 12(3): 389-397, 1996.

BARCELLOS, C. & RAMALHO, W. Situação Atual do Geoprocessamento e da

Análise de Dados Espaciais em Saúde no Brasil. Revista de Informática Pública 4:

221-230, 2002.

BARCELLOS, C., PUSTAI, A.K., WEBER, M.A., BRITO, M.R.V. Identificação de

locais com potencial de transmissão de dengue em Porto Alegre através de técnicas

de geoprocessamento. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 38(3): 246-250, 2005.

53

BARREIROS, M.A., SANTOS, E.F.A., MONTEIRO, J.J.B., GASPARETTO, D.,

VEIGA, N.G., COSTA, S.B.N. Análise Epidemiológica da Distribuição Espacial da

Hanseníase, no Município de Ananindeua, no Estado do Pará, no Período de Janeiro

a Maio de 2009. In: Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, IX, 2009, Recife-PE,

CD de Anais do IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva 2009, Recife-PE:

ABRASCO, 2009. Nº5708, p. 106-107.

BARREIROS, M.A., VEIGA, N.G., GASPARETTO, D., SOFFIATTI, N.F.L.,

SOUZA, S., RODRIGUES, L.P.S. Sistemas de Informação Geográfica Aplicada ao

Controle da Dengue no Município de Ananindeua-Pa, no Ano de 2008. In:

Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, IX, 2009, Recife-PE, CD de Anais do IX

Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva 2009, Recife-PE: ABRASCO, 2009.

Nº5590, p. 108-109.

BARRET, T.V., GUERRERO, J.H.G. Os triatomíneos (Hemiptera, Reduviidae) em

relação à doença de Chagas na Amazônia. Bases Científicas para Estratégias de

Preservação e Desenvolvimento da Amazônia: Fatos e Perspectivas Manaus,

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 119-130, 1991.

BARRETTO, M.P. Epidemiologia. In: Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas.

Brener, Z., Andrade, Z. (eds.). Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1979. P. 90-151.

BAVIA, M.E., MALONE, J.B., HALE, L., DANTAS, A., MARRONI, L., REIS, R.

Use of thermal and vegetation index data from earth observing satellites to evaluate

the risk of schistosomiasis in Bahia, Brazil. Acta Trop 79: 79-85, 2001.

BEASLEY, M., BROOKER, S., NDINAROMTAN, M., MADJIOUROUM, E.M.,

BABOGUEL, M., DJENGUINABE, E., BUNDY, D.A. First nationwide survey of

the health of schoolchildren in Chad. Trop Med Int Health 7: 625-630, 2002.

BELTRÃO, H.D.E.B., CERRONI, M.D.E.P., FREITAS, D.R., PINTO, A.Y.,

VALENTE, V.C., VALENTE, S.A., COSTA, E.G., SOBEL, J. Investigation of two

outbreaks of suspected oral transmission of acute Chagas disease in the Amazon

region, Para State, Brazil, in 2007. Tropical Doctors 39(4):231-2, Oct 2009.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos. Atlas das

áreas suscetíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA, 200.p. 34, 2007.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia para

vigilância, prevenção, controle e manejo clínico da doença de Chagas aguda

transmitida por alimentos. Rio de Janeiro: PANAFTOSA-VP/OPAS/OMS (Serie

de Manuais Técnicos, 12), 2009. 92 p.

BRASILEIRO, R.S. Alternativas de desenvolvimento sustentável no semiárido

nordestino: da degradação à conservação. Scientia Plena v. 5, N. 5, 2009.

54

BRICEÑO-LEÓN, R. Chagas disease in the Americas: an ecohealth perspective. Cad.

Saúde Pública 25 (Suppl 1):71-82, 2009.

BROOKER, S., HAY, S.I., ISSAE, W., HALL, A., KIHAMIA, C.M., LWAMBO, N.J.,

WINT, W., ROGERS, D.J., BUNDY, D.A. Predicting the distribution of urinary

schistosomiasis in Tanzania using satellite sensor data. Trop Med Int Health 6:

998-1007, 2001.

BROOKER, S. Schistosomes, snails and satellites. Acta Trop 82: 207-214, 2002.

BROWN, D.S. Freshwater snails of Africa and their medical importance. London,

Taylor and Francis, 2nd ed., 1994. 608 p.

BROWNSTEIN, J.S, ROSEN, H., PURDY, D., MILLER, J.R., MERLINO, M.,

MOSTASHARI, F. Spatial analysis of West Nile virus: rapid risk assessment of an

introduced vector-borne zoonosis. Vector Borne Zoonotic Dis. 2: 157–164, 2002.

BUNNELL, J.E., PRICE, S.D., DAS, A., SHIELDS, T.M., GLASS, G.E. Geographic

information systems and spatial analysis of adult Ixodes scapularis (Acari: Ixodidae)

in the middle Atlantic region of the USA. J. Med. Entomol. 40: 570–576, 2003.

CAMPOS, F.G., BARROZO, L.V., RUIZ, T., CÉSAR, C.L.G., BARROS, M.B.A.,

CARANDINA, L., GOLDBAUM, M. Distribuição espacial dos idosos de um

município de médio porte do interior paulista segundo algumas características sócio-

demográficas e de morbidade. Cad. Saúde Pública 25 (1): 77-86, 2009.

CAMPOS, M.R., VALENCIA, L.I.O., FORTES, B.P.M.D., BRAGA, R.C.C.,

MEDRONHO, R.A. Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricoides.

Rev. Saúde Pública 36 (1): 69-74, 2002. Disponível em:<http://www.scielo.br/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102002000100011&lng=en&nrm=iso>.

Acesso em: 05/08/2011.

CARRASCO, H.J., TORRELLAS, A., GARCÍA, C., SEGOVIA, M., FELICIANGELI,

M.D. Risk of Trypanosoma cruzi I (Kinetoplastida: Trypanosomatidae) transmission

by Panstrongy/us geniculatus (Hemiptera: Reduviidae) in Caracas (Metropolitan

Oistrict) and neighboring States, Venezuela. International Journal Parasitology

35(13):1379-84,2005.

CARVALHO, O.S., SCHOLTE, R.G.C., GUIMARÃES, R.J.P.S., FREITAS, C.C.,

DRUMMOND, S.C., AMARAL, R.S., DUTRA, L.V., OLIVEIRA, G., MASSARA,

C.L., ENK, M.J. The Estrada Real project and endemic diseases: the case of

schistosomiasis, geoprocessing and tourism. Mem Inst Oswaldo Cruz 105 (4): 532-

536, 2010.

55

CEBALLOS, L.A., VA´ZQUEZ-PROKOPEC, G.M., CECERE, M.C., MARCET, P.L.,

GÜRTLER, R.E. Feeding rates, nutritional status and flight dispersal potential of

peridomestic populations of Triatoma infestans in rural northwestern Argentina.

Acta Trop 95(2): 149-159, 2005.

CHAGAS, C. Nova Trypanozomiase Humana. Estudo sobre a morfologia e o ciclo

evolutivo do Schizotrypanum cruzi n. gen. nsp, agente etiológico de nova entidade

mórbida do homem. Mem Inst Oswaldo Cruz 1:159-218, 1909.

CHAGAS, C. Sobre a verificação do “Trypanosoma cruzi” em macacos do Pará.

Science Reports of the Research Institute Tohoku, University.ser.C:Medicine 2:75-77, 1924a. Nota prévia.

CHAGAS, C. Infection naturelle des singes du Pará (Chrysothrix sciureus L.) par

Trypanosoma cruzi. C. R. Soc. Biol. Paris 90: 873-876, 1924b.

CHICO HM, SANDOVAL C, GUEVARA EA, CALVOPIÑA HM, COOPER PJ,

REED SG, GUDERIAN RH. Chagas disease in Ecuador: Evidence for disease

transmission in an indigenous population in the Amazon region. Mem Inst Oswaldo

Cruz 92 (3): 317-320, 1997.

CHIESA, A.M., WESTPHAL, M.F., KASHIWAGI, N.M. Geoprocessamento e a

promoção da saúde: desigualdades sociais e ambientais em São Paulo. Rev Saúde

Pública 36 (5): 559-567, 2002.

CHITSULO, L., ENGELS, D., MONTRESOR, A., SAVIOLI, L. The global status of

schistosomiasis and its control. Acta Trop 77: 41–51, 2000.

COURA, J.R., JUNQUEIRA, A.C., BOIA, M.N., FERNANDES, O. Chagas disease:

from bush to huts and houses. Is it the case of the Brazilian Amazon? Mem Inst

Oswaldo Cruz 94 (1):379-84, 1999.

COURA, J.R., JUNQUEIRA, A.C.V., FERNANDES, O., VALENTE, S.A.S., MILES,

M.A. Emerging Chagas disease in Amazônian Brazil. Trends in Parasitology

18(4):171-176, 2002a.

COURA, J.R., JUNQUEIRA, A.C., BOIA, M.N., FERNANDES, O., BONFANTE, C.,

CAMPOS, J.E., SANTOS, L., DEVERA, R. Chagas disease in the Brazilian

Amazon: IV. a new cross-sectional study. Revista do Instituto de Medicina

Tropical de São Paulo 4(3):59-65. 2002b.

COURA, J.R. Chagas Disease: What is known and what is needed - A background

article. Mem Inst Oswaldo Cruz 102(Suppl.1):113-122, 2007.

56

COURA, J.R. Síntese das doenças infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro,

Guanabara Koogan, 2008. 314 p.

CROSS, E.R. & BAILEY, R.C. Prediction of areas endemic for schistosomiasis through

use of discriminant analysis of environmental data. Mil Med 149: 28-30, 1984.

CROSS, E.R., SHEFFIELD, C., PERRINE, R., PAZZAGLIA, G. Predicting areas

endemic for schistosomiasis using weather variables and a Landsat data base. Mil

Med 149: 542-544, 1984.

CROSS, E.R., NEWCOMB, W.W., TUCKER, C.J. Use of weather data and remote

sensing to predict the geographic and seasonal distribution of Phlebotomus papatasi

in southwest Asia. Am J Trop Med Hyg 54: 530-536, 1996.

DEANE, L.M. & JANSEN, G. Encontro de Schizotrypanum cruzi (Chagas, 1909) em

marsupiais da espécie Marmosa cinerea (Desmarest). Brasil Médico 53 (7):265-266,

1939.

DEANE, M.P. Ocorrência do Trypanosoma conorrhini em “barbeiros” e em ratos na

cidade de Belém, Pará, e seu cultivo em meio NNN. Revista do Serviço Especial de

Saúde Pública 1:433-444, 1947.

DEANE, L.M. Tripanosomídeos de mamíferos da Região Amazônica. I. Alguns

flagelados encontrados no sangue de mamíferos silvestres no Estado do Pará.

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 3 (1):15-28, 1961a.

DEANE, L.M., DAMASCENO, R.G. Tripanosomídeos de mamíferos da Região

Amazônica. II. Tripanosomas de macacos da Zona do Salgado, Estado do Pará.

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 3(2): 61-70, 1961b.

DEANE, L.M. Animal reservoirs of Trypanosoma cruzi. Revista Brasileira de

Malariologia e Doenças Tropicais 16(1): 27-48. 1964a.

DEANE, L.M. Tripanosomídeos de mamíferos da Região Amazônica III. Hemoscopia e

xenodiagnóstico de animais silvestres dos arredores de Belém, Pará. Revista do

Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 6: 225-232, 1964b.

DEANE, L.M. Tripanosomídeos de mamíferos da Região Amazônica IV. Hemoscopia e

xenodiagnóstico de animais silvestres da Estrada Belém-Brasília. Revista do

Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 9: 143-148, 1967.

57

DIAS, F.B.S., BEZERRA, C.M., MACHADO, E.M.M., CASANOVA, C.,

DIOTAIUTI, L. Ecological aspects of Rhodnius nasutus Stål, 1859 (Hemiptera:

Reduviidae: Triatominae) in palms of the Chapada do Araripe in Ceará, Brazil. Mem

Inst Oswaldo Cruz 103: 824-830, 2008.

DIAS, F.B.S., QUARTIER, M., ROMAÑA, C.A., DIOTAIUTI, L., HARRY, M.

Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758 (Myrmecophagidae) and Rhodnius robustus

Larrousse, 1927 (Triatominae) infection focus by Trypanosoma rangeli Tejera, 1920

(Trypanosomatidae) in Attalea phalerata Mart. ex Spreng (Arecaceae) palm tree in

the Brazilian Amazon. Infect Genet Evol 10: 1278-1281, 2010.

DIAS, F.B.S. Aspectos ecológicos da Tripanossomíase Americana em comunidades

do médio Tapajós, Pará, Brasil, e riscos de transmissão do Trypanosoma cruzi às

populações humanas da região. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Belo

Horizonte, Centro de Pesquisas René Rachou, 2011. 215p.

DIAS, G.H., DIAS, M.C.F.S., NOBRE, M.L., SOUZA, M.C.F., ROCHA, A.M.R.

Distribuição espacial da hanseníase no município de Mossoró/RN utilizando

Sistema de Informação Geográfica (SIG). An Bras Dermatol. 80 (3): 289-294,

2005.

DIAS, J.C.P., PRATA, A., SCHOFIELD, C.J. Chagas' disease in the Amazon: an

overview of the current situation and perspectives for prevention. Rev Soc Brasileira

de Med Trop 35(6):669-78. 2002a.

DIAS, J.C.P., SILVEIRA, A.C., SCHOFIELD, C.J. The impact of Chagas disease

control in Latin America: a review. Mem Inst Oswaldo Cruz 97(5):603-12. 2002b.

DIAS, J.C.P. Doença de Chagas: sucessos e desafios. Cadernos de Saúde Pública, Rio

de Janeiro, 22(10):2020-2021, out, 2006a.

DIOTAIUTI, L. & DIAS, J.C.P. Ocorrência e biologia do Rhodnius neglectus Lent,

1954 em macaubeiras da periferia de Belo Horizonte-MG. Mem Inst Oswaldo Cruz

79: 293-301, 1984.

DIUK-WASSER, M.A., BROWN, H.E., ANDREADIS, T.G., FISH, D. Modeling the

spatial distribution of mosquito vectors for West Nile virus in Connecticut, USA.

Vector Borne Zoonotic Dis. 6: 283–295, 2006.

EISEN, L. & EISEN, R.J. Need for improved methods to collect and present spatial

epidemiologic data for vectorborne diseases. Emerging Infectious Diseases 13 (2):

1816-1820, 2007.

58

EISEN, R.J., EISEN, L., LANE, R.S. Predicting density of Ixodes pacificus nymphs in

dense woodlands in Mendocino County, California, based on geographic

information systems and remote sensing versus field-derived data. Am J Trop Med

Hyg. 74: 632–640, 2006a.

EISEN, R.J., LANE, R.S., FRITZ, C.L., EISEN, L. Spatial patterns of Lyme disease

risk in California based on disease incidence data and modeling of vector-tick

exposure. Am J Trop Med Hyg. 75: 669–676, 2006b.

EISEN, R.J., ENSCORE, R.E., BIGGERSTAFF, B.J., REYNOLDS, P.J., ETTESTAD,

P., BROWN, T. Human plague in the southwestern United States, 1957–2004:

spatial models of elevated risk of human exposure to Yersinia pestis. J Med

Entomol. 44: 530–537, 2007.

FERREIRA, L.C. & DEANE, L. Novo depositário do Schizotrypanum cruzi (Chagas,

1909): a irara Tayra barbara (L.). Brasil Médico Rio de Janeiro, 52: 1159-1161,

1938a.

FERREIRA, L.C. & DEANE, L. Infecção experimental de Rhodnius pictipes STÅL,

1872, pelo Schizotrypanum cruzi (Chagas, 1909). Brasil Médico, Rio de Janeiro,

52(49): 1181. 1938b.

FORATTINI, O.P. Biogeografia, origem e distribuição de triatomíneos no Brasil.

Revista de Saúde Pública de São Paulo 14 (13): 265-299, 1980.

FORTES, B.P.M.D., VALENCIA, L.I.O., RIBEIRO, S.V., MEDRONHO, R.A.

Modelagem geoestatística da infecção por Ascaris lumbricoides. Cad Saúde

Pública 20 (3): 727-734, 2004.

FREITAS, C.C., GUIMARÃES, R,J., DUTRA, L.V., MARTINS, F.T., GOUVÊA, E.J.,

SANTOS, R.A., MOURA, A.C., DRUMMOND, S.C., AMARAL, R.S.,

CARVALHO, O.S. Remote sensing and geographic information systems for the

study of schistosomiasis in the state of Minas Gerais, Brazil. In: IEEE International

Geoscience and Remote Sensing Symposium, 2006, Denver, Anais do IEEE

International Geoscience and Remote Sensing Symposium, Denver: p. 2436-

2439.

GALVÃO, C., CARCAVALLO, R., ROCHA, D.S., JURBERG, J. A checklist of the

current valid species of the subfamily Triatominae Jeannel, 1919 (Hemiptera,

Reduviidae) and their geographical distribution, with nomenclatural and taxonomic

notes. Zootaxa 202:1-36, 2003.

59

GASPARETTO, D., VEIGA, N.G. Desenvolvimento de modelos de

interrelacionamento de bases de dados não convencionais aplicados a Vigilância em

Saúde e Epidemiologia. In: Seminário Interno do Programa de Bolsas de Iniciação

Científica do Instituto Evandro Chagas, XII, 2007, Ananindeua-Pa, Livro de

resumos do XII Seminário Interno do Programa de Bolsas de Iniciação

Científica do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua-Pa: 2007, PROJ/EPI/GEO-

12, p.45-46.

GASPARETTO, D., MONTEIRO.J.J., RODRIGUES, L.P.S., FADUL, M., COSTA,

S.B.N. VEIGA, N. Estudo Ecoepidemiológico da Incidência da Leptospirose

Humana no Bairro do Guamá, na Cidade de Belém-Pa, nos anos de 2007 e 2008.

Ciência & Saúde Coletiva, p. 110-111, 2009.

GASPARETTO, D., RODRIGUES, L.P.S., ARAUJO, D.M., PEIXOTO, C.R.A.,

SOFFIATTI, N. F. L., VEIGA, N. Algoritmo Genético Aplicado à Análise de

Fatores de Risco Associados à Incidência da Malária, no Município de Augusto

Corrêa – Pará, Brasil, em 2005. In: Computer on the Beach, 2010, Florianópolis,

Anais do Computer on the Beach 2010, Florianópolis: Ed. UFSC, 2010. Artigos

Curtos: Trilha de Computação aplicada à Saúde, p. 137-141.

GASPARETTO, D., MOURA, A.F., RODRIGUES, L.P.S., SOFFIATTI, N.F.L.,

GONCALVES, M.S.V., COSTA, S.B.N., VEIGA, N.G., Geotecnologias

Emergentes Aplicadas ao Estudo de Tuberculose (TB), em Castanhal, Pará, Brasil,

em 2009. In: Computer on the Beach , 2011, Florianópolis-SC, Anais do Computer

on the Beach 2011. Florianópolis-SC : EdUFSC, 2011. p.347-348.

GAUNT, M. & MILES, M. The ecotopes and evolution of triatomine bugs

(Triatominae) and their associated trypanosomes. Mem Inst Oswaldo Cruz

95(4):557-565, 2000.

GORLA, D., PORCASI, X., CATALÁ, S.S. Sistemas de Información Geográfica y

Sensores Remotos como Herramientas en los Programas de Control Vectorial de la

Enfermedad de Chagas. In: VI Reunión de la Iniciativa Andina para el Control de la

Enfermedad de Chagas. Bogotá, Colombia. 259-270p. 2005.

GUERRA, M., WALKER, E., JONES, C., PASKEWITZ, S., CORTINAS, M.R.,

STANCIL, A. Predicting the risk of Lyme disease: habitat suitability for Ixodes

scapularis in the north-central United States. Emerg Infect Dis. 8: 289–297, 2002.

GUEVARA, B.G. Aporte de la etnografía en el conocimiento de los códigos

socioculturales de la leishmaniasis cutánea localizada en un programa de educación

para la salud, en Venezuela. Cad Saúde Pública 23 (1): S75-S83, 2007.

60

GUIMARÃES, R.J., FREITAS, C.C., DUTRA, L.V., MOURA, A.C., AMARAL, R.S.,

DRUMMOND, S.C., GUERRA, M., SCHOLTE, R.G., FREITAS, C.R.,

CARVALHO, O.S. Analysis and estimative of schistosomiasis prevalence for the

state of Minas Gerais, Brazil, using multiple regression with social and

environmental spatial data. Mem Inst Oswaldo Cruz 101 (1): 91-96, 2006.

GUIMARÃES, R.J., FREITAS, C.C., DUTRA, L.V., MOURA, A.C., AMARAL, R.S.,

DRUMMOND, S.C., SCHOLTE, R,G., CARVALHO, O.S. Schistosomiasis risk

estimation in Minas Gerais state, Brazil, using environmental data and GIS

techniques. Acta Trop 108: 234-241, 2008.

GUIMARÃES, R.J., FREITAS, C.C., DUTRA, L.V., FELGUEIRAS, C.A., MOURA,

A.C., AMARAL, R.S., DRUMMOND, S.C., SCHOLTE, R.G., OLIVEIRA, G.,

CARVALHO, O.S. Spatial distribution of Biomphalaria mollusks at São Francisco

River Basin, Minas Gerais, Brazil, using geostatistical procedures. Acta Trop 109:

181-186, 2009.

GRIJALVA, M.J., ESCALANTE, L., PAREDES, R.A., COSTALES, J.A., PADILLA,

A., ROWLAND, E.C., AGUILAR, H.M., RACINE, J. Seroprevalence and risk

factors for Trypanosoma cruzi infection in the Amazon region of Ecuador. Am J

Trop Med and Hyg 69: 380-385, 2003.

HAU, L.C., NASCIMENTO, L.F.C., TOMAZINI, J.E. Geoprocessamento para

identificar padrões do perfil de nascimentos na região do Vale do Paraíba. Rev.

Bras. Ginecol. Obstet. 31 (4) 171-176, 2009.

HEDERSON, A.; GALEANO, G.; BERNAL, R. Field Guides to the Palms of he

Americas. New Jersey, Princeton University Press, 1995. 351p

HINO, P., SANTOS, C.B., VILLA, T.C.S., MUNIZ, J.N., MONROE, A.A.

Tuberculosis patients submitted to Supervised Treatment. Ribeirão Preto - São Paulo

- Brazil 1998 and 1999. Rev Latino-am Enfermagem 13(1): 27-31, 2005.

HINO, P., VILLA, T.C.S., SASSAKI, C.M., NOGUEIRA, J.A., SANTOS, C.B.

Geoprocessing in health area. Rev Latino-am Enfermagem 14 (6): 939-943, 2006.

IBGE. IBGE Cidades@, Abaetetuba-PA, 2007. Disponível em: <

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=150010#> Acesso em:

04/11/2011.

JUNQUEIRA, A.C., DEGRAVE, W., BRANDAO, A. Minicircle organization and

diversity in Trypanosoma cruzi populations. Trends in Parasitology 21(6):270-2,

2005.

61

KABATEREINE, N.B., BROOKER, S., TUKAHEBWA, E.M., KAZIBWE, F.,

ONAPA, A.W. Epidemiology and geography of Schistosoma mansoni in Uganda:

implications for planning control. Trop Med Int Health 9: 372-380, 2004.

KITRON, U., KAZMIERCZAK, J.J. Spatial analysis of the distribution of Lyme

disease in Wisconsin. Am J Epidemiol. 145: 558–566, 1997.

KRISTENSEN, T.K., MALONE, J.B., MCCARROLL, J.C. Use of satellite remote

sensing and geographic information systems to model the distribution and

abundance of snail intermediate hosts in Africa: a preliminary model for

Biomphalaria pfeifferi in Ethiopia. Acta Trop 79: 73-78, 2001.

KUBO, Y. Sistemas de Informação Espaciais aplicados a Ecologia. INFOIMAGEM,

Curitiba, v. II, p. 34-39, 1995.

LACAZ, C. S., BARUZZI, R. G., SIQUEIRA, W. Introdução à Geografia Médica do

Brasil. 1972.

LAGROTTA, M.T.F., SILVA, W.C., SOUZA-SANTOS, R. Identification of key areas

for Aedes aegypti control through geoprocessing in Nova Iguaçu, Rio de Janeiro

State, Brazil. Cad Saúde Pública 24 (1): 70-80, 2008.

LAINSON, R., SHAW, J.J., FRAIHA NETO, H., MILES, M.A., DRAPER, C.C.

Chagas’s disease in the Amazon Basin. I. Trypanosoma cruzi infections in silvatic

mammals, triatomine bugs and man in the State of Pará, North Brazil. Transactions

of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 73:193-204, 1979.

LAPA, T.M. Análise espacial da distribuição da hanseníase no município de

Olinda: uma contribuição ao sistema local de Vigilância Epidemiológica. Tese -

São Paulo, Universidade de São Paulo, 1999. 124p.

LAPA, T.M., XIMENES, R., SILVA, N.N., SOUZA, W., ALBUQUERQUE,

M.F.P.M., CAMPOZANA, G. Vigilância da hanseníase em Olinda, Brasil,

utilizando técnicas de análise espacial. Cad Saude Publica 17 (5): 1153-1162,

2001.

LEHANE, M.J., MCEWEN, P.K., WHITAKER, C.J., SCHOFIELD, C.J. The role of

temperature and nutritional status in flight initiation by Triatoma infestans. Acta

Trop 52(1): 27-38, 1992.

LENT, H. & WYGODZINSKI, P. Revision of the Triatominae (Hemiptera, Reduviidae)

and their significance as vectors of Chagas’ disease. Bulletin of the American

Museum of Natural History 163(1):-529, 1979.

62

LUITGARDS-MOURA, J.F., VARGAS, A.B., ALMEIDA, C.E., MAGNO-

ESPERANÇA, G., AGAPITO-SOUZA, R., FOLLY-RAMOS, E., COSTA, J.,

TSOURIS, P., ROSA-FREITAS, M.G. A. Triatoma maculata (Hemiptera,

Reduviidae, Triatominae) population from Roraima, Amazon region, Brazil, has

some bionomic characteristics of a potential Chagas disease vector. Revista do

Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 47(3 ): 131-137, 2005.

MALCOLM, J.R. Comparative abundances of neotropical small mammals by trap

height. Journal of Mammalogy, 72:188-192, 1991.

MALONE, J.B., HUH, O.K., FEHLER, D.P., WILSON, P.A., WILENSKY, D.E.,

HOLMES, R.A., ELMAGDOUB, A.I. Temperature data from satellite image-ry and

distribution of schistosomiasis in Egypt. Am J Trop Med Hyg 50: 714-722, 1994.

MALONE, J.B., ABDEL-RAHMAN, M.S., EL BAHY, M.M., HUH, O.K., SHAFIK,

M., BAVIA, M. Geographic information systems and the distribution of

Schistosoma mansoni in the Nile delta. Parasitol Today 13: 112-119, 1997.

MALONE, J.B., YILMA, J.M., MCCARROLL, J.C., ERKO, B., MUKARATIRWA,

S., ZHOU, X. Satellite climatology and the environmental risk of Schistosoma

mansoni in Ethiopia and east Africa. Acta Trop 79: 59-72, 2001.

MARCILI, A.,VALENTE, V.C., VALENTE, S.A.S., JUNQUEIRA, A.C.V., MAIA

DA SILVA, F., NAIFF, R.D., CAMPANER, M., COURA, J.R., CAMARGO, E.P.,

MILES, M.A., TEIXEIRA, M.MG. Trypanosoma cruzi in Brazilian Amazonia:

lineages TCI and TCIIa in wild primates, Rhodnius spp. and in humans with Chagas

disease associated with oral transmission. Int J Parasitol 39:615–623. 2009a.

MASCARENHAS, B.M. Triatomíneos da Amazônia: ocorrência de Triatomíneos na

área do reservatório da Hidrelétrica de Tucuruí, Pará, e observações sobre o ciclo

evolutivo de R. robustus, Larrousse, 1927 (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae).

Acta Amazonica, 16/17:607-616, 1986.

MASCARENHAS, B.M. Descrição dos estádios imaturos de Rhodnius brethesi Matta,

1919 (Hemiptera, Reduviidae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série

Zoologia, 3(2):183-194, 1987.

MASCARENHAS, B.M. Triatomíneos da Amazônia: sobre o habitat e algumas

considerações comportamentais de Rhodnius brethesi Matta, 1919 (Hemiptera,

Reduviidae, Triatominae) na Região do Médio Rio Negro, Amazonas. Boletim do

Museu Paraense Emílio Goeldi, série Zoologia, 7(2): 107-116, 1991.

63

MERCARONI, D.A. Análise espacial da endemia hansênica no município de

Fernandópolis/SP. Tese - Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2003. 112p.

MILES, M.A. A simple method of tracking mammals and locating triatomine vectors of

Trypanosoma cruzi in Amazônian forest. Am J Trop Med Hyg, 25: 671-674 1976.

MILES, M.A., SOUZA, A.A., POVOA, M.M., SHAW, J.J., LAINSON, R., TOYÉ, P.J.

Isozymic heterogeneity of Trypanosoma cruzi in the first authocthonous patients

with Chagas disease in Amazônian Brazil. Nature 272:819-821 1978.

MILES, M.A., CEDILLOS, R.A., PÓVOA, M.M., DE SOUZA, A.A., PRATA, A.,

MACEDO, V. Do radically dissimilar Trypanosoma cruzi strains (zymodemes) cause

Venezuelan and Brazilian forms of Chagas disease? Lancet 1: 1338-1340, 1981a.

MILES, M.A., SOUZA, A.A., PÓVOA, M.M. Chagas’ disease in the Amazon Basin.

III. Ecotopes of ten triatomine species (Hemiptera, Reduviidae) from the vicinity of

Belém, Pará State, Brazil. J Med Entomol 18:266-278, 1981b.

MILES, M.A., ARIAS, J.R., VALENTE, S.A.S., NAIFF, R.D., SOUZA, A.A..

PÓVOA, M.M., LIMA, J.A.N., CEDILLOS, R.A. Vertebrate hosts and vectors of

Tryanosoma cruzi in the Amazon Basin of Brazil. Am J Trop Med and Hyg 32:

1251-1259, 1983.

MILES, M.A. & SOUZA, A.A. Triatomíneos. In: Instituto Evandro Chagas, 50 anos

de contribuição às ciências biológicas e à medicina tropical. Belém, Fundação

Serviços de Saúde Pública, 321-333, 1986.

MILES, M.A., FELICIANGELI, M.D., DE. ARIAS, A.R. American trypanosomiasis

(Chagas' disease) and the role of molecular epidemiology in guiding control

strategies. BMJ, 326:1444-8, 2003.

MILES, M.A. Orally acquired Chagas disease: lessons from an urban school outbreak. J

Infect Dis 201(9):1282-4, 2010.

MINOLI, S.A. & LAZZARI, C.R. Take-off and orientation of triatomines (Heteroptera:

Reduviidae) in relation to the presence of artificial lights. Acta Trop 97: 324-330,

2006.

MONTEIRO, F.A., BARRETT, T.V., FITZPATRICK, S., CORDON-ROSALES, C.,

FELICIANGELI, D., BEARD, C.B. Molecular phylogeography of the Amazonian

Chagas disease vectors Rhodnius prolixus and R. robustus. Mol Ecol 12(4): 997-

1006, 2003.

64

MONTEIRO, F.A., WESSON, D.M., DOTSON, E.M., SCHOFIELD, C.J., BEARD,

C.B. Phylogeny and molecular taxonomy of the Rhodniini derived from

mitochondrial and nuclear DNA sequences. Am J Trop Med Hyg 62(4):460-5,

2000.

MONTEIRO, F.A., ESCALANTE, A,A., BEARD, C.B. Molecular tools and triatomine

systematics: a public health perspective. Trends Parasitol 17(7):344-7, 2001.

NAIFF, M.F., NAIFF, R.D., BARRET, T.V. Vetores selváticos de doença de Chagas na

área urbana de Manaus (AM): atividade de vôo nas estações secas e chuvosas. Rev

Soc Bras Med Trop 31:103-105,1998.

NICHOLSON, M.C., MATHER, T.N. Methods for evaluating Lyme disease risks using

geographic information systems and geospatial analysis. J Med Entomol. 33 (5):

711–720, 1996.

NOIREAU, F., BOSSENO, M.F., CARRASCO, R., TELLERIA, J., VARGAS, F.,

CAMACHO, C., YAKSIC, N., BRENIÈRE, F. Sylvatic triatomines (Hemiptera:

Reduviidae) in Bolivia. Trends towards domesticity and possible infection with

Trypanosoma cruzi (Kinetoplastida: Trypanosomatidae). J Med Entomol 32: 594-

598, 1995.

NOIREAU, F., FLORES, R. & VARGAS, F. Trapping sylvatic Triatominae

(Reduviidae) in hollow trees. Trans R Soc Trop Med Hyg 93:13-14, 1999.

NOIREAU F, FLORES R, GUTIERREZ T, ABAD-FRANCH F, FLORES E,

VARGAS F. Natural ecotopes of Triatoma infestans dark morph and other sylvatic

triatomines in the Bolivian Chaco. Trans R Soc Trop Med Hyg 94(1):23-7, 2000.

NOIREAU, F. & DUJARDIN, J.P. Flight and Nutritional Status of Sylvatic Triatoma

sordida and Triatoma guasayana. Mem Inst Oswaldo Cruz 96: 385-389, 2001.

NOIREAU, F., CARBAJAL-DE-LA-FUENTE, A.L., LOPES, C.M., DIOTAIUTI, L.

Some considerations about the ecology of Triatominae. An Acad Bras Cienc

77(3):431-6, 2005.

OPS. Organización Panamericana de la Salud. Estimación cuantitativa de La

enfermedad de Chagas en las Américas. Document OPS/HDM/CD425-06.

Organización Panamericana de la Salud, Montevideo, 2006.

65

PENNA, F., VEIGA, N.G. Desenvolvimento de modelos de interrelacionamento de

bases de dados não convencionais aplicados a Vigilância em Saúde e Epidemiologia.

In: Seminário Interno do Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Instituto

Evandro Chagas, IX, 2004, Belém-Pa. Livro de resumos do IX Seminário Interno

do Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Instituto Evandro Chagas,

Belém-Pa: 2004, IEC/ SVS/ MS.

PINTO, A.Y.N., HARADA, G.S., VALENTE, V.C., ABUD, J.E., GOMES, F.D.,

SOUZA, G.C.,VALENTE, S.A.S. Cardiac attacks in patients with acute Chagas

disease in a family micro-outbreak, in Abaetetuba, Brazilian Amazon. Rev Soc Bras

Med Trop 34(5):413-419, 2001.

PINTO, A.Y., VALENTE, S.A., VALENTE, V.C. Emerging acute Chagas disease in

Amazônian Brazil: case reports with serious cardiac involvement. Braz J Infect Dis

8(6):454-60, 2004.

PINTO, A.Y.N., VALENTE, S.A.S., VALENTE, V.C., FERREIRA JUNIOR, A.G.,

COURA, J.R. Fase aguda da doença de Chagas na Amazônia brasileira: estudo de

233 casos do Pará, Amapá e Maranhão observados entre 1988 e 2005. Rev Soc Bras

Med Trop. 41:602-614, nov-dez, 2008

PINTO, A.Y.N., FERREIRA, A.G., VALENTE, V.C., HARADA, G.S., VALENTE

S.A.S. Urban outbreak of acute Chagas disease in Amazon region of Brazil: four-

year follow-up after treatment with benznidazole. Rev Pan Salud Publica 25(1):77–

83, 2009.

RAMIREZ, A., OLUGASA, B., BICKETT-WEDDLE, D. Geographic information

systems and its role in biological risk management. Center for Food Security and

Public Health, 2160 Veterinary Medicine , Ames, IA 50011: 515-294-7189, 2004.

RODRIGUES, B.A. & MELO, G.B. Contribuição ao estudo da tripanosomíase

americana. Mem Inst Oswaldo Cruz 37(1): 77-90,1942.

RODRIGUES, I., VEIGA, N.G. Malacological Fauna in Conservations Units from

Mineral Province of Carajás, Pará, Brazil. In: XI Simpósio Internacional sobre

Esquistossomose, 2008, Salvador - Ba. Anais do XI Simpósio Internacional sobre

Esquistossomose. Salvador - Ba : UFBa, 2008.

66

RODRIGUES, L.P.S., DINIZ, A.S., GASPARETTO, D., MONTEIRO, J.J.B.,

SOFFIATTI, N.F.L.,VEIGA, N.G. Análise Espaço-Temporal da Incidência da

Malária, nos Municípios de Bragança e Augusto Corrêa-Pa, em 2008. In: Reunião

Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 61, 2009, Manaus.

Anais do 61 Encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência,

Manaus: EdiFUA, 2009. Resumo nº5936. Disponível em: <

http://www.sbpcnet.org.br/livro/61ra/resumos/resumos/5936.htm> Acesso

em:05/08/2011.

RODRIGUES, L.P.S., GASPARETTO, D. NOBREGA, M.B., MONTEIRO, J.J.B.,

PEIXOTO, C.R.A., VEIGA, N.G. Geotecnologias Aplicadas ao Estudo da Malária,

no Município de Curralinho-Pa, Brasil, 2009. In: XV Congresso Médico

Amazônico, 2010, Belém-Pa, CD de Resumos do XV Congresso Médico

Amazônico, Belém-Pa: Eventus, 2010.

RODRIGUES, L.P.S., GASPARETTO, D., MONTEIRO, J.J.B., SOFFIATTI, N.F.L.,

VEIGA, N.G. Análise Temporal da Incidência da Hepatite A no Município de

Belém-Pa, Brasil, nos anos de 2008 e 2009 e Disseminação de Informações na Ilha

de Cotijuba. Revista TECCEN 3 (1): 68-76, 2010.

RODRIGUES, L.P.S., NÓBREGA, M., GASPARETTO, D., ARAUJO, D.M.,

PEIXOTO, C.R.A., VEIGA, N. Lógica fuzzy e geotecnologias aplicadas ao estudo

de malária, no município de Curralinho-Pa, Brasil, 2009. In: Computer on the

Beach, 2010, Florianópolis, Anais do Computer on the Beach 2010, Florianópolis:

Ed. UFSC, 2010. Artigos Curtos: Trilha de Computação aplicada à Saúde, p. 142-

146. Disponível em:< http://www.computeronthebeach.com.br/2011/anais/Anais

Computer2010.iso> Acesso em: 10/08/2011.

ROMAÑA, C.A., PIZARRO, J.C., RODAS, E., GUILBERT, E. Palm trees as

ecological indicators of risk areas for Chagas disease. Trans Royal Soc Trop Med

Hyg. 93: 594-595, 1999.

SALES, C.M.M., FIGUEIREDO, T.A.M., ZANDONADE, E., MACIEL, E.L.N. Análise

espacial da tuberculose infantil no Estado do Espírito Santo, 2000 a 2007. Rev Soc

Bras Med Trop 43 (4): 435-439, 2010.

SAMPAIO, A.C.; VEIGA, N.G. Desenvolvimento de modelos de interrelacionamento

de bases de dados não convencionais aplicados a Vigilância em Saúde e

Epidemiologia. In: Seminário Interno do Programa de Bolsas de Iniciação Científica

do Instituto Evandro Chagas, X, 2005, Belém-Pa, Livro de Resumos do X

Seminário Interno do Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Instituto

Evandro Chagas, Belém-Pa: IEC/ SVS/ MS, 2005.

SCHOFIELD, C.J., DIOTAIUTI, L., DUJARDIN, J.P. Elimination of Chagas disease

transmission: perspectives. Mem Inst Oswaldo Cruz 94(Suppl1):375-8. Review,

1999.

67

SCHOFIELD C.J., JANNIN, J., SALVATELLA, R. The future of Chagas disease

controlo Trends Parasitol 22(12):583-8, 2006.

SETO, E., XU, B., LIANG, S., GONG, P., WU, W., DAVIS, G.M., QUI, D., GU, X.,

SPEAR, R. The use of remote sensing for predictive modeling of schistosomiasis in

China. Photogramm Eng Remote Sensing 68: 167-174, 2002.

SHAW, J.J., LAINSON, R., FRAIHA, H. Considerações sobre a epidemiologia dos

primeiros casos autóctones de doença de Chagas registrados em Belém, Pará, Brasil.

Rev Saúde Pública 3:153-157, São Paulo, 1969.

SILVEIRA, A.C.S. O controle da doença de Chagas nos países do Cone Sul da

América. História de uma iniciativa internacional: 1991/2001. Faculdade de

Medicina do Triângulo Mineiro, Organização Pan-americana de Saúde, Coord. A.C.

Silveira e cols. P. 15-43, 2002.

SILVEIRA, A.C. Epidemiological and social determinants of Chagas disease and its

control in the Amazon countries - Group discussion. Mem Inst Oswaldo Cruz 102

(1): 71-74, 2007.

SILVEIRA, A.C. O Inquérito triatomínico (1975-1983). Rev Soc Bras Med Trop 44

(Suppl. 2): 26-32, 2011.

SNOW, J. Sobre a maneira da transmissão da cólera. São Paulo, Hucitec-Abrasco,

1990. 249p.

SOFFIATTI, N.F.L., MONTEIRO, J.J.B., BRANDAO, R., RODRIGUES, L.P.S.,

GASPARETTO, D., VEIGA, N.G. Leishmaniose Visceral Americana em Cametá:

Prospecção de Fatores de Risco Coletivo em 2008. In: Congresso Brasileiro de

Saúde Coletiva, IX, 2009, Recife-PE, CD de Anais do IX Congresso Brasileiro de

Saúde Coletiva 2009, Recife-PE: ABRASCO, 2009. Nº8634, p. 112-113.

SOFFIATTI, N.F.L., GASPARETTO, D., MONTEIRO, J.J.B., RODRIGUES, L.P.S.,

CARNEIRO, C.J.R., PEIXOTO, C.R.A., VEIGA, N.G., GARCÊS, M.L.

Geotechnologies and Eco-epidemiology of Visceral Leishmaniosis: Partial Results

in West Pará-North Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 42: 150-153, 2010.

SONTWOOD, T.R.E. Ecological Methods with particular references to the study of

insect populations. 2ed. London, Chapman & Hall, 1978. 524 p.

SOUZA, C.C., GASPARETTO, D., SOUZA, C.T.N., SOFFIATTI, N.F.L.,

BRANDAO, R., VEIGA, N.G. Desenvolvimento de um Banco de Dados

Geográficos para a Análise Espacial da Leishmaniose Visceral em Cametá-PA.

Revista TECCEN 2 (1): 37-43, 2009.

68

SOUZA, C.C., GASPARETTO, D., SOUZA, C.T.N., SOFFIATTI,N.F.L., VEIGA,N.

Análise ecoepidemiológica da incidência da doença de Chagas em Abaetetuba,

Barcarena e Bragança, no Estado do Pará, entre 2000 e 2006, utilizando

geotecnologias livres. In: Anais Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,

XIV, 2009, Natal, Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,

Natal: INPE, 2009. p. 4457-4464.

SOUZA, F.S., FONSECA, A.H., PEREIRA, M.J.S., SILVA, J.X., GOES, M.H.B.

Geoprocessamento aplicado à observação da sazonalidade das larvas da mosca

Dermatobia hominis no município de Seropédica - RJ. Arq. Bras. Med. Vet.

Zootec. 59 (4): 889-894, 2007.

STEINMANN, P., KEISER, J., BOS, R., TANNER, M., UTZINGER, J. Schisto-

somiasis and water resources development: systematic review, meta-analysis and

estimates of people at risk. Lancet Infect Dis 6: 411-425, 2006.

TEIXEIRA, A.R.L., MONTEIRO, P.S., REBELO, J.M., ARGAÑARAZ, E.R.,

VIEIRA, D., LAURIA-PIRES, L., NASCIMENTO, R., VEXENAT, C.A., SILVA,

A.R., AULT, S.K., COSTA, J.M. Emerging Chagas Disease: Trophic network and

cycle of transmission of Trypanosoma cruzi from palm trees in the Amazon. The

Emerging Infections Diseases 7(1):100-112, 2001.

TELES, H.M.S. Distribuição geográfica das espécies dos caramujos transmissores de

Schistosoma mansoni no Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 38(5):

426-432, 2005.

TRABAQUINI, K., MIGLIORANZA, E., FRANCA, V., PEREIRA NETO, O.C.

Caracterização de lavouras cafeeiras, utilizando técnicas de geoprocessamento e

sensoriamento remoto, no município de Umuarama - PR. Ciênc Agrotec 35 (1): 35-

44, 2011.

URBINA, J.A., DO CAMPO, R. Specific chemotherapy of Chagas disease:

controversies and advances. Trends Parasitol 19(11):495-501, 2003

VALENTE, S.A.S., LIMA, J.A.N., SOUZA, A.A.A., PÓVOA, M.M., RODRIGUES,

I.R.C., MILES, M.A. Triatoma rubrofasciata (De Geer, 1773) em Belém. In:

Congresso da Sociedade Brasileira de Parasitologia, X, 1987, Salvador-BA.

Programa e Resumos dos Temas Livres, Salvador-BA: Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 1987, p. 85-86.

VALENTE, S.A.S., DA SILVA, B.C., VALENTE, V.C., AQUINO, M.G.

Epidemiologia do Triatoma rubrofasciata (De Geer, 1773) e doença de Chagas em

São Luís (MA). In: XIV Congresso Brasileiro de Parasitologia, 1994, Goiânia - GO.

Anais do XIV Congresso Brasileiro de Parasitologia. Programa e Resumos dos

Temas Livres e Pôsters. p.218. 1995.

69

VALENTE, S.A.S., VALENTE, V.C., FRAIHA NETO, H. Considerations on the

epidemiology and transmission of Chagas Disease in the Brazilian Amazon. Mem

Inst Oswaldo Cruz 94:395-398, 1999a.

VALENTE, S.A.S., LEÃO, R.Q., VALENTE, V.C., PINTO, A.Y.N., CRESCENTE,

J.A.B., PARDAL, P.P.O., VALE, T.J.L. Microepidemia familiar com 11 casos de

doença de Chagas em Abaetetuba, Estado do Pará com suspeita de transmissão oral.

Rev Soc Bras Med Trop 31:83-84, 1999b.

VALENTE, S.A.S., VALENTE, V.C., PINTO, A.Y.N. Epidemiologia e transmissão

oral da Doença de Chagas na Amazônia Brasileira. In: ORGANIZACIÓN

PANAMERICANA DE LA SALUD; ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA

SALUD. Unidad Regional de Prevention y Control de Enfermedades Transmisibles

(DPC/CD/CHA), Grupo Técnico Especializado en inocuidad de Alimentos. Informe

de la consulta técnica en Epidemiologia, Preveción y Manejo de la transmisión

de la Enfermedad de Chagas como Enfermedad Transmitida por Alimentos

(ETA), Rio de Janeiro, 46 p, 2006.

VALENTE, S.A.S. Estudos dos surtos de doença de Chagas ocorridos no Pará e

Amapá: análise parasitológica, sorológica e molecular. Tese (Doutorado em

Biologia Parasitária) – Rio de Janeiro, Instituto Oswaldo Cruz, 2008. 162p.

VALENTE, S.A.S., VALENTE, V.C., PINTO, A.Y.N., CÉSAR, M.J.B., SANTOS,

M.P., MIRANDA, C.O.S., CUERVO, P., FERNANDES, O., Analysis of an acute

Chagas disease outbreak in the Brazilian Amazon: human cases, triatomines,

reservoir mammals and parasites. Trans R Soc Trop Med Hyg 103:291-297, 2009.

VALENTE, V.C., TELES, A.P., VALENTE, S.A.S., PARDAL, P.P.O. Episódio

familiar com 4 casos de doença de Chagas autóctone em Santana, Estado do Amapá.

Rev Soc Bras Med Trop, 31:60, 1998.

VALENTE, V.C., VALENTE, S.A.S., CARCAVALLO, R.U., ROCHA, D.S.,

GALVÃO,C., JURBERG, J. Considerações sobre uma nova espécie do gênero

Rhodnius Stål, do Estado do Pará, Brasil (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae).

Entomologia y Vectores, Rio de Janeiro, 8(1): 65-80, 2001.

VALENTE, V.C., VALENTE, S.A.S., GOMES, F.S.G., ARAÚJO, J.E.A., SOUZA,

G.C. Triatomíneos silvestres avançam sobre o domicilio do homem em Abaetetuba,

Pará: relato de estudo preliminar. Rev Soc Bras Med Trop, v. 37, p.37, 2004.

Suplemento 1. Apresentado no Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical, XL, 2004, Aracaju, 2004.

70

VALENTE, V.C. Estudo genotípico de Trypanosoma cruzi linhagem TCI:

epidemiologia e caracterização molecular de isolados do Pará, Amapá e

Maranhão. Tese (Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários) –

Belém, Universidade Federal do Pará, 2011. 155p.

VALLADARES, G.S., CAMARGO, O.A., CARVALHO, J.R.P., SILVA, A.M.C.

Assessment of heavy metals in soils of a vineyard region with the use of principal

component analysis. Sci Agric (Piracicaba, Braz.) 66(3): 361-367, 2009.

VASSARSTATS. Desenvolvido por Richard Lowry. Disponível em

<http://vassarstats.net/> Acesso em: 01/03/2013.

VEIGA, N.G. Estudo da Alteração da Cobertura Vegetal no Município de Santa Maria

do Pará. In: Informazonia, II, 1991, Belém, Anais do II Informazonia, Belém:

1991. P.107-108.

VEIGA, N.G., RODRIGUES, I., GOMES, B., BRANDAO, R., ROSA, A., AMARAL,

R. Observações sobre sete anos (1998-2004) de controle Malacológico em seis

municípios do nordeste do Pará. In: Congresso Brasileiro de Parasitologia, XIX,

2005, Porto Alegre, Anais do XIX Congresso Brasileiro de Parasitologia. Porto

Alegre: UFRGS, 2005.

VEIGA, N.G. Avaliação de Disseminação Seletiva de Informação Epidemiológica sobre

Hepatite A, em Anájas-Pa, Utilizando Recursos Multimídia. In: XIV Seminário

Nacional de Bibliotecas Universitárias, 2006, Salvador-Ba. Anais do XIV

Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias. Salvador-Ba: UFBA, 2006.

VEIGA, N.G., BENSABATH, G. Análise Espacial e Temporal da Prevalência da

Infecção pelo vírus da Hepatite A em Anajás-Pa: O caos social numa leitura

dialética aplicada a saúde pública. In: XI Congresso Internacional de Saúde

Coletiva, 2006, Rio de Janeiro. Anais do XI Congresso Internacional de Saúde

Coletiva. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2006.

VEIGA, N.G., GASPARETTO, D. Modelo de Análise Espaço-Temporal da

Ecoepidemiologia da Malária no Município de Bragança e Augusto Correa-Pa, no

período de 2001 a 2006. In: III Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, 2007,

Curitiba-PR, Livro de Resumos III Simpósio Nacional de Geográfica da Saúde,

Curitiba-PR: UFPR, 2007. p. 1-11.

VEIGA, N.G., GASPARETTO, D. Modelo de Análise Espaço-Temporal da

Ecoepidemiologia da Malária no Município de Bragança e Augusto Correa-Pa, no

período de 2001 a 2006. In: Colóquio Internacional de Geocrítica, X, 2008,

Barcelona, Anais do X Colóquio Internacional de Geocrítica, Barcelona:

Universidad de Barcelona. 2008 p 1-7. Disponível em:< http://www.ub.es/geocrit/-

xcol/419.htm> Acesso em: 10/08/2011.

71

VEIGA, N.G., SOFFIATTI, N.F.L., MONTEIRO, J.J.B., GASPARETTO, D.,

RODRIGUES, L.P.S. Incidência da Malária, em Áreas de Manguezais, no

Município de Bragança-PA, Brasil, no Período de 2001 a 2008. In: Congresso

Latinoamericano de Ciencias del Mar, XIII, 2008, Havana. Anais do XIII

Congresso Latinoamericano de Ciencias del Mar, Havana: Editora de la

Universidad de La Habana, 2008.

VEIGA, N.G., SOUZA, C.C., GASPARETTO, D., BARBOSA, F., MONTEIRO,

J.J.B., BARREIROS, M.A., SOFFIATTI, N.F.L. Classificação de Dados Botânicos

e Geomorfológicos, Utilizando Redes Neurais Artificiais, Aplicados a Análise

Ecoepidemiológica da Doença de Chagas em Abaetetuba, Barcarena e Bragança, no

Estado do Pará no período de 2000 a 2006. In: Congresso da Sociedade Brasileira de

Computação, XXVIII, Belém. Anais do XXVIII Congresso da Sociedade

Brasileira de Computação, Belém: 2008. p.71-80.

VEIGA, N.G., SOUZA, C.C., GASPARETTO, D., SOFFIATTI, N.F.L., BARREIROS,

M.A., BARBOSA, F., GOMES, B. Análise espaço-Temporal da Incidência da

Malária nos Municípios de Bragança e Augusto Corrêa, no período de janeiro de

2001 a fevereiro de 2008. In: Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e

Tecnologia da Geoinformação, II, 2008, Recife-PE, Anais do II Simpósio

Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologia da Geoinformação, Recife:

UFPe, 2008. p.000-000

VEIGA, N.G., SOFFIATTI, N.F.L., GASPARETTO, D. Análise Geoestatística da

Malária na Região Nordeste do Pará. In: XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento

Remoto, 2009, Natal-RN. Anais XIV SBSR. Campinas-SP: INPE, 2009.

VEIGA, N.G., VILHENA, E.R., LUNA, W.L.V., CARNEIRO, C.J.R., RODRIGUES,

L. P. S., GASPARETTO, D. Estudo Ecoepidemiológico da Doença de Chagas, nos

Municípios de Barcarena e Abaetetuba-Pa, no Período de 2000 a 2006. In:

Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, IX, 2009, Recife-PE, CD de Anais do IX

Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva 2009, Recife-PE: ABRASCO, 2009.

Nº9819, p. 108-109.

VEIGA, N., MONTEIRO, J.J.B., KAHWAGE, C.M.C., SENNA, C.S.F.,

RODRIGUES, L.P.S. Inteligência artificial e geotecnologias emergentes aplicadas

em estudos ecoepidemiológicos de malária no município de Bragança-Pará, Brasil,

no período de 2006 a 2008. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Computação,

XXX, 2010, Anais do XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação,

Belo horizonte: SBC, 2010. p.1630-1640. Disponível em: <

http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/ wim/st06_02.pdf> Acesso em:

10/08/2011.

72

VEIGA, N.G., RODRIGUES, L.P.S., SOFFIATTI, N.F.L., MONTEIRO, J.J.B.,

BICHARA, C.N.C., GASPARETTO, D. Sistema de Apoio a Decisão em Vigilância

em Saúde Ambiental para Áreas de Influência de Usinas Hidrelétricas: O caso do

Projeto Belo Monte (UHBM), no Município de Vitória do Xingu, Estado do Pará,

2010. In: Computer on the Beach, 2011, Florianópolis-SC, Anais do Computer on

the Beach 2011, Florianópolis-SC: EdUFSC, 2011. p.351-352.

VEIGA, N.G., SOFFIATTI, N.F.L., RODRIGUES, L.P.S. MONTEIRO, J.J.B.,

BICHARA, C.N.C GASPARETTO, D. Processamento Digital de Imagens de

Satélites Aplicado à Análise de Dados Ambientais, Socoeconômicos e de Saúde, na

Área de Influência de um Projeto de Mineração de Bauxita, no Município de Juruti,

Estado do Pará, 2010. In: Computer on the Beach, 2011, Florianópolis-SC, Anais do

Computer on the Beach 2011, Florianópolis-SC: EdUFSC, 2011. p.349-350.

VILLELA, M.M., SOUZA, J.M.B., MELO, V.P., DIAS, J.C.P. Vigilância

epidemiológica da doença de Chagas em programa descentralizado: avaliação de

conhecimentos e práticas de agentes municipais em Região endêmica de Minas

Gerais, Brasil (Chagas disease epidemiological surveillance in a decentralized

program: evaluation of practice and knowledge among municipal health agents in an

endemic region of Minas Gerais State, Brazil). Cad Saúde Pública 23:2428-2438,

2007.

WANDERLEY, D.M.V. Vigilância entomológica da doença de Chagas no Estado de

São Paulo. Rev Sau Pub 25: 25-30, 1991.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Control of Chagas Disease: second

Report of the WHO Expert Committee. WHO Technical Report Series 905: 109p,

2002.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Elimination of Leprosy as a Public

Health Problem. 2004. Disponível em: <http://www.who.int/lep/lasupdate27june

2005>. Acesso em: 4/11/2011.

YABSLEY, M.J., WIMBERLY, M.C., STALLKNECHT, D.E., LITTLE, S.E.,

DAVIDSON, W.R. Spatial analysis of the distribution of Ehrlichia chaffeensis,

causative agent of human monocytotropic ehrlichiosis, across a multi-state region.

Am J Trop Med Hyg. 72: 840–850, 2005.

YANG, G.J., VOUNATSOU, P., ZHOU, X.N., UTZINGER, J., TANNER, M. A re-

view of geographic information system and remote sensing with applications to the

epidemiology and control of schistosomiasis in China. Acta Trop 96: 117-129,

2005.

ZHANG, Z., CARPENTER, T.E., CHEN, Y., CLARK, A.B., LYNN, H.S., PENG, W.,

ZHOU, Y., ZHAO, G., JIANG, Q. Identifying high-risk regions for schistosomiasis

in Guichi, China: a spatial analysis. Acta Trop 107: 217-223, 2008.

73

ZHOU, X.N., MALONE, J.B., KRISTENSEN, T.K., BERGQUIST, N.R. Application

of geographic information systems and remote sensing to schistosomiasis control in

China. Acta Trop 79: 97-106, 2001.