andrÉa lÍvia lins neves silvestres nos municÍpios … · comunidades visitadas, um anjo que caiu...
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ANDRÉA LÍVIA LINS NEVES
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE TRIATOMÍNEOS
SILVESTRES NOS MUNICÍPIOS DE ABAETETUBA E BARCARENA, ESTADO
DO PARÁ, NO PERÍODO DE 1980 A 2006
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes
Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal
do Pará, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes
Infecciosos e Parasitários.
Orientador: Prof. Dr. Sebastião Aldo da Silva Valente
Laboratório de Doença de Chagas, SEPAR/IEC
Banca Examinadora: Prof. Dr. Nelson Veiga
Laboratório de Geoprocessamento, IEC
Profa. Dra. Lourdes Maria Garcez dos Santos
Laboratório de Leishmaniose, SEPAR/SVS/IEC/MS
Prof. Dr. Edvaldo Carlos Brito Loureiro
Laboratório de Bacteriologia, SABEMI/SVS/IEC/MS
Prof. Dr. Ricardo José de Paula Souza e Guimarães (Suplente)
Laboratório de Geoprocessamento, IEC
Belém, 29 de Abril de 2013.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus pela dádiva da vida e pela oportunidade de fazer algo em prol de meus
semelhantes.
À minha família pelo apoio incondicional, pela compreensão, pelo investimento,
por me mostrar o valor inestimável do conhecimento, e por nunca me deixar perder as
esperanças. Vocês são meu porto-seguro!
À Universidade Federal do Pará, instituição que trilhou minha vida acadêmica,
onde cumpro mais uma etapa: graduação, especialização, e agora mestrado. Que
continue sendo, com todos os percalços da educação pública neste país, a melhor do
Estado, mostrando a tantos outros o caminho do saber.
À coordenação do PPG-BAIP, na pessoa da Drª. Jeannie Nascimento, pelo ótimo
trabalho realizado na coordenação do curso e pela infinita compreensão.
À CAPES, pelo fomento, incentivo necessário à pesquisa no norte do Brasil.
Ao Instituto Evandro Chagas, na pessoa da Drª. Elizabeth Santos, pelo suporte
durante a viagem a campo, sem o qual este projeto jamais teria saído do papel. Por fazer
parte da minha história acadêmica, desde a iniciação científica, afinal, aqui tracei minha
linha de pesquisa.
Ao meu orientador, Dr. Aldo Valente, um guia neste imenso mundo da pesquisa,
que acreditou em mim e me deu um rumo, obrigada pela confiança.
À toda equipe do Laboratório de doença de Chagas: Drª. Vera Valente, Msc.
Walter Santos, os técnicos Francisco, Nivaldo, Aguinaldo e Caroline, pelas lições, pela
paciência e pelo apoio.
À toda equipe do Laboratório de Geoprocessamento, na pessoa do Dr. Nelson
Veiga, pela confecção das imagens. Aos técnicos Alcinês e Glaubus que foram comigo
a campo, companheiros de uma verdadeira odisséia. Dr. Ricardo Guimarães, Fabrício e
Alcione, pela atenção providencial nos momentos de dúvida.
Aos funcionários que receberam a equipe nos setores de endemias dos
municípios de Abaetetuba e Barcarena, pela valiosa contribuição que proporcionaram
nos momentos que mais precisamos de um norte, pelo fornecimento de endereços e
mapas das cidades que foram muito úteis.
À agente comunitária de saúde e líder comunitária em Abaetetuba Maria
Caripuna, exímia conhecedora de cada morador e das moléstias que mais acometem as
comunidades visitadas, um anjo que caiu do céu para nos acompanhar aos lugares mais
íngremes da nossa viagem, disponível ao tempo e a hora. Minha profunda admiração
pelo belo trabalho que desenvolve.
À todos os pacientes que visitei, pela hospitalidade, pelo carinho com que fui
recebida, pela conversa boa e cheia de estórias recheadas de muita experiência de vida.
O aprendizado que vocês me proporcionaram jamais encontrarei em livros ou na
universidade! Peço perdão pelos cafezinhos recusados devido ao tempo escasso, estava
só de passagem! Obrigada pelas frutas e lembrançinhas!
5
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO................................................................................................
1.1 A DOENÇA DE CHAGAS...............................................................................
1.1.1 Epidemiologia da doença de Chagas..............................................................
1.1.2 Histórico e casuística na Amazônia brasileira...............................................
1.1.3 Os vetores: ecologia e importância epidemiológica......................................
1.2 USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA O ESTUDO DE ENDEMIAS
1.2.1 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias no mundo e
América Latina.................................................................................................
1.2.2 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias no
Brasil.................................................................................................................
1.2.3 Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias na Amazônia............
1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................
1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................
1.3.2 Objetivo Específicos........................................................................................
2 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................
2.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................................
2.2 ÁREAS DE ESTUDO………………………………………………………………
2.2.1 Município de Abaetetuba-Pará......................................................................
2.2.1.1 Localização, população e economia..................................................................
2.2.1.2 Clima, vetação e hidrografia.............................................................................
2.2.2 Município de Barcarena-Pará........................................................................
2.2.2.1 Localização, população e economia..................................................................
2.2.2.2 Clima, vetação e hidrografia.............................................................................
2.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO E CRACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA……...
2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO………………………………………………..
2.5 ESTUDOS COM TRIATOMÍNEOS...............................................................
2.5.1 Coleta de triatomíneos em domicílios e anexos............................................
2.2.2 Coleta de triatomíneos silvestres em palmeiras............................................
2.2.3 Coleta de triatomíneos com armadilha de luz..............................................
2.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ESPACIAIS OBTIDOS.......................
3 RESULTADOS
3.1 BANCO DE DADOS DOS PACIENTES E TRIATOMÍNEOS.....................
3.2 CASOS DE DCA..............................................................................................
3.3 TRIATOMÍNEOS.............................................................................................
3.3.1 Estatística descritiva........................................................................................
3.3.2 Infecção natural dos triatomíneos por T. cruzi.............................................
3.3.3 Avaliação espacial dos casos e locais de captura de triatomíneos...............
3.4 DESMATAMENTO VS. TRIATOMÍNEOS VS. CASOS DE DCA EM
ABAETETUBA E BARCARENA...................................................................
4 DISCUSSÃO....................................................................................................
4.1 SOBRE A RELAÇÃO PALMEIRAS VS. TRIATOMÍNEOS.........................
6
4.2 SOBRE DESMATAMENTO............................................................................
4.3 SOBRE A ANÁLISE ESPACIAL....................................................................
5 CONCLUSÕES................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Série histórica da DCA na Amazônia Brasileira, 1968 a 2011..................... 12
Figura 2- Distribuição dos casos de doença de Chagas por UF e proporção de casos
associados à transmissão pela via oral no Estado do Pará............................ 12
Figura 3- Localização do município de Abaetetuba, Pará…………………………… 25
Figura 4- Localização do município de Barcarena, Pará…………………………….. 27
Figura 5- Armadilha Noireau………………………………………………………… 29
Figura 6- Armadilha de luz Pensilvania trap………………………………………... 30
Figura 7- Banco de dados georreferenciado de triatomíneos coletados nos
municípios de Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.... 32
Figura 8- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea maripa no
município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006........................... 34
Figura 9- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea phalerata
no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006...................... 34
Figura 10- Proporção de triatomíneos positivos e negativos, por espécie, capturados
em palmeiras da espécie A. maripa no período de 1980 a 2006 no
município de Barcarena, Pará....................................................................... 36
Figura 11- Proporção de triatomíneos positivos e negativos, por espécie, capturados
em palmeiras da espécie A. phalerata no período de 1980 a 2006 no
município de Barcarena, Pará....................................................................... 37
Figura 12- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2000, com
casos de paciente, palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2000......
Figura 13- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2006, com
pontos georreferenciados dos pacientes, locais de ocorrência de palmeiras
e triatomíneos capturados entre 1988 a 2006................................................
Figura 14- Flutuação do número de casos de DCA e o incremento do desmatamento
entre 2002 a 2006 nos municípios de Abaetetuba (A) e Barcarena (B) /
Pará................................................................................................................
Figura 15- Progressão de desmatamento nos municípios de Abaetetuba e Barcarena
entre os anos 2000 a 2006, Pará....................................................................
Figura 16- Placa indicando plantação de 50 ha de açaí nativo na região das ilhas do
município de Abaetetuba, Pará.....................................................................
8
RESUMO
A doença de Chagas aguda (DCA) é um importante problema de saúde pública na
América Latina. O agente etiológico é o hemoflagelado Trypanosoma cruzi que infecta
o homem por diversos mecanismos de transmissão, sendo a via oral a mais comum na
Amazônia brasileira. Triatomíneos do gênero Rhodnius são os vetores mais encontrados
por toda a região incluindo espécies exclusivamente silvestres, ocorrendo em variados
ecótopos, sendo as palmeiras do gênero Atallea o mais importante. O uso das técnicas
de georreferenciamento é de grande utilidade para estudos populacionais, ambientais e
epidemiológicos devido seu caráter interdisciplinar, e despontam como proposta de
vigilância epidemiológica a ser desenvolvida na Amazônia. O presente estudo objetivou
analisar a evolução espaço-temporal da prevalência da DCA nos municípios de
Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006 utilizando dados ambientais,
entomológicos e epidemiológicos. As coletas de triatomíneos foram feitas durante os
anos de 1980 a 2006. A partir da digitalização de todos os dados contidos nos livros de
registros utilizados nas viagens para trabalho de campo envolvendo captura de
triatomíneos desde 1977 até o ano de 2006, foram construído banco de dados
entomológico e de pacientes no programa Microsoft Office Excel. Desses locais foram
tomadas as coordenadas geográficas e gerados banco de dados georreferenciados no
software ArcView 3.3. O pré-processamento das imagens de satélite foi executado no
software Erdas 8.3.1 e geradas imagens classificadas onde foi possível plotar os pontos
de casos de DCA e de captura de triatomíneos. A influência do desmatamento nos casos
de DCA foi verificada por meio de análises de correlação de Pearson. Em Abaetetuba
57 casos de DCA ocorreram no período de 1998 a 2006 e em Barcarena entre 2002 e
2006, 17 casos foram notificados. Cinquenta e nove triatomíneos foram capturados no
município de Abaetetuba e 720 em Barcarena, das espécies Rhodnius pictipes, Rhodnius
robustus, Panstrongylus lignarius, Eratyrus mucronatus, Microtriatoma sp, porém
destes 12 e 26, respectivamente, não tiveram seus locais de captura georreferenciados
por falta de dados. Apenas em Barcarena houve coleta de triatomíneos em palmeiras, 53
das espécies Attalea maripa, Attalea phalerata e Elaeis oleifera foram investigadas. R.
pictipes foi a espécie capturada em maior número. A espécie de palmeira mais infestada
e com maior variabilidade de espécies de triatomíneos colonizando-a foi A. phalerata. A
taxa global de infecção natural por hemoflagelados semelhantes a T. cruzi em palmeiras
foi 15,2% (N=103). Não foi observada correlação entre o incremento do desmatamento
sobre o número de casos de DCA em ambos os municípios. A análise espaço-temporal
da incidência de DCA nos dois municípios estudados mostrou que o padrão de
distribuição de casos e de locais com ocorrência e capturas de triatomíneos não foi
homogêneo. Na análise temporal foi observada a dependência espacial entre a
incidência da DCA nos locais de estudo e a distribuição espacial dos ecótopos
identificados, relacionadas ao crescente antropismo, sobretudo, invasões e ocupações
desordenadas recentes. A vigilância epidemiológica da doença de Chagas será mais
abrangente, capacitada e munida de recursos que sustentem a informação, o exercício da
vigilância será mais eficiente e produzirão mais conhecimentos no tocante à prevenção
da doença e no manejo de reservatórios e vetores durante investigações futuras.
9
ABSTRACT
The acute Chagas disease (ACD) is a major public health problem in Latin America.
The etiologic agent is a flagellate Trypanosoma cruzi infects humans by several
transmission mechanisms, being orally more common in the Brazilian Amazon.
Triatomines of the genus Rhodnius vectors are found all over the region including only
wild species, occurring in different ecotopes, and the palm trees of the genus Atallea the
most important. The use of techniques geocoding is useful for population studies,
environmental and epidemiological because it’s interdisciplinary character, and emerge
as proposed to be developed epidemiological surveillance in the Amazon. The present
study aimed to analyze the spatial-temporal evolution of the prevalence of ACD in the
municipalities of Abaetetuba and Barcarena the period 1980 to 2006 using
environmental data, epidemiological and entomological. The collections of insects were
made during the years 1980 to 2006. From the scanning of all the data contained in log
books used in the travel field work involving capture of triatomines from 1977 until the
year 2006, were built and entomological database of patients in the program Microsoft
Office Excel. These locations were taken and the geographic coordinates generated
georeferenced database in ArcView 3.3 software. The pre-processing of satellite images
was performed in ERDAS software 8.3.1 and classified images generated where it was
possible to plot the points and ACD cases capture triatomines. The influence of
deforestation in the case of ACD was verified by Pearson correlation analysis. In
Abaetetuba 57 cases of ACD occurred in the period from 1998 to 2006 and Barcarena
between 2002 and 2006, 17 cases were reported. Fifty-nine insects were captured in the
town of Abaetetuba and 720 in Barcarena, species Rhodnius pictipes, Rhodnius
robustus, Panstrongylus lignarius, Eratyrus mucronatus, Microtriatoma sp, but these 12
and 26, respectively, did not have their capture sites for lack of georeferenced data.
Only in Barcarena been collecting triatomines in palm trees, 53 species Attalea maripa,
Attalea phalerata and Elaeis oleifera were investigated. R. pictipes species was
captured in greater numbers. The species of palm tree infested more and with greater
variability of species of insects colonizing it was A. phalerata. The overall rate of
natural infection hemoflagellates similar to T. cruzi from palm trees was 15.2% (N =
103). There was no correlation between the increase of deforestation on the number of
cases of ACD in both municipalities. The space-time analysis of the incidence of ACD
in both municipalities showed that the distribution pattern of cases and local occurrence
and captures triatomines was not homogeneous. In analyzing temporal spatial
dependence was observed between the incidence of ACD in the study sites and the
spatial distribution of ecotypes identified, related to increasing anthropogenic mainly
disordered recent invasions and occupations. Epidemiological surveillance of Chagas
disease will be more comprehensive, trained and provided with resources to support the
information, exercising vigilance will be more efficient and produce more knowledge
regarding the prevention and management of disease reservoirs and vectors for future
investigations.
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1. INTRODUÇÃO
1.1 A DOENÇA DE CHAGAS
1.1.1. Epidemiologia da doença de Chagas
A doença de Chagas (Tripanossomíase americana) é um importante problema de
saúde pública na América Latina e endêmica em 21 países desde o México até a
Argentina. O agente etiológico é o hemoflagelado Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909)
pertencente à ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae.
Estima-se que nas Américas o número de pessoas infectadas seja de
aproximadamente 7,5 milhões e que outras 100 milhões estejam expostas em zonas
endêmicas. No Brasil, a estimativa é que haja 1,9 milhões de infectados e que outros 21
milhões estariam sob risco de infecção (OPS, 2006).
Diversos são os mecanismos de transmissão do T. cruzi (vetorial, transfusões
sanguíneas, oral, transplacentária, acidentes laboratoriais, manipulação de animais
infectados, transplantes de órgãos e transmissão sexual) (Coura, 2007). Contudo, o
mecanismo vetorial é o mais frequente.
A doença apresenta duas fases clínicas distintas: a fase aguda e a fase crônica. A
fase aguda por se apresentar, na maioria dos casos, assintomática ou oligossintomática,
confunde-se com outros processos infecciosos, dificultando seu diagnóstico precoce.
Nesta fase a miocardite aguda e lesões dos plexos mioentéricos do esôfago e cólon são
frequentes. A forma crônica pode se apresentar nas formas indeterminada (~60% dos
infectados não apresentam sintomas), cardíaca, digestiva ou mista (cardíaca e digestiva)
e tem grande repercussão clínica (Coura 2007; 2008).
Cerca de 100 medicamentos já foram utilizados para o tratamento da doença,
mas há pelo menos trinta anos o Benzonidazol (Rochagan®) e o Nifurtimox (Lampit®)
são indicados para casos agudos e recentes da doença (Coura, 2008), nos quais
produzem cura parasitológica em mais de 80% dos pacientes; entretanto sua eficácia
varia de acordo com a área geográfica, um efeito provavelmente relacionado com a
susceptibilidade das cepas de T. cruzi às drogas (Urbina & Docampo, 2003).
Atualmente a profilaxia da doença de Chagas está baseada no controle de
populações domiciliadas dos vetores com a aplicação de inseticidas de efeito residual
nas residências. A vigilância de áreas vulneráveis (onde há evidências da possibilidade
de vetores silvestres e peridomiciliares se adaptarem aos domicílios) e o tratamento de
11
casos agudos da doença são outras ações preventivas eficazes (Schofield et al. 2006;
Coura, 2008).
1.1.2. Histórico e casuística na Amazônia brasileira
Na década de 1920, Carlos Chagas realizou os primeiros estudos sobre doença
de Chagas no Estado do Pará, quando descreveu a infecção pelo T. cruzi em macacos
Saimiri sciureus (Chagas, 1924a; 1924b). A partir daí o parasito foi citado por outros
autores infectando triatomíneos e diversos animais silvestres como tamanduás, gambás,
tatús, iraras, marsupiais e morcegos (Ferreira & Deane, 1938a; Deane & Jansen, 1939;
Deane & Demasceno 1961b; Deane L, 1961a; 1964a; 1964b; 1967; Rodrigues & Melo,
1942; Lainson et al.,1979). Rodrigues & Melo (1942) realizaram o primeiro inquérito
hemo-parasitoscópico, no bairro do Aurá, periferia de Belém, examinando 117
indivíduos, todos com resultados negativos. O primeiro caso humano de doença de
Chagas aguda (DCA) viria a ser descrito por Shaw et al. em 1969 na cidade de Belém,
em um surto familiar que acometeu 4 pessoas. Depois deste, a partir de 1982, outros
surtos familiares e com suspeita de transmissão oral, semelhantes ao primeiro, foram
descritos em vários Estados da região (Tabela 1), e a partir de 1991 passaram a ser
anuais, como mostra a figura 1.
A casuística da Amazônia registra 929 casos autóctones até dezembro de 2011,
sendo 99% deles diagnosticados em fase aguda (Instituto Evandro Chagas, Dez. 2011,
dados não publicados). O Estado do Pará lidera o número de casos com 747 (80%),
seguido do Amapá com 135 (15%) e Amazonas com 34 (4%) (Instituto Evandro
Chagas, 2011) (Figura 2).
12
Figura 1*- Série histórica da DCA na Amazônia Brasileira, 1968 a 2011.
*Dados citados parcialmente em Valente, V.C. (2011).
Figura 2*- Distribuição dos casos de doença de Chagas por UF e proporção de casos
associados à transmissão pela via oral no Estado do Pará. *Dados citados parcialmente em Valente, V.C. (2011).
13
Tabela 1- Surtos de doença de Chagas na Amazônia Brasileira de 1968 a 2011*
UF MUNICÍPIO ANO Nº. DE SURTOS Nº. DE CASOS/SURTO
AC Rio Branco 1993 02 03
Feijó 2010 01 06
AP Macapá 1974-2011 15 76
Mazagão 1996 01 17
Santana 1999-2010 06 42
AM Tefé 2004 01 09
Coari 2007 01 25
PA Acará 2011 01 04
Abaetetuba 1998-2011 19 152
Afuá 1992-2010 03 13
Anajás 2011 00 02
Ananindeua 2003-2011 11 48
Bagre 1999 02 16
Barcarena 2002-2011 08 32
Belém 1968-2011 52 229
Capanema 2009 1 3
Castanhal 2009 02 14
Curralinho 2009 02 22
Breves 2003-2010 06 58
C. do Arari 1992-2006 02 16
Cametá 1988-2010 4 14
Igarapé-miri 2002-2011 01 19
Irituia 2011 00 01
Marituba 2011 00 01
Melgaço 2011 00 01
Muaná 2004 03 10
Ponta de Pedras 2001-2010 03 18
Portel 2009 03 18
Santarém 1999-2006 02 31
São D. Capim 2011 2 04
S. J. de Pirabas 2003 01 03
S. S. Boa Vista 2004-2010 03 15
Vizeu 1996 01 03
MA São Luís 1985 01 02
Bacurituba 1985 01 02
TOTAL 161 929 *Fonte: Instituto Evandro Chagas, 2011. Citados parcialmente em Valente et al., (1999 a,b,
2006;2009); Pinto et al., (2004; 2008); Valente, V.C. (2011).
14
1.1.3. Os vetores: ecologia e importância epidemiológica
Atualmente 19 espécies de triatomíneos têm sua presença registrada na
Amazônia Brasileira, sendo que 11 delas já foram encontradas naturalmente infectadas
com T. cruzi e são, portanto, consideradas potenciais vetoras (Miles et al., 1981b;
Barrett & Guerreiro, 1991; Valente V. et al., 1998; Gaunt & Miles, 2000; Teixeira et
al., 2001; Coura et al., 2002a; Abad-Franch et al., 2005). Todas são essencialmente
silvestres, zoófilas e com limitada dispersão pelo voo, com exceção de Triatoma
rubrofasciata de ocorrência cosmopolita, associado ao rato doméstico, pelo qual exibe
preferência alimentar e Triatoma maculata presente nas áreas rurais e até urbana de
Roraima, que é uma espécie sinantrópica e forma densas colônias no peridomicílio
(sobretudo, em galinheiros). A incapacidade de domiciliação observada entre estas
espécies, juntamente com a falta de adaptação daquelas procedentes das áreas
endêmicas ao bioma amazônico, constitui os principais fatores limitantes para uma
completa endemização da doença de Chagas na região.
Justamente por não haver qualquer registro de domiciliação de triatomíneos na
região à época do primeiro inquérito triatomínico nacional, realizado no período de
1975 a 1983, a região Norte foi excluída de tal pesquisa (Silveira, 2011), embora já se
tivesse conhecimento da existência de algumas espécies, infectadas ou não por T. cruzi,
na região desde a década de 1930 através dos estudos de vários autores (quadro 1).
15
Quadro 1- Estudos sobre triatomíneos na Amazônia pré-Primeiro Inquérito Nacional.
Espécie Referência Local T. cuzi
Rodnius pictipes,
Panstrongylus geniculatus Ferreira & Deane (1938b) Belém Sim
Eratyrus mucronatus,
Panstrongylus
rufotuberculatus
Rodrigues & Melo (1942) Belém Não
R. pictipes, Rodnius
robustus, P.geniculatus Almeida & Machado (1971) Manaus Sim
P. geniculatus, R. pictipes,
Panstrongylus lignaris Lainson et al. (1979); Miles et
al. (1981b) Belém Sim
R. robustus
Mascarenhas et al.(1986) Tucuruí
Sim R. pictipes
P. geniculatus
P. lignarius
Não Microtriatoma
trinidadensis
Uma tentativa de domiciliação foi observada por Valente V. et al. (1998) em
Muaná na Ilha do Marajó, quando encontraram colônias de P. geniculatus em
chiqueiros de porcos domésticos no peridomicílio. Durante a investigação
epidemiológica, essa espécie também foi encontrada em palmeiras de Attalea maripa,
(inajá) e Attalea phalerata (urucurizeiro) e pode estar associada com a transmissão da
doença de Chagas na região marajoara (Valente V.et al., 1998; Valente S. et al., 2009).
Embora T. maculata (associado com aves) e P. geniculatus (associado com
porcos domésticos) tenham sido encontrados muito próximos do domicílio do homem
(Valente V. et al., 1998; Luitgards-Moura et al., 2005), não foi confirmado até o
momento estabelecimento de ciclos domésticos de transmissão de T. cruzi na região
amazônica.
Diversas evidências epidemiológicas mostram que existe a possibilidade de
transmissão ativa da doença sem colonização de estruturas artificiais (Aguilar et al.
2007). Por exemplo, a invasão de moradias e locais de armazenamento/processamento
de alimentos por vetores silvestres adultos é o principal mecanismo responsável pela
prevalência crescente da infecção por T. cruzi na Amazônia (Coura et al., 2002b;
16
Grijalva et al., 2003; Aguilar et al., 2007). Este comportamento invasivo é
provavelmente o principal mecanismo de transmissão de T. cruzi para humanos na
Amazônia e está envolvido na aparição de surtos de transmissão oral (Chico et al.,
1997; Coura et al., 1999; Miles et al., 2003; Aguilar et al., 2007; Valente S. et al ,2009;
Alarcon de Noya et al, 2010; Miles, 2010).
Triatomíneos do gênero Rhodnius são os vetores de T. cruzi mais encontrados
por toda a Amazônia incluindo espécies exclusivamente silvestres, de ocorrência
diversificada quanto aos ecótopos e regiões da Amazônia. A última espécie de
triatomíneo descrita na Amazônia Brasileira, Rhodnius milesi (Valente V. et al., 2001),
foi registrada em grandes colônias na copa de palmeiras Attalea maripa (inajá) no
Município de Bragança, Pará, e moradores têm relatado que adultos famintos costumam
entrar nos domicílios, provavelmente atraídos pela luz e tentam alimentar-se no homem
e em animais domésticos.
Entre os triatomíneos existentes na Amazônia brasileira, somente T.
rubrofasciata foi introduzido pelo homem. Essa espécie de caráter cosmopolita e
domiciliar adapta-se a ambientes urbanos restritos, como zonas portuárias, infestadas
de ratos domésticos (Rattus rattus alexandrinus), animais pelos quais têm marcada
preferência alimentar. Deane (1947), Lainson et al. (1979) e Valente S. et al. (1987)
encontraram colônias de T. rubrofasciata no bairro da Cidade Velha em Belém,
infectados com Trypanosoma conorrhini, mas não com T. cruzi, vivendo nos domicílios
humanos associados ao rato doméstico. Valente S. et al. (1995) e Marcili et al. (2009a)
em estudo realizado na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, isolaram amostras de
T. cruzi a partir Rattus rattus alexandrinus e triatomíneos coletados em vários bairros, e
inclusive, caracterizaram-nas como T. cruzi TcI, mostrando a manutenção do ciclo
doméstico entre ratos e T. rubrofasciata na cidade.
O conhecimento sobre triatomíneos da Amazônia ainda apresenta algumas
lacunas deixadas pela carência de estudos sobre, dentre outros ramos, espécies de
triatomíneos, associações com ecótopos, em especial espécies de palmeiras, e
principalmente sobre fatores de dispersão. Não se sabe, por exemplo, quais espécies
seriam mais facilmente adaptáveis a ecótopos artificiais.
Apesar dos avanços significativos, pouco se conhece sobre as espécies e sua
distribuição na Amazônia, e aquelas mais importantes na transmissão da infecção para o
17
homem (Gaunt & Miles, 2000; Monteiro et al. 2000; 2001; Abad-Franch et al. 2005;
2009; 2010). Além dos estudos morfológicos realizados com diversas espécies
regionais, os estudos moleculares e filogeográficos de triatomíneos da Amazônia se
restringem a R. robustus, que se mostrou um complexo de populações geneticamente
distintas (Monteiro et al., 2003), bem como R. pictipes que também compreende um
complexo de populações geneticamente distintas e separadas geograficamente (Abad-
Franch et al., 2007; 2009).
1.2 USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA O ESTUDO DE ENDEMIAS
1.2.1. Uso do geoprocessamento para de estudo de endemias no mundo e América
Latina
Em 1854, durante uma terrível epidemia de cólera, John Snow mapeou as
residências dos mortos pela doença e as bombas d’água que as abasteciam em Londres
(Snow, 1990), deixando implícito na construção do mapa a hipótese da veiculação
hídrica da doença, confirmada posteriormente. Esse talvez seja o exemplo mais antigo
do uso do mapeamento para análises de indicadores em saúde.
O uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) em diferentes áreas do
conhecimento tem sido uma constante para prevenir agravos, estudar sua extensão e
propor medidas de contenção. No final da década de 70, o cientista canadense Rowland
R. Tinline utilizou os recursos dos SIG´s em medicina veterinária e epidemiologia para
investigar a propagação da febre aftosa, de 1967 a 1968, na Inglaterra, com o objetivo
de compreender melhor o período de incubação da doença e como ela se espalhou entre
os rebanhos (Ramirez, apud Tinline, 1970; Ramirez, apud Tinline & Singh, 1976). A
partir daí, muito se aprendeu sobre a febre aftosa utilizando SIG’s, e se observou que
poderiam ser aplicados no controle de futuros surtos a nível mundial (Ramirez et al.,
2004).
Na agricultura, as técnicas de geoprocessamento vêm sendo amplamente
utilizadas na caracterização de lavouras (Trabaquini et al., 2011), no controle de pragas
(Souza F.S.et al., 2007) e pesquisa de metais pesados no solo (Valladares et al., 2009)
para comprovação de contaminação por agroquímicos no manejo agrícola.
18
Em estudos populacionais os SIG’s têm auxiliado pesquisas sobre natalidade
(Hau et al., 2009), morbidade e envelhecimento populacional (Campos, F.G. et al.,
2009), tornando-se tão essencial em demografia quanto à estatística.
Durante a última década, os avanços tecnológicos nos SIG’s têm facilitado o
desenvolvimento de modelos espaciais preditivos para o risco de exposição a vetores e
patógenos nos Estados Unidos (Nicholson & Mather, 1996; Kitron et al., 1997;
Brownstein et al., 2002; Guerra et al., 2002; Bunnell et al., 2003; Yabsley et al., 2005;
Diuk-Wasser et al., 2006; Eisen et al., 2006a, 2006b, 2007). Dentre eles, os principais
exemplos de sucesso são a Borrelia burgdorferi, agente causador do doença de Lyme, a
bactéria Yersinia pestis, transmitida pela picada de pulga na transmissão da peste, e
Culex tarsalis, que é considerado o principal vetor do Vírus do Oeste do Nilo (Eisen &
Einse, 2007).
A associação das técnicas de geoprocessamento com outras comumente
utilizadas em epidemiologia também se mostrou eficaz. A aplicabilidade do método
etnográfico possibilitou a construção da georreferência de fatores sócio-culturais
associados ao comportamento da leishmaniose nos Estados endêmicos da Venezuela,
uma maneira objetiva de gerar iniciativas de educação e participação comunitária de
forma permanente e sustentável (Guevara, 2007).
A esquistossomose, endêmica em mais de 54 países na América do Sul, Caribe,
África e Oriente Médio (Chitsulo et al., 2000; Steinmann et al., 2006; Aagaard-Hansen
et al., 2009), foi prevista através da utilização de SIG’s pela primeira vez nas Filipinas e
no Caribe (Cross & Bailey, 1984; Cross et al., 1984). Appleton (1978) e Brown (1994)
documentaram as variáveis climáticas e ambientais que influenciam a distribuição da
esquistossomose. Os SIG’s foram utilizados em larga escala no estudo da
esquistossomose na Ásia (Cross et al., 1996; Zhou et al., 2001; Seto et al., 2002; Yang
et al., 2005; Zhang et al., 2008) e em vários países africanos, incluindo a Etiópia
(Kristensen et al., 2001; Malone et al., 2001), Egito (Abdel-Rahman et al., 2001;
Malone et al., 1994; 1997), Uganda (Kabatereine et al., 2004), Tanzânia (Brooker et al.,
2001) e Chade (Beasley et al., 2002; Brooker, 2002).
Bakker (2005) utilizou o SIG com georreferenciamento ponto a ponto, quando
estudou a susceptibilidade de comunicantes de hanseníase residentes numa pequena ilha
da Indonésia com 644 habitantes. No entanto, deteve-se apenas na distribuição
geográfica das casas dos moradores e dos pacientes, sem estabelecer relações com
indicadores epidemiológicos.
19
1.2.2. Uso do geoprocessamento para estudo de endemias no Brasil
No Brasil, apesar de seu grande potencial, as técnicas de representação espacial
ainda são pouco utilizadas na área da saúde devido às dificuldades inerentes à
manipulação deste tipo de informação, mesmo com a crescente disponibilização de
tecnologias de tratamento de informações gráficas e mapas em microcomputadores
(Lapa, 1999).
No Estado da Bahia, Bavia et al. (2001) conduziram um dos primeiros estudos
que tentaram relacionar a distribuição da esquistossomose com variáveis ambientais.
Outros estudos utilizando SIG’s para correlacionar a presença do vetor e a ocorrência de
casos de esquistossomose foram realizados em Pernambuco (Barbosa, C.S. et al., 2004),
Minas Gerais (Freitas et al., 2006, Guimarães et al., 2006, 2008, 2009) e São Paulo
(Teles et al, 2005).
Carvalho et al. (2010) utilizaram a tecnologia SIG para criar um modelo de
distribuição espacial da esquistossomose que foi aplicado na região do projeto Estrada
Real, um dos maiores e mais ambiciosos projetos de turismo rural do Brasil. A estrada
atravessa 178 municípios de três Estados com altos níveis de prevalência de
esquistossomose (0.06-28.2%), situação no mínimo preocupante, uma vez que receberia
turistas de várias regiões, incluindo áreas onde não há esquistossomose e até mesmo de
países livres da doença.
Dois estudos no Rio de Janeiro por meio da utilização de técnicas de
geoprocessamento e análise geoestatística, possibilitaram estimar áreas de risco para a
ocorrência de carga parasitária produzida pelo Ascaris lumbricoides, (Campos, M.R., et
al., 2002) e modelar a distribuição espacial da ocorrência de ascaríase, utilizando mapas
de risco (Fortes et al., 2004).
Assim como a malária na Amazônia, a dengue no Brasil foi a endemia mais
beneficiada com estudos utilizando técnicas de geoprocessamento. Em 2005 um estudo
na cidade de Porto Alegre identificou locais com potencial de transmissão localizando e
relacionando os casos da doença a presença do vetor e identificando fatores sócio-
ambientais que caracterizavam esses locais, através de técnicas de geoprocessamento,
procurando desenvolver um modelo de prevenção (Barcellos et al., 2005). Da mesma
forma, no Rio de Janeiro, Lagrotta et al. (2008) identificaram áreas críticas para o
controle do vetor. Em São Paulo, Barbosa, G.L. et al. (2010) analisaram a relação entre
a distribuição espaço-temporal de casos de dengue e os indicadores larvários, através de
mapas do estimador Kernel.
20
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o geoprocessamento é uma
metodologia eficaz de gerência no programa de eliminação da hanseníase, sendo
recomendada sua utilização em todos os países endêmicos (WHO, 2004). São muitos os
trabalhos epidemiológicos com abordagem da análise espacial, como o estudo realizado
no município de Olinda (PE) com o objetivo de analisar a ocorrência de casos de
hanseníase, durante o período de 1991 a 1996, segundo sua distribuição espacial e
correlação com as condições de vida da população (Lapa et al., 2001). A maioria dos
estudos que utilizam SIG’s na hanseníase faz o georreferenciamento de casos por bairro,
distrito sanitário ou setor censitário, como na Tese de Mercaroni (2003), por exemplo.
Porém, Dias et al. (2005) em Mossoró-RN, realizaram o georreferenciamento caso a
caso. Esse tipo de coleta, ponto a ponto, possibilitou uma visualização mais real da
distribuição da doença, além de identificar os locais em que ocorrem os aglomerados de
casos.
Outro estudo descreveu o uso de técnicas de geoprocessamento para caracterizar
as desigualdades sociais através de indicadores compostos que configuravam as
condições de risco de agravos respiratórios em crianças de uma área abrangida por um
centro de saúde-escola do município de São Paulo (Chiesa et al., 2002).
Em Ribeirão Preto, um estudo descreveu a distribuição espacial da tuberculose
na área urbana do município no período de 1998 a 2002 através da utilização de
softwares como MapInfo versão 6.5 (geocodificação) e Spring (análise estatística
espacial) (Hino et al., 2005; 2006). Este estudo foi de grande importância para a
comunidade, pois sugeriu atividades prioritárias, como: controle de comunicantes,
proteção dos sadios (BCG), investigação de casos resistentes aos tuberculostáticos,
campanha educativa sobre a doença em conjunto com escolas da região e revisão da
organização do serviço e das ações de saúde até então estabelecidas para prevenção e
controle da tuberculose.
Estudos com dados geoprocessados têm se mostrado mais eficazes em áreas
endêmicas para evidenciar e resolver o problema da subnotificação nas pequenas áreas
com taxas de incidência igual a zero. Sales et al. (2010) obteve taxas ajustadas de
incidência da tuberculose infantil no Estado do Espírito Santo, onde a unidade de
análise escolhida foi o município. Além disso, o estudo identificou possíveis áreas de
transmissão recente da doença auxiliando no controle e no diagnóstico precoce.
21
1.2.3. Uso do Geoprocessamento para estudo de endemias na Amazônia
A utilização de SIG’s aplicada à epidemiologia na região Amazônica é recente e
os primeiros trabalhos datam do início da década de 2000. Na época buscava-se
desenvolver modelos de interrelacionamento de bases de dados que pudessem ser
aplicados à vigilância em saúde e na expressão gráfica de dados epidemiológicos (Penna
& Veiga, 2004; Sampaio & Veiga, 2005; Veiga & Brandão, 2004; 2005; 2006). Até
então os estudos realizados na região utilizando geotecnologias limitavam-se a
demonstrar alterações na cobertura vegetal de determinadas áreas devastadas em certo
período de tempo, como em Veiga (1991) e Veiga & Gasparetto, (2007 e 2008).
A malária foi a enfermidade regional que primeiro se beneficiou das
geotecnologias disponíveis, tendo sua vigilância epidemiológica e combate
contemplados com os primeiros trabalhos envolvendo a utilização de SIG’s (Rodrigues,
L.P.S.,Diniz, Gasparetto, Monteiro, Soffiatti & Veiga et al., 2009; Soffiatti, et al., 2009;
Veiga & Gasparetto, 2007; Veiga et al., 2008; 2009; 2010). A partir daí não só a
incidência e a prevalência de endemias da região passaram a ser expressas neste formato
como também estudos ecoepidemiológicos, a vigilância e o controle, os aspectos
socioeconômicos e ambientais e até mesmo a prospecção de fatores de risco coletivo de
males como leishmaniose visceral (Soffiatti et al., 2009; 2010; Souza C.C., et al., 2009),
dengue (Barreiros, Veiga, Gasparetto, Soffiatti, Souza & Rodrigues, 2009), hanseníase
(Barreiros, Santos, Monteiro, Gasparetto, Veiga, & Costa, 2009), leptospirose
(Gasparetto et al, 2009), hepatite A (Rodrigues et al, 2010; Veiga & Bensabath, 2006;
Veiga, 2006), doença de Chagas (Sousa C.C., Gasparetto, Souza C.T N., Soffiatti &
Veiga, 2009), tuberculose (Veiga et al, 2011) e esquistossomose (Rodrigues &Veiga,
2008; Veiga et al, 2005).
Grandes projetos instalados na região tiveram os estudos com SIG’s como fontes
fundamentais de reconhecimento da área de implantação, sua população, solo,
hidrografia, cobertura vegetal, fauna, e também auxiliaram na prospecção do impacto
ambiental e na saúde da população local, a exemplo do Projeto Juruti, para exploração
de Bauxita (Veiga et al, 2011) e o Projeto Belo Monte, para implantação de uma usina
hidrelétrica (Veiga et al, 2011), ambos no Estado do Pará.
O uso das técnicas de georreferenciamento foi sugerido na iniciativa AMCHA,
quando foi proposto o desenvolvimento progressivo de um método de
georreferenciamento padronizado para os casos agudos de doença de Chagas e para a
área de distribuição conhecida para os vetores (ou potenciais vetores) e seus ecótopos
22
preferenciais. As informações geradas, de acordo com Silveira 2007, seriam
centralizadas em banco de dados, utilizando um sistema de informação geográfica que é
alimentado com os dados recolhidos por sensoriamento remoto e dados obtidos por
medidas diretas de coleta em campo. A recomendação inicial era trabalhar nas áreas
críticas já identificadas, que apresentavam transmissão freqüente de Trypanosoma cruzi
("Hotspots"), nas quais as características epidemiológicas da doença devem ser
estudadas em profundidade. Essa proposta de vigilância epidemiológica seria
desenvolvida na Amazônia suportada pelo sistema já existente para o combate à
malária.
Veiga et al, (2009) implementou um modelo de análise espaço temporal da
incidência de malária em dois municípios do estado do Pará. Em 2008, o mesmo autor
já havia realizado um estudo sobre dados botânicos e geomorfológicos relacionando-os
às características epidemiológicas da doença de Chagas nos municípios de Abaetetuba,
Bragança e Barcarena, e concluiu inclusive, que há relação entre as alterações na
cobertura vegetal da área e a prevalência de casos no período estudado.
23
1.3 OBJETIVOS
1.3.1. Geral
Analisar a distribuição espaço-temporal da ocorrência de triatomíneos nos
municípios de Abaetetuba e Barcarena no período de 1980 a 2006.
1.3.2. Específicos
Gerar acervo de mapas entomológicos relacionando a distribuição da fauna de
triatomíneos nas áreas de estudo um banco de dados georreferenciado dos
locais de coleta de triatomíneos para reconhecimento, catalogação e
identificação da sua distribuição;
Analisar a evolução espaço-temporal da ocorrência de triatomíneos;
Avaliar o desmatamento considerando sua influência na ocorrência do vetor;
Construir um acervo de imagens digitais georreferenciadas de satélites, que
auxilie futuras pesquisas relacionadas às estratégias de controle da doença de
Chagas nos referidos municípios.
24
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 TIPO DE ESTUDO
Estudo de caráter descritivo, ecológico e retrospectivo, baseado na análise da
distribuição espacial de tritomíneos capturados nas áreas e períodos especificados no
ítem 1.4.1.
2.2 ÁREAS DE ESTUDO
2.2.1 Município de Abaetetuba-Pará
2.2.1.1 Localização, população e economia
O município de Abaetetuba (figura 3) pertence à mesorregião do Nordeste
Paraense e microrregião de Cametá (IBGE, 2007) com distância em linha reta de 53 km
da capital do Estado e com acesso por via rodoviária e fluvial. Compreende área de
1,611 km² e localiza-se a uma latitude 01º43' sul e a uma longitude 48º52' oeste, estando
a uma altitude de 10 metros. Limita-se ao Norte com o rio Pará e o município de
Barcarena, a Leste com o município de Moju, ao Sul com o município de Igarapé-Miri
e, a Oeste, com os municípios de Limoeiro do Ajuru e Muaná.
Possui uma população de 141.100 habitantes com uma densidade demográfica
de 82,8 hab/km² (IBGE, 2007). A atividade econômica predominante no município é o
setor terciário (comércio e serviços), que conta com uma ampla rede de
estabelecimentos das mais diversas atividades. No setor agro-florestal, o município
destaca-se como o 2º maior produtor de açaí do Pará, como 3º maior produtor de bacuri
e cupuaçu, e como o maior produtor de manga do Estado. Outras culturas também
marcam fortemente a cadeia vegetal abaetetubense, como mandioca, coco, miriti e
bacaba, que apresentam grande produção. Na piscicultura o município caracteriza-se
como o 5º maior pólo pesqueiro do Estado, apresentando grande produção de camarão.
2.2.1.2 Clima, vetação e hidrografia
O clima no município de Abaetetuba é do tipo Am, segundo a classificação de
Köppen, que corresponde à categoria de super úmido. Apresenta altas temperaturas,
inexpressiva amplitude térmica, e precipitações ambulantes. A cobertura vegetal
original, representada pela Floresta Hileiana de grande porte (Floresta Densa de Terra
25
Firme), que recobria maior parte do município de Abaetetuba, indistintamente, é
praticamente inexistente, dando lugar à Floresta Secundária, intercalada com cultivos
agrícolas. As áreas de várzea apresentam sua vegetação característica, com espécies
ombrófilas latifoliadas, intercaladas com palmeiras, dentre as quais desponta o açaí
como uma espécie de grande importância para as populações locais.
O principal rio do município de Abaetetuba é o Pará, que é o limite natural, a
noroeste, com os municípios de Muaná e Ponta de Pedras. Nesse rio, se destacam
dezenas de ilhas: Urubuéua, Sirituba, Capim, Compopema, entre outras. Importante,
também, é o rio Abaeté que banha a sede do Município e deságua na baía do Capim.
Outros rios que deságuam na baía do Capim são: Guajará de Beja, Arapiranga de Beja e
o Arienga, este último fazendo limite com Barcarena, a nordeste. Destaca-se, ainda, o
rio Itanambuca, que serve de limite natural, a sudoeste, com o município de Igarapé-
Miri.
Figuara 3 - Localização do município de Abaetetuba, Pará.
26
2.2.2 Município de Barcarena- Pará
2.2.2.1 Localização, população e economia
O município de Barcarena pertence à mesorregião Metropolitana de Belém e a
microrregião de Belém com distância em linha reta de 30 km da capital do Estado e com
acesso por via rodoviária e fluvial. Compreende área de 1.310,330 km2 e localiza-se a
uma latitude 01º30' sul e a uma longitude 48º37' oeste, estando a uma altitude de 15
metros em relação do nível do mar. Limita-se ao Norte com o município de Belém e
com a Baía do Guajará, ao Sul com os municípios de Abaetetuba e Moju, a Leste com o
município de Acará e a Oeste com a Baía do Marajó.
Possui uma população de 99.859 habitantes com uma densidade demográfica de
76,21 hab/km² (IBGE, 2007). A cidade é um importante pólo industrial, onde é feita a
industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos
para transmissão de energia elétrica. A economia tem base tradicional na agricultura,
mas também avança com o turismo e com as indústrias instaladas na cidade. É em
Barcarena que está localizado o maior porto do Estado do Pará: o Porto de Vila do
Conde.
O clima de Barcarena é do tipo equatorial quente e super úmido com
temperatura média anual entre 29 e 31º C acompanhado de precipitações abundantes,
acima de 2.500 mm/ano que ocorrem com mais freqüência nos seis primeiros meses e,
menos intensamente, nos últimos seis meses do ano. A cobertura vegetal primitiva de
Floresta Densa foi quase totalmente substituída pelo pasto e pelo plantio de culturas de
subsistência em áreas de regeneração florestal de Floresta Secundária. Ao longo das
margens dos rios e igarapés predominam as Florestas Ciliares e de várzeas nos trechos
sob influência de inundações, ocorrendo, também, o mangue e a siriúba, margeando os
grandes rios e as ilhas do município. Uma pequena faixa de mata do tipo campina é
descrita na ilha Trambioca, caracterizada como uma área aberta, coberta com vegetação
herbácea e ciporácea do tipo mata de capoeira.
2.2.2.2 Clima, vegetação e hidrografia
O clima de Barcarena é do tipo equatorial quente e super úmido com
temperatura média anual entre 29 e 31º C acompanhado de precipitações abundantes,
acima de 2.500 mm/ano que ocorrem com mais freqüência nos seis primeiros meses e,
menos intensamente, nos últimos seis meses do ano. A cobertura vegetal primitiva de
27
Floresta Densa foi quase totalmente substituída pelo pasto e pelo plantio de culturas de
subsistência em áreas de regeneração florestal de Floresta Secundária. Ao longo das
margens dos rios e igarapés predominam as Florestas Ciliares e de várzeas nos trechos
sob influência de inundações, ocorrendo, também, o mangue e a siriúba, margeando os
grandes rios e as ilhas do município. Uma pequena faixa de mata do tipo campina é descrita
na ilha Trambioca, caracterizada como uma área aberta, coberta com vegetação herbácea e
ciporácea do tipo mata de capoeira.
Figura 4 – Localização do município de Barcarena, Pará.
2.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Este estudo caracteriza-se como de base populacional, em que a população foi
constituída por triatomíneos capturados no período de 1980 a 2006, cujas informações
encontravam-se nos livros de registros utilizados nas viagens para trabalho de campo
envolvendo captura de triatomíneos no laboratório de doença de Chagas do IEC. A
28
visita aos municípios para a coleta dos pontos e tomada das coordenadas geográficas de
cada localidade, ocorreu no período de 21 de novembro a 02 de dezembro de 2011.
2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos deste estudos os triatomíneos com endereço do local de captura
incompleto ou inexistente, o que inviabilizou a tomada das coordenadas geográficas,
condição impreterível para inclusão neste estudo.
2.5 ESTUDOS COM TRIATOMÍNEOS
A identificação dos triatomíneos obedeceu aos critérios taxonômicos de Lent &
Wygodzinski (1979). Os espécimes eram levados para o laboratório, um terço deles
sendo destinados à formação de colônias para estudos futuros, e os dois terços restantes
foram previamente desinfectados individualmente em solução de Hibitane (ICI).
Depois foram submetidos à compressão do abdome para retirada do conteúdo da ampola
retal. Este era diluído em uma solução mista e examinado entre lâmina e lamínula, com
objetiva 40x, para pesquisa de flagelados semelhantes a T. cruzi. Quando positivo, o
material era semeado em (6 tubos) de meio bifásico de cultura (DIFCO), para
desenvolvimento, e posteriormente em meio monofásico (RPMI 1640 GIBCO), de
crescimento, para ulterior isolamento, identificação, obtenção de extratos biológicos e
caracterização bioquímica do parasito. Do material obtido também eram preparados
esfregaços em lâminas corados pelo Giemsa para identificação.
2.5.1 Coleta de triatomíneos em domicílios e anexos
A busca ativa de triatomíneos foi realizada no interior de residências e no
peridomicílio. As capturas foram diuturnas, porém principalmente feitas à noite, entre
19:00 e 23:00 h. Os espécimes foram coletados manualmente, com auxílio de pinças,
luvas e lanternas. Desalojantes químicos não foram empregados. Os exemplares
coletados foram acondicionados em frascos individuais, numerados e identificados
segundo o sítio de captura, como domicílio, chiqueiro, galinheiro etc.
29
2.5.2 Coleta de triatomíneos silvestres em palmeiras
Foram utilizados os métodos descritos por Miles et al. (1981b), e as armadilhas
de fita adesiva idealizada por Noireau, (1999) (figura 5) contendo camundongos no seu
interior atraindo insetos que procuram alimento e ficam colados. As armadilhas eram
colocadas em palmeiras selecionando as mais próximas de habitações humanas, de
preferência aquelas com copa de palha abundante e espécies epífitas, consideradas mais
apropriadas ao abrigo de animais, propiciando-lhes ao mesmo tempo alimento e
proteção. Quando as palmeiras infestadas de triatomíneos não tinham as colônias de
triatomíneos esgotadas algumas eram derrubadas com motosserra, e dissecadas com o
auxílio de terçados, luvas de raspa de couro e pinças de vários tamanhos. O chão às
proximidades da palmeira era limpo, o quanto possível, e coberto com plástico claro,
sobre o qual era dissecada a coroa da árvore. Os insetos capturados eram
acondicionados em frascos plásticos com tampa perfurada, permitindo ventilação
adequada. Os frascos eram rotulados com o nome da palmeira, local e data, um para
cada palmeira, e transportados para o laboratório. Os espécimes assim coletados
seguiam a mesma rotina estabelecida para o caso dos coletados em domicílio ou em
anexos.
Figura 5 – Armadilha Noireau
2.5.3 Coleta de triatomíneos com armadilha de luz
A armadilha de luz utilizada foi o modelo Pennsylvania Trap, descrito por
Sontwood (1978). Basicamente constituída de uma fonte luminosa, uma lâmpada
30
fluorescente de 20 W, 120 volts, guarnecida por três lâminas metálicas verticais, de
aproximadamente 20 x 100 cm, pendentes de uma cobertura plana, quadradas e também
metálicas e radialmente dispostas de modo a formar três ângulos de 90° em torno da
lâmpada. Em sua borda inferior, essas lâminas vão ter a abertura de um funil, em cujo
vértice inferior se dispõe um saco de pano coletor dos espécimes atraídos pela luz. A
armadilha luminosa é suspensa por corda de náilon.
Sua instalação era feita em árvores mais altas que as palmeiras, e às suas
proximidades a cerca de 20 m acima do nível do solo. A fonte de luz era alimentada por
gerador e/ou bateria automotiva, acionado(a) no período de 19 às 22:00 hs.
Figura 6 – Armadilha de luz Pensilvania trap.
2.6 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ESPACIAIS
Para a construção do banco de dados entomológico foi utilizado o programa
Microsoft Office Excel, a partir da digitalização de todos os dados contidos nos livros
de registros utilizados nas viagens para trabalho de campo envolvendo captura de
triatomíneos desde a fundação do Laboratório de Doença de Chagas do Instituto
Evandro Chagas em 1977 até o ano de 2006, e deste banco foram selecionados os
registros dos municípios de Abaetetuba e Barcarena, desde os primeiros triatomíneos
capturados em 1980 até 2006.
31
Os dados e informações foram levantados em 3 (três) fontes principais:
Fontes primárias: consultas nos arquivos de registros de triatomíneos do
Laboratório de Doença de Chagas (relatórios de campo e públicos relacionados a
características ambientais da área, livros de campo, artigos e livros);
Fontes secundárias: bases de dados cartográficas disponíveis no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e imagens de satélite obtidas no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE);
Fontes terciárias: banco de dados de classificação ambiental (desmatamento) do
Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES)
e limite dos municípios georreferenciados.
O banco de dados georreferenciado (BDGeo) foi desenvolvido no software
ArcView 3.3, bem como a construção da expressão visual da situação
ecoepidemiológica das áreas de estudo através da aplicação de técnicas de álgebra de
mapas e pelo interrelacionamento das bases de dados georreferenciadas. O pré-
processamento das imagens de satélite, para melhoria de acuidade visual dos objetos
informacionais nelas contidos foi executado no software Erdas 8.3.1, sendo a
composição de bandas espectrais, geração de falsa cor para criação de mosaicos e
recorte de áreas específicas as técnicas utilizadas.
Os resultados foram tratados estatisticamente utilizando análises de correlação
de Pearson, disponível no site VASSARSTATS <http://vassarstats.net>
32
3. RESULTADOS
3.1. BANCO DE DADOS DE TRIATOMÍNEOS
O banco de dados foi construído a partir das informações dos triatomíneos
capturados em ambos os municípios no período de 1980 a 2006. As informações sobre
os insetos descreviam os ecótopos onde foram realizadas capturas de triatomíneos pela
equipe do laboratório de doença de Chagas/IEC, bem como aqueles entregues pelos
próprios moradores ao serviço de saúde local (Figura 7).
Figura 7- Banco de dados georreferenciado de triatomíneos coletados no período de 1980 a
2006 nos municípios de Abaetetuba e Barcarena, Pará.
3.2 ESTATÍSTICA DESCRITIVA
O banco de dados gerado permitiu quantificar 779 triatomíneos pertencentes a
sete espécies capturados no período de 1980 a 2006, sendo 59 no município de
Abaetetuba e 720 em Barcarena. Alguns exemplares careciam de informações quanto a
sua situação (P=positivo, N=negativo, M=morto, C=colônia), porém foram mantidos na
pesquisa quando foi possível localizar seu local de captura. No entanto, triatomíneos
33
com dados completos no banco quanto a sua situação, mas com endereço incompleto ou
inexistente não foram georreferenciados e, portanto, desconsiderados. Em Abaetetuba,
dos 59 triatomíneos capturados 12 não tiveram seus locais de captura encontrados e em
Barcarena, apenas 25 dos 720 espécimes não foram georreferenciados.
Somente no município de Barcarena houve coletas de triatomíneos em
palmeiras. Um total de 53 palmeiras foi investigado quanto à presença de triatomíneos.
Das sete espécies registradas durante todo o trabalho, cinco foram encontradas na
palmeira Attalea phalerata (Tabela 2), adicionalmente foi a espécie com o maior
quantitativo de espécimes de triatomíneos (N=564).
Tabela 2- Ocorrência das espécies de triatomíneos por espécie de palmeira investigada no
município de Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.
Triatomíneo Espécie da palmeira(*)
Attalea maripa Attalea phalerata Elaeis oleifera
Rhodnius pictipes X X X
Rhodnius robustus X
Panstrongylus
lignarius X X
Eratyrus mucronatus X
Microtriatoma sp. X
(*) Definida conforme Henderson, Galeano & Bernal (1995).
Em relação à frequência das espécies de triatomíneos, Rhodnius pictipes foi a
mais frequente, sendo registrada nas três espécies de palmeiras e em grande abundância
nas palmeiras das espécies Attalea maripa e A. phalerata (Figura 7 e 8).
34
Figura 8- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea maripa
no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006.
Figura 9- Frequência das espécies de triatomíneos coletados em Attalea
phalerata no município de Barcarena-Pará, no período de 1980 a 2006.
Nas palmeiras de Elaeis oleifera, a única espécie de triatomíneo registrada foi R.
pictipes, nas quais foram capturados 39 indivíduos.
No município de Abaetetuba, 86% (51 de 59) dos triatomíneos foram capturados
em residências e chegaram por demanda espontânea ao setor de endemias local. Estes
eram encaminhados via ofício para o IEC em Belém para análise de infecção natural. Os
oito insetos restantes não tinham dados sobre a origem no banco de dados. Em
Barcarena apenas três exemplares foram capturados em armadilhas de luz
(Pennsylvania Trap). Outros 22 espécimes foram encontrados em residências durante
busca ativa noturna realizada nas comunidades onde houve surtos. A maioria dos
35
barbeiros capturados no município foi por meio da técnica de dissecação de palmeiras
(Tabela 3). A espécie Attalea phalerata foi o ecótopo com o maior número de
triatomíneos capturados, sendo a espécie R. pictipes a mais frequente.
Tabela 3- Quantitativo de triatomíneos capturados por espécie de palmeira no município de
Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.
Triatomíneo A. maripa A. phalerata E. oleifera
R. pictipes 65 492 39
R. robustus 0 45 0
P. lignarius 12 17 0
P. geniculatus 0 0 0
E. mucronatus 0 8 0
T. rubrofasciata 0 0 0
Microtriatoma sp. 0 2 0
Total 77 564 39
Quanto ao sexo e idade, as fêmeas adultas (F) foram capturadas em maior
número em Abaetetuba do que em Barcarena, onde as ninfas (N) foram maioria. Dados
sumarizados na tabela 4.
Tabela 4- Triatomíneos capturados quanto ao sexo e idade nos municípios de Abaetetuba e
Barcarena no período de 1980 a 2006, Pará.
Triatomíneo Abaetetuba Barcarena
♂ ♀ Ninfa ♂ ♀ Ninfa
R. pictipes 10 20 0 186 63 372
R. robustus 0 0 0 12 8 26
P. lignarius 1 1 0 2 4 24
P. geniculatus 7 14 0 3 5 0
E. mucronatus 1 1 0 0 3 6
T. rubrofasciata 2 0 0 0 0 0
Microtriatoma sp. 0 0 0 2 0 0
Total 21 36 0 205 83 428
3.3. INFECÇÃO NATURAL DOS TRIATOMÍNEOS POR T. CRUZI
Em Abaetetuba, 59 triatomíneos foram capturados, sendo que 12 foram
excluídos do estudo por terem dados incompletos ou inexistentes em relação a sua
localização, o que inviabilizou a tomada das coordenadas geográficas. Dos 47
espécimes restantes, 28 chegaram mortos ao laboratório e apenas 19 tiveram seu
conteúdo intestinal examinado. Os dados quantitativos dos triatomíneos por município
estão sumarizados na tabela 5.
36
Tabela 5- Triatomíneos capturados quanto à situação nos municípios de Abaetetuba e Barcarena
no período de 1980 a 2006, Pará.
Triatomíneo Abaetetuba Barcarena
P N M C P N M C
R. pictipes 8 2 15 0 98 178 162 162
R. robustus 0 0 0 0 6 13 6 21
P. lignarius 1 0 1 0 4 9 11 6
P. geniculatus 0 6 11 0 0 2 6 0
E. mucronatus 0 0 1 0 1 4 3 0
T. rubrofasciata 0 2 0 0 0 0 0 0
Microtriatoma sp. 0 0 0 0 0 0 0 3
Total 9 10 28 0 109 206 188 192
P=espécime positivo para hemoflagelados semelhantes a T. cruzi; N=espécime negativo;
M=morto; C=destinado para colônias em laboratório.
Dos triatomíneos capturados no município de Barcarena, 695 espécimes tinham
dados completos quanto à situação e 109 eram positivos pra T. cruzi. Do total capturado
em palmeiras (N=680), 678 foi dissecado, com exceção dos dois exemplares de
Microtriatoma sp. que foram destinados ao estabelecimento de colônias, a taxa global
de infecção natural por hemoflagelados semelhantes a T. cruzi foi 15,2% (N=103). A
figura 9 mostra a proporção de espécimes positivos por cada espécie de triatomíneo
capturado em palmeiras da espécie A. maripa, e a figura 10 em palmeiras da espécie A.
phalerata.
Figura 9- Proporção de triatomíneos positivos e negativos,
por espécie, capturados em palmeiras da espécie A. maripa
no período de 1980 a 2006 no município de Barcarena, Pará.
37
Figura 10- Proporção de triatomíneos positivos e negativos,
por espécie, capturados em palmeiras da espécie A.
phalerata no período de 1980 a 2006, no município de
Barcarena, Pará.
Dos 39 espécimes de R. pictipes capturados em indivíduos de E. oleifera em dois
foi detectada a presença de hemoflagelados semelhantes a T. cruzi.
3.3.3. Avaliação espacial dos casos e locais de captura de triatomíneos
As figuras 11 e 12 mostram o processo de ocupação do espaço no município de
Abaetetuba e as figuras 13 e 14 no município de Barcarena, no período entre 2000 e
2006. Os locais onde os triatomíneos foram capturados estão representados por pontos
pretos, e os ponto azuis indicam a localização das palmeiras nas figuras referentes ao
município de Barcarena. A ocupação do espaço foi definida a partir do descritor
desmatamento.
38
Figura 11- Caracterização ambiental do município de Abaetetuba no ano 2000, com pontos georreferenciados dos locais de captura de
triatomíneos no período de 1988 a 2000, Pará.
39
Figura 12- Caracterização ambiental do município de Abaetetuba no ano 2006, com pontos georreferenciados dos locais de captura de
triatomíneos no período de 1988 a 2006, Pará.
40
Figura 13- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2000, com pontos georreferenciados dos locais de ocorrência de
palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2000.
41
Figura 14- Caracterização ambiental do município de Barcarena no ano 2006, com pontos georreferenciados dos locais de ocorrência de
palmeiras e triatomíneos capturados de 1988 a 2006.
42
3.4. DESMATAMENTO VS. TRIATOMÍNEOS VS. CASOS DE DCA EM
ABAETETUBA E BARCARENA
A influência do desmatamento nos casos de DCA nos municípios estudados foi
verificada por meio de análises de correlação de Pearson.
Neste passo foram utilizados dados sobre o incremento de desmatamento,
disponíveis na base de dados do Projeto PRODES/INPE. Estas análises foram
realizadas considerando os anos 2002 a 2010, devido à falta de registros mais antigos
para estes municípios.
A figura 15 mostra a flutuação do número de casos de DCA em Abaetetuba (A)
e Barcarena (B), bem como o incremento de desmatamento (ID) dado em valores
percentuais.
Figura 15- Flutuação do número de casos de DCA e o incremento do desmatamento entre 2002
a 2006 nos municípios de Abaetetuba (A) e Barcarena (B) / Pará. Fonte: SINAN/MS e Projeto
PRODES/INPE.
Não foi observada correlação entre o incremento do desmatamento sobre o
número de casos de DCA em ambos os municípios [Abaetetuba r= -0.105; r2= 0.011;
g.l.=7; p=0.299] e [Barcarena r= -0.171; r2= 0.029; g.l.=7, p=0.556]. No entanto,
considerando apenas o município de Barcarena, a ausência de notificações de DCA
entre os anos 2002 a 2005 podem ter influenciado negativamente a análise. Assim,
avaliando o período de 2006 a 2010 se observa uma tendência, marginalmente positiva,
entre as duas variáveis [Barcarena r= 0.822; r2=0.675; g.l.=3; p=0.0439].
43
4 DISCUSSÃO
4.1. SOBRE A RELAÇÃO PALMEIRAS VS. TRIATOMÍNEOS
Em levantamento realizado por Galvão et al. (2003) as espécies do gênero
Rhodnius são as mais numerosas na Amazônia brasileira. Essencialmente arborícolas e
por isso tidos como exclusivamente silvestres, com exceção de R. prolixus, são os
principais responsáveis pela manutenção do ciclo enzoótico de T. cruzi na natureza.
(Lent & Wygodzinsky, 1979; Diotaiuti & dias, 1984; Romaña et al., 1999; Dias et al.,
2008; Abad-Franch et al., 2009). Nesse contexto, as diversas espécies de palmeiras
surgem como vegetação dominante em muitas regiões, sendo, muitas vezes, o único
refúgio para animais vertebrados.
A importância dos diversos gêneros de palmeiras como ecótopos para os
triatomíneos vêm sendo objeto de estudo, entre eles Acrocomia, Attalea, Copernicia,
Mauritia e Syagrus (Lent & Wygodzinsky, 1979; Barretto, 1979; Dias et al., 2008;
Abad-Franch et al., 2009), com destaque para o gênero Attalea (Barretto, 1979; Romaña
et al., 1999; Dias et al., 2008). As palmeiras do gênero Attalea são consideradas
ecótopos naturais para espécies de Rhodnius e alguns autores as têm como um indicador
ecológico de risco epidemiológico para a doença de Chagas (Romaña et al., 1999),
quando consideram os mecanismos de transmissão vetorial extradomiciliar.
Neste trabalho, Rhodnius pictipes foi a espécie capturada em maior número e a
que apresentou maior versatilidade infestando as três espécies de palmeiras pesquisadas:
A. Maripa, A. phalerata e E. oleifera, assim como em Valente (2008). Com relação a
espécie de palmeira mais infestada e com maior variabilidade de espécies de
triatomíneos, A. Phalerata foi encontrada colonizada por todas as cinco espécies
envolvidas neste trabalho: R. pictipes, R. robustus, P. lignarius, E. mucronatus e
Mirotriatoma sp., resultado semelhante ao encontrado por Valente (2008) e Dias
(2011), embora apenas as palmeiras encontradas infestadas tenham sido incluídas, o que
nos impossibilita afirmar qual espécie investigada teve maior número de palmeiras
infestadas.
O achado de R. pictipes em E. oleifera corrobora a importância dessa espécie de
palmeira como ecótopo de triatomíneos, embora pouco pesquisado. Relatos semelhantes
foram feitos em Valente (2008) e Miles et al. (1981b).
44
Dias et al. (2008) demonstrou que a arquitetura da copa de A. speciosa favorece
a colonização dos triatomíneos, permitindo maior estabilidade microclimática e
servindo de abrigo para diversas espécies de animais, incluindo vertebrados de grande
porte, como T. tetradactyla Linnaeus, 1758 (Dias et al., 2010). De forma geral, as
palmeiras com copa exuberante, mantém um microclima ameno e abrigam animais que
servem de fonte de alimentação para os triatomíneos. Neste ecótopo estável os vetores
não necessitam se dispersar muito a procura de alimento.
Em Barcarena, onde o maior número de triatomíneos foi capturado em
palmeiras, as ninfas predominaram em relação aos adultos, da mesma forma que em
Dias (2011). Já em Abaetetuba, onde 51 dos 59 triatomíneos foram capturados em
residências, as fêmeas foram maioria, fato que coincide com os estudos de Wanderley
(1991), que encontrou maior infestação dos intradomicílios por fêmeas fertilizadas e
capazes de formar colônias entre os dados da vigilância epidemiológica do Estado de
São Paulo nos anos de 1985 e 1986.
Em outro estudo, Minoli & Lazzari (2006) verificaram que fêmeas de T.
infestans iniciam o voo mais frequentemente que os machos da mesma espécie. A
própria variação de espécie também imprime diferentes comportamentos, como
demonstrado no mesmo estudo, em que R. prolixus mostrou-se mais predisposto a voar
quando comparado com T. infestans. Além do sexo, o estado nutricional e os diferentes
habitats em que as espécies se encontram podem influenciar na predisposição ao voo
(Lehane et al., 1992; Ceballos et al., 2005).
As fêmeas de duas espécies de Triatoma coletadas em armadilhas luminosas por
Noireau & Dujardin (2001) apresentaram jejum mais prolongado em relação àquelas
encontradas nos ecótopos naturais. O próprio fato de o voo ser um mecanismo de
dispersão e colonização dos triatomíneos justifica que fêmeas sejam minoria em
palmeiras, uma vez que elas devem ser mais propensas a voar que os machos, isso sem
considerarmos a dispersão à procura de alimentos à noite por atração luminosa.
Em regiões de pastagens e áreas devastadas após as queimadas, Dias et al.,
(2008) demonstraram que a arquitetura da copa de diferentes gêneros de palmeiras
permite uma maior ou menor estabilidade microclimática que pode estar diretamente
relacionado com a infestação destes ecótopos por triatomíneos e com a densidade
populacional destes insetos.
A taxa de infecção natural dos triatomíneos por T. cruzi em ambos os municípios
foi elevada e muito próxima da encontrada em outros estudos realizados nestes mesmos
45
municípios e em outras regiões com características semelhantes (Lainson et al., 1979;
MILES, 1981a; 1981b; 1983; Coura et al., 2002a; Valente, 2008). Talvez esses índices
expliquem a regularidade dos surtos nos municípios mesmo sem a presença de espécies
domiciliadas e justifiquem a manutenção do ciclo enzoótico de T. cruzi entre vetor,
reservatório e homem através de meios alternativos de transmissão.
4.2. SOBRE DESMATAMENTO
A taxa anual de desmatamento na Amazônia brasileira é de cerca de dois
milhões de hectares (PRODES). Na Amazônia Legal aproximadamente 385.234 km2
foram desmatados entre 1988 a 2010, só no Estado do Pará essa taxa foi de 5.543 km2no
mesmo período. O Pará é o segundo Estado com o maior índice de desmatamento no
Brasil, perdendo apenas para o Mato Grosso, com 5.834 km2. Gorla et al. (2005),
baseados em imagens de satélites, demonstraram que a metade desse desmatamento
corresponde à pequenas áreas de 15-100 hectares, dos pequenos produtores que
migraram de outras regiões.
Nos municípios de estudo, a maioria das áreas georreferenciadas
caracterizavam-se por floresta secundária, tipo capoeira jovem, ou ainda, resquícios de
floresta próximos às áreas recém-ocupadas. Nesse contexto, a perturbação ambiental, ao
que parece, foi tal que concentrou, e até certo ponto favoreceu o ciclo de transmissão,
uma vez que em áreas de floresta preservada a intensidade da transmissão parece estar
mais diluída, e, portanto, menos notada ao homem.
Embora os efeitos da degradação ambiental antrópica sobre populações de
triatomíneos tenham sido discutidos extensivamente (Abad-Franch et al., 2006; Abad-
Franch et al., 2009; Forattini, 1980; WHO, 2002), Abad-Franch et al. (2010) mostraram
taxas de ocupação semelhantes de palmeiras por espécies do gênero Rhodnius na
floresta e nas zonas rurais e menor ocupação em áreas urbanas.
As visitas periódicas da equipe do Laboratório de Doença de Chagas ao
município de Barcarena para a investigação de surtos quase que anuais, registraram a
grande mudança da paisagem, que a cada ano teve as áreas de floresta reduzidas, dando
lugar a assentamentos e campos de obras. A extensão do desmatamento em Barcarena
aumentou de 226,2 km2 no ano de 2000 para 315,3 km2 em 2006, segundo dados do
Projeto Prodes – Monitoramento da Floresta Amazônica brasileira por satélite, ou seja,
em seis anos 24% do território perdeu a cobertura vegetal (figura 16).
46
Figura 16- Progressão de desmatamento nos municípios de Abaetetuba e Barcarena
entre os anos 2000 a 2006, Pará.
No município de Barcarena, grandes áreas de floresta, inclusive áreas de
proteção ambiental, foram desflorestadas no período de 2000 a 2006. A implantação das
fábricas do projeto Albras-Alunorte para o beneficiamento, industrialização e
exportação de caulim, alumina e alumínio, foi responsável pela remoção da cobertura
vegetal de áreas remanescentes e que eram destinadas a manter um mínimo da paisagem
natural primitiva.
Além da grande área de floresta subtraída, como mostra a comparação entre as
figuras 13 e 14, soma-se a ocupação desordenada do espaço, também observada com o
crescimento e surgimento dos bairros, loteamento e invasões na periferia das cidades. A
atual invasão Renascer com Cristo, em Barcarena, configura um exemplo da alteração
brusca da paisagem. Lá buscamos pontos de palmeiras derrubadas anos atrás e
encontramos um bairro em construção, com dezenas de casas sendo levantadas e
famílias chegando de mudança de outras regiões. Porém, ao fundo do quarteirão, ainda é
possível visualizar a floresta secundária que cerca o novo bairro.
Nesse cenário, encontramos muitos troncos queimados, e as únicas árvores
deixadas pela população foram as palmeiras, algumas inclusive marcadas pelo fogo. Um
relato semelhante foi feito por Dias (2011), porém este autor refere-se a prática do
cultivo após a queima em comunidades de áreas rurais que praticam a agricultura de
subsistência. Da mesma forma, em regiões já desmatadas que servem de pastagens para
47
o gado, as palmeiras se proliferam como consequência da prática da queima, e muitas
vezes são as únicas fontes de sombra para os animais.
Em Abaetetuba, o fenômeno da ocupação desordenada do espaço é semelhante
ao de Barcarena, embora mais urbano. Na região das ilhas observamos a extensiva
substituição da floresta secundária pela plantação de monocultivos como cacau,
cupuaçú e principalmente o açaí, fruto que tem gerado grandes lucros ao município,
tornando-o o segundo maior produtor do Estado. Presenciamos ilhas inteiras
transformadas em açaizais, algumas com mais de 50 hectares de extensão (figura 17).
Talvez por causa dessa abundância o suco seja a principal fonte de alimento para muitas
famílias ribeirinhas.
Figura 17 – Placa indicando plantação de 50 ha de açaí nativo na região das ilhas do muni-
cípio de Abaetetuba, Pará.
Em meio às plantações de açaí, algumas palmeiras de buriti (Mauritia flexuosa)
e tucumã (Astrocaryum aculeatum) despontam com certa imponência devido a idade
avançada claramente perceptível, pela altura e o diâmetro do tronco destas palmeiras.
Porém, as espécies mais comuns observadas, tanto na orla das ilhas como na porção
48
mais central, foram o inajazeiro (A. maripa) e o uricurizeiro (A. phalerata). Apenas em
Barcarena um único exemplar de dendezeiro (E. oleifera) foi encontrado infestado e
colonizado por Rhodnius pictipes.
A análise estatística realizada, embora não contemple em sua totalidade o
período do estudo (1980 a 2006), evidencia em Barcarena três picos a serem
observados: nos anos de 2006 e 2009 o aumento do número de casos coincide com o
aumento do incremento de desmatamento (ID), e em 2008 ambas as variáveis
apresentam queda, apesar da ausência de notificações de DCA entre os anos 2002 a
2005 que influenciou negativamente a análise. Em Abaetetuba, os picos coincidentes no
gráfico são mais discretos: alta em 2004, 2006 e 2009, e baixa nos anos de 2003, 2005 e
2008, embora a significância estatística seja quase nula (p=0.299).
4.3 SOBRE A ANÁLISE ESPACIAL
A análise espaço-temporal nos dois municípios estudados mostrou que o padrão de
distribuição de casos e de locais com ocorrência e capturas de triatomíneos não foi
homogêneo. Esta situação já havia sido descrita por Veiga et al (2008) em um estudo
realizado nos mesmos municípios no período de 2000 a 2006 quando fez a associação
entre casos de DCA e ecótopos de capturas de triatomíneos.
Em Barcarena, as imagens geradas revelaram que os locais de captura de
triatomíneos caracterizam-se por vegetação dos tipos capoeirão adulto e jovem, matas
de galerias e áreas alagadas de Igapó, e tinham uma relação de dependência espacial
com a localização precisa de pacientes, conforme observado nas imagens classificadas e
nos trabalhos de campo. Esses resultados foram observados também em Veiga et al
(2009) e em Souza et al (2009). Este último autor observou a relação espacial de
ecótopos e casos de DCA e concluiu que havia a possibilidade de relações antrópicas
terem influenciado a prevalência da doença, embora no presente estudo não tenham sido
encontradas evidências estatísticas dessa relação.
Souza et al (2009) conclui ainda que as análises feitas no município de Abaetetuba,
a respeito dos casos de DCA, não mostraram relação com questões ambientais, pois lá a
prevalência da doença distribuiu-se na sede deste município, sugerindo desta forma
outro processo de contaminação que não a proximidade com ecótopos de triatomíneos,
provavelmente a ingestão de alimentos contaminados.
49
Na análise temporal foi observada a dependência espacial entre a incidência da DCA
nos locais de estudo e a distribuição espacial dos ecótopos identificados, relacionadas ao
crescente antropismo, sobretudo invasões e ocupações desordenadas recentes.
Os municípios apresentaram ainda diferenças em diversos aspectos como cobertura
vegetal, relações produtivas e formas de ocupação humana. Em função da influência de
variáveis como tempo e correlação espacial foi possível observar que há uma relação de
dependência espacial entre a alteração da cobertura vegetal e a prevalência de casos no
período.
O geo referenciamento dos pontos relacionados a surtos em ambos os municípios,
permitiu identificar no mapa claramente que as comunidades estão cada vez mais
vulneráveis e cercadas de condições epidemiológicas favoráveis a transmissão de novos
casos de doença de Chagas.
O geoprocessamento tem se mostrado uma eficiente metodologia para o estudo de
eventos em epidemiologia por isso tornou-se tão importante nas análises em saúde. O
presente estudo utilizou-se de dados retrospectivos e esbarrou na falta de dados
epidemiológicos completos nos documentos da época. A vigilância epidemiológica da
doença de Chagas será mais abrangente, capacitada e munida de recursos que sustentem
a informação, o exercício da vigilância será mais eficiente e produzirão mais
conhecimentos no tocante à prevenção da doença e no manejo de reservatórios e vetores
durante investigações futuras.
50
5 CONCLUSÕES
Existe nos dois municípios estudados vários ciclos ativos de transmissão do T.
cruzi entre distintos hospedeiros com elevadas taxas de infecção, incluindo o
homem;
Com a ação antrópica esse ciclo tende a aproximar-se cada vez mais do
domicílio humano;
Triatomíneos infectados estão presentes em quase todos os ecótopos
investigados e as espécies R. pictipes e R. robustus foram encontradas em maior
número;
As palmeiras A. maripa e A. phalerata foram considerados os ecótopos
preferenciais das espécies de triatomíneos envolvidas no estudo, a maioria do
gênero Rhodnius;
Observou-se uma tendência marginalmente positiva entre as variáveis
incremento do desmatamento e número de casos de DCA, apesar da ausência de
notificações de DCA entre os anos 2002 a 2005 que influenciou negativamente a
análise;
Em Abaetetuba, embora a significância estatística entre essa duas variáveis tenha
sido quase nula (p=0.299), a investigação epidemiológica, os trabalhos em
campo e as imagens geradas mostraram que essa relação está presente na área
estudada;
Os mapas gerados pelo geo referenciamento nas duas localidades apontam
claramente que no ciclo silvestre próximo dos domicílios humanos as palmeiras
regionais são importantes ecótopos de triatomíneos infectados com T.cruzi;
A análise espaço-temporal sugere uma correlação entre a alteração da cobertura
vegetal e a prevalência de casos no período do estudo.
51
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