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André Luiz Schaffer ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DE UMA USINA SOLAR FOTOVOLTAICA DE 1MW NO BRASIL UTILIZANDO O MÉTODO AHP Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Engenheiro Mecânico com habilitação em Engenharia de Produção Orientador: Prof. Dr. Artur Santa Catarina Florianópolis 2018

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André Luiz Schaffer

ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DE UMA USINA SOLAR

FOTOVOLTAICA DE 1MW NO BRASIL UTILIZANDO O

MÉTODO AHP

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido ao Departamento de

Engenharia de Produção e Sistemas da

Universidade Federal de Santa

Catarina para a obtenção do título de

Engenheiro Mecânico com habilitação

em Engenharia de Produção

Orientador: Prof. Dr. Artur Santa

Catarina

Florianópolis

2018

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor

através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária

da UFSC.

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André Luiz Schaffer

ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DE UMA USINA SOLAR

FOTOVOLTAICA DE 1MW NO BRASIL UTILIZANDO O

MÉTODO AHP

Esta Trabalho foi julgado adequado para obtenção do Título de

Engenheiro Mecânico com habilitação em Engenharia de Produção e

aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora

Florianópolis, 28 de maio de 2018.

________________________

Prof.ª Marina Bouzon, Dr.ª

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Artur Santa Catarina, Dr.

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof.ª Mônica Maria Mendes Luna, Dr.ª

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Sérgio Fernando Mayerle, Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

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Este trabalho é dedicado à minha

família, aos meus amigos e à energia

sustentável.

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AGRADECIMENTOS

Como meu primeiro registro público de agradecimento, inicio

agradecendo aos meus pais Daniel Schaffer e Deise Zamboni por me

darem não só o presente da vida, mas todo o amor, carinho, dedicação e

suporte em todas as decisões da minha trajetória até eu chegar aqui.

Registro aqui meu respeito e amor incondicional por vocês. Ao meu

irmão Davi pelo exemplo de comprometimento e bondade.

À minha querida e amada avó Maya Schaffer (in memorian) por

ser meu exemplo máximo de força, sabedoria e valores.

À RedHouse Bartira que me acompanhou desde o começo da

minha história na faculdade e me traduziu o conceito de irmandade e

fraternidade.

Aos que amigos me acompanharam nessa trajetória universitária,

os quais compartilhei experiências e momentos inesquecíveis e que

tenho certeza que levarei comigo para a vida. Posso citar os mais

próximos, em ordem alfabética para não sugerir importância: Arthur

Hugueney, Bruno Lopes, Cassiano Bremm, Charas Shiva, Claúdio

Crippa, Fred Zalla, Gito Truppel, Graco Daros, Henrique Rosa, João

Suleiman, Joé Niehues, Jonas Kühlkamp, Lucas Hashman, Paulo Japa

Chaves, Pedrão Gauch, Ricardo Lippelt, Rodrigo Kresch, Saul Fiorini,

Sérgio Mafra e todos os outros que participaram da minha vida

acadêmica iniciada em 2011.

E à todos os outros que não foram aqui citados, mas que

participaram da minha trajetória de qualquer outra forma.

Sou quem sou pela influência de cada um de vocês, portanto, meu

mais sincero muito obrigado.

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Se eu tivesse que escolher uma religião, o sol

como provedor universal de vida seria o meu

deus.

(Napoleon Bonaparte, 1769 - 1821)

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RESUMO

O Brasil é um dos países mais privilegiados do mundo quando o assunto

é incidência solar. Países como Estados Unidos, China e Alemanha são

considerados líderes na utilização de energia solar fotovoltaica e

apresentam índices de radiação solar muito aquém dos apresentados em

território nacional. Muitos empreendedores observaram uma grande

oportunidade em um mercado até então reprimido, resultando num

crescimento exponencial de investimentos nessa área. Surgiram, então,

ofertas de diferentes modelos de negócios relacionados à geração e

consumo de energia fotovoltaica. A Associação Brasileira de Energia

Solar Fotovoltaica (ABSOLAR, 2018) aponta alguns números

interessantes, como um crescimento de 270% na capacidade instalada de

energia solar fotovoltaica em território nacional entre 2015 e 2016, e

325% para o ano de 2017. Apesar da abundância de recursos solares no

Brasil, a viabilidade dos empreendimentos solares é regida pelas

características do local aonde forem implantados. Isso se deve pela

dependência direta de diversos fatores ambientais, econômicos e sociais

de cada região. Assim, trata-se de uma decisão complexa já que envolve

muitas variáveis e alternativas, dada a vasta extensão do território

brasileiro. Portanto, é fundamental a realização de um estudo de

localização bem embasado com o auxílio de ferramentas que ajudem na

tomada de decisão. No presente trabalho, o método AHP foi a técnica

empregada como ferramenta para realizar essa tarefa. O

desenvolvimento deste trabalho se iniciou com o questionamento sobre

qual seria o lugar mais favorável para se instalar uma usina solar

fotovoltaica de 1MW no Brasil dados os critérios utilizados. E como

resposta, obteve-se a localização um povoado no norte de Minas Gerais.

Palavras-chave: Estudo de Localização. AHP. Usina Solar

Fotovoltaica. Geração Distribuída.

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ABSTRACT

Brazil is one of the most privileged countries in the world when it comes

to solar incidence. Countries such as the United States, China and

Germany are considered leaders in the use of photovoltaic solar energy

and have indices of solar radiation far below those presented in national

territory. Many entrepreneurs saw a great opportunity in a hitherto

repressed market, resulting in an exponential growth of investments in

this area. There were then offers of different business models related to

the generation and consumption of photovoltaic energy. The Brazilian

Association of Photovoltaic Solar Energy (ABSOLAR, 2018) points out

some interesting numbers, such as a 270% increase in the installed

capacity of photovoltaic solar energy in the national territory between

2015 and 2016, and 325% for the year 2017. Despite abundance of solar

resources in Brazil, the viability of solar developments is governed by

the characteristics of the place where they are implemented. This is due

to the direct dependence of various environmental, economic and social

factors of each region. Thus, it is a complex decision since it involves

many variables and alternatives, given the vast extent of the Brazilian

territory. Therefore, it is fundamental to carry out a well-based location

study with the help of tools that help in decision making. In the present

work, the AHP method was the technique employed as a tool to

accomplish this task. The development of this work began with the

questioning of which would be the most favorable place to install a

photovoltaic solar plant of 1MW in Brazil given the criteria used. And

in response, it was obtained the location of a settlement in the north of

Minas Gerais.

Keywords: Location Study. AHP. Solar Photovoltaic Power Plant.

Distributed generation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Projeção da geração distribuída de energia fotovoltaica no

Brasil ..................................................................................................... 30 Figura 2- Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte ......................... 34 Figura 3- Mapa de radiação solar mundial ............................................ 35 Figura 4- Mapa do Sistema de Transmissão no Brasil – Horizonte 2017.

............................................................................................................... 36 Figura 5- Histórico e previsão do consumo total de energia elétrica no

Brasil ..................................................................................................... 38 Figura 6- Mapeamento das Instituições do Setor Elétrico Nacional. .... 39 Figura 7- Planta termosolar de Atacama, a maior da América Latina com

geração de 100MW. .............................................................................. 41 Figura 8- Projeto megawatt Solar da Eletrosul em Florianópolis ......... 42 Figura 9- Esquema representativo dos pesos na estrutura hierárquica .. 52 Figura 10- Estrutura hierárquica do método AHP ................................. 53 Figura 11- Escala Fundamental de Saaty .............................................. 54 Figura 12- Esquema da comparação par a par entre 3 elementos ......... 55 Figura 13- Matriz de comparação par a par dos critérios. ..................... 55 Figura 14- Matriz auxiliar para obtenção dos pesos. ............................. 56 Figura 15- Pesos calculados. ................................................................. 56 Figura 16- Matriz auxiliar para avaliação da consistência do modelo. . 57 Figura 17- Vetores Prioridade P‟ e P”. .................................................. 58 Figura 18- Maior autovalor da matriz de comparação de critérios ........ 58 Figura 19- Exemplo do modelo criado para análise de sensibilidade do

critério “Exemplo” ................................................................................ 61 Figura 20- Gráfico da análise de sensibilidade do critério “Exemplo” . 61 Figura 21- Etapas para o desenvolvimento ........................................... 63 Figura 22- Usina fotovoltaica de 1MW de potência instalada da

GreenSolar. ............................................................................................ 67 Figura 23- Espaçamento entre fileiras de painéis fotovoltaicos. ........... 69 Figura 24- Estrutura hierárquica determinada para análise do problema

chave. .................................................................................................... 71 Figura 25- Matriz de comparação par a par dos critérios (A) ............... 73 Figura 26- Matriz de comparação par a par dos subcritérios (A) .......... 75 Figura 27- Pesos globais dos subcritérios escolhidos para o estudo da

macrolocalização (Estado) .................................................................... 76 Figura 28- Mapa do potencial de geração solar fotovoltaica no Brasil. 77 Figura 29- Matriz de comparação par a par (A) .................................... 78 Figura 30- Mapa de clima do Brasil ...................................................... 79 Figura 31- Matriz par a par da temperatura média anual dos Estados... 79

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Figura 32- Resultado dos pesos estimados para cada Estado no

subcritério "Temperatura Média Anual" ............................................... 80 Figura 33- Referências utilizadas das tarifas energéticas cobradas em

cada Estado ........................................................................................... 80 Figura 34- Matriz de Comparação par a par (A) ................................... 81 Figura 35- Resultado dos pesos estimados para cada Estado com relação

à tarifa energética cobrada .................................................................... 81 Figura 36- Valores médios de venda do metro quadrado por Estado ... 81 Figura 37- Matriz de comparação par a par sobre o custo do metro

quadrado ................................................................................................ 82 Figura 38- Resultado dos pesos estimados para cada Estado com relação

ao custo do metro quadrado .................................................................. 82 Figura 39- Potencial de mercado consumidor de energia solar

fotovoltaica utilizado como referência .................................................. 83 Figura 40- Matriz de comparação par a par (A) .................................... 83 Figura 41- Resultado dos pesos estimados para cada Estado referente ao

potencial do mercado consumidor ........................................................ 83 Figura 42- Número de conexões fotovoltaicas por Estado até o ano de

2017 ...................................................................................................... 84 Figura 43- Estimativa da quantidade de instalações fotovoltaicas a cada

100 mil potenciais consumidores em cada Estado ................................ 84 Figura 44- Matriz de comparação pareada (A) ..................................... 85 Figura 45- Resultado dos pesos estimados para cada Estado com relação

à quantidade de instalações fotovoltaicas a cada 100 mil potenciais

consumidores ........................................................................................ 85 Figura 46- Resumo de todos os pesos obtidos para a estrutura

hierárquica do problema........................................................................ 86 Figura 47- Resultado dos pesos globais de cada Estado ...................... 86 Figura 48- Ranking dos melhores Estados para implantação de uma

usina solar fotovoltaica ......................................................................... 87 Figura 49- Análise de sensibilidade do critério Potencial de geração

fotovoltaica .......................................................................................... 88 Figura 50- Análise de sensibilidade do critério "Tarifas energéticas

cobradas" ............................................................................................... 88 Figura 51- Localização das microrregiões a serem estudadas .............. 90 Figura 52- Estrutura hierárquica para o estudo de microlocalização .... 91 Figura 53- Matriz de comparação par a par dos critérios do estudo da

microlocalização ................................................................................... 93 Figura 54- Resultado dos pesos dos critérios para estudo de

microlocalização ................................................................................... 93 Figura 55- Pesos estipulados para subcritérios ..................................... 93

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Figura 56- Matriz de comparação par a par entre os subcritérios do

"Local" .................................................................................................. 94 Figura 57– Resultado dos pesos de cada subcritério do “Local” .......... 94 Figura 58- Resultados dos pesos globais estimados para cada subcritério

............................................................................................................... 94 Figura 59– Mapa de radiação solar média diária anual de Minas Gerais

............................................................................................................... 95 Figura 60- Matriz de comparação par a par (A) .................................... 95 Figura 61- Resultado dos pesos para cada Microrregião referente ao

Índice de Radiação Solar ....................................................................... 96 Figura 62- Temperatura máxima média anual de Minas Gerais............ 96 Figura 63- Matriz de comparação par a par........................................... 97 Figura 64- Resultado dos pesos estimados para cada microrregião sobre

o subcritério "Temperatura" .................................................................. 97 Figura 65- Valores médios do hectare para pastagem natural em cada

microrregião analisada .......................................................................... 98 Figura 66- Matriz de comparação par a par (A) .................................... 98 Figura 67- Resultados dos pesos estimados para cada microrregião

referente ao valor do metro quadrado .................................................... 98 Figura 68- Relevo de Minas Gerais (Anexo D)..................................... 99 Figura 69- Matriz de comparação par a par (A) .................................... 99 Figura 70- Resultado dos pesos estimados para cada microrregião

referente ao relevo ............................................................................... 100 Figura 71- Principais áreas de conservação integral de Minas Gerais

(Anexo E) ............................................................................................ 100 Figura 72- Matriz de comparação par a par (A) .................................. 101 Figura 73- Resultado dos pesos estimados de cada microrregião sobre a

área útil ................................................................................................ 101 Figura 74- Principais vias de acesso de Minas Gerais ........................ 102 Figura 75- Matriz de comparação par a par (A) .................................. 102 Figura 76- Resultado dos pesos estimados de cada microrregião sobre a

facilidade de acesso ............................................................................. 102 Figura 77- Resumo de todos os pesos estimados para o estudo da

microlocalização ................................................................................. 103 Figura 78- Pesos globais de cada microrregião ................................... 103 Figura 79- Ranking das microrregiões mais propícias para instalação de

usinas solares fotovoltaicas no Estado de Minas Gerais ..................... 104 Figura 80- A microrregião mais indicada para instalação de uma usina

solar fotovoltaica no Brasil dados os critérios utilizados .................... 104 Figura 81- Análise de sensibilidade do critério "Índice de radiação solar"

............................................................................................................. 105

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Figura 82- Análise de sensibilidade sobre o critério "Relevo" ........... 105 Figura 83- Análise de sensibilidade sobre o critério "Disponibilidade de

terra útil" ............................................................................................. 106 Figura 84- Municípios da Microrregião de Unaí e suas respectivas áreas

............................................................................................................ 107 Figura 85- Resumo das 6 ofertas de terrenos mais atrativas na

Microrregião de Unaí .......................................................................... 107 Figura 86- Estrutura hierárquica para escolha do terreno ................... 108 Figura 87- Matriz de comparação pareada dos critérios para a escolha do

terreno ................................................................................................. 109 Figura 88- Resultados dos pesos dos critérios para a escolha do terreno

............................................................................................................ 110 Figura 89- Matriz de comparação par a par dos terrenos sobre o valor do

metro quadrado ................................................................................... 110 Figura 90- Resultados dos pesos para cada terreno de acordo com o

valor do metro quadrado ..................................................................... 111 Figura 91- Matriz de comparação par a par sobre o acesso à rede de

distribuição .......................................................................................... 111 Figura 92- Resultados dos pesos de cada terreno sobre o acesso à rede

de distribuição ..................................................................................... 111 Figura 93- Matriz de comparação par a par das topografias dos terrenos

............................................................................................................ 112 Figura 94- Resultados dos pesos estimados de cara terreno com relação

à topografia ......................................................................................... 112 Figura 95- Matriz de comparação par a par quanto aos obstáculos ao

redor de cada terreno ........................................................................... 112 Figura 96- Resultados para os pesos de cada terreno quanto á presença

de obstáculos ao redor ......................................................................... 113 Figura 97- Matriz de comparação par a par sobre a oferta de água nos

terrenos ................................................................................................ 113 Figura 98- Resultados dos pesos de cada terreno sobre a oferta de água

............................................................................................................ 114 Figura 99- Resumo de todos os pesos da estrutura hierárquica para a

escolha do terreno ............................................................................... 114 Figura 100- Pesos finais de cada terreno ............................................. 114 Figura 101- Ranking dos melhores terrenos para instalação de uma usina

de 1 MW na Microrregião de Unaí ..................................................... 115 Figura 102- Imagem do terreno escolhido .......................................... 115 Figura 103- Imagem do terreno escolhidoErro! Indicador não

definido. Figura 104- Imagem da pequena lagoa do terreno escolhido .............. 116

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Figura 105- Imagem do acesso à rede de distribuição de média tensão do

terreno escolhido ................................................................................. 116 Figura 106- Análise de sensibilidade sobre o critério "Obstáculos" ... 117 Figura 107- Análise de sensibilidade sobre o critério "Acesso à Linha de

Distribuição" ....................................................................................... 117

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estatística dos indicadores voltados para parte solar utilizados

nos 19 artigos estudados pelos pesquisadores chineses. ....................... 50 Tabela 2 - Valores indicados para o Índice de Consistência Randômica

............................................................................................................... 58 Tabela 3 - Orçamento para um kit de 1MW .......................................... 67 Tabela 4 - Informações mecânicas do painel solar utilizado como

referência ............................................................................................... 68 Tabela 5 - Informações técnicas do efeito da temperatura na placa solar

de referência. ......................................................................................... 71 Tabela 6 - Resultados dos pesos estimados para cada critério .............. 74 Tabela 7 - Pesos estimados para os subcritérios do grupo Clima .......... 74 Tabela 8 - Peso do subcritério "Quantidade de instalações fotovoltaicas

a cada 100 mil habitantes" ..................................................................... 75 Tabela 9 - Resultados dos pesos estimados para os subcritérios

econômicos ............................................................................................ 75 Tabela 10- Potencial de geração de energia fotovoltaica anual em cada

Estado .................................................................................................... 77 Tabela 11 - Resultados dos pesos de cada Estado sobre o subcritério de

"Potencial de geração fotovoltaico". ..................................................... 78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia

Elétrica

AHP – Analytic Hierarchy Process

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BEN – Balanço Energético Nacional

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CEF – Caixa Econômica Federal

CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina

CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CONFAZ - Conselho Nacional da Política Fazendária – Ministério da

Fazenda

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

FV– Fotovoltaico

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética

ISO – International Organization for Standardization

MME – Ministério de Minas e Energia

OIE – Oferta Interna de Energia

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

PIS – Programa de Integração Social

SBPE – Sociedade Brasileira de Poupança e Empréstimo

SC - Santa Catarina

SIN – Sistema Interligado Nacional

TI – Tecnologia da Informação

TUST – Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão

TUSD – Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

USF – Usina Solar Fotovoltaica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................... 29 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................... 29

1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ............................................... 30

1.3 OBJETIVOS ......................................................................... 31

1.3.1 Objetivo Geral ..................................................................... 31

1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................... 31

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................... 32

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................... 33 2.1 SETOR ELÉTRICO .............................................................. 33

2.1.1 Geração ................................................................................ 34

2.1.2 Transmissão e Distribuição ................................................ 36

2.1.3 Consumo .............................................................................. 37

2.1.4 Instituições do Setor Elétrico do Brasil ............................. 38

2.1.5 Normativas importantes ..................................................... 40

2.2 ENERGIA SOLAR ............................................................... 41

2.2.1 Modelos de negócio de energia fotovoltaica ...................... 43

2.2.1.1 Usinas Solares Fotovoltaicas ou Fazendas Solares ............... 43

2.2.1.2 Leasing de sistemas fotovoltaicos ......................................... 43

2.2.2 Linhas de financiamento e incentivos tributários ............ 44

2.3 ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO ........................................... 45

2.3.1 A importância do estudo de localização ............................ 45

2.3.2 Etapas para o estudo de localização .................................. 46

2.3.3 Objetivos do estudo de localização .................................... 46

2.3.4 Técnicas ................................................................................ 47

2.3.5 Influências sobre o estudo de localização .......................... 48

2.3.6 Levantamento dos critérios e influências sobre a escolha

da localização de uma usina solar fotovoltaica ................................. 48

2.3.7 Definição da localização ...................................................... 50

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2.3.8 Metodologia AHP ................................................................ 51

2.3.8.1 Definição do problema de decisão e construção da estrutura

hierárquica ............................................................................................ 52

2.3.8.2 Comparação par a par dos critérios ....................................... 54

2.3.8.3 Avaliação da consistência do modelo ................................... 57

2.3.8.4 Apresentação dos resultados ................................................. 59

2.3.8.5 Análise de Sensibilidade ....................................................... 60

3 METODOLOGIA ............................................................... 62 3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................... 62

3.2 DELIMITAÇÃO DA ANÁLISE .......................................... 65

4 DESENVOLVIMENTO ..................................................... 66 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO ................................. 67

4.2 MACROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DO ESTADO........ 69

4.2.1 Determinação dos critérios para a escolha do Estado ..... 70

4.2.1.1 Potencial de geração solar fotovoltaica ................................. 71

4.2.1.2 Temperatura média anual ...................................................... 71

4.2.1.3 Tarifas cobradas pelo consumo de energia elétrica............... 72

4.2.1.4 Custo médio de venda do metro quadrado ............................ 72

4.2.1.5 Potencial do mercado consumidor ........................................ 72

4.2.1.6 Quantidade de instalações fotovoltaicas instaladas a cada 100

mil habitantes ........................................................................................ 73

4.2.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

critérios 73

4.2.3 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

subcritérios .......................................................................................... 74

4.2.4 Determinação dos pesos globais dos subcritérios para

escolha do Estado ................................................................................ 76

4.2.5 Comparação par a par dos Estados sobre cada subcritério

76

4.2.5.1 Potencial de geração fotovoltaica ......................................... 76

4.2.5.2 Temperatura média anual ...................................................... 79

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4.2.5.3 Tarifas cobradas pelo consumo de energia elétrica ............... 80

4.2.5.4 Custo médio de venda do metro quadrado ............................ 81

4.2.5.5 Potencial do mercado consumidor ........................................ 82

4.2.5.6 Quantidade de instalações fotovoltaicas a cada 100 mil

habitantes............................................................................................... 84

4.2.6 Apuração dos resultados..................................................... 86

4.2.7 Análise de sensibilidade da escolha do Estado .................. 87

4.3 ESTUDO DA MICROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DA

MICRORREGIÃO ................................................................................ 89

4.3.1 Determinação dos critérios para a escolha da microrregião

90

4.3.1.1 Relevo ................................................................................... 92

4.3.1.2 Disponibilidade de área útil .................................................. 92

4.3.1.3 Facilidade de acesso .............................................................. 92

4.3.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

critérios 92

4.3.3 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

subcritérios ........................................................................................... 93

4.3.4 Determinação dos pesos globais dos subcritérios ............. 94

4.3.5 Avaliação das alternativas segundo os critérios ............... 95

4.3.5.1 Índice de radiação solar ......................................................... 95

4.3.5.2 Temperatura média anual ...................................................... 96

4.3.5.3 Valor do metro quadrado ...................................................... 97

4.3.5.4 Relevo ................................................................................... 99

4.3.5.5 Disponibilidade de área útil ................................................ 100

4.3.5.6 Facilidade de acesso ............................................................ 101

4.3.6 Avaliação global das alternativas .................................... 103

4.3.7 Análise de sensibilidade da escolha da microrregião ..... 105

4.4 ESTUDO DA MICROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DO

TERRENO .......................................................................................... 106

4.4.1 Determinação dos critérios para escolha do terreno ...... 108

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4.4.1.1 Preço ................................................................................... 108

4.4.1.2 Acesso à linha de distribuição............................................. 108

4.4.1.3 Topografia do terreno ......................................................... 109

4.4.1.4 Presença de obstáculos ao redor ......................................... 109

4.4.1.5 Oferta de água ..................................................................... 109

4.4.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

critérios 109

4.4.3 Comparação par a par das alternativas de terrenos sobre

cada critério ....................................................................................... 110

4.4.4 Análise de sensibilidade da escolha do terreno .............. 117

4.5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............. 118

5 CONCLUSÃO ................................................................... 120 6 . REFERÊNCIAS .............................................................. 123 APÊNDICE A – Exemplos de técnicas para auxílio ao estudo de

localização

APÊNDICE B – Matrizes e cálculos intermediários do método AHP

nos critérios para escolha do Estado

APÊNDICE C – Matrizes e cálculos intermediários do método AHP

nos subcritérios para escolha do Estado

APÊNDICE D – Matrizes e cálculos intermediários para a comparação

pareada entre os Estados

APÊNDICE E – Resultados de cada etapa da escolha de localização

APÊNDICE F – Análise de sensibilidade da escolha do Estado

APÊNDICE G – Análise de sensibilidade da escolha da Microrregião

APÊNDICE H – Análise de sensibilidade da escolha do Terreno

ANEXO A – Orçamento do kit fotovoltaico de 1MW

ANEXO B – Tarifas energéticas cobradas nos Estados analisados

ANEXO C – Mapa de climas do Brasil

ANEXO D – Mapa do relevo de MG

ANEXO E – Mapa das principais áreas de conservação de MG

ANEXO F – Mapa das principais vias de acesso de MG

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29

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o contexto em que o tema se insere,

assim como a justificativa e os objetivos do presente trabalho. Por fim,

será definido a estrutura da monografia.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A questão energética tem sido o foco, a muito tempo, de discussões pelo

mundo, principalmente por fatores ambientais que foram se agravando e

ficando cada vez mais evidentes. Como resposta a essa discussão e

visando atender as necessidades atuais das demandas de energia sem

comprometer o acesso para gerações futuras, os investimentos para

desenvolvimentos de projetos vinculados a fontes renováveis são

crescentes e cada vez mais estimulados. Nesse sentido, a energia solar

fotovoltaica se apresenta como sendo uma das principais soluções para

diversificar a matriz energética mundial, principalmente por ser

acessível e limpa (ABSOLAR, 2018).

No Brasil, o investimento em energia solar fotovoltaica deixou de ser

uma decisão somente a favor do ambiente e passou a ser principalmente

uma decisão econômica por parte dos consumidores. Hoje está mais

barato utilizar energia fotovoltaica do que energia convencional da rede

de distribuição. Normalmente, esta economia ocorre com uma visão de

longo prazo, mas em alguns casos também pode ocorrer de imediato,

como nos empreendimentos de “leasing” que oferecem o aluguel das

placas solares sem o custo inicial de instalação. Nesse contexto, é

notável a expansão de empreendimentos que visam explorar mercado

fotovoltaico em plena ascensão no Brasil e comprovado

economicamente viável em diversos países da Europa e Ásia, por

exemplo, que apresentam um potencial de geração de energia

fotovoltaica bem abaixo do oferecido em território nacional

(SOLARPOWER EUROPE, 2015).

A motivação do presente trabalho se respalda na importância da

influência dos atributos do local para instalação de uma Usina Solar

Fotovoltaica (USF). Alguns fatores como taxa de incidência de radiação

solar, proximidade de linhas de distribuição de média tensão, tarifas

locais e impostos cobrados por Estado são alguns exemplos de fatores

críticos para o sucesso desse tipo de empreendimento no Brasil.

Também podem ser exemplificados alguns fatores menos críticos, mas

que também influenciam na viabilidade do empreendimento, como o

valor do metro quadrado do terreno, a topografia, a oferta de água e taxa

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30

de incidência de acidentes naturais na região (Atlas Solarimétrico de

Minas Gerais, 2012).

Segundo Gomes (2007), o método AHP é um dos mais utilizados na

academia para auxiliar na tomada de decisões multicritérios. Assim,

como o estudo de localização envolve muitas variáveis, este método será

utilizado como ferramenta para o desenvolvimento da presente

monografia, a qual será realizada em 3 etapas. Na primeira etapa espera-

se obter como resposta o Estado mais indicado para implantação de uma

USF no Brasil, e como resposta da segunda etapa a melhor microrregião

deste Estado escolhido. Finalmente, na última etapa, será indicado o

terreno mais favorável nessa microrregião.

1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA

É fundamental referenciar a importância da pesquisa para que ela

se justifique. Será destacada a importância do mercado de energia solar

fotovoltaica no Brasil e também a importância dos estudos prévios de

estudo de localização para instalação de uma USF.

Está ocorrendo um crescimento acelerado do mercado de energia

fotovoltaica no Brasil. Reafirmando e expandindo o horizonte

apresentado pela ABSOLAR (2018), a EPE (2016) apresenta um gráfico

da projeção da capacidade instalada de geração fotovoltaica no Brasil

até o ano de 2024.

Figura 1 - Projeção da geração distribuída de energia fotovoltaica no

Brasil

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31

Fonte: Avaliação da eficiência energética e geração distribuída para os

próximos 10 anos (2015 – 1024) – EPE (2016).

Com posse dessa análise, sustenta-se a relevância e o notável

crescimento que o mercado da energia solar fotovoltaica vêm tendo no

Brasil. E, dentre os vários tipos de modelos de negócio que surgiram

para atender esse mercado crescente no Brasil, o presente trabalho trata

daqueles que utilizam as usinas, ou fazendas, solares fotovoltaicas.

Entende-se por fazendas solares os empreendimentos que utilizam o

conceito de geração compartilhada em áreas remotas, o qual será

apresentado na revisão da literatura.

A problemática da instalação de uma usina fotovoltaica se

estende por diferentes áreas, como econômica, jurídica, tecnológica e de

localização, por exemplo. O foco desse trabalho será o estudo de

localização.

Com a conclusão do presente trabalho espera-se contribuir para o

acervo acadêmico referente ao estudo de localização de uma USF de

1MW no Brasil e, também, apontar o terreno mais apropriado para

instalação deste tipo de empreendimento dados os critérios utilizados.

Além disso, justifica-se também pela contribuição dos estudos referentes

à utilização do método AHP nesse contexto.

1.3 OBJETIVOS

Dividem-se os objetivos em geral e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Esta monografia tem como objetivo principal desenvolver um

estudo de localização e apontar qual seria o melhor local para instalação

de uma USF de 1MW no Brasil dados os critérios utilizados.

1.3.2 Objetivos Específicos

•Identificar os fatores que influenciam direta e indiretamente na

instalação de uma USF

•Estimar a intensidade que cada um desses fatores influencia no

sucesso da instalação de painéis solares

•Levantar informações reais e pertinentes para alimentar o

processo AHP de decisão multicritério

•Desenvolver o estudo de localização de uma USF de 1MW no

Brasil

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32

•Indicar qual é o Estado mais favorável do Brasil dados os

critérios utilizados e o julgamento do decisor.

•Indicar qual é a Microrregião mais favorável do Brasil dados os

critérios utilizados e o julgamento do decisor.

•Indicar qual é o terreno mais favorável para instalação de uma

USF disponível à venda no Brasil dados os critérios utilizados e o

julgamento do decisor.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta uma estrutura

clássica, dividida em capítulos.

No primeiro capítulo, Introdução, procura-se expor e

contextualizar o problema em questão, assim como os objetivos que são

almejados com a conclusão deste trabalho. É nesse capitulo também que

será apontado a relevância e a contribuição que este estudo traz.

No capítulo Fundamentação Teórica, o segundo apresentado, é

realizada uma revisão bibliográfica com o intuito de apresentar e

explicar sobre assuntos considerados fundamentais para o entendimento

do presente trabalho. Assim sendo, será apresentado primeiramente uma

visão geral do Setor Elétrico, depois será fragmentado e explicado

brevemente cada uma das partes que o compõem, sendo elas a Geração,

Transmissão, Distribuição e Consumo. Feito isso, serão brevemente

apresentadas as instituições que controlam e gerenciam esse setor, assim

como a relação hierárquica entre elas. Nessa seção também serão

apresentadas algumas normativas que foram julgadas importantes para

favorecer a expansão do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil.

Posteriormente, o próximo tema fundamental em foco será a Energia

Solar. Então serão expostos conceitos significativos sobre Energia Solar

Fotovoltaica e os modelos de negócio que surgiram nesse contexto. Em

seguida, serão apresentados conceitos importantes a respeito de Estudo

de Localização, explicando-se brevemente alguns métodos utilizados

nessa ciência. No entanto, nessa parte do capítulo o foco será na

explicação do processo analítico hierárquico chamado AHP.

O terceiro capítulo irá esclarecer quais serão as etapas

metodológicas e as delimitações da análise do trabalho, assim como

explicar todas as considerações e premissas utilizadas no

desenvolvimento do estudo.

O objetivo do quarto capítulo, Desenvolvimento do Estudo, será

de fato desenvolver o estudo de localização para implantação de uma

USF de 1MW no Brasil com base no método AHP. Para isso,

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33

primeiramente será esclarecido a caracterização do projeto para então se

iniciar o levantamento dos critérios que serão utilizados para auxiliar na

tomada de decisão. Posteriormente, será realizado uma análise macro,

visando selecionar o Estado mais favorável. Feito isso, será realizada

uma análise com o intuito de mapear as microrregiões mais favoráveis

deste Estado, para então compará-las entre si e selecionar aquela que

mais se destacar. Com isso, será realizado outra análise micro para

comparar os terrenos disponíveis à venda nessa microrregião e apontar

qual de fato é o mais favorável.

O quinto capítulo apresenta os resultados e as conclusões obtidas

do estudo realizado, além do posicionamento do autor sobre a possível

realização do investimento e também quais seriam os pontos para se dar

continuidade num trabalho futuro.

O sexto e último capítulo aponta todas as referências que foram

utilizadas na elaboração desse trabalho.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como indicado na estrutura do trabalho, este capítulo tem como

objetivo apresentar os conceitos teóricos que serão utilizados no

desenvolvimento desse trabalho. Nesse sentido, primeiramente

apresenta-se o Setor Elétrico, depois aborda-se o tema da Energia Solar

e por último o Estudo de Localização, o qual dará enfoque no

detalhamento e explicação do método AHP.

2.1 SETOR ELÉTRICO

A Associação Brasileira de Distribuição de Energia Elétrica

(ABRADEE, 2018) apontou uma perspectiva interessante e que pode ser

entendida como um pretexto para a introdução sobre o setor elétrico.

Segundo a Associação, a energia elétrica não pode ser armazenada de

forma economicamente viável, diferentemente de outros sistemas de

redes, como o de saneamento e de gás. Como consequência disso, é

necessário um constante e instantâneo equilíbrio entre a oferta e a

demanda, ou seja, toda a energia consumida deve ser produzida

instantaneamente. Em outras palavras, todo o sistema elétrico tem que

ser conectado desde a geração até o consumo. Por isso, corre-se o risco

de desligamentos em cascata, os chamados “apagões”, quando há

desequilíbrios entre a produção e o consumo de energia elétrica.

Com essa premissa manifestada, pode-se descrever o setor

elétrico como sendo composto por 4 partes que se conectam e se

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34

complementam, sendo elas a Geração, Transmissão, Distribuição e

Consumo.

2.1.1 Geração

A sociedade moderna se apresenta com crescente dependência

tecnológica e, consequentemente, com crescente consumo de energia

elétrica. E, para suprir essa demanda, existem diversas formas de

geração de eletricidade. No entanto, a maior parte da matriz energética

mundial provém de fontes não renováveis (REN21, 2015).

O Brasil se destaca da média mundial e ostenta aproximadamente

81,7% da eletricidade gerada oriunda de fontes renováveis (BEM, EPE;

2017). No entanto, o aproveitamento hidráulico é o principal sistema de

geração de eletricidade do Brasil, com 68,1% do total, e a fonte solar

acaba representando somente 0,01% do total, aponta o mesmo estudo.

Figura 2 -Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte

Fonte: EPE (2017).

Azevêdo (2016) aponta que a geração de energia a partir de

fontes hidráulicas é bem vulnerável às variações climáticas globais e

pode apresentar redução da sua capacidade instalada em função disso.

Para Burgi (2013), no longo prazo a geração de energia elétrica por

fontes hidráulicas no Brasil apresenta outro agravante: a maior parte do potencial remanescente se encontra na região do bioma amazônico, o

que torna o processo de expansão mais complexo e custoso em função,

principalmente, das restrições ambientais e do difícil acesso aos grandes

polos consumidores de energia elétrica, demandando aumento da rede

de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN). Portanto, por

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35

esses e outros motivos, observa-se a crescente necessidade de

diversificação da matriz energética no Brasil.

Segundo dados do Plano Nacional de Energia (EPE, 2007), a

energia solar fotovoltaica estará em segundo lugar no ranking de

geração de energia no Brasil até o ano de 2030. A previsão é que nesse

período, o Brasil terá entre 22% e 24% do consumo total de energia

oriundo da geração fotovoltaica.

Para Braun-Grabolle (2010), esse novo cenário no Brasil é

estimulado por questões ambientais favoráveis, dado o vasto território

em área com alta incidência solar, e com o avanço da legislação no

mercado energético nacional. Segundo o IBGE (2010), o Brasil possui

uma área de 8,5 milhões de km², consagrando-se como o maior pais da

América do Sul e o quinto do mundo em extensão territorial. Assim, ao

analisar a Figura 3 que apresenta o mapa da radiação solar global

fornecido pelo Global Solar Atlas, pode-se observar que o Brasil

apresenta índices elevados em toda a sua extensão, sendo visivelmente

superior aos apresentados em todo o território da Europa, por exemplo.

Segundo Estadão (2018), a incidência solar média no Brasil é de 5,4

quilowatt-hora/metro quadrado, mais do que nos Estados Unidos e

China que são os atuais líderes em capacidade instalada de energia solar

fotovoltaica. Assim, pode-se ter idéia do tamanho do potencial de

geração solar em território nacional.

Figura 3- Mapa de radiação solar mundial

Fonte: Global Solar Atlas - World Bank Group (2018).

Ramos Martins, Pereira e Echer (2004) também apontam que o

Brasil possui enorme potencial para geração fotovoltaica por estar

localizado em sua maior parte na região intertropical. Assim, está

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36

ocorrendo uma reestruturação nos modelos tradicionais de energia,

permitindo que a geração distribuída ocupe um espaço fundamental

neste novo contexto.

2.1.2 Transmissão e Distribuição

Segundo ABRADEE (2018), o segmento de transmissão

caracteriza-se por ser o responsável por transportar grandes quantidades

de energia elétrica em alta tensão das usinas geradoras até as

macrorregiões de destino. Dessa forma, se ocorrer uma parada em

alguma linha do sistema de transmissão, cidades inteiras ou até mesmo

estados podem ficar sem acesso à energia elétrica. E para gerir este

sistema, existem 77 concessionárias no Brasil, encarregadas de

administrar e operar mais de 100 mil quilômetros de linhas de

transmissão por todo território nacional.

Figura 4 - Mapa do Sistema de Transmissão no Brasil – Horizonte 2017.

Fonte: ONS (2017).

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37

Como podemos observar no mapa do Sistema de Transmissão do

SIN divulgado pela ONS (2017) apresentado na Figura 4, existem

diferentes níveis de linhas de transmissão de energia elétrica no parque

nacional. Segundo entrevista com profissionais do setor elétrico, evita-

se perdas ao transmitir energia em tensões mais altas e em estruturas

mais robustas, explicando-se assim o porquê dos diferentes níveis de

tensão das linhas de transmissão. Portanto, de forma simplificada,

apesar da linha de transmissão sempre transmitir energia em alta tensão

(superior à 138kV), quanto maior forem as distâncias entre a usina

geradora e o polo consumidor, mais alta será a tensão transmitida.

Sobre o segmento da distribuição, continua ABRADEE (2018), é

a parte que se caracteriza por receber as grandes quantidades de energia

do sistema de transmissão em alta tensão e então distribuir de forma

pulverizada para as microrregiões, em média e baixa tensão, atendendo

aos consumidores em residências, pequenos comércios e indústrias, por

exemplo. Para administrar e operar este sistema, existem 63

concessionárias no Brasil que tem seus preços de distribuição regulados

pela ANEEL.

Destaca-se a importância do segmento de distribuição do setor

elétrico para este trabalho pois, segundo profissionais da área, a energia

gerada em uma USF de potência de 1MW deve ser injetada em linhas de

distribuição de média tensão para atender aos consumidores remotos.

Por isso, este critério é um fator muito importante para o estudo de

localização, pois sem este acesso torna-se praticamente inviável a

construção de uma nova linha para se conectar a uma existente.

2.1.3 Consumo

O Atlas Brasileiro de Energia Solar (INPE, 2017) comenta que o

atendimento da demanda crescente de energia elétrica tem que ser

prevista no planejamento do setor energético. Assim, este planejamento

energético deve servir como ferramenta para auxiliar na governança de

politicas públicas que visem proporcionar o fornecimento de energia à

população com o menor custo, menor risco e com os menores impactos

socioeconômicos e ambientais. Nesse sentido, a Figura 5 publicada pelo

mesmo estudo (INPE, 2017) apresenta o histórico e a previsão do

consumo de energia elétrica no Brasil.

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Figura 5 - Histórico e previsão do consumo total de energia elétrica no

Brasil

Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar (INPE, 2017).

Como já foi apontado anteriormente neste trabalho, o crescimento

da demanda de eletricidade somado à suscetibilidade do principal

recurso energético (hídrico), indicam a necessidade de diversificar as

fontes de energia que compõem a matriz elétrica do Brasil. Além disso,

o Atlas Brasileiro de Energia Solar (INPE, 2017) menciona que grande

parte da demanda de energia elétrica ocorre durante o horário comercial.

E é justamente nesse período do dia que ocorre a maior disponibilidade

do recurso solar, o que reforça a utilização dessa fonte de energia para

abastecer o consumo crescente de energia elétrica no Brasil.

2.1.4 Instituições do Setor Elétrico do Brasil

Segundo nota técnica mencionada pela ABRADEE (2018),

existem agentes de governo responsáveis pela política energética do

setor elétrico brasileiro, assim como sua regulação, operação e também

pelo comércio. Assim sendo, serão brevemente apresentadas as

principais entidades do setor elétrico brasileiro.

Ainda comentado pela ABRADEE (2018), as entidades que

regulam o setor elétrico são o CNPE (Conselho Nacional de Política

Energética), o MME (Ministério de Minas e Energia) e CMSE (Comitê

de Monitoramento do Setor Elétrico) que exercem as atividades de

governança do setor. Já as atividades regulatórias e de fiscalização são

exercidas pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),

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39

enquanto que as atividades de planejamento, operação e contabilização

são exercidas por empresas públicas ou de direito privado sem fins

lucrativos, como a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ONS

(Operador Nacional de Sistema) e CCEE (Câmara de Comercialização

de Energia Elétrica), as quais serão referenciadas com notável

frequência no presente trabalho dada a abundância de conteúdo

publicado por essas entidades. Por fim, as atividades permitidas e

reguladas são exercidas pelos demais agentes do setor, sendo eles os

geradores, transmissores, distribuidores e comercializadores.

A Figura 6 ilustra esse mapeamento organizacional das

instituições que dão corpo ao setor elétrico nacional e que foram

brevemente mencionadas nesta monografia.

Figura 6- Mapeamento das Instituições do Setor Elétrico Nacional.

Fonte: ABRADEE (2018).

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40

2.1.5 Normativas importantes

A geração de energia elétrica de pequena escala ganhou atenção

especial dos brasileiros a partir de 2012, em virtude da Resolução

Normativa de nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL

- que estabeleceu o marco regulatório para o acesso da microgeração e

da minigeração distribuída aos sistemas brasileiros de distribuição de

energia elétrica (ANEEL, 2012; HOLDERMANN et al., 2014.).

Em 2015 houveram algumas alterações na Normativa 482, sendo

apresentada na Normativa 687, a mais recente e importante normativa

sobre o tema até então. A seguir são apresentados os trechos dessa

última Normativa que foram julgados mais importantes para o presente

trabalho.

II - minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica,

com potência instalada menor ou igual a 5 MW para cogeração

qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, ou para as demais

fontes renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição

por meio de instalações de unidades consumidoras;” – Nesse trecho,

destaca-se a definição que enquadra o empreendimento estudado nesse

trabalho, qual seja uma usina de “minigeração distribuída”.

III - sistema de compensação de energia elétrica: sistema no qual

a energia ativa injetada por unidade consumidora com microgeração ou

minigeração distribuída é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à

distribuidora local e posteriormente compensada com o consumo de

energia elétrica ativa; - Esse trecho trata da permissão para a viabilidade

do tipo de empreendimento que será estudado nesse trabalho. Aqui

evidencia-se a permissão concedida para gerar energia a partir de micro

ou minigeração distribuída e injetar na rede de distribuição.

VII – geração compartilhada: caracterizada pela reunião de

consumidores, dentro da mesma área de concessão ou permissão, por

meio de consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou

jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou

minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras

nas quais a energia excedente será compensada; - Sendo essa a principal

característica do empreendimento de uma usina solar.

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41

2.2 ENERGIA SOLAR

A Agência Nacional de Energia Elétrica faz uma observação

interessante: quase todas as fontes de energia, incluindo hidráulica,

biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos, são

formas indiretas de energia solar ANEEL (2005). Esta perspectiva

mostra a importância desse tema.

De acordo com Wang (et al 2009), a energia solar é considerada

ambientalmente a mais vantajosa entre os recursos de energia renovável,

já que ela é silenciosa, livre de CO2 durante a operação, apresenta

escalabilidade flexível e manutenção e operação consideradas simples.

Segundo Azevêdo (2016), processo de geração de energia pode

ser feito de dois modos distintos: conversão térmica e conversão

fotovoltaica. A geração de energia por conversão térmica solar, continua

a autora, ou Energia Solar Concentrada - Concentrated Solar Power

(CSP) é realizada a partir de superfícies espelhadas (arranjos de

heliostatos e coletores solares) que refletem e concentram a radiação

solar incidente em uma pequena superfície, elevando a temperatura

desse local. Dessa forma, ocorre uma conversão térmico-mecânica local

e, com o uso de equipamentos adequados, essa radiação é convertida em

eletricidade. A principal fonte de energia nesse tipo de conversão é a

radiação solar direta normal sobre a superfície espelhada.

Figura 7-Planta termosolar de Atacama, a maior da América Latina com

geração de 100MW.

Fonte: Universidad de Chile (2018).

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42

Sobre a energia solar fotovoltaica, o Atlas da Brasileiro Energia

Solar (INPE; 2017) explica que a geração de energia por conversão

fotovoltaica decorre, fundamentalmente, da excitação dos elétrons de

alguns materiais na presença de luz solar. A conversão de energia solar

em eletricidade acontece na célula, sendo este o elemento básico do

sistema fotovoltaico. Azevêdo (2016) esclarece que o processo é

realizado a partir de elementos semicondutores fotossensíveis que

convertem a radiação solar em uma diferença de potencial nos terminais

da estrutura fundamental dos componentes eletrônicos. Normalmente

estes componentes são formados por Silício e Germânio. Dessa forma,

ao realizar a conexão dessa diferença de potencial numa ligação elétrica,

gera-se como resultado a circulação de corrente contínua. De acordo

com Nascimento (2004), enquanto houver incidência de luz sobre a

célula fotovoltaica, irá ocorrer o fluxo de elétrons pelo circuito elétrico

interno. Este fenômeno é denominado de “Efeito Fotovoltaico” que se

traduz em “conversão direta da luz em eletricidade”.

Para esse tipo de conversão, a qual será o objeto de estudo do

presente trabalho, a radiação global horizontal é a radiação solar de

maior interesse (AZEVÊDO, 2016). Entende-se radiação global

horizontal como toda a radiação recebida por uma superfície plana

horizontal.

Sobre a eficiência das placas fotovoltaicas, Green et al (2000)

aponta que as melhores células fotovoltaicas apresentam um índice

máximo de eficiência de conversão de 25%. Entende-se eficiência de

conversão como a proporção da radiação solar incidente sobre a

superfície da célula que de fato é convertida em energia elétrica.

Figura 8- Projeto megawatt Solar da Eletrosul em Florianópolis

Fonte: Oca Energia (2018).

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43

2.2.1 Modelos de negócio de energia fotovoltaica

Neste subcapitulo serão apresentados os dois principais modelos

de negócios referentes à energia solar fotovoltaica que são praticados no

Brasil, segundo entrevista com profissionais do setor.

2.2.1.1 Usinas Solares Fotovoltaicas ou Fazendas Solares

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e

Eletrônica (ABINEE, 2012), as USF surgiram do interesse conjunto de

indivíduos e investidores de usufruírem da energia fotovoltaica mas

possuirem casas ou propriedades não ofereciam condições adequadas à

implantação de sistemas solares. Assim, organizaram-se numa entidade

e formaram um grupo. A idéia fundamental das USFs é possibilitar a

aquisição de cotas dos empreendimentos solares a serem construídos por

este grupo e, em igual proporção, essas cotas dariam direito ao benefício

econômico pelo crédito da energia ali gerada. É como se a pessoa fosse

dona de um lote produtivo dentro de uma fazenda de um grupo. Assim,

uma pessoa pode ser sócia de uma USF instalada longe de sua casa e

ainda usufruir do benefício econômico dessa geração de energia,

caracterizando-se assim a geração compartilhada em áreas remotas.

Empresas privadas, cooperativas, entidades governamentais e

ONGs sem fins lucrativos organizam estas atividades, comprando

equipamentos, desenvolvendo projetos, instalando e operando usinas

comunitárias.

Azevêdo (2016) indica que as primeiras usinas solares foram

construídas nos Estados Unidos na década de 80, sendo esse um marco

para a geração de eletricidade em larga escala a partir de tecnologia

solar. No Brasil, por sua vez, a primeira USF instalada em território

nacional foi pela iniciativa privada e inaugurada em 2011 no Município

de Tauá, no estado do Ceará, tendo potência instalada de 1MW (JOÃO

TAVARES et all, 2014).

2.2.1.2 Leasing de sistemas fotovoltaicos

Segundo ABINEE (2012), o sistema de leasing para sistemas

fotovoltaicos surgiu como alternativa para evitar as restrições

financeiras geradas pelo alto custo inicial de aquisição e instalação das

placas solares. Nesse sentido, empresas norte-americanas começaram a

oferecer alternativas que transformam o alto custo inicial do sistema

fotovoltaico em pagamentos mensais acessíveis pelo serviço de “geração

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44

de energia solar”. Dessa forma, essas empresas ficam encarregadas de

vender, instalar e manter os sistemas fotovoltaicos, cobrando um valor

fixo por este serviço. Pode-se comparar este tipo de serviço com aqueles

prestados pelas empresas de TV a cabo, por exemplo. Nos EUA este

tipo de modalidade é conhecido por “Solar Lease” e tem sido

responsável por fornecer energia fotovoltaica a um grande número de

consumidores que não teriam condições de arcar com os custos iniciais

do sistema fotovoltaico.

Nesse tipo de serviço, a economia é imediata. O cliente recebe

um desconto na fatura mensal de consumo de energia elétrica no mês em

que contratar o serviço. Em contrapartida, normalmente o cliente deve

se comprometer a assinar um contrato de longa duração com a empresa

que oferece o leasing.

2.2.2 Linhas de financiamento e incentivos tributários

No sentido de dar suporte e incentivo aos diferentes tipos de

empreendimentos voltados à energia solar fotovoltaica no Brasil, são

apresentadas as principais linhas de financiamento e incentivos

tributários praticados em território nacional.

O Programa Fundo Clima (ABINEE, 2012) foi criado em 2009

pela Lei 12.114 e é dirigido a aplicar recursos reembolsáveis do Fundo

Nacional sobre Mudança do Clima. Assim, apresenta como um dos seus

objetivos o apoio aos investimentos em geração de energia a partir da

captura da radiação solar, assim como ao desenvolvimento tecnológico e

a cadeia produtiva do setor. Segundo ABINEE (2012), o financiamento

mínimo dentro deste programa é de R$3 milhões, oferecendo taxas de

financiamento bem abaixo do mercado.

Devido ao preço elevado e ao longo tempo de vida útil, também

existem linhas de crédito específicas para a aquisição de sistemas

fotovoltaicos por parte de empresas comercializadoras ou dos

consumidores diretos. Nesse sentido, ABINEE (2012) recomenda para a

geração distribuída a adoção por parte do sistema bancário e da

Sociedade Brasileira de Poupança e Empréstimo (SBPE), sendo esta

liderada pela Caixa Econômica Federal (CEF). ABINEE (2012) também

aponta que existe uma gama de opções de políticas fiscais que podem

ser aplicadas à comercialização dos sistemas fotovoltaicos, o que

garantiria um custo de aquisição mais realista com relação ao poder de

compra dos consumidores.

Nesse sentido, a Lei nº 13.169 sancionada em 2015 declara que a

energia solar injetada na rede de distribuição, conforme os termos do

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45

Sistema de Compensação de Energia Elétrica estabelecido pela

Resolução Normativa nº 482, ficam isentas de PIS e COFINS.

(BRASIL, 2015). Além disso, o Convênio ICMS 75 também concedeu a

isenção de ICMS incidente sobre aos créditos de energia injetados na

rede de distribuição, e está sendo aplicada em 25 dos 27 Estados

brasileiros (CONFAZ, 2016), estando de fora os Estados do Paraná e

Amazonas, até o presente momento.

2.3 ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO

2.3.1 A importância do estudo de localização

Problemas de localização de instalações envolvem a análise de

muitas variáveis e, portanto, são problemas complexos e necessitam

uma análise criteriosa e sistemática sobre os aspectos que constituem do

desafio a ser abordado (MAPA; LIMA, 2012).

Segundo Santa Catarina (2017), o estudo de localização pode

influenciar diretamente na rentabilidade do negócio a ser instalado. E a

escolha da localização é um tipo de decisão realizada com rara

frequência, já que nessa etapa determinam-se investimentos fixos

importantes, o que por si só indica a importância desse tema, continua o

mesmo autor. Slack, Chambers e Johnston (2002) comentam que os

custos de mudança de instalação de um local para outro podem ser

extremamente altos, assim como o risco de criar inconvenientes para os

consumidores finais. Portanto, o estudo de localização é uma decisão

praticamente irreversível no curto e médio prazo.

Moreira (2008) relata que o estudo de localização é uma decisão

muito específica visto que cada empreendimento tem suas

particularidades. E para Santa Catarina (2017), trata-se um assunto que

está inserido no projeto logístico do empreendimento, já que envolve a

análise da logística de distribuição e de fornecimento, a política de

recursos humanos pela disponibilidade e acesso da mão de obra.

Envolve também as questões ambientais, de comunidade e da legalidade

da inserção de um empreendimento em cada localidade, além de se

incluir a análise de possíveis cenários futuros para cada diferente região.

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46

2.3.2 Etapas para o estudo de localização

Para realizar um Estudo de Localização, Santa Catarina (2017)

sugere a realização de 8 etapas, sendo elas apresentadas a seguir.

1. definição dos objetivos do estudo de localização;

2. analise do sistema de valor onde o negócio está inserido;

3. escolha e análise os fatores de localização;

4. escolha das alternativas de localização;

5. escolha das técnicas para a escolha da localização;

6. levantamento de dados para cada alternativa de localização;

7. tabulação e análise dos dados;

8. escolha da localização.

Além disso, o autor aponta a importância de se definir a qual

nível de decisão está relacionado o objetivo do estudo de localização.

Assim, deve-se definir se o estudo irá focar a macrolocalização ou a

microlocalização. Nesse sentido, a primeira diz respeito a apontar o

continente, país, região ou Estado mais apropriado para as dadas

condições, visando atender às decisões que envolvam dinâmicas e

prognósticos globais de economia e política, impostos e cultura, por

exemplo. A microlocalização, por sua vez, indicaria o município, bairro

ou mesmo a localidade específica, como o endereço exato por exemplo,

sendo o caráter operacional um dos principais pilares dessa análise. O

presente trabalho tem como objetivo realizar tanto o estudo da macro

quanto o da microlocalização. Primeiramente, será realizado um estudo

sobre o Estado mais indicado para se instalar uma USF, posteriormente

será analisado qual microrregião dentro deste Estado seria a mais

favorável e, por fim, qual terreno dentro desta microrregião que mais se

destaca.

2.3.3 Objetivos do estudo de localização

Slack, Chambers e Johnston (2007) comentam que o objetivo

global de se estudar a localização é atingir o ponto ótimo entre os três

itens apresentados seguir:

•nível de serviço prestado;

•receita potencial da operação;

•custos variáveis com a localização geográfica

Visando a instalação de uma USF, pode-se entender o nível de

serviço prestado como a capacidade de gerar economia na conta de luz

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dos consumidores, e isto estaria relacionado principalmente ao nível de

geração de energia e à tarifa energética cobrada na região. Esses dois

fatores também podem ser vistos como influenciadores na receita

potencial da operação, já que esta é resultado da economia gerada para

os consumidores, que por sua vez é a diferença entre a tarifa energética

cobrada na região e os custos de geração da energia solar fotovoltaica.

Quanto menores forem os custos da energia gerada, maior será o

potencial da receita de operação. E, como os principais custos da energia

solar FV são fixos e relacionados à instalação, quanto maior for a

geração de energia, e com isso entende-se quanto maior for o índice de

radiação solar na região, mais barato será a energia gerada, e maior será

a possibilidade de ganhos.

Já os custos variáveis com a localização geográfica podem ser

associados ao custo do metro quadrado e das tarifas e impostos cobrados

em cada região do Brasil. Além disso, pode-se também incluir os custos

de preparação do solo, como terraplanagem e estaqueamento, caso o

terreno seja irregular, e também os custos referentes à construção de

uma linha de transmissão de energia, caso a linha de distribuição esteja

distante do ponto de instalação da USF.

2.3.4 Técnicas

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), existem diferentes

técnicas sistemáticas e quantitativas para auxiliar no processo de decisão

do estudo de localização.

Nesse sentido, pode-se citar alguns exemplos de técnicas que

auxiliam na tomada de decisão multicritério, utilizadas com

considerável frequência na literatura sobre estudo de localização, como

a técnica da ponderação de fatores, o método do centro de gravidade, a

análise de custos diferenciais, a análise por métodos da engenharia

econômica, entre vários outros. No Apêndice A apresentam-se

explicações à respeito destes exemplos.

O procedimento metodológico escolhido para auxiliar a tomada

de decisão desta monografia foi o método AHP por apresentar

características analíticas que traduzem aspectos qualitativos do

problema em quantitativos, além de ponderar o conhecimento e as

prioridades dos especialistas e levar a um equilíbrio de preferência ao

tomador de decisão (SAATY; VARGAS, 2001). O método AHP será

explicado em maiores detalhes no item final deste capitulo.

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48

2.3.5 Influências sobre o estudo de localização

Slack, Chambers e Johnston (2002) comentam que há dois

grandes grupos de influências no estudo de localização: por parte dos

fornecedores e por parte da demanda. No primeiro, estariam associados

os custos da mão de obra, da terra, energia e transporte. Além disso,

entrariam fatores da comunidade que derivam do ambiente social,

político e econômico da região. Nesse sentido, os autores listam fatores

como impostos locais, restrições de movimentação de capital,

assistência financeira e de planejamento do governo, disponibilidade de

serviço de apoio, restrições ambientais, entre outros. Nas influências

geradas pela demanda, considera-se a habilidade da mão de obra, a

conveniência para os clientes, a imagem e adequação do local em si.

Catarina (2017) segue na mesma linha e complementa que o número de

concorrentes, a proximidade com os fornecedores e a quantidade e

qualidade de consumidores também são fatores que devem ser levados

em consideração no estudo de localização de um empreendimento.

2.3.6 Levantamento dos critérios e influências sobre a escolha da

localização de uma usina solar fotovoltaica

O Manual de Engenharia Fotovoltaica de Pinho e Galdino (2014)

aponta que, em geral, não existem restrições quanto ao local de

instalação dos painéis fotovoltaicos, visto que os módulos são

equipamentos desenvolvidos para resistir ao tempo (sol, chuva, geadas

etc) durante muitos anos. No entanto, recomenda-se que os painéis

solares sejam instalados em locais com boa incidência de radiação solar

e com a menor distância possível das baterias e cargas, a fim de evitar as

perdas de tensão nos cabos de transmissão. O mesmo estudo aponta que

para a montagem de grandes geradores fotovoltaicos em locais onde o

custo do solo é importante, pode ser apropriado realizar uma análise

comparativa entre o custo do solo e a perda de energia. Além disso,

continuam os autores, também devem ser consideradas as possibilidades

de vandalismo, crescimento de vegetação vizinha, construção de

edificações e/ou instalação de objetos sombreadores no entorno em um

futuro próximo (Pinho e Galdino, 2014).

Sobre a radiação solar, Duffie (2013) comenta que a incidência

ocorre de forma desigual na superfície terrestre, basicamente por

consequência da inclinação do eixo de rotação da Terra, do ciclo da

água e dos ventos. Nesse sentido, Ribeiro (2015) aponta outros fatores

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como a temperatura, altitude em relação ao nível do mar, vegetação,

composição do solo, espessura da crosta terrestre e obstáculos.

De acordo com Michels, Gnoatto e Santos (2010) a temperatura

de operação de um painel fotovoltaico influencia negativamente na

geração de energia. Quando maior a temperatura do painel, menor o

valor da tensão e, como resultado, a potência diminui, assim como a

eficiência. O artigo ainda aponta que a variação da eficiência do painel

solar pode variar até mesmo em um dia, entre uma temperatura mais

amena de manhã e outra mais elevada de tarde. Assim, será levado em

consideração a temperatura dos locais analisados no presente estudo.

Sobre as influências ambientais, Suuronen A. (2017) indica que

as usinas solares fotovoltaicas podem mudar o microclima do ambiente,

e as condições microclimáticas alteram a distribuição e o

comportamento da biota. Plantas de energia solar de montagem fixa

podem atuar como refúgio para alguns grupos de artrópodes durante o

calor diurno, por exemplo, mas para a vegetação, as condições de

sombra proporcionada pelas placas podem perturbar o florescimento. E,

apesar do fato das placas fotovoltaicas serem silenciosas, a fase de

construção causa algum ruído intensivo (Tsoutsos et al. 2005). Além

disso, no processo de construção, o solo é removido ao lado de sua flora

e fauna, tornando o solo mais suscetível à erosão e a mudanças na taxa

de infiltração de água (Wu et al. 2014). Sendo isso destacado,

evidenciam-se também preocupações com o bioma local em que será

instalado a fazenda solar. Nesse sentido, no desenvolvimento do

presente trabalho e na escolha dos locais, serão evitados aqueles que

apresentarem regiões que sejam ambientalmente protegidas, como

parques nacionais.

Azevêdo (2016) utilizou quatro critérios em sua tese de

doutorado sobre o estudo de localização de uma fazenda solar no Estado

de Pernambuco, sendo eles: Climático, Topográfico, Localização e

Ambiental. Com base nesses critérios, foram traçados os seguintes

subcritérios: radiação solar direta normal, declividade do terreno,

distância aos recursos hídricos, distância às rodovias, distância às linhas

de distribuição, distância às áreas urbanas e de expansão urbana, uso e

ocupação do solo.

Ribeiro (2015) destaca os seguintes elementos que influenciam na

escolha da localização de uma usina solar: agentes geológicos,

climáticos e atmosféricos; restrições legais e ambientais e área para

instalação de equipamentos e infraestrutura. O indicador da temperatura

em função da localização geográfica afeta diretamente na eficiência de

captação da energia solar fotovoltaica. No entanto, continua o autor, as

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restrições legais ou ambientais também podem limitar o potencial

energético de exploração.

Villalva e Gazoli (2012) apontam que na implantação de uma

usina solar, o arranjo dos painéis solares deve variar em função da

dimensão, do espaçamento entre fileiras e da orientação geográfica

assumida. Assim sendo, para se evitar a ocorrência de áreas de

sombreamento nos painéis, as fileiras de painéis devem ser arranjadas

prevendo o espaçamento correto entre elas. Portanto, para o

dimensionamento da área da instalação da usina solar, também deve-se

levar esse fator em consideração.

Os pesquisadores chineses Yi-sheng et al (2014) compilaram

informações de indicadores e a devida frequência que cada um aparece

em 19 artigos relacionados ao estudo de macrolocalização de uma

estação hibrida de geração de energia solar e eólica, sendo apresentada

na Tabela 1 os indicadores voltados para a parte solar.

Tabela 1 - Estatística dos indicadores voltados para parte solar utilizados

nos 19 artigos estudados pelos pesquisadores chineses.

Fonte: adaptado de Yi-sheng et al. (2014).

Assim, o presente trabalho levará em consideração os diferentes

critérios, subcritérios e influências sobre a implantação de uma usina

solar levantadas pelos estudos de autores de diferentes nacionalidades aqui apresentados, assim como a consulta com profissionais da área.

2.3.7 Definição da localização

Santa Catarina (2017) aponta que após a definição dos critérios e a

devida pesquisa embasada a fim de criar um banco de dados sobre cada

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um dos diferentes locais, deve-se realizar a tabulação e análise de cada

localização. Para isso, realiza-se o diagnóstico de cada local, sendo

apontados os pontos forte e fracos, visando evidenciar a diferenciação

em relação aos outros. Assim, compara-se o quão melhor um local é em

relação a outro segundo cada critério. Feito isso, realiza-se o prognóstico

dos aspectos de cada local, buscando antecipar questões futuras, com

base na projeção de parâmetros e na definição de tendências.

Por fim, para se definir a localização final deve-se juntar os aspectos

ponderáveis e imponderáveis e questionar se os dados estudados são

suficientes ou não (Santa Catarina, 2017).

2.3.8 Metodologia AHP

A metodologia a ser utilizada como ferramenta para auxiliar no

estudo de localização desta monografia será o AHP (Analytic Hierarchy

Process). Este método foi desenvolvido por Thomas L. Saaty com o

intuito de auxiliar na tomada de decisão de problemas complexos nas

mais diversas áreas, como por exemplo planejamento, avaliação de

recursos, medição de performance, alocação de recursos, definição de

prioridades (Haydar et al, 2004). Segundo Gomes (2007), quando se

trata da utilização de métodos multicritério para auxílio à tomada de

decisão, o AHP é o mais utilizado no mundo.

Becker (2004) comenta que os problemas de multicritérios

apresentam em sua identidade o cuidado com a priorização dos critérios

analisados, já que estes envolvem trade-offs significativos e que

normalmente são a chave do problema em questão. Por isso a autora

considera que o método AHP seja o mais indicado principalmente em

estudos que envolvem julgamentos subjetivos.

Godoi (2014) segue na mesma linha e aponta que uma das

principais características do método AHP é a capacidade de comparar

aspectos quantitativos e qualitativos em uma análise. No presente

trabalho, por exemplo, serão confrontados diversos fatores quantitativos,

como o índice de radiação solar e as tarifas energéticas cobradas em

cada região, com fatores qualitativos como as características do relevo.

A abordagem do método AHP baseia-se na categorização de um

problema de decisão em diversos níveis de hierarquia, a fim de definir

todos os fatores relacionados direta e indiretamente ao problema chave.

Nessa abordagem, assume-se que cada elemento existente na

estrutura hierárquica é independente entre si. Segundo Aras (2003), o

primeiro e mais importante passo é determinação do objetivo, ou em

outras palavras, a definição do problema chave.

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Nunes Junior (2006) resume o método AHP em um esquema

didático que representa como a estrutura hierárquica do método se

comporta sob a influência dos pesos, apresentado na Figura 9.

Figura 9- Esquema representativo dos pesos na estrutura hierárquica

Fonte: Nunes Junior (2006).

Dessa forma, pode-se observar que a decisão sobre o objetivo terá

influências de acordo com os pesos de cada critério e os devidos

subcritérios relacionados a ele.

Segundo Azevêdo (2016), a metodologia AHP pode ser explicada

pelas sequência de etapas que serão apresentadas nos próximos itens.

2.3.8.1 Definição do problema de decisão e construção da estrutura

hierárquica

Primeiramente, temos um objetivo principal, ou em outras

palavras, uma questão principal a ser respondida. No caso desta

monografia, essa seria “Qual é a melhor localização para a implantação

de uma USF de 1MW no Brasil?”. Assim sendo definido, o problema de

decisão é analisado em detalhes com o intuito de identificar o real

objetivo, os critérios e subcritérios embasados nos valores, crenças e

convicções do decisor, e as alternativas para a solução do problema.

A hierarquização do problema de decisão é realizada com o

intuito de destrinchar e facilitar a compreensão, como apresentado na

Figura 10.

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Figura 10 - Estrutura hierárquica do método AHP

Fonte: adaptado de Saaty e Vargas (2012).

Na Figura 10, Saaty e Vargas (2012) apresentam uma estrutura

hierárquica de 3 níveis. No entanto, Azevêdo (2016) ressalta que a

estrutura do método AHP pode ser dividida em tantos níveis

hierárquicos quanto forem julgados necessários para o desenvolvimento

da melhor solução do problema. Quanto mais destrinchada estiver a

questão principal, mais acessível e embasada será a solução.

É nessa etapa que se consolidam os critérios, subcritérios e

alternativas que serão utilizados para solucionar o problema alvo. Para

isso, Saaty e Vargas (2012) sugerem as seguintes etapas para elaboração

da estrutura hierárquica:

1) Identificação do objetivo principal, ou seja, a questão

principal;

2) Identificação de objetivos secundários que influenciam no

objetivo principal;

3) Identificação dos critérios que devem ser satisfeitos para que

se atinja os objetivos secundários do objetivo principal;

4) Identificação de subcritérios para cada critério;

5) Identificação dos atores envolvidos;

6) Identificação dos objetivos dos atores;

7) Identificação das políticas dos atores;

8) Identificação das alternativas;

9) Escolha das alternativas preferidas e comparação entre o

custo-benefício de realizar a escolha destas e não a das

alternativas descartadas;

10) Análise do custo-benefício com base em valores marginais;

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Como se pode notar, no nível mais alto da estrutura está o

objetivo principal. No nível seguinte, o objetivo principal foi

decomposto em diferentes critérios, e num nível ainda inferior, em

alternativas. Segundo Azevêdo (2016), para garantir a correta aplicação

do modelo torna-se necessário a avaliação das alternativas quanto à

concordância com os critérios definidos.

2.3.8.2 Comparação par a par dos critérios

Com a hierarquização da estrutura do problema principal

definida, observa-se a necessidade da coleta de dados referente aos

julgamentos dos decisores na comparação par a par dos critérios com

relação ao objetivo, dos subcritérios com relação aos critérios e por fim

das alternativas sob o enfoque de cada subcritério, Assim, deve-se

montar de forma coerente os pesos com que cada elemento vai atuar.

Para isso, Saaty criou a Escala Fundamental que tem o intuito de

converter a análise qualitativa em índices quantitativos baseados em

escala própria que varia de 1 a 9, como pode ser observado na Figura 11.

Figura 11- Escala Fundamental de Saaty

Fonte: Adaptado de Saaty e Vargas (2012).

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Figura 12- Esquema da comparação par a par entre 3 elementos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Azevêdo (2016) aponta que os critérios devem ser comparados

entre si com o uso da Escala Fundamental de Saaty, originando-se a

matriz de comparação par a par de critérios. Então, essa matriz será

formada pelo julgamento dado a cada par de critérios avaliados,

caracterizando os elementos aij como “o índice da escala fundamental de

Saaty referente à comparação do critério „i‟ com o critério „j‟”.

Figura 13-Matriz de comparação par a par dos critérios.

Fonte: Azevêdo (2016).

Nesse sentido, a mesma autora apresenta o conceito de

consistência. Frequentemente na aplicação do Método AHP, a noção de

transitividade que compõe as informações embutidas nos julgamentos

não é coerente. Assim, julgamentos intransitivos acabam gerando

matrizes inconsistentes. Para solucionar esse problema, Saaty (1980)

propôs um método para a avaliação da consistência do modelo que será

apresentado posteriormente.

Dando continuidade ao processo, com a matriz de comparação

pareada dos critérios pronta, realiza-se então a normalização de seus

elementos para a estimativa dos pesos (Wij). Segundo Azevêdo (2016),

um dos métodos mais utilizados para fazer esta estimativa é o da Média

das Colunas Normalizadas.

Para realizar o método da Média das Colunas Normalizadas, o

primeiro passo é efetuar os somatórios dos elementos de cada coluna da

matriz. Feito isso, gera-se uma nova matriz em que os elementos são

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resultados da divisão de cada elemento aij da matriz “A” pela soma da

coluna correspondente, como indicado na Figura 14.

Figura 14- Matriz auxiliar para obtenção dos pesos.

Fonte: Azevêdo (2016).

Para finalizar esse procedimento, calcula-se a média dos valores

normalizados de cada linha, sendo o resultado correspondente aos pesos

estimados para cada critério, como mostra a Figura 15.

Figura 15- Pesos calculados.

Fonte: Azevêdo (2016).

Observa-se que o somatório dos pesos obtidos para cada critério

deve ser sempre igual a 1, ou 100% (SAATY, 1991).

Com esta última etapa concluída, deve-se então fazer a avaliação

da consistência do modelo.

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57

2.3.8.3 Avaliação da consistência do modelo

Com o intuito de analisar se os pesos estimados para os critérios

foram coerentes ou não, realiza-se a avaliação da consistência no

método AHP com base na Razão de Consistência (RC) que é dada pela

equação 1.

(1)

Fonte: Azevêdo (2016).

Onde:

IC = índice de consistência dos julgamentos;

CR = índice de consistência randômico.

Calcula-se o Índice de Consistência (IC) de uma matriz de

comparação de critérios com base na relação entre a ordem dessa matriz

(n) e o seu maior autovalor (ʎmax). Assim, Saaty (1991) propôs o IC

conforme mostrado na Equação 2, para a determinação da consistência.

(2)

Fonte: Saaty (1991).

Por sua vez, o autovalor máximo (ʎmax) é determinado a partir

de uma nova matriz auxiliar (matriz A‟) em que seus elementos

constituintes são resultado da multiplicação dos elementos aij da Matriz

de Comparação de Critérios (A) pelo peso associado ao critério

correspondente, como apresentado na Figura 16.

Figura 16- Matriz auxiliar para avaliação da consistência do modelo.

Fonte: Azevêdo (2016).

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58

Feito isso, deve-se então construir dois vetores prioridade

auxiliares, chamados P‟ e P”. O primeiro, P‟, é resultado da soma dos

elementos de cada linha da matriz A‟. O segundo, P”, é obtido pela

divisão dos valores encontrados de P‟ pelo vetor prioridade wj associado

a cada linha. As Equações 3 (Vetor prioridade P‟) e 4 (Vetor prioridade

P”) apresentam essas relações.

Figura 17- Vetores Prioridade P‟ e P”.

(3)

[

] (4)

Fonte: Azevêdo (2016).

Assim, o maior autovalor da matriz de comparação de critérios

ʎmax será calculado conforme mostra a Equação 5.

Figura 18- Maior autovalor da matriz de comparação de critérios

[

]

(5)

Fonte: Azevêdo (2016).

O Índice de Consistência Randômico foi determinado

empiricamente considerando uma amostra de 500 matrizes recíprocas

positivas geradas aleatoriamente (CARRIÓN, 2008). Os valores

atribuídos ao Índice de Consistência Randômica (CR) por Saaty e

Vargas (2012), respeitando a ordem da matriz (N), são apresentados na

Tabela 4.

Tabela 2 - Valores indicados para o Índice de Consistência Randômica

Fonte: adaptado de Saaty e Vargas (2012).

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59

Se o valor encontrado para a Razão de Consistência (RC)

calculado na Equação 1 for menor que 0,1, os valores na matriz de

comparação de critérios são considerados satisfatórios (SAATY, 1980).

Caso o valor encontrado para o RC seja maior ou igual a 0,1, os valores

dos julgamentos na matriz de comparação de critérios não são

suficientemente consistentes para estimar os pesos (wj) e devem ser

revisados.

Assim que os valores julgados dos critérios sejam definidos como

consistentes, todo o processo de obtenção das prioridades deve ser

repetido para os subcritérios. Assim como feito no processo de obtenção

de prioridades dos critérios, também deve ser realizado a análise de

consistência dos valores julgados no processo dos subcritérios (ARÁN

CARRIÓN, 2008).

2.3.8.4 Apresentação dos resultados

O método AHP têm como etapa final a ordenação dos critérios e

subcritérios de acordo com as ordens de importância, com o intuito de

auxiliar a tomada de decisão por parte do decisor.

Para realizar a análise e validação da estrutura hierárquica do

problema, Azevêdo (2016) aponta que a utilização do método AHP

sugere a construção de cenários para que um mesmo grupo de

hierarquias possa ser ponderado de modo distinto, baseando-se na

definição primária de uma Regra de Decisão. Segundo Carrión (2008), a

determinação da regra de decisão num dado estudo define toda a

estruturação do método AHP.

Supondo que temos somente três critérios para o estudo de

localização de uma USF no Brasil, deve-se criar diferentes cenários

alternando os pesos da importância dada a cada um desses critérios. Por

exemplo, se utilizarmos os critérios econômico, ambiental e climático

para estruturação do problema de análise de localização, num primeiro

cenário podemos considerar o critério ambiental como sendo o mais

importante, seguido pelo econômico e por último o climático. Assim, os

pesos dos critérios deverão ser baseados nessa ordem de importância na

comparação par a par dos critérios, utilizando a Escala Fundamental de

Saaty (Tabela 5). Então, para analisar se a estrutura hierárquica deste

primeiro cenário é condizente, realiza-se o estudo de um segundo

cenário com uma ordem de importância entre os critérios diferente da

primeira, como por exemplo, primeiro o econômico, depois o climático

e, por último, o ambiental. Feita essa nova estrutura, deve-se então

comparar os diferentes cenários para avaliar as estruturas hierárquicas

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60

dos problemas e a definição dos pesos das variáveis consideradas

importantes para a resolução do problema. Para isso, realiza-se a análise

de sensibilidade.

2.3.8.5 Análise de Sensibilidade

Segundo Rabbani e Rabbani (1996) a análise de sensibilidade é o

estudo sobre como os resultados finais variam de acordo com a alteração

das informações e parâmetros utilizados. Dessa forma, este processo é

muito importante na análise de decisão de forma geral, incluindo-se

também no método AHP.

Para realizar esta análise deve-se variar os pesos utilizados

inicialmente e observar o quanto isto irá impactar no resultado final. Se

o resultado mudar drasticamente com pequenas variações dos pesos, o

resultado é julgado muito sensível. Caso contrário, se o resultado tender

a se manter estável mesmo com a mudança dos pesos dos critérios, ele é

julgado robusto, ou pouco sensível. Os autores também apontam que a

análise de sensibilidade varia de acordo com o nível da hierarquia que

está sendo analisado e ainda se os pesos são referentes às comparações

pareadas mais certeiras ou mais duvidosas.

Nesse sentido, Rabbani e Rabbani (1996) sugerem três formas

para realizar a análise de sensibilidade:

1. estimar matematicamente as flutuações

2. derivar respostas baseadas em um grande número de

testes de sensibilidade realizados por computador

3. quando não é possível realizar uma demonstração

analítica completa, deve-se realizar uma combinação das

formas 1 e 2.

Os mesmos autores comentam que a análise de sensibilidade

pode ser feita sobre todos os elementos da estrutura hierárquica do

problema. No entanto, com o intuito de tornar o processo mais simples,

pode-se escolher os elementos julgados mais críticos para realizar esta

análise.

Neste trabalho a análise de sensibilidade será realizada da terceira

forma sugerida por Rabbani e Rabbani (1996) com o auxílio de uma

planilha Excel. Dessa forma, as respostas serão apresentadas em forma

gráfica, indicando-se o peso inicial calculado e os limites inferior e

superior com que ocorreriam mudanças no resultado do problema. A

Figura 20 apresenta um exemplo do modelo criado no Excel com base

nas recomendações de Silva (2013).

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61

Figura 20- Exemplo com comentários do modelo criado para análise de

sensibilidade do critério “Exemplo”

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 21- Gráfico da análise de sensibilidade do critério “Exemplo”

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como podemos observar na Figura 20, na configuração atual o

peso global calculado do critério “Exemplo” é de 30% (“eixo x”) e nesse

ponto da abscissa, a alternativa “C” se qualifica como a melhor já que

seu peso global é o maior, indicado pela sua reta que decai (“eixo y”).

Para realizar a análise de sensibilidade, variou-se o peso global do

critério “Exemplo” entre 0% e 100% (“eixo x”). Dessa forma, quando o

critério “Exemplo” tiver peso igual 0%, os resultados das alternativas A,

B, C, D, E e F terão desconsiderado a sua influência na análise. E,

quando seu peso global for 100%, é como se “Exemplo” fosse o único

critério levado em consideração, portanto os resultados finais deverão

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62

ser iguais aos pesos de cada alternativa referente à esse critério, obtidos

com o desenvolvimento do estudo. Com o auxílio da planilha Excel

foram calculados os valores intermediários entre 0% e 100% com base

nesta análise e no peso global “atual” do critério “Exemplo” (última

linha), nesse caso de 30%, e no vetor de decisão que indica os pesos

finais “atuais” (ranking global) de cada alternativa (levando-se em

consideração todos os outros critérios).

Então são plotadas as curvas dos resultados referentes à cada

alternativa e apresentadas na Figura 21. Como podemos observar, com o

peso global do critério “Exemplo” de 30% (resultado atual) a melhor

alternativa é a “C” (ponto mais alto no “eixo y”). No entanto, caso haja

um aumento e este peso tenha um valor superior à 44% (“eixo x”), a

melhor alternativa seria a “B”, sendo isso indicado pelo ponto em que as

curvas da alternativa “C” e “B” se cruzam. No limite inferior não há

nenhuma outra alternativa que seja melhor do que a “A”.

Com o intuito de deixar este trabalho menos cansativo para

leitura, serão realizadas as análises de sensibilidade somente sobre os

critérios mais críticos e apresentados os resultados gráficos ao final de

cada etapa decisória julgada pertinente. As tabelas com os valores para

plotagem dos gráficos e as análises dos critérios menos relevantes serão

apresentados nos Apêndice E, F e G.

3 METODOLOGIA

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segundo Bryman (2008), para cada tipo de estudo existem

métodos específicos com enfoque qualitativo ou quantitativo. Um dos

objetivos desse trabalho é traduzir características qualitativas especificas

de cada localidade estudada para o plano quantitativo, a fim de criar

uma base mais exata para tornar possível a comparação entre eles.

Portanto, a metodologia a ser utilizada no desenvolvimento deste

trabalho será a modelagem e simulação.

Quanto ao estudo de localização, o método AHP será utilizado

três vezes no total. Com o intuito de realizar primeiramente a análise

macro e depois ir reduzindo o espaço estudado, a primeira utilização do

método AHP será para indicar o Estado mais favorável, a segunda para

apontar a microrregião, e a terceira e última para indicar o terreno mais

adequado para instalação de uma USF de 1MW dados os critérios

utilizados em cada uma das etapas.

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63

Com o intuito de seguir com uma abordagem sistêmica, a

construção desse estudo será segmentada em etapas para facilitar o

entendimento e a evolução do desenvolvimento, sendo apresentada na

Figura 22 a seguir.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como marco inicial temos a pergunta principal desta monografia

que é “Qual será o melhor local para instalação de uma USF de 1MW no Brasil?”. Como conclusão, espera-se apontar qual é, de fato, esta

localização segundo os critérios definidos.

•Definição do melhor local para instalação de uma USF de 1MW no Brasil.

1 •Caracterização do empreendimento a ser instalado

2 •Estudo da Macrolocalização: escolha do Estado

3 •Apuração dos resultados e análise de sensibilidade do Estado escolhido

4 •Estudo da Microlocalização: escolha da Microrregião

5 •Apuração dos resultados e análise de sensibilidade da Microrregião escolhida

6 •Estudo da Microlocalização: escolha do Terreno

7 •Apuração dos resultados e análise de sensibilidade do Terreno escolhido

8 •Análise e discussão dos resultados

Figura 22- Etapas para o desenvolvimento

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64

Para isso, as etapas enumeradas e representadas na Figura 22

dizem respeito ao desenvolvimento do processo e são apresentadas a

seguir:

1) Caracterização do empreendimento a ser instalado;

Nessa etapa, serão estudados e apresentadas características

importantes de uma USF de 1MW, como por exemplo o

orçamento, os equipamentos utilizados como referência e a

área total a ser utilizada pelo empreendimento.

2) Estudo da Macrolocalização: escolha do Estado;

Com base no método AHP, o primeiro passo foi restringir o

universo de análise para 6 Estados com o intuito de tornar o

processo mais assertivo e simplificado. Feito isso, montou-se

a estrutura hierárquica do problema, determinando-se os

critérios e subcritérios a serem utilizados, assim como seus

respectivos pesos. Então, realizou-se um estudo para levantar

as informações pertinentes para dar embasamento à

comparação pareada entre os Estados com relação a cada

critério. Dessa forma, atribuiu-se pesos aos Estados

referentes a cada critério e, posteriormente, foram somados

indicando o peso final do Estado.

3) Apuração dos resultados e análise de sensibilidade do Estado

escolhido;

Com base nos pesos finais de cada Estado, montou-se um

ranking, indicando a primeira posição como o Estado mais

favorável para instalação do empreendimento em questão

dados os critérios utilizados. Feito isso, realizou-se a análise

de sensibilidade dos critérios julgados mais críticos para

inferir se o resultado da escolha é robusto ou não.

4) Estudo da Microlocalização: escolha da Microrregião;

É realizado de forma semelhante ao Estudo da

Macrolocalização, no entanto há uma adequação dos critérios

de forma a tornar a análise mais assertiva para a escolha da

Microrregião mais favorável dentro do Estado escolhido.

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65

5) Apuração dos resultados e análise de sensibilidade da

Microrregião escolhida;

De forma semelhante ao estudo da Macrolocalização,

organiza-se os resultados de forma ranqueada, apontando o

primeiro colocado como a Microrregião mais favorável para

implantação do empreendimento escolhido. Assim, realiza-se

também a análise de sensibilidade para checar o quão

sensível é o resultado dessa escolha.

6) Estudo da Microlocalização: escolha do Terreno;

Utilizando o método AHP, é realizado de forma semelhante

ao processo de escolha do Estado e da Microrregião. No

entanto, por se tratar de uma análise com menos variáveis, a

estrutura hierárquica é mais simples e, novamente, teve seus

critérios adaptados para tornar o processo mais assertivo.

7) Apuração dos resultados e análise de sensibilidade do terreno

escolhido;

Assim como feito nas etapas 3 e 5, os terrenos serão

ranqueados de acordo com os seus pesos finais. Assim, o

primeiro colocado será o terreno mais favorável e então será

realizado uma análise de sensibilidade para checar o quão

robusto é esse resultado.

8) Análise e discussão dos resultados.

Nessa etapa será realizado uma breve revisão dos resultados

encontrados ao longo do desenvolvimento e será discutido as

etapas percorridas para construí-los.

Com o desenvolvimento de todas as etapas acima comentadas,

pode-se realizar a conclusão do trabalho e as considerações e

comentários pertinentes a respeito.

3.2 DELIMITAÇÃO DA ANÁLISE

A presente monografia limita-se a abordar o estudo da macro e

micro localização de uma USF de 1MW no Brasil. Nesse sentido, serão

realizados estudos pertinentes que sejam específicos para este tipo e

tamanho de empreendimento no Brasil. Não serão abordadas outras

questões relativas à implantação de uma USF, como a viabilidade

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econômica, o projeto técnico, os trâmites com a distribuidora local e

afins.

Também não será o foco desta monografia analisar a fundo outros

métodos de auxílio à decisão, tampouco investigar sobre as entidades

que compõem o setor elétrico.

Apesar de ser realizada a análise de sensibilidade sobre os

critérios mais importantes, o resultado obtido inicialmente será mantido.

Ou seja, a análise de sensibilidade não será considerada na escolha final

pelo decisor, será apenas uma ferramenta para indicar a robustez dos

resultados.

No contexto normativo, segundo a Resolução Normativa nº687

da ANEEL, o empreendimento que será objeto de estudo do presente

trabalho se enquadra como sendo uma “central geradora de energia

elétrica, com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5

MW para cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL,

ou para as demais fontes renováveis de energia elétrica, conectada na

rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras”.

Portanto, o empreendimento utilizado como referência se limita aos

qualificados como “minigeração distribuída”.

4 DESENVOLVIMENTO

Nesse capitulo, inicialmente será realizada uma caracterização do

projeto de uma USF de 1MW para se ter melhor embasamento sobre o

orçamento do empreendimento, a área útil que ele demanda e alguns

dados técnicos. Posteriormente, o estudo de localização será

desenvolvido e apresentado em 3 partes.

A primeira será sobre o estudo da macrolocalização com o

objetivo de encontrar o Estado mais favorável, dados os critérios

levantados.

A segunda parte será o estudo da microlocalização com o

objetivo de apontar a microrregião mais indicada dentro do Estado

selecionado.

Na terceira e última parte, será feito um levantamento dos

possíveis terrenos disponíveis na microrregião escolhida por meio de

pesquisa nos principais meios de compra e venda de imóveis e, será

realizado o estudo para apontar a melhor escolha.

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67

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O desenvolvimento do presente trabalho será baseado na

implantação de uma usina solar fotovoltaica de 1MW no Brasil.

Figura 23 - Usina fotovoltaica de 1MW de potência instalada da

GreenSolar.

Fonte: Plano de Projeto - GreenSolar

Realizou-se um orçamento para um kit com potência instalada de

1MW pela SICES Brasil, o qual é apresentado na Tabela 4 (Anexo A

para melhor visualização) .

Tabela 3 - Orçamento para um kit de 1MW

Fonte: SICES Brasil (2017).

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68

Dessa forma, será utilizado como referência as placas

fotovoltaicas da empresa Canadian Solar e do modelo 72 CELLS 330W

POLY no dimensionamento do terreno a ser implantado a usina.

Com base nas informações fornecidas pela Canadian Solar

referente ao datasheet do modelo da placa solar a ser utilizado como

base, temos as seguintes dimensões apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Informações mecânicas do painel solar utilizado como

referência

Fonte: Canadian Solar (2016) adaptado pelo autor.

Sabendo que a quantidade total de placas a serem utilizadas para

se atingir 1MW de potência instalada indicada no orçamento é de 3200

unidades, e que a área de cada uma é de 1,94 metros quadrados, foi

possível concluir que a área total necessária somente para os painéis

fotovoltaicos é igual à 6222 metros quadrados, aproximadamente.

Segundo Ribeiro (2015), a captação da radiação solar pela placa

solar é determinada, além dos fatores ambientais, pela orientação,

ângulo de inclinação e pela distância entre os painéis ou fileiras de

painéis.

Villalva e Gazoli (2012) também comentam sobre o espaçamento

entre as placas apontando a necessidade do arranjo ser feito de tal forma

que não haja sombra sobre elas. Ribeiro (2015) esquematizou as

principais dimensões a serem levadas em consideração na instalação de

painéis fotovoltaicos, como apresentado na Figura 24.

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Figura 24 - Espaçamento entre fileiras de painéis fotovoltaicos.

Fonte: Ribeiro (2015).

Sabe-se que a angulação alpha indicada na Figura 24 varia de

acordo com o geoposicionamento da instalação, e que isso influencia a

definição da área total necessária. No entanto, como esse ângulo varia

entre cada local a ser pesquisado e o resultado final teria um impacto

pequeno no orçamento do empreendimento, será considerado uma

angulação zero (placas totalmente horizontais no solo) para simplificar a

análise.

Além disso, no projeto da instalação também deve-se incluir

corredores para facilitar o acesso no caso de possíveis manutenções, e

também espaço para os equipamentos auxiliares das placas solares.

Portanto, para efeito de análise, utilizou-se uma margem de 10% a mais

de área a ser utilizada além da área das placas solares, indicando a

necessidade de terreno de aproximadamente 7mil metros quadrados.

4.2 MACROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DO ESTADO

Nessa seção será realizado o estudo da macrolocalização com o

objetivo de encontrar o Estado mais indicado para receber a instalação

do empreendimento estudado, dados os critérios que serão utilizados.

Com o intuito de limitar o universo da análise, foram pré-

selecionados 6 estados com base em alguns critérios levantados na

literatura e por entrevista com profissionais do ramo e investidores do

empreendimento. A seguir serão apresentados os Estados considerados

alternativas potenciais e as razões da escolha:

1. São Paulo, por apresentar uma das tarifas energéticas

mais altas cobradas por KWH consumido e por ser o

maior polo consumidor de energia elétrica do Brasil;

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70

2. Rio de Janeiro, por apresentar uma das tarifas mais

altas cobradas por KWH consumido e por ser um

dos principais polos econômicos do Brasil;

3. Minas Gerais, por apresentar o maior número de

painéis fotovoltaicos instalados no Brasil e, portanto,

apresentar uma cultura favorável para a implantação

deste tipo de empreendimento;

4. Bahia, por apresentar o maior índice de radiação

solar do Brasil e também por apresentar um baixo

valor médio de venda do metro quadrado de terreno;

5. Sergipe, por apresentar um dos melhores índices de

radiação solar no Brasil e por apresentar uma das

tarifas mais altas cobradas por KWH consumido e

6. Santa Catarina, por ser o Estado de origem da

empresa que está promovendo o empreendimento,

com intuito de ser uma base comparativa com os

outros Estados em questão.

4.2.1 Determinação dos critérios para a escolha do Estado

Com base no referencial teórico, diversos fatores foram indicados

para o estudo de localização. No entanto, cabe ao decisor a escolha

sobre quais fatores serão utilizados. Para isso, deve-se considerar tanto a

literatura estudada, quanto os interesses dos participantes do

empreendimento (sócios e investidores) assim como o conhecimento de

quem está elaborando a análise. Com base nisso, apresenta-se a seguir a

estrutura hierárquica com os critérios e subcritérios selecionados para o

estudo de localização do presente trabalho.

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71

Figura 25- Estrutura hierárquica determinada para análise do problema

chave.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.1.1 Potencial de geração solar fotovoltaica

Sendo esse o fator fundamental para o funcionamento e eficiência

da geração de energia fotovoltaica, a avaliação sobre esse subcritério

será realizada com base no mapa de potencial de geração solar

fotovoltaica elaborado pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar (INPE,

2017), uma das fontes mais bem conceituadas e recentes sobre o

assunto. O INPE realizou cálculos com base nas taxas da incidência de

radiação solar e em outros critérios para traduzi-los diretamente num

indicador do potencial de geração de energia solar fotovoltaica. Quanto

maior for o potencial, melhor classificado será o local.

4.2.1.2 Temperatura média anual

A temperatura influencia diretamente na eficiência de geração do

painel solar. Para o painel solar da Canadian Solar que utilizamos como

referência, este fator é de -0,41% / ºC, como apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 - Informações técnicas do efeito da temperatura na placa solar

de referência.

Fonte: Canadian Solar (2016) adaptado pelo autor.

Qual é o Estado mais indicado para a instalação de uma usina solar de

1MW?

Ambiental

Potencial de geração solar fotovoltaica

Temperatura Média Anual

Economico

Tarifas cobradas pelo consumo de energia elétrica

Custo médio de venda do metro

quadrado

Potencial do mercado

consumidor

Tradição Fotovoltaica

Quantidade de instalações

fotovoltaicas

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72

Ou seja, para cada grau Celsius além da temperatura nominal de

operação do painel solar, a eficiência de geração de energia reduz em

0,41%. Portanto, este subcritério será analisado de tal forma que quanto

menor for a temperatura média anual, ou mais amena for o clima,

melhor qualificado será a região.

4.2.1.3 Tarifas cobradas pelo consumo de energia elétrica

Este item irá avaliar as taxas cobradas pelas distribuidoras em

cada Estado referente ao KWH consumido de energia elétrica. Assim

sendo, será julgado como mais favorável as regiões que apresentarem

taxas mais elevadas, já que esse é um fator que influência diretamente

no potencial de economia proporcionada pelo uso da energia

fotovoltaica. Ou seja, quanto mais caro for o valor da conta de energia,

mais interessante se torna o uso da energia fotovoltaica, e mais

interessante se torna o local para instalação de uma USF.

Os dados serão obtidos pelo Ranking das Tarifas homologadas

pela ANEEL (2018), órgão responsável por regular as tarifas cobradas

pela energia elétrica de todo o Brasil.

4.2.1.4 Custo médio de venda do metro quadrado

Este subcritério tem impacto no investimento do

empreendimento, já que este será realizado com a fixação das placas

solares em solo. Quando menor o valor médio de venda do metro

quadrado da região, melhor qualificada ela será. Os dados para análise

serão obtidos com base em pesquisa realizada nas séries estatísticas do

IBGE (2018).

4.2.1.5 Potencial do mercado consumidor

Mede o potencial de mercado consumidor do Estado. Levando

em consideração o alto valor do investimento inicial do sistema

fotovoltaico por parte do consumidor por meio de uma USF, o foco da

análise do tamanho de mercado será dado para a população com casa

própria e com renda maior do que 5 salários mínimos, com base em

pesquisa realizada pelo IBGE (2010). Quanto maior for este indicador,

melhor classificado será a região.

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73

4.2.1.6 Quantidade de instalações fotovoltaicas instaladas a cada 100

mil habitantes

Este subcritério tem o objetivo de medir a tradição e nível de

amadurecimento do mercado fotovoltaico em cada Estado. Para isso,

será analisado a quantidade de instalações fotovoltaicas instaladas a

cada 100 mil habitantes que estejam dentro da análise do mercado

consumidor em cada Estado. Dessa forma, espera-se estimar o nível de

aceitação e de facilidade de entrada no mercado. Assim, quanto maior

for este índice, melhor classificada será a região. Para analisar estes

dados de forma quantitativa, serão consultadas as notas técnicas da

ANEEL referente à quantidade de instalações fotovoltaicas realizadas

em cada Estado (BRASIL, 2017) e dividida pela população de pessoas

com casa própria e com renda maior do que 5 salários mínimos

publicado pelo IBGE (2010).

4.2.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos critérios

Utilizando a Escala Fundamental de Saaty (1980) e os conceitos

vistos na revisão bibliográfica, chegou-se na matriz de comparação par a

par dos critérios.

Figura 26 - Matriz de comparação par a par dos critérios (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Realizando-se a avaliação da consistência do modelo (em

Anexo), conclui-se que RC é menor do que 0,1, logo os valores julgados

na matriz de comparação de critérios são considerados consistentes

(SAATY, 1980). Então, apresenta-se a Tabela 6 com os resultados dos pesos estimados para os 3 critérios escolhidos.

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Tabela 4 - Resultados dos pesos estimados para cada critério

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com os pesos dos critérios estimados de forma consistente, parte-

se então para o cálculo dos pesos dos subcritérios utilizados na estrutura

hierárquica.

4.2.3 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

subcritérios

Como o método AHP só faz sentido se for aplicado para 3 ou

mais critérios, a análise dos pesos dos subcritérios do grupo Ambiental e

Tradição F.V. é realizada de forma direta. A aplicação do método se faz

necessária somente sobre os subcritérios do grupo Econômico. Portanto,

temos os seguintes resultados.

Para o critério “Clima”, os subcritérios “Potencial de geração

fotovoltaica” e “Temperatura média anual” são apresentados Tabela 7.

Tabela 5 - Pesos estimados para os subcritérios do grupo Clima

Fonte: Elaborado pelo autor.

E para o critério “Tradição Fotovoltaica”, como o único

subcritério é o “Quantidade de instalações fotovoltaicas a cada 100 mil

habitantes”, a este fica naturalmente atribuído o peso de 100%.

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75

Tabela 6 - Peso do subcritério "Quantidade de instalações fotovoltaicas

a cada 100 mil habitantes"

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para a estimativa dos pesos dos subcritérios do grupo

“Econômico”, apresentam-se a matriz de comparação pareada e os

resultados finais. Para analisar o passo a passo da resolução utilizando o

método AHP, consultar o Anexo desta monografia.

Utilizando a Escala Fundamental de Saaty (1980) e os conceitos

vistos na revisão bibliográfica, chegou-se na matriz de comparação par a

par dos subcritérios econômicos.

Figura 27 - Matriz de comparação par a par dos subcritérios (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como podemos observar, a Razão de Consistência deu resultado

menor do que 0,1, portanto os pesos estimados são consistentes. Logo,

temos a Tabela 10 para apresentar o resultado dos pesos estimados.

Tabela 7 - Resultados dos pesos estimados para os subcritérios

econômicos

Fonte: Elaborado pelo autor.

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76

4.2.4 Determinação dos pesos globais dos subcritérios para escolha

do Estado

Com os pesos dos critérios e subcritérios devidamente calculados,

pode-se então calcular os pesos globais de cada subcritério, como indica

a Figura 28.

Figura 28 - Pesos globais dos subcritérios escolhidos para o estudo da

macrolocalização (Estado)

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.5 Comparação par a par dos Estados sobre cada subcritério

Foi realizado um levantamento de dados sobre cada um dos

subcritérios em cada Estado, os quais serão apresentados nos subitens

que se seguem.

4.2.5.1 Potencial de geração fotovoltaica

O mapa do potencial de geração solar fotovoltaica elaborado com

base do rendimento energético anual para todo o Brasil (medido em

kWh/kWp.ano no perfil de cores), admitindo uma taxa de desempenho

de 80% para geradores fotovoltaicos fixos e também indica a

distribuição da população brasileira nas cidades.

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Figura 29 - Mapa do potencial de geração solar fotovoltaica no Brasil.

Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar (INPE, 2017).

Com base no mapa fornecido pelo Atlas Brasileiro de Energia

Solar, compilou-se os dados médios referentes ao potencial de geração

de energia fotovoltaica anual em cada Estado a ser analisado. Com o

auxílio da Excel, utilizou-se a ferramenta escala de cores para destacar a

diferença entre os índices (sendo o verde o maior, o branco

intermediário e o vermelho o menor).

Tabela 8- Potencial de geração de energia fotovoltaica anual em cada

Estado

Fonte: Elaborado pelo autor.

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78

Com base na Tabela 11 e utilizando a Escala Fundamental de

Saaty, elaborou-se a matriz de análise par a par entre cada Estado,

apresentado na Figura 30.

Figura 30 - Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por se tratar de um critério fundamental para a geração da

energia, considerou-se que uma pequena variação nos valores do

potencial apresentado impactaria numa grande diferença no total de

energia gerado, considerando-se o longo período de duração do

empreendimento. Portanto, a análise não foi feita de forma linear com

base os valores de potencial apresentados, mas de forma a valorizar as

diferenças. Feito isso, calculou-se a consistência que teve seu resultado

dentro do limite aceito de 0,1, logo o resultado dos pesos de cada Estado

é apresentado na Tabela 7.

Tabela 7 - Resultados dos pesos de cada Estado sobre o subcritério de

"Potencial de geração fotovoltaico".

Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, no subcritério de potencial de geração fotovoltaica

destaca-se a Bahia, com peso de 46,1% nesse subcritério.

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79

4.2.5.2 Temperatura média anual

Para realizar a análise da temperatura média anual em cada Estado, será

utilizado o mapa de clima do Brasil fornecido pelo IBGE (Anexo C).

Com isso, são apresentadas informações mais qualitativas do que de fato

quantitativas, já que a informação isolada da temperatura média anual de

um Estado pode ser vaga.

Figura 31 - Mapa de clima do Brasil

Fonte: IBGE (2002).

Observando a Figura 31, e utilizando a Escala Fundamental de

Saaty, montou-se a matriz de comparação par a par (A).

Figura 32 - Matriz par a par da temperatura média anual dos Estados

Fonte: Elaborado pelo autor.

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80

A Razão de Consistência (RC) deu resultado menor do que 0,1,

portanto os pesos estimados são consistentes. O resultado dos pesos é

registrado na Figura 33.

Figura 33 - Resultado dos pesos estimados para cada Estado no

subcritério "Temperatura Média Anual"

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.5.3 Tarifas cobradas pelo consumo de energia elétrica

Como não há homogeneidade na quantidade de distribuidoras de

energia elétrica em cada Estado, as entidades que de fato cobram as

tarifas energéticas dos consumidores, realizou-se uma pesquisa com

base no Ranking das Tarifas publicado pela ANEEL (2018),

apresentado no Anexo B, e calculou-se a média das tarifas cobradas

pelas distribuidoras de cada Estado.

Logo, a Figura 34 consolida as tarifas médias cobradas em cada

Estado que serão utilizados como referência na análise pareada deste

subcritério.

Figura 34- Referências utilizadas das tarifas energéticas cobradas em

cada Estado

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nos dados apresentados na Figura 34 e na Escala

Fundamental de Saaty, elaborou-se a comparação par a par entre os

Estados como mostra a Figura 35.

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Figura 35 - Matriz de Comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, como o índice da Razão de Consistência teve resultado

menor do que 0,1, os pesos estimados para cada Estado em relação à

tarifa energética cobrada são apresentados na Figura 36.

Figura 36 - Resultado dos pesos estimados para cada Estado com

relação à tarifa energética cobrada

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.5.4 Custo médio de venda do metro quadrado

Com base em pesquisa realizada em séries históricas e estatísticas

(IBGE, 2018) sobre os valores cobrados na venda do metro quadrado

por Estado no Brasil, construiu-se a Figura 37.

Figura 37 - Valores médios de venda do metro quadrado por Estado

Fonte: Séries estatísticas do IBGE (2018) adaptado pelo autor.

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82

Então, construiu-se a Matriz de comparação pareada (A)

apresentada na Figura 38.

Figura 38 - Matriz de comparação par a par sobre o custo do metro

quadrado

Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, como a razão de consistência deu menor do que 0,1, os

pesos estimados para cada Estado com relação ao preço do metro

quadrado foram julgados consistentes. Logo, na Figura 39 apresentam-

se os resultados dos pesos para cada Estado nesse subcritério.

Figura 39- Resultado dos pesos estimados para cada Estado com relação

ao custo do metro quadrado

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.5.5 Potencial do mercado consumidor

Para a análise do potencial do mercado consumidor, estudou-se a

população total de cada Estado com base em pesquisa publicada pelo

IBGE (2018). No entanto, levando em consideração que o investimento

inicial para participação numa fazenda solar é alto, restringiu-se a

análise do mercado consumidor visando à parcela da população que é

residente em domicílios particulares e com rendimento mensal per

capita maior do que 5 salários mínimos, também com base em pesquisa

publicada pelo IBGE (2016). Logo, apresentam-se os dados utilizados

na Figura 40.

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Figura 40 - Potencial de mercado consumidor de energia solar

fotovoltaica utilizado como referência

Fonte: Projeção da população pelo IBGE (2018) e Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios Contínua (2016) adaptado pelo autor.

Com posse dos dados apresentados na Figura 41 e na Escala

Fundamental de Saaty, construiu-se a matriz de comparação.

Figura 41 - Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como a razão de consistência (RC) teve valor menor do que 0,1,

os pesos estimados para cada Estado sobre o potencial de mercado

consumidor foram julgados consistentes. Logo, o resultado final é

apresentado na Figura 42.

Figura 42 - Resultado dos pesos estimados para cada Estado referente ao

potencial do mercado consumidor

Fonte: Elaborado pelo autor.

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84

4.2.5.6 Quantidade de instalações fotovoltaicas a cada 100 mil

habitantes

A ANEEL emitiu uma nota técnica sobre as projeções de

consumidores residenciais e comerciais com geração solar fotovoltaico

no horizonte 2014-2017. Nesse documento, foram registrados dados

referentes às quantidades de instalações fotovoltaicas em cada Estado,

traduzido pelo número de conexões fotovoltaicas e apresentado na

Figura 43.

Figura 43 - Número de conexões fotovoltaicas por Estado até 2017

Fonte: Nota técnica da ANEEL sobre a atualização das projeções de

consumidores residenciais e comerciais com microgeração solar fotovoltaicos

no horizonte 2017-2024 (ANEEL, 2017).

Com os dados levantados sobre o potencial do mercado

consumidor em cada Estado, estimou-se a quantidade de instalações

fotovoltaicas per capita, apresentando-se os resultados na Figura 44.

Figura 44 - Estimativa da quantidade de instalações fotovoltaicas a cada

100 mil potenciais consumidores em cada Estado

Fonte: Elaborado pelo autor

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Com base nos dados da Figura 44 e na Escala Fundamental de

Saaty, elaborou-se a matriz comparativo apresentada na Figura 45.

Figura 45- Matriz de comparação pareada (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como o índice de razão de consistência (RC) deu menor do que

0,1, os pesos estimados para cada Estado com relação à quantidade de

instalações fotovoltaicas a cada 100 mil potenciais consumidores são

considerados consistentes. Portanto, os resultados finais para o peso de

cada Estado são apresentados na Figura 46.

Figura 46 - Resultado dos pesos estimados para cada Estado com

relação à quantidade de instalações fotovoltaicas a cada 100 mil

potenciais consumidores

Fonte: Elaboração do autor.

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86

4.2.6 Apuração dos resultados

Em posse dos resultados, compilou-se em um esquema

apresentado na Figura 47.

Figura 47 - Resumo de todos os pesos obtidos para a estrutura

hierárquica do problema

Fonte: Elaborado pelo autor.

E multiplicando-se o peso de cada Estado com o respectivo peso

do subcritério e do critério, temos o seguinte resultado.

Figura 48 - Resultado dos pesos globais de cada Estado

Fonte: Elaborado pelo autor.

Somando-se os resultados obtidos em cada coluna, obtém-se o

resultado final do peso global de cada Estado, como pode ser observado

na última linha da tabela dos resultados apresentada na Figura 48.

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87

Utilizando uma aplicação do programa Excel, atribuiu-se cores

aos pesos de cada subcritério (linhas) de forma que indicasse uma escala

do maior (verde intenso) para o menor (vermelho intenso). Assim, de

forma visual, pode-se observar que de forma bastante equilibrada cada

estado (colunas) foi o melhor (verde intenso) em um dado subcritério.

Isso pode ser um indicativo de que os resultados finais podem ser

sensíveis ao peso atribuído a cada subcritério.

Como podemos perceber, o estado de Minas Gerais teve o maior

peso final e, portanto, é o macrolocal mais indicado. Pode-se observar

também que foi o estado que teve os resultados mais homogêneos

indicados pelas cores mais amenas e pouco vermelhas, ou seja, foi o

Estado que apresentou as características mais equilibradas nos critérios

utilizados.

Na Figura 49 ficam registrados o ranking dos Estados analisados

quanto aos critérios selecionados.

Figura 49 - Ranking dos melhores Estados para implantação de uma

usina solar fotovoltaica

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.7 Análise de sensibilidade da escolha do Estado

Com o intuito de analisar o quão robusto foi o resultado

apontado, realizou-se a análise de sensibilidade nos critérios mais

críticos, sendo eles o Potencial de Geração Fotovoltaica e as Tarifas Energéticas cobradas em cada estado.

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Figura 50 - Análise de sensibilidade do critério Potencial de geração

fotovoltaica

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando a Figura 50, podemos perceber que se trata de uma

escolha bastante sensível, já que com uma pequena mudança no peso do

critério de Potencial de geração fotovoltaica pode-se alterar o resultado.

Se o peso atual de 32,15% for aumentado para um valor maior do que

34%, o Estado escolhido seria a Bahia, enquanto que se fosse diminuído

para um valor menor do que 21%, o resultado seria o RJ.

Analisando o peso atribuído ao subcritério das tarifas energéticas

cobradas em cada Estado, chegou-se na Figura 51.

Figura 51- Análise de sensibilidade do critério "Tarifas energéticas

cobradas"

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Como podemos observar na Figura 51, o critério das “Tarifas

energéticas” também se mostra sensível mas com uma intensidade mais

moderada. Caso o valor do peso global desse critério fosse maior do que

35%, o Estado mais indicado seria o Rio de Janeiro, enquanto que se o

peso global fosse julgado menor do que 10%, o Estado escolhido seria a

Bahia. As demais análises de sensibilidade sobre os critérios menos

críticos para a escolha do Estado são apresentadas no anexo dessa

monografia.

4.3 ESTUDO DA MICROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DA

MICRORREGIÃO

Com o Estado de Minas Gerais sendo indicado como o mais

favorável para implantação de uma USF dado os critérios levantados,

inicia-se agora o estudo para apontar a melhor microrregião desse

Estado para realização do empreendimento.

O estudo da microlocalização será realizado de forma semelhante

ao da macrolocalização, no entanto os critérios e subcritérios serão

adaptados para tornar o processo mais assertivo. Também será realizado

uma restrição do universo das alternativas já que o Estado de MG é o 4º

maior estado do Brasil em extensão territorial e conta com 853

municípios em 66 microrregiões (ESTADOS E CAPITAIS DO

BRASIL, 2018).

O Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (CEMIG, 2012) realizou

um estudo de localização de usinas solares no Estado considerando

aspectos como disponibilidade e topografia do terreno, suprimento de

água, uso e ocupação do solo. Assim, após este intenso estudo, foram

classificadas as 6 microrregiões que seriam as áreas mais promissoras de

Minas Gerais para instalação de empreendimentos solares. Levando em

conta a seriedade e reputação do Atlas Solarimétrico de Minas Gerais e

da CEMIG, o presente trabalho irá tomar como base as 6 microrregiões

levantadas pelo estudo, com o intuito de ranqueá-las e apontar a melhor

região dentre essas indicadas.

Assim sendo, as microrregiões que serão utilizadas como base

para o estudo de microlocalização do presente trabalho são apresentadas

a seguir.

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90

1. Microrregião de Janaúba,

2. Microrregião de Januária;

3. Microrregião de Unaí;

4. Microrregião de Pirapora;

5. Microrregião de Curvelo;

6. Microrregião de Patrocínio.

E a Figura 52 indica aonde estão localizadas estas 6

microrregiões de Minas Gerais que serão objeto de estudo do presente

trabalho.

Figura 52- Localização das microrregiões a serem estudadas

Fonte: adaptado do Google Maps.

4.3.1 Determinação dos critérios para a escolha da microrregião

O subcritério “Potencial de mercado consumidor” foi

desconsiderado no estudo da microlocalização já que o Estado de Minas

Gerais conta com somente 3 distribuidoras sendo que uma delas, a

CEMIG, abrange uma área de concessão equivalente à 96% do estado,

atendendo aproximadamente 20 milhões de habitantes em 774

municípios e 5.415 localidades no Estado (MINAS GERAIS, 2018),

enquanto que as outras duas distribuidoras atendem somente os 4%

restante. Isso se torna possivel pois de acordo com a Norma 687 a

energia injetada na rede de distribuição deve ser consumida na área de

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91

abrangência da distribuidora, ou seja, deve atender às unidades

consumidoras associadas à distribuidora que disponibilizou a conexão

com a linha de distribuição. Portanto, fica claro a escolha da CEMIG

como distribuidora da USF a ser implantada. E, como o valor da tarifa

cobrado pela CEMIG (0,494 R$/KWh) é superior ao valor médio

utilizado para o estudo da macrolocalização (0,47 R$/KWh) e

praticamente igual ao valor máximo cobrado no Estado (0,507

R$/KWh), o subcritério “Tarifas cobradas pelo consumo de energia

elétrica” foi descartado. Logo, o foco da análise da microrregião será

sobre a área de concessão da CEMIG, descartando-se as outras duas

distribuidoras, EMG e DMED.

Dessa forma, montou-se a estrutura hierárquica para o estudo da

microlocalização como apresentado a seguir.

Figura 53 - Estrutura hierárquica para o estudo de microlocalização

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim sendo, pode-se notar que alguns critérios já foram

utilizados no estudo da macrolocalização. Dessa forma, não necessitam

serem explicados novamente, no entanto nos próximos subitens os

novos critérios levados em consideração serão melhor detalhados.

Qual é a melhor microrregião para instalação de uma usina solar fotovoltaica em Minas Gerais?

Ambiental

Indice de radiação solar

Temperatura média anual

Econômico

Valor do metro quadrado

Local

Relevo Disponibilidade de

área útil Facilidade de

acesso

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92

4.3.1.1 Relevo

Nesse subcritério será analisado o quão favorável é o relevo do

município para instalação do sistema fotovoltaico. Isso se deve pelo fato

de que existe um custo relacionado ao ajuste do solo para possibilitar a

instalação dos painéis solares. Assim, quanto mais plano e regular for o

relevo, menor será o investimento para ajuste do mesmo e, então,

melhor avaliada será a microrregião.

4.3.1.2 Disponibilidade de área útil

A disponibilidade de área útil é importante pois é um indicativo

da oferta e viabilidade técnica da implantação de uma USF de 1 MW de

potência instalada, já que a área a ser utilizada é relativamente grande (7

mil metros quadrados). Assim, serão analisados a ocupação territorial,

se a área é urbana ou rural ou se apresenta unidades de conservação,

como propriedades indígenas ou parques nacionais no território

analisado. Logo, quanto maior for a disponibilidade de área útil, melhor

avaliado será o local.

4.3.1.3 Facilidade de acesso

Consultando algumas referências importantes, como o Atlas

Solarimétrico de Minas Gerais (2012), nota-se a importância no quesito

operacional com relação à disponibilidade de vias que facilitem o acesso

ao local da instalação. Isso se deve pelo fato, basicamente, de que os

equipamentos solares devem chegar até o local de instalação, e isso pode

ser um fator crítico, dada a fragilidade e as grandes quantidades do

material a ser transportado. Portanto, quanto melhor for a infraestrutura

que facilite o acesso ao local analisado, melhor será sua avaliação.

4.3.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos critérios

Com base na Escala Fundamental de Saaty (1980) e nos conceitos

revisados no capítulo 2, elaborou-se a matriz de comparação par a par

dos critérios.

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93

Figura 54- Matriz de comparação par a par dos critérios do estudo da

microlocalização

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como o índice da razão de consistência (RC) deu menor do que

0,1, os pesos estimados são consistentes. Portanto, temos o resultado

indicado na Figura 55.

Figura 55 - Resultado dos pesos dos critérios para estudo de

microlocalização

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.3 Comparação par a par e determinação dos pesos dos

subcritérios

A estrutura hierárquica do estudo da microlocalização foi

montada de forma que os critérios “Ambiental” e “Econômico”

apresentam somente dois e um subcritérios, respectivamente. Portanto,

os pesos foram atribuídos de forma comparativa direta. Assim, na

Figura 56 ficam representados os pesos estipulados para os subcritérios

“Índice de radiação solar”, “Temperatura” e “Valor do metro quadrado”.

Figura 56- Pesos estipulados para subcritérios

Fonte: Elaborado pelo autor.

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94

Para os subcritérios referentes ao “Local”, foi aplicado o método AHP e

a matriz de comparação (A) é indicada na Figura 57.

Figura 57- Matriz de comparação par a par entre os subcritérios do

"Local"

Fonte: Elaborado pelo autor.

O índice da razão de consistência teve resultado menor do que

0,1, logo os pesos foram julgados consistentes. Assim, os resultados dos

pesos de cada subcritério referentes ao “Local” ficam registrados na

Figura 58.

Figura 58 – Resultado dos pesos de cada subcritério do “Local”

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.4 Determinação dos pesos globais dos subcritérios

Com os pesos dos critérios e subcritérios definidos, pode-se então

calcular os pesos globais dos subcritérios, os quais são apresentados na

Figura 59.

Figura 59 - Resultados dos pesos globais estimados para cada

subcritério

Fonte: Elaborado pelo autor.

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95

4.3.5 Avaliação das alternativas segundo os critérios

4.3.5.1 Índice de radiação solar

Segundo o Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (MINAS

GERAIS, 2012), a radiação solar global diária média anual tem os

piores índices na região Sudeste do Estado com 4,5kWh/m², enquanto

que a região Norte apresenta os maiores índices, com 6,5kWh/m².

Figura 60 – Mapa de radiação solar média diária anual de Minas Gerais

Fonte: Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (2012).

Cruzando o mapa das microrregiões de estudo e a Figura 60,

elaborou-se a matriz de comparação indicada na Figura 61.

Figura 61 - Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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96

Realizando-se as etapas de cálculos do método AHP, conferiu-se

que os pesos estipulados são consistentes, então o resultado fica

registrado na Figura 62.

Figura 62 - Resultado dos pesos para cada Microrregião referente ao

Índice de Radiação Solar

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5.2 Temperatura média anual

Com base no mapa de temperatura máxima média anual de Minas

Gerais extraída do Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (MINAS

GERAIS, 2012) e apresentado na Figura 63, pode-se elaborar a matriz

de comparação pareada indicada na Figura 64.

Figura 63- Temperatura máxima média anual de Minas Gerais

Fonte: Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (2012).

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97

Figura 64 - Matriz de comparação par a par

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, pode-se realizar os cálculos e avaliações de consistência

dos pesos estimados, chegando à Figura 65 como resultado.

Figura 65- Resultado dos pesos estimados para cada microrregião sobre

o subcritério "Temperatura"

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5.3 Valor do metro quadrado

Com base no relatório anual realizado pela Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

(EMATER, 2017) sobre o Valor de Terra Nua, pode-se obter

informações referentes aos preços médios de venda de terras coletados

em cada município. Assim, listou-se todos os municípios de cada

microrregião e compilou-se os valores do hectare para pastagem natural,

sendo este o tipo mais simples de terreno e o qual foi utilizado como

base. A seguir, é apresentado os valores médios referentes ao valor de

venda do terreno nas microrregiões analisadas.

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98

Figura 66- Valores médios do hectare para pastagem natural em cada

microrregião analisada

Fonte: adaptado de Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Estado de Minas Gerais (EMATER, 2017).

Com isso, pode-se elaborar a matriz de comparação par a par,

indicada na Figura 67.

Figura 67- Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, conferindo que dos pesos estipulados foram consistentes e

realizando os cálculos propostos pelo método AHP, chegou-se nos

resultados para cada microrregião, como indica a Figura 68.

Figura 68 - Resultados dos pesos estimados para cada microrregião

referente ao valor do metro quadrado

Fonte: Elaborado pelo autor.

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99

4.3.5.4 Relevo

Visando a viabilidade operacional da instalação de sistemas

solares, quanto mais plano, regular e sem obstáculos naturais por perto

melhor. Portanto, para realizar a análise pareada, considerou-se a

seguinte ordem, do mais favorável para o menos favorável: planalto,

chapada, planície, depressão e serra. No entanto, as opções de planalto,

chapada e planície estariam próximas em um mesmo patamar de análise

favorável, enquanto que a depressão e serra estariam em outro patamar

de análise, menos favorável.

Figura 69- Relevo de Minas Gerais (Anexo D)

Fonte: Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (2012).

Dessa forma, elaborou-se a matriz de comparação indicada na

Figura 70.

Figura 70- Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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100

E realizando os cálculos do método AHP e a análise de

consistência, os resultados dos pesos de cada microrregião sobre os

respectivos relevos ficam registrados na Figura 71.

Figura 71 - Resultado dos pesos estimados para cada microrregião

referente ao relevo

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5.5 Disponibilidade de área útil

Levando em consideração a área de cada microrregião e

consultando o mapa esquemático com as principais áreas de

conservação de Minas Gerais (Anexo E) apresentado na Figura 72,

elaborou-se a matriz de comparação indicada na Figura 73.

Figura 72- Principais áreas de conservação integral de Minas Gerais

Fonte: Jornal do Estado de Minas (2014).

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101

Figura 73- Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conferindo-se a consistência dos pesos estimados, chegou-se nos

seguintes resultados finais apresentados na Figura 74.

Figura 74 - Resultado dos pesos estimados de cada microrregião sobre a

área útil

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5.6 Facilidade de acesso

Levou-se em consideração a quantidade de rodovias federais e

estaduais que cruzam o território da microrregião, assim como a

proximidade de aeroportos e ferrovias (Anexo F).

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Figura 75 - Principais vias de acesso de Minas Gerais (Anexo F)

Fonte: Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (2012).

Dessa forma, montou-se a matriz de comparação pareada como

indica a Figura 76.

Figura 76- Matriz de comparação par a par (A)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Então, realizando-se os cálculos e análise de consistência dos

pesos estimados, chegou-se nos resultados indicados na Figura 77.

Figura 77 - Resultado dos pesos estimados de cada microrregião sobre a

facilidade de acesso

Fonte: Elaborado pelo autor.

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103

4.3.6 Avaliação global das alternativas

Com todos os pesos dos critérios e subcritérios calculados e com

todas as comparações pareadas entre as microrregiões realizadas, temos

os seguintes resultados resumidos na Figura 78.

Figura 78- Resumo de todos os pesos estimados para o estudo da

microlocalização

Fonte: Elaborado pelo autor.

Realizando-se a multiplicação entre o peso do critério, do

subcritério e da respectiva microrregião, chega-se no peso global de

cada microrregião, como fica indicado na Figura 79.

Figura 79- Pesos globais de cada microrregião

Fonte: Elaborado pelo autor.

De forma semelhante à apresentada nos resultados da escolha do

Estado, a escala de cores por linha permite uma comparação visual entre

os resultados dos Estados sobre cada critério. Dessa forma, facilita-se a

visualização de qual Estado se saiu melhor com relação a cada critério. Além disso, a análise das colunas indica como cada Estado se saiu de

forma geral.

Assim, podemos organizar os resultados de forma ranqueada

como apresenta a Figura 80.

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104

Figura 80 - Ranking das microrregiões mais propícias para instalação de

usinas solares fotovoltaicas no Estado de Minas Gerais

Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, com base nos critérios utilizados, a microrregião mais

indicada para instalação de uma USF em Minas Gerais é a Microrregião

de Unaí.

Figura 81 - A microrregião mais indicada para instalação de uma usina

solar fotovoltaica no Brasil dados os critérios utilizados

Fonte: adaptado do Google Maps.

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105

4.3.7 Análise de sensibilidade da escolha da microrregião

Realizou-se a análise de sensibilidade sobre os critérios que

tiveram o maior peso, sendo eles: Índice de radiação solar, relevo e

disponibilidade de terra útil. Assim, os gráficos respectivos de cada um

são apresentados nas Figuras 82, 83 e 84, respectivamente.

Figura 82- Análise de sensibilidade do critério "Índice de radiação solar"

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 83- Análise de sensibilidade sobre o critério "Relevo"

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Figura 84 - Análise de sensibilidade sobre o critério "Disponibilidade de

terra útil"

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, percebe-se que os resultados foram bem mais consistentes

se comparados com a escolha do Estado. A microrregião de Unaí se

mantém como a primeira opção mesmo quando ocorrem grandes

variações nos pesos dos critérios selecionados, indicando que a escolha

é robusta, ou pouco sensível.

4.4 ESTUDO DA MICROLOCALIZAÇÃO: ESCOLHA DO

TERRENO

Com a Microrregião de Unaí selecionada, inicia-se agora a

pesquisa sobre a oferta de terrenos com no mínimo 7 mil metros

quadrados nos municípios dessa região. Serão pesquisadas ofertas

publicadas nas principais plataformas de compra e venda de imóveis no

Brasil e também nas plataformas das imobiliárias locais da microrregião

de Unaí.

Para início do processo da escolha do terreno, serão analisados 5

principais aspectos: preço, proximidade com a linha de transmissão,

regularidade do terreno, presença de obstáculos ao redor e proximidade

de fonte de água.

A pesquisa será realizada com base na seguinte lista de

municípios e com as devidas áreas de cada com intuito de indicar o

tamanho de cada município:

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Figura 85- Municípios da Microrregião de Unaí e suas respectivas áreas

Fonte: adaptado de CIDADE-BRASIL (2018)

Com o levantamento das ofertas de terrenos à venda na

Microrregião de Unaí, selecionou-se as 6 opções mais atrativas para

„realizar a análise. A figura 86 resume as principais características que

serão avaliadas nos terrenos selecionados.

Figura 86 - Resumo das 6 ofertas de terrenos mais atrativos na

Microrregião de Unaí

Fonte: OLX (2018) e ZAP Imóveis (2018) adaptado pelo autor.

Dessa forma, a Figura 86 consolida todas as informações que

serão analisadas e comparadas entre os terrenos. Assim, nesse

subcapítulo não será realizado uma análise detalhada sobre cada critério

pois as informações foram obtidas de diferentes fontes e são especificas

de cada terreno.

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108

4.4.1 Determinação dos critérios para escolha do terreno

Diferentemente da escolha do Estado e da microrregião, a escolha

do terreno envolve menor número de variáveis a serem analisadas e,

portanto, a estrutura hierárquica foi criada de forma mais simples, com

dois níveis ao invés de três, como apresentado na Figura 87.

Figura 87 - Estrutura hierárquica para escolha do terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.1.1 Preço

Este critério irá avaliar o preço cobrado pelo metro quadrado da

propriedade à venda. Dessa forma, será melhor avaliado o terreno que

apresentar o menor valor por metro quadrado.

4.4.1.2 Acesso à linha de distribuição

A energia gerada pela USF só consegue atender ao consumidor

final se existir acesso da mesma à linha de distribuição de média tensão.

Portanto, quanto mais facilitado for este acesso, melhor. Assim, com

base em entrevistas com profissionais do setor, o melhor caso seria a

linha de distribuição trifásica de média tensão cruzar o terreno em

questão. Se a linha for monofásica, necessitaria de investimentos com

transformadores, portanto é pior. E quanto mais longe do terreno estiver,

também é julgado como um fator não favorável.

Qual é o melhor terreno à venda na Microrregião de Unaí?

Preço Acesso à linha de distribuição

Topografia do terreno

Presença de obstáculos ao

redor

Oferta de água

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4.4.1.3 Topografia do terreno

De forma semelhante ao critério utilizado na escolha da

microrregião, será analisado o quão favorável é a topografia do terreno

para instalação do sistema fotovoltaico. Isso se deve pelo fato de que

existe um custo relacionado ao ajuste do solo para possibilitar a

instalação dos painéis solares. Assim, quanto mais plano e regular for o

terreno, menor será o investimento para ajuste do mesmo e, então,

melhor será sua avaliação.

4.4.1.4 Presença de obstáculos ao redor

A presença de obstáculos ao redor do terreno pode influenciar na

incidência de radiação solar sobre as placas por conta das sombras

projetadas. Exemplos de obstáculos seriam montanhas, morros, prédios,

florestas com arvores altas, entre outros. Dessa forma, quanto menos

obstáculos ao redor o terreno apresentar, melhor será sua avaliação.

4.4.1.5 Oferta de água

Este critério foi apresentado pelo Atlas Solarimétrico de Minas

Gerais (MINAS GERAIS, 2012) como sendo importante para USF e,

consultando profissionais do setor, concluiu-se que a água seria usada

para fazer a lavagem dos painéis solares que ficam em solo. Dessa

forma, quanto mais fácil e abundante for o acesso à água, melhor será

avaliado o terreno.

4.4.2 Comparação par a par e determinação dos pesos dos critérios

Comparando-se os critérios para a escolha do terreno, chegou-se

à matriz de comparação pareada indicada na Figura 88.

Figura 88- Matriz de comparação pareada dos critérios para a escolha do

terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

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110

Assim, realizando-se os cálculos do método AHP e conferindo

que os valores são consistentes, chegou-se nos resultados indicados na

Figura 90 para os pesos dos critérios.

Figura 90 - Resultados dos pesos dos critérios para a escolha do terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.3 Comparação par a par das alternativas de terrenos sobre cada

critério

Como as informações de cada alternativa de terreno referente aos

critérios utilizados estão consolidados na Figura 86, serão apresentadas

diretamente as matrizes de comparação e os resultados.

Iniciando-se com a análise par a par de cada alternativa de terreno

sobre o valor do metro quadrado, chegou-se a seguinte matriz de

comparação indicada na Figura 91.

Figura 91- Matriz de comparação par a par dos terrenos sobre o valor do

metro quadrado

Fonte: Elaborado pelo autor.

E, conferindo-se a consistência dos pesos atribuídos, chegou-se

nos seguintes resultados apresentados na Figura 92.

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111

Figura 92- Resultados dos pesos para cada terreno de acordo com o

valor do metro quadrado

Fonte: Elaborado pelo autor.

Quanto ao acesso às linhas de distribuição, elaborou-se a seguinte

matriz de comparação.

Figura 93 - Matriz de comparação par a par sobre o acesso à rede de

distribuição

Fonte: Elaborado pelo autor.

Então, após conferir que os pesos julgados foram consistentes,

obteve-se os seguintes resultados para os pesos de cada terreno sobre o

acesso à rede de distribuição.

Figura 94 - Resultados dos pesos de cada terreno sobre o acesso à rede

de distribuição

Fonte: Elaborado pelo autor.

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112

Sobre a topografia dos terrenos, foi elaborada a matriz de

comparação pareada apresentada na Figura 95.

Figura 95 - Matriz de comparação par a par das topografias dos terrenos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, como o Índice de Consistência deu resultado dentro do

limite de 0,1, os pesos foram julgados consistentes, e são apresentados

na Figura 96.

Figura 96 - Resultados dos pesos estimados de cara terreno com relação

à topografia

Fonte: Elaborado pelo autor.

Quanto à presença de obstáculos ao redor do terreno, apresenta-se

a matriz de comparação na Figura 97.

Figura 97 - Matriz de comparação par a par quanto aos obstáculos ao

redor de cada terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

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E os resultados para os pesos ficam registrados na Figura 98, após

terem sido conferidos quanto à consistência prevista no método AHP.

Figura 98 - Resultados para os pesos de cada terreno quanto á presença

de obstáculos ao redor

Fonte: Elaborado pelo autor.

E o critério de oferta de água foi comparado par a par entre as

alternativas de terrenos disponíveis e indicada na Figura 99.

Figura 99 - Matriz de comparação par a par sobre a oferta de água nos

terrenos

Fonte: Elaborado pelo autor.

E, após os cálculos e avaliação da consistência, chegou-se nos

seguintes resultados para os pesos de cada terreno no critério “oferta de

água”.

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114

Figura 100 - Resultados dos pesos de cada terreno sobre a oferta de água

Fonte: Elaborado pelo autor.

Logo, os resultados de todos os pesos da estrutura hierárquica

criada para analisar qual seria o melhor terreno da Microrregião de Unaí

estão resumidos na Figura 101.

Figura 101- Resumo de todos os pesos da estrutura hierárquica para a

escolha do terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, pode-se calcular os devidos pesos finais para cada

alternativa de terreno, como apresentado na Figura 102.

Figura 102- Pesos finais de cada terreno

Fonte: Elaborado pelo autor.

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115

Portanto, o ranking dos melhores terrenos para instalação de uma

usina solar de 1 MW na Microrregião de Unaí é apresentado na Figura

103.

Figura 103- Ranking dos melhores terrenos para instalação de uma usina

de 1 MW na Microrregião de Unaí

Fonte: Elaborado pelo autor.

Logo, o melhor terreno do Brasil para instalação de uma usina de

1 MW é a alternativa 3.

Sobre as características da localização, a alternativa 3 trata-se de

uma fazenda à venda em Rural Minas, povoado localizado entre

município de Unaí e Brasília, com um terreno total de 30 hectares. Seu

relevo é regular e plano e apresenta grande oferta de água, tanto em

poço artesiano quanto em uma pequena represa. Tem acesso à rede de

distribuição trifásica de média tensão provida pela CEMIG. Quanto ao

preço do terreno, seu valor é de R$1,53/m², o que

Figura 104- Imagem do terreno escolhido

Fonte: OLX (2018).

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116

Figura 106- Imagem da pequena lagoa do terreno escolhido

Fonte: OLX (2018).

Figura 107- Imagem do acesso à rede de distribuição de média tensão do

terreno escolhido

Fonte: OLX (2018).

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117

4.4.4 Análise de sensibilidade da escolha do terreno

Para analisar a sensibilidade da escolha do terreno, serão

colocados à prova os critérios mais críticos: obstáculos e acesso à linha

de distribuição.

Figura 108 - Análise de sensibilidade sobre o critério "Obstáculos"

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 109- Análise de sensibilidade sobre o critério "Acesso à Linha de

Distribuição"

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como se pode observar, os resultados para escolha do terreno

foram robustos já que se pode ter uma boa margem de variação nos

critérios julgados mais críticos e, mesmo assim, manter como resultado

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118

a alternativa 3 como a melhor opção. Portanto, os resultados são pouco

sensíveis.

4.5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Iniciou-se o desenvolvimento desta monografia com a realização

de um orçamento para um kit fotovoltaico de 1MW para então estimar a

área útil total necessária para implantação deste tipo de

empreendimento. Com isso, obteve-se como resultado aproximado uma

área de 7 mil metros quadrados.

A partir disso, o estudo de localização começou a ser

desenvolvido. A primeira etapa teve como objetivo apontar o Estado

brasileiro mais favorável para instalar o empreendimento estudado. O

primeiro passo foi restringir o universo de análise de 27 Unidades

Federativas para 6. Para isso, foram consultados profissionais da área e

investidores de USFs com o intuito de dar certo direcionamento prático

e embasamento ao estudo. Assim, a análise inicial foi realizada sobre os

Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e

Santa Catarina. Para distinguir o Estado mais favorável, foram utilizados

6 subcritérios, os quais foram ponderados de forma distintas com o

auxílio do método AHP e são, em ordem decrescente de importância:

potencial de geração fotovoltaico, tarifa de energia elétrica, tradição

fotovoltaica, temperatura média, potencial do mercado consumidor e por

último o custo do metro quadrado. Os critérios mais importantes foram

assim julgados pois influenciam diretamente a viabilidade do

empreendimento e, se pode concluir que de forma geral foram

adequados e abrangentes. Também se notou que cada Estado se saiu

melhor em cada critério utilizado, o que pode ser visto como mais um

indicativo da dificuldade da decisão e do amplo potencial para

implantação de empreendimentos fotovoltaicos que o Brasil apresenta.

Dessa forma, o trabalho se desenvolveu de forma a distinguir o melhor

dentre os vários bons Estados e, ao final desta etapa, o escolhido foi

Minas Gerais. Feita a análise de sensibilidade, pode-se notar que este

resultado é consideravelmente sensível. Isso se deve pelo fato que o

resultado poderia ter sido a Bahia ou o Rio de Janeiro caso se alterasse o

peso de alguns critérios. No entanto, como especificado nas

delimitações deste trabalho, a análise de sensibilidade não alterou o

resultado, mas apenas indicou se é sensível ou não.

Utilizando o resultado da primeira etapa, Minas Gerais, iniciou-se

a segunda etapa do processo, a qual teve como objetivo apontar qual

microrregião dentro deste Estado seria a mais indicada para se instalar

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119

uma USF. Para isso, consultou-se o Atlas Solarimétrico de Minas Gerais

(2012) e encontrou-se uma lista com as 6 melhores Microrregiões para

se instalar usinas solares. Assim, restringiu-se o universo a ser analisado

de 66 microrregiões para estas 6 apresentadas. Então, com o auxílio do

método AHP o foco foi classificar essas microrregiões segundo os

critérios utilizados, sendo eles: índice de radiação solar, relevo e

disponibilidade de área útil, valor do metro quadrado, temperatura e

facilidade de acesso. Assim, ao final desta etapa a Microrregião indicada

para ser a líder do ranking foi a Microrregião de Unaí.

A terceira e última etapa teve como objetivo pesquisar e ranquear

os terrenos à venda na área compreendida pela Microrregião de Unaí.

Assim, foram pesquisados nas principais plataformas de compra e venda

de imóveis os terrenos disponíveis nos municípios da microrregião.

Feito isso, foram selecionadas as 6 alternativas que mais se destacaram.

Observa-se que a análise sobre a implantação de uma USF de 1MW foi

realizada especificamente nessa etapa, já que é nesse nível de análise

que se tem a oportunidade de utilizar como critério inicial terrenos que

possuam área útil igual ou maior à necessária pelo empreendimento.

Então, com base no método AHP iniciou-se o estudo comparativo

utilizando critérios mais adequados para a microanálise, sendo eles:

presença de obstáculos ao redor, acesso à linha de transmissão,

topografia, preço por metro quadrado e oferta de água. Assim, ao final

do desenvolvimento desta etapa o terreno que mais se destacou foi uma

fazenda de 30 hectares no povoado de Rural Minas, por apresentar um

terreno plano, sem obstáculos ao redor, com acesso à rede de

transmissão de média tensão fornecida pela CEMIG, acesso fácil à água

e com preço por metro quadrado acessível.

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120

5 CONCLUSÃO

O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver um estudo de

localização sobre uma USF e apontar o terreno mais favorável

disponível para implantação deste tipo de empreendimento no Brasil,

dados os critérios e os julgamentos do decisor. Como explicado na

revisão bibliográfica, o método AHP sugere destrinchar o problema a

ser resolvido em tantos níveis quanto forem necessários. Dessa forma,

facilita-se o entendimento e a resolução do problema torna-se

naturalmente mais acessível. Esta monografia seguiu essa recomendação

e, como explicado no subcapitulo sobre “análise e discussão dos

resultados”, dividiu o problema principal em 3 etapas, sendo que cada

uma dessas etapas foi destrinchada ao máximo para aplicação do

método AHP. A primeira etapa teve como foco a escolha do Estado, a

segunda a escolha da Microrregião e, a última, a escolha do terreno.

Para isso, foram consultadas literaturas publicadas por fontes bem

conceituadas no setor para dar embasamento às comparações, e então

pode-se construir uma trajetória mais compreensível e robusta para a

resolução de um problema complexo. Nesse sentido, o método AHP se

mostrou como uma ótima ferramenta para facilitar a resolução de um

problema com muitas variáveis, como o de estudo de localização. Além

disso, a sua aplicação também se apresentou com passos simples e

lógicos.

Sobre as limitações do trabalho, o processo auxilia de fato a

escolher qual é a melhor alternativa, no entanto, o faz de forma

específica para os critérios utilizados e com base no julgamento do

decisor. Dessa forma, se forem utilizados outros critérios, ou se outro

decisor realizar o processo, os resultados poderão ser diferentes, como é

de se esperar. Portanto, trata-se de uma limitação intrínseca do próprio

método.

No mais, acredita-se que este trabalho possa contribuir para

melhorar a compreensão de problemas de localização de USF e também

auxiliar na aplicação do método AHP nesse sentido.

Como perspectiva de continuação do trabalho, há a possibilidade

de utilizar a análise de sensibilidade como uma ferramenta mais ativa na

tomada de decisão. Dessa forma, pode-se explorar as outras

possibilidades de alternativas dominantes e simular diferentes cenários

de investimentos. Uma outra sugestão para trabalhos futuros nesse

sentido seria de explorar outras regiões que não foram abordadas por

causa da restrição inicial do universo de escolhas, assim como também

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propor a utilização de novos critérios para a construção de outra

estrutura hierárquica para auxiliar na tomada de decisão.

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6. REFERÊNCIAS

ABRADEE, Associação Brasileira de Distribuição de Energia Elétrica.

Visão Geral do Setor: A Industria da Eletricidade. Disponível em:

<http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/visao-geral-do-setor>.

Acesso em: 31 mar. 2018.

ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.

Propostas para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na Matriz

Elétrica Brasileira. Brasilia: Abinee, 2012. 176 p.

ABSOLAR, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Energia Solar Fotovoltaica no Brasil: fonte de economia, oportunidades

e investimentos. 2018. Disponível em:

<http://www.absolar.org.br/noticia/noticias-externas/energia-solar-no-

brasil-fonte-de-economia-oportunidades-e-investimentos.html>. Acesso

em: 31 mar. 2018.

AGÊNCIA AMBIENTE ENERGIA. Energia Solar Fotovoltaica no

Brasil: fonte de economia, oportunidades e investimentos. 2017.

Disponível em:

<https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/12/energia-

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APÊNDICE A – Exemplos de outras técnicas para auxílio ao estudo

de localização

Técnica da Ponderação de Fatores

Segundo Meredith e Shafer (2002) apud Viola (2013) esta técnica

pode ser vista como uma formalização de um processo de decisão

intuitiva realizada pelos gerentes.

Para Moreira (2008), esta técnica pode ser considerada como o

melhor método quando não se consegue apropriar uma estrutura de

custos para cada localidade a ser estudada.

Slack, Chambers e Johnston (2002) relatam que, primeiramente,

deve-se identificar os critérios que podem ser utilizados na avaliação das

alternativas de localizações. Feito isso, deve-se então definir a

importância relativa de cada critério e então atribuir fatores de

ponderação, ou “pesos”, para cada um deles. Posteriormente, continuam

os autores, deve-se avaliar cada alternativa de localização de acordo

com cada critério utilizado pontuando-os. Assim, deve-se multiplicar o

peso com a pontuação para cada fator e, depois, somar os resultados

para cada alternativa de localização. Com isso, cada alternativa obterá

diferentes pontuações e aquela que apresentar a maior pontuação será a

melhor candidata. Esta técnica apresenta grande semelhança ao método

AHP que será utilizado neste trabalho.

Método do Centro de Gravidade

Segundo Santa Catarina (2017), este método é utilizado quando o

estudo de localização deve encontrar o custo mínimo de transporte. Para

isso, este método fundamenta-se no conceito de que cada alternativa de

localização terá um “valor de transporte”. Este valor será resultado da

soma de todos os custos de transporte, sendo considerados os transportes

de origem e destino em cada local a ser estudado. Assim, a melhor

localização será o ponto de equilíbrio entre as distâncias percorridas e as

cargas transportadas, ou em outras palavras, será o “centro de

gravidade”.

Análise de Custos Diferenciais

Santa Catarina (2017) recomenda que para a realização desta

análise, os custos das operações do empreendimento devem ser

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comparados entre cada alternativa de localização a ser estudada, de

forma horizontal. Assim, para cada alternativa, a partir dos dados de

receitas, custos e despesas, devem ser calculados o resultado, a diferença

absoluta em relação a melhor alternativa e a variação em porcentagem

do resultado.

No entanto, continua o autor, esta análise é aplicável somente a

fatores monetários e, apesar de ser muito útil, ela não considera que

diferentes localizações podem demandar investimentos iniciais distintos,

e também ignora a recuperação do capital. Apesar disso, o resultado

obtido por essa análise pode ser utilizado como um dos fatores a serem

considerados na técnica de ponderação de fatores.

Análise por Métodos de Engenharia Econômica

Segundo Santa Catarina (2017), para se realizar esta análise deve-

se considerar o custo de capital e as possíveis diferenças de

investimentos entre as alternativas das localidades a serem estudadas.

Então, realiza-se a projeção de fluxo de caixa para cada alternativa e

calcula-se o VPL e/ou o VAUE. O objetivo é de comparar cada uma das

opções de implantação do empreendimento com base na análise do valor

do dinheiro no tempo.

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APÊNDICE B – Matrizes e cálculos intermediários do método AHP

nos critérios para escolha do Estado

Então, calculou-se o Índice de Consistência (IC) e o resultado foi ZERO, já

que ʎmáx = 3 e n =3. Logo, a Razão de Consistência (RC) teve resultado igual à ZERO, já que a

equação de RC é dada por:

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APÊNDICE C - Matrizes e cálculos intermediários do método AHP

nos subcritérios para escolha do Estado

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APÊNDICE D - Matrizes e cálculos intermediários para a

comparação pareada entre os Estados

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APÊNDICE E – Resultados de cada etapa da escolha de localização

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APÊNDICE F – Análise de sensibilidade da escolha do Estado

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APÊNDICE G – Análise de sensibilidade na escolha da

Microrregião

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APÊNDICE H – Análise de sensibilidade na escolha do Terreno

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ANEXO A – Orçamento do kit fotovoltaico de 1MW

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ANEXO B – Tarifas energéticas cobradas nos Estados

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ANEXO C – Mapa de climas do Brasil

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ANEXO D – Mapa do relevo de Minas Gerais

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ANEXO E – Mapa das principais áreas de conservação de MG

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ANEXO F – Mapa das principais vias de acesso de MG