andaime fractal

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  • 8/3/2019 Andaime Fractal

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    Andaime Fractal

    Arquitetura e Escuta

    PlanialtimetriaTudo no texto abstrato e duvidoso, estruturas lingusticas sobre a cidade de nus, apresentados

    nimos para pesquisa, ns em nossos vos e ofciios, afectos que geram modificaes estruturais no corpourbano. Performance potico-arquitetnica onde os processos mentais tornam-se criao para a produo deoutra ala na Biblioteca da Babilnia. Grande entulho conceitual onde talvez se possa reciclar uma viga ououtra pra erguer um barraco.

    Prtica arquitetnica (acstica sonora): Planialtimetria (audiometria), programa (programao), criao(transcriao), partido (orquestra), projeto (partitura), aprovao (crtica), executivo (soao), cronograma(ensaios), construo (gravao), ao (performance), azimutes (tons), coordenadas (escalas), cotas (arranjo),

    desejos (escutas), necessidades (rudos), sensvel (som), cognio (melodia), organograma (harmonia),fluxograma (progresses harmnicas), orientao (leitmotiv), antropologia (musicologia), percepo (audio),proporo (radiao e propagao), harmonia (estocstica), ritmo (pulso), funo (msica), forma(transmetria), escala (ponto de escuta), desenho (paisagem sonora), aprovao (durao). Nusea primeira: aespera (a pausa). Desenvolvimento (pesquisa), impresso (allure), cpias (fractais), burocracias (mtodos).Segunda nusea: as restries (limites do audvel). Alvars (estilos) e etapas (modas). Terceira nusea: acoreografia do possvel (a dana sem coreografia). Maestria (aura), equipes (redes), previso (devir), durao(improviso), terceirizao (samples e citaes), limpeza (decupagem), canteiro (entrescuta), gerenciamento(ciberntica), ponto zero (silncio), estacas (axiomas), infra-estruturas (harmonias contextuais),estruturas(nanoharmonias espectrais), lajes (ressonncias espectrais), vedao (reverberao). Nusea quarta: oatraso (delay). Aberturas (barulhos inesperados), eltrica (esttica), hidrulica (paixes musicais), caixilharia(fonomia, o nome do som), piso (cultura aural do pblico), pintura (fontica), louas (modulaes), metais(conexes com outros sons), acabamentos (libretos e videos), paisagens sociais (audvel), ocup.ao (bioeco

    em interferncia).

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    Marca de EstacasO espao no o ambiente (real ou lgico) em que as coisas se dispem,

    mas o meio pelo qual a posio das coisas se torna possvel.Devemos pens-lo como a potncia universal de suas conexes.

    Maurice Merleau PontyO construtor africano de casas de adobe, intitulado curador de

    espaos(ambientalista strictu sensu), queria que os espaos se tornem aoinvs de ns os ocuparmos: espaos espacializantes de eventosinstantneos. Espao conectado ao tempo por suas tramas detemporalidades. Espao sonoro em mdias molhadas onde ainformao se sobrepe realidade dos eventos numa velocidade emcrescimento exponencial. Espao-convivncia com todas as suasincovenincias. De modo semelhante, os fluxos sonoros dos rudos deMerzbow aderem arquitetura acstica dos espaos que antes jhaviam vertido as formas a-rtmicas da Mersbau de Kurt Schwitters.

    O espao sonoro (o audvel), como j o notava Mcluhan, geraesta modificao de vivncia planificada dos espaos teis afetivaoem ambientes de imerso. Alm de maquinesmos de interconexoestruturante da fenomenologia das percepes abstratificadas, quais osaromas locais? Era um balco de bar de frmica vermelha. Labores,trincheiras e as revoltas das sades, as posturas erigidas pelos desgniosda forma, onde termina o espao e comea sua ambientao dos

    sentidos? Quais as sinestesias impostas pelos estriamentos do movimento. A escolha dos ngulos doscmodos projetam os movimentos [os planos, reverberaes sinuosas de correntes ssmicas de sensaes esentidos] e tal como as maiores rvores fazem a curva da trilha [acumulam histria em superfcies perplexas] ecom o temporal caem sobre os automveis mais brilhantes.

    Como reverter o efeito medusa sobre a msica [sobre a cidade] , petrificadaao ver-se no espelho?Que encanto dormente este dos desejos projetados na arquitetura [msica-escuta] que impedem o fluxo de

    possibilidades de atuao sobre a experincia humana? Como deixamos que os centros urbanos [a poesiaruidosa e potente] se tornassem outra forma de arquivo de corpos encarcerados? [de ao desejante e atada]

    Espao e Lugar,

    Audvel e EscutaA cidade se move sob os ps distrados do lugar-comum.

    No h mais espaos naturais. O espao como percepo humana (tal como o audvel como limite dosonoro) devido s suas puras abstraes de vrtices e axiomas, geram uma impossibilidade de relao no-artifical (a-naturante segundo Espinosa) entre um sujeito e este objeto-espao. Mesmo a floresta tida comomais densa s permanece assim como um gesto arquitetnico. A amaznia o jardim do mundo, esta selva deconcreto.

    J o lugarest imbudo de significao pelo modo de habitao tal qual uma escuta individual o estpor seus focos e modos de ouvir, suas memrias afetivas com relao aos sons e s msicas. Um novo lugarno espao onde a manifestao do pensamento em detrimento das corporeidades nos convidamquilo que pode serpercebido como real. O espao acstico o lugar da escuta, o espao musical o lugar do som. Isto podesers poesia. As cidades so cemitrios mascarados, como as edificaes neo-clssica so forjadas forma dosmausolus. A favela e as ruas so valas comuns. O cemitrio um shopping center. Estamos experimentando

    um mundo de abundncia (at mesmo da ausncia), um mundo regido por liberdade individual e liberaridadecoletiva (calcados no auto e retro controles), pela infinidade de territrios e escolhas.Neste contexto como poderamos viver de modo a construir novos sentidos com as inmeras

    possibilidades disponveis, tendo em vista o poder das restries que nos cercam? Como no incorrer naguerrilha por territrios sonoros, mas expandir terrenos de escuta? Qual esta escuta acsticapara alm das msicasem busca de novas sonoridades? Como manter a sensibilidadeaberta e em contnua abertura, sabendo de nossospreconceitos musicantes, nossos pontos de escuta? O metr uma flauta vertebrada dos fluxos sonoros dacidade. O urbanismo a gestao deste outro espao silencioso (mas um silncio ruidoso que incomoda, no asolitude tcita do que nos cala por sublimao mas o que nos amordaa e entorpece). E qual a diferena entreestes espaos da solitude e da solido? Qual o espao do rudo ao gerar uma escuta da transio (entrescuta).Moondog presenteando algum na rua com uma cano sem dono.

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    Instante, Tempo e EventoPixo como impresso arquitetnica do tempo.

    O espao das locaes, enfim, substitudo pelo espao das linhas de fluxos. Proliferando suas funes, osespaos do vazo a diversas temporalidades; e a partir disto, os prprios espaos so reconstrudos de formaque permitam fluidez em seu exerccio. Uma garagem que um laboratrio, uma pista de dana, uma capela euma loja. Assim tambm, um ambiente sonoro entra na escuta separando-se nos sons que so compem,

    timbres em entranhamento. Calendrios de eras, estaes dos anos nas estaes de trens, agendas de meses e dirios de dias,clepsidras de horas e ampulhetas de minutos do pulso marcando metrnomos. O sino o primeiro relgio das cidades que vaidepois de tempos tornar-se a polifonia e de apitos de fbricas.

    As atualizaes da vivncia virtualocorrendo taxa de 60Hz dos monitores menos modernos, as tornamhiper-realizadas de experimentaes em representao simblica de vivncias. Da parte da sua hipnose.Outra advm, na populao empregvel no registro de admisses tais como entrevistas de emprego, editais,licitaes; e na mais jovem como treino para o ministrio do controle do tempo (tambm conhecido comomercado de trabalho). Como representar essa descontinuidade dos espaos em suas metamorfoses contnuas?Ningum parava naquele banco. Como tra-la? Todos ficavam de p beira da rodovia. Super-la? Bebiam econversavam de p, do outro lado da rodovia. interessante que a continuidade seja superada? Ningumsentava-se no banco do lado de c. Ou seja transformada de modo a ser percebida, ser integrada ao cotidianocomo prtica rquica. Os trnsitos de acasosque rompem com as estruturas pscofsicasdos corpos nos ambientes,como vislumbrar algum que decide-se por danar em pleno horrio do rush na avenida central.

    Este corpo vibrtil gera uma arquitetura experimental (anarquitextura) no s para si, mas tambmpara os encontros que o atravessam. Como pensava Lefebvre, poderamos acreditar numa territorialidade das

    possibilidades, do espao no-construdo, lugar inconstruvel, tempo autnomo zoneado, de ordenao fluida dacomplexidade auto-gerida. Onto-latitudes e Onto-longitudes para o trnsito e criao de novas paisagens(alterealidades) multifacetadas, interconectadas e ativas, onde a busca pelo realizar(-se). Composio doespao como uma srie de linhas de fuga e ritornelos. Dentro dessa pluralidade escalar, novas geologias auraiscognitivas. As camadas de memriasedimentadas gro a gro no culto das formas musicais. Samba na capela.Bach nas marginais. O tempo situando-se entre a paisagem movente e o que ouvido (percebido, criado) aapresentao da continuidade fluida da construo acstica e ainda outra transformao do territrio a operarencaixes das entrescutas no audvel. Passa o avio, estrela da manh. A cidade a afinao dos intonarrumori. Ofuturo j passou.

    Trnsito e Movimento, Desertos

    No h sadas, s pontes estradas e avenidas.Itamar Assumpo

    Podemos pensar hoje, uma nova geografia. Uma geodinmica de fluxos capitais, informacionais,uma geografia dos movimentos (transgrafia cartognica) onde se vislumbra um urbanismo dos modos de arquia etextura. Movimentos de fracturas de estruturaes prvias da experincia. Varse ouvindo suas gravaes ainda Varse e no o puro rudo dos desertos concretos que so as cidades, Cage ouvindo Varse ainda Cagesonhando o acaso. Os desertos (the wasteland) como paisagem sonora do cio. Mas entre ns e este silncio,uma cidade rumina: paredes em decomposio, encanamentos, circuitos, suores, fezes, mquinas, motores acombusto. O corpo como ressonnciano meio das estruturaes burocrticas de massificao da cidade: todoscomo iguais, que tentam manter de p os circuitos eltricos mal utilizados , os encanamentos hidrulicos, oescoamento dos dejetos sem reciclagem para algum lugar distante, a habitao segregria e nossas posies depoder nos nichos urbanos, e principalmente tentando manter o movimento no meio da impossibilidade que otrfico de trfegosgera em tal movimentao. O circo est armado, podem chamar o arado que anda sozinho.

    O recuo da bateria no sambdromo a orquestra entrando a tocar no fosso da sala de concertos,como a batida de um corao se deslocando at o centro do crtex e ali esperando o movimento da mandaentre as duas orelhas coletivas, os que j viram a procisso e os que ainda no. Joozinho trinta vestindo Wagnercom sacos de lixo. As conchas acsticas e os jogos de bziosdos passatempos que toda cidade mdia tem? Ficam smoscas, devidamente policiadas para que no haja nenhuma banda de heavy metal acabando com o sossegodos transeuntes.

    O transporte pblico um terreno baldio rodeado de logomarcas de status por todos os lados, o corpo um dejeto cruzando entre os fluxos de carros, e o automvel forjado imagem de um templo solitudeindividualista, espao hbrido cone do deserto. O ronco dos motores e suas metforas predatrias, cheiro de

    flores e gasolina. O cluster cacofnico desemboca no drone dos escultores de fragores e a msica industrial seminiaturiza no Japo. Teu carro to caro no se move, tua argos to muda no se muda, a roda s outraengrenagem nesta linha de montagem... e eis a maldio de Ford. Depois andar a p no meio do mato. Onde?No mbito pbico quem que dinamiza a cidade, quem que a transforma, quem a move (alm do mito

    religioso do capital financeiro), que desejos erguem as vigas? Ouo os lugares nmadescriados por mendigos,por ambulantes, por ocupaes artisticas, artistas de rua, - a significao est no sujeito, na relao criada, no

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    no espao. algo que se carrega consigo, a possibilidade de criao, a criatividade propositiva entre o sujeitoque a dinamiza e o espao em si. Lugares nmades nos espaos de trnsito, lugares de afeto. Que lugares soesses?

    El toponmade, com suas nuances imateriais: topografias, sobre-camadas, a rede de cinemas, a rede decoletivos artsticos, as festas, os mritos urbanos, os lugares de contemplao, de manifestaes, de vazio esilenciares. Uma escuta que conecta sonoridades, e mais ainda, que conecta outras escutas de maneira quase

    hidrulica, o ouvido como o corao , afinal, uma vlvula a vapor. Se o corpo humano mais gua queanimal, o caracol mais concha que prola.Acmulo de aes significativas, decantaes dos fluxos, impregnao dos gestos na crosta.Cruzam o meio da quadra, edifcio antigo, cantar na subida do morro diferente, ptio interno,

    corredores, arcos ogivais, ante-cmaras, p-direito, jardim, silncio. Zom de luz pisca-pisca de natal fora depoca. Qual o lugar sensvel que a arquitetura fsica nos leva? Po de acar, praa dos trs poderes, memorialda amrica latina, porque guinle, parque da luz, ccbb, voodoo, ponto de nibus, minha casa, o espao entre oarmrio do quarto e os portais do louvre, minha roupa arca com os espaos de conexo sensvel entre ns,nossas anotaes dinamitam todo este texto abaixo e riem de ns, seus desenhos.

    Abre-fecha, expande-contrai, o que fica disso tudo? Escalas, trnsito entre o pblico e o privado. Oespao uma porta e o tempo uma sanfona. Ulysses lembra a Benjamin que j no h espao ou tempo paraflanar.

    Misantropia Urbanstica, Florescentismo,Descartografia e Cryptoflorestania

    A cidade o romance da pedra.Por conta do confinamento dos corpos, do aumento do controlo de fluxo dos trnsitos, a maisvalia dos

    avatares em detrimento das subjetividades, vemos uma crescente do processo de individuao egostica. Osjardinsfechados, as praas engradadas, os campos cercados, o stios privados, o loteamento e a loteria da Babilnia. proibido morarna rua, foda morar na periferia sem acesso a bens culturais, no h mais bens naturais que nosejam tratados como atrao turstico-comercial, no h mais espaos de convivncia gratuita (o prazer comocommodity), e a especulao imobiliria impossibilita a habitao. E quando todos quiserem conhecer osanturio, quem vai recolher as garrafas de refrigerantes?

    Como a arquitetura pode promover espaos e tempos de percepo do agora e do aqui despojada deuma obrigatoriedade programticaprvia? Arquitetura fluida, assim como o humano? Como pode a sonorizaaopromover a escuta sem a obrigatoriedade das hierarquias de fala ou da partitura? Musicalidade fluida, que

    aceita o rudo como parte da evoluo natural do sistema acstico? Quais as bases de uma atuaosubmiditica no campo da vivncia cotidiana? Juntar pessoas que nunca se conheceram numa cidade qualnenhum deles pertena. Alugar uma casa em runas. Reform-la e habit-la por um perodo fechado detempo. Gerar atividades que sirvam de disparador para a cultura local. Deixar um ponto de cultura com esteencontro como base da mitologia potica dali. Faris, vermelho, verde, a coreografia urbana cotidiana, insana,finais de semana, como orquestrar depois do ensaio felliniano do caos industriante? Cidadecaos, comosubverter seus cdigos? Calada, lugar de trnsito, esquina, espera, encruzilhadas, praas caladas, a gente nofica, a gente passa. Dana!Quebra-corpo, quebra-copos, cadeiras. O que pode ocupar a ruae acessar seu corposubjetivo? Penso agora no carnaval, virada cultura o que resta do gesto? O mgico em frente ao metr, ocanto do camel.

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    Favela, o Cristal e da Cidade

    "Quando a cidade ser um grande centro de pesquisaspara descobrir as coisas do universo e da vida,

    para conhecer a alma humana?"Flvio de Carvalho

    H uma favela no sonho desperto da sambista na mesa do bar (talvez a chamssemos cavela), espaocristalizado pelos hbitos de gente, relao de vizinhana e intimidades desabrochadas praa pblica. Nesta,a transparncia do cristal derrubou as paredes entre os cmodos. Organizao afetiva dos lugares atravs demecanismos de fluidez. Uma das qualidades mais interessantes dos cristais sua habilidade de encapsularpartculas estranhas, espao geofgico.

    Cristais so exemplo ancestral, nas mais diversas culturas (tal como crystalpunk), de organizaosimtrica fractal tanto visvel quanto molecular. Formalmente, a favela no denota tal simetria, mas suasestruturas psicogeonmicas (relaes de micro-poder atuante e nanopotncia religiosa) se embasam nestacristalinidade. Atlan fala da vida entre o cristal e a fumaa, ordem paralizante e evanescncia gasosa. O trfico a fumaa no sonho dela, todos os trficos. Principalmente o trfico de trficos.

    Cristais so grandes produtores vibracionais de rudo. Rudo este que move a primeira engrenagem dosrelgios sob a preciso do quartzo. Quais ressonncias eprotees acsticas devemos pensar para uma cidade decavelas sem incorrermos no higienismo prprio daarquitetura contempornea? Quando o arquiteto pergunta,a sambista ri e taca o relgio no cho. Dana com suacintura de ampulheta e canta em alto brado uma cirandasobre os trabalhos e o dia.

    A favela, como exemplo de auto-gesto eorganizao um modelo catalizador. Para a construo deBraslia, foi necessrio um acampamento periferialde casas desaco de cimento (Sacolndia). O que est implicito nestaafirmao a escala, a escala de aproximao edistanciamento, sinestesias de calango sob o Sol a projetar omacrochip processador de uma nao sobre os mitos doquartzo que subjaz a capital. A rvore que brinquei a duassemanas atrs a mesma que agora brinca o garoto. O

    banco onde sentei me perguntou como nosaproximamos, que tom usamos, como acessamos? Qual esta arquitextura literante?

    O policial bate no artista de rua, proibido deatuar, mero camel de afetos. O onibus aumenta, pedgiodo movimento no centro implodido. A higiene queraumentar o preo da muamba e expulsar a eletrecidade da luz. Santa If, o garoto de joelhos pede, se pudermantenha o churrasco grego.

    Maquinesmos da MoradiaMuito mais comodidade para o sua vida e a de sua famlia!

    reas Verdes, playground, churrasqueira e tudo o que sua famliaprecisa!

    Aplanta livre, a abertura de espaos privados e as incontveis formas de vigilncia dos territrios, dasgeografias dos recursos arquitetnicos e de suas identidades (feudos, Braslia, favelas, etc...), o centro e suasinfra-estruturas, as periferias dormitrios, espaos pblicos e suas ressonncias. O sonho do ltimo morador:aolevantar-se o espelho est sua frente, senta-se e a cadeira j est l, a mesa surge com a comida, levanta-se e vestido, senta-se e o escritrio j o pe em ofcio. Sem pausas, sem tempo, sem espao, s habitao da vidapela funo. Caracolgirassol numa toca repleta de ninhos que fica dentro de um ovo, numa colmia onde girinos fundemconstelaes.

    O trem no tnel, o motor eltrico, a reverberao de menos de 0,1 segundo convoluindo o metrocomo sendo arrastado submerso por uma onda, as vibraes subterrneas da cidade, radiaes da televisoemudecida do vago, rumores de quinze tocadores de som aos ouvidos dos calados, ningum ousa palavra,voc ri.

    Cozinhar um luxo. As reas comerciais fantasmas de Braslia e os jardins suspensos do aterro doFlamengo. O toque de recolher de So Paulo. Como abrir os condomnios fechados, estes novos muros de

    Tijuana, Gaza ou Berlin? O fim do horrio de trabalho e a produo onrica de espacialidades surreais.

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