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ANATOMIA EM MODELOS DIDÁTICOS: uma nova estratégia educacional Elizabete Regina Silva Lucena dos Santos¹, Júnior José da Silva, André Luiz Ferreira Dantas de Melo, Marta Beatriz Sarinho Ferreira, Vitor Caiaffo Brito 1. [email protected] Resumo O esqueleto apendicular superior é constituído pelo cíngulo do membro e sua parte livre. Os ossos que constituem o esqueleto apendicular superior são: escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges. Para o estudo prático é necessário a utilização de peças cadavéricas, que, em grande parte das Universidades, encontram-se escassas e as peças já existentes, em sua maioria, estão deterioradas. Devido a essa escassez de peças cadavéricas para o ensino da osteologia, evidenciando os acidentes ósseos nas aulas de anatomia humana da Universidade Federal Rural de Pernambuco, fez-se necessário recorrer à outro recurso, surgindo daí a confecção de modelos anatômicos artesanais de ossos, que pudessem ser utilizados nas aulas práticas de osteologia, especificando os acidentes ósseos trabalhados nas aulas. Inicialmente, foram confeccionados moldes dos ossos utilizando o Alginato para impressões com Clorexidina Tipo II presa normal, e depois de secos, os moldes foram preenchidos com a Resina Acrílica Autopolimerizável Incolor Tipo II Classe I. Depois de secos, os modelos anatômicos receberam o acabamento utilizando lixas. Em seguida, os modelos foram pintados com base para artesanato na cor branca e os acidentes ósseos foram evidenciados com tinta guache de cores diferentes para facilitar sua visualização. Por fim, os modelos anatômicos receberam uma camada de verniz para dar durabilidade à peça. Com os procedimentos descritos, foi possível confeccionar os ossos escápula, clavícula, úmero, rádio e ulna, com seus respectivos acidentes ósseos. Os modelos artesanais permitem uma aproximação da peça cadavérica, proporcionando a visualização detalhada dos acidentes ósseos, sendo, portanto, um importante material didático no processo de ensino-aprendizagem do conteúdo evidenciado. Palavras-chave: Modelos didáticos, anatomia, ossos. Abstract The upper appendicular skeleton consists of the cingulate member and its free part. The bones that make up the upper appendicular skeleton are: scapula, clavicle, humerus, radius, ulna,

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ANATOMIA EM MODELOS DIDÁTICOS: uma nova estratégia

educacional

Elizabete Regina Silva Lucena dos Santos¹, Júnior José da Silva, André Luiz Ferreira Dantas de Melo,

Marta Beatriz Sarinho Ferreira, Vitor Caiaffo Brito

1. [email protected]

Resumo

O esqueleto apendicular superior é constituído pelo cíngulo do membro e sua parte livre. Os

ossos que constituem o esqueleto apendicular superior são: escápula, clavícula, úmero, rádio,

ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges. Para o estudo prático é necessário a utilização de

peças cadavéricas, que, em grande parte das Universidades, encontram-se escassas e as peças

já existentes, em sua maioria, estão deterioradas. Devido a essa escassez de peças cadavéricas

para o ensino da osteologia, evidenciando os acidentes ósseos nas aulas de anatomia humana

da Universidade Federal Rural de Pernambuco, fez-se necessário recorrer à outro recurso,

surgindo daí a confecção de modelos anatômicos artesanais de ossos, que pudessem ser

utilizados nas aulas práticas de osteologia, especificando os acidentes ósseos trabalhados nas

aulas. Inicialmente, foram confeccionados moldes dos ossos utilizando o Alginato para

impressões com Clorexidina Tipo II presa normal, e depois de secos, os moldes foram

preenchidos com a Resina Acrílica Autopolimerizável Incolor Tipo II Classe I. Depois de secos,

os modelos anatômicos receberam o acabamento utilizando lixas. Em seguida, os modelos

foram pintados com base para artesanato na cor branca e os acidentes ósseos foram

evidenciados com tinta guache de cores diferentes para facilitar sua visualização. Por fim, os

modelos anatômicos receberam uma camada de verniz para dar durabilidade à peça. Com os

procedimentos descritos, foi possível confeccionar os ossos escápula, clavícula, úmero, rádio e

ulna, com seus respectivos acidentes ósseos. Os modelos artesanais permitem uma aproximação

da peça cadavérica, proporcionando a visualização detalhada dos acidentes ósseos, sendo,

portanto, um importante material didático no processo de ensino-aprendizagem do conteúdo

evidenciado.

Palavras-chave: Modelos didáticos, anatomia, ossos.

Abstract

The upper appendicular skeleton consists of the cingulate member and its free part. The bones

that make up the upper appendicular skeleton are: scapula, clavicle, humerus, radius, ulna,

carpal bones, metacarpals and phalanges. For the practical study it is necessary to use cadaver

parts, which largely of Universities, are scarce and where existing, mostly are deteriorated.

Because of this shortage of cadaver parts for teaching osteology, showing bone accidents on

human anatomy classes at the Federal Rural University of Pernambuco, it was necessary to

resort to other resources, emerging hence the production of handmade anatomical models of

bones, which they could be used in practical classes of osteology, specifying the bone accidents

worked in class. Initially, the bones were made using molds for prints with Chlorhexidine

Alginate Type II, and after drying, the molds were filled with Acrylic Self Curing Resin

Colorless Type II Class I. After drying, the finish received anatomical models using sandpaper.

Then the models were painted based Craft in white and bone accidents were highlighted with

different colors of gouache paint for easy viewing. Finally, the anatomical models received a

coat of varnish to give durability to the part. With the procedures, it was possible to make the

scapula bones, clavicle, humerus, radius and ulna, with their bone accidents. Artisanal models

allow an approximation of the play cadaverous, providing detailed visualization of bone

injuries, is therefore an important teaching materials in the teaching-learning process evidenced

content.

Keywords: Didactic models , anatomy, bones.

Introdução

A osteologia, em sentido restrito e etimologicamente, é o estudo dos ossos, que proporciona ao

corpo um arcabouço e, quando unidos em sua posição apropriada, formam o esqueleto. No

corpo do indivíduo vivo, são mantidos em posição por fortes feixes fibrosos – os ligamentos –

e, são movimentados pelos músculos que neles se fixam (DANGELO e FATTINI, 2008;

GRAY, 1977).

A falta de laboratórios estruturados nas instituições de ensino, bem como a ausência de material

didático especializado, torna limitadas as abordagens de ensino, na maioria das vezes, abstratas,

dificultando, assim, o processo de aprendizagem, principalmente na área morfológica

(FREITAS, 2008).

A maioria das metodologias de ensino utilizadas nessa área explora, principalmente, o uso de

multimídia com imagens estáticas, gráficas ou vídeos. Contudo, o contato direto com as

estruturas anatômicas é extremamente importante, já que facilita a compreensão dos detalhes,

dimensões, texturas e propriedades físicas dessas tais como o peso, rigidez e elasticidade, ou

seja, a visualização direta é de fundamental importância para que os discentes possam obter um

bom aprendizado (MELO, 2007; ORLANDO, et. al. 2009).

Na atualidade as instituições de ensino superior estão em busca de métodos inovadores e a

utilização de recursos didáticos apropriados para facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

Esses métodos alternativos auxiliam na mediação dos conhecimentos em anatomia humana e

tornam-se um recurso facilitador da compreensão e fixador de temas em morfologia, já que as

representações funcionam como um elo de contato com a realidade dos órgãos para cada

estudante, demonstrando uma visão diferente do mundo morfológico (CAMPUS NETO et al.,

2008; VERRI et al., 2008).

Um método inovador e alternativo que podemos utilizar são os modelos didáticos que são

modelos anatômicos representados por estruturas tridimensionais ou semi-planas, coloridas que

facilitam o processo de ensino e aprendizagem. (ORLANDO et al. 2009) afirmam que além do

aspecto visual os modelos didáticos permitem que os estudantes o manipulem, visualizando-o

de vários ângulos, melhorando, assim, sua compreensão sobre o conteúdo abordado.

Vários autores reconhecem a importância de se criar alternativas didáticas que fujam ao

tradicional quadro branco, para que haja um maior envolvimento dos alunos, e os modelos

didáticos são bastante relevantes, pois permitem ao discente construir o conhecimento sobre o

objeto de estudo ao invés de apenas receber informações teóricas e práticas sobre o assunto

abordado. Além disso, a diversidade do material pedagógico, nesse caso o modelo didático,

facilita o aprendizado, tornando as aulas práticas mais dinâmicas e produtivas, proporcionando

uma maior assimilação e entendimento do conteúdo ministrado (MOLINARI et al., 1999;

SILVA et. al, 2012).

Dessa forma, o presente trabalho visa a produzir material didático alternativo para a disciplina

de anatomia humana, com o objetivo de suprir a falta de peças cadavéricas para o ensino de

osteologia na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e auxiliar os estudantes que

cursam a disciplina de anatomia humana no que diz respeito ao melhor aproveitamento, maior

compreensão e fixação do conteúdo da disciplina.

Referencial Teórico

O termo Anatomia deriva do grego “ana” = de alto a baixo; “tomia” = corte, e foi inicialmente

estudada por dissecação, a separação cuidadosa, por meio de corte, das estruturas a fim de

estudar suas relações (TORTORA, 2007). Portanto, trata-se de uma ciência que estuda a

morfologia do corpo humano, estando encarregada de nomear e descrever suas estruturas

constituintes no nível macroscópico e microscópico (DANGELO & FATTINI, 2007).

No estudo da osteologia são utilizadas aulas práticas geralmente para promover uma melhor

compreensão e fixação dos nomes e acidentes ósseos. Essa modalidade didática é muito comum

no ensino da anatomia humana e, segundo Krasilchik (2008), tem como uma das principais

funções despertar e manter o interesse dos alunos. Ao discutir a importância do ensino prático,

Schön (2000) argumenta que uma aula prática é um mundo virtual, possibilitando, aos

estudantes, aprender as características essenciais do objeto de estudo.

Nessa perspectiva, percebe-se que muitas vezes encontram-se escassos o material cadavérico

humano para fins didáticos nas instituições de ensino, o que dificulta as atividades práticas no

ensino da anatomia. Para Ribeiro (2004), a ausência de material didático especializado torna

limitante o aprendizado, principalmente na área morfológica. Souza et al. (2008) relatam que a

partir da utilização de materiais de baixo custo, encontrados no cotidiano, é possível se propiciar

aulas atraentes e motivadoras, nas quais os alunos são envolvidos na construção de seu

conhecimento. Logo, a utilização de modelos de ensino-aprendizagem alternativos permite que

os discentes formem uma imagem mais próxima das estruturas dinâmicas reais (FREITAS,

2008), facilitando o processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis de ensino

(JUSTINA e FERLA, 2006).

Ensino-Aprendizagem

O processo de ensino e aprendizagem está diretamente ligado à educação, sendo que o ensino

é a organização, a mediação de conhecimentos e experiências, onde se deve considerar o

conhecimento prévio, a capacidade e a necessidade de aprender do educando; enquanto a

aprendizagem está relacionada com as habilidades do indivíduo, onde não se consiste em

somente reproduzir conteúdos, copiar um fato ou conhecimento através da memorização, mas

também reelaborar os conceitos já obtidos, atribuindo-lhes novos significados. (LIMA, 2010;

VYGOTSKY, 1989)

Aprender e ensinar engloba a ação de dois atores no ambiente educacional, um que desempenha

o papel de ensinar e o outro, o de aprender, onde o último se envolve com a obtenção de

conhecimentos, normas, valores e destrezas de natureza diversas. Já o primeiro, atua, tentando

guiar, dirigir e influenciar nessa aprendizagem, partindo de alguns fins determinados (COLL e

MIRAS, 1996).

Mesmo havendo várias pesquisas sobre o ensino e aprendizagem nas universidades para a

formação de profissionais da educação mais capacitados e envolvidos com a prática docente,

(PORTILHO, 2001) demonstra que os alunos universitários, futuros docentes, continuam

apresentando dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Os estudantes frequentemente

acham dificuldades para desenvolver um método de estudo, de realizar uma avaliação de seus

pontos fracos e fortes, de analisar as melhores condições para o aproveitamento das exposições

do professor ou de uma conferência, ou participar de grupos de discussão e resolução de

problemas.

Didática Tradicinoal e Didática Moderna

A Didática Tradicional é conhecida através do predomínio do ensino sobre a aprendizagem, ou

seja, preocupasse com o que se ensina e não muito com o que se aprende, outra principal

característica é a centralidade do professor como único detentor do conhecimento e a

rotatividade entre as explicações do professor, exercícios realizados pelos alunos e momentos

de avaliação, que geralmente ocorrem em dia e hora previamente estabelecidos, tudo muito

rotineiro (FREIRE, 1996; MASETTO, 2003)

Essa centralidade do professor no processo de ensino-aprendizagem é evidenciada, também, na

organização física da sala de aula. Nesta, encontramos as carteiras dos alunos dispostas em

colunas e, bem ao centro, encontramos a mesa do professor. A partir desse ponto, ele consegue

ter uma visão ampla de todo o corpo estudantil, impondo, assim, sua disciplina e autoridade,

sendo esta uma das razões que leva o aluno a ver o professor como uma figura detentora de

todo o poder e conhecimento, nesta perspectiva o aluno é o elemento passivo, onde cabe a ele

ouvir, decorar e obedecer. É visto, somente como receptor, assimilador, repetidor, reagindo em

resposta a alguma pergunta do professor. Sua tarefa principal é memorizar os conhecimentos

adquiridos sem nenhuma estratégia de aprendizagem (FREIRE, 1996).

Há uma ruptura com a didática tradicional, onde se dá o início da didática moderna. Nesse tipo

de sistema didático o aprender predomina sobre o ensinar, há uma considerável diminuição do

controle do professor sobre a condução dos trabalhos e uma complexidade maior do

planejamento, ele deixa de ser sujeito do processo de ensino e aprendizagem, torna-se um

orientador e organizador das situações de ensino. (MASETTO, 2003).

Modelos didáticos utilizados para o ensino

Os modelos pedagógicos referem-se a uma representação simplificada de uma idéia, objeto,

evento, processo ou sistema que se constitua em objeto de estudo, tendo como objetivo

favorecer o processo de aprendizagem significativa, por parte dos alunos. Os modelos didáticos

permitem a experimentação, o que direcionam os discentes a relacionar teoria (leis, princípios,

etc.) e a prática (trabalhos experimentais). Assim os ajuda a compreender os conceitos, a

desenvolver habilidades, competências e atitudes, contribuindo, também, para reflexões sobre

o mundo em que vivem (KRAPAS et al, 1997; CAVALCANTE e SILVA, 2008).

Para que haja um bom processo de ensino-aprendizagem uma disciplina não pode ser

desenvolvida apenas com aulas teóricas, mas sim, apoiada num conjunto de aulas práticas que

contribuam para aprimorar os conhecimentos. Porém, na grande parte das instituições de ensino

existe uma escassez de material para realização de aulas práticas e os modelos didáticos podem

servir como uma ferramenta adotada para suprir esta lacuna, pois além de preencher uma

necessidade educacional os modelos didáticos auxiliam no desenvolvimento da capacidade

criativa do aluno. Pode também representar uma construção do conhecimento que pode ser

utilizada como referência, uma imagem analógica que permite materializar uma idéia ou um

conceito, tornando-os assim, diretamente assimiláveis (GIORDAN & VECCHI, 1996)

Os modelos didáticos também são bastante relevantes, pois permitem ao aluno construir o

conhecimento sobre o objeto de estudo ao invés de apenas receber informações teóricas e

práticas sobre o assunto abordado. Além disso, a diversidade do material pedagógico facilita o

aprendizado, tornando as aulas práticas mais dinâmicas, produtivas e atrativas estimulando o

discente (MOLINARI et al., 1999;).

Metodologia

O presente trabalho foi realizado nas dependências da Área de Anatomia do Departamento de

Morfologia e Fisiologia Animal-DMFA da Universidade Federal Rural de Pernambuco

(UFRPE).

Este trabalho teve como principal objetivo confeccionar modelos anatômicos didáticos

artesanais de resina dos ossos dos membros superiores do corpo humano para auxiliar no

ensino-aprendizagem da anatomia humana. Estes modelos anatômicos foram constituídos do

esqueleto apendicular superior, tais quais são os ossos: escápula, clavícula, úmero, rádio e ulna.

Para a produção dos materiais didáticos, voltados ao ensino da Anatomia Humana no nível

superior, foram necessárias 5 fases de confecção, as etapas abaixo compreendem as fases de

confecção:

1. Confecção dos moldes;

2. Preenchimento dos moldes;

3. Retirada dos modelos;

4. Aperfeiçoamento;

5. Pintura.

Inicialmente, a primeira fase foi voltada para a confecção dos moldes das peças, para isto foram

utilizadas peças cadavéricas ósseas do acervo de peças do laboratório de anatomia humana da

UFRPE como modelo para a formatação do molde, estas foram imersas em alginato para

impressões com Clorexidina Tipo II presa normal, depois desses materiais em alginato secos,

as peças cadavéricas foram retiradas ficando a impressão formando assim o molde.

Na segunda fase os materiais produzidos anteriormente foram preenchidos com a Resina

Acrílica Autopolimerizável Incolor Tipo II Classe I. A terceira fase foi constituída pela secagem

e retirada da resina acrílica dos moldes, os modelos anatômicos obtidos desse processo,

passaram para a quarta fase, o aperfeiçoamento, recebendo o acabamento utilizando lixas para

retirada de possíveis excessos de resina na parte externa dos modelos, em seguida, na quinta e

última fase os modelos foram pintados com Base para Artesanato na cor branca e os acidentes

ósseos foram evidenciados com tinta guache de cores diferentes para facilitar sua visualização

e localização. Por fim, os materiais produzidos receberam uma camada de verniz para dar

durabilidade à peça.

Resultados

Como resultado dos procedimentos descritos, foi possível confeccionar modelos anatômicos de

resina acrílica, a partir de moldes dos ossos escápula, clavícula, úmero, rádio e ulna, com seus

respectivos acidentes ósseos.

O design visual dos modelos artesanais constituídos se mostraram eficientes pois, além de

apresentarem o visual de um instrumento didático não convencional eles propuseram uma

maior aproximação da peça cadavérica, proporcionando a visualização detalhada dos acidentes

ósseos uma vez que tais acidentes foram destacados a partir da pintura com diferentes cores.

Os materiais artesanais obtidos também apresentaram grande durabilidade devido ao

acabamento envernizado e também uma maior resistência contra devidas quedas durante o

manuseio de docentes e discentes em sala de aula devido ao seu material de produção, a resina

acrílica.

Considerações Finais

Os modelos produzidos já estão sendo utilizados em sala de aula e foram bem aceitos pelos

alunos, onde foi perceptível um maior dinamismo as aulas práticas onde os alunos além de

utilizarem as peças cadavéricas possuem um recurso adicional, que são os modelos onde é

realizado um trabalho de comparação entre as peças, em que os alunos visualizam os acidentes

ósseos nos modelos artesanais e tentam encontrar tais acidentes nas peças cadavéricas

verdadeiras, formando assim um maior dinamismo nas aulas.

Espera-se que tais modelos anatômicos se tornem cada vez mais eficientes no ensino-

aprendizagem da anatomia humana, se tornando assim um facilitador da aprendizagem na

disciplina, que já é vista pelos discentes como sendo apenas decorativa e não-dinâmica.

Visualmente, os modelos anatômicos se tornaram um importante material didático no processo

de ensino-aprendizagem do conteúdo evidenciado em sala de aula.

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