anatel 2012 - apostila - demo

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Apostila Preparatória Concurso Anatel – Cargo: Técnico Administrativo/2012 Todos os Direitos Reservados – www.autodidataeditora.com.br – Proibida a cópia e distribuição Atenção: Isto é apenas uma amostra. Apostila completa é enviada em formato exe. Constituição: Princípios fundamentais. A Constituição Federal inicia sua lei tratando dos princípios fundamentais. Tal destaque realça a importância dada às regras informadoras da organização do Estado brasileiro. Os princípios fundamentais são as regras informadoras de todo um sistema de normas, ou ainda, as diretrizes básicas do ordenamento constitucional brasileiro. Os princípios são caracterizados por normatividade, ou seja, possuem efeito vinculante e constituem regras jurídicas efetivas. Conforme os ensinamentos do constitucionalista português Canotilho em relação aos princípios constitucionais: “constituem a síntese ou matriz de todas as restantes normas constitucionais.” Tais princípios funcionam como base para o legislador na produção das leis, e aos magistrados e membros do poder executivo, para a aplicação das mesmas. Os princípios fundamentais constituem o fundamento ético de atuação do Estado, funcionando como ideias extremas nas exigências da justiça. Vejamos abaixo o que consta na Constituição Federal a cerca dos princípios fundamentais. CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEI DE 05 DE OUTUBRO DE 1988. TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; Comentário Constitui um dos atributos do próprio Estado, pois este não existe sem soberania. O princípio da soberania possui características e aplicabilidade da supremacia do Estado brasileiro na independência da ordem política externa e na ordem política interna. Em relação à manifestação da soberania no ordenamento jurídico interno, há o poder de impor dentro do território nacional, o cumprimento de regras de conduta criadas pelo Poder soberano. Tocante ao ordenamento externo, a soberania manifesta-se como a necessária independência e autodeterminação que um País soberano possui perante os outros países. De acordo com as palavras de Miguel Reale: “soberania é o poder que o Estado tem de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro do seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.” II - a cidadania; Comentário O termo “cidadania” tem um sentido amplo e não abrange apenas a titularidade de direitos políticos, mas também os civis. Tal princípio alcança o direito de votar e ser votado, bem como o efetivo exercício dos divergentes direitos como educação, saúde e trabalho, previstos na Constituição Federal. A cidadania é, portanto, a prerrogativa que permite a participação e fiscalização dos cidadãos na gestão do Poder Público. III - a dignidade da pessoa humana; Comentário O valor dignidade da pessoa humana deve ser entendido como o absoluto respeito aos direitos fundamentais, com a finalidade de obtenção de condições dignas para todos. É de grande relevância por ser considerado o princípio central da Constituição Federal e a essência do ordenamento jurídico. É através da fundamentação na dignidade da pessoa humana que se consagra a proteção e o respeito da integridade física e psíquica da pessoa. IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Comentário Tal princípio é considerado o fundamento para a ordem econômica no Brasil, sendo indispensáveis para o adequado desenvolvimento do Estado brasileiro. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa revelam o modo de produção capitalista vigente, tentando a Constituição, harmonizar o capital com o trabalho. O trabalho é considerado a forma para a obtenção do bem- estar e da justiça e funciona como redução das desigualdades sociais baseado na ordem social. A propriedade privada é um dos princípios gerais da ordem econômica e é o pilar do regime econômico capitalista, sendo a livre iniciativa característica fundamental deste regi me. V - o pluralismo político.

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Apostila Preparatória Concurso Anatel – Cargo: Técnico Administrativo/2012

Todos os Direitos Reservados – www.autodidataeditora.com.br – Proibida a cópia e distribuição Atenção: Isto é apenas uma amostra. Apostila completa é enviada em formato exe.

Constituição: Princípios fundamentais.

A Constituição Federal inicia sua lei tratando dos princípios fundamentais. Tal destaque realça a importância dada às regras informadoras da organização do Estado brasileiro. Os princípios fundamentais são as regras informadoras de todo um sistema de normas, ou ainda, as diretrizes básicas do ordenamento constitucional brasileiro. Os princípios são caracterizados por normatividade, ou seja, possuem efeito vinculante e constituem regras jurídicas efetivas. Conforme os ensinamentos do constitucionalista português Canotilho em relação aos princípios constitucionais: “constituem a síntese ou matriz de todas as restantes normas constitucionais.” Tais princípios funcionam como base para o legislador na produção das leis, e aos magistrados e membros do poder executivo, para a aplicação das mesmas. Os princípios fundamentais constituem o fundamento ético de atuação do Estado, funcionando como ideias extremas nas exigências da justiça.

Vejamos abaixo o que consta na Constituição Federal a cerca dos princípios fundamentais.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEI DE 05 DE OUTUBRO DE 1988.

TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito

Federal, constitui -se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

Comentário

Constitui um dos atributos do próprio Estado, pois este não existe sem soberania. O princípio da soberania possui características e aplicabilidade da supremacia do Estado

brasileiro na independência da ordem política externa e

na ordem política interna. Em relação à manifestação da

soberania no ordenamento jurídico interno, há o poder de impor dentro do território nacional, o cumprimento de regras de conduta criadas pelo Poder soberano. Tocante

ao ordenamento externo, a soberania manifesta -se como a necessária independência e autodeterminação que um País soberano possui perante os outros países. De acordo com as palavras de Miguel Reale: “soberania é o poder

que o Estado tem de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro do seu território a universali dade de suas decisões nos l imites dos fins éticos de convivência.”

II - a cidadania;

Comentário

O termo “cidadania” tem um sentido amplo e não abrange apenas a titularidade de direitos políticos, mas

também os civis. Tal princípio alcança o direito de votar e ser votado, bem como o efetivo exercício dos divergentes direitos como educação, saúde e trabalho, previstos na Constituição Federal. A cidadania é, portanto, a

prerrogativa que permite a participação e fiscalização dos cidadãos na gestão do Poder Público.

III - a dignidade da pessoa humana;

Comentário

O valor dignidade da pessoa humana deve ser entendido como o absoluto respeito aos direitos fundamentais, com a finalidade de obtenção de condições dignas para todos.

É de grande relevância por ser considerado o pri ncípio central da Constituição Federal e a essência do ordenamento jurídico. É através da fundamentação na dignidade da pessoa humana que se consagra a proteção

e o respeito da integridade física e psíquica da pessoa.

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Comentário

Tal princípio é considerado o fundamento para a ordem econômica no Brasil, sendo indispensáveis para o adequado desenvolvimento do Estado brasileiro. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa revelam o

modo de produção capitalista vigente, tentando a Constituição, harmonizar o capital com o trabalho. O trabalho é considerado a forma para a obtenção do bem-

estar e da justiça e funciona como redução das desigualdades sociais baseado na ordem social. A propriedade privada é um dos princípios gerais da ordem econômica e é o pilar do regime econômico capitalista,

sendo a l ivre iniciativa característica fundamental deste regime.

V - o pluralismo político.

Page 2: Anatel 2012 - Apostila - Demo

Apostila Preparatória Concurso Anatel – Cargo: Técnico Administrativo/2012

Todos os Direitos Reservados – www.autodidataeditora.com.br – Proibida a cópia e distribuição Atenção: Isto é apenas uma amostra. Apostila completa é enviada em formato exe.

Comentário

Tem como significado, a l ivre formação de correntes

políticas no país, permitindo a representação de divergentes camadas da opinião pública. O princípio do pluralismo político veda a adoção de leis infraconstitucionais que estabeleçam um regime de

partido único ou ainda um sistema de bipartidarismo forçado ou que impeçam uma corrente política de se manifestar no país. A sociedade em que vivemos é

pluralista, ou seja, admite diversas opiniões e aceita a possibil idade de divergentes correntes socia is, ideológicas, culturais, políticas e econômicas. No art.17 da Constituição Federal, se encontra o pluripartidarismo,

ou seja, a existência conjunta de diversos partidos políticos no plano eleitoral.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e

harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da

humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil

buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Comentário: Fique atento aos seguintes elementos:

Princípios Fundamentais: Art. 1º, CF Princípio da separação dos poderes: Art.2º, CF

Objetivos Fundamentais: Art.3º, CF

Princípios internacionais: Art.4º, CF

Questões de Concurso Comentadas

1 - (CESPE/STM/Analista Judiciário/2011) No âmbito das relações internacionais, a República Federativa do Brasil adotou expressamente como princípio o repúdio ao terrorismo e ao racismo.

Comentário: O repúdio ao terrorismo e ao racismo é um princípio que está caracterizado no âmbito das relações internacionais. De acordo com o art.4º, VIII, da CF: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo.” Gabarito: Certo

2 - (CESPE/STM/Analista Judiciário/2011) Os fundamentos da República Federativa do Brasil incluem o pluralismo político e a cidadania.

Comentário: São cinco os fundamentos ou princípios fundamentais da CF: soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. De acordo com a CF: Art. 1º: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.” Gabarito: Certo

3 - (CESPE/ PC-ES /Perito Papiloscópico/2011) O princípio da dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental e absoluto.

Comentário: O princípio da dignidade da pessoa humana é sim, um princípio fundamental, no entanto, não é absoluto, pois nada no direito é absoluto, mas sim, relativo. Os princípios quando entram em conflito não se anulam entre si, pois cada um possui sua força principiológica, sendo todos, relativos e não absolutos. Como exemplo, a CF diz que: “Art. 5º: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX.”