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ANANDA OLIVEIRA ABORDAGEM E PERCEPÇÃO DO FILO ARTHROPODA NO ENSINO FUNDAMENTAL CANOAS, 2009.

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ANANDA OLIVEIRA

ABORDAGEM E PERCEPÇÃO DO FILO ARTHROPODA NO ENSINO FUNDAMENTAL

CANOAS, 2009.

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ANANDA OLIVEIRA

ABORDAGEM E PERCEPÇÃO DO FILO ARTHROPODA NO ENSINO FUNDAMENTAL

CANOAS, 2009.

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora de curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas, sob. Orientação do Prof. Ms. Francisco Fernando de Castilho Koller.

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TERMO DE APROVAÇÃO

ANANDA OLIVEIRA

ABORDAGEM E PERCEPÇÃO DO FILO ARTHROPODA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle –Unilasalle, pelo avaliador Prof. Ms.

Francisco Fernando de Castilho Koller.

_______________________________________ Prof. Ms. Francisco Fernando de Castilho Koller

Unilasalle

Canoas, 03 de julho de 2009.

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RESUMO

Muitas pessoas consideram os artrópodes animais “nojentos”, porque desconhecem sua importância. São denominados como “pragas”, embora apenas 2% são pragas, os outros 98% não se enquadram nessa categoria. Com a finalidade de verificar a abordagem e a percepção do Filo Arthropoda e prover subsídio ao desenvolvimento de metodologias para abordagem desse grupo, elaborou-se este trabalho, à luz dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A pesquisa foi levada a efeito no período de 4 de maio a 22 de maio de 2009, através da aplicação de questionários a estudantes e professores de ciências do Ensino Fundamental de escolas das redes pública e privada de ensino, bem como análise de livros didáticos de ciências utilizados na 6a série do ensino fundamental. Os resultados obtidos apontam a falta de utilização de metodologias alternativas por parte dos professores, bem como a completa ausência de vivências práticas. Com relação aos livros didáticos, verificou-se que muitos abordam esse conteúdo de modo superficial, com ênfase aos aspectos negativos do grupo. A partir desses resultados conclui-se que é premente o desenvolvimento de trabalhos que envolvam educação ambiental, assim como estratégias que desenvolvam a conscientização sobre a uma abordagem alternativa e contextualizadora do Filo Arthropoda. Palavras-chave: Arthropoda praga, abordagem, percepção, projetos de conscientização.

ABSTRACT Many people consider “nojentos” the animal arthropods, because they are unaware of its importance. They are called as “plagues”, even so only 2% are plagues, the others 98% are not fit in this category. With the purpose to verify the boarding and the perception of the Filo Arthropoda and to provide subsidy to the development with methodologies for boarding of this group, this work was elaborated, to the light of the National Curricular Parameters. The research was taken the effect in the period of 4 of May the 22 of May of 2009, through the application of questionnaires the students and professors of sciences of Basic Ensino of schools of the nets public and private of education, as well as didactic book analysis of sciences used in 6a series of basic education. The gotten results point the lack of use of alternative methodologies on the part of the professors, as well as the complete absence of practical experiences. With regard to didactic books, it was verified that many approach this content in superficial way, with emphasis to the negative aspects of the group. From these results one concludes that the development of works that involve ambient education, as well as strategies is pressing that develop the awareness on the one alternative and contextualizadora boarding of the Filo Arthropoda. Word-key: Arthropoda plague, boarding, perception, projects of awareness.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇAO 8

2. OBJETIVO GERAL 9

2.1 Objetivos Específicos 9

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO 10

3.1 Filo Arthropoda 10

3.1.1 Filogenia e parentesco 13

3.1.2 Classificação 13

3.1.3 Características Gerais 13

3.1.4 Exoesqueleto 14

3.1.5 Movimento e Musculatura 15

3.1.6 Celoma e Sistema sanguíneo 16

3.1.7 Trato Digestivo 16

3.1.8 Cérebro 17

3.1.9 Registros Fósseis 17

3.1.10 Classes do Filo Arthropoda 18

3.1.10.1 Classe Arachnida 18

3.1.10.1.1 Anatomia 18

3.1.10.1.2 Nutrição 21

3.1.10.1.3 Reprodução 21

3.1.10.1.4 Principais Ordens de Aracnídeos 21

3.1.10.2 Classe Pycnogonida 26

3.2 Arthropodos Unirremes 26

3.2.1 Classe Chilopoda 27

3.2.1.1 Principais Ordens de Chilopodos 28

3.2.2 Classe Diplopoda 28

3.2.3 Classe Insecta 29

3.2.3.1 Características Gerais 30

3.2.3.2 Reprodução e Desenvolvimento 32

3.2.3.3 Ecologia 33

3.2.3.3.1 Interação Inseto/Planta 33

3.2.3.3.2 Parasitismo 33

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3.2.3.3.3 Insetos Sociais 34

3.2.3.3.4 Polinização 34

3.2.3.3.5 Surgimento das Pragas 35

3.2.3.3.6 Comunicação 35

3.2.3.4 Principais Ordens de Insetos 36

3.3 Subfilo Crustacea 47

3.3.1 Classe Cirripedia 47

3.3.2 Classe Malacostraca 47

4. ASPÉCTOS PEDAGÓGICOS 50

5. METODOLOGIA 53

5.1 Instrumento de Investigação 53

5.2 Amostragem de Indivíduos 53

5.2.1 Período de Coleta de Dados 54

5.3 Análise dos Livros Didáticos 54

5.4 Proposta Pedagógica 54

5.4.1 Gaveta Didática de Artrópodes 54

5.4.1.1 Importância do Projeto 55

5.4.1.2 Projeto – Gaveta Didática de Artrópodes 56

5.4.1.2.1 Técnicas de Coleta e Conservação 58

5.4.1.2.2 Manuseio da Coleta 59

5.4.1.2.3 Montagem e Conservação 59

5.4.1.2.4 Alfinetagem 59

5.4.1.2.5 Montagem de Artrópodes Pequenos 60

5.4.1.3 Resultados Esperados da Gaveta Didática de Artrópodes 61

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 62

6.1 Titulação dos professores 62

6.2 Perfil dos Alunos 63

6.3 Instrumento Investigativo 65

6.4 Livro Analisados 80

6.5 Projeto Gaveta Didática de Artrópodes 82

6.5.1 Dados Obtidos 82

7. CONCLUSÃO 83

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REFERÊNCIAS 85

APÊNDICE A - Ficha investigativa dos professores 88

APÊNDICE B - Ficha investigativa dos alunos 91

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1 INTRODUÇÃO

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), dizer que o aluno é sujeito de

sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é,

de construir explicações norteadas pelo conhecimento científico.

Muitas pessoas consideram os artrópodes animais “nojentos”, porque desconhecem

sua importância. Segundo Altieri (2003), muitos os denominam como “pragas”, embora

apenas 2% são pragas, os outros 98% não se enquadram nessa categoria.

Para os PCNs, este conteúdo é abordado, quando se trabalha seres vivos, estudando-se

suas características e hábitos — alimentação, reprodução, locomoção — em relação ao

ambiente em que vivem. É possível uma primeira aproximação ao conceito de ser vivo por

meio do estudo do ciclo vital: nascimento, crescimento, reprodução e morte.

A partir de 2004 foi implantado o Programa Nacional do Livro Didático para Ensino

Médio (PNLEM). Esse programa é responsável pela análise e pela distribuição gradativa de

livros.

Cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde observar, de modo que se

coletem dados importantes para as comparações que se pretende, pois a habilidade de

observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

Em face ao exposto, tornam-se necessários esforços que venham a investigar o processo de

ensino aprendizagem de modo a contribuir à adequada implantação do ensino pela pesquisa.

Neste sentido este trabalho teve como principal objetivo investigar as metodologias de

abordagem do filo Arthropoda, por parte dos professores de Ciências do Ensino Fundamental,

bem como avaliar a forma com que os alunos percebem estas informações. Como forma de

subsídio, foi elaborado um projeto para abordagem do filo Arthropoda, através do educar pela

pesquisa, por meio da confecção de uma “Gaveta de Artrópodes Didática”.

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2 OBJETIVO GERAL

Analisar a forma com que o filo Arthropoda é abordado no ensino fundamental e a

percepção dos alunos sobre o mesmo.

2.1 Objetivos Específicos

_ Observar como o conteúdo Arthropoda é ensinado no Ensino Fundamental.

_ Analisar como os alunos percebem este grupo;

_ Investigar a forma com que os livros didáticos abordam o assunto;

_ Contribuir para melhor formação do educando, tendo em vista “educar pela pesquisa”.

_ Informar aos estudantes de Ensino Fundamental a importância do filo Arthropoda para o

meio ambiente, e sua relação com o homem.

_ Incentivar o ensino pela pesquisa através da construção da gaveta didática de Arthropodos.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Filo Arthropoda

O filo Arthropoda (vem do grego Arthros - articulação, podos - pé) contém a maioria

dos animais conhecidos, aproximadamente 1.000.000 de espécies, sendo muitas deles

extremamente abundantes em número de indivíduos, inclui a classe crustacea, insecta,

arachnida, chilopoda, diplopoda (tab. 1) e outros menos conhecidos e formas fósseis. O filo é

um dos mais importantes ecologicamente, pois domina todos os ecossistemas terrestres e

aquáticos em número de espécies ou de indivíduos ou em ambos; a maior parte do movimento

de energia desses sistemas passa pelo corpo dos artrópodos. O corpo é segmentado

externamente em graus diversos e as extremidades pares são articuladas (fig. 1), sendo

diferenciados em forma e função para o desempenho de atividades especiais. Todas as

superfícies externas são revestidas por um exoesqueleto orgânico contendo quitina. O sistema

nervoso, olhos e outros órgãos sensitivos são proporcionalmente grandes e bem

desenvolvidos, próprios para respostas rápidas aos estímulos. Este é o único dos grandes filos

dos invertebrados com muitos membros adaptados à vida terrestre, independente de ambientes

úmidos; e os insetos são os únicos invertebrados capazes de voar (STORER; et al, 2000).

Segundo Ruppert e Barnes, os artrópodos são protostômios e relacionam-se

claramente com os anelídeos ou se ambos surgiram de um ancestral comum. Entretanto, a

relação é demonstrada de várias maneiras.

1. Os artrópodos como os anelídeos são segmentados. A segmentação torna-se

evidente no desenvolvimento embrionário de todos os artrópodos e é uma

característica evidente de muitos adultos, especialmente nas espécies mais

primitivas. Como nos anelídeos, o crescimento nos artrópodos resulta da adição

de novos segmentos na região imediatamente anterior à seção terminal do corpo

(télson). O protostômio e o pigídio dos anelídeos correspondem respectivamente,

ao ácron e ao télson dos artrópodos.

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2. Os sistemas nervosos dos anelídeos e dos artrópodos são constituídos no mesmo

plano básico. Em ambos, um cérebro anteroir dorsal é seguido por um cordão

nervoso ventral que contém inchaços ganglionares em cada segmento.

3. O desenvolvimento embrionário de alguns artrópodos ainda exibe um certo grau

de clivagem determinada espiral, com a mesoderme nessas formas surgindo do

quarto blastômero.

4. Na condição primitiva, cada segmento do artrópodo porta um par de apêndices.

Essa mesma condição é exibida no poliquetas, nos quais cada segmento tem um

par de parapódios. No entanto, a homologia entre os parapódios e os apêndices

dos artrópodos é incerta.

Tabela 1 – Filo Arthropoda: caracteres gerais das principais classes.

Crustacea Insecta Arachnida Chilopoda Diplopoda

Divisão do corpo Geralmente

cefalotórax e

abdome

Cabeça, tórax e

abdome

Cefalotórax e

abdome

Cabeça e corpo

longo

Cabeça, tórax

curto e abdome

longo

Antenas 2 pares 1 par Ausente 1 par 1 par

Peças bucais Mandíbulas,

maxilas, 2

pares de

maxilípedes

Mandíbulas,

maxilas, 1 par

de lábio

Quelíceras e

pedipalpos

Mandíbulas,

maxilas, 2

pares

Mandíbulas,

maxilas, 1 par

Pernas 1 par por

segmento, ou

menos

3 pares no tórax

(+asas)

4 pares no

cefalotórax

1 par por

segmento

2 (ou 1 par) por

segmento

Respiram por Brânquias ou

superfície do

corpo

Traquéias Pulmões

foliáceos ou

traquéias

Traquéias Traquéias

Aberturas genitais 2, parte

posterior do

tórax

1, extremidade

posterior a do

abdome

1, segundo

segmento do

abdome

1, extremidade

posterior a do

abdome

1, terceiro

segmento após

a cabeça

Desenvolvimento Geralmente

com estágios

larvais

Geralmente

com estágios

larvais

Direto, exceto

carrapatos

Direto Direto

Habitat principal Água salgada

ou doce,

poucos na terra

Principalmente

terrestres

Principalmente

terrestres

Todos terrestres Todos terrestres

Fonte bibliográfica: STORER, Tracy I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2000.

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Figura 1. Estrutura de um artrópodo generalizado. A) corte saginal. B) corte transversal. C) Articulação

intersegmentar. Detalhe da membrana articulada dobrada por baixo da placa segmentar. D) Articulação da perna

de um inseto mostrando os côndilos e as ligações musculares. E) Um apodema. (A partir de STORER, Tracy I. et

al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2000).

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3.1.1 Filogenia e parentesco

Os artrópodos situam-se no ápice da linha evolutiva dos protostômios e são

dominantes nos sistemas ecológicos atuais do mundo. Além disso, o registro fóssil do grupo é

extenso, datando desde o Cambriano. Infelizmente este registro fóssil não apresenta formas

que unem os diversos grupos de artrópodos; é por isso que não tem havido acordo entre os

zoólogos quanto aos aspectos da origem e da evolução do filo. (STORER; e tal, 2000).

3.1.2 Classificação

Tradicionalmente foram reconhecidos três subfilos principais: Chelicerata, Trilobita e

Mandibulata. No passado acreditava-se que os três fossem grupos naturais e o filo todo foi

considerado de origem monofilética. Neste esquema, os trilobita seriam os mais primitivos,

seguidos pelos chelicerata, sendo os mais evoluídos os mandibulata. Os trilobitos são todos

extintos, eles não possuíam apêndices cefálicos especializados. Os quelicerados diferem dos

mandibulados em dois aspectos principais: os quelicerados não têm antenas e seus apêndices

anteriores são queliceras em forma de pinça. Todos os mandibulados têm antenas como

apêndices anteriores. Os Chelicerata incluem duas pequenas classes de organismos marinhos,

Pycnogonida e Merostomata, mas a classe Arachnida constitui a maioria dos quelicerados

viventes. Os Mandibulata constituem o maior dos subfilos e são dominados por duas classes

Crustacea e Insecta. Os Crustacea distinguem-se dos Insecta por terem dois pares de antenas

na cabeça; os insetos só têm um par. A classe Chilopoda caracteriza-se por um par de pernas

por segmento, enquanto os diplopoda têm dois pares por segmento. (STORER; e tal, 2000).

3.1.3 Características Gerais

1. Simetria bilateral; 3 folhetos germinativos; corpo geralmente segmentado e

externamente articulado; cabeça, tórax e abdome diversamente distintos ou fundidos

(segmentos cefálicos sempre fundidos).

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2. Um par de extremidades por segmento ou menos; cada uma com poucos a muitos

artículos contendo feixes antagônicos de músculos; diversamente diferenciadas,

algumas vezes reduzidas em números ou pares, raramente ausentes.

3. Um exoesqueleto endurecido contendo quitina, secretado pela epiderme e mudado

periodicamente.

4. Músculos estriados, frequentemente complexos, geralmente capazes de ação rápida.

5. Trato digestivo completo; peças bucais com mandíbulas laterais adaptadas para

mastigação ou sucção; ânus terminal.

6. Sistema circulatório aberto (lacunar); coração dorsal, distribuindo sangue para artérias

para os órgãos e tecidos, de onde ele volta por lacunas do corpo (hemocelo) ao

coração; celoma reduzido.

7. Respiração por brânquias, traquéias (ductos do ar), pulmões foliáceos ou superfície do

corpo.

8. Excreção por glândulas coxais ou glândula verdes ou por 2 a muitos túbulos de

Malpighi ligados ao intestino.

9. Sistema nervoso com gânglios dorsais pares dorsalmente à boca e conectivos para um

par de cordões nervosos ventrais, com um gânglio em cada segmento ou gânglios

concentrados; os órgãos sensitivos incluem antenas e pelos sensitivos (tácteis e

quimiorreceptores), olhos simples e compostos, órgão auditivos (insecta) e

estatocistos.

10. Sexos geralmente separados, macho e fêmea, frequentemente diferentes, fecundação

geralmente interna, ovos ricos em vitelo, com casca, ovíparos e ovovivíparos,

clivagem geralmente superficial; geralmente com um ou vários estágios larvais e

metamorfose gradual ou abrupta para a forma adulta; partenogênese em alguns

crustáceos ou insetos. (STORER; e tal, 2000).

3.1.4 Exoesqueleto

Embora os artrópodos exibam essas características dos anelídeos, eles sofreram

grandes e muitas alterações profundas e distintas no curso da sua divergência a partir dos

anelídeos. A característica distinguível dos artrópodos (e uma à quais muitas outras alterações

estão relacionadas) é o exoesqueleto quitinoso ou cutícula que recobre todo o corpo. A

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cutícula pode ser fina e flexível (como nas larvas dos insetos), mas é em geral relativamente

espessa e rígida. O movimento torna-se possível através da divisão da cutícula em placas

separadas. Primitivamente, essas placas confinam-se a segmentos únicos e a placa de um

segmento conecta-se à placa do segmento contíguo através de uma membrana articular, uma

região na qual a cutícula é muito fina e flexível.

A cor dos artrópodos resulta comumente da deposição de pigmentos de melanina

marrom, amarela, laranja e vermelha dentro da cutícula. No entanto, os verdes, roxos e outras

cores iridescentes resultam de estriações finas da epicuticula, que causam uma refração

luminosa e dão à aparência da cor. Frequentemente a coloração corporal, não se origina

diretamente na cutícula, mas ao invés disso é produzida por células pigmentares

subcuticulares (cromatóforos) ou é causada por pigmentos sanguíneos e teciduais, que ficam

visíveis através de uma cutícula fina e transparente.

Apesar das suas vantagens locomotoras e de sustentação, um esqueleto externo

representa problemas para um animal em crescimento. A solução evoluída nos artrópodos foi

a eliminação periódica do esqueleto, um processo chamado de muda ou ecdise.

Os estágios entre as mudas são conhecidos como instares, e o comprimento dos

instares torna-se maior a medida que o animal fica mais velho. Alguns artrópodos (tais como

lagosta e a maioria dos caranguejos) continuam a mudar por toda a vida. Outros artrópodos

(tais como insetos e aranhas) têm números de instares mais ou menos fixos, com o último

deles sendo atingido na maturidade sexual. (Ruppert e Barnes, 1996).

3.1.5 Movimento e Musculatura

Segundo Ruppert e Barnes, 1996, a andadura dos artrópodos envolve uma onda de

movimentos das pernas, na qual uma perna posterior desce imediatamente antes ou um pouco

depois da perna anterior elevar-se. Os movimentos das pernas nos lados opostos do corpo

alternam-se com um outro; que é um membro de um par movendo-se através do seu esforço

efetivo enquanto o seu parceiro esta fazendo um esforço de recuperação. O movimento

alternado das pernas tende a induzir uma ondulação corporal, significando que uma parte da

força proporcionada pelos apêndices segue um movimento lateral em vez de para frente. Essa

tendência é contra-atacada pelo aumento da rigidez corporal (tal como os segmentos fundidos

que portam pernas e que formam o tórax dos insetos ou o cefalotórax de alguns crustáceos e

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aracnídeos). Um exoesqueleto torna um sistema locomotor/ esquelético altamente eficiente

para os animais que tenham somente poucos centímetros de comprimento.

3.1.6 Celoma e Sistema Sanguíneo Vascular

O celoma bem desenvolvido e segmentado característico dos anelídeos sofreu uma

redução drástica nos artrópodos e só se encontra representado pela cavidade das gônadas, e

em determinados artrópodos pelos órgãos excretores. A alteração relaciona-se provavelmente

com a mudança de um esqueleto interno fluido para um esqueleto externo sólido.

O sistema sanguíneo vascular dos artrópodos é composto de um coração, vasos e uma

hemocele. O vaso dorsal dos anelídeos, que é contrátil e o centro principal para a propulsão

sanguínea, pode ser homologo ao coração dos artrópodos. O coração varia em posição e

comprimento nos diferentes grupos de artrópodos, mas em todos eles o coração é um tubo

muscular perfurado por pares de aberturas laterais denominadas óstios.

A sístole (contração) resulta da contração dos músculos da parede cardíaca, e a

diástole (expansão e preenchimento) resulta das fibras elásticas suspensoras e, em algumas

espécies, da contração dos músculos suspensores. Os óstios permitem que o sangue flua no

interior do coração durante a diástole a partir do grande seio circundante conhecido como

pericárdio. No entanto o pericárdio nos artrópodos não deriva do celoma, mas é uma parte da

hemocele. Após deixar o coração, o sangue é bombeado para os tecidos corporais através de

artérias e é finalmente despejado no interior dos seios (coletivamente a hemocele) que os

colocam em contato com os tecidos metabolizadores. O sangue então retorna por várias rotas

até o seio pericárdico. Os artrópodos possuem dois tipos de órgãos excretores: túbulos de

Malpighi e sáculos. (Ruppert e Barnes, 1996).

3.1.7 Trato Digestivo

O intestino dos artrópodos difere da maioria dos outros animais por ter grandes regiões

estomodeais e proctodeais. Os derivados dessas porções ectodérmicas são revestidos com

quitina e constituem o intestino anterior e o intestino posterior. A região interposta, deriva da

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endoderme e forma o intestino médio. O intestino anterior relaciona-se principalmente com a

ingestão, a trituração e o armazenamento dos alimentos. O intestino médio é o local de

produção, digestão e produção enzimáticas; no entanto em alguns artrópodos, as enzimas

passam para frente e a digestão inicia-se no intestino anterior. A área superficial do intestino

médio encontra-se aumentada por evaginações, formando bolsas ou grandes glândulas

digestivas. O intestino posterior funciona na absorção da água e na formação das fezes.

(Ruppert e Barnes, 1996).

3.1.8 Cérebro

Existe um algo grau de cefalização nos artrópodos. O aumento no tamnho cerebral

correlaciona-se aos órgãos sensoriais bem desenvolvidos (tais como olhos e antenas), muitos

grupos de artrópodos exibem padrões comportamentais complexos. O cérebro dos artrópodos

consiste de três regiões principais: protocérebro (anterior), deutocérebro (médio), tritocérebro

(posterior). Os nervos provenientes dos olhos entram no protocérebro. O deutocérebro recebe

os nervos das antenas (primeiras antenas nos crustáceos). As antenas não existem nos

quelicerados (escorpiões, aranhas e ácaros), e nesses artrópodos ocorre uma ausência do

deutocérebro. O tritocérebro dá origem aos nervos que inervam o lábio (lábio inferior), o trato

digestivo (nervos estomatogástricos), as queliceras (garras) dos quelicerados e a segunda

antena dos crustáceos.

A maioria dos zoólogos concorda que a cabeça de todos artrópodos contém dois ou

três segmentos pré-orais e as antenas são apêndices segmentares. O tritocérebro é um gânglio

segmentar que se desviou anteriormente. Só a sua comissura pós oral constitui uma boa

evidencia de sua origem. (Ruppert e Barnes, 1996).

3.1.9 Registros Fósseis

Os artrópodes surgem no registro fóssil durante o Cambriano, junto com muitos outros

grupos de invertebrados. Um dos grupos mais comuns de artrópodos fosseis é o subfilo

Trilobita. Os trilobitas já foram abundantes e largamente distribuídos nos mares paleozóicos.

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A maioria dos trilobitas variava de 3 a 10cm de comprimento, embora algumas

espécies planctônicas tivessem somente 0,5mm de comprimento. O corpo um pouco oval e

achatado e era dividido em três partes mais ou menos equivalentes (Ruppert e Barnes, 1996).

3.1.10 Classes do Filo Arthropoda

3.1.10.1 Classe Arachnida

Segundo Barnes (1990), os aracnídeos compreendem as classes mais amplas e, do

ponto de vista humano, as mais importantes dos quelicerados; incluem muitas formas comuns

e familiares, tais como aranhas, escorpiões, ácaros e carrapatos. Os aracnídeos tem também a

fama de ser o mais censurável grupo dos artrópodos do ponto de vista do leigo, fama esta

injustificada.

Os aracnídeos constituem um grupo antigo. Os fósseis representativos de todas as

ordens datam do período Carbonífero, e os escorpiões fosseis datam do período Siluriano, que

eram aquáticos. Os primeiros aracnídeos terrestres apareceram no Devoniano bem antes dos

primeiros escorpiões terrestres, que apareceram no Carbonífero.

3.1.10.1.1 Anatomia

Apesar da diversidade de formas, os aracnídeos ostentam muitos caracteres em

comum. O corpo se divide em prossomo e um abdome (fig 2 e 3). O prossomo não

segmentado geralmente é coberto dorsalmente por uma carapaça sólida; a superfície ventral é

provida de uma ou mais placas esternais ou é coberta pelas coxas dos apêndices. O abdome

como estrutura primitiva, é segmentado e se divide em um pré-abdome e um pós-abdome. Na

maioria dos aracnídeos, com exceção dos escorpiões, estas duas subdivisões deixaram de ser

conspícuas e desapareceu a tendência para segmentação em virtude da fusão. Nos ácaros

perdeu-se a segmentação primária e o abdome fundiu-se com o prossomo para formar uma

região única do corpo. Os apêndices comuns a todos aracnídeos tem origem no prossomo e

constam de um par de quelíceras, um par de pedipalpos e quatro pares de pernas. As

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quelíceras são utilizadas para a alimentação, mas os pedipalpos realizam muitas funções e

estão diversamente modificados (Barnes, 1990).

Figura 2. Anatomia dos Aracnídeos. A) Anatomia de um carrapato Dermacentor variabilis. B) Anatomia interna

de um ácaro Mastigmatideo, Caminella. C) Vista lateral do escorpião. (Segundo STORER, Tracy I. et al.

Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2000).

A B

C

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Figura 3. Anatomia dos Aracnídeos. A) Pseudo-escorpião Chelifer cancroides (macho), mostrando a estrutura

externa I – vista dorsal e II – vista ventral. B) Anatomia interna de uma aranha. (Segundo STORER, Tracy I. et

al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2000).

A

II I

B

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3.1.10.1.2 Nutrição

A maioria dos aracnídeos é carnívora e a digestão ocorre parcialmente fora do corpo.

As presas, geralmente pequenos artrópodos, são capturadas e mortas pelos pedipalpos e

quelíceras. Enquanto a presa é sustentada pelas quelíceras, as enzimas secretadas pelo

intestino médio são vertidas sobre os tecidos dilacerados da presa (Barnes, 1990).

3.1.10.1.3 Reprodução

O orifício genital em ambos os sexos geralmente é encontrado no lado ventral do

segundo segmento abdominal ou oitavo do corpo. As gônodas encontram-se no abdome e

podem ser únicas ou pares (Barnes, 1990).

3.1.10.1.4 Principais Ordens de Aracnídeos

_ Ordem Scorpiones

Os escorpiões (fig.4) são de hábitos crípticos e de vida noturna, ocultando-se durante o

dia debaixo de troncos e pedras e em galerias no solo apesar de existirem espécies associadas

a vegetação. Os escorpiões são aracnídeos grandes, a maioria variando de 2 a 9 cm de

comprimento. Seu corpo consiste de um prossomo coberto por uma carapaça única e de um

abdome longo que termina em um aguilhão pontiagudo que injeta o veneno, que é produzido

por um par de glândulas ovais, cada um envolvida por uma capa. Além disso, um par de

grandes olhos medianos, cada um situado por um pequeno tubérculo. E de dois a cinco pares

de pequenos olhos laterais estão presentes ao longo da borda lateral anterior da carapaça,

exceto em algumas espécies de cavernas (Barnes, 1990).

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_ Ordem Pseudoscorpiones

Os pseudo-escorpiões (fig. 5) são aracnídeos pequenos que raras vezes atingem mais

de 8mm de comprimento. Vivem no folhiço, no solo, debaixo de casca de árvores e pedras,

em musgos, e ninho de alguns mamíferos. Em virtude de seu pequeno tamanho e da natureza

de seu habitat, estes animais são raramente vistos, apesar de serem bastante comuns. Estão

descritas 2000 espécies (Barnes, 1990).

Figura 5 - Imagem de um exemplar da Ordem Pseudoscorpiones

(Fonte: flickr.com/photos/willow_wil/2112118397/)

Figura 4 – Imagem de um exemplar da Ordem Scorpiones

(Fonte: flickr.com/photos/willow_wil/2112118397/)

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_ Ordem Araneae

Com exceção talvez do grupo Acarina, que compreende os ácaros e carrapatos, as

aranhas (fig. 6) constituem a ordem mais ampla de aracnídeos. Foram descritas

aproximadamente 32000 espécies. Muitas adaptações das aranhas tornam-nas animais

especialmente interessantes: a grande variedade de usos aos quais se destina a seda em

diferentes famílias; seus hábitos alimentares; a utilização de veneno; a visão bem

desenvolvida em algumas aranhas caçadoras e as modificações dos pedipalpos, no macho,

para formar um órgão copulador. As aranhas variam de tamanho desde pequeninas espécies

com menos de 0,5 mm de comprimento até grandes migalomorfos tropicais (chamados

tarântulas, caranguejeiras e aranhas-macaco em diferentes partes do mundo) que medem 9

cm, podendo a extensão de pernas ser muito maior. Os pedipalpos da fêmea são curtos e

semelhantes a pernas, mas no macho eles se modificaram, formando o órgão copulador

(Barnes, 1990).

Figura 6 - Imagem de um exemplar da Ordem Araneae.

(Fonte: www.infoescola.com/biologia/aracnideos-arachnida/)

_ Ordem Opiliones

A ordem Opiliones (fig. 7) inclui os familiares aracnídeos de extremidades longas, que

recebem o nome de opiliões. O comprimento médio do corpo é de 5 a 10 mm, mas alguns dos

gigantes tropicais atingem até 20 mm e têm pernas que medem 160 mm. Em contraste a eles,

há algumas espécies diminutas, de pernas curtas, semelhantes a ácaros, que nunca ultrapassam

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1 mm de comprimento. Quando ocorre a muda, muitas espécies se penduram de ponta cabeça

(Barnes, 1990).

Figura 7 - Imagem de um exemplar da Ordem Opiliones.

(Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/aracnideos...)

_ Ordem Acarina

A ordem Acarina, que inclui ácaros (fig. 8) e carrapatos (fig.9), é sem dúvida a mais

importante das ordens de aracnídeos do ponto de vista da economia humana. Numerosas

espécies são parasitas do homem, de seus animais domésticos e suas plantações. As espécies

terrestres são extremamente abundantes, principalmente em musgos, folhas caídas, humo,

solo, madeira podre, detritos, relacionando-se seu sucesso, sem dúvida, com seu pequeno

tamanho e com a habilidade de explorar micro habitats. O número de indivíduos é enorme,

ultrapassando certamente todas as ordens de aracnídeos. Grande parte da acarologia é do

domínio da parasitologia, mas os ácaros não devem ser considerados um grupo inteiramente

parasita. Muitas espécies vivem livremente e outras são parasitas somente por um breve

período do seu ciclo de vida. A maioria dos ácaros são parasitas durante todo seu ciclo de vida

mas estão fixos ao hospedeiro somente durante os períodos de alimentação. Os ácaros

dermanissídeos de aves e mamíferos e os carrapatos ilustram esse tipo de ciclo de vida. Os

carrapatos penetram na pele do hospedeiro por meio das peças bucais em forma de ganchos,

muito especializadas e se alimentam de sangue. Muitas espécies podem viver por longos

períodos, bem mais que 1 ano, entre alimentações sucessivas. A copulação ocorre enquanto os

adultos estão se alimentando no hospedeiro e a fêmea depois de ser alimentar, cai ao solo e

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deposita uma massa de ovos. Do ovo sai um carrapato “semente” com seis pernas. Os ácaros

da pele, causadores da sarna (Psoroptidae e Sarcoptidae) de mamíferos. O ácaro da sarna

humana (Sarcoptes scabiei), causador da sarna forma túneis na epiderme. A fêmea mede

menos de 0,50 mm e o macho menos que 0,25 mm de comprimento. A irritação é causada

pelas secreções do ácaro. A fêmea deposita os ovos nos túneis durante um período de dois

meses, depois dos quais morre.

Embora muitos ácaros sejam cegos, alguns trombidiformes e alguns outros grupos

possuem olhos. Pode haver um ou dois pares ou, nos oribatídeos, um único olho mediano.

Alguns ácaros aquáticos podem ter cinco olhos. É frequente nos ácaros a presença de fendas e

depressões inervadas e talvez essas sejam similares aos órgãos sensoriais em fenda de outros

aracnídeos (Barnes, 1990).

Figura 8 - Imagem de um exemplar da Ordem Acarina – ácaro

(Fonte: www.asmabronquica.com.br/_images/13foto_acaro.jpg)

Figura 9 - Imagem de um exemplar da Ordem Acarina – carrapato.

(Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/aracnideos...)

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3.1.10.2 Classe Pycnogonida

É um pequeno grupo de cerca de 500 espécies de animais marinhos conhecidos como

aranhas-do-mar (fig. 10). Eles vivem em todos os oceanos, desde o Ártico e Antártico até os

trópicos e existem tanto numerosas formas litorâneas como espécies que vivem a grandes

profundidades (Barnes, 1990).

Figura 10 - Imagem de um exemplar da classe pycnogonida – aranha-do-mar.

(Fonte: forum.valinor.com.br/showthread.php?t=21410...)

3.2 Arthropodos Unirremes

Quatro grupos de unirremes abrangendo cerca de 10500 espécies – os quilópodos,

diplopodos, paurópodos e sinfílos – tem o corpo composto de uma cabeça e um tronco

alongado com muitos segmentos portadores de pernas. A maioria dos miriápodos requer um

ambiente relativamente úmido, pois eles não possuem uma epicutícula cerosa. Eles vivem

debaixo de pedras, troncos, solo e humo e estão amplamente distribuídos tanto em regiões

temperadas como tropicais.

A cabeça tem um par de antenas, e às vezes ocelos; exceto em determinados

quilópodos, olhos compostos verdadeiros nunca estão presentes. As peças bucais encontram-

se no lado ventral da cabeça e estão dirigidas para frente. Um epistômio e um labro formam o

lábio superior e o teto de uma cavidade pré-bucal. O lábio inferior é formado pelo primeiro ou

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segundo par de maxilas e, encerrados dentro da cavidade bucal estão um par de mandíbulas e

hipofarige. As mandíbulas têm mecanismos similares para movimento em todos os

miriápodos. (BARNES, 1990)

Classe Chilopoda

Os membros da classe Chilopoda, conhecidos como centopéias (fig. 11), são

talvez os mais familiares dos artrópodos miriápodos. Eles estão distribuídos por todo mundo

tanto em regiões temperadas como tropicais. As centopéias de zonas temperadas são mais

comumente de cor marrom avermelhada, mas muitas formas tropicais, especialmente os

escolopendromorfos, são verdes, vermelhos, amarelos e azuis ou com listras verdes

transversais. (BARNES, 1990).

A cabeça é convexa nos escutigeromorfos, mas achatada em outras centopéias, com as

antenas localizadas na margem frontal.

Embora as centopéias sejam providas de garras de veneno, existem outras adaptações

para proteção. O último par de pernas nas centopéias é o mais longo e nos litobiomorfos e

escolopendromorfos elas podem ser usadas na defesa através de “beliscões”. (BARNES,

1990).

Figura 11 - Imagem de um exemplar da Classe Chilopoda

(Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa)

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Principais Ordens de Chilopodos

_Ordem Geophilomorpha

Centopéias cavadoras delgadas, com 31 a 170 pares de pernas. Olhos ausentes. Amplamente

distribuídas. (BARNES, 1990).

_ Ordem Scolopendromorpha

Muitas espécies distribuídas por todo o mundo, especialmente nos trópicos. Com ou sem

olhos; 21 ou 23 pares de pernas. (BARNES, 1990).

_ Ordem Lithobiomorpha

Estigmas pares laterais. Distribuídos em todo o mundo, mas a maior parte dos gêneros e

espécies é encontrado nas zonas temperadas e subtropicais. (BARNES, 1990).

_ Ordem Scutigeromorpha

Pernas e antenas muito longas. Olhos grandes e compostos. Estigmas não pares e localizados

na região médio-dorsal nas placas tergais. Distribuídos por todo mundo, principalmente nos

trópicos. (BARNES, 1990).

3.2.2 Classe Diplopoda

Os Diplopoda são comumente conhecidos como piolhos-de-cobra (fig. 12). Eles se

escondem e evitam a luz; vive debaixo de folhas, pedra, casca de árvores, troncos e no solo.

Alguns habitam antigas galerias de outros animais, tais como minhocas; alguns são comensais

de ninhos de formigas.

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O tamanho dos diplópodos varia muito. O número de segmentos também é bastante

variável, variando de 11, nos pselafognatos a mais de 100 nos grupos juliformes. A maioria

dos diplópodos tem cor preta e diferentes tons de marrom; algumas espécies são vermelhas e

alaranjadas, e não são raros os padrões manchados.

Os olhos podem estar totalmente ausentes, como nos polidermóides ou pode haver de

dois a oitenta ocelos. Estes estão dispostos perto das antenas em uma ou varias fileiras

transversais ou em dois grupos laterais. A maioria dos diplópodos é negativamente fototática

e mesmo aqueles sem olhos são fotorreceptores no tegumento.

Os ovos dos diplópodos são fecundados no momento da postura e, dependo da

espécie, são produzidos de 10 a 300 ovos de uma só vez. Um único ovo é depositado na taça,

que depois é fechada e polida. Muitos diplópodos constroem um ninho para deposição de

ovos. Algumas espécies constroem ninho com excremento. O reto da fêmea é evertido e o

excremento seca rapidamente, é depositado à medida que ela se move numa trajetória circular.

(BARNES, 1990).

Figura 12 - Imagem de um exemplar da Classe Diplopoda

(Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa)

3.2.3 Classe Insecta

“Os insetos são, atualmente, o grupo dominante de animais na Terra. Ocorrem

praticamente em todos os lugares” (ALTIERI, 2003).

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Segundo BORROR (1988), o mundo dos insetos é rico no pitoresco, no incomum e

mesmo no fantástico. Uma variedade quase interminável de peculiaridades estruturais e

fisiológicas e de adaptações a diferentes condições de vida pode ser encontrada entre estes

animais. Muitos insetos são extremamente valiosos para o homem e sem eles a sociedade

humana não poderia existir na sua forma presente. Pelas suas atividades polinizadoras,

possibilitam a produção de muitas colheitas agrícolas, incluído a maioria das frutas de

pomares, as plantas forrageiras muitas verduras, algodão e o tabaco, fornecem-nos mel e cera

de abelha, seda e outros produtos de valor comercial; servem de alimento para muitas aves e

peixes e outros animais úteis; prestam serviço como predadores; auxiliam a manter animais e

plantas nocivas sob controle. Alguns insetos são nocivos e causam anualmente perdas

enormes em colheitas agrícolas, produtos armazenados e na saúde do homem e dos animais.

Através da polinização muitos insetos colaboram com a evolução de alguns vegetais,

segundo (EDWARDS, 1981), o sucesso evolutivo das angiospermas pode ser atribuído; pelo

menos em parte a polinização cruzada das plantas, altamente efetiva, feita principalmente por

insetos.

Segundo ALTIERI (2003), um dos motivos mais importantes para manter a

biodiversidade dos ecossistemas naturais é que ela é a fonte de todas as plantas e animais

utilizados atualmente na agricultura. Toda a gama de plantas domésticas é derivada de

espécies silvestres, modificadas através da domesticação. A biodiversidade em

agroecossistemas pode ser tão valiosa quanto às várias culturas, plantas invasoras, artrópodes

ou microorganismos envolvidos, de acordo com a localização geográfica e fatores climáticos.

3.2.3.1 Características gerais

Segundo Zilkar, 1976, o tamanho é bastante variável, desde 0,25 milímetros a mais de

300 milímetros de comprimento; o corpo dos adultos, e muitas vezes das formas imaturas

(larvas e ninfas), mais ou menos distintamente segmentados, e dividido em três regiões, mais

ou menos bem distintas – cabeça, tórax e abdome (fig. 13). A cabeça, produto da fusão de seis

segmentos embrionários traz apêndices sensoriais (antenas, peças bucais e olhos). O tórax é

formado pela união de três segmentos embrionários (protórax, mesotórax e metatórax) mais

ou menos distintos na maioria dos insetos, traz os apêndices locomotores (asas e pernas). O

abdome é distintamente segmentado, formado por 11 segmentos ou menos, frequentemente 6

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a 8 na maioria dos insetos comuns, provido ou não de apêndices locomotores rudimentares,

mas podendo trazer apêndices sensoriais ou reprodutores (cercos, estilos e ovipositor); as

pernas, obrigatoriamente em número de seis em insetos adultos, formadas por 5 a 9 artículos,

quase sempre terminadas por garras ou unhas; as asas geralmente presentes, em números de

duas a quatro, podendo faltar em algumas ordens ou famílias, e em algumas castas de insetos

sociais; a respiração é tipicamente traqueal, por meio de um sistema de tubos ramificados

(traquéias) abrindo-se para o exterior por orifícios pares (espiráculos), situados nas regiões

laterais dos segmentos abdominais.

Figura 13. Morfologia externa de um inseto. A) Superfície anterior da cabeça de um gafanhoto. B) Vista lateral

da cabeça de um gafanhoto. C) Vista lateral do corpo. D) Vista lateral de um segmento torácico sem asas. E)

perna de um gafanhoto. F) Vista lateral do abdômen de um grilo macho. (Segundo STORER, Tracy I. et al.

Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2000).

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3.2.3.2 Reprodução e Desenvolvimento

_ Reprodução

Segundo Gallo, et. al., 2002, os principais tipos de reprodução encontrados nos insetos

são:

* Oviparidade: tipo mais comum de reprodução. As fêmeas depositam os ovos que dão

nascimento às larvas ou ninfas. Os ovos variam grandemente em aparência (esféricos, ovais,

alongados, em forma de barril, em forma de disco, etc. Podem ser colocados separadamente

ou em massas, unidos uns aos outros, nas plantas (mariposas, percevejos etc.), no solo

(gafanhotos, grilos etc.), sobre animais (piolhos), na água (pernilongo), sobre ou dentro de

outros insetos (parasitóides) etc. A maioria dos insetos fitófagos deposita seus ovos na planta

hospedeira da larva ou da ninfa. O louva-a-deus envolve seus ovos em uma cápsula chamada

ooteca, ou protegem o local da postura com secreção ou fezes. O número de ovos depositados

varia de um (pulgões em clima frio) a milhões (insetos sociais). A maioria dos insetos

deposita de cinqüenta a centenas de ovos.

* Viviparidade: o desenvolvimento embrionário é completado dentro do corpo da fêmea, que

deposita larva ou ninfa em vez de ovos.

* Partenogênese: os óvulos desenvolvem-se completamente sem nunca terem sido

fecundados. Ocorre combinada com outros tipos de reprodução, como viviparidade,

oviparidade e pedogênese, e pode ocorrer também alternadamente com uma geração

bissexuada. Ex: cochonilhas, pulgões, moscas-brancas e zangões.

* Pedogênese: insetos imaturos possuem ovários funcionais, cujos óvulos desenvolvem-se

partenogenéticamente; assim a reprodução é realizada por um organismo que mantém o

aspecto imaturo, como nos dípteros das famílias Cecidomyiidae e Chironomidae. Em muitos

casos a pedogênese está também associada à viviparidade.

* Neotenia: retenção de caracteres imaturos no estágio adulto. As fêmeas adultas do bicho-

cesto, por ex., são larvas neotênicas que se acasalam e depositam ovos dentro do próprio

cesto.

* Poliembrionia: Produção de dois ou mais embriões em um único ovo, sendo comum em

microimenópteros das famílias Encyrtidae, Braconidae etc. Às vezes, centenas de indivíduos

podem ser originados de um mesmo ovo, em outros casos, como em Ageniaspis citricola,

podem resultar de 2 a 10 parasitóides.

* Hermafroditismo: os dois sexos presentes no mesmo indivíduo. O hermafrodita funcional é

extremamente raro em insetos. Um dos poucos exemplos é o pulgão -branco – dos – citros,

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Icerya purchasi, no qual os óvulos algumas vezes desenvolvem-se partenogeneticamente em

machos haplóides, mas são comumente fecundados por espermatozóides do mesmo indivíduo

ou por espermatozóides de machos com os quais hermafroditas copulam.

_ Desenvolvimento

O desenvolvimento de um inseto envolve tanto o crescimento no tamanho como a

mudança na forma. Pode ser dividido em embrionário (fase de ovo) e pós-embrionário.

3.2.3.3 Ecologia

3.2.3.3.1 Interação inseto/plantas

As plantas são um recurso importante para milhares de espécies de insetos.

Virtualmente cada parte de uma planta se torna uma fonte alimentar para algum inseto adulto

ou juvenil. Os insetos foram um fator importante na seleção de determinadas características

na evolução das plantas, e estas determinaram várias adaptações nos insetos. (Ruppert e

Barnes, 1996).

Cerca de 67% das plantas floríferas são polinizadas por insetos e a grande diversidade

da estrutura floral reflete em boa parte, adaptações para a polinização. As vespas, abelhas,

borboletas, mariposas e moscas, são as principais polinizadoras (Ruppert e Barnes, 1996).

3.2.3.3.2 Parasitismo

Existem muitos insetos parasitas, sendo que a condição evolui muitas vezes dentro da

classe. O parasitismo dos insetos é frequentemente uma adaptação no estágio no ciclo de vida

para explorar um habitat e uma fonte inexplorada por outros estágios. No entanto, um número

relativamente pequeno de insetos é parasita por todo o ciclo de vida e encontra-se sempre em

contato com o hospedeiro. Isso vale para os piolhos, a maioria dos quais é de parasitas

hematófagos de aves e mamíferos. Os percevejos hemípiteros são hematófagos por todo seu

ciclo de vida, mas não vivem continuamente no hospedeiro. (Ruppert e Barnes, 1996).

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3.2.3.3.3 Insetos Sociais

A organização colonial evolui em vários filos de animais, mas somente entre poucas

aranhas e alguns insetos e vertebrados encontram-se indivíduos funcionalmente

interdependentes, ainda que morfologicamente separados. A condição é, portanto descrita

como uma organização social. As organizações sociais evoluíram em duas ordens de insetos:

os Isoptera (cupins) e os Hymenoptera (formigas, abelhas e vespas). (Ruppert e Barnes,

1996).

Todos os insetos sociais exibem um certo grau de polimorfismo, e os diferentes tipos

de indivíduos em uma colônia são chamados de castas. As principais castas são os machos, a

fêmea (ou rainha) e os operários. Os machos funcionam para a inseminação da rainha, que

reproduz novos indivíduos para a colônia. Os operários proporcionam a sustentação e

manutenção da colônia. A determinação das castas é um fenômeno de desenvolvimento

regulado pela presença ou ausência de determinadas substâncias fornecidas nos estágios

imaturos por outros membros da colônia. (Borror e Delong, 1988).

3.2.3.3.4 Polinização

Algumas das plantas superiores são autopolinizadoras, mas a maioria possui

polinização cruzada, isto é, o pólen de uma flor deve ser transferido para o estigma da outra.

O pólen é transferido de uma flor para a outra por dois processos principais: pelo vento e

pelos insetos. Plantas polinizadas pelo vento possuem grande quantidade de pólen seco, o

qual é levado para longe e largamente dispersado; estas plantas conseguem reproduzir-se

porque alguns dos milhares de grãos de pólen caem ocasionalmente no estigma da flor certa.

Plantas polinizadas por insetos produzem quantidades menores de pólen, o qual é

geralmente pegajoso e adere ao corpo dos insetos que visitam as flores, este pólen é passado

mais tarde passado do inseto para o estigma da outra flor, na maioria dos casos mais ou menos

acidentalmente em relação aos próprios insetos. Muitas flores tem aspectos peculiares de

estruturas que auxiliam a assegurar a polinização. Algumas plantas dependem de uma única

espécie ou tipo de inseto para a polinização. Algumas orquídeas são polinizadas somente por

certas mariposas esfingídeas de probóscide longa. (Borror e Delong, 1988).

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3.2.3.3.5 Surgimento das pragas

Segundo Garcia 2002, frequentemente as pragas são criadas pelo homem, espécies que

ocorrem em baixas densidades populacionais em condições naturais podem atingir grandes

densidades nas criações criadas pelo homem, que podem favorecer um melhor surgimento de

algum fator até então limitante ao aumento dos números, tal como alimento praticamente

ilimitado em agroecossistema.

A extrema simplificação do sistema torna-o inadequado aos inimigos naturais da

praga, e o uso indiscriminado e inadequado de defensivos, que objetiva combater a praga, em

geral, mata também a maior parte de seus inimigos naturais. Na ausência da intervenção

humana os ecossistemas tendem a adquirir maior maturidade, isto é, evoluir para a

estabilidade e a complexidade. A ação humana, cria regiões cultivadas relativamente simples

quanto a diversidade, realiza agrobiocenoses com uma maturidade pouco elevada, nas quais

as flutuações da população são frequentemente intensas. Além disso, o homem seleciona os

mais aptos, haja vista, que as pragas, em geral, são espécies oportunistas ou colonizadoras,

adaptados a habitats instáveis como os agroecossistemas. (Borror e Delong, 1988).

3.2.3.3.6 Comunicação

Os insetos se comunicam através de sinais químicos, táteis, visuais e auditivos. A

comunicação química por meio de feromônios foi estudada mais expressivamente nos insetos

do que em qualquer outro grupo de animais. Muitas espécies utilizam feromônios para atrair

um sexo a outro, e a bem estudada mariposa Bombyx mori é um exemplo clássico. Os

feromônios marcam também trilhas ou territórios em algumas espécies. Por exemplo, as

substâncias depositadas no solo pelas formigas que retornam de uma viagem de procura de

alimento servem como um marcador de trilha para outras formigas. (Ruppert e Barnes, 1996).

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3.2.3.4 Principais Ordens de Insetos

_ Orthoptera (do grego orto - pteros (asas retas)) - fig. 14. a – inclem-se neste grupo: grilos,

gafanhotos, esperanças, paquinhas e taquarinhas. É uma ordem de insetos que possuem as

asas superiores retas e coriáceas, recobrindo as asas inferiores mais largas, dobradas no seu

sentido longitudinal. Tais insetos possuem pernas posteriores longas e possantes, apropriadas

para saltar, o aparelho bucal e mastigador (GALLO, et al., 2002).

_ Ephemeroptera (fig. 14. b)- São animais longos, de corpo mole e de tamanho pequeno a

médio, podendo atingir até quatro cm de comprimento. O nome efémera está relacionado com

o fato do adulto viver apenas poucas horas, sem se alimentar, dedicadas apenas à reprodução e

à postura dos ovos da geração seguinte. Possuem asas membranosas com numerosas veias,

sendo as asas posteriores menores que as anteriores. Apresentam antenas pequenas, olhos

compostos bem desenvolvidos e três longos filamentos no abdome. As efémeras adultas

caracterizam-se por peças bucais atrofiadas e um sistema digestivo não funcional, enquanto

que as ninfas possuem peças bucais do tipo mastigadoras. As ninfas das efémeras vivem na

água, em geral escondidas sobre rochas. A maioria das espécies alimenta-se de detritos ou

matéria vegetal, mas algumas são predadoras. Ao contrário do adulto, que vive pouco tempo

(de algumas horas até 2 dias), as ninfas podem viver de várias semanas até três anos. São os

únicos insetos que sofrem muda após terem adquirido asas funcionais. As efémeras habitam

zonas perto de corpos de água doce parada ou de curso lento. O grupo é essencial para a

ecologia dos seus habitats dada a importância das suas ninfas na cadeia alimentar. Graças à

sua sensibilidade às condições fisico-químicas do meio, as efémeras são um dos grupos mais

utilizados em programas de biomonitoramento de qualidade da água (GALLO, et al., 2002).

_ Thysanura (thysanus = cerdas ou franja + ura = cauda) – fig. 14. c - São insetos ápteros

esbranquiçados, geralmente alongados e achatados e de tamanho pequeno a moderado,

medindo no máximo 5 cm. Possuem peças bucais do tipo mastigadoras, cada uma com dois

pontos de articulação com a cabeça. Apresentam olhos compostos pequenos e muito

separados ou ausentes; podem ou não apresentar ocelos. As antenas são longas e filiformes. O

corpo coberto é por escamas e pêlos. Possuem 3 apêndices de mesmo tamanho saindo do

abdome (dois cercos e um apêndice caudal mediano). O abdome possui 11 segmentos, com

vesículas eversíveis para a absorção de água. O tarso possui de 3 a 5 segmentos. A reprodução

dos Thysanura é sexuada e o desenvolvimento ametabólico (sem metamorfose). Vivem em

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locais úmidos e alimentam-se de matéria orgânica vegetal; algumas espécies vivem junto a

livros e papéis, alimentando-se destes, além de roupas, cortinas, sedas e tudo mais que

contenha celulose. (GALLO, et al., 2002).

_ Odonata (do grego odontos, dente + ata, caracterizado por) – fig. 14. d – Incluem-se neste

grupo as libélulas. Estes insetos têm como característica uma cabeça arredondada, coberta

principalmente de olhos facetados, pernas que facilitam a captura de presas (outros insetos)

em vôo, dois pares de asas longas e transparentes que se movimentam de modo independente,

e um elegante abdome. (GALLO, et al., 2002).

_ Phasmatodea (fig. 14. e)- São conhecidos como bicho-pau e bicho-folha, por sua eficiente

camuflagem que os tornam semelhantes a pedaços de madeira ou a folhas, disfarçando-os em

meio à vegetação. (GALLO, et al., 2002).

_ Dermaptera (derma – pele, ptera - asas) – fig. 14. f – São conhecidos popularmente como

tesourinhas, lacrainhas, bichas-cadelas. Suas asas anteriores são coriáceas (espessas) e

protegem as asas posteriores, que são membranosas (delgadas). Algumas espécies são ápteras

(sem asas), porém, quando presentes, as asas anteriores são curtas e quitinosas (tégminas ou

élitros), as asas posteriores são membranosas, grandes e de formato semi-circular, e dobram-

se em leque e duas vezes transversalmente, como nos besouros, de maneira que ficam quase

completamente protegidas pelas asas anteriores.Variam em tamanho de 4 a 80 mm, possuem

corpo estreito, alongado, de cor uniforme preta ou marrom-escuro, em algumas espécies com

detalhes amarelados ou marrom-claro. O corpo é dividido em três tagmas, como em todos os

insetos, cabeça, tórax e abdome. A cabeça porta um par de olhos compostos, não possui

ocelos, as antenas são filiformes, com cerca de 10 a 50 segmentos, aparelho bucal mastigador.

As patas são ambulatoriais. O abdome é bastante flexível e possui, em sua extremidade, um

par de cercos, não segmentados, bem desenvolvidos, em forma de pinça ou fórceps (motivo

pelo qual são chamados de tesourinhas). (GALLO, et al., 2002).

_ Blattodea (fig. 14. g) - é uma ordem de insetos cujos representantes são popularmente

conhecidos como baratas. Dentre os principais problemas que as baratas podem ocasionar aos

seres humanos está a atuação delas como vetores mecânicos de diversos patógenos (bactérias,

fungos, protozoários, vermes e vírus). O tamanho das baratas varia entre 3 mm a 10 cm de

comprimento dependendo da espécie. Apresentam um corpo oval, achatado dorso-

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ventralmente, e em geral com uma coloração escura. A cabeça é curta, subtriangular, do tipo

opistognata, com peças bucais mastigadoras, antenas longas e filiformes, geralmente dois

ocelos, e os olhos compostos estão presentes na maioria das espécies, com exceção das

espécies cavernícolas. O tórax possui três pares de pernas do tipo ambulatoriais, e quando

presentes, dois pares de asas, que podem cobrir o abdome. Em geral nas espécies sem asas, as

fêmeas é que são ápteras. O abdome geralmente apresenta 10 segmentos, contendo os

principais órgãos vitais, sendo que há um par de cercos para ambos os sexos, com a função

olfativa. Além disso, os machos são menores do que as fêmeas. (GALLO, et al., 2002).

_ Mantodea (fig. 14. h) – Inclui-se neste grupo o louva-a-deus, que pertence pertencente à

família Mantidae. Há cerca de 2000 espécies de louva-a-deus, a maioria das quais em

ambiente tropical e subtropical. Seu nome popular decorre do fato de que, quando está

pousado, o inseto lembra uma pessoa orando. Os louva-a-deus são insectos relativamente

grandes, de cabeça triangular, tórax estreito com pronoto e abdómem bem desenvolvido. São

predadores agressivos que caçam principalmente moscas e afídios. A caça é feita em geral de

emboscada, facilitada pelas capacidades de camuflagem do louva-a-deus. Como não possuem

veneno, os louva-a-deus contam com as suas pernas anteriores que são raptatórias, ou seja,

modificadas como garras, para segurar a presa enquanto é consumida. A sua voracidade leva a

que sejam considerados muito bem vindos pelos amantes da jardinagem e agricultura

biológica, uma vez que, na ausência de pesticidas, são um factor importante no controlo de

pragas de jardim. O vôo do louva-a-deus é algo impressionante. Copia muito bem um vôo de

um caça de combate. Ele também tem a capacidade de desviar de ataques de morcegos em

pleno vôo executando mergulhos. (GALLO, et al., 2002).

_ Isoptera (fig. 14. i) – É conhecido popularmente como cupim. Há cerca de 2.800 espécies

catalogadas no mundo. Mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de

madeira e de outros materiais celulósicos, os cupins também têm atraído a atenção de

cientistas devido ao seu singular sistema social. Além de provocar considerável dano

econômico em áreas urbanas e rurais, esses insetos também são importantes componentes da

fauna de solo de regiões tropicais, exercendo papel essencial nos processos de decomposição

e de ciclagem de nutrientes. (GALLO, et al., 2002).

_ Hemiptera (fig. 14. j) – Incluem-se neste grupo percevejos, cigarras, cigarrinhas,

cochonilhas, pulgões, moscas-brancas, psilídeos, etc. É uma ordem de insectos que

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compreende cerca de 67 500 espécies. Existem espécies desta ordem distribuídas por todo o

mundo; distinguem-se dos outros insectos por possuírem peças bucais adaptadas à perfuração

e sucção alojado numa longa "tromba" ou "bico", tanto na forma adulta como em ninfas.

Ainda que a maioria se alimente de seiva e outros sucos produzidos por plantas (fitófagos),

algumas espécies são hematófagas (alimentam-se de sangue) de outros animais e outras são

entomófagas (predadores de outros insectos). (GALLO, et al., 2002).

_ Lepidoptera (fig. 14. l) – Estão presentes neste grupo borboletas e mariposas. O grupo inclui

insetos com dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a

sucção. O ciclo de vida dos lepidópteros engloba as seguintes etapas: ovo, larva, chamada

também de lagarta, pupa e imago, a fase adulta. (GALLO, et al., 2002).

_ Diptera (fig. 14. m) – Incluem-se neste grupo moscas, mutucas, pernilongos, mosquitos,

borrachudos, etc. É uma ordem de insectos, caracterizada pelo tamanho reduzido das asas

traseiras e pela proeminência das asas dianteiras. O grupo tem cerca de 120,000 espécies. O

registo fóssil mais antigo dos Diptera data do Triássico superior (225 milhões de anos atrás).

Os Dípteros constituem uma das maiores ordens de insetos e seus representantes abundam em

indivíduos e espécies em quase todos os lugares. A maioria dos Diptera distingue-se

prontamente dos outros insetos alados por possuir somente um par de asas, correspondente ao

par anterior, transformando-se o par posterior se em pequenas estruturas clavadas

denominadas halteres, que funcionam como órgãos de equilíbrio (Borror & De Long, 1988).

_ Coleoptera (fig. 14. n) - mais conhecidos como besouros ou escaravelhos, joaninhas, vaga-

lumes, etc. Estes animais são caracterizados principalmente pelo par de asas anterior

endurecido, conhecidas como élitros. A ordem Coleoptera é a que tem maior número de

espécies dentre todos os seres vivos - cerca de 350 mil - sendo portanto o grupo animal mais

diverso que existe. (GALLO, et al., 2002).

_ Hymenoptera (hymen = membrana; ptera = asas) – fig. 14. o – Estão presentes as vespas,

abelhas e formigas. Possui atualmente cerca de 115.000 espécies descritas. As espécies deste

grupo apresentam dois pares de asas membranosas, sendo que as asas anteriores são maiores

do que as posteriores. Alguns grupos, como as formigas operárias e as vespas da família

Mutilidae, perderam secundariamente as asas. As fêmeas possuem um ovipositor típico que

permite a perfuração do hospedeiro ou acessar locais inacessíveis, estando muitas vezes

modificado em um ferrão. O desenvolvimento é do tipo holometabólo (metamorfose

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completa), que apresenta os estágios de ovo, larva, pupa e adulto. O grupo inclui uma

impressionante diversidade de formas, tamanhos e hábitos de vida. Os maiores himenópteros

podem alcançar cerca de 15 cm de comprimento, tais como as vespas caçadoras da família

Pompilidae, marimbondos da família Vespidae e vespas parasitóides da família

Ichneumonidae. O ovipositor das fêmeas pode ser até 6 vezes maior do que o comprimento do

corpo em diversos grupos, ou tão curto que é dificilmente visível. Os menores Hymenoptera

são também os menores de todos os insetos: vespas da família Trichogrammatidae podem ter

apenas 0.1 mm de comprimento, sendo praticamente invisíveis a olho nu e menores do que

alguns organismos unicelulares como as amebas. (GALLO, et al., 2002).

_ Siphonaptera (fig. 14. p) – Conhecidos popularmente como Pulga. Estes insetos não

apresentam asas. As pulgas são parasitas externos que se alimentam do sangue de mamíferos

e aves. Estes animais podem transmitir doenças graves como o tifo e a peste bubónica. Elas

afectam normalmente animais de estimação, como o gato, o cachorro, entre outros. Elas

dependem do hospedeiro para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida

nestes e em outros animais contactantes. Além de provocarem incômodo pelas picadas,

transmitem vermes, parasitas sangüíneos e podem induzir a processos alérgicos, diminuindo a

qualidade de vida dos animais. (GALLO, et al., 2002).

Fig. 14. a – Imagem de um exemplar da Ordem Orthoptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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Fig. 14. b - Imagem de um exemplar da Ordem Ephemeroptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES,

Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. c - Imagem de um exemplar da Ordem Thysanura. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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42

Fig. 14. d - Imagem de um exemplar da Ordem Odonata. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D.

Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. e - Imagem de um exemplar da Ordem Phasmatodea. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES,

Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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Fig. 14. f - Imagem de um exemplar da Ordem Dermaptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. g – Imagem de um exemplar da Ordem Blattodea. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. h - Imagem de um exemplar da Ordem Mantódea. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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Fig. 14. i - Imagem de exemplares da Ordem Isoptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D.

Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. j - Imagem de exemplares da Ordem Hemíptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D.

Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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Fig. 14. l - Imagem de um exemplar da Ordem Lepidóptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. m - Imagem de um exemplar da Ordem Díptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D.

Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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Fig. 14. n - Imagem de um exemplar da Ordem Coleóptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert

D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. o - Imagem de um exemplar da Ordem Hymenoptera. (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES,

Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

Fig. 14. p - Imagem de um exemplar da Ordem Siphonaptera (Segundo RUPPERT, Edward E.; BARNES,

Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.

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3.3 Subfilo Crustacea

3.3.1 Classe Cirripedia

Esta classe inclui os familiares animais marinhos conhecidos como cracas. Os

cirripédios (fig. 15) são o único grupo séssil de crustáceos, com exceção das formas parasitas.

Algumas cracas são comensais de baleias, tartarugas, peixes e outros animais e um grande

número de cirripédios são parasitas (Barnes, 1990).

Figura 15 - Imagem de um exemplar da classe cirripedia – craca.

(Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/aracnideos...)

3.3.2 Classe Malacostraca

A classe Malacostraca contém quase três quartos de todas as espécies conhecidas de

crustáceos e também a maioria das formas maiores, tais como caranguejos, lagostas e

camarões (fig. 16). O tronco dos malacostracos é tipicamente composto por 14 segmentos e

telson, dos quais os oito primeiros formam o tórax e os seis últimos o abdome (fig. 17). Todos

os segmentos tem apêndices. As primeiras antenas são, geralmente, birremes. Na maioria dos

malacostracos, um, dois ou três primeiros pares de apêndices torácicos modificaram-se,

dirigindo-se para frente para formar maxilípedes. Os apêndices abdominais anteriores

(geralmente os primeiros cinco pares), chamados pleopodos, são similares a birremes. Os dois

ramos de cada apêndice podem frequentemente estar enganchados entre si por espinhos

especiais. Os pleopodos podem ser usados para nadar ou para iniciar uma escavação, para

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apanhar alimentos ou produzir correntes para a ventilação, para carregar ovos na fêmea e, às

vezes para as trocas gasosas. Nos machos, o primeiro, ou o primeiro e o segundo pares de

pleopodos geralmente estão modificados, formando órgãos copuladores (Barnes, 1990).

Figura 16 - Imagem de um exemplar da classe malacostraca – camarão

(Fonte: www.labec.com.br/.../uploads/2008/11/003-g.jpg)

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Figura 17. Estrutura de um crustáceo. A) Apêndices da cabeça de uma lagosta. B) Estrutura interna de um

lagostim – vista lateral. (Segundo STORER, Tracy I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Ed. Nacional,

2000).

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4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS

A biologia está inserida em ciências da natureza e matemática

Para o PCN, o aluno deve dominar conhecimentos biológicos para compreender os

debates contemporâneos e deles participar, no entanto, constitui apenas uma das finalidades,

sintetizadas em seis temas estruturadores:

1. Interação entre os seres vivos;

2. Qualidade de vida das populações humanas;

3. Identidade dos seres vivos;

4. Diversidade da vida;

5. Transmissão da vida, ética e manipulação da vida gênica;

6. Origem e evolução da vida.

Estes seis temas não reinventam os campos conceituais da Biologia, mas representam

agrupamentos desses campos de modo a destacar os aspectos essenciais sobre a vida e a vida

humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na

prática.

O interesse e a curiosidade dos estudantes pela natureza, pela Ciência pela Tecnologia e

pela realidade local e universal, conhecidos também pelos meios de comunicação, favorecem

o envolvimento e o clima de interação que precisa haver para o sucesso das atividades, pois

neles encontram mais facilmente significado.

Segundo o PCN, o filo artrhopoda é trabalhado dentro do conteúdo “Os Seres Vivos”-

Reino Animal. Na 6ª série do ensino fundamental.

Para estimular o conhecimento aproximamos o aluno da sua realidade isso pode motivá-

lo a compreender as complexas relações existentes em nível mais global. O PCN afirma que

um projeto de interdisciplinaridade pode articular-se em torno de cinco fundamentos da vida

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social: físico-ambiental; sócio-histórico, sócio-cultural, sócio-político e econômico-produtivo,

sabendo-se que nenhum deles é independente do outro.

Algumas abordagens metodológicas podem conferir ao currículo uma perspectiva de

totalidade, respeitando-se as especificidades epistemológicas das áreas de conhecimento e das

disciplinas. Propomos a organização dos planos de estudo de forma interdisciplinar (Portal

MEC). Deveria ser disposto um tempo aos professores, para em conjunto elaborarem seus

planos de aula.

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais, os projetos de trabalho escolares, embora

não tenham tido sua origem na escola, podem aparecer como uma boa alternativa às ações do

cotidiano docente, substituindo atividades enfadonhas e repetitivas, nada motivadoras, para

estimular a aprendizagem, a colaboração e a participação e envolvimento da comunidade

escolar e social, partindo-se de questões reais da vida prática e possibilitando

descobertas/heurísticas significativas.

Acredita-se que o maior desafio segundo o PCN agora não é só passar os conteúdos,

mas preparar todos para vida moderna, e a melhor maneira é através da pesquisa e da aula

prática. Segundo Bagno, 2000, pesquisa é uma palavra que veio do espanhol. Este por vez

herdou do latim. Havia em latim o verbo perquiro que significa procurar, buscar com cuidado,

procurar por toda a parte, informar-se, inquirir, perguntar, indagar bem, aprofundar na busca.

Ele afirma que pesquisa é uma atividade que embora não pareça, está presente em diversos

momentos do cotidiano, além de ser requisito fundamental. Ler a bula de um remédio antes de

tomá-lo é pesquisar. Recorrer ao manual de instruções do aparelho de videocassete também.

Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de bolo é fazer pesquisa. E a eterna

dificuldade de consultar um dicionário ou um catálogo telefônico é ou não é uma tarefa de

pesquisa? (BAGNO, 2000).

Através de um trabalho no campo, os alunos podem vivenciar mais, ter um melhor

contato com o grupo. Para os PCN, cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde

observar, de modo que se coletem dados importantes para as comparações que se pretende,

pois a habilidade de observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

Cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde observar, de modo que se

coletem dados importantes para as comparações que se pretende, pois a habilidade de

observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver (PCN).

A partir de 2004 foi implantado o Programa Nacional do Livro Didático para Ensino

Médio (PNLEM). Esse programa é responsável pela análise e pela distribuição gradativa de

livros. Assim, além da necessidade de uma avaliação, tanto de forma quanto de conteúdo, é

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necessária uma política de valorização do magistério, para que a escolha e utilização do livro

sejam fundamentadas nas competências de professores bem preparados. Maranhão (2000)

chama a atenção para a formação dos professores, pois há uma relação entre o nível de

escolaridade do professor e o do desenvolvimento do aluno.

Segundo Alves et al. (2006), o filo Arthropoda desperta grande interesse, tanto dos

professores como dos alunos, fascinando pela beleza, diversidade de espécies e pelas relações

diretas e indiretas estabelecidas com o homem. Destacam-se a utilização dos crustáceos na

alimentação, os acidentes caseiros com aracnídeos e insetos, além da importância ecológica e

econômica dos insetos como: agentes de controle biológico, polinizadores, pragas da

agropecuária e vetores de doenças. O conhecimento e a compreensão das relações que os

representantes deste filo estabelecem com o homem são fundamentais para uma boa qualidade

de vida, uma vez que este conteúdo é repleto de informações aplicáveis no cotidiano.

Observa-se, entretanto, com freqüência, a ocorrência de crianças e adultos com conceitos

equivocados e, muitas vezes, associados às crendices populares. (ALVES et al., 2006).

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5. METODOLOGIA

Para a investigação das estratégias de abordagem de ensino do filo Arthropoda para

estudantes do ensino fundamental, foram escolhidas quatro escolas da Rede Pública,

localizadas no município de Alvorada, RS; duas escolas particulares, uma em Alvorada e

outra em Porto Alegre. Em cada escola foi aplicado um instrumento investigativo aos

professores e outro aos estudantes da 6ª série do ensino fundamental. Também foram

analisados livros didáticos, a fim de estabelecer os principais enfoques dos mesmos com

relação à abordagem do grupo Arthropoda.

5.1 Instrumento de investigação

Foram aplicadas duas fichas investigativas, uma ao corpo docente e outra ou corpo discente

de cada escola. O questionário dos professores apresentou perguntas qualitativas e objetivas,

contendo um total de dez questões (anexo 1). Enquanto o dos alunos continha seis questões

objetivas (anexo 2).

5.2. Amostragem de indivíduos

Em cada escola foram escolhidos, por amostragem aleatória, grupos de 10 alunos (5 do sexo

masculino e 5 do sexo feminino). Para cada grupo escolhido efetuou-se a investigação

também ao seu respectivo professor de ciências. Os professores e os alunos foram

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entrevistados em separado, de modo a não haver qualquer interferência durante a aplicação

dos questionários.

5.2.1 Período de coleta de dados

O instrumento investigativo foi aplicado no período que compreendeu 3 semanas, tendo início

em 4 de maio de 2009 e término em 22 de maio de 2009. Os dados coletados foram tabulados

em planilhas do programa Excel para análise dos resultados, bem como elaboração de tabelas

e gráficos comparativos.

5.3 Análise em livros didáticos

Para este estudo foram analisados em 8 livros didáticos de ciências autorizados pelo

PNLD, que são utilizados nas redes pesquisadas a forma de abordagem do conteúdo

Arthropoda. Para cada livro analisado verificou-se a presença de ilustrações adequadas e

informações adicionais. Foi considerada ainda a ênfase dada ao filo e suas classes,

considerando-se aspectos ecológicos, benefícios e malefícios de cada grupo.

5.4 Proposta Pedagógica

Pode-se confirmar através deste trabalho a falta de utilização de metodologias

alternativas por parte dos professores, principalmente a vivências práticas. Fato este que pode

ter influenciado o baixo conhecimento dos alunos quanto a aspectos taxonômicos e

ecológicos do Filo Arthropoda.

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Em face desta constatação, elaborou-se uma metodologia experimental para a

abordagem do filo, a qual compreende a confecção de uma gaveta didática de artrópodes. No

intuito de prover subsídios a uma aula dinamizadora, de forma a oportunizar ao aluno a

construção de seu próprio conhecimento.

Segundo os PCN, através de um trabalho no campo, os alunos podem vivenciar mais,

ter maior contato com o filo. Cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde

observar, de modo que se coletem dados importantes para as comparações que se pretende,

pois a habilidade de observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

Se os entendimentos dos alunos decorrem de sua experiência de vida, o mesmo acontece

com o educador. Daí a tarefa avaliativa ser uma verdadeira charada. Ou seja, há diferentes

maneiras do aluno compreender o professor, a matéria, o que a escola lhe pede; há diferentes

maneiras do professor compreender o aluno, pelo seu maior ou menor domínio em

determinadas áreas de conhecimento, expectativas predeterminadas. (HOFFMAN, 2003).

Uma aula não deve ser apenas uma aula, deve ser um conjunto de lições cotidianas,

deve fazer parte de um contexto interdisciplinar e disciplinar, deve ser dinamizadora e criativa

e fornecer subsídios ao aluno para que construa seu próprio conhecimento.

Segundo os PCN, através de um trabalho no campo, os alunos podem vivenciar mais,

ter maior contato com o filo. Cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde

observar, de modo que se coletem dados importantes para as comparações que se pretende,

pois a habilidade de observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

5.4.1 Gaveta Didática de Artrópodes

5.4.1.1 Importância do projeto

Precisamos mudar as nossas concepções e vermos o mundo não como uma coleção de

objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente

interconectados e são interdependentes, mostra como a ecologia profunda reconhece o valor

intrínseco de seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da

vida. (CAPRA, 1996)

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Segundo Wolff (2008), a percepção ecológica deve tornar-se parte da consciência

cotidiana, emerge um sistema de ética radicalmente novo. Essa ética ecológica profunda é

urgentemente necessária nos dias de hoje, especialmente na ciência, uma vez que a maior

parte daquilo que os cientistas fazem não atua no sentido de promover a vida nem de

preservá-la, mas sim no sentido de destruir a vida.

5.4.1.2 Projeto – Gaveta Didática de Artrópodes

Este projeto tem por objetivo a elaboração de gavetas didáticas, a fim de mostrar aos

alunos a importância dos artrópodes para o meio ambiente. O projeto, baseado em Wolff

(2008), enfatiza a coleta, montagem e consevação de artrópodes, nas gavetas. Além dos

artrópodes alfinetados deverão ser colocadas fotos e informações da biologia, distribuição

geográfica, curiosidades e outros elementos como, por exemplo, plantas hospedeiras secas.

Este projeto será realizado com alunos do Ensino Fundamental, este grupo de alunos no

turno inverso ao horário da aula terá na escola um mini-curso, que terá duração de

aproximadamente oito horas (dois dias), eles aprenderão a identificar e diferenciar os

artrópodes, também conhecerão as principais classes e algumas ordens, sua importância para

o meio ambiente, e a relação entre artrópode e homem. Quando aptos, serão levados a campo

(em um terreno baldio próximo à escola ou no pátio da escola), com auxílio do professor,

realizarão uma coleta de artrópodos, com a qual montarão as gavetas.

Segundo GALLO (2002) os artrópodes são encontrados nos mais variados habitats. Em

pouco tempo pode-se coletar uma quantidade apreciável. As coletas são pontos de partida

para uma coleção; portanto, é necessário que os insetos sejam coletados em perfeitas

condições. Durante as coletas deve-se levar um caderno para anotar dados (local, habitát, data,

etc) sobre os insetos coletados.

No laboratório da escola, até mesmo uma sala de aula os alunos farão a triagem do

material coletado, os artrópodes coletados deverão ser analisados pelos alunos através de uma

lupa, para melhor visualização e também farão a identificação da classe coletada. Após farão

o levantamento das classes coletadas, através de pesquisas em livros e internet.

A gaveta será de madeira ou chapa, no fundo terá uma folha de isopor, forrada com um

papel colorido, para chamar a atenção (fig. 18). O artrópode será alfinetado e identificado,

quanto a data e local de coleta, e ficará exposto na gaveta, está deverá conter também

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informações sobre aquela ordem alí presente na caixa, ou seja, todos os dados pesquisados

pelos alunos. E também para complementar pode-se colocar outros materiais, como por

exemplo uma folha de que o inseto coletado se alimenta, ou até algum produto produzido

pelo inseto e comercializado pelo homem. A gaveta terá também curiosidades a respeito do

animal coletado.

Figura 18.a. Imagem da Gaveta Entomológica Didática confeccionada no Museu Ramiro Gomes Costa.

Figura 18.b. Detalhe do Ciclo de vida da Bombyx mori - Imagem da Gaveta Entomológica Didática confeccionada no

Museu Ramiro Gomes Costa.

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5.4.1.2.1 Técnicas de Coleta e Conservação

Será utilizado como recurso para desenvolver este trabalho dois equipamentos: a rede

de varredura e o guarda chuva entomológico.

Rede de Varredura: esta rede é utilizada na captura de insetos, mas serve também para

coletar qualquer artrópode que vive junto à vegetação rasteira ou semi-arbustiva dos campos,

das margens dos rios clareiras, etc. O método permite a coleta de um bom número de

exemplares, além de uma boa diversidade. O equipamento é formado por um aro de metal

relativamente circular (diâmetro de 30 a 35 aproximadamente). Este sustenta um saco de

pano, com forma cônica, preso em um cabo de madeira ou alumínio (AZEVEDO, 2005). A

técnica consiste em “varrer” a vegetação rasteira ou herbácea, ou seja, a rede deve ser passada

rente às plantas (geralmente gramíneas) no sentido horizontal, sendo levada de um lado para o

outro em movimentos firmes de vai e vem, cada coletor deverá fazer 30 varridas no local. O

coletor deve se deslocar em torno de 1m a 15m em uma direção, a fim de capturar os insetos.

Esta amostra será avançada formando zig-zags pelo terreno. A rede então é fechada, para

evitar a fuga de espécimes. O conteúdo da rede deve ser passado para um saco plástico.

Guarda chuva entomológico: Também chamado de rede de bater. É utilizado na

captura de atrópodes que costumam ficar sobre vegetação arbustiva como os coleópteros

(besouros) e hemípteros (percevejos, cigarrinhas). O equipamento é constituído de um pano

em forma quadrada, medindo aproximadamente 70 cm de cada lado, em cada um dos cantos

do pano, deve haver uma costura reforçada, para fixação de duas hastes de madeira. As hastes

devem ser sobrepostas formando um X. O procedimento para utilização deve ser o seguinte:

com uma das mãos, o coletor deve segurar o guarda chuva sob os arbustos enquanto golpeia

fortemente a planta com um bastão. Os golpes vão provocar a queda sobre o pano, dos insetos

que ali estiverem, possibilitando a captura dos exemplares (AZEVEDO, 2005), estes devem

ser retirados com o auxílio de um funil (gargalo PET), ou com uma pinça entomológica e após

colocados no saco plástico. Cada coletor deverá bater por um tempo de 2 min.

5.4.1.2.2 Manuseio da Coleta

Todo material coletado, juntamente com as folhas serão colocados em um saco

plástico, cuidar para que esse seja bem fechado. No laboratório os alunos farão a triagem do

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material, os artrópodes coletados serão colocados em frascos com cianeto, caso a escola

interceda ao uso deste composto, será utilizado álcool. É aconselhável remover os animais

dentro de uma ou duas horas após terem sido mortos, pois se ficam muito tempo no frasco

com a substância tornam-se descorados.

5.4.1.2.3 Montagem e conservação

Os artrópodes podem ser montados e conservados de várias formas. A maioria das

espécimes é alfinetada e, uma vez secos, duram definitivamente. Espécimes muito pequenos

são muito frágeis para serem alfinetados, podem ser montados em triângulos de cartolina, em

mini-alfinetes, ou preparados em lâminas para microscopia.

Todos devem ser montados, sempre que possível, logo após a coleta, se os deixarem

secar, tornam-se quebradiços e podem ser quebrados no processo de montagem. Se estiverem

muito secos, devem ser amolecidos antes da montagem. Qualquer lata ou frasco de boca larga,

onde se possa impedir a entrada de ar, podem ser usados como câmara de amolecimento; o

fundo do frasco é coberto com areia ou pano molhado, os animais são postos no frasco em

caixas rasas e abertas e o frasco é hermeticamente fechado. Geralmente estarão amolecidos

para montagem após um ou dois dias nesta câmara (BORROR e DELONG).

5.4.1.2.4 Alfinetagem

A alfinetagem é a melhor forma para conservar insetos de corpo duro. Alfinetes

comuns são indesejáveis para alfinetar os artrópodes; são geralmente muito grossos ou muitos

curtos e enferrujam. Os animais devem ser alfinetados com alfinetes entomológicos, pois são

de aço. Estes alfinetes podem ser obtidos em várias casas especializadas.

Geralmente os animais são alfinetados verticalmente através do corpo (fig. 19).

Formas como abelhas, moscas, borboletas e mariposas são alfinetadas através do tórax, entre

as bases das asas anteriores; em moscas e vespas é desejável inserir o alfinete um pouco à

direita em linha mediana. Percevejos são alfinetados através do escutelo, um pouco à direita

da linha mediana se o escutelo for grande. Gafanhotos são alfinetados através da parte

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posterior do pronoto, logo a direita da linha mediana. Besouros devem ser alfinetados através

do élitro direito, cerca da metade entre as duas extremidades do corpo; o alfinete deve passar

através do metatórax e emergir do metasterno, para não danificar a bases das pernas. Libélulas

são mais bem alfinetadas horizontalmente através do tórax, com o lado esquerdo para cima.

O meio mais fácil para alfineta-los é segurá-lo entre o polegar e o indicador de uma

mão e inserir o alfinete com a outra. Todos os espécimes devem ser montados em uma altura

uniforme no alfinete – cerca de 2,5 cm acima da ponta.

Figura 19. Métodos para alfinetar insetos. A, espécime em vista lateral mostrando o método de alfinetar gafanhotos; os

pontos pretos nas outras figuras mostram a localização do alfinete no caso de moscas (B), percevejos (C), gafanhotos (D), e

besouros (E). Segundo Borror e Delong, 1988.

5.4.1.2.5 Montagem de artrópodes pequenos

Artrópodes muito pequenos para serem alfinetados podem ser montados em uma ponta

de cartolina, em um mini-alfinete (fig. 20). Os triângulos são feitos em papelão leve ou

celulóide, com cerca de 8 a 10 milímetros de comprimento e 3 ou 4 milímetros de largura na

base; o triângulo é alfinetado através da base e o animal é colocado na extremidade da ponta.

Colocar o animal no triângulo é um processo muito simples. O triângulo é colocado no

alfinete, o alfinete é segurado pela extremidade pontiaguda e o lado superior da extremidade

do triângulo é tocado pela cola. Deve-se usar o mínimo de cola possível (para que as partes do

corpo não sejam cobertas por ela) e o espécime deve ser corretamente orientado na ponta.

A B

C D E

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Figura 20. Método para montagem de artrópodes pequenos. A, percevejo na ponta de um triângulo, lado dorsal para cima; B,

mosca no triângulo, lado esquerdo para cima; C, besouro montado com o lado dorsal para cima, preso no seu lado, à

extremidade da ponta do triangulo dobrada para baixo; D, mosquito montado em um mini-alfinete.

5.4.1.3 Resultados Esperados da Gaveta de Artrópodes Didática

As gavetas entomológicas didáticas ficarão no laboratório da escola, com o objetivo de

ser utilizada como recurso didático pelos professores em suas aulas de ciências para o ensino

fundamental e biologia para o ensino médio.

Em feiras de ciências espera-se que elas sejam expostas, para a visualização de todos.

Dependendo do inseto coletado, caso este seja um vetor, os alunos devem orientar a

comunidade com informações sobre este através da gaveta entomológica didática e também

distribuir cartazes pela escola com as mesmas informações que estiverem na gaveta, para que

toda comunidade escolar possa ver.

Espera-se com este trabalho que os alunos mudem sua visão a respeito dos artrópodes,

mesmo aquele que já gosta este tipo de trabalho só tem a acrescentar, pois serve para

aprofundar o conteúdo visto em sala de aula.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa ocorreu em quatro escolas públicas, duas particulares e um EJA (educação

para jovens e adultos) particular. Foram entrevistados 10 professores (sendo 7 de escolas

públicas, 3 de escolas particulares). Além de 210 alunos, compreendendo 130 da rede pública,

40 da rede particular. Para apresentação dos resultados as escolas da rede privada foram

representadas pelas letras A e B; e da rede pública pelas letras C, D, E e F.

Todos os professores entrevistados pertenciam ao sexo feminino, com idade entre 30 e

45 anos. A maioria leciona outras disciplinas além de ciências. Nas escolas públicas, três

também lecionam matemática e dois química. Nas escolas particulares, um também leciona

química e no EJA um também leciona matemática e um química (tab. 2). Todos os

professores da rede particular também lecionam em escolas públicas. A carga horária

semanal, de cada professor, variou entre 40 a 60 horas (fig. 19).

6.1 Titulação dos Professores

_ Escolas Particulares

Escola A – Licenciatura curta em Ciências, Físicas e Matemática e licenciatura plena em

Química.

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Escola B – Foram entrevistadas duas professoras, ambas com Ensino Superior Completo em

Biologia – habilitação em licenciatura.

_ Escolas Públicas

Escola C – Foram entrevistadas duas professoras, uma com Ensino Superior Completo em

Matemática, e a outra Com Ensino Superior Incompleto, cursando Ciências Biológicas –

habilitação em licenciatura.

Escola D – Foram entrevistadas duas professoras, uma com Ensino Superior Incompleto,

cursando Matemática. E a outra com graduação em Licenciatura Curta: Ciências, Física e

Matemática.

Escola E – Foram entrevistadas duas professoras, uma com graduação em Licenciatura Curta:

Ciências, Física e Matemática; e a outra com graduação em Ciências Biológicas – habilitação

em licenciatura.

Escola F – Foi entrevistada uma professora com Ensino Superior em Ciências Biológicas –

habilitação em licenciatura.

6.2 Perfil dos Alunos

Os alunos entrevistados do ensino regular tinham idade entre 11 e 13 anos, sendo que

23 alunos da rede pública eram repetentes da 6ª série.

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LEVANTAMENTO DO PERFIL PROFISSIONAL DOS PROFESSORES

Professor Formação Leciona Carga

horária Pública/ Privada

Tempo de Magistério

1 Licen. curta em Ciências, Físicas Química/Ciências 50h Ambas 25 anos

e Matemática e licen. plena em Química.

2 Ensino Superior Completo em Biologia Ciências 40h Privada 4 anos

3 Ensino Superior Completo em Biologia Ciências 60h Ambas 7 anos

4 Ensino Superior completo em Matemática Matemática/Ciências 40h Pública 15 anos

5 Ensino Superior Incompleto, Ciências 40h Pública 3 anos

cursando Ciências Biológicas

6 Ensino Superior Incompleto, Matemática/Ciências 40h Pública 5 anos

cursando Matemática

7 Ensino Superior completo licen curta em Ciências, Físicas e Matemática.

Química/Ciências 60h Pública 20 anos

8 Ensino Superior completo licen. curta em ciências, física e matemática. Química/Ciências 60h Pública 17 anos

9 Ensino Superior em Ciências Biológicas Matemática/Ciências 60h Ambas 11 anos

10 Ensino Superior em Ciências Biológicas Ciências 40h Pública 8 anos

Carga horária semanal dos professores

42 %

58%

60 horas

40 horas

Figura 21. Carga horária cumprida semanalmente pelos professores.

Tabela 2. Levantamento do perfil profissional dos 10 professores entrevistados (1 – 3: professores entrevistados nas escolas privadas, 4 – 10: professores entrevistados nas escolas públicas).

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6.3 Instrumento Investigativo

Segue abaixo os resultados dos questionamentos aplicados a professores e alunos da

rede pública e privada de ensino. De modo a facilitar a comparação entre as respostas de

docentes e discentes, optou-se por indicar com “P” as questões aplicadas aos professores e

com “A” as aplicadas aos alunos. Abaixo das quais estão as respectivas respostas.

P - Como é trabalhado o conteúdo Arthropodes?

Todos os professores utilizam Quadro-Giz, 14% também fazem uso do retro-projetor,

29% de DVD e 86% de livros didáticos (fig. 22).

A - Quais métodos seu professor utiliza para abordar o conteúdo Artrópodes?

Os alunos afirmaram que todos os seus professores utilizam Quadro-Giz, e além deste,

8% retro-projetor, 15% DVD e 97% livros didáticos (fig. 23).

Como é trabalhado o conteúdo Arthropodes?

100

14

0 0

29

86

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Quadr

o Giz

Retro P

rojet

or

Data S

how

Vídeo

DVD

Livro

s

Figura 23. Percentual de utilização de recursos didáticos.

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Quais métodos seu professor utiliza para abordar o conteúdo Artrópodes?

0 0

15

97100

8

0

20

40

60

80

100

120

Quadr

o Giz

Retro P

rojet

or

Data S

how

Vídeo

DVD

Livro

s

De acordo com os dados observados nos gráficos 23 e 24 Observa-se que houve

prevalência da utilização de quadro-giz e livros didáticos. Porém, Cabe ao professor utilizar

todos os recursos que a escola dispõe, sabe-se que as escolas normalmente adotam livros

didáticos, especialmente as públicas, que os recebem do governo. Data show é uma novidade

nas escolas, todas as escolas entrevistadas já possuem este recurso, inclusive as públicas.

Durante a entrevista com os professores muitos relataram que tem vontade em utilizar este

recurso, mas não o fazem por que a escola não autoriza para este tipo de aula. Uma professora

relatou que para utilizá-lo a escola solicita um projeto prévio, o qual mesmo sendo

encaminhado, não há disponibilização do recurso.

Através do relato acima, constata-se que a escola pode ter um papel desmotivador para

a criatividade do professor, pois, como no caso específico, não permite o uso de datashow

para as aulas.

P – Você acha que os alunos estão tendo uma boa assimilação do conteúdo?

Figura 24. Percentual de percepção dos alunos quanto à utilização de recursos didáticos pelos professores.

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Verificou-se que segundo a visão dos professores, os alunos estão assimilando de

forma satisfatória o conteúdo uma vez que todos os entrevistados responderam

afirmativamente a esta questão.

A – Relacione o animal (aranha, mosquito, abelha, borboleta, escorpião, camarão, carrapato,

siri, louva-a-deus, piolho, formiga, besouro) com o seu grupo (inseto, aracnídea, crustáceo,

não sei/ não conheço) – fig. 25, 26 e 27.

Margem de acertos nas escolas particulares referente à associação entre o organismo e

sua respectiva classe

90

100

100

100

652068

90

100

88

100

78Aranha

Mosquito

Abelha

Borboleta

escorpião

Camarão

Carrapato

Siri

Louva-a-deus

Piolho

Formiga

Besouro

Figura 25. Percentual de acertos quanto às classes de artrópodes – associação entre o animal e sua classe.

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Margem de acertos nas escolas públicas referente à associação entre o organismo e sua

respectiva classe

55

98

95

95

78

85

65

aranha mosquito abelha borboleta camarão siri formiga

Margem de erro nas escolas públicas referente à associação entre o organismo e sua

respectiva classe

77

90

85

56

75

carrapato louva-a-deus escorpião piolho besouro

Figura 26. Percentual de acertos quanto às classes de artrópodes – associação entre o animal e sua classe.

Figura 27. Percentual de erros quanto às classes de artrópodes – associação entre o animal (carrapato, louva-a-deus e escorpião) e sua respectiva classe.

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Dados obtidos através da entrevista com os alunos demonstram que a assimilação

ainda mostra deficiências para alguns grupos. Podemos observar isso nos gráficos 25, 26 e 27,

onde muitos – da rede pública – não souberam associar o animal (louva-a-deus, piolho,

besouro, escorpião e carrapato) a sua respectiva classe.

Observa-se também que nesta questão houve diferença na margem de acertos entre

escolas particulares (fig. 25) e públicas (fig. 26). Constatou-se que as escolas públicas

apresentaram maior índice de erro, principalmente em relação a carrapato, louva-a-deus e

escorpião (fig. 27).

Dados do ENEM apontam grande disparidade entre escolas públicas e particulares. O

resultado geral do ENEM 2007 é de médias altas, mas continua denunciando que a qualidade

do ensino brasileiro em rede pública é inferior à da rede particular. Em todos os Estados, sem

exceção, os alunos de escolas privadas tiveram médias melhores na parte objetiva que os das

públicas, que encaram o exame como um vestibular.

Alguns dos animais apontados na margem de erro são do convívio dos alunos, algo

que eles vêem com frequência, mas mesmo assim nunca se deteram em apontar as diferenças,

ter ciência a que grupo pertence. Falha muitas vezes dos professores, pois este conteúdo não

exige muitos recursos, no próprio pátio da escola encontram-se diversos arthropodes, que

podem ser levados para sala de aula e analisados.

A – Com relação aos seguintes animais: aranha, mosquito, abelha, borboleta, escorpião,

camarão, carrapato, siri, louva-a-deus, piolho, formiga, centopéia. Responda se você acha que

ele é peçonhento, benéfico, ou não sabe.

Nesta pergunta os alunos opinaram respondendo se animais citados eram benéficos,

peçonhentos ou não sabiam (fig. 27 e 28). A mesma pergunta também verificou a afinidade

dos alunos com estes animais (fig. 29 e 30).

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Conceito dos alunos da rede pública sobre representantes do

Filo Arthropoda

89 82 7491

4257

91 92 98

9

3725

100

100

2

88

91710

8911 10 18222

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

aran

ha

mos

quito

abelh

a

borb

oleta

esco

rpião

cam

arão

carra

pato sir

i

louva

-a-d

eus

piolh

o

form

iga

cent

opéia

NÃO SEI

BENÉFICO

PEÇONHENTO

Conceito dos aluno

Conceito dos alunos da rede privada sobre representantes do

Filo Arthropoda

7893 98 10

0

35

10

9890 65 93

75

15

23153

93100

3 503820108138

0

20

40

60

80

100

120

Aranha

Mos

quito

Abelha

Borbole

ta

esco

rpião

Camarão

Carrapa

to Siri

Louv

a-a-d

eus

Piolho

Formiga

Centop

éia

Não Sei

Peçonhento

Benéfico

A – Com relação aos seguintes animais: aranha, mosquito, abelha, borboleta, escorpião,

Figura 27. Percentual sobre o conceito que alunos da rede pública têm, quanto aos animais peçonhentos, benéficos, ou se eles não sabem o que são.

Figura 28. Percentual sobre o conceito que alunos da rede privada têm, quanto aos animais peçonhentos, benéficos, ou se eles não sabem o que são.

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camarão, carrapato, siri, louva-a-deus, piolho, formiga, centopéia. Responda se você gosta,

não gosta, ou não sabe/ não conhece.

Nesta pergunta os alunos deram sua opinião sobre os animais sugeridos.

Afinidade dos alunos da rede pública com representantes do Filo Arthropoda

35 29 38

59

94 23

46

8588

4815 15

77

0 106 12

36

95100 100

5

13

9464

66

0

20

40

60

80

100

120

aran

ha

mos

quito

abelh

a

borb

oleta

esco

rpião

cam

arão

carra

pato sir

i

louva

-a-d

eus

piolh

o

form

iga

cent

opéia

NÃO CONHEÇO

NÃO GOSTO

GOSTO

Afinidade dos alunos da rede privada com representantes do Filo Arthropoda

30

100

20

9378

2310 10 20

80

100

70 80

100

20

70 90 90 80

20

8 83

0

20

40

60

80

100

120

Aranha

Mosqu

ito

Abelha

Borbole

ta

esco

rpião

Camarão

Carrapa

to Siri

Louv

a-a-deu

s

Piolho

Formiga

Centopé

ia Não ConheçoNão Gosto

Gosto

P – Você costuma verificar as impressões que os alunos “já trazem” de casa?

Figura 29. Percentual de afinidade com os alunos da rede pública com os animais mencionados.

Figura 30. Percentual de afinidade com os alunos da rede pública com os animais mencionados

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Todos os professores entrevistados responderam que verificam tais impressões.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, tem-se consciência do quanto é importante

verificar o que o aluno já sabe a respeito do conteúdo que vem a ser trabalhado, suas

vivencias, e se ele tiver alguma noção a respeito do que vem a ser trabalhado, facilitará muito

no processo ensino-aprendizagem. Sugere-se que o professor indague o aluno antes de passar

o conteúdo, para ter consciência do que o aluno já sabe a respeito.

P – É feito algum trabalho de interdisciplinaridade com este tema?

Constatou-se que nenhum professor realiza trabalho de interdisciplinaridade.

O fato dos professores não realizarem atividade de interdisciplinaridade não confere

com as recomendações de Queluz, 2000 que afirma que a interdisciplinaridade diz respeito à

interação entre disciplinas relacionadas ou não, através de programas de ensino ou pesquisa,

com o objetivo de: interrelacionar ou coordenar conceitos, métodos e conclusões,

convergência e interação. Esta negligência pode inclusive explicar a falta de interesse dos

alunos pelo conteúdo.

Pode-se afirmar que, de maneira geral, é grande a preocupação dos educadores com a

atomização do conhecimento existente nos currículos escolares, que produz uma visão

fragmentada do real, desvinculada de um contexto histórico e distanciada da realidade na qual

o aluno vive. Educadores, sociólogos e epistemólogos têm analisado essa questão sob

diferentes perspectivas e trazido importantes contribuições no que diz respeito à

interdisciplinaridade, visualizando-a como uma possibilidade de superação dessa

fragmentação do conhecimento, tanto em nível de currículo como de pesquisa.

Todas as disciplinas podem envolver este conteúdo, só depende do professor tornar

isso possível. Pois A interdisciplinaridade é um processo que ocorre todo dia, mesmo sem que

o professor tenha consciência, mesmo um professor de português ao trabalhar um texto, de

matemática através de problemas aritméticos, de geografia com a agricultura, poderiam

envolver o conteúdo artrópode. Este evento, nada mais seria do que a simples aplicação do

que sugerem os PCN. Possivelmente este tipo de atividade ocorreria com maior fluência se as

escolas cedessem um tempo para que os professores planejassem suas aulas de modo

conjuntos e não de forma fragmentada e isolada. Porém isto se torna pouco aplicável quando

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se considera a carga horária a qual o professor normalmente possui, conforme demonstrado na

figura 1.

P – Realiza-se algum projeto, ou alguma aula diferencial para trabalhar este assunto?

Através desta pergunta pode-se constatar que nenhum dos professores entrevistados

realiza projeto para trabalhar este conteúdo, mas alguns tornam a aula diferencial, com a

utilização dos recursos DVD e retro-projetor.

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais, os projetos de trabalho escolares, embora

não tenham tido sua origem na escola, podem aparecer como uma boa alternativa às ações do

cotidiano docente, substituindo atividades enfadonhas e repetitivas, nada motivadoras, para

estimular a aprendizagem, a colaboração e a participação e envolvimento da comunidade

escolar e social, partindo-se de questões reais da vida prática e possibilitando

descobertas/heurísticas significativas.

Arthropodos são vistos em todos os lugares, é um filo que os alunos têm bastante

contato no seu dia-a-dia. Torna-se um assunto fácil para se realizar um projeto, pois faz parte

da vivência do aluno.

P – Ao trabalhar este tema, costuma abordar aspectos ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

Todos responderam que abordam aspectos de saúde – vetores, entre estes 28% também

abordam aspectos ecológicos, como polinizadores (fig. 31).

A – Quando seu professor trabalha o conteúdo artrópodes, ele costuma abordar aspectos

ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

Na visão dos alunos 69% afirmaram que os professores costumam abordar aspectos

ecológicos, de saúde, ou do cotidiano e 31% disseram que não. Entre os 69% que

responderam sim, 73% afirmam que são abordados aspectos ecológicos e 27% aspectos de

saúde (fig. 32).

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Ao trabalhar este tema, costuma abordar aspectos ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

100,00

28,57

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Vetores Polinizadores

Quando seu professor trabalha o conteúdo artrópodes, ele costuma abordar aspectos

ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

73%

27%

Ecologia

Saúde

Figura 31. Percentual do grupo de artrópodes mais enfatizado em sala de aula pelos professores.

Figura 32. Percentual sobre a percepção dos alunos quanto aos aspectos em relação aos artrópodes abordado pelo professor em sala de aula.

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O fato de uma doença como a dengue e o combate a seu vetor, estar presente com

freqüência em campanhas massivas da mídia, pode ter estimulado a prevalência da associação

a vetores. Também constatou-se através da análise em livros didáticos, que a maioria dos

livros didáticos enfatiza a visão dos artrópodes como vetores. Gallo et al., 1988, afirma que

os insetos prejudiciais recebem mais atenção, por este motivo acredita-se que a maioria são

vetores ou pragas agrícolas. A maioria das espécies é benéfica para o homem ou para o meio

ambiente. Muitos ajudam na polinização das plantas (como as vespas, abelhas e borboletas).

O declínio das populações de insetos polinizadores constitui um sério problema

ambiental e há muitas espécies de insetos que são criados para esse fim perto de campos

agrícolas. Alguns insetos também produzem substâncias úteis para o homem, como o mel, a

cera, a laca e a seda. As abelhas e os bichos-da-seda têm sido criados pelo homem há milhares

de anos.

P – Quais itens você costuma relacionar com artrópodes (em aula): vetores, pragas,

polinizadores?

Todos entrevistados responderam pragas, 86% também assinalaram vetores e 57%

polinizadores (fig. 33).

Quais itens você costuma relacionar com artrópodes (em aula): vetores, pragas,

polinizadores?

86

57

100

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Vetores Polinizadores Pragas

Figura 33. Percentual dos grupos relacionados pelos professores em sala de aula com artrópodes.

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Provavelmente isso ocorra devido ao fato de insetos causarem anualmente perdas

enormes em colheitas agrícolas (ALTIERI, 2003). Segundo o autor muitos os denominam

como “pragas”, mal sabendo que apenas 2% são pragas, os outros 98% não se enquadram

nessa categoria.

Todos os grupos devem ser trabalhados e enfatizados em sala de aula, para que os

alunos para que os alunos não associem o filo apenas aquilo que é visto, ou seja, se eles

apenas estudarem e tiverem contato com pragas, associaram o filo Arthropoda com pragas. O

professor deve desmistificar a idéia de que todo Arthropoda é “praga”.

É inegável o fato de que a agricultura implica na simplificação da estrutura do

ambiente sobre áreas extensas, substituindo a diversidade natural por um pequeno número de

plantas cultivadas e animais domesticados. A simplificação da biodiversidade para fins

agrícolas é um ecossistema artificial que requer constante intervenção humana, devido a isso

cabe aceitar a importância de estudos referentes a pragas agrícolas, para o controle na

agricultura (ALTIERI, 2003). O autor afirma, porém, que um dos motivos mais importantes

para manter a biodiversidade dos ecossistemas naturais é que ela é a fonte de todas as plantas

e animais utilizados atualmente na agricultura. Toda a gama de plantas domésticas é derivada

de espécies silvestres, modificadas através da domesticação. A biodiversidade em

agroecossistemas pode ser tão valiosa quanto às várias culturas, plantas invasoras, artrópodes

ou microorganismos envolvidos, de acordo com a localização geográfica e fatores climáticos.

Para haver a preservação de espécimes, deve haver a divulgação da importância destes

para o meio ambiente. Cabe ao corpo docente tornar a preservação possível, sempre

informando aos alunos a importância dos artrópodes para o meio ambiente, sempre

enfatizando todos os grupos: vetores, polinizadores, pragas, etc. Pois se sabe que através da

polinização muitos insetos colaboram com a evolução de alguns vegetais, para Edwards,

1981, o sucesso evolutivo das angiospermas pode ser atribuído; pelo menos em parte a

polinização cruzada das plantas, altamente efetiva, feita principalmente por insetos.

Segundo Borror (1988), o mundo dos insetos é rico no pitoresco, no incomum e

mesmo no fantástico. Uma variedade quase interminável de peculiaridades estruturais e

fisiológicas e de adaptações a diferentes condições de vida pode ser encontrada entre estes

animais. Muitos insetos são extremamente valiosos para o homem e sem eles a sociedade

humana não poderia existir na sua forma presente. Pelas suas atividades polinizadoras,

possibilitam a produção de muitas colheitas agrícolas, incluído a maioria das frutas de

pomares, as plantas forrageiras muitas verduras, algodão e o tabaco, fornecem-nos mel e cera

de abelha, seda e outros produtos de valor comercial; servem de alimento para muitas aves e

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peixes e outros animais úteis; prestam serviço como predadores; auxiliam a manter animais e

plantas nocivas sob controle.

P – É realizada alguma aula prática de contato com representantes deste grupo?

Nenhum professor realiza aula prática.

A – Seu professor realiza alguma aula prática de contato com representantes deste grupo?

Todos os alunos responderam negativamente.

Acredita-se que o maior desafio segundo o PCN agora não é só passar os conteúdos,

mas preparar todos para vida moderna, e a melhor maneira é através da pesquisa e da aula

prática. Bagno (2000), afirma que pesquisa é uma atividade que embora não pareça, está

presente em diversos momentos do cotidiano, além de ser requisito fundamental. Ler a bula

de um remédio antes de tomá-lo é pesquisar. Recorrer ao manual de instruções do aparelho de

videocassete também. Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de bolo é fazer

pesquisa.

Estudar Ciências e Biologia é mais divertido do que parece. Na verdade, nosso corpo,

nosso ambiente e tudo o que nos cerca é pura Ciência. Aprender sobre os Artrópodes se torna

mais interessante com as aulas práticas.

Através de um trabalho no campo, os alunos podem vivenciar mais, ter um melhor

contato com o grupo. O filo Arthropoda, é amplamente distribuido, não é necessário ir muito

longe para se ter contato com representantes deste filo, pode-se levar os alunos até mesmo no

pátio da escola para visualizarem e observarem o comportamento dos artrópodes. Para os

PCN, cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde observar, de modo que se

coletem dados importantes para as comparações que se pretende, pois a habilidade de

observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

P – Os alunos demonstram maior interesse por algum grupo em especial?

Através desta pergunta averiguou-se o interesse dos alunos por algum grupo em especial,

onde 70% dos entrevistados disseram que não se interessam por nenhum grupo em especial e

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30% disseram que Sim. O grupo de professores que responderam sim afirmaram que a

maioria se interessa por Aracnídeos (fig. 34).

A – Você tem interesse por algum grupo em especial?

Na terceira pergunta da ficha investigativa dos alunos verificou se eles têm interesse por

algum grupo em especial, dos 210 alunos entrevistados, apenas 12 apresentaram interesse,

sendo dois meninos por abelhas, quatro meninos por escorpiões, uma menina por borboletas e

por aranhas uma menina e quatro meninos. (fig. 35).

Os alunos demonstram maior interesse por algum grupo em especial?

33%

67%

escorpiões

aranhas

Figura 34. Percentagem da percepção dos professores, quanto a afinidade dos alunos com aracnídeos.

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Você tem interesse por algum grupo em especial?

94 42

33

6

817

0

20

40

60

80

100

120

Aranha Escorpião Abelha Borboleta

SIM

NÃO

Segundo Ruppert e Barnes, 1996, os aracnídeos constituem a maior e, do ponto de vista

humano, a mais importante dos quelicerados, estão incluídas muitas formas comuns e

familiares tais como aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros.

Sugere-se que este interesse pela classe Arachnida tenha influencia da mídia, que os

destaca através de documentários e filmes. Além do fato de serem representantes muitas vezes

temidos e mistificados pelos familiares.

P – Utiliza algum livro didático?

Verificou se os professores utilizam algum livro didático. 86% dos professores responderam

Sim, 14% responderam Não (fig. 36).

Figura 35. Percentual de alunos que apresentam interesse por algum grupo de artrópodes.

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UTILIZAÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS

86

14

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

NÃO SIM

Apesar de todas as escolas adotarem livros didáticos, poucos professores utilizam este

recurso. Fato que contraria o PCN, o qual determina que o livro didático seja usado pelos

professores, pois o mesmo atua como um facilitador no processo ensino-aprendizagem.

Sugere-se, porém, que o livro didático não seja o único recurso utilizado pelo professor, mas

que este seja apenas um dos recursos para tornar sua aula diversificada, para despertar o

interesse dos alunos.

6.4 Livros Analisados

_Ciências e interação, da Autora COSTA (2006), da editora Positivo.

Verificou-se que este livro consta bastantes imagens de exemplares com curiosidades

ao lado. A autora separou as classes por grupos. A morfologia dos artrópodes não foi

abordada. Com relação à abordagem ecológica, a autora não fez referências aos polinizadores,

nem as pragas, fato que o torna deficiente. Os vetores foram citados através de textos

adicionais sobre o barbeiro e escorpião. Há também um texto sobre como evitar acidentes de

modo geral com artrópodes.

_ Ciências: a vida na terra, do autor GEWANDSZNAJDER (2007), da editora Ática.

Verificou-se que o autor dividiu o filo em 5 classes: Crustáceos, aracnídeos, insetos,

diplópodes e quilópodes. Apresenta a morfologia do gafanhoto, camarão, escorpião, aranha e

Figura 36. Percentual de professores que utilizam livro didático.

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lacraia. O mesmo detalha as peças bucais do gafanhoto, mosquito, borboleta e mosca

doméstica. O desenvolvimento direto e indireto dos insetos. Insetos sociais – formigueiro,

colméia e cupinzeiro. Com relação à abordagem ecológica o autor faz uma alerta para o uso

de agrotóxicos, o mesmo afirma que o uso polui o ambiente e sugere medidas ecológicas. O

autor também faz uma alerta aos cuidados de alguns aracnídeos (aranha armadeira, viúva

negra, tarântula, escorpião amarelo e marrom) e explica como funciona o Instituto Butantan.

Nesta obra não houve referência com relação aos polinizadores.

Didaticamente este livro mostrou-se adequado, pois mostra uma visão correta a

respeito da ecologia dos artrópodes. A única negativa foi abordar os crustáceos como uma

classe, sendo que eles representam um subfilo.

_ Ciência e Vida, da autora ANDRADE et al (2007), da editora Dimensão.

Constatou-se que este livro foi muito breve na abordagem de artrópodes, todo

conteúdo é abordado em três páginas. Nesta obra apenas consta uma tabela dividida em duas

colunas – classe e exemplo (imagem do exemplar), onde aparece da seguinte forma: classe -

insetos, aracnídeos, crustáceos e outras classes. Exemplo – libélula e besouro; escorpião e

aranha; lagosta e tatuzinho de jardim; piolho de cobra.

Os autores esboçaram um texto adicional: Mudando o curso da História – o texto

comenta que até que o uso de inseticida se tornasse frequente muitos soldados morriam de

doença de Chagas, febre amarela e dengue.

Nesta obra não houve referência alguma com relação a aspectos ecológicos e relação

com o homem. Percebe-se que o autor preocupa-se apenas em citar o conteúdo, uma vez que

se sabe que este conteúdo é exigência do PCN e PNLD.

_ Ciências BJ, dos autores BIZZO E JORDÃO (2006), volume: 2, da editora Brasil.

Constatou-se que este livro representa a morfologia dos artrópodes apenas com

desenhos do escorpião, pseudo-escorpião, carrapato e aranha; os autores não descrevem as

partes morfológicas. Aos aracnídeos os autores descrevem a reprodução das aranhas, o

crescimento e a captura de presas. Com relação à abordagem ecológica os autores descrevem

as aranhas de interesse médico e comentam para que serve o Instituto Butantan e

disponibilizam o site para visita. Com relação aos insetos o livro demonstra a metamorfose

direta e indireta; Insetos sociais – cupins, abelhas e formigas. Com relação aos textos

adicionais, o livro apresenta textos bem curiosos como por que a aranha não gruda na teia; e o

besouro arlequim-da-mata sem querer carrega o peseudo-escorpião para diversos lugares, este

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aracnídeo se aproveita da carona para buscar outros alimentos; manguezais ameaçados (e

caranguejos) devido à construção de casas e prédios, e também os manguezais do Brasil e sua

importância de preservação; a doença de Chagas; e o cuidado que as crianças devem ter com

os piolhos. Quanto às pragas os autores fazem uma alerta para o uso de agrotóxicos, e

defendem o controle biológico e integrado. Sobre a polinização o livro faz um breve

comentário quando descreve os insetos sociais e comenta sobre a colméia, mas as outras

formas de polinização e sua importância não houve referência.

Verificou-se que este livro apresenta uma didática adequada, devido o uso de textos

adicionais e muitas imagens, acredita-se que “chama” a atenção dos alunos. Esta obra falhou

apenas em não descrever a morfologia dos artrópodes.

_ Ciências Naturais, dos autores FONSECA E SANTANA (2007), da editora

Saraiva.

Este livro não separa os conteúdos, como por exemplo, artrópodes, moluscos,

anelídeos, etc. A obra uniu tos os conteúdos quando descreve vetores inclui todos, como

aranhas, escorpiões, insetos, répteis, anfíbios, e outros. Com relação aos polinizadores os

autores descrevem os insetos. Não consta nesta obra a morfologia dos artrópodes. Os autores

também não fazem referências às pragas.

Este livro mostra-se confuso, pois não há divisão adequada dos diferentes assuntos. Todo o

livro é dividido em dois grandes grupos: animais e plantas.

_ Ciências, dos autores CÉSAR, SEZAR e BEDAQUE (2001), 17 edição, da editora

Saraiva.

Verificou-se que este livro apresenta a classificação geral dos artrópodes, a morfologia

está representada através do gafanhoto. Os autores dividem este filo em classes e ordens. O

livro também ilustra e explica a metamorfose das moscas. Quanto à utilização de textos

adicionais, os autores colocaram apenas um texto sobre a introdução no Brasil da abelha

africana e européia. Nesta obra não houve referência alguma com relação a aspectos

ecológicos e relação com o homem.

Pode-se constatar que esta obra é deficitária em informações sobre o conteúdo

artrópodes, pois se apresenta muito tecnicista, uma vez que alunos de 6ª série são muito

crianças ainda para compreender as ordens, talvez o livro se tornasse mais atrativo se

abordasse aspectos ecológicos.

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_ Investigando a natureza: ciências para o ensino fundamental, das autoras

HERMANSON e JAKIEVIEIUS (2006), da editora IBEP.

_ Ciências, das autoras BORTOLOZZO e MALUHY (2005), 2ª edição, da editora

escala educacional.

Os dois livros referenciados acima, apesar de estarem relacionados para a 6ª série e

autorizados pelo PNLD, não apresentam o conteúdo artrópodes.

6.5 Projeto Gaveta Didática de Artrópodes

6.5.1 Dados Obtidos

Este projeto iniciou-se no dia 10/06/2009, em uma escola da rede pública, com

estudantes da 6ª série. Neste dia houve a apresentação e formação do grupo (12 alunos – 5 do

sexo feminino e 7 do sexo masculino). O mini-curso foi dado no dia 16/06/2009, tendo

continuidade no dia 23/06/2009. A aceitação dos alunos está sendo considerada ótima.

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7. CONCLUSÕES

Este trabalho teve como principal objetivo investigar a abordagem do filo Arthropoda por

parte dos professores de ciências no ensino fundamental e sua relação com a percepção dos

alunos. A partir da análise dos resultados, foi possível concluir que:

a) Há professores que não possuem formação adequada para trabalhar a disciplina ciências.

b) Há carência na utilização de metodologias alternativas por parte dos professores.

c) Não são realizadas aulas práticas quando os professores trabalham este filo.

d) Na abordagem do filo são enfatizados aspectos negativos e não benéficos do grupo.

e) Muitos alunos desconhecem a maioria dos artrópodes e sua real importância para o meio

ambiente como polinizadores.

f) Os alunos não demonstram interesse em trabalhar com este filo

g) Muitos livros didáticos abordam este conteúdo de modo superficial, não dão ênfase aos

polinizadores, vetores e controle biológico para pragas.

Embora não tenha sido objetivo deste estudo, ficaram evidentes problemas graves na

educação, como o exercício da docência em ciências por professores não habilitados.

Também ressalta-se como prejudiciais ao processo de ensino e aprendizagem, além da não

disponibilização (por parte de escolas) de recursos multimídia para as aulas, a não execução

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de aulas práticas, as quais auxiliariam na desmistificação e contextualização do objeto de

estudo.

Exemplos como esses justificam o colapso do sistema de ensino atual, constituído por

professores desmotivados, sistemas de gestão omissos e ineficientes. Neste contexto torna-se

improvável a formação de alunos conscientes de seu papel na sociedade, aptos a

desenvolmerem posturas e valores identificados com a sustentabilidade e preservação da

natureza.

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REFERÊNCIAS

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AZEVEDO FILHO, Wilson S.; PRATES JUNIOR, Paulo H. S. Técnicas de coleta e

identificação de insetos. 2 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2000.

BEDAQUE, Paulo S. S.; SASSON, Sezar; SILVA, César J. Ciências. 17 ed. São Paulo:

Saraiva, 2001.

BIZZO, Nélio; JORDÃO, Marcelo. Ciências BJ. vol. 2. São Paulo: Brasil, 2006.

BORROR, Donald J.Introdução ao estudo dos insetos. São Paulo: E. Blucher, 1988.

BORTOLOZZO, Silvia; MALUHY, Suzana. Ciências. 2 ed. São Paulo: Escala Educacional,

2005.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros curriculares nacionais: Ciências

Naturais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e

quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/Secretaria de Educação Fundamental.

Brasília, DF: MEC/SEF, 1998

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COSTA, Alice. Ciências e interação. Curitiba: Positivo, 2006.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no

caminho de Habernas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002.

EDWARDS, Peter J; WRATTEN, Stephen D. Ecologia das interações entre insetos e

plantas. Rio de Janeiro: EPU - Editora Pedagógica e Universitária Ltda.,1981.

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APÊNDICE A – Ficha investigativa dos professores

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APÊNDICE A – Ficha investigativa dos

professores

FICHA INVESTIGATIVA

I. Informações Gerais

Nome da Escola:

Série:

Sexo:

Idade:

II. Informações profissionais

Quantos anos leciona?

Quais disciplinas leciona?

Quantas turmas e séries você tem?

Qual a carga horária semanal?

Trabalha em escola pública ou privada (ou

ambas)?

Quais turnos você leciona?

III. Instituição de Ensino

Graduação:

q Ensino superior completo licenciatura

plena em Ciências Biológicas

q Ensino superior completo licenciatura

curta em Ciências, Físicas e

Matemática.

q Outro. Qual? ________________

Cursos de Especializações/pós-graduações:

III. Pesquisa

Marque X na(s) alternativa(s) que melhor se

enquadra na sua resposta

1. Como é trabalhado o conteúdo Artrópodes?

q Quadro giz

q Retro projetor

q Data show

q Vídeo

q DVD

q Livros

2. Você acha que os alunos estão tendo uma boa

assimilação do conteúdo?

q NÃO

q SIM

3. Você costuma verificar as impressões que os

alunos “já trazem” a respeito dos arthropodos?

q NÃO

q SIM

4. É feito algum trabalho de interdisciplinaridade

com este tema?

q NÃO

q SIM (Quais disciplinas?)

_________________________________________

5. Realiza-se algum projeto, ou alguma aula

diferencial para trabalhar este assunto?

q NÃO

q SIM (descreva)

_________________________________________

6. Ao trabalhar este tema, costuma abordar

aspectos ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

q NÃO

q SIM (qual procura dar maior ênfase?)

_________________________________________

7. Quais dos itens abaixo você costuma relacionar

com athropodos (em aula)?

q Vetores

q Pragas

q Polinizadores

8. É realizada alguma aula prática de contato com

representantes deste grupo?

q NÃO

q SIM

9. Os alunos demonstram maior interesse por

algum grupo em especial?

q NÃO

q SIM (Qual?__________________)

10. Utiliza algum livro didático?

q NÃO

q SIM

(Qual?___________________________________)

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APÊNDICE B – Ficha investigativa dos alunos

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APÊNDICE B – Ficha investigativa dos alunos

FICHA INVESTIGATIVA Nome da Escola:__________________________ Série:________ Turno:__________ Idade:________ Repetente desta série:

NÃO

SIM Sexo:

Masculino

Feminino 1. Quais métodos seu professor utiliza para abordar

o conteúdo Artrópodes? (pode marcar mais de uma

alternativa)

Quadro giz

Retro projetor

Data show

Vídeo

DVD

Livros

2.Seu professor realiza alguma aula prática de

contato com representantes deste grupo?

NÃO

SIM

3.Você tem interesse por algum grupo em especial?

NÃO

SIM

(Qual?__________________)

4.Quando seu professor trabalha o conteúdo

artrópodes, ele costuma abordar aspectos

ecológicos, de saúde, ou do cotidiano?

NÃO

SIM (qual?_________________)

5.Relacione o animal ao seu grupo seguindo a legenda.

GRUPOS: I: inseto A: aracnídea C: crustáceo N: não sei/ não conheço

ANIMAL GRUPO aranha mosquito abelha borboleta escorpião camarão carrapato siri louva-a-deus piolho formiga besouro 6.Para cada animal caracterize:

B: benéfico P: peçonhento/ venenoso N: não sei/ não conheço Dê sua opinião referente a cada animal abaixo. G = gosto NG = não gosto N: não sei/ não conheço

ANIMAL CARACTERÍSTICA OPINIÃO aranha mosquito abelha borboleta escorpião camarão carrapato siri louva-a-deus piolho formiga centopéia

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