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Análise de Estudos Ambientais na Implantação de Redes de Gás: Estudo de Caso do Projeto Serra Catarinense FELIPE EUGENIO KICH GONTIJO universidade do estado de santa catarina [email protected] ANA CAMILA NOBRE XAVIER NUNES Universidade do Estado de Santa Catarina [email protected] ALEXANDRE MAGNO DE PAULA DIAS Universidade do Estado de Santa Catarina [email protected]

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Análise de Estudos Ambientais na Implantação de Redes deGás: Estudo de Caso do Projeto Serra Catarinense

 

 

FELIPE EUGENIO KICH GONTIJOuniversidade do estado de santa [email protected] ANA CAMILA NOBRE XAVIER NUNESUniversidade do Estado de Santa [email protected] ALEXANDRE MAGNO DE PAULA DIASUniversidade do Estado de Santa [email protected] 

 

Análise de Estudos Ambientais na Implantação de Redes de Gás: Estudo de Caso do

Projeto Serra Catarinense

RESUMO: Com a finalidade de analisar os estudos de impactos ambientais realizados e os

procedimentos adotados para a implantação de redes de distribuição de gás natural, o artigo

inicialmente aborda a importância da utilização do gás natural em aplicações e setores diferentes,

constituindo uma forma de energia alternativa com menores índices de emissões de gases

tóxicos. A questão do impacto ambiental não deve ser restrita ao uso em si, pois também é

necessário avaliar o impacto causado pela implantação de redes de distribuição. Essas redes e a

forma como é distribuído avança para questões ambientais que envolvem conceitos como

legislação ambiental, relatórios ambientais e estudos de impactos ambientais. O objeto de estudo

é o procedimento adotado tanto na fase de implantação como na fase de operação do Projeto

Ramal Serra Catarinense, operado pela Companhia de Gás de Santa Catarina. Buscando salientar

os procedimentos realizados e a legislação obedecida para evitar os impactos ambientais na

construção de redes de gás, este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e um

estudo de caso. Para isso são descritos os estudos e as licenças ambientais aplicáveis ao projeto

de expansão de redes da Serra Catarinense, abordados os impactos ambientais da obra e seus

programas de medidas mitigadoras, supervisão ambiental, comunicação social e por fim,

realizada uma análise crítica. Palavras Chaves: Estudo ambiental, Impacto Ambiental, Licença Ambiental, Redes de Gás

Natural.

Analysis of Environmental Studies in Implementation of Gas Networks: Case Study in Project Serra Catarinense

Abstract: In order to analyze the environmental impact studies carried out and the procedures adopted for the implementation of networks of natural gas distribution, the paper first discusses the importance of using natural gas in different applications and sectors, constituting a form of alternative energy lower levels of emissions of toxic gases. The issue of environmental impact should not be restricted to the use itself, it is also necessary to evaluate the impact of implementation of distribution networks. These networks and how it is distributed to advancing environmental issues involving concepts such as environmental law, environmental reports and environmental impact studies. The study object is the procedure adopted both in the implementation phase as in the operation phase of the Project Extension Serra Catarinense, operated by Gas Company of Santa Catarina. Seeking to highlight the procedures carried out and obeyed the law to avoid the environmental impacts in the construction of gas networks, this work is characterized as exploratory research and a case study. For this are described in the studies and applicable to the design of network expansion Serra Catarinense, addressed the environmental impacts of their work and programs of mitigation measures, environmental monitoring, media and finally performed a critical analysis of environmental permits. Key words: Environmental Study, Environmental Impact, Environmental Permit for Natural Gas Networks.

1. Introdução

O meio ambiente, é considerado o maior bem da humanidade, é dele que provêm a grande

parte, dos recursos e meios necessários para a nossa sobrevivência. Portanto torna-se cada vez

mais importante a sua conservação, preservação e até mesmo, a sua recuperação, quando,

total ou parcialmente degradado.

Dentro desse espírito, Barbieri (2008), destaca que o Meio Ambiente necessita ser preservado

para as futuras gerações e é necessário que as autoridades vejam o meio ambiente dessa

maneira, e faça o uso das leis e normas ambientais para que qualquer empreendedor que

queira começar uma atividade industrial as atenda antes mesmo da definição de sua

localização e início da construção.

Ainda segundo Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder

público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações” (BRASIL, 1986).

Visando entender de que maneira ocorrem os estudos e as legalizações ambientais para a

execução de obras de implantação de redes de gás natural, o atual trabalho busca investigar os

principais impactos ambientais causados por uma obra deste porte, e também as medidas

mitigadoras e/ou compensatórias realizadas para este tipo de obra.

Desta forma pretende-se analisar os estudos ambientais realizados pela Companhia de Gás de

Santa Catarina – SCGÁS por meio de dados obtidos através da Assessoria de Segurança Meio

Ambiente e Saúde da empresa acerca do empreendimento intitulado Projeto Serra

Catarinense, que objetiva implantação de novas redes de gás na região da serra Catarinense.

O projeto visa a construção de 230 km de redes de gás, ao longo da Rodovia Federal BR-470,

que liga as cidades de Indaial e Lages, objetivando melhores condições de competitividade e

desenvolvimento para o setor industrial e econômico da região.

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Setor Gasífero Brasileiro

A utilização do gás natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as

descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo às indústrias localizadas no Recôncavo Baiano.

No ano de 1997, tiveram início as obras do gasoduto Bolívia-Brasil, com a capacidade diária

de fornecimento de gás natural para o país de consideráveis 30 milhões m³/dia.

Em setembro de 2010, de acordo com dados extraídos através da Associação Brasileira das

Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS) o consumo nacional de gás natural

atingiu 62,7 milhões de metros cúbicos, um recorde da comercialização de gás natural no

país. Em decorrência deste fato nos anos seguintes todas as regiões do Brasil apresentaram

uma expansão no consumo de gás natural em seus mais diversos segmentos de utilização. A

tabela abaixo demonstra esse aumento no consumo conforme os dados apresentados.

Região Industrial Automotivo Residencial Comercial Eletricidade Co-geração Outros Total

Norte - 4,2 - - 2474,2 - - 2478,4

Nordeste 0 956,6 14,4 53,3 1323 1309,2 547 8047,4

Sudeste 22480,9 3719,8 867,6 573,3 4219,8 1119,9 175,4 33156,7

Sul 3481,4 659,4 15,9 59,8 - 508,1 149,9 4910,4

Centro-oeste 175,4 43,6 0,9 3,2 0,1 3,6 109,1 335,9

Total 29981,6 5419,6 898,8 689,6 8017 2490,9 981,3 48928,8

Tabela 1: Consumo de gás por região (10³ m³/dia) em agosto de 2011.

Fonte: Abegás (2014).

O mapa apresentado representado na figura 1 reforça os dados do aumento do consumo de gás

natural no ano de 2011. Destacando os estados da região sudeste com maior índice de

consumo neste ano.

Figura 1: Mapa do Consumo de Gás Canalizado no Brasil em 2011.

Fonte: ECOSSIS (2011)

2.2 Setor Gasífero Catarinense

Criada em 25 de fevereiro de 1994, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), deu

início as suas operações de distribuição de gás natural entre os anos de 1999 e 2000.

Com as negociações entre Brasil e Bolívia para a exportação do gasoduto através da

construção do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) na década de 1990, iniciou-se uma intensa

campanha de mobilização do governo e organizações catarinenses comandados pelo então

criado Comitê Pró-Gás da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Foi então que

o gasoduto que a princípio deveria ir das jazidas de extração de Santa Cruz de la Sierra, na

Bolívia, até o estado de São Paulo, ganhou um prolongamento abrangendo os estados do Sul.

Figura 2: Regiões das redes de distribuição da SCGÁS.

Fonte: SCGÁS (2014).

Atualmente conforme monstrado na figura 2, a Companhia de Gás de Santa Catarina, conta

com uma rede de distribuição própria de 1.045 km dividido em quatro regiões distintas do

Estado denominadas em Região A, Região B, Região C e Região D. A empresa ocupa terceira

posição entre as maiores malhas de gasodutos de distribuição no Brasil. Santa Catarina fica

atrás apenas dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, cujas distribuidoras estão há mais

de um século operando.

Atuando como uma sociedade de economia mista, atualmente a SCGÁS também conduz o

maior projeto de expansão de redes de gás no Brasil, o titulado Projeto Serra Catarinense,

prevê um investimento total de R$200 milhões, na construção de 230 km de rede entre as

cidades de Indaial e Lages, com conclusão prevista para o ano de 2018.

E apesar do pouco tempo de operação em comparação a outras distribuidoras de gasoduto do

país, a SCGÁS registra constantes aumentos no consumo de gás natural, através da tabela 2

abaixo pode se observar, que o crescimento da produção industrial e de outros segmentos

econômicos contribuíram para o aumento da demanda de gás natural fornecido em 2011.

Setor Industrial Automotivo Residencial Comercial

Total 1489,1 377,2 1,6 18,6

Tabela 2: Consumo de gás (10³ m³/dia) em Santa Catarina em agosto 2011.

Fonte: ABEGÁS (2014).

2.3 Distribuição, Comercialização e vantagens do Uso de gás natural.

Para Vaz, Maia e Santos (2008), a comercialização se distingue da distribuição, pois esse é o

modelo proposto pela Agência Nacional do Petróleo - ANP. Apesar disso, grande parte das

distribuidoras não faz a distinção entre as duas. A distribuição agrega a construção, operação

e manutenção das redes de gasodutos, enquanto a comercialização apenas engloba a compra

do gás pela distribuidora e a venda para um consumidor.

O estado de Santa Catarina possui um importante parque industrial, que ocupa posição de

destaque no Brasil. A economia deste parque é caracterizada pela concentração e

diversificação de pólos, que contribui para que haja padrões de desenvolvimento equilibrado

entre as diferentes regiões do estado, onde cada um destes pólos se encontra

Região Setor Industrial

Sul Cerâmico, carvão e descartáveis plásticos

Oeste Alimentar e móveis

Vale do Itajaí Têxtil e cristal

Norte Metal-mecânico e mobiliário

Serrana Madeireiro

Capital Tecnológico

Tabela 3: Regiões do Estado de Santa Catarina e o segmento econômico desenvolvido.

Fonte: ABEGÁS (2014).

Desta forma a Companhia de Gás de Santa Catarina - SCGÁS realiza a distribuição do gás

natural através de suas redes, para mais de 48 munícipios do estado, que estão divididos nas

seguintes regiões:

Região A que atende o Norte Catarinense;

Região B que atende as cidades situadas no Vale do Itajaí;

Região C que atende a Grande Florianópolis;

Região D que atende o Sul Catarinense;

Região E que atende as cidades do Planalto Serrano.

Figura 3: Mapa das Regiões atendidas pela SCGÁS

Fonte: SCGÁS (2014)

Levando–se em conta as cinco regiões onde a SCGÁS realiza a distribuição do gás natural,

hoje a área comercial da empresa atende a cerca de 5.800 clientes, divididos em quatro setores

diferentes; industrial, comercial, veicular e doméstico, situados nas diferentes regiões

mencionadas acima.

Em cada um destes setores o uso do gás natural se justifica por inúmeras vantagens. Na

indústria, por exemplo, o gás natural substitui com eficiência qualquer combustível sólido,

líquido ou gasoso; sendo empregado com sucesso em vários segmentos industriais, como

petroquímico, químico, siderúrgico, têxtil, bebida, fumo, automotivo, alimentício e metais

não-ferrosos; servindo como redutor siderúrgico na fabricação de aço, como combustível para

fornecimento de calor, geração de eletricidade e força motriz, e em processos de climatização

e refrigeração.

Entre os equipamentos que podem utilizar o gás natural, estão fornos, estufas, caldeiras,

motores, secadores de grãos, ramas, entre outros; reduzindo a emissão de poluentes, não

produzindo cinzas, e não emitindo SO2

(responsável pela chuva ácida), ou seja, é o

combustível fóssil que emite menor quantidade de CO2 (gás responsável pelo efeito estufa);

seu fornecimento contínuo não sujeito a quedas de energia que podem causar danos aos

equipamentos, como acontece com a eletricidade, reduz o tempo de parada das máquinas para

manutenção.

No seguimento veicular as vantagens do uso do gás natural se justificam pela combustão do

gás que tem baixíssimo nível de resíduos, o que aumenta a vida útil do carro e torna menos

frequente a necessidade de manutenção. Além disso, gera influência nas trocas de óleo, que

podem ser mais espaçadas, sem nenhum prejuízo para a integridade dos componentes do

motor. A composição do GNV permite uma combustão completa, emitindo um teor

baixíssimo de poluentes sendo o mais seguro de todos os demais combustíveis automotivos.

Durante o abastecimento não entra em contato com o ar, impossibilitando a combustão.

Por fim, no setor residencial as vantagens estão em, o gás chegar até os pontos de consumo

através de tubulações, ou seja, não há armazenamento e nem manuseio do mesmo; as redes de

distribuição possuem válvulas de segurança que se fecham automaticamente em casos de

vazamentos; e a utilização de gás elimina a necessidade de botijões e suas frequentes

reposições, não demandando controle nem contato para reposição de estoques.

2.4 Impactos Ambientais

De acordo a NBR ISO 14001 (1996) o impacto ambiental é "qualquer modificação do meio

ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou

serviços de uma organização".

Tinoco e Kraemer (2008) relatam que o impacto ambiental não se caracteriza por qualquer

modificação, adversa ou benéfica, mas por “alterações que provoquem o desequilíbrio das

relações constitutivas do ambiente, tais como alterações que excedam a capacidade de

absorção” do meio ambiente, ou seja, que provoquem o esgotamento do recurso de modo que

ele não consiga se auto reconstituir.

Contrapondo-se aos autores Tinoco e Kraemer (2008), Ribeiro (2006) compreende, por

impacto ambiental qualquer modificação no meio ambiente, seja ela benéfica ou adversa

resultado da atividade, produtos ou serviços da organização. Quando adverso, os impactos

resultam de situações não verificadas pelos responsáveis pelo posto e por isso, os impactos

ambientais são resultado de riscos não identificados a tempo, normalmente relacionados à

atividade operacional da empresa.

Para Mirra (2006) o conceito de impacto ambiental abrange apenas os desdobramentos

resultantes da ação humana sobre o meio ambiente, ou seja, não considera as repercussões

advindas de fenômenos naturais que se processem lentamente, ou na forma de catástrofes

naturais, caso de tornados, erupções vulcânicas, terremotos, entre outros.

Ainda de acordo com Silva (2009), os impactos ambientais possuem cinco classificações de

quinze tipos diferentes como mostra a tabela abaixo:

Classificação Tipo

Em relação aos impactos

Benéficos ou prejudiciais; Planejados ou acidentais; Diretos ou indiretos; Cumulativos ou simples;

Em relação ao tempo de duração Reversíveis ou irreversíveis; Curto ou longo prazo; Temporários ou contínuos;

Em relação à área de abrangência Local; Regional; Nacional; Internacional.

Em relação ao potencial de mitigação

-

Em relação a acidentes Gravidade; Probabilidades

Tabela 4: Classificação dos Impactos Ambientais

Fonte: Silva (2009)

A classificação dos impactos ambientais visa auxiliar, estudos ambientais realizados acerca de

impactos causados pela implantação de um empreendimento e para a emissão do Relatório de

Impacto Ambiental, submetidos à aprovação dos órgãos legais competentes.

2.5 Principais Impactos Ambientais

Segundo Boclin (2003), a identificação dos impactos ambientais caracteriza-se por ser, em

geral, uma atividade objetiva, onde identificando as etapas de intervenção, é possível

identificar quais as principais modificações decorrentes nos meios físicos, biológicos,

ecossistemas naturais e socioeconômicos, da área.

Dentre os impactos ambientais que afetam em grande escala as cadeias de um ecossistema,

ganham destaque os impactos, sobre os recursos Hídricos, sobre a fauna, sobre as

propriedades físicas e biológicas do solo e sobre a flora.

Para Campos (2010) os impactos em recursos hídricos e sistemas de drenagem são comuns

em todas as áreas de supressão vegetal, que sofrem alterações em seu sistema de infiltração e

drenagem de água. Nessas áreas, podem surgir novos fluxos, e até mesmo alterações nas

dinâmicas de escoamento superficial da água, causando danos muitas vezes irreversíveis ao

meio afetado.

Ainda de acordo com o autor as interferências sobre a fauna também estão associadas

fundamentalmente ao desmatamento. A retirada de vegetação acaba por alterar as

características do habitat, incidindo diretamente sobre a fauna local. Esse tipo de alteração

resulta na diminuição do número de animais e acarreta mudanças na estrutura das

comunidades faunísticas.

Além dos impactos já citados, o desmatamento também causa mudanças sobre as

propriedades físicas e biológicas do solo, que afeta particularmente a camada superficial da

crosta terrestre, causando danos diretos ou indiretos à espécie humana, à natureza e ao meio

ambiente em geral.

Perotti (2007) destaca que o solo é um recurso frágil, que pode ser facilmente prejudicado

pela erosão, tornando-se tão degradado que passa a não conseguir sustentar as culturas de

vegetais. As propriedades físicas, químicas do solo e consequentemente sua suscetibilidade à

erosão são facilmente afetadas pelas práticas de desmatamentos e pela presença indevida de

elementos químicos estranhos, de origem humana.

Dos impactos ambientais causados a natureza pelo homem, a exploração infreável e irracional

dos recursos vegetais, torna-se o mais evidente dentre todos os impactos. A redução da

diversidade genética, de milhares de espécies plantas e de ecossistemas é resultante dos

impactos negativos do desflorestamento e extinção de áreas de flora natural.

3. Metodologia

O desenvolvimento da pesquisa deu-se ao longo de seis meses, utilizando-se a pesquisa

exploratória e o estudo de caso para a consecução dos objetivos propostos. A pesquisa

exploratória proporcionou uma maior aproximação com o fenômeno investigado,

possibilitando uma análise mais abrangente. Isso envolveu um levantamento de documentos

da SCGÁS e uma pesquisa bibliográfica para tratar dos temas envolvidos. Esses documentos

descreviam todo o histórico do projeto, acompanhado de fotografias e registros.

Esse material proposrcionou o estudo de caso, que foi escolhido como técnica de pesquisa por

tratar-se de um estudo com escopo bem delimitado: o acompanhamento documental de um

trecho do Projeto Serra Catarinense para ampliação da rede de gás natural. Evidentemente as

informações apresentadas se limitam a esse estudo, mas também servem de parâmetros para

outros estudos.

Quanto aos procedimentos de coleta de dados, esses foram realizados através de observação

não participante, pois o observador teve acesso aos documentos, pode entrevistar gestores que

participaram do caso, mas não interferiu em nada dos procedimentos estudados. O outro

procedimento adotado, conforme descrito na pesquisa exploratória, foi o levantamento

documental, sendo consultados os documentos disponíveis na empresa que tivessem

dados que pudessem contribuir com a análise deste estudo.

4. Estudo de Caso Projeto Serra Catarinense

Com as vantagens oferecidas pelo uso do gás natural, a indústria catarinense passou a investir

cada vez mais no consumo do gás natural como combustível para geração de energia e

suprimento dos seus diversos segmentos econômicos. Com o aumento desse consumo, a

Companhia de Gás de Santa Catarina percebeu a necessidade, da expansão de suas redes de

distribuição para outras regiões, buscando melhor atender a esta crescente necessidade de

diferentes segmentos econômicos do estado.

Dessa necessidade de expansão surgiu a idealização do Projeto Ramal Serra Catarinense

operado pela SCGÁS, e com o objetivo de atender basicamente, a demanda dos segmentos

veicular e industrial, considerados grandes consumidores de gás natural na região da Serra em

Santa Catarina.

O projeto foi dividido em cinco trechos, que serão construídos por etapas, sendo que as etapas

um e dois já encontram se concluídas. A etapa um que liga as cidades de Indaial e Ascurra

teve início no primeiro trimestre de 2011 tendo sua conclusão em fevereiro de 2012, com a

conclusão de um trecho de 20km de redes.

A etapa dois do projeto teve início de suas obras em 9 de fevereiro de 2012, e contou com

uma nova tecnologia na execução de obras de infraestrutura de rede de gás, um equipamento

de furo direcional que preserva o meio ambiente e diminui a interferência no cotidiano das

cidades. Nesta segunda fase, a obra foi executada entre os km 90 e 113 da BR 470, de Ascurra

a Ibirama, no Alto Vale do Itajaí e foram concluídos 23 km de rede de distribuição de gás.

Figura 4: Mapa com o Traçado de Implantação de redes de gás para Serra Catarinense.

Fonte: SCGÁS (2014)

A etapa três do projeto encontra – se atualmente em execução e também conta com a

continuação da utilização da tecnologia de equipamentos de furo direcional. A obra passará

pelo Rio Itajaí-Açu e Rio Hercílio na BR-470, e por isso optou-se por valorizar aspectos de

segurança e meio ambiente. A empreiteira responsável pela obra utilizará métodos não

destrutivos na execução da obra, através de sondas de perfuração. Essa fase da obra está

sendo executada em duas frentes, nos trechos de Ibirama a Lontras a uma distância de

aproximadamente 16,5 km e Lontras a Rio do Sul a uma distância de 21,5 km, somando ao

todo o trecho de 38 km. A figura 4 ilustra os cinco trechos do Projeto Serra Catarinense.

Atualmente o projeto Serra é considerado o maior projeto de expansão de rede do Brasil, com

finalização da Implantação de suas redes previstas para o ano de 2018, e com isso cumprindo

o seu compromisso de democratização da oferta gás natural, também em regiões carentes de

investimentos do estado.

4.1 Estudos Ambientais e Legislação do Projeto Serra Catarinense

Por tratar-se de uma obra extensa, que está dividida em diferentes etapas, para os fins deste

trabalho, foi decido realizar a análise dos estudos ambientais decorrentes acerca da segunda

etapa do Projeto Serra Catarinense, tal etapa abrange o trecho que liga as cidades de Ascurra e

Apiúna.

A análise da obra da segunda etapa do projeto contempla os estudos e as ações ambientais

realizadas entre setembro de 2011 a agosto de 2013, período de execução e conclusão da obra,

incluindo as atividades de mobilização; desmobilização do canteiro de obras e programas

ambientais, constantes do anverso da Licença de Instalação e Licença Ambiental Prévia com

dispensa de Licença Ambiental de Instalação – LAP Nº 127/10 – GELUR de 08 de Novembro de

2010.

Os estudos de impacto ambiental são realizados de acordo com a Resolução do CONAMA

001/86 (CONAMA, 1986) ou quando há perspectiva de se encontrar impactos significativos.

Segundo Sánchez (2006), a principal razão para a exigência da maioria das regulamentações, é

que as previsões de impacto feitas em um EIA são sempre hipóteses acerca de resposta do meio

ambiente às solicitações impostas pelo empreendimento.

Visando atender as exigências para regulamentação e também para o licenciamento, o Projeto

Serra Catarinense apresentou os seguintes instrumentos de estudo Ambiental:

Relatório Ambiental Prévio (RAP) – que é um estudo técnico de descrição sucinta dos

impactos resultantes da implantação do empreendimento, que permite a definição de

medidas mitigadoras, controle ambiental e as ações compensatórias. Neste relatório

também devem estar abordadas as interações entre os elementos do meio físico,

biológico e socioeconômico.

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – que é o estudo que tem como função diagnosticar

a área de influência do projeto considerando: o meio físico; o meio biológico e os

ecossistemas naturais; e o meio socioeconômico. O EIA também é responsável por

analisar os impactos ambientais do projeto; definir medidas mitigadoras para os

impactos negativos; e elaborar programas de acompanhamento e monitoramento dos

impactos positivos e negativos.

Relatório de Impacto Ambienta (RIMA) – que é o relatório feito a partir do Estudo de

Impacto Ambiental (EIA) e tem como funções Identificar, os principais intervenções e

impactos que poderão ocorrer em função das diversas ações previstas para a

implantação e operação do empreendimento, considerando as características do

empreendimento frente ao diagnóstico ambiental realizado.

Após a apresentação dos estudos ambientais descritos a cima, foi realizado o processo de

licenciamento ambiental da obra, cujo foram expedida as seguintes licenças ambientais:

Licencia Ambiental Prévia (LAP) – que é a primeira licença, concedida na fase

preliminar de planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua

localização e concepção, atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os

requeridos básicos e condicionantes a serem atendidas nas próximas fases de sua

implantação, conforme a lei no 14675/09 combinado como resoluções CONAMA no

237/97, art. 1o, inciso I (CONAMA,1997).

Licença Ambiental de Operação (LAO) - que é a licença, que autoriza a operação da

atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta

das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes

determinados para a operação (Lei n1. 14675/09 combinada com a lei no 14262/07 e a

Resolução CONAMA no. 237/97, art. 8o, inciso III). (CONAMA,1997).

O licenciamento referente a Instalação da obra foi dispensado devido a inclusão das atividades

de mobilização e desmobilização do canteiro de obras e dos programas ambientais, constantes do

anverso da Licença de Instalação e Licença Ambiental Prévia.

4.2 Estudos Ambientais e Legislação do Projeto Serra Catarinense

Segundo Perotti (2007), todas as etapas de um ciclo de vida de um empreendimento devem ser

levadas em conta, pois impactos significativos podem decorrer de ações realizadas em diferentes

etapas. Não há uma forma única de dividir o ciclo de vida de um empreendimento em períodos,

deve-se considerar as características próprias de cada tipo de projeto.

No caso da segunda fase do Projeto Serra Catarinense, toda a implantação da rede foi realizada

ás margem da Rodovia Federal BR-470, ou seja toda a implantação da rede acorreu em área já

considerada impactada ambientalmente. Sendo estes impactos ambientais originários da

construção da própria rodovia.

Durante a obra de implantação de redes de gás nesta etapa do Projeto, houve apenas uma

situação atípica, sendo esta decorrente de um princípio de incêndio em vegetação rasteira,

causado pelo contato de solda com a vegetação seca.

4.3 Sobre o incêndio em vegetação rasteira

Durante o trabalho de construção da segunda etapa do ramal Serra Catarinense, houve um

princípio de incêndio em vegetação rasteira seca na encosta de um morro as margens da Rodovia

Federal BR-470. O fogo se alastrou rapidamente em função da vegetação estar bastante seca, no

entanto a região impactada não era habitada e era constituída somente de vegetação rasteira,

portanto não apresentou risco a moradores nem a animais.

Dado o ocorrido o corpo de bombeiros do município de Apiúna foi acionado e conteve o fogo

com a ajuda dos funcionários da empresa de engenharia contratada, e com o apoio do Técnico de

Segurança do trabalho, presente no local. De acordo com o relatório final de Meio Ambiente,

apresentado na conclusão do trecho, para o estabelecimento da vegetação rasteira, não houve

necessidade de intervenção antrópica, dado as dificuldades de acesso ao local e a quantidade de

propágulos vegetativos nas áreas lindeiras.

4.4 Implantações de Programas Ambientais do Projeto Serra Catarinense

Além dos procedimentos padrões das fases de implantação e operação da obra, também foram

realizados programas de supervisão ambiental e programas de comunicação social, que

visaram cuidados relacionados à comunidade existente na área de influência direta da obra,

buscando interferir o mínimo no cotidiano da população.

Os programas ambientais apresentados também embasaram a proposição do Certificado de

Conformidade Ambiental, que no caso do Projeto Serra Catarinense, serviu para demostrar

que todos os aspectos/impactos ambientais identificados para a obra foram controlados dentro

do estabelecido nas condicionantes da Licença Ambiental Prévia.

4.4.1 Programa de Supervisão Ambiental

O programa de supervisão ambiental foi implantado na obra através do plano de trabalho

denominado PAC – Plano Ambiental da Construção, que teve como função estabelecer ações

planejadas para o controle e minimização dos impactos ambientais associados a cada fase

construtiva da obra. Neste plano são apresentados os resultados das ações ambientais relativas

para a Área da obra e sua sinalização e para as Atividades construtivas.

Quanto a Área da Obra e sua Sinalização, objetivando evitar geração de poeiras, em dias secos,

foram executadas medidas de controle de umectação do solo nos acessos e nas áreas de trabalho

expostos ao fluxo de máquinas e veículos, por meio de caminhão pipa.

A sinalização foi realizada através da instalação de placas sinalizadoras de segurança e meio

ambiente, nos locais de obras, recebendo um cuidado especial as áreas construção ao lado da

Rodovia, onde além do plano de sinalização comum também foi implantado um plano de

sinalização viária em conformidade com as autoridades de trânsito de cada frente de trabalho.

Com relação às atividades construtivas, foram divididas em cinco frentes diferentes, sendo elas:

a limpeza da faixa de trabalho; os Serviços civis de concretagem; a Escavação de valas e

reaterros; a Montagem do gasoduto; e o Controle de equipamentos e máquinas.

Quanto as Atividades Construtivas de Limpeza da Faixa de Trabalho, foi realizada a

regularização do terreno, com compensações de corte e aterro pontuais e de pequena monta. Não

foram utilizadas áreas de empréstimo, todo material utilizado na recomposição da área foi

reaproveitado do solo local, movimentado nas próprias atividades.

As atividades de limpeza da faixa e da supressão vegetal foram realizadas com auxílio de

escavadeiras hidráulicas e motosserras, e em áreas de intervenção para limpeza da faixa de

trabalho, para se evitar focos de erosão e/ou carreamento de solo foram instalados dispositivos

de contenção.

Para a Atividade Construtiva de Serviços Civis de Concretagem foi utilizado o concreto usinado,

fornecido através de caminhões betoneira e lançado diretamente nos locais de aplicação e/ou

concreto fabricado em loco.

E foram adotados controles para se evitar derrames de concreto no solo, através de caixas de

contenção e lonas. O material residual de concreto foi mantido nas áreas da obra para posterior

remoção, assim como os restos de materiais usados para as formas e armações que foram

recolhidos e mantidos em local específico no depósito de resíduos, para posterior reutilização ou

reciclagem, conforme plano de gerenciamento de resíduos da obra.

A respeito das atividades Construtivas de escavação de valas e reaterro, foram executadas

conforme procedimento executivo aprovado da obra, e cercados de cuidados para se evitar

erosões e/ou emissões de particulados. O material escavado foi armazenado ao lado da vala,

conforme requisitos de segurança, e foi posteriormente utilizado no reaterro. O material

inservível foi destinado para aterro de inertes.

Quanto a atividade Construtiva de Montagem do Gasoduto foi utilizada a montagem

eletromecânica que envolveu a soldagem, a instalação do gasoduto e seus equipamentos

(exemplo: válvulas) e os respectivos testes hidrostáticos e comissionamento do conjunto final.

Para o fim destas atividades foram implantados conjuntos de procedimentos e análises de riscos

específicos, abrangendo os aspectos ambientais relacionados às hipóteses de acidentes, poluição

e/ou incêndios. Também foi implantado um plano de ação de emergência específico,

contemplando: o pronto-atendimento para vítimas; as ações de emergência e/ou contingência

ambiental; o plano de evacuação da área e os canais de comunicação com órgãos públicos.

E dos restos de consumíveis de soldagem e ou revestimento da tubulação foram recolhidos e

mantidos em local específico no depósito de resíduos, para posterior destinação, conforme plano

de gerenciamento de resíduos da obra.

A respeito do Controle de Equipamentos e Máquinas foi implantada uma rotina mensal para

inspeção preventiva de equipamentos, de modo a evitar incidentes ou falhas com consequente

derrame/vazamento de óleos e combustíveis e emissões atmosféricas fora dos parâmetros de

legislação. As manutenções foram realizadas por empresas especializadas contratadas, e apenas

o abastecimento e engraxamento foi realizado no campo, visto a dificuldade para deslocamento

das escavadeiras hidráulicas até os postos de combustível. Todos os procedimentos foram

realizados conforme legislação vigente.

4.4.2 Programa de Comunicação Social

O programa de Comunicação Social foi criado com o objetivo de implantar na obra cuidados

relacionados à comunidade existente na área de influência direta da obra. Buscando interferir o

mínimo no cotidiano desta população e evitar agregar incômodos devido à realização das obras.

Afim de alcançar seu objetivo principal o programa realizou as seguintes ações ambientais,

relativas: a implantação de canteiros de obras; ao alojamento dos funcionários da obra e relativa

aos cuidados com a comunidade afetada.

Quanto a instalação dos escritórios e canteiros de obras, foram realizadas em edificações já

existentes dentro da zona urbana dos municípios e à beira da Rodovia Federal BR-470. Nas

instalações dos canteiros de obras, foram atendidos os requisitos de segurança e saúde do

trabalho, incluindo o atendido pela rede pública de eletricidade, água e esgoto e instalações

elétricas sob responsabilidade de pessoal qualificado. Além disso, toda a área do canteiro foi

cercada, e foram instaladas sinalizações de segurança e meio ambiente, em toda a obra, também

foram mantidas vigilâncias noturna para salvaguarda das instalações.

Para o armazenamento de materiais da obra, foram estabelecidas áreas específicas e separadas,

sendo uma área para o depósito de ferramentas/equipamentos e materiais em geral; outra para

armazenamento de produtos inflamáveis; uma terceira para armazenamento de cilindros de

gases; e uma quarta área para o depósito de resíduos.

Com relação ao alojamento dos funcionários da obra, visando evitar impactos associados a

construção de alojamentos no canteiro de obra, optou – se por estabelecer alojamentos em

residências alugadas e/ou hotéis do Município, e as refeições, foram realizadas em restaurantes

existentes no próprio Município, ou nas frentes de obras através do fornecimento de marmitas.

A respeito dos cuidados com a comunidade, visando minimizar os impactos associados à

interação direta da obra com a comunidade local, foram realizadas ações como; a Implantação de

um código de conduta voltado para o comportamento dos trabalhadores tanto no âmbito da obra

quanto nos locais de refeição e alojamentos.

E foram realizadas as instalações de dispositivos para assegurar o acesso às residências,

comércios, escolas, ponto de ônibus e demais áreas de interesse da população, evitando assim o

bloqueio devido à passagem da obra.

Por fim também foram realizados contatos com os moradores lindeiros a obra, assim como em

residências, comércios, escolas e demais locais afetados temporariamente pela passagem da obra,

de modo a avisar eventuais bloqueios destes acessos e acertar providências para minimizar o

incômodo.

5. Conclusões

Durante a realização trabalho, analisou-se os estudos e avaliações feitos acerca dos impactos

ambientais decorrentes do processo de implantação de redes de gás natural na região da Serra

Catarinense. Com enfoque maior em apresentar os instrumentos de avaliação e estudo de

Impactos Ambientais (EIA; AIA e RIMA) considerados imprescindíveis para a viabilização

de atividades utilizadoras de Recursos Ambientais de potencial degradação e/ou poluição em

um meio ambiente, também foram estudadas as principais legislações Ambientais, aplicáveis

a obras de empreendimentos de gasoduto; as principais formas de Impacto ambiental causadas

por estes empreendimentos, a distribuição de Gás natural em Santa Catarina; a análise e a

caracterização do Projeto Serra Catarinense desenvolvido pela Companhia de Gás de Santa

Catarina.

Com a construção do novo ramal de redes de distribuição de gás na região da Serra foi

possível identificar a singularidade de um projeto no que tange os estudos e avaliações de

impacto ambiental.

Averiguou-se que no caso da implantação da segunda fase do Projeto Serra Catarinense, toda

a intervenção ambiental decorrente, ocorreu em área já impactada anteriormente pela

construção da Rodovia Federal BR-470. Destacando-se como único evento de real impacto

durante toda a construção, um princípio incêndio ocorrido em vegetação rasteira e seca na

encosta de um morro, próximo ao município de Apiúna.

No trabalho foram elencados os principais programas ambientais aderidos pelo projeto Serra

Catarinense buscando o controle e a minimização dos impactos ambientais associados a cada

fase construtiva da obra. E visando cuidados relacionados à comunidade existente na área de

influência direta da obra, de modo a interferir o mínimo com o cotidiano da população e

evitar incômodos relativos à realização das obras.

Durante a execução da segunda etapa do projeto foram atendidas todas as exigências para

regulamentação e também para o licenciamento da obra, os estudos e as ações ambientais

realizadas incluíram desde atividades de mobilização e desmobilização do canteiro de obras

aos programas ambientais de prevenção. E é esperado que as etapas subsequentes do projeto,

também atinjam os mesmos baixos índices de impacto ambiental alcançados nesta etapa, com

programas ambientais ainda mais eficazes.

Por fim, verificou-se que a empresa atualmente não possui nenhum profissional com

formação, ou curso técnico especifico na área ambiental, tal situação é resultante da

contratação de empresas terceirizadas para a realização de estudos e relatórios ambientais que

por vezes não são satisfatórios aos órgãos competentes de regulamentação ambiental, que

acabam por rejeita-los, tornando o processo de licenciamento e liberação para o início de

obras, mais demorados, e caros para a empresa. Dada esta situação é sugerido à empresa, a

contratação de um profissional com formação na área ambiental, com o objetivo de sanar

situações ocorrentes da má analise de estudos e relatórios ambientais encaminhados aos

órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental.

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