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ANÁLISE TÉCNICO-MERCADOLÓGICA DE PAINÉIS DE MÉDIA TENSÃO COM ENTRADA DE ENERGIA PADRÃO LIGHT Robson Almeida Elias Filho Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Jorge Nemésio Sousa, M.Sc. Rio de Janeiro Agosto de 2018

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ANÁLISE TÉCNICO-MERCADOLÓGICA DE PAINÉIS DE

MÉDIA TENSÃO COM ENTRADA DE ENERGIA

PADRÃO LIGHT

Robson Almeida Elias Filho

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Jorge Nemésio Sousa, M.Sc.

Rio de Janeiro

Agosto de 2018

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ANÁLISE TÉCNICO-MERCADOLÓGICA DE PAINÉIS DE

MÉDIA TENSÃO COM ENTRADA DE ENERGIA

PADRÃO LIGHT

Robson Almeida Elias Filho

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinado por:

______________________________

Prof. Jorge Nemésio Sousa, M.Sc.

(Orientador)

_______________________________

Engº. Tomás Lemos Ferrari Klausing

(Coorientador)

_____________________________________

Prof. Heloi José Fernandes Moreira, Dr.Eng.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

AGOSTO DE 2018

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Almeida Elias Filho, Robson

Análise Técnico-Econômica de um Painel de Média

Tensão com Entrada de Energia Padrão Light/ Robson

Almeida Elias Filho – Rio de Janeiro: UFRJ/ ESCOLA

POLITÉCNICA, 2018.

XV, 66 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge Nemésio Sousa

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Elétrica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 63-66.

1. Painel de Média Tensão. 2. Automação. 3. SIEMENS.

4. Light. I. Nemésio Sousa, Jorge. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Elétrica.

III. Análise Técnico-Econômica de um Painel de Média Tensão

com Entrada de Energia Padrão Light.

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Agradecimentos

Ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, por ter me dado forças e ter me abençoado durante

toda essa trajetória. Sem Ele, nada seria possível, nem mesmo a minha própria vida. Toda

honra e glória sejam dadas sempre a Ele!

Aos meus pais, Robson e Ana Lúcia, à minha irmã, Brunna, e ao meu tio, Sérgio, por todo

amor, orientações e suporte que me ofereceram. Essa conquista também é de vocês!

À minha bisavó, Odette, que já está ao lado do Senhor, e que foi fundamental com suas

orações, amor e renúncias em meu favor. Vó, amar-te-ei eternamente!

À minha namorada, Isadora, por me entender e me apoiar em todos os momentos.

Agradeço a todos os companheiros da UFRJ, em particular aos amigos Felipe Farage, João

Pedro Mattos, Larissa Verlaine, Maria de Fátima Barbosa e Pedro Trindade, que fizeram

parte de um verdadeiro time e me ajudaram em diferentes fases da faculdade.

Aos meus orientadores, Prof. Jorge Nemésio Sousa e Engº Tomás Klausing, pela orientação

e discussões que levaram à elaboração deste trabalho.

À UFRJ, Escola Politécnica e DEE, em particular aos professores Heloi José Fernandes

Moreira e Jorge Nemésio Sousa. Boa parte dos conhecimentos que adquiri nesses anos de

faculdade eu devo a vocês, que sempre demonstraram preocupação com o meu aprendizado.

À SIEMENS, especialmente aos colegas da Regional RJ e aos da EM MS, pelo imenso

aprendizado ao longo de um ano e meio de estágio. Agradeço especialmente ao meu gerente,

Engº Tomás Lemos Ferrari Klausing, ao especialista em painéis, Gelson Nogueira, ao

especialista em transformadores, José Renato Mesa, e ao especialista em automação,

Vinicius Oliveira, por todas as respostas para as minhas inúmeras perguntas e pelo tanto que

agregaram à minha formação.

Ao CNPq e à Curtin University, por proporcionarem meu intercâmbio acadêmico na

Austrália através do programa Ciência sem Fronteiras, período de enorme crescimento

acadêmico e pessoal.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

ANÁLISE TÉCNICO-MERCADOLÓGICA DE PAINÉIS DE

MÉDIA TENSÃO COM ENTRADA DE ENERGIA PADRÃO

LIGHT

Robson Almeida Elias Filho

Agosto/2018

Orientador: Prof. Jorge Nemésio Sousa, M.Sc.

Curso: Engenharia Elétrica

O desenvolvimento industrial traz consigo a exigência por sistemas que garantam a

continuidade dos processos produtivos. Qualquer minuto com uma fábrica parada pode

ocasionar perdas de receita irreversíveis. Assim, os grandes consumidores têm buscado

sofisticar suas instalações, promovendo a implementação de soluções mais robustas e

confiáveis.

O presente TCC tratará das principais características técnicas dos painéis de média tensão,

permitindo a compreensão sobre seu funcionamento. Serão apresentados os principais

ensaios pertinentes, os equipamentos que podem estar contidos no seu interior, uma solução

oferecida pelo fabricante SIEMENS, as exigências impostas pela concessionária de

distribuição de energia elétrica do município do Rio de Janeiro e as modelagens

desenvolvidas. Será realizada também uma abordagem mostrando a composição percentual

de custos de fabricação e o panorama mercadológico desse produto. Por fim, serão propostas

soluções de melhoria, visando manter os painéis tecnologicamente atualizados.

Palavras-chave: Painel de Média Tensão; Automação; SIEMENS; Light.

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Abstract of Undergraduate Project presented to Polytechnic School/Federal University of

Rio de Janeiro as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Electrical

Engineer.

TECHNICAL AND MARKET ANALYSIS OF MEDIUM

VOLTAGE SWITCHGEARS ACCORDING TO LIGHT'S

STANDARD

Robson Almeida Elias Filho

August/2018

Advisor: Prof. Jorge Nemésio Sousa, M.Sc.

Course: Electrical Engineering

Industrial development brings with itself demand for systems that guarantee the continuity

of productive processes. Any factory downtime can cause irreversible revenue losses. Thus,

large consumers have sought to sophisticate their facilities, promoting implementation of

more robust and reliable solutions.

This Bachelor Thesis will address the main technical characteristics of medium voltage

switchgears, leading to the complete understanding of its functioning. Main relevant tests,

equipments that may be contained inside it, a solution offered by the manufacturer

SIEMENS, requirements imposed by the electricity distribution concessionaire from Rio de

Janeiro and the models developed will be presented. An approach will also be performed

showing the percentage composition of manufacturing costs and the market panorama of this

product. Finally, improvement solutions will be proposed, aiming to keep switchgears

technologically updated.

Key words: Medium Voltage Switchgear; Automation; SIEMENS; Light.

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Sumário

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................................. 1

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 1

1.2. PROPOSTA ..................................................................................................................... 1

1.3. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................. 2

1.4. OBJETIVOS DO ESTUDO .............................................................................................. 2

1.4.1. Objetivos primários ................................................................................................ 2

1.4.2. Objetivos secundários ............................................................................................. 3

1.5. RELEVÂNCIA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ........................................................... 3

1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................... 3

1.7. ORGANIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO TRABALHO ....................................................... 4

CAPÍTULO 2 ................................................................................................................................. 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 5

2.1. PAINEL DE MÉDIA TENSÃO ........................................................................................ 5

2.1.1. Definição .................................................................................................................. 5

2.1.2. Classificação quanto à isolação elétrica .................................................................. 5

2.1.3. Ensaios necessários segundo a norma IEC 62271-200 ........................................... 6

2.1.4. Índice de Proteção ................................................................................................. 14

2.1.5. Principais equipamentos que compõem um painel .............................................. 15

2.2. AUTOMAÇÃO EM SUBESTAÇÕES ............................................................................ 23

2.2.1. Aplicação ............................................................................................................... 23

2.2.2. Elementos de automação ....................................................................................... 23

2.3. PORTFÓLIO SIEMENS ................................................................................................ 31

2.3.1. Características técnicas ......................................................................................... 31

2.3.2. Tipos de cubículos do SIMOSEC ......................................................................... 32

2.4. REQUISITOS EXIGIDOS PELA LIGHT ....................................................................... 36

2.4.1. Terminologia e definições ..................................................................................... 36

2.4.2. Tensões e limite de demanda de atendimento ...................................................... 37

2.4.3. Localização das subestações.................................................................................. 37

2.4.4. Proteção geral de entrada ..................................................................................... 38

2.4.5. Medição de faturamento e qualidade de energia ................................................. 38

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CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................... 40

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................................... 40

3.1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 40

3.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 40

3.3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES DE PESQUISA ...................................................... 40

3.4. CLASSIFICAÇÃO DA PRESENTE PESQUISA ........................................................... 42

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................... 44

4. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ......................................................................... 44

4.1. PROJETO ...................................................................................................................... 44

4.1.1. Modelos de painel desenvolvidos .......................................................................... 44

4.1.2. Procedimentos para homologação ........................................................................ 48

4.2. EXECUÇÃO .................................................................................................................. 49

4.2.1. Engenharia na fabricação ..................................................................................... 49

4.2.2. Transferência de alimentação ............................................................................... 49

4.2.3. Lista de materiais .................................................................................................. 52

4.2.4. Composição de custos ........................................................................................... 56

4.3. POSICIONAMENTO DE MERCADO ........................................................................... 57

4.3.1. Estudo de market share ......................................................................................... 57

4.3.2. Proposições de melhorias ...................................................................................... 60

CAPÍTULO 5 ............................................................................................................................... 62

5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 63

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Lista de Figuras

Figura 2.1- Propagação do arco ao longo do tempo. .............................................................. 8

Figuras 2.2: a - Indicador preso à grade de proteção; b - Indicadores espalhados pela grade

durante um ensaio de arco. ..................................................................................................... 9

Figura 2.3 - Painel com duto de gases. ................................................................................. 10

Figura 2.4 - Circuito de ensaio de descargas parciais. .......................................................... 11

Figura 2.5 - Placa de identificação do PMT. ........................................................................ 14

Figuras 2.6: a - Vista da câmara de extinção; b - Disjuntor a SF6. ....................................... 17

Figuras 2.7: a - Estrutura do polo; b - Disjuntor a vácuo. .................................................... 17

Figuras 2.8: a - Esquema de um relé eletromecânico; b - Equipamento em si. .................... 18

Figura 2.9 - Relé digital microprocessado inteligente. ......................................................... 19

Figura 2.10 - Chave secionadora. ......................................................................................... 20

Figuras 2.11: a - Esquema de um TC tipo janela; b - Aplicação do TC em um cubículo

blindado. ............................................................................................................................... 21

Figura 2.12 - Transformador de potencial. ........................................................................... 21

Figura 2.13 - Fusível HRC. ................................................................................................... 22

Figura 2.14 - Para-raios polimérico para PMT. .................................................................... 23

Figura 2.15 - Remota de campo. ........................................................................................... 24

Figura 2.16 - Switch de rede. ................................................................................................ 25

Figura 2.17 - Controlador Lógico Programável. .................................................................. 26

Figura 2.18 - Interface Homem-Máquina. ............................................................................ 26

Figura 2.19 - Interface do SCADA. ....................................................................................... 27

Figura 2.20 - GPS. ................................................................................................................ 28

Figura 2.21 - Gateway. ......................................................................................................... 28

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Figura 2.22 - Painel SIMOSEC. ........................................................................................... 31

Figura 2.23 - Esquemático do cubículo K1. ......................................................................... 33

Figura 2.24 - Esquemático do cubículo R(T). ...................................................................... 33

Figura 2.25 - Esquemático do cubículo R1. ......................................................................... 34

Figura 2.26 - Esquemático do cubículo M(-K). .................................................................... 34

Figura 2.27 - Esquemático do cubículo M. ........................................................................... 35

Figura 2.28 - Esquemático do cubículo H. ........................................................................... 35

Figura 2.29 - Esquemático do cubículo L. ............................................................................ 36

Figura 4.1 - Vista frontal do painel de entrada simples. ....................................................... 44

Figura 4.2 - Vista frontal do painel de entrada dupla. .......................................................... 45

Figura 4.3 - Vista lateral do painel, comum a ambos os modelos. ....................................... 45

Figura 4.4 - Unifilar do painel com entrada simples ............................................................ 46

Figura 4.5 - Unifilar do painel com entrada dupla. ............................................................... 47

Figura 4.6 - Market share para PMT a SF6 no Rio de Janeiro. ............................................ 59

Figura 4.7 - Market share para PMT a SF6 com entrada Light. ........................................... 59

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Lista de Tabelas

Tabela 2.1 - Indicadores por acessibilidade. ........................................................................... 9

Tabela 2.2 - Proteção contra sólidos. .................................................................................... 15

Tabela 2.3 - Proteção contra água. ........................................................................................ 15

Tabela 2.4 - Dados técnicos do PMT SIMOSEC. ................................................................ 32

Tabela 2.5 - Classificação de tensões de acordo com suas faixas de variação. .................... 37

Tabela 4.1 - Lista de materiais do painel de entrada simples. .............................................. 53

Tabela 4.2 - Lista de materiais para colunas K1 modificada e R1. ...................................... 56

Tabela 4.3 - Custos de fabricação para um painel de entrada simples. ................................ 57

Tabela 4.4 - Custos de fabricação para um painel de entrada dupla. .................................... 57

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Lista de Siglas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica - Documento necessário à fiscalização de

obras e serviços prestados por profissionais ou empresas, com objetivo de controlar,

identificar e apontar os responsáveis, assegurando à sociedade que essas atividades são

realizadas por um profissional habilitado.

AT - Alta Tensão, compreende tensões acima de 36,2 kV

BT - Baixa Tensão, compreende tensões abaixo de 1 kV

CCM - Centro de Controle de Motores - Painel que contém os equipamentos responsáveis

pelas partidas e controle de velocidade de motores elétricos.

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

CLP - Controlador Lógico Programável - Equipamento responsável por receber dados e

estabelecer lógicas de controle sobre um determinado parâmetro.

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - Lei brasileira referente ao direito do trabalho e

ao direito processual do trabalho.

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Sigla que designa um

tributo federal, uma contribuição social que tem como objetivo financiar a Seguridade Social

no Brasil.

CREA/RJ - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro

CRM - Customer Relationship Management - Gerenciamento de Relacionamento com o

Cliente, em português. Em sua essência ou em conceito, CRM é uma estratégia de negócio

com o foco no cliente.

DDP - Diferença de Potencial

GPS - Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global, em português.

Mecanismo de posicionamento por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a sua

posição e horário.

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hPa - Hectopascal - Unidade de pressão.

HRC - High Rupture Capacity - Alta Capacidade de Ruptura, em português. É a

classificação de um fusível capaz de interromper com segurança elevados valores de

corrente elétrica.

Hz - Hertz - Unidade de frequência.

IAC - Internal Arc Classification - Classificação de Arco Interno, em português. Padrão da

IEC para equipamentos de média tensão que tem como intuito classificar certos

equipamentos com relação aos cuidados de manobra de forma a garantir a proteção do

operador em caso de arco interno.

ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Imposto sobre operações

relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte

interestadual, intermunicipal e de comunicação, de competência dos Estados e do Distrito

Federal.

IEC - International Electrotechnical Comission - Comissão Internacional de Eletrotécnica,

em português. Organização internacional de padronização de tecnologias elétricas,

eletrônicas e relacionadas.

IED - Intelligent Electronic Device – Dispositivo Eletrônico Inteligente, em português.

Termo usado na indústria de energia para definir equipamentos com capacidade de memória

e execução de ações.

IHM - Interface Homem-Máquina - Tela que mostra o status das variáveis controladas,

facilitando possíveis tomadas de decisão do operador.

IoT - Internet of Things - Internet das Coisas, em português. É uma rede de objetos físicos

que possui tecnologia embarcada, sendo capaz de coletar e transmitir grande volume de

dados.

IP - Índice de Proteção - Numeração com dois dígitos que representam a proteção do

equipamento contra sólidos e contra água, respectivamente.

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - É o imposto que incide sobre produtos

industrializados, nacionais e estrangeiros.

IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry

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kA – Quiloampere - Unidade de corrente elétrica

kW - Quilowatt - Unidade de potência

kWh - Quilowatt-hora - Unidade de energia

kVAr - Quilovolt-Ampère reativo - Unidade de potência elétrica reativa

LSC - Loss Service Continuity - Perda de Continuidade de Serviço, em português. É uma

classificação relativa a painéis que mostra se o equipamento pode permanecer em operação,

a partir do desligamento de uma ou mais colunas.

MIE - Material Isolante Elétrico - Material que possui baixa condutividade elétrica e altos

valores de resistência elétrica, e por isso não permite a livre circulação de cargas elétricas,

usado para separar partes condutoras de diferentes potenciais elétricos em equipamentos

elétricos.

mm - Milímetro - Unidade de comprimento

MT - Média Tensão, compreende tensões entre 1 e 36,2 kV

NBI - Nível Básico de Isolamento - Valor do conjunto de tensões suportáveis nominais que

caracteriza o isolamento de um equipamento elétrico em relação à sua capacidade de

suportar solicitações dielétricas.

NBR - Norma Brasileira aprovada pela ABNT

NR - Norma Regulamentadora do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego - Conjunto de

normas que regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios

relacionados à segurança e saúde do trabalhador.

kV - Quilovolt - Unidade de tensão elétrica

pC - Picocoulomb - Unidade de carga elétrica

PIS - Programa de Integração Social

PMT - Painel de Média Tensão

RECON MT - Regulamentação para Fornecimento de Energia Elétrica a Consumidores em

Média Tensão

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RT - Responsável Técnico - Profissional técnico especializado que acompanha e vistoria um

produto para ver se está sendo executado em conformidade com o projeto.

s - Segundo - Unidade de tempo

SCADA - Supervisory Control and Data Acquisition - Sistema de Supervisão e Aquisição de

Dados, em português. É responsável por monitorar e controlar variáveis de campo através de

um servidor.

SF6 - Hexafluoreto de Enxofre - Gás isolante usado como MIE - Material Isolante Elétrico

em equipamentos e cabines blindadas.

TA - Tensão de Atendimento - Valor eficaz de tensão elétrica no ponto de conexão, obtido

por meio de medição.

TC - Transformador de Corrente

TI - Tecnologia da Informação - Conjunto de atividades e soluções envolvendo hardware,

software, banco de dados, e redes que atuam para facilitar o acesso, análise e gerenciamento

de informações.

TL - Tensão de Leitura – Valor eficaz de tensão elétrica lida no medidor em um instante de

tempo.

TP - Transformador de Potencial

TR - Tensão de Referência - Valor de tensão elétrica utilizada como referência para

comparação com os valores de TL, devendo ser equivalente à tensão elétrica contratada

pelas unidades consumidoras.

VA - Volt-Ampère - Unidade de potência elétrica aparente

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CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO

Com o crescente desenvolvimento da indústria nos últimos anos, a exigência em relação

à confiabilidade, sensibilidade, seletividade e velocidade de atuação do sistema de

proteção tornou-se cada vez maior, a fim de afetar minimamente o processo produtivo.

Assim, a aplicação dos dispositivos de proteção e manobra no interior de um cubículo

blindado se faz cada vez mais presente, mostrando-se uma solução mais viável na

direção de modernização, em detrimento das antigas subestações em baia de alvenaria,

especialmente pela robustez e segurança oferecida frente a eventos comuns em

ambientes industriais, como acúmulo de poeira e jatos d’água, por exemplo, que podem

provocar a ocorrência de falhas1.

Esses tipos de consumidores industriais, bem como comerciais de grande porte, são

atendidos pelo sistema de distribuição em MT – Média Tensão2. Portanto, além das

exigências de norma, o painel deve atender aos requisitos da própria empresa

responsável pela distribuição, caso ele esteja instalado na entrada, com alimentação

direta oriunda da concessionária.

Assim, é fundamental que o consumidor opte por um fabricante que possa oferecer uma

solução adequada para sua realidade e necessidade, e que seja capaz de fornecer todo

tipo de suporte necessário dos pontos de vista técnico e comercial.

1.2. PROPOSTA

Este trabalho trata da análise técnico-econômica de um painel de média tensão com

padrão de entrada de energia da concessionária Light Serviços de Eletricidade S.A. que

é responsável pela distribuição de energia elétrica no município do Rio de Janeiro.

Será dado foco em projeto, execução e posicionamento de mercado. No TCC, serão

abordadas as etapas do processo de homologação da solução do fabricante junto à

1 Segundo a NBR 5462 (1994), falhas são ocorrências que impedem o equipamento, impossibilitando-o

de desempenhar sua função requerida [1]. 2 Conforme a NBR 14039 (2003), MT está compreendida entre os valores de 1 e 36,2 kV [5].

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2

concessionária, bem como o modelo de painel que foi desenvolvido para este tipo de

aplicação, mediante as condições estabelecidas pela Light e pela norma IEC 62271-200.

Na execução, serão observados os aspectos de engenharia na fabricação desses painéis,

lista de materiais e composição de custos. No posicionamento de mercado, será feito um

estudo de distribuição de market share3 e comparação com outras soluções no mercado.

Por fim, serão feitas proposições de valor para soluções futuras.

1.3. MOTIVAÇÃO

Os PMT - Painéis de Média Tensão fazem parte da demanda de praticamente todos os

clientes atendidos pelos fabricantes de equipamentos elétricos. Entretanto, quando eles

são utilizados para entrada de energia com padrão Light, o número de fabricantes

diminui, pois nem todos possuem uma solução homologada junto à concessionária.

Logo, o desenvolvimento de um layout para essa aplicação mostrou-se necessário para

implementação de novos projetos.

A grande motivação para a realização deste trabalho é o de obter uma transparência dos

processos, desde o projeto até a execução, e de entender onde os principais fabricantes

se encontram, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento técnico e comercial

desse mercado.

1.4. OBJETIVOS DO ESTUDO

1.4.1. Objetivos primários

O presente trabalho possui dois objetivos primários: 1º. apresentar os aspectos teóricos

dos PMT, envolvendo normas utilizadas, equipamentos de energia e automação

presentes na composição de uma solução e o portfólio do fabricante SIEMENS. 2º.

mostrar os requisitos exigidos pela Light para homologação de um PMT de entrada,

desenvolvendo dois modelos mediante esses requisitos e às exigências normativas.

3 Market share é a distribuição percentual de um determinado mercado de produtos ou serviços entre as

empresas fornecedoras, visando mostrar suas respectivas influências sobre esse nicho de atuação

(URBAN & CARTER, 1983) [38].

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1.4.2. Objetivos secundários

Este TCC possui dois objetivos secundários: 1º. realizar uma análise econômica sobre o

projeto de um PMT, mostrando os custos de fabricação e o estudo de market share do

produto no município do Rio de Janeiro. 2º. apresentar proposições de melhorias sob o

ponto de vista tecnológico, envolvendo o conceito de Indústria 4.0.

1.5. RELEVÂNCIA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O desenvolvimento de soluções para disposição dos equipamentos de proteção e

manobra na indústria é um tema atual e vem ganhando relevância dentro do contexto de

estudo dos fabricantes. A evolução de tecnologias que ajudaram a diminuir espaços

ocupados na área industrial e aumentar o nível de segurança contra possíveis causas de

defeitos4, como os painéis isolados a gás SF6 - Hexafluoreto de Enxofre

5, que foi uma

das grandes conquistas dos últimos anos, por exemplo.

O painel tem papel fundamental na operação do sistema industrial. A sua violação pode

provocar diversas consequências, como a ocorrência de curto-circuito, perda de carga e

explosão do equipamento. Além disso, ele pode abrigar em seu interior dispositivos que

realizem funções adicionais, como, por exemplo, a medição de qualidade, no que se

refere a harmônicos, auxiliando o consumidor a monitorar a energia pela qual ele está

pagando.

Por isso, continuar com frentes de pesquisas para melhorias técnicas e econômicas

significa fornecer ao consumidor soluções mais modernas, confiáveis e que lhes permita

acelerar sua produção, por um custo menor.

1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

No Brasil, existem diversas concessionárias de energia que gerem o sistema de

distribuição, em diferentes municípios. Foi escolhida, para a análise específica, a Light,

4 Segundo a NBR 5462 (1994), defeitos são quaisquer desvios de uma característica de um item em

relação aos seus requisitos [1]. 5 O SF6 é um composto químico inorgânico formado pelos elementos Enxofre e Flúor. É um gás incolor,

inodoro, não inflamável, não tóxico, mais pesado que o ar atmosférico, inerte e quimicamente estável,

usado em equipamentos elétricos, devido às suas excelentes características como meio isolante e de

extinção do arco elétrico. IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry (2005) [18].

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4

empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no município do Rio de

Janeiro. Como cada concessionária possui um padrão diferente de entrada para medição,

torna-se difícil estender esse estudo para outras regiões do país.

Outra limitação refere-se ao tipo de isolação e nível de tensão. O modelo estudado para

a homologação em questão é do tipo isolado a gás e até 24 kV. Para a inclusão de outros

tipos de solução, como painéis isolados a ar e com nível de tensão superior, é necessária

uma outra modelagem, acompanhada de um diferente procedimento de homologação.

1.7. ORGANIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho se encontra dividido em cinco capítulos, cujos conteúdos se

encontram descritos abaixo.

O Capítulo 1 apresenta a introdução do TCC, mostrando sua proposta, seu objetivo, a

motivação para sua realização, sua relevância e suas limitações.

No Capítulo 2, é realizada uma revisão bibliográfica com uma abordagem teórica sobre

PMT, ensaios, equipamentos de energia e automação que participam da composição de

um painel e apresentação do conceito de Indústria 4.0, visando mostrar as tecnologias

associadas a esse conceito e que podem ser aplicadas a um PMT. Também será

apresentado o portfólio do fabricante SIEMENS, bem como as regulamentações

propostas pela Light para homologação da solução junto à concessionária.

No Capítulo 3, são apresentadas a metodologia e classificação deste estudo.

No Capítulo 4 é exibida a modelagem desenvolvida para os painéis de entrada, os

procedimentos para homologação, a engenharia na fabricação, os mecanismos de

transferência de alimentação para o painel com entrada dupla, a lista de materiais

completa por coluna e a composição de custos. Também é apresentado o estudo de

market share e proposição de melhorias técnicas para os painéis no futuro.

O Capítulo 5 mostra a conclusão do trabalho com seus principais pontos de destaque.

Por fim, é apresentada a relação das referências bibliográficas utilizadas neste estudo.

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5

CAPÍTULO 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. PAINEL DE MÉDIA TENSÃO

2.1.1. Definição

De acordo com BARROS & GEDRA (2015), um painel é uma subestação blindada e

abrigada, ou seja, um conjunto de equipamentos de manobra, proteção e medição

conectados a um ou mais barramentos no interior de um invólucro metálico [9]. O nível

de tensão de sua aplicação vai depender especialmente dos dispositivos contidos em seu

interior. Se a especificação da sua classe de tensão estiver compreendida entre 1 e 36,2

kV, o painel pode ser considerado de média tensão.

Conforme KAGAN et al. (2005), o painel é responsável por direcionar o fluxo

energético, por interligar circuitos de alimentação de cargas em um mesmo nível de

tensão e também permite o secionamento dos circuitos, possibilitando a energização em

trechos menores [20]. A alimentação de um PMT em geral é oriunda de transformadores

abaixadores (da AT - Alta Tensão6 para a MT) e a sua saída pode alimentar tanto

transformadores abaixadores (da MT para a BT - Baixa Tensão7) quanto cargas maiores,

como CCM - Centros de Controle de Motores de média tensão. De acordo com

PETRUZELLA (2013), os CCM são painéis que abrigam os dispositivos de partida e

controle de velocidade desses motores, como inversores de frequência e soft starters

[28].

2.1.2. Classificação quanto à isolação elétrica

De acordo com a NBR IEC 60085 (2017), a isolação elétrica é feita através de materiais

de baixa condutividade, ou seja, que impedem a livre movimentação elétrons, usados

para separarem partes condutoras de diferentes potenciais elétricos em equipamentos

[6]. Podem ser de natureza sólida, líquida ou gasosa.

6 Segundo a NBR 14039 (2003), AT corresponde aos valores acima de 36,2 kV [5]. 7 De acordo a NBR 5410 (2004), BT corresponde aos valores abaixo de 1 kV [4].

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6

O PMT pode possuir dois tipos de isolação:

o Ar natural

Nessa configuração, tanto os elementos de proteção e manobra quanto o barramento

principal estão imersos no compartimento isolado a ar. Ocupam um espaço considerável

no local de instalação. Por outro lado, são flexíveis, pois em geral utilizam disjuntores

extraíveis, facilitando o processo em caso de manutenção ou retrofit8.

o Gás SF6

Nessa configuração, os elementos de proteção e manobra estão imersos no gás SF6 e o

barramento de alimentação pode estar ou não sob mesma condição. O SF6 é utilizado

por ser capaz de fornecer uma isolação elétrica 2,5 vezes maior do que o ar à pressão

atmosférica e uma extinção eficaz do arco elétrico.

Esse tipo de painel é indicado para locais onde exista limitação de espaço, pois são mais

compactos. Entretanto, podem ser menos flexíveis, uma vez que um problema detectado

em um dos elementos de manobra ou proteção poderia acarretar na troca de uma coluna

inteira, justamente pelo fato de haver possibilidade de vazamento do gás e, por

conseguinte, de perda de isolação. Por isso, a manutenção ou retrofit de equipamentos

individuais do interior do cubículo podem ficar dificultados nesse aspecto.

2.1.3. Ensaios necessários segundo a norma IEC 62271-200

Podem ser separados em duas categorias: de tipo e de rotina.

o Ensaios de tipo

Têm o objetivo de testar características de equipamentos de manobra e mecanismos de

comando, de seus equipamentos de operação e de seus dispositivos auxiliares. Dentre

eles, estão os de tensão nominal, nível de isolamento nominal, tensão aplicada em

frequência industrial (60 Hz) - 1 minuto, tensão suportável sob impulso atmosférico,

8 Retrofit é o termo usado para indicar a substituição de um equipamento por outro, seja por perda de vida

útil, mudança de fabricante ou modernização (GRAMS & CETNAROWSKI, 2014) [16].

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7

elevação de temperatura – corrente nominal de regime contínuo, corrente suportável

nominal de curta duração, valor de crista da corrente suportável nominal, tensão de

radiointerferência e compatibilidade eletromagnética.

o Ensaios de rotina

Os ensaios de rotina têm o objetivo de revelar falhas no material ou na construção. Estes

ensaios não prejudicam as propriedades e confiabilidade do objeto sob ensaio, e devem

ser realizados, na medida do possível, nas instalações do fabricante em cada

equipamento fabricado, para garantir que o produto está de acordo com o equipamento

aprovado nos ensaios de tipo. Dentre eles, estão os ensaios dielétricos9, ensaios em

circuitos auxiliares e de controle, medição da resistência dos circuitos, ensaio de

estanqueidade e verificações de projeto e visual.

Além dos ensaios citados, existem mais dois que merecem atenção especial: o ensaio de

arco elétrico e o de medição de descargas parciais.

Ensaio de arco elétrico

O arco é uma descarga elétrica entre dois eletrodos que ocorre, normalmente, através de

um meio isolante ionizado, causando sua ruptura.

Duração do arco elétrico

A Figura 2.1 mostra a curva característica de uma falha de arco ocasionada em um

PMT.

9 Ensaios dielétricos são aqueles realizados por meio da aplicação de uma tensão a um componente

elétrico que excede ao seu valor de operação normal. O objetivo é determinar se o isolamento de um

componente é adequado o suficiente para proteger o usuário contra os choques elétricos (SOUSA, 2015)

[37].

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8

Figura 2.1 - Propagação do arco ao longo do tempo [13].

1- A maior solicitação de pressão acontece nos primeiros 10 ms, chegando à

aproximadamente 600 hPa;

2- A primeira frente de onda pode causar danos severos ao cubículo;

3- A fase térmica10

se inicia após os 100 ms e se estende até a extinção completa do

arco.

Esse ensaio é considerado também como um ensaio de tipo e é obrigatório quando

aplicável. A IAC – Internal Arc Classification se aplica para os cubículos que se

enquadram nos critérios estabelecidos para proteção de pessoas na ocorrência de arco

interno, demonstrado por testes apropriados.

Condições de teste pré-estabelecidas

O protótipo deve estar totalmente equipado e todos os compartimentos devem ser

testados. Os valores padrão de duração são de 1 s, 0,5 s e 0,1 s. O SF6 pode ser

substituído por ar e o local de ignição e o fluxo de energia devem ser definidos.

Indicadores

São tecidos11

que indicam se o painel foi aprovado ou não no ensaio. Se eles não

incendiarem pela influência de gases quentes, o painel está aprovado. Caso eles

queimem durante o ensaio por influência de gases quentes, o painel está reprovado. O

10 Fase térmica é a etapa onde o arco alcança milhares de graus Celsius e os materiais do painel começam

a fundir, vaporizar e se decompor, resultando na geração de gases quentes, fogo e total perda dos

componentes internos (JÚNIOR & FERREIRA, 2015) [19]. 11

De acordo com a IEC 62271-200 (2007), esses indicadores são pedaços de pano que são presos às

grades de isolamento que circundam o painel durante o ensaio de arco elétrico. Funcionam como corpos

de prova e facilitam a percepção visual da eficácia do ensaio [2].

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9

resultado do teste ainda será satisfatório se houver comprovação de que os indicadores

pegaram fogo devido a partículas incandescentes e não por gases quentes.

A Tabela 2.1 mostra os tecidos utilizados para cada tipo de acessibilidade e as Figuras

2.2a e 2.2b ilustram os tecidos em detalhes e no momento do ensaio, respectivamente.

Tabela 2.1 - Indicadores por acessibilidade.

Acessibilidade Distância do Painel Tecido Área de

Cobertura

A 300 mm ± 15 mm Cretone preto (150 g/m²) 40% - 50%

B 100 mm ± 5 mm Linho preto (40 g/m²) 40% - 50%

Fonte: NBR IEC 62271-200:2007 [2].

Figuras 2.2: a - Indicador preso à grade de proteção; b - Indicadores espalhados pela grade

durante um ensaio de arco [13].

Duto de gases

Em casos onde o painel será instalado junto à parede, a IEC 62271-200 (2007) permite

que a subestação possua um duto para escape de gases quentes para uma região externa

ao local de instalação dos painéis, como mostra a Figura 2.3 [2].

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10

Figura 2.3 - Painel com duto de gases [13].

Critérios de aceitação

Segundo a IEC 62271-200 (2007), existem alguns critérios que precisam ser atendidos

para que o painel ensaiado possa ser considerado aprovado [2]. São eles: a não abertura

das chapas de fechamento e portas, a não fragmentação da estrutura, a inexistência de

buracos nos lados acessíveis até uma altura de 2 m, a não queimadura dos indicadores

devido a gases quentes, a limitação de deformações permanentes a uma distância menor

do que aquela à parede, o não direcionamento dos gases aquecidos à parede e a

permanência eficaz das conexões à terra.

Ensaio de medição de descargas parciais

É uma forma adequada de identificar defeitos no equipamento sob ensaio e é um

complemento aos ensaios dielétricos. Segundo CUENCA (2005), as descargas parciais

são sucessões de descargas elétricas incompletas, rápidas e intermitentes, da ordem de

nano segundos, que ocorrem pela proximidade entre duas partes condutoras de

eletricidade e um meio isolante, pelo efeito de ionização em cavidades gasosas [14].

Podem conduzir o dispositivo a uma degradação progressiva na rigidez dielétrica12

da

12

Segundo NEMÉSIO SOUSA (2018), é o valor da DDP - Diferença de Potencial para a qual um

dielétrico que esteja sujeito a uma DDP entre suas placas, crescente progressivamente, deixa de funcionar

como isolante sendo atravessado por uma corrente elétrica [26].

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11

isolação, em particular de isolantes sólidos e de compartimentos preenchidos com

fluido.

Circuito de ensaio trifásico

A finalidade do ensaio é estabelecer um limite para essas descargas, visando desacelerar

a perda de vida útil do equipamento. Usam-se três capacitores de acoplamento

conectados como mostra a Figura 2.5. Ao detector de descargas parciais são conectadas

três impedâncias de medição. A calibração do detector se dá através de pulsos de

corrente de pequena duração de carga conhecida injetados entre cada uma das fases por

vez por um lado, e o terra e as outras duas fases pelo outro lado. A calibração com

menor deflexão é utilizada para determinar a quantidade de descargas.

Figura 2.4 - Circuito de ensaio de descargas parciais [2].

Onde:

N é a conexão de neutro

E é a conexão de terra

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12

são terminais para conexão da fonte de tensão trifásica

são impedâncias do circuito de ensaio

é o capacitor de acoplamento

é a impedância de medição

D é o detector de descargas parciais

Procedimento de ensaio

De acordo com a IEC 62271-200 (2007), eleva-se a tensão à frequência industrial a um

valor de 1,3 ou

da tensão nominal, mantendo neste valor por pelo menos 10 s [2]. As

descargas parciais ocorridas nesse período devem ser desconsideradas. Então, reduz a

tensão à 1,1 ou

da tensão nominal e mede-se a quantidade de descargas parciais por

meio do detector. Os limites aceitáveis são de 10 pC a 1,1 da tensão nominal fase-fase

para sistemas solidamente aterrados e 100 pC a 1,1 da tensão nominal fase-terra para

sistemas sem neutro aterrado solidamente.

o Acessibilidade

Segundo a norma IEC 62271-200 (2007), existem três tipos: A, B e C [2].

A acessibilidade ‘A’ restringe-se apenas ao pessoal autorizado, como trabalhadores

qualificados ou capacitados e profissionais habilitados, com anuência formal da

empresa.

Conforme o item 8.1 da NR-10 – Norma Regulamentadora 10 (2004)13

, são

considerados trabalhadores qualificados aqueles que comprovam conclusão de curso

específico na área elétrica reconhecido pelo sistema oficial de ensino brasileiro. Já de

acordo com o item 8.3, trabalhadores capacitados são aqueles que, simultaneamente,

recebem capacitação e trabalham sob orientação e responsabilidade de profissional

habilitado e autorizado pela NR-10. Por fim, segundo o item 8.2, profissionais

13

Norma Regulamentadora é o conjunto de requisitos e procedimentos do Ministério do Trabalho e

Emprego, relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas,

públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela CLT - Consolidação das Leis do

Trabalho. A NR-10 trata da segurança em instalações e serviços em eletricidade (NUNES, 2016) [27].

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13

legalmente habilitados são os trabalhadores previamente qualificados e com registro no

competente conselho de classe [24].

O item 8.9 da NR-10 (2004) explicita que os trabalhadores com atividades não

relacionadas às instalações elétricas desenvolvidas em zona livre (área por onde

qualquer pessoa pode circular) e na vizinhança da zona controlada (onde o acesso é

permitido somente a trabalhadores autorizados) devem ser instruídos formalmente com

conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar

precauções cabíveis [24].

Já a acessibilidade ‘B’ é irrestrita e inclui o público geral. Utilizada em locais onde não

existe controle de acesso ou em locais onde há a livre e inadvertida circulação de

pessoas.

A classificação ‘C’ não é aplicável para painéis, visto que é prevista pela IEC 62271-

200 (2007) somente para equipamentos localizados em postes [2].

o Categorias de Perda de Continuidade de Serviço

A IEC 62271-200 (2007) define as categorias de perda de continuidade de serviço como

sendo as diferentes possibilidades de manter outros compartimentos e/ou unidades

funcionais energizadas quando um compartimento acessível é aberto, ou seja, se uma ou

mais colunas do painel permanecem em funcionamento quando uma outra coluna fica

desenergizada. São classificadas em LSC - Loss Service Continuity 1, 2 A e 2 B.

Na categoria LSC 1, se um compartimento acessível em uma unidade funcional estiver

aberto, pelo menos uma das unidades funcionais adjacentes deve ser desligada.

Na categoria LSC 2 A, se um compartimento acessível em uma unidade funcional

estiver aberto, todas as outras unidades funcionais permanecem em serviço

(energizadas).

Na categoria LSC 2 B, se um compartimento acessível em uma unidade funcional

estiver aberto, todas as outras unidades funcionais permanecem em serviço

(energizadas), bem como o compartimento de cabos e de barramento da unidade aberta.

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14

o Designação para placa de identificação

Segundo a IEC 62271-200 (2007), a placa de identificação deve conter, no mínimo, as

seguintes informações.

Classificação: IAC

Tipo de acesso: A, B ou C

Lado de acesso do painel: F (front) para acesso frontal, L (lateral) para acesso

lateral ou R (rear) para acesso traseiro.

Valor de teste da corrente suportável de curta duração: corrente (em kA) e

duração (em s).

A placa de identificação de um painel pode ser observada na Figura 2.4.

Figura 2.5 - Placa de identificação do PMT [13].

2.1.4. Índice de Proteção

Níveis de classes de proteção são padrões internacionais definidos pela IEC 60529

(2009) para classificar e avaliar o grau de proteção de produtos contra intrusão de

sólidos e de água [3]. Com isso, é possível determinar se o equipamento deve ser

instalado em ambiente interno ou externo e se é adequado a permanecer em atmosferas

agressivas, como por exemplo, exposto à maresia ou ambiente com suspensão de poeira.

O IP – Índice de Proteção de um equipamento é formado obrigatoriamente por dois

dígitos: o primeiro indica proteção contra sólidos e pode variar de 0 a 6 e o segundo

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indica proteção contra água e pode variar de 0 a 8, sempre em ordem crescente de nível

de proteção. A letra X também pode aparecer em qualquer um dos dois dígitos,

indicando que não há dados disponíveis para especificar um grau de proteção em

relação a um dos critérios. As Tabelas 2.2 e 2.3 indicam os dois tipos de proteção e seus

significados segundo seus algarismos.

Tabela 2.2 - Proteção contra sólidos.

Primeiro

Dígito Acesso às partes perigosas Ingresso de objetos sólidos

0 Não protegido Não protegido

1

O calibrador de acesso (esfera de

50 mm de diâmetro) deve ter uma

distância de isolamento das partes

perigosas apropriada

Protegido contra objetos sólidos

estranhos de diâmetro maior ou

igual a 50 mm

2

O dedo de prova normalizado de

12 mm de largura e 80 mm de

comprimento deve ter uma

distância de isolamento apropriada

das partes perigosas

Protegido contra objetos sólidos

estranhos de diâmetro maior ou

igual a 12,5 mm

3 Haste de 2,5 mm não deve

penetrar

Protegido contra objetos sólidos

estranhos de diâmetro maior ou

igual a 2,5 mm

4 Fio de 1 mm não deve penetrar

Protegido contra objetos sólidos

estranhos de diâmetro maior ou

igual a 1 mm

5 Fio de 1 mm não deve penetrar Protegido contra poeira

6 Fio de 1 mm não deve penetrar Totalmente protegido contra poeira

X Não há dados disponíveis para

especificar

Não há dados disponíveis para

especificar Fonte: NBR IEC 60529:2017 [3].

Tabela 2.3 - Proteção contra água.

Segundo

Dígito Proteção contra água

0 Não protegido

1 Gotejamento vertical

2 Gotejamento com 15º de inclinação

3 Água borrifada

4 Água esguichada

5 Jato d'água

6 Jato d'água forte

7 Submersão temporária

8 Submersão contínua

X Não há dados disponíveis para

especificar

Fonte: NBR IEC 60529:2017 [3].

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2.1.5. Principais equipamentos que compõem um painel

Dentre os diversos equipamentos que podem estar contidos em um painel, existem

aqueles que aparecem em quase todas as configurações e são de extrema relevância no

que diz respeito à proteção, medição e manobra. São eles: disjuntor, relé, chave

secionadora, TC – Transformador de Corrente, TP – Transformador de Potencial,

fusível e para-raios.

Disjuntor

Segundo NEMÉSIO SOUSA (2018) um equipamento capaz de interromper, estabelecer

e conduzir as correntes nominais de carga e suportar as correntes normais de operação e

as anormais especificadas. Também deve suportar os efeitos do arco elétrico e os efeitos

eletromagnéticos e mecânicos das correntes de faltas, além dos efeitos térmicos da

corrente estabelecida, e interromper o mais rapidamente possível as correntes de curtos-

circuitos, limitando assim possíveis danos causados ao sistema elétrico como um todo

[25].

Em relação ao método de extinção do arco elétrico, o disjuntor pode ser classificado

como a óleo isolante mineral, a ar comprimido, a sopro magnético, a semicondutores, a

SF6 e a vácuo. Os mais utilizados em PMT são os disjuntores a SF6 e a vácuo, por serem

seguros, duradouros, adequados para funcionamento em faixas de tensão mais elevadas

e por permitirem um número elevado de manobras (acima de 10.000).

o Disjuntor a SF6

A extinção ocorre através do sopro do gás pressurizado através de um pistão, gerando

um fluxo desse gás sobre o arco elétrico, resfriando o meio e deionizando o gás

localizado entre os contatos. A suportabilidade é restabelecida, impedindo uma nova

ignição. A Figura 2.6a. mostra o mecanismo de extinção e a 2.6b, o equipamento em si.

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17

Figuras 2.6: a - Vista da câmara de extinção; b - Disjuntor a SF6 [7].

o Disjuntor a vácuo

A priori, pode parecer impossível que um arco elétrico se estabeleça no vácuo, devido à

necessidade de um meio ionizado. Mas nesse caso, os íons e elétrons são oriundos da

evaporação de partículas metálicas dos contatos, devido à alta temperatura. Com a

sequência da operação, os contatos se separam e quando a corrente passa pelo zero, o

arco se extingue e as partículas metálicas retornam para a superfície dos contatos.

Praticamente não exige manutenção e, devido à falta de um meio de extinção líquido ou

gasoso, pode realizar religamentos automáticos múltiplos. A Figura 2.7a mostra a

estrutura do polo e 2.7b mostra o equipamento em si.

Figuras 2.7: a - Estrutura do polo; b - Disjuntor a vácuo [30].

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Relé de proteção

É um dispositivo capaz de sentir uma condição anormal do sistema e enviar um sinal de

comando para o disjuntor abrir seus contatos (sinal de trip) e interromper o

fornecimento de energia às cargas. Sua proteção ocorrerá para as funções de proteção,

segundo a IEC 61850 (2003), contidas em sua configuração, que podem ser de

sobrecorrente (50/51), sobretensão (59), subtensão (27), sobrefrequência (81), entre

outras [17]. Também podem ser responsáveis por emitir sinais de alarme. Os mais

utilizados na MT são os eletromecânicos e os digitais microprocessados inteligentes.

o Relé eletromecânico

É constituído basicamente por uma bobina, um contato móvel chamado de armadura,

um contato fixo e uma mola de resistência. Quanto maior for a corrente que atravessa a

bobina, maior será a força de atração do contato móvel em direção ao fixo gerada pelo

campo magnético criado, superando a força de resistência contrária da mola e

realizando assim a operação de fechamento. Praticamente foi deixado de ser usado em

novos painéis, especialmente pelo desgaste mecânico gerado pelo atrito dos seus

contatos, pela reduzida precisão e pela necessidade de comunicação dos equipamentos

de proteção com os de automação e com o sistema supervisório. Esse tipo de relé é

mostrado nas Figuras 2.8a e 2.8b.

Figuras 2.8: a - Esquema de um relé eletromecânico; b - Equipamento em si [36].

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o Relé digital microprocessado inteligente

Na atualidade é o de maior aplicação em PMT. Além de cumprir funções de proteção

como os outros relés, é capaz de se comunicar com sistemas de automação, integrando-

se com diversas partes de uma planta industrial através dos seus dados. Possui alta

confiabilidade e fácil manuseio, devido à presença de displays em sua montagem.

Também possui alta flexibilidade devido à sua parametrização, que pode ser realizada

via software para ajuste de qualquer característica desejada. A Figura 2.9 mostra esse

tipo de equipamento.

Figura 2.9 - Relé digital microprocessado inteligente [32].

Chave secionadora

É um equipamento de manobra que pode abrir e fechar um circuito quando uma

corrente de valor irrisório é interrompida ou estabelecida. Conduz correntes normais de

carga e correntes de curto-circuito por um determinado tempo. Também possui a função

de isolar equipamentos, para a realização de uma manutenção, por exemplo, e de

transferir circuitos, provendo maior flexibilidade ao esquema da subestação. Não é

capaz de interromper correntes de curto-circuito como os disjuntores. Uma vista de uma

chave secionadora pode ser observada na Figura 2.10.

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Figura 2.10 - Chave secionadora [31]

TC - Transformador de Corrente

É um equipamento que transforma o alto valor de corrente do circuito primário em

correntes de níveis acessíveis para os circuitos de proteção e controle conectados ao seu

secundário.

Quanto ao tipo de serviço, pode ser classificado como de proteção ou de medição. O TC

de proteção tem precisão reduzida e elevada corrente de saturação. Isso ocorre para que

a proteção possa atuar antes do núcleo saturar. Assim, possui aplicação favorecida em

condições de curto-circuito. Já o TC de medição possui elevada precisão e baixa

corrente de saturação. Isso ocorre para que, em condições de curto, o TC sature, gerando

uma proteção aos equipamentos conectados ao seu secundário. Assim, possui aplicação

favorecida em condições normais de carga. Ambos são encontrados em PMT.

Quanto às características construtivas, existem diversos tipos, como barra, bucha,

núcleo dividido, pedestal, entre outros. Para PMT, os mais utilizados são o tipo janela.

o Tipo janela

O primário é o próprio condutor onde se pretende medir a corrente e o secundário é

bobinado em torno do núcleo. Os TC tipo janela são utilizados em barramentos e cabos

e nas buchas de transformadores. A Figura 2.11a mostra o esquema de um TC tipo

janela e a 2.11b mostra esse equipamento instalado no interior de um cubículo blindado.

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21

Figuras 2.11: a - Esquema de um TC tipo janela; b - Aplicação do TC em cubículo blindado

[10].

TP - Transformador de Potencial

Instrumento utilizado para a medição de tensões. Ele reduz o nível de tensão do

enrolamento primário em relação ao secundário segundo uma relação de transformação

definida, possibilitando que instrumentos de medição, proteção e controle, como relés,

voltímetros e wattímetros sejam conectados no lado BT. É utilizado em diversas colunas

de um PMT e estão, assim como os TC, obrigatoriamente em um cubículo de medição e

faturamento. A Figura 2.12 mostra um TP unipolar isolado em resina moldada.

Figura 2.12 - Transformador de potencial [31].

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22

Fusível

É um dispositivo de proteção contra sobrecorrentes que é composto por um filamento

metálico no interior de um dielétrico que, quando percorrido por uma corrente de curto-

circuito superior àquela para qual o mesmo foi projetado, se funde, interrompendo a

passagem de corrente elétrica. O tipo mais utilizado em PMT é o HRC – High Rupture

Capacity, que fornece proteção contra arcos elétricos (BR FUSI, 2016). Sua aplicação é

observada em cubículos de transformadores ou de medição de tensão. A Figura 2.13

mostra uma visão geral do fusível.

Figura 2.13 - Fusível HRC [34].

Para-raios

É um equipamento de proteção contra surtos de tensão e descargas atmosféricas. É

responsável por conduzir as suas correntes subsequentes até a malha de aterramento,

impedindo que outros equipamentos sejam danificados. Esse caminho é feito através de

um varistor de óxido metálico, que é um dispositivo cuja resistência varia inversamente

com a tensão aplicada em seus terminais.

O tipo mais usado em PMT é o para-raios polimérico, como mostra a Figura 2.14. Isso

porque são resistentes à poluição ambiental devido ao seu invólucro de silicone,

impedindo o aparecimento de correntes superficiais e possuem bom desempenho em

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23

relação a falhas à terra. Pode ser utilizado em cubículos de secionamento, disjuntores ou

entrada de cabos.

Figura 2.14 - Para-raios polimérico para PMT [34].

2.2. AUTOMAÇÃO EM SUBESTAÇÕES

2.2.1. Aplicação

A automação no contexto da distribuição de energia tem a principal função de atribuir

ao sistema mais confiabilidade, uma vez que status de equipamentos se tornam dados,

que podem ser armazenados e analisados remotamente, reduzindo a necessidade de

operadores em campo para solucionar determinadas questões.

Nas subestações blindadas, os dispositivos de automação auxiliam no controle, proteção

e manutenção dos elementos que a compõem, além de se comunicarem com outros

equipamentos de uma planta industrial. Essa integração entre automação e energia é a

tendência que se desenha para o futuro.

2.2.2. Elementos de automação

Dentre os principais dispositivos clássicos de automação que podemos destacar no

contexto de distribuição de energia elétrica, estão:

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Remotas de campo

São dispositivos com entradas e saídas analógicas e digitais e que têm por função

aquisitar dados de sensores, válvulas, atuadores e enviar à camada de controle, uma vez

que não possuem qualquer tipo de processamento inteligente ou memória. São

chamadas de remotas por estarem fisicamente posicionadas em lugares de difícil acesso

na planta da instalação e por vezes longe dos controladores. A Figura 2.15 apresenta

uma vista de uma remota de campo.

Figura 2.15 - Remota de campo [33].

Switch de rede

Um switch pode ser visto como um equipamento capaz de compactar e estender

fisicamente pontos de rede. Nele chegam diversas entradas, que se concentram em um

único ponto e são roteadas para diversas saídas. Pode ser observado na Figura 2.16.

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Figura 2.16 - Switch de rede [33].

CLP - Controlador Lógico Programável

É um equipamento constituído por componentes eletrônicos, memória programável e

programas para ler e executar instruções, interagindo com o sistema a ser controlado

através de entradas e saídas analógicas e digitais. Em uma subestação, pode registrar

estados de dispositivos e medições de grandezas e encaminhá-las a um sistema

supervisório. Por exemplo, uma entrada analógica pode ser responsável pelo controle de

grandezas como tensão, corrente, frequência e temperatura, registrada via sensores e

medidores. Uma entrada digital pode ser responsável pelo controle de variáveis

discretas, como posição de secionadoras e disjuntores, onde seus status são

representados por valores binários, por exemplo: 0 para posição aberta e 1 para posição

fechada.

Os CLP fazem parte dos IED - Intelligent Electronic Devices, juntamente com os relés

microprocessados, realizando funções de proteção, controle e monitoramento de

sistemas elétricos. Suas principais vantagens são a flexibilidade, fácil gestão de falhas,

grande número de contatos, baixo custo, alta velocidade de operação, economia de

cabos e facilidade de programação. Sua imagem pode ser vista na Figura 2.17.

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Figura 2.17 - Controlador Lógico Programável [33].

IHM – Interface Homem-Máquina

É um dispositivo que também faz parte da família dos IED, com display e botões que

facilitam a comunicação entre operadores em campo e outros dispositivos de

automação. Consegue se comunicar, por exemplo, com os CLP. Ao invés de o operador

entrar no software para alterar o estado de um disjuntor, ele pode fazer isso através da

IHM, que é mais intuitiva e ilustrativa. Além disso, o diagnóstico de falhas se torna

mais explícito através de alarmes que aparecem na tela da IHM. Pode ser vista na Figura

2.18.

Figura 2.18 - Interface Homem-Máquina [33].

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SCADA - Supervisory Control and Data Acquisition

É um sistema de monitoramento e supervisão de variáveis de controle oriundas de

diversas partes de uma subestação ou planta industrial, que se conectam através de um

servidor. Por exemplo, se em um painel existir um CLP controlando a manobra de um

equipamento, essa informação é registrada e transmitida ao SCADA. Ao mesmo tempo,

em outro painel posicionado em diferente local na fábrica pode existir outro dispositivo

de controle, enviando informações a esse mesmo sistema. Com essa ampla base de

dados, que passa por status de variáveis, lista de eventos e alarmes, o operador tem

acesso a uma visão superior do sistema, possibilitando que melhores soluções possam

ser adotadas em caso de falha. O sistema pode ser observado através do digrama unifilar

da Figura 2.19.

Figura 2.19 - Interface do SCADA [33].

GPS – Global Positioning System

O GPS é utilizado para determinar a posição de um receptor na superfície da Terra ou

em órbita. No caso das subestações, sua aplicação se dá especialmente para sincronizar

todos os IED em relação ao tempo, tendo hora e data comuns, para que atuem de forma

integrada. Pode ser observado na Figura 2.20.

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Figura 2.20 – GPS [33].

Protocolo de comunicação

Protocolo é um conjunto de convenções e padrões a serem seguidos em relação ao

tratamento e formatação dos dados em um processo de comunicação. É o ‘idioma’ que

um dispositivo inteligente (CLP, Relé microprocessado, IHM) usa para se comunicar

com outro e com o supervisório (SCADA). Além disso, o protocolo divide os dados que

serão transmitidos pela rede através de pacotes, onde há informações de endereçamento

que informam a sua origem e destino.

Dentre os protocolos mais usados estão Modbus TCP, Modbus RTU, Profibus, Profinet,

DeviceNet, Ethernet IP e IEC 61850.

Gateway

É um dispositivo que interconecta redes com diferentes tecnologias de protocolo de

comunicação, por meio da realização de conversões desses protocolos. Funciona como

um ‘tradutor’, ou seja, é aplicável quando se deseja estabelecer a comunicação entre

equipamentos que utilizem protocolos de rede distintos. O gateway pode ser observado

na Figura 2.21.

Figura 2.21 - Gateway [33].

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2.2.3. Indústria 4.0

Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial é uma expressão que engloba algumas

tecnologias para automação e troca de dados, facilitando a visão e execução de ‘fábricas

inteligentes’ com as suas estruturas modulares. Os sistemas ciber-físicos monitoram os

processos físicos, criam uma cópia virtual do mundo físico e tomam decisões

descentralizadas. Essa ideia começou a se desenvolver a partir do crescimento dos

níveis de produção no mundo e de exigência dos clientes, especialmente quanto à

qualidade, rapidez e customização de produtos e serviços.

Por ter grande influência sobre a cadeia de produção, os sistemas de distribuição de

energia passaram a ser cada vez mais modernizados, recebendo contínuos investimentos

das indústrias de forma a torná-los mais confiáveis a ponto de impedir que eles

paralisem ou atrasem seus processos, o que lhes acarretaria uma perda de receita.

Nesse contexto, a integração da automação com sistemas de energia e troca de dados

utiliza conceitos de IoT - Internet of Things, Big Data e Computação em Nuvem, que

facilitam o monitoramento e controle de parâmetros e a manutenção de equipamentos.

IoT - Internet of Things

É uma rede de dispositivos que utilizam tecnologia embarcada, softwares, sensores,

atuadores e conectam-se entre si, trocando dados. Isso permite que sistemas possam ser

controlados de forma mais eficiente e econômica, necessitando cada vez menos da

intervenção humana nos processos.

Existe uma variada gama de aplicações de IoT, como na área de transportes, ajudando

na redução do nível de consumo de combustíveis, infraestrutura de cidades, tornando

mais fácil a gestão de lixos e resíduos, e até mesmo em residências, onde aparelhos

eletrodomésticos são desligados automaticamente em horário de ponta para reduzir o

preço da conta de energia do consumidor.

A utilização de IoT em sistemas de distribuição de energia industriais ocorre

especialmente no diagnóstico de falhas através do monitoramento de parâmetros físicos,

como corrente, tensão, pressão, vibração e temperatura. Isso facilita a detecção da

necessidade de substituição de possíveis componentes que estejam chegando ao fim de

suas vidas úteis, por exemplo.

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Big Data

É um termo utilizado na atualidade para nomear conjuntos de dados muito grandes e

complexos, onde aplicativos de processamento de dados tradicionais possuem

dificuldade de tratá-los. Os grandes desafios incluem: análise, captura, curadoria de

dados, pesquisa, compartilhamento, armazenamento, transferência, visualização e

informações sobre privacidade dos dados.

Uma maior precisão nos dados pode levar à tomada de decisões com mais confiança.

Além disso, melhores decisões podem significar maior eficiência operacional, redução

de risco e de custos. A análise adequada desses dados permite também encontrar novas

tendências, estabelecendo relações de causa e consequência que permitem explicar

fenômenos que antes não podiam ser justificados.

Computação em nuvem

À medida que a utilização da internet foi crescendo e que o volume de dados aumentou,

foi-se tornando cada vez mais difícil para os sistemas de hardware e software existentes

suportar e gerir tamanha carga de informação. Assim, viu-se necessário desenvolver um

ambiente capaz de reter toda essa quantidade de dados e, acima de tudo, tratá-los, de

forma a gerar relatórios e diagnósticos com rapidez e eficiência.

As grandes vantagens de utilização da nuvem são a comunicação externa e superior ao

supervisório e o processamento de dados em alta capacidade, o que proporciona a

possibilidade de tomadas de decisão descentralizadas. Pode-se pensar em um exemplo:

Um equipamento tem sua vibração mecânica monitorada através de um aplicativo em

nuvem no Brasil. Suponha-se que houve alguma falha nesse equipamento. O aplicativo

utilizará os dados inseridos na nuvem de todas as localidades do mundo e identificará

onde o problema ocorreu, qual foi a causa e qual solução foi tomada. Ou seja, além da

manutenção preventiva, por aplicação de técnicas preditivas, que pode ser feita através

do monitoramento constante do parâmetro analisado, a prescrição das providências de

manutenção também se torna facilitada, em caso de defeito ou falha.

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31

2.3. PORTFÓLIO SIEMENS

Como foco de estudo deste trabalho, foi escolhido o modelo de painel a SF6 SIMOSEC,

do fabricante SIEMENS. Ele pode ser observado na Figura 2.22.

Figura 2.22 - Painel SIMOSEC [31].

2.3.1. Características técnicas

São cubículos ensaiados conforme IEC 62271-200 (2007), de categoria de perda de

continuidade de serviço LSC 2A em invólucro metálico, ou seja, se um compartimento

acessível em uma unidade funcional está aberto, todas as outras unidades funcionais

permanecem energizadas e em serviço exceto no caso do compartimento de barramento

principal do conjunto de manobra e controle de um único barramento, o qual, quando

aberto, impede a continuidade do serviço.

Apresenta classificação IAC (arco interno), acessibilidade ‘A’, locais de acesso ao

painel FLR (pela frente, pela lateral e por trás), valores de teste da corrente suportável

de curta duração de 20 kA em 1s, IP 2X e possui sistema capacitivo de detecção de

tensão para verificação de sua ausência.

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O barramento e a conexão de cabos estão isolados a ar, porém os equipamentos de

proteção e manobra estão imersos em , permitindo que o painel possua um design

compacto. O painel também possui sistema de intertravamento mecânico contra

manobras realizadas de maneira incorreta.

Os demais dados técnicos básicos podem ser observados na Tabela 2.4.

Tabela 2.4 - Dados técnicos do PMT SIMOSEC.

Fonte: Catálogo SIMOSEC [31].

O aterramento do painel é feito através de dois dispositivos: da barra para a terra e da

faca à terra. A primeira interliga todas as colunas do painel, conectando a carcaça e o

cabeamento interno à malha de terra da instalação. A segunda é um dispositivo utilizado

para aterrar cargas em um cubículo de saída, devendo ser acionada depois que o

disjuntor for aberto, ou aterrar a entrada em um cubículo de entrada, devendo ser

acionada com a alimentação desenergizada. Esta configuração elimina alguma tensão

induzida que possa ter ficado armazenada nas cargas e evita que o técnico de

manutenção receba a descarga dessa tensão.

2.3.2. Tipos de cubículos do SIMOSEC

A SIEMENS apresenta diferentes códigos para seus cubículos do painel SIMOSEC,

visando facilitar o desenvolvimento de suas soluções e também a posterior montagem

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em fábrica. Nesta Seção serão apresentadas apenas as opções de código que foram

utilizadas para as modelagens propostas na Seção 4.1.1.

Cubículo K1

É o cubículo de entrada de cabos que pode ser ligado a um barramento de 630 A ou

1.250 A. Ele possui 500 mm de largura e tem como itens opcionais um sistema de

detecção de tensão capacitivo, ponto fixo para aterramento, TC, para-raios, cabo e

segundo cabo. Seu esquemático pode ser observado na Figura 2.23.

Figura 2.23 - Esquemático do cubículo K1 [31].

Cubículo R(T)

É o cubículo de secionamento do barramento de 630 A. Possui 375 mm de largura e

uma chave secionadora de três posições com carga. Pode apresentar como opções um

sistema de detecção de tensão capacitivo adicional, TC e TP. Seu esquemático pode ser

observado na Figura 2.24.

Figura 2.24 - Esquemático do cubículo R(T) [31].

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Cubículo R1

É o cubículo de secionamento do barramento de 630 A de 500 mm de largura. Possui

uma chave secionadora de três posições com carga. Pode apresentar como opções um

sistema de detecção de tensão capacitivo adicional, TC, TP e para-raios. Seu

esquemático pode ser visto na Figura 2.25.

Figura 2.25 - Esquemático do cubículo R1 [31].

Cubículo M(-K)

Cubículo para medição de qualidade de energia. Possui 750 mm, TC, TP, medidor de

qualidade de energia e itens opcionais, como sistema de detecção de tensão capacitivo e

ponto fixo para aterramento do barramento, como mostra o esquemático da Figura 2.26.

Figura 2.26 - Esquemático do cubículo M(-K) [31].

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35

Cubículo M

É o cubículo onde ocorrerá a medição para faturamento. Possui 750 mm de largura e

tem como opções um sistema de detecção de tensão capacitivo e ponto fixo para

aterramento. Possui também TC e TP, onde o fornecimento será de responsabilidade da

concessionária. A Figura 2.27 ilustra o esquemático do cubículo em questão.

Figura 2.27 - Esquemático do cubículo M [31].

Cubículo H

É o cubículo de transição, que levará os cabos da parte inferior do painel da coluna de

medição até a parte superior para a saída com o disjuntor. Possui uma largura de 375

mm e tem como opções um sistema de detecção de tensão capacitivo, ponto fixo de

aterramento, TC e TP, como mostra o esquemático da Figura 2.28.

Figura 2.28 - Esquemático do cubículo H [31].

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Cubículo L

Esse cubículo será o que irá conter o disjuntor de saída do painel, correspondendo assim

à última coluna. Sua largura é de 500 mm e contém uma chave secionadora de três

posições e um disjuntor a vácuo. Existem também itens opcionais, como o sistema de

detecção de tensão capacitivo, ponto fixo de aterramento, TC, TP, chave de aterramento

com capacidade de estabelecimento, para-raios e cabos (não inclusos no material

fornecido). O esquemático pode ser visto na Figura 2.29.

Figura 2.29 - Esquemático do cubículo L [31].

A lista completa de materiais por coluna será vista na Seção 4.2.3.

2.4. REQUISITOS EXIGIDOS PELA LIGHT

2.4.1. Terminologia e definições

Antes de entender o que a Light requer para o modelo dos painéis, é necessário entender

as definições de consumidor, instalação de entrada e ponto de entrega, segundo a

RECON MT – Regulamentação para Fornecimento de Energia Elétrica a Consumidores

em Média Tensão (2016), elaborada pela concessionária [22].

Consumidor é a pessoa física ou jurídica, de iniciativa pública ou privada, que solicite

a contratação para o fornecimento de energia elétrica à distribuidora, assumindo as

obrigações decorrentes segundo normas e contratos.

Instalação de entrada é o conjunto de equipamentos que constituem uma estrutura

elétrica de manobra, medição e proteção, instalada junto ao limite de propriedade com a

via pública para permitir a conexão da carga com a rede da Light.

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O ponto de entrega é considerado como o ponto de conexão dos terminais do ramal no

barramento da subestação blindada, devendo a subestação estar situada no limite da

propriedade com a via pública, considerando o acesso principal ou no máximo três

metros desse limite. O consumidor é responsável pela infraestrutura interna a partir do

limite de propriedade para receber o ramal de entrada, bem como pelos equipamentos e

instalações necessárias para manobra, proteção, transformação e outros.

2.4.2. Tensões e limite de demanda de atendimento

As TR - Tensões de Referência que a Light pratica na sua área de concessão são de 6,3

kV, 13,8 kV, 25 kV e 34,5 kV. As TA - Tensões de Atendimento podem ser

classificadas em adequadas, críticas e precárias, de acordo com o grau de afastamento

da TL - Tensão de Leitura em relação à TR, como mostra a Tabela 2.5.

Tabela 2.5 - Classificação de tensões de acordo com suas faixas de variação.

Classificação da

TA Faixa de variação da TL em relação à TR

Adequada 0,93 TR ≤ TL ≤ 1,05 TR

Precária 0,90 TR ≤ TL < 0,93 TR

Crítica TL < 0,9 TR ou TL > 1,05 TR

Fonte: RECON MT (2016) [22].

O limite de atendimento da demanda é de 2.500 kW. Caso a demanda seja superior a

esse valor, a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, no artigo 12 - inciso IV da

Resolução 414 (2010) [8], determina que a tensão primária de alimentação seja superior

a 69 kV.

2.4.3. Localização das subestações

A subestação deve ser instalada no pavimento térreo ao nível da rua, em ambiente seco

e em condições que permita o livre acesso da Light a qualquer tempo. De acordo com o

RECON MT (2016), não é permitida a instalação em subsolo ou local que possa ser

inundado [22]. Entretanto, com avaliação e autorização da concessionária, poderá ser

instalada em superfície do primeiro andar (mezanino), uma vez que a distância máxima

aceitável a partir do limite de propriedade tenha sido obedecida.

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2.4.4. Proteção geral de entrada

A proteção geral de entrada das subestações deve contemplar obrigatoriamente as

funções de sobrecorrente (50/51 e 50/51N) e deve ser efetivada exclusivamente através

de relés secundários eletrônicos digitais, acionando o disjuntor tripolar na MT

localizado a jusante da medição. Estes relés devem possibilitar o ajuste mínimo para

corrente de 20 A na unidade temporizada de neutro. Conforme o RECON MT (2016),

não é aceita a utilização de CLP para a função de proteção, bem como relés primários

na proteção de entrada [22].

Já para as sobretensões, a proteção deverá ser realizada através da adoção de

dispositivos contra surtos de tensão nominal, com características técnicas compatíveis

para a tensão do atendimento, que são os para-raios poliméricos. Eles devem

proporcionar a segurança de pessoas, animais, instalações e equipamentos, contra

tensões induzidas, elevação de potencial oriunda de faltas a terra no lado de maior

tensão da própria instalação ou das configurações elétricas próximas. A utilização de

para-raios é obrigatória quando a alimentação do painel ocorre via rede aérea, devido a

possíveis propagações de descargas atmosféricas pela rede. Se a alimentação for

subterrânea, o para-raios pode não ser utilizado.

Os circuitos de controle e proteção devem ser alimentados através de bancos de baterias

em corrente contínua. Isso se dá para que, em caso de falta de energia, os dispositivos

permaneçam em funcionamento.

2.4.5. Medição de faturamento e qualidade de energia

A medição de faturamento deve ocorrer no lado de média tensão, com medidor, TC, TP

e demais componentes fornecidos e instalados pela concessionária. É de

responsabilidade do consumidor a conservação de selos, lacres e dispositivos de

segurança instalados pela Light na sua subestação particular. O módulo de medição

deverá ser projetado prevendo a instalação de medição a três elementos (3 TC e 3 TP) e

deve estar a montante da proteção geral de entrada da subestação.

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39

O módulo de medição de qualidade de energia14

deve ser instalado ao lado e

imediatamente após, física e eletricamente, do módulo de medição de faturamento,

estando os cubículos de medição de faturamento e de medição de qualidade instalados

entre chaves secionadoras com posição de aterramento voltada para o lado da carga. A

medição de qualidade também será sempre efetivada em sistema a três elementos (3 TC

e 3 TP), sendo esses de instalação e fornecimento de responsabilidade do consumidor.

Esse tipo de medição é obrigatório em clientes que possuem geradores próprios no

interior de suas instalações.

14

Segundo MEHL (2004), o módulo de medição de qualidade de energia é responsável por avaliar um

conjunto de parâmetros (nível de tensão, distorções de sinal devido a componentes harmônicas e

interrupções de serviço, por exemplo) que determinam se a energia elétrica que está sendo fornecida ao

consumidor é boa ou ruim [23].

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CAPÍTULO 3

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. INTRODUÇÃO

No presente capítulo, será abordada a metodologia de estudo adotada para a elaboração

do trabalho. A pesquisa também será classificada de acordo com definições encontradas

em literatura.

3.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA

O estudo propõe a discussão de modelos de um painel elétrico de média tensão isolado a

gás com entrada de medição padrão Light, tendo como base uma solução SIEMENS.

Serão levantados aspectos técnicos do painel, em termos de corrente, tensão, isolação e

proteção, e também comerciais, como custo de fabricação e levantamento de mercado.

Também será explicado como ocorre o processo de validação do modelo na

concessionária e por fim será feita uma proposição para futuro envolvimento da solução

no conceito de digitalização. Portanto, antes do trabalho ser iniciado, foi feita uma

pesquisa bibliográfica para ajudar no entendimento geral do tema, abordando os

seguintes tópicos:

Definição de PMT;

Ensaios necessários previstos em norma para a certificação de um painel;

Definição e detalhamento de equipamentos de energia que compõem o painel;

Definição e detalhamento de equipamentos de automação que podem compor o

painel;

Exploração de conceitos ligados à Indústria 4.0;

Portfólio SIEMENS;

Exigências da Light;

3.3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÕES DE PESQUISA

Dentre as várias definições de pesquisa existentes, para GIL (2002), é o processo

organizado e formal no que se refere ao desenrolar da metodologia científica e tem

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como principal finalidade encontrar soluções para problemas aplicando procedimentos

científicos.

A pesquisa não visa simplesmente reproduzir um conhecimento prévio sobre uma

determinada área, e sim produzir um novo ou propor outra abordagem sobre

determinada temática. Assim, possui papel fundamental no contínuo desenvolvimento

da humanidade.

Em relação à classificação, a pesquisa pode ser avaliada quanto à natureza, em básica e

aplicada; quanto aos objetivos, em exploratória, descritiva e explicativa, quanto à forma

de abordagem, em quantitativa e qualitativa; e quanto aos procedimentos técnicos, em

bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso, ex post facto,

pesquisa de ação e participante.

Logo, a pesquisa é categorizada das seguintes maneiras:

Quanto à natureza, segundo SILVA & MENEZES (2005):

o Pesquisa Básica – tem por finalidade produzir conhecimentos úteis que

contribuam para o desenvolvimento científico sem aplicação prática prevista.

o Pesquisa Aplicada – tem por objetivo proporcionar conhecimentos

visando aplicação prática, para a resolução de problemas específicos.

Quanto aos objetivos, de acordo com GIL (2002):

o Pesquisa Exploratória – objetiva a familiarização com o problema de

forma a explicitá-lo ou a proporcionar o levantamento de hipóteses através de

buscas bibliográficas, entrevistas com pessoas especializadas e análise de

exemplos que facilitem o entendimento. Em geral, assume as formas de

Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.

o Pesquisa Descritiva – tem por intuito promover a descrição de

características de determinados fenômenos ou eventos e procurar relações entre

variáveis. Envolve técnicas com padrão definido para a aquisição de dados,

como a observação sistemática e questionários. Usualmente assume a forma de

Levantamento.

o Pesquisa Explicativa – visa identificar razões que contribuem para o

acontecimento de determinados eventos, aprofundando o conhecimento da

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42

realidade através de justificativas propostas. Geralmente assume as formas de

Pesquisa Experimental e Ex Post Facto.

Quanto à forma de abordagem, segundo SILVA & MENEZES (2005):

o Pesquisa Quantitativa – Traduz em números opiniões e informações

para estabelecer uma análise e classificá-las.

o Pesquisa Qualitativa – Propõe que exista um vínculo dinâmico e

inseparável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, impossibilitando

que essa relação seja traduzida em números.

Quanto aos procedimentos técnicos, de acordo com GIL (2002):

o Pesquisa Bibliográfica – quando elaborada com base em material

previamente publicado, disponível em livros, artigos de periódicos e na internet.

o Pesquisa Documental – quando elaborada baseada em materiais que não

passaram por tratamento analítico.

o Pesquisa Experimental – quando são estabelecidos o objeto de estudo,

seus parâmetros de influência e as formas de controle e de observação das

consequências que essas variáveis acarretam ao objeto.

o Levantamento – quando ocorre a interrogação direta de pessoas cujo

comportamento se deseja conhecer.

o Estudo de caso – quando envolve um estudo aprofundado de um ou

poucos objetos de forma a permitir o seu vasto e minucioso conhecimento.

o Pesquisa Ex Post Facto – quando o estudo é realizado após a ocorrência

dos fatos.

o Pesquisa de Ação – quando é concebida em conjunto com uma ação ou

resolução de um problema coletivo.

o Pesquisa Participante – quando é realizada através da interação de

pesquisadores com membros das situações investigadas.

3.4. CLASSIFICAÇÃO DA PRESENTE PESQUISA

Considerando as categorias e as definições de acordo com os diferentes critérios de

avaliação previamente abordados, a pesquisa em questão pode ser classificada como:

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Aplicada, pois lida com aplicações práticas e reais, observadas especialmente na

indústria e no grande comércio.

Exploratória, já que parte desde a configuração de um modelo para o painel até

o levantamento de hipóteses que justifiquem o posicionamento mercadológico

do fabricante.

Qualitativa, pois apesar de possuir um viés de estudo estatístico mercadológico

breve, o trabalho abrange majoritariamente a área técnica, com grande

importância dada à pesquisa bibliográfica.

Estudo de caso, pois foca no desenvolvimento de dois modelos específicos de

painéis em média tensão para atender exigências da concessionária de energia do

município do Rio de Janeiro.

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44

CAPÍTULO 4

4. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

4.1. PROJETO

4.1.1. Modelos de painel desenvolvidos

Considerando as exigências da IEC 62271-200 (2007) e os requisitos do RECON MT

(2016) da Light, foram desenvolvidos dois modelos de painéis: um para entrada em

alimentação simples e um para entrada em alimentação dupla. As vistas frontais dos

painéis de entrada simples e dupla podem ser observadas nas Figuras 4.1 e 4.2,

respectivamente. A vista lateral, comum às duas configurações, pode ser observada na

Figura 4.3. Os diagramas unifilares para entrada simples e dupla podem ser observados

nas Figuras 4.4 e 4.5, respectivamente.

Figura 4.1 - Vista frontal do painel de entrada simples [29].

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Figura 4.2 - Vista frontal do painel de entrada dupla [29].

Figura 4.3 - Vista lateral do painel, comum a ambos os modelos [29].

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46

Figura 4.4 - Unifilar do painel com entrada simples [29].

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Figura 4.5 - Unifilar do painel com entrada dupla [29].

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48

4.1.2. Procedimentos para homologação

O processo de homologação é composto das seguintes etapas:

Manifestação do fabricante em participar do processo;

Apresentação de toda a documentação legal, técnica em pasta padrão do

fabricante acompanhada de carta de apresentação e solicitação de análise para

homologação do produto;

Análise da Light da documentação legal e técnica;

Validação da documentação legal e técnica;

Após a validação da documentação legal e técnica, deverá ser apresentado um

protótipo completo da subestação blindada no padrão Light;

Validação do protótipo por parte da Light;

Após a validação do protótipo, o fabricante estará autorizado para realização dos

ensaios conforme IEC 62271-200;

Validação dos relatórios de ensaios;

Liberação para comercialização.

Documentação exigida para homologação

Cópia autenticada do registro da empresa na área de engenharia elétrica,

classificando a empresa como fabricante de painéis elétricos em MT, junto ao

CREA/RJ – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro;

Cópia autenticada do registro ou anotação junto ao CREA/RJ do profissional

habilitado;

Identificação e qualificação do RT - Responsável Técnico da empresa,

juntamente com cópia do contrato de trabalho dele;

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Cópia autenticada da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica de cargo e

função do RT de engenharia elétrica da empresa junto ao CREA da região.

Duas cópias do caderno de desenhos contendo diagrama elétrico funcional

unifilar e trifilar, diagramas de controle e proteção, arranjos eletromecânicos dos

cubículos com cortes e detalhes, especificação técnica dos equipamentos e dos

materiais empregados na subestação, tipo de chapa, espessura, tratamento

anticorrosivo, pintura e descritivo de operação e de todos os intertravamento

elétricos e mecânicos.

Apresentação de protótipo e relatório de ensaios

Com a documentação apresentada, o fabricante deverá construir um protótipo com o

arranjo proposto a ser disponibilizado na fábrica ou sobre veículo em local determinado

pela concessionária de forma a ser submetido à inspeção de conformidade normativa.

Após a aprovação do referido protótipo pela Light, ele será liberado para ser enviado

pelo fabricante aos laboratórios para a realização dos ensaios.

Os ensaios devem ser realizados pelo CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica,

conforme IEC 62271-200 (2007) e devem ser agendados pelo fabricante, possuindo o

acompanhamento de profissionais indicados pela concessionária. O relatório deve

conter os resultados dos ensaios de tipo e do ensaio de arco elétrico interno.

4.2. EXECUÇÃO

4.2.1. Engenharia na fabricação

A fabricação é dividida em duas disciplinas: mecânica e elétrica. A mecânica cuida da

sustentação física e montagem de chaparia e a elétrica é responsável pela alocação dos

equipamentos no interior dos cubículos e pelas lógicas de comando, acionamento e

sinalização propostas no painel, seguindo exigências de segurança da NR-10 (2004)

[24].

4.2.2. Transferência de alimentação

A entrada dupla permite que, no caso de um barramento de alimentação ficar

impossibilitado de executar sua função, o outro possa fazê-la sem prejuízos para a

continuidade do serviço. Para isso, um sistema de transferência de barras rápido e

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confiável se faz necessário e deve executar uma sequência de comandos sob diferentes

cenários, como condições de subtensão, inrush15

e curto-circuito. Essa transferência é

feita através de chave secionadora motorizada de funcionamento sob carga e pode

ocorrer de forma eletromanual, semiautomática e automática.

Para o projeto desenvolvido nesse trabalho em específico, utilizaram-se as

terminologias referenciadas na Figura 4.5.

Transferência eletromanual

Tem como objetivo a operação de abertura e/ou fechamento do alimentador

correspondente, atendidas as definições do sistema de comando e de bloqueios,

mudando, por exemplo, do alimentador preferencial (desenergizado repentinamente)

para o reserva através de botoeiras instaladas na parte frontal do painel. O acionamento

mecânico através de alavancas ficará indisponível, travado por cadeados no padrão da

concessionária.

o Condição de subtensão

Inicia-se a transferência para o outro ramal de entrada, através de acionamento

por botão vermelho instalado na porta da coluna =K01;

Desde que a entrada reserva não esteja com subtensão e a função de bloqueio

não esteja em atuação, é partida a transferência;

Será realizada a abertura da secionadora da entrada atual, e logo após o

fechamento, da secionadora da entrada reserva.

o Condição de inrush

O relé de proteção é configurado de modo a comparar a atuação da

sobrecorrente com a presença de tensão evitando que correntes de inrush

(magnetização) não bloqueiem a transferência.

O mesmo é válido para os modos semiautomático e automático.

15 De acordo com KAKNEVICIUS & HOOVER (2015), inrush é a corrente elétrica que surge a partir da

energização de um equipamento. Essa corrente inicial é muito superior à corrente estável dos dispositivos

e pode exceder a capacidade dos contatos de baixa potência, danificando componentes ligados ao circuito,

como por exemplo, chaves secionadoras [21].

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o Condição de curto-circuito

O relé de proteção é configurado para atuações em curtos-circuitos monofásicos,

bifásicos e trifásicos (funções 50/51). Considera-se atuação de curto-circuito

essas funções associadas à condição de subtensão;

Após a atuação, a transferência será bloqueada e sua normalização deve ocorrer

de forma manual através de botão frontal do relé.

O mesmo é válido para os modos semiautomático e automático.

Transferência semiautomática

Tem como objetivo a operação de abertura e/ou fechamento do alimentador

correspondente, atendidas as definições do sistema de comando e de bloqueios,

mudando, por exemplo, do alimentador preferencial (desenergizado repentinamente)

para o reserva e sem retorno automático ao alimentador preferencial quando do seu

restabelecimento. O retorno automático somente ocorrerá quando da falta do

alimentador reserva.

o Condição de subtensão

Inicia-se a transferência após o relé de subtensão instalado na entrada principal

atuar;

Desde que a entrada reserva não esteja com subtensão e a função de bloqueio

não esteja atuada, é partida a temporização (temporização de 45 segundos para

rede aérea ou 10 segundos para rede subterrânea) para transferência;

Será realizada a abertura da secionadora da entrada atual e logo após o

fechamento da secionadora da entrada reserva;

Somente ocorrerá o retorno em caso de subtensão na linha atual e desde que a

linha de retorno atenda as condições anteriores.

Transferência automática

Tem como objetivo a operação de abertura e/ou fechamento do alimentador

correspondente, atendidas as definições do sistema de comando e de bloqueios,

mudando, por exemplo, do alimentador preferencial (desenergizado repentinamente)

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para o reserva e com retorno automático ao alimentador preferencial quando do seu

restabelecimento.

o Condição de subtensão

Inicia-se a transferência após o relé de subtensão instalado na entrada principal

atuar;

Desde que a entrada reserva não esteja com subtensão e a função de bloqueio

não esteja atuada, é partida a temporização (temporização 45 segundos para rede

aérea ou 10 segundos para rede subterrânea) para transferência;

Será realizada a abertura da secionadora da entrada principal e logo após o

fechamento da secionadora da entrada reserva;

Caso seja restabelecida a tensão na entrada principal, o relé de subtensão retorna

à sua condição inicial;

Inicia-se a temporização de retorno para entrada principal através do módulo

lógico (60 segundos);

Será realizada a abertura da secionadora da entrada reserva e logo após o

fechamento da secionadora da entrada principal.

4.2.3. Lista de materiais

Entrada simples

O modelo de entrada simples do painel SIMOSEC é composto por um cubículo K1,

dois R (T), um M, um M (-K), um H e um L, citados na Seção 2.3.3. A lista completa de

materiais por coluna pode ser vista na Tabela 4.1.

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Tabela 4.1 - Lista de materiais do painel de entrada simples.

Materiais Coluna Quantidade.

1 Indicador de falha à terra com sinalizador a

distância;

3 Para-raios MT - 12 kV, 10 kA - Classe de

Absorção de Energia: 1 (para alimentação aérea)

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Sistema de detecção capacitiva de tensão;

01 x Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm.

K1 (500 mm) 1

1 Chave secionadora rotativa de 3 posições:

Ligado-Desligado-Aterrado

Manobra sob carga, até 630 A;

3 TC para uso interior moldado em epóxi - 15 kV,

NBI – Nível Básico de Isolamento: 34 / 95 kV; It:

80 x In, Ft: 1.2 Relação: 600 - 5 A; Exatidão:

10B50 (para a coluna a jusante da coluna de

medição de qualidade);

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Sistema de detecção capacitiva de tensão;

01 x Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm.

R (T) (375 mm) 2

3 TC de uso interior moldado em epóxi - 17,5 kV,

NBI: 38 / 95 kV; It: 25 kA; Ft: 1.2 - Fornecimento

Concessionária;

3 TP de uso interior moldado em epóxi - 17,5 kV,

NBI: 38 / 95 kV; P: 500 VA – Fornecimento

Concessionária;

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm.

M (750 mm) 1

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Materiais Coluna Quantidade.

3 TC de uso interior moldado em epóxi - 15 kV;

NBI: 34 / 95 kV; It: 80 x In; Ft: 1.2

Relação: 600 - 5 A; Exatidão: 0,3C12,5;

3 TP de uso interior moldado em epóxi - com

fusível no primário - 15 kV; NBI: 34 / 95 kV; P:

500 VA – Relação de transformação: 13800 - 115

V; Exatidão: 0,6P75;

1 Monitor de grandezas elétricas - Parâmetros: V,

I, P, Q, S, CosFI, kWh, kVAr ligado a 2 TP – 115

V e 2 TC 5 A, saída serial Profibus;

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Placa isolante para fechamento do fundo do

painel para entrada/saída de cabos.

M (-K) (750 mm) 1

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Sistema de detecção capacitiva de tensão;

1 Placa isolante para fechamento do fundo do

painel para entrada/saída de cabos

1 Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm;

3 TP de uso interior moldado em epóxi - com

fusível no primário - 15 kV; NBI: 34 / 95 kV; P:

500 VA – Relação de transformação: 13800 - 115

V; Exatidão: 0,6P75.

H (375 mm) 1

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Materiais Coluna Quantidade.

1 Disjuntor tripolar a vácuo, isolado em SF6 de

execução fixa - 15 kV, 630 A, It: 25 kA.

1 Chave secionadora rotativa de 3 posições:

Ligado-Desligado-Aterrado

Manobra sob carga, até 630 A.

1 Caixa de BT - altura 550 mm;

1 Relé Digital de Sobrecorrente - Funções: 50/51

e 50/51N - Freq.: 50/60 Hz, Vaux: 80 a 250 Vcc,

115 Vca. Protocolo de Comunicação: Profibus;

1 Conjunto de elementos de comando e

sinalização;

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Sistema de detecção capacitiva de tensão;

1 Placa isolante para fechamento do fundo do

painel para entrada/saída de cabos;

1 Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm.

L1 (750 mm) - 1

Fonte: SIEMENS - Caderno de desenhos SIMOSEC [29].

Entrada dupla

O modelo de entrada dupla do painel SIMOSEC é composto por dois cubículos R1, um

cubículo K1 modificado (feito sob encomenda devido aos TC posicionados no

barramento), dois R (T), um M, um M (-K), um H e um L, citados na seção 2.3.3. A

lista de materiais para os cubículos R1 e K1 modificado é apresentada na Tabela 4.2. As

demais colunas seguem a lista do painel de entrada simples.

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Tabela 4.2 - Lista de materiais para colunas K1 modificada e R1.

Materiais Coluna Quantidade.

3 TC de uso interior moldado em epóxi – 15 kV,

NBI: 34 / 95 kV; It: 80 x In; Ft: 1.2

Relação: 600 - 5 A; Exatidão: 10B50;

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W.

K1 modificada

(500 mm) 1

1 Chave secionadora rotativa de 3 posições:

Ligado-Desligado-Aterrado

Manobra sob carga, até 630 A - motorizada;

1 Relé Digital de Sobrecorrente - Funções: 50/51

e 50/51N - Freq.: 50/60 Hz, Vaux: 80 a 250 Vcc,

115 Vca. Protocolo de Comunicação: RS485

Profibus (um comum às duas colunas);

1 Módulo lógico de automação para transferência

de alimentação (comum às duas colunas);

3 Para - raios MT - 12 kV, 10 kA - Classe de

Absorção de Energia: 1 (para alimentação aérea);

3 TP de uso interior moldado em epóxi - com

fusível no primário - 15 kV; NBI: 34 / 95 kV; P:

500 VA – Relação de transformação: 13800 - 115

V; Exatidão: 0,6P75;

1 Resistor de aquecimento tubular + termostato

Potência: 50 W;

1 Sistema de detecção capacitiva de tensão;

01 x Canal traseiro para alívio de pressão

Altura: 2100 mm.

R1 (500 mm) 2

Fonte: SIEMENS - Caderno de desenhos SIMOSEC [29].

4.2.4. Composição de custos

Após o levantamento da lista de materiais, torna-se mais simples estimar o custo de

fabricação de uma subestação compacta de entrada padrão Light. Para isso, foram

considerados os dois modelos abordados na modelagem.

A divisão foi feita em valores percentuais, em respeito à política de privacidade de

preços da empresa fabricante. Ela pode ser observada nas Tabelas 4.3 e 4.4.

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Tabela 4.3 - Custos de fabricação para um painel de entrada simples.

Custo Light - Entrada Simples %

Estrutura Nacional (chaparia) 38

Estrutura Importada

(Tanque com secionadora e disjuntor) 29

Transformadores de Instrumentos 7

Caixa BT 9

Mão de obra e Engenharia 17

TOTAL 100 Fonte: SIEMENS Fábrica - Jundiaí.

Tabela 4.4 - Custos de fabricação para um painel de entrada dupla.

Custo Light - Entrada Dupla %

Estrutura Nacional (chaparia) 29

Estrutura Importada

(Tanque com secionadora e disjuntor) 19

Transformadores de Instrumentos 12

Caixa BT 28

Mão de obra e Engenharia 12

TOTAL 100

Fonte: SIEMENS Fábrica - Jundiaí.

Toda tarifação, como PIS - Programa de Integração Social, COFINS - Contribuição

para o Financiamento da Seguridade Social, ICMS – Imposto Sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços e IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados, foi

considerada para cálculo. Na etapa de venda, os impostos deverão ser recuperados pelo

fabricante do painel. O PIS, COFINS e IPI são impostos federais, enquanto o ICMS é

um imposto estadual. As alíquotas que incidem sobre o preço de venda do painel são de

1,65% para o PIS, 7,6% para a COFINS, 0% para o IPI e 12% ou 20% para o ICMS,

dependendo se o cliente final é contribuinte ou não.

4.3. POSICIONAMENTO DE MERCADO

4.3.1. Estudo de market share

O market share, como foi definido na Seção 1.2, é a divisão do mercado entre os

principais concorrentes para um determinado ramo de atuação. As empresas elaboram

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estudos nessa área, visando verificar qual o tamanho de sua influência em relação ao

nicho estudado.

Não existe um valor ideal de market share. Uma empresa pode possuir 60% do mercado

e isso ainda não ser satisfatório. Ela pode, por exemplo, estar atuando em um nicho com

poucos competidores ou então praticando margens de lucro baixas e até mesmo

negativas. Entretanto, é possível estimar qual o tamanho de sua base instalada, o que

facilitará a elaboração de um plano de ações, com o objetivo de ampliá-la.

O cálculo do market share é feito através da Equação 1:

(1)

Onde:

MS = Market share

D = Desempenho da empresa no mercado

T = Total do mercado

O tamanho total do mercado leva em consideração a região geográfica, o público-alvo e

o segmento do produto/serviço. Já o desempenho da empresa é baseado no volume de

vendas, número de clientes e faturamento da empresa.

Com isso, elaboraram-se dois estudos de market share para PMT isolados a SF6: o

primeiro para o município do Rio de Janeiro e o segundo, específico para painéis de

entrada com padrão Light.

Os dados são baseados no software de CRM – Customer Relationship Management16

da

SIEMENS referente ao ano de 2017. Os fabricantes foram representados por letras para

manter o nível confidencialidade das informações. Os valores apresentados são

percentuais em relação ao número total de colunas. A Figura 4.6 mostra o estudo

municipal e a Figura 4.7 mostra o estudo referente à entrada padrão Light.

16

Esse software tem a função de mapear projetos e auxiliar na organização e no controle do

relacionamento com o cliente, desde a fase de captação do negócio até o pós-venda (CASTRO, 2015)

[12].

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Figura 4.6 – Market share para PMT a SF6 no município do Rio de Janeiro.

Fonte: adaptado pelo autor.

Figura 4.7 – Market share para PMT a SF6 com entrada Light.

Fonte: adaptado pelo autor.

O estudo envolvendo entrada padrão Light considera os modelos de entrada simples e

dupla. O número de fabricantes que aparece nesse estudo é inferior em relação ao

número de fabricantes do estudo para PMT em geral no município do Rio de Janeiro,

visto que apenas quatro fabricantes são homologados junto à concessionária para

fornecimento de painéis de entrada de medição.

50%

20%

20%

5% 5%

Colunas a SF6 de MT no Rio de Janeiro

A B C D Outros

80%

15%

4%

1%

Colunas para PMT a SF6 com entrada Light

A B C D

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4.3.2. Proposições de melhorias

A indústria como um todo atravessa um período de transição e inserção de seus

equipamentos e sistemas no contexto de integração entre energia, automação e TI -

Tecnologia da Informação. Sendo assim, o PMT de qualquer fabricante também deve se

encaixar nesse cenário, visando o aumento da vantagem competitiva em confronto com

seus concorrentes. Para isso, é possível propor duas soluções que envolvam o conceito

de Indústria 4.0 através de seus principais alicerces (IoT, Big Data e Computação em

Nuvem) aplicadas a PMT para desenvolvimento futuro.

A primeira delas seria de interesse do consumidor. O controle e monitoramento de

parâmetros do painel poderiam ser feitos através de computação em nuvem. Um

exemplo seria o monitoramento da pressão do gás SF6 no interior das colunas. Para tal,

se utilizaria uma remota para aquisição dos dados de pressurização. Esses dados seriam

enviados a um CLP, por meio de um protocolo de comunicação, que poderia ser o

Profibus, por exemplo. O CLP processaria a informação e a enviaria à nuvem. Se a

comunicação com a nuvem fosse feita através de um protocolo diferente (IEC 61850,

por exemplo), utilizar-se-ia um gateway para ‘tradução’ das informações. Chegando à

nuvem, os dados seriam tratados por meio de aplicativos desenvolvidos na plataforma

(nesse caso, um aplicativo para monitoramento de pressão de fluidos). Em eventual

despressurização, a nuvem iria procurar em seu banco de dados soluções adotadas

anteriormente, ao redor do mundo, para um problema semelhante. A nuvem permitiria a

chegada de grande quantidade de informações simultaneamente em todo o mundo (Big

Data), tendo uma visão mais ampla, facilitando e diminuindo o tempo de resposta ao

operador em campo, que poderá acompanhar por receptores móveis, como um celular.

Esse mecanismo funcionaria para qualquer painel que estivesse sendo monitorado pela

nuvem, independente de sua localização geográfica. Uma vez tendo a nuvem

identificado o problema e proposto a solução, ela enviaria um comando ao CLP, que

executaria a ação corretiva. Essa comunicação entre energia, automação e TI demonstra

a aplicação de IoT.

A outra aplicação seria de interesse da concessionária. Um exemplo seria a situação

onde houvesse uma corriqueira abertura de disjuntores em painéis de entrada de

indústrias e prédios comerciais de uma determinada região. O relé posicionado na

cabine de entrada e responsável pelo comando de trip enviado ao disjuntor poderia ser

conectado à nuvem. Na nuvem, os dados seriam tratados e um aplicativo mostraria à

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concessionária qual problema estaria ocorrendo, por qual motivo e qual solução deveria

ser adotada, através de comparação com situações semelhantes ocorridas pelo mundo.

Isso permitiria que a concessionária pudesse monitorar a qualidade da energia que está

sendo fornecida em uma determinada região, de forma remota.

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CAPÍTULO 5

5. CONCLUSÕES

Este trabalho teve como primeiro objetivo primário a apresentação teórica referente a

PMT, mostrando as normas utilizadas, os equipamentos de composição de uma solução

e o portfólio do fabricante SIEMENS. Esse objetivo foi cumprido, uma vez que foram

estudados os ensaios e definições previstos na norma IEC 62271-200 (2007), os

equipamentos de energia e automação que podem estar presentes em um painel e a

solução oferecida pela SIEMENS, através de seu painel SIMOSEC, evidenciando suas

principais características técnicas e tipos de cubículos.

O segundo objetivo primário, que era mostrar os requisitos exigidos pela Light através

do RECON MT (2016) para homologação de um painel de entrada junto a essa

concessionária, foi atingido. Além disso, foram apresentados os layouts dos modelos

desenvolvidos, tanto para a entrada com alimentação simples, como para a entrada com

alimentação dupla. A ideia foi mostrar o que o fabricante necessita fazer, pelo padrão

Light, antes de colocar sua solução para ser comercializada no mercado.

O primeiro objetivo secundário, que era a proposição da análise econômica do projeto,

também foi alcançado. Isso pode ser obervado através do levantamento de custos

percentuais e do estudo de market share realizado. A intenção foi mostrar a viabilidade

da solução sob o aspecto financeiro e o panorama mercadológico dos PMT no

município do Rio de Janeiro.

O segundo objetivo secundário, que era a inclusão dos PMT no conceito de Indústria

4.0, também foi alcançado. Através de dois exemplos de aplicações que favoreceriam o

consumidor e a concessionária, envolveram-se os conceitos de IoT, Big Data e o de

Computação em Nuvem, três das bases da concepção da Indústria 4.0. A proposição era

apresentar uma proposta de melhoria da solução, visando aumentar sua vantagem

competitiva para o futuro. Essa vantagem fica explícita sob o aspecto o técnico, através

do aumento da confiabilidade, uma vez que os dados passam a ser armazenados fora de

um supervisório local e sem necessidade de backups. Além disso, o consumidor passa a

ter acesso à solução mais adequada para determinado problema de forma mais rápida,

facilitando a tomada de decisão, que pode ser feita até mesmo remotamente.

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Eletrotécnica e de Computadores - Comportamento Dielétrico dos Equipamentos

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