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LOTES EM TERRITÓRIOS COM ELEVADAS DECLIVIDADES: REDEFINIÇÃO DO TÉRREO ANÁLISE SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTA * CLASSIFICAÇÃO DOS VOLUMES SEGUNDO CÓDIGO DE OBRAS E PERFIL NATURAL DO TERRENO * OCORRÊNCIA PREJUDICIAL EM LOTES COM DUAS FRENTES: GARAGEM AFLORADA RECORTES DE SITUAÇÕES REAIS EM SÃO PAULO ANÁLISE: O COE define a necessidade de aeração e insolação de uma edificação a partir da classificação de seus volumes construtivos. Este critério, objetivo e claro, contrasta com a dificuldade de aplicação dos parâmetros de recuos mínimos exigidos pela LPUOS, que se baseia na altura da edificação a partir do “Perfil Natural do Terreno”, de difícil conferência e sujeito a interpretação. No intuito de facilitar a definição das restrições construtivas, as propostas aqui apresentadas prevêem utilizar o conceito de volumes da edificação também para definição dos recuos exigidos pela LPUOS, eliminando a referência do “Perfil Natural” ou “Perfil Original” interno ao lote e tomando a topografia da via como a referência da topografia a ser considerada. Estes novos parâmetros já incorporam a proposição mais ampla de uma nova morfologia construtiva para a cidade, na qual o recuo lateral deixa de ser obrigatório para volumes de até 36m de gabarito, sendo necessário revogar a exigência da faixa “A” pelo COE (mas mantendo a exigência da faixa “I”). Para isso, é necessário rever os conceitos de volumes, recuos e térreo: caso A. frente superior caso B. frente superior esquina caso A. frente inferior caso B. frente inferior esquina fonte das imagens: Google Earth <6m >6m 6m VARIAÇÃO DO PERFIL ORIGINAL DO TERRENO: PONTO MAIS BAIXO TRECHO A PARTIR DO QUAL O RECUO LATERAL SERIA OBRIGATÓRIO VARIAÇÃO DO PERFIL ORIGINAL DO TERRENO: PONTO MAIS ALTO DESENHO DE CLASSIFICAÇÃO DOS VOLUMES DO CÓDIGO DE OBRAS PERFIL ORIGINAL/ NATURAL DO TERRENO COMO DEFINIDO NA LEGISLAÇÃO ATUAL PROPOSTA DE RECUOS A PARTIR DE VOLUMES S S CONCEITO A cidade de São Paulo possui um território com uma topografia irregular, que apresenta em diversos casos acentuada declividade. A legislação deve ser aprimorada, definindo parâmetros claros para as restrições construtivas em função da topografia e da melhor configuração da paisagem urbana. Atualmente, a definição arbitrária de alguns parâmetros construtivos tem permitido que empreendimentos imobiliários ocasionem alterações violentas na paisagem urbana, que desconsideram a topografia existente e não promovem uma relação benéfica entre edificação e espaço público, como por exemplo os volumes aflorados de garagens, em especial em lotes com mais de uma frente. Tais elementos acabaram por gerar uma paisagem urbana descontínua, heterogênea, sem unidade e distante da escala do pedestre. Grande parte dos empreendimentos, no intuito de conseguir o melhor retorno financeiro, prejudicam as qualidades espaciais, produzindo aberrações urbanas como grandes muros de arrimo, garagens afloradas e gabaritos que extrapolam as delimitações do zoneamento. PROBLEMAS A legislação existente, ao priorizar parâmetros construtivos internos aos lotes, negligenciou a inserção na paisagem e topografia da cidade, deixando de coibir formas de ocupação extremamente prejudiciais à qualidade dos espaços urbanos. Além disso, há um problema de clareza e objetividade nos critérios definidos na legislação para adoção de gabaritos e recuos, que abrem espaço para arbitrariedades e más interpretações. Destacamos abaixo os principais problemas: A. FALTA DE CRITÉRIOS ASSOCIADOS A PAISAGEM URBANA: Ao permitir que a definição do pavimento térreo se dê arbitrariamente em função de uma das frentes do lote, há a tendência de prejudicar as qualidades espaciais na(s) outra(s) frente do lote, muitas vezes relegada a um ‘fundo’ sem acesso à via e com usos pouco interessantes do ponto de vista espacial, como estacionamentos e depósitos, prejudicando assim a paisagem da via. B. DIFICULDADE DE APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS: A definição de recuos contados a partir do Perfil Original do terreno (COE) e Perfil Natural do terreno (LPUOS) são de difícil aplicação e fiscalização, ficando muito sujeitos a interpretações arbitrárias somado ao fato das fontes de informação serem pouco precisas. C. GARAGENS EM LOTES COM MAIS DE UMA FRENTE: Somado ao problema já citado de lotes com mais de uma frente que relegam a uma das frentes situações de pouca qualidade espacial, há um agravante relacionado à permissividade de construções de garagens. O art. 191 da LPUOS permite que os estacionamentos em subsolo não sejam considerados na Taxa de Ocupação e o art. 1 da Lei 14.044 isenta a inclusão da área de estacionamento no cálculo de área construída. Especialmente quando estes ‘subsolos’ são aflorados há a tendência de que constituam volumes de enormes dimensões, tanto horizontais como verticais, que mesmo sendo obrigados a respeitar os recuos previstos em lei, resultam em elementos visualmente agressivos que tendem a gerar espaços estéreis nos quais predomina a sensação de monotonia e abandono, devendo portanto ser coibidos pela legislação. PROPOSTAS As propostas apresentadas neste trabalho visam determinar critérios que priorizem a inserção das construções em função das características próprias da paisagem urbana e topografia existente, ao mesmo tempo que procuram redefinir e aprimorar algumas definições já existentes na legislação vigente que são problemáticas, de forma a tornar seus parâmetros de mais claros e objetivos, facilitando sua aplicação e evitando dar margem à más interpretações, garantindo assim a qualidade da ocupação urbana. É fundamental que a legislação priorize a relação das construções com a via e sua topografia, garantindo um maior controle na definição da paisagem urbana, e coibindo exemplos como de enormes garagens afloradas voltados para a rua. Os casos de lotes com mais de uma frente devem ser abordados de forma específica e a legislação deve coibir a construção de volumes de garagem adjacentes à via, induzindo que nestes espaços sejam instalados usos e formas construtivas que qualifiquem o espaço público e ajudem a dinamizar a utilização do passeio. Além disso a atual tendência de limitar a quantidade de área construída não computável para estacionamentos também pode contribuir para dirimir os prejuízos que este tipo de ocupação causam ao espaço urbano. Quanto à definição de recuos e gabaritos ao invés da referência do perfil natural do terreno, de difícil interpretação, os recuos mínimos poderiam ser definidos em função de volumes classificados a partir da relação com a topografia da quadra. - CLASSICAÇÃO DOS VOLUMES: Se manteria como no COE, no entanto, a somatória N do volume inferior Vi passaria a ser N < 2 e do volume superior Vs quando N > 2. - RECUOS DOS VOLUMES: Seria mantida a exigência de recuo frontal igual a 5m para todos os volumes edificados. O Recuo Lateral passaria a ser calculado a partir da fórmula: no Volume Superior: R = 0,3 (N-12). (Considerando que a faixa “I” do COE deve ser atendida.) O Recuo de fundo passaria a ser calculado a partir da seguinte fórmula: no Volume Superior: R = 5+0,3 (N-12). Respeitando o recuo mínimo de 5m. - DEFINIÇÃO DE TÉRREO Os parâmetros para localização de pavimento térreo continuariam os mesmos estipulados pelo artigo 187 da LPUOS: “Para fins do disposto nesta lei, o nível do pavimento térreo não poderá exceder a cota de 1 (um) metro acima do nível médio entre as cotas das extremidades da testada do lote, quando o desnível na testada for menor ou igual a 2 (dois) metros. § 1º - Quando o desnível na testada do lote for superior a 2 (dois) metros, o piso do pavimento térreo poderá estar situado em qualquer cota intermediária entre os níveis, mais elevado e mais baixo;” No entanto, seria necessário modificar a definição de “térreo” que consta no artigo 2 da mesma lei, incluindo o conceito de que, para lotes com mais de uma frente a relação com a via deve ser respeitada para todas as frentes dentro de uma “Faixa Frontal”: - DEFINIÇÃO DE FAIXA FRONTAL Com o objetivo de controlar qualitativamente a ocupação do espaço adjacente à via, será estabelecida uma “Faixa Frontal” paralela ao alinhamento frontal com 20m de largura contados a partir dele. Ela acompanhará a declividade da via em toda a frente do lote e incidirá sobre todos os volumes acima do(s) nível(is) da via. Em casos de lotes com mais de uma frente cada frente terá sua faixa correspondente. Em caso de sobreposição de faixas (em lotes de esquina, por exemplo), valerá os parâmetros mais restritivos na área sobreposta. Em cada faixa valerá os mesmos critérios de definição de uma plano “térreo” que servirá de referência para o cálculo de gabaritos e recuos naquela faixa. Com isso objetiva-se priorizar a relação da construção com a via adjacente, preservando a integridade da paisagem urbana. RECUO DE FUNDO Vs Rf = 3+0,3 (N-12) RECUO LATERAL Vs R = 0,3 (N-12) RECUO LATERAL Ve E Vi R = 0 RECUO FRONTAL 5m VOLUME ENTERRADO VOLUME INFERIOR VOLUME SUPERIOR

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Page 1: ANÁLISE SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTA - ÁPORO.au · pela LPUOS, que se baseia na altura da edifi cação a partir do “Perfi l Natural do Terreno”, de difícil conferência e

LOTES EM TERRITÓRIOS COM ELEVADAS DECLIVIDADES: REDEFINIÇÃO DO TÉRREO

ANÁLISE SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTA* CLASSIFICAÇÃO DOS VOLUMES SEGUNDO CÓDIGO DE OBRAS E PERFIL NATURAL DO TERRENO

* OCORRÊNCIA PREJUDICIAL EM LOTES COM DUAS FRENTES: GARAGEM AFLORADARECORTES DE SITUAÇÕES REAIS EM SÃO PAULO

ANÁLISE: O COE defi ne a necessidade de aeração e insolação de uma edifi cação a partir da classifi cação de seus volumes construtivos. Este critério, objetivo e claro, contrasta com a difi culdade de aplicação dos parâmetros de recuos mínimos exigidos pela LPUOS, que se baseia na altura da edifi cação a partir do “Perfi l Natural do Terreno”, de difícil conferência e sujeito a interpretação.

No intuito de facilitar a defi nição das restrições construtivas, as propostas aqui apresentadas prevêem utilizar o conceito de volumes da edifi cação também para defi nição dos recuos exigidos pela LPUOS, eliminando a referência do “Perfi l Natural” ou “Perfi l Original” interno ao lote e tomando a topografi a da via como a referência da topografi a a ser considerada.

Estes novos parâmetros já incorporam a proposição mais ampla de uma nova morfologia construtiva para a cidade, na qual o recuo lateral deixa de ser obrigatório para volumes de até 36m de gabarito, sendo necessário revogar a exigência da faixa “A” pelo COE (mas mantendo a exigência da faixa “I”).

Para isso, é necessário rever os conceitos de volumes, recuos e térreo:

caso A. frente superior caso B. frente superior esquinacaso A. frente inferior caso B. frente inferior esquina fonte das imagens: Google Earth

<6m >6m6m

VARIAÇÃO DO PERFIL ORIGINAL DO TERRENO: PONTO MAIS BAIXO

TRECHO A PARTIR DO QUAL O RECUO

LATERAL SERIA OBRIGATÓRIO

VARIAÇÃO DO PERFIL ORIGINAL DO TERRENO: PONTO MAIS ALTO

DESENHO DE CLASSIFICAÇÃO DOS VOLUMES DO CÓDIGO DE OBRAS

PERFIL ORIGINAL/ NATURAL DO TERRENO COMO DEFINIDO NA LEGISLAÇÃO ATUAL PROPOSTA DE

RECUOS A PARTIR DE VOLUMES

S

S

CONCEITO A cidade de São Paulo possui um território com uma topografi a irregular, que apresenta em diversos casos acentuada declividade. A legislação deve ser aprimorada, defi nindo parâmetros claros para as restrições construtivas em função da topografi a e da melhor confi guração da paisagem urbana.Atualmente, a defi nição arbitrária de alguns parâmetros construtivos tem permitido que empreendimentos imobiliários ocasionem alterações violentas na paisagem urbana, que desconsideram a topografi a existente e não promovem uma relação benéfi ca entre edifi cação e espaço público, como por exemplo os volumes afl orados de garagens, em especial em lotes com mais de uma frente. Tais elementos acabaram por gerar uma paisagem urbana descontínua, heterogênea, sem unidade e distante da escala do pedestre.Grande parte dos empreendimentos, no intuito de conseguir o melhor retorno fi nanceiro, prejudicam as qualidades espaciais, produzindo aberrações urbanas como grandes muros de arrimo, garagens afl oradas e gabaritos que extrapolam as delimitações do zoneamento.

PROBLEMASA legislação existente, ao priorizar parâmetros construtivos internos aos lotes, negligenciou a inserção na paisagem e topografi a da cidade, deixando de coibir formas de ocupação extremamente prejudiciais à qualidade dos espaços urbanos. Além disso, há um problema de clareza e objetividade nos critérios defi nidos na legislação para adoção de gabaritos e recuos, que abrem espaço para arbitrariedades e más interpretações. Destacamos abaixo os principais problemas: A. FALTA DE CRITÉRIOS ASSOCIADOS A PAISAGEM URBANA: Ao permitir que a defi nição do pavimento térreo se dê arbitrariamente em função de uma das frentes do lote, há a tendência de prejudicar as qualidades espaciais na(s) outra(s) frente do lote, muitas vezes relegada a um ‘fundo’ sem acesso à via e com usos pouco interessantes do ponto de vista espacial, como estacionamentos e depósitos, prejudicando assim a paisagem da via.B. DIFICULDADE DE APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS: A defi nição de recuos contados a partir do Perfi l Original do terreno (COE) e Perfi l Natural do terreno (LPUOS) são de difícil aplicação e fi scalização, fi cando muito sujeitos a interpretações arbitrárias somado ao fato das fontes de informação serem pouco precisas. C. GARAGENS EM LOTES COM MAIS DE UMA FRENTE: Somado ao problema já citado de lotes com mais de uma frente que relegam a uma das frentes situações de pouca qualidade espacial, há um agravante relacionado à permissividade de construções de garagens. O art. 191 da LPUOS permite que os estacionamentos em subsolo não sejam considerados na Taxa de Ocupação e o art. 1 da Lei 14.044 isenta a inclusão da área de estacionamento no cálculo de área construída. Especialmente quando estes ‘subsolos’ são afl orados há a tendência de que constituam volumes de enormes dimensões, tanto horizontais como verticais, que mesmo sendo obrigados a respeitar os recuos previstos em lei, resultam em elementos visualmente agressivos que tendem a gerar espaços estéreis nos quais predomina a sensação de monotonia e abandono, devendo portanto ser coibidos pela legislação.

PROPOSTASAs propostas apresentadas neste trabalho visam determinar critérios que priorizem a inserção das construções em função das características próprias da paisagem urbana e topografi a existente, ao mesmo tempo que procuram redefi nir e aprimorar algumas defi nições já existentes na legislação vigente que são problemáticas, de forma a tornar seus parâmetros de mais claros e objetivos, facilitando sua aplicação e evitando dar margem à más interpretações, garantindo assim a qualidade da ocupação urbana.É fundamental que a legislação priorize a relação das construções com a via e sua topografi a, garantindo um maior controle na defi nição da paisagem urbana, e coibindo exemplos como de enormes garagens afl oradas voltados para a rua.Os casos de lotes com mais de uma frente devem ser abordados de forma específi ca e a legislação deve coibir a construção de volumes de garagem adjacentes à via, induzindo que nestes espaços sejam instalados usos e formas construtivas que qualifi quem o espaço público e ajudem a dinamizar a utilização do passeio. Além disso a atual tendência de limitar a quantidade de área construída não computável para estacionamentos também pode contribuir para dirimir os prejuízos que este tipo de ocupação causam ao espaço urbano.Quanto à defi nição de recuos e gabaritos ao invés da referência do perfi l natural do terreno, de difícil interpretação, os recuos mínimos poderiam ser defi nidos em função de volumes classifi cados a partir da relação com a topografi a da quadra.

- CLASSICAÇÃO DOS VOLUMES: Se manteria como no COE, no entanto, a somatória N do volume inferior Vi passaria a ser N < 2 e do volume superior Vs quando N > 2.

- RECUOS DOS VOLUMES: Seria mantida a exigência de recuo frontal igual a 5m para todos os volumes edifi cados.O Recuo Lateral passaria a ser calculado a partir da fórmula:no Volume Superior: R = 0,3 (N-12). (Considerando que a faixa “I” do COE deve ser atendida.)

O Recuo de fundo passaria a ser calculado a partir da seguinte fórmula:no Volume Superior: R = 5+0,3 (N-12). Respeitando o recuo mínimo de 5m.

- DEFINIÇÃO DE TÉRREOOs parâmetros para localização de pavimento térreo continuariam os mesmos estipulados pelo artigo 187 da LPUOS:“Para fi ns do disposto nesta lei, o nível do pavimento térreo não poderá exceder a cota de 1 (um) metro acima do nível médio entre as cotas das extremidades da testada do lote, quando o desnível na testada for menor ou igual a 2 (dois) metros.

§ 1º - Quando o desnível na testada do lote for superior a 2 (dois) metros, o piso do pavimento térreo poderá estar situado em qualquer cota intermediária entre os níveis, mais elevado e mais baixo;”

No entanto, seria necessário modifi car a defi nição de “térreo” que consta no artigo 2 da mesma lei, incluindo o conceito de que, para lotes com mais de uma frente a relação com a via deve ser respeitada para todas as frentes dentro de uma “Faixa Frontal”:

- DEFINIÇÃO DE FAIXA FRONTALCom o objetivo de controlar qualitativamente a ocupação do espaço adjacente à via, será estabelecida uma “Faixa Frontal” paralela ao alinhamento frontal com 20m de largura contados a partir dele. Ela acompanhará a declividade da via em toda a frente do lote e incidirá sobre todos os volumes acima do(s) nível(is) da via. Em casos de lotes com mais de uma frente cada frente terá sua faixa correspondente. Em caso de sobreposição de faixas (em lotes de esquina, por exemplo), valerá os parâmetros mais restritivos na área sobreposta. Em cada faixa valerá os mesmos critérios de defi nição de uma plano “térreo” que servirá de referência para o cálculo de gabaritos e recuos naquela faixa. Com isso objetiva-se priorizar a relação da construção com a via adjacente, preservando a integridade da paisagem urbana.

RECUO DE FUNDO VsRf = 3+0,3 (N-12)

RECUO LATERAL VsR = 0,3 (N-12)

RECUO LATERAL Ve E ViR = 0

RECUO

FRO

NTAL

5m

VOLUME

ENTERRADO

VOLUME INFERIOR

VOLUME SUPERIOR

Page 2: ANÁLISE SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTA - ÁPORO.au · pela LPUOS, que se baseia na altura da edifi cação a partir do “Perfi l Natural do Terreno”, de difícil conferência e

20m

20m

RUA 1

RUA 1

FAIXA FRONTAL 1

FAIXA FRONTAL 1

LIMITE DO LOTE

LIMITE DO LOTE

LIMITE DO LOTE

LIMITE DO LOTE

FAIXA FRONTAL

FAIXA FRONTAL

FAIXA INTERNA PODE ADOTAR PARÂMETROS MENOS RESTRITIVOS

FAIXA INTERNA PODE ADOTAR PARÂMETROS MENOS RESTRITIVOS

RUA 2

RUA 2

20m

20m

COTA DO “TÉRREO” RUA 2

GABARITO MÁXIMO RUA 2

GABARITO MÁXIMO RUA 1

COTA DO “TÉRREO” RUA 1

COTA DO “TÉRREO” RUA 1

VOLUME INFERIOR 1

VOLUME SUPERIOR 1

VOLUME SUPERIOR 1

VOLUME SUPERIOR 2

VOLUME SUPERIOR 2

VOLUME INFERIOR 2

VOLUME INFERIOR 2

VOLUME INFERIOR 1

VOLUME IENTERRADO

VOLUME ENTERRADO

PROPOSTA* CLASSIFICAÇÃO DOS VOLUMES PARA LOTES COM MAIS DE UMA FRENTE E GABARITO* FAIXA FRONTAL

* GARAGEM

- COTA DO “TÉRREO” DEVE SER DEFINIDA SEMPRE ONDE HOUVER LIGAÇÃO DE FRENTE DE LOTE COM VIA. EM CASOS COM DUAS FRENTES HAVERÁ DOIS TÉRREOS DEFINIDOS, UM RELACIONADO A CADA RUA.

- EM UMA FAIXA FRONTAL DE 20m A PARTIR DE CADA RUA É OBRIGATÓRIO ATENDER AOS PARÂMETROS DE GABARITOS E RECUOS PARA OS VOLUMES INFERIOR E SUPERIOR A PARTIR DA COTA DO “TÉRREO”. O ESPAÇO DO LOTE QUE ESTIVER FORA DAS FAIXAS FRONTAIS PODERÁ SEGUIR OS CRITÉRIOS DA FAIXA MENOS RESTRITIVA.

OS PARÂMETROS DEFINIDOS PARA AS FAIXAS DEVERÃO SER RESPEITADOS INDEPENDENTEMENTE DA CONSTRUÇÃO DO SEU RESPECTIVO PAVIMENTO TÉRREO.

- OS LIMITES DE GABARITOS DEVEM CONTINUAR A SER DEFINIDOS A PARTIR DA COTA DO TÉRREO. NO ENTANTO, PARA LOTES COM MAIS DE UMA FRENTE DEVE SER CONSIDERADO A PARTIR DA DUAS COTAS DE TÉRREOS DEFINIDAS LIGADAS AS DUAS RUAS.

- FAIXA FRONTAL PARALELA AO ALINHAMENTO FRONTAL COM 20m DE LARGURA CONTADOS A PARTIR DELE. ELA ACOMPANHARÁ A DECLIVIDADE DA VIA EM TODA A FRENTE DO LOTE E INCIDIRÁ SOBRE TODOS OS VOLUMES ACIMA DO(S) NÍVEL(IS) DA VIA.

- EM CASOS DE LOTES COM MAIS DE UMA FRENTE CADA FRENTE TERÁ SUA FAIXA CORRESPONDENTE.

-EM CASO DE SOBREPOSIÇÃO DE FAIXAS, VALERÁ OS PARÂMETROS MAIS RESTRITIVOS NA ÁREA SOBREPOSTA.

- PARA A GARAGEM TER A ÁREA CONSTRUÍDA NÃO COMPUTÁVEL NENHUMA PARTE DO VOLUME QUE A CONTÉM PODERÁ OCUPAR O ESPAÇO DA FAIXA FRONTAL DE 20m LIGADA A RUA.

- PARA GARAGEM TER A ÁREA NÃO COMPUTADA NO CÁLCULO DE T.O. ELA DEVE FAZER PARTE DO VOLUME ENTERRADO E TOTALMENTE SITUADA FORA DA FAIXA FRONTAL DE 20m. DEIXANDO DE CUMPRIR QUALQUER UM DESSES PONTOS A ÁREA SERÁ COMPUTADA NA TOTALIDADE DO PAVIMENTO.

- ÁREA DE GARAGEM DEVE SER CONSIDERADA NA T.O. QUANDO INSERIDA NOS DEMAIS VOLUMES.

GARAGEM COMPUTÁVEL

GARAGEM COMPUTÁVEL

GARAGEM COMPUTÁVEL

GARAGEM NÃO COMPUTÁVEL NO CA COMPUTÁVEL NA TO

GARAGEM NÃO COMPUTÁVEL NO CA COMPUTÁVEL NA TO

GARAGEM NÃO COMPUTÁVEL

GARAGEM NÃO COMPUTÁVEL

FAIXA FRONTAL RUA 1

RUA 1

RUA 1

FAIXA FRONTAL RUA 2

RUA 2

RUA 2

LOTE COM DUAS FRENTES E ALTA

DECLIVIDADE

COTA DO “TÉRREO” RUA 2

ANÁLISE: A ocupação de lotes em desnível com mais de uma frente é especialmente prejudicial no caso de adoção de volumes afl orados de garagem voltadas para a frente mais baixa. Valendo-se da isenção no cálculo de Área Construída e no cálculo de Taxa de Ocupação as garagens tendem a constituir grandes volumes agressivos à paisagem da via na qual se encontram. Esse tipo de construção deve portanto ser desestimulada.

Page 3: ANÁLISE SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTA - ÁPORO.au · pela LPUOS, que se baseia na altura da edifi cação a partir do “Perfi l Natural do Terreno”, de difícil conferência e

APLICAÇÃO

Perspectiva 2 a partir da Rua 1: na parte mais alta da quadra ocupação é relativamente homogênea

Perspectiva 1 a partir da Rua 3: Trecho com novos parâmetros é coerente com paisagem da quadra. Edifícios existente constituem volumes mais altos e volume de garagem aflorada voltada à via.

Perspectiva 3 a partir da Rua4: Trecho com volus de acordo com legislação atual, conivente com a construção de grandes volumes de garagem voltadas às vias secundárias.

RUA 1

RUA 3

RUA 3

RUA 3

RUA 2

RUA 2

RUA 4

1 LOTE DE ESQUINA

12

4

3

2 LOTE COM MAIS DE UMA FRENTE

3 LOTE EM ACLIVE

4 LOTE EM DECLIVE

RUA 1

RUA 2

RUA 3

RUA 4

LEGENDA

SITUAÇÃO EXISTENTE COM LEGISLAÇÃO ANTERIOR

PROPOSTA

RUA 4

GABARITO RUA 3

GABARITO RUA 3

GABARITO RUA 3

GABARITO RUA 2

GABARITO RUA 1

GABARITO RUA 1

GABARITO RUA 1

LOTE COM DUAS FRENTES (RUA 1 E RUA 4): TÉRREO DEFINIDO NA RUA 1 (MAIS ALTA)

LOTE COM DUAS FRENTES (RUA 1 E RUA 4): TÉRREO DEFINIDO NA RUA 4 (MAIS ALTA)

VOLUME ENTERRADO

VOLUME ENTERRADO

FAIXA

FRONTAL

FAIX

A

FRO

NTA

L

FAIX

A FR

ONTA

L

FAIX

A FR

ONTA

L

FAIXA FRONTAL

FAIXA

FRONTAL

FAIX

A FR

ONTA

L