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Ciência Rural, v.39, n.7, out, 2009. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.7, p.2146-2153, out, 2009 ISSN 0103-8478 Celina Sayuri Shiraishi I Jorge Fernandes de Azevedo I Aristeu Vieira da Silva II Débora de Mello Gonçales Sant’Ana I Eduardo José de Almeida Araújo I* Análise morfométrica da parede intestinal e dinâmica de mucinas secretadas no íleo de frangos infectados por Toxoplasma gondii Morphometric analysis of the intestinal wall and the dynamic of mucins secreted in the chicken ileum infected with Toxoplasma gondii RESUMO Objetivou-se analisar os efeitos da toxoplasmose sobre a morfometria da parede intestinal e a dinâmica de mucinas secretadas no íleo de frangos. Foram utilizados 16 frangos de corte machos (Gallus gallus) da linhagem Cobb, com 26 dias de idade. As aves foram divididas aleatoriamente em três grupos (G1, G2 e G3). O G1 não recebeu nenhum inóculo caracterizando o grupo controle, o G2 foi inoculado com cistos teciduais da cepa ME49 de Toxoplasma gondii, e o G3 foi inoculado com oocistos da cepa M7741 de T. gondii. Após 60 dias da inoculação, os animais foram mortos, e coletou- se o íleo, o qual foi submetido à rotina de processamento histológico. Cortes transversais de 4mm foram corados com Hematoxilina-Eosina (HE), Periodic Acid Schiff (PAS), Alcian Blue pH 2,5 e Alcian Blue (AB) pH 1,0. Nos animais do G2, observou-se aumento da parede intestinal, sobretudo a túnica muscular, muscular da mucosa e túnica mucosa, além de aumento na secreção de mucinas neutras. Já nos animais do G3, houve uma atrofia da parede intestinal, sobretudo para a túnica mucosa, e aumento na secreção de mucinas neutras. Palavras-chave: toxoplasmose, Gallus gallus , intestino delgado, histologia, células caliciformes, morfometria. ABSTRACT The effects of toxoplasmosis on the intestinal wall morphometry and the dynamic of mucins secreted in the chicken ileum were analyzed. Sixteen 26-day-old, male, Cobb broiler chicks (Gallus gallus) were used and randomly divided into three groups (G1, G2 and G3). G1 received no inoculum characterizing the control group, G2 was inoculated with tissue cysts of ME49 strain of Toxoplasma gondii , and G3 was inoculated with oocytes of M7741 strain of T. gondii. After 60 days of inoculation, the animals were killed and had their ileum collected and submitted to histological processing. Tranversal cuts (4mm) were stained with Hematoxilin-Eosine (HE), Periodic Acid Schiff (PAS), Alcian Blue pH 2.5 and Alcian Blue (AB) pH 1.0. Intestinal wall increase was noticed for the animals from G2 – mostly the muscle tunic, the muscularis mucosae, and the mucous tunic, including the increase of secretion of neutral mucins. The animals from G3 presented atrophy of the intestinal wall – mostly the mucous tunic, and increase of the secretion of neutral mucins. Key words: toxoplasmosis, Gallus gallus, small intestine, histology, goblet cells, morphometry. INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma das zoonoses parasitárias mais comuns, tanto no homem, como nos animais, apresentando ampla distribuição geográfica. Estima-se que mais de um terço da população humana já foi exposta à infecção pelo Toxoplasma gondii, o causador dessa doença. Trata-se de um protozoário do filo Apicomplexa, parasita obrigatoriamente intracelular, que possui um ciclo de vida heteroxeno, caracterizado por uma ampla diversidade de hospedeiros, incluindo somente os felídeos como definitivos e várias espécies de mamíferos e de aves como intermediários (TENTER et al., 2000). A infecção por T. gondii pode ocorrer pela (1) ingestão de oocistos liberados pelas fezes de felídeos, que podem estar presentes no solo, na água ou nos alimentos; (2) ingestão de carne crua ou malcozida, contendo cistos teciduais, e (3) transmissão de taquizoítos por via transplacentária (transmissão I Laboratório de Neurogastroenterologia Experimental, Universidade Paranaense (UNIPAR), 87502-210, Umuarama, PR, Brasil. E-mail: [email protected]. * Autor para correspondência. II Laboratório de Medicina Veterinária e Saúde Pública, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil. Recebido para publicação 10.12.08 Aprovado em 22.05.09

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2146 Shiraishi et al.

Ciência Rural, v.39, n.7, out, 2009.

Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.7, p.2146-2153, out, 2009

ISSN 0103-8478

Celina Sayuri ShiraishiI Jorge Fernandes de AzevedoI Aristeu Vieira da SilvaII

Débora de Mello Gonçales Sant’AnaI Eduardo José de Almeida AraújoI*

Análise morfométrica da parede intestinal e dinâmica de mucinas secretadas no íleo defrangos infectados por Toxoplasma gondii

Morphometric analysis of the intestinal wall and the dynamic of mucins secreted in the chickenileum infected with Toxoplasma gondii

RESUMO

Objetivou-se analisar os efeitos da toxoplasmosesobre a morfometria da parede intestinal e a dinâmica demucinas secretadas no íleo de frangos. Foram utilizados 16frangos de corte machos (Gallus gallus) da linhagem Cobb,com 26 dias de idade. As aves foram divididas aleatoriamenteem três grupos (G1, G2 e G3). O G1 não recebeu nenhuminóculo caracterizando o grupo controle, o G2 foi inoculadocom cistos teciduais da cepa ME49 de Toxoplasma gondii, e oG3 foi inoculado com oocistos da cepa M7741 de T. gondii.Após 60 dias da inoculação, os animais foram mortos, e coletou-se o íleo, o qual foi submetido à rotina de processamentohistológico. Cortes transversais de 4mm foram corados comHematoxilina-Eosina (HE), Periodic Acid Schiff (PAS), AlcianBlue pH 2,5 e Alcian Blue (AB) pH 1,0. Nos animais do G2,observou-se aumento da parede intestinal, sobretudo a túnicamuscular, muscular da mucosa e túnica mucosa, além deaumento na secreção de mucinas neutras. Já nos animais doG3, houve uma atrofia da parede intestinal, sobretudo para atúnica mucosa, e aumento na secreção de mucinas neutras.

Palavras-chave: toxoplasmose, Gallus gallus, intestinodelgado, histologia, células caliciformes,morfometria.

ABSTRACT

The effects of toxoplasmosis on the intestinal wallmorphometry and the dynamic of mucins secreted in the chickenileum were analyzed. Sixteen 26-day-old, male, Cobb broilerchicks (Gallus gallus) were used and randomly divided intothree groups (G1, G2 and G3). G1 received no inoculumcharacterizing the control group, G2 was inoculated with tissuecysts of ME49 strain of Toxoplasma gondii, and G3 wasinoculated with oocytes of M7741 strain of T. gondii. After 60days of inoculation, the animals were killed and had theirileum collected and submitted to histological processing.

Tranversal cuts (4mm) were stained with Hematoxilin-Eosine(HE), Periodic Acid Schiff (PAS), Alcian Blue pH 2.5 andAlcian Blue (AB) pH 1.0. Intestinal wall increase was noticedfor the animals from G2 – mostly the muscle tunic, themuscularis mucosae, and the mucous tunic, including theincrease of secretion of neutral mucins. The animals from G3presented atrophy of the intestinal wall – mostly the mucoustunic, and increase of the secretion of neutral mucins.

Key words: toxoplasmosis, Gallus gallus, small intestine,histology, goblet cells, morphometry.

INTRODUÇÃO

A toxoplasmose é uma das zoonosesparasitárias mais comuns, tanto no homem, como nosanimais, apresentando ampla distribuição geográfica.Estima-se que mais de um terço da população humanajá foi exposta à infecção pelo Toxoplasma gondii, ocausador dessa doença. Trata-se de um protozoáriodo filo Apicomplexa, parasita obrigatoriamenteintracelular, que possui um ciclo de vida heteroxeno,caracterizado por uma ampla diversidade dehospedeiros, incluindo somente os felídeos comodefinitivos e várias espécies de mamíferos e de avescomo intermediários (TENTER et al., 2000).

A infecção por T. gondii pode ocorrer pela(1) ingestão de oocistos liberados pelas fezes defelídeos, que podem estar presentes no solo, na águaou nos alimentos; (2) ingestão de carne crua oumalcozida, contendo cistos teciduais, e (3) transmissãode taquizoítos por via transplacentária (transmissão

ILaboratório de Neurogastroenterologia Experimental, Universidade Paranaense (UNIPAR), 87502-210, Umuarama, PR, Brasil.E-mail: [email protected]. *Autor para correspondência.

IILaboratório de Medicina Veterinária e Saúde Pública, UNIPAR, Umuarama, PR, Brasil.

Recebido para publicação 10.12.08 Aprovado em 22.05.09

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vertical). Casos raros de infecção por transplante deórgãos e transfusão sanguínea são também descritos(DUBEY & BEATTIE, 1988). Quanto às formas de vidado parasita nos hospedeiros intermediários (homem,mamíferos e aves), sabe-se que os taquizoítos possuemuma alta taxa proliferativa, o que propicia suadisseminação no hospedeiro, caracterizando a faseaguda da doença, enquanto que os cistos teciduais,repletos de bradizoítos, persistem por longo tempo, àsvezes, a vida toda do hospedeiro, caracterizando a fasecrônica da doença (FERREIRA et al., 2003).

Estudos indicam um elevado número deinfectados em todo o mundo, tanto em humanos,quanto em animais. Entretanto, relatos de quadrosclínicos severos e infecções letais são poucofrequentes (DUBEY & BEATTIE, 1988). Em humanos,a toxoplasmose pode acarretar sérios problemasclínicos, como linfadenopatia, cegueira, encefalite emindivíduos imunodeprimidos e malformações emindivíduos infectados durante a gestação, por isso éconsiderada um problema de saúde pública (DUBEY,1998). Já em animais como cães, essa zoonose podecausar febre com lassidão, pneumonia, manifestaçõesneurológicas, anorexia e diarréia; nos pequenosruminantes, a toxoplasmose clínica está associada àfebre, à dispnéia, à sintomatologia nervosa e ao aborto,em geral, em ovelhas, e mortalidade perinatal emcordeiros (KIM, 2007); nos suínos, induz a tosse,dispnéia e diarréia (WINGSTRAND et al., 1997);enquanto nas aves observa-se palidez, flacidez, perdade peso e diarréia (JONES et al., 1959).

Aves infectam-se quando ingerem oocistospresentes no solo, alimento e água. Quando felídeosalimentam-se de carne crua de aves (ou outros animais)contendo cistos teciduais, podem se infectar e produziroocistos, os quais são posteriormente excretados emsuas fezes, contaminando o ambiente, o que propiciaque mais aves se infectem pelo parasito. Dessa forma,aves têm sido consideradas potenciais disseminadorasdo T. gondii (AGANDA & BELINO, 1984) e bonsindicadores de contaminação ambiental (DUBEY et al.,2006). Fato que pode ser ressaltado pelo estudo deGARCIA et al. (2000), que avaliou a soroprevalência deT. gondii em aves (Gallus gallus domesticus), na regiãoNorte do Estado do Paraná, e constataram que 16 dos155 animais avaliados eram reagentes à toxoplasmose.Essa elevada ocorrência desperta preocupações quantoa essa espécie por representar risco de infecção para ohomem e outros animais quando consumida carne cruaou malcozida.

As aves, independentemente da idade, dosexo, da raça e de outras características, sãosusceptíveis à infecção, mas apenas aves jovens

desenvolvem sinais clínicos. Nesse contexto, estudosdemonstram que o órgão mais afetado pela infecçãodo T. gondii nas aves é o intestino (25% a 30%) e que,na parede do intestino delgado, foram observadosespessamento, com inflamação muito evidente, pontoshemorrágicos e diversos hematomas na região damucosa (RUIZ et al., 2005). Contudo, poucos são osestudos que se dedicam ao entendimento dasalterações histomorfométricas e de marcaçõeshistoquímicas da parede intestinal de aves infectadaspor T. gondii. Dessa forma, neste estudo, foramanalisadas as consequências dessa infecção para amorfometria da parede intestinal e a dinâmica demucinas secretadas no íleo de frangos.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 16 frangos de corte machos(Gallus gallus) da linhagem Cobb, com 26 dias de idade(1571,25±127,38g), os quais foram adquiridos em umcriatório comercial, no Município de Umuarama,Paraná, Brasil. Antes de serem inoculados, os animaispassaram por um período de adaptação ao ambientepor 10 dias, período em que foi coletado sangue porpunção da veia cefálica, visando à detecção deanticorpos séricos (IgG) anti-T.gondii, pelo método deaglutinação direta. Somente animais com resultadosnegativos participaram deste estudo. Contudo,nenhum animal apresentou sorologia positiva. Durantetodo o experimento, as aves foram mantidas em gaiolasapropriadas e alojadas no aviário do HospitalVeterinário da Universidade Paranaense – CampusCruzeiro (Umuarama, Paraná, Brasil). As aves foramdistribuídas aleatoriamente em três grupos,denominados de G1, G2 e G3, identificadas com anilhae tratadas com ração comercial COCARI® e água adlibitum.

O grupo G1 (n=4) foi mantido como controle,portanto não recebeu inóculo. As aves do grupo G2(n=6) receberam, por via oral, 1,0 mL de suspensão,contendo 2x102 cistos teciduais da cepa ME49 deToxoplasma gondii (genótipo II). As aves do grupoG3 (n=6) receberam, por via oral, 1,0mL de suspensão,contendo 103 oocistos da cepa M7741 de Toxoplasmagondii (genótipo III).

Após 60 dias da inoculação, os animais foramsacrificados por deslocamento crânio-cervical. Porlaparotomia, coletou-se o íleo de cada espécime, o qualfoi lavado com solução de NaCl a 0,9% e fixado emsolução de Bouim. Esses segmentos intestinais foramdesidratados em série ascendentes de álcool etílico,diafanizados em xilol e incluídos em parafina. Cortestransversais de 4μm foram corados com Hematoxilina-

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Eosina (HE) Periodic Acid Schiff (PAS), para detecçãode mucinas neutras e sialomucinas lábeis, Alcian Blue(AB) pH 2,5, para detecção de sialomucinas esulfomucinas, e Alcian Blue (AB) pH 1,0, para detecçãode sulfomucinas, seguindo protocolo descrito porMYERS et al (2008). No caso das técnicas para detecçãode glicoconjugados (PAS e AB), realizou-secontracoloração com hematoxilina.

Inicialmente realizou-se uma avaliaçãoqualitativa da parede intestinal, utilizando lâminascoradas com PAS no intuito de se identificar cistosteciduais, já que a parede elástica dessa estruturacontém glicoconjugados neutros. A análisemorfométrica da parede intestinal foi realizada a partirde imagens de cortes corados com HE capturadas pormeio de uma câmera digital (Moticam 2000, 2.0Megapixel) acoplada a um microscópio de luz trinocular(MOTIC B5). Imagens capturadas com a objetiva de10X foram utilizadas para medir a espessura total daparede. Com a objetiva de 20X, mediu-se a espessurada túnica mucosa e da túnica muscular, e em 40Xmensurou-se a espessura da muscular da mucosa.Foram realizadas 80 medidas de cada estrutura,distribuídas uniformemente em toda a circunferênciaintestinal de cada frango.

Foi quantificado também o número decélulas caliciformes presentes em 0,3mm2 de túnicamucosa de cada animal. Essa análise foi realizada comas lâminas submetidas às técnicas histoquímicas paradetecção de glicoconjugados (PAS, AB pH 2,5 e ABpH 1,0).

Os dados numéricos coletados inicialmenteforam submetidos ao teste D’Agostino-Pearson ou deShapiro, para verificar o tipo de distribuição. Dadoscom distribuição normal são apresentados como média± desvio padrão. Nesse caso, para comparar os gruposG2 x G1 ou G3 x G1, utilizou-se Teste t de Student.Dados com distribuição livre são apresentados comomediana (percentil 25; percentil 75). Nesse caso, acomparação entre os grupos G2 x G1 ou G3 x G1 foi

realizada pelo teste de Mann-whitney. Em todos ostestes estatísticos, valores de p menores que 0,05 foramconsiderados significantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em todos os cortes histológicos, não seobservou a presença de cistos teciduais de T. gondii.Cistos teciduais correspondem à forma de vida do T.gondii que lhe permite escapar do sistema imune epermanecer no hospedeiro. Teoricamente, cistosteciduais podem ser formados em quaisquer células dohospedeiro definitivo ou intermediário, porém o parasitaapresenta maior tropismo para alguns tecidos. Nessecaso, destaca-se o tecido nervoso (Sistema NervosoCentral) e o tecido muscular. Por isso, é comum observara presença de cistos teciduais no cérebro e coração deanimais infectados (SUZUKI et al., 2007). Por outrolado, poucos são os trabalhos que relatam a presençade cistos teciduais no intestino (DUBEY et al., 1988).

Quanto à análise morfométrica da parede doíleo (Tabela 1), observou-se que, na parede total desseórgão, houve um aumento de 20,3% no G2 e umadiminuição de 12,0% no G3, em comparação ao G1(P<0,05). Nota-se que o referido aumento no G2 ocorreudevido a um espessamento da túnica muscular, damuscular da mucosa e da túnica mucosa, enquantoque a redução da espessura da parede total observadano G3 se deveu a uma redução na espessura da túnicamucosa (P<0,05). Considerando que o tempo deinfecção foi o mesmo, tanto para o G2, como para o G3,sugere-se que, para as aves deste estudo, a infecçãocausada por cistos teciduais da cepa ME49 (genótipoII) provavelmente tenha desencadeado uma maiorproliferação celular e/ou um maior recrutamento decélulas do sistema imune. Portanto, um processoinflamatório mais expressivo e/ou de maior duração doque a infecção causada por oocistos da cepa M7741(genótipo III). Nesse sentido, sabe-se que a homeostaseintestinal é coordenada por respostas de diferentes

Tabela 1 - Mediana (percentil 25; percentil 75) da espessura da parede total, da túnica muscular, da muscular da mucosa e da túnica mucosado íleo de frangos infectados por Toxoplasma gondii.

Parâmetro (µm) G1 G2 G3

Parede total 297,6 (275,3; 328,9)§ # 358,2 (312,8; 428,4)§ 261,8 (326,2; 317,3) #

Túnica muscular 190,2 (173,6; 203,9)§ 196,5 (178,2; 212,7)§ 188,2 (172,4; 209,9)Muscular da mucosa 16,7 (14,2; 19,4)§ 21,8 (18,6; 25,7)§ 16,9 (14,6; 19,9)Túnica mucosa 90,4 (77,4; 108,3)§ # 134,0 (110,9; 148,8)§ 83,3 (73,2; 101,6) #

G1: Grupo Controle, G2: grupo infectado por cistos teciduais da cepa ME49 de T. gondii (genótipo II), G3: grupo infectado por oocistos dacepa M7741 de T. gondii (genótipo III). Valores marcados pelo mesmo símbolo (§ entre G1 e G2 e # entre G1 e G3) numa mesma linha sãosignificativamente diferentes (P<0,05).

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tipos celulares, incluindo células do sistema imune ede outros sistemas. A interação entre essas células éampliada durante a inflamação, aumentando aexposição das células receptoras a mediadoressolúveis, tais como citocinas, secretadas por célulasimunes. A ação dessas citocinas pode alterar ometabolismo das células da parede intestinal, deixando-as hiper ou hipotróficas, dependendo do tipo deinfecção e da intensidade da inflamação (MAWE et al.,2004). Isso poderia explicar a diferença observada entrea espessura da parede total do íleo nos animais do G2e G3.

No que tange ao aumento de 3,3%observado na espessura da túnica muscular das avesdo G2 (P<0,05), vale destacar que um estudo recentesugere que esse estrato da parede intestinal tem umagrande importância imunológica. Esse estudo descreveque, ao longo do trato gastrintestinal de roedores, atúnica muscular é constituída por uma rede densa demacrófagos, havendo também outros poucosleucócitos. O estudo complementa que, em humanos,a túnica muscular é densamente povoada pormacrófagos e mastócitos. Além disso, ressalta quemacrófagos residentes na musculatura intestinal sãoos primeiros a conduzir e responder aos eventosinflamatórios após contato com endotoxinas secretadaspor microrganismos, ativando a musculatura lisa, nointuito de conduzi-la a um estado dehipercontratibilidade para expulsão do parasito(BAUER, 2008).

Isso pode ser um mecanismo que expliqueos sinais de diarréia muitas vezes observado em animaisinfectados por T. gondii. Nesse sentido, éimprescindível destacar que os animais deste estudotambém apresentaram esse sinal clínico, porém de formamais branda no G2 e mais intensa no G3 (GALLI et al.,2008). Nesse contexto, é importante recordar que a túnicamuscular do intestino possui duas camadas de tecidomuscular liso: uma mais interna, com células dispostascircularmente à luz intestinal, e outra mais externa,contendo células dispostas longitudinalmente(BOLELI, 2002). Entre essas duas camadas de músculoliso, encontra-se um grupo de neurônios ganglionadosque forma o plexo mientérico (ou de Auerbach), que é oprincipal suprimento nervoso intrínseco da túnicamuscular (FURNESS, 2006). Dessa forma, a diarréiaobservada nos animais do G2 e G3 pode ser explicadapelo fato de os neurônios mientéricos possuírem umaíntima associação com o sistema imune (BARBARA &GIORGIO, 2004), e a presença do T. gondii pode terinduzido a secreção de citocinas que ativaramneurônios mientéricos motores excitatórios. Há temposse sabe que a idade das aves em estudos de infecção

experimental é um fator determinante para observaçãode sinais clínicos da toxoplasmose (KULASARI et al.,1965). Nesse sentido, RUIZ et al. (2005) relataram quepintinhos com cinco dias de idade, quando inoculadoscom 10, 1.000 ou 100.000 oocistos de T. gondii, morremdepois de 25, 15 e 10 dias após a inoculação,respectivamente. Nesse trabalho, relatam diarréiasevera, debilidade, anorexia e perda de peso. Alémdisso, as aves, enquanto estavam vivas, permaneceramcom diarréia até 15 dias após a inoculação.

No que tange à espessura da muscular damucosa, observou-se que os animais do G2 tiveram umaumento de 30,5% (P<0,05), quando comparados aoG1. Porém, no G3 não houve alteração morfométricadessa estrutura. Como também foi observado umaumento da espessura da túnica mucosa (discutido aseguir) no G2, sugere-se que a infecção causada porcistos teciduais da cepa ME49 provavelmente tenhaprovocado um aumento da espessura da muscular damucosa, o que, consequentemente, pode aumentar asua força muscular, para resistir à pressão consequenteà hiperplasia de células da mucosa, decorrente doprocesso inflamatório, e manter a motilidade da mucosa,de forma a manter seu papel fisiológico. Não foramencontrados trabalhos na literatura que avaliassemespecificamente a espessura muscular da mucosa emanimais infectados por T. gondii. Contudo, há um relatode renas infectadas por oocitos da cepa ME49 de T.gondii que se tornaram doentes dois dias após ainoculação e morreram de enterite aguda após novedias da inoculação. A necropsia revelou destruição damucosa intestinal com preservação das glândulaspróximas à muscular da mucosa (OKSANEN et al., 1996).

Para finalizar os resultados da análisemorfométrica realizada neste estudo, observou-se quea túnica mucosa aumentou 48,3% no grupo G2 e reduziu7,8% no G3 em relação ao G1 (P<0,05), como ilustradona figura 1. Esses achados denunciam mais uma vezque a reação da parede do íleo de frangos infectadospor cistos teciduais da cepa ME49 de T.gondii foi maisintensa, mais expressiva e mais duradoura que nas avesinfectadas por oocistos da cepa M7741 de T. gondii.Essas distintas reações podem ser explicadas pelo fatode terem sido utilizadas, neste estudo, diferentes cepase doses para inocular os animais dos grupos G2 e G3.Quanto à túnica mucosa, sabe-se que é composta deum epitélio intestinal, uma lâmina própria e umamuscular da mucosa (SHU-XIN - ZHANG, 2001) erepresenta uma barreira fisiológica e morfológica, comcomplexas funções de seleção e defesa (MADI et al.,2001).

Segundo FERGUSON & DUBREMETZ(2007), quando o hospedeiro intermediário é infectado

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por meio da ingestão de cistos teciduais ouoocistos de T.gondii, os zoítos liberados nolúmem do intestino delgado invadementerócitos ou linfócitos intraepiteliais ealcançam a lâmina própria, onde sediferenciam em taquizoítos e invadem célulaspresentes nesse local. Quando taquizoítosinteragem com mastócitos presentes nalâmina própria, desencadeia-se um processode quimiotaxia para neutrófilos, macrófagose linfócitos (FERREIRA et al., 2004). Essascélulas também são atraídas por moléculassecretadas por enterócitos presentes naregião baso-lateral das criptas intestinais(KASPER et al. 2004). O recrutamento decélulas do sistema imune para a mucosa podeser uma explicação para o aumento dessacamada observado nos animais do G2, e estepode ser considerado um processo-chavepara contenção do parasito, já que se sabeque a depleção de neutrófilos emcamundongos diminui a resistência doorganismo à infecção pelo T. gondii (BLISSet., 2001). Quanto à imunidade da mucosa, éimportante lembrar que o íleo (órgão avaliadoneste estudo) contém um volume muitogrande de células do sistema imune, de formabastante organizada, formando nóduloslinfóides (Placas de Peyer), e que, na verdade,os tecidos linfóides associados à mucosacorrespondem ao maior órgão imune doorganismo animal (WERSHIL & FURUTA,2008).

A necropsia de um felídeo (Felismanul) com toxoplasmose que vivia numzoológico em Wisconsin (EUA) demonstrouuma grande quantidade de taquizoítos de T.gondii no intestino, os quais provocaramlesões da lâmina própria culminando numaenterite aguda (DUBEY et al., 1988). Numestudo experimental com camundongosinfectados intraperitonealmente pela cepaRH, observou-se, na mucosa intestinal,imagens com aparência de “olho de coruja”em conjunto com o T. gondii (GUIMARÃESet al., 1997).

Vários estudos descrevem apresença de necrose generalizada dointestino em animais infectados por T. gondiicomo sendo a principal causa de óbito portoxoplasmose (DUBEY et al., 1988;OKSANEN et al., 1996; GUIMARÃES et al.,1997; EPIPHANIO et al., 1999; LIESENFELDet al., 2004; ANDRADE et al., 2007).

Figura 1 - Cortes histopatológicos da parede intestinal do íleo de frangoshígidos e infectados por Toxoplasma gondii corados porHE, barra: 70μm. A) Animal do G1 (grupo controle). B)Animal G2 (grupo infectado por cistos teciduais de T.Gondii)evidenciando aumento da túnica mucosa. C) Animal do G3(grupo infectado por oocistos de T. gondii) evidenciandoredução da túnica mucosa.

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Ciência Rural, v.39, n.7, out, 2009.

Além da avaliação morfométrica da parede,em função da diarréia praticamente constante nosanimais do G2 e G3, este estudo também investigou adinâmica de glicoconjugados (mucinas) secretados pelamucosa intestinal por meio do número de célulascaliciformes marcadas por PAS (mucinas neutras),Alcian Blue pH 2,5 (mucinas ácidas não sulfatadas:sialomucinas) e Alcian Blue pH 1,0 (mucinas ácidassulfatadas: sulfomucinas) e observou-se diferençasignificativa somente no número de células marcadaspor PAS (Tabela 2). Nesse sentido, vale destacar quemucinas são glicoproteínas poliméricas que constituemo principal componente do muco que recobre o epitéliodo trato gastrintestinal. A principal função do muco éproteger o epitélio de agressores químicos, físicos ebiológicos, que podem estar presentes na luz intestinal.Dependendo da composição de seus monossacarídeos,as mucinas são classificadas em neutras e subtiposácidos: não-sulfatadas (sialomucinas) e sulfatadas(sulfomucinas). As mucinas neutras contêmmonossacarídeos de manose, galactose egalactosamina. As sialomucinas compõem um grupoque contém diversos monossacarídeos, compostos denove carbonos, e na posição C1 há um grupocarboxilato, que está sempre ionizado a um pHfisiológico. Mucinas que contém um grupo sulfatadoligado ao carboidrato (sulfomucinas) sãosignificativamente mais ácidas que as sialomucinas(MYERS et al., 2008).

Como não houve diferença significativa paraas células marcadas com AB (técnica que evidenciamucinas ácidas), pode-se assegurar que, neste estudo,houve somente alteração no perfil secretório demucinas neutras. Na verdade, quanto ao número decélulas PAS-reativas, houve um aumento de 40,9% noG2 e de 36,9% no G3, quando comparados ao G1(P<0,05). Como o muco neutro apresenta-se mais densoque o muco ácido, num meio aquoso, atribui-se aoprimeiro uma maior capacidade de proteção elubrificação, quando as células mucosas são expostasa agentes abrasivos e irritantes (BEAMISH et al., 1972).

Por outro lado, deve-se considerar que a avaliaçãorealizada neste estudo ocorreu 60 dias após ainoculação e que nesse momento possivelmente nãohavia mais a presença do parasita na luz intestinal,porém os animais do G2 e do G3 apresentaram contínuadiarréia, sobretudo no G3. Dessa forma, sugere-se queo aumento da secreção de mucinas neutras no G3 e G2teria a finalidade de deixar mais denso o muco querecobria o epitélio, no intuito de protegê-lo da abrasãoque normalmente ocorre durante a diarréia. Estudos deinfecção experimental com T. gondii demonstram queesporozoítos atravessam a mucosa intestinal, tantopelos enterócitos, como pelas células caliciformes(SPEER & DUBEY, 1998). Quando camundongos sãocoinfectados por T. gondii e Nippostrongylusbrasiliensis, o número de células caliciformes não sealtera; contudo, quando infectados somente com N.brasiliensis, observa-se um aumento significativo donúmero de células caliciformes (LIESENFELD et al.,2004). Há ainda relatos da presença do parasita emcélulas caliciformes da conjuntiva de cobaias minutosapós a inoculação (SKORICH et al., 1988). Contudo,não há outras investigações que avaliaram a dinâmicada secreção de glicoconjugados em indivíduosinfectados por T. gondii.

CONCLUSÃO

Conclui-se que uma infecção durante 60 dias,causada por cistos teciduais da cepa ME49 de T. gondii,provoca aumento da espessura da parede e aumentoda secreção de mucinas neutras no íleo de frangos,enquanto que uma infecção, também por 60 dias,causada por oocistos da cepa M7741 de T. gondii,provoca uma atrofia da túnica mucosa e um aumentoda secreção de mucinas neutras no íleo de frangos.

AGRADECIMENTOS E APRESENTAÇÃO

Os autores agradecem à mestranda em CiênciaAnimal da Universidade Paranaense (UNIPAR) Catchia Hermespelo auxílio na análise estatística. Este trabalho foi integralmentefinanciado pela Universidade Paranaense – UNIPAR.

Tabela 2 - Número de células caliciformes evidenciadas por técnicas histoquímicas para glicoconjugados em uma área de 0,3mm2 de túnicamucosa do íleo de frangos infectados por Toxoplasma gondii.

Técnica G1 G2 G3

PAS 791,8 ±177,7§# 1116,0 ± 175,9§ 1084,2 ± 85,1#

AB pH 2,5 645,2 ± 114,1 731,2 ± 223,8 800,5 ± 138,9AB pH 1,0 695,5 (607,8; 761,0) 709,2 (604,9; 734,1) 732,2 (660,1; 836,8)

PAS: Periodic-Acid-Schiff; A.B: Alcian Blue. Valores expressos como média ± desvio padrão ou mediana (P25; P75). Valores marcadospelo mesmo símbolo (§ entre G1 e G2 e # entre G1 e G3) numa mesma linha são significativamente diferentes (P<0,05). G1: Grupo Controle,G2: grupo infectado por cistos teciduais da cepa ME49 de T. gondii (genótipo II), G3: grupo infectado por oocistos da cepa M7741 de T.gondii (genótipo III).

2152 Shiraishi et al.

Ciência Rural, v.39, n.7, out, 2009.

COMITÊ DE ÉTICA

O delineamento experimental deste estudo foipreviamente aprovado pelo Comitê de Ética em PesquisaEnvolvendo Experimentação Animal da UniversidadeParanaense (protocolo no 10161/2007).

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