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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL
DOUGLAS JOSÉ DAMASCENO COELHO
ANÁLISE FINANCEIRA DO PERFIL PREVIDENCIÁRIO: UM
ESTUDO NO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE VARGINHA -
INPREV, 2010 A 2012.
Varginha/MG
2014
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DOUGLAS JOSÉ DAMASCENO COELHO
ANÁLISE FINANCEIRA DO PERFIL PREVIDENCIÁRIO: UM
ESTUDO NO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE VARGINHA -
INPREV, 2010 A 2012.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da
Universidade Federal de Alfenas, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase
em Controladoria.
Orientador: Prof. Leandro Rivelli Teixeira
Nogueira
Varginha/MG
2014
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DOUGLAS JOSÉ DAMASCENO COELHO
ANÁLISE FINANCEIRA DO PERFIL PREVIDENCIÁRIO: UM
ESTUDO NO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS
SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE VARGINHA -
INPREV, 2010 A 2012.
A Banca examinadora abaixo-assinada, aprova
a monografia apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do título de Bacharel
em Ciências Econômicas com Ênfase em
Controladoria da Universidade Federal de
Alfenas.
Aprovada em: Varginha, 06 de fevereiro de 2014
________________________________
Prof. Nome do Professor
________________________________
Prof. Nome do Professor
________________________________
Prof. Nome do Professor
5
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos que contribuíram de alguma forma com a confecção
deste trabalho. Em especial, sou grato ao meu orientador Prof. Leandro Rivelli Teixeira
Nogueira, pelo apoio, amizade e orientação segura no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Luis Renato Junqueira, que iniciou comigo este estudo e sempre se mostrou
presente.
À Prof. Maria Aparecida Curi pelo conhecimento compartilhado.
Aos professores e funcionários do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da
Universidade Federal de Alfenas, que sempre estiveram dispostos a colaborar.
A todos os funcionários que integram o Instituto de Previdência dos Servidores
Públicos do Município de Varginha – INPREV, que sempre me atenderam de forma educada.
E por último, mas considerado por mim o mais importante, a Deus, por me guiar nesta
jornada.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------- 7
2 REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------------------------------- 8
2.1 A PREVIDÊNCIA SOCIAL ------------------------------------------------- 8
2.2 REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ---------------- 10
2.3 O EQUILÍBRIO FINANCEIRO ------------------------------------------- 13
3 METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------ 15
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS -------------------------- 19
4.1 SERVIDORES ATIVOS ------------------------------------------------ 19
4.1.1 DADOS DE 2010 ------------------------------------------------ 19
4.1.2 DADOS DE 2011 ------------------------------------------------ 24
4.1.3 DADOS DE 2012 ------------------------------------------------ 27
4.2 EVOLUÇÃO DO INPREV ---------------------------------------------- 31
4.3 SERVIDORES APOSENTADOS ------------------------------------- 34
4.4 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO RPPS EM VARGINHA----- 37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------------------------------- 39
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------- 41
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1. INTRODUÇÃO
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família,
em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Por meio dela são
direcionados vários benefícios, que juntos garantem tranquilidade quanto ao presente e
principalmente ao futuro, assegurando um rendimento num momento em que qualquer
cidadão precisará ao máximo de um apoio financeiro estável.
Direcionando o estudo para o município de Varginha, em Minas Gerais, foi criada a
Lei Nº 2.404, na data de 03 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a Concessão de
Aposentadoria aos Servidores Municipais, Pensão aos seus Dependentes, Institui o Fundo de
Aposentadoria e Pensões e criou o FAPEN (VARGINHA Lei nº 2.404, 2003).
O Regime Próprio de Previdência Social - RPPS foi instituído como fundo
previdenciário do município, estabelecendo normas para a concessão de benefícios e assim
nasceu o FAPEN. O RPPS, na condição de Fundo Previdenciário, desenvolveu suas funções
no período de 16 de dezembro de 1993, data em que entrou em vigor, até 31 de dezembro de
2008. A partir daí foi reorganizado como autarquia previdenciária, criando o Instituto de
Previdência dos Servidores Públicos do Município de Varginha - INPREV, que vem como
sucessor do FAPEN, assumindo o seu ativo, passivo, incorporando o seu patrimônio, créditos
e direitos, respondendo por todas as suas obrigações.
O INPREV, autarquia com personalidade jurídica de direito público, será o objeto de
estudo deste trabalho, com o propósito de responder a seguinte questão. Qual é o perfil
previdenciário atual dos servidores públicos do município de Varginha e como se deu o
processo de criação do RPPS em Varginha?
Para responder a esse questionamento, o presente estudo terá como objetivo analisar o
perfil previdenciário do INPREV, bem como, o seu processo de criação. Mais
especificamente, serão analisadas a Receita Operacional e os Gastos com os aposentados do
Instituto no período de 2010 a 2012.
As contribuições esperadas deste trabalho se constituem em trazer informações
relevantes do público contribuinte do Instituto, e com isso identificar suas necessidades em
prol de seu melhor funcionamento. Para o campo da prática, espera-se que o estudo contribua
ao fornecer dados que possam ser estudados e acompanhados no decorrer do tempo, e que
8
tenham impacto positivo em dimensões gerenciais, visando sempre uma atuação consistente
do sistema previdenciário de Varginha.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A Previdência Social
De acordo com o Senac (2004), a Previdência Social é o seguro social que substitui a
renda do segurado-contribuinte quando ele perde sua capacidade de trabalho por motivo de
doença, acidente de trabalho, velhice, maternidade, morte ou reclusão.
O valor mensal de benefícios é calculado, na maioria dos casos, em função do salário-
de-benefício, que corresponde à média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-
contribuição a partir de julho de 1994. Na maior parte das vezes, também é exigido um
período mínimo de contribuição, sem interrupções, denominado período de carência. A partir
daí, essa aposentadoria nada mais é que um pagamento mensal vitalício, efetuado ao
segurado. Já a aposentadoria por invalidez pode ser cessada após a recuperação da capacidade
laborativa.
Ainda segundo o Senac (2004), os segurados da Previdência Social se caracterizam
dentre grupos, que são:
Tabela 1. Grupos segurados pela Previdência Social
1- Empregado
São aqueles que trabalham com carteira assinada, incluindo os
trabalhadores temporários, os diretores-empregados, as pessoas que
prestam serviços a órgãos públicos, brasileiros e estrangeiros que
trabalham em empresas brasileiras instaladas em outros países e pessoas
que trabalham no Brasil em missões diplomáticas.
2- Empregado
Doméstico
É o trabalhador que presta serviço na residência de outra pessoa ou
família, contando que esse serviço não tenha fins lucrativos para o
empregador.
3- Trabalhador
Avulso
São aquelas pessoas que trabalham para empresas, mas são contratadas
por sindicatos ou órgãos gestores de mão-de-obra.
4- Contribuinte
Individual
Exercem atividade por conta própria ou prestam serviços a empresas, mas
não são seus empregados.
5- Segurados
Especiais
Se caracterizam em trabalhadores rurais que produzem junto com sua
família, nessa categoria estão incluídos ainda o pescador artesanal e o
índio que trabalha no campo.
6- Segurados
Facultativos
São aqueles maiores de 16 anos de idade que não exercem atividade
profissional, como as donas de casa, os estudantes, os desempregados, os
presidiários não remunerados e os estudantes bolsistas.
Fonte: Senac (2004)
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Pelo exposto, há uma necessidade de inserir o tema “Previdência” utilizando outros
estudos, para com isso definir sua objetividade e utilidade perante o mundo e ao Brasil. De
acordo com Mesa-Lago (2007), em 2003, fez 110 anos que o seguro social foi originado na
Alemanha, origem da moderna seguridade social, gerado por meio da trilogia legal
impulsionada pelo chanceler Otto von Bismarck entre 1883 e 1889, que veio para estabelecer
a proteção dos trabalhadores contra os riscos sociais da idade, invalidez e saúde. Esse modelo
bismarckiano se desenvolveu gradualmente na Europa e em outros países industrializados. No
século XX, especificamente no ano de 1919, com o término da Primeira Guerra Mundial,
fundou-se a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e essa estabeleceu o seguro social
como instrumento fundamental de proteção dos trabalhadores e de suas famílias contra certos
riscos sociais.
Ainda segundo o referido autor, entretanto, o termo seguridade social seguindo o
conceito moderno, apenas foi desenvolvido pelo Sir William Beveridge no seu famoso
documento Relatório sobre o Seguro Social e Serviços Afins, publicado em 1942, o qual
propunha um plano de “seguridade social’’ que integrasse os seguros sociais, a assistência
social e os seguros voluntários complementares. Em 1948, houve uma Declaração Universal
dos Direitos Humanos, no qual estabeleceu que toda pessoa, como membro da sociedade, tem
direito à seguridade social. A Organização Internacional do Trabalho - OIT à define como:
A proteção que a sociedade proporciona a seus membros, mediante uma série de
medidas públicas, contra as privações econômicas e sociais que, se não fosse assim,
ocasionariam o desaparecimento ou uma forte redução de renda devido à doença, à
maternidade, a acidentes de trabalho ou doenças profissionais, ao desemprego, à
invalidez, idade e morte; além da proteção por meio da assistência médica e da ajuda
às famílias com filhos. (OIT-AISS, 2001, p. 09).
Ainda segundo a OIT (2002, p. 02) “não existe um modelo adequado único de
seguridade social, cada sociedade deve escolher a melhor maneira de garantir a segurança da
renda e o acesso à assistência à saúde”, mas que “todos os sistemas deveriam ajustar-se a
certos princípios básicos”.
Os sistemas previdenciários apresentam significativas diferenças de uma sociedade
para outra, isso se dá por fatores de ordem política, econômica, social e cultural, pois
há uma interferência na história de sua formação e no seu desenvolvimento, mas em
todas possuem um objetivo em comum: auxiliar com recursos financeiros a
população adulta quando esta se encontra afastada do mercado de trabalho, seja por
motivos alheios à sua vontade. (BATICH, 2004,p.33)
No Brasil, o seguro social é administrado pelo Estado, todavia, surgiu graças à
iniciativa dos trabalhadores nas primeiras décadas do século XX. O seu desenvolvimento foi
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lento, e apenas em 1923 ocorreu o primeiro ato governamental de intervenção nesta área, com
a promulgação da Lei Eloy Chaves, determinando a criação de uma Caixa de Aposentadorias
e Pensões (CAP), para os trabalhadores de ferrovias. Segundo a autora Batich (2004), no ano
de 1930 há uma grande transformação econômica no país, a revolução industrial se torna viva
e crescente, e com isso leva o Estado a iniciar um processo de interferência nas relações
trabalhistas. A administração previdenciária deixa de ser responsabilidade de cada CAP,
passando para a alçada do Estado.
Batich (2004, p.35) aponta que apenas no ano de 1980, há um estabelecimento de
diretrizes mais amplas e significativas para a proteção social na sociedade brasileira, com o
fim do regime ditatorial em 1984, tornando possível a abertura do Congresso Nacional e a
elaboração de uma nova Constituição para o país, em 1988, segundo os quais todo cidadão
tem garantido direitos de bem-estar social e segurança, independentemente de qualquer
mérito. Assim, por determinação constitucional, a assistência social passou a ser reconhecida
como um direito da cidadania.
Contudo, o que se vê com o passar do tempo, tanto no Brasil quanto no mundo
globalizado de hoje, é a prevalência de uma desigualdade social significativa, vinda de um
sistema capitalista presente em toda sociedade, que vem dificultando às medidas de proteção
social.
De acordo com Batich (2004):
Seguindo os princípios neoliberais, que visa gerar um mercado único, privatizar todo
o setor público e reduzir a presença do Estado em todos os setores, na área social
vem apresentando um efeito estrondoso, pois as interferências governamentais
caberiam somente sobre as populações de mais baixa renda, utilizando-se o termo
focalização para expressar a direção a ser seguida nessa área, excluindo-se, portanto,
medidas de proteção social de caráter universal. (BATICH, 2004, p.36)
2.2 Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS)
Direcionando o estudo para o sistema previdenciário brasileiro atual, de acordo com a
Legislação Federal, foi criada a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998 (Lei Geral da
Previdência no Serviço Público), que dispõe sobre regras gerais para a organização e o
funcionamento dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do
Distrito Federal e dá outras providências. Contudo, fica decretado pelo Congresso Nacional, e
sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA da época, Fernando Henrique Cardoso, o
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Art. 1º, no qual os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito
Federal deverão ser organizados, baseados em normas gerais de contabilidade e atuária, de
modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial, observados os seguintes critérios:
Tabela 2. Critérios a serem seguidos pelos RPPS
1 Realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço.
2
Financiamento mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e das contribuições do pessoal civil e militar, ativo, inativo e
dos pensionistas, para seus respectivos regimes.
3 Cobertura de um número mínimo de segurados.
4 Cobertura exclusiva a servidores públicos titulares de cargos efetivos e a militares.
5 Pleno acesso dos segurados à informações relativas a gestão do regime e participação
de representantes dos servidores públicos e dos militares.
6 Identificação e consolidação em demonstrativos financeiros e orçamentários de todas as
despesas fixas e variáveis.
7 Registro contábil individualizado das contribuições de cada servidor e dos entes
estatais.
8 Sujeições às inspeções e auditorias de natureza atuarial, contábil, financeira,
orçamentária e patrimonial dos órgãos de controle interno e externo.
Fonte: Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998.
Para que seja melhor entendido os RPPS, será ilustrada uma figura na qual elucida esta
estrutura previdenciária nacional após 27 de novembro de 1998:
Figura 1: Sistema Previdenciário Nacional
Fonte: FANTINEL (2003, p. 15).
O sistema previdenciário nacional é composto por dois regimes: o regime geral,
administrado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), cuja cobertura se estende,
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basicamente, aos trabalhadores da iniciativa privada, e os regimes próprios, foco deste estudo,
os quais são responsáveis pela cobertura previdenciária dos servidores públicos efetivos.
Paralelamente a este cenário, encontra-se um segmento responsável pela complementação dos
benefícios concedidos pelos já citados regimes. O segmento da previdência complementar, de
caráter facultativo, encontra-se dividido em entidades abertas, às quais qualquer cidadão pode
filiar-se, e em entidades fechadas, ou ‘’fundos de pensão’’, aos quais somente funcionários
das empresas patrocinadas podem filiar-se, como por exemplo, a Previ, maior entidade
fechada de previdência complementar do país, que fornece cobertura somente aos
funcionários do Banco do Brasil.
Dado o exposto, percebe-se que os RPPS são entidades que podem ser criadas pelos
diferentes Entes Federativos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) objetivando
proporcional a cobertura previdenciária de seus servidores. Tais entidades se baseiam na
capitalização financeira de recursos, que seja autossustentável, ou seja, que as contribuições
recolhidas durante a vida laboral do trabalhador sejam capazes de complementar os benefícios
concedidos ao trabalhador pela previdência oficial.
Todavia, em 24 de novembro de 2008, na cidade de Varginha, foi criada a Lei
MUNICIPAL Nº 4.965, que dispõe sobre a reorganização do Regime Próprio de Previdência
Social dos servidores públicos do município de Varginha-MG, e a criação do INPREV. De
acordo com a lei citada, as disposições gerais do Instituto são:
1º O INPREV tem por finalidade assegurar, mediante contribuição, aos seus
beneficiários, os meios de subsistência nos eventos de invalidez, doença,
acidente em serviço, idade avançada, reclusão, morte e proteção à maternidade
e à família.
2º Será mantido pelo município através dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Executivo, inclusive pelas suas autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo Município e pelos seus segurados ativos, inativos e pensionistas nos
termos de Lei específica.
3° Rege-se pelos seguintes princípios: Universalidade de participação nos
planos previdenciários; irredutibilidade do valor dos benefícios; é vedado
qualquer benefício sem a correspondente fonte de custeio total; custeio da
previdência social dos servidores públicos municipais mediante recursos
provenientes; subordinação das aplicações de reservas, fundos e provisões
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garantidoras dos benefícios mínimos a critérios atuariais, tendo em vista a
natureza dos benefícios; valor mensal das aposentadorias e pensões não
inferior ao salário mínimo vigente do país.
2.3 O Equilíbrio Financeiro
Após o ente optar pela implantação de um RPPS, a Constituição já citada estabelece a
principal diretriz a ser seguida pelos mesmos, preceituando que o ente que o instituir deverá
fazê-lo de forma que sejam preservados o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema,
conforme dispõe o artigo 40 da Constituição Federal, o qual encontra-se abaixo transcrito:
“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado o regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. ...” (grifo
nosso). Fonte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
Inicialmente é de suma importância serem definidos estes equilíbrios tão evidenciados,
objetivando a correta compreensão e análise dos fatores que os determinam. O artigo 2º da
Portaria do Ministério da Previdência Social (MPS) nº 403/2008 apresenta uma série de
definições, iniciando por distinguir os conceitos de equilíbrio financeiro e equilíbrio atuarial,
nos seguintes termos:
a) Equilíbrio Financeiro: Garantia de equivalência entre as receitas auferidas e as
obrigações do RPPS em cada exercício financeiro;
b) Equilíbrio Atuarial: Garantia de equivalência, a valor presente, entre os fluxos das
receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas atuarialmente, a longo
prazo; (Portaria MPS nº. 403/2008).
Contudo, o entendimento é de que tal expressão “equilíbrio financeiro e atuarial” nada
mais é do que a garantia de que e os recursos do RPPS serão suficientes para o pagamento de
todas suas obrigações, tanto no curto prazo, ou seja, a cada exercício financeiro, como no
longo prazo, que alcança todo o seu período de existência.
Trazendo o foco do estudo para o ‘’Equilíbrio Financeiro’’ de um sistema
previdenciário, este fato será alcançado quando estiver disponível o montante necessário para
a quitação dos compromissos assumidos pelo regime quando estes se tornam exigíveis,
todavia, pode ser resumido em planejamento e controle de fluxo de caixa.
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Segundo Zdanowicz (1998, p.28) planejar o fluxo de caixa, na prática, consiste em
determinar os dispêndios que serão efetuados num determinado período e os ingressos de
receitas que serão registradas neste mesmo intervalo temporal.
Contudo, este fluxo de caixa está dividido em dois subfluxos: o fluxo de receitas e o
fluxo de despesas. O fluxo de receitas do RPPS é basicamente as fontes de custeio do regime.
Estas fontes de receitas mais usuais nos sistemas baseados na capitalização de recursos são:
Figura 2: Composição do Fluxo de Receitas Mensais
Fonte: FANTINEL (2003, p. 42).
As Contribuições dos Participantes e do Patrocinador refere às contribuições de ambas
as partes (neste caso, pessoa física e prefeitura) para o regime de natureza previdenciária. O
Resultado positivo de Aplicações Financeiras corresponde às receitas financeiras provenientes
daquele montante aplicado mensalmente. Outra parcela se refere ao Saldo da Compensação
Financeira entre os regimes previdenciários, que corresponde à compensação financeira
fundamentada da contagem recíproca de tempo de serviço ou de contribuição. Com a
aplicação da contagem recíproca de tempo de serviço, aos servidores públicos vinculados a
Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) passou a ser permitido computar para fins de
aposentadoria nesse regime o tempo de serviço sob vinculação com o Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).
Já o fluxo de despesas, é formado basicamente pelos dispêndios realizados para a
quitação de benefícios já concedidos – atividade fim dos RPPS. Também é composto pelas
despesas administrativas, mas este tem seu impacto reduzido pela legislação, no qual é
estabelecido que tal parcela não poderá ser superior a 2% do valor total das remunerações dos
servidores.
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Figura 3: Composição do Fluxo de Despesas Mensais
Fonte: FANTINEL (2003, p. 40).
Os chamados “riscos eminentes” se referem aos participantes que já cumpriram os
requisitos para a concessão dos benefícios e ainda não os solicitaram. Outra parcela se refere
aos benefícios provenientes da materialização de riscos (morte, invalidez, doença e
maternidade) a que estão sujeitos os participantes do regime. E por último é apresentado os
benefícios em manutenção, que corresponde nos RPPS as aposentadorias e pensões já
concedidas.
3. METODOLOGIA
A referida pesquisa é definida como de natureza exploratório-descritiva. Para
Trivinõs (1987), um estudo exploratório auxilia o pesquisador a solucionar e/ou aumentar sua
expectativa em função do problema determinado. Gil (1999, p.43) complementa que “este
tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e
torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”.
O caráter exploratório configura esta pesquisa, visto que busca fazer um levantamento
de dados através da Avaliação Atuarial de 2010 a 2012 do INPREV, a fim de identificar o
perfil previdenciário dos servidores públicos do município de Varginha, e constatar se há ou
não equilíbrio financeiro no sistema. E dessa forma os fatos foram observados, analisados e
interpretados, com o único propósito de identificar sua situação atual e proporcionar um
melhor planejamento financeiro de suas ações. Triviños (1987, p. 109) afirma que
“normalmente, após a pesquisa exploratória inicia-se uma pesquisa descritiva”.
O estudo descritivo, por sua vez, “pretende descrever com exatidão os fatos e
fenômenos de determinada realidade” (TRIVINÕS, 1987, p.110). Gil (1999) e Richardson
16
(1999) corroboram com tal afirmação, ao inferirem que estudos descritivos, como o próprio
nome sugere, são aqueles que descrevem e identificam as características de determinada
população, fenômeno ou situação. O presente estudo busca a identificação do perfil
previdenciário dos servidores públicos do município de Varginha e analisa a receita
operacional proporcionada pelos mesmos, assim como, descreve como se deu o processo de
criação do INPREV, e, portanto, é considerado um estudo descritivo.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa é classificada como quantitativa e qualitativa.
Conforme o procedimento quantitativo, seguindo ensinamentos de Richardson (1989), este
método caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de
informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais
simples até as mais complexas. Reforçando o embasamento teórico, Richardson (1989) ainda
expõe que este método é frequentemente aplicado nos estudos descritivos (aqueles que
procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis), os quais propõem investigar “o que
é”, ou seja, a descobrir as características de um fenômeno como tal.
Quanto ao procedimento qualitativo, segundo Minayo (2000), a pesquisa qualitativa
trabalha com o universo de significados, valores e atitudes que corresponde a um
espaço das relações, dos processos e dos fenômenos, que começa com um problema
ou uma pergunta denominado fase exploratória da pesquisa. De acordo com Martins e Bicudo
(1994), diferente da investigação quantitativa, que inicia com estudo de caso que quantifica
fatores, procura correlações estatísticas e probabilísticas e as generaliza, a pesquisa
qualitativa não se preocupa com generalizações, princípios e leis, e sim, com a
compreensão específica daquilo que estuda, onde o foco é peculiar.
Neste estudo será utilizada a estatística descritiva para traçar o perfil dos contribuintes,
posteriormente o uso de técnicas financeiras para acumulação de contribuições dos servidores
municipais a Valor Futuro, e em seguida, partindo desse valor, como Valor Presente, é
calculado o benefício que esta quantia poderá proporcionar aos aposentados. A partir de
então, através de uma entrevista realizada com o Diretor atual do Instituto, foi esclarecido os
aspectos do processo de criação do RPPS em Varginha, assim como a criação da autarquia
denominada como INPREV, objeto de estudo deste trabalho. E assim, foi relacionado os
dados financeiros encontrados com o histórico de criação do mesmo.
A estratégia de pesquisa utilizada é a de estudo de caso, em função da necessidade de
aprofundamento da investigação sobre o problema. Para Yin (2005), estudo de caso é uma
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investigação empírica, um método que abrange tudo – planejamento, técnicas de coleta de
dados e análise dos mesmos. Neste caso o objeto de estudo será o INPREV.
Para a coleta dos dados, foi estabelecido contato com o referido Instituto, com o
intuito de levantar dados referentes aos servidores municipais, sendo realizada uma reunião
com seus representantes, na qual foi explanado o objetivo do estudo. Por meio de um convite,
houve o interesse em que se participasse da apresentação da Avaliação Atuarial de 2011,
sendo realizado por uma empresa terceirizada de Belo Horizonte, na qual estavam presentes
várias autoridades da Prefeitura Municipal de Varginha, assim como alguns vereadores do
município. No fim desta apresentação foram passadas várias informações, inclusive de onde
seriam encontradas as Avaliações Atuariais do Instituto, que foram utilizadas para análise
deste estudo. E por fim, através de uma entrevista realizada com o Diretor atual do INPREV,
foi indagado alguns pontos chaves do processo histórico de criação do Instituto, que seriam de
suma importância para o estudo, sendo assim foram relacionados e confrontados com a
realidade vivenciada pelo município.
Para análise dos dados foi calculada uma expectativa dos servidores ingressarem a
aposentadoria, que somados ao tempo de prefeitura médio dos servidores se resultou no
tempo médio de contribuição dos servidores. Ao calcular esse tempo médio de contribuição,
separou-se por sexo. Posteriormente, calculou-se o valor futuro das contribuições efetuadas
pelos servidores masculinos e femininos. Para o cálculo desse valor futuro, foi considerada a
data prevista para aposentadoria, coincidindo com o tempo mínimo de contribuição. Em
seguida, foi encontrado as prestações que este valor futuro proporcionará aos servidores em
sua aposentadoria, tanto do sexo masculino, quanto do sexo feminino. Para este cálculo, foi
considerada a expectativa de vida do IBGE dos anos de 2010, 2011 e 2012 de ambos os
sexos, assim como, a idade média com que os servidores irão se aposentar.
Visando uma melhor compreensão dos fatos estudados, serão demonstradas tais
análises utilizando um cronograma temporal do contribuinte varginhense.
18
Figura 4: Cronograma Temporal do Contribuinte
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os dados das receitas operacionais obtidas neste estudo foram analisados utilizando
algumas fórmulas matemáticas, assim como:
( , )VF PMT FAC i n
No qual VF é o valor futuro, PMT são as parcelas depositadas, FAC é o Fator de
Acumulação de Capital, i é taxa de juros, e n o período, ou seja, o número de meses.
Esta fórmula será utilizada para obter o valor do montante, quando já são conhecidos os
valores das prestações, a taxa e o número de prestações.
Outra fórmula presente neste estudo:
(1 )
(1 ) 1
n
n
i iPMT VP
i
Em que 1)1(
.)1(
n
n
i
iié o Fator de Recuperação de Capital – FRC (i,n), PMT serão
as prestações proporcionadas e VP é o valor presente. Resumidamente, para obter o valor
presente de uma série de pagamentos, pode-se inicialmente calcular o seu montante e em
Contribuições
realizadas
Expectativa
média de
Contribuições
Prestações
proporcionadas
Início Morte
Hoje
Aposentadoria
Expectativa:
Valor Total das
Contribuições
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seguida multiplicá-lo por (1 + i), ou seja, utilizar o conceito de série de pagamentos para
calcular o montante e, em seguida, o conceito de pagamento único para determinar o valor
atual.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para essa análise, foi considerado como exemplo os dados dos anos de 2010, 2011 e
2012 conforme as Avaliações Atuariais do Instituto, no qual é estudado a evolução do
INPREV nestes anos referidos, e finalmente, uma breve descrição do quadro de servidores do
município, tendo como ótica, a aposentadoria. É levado em consideração a maneira ideal de
criação do Instituto, pelo qual não poderiam apresentar déficits técnicos e seus recursos
financeiros provenientes das contribuições estivessem sendo aplicados.
Na sequência são apresentadas as informações relacionadas ao processo de criação e o
histórico do RPPS até o ano de 2013, no qual foram confrontados o modelo ideal encontrado
em 2010, 2011 e 2012 com o modelo real do Instituto, que leva o seu histórico em
consideração.
4.1. SERVIDORES ATIVOS
O estudo será realizado utilizando o quadro dos servidores ativos do Instituto, que
correspondem aos servidores que estejam vinculados ao INPREV nestes respectivos anos
analisados, no exercício de seus respectivos cargos e funções.
O objetivo desta análise é fazer um diagnóstico da composição atual que se encontra o
INPREV, e a partir desta análise identificar situações econômicas e sociais decorrentes.
4.1.1 DADOS DE 2010
Este estudo fornece um Relatório Estatístico da real situação do sistema previdenciário
de Varginha, evidenciando um painel geral dos servidores municipais e das características da
população estudada, tais como a distribuição etária e salarial, a proporção entre homens e
mulheres e o tempo de serviço dos indivíduos, entre outros.
20
Foram considerados os Servidores Ativos, os Aposentados e os Pensionistas
vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS na data de 31 de dezembro de
2010, obtendo um total válido de 2.765 Servidores Ativos, 519 Aposentados e 115
Pensionistas.
Tabela 3. Quantitativo de Servidores/Pensionistas
Ativos Aposentados Pensionistas Total
2.765 519 115 3399
81,35% 15,27% 3,38% 100%
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2010
Conforme a tabela 3, a população estudada é composta de 81,35% de Servidores
Ativos, 15,27% de Servidores Aposentados e 3,38% de Pensionistas. Neste estudo foram
abordadas as características dos Servidores Ativos, visto que possuem maior relevância para o
INPREV.
Servidores Ativos
A tabela 4 mostra algumas características dos Servidores Ativos presentes no
INPREV.
Tabela 4. Resumo Estatístico da Massa de Servidores Ativos
Número total de Servidores 2.765
Idade Média 42,70 anos
Idade Média (Entrada em Aposentadoria) 58,90 anos
Remuneração Média R$ 1.275,96
Soma das Remunerações R$ 3.528.019,52
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2010
Observa-se que a idade média do servidor ativo é de 42,70 anos e que a entrada em
aposentadoria é 58,90 anos. Baseando neste dado para gerar uma expectativa de tendência a
se aposentar, será encontrado um tempo médio de contribuição de 16,20 anos ao Sistema
Previdenciário Municipal. Tal cálculo ainda não leva em conta o tempo médio de prefeitura já
contribuído pelos servidores ativos.
No gráfico 1 está a proporção de homens e mulheres presentes no quadro de servidores
atual.
21
Gráfico 1. Distribuição dos Servidores Ativos por Sexo
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2010
Como é analisado no Gráfico 1, há uma grande diferenciação na quantidade de
servidores do sexo masculino e do sexo feminino, este desequilíbrio em porcentagem
corresponde a 35% do sexo masculino e 65% do sexo feminino.
Provavelmente isto vai refletir em uma sobrecarga nas taxas de contribuição ao RPPS.
Além do que já foi dito, há um agravante de uma expectativa de vida maior das mulheres em
relação aos homens. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE em 2010, a expectativa de vida das mulheres é de 77,32 anos, já a dos homens é de
69,73 anos, dessa forma os benefícios para o sexo feminino terão um prazo maior.
Outra análise importante diz respeito ao plano de benefícios, no qual as mulheres
recebem um tratamento diferenciado em relação aos homens, já que recebem o direito à
Aposentadoria por Idade ou por Tempo de Serviço cinco anos mais cedo em relação aos
servidores do sexo masculino. Tal fator ocasiona uma elevação dos custos do sistema
previdenciário, isso acontece porque além de deixarem de contribuir por 5 anos, elas também
vão receber benefícios nesta fase. Não esquecendo o fato de que este impacto pode ser menor,
se for levado em conta que as mulheres recebem em média 24,37 reais mensais a menos que
os homens, como serão observados na tabela seguinte.
A Tabela 5 leva em consideração os Servidores Ativos, de acordo com o sexo.
35%
65% Masculino
Feminino
22
Tabela 5. Dados dos Servidores Ativos
Item Masculino % Total Feminino % Total Total Média
Número de
Servidores 965 34,90 1.800 65,10 2.765 -
Idade Média 44,36 - 41,81 - - 43,08
Tempo
Prefeitura
Médio
12,50 - 10,32 - - 11,41
Salário
Médio 1.291,82 - 1.267,45 - - 1.279,63
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2010
A partir da tabela 5 é observado que o tempo de prefeitura médio dos servidores ativos
é de 11,41 anos. Contudo, pode-se chegar à conclusão de que o tempo médio de contribuição
dos servidores será de 27,61 anos, que corresponde aos 11,41 anos já contribuídos somados à
expectativa de contribuição encontrados na tabela anterior, que é de 16,20 anos.
Com todos estes dados encontrados, o presente estudo calculou o montante total
acumulado durante o tempo de serviço por cada servidor, para com isso realizar uma
comparação se há ou não um Equilíbrio Financeiro. Levando em consideração a situação atual
de que o servidor contribui mensalmente para o INPREV com 11% do seu salário bruto, e a
Prefeitura de Varginha contribui mensalmente com 22% do salário bruto do servidor, portanto
como receita do INPREV é considerada 33% de cada salário recebido por um servidor.
Primeiramente foi feito o estudo em relação ao sexo feminino. O salário médio mensal
feminino é de R$ 1.267,45, tendo como base os 33% do salário do servidor recebido pelo
INPREV, chega-se a um valor de contribuição mensal de R$ 418,25. O tempo médio de
contribuição do servidor em Varginha, indiferentemente do sexo, como foi calculado logo
acima, é de 27,61 anos, que corresponde a 331,32 meses. Considerando uma aplicação
conservadora do montante encontrado, utilizando o exemplo da poupança, o rendimento
médio é de 0,50% ao mês.
Utilizando a Matemática Financeira, através da fórmula: ( , )VF PMT FAC i n
será encontrado o Valor Futuro, assim como explanado na metodologia. Através dos cálculos
chegou-se a um montante acumulado neste tempo no valor de R$ 352.992,02. Agora será
analisado se este valor tem a capacidade de custear todos os gastos com a aposentadoria em
relação às mulheres. Tendo como idade média de 58,90 anos, referente à entrada em
aposentadoria, e considerando a expectativa de vida das mulheres de 77,32 anos, conclui-se
que elas, em média, recebem aposentadoria por 18,42 anos, que corresponde a 221,04 meses.
23
Novamente utilizando a Matemática Financeira, poderá ser encontrado o valor das
prestações que o montante proporcionará, utilizando a fórmula: (1 )
(1 ) 1
n
n
i iPMT VP
i
.
Através da mesma, foi calculado o valor das prestações que poderão ser
proporcionadas nos 221,04 meses necessários para as mulheres aposentadas, considerando a
mesma taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês. Contudo, as prestações em valor futuro
chegam a um valor de R$ R$2.642,65 mensais, valor este bem acima do necessário para
custear mensalmente os benefícios femininos em toda sua aposentadoria, tomando como base
o salário médio mensal das mulheres, que é de R$ 1.267,45, considerando a aposentadoria
integral, em relação aos servidores mais antigos.
Em seguida, foi feita uma análise em relação ao sexo masculino, portanto os cálculos
foram refeitos, só que desta vez utilizando os dados dos homens. O salário médio masculino é
de R$ 1.291,82 mensais, tomando os 33% de receita do INPREV em relação ao salário médio
de cada servidor, chega-se a um valor de R$ 426,30 mensais de contribuição. Utilizando
novamente o tempo médio de contribuição que é de 331,32 meses, e considerando a mesma
taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês, o valor acumulado encontrado deste montante é de
R$ 359.786,01. A expectativa de vida dos homens é bem inferior que a das mulheres, ficando
apenas em 69,73 anos. Levando novamente em conta que a idade média para se aposentar é
de 58,90 anos, conclui-se que em média os homens recebem aposentadoria por 10,83 anos,
que corresponde a 129,96 meses.
Seguindo para as prestações que o montante pode proporcionar nesses 129,96 meses
necessários do sexo masculino, usando os mesmos 0,5% de juros da poupança, chega-se a um
valor R$ 3.770,49 mensais, e novamente corresponde a um valor bem acima do necessário
para custear mensalmente os benefícios masculinos em toda sua aposentadoria, tomando
como base o salário médio dos servidores masculinos, que na forma integral é de R$
1.291,82.
Dentre todos os cálculos, não foram considerados os reajustes salariais que possam ter
ocorridos durante todo o tempo de contribuição, visto que esses aumentos provocariam uma
elevação das contribuições dos servidores e da prefeitura de Varginha.
Portanto, conclui-se que o INPREV apresenta um Equilíbrio Financeiro, baseando no
fato de conseguir gerar uma renda necessária para custear os benefícios dos servidores
aposentados, tanto do sexo feminino, quanto do sexo masculino, e dessa maneira tende a ser
autossustentável
24
4.1.2 DADOS DE 2011
Utilizando outro ano como data base, foram utilizados os mesmos dados fornecidos
anteriormente, sendo considerados os Servidores Ativos, os Aposentados e os Pensionistas
vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS na data de 31 de dezembro de
2011, obtendo um total válido de 2.884 Servidores Ativos, 564 Aposentados e 128
Pensionistas.
Tabela 6. Quantitativo de Servidores/Pensionistas
Ativos Aposentados Pensionistas Total
2884 564 128 3576
80,65% 15,77% 3,58% 100%
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
Conforme a tabela 6, a população estudada é composta de 80,65% de Servidores
Ativos, 15,77% de Servidores Aposentados e 3,58% de Pensionistas. Novamente a análise
principal é sobre o quadro dos Servidores Ativos, mas neste ano detalhamos o quadro dos
Servidores Aposentados, para fins de análise e compreensão.
Servidores Ativos
A tabela 7 mostra algumas características dos Servidores Ativos presentes em
Varginha.
Tabela 7. Resumo Estatístico da Massa de Servidores Ativos
Número total de Servidores 2.884
Idade Média 42,88 anos
Idade Média (Entrada em Aposentadoria) 58,98 anos
Remuneração Média R$ 1.523,31
Soma das Remunerações R$ 4.393.231,58
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
Observa-se que a idade média do servidor ativo é de 42,88 anos e que a entrada em
aposentadoria é 58,98 anos. Baseando neste dado para gerar uma expectativa de tendência a
se aposentar, teremos um tempo médio de contribuição de 16,10 anos ao Sistema
Previdenciário Municipal. Tal cálculo, assim como no ano anterior, ainda não leva em conta o
tempo médio de prefeitura já contribuído pelos servidores ativos.
25
No gráfico 2 está a proporção de homens e mulheres presentes no quadro de servidores
atual.
Gráfico 2. Distribuição dos Servidores Ativos por Sexo
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
Como é analisado no Gráfico 2, assim como no ano de 2010, há uma grande
diferenciação na quantidade de servidores do sexo masculino e do sexo feminino, este
desequilíbrio em porcentagem corresponde a 34% do sexo masculino e 66% do sexo
feminino.
Provavelmente isto vai refletir em uma sobrecarga nas taxas de contribuição ao RPPS.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2011, a
expectativa de vida das mulheres é de 77,7 anos, já a dos homens é de 70,6 anos, dessa forma
os benefícios para o sexo feminino terão um prazo maior.
A Tabela 8 leva em consideração os Servidores Ativos, de acordo com o sexo.
Tabela 8. Dados dos Servidores Ativos
Item Masculino % Total Feminino % Total Total Média
Número de
Servidores 964 33,43 1.920 66,57 2.884 -
Idade Média 44,36 - 41,71 - - 42,88
Tempo
Prefeitura
Médio
12,3 55,83 9,73 44,17 22,03 11,02
Salário
Médio 1.611,13 - 1.479,22 - - 1.523,31
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
34%
66%
Homens
Mulheres
26
A partir da tabela 8 é observado que o tempo de prefeitura médio dos servidores ativos
é de 11,02 anos. Contudo, utilizando o mesmo raciocínio do ano anterior, pode-se chegar à
conclusão de que o tempo médio de contribuição dos servidores será de 27,12 anos, que
corresponde aos 11,02 anos já contribuídos somados à expectativa de contribuição que é de
16,10 anos.
Primeiramente foi feito o estudo em relação ao sexo feminino. O salário médio mensal
feminino é de R$ 1.479,22, tendo como base os 33% do salário do servidor recebido pelo
INPREV, chega-se a um valor de contribuição mensal de R$ 488,14. O tempo médio de
contribuição do servidor em Varginha, indiferentemente do sexo, como foi calculado logo
acima, é de 27,12 anos, que corresponde a 325,44 meses. Considerando uma aplicação
conservadora do montante encontrado, como exemplo a poupança, o rendimento médio é de
0,50% ao mês.
Serão utilizadas as mesmas fórmulas explanadas na metodologia do estudo. Após os
cálculos chegou-se a um montante acumulado neste tempo no valor de R$ 397.249,30. Assim
como no ano anterior, será analisado se este valor tem a capacidade de custear todos os
gastos com a aposentadoria em relação às mulheres. Tendo como idade média de 58,98 anos,
referente à entrada em aposentadoria, e considerando a expectativa de vida das mulheres de
77,7 anos, conclui-se que elas, em média, recebem aposentadoria por 18,72 anos, que
corresponde a 224,64 meses.
A partir de então, será calculado o valor das prestações que poderão ser
proporcionadas nos 224,64 meses necessários para as mulheres aposentadas, considerando a
mesma taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês. Contudo, as prestações em valores futuros,
chega-se a um valor de R$ 2.947,60 mensais, valor este bem acima do necessário para custear
mensalmente os benefícios femininos em toda sua aposentadoria, tomando como base o
salário médio mensal das mulheres, que é de R$ 1.479,22, considerando a aposentadoria
integral, em relação aos servidores mais antigos.
Em seguida, foi feita uma análise em relação ao sexo masculino, portanto os cálculos
foram refeitos, só que desta vez utilizando os dados dos homens. O salário médio masculino é
de R$ 1.611,13 mensais, tomando os 33% de receita do INPREV em relação ao salário médio
de cada servidor, chega-se a um valor de R$ 531,67 mensais de contribuição. Utilizando
novamente o tempo médio de contribuição que é de 325,44 meses, e considerando a mesma
taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês, o valor acumulado encontrado deste montante é de
R$ 432.674,10. A expectativa de vida dos homens é bem inferior que a das mulheres, ficando
27
apenas em 70,6 anos. Levando novamente em conta que a idade média para se aposentar é de
58,98 anos, conclui-se que em média os homens recebem aposentadoria por 11,62 anos, que
corresponde a 139,44 meses.
Seguindo para as prestações que o montante pode proporcionar nesses 139,44 meses
necessários do sexo masculino, usando os mesmos 0,5% de juros da poupança, o seu valor é
de R$ 4.316,76 mensais, e novamente corresponde a um valor bem acima do necessário para
custear mensalmente os benefícios masculinos em toda sua aposentadoria, tomando como
base o salário médio dos servidores masculinos, que na forma integral é de R$ 1.611,13.
Lembrando que não foram considerados os reajustes salariais que possam ter ocorridos
durante todo o tempo de contribuição, visto que esses aumentos provocariam uma elevação
das contribuições dos servidores e da prefeitura de Varginha.
Portanto, assim como no ano de 2010, conclui-se que o INPREV apresenta um
Equilíbrio Financeiro também em 2011, baseando no fato de conseguir gerar uma renda
necessária para custear os benefícios dos servidores aposentados, tanto do sexo feminino,
quanto do sexo masculino, e dessa maneira tende a ser autossustentável.
4.1.3 DADOS DE 2012
Assim como nos anos anteriores, foram considerados os Servidores Ativos, os
Aposentados e os Pensionistas vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS
na data de 31 de dezembro de 2012, obtendo um total válido de 2.993 Servidores Ativos, 611
Aposentados e 141 Pensionistas.
Tabela 9. Quantitativo de Servidores/Pensionistas
Ativos Aposentados Pensionistas Total
2.993 611 141 3745
79,92% 16,32% 3,77% 100%
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2012
Conforme a tabela 9, a população estudada é composta de 79,92% de Servidores
Ativos, 16,32% de Servidores Aposentados e 3,77% de Pensionistas. Serão analisadas as
características dos Servidores Ativos, visto que possuem maior significância para o INPREV.
28
Servidores Ativos
A tabela 10 mostra algumas características dos Servidores Ativos presentes em
Varginha.
Tabela 10. Resumo Estatístico da Massa de Servidores Ativos
Número total de Servidores 2.993
Idade Média 42,59 anos
Idade Média (Entrada em Aposentadoria) 59,33 anos
Remuneração Média R$ 1.614,42
Soma das Remunerações R$ 4.831.960,26
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2012
Observa-se que a idade média do servidor ativo é de 42,59 anos e que a entrada em
aposentadoria é 59,33 anos. Baseando neste dado para gerar uma expectativa de tendência a
se aposentar, teremos um tempo médio de contribuição de 16,74 anos ao Sistema
Previdenciário Municipal. Tal cálculo ainda não leva em conta o tempo médio de prefeitura já
contribuído pelos servidores ativos.
No gráfico 3 está a proporção de homens e mulheres presentes no quadro de servidores
atual.
Gráfico 3. Distribuição dos Servidores Ativos por Sexo
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2012
34%
66%
Homens
Mulheres
29
Como é analisado no Gráfico 3, há uma grande diferenciação na quantidade de
servidores do sexo masculino e do sexo feminino, este desequilíbrio em porcentagem
corresponde a 34% do sexo masculino e 66% do sexo feminino.
Novamente isto vai refletir em uma sobrecarga nas taxas de contribuição ao RPPS.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2012, a
expectativa de vida das mulheres é de 78,3 anos, já a dos homens é de 71,0 anos, dessa forma
os benefícios para o sexo feminino terão um prazo maior.
A Tabela 11 leva em consideração os Servidores Ativos, de acordo com o sexo.
Tabela 11. Dados dos Servidores Ativos
Item Masculino % Total Feminino % Total Total Média
Número de
Servidores 1009 33,71 1.984 66,29 2.993 -
Idade Média 44,18 - 41,79 - - 42,98
Tempo
Prefeitura
Médio
11,98 55,46 9,62 44,54 21,60 10,80
Salário
Médio 1.828,88 - 1.505,35 - - 1.614,41
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2012
A partir da tabela 11 é observado que o tempo de prefeitura médio dos servidores
ativos é de 10,80 anos. Contudo pode-se chegar à conclusão de que o tempo médio de
contribuição dos servidores será de 27,54 anos, que corresponde aos 10,80 anos já
contribuídos somados à expectativa de contribuição que é de 16,74 anos.
Com todos estes dados encontrados, os mesmos cálculos dos anos anteriores foram
realizados, com o objetivo de calcular o montante total acumulado durante o tempo de serviço
por cada servidor, para com isso realizar uma comparação se há ou não um Equilíbrio
Financeiro. Levando em consideração a mesma situação dos anos anteriores, de que o
servidor contribui mensalmente para o INPREV com 11% do seu salário bruto, e a Prefeitura
de Varginha contribui mensalmente com 22% do salário bruto do servidor, portanto como
receita do Instituto foi considerado 33% de cada salário recebido por um servidor.
Primeiramente foi feito o estudo em relação ao sexo feminino. O salário médio mensal
feminino é de R$ 1.505,35, tendo como base os 33% do salário do servidor recebido pelo
INPREV, chega-se a um valor de contribuição mensal de R$ 496,76. O tempo médio de
contribuição do servidor em Varginha, indiferentemente do sexo, como foi calculado logo
acima, é de 27,54 anos, que corresponde a 330,48 meses. Considerando uma aplicação
30
conservadora do montante encontrado, como exemplo a poupança, o rendimento médio é de
0,50% ao mês.
Posteriormente aos cálculos, chegou-se num montante acumulado neste tempo no
valor de R$ 419.169,65. Novamente será analisado se o valor acumulado deste ano irá custear
todos os gastos com a aposentadoria em relação às mulheres. Tendo como idade média de
59,33 anos, referente à entrada em aposentadoria, e considerando a expectativa de vida das
mulheres de 78,3 anos, conclui-se que elas, em média, recebem aposentadoria por 18,97 anos,
que corresponde a 227,64 meses.
Através da fórmula já apresentada no trabalho, será calculado o valor das prestações
que poderão ser proporcionadas nos 227,64 meses necessários para as mulheres aposentadas,
considerando a mesma taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês. Contudo, as prestações em
valores futuros, chega-se a um valor de R$ 3.088,06 mensais, valor este bem acima do
necessário para custear mensalmente os benefícios femininos em toda sua aposentadoria,
tomando como base o salário médio mensal das mulheres, que é de R$ 1.505,35,
considerando a aposentadoria integral, em relação aos servidores mais antigos.
Em seguida, foi feita uma análise em relação ao sexo masculino, portanto os cálculos
foram refeitos, só que desta vez utilizando os dados dos homens. O salário médio masculino é
de R$ 1.828,88 mensais, tomando os 33% de receita do INPREV em relação ao salário médio
de cada servidor, chega-se a um valor de R$ 603,53 mensais de contribuição. Utilizando
novamente o tempo médio de contribuição que é de 330,48 meses, e considerando a mesma
taxa de juros da poupança de 0,5% ao mês, o valor acumulado encontrado deste montante é de
R$ 509.262,94. A expectativa de vida dos homens é bem inferior que a das mulheres, ficando
apenas em 71 anos. Levando novamente em conta que a idade média para se aposentar é de
59,33 anos, conclui-se que em média os homens recebem aposentadoria por 11,67 anos, que
corresponde a 140,04 meses.
Seguindo para as prestações que o montante pode proporcionar nesses 140,04 meses
necessários do sexo masculino, usando os mesmos 0,5% de juros da poupança, foi dado um
valor de R$ 5.065,81 mensais, e novamente corresponde a um valor bem acima do necessário
para custear mensalmente os benefícios masculinos em toda sua aposentadoria, tomando
como base o salário médio dos servidores masculinos, que na forma integral é de R$
1.828,88.
31
Dentre todos os cálculos, não foi considerado os reajustes salariais que possam ter
ocorridos durante todo o tempo de contribuição, visto que esses aumentos provocariam uma
elevação das contribuições dos servidores e da prefeitura de Varginha.
Portanto, assim como nos anos de 2010 e 2011, conclui-se que o Inprev apresenta
Equilíbrio Financeiro, baseando no fato de conseguir gerar uma renda necessária para custear
os benefícios dos servidores aposentados, tanto do sexo feminino, quanto do sexo masculino,
e dessa maneira tende a ser autossustentável.
4.2 EVOLUÇÃO DO INPREV
Nesta seção, em síntese, será demonstrado como o Instituto vem evoluindo no decorrer
do tempo, tanto em aspecto demográfico, quanto em aspecto financeiro. E, a partir de então,
será realizado um comparativo entre as prestações proporcionadas pelo montante acumulado
das contribuições de cada servidor em relação ao salário médio recebido pelos mesmos, no
qual, futuramente, sua aposentadoria será um reflexo.
O Gráfico 4 a seguir corresponde ao quantitativo de servidores ativos, tanto de sexo
feminino, quanto do sexo masculino, presentes no quadro do INPREV, dentre o período de
2010 e 2012.
Gráfico 4. Quantitativo dos Servidores Ativos entre 2010-2012
Fonte: Elaborado pelo autor.
2600
2700
2800
2900
3000
Ano 2010Ano 2011
Ano 2012
2765
2884
2993
32
Como pode ser observado no Gráfico 4, sua evolução quantitativa parece ser
constante. Houve um aumento de 119 servidores de 2010 para 2011, e um aumento de 109
servidores de 2011 para 2012. Ou seja, a taxa de crescimento dos servidores do município de
Varginha parece seguir padrões normais. Mas este crescimento requer um acompanhamento
de outros anos para que se possa concluir com maior precisão.
Em relação ao montante acumulado das contribuições em relação ao sexo, os valores
apresentaram grande discrepância, isso aconteceu pelo fato de que em 2010 os salários
femininos e masculinos estavam equiparados, mas já em 2011 e 2012 apresentaram um
aumento considerável a favor dos salários masculinos, ocasionando assim um aumento de
aproximadamente R$100.000,00 reais acima do montante acumulado feminino, como será
evidenciado no Gráfico 5 a seguir.
Gráfico 5. Montante acumulado: Homens x Mulheres (2010-2012)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como houve um aumento médio nos salários masculinos, o valor a ser acumulado por
pessoas desse sexo é maior do que o valor acumulado de pessoas do sexo feminino, como
pode ser evidenciado no Gráfico 5 acima. Com esse montante a ser acumulado pelas
contribuições médias dos servidores de Varginha, calculou-se o valor máximo médio dos
benefícios que o INPREV teria condições de pagar como benefício médio aos aposentados.
No gráfico 6 está evidenciado o valor médio dos benefícios possíveis a serem pagos, fruto do
montante acumulado pelas contribuições dos servidores. Essas informações estão
apresentadas separadas por sexo e por cada ano estudado.
0,00
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
600.000,00
Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
Homens 359.786,01 432.674,10 509.262,94
Mulheres 352.992,02 397.249,30 419.169,65
33
Gráfico 6. Prestações: Homens x Mulheres (2010-2012)
Fonte: Elaborado pelo autor.
A partir de então, apresenta-se no Gráfico 7 um comparativo dos valores possíveis de
serem pagos pelo INPREV às mulheres como benefício, fruto do montante acumulado de suas
contribuições com o valor real dos benefícios pagos pelo Instituto.
Gráfico 7. Comparativo feminino: Contribuições x Salário Médio (2010-2012)
Fonte: Elaborado pelo autor.
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
Homens 3.770,49 4.662,32 5.065,81
Mulheres 2.642,65 3.011,79 3.088,06
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
Ano 2010Ano 2011
Ano 2012
Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
Contribuições femininas 2.642,65 2.947,60 3.088,06
Salário médio feminino 1.267,45 1.479,22 1.505,35
34
Assim como já visto no conteúdo do estudo, foi constatado que o INPREV dispõe de
uma quantia bem superior ao que é gasto com as mulheres aposentadas, apresentado assim
Equilíbrio Financeiro, e com isto, tende a apresentar melhores resultados em anos futuros.
A seguir no Gráfico 8 será apresentado o mesmo comparativo, só que desta vez
levando em conta os servidores masculinos.
Gráfico 8. Comparativo masculino: Contribuições x Salário Médio (2010-2012)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Conforme ao comparativo apresentado no Gráfico 8, que se refere aos servidores
masculinos, este Equilíbrio Financeiro é mais realçado, apresentando valores ainda mais
superiores aos encontrados anteriormente. Portanto, fica evidenciado que o INPREV recebe
uma quantia que supre seu maior gasto, que são as aposentadorias.
4.3 SERVIDORES APOSENTADOS
Neste tópico será mostrado como se encontra o quadro dos servidores aposentados no
INPREV. Foi escolhido o ano de 2011 por apresentar informações gerenciais de maior
destaque, como será analisado posteriormente.
Na Figura 5 são observados os tipos de Aposentadorias em relação aos gastos.
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
Contribuições masculinas 3.770,49 4.316,76 5.065,81
Salário médio masculino 1.291,82 1.611,13 1.828,88
35
Figura 5. Gastos por tido de Aposentadoria
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
Identifica-se que a maior parte dos gastos com aposentadoria é destinada a benefícios
por tempo de contribuição, seguido da aposentadoria por invalidez, por idade e a
aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade.
Na Tabela 12 são observadas as distribuições dos gastos por tipo de Aposentadoria.
Tabela 12. Gastos por tipo de Aposentadoria
Tempo Idade Invalidez Compulsória
R$ 416.435,87 R$ 106.734,88 R$ 143.625,45 R$ 6.170,38
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
A partir desses dados ainda é possível calcular o gasto mensal do INPREV com
relação aos aposentados, no qual é a soma de todos os gastos. Esse gasto mensal é de R$
672.966,58.
4.3.1. Resumo Estatístico da Massa dos Servidores Aposentados
Tabela 13. Servidores Aposentados
Nº Total Aposentados Idade Média
564 64,70
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
36
Como foi visto na Tabela 13, há 564 aposentados recebendo benefícios do INPREV. A
idade média desta classe corresponde a 64,70 anos. Sabendo que o gasto mensal com os
aposentados é de 672.966,58 reais, e que o nº de aposentados é de 564, chega-se a um
provento médio mensal por aposentado de R$ 1.193,20 reais.
4.3.2. Frequência de Entrada em Aposentadorias
A Tabela 14 descreve a evolução do número de aposentados no decorrer do tempo,
considerando as informações de Tempo de Serviço e por Idade.
Tabela 14. Entrada em Aposentadoria ao longo do Tempo
Ano Nro. Benef. a Conceder Total de Benefícios
2012 77 175.092,88
2013 50 91.520,44
2014 56 119.581,28
2015 73 178.708,10
2016 92 183.408,95
2017 75 164.923,37
2018 78 160.685,35
2019 95 200.406,67
2020 99 174.354,83
2021 100 163.644,23
2022 236 397.394,34
2023 100 179.290,78
2024 103 186.688,60
2025 97 154.662,18
2026 102 152.826,88
2027 87 141.908,50
2028 102 136.325,85
2029 92 128.478,04
2030 93 127.613,65
Fonte: INPREV - Avaliação Atuarial 2011
Foi observado que em 2014 o número de benefícios a conceder poderá ser de 56. Em
2015 este número poderá aumentar para 73. Lembrando que estes benefícios poderão acorrer
caso sejam requeridas estas aposentadorias, relativos aos participantes que já atendem às
condições necessárias.
37
Figura 6. Frequência de Entrada em Aposentadoria
Se for analisada a Figura 6, será observado que após 10 anos da data base o nº de
benefícios atingirá seu pico máximo. Exatamente em 2022 haverá um aumento significativo
no número de benefícios que poderão ser requeridos, provavelmente por um concurso
realizado há décadas na cidade, contudo este aumento pode gerar um grande impacto nos
custos do sistema previdenciário de Varginha.
Dessa forma, como será visto no próximo tópico, a situação financeira do INPREV
poderá ser agravada, já que a Prefeitura Municipal de Varginha apresenta uma dívida perante
ao INPREV de aproximadamente 80.000.000 milhões de reais, conforme notícia publicada no
site da mesma, e constando na referência bibliográfica deste trabalho.
4.4 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO RPPS EM VARGINHA
O RPPS - Regime Próprio de Previdência Social foi criado no município de Varginha
no final de 1993 como "Fundo Previdenciário" (FAPEN) sem personalidade jurídica própria.
Ele foi criado com saldo zero de disponibilidades financeiras, e suas receitas foram
provenientes das contribuições previdenciárias dos servidores e da prefeitura.
Em dezembro de 2008, através de uma Lei municipal, o RPPS foi reestruturado,
transformando-o de Fundo Previdenciário (FAPEN) para Autarquia, iniciando suas atividades
em 01/01/2009 sob a denominação de INPREV, assumindo todo a ativo e passivo do FAPEN.
No ano de 2000, o RPPS recebeu todos os aposentados e pensionistas do município,
inclusive aqueles que já se encontravam em gozo destes benefícios antes da criação do RPPS
FAPEN de 1993, que até então eram custeados com recursos do tesouro municipal, este fato é
um dos responsáveis por parte do déficit técnico apurado nos cálculos atuariais. E por esse
contexto, a partir de 2000, o Regime utiliza os recursos provenientes das contribuições
38
previdenciárias (servidor/empregador) para custear o pagamento das despesas com
aposentadorias e pensões concedidas.
Sendo assim, o INPREV nasceu com um déficit técnico que é de responsabilidade do
município, sendo demonstrado em todos os cálculos atuariais. Para o equilíbrio atuarial do
RPPS, o município necessita repassar via alíquotas suplementares ou aportes os recursos
financeiros necessários para cobertura deste déficit.
Através de uma notícia no site da prefeitura de Varginha, foi constatada uma dívida de
80.000.000 milhões de reais da mesma em relação ao repasse de verba desde 2007 para o
INPREV, este valor refere-se a uma dívida do município para com o Instituto. Através de uma
Lei municipal, de agosto de 2007, ficou instituída uma "contribuição suplementar" para que a
prefeitura pudesse amortizar o déficit técnico apurado nos cálculos atuarias, entretanto, o
município jamais recolheu ao RPPS-INPREV qualquer valor no período agosto de 2007 a
dezembro de 2012 que, corrigidas as parcelas não pagas, atingiu este montante citado.
Em contato com a Direção do INPREV, foi constatado que essa contribuição
suplementar de R$ 80.000.00,00 foi parcelado em abril do ano de 2013, pelo governo atual, e
vem sendo rigorosamente paga a cada mês.
Para melhor compreensão da realidade do Instituto, através da Figura 7 será
demonstrado o histórico de criação do RPPS condizente com as dificuldades constatadas pelo
mesmo.
Figura 7: Cronograma de criação do RPPS
Fonte: Elaborado pelo autor.
FAPEN
(Fundo de
Aposentadoria e
Pensões)
O município repassa
todos os aposentados e
pensionistas para o
RPPS, inclusive os
servidores da década de
80 e início de 90,
gerando déficit técnico.
Instituída uma
"contribuição
suplementar" para
que a prefeitura
pudesse amortizar
esse déficit técnico.
Criação
RPPS: 1993
2013 2000
2008
Mudança para
Autarquia:
INPREV
Divida da prefeitura
para com o INPREV,
pelo não recolhimento
suplementar. Houve
um acordo em abril de
2013, e vem sendo
paga em parcelas.
39
Sendo assim, na sequência serão apresentadas as considerações finais do estudo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O alcance do objetivo geral da pesquisa, de analisar e diagnosticar a composição atual
do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Varginha – INPREV,
exigiu o levantamento de dados históricos, demográficos e financeiros e de todo o sistema
previdenciário estudado.
Concluiu-se que os servidores públicos municipais de Varginha possuem uma
expectativa de se aposentar totalizando 16,20 anos, e já possuem 11,41 contribuídos para o
sistema no ano de 2010. Já em 2011 essa expectativa de aposentadoria cai para 16,10 anos, e
possuem 11,02 contribuídos. No caso de 2012, esta expectativa totaliza 16,74 anos, com uma
contribuição de 10,80 anos. Totalizando em média, respectivamente, 27,61 anos, 27,12 e
27,54 anos de contribuição para o sistema previdenciário municipal. Além disso, foi
constatado que há um grande desequilíbrio em relação ao sexo dos servidores ativos, que
corresponde, em média, a 34,33% do sexo masculino e 65,66% do sexo feminino. Tal
diferenciação proporcionará uma grande elevação dos gastos do sistema previdenciário
municipal, levando em conta uma maior expectativa de vida das mulheres e pelo fato de se
aposentarem 5 anos mais jovens que os homens.
No que tange à identificação das características financeiras, foi concluído que as
mulheres acumulam um montante durante o seu tempo de contribuição, totalizando R$
352.992,02 reais em 2010, R$397.249,30 reais em 2011, e R$419.169,65 reais em 2012.
Realizando cálculos financeiros para encontrar prestações em valores futuros, levando em
conta a expectativa de vida do IBGE, chegou-se aos valores de R$ 2.642,65, R$ 3.011,79 e
R$ 3.088,06 reais mensais, valor este bem acima do necessário para custear os gastos
femininos nos devidos anos, que em média corresponderão a R$ 1.267,45, R$ 1.479,22 e R$
1.505,35 reais mensais.
Ainda realizando a mesma análise, mas levando em conta o sexo masculino, o
montante acumulado durante o tempo de contribuição, totalizam, respectivamente, R$
359.786,01, R$ 432.674,10 e R$509.262,94 reais. As prestações em valores futuros
encontradas são de R$ 3.770,49, R$ 4.662,32 e R$5.065,81 reais mensais. E novamente o
40
valor está bem superior ao necessário para custear os gastos masculinos, que em média,
respectivamente, serão de R$ 1.291,82, R$ 1.611,13 e R$ 1.828,88 reais mensais.
De modo geral, a partir destas análises, conclui-se que o INPREV tem potencial de
apresentar um Equilíbrio Financeiro positivo, já que pode possuir uma renda suficiente para
custear todos os benefícios com os servidores aposentados, gerando um capital acima do
necessário para cumprir suas obrigações perante aos aposentados do município de Varginha.
Entretanto, a sua realidade não condiz com os resultados apresentados, pois o seu histórico
está repleto de falhas governamentais desde sua criação, ocasionando assim um déficit técnico
atuarial que se arrasta há anos no município. Dessa forma, o INPREV não consegue investir a
contribuição de um servidor e usar este saldo proporcionado para pagar sua aposentadoria,
que seria o ideal para o regime.
Outra análise de grande importância, diz respeito aos gastos do INPREV com os
Aposentados. Foi constatado que em 2022 haverá um aumento de quase 3 vezes dos
servidores em tempo hábil para se aposentar. Isso irá gerar um grande impacto nos gastos do
sistema previdenciário de Varginha, sendo necessária uma maior precaução e estudo com o
objetivo de garantir a consistência do Instituto.
Portanto, o Instituto tem um grande potencial financeiro, mas não foi utilizado de
forma eficiente desde sua criação, sendo repassados para o RPPS servidores que não
contribuíram para o mesmo, gerando perdas consideráveis para o INPREV. Entretanto, essas
dívidas adquiridas pela prefeitura estão sendo pagas em parcelas, e sua situação poderá ser
transformada positivamente nos próximos anos, pois o seu funcionamento de forma eficaz e
eficiente, pode trazer muitos benefícios tanto para o município de Varginha, quanto para os
servidores municipais, proporcionando assim melhores resultados financeiros para ambos.
41
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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