analise experimental

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO VARIAÇÕES DO CONDICIONAMENTO OPERANTE RAQUEL PESSANHA DE OLIVEIRA GARCIA VERA LUCIA GOMES DA SILVA

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Trabalho sobre análise experimental (condicionamento) para o curso de psicologia.

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Page 1: Analise Experimental

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO

VARIAÇÕES DO CONDICIONAMENTO OPERANTE

RAQUEL PESSANHA DE OLIVEIRA GARCIA

VERA LUCIA GOMES DA SILVA

Page 2: Analise Experimental

INTRODUÇÃO

Chamamos de condicionamento operante o processo pelo qual certa classe de

comportamentos fica sob o controle de suas consequências. Esta classe de

comportamentos recebe o nome de Operante. O termo faz referência ao fato de que

esta classe de comportamentos opera no meio modificando-o, e por sua vez estas

modificações também alteram o comportamento.

O comportamento operante foi descoberto por B. F. Skinner. Primeiro Skinner

começou trabalhando com animais em laboratório. No seu clássico experimento um

rato ou um pombo foram colocados em uma caixa experimental. Nesta caixa existia

uma barra e/ou um disco (botão) e um recipiente que liberava água ou comida. O

rato ou o pombo privados da água ou comida tiveram acesso tanto a água ou a

comida toda vez que exibiram um certo comportamento. No caso do rato o

comportamento seria pressionar a barra e no pombo seria o comportamento de bicar

um disco (botão) iluminado na parede da caixa experimental.

Figura 1: Esquema da caixa de Skinner.

Page 3: Analise Experimental

No entanto, antes das sessões experimentais estes comportamentos não existiam

no repertório de comportamentos dos animais. Os mesmos foram modelados. Cada

resposta que se aproximava do comportamento almejado (pressionar barra / bicar

disco) era imediatamente seguida da consequência ter acesso a comida e/ou a

água. Percebeu-se que estas respostas foram se tornando mais fortes. Logo Skinner

entendeu que foi estabelecida uma relação de dependência entre a resposta e a

consequência por ela produzida (liberação de água ou comida). Ao final do

experimento o rato conseguia pressionar a barra e o pombo bicar o disco para que

houvesse liberação da comida ou água.

Este simples arranjo experimental foi um passo grandioso, pois ele levou à

descoberta da classe de comportamentos que Skinner chamou de operantes.

Diferente dos comportamentos respondentes, o comportamento operante não é

causado por um estímulo que antecede a sua ocorrência. O comportamento

operante é causado (determinado) pelas consequências que produz, pelas

alterações que provoca no ambiente. A descoberta da classe de comportamentos

operantes rompe com o paradigma de causalidade linear mecanicista.

Há dois tipos de operações através do qual as consequências podem modificar o

comportamento: operação de reforçamento positivo e operação de reforçamento

negativo. Os termos positivo e negativo não têm nenhuma relação com energias

positivas ou negativas ou com os efeitos emocionais provocados pela apresentação

de reforços negativos e positivos.

Page 4: Analise Experimental

Na operação de reforçamento positivo o comportamento é fortalecido por um

estímulo que é acrescentado à situação. Diga-se de passagem, que este estímulo é

produzido por este comportamento, já que há entre ambos uma relação de

dependência. Associado ao reforçamento positivo estão os sentimentos de bem-

estar, motivação, alegria, exaltação etc. Mas um estímulo não é um reforçador

positivo por causa de seus efeitos emocionais, e sim por causa de seus efeitos

sobre o comportamento que o provoca. No caso do estímulo reforçador positivo, seu

efeito é fortalecer o comportamento que o produz.

Na operação de reforçamento negativo um comportamento é fortalecido pela

remoção de um estímulo. Neste caso a consequência do comportamento é a

remoção do estímulo. O termo negativo faz menção ao fato de que um estímulo é

subtraído. Associado ao reforçamento negativo está geralmente o sentimento de

alívio quando o estímulo reforçador negativo é removido. Mas quando este ainda

está em operação é comum a ansiedade, angústia, medo, apreensão, mal-estar etc.

Todos estes são exemplos de reações emocionais que comumente chamamos

negativas, mas não é por causa disso que a operação é chamada de reforçamento

negativo, mas sim por causa da função que tem o estímulo removido como

consequência da ocorrência de um determinado comportamento, e esta função é o

fortalecimento deste comportamento.

Portanto, as operações de reforçamento, sejam elas de reforçamento positivo ou

negativo produzem (fortalecem) comportamento.  Comumente reforçamento

negativo é confundido com punição. Embora exista uma estreita relação entre as

Page 5: Analise Experimental

operações de punição e reforçamento negativo, punição não produz (fortalece)

comportamento. Punição suprime temporariamente o comportamento punido, mas

somente enquanto ela estiver agindo. Cessada a punição o comportamento punido

provavelmente volta a ocorrer. 

PROBLEMA 1: CONDICIONAMENTO OPERANTE CONTÍNUO – TEMPO DO

CONDICIONAMENTO E TEMPO DE EXTINÇÃO.

Metodologia: O procedimento é feito através de uma modelagem onde o animal

passa a associar o barulho à comida. É a base para desenvolver qualquer

condicionamento operante. A barra é acionada toda vez que o rato levanta as patas

dianteiras. Com o tempo a associação é feita da barra ao barulho,

consequentemente à comida. Neste método a cada vez que o rato pressiona a barra

este é retribuído com comida.

Resultado: O procedimento demorou 65 minutos (1 hora e 05 minutos) para

condicionar. Ao total foram feitos 46 acionamentos nos últimos cinco minutos, dando

uma média de 9,2 acionamentos por minuto. Nos penúltimos cinco minutos a barra

foi acionada 55 vezes dando uma média de 11 acionamentos por minuto. Para

extinguir foram necessários 30 minutos.

Page 6: Analise Experimental

Gráfico de condicionamento: O gráfico desenvolve-se gradativamente, seguindo

uma linha coerente de ascensão. Não existem grandes picos ou mesmo declives

irregulares ao longo da modelagem ou de qualquer parte do procedimento de

associação.

Gráfico de extinção: Ao início a extinção mostra-se resistente, mas ao passo em

que o reforço não é mais dado – e os minutos seguem adiante – vê-se uma

diminuição considerável e, então, uma coerente extinção de condicionamento.

PROBLEMA 2: CONDICIONAMENTO OPERANTE FIXO – TEMPO DO

CONDICIONAMENTO E TEMPO DE EXTINÇÃO.

Metodologia: Após a base do comportamento operante bem estruturada é feita

então o condicionamento operante fixo onde o animal também passa pela

modelagem e pelo reforço associando o pressionamento da barra à comida. Nesse

método a cada cinco vezes pressionada a barra (um valor previamente fixado que

pode alternar de acordo com a pesquisa), o animal recebe a comida.

Resultado: No condicionamento operante fixo o estado condicionado deu-se após

265 minutos (4 horas e 25 minutos) de experimento. A extinção levou

aproximadamente 55 minutos.

Page 7: Analise Experimental

Gráfico de condicionamento: Na leitura do gráfico pode-se notar uma ascensão

lenta com pouca ou quase inobservável resistência. Após longo período de

reforçamento é possível notar a sequencia lógica ao qual se segue. Não existem

grandes declives, ou mesmo variações. Num comparativo ao Gráfico do Contínuo

pode-se dizer que o procedimento e a firmeza de condicionamento dá-se muito mais

demorada do que o primeiro.

Gráfico de extinção: O animal parece resistente à extinção nos primeiros quinze

minutos, mas logo é possível notar declives significativos e correspondentes ao

processo de extinguir tal associação.

PROBLEMA 3: CONDICIONAMENTO OPERANTE VARIÁVEL – TEMPO DO

CONDICIONAMENTO E TEMPO DE EXTINÇÃO.

Metodologia: Neste método a intenção é fazer com que o condicionamento

aconteça em condições variáveis. Em determinado momento o rato receberá comida

com dois acionamentos de barra, em outro receberá com quatro acionamentos ou

até mesmo com apenas um. A condição variável também faz parte do conjunto de

reforços de condicionamentos operantes. Por ser inconstante, o procedimento pode

se tornar mais complexo para a aprendizagem do animal.

Page 8: Analise Experimental

Resultado: Seguindo a lógica, graças à dificuldade elevada, o condicionamento

variável é notavelmente mais demorado. Foram necessários 465 minutos (7 horas e

45 minutos) para que o rato fizesse a associação barra/comida. Para extinguir foram

necessários 60 minutos.

Gráfico de condicionamento: Aparentemente resistente e inconstante. O gráfico

desse experimento possui alguns picos de muitos acionamentos assim como o de

pouquíssimos. Com o passar do tempo nota-se uma evolução gradativa, porém

lenta, onde o animal dá sinais de associação por completo.

Gráfico de extinção: A resistência à extinção é maior se comparada aos outros

procedimentos. Neste gráfico é possível notar o nivelamento de comportamento por

alguns minutos até que a ausência de estímulo comece a fazer efeitos de extinção

de condicionamento.

Page 9: Analise Experimental

CONCLUSÃO

Tomando como base todos os procedimentos, gráficos e tempo exigidos para cada

procedimento, é possível chegar a conclusões coerentes em relação aos

condicionamentos ao qual o animal foi submetido. De acordo com a leitura de gráfico

e a todas as outras informações, chega-se à conclusão de que o Condicionamento

Operante Contínuo é o mais rápido em obter sucesso em condicionar assim como

em extinguir.

Por um outro lado, o procedimento mais trabalhoso e elaborado ao qual exige muito

mais tempo para associação e também para extinção é o do Condicionamento

Operante Variável.