anÁlise ergonÔmica do trabalho do instalador da...

55
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ALINE DANIELE MALANGA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DO INSTALADOR DA ÁREA DE TELECOMUNICAÇÕES EM CAIXA SUBTERRÂNEA MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO LONDRINA/PR 2016

Upload: hoangxuyen

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE

SEGURANÇA DO TRABALHO

ALINE DANIELE MALANGA

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DO INSTALADOR DA ÁREA DE TELECOMUNICAÇÕES EM CAIXA SUBTERRÂNEA

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

LONDRINA/PR 2016

ALINE DANIELE MALANGA

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DO INSTALADOR DA ÁREA DE TELECOMUNICAÇÕES EM CAIXA SUBTERRÂNEA

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Londrina. Orientador: Prof. André Luis da Silva

LONDRINA/PR 2016

TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DO INSTALADOR DA ÁREA DE TELECOMUNICAÇÕES EM CAIXA SUBTERRÂNEA

por

ALINE DANIELE MALANGA

Este Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização foi apresentado em 16 de

novembro de 2016, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista

em Engenharia de Segurança do Trabalho. A candidata foi arguida pela Banca

Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a

Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

__________________________________ André Luis da Silva

Prof. Orientador

___________________________________ José Luis Dalto Membro titular

___________________________________ Adilson Vieira de Araujo

Membro titular

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso –

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Londrina

Curso de Especialização Em Engenharia de Segurança do Trabalho

AGRADECIMENTOS

Agradeço à divina presença do Eu Sou em mim, por me orientar e me

amparar espiritualmente.

Ao meu orientador, Prof. Dr. André Luis da Silva, por ter sido solícito a todo

tempo, esclarecendo minhas dúvidas e me mostrando qual era o caminho a seguir

para concluir este trabalho.

Ao meu noivo Osmar pelo apoio incondicional, por estar sempre ao meu

lado, pelo seu amor que me deu forças para seguir em frente nos momentos em que

duvidei de minha capacidade.

Aos colegas da empreiteira Radiante, Fábio e Ivo, que colaboraram com o

estudo de caso deste trabalho.

RESUMO

MALANGA, Aline Daniele. Análise Ergonômica do Trabalho do Instalador da Área de Telecomunicações em Caixa Subterrânea. 2016. 57 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2016.

A evolução constante das telecomunicações tem permitido cada vez mais o encurtamento de distâncias ao redor do mundo, aumentado o número de serviços oferecidos a seus clientes e ampliado a capacidade de transmissão de dados, seja por redes ópticas ou metálicas. Não raro, parte destas redes se encontra no subterrâneo não apenas pela questão estética ou sustentável, mas pela segurança que provê com a minimização de furtos de cabos e acidentes nas redes aéreas. O constante aumento de usuários dos serviços de telecomunicações faz com que a empregabilidade na área de implantação, instalação e manutenção destas redes tenha um nível elevado. Durante uma jornada de trabalho, os operadores podem assumir inúmeras posturas diferentes e demandar esforços musculares que, no futuro, podem causar doenças ocupacionais. Neste contexto, recai à ergonomia o papel de tornar mais confortável e salubre o trabalho desempenhado pelos técnicos que executam serviços em caixas subterrâneas. Um método ergonômico de registro e análise postural foi aplicado em uma empreiteira prestadora de serviços de telecomunicações na cidade de Londrina. Ao final, são feitas recomendações para um desempenho mais ergonômico da atividade.

Palavras-chave: Ergonomia. Telecomunicações. Caixa Subterrânea. Análise Ergonômica do Trabalho.

ABSTRACT

MALANGA, Aline Daniele. Ergonomic Analysis of the Telecommunication Installer Working on Underground Closures. 2016. 57 s. Monograph (Post Graduation in Work Safety Engineering) - Federal Technology University - Paraná. Londrina, 2016.

The evolution of telecommunications have allowed increasingly shortening distances around the world, increased the number of services offered to customers and expanded the data-transmission capacity, wether by optical or wire networks. Often, part of these networks is located on the underground not only for aesthetic or sustainable concerned but by the security that provides the minimization of cable thefts and accidents in air networks. The steady increase of users of telecom services makes employability in the area of deployment, installation and maintenance of these networks has a high level. During a working day, operators can take many different positions and require muscular effort that in the future, can cause occupational diseases. In this context, lies to ergonomics the paper become more comfortable and healthy work performed by technicians who perform services in underground boxes. An ergonomic method of recording and postural analysis was applied to a contractor provider of telecommunications services in the city of Londrina. Finally, recommendations are made for a more ergonomic performance of the activity.

Keywords: Ergonomics. Telecommunication. Underground Closure. Ergonomic Analysis of Work.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Os dois tipos básicos de Manejo .............................................................. 21

Figura 2 - Posicionamento da carga em relação ao eixo da coluna .......................... 23

Figura 3 - Classificação das posturas pela combinação da variável (dorso, braços, pernas e carga). ........................................................................................................ 26

Figura 4 - Análise da Tarefa 1 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 31

Figura 5 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 32

Figura 6 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 33

Figura 7 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 34

Figura 8 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 36

Figura 9 - Análise da Tarefa 3 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS) ......... 37

Figura 10 - Análise da Tarefa 4 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)........ 38

Figura 11 - Análise da Tarefa 5 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)........ 40

Figura 12 - Análise da Tarefa 5 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)........ 41

Figura 13 - Análise da Tarefa 6 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)........ 42

Figura 14 - Análise da Tarefa 7 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)........ 44

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 - Chave de tampão de caixa subterrânea ............................................. 29

Fotografia 2 - Tampão de caixa subterrânea............................................................. 29

Fotografia 3 - Instalador abrindo o tampão da caixa subterrânea ............................. 30

Fotografia 4 - Instalador tracionando o tampão da caixa subterrânea ...................... 30

Fotografia 5 - Trabalhador retirando escada do carro ............................................... 32

Fotografia 6 - Trabalhador levando escada até a caixa subterrânea ........................ 33

Fotografia 7 - Trabalhador inserindo escada dentro da caixa subterrânea ............... 34

Fotografia 8 - Trabalhador descendo escada ............................................................ 35

Fotografia 9 - Trabalhador retira a caixa de emenda e a passa para seu parceiro ... 37

Fotografia 10 - Trabalhadores fazendo fusão de fibra óptica .................................... 38

Fotografia 11 - Trabalhador descendo escada .......................................................... 39

Fotografia 12 - Trabalhador descendo escada .......................................................... 40

Fotografia 13 - Trabalhador retirando a escada ........................................................ 42

Fotografia 14 - Trabalhador fechando tampão da caixa subterrânea ........................ 43

Fotografia 15 - Tampão de caixa subterrânea articulado .......................................... 49

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Tempo de serviço .................................................................................... 45

Gráfico 2 - Maiores dificuldades ergonômicas para execução das tarefas ............... 45

Gráfico 3 - Distribuição de Frequência da Dor e/ou desconforto nos últimos 12 meses ........................................................................................................................ 46

Gráfico 4 - Distribuição da freqüência de consulta de profissional da área da saúde nos últimos 12 meses ................................................................................................ 47

Gráfico 5 - Distribuição de dor e/ou desconforto de funcionários com algum problema nos últimos 7 dias ...................................................................................................... 47

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13

1.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................14

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................15

2.1 TELECOMUNICAÇÕES ...................................................................................15

2.2 ERGONOMIA ....................................................................................................16

2.3 ERGONOMIA NO CONTEXTO LABORAL .......................................................18

2.4 ANTROPOMETRIA ...........................................................................................19

2.4.1 Manejo ............................................................................................................19

2.4.2 Diâmetro do Manejo ........................................................................................22

2.5 BIOMECÂNICA OCUPACIONAL ......................................................................22

2.5.1 Levantamento e Transporte de Carga ............................................................22

2.6 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ......................................................24

3 METODOLOGIA DE PESQUISA .........................................................................26

3.1 MÉTODO OWAS ..............................................................................................26

3.2 QUESTIONÁRIO NÓRDICO .............................................................................27

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................28

5 COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES .............................................................49

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................51

REFERÊNCIAS .......................................................................................................52

APÊNDICE A - Questionário de Pesquisa ...........................................................54

13

1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios até os dias atuais, os princípios básicos da ergonomia

estão presentes na vida do homem a fim de melhorar suas condições de trabalho.

Entretanto, foi a partir da década de 1940 que a ergonomia surge de modo

sistematizado, no cenário da II Guerra Mundial.

Com o intuito de aprimorar a relação entre o homem bélico e os complexos

instrumentos de guerra que a tecnologia desenvolvera na época, como submarinos,

tanques, radares e aviões, as atenções se voltaram para a segurança do operador,

pois sob condições ambientais desfavoráveis e tensas no campo de batalha, os

acidentes fatais eram freqüentes. Estes fatos impulsionaram os estudos que

visavam adaptar os instrumentos de guerra às características e capacidades de

cada operador, aperfeiçoando o desempenho do mesmo e consequentemente

diminuindo o número de acidentes (IIDA, 2005). Contudo, o estudo da ergonomia

não se estagnou com o fim da guerra, e vem se desenvolvendo até hoje em dia.

Muito tem se falado sobre a questão da ergonomia nas organizações, pois

um trabalho focado na prevenção é menos oneroso do que um trabalho corretivo, já

que se parte do pressuposto de que um colaborador afastado gera prejuízos

financeiros e materiais para a empresa.

Com o fim do monopólio da indústria de Telecomunicações no Brasil, deu-se

início a um cenário de competição altamente acirrado entre as empresas

prestadoras do serviço. Tal fato leva os empregadores a buscarem meios de reduzir

custos operacionais e aumentar a produtividade, exigindo cada vez mais dos

trabalhadores. Em especial nas empreiteiras terceirizadas por grandes empresas,

onde o trabalhador geralmente recebe por quantidade de serviço executado, a ânsia

por terminar o trabalho mais rápido a fim de agregar maior valor ao salário, acaba

levando os colaboradores a não darem atenção à questão ergonômica, expondo-se

aos riscos inseridos no manuseio de equipamentos pesados e posturas

inadequadas.

As redes ópticas de Telecomunicações permitem a oferta de serviços Triple

Play, ou seja: o acesso à Internet banda larga, à telefonia fixa e serviços multimídia,

como a TV por assinatura, em um único meio físico: a fibra óptica. Grande parte das

redes de fibra óptica que transportam tais serviços de Telecomunicações encontram-

se instaladas na rede subterrânea, pelo fato de torná-las mais seguras contra

14

acidentes na rede aérea, e consequentemente diminuem o impacto visual e dão

suporte à questão da sustentabilidade por evitar podas de árvores.

1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo geral analisar as condições ergonômicas dos

trabalhadores que exercem a função de técnico em telecomunicações que

desenvolvem atividades de instalação e manutenção em caixas subterrâneas, em

uma empreiteira da cidade de Londrina - PR.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecer aspectos que influenciam na atividade dos trabalhadores da

área de telecomunicações em caixas subterrâneas, os perigos do

trabalho, as percepções destes em relação aos perigos, a organização e

o modo como é realizado o trabalho, e a satisfação e os desconfortos dos

trabalhadores;

• Realizar uma análise da atividade através de aplicação de questionário e

verificar se há risco ergonômico;

• Apresentar recomendações ergonômicas para os trabalhadores que

desempenham serviços em caixas subterrâneas.

1.3 JUSTIFICATIVA

As tecnologias que envolvem as telecomunicações evoluem muito rápida e

constantemente, fomentando cada vez mais a instalação e manutenção de redes,

gerando assim grande empregabilidade para os técnicos que atuam neste setor.

Como as grandes redes que transportam os serviços de Telecomunicações

encontram-se principalmente no subterrâneo, faz-se necessário um estudo

ergonômico mais aprofundado para este trabalhador.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 TELECOMUNICAÇÕES

Comunicação é o processo pelo qual uma informação gerada em um ponto

no espaço e no tempo, chamado fonte, é transferida a outro ponto no espaço e no

tempo chamado destino. Telecomunicação (tele, do grego, "distância"), é uma forma

de ampliar o alcance normal da comunicação. Quando o destino da informação está

próximo da fonte, a transmissão é direta e imediata, tal como se processa a

conversação entre duas pessoas num mesmo ambiente. Quando a distância entre

elas aumenta, no entanto, o processo de comunicação direta se torna mais difícil. Há

então a necessidade de um sistema de telecomunicação - um conjunto de meios e

dispositivos que permita a fonte e destino se comunicarem a distância.

Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio,

radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de

símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer

natureza. (art.60, § 1º, da Lei Geral de Telecomunicações – LGT julho de 1997). A

LGT ainda define serviço de Telecomunicações como o conjunto de atividades que

possibilita a oferta de telecomunicação.

A princípio, todas as informações recebidas geram uma resposta do

destinatário ou pelo menos uma confirmação de recebimento. Por este motivo, a

palavra é sempre grafada no plural: Telecomunicações (MEDEIROS, 2007).

Há diversos tipos de Telecomunicações, como o telefone fixo, telefone

celular, televisão, internet, rádio, satélites, semáforos, etc.

As redes de telecomunicações estão sendo aperfeiçoadas para suportar a

transmissão de informações com a introdução de novas tecnologias, tanto do lado

dos equipamentos da rede, quanto dos meios de transmissão (redes de transporte)

e dos sistemas de operação para gerenciamento (Gerência de Redes de

Telecomunicações).

O órgão responsável por regulamentar todo o tipo de telecomunicações que

são realizadas no Brasil, é a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

16

2.2 ERGONOMIA

O termo Ergonomia é derivado das palavras gregas ergos, que significa

“trabalho” e nomos, “estudo” ou “leis naturais”. Segundo Grandjean (1998), pode ser

definida como a ciência da configuração de trabalho adaptado ao homem, visando

ao desenvolvimento de bases científicas para a adequação das condições de

trabalho e suas realidades.

Segundo Iida, a ergonomia pode ser definida como a “interação entre

homem e o trabalho no sistema homem-máquina-ambiente”.

No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2002) adota a

seguinte definição:

Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, à segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.

De acordo com a IEA (International Ergonomics Association) (2013), a

ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações entre o homem e

outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos

a projetos com o objetivo de otimizar o bem estar humano e o desempenho global

do sistema.

Por sua vez, Barbosa Filho (2010), afirma que a ergonomia é o termo

designativo da aplicação multidisciplinar de conhecimento que trata de uma série de

cuidados que envolvem o homem e as particularidades inerentes a cada tarefa que

realiza na condição de trabalho, observadas as características e limitações

individuais. Para tanto, esse trabalho deve ser entendido de forma mais abrangente,

não apenas em relação ao esforço físico, mas em todas as suas dimensões. Só

assim serão plenamente atingidos os objetivos de potencializar os resultados desse

trabalho e de minimizar o esforço, o desgaste e os possíveis danos à integridade da

saúde humana oriundos dessa condição.

Para Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia estuda vários aspectos: a

postura e os movimentos corporais (sentados, em pé, empurrando, puxando e

levantando cargas), fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, clima,

agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e outros

17

sentidos), relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas

(tarefas adequadas, interessantes). Quando todos estes fatores são conjugados

apropriadamente, é possível projetar ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e

eficientes no ambiente laboral, contribuindo na prevenção de erros e melhorando o

desempenho dos funcionários para as suas atividades.

Segundo Iida (2005), a ergonomia pode ser abordada em três

especialidades importantes para o bom desempenho do sistema homem-máquina-

ambiente:

• Ergonomia Física: Trata das características da anatomia humana,

antropometria, biomecânica e fisiologia. Estuda aspectos relativos à

postura no trabalho, o uso dos materiais, movimentos repetitivos,

distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de

postos de trabalho, saúde e segurança do trabalhador.

• Ergonomia Cognitiva: Estuda os processos mentais, como a tomada de

decisões, percepção, memória, raciocínio e resposta motora, com relação

às interações entre pessoas e entre pessoas e computadores. Trata

também de estresse e treinamento.

• Ergonomia Organizacional: Trata dos aspectos referentes à cultura

organizacional, abrangendo políticas e processos. O foco são as

comunicações, o trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho à

distância e a gestão da qualidade.

Iida (2005) ainda diz que as contribuições da ergonomia para introduzir

melhorias nos processos de produção podem ser classificadas de acordo com a

etapa em que ocorrem. São classificadas em ergonomia de concepção, ergonomia

de correção e ergonomia de conscientização.

• Ergonomia de Concepção: Ocorre quando a contribuição ergonômica é

feita na fase inicial do projeto ou produto, da máquina ou do ambiente. É a

situação ideal, pois as alternativas podem ser amplamente analisadas, no

entanto, exige maior conhecimento já que se tratam de situações

hipotéticas.

• Ergonomia de Correção: Esta modalidade de contribuição ergonômica se

dá em situações já existentes, para solucionar questões que tangem à

segurança, fadiga excessiva, em doenças do trabalhador ou na

18

quantidade e qualidade da produção. A solução a ser adotada em grande

parte dos casos pode não ser a ideal, pois exigiria altos custos com troca

de maquinário, por exemplo. Geralmente as correções são relativamente

fáceis de serem implementadas, como mudanças de posturas, colocação

de dispositivos de segurança e aumento da iluminação. Já em outras

situações como a redução da carga mental ou de ruídos, tornam-se mais

difíceis.

• Ergonomia de Conscientização: Tendo em vista que novas problemáticas

podem surgir a qualquer tempo, devido ao desgaste natural das máquinas

e equipamentos, a modificações oriundas de serviços de manutenção, a

alterações no processo de produção, entre outros, é importante

conscientizar o operador, através de cursos, treinamentos e reciclagens

frequentes, sobre como ele deve proceder de forma que não coloque sua

saúde e segurança em risco. Assim, poderá reconhecer situações de

risco que venham a surgir no ambiente de trabalho e estar apto a tomar

atitudes seguras em relação a elas.

2.3 ERGONOMIA NO CONTEXTO LABORAL

O principal objetivo da ergonomia no contexto laboral é contribuir para

atender às demandas humanas, gerando saúde e bem-estar. Para que isso

aconteça é necessário realizar um estudo cuidadoso do trabalho com o propósito de

identificar fatores inconciliáveis no ambiente de trabalho e suas consequências para

os indivíduos. Depois de fazer uma análise cautelosa, pode-se eliminar prejuízos e

elementos agressores que possam trazer prejuízos em qualquer função fundamental

na vida do trabalhador (ALEXANDRE, 1998).

Para Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia pode contribuir para

solucionar uma série de problemas, tendo como objetivo melhorar a segurança, a

saúde, o conforto e a eficiência no trabalho. Segundo a ABERGO (2000), ela busca

modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existente, às

características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu

desempenho eficiente, confortável e seguro da atividade.

19

2.4 ANTROPOMETRIA

A origem etimológica da palavra Antropometria vem do grego, em que

anthropos significa homem e metron, medida. Couto (2002) define antropometria

como sendo o estudo das medidas humanas, ressaltando que o conhecimento

dessas medidas e como saber utilizá-las é de grande importância na determinação

de vários aspectos relacionados ao posto de trabalho, visando à manutenção de

uma boa postura.

Segundo Añes (2001), esta ciência teve sua origem na Antiguidade, quando

os egípcios e gregos começaram a observar e estudar a relação entre as várias

partes do corpo.

Iida (2005) comenta que, todas as populações humanas são compostas de

diferentes tipos físicos ou biótipos. Desta forma, as medidas variam de acordo com

as etnias, idades, classes sociais e regiões.

A Antropometria está dividida em (IIDA, 2005):

• Funcional: são as medidas antropométricas relacionadas com a execução

de tarefas específicas, onde cada parte do corpo não se move

isoladamente, mas vários movimentos são realizados em conjunto para

se realizar uma função;

• Estática: é aquela em que as medidas se referem ao corpo parado ou

com poucos movimentos. Ela deve ser aplicada ao projeto de objetos sem

partes móveis ou com pouca mobilidade, como no caso de mobiliário em

geral. O seu uso não é recomendado para projetos de máquinas e postos

de trabalho com partes que se movimentam;

• Dinâmica: Trata das medidas dos alcances dos movimentos. Os

movimentos de cada parte do corpo são medidos mantendo-se o resto do

corpo estático.

2.4.1 Manejo

Gomes Filho, (2003) comenta que o manejo pode ser definido como um ato

ou uma ação física que se relaciona com o manuseio ou operacionalidade de

qualquer produto, por parte do usuário ou operador através de seu corpo ou partes

de seu corpo. É uma forma de “engate” que ocorre entre o homem e a máquina, pelo

20

qual torna-se possível ao homem, transferir movimentos de comando a todo e

qualquer objeto que possa ser manuseado (IIDA, 2005).

Iida (2005) afirma que existem diversas classificações de manejo, mas, de

uma forma geral, elas resultam em dois tipos básicos: o manejo fino e o manejo

grosseiro.

Segundo o autor, o manejo fino é aquele executado com a ponta dos dedos,

onde os movimentos são transmitidos principalmente pelos dedos, enquanto a

palma da mão e o punho permanecem relativamente estáticos. Este tipo de manejo

caracteriza-se pela grande precisão e velocidade, com pequena força transmitida

nos movimentos. O manejo grosseiro não exige grande precisão e se caracteriza por

elementos de forma mais pesada, os dedos têm a função de prender, mantendo-se

relativamente estáticos, enquanto os movimentos são realizados pelo punho e

braços. Em geral este tipo de manejo transmite forças maiores, com velocidade e

precisão menores que no manejo fino.

Gomes Filho (2003) comenta que o manejo também pode ser classificado

segundo sua configuração, dividindo-se em:

• Manejo geométrico, que é aquele que se utiliza de formas geométricas

tais como esferas, cilindros e cones, sendo indicado para a configuração

de produtos que não exigem elevado uso de força, além de possuírem

maior amplitude de uso por usuários diferentes, como idosos, mulheres e

crianças;

• Manejo antropomorfo ou anatômico, que faz uso de superfícies

irregulares, que se adaptam a parte do corpo utilizada em seu manejo,

sendo indicado para atividades que exijam maior firmeza e transmissão

de força, como cabos, alças e pedais, pois permite maior superfície de

contato.

21

Figura 1 - Os dois tipos básicos de Manejo

Fonte: Iida (2005)

Os movimentos de pega com a ponta dos dedos, tendo o dedo polegar em

oposição aos demais, permite transmitir uma força máxima de 10 kg. Já para as

pegas grosseiras do tipo empunhadura, onde todos os dedos fecham-se em torno do

objeto, a força pode chegar a 40 kg. Para levantar e abaixar peso com um braço,

sem usar o peso do tronco, a força máxima é de 27 kg e para movimentos de

empurrar e puxar (para frente e para trás) é de 55 kg. Para girar o antebraço,

conseguem-se torques máximos de 66 kg x cm para a direita e de 100 kg x cm para

a esquerda, usando a mão direita. No entanto, para fins operacionais, os valores

recomendados são de 13 kg x cm e de 20 kg x cm, respectivamente. (IIDA, 2005).

Para Dul e Weerdmeester (2004), devem-se utilizar ferramentas manuais

que não excedam o peso de 2 Kg, pois acima desse peso podem prejudicar a saúde

do trabalhador. Quando houver necessidade de usar ferramentas mais pesadas,

elas devem ficar suspensas por contrapesos ou molas”.

Para Kuijt-Evers et al. (2004), quando uma ferramenta provoca desconforto

como músculos doloridos e pressão sobre a mão, não se pode continuar a executá-

la. Seria preciso pausas frequentes, principalmente se a tarefa é realizada em alta

velocidade. Assim, o desconforto pode vir a impactar uma diminuição na

produtividade.

22

2.4.2 Diâmetro do Manejo

Estudos realizados sobre a “Transmissão de forças em pegas cilíndricas”,

feitas por Pheasant e O’Neill (1975 apud. IIDA, 2005), através de um cone de

variação contínua do diâmetro, para determinar o conforto subjetivo da pega,

apontaram que o valor ideal médio para maior conforto seria de 3 a 5 cm.

2.5 BIOMECÂNICA OCUPACIONAL

A biomecânica ocupacional é uma área de atuação da Biomecânica e está

relacionada ao estudo das posturas, a tarefas do homem no trabalho e suas

consequências. Trata-se de uma área interdisciplinar que possui ligação direta com

a ergonomia e que procura buscar soluções para os problemas oriundos da

adaptação do homem ao ambiente de trabalho e vice-versa (IIDA,2005).

Dul e Weerdmeester (2004) enfatizam que a biomecânica é uma parte da

ergonomia de extrema relevância para que se possam formular recomendações

sobre a postura e o movimento considerando as capacidades das pessoas. A partir

do estudo das leis físicas da mecânica ao corpo, é possível estimar as tensões que

ocorrem nos músculos e articulações durante uma postura ou um movimento no

ambiente de trabalho.

2.5.1 Levantamento e Transporte de Carga

O levantamento de cargas manual é um dos maiores causadores de dor nas

costas, entretanto em alguns ambientes de trabalho o mesmo ainda é necessário.

Segundo Dul e Weerdmeester (2004), para evitar os constrangimentos humanos que

esta atividade pode acarretar é importante analisar os seguintes aspectos: o

processo produtivo (manual ou mecânico), a organização do trabalho (projeto do

trabalho, freqüência dos levantamentos), o posto de trabalho (posição do peso em

relação ao corpo), o tipo de carga (forma, peso, pegas), acessórios de levantamento,

e o método de trabalho (individual ou coletivo).

Devido à estrutura da coluna vertebral, que é composta por discos

superpostos, ela tem pouca resistência a forças que não tenham a mesma direção

de seu eixo. Assim, na medida do possível, a carga sobre a coluna vertebral deve

ser feita no sentido vertical, como mostra a Figura 2, evitando-se levantar cargas

23

com a coluna curvada, para que não surjam componentes de forças perpendiculares

a ela (IIDA, 2005).

Figura 2 - Posicionamento da carga em relação ao eixo da coluna Fonte: Iida (2005)

A sobrecarga imposta aos discos intervertebrais da coluna é objeto de

estudo da Biomecânica. O aumento da pressão exercida no disco na manutenção de

uma postura estática para a realização de uma tarefa é um dos fatores que

contribuem para a degeneração discal. Nesta situação, o disco intervertebral fica

exposto ao risco de perda ou diminuição da elasticidade e resistência, o que pode

levar à degeneração precoce e aumentar a probabilidade de ocorrência de hérnia de

disco. Diferenças de pressão intradiscal, que podem ser originadas a partir de

solicitações excessivas impostas à coluna vertebral, esforços de flexão

(levantamento e transporte), esforço excessivo na manipulação ou trabalho físico

pesado (empurrar, puxar, empilhar) e/ou esforço inadequado (rotação do tronco,

inclinações laterais e outras também são situações consideradas nocivas ao

trabalhador, visto que oferecerem risco à coluna vertebral (MENDES et al., 2004)

Iida (2005) ainda diz que a localização da carga em relação ao corpo, as

características como dimensões e facilidade de manuseio são também fatores que

influenciam na capacidade de carga máxima que o trabalhador pode levantar. Em

relação à localização relativa, para movimentos repetitivos, a força máxima para o

levantamento de peso é exercida quando a carga está situada a 30 cm de distância

do corpo e a 30 cm de altura do solo. Essa capacidade diminui conforme a carga vai

se afastando do corpo, chegando praticamente a zero quando se afasta a 90 cm

dele.

24

A capacidade de carga máxima varia bastante de uma pessoa pra outra.

Varia também conforme se usem as musculaturas das pernas, braços ou dorso. As

mulheres possuem aproximadamente a metade da força dos homens para o

levantamento de pesos (IIDA, 2005).

O autor cita as seguintes recomendações quanto ao levantamento de

cargas:

• Manter a carga mais próxima possível do corpo, para reduzir o momento

provocado pela carga;

• Procurar manter cargas simétricas dividindo-as e usando as duas mãos

para evitar a criação de momentos em torno do corpo;

• A carga deve estar a 40 cm acima do piso, caso esteja abaixo, o

carregamento deve ser feito em duas etapas, colocando-a a uma altura

de 100 cm para depois pegá-la em definitivo;

• Remover todos os obstáculos próximos que possam atrapalhar os

movimentos, antes de levantar um peso.

2.6 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (2002), a

análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo que visa a

resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da

atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se

atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.

A análise ergonômica parte da identificação de um problema que justifique

um estudo, buscando ações ergonômicas para a solução destes. A sua análise

permite compreender a natureza e a dimensão dos problemas apresentados, bem

como elaborar um plano de intervenção para abordá-los

Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (2002), a

análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para a

resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da

atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se

atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) tem como objetivo aplicar os

conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir determinada

25

situação de trabalho. Esta técnica foi desenvolvida por pesquisadores franceses e

pode ser considerada como um exemplo da ergonomia corretiva, ou ergonomia de

correção (IIDA, 2005).

Santos e Fialho (1997) afirmam que a análise ergonômica do trabalho

compreende três fases: análise da demanda, análise da tarefa e análise das

atividades. Na análise da demanda define-se o problema a ser investigado com os

atores envolvidos. A análise da tarefa coloca o que o trabalhador deve realizar e as

condições ambientais técnicas e organizacionais. E a análise das atividades traz

efetivamente o que é realizado pelo trabalhador, o comportamento do homem no

trabalho.

26

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, com abordagem do tipo

qualitativa e quantitativa. Em relação aos seus objetivos é descritiva, pois relata

situação de trabalho e riscos ergonômicos dos profissionais estudados, gerando

familiaridade com o problema. Foram utilizados como ferramentas para elaboração

da pesquisa, os dados obtidos através da aplicação de um questionário

semiestruturado com cada trabalhador, visita in loco e observação para análise do

trabalho. A execução do serviço foi fotografada, sendo este material utilizado para

análise postural através do método OWAS, pelo software Ergolandia 5.0.

3.1 MÉTODO OWAS

O método OWAS (Ovako Working Posture Analysing System) é um sistema

prático de registro, desenvolvido por três pesquisadores finlandeses. Eles

começaram com análises fotográficas das principais posturas encontradas

tipicamente na indústria pesada e encontraram posturas típicas (IIDA, 2005).

A figura abaixo apresenta a classificação das posturas pela combinação da

variável (dorso, braços, pernas e carga).

Figura 3 - Classificação das posturas pela combinação da variável (dorso, braços, pernas e

carga). Fonte: Iida (2005)

Com base nas avaliações, as posturas foram classificadas nas seguintes

categorias (IIDA, 2005):

• Classe 1: postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos

excepcionais;

27

• Classe 2: postura que deve ser verificada durante a próxima revisão

rotineira dos métodos de trabalho;

• Classe 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo;

• Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata.

Essas classes dependem do tempo de duração das posturas, em

percentagens da jornada de trabalho ou da combinação das quatro variáveis (dorso,

braços, pernas e carga).

3.2 QUESTIONÁRIO NÓRDICO

De acordo com Iida (2005), o questionário nórdico foi desenvolvido para

autopreenchimento. Nele há um desenho dividindo o corpo humano em 9 partes, no

qual os trabalhadores devem responder "sim" ou "não" para algumas situações

envolvendo essas divisões.

28

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tarefa do instalador é executar fusões de fibras ópticas. Para tanto, o

mesmo deve abrir caixas de emenda que ora se encontram na rede aérea, ora na

subterrânea. Neste estudo, foi tratado apenas o caso em rede subterrânea.

Após a classificação das atividades, foi utilizado o software Ergolandia 5.0

para avaliação e diagnóstico das atividades. O software possibilita a inserção dos

dados coletados, mediante a classificação pré-estabelecida do método OWAS. Ao

inserir os dados, o mesmo relata se serão ou não necessárias medidas corretivas

para adequação da atividade.

A execução do trabalho foi dividida em tarefas, que retratam as atividades

realizadas em campo e possibilitam analisar as posturas adotadas pelos mesmos.

Foram analisadas apenas as posturas do trabalhador principal.

a) Tarefa 1 – Abertura da caixa subterrânea: para realizar esta tarefa, o

instalador utiliza uma chave como a representada na Fotografia 1. Esta chave é feita

de aço zincado, com peso de 1,0 kg, 60cm de comprimento, e 18cm de largura na

parte da pega. O trabalhador a encaixa em um dos orifícios do tampão da caixa

subterrânea, primeiro tracionando-a para cima, com intenção de tirá-la do lugar,

como na Fotografia 3 e movendo-a para os lados até que desobstrua totalmente a

passagem, tal qual mostra a Fotografia 4. Por muitas vezes, o tampão da caixa

emperra, ou quando ela não é aberta há muito tempo, junta terra e grama em seus

vãos, o que faz o instalador ter de usar uma força ainda maior na hora de tracioná-

la. Este tampão, representado na Fotografia 2, é feito de ferro fundido, pesa em

torno de 95 kg e tem diâmetro de 0,75 m. A profundidade da caixa é de 3,50 m.

29

Fotografia 1 - Chave de tampão de caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

Fotografia 2 - Tampão de caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

30

Fotografia 3 - Instalador abrindo o tampão da caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

Fotografia 4 - Instalador tracionando o tampão da caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

31

Figura 4 - Análise da Tarefa 1 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Durante a execução desta tarefa, a postura adotada é de membros

superiores abaixo do nível dos ombros, tronco inclinado, de pé com o peso de uma

das pernas esticada, levantando uma carga maior que 20 Kg. Segundo análise do

software (Figura 3), são necessárias correções tão logo quanto possível, já que o

trabalhador executa o levantamento da carga com a coluna curvada, o que causa o

desgaste dos discos intervertebrais segundo Mendes et al, (2004). O movimento

deveria ser feito com a carga o mais próximo possível de seu corpo, para se reduzir

o momento provocado pela mesma, e os joelhos deveria estar flexionados, deixando

a força partir deles e não da coluna (IIDA, 2005).

b) Tarefa 2 – Inserção da escada na caixa subterrânea: Neste momento o

trabalhador retira a escada do carro (Fotografia 6), leva-a até a caixa subterrânea

(Fotografia 7), insere a mesma dentro da caixa, como mostra Fotografia 8, e desce

(Fotografia 9). Esta escada tem 4,25 m fechada, podendo estender-se a 7,20 m, e

seu peso é de 21 Kg.

32

Fotografia 5 - Trabalhador retirando escada do carro

Fonte: Autoria própria

Figura 5 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Conforme análise do software pela Figura 5, não são necessárias medidas

corretivas, já que o conjunto das posturas adotadas pelo trabalhador não oferecem

riscos.

33

Fotografia 6 - Trabalhador levando escada até a caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

Figura 6 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

De acordo com a Figura 6, também não são necessárias correções na

postura durante a execução da tarefa de movimentar a escada. Apesar de se tratar

de uma carga assimétrica e comprida, o peso está dentro do limite recomendável

para homens, e a tarefa é feita em cerca de 5% do tempo total do serviço.

34

Fotografia 7 - Trabalhador inserindo escada dentro da caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

Figura 7 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

35

Nesta etapa, a análise pelo software Ergolandia 5.0 diz que são necessárias

medidas corretivas tão logo quanto possível, visto que o trabalhador encontra-se

com a coluna curvada e em uma leve rotação, com apenas uma das pernas

flexionadas, quando deveria estar com ambas as pernas em flexão, e com a coluna

ereta, deixando que as pernas fizessem a força.

Fotografia 8 - Trabalhador descendo escada

Fonte: Autoria própria

36

Figura 8 - Análise da Tarefa 2 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

De acordo com a Figura 8, a resposta do software em relação a esta tarefa,

é a de que não são necessárias medidas corretivas, já que o trabalhador encontra-

se com a coluna ereta, alternando o peso em cada uma das pernas, conforme desce

os degraus da escada, sendo esta uma postura adequada,

b) Tarefa 3 – Retirada da caixa de emenda: após aberta a caixa

subterrânea, o instalador retira a caixa de emenda de dentro da mesma e a repassa

para seu parceiro (Fotografia 9).

37

Fotografia 9 - Trabalhador retira a caixa de emenda e a passa para seu parceiro

Fonte: Autoria própria

Figura 9 - Análise da Tarefa 3 pelo software Ergolandia 5.0

(método OWAS) Fonte: Autoria própria

A Figura 9 aponta

que não são necessárias

medidas corretivas, pois a

postura adotada está

correta. O trabalhador está

de pé dentro da caixa

subterrânea, com a coluna

ereta, ambas as pernas esticadas, utilizando os membros superiores que estão

acima do nível dos ombros para passar uma carga de 17 Kg (caixa de emenda

óptica) para o parceiro.

c) Tarefa 4 – Fusão de fibras: A caixa de emenda é posicionada em uma

mesa montada na rua, e o instalador executa o serviço de fusões com o auxílio de

seu parceiro, como mostra Fotografia 10.

38

Fotografia 10 - Trabalhadores fazendo fusão de fibra óptica

Fonte: Autoria própria

Figura 10 - Análise da Tarefa 4 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Esta etapa merece atenção especial, segundo a Figura 10, onde o software

relatou que são necessárias correções em um futuro próximo, pois o trabalhador

leva 50% do tempo total da atividade nesta posição, com a coluna curvada e as

pernas esticadas, executando o serviço de fusão de fibras ópticas, o qual requer

39

elevado nível de atenção, pois qualquer erro nesta etapa pode causar prejuízos para

a empresa a qual prestam serviços, pois paralisariam os serviços de

Telecomunicações de até uma cidade inteira. O correto seria estarem com as costas

eretas, e formando um ângulo entre braço e antebraço, de 90º (IIDA, 2005).

d) Tarefa 5 – Realocação da caixa de emenda na caixa subterrânea:

feitas as fusões nas fibras dos cabos ópticos, a dupla reinsere a caixa de emenda na

caixa subterrânea, e retira a escada da mesma, conforme ilustrado na Figura 11 e

12.

Fotografia 11 - Trabalhador descendo escada

Fonte: Autoria própria

40

Figura 11 - Análise da Tarefa 5 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Fotografia 12 - Trabalhador descendo escada

Fonte: Autoria própria

41

Figura 12 - Análise da Tarefa 5 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Conforme a análise do Ergolandia 5.0 mostrada nas Figuras 11 e 12, não

são necessárias medidas corretivas nesta etapa, já que o movimento de descer e

subir escadas e manter-se com a coluna ereta ao receber novamente a carga de 17

Kg (caixa de emenda) não apresenta riscos ergonômicos, dado o total de 10%

(cerca de 30 segundos) do tempo dispendido nesta atividade.

e) Tarefa 6 – Retirar escada da caixa subterrânea: Depois de recolocada

a caixa de emenda dentro da caixa subterrânea, o trabalhador retira a escada, como

mostra Fotografia 13.

42

Fotografia 13 - Trabalhador retirando a escada

Fonte: Autoria própria

Figura 13 - Análise da Tarefa 6 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

43

A Figura 13 mostra que não são necessárias medidas de correção da

postura segundo o método OWAS.

f) Tarefa 7 – Fechamento da caixa subterrânea: feito o serviço, o tampão

da caixa subterrânea é recolocado.

Fotografia 14 - Trabalhador fechando tampão da caixa subterrânea

Fonte: Autoria própria

44

Figura 14 - Análise da Tarefa 7 pelo software Ergolandia 5.0 (método OWAS)

Fonte: Autoria própria

Esta tarefa é muito semelhante à Tarefa 1, o que as diferem é o fato de que

na abertura, a força é aplicada no sentido de puxar, e no fechamento, para

empurrar. As correções são as mesmas: flexionar os joelhos e trazer a carga o mais

próxima possível do corpo.

De acordo com as respostas dos questionários em anexo, foi possível traçar

um perfil dos trabalhadores que executam serviços em caixas subterrâneas.

O estudo foi realizado com 10 funcionários, sendo todos do sexo masculino

com idade entre 24 e 56 anos. 50% está no serviço há 2 anos, o que indica certa

rotatividade na função, conforme mostra o Gráfico 1. O expediente é de 8h diárias,

de segunda a sexta.

45

Gráfico 1 - Tempo de serviço

Fonte: Autoria própria

Gráfico 2 - Maiores dificuldades ergonômicas para execução das tarefas

Fonte: Biblioteca UTFPR (2010)

De acordo com o Gráfico 2, as maiores dificuldades relatadas são esforço

físico intenso, e posturas inadequadas.

46

Gráfico 3 - Distribuição de Frequência da Dor e/ou desconforto nos últimos 12 meses

Fonte: Autoria própria

Pelo exposto no Gráfico 3, observa-se que a maior área de desconforto é a

parte inferior das costas, com 70%. Apenas 10% se queixaram de dores nas regiões

dos tornozelos e pés nos últimos 12 meses. Outros 10% relataram incômodos na

região dos tornozelos/pés e quadril/coxas. Nenhum disse sentir dor na região dos

cotovelos. Já para joelhos, punhos/mãos, ombros e pescoço, 20% afirmam terem

desconforto.

Apenas um funcionário relatou ter sido impedido de realizar atividades

normais nos últimos 12 meses, como atividades de lazer e domésticas, por sentir dor

na parte inferior das costas.

47

Gráfico 4 - Distribuição da freqüência de consulta de profissional da área da saúde nos últimos

12 meses Fonte: Autoria própria

Pelo exposto no Gráfico 4, 30% dos trabalhadores afirmam ter consultado

um profissional da área de saúde nos últimos 12 meses por causa de dor na parte

inferior das costas, e 20% por causa de dor na parte inferior das costas.

Gráfico 5 - Distribuição de dor e/ou desconforto de funcionários com algum problema nos

últimos 7 dias Fonte: Autoria própria

Nos últimos 7 dias, 10% relatou ter sentido dor na parte superior das costas,

e 20% na parte inferior.

48

Com relação ao surgimento da dor, 40% dos trabalhadores afirmam que

começam a senti-las após o trabalho, e 20% dizem senti-la o dia todo.

49

5 COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES

Além das posturas mais adequadas já sugeridas para execução das

atividades, podem-se citar outras recomendações relativas aos materiais.

A chave utilizada para abrir o tampão da caixa subterrânea deveria ter o

diâmetro de cilindro aumentado para cerca de 4 cm para que fosse aumentada a

área de contato com a mão, tornando a pega mais ergonômica. A área da pega da

chave também poderia ser revestida com material emborrachado para que tornasse

a atividade mais confortável.

O tampão da caixa poderia ter uma articulação, reduzindo o esforço do

instalador na hora de abri-la, tal qual Fotografia 15.

Fotografia 15 - Tampão de caixa subterrânea articulado

Fonte: Eletropaulo (2016)

Sugere-se o uso da cinta ergonômica abdominal ao executar o levantamento

do tampão da caixa subterrânea para que seja diminuído o risco de lesões e que

não haja sobrecarga nas articulações da coluna.

A altura da mesa que é montada para executar as fusões no cabo é

inadequada, pois faz o trabalhador ter que inclinar a coluna para fazer o serviço.

Apesar de a mesma ter a funcionalidade de regulagem, tal recurso encontrava-se

inoperante, pois estava quebrado há muito tempo, e não havia outra mesa em

50

melhores condições de uso à disposição. O ideal seria uma mesa com altura

regulável, para que cada trabalhador possa adequá-la às suas medidas, de forma

que seus braços formem um ângulo de 90º com a mesa.

Sugere-se que seja ministrado treinamento sobre ergonomia, e como

executar o serviço de maneira mais salutar.

Finalmente, sugere-se a realização de ginástica laboral no início e no final da

jornada e trabalho, com o objetivo de fortalecer a musculatura e prevenir torções e

lombalgias.

51

6 CONCLUSÃO

É notório que as inovações no ambiente industrial vêm ocasionando

consideráveis mudanças de paradigmas no trabalho, levando as organizações a

rever a relação homem-máquina-ambiente assim como adaptar os postos de

trabalho a fim de proporcionar um local mais adequado e confortável para os

trabalhadores que nele atuam.

No decorrer deste trabalho procurou-se expor de forma breve os benefícios

da ergonomia, que contribui na análise de postos de trabalhos evitando métodos

impróprios na execução das tarefas, facilitando a adequação ergonômica dos

trabalhadores com a sua produtividade, ou seja, resultados positivos para ambas as

partes. Tempos e posturas corretas, podem diminuir a ocorrência de acidentes, fator

que vem causando muitas preocupações no ambiente industrial, melhorando assim,

a produtividade, a qualidade do serviço e o bem estar dos trabalhadores.

Com base nos dados obtidos a partir dos questionários e visita in loco,

conclui-se que as reclamações com maiores destaques foram a da parte superior e

inferior das costas, devido a posturas, pegas e levantamentos de carga

inadequados. Foram propostas melhorias e intervenções para minimizar as

inadequações do posto de trabalho, atingindo assim os objetivos iniciais deste

trabalho.

A demanda de serviços para empreiteiras que realizam serviços na área de

Telecomunicações tende a crescer cada vez mais, visto que a sociedade tem

aumentado exponencialmente sua necessidade de comunicar-se e estar conectado,

fazendo com que os provedores de serviços estejam constantemente expandindo e

dando manutenção em suas redes. Desta forma, conclui-se que o presente estudo

ergonômico da atividade deste trabalhador tem muita relevância para que seja

proporcionado a ele um ambiente mais seguro e ergonômico.

52

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, Neusa Maria Costa. Ergonomia e as Atividades Ocupacionais da Equipe de Enfermagem. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v32n1/v32n1a12.pdf>. Acesso em: 21 set. 2016.

AÑES, Ciro Romélio Rodrigues. Antropometria na Ergonomia. 2001. Disponível em: <http://segurancanotrabalho.eng.br/ergonomia/11.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2016.

BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2010.

BRASIL, Agência Nacional de Telecomunicações. Lei Geral de Telecomunicações – LGT. Brasília, 1977. Disponível em: <www.anatel.gov.br>. Acesso em: 10 jul. 2016.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho: Volumes I e II. Belo Horizonte: Ergo, 1999.

DUL, J., WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. Tradução de Itiro Iida. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

FIALHO, Francisco; SANTOS, Neri Dos. Manual de Análise Ergonômica no Trabalho. 2. ed. Curitiba: Genesis, 1997.

GOMES Filho, João. Ergonomia do objeto: Sistema Técnico de Leitura Ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003.

GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

KUIJT-EVERS, L. F. M. Comfort in Using Hand Tools: Theory, Design and Evaluation. Dissertação (Doutorado). Delft: Universidade Técnica de Delft, 2006.

MEDEIROS, Julio César de Oliveira. Princípios de Telecomunicações: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Érica, 2007.

53

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora n.º 17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002.

RIO, Rodrigo Pires do; PIRES, Licínia. Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica. 3. ed. São Paulo: LTr, 2001.

SANTOS, Neri; FIALHO, Francisco. Manual de Análise Ergonômica do Trabalho. 2. ed. Curitiba: Genesis, 1997.

54

APÊNDICE A - Questionário de Pesquisa

55

Nome:_________________________________________________________ Idade:______ Mão dominante: Direita ( ) Esquerda ( ) Setor:_______________________________ Função:____________________________ Horário Trabalho: das___h_____ às___h_____ Tempo de Serviço:____________anos. Altura:___________Peso:_____ kg. 1. Pratica alguma atividade física? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual a frequência semanal? ( ) de vez em quando ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) mais de 3 vezes 3. Já afastou-se do trabalho por problemas físicos? ( ) Sim ( ) Não 4. Tempo afastado:___________________ Motivo__________________________ 5. Tem faltado ao trabalho? ( ) Sim ( ) Não Motivo?_________________________________ 6. Tem algum problema de saúde? ( ) Sim ( ) Não. Qual?________________________ Há quanto tempo tem este problema? Dias ( ) semanas ( ) meses ( ) anos ( ) Quantos?___ 7. Já realizou algum tratamento para este problema? ( ) Sim ( ) Não 8. Qual(is) tratamento(s)? __________________________________________________ 9. A recuperação foi total: ( ) Sim ( ) Não 10. Atualmente sente dores no corpo?

56

11. As dores costumam surgir: ( ) Durante o sono ( ) Após o trabalho ( ) Durante o trabalho ( ) O dia todo 12. As dores têm relação com o trabalho? ( ) Sim ( ) Não. Qual(is) tarefas?__________________________________________________________ 13. Quais as maiores dificuldades ergonômicas para a execução das tarefas? ( ) Esforço físico intenso ( ) Levantamento e transporte de peso ( ) Postura inadequada ( ) Outro. Especificar:______________________________________________________ 14. Qual era o seu trabalho anterior a este? 15. Sentia dor ou desconforto no trabalho anterior? ( ) Sim ( ) Não 16. Tem dificuldades, dor ou desconforto no manuseio dos equipamentos de trabalho? ( ) Sim ( ) Não. Quais equipamentos? ________________________________________

57

17. Quais as maiores dificuldades com relação aos equipamentos utilizados? ( ) Peso ( ) Formato ( ) Transporte ( ) Tempo de uso durante o serviço ( ) Postura necessária para o uso ( ) Outro. Especificar:______________________________________________________ Eu, ____________________________________________________________ autorizo a publicação destas informações no TCC de Aline Malanga, estudante do curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. -------------------------------------------------------------------------------------------

Assinatura