análise econômico-financeira da implantação do sistema de biodigestores

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ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA DA IMPLANTAO DO SISTEMA DE BIODIGESTORES NO MUNICPIO DE TOLEDO PARAN PERY FRANCISCO ASSIS SHIKIDA; DRIS MARIANI JUNGES; SANDRA CRISTIANA KLEINSCHMITT; JOSEMAR RAIMUNDO DA SILVA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARAN - UNIOESTE TOLEDO - PR - BRASIL [email protected] APRESENTAO ORAL Comercializao, Mercados e Preos

ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA DA IMPLANTAO DO SISTEMA DE BIODIGESTORES NO MUNICPIO DE TOLEDO PARAN PERY FRANCISCO ASSIS SHIKIDA; DRIS MARIANI JUNGES; SANDRA CRISTIANA KLEINSCHMITT; JOSEMAR RAIMUNDO DA SILVA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARAN - UNIOESTE TOLEDO - PR - BRASIL [email protected] APRESENTAO ORAL Comercializao, Mercados e Preos

Anlise econmico-financeira da implantao do sistema de biodigestores no municpio de Toledo Paran1

Este trabalho contou com o apoio da Fundao Araucria (Auxlio Para Participao em Eventos TcnicoCientficos).

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______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

Grupo de Pesquisa: 1 COMERCIALIZAO, MERCADOS E PREOS Resumo Este artigo objetivou avaliar a viabilidade econmico-financeira da implantao de diferentes modelos de biodigestores em duas propriedades rurais produtoras de sunos no municpio de Toledo, Paran. Como corolrio, os investimentos produziram indicadores que apontaram inviabilidade econmica em uma das propriedades sem a venda de crditos de carbono e viabilidade na outra, com retornos j no segundo ano aps a implantao do biodigestor. No obstante, considerou-se o potencial de gerao de renda e economias e verificou-se que, em propriedades que no geram grande potencial de dejetos, a implantao de biodigestores convencionais invivel econmico e financeiramente. Palavras-chave: suinocultura; dejetos sunos; biodigestores; viabilidade econmicofinanceira. Abstract This paper aimed to evaluate the economic-financial viability of the different models of biodigestors implantation in two rural properties, which raise swines in Toledo district, Paran. As corollary, the investments generated indicators which pointed economical inviabilities in one of the properties without the selling of carbon credit and viability in the other one, with feedbacks in the second year after the biodigestor implantation. Despite, it was considered the potential of income and economies generation and it was verified that in properties which do not generate great potential of wastes. The implantation of conventional biodigestors is not economic and financial viable. Key words: Hog raising; swine wastes; biodigestors; economic-financial viability.

1. INTRODUO A suinocultura uma das atividades rurais mais relevantes em termos econmicos e sociais na Regio Sul do Brasil. A atividade desenvolvida primordialmente em pequenas propriedades rurais, gerando renda, alimento e emprego (CASAGRANDE, 2003). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2005), a produo nacional de sunos atingiu 34.063.934 cabeas. Somente na Regio Sul a produo atingiu 15.090.727 cabeas, com destaque para o Estado de Santa Catarina, que liderou o ranking da produo nacional produzindo 6.309.041 sunos. Naquele ano o Paran ocupou a segunda posio na produo nacional, representando para o Estado a quarta economia provinda da pecuria. A problemtica da explorao desta atividade a vasta produo de resduos orgnicos, considerada poluidora. O municpio de Toledo, localizado na Regio Oeste do Paran, est inserido nesta problemtica. Segundo o IBGE (2005), a produo de sunos atingiu 383.026 cabeas, equivalentes a 8,5% da produo do Estado. Assim, esta produo suna tambm representa um grande volume de dejetos que, alm de altamente poluentes, na maioria dos casos no recebem tratamentos adequados, sendo lanados diretamente no ecossistema. Os biodigestores despontam, desta maneira, como uma alternativa para a ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

sustentabilidade da atividade, agregando valor produo, diminuindo custos e impactos ambientais. Diante de tal perspectiva, o objetivo deste artigo analisar a viabilidade econmicofinanceira da implantao de diferentes modelos de biodigestores em duas propriedades diferentes, com diferenciados sistemas de produo, quantidades de sunos e tipos de subsdios. A anlise foi realizada por meio de estudos de casos nas propriedades rurais produtoras de sunos no municpio de Toledo, Paran. Para os estudos de caso, duas propriedades foram usadas como base. A primeira, denominada Granja A, localizada em Trs Bocas, no municpio de Toledo, Paran. Nesta propriedade a implantao do biodigestor ocorreu em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paran (TECPAR), a qual implantou o modelo de Biodigestor com Biossistema Integrado (BSI). A segunda propriedade, denominada Granja B, est localizada prxima ao Rio So Francisco, a trs quilmetros da cidade de Toledo. Nesta propriedade existem dois biodigestores, um implantado pelo proprietrio, sem denominao especfica de modelo e o outro com parceria da agroindstria Sadia, modelo denominado Suinocultura Sustentvel Sadia (3S). Estas propriedades no comercializam o crdito de carbono, mas na Granja B a Sadia j iniciou os procedimentos legais para a obteno desses crditos. Diante disso, este artigo est estruturado em cinco partes, alm desta introduo. A parte seguinte traz um breve panorama da suinocultura na atualidade. Em seguida, so apresentados os procedimentos metodolgicos e o levantamento dos dados. Na terceira parte so apresentados os resultados e discusses a partir da anlise de viabilidade econmicofinanceira. A quarta e quinta parte trazem, respectivamente, as anlises dos sistemas simulados e de sua comparao. As consideraes finais sumarizam este trabalho.

2. PANORAMA DA SUINOCULTURA A produo mundial de sunos est estimada em torno de 103.386 milhes de toneladas para 2007. Dentre todos os tipos de carne, a suna a que dever apresentar maior crescimento, conforme os relatrios da Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO) (ASSOCIAO BRASILEIRA INDUSTRIALIZAO, PRODUO E EXPORTAO DE CARNE SUNA ABIPECS, 2007). O Brasil enquadra-se neste crescimento sendo um dos maiores produtores de carne suna do mundo, com possibilidades de expandir ainda mais sua produo, que cresce constantemente, passando de 1,56 milhes de toneladas em 1996 para uma produo estimada em 3.026 milhes de toneladas em 2007 (CASAGRANDE, 2003). Para Bezerra (2002), a cadeia produtiva2 da suinocultura paranaense composta por empresas fornecedoras de insumos e equipamentos; criadores e trabalhadores rurais; empresas voltadas para o abate e a industrializao da carne suna e as prestadoras de servios para as diferentes esferas da cadeia produtiva. No municpio de Toledo, a suinocultura garante a sobrevivncia de 30% da populao. Este tambm o percentual da movimentao econmica do municpio que se destaca na produo de sunos, sendo um dos maiores produtores nacionais.2

Para aprofundar o entendimento sobre cadeias produtivas, ver Zylbersztajn & Neves (orgs.). (2000).Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

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2.1 Conseqncias da Criao de Sunos em Escala Industrial reconhecido que as atividades agrcolas causam problemas ambientais. O agravamento destes problemas ficou mais perceptvel a partir do sculo XIX (GIORDANO, 2000). Conseqentemente, os atuais sistemas integrados de produo suna resultam na grande concentrao espacial da produo em torno das agroindstrias. Neste sistema, os criatrios confinados constituram-se na base da expanso suincola e induziram adoo do manejo dos dejetos na forma lquida: prtica que exige maior investimento em infra-estrutura (PERDOMO, 2002). Para Casagrande (2003), a intensificao da criao de sunos em escala industrial trouxe srias conseqncias ambientais devido intensa produo de dejetos. Esses resduos orgnicos so altamente poluentes, tendo um potencial poluidor 4,2 vezes superiores ao esgoto domstico. A situao se agrava, em funo de produtores brasileiros no possurem sistemas de tratamento ou aproveitamento destes. Alm disso, a reduzida rea agricultvel ao redor dos suinocultores impede todo o aproveitamento dos dejetos como fertilizantes. Quanto aos dejetos distribudos nas lavouras, Gaspar (2003) afirma que geralmente os procedimentos adotados se resumem geralmente distribuio do material orgnico nas plantaes ou por sepultamento em reas futuramente semeadas. Estes dois procedimentos so poluidores, pois os detritos distribudos sobre a plantao atraem insetos e animais transmissores e vetores de doenas. J os enterrados podem ser transportados at o lenol fretico pela chuva, poluindo e comprometendo o manancial de uma regio. A falta de tratamento adequado dos dejetos sunos traz impactos ambientais ainda maiores, ocorrendo a contaminao do ar, solo, vegetao, lenis dgua, crregos e rios. Em Toledo e nos municpios da regio Oeste paranaense, a intensificao da suinocultura resultou na melhoria da qualidade gentica do plantel e na reduo dos custos de produo; resultou tambm na melhoria da sanidade do rebanho e no aumento de animais e de produtores. Estes avanos vieram, no entanto, desprovidos de uma preocupao com os impactos ambientais (CASAGRANDE, 2003). Segundo Gaspar (2003, p. 46), o retrato desta realidade piora, pois [] a desinformao fez com que pocilgas fossem construdas prximas aos cursos d'gua, destino certo de todos os efluentes produzidos pela criao de aves e animais. O agravante desta problemtica causada pelo desenvolvimento desorientado no municpio de Toledo foi a contaminao do Rio Toledo, responsvel pelo abastecimento de grande parte da gua potvel consumida na cidade, ameaando a sade da populao. A partir da dcada de 1970, a presso de organizaes no-governamentais de defesa ambiental foi intensificada. No mundo todo, o poder pblico passou a criar leis de proteo ambiental e a regular atividades como a suinocultura. Destarte, foram tomadas medidas drsticas para regularizar a produo e o tratamento dos resduos (GASPAR, 2003). No Brasil, a Lei dos crimes contra o meio ambiente, cuja aplicao est prevista no art. 60 da Lei Federal n. 9.605/98, pune os transgressores com penas rgidas, ora com priso dos envolvidos ou com pesadas multas (GIORDANO, 2000). O licenciamento ambiental um dos mais importantes instrumentos administrativos da Poltica Nacional do Meio Ambiente (PNMA II) (ROESSLER & CESCONETTO, 2003). O ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

rgo responsvel pelo licenciamento no Paran o Instituto Ambiental do Paran (IAP), que definiu regras rgidas para construes de pocilgas/chiqueiros, em especial para os sistemas de tratamento e/ou armazenamento de dejetos, da posio das pocilgas em relao a nascentes e rios, estradas, divisas, ncleos populacionais e habitaes prximas (IAP, 2007). As leis atuais vigentes que regularizam a atividade, entretanto, no resolvem os problemas por completo e as novas exigncias tambm podem inviabilizar a atividade, tendo em vista o aumento de custos para regularizar a produo. Os principais custos referem-se a: custos institucionais relacionados s licenas de funcionamento; os custos com alteraes na infra-estrutura; e os custos com a distribuio dos dejetos. Por isso a gesto ambiental relacionada ao desenvolvimento agrcola sustentvel ser o grande desafio e uma das prioridades do milnio (GIORDANO, 2000). 2.2 O Surgimento do Biodigestor como Alternativa de Tratamento dos Dejetos Sunos: Um Caminho para a Sutentabilidade da Atividade A questo que se destaca como produzir carne suna dentro de padres internacionais atendendo as exigncias de qualidade minimizando os impactos ambientais? Para Cruz et al. (2007), os impactos ambientais podem ser minimizados com a disseminao de novas tecnologias para tratamento dos dejetos sunos. Alm de melhorar o meio ambiente, elas podem promover mudanas nas prticas produtivas, com possibilidades de aumentar a sustentabilidade das granjas e, conseqentemente, da prpria suinocultura. Os retornos econmicos, financeiros, ambientais e sociais se intensificariam na medida em que a sustentabilidade da atividade aumentasse. O primeiro documento que define agricultura e desenvolvimento rural sustentvel surge de uma reunio da Food and Agriculture Organization (FAO) em Den Bosh em 1991. No enunciado, o desenvolvimento sustentvel resultaria da conservao do solo, da gua, dos recursos energticos animais e vegetais. As atividades no poderiam degradar o ambiente, deveriam ser tecnicamente apropriadas, economicamente viveis e socialmente aceitas (GIORDANO, 2000). Nesse sentido, o uso de biodigestores na suinocultura apontado por diversas instituies de pesquisa como uma das solues eficientes sob os pontos de vista econmico, social e ambiental, permitindo agregar valores atividade, como a gerao de biogs e de biofertilizante. Desta maneira, o uso do biodigestor tambm atende a uma das estratgias sugeridas pelo Protocolo de Quioto3, pois capta o gs metano a partir do dejeto suno e o transforma, com a queima, em dixido de carbono, minimizando a contaminao do ar, o odor e os reflexos na camada de oznio da Terra (CRUZ et al. 2007, p. 52). Para Casagrande (2003, p. 50), A adoo deste tipo de tecnologia contribui de maneira significativa no tratamento de dejetos de sunos, como forma de minimizar as causas do efeito estufa [], pois a decomposio anaerbica da matria orgnica presente nos resduos libera o gs metano, com potencial de aquecimento global 21 vezes superior ao gsO Protocolo de Quioto surgiu de um pacto global pela busca de melhorias no clima do planeta. Ele reconhece o uso de biodigestores como uma das alternativas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que implica assumir responsabilidade para reduzir as emisses de poluentes e promover o desenvolvimento sustentvel.3

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carbnico. Este gs pode ser aproveitado como fonte de energia renovvel, alm de evitar o consumo de combustveis fsseis. Em Toledo, a difuso da implantao de biodigestores abarcada por diversos segmentos. Em 1998, foi formada uma comisso municipal de tratamento e manejo de dejetos sunos, composta por diversas entidades e empresas, como o Instituto de Tecnologia do Paran (TECPAR), Fundao Banco do Brasil, Sadia S/A, Universidade Estadual do Oeste do Paran (UNIOESTE), Instituto Ambiental do Paran (IAP) e Centro de Educao Profissionalizante, centro que coordenado pela Fundao Zeri Brasil. Dentre as propostas em estudo, o projeto de Implantao e Difuso de Biossistemas Integrados (BSI) desponta na tentativa de reverter estes agravantes e garantir a sustentabilidade da atividade, fazendo do municpio um dos pioneiros na difuso desta nova tecnologia (CASAGRANDE, 2003). O modelo BSI foi implantado pela TECPAR em algumas propriedades. Em outras trs, um modelo alternativo para pequenos produtores foi projetado pelo agricultor Pedro Mateus Kolling. Outros modelos foram instalados por empresas especializadas, mas grande parte dos biodigestores instalados foi do modelo 3S, implantados sem custos aparentes em propriedades integradas da agroindstria Sadia.

3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS Este artigo utiliza o mtodo de estudo de casos, tendo em vista o estudo exploratrio em duas propriedades rurais produtoras de sunos e que implantaram o sistema de biodigestores, localizadas no municpio de Toledo, Paran. Cada propriedade adotou um modelo distinto de biodigestor. Na Granja A, o modelo implantado para os dois biodigestores foi subsidiado pela TECPAR: o modelo BSI. Na Granja B, o modelo misto compreendido por dois biodigestores, o primeiro sem um modelo especfico construdo a partir da concepo do produtor e o outro implantado pelo Instituto Sadia: modelo 3S. De acordo com Lazzarini (1997), a vantagem de realizar pesquisas com mltiplos casos consiste nas evidncias proporcionadas entre estes diferentes contextos, tornando a pesquisa mais robusta. Assim, o principal objetivo do estudo de caso contextualizar e aprofundar o estudo do problema de pesquisa, atravs de um levantamento nas propriedades e permitir uma melhor anlise das caractersticas que envolvem o objeto de estudo. O estudo de caso se aplica quando se deseja obter generalizaes analticas e no estatsticas. Assim, a pesquisa proposta menos rgida em seu planejamento. Nesta anlise, houve levantamento bibliogrfico e coleta de dados secundrios para reforar os objetivos deste estudo. Os dados para a anlise de viabilidade econmicofinanceira foram obtidos atravs de entrevistas diretas nas duas propriedades rurais onde esto instalados os biodigestores, nos meses de julho e agosto de 2007. Os dados so relacionados composio estrutural, ao investimento inicial, aos custos de manuteno, alm das receitas e economias obtidas. Esta estrutura, que servir de base para o clculo da viabilidade econmico-financeira, est especificada nas tabelas obtidas nos resultados desta pesquisa. A Granja A utiliza 100% da capacidade instalada, enquanto a Granja B utiliza 50% da capacidade e comercializa o restante. Dessa maneira, procurou-se chegar a um resultado e analisar a viabilidade econmicofinanceira de dois modelos diferentes de biodigestores. A pesquisa apresenta seis estudos de ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

viabilidade, com trs anlises em cada propriedade. Quatro foram realizados conforme a realidade observada, com e sem subsdio, e dois foram simulados, uma para cada propriedade, prevendo a adequao das propriedades no Projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A vida til do projeto especfico contemplou o perodo de dez anos para os principais investimentos, com exceo das lonas do biodigestor, com quatro anos e a malha de ferro e o Kanadren-Sapata, com um ano de vida til. Isto gera a necessidade de reinvestimento para a compra e instalao desses equipamentos. Todos os investimentos em capital fixo foram depreciados pelo mtodo linear e o valor residual foi considerado nulo (NOGUEIRA, 1999). O mtodo de depreciao considera o valor atual ou original do ativo, a vida til estimada e o valor residual. Neste mtodo a carga de depreciao rateada constantemente ao longo dos anos. Segundo Casarotto Filho & Kopittke (2000), a perda do valor do bem por deteriorao ou obsolncia no um desembolso, mas um custo, podendo ser abatida das receitas, diminuindo o lucro tributvel. Para o clculo das receitas advindas da venda de crditos de carbono, foram considerados os valores da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Considerou-se o preo de US$ 5,60 por crdito de carbono e o valor do dlar correspondente a R$ 1,9021, equivalente da mdia do ms de setembro (2007). A quantidade de crditos de carbono produzida anualmente em cada propriedade foi obtida a partir do clculo de Damovich et al. (2007). 3.1 Deciso de Investimento Ao longo do tempo surgem inmeras oportunidades de investimento, assim, os indivduos precisam decidir onde investir sua renda. Esta deciso varia de acordo com o risco e com o retorno esperado pelo investimento, avaliando quais oportunidades sero aproveitadas e quais sero abandonadas. Os problemas de anlise de investimento, em sua maioria envolvem decises de desembolso de capital a serem realizadas no presente que proporcionaro recebimento em datas futuras [] (NOGUEIRA, 1999, p. 224). Diante disso, o investidor que empregar seus recursos financeiros na atividade produtiva precisa ser cuidadoso e fazer uma anlise aprofundada, para obter o mximo de retorno sobre seu investimento. Destarte, nasce a necessidade de um levantamento conciso da viabilidade econmico-financeira deste investimento. Neste artigo, ser calculado o investimento necessrio para a instalao dos biodigestores, bem como o retorno que este investimento dar e o tempo necessrio para ressarcir estes custos. A taxa de desconto utilizada para os clculos de viabilidade foi a Caderneta de Poupana com taxa mdia de juros de 8% a.a.4 Para a avaliao do retorno sobre os investimentos e a despesa do empreendimento, foram utilizados os seguintes indicadores: Valor Presente Lquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Taxa de Rentabilidade (TR) e Perodo de Recuperao do Capital ou Perodo de Payback.

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No Brasil, comum a Taxa Mnima de Atratividade ser igual a caderneta de poupana, isto no caso de pessoas fsicas (Casarotto Filho & Kopittke 2000).Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

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Embora existam outros mtodos para a anlise determinstica de investimento, neste trabalho so enfatizados os quatro mtodos citados, dada a sua grande aceitao e utilizao enquanto medidas para avaliao de projetos de investimento. O Valor Presente Lquido (VPL) um ndice de rentabilidade que permite analisar a viabilidade econmico-financeira de um projeto ao longo prazo. Segundo Nogueira (1999, p. 244), O mtodo do Valor Presente Lquido consiste em transferir para o instante atual todas as variaes de caixa esperadas, descontadas a uma determinada taxa de juros, e som-las algebricamente []. Quando o VPL utilizado para tomar decises para aceitar ou rejeitar o projeto, o critrio utilizado est condicionado ao VPL ser maior que zero, caso contrrio rejeita-se o projeto. Os fluxos de caixa devem ser considerados descontados, ou seja, todos os valores devem estar atualizados, atravs de uma taxa de desconto (juros) definida para o investimento. A TIR um ndice relativo que mede a rentabilidade de um investimento ao longo de um perodo de tempo. Tambm pode ser entendida como a taxa de desconto que anula o valor do VPL, equivalente a zero. Esta [] a taxa de juros que torna uma srie de recebimentos e desembolsos equivalente na data presente [] (NOGUEIRA, 1999, p. 249). Para aceitar o projeto, a TIR precisa ser maior que o custo de capital, ou seja, maior ou igual Taxa Mnima de Atratividade (TMA), caso contrrio ser rejeitada. Assim, faz-se a anlise se a empresa est ou no obtendo a sua taxa requerida de retorno. A TMA a taxa utilizada para a avaliao da atratividade do investimento, que pode ser definida pelo custo de capital da empresa ou uma taxa de mercado na qual poderia ser aplicado o capital. Por sua vez, a Taxa de Rentabilidade (TR) consiste na relao entre o VPL, determinado a partir da Taxa Mnima de Atratividade, e o valor atualizado dos gastos de capital. Quando a TR for superior a zero, indica um retorno maior que zero, revelando o projeto economicamente atraente. Caso isto no ocorra tem-se um indicativo de desinteresse pela atividade, pois produz um valor atualizado de retorno menor que a sada, apresentando VPL negativo. O perodo de recuperao econmica de capital, Payback, o tempo necessrio para o investimento ou o empreendimento recuperar o capital investido, que consiste em determinar a quantidade de perodos necessrios para recuperar este capital. Para minimizar as restries de seu uso determinado o fluxo de caixa descontado. A anlise do Payback se faz pelo perodo encontrado em relao ao perodo estabelecido ou esperado para que o investimento ou empreendimento apresente o retorno desejado (NOGUEIRA, 1999). Todos os clculos foram realizados com auxlio da planilha eletrnica Excel.

4. RESULTADOS E DISCUSSES 4.1 Granja A Na propriedade de Trs Bocas, a suinocultura realizada desde 1967. Atualmente o proprietrio comercializa os leites sados da creche sem parcerias com agroindstrias locais. Somente os leites em fase de terminao so negociados com uma agroindstria localizada no municpio de Toledo, Paran. O sistema produtivo praticado na propriedade o Ciclo ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

Completo5. A propriedade composta por 450 matrizes, 15 reprodutores que reproduzem 11.000 leites por ano. A propriedade tambm realiza a terminao de 1.400 leites. Os biodigestores foram implantados em 2001 com parceria da TECPAR. O sistema de tratamento utilizado para os dejetos o Biossistema Integrado (BSI) que valoriza a sustentabilidade na propriedade e o equilbrio com a natureza. A suinocultura ocupa apenas um do total de 32 hectares desta propriedade, com uma pocilga de 2.700 m2 para o alojamento dos animais. O tratamento dos dejetos realizado por dois biodigestores e quatro lagoas de armazenamento utilizadas para a criao de algas. Os biodigestores so alimentados continuamente e recebem os dejetos a partir das canalizaes, acumulados em uma caixa antes de entrarem no equipamento. No interior do biodigestor os dejetos sofrem decomposio anaerbica e precisam de dez dias desde o momento que entram no biodigestor at sua sada para as lagoas de conteno. O volume de dejetos produzidos diariamente de aproximadamente 35.010 litros, correspondendo a 12.778,65 m3/ano. Toda a capacidade de produo do biodigestor utilizada para a transformao em biogs e biofertilizante, sendo que o biogs captado canalizado e transformado em energia mecnica que alimenta motores utilizados no preparo da alimentao de sunos e peixes. O biofertilizante utilizado para fertilizar a lavoura e para a criao de algas, usadas como alimento para os peixes. Alguns autores como Konzen (1998), por exemplo, estipularam a quantidade de produo de dejetos produzidos por categoria suna. Na Tabela 1, esto expostos os nmeros relativos quantidade de dejetos que cada suno produz diariamente na propriedade. Tabela 1 Produo de dejetos na Granja A por categoriaCategoria 25 - 100 kg Porcas Reposies Cobrio e Gestantes Porcas em Lactao com Leites Macho Leites Total Geral Fonte: DAMOVICH et al. 2007, p. 10. Dejetos Lquidos (l/dia) 7,00 16,00 27,00 9,00 1,40 Quant. de Sunos 1.400 225 225 15 11.000 Quant. Prod. (l/dia) 9.800 3.600 6.075 135 15.400 35.010

Os investimentos relativos ao sistema de biodigestores foram realizados atravs de linhas especficas de crdito do Banco do Brasil. A Prefeitura de Toledo subsidiou recursos para a terraplanagem. Os investimentos esto especificados na Tabela 2. Tabela 2 Discriminao dos custos para implantao do sistema de biodigestor na Granja AInvestimento Inicial Equipamentos Biodigestores Manta plstica Rede de Tubulaes Cano de PVC5

Quantidade 2 480 m2 150 m 80 m

Valor Unit. (R$) 36.600,00 18,69 20,00 87,00

Valor Total (R$) 73.200,00 8.971,20 3.000,00 6.960,00

Contempla todas as etapas da produo, desde a aquisio do material gentico at o abate.Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

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Motor Gerador de energia mecnica Total sub-valor dos equipamentos Montagem do sistema de Biodigestores Terraplanagem Obras civis Instalao, montagem, frete e mo-de-obra Total sub-valor da montagem dos biodigestores Taxas, Impostos e Licenciamento Licena prvia (IAP) Licena de instalao (IAP) Licena de operao (IAP) Publicao no Dirio Oficial 1 fase Publicao no Dirio Oficial 2 fase Publicao em jornal de circulao Registro de imveis Total sub-valor das taxas, impostos e licenciamento Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

1

5.000,00

5.000,00 97.131,20 45.000,00 7.000,00 10.000,00 62.000,00 934,38 1.559,40 1.247,52 55,50 69,00 100,00 23,50 3.989,30 163.120,50

300 horas 1 1

130,00 7.000,00 10.000,00

18 (UPF/PR) 30 (UPF/PR) 24 (UPF/PR) 3 2 5 1

51,98 51,98 51,98 18,50 34,50 20,00 23,50

A manuteno bastante simples, diariamente necessrio misturar o dejeto para que no seque e se fixe nas laterais. A cada quatro anos necessria a realizao da limpeza interna dos biodigestores e da troca das mantas. A cada dois anos necessria a renovao da licena ambiental e a cada ano realiza-se a manuteno dos equipamentos. A depreciao foi contabilizada na discriminao dos custos de manuteno do sistema. Os valores esto explicitados na Tabela 3, discriminados por cada ano que os custos de manuteno ocorrem. Tabela 3 Discriminao dos custos de manuteno do sistema de biodigestor na Granja ACustos de Manuteno Manuteno dos equipamentos Limpeza interna dos biodigestores Troca de manta Renovao da Licena Ambiental Depreciao Total Geral Fonte: dados da pesquisa. Anos 1, 3, 5, 7 e 9 300,00 0,00 0,00 0,00 11.058,80 11.358,80 Anos 2, 6 e 10 300,00 0,00 0,00 1.267,52 11.058,80 12.626,32 Anos 4 e 8 300,00 720,00 8.971,00 1.267,52 11.058,80 21.777,52

Foram considerados como receita os itens de economia gerados na propriedade a partir da implantao dos biodigestores, como: a transformao do biogs em energia mecnica; a reduo em 50% dos dejetos espalhados na lavoura, ou seja, aproximadamente 600 cargas so espalhadas na lavoura anualmente, isto significa que, antes da implantao dos biodigestores eram distribudas na propriedade 1.200 cargas de dejetos por ano ao custo de R$ 25,00 por carga; e, a criao de algas como alimento para a piscicultura em cativeiro, gerando uma economia de 25% da rao total para os peixes. Estes valores esto especificados na Tabela 4. Tabela 4 Discriminao das receitas do sistema de biodigestor na Granja A ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

Receitas Economias Energia eltrica kWh Espalhar o dejeto cargas Rao para peixes kg Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

Quantidade 75.230 600 3.500

Valor Unitrio (R$) 0,15951 25,00 0,70

Valor Anual (R$) 11.999,94 15.000,00 2.450,00 29.449,94

Para este caso, a anlise de viabilidade econmico-financeira foi realizada com e sem o subsdio da terraplenagem. A partir dos valores dos investimentos, custo de manuteno e das receitas obteve-se o fluxo de caixa do sistema por um perodo de dez anos. Assim, a anlise de viabilidade econmico-financeira sem subsdio considerando uma TMA de 8% obteve-se VPL negativo no valor de R$ 59.182,20, TIR de -1,08%, TR de -36,30% e payback negativo para o perodo considerado. J a anlise de viabilidade econmico-financeira com subsdio considerando uma TMA de 8% obteve-se um VPL negativo no valor de R$ 14.182,20, TIR de 5,20%, TR de -12,00% e payback negativo. 4.2 Granja B A granja B est localizada prxima ao Rio So Francisco, a trs quilmetros da cidade de Toledo. Na propriedade a suinocultura realizada desde 1979 e atualmente realizada de forma intensiva e integrada a agroindstria Sadia. A suinocultura ocupa apenas 3,6 hectares do total de 96 hectares desta propriedade. A produo composta por oito pocilgas que totalizam 9.553 m2 em construo, com capacidade para abrigar 15.000 leites. Nesta propriedade pratica-se a Unidade de Terminao (UT), que executa as fases de crescimento e de terminao do leito, iniciando o leito com 25 quilos e chegando at 100 quilos, o que representa 105.000 litros de dejetos produzidos diariamente, correspondendo a 38.325,00 m3/ano. O tratamento dos dejetos realizado por dois modelos de biodigestores, um deles idealizado pelo proprietrio construdo em 2003 e o outro modelo desenvolvido pela Sadia (3S), construdo em 2006. Os biodigestores so alimentados continuamente e so complementares um ao outro, recebendo os dejetos a partir das canalizaes que saem da granja, ou seja, durante 22 dias os dejetos so alojados no biodigestor particular, aps este tempo de reteno os dejetos so transferidos para o biodigestor 3S, permanecendo mais 22 dias, totalizando 44 dias de reteno dos dejetos. Como nesta propriedade no existe um sistema integrado, o biofertilizante bombeado para a lavoura. Os investimentos aplicados para a construo do biodigestor idealizados pelo proprietrio foram realizados por este com recursos prprios, com exceo da escavao da vala de 1.500 metros que liga a propriedade agroindstria Lactobom, qual foi subsidiada pela prefeitura de Toledo, Paran. Os valores esto especificados na Tabela 5. Tabela 5 Discriminao dos custos para a implantao do sistema de biodigestor particular na Granja BEquipamentos Caixa d'gua Quantidade 1 Valor Unit. (R$) 12.000,00 Valor total (R$) 12.000,00

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Caixas de Filtros Tanque de filtragem especial Tanque de filtragem simples Tanques de reteno de gs Encanamento de aquecedor Manta interna Manta especial Motor bomba Motores Gerador de energia mecnica Malha de ferro Compressor Cano PVC rgido de 1 polegada (valas) Total sub-valor dos equipamentos Montagem do Sistema de Biodigestor Terraplanagem Escavao(vala) Cimento Ferro Projeto tcnico Instalao, Montagem, Frete e Mo-de-obra Total sub-valor da montagem dos biodigestores Taxas, Impostos e Licenciamento Licena Prvia (IAP) Licena de Instalao (IAP) Licena de Operao (IAP) Publicao no Dirio Oficial 1 fase Publicao no Dirio Oficial 2 fase Publicao em jornal de circulao Registro de Imveis Total sub-valor das taxas, impostos e licenciamento Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

3 4 2 2 1 713 m2 1.344 m2 7 2 1 1 1 1.500 m

300,00 4.000,00 1.200,00 6.000,00 15.000,00 15,25 18,69 2.000,00 3.000,00 6.000,00 600,00 4.500,00 2,00

900,00 16.000,00 2.400,00 12.000,00 15.000,00 10.873,25 25.119,36 14.000,00 6.000,00 6.000,00 600,00 4.500,00 3.000,00 128.392,61 35.750,00 3.900,00 25.000,00 18.000,00 26.000,00 15.000,00 123.650,00 934,38 1.559,40 1.247,52 55,50 69,00 100,00 23,50 3.989,30 256.031,91

275 horas 30 horas 1 1 1 1

130,00 130,00 25.000,00 18.000,00 26.000,00 15.000,00

18 (UPF/PR) 30 (UPF/PR) 24 (UPF/PR) 3 2 5 1

51,98 51,98 51,98 18,50 34,50 20,00 23,50

O modelo 3S foi subsidiado pela Sadia visando a obteno dos crditos de carbono. A agroindstria subsidia a implantao do sistema de biodigestor, em contrapartida requer o direito de comercializar 100% dos crditos de carbono da propriedade durante dez anos. Alm da implantao, a empresa tambm subsidia todos os custos de manuteno, bem como os custos de certificao da propriedade ao MDL. Os custos de implantao esto especificados na Tabela 6. Tabela 6 Discriminao dos custos para a implantao do sistema de biodigestor 3S na Granja BInvestimento Inicial Quantidade Valor Unit. (R$) Valor total (R$)

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Equipamentos Tubo 150 mm Manta interna Manta especial Caixa de alvenaria Tampo para tubos Caixa dgua para vlvula de segurana Tubo 75 mm Registro Bota sada de gs Parabolt Chapa zincada Kanadren, sapata Ginchene Valor total dos equipamentos Montagem do Sistema de Biodigestores Terraplanagem Calha concreto Mo-de-obra total Valor total da montagem do sistema de biodigestores Taxas, Impostos e Licenciamento Licena Prvia (IAP) Licena de Instalao (IAP) Licena de Operao (IAP) Publicao no Dirio Oficial 1 fase Publicao no Dirio Oficial 2 fase Publicao em jornal de circulao Registro de Imveis Total sub-valor das taxas, impostos e licenciamento Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

12 1.200 m2 2.260 m2 4 4 2 2 2 4 1.020 180 m 100 m 246 m2

120,00 15,25 18,69 450,00 35,00 89,00 84,50 89,00 28,70 3,90 9,00 6,90 15,25

1.440,00 18.300,00 42.239,40 1.800,00 140,00 178,00 169,00 178,00 144,80 3.978,00 1.620,00 690,00 3.751,50 74.628,70 8.450,00 11.988,00 9.965,00 30.403,00

65 horas 148 1

130,00 81,00 9.965,00

18 (UPF/PR) 30 (UPF/PR) 24 (UPF/PR) 3 2 5 1

51,98 51,98 51,98 18,50 34,50 20,00 23,50

934,38 1.559,40 1.247,52 55,50 69,00 100,00 23,50 3.989,30 109.021,00

O biodigestor particular precisa de assistncia tcnica e manuteno dos equipamentos constantemente. A cada ano necessita-se de assistncia tcnica especializada, manuteno dos equipamentos em geral e tambm os especficos para a fertirrigao, bem como a troca da malha de ferro. A cada perodo de quatro anos realizada a troca das mantas e a cada de dois anos a renovao da licena do IAP. A depreciao tambm foi contabilizada na discriminao dos custos de manuteno do sistema. Os valores e custos esto explicitados na Tabela 7, tambm discriminados por cada ano que os custos de manuteno ocorrem. Tabela 7 Discriminao dos custos de manuteno do biodigestor particular na Granja BCustos de Manuteno Assistncia tcnica Anos 1, 3, 5, 7 e 9 12.000,00 Anos 2, 6 e 10 12.000,00 Anos 4 e 8 12.000,00

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Manuteno dos equipamentos (geral) Manuteno dos equipamentos (fertirrigao) Malha de ferro Mantas (trocas) Renovao da Licena Ambiental Depreciao Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

4.000,00 4.000,00 600,00 0,00 0,00 18.778,00 39.378,15

4.000,00 4.000,00 600,00 0,00 1.267,52 18.778,00 40.645,67

4.000,00 4.000,00 600,00 35.992,36 1.267,52 18.778,00 76.638,03

J a manuteno do biodigestor 3S realizada pela Sadia, no sendo contabilizados os custos quando considerado analise com subsdios, pois a empresa no repassa estes custos ao produtor. Assim como biodigestor particular o modelo 3S necessita cada ano assistncia tcnica especializada, manuteno dos equipamentos e a troca da Sapata. A cada perodo de quatro anos realizada a troca das mantas e a cada de dois anos a renovao da licena do IAP. A depreciao tambm foi contabilizada na discriminao dos custos de manuteno do sistema. Os valores esto apresentados na Tabela 8, tambm discriminados por cada ano que os custos de manuteno ocorrem. Tabela 8 Discriminao dos custos de manuteno do biodigestor 3S na Granja BCustos de Manuteno Assistncia tcnica Manuteno anual dos equipamentos Kanadren, Sapata Mantas (trocas) Taxa IAP Depreciao Total Geral Fonte: dados da pesquisa. Anos 1, 3, 5, 7 e 9 2.000,00 500,00 690,00 0,00 0,00 8.135,92 11.325,92 Anos 2, 6 e 10 2.000,00 500,00 690,00 0,00 1.267,52 8.135,92 12.593,44 Anos 4 e 8 2.000,00 500,00 690,00 60.539,40 1.267,52 8.135,92 73.132,84

Toda a capacidade de produo do biodigestor utilizada para a transformao em biogs, energia eltrica e biofertilizante. A metade da produo do biogs comercializada para a agroindstria processadora de leite Lactobom. Este gs canalizado at as instalaes da empresa, situada aproximadamente a 1.500 metros da propriedade. Os outros 50% do biogs so utilizados na propriedade, sendo transformados em energia mecnica, energia que aquece chuveiros e os leites e ainda para alimentar um gerador de energia eltrica que move oito motores com funes diversas nas pocilgas. Com a implantao do biodigestor, houve uma reduo quase que total das despesas para espalhar os dejetos na lavoura, ou seja, antes da implantao 7.200 cargas de dejetos por ano eram distribudas na propriedade ao custo de R$ 25,00 por carga, depois da implantao do biodigestor todo o dejeto passou a ser fertirrigado para a lavoura. Os custos para manter a fertirrigao so R$ 4.000 por ano, conforme especificado na Tabela 7. A discriminao das receitas na Granja B esto especificados na Tabela 9. Tabela 9 Discriminao das receitas na Granja BReceitas Economias Energia eltrica - kWh Venda de biogs (Unidade) Quantidade 225.691 1 Valor Unitrio (R$) 0,15951 18.000,00 Valor Anual (R$) 36.000,00 18.000,00

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Espalhar o dejeto cargas Total Geral Fonte: dados da pesquisa.

7.200

25,00

180.000,00 234.000,00

Para este caso, a anlise de viabilidade econmico-financeira foi realizada com e sem o subsdio da Sadia e da prefeitura municipal. A partir dos valores dos investimentos, dos custos de manuteno e das receitas obteve-se o fluxo de caixa do sistema por um perodo de dez anos. Assim, os investimentos iniciais para a anlise de viabilidade econmico-financeira sem subsdio custaram 365.052,91 e considerando a TMA de 8% obteve-se um VPL positivo no valor de R$ 733.592,81, TIR de 45,47%, TR de 201,00% e payback do segundo para o terceiro ano. J os investimentos iniciais para a anlise de viabilidade econmico-financeira com subsdio custaram R$ 252.131,91 e considerando a TMA de 8% obteve-se VPL positivo no valor de R$ 1.003.806,50, TIR de 75,47%, TR de 398,10% e payback do primeiro para o segundo ano.

5. SISTEMAS SIMULADOS Analisando os resultados obtidos nas Granjas A e B, percebe-se que a Granja A, sem subsdios, no recupera os investimentos ao longo dos dez anos, o que torna o investimento invivel econmico e financeiramente. J na Granja B no seriam necessrios outros estudos para provar a viabilidade do investimento. Entretanto, esses resultados servem de reflexo e de comparao para uma outra anlise, ou seja, quais seriam os retornos para esses produtores caso eles tambm comercializassem os crditos de carbono? Diante disso, simularam-se dois cenrios, no qual os produtores realizam todos os investimentos, custos de manuteno e rastreabilidade. Alm disso, as receitas j citadas para cada Granja somam-se aos possveis ganhos com a comercializao dos crditos de carbono. Alm dos investimentos nos sistemas de biodigestores, a comercializao de crdito de carbono exige certificao e rastreabilidade. Estes custos sero simulados para cada propriedade excluindo qualquer tipo de subsdio.

5.1 Granja A Na Granja A os investimentos para implantar os biodigestores sem subsdios foram R$ 163.120,50, os custos de manuteno anual so as especificadas na tabela 3 e as receitas anuais foram de R$ 29.449,94. J os custos totais para a certificao da propriedade totalizam R$ 164.800,00, especificados na Tabela 10. Tabela 10 Discriminao dos custos para a implantao do MDL para pequenos suinocultores para a obteno dos crditos de carbonoInvestimento Inicial Quantidade Valor Unit. (R$) Valor total (R$)

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Despesas de Viagens Validao Registro Verificao PDD Total Geral

1 1 1 1 1

37.800,00 22.000,00 22.000,00 28.000,00 55.000,00

37.800,00 22.000,00 22.000,00 28.000,00 55.000,00 164.800,00

Fonte: Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB, 2007).

Os custos de monitoramento/rastreabilidade anuais esto especificados na Tabela 11. Tabela 11 Discriminao dos custos anuais de monitoramento/rastreabilidade do MDL para pequenos suinocultores para a obteno dos crditos de carbonoCustos de Manuteno Verificao Anual Monitoramento Anual Total Geral Fonte: Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB) (2007). Anual 22.400,00 2.000,00 24.400,00

A produo diria de 35.010 l/dia de dejetos, quando convertida em crditos de carbono, pode gerar uma receita anual de R$ 65.841,45. O resultado da simulao mostra para uma TMA de 8%, uma TIR de 11,56%, um VPL de R$ 54.093,29, TR de 16,50% e payback entre os anos oito e nove. 5.2 Granja B Na Granja B os investimentos para implantar os dois biodigestores sem subsdio tanto da sadia como da prefeitura municipal foram R$ 365.052,91, a mdia do custo de manuteno anual foi R$ 71.227,9 e as receitas anuais R$ 234.000,00. O custo de certificao da propriedade totaliza R$ 164.800, 00 e os custos de rastreabilidade anual so R$ 24.400,00. As receitas obtidas a partir da venda de crditos de carbono, com a produo diria de 105.000 l/dia de dejetos, podem totalizar R$ 197.467,93 por ano. O resultado da simulao mostra para uma TMA de 8%, uma TIR de 64,81%, um VPL de R$ 1.730.092,70, TR de 326,50% e um payback do primeiro para o segundo ano.

6. COMPARAO DOS SISTEMAS Os itens de comparao da anlise de viabilidade entre as duas granjas so apresentados no Quadro 1. A anlise comparativa entre os sistemas analisados, com base na metodologia utilizada, apontou a inviabilidade econmico-financeira na Granja A sem a comercializao dos crditos de carbono, a qual apresentou VPL, TR e payback negativos. Com a venda dos crditos de carbono, a Granja A apresentou para e perodo de anlise, VPL de R$ 54.093,29, TIR de 11,56%, TR de 16,50% e payback entre os anos oito e nove. ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

Em contrapartida, a Granja B apresentou grande viabilidade nas trs simulaes para os 10 anos da anlise, com TIR acima de 45%, VPL acima de R$ 730.000,00, TR acima de 200,00%, com possibilidade de retorno dos investimentos em menos de trs anos. Conforme estes parmetros, o sistema de biodigestores implantado na Granja B deve ser considerado um bom investimento. Quadro 1. Quadro comparativo da anlise de viabilidade econmico-financeiraGranja A Com Subsdio Sem Subsdio Granja B Venda de Venda de Com Sem Crdito de Crdito de Subsdio Subsdio Carbono Carbono 327.920,50 252.131,91 365.052,91 529.852,91 38.480,80 47.210,38 71.227,94 95.677,94 95.291,39 234.000,00 234.000,00 431.467,93 8,00 8,00 8,00 8,00 11,56 75,47 45,47 64,81 54.093,29 1.003.806,50 733.592,81 1.730.092,70 16,50 398,10 201,00 326,50 8 p/ 9 1 p/ 2 2 p/ 3 1 p/ 2

Investimento Inicial (R$) 118.120,50 163.120,50 14.080,80 14.080,80 Manuteno mdia (R$) Receitas / economias (R$) 29.449,94 29.449,94 8,00 8,00 TMA (%) 5,20 -1,08 TIR (%) -14.182,20 -59.182,20 VPL (R$) -36,30 -12,00 TR (%) negativo negativo Payback Fonte: dados da pesquisa.

Diante de tal cenrio, a questo que merece destaque esta: como investimentos similares obtm retornos diferenciados? As caractersticas de produo suna observada em cada granja permitem apontar para as seguintes evidncias: 1) O manejo do dejeto, na Granja B, sob forma de fertirrigao, reduz quase 100% dos custos de distribuio dos dejetos na lavoura, se comparada forma tradicional; 2) A Granja A produz 35.010 l/dia de dejetos, enquanto a Granja B produz 105.000 l/dia de dejetos, conseqentemente a Granja B gera maior produo de biogs, maior economia de energia eltrica e crditos de carbono. Estes resultados sinalizam que a grande quantidade de dejetos viabiliza a implantao de biodigestores. Ocorre que a maioria das propriedades do municpio de Toledo se diferenciam do porte da Granja B, inviabilizando econmica e financeiramente a implantao desses biodigestores convencionais (CASAGRANDE, 2003). Os ganhos ambientais, considerados por si s, no motivam os pequenos suinocultores a implantar o sistema de biodigestores em suas propriedades. Atualmente os MDLs so limitados a alguns produtores, por isso investir em um projeto que viabilize o custo de adequao s leis ambientais e ainda agreguem maior rentabilidade produo podem tornar a suinocultura sustentvel. Ento, necessria se faz a interveno pblica, com polticas efetivas quer seja na aplicao de subsdios diretos nas propriedades, seja em investimentos em modelos com custos reduzidos ou em modelos de biodigestores coletivos. Assim, a juno de polticas pblicas com a interveno de organizaes no-governamentais, cooperativas ou associaes de suinocultores viabilizariam a suinocultura sustentvel no municpio. Entende-se que o poder pblico deveria oferecer subsdios econmicos para a implantao de qualquer modelo de biodigestor. J as associaes de suinocultores poderiam viabilizar e facilitar o ______________________________________________________________________Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008 Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

credenciamento e a comercializao dos crditos de carbono, alm de difundir a prtica e esclarecer os ganhos e custos com a implantao dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo.

7. CONSIDERAES FINAIS O objetivo deste artigo foi analisar a viabilidade econmico-financeira da implantao de diferentes modelos de biodigestores em duas propriedades rurais produtoras de sunos no municpio de Toledo, Paran. As propriedades foram comparadas de acordo com as variaes de receitas e de custos operacionais. Os resultados apresentados nas variaes de receita e de custos dos sistemas de biodigestores, de acordo com a anlise de viabilidade econmico-financeira, e por meio de indicadores de rentabilidade, mostram que os investimentos no se encontram viveis financeiramente na Granja A sem a implantao do MDL. A Granja B, independente da simulao realizada, apresentou viabilidade econmico-financeira. O desempenho da Granja B est influenciado pela grande quantidade de produo de sunos (15.000 leites) e, conseqentemente, de dejetos, que geram maiores economias e crditos de carbono. Ressaltase, assim, que a viabilidade foi determinada pelas especificidades da produo suna nas propriedades analisadas. A implantao do sistema de biodigestores no municpio de Toledo, Paran, um caminho alternativo para o crescimento econmico, ao qual pode gerar biogs, energia eltrica, combustveis alternativos e ganhos com a comercializao dos crditos de carbono. Os impactos ambientais provocados pelos dejetos no meio ambiente seriam reduzidos, melhorando a qualidade de vida da populao. Torna-se necessria, no entanto, a projeo de modelos de biodigestores diferenciados dos convencionais, para contemplar as propriedades que no possuem alta produo de sunos como a Granja A, minimizando, assim, os custos de certificao, implantao e manuteno desses sistemas. Por ltimo, mas no menos importante, os biodigestores analisados esto em funcionamento h pouco tempo. Isto evidencia a necessidade de outros estudos de anlise de funcionamento e de desempenho destes modelos.

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