análise dos relatórios de fiscalização região i · ... centro municipal de educação infantil...

128
Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

Upload: phungbao

Post on 01-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

Page 2: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEE - Atendimento Educacional Especializado

CAE - Conselho de Alimentação Escolar

CBMES - Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo

CF - Constituição Federal

CMEI - Centro Municipal de Educação Infantil

CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social

CNE - Conselho Nacional de Educação

COMEV - Conselho Municipal de Educação de Vitória

CONAE - Conferência Nacional de Educação

DFRC - Departamento de Fiscalização e Relações Comunitárias

EJA - Educação de Jovens e Adultos

EMEF - Escola Municipal de Ensino Fundamental

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

GLP - Gás Liquefeito do Petróleo

IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC - Ministério da Educação

NEE - Necessidades Educacionais Especiais

ONU - Organização das Nações Unidas

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola

PMV - Prefeitura Municipal de Vitória

PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNE - Plano Nacional de Educação

SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

SBPC - Sociedade Brasileira de Cultura Popular

Page 3: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

SEDU - Secretaria de Estado da Educação do Estado do Espírito Santo

SEME - Secretaria Municipal de Educação de Vitória

SGE - Sistema de Gestão Escolar

SGI - Sistema de Gestão Integrada

SEM - Salas de Recursos Multifuncionais

SUBTI - Subsecretaria de Tecnologia da Informação

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Page 4: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1: Evolução da matrícula inicial na Educação Especial ................................................. 24

Gráfico 2: Evolução do quantitativo de alunos com deficiência e/ou TGD ............................... 26

Gráfico 3: Conservação das salas de aula e mobiliário ................................................................. 32

Gráfico 4: Conservação dos banheiros ......................................................................................... 36

Gráfico 5: Condiçoes de acessibilidade dos banheiros................................................................. 36

Gráfico 6: Conservação das cozinhas ............................................................................................ 46

Gráfico 7: Conservação das despensas .......................................................................................... 46

Gráfico 8: Laboratório de informática .......................................................................................... 57

Gráfico 9: Condições do laboratório de informática ................................................................... 57

Gráfico 10: Quantitativo de biblioteca ......................................................................................... 61

Gráfico 11: Condições estrutural da biblioteca ............................................................................ 61

Gráfico 12: Quantitativo de quadras esportivas ........................................................................... 63

Gráfico 13: Condições das quadras esportivas ............................................................................. 63

Gráfico 14: Matrícula Inicial nas Unidades de Ensino ................................................................ 67

Gráfico 15: Matrícula inicial por etapas........................................................................................ 68

Gráfico 16: Quantitativo de crianças na lista de espera .............................................................. 72

Gráfico 17: Evolução do IDEB nos anos inicias (4a série/5° ano) ............................................ 102

Gráfico 18: Evolução do IDEB nos anos finais (8a série/9° ano) ............................................. 102

Gráfico 19: Evolução do nível de aprendizado do 5° ano em Língua Portuguesa .................... 104

Gráfico 20: Evolução do nível de aprendizado do 5° ano em Matemática ............................... 105

Gráfico 21: Evolução do nível de aprendizado do 9° ano em Língua Portuguesa .................... 106

Gráfico 22: Evolução do nível de aprendizado do 9° ano em Matemática ............................... 107

Gráfico 23: Distribuição do 5° ano por proficiência na EMEF Castelo Branco ....................... 109

Gráfico 24: Distribuição do 5° ano por proficiência na EMEF Moacyr Avidos ........................ 110

Gráfico 25: Distribuição do 9° ano por proficiência na EMEF Moacyr Avidos....................... 111

Gráfico 26: Distribuição do 5° ano por proficiência na EMEF São Vicente de Paulo ............. 112

Gráfico 27: Distribuição do 9° ano por proficiência na EMEF São Vicente de Paulo ............. 113

Gráfico 28: Distribuição do 5° ano por proficiência na EMEF Anacleta S. Lucas ................... 114

Gráfico 29: Distribuição do 9° ano por proficiência na EMEF Anacleta S. Lucas ................... 115

Page 5: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Relação dos Centros Municipais de Educação Infantil com endereço ...................... 15

Quadro 2: Relação de Escolas Municipais de Ensino Fundamental com endereço ................... 17

Quadro 3: Itens de segurança nas unidades de ensino ................................................................ 42

Quadro 4: Existência e condição da cozinha e despensa nas unidades de ensino ..................... 46

Quadro 5: Organização de grupos de alunos ................................................................................ 53

Quadro 6: Limite máximo de alunos por turma .......................................................................... 55

Quadro 7: Existência e condição do Laboratório de Informática ............................................... 56

Quadro 8: Existência e condição da Biblioteca ........................................................................... 60

Quadro 9: Existência e condição da Quadra Esportiva ............................................................... 62

Quadro 10: Repasses de recursos financeiros ............................................................................... 80

Quadro 11: Valor unitário de cada refeição no CMEI (Contrato nº 096/2015) ....................... 85

Quadro 12: Valor gasto com alimentação no CMEI Menino Jesus ........................................... 86

Quadro 13: Composição dos kits de uniformes ........................................................................... 88

Quadro 14: Evolução do aprendizado nas Escolas Municipais Ensino Fundamental ............. 103

Quadro 15: Distribuição dos pontos da Escala SAEB .............................................................. 108

Page 6: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Evolução da matrícula inicial na Educação Infantil no município Vitória ................. 14

Tabela 2: Evolução da matrícula inicial em EMEFs na rede municipal de ensino ..................... 17

Tabela 3: Distribuição dos alunos com Deficiência e/ou TGD .................................................. 27

Tabela 4: Procedência dos alunos matriculados na rede municipal de Vitória ........................... 69

Tabela 5: Quantitativo de Professores por unidade de ensino .................................................... 74

Tabela 6: Natureza do vínculo empregatício dos Coordenadores e Pedagogos........................... 75

Tabela 7: Servidores do quadro geral ............................................................................................ 76

Tabela 8: Servidores terceirizados ................................................................................................. 78

Tabela 9: Repasses financeiros para despesas com alimentação ................................................. 81

Tabela 10: Repasses financeiros por tipo de despesas e origem dos recursos ............................. 82

Tabela 11: Valores diários gastos com alimentação por aluno ................................................... 84

Tabela 12: Valor total e unitário de compra de uniformes (período 2013 -2015) ...................... 89

Tabela 13: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Carlita Corrêa Pereira ................ 90

Tabela 14: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Dr. Denizart Santos .................... 91

Tabela 15: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Ernestina Pessoa ......................... 92

Tabela 16: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Menino Jesus .............................. 93

Tabela 17: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF São Vicente de Paulo .................. 94

Tabela 18: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Anacleta S. Lucas ........................ 95

Tabela 19: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Castelo Branco ........................... 96

Tabela 20: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Moacyr Avidos ............................ 97

Tabela 21: Evolução do IDEB na rede municipal de ensino .................................................... 100

Tabela 22: Evolução do IDEB nas EMEFs da Região I .............................................................. 101

Tabela 23: Distribuição por nível de proficiência na EMEF Castelo Branco ........................... 108

Tabela 24: Distribuição por nível de proficiência da EMEF Moacyr Avidos ............................ 110

Tabela 25: Distribuição por nível de proficiência na EMEF São V. de Paulo .......................... 111

Tabela 26: Distribuição por nível de proficiência na EMEF Anacleta S. Lucas ........................ 113

Page 7: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 08

1. UNIDADE DE ENSINO DA REGIÃO I................................................................................10

1.1 Equipamentos Públicos da Educação (Região I) ............................................................... 10

2. EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA.....................................................................13

2.1 Ensino Infantil .................................................................................................................... 16

2.2 Ensino fundamental ........................................................................................................... 16

2.3 Educação de Jovens e Adultos (EJA) .................................................................................. 19

2.4 Educação Especial ............................................................................................................... 21

2.4.1 Educação Especial no Município de Vitória ..................................................................24

3. ANÁLISE SITUACIONAL......................................................................................................29

3.1 Equipamentos Públicos da Educação - Região I (Centro) ................................................. 29

3.2 Condição estrutural das unidades de ensino ..................................................................... 30

3.2.1 Conservação das salas de aulas e mobiliário .................................................................. 32

3.2.2 Conservação e acessibilidade dos banheiros.................................................................... 35

3.2.3 Condições de acessibilidade .......................................................................................... 38

3.2.4 Itens de segurança e central de abastecimento de gás ...................................................... 42

3.2.5 Serviço de alimentação ................................................................................................. 45

3.2.6 Pátio, área de lazer, solário e parquinho........................................................................ 48

3.2.7 Área administrativa: organização e espaço .................................................................... 51

4. ASPECTOS PEDAGÓGICOS................................................................................................53

4.1 Números de alunos por sala ............................................................................................... 53

4.1.1 Educação Infantil ........................................................................................................ 53

4.1.2 Ensino Fundamental ................................................................................................... 55

4.2 Acesso às tecnologias de informática e comunicação ........................................................ 56

4.2.1 Laboratório de informática – existência e utilização ...................................................... 56

4.2.2 Biblioteca .................................................................................................................... 59

4.3 Práticas esportivas ........................................................................................................ 62

5. SISTEMA DE GESTÃO ESCOLAR.......................................................................................65

5.1 Matrículas na rede municipal de ensino ............................................................................ 66

Page 8: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

5.2 Procedência dos alunos matriculados ................................................................................ 69

5.3 Lista de Espera .................................................................................................................... 71

6. RECURSOS HUMANOS........................................................................................................71

6.1 Servidores do quadro do magistério.......................................................................................73

6.2 Servidores do quadro geral ................................................................................................. 76

6.3 Servidores terceirizados ...................................................................................................... 78

7. GESTÃO DAS UNIDADES DE ENSINO.............................................................................79

7.1 Gestão Democrática e Gestão Financeira .......................................................................... 79

7.2 Contrato e valores de alimentação no município de Vitória ............................................ 83

7.3 Convênio do Centro Municipal de Educação Infantil Menino Jesus .............................. 87

7.4 Compra e distribuição de uniformes ................................................................................. 88

7.4.1 Centro Municipal de Educação Infantil Carlita Corrêa Pereira ..................................... 90

7.4.2 Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Denizart Santos ........................................ 91

7.4.3 Centro Municipal de Educação Infantil Ernestina Pessoa .............................................. 92

7.4.4 Centro Municipal de Educação Infantil Menino Jesus ................................................... 93

7.4.5 Escola Municipal de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo ................................... 94

7.4.6 Escola Municipal de Ensino Fundamental Anacleta Schneider Lucas ............................ 95

7.4.7 Escola Municipal de Ensino Fundamental Castelo Branco ............................................ 96

7.4.8 Escola Municipal de Ensino Fundamental Moacyr Avidos ............................................ 97

8. INDICADORES DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO........................................................99

8.1 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) .................................................. 99

8.1.1 Evolução do IDEB nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental ......................... 101

8.2 Prova Brasil ....................................................................................................................... 103

8.2.1 Escola de Ensino Fundamental Castelo Branco ........................................................... 108

8.2.2 Escola de Ensino Fundamental Moacyr Avidos ........................................................... 109

8.2.3 Escola de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo .................................................. 111

8.2.4 Escola de Ensino Fundamental Anacleta Schneider Lucas ........................................... 113

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 116

10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 122

Page 9: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

8

INTRODUÇÃO

A educação se constitui como direito fundamental e essencial ao ser humano e diversos

são os documentos que corroboram com tal afirmação. A Lei de Diretrizes e Bases para a

Educação Nacional (Lei n° 9.394/1996), afirma que “é direito de todo ser humano o acesso à

educação básica”, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos que estabelece que

“toda pessoa tem direito à educação”. Não por acaso, o direito à Educação encontra-se

vinculado à obrigatoriedade de seu cumprimento. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

nº 8.069/1990), preconiza que o descumprimento desta obrigação, sem justa causa, pode gerar

a adoção de medidas pelos órgãos competentes (artigo 54, inciso VII, parágrafo 2°).

Nesse sentido, a necessidade de promover o alcance dos padrões mínimos de

funcionamento nas escolas públicas é condição indispensável à efetivação da universalização do

ensino, conforme prerrogativas legais emanadas pela Constituição Federal/1988, pelo Estatuto

da Criança e do Adolescente e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Além de

garantir a oportunidade do acesso de todos à escola, é necessário também atender padrões

mínimos para o funcionamento desta e consequentemente para o processo de ensino-

aprendizagem. Ademais, torna-se importante ressaltar que as ações educativas precisam

acontecer em espaços adequados. Prestando seus ensinamentos Frago (1995, p.69) assevera:

Na discussão acerca da qualidade da educação, é imprescindível definir que aspectos e

quais fatores deverão ser considerados para afirmamos que estamos ofertando uma educação de

qualidade. A política de Atendimento à Educação estabelece como parâmetro os dados

registrados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e os exames nacionais

que avaliam os diversos níveis e modalidade da educação básica ofertada.

Entretanto, é salutar enfocar que fatores intrínsecos e extrínsecos do processo educativo

poderão auxiliar no atingimento dos padrões de qualidade, bem como o nível de intervenção

que estes fatores registram no processo educativo.

Moran (2006) afirma que, para que seja desenvolvida uma educação de qualidade, é

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. (Grifo nosso)

O espaço físico não apenas contribui para a realização da educação, mas é em si mesmo uma forma de educar. Este não é apenas um cenário onde se desenvolve a educação, mas sim, uma forma de ensino.

Page 10: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

9

necessário observarmos as variáveis que permeiam o processo educativo, tais como as

prerrogativas de gestão da escola, formação inicial e continuada dos educadores, remuneração

condizente, boas condições para desenvolver suas funções, relações saudáveis entre os atores

sociais da escola. Da mesma forma é necessário espaço físico adequado às necessidades e ao

desenvolvimento dos alunos, recursos multimídias, que favorecem maior acesso às informações,

e, por fim, mas não menos importante, que os alunos estejam motivados e preparados a receber

formação e desenvolver suas habilidades intelectuais e sociais.

Em vista desses argumentos, torna-se importante ressaltar a necessidade de que o

processo de universalização da educação constitui-se um avanço no campo da inserção social,

entrementes ainda observamos a necessidade de discussões referentes a questões básicas para a

existência de uma escola de qualidade. Buscar maneiras de realizar um trabalho com mais

competência na educação e proporcionar aos alunos, pais e comunidade um envolvimento

maior, mais eficaz. No entanto, percebe-se, ainda, em muitos aspectos, a “escola sozinha”, sem a

participação efetiva desses atores para poder auxiliar nestas mudanças.

A presente análise foi desenvolvida com base no levantamento bibliográfico-documental

e de campo. Quanto ao primeiro (bibliográfico-documental) foi realizado levantamento da

fundamentação teórico-metodológica do estudo, abordando os assuntos atinentes a ele, por

meio de livros, artigos, dissertações, regimento, legislações, sites, entre outros. Quanto ao

segundo (de campo), a Equipe de Fiscalização realizou a aplicação de questionários que foram

respondidos pelos gestores/diretores das unidades de ensino da Região I. Além disso, durante

as visitas de fiscalização foi realizado registro fotográfico dos equipamentos da Educação. A

análise foi desenvolvida com base no referencial teórico, nos dados obtidos com a aplicação do

questionário e nos registros fotográficos. Cabe destacar que os resultados coletados no 1° e no

2° ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória, bem como os registros fotográficos encontram-se para

consulta no site do Fiscaliza Vitória (www.fiscalizavitoria.com.br).

Neste sentido, a Câmara Municipal de Vitória, através do Departamento de Fiscalização

e Relações Comunitárias (DFRC), na perspectiva de articular e exigir ações junto ao Poder

Executivo Municipal, desenvolveu o Programa “Fiscaliza Vitória”, que, entre outros objetivos,

procurou conhecer a realidade das escolas públicas da rede municipal de ensino de Vitória.

Page 11: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

10

PARTE I EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DA EDUCAÇÃO – REGIÃO I (CENTRO)

ESCOLA DA CIÊNCIA FÍSICA

Criação: Lei n° 5.397, de 24 de setembro de 2001.

Endereço: Rua José de Anchieta, s/n°.

Bairro: Parque Moscoso

CEP: 29.018-270.

Vitória/ES

E-mail: ecienciafí[email protected].

Contato: (27) 3233-3556

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL CARLITA CORRÊA PEREIRA

Criação: Lei n° 3.905, de 01 de fevereiro de 1993.

Endereço: Rampa José Rufino de Oliveira, 221.

Bairro: Piedade

CEP: 29.015-700.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3223-5059

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DR. DENIZART SANTOS

Criação: Lei n° 3.905, de 01 de fevereiro de 1993.

Endereço: Rua Jurema Barroso, 489.

Bairro: Ilha do Príncipe

CEP: 29.020-430.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3322-1033

Page 12: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

11

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL ERNESTINA PESSOA

Criação: Lei n° 5.465, de 14 de janeiro de 2001.

Endereço: Rua Loren Reno, 115.

Bairro: Centro

CEP: 29.018-120.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3323-4271

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL MENINO JESUS

Endereço: Rua Sete de Setembro, 321.

Bairro: Centro

CEP: 29.015-000.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3223-5059

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MOACYR AVIDOS

Criação: Lei n° 2.880, de 27 de outubro de 1981.

Endereço: Av. Jurema Barroso, 58.

Bairro: Ilha do Príncipe

CEP: 29.090-430.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3223-0838

Page 13: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

12

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL CASTELO BRANCO

Criação: Lei n° 2.880, de 27 de outubro de 1981.

15 de janeiro de 1981

Endereço: Rua Jurema Barroso, 130.

Bairro: Ilha do Príncipe

CEP: 29.020-430

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3223-0072

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SÃO VICENTE DE PAULO

Criação: Lei n° 2.880, de 27 de outubro de 1981.

Endereço: Rua Muniz Freire, 133.

Bairro: Centro

CEP: 29.015-140.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3323-4271

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ANACLETA SCHNEIDER LUCAS

Criação: Lei n° 3.906, de 03 de fevereiro de 1993.

Endereço: Rua Coronel Alziro Viana S/n°.

Bairro: Fonte Grande

CEP: 29.016-010.

Vitória/ES

E-mail: [email protected]

Contato: (27) 3222-0183

Page 14: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

13

PARTE II

EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA

2.1 Educação Infantil

A Educação Infantil constitui-se a primeira etapa da Educação Básica, cuja finalidade,

segundo o artigo 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) é promover

o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico,

intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Nesse sentido, a educação infantil que se desenvolve em creches e pré-escolas, ganha um

novo sentido no sistema escolar brasileiro, passando a integrar a Educação Nacional, a partir de

dezembro de 1996 quando entrou em vigor a Lei n° 9.394/1996, que estabelece as Diretrizes e

Bases da Educação Nacional. Desta forma, as creches e pré-escolas, com a LDB/96 passam a ser

vistas como locais legítimos de favorecimento do desenvolvimento infantil, uma vez que têm a

função de educar as crianças nas suas múltiplas necessidades.

Cabe lembrar que com a aprovação da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de

novembro de 2009 e a Lei n° 12.796/2013, que tornou obrigatória a oferta gratuita de

Educação Básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade, a partir de 2016, os pais terão a

obrigatoriedade de matricular as crianças na Pré-Escola. Já para as crianças de 0 a 3 anos, ainda

que seja dever do Estado oferecer Educação Infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de

idade, é facultativa aos pais a matrícula em creches. A obrigatoriedade da Educação Infantil

impôs aos municípios o desafio de ampliar o atendimento e definir políticas específicas para

este público, na medida em que a Lei n° 9.394/1996 define que, entre outras competências, a

incumbência do município em:

É primordial destacar que apesar da Educação Infantil ser um dever do estado desde a

Constituição de 1988, corroborado pela LDB em 1996, houve uma ausência muito grande de

investimentos públicos nesta etapa de ensino. Somente a partir da Emenda Constitucional nº

53 de 19 de dezembro de 2006 e da sua regulamentação pela Lei nº 11.494/1997, que criou o

oferecer a Educação Infantil em Creches e Pré-Escolas e, com prioridade, o Ensino Fundamental, permitido a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino (Artigo 11, Inciso V).

Page 15: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

14

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação (FUNDEB)1, que a Educação Infantil passou a receber maior volume

de recursos públicos.

O fato é que, os municípios, apesar de todas as dificuldades, não podem se eximir da

responsabilidade de garantir o atendimento na Educação Infantil. Por isso, a primeira meta do

Plano Nacional de Educação (PNE) é universalizar, até 2016, a Educação Infantil na Pré-Escola

para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil

em Creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3

(três) anos até o final da vigência deste PNE.

Na rede pública municipal de ensino de Vitória o atendimento às crianças de zero a

cinco anos tem sido oferecido em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs),

perfazendo um total de 18.436 alunos matriculados em 2014, segundo dados do Censo Escolar.

Já em 2015, estão sendo atendidos 18.921 alunos nessa etapa de ensino, de acordo com a

Secretaria Municipal de Educação (SEME). Os dados a seguir (Tabela 1) mostram a evolução

das matrículas na Educação Infantil no município nos últimos anos.

Tabela 1: Evolução da matrícula na Educação Infantil no município Vitória

Fonte: INEP, 2015 Como pode ser observado (Tabela 1), houve um acréscimo de 22,8% nas matrículas em

Creches na rede municipal quando comparamos o ano de 2014 com 2009. Vale ressaltar que o

número de matrículas na Educação Infantil (Pré-Escola) nesse mesmo período sofreu uma

redução (16%), isso provavelmente devido à implantação do 1º ano do Ensino Fundamental de

09 (nove) anos.

Dentre os diversos documentos que regulamenta e orienta essa etapa de ensino no

município, destacam-se a Resolução n° 06/1999, do Conselho Municipal de Educação de

1 O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 1998 a 2006.

EDUCAÇÃO INFANTIL

2009

2010

2011

2012

2013

2014

CRECHE

8.887 9.935 9.875 9.774 10.260 10.913

PRÉ-ESCOLA

8.957 6.322 7.295 7.683 7.564 7.523

Page 16: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

15

Vitória (COMEV), que estabelece normas para o credenciamento e autorização da Educação

Infantil no sistema municipal de ensino. Cabe ressaltar, que a respectiva Resolução se encontra

em reformulação no Conselho Municipal de Educação, já que se encontra desatualizada, vez

que houve alterações nas legislações que regem a matéria. Também não podemos esquecer do

documento publicado em 2006 que norteia a educação infantil no município de Vitória,

intitulado "A Educação Infantil do Município de Vitória: Um Outro Olhar".

Na rede municipal de ensino de Vitória as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil estão presentes nas propostas pedagógicas das creches. As organizações dos

tempos escolares também seguem as orientações do Ministério da Educação (MEC) e há oferta

regular de materiais para o desenvolvimento das atividades. Com relação à Pré-Escola, a Lei n°

12.796/2013, institucionalizou a sua obrigatoriedade a partir de 2016, constituindo-se a

primeira meta do Plano Nacional de Educação (PNE) a universalização desta etapa de ensino, já

para o próximo ano (2016). Atualmente a Região I conta com 04 (quatro) unidades de ensino

de educação infantil, sendo que o Centro Municipal de Educação Infantil “Menino Jesus” é

mantido através de um convênio entre a Sociedade Brasileira de Cultura Popular (SBPC), uma

entidade sem fins lucrativos e a Secretaria Municipal de Educação de Vitória (SEME). A

legenda com o nome das unidades de ensino e endereço completo é apresentada no Quadro 1.

Quadro 1: Relação dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) com endereço

No Programa de Educação de Tempo Integral do município participam crianças de 6

(seis) meses a 3 (três) anos que frequentam os Centros Municipais de Educação Infantil

(CMEIs) em horário parcial e/ou integral, de acordo com os critérios estabelecidos pelo

Decreto Municipal n° 15.071/2011. Já as crianças que tem de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos, no

horário estendido são atendidas nos Núcleos Brincartes2; contudo na Região I não há nenhum

CMEI que é atendido pelo núcleo Brincarte.

2 O Brincarte é um Programa de Educação em Tempo Integral para a Educação Infantil no Município de Vitória que consiste na promoção de ações socioeducativas, recreativas, esportivas e culturais complementares em tempos alternados às atividades dos CMEIs.

N° CMEI ENDEREÇO

1 Ernestina Pessoa Rua Loren Reno, 115. Parque Moscoso. Vitória/ES CEP: 29.018-120

2 Dr. Denizart Santos Rua Jurema Barroso, 215. Ilha do Príncipe. Vitória/ES CEP: 29.020-430

3 Menino Jesus Rua Sete de Setembro, 321. Centro. Vitória/ES CEP: 29.015-000

4 Carlita Corrêa Pereira Rampa José Rufino de Oliveira, 221. Piedade. Vitória/ES CEP: 29.015-700

Page 17: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

16

2.2 Ensino fundamental

O Ensino Fundamental – do 1º ao 9º ano – tem como objetivo proporcionar às crianças

de 6 (seis) anos de idade o ingresso mais cedo, e conclusão do ensino fundamental aos 14

(quatorze) anos. Nesse ponto, supõe poder contribuir para a equidade social e na qualidade da

educação, bem como, aumentar as oportunidades de aprendizagem na medida em que amplia o

tempo das crianças no ambiente escolar, a partir dos 6 (seis) anos de idade.

Essa relevância é constatada, também, ao se analisar a legislação educacional brasileira: a

Lei n° 4.024/1961 que estabeleceu 4 (quatro) anos de escolaridade obrigatória; com o Acordo

de Punta del Este e Santiago, de 1970, estendeu-se para 6 (seis) anos o tempo do ensino

obrigatório; a Lei n° 5.692/1971 determinou a extensão da obrigatoriedade para 8 (oito) anos;

já a Lei n° 9.394/1996 sinalizou para um ensino obrigatório de 9 (nove) anos de duração, a

iniciar-se aos 6 (seis) anos de idade, o que, por sua vez, tornou-se meta da educação nacional

pela Lei n° 10.172/2001, que aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE). Finalmente, a Lei

n° 11.274, institui o ensino fundamental de 9 (nove) anos de duração com a inclusão das

crianças de 6 (seis) anos de idade, aprovada em 06 de fevereiro de 2006, que se materializa a

alteração dos artigos 32 e 87 da Lei nº 9.394/1996, instituindo a ampliação do ensino

fundamental para 9 (nove) anos de duração.

Não podemos deixar de mencionar o Parecer CNE/CEB nº 4, aprovado em 20 de

fevereiro de 2008, que orienta sobre os três anos iniciais do ensino fundamental de nove anos,

com ingresso aos 6 (seis) anos de idade. Através deste, o CNE/CEB esclareceram dúvidas acerca

do tratamento pedagógico voltado às crianças que frequentam os 3 (três) anos iniciais do ensino

fundamental. Atualmente, com a aprovação da Resolução CNE/CBE nº 7, aprovada em 14 de

dezembro de 2010, são ratificadas as orientações sobre o ensino fundamental de 9 (nove) anos

nas séries iniciais. Com esse breve panorama histórico da legislação, quisemos destacar essa

nova proposta concebida com nova orientação do aumento do tempo da criança no ambiente

escolar.

O ensino fundamental é a segunda etapa da educação básica no Brasil. Tem duração de

9 (nove) anos e é obrigatório para todas as crianças, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade. A

obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica um comprometimento dos pais ou

responsáveis, que tem o dever de procurar a unidade escolar para matricular as crianças.

Page 18: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

17

O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito nas escolas

públicas, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão,

mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274/2006)

A LDB define que esta etapa da Educação Básica deve ser oferecida de forma gratuita

pelo Estado em colaboração com os municípios. Há na Região I do município de Vitória quatro

unidades de ensino, que atendem ao ensino fundamental (1° a 9° ano) e uma unidade de

ensino complementar. A legenda com o nome das unidades de ensino e endereço completo é

apresentada no Quadro 2.

Quadro 2: Relação de Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) com endereço

N° EMEF ENDEREÇO

1 Anacleta Schneider Lucas Rua Coronel Alziro Viana s/n°. Fonte Grande. Vitória/ES CEP: 29.016-110

2 São Vicente de Paulo Rua Muniz Freire, 133. Centro. Vitória/ES CEP: 29.015-140

3 Castelo Branco Av. Jurema Barroso, 130. Ilha do Príncipe. Vitória/ES CEP: 29.020-430

4 Moacyr Avidos Av. Jurema Barroso, 58. Ilha do Príncipe. Vitória/ES CEP: 29.090-430

5 Escola da Ciência-Física Rua José Anchieta, s/n°. Parque Moscoso. Vitória/ES CEP: 29.018-270

Cabe salientar, também, que das 04 (quatro) EMEFs da Região I, 03 (três) possuem

prédios próprios, apenas o EMEF São Vicente de Paulo possui prédio alugado. O prédio da

Escola da Ciência-Física (Parque Moscoso) está cedido em comodato pelo Estado. Os dados a

seguir (Tabela 2) mostram a evolução no número de matrículas no Ensino Fundamental no

município nos últimos anos.

Tabela 2: Evolução da matrícula no Ensino Fundamental na rede municipal de ensino

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

ENSINO FUNDAMENTAL 2009

2010 2011 2012 2013 2014

Anos iniciais (1º ao 5º ano) 15.354 16.554 15.647 15.055 14.713 14.585

Anos finais (6º ao 9º ano) 13.650 13.630 13.062 12.687 12.243 12.203

Educação de Jovens e Adultos (EJA)

2.527 2.260 2.579 2.849 3.107 2.940

Fonte: INEP, 2015

Page 19: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

18

Como pode ser observado na Tabela 2, há uma queda nas matrículas na rede municipal

de Vitória nos anos iniciais se compararmos 2009 com 2014. No Ensino Fundamental (anos

finais) este processo se repete. Já a Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresentou aumento de

aproximadamente 16% em 2014 quando comparado com o ano de 2009.

Dentre os documentos que regulamenta e orienta essa etapa de ensino no município,

destaca-se a Resolução n° 07/2008 do COMEV, que fixa normas relativas à organização e

funcionamento dessa etapa no sistema municipal de ensino e as Diretrizes Curriculares para o

Ensino Fundamental elaborado em 2004, que trazem as diretrizes dessa etapa no sistema de

educação do município de Vitória. Já a Resolução n° 01/2014 estabelece normas relativas à

Organização e Funcionamento do Ciclo Inicial de Aprendizagem do Ensino Fundamental na

rede de ensino de Vitória. Destaca-se também o Decreto n° 15.071/2011 que estabelece

critérios para matrículas e permanência de alunos da rede municipal no Projeto Educação em

Tempo Integral. Também há a Lei n° 8.759/2014 que institui as Escolas Municipais de Ensino

Fundamental em tempo integral na rede municipal de Vitória e o Decreto n° 16.230/2015 que

regulamenta o seu funcionamento.

No que se refere ao Programa de Educação de Tempo Integral na Região I, há duas

unidades de ensino que participam do Programa, a EMEF Anacleta Schneider Lucas e a

EMEF Moacyr Avidos que iniciaram o ano letivo de 2015 como unidades de tempo integral,

totalizando 613 alunos atendidos, segundo informações do Sistema de Gestão Escolar

(consultado 01/06/2015).

Vale ressaltar ainda que, a iniciativa faz parte do Programa Educação Ampliada da

Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). Dentro do que preconiza a matriz curricular, segundo a

Secretaria Municipal de Educação, os alunos têm orientação de estudos, iniciação científica e

auxílio na elaboração de um projeto de vida. A ideia é que componentes curriculares

obrigatórios da base comum e o conjunto diversificado de atividades pedagógicas sejam

organizados de forma integrada.

Page 20: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

19

2.3 Educação de Jovens e Adultos (EJA)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional trata da Educação de Jovens e Adultos

(EJA) no Título V, capítulo II, como modalidade da Educação Básica, superando a dimensão de

ensino supletivo, regulamentando sua oferta a todos aqueles que não tiveram acesso ou não

concluíram o ensino fundamental e médio na idade própria. Assim, a promulgação da LDB/96

trouxe um grande avanço para a educação de jovens e adultos, ao considerá-la como uma

modalidade da educação básica, nas etapas do ensino fundamental e médio.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos (Parecer

CNE/CEB n° 11/2000 e a Resolução CNE/CEB n° 01/2000) devem ser observadas na oferta e

estrutura dos componentes curriculares dessa modalidade de ensino. Para Martins e Vilanova

(2008, p. 338) as Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, mais que normatizar e regulamentar

pode "ser considerado um marco, uma vez que supera a concepção de suplência e aligeiramento

do ensino, amplamente utilizada e difundida até poucos anos atrás, e legitima o direito por uma

educação de qualidade". Assim, no que tange, a efetivação de uma educação de qualidade e da

construção de uma identidade própria da EJA, as Diretrizes estabelecem em seu artigo 5º, os

princípios da modalidade da EJA, no que se refere a equidade, a diferença e a

proporcionalidade, com o objetivo de garantir:

A Educação de Jovens e Adultos deve ser entendida como modalidade de educação que

ultrapassa a transmissão de conteúdos científicos e refere-se aos processos educativos mais

amplos voltados para a formação humana de seus sujeitos.

Tendo em vista que, os sujeitos da EJA devem ser analisados dentro de uma

determinada especificidade, considerando que esses atores chegam à escola com inúmeras

experiências, conceitos e valores que retratam seus anseios, desafios e expectativas quanto ao

seu processo de formação. Nessa perspectiva, estes aspectos devem ser levados em consideração

I – quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a fim de propiciar um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à educação; II – quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores; III – quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos componentes curriculares face às necessidades próprias da Educação de Jovens e Adultos com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos seus estudantes identidade formativa comum aos demais participantes da escolarização básica.

Page 21: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

20

na formulação de políticas públicas específicas a este público, priorizando a construção e

efetivação de um espaço escolar privilegiado que considere a historicidade de seus estudantes, o

desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo.

Na rede de ensino do município de Vitória dentre os documentos que regulamenta e

orienta essa modalidade, destaca-se as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens

e Adultos do CNE/CEB n° 01/2000 e a Diretriz Curricular Municipal n° 01/2011 que institui

as Diretrizes para a Modalidade da EJA na etapa do Ensino Fundamental.

No município de Vitória a duração do curso da Modalidade de EJA, correspondente ao

Ensino Fundamental, é de 3.040 (três mil e quarenta) horas, distribuídas em 6 (seis) anos, com

uma estrutura de 3 (três) anos para cada segmento do Ensino Fundamental, sendo: o primeiro

segmento do 1º ao 5º ano ordenado em ciclo inicial, intermediário e conclusivo, perfazendo um

total de 1.440 (um mil, quatrocentas e quarenta) horas; e o segundo segmento do 6º ao 9º ano

ordenado em ciclos inicial, intermediário e conclusivo, perfazendo um total de 1.600 (um mil e

seiscentas) horas.

Atualmente, na Região I, objeto da presente análise, apenas a EMEF Castelo Branco

oferece a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, enquadrando-se, assim, no modelo

acima delineado.

Ressalta-se que a Educação de Jovens e Adultos será tratada de forma pormenorizada no

relatório final que contemplará um panorama da educação em todo o município de Vitória, e

também será um dos temas das pesquisas temáticas que serão desenvolvidas no terceiro ciclo do

Programa Fiscaliza Vitória.

Page 22: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

21

2.4 Educação Especial

A Constituição Federal (CF/88) em seu artigo 208, inciso III apresenta como obrigação

do Estado oferecer “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino”. Com relação à educação especial, a LDB/96

reitera a CF/88, em seu art. 4º, definindo como dever do Estado o atendimento educacional

especializado (AEE) gratuito aos educandos com necessidades educacionais especiais (NEE),

preferencialmente na rede regular de ensino, e nos artigos 58 a 60 define-a pela primeira vez na

história do país como modalidade de ensino, ministrada preferencialmente na rede regular de

ensino para os alunos com NEE. Embora priorizando o atendimento integrado às classes

comuns do ensino regular, “[...] prevê a manutenção das classes, escolas ou serviços

especializados para atender aos alunos que deles necessitarem em complementação ou

substituição ao atendimento educacional nas classes comuns” (Art. 58, § 2º). Destaca-se no

mesmo artigo a oferta da educação especial desde a educação infantil. E, no artigo 59, apresenta

um conjunto de dispositivos referentes aos serviços de apoio especializado: “currículos,

métodos, técnicas, recursos educacionais”, “terminalidade específica”, “professores com

especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem

como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes

comuns” (Inciso III, do art. 59).

No contexto das reformas relacionadas à educação básica, surgem as Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 02/2001, a

qual responsabiliza os estados e municípios a organizar, nas Secretarias de Educação, um setor

responsável pelas questões da educação especial no interior das escolas de educação básica,

visando à melhoria do atendimento às NEE dos alunos.

No âmbito da política educacional brasileira ela incluiu a educação especial na educação

básica, em suas diferentes etapas e modalidades. Para tanto, delegou aos sistemas de ensino as

tarefas gerenciais e às escolas a responsabilidade de executar a educação inclusiva. Este

documento, com caráter de lei, passou a regulamentar os artigos da LDB/96 que já concebiam

a educação especial como modalidade educacional e o atendimento especializado aos alunos

com necessidades especiais desde a educação infantil na rede pública.

Avançando no campo das políticas para a educação especial, foi instituída a Lei nº

Page 23: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

22

10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como “[...] meio legal de

comunicação e expressão” dos surdos. Em 2005, com a aprovação do Decreto nº 5.626

(BRASIL, 2005), essa lei foi regulamentada, prevendo que os alunos surdos têm direito ao

acesso às escolas ou classes bilíngues e o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para

os alunos surdos, ao AEE a ser ofertado no período oposto e aos serviços do tradutor e

intérprete de Libras. Outra conquista no âmbito das políticas de educação especial, foi a

aprovação da Portaria nº 2.678/2002 que dispõe sobre diretriz e normas para o uso, o ensino, a

produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino e seu uso em todo o

território nacional.

Não podemos esquecer que em 2006, a Convenção Internacional sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas

(ONU, 2006), constituiu-se um instrumento para a proteção dos direitos das pessoas com

deficiência à medida que instituiu deveres, cobrou ações do Estado e divulgou conceitos a

serem estendidos aos outros países que participaram do evento. Com a publicação do Decreto

n° 186/2008, o texto passou a ser incorporado à legislação brasileira com equivalência de

emenda constitucional.

Em 2007, ainda, o Decreto nº 6.094/2007 estabeleceu as diretrizes do Plano de Metas

Compromisso Todos pela Educação, propondo o regime de colaboração entre os entes

federados e a ação compartilhada entre gestores, educadores, família e comunidade. Dentre os

programas relacionados à educação especial, foram incorporados os seguintes programas:

Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais; Programa Educação Inclusiva:

direito à diversidade; Programa de Acessibilidade na Educação Superior – Incluir; e Programa

BPC na Escola (Benefício de Prestação Continuada).

Outro importante avanço foi o Decreto nº 6.571/2008 (BRASIL, 2008) que substituiu

o termo “educação especial” por “Atendimento Educacional Especializado”. Por meio deste

documento legal, é apontado o financiamento da União, Estados e Municípios para a

ampliação da oferta do AEE para os alunos com NEE. “[...] a partir de 1º de janeiro de 2010,

para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas dos alunos da

educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado, sem

prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular” (BRASIL, 2008, art. 9°).

Este Decreto foi incorporado pelo Decreto nº 7.611/2011 (BRASIL, 2011), que dispõe sobre o

Page 24: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

23

apoio da União aos sistemas de ensino para ampliar a oferta do AEE a estudantes com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e

estabelece o seu financiamento no âmbito do FUNDEB.

O Decreto n° 7084/2010, ao dispor sobre os programas nacionais de materiais

didáticos, estabelece no artigo 28, que o Ministério da Educação adotará mecanismos para

promoção da acessibilidade nos programas de material didático destinado aos estudantes da

educação especial e professores das escolas de educação básica públicas. A fim de promover

políticas públicas de inclusão social das pessoas com deficiência, dentre as quais, aquelas que

efetivam um sistema educacional inclusivo, nos termos da Convenção sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência, instituiu-se, por meio do Decreto n° 7612/2011, o Plano Nacional

dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. A Política Nacional de Proteção

dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista é criada pela Lei nº 12.764/2012.

Além de consolidar um conjunto de direitos, esta lei em seu artigo 7º, veda a recusa de

matrícula à pessoas com qualquer tipo de deficiência e estabelece punição para o gestor escolar

ou autoridade competente que pratique esse ato discriminatório.

Ancorada nas deliberações da Conferência Nacional de Educação (CONAE/2010), a

Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE), no inciso III, parágrafo

1º, do artigo 8º, determina que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios garantam o

atendimento as necessidades específicas na educação especial, assegurado o sistema educacional

inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades. Com base neste pressuposto, a meta 4 e

respectivas estratégias objetivam universalizar, para as pessoas com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, na faixa etária de 04 a 17 anos, o

acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado. O AEE é ofertado

preferencialmente na rede regular de ensino, podendo ser realizado por meio de convênios com

instituições especializadas, sem prejuízo do sistema educacional inclusivo.

Page 25: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

24

2.4.1 Educação Especial no Município de Vitória

A Secretaria Municipal de Educação de Vitória, na perspectiva das prescrições da

Política Nacional de Educação Especial, no Decreto n° 7.611/2011, na Resolução CNE/CEB

n° 04/2009 e, ainda, na Política de Educação Especial, em fase de conclusão, normatizam todo

o atendimento educacional especializado (AEE) realizado nas unidades de ensino do município

de Vitória.

A rede municipal de ensino de Vitória atende a 1.111 alunos público-alvo da educação

especial, dos quais 921 estão matriculados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental

(EMEFs) e 190 nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) no ano de 2015 (SGE,

2015).

Gráfico 1: Evolução da matrícula inicial na Educação Especial no município de Vitória

Fonte: INEP, 2015

De acordo com o gráfico 1, podemos perceber que a matrícula inicial na Educação

Especial na creche teve um acréscimo de 27,8% e de 9,7% na pré-escola, se comparados ao ano

de 2009 com 2014. Em contrapartida, pode-se constatar, comparativamente em relação ao ano

de 2009 com 2014, que o Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) sofreu uma redução de

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Creche Pré-escola Anos iniciais Anos finais EJA2009 58 103 400 450 50

2010 82 69 453 600 104

2011 61 91 398 662 108

2012 67 93 356 768 78

2013 62 89 355 585 90

2014 74 113 385 407 84

Page 26: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

25

3,75% e 9,6% respectivamente. Verificou-se, também, que a EJA sofreu várias oscilações no

período compreendido entre 2009-2014, tendo atingido maiores índices no ano de 2010 e

2011. Ainda assim, o percentual, em geral, cresce se compararmos 2009 com 2014 (68%).

A rede municipal de ensino oferece Atendimento Educacional Especializado (AEE), no

contraturno ao horário da matrícula do discente no ensino regular. Esse atendimento tem

caráter complementar e suplementar ao ensino comum. Segundo dados fornecidos pela SEME,

todos os trabalhos são desenvolvidos por professores especializados nas seguintes áreas:

deficiências intelectuais, visual, surdez e múltipla; de orientação e mobilidade para alunos cegos;

na área de altas habilidades ou superdotação; e em relação aos alunos com transtornos globais

do desenvolvimento.

Torna-se interessante destacar que o município de Vitória, através da Secretaria

Municipal de Educação implementou, em 2008, a Política de Educação Bilíngue para os alunos

surdos. Na análise realizada nas unidades de ensino da Região I, foi identificado que somente a

EMEF Anacleta Schneider Lucas oferece a Educação Bilíngue.

Ao analisar a situação dos Professores de Educação Especial no município de Vitória,

verifica-se um número significativo de professores com vínculos empregatícios precários

(contrato) atuando nas unidades de ensino. Ainda que a Secretaria Municipal de Educação

tenha realizado processo seletivo interno para professores efetivos atuarem na educação

especial, ainda há vários professores de educação especial com vínculo empregatício precários.

Desse modo, consideramos que cabe ao gestor priorizar a organização de concurso público para

suprir essa lacuna.

Segundo informações da Secretaria de Educação de Vitória (SEME), um diferencial da

educação especial no município é a contratação de estagiários para apoio às unidades de ensino

onde se encontram matriculados estudantes com severos comprometimentos intelectuais ou

múltiplas deficiências. Outro avanço, segundo a SEME, refere-se à possibilidade de ampliação

da carga horária dos Auxiliares de Serviços Operacionais (ASO) efetivos para atendimento às

necessidades de higienização, alimentação e locomoção dos alunos com maiores

comprometimentos.

As Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na

Educação Básica determina o público alvo da educação especial, define o caráter complementar

ou suplementar do AEE, prevendo sua institucionalização no projeto político pedagógico da

Page 27: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

26

escola. O caráter não substitutivo e transversal da educação especial é ratificado pela Resolução

CNE/CEB n° 04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e

preconiza em seu artigo 29, que os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes

comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar

ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de

AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos. O gráfico próximo evidencia o quantitativo de alunos com deficiência e/ou

transtorno global do desenvolvimento nas unidades de ensino da Região I.

Gráfico 2: Evolução do quantitativo de alunos com deficiência e/ou transtorno global do desenvolvimento atendido nas unidades de ensino da Região I

Fonte: SGE, 2015

A Tabela 3 retrata a distribuição dos alunos com deficiência e/ou transtorno global do

desenvolvimento por tipos de deficiências e tipos de transtorno globais do desenvolvimento nas

unidades de ensino da Região I no ano de 2015.

0

5

10

15

20

25

CMEICarlita C.Pereira

CMEI Dr.DenizartSantos

CMEIErnestina

Pessoa

CMEIMenino

Jesus

EMEFAnacletaS. Lucas

EMEFCasteloBranco

EMEFMoacyrAvidos

EMEF SãoV. Paulo

2013

2014

2015

Page 28: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

27

Tabela 3: Distribuição dos alunos com Deficiência e/ou Transtorno Global do Desenvolvimento

Fonte: SGE, 2015

A Secretaria Municipal de Educação informou que participa do Programa Implantação

de Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), subsidiado pelo Ministério da Educação. Na

Região I, as quatro Escolas Municipais de Ensino Fundamental e o CMEI Dr. Denizart Santos

já contam com os recursos para a organização das Salas de Recursos Multifuncionais, conforme

informações do ofício n° 153/15 SEME/GAB, processo n° 1804544/2014.

Para informar a matrícula de alunos com deficiência, transtorno global do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no Censo Escolar, não é necessária a

apresentação de documentos clínicos comprobatórios (laudo médico/ diagnóstico clínico). De

acordo com a Nota Técnica n° 04/2014 SECADI/MEC, “o AEE é caracterizado por

UNIDADE DE ENSINO

Tipos de Deficiências

Tipos de Transtornos Globais do

Desenvolvimento

CEGUEIRA

DEFIC. AUDITIVA

DEFIC. INTELECTUAL

BAIXA VISÃO

SURDO-CEGUEIRA

SURDEZ

DEFIC. FÍSICA

AUTISMO INFANTIL

SÍNDR. DE

RETT

SINDR. DE

ASPERGER

PSICOSE INFANTIL

Carlita Corrêa Pereira 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0

Dr. Denizart Santos 0 1 0 0 0 2 2 1 0 0 0

Ernestina Pessoa 0 0 3 0 0 0 0 2 0 0 0

Menino Jesus 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0

Anacleta S. Lucas 0 0 4 0 0 0 1 1 0 0 0

Castelo Branco 0 0 3 2 0 0 1 0 0 0 0

Moacyr Avidos 0 1 8 2 0 0 0 0 0 0 1

São Vicente de Paulo 0 1 7 5 0 0 0 1 0 1 1

Figura 2: Sala de recursos EMEF Anacleta S. Lucas

Figura 1: Sala de recursos CMEI Dr. Denizart Santos

Page 29: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

28

atendimento pedagógico, e não clínico. Durante o estudo de caso, primeira etapa da elaboração

do Plano de AEE, se for necessário, o professor de AEE pode se articular com profissionais da

área da saúde, tornando-se o laudo médico, neste caso, um documento anexo ao Plano de AEE.

Por isso, não se trata de documento obrigatório, mas complementar, quando a escola julgar

necessário”. Ademais, a Nota Técnica esclarece que o direito das pessoas com deficiência à

educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico. A exigência de diagnóstico

clínico dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas

habilidades/superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público alvo da educação especial

e, por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades educacionais, denotaria

imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em discriminação

e cerceamento de direito. Necessário entender de antemão que o fazer da sala de aula é

pedagógico, não é clínico. Nesse sentido, torna-se necessário repisar que a emissão de laudo

médico só deve ser realizada por profissionais especializados na área da saúde.

Vale ressaltar que no âmbito da Educação Especial no município de Vitória a

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) realizou

em dez cidades brasileiras a pesquisa “Boas Práticas em Educação Inclusiva: A Experiência dos

Municípios Brasileiros”, destaca-se que dentre os dez municípios brasileiros escolhidos encontra-

se o município Vitória. O objetivo da pesquisa foi mapear as estratégias adotadas pelas redes

municipais de ensino destes municípios na educação inclusiva, bem como os desafios

enfrentados para incluir alunos com diferentes deficiências.

Page 30: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

29

PARTE III

ANÁLISE SITUACIONAL

3.1 Equipamentos Públicos da Educação - Região I (Centro)

O sistema municipal de ensino de Vitória atende, atualmente, a Educação Infantil, o

Ensino Fundamental, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Educação Especial. O

município apresenta 47.106 alunos matriculados nas duas etapas da Educação Básica (Educação

Infantil e Ensino Fundamental). Atualmente a Região I conta com quatro Centros Municipais

de Educação Infantil (CMEI) e quatro Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) e a

Escola da Ciência-Física, apresentando um total de 2.397 alunos atendidos nessa região (SGE,

2015).

Mapa 1: Localização dos equipamentos da Educação (Região I)

Com efeito, nessa perspectiva serão analisados, no contexto do trabalho realizado no

âmbito Departamento de Fiscalização e Relações Comunitárias (DFRC), especificamente do

Programa “Fiscaliza Vitória”, os principais aspectos e pontos de maior relevância identificados

em relação às Unidades de Ensino no âmbito da Região I do município de Vitória.

Page 31: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

30

3.2 Condição estrutural das unidades de ensino

A infraestrutura das unidades escolares se constitui um dos focos principais deste

trabalho. Assim, procurou-se observar os aspectos físicos, materiais e recursos disponíveis, bem

como o funcionamento dos mesmos, devido à compreensão de que, direta ou indiretamente,

estes fatores têm grande influência nos resultados das atividades pedagógicas. Nesse sentido,

entende-se que o espaço educativo precisa oferecer condições satisfatórias visando um eficiente

aprendizado.

Nos últimos anos, vários estudos educacionais sobre os determinantes da educação

destacam a estreita associação entre infraestrutura e aprendizagem. Sátyro (2007) diz que a

infraestrutura escolar pode exercer influência significativa sobre a qualidade da educação. Além

da importância do espaço construído, outro fator que pode interferir no desenvolvimento

didático dos alunos são as condições ambientais da classe: acústica, temperatura, insolação,

ventilação e luminosidade, os quais podem se refletir em fatores tão diversos como a

sociabilidade dos usuários, seu desempenho acadêmico e mesmo em sua saúde (SOMMER,

1973 citado por ELALI, 2003).

A escola enquanto espaço democrático e coletivo deve buscar a construção do

conhecimento, suas relações com a sociedade e a interação dos indivíduos que participam do

processo de ensino-aprendizagem. Para que a escola possa desenvolver a autonomia, é

necessário que a pensemos como um ambiente construído de forma coletiva e organizado,

pautado num planejamento próprio que atente para suas peculiaridades. Nesse sentido, a

função da escola não é burocratizar as ações educativas, mas estabelecer um bom nível de

organização, na perspectiva de atender os objetivos educacionais propostos.

Assim, é necessário e desejável que a arquitetura destes prédios esteja plenamente

adequada para receber os estudantes e possibilitar o máximo de condições de aprendizagem.

Segundo Libâneo (2008), espera-se que as construções, os mobiliários e o material didático

sejam adequados e suficientes para assegurar o desenvolvimento do trabalho pedagógico e

favorecer a aprendizagem. Assim, a falta de infraestrutura, a inexistência de projetos

arquitetônicos adequados e viáveis, a falta de recursos públicos e até mesmo a utilização de

instalações inadequadas dos prédios escolares são problemas reais enfrentados por grande parte

das escolas públicas.

Page 32: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

31

No caso específico da Educação Infantil, torna-se interessante resgatar os Parâmetros

Nacionais de Infraestrutura para as Instituições de Educação Infantil que recomendam que o

ambiente destinado a atender as crianças de zero a um ano deve ser composto por: uma sala de

repouso (para descanso e que contenha berços ou similares), uma sala de atividades (sala onde

são desenvolvidas diversas atividades), um fraldário (local de higienização das crianças), um

lactário (local de higienização, preparo e distribuição de mamadeiras) e um solário (área livre e

descoberta para banho de sol). Já o espaço que busca atender as crianças de um a cinco anos

deve dispor de salas de atividades, sala multiuso (cantos de leitura, brincadeiras, jogos,

biblioteca, sala de televisão, vídeo ou DVD e som), área administrativa (recepção, secretaria,

almoxarifado, sala de professores, sala de reunião e de coordenação), banheiros, pátio coberto,

áreas necessárias aos serviços de alimentação (refeitório, cozinha, despensa geral, despensa fria,

área de recebimento e pesagem dos alimentos e cômodo de gás).

Os parâmetros analisados destacam também uma preocupação com o piso das salas,

sugerindo a utilização de piso liso, não escorregadio e de fácil limpeza para a maioria dos

ambientes. Eles também chamam a atenção para a utilização das cores, e propõem o uso de

cores claras em ambientes onde a criança passa a maior parte do tempo, e cores mais alegres no

restante do prédio, dando preferência às tintas laváveis. Atentam também para os estilos das

portas e janelas e para a utilização de bancadas, prateleiras, armários, depósito de gás,

lavanderia, áreas de serviços gerais, depósito de lixo e área externa.

Nesse contexto, é necessário identificar parâmetros essenciais de ambientes físicos que

ofereçam condições compatíveis com os requisitos definidos pelo PNE, bem como com os

conceitos de sustentabilidade, acessibilidade universal e com a proposta pedagógica. Nesse

sentido, não se constrói ou se organiza uma escola sem seguir algumas instruções e ter como

referenciais planejamentos que atendem, tanto quanto possível, tais parâmetros.

Com a realização da pesquisa ficou evidenciado que os prédios escolares, na sua maior

parte, possuem dependências devidamente mobiliadas e equipadas para o atendimento aos fins

a que se destinam. Contudo, destaca-se que algumas unidades necessitam de reparos pontuais,

pois apresentam rachaduras, portas danificadas, iluminação insuficiente, entre outras

precariedades que necessitam de atenção.

Page 33: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

32

3.2.1 Conservação das salas de aulas e mobiliário

É importante o cuidado com a interação entre espaço físico, atividade pedagógica e

comportamento humano, pois as más condições térmicas, de iluminação e acústicas são

aspectos que comprometem o uso funcional do ambiente, o bem-estar, a sociabilidade e,

principalmente, o aproveitamento didático dos alunos no espaço escolar.

Essa abordagem baseou-se na ideia, já bastante assimilada por educadores, de que o

ambiente escolar e os elementos que o compõem exercem grande influência sobre o modo de

pensar, sentir e agir dos que ali se encontram. Nesse sentido, Andrade apud Aquino (2009, p.

20) afirma: “o espaço físico pode ser considerado como uma parte oculta do currículo escolar,

pois é uma estrutura que materializa as práticas sociais, culturais e educacionais de uma

determinada época”.

Em muitas unidades escolares da Região I, quando da verificação in loco pela equipe de

fiscalização, foi constatada a existência de salas com ventiladores quebrados e/ou insuficientes

para o quantitativo de alunos atendidos, iluminação não adequada e necessidade de reparos

pontuais. O gráfico próximo evidencia o nível de conservação do ambiente em estudo (não

incluso Escola da Ciência-Física).

Gráfico 3: Conservação das salas de aula e mobiliário

De acordo com o levantamento realizado constatou-se que metade (50%) das salas de

aula e mobiliário foram consideradas em bom estado conservação. Sendo que 37% foram

consideradas em condições regular e 13% em condição ruim. Não foi verificado nenhuma sala

Ótimo 0%

Bom 50%

Regular 37%

Ruim 13%

Page 34: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

33

ou mobiliário que estivesse, quando da verificação, na classificação ótima.

É cediço que uma unidade de ensino bem estruturada é de fundamental importância

para as capacidades físicas, intelectuais e morais dos discentes. Nesse sentido, um espaço

acolhedor transforma o aprendizado em uma ferramenta estimuladora e cria condições para

que o ato educativo possa ser refletido no desenvolvimento bio-psico-social do discente.

Nesse contexto, é preciso readequar alguns espaços criando condições para fomentar

esse desenvolvimento. A pesquisa verificou que alguns ambientes das unidades de ensino

necessitam de atenção especial, como por exemplo, a sala de artes do CMEI Carlita Corrêa

Pereira que funciona em local improvisado e necessita de vários reparos, conforme verificado na

figura 3 e 4. Outra problemática desse ambiente refere-se ao período de chuvas, pois como a

sala de aula fica em um declive, a água é escoada para dentro da sala de aula.

Além dos fatores físicos já analisados, outro componente muito importante do ambiente

escolar é o mobiliário que deve permitir o desenvolvimento das atividades de ensino. Dessa

maneira, o mobiliário precisa observar as características antropométricas do aluno e às suas

demandas, para não surgirem transtornos posturais. Sommer (1973 citado por ELALI, 2003)

afirma que a disposição da mobília e as condições ambientais refletem nos fatores de

sociabilidade dos usuários, desempenho acadêmico e na saúde, por isso devem estar dispostos

de forma a propiciar a interação professor-aluno. Foi identificado em algumas unidades de

ensino, principalmente nas EMEFs, notadamente quanto aos alunos das séries iniciais,

mobiliários que não estão adequados para o atendimento dos alunos quanto às suas

especificidades.

Figura 3: Rampa de acesso à sala de artes CMEI Carlita Corrêa Pereira

Figura 4: Parte interna da sala de artes CMEI Carlita Corrêa Pereira

Page 35: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

34

A necessidade do conhecimento dos parâmetros do estudo do conforto térmico nas

salas de aula é de relativa importância, visto que, as características térmicas neste ambiente são

de vital importância para todos os usuários destes tipos de edifício, pois influencia diretamente

no bem-estar destes usuários. Dessa forma, fazem-se necessárias intervenções em algumas

edificações escolares referentes à adequação do conforto ambiental a fim de melhorar a

qualidade do ensino aprendizado. Recomenda-se um estudo para o desenvolvimento de

propostas de intervenções, devendo ser feitas de acordo com as características dos ambientes,

aspectos relacionados à engenharia e das variáveis climáticas do local.

Outro aspecto fundamental para a realização das tarefas de sala de aula é a iluminação,

que deve ter intensidade e direcionamento adequados, propiciar boa definição de cores, e

ausência de ofuscamento, para que o aluno possa desenvolver suas tarefas visuais de leitura e

escrita, como o máximo de acuidade visual e o mínimo de esforço e de risco à sua vista. De

preferência, deve-se utilizar a iluminação natural que permita às pessoas maior tolerância à

variação do nível de iluminação. A associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT-NB 57)

fixa as iluminâncias mínimas para cada tipo de tarefa visual, no ambiente escolar.

Além do conforto térmico e lumínico, outro item de relevância é a acústica. Várias

pesquisas comprovam que os estímulos sonoros inadequados propiciam dificuldades de

comunicação professor/aluno. Para Freire (1996), as presenças de estímulos sonoros

inadequados originam dificuldades no ensino/aprendizagem, principalmente no que diz

respeito à inteligibilidade do som ambiente. Ainda segundo o autor, as interferências do ruído

podem causar dificuldades na comunicação oral em salas de aula, como a elevação do nível

natural da voz, a necessidade de repetição e interrupção nas explicações. Nesse sentido, o autor

chama atenção para a observância do uso e ocupação do solo em edificações escolares, já que é

importante isolar os espaços que produzem ruídos excessivos, a fim de evitar problemas

acústicos nas salas de aula.

Page 36: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

35

3.2.2 Conservação e acessibilidade dos banheiros

Sabe-se que a conservação dos banheiros também está relacionada à preservação coletiva

dos bens públicos pertencentes à escola. Da mesma forma compreende-se que a manutenção e

limpeza deve ser interesse de todos: discentes, docentes e demais funcionários que integram a

escola. Nesse sentido a manutenção dos banheiros deve ser preocupação diária do gestor da

escola, em razão do grande contingente de usuários destes espaços.

Segundo a Vigilância Sanitária, sabão líquido, papel higiênico e toalha de papel são

materiais indispensáveis para a complementação da higiene pessoal dos usuários. No entanto,

em grande parte dos estabelecimentos de ensino, nos banheiros vistoriados esses itens, quando

existem, são raros e, ao que parece, em quantidade insuficiente. Observou-se também que a

limpeza precisa ser realizada periodicamente, já que vários equipamentos verificados durante a

Figura 5: Banheiro feminino EMEF Anacleta Schneider Lucas

Figura 6: Banheiro masculino EMEF São Vicente de Paulo

Figura 7: Banheiro EMEF Castelo Branco

Figura 8: Banheiro feminino utilizado como depósito na EMEF Moacyr Avidos

Page 37: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

36

pesquisa se tratam de unidade de ensino de Educação Infantil que requer cuidados ainda mais

específicos.

Quanto ao levantamento realizado nas unidades de ensino sobre a conservação dos

banheiros (Gráfico 4), os resultados mostram que 12,5% dos banheiros apresentam classificação

ruim; em 37,5% dos casos é regular; 37,5% ficou na classificação bom; e apenas 12,5% na

classificação ótimo. Somando-se o estado de conservação dos banheiros, quando da verificação

in loco da equipe de fiscalização, constatou-se que em algumas unidades de ensino os banheiros

encontravam-se em condições insatisfatórias para o uso dos alunos.

Gráfico 4: Conservação dos banheiros

Gráfico 5: Condições de acessibilidade dos banheiros

No levantamento realizado sobre a existência de banheiros acessíveis nas unidades de

ensino pesquisadas (Gráfico 5), notou–se que 63% não apresentam banheiros adaptados e em

37% das unidades de ensino os banheiros possuem adaptação.

Na unidade de ensino CMEI Dr. Denizart Santos foi constatado nas duas vistorias

realizadas pela equipe do Fiscaliza Vitória que produtos de limpeza estavam dispostos em local

impróprio e de acesso às crianças, o que representa riscos de acidentes diante do acesso,

manuseio e circulação dos locais mencionados, conforme Figuras 09 e 10.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Ruim Regular Bom Ótimo

37% 63%

Adaptado

Não adaptado

Page 38: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

37

De forma geral, nenhuma das unidades de ensino da Região I obedece integralmente ao

que estabelece a NBR 9050/20043, quanto aos banheiros acessíveis no que diz respeito à

instalação de bacia, mictório, lavatório, boxe de chuveiro, acessórios e barras de apoio, além das

áreas de circulação, transferência, aproximação e alcance. Ao discutir o levantamento realizado

observamos que mesmo as unidades de ensino onde o banheiro é considerado adaptado pelo

responsável/gestor, não há acessibilidade em sua plenitude.

3 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) por meio da NBR 9050/2004 estabelece normas para a acessibilidade de pessoas com deficiência em relação a edificações, espaços físicos, mobiliários e equipamentos urbanos. A norma, que se apresenta em sua forma final como um manual técnico, é de responsabilidade da ABNT e foi elaborada por comissões de estudos formadas por representantes dos diferentes setores.

Figura 9: Trocador do banheiro do Grupo 1 CMEI Dr. Denizart Santos

Figura 10: Trocador do banheiro do Grupo 2 CMEI Dr. Denizart Santos

Figura 11: Banheiro do Grupo II CMEI Menino Jesus

Figura 12: Banheiro do CMEI Ernestina Pessoa

Page 39: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

38

3.2.3 Condições de acessibilidade

A Lei n° 10.098/2000 entende a acessibilidade como: “[...] possibilidade e condição de

alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos

urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa

portadora de deficiência ou mobilidade reduzida” (BRASIL, 2000). O passo seguinte para a

construção legal deste direito foi a aprovação do decreto n° 5.296, em 2 de dezembro de 2004,

regulamentando a Lei n° 10.048, de 8 de novembro de 2000, e a Lei 10.098, de 19 de

dezembro de 20004. O Decreto nº 5.296/2004, dispõe no artigo 24 que:

Nesse contexto, a análise da acessibilidade foi realizada através de uma visita in loco pela

equipe do Fiscaliza Vitória onde foram observadas as condições das unidades de ensino e suas

instalações. Através de um questionário, as escolas foram avaliadas juntamente com a

gestão/direção das mesmas onde se verificou a instalação desde a entrada, passando pelos

corredores, salas de aula, banheiros e finalmente os refeitórios. Os dados foram analisados de

acordo com as necessidades estabelecidas na NBR 9050/2004 da Associação Brasileira de

Normas e Técnicas (ABNT), na Lei n° 10.098/2000 e no decreto n° 5.296/2004.

Segundo a ABNT, no que diz respeito à NBR 9050 a entrada de alunos deve estar

preferencialmente localizada na via de menor fluxo de tráfego de veículos. Deve existir pelo

menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática

esportiva, de recreação, de alimentação, sala de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura

e demais ambientes pedagógicos.

Todos estes ambientes devem ser acessíveis. Pelo menos 5% dos sanitários, com no

mínimo um sanitário para cada sexo, de uso dos alunos, funcionários e professores devem ser

acessíveis. Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para

acessibilidade. Todos os elementos do mobiliário interno devem ser acessíveis, garantindo-se as

4 O Decreto n° 5.296/2004 regulamenta a Lei n° 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que específica, e a Lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários.

Page 40: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

39

áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo. Nas salas de

aula, quando houver mesas individuais para alunos, pelo menos 1% do total de mesas, com no

mínimo uma para cada duas salas de aula, deve ser acessível. As lousas devem ser acessíveis e

instaladas a uma altura inferior máxima de 0,90 m do piso. Deve ser garantida a área de

aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas. Todos os elementos do mobiliário da

edificação como bebedouros, aparelhos telefônicos, guichês e balcões de atendimento, bancos

de alvenaria, entre outros, devem ser acessíveis. As escadas e rampas devem ser providas de

instalação de corrimãos laterais e em duas alturas, dentre outras orientações (NBR 9050/2004).

Verificou-se, no entanto, que grande parte das unidades de ensino da Região I não

oferecem funcionalidade em suas edificações. Sabe-se que a ausência de adequações constitui-se

óbice às pessoas com deficiência, considerando a previsão constitucional que estabelece que o

ensino ministrado com base nos princípios da igualdade de condições para acesso e

permanência na escola (art. 206 CF/88). Nesse sentido, é indiscutível que a ausência de

adaptações nas escolas e no ambiente externo que atenda alunos com deficiência impossibilita-

os de participar, de forma plena, dos diversos contextos em que atuam, bem como usufruir dos

direitos inerentes a todos os indivíduos, entre outros, o direito à educação.

Nesse sentido é fundamental o compromisso do gestor público em adotar providências

no sentido de fazer cumprir o direito à educação. Assim como a sociedade em geral, as escolas

pesquisadas não se encontram preparadas para receber de forma adequada aos alunos com

alguma deficiência e com dificuldade de locomoção. Embora já se observem algumas iniciativas

para garantir minimamente as condições de acessibilidade a todos os cidadãos (integrantes da

escola ou não) que utilizem as dependências do ambiente escolar, reduzindo os efeitos das

deficiências de que são vítimas e fazendo cumprir os instrumentos legais que obrigam as

edificações públicas a se adequarem a essa finalidade.

A fiscalização do Poder Legislativo Municipal verificou que, das 9 (nove) escolas públicas

municipais da Região I que cumprem alguma orientação sobre a acessibilidade, não o fazem em

sua totalidade. Os dados indicam que serão precisos investimentos urgentes nas escolas públicas

da rede municipal, uma vez que as mesmas não estão preparadas para receber alunos com

deficiência e estão longe de se adequarem às normas estabelecidas pela NBR 9050/2004 e a

legislação que rege a matéria.

Quase todas as unidades de ensino necessitam de modificações básicas para

Page 41: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

40

acessibilidade, foram verificadas em algumas unidades de ensino banheiros sem adaptação

adequada ou mal adaptados, acessos irregulares com pisos desnivelados, inexistência de rampas,

entre outros fatores que dificultam a acessibilidade. Observou-se em vistoria pela equipe de

fiscalização que o CMEI Menino Jesus possui degraus no acesso a entrada da unidade de ensino

o que dificulta a acessibilidade (Figura 13). A EMEF São Vicente de Paulo não oferece rampa

de acesso à pessoa com deficiência em sua entrada principal, ou seja, uma pessoa com

deficiência, seja aluno ou não, irá se deparar com uma escadaria, o que dificulta a acessibilidade

na entrada da unidade de ensino (Figura 14).

Figura 13: Entrada do CMEI Menino Jesus

Os prédios onde funcionam as EMEFs Anacleta S. Lucas e Castelo Branco possuem

dois pavimentos, sendo que, em ambas, o acesso ao segundo andar se dá por escada, pois não

há rampas; impossibilitando (ou dificultando), pessoa com deficiência e as que possuem

dificuldades de locomoção de acessar o pavimento superior, conforme Figuras 15 e 16.

Figura 16: Escada de acesso ao 2° pavimento da EMEF Anacleta Schneider Lucas

Figura 14: Entrada da EMEF São Vicente de Paulo

Figura 15: Escada de acesso ao 2° pavimento da EMEF Castelo Branco

Page 42: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

41

Nesse sentido, o acesso fácil ao espaço escolar é condição básica e primordial para a

inclusão, sobretudo para os alunos com deficiências que, devido a etiologias variadas,

apresentam comprometimento da mobilidade, da coordenação motora, do senso de orientação

que dificultam, ou impedem, o acesso a determinados lugares e serviços. Nessa perspectiva, é

preciso ampliar o conceito de acessibilidade e transpor as barreiras burocráticas e atitudinais.

Ressalta-se que a Secretaria Municipal de Educação informou através do ofício n°

168/2012 SEME/GAB que “participa do Programa Escola Acessível5, que busca adaptar

arquitetonicamente os espaços escolares, de acordo com as necessidades dos alunos, buscando

garantir a construção ou adaptação de rampas, alargamentos de portas e passagens, adaptação

de sanitários, sinalização visual, tátil e sonora, instalação de corrimão, aquisição de cadeiras de

rodas, bebedouros, mobiliários e recursos de tecnologia assistiva”, contudo não foi verificado

nenhuma unidade de ensino na Região I que é contemplada com esse programa.

De forma geral, conquanto se reconheça o esforço do Executivo Municipal através de

algumas iniciativas, constata-se no que se refere às condições de acessibilidade das unidades

escolares que serão necessários grandes esforços para adequar as unidades aos parâmetros

definidos na legislação que rege a matéria, havendo assim necessidade de priorizar, tanto

quanto possível, as políticas públicas que guardem, direta ou indiretamente, relação com a

acessibilidade nos ambientes escolares.

Por fim, destaca-se o advento da Lei n° 13.146, de 06 de julho de 2015, que institui o

Estatuto da Pessoa com Deficiência. A legislação, que tem 180 dias para entrar em vigor (vacatio

legis), trata de questões relacionadas à acessibilidade e à inclusão em educação, saúde, trabalho,

infraestrutura, entre outros; traduzindo um avanço na política pública sobre os direitos

da pessoa com deficiência, com inafastável aplicação no âmbito da educação.

5 O Programa Escola Acessível é voltado para escolas públicas de ensino regular e objetiva fomentar a acessibilidade no contexto físico delas, assim como fornecer acesso a recursos didáticos e pedagógicos. A verba destina-se à adequação dos espaços edificados, com subsídio para ajuste de rampas, banheiros, rotas de acesso, aquisição de corrimãos em rampas e escadas e instalação de sinalização visual, tátil e sonora; como também se destina à aquisição de equipamentos e materiais de tecnologia assistiva.

Page 43: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

42

3.2.4 Itens de segurança e central de abastecimento de gás

Os itens de segurança são condição essencial para o regular funcionamento dos

estabelecimentos de ensino. Esses itens precisam ser observados pela unidade escolar mediante

diversos pré-requisitos exigidos por órgãos competentes. Ressalta-se que a necessidade de

vistorias do Corpo de Bombeiros está disposta na Lei n° 9.269/2009, e no Decreto n°

2.423/2009 do Governo do Estado do Espírito Santo.

Na mesma linha de exigência, vê-se a Lei n° 6.080/2003 que institui o Código de

Posturas e de Atividades Urbanas do Município de Vitória e que assegura no artigo 19, ipsis

litteris:

Nota-se, assim, que há exigências legais que regem a questão, notadamente diante da

importância, impacto e riscos que envolvem a inobservância dos parâmetros delineados.

Entrementes, contata-se que, a despeito da importância do tema, várias unidades escolares

municipais ainda não atendem por completo os itens de segurança necessários para o adequado

funcionamento das unidades de ensino (Quadro 3).

Quadro 3: Itens de segurança nas unidades de ensino

UNIDADE DE ENSINO

Alvará de funcionamento

Alvará do corpo de bombeiros

Alvará da vigilância sanitária

Saída de emergência

Extintores de incêndio

CMEI Ernestina Pessoa sim sim não sim sim

CMEI Carlita Corrêa Pereira nao nao nao nao sim

CMEI Menino Jesus sim sim sim sim sim

CMEI Denizart Santos nao não não sim sim

EMEF São Vicente de Paulo não não não sim sim

EMEF Moacyr Avidos não não não sim sim

EMEF Castelo Branco não não não sim sim

EMEF Anacleta Schneider Lucas não não não não sim

Escola da Ciência-Física não não não não sim

No levantamento realizado pelo Fiscaliza Vitória foi constatado que 78% das escolas da

Região I não possuem alvará de funcionamento. Das 9 (nove) escolas pesquisadas apenas o

CMEI Menino Jesus e o CMEI Ernestina Pessoa apresentam alvará do Corpo de Bombeiros e

somente o CMEI Menino Jesus apresenta alvará da vigilância sanitária. Sendo que 3 (três)

Art. 19. Todo estabelecimento com atividade comercial, industrial, prestador de serviços, localizado em áreas particulares ou públicas somente poderá funcionar com o respectivo alvará de localização e funcionamento emitido pela administração, concedido previamente a requerimento dos interessados. § 1º. Incluem-se no caput deste artigo os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, bem como as respectivas autarquias e fundações.

Page 44: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

43

escolas não possuem saída de emergência, correspondendo 33%.

As situações acima relatadas configuram irregularidade e descumprimento de normas de

segurança. Em questionamento realizado pelo “Fiscaliza Vitória” a respeito da falta desses itens

de segurança nas unidades de ensino, a Secretaria de Educação informou que “está trabalhando

em parceria com a Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Saúde e com o

Corpo de Bombeiros para regularizar a situação referente ao funcionamento”; porém não

definiu um prazo para que as irregularidades sejam resolvidas.

As unidades de ensino da Região I não possuem estrutura obrigatória de segurança

contra incêndios, o que representa sérios riscos aos alunos, professores e funcionários. Ressalta-

se que a fiscalização constatou problemas variados, dentre os quais ausência de sinalizadores de

saída de emergência e de equipamentos básicos, como extintores e hidrantes.

Figura 18: Extintores vencidos EMEF São Vicente de Paulo

Figura 17: Hidrante sem mangueira CMEI Carlita Corrêa Pereira

Figura 19: Hidrante sem mangueira próximo a quadra de esportes na EMEF Anacleta S. Lucas

Figura 20: Central de gás do CMEI Dr. Denizart Santos

Page 45: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

44

Outro item que merece atenção é a central de gás das unidades de ensino que é a

denominação dada ao local em que os recipientes de armazenamento de gás liquefeito de

petróleo (GLP) são montados para o consumo. Segundo orientações do Corpo de Bombeiros o

abrigo não deve estar perto de locais onde existam fontes de calor. Os acessos ao abrigo devem

estar sempre desimpedidos, com os equipamentos de proteção contra incêndio

(hidrantes/extintores) em funcionamento e com facilidade de acesso e operação. Em hipótese

alguma pode haver dentro do abrigo materiais combustíveis. O espaço também não pode ser

usado para guardar outros tipos de produtos.

No entanto, verificou-se que em algumas unidades escolares foram encontrados

pequenos obstáculos de acesso a central de gás, o que dificulta a livre circulação e compromete

a segurança dos locais. Via de regra, não foram encontrados hidrantes e extintores de incêndio

próximos da central de gás, tal qual recomenda o CBMES. Há, assim, necessidade de

adequação e conscientização dos profissionais e gestores responsáveis pelo espaço, de forma a

garantir maior segurança possível em relação a esse espaço sensível, por conta de sua natureza.

Page 46: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

45

3.2.5 Serviço de alimentação

Define-se como serviço de alimentação aquele que engloba todas as atividades

relacionadas ao preparo e à distribuição das refeições, incluindo atividades de recepção,

estocagem de alimentos, limpeza de utensílios e registro de dados. Este espaço possibilita, ainda,

o desenvolvimento de atividades educativas para crianças e adultos. A área de serviço de

alimentação deve prever, sempre que possível, refeitório, cozinha e áreas de apoio, tais como:

despensa geral, despensa fria, áreas de recebimento, pesagem de alimentos e central de gás.

A Secretaria de Educação informou que possui uma Coordenação de Alimentação e

Nutrição Escolar composta por 13 (treze) nutricionistas e 02 (dois) assistentes administrativos

que orientam toda a rede municipal. As nutricionistas, além de elaborar os cardápios, testam

receitas, verificam quantidades, orientam as compras, a preparação dos gêneros alimentícios e

realizam atividades de educação nutricional com toda a comunidade escolar. Além disso, a

equipe atua em parceria com o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), entidade responsável

por fiscalizar a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar no Município.

A Secretaria Municipal de Educação informou que essa equipe de nutricionistas,

elabora cardápios balanceados para os alunos e os encaminha às escolas. Segundo a SEME, as

cozinheiras de cada unidade de ensino preparam as refeições obedecendo às orientações da

Equipe. Os cardápios são elaborados de acordo com a faixa etária do aluno e de acordo com o

seu tempo de permanência na unidade de ensino. Ainda segundo a SEME, a equipe de

nutricionista visita periodicamente às escolas para orientar e fiscalizar o manuseio, o preparo

dos alimentos e se os cardápios estão sendo seguidos de acordo com a orientação. Os alimentos

utilizados na alimentação escolar são adquiridos de acordo com a Resolução CD/FNDE n° 26,

de 17 de junho de 2013 e a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.

O Quadro 4 retrata a existência e a conservação dos ambientes (Cozinha e Despensa)

nas unidades de ensino da Região I.

Page 47: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

46

Quadro 4: Existência e condição da cozinha e despensa nas unidades de ensino da Região I6 UNIDADE DE ENSINO COZINHA CONDIÇÕES DA

COZINHA DESPENSA CONDIÇOES

DA DESPENSA CMEI Ernestina Pessoa sim bom sim bom

CMEI Carlita Corrêa Pereira sim bom sim bom

CMEI Menino Jesus sim N/A não bom

CMEI Dr. Denizart Santos sim regular sim bom

EMEF São Vicente de Paulo sim regular sim bom

EMEF Moacyr Avidos sim bom sim bom

EMEF Castelo Branco sim bom sim bom

EMEF Anacleta Schneider Lucas sim bom sim bom

Escola da Ciência-Física N/A N/A N/A N/A

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

No levantamento realizado (Gráfico 6) foi constatado que 62% das escolas possuem

cozinhas adequadas para funcionamento (Bom), somente 13% foram consideradas na

classificação ótimo e 28% foram consideradas regular na pesquisa. Ressalta-se que as 4 (quatro)

refeições oferecidas aos discentes no CMEI Menino Jesus não são produzidas na unidade de

ensino, sendo terceirizadas (Contrato de fornecimento nº 096/2015). Das 8 (oito) escolas

pesquisadas, apenas uma não apresenta despensa de alimentos (CMEI Menino Jesus). No que

se refere à conservação das despensas (Gráfico 7) constatou-se que todas as escolas foram

consideradas adequadas. Em relação ao refeitório verificou-se que as maiorias das escolas

apresentam refeitório adequado para a demanda, inclusive no que se refere à quantidade de

mesas e cadeiras para atendimento dos discentes.

Gráfico 6: Conservação da cozinha7

Gráfico 7: Conservação das despensas8

6 Os dados utilizados foram retirados do 1° e 2° ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória. 7 Não incluso a Escola da Ciência-Física 8 Não incluso a Escola da Ciência-Física

25%

62%

13%

Ruim Regular Bom Ótimo

0

20

40

60

80

100

RuimRegular Bom

Ótimo

Page 48: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

47

A Secretaria de Educação informou que a disponibilização de profissionais para o

preparo e distribuição de alimentos é calculada conforme o quantitativo de estudantes

matriculados na unidade de ensino. Nos Centros de Educação Infantil é disponibilizado 1 (um)

profissional para cada grupo de 90 a 100 alunos. Nas unidades de Ensino Fundamental é

disponibilizado 1 (um) profissional para cada grupo de 120 a 150 alunos. Sendo que a

localização mínima em CMEIs e EMEFs é de 2 (dois) profissionais por unidade de ensino.

Figura 18: Despensa do CMEI Dr. Denizart Santos

Figura 17: Cozinha do CMEI Ernestina Pessoa

Figura 19: Refeitório da EMEF Moacyr Avidos

Figura 20: Refeitório do CMEI Carlita Corrêa Pereira

Page 49: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

48

3.2.6 Pátio, área de lazer, solário e parquinho

O ambiente físico é fator preponderante para o processo de ensino-aprendizagem.

Diante do que já foi exposto, é possível compreender que o processo de ensino-aprendizagem,

em todos os níveis, mas principalmente na Educação Infantil, acontece de forma significativa

quando uma série de fatores internos e externos contribui de forma conjunta, inclusive a

estrutura física do espaço educativo.

Nesse sentido, a influência do meio através da interação possibilitada por seus

elementos é contínua e penetrante. As crianças e/ou os usuários dos espaços são os verdadeiros

protagonistas da sua aprendizagem, na vivência ativa com outras pessoas e objetos, que

possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente

ou em pequenos grupos.

Assim, o espaço educativo deve ser planejado de forma a satisfazer as necessidades da

criança/aluno, ou seja, tudo deverá estar acessível ao educando, desde objetos pessoais, assim

como os brinquedos. Só assim o desenvolvimento ocorrerá de forma a possibilitar sua

autonomia, bem como sua socialização dentro das suas singularidades. De acordo com o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a organização do espaço físico,

os materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e o mobiliário não devem ser vistos como

elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional. O espaço físico das

instituições sempre reflete os valores que elas adotam e são marcas sugestivas do projeto

educativo em curso.

Os pátios das escolas do município de Vitória, de modo geral, não seguem um projeto

definido, sendo, na maioria das vezes, considerados apenas como um local onde as crianças

ficam quando não estão em sala de aula. Com o levantamento realizado foi possível identificar

algumas deficiências que precisam ser observadas com atenção.

No caso específico do CMEI Menino Jesus observa-se que o pátio e a garagem

funcionam no mesmo espaço, apenas delimitada por bancos, conforme Figura 21. Verificamos

que essa situação coloca em risco os alunos, tornando-se necessário providências no sentido de

estabelecer um limite físico funcional para sanar esse problema.

Observou-se também que o pátio externo da EMEF Anacleta S. Lucas está ao lado de

uma área de vegetação (Parque da Fonte Grande) possibilitando algum tipo de incidente com

Page 50: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

49

animais, já que o espaço é aberto, havendo possibilidade de eventualmente algum animal

utilizá-lo como abrigo. Além disso, as raízes das árvores estão pressionando o muro que pode ter

sua estrutura abalada, conforme Figura 22.

Há unidades de ensino fiscalizadas em que se constatou a existência de “parquinhos”

cujos brinquedos necessitam de manutenção ou troca, devido, principalmente, ao desgaste pela

(longa e contínua) utilização dos equipamentos. Chamou-nos atenção, ainda, o fato de não

haver nenhum tipo de cobertura (fixa, retrátil ou outra espécie) em algumas instalações,

trazendo inconvenientes quanto ao desenvolvimento das atividades, em particular nos dias de

sol forte.

Conquanto a legislação não estabeleça parâmetros para os pátios escolares, apenas

sugerindo um percentual de área livre sem criar critérios que garantam a qualidade deste espaço

para aprendizagem, a existência de áreas livres espaçosas, parte ensolaradas, parte sombreadas,

na delimitação dos ambientes destinados, principalmente à educação infantil, é muito

Figura 22: Pátio externo da EMEF Anacleta Schneider Lucas

Figura 21: Pátio e garagem do CMEI Menino Jesus

Figura 24: Pátio externo do CMEI Carlita Corrêa Pereira

Figura 23: Solário do CMEI Dr. Denizart Santos

Page 51: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

50

importante porque esses locais permitem às crianças desenvolver a psicomotricidade (correr,

pular, exercitar-se), participar de jogos ativos e estabelecer um maior contato com a natureza.

Diante das considerações apresentadas é possível concluir que a forma como o espaço

físico está organizado, principalmente na Educação Infantil, há interferência no processo de

desenvolvimento das crianças, já que a escola é o lugar onde as crianças passam diariamente

grande parte do tempo. Desse modo, as instituições precisam estar preparadas para recebê-las,

de forma a propiciar momentos de interação, cuidado, proteção, conforto, aprendizagens

significativas e desenvolvimento amplo e integral.

Page 52: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

51

3.2.7 Área administrativa: organização e espaço

Não há dúvidas que a organização administrativa é um aspecto importante e necessário

na unidade escolar, pois faz parte de um arranjo de condições que têm reflexo imediato no

trabalho pedagógico, incidindo na eficiência dos serviços ofertados. No decorrer das

observações realizadas na área administrativa pela equipe de fiscalização foi possível verificar

que as unidades de ensino encontram-se composta por sala de professores, sala destinada à

secretaria escolar, sala destinada à administração escolar (sala da direção), sala de coordenação e

sala de pedagogo.

Uma observação minuciosa da estrutura física desses espaços, possibilitou verificar as

particularidades de cada ambiente. Inicialmente foi verificada a sala dos professores, que de

modo geral se encontrava devidamente organizada com mesas, cadeiras, mural de avisos,

ventilador, banheiro. Em seguida, observou-se à sala de secretaria escolar, espaço restrito onde

estão dispostos diversos arquivos referentes a atividades acadêmicas dos alunos. Nesta sala foi

verificada a existência de cadeiras e prateleiras, todos bem distribuídos e devidamente

organizados. A estrutura pode ser comprovada pelas Figuras 25, 26, 27 e 28, constantes do

material de coleta de dados.

No que condiz ao espaço destinado a sala de administração escolar, percebeu-se a

existência de materiais de expediente e equipamentos necessários à correta execução das

atividades administrativas da instituição como impressoras, computador e armários destinados a

acomodação de materiais expediente e a arquivos gerais. No que concerne à sala da

Figura 25: Sala de Professores EMEF Moacyr Avidos

Figura 26: Secretaria Escolar CMEI Ernestina Pessoa

Page 53: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

52

Coordenação, trata-se de ambiente onde o profissional da coordenação e os pedagogos realizam

atendimentos. Verificou-se que nestes ambientes havia cadeiras, mesas, devidamente

organizadas.

Dessa forma, nos aspectos relacionados a organização e espaço das áreas

administrativas nas unidades de ensino da Região I, não se observou problemas nesses setores,

apenas a necessidade de reparos pontuais já informados a Secretaria de Educação através do

relatório das visitas in loco às unidades de ensino.

Figura 28: Sala da direção EMEF Carlita Corrêa Pereira

Figura 27: Sala da Coordenação EMEF Castelo Branco

Page 54: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

53

PARTE IV

ASPECTOS PEDAGÓGICOS

4.1 Números de alunos por sala

A organização das salas de aula é importante e necessária para definir as estratégias de

ensino, o modelo de gestão deste espaço educativo e, por fim, a obtenção dos resultados

propostos para as ações pedagógicas. O espaço físico, a quantidade de alunos e os critérios de

agrupamentos estabelecidos são elementos a serem considerados na organização das salas de

aula, pois são relevantes e indispensáveis para que o professor possa desenvolver suas atividades

e gerar resultados favoráveis.

4.1.1 Educação Infantil

O Conselho Municipal de Educação (COMEV), por meio da Resolução n° 06/19999,

estabelece no artigo 9° os parâmetros para organização de grupos de alunos e ainda estabelece

no parágrafo único do mencionado artigo que as turmas de 0 a 2 anos contarão ainda com

funcionário auxiliar, conforme quadro abaixo:

Quadro 5: Organização de grupos de alunos

Faixa etária Quantitativo de alunos por professor

0 – 1 Ano Até 9 crianças por professor

1 – 2 Anos Até 12 crianças por professor

2 – 3 Anos Até 15 crianças por professor

3 – 6 Anos Até 25 crianças por professor

A Resolução, contudo, não esclarece o quantitativo de alunos máximo por grupo e

também não especifica a quantidade de professores por grupo na Educação Infantil. Nesse

sentido, foi realizado contato com a equipe de Inspeção Escolar da Secretaria Municipal de

Educação para compreender como estão sendo organizados os grupos, já que, a Resolução

somente estabelece referenciais para organização dos grupos por faixa etária. Sendo assim, a

informação é que a organização dos grupos 1 e 2 contam com dois professores e dois Assistente

9A Resolução n° 06/1999 está em reestruturação no COMEV.

Page 55: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

54

de Educação Infantil (AEI). O grupo 3 teria um professor e um AEI e os grupos 4 e 5 trabalham

com um professor e um estagiário, não necessitando de AEI.

Torna-se necessário destacar também que a Resolução n° 06/1999 não estabelece as

dimensões dos espaços físicos para atender a determinado número de alunos, havendo apenas

uma recomendação que a área coberta mínima para as salas de atividades das crianças de 3 a 6

anos seja 1,50 m² por criança atendida. Nesse sentido, o que é registrado é a relação de

proporção de alunos e professores.

Numa perspectiva histórica, verificamos nos documentos do MEC que a possibilidade

da inclusão de crianças de 6 (seis) anos no Ensino Fundamental se dá a partir da LDB/96, que

na sua redação possibilita a matrícula facultativa de crianças com seis anos na primeira série do

ensino de oito anos. Posteriormente, a Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001, propõe a

ampliação para 9 (nove) anos do Ensino Fundamental obrigatório, com início aos 6 (seis) anos

de idade. É nesse contexto que foi sancionada, a Lei nº. 11.114, de 16 de maio de 2005, que

alterou os artigos 6º, 32° e 87° da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), tornando

obrigatório o início do Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos de idade. Em 6 de fevereiro de

2006, é instituída a Lei nº 11.274, que alterou os artigos 29, 30, 32 e 87 da LDB, ampliando

para 9 (nove) anos a duração do Ensino Fundamental e estabelecendo um prazo até 2010 para

que os Municípios, os Estados e o Distrito Federal organizem a nova política obrigatória nas

suas instituições de ensino.

Nesse contexto, verificamos no Sistema de Gestão Escolar que há vários CMEIs na

Região I, que ainda possui grupo 6 nos Centros Municipais de Educação Infantil, sendo que o

prazo estabelecido pela legislação para adequação foi até 2010. Foi realizado contato com a

equipe de Inspeção da Secretaria Municipal de Educação que informou que essas turmas do

grupo 6 que ainda se encontram nos CMEIs, seriam devido a falta de estrutura para absorvê-las

nas EMEFs. Contudo, a Inspeção informou que a parte de escrituração desses alunos se

encontra na EMEF apesar de estarem fisicamente no CMEI. Diante dessa constatação, torna-se

necessário que a Secretaria de Educação se adeque a legislação vigente, tendo em vista as

normativas estabelecidas, de forma a equacionar a inconsistência verificada.

Page 56: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

55

4.1.2 Ensino Fundamental

A Resolução n° 07/2008 do COMEV, que fixa normas relativas à organização e

funcionamento do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino de Vitória, estabelece

no artigo 1º, inciso IV, que a organização das turmas obedecerá aos limites máximos abaixo,

conforme quadro a seguir.

Quadro 6: Limite máximo de alunos por turma

Turmas Limites máximo de alunos por turma

1° ao 3° ano 25

4° ao 5° ano 28

6° ao 9° ano 32

Para a organização das turmas, além do parâmetro do número de alunos (as), respeitar-se-á o

limite mínimo de 1,20 m2 por aluno em sala de aula, com afastamento de 1,20 m do quadro,

sendo este espaço devidamente ampliado no caso de alunos (as) ou professores (as) que utilizam

cadeira de rodas, e/ou outro equipamento ou prótese de locomoção ou com especificidades que

requeiram maior espaço.

Não foi registrado nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental da Região I, no ano

de 2015, no Sistema de Gestão Escolar consultado no dia 22/05/2015 às 15:42 horas,

quantitativo de alunos superiores ao estabelecido na Resolução n° 07/2008. Nesse sentido, o

número de alunos por sala encontra-se dentro da média de atendimento estabelecida pelo

Conselho Municipal de Educação (COMEV).

Mesmo assim, para fazermos uma análise pormenorizada, foi solicitada a Gerência de

Planejamento (GEPLAN/SEME) a capacidade física das salas de aulas, contudo fomos

informados que não havia esses dados disponíveis. Apenas teriam como fornecer o quantitativo

de alunos por unidade de ensino. Nesse contexto, não temos condições de avaliar a real

capacidade das unidades de ensino, já que necessitamos de dados mais específicos para

realizarmos um panorama desse tema. É preciso ressaltar que esses dados são de extrema

importância para qualquer planejamento de capacidade das unidades e para mapear a

necessidade de ampliação de vagas no sistema.

Page 57: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

56

4.2 Acesso às tecnologias de informática e comunicação

4.2.1 Laboratório de informática – existência e utilização

Partindo da premissa de que ter acesso às informações e saber utilizá-las são fatores

determinantes no exercício da cidadania, é que se justifica a importância da educação para o

uso efetivo das novas tecnologias de informação e comunicação. Considerando a condição

socioeconômica de parte significativa dos alunos que frequentam a escola pública, compreende-

se que a informática na escola é um meio de favorecer a eles um bem cultural que deveria ser

disponível a todos, mas que, a despeito dos avanços dos últimos anos, ainda se encontra restrito

às camadas sociais mais privilegiadas. A democratização do acesso a esses insumos tecnológicos

é um desafio aos educadores, que demonstram dificuldades em conciliar os conteúdos

acadêmicos com os instrumentos e ambientes multimídia.

O Quadro 7 evidencia a existência e o nível de conservação dos laboratórios de

informática nas unidades de ensino da Região I.

Quadro 7: Existência e condição do Laboratório de Informática nas unidades de ensino da Região I10 UNIDADE DE ENSINO LABORATÓRIO DE

INFORMÁTICA CONDIÇÕES DO LABORATÓRIO

DE INFORMÁTICA CMEI Ernestina Pessoa não -

CMEI Carlita Corrêa Pereira sim -

CMEI Menino Jesus não -

CMEI Dr. Denizart Santos sim -

EMEF São Vicente de Paulo sim regular

EMEF Moacyr Avidos sim bom

EMEF Castelo Branco sim regular

EMEF Anacleta Schneider Lucas sim bom

Escola da Ciência-Física N/A N/A

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

Nas visitas realizadas pela Equipe de Fiscalização foi observado que em 75% das

unidades de ensino da Região I existem laboratórios de informática, conforme gráfico 8.

Considerando a existência de 6 (seis) salas de laboratórios de informática, verificou-se as

condições estruturais e de equipamento existentes, obtendo-se os resultados que indicam que

50% dos laboratórios apresentam condições regular e 50% indicam laboratórios em boa

condição, conforme gráfico 9.

10 Os dados utilizados foram retirados do 1° e 2° ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória.

Page 58: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

57

Gráfico 8: Laboratório de informática

Gráfico 9: Condições do laboratório de informática

Observa-se que nas visitas as unidades de ensino que possuem laboratórios todas

estavam em funcionamento. No entanto, a estrutura física dos espaços dos laboratórios de

informática e da sua efetiva utilização no cotidiano das escolas realçou, em alguns casos,

contrastes de problemas técnicos, de infraestrutura e recursos humanos (internet deficiente,

falta de estagiário ou orientador, rede elétrica deficiente e falta de manutenção nos

equipamentos de informática).

Mesmo assim, observou-se que as estratégias empreendidas por alguns gestores oferecem

indícios de que o cotidiano escolar constitui-se em diferencial na busca de soluções para o uso

efetivo das tecnologias da informação e comunicação nas escolas. Entretanto, algumas situações

referentes à gestão dos laboratórios de informática mostraram-se baseadas em improvisos que

culminam no não atingimento (ou comprometimento) dos objetivos de uso desses espaços de

maneira plena.

Esse contexto, reforça a consabida ideia que não basta implantar um laboratório de

informática ou mesmo distribuir computadores, mas é preciso que os mecanismos subjacentes a

esse modelo educacional sejam compreendidos e pensados para que os laboratórios de

informática não sejam subutilizados ou mesmo transformados em mera peça decorativa nas

escolas.

Tendo em vista que a situação de infraestrutura e de uso dos laboratórios de informática

nas escolas visitadas é diversificada, considerando o fato de que 25% das unidades escolares

pesquisadas ainda não possuem laboratórios de informática, faz-se necessário, tanto quanto

25%

75%

sem laboratório com laboratório

50%

50%

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Page 59: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

58

possível, implementar políticas públicas visando fomentar a inclusão digital no contexto

educacional, observando-se a dimensão da variável “contexto escolar”, ou seja, a necessária

observância das especificidades da informática aplicada ao universo escolar.

Figura 29: Laboratório de informática CMEI Carlita Corrêa Pereira

Figura 30: Laboratório de informática EMEF Anacleta Schneider Lucas

Figura 32: Laboratório de informática

EMEF Moacyr Avidos

Figura 31: Laboratório de informática CMEI Dr. Denizart Santos

Page 60: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

59

4.2.2 Biblioteca

A importância da leitura no processo educativo é inquestionável. Os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) exigem que a escola crie oportunidades para que crianças e

jovens usem a linguagem em suas diferentes modalidades. A partir desta compreensão, foi

sancionada, a Lei nº 12.224, em 25 de maio de 2010, que obriga a instalação de bibliotecas em

todas as instituições de ensino do país.

Nessa perspectiva, a biblioteca constitui-se um recurso pedagógico eficiente, por reunir

registros de conhecimentos produzidos pela humanidade, seja em forma de livros, periódicos,

documentos, mapas e outros. É o espaço privilegiado para influenciar o gosto pela leitura,

pesquisa, elaboração de atividades e assume destaque na construção do conhecimento.

Contudo, apesar da relevância pedagógica da biblioteca, esse ambiente escolar muitas vezes tem

sido desprezado pelas políticas públicas e pelas práticas docentes.

Silva (2009, p. 115), no artigo “Biblioteca escolar: organização e funcionamento”,

propõe que a biblioteca seja um local confortável, com iluminação e ventilação adequada, área

disponível de pelo menos 1,20 m² por aluno e com o máximo de acessibilidade possível (rampas

de acesso, piso antiderrapante etc). O mobiliário deve ter um tamanho adequado para as faixas

etárias atendidas, além de ser resistente, estável e flexível para poder ser trocado de lugar, por

exemplo, no caso de exposições ou hora do conto. A mesa do bibliotecário deve ficar disposta

num ponto estratégico, de forma a poder visualizar todo espaço, e deve haver disponibilidade

de mesas para pesquisa e estudo.

Figura 35: Biblioteca do CMEI Menino Jesus

Figura 33: Biblioteca da EMEF Anacleta Schneider Lucas

Page 61: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

60

Percebe-se a importância da organização do espaço e do acervo para a criação de um

ambiente acolhedor para os educandos. Dessa forma, podemos perceber a extrema importância

de um mediador comprometido em adequar o espaço ao público alvo, em criar estratégias para

desenvolver as habilidades de pesquisa e leitura e em mediar práticas de leitura literária

relevantes para os estudantes.

O Quadro 8 evidencia a existência e a condição da Biblioteca nas unidades de ensino da

Região I.

Quadro 8: Existência e condição da Biblioteca nas unidades de ensino da Região I11

UNIDADE DE ENSINO BIBLIOTECA CONDIÇÕES DA BIBLIOTECA

CMEI Ernestina Pessoa não -

CMEI Carlita Corrêa Pereira não -

CMEI Menino Jesus sim ótimo CMEI Dr. Denizart Santos não - EMEF São Vicente de Paulo sim regular EMEF Moacyr Avidos sim bom EMEF Castelo Branco sim bom EMEF Anacleta Schneider Lucas sim bom Escola da Ciência-Física N/A N/A

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

Nota-se que na rede municipal, a maioria das unidades de ensino (63%) da Região I, já

cumpre essa exigência, mantendo espaços próprios destinados ao incentivo da leitura, à

pesquisa, aliados essenciais de alunos e professores na realização de suas atividades (Gráfico 10).

11 Os dados utilizados foram retirados do 1° e 2° ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória.

Figura 36: Biblioteca da EMEF Castelo Branco

Figura 34: Biblioteca da EMEF Moacyr Avidos

Page 62: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

61

Gráfico 10: Quantitativo de biblioteca12

Gráfico 11: Condição estrutural da biblioteca

Considerando a existência de 8 unidades de ensino (não incluída a Escola da Ciência-

Física), foi observada a existência de 5 (cinco) bibliotecas, verificou-se as condições estruturais,

obtendo-se os resultados que indicam que 20% das bibliotecas apresentam condições regular,

20% apresentam classificação ótima e 60% indicam bibliotecas em boas condições (Gráfico 11).

Sendo que todas as Escolas de Ensino Fundamental e o CMEI Menino Jesus possuem

biblioteca. Segundo a Secretaria Municipal de Educação somente as Escolas de Ensino

Fundamental possuem bibliotecário; cenário confirmado nas visitas in loco quando da

fiscalização nas unidades de ensino da Região I.

12 12 Não inclui a Escola da Ciência-Física

37%

63%

Sem biblioteca Com biblioteca

20%

60%

20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Ruim Regular Bom Ótimo

Page 63: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

62

4.3 Práticas esportivas

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação reconheceu a educação física como componente

prioritário no processo de educação. A LDB também definiu, em seu art. 26, §3º, a prática

integrada à proposta pedagógica da escola, como componente curricular obrigatório da

Educação Básica, sendo facultativa aos alunos nos casos estabelecidos pela Lei nº 10.793/2003.

O levantamento realizado pela Equipe do Fiscaliza Vitória – DFRC, no 1° e no 2° ciclo

de visitas, teve como objetivo traçar um panorama sobre a existência e as condições estruturais

das quadras esportivas na Região I.

O Quadro 9 apresenta os levantamentos realizados pela Equipe de Fiscalização, os quais

mostram a existência de Quadra Esportiva nas unidades de ensino da Região I.

Quadro 9: Existência e condição da Quadra Esportiva nas unidades de ensino da Região I13

UNIDADE DE ENSINO QUADRA ESPORTIVA CONDIÇÃO DA QUADRA ESPORTIVA

CMEI Ernestina Pessoa não -

CMEI Carlita Corrêa Pereira não -

CMEI Menino Jesus não -

CMEI Dr. Denizart Santos não -

EMEF São Vicente de Paulo sim ruim

EMEF Moacyr Avidos sim bom

EMEF Castelo Branco sim regular

EMEF Anacleta Schneider Lucas sim bom

Escola da Ciência-Física N/A N/A

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliados.

No que se refere ao espaço físico apropriado para a efetivação das atividades esportivas,

50% das unidades escolares não possuem quadra esportivas, conforme Gráfico 12. Dentre

aquelas que possuem quadra, apenas 50% estão em boas condições, sendo que a outra metade

foi classificado em condição ruim (25%) e regular (25%), conforme Gráfico 13.

13 Os dados utilizados foram retirados do 1° e 2° ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória.

Page 64: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

63

Quanto às condições estruturais das quadras, as equipes detectaram que as quadras

estavam em condições variando de ruim a bom, sendo que a quadra de esportes da EMEF

Castelo Branco encontra-se em condições regular, enquanto que a quadra de esportes da EMEF

São Vicente de Paulo encontra-se em condições ruim para uso. O CMEI Ernestina Pessoa não

possui quadra e utiliza a quadra do antigo Colégio Americano.

No levantamento realizado foi identificado que algumas quadras esportivas necessitam

de reparos pontuais, pois apresentam rachaduras, iluminação insuficiente, alambrados

necessitando de reparos, dentre outras precariedades que necessitam de atenção, conforme

ilustrado nas Figuras 37 e 38.

0

1

2

3

4

sem quadracom quadra

Figura 37: Alambrado da quadra esportiva EMEF Castelo Branco

Figura 38: Alambrado da quadra esportiva EMEF Anacleta Schneider Lucas

Gráfico 12: Quantitativo de quadras esportivas

0%

50%

25%

25%

Ótimo Bom Regular Ruim

Gráfico 13: Condições das quadras esportivas

Page 65: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

64

Diante das verificações levantadas pela Equipe de Fiscalização podemos apontar a

questão do espaço físico e das instalações como fatores que podem comprometer de modo

significativo o trabalho pedagógico. Nesse sentido, é importante atentar para os problemas

relacionados ao trabalho docente nas condições apresentadas, de forma que superando as

deficiências estruturais (materiais, do espaço físico e de instalações) a Educação Física consolide

sua importância no âmbito da Educação Básica.

Page 66: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

65

PARTE V

SISTEMA DE GESTÃO ESCOLAR (SGE)

O Sistema de Gestão Integrada (SGI) começou a ser implantado em 2010, através de

um projeto piloto, e a partir daí foi difundido para uso em todas as escolas do Sistema

Municipal de Educação da Prefeitura de Vitória. Esse sistema foi desenvolvido pela equipe da

Subsecretaria de Tecnologia da Informação (SUBTI), integrada à Secretaria de Fazenda de

Vitória, em parceria com a Secretaria de Educação (SEME), e visa à informatização das

secretarias escolares e à integração das Unidades de Ensino.

O Sistema de Gestão Escolar (SGE) foi instituído em 2012, através da Portaria n°

105/2012, como ferramenta gerencial da Rede Pública Municipal de Ensino. O sistema

possibilita o registro, acompanhamento e controle das atividades fins das Unidades Municipais

de Ensino e atualiza, em tempo real, a base de dados gerenciais. Esse sistema é utilizado pelas

Unidades de Ensino para incluir, editar ou cancelar informações das rotinas administrativas e

acadêmicas escolares.

Page 67: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

66

5.1 Matrículas na rede municipal de ensino

A Portaria nº 042/2014 normatiza o processo de cadastramento eletrônico unificado e

de matrículas novas, nos Centros Municipais de Educação Infantil do município de Vitória,

compreendendo as crianças na faixa etária de 06 (seis) meses a 05 (cinco) anos. Para cada

Unidade de Ensino, o SGE posiciona, de forma automática, as solicitações de vagas cadastradas

eletronicamente, em ordem crescente, de acordo com as faixas etárias com os seguintes critérios

de prioridade do sistema: crianças com deficiências e/ou transtornos globais do

desenvolvimento; criança que reside mais próximo da Unidade de Ensino, seguindo os critérios

de Prioridade Alta, Prioridade Média e Prioridade Baixa; e criança que tenha irmão/irmã já

matriculado(a) na Unidade de Ensino.

As matrículas novas deverão ser efetivadas, por grupo e turno, em observância à

capacidade instalada das salas de aula e ao parâmetro de alunos estabelecido pelo Conselho

Municipal de Educação, atendendo somente aos moradores deste Município. Ainda a Portaria

de matrícula 042/2014, estabelece que processo de seleção para atendimento em horário

integral, deverá estar em conformidade com os critérios estabelecidos no Decreto nº

15.071/201114. Nas regiões atendidas pelos Núcleos Brincartes os alunos, a partir da data que

completarem 04 (quatro) anos de idade, serão atendidos naqueles espaços, observados os

critérios estabelecidos no Decreto nº 15.071/2011. Nas regiões não contempladas pelos

Núcleos Brincartes, o atendimento em tempo integral aos alunos será feito na própria Unidade

de Ensino, em consonância com os critérios estabelecidos no mencionado Decreto.

Já o processo de organização das matrículas no Ensino Fundamental de Vitória é

realizado de forma unificada com as escolas da rede estadual de ensino e das escolas das redes

municipais da Região Metropolitana da Grande Vitória através da Portaria Estadual n° 148-R,

de 17 de setembro de 2014, para o ano letivo de 2015. O ingresso no ensino fundamental será

a partir de 06 (seis) anos de idade, completados até 31 de março de 2015.

A organização das turmas deverá seguir os parâmetros estabelecidos pelo sistema

municipal de ensino de Vitória, observando as normativas vigentes. O processo de matrícula no

ensino fundamental está dividido em quatro procedimentos: rematrícula ou renovação de

14 Estabelece critérios para matrícula e permanência de alunos da Rede Municipal de Ensino de Vitória no Projeto Educação em Tempo Integral. O Decreto estabelece critérios a serem adotados pelas Escolas de Ensino Fundamental e pelos Centros de Educação Infantil integrantes da Rede Municipal de Ensino de Vitória, para matrícula e permanência de alunos no Projeto Educação em Tempo Integral

Page 68: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

67

matrícula, solicitação de transferência para outra unidade escolar da rede pública, Chamada

Pública Escolar (conhecida como "Dia C", atendendo as pessoas que ainda não estão inseridas

no sistema público de ensino) e matrícula de alunos cadastrados na Chamada Pública Escolar

(Dia C). A seguir serão apresentados dados gerais sobre estabelecimentos de ensino e

matrículas, permitindo uma visão geral da oferta e do acesso à educação na Região I, no

município de Vitória.

Gráfico 14: Matrículas nas Unidades de Ensino no ano de 2013 a 2015

Fonte: INEP, 2015

Verifica-se no Gráfico 14 a evolução no quantitativo de matrículas nas unidades de

ensino da Região I no ano de 2013 a 2015. No CMEI Menino Jesus observa-se que o número

de matrículas no ano de 2015 aumentou 8,6% quando comparado ao ano de 2013. Por sua vez,

os CMEIs Ernestina Pessoa, Dr. Denizart Santos e Carlita Corrêa Pereira apresentaram uma

redução no ano de 2015, quando comparado a 2013, na ordem de 8,4%, 7% e 17,5%,

respectivamente. Em relação as EMEFs São Vicente de Paulo e Castelo Branco, no mesmo

período, foi constatado que as matrículas aumentaram 12,2% e 23,3% respectivamente. Já nas

EMEFs Anacleta Schneider Lucas e Moacyr Avidos verificou-se uma redução no número de

matrículas no ano de 2015, devido ao fato dessas unidades terem se tornado Escolas de Tempo

Integral.

Pode-se, também, apresentar a Matrícula Inicial distribuída por etapas (Gráfico 15),

0 100 200 300 400 500 600

CMEI MENINO JESUS

CMEI ERNESTINA PESSOA

CMEI DENIZART SANTOS

CMEI CARLITA CORRÊA PEREIRA

EMEF ANACLETA SCHNEIDER

EMEF SÃO VICENTE DE PAULO

EMEF CASTELO BRANCO

EMEF MOACYR AVIDOS

2015

2014

2013

Page 69: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

68

destacando que a Educação Infantil representa 36,62% (860 matrículas) e o Ensino

Fundamental, concentra 63,37% (1.488 matrículas), em 2015.

Gráfico 15: Matrícula inicial por etapas

Fonte: INEP, 2015

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

20132014

2015

943

850 860

1596 1570

1488

Educação Infantil

Ensino Fundamental

Page 70: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

69

5.2 Procedência dos alunos matriculados

Consultando o Sistema de Gestão Escolar no dia 09/06/2015 às 15 horas, foi possível

constatar a procedência dos alunos que estão matriculados nas unidades de ensino da Região I.

Verificou-se que do total de 2.326 alunos matriculados nas unidades de ensino da Região I,

aproximadamente 54 (cinquenta e quatro) alunos matriculados na rede municipal de Vitória

são procedentes de outros municípios.

Tabela 4: Procedência dos alunos matriculados na rede municipal de Vitória15 Unidade de Ensino

Alunos matriculados

Aluno de outros municípios

CMEI Menino Jesus 113 0 CMEI Ernestina Pessoa 259 1 CMEI Dr. Denizart Santos 262 6 CMEI Carlita Corrêa Pereira 226 0 EMEF Anacleta Schneider Lucas 280 2 EMEF São Vicente de Paulo 555 17 EMEF Castelo Branco 296 4 EMEF Moacyr Avidos 335 24 Total 2326 54

Constatou-se que 100% dos alunos matriculados no CMEI Menino Jesus e no CMEI

Carlita Corrêa Pereira são procedentes do município de Vitória. No CMEI Dr. Denizart Santos

do total de alunos de 262 (duzentos e sessenta e dois) alunos matriculados, cerca de 6 (seis)

matrículas correspondem a alunos pertencentes a outros municípios, sendo 4 (quatro) alunos

de Cariacica e 2 (dois) alunos de Vila Velha. Já no CMEI Ernestina Pessoa do total de 259

(duzentos e cinquenta e nove) alunos matriculados, 1 (um) é procedente do município de Serra.

Na EMEF Anacleta Schneider Lucas do total de 280 (duzentos e oitenta) alunos, duas

matrículas correspondem a alunos de outros municípios (Cariacica e Vila Velha). Na EMEF São

Vicente de Paulo do total de 555 (quinhentos e cinquenta e cinco) alunos, cerca de 17

(dezessete) matrículas são provenientes de outros municípios, sendo 13 (treze) de Cariacica, 1

(um) de Serra e 3 (três) de Vila Velha. Na EMEF Castelo Branco do total de 296 (duzentos e

noventa e seis) alunos, 4 (quatro) são do município de Cariacica. Na EMEF Moacyr Avidos do

15 Possíveis oscilações no quantitativo de alunos matriculados nas unidades de ensino podem ser devido a transferências, matrículas novas, desistências, remanejamento, dentre outros.

Page 71: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

70

total de 335 (trezentos e trinta e cinco) alunos, 24 (vinte e quatro) são pertencentes a outros

municípios, sendo 17 (dezessete) de Cariacica, 1(um) de Serra e 6 (seis) do município de Vila

Velha.

No ponto em referência, importante ressaltar a Portaria nº 042/2014 e Portaria

Conjunta nº 148/2014 da SEDU e Secretarias Municipais de Educação da Região

Metropolitana. A primeira “normatiza o processo de cadastramento e matrículas novas nos

CMEIs no ano de 2015” e a segunda “estabelece normas para as matrículas no ensino

fundamental e médio em todas as escolas da rede pública estadual e nas escolas das redes

públicas municipais da região metropolitana da Grande Vitória para o ano letivo de 2015”.

Nesse sentido, há referência de que para cadastramento e matrícula nova nos CMEIs e EMEFs

o beneficiário/aluno precisa ser morador do município de Vitória.

A diretriz mencionada, quando confrontado com os números apresentados (Tabela 4),

traz à baila aparente inconsistências que precisam ser esclarecidas, vez que há um número

considerável de alunos matriculados na rede municipal de Vitória que tem procedência em

outros municípios da Região Metropolitana; fato que, inclusive, no ano de 2013, foi objeto de

análise e de Notificação Recomendatória do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

(MPES), oportunidade em que foi recomendado, dentre outros pontos, a adequação referente à

necessidade de se “evitar a matrícula de crianças/adolescentes residentes em outros municípios

da Grande Vitória em unidades escolares que integram a educação infantil e o ensino

fundamental da rede municipal de ensino de Vitória, em detrimento do acesso de alunos

residentes nesta Capital”.

Page 72: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

71

5.3 Lista de Espera

A Lista de Espera nas unidades de ensino serve como parâmetro para analisar a

necessidade de abertura de vagas nas unidades da rede municipal de ensino, bem como

possibilita identificar a real necessidade de abertura de vagas na rede para planejamentos,

adaptações e ações futuras.

O Sistema de Gestão Escolar posiciona as solicitações de vagas cadastradas

eletronicamente, em ordem crescente, de acordo com as faixas etárias e com critérios (crianças

com deficiências e/ou transtornos globais do desenvolvimento; criança que reside, mas próximo

da unidade de ensino, seguindo os critérios de prioridade alta, média e baixa; e crianças que

tenha irmão/irmã já matriculados na unidade de ensino). Assim, os pais ao solicitarem suas

inscrições tem a opção de escolher três unidades de ensino.

Não obstante, disso decorre aparente inconsistência nos levantamentos da necessidade

de abertura de vagas, já que não se retira do sistema o aluno que já conseguiu a vaga e foi

matriculado na unidade de ensino do município, havendo o remanejamento na lista de espera

de acordo com as prioridades definidas no SGE.

Nesse sentido, as crianças que constam na lista de espera não representam déficit real de

vagas no sistema, já que as crianças mesmo matriculadas em outra unidade de ensino do

município continuam no sistema para as opções escolhidas remanescentes, pois às vezes a

criança foi matriculada em uma unidade de ensino que não corresponde a unidade de

preferência dos pais (permanecendo assim constando na lista de espera para outra unidade de

ensino).

Some-se a isso o fato de ser um cadastro permanente, ou seja, se a família não for

contemplada com uma vaga, ela não precisa voltar a unidade de ensino para repetir o cadastro.

Anualmente, as famílias farão apenas a atualização dos dados, o que pode comprometer a

análise quanto a real necessidade de abertura de vagas no sistema de ensino.

Acreditamos que seria interessante que esses alunos que já estão matriculados na rede,

mas que os pais desejam outra unidade de ensino não permanecesse na lista de espera. Talvez

uma opção fosse criar no sistema SGE uma lista de remanejamento integrada, possibilitando

assim que a lista de espera retrate com maior precisão a real necessidade de abertura de vagas na

rede de ensino.

Page 73: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

72

Com efeito, a Lista de Espera, pelo funcionamento atual, não gera de forma segura

dados consistentes que possibilitem identificar a real demanda por vagas. Os dados do

quantitativo de crianças na lista de espera ajuda a visualizar melhor o problema específico. Das

oito Unidades de Ensino observadas na Região I (não incluída a Escola de Ciência-Física), foi

constatado que 440 crianças aguardam na lista de espera (Gráfico 16).

Gráfico 16: Quantitativo de crianças na lista de espera nas Unidades de Ensino da Região I

Fonte: SGE consultado no dia 11/06/2015 às 15 horas

Conforme explicitado, o número apresentado – 440 crianças em lista de espera – traduz

um quantitativo que não necessariamente represente o déficit de vagas real no sistema de

ensino do município de Vitória, devido às circunstâncias e critérios adotados pelo Sistema de

Gestão Escolar. Em nosso sentir, faz-se necessário análise quanto aos apontamentos delineados,

de forma a aperfeiçoar os critérios, permitindo aos gestores maior confiabilidade nos dados

fornecidos.

0

50

100

150

200

250

CMEIErnestina

Pessoa

CMEI Dr.DenizartSantos

CMEI CarlitaCorreaPereira

EMEFAnacleta

Schneider

EMEF SãoVicente de

Paulo

EMEF CasteloBranco

EMEF MoacyrAvidos

Page 74: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

73

PARTE VI

RECURSOS HUMANOS

6.1 Servidores do quadro do magistério

Quanto ao atendimento regular à educação, apesar de algumas unidades de ensino

apresentarem em seus quadros docentes profissionais contratados, não registramos déficit

significativo de professores para o serviço ofertado, situação que corrobora com a Constituição

Federal no seu artigo 206, que disciplina que o ensino será ministrado, entre outros princípios,

efetivando a “valorização dos profissionais de ensino, garantidos na forma da lei plano de

carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso público,

exclusivamente por concurso público de prova de títulos”.

Nesse sentido, a contratação temporária só deve ocorrer atendendo excepcional

interesse público como prescreve a legislação. Quando configurada a carência de docentes,

sugere-se ao gestor priorizar a organização de processo seletivo, utilizando profissionais

aprovados em concurso público, conforme legislação vigente.

Na rede municipal de ensino do município de Vitória das 9 (nove) escolas pesquisadas

foi possível constatar no quadro de docentes das unidades de ensino da Região I, o quantitativo

de contratados, informado pelo Setor de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de

Educação, que se apresenta dentro dos limites previstos.

A tabela a seguir retrata o quantitativo de professores por unidade de ensino fornecida

pela Gerência de Recursos Humanos/SEME e o levantamento realizado pelo Fiscaliza Vitória.

O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Page 75: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

74

Tabela 5: Quantitativo de Professores por unidade de ensino

Unidade de Ensino

Quadro de professores16

(SEME)

Quadro de professores

(Fiscaliza Vitória)

Efetivos Contratados Efetivos Contratados CMEI Menino Jesus 14 0 15 0

CMEI Ernestina Pessoa 21 3 24 0

CMEI Denizart Santos 19 0 20 1

CMEI Carlita C. Pereira 20 0 19 0

EMEF Anacleta S. Lucas 25 0 25 0

EMEF São V. de Paulo 34 1 35 0

EMEF Castelo Branco17 26 0 N/A N/A

EMEF Moacyr Avidos 25 0 25 2

Escola da Ciência Fisica 4 0 4 0

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

Registre-se que os quantitativos de professores apresentado tem por base informações

repassadas pela Secretaria Municipal de Educação (SEME) e informações que foram obtidas

pela Equipe do Fiscaliza Vitória junto aos gestores das Unidades de Ensino, quando a

fiscalização in loco. Os números apresentam pequenas divergências, mas que não compromete,

por si só, a análise do ponto em referência.

A Secretaria de Educação informou através do Ofício n° 153/15 – SEME/GAB

processo n° 1804544/2014 que nas situações de afastamentos legais (licença médicas,

maternidade, investidura em cargo comissionado/função gratificada, frequência a curso de

Mestrado e Doutorado, dentre outros), se recorre ao processo de contratação temporária, bem

como aos servidores que já atuam na rede de ensino, para Carga Suplementar de Trabalho,

conforme previsto nos artigos 15 e 16 da lei n° 6.754/82 do Plano de Cargos, Carreira e

Vencimentos do Servidor do Magistério Público do Município de Vitória.

Os Diretores da Rede Municipal de Vitória são escolhidos por meio de eleição,

apresentando mandato definido. Por sua vez, a função de Coordenador é ocupada por meio de

concurso público. A Rede Municipal de Vitória conta atualmente com o seguinte quadro de

profissionais, que atuam em Creches, Pré-Escolas e Escolas de Ensino Fundamental, conforme

quadro abaixo:

16 Dados fornecidos pela Gerência de Recursos Humanos da SEME no dia 12 de junho de 2015

17 A EMEF Castelo Branco não disponibilizou os dados até o fechamento do relatório.

Page 76: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

75

Tabela 6: Natureza do vínculo empregatício dos Coordenadores e Pedagogos

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SEME18

FISCALIZA VITÓRIA

UNIDADE DE ENSINO

Coordenador19

(PEB IV)

Pedagogo20 (PEB IV)

Coordenador

Pedagogo

Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados

CMEI Menino Jesus - - 2 - - - 2 -

CMEI Ernestina Pessoa - - 2 2 - - 3 -

CMEI Dr Denizart Santos - - 2 2 - - N/A N/A

CMEI Carlita C. Pereira - - 4 - 4 - - -

EMEF Anacleta S. Lucas 5 - 2 - 4 - 2 -

EMEF São V. de Paulo 3 1 4 - 4 - 4 -

EMEF Castelo Branco21 3 - 3 1 N/A N/A N/A N/A

EMEF Moacyr Avidos 3 - 4 - 2 - 4 -

Escola da Ciência Fisica - - - - - - - -

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

Os dados mostram o número de profissionais em cada uma das funções de

Coordenador e Pedagogo. Ressalta-se que os quantitativos apresentados têm por base

informações repassadas pela Secretaria Municipal de Educação (SEME) e informações que

foram obtidas pela Equipe do Fiscaliza Vitória junto aos gestores das Unidades de Ensino,

quando a fiscalização in loco. Os números apresentam pequenas divergências, mas que não

compromete, por si só, a análise do ponto em referência.

Nesse contexto, conquanto algumas unidades de ensino apresentarem em seus quadros

profissionais contratados, não foram identificados déficits em relação aos profissionais de

educação que pudessem comprometer o bom e adequando funcionamento nas Unidades de

Ensino analisadas.

18 Dados fornecidos pela Gerência de Recursos Humanos da SEME no dia 12 de junho de 2015. 19 Os Coordenadores possuem carga horária diferenciada, sendo alguns de 44 horas e outros de 25h. 20 Os Pedagogos possuem carga horária diferenciada, sendo alguns de 44 horas e outros de 25h. 21 A EMEF Castelo Branco não disponibilizou os dados até o fechamento do relatório.

Page 77: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

76

6.2 Servidores do quadro geral

A Educação Municipal em Vitória conta, ainda, com a atuação de servidores do quadro

geral, os quais são definidos como Assistentes de Educação Infantil (AEI), Assistente

Administrativo/Auxiliar administrativo, Agente de Suporte Operacional (ASO), Bibliotecário e

Estagiários, conforme tabela abaixo:

Tabela 7: Servidores do quadro geral

SERVIDORES DO QUADRO GERAL (SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇAO DE VITÓRIA)22

UNIDADE DE

ENSINO

Assistente de

Educação Infantil

Agente de Suporte

Operacional

Assistente

Administrativo

Bibliotecário

Estagiário

Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados Contrato

CMEI Menino Jesus 12 - - - - - - - N/A CMEI Ernestina Pessoa 8 - - - - - - - N/A CMEI Denizart Santos 13 - - - - - - - N/A CMEI Carlita C. Pereira 10 7 2 - 2 - - - N/A EMEF Anacleta S. Lucas - - 2 - 2 1 - - EMEF São V. de Paulo - - 1 - 2 - 1 - N/A EMEF Castelo Branco - - 1 - 3 - 1 - N/A

EMEF Moacyr Avidos - - 2 - 2 - 1 - N/A

Escola da Ciência Física - - 1 - - - - - N/A

SERVIDORES DO QUADRO GERAL (FISCALIZA VITÓRIA)23

UNIDADE DE ENSINO

Assistente de

Educação Infantil

Agente de Suporte

Operacional

Assistente

Administrativo

Bibliotecário

Estagiário

Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados Efetivos Contratados Contrato

CMEI Menino Jesus 11 - - - 1 - - - 4

CMEI Ernestina Pessoa 8 - - - 2 - - - 6

CMEI Denizart Santos 13 - - - 2 - - - 9

CMEI Carlita C. Pereira 17 - - - 2 - - - 5

EMEF Anacleta S. Lucas - - - - 2 - - 1 8

EMEF São V. de Paulo - - - - 1 - - 1 6

EMEF Castelo Branco24 N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

EMEF Moacyr Avidos - - - - 2 - 1 - 5

Escola da Ciência Física - - - - - - - - -

Nota: O termo N/A corresponde a não avaliado.

22 Dados fornecidos pela Gerência de Recursos Humanos da SEME no dia 12 de junho de 2015. 23 Dados retirados do 1° e 2° ciclo de visita do Fiscaliza Vitória. 24 A EMEF Castelo Branco não disponibilizou os dados até o fechamento do relatório.

Page 78: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

77

Os dados apresentados têm por base informações repassadas pela Secretaria Municipal

de Educação (SEME) e informações que foram obtidas pela Equipe do Fiscaliza Vitória junto

aos gestores das unidades de ensino, quando a fiscalização in loco. Os números apresentam

pequenas divergências, mas que não compromete, por si só, a análise do ponto em referência.

Não obstante algumas unidades de ensino apresentarem em seus quadros profissionais

contratados, não foi identificado déficit em relação aos mencionados profissionais que pudesse

comprometer o exercício das atividades desenvolvidas pelos servidores do quadro geral nas

unidades de ensino.

Page 79: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

78

6.3 Servidores terceirizados

A contratação de serviços terceirizados de limpeza, higienização, conservação e

manutenção; preparo e distribuição de alimentação escolar; de portaria e de vigilância

patrimonial armada e desarmada para as unidades de ensino da rede pública municipal de

Vitória é realizada pela Gerência Administrativa da Secretaria Municipal de Educação.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação a contratação de limpeza, higienização e

conservação, bem como a localização dos correspondentes postos de trabalho ocorrem com

bases nas regulamentações contidas na Instrução Normativa n° 03, de 15 de outubro de 2009,

na Lei n° 8.666/93 (Licitações e Contratos), e na Lei Federal n° 10.520/2002 (Modalidade

Pregão), observando as especificidades de cada unidade de ensino, compreendendo o tamanho

(m²), a disposição e estado de preservação da estrutura física, as formas e modalidades de

atendimento ao aluno – quantidade de turnos de atendimento e a existência ou não de

atendimento em Tempo Integral e de outros projetos.

Tabela 8: Servidores terceirizados

UNIDADE DE ENSINO

AUXILIAR DE

SERVIÇOES GERAIS

MERENDEIRAS

PORTEIROS

AGENTE

PATRIMONIAL (PMV)¹

VIGILANTES²

2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

Menino Jesus 2 2 2 2 2 2 0 0 0 2 2 2 0 0 0

Ernestina Pessoa 4 4 4 3 3 3 1 1 1 0 0 0 1 1 1

Denizart Santos 4 4 4 4 3 3 0 0 0 2 2 2 0 0 0

Carlita C. Pereira 3 3 3 3 3 3 0 0 0 2 2 2 0 0 0

Anacleta S. Lucas 5 5 5 4 4 4 0 0 0 0 0 0 2 2 2

São V. de Paulo 5 5 5 5 4 4 1 1 1 0 0 0 1 1 1

Castelo Branco 5 5 5 4 4 4 1 1 1 0 0 0 1 1 1

Moacyr Avidos 6 6 6 3 3 3 0 0 0 0 0 0 2 2 2

Fonte: Gerência Administrativa/SEME, 2015 Nota: ¹ O número total de Agente Patrimonial engloba turnos diferenciados de trabalho. ² O número total de Vigilantes engloba turnos diferenciados de trabalho

No que se refere ao quadro de servidores terceirizados no período compreendido entre

2013-2015 não houve alterações significativas no quadro de funcionários nas unidades de

ensino, exceção feita ao CMEI Carlita Corrêa Pereira em que houve a redução em 2014-2015

para três merendeiras e na EMEF São Vicente de Paulo que também reduziu no período de

2014-2015 para 4 (quatro) merendeiras.

Page 80: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

79

PARTE VII

GESTÃO DAS UNIDADES DE ENSINO

7.1 Gestão Democrática e Gestão Financeira

A gestão democrática está assinalada na Constituição Federal de 1988 que trata da

democracia participativa, criando instrumentos para o exercício popular. O artigo 206 da

Constituição estabelece como princípios básicos o pluralismo de ideias e de concepções

pedagógicas e a gestão democrática do ensino. Não por acaso, no texto da LDB/96, em seu

artigo 14, está presente o princípio da gestão democrática, que estabeleceu:

A gestão democrática, portanto, é um instrumento de grande importância para as

escolas, no sentido de fortalecer a autonomia e promover maior participação popular na

discussão e tomadas de decisão que afetarão não somente a comunidade escolar, como a

própria sociedade onde a escola está inserida e da qual faz parte. Nesse sentido, a gestão

democrática está legalmente pautada para que estados, municípios e a própria federação se

organize para exercer o princípio da gestão democrática nas escolas públicas. Ressalta-se que

além do Conselho de Escola ainda há outras instâncias que devem participar da gestão

democrática no âmbito da unidade escolar e dos sistemas de ensino, tais como Conselho de

Classe, Associação de Pais e Mestres e Grêmio estudantil.

O Conselho de Escola deve ser composto por representantes dos segmentos da escola

democraticamente eleitos, destacando-se as funções deliberativas, consultivas, fiscais e

mobilizadoras. Portanto, o Conselho Escolar constitui-se como importante meio de exercício da

cidadania no controle social das atividades da escola, bem como garante o fortalecimento dos

princípios democráticos por meio do convívio com a pluralidade que compõe o ambiente

escolar.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

Page 81: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

80

A Lei Orgânica do Município de Vitória (1990) mantém o princípio da gestão

democrática no ensino público. Além disso, institui Conselhos de Escola com representação

paritária e eleição direta de dirigentes escolares25 no âmbito de cada unidade escolar. A Lei n°

6.794/06 dispõe sobre a organização dos Conselhos de Escolas com unidades executoras dos

recursos financeiros unificando o conselho de Escola e o Caixa Escolar (o conselho de escola

passa a ser a Unidade executora).

A gestão dos recursos financeiros de uma escola pressupõe a observância das regras e

critérios relativos à captação de recursos, a utilização dos mesmos e a sua devida prestação de

contas. A gestão democrática eficiente dos recursos públicos destinados à educação pode, além

de promover maior qualidade no ensino, também promove o pleno exercício da cidadania a

todos os envolvidos neste processo. Por determinação da Constituição Federal, os estados e os

municípios devem aplicar, no mínimo, 25% e a União 18% de suas respectivas receitas de

impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino (art. 212, CF).

A Secretaria Municipal de Educação de Vitória repassa os recursos financeiros aos

Conselhos de Escola, assegurando uma prática coletiva que visa à melhoria do processo

educativo. Os recursos são repassados, anualmente, objetivando a manutenção e os

investimentos que promovam o desenvolvimento das atividades pedagógicas, em rubricas, cada

uma delas como finalidade específica, conforme quadro a seguir.

Quadro 10: Repasses de recursos financeiros

RUBRICA 1 Aquisição de material de consumo e contratação de serviços de terceiros

2 Pagamento de água, energia elétrica e telefone

3 Aquisição de material permanente (Despesa de Capital)

4 Contratação de serviços de pequenos reparos e reformas

5 Alimentação escolar

Fonte: Secretaria Municipal de Educação do Município de Vitória (Setor de Recursos Financeiros)

Além disso, os Conselhos de Escola recebem recursos oriundos do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE), visando contribuir supletivamente com a melhoria da

25 O Decreto n° 10.277/98, alterado pelos Decretos 8.799/92, 8.816/92, 9.244/93, 12.237/05 e 13.396/2007 prevê a escolha dos gestores das unidades escolares públicas municipais mediante eleições com voto direto, universal e secreto de todos os segmentos da respectiva comunidade escolar. A partir de 2008, as normas eleitorais passaram a ser de responsabilidade do COMEV, que publicou a Resolução n° 04/2008, homologada pela SEME, por meio da Portaria n° 039/2008. Esta nova norma regulamentar, inclusive por ser uma Portaria, não revogou o Decreto anterior n° 12.237/2005 da Secretaria de Educação.

Page 82: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

81

estrutura física e pedagógica das unidades de ensino. Os principais programas financiados e

executados pelo FNDE nas unidades de ensino da Região I são o Programa Nacional de

Alimentação Escolar (PNAE)26 e o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)27. A tabela a

seguir, ilustra os repasses financeiros para despesas com alimentação e origem dos recursos

destinados as unidades de ensino da Região I.

Tabela 9: Repasses financeiros para despesas com alimentação e origem dos recursos nas unidades de ensino da Região I

UNIDADE DE ENSINO

ALIMENTAÇÃO

PMV¹

PNAE²

Café/açúcar³

2013

2014 2013 2014 2013 2014

CMEI Carlita Corrêa Pereira 8.712,72 16.935,25 8.000,00 8.000,00 1.860,50 2.040,00

CMEI Dr. Denizart Santos 9.166,43 13.465,25 8.000,00 8.000,00 1.985,50 1.800,00

CMEI Ernestina Pessoa 6.400,00 14.560,00 4.000,00 8.000,00 990,50 1.800,00

CMEI Menino Jesus28 N/A N/A N/A N/A N/A N/A

EMEF Anacleta Schneider Lucas 18.676,04 23.925,75 8.000,00 8.000,00 1.436,50 2.155,50

EMEF Castelo Branco 9.475,99 15.180,25 - 8.000,00 2.873,00 2.155,50

EMEF Moacyr Avidos 11.225,00 25.669,25 - 8.000,00 1.611,50 825.00

EMEF São Vicente de Paulo 13.650,00 23.960,50 - 8.000,00 1.436,50 1.762,50

Total

77.306,18

133.696,25

28.000,00

56.000,00

12.194,00

12.538,50

Fonte: Secretaria Municipal de Educação do Município de Vitória (Setor de Recursos Financeiros) Notas: ¹ Repasses financeiros da PMV às unidades de ensino para custeio de alimentação escolar. ² Repasses financeiros do Governo Federal por meio do PNAE para custeio de alimentação escolar. ³ Repasses financeiros para compra de café/açúcar para funcionários.

Na tabela abaixo podemos comparar a realização dos repasses financeiros por tipo de

despesa e origem dos recursos nas unidades de ensino da Região I.

26 PNAE garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas. Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis. 27 O PDDE tem por finalidade prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público. O programa engloba várias ações e objetiva a melhorar da infraestrutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e didático, contribuindo para elevar os índices de desempenho da educação básica. 28 O CMEI Menino Jesus não foi avaliado, pois recebe alimentação terceirizada através do contrato de fornecimento nº 096/2015.

Page 83: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

82

Tabela 10: Repasses financeiros por tipo de despesas e origem dos recursos nas unidades de ensino da Região I

Unidade de Ensino

Consumo e serviços1

Água, energia e telefone

Capital2

Repasses Federais³

PDDE 2013 2014 2013 2014 2013 2014 2013 2014

CMEI Carlita C. Pereira 18.936,00 20.232,00 35.390,00 29.426,00 16.999,06 20.563,48 6.220,00 3.150,00

CMEI Denizart Santos 19.332,00 26.792,00 31.782,00 28.913,50 17.801,48 21.744,96 6.440,00 3.390,00

CMEI Ernestina Pessoa 19.476,00 21.042,00 6.126,00 8.201,00 10.547,49 21.429,86 6.520,00 2.593,78

CMEI Menino Jesus29 N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

EMEF Anacleta S. Lucas 28.836,00 46.046,00 49.458,00 50.022,50 14.632,50 21.208,06 28.366,88 52.857,52

EMEF Castelo Branco 23.256,00 22.032,00 43.712,00 32.246,50 14.990,33 22.980,74 8.420,00 16.321,98

EMEF Moacyr Avidos 34.380,00 57.260,00 33.779,00 28.007,50 12.916,97 22.778,98 10.040.00 19.670,00

EMEF São V. de Paulo 37.800,00 62.102.,00 79.076,00 65.629,00 - 8.629,87 60.950,96 46.443,01

Total

182.016,00

255.506,00

279.323,00

242.446,00

87.887,83

139.335,95

126.957,84

144.426,29

Fonte: Secretaria Municipal de Educação do Município de Vitória (Setor de Recursos Financeiros) Notas: ¹ Equivale à soma dos repasses para aquisição de material de consumo e contratação de serviços de terceiros e para contratação de serviços de pequenos reparos e reformas. ² Repasses financeiros para aquisição de material permanente. ³ Repasses financeiros do Governo Federal com a finalidade prestar assistência, em caráter suplementar.

A democratização da escola não é tarefa fácil, envolve as múltiplas relações com os

diferentes sujeitos sociais, principalmente na inserção da comunidade no cotidiano escolar, do

envolvimento dos segmentos com a causa pública, e também perpassa pela socialização das

informações. Assim, os elementos constitutivos da gestão democrática como participação,

autonomia, pluralismo e transparência articulados, simultaneamente, constituem-se como

pilares importantes para a construção democrática no ambiente escolar.

Ademais, não se concebe uma gestão democrática sem que todos os componentes da

comunidade escolar tenham livre acesso a todas as informações importantes da escola. Nesse

sentido, as prestações de contas dos recursos financeiros obtidos pela escola, os estatutos dos

órgãos colegiados existentes, o Projeto Político Pedagógico (PPP), o Regimento Escolar e tantos

outros documentos relevantes devem, rotineiramente, ser divulgados para toda a comunidade

escolar. A participação e a transparência são fundamentais para que a gestão da entidade

pública se torne, de fato, democrática, pública e transparente.

29 O CMEI Menino Jesus não foi avaliado pois os repasses financeiros são realizados através do convênio 01/2011.

Page 84: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

83

7.2 Contrato e valores de alimentação no município de Vitória

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) consiste na transferência de

recursos financeiros do Governo Federal, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal

e municípios, para a aquisição de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar. O

Programa atende aos alunos de toda a educação básica matriculados em escolas públicas,

filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público), por meio da

transferência de recursos financeiros.

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) foi criado para acompanhar e monitorar a

utilização dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE às Entidades Executoras, bem como

zelar pela qualidade da alimentação escolar.

O CAE constitui-se em um órgão colegiado, de caráter permanente, deliberativo e de

assessoramento, instituído no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, tendo

grande importância para a tomada de decisões necessárias à execução do Programa Nacional de

Alimentação Escolar do Governo Federal. Esse Conselho é constituído por 7 (sete) membros

assim distribuídos: 1 (um) representante do poder executivo; 2 (dois) representantes das

entidades de trabalhadores da educação e discentes; 2 (dois) representantes de pais de alunos; e

2 (dois) representantes das entidades civis organizadas. Cada membro titular deverá ter um

suplente do mesmo segmento.

O montante dos recursos financeiros a ser repassado tem como referência o número de

alunos devidamente matriculados na educação básica de cada um dos entes governamentais,

utilizando-se para esse fim os dados oficiais de matrículas obtidos no censo escolar relativo ao

ano anterior realizado pelo Ministério da Educação. Não havendo necessidade de celebração de

convênio, ajuste, acordo, contrato ou qualquer outro instrumento. As entidades executoras

(estados, Distrito Federal e municípios) têm autonomia para administrar o dinheiro repassado

pela União e compete-as a complementação financeira para a melhoria do cardápio escolar,

conforme estabelece a Constituição Federal.

Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para

cada aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino.

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE), entidade responsável por fiscalizar a

execução do Programa de Alimentação Escolar do Município, forneceu os valores gastos por

Page 85: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

84

alunos, conforme etapas/modalidades:

Tabela 11: Valores diários gastos com alimentação por aluno na rede municipal de Vitória

FNDE PMV Refeição por aluno (valor diário)

Creche R$ 1,00 R$ 0,25 R$ 1,25 Pré-escola R$ 0,50 R$ 0,25 R$ 0,75 Ensino Fundamental R$ 0,30 R$ 0,25 R$ 0,55 Educação de Jovens e Adultos R$ 0,30 R$ 0,25 R$ 0,55 Ensino Integral R$ 1,00 R$ 0,25 R$ 1,25 Programa Mais Educação R$ 0,90 R$ 0,25 R$ 1,15 Atendimento Educacional Especializado no contra-turno R$ 0,50 R$ 0,25 R$ 0,75

Fonte: Conselho de Alimentação Escolar, 2015

A composição dos recursos totais gastos com alimentação escolar segue a ordem

apresentada na Tabela 11, ou seja, a menor parcela do valor total é oriunda de recursos do

próprio município (R$ 0,25), em complementação à verba repassada pelo Governo Federal

através do FNDE varia conforme a etapa/modalidades.

O CAE informou que nos Centros Municipais de Educação Infantil (creche e pré-

escola) são disponibilizados 2 (duas) refeições no período parcial e 5 (cinco) refeições para os

alunos que ficam no período Integral. Sendo que nas Escolas Municipais de Ensino

Fundamental é fornecido 1 (uma) refeição no período parcial e 4 (quatro) refeições para os

alunos que ficam no Programa Mais Educação/Projeto de Tempo Integral.

Cabe ressaltar que no município de Vitória há fornecimento de alimentos terceirizados

as unidades de ensino através do contrato de fornecimento nº 096/2015. No caso do contrato

administrativo celebrado entre a empresa Evolução Comércio e Alimentação LTDA e a

Secretaria Municipal de Educação constatou-se que foi realizado nos termos da Lei n° 8.666/93

e suas alterações, e do Pregão Eletrônico n.º 539/2014, oriundo do Processo Administrativo n.º

7590736, e que a natureza do serviço contratado seria a terceirização dos serviços de

fornecimento de merenda escolar para escolas públicas municipais. Segue abaixo transcrição do

Detalhamento do Objeto do mencionado contrato:

“Contratação de empresa para realizar o fornecimento de alimentação escolar pronta (transportada) para o consumo, a partir de Março de 2015 e válido até 31 de Dezembro de 2015, incluindo o preparo, a distribuição, logística de transporte, fornecimento de todos os gêneros alimentícios e demais insumos, destinados às Unidades de Ensino da Rede Municipal de Vitória desprovidas de cozinhas para produção da alimentação escolar. Os preços devem incluir o fornecimento de todos os gêneros alimentícios e demais insumos, inclusive o fornecimento de gás, bem como a mão de obra e todos os impostos, tributos, contribuições e os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, como também, uniformes, EPI's, transportes, taxa de administração e lucros e todas as despesas diretas e indiretas decorrentes do objeto do contrato”.

Page 86: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

85

Fica claro que o serviço contratado pela Secretaria Municipal de Educação inclui

“aquisição de merenda escolar compreendendo todos os insumos, preparação, gerenciamento,

administração, logística e treinamento de pessoal”. Nesse sentido, a empresa contratada ficaria

responsável por todo o processo de fornecimento da merenda escolar.

O período de vigência do contrato para fornecimento de alimentos abrange o período

letivo escolar de 2015, entre os meses de março a dezembro de 2015, num total de 200 dias

letivos ou 40 semanas. O valor global do presente contrato é de R$ 1.381.843,72 (um milhão,

trezentos e oitenta e um mil, oitocentos e quarenta e três reais e setenta e dois centavos), e

engloba a alimentação de outras unidades de ensino; mas nessa análise só trataremos do CMEI

Menino Jesus que se encontra localizado na Região I. O quadro a seguir especifica o tipo de

refeição e o valor unitário de cada refeição nos CMEIs de tempo integral que recebem

alimentação terceirizada, conforme contrato de fornecimento nº 096/2015.

Segundo os dados coletados pelo Programa Fiscaliza Vitória, o Centro Municipal de

Educação Menino Jesus possui 111 (cento e onze) alunos matriculados em tempo integral. Esses

alunos recebem 4 (quatro) refeições durante sua permanência na unidade de ensino, sendo que

o almoço e jantar são oferecidos todos os dias regularmente. O lanche é distribuído

regularmente em dois períodos do dia, exceção feita a 2 (dois) dias da semana na qual é

oferecido uma porção de frutas no lugar de um dos lanches.

Visualizamos no Quadro 12 os valores gastos com alimentação terceirizada (contrato nº

096/2015) no CMEI Menino Jesus. Ressalta-se, ainda, conforme informação da Gerência

Administrativa (SEME), que duas merendeiras terceirizadas atuam no CMEI, possivelmente

para auxiliar no fornecimento das refeições. Esclareça-se que essas merendeiras não fazem parte

do contrato de fornecimento de alimentação terceirizada.

No quadro abaixo foi realizada uma simulação dos gastos de alimentação terceirizada no

CMEI Menino Jesus, considerando o fornecimento de 4 (quatro) refeições diárias, conforme já

Quadro 11: Valor unitário de cada refeição no CMEI em tempo integral (Contrato nº 096/2015)

TIPOS DE REFEIÇÕES VALOR UNITÁRIO POR REFEIÇÃO

Lanche R$ 4,00

Porção de fruta da época ou salada de frutas R$ 1,50

Almoço/jantar R$ 4,00

Page 87: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

86

explicitado ao longo do texto.

Quadro 12: Valor gasto com alimentação no CMEI Menino Jesus (contrato n° 096/2015)

VALORES

ALUNO

GRUPO DE ALUNOS

(111 alunos em tempo integral) Semanal 75,00 8.325,00

Mensal 300,00 33.300,00

Anual 3.000,00 333.000,00

Diante das informações coletadas é visível que o valor gasto com alimentação

terceirizada na unidade de ensino, quando comparado aos gastos fornecidos pelo Conselho de

Alimentação Escolar, é bastante superior. Mesmo quando se considera que o valor da

alimentação terceirizada inclui gastos como pessoal, transporte, carga e descargas, etc. Nesse

sentido, no ponto em questão, torna-se necessário que a Secretaria de Educação revise e/ou

busque alternativas para solucionar a aparente inconsistência verificada, vez que os valores

apresentados para “alimentação terceirizada” estão em patamar consideravelmente superior ao

gasto com alimentação com os demais alunos da Rede Municipal de Ensino (repasses da PMV e

FNDE).

Page 88: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

87

7.3 Convênio do Centro Municipal de Educação Infantil Menino Jesus

Foi celebrado convênio entre a Sociedade Brasileira de Cultura Popular (SBPC), uma

instituição sem fins econômicos, e a Secretaria Municipal de Educação. O Convênio de n°

01/2011 e o termo de aditamento à prorrogação do convênio original vigorarão até

31/12/2015, perfazendo um total de 24 meses. O valor do presente aditamento é de R$

280.516,08 (duzentos e oitenta mil, quinhentos e dezesseis reais e oito centavos) que serão

repassados em parcelas no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2015, ficando o

Município responsável pela cessão dos funcionários, pela manutenção do espaço e custeio da

creche. Em contrapartida, a SBPC responsabilizar-se-á pela indicação de um funcionário que

atuará como Coordenador Técnico Pedagógico e cederá o espaço.

Ressalta-se que esse Convênio inclui a remuneração do servidor que foi disponibilizado

pela SBPC que atua como Coordenador Técnico Pedagógico, dois Auxiliares de Serviços Gerais

terceirizados, encargos trabalhistas, custeio, capital e permanente.

Nesse sentido, pode-se verificar que o custo dessa unidade de ensino no ano de 2015,

para a Secretaria de Educação considerando o convênio30 e o contrato de alimentação

terceirizada (Contratado nº 096/2015) perfaz um valor total de R$ 473.413,58 (quatrocentos e

setenta e três mil, quatrocentos e treze reais e cinquenta e oito centavos). Além disso, a

Secretaria disponibiliza todos os recursos humanos (professores, pedagogos e demais servidores

do quadro geral) necessários ao funcionamento da Unidade de Ensino.

Destaca-se, ainda, que o CMEI Menino Jesus, talvez por conta da especificidade do

Convênio em referência, é a única unidade de ensino na rede municipal de Vitória que não

possui Conselho de Escola e não realiza eleição para Diretor, o qual é indicado pela SBPC. Tais

características precisam ser analisadas à luz do regramento que disciplina a gestão democrática

nas escolas, de forma a avaliar se, no caso em referência, não haveria afronta as diretrizes

relacionadas à gestão democrática nas unidades de ensino.

30 Os valores a serem repassados pelo Convênio de janeiro a dezembro de 2015 perfazem um total de R$ 140.413,58.

Page 89: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

88

7.4 Compra e distribuição de uniformes

A rede municipal de Vitória fornece uniformes para todos os alunos matriculados nas

suas unidades de ensino. Há, inclusive, lei que autoriza o Poder Executivo a conceder uniforme

escolar para alunos da rede municipal cujos pais têm renda inferior a três salários mínimos (Lei

nº 4.807/98). Pelos dados fornecidos, a Secretaria de Educação, desde o ano de 2007, passou a

entregar um kit de uniforme escolar para cada estudante matriculado na rede de ensino,

independente da natureza socioeconômica do aluno, o que, em nosso entendimento,

representa avanço significativo no esforço de universalizar o ensino e democratizar o acesso à

educação.

A Secretaria Municipal de Educação, por meio da Gerência Administrativa, é

responsável pela compra e entrega dos kits nas unidades de ensino.

Quadro 13: Composição dos kits de uniformes KIT FEMININO

KIT MASCULINO

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL

1 casaco 1 camisa tradicional 1 camisa de educação física 1 bermuda 1 saia-short

1 casaco 1 camisa tradicional 1 camisa de educação física 2 bermudas

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL

1 camisa tradicional 1 camisa de educação física. 1 bermuda 1 bermuda corsário

1 camisa tradicional 1 camisa de educação física 2 bermudas

NOTURNO

1 camisa tradicional 1 camisa de educação física

Fonte: Gerência Administrativa/SEME, 2015.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação de Vitória foram entregues

no ano de 2015, 72.025 camisas tradicionais, 71.959 camisas de educação física, 69.388

bermudas de tactel, 50.678 bermudas de helanca, 23.145 casacos, 13.272 saias-short e 992 saias,

totalizando 301.459 peças do kit do uniforme escolar, representando um custo total de R$

2.451.369,07 (dois milhões, quatrocentos e cinquenta e um mil, trezentos e sessenta e nove

reais e sete centavos) em todas as unidades de ensino do município de Vitória. Na tabela abaixo

Page 90: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

89

podemos visualizar o valor total e unitário de compra de uniformes no período de 2013 a 2015

na rede municipal de ensino.

Tabela 12: Valor total e unitário de compra de uniformes no período de 2013 a 2015

DESCRIÇÃO

2015

2014

2013

Quant. Valor Unit. Valor total Quant. Valor Unit. Valor total Quant. Valor Unit. Valor total

CAMISA TRADICIONAL 72025 5,60 403.340,00 51578 4,88 251.700,64 66951 4,88 26.720,88

CAMISA EDUC. FÍSICA 71959 6,25 449.743,75 50164 4,77 239.282,28 66085 4,77 315.225,45

BERMUDA TACTEL 69388 10,46 725.798,48 48135 10,02 482.312,70 22406 10,02 224.508,12

BERMUDA HELANCA 50678 8,59 435.324,02 25813 8,05 207.794,65 37548 8,05 302.261,40

CASACO 23145 14,10 326.344,50 1950 11,95 23.302,50 20648 11,95 246.743,60

SAIA-SHORT 13272 7,63 101.265,36 9698 7,40 71.765,20 11325 7,40 83.805,00

SAIA 992 9,63 9.552,96 498 7,63 3.799,74 1677 7,63 12.795,51

BERMUDA CORSÁRIO - - - 11684 10,02 117.073,68 65497 10,02 656.279,94

TOTAL 2.451.369,07 1.397.031,39 2.168.339,90

Fonte: Gerência Administrativa/SEME, 2015.

Os dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação sobre o quantitativo de

peças de uniformes adquiridas no período de 2013 a 2015 e o quantitativo de matrículas na

rede nesse mesmo período, possibilitou o cruzamento dos dados para estimar o quantitativo de

peças adquiridas em relação às matrículas nas unidades de ensino da Região I.

Assim, a análise comparativa entre os itens do uniforme e matrículas efetivadas somente

foram realizados para os itens casaco, camisa tradicional e camisa de educação física para as

unidades de ensino nos anos de 2013 e 2014, pois para realizarmos os cálculos para os demais

itens precisaríamos do quantitativo de alunos por sexo (masculino e feminino), o qual não foi

fornecido até o fechamento desse relatório pela Gerência de Planejamento da Secretaria de

Educação (GEPLAN/SEME).

Em relação ao ano de 2015 foi possível aprofundar análise em relação a todas as peças

do uniforme, pois o dado de matrículas diferenciadas por sexo (masculino e feminino) foi

fornecido pela GEPLAN/SEME. Com efeito, considerando que cada aluno recebeu um kit

uniforme, temos o seguinte panorama retratado por unidades de ensino na Região I.

Page 91: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

90

7.4.1 Centro Municipal de Educação Infantil Carlita Corrêa Pereira

Tabela 13: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Carlita Corrêa Pereira

MATERIAL

2015 2014 2013

Quant. Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL

Casaco 498 14,10 7.021,80 504 11,95 6.022,80 256 11,95 3.059,20

Camisa Tradicional 498 5,60 2.788,80 504 4,88 2.459,52 254 4,88 1.239,52

Camisa Ed. Física 498 6,25 3.112,50 504 4,77 2.404,08 254 4,77 1.211,58

Saia-short 249 7,63 1.899,87 252 7,40 1.864,80 130 7,40 962,00

Bermuda Feminina 249 8,59 2.138,91 252 8,05 2.028,60 130 8,05 1.046,50

Bermuda Masculina 498 10,46 5.209,08 504 10,02 5.050,08 250 10,02 2.505,00

Total 2490 R$ 22.170,96 2520 R$ 19.829,88 1274 R$ 10.023,80

Total de Matriculas 226 284 276

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME A análise da tabela referente ao CMEI Carlita Corrêa Pereira em relação ao ano de

2013, quando verificado o número de alunos matriculados para aquela unidade, permite

concluir que houve um indicativo de “déficit” em relação aos itens do uniforme

disponibilizados, por exemplo, em 2013 foram adquiridos 256 casacos, 254 camisas tradicionais

e 254 camisas de educação física para um quantitativo de 276 alunos matriculados.

No ano de 2014 verifica-se que o quantitativo distribuído foi bem superior ao

quantitativo de alunos matriculados. Evidencia-se, ainda, que o quantitativo de peças totais

quase que dobra em relação ao ano de 2013, considerando ainda que o quantitativo de

matrícula é praticamente o mesmo em relação a 2013. Considerando que cada aluno receba um

kit uniforme na Educação Infantil, fica evidente que o número de peças é muito superior ao

quantitativo de alunos nessa unidade específica. Por exemplo, em 2014 foram adquiridos 504

casacos, 504 camisas tradicionais e 504 camisas de educação física para um quantitativo de 284

alunos matriculados, sendo que cada um recebeu um item restaria “excedente” 220 itens de

cada peça do uniforme.

Em 2015 o fato se repete, tendo sido disponibilizado para a unidade de ensino 498

casacos, 498 camisas tradicionais e 498 camisas de educação física para um total de 226 alunos

matriculados, gerando um “excedente” de 272 itens de cada. Chama atenção também o

quantitativo de saias- short (249) e bermudas feminina (249) para um total de 97 alunas

matriculadas, gerando um “excedente” de 152 saias-short e 152 bermudas femininas. Por fim,

considerando que cada aluno (de um total de 129 do sexo masculino) recebeu duas bermudas

masculinas, ou seja, 258 peças, temos um “excedente” de 24o, haja vista que foi disponibilizado

para a escola 498 peças desse item do uniforme.

Page 92: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

91

7.4.2 Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Denizart Santos

Tabela 14: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Dr. Denizart Santos

MATERIAL

2015 2014 2013

Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL

Casaco 310 14,10 4.371,00 328 11,95 3.919,60 187 11,95 2.234,65

Camisa Tradicional 341 5,60 1.909,60 303 4,88 1.478,64 344 4,88 1.678,72

Camisa Ed. Física 326 6,25 2.037,50 328 4,77 1.564,56 344 4,77 1.640,88

Saia-short 191 7,63 1.457,33 175 7,40 1.295,00 174 7,40 1.287,60

Bermuda Feminina 186 8,59 1.597,74 175 8,05 1.408,75 174 8,05 1.400,70

Bermuda Masculina 252 10,46 2.635,92 264 10,02 2.645,28 340 10,02 3.406,80

Total 1606 R$ 14.009,09 1573 R$ 12.311,83 1563 R$ 11.649,35

Total de Matriculas 263

272 289

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

A análise da tabela referente ao CMEI Dr. Denizart Santos para o ano de 2013 permite

apontar um indicativo de “deficit” em relação ao quantitativo de uniformes disponibilizados

para a unidade de ensino, quando comparado as matrículas efetivadas. Nesse sentido,

considerando que cada aluno recebe um kit uniforme no ano de 2013 é possível verificar que

houve indicativo de “déficit” de 102 casacos. Em relação aos itens camisa tradicional e camisa

de ed. física é possível apontar indicativo de excedente 55 camisas tradicionais e 55 camisas de

educação física, sem considerar outras peças que por ora, não há como calcular, pois não há

disponível informações da quantidade de alunos por sexo (feminino e masculino).

Chama-nos atenção, por exemplo, o fato de que no ano de 2014 terem sido

disponibilizados para a unidade de ensino o total de 328 casacos, 303 camisas tradicionais e

328 camisas de educação física para um quantitativo de 272 alunos matriculados. Assim, na

hipótese de cada aluno receber um item dessas peças, restaria um “excedente” de 56 casacos, 31

camisas tradicionais e de 56 camisas educação física.

A mesma situação ocorre no ano letivo de 2015, no qual se verifica um total de 47

casacos, 78 camisas tradicionais e 63 camisas de educação física “excedentes”. Em relação à

saias-short e bermudas femininas teríamos, respectivamente, um “excedente” de 52 e de 47

peças, considerando o total de 139 alunas matriculadas. No ano letivo de 2015 há indicativo de

“excedente” de 4 bermudas masculinas (considerando para esse item duas peças por aluno),

para o total de 124 alunos matriculados.

Page 93: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

92

7.4.3 Centro Municipal de Educação Infantil Ernestina Pessoa

Tabela 15: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Ernestina Pessoa

MATERIAL

2015 2014 2013

Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL

Casaco 260 14,10 3.666,00 244 11,95 2.915,80 300 11,95 3.585,00

Camisa Tradicional 292 5,60 1.635,20 244 4,88 1.190,72 300 4,88 1.464,00

Camisa Ed. Física 292 6,25 1.825,00 244 4,77 1.163,88 300 4,77 1.431,00

Saia-short 292 7,63 2.227,96 107 7,40 791,80 150 7,40 1.110,00

Bermuda Feminina 292 8,59 2.508,28 107 8,05 861,35 150 8,05 1.207,50

Bermuda Masculina 292 10,46 3.054,32 257 10,02 2.575,14 300 10,02 3.006,00

Total 1720 R$ 14.916,76 1203 R$ 9.498,69 1500 R$ 11.803,50

Total de Matriculas 261 291 258

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

A análise da tabela referente ao CMEI Ernestina Pessoa em relação ao ano de 2013,

quando verificado o número de alunos matriculados para aquela unidade, permite concluir que

houve um indicativo de “excesso” em relação aos itens do uniforme disponibilizados, por

exemplo, foi disponibilizado 300 casacos, 300 camisas tradicionais e 300 camisas de educação

física para um quantitativo de 258 alunos matriculados.

No ano de 2014, quando verificado o quantitativo de 291 alunos matriculados há

indicativos de “déficit” de 47 casacos, 47 camisas tradicionais e 47 camisas de educação física.

Por sua vez, os dados de 2015 apresentam um indicativo de “excedente” de 31 camisas

tradicionais e 31 camisas de educação física. Em relação aos itens do universo específico para

alunas (peças femininas) verificou-se um indicativo de “excesso” de 164 saias-short e 164

bermudas feminina, tomando-se como referência o total de 128 alunas matriculadas na unidade

de ensino. No ano letivo de 2015 há indicativo de “excedente” de 26 bermudas masculina

(considerando para esse item duas peças por aluno), para o total de 133 alunos matriculados.

Page 94: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

93

7.4.4 Centro Municipal de Educação Infantil Menino Jesus

Tabela 16: Quantidade e custo total de uniformes no CMEI Menino Jesus

MATERIAL

2015 2014 2013

Quant Valor Unit.

SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit.

SU-BTOTAL

Casaco 240 14,10 3.384,00 - - - - - -

Camisa Tradicional 240 5,60 1.344,00 - - - - - -

Camisa Ed. Física 240 6,25 1.500,00 - - - - - -

Saia-short 125 7,63 953,75 - - - - - -

Bermuda Feminina 125 8,59 1.073,75 - - - - - -

Bermuda Masculina 245 10,46 2.562,70 - - - - - -

Total 1215 R$ 10.818,20 - - - - - -

- - - - - -

Total de Matriculas 111 197 222

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

A análise da tabela referente ao CMEI Menino Jesus verificou que, conquanto receba

uniformes desde 2014, não consta nos dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação

dados de uniformes anteriores ao ano de 2015 para a mencionada unidade de ensino.

As informações prestadas pelo CMEI Menino Jesus são que no dia 07.04.2014 foram

recebidos 146 itens, sendo 46 camisas tradicionais, 46 camisas de educação física, 36 bermudas

tactel, 8 saias-short e 55 bermudas de helanca. No dia 11.04.014 foram recebidos 39 casacos. Já

em 20.08.2014 foram recebidos 240 casacos, 240 camisas tradicionais, 240 camisas de educação

física, 125 bermudas feminina de helanca, 125 saias-short, 245 bermudas tactel masculino,

totalizando 1.215 itens.

O total de matrículas efetivadas para aquela unidade de ensino, em 2014, era de 197

alunos, segundo a coordenação de estatística e fluxo escolar. Assim, na hipótese de cada aluno

receber um item dessas peças (casaco, camisa tradicional e camisa de educação física), restaria

um “excedente” de 89 casacos, 89 camisas tradicionais e de 84 camisas de educação física.

No ano letivo de 2015 há indicativo de “excedente” de 129 casacos, 129 camisas

tradicionais e 129 camisas de educação física, para o total de 111 alunos matriculados. Há

indicativo de “excedente” de 125 bermudas masculinas (considerando para esse item duas peças

por aluno), para o total de 60 alunos matriculados.

Em relação aos itens do universo específico para alunas (peças femininas) verificou-se

um indicativo de “excesso” de 74 saias-short e 74 bermudas femininas, tomando como

referência a matrícula de 51 alunas naquela unidade de ensino.

Page 95: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

94

7.4.5 Escola Municipal de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo

Tabela 17: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF São Vicente de Paulo

MATERIAL 2015 2014 2013

Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL Quant Valor Unit. SUBTOTAL

Camisa Tradicional 575 5,60 3.220,00 600 4,88 2.928,00 675 4,88 3.294,00

Camisa Ed. Física 575 6,25 3.593,75 600 4,77 2.862,00 635 4,77 3.028,95

Bermuda Masculina 511 10,46 5.242,86 460 10,02 4.609,20 455 10,02 4.559,10

Bermuda Feminina 570 8,59 4.896,30 400 8,05 3.220,00 425 8,05 3.421,25

Bermuda Corsário - - - 280 10,02 2.805,60 505 10,02 5.060,10

Saia - 9,63 - - 7,63 - - 7,63 -

Total 2231 R$ 16.952,91 2340 R$ 16.424,80 2695 R$ 19.363,40

Total de Matrículas 555 477 504

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

A análise da tabela referente a EMEF São Vicente de Paulo para os anos de 2013 e 2014

permite apontar um indicativo de “excesso” em relação ao quantitativo de uniformes

disponibilizados para a unidade de ensino, quando comparado as matrículas efetivadas. Nesse

sentido, considerando que cada aluno recebe um kit uniforme no ano de 2013 é possível

verificar que houve indicativo de “excedente” de 171 camisas tradicionais, 131 camisas de

educação física, sem considerar outras peças que por ora, não há como calcular, pois não há

disponível informações da quantidade de alunos por sexo (feminino e masculino).

Nota-se, por exemplo, que no ano de 2014, a despeito da quantidade de matrícula ter

reduzido em relação ao ano anterior. Assim, em 2014 foram adquiridos 600 camisas

tradicionais e 600 camisas de educação física para um quantitativo de 477 alunos matriculados,

considerando que cada aluno tenha recebido uma camisa tradicional, restaria o “excedente”

123 peças de cada item (desconsiderando o excedente do ano anterior).

Por sua vez, no ano de 2015 há indicativo de “excedente” de 20 camisas tradicionais e

20 camisas de educação física para o total de 555 alunos matriculados. Em relação às peças

masculinas verificou-se um “déficit” de 15 bermudas masculinas (considerando para esse item

duas peças por aluno), tendo como referência a matrícula de 263 alunos. Em relação às peças

femininas, considerando que cada aluna tenha recebido duas peças, verificou-se um “déficit” de

14 bermudas femininas, tomando como referência a matrícula 292 alunas naquela unidade de

ensino.

Page 96: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

95

7.4.6 Escola Municipal de Ensino Fundamental Anacleta Schneider Lucas

Tabela 18: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Anacleta Schneider Lucas MATERIAL 2015 2014 2013

Quant Valor Unit

SUBTOTAL Quant Valor Unit

SUBTOTAL Quant Valor Unit

SUBTOTAL

Camisa Tradicional 514 5,60 2.878,40 515 4,88 2.513,20 469 4.88 2.288,72

Camisa Ed. Física 514 6,25 3.212,50 515 4,77 2.456,55 469 4.77 2.237,13

Bermuda Masculina 514 10,46 5.376,44 592 10,02 5.931,84 520 10.02 5.210,40

Bermuda Feminina 514 8,59 4.415,26 219 8.05 1.762,95 219 8.05 1.762,95

Bermuda Corsário - - - 219 10,02 2.194,38 219 10.02 2.194,38

Saia 4 9,63 38,52 - 7,63 - - 7.63 -

Total 2060 R$ 15.921,12 2060 R$ 14.858,92 1896 R$ 13.693,58

Total de Matriculas 278 359 378

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

Em relação a EMEF Anacleta S. Lucas verifica-se que no ano letivo de 2013 a

quantidade de uniforme disponibilizado foi superior ao quantitativo de alunos matriculados.

Considerando, em 2013, que cada aluno tenha recebido um kit de uniforme, verifica-se a

possibilidade de “excedente” de 91 camisas tradicionais, 91 camisas de educação física, não

considerando outras peças que não temos como calcular o quantitativo pois não temos a

informação da quantidade de alunos por sexo.

No ano de 2014, o quantitativo de peças aumentou, conquanto o número de matrículas

efetivadas tenha diminuído em relação ao ano anterior (2013). Na mesma linha da análise

anterior, considerando que cada aluno tenha recebido um kit uniforme no Ensino

Fundamental, há indicativos de que o número de peças é superior ao quantitativo de alunos

nessa unidade. Cite-se, por exemplo, que foram disponibilizados 515 camisas tradicionais para

um quantitativo de 359 alunos matriculados, o que levaria, numa análise primária, ao

“excedente” de 156 (desconsiderando-se o número de peças excedentes do ano anterior).

Por sua vez, no ano de 2015 a análise dos dados permite concluir que há indicativo de

“excedente” na ordem de 236 camisas tradicionais e 236 camisas de educação física. Observa-se,

ainda, possibilidade de “excedente” de uniformes na ordem de 262 bermudas femininas e 210

bermudas masculinas, já que o quantitativo de alunas corresponde a 126 e de alunos 152,

totalizando 278 alunos matriculados na unidade de ensino.

Page 97: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

96

7.4.7 Escola Municipal de Ensino Fundamental Castelo Branco

Tabela 19: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Castelo Branco

MATERIAL 2015 2014 2013

Quant Valor Unit SUBTOTAL Quant Valor Unit SUBTOTAL Quant Valor Unit SUBTOTAL

Camisa Tradicional 540 5,60 3.024,00 290 4,88 1.415,20 517 4,88 2.522,96

Camisa Ed. Física 560 6,25 3.500,00 290 4,77 1.383,30 517 4,77 2.466,09

Bermuda Masculina 630 10,46 6.589,80 355 10,02 3.557,10 440 10,02 4.408,80

Bermuda Feminina 480 8,59 4.123,20 255 8,05 2.052,75 193 8,05 1.553,65

Bermuda Corsário - - - 230 10,02 2.304,60 193 10,02 1.933,86

Saia - 9,63 - 20 7,63 152,60 - 7,63 -

Total 2210 R$ 17.237,00 1440 R$ 10.865,55 1860 R$ 12.885,36

Total de Matriculas 295 250 241

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

A tabela referente a EMEF Castelo Branco, em relação ao ano letivo de 2013,

considerando que cada aluno tenha recebido um kit de uniforme, aponta que fora

disponibilizado para a unidade de ensino um quantitativo de peças consideravelmente superior

ao número de alunos matriculados. Levando-se em consideração somente os dados fornecidos

(e aqui analisados) há indicativos que apontam para possível “excesso” na ordem de 276

camisas tradicionais e 276 camisas de educação física, sem considerar as outras peças que não

há como calcular o quantitativo pois não há informação da quantidade de alunos por sexo

(feminino e masculino).

Em relação à mesma unidade, no ano letivo de 2014, os dados indicam a possibilidade

de “excesso”. Cite-se, por exemplo, que foram disponibilizados 290 camisas tradicionais para

um total de 250 alunos matriculados; considerando que cada aluno tenha recebido uma peça

desse item, restaria excedente ainda 40 peças (desconsiderando-se o número de peças

excedentes do ano anterior).

Por sua vez, em 2015 há indicativos que apontam para possível “excesso” na ordem de

245 camisas tradicionais e 265 camisas de educação física. Verifica-se, ainda, a partir dos dados

fornecidos, possível “excedente” na ordem de 196 bermudas femininas, considerando o total de

142 alunas matriculadas (cada aluna receberia duas bermudas). Já em relação as bermudas

masculinas há indicativo de possível “excedente” de 324 peças, considerando que o total de

alunos do sexo masculino matriculados é de 153 e que cada aluno tenha recebido duas peças

desse item.

Page 98: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

97

7.4.8 Escola Municipal de Ensino Fundamental Moacyr Avidos

Tabela 20: Quantidade e custo total de uniformes na EMEF Moacyr Avidos

MATERIAL 2015 2014 2013

Quant Valor Unit SUBTOTAL Quant Valor Unit SUBTOTAL Quant Valor Unit SUBTOTAL

Camisa Tradicional 515 5,60 2.884,00 455 4,88 2.220,40 1200 4,88 5.856,00

Camisa Ed. Física 515 6,25 3.218,75 455 4,77 2.170,35 1260 4,77 6.010,20

Bermuda Masculina 550 10,46 5.753,00 525 10,02 5.260,50 1660 10,02 16.633,20

Bermuda Feminina 510 8,59 4.380,90 375 8,05 3.018,75 880 8,05 7.084,00

Bermuda Corsário - - 450 10,02 4.509,00 800 10,02 8.016,00

Saia 4 9,63 38,52 - 7,63 - 57 7,63 434,91

Total 2094 R$ 16.275,17 2260 R$ 17.179,00 5857 R$ 44.034,31

Total de Matriculas 330 519 504

Fonte: Coordenação de compra e materiais/SEME

Da análise da tabela referente a EMEF Moacyr Avidos, em relação ao ano letivo de

2013, verifica-se que o quantitativo de peças do uniforme disponibilizado para a unidade de

ensino, considerando que cada aluno tenha recebido um kit de uniforme, aponta que fora

disponibilizado para a unidade de ensino um quantitativo de peças consideravelmente superior

ao número de alunos matriculados. Levando-se em consideração somente os dados fornecidos

(e aqui analisados) há indicativos que apontam para possível “excesso” na ordem de 696

camisas tradicional e 756 camisas de educação física, sem considerar as outras peças que não há

como calcular o quantitativo pois não há informação da quantidade de alunos por sexo

(feminino e masculino).

No entanto, em relação ao ano letivo de 2014 os dados indicam a possibilidade de

“déficit”. Cite-se, por exemplo, que foram disponibilizados 455 camisas tradicionais e 455

camisas de educação física para um total de 519 alunos matriculados; considerando que cada

aluno tenha recebido uma peça desse item, restaria um “déficit” na ordem de 64 peças por item

mencionado.

Já em 2015 há indicativo, a partir dos dados coletados, de “excedente” da ordem de 185

camisas tradicionais e 185 camisas de educação física. Especificamente em relação às bermudas

femininas os dados apontam para possibilidade de “excedente” em torno de 198 peças, já que

há 156 alunas matriculadas. Em relação a bermudas masculinas temos um quantitativo de 202

bermudas possivelmente excedentes, já que há 174 alunos matriculados, considerando que há

previsão de que cada aluno receba duas bermudas masculinas de tactel.

Page 99: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

98

Da análise do conjunto dos dados que foram, por ora, disponibilizados para o Programa

Fiscaliza Vitória, conclui-se que há inúmeros indicativos que apontam, ao menos em relação às

Escolas da Região I, para possível descontrole em relação ao conjunto de peças de uniforme que

são disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação para as unidades de ensino, bem

como em relação as peças que são efetivamente entregues aos alunos matriculados.

Percebe-se, claramente, por exemplo, que há inconsistências entre o quantitativo de

peças de uniformes adquiridas no período de 2013 a 2015 e o quantitativo de matrículas na

rede, nesse mesmo período, nas unidades de ensino da Região I. Em várias unidades de ensino

analisadas os dados indicam possível “excesso” em relação a algumas peças do uniforme. Em

algumas situações, conquanto em menor número, foram verificadas, em sentido contrário, a

possibilidade de déficit em relação a algumas peças do uniforme.

Não há informações precisas quanto ao destino das peças que supostamente estariam

em condições de excesso. Não há, pois não há dados seguros quanto à questão, informações do

destino e condições atuais das peças que supostamente configuram o possível “excesso”, ou seja,

não se sabe se essas peças estariam nas escolas ou teriam sido devolvidas para a SEME. Em igual

sentido, não há informação se, eventualmente, algumas dessas peças teriam sido entregues para

alunos em quantidade superior aos parâmetros estabelecidos no kit de uniforme.

De toda forma, os indicativos são no sentido de possível descontrole em relação à

disponibilidade dos uniformes pela SEME às Escolas. Ademais, os dados, conquanto iniciais,

obtidos diretamente junto às unidades de ensino fiscalizadas, em muitos casos, não coincidem

com os dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação, havendo, em alguns casos,

divergências em relação às quantidades de peças do uniforme.

São inconsistências que, no mínimo, precisam ser esclarecidas, de forma a dirimir, por

completo, as dúvidas surgidas, além, se for o caso, de aperfeiçoar, tanto quanto possível, o

sistema de controle e distribuição dos uniformes escolares junto às unidades de ensino da rede

municipal de Vitória.

Page 100: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

99

PARTE VII

INDICADORES DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

8.1 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)

A melhoria da qualidade da educação é tema de longa data no cenário político

educacional. Contudo, apesar dos avanços obtidos nas últimas décadas, o Brasil ainda apresenta

imensos desafios no que se refere à educação. Entre eles, o maior desafio é, sem sombra de

dúvida, a melhoria da qualidade da educação básica.

De fato, a atual configuração da educação básica brasileira reflete, em

grande medida, as mudanças desencadeadas pelas reformas ocorridas na década de 90,

principalmente a partir da aprovação da LDB/96. O fato é que, essas novas propostas de gestão

da educação, de financiamento, de programas de avaliação educacional, de políticas de

formação de professores, dentre outras medidas, foram implementadas com o objetivo de

melhorar a qualidade da educação.

O Brasil possui um sistema de avaliação educacional, cujo processo é gerenciado pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (INEP)31, do

Ministério da Educação (MEC). A política de avaliação engloba diferentes programas, tais como

o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), a Prova Brasil e o Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

O IDEB foi criado pelo INEP em 2007, e resulta da combinação de dois fatores que

interferem na qualidade da educação: indicadores de fluxo (taxas de aprovação, reprovação e

evasão), medidos pelo Censo Escolar; e indicadores de desempenho em exames padronizados

como o SAEB e Prova Brasil, realizados a cada dois anos ao final de determinada etapa da

educação básica (4ª série/5°ano e 8ª série/9° ano do ensino fundamental e 3° ano do ensino

médio).

A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), criados

pelo INEP, são avaliações para diagnóstico, em larga escala, cujos testes são aplicados na quarta

e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e terceira série do ensino médio e

estão restritos a aplicação de testes de Língua Portuguesa e Matemática e questionários

³¹ O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é uma autarquia federal, ou seja, é uma “pessoa jurídica” criada por uma lei específica (Lei nº. 9.448, de 14 de março de 1997), que realiza estudo, pesquisa e avaliações sobre o Sistema Educacional brasileiro.

Page 101: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

100

socioeconômicos. Convém, por oportuno, ressaltar que a combinação de indicadores de fluxo

(aprovação, repetência e evasão) e de proficiência (Prova Brasil e Saeb) dos alunos, que resultam

no IDEB, é calculada numa escala que vai de zero a dez.

Esclareça-se, no entanto, que acreditamos que os aspectos qualitativos relacionados à

educação, no contexto de suas complexidades, singularidades e especificidades, precedem os

dados quantitativos. Contudo, alguns indicadores tornam-se importantes, pois permitem

evidenciar os parâmetros e índices obtidos na educação básica na última década e ao longo dos

anos. Não há dúvida que a qualidade da educação é um fenômeno complexo que possui

diversas condicionantes internas (currículo, formação docente, infraestrutura das escolas,

condições de trabalho, entre outros) e externas (entorno social da escola, distribuição de renda,

violência, condições de vida da população, entre outros). Ainda assim, considera-se que o

desempenho dos estudantes nos exames é parte importante, já que a medição da aprendizagem

permite monitorar o funcionamento das redes de ensino e fornece aos gestores subsídios para a

formulação de politicas educacionais.

Nesse contexto, no diagnóstico do Ensino Fundamental nas unidades de ensino da

Região I, utilizaremos como parâmetros o valor do Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (IDEB) e a Prova Brasil. A seguir são apresentadas as notas obtidas pela rede municipal

de ensino de Vitória nos anos de 2005, 2007, 2009, 2011 e 2013 no IDEB, na 4a série/5°ano e

na 8a série/9°ano do Ensino Fundamental, bem como as respectivas projeções das notas

estipuladas pelo MEC. A tabela 21 mostra a evolução deste índice na Rede Municipal de

Ensino de Vitória a partir de 2005, com metas projetadas para 2007 a 2021.

Tabela 21: Evolução do IDEB na rede municipal de ensino do município de Vitória

Fonte: INEP

Os dados na Tabela 21 mostram que nos últimos anos (2007-2011), de modo geral, a

rede municipal de Vitória tem alcançado as metas projetadas pelo INEP para 4a série/5° ano e

32 A série histórica de resultados do IDEB se inicia em 2005, a partir de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas.

MUNICÍPIO DE VITÓRIA

IDEB OBSERVADO

METAS PROJETADAS (MEC)

200532 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

4a série/5° ano

4.1 4.2 4.8 5.0 5.0 4.2 4.5 4.9 5.2 5.5 5.7 6.0 6.2

8a série/9° ano

3.5 3.6 3.8 4.2 4.2 3.5 3.6 3.9 4.3 4.7 4.9 5.2 5.5

Page 102: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

101

8a série/9° ano, com exceção no ano de 2013, período em que o (IDEB) ficou abaixo da meta

projetada para o município.

Comparando os anos iniciais (4a série/5° ano) aos anos finais (8a série/9° ano), observa-

se que os melhores índices foram registrados nos anos iniciais, com IDEB registrado em 2007

na ordem de 4,2, passando para 5,0 em 2013. Em relação aos anos finais, o IDEB da rede

municipal cresceu de 3,6 em 2007, para 4,2 em 2013; apesar do avanço verificado ficou abaixo

da meta projetada (que era de 4,3), conforme Tabela 21.

8.1.1 Evolução do IDEB nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental

A Tabela 22 refere-se ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica por unidade de

ensino da Região I. Além disso, faz uma evolução do IDEB no período compreendido entre

2005 a 2013.

Tabela 22: Evolução do IDEB nas EMEFs da Região I

Fonte: INEP33 Nota: Os resultados marcados na cor laranja referem-se ao IDEB que atingiu a meta.

Os dados do IDEB 2013 mostram que das unidades de ensino da Região I somente a

EMEF Castelo Branco conseguiu alcançar as metas de qualidade nos primeiros anos do ensino

fundamental (4a série/5° ano). A EMEF São Vicente de Paulo atingiu a meta somente no ano

33 Os dados em branco na Tabela 22 correspondem às unidades de ensino que não participaram ou não atenderam os requisitos necessários para ter o desempenho calculado.

UNIDADES DE ENSINO

IDEB OBSERVADO

METAS PROJETADAS (MEC)

4a série/5° ano 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Castelo Branco 4.2 4.2 5.2 5.1 5.3 4.2 4.6 5.0 5.3 5.5 5.8 6.1 6.3

Anacleta Schneider Lucas 3.7 3.4 4.1 4.0 4.6 3.7 4.1 4.5 4.8 5.1 5.3 5.6 5.9

Moacyr Avidos - - - - 5.7 - - - - 5.9 6.1 6.4 6.6

São Vicente de Paulo - 5.0 5.0 5.7 5.3 - 5.2 5.5 5.7 6.0 6.2 6.5 6.7

UNIDADES DE ENSINO

IDEB OBSERVADO

METAS PROJETADAS (MEC)

8a série/9° ano 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Castelo Branco 1.3 - - - - 1.5 1.9 2.5 3.1 3.7 3.9 4.2 4.5

Anacleta Schneider Lucas 2.7 3.1 4.3 3.6 3.4 2.7 2.9 3.1 3.5 3.9 4.2 4.4 4.7

Moacyr Avidos 3.3 4.0 3.7 4.0 4.1 3.3 3.5 3.8 4.2 4.5 4.8 5.1 5.3

São Vicente de Paulo 4.2 4.6 4.2 4.6 3.9 4.3 4.4 4.7 5.1 5.4 5.7 5.9 6.2

Page 103: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

102

de 2009 e a EMEF Anacleta S. Lucas só conseguiu atingir a meta no ano de 2011. Nos demais

períodos avaliados as notas foram insatisfatórias e as unidades de ensino analisadas não

atingiram as projeções feitas para 2013, exceção feita a EMEF Castelo Branco, conforme

Gráfico 17.

Gráfico 17: Evolução do IDEB nos anos inicias (4a série/5° ano) por unidade de ensino

Nos anos finais (8a série/9° ano) as unidades de ensino pesquisadas que atingiram a

meta no período de 2007, 2009 e 2011 foram as EMEFs Anacleta S. Lucas e Moacyr Avidos,

sendo que a EMEF São Vicente de Paulo só atingiu a meta em 2007. Ressalta-se que no ano de

2013 nenhuma das unidades de ensino atingiram a meta projetada, conforme Gráfico 18.

Gráfico 18: Evolução do IDEB nos anos finais (8a série/9° ano) por unidade de ensino

4.2 4.2

5.2 5.1 5.3

3.7 3.4

4.1 4,0

4.6

5.7

5.0 5,0

5.7 5.3

2005 2007 2009 2011 2013

Castelo Branco

Anacleta S. Lucas

Moacyr Avidos

São Vicente Paulo

1.3

2.7

3.1

4.3

3.6 3.4 3.3

4,0 3.7

4,0 4.1 4.2

4.6

4.2

4.6

3.9

2005 2007 2009 2011 2013

Castelo Branco

Anacleta S. Lucas

Moacyr Avidos

São V. Paulo

Page 104: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

103

8.2 Prova Brasil

Destaca-se que outro instrumento de avaliação do Ensino Fundamental que será

utilizado nessa análise é a Prova Brasil, que objetiva avaliar a qualidade do ensino ministrado

nas escolas das redes públicas, produzindo informações sobre os níveis de aprendizagem em

Língua Portuguesa (Leitura) e em Matemática. Na Prova Brasil o resultado do aluno é

apresentado em pontos numa escala (Escala SAEB).

Observa-se, a seguir, a evolução do aprendizado na Região I nas unidades de ensino,

com base nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática (5° e 9° ano) e tendo como

referência os dados da Prova Brasil no país, no Estado e no município de Vitória.

Quadro 14: Evolução do aprendizado nas Escolas Municipais Ensino Fundamental (EMEFs)

5° Ano 9° Ano

Português Matemática

Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013

Brasil 30% 35% 38% 28% 31% 32% 20% 20% 21% 9% 11% 10%

Espírito Santo 35% 41% 45% 32% 36% 39% 27% 28% 28% 14% 17% 16%

Vitória 37% 40% 42% 33% 32% 35% 29% 32% 35% 14% 19% 18%

UNIDADE DE ENSINO

Português Matemática Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013

Castelo Branco 35% 50% 48% 37% 32% 33% - - - - - -

Moacyr Avidos - - 48% - - 37% 14% 19% 31% 12% 5% 15%

São Vicente Paulo 43% 63% 49% 36% 48% 40% 41% 44% 59% 19% 19% 23%

Anacleta S. Lucas 25% 10% 42% 20% 18% 28% 36% 7% 4% 12% 3% 4%

Fonte: INEP e Portal Qedu

Analisando os dados acima delineados é possível verificar que o município de Vitória

tem apresentado índices na Prova Brasil superiores aos do País no período de 2009 a 2013, em

ambas disciplinas (Português e Matemática).

Quando comparado os dados da rede municipal de Vitória com os dados obtidos pelo

Estado do Espírito Santo verifica-se que em Português no 5° ano somente alcançou média

superior nos anos de 2011 e 2013. Na disciplina de Matemática, também em relação ao 5º ano,

somente alcançou índice superior no ano de 2009.

Page 105: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

104

Já em relação ao 9° ano em Português apresentou média superior ao Estado do

Espírito Santo nos anos de 2009, 2011 e 2013. Na disciplina de Matemática do 9° ano

apresentou índice igual ao do Estado em 2009 e superiores em 2011 e 2013.

O Gráfico 19 evidencia o nível de aprendizado do 5° ano na disciplina de Língua

Portuguesa e Matemática por EMEFs da Região I, em comparação aos dados do Brasil, Espírito

Santo e do município de Vitória.

Gráfico 19: Evolução do nível de aprendizado do 5° ano na disciplina de Língua Portuguesa

Os dados revelam que o nível de aprendizado do 5° ano na disciplina de Língua

Portuguesa apresentou crescimento gradativo na rede municipal de Vitória, embora, quando

comparado ao Estado do Espírito Santo, tenha ficado 1% abaixo em 2011 e 3% abaixo em

2013. Nas unidades de ensino da Região I, observa-se que a EMEF Castelo Branco tem

apresentando bons resultados, registrando aumento de 15 pontos percentuais em 2011 e 2

pontos percentuais em 2013. A EMEF Moacyr Avidos não dispõe de dados que possibilite, por

ora, comparativos. A EMEF São Vicente de Paulo registrou em 2011 um aumento de 20 pontos

percentuais, contudo em 2013 teve uma queda da ordem de 14 pontos percentuais. Já a EMEF

Anacleta S. Lucas registrou uma queda de 15 pontos percentuais em 2011, mas aumentou 32

pontos percentuais em 2013.

Analisando os dados do Gráfico 20 é possível verificar o nível de aprendizado do 5° ano

BrasilEstado do

Espírito SantoMunicípio de

VitóriaEMEF Castelo

BrancoEMEF Moacyr

Avidos

EMEF SãoVicente de

Paulo

EMEF AnacletaS. Lucas

2009 30% 35% 37% 35% 43% 25%

2011 35% 41% 40% 50% 63% 10%

2013 38% 45% 42% 48% 48% 49% 42%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Page 106: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

105

na disciplina de Matemática por EMEFs da Região I, em comparação aos dados do Brasil,

Espírito Santo e do município de Vitória.

Gráfico 20: Evolução do nível de aprendizado do 5° ano na disciplina de Matemática

Quanto ao conhecimento de Matemática, verifica-se que na rede municipal de Vitória o

nível de aprendizado do 5° ano na disciplina apresentou queda de 1 ponto percentual em 2011

e registrou um aumento de 3 pontos percentuais em 2013. Nas unidades de ensino da Região I,

observa-se que a EMEF Castelo Branco registrou redução de 5 pontos percentuais em 2011 e

crescimento de 1 ponto percentual em 2013 (comparado ao ano de 2011). A EMEF Moacyr

Avidos, por ora, não dispõe dados para fazer comparativos. A EMEF São Vicente de Paulo

registrou em 2011 um aumento de 12 pontos percentuais, contudo em 2013 teve uma queda de

8 pontos percentuais. Já a EMEF Anacleta S. Lucas registrou uma queda de 2 pontos

percentuais em 2011, mas aumentou 10 pontos percentuais em 2013.

No Gráfico 21 podemos perceber o nível de aprendizado do 9° ano na disciplina de

Língua Portuguesa por EMEFs da Região I, em comparação aos dados do Brasil, Espírito Santo

e do município de Vitória.

BrasilEstado do

Espírito SantoMunicípio de

VitóriaEMEF Castelo

BrancoEMEF Moacyr

Avidos

EMEF SãoVicente de

Paulo

EMEF AnacletaS. Lucas

2009 28% 32% 33% 37% 36% 20%

2011 31% 36% 32% 32% 48% 18%

2013 32% 39% 35% 33% 37% 40% 28%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Page 107: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

106

Gráfico 21: Evolução do nível de aprendizado do 9° ano na disciplina de Língua Portuguesa

Quanto à Língua Portuguesa (leitura), observa-se que o nível de aprendizado do 9° ano

na disciplina de Língua Portuguesa apresentou crescimento gradativo no município de Vitória,

ficando bem acima dos dados registrados para o Espírito Santo (em todos os anos do exame).

Nas unidades de ensino da Região I, observa-se que a EMEF Moacyr Avidos tem melhorado

seus resultados, registrando aumento de 5 pontos percentuais em 2011 e de 12 pontos

percentuais em 2013, de forma gradativa. A EMEF São Vicente de Paulo registrou os maiores

percentuais se comparado às outras unidades de ensino da Região I, apresentando aumento de

3 pontos percentuais em 2011 e 15 pontos percentuais em 2013.

Nesse item, chama atenção os baixos índices verificados na EMEF Anacleta S. Lucas nos

exames da Prova Brasil realizados nos anos de 2011 e 2013. Houve queda considerável e

acentuada em relação ao exame de 2009, obtendo nos anos seguintes resultados muito baixos,

não acompanhando a tendência de crescimento dos índices e destoando das demais EMEFs da

região.

Analisando o Gráfico 22 constatamos o nível de aprendizado do 9° ano na disciplina de

Matemática por EMEFs da Região I, em comparação aos dados do Brasil, Espírito Santo e do

município de Vitória.

BrasilEstado do

Espírito SantoMunicípio de

VitóriaEMEF Castelo

BrancoEMEF Moacyr

AvidosEMEF São

Vicente de PauloEMEF Anacleta

S. Lucas

2009 20% 27% 29% 14% 41% 36%

2011 20% 28% 32% 19% 44% 7%

2013 21% 28% 35% 31% 59% 4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Page 108: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

107

Gráfico 22: Evolução do nível de aprendizado do 9° ano na disciplina de Matemática

Em relação ao conhecimento de Matemática, observa-se que o nível de aprendizado do

9° ano na disciplina tem apresentado pequenos avanços nos últimos exames. Na Região I da

rede municipal, por exemplo, a EMEF Moacyr Avidos apresentou queda entre os exames de

2009 e 2011, obtendo pequeno acréscimo em relação ao exame de 2013. Na mencionada

região, a EMEF São Vicente de Paulo obteve os melhores resultados, mantendo consistência em

relação aos percentuais alcançados. Novamente chama atenção os baixos percentuais obtidos na

EMEF Anacleta S. Lucas que, não observando a tendência de crescimento, obteve nos exames

de 2011 e 2013 percentuais muito abaixo das demais EMEFs da região, destoando das demais

unidades de ensino.

Esclareça-se que na Prova Brasil o resultado também pode ser apresentado em pontos

numa escala (Escala SAEB). As discussões promovidas pelo comitê científico do movimento

Todos Pela Educação indicaram qual a pontuação a partir da qual pode-se considerar que o

aluno demonstrou o domínio da competência avaliada.

Nesse contexto, utilizaremos nessa análise o número de pontos obtidos na Prova Brasil

pelos alunos nas unidades de ensino da Região I, distribuídos em quatro níveis numa escala de

proficiência organizados pelo QEdu, conforme quadro a seguir.

BrasilEstado do

Espírito SantoMunicípio de

VitóriaEMEF Castelo

BrancoEMEF Moacyr

Avidos

EMEF SãoVicente de

Paulo

EMEF AnacletaS. Lucas

2009 9% 14% 14% 12% 19% 12%

2011 11% 17% 19% 5% 19% 3%

2013 10% 16% 18% 15% 23% 4%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Page 109: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

108

Quadro 14: Distribuição dos pontos da Escala SAEB nos níveis qualitativos organizados pelo QEdu para cada disciplina e etapa escolar 5° Ano 9° Ano

Português Matemática Português Matemática

Insuficiente 0 a 149 0 a 174 0 a 199 0 a 224

Básico 150 a 199 175 a 224 200 a 274 225 a 299

Proficiente 200 a 249 225 a 274 275 a 324 300 a 349

Avançado Igual ou maior que 250

Igual ou maior que 275

Igual ou maior que 235

Igual ou maior que 350

Nesse sentido, a partir desses referenciais, visando demonstrar o domínio de

competência avaliada, faremos um panorama da distribuição dos alunos por nível de

proficiência nas Escolas de Ensino Fundamental da Região I (Centro).

8.2.1 Escola de Ensino Fundamental Castelo Branco

Na Tabela 23, observa-se o desempenho do 5° ano em quatro níveis qualitativos de

proficiência nas disciplinas de Matemática e Português na EMEF Castelo Branco. Ressalta-se

que não há dados para o 9° ano, haja vista que a unidade de ensino só funciona com séries

iniciais do Ensino Fundamental.

Tabela 23: Distribuição dos alunos por nível de proficiência na EMEF Castelo Branco

Fonte: Prova Brasil 2009, 2011 e 2013

Em relação aos dados apresentados, destaca-se que a maior parte dos alunos na EMEF

Castelo Branco do 5° ano na disciplina de Língua Portuguesa apresentou em 2013 um aumento

considerado no nível avançado, registrando um aumento de 10 pontos percentuais em

comparação a 2009 (passando de 12% para 22%). No entanto, o percentual em 2013, quando

5° Ano 9° Ano Português Matemática

Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 AVANÇADO 12% 11% 22% 5% 2% 3% - - - - - -

PROFICIENTE 23% 39% 26% 32% 30% 30% - - - - - -

BÁSICO 52% 31% 32% 36% 50% 45% - - - - - -

INSUFICIENTE 13% 19% 20% 27% 18% 22% - - - - - -

Realizaram a Prova 122 90 39 122 90 39 - - - - - -

Taxa de participação 88% 92% 98% 88% 92% 98% - - - - - -

Total de alunos 138 98 40 138 98 40 - - - - - -

Page 110: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

109

comparado a 2009, dos alunos considerados insuficientes passou de 13% em 2009 para 20%

em 2013.

Gráfico 23: Distribuição dos alunos do 5° ano por nível de proficiência na EMEF Castelo Branco

Em relação ao conhecimento de Matemática obtidos pela EMEF Castelo Branco os

índices são preocupantes. Somente 3% em 2013 dos alunos são em nível avançado (em 2009

eram 5% dos alunos). A maior parte dos alunos, em todos os anos dos exames, ficaram

concentrados no nível básico (em 2013 foram 45%). Por sua vez, 22% dos alunos em 2013

tiveram aproveitamento em nível insuficiente. Conquanto não seja uma particularidade da rede

municipal de Vitória, os índices apresentados para conhecimento de Matemática revelam a

necessidade de atenção (ainda mais) diferenciada para essa disciplina.

8.2.2 Escola de Ensino Fundamental Moacyr Avidos

Conforme se verifica na Tabela 24, a maior parte dos alunos na EMEF Moacyr Avidos

do 5° ano na disciplina de Língua Portuguesa (75%) e Matemática (62%) concentram-se no

nível proficiente e básico no ano de 2013. No 9° ano observa-se que 75% dos alunos

concentram-se no nível proficiente e básico em Português e na disciplina de Matemática 64%

encontram-se no nível proficiente e básico no ano de 2013, conforme pode ser verificado na

Tabela 24.

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 12% 23% 52% 13%

2011 11% 39% 31% 19%

2013 22% 26% 32% 20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Português

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 5% 32% 36% 27%

2011 2% 30% 50% 18%

2013 3% 30% 45% 22%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Matemática

Page 111: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

110

Tabela 24: Distribuição dos alunos por nível de proficiência da EMEF Moacyr Avidos

5° Ano 9° Ano Português Matemática

Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 AVANÇADO - - 10% - - 19% 2% 0% 4% 2% 0% 1% PROFICIENTE - - 38% - - 18% 12% 19% 27% 10% 5% 14%

BÁSICO - - 37% - - 44% 68% 53% 48% 52% 63% 50%

INSUFICIENTE - - 15% - - 19% 18% 28% 21% 36% 32% 35% Realizaram a Prova - - 33 - - 33 50 24 75 50 24 75

Taxa de participação - - 89% - - 89% 74% 52% 82% 74% 52% 82%

Total de alunos - - 37 - - 37 68 46 91 68 46 91

Fonte: Prova Brasil 2009, 2011 e 2013. No que se refere a distribuição dos alunos por nível de proficiência na EMEF Moacyr

Avidos em relação ao 5° ano não há dados anteriores a 2013, conforme verificado no Gráfico

24.

Gráfico 24: Distribuição dos alunos do 5° ano por nível de proficiência na EMEF Moacyr Avidos

Em relação ao 9° ano na disciplina de Português (Gráfico 25) é possível verificar que

grande parte dos alunos tem se concentrado no nível básico ao longo das edições da Prova

Brasil. Em relação ao conhecimento de Matemática os índices são preocupantes. Somente 1%

em 2013 dos alunos estão em nível avançado (em 2009 eram 2% dos alunos). A maior parte

dos alunos, em todos os anos dos exames, ficaram concentrados no nível básico (em 2013

foram 50%). Por sua vez, 35% dos alunos em 2013 tiveram aproveitamento em nível

insuficiente.

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009

2011

2013 10% 38% 37% 15%

0

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

Português

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009

2011

2013 19% 18% 44% 19%

0

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

Matemática

Page 112: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

111

Gráfico 25: Distribuição dos alunos do 9° ano por nível de proficiência na EMEF Moacyr Avidos

8.2.3 Escola de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo

Conforme se verifica na Tabela 25, a maior parte dos alunos na EMEF São Vicente de

Paulo do 5° ano na disciplina de Língua Portuguesa (74%) e Matemática (67%) concentram-se

no nível proficiente e básico no ano de 2013. No 9° ano observa-se que 85% dos alunos

concentram-se no nível proficiente e básico em Português e na disciplina de Matemática 83%

encontram-se no nível proficiente e básico no ano de 2013.

Tabela 25: Distribuição dos alunos por nível de proficiência na EMEF São Vicente de Paulo

5° Ano 9° Ano

Português Matemática

Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013

AVANÇADO 13% 21% 12% 11% 17% 12% 9% 11% 15% 2% 4% 3%

PROFICIENTE 30% 42% 37% 25% 31% 28% 32% 33% 44% 17% 15% 20%

BÁSICO 32% 28% 37% 32% 38% 39% 46% 48% 41% 46% 63% 63%

INSUFICIENTE 25% 9% 14% 32% 14% 21% 13% 8% 0% 35% 18% 14%

Realizaram a Prova 56 58 43 56 58 43 46 79 41 46 79 41

Taxa de participação 81% 97% 83% 81% 97% 83% 74% 87% 73% 74% 87% 73%

Total de alunos 69 60 52 69 60 52 62 91 56 62 91 56

Fonte: Prova Brasil 2009, 2011 e 2013 Os dados do Gráfico 26 revelam que em relação aos alunos do 5º ano no conhecimento

de Língua Portuguesa apenas 12% dos alunos são considerados no nível avançado em 2013 (em

2009 eram 13%). A maior parte dos alunos, em 2013, estão concentrados nos níveis

intermediários de domínio, sendo 37% no nível proficiente e 37% no nível básico. Percebe-se

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 2% 12% 68% 18%

2011 0% 19% 53% 28%

2013 4% 27% 48% 21%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Língua Portuguesa

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 2% 10% 52% 36%

2011 0% 5% 63% 32%

2013 1% 14% 50% 35%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Matemática

Page 113: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

112

que os números têm oscilado entre os exames, mas não se verifica uma tendência efetiva de

melhora, a exceção do nível insuficiente no qual houve uma queda de 25% em 2009, 9% em

2011 e 14% em 2013. Em relação ao conhecimento de Matemática dos alunos do 5º ano os

índices são preocupantes, conquanto representem uma pequena melhora em relação as outras

unidades da Região. Os dados revelam que 12% em 2013 dos alunos estão em nível avançado

(em 2009 eram 11% dos alunos). A maior parte dos alunos, em todos os anos dos exames,

ficaram concentrados no nível básico (em 2013 foram 39%). Por sua vez, 21% dos alunos em

2013 tiveram aproveitamento em nível insuficiente.

Gráfico 26: Distribuição dos alunos do 5° ano por nível de proficiência na EMEF São Vicente de Paulo

Os dados do Gráfico 27 revelam que em relação aos alunos do 9º ano no conhecimento

de Língua Portuguesa apenas 15% dos alunos são considerados no nível avançado em 2013 (em

2009 eram 9%). A maior parte dos alunos estão concentrados nos níveis intermediários de

domínio, sendo 44% no nível proficiente e 41% no nível básico, em 2013. Percebe-se que os

números têm oscilado entre os exames, mas não se verifica uma tendência efetiva de melhora, a

exceção do nível insuficiente no qual houve uma queda de 13% em 2009, 8% em 2011 e 0%

em 2013 (o melhor resultado entre as unidades analisadas). Em relação ao conhecimento de

Matemática dos alunos do 9º ano os índices são preocupantes. Os dados revelam que apenas

3% em 2013 dos alunos estão em nível avançado (em 2009 eram 2% dos alunos). A maior parte

dos alunos, em todos os anos dos exames, ficaram concentrados no nível básico (em 2013

foram 63%). Por sua vez, 14% dos alunos em 2013 tiveram aproveitamento em nível

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 13% 30% 32% 25%

2011 21% 42% 28% 9%

2013 12% 37% 37% 14%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

P o r t u g u ê s

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 11% 25% 32% 32%

2011 17% 31% 38% 14%

2013 12% 28% 39% 21%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Matemática

Page 114: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

113

insuficiente, que tem apresentado sistematicamente queda no percentual (em 2009 foram 35%

e em 2012 foram 18%).

Gráfico 27: Distribuição dos alunos do 9° ano por nível de proficiência na EMEF São Vicente de Paulo

8.2.4 Escola de Ensino Fundamental Anacleta Schneider Lucas

Conforme se verifica na tabela 26, a maior parte dos alunos EMEF Anacleta Schneider

Lucas do 5° ano na disciplina de Língua Portuguesa (66%) e Matemática (66%) concentram-se

no nível proficiente e básico no ano de 2013. No 9° ano observa-que 58% dos alunos

concentram-se no nível proficiente e básico em Português e na disciplina de Matemática 62%

encontram-se no nível proficiente e básico no ano de 2013, conforme pode ser verificado na

Tabela 26.

Tabela 26: Distribuição dos alunos por nível de proficiência na EMEF Anacleta Schneider Lucas

Fonte: Prova Brasil 2009, 2011 e 2013

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 9% 32% 46% 13%

2011 11% 33% 48% 8%

2013 15% 44% 41% 0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Português

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 2% 17% 46% 35%

2011 4% 15% 63% 18%

2013 3% 20% 63% 14%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Matemática

5° Ano 9° Ano

Português Matemática

Português Matemática

2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013 2009 2011 2013

AVANÇADO 7% 2% 9% 2% 3% 3% 15% 0% 0% 3% 0% 0%

PROFICIENTE 18% 8% 33% 18% 15% 25% 21% 7% 4% 9% 3% 4%

BÁSICO 47% 54% 33% 33% 26% 41% 44% 59% 54% 59% 34% 58%

INSUFICIENTE 28% 36% 25% 47% 56% 31% 20% 34% 42% 29% 63% 38%

Realizaram a Prova 57 39 36 57 39 36 34 27 37 34 27 37

Taxa de participação 77% 85% 90% 77% 85% 90% 71% 79% 77% 71% 79% 77%

Total de alunos 74 46 40 74 46 40 48 34 48 48 34 48

Page 115: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

114

Os dados do Gráfico 28 revelam que em relação aos alunos do 5º ano no conhecimento

de Língua Portuguesa apenas 9% dos alunos são considerados no nível avançado em 2013 (em

2009 eram 7%). A maior parte dos alunos, em 2013, estão concentrados nos níveis

intermediários de domínio, sendo 33% no nível proficiente e 33% no nível básico. Percebe-se

que os números têm oscilado entre os exames, mas não se verifica uma tendência efetiva de

melhora, nem mesmo em relação aos alunos considerados em nível insuficiente, os quais em

2009 representavam 28% e em 2013 são 25%.

Em relação ao conhecimento de Matemática dos alunos do 5º ano os índices são

preocupantes. Os dados revelam que apenas 3% em 2013 dos alunos estão em nível avançado

(em 2009 eram 2% dos alunos). A maior parte dos alunos, em todos os anos dos exames,

ficaram concentrados no nível básico (em 2013 foram 41%). Por sua vez, 31% dos alunos em

2013 tiveram aproveitamento em nível insuficiente, sendo que em 2011 foram surpreendentes

56% dos alunos considerados nesse mesmo nível.

Gráfico 28: Distribuição dos alunos do 5° ano por nível de proficiência na EMEF Anacleta Schneider Lucas

O Gráfico 29 ilustra a distribuição dos alunos do 9° ano por nível de proficiência na

EMEF Anacleta Schneider Lucas. Os dados revelam, de forma preocupante, que em relação aos

alunos do 9º ano no conhecimento de Língua Portuguesa nenhum alcançou nível considerado

avançado nos exames realizados em 2011 e 2013. Em 2013, apenas 4% dos alunos alcançaram

índice proficiente. A maior parte dos alunos estão concentrados nos níveis básico (54%) e

insuficiente (42%). Destoando das demais unidades analisadas, verifica-se uma leve tendência

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 7% 18% 47% 28%

2011 2% 8% 54% 36%

2013 9% 33% 33% 25%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Português

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 2% 18% 33% 47%

2011 3% 15% 26% 56%

2013 3% 25% 41% 31%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Matemática

Page 116: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

115

de queda nos índices obtidos, ou seja, um viés de piora nos índices alcançados no

conhecimento de Língua Portuguesa.

Em relação ao conhecimento de Matemática dos alunos do 9° ano os índices são

extremamente preocupantes. Os dados revelam que nenhum aluno alcançou nível

considerado avançado nos exames realizados em 2011 e 2013 (em 2009 eram 3% dos alunos).

A maior parte dos alunos, em todos os anos dos exames, ficaram concentrados no nível básico

(em 2013 foram 58%). Por sua vez, 38% dos alunos em 2013 tiveram aproveitamento em nível

insuficiente, sendo que em 2011 foram surpreendentes 63% dos alunos considerados nesse

mesmo nível.

Gráfico 29: Distribuição dos alunos do 9° ano por nível de proficiência na EMEF Anacleta Schneider Lucas

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 15% 21% 44% 20%

2011 0% 7% 59% 34%

2013 0% 4% 54% 42%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Português

Avançado Proficiente Básico Insuficiente

2009 3% 9% 59% 29%

2011 0% 3% 34% 63%

2013 0% 4% 58% 38%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Matemática

Page 117: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

116

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intenção do presente relatório – parcial se levarmos em consideração que todas as

Regiões Administrativas serão analisadas – é apresentar uma visão das condições e principais

aspectos relacionados à educação na rede municipal de ensino Vitória, no caso específico das

unidades de ensino da Região I da Capital.

O Relatório apresenta-se dividido, ao todo, em oito partes, nas quais buscou-se, através

dos dados coletados e dos relatórios de fiscalização produzidos a partir das visitas da equipe do

Programa Fiscaliza Vitória, identificar os principais aspectos que envolvem a educação da rede

municipal, para ao final, após análise, contribuir, tanto quanto possível, para o aperfeiçoamento

das atividades relacionadas à educação na rede municipal de Vitória.

Em síntese, após a apresentação do tema, foram abordados, dentre outros pontos,

aspectos relacionados à análise situacional, onde foram observados minuciosamente as

condições estruturais das unidades de ensino. Na sequência, priorizou-se a análise dos aspectos

pedagógicos no âmbito dessas unidades escolares. Analisou-se, ainda, o sistema de gestão

escolar, com informações relacionadas as matrículas, procedência dos alunos e lista de espera.

No presente relatório são abordados outros aspectos de alta relevância e importância

para o sistema educacional, tais como aqueles relacionados aos Recursos Humanos (servidores

do quadro do magistério, servidores do quadro geral e servidores terceirizados), Gestão

Democrática e Financeira e Indicadores de Qualidade da Educação.

Todos os aspectos descritos foram analisados de forma cuidadosa e, sempre que possível,

correlacionados, de forma a propiciar uma visão contextualizada das práticas educacionais

desenvolvidas nas unidades de ensino aqui analisadas. Essa contextualização possibilitou-nos,

no âmbito da Câmara Municipal de Vitória, alcançar melhor compreensão das reais condições

das unidades de ensino, propiciando discernimento em relação a vários aspectos relevantes da

educação em nossa rede municipal, tentando, ainda, identificar as ameaças e oportunidades

relacionadas ao tema em questão.

Assim, reforça-se que o objetivo principal é identificar os aspectos relacionados as

práticas educacionais, a partir se seus acertos e eventuais dificuldades e inconsistências;

dotando, ao final, ao Poder Legislativo Municipal, a partir do exercício da função de

fiscalização, de mecanismos que possibilitem o aperfeiçoamento da educação nas unidades de

Page 118: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

117

ensino do município de Vitória.

Nesse aspecto, quando da análise das condições estruturais das unidades de ensino da

rede municipal na Região I, percebe-se que algumas unidades de ensino, a despeito dos esforços

realizados, precisam de reparos, reformas ou ampliação nas áreas de lazer e recreação, além de

adaptações para alunos com deficiência.

Ademais, identificou-se unidades de ensino que estão funcionado em imóveis alugados

ou tombados, o que, por si só, dificultam reformas e adaptações na estrutura dos imóveis.

Reforça-se que a despeito das condições específicas desses imóveis, há que ser observar os pré-

requisitos estabelecidos pelo Ministério da Educação, tratados como padrões mínimos de

infraestrutura para imóveis que abriguem unidades de ensino.

Nesse sentido, observa-se que os dados levantados in loco pela equipe de fiscalização

indicaram que, de forma geral, as unidades de ensino da rede municipal de Vitória (Região I)

contam com uma estrutura relativamente adequada no que se refere às dependências físicas.

Mesmo assim, ressalta-se que em algumas situações específicas há necessidade de melhorias nas

condições de acústica, temperatura, distribuição da mobília em sala de aula, pátio escolar,

biblioteca e quadra esportiva.

Chamou-nos atenção, no entanto, o fato de que várias unidades de ensino ainda não

oferecem funcionalidade em suas edificações, havendo necessidade de adequações para facilitar

as condições de acesso, deslocamento e permanência dos alunos (e profissionais) com

deficiência nas unidades escolares.

Ainda, em igual sentido, chamou-nos atenção o fato de que em algumas unidades de

ensino não possuírem itens básicos como sinalizadores de saída de emergência e/ou extintores

de incêndio (ou pessoal com treinamento básico dos equipamentos). Situação ainda mais grave

verificou-se em relação aos alvarás, onde se verificou que, à exceção do CMEI Menino Jesus,

nenhuma unidade de ensino (Região I) possui alvará do Corpo de Bombeiros, alvará da

Vigilância Sanitária e alvará de funcionamento. O CMEI Ernestina Pessoa possui somente

alvará de funcionamento e alvará do Corpo de Bombeiros. No ponto, não há dúvidas de que

tais condições precisam, o quanto antes, serem regularizadas.

Por sua vez, quando da análise dos aspectos pedagógicas das unidades de ensino (Região

I), identificou-se que há vários CMEIs que ainda possui alunos do grupo 6 que deveriam estar

nas EMEFs, sendo que o prazo previsto na legislação para adequação foi até o ano de 2010, vez

Page 119: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

118

que fazem parte do Ensino Fundamental.

Verificou-se que apesar desses alunos se encontrarem fisicamente na estrutura do CMEI,

a escrituração deu-se nas EMEFs; havendo, assim, necessidade de regularização dos alunos, haja

vista as inconsistências que podem surgir dessa condição, como imprecisão no número real de

matrícula, repasse de recursos por unidade, dentre outros aspectos.

No aspecto relacionado às tecnologias e comunicação, constatou-se que as unidades de

ensino possuem laboratórios de informática em funcionamento. Verificou-se, porém, que a

estrutura física de alguns espaços destinados aos laboratórios de informática e da sua efetiva

utilização apresenta contrastes relacionados a problemas pontuais de natureza técnica, de

infraestrutura e humanos (internet deficiente, falta de estagiário ou orientador, rede elétrica

deficiente e falta de manutenção nos equipamentos de informática), o que pode comprometer o

melhor aprendizado desse conhecimento.

Em relação às Bibliotecas – item de extrema importância no processo educacional –

constatou-se que todas as EMEFs possuem biblioteca. Porém, devido à falta de dados específicos

não foi possível realizar análise do tema de forma pormenorizada, restringindo-se aos aspectos

relacionados à estrutura física das bibliotecas, conforme delineamento no item específico que

tratou de tema (4.2.2).

No que se refere às práticas esportivas foi verificado problemas pontuais relacionados às

condições de materiais, do espaço físico e de instalações. De modo geral, as escolas dispõem de

quadras em sua maioria em boas condições, mas há unidades que se encontram na condição

ruim e regular (e que precisam de atenção especial).

Quanto ao Sistema de Gestão Escolar a análise dos dados possibilitou-nos constatar que

há um número considerável de alunos matriculados na rede municipal de Vitória que tem

procedência em outros municípios da Região Metropolitana. Este fato, inclusive, no ano de

2013, foi objeto de análise e de Notificação Recomendatória do Ministério Público do Estado

do Espírito Santo (MPES). Pela circunstância e especificidade da questão, associado aos

possíveis impactos nos alunos e possibilidade de responsabilização dos gestores, faz-se necessária

atenção especial do tema, de forma a buscar equacionar a questão, minorando/minimizando os

impactos nos alunos afetados e equacionando o problema à luz da legislação que disciplina a

matéria. Há, ainda, conforme especificado no item próprio (5.3), pontos relacionados à Lista de

Espera que precisam ser aperfeiçoados, de forma a possibilitar maior segurança dos dados

Page 120: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

119

referente a real demanda por vagas nas unidades de ensino.

A análise dos dados financeiros, no subitem Contrato e Valores de Alimentação no

município de Vitória, revela-nos que o valor gasto com alimentação terceirizada na unidade de

ensino, quando comparado aos gastos fornecidos pelo Conselho de Alimentação Escolar, é

consideravelmente superior aos valores praticados, mesmo se considerado os insumos desse tipo

de contrato. Parece-nos, à primeira vista, que há necessidade da Secretaria Municipal de

Educação buscar alternativas de forma a evitar contratos dessa natureza, que elevam

consideravelmente o gasto com alimentação dos alunos, quando comparado ao custo com

alimentação dos demais alunos da Rede Municipal (repasses da PMV e FNDE).

Chamou-nos atenção, ainda, o convênio celebrado junto à Sociedade Brasileira de

Cultura Popular (SBPC) em relação ao CMEI Menino Jesus, que traz custos adicionais ao

Executivo municipal. Por conta do mencionado convênio, conforme apontamento no item 7.2,

há especificidades características dessa unidade que precisam, numa perspectiva de governança

pública, de análise mais acurada em relação aos itens do convênio. De forma que, por ora,

apenas ressaltamos o ponto em referência; para a partir de novas análises e fiscalização formatar

ideia mais precisa quanto ao ponto em análise.

Quanto aos uniformes distribuídos as unidades de ensino (Região I), observou-se do

conjunto dos dados que foram disponibilizados que há indicativos que apontam, ao menos em

relação às Escolas da Região I, para possível descontrole em relação ao conjunto de peças de

uniforme que são disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação para as unidades de

ensino, bem como em relação às peças que teriam sido efetivamente entregues aos alunos

matriculados. A questão, devido a importância para a vida escolar dos alunos, foi analisada de

forma acurada e encontra-se delineado no item específico que tratou do tema (7.3).

Ademais, os dados, conquanto iniciais, obtidos diretamente junto às unidades de

ensino fiscalizadas, em muitos casos, não coincidem com os dados fornecidos pela Secretaria

Municipal de Educação, havendo, em alguns casos, divergências em relação às quantidades de

peças do uniforme. São inconsistências que, no mínimo, precisam ser esclarecidas, de forma a

dirimir, por completo, as dúvidas surgidas, além, se for o caso, de se buscar alternativas para o

aperfeiçoamento do sistema de controle e distribuição dos uniformes escolares junto às

unidades de ensino da rede municipal de Vitória.

Em relação aos indicadores de qualidade da Educação (IDEB e Prova Brasil), instituídos

Page 121: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

120

no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), foram analisados os resultados

obtidos e utilizados como parâmetro para se verificar se as prioridades, metas e objetivos

definidos pelo MEC estão sendo atingidos no âmbito das unidades de ensino municipal de

Vitória.

De modo geral, os dados do IDEB mostram que nos anos em que houve o exame (2007-

2009-2011), a rede municipal de Vitória tem alcançado as metas projetadas pelo INEP para 4a

série/5° ano e 8a série/9° ano, com exceção no ano de 2013 (em que ficou ligeiramente abaixo

das metas projetadas).

No entanto, tomando como referência o exame de 2013, observa-se que das unidades de

ensino da Região I somente a EMEF Castelo Branco conseguiu alcançar as metas de qualidade

nos primeiros anos do ensino fundamental (4a série/5° ano). A EMEF São Vicente de Paulo

atingiu a meta somente no ano de 2009 e a EMEF Anacleta S. Lucas só consegui atingir a meta

no ano de 2011. Nos demais períodos avaliados as notas foram insatisfatórias as unidades de

ensino analisadas não atingiram as projeções feitas para 2013 (exceção feita a EMEF Castelo

Branco). Por sua vez, ressalta-se que nos anos finais (8a série/9° ano), no IDEB de 2013,

nenhuma das unidades de ensino da Região I alcançaram a meta projetada pelo MEC.

Já em relação à Prova Brasil, que objetiva avaliar a qualidade do ensino ministrado nas

escolas das redes públicas, produzindo informações sobre os níveis de aprendizagem em Língua

Portuguesa (Leitura) e em Matemática, observa-se que a rede municipal de Vitória tem

apresentando índices na Prova Brasil superiores aos do País no período de 2009 a 2013, em

ambas as disciplinas (Português e Matemática).

Quando comparado os dados da rede municipal de Vitória com os dados obtidos pelo

Estado do Espírito Santo verifica-se que em Português no 5° ano somente alcançou média

superior nos anos de 2011 e 2013. Na disciplina de Matemática, também relação ao 5° ano,

somente alcançou índice superior no ano de 2009. Porém, quando comparados os índices

médios alcançados no estado do Espírito Santo os dados já não se apresentam de forma tão

satisfatória, para o 5° ano em ambas as disciplinas. Mesmo assim, em relação ao 9° ano em

Português apresentou média superior ao Estado do Espírito Santo nos anos de 2009, 2011 e

2013 e em Matemática do 9° ano apresentou índice igual ao do Estado em 2009 e superiores ao

índice do Estado em 2011 e 2013.

No caso específico das unidades de ensino da Região I, observa-se que a EMEF Castelo

Page 122: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

121

Branco no nível de aprendizado de 5° ano de Língua Portuguesa tem apresentando bons

resultados. As demais EMEFs, dependendo do ano, apresentam resultados ora satisfatórios, ora

insatisfatórios, o que não possibilita consolidar de forma segura uma tendência de melhoria ou

queda na qualidade do ensino examinado. Em relação ao conhecimento de Matemática para

esse nível de aprendizado (de 5° ano) as unidades de ensino da Região I têm alcançado índices

próximos da média do município de Vitória.

Em relação ao conhecimento de Língua Portuguesa dos alunos do 9° ano da região

observou-se que os índices obtidos pela EMEF São Vicente de Paulo estão acima da média da

rede municipal de Vitória e do Espírito Santo. Por sua vez, a EMEF Anacleta S. Lucas tem

seguidamente obtidos índices muito abaixo da média da rede municipal. Em relação ao

conhecimento de Matemática para esse nível de aprendizado (de 9° ano) o destaque também

fica com a EMEF São Vicente de Paulo, que tem obtidos índices ligeiramente acima da média

municipal e estadual; ressaltando que a EMEF Anacleta S. Lucas apresentou índices

preocupantes em relação ao conhecimento examinado (Matemática).

Nota-se, por tudo que foi dito, analisado e apresentado, que houve avanços na Educação

da rede municipal de Vitória. Os problemas aqui apresentados, numa primeira análise,

mostram-se pontuais, porém necessitando, em alguns casos, de intervenções imediatas para

equacionar as inconsistências encontradas. Revela-se, assim, a ideia de que, no âmbito do

processo educacional, há um longo (muito longo) caminho a ser percorrido, num espaço de

tempo exíguo. Compreender essa equação é o grande desafio do gestor que atua em educação,

em todos os níveis.

Conquanto falte-nos, por ora, dados importantes e primordiais para a compreensão

macro das facetas educacionais, vez que não foi possível obter dados relacionados à formação e

qualificação dos profissionais de educação, nível de satisfação dos profissionais de educação e

perfil psicográfico dos gestores educacionais, o conjunto de dados obtidos permitiu-nos avançar

satisfatoriamente no universo escolar, possibilitando-nos dotar o Poder Legislativo, ao Poder

Executivo, aos gestores escolares, pais, alunos e sociedade civil organizada, de informações

compiladas e analisadas, de forma que, cada qual, de acordo com suas atribuições,

responsabilidades e interesses, possa contribuir na construção e aperfeiçoamento do processo

educacional, vital no fortalecimento e desenvolvimento do processo de cidadania e organização

social.

Page 123: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

122

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 9050: acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaços, mobiliários e equipamento urbano. Rio de Janeiro, 1994.

______ NBR 57: fixa as iluminâncias mínimas para cada tipo de tarefa visual, Rio de Janeiro, 1993.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, 1998.

_____ Lei n° 13.005, 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br

______ Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br. Acesso em 12 de abril de 2015.

______ Decreto Legislativo n° 186, de 9 julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.

______ Decreto Legislativo n° 5.296, 2 de dezembro de 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em 03 de maio de 2015.

______ Emenda Constitucional n° 53, de 19 de dezembro de 2006. Disponível em www.planalto.gov.br

______Emenda Constitucional n° 59, 11 de novembro de 1996. Disponível em www.planalto.gov.br.

______ Lei n° 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

______ Lei n° 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

______ Lei n° 8.069, 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

______ Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

Page 124: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

123

______ Lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

______ Lei n° 10.793, de 1 de dezembro de 2003. Altera a redação do art. 26, §3°, e do art. 92 da Lei n° 9394/96.

______Decreto n° 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007.

______ Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF,2002.

______ Nota técnica n° 04, de 23 de janeiro de 2014. Orientação quanto a documentos comprobatórios de alunos com deficiência, transtorno globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no Censo Escolar.

______Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispões sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 2005.

______Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 2011.

______ Lei n° 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Casa Civil; Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 2001.

______ Lei n° 11.114, 16 de maio de 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade.

______ Lei n° 11.274, 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.

______ Lei n. 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei n° 9394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação de profissionais da educação e dar outras providencias.

______ Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Page 125: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

124

______ Lei n° 11.494, 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. Disponível em www.planalto.gov.br

______Lei n° 12.244, 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

______ Ministério da Educação. Nota técnica n° 62, 08 de dezembro de 2011. Orientações aos Sistemas de Ensino sobre o Decreto nº 7.611/2011. MEC/SECADI /DPEE, 2011.

______ Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB 04/2008. Orientação sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos.

______ Ministério da Educação. Parecer n° 13, de 24 de setembro de 2009. Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Diário Oficial da União, Brasília, 2009.

______ Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil. 1998.

______ Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n° 3/2005. Define Normas Nacionais para a Ampliação do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos de duração. Disponível em: www.mec.gov.br/cne.

______ Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n° 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Disponível em: www.mec.gov.br/cne.

______ Ministério da Educação. Resolução n° 1, de 7 de abril de 1999 – Institui as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, 1999.

______ Ministério da Educação. Resolução n°5, de 7 de abril de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil. 2009.

______ Ministério da Educação. Resolução n° 04, de 13 de julho de 2010. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.

______ Ministério da Educação. Resolução n° 1, 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

______ Ministério da Educação. Resolução n° 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

______ Ministério da Educação. Resolução nº 4, de 02 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Portal MEC, Brasília, DF, 2009.

Page 126: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

125

______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ampliação do ensino fundamental para nove anos: 1º relatório do programa. Brasília, 2004. Disponível em: www.mec.gov.br/seb.

______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ampliação do ensino fundamental para nove anos: 2° relatório do programa. Brasília, 2005. Disponível em: www.mec.gov.br/seb.

______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos político-legais da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, 2010.

______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.

______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro 1. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

______ Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica – Brasília. DF, 2006.

______ Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica – Brasília. DF, 2006.

______ Projeto de Lei nº 8.035. Aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências. Câmara dos Deputados, 2010. disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/831421.pdf.

ELALI, G. V.M.A. O ambiente das escolas: uma discussão sobre a relação escola-natureza em educação infantil. 2003.

FRAGO, A. V.; ESCOLANO, A. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. 2 ed. Rio de Janeiro DP&A, 1995.

FREIRE, M.R. Iluminação Natural em Salas de Aula: o Caso das Escolas FAEC em Salvador. 1996. Porto Alegre. Dissertação de Mestrado – PROPAR-UFRGS.

LIBÂNEO, J.; FERREIRA, J.; SEABRA, M. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

MARTINS, I.; VILANOVA, R. Educação em ciências e Educação de Jovens e Adultos: pela necessidade do diálogo entre campos e práticas. In: Ciência e Educação, v. 14, n. 2, p. 331- 346, 2008.

MINISTÉRIO PÚBLICO. Termo de Cooperação n° 043/2012. Termo de Cooperação entre o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, o Município de Vitória representado pela Secretaria Municipal de Educação.

Page 127: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

126

SÁTYRO, N. G. D.; SOARES, D. Sergei. A infraestrutura das escolas brasileiras de ensino fundamental: um estudo com base nos Censos Escolares de 1997 a 2005. Brasília: IPEA, 2007.

SILVA, R. J. Biblioteca escolar: organização e funcionamento. In: SOUZA, Renata Junqueira (org.). Biblioteca escolar e práticas educativas: o mediador em formação. Campinas: Mercado das Letras, 2009.

VITÓRIA. A Educação infantil do Município de Vitória: um outro olhar. Documento norteador para a Educação Infantil, 2006.

______ Decreto n° 15.071, de 30 de junho de 2011 – Estabelece critérios para matrícula e permanência de alunos da Rede Municipal de Ensino de Vitória no Projeto de Educação de Tempo Integral.

______ Decreto n° 16.320. Regulamenta funcionamento das Escolas de Ensino Fundamental em Tempo Integral, na rede municipal de Vitória, instituída pela Lei n° 8.759, de 24 de novembro de 2014.

______ Diretriz Curricular Municipal que institui a Modalidade de EJA na etapa do Ensino Fundamental na rede municipal de vitória, 2011.

______ Lei n° 4747, de 30 de julho de 1998. Institui o Sistema Municipal de Ensino no Município de Vitória.

______ Lei n° 6.080, de 29 de dezembro de 2003. Institui o Código de Posturas e de Atividades Urbanas do Município de Vitória.

______ Lei n° 6794, de 29 de novembro de 2006. Dispõe sobre a organização dos conselhos de escola das unidades de ensino como unidades executoras dos recursos financeiros e dá outras providências.

______ Lei n° 8.759, de 25 de novembro de 2014. Institui Escolas de Ensino Fundamental em Tempo Integral na Rede Municipal de Ensino de Vitória.

______ Portaria n° 042, de 02 de dezembro de 2014. Normatiza o processo de cadastramento eletrônico unificado de matrículas novas, nos Centros Municipais de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Vitória.

______ Portaria n° 105, 10 de setembro de 2012. Institui o Sistema de Gestão Escolar (SGE) - como ferramenta gerencial da Rede Municipal de Vitória.

______ Portaria n° 148-R, de 17 de setembro de 2014. Portaria Conjunta da Secretaria de Estado da Educação do Estado do Espírito Santo e das Secretarias Municipais de Educação da Região Metropolitana da Grande Vitória.

______ Resolução n° 06, de 20 de outubro de 1999. Fixa normas para educação infantil no

Page 128: Análise dos Relatórios de Fiscalização Região I · ... Centro Municipal de Educação Infantil ... Conservação das salas de aula e mobiliário ... Quantidade e custo total

Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I

www.fiscalizavitoria.com.br

127

Sistema Municipal de Ensino do Município de Vitoria.

______ Resolução n° 07, de 10 de dezembro de 2008. Fixa normas relativas à organização e funcionamento do Ensino Fundamental no Sistema Municipal de Ensino do Município de Vitória.