analise do sistema de abastecimento das linhas de montagem de uma fabrica de eletrodomesticos

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MARCO AURÉLIO KANASHIRO ANÁLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DAS LINHAS DE MONTAGEM DE UMA FÁBRICA DE ELETRODOMÉSTICOS Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção. São Paulo 2003

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abastecimento de linha

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  • MARCO AURLIO KANASHIRO

    ANLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DAS LINHAS DE MONTAGEM DE UMA FBRICA DE

    ELETRODOMSTICOS

    Trabalho de Formatura apresentado Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Diploma de Engenheiro de Produo.

    So Paulo 2003

  • MARCO AURLIO KANASHIRO

    ANLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DAS LINHAS DE MONTAGEM DE UMA FBRICA DE

    ELETRODOMSTICOS

    Trabalho de Formatura apresentado Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Diploma de Engenheiro de Produo.

    Orientador: Profa. Dra. Dbora Pretti Ronconi

    So Paulo 2003

  • FICHA CATALOGRFICA

    Kanashiro, Marco Aurlio Anlise do sistema de abastecimento das linhas de

    montagem de uma fbrica de eletrodomsticos / M.A. Kanashiro. So Paulo, 2003.

    106p.

    Trabalho de Formatura - Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Departamento de Engenharia de Produo.

    1.Diagnstico de falhas e proposio de melhorias 2.Administrao da produo 3.Logstica (Administrao de materiais) I.Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia de Produo II.t.

  • $RVPHXVSDLVHDPLJRV

  • $JUDGHFLPHQWRV Profa. Dbora pela orientao, sugestes e crticas valiosas para a execuo deste trabalho.

    A Nelson e Marisa, meus pais, e Fernando e Bruno, meus irmos, pelo carinho, apoio e ateno dedicados.

    Tatiana por todo carinho e incentivo dirigidos a mim.

    Aos meus amigos pelos momentos de diverso.

    Aos colegas da ARNO por todo o apoio fornecido a este projeto.

  • 5HVXPRO presente trabalho analisou o sistema de abastecimento das linhas de

    montagem em uma das fbricas da ARNO S.A. - Indstria e Comrcio. Os processos e procedimentos existentes no mesmo foram analisados, a fim de detectar as causas dos problemas que impediam a operao de maneira eficiente. Os principais problemas estavam relacionados com as entregas de materiais nas linhas, a organizao da fbrica, o sistema de informaes da empresa, comunicao entre os funcionrios e as embalagens utilizadas. A partir disto, foram elaboradas propostas de melhorias, tais como a alterao do modelo de controle de materiais, do sistema de informaes e de alguns procedimentos e a adoo do Gerenciamento Visual. A implementao de algumas delas aprimorou o sistema de abastecimento, tornando-o mais produtivo.

  • $EVWUDFWThe present paper analyzed the supplying system of the assembly lines in one

    of the plants of ARNO S.A. - Indstria e Comrcio. The existing processes and procedures at the lines were analyzed, in order to detect the causes of the problems that hindered the operation in efficient way. The main problems were related to the delivery of the materials at the lines, the organization of the plant, the information system of the company, the communication between the employees and the packaging they use. Based on this, proposals of improvements were elaborated, such as the alteration of the materials control model, of the information system and some procedures and the adoption of the Visual Management. The implementation of some of them improved the supplying system, turning it into a more productive one.

  • 6XPiULR/LVWDGH)LJXUDV

    /LVWDGH7DEHODV

    ,QWURGXomR Estgio na Empresa 3

    'HILQLomRGR3UREOHPD 2.1 DESCRIO DA EMPRESA 9 2.2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO 17

    2.2.1 Dados do sistema 17 2.2.2 Descrio das Operaes do Sistema 21 2.2.3 Objetivos do Trabalho 29

    'HILFLrQFLDVGR6LVWHPD 3.1 ATENDIMENTO DAS SOLICITAES 33 3.2 ENTREGAS EQUIVOCADAS DE MATERIAIS 35 3.3 MATERIAIS EM QUANTIDADES INSUFICIENTES PARA SUPORTAR

    O LEAD TIME 39 3.4 PRAZOS DE ENTREGA DOS FORNECEDORES 40

    3.5 ORGANIZAO DA FBRICA 40 3.6 SOLICITAES PENDENTES 42 3.7 COMUNICAO DEFICIENTE ENTRE OS FUNCIONRIOS DA

    ARNO 43 3.8 EMBALAGENS DOS PRODUTOS ACABADOS 45 3.9 SISTEMA DE INFORMAES DO ALMOXARIFADO 47 3.10 DEVOLUES DE MATERIAIS 49 3.11 MOTORES EXISTENTES NA FBRICA 51 3.12 EMBALAGENS UTILIZADAS PELOS MATERIAIS SOLICITADOS 53

  • 3.13 EMBALAGENS VAZIAS, MATERIAIS REJEITADOS E DEVOLVIDOS

    E SUCATAS 56

    3URSRVWDVGH0HOKRULDV 4.1 OS OBJETIVOS E FATORES CRTICOS DE SUCESSO 60 4.2 ANLISE DAS ALTERNATIVAS 61

    4.2.1 Concentrao de Solicitaes de Materiais 62 4.2.2 Quantidade Excessiva de Materiais 83 4.2.3 Organizao da Fbrica 87 4.2.4 Embalagens Vazias, Materiais Rejeitados e

    Devolvidos 88 4.2.5 Elevadores de Carga 88 4.2.6 Solicitaes Pendentes 91 4.2.7 Etiquetas de Identificao de Materiais 92 4.2.8 Comunicao entre os Funcionrios da ARNO 93 4.2.9 Entrega de Materiais nos Locais Corretos 94 4.2.10 Linhas de Montagem e Fabricao de Motores 96 4.2.11 Sistema de Informaes 98

    &RQFOXV}HV

    5HIHUrQFLDV%LEOLRJUiILFDV

  • /LVWDGH)LJXUDVFigura 1 - Departamento de Controle de Qualidade. 4 Figura 2 - Departamento de Programao e Controle de Produo. 5 Figura 3 - Departamento de Engenharia do Produto. 6 Figura 4 - O Groupe SEB no mundo. 10 Figura 5 - Distribuio geogrfica das produes industriais. 11 Figura 6 - Distribuio geogrfica das vendas de 2002. 11 Figura 7 - Distribuio acionria do Groupe SEB. 12 Figura 8 - Alguns produtos ARNO. 13 Figura 9 - Representao simplificada da fbrica 3. 15 Figura 10 - Planta simplificada do pavimento superior. 16 Figura 11 - Planta simplificada do pavimento trreo. 16 Figura 12 - Planta simplicidade do pavimento inferior. 17 Figura 13 - Carro eltrico ou kady keto. 20 Figura 14 - Coletor porttil de dados. 22 Figura 15 - Etiqueta de identificao de material. 22 Figura 16 - Aramado. 23 Figura 17 - Palete. 23

    Figura 18 - Ba. 23 Figura 19 - Cesto. 23 Figura 20 - Caambas. 23 Figura 21 - Solicitao de material. 23 Figura 22 - Trajeto simplificado dos operadores do almoxarifado. 24 Figura 23 - Fluxo simplificado das embalagens no andar trreo. 25 Figura 24 - Fluxograma do processo de abastecimento das linhas. 28 Figura 25 - Carrinho. 52 Figura 26 - Paleteira. 52 Figura 27 - Inter-relacionamento dos problemas encontrados 58 Figura 28 - Distribuio das solicitaes ao longo do dia. 62 Figura 29 - Distribuio das solicitaes aps alterao de horrio das mesmas. 64 Figura 30 - Processos produtivos em manufatura. 66 Figura 31 - Processos produtivos em servios. 67

  • Figura 32 - Uso de previses. 67 Figura 33 - Variabilidade da Demanda. 68 Figura 34 - Incerteza da demanda. 68 Figura 35 - Atendimento da demanda. 69 Figura 36 - Continuidade da demanda. 69 Figura 37 - Freqncia de reviso. 70 Figura 38 - Variabilidade da demanda. 70 Figura 39 - Tempo de espera para atendimento. 70 Figura 40 - Nmero de itens existentes em estoque. 71 Figura 41 - Horizonte de planejamento. 71 Figura 42 - Capacidade de oferta. 71 Figura 43 - Modelos de estoque. 72 Figura 44 - Ilustrao da reduo do estoque em processo. 74 Figura 45 - Porcentagem de cada seo no total de solicitaes. 75 Figura 46 - Porcentagem de cada linha nas solicitaes da seo 90.02. 78 Figura 47 - Solicitaes das linhas LIQ P/C/S e BPA antes da mudana. 81 Figura 48 - Solicitaes das linhas LIQ P/S/C e BPA aps mudana. 81 Figura 49 - Linha de montagem LIQ P/S/C aps alterao do mtodo. 81 Figura 50 - Distribuio dos corredores do almoxarifado. 85 Figura 51 - "Gancheiras" do transportador areo. 90

  • /LVWDGH7DEHODVTabela 1 - Marcas do Groupe SEB e seus mercados de atuao. 9 Tabela 2 - Turnos de trabalho. 18 Tabela 3 - Quantidade de funcionrios por funo. 21 Tabela 4 - Exemplo do modelo atual de controle de materiais. 76 Tabela 5 - Simulao do modelo proposto de controle de materiais. 76 Tabela 6 - Situao das propostas de melhorias desenvolvidas. 103

  • 1

    &&$$337788//22

    ,,11775522''88dd22

    ,1752'8d2

  • 2

    Um dos objetivos almejados por qualquer empresa privada a maximizao dos lucros para seus proprietrios. De maneira simplificada, este objetivo pode ser perseguido atravs da prtica de um preo de mercado elevado em seus produtos ou servios ou pela reduo dos custos dos mesmos. Porm, devido grande concorrncia existente entre a maioria das empresas, a prtica de preos altos nem sempre vivel, tornando-se, ento, muito importante o controle de seus custos e o aumento de sua competitividade.

    A ARNO S.A. - Indstria e Comrcio encontra-se dentro deste cenrio. Isto pode ser justificado pelo fato de existir um grande nmero de fabricantes de produtos concorrentes aos produzidos pela empresa, situao agravada aps ela ter sido adquirida por um grupo francs, o Groupe SEB, passando a exportar para os mercados do mundo inteiro.

    Um dos causadores da elevao dos custos de uma empresa so as perdas existentes nos processos internos da mesma. Neste sentido, encontrou-se uma tima oportunidade para realizao de um trabalho de investigao e determinao destas deficincias e de suas causas. O processo escolhido para ser analisado foi o abastecimento das linhas de montagem de uma das fbricas da empresa, uma vez que suas falhas refletem de forma negativa diretamente a produo e por este tipo de estudo nunca ter sido realizado na mesma. Alm disso, a administrao da ARNO sabe que existem algumas deficincias no mesmo, porm, desconhece quais so elas.

    Uma vez determinadas as causas das ineficincias, algumas solues foram propostas, visando melhorar o sistema como um todo. Alm disso, estas informaes so importantes para a gesto da empresa.

    O trabalho foi dividido da seguinte maneira: Definio do Problema: Nesta seo realizada uma descrio da empresa,

    dos processos a serem analisados e do objetivo do trabalho. Levantamento das Deficincias do Sistema: Aqui so apresentados todos os

    problemas encontrados no sistema de abastecimento e algumas possveis causas e conseqncias.

    Propostas de Melhorias: So apresentados os objetivos e Fatores Crticos de Sucesso do almoxarifado responsvel pela maioria das operaes do sistema de abastecimento das linhas de montagem da empresa e propostas para a resoluo

  • 3

    dos problemas listados anteriormente, alm de alguns tpicos tericos e tcnicas relevantes.

    Concluso: Nesta fase so reunidos os resultados obtidos com as propostas implementadas e o andamento das mesmas.

    Estgio na Empresa

    O estgio foi realizado nas trs plantas da ARNO Indstria e Comrcio S.A. da cidade de So Paulo, as fbricas 1 e 2, situadas uma em frente outra no bairro da Mooca, e a fbrica 3, situada no bairro do Ipiranga. importante citar que o autor trabalhou diariamente na empresa durante dez meses em diversos departamentos ligados ao setor de produo da empresa, sendo os primeiros seis meses alternando entre as diversas reas de apoio produo e os outros meses na rea produtiva, prximo s linhas de montagem de uma das fbricas.

    Durante a primeira semana, foi realizado um perodo de integrao, no qual os estagirios assistiram algumas palestras com algumas informaes sobre a empresa, seus departamentos e sobre algumas regras e procedimentos. Neste perodo foram realizadas visitas s fbricas da empresa situadas na cidade de So Paulo e unidade situada na cidade de Cajamar, fbrica 7, utilizada como armazm central. Uma melhor explicao ser realizada mais adiante no Captulo 1.

    A primeira etapa do estgio foi desenvolvida no Departamento de Engenharia de Produtividade da Fbrica 1, EP1, acompanhando as atividades de cada um dos funcionrios do mesmo durante um ms. Ele responsvel pela otimizao da produtividade das operaes e equipamentos existentes na empresa. O segundo departamento de estgio foi a Engenharia de Produtividade da fbrica 3, EP3, com as mesmas responsabilidades que a EP1, porm voltado para os processos produtivos desta fbrica. Novamente, acompanhou-se cada um dos funcionrios no desenvolvimento de suas atividades durante um ms.

    O estgio no terceiro ms ocorreu no Controle de Qualidade das fbricas 1 e 2, designado pela sigla CQ1, perodo no qual focou-se no aprendizado das diversas formas e instrumentos de medio. Durante a primeira semana, o autor trabalhou junto aos tcnicos de controle de qualidade do setor de plstico, na segunda semana, no setor de estamparia e montagem de panelas, na terceira, junto s linhas de

  • 4

    montagem e na auditoria de produtos montados nesta planta e, na ltima, na sala de medio. Neste perodo foram apresentados todos os instrumentos utilizados pelo setor para a realizao do controle de qualidade, desde os mais simples, tais como os diversos tipos de paqumetros, micrmetros e sbitos, at alguns bastante sofisticados, como medidores de espessura por ultra-som e a mquina de medio por coordenadas (a partir de uma ponta apalpadora, o software do aparelho constri um modelo tridimensional da pea a ser medida, realizando as medies desejadas). Alm disso, aprendeu-se as diversas formas para se realizar as medies, quais so os instrumentos mais adequados e os parmetros a serem levados em considerao.

    O quarto ms ocorreu no Controle de Qualidade da fbrica 3, CQ3, sendo duas semanas no laboratrio de testes e as outras duas na auditoria de produtos acabados. No laboratrio, o aluno acompanhou alguns testes de vida e prticos, realizados neste local, foi at algumas instituies nas quais estavam sendo realizados testes de campo e acompanhou algumas investigaes sobre as causas de problemas ocorridos durante os mesmos. Na auditoria de produtos, conheceu-se os procedimentos envolvidos em tal operao e suas conseqncias. A Figura 1 representa um organograma simplificado do setor.

    Figura 1 - Departamento de Controle de Qualidade (Elaborado pelo autor).

    Durante o quinto ms de estgio, aluno passou pelos Departamentos de Programao e Controle da Produo da empresa, sendo duas semanas nas fbricas 1 e 2, no PCP Central e no chamado PCP, e as outras duas na fbrica trs, PC3. A primeira semana ocorreu no PCP Central, responsvel pelo planejamento estratgico da produo da fbrica definio do programa MRP (Material Requirement Planning, que, alm de determinar a quantidade de materiais necessrios e quando elas devem ser adquiridas, determina a linha-mestre para a produo da empresa, definido os momentos e quantidades a serem produzidas de cada produto)

    CQ

    CQ1(Fbricas 1 e 2)

    Sala de Medio(Fbrica 1)

    CQ3(Fbrica 3)

    Plsticos Estamparia Auditoria Auditoria Laboratrio

    CQ

    CQ1(Fbricas 1 e 2)

    Sala de Medio(Fbrica 1)

    CQ3(Fbrica 3)

    Plsticos Estamparia Auditoria Auditoria Laboratrio

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    quantidades e datas para importao de materiais ou produtos das outras empresa do Groupe SEB, acompanhamentos de alteraes de projetos de produtos, controle da logstica da empresa e das sucatas, rejeitos e materiais reciclveis. Na segunda semana, o autor percorreu o chamado PCP, setor do departamento responsvel pelo almoxarifado de materiais e ajustes na programao de produo das linhas de montagem da fbrica 2, pelo PCP do setor de plsticos e da estamparia. A sexta etapa, com durao de duas semanas, desenvolveu-se no PC3, responsvel pela programao de produo da fbrica 3 e pelo almoxarifado da mesma. A Figura 2 ilustra o departamento.

    Figura 2 - Departamento de Programao e Controle de Produo (Elaborado pelo autor).

    A stima fase do estgio foi no Departamento de Manuteno, com durao de uma semana, sendo dois dias na fbrica 3, MN3, e dois na fbrica 2, MN2. Foram apresentados os procedimentos para a execuo de manuteno das mquinas e equipamentos da empresa, as formas de monitoramento, controle e distribuio de energia eltrica, gua, e ar comprimido, os geradores, os aquecedores e resfriadores de gua, o controle das linhas telefnicas, o relacionamento com o setor produtivo e os procedimentos para as alteraes realizadas na fbrica que necessitam da interveno do setor.

    Durante as duas semanas seguintes, o estgio foi realizado no Departamento de Engenharia do Produto, EPD, localizado na fbrica 1. Este departamento dividido em Pesquisa e Desenvolvimento (subdividido em Projetos, responsvel, principalmente, pela pesquisa de novas tecnologias existentes e desenvolvimento de outras, Prottipos, construo dos prottipos da empresa, Engenharia Experimental, responsvel principalmente pelos primeiros testes nos produtos novos, prottipos e alteraes de projetos de produtos de linha, atuando, freqentemente, em conjunto com a subdiviso de Projetos), Motores, responsvel pelo desenvolvimento da

    PCP Central

    PCP(Fbricas 1 e 2)

    PC3(Fbrica 3)

    Estamparia Montagem Almoxarifado Montagem AlmoxarifadoPlsticos

    PCP Central

    PCP(Fbricas 1 e 2)

    PC3(Fbrica 3)

    Estamparia Montagem Almoxarifado Montagem AlmoxarifadoPlsticos

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    maioria dos motores utilizados pelas empresas do Groupe SEB, Apoio Produo, diviso responsvel pelas alteraes dos produtos de linha e atualizao de documentos tcnicos referentes a eles, e Importao e Exportao, responsvel pela adequao tcnica dos produtos da ARNO s legislaes vigentes nos mercados para os quais ela exporta e dos produtos das outras empresas do Groupe SEB importados ao mercado brasileiro. Este setor possui, ainda, uma pessoa responsvel pelo clculo preliminar dos custos tcnicos ou industriais, chamado de PRU, preo referncia unitrio, dos produtos e alteraes desenvolvidas no setor. A Figura 3 ilustra as divises deste departamento.

    Figura 3 - Departamento de Engenharia do Produto (Elaborado pelo autor).

    As duas ltimas semanas deste perodo foram realizadas no Departamento de Custos da empresa, localizado novamente na fbrica 1. Ele dividido em duas partes, uma responsvel pela Administrao Patrimonial, ou seja, controle dos ativos da empresa, e a outra pela Contabilidade e Custos e Custos Gerenciais, responsvel pelo clculo e controle contbil dos custos dos produtos produzidos pela empresa. Neste departamento o aluno aprendeu, principalmente, como so calculados os custos diretos e os indiretos dos produtos ARNO.

    Estes sete primeiros meses de estgio foram importantes para que o aluno conhecesse a dinmica da empresa, os procedimentos e as responsabilidades de cada departamento de apoio produo. Outro ponto interessante neste perodo foi a oportunidade de conhecer e trabalhar com diversas pessoas que atuam e pensam de maneiras diferentes, desde os operadores de cho de fbrica, at pessoas com cargos de liderana e gerenciais.

    Os trs meses restantes de estgio foram realizados no setor produtivo da fbrica 3. Neste perodo, o autor desenvolveu o projeto de anlise do sistema de abastecimento das linhas de montagem existente nesta planta, que ser detalhado neste trabalho. Alm do mais, o autor obteve conhecimento sobre o dia-a-dia das

    EPD

    Apoio Produo P & D Imp. Exp.

    Prottipos Projetos Eng. Experimetal

    Motores Clculo PRU

    EPD

    Apoio Produo P & D Imp. Exp.

    Prottipos Projetos Eng. Experimetal

    Motores Clculo PRU

  • 7

    pessoas deste setor e participava diariamente das chamadas Reunies de Produo, nas quais eram relatados os problemas ocorridos desde a ltima reunio, quais foram as aes corretivas tomadas, discutia-se solues a serem adotadas, eram realizadas cobranas diversas e passava-se informaes aos supervisores e encarregados de linha. Desta forma, o aluno possui um bom conhecimento do funcionamento da empresa, facilitando bastante a realizao da anlise.

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    Neste captulo ser realizada uma descrio da empresa na qual o trabalho foi realizado, a Arno Indstria e Comrcio S.A., apresentando seu histrico, suas plantas, uma explicao mais detalhada da fbrica 3, na qual o trabalho est focado, e do sistema de abastecimento das linhas de montagem. Ao final, ser apresentado o objetivo deste trabalho.

    2.1 Descrio da Empresa

    A ARNO uma empresa fabricante de aparelhos eletrodomsticos e lder no mercado em que atua. Ela monta no pas produtos com a sua marca e exporta algumas peas e produtos para outras empresas do Groupe SEB. Um maior detalhamento ser realizado a seguir.

    O Groupe SEB

    O Groupe SEB uma organizao francesa lder mundial na fabricao de eletroportteis e est presente em diversos pases ao redor do mundo, possuindo oito marcas; quatro internacionais - Rowenta, Moulinex,T-Fal/Tefal e Krups - e quatro locais Arno, Seb, Calor e Samurai (Tabela 1). Sua liderana foi alcanada graas sua poltica de inovao, seu conhecimento tecnolgico e de fabricao e a adaptao de seus produtos s necessidades de seus consumidores, resultando em aparelhos prticos e fceis de usar (segundo o web site de uma das empresas do Groupe SEB, aproximadamente 2% de seu faturamento global destinado a pesquisas de inovao tecnolgica e de produo fabril).

    Tabela 1 - Marcas do Groupe SEB e seus mercados de atuao (Fonte: http:// www.t-fal.com.br).

    Marca Mercado

    Marca Internacional

    Marca Internacional

    Marca Internacional

    Marca Internacional

    Pases do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) Frana e Blgica

    Frana e Blgica

    Pases do Pacto Andino (Colmbia, Venezuela, Bolvia, Equador e Peru)

  • 10

    Para implantar uma poltica mundial de produtos, mercados e servios, a organizao global do Groupe SEB visou atender a trs funes:

    Criar novos produtos e servios que atendam s necessidades dos consumidores do mundo inteiro;

    Produzir e garantir a excelncia dos produtos e servios; Vender e levar esses produtos e servios aos consumidores do mundo

    inteiro.

    Para tanto, conta com um quadro de 18.000 funcionrios, distribudos em 120 pases. A Figura 4 ilustra a presena do Groupe SEB no mundo.

    Figura 4 - O Groupe SEB no mundo (Fonte: http://www.groupeseb.com).

    A Figura 5 representa a distribuio geogrfica das produes industriais das empresas do Groupe SEB no mundo.

    Brasil

    Argentina

    Chile

    ColmbiaVenezuela

    Mxico

    E.U.A.

    Canad

    fricado Sul

    Egito

    Turquia

    Ir

    Grcia

    Itlia

    Eslovquia

    Portugal

    Espanha

    Reino Unido

    Frana

    Blgica

    Holanda

    Dinamarca

    ustria

    Alemanha

    RepblicaTcheca

    HungriaPolnia Rssia

    CoriaJapoChina

    ndia

    Austrlia

    Representantede Vendas Fbrica

    Brasil

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    E.U.A.

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    Holanda

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    HungriaPolnia Rssia

    CoriaJapoChina

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    Austrlia

    Representantede Vendas Fbrica

  • 11

    Figura 5 - Distribuio geogrfica das produes industriais (Fonte: http://www.groupeseb.com).

    Sua atuao concentra-se, principalmente, nos mercados dos pases da Comunidade Europia, com significativa participao na Frana, seguida pela dos pases do continente americano. A Figura 6 apresenta a distribuio geogrfica das vendas do Groupe SEB de 2002.

    Figura 6 - Distribuio geogrfica das vendas de 2002 (Fonte: http://www.groupeseb.com).

    O grupo mantm um programa de pesquisas que dedica especial ateno s necessidades crescentes nos mais diferentes pases, resultando em uma constante apresentao de novos produtos, cujo alto valor de utilidade j garantiu uma srie de prmios concedidos por organizaes industriais de vrios pases.

    O Groupe SEB uma organizao com aes na Bolsa de Valores de Paris. Possui cerca de 20.000 acionistas titulares e cerca de 4.600 acionistas nominais registrados. Na Figura 7 apresentada a composio do quadro acionrio do grupo.

    5% 5%5%

    4%4%2%1%19%

    56%

    Frana Mxico AlemanhaBrasil E.U.A. EspanhaChina Colmbia Outros pases

    25%

    24%20%

    31%

    FranaPases do Continente AmericanoOutros pasesOutros pases da Comunidade Europia

  • 12

    Figura 7 - Distribuio acionria do Groupe SEB (Fonte: http://www.t-fal.com.br).

    Histrico da ARNO

    Em 1940, Joo Arnstein Arno, natural de Trieste e naturalizado brasileiro, criou a Construes Eletromecnicas Brasileiras LTDA. Materiais Eltricos, uma empresa especializada na fabricao de motores eltricos.

    Em 1944, ocorreu a fuso com a Intermares LTDA., a Brasselva LTDA. e a Siltex LTDA., surgindo a Empresas Reunidas e Comrcio Arno S.A. Um ano depois, a razo social foi alterada para ARNO S.A. - Indstria e Comrcio, nome com o qual vem perpetuando at os dias atuais.

    Com o avano tecnolgico e a viso de seu fundador, a empresa foi incentivada a diversificar sua produo, passando a fabricar tambm peas para automveis e pequenos eletrodomsticos. Em pouco tempo, a ARNO iniciava a produo dos primeiros eletrodomsticos do pas enceradeiras, aspiradores de p, panelas de presso e liquidificadores visando atender as necessidades do consumidor e iniciando o incio de uma mudana comportamental s donas de casa.

    Nas dcadas de 60 e 70, foram construdas novas unidades de produo e um Centro de Armazenamento e Produo. Em 1997, a ARNO S.A. foi adquirida pelo Groupe SEB, sendo inserida na estratgia de mundializao do mesmo.

    Desde o incio dos anos 90, o grupo trabalha por meio de Unidades Estratgicas de Negcios, responsveis pelo desenvolvimento de estratgias globais que permitam um crescimento contnuo, e busca constantemente fortalecer sua posio de lder de mercado em produtos chaves e melhorar o aproveitamento de desenvolvimento de produtos, estratgias de mercado e poltica industrial. Sua estratgia baseada no desenvolvimento e produo de eletrodomsticos que facilitem a vida de seus clientes. Tal caracterstica pode, inclusive, ser percebida no slogan da empresa: Voc imagina, CLICK, a ARNO faz.

    A seguir so apresentados os produtos da empresa divididos entre as Unidades Estratgicas de Negcios:

  • 13

    Preparao de alimentos: responsvel pelos liquidificadores, processadores de alimentos e batedeiras;

    Preparao de Bebidas: espremedores de frutas, cafeteiras e chaleiras; Cuidados com a roupa: mquinas de lavar roupas, centrfugas e ferros de

    passar;

    Panelas: panelas anti-aderente, panelas de presso e acessrios para cozinha; Aparelhos eltricos para cozinha: fornos e churraqueiras eltricas,

    sanduicheiras, tostadeiras de pes e panelas a vapor; Conforto domstico: ventiladores e circuladores de ar; Cuidados pessoais: secadores de cabelos, chapa alisadora de cabelos

    (chapinha), depiladores e massageadores; Limpeza domstica: aspiradores de p, enceradeiras e cortadores de grama.

    A Figura 8 ilustra alguns produtos da empresa.

    Figura 8 - Alguns produtos ARNO (Elaborado pelo autor).

  • 14

    Atualmente, a ARNO possui cinco plantas, sendo trs unidades situadas na cidade de So Paulo (duas na Mooca, chamadas de fbricas 1 e 2, e outra no Ipiranga, fbrica 3), uma desativada na regio do ABC (fbrica 4) e uma ltima (fbrica 7) distante 30 km da capital paulista no municpio de Cajamar, utilizada como o depsito central de matrias-primas e produtos acabados da empresa.

    Nas fbricas 1 e 2, so fabricadas a maioria das peas utilizadas pela empresa e so realizadas algumas sub-montagens e montagens. Nestas unidades tambm est localizada a maior parte administrativa da empresa, tais como os departamentos de recursos humanos, financeiro, marketing, pesquisa e desenvolvimento, as engenharias, suprimentos, PCP, entre outros.

    Na fbrica 3 esto localizadas a maioria das linhas de montagens dos produtos da ARNO e de alguns produtos de outras marcas do Groupe SEB. Tambm so fabricados e montados os motores utilizados pela empresa e por outras do grupo. Alm disso, nesta fbrica localiza-se o laboratrio de testes da empresa, que responsvel pela execuo de testes nos produtos fabricados e desenvolvidos no Brasil.

    Nestas trs unidades so montados os liquidificadores, as batedeiras, os ferros de passar roupa, os aspiradores de p, as sanduicheiras, as cafeteiras eltricas, os espremedores de frutas, os processadores de alimentos, a enceradeira, os ventiladores e circuladores de ar, as lavadoras e a centrfuga de roupas. Os demais produtos comercializados pela ARNO so importados de outras empresas pertencentes ao Groupe SEB.

    Descrio da fbrica a ser analisada Este trabalho ser realizado na fbrica 3, localizada na cidade de So Paulo,

    no bairro do Ipiranga. Esta planta responsvel pelos testes de durabilidade, prticos e de campo, pela montagem dos motores e da maioria dos produtos do grupo fabricados no pas.

    Os testes so realizados pelo laboratrio do controle de qualidade da empresa, localizado nesta fbrica. O teste de durabilidade, tambm chamado de teste de vida, consiste em colocar os aparelhos em funcionamento obedecendo a determinados critrios (ciclo de liga e desliga, temperatura, umidade, tenso aplicada, entre outros),

  • 15

    durante o nmero de horas esperadas para vida do produto em teste. Ele visa antecipar os possveis problemas que podem ocorrer com os produtos da empresa, investig-los e san-los. Alm disso, quando realizados nos produtos normais de linha, uma oportunidade de monitorao dos processos e materiais utilizados para a concepo dos mesmos. O teste prtico, por sua vez, consiste em utilizar os produtos da mesma forma que o consumidor iria utiliz-los ou em situaes bastante prximas. Neste tipo de ensaio so feitos bolos, sopas e outros alimentos e testes mais especficos ou simulaes. O teste de campo, por sua vez, realizado por consumidores. Alguns aparelhos so emprestados por um funcionrio da ARNO para determinadas pessoas ou doados para algumas instituies. Periodicamente, so monitoradas as quantidades de horas de uso do produto, os problemas que ocorreram e so coletadas opinies e crticas a respeito do aparelho sob a tica do consumidor.

    Nesta planta so montados todos os modelos de ferros de passar roupas ARNO, os copos de vidro e os copos de plstico de alguns modelos de liquidificadores, os liquidificadores, as batedeiras, os processadores de alimentos, a enceradeira, os espremedores de frutas, as cafeteiras, a sanduicheira, os aspiradores de p portteis e compactos e os motores utilizados pelos produtos da empresa, totalizando aproximadamente 50 aparelhos e 20 tipos de motores diferentes.

    Esta planta possui trs andares e est ilustrada na Figura 9. Cada um deles ser detalhado mais adiante.

    Figura 9 Representao simplificada da fbrica 3 (Elaborado pelo autor).

    Pavimento SuperiorPavimento TrreoPavimento Inferior

    Pavimento SuperiorPavimento TrreoPavimento Inferior

  • 16

    No pavimento superior (Figura 10), esto localizados o restaurante da empresa, o clube, a vdeo locadora, a academia e o auditrio.

    Figura 10 - Planta simplificada do pavimento superior (Elaborado pelo autor).

    No piso trreo esto localizados o escritrio administrativo, o laboratrio do controle de qualidade, o ambulatrio, as docas para expedio de aparelhos prontos, as salas do controle de qualidade e auditoria e as vinte e quatro linhas de montagem. A Figura 11 ilustra este pavimento.

    Figura 11 - Planta simplificada do pavimento trreo (Elaborado pelo autor).

    Clu

    be e

    Locado

    raA

    udi

    trio

    Res

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    ia

    Porta

    ria

    Laboratrio Berrio Ambulatrio

    Manu

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    oA

    dmin

    istr

    a

    oRH

    CQEx

    pedi

    o

    Linhas de montagem de produtos

    Linhas de montagemde motores

    Linhas de montagemde produtos Linha de montagem

    de produtos

    Elevador3

    Elevador4

    Elevador2

    Porta

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    Laboratrio Berrio Ambulatrio

    Manu

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    Linhas de montagem de produtos

    Linhas de montagemde motores

    Linhas de montagemde produtos Linha de montagem

    de produtos

    Elevador3

    Elevador4

    Elevador2

  • 17

    No andar inferior da empresa esto localizadas as docas utilizadas para desembarque das peas de fornecedores internos (fabricadas nas fbricas 1 e 2 ou armazenadas na fbrica 7) e externos (compradas) e embarque de embalagens vazias e de sucatas, o setor de recebimento de materiais, o almoxarifado para armazenamento dos mesmos, as linhas de montagem da base dos ferros de passar, a casa de mquinas e geradores e alguns depsitos de dispositivos. A Figura 12 representa uma planta simplificada deste piso.

    Figura 12 - Planta simplicidade do pavimento inferior (Elaborado pelo autor).

    2.2 O Sistema de Abastecimento

    Esta seo explicar de forma mais detalhada as operaes e procedimentos do sistema de abastecimento das linhas de montagem da fbrica 3 da ARNO.

    2.2.1 Dados do sistema

    Neste item sero apresentadas algumas informaes referentes ao sistema de abastecimento existente na empresa.

    Turnos de Trabalho

    De maneira geral, as pessoas que possuem funes diretamente relacionadas com a produo da empresa possuem as jornadas de trabalho divididas entre o primeiro, segundo e terceiro turnos, ao passo que, os funcionrios com funes de

    Prateleiras

    RecebimentoDocas

    Escr

    itrio

    Depsitos

    Base

    dos

    ferr

    os

    Elevador3

    Elevador4

    Elev

    ador

    2

    Prateleiras

    RecebimentoDocas

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    itrio

    Depsitos

    Base

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    ferr

    os

    Elevador3

    Elevador4

    Elev

    ador

    2

  • 18

    carter administrativo (pessoal de escritrio) trabalham durante o chamado turno normal. A Tabela 2 ilustra estes turnos e seus horrios.

    Tabela 2 - Turnos de trabalho (Elaborado pelo autor).

    1 turno 2 turno 3 turno Turno Normal 5hs54min s 14hs00min

    13hs54min s 22hs00min

    21hs54min s 6hs00min

    7hs00min s 16hs30min

    Todas as movimentaes de materiais realizadas desde o recebimento at a sua chegada s linhas de montagem so realizadas por pessoas terceirizadas, sob coordenao de funcionrios da ARNO.

    Linhas de Montagem

    A fbrica conta com um total de vinte e quatro linhas de montagem, sendo quinze linhas para montagem de produtos completos e duas para montagem de copos de liquidificadores, funcionando em at dois turnos de trabalho, e sete para motores, que funcionam em at trs turnos de trabalho.

    Em mdia, no primeiro turno funcionam 22 linhas de montagem, no segundo, 13, sendo a maioria de fabricao e montagem de motores, e no terceiro turno, 4 linhas de fabricao de motores. Isto gera um maior nmero de solicitaes de materiais durante o primeiro e a necessidade de mais pessoas neste perodo.

    Abastecedores de Linha

    Os abastecedores so funcionrios ARNO e a sua quantidade definida pelo sistema de balanceamento de linhas. Baseado nos tempos de cada operao de montagem e no volume de produo, este sistema procura otimizar as divises de tarefas entre os postos de trabalho, o nmero de operadores necessrios e a eficincia da linha.

    Eles so responsveis, basicamente, por solicitar os materiais necessrios para montagem dos produtos ao almoxarifado, manter os postos de trabalho alimentados e, geralmente, so os volantes de linha (operadores curinga).

    Em geral, a quantidade de abastecedores por linha varia entre um abastecedor para quatro linhas (0,25 abastecedor por linha) e um abastecedor por linha. A variao do volume de produo para cada linha ao longo do ano relativamente

  • 19

    baixa, variando muito pouco a quantidade de abastecedores destinados para cada uma delas.

    Espao para Armazenagem

    O almoxarifado conta com 35 corredores de prateleiras todos identificados, sendo dez corredores pequenos para os chamados elementos de fixao (parafusos, porcas, presilhas, folhetos, etiquetas, adesivos e outros materiais pequenos), um para os carretis de fios, nove para paletes e aramados, quatro para bas, quatro para cestos, cinco para materiais em papelo e dois para caambas, totalizando aproximadamente 11.800 posies endereadas, armazenando materiais para cerca de seis dias (mdia de 2.000 solicitaes dirias).

    Elevadores

    A empresa utiliza trs elevadores para transportar os materiais entre almoxarifado, localizado no piso inferior, e as linhas de montagem, localizadas no pavimento trreo.

    Dois deles possuem capacidade para 1.000 kg e esto localizados ao final da fbrica. So identificados pelos nmeros 3, responsvel em levar os materiais embalados em paletes, aramados e caambas para o andar das linhas, e 4, prximo s docas e responsvel em trazer as embalagens vazias, sucatas e materiais rejeitados para o andar inferior.

    O elevador identificado pelo nmero 2 menor, possui capacidade para 500 kg de carga e responsvel pelo transporte dos elementos de fixao e dos materiais embalados em bas e cestos. O elevador 1 encontra-se desativado.

    No primeiro turno, h dois operadores para cada elevador, um em cada andar, sendo um responsvel pelo carregamento do mesmo e o outro, pelo descarregamento. No segundo turno, existe uma para cada elevador. Estas pessoas so funcionrios terceirizados.

    Carros Eltricos

    So utilizados carros eltricos, tambm chamados pelos funcionrios de kady ketos, para levar os materiais dos elevadores s linhas de montagem. A Figura 13 uma fotografia de um destes carros.

  • 20

    Figura 13 - Carro eltrico ou kady keto.

    No primeiro turno, so utilizados cinco carros, sendo um deles responsvel pela movimentao de aramados e paletes, o segundo pelos cestos e bas, o terceiro pelos elementos de fixao, o quarto para abastecimento das linhas de motores e o ltimo pelo transporte das embalagens vazias, materiais rejeitados, sucatas e produtos incompletos (c ho). No segundo turno, so utilizados trs carros, porm, no existe uma diviso a respeito o tipo de embalagem ser transportada, uma vez que o nmero de linhas de montagem de produtos acabados em funcionamento menor e as embalagens dos materiais utilizados pelas linhas de motores, maioria das linhas em funcionamento, possuem grandes quantidades.

    Operadores do Almoxarifado Estes operadores so responsveis, basicamente, pelo recebimento,

    descarregamento de materiais dos caminhes e carregamento dos mesmos com as embalagens vazias, por retirar os materiais armazenados e encaminh-los s linhas, por endere-los e armazen-los, por alimentar o transportador areo e por conferir e controlar o estoque.

    Desconsiderando o supervisor do almoxarifado, a secretria e um terceiro funcionrio responsvel pela contagem do estoque fsico, trabalham, no primeiro turno, vinte e trs pessoas, no segundo, quinze, e no turno normal, duas. A Tabela 3 mostra a funo destas pessoas e os turnos que trabalham.

  • 21

    Tabela 3 - Quantidade de funcionrios por funo (Elaborado pelo autor).

    Funo 1 turno 2 turno Turno normal

    Abastecedor do transportador areo 1 1 -

    Operador do elevador 1 2 1 -

    Operador do elevador 2 2 1 -

    Operador do elevador 3 2 1 -

    Motorista de empilhadeira 4 3 1

    Motorista de carro eltrico 5 3 -

    Separao de elementos de fixao 2 1 -

    Recebimento, descarregamento e carregamento 3 3 1

    Atendimento fbrica 1 - -

    Almoxarife 1 1 -

    TOTAL 23 15 2

    Tempo de Abastecimento ou lead time

    O almoxarifado deve executar todas as operaes de abastecimento em um intervalo de tempo de 40 minutos. Ou seja, o espao de tempo compreendido entre o momento em que o abastecedor solicita o material e o instante em que o carro eltrico o descarrega na linha de montagem, chamado de lead time, deve ser, no mximo, de quarenta minutos.

    2.2.2 Descrio das Operaes do Sistema

    O sistema de abastecimento envolve todas as operaes e procedimentos envolvidos desde o momento em que o abastecedor da linha de montagem solicita um material at o momento em que eles so entregues nos postos de trabalho.

    Os supervisores de linha possuem listas nas quais constam os materiais necessrios para montagem de cada um dos produtos sob sua responsabilidade. Aps a verificao do produto a ser montado na programao de produo, os materiais que no esto na linha de montagem e que, portanto, devem ser solicitados, so assinalados e as respectivas listas de materiais so repassadas aos abastecedores.

  • 22

    Figura 14 - Coletor porttil de dados.

    A partir de um coletor porttil de dados (Figura 14), o abastecedor identifica a seo de custo e a linha de montagem. O prximo passo solicitar os materiais necessrios a partir dos cdigos dos mesmos. Isto pode ser feito de duas maneiras, digitando-se os cdigos das peas no coletor ou pela leitura do cdigo de barras das etiquetas de identificao de materiais (Figura 15). Estas informaes so transmitidas para o sistema de informaes do almoxarifado atravs de ondas de rdio.

    71.54/F2 DESTINO 23.00/F3

    RG TURNO DATA

    PEA

    PAINEL FRONTAL LIQ P

    BEM QTDE. ETIQ. AR4 150 025

    F365978444

    00150025 16/06/2003

    3 CAMADAS DE 50 PEAS Figura 15 - Etiqueta de identificao de material (Informaes fictcias).

    O sistema de informaes realiza uma separao das solicitaes baseada no tamanho das embalagens utilizada para armazenagem (as maiores, tais como os aramados, paletes, caambas e bas, das menores e dos elementos de fixao) e as imprime nos locais adequados do almoxarifado (locais assinalados em vermelho na Figura 12 prximos ao escritrio e ao recebimento). As Figuras 16, 17, 18, 19 e 20 ilustram as principais embalagens utilizadas.

  • 23

    Figura 19 - Cesto. Figura 20 Caambas.

    As solicitaes de peas em embalagens grandes so impressas no computador prximo rea de recebimento e as pequenas e de fixao, prximo ao escritrio. Estas solicitaes contm informaes sobre o endereo da pea no estoque, a quantidade existente, seu cdigo, descrio e quantidade a retirar (quantidade padro), a linha solicitante e a data e a hora em que o pedido foi efetuado. A Figura 21 ilustra um exemplo destas solicitaes.

    Retirar: B 135-4 Eniar p/ Seo: 2809 Linha: LIQ P / S / C Cdigo: 3.659.7844-4 PAINEL FRONTAL LIQ P

    Emisso: 27 / 06 / 2003 07:12:43 N solicitao : 138

    Qtde. Endereada: 150 Quantidade a retirar : TOTAL

    Figura 21 - Solicitao de material (Informaes fictcias).

    No caso dos pedidos grandes, um operador ainda realiza uma separao entre pedidos em aramados e paletes, pedidos em bas e pedidos em caambas, repassando-as aos empilhadores, que as ordenam conforme a posio indicada no endereamento, procurando otimizar o trajeto a ser percorrido. Os materiais

    Figura 17 - Palete. Figura 16 - Ba. Figura 18 - Aramado.

  • 24

    embalados em aramados, paletes e caambas so retirados e levados, um a um, ao elevador 3. No caso dos bas e cestos, o empilhador realiza um picking, ou seja, recolhe os diversos materiais solicitados, agrupando um determinado nmero de embalagens sobre um palete, antes de encaminharem-nas ao elevador 2. Para as solicitaes de elementos de fixao, o mesmo funcionrio que retira as solicitaes impressas ordena as mesmas segundo o endereamento, realiza o picking e as encaminha ao elevador 2. A Figura 22 representa, de forma simplificada, o trajeto realizado aps a ordenao.

    Figura 22 - Trajeto simplificado dos operadores do almoxarifado (Elaborado pelo autor).

    As solicitaes so anexadas aos materiais comuns a diversas linhas, de forma a identificar o local de entrega. Se as peas forem exclusivas a um produto, a identificao da linha para o qual o material destinado baseia-se na etiqueta de identificao do mesmo.

    Se um determinado material em falta no almoxarifado solicitado, a solicitao torna-se pendente. Ela separada e afixada em um quadro localizado prximo rea de recebimento de materiais. Quando os materiais so entregues na fbrica pelos fornecedores, verifica-se quais so as solicitaes pendentes existentes nele e, assim que eles forem liberados para utilizao, so enviados s linhas requisitantes (os funcionrios do carregamento e descarregamento de cargas os enviam).

    Chegando ao pavimento trreo, os materiais so descarregados do elevador e levados at as linhas requisitantes por meio dos carros eltricos. Os materiais em bas, cestos e sacos plsticos so ordenados em funo da linha de montagem que solicitou o material, otimizando o caminho percorrido (seta vermelha da Figura 23).

    Do

    cas

    Rec

    ebim

    ento

    EscritrioBase dos

    ferros

    Elevador3

    Elevador2

    Elevador4

    Pedidos grandesPedidos pequenos e de peas de fixao

    Do

    cas

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    ebim

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    EscritrioBase dos

    ferros

    Elevador3

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    Pedidos grandesPedidos pequenos e de peas de fixao

    Pedidos grandesPedidos pequenos e de peas de fixao

  • 25

    Os paletes e aramados so levados um a um aos seus destinos. A Figura 23 ilustra, de forma simplificada, a movimentao das embalagens neste andar.

    Figura 23 - Fluxo simplificado das embalagens no andar trreo (Elaborado pelo autor).

    Se ocorrer o acmulo de embalagens de materiais em frente aos elevadores no andar trreo, a ordem de entrega dos mesmos decidida pelos motoristas dos kady ketos, priorizando o transporte daqueles em menor quantidade nas linhas de montagem. O abastecedor da linha desembala as peas, quando necessrio, e as posiciona nos postos de trabalho adequados.

    Todos os carros eltricos devem retirar as embalagens vazias, os materiais devolvidos e os rejeitados e lev-los s reas adequadas sempre que possvel (estas embalagens so colocadas nos lugares em que os materiais descarregados estavam).

    No piso trreo, existem prateleiras prximas ao elevador 2, nas quais so armazenadas a maioria dos materiais comuns utilizadas pelas linhas de motores e algumas outras peas pequenas. de responsabilidade do operador deste elevador organizar os materiais, colocando-os nas devidas posies identificadas. Quando alguma das linhas necessitar destes materiais, o abastecedor segue at este local e retira a quantidade necessria. Se o material estiver em baixa quantidade, ele realiza a solicitao atravs da leitura do cdigo de barras afixado na prateleira. Existe uma prateleira semelhante, porm, menor, em cada uma das linhas de montagem de produtos acabados.

    Na rea para materiais rejeitados, um funcionrio da ARNO separa-os de acordo com o motivo de rejeio e destino (sucata ou recuperao), embala-os e os identifica. Estas embalagens so enviadas, ento, ao elevador 4.

    Manu

    ten

    oA

    dmin

    istr

    a

    oRH

    CQEx

    pedi

    o

    Linhas de montagemde produtos

    Elevador3

    Elevador4

    Elevador2

    Linhas de montagemde produtos

    Linhas de montagem de produtos

    Linhas de montagemde motores

    Manu

    ten

    oA

    dmin

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    a

    oRH

    CQEx

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    o

    Linhas de montagemde produtos

    Elevador3

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    Elevador2

    Linhas de montagemde produtos

    Linhas de montagem de produtos

    Linhas de montagemde motores

  • 26

    Os operadores do elevador 4 realizam a limpeza das embalagens vazias retirando as etiquetas e todos os materiais existentes em seu interior, separando os materiais reciclveis (papeles e plsticos) dos descartes, e organizando-as de forma a obter o maior nmero possvel de embalagens no menor volume. Feito isto, eles carregam o elevador. No piso inferior, o operador posiciona estas embalagens nos locais adequados para que elas sejam encaminhadas aos seus respectivos destinos.

    Quanto aos materiais devolvidos pelas linhas de montagem, eles so transportados pelos carros eltricos aos elevadores nos quais eles subiram, ou seja, aqueles em embalagens grandes (aramados, paletes e caambas) so levados ao elevador 3 e os pequenos (em bas e cestos), ao elevador 2. Isto ocorre por estes elevadores seguirem ao piso inferior vazios, no alterando a quantidade de embalagens transportadas pelo elevador 4.

    Os operadores do elevador 2 realizam a contagem das peas devolvidas para os materiais acondicionados em camadas antes de transport-los ao andar inferior. As peas a granel e as embalagens grandes so enviadas ao almoxarifado para a quantificao de peas ser realizada. Aps esta contagem, as devidas identificaes so realizadas e os materiais so endereados novamente para armazenamento.

    O abastecimento da maioria das linhas de montagem por motores ocorre de uma maneira diferente. O abastecedor de linha deve solicitar os motores ao operador do carro eltrico, que ir transport-los das linhas de motores s linhas de montagem de produtos.

    Outra diferena ocorre nas linhas de montagem de liquidificadores, que recebem os motores, o corpo, o fundo e alguns tipos de copos plsticos atravs do transportador areo (semelhante a um telefrico). O encarregado de linha avisa ao abastecedor do transportador areo sobre o produto a ser montado e os cdigos das peas necessrias. No andar inferior, ele solicita estes materiais e os alojam nas posies pr-determinadas do transportador. No caso dos motores, o transportador areo alimentado diretamente nas linhas de montagem dos motores, logo aps a concluso dos mesmos. Para que este transportador funcione de forma correta, necessrio um sincronismo entre a produo das linhas de montagem, das linhas de motores e do abastecedor do transportador areo.

  • 27

    Uma vez que os operadores das linhas de montagem possuem diferentes horrios de refeio, sempre h pelo menos uma delas em funcionamento. Sendo assim, para garantir o funcionamento ininterrupto do sistema de abastecimento das linhas de montagem da empresa, os funcionrios do almoxarifado almoam e jantam em esquema de revezamento.

    Como mencionado anteriormente, o almoxarifado funciona das 5hs54min s 22hs00min, ao passo que, algumas linhas de montagem funcionam durante o terceiro turno. Desta forma, os abastecedores do segundo turno solicitam os materiais a serem utilizados no terceiro turno ou, em caso de emergncia, os prprios operadores retiram alguns materiais do almoxarifado durante o perodo em que ele no funciona.

    Todas as pessoas do almoxarifado esto instrudas a priorizarem o envio de materiais s linhas de montagem. Ou seja, se por algum motivo a quantidade de mo-de-obra disponvel tornar-se insuficiente para atender as solicitaes de materiais, as pessoas que trabalham no recebimento de materiais e no carregamento e descarregamento devem ajudar a atend-las, sendo permitido, neste caso, o atraso no descarregamento para impedir a parada de uma linha de montagem por falta de material.

    A Figura 24 apresenta o fluxograma do processo de abastecimento das linhas de montagem.

  • 28

    Figura 24 - Fluxograma do processo de abastecimento das linhas (Elaborado pelo autor).

    SIM

    SIM

    INCIO

    Verificar materiaisa serem solicitados

    (abastecedor)

    Motor? Material do trans-portador areo? Motor?SIMNO

    Solicita aomotorista docarro eltrico(abastecedor)

    Retirar os motores(carro eltrico)

    Aguardar montagem

    NO

    Comunicao ao abas-tecedor do transpor-

    tador areo(encarregado de linha)

    Alimentao dotransportador

    SIM

    NO

    Montagem(linha motores)

    SIM

    NO

    Solicita pelocoletor de dados(abastecedor)

    Separao dospedidos pelo tipo

    de embalagem(sistema)

    Disponvel? Material pendente Aguarda chega-da do material

    Ordena pedidospelo endereo

    (op. almoxarifado)

    NO

    SIM

    Retira material(op. almoxarifado)

    Leva ao elevador(op. almoxarifado)

    Transporte aoandar trreo

    (op. elevador)

    Ordena materiais pe-las linhas solicitantes

    (carro eltrico)

    Transportar osmateriais s linhas

    (carro eltrico)

    Material no pos-to de trabalho?

    Aguardar

    Material dispo-nvel na linha?

    NO

    NO

    Abastece postode trabalho

    (abastecedor)

    SIM

    Espao nocarro eltrico?

    NO

    FIM

    Retira emb. vazias,devoluesou rejeies

    (carro eltrico)

    SIM

    Embalagemvazia?

    Leva aoelevador 4

    (carro eltrico)SIM Limpeza das

    embalagens(op. elevador)

    Separao dos ma-teriais reciclveis

    (op.elevador)

    Organizaodas embalagens

    (op.elevador)

    Devoluo?

    NO

    Leva reade rejeio

    (carro eltrico)

    NO

    Identificaode material

    (op. rejeio)

    Leva aos respec-tivos elevadores (carro eltrico)

    Material em camadas e emb.

    pequenas?

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    NO

    Contagemde peas

    (op. almoxarifado)

    SIM

    SIM

    Contagemde peas

    (op. elevador)

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    Reendereamento (op. almoxarifado)

    Armazenamento (op. almoxarifado)

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    Coloca nolocal adequado

    (op. almoxarifado)

    Destino final

    Sucatas

    Disponvel?

    SIM

    SIM

    INCIO

    Verificar materiaisa serem solicitados

    (abastecedor)

    Motor? Material do trans-portador areo? Motor?SIMNO

    Solicita aomotorista docarro eltrico(abastecedor)

    Retirar os motores(carro eltrico)

    Aguardar montagem

    NO

    Comunicao ao abas-tecedor do transpor-

    tador areo(encarregado de linha)

    Alimentao dotransportador

    SIM

    NO

    Montagem(linha motores)

    SIM

    NO

    Solicita pelocoletor de dados(abastecedor)

    Separao dospedidos pelo tipo

    de embalagem(sistema)

    Disponvel? Material pendente Aguarda chega-da do material

    Ordena pedidospelo endereo

    (op. almoxarifado)

    NO

    SIM

    Retira material(op. almoxarifado)

    Leva ao elevador(op. almoxarifado)

    Transporte aoandar trreo

    (op. elevador)

    Ordena materiais pe-las linhas solicitantes

    (carro eltrico)

    Transportar osmateriais s linhas

    (carro eltrico)

    Material no pos-to de trabalho?

    Aguardar

    Material dispo-nvel na linha?

    NO

    NO

    Abastece postode trabalho

    (abastecedor)

    SIM

    Espao nocarro eltrico?

    NO

    FIM

    Retira emb. vazias,devoluesou rejeies

    (carro eltrico)

    SIM

    Embalagemvazia?

    Leva aoelevador 4

    (carro eltrico)SIM Limpeza das

    embalagens(op. elevador)

    Separao dos ma-teriais reciclveis

    (op.elevador)

    Organizaodas embalagens

    (op.elevador)

    Devoluo?

    NO

    Leva reade rejeio

    (carro eltrico)

    NO

    Identificaode material

    (op. rejeio)

    Leva aos respec-tivos elevadores (carro eltrico)

    Material em camadas e emb.

    pequenas?

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    NO

    Contagemde peas

    (op. almoxarifado)

    SIM

    SIM

    Contagemde peas

    (op. elevador)

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    Reendereamento (op. almoxarifado)

    Armazenamento (op. almoxarifado)

    Transporte aoalmoxarifado(op. elevador)

    Coloca nolocal adequado

    (op. almoxarifado)

    Destino final

    Sucatas

    Disponvel?

  • 29

    2.2.3 Objetivos do Trabalho Um problema crtico em qualquer tipo de empresa a paralisao de seus

    processos produtivos. No caso da ARNO, a paralisao de suas linhas de montagem impede que seus produtos sejam montados e tornem-se disponveis para venda. No ocorrendo a venda, a empresa no obtm receita e, conseqentemente, no obtm lucro.

    As paralisaes das linhas de montagem da ARNO podem ter origens diversas. Um dos causadores destas paradas o sistema de abastecimento das linhas de montagem, que ocasiona entregas de peas em locais errados, atrasos nos prazos de entrega, danos nas peas durante o armazenamento ou transporte das mesmas, entre outros problemas. Outros causadores destas paradas esto relacionados com as mquinas e dispositivos utilizados, manutenes, qualidade etc.

    Uma parada de alguns minutos em uma linha de montagem acarreta em uma reduo da quantidade de produtos montados ao final do turno de trabalho que podem ser recuperadas com um pequeno aumento da velocidade de produo e de mo-de-obra que no podem mais ser recuperados reduzindo a produtividade. Isto provoca um aumento dos custos, causando uma reduo na margem de contribuio dos produtos e, conseqentemente, dos lucros da empresa.

    Uma maneira de evitar estas pausas a montagem de um outro produto. Por exemplo, aqueles cuja entrega est atrasada. Porm, geralmente, o atraso de poucas unidades para cada produto, mantendo a montagem por um curto espao de tempo, alm de necessitar de diversos setups de linha. Outra opo seria adiantar a produo de um produto programado para ser montado em uma data posterior. Contudo, muitas peas utilizadas na montagem deste determinado produto s estaro disponveis para uso no dia em que a programao determina, inviabilizando tal manobra, uma vez que o programa MRP s gera necessidades de materiais para este dia.

    Outra alternativa encontrada pela empresa fazer o que chamado de cho. O cho consiste em montar o mximo possvel dos aparelhos, armazen -los no cho da fbrica, da o nome, e terminar a montagem no momento em que as peas que estavam faltando estiverem disponveis. Esta estratgia foi adotada por acreditar-

  • 30

    se que a perda de produtividade oriunda desta manobra fosse menor que a reduo obtida com a paralisao total da linha.

    Contudo, a freqncia de falta de peas tem se tornado relativamente alta, aumentando muito a quantidade de produtos nesta situao. Para subir o cho, ou seja, terminar a montagem dos produtos incompletos, passou a ser necessrio a utilizao de muitos operadores em horas-extras, reduzindo muito a produtividade da fbrica. Alm disso, o cho aumenta probabilidade de ocorrncia de erros de montagem e de danos aos produtos durante a movimentao e armazenagem, alm de representar capital da empresa parado. Desta forma, esta estratgia para evitar a parada das linhas de montagem com uma perda menor de produtividade passou a atuar contra o propsito ao qual foi imaginada.

    Em virtude da alta taxa de paralisaes de linha, a empresa iniciou uma monitorao dos motivos que levavam a isto por um tempo superior a cinco minutos. Ou seja, quando estas paradas ocorriam, eram anotados dados sobre qual linha foi atingida, quanto tempo e quantas pessoas ficaram paradas, qual o motivo e quem foi o responsvel. Nos quatro primeiros meses de 2003, estas paralisaes representavam 7,25% do tempo total disponvel para a produo (cerca de 25.200 horas-homem). Segundo estes relatrios, a principal causa de parada das linhas a falta de material nas mesmas, sendo responsvel por, aproximadamente, 60% das paradas.

    Os erros de despacho de mercadorias so geralmente de difcil apurao; desgastam financeiramente a empresa e causam desorganizao nas reas de controle de estoque, crdito e cobrana e comercial.

    As empresas com uma relao grande de produtos comercializados e com um nmero elevado de clientes captaro pedidos com uma boa mistura de pequenas quantidades de grande parte dos artigos produzidos. Esta condio exige ateno especial dos administradores, para no aumentar a incidncia de erros que possam comprometer a imagem da empresa. (GURGEL, 1996, p.102).

    Diante desta afirmao, podemos fazer uma analogia com o almoxarifado de materiais da ARNO, responsvel pela maior parte das operaes do sistema de abastecimento. Ou seja, ele seria como uma empresa que deve atender as diversas solicitaes de seus clientes, as linhas de montagem, com os menores custos

  • 31

    possveis, iseno de erros, conquistando a satisfao de seus clientes e melhorando sua imagem.

    O objetivo proposto, ento, realizar uma anlise do sistema de abastecimento das linhas de montagem da ARNO existente atualmente, visando diagnosticar os problemas existentes e desenvolvendo algumas propostas de melhorias.

  • 32

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  • 33

    Como j foi mencionado anteriormente, o grande problema gerado por uma falha no sistema de abastecimento das linhas de montagem a paralisao das mesmas. Sendo assim, por alguns dias, o autor acompanhou diversas pessoas envolvidas no sistema durante a execuo de suas tarefas e realizou entrevistas com elas, desde os funcionrios de nvel operacional at os de cargos de liderana e administrativos, visando detectar os problemas existentes. Estes problemas sero descritos a seguir.

    3.1 Atendimento das Solicitaes

    3.1.1 Concentrao de solicitaes no incio dos turnos de trabalho

    Notou-se que a grande parte das solicitaes de materiais so realizadas nas duas primeiras horas do primeiro turno (em mdia, so realizadas entre 1800 e 2000 solicitaes de materiais por dia e, aproximadamente, 40% delas ocorrem neste perodo). Tal situao desbalanceia as operaes do almoxarifado, sobrecarregando-o nas primeiras horas do turno e deixando-o ocioso nas ltimas. Alm do mais, pela elevada quantidade de solicitaes realizadas em um curto espao de tempo, a probabilidade de que uma delas seja extraviada na ordenao efetuada pelos empilhadores maior, incorrendo no no atendimento da mesma. Uma situao semelhante ocorre durante o segundo turno, porm a um nvel menor pela quantidade inferior de linhas em funcionamento.

    3.1.2 Acmulo de materiais no andar inferior em frente aos elevadores A concentrao de pedidos nas primeiras horas provoca, ainda, o acmulo de

    muitos materiais em frente ao elevador 3 (responsvel pelo transporte das cargas grandes), o que eleva o tempo de entrega de materiais, principalmente no primeiro turno. Um dos motivos disto existncia de limitao de espao no elevador, pois possvel carregar poucas embalagens por vez (espao suficiente para dois paletes ou aramados), e de limitao do peso das embalagens, uma vez que o elevador carregado e descarregado manualmente (por exemplo, as caambas, utilizadas para armazenar peas e componentes metlicos para montagem dos motores, ocupam um espao relativamente pequeno, porm, so bastante pesadas, impossibilitando a colocao de muitas delas umas sobre as outras).

  • 34

    Uma situao semelhante ocorre no elevador 2. Nele so transportados os bas, cestos e os elementos de fixao. Como os bas e cestos so bem menores que os paletes e aramados, alguns abastecedores de linha solicitam os materiais nestas embalagens em quantidades suficientes para diversas horas de montagem. Isto gera a necessidade de o operador deste elevador coloc-las umas sobre as outras, para otimizar a utilizao do espao, o que pode gerar a reunio de embalagens de materiais diferentes e a separao de materiais iguais, dificultando a operao dos motoristas dos kady ketos e aumentando as chances de incidncia de erros.

    3.1.3 Inexistncia de filas em frente ao elevador 3 Outro problema a inexistncia de uma fila de materiais em frente ao

    elevador 3. Como a quantidade de embalagens esperando o transporte ao pavimento trreo grande e o espao limitado, os empilhadores colocam os materiais enfileirados, somente para no impedir o trnsito neste local, porm, de forma aleatria, ficando sob responsabilidade do operador do elevador controlar a ordem de chegada e o local em que os mesmos foram colocados. Isto aumenta as chances de um material demorar muito para subir ao outro pavimento, pois o operador pode, por exemplo, no ver que um material chegou e mandar outros antes que ele (este material ficaria sempre no final da fila, demorando muito a ser transportado).

    3.1.4 No atendimento de solicitaes realizadas em horrios prximos ao final do turno

    Diversas linhas de montagem que funcionam somente em um turno reclamam de uma demora excessiva para a entrega de materiais solicitados em horrios prximos ao final do turno. Ou seja, as linhas deveriam requisitar os materiais para serem entregues durante o perodo em que no esto funcionando, iniciando o trabalho no dia seguinte de forma abastecida. Porm, muitas vezes, o material no chega mesma, sendo entregue somente no incio do turno do dia seguinte ou necessitando solicit-los novamente, o que aumenta ainda mais a quantidade de solicitaes nas primeiras horas do dia. Desta forma, nos horrios prximos ao final do turno, as linhas solicitam apenas os materiais de extrema necessidade, evitando a parada de linha naquele momento. Tal situao pode ser originada pelo fato dos

  • 35

    operadores do almoxarifado priorizarem sempre a entrega das solicitaes das linhas em funcionamento ou por problemas de conscientizao dos mesmos em relao s suas obrigaes.

    3.1.5 Variao do lead time do almoxarifado Com relao ao tempo de atendimento das solicitaes de materiais, notou-se

    que ele pode variar muito ao longo do dia. No incio dos turnos e nos horrios de refeio dos operadores de elevadores e carros eltricos, o lead time mais elevado, pelo maior nmero de solicitaes neste perodo e pela ligeira reduo da quantidade de funcionrios respectivamente, podendo chegar a at duas horas de espera. Contudo, em alguns perodos do dia, por exemplo, nos horrios com menor nmero de solicitaes e prximos ao final do turno, este tempo chega a ser de aproximadamente vinte minutos.

    3.2 Entregas Equivocadas de Materiais

    Alguns problemas de entrega de materiais esto relacionados com erros de identificao do material ou da linha que requeriu os mesmos. Estes problemas sero abordados a seguir.

    3.2.1 Troca de solicitaes

    Este problema ocorre nos materiais utilizados por mais de uma linha de montagem, principalmente aqueles em embalagens pequenas e os elementos de fixao. Como explicado no captulo anterior, as solicitaes so anexadas aos materiais deste tipo, de forma a identificar corretamente a linha requisitante. Porm, como realizado um picking, existe a possibilidade de uma solicitao referente a um material ser anexada a outro, provocando a entrega de materiais em locais errados.

    3.2.2 Etiquetas de identificao de material trocadas Algumas embalagens de materiais possuam etiquetas de identificao que

    no condiziam com o material existente em seu interior, ou seja, a etiqueta referia-se a uma pea, mas o material existente na embalagem era outro. A grande maioria de

  • 36

    materiais nesta situao eram aquelas fabricadas internamente na empresa, nas fbricas 1 e 2.

    Isto causava problemas para a produo das linhas, uma vez que os materiais enviados so diferentes aos que deveriam ser utilizados. Por exemplo, o sistema de programao de produo, chamado de TMS II, acusa a existncia de determinado material, o PC3 autorizar a montagem de um produto, a linha realizar o setup necessrio e s perceber o erro de identificao quando os materiais chegassem linha, impedindo a montagem total do produto e deixando os operadores parados (pois eles deveriam esperar que o almoxarifado entregasse outras embalagens se elas estiverem disponveis ou aguardar pela nova deciso do PC3 sobre qual produto a ser montado).

    3.2.3 Informaes insuficientes nas etiquetas de identificao O outro problema a existncia de informaes insuficientes em algumas

    etiquetas. Por exemplo, existiam peas que eram utilizadas em dois produtos, mas a etiqueta de identificao de material referia-se a apenas um deles (por exemplo, um cordo com plug utilizado no liquidificador WWB1 e no espremedor de frutas CP-15 identificado somente com o nome do liquidificador, um cordo utilizado por outro espremedor modelo CP-15 e batedeira planetria BPA identificado somente para a batedeira e uma bucha utilizada no espremedor de frutas EFA e na batedeira planetria inox BPAI, identificado somente pelo espremedor).

    Como a etiqueta refere-se a apenas um produto, supe-se que o material seja exclusivo a ele. Se este material for solicitado e os operadores do almoxarifado no anexarem a solicitao embalagem, o mesmo ser entregue na linha de montagem do produto ao qual a etiqueta se refere, podendo gerar uma entrega em local errado.

    Esta referncia a apenas um produto ocorre porque quando um produto novo criado, procura-se empregar materiais j utilizados por outros produtos da empresa por no necessitar de testes nestes materiais ou desenvolvimento de fornecedores.

  • 37

    3.2.4 No identificao das linhas de montagem nos coletores de dados

    Como mencionado no captulo 2, atravs do coletor de dados o abastecedor identifica a linha de montagem antes de realizar as solicitaes. Porm, muitas linhas de montagem utilizam o mesmo coletor de dados, principalmente as linhas de motores. Se o abastecedor no identificar sua linha e utilizar a identificao anterior, o almoxarifado poder enviar o material para a linha errada.

    Segundo os prprios abastecedores, eles no identificam suas linhas de montagem por ser mais rpido (eliminam o tempo que seria necessrio para a identificao) e porque os motoristas dos carros eltricos geralmente conhecem os materiais, realizando as entregas nas linhas que as utilizaro. Quando isto ocorre, a produo no prejudicada, porm, na situao contrria necessrio que o abastecedor procure a linha em que o material foi entregue, que pode levar muito tempo. Ademais, esta forma de solicitar material no est de acordo com o procedimento padro.

    3.2.5 Dificuldade de leitura das etiquetas de identificao e das solicitaes de materiais

    Os operadores dos carros eltricos reclamam da dificuldade de leitura destas etiquetas, uma vez que todas elas possuem o mesmo formato e cor e as letras so relativamente pequenas, aumentando as chances de um material ser entregue em uma linha errada. Por exemplo, o carro eltrico pode estar carregando quatro cestos juntos, um sobre o outro, sendo trs deles de um mesmo material e um diferente entre eles. Ao chegar linha solicitante dos trs cestos, existe uma probabilidade relativamente alta do operador ler apenas algumas destas etiquetas e descarregar os quatro cestos juntos.

    O mesmo ocorre com as solicitaes. Diferentes peas e linhas possuem

    nomes semelhantes (por exemplo, Cordo BCSA, utilizado e m uma batedeira, e Cordo BSA, de um liquidificador, no caso de informaes das etiquetas de identificao, ou linha BCIR e linha motor BCIR, informaes contidas nas solicitaes impressas), podendo gerar entregas em locais errados.

  • 38

    3.2.6 Destino do material solicitado no determinado a partir da solicitao ou da etiqueta de identificao de material

    Outro fato que ocorre o motorista do carro eltrico identificar a linha na qual um material deve ser entregue sem ler as etiquetas ou a solicitao pelo fato de conhecerem as peas e os produtos que as utilizam. Porm, diversos materiais so muito parecidos e, s vezes, muito difceis de serem diferenciados visualmente, ocasionando entregas em locais errados.

    3.2.7 No eliminao das etiquetas de identificao aps utilizao total dos materiais

    Outro causador de entregas equivocadas de materiais o prprio abastecedor de linha. Muitos deles guardam as etiquetas de identificao de material para preservar o cdigo de barras referente a eles e facilitar a solicitao dos mesmos, quando o procedimento correto elimin-las aps a utilizao total dos materiais contidos na embalagem. Porm, tal situao favorece a ocorrncia de erros. O abastecedor pode solicitar uma pea a partir da etiqueta de outro material (por exemplo, materiais com nomes semelhantes) ou solicitar um material que no mais utilizado no produto (materiais alterados por outros pelo departamento de engenharia de produto, mas que continuam em estoque).

    3.2.8 Erros de digitao dos cdigos dos materiais no coletor de dados

    No caso de solicitaes sem o cdigo de barras, o abastecedor deve digitar o cdigo do material (formado por nove nmeros) no coletor porttil de dados. Porm, esta digitao, por depender da ao humana, est sujeita a incidncia de erros, acarretando na solicitao de materiais errados. Ainda, a variedade de produtos montados por linha limitada, a freqncia de montagem de um mesmo produto alta e as mudanas de materiais utilizados so relativamente raras, facilitando os abastecedores de decorarem os cdigos dos materiais. Isto possibilita que eles os digitem sem verific-los nas listas de materiais, aumentando a probabilidade de erros, podendo solicitar um material obsoleto ou confundir cdigos. Deve-se lembrar que, alm da entrega de material errado, isto gera a necessidade de devolues.

  • 39

    3.3 Materiais em Quantidades Insuficientes para Suportar o Lead Time

    Todos estes problemas listados at aqui podem causar atrasos nas entregas de materiais nas linhas de montagem (chegam a demorar at duas horas) deixando o nvel de peas insuficiente para 40 minutos de montagem (lead time do almoxarifado). A seguir, sero apresentados outros problemas relacionados com este aspecto.

    3.3.1 Controle da quantidade de materiais nas linhas de montagem realizada pelo abastecedor

    A quantidade de materiais e o momento em que eles so solicitados so decididos pelos abastecedores de linhas a partir do nmero de peas existentes nas mesmas. Alm disso, quando a variedade de peas utilizadas na montagem de um produto aumenta, a probabilidade de que um determinado material no seja solicitado no momento correto aumenta (o abastecedor pode ficar desatento ao nvel de determinado material e no solicit-lo, paralisando a linha, ou pedir material demais, causando excesso do mesmo).

    3.3.2 Solicitaes realizadas fora do procedimento padro Uma vez que o nvel de peas na linha atinge um nvel muito baixo, o

    almoxarifado pode no ser capaz de entregar o material antes de terminarem. Nestes casos, o abastecedor solicita pelo coletor e vai at o almoxarifado para tentar uma priorizao de sua solicitao, se a necessidade de material for extremamente urgente, ele realiza a solicitao verbalmente (por telefone) e pede para ela ser priorizada ou retira o material pessoalmente e leva-o at a linha.

    Isto pode gerar diversos problemas. Quando o abastecedor vai at o almoxarifado, existe o risco de um outro material terminar enquanto ele est no andar de baixo. Quando o coletor no utilizado, as conseqncias podem ser maiores. Como no existe um documento para as solicitaes, a probabilidade de que o operador do almoxarifado no a atenda maior, paralisando a linha. Ainda, a retirada de material sem os devidos procedimentos e documentos aumenta os riscos de ocorrerem furos de estoque. Ademais, a inexistncia de uma documentao

  • 40

    especificando a quantidade solicitada e a baixa quantidade deste material na linha favorece o envio de quantidades diferentes quelas normalmente solicitadas pelas linhas.

    3.4 Prazos de Entrega dos Fornecedores

    Um problema muito grave na empresa a falta do cumprimento dos prazos de entrega dos fornecedores de peas e componentes utilizados pela fbrica, impossibilitando a montagem dos produtos. Tal situao gera constantes ajustes na programao de produo e, muitas vezes, cria a necessidade de que a linha mude de produto a ser montado de forma no programada e rpida, gerando a necessidade de materiais em menos de 40 minutos, perda de produtividade, necessidade de muitos setups, produtos no cho, entre outros.

    3.5 Organizao da Fbrica

    3.5.1 Materiais armazenados sem endereamento

    Notou-se uma quantidade excessiva de materiais armazenados no almoxarifado sem endereamento. Alm de causar furos de estoque (material est disponvel para utilizao, mas o sistema no reconhece sua existncia), geralmente eles esto em locais no adequados, prejudicando a movimentao de pessoas e equipamentos e sujeitos a ocorrncia de danos aos mesmos.

    Outro problema ocorre quando so solicitados os materiais armazenados sem um endereamento, mas os funcionrios no os encontram, atrasando as entregas.

    3.5.2 Falta de organizao das prateleiras de elementos de fixao Percebeu-se uma falta de organizao nas prateleiras para elementos de

    fixao existentes nas linhas de montagem de produtos acabados e prximas ao elevador 2 . Por exemplo, foram encontrados materiais armazenados em posies destinados a outros, materiais diferentes armazenados de forma misturada (materiais de um determinado tipo escondidos atrs de outros) e excesso de algumas peas e falta de outras (por exemplo, foram encontrados quase 30.000 parafusos de um mesmo modelo em uma linha de montagem, podendo causar a falta deste material para outra linha de montagem, e a ausncia de um tipo anel elstico).

  • 41

    Tal situao prejudica os abastecedores de linha, que sentem dificuldade em encontrar os materiais que necessitam. Alm disso, quando o material no encontrado, o abastecedor o solicita novamente, gerando operaes desnecessrias no almoxarifado, excesso de materiais nestas prateleiras, falta de espao para armazenagem nas mesmas, necessidade de devolues e, possivelmente, a falta dele para outra linha.

    3.5.3 Existncia de embalagens vazias, materiais rejeitados e devolvidos nos corredores entre as linhas

    Percebeu-se a existncia de algumas embalagens vazias, materiais rejeitados e a serem devolvidos nos corredores entre as linhas de montagem. Isto feito para que elas no atrapalhem as operaes dos funcionrios das linhas de montagem, aumentando o espao ao redor delas. Entretanto, isto atrapalha o acesso dos motoristas dos kady ketos aos locais nos quais os materiais devem ser descarregados. Alm disso, prejudica a organizao da fbrica.

    3.5.4 Elevada quantidade de produtos no cho

    Em virtude da falta de materiais pelo no cumprimento dos prazos de entrega dos fornecedores e visando minimizar as perdas de produtividade, muito produtos so montados para o cho. Isto gera desorganizao na fbrica, falta de embalagens, excesso de alguns materiais no almoxarifado (por exemplo, alguns materiais continuam armazenados porque os aparelhos no foram totalmente montados), aumenta as chances de danos aos aparelhos e montagens erradas (pode-se utilizar um material errado quando o produto for tirado do cho).

    3.5.5 Excesso de material nas linhas de montagem

    Paradoxalmente, foi notado um excesso de materiais estocados ao redor de diversas linhas de montagem, muitas vezes, suficientes para mais de um turno de trabalho. Isto gera desorganizao da fbrica e atrapalha a movimentao dos funcionrios por ela. Um dos motivos para tal situao pode ter sido originada por causa dos diversos problemas existentes no processo de abastecimento, ou seja, os abastecedores de linha no possuem muita confiana nas operaes do almoxarifado

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    e, para evitar que falte material e a linha seja paralisada, mantm um pulmo de peas mais elevado.

    Muitos dos problemas listados a seguir esto intimamente ligados a este aspecto.

    3.6 Solicitaes Pendentes

    3.6.1 Situao das solicitaes pendentes

    Outro possvel causador do excesso de material nas linhas de montagem est relacionado com os pedidos pendentes (solicitaes de materiais no existentes no almoxarifado). Como j mencionado, o material enviado s linhas de montagem assim que ele estiver disponvel para utilizao. Porm, a nica maneira de saber se a linha ainda possui a pendncia (ela pode estar montando outro produto quando o material tornar-se disponvel) atravs do conhecimento do operador do almoxarifado (a pendncia retirada quando eles so avisados sobre uma virada de linha ou quando ele perceber que os materiais solicitados pertencem a um outro produto que no estava sendo montado em determinada linha). Outra situao seria o envio de material e a no retirada da solicitao pendente, permitindo que um segundo operador a atendesse novamente.

    3.6.2 Envio de quantidades diferentes s solicitadas Notou-se que a maioria das vezes que uma solicitao pendente era atendida,

    a quantidade de materiais enviada era diferente quela solicitada. Isto ocorria principalmente pela manuteno de apenas uma solicitao de cada material pendente (o abastecedor solicita cinco embalagens de um material pendente, sendo impressas cinco solicitaes. Entretanto, apenas uma delas preservada, descartando-se as outras), perdendo-se as informaes a respeito das quantidades de materiais solicitadas.

    Aliado a isto, havia problemas existentes com a operao dos funcionrios do almoxarifado. Um dos casos era o envio de quantidades acima da solicitada. Segundo eles, como a linha ficou parada, a produo encontrava-se atrasada e o envio de quantidades acima daquelas solicitadas era uma tentativa de ajudar a compensar este atraso. O outro caso era o envio de quantidades abaixo s solicitadas. Como

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    mantida apenas uma solicitao, eles desconhecem a quantidade requerida. Desta forma, procurando manter a organizao da fbrica, eles enviam determinada quantidade a qual julgam suficiente, endereando o restante.

    3.6.3 No atendimento das solicitaes pendentes

    Este problema, ao contrrio dos outros j listados neste item, no causa excesso de materiais nas linhas de montagem, mas pode provocar a paralisao das mesmas.

    Algumas vezes, os materiais pendentes so entregues na fbrica, so endereados no almoxarifado, mas no so enviados linha requisitante, mesmo quando a necessidade pelo material ainda existe (ou seja, no ocorreu nenhuma virada). Isto pode ser gerado pela no verificao das solicitaes pendentes quando os materiais so entregues ou pela dificuldade de leitura das mesmas.

    3.7 Comunicao Deficiente entre os Funcionrios da ARNO Foram encontrados alguns problemas relacionados com a comunicao

    deficiente entre as pessoas que trabalham na ARNO que sero explicadas a seguir.

    3.7.1 Falta de comunicao entre os abastecedores de linha

    A ausncia de um mtodo de comunicao eficiente entre o abastecedor de linha do segundo turno com o abastecedor do primeiro turno do dia seguinte tambm um causador de excesso de material. O problema ocorre quando o abastecedor do segundo turno realiza a solicitao de material prximo ao final de seu perodo de trabalho, o almoxarifado no o entrega no mesmo dia por causa do tempo disponvel e, ao incio do turno no dia seguinte, pela baixa quantidade, o abastecedor solicita o material novamente. Por exemplo, prximo s 22hs00min, o nvel de um determinado material torna-se baixo e o abastecedor o solicita. O operador do almoxarifado retira o material e o coloca prximo ao elevador ao final do turno de trabalho. No dia seguinte, pela baixa quantidade, o outro abastecedor solicita novamente. O material pedido no dia anterior logo entregue e, depois de alguns minutos, o material requerido no incio do turno. Deve-se notar que, alm do excesso de material, tal situao contribui para o aumento da quantidade de solicitaes nas primeiras horas do dia.

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    Uma situao parecida ocorre com os carretis de fios utilizados para a fabricao de motores, comuns a praticamente todas as linhas e armazenados e movimentados em paletes. O procedimento utilizado um pouco diferente. Estes materiais so armazenados em uma rea prxima ao elevador 2 e, no momento em que uma linha necessitar dos mesmos, seu abastecedor vai at este local e retira a quantidade necessria de carretis para sua utilizao. Se o nvel de material existente nesta rea estiver baixo, ele realiza a solicitao para o almoxarifado. Porm, como o abastecedor de uma das linhas no possui o conhecimento sobre as solicitaes realizadas por um outro, comum ocorrer mais de uma solicitao de um mesmo tipo de fio, causando excesso de materiais prximos ao elevador 2 e utilizao de mo-de-obra e equipamentos desnecessrios.

    3.7.2 Informaes sobre o programa de produo pouco divulgadas Nem sempre os abastecedores de linha esto cientes do programa de

    produo, sendo informados apenas sobre qual produto ser montado naquele determinado momento (atravs do sistema TMS, eles acessam o programa MRP, mas as informaes sobre as constantes alteraes ocorridas na programao e algumas estratgias adotadas so repassadas a eles pelos encarregados de linha ou pelos funcionrios do PC3), o que pode ser prejudicial.

    Um dos problemas ocorre nas linhas que funcionam em mais de um turno e no montam o mesmo produto, situao existente no caso de falta de peas por no cumprimento do prazo de entrega (o fornecedor entrega as peas em quantidades pequenos, insuficientes para montar durante um turno de trabalho, sendo necessrio acumular peas em quantidades suficientes para um turno inteiro de trabalho). Por exemplo, enquanto o primeiro turno da linha de montagem de ferros aguarda o acmulo de peas, ele faz a reviso de aparelhos com problemas e montagem de peas para o departamento de assistncia tcnica; o segundo turno monta os aparelho que estavam programados. Contudo, prximo ao final do primeiro turno, como o abastecedor desconhece o fato do segundo turno no estar montando o mesmo produto, so solicitados os materiais que estavam sendo utilizados at ento, com a inteno de manter a linha abastecida. Porm, estes materiais no sero utilizados, gerando excesso de material e necessidade de devolues. Alm disso, como a linha

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    no fica abastecida para montar o modelo A, o abastecedor deve solicitar todos os materiais necessrios, aumentando a quantidade de solicitaes no incio do turno, e, geralmente, de forma verbal, para evitar da linha ficar paralisada por muito tempo.

    3.7.3 Informaes sobre as viradas de linha no divulgadas com antecedncia suficiente

    Outro problema que pode ser gerado pelo tipo de fluxo de informao existente ocorre quando o abastecedor demora a receber a informao sobre uma virada de linha (mudana de produto a ser montado) do encarregado de linha ou do PC3, devendo solicitar materiais para menos de 40 minutos.

    3.8 Embalagens dos Produtos Acabados

    3.8.1 Existncia de poucos kits de embalagem

    Percebeu-se a existncia de kits de embalagem para poucos produtos (um kit de embalagem contm, geralmente em um palete, todos os materiais necessrios para embalar um determinado nmero de produtos), devendo, o abastecedor solicitar as diversas partes separadamente (as embalagens promocionais, os diversos calos de papelo utilizados, as caixas coletivas). Porm, todos estes materiais so armazenados em paletes e ao solicit-los, um palete de cada um deles ser enviado, aumentando a quantidade de materiais na linha.

    3.8.2 Existncia de cdigo de kit de embalagem, mas inexistncia dos mesmos fisicamente

    Percebeu-se a existncia de cdigos para kits de embalagem para dois modelos de aspiradores de p (APEC e APES) e de uma cafeteira (CAC), mas a inexistncia dos mesmos fisicamente. Ou seja, para solicitar as embalagens para estes produtos, deve-se solicitar o kit, porm, ao invs de ser enviado um palete com materiais nas quantidades exatas para embalar um determinado nmero de produtos, so enviados os diversos paletes com os materiais que comporiam o kit, como se fossem solicitados separadamente. Algumas vezes, so enviadas apenas as embalagens promocionais.

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    Alm de aumentar a quantidade de material na linha de montagem, esta situao causa outro problema para o abastecimento. Como cada palete possui uma quantidade diferente de material, eles suportam diferentes tempos de montagem (em geral, o palete com caixas promocionais termina antes do palete com os calos de papelo). Assim, para evitar o excesso de material na linha, os abastecedores solicitam o kit atravs do coletor de dados e pedem, verbalmente, ao almoxarifado para enviarem apenas o material necessrio. Tal situao dificulta as operaes do abastecedor de linha, uma vez que a maioria das solicitaes de kit de embalagem ser acompanhada de uma interveno (o pedido para enviar somente uma parte dele). Alm disso, a no interveno do operador do almoxarifado no sistema de informaes pode gerar, ainda, um furo de estoque.

    Outra situao o abastecedor solicitar o kit e ser enviado apenas uma parte dele. Diante disto, os abastecedores passaram a solicitar as diversas partes do mesmo de forma separada, atravs dos cdigos de barras existentes nas etiquetas de identificao destes materiais. Porm, estes cdigos no deveriam chegar s linhas de montagem, pois so utilizados pelo armazm central (Fbrica 7) apenas para endereamento dos paletes (como os kits deveriam ser montados antes de ser armazenados, a utilizao de um nico cdigo para o endereamento do mesmo exigiria o armazenamento de diversos paletes em um local com capacidade para somente um), e no esto registrados no sistema da empresa ou pertencem a materiais no mais utilizados por ela.

    3.8.3 Lotes dos materiais de papelo maiores que as necessidades da fbr