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MARIANA CORRÊA DE RESENDE ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE PARTICIPANTES BRASILEIROS DE PARADESPORTO EM NÍVEL ESCOLAR: MOTIVAÇÃO E RESILIÊNCIA São João Del Rei/MG PPGPSI-UFSJ 2018

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MARIANA CORRÊA DE RESENDE

ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE

PARTICIPANTES BRASILEIROS DE PARADESPORTO EM

NÍVEL ESCOLAR: MOTIVAÇÃO E RESILIÊNCIA

São João Del Rei/MG

PPGPSI-UFSJ

2018

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MARIANA CORRÊA DE RESENDE

ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE

PARTICIPANTES BRASILEIROS DE PARADESPORTO EM

NÍVEL ESCOLAR: MOTIVAÇÃO E RESILIÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em

Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei,

como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre

em Psicologia.

Área de Concentração: Psicologia

Linha de Pesquisa: Instituições, Saúde e Sociedade

Orientador(a): Maria Nivalda de Carvalho-Freitas

Co-orientador(a): Andrea Carmen Guimarães

São João Del Rei/MG

PPGPSI-UFSJ

2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por me conceder esta oportunidade e por me acompanhar

em todos os momentos de minha vida.

Agradeço à minha família, principalmente aos meus amados pais, por todo esforço e apoio,

confiança, estímulo e amor. À minha irmã e ao Gui, por confiarem no meu potencial.

Aos amigos, que entenderam a minha ausência por todo este tempo, e também por me

estimularem constantemente.

Agradeço à todos os professores de graduação, que ao longo dos anos, também me

estimularam a seguir este caminho.

Agradeço, de todo meu coração, pelos ensinamentos, apoio, supervisão e paciência, à

Profa. Maria Nivalda e à Profa. Andrea. Estendendo também aos professores participantes

das bancas que contribuíram muito para que este trabalho tenha sido realizado, Profa.

Daniela, Prof. Marquinhos, Prof. Marco Antônio e Prof. Afonso, não me esquecendo dos

demais mestres do corpo docente do programa de Mestrado, pelos conhecimentos

transmitidos sobre a Psicologia.

Agradeço aos alunos de Educação Física, do 5º período da Universidade Federal de São

João Del Rei, que me receberam tão bem em sala de aula, além de terem contribuído para

minha formação e me ensinado em relação à docência.

À Universidade Federal de São João Del Rei, por me conceder a bolsa de estudos por todo

este período, tornando isto possível.

Ao Comitê Paralímpico Brasileiro e à Academia Paralímpica Brasileira por apoiarem a

pesquisa e permitirem a realização.

E por fim, às ajudantes Thamires e Priscila e especialmente aos participantes da pesquisa,

atletas e técnicos, que se disponibilizaram e se voluntariaram.

Sem cada contribuição individual destas, nada teria sido possível.

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ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE PARTICIPANTES

BRASILEIROS DE PARADESPORTO EM NÍVEL ESCOLAR:

MOTIVAÇÃO E RESILIÊNCIA

Resumo

A prática esportiva por pessoas com deficiência teve seu início em meados do século XX,

desde então, percebe-se um constante desenvolvimento desse segmento em nosso país e no

mundo. O esporte contribui em muitos aspectos na vida de seus praticantes, trazendo

benefícios físicos, sociais e psicológicos. Assim como o esporte convencional, o esporte

paralímpico possui um cenário que envolve diversas áreas, como a fisiologia, nutrição,

psicologia esportiva, dentre outros. Desta forma, como é de interesse do estudo, o foco foi

a busca de articulação entre a psicologia e o esporte, mais especificamente o paradesporto,

tendo sido abordados dois aspectos básicos relacionados às dimensões psicológicas dos

praticantes de esportes paralímpicos: motivação e a resiliência. Esse estudo teve como

objetivo geral analisar o perfil psicológico de atletas paralímpicos brasileiros em nível

escolar. Para isso, os instrumentos utilizados foram: questionários de motivação e

resiliência e uma breve entrevista semi-estruturada respondida por 114 atletas paralímpicos

em nível escolar, de ambos os sexos, com faixa etária entre 12 e 17 anos, com deficiência

física e visual, de modalidades coletivas e individuais, de diferentes estados brasileiros. A

investigação deu origem a três artigos que buscam responder aos objetivos geral e

específicos propostos. O primeiro artigo teve como objetivo caracterizar os perfis

psicológicos predominantes relacionados a motivação e resiliência e verificar as possíveis

associações entre os perfis e as características sócio-demograficas e de formação esportiva.

Os principais resultados identificados foram que os sujeitos participantes, apresentavam

perfis psicológicos de moderado a alto níveis de motivação e resiliência, e que as

características que mais influenciaram tais níveis foram a idade e a deficiência. O segundo

artigo, objetivou identificar se os fatores sócio-demograficos e de formação esportiva

poderiam explicar a motivação e a resiliência dos atletas, e como resultado, revelou-se que

a motivação foi mais influenciada pelo tipo de escola e pela deficiência, enquanto, a

resiliência, fora influenciada pelo sexo e deficiência. E finalmente, no terceiro artigo,

buscou-se analisar as percepções dos atletas dentro do esporte paralímpico e identificar

suas projeções em relação ao futuro. Desta forma, percebeu-se que existem grandes

expectativas quanto ao futuro em relação ao esporte, que traz consigo a possibilidade de

fazer algo que goste, melhorar a qualidade de vida, superar-se e se tornar objeto de orgulho

social. As contribuições da investigação se referem à ampliação do conhecimento na área e

tem desdobramentos práticos para os profissionais que atuam com o paradesporto escolar,

dando indicações de elementos a observar e de abordagens a serem feitas durante os

treinamentos, conforme apresentado nos artigos.

Palavras chaves: Esporte paralímpico, motivação, resiliência, estudante, paradesporto.

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ANALYSIS OF THE PSYCHOLOGICAL PROFILE OF

PARTICIPANTS IN PARADESPORTO BRAZILIANS AT SCHOOL

LEVEL: MOTIVATION AND RESILIENCE

Abstract

The practice of sports for people with disabilities began in the middle of the 20th century,

since then, there has been a constant development of this segment in our country and in the

world. Sport contributes in many ways to the lives of its practitioners, bringing physical,

social and psychological benefits. Like the conventional sport, the paralympic sport has a

scenario that involves several areas, such as physiology, nutrition, sports psychology,

among others. In this way, as it is of interest of the study, the focus was the search of

articulation between the psychology and the sport, more specifically the paradesporto,

having been approached two basic aspects related to the psychological dimensions of the

paralympic sports practitioners: motivation and the resilience. This study aimed to analyze

the psychological profile of Brazilian Paralympic athletes at school level. For this, the

instruments used were: motivation and resilience questionnaires and a brief semi-structured

interview answered by 114 Paralympic athletes at school level, of both sexes, with age

range between 12 and 17 years old, with physical and visual disability, of collective and

individual modalities, from different Brazilian states. The investigation gave rise to three

articles that seek to respond to the general and specific objectives proposed. The first

article aimed to characterize the predominant psychological profiles related to motivation

and resilience and to verify the possible associations between the profiles and the socio-

demographic and sports training characteristics. The main results identified were that the

subjects had moderate to high psychological profiles and motivation and resilience, and

that the characteristics that most influenced these levels were age and disability. The

second article aimed to identify if the socio-demographic and sports training factors could

explain the motivation and the resilience of the athletes, and as a result, it was revealed that

the motivation was more influenced by the type of school and the disability, while the

resilience, was influenced by gender and disability. Finally, in the third article, we sought

to analyze the perceptions of athletes within the Paralympic sport and to identify their

projections regarding the future. In this way, it was noticed that there are great expectations

regarding the future in relation to the sport, which brings with it the possibility of doing

something that it likes, improving the quality of life, surpassing itself and becoming object

of social pride. The research contributions refer to the expansion of knowledge in the area

and has practical implications for the professionals that work with the school parade,

giving indications of elements to be observed and approaches to be made during the

training, as presented in the articles.

Keywords: Paralympic sport, motivation, resilience, student, paradesport

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ANÁLISIS DEL PERFIL PSICOLÓGICO DE PARTICIPANTES

BRASILEÑOS DE PARADEPORTES EN EL NIVEL ESCOLAR:

MOTIVACIÓN Y RESILIENCIA

Resumen

La práctica deportiva por personas con discapacidad tuvo su inicio a mediados del siglo

XX, desde entonces, se percibe un constante desarrollo de ese segmento en nuestro país y

en el mundo. El deporte contribuye en muchos aspectos en la vida de sus practicantes,

trayendo beneficios físicos, sociales y psicológicos. Así como el deporte convencional, el

deporte paralímpico posee un escenario que involucra diversas áreas, como la fisiología,

nutrición, psicología deportiva, entre otros. De esta forma, como es de interés del estudio,

el foco fue la búsqueda de articulación entre la psicología y el deporte, más

específicamente el paradesporto, habiendo sido abordados dos aspectos básicos

relacionados a las dimensiones psicológicas de los practicantes de deportes paralímpicos:

motivación y resiliencia. Este estudio tuvo como objetivo general analizar el perfil

psicológico de atletas paralímpicos brasileños a nivel escolar. Para ello, los instrumentos

utilizados fueron: cuestionarios de motivación y resiliencia y una breve entrevista

semiestructurada respondida por 114 atletas paralímpicos a nivel escolar, de ambos sexos,

con edades entre 12 y 17 años, con discapacidad física y visual, de modalidades colectivas

e individuales, de diferentes estados brasileños. La investigación dio origen a tres artículos

que buscan responder a los objetivos generales y específicos propuestos. El primer artículo

tuvo como objetivo caracterizar los perfiles psicológicos predominantes relacionados con

la motivación y resiliencia y verificar las posibles asociaciones entre los perfiles y las

características socio-demográficas y de formación deportiva. Los principales resultados

identificados fueron que los sujetos participantes presentaban perfiles psicológicos de

moderado a altos niveles de motivación y resiliencia, y que las características que más

influenciaron tales niveles fueron la edad y la discapacidad. El segundo artículo, objetivó

identificar si los factores socio-demográficos y de formación deportiva podrían explicar la

motivación y la resiliencia de los atletas, y como resultado, se reveló que la motivación fue

más influenciada por el tipo de escuela y la discapacidad, mientras que, la resiliencia, fue

influenciada por el sexo y la discapacidad. Y finalmente, en el tercer artículo, se buscó

analizar las percepciones de los atletas dentro del deporte paralímpico e identificar sus

proyecciones en relación al futuro. De esta forma, se percibió que existen grandes

expectativas cuanto al futuro en relación al deporte, que trae consigo la posibilidad de

hacer algo que le guste, mejorar la calidad de vida, superarse y convertirse en objeto de

orgullo social. Las contribuciones de la investigación se refieren a la ampliación del

conocimiento en el área y tiene desdoblamientos prácticos para los profesionales que

actúan con el paradío escolar, dando indicaciones de elementos a observar y de abordajes a

ser realizados durante los entrenamientos, conforme presentado en los artículos.

Palabras clave: Deporte paralímpico, motivación, resiliencia, estudiante, paradesporto

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Sumário

1. Introdução.......................................................................................................................13

2. Artigo 1: “Perfil psicológico de atletas brasileiros de paradesporto em nível

escolar”.................................................................................................................................18

3. Artigo 2: “Fatores sócio-demográficos e de formação esportiva associados à motivação

e resiliência em atletas paralímpicos brasileiros em nível escolar”.....................................36

4. Artigo 3: “Percepções sobre as Paralimpíadas Escolares: Um estudo com atletas”.......55

5. Considerações Finais......................................................................................................72

6. Referências......................................................................................................................75

7. Anexos..............................................................................................................................78

7.1. ANEXO A - Aprovação Comitê de Ética em Pesquisa.................................................78

7.2. ANEXO B - Autorização da Pesquisa - Academia Paralímpica Brasileira (APB).......79

7.3. ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)............................87

7.4. ANEXO D - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).............................90

7.5. ANEXO E - Anamnese/Entrevista................................................................................94

7.6. ANEXO F - Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física..............95

7.7. ANEXO G - Escala de Resiliência................................................................................97

7.8. ANEXO H - Submissão Artigo 3: Revista Pensar a Prática.........................................98

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APB Academia Paralímpica Brasileira

CHS Carga Horária Semanal

DP Desvio Padrão

CPB Comitê Paralímpico Brasileiro

ER-Brasil Escala de Resiliência – Brasil

F Frequência

IMPRAF Inventário de Motivação para a Prática de Atividade Física

IPC International Paralympic Committee

MC Modalidade Coletiva

MG Minas Gerais

MI Modalidade Individual

P Porcentagem

PcD Pessoa com Deficiência

PPGPSI Programa de Pós-Graduação em Psicologia

S Sujeito

Sig Significância

SPSS Software Statistical Package for the Social Sciences

TALE Termo de Assentimento Livre e Esclarecido

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TP Tempo de Prática

UFSJ Universidade Federal de São João Del Rei

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 (Artigo 1) - Participantes da pesquisa de acordo com os estados e regiões.........23

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 (Artigo 1): Características sociodemográficas e de formação esportiva dos

participantes do estudo.........................................................................................................27

Tabela 2 (Artigo 1): Clusters de Motivação e Resiliência..................................................29

Tabela 3 (Artigo 1): Qui-Quadrado...................................................................................30

Tabela 4 (Artigo 1): Correlação das Dimensões (Correlação de Pearson).......................31

Tabela 1 (Artigo 2): Características sociodemográficas e de formação esportiva dos

participantes do estudo.........................................................................................................42

Tabela 2 (Artigo 2): Médias e desvios-padrão dos escores globais da motivação e de suas

dimensões.............................................................................................................................43

Tabela 3 (Artigo 2): Análise univariada das variáveis sócio-demográficas e de formação

esportiva em relação a motivação........................................................................................45

Tabela 4 (Artigo 2): Análise de regressão linear múltipla das variáveis sócio-

demográficas e de formação esportiva em relação a motivação..........................................45

Tabela 5 (Artigo 2): Médias e desvios-padrão dos escores globais da resiliência e de suas

dimensões.............................................................................................................................46

Tabela 6 (Artigo 2): Análise univariada das variáveis sócio-demográficas e de formação

esportiva em relação a resiliência.........................................................................................47

Tabela 7 (Artigo 2): Análise de regressão linear múltipla das variáveis sócio-

demográficas e de formação esportiva em relação a resiliência..........................................49

Tabela 1 (Artigo 3): Categorização das respostas relacionadas à Motivação para a

participação nas paralimpíadas escolares..........................................................................62

Tabela 2 (Artigo 3): Categorização das respostas relacionadas à Expectativa em relação

ao futuro no esporte.............................................................................................................66

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INTRODUÇÃO

Atualmente, é notável que o esporte paralímpico1 vem garantindo e conquistando

seu espaço, destacando-se cada vez mais no universo esportivo e na mídia, seja em virtude

de seu próprio crescimento no segmento do esporte mundial, pelo maior interesse da mídia

e do público, ou pela quebra de paradigmas da sociedade que até meados do século XX

ainda compartilhava preconceitos em relação às possibilidades esportivas de pessoas com

deficiência (Haiachi et al., 2016; Silva, 2017).

Vale lembrar, que especialmente nesse momento, vive-se um período em que o

esporte paralímpico, mais do que em qualquer outro período da história, está em evidencia.

Neste ano de 2016, mais precisamente no mês de Setembro, a cidade do Rio de Janeiro

sediou os Jogos Paralímpicos. Este foi um momento histórico para os brasileiros,

principalmente para os atletas e pessoas envolvidas mais intimamente com o movimento

paralímpico. Mas o curioso é que isso não se restringiu somente à essas pessoas, as

Paralimpíadas do Rio ficaram marcadas pelo público cada dia mais crescente, pelo

interesse dos espectadores pelas modalidades e atletas e pela visibilidade e reconhecimento

que o esporte paralímpico tomou após esse grande evento (Brasil2016, 2017).

Segundo Haiachi et al., (2016) e Marques et al., (2013), o Brasil, hoje, é

reconhecido como uma das maiores potências mundiais paralímpicas, isso, de certa forma,

juntamente com a importância de sediar um evento dessa magnitude, traz consigo um

orgulho muito grande para as pessoas que já acompanham e que puderem pela primeira

vez, acompanhar o esporte paralímpico. E isso talvez tenha sido o maior incentivo para

mudança de olhares em relação ao esporte paralímpico, aos atletas paralímpicos e a tudo

que os envolve.

Sendo assim, entende-se que o esporte paralímpico tem as mesmas necessidades e

requesitos do esporte convencional. Isso se justifica quando analisamos seu

desenvolvimento, em relação a todo o cenário que envolve o esporte, sendo este, a

integração de áreas como nutrição, fisiologia, psicologia, entre outras, que juntas

funcionam de forma mais eficaz e completa (Antonelli et al., 2016).

1 Desde novembro de 2011, o termo correto é paralímpico e não paraolímpico, tanto com referência ao

esporte quanto ao órgão administrador que é o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Essa mudança foi

necessária para que houvesse alinhamento com a terminologia dos demais países de língua portuguesa e para

que não houvesse conflito com a terminologia do movimento olímpico (MELLO E WINCKLER, 2012).

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Sabe-se que diversos eventos e competições acontecem constantemente e nomes se

destacam em meio aos tantos para-atletas. Esse destaque pode ser atribuído ao atleta, mas

também a todo preparo e profissionais envolvidos em seu treinamento para um

condicionamento físico e psicológico ideais, como afirma Roschel et al., (2011).

Percebe-se a inclusão da maioria dos tipos de deficiência no esporte paralímpico,

lembrando que a partir de adaptações em atividades esportivas para pessoas com

deficiência, esse leque se abre ainda mais, possibilitando que o a pessoa com deficiência

tenha os mesmos direitos que os demais e possa também conquistar uma posição de

destaque no esporte pela sua capacidade e esforço (De Mello & Winckler, 2012; Greguol

& Da Costa, 2013). Além disso, Cardoso (2011) e Gorgatti et al., (2008) ressaltam que a

prática esportiva para este público, contribui e muito para o processo de reabilitação física

e psicológica, inclusão, assim como, para a saúde do sujeito.

Poucos estudos semelhantes ao que essa pesquisa propõe, foram encontrados na

literatura, como visto abaixo, particularmente no que se refere à caracterizar

psicologicamente os atletas paralímpicos que nos representam na seleção brasileira em

seus diversos níveis. Geralmente, encontram-se estudos que analisam somente uma

variável (Hirota et al., 2016) e não buscam traçar um perfil dos atletas; ou que partem de

outras variáveis como, por exemplo, perfil morfológico (Gorla et al., 2017), qualidade de

sono (Cruz et al., 2017); ou até mesmo, estudos fora do universo paralímpico, com pessoas

sem deficiência (Werneck et al., 2015). Sendo assim, na presente pesquisa, partiu-se de

duas principais características para se traçar o perfil psicológico de atletas paralímpicos em

nível competitivo escolar, a motivação e a resiliência.

A motivação, na literatura, é conceituada por diversos autores, Samulski (2009) a

define como um processo que depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e

ambientais (extrínsecos), e pode ser apresentada por uma determinante energética,

denominada nível de ativação e uma determinante de direção do comportamento, como

interesses, motivos, metas e intenções. Lira (2000) completa, distinguindo essas duas

dimensões da motivação: intrínseca e extrínseca.

O primeiro refere-se ao interesse, ao desejo e ao prazer de participar que atuam

no espírito dos indivíduos para levá-los à ação. O segundo refere-se ao uso de

incentivos ou por valores de ordem social, relacional, afirmação, hierarquia,

diferença (Lira, 2000).

Esta variável é considerada um importante objeto de estudo na área da psicologia

do esporte, e a sua investigação abre caminhos para novas descobertas e melhor

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entendimento de sua influencia direta com o treinamento de altos níveis competitivos e à

prática esportiva. (Freitas et al, 2007). Dosil (2004) completa, afirmando que acredita que a

motivação seja o motor do esporte, pois explica as razões para a iniciação, manutenção e

abandono da prática, podendo ser influenciada e determinada por fatores individuais,

ambientais, sociais, e culturais.

Pesquisas recentes nos mostram que altos níveis motivacionais estão relacionados

com uma serie de variáveis, dentre elas, o bom desempenho no processo de treinamentos e

de competições, persistência no esporte, moralidade, e bem estar com a prática (Gillet et

al., 2010; Gunnell et al., 2014). Além disso, ao verificarmos na literatura, encontramos

com abundancia o tema motivação como o elemento chave para o êxito e bem estar dos

esportistas (Cerasoli & Ford, 2014).

Já a resiliência, é definida pela capacidade de superar os efeitos nocivos das

adversidades, como nos fala Benghozi:

A resiliência pode ser definida como uma capacidade universal que possibilita a

pessoa, grupo ou comunidade prevenir, minimizar ou superar os efeitos nocivos

das adversidades, inclusive saindo dessas situações fortalecida ou até mesmo

transformada, porém não ilesa (Benghozi, 2005).

A maioria das conceituações seguem a mesma dinâmica, mas o que é importante

ressaltar aqui, é que a resiliência não pode ser considerada como um “escudo protetor”,

como coloca Pinheiro (2004). A autora revela que a capacidade de ser resiliente não fará

com que nenhum problema atinja a pessoa, que ela se torne rígida e completamente

resistente a todas as adversidades. E completa afirmando que não existe uma pessoa que

seja resiliente, mas sim que esteja resiliente em determinada situação. Para ela, é um

processo dinâmico, de trocas mútuas entre o indivíduo e o ambiente, fazendo com que o

sujeito identifique e escolha a melhor atitude em determinada situação.

Com um outro olhar, mais aplicado a pratica esportiva, a resiliência também se

encontra presente, de forma mais determinante ainda quando pensamos em níveis

competitivos elevados, cargas excessivas de treinamento, competições em sequência,

cobranças de resultados por parte dos torcedores, patrocinadores e clubes e pouco preparo

psicológico do atleta. Milham (2007) comprova isso, ao afirmar que o atleta deve superar

diversas dificuldades ao longo de sua carreira e de sua formação esportiva, transformando

tudo em experiências que possa o fortalecer e o motivar. Muitas características vinculadas

ao sucesso do atleta, como por exemplo a auto eficácia, autoconfiança, orientação à meta,

otimismo, minimização do stress, foco, compromisso, estão vinculados a esse conceito.

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A atividade esportiva pode favorecer que o praticante, ao enfrentar as situações

intrínsecas no contexto esportivo, seja capaz de transpor essa capacidade para outros

campos de sua vida, possibilitando uma melhor preparação e confiança para enfrentar as

dificuldades (Sanches & Rubio, 2010).

Buscando ter mais informações sobre a mesma temática, este estudo terá como foco

principal estas esferas psicológicas aliadas ao atleta paralímpico, ou seja, ao indivíduo com

deficiência, inserido no esporte, em seu nível competitivo de prática. Desta forma, busca-se

destacar a importância de um estudo mais aprofundado na área da psicologia esportiva,

com o objetivo de criar fundamentações que expliquem os motivos e as características dos

indivíduos em relação a suas atitudes, condutas e comportamentos, assim como identificar

os fatores psicológicos que lhes estão relacionados.

Tendo em vista o esporte escolar paralímpico, considerado como iniciação ou até

mesmo como dispositivo para a especialização e profissionalização esportiva, é importante

atentar-se a questões psicológicas, já que, segundo Samulski (2009), a performance

depende e muito do equilíbrio das características e vertentes psicológicas. Sendo assim,

estudos como esse, buscam chamar a atenção de técnicos, comissões e direções de clubes a

iniciar, manter ou até mesmo, complementar e melhorar um programa de preparação e

controle psicológico como parte integrante da preparação de uma equipe e de seus atletas.

Essa pesquisa então, se justifica por buscar identificar e analisar fatores

psicológicos em relação ao atleta e à prática do esporte paralímpico, que hoje tem se

ampliado no país. Pois tem-se a hipótese de que um trabalho psicológico conjunto e

integrado ao corpo da equipe técnica é de extrema importância e faz toda e total diferença,

pois níveis elevadíssimos ou superbaixos de certas características ou esferas psicológicas

podem interferir de maneira negativa no desempenho do atleta, o prejudicando ou até

mesmo acometer toda a sua equipe.

Além disso, é importante entender como dados como esses são importantes para os

próprios atletas e a comissão técnica que os acompanham, já que muitos desses jovens

participantes das Paralimpíadas Escolares são atletas em potencial para as Paralimpíadas

de 2020 em Tokyo e estão rumo à profissionalização e alcance do alto rendimento

esportivo. Exemplo disto, são alguns nomes como os velocistas Alan Fonteles e Petrúcio

Ferreira, o jogador de goalball Leomon Moreno e a saltadora Lorena Spoladore, que hoje,

como atletas e ícones recordistas das Paralimpíadas Mundiais, iniciaram suas práticas

esportivas e sua vida competitiva nas Paralimpíadas Escolares, consideradas como grande

celeiro de atletas iniciantes (CPBa, 2016; CPBb, 2016; CPB, 2017).

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Sendo assim, nota-se que a preparação psicológica conjunta à preparação física do

atleta é muito mais eficiente quando praticada desde a iniciação esportiva, ou seja, o mais

precocemente possível, permitindo que o atleta se conheça, aprenda a lidar com os outros,

se entenda e aprenda a encontrar um equilíbrio para seu próprio benefício no esporte e em

sua vida cotidiana (Lavoura, Zanetti & Machado, 2008). Ademais, tem-se o intuito de

contribuir para o desenvolvimento acadêmico de tal temática, atualizando e produzindo

informações significativas para a literatura.

A escolha por essa temática é proveniente de todo o meu envolvimento com a

educação física para pessoas com deficiência ao longo dos últimos anos de graduação e

pelo interesse pessoal. Após cursar a disciplina Atividade Motora Adaptada e participar no

Grupo de Estudos em Educação Física Adaptada, comecei a desenvolver trabalhos mais

direcionados a esse assunto, inclusive uma monografia investigando questões

motivacionais para o esporte paralímpico, sabendo que seria esse caminho que escolheria

para trilhar. Sendo assim, busquei conhecer e conviver mais nesse universo, me

preocupando em aprimorar meus conhecimentos e buscar por mais informações sobre

todas as dimensões do esporte adaptado, seus praticantes e tudo que o rodeia. Desta forma,

quando surgiu a oportunidade da realização de Mestrado na área de Psicologia, encontrei a

oportunidade perfeita para combinar as duas áreas, buscando estuda-las de forma aliada em

busca de contribuir cada vez mais com esse campo de conhecimento.

A pesquisa teve três grandes objetivos que serão apresentados, a seguir, em forma

de artigos:

1. Caracterizar os perfis psicológicos predominantes relacionados a motivação e a

resiliência.

2. Identificar se fatores sócio-demograficos e de formação esportiva podem

explicar a motivação e a resiliência de atletas paralímpicos brasileiros em nível

escolar.

3. Analisar as percepções de atletas em nível escolar dentro do esporte

paralímpico e identificar suas projeções em relação ao futuro.

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2. ARTIGO 1

Revista: Journal of Physical Education/ Revista da Educação Física UEM

PERFIL PSICOLÓGICO DE ATLETAS BRASILEIROS

DE PARADESPORTO EM NÍVEL ESCOLAR

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Artigo Original

PERFIL PSICOLÓGICO DE ATLETAS BRASILEIROS DE PARADESPORTO EM

NÍVEL ESCOLAR

PSYCHOLOGICAL PROFILE OF BRAZILIAN ATHLETES OF PARADESPORTS AT

SCHOOL LEVEL

Mariana Corrêa de Resende1, Maria Nivalda de Carvalho-Freitas

1, Andrea Carmen Guimarães

1

1Universidade Federal de São João Del Rei, São João Del Rei-MG, Brasil.

RESUMO

A prática esportiva por pessoas com deficiência vem crescendo cada vez mais, trazendo consigo a necessidade de maiores

investimentos em diversos segmentos, como por exemplo a investigação científica. Buscar compreender os fenômenos

que envolvem os paratletas em seu universo esportivo, torna-se relevante em função das dimensões psicológicas

envolvidas, sabendo que são atletas que se preparam para o alto rendimento. A presente pesquisa teve como objetivo

caracterizar os perfis psicológicos predominantes relacionados a motivação e resiliencia, além de verificar possíveis

associações entre o perfil psicológico e fatores sócio-demográficos e de formação esportiva, assim como, analisar as

correlações entre as dimensões exploradas. Participaram 114 atletas paralímpicos em nível escolar, de ambos os sexos, de

idade média de 15,45 anos (±1,44), de 21 estados brasileiros, que responderam a um questionário de motivação e outro de

resiliência, além de uma anamnese com o intuito de caracteriza-los. Foi possível constar que a amostra se dividiu em dois

grandes grupos de perfis, o primeiro com valores altos de motivação e resiliencia, e o segundo com valores moderados

destas mesmas variáveis. Ao analisar características sócio-demograficas e de formação esportiva, observou-se que

somente a deficiência e a idade tiveram valores significativos de interferência nesta divisão dos sujeitos.

Palavras-chave: Resiliência. Motivação. Perfil. Paradesporto. Escola

ABSTRACT The practice of sports for disabilities people has been increasing, bringing with it the need for greater investments in

several segments, such as scientific research. Seeking to understand the phenomena that involve the parathletes universe,

becomes relevant in function of the psychological dimensions involved, knowing that they are athletes who prepare for

the high yield. The present research aimed to characterize the predominant psychological profiles related to motivation

and resilience, as well as to verify possible associations between the psychological profile and socio-demographic factors

and sports training, as well as to analyze the correlations between the explored dimensions. A total of 114 Paralympic

athletes, both boys and girls, with a mean age of 15.45 years (±1.44), from 21 Brazilian states, who answered a

motivation and a resilience questionnaire, and an anamnesis with the purpose of characterizing them. It was possible to

observe that the sample was divided in two large groups of profiles, the first with high values of motivation and

resilience, and the second with moderate values of these same variables. When analyzing socio-demographic and sports

training characteristics, it was observed that only the disability and the age had significant values of interference in this

division of the subjects.

Keywords: Resilience. Motivation. Profile. Paradeport. School

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INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, estudiosos buscaram traçar o perfil psicológico de atletas com e

sem deficiência, para isso, realizaram diversos estudos partindo de pontos de vista

distintos4-5-6-7

. O perfil pode incluir informações sobre características psicológicas,

genéticas e/ou somatotípicas de determinado indivíduo ou grupo. No meio esportivo, a

partir do conhecimento de tais características, profissionais conseguem determinar a

aptidão de determinado atleta para uma modalidade específica, em que seja compatível

com seu perfil¹. A definição destas características, auxiliam na escolha de estratégias mais

apropriadas para cada atleta². Outros autores ainda concordam com os supracitados,

alegando que a partir do conhecimento destes perfis, obtêm-se formas de trabalhar e de

agir de forma mais eficiente, resultando em um melhor rendimento de seus atletas ou

grupo³.

Inicialmente, podemos destacar um estudo que avaliou 64 atletas de oito esportes

distintos em busca da definição do perfil psicológico desses sujeitos. Para isto, aplicou-se

testes de personalidade, motivação, estresse e testes psicométricos, como o de percepção,

tempo de reação e concentração. Observou-se que houve diferença significativa em relação

aos tipos de deficiência e aos sexos. E os motivos mais importantes para inserção às

atividades esportivas, foram, o prazer e a busca pela reabilitação; e os principais para

praticar esportes, a competitividade e superação. Em relação aos fatores estressantes,

apresentou-se com maior frequência, os problemas com sono, pressão e os conflitos

interpessoais. Quanto aos testes psicométricos, a maioria dos atletas apresentou bons

resultados de tempo de reação e percepção4.

Já outro estudo, procurou definir o perfil psicológico de atletas portugueses que

participaram das Paralimpíadas de Atenas, em 2004. A amostra foi composta por 28 atletas

de quatro modalidades e três tipos de deficiência, que responderam a um questionário que

avaliava sete principais variáveis, autoconfiança; pensamentos negativos; pensamentos

positivos; atenção; visualização; motivação e atitude competitiva. Como resultado,

percebeu-se que a motivação fora o aspecto com níveis mais elevados, seguido da

autoconfiança e atitude competitiva. Fatores como o tipo de deficiência, modalidade e

títulos conquistados também interferiram de forma significativa nos resultados5.

Em uma terceira pesquisa, estudiosos investigaram o perfil de atletas de futsal

feminino. 110 atletas de equipes participantes da Federação Paulista de 2012 responderam

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a um questionário que avaliava 15 características psicológicas. De forma geral, a variável

com valor mais elevado foi a Resiliência (80,4%), seguida da Competitividade (79,0%),

Coletividade (78,9%), Autoconfiança (77,6%), Persistência (77,0%), Comprometimento

(76,2%), Disciplina (75,5%), Estratégia (74,9%), Incentivo (73,6%), Autoconhecimento e

Concentração (73,3%), Dinamismo (71,6%), e por fim, Comunicação (63,6%) e Liderança

(61,9%). Acreditando que tais resultados, contribuam de forma positiva na formulação de

treinos mais adequados, em busca de melhorias no desempenho, nas relações interpessoais

e no desenvolvimento de características de cada atleta6.

E por fim, ainda em busca de analisar o perfil psicológico, uma investigação foi

realizada com atletas de voleibol, de 18 a 21 anos. Para isso, aplicou-se uma adaptação de

dois testes denominados Test de las presiones del deportista de Selección e Test de los

miedos del futbolista. Os resultados obtidos, apresentaram o medo de fatores como lesões,

o medo do futuro e a forte autoexigência por parte dos atletas. Os autores consideram que

estes fatores estressores são em virtude de elementos extrínsecos e intrínsecos, exigindo e

aumentando a importância da participação e acompanhamento de um psicólogo esportivo

na preparação da equipe e de cada atleta individualmente7.

Como observado acima, pesquisadores partem da investigação de variáveis distintas

para se traçar perfis, neste caso especialmente, buscou-se analisar o perfil psicológico a

partir da motivação e capacidade de resiliência dos sujeitos. A motivação depende de

fatores internos (pessoais) e externos (ambientais)8. Ainda, existem diversos fatores que

influenciam o rendimento do atleta, dentre eles, um dos principais é a motivação, seguido

de autoestima, autoconfiança, ansiedade e agressividade9. Esta variável é considerada o

objeto de estudo mais importante na psicologia esportiva, na busca de conhecimento acerca

de sua influência nos treinamentos e competições10

. Além disso, pode ser considerada o

motor do esporte, responsável por explicar as razões de inserção, manutenção e abandono

da prática, podendo ser determinada e sofrer influências internas e externas11

.

Já a resiliência, define-se como a capacidade de vivenciar experiências em

adversidades sucessivas sem possíveis prejuízos em seu desenvolvimento, prevalecendo a

superação e fortalecimento diante das adversidades12

.

Aplicando este conceito no esporte, o atleta deve superar diversas dificuldades ao

longo de sua carreira e de sua formação esportiva, transformando tudo em experiências que

possam fortalecê-lo e motiva-lo. Muitas características vinculadas ao sucesso do atleta,

como por exemplo a auto eficácia, auto confiança, orientação à meta, otimismo,

minimização do stress, foco, compromisso, estão vinculados a esse conceito13

. A atividade

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esportiva pode favorecer que o praticante, ao enfrentar as situações adversas no contexto

esportivo, seja capaz de transpor essa vivência para outros campos de sua vida,,

possibilitando uma melhor preparação e confiança para enfrentar as dificuldades14

.

Além desta capacidade de transferir questões resilientes do meio esportivo para a

vida, o esporte também é responsável por contribuir em outros aspectos em relação a seus

praticantes, como por exemplo formação de caráter, respeito ao próximo, disciplina, dentre

outros15

. Ademais, a prática esportiva é um espaço no qual se aprende lições e valores,

além de contribuir para o desenvolvimento psicossocial, favorecendo a formação destes

sujeitos, tornando-os mais empenhados, batalhadores, honestos, éticos e comprometidos16

.

Além disso, tem se verificado que a prática esportiva é benéfica fisicamente,

psicologicamente e socialmente para crianças e jovens17

.

Sendo assim, este estudo objetivou caracterizar os perfis psicológicos

predominantes relacionados a motivação e a resiliência, além de verificar as possíveis

associações entre os perfis psicológicos identificados, os fatores sócio-demográficos e de

formação esportiva e também analisar as correlações existentes entre as dimensões

analisadas.

MÉTODOS

Aspectos Éticos

O desenvolvimento desta pesquisa obteve o consentimento dos responsáveis legais

pelas instituições e dos próprios participantes, após aprovação pela Comissão de Ética em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Este estudo deriva-se de um projeto maior

denominado “Promoção de Saúde e suas Interfaces Físicas e Psicológicas: programa de

intervenção e pesquisa com idosos, pessoas com deficiência, adultos com diabetes e

hipertensos”.

Participantes

Participaram do estudo 114 atletas em nível escolar participantes da maior

competição paralímpica nacional estudantil, praticantes de atletismo, futebol de 7,

goalball, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas. Possuíam deficiência

física (71,9%) e visual (28,1%), (não fazendo parte do estudo as pessoas com deficiência

intelectual, já que tratava-se do uso de questionários, garantindo a validade dos resultados

e padronização dos participantes), de ambos os sexos (F= 21,9%; M= 78,1%), com idades

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variadas entre 12 a 17 anos (15,45±1,44), provenientes de escolas públicas (86%) e

privadas (14%). O critério para escolha dos participantes foi por conveniência, de acordo

com a disponibilidade e consentimento dos atletas e dos técnicos durante as Paralimpíadas

Escolares.

A amostra abrangeu atletas de quase todo o território brasileiro, representando 20

estados, mais o Distrito Federal, de todas as cinco regiões do Brasil. Os estados com

número maior de respondentes são São Paulo (15,8%), Santa Catarina (14,9%), seguido de

Mato Grosso do Sul (10,5%) e Rio de Janeiro (9,6%), com participações menores

apresentou-se Paraná, Rondônia e Tocantins com apenas 0,9% cada estado. Na Figura 1, é

apresentado um mapa detalhado sobre a distribuição dos sujeitos por estados e regiões.

Figura 1. Participantes da pesquisa de acordo com os estados e regiões.

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE

SUDESTE SUL

10,5%

15,8%

33,3%

20,2%

20,2%

1,8%

1,8%

0,9%

5,3%

0,9%

3,5% 2,6% 2,6% 4,4% 3,5%

3,5%

1,8%

9,6%

6,1%

15,8%

5,3% 2,6%

1,8%

10,5%

0,9%

14,9%

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Instrumentos

Anamnese

Breve anamnese composta por questões relacionadas aos atletas, buscando caracteriza-

los sócio-demograficamente e esportivamente.

Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física (IMPRAF-54).

É uma versão reduzida de sua original, validado e proposto por Balbinotti &

Barbosa (2006). Composta por 54 itens, divididos em seis categorias, Controle de Estresse

(α= 0,89), Saúde (α= 0,87), Sociabilidade (α= 0,94), Competitividade (α= 0,94), Estética

(α= 0,91) e Prazer (α= 0,82). As respostas são dadas conforme uma escala de tipo Likert,

de 1 a 5 pontos, partindo de “isto me motiva pouquíssimo” (1) até “isto me motiva

muitíssimo” (5). Cada dimensão é analisada individualmente, para isso, é necessário fazer

a somatória das questões que a compõem para se obter os escores brutos de cada uma18

.

No que se refere a motivação, o instrumento a divide em seis principais dimensões:

“Controle de Estresse”, que expressa o desejo do sujeito de obter alívio de ansiedade,

angústias, irritação e estresse, a partir da prática esportiva; “Saúde”, relacionada ao

interesse nos possíveis benefícios à saúde que a atividade física pode trazer;

“Sociabilidade”, referente a oportunidade de criação de vínculos sociais, reunir, estar ou

se encontrar com amigos; “Competitividade”, que exprime o sentimento de querer

competir, concorrer e ganhar dos outros; “Estética”, que revela o desejo de ter ou ficar

com um corpo bonito e definido; e finalmente, “Prazer”, que mede a satisfação, o bem

estar e a auto realização a partir da prática esportiva18

.

Escala de Resiliência.

Considerado um dos poucos instrumentos para medir níveis de resiliência, foi

desenvolvida por Wagnild & Young (1993)19

e sua adaptação transcultural foi proposta por

Herdman et al., (1998)20

e divulgada por Hasselmann & Reichenheim (2003)21

e Moraes et

al., (2002)22

na versão língua portuguesa. É composta por 25 itens, distribuídos em cinco

dimensões propostas pelo modelo ER5: Auto-suficiência (α=0,69); Sentido de Vida

(α=0,70); Equanimidade (α=0,75); Perseverança (α=0,79); e Singularidade Existencial

(α=0,56) 23

. As resposta são em escala tipo Likert dividida em 7 pontos, desde Discordo

fortemente até Concordo fortemente. Os escores podem variar de 25 a 175 pontos, com

valores altos indicando elevada capacidade de resiliência (acima de 145 pontos), médios,

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representando resiliência média (125-145 pontos) e os menores, indicando baixa resiliência

(até 125 pontos)24

.

Para esta pesquisa, utilizou-se um modelo baseado no original citado acima, no qual, os

respondentes avaliaram seus níveis em uma escala tipo Likert de 1 a 4, onde 1 representa

“Discordo fortemente” e 4 expressa “Concordo fortemente”, com as pontuações finais

modificadas de acordo com esse novo modelo: valores abaixo de 71, representam baixa

resiliência, de 72 a 83, com resiliência média, e superior a 84, como alta resiliência.

A resiliência, a partir do instrumento utilizado, pode ser dividida em cinco dimensões,

a primeira delas denomina-se “Auto-Suficiência”, que se relaciona à crença que o sujeito

possui nele mesmo, confiando em suas potencialidades e autoconhecimento de seus

limites; a segunda, “Sentido de Vida”, pode ser definida como a percepção do sujeito de

que a vida possui um sentido e um propósito, crença nos bons motivos existentes para se

viver; a terceira, chamada “Equanimidade” se refere a capacidade de encarar diversos

acontecimentos da vida com flexibilidade e boa aceitação; a “Perseverança”, expressa a

capacidade de continuar e seguir em frente apesar das adversidades; e por fim, a

“Singularidade Existencial” representa o sentimento de singularidade do sujeito, ou seja,

de ser único24

.

Procedimento

O procedimento da coleta de dados pautou-se inicialmente, no envio à Academia

Paralímpica e ao Comitê Paralímpico Brasileiro do projeto de pesquisa para autorização

para realização do estudo em uma competição oficial em nível escolar, bem como,

seguindo os parâmetros do Comitê de Ética da Universidade Federal de São João Del Rei,

nº. 466 de 2012.

Posteriormente, após essa autorização e já na competição, os atletas e técnicos

foram convidados e informados sobre todo o procedimento, assinaram respectivamente os

Termos de Assentimento e Consentimento Livre e Esclarecido, concordando com a

participação na pesquisa. Em seguida, preencheram uma breve anamnese com o intuito de

caracteriza-los sócio-demograficamente e em relação às suas formações esportivas e

finalmente, responderam ao Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física

e a Escala de Resiliência.

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Análise Estatística

A metodologia de análise dos dados foi realizada através do software de fomentação

de planilhas e procedimentos estatísticos denominado Software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS) versão 20.0.

Primeiramente, a parte deste processo, seguiu-se as orientações próprias de cada

instrumento, podendo-se extrair valores totais de cada variável (motivação e resiliência) e

também de suas dimensões. Posteriormente, utilizou-se uma análise descritiva, com

valores de frequência, média, porcentagens e desvio padrão.

Quanto as análises estatísticas mais aprofundadas, num primeiro momento, separou-se

a amostra em clusters, onde se definiu dois grandes grupos, eliminando apenas dois

sujeitos da amostra total, considerados outliers.

O objetivo dessa análise foi verificar, também, se os atletas poderiam ser agrupadas

segundo perfis psicológicos predominantes, considerando os construtos de motivação e

resiliência. Para isso, foi utilizada a Análise de Cluster ou Agrupamento, buscando agrupar

os participantes por similaridade25

. Foi utilizada a técnica Hierárquica Aglomerativa e o

método utilizado foi o de Ward, baseado nos princípios da análise de variância. A medida

de similaridade utilizada foi a distância euclidiana, que representa a similaridade como a

proximidade entre observações ao longo das variáveis na variável estatística de

agrupamento. Para determinar o número de conglomerados, utilizou-se o gráfico dos

passos de agrupamentos em relação ao nível de distância, sendo identificados dois

conglomerados: Alta motivação e resiliência (Cluster 1) e Moderada motivação e

resiliência (Cluster 2). Por último, foi realizada a Análise de Variância (ANOVA), para

verificar se havia diferenças entre as médias dos dois agrupamentos.

Após este procedimento, recorreu-se ao Teste de Qui-quadrado para investigar quais

variáveis, dentre as sócio-demograficas e de formação esportiva, dependeriam a

distribuição dos sujeitos dentre os clusters, e por fim, utilizou-se o Coeficiente de Pearson

para analisar o nível de relação entre as dimensões dos instrumentos de Motivação e

Resiliência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela a seguir, caracteriza socio-demograficamente e em relação à formação

esportiva os participantes da pesquisa:

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Tabela 1. Características sociodemográficas e de formação esportiva dos participantes do estudo

Variável Descrição F P(%)

Sexo Masculino 89 78,1%

Feminino 25 21,9%

Deficiência Física 82 71,9%

Visual 32 28,1%

Tipo de

deficiência

Congênita 95 83,3%

Adquirida 19 16,7%

Escola Pública 98 86%

Privada 16 14%

Modalidade

Atletismo 31 27,2%

Futebol de 7 22 19,3%

Goalball 13 11,4%

Judô 9 7,9%

Natação 24 21,1%

Tênis de Mesa 8 7%

Tênis em Cadeira de Rodas 7 6,1%

Região

Norte 12 10,5%

Sul 18 15,8%

Centro-Oeste 23 20,2%

Nordeste 23 20,2%

Sudeste 38 33,3%

Idade

12 6 5,3%

13 6 5,3%

14 15 13,2%

15 26 22,8%

16 26 22,8%

17 35 30,7%

Tempo

De

Prática

Até 1 ano 31 27,2%

2 anos 16 14%

3 anos 14 12,3%

4 anos 15 13,2%

5 anos 15 13,2%

6 anos 6 5,3%

7 anos ou mais 17 14,9%

Carga

Horária

Semanal

Até 4 horas 53 46,5%

5h-8h 33 28,9%

Acima de 9h 28 24,6% Legenda da Tabela 1: F = Frequência; P = Porcentagem

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Ao analisarmos os participantes da pesquisa quanto às idades, a maior participação

concentrou-se em atletas com 17 anos, o limite para participação na competição escolar em

questão, representando 30,7% da população estudada, com 15 e 16 anos, 22,8% cada uma

e de 12 e 13 anos, simbolizando 5,3% cada.

Ao que se refere aos sexos, há predominância de sujeitos do sexo masculino (78,1%),

enquanto as do sexo feminino representam apenas 21,9% dos integrantes. Somente 14%

deles, são provenientes de escolas privadas, e a grande maioria, 86%, de escolas públicas.

Em relação à deficiência, 71,9% dos componentes possuem comprometimento físico, e

os outros 28,1%, visual. Quanto ao tipo de deficiência, 83,3% apresentam uma deficiência

congênita, ou seja, já nasceram com ela, e 16,7% a adquiriram de alguma forma.

Quanto às modalidades esportivas, a maior parte dos participantes são atletas de

atletismo (27,2%), seguidos de natação (21,1%), futebol de 7 (19,3%), goalball (11,4%),

judô (7,9%), tênis de mesa (7%), e por fim, tênis em cadeira de rodas, representando

apenas 6,1% da amostra.

Sobre as regiões, o Sudeste apresenta-se como a região com mais respondentes da

pesquisa, com 33,3% e subsequentes o Centro-Oeste e Nordeste (ambas com 20,2%),

posteriormente Sul (15,8%) e Norte (10,5%).

Por fim, as características relacionadas à formação esportiva, o tempo de prática

dos atletas varia de 1 mês até 168 meses (14 anos), e a carga horária semanal de

treinamento, de 1 hora até 30 horas/semanais. A maior frequência no tempo de prática, foi

de até 1 ano (27,2%), e em relação a carga horária, até 4 horas semanais, representando

46,5%.

Na Tabela 2, pode-se observar a divisão da amostra em dois grandes grupos. A

partir de uma análise de perfis, a amostra, foi subdividida em dois subgrupos, o primeiro

denominado Cluster 1 (Alta motivação e resiliência) e o segundo, como Cluster 2

(Moderada motivação e resiliência):

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29

Tabela 2. Clusters de Motivação e Resiliência

Cluster/

Fatores

Cluster 1

(n = 53)

Cluster 2

(n = 59)

F

(entre grupos) Sig

Resiliência

Geral 84,38 78,46 17,628 0,000*

Auto-

Suficiência 16,77 15,34 8,311 0,005*

Sentido de

Vida 17,58 16,71 6,144 0,015*

Equanimidade 15,21 13,86 9,865 0,002*

Perseverança 17,74 16,68 7,113 0,009*

Singularidade

Existencial 17,08 15,86 4,769 0,031*

Motivação

Geral 245,47 195,14 241,900 0,000*

Controle de

Estresse 36,19 27,08 43,403 0,000*

Saúde 43,43 36,02 79,769 0,000*

Sociabilidade 41,17 34,12 30,912 0,000*

Competitividade 42,13 32,57 57,009 0,000*

Estética 39,60 26,71 86,210 0,000*

Prazer 42,94 38,24 37,756 0,000*

*Significante < 0,05 (2-tailed)

Como visto acima, o Cluster 1, foi composto por 53 indivíduos e o Cluster 2, por 59

sujeitos, totalizando 112 atletas, os dois atletas restantes da amostra, foram

desconsiderados nesta separação, já que possuíam valores que não se encaixavam na

dinâmica de divisão, ou seja, foram considerados sujeitos outliers. Analisando os valores

descritos na Tabela 2, o Cluster 1 é considerado o mais motivado e resiliente para a prática

esportiva, enquanto o Cluster 2, de motivação e resiliência moderadas para tal prática.

Altos níveis de motivação, podem consequentemente provocar modificações no

desempenho e rendimento de atletas, assim como, as experiências no esporte podem

contribuir para o aumento da resiliência, e um perfil mais resiliente pode estar associado a

um melhor desempenho no esporte26-27

.

Já na Tabela 3, observa-se quais fatores sócio-demográficos e de formação

esportiva influenciam para divisão dos sujeitos entre os Clusters:

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Tabela 3. Qui-Quadrado

Variável Qui-quadrado Significância (p)

Idade 13,327 0,021*

Modalidade 5,183 0,521

Tipo de Modalidade 0,574 0,449

Estado 16,164 0,706

Região 0,701 0,951

Deficiência 4,140 0,042*

Tipo de Deficiência 0,259 0,611

Escola 1,359 0,244

Sexo 0,283 0,595

Tempo de Prática 26,255 0,123

Carga Horária Semanal 16,867 0,327

*Significante ao nível de 0,05 (2-tailed)

A partir da análise de qui-quadrado demonstrado na Tabela 3, encontrou-se que

apenas duas variáveis interferiram na divisão dos sujeitos nos dois grupos, apresentando

valores significativos.

A primeira, se relaciona com a idade, que pode variar de 12 a 17 anos, esta

apresenta o p = 0,021. Nesta variável, o Cluster 1, considerado o grupo mais motivado e

resiliente possui a moda de idade de 15 anos, já no Cluster 2, 17 anos. Isto, provavelmente,

está relacionado com a idade limite de participação das paralimpíadas escolares, sendo

assim, os jovens que participam em seu ultimo ano (aqueles que possuem 17 anos), já não

possuem a motivação e níveis de resiliência como quando participavam em outras edições

com idades inferiores, com uma visão diferente e estimulada por expectativas dos

próximos anos. Tendo em vista tal predominância de idades nos grupos, estudiosos

sugerem que a medida que os jovens atletas vão ficando mais velhos, também vão se

distanciando dos motivos vinculados à competição28

.

A segunda variável que interfere, é a deficiência, podendo ser física ou visual,

representada pelo p = 0,042. Neste caso, proporcionalmente falando, a predominância no

Cluster 1 é de pessoas com deficiência visual (Cluster 1 = 37,73% / Cluster 2 = 20,34%),

enquanto no Cluster 2, prevalece a pessoa com deficiência física (Cluster 1 = 62,26% /

Cluster 2 = 79,66%). Isto demonstra que, na pesquisa, as pessoas com deficiência visual

estavam mais motivadas e resilientes, que as pessoas com deficiência física.

Em relação a resiliência, ou a capacidade de superação de pessoas com deficiência

visual, pesquisa destaca que através da motivação para a prática do esporte adaptado, estes

sujeitos aprendem a superar os obstáculos, a cooperar com os demais companheiros, a

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31

desenvolver o auto-controle e, principalmente, a persistir diante das derrotas29

. Outro autor

complementa, apontando que a motivação para a prática esportiva por parte das pessoas

com deficiência visual possibilita o conhecimento e vivencia da superação, ou seja, de sua

capacidade de resiliência30

.

As correlações encontradas entre as dimensões da motivação e resiliência, podem

ser observados na Tabela 4. Para tal análise, utilizou-se o Coeficiente de Pearson, que

mede o grau de correlação entre duas variáveis. Este coeficiente varia em valores entre -1 e

1, e quanto maior for seu valor absoluto, mais forte é a relação encontrada entre as

variáveis. Neste tipo de análise, o valor absoluto 1 significa uma relação perfeita, enquanto

valores próximos a 0, representam a não relação entre as variáveis.

Tabela 4. Correlação das Dimensões (Correlação de Pearson)

Resiliência/

Motivação

Auto-

Suficiência

Sentido

de

Vida

Equanimidade Perseverança Singularidade

Existencial

Controle de

Estresse 0,347** 0,118 0,340** 0,245** 0,217*

Saúde 0,234* 0,285** 0,282** 0,246** 0,304**

Sociabilidade 0,138 -0,018 0,155 0,122 0,103

Competitividade 0,262** 0,185 0,183 0,252** 0,241*

Estética 0,131 0,124 0,057 0,260** 0,199*

Prazer 0,305** 0,221* 0,250** 0,336** 0,294**

*Correlação significativa no nível 0,05

** Correlação significativa no nível 0,01

Conforme pode ser verificado nas correlações, embora em sua maioria fraca, é que

existe associação significativa entre vários fatores de motivação e resiliência. Constata-se

que:

1. Quanto maior o controle de estresse (motivação), maiores os fatores de resiliência

de autossuficiência (0,347), equanimidade (0,340), perseverança (0,245) e

singularidade existencial (0,217). Esse resultado indica que quanto mais o atleta

expressa o desejo do sujeito de obter alívio de ansiedade, angústias, irritação e

estresse, a partir da prática esportiva (controle de estresse), mais características de

confiança em si mesmo e autoconhecimento de seus limites ele tem; mais são

capazes de encarar os acontecimentos da vida com flexibilidade e boa aceitação;

maior capacidade de seguir em frente apesar das adversidades e maior a

consciência de sua singularidade.

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32

2. Quanto maior o fator relacionado à saúde, isto é a percepção dos benefícios à saúde

que a atividade física pode trazer, maiores são todos os fatores de resiliência:

autossuficiência (0,234), sentido da vida (0,285), equanimidade (0,282),

perseverança (0,246) e singularidade existencial (0,304).

3. Quanto maior o fator de competitividade, maior os seguintes fatores de resiliência:

autossuficiência (0,282), perseverança (0,252) e singularidade existencial (0,241).

4. Quanto maior o fator relacionado a estética, maior a perseverança (0,260) e

singularidade existencial (0,199).

5. Quanto maior o prazer relacionado à prática esportiva, maiores são todos os fatores

de resiliência: autossuficiência (0,305), sentido da vida (0,221), equanimidade

(0,250), perseverança (0,336) e singularidade existencial (0,294).

6. O único fator de motivação que não apresentou correlação significativa com

nenhuma das demais dimensões, foi o fator “Sociabilidade”, sendo necessárias

futuras pesquisas para buscar entender melhor essa questão, uma vez que poderia se

esperar que a criação de vínculos poderia estar associado a fatores de resiliência.

Esses resultados confirmam as indicações de várias pesquisas realizadas anteriormente

com atletas e praticantes de exercício físico4-5-6-31-32

, trazendo uma importante contribuição

para o cenário de adolescentes com deficiência, participantes das paralimpíadas escolares.

Na atividade física, o sujeito tem a possibilidade de vivenciar sensações de bem-estar

em geral, isso contribui com a diminuição de aspectos como a ansiedade e a depressão,

trazendo uma melhoria das funções cognitivas, autoconceito, autoestima e autoconfiança

de pessoas com deficiência33

. Sendo assim, percebe-se que os benefícios trazidos pela

pratica de atividade física, são de extrema importância para as pessoas com algum tipo de

deficiência, então, torna-se necessário a inserção destes sujeitos em programas de

atividade física regular34

.

Por outro lado, uma característica psicológica que possivelmente auxilia atletas a

superarem os fatores estressantes em decorrência ao esporte e a manter um bom

desempenho durante as competições é a capacidade de resiliência, reconhecida como uma

adaptação positiva em relação a vivencia de um trauma ou adversidade35-36

. O estresse

proveniente de situações como uma competição, ocorre em todos os níveis competitivos,

idade e até mesmo, experiência dos atletas, o que determinará o desempenho, será a forma

como este sujeito responde e absorve tais fatores estressantes37

.

Page 33: ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE PARTICIPANTES … · perfis psicológicos de moderado a alto níveis de motivação e resiliência, e que as características que mais influenciaram

33

Em pesquisa com deficientes visuais em relação às motivações para prática de esportes,

e descobriu-se níveis significativos na motivação relacionada aos fatores prazer e controle

de estresse, devido ao fato de gostar e sentir-se bem em relação a atividade física38

. Apesar

de existirem adversidades na pratica esportiva, adolescentes tem a capacidade de buscar

diferentes motivações, elas podem ser tanto pelo próprio prazer, quanto pela busca de

aceitação em um grupo de amigos, por exemplo39

.

CONCLUSÕES

Com os resultados encontrados, conclui-se que os participantes das Paralimpíadas

Escolares obtiveram, de forma geral, bons e ótimos níveis de motivação e resiliência. Desta

forma, definiu-se dois tipos de perfis dentre o grupo principal, um com altos níveis de

motivação e resiliência para o esporte, e o segundo, com níveis moderados das mesmas

variáveis para prática esportiva.

Fazendo uma associação entre os perfis e as características sócio-demograficas e de

formação esportiva dos sujeitos, percebeu-se que somente a idade (12 a 17 anos) e a

deficiência (física ou visual), possuíram interferência na divisão dos sujeitos.

Verifica-se também que o perfil psicológico dos atletas mais motivados e resilientes

apresenta uma configuração de características muito positivas, tanto para o esporte quanto

para a própria vida dos adolescentes, associando fatores relacionados à motivação com

características de resiliência que poderão contribuir para uma melhor qualidade de vida

desses atletas e para o futuro pessoal e profissional deles, independentemente de se

tornarem ou não atletas de alto rendimento em paralimpíadas.

Por fim, é importante indicar a necessidade de futuras pesquisas para avaliar possíveis

relações do perfil psicológico com a performance no esporte, com trajetórias no esporte e

nas profissões em geral, dentre outras variáveis.

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Agradecimentos: Os autores expressam sua gratidão à Universidade Federal de São João Del

Rei (UFSJ), ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Academia Paralímpica Brasileira (APB).

(não preencha aqui) Recebido em 00/00/16.

Revisado em 00/00/16.

Aceito em 00/00/16.

Endereço para correspondência: Maria Nivalda de Carvalho Freitas, Departamento de Psicologia da Universidade

Federal de São João Del Rei, Praça Dom Helvécio, 74 - Dom Bosco, São João Del Rei - MG, 36301-160. E-mail:

[email protected]

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36

3. ARTIGO 2

Revista: Revista de Psicología del Deporte

FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E DE FORMAÇÃO

ESPORTIVA ASSOCIADOS À MOTIVAÇÃO E

RESILIÊNCIA EM ATLETAS PARALÍMPICOS

BRASILEIROS EM NÍVEL ESCOLAR

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37

Fatores Sócio-demograficos e de Formação Esportiva associados

à Motivação e Resiliência em atletas Paralímpicos Brasileiros

em nível escolar

Mariana Corrêa de Resende1, Maria Nivalda de Carvalho-Freitas

², Andrea Carmen

Guimarães³, Daniela Carine Ramires de Oliveira

SOCIO-DEMOGRAPHIC AND SPORTS TRAINING FACTORS ASSOCIATED WITH

MOTIVATION AND RESILIENCE IN BRAZILIAN PARALYMPIC ATHLETES AT

SCHOOL LEVEL

KEYWORDS: Motivation, Resilience, Paralympic, Athlete, School.

ABSTRACT: The present study sought to identify whether socio-demographic and sports

training factors could explain the motivation and resilience of young Paralympic athletes

at school level. For this, 114 Paralympic athletes of school level, with physical and visual

deficiency, of average age of 15.45 ± 1.44 years, responded to an anamnesis, a

questionnaire of resilience and another one of motivation. The results indicated that the

dimensions that influenced athletes the most regarding motivation and resilience were,

respectively, the pleasure of practice and perseverance, to continue practicing, despite the

possible adversities found along the way. As for socio-demographic factors and sports

training, the type of school and the disability, influenced the greater motivation, while the

sex and the disability, interfered in the resilience.

No Brasil, para-atletas que praticam o esporte em nível escolar, têm se direcionado

cada vez mais ao profissionalismo e muitas vezes se tornando ídolos recordistas do esporte

paralímpico de alto rendimento, como por exemplo, os velocistas Alan Fonteles e Petrúcio

Ferreira, o jogador de goalball Leomon Moreno e a saltadora Lorena Spoladore. (CPBa,

2016; CPBb, 2016; CPB, 2017). Reis (2014), salienta que esporte pode promover a alta

performance permitindo que muitos atletas com deficiência possam se dedicar

exclusivamente ao esporte. Dentro desse contexto de alta performance, Samulski e Noce

(2002) afirmam que a preparação psicológica pode ser considerada uma ferramenta de

auxílio importante para os atletas.

Ortega et al, (2017), demonstraram em seus estudos dados importantes para a

preparação física e psicológica dos atletas e equipes, identificando relações entre clima

motivacional, autoconceito físico e resiliência entre os sexos. Prats et al., (2017),

investigaram as propriedades psicométricas dos instrumentos de Autoconceito (AF-5) e de

resiliência (CD-RISC), além de descreverem a analisarem as relações existentes entre elas

e especificarem o efeito das horas de treinamento regular e posição no basquete em relação

as dimensões psicossociais (autoconceito e resiliência). Torralba et al. (2017) em estudo

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38

com atletas paralímpicos identificaram que as dimensões que mais os motivavam foram:

Integração Social, seguida da Pessoal, Sócio-esportiva e por fim, Superação.

Diversos fatores podem interferir e determinar a motivação, Weinberg e Gould

(2017), por exemplo, ressaltam a personalidade, interesses, necessidades pessoais,

objetivos, estilo do treinador, oportunidades, nível de competitividade, resultados,

incentivo, dentre outros. Segundo Urrea e Guillén (2016), tal variável é fundamental na

pratica esportiva e contribui para a inserção, manutenção, intensidade e rendimento de um

programa especifico de atividades e também na otimização para o alcance do alto nível.

Em contraparida, a resiliência aparece em poucas pesquisas no campo da Educação

Física, e portanto, ainda é uma variável pouco estudada no meio esportivo. Segundo

Grotberg, (2002), ela se refere à capacidade humana de enfrentar e ser fortalecido ou até

mesmo transformado por experiências de e na adversidade. Xiao-Nan (2011),

complementa, afirmando que a resiliência é uma característica psicológica que impulsiona

adaptações e reações positivas frente a adversidades. Portanto, torna-se imprescindível

estudar sobre a resiliência, para se potencializar e refinar os dispositivos que promovam a

superação diante destas situações (Ortín-Montero et al., 2013).

Desta forma, este estudo objetivou identificar se fatores sócio-demograficos e de

formação esportiva podem explicar a motivação e a resiliência de atletas paralímpicos

brasileiros em nível escolar.

Método

Aspectos Éticos

Foram seguidas as normas da Resolução nº. 466 de 2012 do Conselho Nacional de

Saúde. O desenvolvimento desta pesquisa, a partir da autorização da Academia

Paralímpica Brasileira e do Comitê Paralímpico Brasileiro, obteve o consentimento dos

responsáveis legais mediante a um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e

também dos próprios participantes, através do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido

(TALE), após aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos.

Participantes

A amostra foi composta por 114 praticantes de esportes paralímpicos em nível

escolar, com idade média de 15,45 anos (±1,44), praticantes de Atletismo (27,2%); Futebol

de 7 (19,3%); Goalball (11,4%); Judô (7,9%); Natação (21,1%); Tênis de Mesa (7%) e

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39

Tênis em Cadeira de Rodas (6,1%). 71,9% dos sujeitos participantes do estudo possuem

deficiência física, enquanto 28,1%, visual, do tipo congênita e adquirida, respectivamente

83,3% e 16,7%, de ambos os sexos (M= 78,1%; F= 21,9%), matriculados no ensino

regular, de escolas públicas (86%) e privadas (14%).

Os atletas são provenientes de 20 estados Brasileiros, além do Distrito Federal,

representando todas as cinco regiões do Brasil. A região do Sudeste, foi a com mais

participantes, representando 33,3% da amostra total, seguido pela região Nordeste e

Centro-Oeste com 20,2% cada uma delas, região Sul, (15,8%), e por ultimo, região Norte,

10,5%. O estado com maior número de participantes foi São Paulo (15,8%) e com

participações menores, apresentou-se Paraná, Rondônia e Tocantins com apenas 0,9% cada

estado.

Instrumentos

Escala de Resiliência ER-Brasil.

Esta escala mensura a adaptação psicossocial frente às adversidades da vida e foi

desenvolvida por Wagnild e Young (1993), adaptada transculturalmente por Herdman et

al., (1998) e traduzida por Hasselmann e Reichenheim (2003) e Moraes et al., (2002) para

a língua portuguesa.

É composta por 25 itens, com respostas em escala tipo Likert de 1 a 7, onde 1

representa “Discordo fortemente” e 7 expressa “Concordo fortemente”. Para análise

fatorial, adotou-se o modelo dos cinco fatores: Autossuficiência (α = 0,69), Sentido de

Vida (α = 0,70), Equanimidade (α = 0,75), Perseverança (α = 0,79), e Singularidade

Existencial (α = 0,56) (Perim et al., 2015).

Para avaliar os níveis de resiliência, os sujeitos que apresentarem pontuação total

inferior a 125 pontos, foram considerados com baixa resiliência, de 125 a 145, com

resiliência média e acima de 145, com alta resiliência. (Wagnild, 2009)

Baseado no modelo de Wagnild, (2009), aplicou-se a escala tipo Likert de 1 a 4, onde 1

representa “Discordo fortemente” e 4 expressa “Concordo fortemente”, com as

pontuações finais modificadas de acordo com esse novo modelo. Neste modelo, valores

abaixo de 71, representam baixa resiliência, de 72 a 83, com resiliência média, e superior a

84, como alta resiliência.

Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física IMPRAF-54.

Page 40: ANÁLISE DO PERFIL PSICOLÓGICO DE PARTICIPANTES … · perfis psicológicos de moderado a alto níveis de motivação e resiliência, e que as características que mais influenciaram

40

Trata-se de uma versão reduzida de seu original, proposta e validada por Balbinotti &

Barbosa (2006) para diferentes faixas etárias no Brasil (13 a 83 anos). Possui 54

afirmativas, subdivididas em seis dimensões motivacionais: Controle de Estresse (α =

0,89), Saúde (α = 0,87), Sociabilidade (α = 0,94), Competitividade (α = 0,94), Estética (α =

0,91) e Prazer (α = 0,82) (Balbinotti; Barbosa, 2006)

As respostas se dão através de uma escala tipo Likert, de 1 a 5 pontos, partindo de “isto

me motiva pouquíssimo” até “isto me motiva muitíssimo”.

Anamnese.

Composta por questões relacionadas aos atletas, com o intuito de caracteriza-los sócio-

demograficamente e esportivamente.

Procedimento

A coleta de dados foi feita presencialmente com os 114 participantes da pesquisa. O

procedimento pautou-se na seguinte sequência, primeiramente, enviou-se o projeto para

APB e CPB para autorização da pesquisa na competição, posteriormente, os atletas e

técnicos foram convidados a participar e informados sobre o procedimento, assinaram

respectivamente os Termos de Assentimento e Consentimento Livre e Esclarecido,

concordando em participar voluntariamente do estudo. Em seguida, preencheram a uma

anamnese e em seguida, a Escala de Resiliência e ao Inventário de Motivação à Prática

Regular de Atividade Física.

Análise de Dados

O programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 foi

utilizado para as análises estatísticas. O nível de significância adotado foi de 0,05 (Levin,

1987). Foram feitas as seguintes análises:

1. Avaliação dos escores quanto à distribuição normal, pelo teste de Kolmogorov-

Smirnov.

2. Estatística descritiva, com cálculos de médias, desvios-padrão, frequências e

porcentagens.

3. Foi utilizado o Teste t para amostras independentes, análise de variância

(ANOVA) e o teste post hoc de Tukey, para comparação das médias de três ou

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41

mais grupos e o teste de correlação de Pearson para avaliar a relação entre duas

variáveis quantitativas.

4. Análises de regressão linear múltipla para identificar os principais preditores da

motivação e resiliência. Nestas análises, foram incluídas as variáveis

independentes consideradas significativas (p ≤ 0,05), e as que apresentaram p ≤

0,25, segundo recomendações de Hosmer e Lemeshow (2000). Esses autores

recomendam que sejam utilizadas as variáveis que apresentaram p ≤ 0,25, pois

elas podem se tornar significativas na análise de regressão.

Resultados e Discussão

Participaram da pesquisa, 114 sujeitos (82 com deficiência física e 32 com deficiência

visual), praticantes das seguintes modalidades paralímpicas: atletismo, futebol de 7,

goalball, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas.

Conforme Tabela 1, 31 atletas de Atletismo participaram da pesquisa, sendo 74,2%

com deficiência física e 25,8% com deficiência visual, o tempo de prática (T.P.) médio dos

sujeitos praticantes de atletismo é de 34,6 (±23,39) meses e a carga horária semanal

(C.H.S.) de 7,06 (±5,11) horas por semana. Quanto ao Futebol de 7, 22 atletas participaram da

pesquisa, 100% deles com deficiência física, o T.P. médio foi de 45,86 (±34,01) meses e a C.H.S.

de 4,05(±1,53) horas semanais de treino. O Goalball contou com a participação de 13 deficientes

visuais (100%), com tempo de prática médio de 28,77 (±27,16) meses e 5,92 (±2,33) horas de

treinamento por semana. Judô, foi representado por 9 deficientes visuais (100%), o tempo de

prática médio destes atletas foi de 48,33 (±36,51) meses e a carga horária semanal de 4,78 (±2,28).

Na natação (n=24), 91,7% dos praticantes possuíam deficiência física e 8,3% visual, estes

indivíduos possuíam um tempo de prática de 63,75 (±41,18) meses e a C.H.S. de 8, 46 (±6,33). O

tênis de mesa foi composto por 8 sujeitos com deficiência física, apresentando um T.P. de 43,5

(±28, 64) meses e uma carga de treinamento semanal de 7,88 (±5,49) horas. E por fim, o tênis em

cadeira de rodas, foi representado por 7 atletas com deficiência física, com 26, 3 (±22,7) meses em

relação ao tempo de prática e 5,71 (±4,86) de carga horária semanal de treino.

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Modalidade

Tipo Deficiência Tempo

Individual Coletiva Física Visual TP

Média (DP)

CHS

Média (DP) F(n) P(%) F(n) P(%) F(n) P(%) F(n) P(%)

Atletismo 31 100% 0 0% 23 74,2% 8 25,8% 34,6 (±23,39) 7,06 (±5,11)

Futebol de 7 0 0% 22 100% 22 100% 0 0% 45,86 (±34,01) 4,05 (±1,53)

Goalball 0 0% 13 100% 0 0% 13 100% 28,77 (±27,16) 5,92 (±2,33)

Judô 9 100% 0 0% 0 0% 9 100% 48,33 (±36,51) 4,78 (±2,28)

Natação 24 100% 0 0% 22 91,7% 2 8,3% 63,75 (±41,18) 8,46 (±6,33)

Tênis de Mesa 8 100% 0 0% 8 100% 0 0% 43,5 (±28,64) 7,88 (±5,49)

Tênis em Cadeira de

Rodas

7 100% 0 0% 7 100% 0 0% 26,3 (±22,7) 5,71 (±4,86)

Tabela 1 – Características sociodemográficas e de formação esportiva dos participantes do estudo Legenda da Tabela 1: F = Frequência; P = Porcentagem; TP = Tempo de Prática (meses); CHS = Carga Horária Semanal (horas); DP = Desvio padrão.

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MOTIVAÇÃO

Na Tabela 2 estão apresentados os resultados da motivação dos atletas, referente ao

escore total, bem como de suas dimensões:

Tabela 2 – Médias e desvios-padrão dos escores globais da motivação e de suas dimensões

Como valor total do instrumento de motivação, obteve-se o valor de 217,49 (±

32,13), isto quer dizer que os atletas, de forma geral, possuem bons níveis motivacionais.

Segundo Jowett et al., (2012), a motivação possui uma ligação direta com o desempenho e

também com o sucesso numa carreira esportiva..

A dimensão que apresentou maior valor para os atletas foi o “Prazer” (40,31 ± 4,83)

que se refere à prática esportiva como fonte de prazer, satisfação, sensação de bem estar, e

também como forma de auto-realização; a segunda de maior importância, foi “Saúde”

(39,29 ± 6,03), que diz respeito ao interesse nos benefícios trazidos pelas atividades físicas

na saúde e qualidade de vida do sujeito. Em contrapartida, a dimensão de menor valor para

os atletas foi “Controle de Estresse” (31,12 ± 8,79), descrita como a busca por atividades

físicas e esportes como meio de alivio de angústias, estresse, irritação e ansiedade.

Tais resultados coincidem com o posicionamento de Garyfallos; Asterios, (2011)

que acreditam que a participação de jovens atletas em práticas esportivas se deve à

necessidade de liberação de energia, sentimento de liberdade, esquecimento de

preocupações e problemas do cotidiano, e principalmente pelos sentimentos de alegria e

prazer. E também, em um estudo realizado por Balbinotti et al., (2012) que identificou que

o prazer foi o fator de maior valor motivacional para a prática esportiva,

independentemente do sexo. Já para Melo (2010), os adolescentes praticantes de esporte

demonstraram se preocupar mais com a saúde, reforçando a ideia atual de uma maior

conscientização e preocupação das crianças e adolescentes com questões relacionadas a

saúde. E finalmente, Balbinotti et al., (2015), identificaram que existiam três dimensões de

Motivação Média (DP)

Total 217,49 (±32,13)

Controle de

Estresse 31,12 (±8,79)

Saúde 39,29 (±6,03)

Sociabilidade 36,97 (±8,31)

Competitividade 37,30 (±7,81)

Estética 32,50 (±9,96)

Prazer 40,31 (±4,83)

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maior influência: Saúde, Prazer e , diferente dos resultados encontrados neste estudo, o

Controle de estresse.

Análise estatística das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva para

explicar a motivação.

Analisou-se estatisticamente as características sócio-demográficas e de formação

esportiva dos atletas que possam explicar o fator Motivação (Tabela 3). Apenas três

variáveis obtiveram valores significativos, idade (12 a 17 anos) - 0,041; deficiência (física

ou visual) – 0,029; e escola (pública e particular) – 0,026.

Segundo Bernardes, Yamaji e Guedes (2015) e Moreno et al. (2006), torna-se

importante identificar e dimensionar os motivos que levam os jovens a praticarem esportes,

já que a infância e adolescência são os períodos críticos para iniciar e participar de

programas esportivos e também para abandoná-los. Quanto às deficiências, estudos

mostram que ao analisarem as motivações para o esporte de deficientes físicos e visuais,

praticantes de natação e atletismo, destacaram-se a busca pela alta performance e o

reconhecimento social (Oliveira et al., 2013).

Variáveis Categorias n Média(DP) P

Sexo Masculino 89 217,07 (32,43) 0,792

Feminino 25 219,00 (31,66)

Deficiência Física 82 213,39 (31,81) 0,029*

Visual 32 228,00 (31,00)

Tipo de

Deficiência

Congênita 95 217,22 (33,67) 0,842

Adquirida 19 218,84 (23,63)

Escola Pública 98 220,19 (30,48) 0,026*

Privada 16 200,94 (37,80)

Modalidade Atletismo 31 222,13 (32,20) 0,492

Futebol de 7 22 214,09 (30,60)

Goalball 13 229,92 (26,47)

Judô 9 211,00 (38,85)

Natação 24 217,54 (34,29)

Tênis de Mesa 8 201,50 (19,21)

Tênis em Cadeira de

Rodas

7 211,00 (41,14)

Região Norte 12 216,92 (27,49) 0,679

Sul 18 215,78 (25,10)

Centro-Oeste 23 225,74 (31,24)

Nordeste 23 217,05 (34,39)

Sudeste 38 211,61 (36,92)

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Idade 12 6 206,83 (41,61) 0,041*

13 6 201,67 (19,10)

14 15 216,00 (31,41)

15 26 234,88 (29,57)

16 26 216,15 (33,71)

17 35 210,74 (29,90)

Tempo

De Prática

Até 1 ano 31 224,87 (31,97) 0,206*

2 anos 16 219,50 (32,30)

3 anos 14 214,57 (37,58)

4 anos 15 203,67 (31,26)

5 anos 15 205,73 (26,67)

6 anos 6 215,00 (20,25)

7 anos ou mais 17 228,00 (33,16)

Carga

Horária

Semanal

Até 4 horas 53 213,92 (35,69) 0,143*

5h-8h 33 226,79 (28,84)

9h ou mais 28 213,29 (27,09)

Tabela 3 - Análise univariada das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva em

relação a motivação

Análise de regressão das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva

para explicar a motivação

Para identificar a importância relativa das variáveis associadas ao maior grau de

motivação foi realizada a análise de regressão linear múltipla. Foram incluídas nesta

análise, as variáveis significativas identificadas na Tabela 3 (p ≤ 0,05), e as variáveis que

apresentaram relações com a motivação com valores de p ≤ 0,25). As variáveis sócio-

demográficas e de formação esportiva significativas pré-selecionadas foram: deficiência,

escola e idade. As variáveis selecionadas segundo os critérios de Hosmer e Lemeshow

(2000), com p ≤ 0,25 foram: tempo de prática e carga horária semanal.

Variáveis Beta Erro

Padrão

Beta

Padronizado

T P

Constante 216,283 3,736 - 57,897 0,000 R² = 0,075

Escola -16,942 8,490 -0,184 -1,996 0,048 F = 4,518

Deficiência 12,776 6,563 0,179 1,947 1,947 P = 0,013

DW = 1,930

Tabela 4 - Análise de regressão linear múltipla das variáveis sócio-demográficas e de formação

esportiva em relação a motivação

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A Tabela 4 apresenta os resultados da análise de regressão linear múltipla das

variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva associadas à motivação. Estes

resultados mostram que as variáveis que contribuíram para maior motivação, em ordem de

importância foram: o indivíduo que estudava em escola pública e aquele que possui

deficiência visual. Consequentemente, as que contribuíram para menor motivação foram: o

sujeito que estudava em escola particular e o que possui deficiência física.

Pizani et al., (2016), acreditam que a escola é compreendida como um dos

principais espaços educacionais existentes, e que, os alunos que querem alcançar seus

objetivos, devem compreender a sua importância e motivar-se pela busca do conhecimento

e aprendizagem. Ainda em seu estudo, ao comparar 371 alunos de escolas públicas e

privadas, no tocante a falta de motivação para praticar aula de educação física, 6% dos

meninos e 7,8% das meninas apresentam altos níveis deste fator, sendo apenas nove deles

da escola pública, e dezoito da escola particular.

E quanto ao tipo de deficiência, para Saraiva e Levandoski (2015), as aulas de

educação física trazem consigo inúmeros ensinamentos e transmissão de valores, como a

cidadania, o respeito às diferenças, o bom convívio com as particularidades de cada pessoa,

a formação de caráter, entre outros. Sendo assim, é notável que um aluno que possua

deficiência visual, ao interagir e participar das aulas, consegue desenvolver suas

potencialidades, aumenta seu repertório motor, social e cognitivo, melhorando sua

motivação intrínseca (depende de fatores internos) para a realização das atividades.

RESILIÊNCIA

A seguir, os resultados da resiliência dos atletas, referente ao escore total e também

de suas dimensões (Tabela 5):

Resiliência Média (DP)

Total 81,18 (±7,98)

Autossuficiência 16,00 (±2,72)

Sentido de Vida 17,11 (±1,90)

Equanimidade 14,47 (±2,34)

Perseverança 17,18 (±2,14)

Singularidade Existencial 16,42 (±2,96)

Tabela 5 – Médias e desvios-padrão dos escores globais da resiliência e de suas dimensões

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Ao analisar o valor total deste instrumento nos sujeitos da pesquisa, nota-se que os

atletas, de forma geral, possuem níveis altos de resiliência, com uma média de 81,18

(±7,98). Estudos revelam que a capacidade de superar as adversidades pode ser

considerada um aspecto a ser trabalhado e desenvolvido por meio das práticas esportivas,

pois elas propiciam situações imprevisíveis e auxiliam na construção de formas de lidar

com a adversidade (Sanches, 2007).

O fator de maior influência foi a “Perseverança”, com o valor de 17,18 (±2,14), que

relaciona-se com a capacidade do sujeito de seguir em frente e não se desencorajar diante

das adversidades, seguido de “Sentido de Vida”, com um valor de 17,11 (±1,90), que diz

respeito a percepção do indivíduo de que a vida possui um propósito/sentido. Já o fator de

menor interferência, foi a “Equanimidade”, que retrata a capacidade de encarar os variados

acontecimentos da vida com flexibilidade, aceitando-o como um processo natural que

deverá passar da melhor forma possível.

Análise estatística das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva para

explicar a resiliência.

Buscou-se analisar estatisticamente as características do sujeito (Tabela 6) para

verificar quais delas poderiam explicar a capacidade de resiliência destes atletas. Ao

realizar esta análise, três características se destacaram com valores significativos, sendo

estes: Sexo (0,006); Deficiência (0,048); e o Tempo de Prática (0,033).

Esses resultados ratificam pesquisas anteriores, por exemplo, Cusin e Navarro

(2013) ao traçarem o perfil de praticantes de futsal do sexo feminino participantes da Liga

Nacional obtiveram três principais características com maiores índices, a primeira delas, a

capacidade de resiliência, seguida de autoconhecimento e comprometimento. Por outro

lado, Libório et al. (2015) ao estudar possíveis articulações entre a resiliência e a pessoa

com deficiência identificaram a importância de estratégias para enfrentamento de situações

e barreiras encontradas ao longo da vida. E quanto ao tempo de prática, Meurer, Benedetti

e Mazo (2012), verificaram que quanto maior o tempo de participação em atividades

esportivas, menor será a possibilidade de desistência.

Variáveis Categorias n Média(DP) P

Sexo Masculino 89 80,25 (8,24) 0,006*

Feminino 25 84,48 (5,98)

Deficiência Física 82 80,26 (7,62) 0,048*

Visual 32 83,53 (8,49)

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Tipo de

Deficiência

Congênita 95 81,65 (8,16) 0,154*

Adquirida 19 78,79 (6,65)

Escola Pública 98 81,42 (8,03) 0,423

Privada 16 79,69 (7,74)

Modalidade Atletismo 31 80,97 (8,81) 0,683

Futebol de 7 22 80,09 (6,59)

Goalball 13 84,92 (9,35)

Judô 9 79,67 (9,60)

Natação 24 81,67 (6,86)

Tênis de Mesa 8 79,75 (6,52)

Tênis em Cadeira de

Rodas

7 80,43 (9,34)

Região Norte 12 79,50 (7,89) 0,575

Sul 18 79,06 (7,55)

Centro-Oeste 23 81,43 (10,35)

Nordeste 23 81,53 (6,80)

Sudeste 38 82,87 (7,62)

Idade 12 6 79,00 (2,83) 0,112*

13 6 76,67 (10,58)

14 15 85,07 (5,79)

15 26 83,12 (8,70)

16 26 79,58 (7,35)

17 35 80,40 (8,25)

Tempo

De Prática

Até 1 ano 31 81,74 (8,40) 0,033*

2 anos 16 77,56 (8,40)

3 anos 14 82,07 (9,80)

4 anos 15 81,00 (5,17)

5 anos 15 77,07 (8,02)

6 anos 6 85,00 (5,93)

7 anos ou mais 17 85,24 (5,36)

Carga

Horária

Semanal

Até 4 horas 53 80,49 (7,96) 0,549

5h-8h 33 82,42 (6,90)

9h ou mais 28 81,00 (9,21)

Tabela 6 - Análise univariada das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva em

relação a resiliência.

Análise de regressão das variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva

para explicar a resiliência.

Para conhecer a importância relativa dos aspectos associados a maiores níveis de

resiliência, realizou-se a análise de regressão linear múltipla. Foram incluídas na análise as

variáveis que apresentaram valores significativos (vide Tabela 6) com p ≤ 0,05, e também

as com valores de p ≤ 0,25. As variáveis sócio-demográficas e de formação esportiva

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significativas pré-selecionadas foram: sexo, deficiência e tempo de prática. No entanto, as

variáveis que tiveram impacto preditor na resiliência, segundo os critérios de Hosmer e

Lemeshow (2000), com p ≤ 0,25 foram: tipo de deficiência e idade.

Variáveis Beta Erro

Padrão

Beta

Padronizado

T P

Constante 79,411 0,927 - 85,698 0,000 R² = 0,079

Sexo 4,077 1,750 0,212 2,330 0,022 F = 4,785

Deficiência 3,101 1,611 0,175 1,925 0,057 P = 0,010

DW = 1,835

Tabela 7 - Análise de regressão linear múltipla das variáveis sócio-demográficas e de formação

esportiva em relação a resiliência

Analisando os resultados da regressão linear múltipla das variáveis sócio-

demográficas e de formação esportiva associadas a resiliência (Tabela 7). Estes resultados

mostraram que, as variáveis que contribuíram para maiores níveis de resiliência em ordem

de importância foram: os indivíduos serem do sexo feminino e possuírem uma deficiência

visual.

Os resultados relacionados ao sexo feminino também foram identificados em

pesquisa de Bozzini e Lourenço (2015), que relatam que algumas características como

sexo, raça, habilidade em resolver problemas, habilidades sociais e inteligência estão

relacionadas com níveis maiores ou menores de resiliência. Além disso, verificaram que as

meninas evidenciavam uma capacidade duas vezes maior de resiliência que meninos,

embora, dependendo do tipo de trauma, meninos apresentassem boa capacidade de

resiliência.

Por outro lado, Costa (2005), ao realizar um estudo com deficientes visuais

praticantes de futsal, concluiu que estes apresentaram potencialidades na maioria das

competências emocionais, principalmente quanto a intencionalidade, criatividade e

elasticidade, que entende-se pela capacidade de resiliência, nas situações enfrentadas por

eles cotidianamente e também naquelas realizadas sob pressão.

Considerações finais

A investigação realizada identificou que as categorias de maior importância e

influência para os atletas, em relação à motivação e à resiliência, foram respectivamente o

“Prazer” (no caso da motivação), e a “Perseverança” (no caso da resiliência). Esses fatores

representam contribuições importantes tanto para a compreensão da motivação e da

resiliência entre atletas de paradesporto em nível escolar, como oferecem indicações

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importantes para a atuação profissional de técnicos e profissionais que atuam no

treinamento desse tipo de modalidade esportiva. Auxiliar os atletas a redescobrirem

cotidianamente o prazer em participar do paradesporto e auxiliá-los a descobrir motivos

que os auxiliam a perseverar em casos de adversidade são aspectos que essa investigação

indica como relevantes.

Por outro lado, ao verificar que a motivação é influenciada pelo tipo de escola e

pela deficiência, indica que possivelmente os atletas do paradesporto oriundos de escolas

públicas consideram o esporte uma forma de encontrar novas possibilidades de vida, sendo

esses locais, boas possibilidades de buscar esses atletas.

O sexo feminino é considerado um fator explicativo da resiliência, indicando a

influência das relações de gênero na forma de se lidar com adversidades. Além disso, a

deficiência visual foi considerada um fator explicativo importante tanto da motivação

quanto da resiliência o que, do ponto de vista do conhecimento, indica como as diferentes

deficiências têm impactos diferentes na forma de lidar com o esporte e, ademais, tem um

desdobramento prático no sentido de se investir mais em modalidades esportivas para

pessoas com deficiência visual. Outras pesquisas são necessárias visando ampliar essas

possibilidades explicativas.

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das-paralimpiadas-escolares-2016-ja-despontam-em-suas-carreiras-

adultas?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fcpb.org.br%2Fweb%2Fguest%2

Fnoticias%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_lU3LNvrdeyoz%26p_p_lifecycle%3D0%26p_

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LNvrdeyoz_cur%3D17%26_101_INSTANCE_lU3LNvrdeyoz_andOperator%3Dtrue>.

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=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-

1&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_

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escolares-2016-serao-disputadas-no-ct-paralimpico-em-sao-

paulo&_101_redirect=http%3A%2F%2Fwww.cpb.org.br%2Fweb%2Fguest%2Fbusca%3

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FACTORES SOCIO-DEMOGRÁFICOS Y DE FORMACIÓN DEPORTIVA ASOCIADOS

A LA MOTIVACIÓN Y RESILIENCIA EN ATLETAS PARALÍMPICOS BRASILEÑOS A

NIVEL ESCOLAR

PALABRAS CLAVE: Motivación, Resiliencia, Paralímpico, Atleta, Escuela.

RESUMEN: El presente estudio buscó identificar si los factores socio-demográficos y de

formación deportiva podrían explicar la motivación y resiliencia de los jóvenes atletas

paralímpicos a nivel escolar. Para eso, 114 atletas paralímpicos de nivel escolar, con

discapacidad física y visual, de edad media de 15,45 ± 1,44 años, respondieron a una

anamnesis, un cuestionario de resiliencia y otro de motivación. Los resultados indicaron

que las dimensiones que más influenciaron a los atletas en relación a la motivación y

resiliencia, fueron respectivamente, el placer por la práctica y la perseverancia, en seguir

practicando, a pesar de las posibles adversidades encontradas por el camino. En cuanto a

los factores socio-demográficos y de formación deportiva, el tipo de escuela y la

discapacidad, influenciaron en la mayor motivación, mientras que el sexo y la

discapacidad, interfirieron en la resiliencia.

FATORES SÓCIO-DEMOGRAFICOS E DE FORMAÇÃO ESPORTIVA ASSOCIADOS À

MOTIVAÇÃO E RESILIÊNCIA EM ATLETAS PARALÍMPICOS BRASILEIROS EM

NÍVEL ESCOLAR

PALAVRAS-CHAVE: Motivação, Resiliência, Paralímpico, Atleta, Escola.

RESUMO: O presente estudo buscou identificar se os fatores sócio-demograficos e de

formação esportiva poderiam explicar a motivação e resiliência dos jovens atletas

paralímpicos em nível escolar. Para isso, 114 atletas paralímpicos de nível escolar, com

deficiência física e visual, de idade média de 15,45±1,44 anos, responderam a uma

anamnese, um questionário de resiliência e outro de motivação. Os resultados indicaram

que as dimensões que mais influenciaram os atletas quanto a motivação e resiliência, foram

respectivamente, o prazer pela prática e a perseverança, em continuar praticando, apesar

das possíveis adversidades encontradas pelo caminho. Quanto aos fatores sócio-

demograficos e de formação esportiva, o tipo de escola e a deficiência, influenciaram na

maior motivação, enquanto o sexo e a deficiência, interferiram na resiliência.

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4. ARTIGO 3

Revista: Revista Pensar a Prática

PERCEPÇÕES SOBRE AS PARALIMPÍADAS

ESCOLARES: UM ESTUDO COM ATLETAS

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PERCEPÇÕES SOBRE AS PARALIMPÍADAS ESCOLARES: Um

estudo com atletas

Mariana Corrêa de Resende

Bacharela em Educação Física pela Universidade Federal de Lavras, atualmente Mestranda em

Psicologia pela Universidade Federal de São João Del Rei e Pós-Graduanda no curso de

Especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoa com Deficiência pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1662212411327428

Maria Nivalda Carvalho-Freitas

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei (1987),

mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000),

doutorado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007) e Pós-

Doutorado em Psicologia pela University of Greenwich - Inglaterra (2015).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9726167396041575

Andréa Carmen Guimarães

Possui Licenciatura Plena em Educação Física pelo Instituto Presbiteriano Gammon

(2004), especialista em Treinamento Esportivo pela Universidade Federal de Minas Gerais

(2006), Mestrado em Ciências da Motricidade Humana (UCB, 2008) e Doutora em

Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (2012).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1155606466711410

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Resumo

O paradesporto no Brasil vem se fomentando devido a um conjunto de motivos, como

o fato de termos sediado as Paralimpíadas Mundiais 2016, maior interesse do

público/mídia, aumento no número de adeptos das modalidades e construção do centro

de treinamento. Além disso, o legado deixado se constitui também no aumento das

expectativas de todos os envolvidos neste movimento. Sendo assim, buscou-se analisar

as expectativas de paratletas em nível escolar. Entrevistou-se 114 atletas brasileiros, de

ambos os sexos, de idade ±15,45 anos, participantes das Paralimpíadas Escolares.

Identificou-se a relevância da participação nesta competição na modificação da

percepção em relação aos projetos futuros e como oportunidade de serem vistos como

objeto de valorização e orgulho pelo meio social.

Palavras-chave: Esporte Paralímpico. Paralimpíadas Escolares. Atleta. Expectativa

PERCEPTIONS ON SCHOOL PARALYPICS: A study with athletes Abstract

The paradesport in Brazil is being promoted due to a number of reasons, such as the

fact that we have hosted the World Paralympics, greater public/media interest,

increase in the number of fans of the modalities and construction of the training center.

In addition, the legacy left is also an increase in the expectations of all those involved

in this movement. Thus, we sought to analyze the expectations of paratletas at school

level. We interviewed 114 Brazilian athletes, of both sexes, of age ±15.45 years,

participating in School Paralympic Games. It was identified the relevance of

participation in this competition in the modification of the perception in relation to

future projects and as an opportunity to be seen as an object of valorization and pride

in the social environment.

Keywords: Paralympic Sport. School Paralympics. Athlete. Expectation

PERCEPCIONES ACERCA DE LAS PARALIMPIADAS ESCOLARES: Un

estudio con atletas

Resumen

El paradesporto en Brasil se viene fomentando debido diversos motivos, como el

hecho de tener ubicadas las Paralimpíadas Mundiales 2016, mayor interés del

público/imprenta, mayor número de adeptos de modalidades y construcción del centro

de entrenamiento. Además, el legado dejado se constituye también en el aumento de

expectativas de todos involucrados en el movimiento. Siendo así, se buscó analizar las expectativas de paratletas a nivel escolar. Entrevistó 114 atletas brasileños, de ambos

sexos, de edad ±15,45 años, participantes de las Paralimpíadas Escolares. Se identificó

la relevancia de la participación en esta competición en la modificación de la

percepción de los proyectos futuros y como oportunidad de ser vistos como objeto de

valorización y orgullo por el medio social.

Palabras-clave: Deporte Paralímpico. Paralímpíadas Escolares. Atleta. Expectativa

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Introdução

O paradesporto vem se destacando no mundo, conquistando vários adeptos,

aumentando o número de competições e modalidades esportivas, além do surgimento

de novas metodologias e técnicas de treinamento (CARDOSO, 2016). Outro aspecto

importante que este mesmo autor revela, é o fato de estar despertando o interesse

cientifico, cada vez mais, nos últimos anos. Tudo isto, tem contribuído para o fomento

do esporte paralimpico¹ em todos os níveis de prática.

O Brasil também acompanha este processo de ascensão, apresentando bons

resultados como o sétimo lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres de 2012 e oitavo

nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016, além da liderança por três edições

consecutivas nos Jogos Para-Panamericanos, nos anos de 2007, 2011 e 2015, que

representam a principal competição das Américas (HAIACHI ET AL., 2016). Além

disso, esse aumento significativo se deve a era da inclusão e também pela maior

divulgação do esporte paralímpico pelas mídias (VILLAS BOAS; BIM; BARIAN,

2003).

Esse cenário pode vir a representar o ponto de partida para transformar

espectadores em novos atletas e permitir o surgimento de fãs do esporte adaptado no

país, ou seja, tornam-se fonte de inspiração para aqueles que, hoje, iniciam a prática

(HAIACHI ET AL., 2016).

Segundo Costa e Winckler (2012), o esporte paralímpico ou o paradesporto,

consiste em um ambiente mais restrito, e envolve apenas as modalidades oficiais

incluídas nos Jogos Paralímpicos, sendo acessível somente à aqueles que sejam

elegíveis de acordo com as regras de classificação funcional, enquanto isso, o esporte

adaptado é um universo mais abrangente, no qual, engloba as atividades esportivas

adaptadas para pessoas com algum tipo de deficiência, desde que sejam realizadas as

adaptações e transformações necessárias.

___________________________

1 A partir de novembro de 2011, o termo correto é paralímpico e não paraolímpico, tanto com referência

ao esporte quanto ao órgão administrador que é o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Essa mudança

foi necessária para que houvesse alinhamento com a terminologia dos demais países de língua

portuguesa e para que não houvesse conflito com a terminologia do movimento olímpico (MELLO E

WINCKLER, 2012).

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Atualmente, com a crescente participação da pessoa com deficiência (PcD) nas

atividades esportivas, entidades e associações foram criadas com o intuito de estimular

a iniciação até o alto rendimento, organizando competições regionais, nacionais e até

mesmo internacionais. Além disto, é importante destacar o avanço da educação física

adaptada no que se refere às praticas esportivas por parte da PcD, e suas possíveis

contribuições na vida destes sujeitos (DA COSTA; SOUSA, 2004).

Sendo assim, é importante investir em níveis escolares, sendo esta a maior

porta de entrada para o alto rendimento. As Paralimpíadas Escolares são um exemplo

disto, considerada a maior competição em nível escolar nacional, é conhecida como

um celeiro de novos talentos, podendo destacar nomes importantes do esporte

paralímpico de mais alto nível, como Alan Fonteles, Lorena Spoladore e Verônica

Hipólito, que começaram dessa forma (CARDOSO, 2016; CPB, 2015; PORTAL

BRASIL, 2016).

Além disso, Cardoso (2016), complementa, afirmando que a profissionalização

conquistada por atletas como estes, inspira e estimula a formação de uma nova

geração, que se espelha e está ansiosa para fazer parte desta parcela de atletas

paralímpicos que chegam ao alto rendimento.

Tendo esse contexto como referência, torna-se necessário ouvir esses atletas,

que participam das paralimpíadas escolares, visando identificar os motivos que têm

levado alunos com deficiência a aderir a pratica esportiva e suas expectativas em

relação ao futuro. Assim, esse estudo pretende se agregar a outros que têm buscado

conhecer as necessidades, perspectivas e motivações de atletas paralímpicos para as

práticas paradesportivas buscando contribuir para um maior conhecimento dessa

realidade no país e para o desenvolvimento de novos talentos.

Um estudo realizado por Silva (2016), por exemplo, buscou investigar o perfil

de pessoas com deficiência que iniciaram a pratica de vôlei sentado e basquete em

cadeira de rodas em Goiânia tendo identificado que os motivos que levaram as pessoas

com deficiência a procurarem o esporte adaptado foram a superação dos limites e a

vontade de praticar uma atividade física, e os motivos pelos quais os fazem

permanecer são a saúde, reabilitação e o desejo de competir. Também verificaram que

a prática do paradesporto, auxilia no estabelecimento de relações sociais,

possibilitando maior inclusão. Ademais, constataram que familiares e amigos próximo

possuem alto poder de influencia sobre estes atletas, e a classe econômica também tem

impacto na trajetória esportiva desses atletas. Os pontos negativos encontrados foram

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o contato com apenas uma modalidade, a falta de políticas públicas e a

inacessibilidade; como benefícios, destacam-se melhorias no repertorio motor, maior

autonomia e qualidade de vida.

Tendo em vista todos estes aspectos supracitados, o objetivo deste estudo foi

analisar as percepções de atletas em nível escolar dentro do esporte paralímpico e

identificar suas projeções em relação ao futuro.

Metodologia:

Aspectos Éticos

Foram seguidas as normas da Resolução nº. 466 de 2012 do Conselho Nacional

de Saúde. O desenvolvimento desta pesquisa obteve o consentimento dos responsáveis

legais pelas instituições e dos próprios participantes, após aprovação pela Comissão de

Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Este estudo deriva-se de um projeto

maior denominado “Promoção de Saúde e suas Interfaces Físicas e Psicológicas:

programa de intervenção e pesquisa com idosos, pessoas com deficiência, adultos

com diabetes e hipertensos”.

Participantes

Os sujeitos da pesquisa foram atletas escolares participantes do maior evento

esportivo escolar em nível nacional. O critério para escolha dos participantes foi de

conveniência, considerando a disponibilidade e consentimento dos atletas e dos

técnicos durante a realização das Paralimpíadas Escolares.

Sendo assim, participaram 114 atletas de paradesporto em nível escolar, 82 com

deficiência física e 32 com deficiência visual, sendo 24 de modalidades coletivas e 90

de modalidades individuais (atletismo, futebol de 7, goalball ̧ judô, natação, tênis de

mesa, tênis em cadeira de rodas), de ambos os sexos, com idade média de 15,45 anos

(±1,44), de escolas públicas e privadas, de 21 estados do Brasil, representantes de

todas as cinco regiões.

Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os atletas. Após

Consentimento e Assentimento Livre e Esclarecido, os atletas responderam às

questões que versavam sobre as expectativas que tinham em relação ao esporte

paralímpico, possíveis perspectivas de desenvolvimento no esporte e motivos para a

prática esportiva.

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Procedimento

Primeiramente, foi solicitado à Academia Paralímpica do Comitê Paralímpico

Brasileiro uma autorização para realização do estudo no evento Paralimpíadas

Escolares. Posteriormente, apresentou-se a pesquisa aos técnicos e atletas, após

aceitação, os técnicos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), e os atletas, um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE),

concordando em participar voluntariamente da pesquisa.

Logo após esse processo inicial, os atletas responderam a uma anamnese com o

intuito de caracteriza-los sócio-demograficamente e em relação à formação esportiva.

E por fim, gravou-se a entrevista semi-estruturada que posteriormente foi transcrita

para análise.

Análise de Dados

Para análise de dados sociodemográficos e de formação esportiva, recorreu-se

a estatística descritiva, indicando frequência média e desvio padrão.

Quanto a entrevista semi-estruturada, transcreveu-se, e utilizou-se a técnica

metodológica denominada Análise do Conteúdo, proposta por Bardin (2009). Segundo

este autor, são necessários alguns procedimentos para análise de conteúdo como:

“leitura flutuante” das questões, agrupamento e classificação das questões segundo a

frequência percentual de respostas similares, “exploração exaustiva” e a identificação

de relações realizadas pelos respondentes.

Resultados e Discussões

A partir das análises realizadas, as respostas dos atletas que participaram da

pesquisa foram agrupadas em categorias. As categorias de análise foram: Motivação

para a participação nas paralimpíadas escolares e Expectativa em relação ao futuro no

esporte.

Motivação para a participação nas Paralimpíadas Escolares

Em relação à motivação dos atletas para a participação nas paralimpíadas

escolares foram identificadas seis principais categorias. A primeira delas, denomina-se

“Curiosidade/Experienciar”, que está relacionada a vontade de conhecer e viver a

sensação de estar em uma competição grande; a segunda, chamada “Sonho”, se refere

ao sonho de ser um grande atleta, a busca pelo profissionalismo e por uma vida melhor

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a partir do esporte; a terceira categoria “Gostar de esportes/Competições/Prazer”, que

entende-se pela paixão pelo esporte, pelo prazer em praticar as modalidades e por estar

em competições. A categoria seguinte, “Esforço próprio/Superação”, refere-se à

capacidade própria de ter conquistado tudo que conquistou no esporte até aquele

momento, para estar ali, representando seu estado. Na categoria “Professor/Família”,

o atleta reconhece o apoio de professores/treinadores e da família como responsáveis

por ele estar participando das paralimpíadas escolares; e por fim, a chamada “Vida

Saudável/Qualidade de Vida”, se relaciona ao estilo de vida adotado por eles, que

consequentemente os levaram a estar lá.

Categorias %

Curiosidade/Experienciar 5%

Sonho 12%

Gostar de Esportes/competições/Prazer 28%

Esforço Próprio/Superação 23%

Professor/Família 14%

Vida Saudável/Qualidade de Vida 8%

Sem resposta 10%

Tabela 1 – Categorização das respostas relacionadas à Motivação para a participação nas

paralimpíadas escolares

Em relação aos motivos que os trouxeram às paralimpíadas escolares, 28%

afirmaram ser pelo amor ao esporte e pelo sentimento de prazer em praticar e

competir, assim como mostra os discursos dos seguintes atletas, Sujeito 23: “Prazer

mesmo, eu faço isso por prazer, eu... eu sempre gostei de esporte, eu faço isso por

puro prazer.”; Sujeito 73 “Amor ao futebol”; Sujeito 5 reforça a ideia, acrescentando

também o desejo de estar no Ranking mundial:

S5: Porque eu amo a modalidade que faço, quero estar no Ranking

mundial, e é por isso que eu vim aqui.” e do Sujeito 78 “Motivos.

Como eu falei, a conquista. A conquista pra mim é uma coisa que

me deixa bastante animado, (vou na) competição meu foco é só no

meu tempo, no meu objetivo. Meu objetivo qual é? Ir pro Parapan

cara. Depois do Parapan, eh... seguir pela frente.

Cardoso, Palma e Zanella (2010) afirmam que a competitividade é o fator mais

motivante em uma pratica esportiva. Já, para Balbinotti et al., (2012), o prazer é a

dimensão que mais motiva atletas que buscam por vontade própria o esporte, com o

intuito de conhecê-lo e explora-lo de acordo com seus interesses pessoais. Caso

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contrario, ou seja, atletas que não sentem prazer ao praticar determinado esporte, têm

mais chances de abandonar a prática precocemente. Em outro estudo, Balbinotti e

Capazzole (2008) declaram que os principais motivos estimuladores da prática

esportiva são, vontade própria, prazer, satisfação e interesse em conhecer e explorar

seus conhecimentos sobre determinada modalidade. Segundo Sampedro (2012), para

se obter prazer em uma atividade esportiva, o sujeito deve ter interesse pela sua

pratica, sendo movido a agir por divertimento, por sua vontade ou por um desafio que

ache relevante.

O segundo motivo mais escolhido, com 23% da amostra, foi o esforço próprio

ou superação de limites, em que expressam suas vontades de ser cada dia melhor,

derrubar paradigmas e mostrar suas capacidades. Isto fica claro nas falas dos

seguintes sujeitos: Sujeito 3 “O meu esforço na natação, que estou cada vez me

entregando, cada dia mais em busca do meu sonho.”; Sujeito 31 “Acho que antes de

tudo esforço próprio, é superação, força de vontade. E depois... ai, encontrar pessoas

com quem... que fizeram com que eu evoluísse pra tá numa competição desse nível.”;

Sujeito 4 “Motivação. Saber que eu consigo fazer, ter força e me superar”; Sujeito 84

“A força de vontade de quebrar cada vez mais barreiras.”, Sujeito 65 “As pessoas

falaram que eu não era capaz.”; e também no discurso do Sujeito 32:

S32: A motivação, a superação, a vontade de vencer e quando a

gente tem motivação, quando a gente se supera, quando a gente tem

muita vontade de vencer a gente tenta, por mais que uma vez dê

errado ou outra, mas sempre vai dar certo, uma hora vai dar certo e

é por isso que hoje eu tô aqui onde eu estou, por muito treinamento,

por tudo.

Como pode ser observado nos discursos, a vontade de superar limites e se

superar, é aparente. Estudiosos como Brazuna e Castro (2001), comentam que no

esporte adaptado isto é muito comum, e que desperta em seus atletas um sentimento de

competição consigo mesmo, contra sua deficiência. Tal superação contribui para a

melhoria de elementos como a auto-estima, por exemplo, devido ao reconhecimento

de suas próprias capacidades, alem de despertar o reconhecimento como atleta e

indivíduo.

O terceiro motivo mais expressado (14%), foi em relação ao apoio da família e

dos técnicos e treinadores, a eles, os atletas afirmam estar nas paralimpíadas escolares.

Conforme o Sujeito 22 “Minha mãe, pela minha mãe que eu to fazendo isso.”, o

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Sujeito 56 “Ah, porque eu gosto e porque minha família toda joga futebol.”, e também

o Sujeito 67:

S67: Acho que o que motiva, acho que os principais motivos. Acho

que é pra minha família né? Que aí minha mãe dá pra vê... eu vejo a

felicidade que ela me vê competindo, meus familiar o orgulho que

eles têm. Eu acho que isso é um dos principais motivos pra eu estar

aqui.

Segundo Palla (2001), a motivação para iniciar e permanecer no esporte,

depende e muito do apoio familiar. Por outro lado, verifica-se, nas respostas, a

importância da valorização da família em relação ao esporte e à participação deles nas

paralimpíadas como uma concretização de desejos familiares em que eles se tornam

objeto de orgulho. Esse resultado indica a importância do esporte paralímpico na

modificação da percepção da pessoa com deficiência sobre si mesma, de uma

identidade deteriorada (Goffman, 1982) para um motivo de orgulho pessoal e para a

família. Esse resultado abre novas possibilidades de investigação sobre o papel das

paralimpíadas na reconfiguração identitária de pessoas com deficiência e de seus

familiares. Além da família, os técnicos são vistos como tendo um papel importante

para a participação deles nas paralimpíadas escolares.

O Sujeito 87 destaca o papel do treinador, como visto a seguir, “O que me

trouxe até aqui foi acho que o incentivo do meu técnico, da ... minha técnica”. Essa

constatação indica a importância desse profissional para os atletas, como também é

explicitado por Barreto (2008), ao reforçar o papel dos treinadores em investir na

persistência e estimular o envolvimento dos atletas nas tarefas do esporte.

O quarto motivo destacado por eles foi a busca pela realização de grandes

sonhos, representando 12% da população estudada, como ser um atleta reconhecido e

participar de grandes eventos esportivos. Sendo assim, sabe-se que a iniciação para se

tornar um grande atleta, se inicia em competições como essas. Sujeito 8 “Meu desejo,

ser jogador de futebol profissional.” e também o Sujeito 42 “Os meus motivos é

porque em primeiro lugar sempre tive um sonho de participar das Paralimpíadas

Escolares, então eu me esforcei e com a ajuda de Deus até hoje eu cheguei aqui.”.

Brazuna e Castro (2001), acreditam que o empenho na carreira esportiva é tão intensa

que a rotina pessoal e profissional acabam se aliando as metas dentro do esporte, desta

forma, muitos atletas definem sua vida a partir do esporte e do sentido que ele traz

para suas vidas.

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65

A busca pela vida saudável e qualidade de vida, também foi considerado um

dos motivos (8%), como vemos nas falas do Sujeito 9 “Porque eu po... porque eu

queria mudar, queria ser diferente, queria poder correr muito, poder me exercitar

bastante, ficar mais forte. É isso.”; do Sujeito 14 “O que me trouxe até aqui foi uma

oportunidade que eu vi que posso começar um sonho que desejo realizar. Meu motivo

é ser campeão.”; e também do Sujeito 36 “Primeiro motivo é por causa da deficiência

do meu braço, porque quando eu nasci aí o médico me... me disse pra mim fazer pra

mim melhorar o meu desempenho. E Porque eu gosto muito também.”

Itani (2004), afirma que o esporte adaptado traz benefícios fisiológicos na vida

de seus praticantes, porém o principal beneficio percebido por ele é o relacionado a

auto-estima, diminuindo assim riscos de quadros depressivos. O esporte adaptado,

além de ser utilizado em processos de reabilitação das pessoas com deficiências,

também proporciona benefícios à saúde além de promover a integração social

(TEODORO, 2006).

E, por fim, com 5% dos atletas afirmaram que o que os levaram às

paralimpíadas escolares, foi o sentimento de curiosidade e também para experienciar

uma competição desta dimensão. O Sujeito 19 expressa a curiosidade em conhecer a

modalidade e uma competição, “Ah, eu vi o povo fazendo, entrei pra vê se era bom,

gostei e agora to aqui.”, já os Sujeito 27 e Sujeito 107, expressam respectivamente, a

vontade de experienciar aqueles momentos, “Então, nessa competição? Nessa

competição mais uma experiência né? Mais uma... assim, um aprendizado né? Um

aprendizado assim, tanto da prova quanto experiência assim, em relação a tudo né?

Uma experiência e... sei lá.”; “Pra me ajudar e ganhar experiência pra... pra mim

chegar na Paraolimpíadas.”.

Expectativa em relação ao futuro no esporte

Em relação às suas expectativas para o futuro dentro do esporte, como pode ser

visto na Tabela 2, as respostas não se diferiram da dinâmica da primeira e, a partir da

análise de conteúdo, foram identificadas cinco categorias. A primeira, denominada

“Paralimpíadas Mundiais” demonstra o desejo de participar das próximas edições da

Paralimpíadas e representar o Brasil; a segunda, chamada “Reconhecimento, Fama e

Prêmios”, refere-se a uma motivação extrínseca, na qual almeja o reconhecimento

mundial pelas suas conquistas, interação com a mídia, construção de uma reputação

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dentro do esporte e a aquisição de prêmios, troféus e medalhas. A terceira delas, “Vida

Saudável”, revela a busca de uma vida saudável a partir do esporte; outra categoria

presente, é a “Superação de limites”, que se baseia na superação de todas as

dificuldades encontradas ao longo da vida, querem superar suas expectativas e as dos

demais, mostrando o quanto são capazes de realizar tudo que quiserem. E finalmente,

a última, “Conhecer pessoas e lugares”, que expressa a vontade de viajar, em virtude

do esporte, e conhecer lugares e pessoas do mundo todo.

Categorias %

Conhecer Pessoas e Lugares 6%

Superação de Limites 2%

Vida Saudável 3%

Reconhecimento, Fama e Prêmios 48%

Paralimpíadas Mundiais 33%

Sem resposta 8%

Tabela 2 – Categorização das respostas relacionadas à Expectativa em relação ao futuro no

esporte

Como visto acima, 33% dos entrevistados desejam participar de alguma

Paralimpíadas representando o Brasil, alguns ainda especificam seu desejo a curto

prazo, como por exemplo nas Paralimpíadas de 2020 em Tókio, como expressa o

Sujeito 94 “Espero alcançar todos os meus objetivos, que no meu grande sonho é

Paralimpíadas de Tóquio 2020, e agora conseguir melhora de tempos, assim pra

melhorar cada vez mais” e o Sujeito 90 “Eu desejo ser campeã mundial, desejo entrar

na Paralimpíadas de 2020, desejo que eu consiga levar minha carreira profissional,

que eu consiga me sustentar no esporte. Acho que é isso.”.

Benfica (2012) acredita que o profissionalismo e a possibilidade de ascensão

podem tornar a pratica paradesportiva mais atraente aos olhos de seus praticantes.

Além disso, a trajetória rumo ao lugar mais alto do pódio, pode contribuir para o

crescimento profissional e pessoal de atletas.

Sujeito 32, também expressa suas expectativas quanto a Tóquio:

S32: Ah, de início é chegar a uma seleção como a gente já chegou e

agora se manter, se manter lá na seleção e, se Deus quiser, tá em

Tóquio 2020, tá nos mundiais aí e ser campeão do mundo e

paralímpico pela seleção.

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48% dos respondentes têm a intenção de no futuro, se tornarem pessoas

reconhecidas no esporte paralímpico, ter fama e conquistar muitos prêmios e

medalhas, como o Sujeito 105 afirma “Ser um grande jogador de tênis de mesa,

reconhecido no Brasil e mundialmente. Os meus desejos são esses.”. Sujeito 31

também almeja reconhecimento e títulos como pode ser observado em seu discurso

“Espero ser bem-sucedido, ganhar títulos, conseguir chegar numa seleção, conseguir

ganhar as competições que a gente disputa e sempre tentar buscar evoluir e me tornar

o melhor atleta possível.”.

Tendo em vista tais resultados, pode-se destacar um estudo de Samulski e Noce

(2002), no qual analisaram a motivação de 64 atletas de alto nível no esporte

paralímpico de diversas modalidades distintas, e verificou-se que, os principais

motivos que os levavam a praticar esporte era “Ser Campeão”, seguido de

“Conquistar Medalhas” e, por fim, “Ser Reconhecido”. Isso pode ser ilustrado

também pela fala do Sujeito 91 “Ãhn... crescer como atleta, ganhando medalhas,

competições e... é isso, me realizar no esporte. Eu espero chegar muito longe,

conquistar o que eu preciso conquistar. E é isso.”.

Apenas 6%, esperam que a partir do esporte, possam conhecer pessoas e

lugares novos, ou seja, estabelecer laços de amizades e conhecer o Brasil ou outros

países, como retrata o Sujeito 93 “Eu? Quero viajar pelo mundo jogando tênis de

mesa, conhecendo pessoas, novas amizades, mostrar que eu posso ser o melhor pra

certas pessoas no caso.”, e também o Sujeito 9 “Ganhar muitas medalhas e... e viajar

bastante. E conhecer gente nova.”.

Weinberg e Gould (2008) acreditam que uma das principais motivações para a

prática esportiva para crianças é a questão das relações sociais. Eles ainda completam,

afirmando que quando crianças e jovens participam de programas esportivos, têm a

possibilidade de, além de encontrar seus velhos amigos, também fazer novas amizades

e construir novas relações sociais. A questão da sociabilidade estimula as pessoas

(sejam elas, crianças, jovens ou adultas) a praticarem atividades físicas (SAMPEDRO,

2012).

Além disso, Saito (2007), em sua pesquisa, analisou 32 atletas com deficiência

visual, praticantes de modalidades coletivas, com o intuito de verificar o que motivava

a pratica esportiva. Observou-se que os motivos mais prevalentes foram a realização

pessoal, a possibilidade de realizar trabalhos em equipe, saúde, melhoria de

habilidade/capacidades e, por fim, encontrar com os amigos.

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Em relação a categoria Vida saudável, 3% dos indivíduos afirmam que desejam

uma vida mais saudável e ativa através do esporte, assim como pode-se observar nas

falas do Sujeito 113: “Ah, continuar mantendo a forma física e interação social.”;

Sujeito 74: “Ah, eu espero sempre me manter em forma pra poder jogar e continuar

jogando. Ah, não sei, eu pretendo primeiro ser feliz, ter amigos, ter saúde. Acho que é

mais isso.”; e também do Sujeito 45

S45: Sim, a minha... o meu principal objetivo não é ser campeão de

.. ser campeão, ir a uma Olimpíada. Claro que se surgir uma

oportunidade, claro que eu vou gostar, né? Mas a minha principal...

agora atualmente é manter saúde, ficar em forma, essas coisas

assim.

Florence (2009) explica que a adoção de uma vida saudável e ativa proporciona

melhores condições à saúde, porque os esportes e atividades físicas possibilitam

crescimento, desenvolvimento motor, físico, emocional e social aos seus praticantes.

Tal aderência promove experiências motoras mais amplas, visando uma melhor

qualidade de vida.

No que diz respeito à Superação de limites, 2% da amostra destacou que seu

maior desejo era sempre superar, com isto, entende-se superar-se, superar obstáculos e

limites ou até mesmo expectativas de terceiros. Como vemos nas frases dos indivíduos

a seguir, Sujeito 111: “Assim, o que eu penso é conseguir fazendo o melhor de mim,

ne?!”; Sujeito 84: “Espero cada vez mais superar meus limites e ir para seleção

nacional.”; Sujeito 4: “Me superar a cada dia mais e saber que eu consigo.”; e

Sujeito 6: “Superar cada vez mais meus limites e ser reconhecido pelo meu esforço.”

Labronice (2000), por sua vez, acredita que o espírito de competitividade nas

pessoas com deficiência física, geralmente é alta, devido a vontade do atleta de

mostrar sua capacidade para as demais pessoas.

Já Benfica, (2012) expressa que:

A realização de movimentos, atividades e exercícios antes

considerados impossíveis, a superação de limites fisiológicos e

psicológicos, a satisfação pessoal e a oportunidade de novas

interações sociais são algumas ações proporcionadas pelo esporte

que podem (re)significar positivamente questões individuais do

atleta. (BENFICA, 2012, p. 101).

Verifica-se que as paralimpíadas escolares são vistas como uma oportunidade

importante para os atletas que têm alguma deficiência, tanto para aqueles que

pretendem seguir a carreira de atleta como para aqueles que pretendem melhorar sua

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qualidade de vida e sua saúde. É possível constatar que os fatores que os motivaram a

entrar para o paradesporto ou para a prática esportiva adaptada são mais voltados para

inclinações pessoais como o gosto pelo esporte, o desejo de superação e de melhor

qualidade de vida aliados ao papel relevante atribuído à família e aos técnicos, e às

oportunidades oferecidas pelos professores, técnicos e iniciativas de instituições,

associações e escolinhas especializadas no esporte adaptado, que têm o esporte como

possibilidade de participação de alunos com deficiência. Então, essa conjunção de

pessoas e tais iniciativas desempenham um papel importante para os atletas, fazendo

com que eles, além da manutenção da saúde, possam experimentar a possibilidade de

serem objeto de orgulho de outras pessoas. Essa experiência de valorização parece ser

uma vivência muito importante para esses atletas, pois a busca pelo reconhecimento

passa a representar grande parte dos projetos de futuro desses atletas. Nesse sentido,

verifica-se a relevância da participação nas paralimpíadas escolares na modificação da

percepção dos atletas em relação às suas possibilidades e projetos futuros e como

oportunidade de serem vistos como objeto de valorização e orgulho pelo meio social.

Considerações finais

O presente estudo permitiu identificar diversos aspectos relacionados à percepção

dos atletas em relação às paralimpíadas escolares. Considera-se que os Jogos

Paralímpicos de 2016, sediados pelo Brasil, trouxe consigo a consolidação ainda maior

do esporte paralímpico no país. É notável que contribuiu para a popularização das

modalidades paralímpicas, além de angariar mais adeptos e inspirar jovens que

possuíam algum tipo de deficiência a iniciar uma prática esportiva, afim de, um dia, se

tornar também um grande ídolo mundial paralímpico.

Verifica-se que a percepção dos atletas se modifica com a participação nas

paralimpíadas escolares. Identificou-se um deslocamento dos projetos de futuro de

grande parte dos atletas escolares paralímpicos, a partir de uma possibilidade de fazer

algo que goste, de melhorar a qualidade de vida, de poder se superar, entre outros. As

paralimpíadas escolares descortinam uma nova possibilidade de vida e

reconhecimento, com a possibilidade de se sentir valorizado, de ser objeto de orgulho

da família e de ser respeitado socialmente. Essas possibilidades oferecidas pela

participação nesta competição, têm o potencial de repercutir em toda a vida destes

jovens atletas, independentemente de se tornarem profissionais ou não. Mesmo se não

tiverem a intenção de profissionalizar-se, eles tiveram a oportunidade de superar

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limites, de serem escolhidos entre muitos atletas, de competirem em uma competição

de nível escolar de maior dimensão, nacionalmente falando. Estudos longitudinais

poderiam ser realizados visando identificar os impactos da participação em

paralimpíadas escolares na vida desses atletas.

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72

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação à proposta da pesquisa, obteve-se alguns principais resultados, de

acordo com os objetivos específicos de cada artigo detalhado acima no corpo da

dissertação.

No primeiro artigo, “Perfil Psicológico de Atletas Brasileiros de Paradesporto em

nível escolar” verificou-se que os atletas participantes, foram subdivididos em dois

grandes grupos de perfis psicológicos, o primeiro (Cluster 1), com níveis altos de

motivação e resiliência, e o segundo (Cluster 2), com níveis moderados em relação a estas

mesmas características, representando atletas e equipes bem preparadas para a competição

e suas adversidades e imprevisibilidades.

Quanto às características sócio-demográficas e de formação esportiva que

influenciaram a divisão dos sujeitos nestes grupos de perfis, destacou-se a idade e a

deficiência, onde no Cluster 1, predominou-se atletas mais jovens e no Cluster 2, mais

velhos, retratando que, atletas mais novos, estavam mais motivados e resilientes para esta

competição. Já em relação à deficiência, proporcionalmente, a dominância no Cluster 1, foi

de atletas com deficiência visual, enquanto no outro grupo, haviam mais pessoas com

deficiência física, resultando no fato deste primeiro grupo, ser mais motivado e resiliente

que o segundo.

E, no que se refere às correlações existentes entre as dimensões dos instrumentos

utilizados no estudo, percebeu-se que em sua maioria, houveram correlações significativas

entre todas elas, com exceção do fator “Sociabilidade” do inventário de motivação, com

todas as dimensões da escala de resiliência.

No segundo artigo, denominado “Fatores sócio-demográficos e de formação

esportiva associados à Motivação e Resiliência em atletas Paralímpicos Brasileiros em

nível escolar”, identificou-se que alguns fatores poderiam explicar as características

motivação e resiliência, dos jovens atletas participantes da pesquisa. Para a motivação,

características como tipo de escola e a deficiência, se destacaram, apresentando que atletas

advindos de escolas públicas e com deficiência visual, são mais motivados que os de

escolas privadas e com deficiência física, enquanto para a resiliência, os fatores preditores

foram o sexo do sujeito e a deficiência, onde, indivíduos do sexo feminino e com

deficiência visual, se mostraram mais resilientes que os demais.

Além disso, observou-se que a dimensão “Prazer” foi a que mais os motivou a

praticar exercícios físicos e esportes, e a dimensão “Perseverança”, no âmbito da

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resiliência, representando a capacidade de seguir em frente, apesar das possíveis

dificuldades encontradas pelo caminho dentro da competição.

E quanto ao último artigo, intitulado por “Percepções sobre as paralimpíadas

escolares: Um estudo com atletas”, analisou-se as percepções dos para-atletas dentro do

esporte paralímpico e suas projeções em relação ao futuro, e averiguou-se que esta

percepção se modifica a partir do momento em que participam desta competição,

Paralimpíadas Escolares. Os projetos para o futuro no esporte se baseiam na possibilidade

de realizar sonhos dentro do esporte, fazer algo que sentem prazer, na melhoria da

qualidade de vida, na capacidade de superar-se, além da busca por novas possibilidades de

vida, relacionados ao reconhecimento social, sentimento de valorização, orgulho e respeito.

Percebeu-se então que, tal competição, traz consigo o poder de repercussão de

todos estes pontos supracitados, na vida dos atletas, independente se possuem a intenção de

seguir a carreira profissional no esporte ou não.

Concluindo, o fato de desejarem um futuro promissor dentro do paradesporto, ou

seja, o desejo de se tornarem atletas profissionais, representarem o Brasil nas

Paralimpíadas Mundiais e se transformarem em objeto de orgulho perante a sociedade,

ficou evidente nas entrevistas, o que coincidentemente, vai de encontro com uma das

propostas das Paralimpíadas Escolares, que é a revelação de promissores atletas e

promover o fomento do paradesporto.

Com a realização de estudos como este, podemos primeiramente, reafirmar a

importância do papel do psicólogo do esporte em equipes esportivas, assim como, o

trabalho conjunto na preparação para competições e também para a vida esportiva. Tal

acompanhamento deve começar desde a iniciação esportiva, já que muitos atletas

continuam na carreira desportiva, almejando e chegando ao alto rendimento. Como

percebido, no esporte paralímpico, a exigência deste profissional, principalmente com os

participantes da pesquisa, torna-se imprescindível, sabendo que esta competição é

considerada um celeiro de atletas que possivelmente representarão o Brasil nas próximas

edições das Paralimpíadas Mundiais.

Brandão e Machado (2010) reafiram tal importância, ao atestar que o psicólogo do

esporte pode auxiliar os treinadores, o assessorando ou até mesmo o treinando para que

domine habilidades relevantes, objetivando um melhor rendimento profissional e pessoal.

Importantíssimo, manter níveis ótimos de características como a motivação e

resiliência, por exemplo, que estão diretamente ligadas a vida competitiva de um atleta, e

que têm o poder de interferir na performance de um atleta de nível competitivo. Além

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disso, outras variáveis devem ser trabalhadas, como ansiedade, agressividade, estresse,

concentração, emoções, entre outras, também consideradas cruciais para o desempenho

(Samulski, 2009).

Por fim, outra grande e evidente contribuição deste estudo, pauta-se no destaque do

papel do psicólogo do esporte, bem como na atuação conjunta à toda equipe

multidisciplinar para maiores êxitos e uma formação completa e mais equilibrada dos

atletas. A importância da ação deste profissional, e também sua valorização são pontos

importantíssimos encontrados ao longo deste estudo, já que, percebeu-se a grande

influência de fatores psicológicos na vida esportiva e pessoal destes jovens. Torna-se

então, necessário e eficiente um grupo coeso e completo, ou seja, com a união de

profissionais de diversas áreas da ciência, para resultados mais expressivos e preparação de

atletas mais completos, produtivos e preparados.

Ainda, há a necessidade de mais estudos que envolvam o paradesporto e a prática

de esportes por parte das pessoas com deficiência, assim como, das vertentes psicológicas

envolvidas neste processo. Espera-se que com tais resultados, haja uma boa contribuição

para a literatura, principalmente nacional, e também para o Comitê Paralímpico Brasileiro,

Academia Paralímpica Brasileira, treinadores, equipes e atletas participantes.

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Acesso em 10 de Dezembro de 2017

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D%252Fsearch%252Fsearch%26_3_format%3D%26_3_formDate%3D1441824476958&i

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7. ANEXOS

7.1. ANEXO A - Aprovação Comitê de Ética em Pesquisa

Memo Nº 025/2013/UFSJ/CEPES

20 de dezembro de 2013

De: Prof.ª Tatiana Cury Pollo Presidente da CEPES Para: Pesquisadora Prof.ª Maria Nivalda de Carvalho Freitas – DPSIC Assunto: Parecer e considerações Prezado pesquisador,

O protocolo da pesquisa encaminhado por V.Sa. à Comissão de Ética em

Pesquisa envolvendo Seres Humanos (CEPES) da UFSJ, intitulada “Promoção

de Saúde e suas Interfaces Físicas e Psicológicas: programa de intervenção

e pesquisa com idosos, pessoas com deficiência, adultos com diabetes e

hipertensos”, obteve o seguinte parecer:

“Pode-se concluir que o projeto de pesquisa Promoção de Saúde e suas

Interfaces Físicas e Psicológicas: programa de intervenção e pesquisa com

idosos, pessoas com deficiência, adultos com diabetes e hipertensos está em

consonância com os princípios éticos em pesquisa envolvendo seres humanos

nos termos da Resolução 196 e artigo referidos no protocolo de pesquisa da

CEPES/UFSJ. Somos, portanto, de parecer favorável à aprovação do referido

projeto, salvo melhor juízo”.

Atenciosamente,

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7.2. ANEXO B - Autorização da Pesquisa - Academia Paralímpica Brasileira (APB)

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7.3. ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante,

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa Análise Do Perfil Psicológico De

Atletas Paralímpicos Brasileiros Em Nível Escolar: Motivação e Resiliência.

Esta pesquisa está sendo desenvolvida por Mariana Corrêa de Resende, discente de

Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), sob orientação da

Professora Dra. Maria Nivalda de Carvalho Freitas e coorientação da Professora Dra. Andréa

Carmen Guimarães.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma

cópia será arquivada pelo pesquisador e a outra será fornecida ao(à) senhor(a).

I - OBJETIVO

O objetivo central do estudo é analisar o perfil psicológico de atletas paralímpicos

brasileiros e verificar a possível relação (se existente) com seu desempenho.

II – PROCEDIMENTO DO EXPERIMENTO

Amostra

Para participar da pesquisa os sujeitos deverão ser atletas paralímpicos brasileiros

participantes do calendário de competições proposto pelo CPB, estar participando das

Paralimpíadas Escolares de 2016, estar frequentando ensino básico público ou privado, possuir

idades ente 12 e 18 anos, de ambos os sexos, com deficiências física e visual. Podem ser praticantes

de qualquer modalidade paralímpica, desde que estejam de acordo com suas deficiências e

categorias.

Quanto aos técnicos, poderão ser de ambos os sexos, de idades variadas e não delimitadas,

de diversos estados do Brasil, registrados como membros da comissão técnica pelo regimento da

competição.

Coleta de Dados

Em relação ao procedimento, será da seguinte forma:

a) Os atletas/técnicos serão convidados a participar da pesquisa, e após aceitação os técnicos

(responsáveis legais no momento da competição) assinarão um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido autorizando a sua participação e a do atleta na pesquisa;

b) Os atletas/técnicos preencherão uma anamnese com o intuito de caracteriza-los;

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88

c) Em seguida, os atletas responderão os questionários de personalidade, Inventário Fatorial

de Personalidade; motivação, Inventário de Motivação à Prática de Atividade Física

(IMPRAFE-54); e por fim, o de resiliência, Escala de Resiliência (ER-Brasil); e o técnico

responderá a uma entrevista semi-estruturada referente a sua equipe, que serão gravadas

em áudio e posteriormente serão transcritas para análise;

d) Anotações serão realizadas pela própria pesquisadora em relação à conduta dos atletas em

um diário de bordo, com observações pertinentes, do comportamento em quadra durante

vários jogos escolhidos aleatoriamente.;

e) E finalmente, uma análise do desempenho das equipes com o resultado final da

competição.

- O tempo de duração os testes é de aproximadamente 30 a 40 minutos para os atletas e para os

técnicos de 10 a 20 minutos.

- As entrevistas serão transcritas e armazenadas, em arquivos digitais, mas somente terão acesso

às mesmas a pesquisadora e sua orientadora.

- Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos, conforme

Resolução 466/12 e orientações do CEPSJ.

III - RETIRADA DO CONSENTIMENTO

Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia para

decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer momento. Você não

será penalizado de nenhuma maneira caso decida não consentir sua participação, ou desistir da

mesma. Contudo, ela é muito importante para a execução da pesquisa.

IV - CONFIDENCIALIDADE

Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você prestadas.

Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da pesquisa, e o

material será armazenado em local seguro.

A qualquer momento, durante a pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar ao

pesquisador, informações sobre sua participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser feito

através dos meios de contato explicitados neste Termo.

V – RISCOS

A pesquisa não contém métodos invasivos nem procedimentos nocivos,

entendendo-se assim, que ela não apresenta riscos à saúde do participante. Desta forma, os

riscos oferecidos pelo estudo são mínimos, como por exemplo, ansiedade e cansaço, e caso

haja qualquer outro dano, será de responsabilidade do próprio pesquisador.

VI – BENEFÍCIOS

Estudos com esta temática ajudam a compreender como as dimensões psicológicas como a

motivação, personalidade e resiliência, podem interferir na performance dos atletas, ressaltando a

importância do trabalho conjunto do psicólogo do esporte na preparação dos atletas e das equipes

como um elemento indispensável e importantíssimo.

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89

Além disso, esse tipo de investigação contribui para a literatura, visando esclarecer os

conceitos a cerca dessa temática e trazendo informações pertinentes ao interessados da área.

VII – CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO

Eu___________________________________________________________________ certifico

que, tendo lido as informações acima e suficientemente esclarecido (a) de todos os itens, estou

plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim, eu autorizo a minha participação

no trabalho de pesquisa exposto acima.

São Paulo, _____ de Novembro de 2016.

NOME (legível)_______________________________________________

RG____________________

ASSINATURA__________________________________________________________

ATENÇÃO: A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Em caso de dúvida

quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da

CEPSJ. O Comitê de Ética é a instância que tem por objetivo defender os interesses dos

participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da

pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê tem o papel de avaliar e monitorar o

andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os princípios éticos de proteção aos direitos

humanos, da dignidade, da autonomia, da não maleficência, da confidencialidade e da privacidade.

Tel e Fax - (0XX) 32- 3221-1580

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400 – Sala 101 Bloco C, Chanadour, Divinópolis,

Minas Gerais, CEP: 35.501-296

No caso de qualquer emergência, entrar em contato com o pesquisador responsável no telefone de

contato: (35) 9.9844-6198 ou pelo e-mail: [email protected]

___________________________________________

Mariana Corrêa de Resende – Pesquisador

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7.4. ANEXO D - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE)

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Nome:_______________________________________________________________________

O(s) jovem(ns) pelo qual o Sr.(a) é responsável está sendo convidado(a) como voluntário(a) a

participar da pesquisa: Análise Do Perfil Psicológico De Atletas Paralímpicos Brasileiros Em

Nível Escolar: Motivação, Personalidade e Resiliência.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será

arquivada pelo pesquisador e a outra será fornecida ao(à) senhor(a).

Pesquisador Responsável: Mariana Corrêa de Resende

I - OBJETIVO

O objetivo central do estudo é analisar o perfil psicológico de atletas paralímpicos

brasileiros e verificar a possível relação (se existente) com seu desempenho.

II – PROCEDIMENTO DO EXPERIMENTO

Amostra

Para participar da pesquisa os sujeitos deverão ser atletas paralímpicos brasileiros

participantes do calendário de competições proposto pelo CPB, estar participando das

Paralimpíadas Escolares de 2016, estar frequentando ensino básico público ou privado, possuir

idades ente 12 e 18 anos, de ambos os sexos, com deficiências física e visual. Podem ser praticantes

de qualquer modalidade paralímpica, desde que estejam de acordo com suas deficiências e

categorias.

Quanto aos técnicos, poderão ser de ambos os sexos, de idades variadas e não delimitadas,

de diversos estados do Brasil, registrados como membros da comissão técnica pelo regimento da

competição.

Coleta de Dados

Em relação ao procedimento, será da seguinte forma:

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f) Os atletas/técnicos serão convidados a participar da pesquisa, e após aceitação os técnicos

(responsáveis legais no momento da competição) assinarão um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido autorizando a sua participação e a do atleta na pesquisa;

g) Os atletas/técnicos preencherão uma anamnese com o intuito de caracteriza-los;

h) Em seguida, os atletas responderão os questionários de personalidade, Inventário Fatorial

de Personalidade; motivação, Inventário de Motivação à Prática de Atividade Física

(IMPRAFE-54); e por fim, o de resiliência, Escala de Resiliência (ER-Brasil); e o técnico

responderá a uma entrevista semi-estruturada referente a sua equipe, que serão gravadas

em áudio e posteriormente serão transcritas para análise;

i) Anotações serão realizadas pela própria pesquisadora em relação à conduta dos atletas em

um diário de bordo, com observações pertinentes, do comportamento em quadra durante

vários jogos escolhidos aleatoriamente.;

j) E finalmente, uma análise do desempenho das equipes com o resultado final da

competição.

- O tempo de duração os testes é de aproximadamente 30 a 40 minutos para os atletas e para os

técnicos de 10 a 20 minutos.

- As entrevistas serão transcritas e armazenadas, em arquivos digitais, mas somente terão acesso

às mesmas a pesquisadora e sua orientadora.

- Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos, conforme

Resolução 466/12 e orientações do CEPSJ.

III - RETIRADA DO CONSENTIMENTO

Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia para

decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer momento. Você não

será penalizado de nenhuma maneira caso decida não consentir sua participação, ou desistir da

mesma. Contudo, ela é muito importante para a execução da pesquisa.

IV - CONFIDENCIALIDADE

Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você prestadas.

Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da pesquisa, e o

material será armazenado em local seguro.

A qualquer momento, durante a pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar ao

pesquisador, informações sobre sua participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser feito

através dos meios de contato explicitados neste Termo.

V – RISCOS

A pesquisa não contém métodos invasivos nem procedimentos nocivos,

entendendo-se assim, que ela não apresenta riscos à saúde do participante. Desta forma, os

riscos oferecidos pelo estudo são mínimos, como por exemplo, ansiedade e cansaço, e caso

haja qualquer outro dano, será de responsabilidade do próprio pesquisador.

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92

VI – BENEFÍCIOS

Estudos com esta temática ajudam a compreender como as dimensões psicológicas como a

motivação, personalidade e resiliência, podem interferir na performance dos atletas, ressaltando a

importância do trabalho conjunto do psicólogo do esporte na preparação dos atletas e das equipes

como um elemento indispensável e importantíssimo.

Além disso, esse tipo de investigação contribui para a literatura, visando esclarecer os

conceitos a cerca dessa temática e trazendo informações pertinentes ao interessados da área.

VII – CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO

Eu___________________________________________________________________, responsável

por:

Nome: RG:

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_____________,

certifico que, tendo lido as informações acima e suficientemente esclarecido(a) de todos os itens, estou

plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim, eu autorizo a execução do trabalho de

pesquisa exposto acima.

São Paulo, _____ de __________________ de 2016.

NOME (legível)___________________________________________RG_________________

ASSINATURA______________________________________________

ATENÇÃO: A sua participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Em caso de dúvida

quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da

CEPSJ. O Comitê de Ética é a instância que tem por objetivo defender os interesses dos

participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da

pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê tem o papel de avaliar e monitorar o

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93

andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os princípios éticos de proteção aos direitos

humanos, da dignidade, da autonomia, da não maleficência, da confidencialidade e da privacidade.

Tel e Fax - (0XX) 32- 3221-1580

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400 – Sala 101 Bloco C, Chanadour, Divinópolis,

Minas Gerais, CEP: 35.501-296

No caso de qualquer emergência, entrar em contato com o pesquisador responsável no telefone de

contato: (35) 9.9844-6198 ou pelo e-mail: [email protected]

___________________________________________

Mariana Corrêa de Resende – Pesquisador

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7.5. ANEXO E - Anamnese/Entrevista

Anamnese

Nome do atleta:_______________________________________________ Nº: _____

Nome do técnico:______________________________________________________

Modalidade:__________________________________________________________

Cidade:___________________________ Estado:__________________________

Tipo de deficiência: ( ) Física ( ) Visual

( ) Congênita ( ) Adquirida

Qual:____________________________________

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Escola: ( ) Privada ( ) Pública

Data de Nascimento ____/_____/____ Idade: ________________

Tempo de prática:___________________________________________________

E-mail:_____________________________________________________________

Entrevista

Por quê você escolheu ser atleta?

O que você espera de sua vida como atleta? Quais seus desejos?

O que te trouxe até aqui? Quais seus motivos?

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7.6. ANEXO F - Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física

(IMPRAF-54)

Nome: ____________________________________Data da aplicação: ____/____/____

Indique, de acordo com a escala abaixo, o quanto cada afirmação representa sua

própria motivação para realizar uma atividade física. Note que, quanto maior o valor

associado a cada afirmação, mais motivadora ela é para você. Responda todas as questões

de forma sincera, não deixando nenhuma resposta em branco.

1 – Isto me motiva pouquíssimo

2 – Isto me motiva pouco

3 – Mais ou menos – não sei dizer – tenho dúvida

4 – Isto me motiva muito

5 – Isto me motiva muitíssimo

REALIZO ATIVIDADES FÍSICAS PARA... 1

1. ( ) diminuir a irritação. 2. ( ) adquirir saúde. 3. ( ) encontrar amigos.

4. ( ) ser campeão no esporte. 5. ( ) ficar com o corpo bonito. 6. ( ) atingir meus ideais.

2

7. ( ) ter sensação de repouso. 8. ( ) melhorar a saúde. 9. ( ) estar com outras pessoas.

10. ( ) competir com os outros. 11. ( ) ficar com o corpo definido. 12. ( ) alcançar meus objetivos.

3

13. ( ) ficar mais tranqüilo. 14. ( ) manter a saúde. 15. ( ) reunir meus amigos.

16. ( ) ganhar prêmios. 17. ( ) ter um corpo definido. 18. ( ) realizar-me.

4 19. ( ) diminuir a ansiedade.

20. ( ) ficar livre de doenças. 21. ( ) estar com os amigos.

22. ( ) ser o melhor no esporte. 23. ( ) manter o corpo em forma. 24. ( ) obter satisfação.

5 25. ( ) diminuir a angústia pessoal.

26. ( ) viver mais. 27. ( ) fazer novos amigos.

28. ( ) ganhar dos adversários.

29. ( ) sentir-me bonito.

30. ( ) atingir meus objetivos.

6

31. ( ) ficar sossegado. 32. ( ) ter índices saudáveis de aptidão física. 33. ( ) conversar com outras pessoas.

34. ( ) concorrer com os outros. 35. ( ) tornar-me atraente.

36. ( ) meu próprio prazer.

7

37. ( ) descansar. 38. ( ) não ficar doente. 39. ( ) brincar com meus amigos.

40. ( ) vencer competições. 41. ( ) manter-me em forma.

42. ( ) ter a sensação de bem estar.

8

43. ( ) tirar o stress mental. 44. ( ) crescer com saúde. 45. ( ) fazer parte de um grupo de amigos.

46. ( ) ter retorno financeiro. 47. ( ) manter-me em forma. 48. ( ) me sentir bem.

9

49. ( ) ter sensação de repouso. 50. ( ) viver mais. 51. ( ) reunir meus amigos.

52. ( ) ser o melhor no esporte. 53. ( ) ficar com o corpo definido. 54. ( ) realizar-me.

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7.7. ANEXO G - Escala de Resiliência

Nome: ____________________________________Data da aplicação: ____/____/____

Responda as seguintes afirmações de acordo com a escala, onde 1 representa IRRELEVANTE até

4 que representa EXTREMAMENTE RELEVANTE.

1 2 3 4

1 Quando eu faço planos, eu levo eles até o fim 2 Eu costumo lidar com os problemas de uma forma ou de outra 3 Eu sou capaz de depender de mim mais do que qualquer outra pessoa 4 Manter interesse nas coisas é importante para mim 5 Eu posso estar por minha conta se eu precisar 6 Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha vida 7 Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação 8 Eu sou amigo de mim mesmo 9 Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao mesmo tempo 10 Eu sou determinado 11 Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas 12 Eu faço as coisas um dia de cada vez 13 Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já experimentei dificuldades antes 14 Eu sou disciplinado 15 Eu mantenho interesse nas coisas 16 Eu normalmente posso achar motivo para rir 17 Minha crença em mim mesmo me leva a atravessar tempos difíceis 18 Em uma emergência, eu sou uma pessoa em quem as pessoas podem contar 19 Eu posso geralmente olhar uma situação em diversas maneiras 20 Às vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo ou não 21 Minha vida tem sentido 22 Eu não insisto em coisas as quais eu não posso fazer nada sobre elas 23 Quando eu estou numa situação difícil, eu normalmente acho uma saída 24 Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu tenho que fazer 25 Tudo bem se há pessoas que não gostam de mim

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7.8. ANEXO H - Submissão Artigo 3: Revista Pensar a Prática