analise de trocador de calor sólido-gás

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  • 7/26/2019 Analise de Trocador de Calor Slido-Gs

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    Anlise da capacidade de um trocador de calor de

    contato direto para melhoria da eficincia

    energtica na ventilao

    C. Gonalves, F. A. Reichert, M. C. R. Garcia.

    Instituto Federal Sul-Riograndense IFSUL Campus Sapucaia do Sul

    [email protected], [email protected],

    [email protected]

    Resumo: O estudo teve como objetivo encontrar parmetros de vazo de

    ar ideal para que, sem perder atributos importantes de qualidade do polmero,

    chegasse ao parmetro que sustente um melhor aproveitamento energtico do

    motor do ventilador.

    Com base em dados obtidos a partir de medies in loco e testes de

    variao de temperatura na sada, foi possvel encontrar o limite mximo dessa

    temperatura. Trazendo no trabalho os clculos que sustentam os dados atuais

    e com base nos valores encontrados nas medies, foi possvel refazer os

    clculos e encontrar a vazo mnima para a mxima temperatura de sada.

    Palavras-Chave: Trocador de calor; resfriamento; slido-gs;

    Instituto Federal Sul-RiograndenseIFSULCampus Sapucaia do SulEngenharia

    Mecnica

    Instituto Federal Sul-RiograndenseIFSULCampus Sapucaia do SulEngenharia

    Mecnica

    Professor Doutor do Instituto Federal Sul-RiograndenseIFSULCampus Sapucaia

    do Sul

  • 7/26/2019 Analise de Trocador de Calor Slido-Gs

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    Abstract: the study has as objective find parameters of ideal flow rate of the air,

    in order to, without lost importants quality atributes of the polimer, reach a

    parameter who supports a better energy use of the ventilator engine.

    Based on data obtained from measurements on the spot and tests of variations

    of the output temperature, was possible to find a maximium limit of this

    temperature. Bringing on the article the calculations that support the current data

    and based on the values finded in the measurements, was possible to remake

    the calculations and find the minimum flow rate of the maximium output

    temperature.

    Key words: Heat Exchanger; cooling; solid-gas.

  • 7/26/2019 Analise de Trocador de Calor Slido-Gs

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    Introduo

    O processo de troca de calor entre dois fludos ou materiais que esto a

    diferentes temperaturas ocorre em muitas aplicaes de engenharia. O

    equipamento utilizado para implementar essa troca conhecido como trocador

    de calor, e suas aplicaes especficas podem ser encontradas no aquecimento

    ou condicionamento de ambientes, produo de potncia, na recuperao de

    calor em processos e no processamento qumico. (HEWITT, SHIRES e BOOT,

    1994)

    A escolha ou construo de um trocador de calor determinada pelo

    objetivo da troca, fludos envolvidos, entre outros fatores. Parmetros de

    desempenho so importantes para avaliar a eficcia do equipamento. (HEWITT,

    SHIRES e BOOT, 1994)

    So equipamentos em que dois fluidos a diferentes temperaturas trocam

    calor, podendo ou no ocorrer mudana de fase dos fluidos. Essa troca trmica

    empregada para atender s exigncias de um dado processo. (HEWITT,

    SHIRES e BOOT, 1994)

    Dentre os vrios tipos de trocadores de calor empregados em processos

    industriais, o mais usado o tipo casco e tubos. Este trocador consiste,

    resumidamente, de um casco cilndrico que contm tubos em seu interior. Um

    dos fluidos de trabalho escoa pelo casco e o outro fluido, pelos feixes de tubos.

    A troca trmica realizada atravs das paredes dos tubos. Os componentes

    principais deste equipamento so o casco, o feixe de tubos e os cabeotes de

    entrada e retorno. (HEWITT, SHIRES e BOOT, 1994)

    O projeto de um casco e tubo compreende duas etapas distintas: o projeto

    trmico e o projeto mecnico. No projeto trmico, o trocador dimensionado e a

    troca de calor e perda de carga, quantificadas. Nesta etapa, os principais

    parmetros de construo como o tipo e dimetro do casco, espessura da

    parede, dimetro externo e comprimento dos tubos e o espaamento entre as

    chicanas so determinados. (HEWITT, SHIRES e BOOT, 1994)

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    Neste trabalho, ser abordado um tipo deferente de trocador de calor, pois

    no temos dois fludos. O material que desejamos extrair calor uma massa

    polimrica, em forma de filamentos, em movimento contracorrente ao fludo

    refrigerador, o ar. Esse tipo de trocador conhecido como Trocador de Calor de

    Contato Direto.

    Trocadores de calor de contato direto so um tipo de trocador casco e

    tubo em que no h a presena de uma parede de separao. Segundo Hewitt,

    Shires e Boot (1994) estes trocadores podem ser dos seguintes tipos:

    GsLquido;

    Lquido Imissvellquido;

    Slidolquido ou slidogs;

    Conforme citado anteriormente, a troca de calor realizada atravs de

    escoamento contracorrente, que um tipo de escoamento onde os fluidos

    quente e frio entram no trocador de calor por extremidades opostas e

    escoam em direes opostas. Isto faz com que ocorram variaes nas

    temperaturas, conforme grfico abaixo: (ENGEL e GHAJAR, 2011)

    Grfico 1:Variao das temperaturas dos fluidos em um trocador de calor contracorrente

    de tubo duplo.

    O trocador de calor estudado composto por uma unidade de troca de

    calor, isolada internamente com l de rocha, por uma unidade de ventilao e

    por um radiador para realizar o resfriamento do ar. Este radiador resfriado

    internamente por lquido que recebido de uma central de refrigerao, no

    ocorrendo alteraes na temperatura do lquido.

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    A forma do trocador de calor podem ser visualizada na imagem abaixo:

    Imagem 1: Vista isomtrica do equipamento Imagem 2: Vista do equipamento com a unidade

    de troca de calor aberta

    O trocador do estudo faz o resfriamento de muitos monofilamento

    polimrico a base de PET que ficam alinhados lateralmente. Estes so utilizados

    para a produo de vassouras. O resfriamento dos monofilamentos durante o

    processo tem como objetivo fazer com que o passe para a prxima etapa do

    processo em temperatura ideal a no ganhar memria (empenar) nos rolos

    tracionares. Esse empenamento inutiliza o monofilamento para seu uso, tanto na

    parte funcional como no processo, pois impede o acondicionamento do fio no

    coletor e promove enrolamento em componentes da linha, gerando inclusive

    paradas, bem como o produto final no mantem o atributo funcional esperado.

    O objetivo desse trabalho estudar o equipamento atual e, com base nos

    dados levantados durante o perodo de medies, poder entender onde esto as

    oportunidades de melhorar a eficincia energtica do sistema de ventilao do

    equipamento, podendo sugerir alteraes e melhorias no processo baseados em

    clculos de transferncia de calor.

    O presente estudo tambm se motiva pelo fato do equipamento ter sido

    construdo com base no know-how da empresa, sem conhecer exatamente a

    eficincia e como pode ser melhor aproveitado, tanto em relao ao produto final

    quanto eficincia energtica do motor da ventilao.

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    Materiais e Mtodos

    As medies de temperaturas do polmero e vazo do ar foram feitas in

    loco, com o trocador de calor em funcionamento.

    Para cada parmetro foram feitas 3 medies e considerado a mdia

    aritmtica delas.

    Foram utilizados para as medies as seguintes ferramentas:

    Anemmetro para medio da vazo de ar;

    Termmetro Digital Infravermelho com Mira Laser (-50 a 380 C).

    As medies de vazo e velocidade do polmero foram calculadas com

    base nas informaes de vazo fornecidas pelo equipamento.

    Resultados

    Para projetar ou prever o desempenho do trocador de calor essencial

    relacionar a taxa total de transferncia de calor a grandezas como: as

    temperaturas de entrada e sada dos fludos, o coeficiente global de transfernciade calor e a rea superficial total disponvel para a transferncia de calor. Duas

    dessas relaes podem ser obtidas de imediato, com a aplicao de balanos

    globais de energia nos fluidos quente e frio, como mostrado na figura abaixo.

    (INCROPERA, BERGMAN, et al., 2014)

    Imagem 3: Balanos de energia globais para os fluidos quente e frio de um trocador de

    calor com dois fluidos.

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    Em particular, se q a taxa total de transferncia de calor entre os fluidos

    quente e frio, a transferncia de calor entre o trocador e a vizinhana

    desprezvel, assim como as mudanas nas energias potencial e cintica, e so

    admitidos calores especficos constantes, possvel aplicar a equao para

    processos contnuos em regime estacionrio na forma reduzida: (INCROPERA,

    BERGMAN, et al., 2014)

    = . ; . ; . ;

    = . ; . ; . ;

    Sendo a vazo mssica e o calor especfico a presso constante.

    Os subscritos q e f se referem aos fluidos quente e frio, enquanto ent e saidesignam as condies do fluido na entrada e na sada. As temperaturas que

    aparecem nas expresses se referem as temperaturas mdias dos fluidos nas

    localizaes indicadas. Estas equaes so independentes da configurao do

    escoamento e do tipo do trocador de calor. (INCROPERA, BERGMAN, et al.,

    2014)

    Outra equao til pode ser obtida relacionando-se a taxa de

    transferncia de calor total q diferena de temperaturas entre os fludos quente

    e frio. Essa expresso seria uma extenso da lei do resfriamento de Newton,

    com o coeficiente global de transferncia de calor U usado no lugar de um nico

    coeficiente de transferncia de calor h. Entretanto, como T varia com a posio

    no trocador de calor, torna-se necessrio se trabalhar com uma equao para a

    taxa na forma: (INCROPERA, BERGMAN, et al., 2014)

    = . .

    Na qual uma mdia logartmica apropriada de diferenas de

    temperaturas. Esta equao pode ser usada nas equaes descritas

    anteriormente para efetuar uma anlise de trocadores de calor. Contudo a forma

    especfica de deve ser estabelecida, conforme tipo de trocador de calor.

    (INCROPERA, BERGMAN, et al., 2014)

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    A diferena de temperaturas mdia logartmica pode ser definida pela

    equao abaixo:

    =

    ln

    Os valores de e so definidos conforme o arranjo do trocador de

    calor. No caso de trocador contra corrente as diferenas de temperaturas nas

    extremidades devem ser definidas como: (INCROPERA, BERGMAN, et al.,

    2014)

    = ; ;

    = ; ;

    A partir destes equaes possvel realizar a anlise do trocador de calor.

    Os dados obtidos na anlise pratica mostram que a temperatura mdia de

    entrada do ar frio de 15C, sendo esta temperatura fixa para diferentes

    variaes de temperatura ambiente e fluxo de ar.

    A temperatura de entrada do fio extrudado na condio de processo atual

    de 50C e aps a passagem pelo trocador de calor o mesmo sai a 18. A

    velocidade de extruso de 0,77 m/s. Como a densidade do PET em torno de

    1395 Kg/m e a rea da seco de 2,94510m, possvel obter a vazo

    mssica do fio, que de 0,03158 Kg/s. O calor especfico do PET de de 1170

    J/Kg.K.

    Realizando o balano de energia, pode se obter a taxa de transferncia

    de calor atual do trocador de calor, conforme equao abaixo:

    = . ; . (;. ;) = 0,03158

    .1170

    .. 50 18

    = 1182,35

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    Como a velocidade de sada do ar em mdia 15 m/s, e sua densidade

    de 1,225 Kg/m e a rea de sada do ar de 0,031725 m, pode se obter a vazo

    mssica do ar, que de 0,583 Kg/s. O calor especfico do ar a presso constante

    e na temperatura de 15C de 1007 J/Kg.K. Utilizando a equao abaixo

    possvel obter a temperatura de sada do ar:

    = . ;. (;. ;) 1182,35 = 0,583

    .1007

    .. (; 15)

    ; = 17,01

    Com base nos dados das temperaturas envolvidas, pode-se obter a

    diferena de temperatura mdia logartmica do trocador de calor, que a

    seguinte:

    =

    ln

    =18155017,01

    ln1815

    50 17,01

    = 12,5

    A rea de troca de calor do equipamento formada por 300 fios com

    0,5 mm, que ficam encostados lateralmente, ento devido a isto a rea foi

    aproximada por uma placa de 150mm de largura. O comprimento de troca de

    calor de 1500 mm, ento a partir disto se obteve a rea de troca de calor que

    de 0,4524 m. Com estes dados possvel obter o coeficiente de transferncia

    de calor do equipamento:

    =

    . =

    1182,35 0,4524 . 12,5

    = 209,08

    .

    Como a magnitude das variaes de temperaturas no trocador de calor

    ser baixa, o coeficiente de transferncia de calor encontrado ser consideradoum parmetro fixo para realizao dos estimativas de novos parmetros.

    A estimativa realizada ser baseada em um parmetro de qualidade j

    conhecido do processo. Este parmetro a temperatura do polmero extrudado

    na sada do trocador de calor. Nas condies atuais o polmero sai do trocador

    de calor com uma temperatura em torno de 18C, porm medies realizadas

    durante condies ambientais especficas, demonstraram que o material

    extrudado pode sair do trocador de calor com uma temperatura mxima de 22C,

    que ainda assim garantir a qualidade do produto.

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    Desta forma, uma estimativa de reduo de gasto energtico pode ser

    realizada. Esta reduo energtica pode ser obtida atravs da diminuio da

    RPM do ventilador, caso seja possvel reduzira velocidade do ar passando pelo

    trocador de calor.

    Podemos estimar a reduo mxima da velocidade do ar, primeiramente

    atravs do clculo da taxa de transferncia requerida, caso a temperatura de

    sada do polmero seja de 22C. Utilizando os mesmos dados dos clculos

    anteriores obtemos o seguinte resultado

    = . ; . (;. ;) = 0,03158

    .1170

    .. 50

    = 1034,56

    Aplicando estes novos valores na equao abaixo, podemos obter a nova

    diferena de temperatura mdia logartmica. Conforme colocao anterior, o

    coeficiente de transferncia de calor foi considerado o mesmo.

    =

    . 209,08

    .

    =1034,56

    0,4524 . = 10,938

    A partir desta nova diferena de temperatura mdia logartmica, pode-se

    encontrar a nova temperatura de sada do ar:

    =

    ln

    10,938 = 15 50 ;

    ln 15 50 ;

    ; = 33,87

    Com esta nova temperatura de sada do ar, pode-se encontrar a nova

    vazo mssica do ar:

    =

    ; . (;. ;) =

    1034,56

    1007 . . 33,87 15

    = 0,0545

    A partir dos dados da nova vazo e dos dados da densidade e rea de

    sada do ar, podemos encontrar a nova velocidade de sada do ar.

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    =

    . =

    0,0545

    1,225

    .0,031725 = 1,40

    Conforme resultado encontrado, com uma diminuio de 15 m/s para 1,4m/s da velocidade do ar, pode-se continuar atingindo um timo parmetro de

    qualidade, porm com uma grande reduo no gasto energtico, j que ocorrer

    uma grande reduo na velocidade do ar.

    Concluso

    Com base nos estudos em campo foi possvel encontrar o limite detemperatura superior que o polmero pode sair do trocador de calor sem perder

    seus atributos de qualidade motivo pelo qual o trocador de calor existe na linha.

    Esse parmetro norteou os clculos para se encontrar a vazo do fludo

    refrigerante (ar).

    Os resultados mostram que a vazo de ar pode ser reduzida em 90%, o

    que levaria a uma reduo da rotao do ventilador e consequentemente do

    consumo energtico.

    O estudo no pode ser comprovado na prtica pois o trocador de calor

    no possui regulagem de velocidade no motor e para tanto alguns pontos

    precisam ser observados com ateno, pois uma rotao muito baixa pode

    prejudicar a refrigerao do prprio motor e leva-lo a queima, nesse caso seria

    necessrio uma refrigerao forada e como o objetivo a economia energtica,

    este acrscimo precisa ser levado em considerao.

    O presente trabalho conclui que com base nos dados do fludo e massa

    que ser retirada calor, possvel calcular os parmetros necessrios para um

    melhor aproveitamento energtico.

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    Referncias

    BERGMAN, T. et al. Fundamentos da Transferncia de Calor e de Massa. 7

    Edio. ed. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda., 2014.

    ENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Transferncia de Calor e Massa - Uma

    abordagem Prtica. 4 Edio. ed. [S.l.]: AMGH Editora Ltda., 2011.

    HEWITT, G. F.; SHIRES, G. L.; BOOT, T. R. Process Heat Transfer. [S.l.]: CRC,

    1994.