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ANÁLISE DE DESEMPENHO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS RECORRENDO A UM MODELO DE METABOLISMO Rodrigo Ribeiro Rego Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Professor Doutor Augusto Martins Gomes Orientador: Professor Doutor António Jorge Silva Guerreiro Monteiro Co-orientador: Professora Doutora Ana Fonseca Galvão Vogais: Professora Doutora Filipa Maria Santos Ferreira Professor Doutor Eduardo Augusto Ribeiro de Sousa Setembro de 2012

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ANÁLISE DE DESEMPENHO DE ESTAÇÕES DE

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS RECORRENDO

A UM MODELO DE METABOLISMO

Rodrigo Ribeiro Rego

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Júri

Presidente: Professor Doutor Augusto Martins Gomes

Orientador: Professor Doutor António Jorge Silva Guerreiro Monteiro

Co-orientador: Professora Doutora Ana Fonseca Galvão

Vogais: Professora Doutora Filipa Maria Santos Ferreira

Professor Doutor Eduardo Augusto Ribeiro de Sousa

Setembro de 2012

i

Resumo

O crescimento urbano observado em consequência do desenvolvimento das sociedades

modernas é acompanhado de preocupações no domínio da água, em virtude do aumento das

necessidades de abastecimento às populações e tratamento de efluentes líquidos. Esta

situação justifica uma avaliação do desempenho dos sistemas que englobe não só aspectos de

protecção dos meios hídricos e de gestão das infraestruturas como todos os diferentes fluxos

de materiais e energia.

O presente trabalho diz respeito ao desenvolvimento de um modelo de metabolismo para

ETAR com diferentes esquemas de tratamento, englobando a identificação de fluxos de

materiais e energia e a quantificação dos respectivos custos.

Os fluxos considerados incluem poluentes presentes no efluente líquido, produção de lamas e

resíduos, reagentes, emissões de gases com efeito de estufa e energia. O valor de cada fluxo

é determinado em função do volume de água afluente, permitindo a comparação entre ETAR

de diferentes dimensões.

Os custos associados ao tratamento de um volume unitário de água residual foram calculados

pela soma do custo específico de exploração, de acordo com os fluxos anteriormente

determinados, e do custo específico dos investimentos em capital fixo realizados nas ETAR

(punit). Esta abordagem permite a internalização de externalidades como sendo o impacto dos

gases efeito estufa, que, geralmente, não são contabilizados em análises económicas dos

serviços da água.

A metodologia encontra-se em aplicação a um caso de estudo na área de atendimento da

Águas do Algarve, incluindo a análise de ETAR com sistemas de tratamento por lamas

activadas e leitos percoladores.

Palavras-chave: desempenho, modelo de metabolismo, lamas activadas, leitos percoladores.

ii

Abstract

The urban growth observed as a result of the development of the modern societies is

accompanied by concerns in the water sector, as a result of the increasing requirements for

water supply and wastewater treatment. This situation justifies the evaluation of the system

performance that covers protection of water resources, management of infrastructure and also

all the different flows of materials and energy.

The present work includes the development of a metabolism model of WWTP with different

treatment systems, comprising the identification of material flows and energy and a

quantification of costs.

The flows considered for each WWTP included the pollutants present in the effluent, the

production of sludge and waste, the reagents used in the treatment process, the greenhouse

gases emissions and the energy associated with the operation of WWTP. The value of each

flow was determined per unit volume of affluent water in order to allow for comparisons between

treatment plants of different sizes.

The costs associated with the treatment of a unit volume of wastewater were calculated by

adding the specific costs of operation, according to the previously determined flows, and the

specific cost of investments in fixed capital in the WWTPs (punit). This approach allows the

internalization of externalities as the greenhouse gases impact, which are generally not

accounted for in economic analyses of water services.

The methodology was applied to a case study in the service area of Águas do Algarve,

including the analysis of WWTP with treatment systems by activated sludge and trickling filters.

Keywords: performance, metabolism model, activated sludge, trickling filters.

iii

Agradecimentos

Para a elaboração desta dissertação, que resultou de muitas horas de trabalho, muito

contribuíram algumas pessoas. Este espaço é dedicado a eles.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer profundamente aos meus orientadores, Professor

António Monteiro e Professora Ana Galvão, pelo rigor exigido, a disponibilidade demonstrada, o

acompanhamento constante do meu trabalho, os conselhos fornecidos e pela ajuda na

obtenção de informação relevante no âmbito da minha dissertação.

Ao Engenheiro Joaquim Freire, Engenheira Sara Soares e Engenheira Sónia Rosário, das

Águas do Algarve, pelo material fornecido e pela disponibilidade para o esclarecimento de

dúvidas ao longo do desenvolvimento da dissertação.

À Engenheira Sandra Viegas, igualmente das Águas do Algarve, pela disponibilidade

demonstrada, material disponibilizado, esclarecimento de dúvidas e celeridade em tudo o que

lhe foi pedido.

Ao Doutor Miguel Silva pelas sugestões e correcções na revisão do texto da dissertação.

Ao meu primo Tito pela ajuda no desenvolvimento e correcção do extended abstract.

Agradeço também aos meus pais por tudo o que fizeram por mim e pelo apoio incondicional

que sempre me prestaram.

Por ultimo, mas tão ou mais importante, deixo um especial agradecimento à Carolina Silva que

muito aturou, ao longo dos últimos anos, e sempre procurou ajudar e apoiar.

A todos um muito obrigado!

iv

ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1. Enquadramento do estudo ........................................................................................ 1

1.2. Objectivos .................................................................................................................. 2

1.3. Estrutura do documento ............................................................................................ 2

2. CARACTERIZAÇÃO DOS SECTORES DA ÁGUA, DA ENERGIA E DA PRODUÇÃO

DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA EM PORTUGAL ........................................................ 4

2.1. Sector da Água .......................................................................................................... 4

2.2. Sector da Energia .................................................................................................... 14

2.3. Produção de Gases com Efeito de Estufa .............................................................. 21

3. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO ....................................................... 26

3.1. Análise de desempenho das ETAR ........................................................................ 26

3.2. Determinação dos custos específicos totais ........................................................... 31

4. APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO NA ÁREA DE ATENDIMENTO DA ÁGUAS DO

ALGARVE, S.A. ....................................................................................................................... 35

4.1. Caracterização da região do Algarve ...................................................................... 35

4.2. Caracterização da Águas do Algarve, S.A. ............................................................. 36

4.3. Caracterização das ETAR em estudo ..................................................................... 38

4.4. Análise de desempenho das ETAR ........................................................................ 41

4.5. Determinação do custo específico total .................................................................. 57

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 73

v

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Índice de cobertura da população por sistemas de drenagem de águas residuais

em Portugal Continental e Regiões Autónomas, entre 2006 e 2009 (INSAAR). .......................... 8

Figura 2.2 – População coberta por sistemas de drenagem de águas residuais, por concelho do

território nacional, no ano de 2009 (adaptado de INSAAR 2010). ................................................ 9

Figura 2.3 – Índice de atendimento de tratamento de águas residuais em Portugal Continental e

nas Regiões Autónomas, entre 2006 e 2009 (INSAAR). ............................................................ 10

Figura 2.4 – População atendida por sistemas de tratamento de águas residuais, por concelho

do território nacional, no ano de 2009 (adaptado do INSAAR 2010).......................................... 11

Figura 2.5 – Volume total anual nos sistemas urbanos de drenagem em Portugal, entre 2007 e

2009 (INSAAR). ........................................................................................................................... 12

Figura 2.6 – População servida por tipo de instalação de tratamento de águas residuais

(INSAAR, 2010). .......................................................................................................................... 13

Figura 2.7 – Volume de água tratada por tipo de instalação e número de instalações de

tratamento, em Portugal (INSAAR, 2010). .................................................................................. 13

Figura 2.8 – Eficiência de remoção em ETAR/FSC para Portugal Continental, Regiões

Autónomas e a nível Nacional, entre 20007 e 2009 (INSAAR). ................................................. 14

Figura 2.9 – Taxa de dependência energética externa de Portugal e da União Europeia (EU-27)

(Eurostat: Energy Statistics). ....................................................................................................... 15

Figura 2.10 – Consumo de energia primária em Portugal, entre 2000 e 2009 (DGEG, 2011). . 16

Figura 2.11 – Consumo de energia primária por fonte em Portugal, em 2009 (DGEG, 2011). . 16

Figura 2.12 – Consumo de energia final em Portugal, entre 2000 e 2009 (DGEG, 2011). ........ 17

Figura 2.13 – Consumo de energia final por fonte em Portugal, no ano de 2009 (DGEG, 2011).

..................................................................................................................................................... 17

Figura 2.14 – Consumo de energia final por sector em Portugal, no ano de 2009 .................... 17

Figura 2.15 – Potência instalada em Portugal, no ano de 2010 (REN, 2011). ........................... 18

Figura 2.16 – Produção de energia eléctrica em Portugal, entre o ano de 2007 e 2010 (REN,

2011). .......................................................................................................................................... 19

Figura 2.17 – Produção de energia eléctrica a partir de energias renováveis (DGEG, 2011). .. 19

Figura 2.18 – Consumo de energia eléctrica em Portugal, entre 2007 e 2010 (REN, 2011). .... 20

Figura 2.19 – Energia eléctrica consumida por tipo de fonte (REN, 2011). ............................... 21

Figura 2.20 – Emissões de GEE em Portugal, entre 2000 e 2010 (EEA, 2011). ....................... 23

vi

Figura 2.21 – Emissão de GEE por sector de actividade, no ano de 2010 (Agência Portuguesa

do Ambiente, 2012). .................................................................................................................... 24

Figura 2.22 – Emissões de GEE por tipo de gás, em 2010 (Agência Portuguesa do Ambiente,

2012). .......................................................................................................................................... 25

Figura 4.1 – Mapa representativo do Sistema Multimunicipal de Saneamento do Algarve. ...... 37

Figura 4.2 – Eficiências de remoção de poluentes das ETAR em estudo, no ano de 2010....... 39

Figura 4.3 – Carga específica de SST removida das ETAR em estudo. .................................... 42

Figura 4.4 – Carga específica de CQO removida das ETAR em estudo.................................... 43

Figura 4.5 – Carga específica de CBO5 removida das ETAR em estudo. .................................. 43

Figura 4.6 – Carga específica de NT removida das ETAR em estudo. ....................................... 44

Figura 4.7 – Carga específica de PT removida das ETAR em estudo. ....................................... 44

Figura 4.8 – Consumo específico de água potável das ETAR em estudo. ................................ 45

Figura 4.9 – Consumo específico de energia eléctrica das ETAR em estudo. .......................... 46

Figura 4.10 – Consumo específico de polielectrólito das ETAR em estudo. .............................. 46

Figura 4.11 – Produção de lamas pelas ETAR em estudo. ........................................................ 47

Figura 4.12 – Percentagem de lamas produzidas pelas ETAR, segundo destino final. ............. 48

Figura 4.13 – Produção específica de lamas das ETAR em estudo. ......................................... 48

Figura 4.14 – Produção específica de resíduos das ETAR em estudo. ..................................... 49

Figura 4.15 – Produção específica de GEE das ETAR em estudo. ........................................... 51

Figura 4.16 – Produção específica de GEE das ETAR em estudo, segundo fonte de emissão.51

Figura 4.17 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Vilamoura. ................................. 53

Figura 4.18 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Loulé. ......................................... 54

Figura 4.19 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Olhão Nascente. ........................ 55

Figura 4.20 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Quinta do Lago. ......................... 56

Figura 4.21 – Custos de específicos de exploração das ETAR em estudo. ............................... 57

Figura 4.22 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR

de Vilamoura. .............................................................................................................................. 58

Figura 4.23 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR

de Loulé. ...................................................................................................................................... 58

Figura 4.24 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR

de Olhão Nascente. ..................................................................................................................... 59

vii

Figura 4.25 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR

de Quinta do Lago. ...................................................................................................................... 59

Figura 4.26 – Custo específico de exploração das ETAR em estudo, segundo as parcelas

ambiental e não ambiental. ......................................................................................................... 60

Figura 4.27 – Custo específico do consumo de energia, subdividido por parcelas constituintes.

..................................................................................................................................................... 61

Figura 4.28 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Vilamoura,

até ao ano horizonte de projecto (2025). .................................................................................... 62

Figura 4.29 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Loulé, até ao

ano horizonte de projecto (2015). ............................................................................................... 62

Figura 4.30 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Olhão

Nascente, até ao ano horizonte de projecto (2035). ................................................................... 63

Figura 4.31 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Quinta do

Lago. ............................................................................................................................................ 63

Figura 4.32 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%. ............ 64

Figura 4.33 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 6%. ............ 65

Figura 4.34 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 8%. ............ 65

Figura 4.35 – Valores do custo específico total das ETAR em estudo, para a taxa de

actualização de 4%. .................................................................................................................... 67

Figura 4.36 – Custo específico total das ETAR em estudo, dividido segundo as parcelas do

custo específico de exploração (sem GEE exploração), GEE exploração e punit, para a taxa de

actualização de 4%. .................................................................................................................... 68

viii

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 – Índices de população coberta e atendida por sistemas de drenagem de águas

residuais e metas estipuladas pelos planos estratégicos (INSAAR, 2010). ................................. 7

Quadro 2.2 – Índice de atendimento da população por sistemas de tratamento de águas

residuais e metas estipuladas pelos planos estratégicos (INSAAR, 2010). ................................. 9

Quadro 2.3 – Volumes de águas residuais descarregados, no ano de 2009 (INSAAR 2010). .. 12

Quadro 2.4 – Potenciais de Aquecimento Global para o horizonte de projecto de 100 anos

(Agência Portuguesa do Ambiente, 2012) .................................................................................. 22

Quadro 3.1 – Emissões específicas do Grupo EDP (EDP, 2012). ............................................. 28

Quadro 3.2 – Potencial de Aquecimento Global (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012). .... 28

Quadro 3.3 – Factor de conversão do metano (MCF) e fracção de matéria orgânica tratada

(WS) por tipo de tratamento de águas residuais (adaptado de Agência Portuguesa do

Ambiente, 2012). ......................................................................................................................... 30

Quadro 3.4 – Preço mensal do mercado de carbono do ano de 2010, definido na bolsa de

carbono BlueNext e respectivo valor médio anual (BlueNext, 2011). ......................................... 32

Quadro 3.5 – Coeficientes de desvalorização de moeda a aplicar a bens e direitos alienados,

durante o ano de 2011 (adaptado da Portaria n.º 282/2011)...................................................... 33

Quadro 4.1 – Sistema de tratamento, população no horizonte de projecto e ano de arranque

das ETAR em estudo. ................................................................................................................. 38

Quadro 4.2 – Caudais afluentes entre 2007 e 2011, caudal no ano horizonte de projecto e

respectivo ano, de cada ETAR em estudo. ................................................................................. 38

Quadro 4.3 – Tarifas do m3 de água potável praticadas nas ETAR em estudo, no ano de 2010.

..................................................................................................................................................... 39

Quadro 4.4 – Custos do kWh de energia praticado nas ETAR em estudo, no ano de 2010. .... 40

Quadro 4.5 – Preço dos reagentes utilizados nas ETAR em estudo, no ano de 2010. ............. 40

Quadro 4.6 – Investimento efectuado pela Águas do Algarve, S.A. nas ETAR em estudo. ...... 41

Quadro 4.7 – Caudal afluente e população equivalente servida pelas ETAR em estudo, no ano

de 2010. ....................................................................................................................................... 41

Quadro 4.8 – Consumo específico de reagentes nas ETAR de Vilamoura e Quinta do Lago. .. 47

Quadro 4.9 – Valores de emissão de GEE energia das ETAR em estudo. ............................... 49

Quadro 4.10 – Valor das emissões de metano das ETAR em estudo e coeficientes adoptados

para este cálculo. ........................................................................................................................ 50

ix

Quadro 4.11 – Valor das emissões de óxido nitroso das ETAR em estudo e coeficientes

adoptados para este cálculo. ...................................................................................................... 50

Quadro 4.12 – Emissões de GEE exploração totais e por gás emissor das ETAR em estudo. 50

Quadro 4.13 – Valores de punit obtidos para a ETAR de Loulé, para caudais estimados e caudal

médio, para a taxa de actualização de 4%, 6% e 8%. ................................................................ 66

Quadro 4.14 – Valores de punit obtidos para a ETAR de Quinta do Lago, com funcionamento até

ao ano de 2010 e 2016, para as taxas de actualização de 4%, 6% e 8%. ................................. 67

Quadro 4.15 – Custos específicos totais das ETAR em estudo, para as taxas de actualização

de 6% e 8%. ................................................................................................................................ 69

Quadro 4.16 – Custos específicos totais da ETAR de Quinta do Lago, para um funcionamento

até ao ano de 2010 e 2016, para as diferentes taxas de actualização consideradas. ............... 69

x

SIMBOLOGIA E ACRÓNIMOS

AdA – Águas do Algarve, S.A.

AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A.

ALGAR – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

ARH – Administração da Região Hidrográfica

A&A – Jornal Água e Ambiente

CBO5 – Carência Bioquímica de Oxigénio

CH4 – Metano

CO2 – Dióxido de Carbono

CO2e – Dióxido de Carbono Equivalente

CQNUAC – Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas

CQO – Carência Química de Oxigénio

DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia

EEA – Agência Europeia do Ambiente

EG – Entidade Gestora

ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos

ETA – Estação de Tratamento de Água

ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais

FER – Fontes de Energia Renovável

FPC – Fundo Português de Carbono

FSC – Fossa Séptica Colectiva

GEE – Gases com Efeito de Estufa

GEE energia – Gases com Efeito de Estufa devido ao Consumo de Energia Eléctrica

GEE exploração – Gases com Efeito de Estufa devido ao Tratamento de Águas Residuais

GWP – Potencial de Aquecimento Global

xi

hab.eq – Habitante Equivalente

HFC – Hidrofluorcarboneto

HP – Horizonte de Projecto

INAG – Instituto da Água, I.P.

INSAAR – Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Águas e Águas Residuais

LULUCF – Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas

Mt – Megatonelada

Mt CO2e – Milhões de Toneladas de Dióxido de Carbono Equivalente

NT – Azoto

N2O – Óxido Nitroso

PC – Posto de Cloragem

PEAASAR – Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

PFC – Perfluorcarboneto

PIB – Produto Interno Bruto

PNAC – Plano Nacional para as Alterações Climáticas

PNALE – Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão

PNBEPH – Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico

PRAA – Plano Regional de Água dos Açores

PRAM – Plano Regional de Água da Madeira

PRE – Produção em Regime Especial

PRO – Produção em Regime Ordinário

PT – Fósforo total

punit – Custo Específico tendo em conta o Investimento em Capital Fixo efectuado nas ETAR

RASARP – Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos de Portugal

REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A.

R.A. Açores – Região Autónoma dos Açores

xii

R.A. Madeira – Região Autónoma da Madeira

SF6 – Hexafluoreto de Enxofre

SMAAA – Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve

SMSA – Sistema Multimunicipal de Saneamento do Algarve

SST – Sólidos Suspensos Totais

ta – Taxa de Actualização

Tep – Toneladas Equivalentes de Petróleo

TOW – Total de matéria orgânica presente nas águas residuais afluentes

TRH – Taxa de Recursos Hídricos

UE – União Europeia

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento do estudo

O crescimento urbano observado em consequência do desenvolvimento das sociedades

modernas é acompanhado de preocupações no domínio da água, em virtude do aumento das

necessidades de abastecimento às populações e tratamento de efluentes líquidos, que

constituem uma pressão crescente sobre os meios hídricos.

Paralelamente, factores como o envelhecimento das infraestruturas e as alterações climáticas

constituem igualmente fontes de pressão sobre os serviços do ciclo urbano da água,

justificando uma avaliação do desempenho dos sistemas que englobe não só aspectos de

protecção dos meios hídricos e de gestão das infraestruturas como todos os diferentes fluxos

de materiais e energia.

Por ser um bem escasso, a água tornou-se cada vez mais estratégica, sendo a sua

racionalização, escassez e degradação das reservas cada vez mais debatidas. Neste contexto,

são cada vez maiores as exigências quanto ao grau de tratamento de águas residuais no

sentido de preservar a qualidade das águas dos meios receptores e, dessa forma, garantir a

manutenção dos habitats naturais dependentes dos meios hídricos. Nas regiões onde existe

escassez de recursos hídricos, o aumento das exigências de tratamento permite também

incrementar o potencial dos efluentes das Estações de Tratamento de Águas Residuais na

reutilização.

Sendo a economia de algumas regiões de Portugal fortemente dependentes do turismo, os

aspectos ambientais são fundamentais para a manutenção dos fluxos turísticos. A qualidade

das massas de água naturais das regiões e as necessidades ao nível do abastecimento para

consumo humano exigem que o nível do tratamento de águas residuais e consequente

descarga nos meios receptores seja garantida, de acordo com elevados padrões ambientais.

O tratamento de águas residuais constitui um processo crucial para o equilíbrio ambiental, no

entanto, apresenta um elevado consumo de recursos e energia, assim como elevada produção

de resíduos e emissões, para os quais é necessário dar resposta. A aplicação de modelos de

metabolismo aos serviços da água constitui uma ferramenta que permite estudar

separadamente os fluxos de energia e massa do sistema, alcançando-se assim, uma

percepção faseada dos subprodutos associados.

A presente dissertação inclui a descrição de um modelo de metabolismo aplicado a Estações

de Tratamento de Águas Residuais, em operação na região do Algarve, com identificação dos

fluxos de entrada (cargas poluentes, água potável, reagentes e energia) e de saída (cargas

poluentes, lamas, resíduos e emissões gasosas). Estes fluxos serão determinados em função

da unidade de volume de água afluente, por forma a permitir a comparação entre estações.

2

A metodologia desenvolvida engloba ainda a contabilização dos custos específicos totais

associados ao tratamento de um volume unitário de água residual. Estes custos foram

calculados pela soma do custo específico de exploração, de acordo com os fluxos

anteriormente determinados, e do custo específico dos investimentos em capital fixo realizados

nas ETAR (punit). Esta abordagem permite a internalização de externalidades como sendo o

impacto dos gases efeito estufa, que, geralmente, não são contabilizados em análises

económicas dos serviços da água.

1.2. Objectivos

O principal objectivo do presente trabalho é a aplicação de um modelo de metabolismo a

Estações de Tratamento de Águas Residuais, em operação na região do Algarve. Com a

aplicação destes modelos será possível efectuar a contabilização dos fluxos de entrada e saída

das diversas estações em estudo, apurando-se os subprodutos destas e as áreas de

intervenção passiveis de serem intervencionadas, no sentido de optimizar o sistema, de acordo

com o fim pretendido.

Este trabalho terá também como objectivo a determinação dos custos associados ao

tratamento de um volume unitário de água residual, que incluirá a contabilização dos custos

específicos de exploração, associados aos fluxos anteriormente determinados, e do custo

específico dos investimentos em capital fixo realizados nas ETAR (punit).

Adicionalmente a contabilização dos gases com efeito de estufa permite não só a

internalização de externalidades, como também determinar o peso desta parcela nos custos de

exploração. Esta análise permite fornecer às entidades gestoras uma percepção do potencial

impacto desta componente, caso venha a ser cobrada no futuro.

1.3. Estrutura do documento

Esta dissertação está organizada em 5 capítulos, sendo o primeiro a introdução. Nos

parágrafos seguintes apresenta-se uma descrição sucinta da organização da dissertação.

No segundo capítulo é efectuada uma caracterização do sector da Água, da Energia e da

Produção de Gases com Efeito de Estufa em Portugal.

Por sua vez, no terceiro capítulo é apresentada a metodologia de cálculo que é aplicada no

caso de estudo, sendo descritos os procedimentos efectuados para a quantificação dos fluxos

gerados nas ETAR e também para o cálculo do custo específico total associado a cada

estação.

3

No quarto capítulo é desenvolvido o caso de estudo, onde são apresentados os resultados

finais da aplicação do modelo de metabolismo às ETAR das Águas do Algarve e os custos

específicos totais alcançados para as mesmas.

Finalmente, no quinto capítulo são expostas as considerações finais do presente trabalho e as

principais conclusões do mesmo.

4

2. CARACTERIZAÇÃO DOS SECTORES DA ÁGUA, DA

ENERGIA E DA PRODUÇÃO DE GASES COM EFEITO DE

ESTUFA EM PORTUGAL

2.1. Sector da Água

O crescimento exponencial dos agregados populacionais registado nas últimas décadas levou

a que aumentassem também as necessidades de água para os vários usos e a respectiva

necessidade de rejeição das águas residuais em quantidades cada vez mais elevadas. Assim,

o abastecimento de água às populações e a drenagem e tratamento de águas residuais

urbanas, em boas condições, constitui um dos desafios fundamentais para o desenvolvimento

das sociedades modernas.

Os serviços de água caracterizam-se por serem essenciais ao bem-estar da população, à

saúde pública, à protecção do ambiente e às actividades económicas, pelo que, devem

respeitar um conjunto de princípios, dos quais se destacam a universalidade de acesso, a

continuidade e a qualidade do serviço e a eficiência e equidade dos preços (RASARP, 2009).

Embora complementar ao nível do saneamento básico, o sector das águas subdivide-se em

dois serviços distintos: o serviço de abastecimento de água para consumo humano e o serviço

de saneamento de águas residuais urbanas.

Estes serviços têm sido classificados segundo as nominações de alta e baixa, de acordo com

as actividades efectuadas pelas várias entidades gestoras. Esta classificação esteve na origem

da criação dos sistemas multimunicipais, responsáveis pela maior parte dos sistemas em alta,

e dos sistemas municipais, que são responsáveis, essencialmente, pelos sistemas em baixa.

Deste modo, os sistemas em alta e baixa correspondem, respectivamente, às actividades

grossista e retalhista dos sectores de abastecimento de água e de saneamento de águas

residuais urbanas (RASARP, 2009).

No serviço de abastecimento de água, os sistemas em alta englobam as componentes

referentes à captação, tratamento de água potável e venda aos sistemas em baixa, sendo

estes responsáveis pelo armazenamento e distribuição da água ao consumidor.

Nos serviços de saneamento de águas residuais urbanas, os sistemas em alta correspondem

às actividades de tratamento, transporte e descarga das águas residuais de origem urbana no

meio hídrico e os sistemas em baixa englobam a recolha e drenagem de águas residuais

urbanas.

2.1.1. A evolução do sector da água em Portugal

Até meados do século XX, as massas de água em Portugal foram utilizadas sem se ter em

atenção a capacidade regenerativa destas, factor que levou a uma sobre-exploração de alguns

5

aquíferos e rios e à degradação da qualidade das águas superficiais. A entrada de Portugal

para a Comunidade Económica Europeia, em 1986, forneceu ao País meios financeiros para

efectuar investimentos no sector da água e possibilitar a alteração da estratégia para este,

permitindo fornecer à população melhores níveis de cobertura e qualidade de serviço.

Até ao ano de 1993, o sector das águas em Portugal apresentava dificuldades em alcançar os

desafios impostos pela União Europeia, factor que levou a que o Governo publicasse duas leis,

o Decreto-Lei n.º 372/93, de 29 de Outubro, e o Decreto-Lei n.º 379/93 de 5 de Novembro, na

tentativa de reorganizar o sector. Estas leis visavam promover a sustentabilidade ambiental,

garantir o acesso universal e contínuo dos serviços à população, garantir elevados níveis de

qualidade do serviço, especialmente em termos de qualidade da água e ainda, garantir a

acessibilidade económica (RASARP, 2009).

O sector das águas funciona em regime de monopólio natural, existindo, portanto, uma única

entidade gestora a prestar os serviços de águas nas áreas geográficas de actuação. Uma vez

que estes mercados, devido à ausência de concorrência, não possuem auto-regulação, tornou-

se necessário a criação de uma entidade de regulação que salvaguardasse os interesses dos

consumidores e controlasse os preços e a qualidade do serviço, evitando assim a prática de

preços elevados e serviços de menor qualidade. Com este intuito, foi criado em 1997 o Instituto

Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), sendo substituído, em 2009, pela Entidade

Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

A Directiva 2000/60/CE do Parlamento e do Concelho, de 23 de Outubro – Directiva Quadro da

Água, é o principal instrumento da Política da União Europeia relativa à água, estabelecendo

um quadro de acção comunitária para a protecção das águas de superfície interiores, das

águas de transição, das águas costeiras e das águas subterrâneas. Esta Directiva foi

transposta para a ordem jurídica nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro – Lei da

Água, e pelo Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março.

A Lei da Água estabelece as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das

águas ao nível nacional e determina que o INAG, enquanto autoridade nacional da água,

possui o poder de representar o Estado, garantindo a política nacional das águas.

As dificuldades demonstradas pelos municípios em cumprir os prazos para a realização

atempada e eficaz dos projectos financiados pelo Fundo de Coesão levaram o Governo, em

1999, a definir um conjunto de orientações estratégicas no que toca às intervenções

necessárias para melhorar a cobertura e o funcionamento dos serviços de abastecimento de

água e saneamento de águas residuais no País. Estas orientações foram apresentadas através

do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

(PEAASAR), para o período de 2000 a 2006.

Decorrido este período, verificou-se que, apesar dos progressos alcançados, algumas

questões fundamentais tinham ficado por resolver, levando a que fosse necessário efectuar

6

uma reformulação da estratégia adoptada no sector, no sentido de serem corrigidas as lacunas

do plano. Assim, foi elaborado um novo plano, o PEAASAR II, para o período de

implementação de 2007-2013.

Contrariamente à primeira versão do plano, que se centrou essencialmente no

desenvolvimento dos sistemas integrados em alta, o PEAASAR II centra-se fortemente nas

várias situações por resolver nos sistemas em baixa, dando especial enfoque à articulação

entre os sistemas em alta e baixa e à melhoria e reabilitação das redes de drenagem.

O PEAASAR II define três grandes objectivos estratégicos e orientações, sendo estes: (i) a

universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço, (ii) a sustentabilidade do sector da

água, implicando a melhoria da produtividade e da eficiência, e (iii) a protecção dos valores de

saúde pública e ambientais.

Os objectivos operacionais do PEAASAR II, no âmbito da universalidade, continuidade e

qualidade do serviço são os de servir 95% da população residente em Portugal Continental

com sistemas públicos de abastecimento de água e cerca de 90% desta mesma população

com sistemas públicos de saneamento de águas residuais urbanas.

É de salientar que o PEAASAR II é apenas vinculativo a Portugal Continental, tendo as

Regiões Autónomas os seus próprios Planos Regionais da Água, que promovem, a nível

regional, a valorização, protecção e gestão equilibrada da água.

O Plano Regional da Água dos Açores (PRAA) define, como objectivos para 2011, a cobertura

de, (i) 99% da população com acesso regular a água através de ligação domiciliária, (ii) 85% da

população servida por sistemas de drenagem de águas residuais e (iii) 95% da população

servida de sistemas de tratamento adequado de águas residuais. De ser tido em conta que,

neste plano, a obrigação de tratamento adequado estende-se também às habitações que não

estão contempladas com rede colectiva de drenagem, dada a reduzida dimensão dos

aglomerados (PRAA, 2001).

O Plano Regional da Água da Madeira (PRAM) define, como objectivos para 2012 e 2020 de

97% e 98%, respectivamente, ao nível do abastecimento de água à população residente. No

que se refere às redes de drenagem e sistemas de tratamento de águas residuais espera-se

que a cobertura seja de 75% e 77% para os anos de 2012 e 2020, respectivamente (PRAM,

2008).

2.1.2. Caracterização dos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais

O Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Águas e Águas Residuais (INSAAR) é

um sistema de informação que tem por objectivo recolher e centralizar informação relativa ao

ciclo urbano da água numa base de dados, preenchida e actualizada pelas Entidades Gestoras

dos sistemas de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais.

7

Até à campanha do INSAAR 2009, os dados eram fornecidos em termos de população servida,

não existindo diferenciação entre população coberta e população atendida. Este termo induzia

em erro, visto não especificar se se tratava de população com serviço disponível, não estando

ainda ligada à rede, ou se se tratava de população efectivamente atendida. Assim, devido à

existência, nos diversos concelhos, de diferenças significativas entre a população com serviço

disponível e a população efectivamente ligada à rede foram introduzidos, na base de dados da

campanha do INSAAR 2010, novos campos que distinguiam estes dois indicadores.

Se, para os sistemas de drenagem a campanha do INSAAR 2010 já estabelece a separação

entre a população coberta e a população atendida, o mesmo não se sucede com os sistemas

de tratamento de águas residuais, em que os dados ainda são fornecidos em termos de

população atendida. De referir que, na tentativa de comparação da campanha de 2010 com

campanhas anteriores, para os sistemas de drenagem, apenas se poderá confrontar dados

relativos à cobertura das populações.

No ano de 2009, o índice de cobertura da população por sistemas de drenagem de águas

residuais em Portugal Continental era de 83%, diminuindo nas Regiões Autónomas para 36%

nos Açores e 59% na Madeira. Os índices de atendimento por sistemas de drenagem são

inferiores aos índices de cobertura em todo o território nacional, com a excepção da Madeira

que manteve o valor do índice (Quadro 2.1).

Quadro 2.1 – Índices de população coberta e atendida por sistemas de drenagem de águas residuais e metas estipuladas pelos planos estratégicos (INSAAR, 2010).

Região Índice de cobertura

de drenagem (%)

Índice de atendimento de drenagem (%)

Metas estipuladas pelos Planos

correspondentes (%)

Continente 83 77 90

Açores 36 32 85

Madeira 59 59 75

Comparativamente aos planos estratégicos para a água, verifica-se que todas as zonas se

situam abaixo do proposto, sendo Portugal Continental o que apresenta um índice mais

próximo de estabelecido pelo PEAASAR II. Por seu lado, os Açores são os que apresentam a

situação mais preocupante, por se encontrarem muito distantes do índice estipulado pelo

PRAA.

A evolução do índice de cobertura da população por sistemas de drenagem de águas

residuais, ao longo dos últimos anos, encontra-se apresentada na Figura 2.1. Como se pode

verificar, pela análise da figura, o índice para Portugal Continental tem evoluído favoravelmente

ao longo dos últimos anos, aumentado 3 pontos percentuais entre 2008 e 2009. Nas Regiões

Autónomas, entre 2006 e 2008, assistiu-se a uma actualização dos dados por parte das EG,

levando a um preenchimento mais preciso sobre a cobertura da população por redes de

drenagem, o que se reflectiu num decréscimo do respectivo índice. Contudo, no último ano

8

verificou-se uma inversão desta tendência, tendo a Madeira evoluído 2 pontos percentuais, a

que corresponde a um aumento de cerca de 4.000 habitantes cobertos, e os Açores que,

apesar de terem mantido o valor do seu índice, aumentaram a cobertura em cerca de 2.000

habitantes.

Figura 2.1 – Índice de cobertura da população por sistemas de drenagem de águas residuais em Portugal Continental e Regiões Autónomas, entre 2006 e 2009 (INSAAR).

Na Figura 2.2 apresenta-se os índices da cobertura de drenagem de águas residuais por

concelho do território nacional, no ano de 2009, sendo estes diferenciados por cor, consoante a

percentagem de população coberta por estes serviços.

77

39

69

80

37

64

80

36

57

83

36

59

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Continente R.A. dos Açores R.A. da Madeira

%

Região

Ano de 2006

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

9

Figura 2.2 – População coberta por sistemas de drenagem de águas residuais, por concelho do território nacional, no ano de 2009 (adaptado de INSAAR 2010).

No ano de 2009 Portugal Continental apresentava 41% de concelhos dentro das metas

estipuladas pelo PEAASAR II, sendo que, 38% destes já possuíam índices máximos de

população coberta. No que diz respeito às Regiões Autónomas, verifica-se que existem alguns

concelhos com índices nulos e ainda, um grande número de EG com dados em falta, situação

esta que dificulta a possibilidade de obter uma previsão, em relação à cobertura de serviço,

mais próxima da realidade.

Os índices de atendimento por sistemas de tratamento de águas residuais do território

nacional, referentes ao ano de 2009, são apresentados no Quadro 2.2.

Quadro 2.2 – Índice de atendimento da população por sistemas de tratamento de águas residuais e metas estipuladas pelos planos estratégicos (INSAAR, 2010).

Região Índice de

atendimento de tratamento (%)

Metas estipuladas pelos Planos

correspondentes (%)

Continente 72 90

Açores 28 95

Madeira 57 75

10

No ano de 2009, Portugal Continental apresentou um índice de tratamento de águas residuais

de 72%, encontrando-se ainda a 18% do estipulado pelo referido plano. A situação dos Açores

é novamente a mais grave, pois apresentam um índice de apenas 28%, o que corresponde a

cerca de 69.000 habitantes servidos por sistemas de tratamento de águas residuais.

Comparativamente ao PRAA este valor encontra-se muito distante dos 95% estipulados. Na

Madeira o índice é de 57%, estando também aquém dos 75% estipulados pelo PRAM.

Ao longo dos últimos anos, os índices de tratamento de águas residuais têm vindo a oscilar

devido à actualização de dados por parte das EG, existindo assim, um preenchimento mais

preciso dos dados da população atendida pelas ETAR e FSC. No entanto, entre os anos de

2008 e 2009 verificou-se um acréscimo deste índice, quer ao nível de Portugal Continental,

como nas Regiões Autónomas (Figura 2.3).

Figura 2.3 – Índice de atendimento de tratamento de águas residuais em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas, entre 2006 e 2009 (INSAAR).

De salientar que, durante o período de 2006 a 2009, foram efectuados investimentos

consideráveis ao nível do sector das águas residuais, facto que não transparece pela análise

da evolução dos índices de atendimento da Figura 2.3. Como o INSAAR não justifica o método

de cálculo para estes índices, torna-se difícil justificar a não evolução destes ao longo do

período mencionado.

Na Figura 2.4 apresenta-se os índices de tratamento de águas residuais por concelho do

território nacional, no ano de 2009, estando estes representados por cor, mediante a

percentagem de população atendida por estes serviços

72

25

59

70

29

62 71

27

55

72

28

57

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Continente R.A. dos Açores R.A. da Madeira

%

Região

Ano de 2006

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

11

Figura 2.4 – População atendida por sistemas de tratamento de águas residuais, por concelho do território nacional, no ano de 2009 (adaptado do INSAAR 2010).

Verifica-se que, em Portugal Continental aproximadamente 73% dos concelhos com dados

possuem índices abaixo dos 90% e que, 22 concelhos já apresentam um valor máximo deste

índice. Ao nível das Regiões Autónomas, verifica-se novamente um grande número de

concelhos com índices de tratamento nulos e com dados em falta por parte das EG.

Na Figura 2.5 apresenta-se os volumes de água envolvidos no sistema de drenagem em

Portugal, ao longo dos últimos anos.

12

Figura 2.5 – Volume total anual nos sistemas urbanos de drenagem em Portugal, entre 2007 e 2009 (INSAAR).

Pela análise da Figura 2.5 constata-se uma evolução positiva nos valores de volume nas três

etapas do sistema, ao longo dos últimos anos. Contudo, denota-se diferenças entre estes

volumes, factor que pode evidenciar, de uma forma global, infiltrações ao longo dos sistemas.

A diferença registada entre o volume tratado e rejeitado, na Figura 2.5, pode ser também

justificada pelo facto de existirem descargas directas, ou, descargas que não dispõem de

qualquer tipo de tratamento. No ano de 2009, existiam 4.279 pontos de rejeição, sendo 3.797

precedidos de tratamento e os restantes considerados como descarga directa. Verifica-se que,

em todo o território nacional, a maioria das descargas é efectuada no meio receptor após

tratamento e que, os Açores são a região que apresenta a maior percentagem de pontos de

rejeição de águas residuais com descarga directa (20%) (Quadro 2.3).

Quadro 2.3 – Volumes de águas residuais descarregados, no ano de 2009 (INSAAR 2010).

Região Descarga Após Tratamento Descarga Directa Total

(x 103 m

3) (%) (x 10

3 m

3) (%) (x 10

3 m

3)

Continente 565.392 97 16.827 3 582.219

Açores 4.253 80 1.074 20 5.327

Madeira 13.593 100 0 0 13.593

Comparativamente ao ano de 2008, verificou-se um aumento do volume descarregado após

tratamento de, aproximadamente, 9,8% o que corresponde a cerca de 52.210.000 m3 e a uma

diminuição do volume descarregado por descarga directa em cerca de 25,5% (6.130.000 m3).

No total, o volume descarregado aumentou cerca de 46.080.000 m3, o que corresponde a uma

subida de 8,3%.

No que respeita ao tratamento de águas residuais das populações, este está dividido entre

estações de tratamento de águas residuais (ETAR) e as fossas sépticas colectivas (FSC). Em

2009, a tendência nacional apontava para que a maioria do tratamento das águas residuais

fosse efectuado em ETAR (97%), sendo os Açores a região que mais se desviava desta

412.553

473.459 497.559

463.133

526.797 555.058

506.048

562.615 601.139

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

Drenado Tratado Rejeitado

Vo

lum

e (

x 1

03 m

3)

Origem

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

13

tendência. De salientar que, na Madeira, a totalidade das águas residuais era tratada em ETAR

(Figura 2.6).

Figura 2.6 – População servida por tipo de instalação de tratamento de águas residuais (INSAAR, 2010).

Analisando o número das instalações de tratamento de águas residuais, no ano de 2009,

verifica-se que, apesar das ETAR servirem a maioria da população, o número destas

instalações é inferior às FSC existentes. Por outro lado, e seguindo a tendência nacional, o

volume de água tratado nas ETAR é muito superior ao tratado em FSC. Esta situação é

apresentada na Figura 2.7.

Figura 2.7 – Volume de água tratada por tipo de instalação e número de instalações de tratamento, em Portugal (INSAAR, 2010).

Comparativamente ao ano de 2008 existem, em 2009, 168 novas ETAR e menos 15 FSC,

factor este que contribuiu para a existência do aumento de volume de água tratada em cerca

de 6,8% (35.818.000 m3).

Quanto aos tratamentos aplicados nas ETAR, verifica-se que, na Madeira cerca de 85% do

tratamento é preliminar e que, no Continente e nos Açores o tratamento mais utilizado é o

secundário. O tratamento terciário verifica-se em menor número do que o tratamento

secundário, tendo-se registado entre 2008 e 2009 um acréscimo de 3,0 pontos percentuais de

estações com este tipo de tratamento (INSAAR, 2010).

96

63

100 97

4

37

0 3

0102030405060708090

100

Continente R.A. dosAçores

R.A. daMadeira

Nacional

%

FSC

ETAR

548.294

14.321

1.814

2.242

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

ETAR FSC

de in

sta

laçõ

es

Vo

lum

e

(x 1

03

m3)

Volume tratado

Número deInstalações deTratamento

14

Deve ser tido em conta que, de acordo com o Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho, o

tratamento terciário apenas é exigido a infra-estruturas que sirvam agregações superiores a

10.000 hab.eq. e que descarreguem em zonas sensíveis, ou na sua área de influência. Todas

as outras infra-estruturas que descarreguem em zonas não sensíveis ou que, apesar de

descarregarem em zonas sensíveis, sirvam menos de 10.000 hab.eq. são obrigadas a possuir,

pelo menos, o tratamento secundário (INSAAR, 2010).

A eficácia de remoção de CBO5 a nível nacional, para o ano de 2009, fixou-se nos 73,0% o que

perfaz, aproximadamente, 180.920 toneladas de carga bruta removida, dos quais 48.854

toneladas foram rejeitadas pelo meio receptor. Comparativamente ao ano de 2008, verifica-se

que, apenas a Madeira apresenta uma subida na percentagem de remoção, 12,0%, registando-

se no Continente e nos Açores diminuições de 1,0% e 5,0%, respectivamente. A evolução da

eficiência de remoção, ao longo dos últimos anos, em Portugal Continental, nas Regiões

Autónomas e a nível Nacional é apresentada na Figura 2.8.

Figura 2.8 – Eficiência de remoção em ETAR/FSC para Portugal Continental, Regiões Autónomas e a nível Nacional, entre 20007 e 2009 (INSAAR).

Por fim, de referir que, a capitação média de águas residuais a nível nacional, registada no ano

de 2009, foi de 169 l/hab.dia para população não flutuante, e de 158 l/hab.dia se for

considerada população flutuante.

2.2. Sector da Energia

A energia é um factor de competitividade decisivo no desenvolvimento económico das

sociedades modernas e, em particular, num paradigma de desenvolvimento sustentável. Nas

últimas décadas assistiu-se à utilização de forma excessiva da energia, não havendo

preocupação acerca da existência de um crescimento sustentável. A produção e utilização de

energia estão na origem de vários problemas ambientais, que resultam, essencialmente, do

consumo excessivo de combustíveis fósseis e do respectivo esgotamento das reservas dos

recursos energéticos.

71

49

72 71 76

61

25

75 75

56

37

73

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Continente R.A. dos Açores R.A. da Madeira Nacional

%

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

15

Nos últimos anos, tem existido uma tentativa de alertar a população para as questões

energéticas e para a relação produção/consumo, na tentativa de uma maior consciencialização,

por parte desta, para os efeitos produzidos pela má utilização e gestão dos recursos

energéticos.

Com o crescimento contínuo do consumo de energia, a utilização de fontes alternativas de

energia, sobretudo com base nas energias renováveis, e a eficiência energética, são duas

formas capazes de assegurar o desenvolvimento económico e de minimizar os efeitos

prejudiciais à humanidade e ao ambiente.

Portugal não possui recursos energéticos fósseis, situação que leva a que o país possua uma

elevada dependência energética do exterior, nomeadamente das importações de recursos

naturais não renováveis (petróleo, carvão e gás natural). No ano de 2009, segundo dados do

Eurostat, esta dependência situava-se nos 80,9%, valor bastante superior à média europeia

(Figura 2.9). Como se verifica, a taxa de dependência energética tem vindo a diminuir desde o

ano de 2005, sofrendo apenas um ligeiro aumento em 2008.

Figura 2.9 – Taxa de dependência energética externa de Portugal e da União Europeia (EU-27) (Eurostat: Energy Statistics).

O consumo de energia primária em Portugal, nos últimos anos, é apresentado na Figura 2.10.

Como se pode verificar, entre o ano 2000 e 2005, existiu um aumento de cerca de 7,3% do

consumo, devido, essencialmente, ao crescimento de consumo do gás natural. Por sua vez,

entre 2005 e 2009 assistiu-se a um decréscimo do consumo em cerca de 12,2%, situação esta

que se deveu a uma maior aposta nas energias renováveis e ao respectivo decréscimo de

utilização do petróleo.

84,9 84,9 84,0 85,3 83,9 88,5

83,0 82,0 82,8 80,9

46,7 47,4 47,6 49,0 50,2 52,5 53,7 53,0 54,7 53,9

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Ano

Portugal

UniãoEuropeia

16

Figura 2.10 – Consumo de energia primária em Portugal, entre 2000 e 2009 (DGEG, 2011).

Analisando o consumo de energia primária por fonte, verifica-se, na Figura 2.11, que o petróleo

mantém um papel fundamental na estrutura de abastecimento, representando 48,7% do

consumo total de energia primária em 2009, menos 2,9% que em 2008. No sentido crescente

de utilização, encontram-se as energias renováveis que apresentaram, em 2009, um valor de

20,0% do valor total de consumo de energia primária, mais 2,3% do que em 2008. O gás

natural ofereceu, nos últimos anos, uma alternativa na oferta energética, diminuindo-se assim a

dependência externa em relação ao petróleo. Por este factor, a sua utilização, ao longo dos

últimos anos, tem sido crescente, situando-se no ano de 2009 nos 17,5% do consumo total de

energia primária.

Figura 2.11 – Consumo de energia primária por fonte em Portugal, em 2009 (DGEG, 2011).

A utilização do carvão tem apresentado valores crescentes ao longo dos últimos anos, no

entanto, prevê-se que, nos próximos anos exista uma diminuição de utilização deste recurso na

produção de electricidade, visto o seu forte impacto nas emissões de CO2 (DGEG – Energia

em Portugal, Abril de 2011).

A energia final consumida, em 2009, atingiu um valor de 18.060 ktep. Como se pode verificar,

na consulta da Figura 2.12, o valor deste consumo atingiu um valor máximo no ano de 2005,

tendo vindo a decrescer desde então.

25.254 25.244

26.334

25.737

26.445

27.087

25.971

25.350

24.462 24.142

22.500

23.000

23.500

24.000

24.500

25.000

25.500

26.000

26.500

27.000

27.500

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Co

nsu

mo

[kte

p]

Ano

Consumo deEnergiaPrimária

48,7%

17,5%

11,8%

20,0%

2,0%

Petróleo

Gás Natural

Carvão

Energias Renováveis

Outros

17

Figura 2.12 – Consumo de energia final em Portugal, entre 2000 e 2009 (DGEG, 2011).

Analisando o consumo de energia final por fonte, verifica-se que, também neste caso, o

petróleo mantém o seu papel fundamental, representando 52,9% do consumo total de energia

final, em 2009, seguindo-se a energia eléctrica com 22,8% (Figura 2.13).

Figura 2.13 – Consumo de energia final por fonte em Portugal, no ano de 2009 (DGEG, 2011).

No que diz respeito ao consumo de energia final por sector de actividade, constata-se que, no

ano de 2009, o sector dos transportes englobou a maior parcela com 38,4% do consumo total,

seguido do sector industrial com 27,5% (Figura 2.14).

Figura 2.14 – Consumo de energia final por sector em Portugal, no ano de 2009

18.061

18.741

18.998 19.066

19.473 19.567

19.316

18.913

18.544

18.060

17.000

17.500

18.000

18.500

19.000

19.500

20.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Co

nsu

mo

[kte

p]

Ano

Consumo deenergia final

52,9%

7,6%

0,1%

9,9%

22,8%

6,6%

Petróleo

Gás Natural

Carvão

Biomassa

Energia Eléctrica

Outros

27,5%

38,4%

18,3%

12,2%

3,6%

Indústria

Transportes

Doméstico

Serviços

Outros

18

2.2.1. Energia eléctrica nacional

A produção de energia eléctrica está sujeita a licenciamento e divide-se em dois regimes:

regime ordinário (PRO) e especial (PRE). O regime especial corresponde à produção de

electricidade a partir de fontes endógenas e renováveis, com excepção das grandes centrais

hidroeléctricas, enquanto que, o regime ordinário engloba todas as outras fontes, incluindo as

grandes centrais hidroeléctricas (DGEG, 2011).

A potência total instalada em Portugal, no final do ano de 2010, era de 18.062 MW, dos quais

11.985 MW foram produzidos em centrais de regime ordinário e, 6.077 MW foram produzidos

em centrais de regime especial (Figura 2.15).

Figura 2.15 – Potência instalada em Portugal, no ano de 2010 (REN, 2011).

A potência instalada em centrais PRO, desde 2008, tem apresentado uma tendência crescente,

devido à entrada em serviço das centrais de ciclo combinado de Lares e do Pego. No que diz

respeito à potência instalada em centrais PRE, o seu crescimento têm sido fortemente

impulsionado pela crescente aposta na energia eólica, que, entre 2007 e 2010, quase duplicou

a potência instalada.

A potência total instalada a nível nacional está fortemente dependente da energia térmica,

hídrica e eólica, que representam, aproximadamente, 99,3% do total instalado. A restante

potência é assegurada por outros tipos de energias renováveis, de que se salienta a

fotovoltaica e a biomassa.

No ano de 2010, a potência instalada no território continental, por fontes de energia renovável

(FER), correspondeu a 9.414 MW, sendo a energia hídrica responsável por 4.837 MW e a

energia eólica por 3.865 MW.

Atendendo à posição geográfica do nosso país e ao número de horas solares incidentes por

ano, energias como a fotovoltaica e a das ondas e marés deveriam possuir maior peso no

volume total de potência instalada. Se, por um lado, a energia fotovoltaica tem vindo a crescer

ao longo dos últimos anos, fruto de um maior desenvolvimento tecnológico e de uma maior

10.398

3.800

10.398

4.652

11.204

5.628

11.985

6.077

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

Regime Ordinário Regime Especial

Po

tên

cia

in

sta

lad

a (

MW

) Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

Ano de 2010

19

aposta, a situação da energia das ondas e marés é contrária, pois a tecnologia existente ainda

não permite que esta possa rivalizar, de forma competitiva, com as restantes.

No ano de 2010 verificou-se um ligeiro aumento da produção de energia eléctrica em regime

ordinário, cerca de 1,8%, apresentando a produção em regime especial um aumento de 24,3%

(Figura 2.16).

Figura 2.16 – Produção de energia eléctrica em Portugal, entre o ano de 2007 e 2010 (REN, 2011).

Nos últimos anos, devido a uma maior preocupação sobre as alterações climáticas, tem-se

assistido a um aumento da adopção de políticas de eficiência energética e uma maior aposta

nas energias renováveis, em detrimento das energias fósseis. Este pressuposto é verificado

pela evolução positiva, ao longo dos últimos anos, da utilização de energias renováveis na

produção de energia eléctrica, que, no ano de 2010, chegou mesmo a ultrapassar a

percentagem de energia eléctrica produzida por fontes térmicas.

Relativamente à produção de energia eléctrica a partir de fontes de energias renováveis, em

2010, a energia hídrica possui o maior peso desta parcela, com 57,5% do total, seguindo-se a

energia eólica, com 32,1%. Comparativamente ao ano de 2009, a energia hídrica e eólica

foram também as que mais contribuíram para o aumento da fracção de energias renováveis na

produção total de energia eléctrica, com aumentos de 86,4% e 20,9%, respectivamente (Figura

2.17).

Figura 2.17 – Produção de energia eléctrica a partir de energias renováveis (DGEG, 2011).

32.948

10.163

30.232

11.551

31.602

14.422

32.169

17.924

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Regime Ordinário Regime Especial

Pro

du

ção

de e

nerg

ia

elé

ctr

ica (

GW

h)

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

Ano de 2010

57,5% 32,1%

7,7% 2,7%

Hídrica Total

Eólica

Biomassa

Outros

20

Apesar da produção de energia eléctrica a partir da energia geotérmica possuir um valor muito

baixo a nível nacional, na Região Autónoma dos Açores esta energia apresenta uma

importância significativa, representando 23,0% da produção de energia eléctrica total.

Segundo dados da REN, o valor de electricidade consumida no ano de 2010 foi de 52.204

GWh, valor que cresceu 4,7% relativamente ao ano anterior (Figura 2.18). Este valor comporta

a produção em regime ordinário, a produção em regime especial e o saldo das trocas

internacionais, sendo subtraído o consumo referente à bombagem eléctrica.

Figura 2.18 – Consumo de energia eléctrica em Portugal, entre 2007 e 2010 (REN, 2011).

Tal como acontece na produção de energia eléctrica, as energias renováveis, em 2010,

passaram a ser a principal fonte do consumo de energia eléctrica, representando um total de

48,3%, sendo a energia hidráulica e a energia eólica as mais representativas.

No consumo de energia eléctrica por fonte individual, no ano de 2010, a energia térmica foi a

fonte com maior peso no total, com 46,7%, seguindo-se a energia hídrica, com 30,8%.

Comparativamente ao ano de 2009, a energia hídrica foi a fonte que mais evoluiu na fracção de

consumo de energia eléctrica, apresentando resultados superiores de 13,6 pontos percentuais.

Esta energia possui uma grande variabilidade visto depender directamente da pluviosidade,

fenómeno que em Portugal sofre grandes flutuações de ano para ano.

Ao longo dos últimos anos, o consumo de energia eléctrica com base na energia eólica tem

sido crescente, situando-se, no ano de 2010, nos 17,1% do consumo total. Este tipo de energia

está condicionado pela velocidade e regularidade do vento, pelo que, a sua instalação deve ser

efectuada em regiões montanhosas, de modo a se obter um real aproveitamento na produção

de energia eléctrica.

Apesar da forte aposta do governo português no desenvolvimento de outros tipos de energias

renováveis, principalmente na solar e biomassa, estas fontes de energia são ainda muito

reduzidas no conjunto da factura energética nacional, servindo uma pequena quantidade de

consumidores.

50.059 50.574 49.873

52.204

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

Total

Co

nsu

mo

de e

nerg

ia

elé

ctr

ica (

GW

h)

Ano de 2007

Ano de 2008

Ano de 2009

Ano de 2010

21

O saldo importador está directamente relacionado com a produção de energia eléctrica através

de aproveitamentos hidroeléctricos. Uma vez que, ao longo dos últimos anos se tem apostado

fortemente neste tipo de aproveitamentos, o saldo importador tem vindo a decrescer desde

2008, situando-se nos 5,0% em 2010.

Esta descrição encontra-se sintetizada na Figura 2.19.

Figura 2.19 – Energia eléctrica consumida por tipo de fonte (REN, 2011).

2.3. Produção de Gases com Efeito de Estufa

O aquecimento global do planeta representa uma das grandes preocupações da humanidade,

pelas consequências nefastas em domínios como o aumento de temperatura média da

superfície da Terra, a ocorrência de fenómenos climatéricos extremos, com períodos cada vez

mais curtos, a subida do nível dos oceanos e a renovação nos ciclos naturais do planeta. As

alterações climáticas são resultado do aquecimento global, em virtude de uma acumulação dos

gases com efeito de estufa (GEE) nas camadas superiores da atmosfera, originando um efeito

de estufa.

Devido a este problema, a Organização Meteorológica Mundial e o Programa Ambiental das

Nações Unidas estabeleceram, em 1988, o Painel Intergovernamental sobre as Alterações

Climáticas (IPCC) com o objectivo principal de elaborar, periodicamente, relatórios sobre a

avaliação do estado do conhecimento científico relativo às alterações climáticas e, dar

orientação sobre programas científicos e de cooperação internacional em investigação e

desenvolvimento.

Nos últimos anos, têm sido desenvolvidas iniciativas e instrumentos, no sentido de estabilizar

as concentrações de GEE na atmosfera, dos quais se destacam a Convenção Quadro das

Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC), o Protocolo de Quioto, a Agenda

21 e os acordos de Copenhaga e Cancún, que representarão importantes documentos no pós-

Quioto.

57,0 56,5 58,4 46,7

20,2 13,9

17,2 30,8

7,9 11,1

14,7 17,1 0,0

0,1

0,3 0,4 14,8 18,4

9,4 5,0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2007 2008 2009 2010

%

Ano

Saldo Importador

Fotovoltaica

Eólica

Hídrica

Térmica

22

A nível internacional, o documento mais importante e influente é o Protocolo de Quioto, que

resultou da 3ª Convenção das Partes que assinaram a Convenção Quadro das Nações Unidas

sobre as Alterações Climáticas, em Dezembro de 1997, em Quioto (Japão). Este protocolo

obriga os países signatários a reduzir, globalmente, as emissões dos principais GEE, em, pelo

menos, 5% relativamente aos níveis de 1990, no período de 2008-2012.

São considerados como principais GEE o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido

nitroso (N2O), os hidrofluorcarbonetos (HFC), os perfluorcarbonetos (PFC) e o hexafluoreto de

enxofre (SF6), sendo as suas emissões avaliadas em toneladas de CO2 equivalentes (CO2e).

Devido às suas propriedades e tempo expectável de vida na atmosfera, os gases com efeito de

estufa não possuem a mesma capacidade de sequestro de radiação, apresentando diferentes

potenciais de aquecimento global (GWP) (Quadro 2.4). Assim, a emissão de CO2e é

representada pelo produto entre a quantidade de GEE emitida e o respectivo potencial de

aquecimento global, para um determinado horizonte de projecto.

Quadro 2.4 – Potenciais de Aquecimento Global para o horizonte de projecto de 100 anos (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012)

Gás GWP Gás GWP

CO2 1 HFC-41 150

CH4 21 CF4 6.500

N2O 310 C2F6 9.200

HFC-23 11.700 SF6 23.900

No final de 2009 foi aprovado, na União Europeia, o Pacote Energia-Clima, que estabeleceu

como objectivo a redução de, pelo menos, 20% das emissões de GEE, até ao ano de 2020, e a

implementação de energias renováveis no consumo bruto de electricidade, em também 20%.

Este pacote pretende transformar a Europa numa economia energética altamente eficiente e

com baixas emissões de CO2, satisfazendo assim, tanto os requisitos energéticos, como os

ambientais.

No âmbito dos compromissos internacionais, nomeadamente do Protocolo de Quioto, a União

Europeia assumiu o objectivo da redução de emissões de GEE de 8%, em relação aos valores

de 1990, tendo estabelecido, segundo o Acordo de Partilha e Responsabilidades, realizado a

nível comunitário, objectivos diferenciados para os vários Estados Membros.

Segundo este acordo, Portugal propôs-se limitar o aumento das suas emissões de GEE em

27%, no período de 2008-2012, relativamente aos valores de 1990. De modo a cumprir os

objectivos nacionais em matéria de alterações climáticas, Portugal tem por base os seguintes

instrumentos fundamentais:

O Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), aprovado pela Resolução

do Concelho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto e alterado pela Resolução do

Concelho de Ministros n.º 1/2008, de 4 de Janeiro, que define um conjunto de políticas

23

e medidas internas que visam a redução de emissões de GEE por parte dos diversos

sectores de actividade;

O Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão (PNALE), que é aplicável a

um conjunto de instalações fortemente emissoras de GEE, e como tal, se encontram

incluídas no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE);

O Fundo Português do Carbono, criado pelo Decreto-Lei n.º 71/2006, de 24 de Março,

destinando-se a apoiar projectos que visem reduções de emissões ou reduções por

sumidouros de GEE previstos no protocolo de Quioto.

Na tentativa de atingir as metas estipuladas, relativas à redução das emissões GEE, Portugal

retomou a aposta na edificação de barragens, ao mesmo tempo que estimulou o

desenvolvimento da energia eólica. Destaca-se também o sector da energia, que tem registado

um progresso favorável, uma vez que, todas as medidas previstas pelo PNAC foram

implementadas a 100% ou superadas. No que diz respeito à medida relacionada com a

promoção das fontes de energias renováveis, que previa um aumento da produção de

electricidade a partir destas de 39% para 45%, no ano de 2010, esta foi superada, tendo já sido

apresentado, no Capítulo 2.2, os valores referentes a esta temática.

A Figura 2.20 apresenta a evolução das emissões totais de gases com efeito de estufa entre os

anos de 2000 e 2010. Como se pode observar, nos anos de 2002 e 2005 assistiu-se a dois

picos de emissão de GEE, situação esta que se deveu à falta de água nas albufeiras, levando

a uma alteração no modo de produção de electricidade, mais baseada em combustíveis

fósseis. Desde então, assistiu-se a um decréscimo deste valor, até o ano de 2009, sofrendo um

ligeiro aumento em 2010.

Figura 2.20 – Emissões de GEE em Portugal, entre 2000 e 2010 (EEA, 2011).

Esta tendência decrescente indicia que Portugal terá iniciado um processo de dissociação

entre o crescimento económico e o aumento das emissões de GEE, estando esta relacionada

com diversos factores, dos quais se destacam: (i) o crescimento da penetração de fontes

energéticas menos poluentes, como o gás natural, (ii) a instalação de centrais de ciclo

combinado e de unidades de cogeração, (iii) o aumento da produção de energia eléctrica a

81,2 82,3

86,9

81,7

84,1

86,0

81,3

79,1 77,9

74,6 74,8

68,0

70,0

72,0

74,0

76,0

78,0

80,0

82,0

84,0

86,0

88,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Mt

CO

2e

Ano

Emissõesde GEE

24

partir de fontes de energias renováveis (eólica e hídrica, essencialmente) e, (iv) implementação

de medidas de eficiência energética (REA, 2011).

A meta estipulada por Portugal para as emissões de GEE possibilita a emissão de 382,0 Mt

CO2e, no período de 2008 a 2012, o que equivale a cerca de 76,4 Mt CO2e de emissão por

ano, valor este que não foi atingido nos anos de 2009 e 2010.

De acordo com o IPCC, as emissões de GEE por sector de actividade são agrupadas em seis

categorias: Energia, Processos Industriais, Uso de Solventes, Agricultura, Uso da terra,

mudança do uso da terra e florestas (LULUCF) e Resíduos.

Excluindo o sector LULUCF, verifica-se que, o sector de energia foi responsável por 71% das

emissões de GEE, em 2010, seguindo-se os sectores da agricultura e dos resíduos, com

valores de 11% e 10%, respectivamente (Figura 2.21). O sector LULUCF não foi considerado

nestes valores, uma vez que, o valor total das suas emissões, desde 1990, tem sido de

armazenamento em vez de emissão, devido à capacidade do solo e florestas armazenarem

carbono.

Figura 2.21 – Emissão de GEE por sector de actividade, no ano de 2010 (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012).

Comparativamente ao ano de 1990, o sector dos processos industriais foi o que mais

aumentou o valor das suas emissões, com ganhos de 21,4%, seguindo-se os sectores da

energia e dos resíduos, com aumentos de 21,0% e 18,0%, respectivamente.

Por fim, se efectuarmos uma análise relativamente às emissões de GEE por gás emissor, para

o ano de 2010, verifica-se que o CO2 apresenta-se como o maior responsável por estas,

representando 74,9% do total, seguindo-se o CH4 com 16,6% (Figura 2.22).

71%

8%

0% 11% 10%

Energia

Processos Industriais

Uso de solventes eoutros produtosAgricultura

Resíduos

25

Figura 2.22 – Emissões de GEE por tipo de gás, em 2010 (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012).

Relativamente ao período compreendido entre 1990 e 2010, o CO2 foi o gás que mais

aumentou o valor das suas emissões, com ganhos na ordem dos 18,4%, seguido do CH4 com

14,6%. No sentido inverso, o N2O apresentou perdas de emissões no valor de 14,7%, neste

mesmo período.

As emissões CH4 e N2O são fortemente influenciadas pelo tratamento de águas residuais. No

ano de 2009, este tratamento representava 22,8% das emissões totais de CH4, assumindo-se

como o segundo sector mais emissor deste gás, somente atrás da deposição de resíduos no

solo (53,7%). Por sua vez, as emissões de N2O efectuadas pelo sector das águas residuais, no

ano de 2009, representaram 9,9% do total emitido, apresentando-se, neste caso, como o

terceiro sector mais emissor, somente atrás dos sectores da agricultura e pecuária.

74,9%

16,6%

6,7% 1,8%

CO2

CH4

N2O

Compostos Halogenados

26

3. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO

A metodologia de trabalho desenvolvida assenta na aplicação de um modelo de metabolismo a

Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), podendo dividir-se o estudo nas

seguintes etapas:

Análise de desempenho das ETAR:

Identificação e quantificação dos fluxos associados ao funcionamento da

ETAR;

Determinação dos fluxos gerados em função da unidade de volume de água

afluente.

Determinação dos custos específicos totais:

Custo específico de exploração, de acordo com os fluxos anteriormente

determinados;

Custo específico dos investimentos em capital fixo realizados nas ETAR (punit).

Nas abordagens desenvolvidas no caso de estudo optou-se por contabilizar as externalidades

ambientais identificadas e internalizá-las nos respectivos custos de exploração. As emissões

de GEE contabilizadas no modelo de metabolismo têm em conta não só as emissões que

derivam da produção de energia eléctrica mas também as emissões provenientes do

tratamento de águas residuais, sendo estas internalizadas no presente estudo.

3.1. Análise de desempenho das ETAR

3.1.1. Descrição geral dos parâmetros considerados

A metodologia de trabalho desenvolvida para o estudo de desempenho das ETAR encontra-se

dividida nas seguintes etapas:

Identificação e caracterização dos fluxos associados ao funcionamento da ETAR,

designadamente:

Poluentes – Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5), Carência Química de

Oxigénio (CQO), Sólidos Suspensos Totais (SST), Azoto, Fósforo;

Consumo de água potável;

Consumo e produção de energia;

Consumo de reagentes;

Produção de lamas;

Produção de resíduos;

Emissões de GEE associadas ao consumo energético e ao tratamento de

águas residuais.

27

Determinação do indicador consumo específico e produção específica para cada um

dos parâmetros identificados, pela divisão entre o fluxo anual de um dado parâmetro e

o caudal afluente, facilitando assim, a comparação entre ETAR de diferentes

dimensões.

A determinação das cargas presentes na água residual à entrada e saída da ETAR foi

efectuada mensalmente, considerando o caudal médio mensal e a concentração média mensal

de cada poluente, sendo o valor anual a soma de todos os valores mensais. Por sua vez, a

eficiência de remoção de cada ETAR, correspondente à percentagem da carga afluente que é

removida no processo de tratamento, foi calculada a partir do valor médio anual de caudal e

carga.

O consumo de água potável em cada ETAR contabiliza o consumo que é efectuado a partir da

rede, não sendo contabilizado, neste campo, o consumo de água de serviço.

O consumo de energia refere-se ao consumo de energia eléctrica de cada ETAR, em toda a

fase de funcionamento desta. O consumo de energia pode ser apresentado sob a forma de

consumo (kWh/ano) ou sob a forma de emissão efectuada aquando da produção de energia

(kg CO2e/ano).

No que se refere ao consumo de reagentes, estes foram contabilizados em dois grupos

distintos: (i) tratamento de lamas, (ii) restantes utilizações.

A produção de lamas é obtida pela soma de todas as lamas produzidas pelas ETAR (lamas

secundárias e/ou lamas mistas). As lamas produzidas serão também agrupadas segundo o

destino final a que estão sujeitas: valorização agrícola, aterro sanitário ou compostagem.

Por sua vez, a produção de resíduos pelas ETAR corresponde ao somatório de gradados,

areias e gorduras produzidos nas mesmas.

3.1.2. Emissão de gases com efeito de estufa

No que respeita às emissões atmosféricas de gases com efeito de estufa, estas foram

contabilizadas segundo duas fontes: emissões devido à produção da energia eléctrica

consumida e emissões devido à fase de tratamento de águas residuais.

As emissões de GEE devido à produção de energia eléctrica estão dependentes das fontes

energéticas utilizadas para a respectiva produção. Assim, quanto maior a percentagem de

energia produzida com base em energias “limpas”, como a energia eólica e a hídrica, menores

serão as emissões associadas a este processo. O ano de 2010 foi um ano positivo em relação

a este aspecto, com a energia hídrica e eólica a satisfazerem grande parte do consumo,

levando a que as emissões específicas deste ano se fixassem nos 0,24 kg CO2/kWh (Quadro

3.1). Assim, o cálculo das emissões de GEE devido à produção de energia eléctrica foi

28

efectuado pelo produto entre o consumo energia de cada ETAR e a emissão específica

correspondente ao ano em questão.

Quadro 3.1 – Emissões específicas do Grupo EDP (EDP, 2012).

Emissões específicas

(kg CO2/kWh)

2006 0,49

2007 0,46

2008 0,39

2009 0,36

2010 0,24

Para o cálculo das emissões de GEE decorrentes do tratamento de águas residuais recorreu-

se à metodologia presente no Portuguese National Inventory Report on Greenhouse Gases,

1990 – 2010, da Agência Portuguesa do Ambiente, que se baseia na metodologia do IPCC

1996 Revised Guidelines. As emissões produzidas são contabilizadas separadamente para

cada gás, sendo depois convertidas para a unidade CO2 equivalente (CO2e), através do

produto das emissões pelo respectivo potencial de aquecimento global (Quadro 3.2).

Quadro 3.2 – Potencial de Aquecimento Global (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012).

Gás emitido Potencial de Aquecimento

Global (GWP)

Dióxido de Carbono (CO2) 1

Metano (CH4) 21

Óxido Nitroso (N2O) 310

O quadro acima apresentado é apenas um quadro resumo do total de gases com potencial de

aquecimento global, sendo apenas referenciados, neste caso, os gases contabilizados na fase

de tratamento de águas residuais (metano e óxido nitroso).

As emissões de metano, devido ao tratamento de águas residuais são dadas pela seguinte

equação:

Na qual,

M – Emissões de metano produzidas pelo tratamento de águas residuais (kg CH4/ano);

TOWi – Total de matéria orgânica presente nas águas residuais afluentes (kg CBO5/ano);

EFi – Factor de emissão de metano (kg CH4/kg CBO5);

MRi – Total de metano recuperado ou queimado pelo sistema (kg CH4/ano).

29

O total de matéria orgânica presente nas águas residuais pode ser estimado pela fórmula que

se segue:

Na qual,

P – População servida pela ETAR (hab.);

D – Estimativa da quantidade de matéria orgânica produzida anualmente por pessoa, igual a

21,9 (kg CBO5/hab.ano).

O cálculo do total de matéria orgânica presente nas águas residuais apenas se estimará

quando não existirem valores medidos na ETAR, sendo que, sempre que existam análises à

qualidade dos afluentes e efluentes será conveniente a sua utilização.

O cálculo do factor de emissão de metano de cada ETAR foi calculado pela fórmula seguinte:

Na qual,

Boi – Capacidade máxima de produção de metano dos resíduos, igual a 0,6 (kg CH4/kg

CBO5);

WSix – Fracção de matéria orgânica tratada, quer na fase líquida, quer na fase sólida (-);

MCFx – Factor de conversão do metano de cada sistema de tratamento de águas residuais (-).

A fracção de matéria orgânica e o factor de conversão dependem do tipo de tratamento

adoptado em cada estação de tratamento, sendo os seus valores apresentados no Quadro 3.3.

30

Quadro 3.3 – Factor de conversão do metano (MCF) e fracção de matéria orgânica tratada (WS) por tipo de tratamento de águas residuais (adaptado de Agência Portuguesa do Ambiente, 2012).

Sistemas de Tratamento de

Águas Residuais

MCF WS

Fase Líquida Fase Sólida Fase Líquida Fase Sólida

3.1 Fossas sépticas colectivas 0,50 - - -

3.2 Tratamento preliminar 0,00 0,00 - -

3.3 Tratamento primário 0,00 0,00 0,70 -

3.4 Tratamento secundário e terciário

3.4.1 Biodiscos com digestão anaeróbia

de lamas 0,17 0,80 0,63 0,37

3.4.2 Biodiscos sem digestão anaeróbia

de lamas 0,10 0,00 0,63 -

3.4.3 Lamas activadas com digestão

anaeróbia de lamas 0,17 0,80 0,63 0,37

3.4.4 Lamas activadas sem digestão

anaeróbia de lamas 0,10 0,00 0,63 -

3.4.5 Lagunagem (com lagoa anaeróbia) 0,20 0,00 1,00 -

3.4.6 Lagunagem (sem lagoa anaeróbia) 0,00 0,00 0,63 -

3.4.7 Leitos percoladores com digestão

anaeróbia de lamas 0,17 0,80 0,63 0,37

3.4.8 Leitos percoladores sem digestão

anaeróbia de lamas 0,10 0,00 0,63 -

3.4.9 Tanque imhoff 0,80 0,00 1,00 -

3.4.10 Valas de oxidação com digestão

anaeróbia de lamas 0,00 0,00 0,63 -

3.4.11 Valas de oxidação sem digestão

anaeróbia de lamas 0,20 0,00 0,63 0,37

3.4.12 Outros tratamentos com digestão

anaeróbia de lamas 0,17 0,80 0,63 0,37

3.4.13 Outros tratamentos sem digestão

anaeróbia de lamas 0,00 0,00 0,63 -

As ETAR com sistemas de digestão anaeróbia produzem biogás, com um conteúdo de metano

de, aproximadamente, 60% (Agência Portuguesa do Ambiente, 2012). A sua queima para

produção de electricidade, aquecimento e/ou manutenção do próprio processo de digestão,

leva a que o metano não seja emitido para a atmosfera na forma de GEE. Quando tal

acontece, o metano que é queimado/recuperado é descontado do valor total de emissões da

ETAR (índice MRi).

As emissões de óxido nitroso (N2O) produzidas no tratamento de águas residuais podem ser

calculadas pela seguinte fórmula:

Na qual,

31

N2O – Emissões de óxido nitroso produzidas pelo tratamento de águas residuais (kg N2O-

N/ano);

Proteína – Capitação anual de proteína, igual a 46,0 (kg proteína/hab.ano);

Frac – Fracção de azoto na proteína, igual a 0,16 (kg N/kg proteína);

Pop – População servida (hab.);

EF – Factor de emissão, igual a 0,01 (kg N2O-N/kg N);

44/28 – Rácio do peso molecular de N2O para N2.

No desenvolvimento do caso em estudo irá adoptar-se uma notação mais simplificada para os

gases com efeito de estufa contabilizados. Assim, para os GEE devido ao consumo de energia

eléctrica adopta-se o conceito de GEE energia e, para os GEE devido ao tratamento de águas

residuais adopta-se o termo GEE exploração.

3.2. Determinação dos custos específicos totais

3.2.1. Custo específico de exploração

A metodologia de trabalho adoptada para a determinação dos custos específicos de exploração

será desenvolvida da seguinte forma:

Determinação dos custos anuais dos parâmetros associados à fase de exploração de

cada ETAR, designadamente:

Taxa de recursos hídricos resultante da descarga do efluente tratado (TRH);

Consumo de água potável;

Consumo de energia eléctrica;

Consumo de reagentes nas diversas etapas de exploração (polielectrólito,

hidróxido de sódio, ácido sulfúrico, metanol, hipoclorito de sódio);

Produção de lamas;

Produção de resíduos;

Emissões associadas aos GEE exploração.

Cálculo dos custos específicos anuais por m3 de água tratada, de cada um dos

parâmetros identificados (€/m3 água tratada);

Determinação dos custos específicos de exploração totais de cada ETAR, pela soma

dos custos específicos de exploração dos parâmetros contabilizados nesta fase.

Os custos específicos determinados para a fase de exploração não terão em consideração

aspectos como encargos com pessoal, veículos, combustíveis e instalações, que possam estar

associadas ao normal funcionamento das estações.

32

Os custos associados a cada componente foram determinados tendo em consideração os

seguintes aspectos:

O valor despendido por cada ETAR na descarga do efluente tratado é determinado

pelo produto entre o caudal anual tratado e o respectivo valor da taxa de recursos

hídricos, calculada de acordo com o Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho;

O custo total anual associado ao consumo de água potável de cada ETAR é efectuado

pelo produto entre o consumo anual de água potável e as tarifas praticadas pelo

município em que a ETAR se insere;

O custo associado ao consumo de energia de cada ETAR é dado pelo produto entre o

consumo total de energia eléctrica efectuado por estas e o respectivo custo do kWh

praticado na zona em que a estação se insere;

O valor total despendido em reagentes, na fase de exploração de cada ETAR, será

determinado pelo produto entre o total de reagentes consumidos e o respectivo preço

unitário de aquisição de cada um;

As lamas produzidas pelas ETAR serão, posteriormente, encaminhadas para um

destino final. O custo associado a este campo será determinado de duas maneiras:

Para as lamas que seguem para valorização agrícola e compostagem será

apenas contabilizado o valor de transporte;

As lamas que seguem para aterro sanitário irão possuir um custo de

transporte, a que acresce o custo de deposição em aterro.

O custo associado aos resíduos produzidos pelas ETAR é dado pelo produto entre a

produção total de resíduos e o respectivo valor de transporte e deposição em aterro.

A remuneração associada às emissões de GEE exploração das ETAR é normalmente

efectuada por toneladas de CO2e. Existem diversas bolsas de carbono onde se poderá

extrair o valor associado a esta emissão, sendo que, para o desenvolvimento do caso

em estudo, serão adoptados os valores presentes na bolsa de carbono BlueNext

(Quadro 3.4). O custo total associado às emissões de GEE exploração resultará do

produto entre o total anual destas emissões e o respectivo valor médio das taxas

aplicadas ao ano em estudo.

Quadro 3.4 – Preço mensal do mercado de carbono do ano de 2010, definido na bolsa de carbono BlueNext e respectivo valor médio anual (BlueNext, 2011).

Mercado do Carbono de 2010

(€/ton CO2e)

Janeiro 13,39 Julho 23,13

Fevereiro 13,80 Agosto 22,15

Março 9,02 Setembro 19,69

Abril 9,69 Outubro 24,35

Maio 11,85 Novembro 23,30

Junho 17,81 Dezembro 28,44

Média 18,05

33

3.2.2. Custo específico dos investimentos em capital fixo realizados nas ETAR (punit)

A determinação do custo específico dos investimentos em capital fixo realizados nas ETAR

será desenvolvido de acordo com as seguintes etapas:

Determinação de uma estimativa da evolução de caudais de cada ETAR, até ao ano

horizonte de projecto;

Correcção dos investimentos efectuados tendo em conta a data de realização do

investimento e os coeficientes de desvalorização de moeda;

Actualização do investimento corrigido a um ano de referência, para uma taxa de

actualização previamente fixada;

Definição dos custos anuais do investimento resultantes da imputação ao m3 tratado,

actualizados ao ano de referência, desde o ano de início dos investimentos até ao ano

horizonte de projecto de cada ETAR;

Determinação do custo específico dos investimentos em capital fixo (punit).

A determinação da estimativa de evolução de caudais, até ao ano horizonte de projecto de

cada ETAR, será efectuada com a aplicação de uma curva de regressão aos valores de

caudais disponíveis. Esta estimativa será tanto melhor quanto mais próximo da unidade se

encontrar o coeficiente R2 (correspondência entre os valores estimados e os valores reais).

Os investimentos efectuados em cada ETAR serão corrigidos tendo em conta os coeficientes

de desvalorização de moeda a aplicar a bens e direitos alienados, sendo os coeficientes

adoptados, para este cálculo, os presentes na Portaria n.º 282/2011, aplicáveis durante o ano

de 2011 (Quadro 3.5). O cálculo deste campo será determinado pelo produto do investimento

efectuado, num determinado ano, pelo respectivo coeficiente, alcançando-se assim a correcção

a um ano de referência dos investimentos realizados em anos anteriores.

Quadro 3.5 – Coeficientes de desvalorização de moeda a aplicar a bens e direitos alienados, durante o ano de 2011 (adaptado da Portaria n.º 282/2011).

Ano Coeficientes

2002 1,17

2003 1,13

2004 1,11

2005 1,08

2006 1,05

2007 1,03

2008 1,00

2009 1,01

2010 1,00

34

Após a determinação do investimento corrigido, proceder-se-á à actualização deste

investimento a um ano de referência. Esta actualização será efectuada para as taxas de

actualização (ta) de 4%, 6% e 8%, segundo a fórmula que se segue:

Por sua vez, a determinação dos custos anuais de investimento actualizados a um ano de

referência, serão efectuados desde o ano do primeiro investimento na ETAR até ao ano

horizonte de projecto, para as taxas de actualização (ta) de 4%, 6% e 8%. Estes custos podem

ser determinados de acordo com a seguinte fórmula:

Na qual,

Q – representa o caudal estimado para um determinado ano (m3/ano);

punit – representa o custo específico dos investimentos em capital fixo (€/m3).

De salientar que, na aplicação da Equação 6 o valor de punit constitui uma incógnita, sendo o

seu valor posteriormente determinado, por iteração, pela aplicação da relação que se segue:

35

4. APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO NA ÁREA DE

ATENDIMENTO DA ÁGUAS DO ALGARVE, S.A.

4.1. Caracterização da região do Algarve

A região do Algarve localiza-se no sul de Portugal Continental, no extremo sudoeste da

Península Ibérica. É delimitada a norte pelo Alentejo, a leste pelo rio Guadiana, que marca a

fronteira com Espanha, e a sul e oeste pelo Oceano Atlântico. Possui uma superfície de,

aproximadamente, 4997 km2, que corresponde a 5,4% do valor total da superfície do País, e

um perímetro de 584 km (INE, 2012).

A região do Algarve possui uma população de 451.005 habitantes e é dividida, internamente,

em duas zonas: Sotavento, a leste, e Barlavento, a Ocidente. Estas duas zonas apresentam

uma certa igualdade de características, uma vez que, cada uma possui 8 concelhos e uma

cidade “principal”, Faro a Sotavento e Portimão a Barlavento. Cada zona possui também uma

serra importante, a do Caldeirão a Sotavento e a de Monchique a Barlavento, e rios com

semelhante importância, o rio Guadiana a Sotavento e o rio Arade a Barlavento.

Os principais cursos de água da região são o rio Guadiana, o rio Arade e a ribeira da Quarteira,

com comprimentos de 48 km (de um total de 810 km), 56 km e 35 km, respectivamente. A

bacia hidrográfica do rio Guadiana é a maior, perfazendo uma área total de 66.800 km2, sendo

que, apenas 1.424 km2 se encontra inserida na região do Algarve, seguindo-se a bacia

hidrográfica do rio Arade com uma área total de 976 km2 (812 km

2 inseridos na região). No que

diz respeito à ribeira da Quarteira, esta possui a totalidade da sua bacia hidrográfica na região,

apresentando esta um total de 407 km2 (INE, 2012).

A posição geográfica da região do Algarve confere-lhe particularidades climáticas únicas no

nosso país. Apesar de estar banhada pelo Oceano Atlântico, dispõe de um clima temperado,

de características mediterrâneas, com elevadas horas de sol por ano e uma fraca precipitação

média anual. No ano de 2010, a estação meteorológica de Faro apresentou uma temperatura

média anual de 18,6ºC, uma temperatura máxima média de 22,3ºC e uma temperatura mínima

média de 14,8ºC. No que diz respeito à precipitação média anual, a região do Algarve

apresenta um valor de 509,1 mm, valor este que se apresenta como o mais baixo de todo o

território nacional.

O turismo consiste na principal actividade económica da região do Algarve, o que faz com que

o sector terciário (comércio e serviços) seja o sector mais importante da região, representando,

directa e indirectamente, sensivelmente 60% do total de emprego e 66% do PIB regional. Os

sectores da agricultura e pescas surgem nas posições seguintes, em termos de importância

para o desenvolvimento económico da região, embora apresentem valores bastante inferiores

aos do sector terciário.

36

O facto de a região ter uma elevada intensidade turística, a maior a nível nacional, que procura,

essencialmente, o litoral, leva a que existam desigualdades ao nível do desenvolvimento

económico e grandes oscilações sazonais da ocupação territorial, fazendo com que as regiões

litorais sejam mais ricas e desenvolvidas do que as do interior.

4.2. Caracterização da Águas do Algarve, S.A.

Sendo a economia da região do Algarve fortemente dependente do turismo, os aspectos

ambientais são fundamentais para a manutenção dos fluxos turísticos. A qualidade das massas

de água naturais da região e as necessidades ao nível do abastecimento para consumo

humano exigem que o nível do tratamento de águas residuais e consequente descarga nos

meios receptores seja garantida, de acordo com elevados padrões ambientais.

A Águas do Algarve, S.A. é uma empresa que resultou, em 2000, fusão das empresas Águas

do Sotavento Algarvio, S.A. e Águas do Barlavento Algarvio, S.A., sendo concessionária dos

Sistemas Multimunicipais de Abastecimento de Água do Algarve (SMAAA) e de Saneamento

do Algarve (SMSA), servindo os 16 concelhos da região e a totalidade da sua população, que

chega a triplicar na época alta. A estrutura accionista da empresa é dividida entre o accionista

maioritário, grupo Águas de Portugal – SGPS, S.A., com 54,44% do capital social, e a restante

parcela pelos 16 municípios da região do Algarve.

A empresa AdA tem como objectivos principais o fornecimento de água em quantidade e

qualidade durante todo o ano; dotar a Região com um sistema seguro, sob o ponto de vista de

saúde pública da população, melhorando assim os níveis de atendimento e promovendo a

qualidade ambiental, nomeadamente a qualidade da água das praias e rios do Algarve. Ao

garantir estes objectivos, a AdA garante também, por um lado, o bem-estar da população, e por

outro, o desenvolvimento económico e o turístico da Região (AdA, 2012).

Para tal, até o ano de 2015, a AdA tem previsto um total de investimento acumulado no valor

de 627 M€, sendo este valor repartido entre o SMAAA (312 M€) e o SMSA (315M€). Em

resultado do forte investimento da AdA na região e da dedicação com que a empresa está

presente no dia-a-dia dos algarvios, foi-lhe atribuído o prémio da ERSAR de melhor Qualidade

da Água para Consumo Humano, em 2007, e mais recentemente, em 2010, o prémio de

Melhor Qualidade de Serviço de Saneamento de Águas Residuais Urbanas prestado aos

utilizadores. Com estes dois prémios, a empresa AdA tornou-se a primeira empresa, a nível

nacional, a conquistar os dois galardões referentes ao abastecimento publico e ao

saneamento.

No ano de 2010 o SMAAA era composto por 4 ETA, ETA de Alcantarilha e ETA de Fontaínhas

situadas a Barlavento e, ETA de Tavira e ETA de Beliche localizadas a Sotavento, e uma rede

adutora de 452 km. Estas ETA foram responsáveis pela produção 67.246.000 m3 de água,

37

tendo estes sido distribuídos por 68 pontos de entrega dos 15 municípios (o município de

Monchique apenas integrou o SMAAA a partir de 2011). A população servida, neste ano foi de

406.407 habitantes, situando-se a cobertura de serviço dos SMAAA nos 93%, valor muito

próximo das metas estipuladas pelo PEASSAR II.

O SMSA é caracterizado por desafios de gestão cada vez mais elevados e complexos, que se

devem, essencialmente, à diversidade da localização e características das instalações, à

elevada sazonalidade da região e ainda, ao facto da maioria das instalações de recolha,

elevação e tratamento se situarem em áreas protegidas ou drenarem para zonas balneares.

Para combater estes desafios, a AdA possuía, em 2010, um sistema de saneamento que

abrangia a totalidade dos 16 municípios da região, sendo constituído por 57 ETAR, 366 km de

condutas e 145 estações elevatórias. Neste ano, o SMSA foi responsável pela recolha e

tratamento de um volume na ordem 49.761.000 m3, servindo uma população de 304.842

habitantes.

Contrariamente ao que sucedeu com as infra-estruturas do SMAAA, a maioria das instalações

do SMSA transitaram dos municípios que as construíram para a empresa, sendo necessário

efectuar remodelações na maioria destas, ou até mesmo, construção de novas infra-estruturas.

Desde o início da exploração dos SMSA, ano de 2005, a melhoria do serviço prestado aos

utilizadores pela AdA tem sido notável, o que é demonstrado pelo aumento da cobertura de

serviço, que passou de 52% em 2005 para 91% em 2009, e pelo cumprimento dos parâmetros

de descarga, que passaram de 36% em 2005 para 85% em 2009.

Na Figura 4.1 apresenta-se o mapa representativo do Sistema Multimunicipal de Saneamento

do Algarve.

Figura 4.1 – Mapa representativo do Sistema Multimunicipal de Saneamento do Algarve.

38

4.3. Caracterização das ETAR em estudo

O estudo em questão incidiu sobre dados referentes ao ano civil de 2010, sendo a metodologia

descrita, no capítulo anterior, aplicada às ETAR de Vilamoura, Loulé, Olhão Nascente e Quinta

do Lago, situadas no concelho de Loulé e Olhão, Algarve, possuindo todas as estações nível

de tratamento terciário de efluentes.

As principais características de cada ETAR em estudo são apresentadas no Quadro 4.1, sendo

as respectivas linhas de tratamento apresentadas no ANEXO 1.

Quadro 4.1 – Sistema de tratamento, população no horizonte de projecto e ano de arranque das ETAR em estudo.

Sistema de Tratamento

População no ano HP

(eq.)

Ano de arranque (transferência da

ETAR para as AdA)

ETAR Fase Líquida Fase Sólida Fase Gasosa

Vilamoura

Lamas activadas, leitos percoladores, desinfecção por

raios ultravioleta e lagoa de maturação

Espessador e filtro de banda

Scrubber e biofiltro

138.000 2005

Loulé Lamas activadas pelo sistema de valas de oxidação e desinfecção

por raios ultravioleta

Espessador e filtro de banda

- 25.750 2005

Olhão Nascente

Lamas activadas, remoção de azoto e desinfecção por raios

ultravioleta

Espessador e filtro de banda

Torre de desodorização

32.200 2005

Quinta do Lago

Lamas activadas pelo sistema de valas de oxidação e tanque de

arejamento (média carga), remoção de azoto, fosforo e

desinfecção por raios ultravioleta

Espessador, digestor e filtro

de banda

Torre de desodorização

27.000 2005

De salientar que, na ETAR de Quinta do Lago a etapa de digestão anaeróbia das lamas se

encontra inactiva, servindo o digestor da estação apenas para armazenamento de lamas.

Por sua vez, os valores de caudal afluente dos últimos anos às ETAR em estudo, o caudal no

ano horizonte de projecto e respectivo ano são apresentados no Quadro 4.2.

Quadro 4.2 – Caudais afluentes entre 2007 e 2011, caudal no ano horizonte de projecto e respectivo ano, de cada ETAR em estudo.

Q (m

3/ano) Ano

Horizonte de Projecto ETAR/Ano 2007 2008 2009 2010 2011

Horizonte de Projecto

Vilamoura 3.273.294 3.170.631 3.636.355 4.335.479 3.940.972 10.781.370 2025

Loulé 1.271.807 1.208.047 1.107.703 1.401.137 1.146.621 2.349.870 2015

Olhão Nascente

573.185 639.274 591.853 733.820 659.742 1.483.360 2035

Quinta do Lago

1.130.144 1.392.947 1.466.886 1.765.980 1.637.895 2.869.995 2010

39

Na Figura 4.2 apresenta-se as eficiências de remoção dos poluentes considerados nas ETAR

em estudo. Da análise desta figura verifica-se que as eficiências globais são superiores de 90%

para SST e CQO e de 95% para o CBO5.

Figura 4.2 – Eficiências de remoção de poluentes das ETAR em estudo, no ano de 2010.

Para o desenvolvimento da metodologia de trabalho apresentada no Subcapítulo 3.2 foi

necessário ter em consideração diversos custos unitários associados à fase de exploração das

ETAR e os investimentos efectuados pela empresa Águas do Algarve, S.A. nestas estações,

sendo estes valores apresentados nos parágrafos que se seguem.

O valor da taxa de recursos hídricos (TRH) resultante da descarga do efluente tratado, de

acordo com a AdA e calculado com base no Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho, é de

0,0084 €/m3.

As tarifas de água potável praticadas na zona de influência das ETAR estudadas variam

segundo o município em que se inserem. As tarifas do m3 de água potável adoptadas para o

desenvolvimento do caso em estudo são apresentadas no Quadro 4.3.

Quadro 4.3 – Tarifas do m3 de água potável praticadas nas ETAR em estudo, no ano de 2010.

ETAR Custo da água potável (€/m

3)

Vilamoura 1,070

Loulé 1,070

Olhão Nascente 1,173

Quinta do Lago 1,070

Por sua vez, os custos adoptados para o consumo de energia eléctrica, taxados em €/kWh, são

apresentados no Quadro 4.4.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Vilamoura Loulé Olhão Nascente Quinta do Lago

ETAR

SST

CQO

CBO5

NT

PT

40

Quadro 4.4 – Custos do kWh de energia praticado nas ETAR em estudo, no ano de 2010.

ETAR Custo da energia

(€/kWh)

Vilamoura 0,086

Loulé 0,085

Olhão Nascente 0,085

Quinta do Lago 0,093

O normal funcionamento das ETAR requer a utilização de reagentes na fase de exploração. O

consumo destes reagentes varia de ETAR para ETAR, consoante o nível de tratamento

implantado nestas. O preço praticado para cada um dos reagentes utilizados nas ETAR, no

ano de 2010, é apresentado no Quadro 4.5.

Quadro 4.5 – Preço dos reagentes utilizados nas ETAR em estudo, no ano de 2010.

Reagentes Preço (€/kg)

Polielectrólito 0,137

Hidróxido de Sódio 0,177

Ácido Sulfúrico 0,150

Metanol 0,025

Hipoclorito de Sódio 0,132

As lamas produzidas pelas ETAR em estudo são, posteriormente, encaminhadas para um

destino final, podendo este ser a valorização agrícola, aterro sanitário ou compostagem. No

que diz respeito aos resíduos produzidos pelas ETAR estes serão, posteriormente,

encaminhados para aterro sanitário.

O transporte das lamas e resíduos contabilizado no desenvolvimento do caso de estudo terá

um valor médio de 40 €/ton, de acordo com a AdA. No que diz respeito à tarifa das lamas e

resíduos depositados em aterro sanitário, recorreu-se a dados da ALGAR, empresa de

valorização e tratamento de resíduos sólidos, que opera na região do Algarve, sendo a tarifa

praticada, no ano de 2010, de 31 €/ton, valor assumido no desenvolvimento do estudo.

Por fim, é apresentado o investimento efectuado pela AdA nas ETAR em estudo (Quadro 4.6).

O elevado investimento efectuado nas ETAR de Vilamoura e Olhão Nascente resulta da

reabilitação/ampliação destas estações. Por sua vez, as ETAR de Loulé e Quinta do Lago

sofreram poucos investimentos de alterações/beneficiações, sendo a maioria do seu

investimento resultante da aquisição destas estações à Camara Municipal de Loulé, em 2005.

41

Quadro 4.6 – Investimento efectuado pela Águas do Algarve, S.A. nas ETAR em estudo.

Investimento (€)

Ano/ETAR Vilamoura Loulé Olhão

Nascente Quinta do

Lago

2002 10.431 0 0 0

2003 125.743 0 90.356 0

2004 2.843.431 0 626.059 0

2005 4.227.371 446.469 2.978.945 971.628

2006 992.973 0 643.595 0

2007 691.200 0 5.043 30.066

2008 41.778 34.539 25.428 56.130

2009 8.440 96.000 9.000 1.250

2010 52.576 50.419 0 56.661

2011 10.707 0 0 0

Total 9.004.651 627.427 4.378.426 1.115.735

4.4. Análise de desempenho das ETAR

Os valores de caudal afluente a cada ETAR coincidem com os de caudal tratado, uma vez que,

o consumo de água potável nas instalações assume valores na ordem 0,5% do caudal

afluente. O caudal afluente anual e a população equivalente servida pelas ETAR, no ano de

2010, são apresentados no Quadro 4.7.

Quadro 4.7 – Caudal afluente e população equivalente servida pelas ETAR em estudo, no ano de 2010.

ETAR Caudal anual (m3)

População equivalente servida (hab.)

Vilamoura 4.335.479 64.410

Loulé 1.401.137 22.720

Olhão Nascente 733.820 11.342

Quinta do Lago 1.765.980 17.111

A população equivalente servida pelas ETAR, no ano em estudo, foi determinada de acordo

com a carga de CBO5 anual afluente a cada estação e o valor médio diário de carga orgânica

produzido por cada habitante (60g de CBO5/hab.dia).

O caudal afluente à ETAR de Vilamoura, no ano de 2010, foi de, aproximadamente, 40,2% da

capacidade instalada, sendo os meses da época alta os meses mais críticos, no entanto, sem

nunca ser excedido o caudal de projecto.

A ETAR de Loulé apresentou um caudal afluente de 59,7% da capacidade instalada no ano em

estudo. Os meses de Janeiro e Fevereiro foram caracterizados por elevada pluviosidade, o que

levou a que tivesse sido ultrapassado o valor de caudal médio diário, provocando a existência

42

de perdas pontuais de lamas nos decantadores e registo de diversos by-pass à filtração e ao

tratamento ultravioleta.

A ETAR de Olhão Nascente recebeu um caudal afluente de, aproximadamente, 49,5% da

capacidade instalada, não tendo sido registados valores mensais de caudal, no ano de 2010,

acima de 70,0% desta capacidade.

Por fim, a ETAR de Quinta do Lago recebeu, no ano de 2010, um caudal de 61,5% da

capacidade instalada, sendo os três primeiros meses do ano os meses mais críticos, onde se

registaram valores superiores aos caudais de projecto.

Os resultados de consumo e produção específica dos parâmetros considerados nas ETAR

serão apresentados em função da população equivalente servida no ano de 2010,

conseguindo-se, desta forma, traduzir os resultados de acordo com as diferentes percentagens

de utilização de cada ETAR.

4.4.1. Determinação das cargas específicas de poluentes removidas

Nas figuras que se seguem apresentam-se as cargas específicas removidas dos poluentes

considerados no estudo de análise de desempenho das ETAR, por população equivalente

servida.

Na Figura 4.3 apresenta-se a carga específica de SST removida pelas ETAR. Como se pode

verificar, as ETAR de Olhão Nascente e Loulé são as estações que apresentam um maior valor

específico de remoção, apresentando a ETAR de Quinta do Lago o valor mais baixo deste

índice.

Figura 4.3 – Carga específica de SST removida das ETAR em estudo.

A carga específica da CQO removida pelas ETAR é apresentada na Figura 4.4. Pela

constatação da figura, verifica-se a existência de uma gama alargada de valores, factor que

pode indiciar condições de funcionamento distintas entre as estações. Neste caso, as ETAR de

Olhão Nascente e Loulé são as estações que apresentam, novamente, os valores específicos

187

316

398

172

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Carg

a e

sp

ecíf

ica S

ST

re

mo

vid

a (

g/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

43

de remoção mais elevados, apresentando a ETAR de Quinta do Lago o valor mais baixo deste

ponto.

Figura 4.4 – Carga específica de CQO removida das ETAR em estudo.

Na Figura 4.5 apresentam-se os valores de carga específica de CBO5 removida das ETAR em

estudo. Como nos dois casos anteriores, as tendências de remoção mantêm-se, com as ETAR

de Loulé e Olhão Nascente a apresentarem os valores mais elevados e a ETAR de Quinta do

Lago a ser a estação com menor valor de carga removida.

Figura 4.5 – Carga específica de CBO5 removida das ETAR em estudo.

Os valores de carga específica removida de CQO e CBO5 são mais elevados nas ETAR de

Olhão Nascente e Loulé, situação esta, que poderá estar relacionada com a elevada carga

afluente que chegou a estas estações, no decorrer do ano em estudo.

A ETAR de Olhão Nascente caracteriza-se pela descarga de lixiviados nos meses de Janeiro a

Maio, tendo sido esta interrompida entre os meses de Junho a Setembro, por porem em causa

a licença de descarga da ETAR. No mês de Outubro estas descargas voltaram a acontecer,

sendo canceladas nos últimos dois meses do ano, por criarem problemas de decantabilidade

das lamas.

507

690

825

340

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Carg

a e

sp

ecíf

ica C

QO

re

mo

vid

a (

g/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

318 348

332

206

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Carg

a e

sp

ecíf

ica C

BO

5

rem

ov

ida (

g/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

44

Por sua vez, a ETAR de Loulé recebeu diversas descargas de óleos provenientes de limpa

fossas, diluentes e tintas nos primeiros dez meses do ano e descargas de efluente de destilaria

de medronho para a rede de esgoto doméstico no mês de Abril. Os meses de Fevereiro e Abril

foram os meses mais críticos do ano, tendo sido mesmo ultrapassada a capacidade de

tratamento de CBO5 no ano horizonte de projecto. Esta ETAR possui a particularidade de servir

uma população não flutuante, pelo que, os meses mais críticos são os que se verificam

descargas anormais para a rede de colectores domésticos.

Os valores de carga específica removida de azoto (NT) das ETAR em estudo são apresentados

na Figura 4.6. Como se pode verificar, todas as estações apresentam um valor semelhante,

com a excepção da ETAR de Olhão Nascente que apresenta um valor muito superior às

restantes, situação esta, que se deve à etapa de remoção de nutrientes (tanques anóxicos) a

montante dos tanques de arejamento.

Figura 4.6 – Carga específica de NT removida das ETAR em estudo.

Na Figura 4.7 são apresentados os valores de carga específica de fósforo (PT) removida das

ETAR em estudo. Como acontece para o azoto, todas as estações apresentam um valor

similar, com a excepção da ETAR de Olhão Nascente que apresenta um valor muito superior.

Figura 4.7 – Carga específica de PT removida das ETAR em estudo.

50 43

172

42

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Carg

a e

sp

ecíf

ica N

T

rem

ov

ida (

g/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

4

3

8

3

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Carg

a e

sp

ecíf

ica P

T

rem

ov

ida (

g/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascenteETAR de Quinta doLago

45

De salientar que, a ETAR de Quinta do Lago possui uma etapa de remoção de azoto e fósforo

por adição de reagentes, no entanto, esta situação não se faz reflectir no valor das cargas

específicas removidas, uma vez que, não se verificam diferenças significativas entre os valores

apresentados pela ETAR de Quinta do Lago e os valores das ETAR de Vilamoura e Loulé,

estações que não possuem este tipo de processo.

4.4.2. Determinação do consumo específico de água potável

Na Figura 4.8 é apresentado o consumo específico de água potável das ETAR em estudo.

Desta figura verifica-se que a ETAR de Vilamoura é a estação que apresenta um maior

consumo de água por m3 afluente, seguindo-se a ETAR de Olhão Nascente. A ETAR de Quinta

do Lago apresenta o menor consumo específico deste recurso, sendo a maioria da água

potável consumida, nesta estação, na etapa da desodorização.

Figura 4.8 – Consumo específico de água potável das ETAR em estudo.

De salientar que, a utilização de água potável para a preparação de polielectrólito e para as

lavagens nas ETAR de Vilamoura, Loulé e Olhão Nascente foi substituída pela reutilização de

água de serviço, o que permitiu diminuir o rácio entre o volume de água consumida e o volume

de água afluente nestas ETAR.

No consumo de água potável da ETAR de Loulé, o mês de Outubro não foi contabilizado

devido a uma avaria no contador. Caso este valor tivesse sido contabilizado, o consumo

específico de água potável desta estação aumentaria, aproximando-se dos valores

apresentados pela ETAR de Vilamoura e Olhão Nascente.

4.4.3. Determinação do consumo específico de energia eléctrica

Na Figura 4.9 é apresentado o consumo específico de energia eléctrica das ETAR em estudo.

A ETAR de Quinta do Lago é a estação que apresenta o maior consumo específico deste

recurso, valor que está associado aos consumos apresentados na época alta, à etapa de

nitrificação/desnitrificação por biofiltros, que requer arejamento contínuo e lavagens, e pelo

0,60

0,52 0,58

0,44

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Co

nsu

mo

esp

ecíf

ico

de

ág

ua p

otá

vel (L

/m3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

46

aumento de consumo de energia reactiva entre os meses de Setembro e Novembro, devido ao

mau funcionamento da bateria de condensadores desta ETAR.

Figura 4.9 – Consumo específico de energia eléctrica das ETAR em estudo.

Importa referir que, nas ETAR de Vilamoura e Loulé a etapa de desinfecção é apenas colocada

em funcionamento durante 5 e 6 meses no ano, respectivamente, factor que é responsável

pela diminuição do consumo específico de energia eléctrica nestas ETAR.

4.4.4. Determinação do consumo específico de polielectrólito

Na Figura 4.10 apresenta-se o consumo específico de polielectrólito utilizado no tratamento de

lamas das ETAR. O polielectrólito é utilizado no processo de lamas secundárias em todas as

estações, com a excepção da ETAR de Vilamoura, em que é aplicado também para lamas

mistas. Neste caso, a contabilização do polielectrólito resultou do somatório de reagente

utilizado no tratamento dos dois tipos de lamas.

Figura 4.10 – Consumo específico de polielectrólito das ETAR em estudo.

Da análise da Figura 4.10 pode observar-se que a ETAR de Loulé é a estação que apresenta

maior consumo especifico de polielectrólito, facto que pode estar relacionado com as elevadas

cargas poluentes de CQO e CBO5, que recebe mensalmente.

0,68

0,78

0,72

0,98

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Co

nsu

mo

esp

ecíf

ico

de

en

erg

ia e

léctr

ica (

kW

h/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

1,86

4,50

2,73

2,18

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Co

nsu

mo

esp

ecíf

ico

de

po

liele

ctr

ólito

(g

/m3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

47

4.4.5. Determinação do consumo específico dos restantes reagentes

A adição de outro tipo de reagentes, para além do polielectrólito, apenas se efectua nas ETAR

de Vilamoura e Quinta do Lago. Assim, a ETAR de Vilamoura utiliza o hidróxido de sódio

(NaOH) e ácido sulfúrico (H2SO4) na etapa de desodorização, enquanto que, a ETAR de Quinta

do Lago utiliza ainda, nesta etapa, o hipoclorito de sódio (NaClO). Para além destes reagentes,

a ETAR da Quinta do Lago apresenta o consumo de cloreto férrico e metanol, sendo o primeiro

utilizado para a remoção do fósforo e o segundo utilizado no processo de desnitrificação.

O consumo específico destes reagentes nas ETAR de Vilamoura e Quinta do Lago é

apresentado no Quadro 4.8. Como seria de esperar, devido ao elevado consumo de reagentes

na sua fase de exploração, a ETAR de Quinta do Lago apresenta valores muito superiores aos

apresentados pela ETAR de Vilamoura.

Quadro 4.8 – Consumo específico de reagentes nas ETAR de Vilamoura e Quinta do Lago.

ETAR

Consumo específico de hidróxido de sódio (g/m

3)

Consumo específico de

ácido sulfúrico (g/m

3)

Consumo específico de cloreto férrico

(g/m3)

Consumo específico de

metanol (g/m3)

Consumo específico de hipoclorito de sódio (g/m

3)

Vilamoura 0,12 0,05 0,00 0,00 0,00

Quinta do Lago 2,50 0,74 14,70 39,96 6,55

4.4.6. Determinação da produção específica de lamas

A produção de lamas pelas ETAR em estudo foi contabilizada de igual modo para todas as

ETAR, com excepção da ETAR de Vilamoura que possui, como anteriormente referido, lamas

mistas e lamas secundárias. Neste caso, a contabilização das lamas é efectuado pela soma

das duas parcelas. O total de lamas produzidas por cada ETAR é apresentado na Figura 4.11.

Figura 4.11 – Produção de lamas pelas ETAR em estudo.

As lamas produzidas pelas ETAR são, posteriormente, encaminhadas para um destino final,

podendo este ser a valorização agrícola, aterro sanitário e compostagem. As parcelas das

lamas, segundo destino final, são apresentadas na Figura 4.12.

4.549,71

2.860,77

877,51

2.102,99

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta doLago

Pro

du

ção

de l

am

as

(to

n/a

no

)

ETAR

48

Figura 4.12 – Percentagem de lamas produzidas pelas ETAR, segundo destino final.

Como se pode verificar pela constatação da figura anterior, o destino das lamas produzidas

pelas ETAR de Vilamoura e Loulé é muito repartido pelos três tipos, sendo a deposição em

aterro a solução mais adoptada para as ETAR de Olhão Nascente e Quinta do Lago.

A produção específica de lamas das ETAR em estudo é apresentada na Figura 4.13. Neste

campo, a ETAR de Loulé é a estação que apresenta um valor superior, podendo estar

relacionado, como anteriormente referido, com elevadas cargas de poluentes que recebe

mensalmente.

Figura 4.13 – Produção específica de lamas das ETAR em estudo.

4.4.7. Determinação da produção específica de resíduos

A produção de resíduos pelas ETAR em estudo corresponde ao somatório de gradados, areias

e gorduras, que posteriormente serão depositados em aterros sanitários. A ETAR de Vilamoura

é a única a possuir a recolha destes três tipos de resíduos, enquanto que, as restantes

recolhem apenas os dois primeiros tipos. A produção específica de resíduos é apresentada na

Figura 4.14.

31,96 32,33

7,69 0,89

31,40 26,72

53,21 60,48

36,64 40,95 39,10 38,63

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta doLago

%

ETAR

Compostagem

Aterro Sanitário

ValorizaçãoAgrícola

1,05

2,04

1,20 1,19

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Pro

du

ção

esp

ecíf

ica d

e

lam

as (

kg

/m3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

49

Figura 4.14 – Produção específica de resíduos das ETAR em estudo.

Como se pode verificar, pela observação da Figura 4.14, a ETAR de Olhão Nascente é a

estação que apresenta uma maior produção específica de resíduos, situação que pode ser

justificada pela presença de dois tamisadores na etapa do tratamento preliminar (um para o

afluente doméstico e outro para o afluente industrial).

4.4.8. Determinação da produção específica de gases com efeito de estufa

O cálculo da emissão de GEE energia foi determinado pelo produto entre o consumo de

energia eléctrica de cada ETAR e o coeficiente de emissão específica correspondente ao ano

de 2010. Os valores de GEE energia obtidos para as ETAR em estudo são apresentados no

Quadro 4.9.

Quadro 4.9 – Valores de emissão de GEE energia das ETAR em estudo.

ETAR Emissão de GEE energia

(kg CO2e/ano)

Vilamoura 712.293

Loulé 260.733

Olhão Nascente 126.355

Quinta do Lago 414.707

Para o cálculo das emissões de GEE exploração foi necessário a adopção e ponderação de

alguns coeficientes.

No cálculo das emissões de metano foi adoptado para o coeficiente TOW o valor do total anual

de matéria orgânica afluente às ETAR, estimado a partir dos relatórios mensais de exploração

das ETAR, para o ano de 2010. Para o factor de emissão do metano (EF) foi adoptado o ponto

3.4.4 do Quadro 3.3, que se refere à etapa de tratamento de lamas activadas sem digestão

anaeróbia, para todas as ETAR em estudo. De salientar que, apesar da ETAR de Quinta do

Lago possuir no seu esquema de tratamento a etapa de lamas activadas com digestão

anaeróbia, esta encontra-se inactiva à diversos anos, pelo que, foi considerado, nesta estação,

o valor para lamas activadas sem digestão anaeróbia. Como a etapa de digestão anaeróbia

0,03 0,01

0,22

0,04

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Pro

du

ção

esp

ecíf

ica d

e

resíd

uo

s (

kg

/m3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

50

não se processa na ETAR da Quinta do Lago, a parcela de recuperação de metano (MR) foi

considerada nula.

Os valores de emissão de metano produzidos pelas ETAR em estudo e os respectivos

coeficientes adoptados são apresentados no Quadro 4.10.

Quadro 4.10 – Valor das emissões de metano das ETAR em estudo e coeficientes adoptados para este cálculo.

ETAR Vilamoura Loulé Olhão Nascente Quinta do Lago

Coeficiente/Fase Líquida Sólida Líquida Sólida Líquida Sólida Líquida Sólida

TOW (ton CBO5/ano) 1.410,6 497,6 248,4 374,7

Bo (kg CH4/kg CBO5) 0,60 0,60 0,60 0,60

WS 0,63 0,00 0,63 0,00 0,63 0,00 0,63 0,00

MCF 0,10 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00

EF (kg CH4/kg CBO5) 0,0378 0,0378 0,0378 0,0378

MR (kg CH4/ano) 0 0 0 0

M (kg CH4/ano) 53.320 18.808 9.389 14.165

O valor das emissões de óxido nitroso e os respectivos coeficientes adoptados para cada

ETAR em estudo são apresentados no Quadro 4.11.

Quadro 4.11 – Valor das emissões de óxido nitroso das ETAR em estudo e coeficientes adoptados para este cálculo.

Coeficientes/ETAR Vilamoura Loulé Olhão Nascente Quinta do Lago

Proteína (kg proteína/hab.ano) 46 46 46 46

FracNPR (kg N/kg proteína) 0,16 0,16 0,16 0,16

População (hab.) 64.410 22.720 11.342 17.111

EF (kg N2O-N/kg N) 0,01 0,01 0,01 0,01

N2O (kg N2O-N/ano) 7.450 2.628 1.312 1.979

De modo a transformar o valor das emissões de metano e óxido nitroso em unidades de GEE

(CO2e), foi necessário proceder à multiplicação desta emissão pelos respectivos potenciais de

aquecimento global (Quadro 3.2). Os valores das emissões de GEE exploração totais e por gás

emissor são apresentados no Quadro 4.12.

Quadro 4.12 – Emissões de GEE exploração totais e por gás emissor das ETAR em estudo.

Emissões de GEE exploração

(ton CO2e/ano) Vilamoura Loulé Olhão Nascente Quinta do Lago

Metano 1.119,7 395,0 197,2 297,5

Óxido Nitroso 2.309,3 814,6 406,6 613,5

Total 3.429,1 1.209,6 603,8 911,0

Como se pode verificar, pela constatação dos quadros anteriores, as emissões de óxido nitroso

das ETAR em estudo são muito menores que as emissões de metano, no entanto, a situação

51

inverte-se quando estas emissões são transformadas em unidades de GEE, em resultado do

maior valor do potencial de aquecimento global do óxido nitroso.

A produção específica de GEE no nosso sistema é contabilizada como a soma de duas

parcelas: GEE energia e GEE exploração (Figura 4.15) Neste campo não existe factor de

escala, dado que, a emissão específica de cada ETAR apresenta um valor muito próximo umas

das outras.

Figura 4.15 – Produção específica de GEE das ETAR em estudo.

A produção específica de GEE exploração apresenta valores muito superiores aos da parcela

referente à produção específica de GEE energia. Nas ETAR de Vilamoura, Loulé e Olhão

Nascente esta discrepância é mais visível, com valores na ordem de 4,6 vezes superiores,

enquanto que, a ETAR de Quinta do Lago apresenta valores na ordem de 2,2 vezes superiores

(Figura 4.16).

Figura 4.16 – Produção específica de GEE das ETAR em estudo, segundo fonte de emissão.

0,96 1,05 1,00

0,75

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Pro

du

ção

esp

ecíf

ica d

e

GE

E (

kg

CO

2e/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

82,8 82,3 82,7 68,7

17,2 17,7 17,3 31,3

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta doLago

ETAR

GEE energia

GEE exploração

52

4.4.9. Apresentação dos esquemas finais do modelo de metabolismo aplicado às ETAR

Nas figuras que se seguem, Figura 4.17 a Figura 4.20, apresenta-se os esquemas finais do

modelo de metabolismo aplicado às ETAR em estudo. Nestas figuras, o fluxo de energia

eléctrica encontra-se expresso sob a forma de consumo energético (kWh/m3 água afluente) e

emissões de CO2e (kg/m3 água afluente), sendo que, apenas uma destas variáveis deve ser

considerada na análise dos fluxos, em função da unidade seleccionada.

53

Figura 4.17 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Vilamoura.

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,79

Caudal (m3) 4.335.479

SST (kg/m3) 0,204

CQO (kg/m3) 0,554

CBO5 (kg/m3) 0,325

NT (kg/m3) 0,062 Caudal (m3) 4.335.479

PT (kg/m3) 0,007 SST (kg/m3) 0,017

CQO (kg/m3) 0,047

CBO5 (kg/m3) 0,008

Consumo específico (L/m3) 0,60 NT (kg/m3) 0,013

PT (kg/m3) 0,003

Consumo específico (kWh/m3) 0,68

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,16

Consumo específico (g/m3) 1,86

Produção específica (kg/m3) 1,05

Produção Total (ton) 4.549,71

Valorização Agrícola (ton) 1.454,00

Aterro Sanitário (ton) 1.428,78

Compostagem (ton) 1.666,93

Produção específica (kg/m3) 0,03

Resíduos

Lamas

Energia

Reagentes (Polielectrólito)

ETAR de Vilamoura

Emissão devido ao Tratamento de Água Residual

Água Potável

Água Residual Afluente

Água Residual Tratada

54

Figura 4.18 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Loulé.

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,86

Caudal (m3) 1.401.137

SST (kg/m3) 0,334

CQO (kg/m3) 0,731

CBO5 (kg/m3) 0,355

NT (kg/m3) 0,060 Caudal (m3) 1.401.137

PT (kg/m3) 0,007 SST (kg/m3) 0,018

CQO (kg/m3) 0,040

CBO5 (kg/m3) 0,007

Consumo específico (L/m3) 0,52 NT (kg/m3) 0,017

PT (kg/m3) 0,003

Consumo específico (kWh/m3) 0,78

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,19

Consumo específico (g/m3) 4,50

Produção específica (kg/m3) 2,04

Produção Total (ton) 2.860,77

Valorização Agrícola (ton) 925,00

Aterro Sanitário (ton) 764,40

Compostagem (ton) 1.171,37

Produção específica (kg/m3) 0,01

Emissão devido ao Tratamento de Água Residual

Resíduos

Água Residual Afluente

ETAR de Loulé

Água Residual Tratada

Água Potável

Energia

Reagentes (Polielectrólito)

Lamas

55

Figura 4.19 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Olhão Nascente.

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,82

Caudal (m3) 733.820

SST (kg/m3) 0,413

CQO (kg/m3) 0,858

CBO5 (kg/m3) 0,338

NT (kg/m3) 0,186 Caudal (m3) 733.820

PT (kg/m3) 0,013 SST (kg/m3) 0,014

CQO (kg/m3) 0,032

CBO5 (kg/m3) 0,007

Consumo específico (L/m3) 0,58 NT (kg/m3) 0,015

PT (kg/m3) 0,005

Consumo específico (kWh/m3) 0,72

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,17

Consumo específico (g/m3) 2,73

Produção específica (kg/m3) 1,20

Produção Total (ton) 877,51

Valorização Agrícola (ton) 67,50

Aterro Sanitário (ton) 466,88

Compostagem (ton) 343,13

Produção específica (kg/m3) 0,22

Lamas

Emissão devido ao Tratamento de Água Residual

Água Residual Afluente

ETAR de Olhão Nascente

Água Residual Tratada

Água Potável

Energia

Reagentes (Polielectrólito)

Resíduos

56

Figura 4.20 – Modelo de metabolismo associado à ETAR de Quinta do Lago.

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,52

Caudal (m3) 1.765.980

SST (kg/m3) 0,179

CQO (kg/m3) 0,371

CBO5 (kg/m3) 0,212

NT (kg/m3) 0,051 Caudal (m3) 1.765.980

PT (kg/m3) 0,006 SST (kg/m3) 0,007

CQO (kg/m3) 0,031

CBO5 (kg/m3) 0,006

Consumo específico (L/m3) 0,44 NT (kg/m3) 0,010

PT (kg/m3) 0,003

Consumo específico (kWh/m3) 0,98

Produção específica (kg CO2e/m3) 0,23

Consumo específico (g/m3) 2,18

Produção específica (kg/m3) 1,19

Produção Total (ton) 2.102,99

Valorização Agrícola (ton) 18,75

Aterro Sanitário (ton) 1.271,86

Compostagem (ton) 812,38

Produção específica (kg/m3) 0,04

Emissão devido ao Tratamento de Água Residual

Resíduos

Lamas

Água Residual Afluente

ETAR de Quinta do Lago

Água Residual Tratada

Água Potável

Energia

Reagentes (Polielectrólito)

57

4.5. Determinação do custo específico total

4.5.1. Determinação do custo específico de exploração

Após a determinação dos fluxos associados ao funcionamento das ETAR em estudo, foi

possível efectuar a contabilização dos custos totais de exploração, tendo em conta os

parâmetros descritos na metodologia de trabalho e os custos associados a estes. Após a

obtenção destes custos foram determinados os custos específicos de exploração por m3 de

água tratada de cada ETAR, por forma a facilitar a comparação entre estas (Figura 4.21).

Figura 4.21 – Custos de específicos de exploração das ETAR em estudo.

A ETAR de Loulé é aquela que apresenta um custo específico de exploração mais elevado,

facto que pode estar relacionado com as elevadas cargas poluentes que a estação recebe

mensalmente, levando a um consumo superior de reagentes e a uma maior produção de

lamas. Por sua vez, a ETAR de Vilamoura, apesar de ser a estação que serve um maior

número de habitantes equivalentes, é a estação que apresenta um custo específico de

exploração mais baixo, em virtude do elevado caudal que recebe anualmente.

O peso associado a cada um dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração

da ETAR de Vilamoura é apresentado na Figura 4.22. Pela observação da figura constata-se

que a parcela referente ao consumo de energia é a maior contribuinte para este custo (43,0%),

seguindo-se a parcela do transporte e deposição de lamas no seu destino final, com 38,2% do

total.

0,137

0,191

0,168

0,185

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

0,220

0 20.000 40.000 60.000 80.000

Cu

sto

esp

ecíf

ico

de

exp

lora

ção

(€/m

3)

População equivalente servida (hab.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

58

Figura 4.22 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR de Vilamoura.

Na Figura 4.23 apresenta-se a distribuição por parâmetro constituinte do custo específico de

exploração da ETAR de Loulé. Contrariamente à ETAR de Vilamoura, nesta estação o

transporte e deposição de lamas no seu destino final representa a parcela mais significativa

para este custo, com 51,7% do total, sendo o consumo de energia o segundo maior

contribuinte, com 34,6%.

Figura 4.23 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR de Loulé.

Pela constatação dos resultados ao longo do trabalho, em particular para a Figura 4.13

referente ao consumo específico de lamas das ETAR, constata-se que a ETAR de Loulé

apresenta um valor deste coeficiente de, aproximadamente, 2 vezes o coeficiente das restantes

estações. Esta situação reflecte-se no cálculo do custo específico de exploração das ETAR, em

que, o custo associado ao transporte e deposição de lamas da ETAR de Loulé tem um peso

muito superior, quando comparado com o das restantes estações.

Relativamente à ETAR de Olhão Nascente, a distribuição do custo específico de exploração

segundo os parâmetros que o compõem, é apresentada na Figura 4.24. Neste caso, os

maiores contribuintes são, novamente, o transporte e deposição de lamas no seu destino final,

6,1% 0,5%

43,0% 38,2%

1,6% 10,4%

0,2%

Taxa de RecursosHídricos

Consumo de Água

Consumo de Energia

Produção de Lamas

Produção de Resíduos

Emissão de GEEexploração

Consumo de Reagentes

4,4% 0,3%

34,6%

51,7%

0,5% 8,2%

0,3% Taxa de RecursosHídricos

Consumo de Água

Consumo de Energia

Produção de Lamas

Produção de Resíduos

Emissão de GEEexploração

Consumo de Reagentes

59

com 40,2% do total, e o consumo de energia, com 36,3%. De salientar que, nesta estação, a

parcela de transporte e deposição de resíduos apresenta um valor algo significativo,

representando, aproximadamente, 9,1% do total.

Figura 4.24 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR de Olhão Nascente.

Por fim, na Figura 4.25 é apresentada a repartição do custo específico de exploração da ETAR

de Quinta do Lago pelos parâmetros que o constituem. Nesta estação o consumo de energia

apresenta-se como o maior contribuinte para este custo, com 49,2% do total, seguindo-se o

transporte e deposição de lamas no seu destino final, com 37,8%.

Figura 4.25 – Peso dos parâmetros constituintes do custo específico de exploração da ETAR de Quinta do Lago.

Nesta estação, o consumo de energia representa cerca de 50% do valor total do custo

específico de exploração, valor que pode estar associado, como anteriormente referido, à

etapa de nitrificação/desnitrificação por biofiltros, que requer arejamento contínuo e lavagens, e

pelo aumento de consumo de energia reactiva nos meses de Setembro a Novembro, devido ao

mau funcionamento da bateria de condensadores desta ETAR.

A parcela referente às emissões de GEE exploração apresenta a particularidade de ter sido

calculada, não sendo cobrado às estações o valor que lhes está associado. Se no futuro este

5,0% 0,4%

36,3%

40,2%

9,1% 8,8%

0,2%

Taxa de RecursosHídricos

Consumo de Água

Consumo de Energia

Produção de Lamas

Produção de Resíduos

Emissão de GEEexploração

Consumo de Reagentes

4,5% 0,3%

49,2% 37,8%

1,7% 5,0% 1,5%

Taxa de RecursosHídricos

Consumo de Água

Consumo de Energia

Produção de Lamas

Produção de Resíduos

Emissão de GEEexploração

Consumo de Reagentes

60

valor passar a ser facturado, esta parcela deve ser tida em consideração, um vez que, pode

representar, em todas as ETAR, um acréscimo significativo no valor do custo específico de

exploração.

Após a obtenção dos custos específicos de exploração foi efectuada uma análise deste custo

tendo em conta o aspecto ambiental e não ambiental da fase de exploração. Na parcela

ambiental, ou que, está directamente relacionada com o ambiente, foram contabilizados os

seguintes constituintes:

Taxa de recursos hídricos (TRH);

Consumo de água potável;

Consumo de energia eléctrica;

Emissão de GEE exploração.

No que diz respeito à parcela não ambiental foram contabilizados os restantes constituintes

considerados no cálculo do custo específico de exploração:

Produção de lamas;

Produção de resíduos;

Consumo de reagentes.

Pela análise da Figura 4.26 verifica-se que as ETAR de Vilamoura e de Quinta do Lago são as

estações que apresentam um valor superior da parcela ambiental no custo específico de

exploração, com 60,1% e 59,0%, respectivamente. Em contraponto, a ETAR de Loulé é a

estação cuja parcela não ambiental é mais representativa no custo específico de exploração,

valor que é muito impulsionado pelo transporte e deposição das lamas no seu destino final.

Figura 4.26 – Custo específico de exploração das ETAR em estudo, segundo as parcelas ambiental e não ambiental.

A parcela referente ao consumo de energia no custo específico de exploração pode ser dividida

em duas parcelas: custo específico associado à produção de energia eléctrica e custo

60,1 47,5 50,5

59,0

39,9 52,5 49,5

41,0

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta doLago

ETAR

Parcela nãoAmbiental

ParcelaAmbiental

61

específico devido às emissões de GEE energia. O custo específico devido às emissões de

GEE energia foi obtido pelo produto entre as emissões de GEE energia das ETAR em estudo,

apresentadas no Quadro 4.9, e o respectivo custo de emissão associado (Quadro 3.4). A partir

deste valor foi possível determinar o peso referente de cada uma das parcelas associadas ao

consumo de energia, sendo estas apresentadas na Figura 4.27.

Figura 4.27 – Custo específico do consumo de energia, subdividido por parcelas constituintes.

Como se pode constatar, os valores que dizem respeito à parcela do GEE energia são muito

inferiores à restante parcela, apresentando um valor mínimo de 4,7% do valor total na ETAR de

Quinta do Lago e um máximo de 5,1% na ETAR de Loulé e Olhão Nascente. De notar que, o

ano de 2010 foi um ano positivo em termos de produção de energia eléctrica a partir de

energias renováveis, factor que levou a que o valor do coeficiente de emissões específicas se

fixasse no valor mais baixo dos últimos anos (Quadro 3.1). Caso este cálculo tivesse sido

efectuado para o ano de 2006, o valor do custo específico associado às emissões de GEE

energia seria o dobro do apresentado.

4.5.2. Determinação do custo específico dos investimentos em capital fixo realizados

nas ETAR (punit)

No desenvolvimento do caso de estudo foi ainda determinado o custo específico por m3 de

água tratada, tendo em conta os investimentos em capital fixo efectuados pela empresa Águas

do Algarve nas ETAR analisadas. De salientar que, a apresentação dos resultados deste

campo será efectuada em função da população no ano horizonte de projecto de cada ETAR,

uma vez que, o estudo dos custos anuais do investimento se prolonga até ao ano horizonte de

projecto de cada estação.

A determinação deste custo teve como primeiro passo a estimativa da evolução dos caudais

afluentes às ETAR, até ao ano horizonte de projecto. Esta estimativa foi efectuada com a

aplicação de uma curva de regressão aos dados de caudal afluente disponíveis, 2007 a 2011,

0,0030 0,0034 0,0031 0,0042

0,0559 0,0625 0,0579

0,0868

0,0000

0,0100

0,0200

0,0300

0,0400

0,0500

0,0600

0,0700

0,0800

0,0900

0,1000

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta do Lago

Cu

sto

esp

ecíf

ico

do

co

nsu

mo

de e

nerg

ia (

€/m

3)

ETAR

Produção deenergia eléctrica

GEE energia

62

e ao caudal do ano horizonte de projecto. A curva de regressão adoptada foi do tipo

exponencial, por ser a que melhor se adaptou aos dados disponíveis.

No desenvolvimento do caso de estudo foram adoptados, para todas as ETAR, os valores de

caudais estimados pela curva de regressão aplicada, sendo, posteriormente, efectuada uma

análise de sensibilidade aos casos que se achar pertinentes.

A curva de regressão aplicada aos dados da ETAR Vilamoura é apresentada na Figura 4.28,

possuindo esta uma estimativa de caudais com elevado grau de ajuste (R2=0,981).

Figura 4.28 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Vilamoura, até ao ano horizonte de projecto (2025).

A estimativa da evolução de caudal, até ao ano horizonte de projecto, para a ETAR de Loulé

apresenta um valor de R2 pouco elevado (0,660), valor que se deve à grande irregularidade dos

dados de caudal afluente à ETAR, no período compreendido entre 2007 e 2011. A curva de

regressão que melhor se adaptou aos dados disponíveis é apresentada na Figura 4.29.

Figura 4.29 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Loulé, até ao ano horizonte de projecto (2015).

y = 2,647E-53e6,778E-02x R² = 9,805E-01

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030

Q (

m3/a

no

)

Ano

CaudaisVilamoura

ProjecçãoVilamoura

y = 1,404E-64e8,018E-02x R² = 6,598E-01

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

2000 2005 2010 2015 2020

Q (

m3/a

no

)

Ano

CaudaisLoulé

ProjecçãoLoulé

63

Os dados de caudal da ETAR de Olhão Nascente permitem obter uma projecção de caudais

com elevado grau de ajuste (R2=0,967), sendo esta apresentada na Figura 4.30.

Figura 4.30 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Olhão Nascente, até ao ano horizonte de projecto (2035).

A ETAR de Quinta do Lago teve o ano de 2010 como ano horizonte de projecto. No entanto,

esta estação continua em funcionamento, possuindo-se dados de caudal referentes ao ano de

2011. Assim, optou-se por realizar uma projecção de caudais entre 2007 e 2011, de modo a

garantir uma melhor aproximação possível aos dados disponíveis. A projecção efectuada para

os valores de caudal desta ETAR é apresentada na Figura 4.31.

Figura 4.31 – Curva de regressão adoptada para os dados de caudal da ETAR de Quinta do Lago.

A partir dos valores de caudal estimados para cada ETAR foi possível determinar o valor dos

custos anuais do investimento, actualizados ao ano de 2010, para as taxas de actualização de

4%, 6% e 8%. Por sua vez, a partir dos valores de investimento efectuado foi determinado o

valor de investimento corrigido, actualizando-o ao ano de 2010, para as mesmas taxas de

actualização. Após a obtenção destes valores, recorreu-se à aplicação da Equação 7, para a

determinação do valor de punit de cada ETAR em estudo.

y = 2,003E-23e3,267E-02x R² = 9,667E-01

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2000 2010 2020 2030 2040

Q (

m3/a

no

)

Ano

Caudais OlhãoNascente

ProjecçãoOlhãoNascente

y = 5,140E-80e9,794E-02x R² = 8,183E-01

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

2000 2005 2010 2015 2020

Q (

m3/a

no

)

Ano

CaudaisQuinta doLago

ProjecçãoQuinta doLago

64

A ETAR de Vilamoura apresenta a particularidade de ser a única estação a possuir

investimento no ano de 2011. Como os coeficientes de actualização de moeda são referentes

ao ano de 2010, foi necessário estimar o coeficiente de 2011, de modo a efectuar a correcção

do investimento correspondente. Assim, foi adoptado uma desvalorização de moeda entre o

ano de 2010 e 2011 semelhante à que ocorreu entre o ano de 2009 e 2010, pelo que, o

coeficiente adoptado fixou-se no valor de 0,99.

Os valores de punit alcançados para as ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%,

são apresentados na Figura 4.32. Os quadros de cálculo para a obtenção deste valor, para a

taxa de actualização de 4%, são apresentados no ANEXO 2.

Figura 4.32 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%.

Como se pode verificar, das ETAR analisadas a ETAR de Olhão Nascente é a estação que

apresenta um valor de punit superior, sendo a ETAR de Loulé a que apresenta este valor mais

baixo.

Os valores de punit das estações em estudo, para a taxa de actualização de 6%, são

apresentados na Figura 4.33. Os quadros de cálculo para a obtenção do valor de punit, para a

taxa de actualização de 6%, são apresentados no ANEXO 3.

0,113

0,051

0,280

0,171

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0 50.000 100.000 150.000

pu

nit (

€/m

3)

População no ano HP (eq.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

65

Figura 4.33 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 6%.

Com a aplicação de uma taxa de actualização superior os valores de punit serão também

superiores. O aumento do valor de punit, devido à passagem da taxa de actualização de 4%

para 6%, é mais sentido nas ETAR de Olhão Nascente e Vilamoura, com incrementos na

ordem dos 27,1% e 19,9%, respectivamente. Em sentido oposto encontra-se a ETAR de Quinta

do Lago, cujo incremento do valor de punit apenas se fez sentir em 4,4%.

Os valores de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 8%, são apresentados

na Figura 4.34. Os quadros de cálculo para a obtenção deste valor, para a taxa de actualização

de 8%, são apresentados no ANEXO 4.

Figura 4.34 – Valor de punit das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 8%.

Com a evolução da taxa de actualização de 6% para 8% verifica-se novamente as tendências

de crescimento que existiram aquando da passagem desta taxa de 4% para 6%. Neste caso, a

ETAR de Olhão Nascente apresenta já um valor de punit muito elevado, quer quando

comparado com as restantes estações, quer a nível de custo por m3 de água tratada.

De salientar que, como o período em análise na ETAR de Quinta do Lago foi muito curto, de

2005 a 2010, poder-se-ia ter adoptado os valores de caudais reais entre 2007 e 2010 e os

valores estimados para 2005 e 2006. Este procedimento não foi tido em conta, uma vez que,

0,135

0,055

0,355

0,179

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0 50.000 100.000 150.000

pu

nit (

€/m

3)

População no ano HP (eq.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

0,159

0,060

0,436

0,186

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

0,500

0 50.000 100.000 150.000

pu

nit (

€/m

3)

População no ano HP (eq.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

66

as diferenças alcançadas para o valor de punit seriam muito reduzidas, apresentando variações

de, aproximadamente, 0,003 €/m3 para cada uma das taxas aplicadas.

4.5.3. Análise de sensibilidade

Após a determinação dos valores de punit das ETAR em estudo, achou-se conveniente efectuar

uma análise de sensibilidade às estações de Loulé e Quinta do Lago, sendo esta efectuada por

alteração de algumas condições de cálculo.

A ETAR de Loulé apresenta valores de caudal afluente muito irregulares, entre os anos de

2007 e 2011, factor que dificulta a obtenção de uma curva de regressão com um bom ajuste.

Assim, foi efectuado um novo o cálculo do valor de punit assumindo um valor de caudal

constante e igual a 1.227.063 m3/ano, valor obtido pela média dos caudais afluentes entre o

ano de 2007 e 2011.

Os valores de punit alcançados para a ETAR de Loulé, quer na primeira estimativa, obtida pela

curva de regressão da Figura 4.29, quer para o caudal médio indicado, para as taxas de

actualização de 4%, 6% e 8%, são apresentados no Quadro 4.13. Os quadros de cálculo

obtidos na determinação do valor de punit, assumindo um caudal médio, para as respectivas

taxas de actualização, são apresentados no ANEXO 5.

Quadro 4.13 – Valores de punit obtidos para a ETAR de Loulé, para caudais estimados e caudal médio, para a taxa de actualização de 4%, 6% e 8%.

ETAR de Loulé Taxa de actualização (ta)

punit (€/m3) 4% 6% 8%

Estimativa de caudais 0,051 0,055 0,060

Caudal médio 0,057 0,061 0,065

Como se comprova, pela verificação do quadro anterior, a adopção dos valores de caudal

médio, no processo de cálculo do punit, resulta num aumento pouco significativo deste valor.

A ETAR de Quinta do Lago apresenta a particularidade de continuar a funcionar após o ano de

horizonte de projecto (2010). Deste modo, foi efectuado a determinação de um novo valor de

punit, considerando um funcionamento até ao ano de 2016, ano em que o caudal estimado

atingirá um valor semelhante ao caudal horizonte de projecto.

Os valores de punit determinados para a ETAR de Quinta do Lago, quer para um funcionamento

da estação até ao ano de 2010, quer para um funcionamento até ao ano de 2016, para as

taxas de actualização de 4%, 6% e 8%, são apresentados no Quadro 4.14. Os quadros de

cálculo para a obtenção do valor de punit, para um funcionamento da estação até 2016, para as

respectivas taxas de actualização, são apresentados no ANEXO 6.

67

Quadro 4.14 – Valores de punit obtidos para a ETAR de Quinta do Lago, com funcionamento até ao ano de 2010 e 2016, para as taxas de actualização de 4%, 6% e 8%.

ETAR de Quinta do Lago Taxa de actualização (ta)

punit (€/m3) 4% 6% 8%

Funcionamento até 2010 0,171 0,179 0,186

Funcionamento até 2016 0,071 0,079 0,087

Com o aumento da fase de exploração da ETAR de Quinta do Lago até ao ano de 2016,

verifica-se que o valor de punit decresce significativamente, apresentando valores inferiores na

ordem dos 0,100 €/m3, para todas as taxas de actualização consideradas.

4.5.4. Custo específico total

A determinação do custo específico total resulta da contabilização das parcelas referentes ao

custo específico de exploração e ao custo específico dos investimentos em capital fixo

realizados nas ETAR. Neste ponto importa referir, novamente, que nos custos específicos de

exploração não estão incluídas parcelas importantes referentes a esta fase, como encargos

com pessoal, veículos, combustíveis e instalações.

A apresentação destes resultados será efectuada de acordo com as taxas de actualização

analisadas na determinação do punit, e para um custo de exploração constante, referente aos

dados do ano de 2010, ano em estudo. Optou-se, neste ponto, por representar os custos

específicos totais em função da população no ano horizonte de projecto, uma vez que, se

admite constante o custo específico de exploração para os vários anos de operação, dado

estar contabilizado por unidade de volume de água residual tratada (€/m3).

Os valores do custo específico total, para a taxa de actualização de 4%, são apresentados na

Figura 4.35.

Figura 4.35 – Valores do custo específico total das ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%.

0,250

0,241

0,448

0,356

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

0,500

0 50.000 100.000 150.000

Cu

sto

esp

ecíf

ico

to

tal

(€/m

3)

População no ano HP (eq.)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé

ETAR de OlhãoNascente

ETAR de Quinta doLago

68

Como se verifica, pela análise da Figura 4.35, a ETAR de Olhão Nascente continua a ser a

estação que apresenta resultados superiores, valor muito impulsionado pelo valor do punit desta

estação. Por sua vez, a ETAR de Loulé é a estação que apresenta um valor mais reduzido

deste custo, no entanto, já muito próximo do valor apresentado pela ETAR de Vilamoura.

Após a obtenção dos custos específicos totais foi efectuado um análise a este custo tendo em

conta as parcelas do custo específico de exploração (sem GEE exploração), GEE exploração e

punit, que o constituem (Figura 4.36).

Figura 4.36 – Custo específico total das ETAR em estudo, dividido segundo as parcelas do custo específico de exploração (sem GEE exploração), GEE exploração e punit, para a taxa de

actualização de 4%.

Como se pode constatar, o peso referente às parcelas que constituem o custo específico total

varia de ETAR para ETAR. Se por um lado, A ETAR de Olhão Nascente apresenta um peso

muito elevado da parcela do punit no custo específico total (62,4%), por outro, a ETAR de Loulé

apresenta a situação contrária, em que, o custo específico de exploração (sem GEE

exploração) é o maior contribuinte para este custo total (72,5%).

Analisando a parcela referente ao GEE exploração, verifica-se que as ETAR de Loulé e

Vilamoura são as estações em que estas emissões possuem maior peso no custo específico

total, pelo que, se num futuro o seu valor passar a ser cobrado, pode representar um acréscimo

significativo neste custo.

Os custos específicos totais, para as taxas de actualização de 6% e 8%, são apresentados no

Quadro 4.15. Como referido anteriormente, estes custos apenas tiveram um incremento na

parcela do punit, mantendo-se o custo específico de exploração constante.

45,2

21,0

62,4 48,0

49,0

72,5

34,2 49,3

5,7 6,5 3,3 2,6

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Vilamoura Loulé OlhãoNascente

Quinta do Lago

ETAR

GEE exploração

Custo exploração(sem GEEexploração)punit

69

Quadro 4.15 – Custos específicos totais das ETAR em estudo, para as taxas de actualização de 6% e 8%.

Custo específico total (€/m

3)

ETAR de Vilamoura

ETAR de Loulé ETAR de Olhão

Nascente ETAR de Quinta

do Lago

ta=6% 0,272 0,246 0,523 0,363

ta=8% 0,296 0,250 0,604 0,371

Pela observação do quadro anterior constata-se, novamente, que a ETAR de Olhão Nascente

apresenta o valor do custo específico total superior, seguindo-se a ETAR de Quinta do Lago.

O valor do custo específico total da ETAR de Olhão Nascente sem a parcela do GEE

exploração, que não é actualmente cobrada, ascende a valores de 0,509 €/m3 e 0,589 €/m

3,

para as taxas de actualização de 6% e 8%, respectivamente. Se tivermos em conta o valor de

0,607 €/m3

praticado pela AdA aos municípios pela recepção de caudal, os valores alcançados

por esta estação apresentam já um valor próximo dos da tarifa de recepção, sendo que, os

custos estimados não têm em consideração alguns contribuintes importantes da fase de

exploração, como sendo encargos de pessoal, veículos, combustíveis e instalações.

Com a aplicação das taxas de actualização de 6% e 8%, o valor de punit aumenta, aumentando

também a respectiva parcela deste custo no valor do custo específico total. Assim, para a taxa

de actualização de 8%, a parcela relativa ao punit assume valores na ordem dos 72,2% e 53,8%,

para as ETAR de Olhão Nascente e Vilamoura, respectivamente.

Importa referir que, através da análise de sensibilidade efectuada ao valor de punit na ETAR de

Quinta do Lago, pelo do aumento da fase de exploração até o ano de 2016, os valores do custo

específico total desta estação diminuíram em cerca de 0,100 €/m3, para todas as taxas de

actualização aplicadas (Quadro 4.16).

Quadro 4.16 – Custos específicos totais da ETAR de Quinta do Lago, para um funcionamento até ao ano de 2010 e 2016, para as diferentes taxas de actualização consideradas.

ETAR de Quinta do Lago Taxa de actualização (ta)

Custo específico total (€/m3) 4% 6% 8%

Funcionamento até 2010 0,356 0,363 0,371

Funcionamento até 2016 0,255 0,264 0,272

Como esta estação continua em funcionamento, para além do ano horizonte de projecto

(2010), estes valores poderão ser mais próximos da realidade do que os calculados numa

primeira estimativa, em que, apenas se teve em consideração uma fase de exploração até ao

ano de 2010.

70

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aplicação de modelos de metabolismo aos serviços da água constitui uma ferramenta

fundamental para o estudo separado dos fluxos de energia e massa do sistema, permitindo

assim uma percepção faseada dos subprodutos associados e as áreas de intervenção

passiveis de serem intervencionadas, de modo a optimizar o sistema, consoante os objectivos

pretendidos.

Este modelo foi aplicado a quatro ETAR da Águas do Algarve, designadamente às ETAR de

Vilamoura, Loulé, Olhão Nascente e Quinta do Lago, para o ano civil de 2010. Para poder

comparar as ETAR em estudo, que apresentam diferentes dimensões e linhas de tratamento, o

valor de cada fluxo foi determinado em função do volume de água afluente a cada ETAR.

A metodologia desenvolvida englobou ainda a contabilização dos custos específicos totais

associados ao tratamento de um volume unitário de água residual. Estes custos foram

contabilizados pela soma do custo específico de exploração, de acordo com os fluxos

anteriormente determinados, e do custo específico dos investimentos em capital fixo realizados

nas ETAR (punit).

No que diz respeito à carga específica de CQO removida, verificou-se uma gama alargada de

valores entre as diferentes ETAR, factor que pode indicar condições de funcionamento distintas

entre as estações. No entanto, relativamente à carga específica de CBO5 removida, registaram-

se valores muito semelhantes entre as ETAR de Loulé, Olhão Nascente e Vilamoura,

apresentando, a ETAR de Quinta do Lago o valor mais baixo neste ponto, situação já registada

para o valor de CQO.

O consumo específico de água potável das ETAR em estudo apresenta valores muito

semelhantes entre si, sendo as ETAR de Vilamoura e Olhão Nascente as que registam os

valores superiores. Estas estações possuem a particularidade de efectuar a preparação do

polielectrólito e lavagens com recurso a água de serviço, situação que permitiu a diminuição do

rácio entre o volume de água potável consumida e o volume de água afluente.

O consumo específico de energia eléctrica pelas ETAR em estudo apresenta-se similar para

todas as ETAR, com a excepção da ETAR de Quinta do Lago, que apresenta o valor mais

elevado, de, aproximadamente, 1 kWh/m3 afluente. Este valor está relacionado com a etapa de

nitrificação/desnitrificação por biofiltros da estação, que requer arejamento contínuo e

lavagens, e pelo aumento de consumo de energia reactiva nos meses de Setembro a

Novembro, devido ao mau funcionamento da bateria de condensadores da estação.

O consumo específico de polielectrólito no tratamento de lamas e a produção específica das

mesmas é similar em todas as ETAR, com a excepção da ETAR de Loulé, que apresenta um

valor para ambos os casos de, aproximadamente, o dobro das restantes. Estes valores podem

71

estar relacionados com as elevadas cargas de poluentes que a ETAR de Loulé recebe

mensalmente, levando a um maior consumo de reagentes e a uma maior produção de lamas.

A produção de GEE pelas ETAR em estudo é contabilizada segundo as fontes de GEE energia

e GEE exploração. Esta produção apresenta valores similares para as diferentes ETAR

analisadas, verificando-se que não existe efeito de escala neste domínio, pelo que, quando as

emissões produzidas são calculadas em termos de emissões específicas, a tendência mantém-

se.

Pela análise em separado da produção específica de GEE, pelas parcelas que a compõem,

verifica-se que a parcela referente ao GEE exploração apresenta valores muito superiores aos

da parcela referente ao GEE energia. Enquanto que, nas ETAR de Vilamoura, Loulé e Olhão

Nascente esta diferença se situa na ordem das 4,6 vezes, na ETAR de Quinta do Lago esta

diferença é mais reduzida, apresentando-se 2,2 vezes superior.

O custo específico de exploração das ETAR em estudo apresenta valores similares para as

ETAR de Olhão Nascente e Loulé, sendo esta última a que apresenta um valor superior (0,191

€/m3). Por sua vez, a ETAR de Vilamoura é a estação que apresenta um menor valor deste

custo (0,137 €/m3). Importa referir que, nos custos de exploração não foram incluídos alguns

aspectos com peso significativo nesta fase, como encargos com pessoal, veículos,

combustíveis e instalações.

Nas ETAR de Vilamoura e Quinta do Lago o consumo de energia eléctrica é o parâmetro

associado à fase de exploração que mais contribuiu para o valor do custo específico, seguindo-

se o transporte e deposição de lamas no seu destino final. Por sua vez, nas ETAR de Loulé e

Olhão Nascente a situação inverte-se, sendo o transporte e deposição de lamas o parâmetro

que possui maior peso no custo específico de exploração, seguindo-se o consumo de energia.

De acordo com a análise económica efectuada ao custo específico de exploração, tendo em

conta o aspecto ambiental e o aspecto não ambiental, verifica-se que as ETAR de Vilamoura e

Quinta do Lago são as estações em que a parcela ambiental possui uma maior

representatividade neste custo, apresentando um peso de 60,1% e 59,0%, respectivamente.

No que diz respeito à parcela não ambiental, esta é mais significativa na ETAR de Loulé,

apresentando um peso no custo específico de exploração de 52,5%.

Os valores de punit obtidos para as ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%, são

muito díspares, apresentando um valor de máximo de 0,280 €/m3 para a ETAR de Olhão

Nascente e um valor mínimo de 0,051 €/m3 para a ETAR de Loulé.

Com a passagem da taxa de actualização de 4% para 6%, os valores do punit aumentaram,

sendo este acréscimo mais sentido nas ETAR de Olhão Nascente e Vilamoura. A passagem da

taxa de actualização de 6% para 8% levou a um novo aumento dos valores de punit,

apresentando a ETAR de Olhão Nascente o valor mais elevado deste custo (0,436 €/m3).

72

O custo específico total obtido para as ETAR em estudo, para a taxa de actualização de 4%,

apresenta valores diferenciados de estação para estação, sendo ETAR de Olhão Nascente a

que obteve um valor superior, 0,448 €/m3, e a ETAR de Loulé a que apresentou um valor mais

reduzido, 0,241 €/m3.

Com a aplicação de taxas superiores, os valores do custo específico total serão também

superiores, por influência do crescimento do punit. A ETAR de Olhão Nascente regista os

valores mais elevados, para as taxas de actualização de 6% e 8%, alcançando valores de

0,523 €/m3 e 0,604 €/m

3, respectivamente. Por sua vez, a ETAR de Loulé é a estação que

apresenta valores mais baixos do custo específico total, apresentando 0,272 €/m3 e 0,296 €/m

3,

para as taxas de actualização de 6% e 8%, respectivamente.

O valor do custo específico total da ETAR de Olhão Nascente sem a parcela do GEE

exploração, que não é actualmente cobrada, ascende a valores de 0,509 €/m3 e 0,589 €/m

3,

para as taxas de actualização de 6% e 8%, respectivamente. Se tivermos em conta o valor de

0,607 €/m3

praticado pela AdA aos municípios pela recepção de caudal, os valores alcançados

por esta estação apresentam já um valor próximo dos da tarifa de recepção, sendo que, os

custos estimados não têm em consideração alguns contribuintes importantes da fase de

exploração, como sendo encargos de pessoal, veículos, combustíveis e instalações.

Analisando o valor do custo específico total, segundo as parcelas do punit, custo específico de

exploração (sem GEE exploração) e GEE exploração, verifica-se que, a parcela do punit é mais

elevada nas ETAR de Olhão Nascente e Quinta do Lago, sendo a parcela do custo específico

de exploração (sem GEE exploração) maior na ETAR de Loulé.

No desenvolvimento do caso de estudo achou-se preponderante efectuar uma análise de

sensibilidade à ETAR de Quinta do Lago. Esta análise incidiu no prolongamento da fase de

exploração desta estação de 2010 para 2016, determinando-se o valor do punit correspondente

a esta alteração. Os resultados obtidos foram significativos, alcançando-se uma redução de,

sensivelmente, 0,100 €/m3 dos valores de punit obtidos para um fase de exploração até 2010,

para as taxas de actualização analisadas, pelo que, se considera vantajoso a manutenção da

ETAR em funcionamento.

73

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(*) Referencias não consultadas directamente.

77

ANEXOS

ANEXO 1 – Linhas de tratamento das ETAR em estudo…………………………………………..78

ANEXO 2 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo, para a taxa

de actualização de 4% ...............................................................................................................80

ANEXO 3 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo, para a taxa

de actualização de 6%. …………………………………………………………………….………….83

ANEXO 4 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo, para a taxa

de actualização de 8%. …………………………………………………………………….………….86

ANEXO 5 – Quadros de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, considerando

um caudal médio, para as taxas de actualização de 4%, 6% e 8%. …………………………….89

ANEXO 6 – Quadros de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago,

assumindo uma fase de exploração até ao ano de 2016, para as taxas de actualização de 4%,

6% e 8%. …………………………………………………………………………………….………….91

78

ANEXO 1 – Linhas de tratamento das ETAR em estudo

Figura A.1.1 – Linha de tratamento da ETAR de Vilamoura

Figura A.1.2 – Linha de tratamento da ETAR de Loulé

79

Figura A.1.3 – Linha de tratamento da ETAR de Olhão Nascente

Figura A.1.4 – Linha de tratamento da ETAR de Quinta do Lago

80

ANEXO 2 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo,

para a taxa de actualização de 4%.

punit (€/m3) 0,113

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Vilamoura Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2002 10.430,8 12.204,0 16.702,0 2.262.491,0 349.830,6

2003 125.743,0 142.089,5 186.980,1 2.421.159,2 359.965,6

2004 2.843.431,4 3.156.208,9 3.993.611,1 2.590.954,7 370.394,1

2005 4.227.371,3 4.565.561,0 5.554.703,1 2.772.658,0 381.124,8

2006 992.973,1 1.042.621,7 1.219.719,9 2.967.104,1 392.166,4

2007 691.200,3 711.936,3 800.831,5 3.175.186,7 403.527,9

2008 41.778,1 41.778,1 45.187,2 3.397.862,1 415.218,5

2009 8.440,0 8.524,4 8.865,4 3.636.153,7 427.247,8

2010 52.576,0 52.576,0 52.576,0 3.891.156,6 439.625,6

2011 10.707,0 10.599,9 10.192,2 4.164.042,8 452.362,0

2012

4.456.066,5 465.467,4

2013

4.768.569,8 478.952,4

2014

5.102.988,9 492.828,2

2015

5.460.860,8 507.105,9

2016

5.843.830,2 521.797,3

2017

6.253.657,1 536.914,3

2018

6.692.225,2 552.469,2

2019

7.161.550,0 568.474,8

2020

7.663.788,4 584.944,1

2021

8.201.248,8 601.890,5

2022

8.776.401,2 619.327,9

2023

9.391.888,9 637.270,5

2024

10.050.540,7 655.732,8

2025

10.755.383,7 674.730,1

Total 9.004.651,0 9.744.099,9 11.889.368,6 131.857.769,5 11.889.368,6

Quadro A.2.1 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Vilamoura, para a taxa de actualização de 4%.

81

punit (€/m3) 0,051

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Loulé Investimento ano nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 586.653,6 922.441,6 56.948,3

2006 0,0 0,0 0,0 999.448,9 59.329,3

2007 0,0 0,0 0,0 1.082.885,0 61.809,8

2008 34.539,0 34.539,0 37.357,4 1.173.286,5 64.394,1

2009 96.000,0 96.960,0 100.838,4 1.271.234,9 67.086,4

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.377.360,2 69.891,2

2011 0,0 0,0 0,0 1.492.345,1 72.813,3

2012

1.616.929,2 75.857,6

2013

1.751.913,8 79.029,2

2014

1.898.167,2 82.333,4

2015

2.056.630,2 85.775,8

Total 627.427,0 664.104,5 775.268,4 15.642.642,7 775.268,4

Quadro A.2.2 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, para a taxa de actualização de 4%.

punit (€/m3) 0,171

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.276.704,7 984.555,6 204.794,2

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 217.179,6

2007 30.066,0 30.968,0 34.834,8 1.197.594,6 230.314,1

2008 56.130,0 56.130,0 60.710,2 1.320.823,1 244.242,9

2009 1.250,0 1.262,5 1.313,0 1.456.731,3 259.014,1

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 274.678,7

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.430.223,7 7.652.191,6 1.430.223,7

Quadro A.2.3 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, para a taxa de actualização de 4%.

82

punit (€/m3) 0,280

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Olhão Nascente Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2003 90.356,2 102.102,5 134.359,9 526.074,9 193.500,4

2004 626.059,3 694.925,9 879.302,9 543.545,6 192.237,0

2005 2.978.944,7 3.217.260,3 3.914.289,1 561.596,5 190.981,8

2006 643.594,6 675.774,3 790.560,4 580.246,9 189.734,8

2007 5.043,1 5.194,4 5.843,0 599.516,6 188.496,0

2008 25.427,9 25.427,9 27.502,8 619.426,2 187.265,3

2009 9.000,0 9.090,0 9.453,6 639.997,1 186.042,6

2010 0,0 0,0 0,0 661.251,1 184.827,8

2011 0,0 0,0 0,0 683.210,9 183.621,0

2012

705.900,0 182.422,1

2013

729.342,6 181.231,0

2014

753.563,8 180.047,7

2015

778.589,3 178.872,1

2016

804.445,8 177.704,2

2017

831.161,1 176.543,9

2018

858.763,6 175.391,2

2019

887.282,7 174.246,0

2020

916.748,9 173.108,3

2021

947.193,7 171.978,1

2022

978.649,6 170.855,2

2023

1.011.150,1 169.739,6

2024

1.044.729,9 168.631,3

2025

1.079.424,9 167.530,3

2026

1.115.272,0 166.436,4

2027

1.152.309,7 165.349,7

2028

1.190.577,4 164.270,1

2029

1.230.115,9 163.197,5

2030

1.270.967,4 162.131,9

2031

1.313.175,6 161.073,3

2032

1.356.785,6 160.021,6

2033

1.401.843,8 158.976,8

2034

1.448.398,4 157.938,8

2035

1.496.499,0 156.907,6

Total 4.378.425,8 4.729.775,2 5.761.311,6 30.717.756,5 5.761.311,6

Quadro A.2.4 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Olhão Nascente, para a taxa de actualização de 4%.

83

ANEXO 3 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo,

para a taxa de actualização de 6%.

punit (€/m3) 0,135

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Vilamoura Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2002 10.430,8 12.204,0 19.451,3 2.262.491,0 488.324,7

2003 125.743,0 142.089,5 213.650,1 2.421.159,2 492.991,4

2004 2.843.431,4 3.156.208,9 4.477.142,6 2.590.954,7 497.702,6

2005 4.227.371,3 4.565.561,0 6.109.750,5 2.772.658,0 502.458,9

2006 992.973,1 1.042.621,7 1.316.285,9 2.967.104,1 507.260,6

2007 691.200,3 711.936,3 847.927,5 3.175.186,7 512.108,2

2008 41.778,1 41.778,1 46.941,9 3.397.862,1 517.002,2

2009 8.440,0 8.524,4 9.035,9 3.636.153,7 521.942,9

2010 52.576,0 52.576,0 52.576,0 3.891.156,6 526.930,8

2011 10.707,0 10.599,9 9.999,9 4.164.042,8 531.966,4

2012

4.456.066,5 537.050,2

2013

4.768.569,8 542.182,5

2014

5.102.988,9 547.363,8

2015

5.460.860,8 552.594,7

2016

5.843.830,2 557.875,5

2017

6.253.657,1 563.206,8

2018

6.692.225,2 568.589,1

2019

7.161.550,0 574.022,8

2020

7.663.788,4 579.508,4

2021

8.201.248,8 585.046,5

2022

8.776.401,2 590.637,5

2023

9.391.888,9 596.281,9

2024

10.050.540,7 601.980,2

2025

10.755.383,7 607.733,0

Total 9.004.651,0 9.744.099,9 13.102.761,7 131.857.769,5 13.102.761,7

Quadro A.3.1 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Vilamoura, para a taxa de actualização de 6%.

84

punit (€/m3) 0,055

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Loulé Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 645.274,3 922.441,6 68.054,4

2006 0,0 0,0 0,0 999.448,9 69.562,0

2007 0,0 0,0 0,0 1.082.885,0 71.103,0

2008 34.539,0 34.539,0 38.808,0 1.173.286,5 72.678,1

2009 96.000,0 96.960,0 102.777,6 1.271.234,9 74.288,2

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.377.360,2 75.933,9

2011 0,0 0,0 0,0 1.492.345,1 77.616,0

2012

1.616.929,2 79.335,4

2013

1.751.913,8 81.092,9

2014

1.898.167,2 82.889,4

2015

2.056.630,2 84.725,6

Total 627.427,0 664.104,5 837.279,0 15.642.642,7 837.279,0

Quadro A.3.2 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, para a taxa de actualização de 6%.

punit (€/m3) 0,179

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.404.278,0 984.555,6 235.247,3

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 244.767,4

2007 30.066,0 30.968,0 36.883,4 1.197.594,6 254.672,8

2008 56.130,0 56.130,0 63.067,7 1.320.823,1 264.979,0

2009 1.250,0 1.262,5 1.338,3 1.456.731,3 275.702,3

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 286.859,6

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.562.228,3 7.652.191,6 1.562.228,3

Quadro A.3.3 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, para a taxa de actualização de 6%.

85

punit (€/m3) 0,355

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Olhão Nascente Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2003 90.356,2 102.102,5 153.524,3 526.074,9 281.049,8

2004 626.059,3 694.925,9 985.765,6 543.545,6 273.946,6

2005 2.978.944,7 3.217.260,3 4.305.420,0 561.596,5 267.022,8

2006 643.594,6 675.774,3 853.149,5 580.246,9 260.274,1

2007 5.043,1 5.194,4 6.186,6 599.516,6 253.695,9

2008 25.427,9 25.427,9 28.570,8 619.426,2 247.284,0

2009 9.000,0 9.090,0 9.635,4 639.997,1 241.034,1

2010 0,0 0,0 0,0 661.251,1 234.942,2

2011 0,0 0,0 0,0 683.210,9 229.004,3

2012

705.900,0 223.216,4

2013

729.342,6 217.574,8

2014

753.563,8 212.075,8

2015

778.589,3 206.715,8

2016

804.445,8 201.491,3

2017

831.161,1 196.398,8

2018

858.763,6 191.435,0

2019

887.282,7 186.596,7

2020

916.748,9 181.880,6

2021

947.193,7 177.283,8

2022

978.649,6 172.803,1

2023

1.011.150,1 168.435,6

2024

1.044.729,9 164.178,6

2025

1.079.424,9 160.029,1

2026

1.115.272,0 155.984,6

2027

1.152.309,7 152.042,2

2028

1.190.577,4 148.199,5

2029

1.230.115,9 144.453,9

2030

1.270.967,4 140.803,0

2031

1.313.175,6 137.244,3

2032

1.356.785,6 133.775,6

2033

1.401.843,8 130.394,5

2034

1.448.398,4 127.098,9

2035

1.496.499,0 123.886,6

Total 4.378.425,8 4.729.775,2 6.342.252,2 30.717.756,5 6.342.252,2

Quadro A.3.4 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Olhão Nascente, para a taxa de actualização de 6%.

86

ANEXO 4 – Quadros de cálculo para a determinação do punit das ETAR em estudo,

para a taxa de actualização de 8%.

punit (€/m3) 0,159

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Vilamoura Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2002 10.430,8 12.204,0 22.588,7 2.262.491,0 666.327,1

2003 125.743,0 142.089,5 243.516,5 2.421.159,2 660.237,6

2004 2.843.431,4 3.156.208,9 5.008.506,8 2.590.954,7 654.203,6

2005 4.227.371,3 4.565.561,0 6.708.307,0 2.772.658,0 648.224,9

2006 992.973,1 1.042.621,7 1.418.475,3 2.967.104,1 642.300,7

2007 691.200,3 711.936,3 896.834,7 3.175.186,7 636.430,7

2008 41.778,1 41.778,1 48.730,0 3.397.862,1 630.614,4

2009 8.440,0 8.524,4 9.206,4 3.636.153,7 624.851,2

2010 52.576,0 52.576,0 52.576,0 3.891.156,6 619.140,6

2011 10.707,0 10.599,9 9.814,8 4.164.042,8 613.482,3

2012

4.456.066,5 607.875,7

2013

4.768.569,8 602.320,3

2014

5.102.988,9 596.815,6

2015

5.460.860,8 591.361,3

2016

5.843.830,2 585.956,9

2017

6.253.657,1 580.601,8

2018

6.692.225,2 575.295,7

2019

7.161.550,0 570.038,0

2020

7.663.788,4 564.828,4

2021

8.201.248,8 559.666,4

2022

8.776.401,2 554.551,6

2023

9.391.888,9 549.483,6

2024

10.050.540,7 544.461,8

2025

10.755.383,7 539.486,0

Total 9.004.651,0 9.744.099,9 14.418.556,2 131.857.769,5 14.418.556,2

Quadro A.4.1 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Vilamoura, para a taxa de actualização de 8%.

87

punit (€/m3) 0,060

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Loulé Investimento ano nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 708.490,2 922.441,6 80.857,7

2006 0,0 0,0 0,0 999.448,9 81.118,4

2007 0,0 0,0 0,0 1.082.885,0 81.379,9

2008 34.539,0 34.539,0 40.286,3 1.173.286,5 81.642,3

2009 96.000,0 96.960,0 104.716,8 1.271.234,9 81.905,5

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.377.360,2 82.169,6

2011 0,0 0,0 0,0 1.492.345,1 82.434,5

2012

1.616.929,2 82.700,3

2013

1.751.913,8 82.966,9

2014

1.898.167,2 83.234,4

2015

2.056.630,2 83.502,8

Total 627.427,0 664.104,5 903.912,3 15.642.642,7 903.912,3

Quadro A.4.2 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, para a taxa de actualização de 8%.

punit (€/m3) 0,186

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.541.851,5 984.555,6 269.372,3

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 275.083,1

2007 30.066,0 30.968,0 39.010,7 1.197.594,6 280.915,1

2008 56.130,0 56.130,0 65.470,0 1.320.823,1 286.870,6

2009 1.250,0 1.262,5 1.363,5 1.456.731,3 292.952,4

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 299.163,2

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.704.356,8 7.652.191,6 1.704.356,8

Quadro A.4.3 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, para a taxa de actualização de 8%.

88

punit (€/m3) 0,436

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Olhão Nascente Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2003 90.356,2 102.102,5 174.985,7 526.074,9 393.143,2

2004 626.059,3 694.925,9 1.102.760,0 543.545,6 376.110,5

2005 2.978.944,7 3.217.260,3 4.727.210,9 561.596,5 359.815,7

2006 643.594,6 675.774,3 919.383,5 580.246,9 344.226,8

2007 5.043,1 5.194,4 6.543,4 599.516,6 329.313,4

2008 25.427,9 25.427,9 29.659,1 619.426,2 315.046,0

2009 9.000,0 9.090,0 9.817,2 639.997,1 301.396,8

2010 0,0 0,0 0,0 661.251,1 288.338,9

2011 0,0 0,0 0,0 683.210,9 275.846,8

2012

705.900,0 263.895,9

2013

729.342,6 252.462,7

2014

753.563,8 241.524,9

2015

778.589,3 231.060,9

2016

804.445,8 221.050,3

2017

831.161,1 211.473,4

2018

858.763,6 202.311,4

2019

887.282,7 193.546,4

2020

916.748,9 185.161,1

2021

947.193,7 177.139,1

2022

978.649,6 169.464,6

2023

1.011.150,1 162.122,6

2024

1.044.729,9 155.098,8

2025

1.079.424,9 148.379,2

2026

1.115.272,0 141.950,7

2027

1.152.309,7 135.800,8

2028

1.190.577,4 129.917,3

2029

1.230.115,9 124.288,7

2030

1.270.967,4 118.903,9

2031

1.313.175,6 113.752,5

2032

1.356.785,6 108.824,2

2033

1.401.843,8 104.109,4

2034

1.448.398,4 99.599,0

2035

1.496.499,0 95.283,9

Total 4.378.425,8 4.729.775,2 6.970.359,7 30.717.756,5 6.970.359,7

Quadro A.4.4 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Olhão Nascente, para a taxa de actualização de 8%.

89

ANEXO 5 – Quadros de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé,

considerando um caudal médio, para as taxas de actualização de 4%, 6% e 8%.

punit (€/m3) 0,057

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Loulé Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 586.653,6 1.227.063,0 85.092,4

2006 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 81.819,7

2007 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 78.672,8

2008 34.539,0 34.539,0 37.357,4 1.227.063,0 75.646,9

2009 96.000,0 96.960,0 100.838,4 1.227.063,0 72.737,4

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.227.063,0 69.939,8

2011 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 67.249,8

2012

1.227.063,0 64.663,3

2013

1.227.063,0 62.176,2

2014

1.227.063,0 59.784,8

2015

1.227.063,0 57.485,4

Total 627.427,0 664.104,5 775.268,4 13.497.693,0 775.268,4

Quadro A.5.1 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, considerando um caudal médio, para a taxa de actualização de 4%.

punit (€/m3) 0,061

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Loulé Investimento ano nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 645.274,3 1.227.063,0 100.151,9

2006 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 94.483,0

2007 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 89.134,9

2008 34.539,0 34.539,0 38.808,0 1.227.063,0 84.089,5

2009 96.000,0 96.960,0 102.777,6 1.227.063,0 79.329,7

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.227.063,0 74.839,4

2011 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 70.603,2

2012

1.227.063,0 66.606,8

2013

1.227.063,0 62.836,6

2014

1.227.063,0 59.279,8

2015

1.227.063,0 55.924,3

Total 627.427,0 664.104,5 837.279,0 13.497.693,0 837.279,0

Quadro A.5.2 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, considerando um caudal médio, para a taxa de actualização de 6%.

90

punit (€/m3) 0,065

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Loulé Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 446.469,0 482.186,5 708.490,2 1.227.063,0 117.237,7

2006 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 108.553,4

2007 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 100.512,4

2008 34.539,0 34.539,0 40.286,3 1.227.063,0 93.067,1

2009 96.000,0 96.960,0 104.716,8 1.227.063,0 86.173,2

2010 50.419,0 50.419,0 50.419,0 1.227.063,0 79.790,0

2011 0,0 0,0 0,0 1.227.063,0 73.879,6

2012

1.227.063,0 68.407,1

2013

1.227.063,0 63.339,9

2014

1.227.063,0 58.648,0

2015

1.227.063,0 54.303,7

Total 627.427,0 664.104,5 903.912,3 13.497.693,0 903.912,3

Quadro A.5.3 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Loulé, considerando um caudal médio, para a taxa de actualização de 8%.

91

ANEXO 6 – Quadros de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do

Lago, assumindo uma fase de exploração até ao ano de 2016, para as taxas de

actualização de 4%, 6% e 8%.

punit (€/m3) 0,071

Taxa de

actualização (ta) 4%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.276.704,7 984.555,6 84.543,3

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 89.656,3

2007 30.066,0 30.968,0 34.834,8 1.197.594,6 95.078,5

2008 56.130,0 56.130,0 60.710,2 1.320.823,1 100.828,6

2009 1.250,0 1.262,5 1.313,0 1.456.731,3 106.926,5

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 113.393,1

2011

1.771.940,2 120.250,9

2012

1.954.266,8 127.523,3

2013

2.155.354,2 135.235,6

2014

2.377.132,9 143.414,3

2015

2.621.731,8 152.087,7

2016

2.891.499,1 161.285,6

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.430.223,7 21.424.116,5 1.430.223,7

Quadro A.6.1 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, considerando uma fase de exploração até ao ano de 2016, para a taxa de actualização de 4%.

92

punit (€/m3) 0,079

Taxa de

actualização (ta) 6%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.404.278,0 984.555,6 103.690,6

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 107.886,8

2007 30.066,0 30.968,0 36.883,4 1.197.594,6 112.252,8

2008 56.130,0 56.130,0 63.067,7 1.320.823,1 116.795,5

2009 1.250,0 1.262,5 1.338,3 1.456.731,3 121.522,1

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 126.439,9

2011

1.771.940,2 131.556,7

2012

1.954.266,8 136.880,6

2013

2.155.354,2 142.420,0

2014

2.377.132,9 148.183,5

2015

2.621.731,8 154.180,2

2016

2.891.499,1 160.419,7

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.562.228,3 21.424.116,5 1.562.228,3

Quadro A.6.2 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, considerando uma fase de exploração até ao ano de 2016, para a taxa de actualização de 6%

.

93

punit (€/m3) 0,087

Taxa de

actualização (ta) 8%

ETAR de Quinta do Lago Investimento ano

nominal (€)

Investimento corrigido ao ano

2010 (€)

Investimento actualizado ao

ano 2010 (€)

Caudal tratado (m

3)

Custos anuais do investimento ao

ano 2010 (€) Ano

2005 971.628,0 1.049.358,2 1.541.851,5 984.555,6 126.220,6

2006 0,0 0,0 0,0 1.085.863,0 128.896,5

2007 30.066,0 30.968,0 39.010,7 1.197.594,6 131.629,2

2008 56.130,0 56.130,0 65.470,0 1.320.823,1 134.419,8

2009 1.250,0 1.262,5 1.363,5 1.456.731,3 137.269,6

2010 56.661,0 56.661,0 56.661,0 1.606.624,0 140.179,8

2011

1.771.940,2 143.151,7

2012

1.954.266,8 146.186,6

2013

2.155.354,2 149.285,8

2014

2.377.132,9 152.450,8

2015

2.621.731,8 155.682,8

2016

2.891.499,1 158.983,4

Total 1.115.735,0 1.194.379,7 1.704.356,8 21.424.116,5 1.704.356,8

Quadro A.6.3 – Valores de cálculo para a determinação do punit da ETAR de Quinta do Lago, considerando uma fase de exploração até ao ano de 2016, para a taxa de actualização de 8%.