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FACULDADE CAPIVARI CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA ENGIE BRASIL ENERGIA S.A HÉLCIO BALBINOT JUNIOR RAÍSSA BORGES CORRÊA Capivari de Baixo, junho de 2017.

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FACULDADE CAPIVARI

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UM ESTUDO DE CASO NA

EMPRESA ENGIE BRASIL ENERGIA S.A

HÉLCIO BALBINOT JUNIOR

RAÍSSA BORGES CORRÊA

Capivari de Baixo, junho de 2017.

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HÉLCIO BALBINOT JUNIOR

RAÍSSA BORGES CORRÊA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UM ESTUDO DE CASO NA

EMPRESA ENGIE BRASIL ENERGIA S.A

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em

Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, requisito

parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências

Contábeis.

Orientação de: Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo.

Capivari de Baixo, junho de 2017.

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este artigo em especial a Deus, que nos manteve firmes em todos os

momentos, nos concedendo sabedoria e paciência para concluirmos o trabalho. Também aos

nossos pais e amigos, que em todo momento estiveram nos motivando e fazendo acreditar que

tudo era possível. Dedicamos a todos os professores que se fizeram presente durante os

semestres, contribuindo para o nosso conhecimento e crescimento. Ao nosso querido

orientador Edilson Citadin Rabelo, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram

possível a conclusão deste artigo.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem Ele nada seria possível.

Ao nosso orientador, Professor Edilson Citadin Rabelo, pela atenção, paciência e

incentivo.

Aos nossos pais, Joares Calegari Corrêa e Rosiane Borges Corrêa, Helcio Balbinot e

Maria Ervânia Osti, pela compreensão e motivação que nos fizeram seguir em frente, apesar

das tantas dificuldades encontradas pelo caminho.

Ao nosso primo/amigo Lion Corrêa que se prontificou e concedeu um pouco do seu

tempo para nos ajudar na construção do artigo.

Aos demais amigos, que de uma forma ou outra contribuíram para que concluíssemos

o nosso trabalho.

Agradecemos também um ao outro, pela dedicação, compreensão e apoio de sempre.

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RESUMO

Gradativamente a contabilidade vem se revelando uma ciência indispensável para as empresas

e entidades, pois suas ferramentas dão suporte para várias necessidades, a cada dia mais

elaborada e completa a análise das demonstrações, vem auxiliando os gestores a identificar a

situação de uma empresa ou entidade em vários âmbitos e tempo, auxiliando na tomada de

decisão dos gestores e mostrando a quem interessar pela empresa, qual a situação atual dela e

como está se comportando diante do mercado e pela atividade que exerce. O tema

desenvolvido visa mostrar a importância dessa ferramenta de gestão, para obter a verdadeira e

real situação econômica e financeira de determinada entidade, sendo possível identificar e

prevenir desnecessários acontecimentos. Apresenta uma breve caracterização conceitual sobre

Contabilidade e em especial sobre a técnica contábil de Análise de Balanços, a Metodologia

do Trabalho, culminando com a aplicação das técnicas de análise de Demonstrações

Contábeis sobre a realidade da empresa objeto da atividade prática do estudo. É neste sentido

que este trabalho foi desenvolvido e buscou fazer a análise econômico-financeira da

EMPRESA ENGIE BRASIL ENERGIA S.A que atua no Brasil inteiro. Para atender o

objetivo deste trabalho foram exercitadas as técnicas de Análise de Balanços em Valores

Absolutos e Relativos; a de Análise de Balanço em Valores Relativos, composta da Análise

Horizontal e Vertical; de Análise de Balanço por Indicadores Econômicos e Financeiros, com

indicadores de Liquidez, de Endividamento, de Solvência,, de Rentabilidade. Complementam

o estudo, as conclusões da análise, contendo observações sobre os índices estudados.

Palavras-chave: Contabilidade. Demonstrações Contábeis. Análise de Balanços. Índices

Econômicos e Financeiros. Decisões.

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1 INTRODUÇÃO

A grande maioria das entidades e empresas desconhece a importância e o valor

se realizar uma análise de situação patrimonial, sem um profissional capacitado para

lhes proporcionar todo o auxílio, acabam tendo por base suas próprias demonstrações

contábeis, tanto de aumentos como diminuições.

Por deste tema, pretende-se desenvolver um processo de interpretação e análise

da situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa determinada,

objetivando demonstrar a importância da informação contábil para o conhecimento

próprio das organizações e em especial para que seus gestores possam estar melhor

instrumentalizados para suas decisões no dia a dia dos negócios.

A técnica contábil de Análise de Demonstrações Contábeis destaca, de maneira

clara e decomposta, as informações relatadas nos demonstrativos financeiros e

econômicos, confrontando-as umas com as outras, para então se ter um

dimensionamento de sua posição, evolução e possibilidades futuras, tendo por base a

realidade fática do passado, a conjuntura presente e a projeção em cenários futuros, na

busca de resultados satisfatórios aos interesses sociais, independentemente do seu ramo

de atuação.

Esta análise é de suma importância, pois no momento em que os gestores da

empresa forem tomar decisões gerenciais, comparando indicadores e projetando a

situação patrimonial e econômica da empresa, estudando sua realidade e projetando

tendências, terá, com certeza, maior probabilidade de acertos em seus negócios.

Ao dar início aos estudos, é apresentada a contextualização, mediante a

definição da área de estudo, a caracterização da problemática, a definição de objetivos a

serem atingidos.

No segundo capítulo, traz um breve histórico da Contabilidade, ainda é exposto

todo o embasamento teórico da Contabilidade e a técnica contábil da Análise de

Balanços, como instrumentalização técnica para a realização da parte prática deste

estudo, tendo por base as obras dos principais autores da área.

O terceiro capítulo abordará o assunto de analise horizontal e vertical, que

constitui um dos estudos mais importantes das Finanças Corporativas, despertando

enorme interesse tanto nos administradores internos da empresa como nos diversos

segmentos de analistas externos. Ainda, será tratado sobre a Análise dos Índices de

Liquidez, visando extrair informações dos demonstrativos contábeis para auxiliar as

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pessoas na compreensão da situação patrimonial. Analisará também, os índices de

rentabilidade, conceituando e demonstrando seus procedimentos. Não obstante, é

através destes índices que os empresários, sócios ou investidores podem verificar o

retorno do capital investido, ou seja, a taxa de retorno do Patrimônio Líquido.

O quarto capítulo mostra os resultados obtidos com o presente trabalho

acadêmico, bem como, toda a discussão pertinente a estes resultados.

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Nesta sessão, será apresentado o referencial teórico que norteia este Artigo,

retratando um pouco do aparecimento da contabilidade, seu conceito e sua finalidade.

2.1 CONTABILIDADE: BREVE RELATO SOBRE O SURGIMENTO

Antes de adentrar na temática, cabe conceituar Contabilidade e saber um pouco

da sua origem. Os relatos e progressos da civilização são provas fictas da existência e

importância de todos os ramos da ciência incluindo a contabilidade, o homem

exteriorizava as primeiras manifestações da atividade contábil por meio do controle e

racionamento dos alimentos ou por intermédio de desenhos primitivos em cavernas com

a finalidade de manter organização e controle de suas vidas (MARQUES, 2010).

Os relatos e progressos da civilização são provas fictas da existência e

importância de todos os ramos da ciência incluindo a contabilidade, o homem

exteriorizava as primeiras manifestações da atividade contábil por meio do controle e

racionamento dos alimentos ou por intermédio de desenhos primitivos em cavernas com

a finalidade de manter organização e controle de suas vidas (MARQUES, 2010).

O ramo contábil é considerado um dos mais antigos da humanidade, desde os

primórdios a contabilidade se fez presente, mesmo que de maneira ínfima, tendo em

vista a necessidade do indivíduo de controlar o seu patrimônio, não obstante, o homem

contabilizava suas riquezas antes mesmo do surgimento da escrita (SÁ, 2006).

No Egito em meados de 3.550 a.C já existia a escrita hieroglífica, esta é

caracterizada por sinais considerados sagrados para esse povo, todavia, apenas os

integrantes da realeza e da burguesia que detinham cargos importantes, puderam ter a

oportunidade de utilizar esse tipo de escrita. Assim, o progresso no campo da escrita se

trouxe eficácia para a racionalidade da escrita contábil, de acordo com (SÁ,1996).

É importante ressaltar, que naquela época os egípcios já utilizavam uma técnica

para o controle das suas atividades cotidianas, similar ao que se utiliza nos dias atuais,

com a inclusão de períodos, nomes de contas e valores quantitativos unitários e totais

com ordem cronológica de entrada e saída, o que demonstra a organização avançada

para esse período, considerando-se que os egípcios foram os primeiros a valores

monetários na história (CRUZ e SILVA 2001).

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O autor leciona que mesmo com a criação e incorporação da moeda para facilitar

os registros, os meios de escrituração ainda eram muito precários, todavia, com o

aumento da população e consequentemente do patrimônio, emergiu a necessidade de

controle desses bens, criando-se os bancos e das atividades bancárias, que

proporcionaram grande ampliação no comércio, resultando no desenvolvimento

organizado da contabilidade, pois cada vez mais se tornava necessária a criação de

mecanismos de controle do patrimônio (SÁ, 2006).

Assim a atividade contábil existe desde o início da vida humana, passando pelo

período medieval até se desenvolver para o período moderno e se tornar o método de

contabilidade atual, tendo como um dos fundadores o Frei Luca Paccioli que em 1494

publicou "Tratactus de Computis et Scripturis" - Contabilidade por Partidas Dobradas

(MARION, 2012).

A partir desses relatos da história, torna-se evidente que todas as descobertas e

métodos utilizados pelas antigas gerações foram, em verdade, de grande influência para

o conceito de contabilidade que se utiliza nos dias de hoje, desde as operações

numéricas até o balanço de rendimentos e proventos. Todo o conhecimento acumulado

de pesquisadores e especialistas de períodos históricos como o Egito, Mesopotâmia e

Oriente Médio, proporcionou um grande avanço a contabilidade, implicando em

transformações de notável valia, nesse sentido, a contabilidade primitiva utilizada

nesses períodos se tornou preceito basilar para a contabilidade atual.

O Brasil sofreu grande influência desse sistema, que tem origem italiana, porém

após a chegada das empresas americanas no País, esse sistema acabou perdendo a força,

passando o Brasil a adotar as práticas contábeis norte americanas.

Hodiernamente, a contabilidade é fundamental para o controle do patrimônio das

empresas e dos indivíduos, haja vista o seu principal objetivo ser o próprio patrimônio,

possui ainda como objetivo fundamental fornecer informações de ordem física,

econômica e financeira sobre o conjunto de bens, afim de melhor planejar seus

procedimentos e controlá-los (BASSO, 2005).

Nos ensinamentos de Iudícibus (2010), a contabilidade é uma ciência social no

tocante às suas finalidades, tendo em conta a viabilidade de se obter a compreensão das

configurações de rentabilidade e financeiras, de forma que contribui diretamente para o

aumento do capital da empresa. É em parte, social, de maneira metodológica, em seus

preceitos valorativos, que provem de fatores econômicos e sociais em que a empresa se

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encontra. E quantitativa, em seu aspecto de materialização na equação patrimonial

essencial: Ativo = Passivo.

Desta maneira, a contabilidade propicia o acolhimento das providências

necessárias, já que viabiliza as informações fundamentais para tal, de modo que compila

e protocoliza as movimentações meritórias monetariamente, produzindo relatórios de

toda a situação, esses relatórios apreciam os resultados e todos os demais fatores

relevantes para a empresa e remete os relatórios pertinentes à empresa, é a partir de todo

esse estudo que a empresa terá a base para a tomada de decisões e a partir dessas

informações, tomam-se decisões em período posterior (MARION 2009).

Sobre o assunto, Iudícibus (2010), entende que objetivo fundamental está em

propiciar aos interessados o parecer estatístico da conjuntura de ordem econômica e

financeira da empresa, incluindo o destino prospero da empresa.

3 ANÁLISES FINANCEIRA DE BALANÇO

A análise de balanços é de grande importância para uma empresa que deseja

evoluir, pois através dela podem-se conseguir informações relevantes sobre a sua

situação econômica e financeira. Diante a essas informações os analistas conseguem

tirar conclusões a respeito do posicionamento da empresa, como por exemplo, a

capacidade que ela tem ou não de pagar as obrigações, se está sendo bem administrada,

se a sua atividade operacional proporciona uma rentabilidade que atende a expectativa

dos proprietários, se tem probabilidade à falência ou se tem grandes chances de

continuar operando, entre outros fatores.

De acordo com Assaf Neto (2002), a análise de balanços pretende descrever,

com base nas informações oferecidas pela empresa, a condição econômico-financeira

presente, as causas que definiram a evolução apresentada e as disposições futuras.

Todas as demonstrações podem ser analisadas, entre as principais que se

destacam estão o Balanço Patrimonial, Demonstração Do Resultado, Demonstração de

Origens e Aplicação de Recursos, Demonstração De Lucros ou Prejuízos Acumulados,

Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. O Balanço

Patrimonial e a Demonstração de Resultado são as principais entre essas citadas, porém,

neste artigo será destacado apenas o Balanço Patrimonial, mas será feito um breve relato

sobre a Demonstração de Resultado, pois, foram retirados alguns dados dela para poder

serem feitas as análises.

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A linguagem utilizada pela análise de balanços deve ser a coloquial, sem fatores

que dificultem o entendimento dos usuários dos relatórios contábeis.

Segundo Matarazzo (2003) os relatórios de análise devem ser feitos como se

fossem dirigidos a pessoas leigas, mesmo que não o sejam, ou seja, uma linguagem

compreensível por qualquer pessoa. Já as demonstrações financeiras são carregadas e

linguagens técnicas e as suas notas explicativas são feitas especificamente para técnicos.

Dessa maneira a análise de balanço deve assumir um papel de tradutor desses elementos

inclusos nas demonstrações financeiras.

Os métodos de análise de balanço seguem parâmetros científicos para atingir as

suas conclusões. Primeiro são escolhidos os indicadores de análises que serão

submetidos a avaliações comparativas por padrões já estabelecidos. Logo após, é

possível definir alguma análise sobre os elementos verificados, levando ao processo

final, a tomada de decisão. Este esquema científico é demonstrado na Figura 1.

Quadro 1– Etapas do processo de análise de balanço

Fonte: Adaptado de Matarazzo (1998, p.21)

3.1 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

A demonstração do resultado é um relatório contábil que compara o que foi

programado no orçamento com receitas e despesas realizadas. Dessa maneira, ele

permite entender a situação financeira da empresa. O objetivo final da DR é saber se a

empresa teve lucro ou prejuízo durante o período analisado.

Segundo Silva (2004) a demonstração do resultado apresenta o resultado obtido

pela empresa em um determinado período, ou seja, se a empresa teve lucro ou prejuízo.

Enquanto o balanço patrimonial representa o posicionamento da empresa em

determinado período, a demonstração do resultado reúne as receitas, os custos e as

despesas referentes a um período de tempo, expondo o resultado.

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O quadro a seguir mostra a estrutura da demonstração do resultado de acordo

com a Lei das S.A.

Quadro 2 – estrutura da demonstração de resultado

RECEITA BRUTA DE VENDAS E/OU SERVIÇOS

(-) Descontos Concedidos, Devoluções

(-) Impostos sobre vendas

= RECEITA LÍQUIDA

(-) Custo dos Produtos Vendidos e/ou Serviços Prestados

= RESULTADO BRUTO

(-) Despesas/Receitas Operacionais

(-) Despesas Gerais e Administrativas

(-) Despesas de Vendas

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Financeiras

(-) Juros sobre Capital Próprio

(-) Outras Receitas Operacionais

= RESULTADO OPERACIONAL

(-) Provisão para IR e Contribuição Social

= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

(-) Participações

(-) Contribuições

(+) Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio

= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Fonte: Adaptado de ASSAF NETO (2012)

3.2 BALANÇO PATRIMONIAL

Segundo Ribeiro (2002) o balanço patrimonial é a demonstração financeira ou

contábil designada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, em um determinado

período a situação patrimonial e financeira da empresa.

De acordo com Reis (2006) no balanço patrimonial são discriminadas as

aplicações realizadas no Ativo e as origens dos recursos no Passivo.

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O balanço patrimonial é dividido em três grandes grupos: Ativo, Passivo e

Patrimônio Líquido. Nos qual, o ativo representa os valores positivos da empresa, o

Passivo representa os valores negativos e o Patrimônio Líquido representa a soma exata

do Ativo e do Passivo da empresa.

O balanço patrimonial teve nos últimos anos algumas alterações em sua

estrutura, determinadas pelas leis 11.638/07, pela medida provisória 449/08 e na sua

conversão na lei 11.941/09. A figura a seguir apresenta resumidamente a nova estrutura

do balanço patrimonial que passou a ser utilizada pelas empresas a partir do ano de

2010.

O quadro abaixo retrata a estrutura do balanço patrimonial.

Quadro 3 – estrutura do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponível Fornecedores Aplicações Financeiras (CDB,

Debêntures, Letras de Câmbio etc.)

Salários a Pagar

Realizável a Curto Prazo Financiamentos

Estoques Impostos a Pagar

Despesas Antecipadas

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Passivo Exigível a Longo Prazo

ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos e Financiamentos

Realizável a Longo Prazo Outras obrigações de longo prazo

Investimentos

Imobilizado Patrimônio Líquido

Intangível Capital Social

Reservas de Capital

Reservas de Lucro

Prejuízos Acumulado

Fonte: Adaptado de ASSAF NETO(2012)

Sendo o Balanço Patrimonial a principal demonstração a ser analisada neste

artigo, serão abordados alguns índices para a elaboração da análise financeira de

balanço da empresa ENGIE.

A análise por meio de índices segundo Assaf Neto (2012) é feita de acordo com

o conhecimento e a experiência adquirida pelos analistas de mercado. Portanto, os

analistas nem sempre utilizam dos mesmos índices para analisar as demonstrações

financeiras divulgadas pelas entidades.

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Neste artigo serão abordados os índices julgados como mais relevantes pelos

autores para a análise da empresa em questão. Os indicadores analisados são:

Indicadores da estrutura de Capital, Índices de Liquidez e Índices de rentabilidade,

Análise Vertical e Horizontal e Índice de Insolvência.

3.3 INDICADORES DA ESTRUTURA DE CAPITAL (ENDIVIDAMENTO)

Este índice mostra o grau de endividamento da empresa em relação aos seus

recursos totais, aos prazos de pagamento e ao capital próprio. As principais contas a

serem analisadas neste estudo de endividamento são as do passivo e do patrimônio

líquido.

Para Bruni (2011), os indicadores de endividamento ou de estrutura de capital

buscam averiguar os impactos da alavancagem financeira sobre os resultados e,

sobretudo, sob o risco da empresa.

3.3.1 Composição do endividamento

Este índice representa quanto de obrigações vencem a curto prazo.

Segundo Ribeiro (2002) esse quociente evidencia qual a proporção que existe

entre as obrigações de curto prazo e as obrigações totais, ou seja, quanto ela terá de

pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações que ela tem.

Completando o parágrafo acima, Silva (2004) afirma que o índice composição

do endividamento retrata as características do endividamento da entidade, quanto ao

vencimento das obrigações.

Interpretação: Quanto MENOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑥100

3.3.2 Imobilização de Capitais Próprios

Avalia o grau de imobilização dos recursos próprios aplicados no ativo fixo.

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A imobilização do capital próprio segundo Reis (2003) indica a porcentagem de

capital próprio que está custeando as aplicações do ativo fixo.

Interpretação: Quanto MENOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥100

3.3.3 Participações de Capitais de Terceiros

O Índice de participação de capitais de terceiros segundo Silva (2004) mostra o

percentual de capitais de terceiros vinculados ao patrimônio líquido, representando a

dependência da empresa com os recursos externos.

De acordo com Silva (2007) os capitais de terceiros englobam a soma do passivo

circulante e do exigível a longo prazo, correspondendo assim, o endividamento da

empresa.

Interpretação: Quanto MENOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥100

3.4 ANÁLISE POR ÍNDICE DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez analisam a capacidade que a empresa de pagamento que a

empresa tem diante as suas obrigações. As informações para fazer os cálculos desses

índices são retiradas exclusivamente do balanço patrimonial.

De acordo com Ribeiro (2002) os índices de liquidez demonstram o grau de

solvência da empresa, resultante da existência ou não de estabilidade financeira que

garanta o pagamento das obrigações.

3.4.1 Índice de Liquidez Imediata

Este índice revela a capacidade de pagamento da empresa somente com aquilo

que já é dinheiro ou transformado em dinheiro de maneira rápida.

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De acordo com Muller (2008) o índice de liquidez imediata mostra a capacidade

de liquidação rápida do passivo circulante da empresa.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

3.4.2 Índice de Liquidez Corrente

Este índice é um dos mais utilizados, pelo fato de medir a capacidade de

pagamento das obrigações a curto prazo da empresa.

Segundo Silva (2004) o índice de liquidez corrente mostra quanto a empresa tem

em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto prazo, com relação as obrigações no

mesmo período.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

3.4.3 Índice de Liquidez Seca

De acordo com Ribeiro (2002) este índice evidencia a capacidade financeira

líquida que a empresa tem para pagar suas obrigações a curto prazo, ou seja, quanto a

empresa tem de ativo circulante para cada real do passivo circulante.

Bruni (2011) afirma que este índice caracteriza o quanto a empresa dispõe a

curto prazo, sem considerar a vendas de estoque, para cada real registrado a pagar.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

3.4.4 Índice de Liquidez Geral

Este índice indica a probabilidade que a empresa tem para quitar todas as suas

obrigações.

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Para Bruni (2011) o índice de liquidez geral tem a finalidade de averiguar a

saúde financeira da empresa no longo prazo. Basicamente, compara todas as

possibilidades de realizações de ativos da empresa, sem inserir aqueles primordialmente

necessários para a manutenção da empresa, com todas as obrigações que realmente

existem na empresa.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

3.5 ANÁLISE POR ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Através da análise por índices de rentabilidade, torna-se possível auferir o

desempenho da empresa, se gerou lucros e o êxito econômico obtido.

Conforme leciona Matarazzo (1992), proposições absolutas são pouco eficazes,

haja vista que, relatar que uma multinacional teve lucros na casa dos bilhões, mas uma

empresa de menor porte lucrou milhares de unidades monetárias. Para melhor

compreensão é necessário comparar lucro com Ativo ou lucro com Patrimônio Líquido.

O cálculo deve ser feito de forma que conecte os valores investidos, quanto a empresa

lucrou por unidade monetária investida.

3.5.1 Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Este quociente, segundo Ribeiro (2002) mostra qual foi a taxa de rentabilidade

atingida pelo capital próprio investido na entidade, ou seja, quanto a empresa obteve de

lucro líquido para cada real de capital próprio que foi investido.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

Para achar a taxa de retorno do Patrimônio Líquido usa-se a seguinte fórmula:

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥100

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3.5.2 Giro do Ativo

O Giro do ativo, de acordo com Silva (2010), estabelece a vinculação entre as

vendas de determinado período e do total de investimentos realizados na empresa,

relatando o grau de efetividade com que são empregues os recursos aplicados, ou seja, a

produtividade dos investimentos totais.

É através deste indicador que se pode observar a relação existente entre o

faturamento líquido da organização e o valor de seu ativo total.

Interpretação: Quanto MAIOR, Melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

3.5.3 Rentabilidade Bruta

Por meio deste informativo, é possível a análise da margem de lucro da receita

liquida, deduzindo delas o custo dos produtos ou mercadorias vendidas. Para saber se a

margem é ideal, confronta-se às margens das empresas semelhantes. Se a margem bruta

exceder à dos concorrentes, pode significar gerenciamento equivocado dos custos, o que

requer uma reestruturação dos processos que oportunize alcance da margem ideal.

(GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑥100

3.5.4 Rentabilidade Operacional

Por meio da análise do resultado deste índice se o lucro operacional for

significativo é resultado de que a empresa consegue controlar de forma eficaz, os custos

e despesas operacionais, ou que os mesmos cresceram em menor velocidade que as

vendas.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

Para o cálculo é utilizada esta formula:

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19

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑥100

Conforme Gropelli e Nikbakth (2010), A tarefa dos gestores é apurar os motivos

das altas e baixas na margem operacional. Assim, é possível verificar se os preços

aumentaram mais rápido que os custos.

3.5.5 Rentabilidade Líquida

Aponta quanto a empresa alcança de lucro para $ 1 vendido. Quanto maior,

melhor. Ribeiro (1997) entende que, este instrumento mostra quanto a empresa obteve

de lucro líquido para cada unidade monetária vendida. Tal qual o giro do ativo é um

quociente que indica o valor de forma relativa.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑥100

Faz-se importante para os investidores, que a margem liquida esteja sempre

acima da média em relação ao setor e mostrando panorama de progresso, também é

interessante que as despesas se mantenham baixas, pois as mesmas interferem

diretamente na Margem Líquida.

3.5.6 Rentabilidade do Ativo

A Rentabilidade do Ativo, conforme Matarazzo (1992) é um dos índices

utilizados para avaliar o resultado da empresa de forma relativa entre o Lucro Líquido e

o Ativo Total. Aponta quanto a empresa atinge de lucro por cada $ 1 de investimento

total, ou $ 100 na sua forma percentual. É do tipo quanto maior, melhor.

Interpretação: Quanto MAIOR, melhor.

O valor percentual é obtido pela fórmula:

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑥100

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20

3.6 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

Como afirma Muller (2008) as análises horizontal e vertical são um bom

instrumento de verificação das informações para encontrar erros dificilmente percebidos

no meio da infinidade de dados. Essas análises devem ser realizadas frequentemente,

feitas através do sistema e emitidas juntamente com o relatório.

De acordo com Silva (2007) a análise horizontal e vertical apesar de ser simples

destaca as variações mais relevantes no balanço patrimonial e na demonstração de

resultado.

Para Ribeiro (2002) estas análises devem ser utilizadas conjuntamente. Elas

servem para complementar os estudos feitos através da análise por quocientes.

3.6.1 Análise Horizontal

Esta análise consiste em dividir todos os componentes do ativo pelo valor do

total desse ativo e todos os valores dos componentes do passivo pelo total desse passivo.

Com a análise horizontal é possível verificar a evolução de uma conta ou de um

grupo de contas durante períodos contínuos. Ela pode ser progressiva ou retrospectiva.

Esta análise de acordo com Silva (2007) é bastante importante para a elaboração

de uma série histórica, o que é essencial para auxiliar no estudo de tendências.

𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 1 𝑥100

3.6.2 Análise Vertical

Esta análise trata-se de entender o ritmo de crescimento dos respectivos itens

analisados.

Ribeiro (2002) relata que, através da análise vertical podem-se comparar cada

um dos elementos do grupo em relação ao total do grupo. Ela mostra a porcentagem de

participação de cada elemento no grupo.

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𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎:𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 (𝑜𝑢 𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠)

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑜𝑢 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙)𝑥100

3.7 ANÁLISE DO ÍNDICE DE INSOLVÊNCIA

O Índice de insolvência proposto por Kanitz é um instrumento utilizado para

presumir possibilidade de falência de empresas. Por meio deste índice pode-se analisar

se determinada empresa pode ter probabilidade de falir ou não, principalmente a curto

prazo.

O termômetro de insolvência possibilita elaborar um diagnóstico direto e exato

para as empresas no curto e no curtíssimo prazo e avaliar a situação econômica e

financeira a partir das informações constantes do balanço, referentes a qualquer mês da

atividade vigente.

Para fazer a análise Kanitz criou a seguinte fórmula:

𝐹𝐼 = (0,05𝑅𝑃 + 1,65𝐿𝐺 + 3,55𝐿𝑆) − (1,06𝐿𝐶 + 0,33𝐺𝐸)

Os respectivos pesos devem multiplicar os seguintes índices:

Índice de Rentabilidade do Patrimônio x 0,05

Índice de Liquidez Geral x 1,65

Índice de Liquidez Seca x 3,55

Índice de Liquide Corrente x 1,06

Índice do Endividamento Total x 0,33

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados obtidos, assim como a análise feita sobre cada

índice, também apresenta um breve histórico da empresa em destaque.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

A ENGIE é a maior geradora privada de energia elétrica do Brasil. Tem sua sede

situada em Florianópolis, ela tem atuação na geração de energia, assim como na

comercialização. No segmento de geração, ela implanta e opera empreendimentos de

fontes convencionais, como hidrelétricas e termelétricas. Em 2016, a Companhia

começou sua atuação também no segmento de geração distribuída. Na área de

comercialização, ela compra e vende energia convencional, mantendo clientes em todo

o país.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A tabela 1 permite observar os índices obtidos através da aplicação das fórmulas

Tabela 3- Cálculos dos índices de liquidez, rentabilidade e endividamento Grupo ENGIE

BRASIL ENERGIA S.A.

QUOCIENTE FÓRMULA 2016 2015

a) Estrutura de Capitais

a.1) Composição do

Endividamento

PC+PELP / Ativo Total

(x100)

45,76% 48,26%

a.2) Imobilização de

Capitais Próprios

Imobilizado/ PL (x100) 79,81% 82,29%

a.3) Participação de

Capitais de Terceiros

PC + PNC / Patrimônio

Líquido (x100)

84,36% 93,26%

b) Liquidez

b.1) Liquidez Imediata Disponível / PC 0,99 0,69

b.2) Liquidez Corrente AC / PC 1,78 1,31

b.3) Liquidez Seca AC-Estoque / PC 1,69 1,28

b.4) Liquidez Geral AC + RLP / PC + PNC 0,44 0,59

c)Rentabilidade

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c.1) Rentabilidade do

Patrimônio Líquido

Lucro Líquido /

Patrimônio Líquido

(x100)

23,40%

22,60%

c.2) Giro do Ativo

Vendas Líquidas /

Ativo Total

34,96% 31,56%

c.3) Rentabilidade Bruta

Lucro Bruto /

Receita Operacional

Líquida (x100)

50,72%

50,33%

c.4)Rentabilidade

Operacional

Lucro Operacional /

Receita Operacional

Líquida (x100)

44,44%

45,93%

c.5) Rentabilidade Líquida

Lucro Líquido /

Receita Operacional

Líquida (x100)

36,31%

37,05%

c.6) Rentabilidade do

Ativo

Lucro Líquido /

Ativo Total (x100)

12,69% 11,69%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Com relação a análise da composição do endividamento pode-se observar que

houve uma redução de 2,5% nas obrigações com vencimento a curto prazo, já que no

ano de 2015 o índice era de 48,26% e no ano de 2016 caiu para 45,76%. Com relação a

imobilização de capitais próprios nota-se que a empresa está imobilizando 79,81% de

capitais próprios no ano de 2016, já no ano de 2015 havia imobilizado 82,29%, verifica-

se então que a empresa reduziu em 2,48% a aplicação de capitais próprios em seu

imobilizado. Sobre a análise de participação de capitais de terceiros, verifica-se que a

empresa teve uma redução de 8,9% na dependência com os recursos externos.

Analisando a liquidez imediata, verifica-se que os recursos imediatos não são

suficientes para saldar as dívidas de curto prazo, 0,99 em 2016 e 0,69 em 2015. A

liquidez corrente por sua vez, retrata que, para cada R$ 1,00de dívida existente no

passivo circulante a empresa dispõe de R$ 1,78 para cobri-lás. Em 2015, porém, ela

tinha disponível para cobrir tais dívidas R$ 1,31, havendo assim sempre uma folga

financeira. A liquidez seca, por sua vez, revela que para cada R$ 1,00 de dívida do

passivo circulante a curto prazo, sem considerar a venda de seus estoques, a empresa

dispõe de R$ 1,69 para pagá-las. No ano de 2015, ela disponibilizava R$ 1,28 para

cobrir as dívidas do passivo circulante a curto prazo. Portanto, nos dois anos sempre

houve uma folga financeira. A análise da liquidez geral no ano de 2016 apresentou 44%

para a cobertura total de suas dívidas, sendo que no ano de 2015 a percentagem era de

59%. Verifica-se então que houve uma redução de 15% para o pagamento total de suas

obrigações.

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A análise da rentabilidade do PL apresentou 23,40% de retorno dobre o capital

próprio, ou seja, para cada R$1,00 investido a empresa obteve um retorno de 0,23 em

2016, 0,8% a mais que o ano de 2015. O Giro do ativo no ano de 2016 obteve um

indicador de 34,96%, o que significa que para cada R$ 1,00 investido no ativo a

empresa vendeu R$0,35, ou seja, as vendas líquidas correspondem a 35% do

investimento. Em 2015 o indicador foi de 31,56%, o que significa que para cada R$1,00

investido no ativo, a empresa vendeu R$0,32, ou seja, as vendas líquidas correspondem

a 32% do investimento. A rentabilidade bruta apresentou um retorno de 50,72% no ano

de 2016 e 50,33% no ano de 2015. De acordo com a análise da rentabilidade

operacional, verifica-se que a empresa teve para cada R$1,00 de receita operacional

líquida, R$0,44 de lucro operacional em 2016, já em 2015 para cada R$1,00 de receita

operacional a empresa teve R$0,45 de lucro operacional. A rentabilidade líquida

apresentou um índice de 36,31% no ano de 2016, ou seja, para cada R$1,00 de receita

líquida a empresa obteve um lucro líquido de R$0,36 ou 36,31% sobre a receita líquida,

e no ano de 2015 apresentou um índice de 37,05%, representando que para cada R$ 1,00

da receita líquida a empresa obteve um lucro líquido de R$0,37 sobre a receita líquida.

Nota-se também que em 2015 o lucro foi um pouco melhor. A rentabilidade do ativo

demonstra que, para cada R$1,00 do ativo total a empresa obteve R$ 0,12 de lucro

líquido, ou seja, 12,69% sobre o investimento em 2016. Em 2015 a empresa apresentou

um índice de 11,69%, sobre o investimento, ou seja, para cada R$1,00 do ativo total a

empresa obteve um lucro líquido de R$0,11.

A Tabela abaixo retrata os índices obtidos através da análise horizontal do ano

de 2015 e 2016 da empresa em questão.

Tabela 1 – cálculos da análise horizontal 2015-2016

ATIVO 2015

AH

% 2016 AH %

ATIVO CIRCULANTE 3.281.282 100% 2.104.755 (35,86%)

CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 1.739.008 100% 1.175.259 (32,42%)

CONTAS A RECEBER 794.614 100% 722.022 (9,14%)

ESTOQUES 86.100 100% 102.085 18,57%

TRIBUTOS A RECUPERAR 6.095 100% 10.457 71,57%

OUTROS ATIVOS CIRCULANTES 655.465 100% 94.932 (85,52%)

ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.550.861 100% 10.083.940 5,58%

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 350.200 100% 344.390 (1,66%)

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INVESTIMENTOS 3.719.135 100% 4.442.140 19,44%

IMOBILIZADO 5.464.264 100% 5.276.572 (3,43%)

INTANGÍVEL 17.262 100% 20.838 20,72%

TOTAL DO ATIVO 12.832.143 100% 12.188.695 (5,01%)

PASSIVO 2015

AH

% 2016 AH %

PASSIVO CIRCULANTE 2.504.892 100% 1.182.482 (52,79%)

OBRIGAÇÕES SOCIAIS E

TRABALHISTAS 106.579 100% 90.655 (14,94%)

FORNECEDORES 372.502 100% 211.777 (43,15%)

OBRIGAÇÕES FISCAIS 1.570 100% 54.210 3352,87%

EMPRÉSTMOS E FINANCIAMENTOS 1.553.493 100% 154.306

(90,07

%)

OUTRAS OBRIGAÇÕES 423.798 100% 610.295 44,01%

PROVISÕES 46.950 100% 61.239 30,43%

PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.687.379 100% 4.394.986 19,19%

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 845.469 100% 1.366.142 61,58%

OUTRAS OBRIGAÇÕES 1.973.734 100% 2.255.102 14,26%

TRIBUTOS DIFERIDOS 369.210 100% 214.112

(42,01

%)

PROVISÕES 498.966 100% 559.630 12,16%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.639.872 100% 6.611.227 (0,43%)

CAPITAL SOCIAL REALIZADO 2.445.766 100% 2.829.056 15,67%

RESERVAS DE CAPITAL 91.695 100% (100,00%)

RESERVAS DE LUCRO 3.333.102 100% 3.336.013 0,09%

AJUSTES DE AVALIAÇÃO

PATRIMONIAL 769.309 100% 446.158

(42,01%)

TOTAL DO PASSIVO 12.832.143 100% 12.188.695 (5,01%)

Fonte: Dados da Pesquisa (2017).

Percebe-se a partir da tabela 1 que a empresa recebeu poucos recursos

financeiros, pois, a maioria das contas teve redução significativa em 2016 e o total do

ativo apresenta uma redução de 5,01 em relação ao ano de 2015.

Em relação as contas do passivo, o passivo circulante também sofreu grandes

variações, correspondendo a 52,79% de redução. As obrigações sociais e trabalhistas,

fornecedores, empréstimos e financiamento tiveram redução. As demais contas deste

subgrupo tiveram aumento, em destaque a conta obrigações fiscais, que sofreu um

aumento de 3352,87%.

No passivo não circulante houve redução de 42,01% nos tributos diferidos e um

aumento de 61,58% em empréstimos e financiamentos. As demais contas desse

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subgrupo tiveram pequenos aumentos. Quanto ao patrimônio líquido, teve uma variação

negativa de 0,43%.

A Tabela abaixo retrata os índices obtidos através da análise vertical do ano de

2015 e 2016 da empresa em questão.

Tabela 2 – cálculos da análise vertical 2015-2016

ATIVO 2.015

AV

% 2.016 AV %

ATIVO CIRCULANTE 3.281.282 25,57% 2.104.755 17,27%

CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 1.739.008 13,55% 1.175.259 9,64%

CONTAS A RECEBER 794.614 6,19% 722.022 5,92%

ESTOQUES 86.100 0,67% 102.085 0,84%

TRIBUTOS A RECUPERAR 6.095 0,05% 10.457 0,09%

OUTROS ATIVOS CIRCULANTES 655.465 5,11% 94.932 0,78%

ATIVO NÃO CIRCULANTE 9.550.861 74,43% 10.083.940 82,73%

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO

PRAZO 350.200 2,73% 344.390 2,83%

INVESTIMENTOS 3.719.135 28,98% 4.442.140 36,44%

IMOBILIZADO 5.464.264 42,58% 5.276.572 43,29%

INTANGÍVEL 17.262 0,13% 20.838 0,17%

TOTAL DO ATIVO 12.832.143 100,00% 12.188.695 100%

PASSIVO 2015

AV

% 2016 AV %

PASSIVO CIRCULANTE 2.504.892 19,52% 1.182.482 9,70%

OBRIGAÇÕES SOCIAIS E

TRABALHISTAS 106.579 0,83% 90.655 0,74%

FORNECEDORES 372.502 2,90% 211.777 1,74%

OBRIGAÇÕES FISCAIS 1.570 0,01% 54.210 0,44%

EMPRÉSTIMOS E

FINANCIAMENTOS 1.553.493 12,11% 154.306 1,27%

OUTRAS OBRIGAÇÕES 423.798 3,30% 610.295 5,01%

PROVISÕES 46.950 0,37% 61.239 0,50%

PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.687.379 28,74% 4.394.986 36,06%

EMPRÉSTIMOS E

FINANCIAMENTOS 845.469 6,59% 1.366.142 11,21%

OUTRAS OBRIGAÇÕES 1.973.73 15,38% 2.255.102 18,50%

TRIBUTOS DIFERIDOS 369.210 2,88% 214.112 1,76%

PROVISÕES 498.966 3,89% 559.630 4,59%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.639.872 51,74% 6.611.227 54,24%

CAPITAL SOCIAL REALIZADO 2.445.766 19,06% 2.829.056 23,21%

RESERVAS DE CAPITAL 91.695 0,71% 0,00%

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RESERVAS DE LUCRO 3.333.102 25,97% 3.336.013 27,37%

AJUSTES DE AVALIAÇÃO

PATRIMONIAL 769.309 6,00% 446.158 3,66%

TOTAL DO PASSIVO 12.832.143 100% 12.188.695 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Nota-se que em 2016, do total do ativo 17,27% é representado pelo circulante e

82,73% não circulante. Caixa e equivalentes de caixa representam 9,64% os estoques

quase 1%. Do ativo não circulante os grandes destaques estão nas contas de imobilizado

e investimento, respectivamente, 43,29% e 36,44%. Em 2009, segue praticamente as

mesmas proporções.

No grupo do passivo, os subgrupos estão bem alinhados de 2015 para 2016,

sendo de 28,74% a 36,06% não circulante, 51,74% a 54,24% patrimônio líquido. O

subgrupo com maior diferença é o passivo circulante, com 19,52% e 9,70%.

Percebe-se que os investimentos de curto prazo sofreram uma redução em

relação ao ativo total, passando de 25,57% em 2015 para 17,27% em 2016. Em

contrapartida, as dívidas de curto prazo representadas pelo passivo circulante,

apresentaram uma participação menor no decorrer dos dois anos. Em 2015, 19,52% do

total das exigibilidades da empresa era representado pelo passivo circulante, reduzindo

para 9,70% em 2016.

Da mesma forma, observa-se que em 2015 a proporção financiada por capital

próprio era de 6,59%. Em 2010, esse percentual obteve um pequeno aumento, subindo

para 11,21%, significando que a empresa deve a terceiros 45,76% (100% – 54,24%) de

seus ativos.

FATOR DE INSOLVÊNCIA – 2016

𝑋1:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥0,05 =

1.547.303

6.611.227= 0,01

𝑋2:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥1,65 =

2.449.145

5.577.468= 0,72

𝑋3:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥3,55 =

2.002.670

1.182.482= 6,01

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𝑋4:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥1,06 =

2.104.755

1.182.482= 1,89

𝑋5:𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥0,33 =

5.577.468

6.611.227= 0,28

FATOR DE INSOLVÊNCIA 2015

𝑋1:𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥0,05 =

1.500.392

6.639.872= 0,01

𝑋2:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥1,65 =

3.631.482

6.192.271= 0,97

𝑋3:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥3,55 =

3.195.182

2.504.892= 4,53

𝑋4:𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑥1,06 =

3.281.282

2.504.892= 1,39

𝑋5:𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥0,33 =

6.192.271

6.639.872 = 0,31

FI 2016 = X1+X2+X3-X4-X5 =4,57

FI 2015 = X1+X2+X3-X4-X5 =3,81

Diante dos resultados apresentados na análise financeira e econômica da

empresa, podemos concluir através do fator de insolvência, que a empresa ENGIE

BRASIL, apresentou um índice de 3,81 no ano de 2015, o que representa no termômetro

de Kanitz que ela encontrava-se na solvência, no ano de 2016 ela apresentou um índice

de 4,57, que representa no termômetro de Kanitz que ela ainda continua na solvência,

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porém, com um pouco mais de folga financeira. Todavia, é indispensável para a

empresa o monitoramento do índice de insolvência, para assim sempre manter acima de

0 e sempre buscar um valor que lhe dê mais folga financeira.

Para facilitar o entendimento, o Professor Stephen Charles Kanitz, criou uma

escala chamada de termômetro da insolvência. No qual indica três situações distintas:

Solvente, Penumbra e Insolvente.

Figura 1 – Termômetro de Insolvência

Os valores positivos indicam que a empresa está em situação solvente, ou seja,

boa. Os valores abaixo de -3 indicam que a empresa está insolvente, ou seja, ruim. E os

valores intermediários de 0 a -3 indicam que a empresa está na penumbra, ou seja, é

uma área que o fator de insolvência não é suficiente para analisar a situação da empresa,

porém, requer cuidados.

SOLVÊNCIA (reduzidas possibilidades de falência)

PENUMBRA (situação indefinida)

INSOLVÊNCIA (propensão à falência)

7

0

-

3

-7

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante os estudos e análises dos vários resultados econômicos e financeiros

evidenciados pelos indicadores da empresa, no período de 2015 a 2016, apresenta-se a

seguir um breve relatório da conclusão obtida após as análises dos índices que

fundamentam a análise de balanços.

O estudo em relação a estrutura de capitais, apresentou reduções tanto na

composição do endividamento, como na imobilização de capitais próprios e

participação de capitais de terceiros. Isso indica uma melhora, já que estes índices são

interpretados da seguinte forma: quanto menor, melhor.

O índice de liquidez corrente não deve ser inferior a 0,50. Nesse caso a empresa

apresenta situação regular em 2016 e em 2015. O índice de liquidez seca não deve ser

menor que 0,40, a empresa apresenta nos dois anos situação excelente. O índice de

liquidez geral por sua vez, não deve ser menor que 0,40, nesse caso a empresa apresenta

situação regular. Porém, em 2016 ela chegou bem próximo ao índice de 0,40, o que

representaria estar numa situação ruim.

Quanto ao estudo de rentabilidade tem-se o índice de rentabilidade do

patrimônio líquido que apresentou melhor resultado em 2016, com 23,40%. O índice de

rentabilidade bruta e rentabilidade do ativo também apresentaram melhores resultados

no ano de 2016. Porém, o giro do ativo, a rentabilidade operacional e a rentabilidade

líquida apresentaram melhores resultados no ano de 2015, reduzindo o seu percentual

em 2016.

Portanto, entende-se que após as análises efetuadas neste artigo a situação desta

empresa encontra-se boa, apresentando um índice de 4,57 no termômetro de

insolvência, indicando que ela está solvente. Pode-se dizer que a empresa evidencia

possibilidades reais de prosperidade.

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