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/ - ANALISE DA S/ VARIAÇOES NO LUCRO LIQUIDO • Ivan Pinto Dias A análise vertical e horizontal da Demonstração de Resultado do Exercício pode ser descomplicada. The vertical and horizontal analysis of In come Statement can be easy. PALAVRAS-CHAVE: Análise vertical e horizontal, Demonstração de Resultados do Exercício, lucro líquido, in- flação, Demonstração das Va- riações no Lucro Líquido. KEYWORDS: Vertical and horizontal analysis, Income Statement, Net Income, inflation, Statement of Changes in Net Income. • Professor Titular do Departa- mento de Contabilidade. Finan- ças e Controle da EAESP/FGV. "Deve-se apurar não apenas o montante do lucro ou prejuizo de dado periodo, mas também a diferença entre esse montante e o lucro ou pre- juizo do periodo anterior. Ao mesmo tempo, é necessário procurar informações a respeito dos fatores que causaram essa diferença". ]OHNN.MYER -----_J Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 34, n. 2, p, 59-67 Mar./Abr. 1994 59

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/ -ANALISE DA S/ VARIAÇOESNO LUCRO LIQUIDO

• Ivan Pinto Dias

A análise vertical e horizontal da Demonstração de Resultado do Exercício podeser descomplicada.

The vertical and horizontal analysis of In come Statement can be easy.

PALAVRAS-CHAVE:Análise vertical e horizontal,Demonstração de Resultadosdo Exercício, lucro líquido, in-flação, Demonstração das Va-riações no Lucro Líquido.

KEYWORDS:Vertical and horizontal analysis,Income Statement, Net Income,inflation, Statement of Changesin Net Income.

• Professor Titular do Departa-mento de Contabilidade. Finan-ças e Controle da EAESP/FGV.

"Deve-se apurar não apenas o montante dolucro ou prejuizo de dado periodo, mas também adiferença entre esse montante e o lucro ou pre-juizo do periodo anterior. Ao mesmo tempo, énecessário procurar informações a respeito dosfatores que causaram essa diferença".

]OHNN.MYER

-----_J

Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 34, n. 2, p, 59-67 Mar./Abr. 1994 59

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i1~1JREVISITADA

60

Ao analisar as demonstrações financei-ras das empresas, os autores modernosno campo da Administração Contábil eFinanceira têm - muito acertadamente epor várias razões - quase à unanimidadeemprestado ênfase maior à demonstraçãoda conta de "Lucros e Perdas" do que aobalanço. A primeira seria como um filmecinematográfico que mostrasse o queaconteceu com a empresa durante umdado exercício, enquanto que o último éapenas - completando a analogia - wnafotografia instantânea da firma em deter-minado dia.

Isso não significa que o balanço e suaanálise não devam ser levados em consi-deração. Porém, não há dúvida de que, sefor dado assistir a um filme - desde quebom -, sairemos muito melhor informa-dos sobre qualquer assunto do que seolharmos para uma simples fotografia,por melhor que ela seja. Ocorre que, àsvezes, ou desejamos fixar certos porme-nores, ou não dispomos de um projetorcinematográfico. A opção será, em qual-quer desses casos, usar unicamente a fo-tografia. O mesmo acontece com a de-monstração da conta de "Lucros e Per-das" e o balanço: conforme as necessida-des e os instrumentos que tenhamos,analisaremos uma ou outro.

Naturalmente, é sempre de bom alvi-tre que, uma vez interpretadas separada-mente as duas demonstrações financei-ras, juntemos as duas análises feitas, afim de chegar a conclusões finais sobre a

situação econômico-financeira da empre-sa. Por essa razão, a expressão "análisede balanços" - que, com pequenas varia-ções, é muito difundida no Brasil e temsido objeto da atenção de autores patrí-cios - já foi abandonada, em outros paí-ses, em favor da expressão "análise dasdemonstrações financeiras", que tem avirtude de esclarecer que não só o balan-ço é importante, mas também a demons-tração da conta de "Lucros e Perdas".

Neste artigo apresentaremos diversasformas de analisar a demonstração daconta de "Lucros e Perdas" e, mais espe-cificamente, de conhecer as razões dasvariações no lucro líquido de um períodocontábil para outro. Partiremos da hipó-tese de que estamos dentro de uma em-presa e conhecemos todos os fatos sobreela. A demonstração da conta de "Lucrose Perdas" a que nos referiremos é a utili-zada internamente nas empresas com in-formações sobre vendas, custo das mer-cadorias vendidas etc., portanto, bem di-ferente das demonstrações que geralmen-te são publicadas nos jornais e infeliz-mente mais confundem o leitor - em es-pecial o leigo - do que o esclarecem.

Utilizaremos quantias e proporções ar-redondadas e aproximadas, que não es-pelham necessariamente a realidade, poisestamos interessados em princípios e es-tes poderão melhor ser entendidos se tra-balharmos com exemplos numéricos defácil compreensão.

Alguns dos tipos de demonstrações eanálises a serem aqui apresentados pode-rão ser encontrados em livros ou em re-vistas especializadas, publicados em ou-tros idiomas, principalmente no inglês.Embora não pretendamos ser inteiramen-te originais, nossa contribuição tem osentido de adaptar os conhecimentosacumulados em outros países sobre o as-sunto às condições nacionais e permitirao administrador brasileiro a possibilida-de de ter mais um instrumento de traba-lho à sua disposição.

CASO OA COMPANHIA ALFA

Para clareza de exposição, vamos su-por a existência de uma empresa, Com-panhia Alfa, cuja demonstração da contade "Lucros e Perdas" seja a resumida noquadro 1.

© 1966, 1994, Revista de Administração de Empresas / EAESP/ FGV, São Paulo, Brasil.

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ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO LUCRO LÍQUIDO

Observe-se que nesse resumo o lucrolíquido operacional seria aquele resultan-te das operações normais da empresa.Não é esse o significado de lucro líquidooperacional adotado pela nossa legisla-ção fiscal. No caso em questão foi supos-ta a inexistência de outras receitas (inclu-sive receitas financeiras), as quais não en-trariam no cômputo do lucro líquidooperaciona I, mas na apuração do lucro lí-quido do período, isto é, estariam na po-sição em que estão colocadas as outrasdespesas - e despesas financeiras - (algu-mas empresas consideram - a nosso vererroneamente - as despesas financeirascomo parte integrante das despesas ope-racionais).

A classificação dada para as despesasoperacionais poderá ser ampliada, con-forme o tipo de empresa, o plano de con-tas da empresa etc. Poderia ter sido feito() cálculo do imposto sobre a renda, oqua I seria então subtraído do lucro líqui-do do período e, teria, naturalmente, suacontrapartida no balanço (Imposto deRenda Estimado a Pagar, Provisão para oImposto de Renda etc). No caso de umasociedade anônima, é preferível não mos-trar, num resumo como o que apresenta-mos, a apropriação do lucro para as vá-rias reservas e para o pagamento de divi-dendos, assim como o saldo não distri-buído que permaneceria para o próximoexercício (lucros retidos). A apropriaçãodo lucro do período deve, de preferência,aparecer à parte, na demonstração de"Lucros e Retidos".

Ao analisar o quadro 1, logo à primei-ra vista percebemos que, comparando-seaos anos de 19x2 e 19x1, houve um au-mento nas vendas líquidas e, no entanto,o lucro bruto sobre as vendas, quando olucro líquido operacional e o lucro líqui-do do período diminuíram. Nota-se,também, que somente as despesas admi-nistrativas e as outras despesas (inclusi-ve financeiras) é que sofreram reduçãode um período para outro.

Essa análise superficial, porém, deveser imediatamente completada por umaanálise cuidadosa e completa de todosos anexos a essas demonstrações, ondeserão encontradas todas as informaçõesminuciosas sobre vendas, custo das mer-cadorias vendidas e despesas. Analisan-do-se esses anexos, por exemplo, pode-

RAE . v. 34 . n. 2 . Mar./Abr. 1994

Quadro 1: Resumo da Demonstração de "lucros e Perdas"(em milhares de cruzeiros)

Vendas Líquidas- Custo das Mercadorias Vendidas ,., , .

Lucro Bruto sobre Vendas ....•... """"."" " .Despesas OperacionaisDespesas de Vendas "" " .Despesas Administrativas .., " " .Despesas Gerais , " .

Total de Despesas Operacionais "" .."" .

Lucro líquido Operacional. " .- Outras Despesas (e Despesas Financeiras) ." " .

Lucro líqUido no Período """ .

se chegar a uma primeira conclusão: ade que a situação do lucro líquido doperíodo de 19x2 é pior, quando compa-rada à de 19x1, do que parecia à primei-ra vista, pois, no primeiro ano, sob oitem "Outras Despesas (e Despesas Fi-nanceiras)", cujo total era de Cr$100.000, estavam incluídos Cr$ 80.000 deprejuízo resultante da venda de um ati-vo fixo; portanto, se isso não tivesseacontecido, o lucro líquido em 19x1 seriade Cr$ 280.000 (Cr$ 200.000 + Cr$80.(00). Ora, como não acontece todos osanos esse tipo de transação - venda deativo fixo e com prejuízo - o lucro líqui-do do período de 19x2 está muito abaixodo lucro líquido de 19x1 que podería-mos chamar normal, isto é, expurgadodo prejuízo de Cr$ 80.000.1

Antes de passar à análise cuidadosados anexos às demonstrações - passoque deixaremos para o final a fim de nãoficarmos assoberbados por nomes decontas e respectivas importâncias, per-dendo a visão global proporcional peloresumo das operações mostrado no qua-dro 1 - é necessário descobrir o porquêda variação no lucro líquido do períodode um ano para outro. Uma das formasde fazê-lo vem discutida a seguir.

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

Na análise vertical toma-se o totaldas vendas líquidas como base para ocálculo de percentagem e verifica-sequanto, percentualmente, cada item da

19x1 19x2

Cr$ 1.000 Cr$ 1.500400 1.000

Cr$ 600 Cr$ 500

Cr$ 100 Cr$ 200100 50100 150

Cr$ 300 Cr$ 400

Cr$ 300 Cr$ 100100 10

Cr$ 200 Cr$ 90

1. O leitor pode raciocinar paratodas as quantias mencionadasneste artigo em termos de qual-quer unidade monetária, isto astornará muito mais significati-vas e próximas da realidade.

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REVISITADA

2. As percentagens e os índicesde 19x2 em relação a 19x1 fo-ram arredondados para a casadecimal mais próxima. É obvio,portanto, que as outras despe-sas (e despesas financeiras) doano de 19x2. no valor de Cr$10.000, não podem ser 1% dasvendas líquidas do mesmo ano(Cr$ 1.500.000), mas apenas0.667% das mesmas. Para nos-sas finalidades esse arredonda-mento não é prejudicial, tam-bém na vida prática, conforme aexatidão desejada, é melhor emais fácil trabalhar com núme-ros arredondados. Por exemplo,quando se fala em 26,85% dealguma coisa, fica na memóriado ouvinte mais facilmente onúmero 85 do que o numero25. Portanto, por que não dizerlogo que se trata de 27% dealgo?

demonstração representa desse total.Ao mesmo tempo, na análise horizontal,determina-se qual a variação das quan-tias monetárias de um exercício paraoutro e a percentagem dessa variação.Ao lado dessas últimas percentagens, éinteressante ter também o índice de umperíodo em relação a outro pois quandoas alterações percentuais são muito ele-vadas, é, às vezes, um pouco difícil in-terpretá-las. É mais fácil, por exemplo,compreender que uma quantia repre-senta dez vezes uma outra do que en-tender que a mesma é 900'};,maior que aoutra.

O quadro 2 mostra a análise vertical ehorizontal do resumo da demonstraçãoda conta de "Lucros e Perdas" da em-presa Alfa.

O quadro 2 indica que as vendas lí-quidas em 19x2 aumentaram em 50'1<"enquanto que os custos, das mercado-rias vendidas se elevou em 150% (ou éigual a 2,5 vezes, conforme se vê na co-luna dos índices de 19x2, em relação a1Slx1). Isso resultou, portanto, numa di-minuição de 17% no lucro bruto sobrevendas, uma vez que este representa60% das vendas em 19x1 e em 19x2 re-presenta apenas 33%, ou seja, o lucrobruto sobre vendas de 19x2 representaapenas 0,8 vezes o de 19x1.

Tanto as despesas de vendas como asdespesas gerais aumentaram em 19x2,pois as primeiras, que representavam10% das vendas líquidas em 19x1, im-portam agora e11113%,ou, ainda, são em19x2 duas vezes as despesas de vendasde 19x1. (Houve, portanto, um aumentode 100%.) Por sua vez, as despesas ge-rais, embora continuem representando10'1<,das vendas líquidas nos dois anos-e essas aumentaram em 50% de umexercício para outro -, elevaram-se em50% no ano de 19x2, isto é, são iguais a1,5 vezes as de 19x1.

Por outro lado, houve diminuição nasdespesas administrativas e nas outrasdespesas (inclusive financeiras), as quaissão em 19x2 50% e 90% respectivamentemais baixas do que as de 19x1, ou seja,0,5 e 0,1 vezes, respectivamente. (Ver co-luna dos índices de 19x2 em relação a19x1.)

Nota-se que essas diminuições sãomuito pequenas, tanto em valores relati-vos quanto em valores absolutos, quan-do comparadas, por exemplo, com o au-mento de Cr$ 600.000 (150%) no custodas mercadorias vendidas, custo que éem 19x2 2,5 vezes o de 19x1.

Portanto, mesmo ocorrendo a reduçãonas despesas administrativas em relaçãoàs vendas líquidas (de 10% em 1S1x1di-

19x2

QUADRO 2: Análise Vertical e Horizontal do Resumo~a Demonstração da Conta de Lucros e Perdas 2

(em milhares decruze.iros)

19x1

Vendas Líquidas .- Custo das Mercadorias Vendidas .

Lucro Bruto sobre Vendas .

Cr$ 1.000 100% Cr$ 1.500 100%400 40 1,000 67

Cr$ 600 60% Cr$ 500 33%

13%3

10

Aumento Aumento índice de(ou (ou 19x2 em

Diminuição) Diminuição relaçãoem%) a 19x1

Cr$ 500 50% 1,5600 150 2,5

(Cr$ 100) (17%) 0,8

Cr$ 100 100% 2,0(50) (50) 0,5

50 50 1,5

Cr$ 100 33% 1,3

(Cr$ 200) (67%) 0,3

(90) (90) 0,1

(Cr$ 110) (55%) 0,4

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Cr$ 100 10% Cr$ 200100 10 50100 10 150

Cr$ 300 30% Cr$ 400

Cr$ 300 30% Cr$ 100

100 10 10

Cr$ 200 20% os 90

- Despesas Operacionais:Despesas de Vendas .Despesas Administrativas .Despesas Gerais .

Total de Despesas Operacionais .

Lucro Líquido Operacional .

- Outras Despesas(e Despesas Financeiras) .

Lucro Líquido do Período .

26%

7%

62

6%

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ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO LUCRO LíQUIDO

minuíram para 3'/'0 em 19x2) e o decrés-cimo nas outras despesas (inclusive fi-nanceiras) em relação às vendas líqui-das (de 10% em 19x1 diminuíram para1% em 19x2 ou, para sermos mais exa-tos, para 0,667%), e embora as vendas lí-quidas tenham aumentado em 50% deum período para outro, isto não foi sufi-ciente para contrabalançar os fatoresque causaram a redução no lucro líqui-do, resultando, portanto, uma diminui-ção deste último, o qual é apenas 0,4vezes lucro líquido de 19x1, em 19x2(para sermos mais precisos, 0,45 vezes),com uma queda de 55'X,.

Esse breve comentário sobre a análisevertical e horizontal do quadro 2 dá aperceber como é, muitas vezes, um pou-co complicada a matéria; daí resulta quefreqüente são feitas afirmativas comple-tamente errôneas nessa interpretação,pois não devemos esquecer que mudan-ças na percentagem da análise verticalsão afetadas por alterações nos itensque estão sendo medidos e na própriabase - por exemplo, por modi-ficações em um item de despe-sa e modificações nas vendaslíquidas.

Além disso, as alterações naspercentagens ou índices daanálise horizontal, sem levarem consideração a inflação,devem ainda ser interpre-tadas com o auxílio deinformações suplementa-res. Assim, para ilustrara questão, se as vendaslíquidas aumentaramem 50%" como ocor-reu no caso daempresa Alfa,isso não significanecessariamenteque seja satisfa-tório um aumen-to igualou me-nor em qualqueritem de despesa,pois há necessida-de de determinar-se que parte da despe-sa em consideração é fixa e que porçãoda mesma é variável, sempre em relaçãoàs vendas.

Os administradores de empresas quetrabalham no campo da administração

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contábil e financeira quase sempre en-contram dificuldade em comunicar essasvariáveis da análise da demonstração daconta de "Lucros e Perdas" a pessoas deou tros setores de especialização a fim deque se possa por ela verificar os erros eacertos do passado e tomar decisõespara o futuro, na medida do possível,evitar a ocorrência dos erros. Torna-se,portanto, necessário encontrar uma for-ma melhor - e mais fácil para os não ini-ciados no campo da administração con-tábil e financeira - de mostrar as varia-ções no lucro líquido de um períodopara outro.

DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES NOl UGRO LÍQUIDO DO PERíODO

Um dos modos de solucionar a ques-tão é apresentado no quadro 3.

Neste tipo de demonstração, percebe-se que os fatores causadores de aumen-to no lucro líquido em 19x2 - em com-paração com 19x1 - foram o aumento de

Cr$ 500.000 nasvendas líquidas,a redução de Cr$50.000 nas despe-sas administrati-vas e a queda de

Cr$ 90.000 nas ou-tras despesas (inclusi-

ve financeiras), to ta Ii-zando Cr$ 640.000. Por ou-tro lado, os fatores que cau-saram diminuição nesse lu-cro foram o aumento deCr$ 600.000 no custo dasmercadorias vendidas, aelevação de Cr$ 100.000 nasdespesas de vendas e oacréscimo de Cr$ 50.000nas despesas gerais, totali-zando Cr$ 750.000. Como a

soma de fatores causadores deaumento atingiu somente Cr$640.000 - menos, portanto, que asoma dos fatores que trouxeram di-

minuição, isto é, Cr$ 750.000 -, hou-ve uma queda no lucro líquido de umexercício para outro, de Cr$ 110.000.

Não há duvida de que o quadro 3pode ser mais facilmente compreendidodo que o quadro 2. Todavia, ainda as-sim, ele exige que se faça um breve co-

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jJ!'~(JREVISITADA

QUADRO3: Demonstração das Variações no lucro líquido do Período(em milhares de cruzeiros)

19x1 19x2Efeitos spbreo

LUCRO LIQUIDO

Cr$ 500

50

Aumento Diminuiçao

Cr$ 1.000400

Cr$ 500Cr$ 600

Cr$ 1.5001.000 Cr$ 600

100100100100

Lucro Bruto sobre Vendas .- Despesas Operacionais:

Despesas de VendasDespesas AdministrativasDespesasTotal das Despesas OperacionaisLucro l.lquidó Operacional .

- Outras Despesas (e Despesas Financeiras) ,Lucro Líquido do

Diminuição no Lucro Líquido do Período

3. Mais uma vez, chamamos aatenção do leitor para o proble-ma de comunicações envolvido.Nem sempre as pessoas de ou-tros campos de conhecimentosestão familiarizadas com osconceitos da administraçãocontábil e financeira e há, por-tanto, necessidade de tornar asinformações de que dispomosinteligíveis e acessíveis a elas.

64

Cr$ 20050150

50

Cr$ 300 Cr$ 400Cr$ 300

mentário como aquele acima sobre osdados que nem sempre - conforme acomplexidade das informações disponí-veis para a análise - é muito fácil com-preender .3

Portanto, mais uma vez, torna-se ne-cessário o aperfeiçoamento na forma deapresentar as informações, de tal sorteque seja possível fazê-lo sem grandecomplexidade e com maior riqueza depormenores.

ANÁLISE EXPLICATIVA DAS VARIAÇÕES NOLUCRO LíQUIDO DO PERíODO

Pode parecer redundância denominaruma demonstração "análise" e, alémdisso, "explicativa". Porém, o nome emsi - algumas vezes - não importa muito.No caso importa mais o realce que pre-tendemos dar à diferença na forma deexpor as informações, tal como se podeperceber pela comparação do quadro 4com os anteriores.

As informações constantes do quadro4 e sua disposição realçam o fato de que,apesar de ter havido um aumento nasvendas, houve também um aumentomais que proporcional no custo dasmercadorias vendidas e, com isso, umatendência para redução no lucro líquidodo período, dado que não era tão facil-mente visível nas demonstrações ante-riores.

Cr$ 10010 90

Cr$ 640 Cr$ 750

110

Cr$ 750 Cr$ 750

Cr$ 90

Freqüentemente, é interessante ter, aolado das diferenças nas quantias absolu-tas, os valores relativos dessas diferen-ças. Assim, por exemplo, a última tabelaaponta que o lucro bruto sobre vendasdiminuiu em 19x2 quando comparadoao de 19x1. Mas, quantas vezes é ele me-nor em 19x2? quanto representava per-centualmente em relação às vendas lí-quidas em 19x1 e quanto representa em19x2? Para responder a essas e a outrasquestões, o quadro 4 pode ser melhora-do como mostramos a seguir.

ANÁLISE EXPLICATIVA DAS VARIAÇtlESNO LUCRO LíQUIDO DO PERíODO (EMVALORES RELATIVOS E ABSOLUTOS)

o quadro :=; foi construído utilizando-se basicamente as disposições constantesdo quadro 4, mas com acréscimo dos da-dos fornecidos pela análise vertical e ho-rizontal (quadro 2).

Apesar de aparentemente complexo,o quadro 5 tem a grande vantagem deser bem mais completo que o quadro 2e, além disso, de propiciar quase de re-lance a visão dos fatores que contri-buíram para aumentar ou reduzir o lu-cro líquido do período em relação aoexercício anterior, tanto em valores ab-solutos, quanto relativos.

Deve ser tomado, na interpretaçãodeste último quadro, cuidado especial

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ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO LUCRO LÍQUIDO

no tocante às diferenças nas percenta-gens. Essas diferenças foram obtidaspela subtração de duas percentagens: dapercentagem de um dado item em rela-ção às vendas líquidas em 19x1 e da per-centagem do mesmo item em relação àsvendas líquidas em 19x2. Ora, comohouve alteração na base do cálculo des-sas percentagens - as vendas líquidas de19x2 são 5m:, mais altas que as de 19x1ou seja, 1,5 vezes - torna-se necessáriamuita cautela na interpretação, pois docontrário poder-se-á chegar a conclusõesabsurdas. Pode ser conveniente, porisso, conforme o caso, a eliminação dacoluna referente às percentagens dasvendas líquidas, ou, então, tão somentedas linhas referentes às diferenças daspercentagens.

A última coluna à direita do quadro 5é, sem dúvida, necessária e contém in-formações preciosas. No caso da empre-sa Alfa, verifica-se por ela que as vendaslíquidas de 1l)x2 representam 1,5 vezesas de 19x1 (aumento de 50%) e que ocusto das mercadorias vendidas em 19x2é 2,5 vezes o de 19x1 (aumento de150%). Uma vez que a taxa de aumentono custo foi maior que a taxa de aumen-to nas vendas, a proporção do lucro bru-to sobre vendas, que era de 60% em19x1, caiu para 33%.

Esses e outros tipos de consideraçõespodem e devem ser feitos, não nos es-quecendo de que ao lado dos índices epercentagens temos também as quantiasmonetárias, que muito podem auxiliarna interpretação das proporções.

Quando for relativamente alta a taxade inflação de um ano para outro, paranão chegarmos a conclusões absurdasou errôneas, é interessante não só fazera análise na forma indicada no quadro5, mas também deflacionar os dados doúltimo período (ou inflacionar os dadosdo primeiro período), colocando as in-formações assim obtidas na forma cons-tante do quadro. Dependendo da taxade inflação, do tipo e da natureza daempresa etc., são muitas vezes enormesas diferenças que aparecem, quando tra-balhamos com dados históricos (nãoajustados), em comparação com dadosajustados.

No caso da empresa Alfa, para ilus-trar a questão, supondo-se que o índice

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aUADR04:Análise Explicativa das Variações no Lucro líquidO do Período

(em milhares de cruzeiros)o LUCRO LIOUIDO FOI DlMINUloo POR:I - Diminuição no Lucro Bruto sobre Vendas, em decorrência de:

a. Aumento no Custo das Mercadorias Vendidas:19x2............................................... Cr$ 1.00019x1............................................... 400 os 600

b. Menos: Aumento nas Vendas Líquidas:19x2............................................... Cr$ 1.50019x1 _~1;:::..0~00:c.......__ ....--:5'-"0"'-0

Cr$ 100Diminuição no Lucro Bruto sobre Vendas11- Aumento nas Despesas de Vendas:

19x2............................................... Cr$ 20019x1 100

1\1- Aumento nas Despesas Gerais:19x2............................................... Cr$ 15019x1 __ ...!.10~0~__ --.:5~0

100

Total de Fatores que Diminuíram o Lucro Líquido Cr$ 250

O LUCRO LIQUIDO FOI AUMENTADO POR:t • Diminuição nas Despesas Administrativas:

19x1.................................................... Cr$ 10019x2.................................................... 50 Cr$ 50

11- DiminUição nas Outras Despesas (e Despesas Financeiras):19x1 Cr$ 10019x2.................................................... 10 90

Total de Fatores que Aumentaram o Lucro Lfquido....................................... Cr$ 140

RESULTOU DISSO UMA DIMINUIÇÃO NO LUCRO LíOUIDO DE Cr$ 110

de custo de vida - ou qualquer outro ín-dice que melhor reflita a taxa de inflação- em 19x1 seja 439 (em relação a umano-base qualquer) e 607 em 19x2, resul-tará que as vendas do ano de 1l)x2,quando expressas ou convertidas emtermos do nível de preços de 19x1, serãode apenas Cr$ 1.084.800.4

RESUMO E CONCLUSÕES

Verificamos que análise vertical e ho-rizontal clássica da demonstração daconta de "Lucros e Perdas", tal comoapresentada no quadro 2, não é de mui-to fácil compreensão, principalmentepor parte dos leigos, os quais, no entan-to, necessitam muitas vezes saber porque houve variação no lucro líquido doperíodo de um exercício contábil paraoutro.

Vimos que a explicação para essa va-riação pode ser bem melhor entendidase feita na forma indicada no quadro 3,

4. Essa quantia foi obtida me-diante o seguinte cálculo:

índice doVendas Custo de

Vida19x1 Cr$ 1.000.000 43919x2 Cr$ 1.500.000 627

Portanto, o fator de conversão é:439-=0,7232627

Logo:Cr$ 1.500.000 x 0,7232 =

Cr$ 1.084.800

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QUADRO 5: Análise Explicativa das Variações no Lucro do Período (Valores Relativos e Absolutos)(milhares de cruzeiros)

o LUCRO LíQUIDO FOI DIMINUíoo POR:I - Diminuição no Lucro Bruto si Vendas, em decorrência de:

a. Aumento no Custo das Mercadorias Vendidas:19x2 .19x1 , .Aumento na Quantia Monetária .Aumento na Percentagem .

b. Menos Aumento nas Vendas Líquidas19x2 .19x1 .Aumento na Quantia Monetária .Resultado na Quantia Monetária19x1 .19x2 .

%dasVendasLíquidas

67%40

27%

Diminuição na Quantia Monetária .Diminuição na Percentagem 27%

60%33

11 - Aumento nas Despesas de Vendas:19x2 .19x1 .Aumento na Quantia Monetária .Aumento na Percentagem .

111 - Aumento nas Despesas Gerais:19x2 .19x1 .Aumento na Quantia Monetária .Aumento na Percentagem .Total dos Fatores que Diminuiram o Lucro Líquido .

o LUCRO lÍQUIDO FOI AUMENTAOO POR:I-Diminuição nas Despesas Administrativas:

19x1 .19x2 .Diminuição na Quantia Monetária .Diminuição na Percentagem .

11 - Diminuição das Outras Despesas (e Despesas Financeiras):19x1 .19x2 .Diminuição na Quantia Monetária , .Diminuição na Percentagem .Total dos Fatores que Aumentam o Lucro Líquido .

RESULTOU DISSO UMA DIMINUiÇÃO NO LUCRO LíQUIDO DE .

Quantias Monetáriasíndice de19x2 em

relação a 19x1

c.s 1.000400

Cr$ 600

Cr$ 1.5001.000

500

Cr$ 600500

Cr$ 100

Cr$ 200100

100

Cr$ 150100

50

Cr$ 250

2,5

1,5

0,8

13%10

2,0

10% Cr$ 1003% 50

Cr$ 507%

10% Cr$ 1001 10

909%

Cr$ 140

Cr$ 110

3%

10%10

0%

1,5

o qual, por sua vez, pode tornar-se maisinformativo se elaborado de acordo como mostrado no quadro 4.

Todavia, a análise das variações nolucro líquido do período, obtida nesseúltimo quadro, é feita tão somente emtermos absolutos; faltando as quantiasrelativas, não há possibilidade de se ternoção exata do que ocorreu. Assim, em-pregando-se basicamente a disposiçãodas informações constantes do quadro 4e acrescentando-se-lhes as importânciasrelativas fornecidas pela análise verticale horizontal, chegamos ao quadro 5.

66

0,5

0,1

Vimos também alguns cuidados a se-rem levados em consideração nos dadospercentuais e a sugestão - de acordocom a situação específica da empresaque for utilizar os conceitos examinadosneste artigo - de eliminação de uma co-luna ou de algumas linhas desse últimoquadro.

Havendo uma taxa inflacionária rela-tivamente elevada de um exercício paraoutro, sugerimos que, após a obtençãodo quadro 5 em dados históricos, sejamas quantias do último período deflacio-nadas ao nível do poder de compra do

RAE . v. 34 . n. 2 . Mar./Abr. 1994

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ANÁLISE DAS VARIAÇÕES NO LUCRO LíQUIDO

exercício anterior e depois dispostas noformato indicado pelo quadro, a fim depoder-se perceber as deformações de-correntes da inflação. Exemplificando oproblema, notamos que no caso da em-presa Alfa as vendas de 19x2, quandoconvertidas em termos do nível de pre-ços de 19x1, eram quase idênticas àquantia monetária das vendas desse pe-ríodo e, no entanto, aparentemente, ti-nham aumentado em 50%.

Em resumo, portanto, foi possível no-tar que a variação no lucro líquido doperíodo pode ser atribuída à modifica-ção no lucro bruto sobre vendas, a alte-rações nas despesas operacionais, ou nasreceitas (inclusive financeiras) e outrasdespesas (inclusive financeiras).

Naturalmente, as modificações no lu-cro bruto sobre vendas podem ser pro-venientes de alterações no volume físicode unidades vendidas, no preço unitáriode venda e no custo unitário das merca-dorias vendidas, o que em si mereceriaestudo e explicação bem minuciosos.

As despesas operacionais podem sertambém esmiuçadas e depois analisadasvertical e horizontalmente, porém, parao seu perfeito controle, o melhor é terum processo orçamentário bem feito eum sistema de registros de "contabilida-de por responsabilidade" 5, uma vez queas alterações nas despesas operacionaisentre dois exercícios podem resultar denumerosas causas, como, por exemplo,

de mudanças nos métodos de operação,no volume físico de unidades transacio-nadas, nas diretrizes da empresa, na efi-ciência administrativas arbitrárias queaumentem ou díminuam as despesasoperacionais, como salário, propagandaou investimento em ativo fixo etc.

Apesar das ponderações feitas nosdois últimos parágrafos, acreditamosque é de valia ao administrador de em-presas a análise das variações do lucrolíquido, pois ela será um primeiro passono sentido de descobrir erros e acertosdo passado e de tomar providências nosentido de evitar no futuro, sendo possí-vel, os erros cometidos, uma vez queserá depois da análise tal como expostaneste artigo, que ele poderá chegar àanálise cuidadosa do lucro bruto sobrevendas etc.

Não é, porém, descabida uma últimapalavra de precaução a ser levada emconsideração neste e em outros tipos deanálises: "E tão difícil interpretar percenta-gens, quando não estão acompanhadas dasquantias absolutas, como compreender o sig-nificado das quantias, sem relacioná-las comum padrão de comparação. Tem pouco signi-ficado verificar que o lucro líquido para 19x2é 10% maior que o lucro líquido de 19x1, seem ambos anos ele for totalmente inadequa-do em relação aos ativos investidos na em-presa. Como alguém com perspicácia obser-vou: 'O que se deposita nos bancos é dinhei-ro e não percentagens' ... ", 6

BIBLIOGRAFIA SUPLEMENTAR

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Artigo publicado originalmente na RAE - Revista de Administração de Empresas, v.6, n.20, set. 1966.

5. "Contabilidade por responsa-bilidade" é tradução da expres-são Inglesa responsability se-counting, que se refere a umsistema que revele não apenaso que ocorre em uma empresa,mas também, quem é responsá-vel por isso. Naturalmente, afim de poder funcionar de ma-neira adequada, o sistema deveser reflexo fiel da organizaçãoda estrutura, a qual, por suavez, deve ter sido concebida embases científicas e reais.

6. BLACK, H. J., CHAMPION, J.E. Accounting in Business Deci·sions, Theory, Method and Use.Englewood Cliffs: Prentice·Hall,Inc., 1961, p. 273.

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