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ANALISE DA PROPOSTA DA REITORIA DA UFRJ PARA ACESSO AOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 2011 PROPOSTA DA REITORIA ANALISE DA COMISSÃO DE ACESSO DO CEG OBSERVAÇÕES (I) Estabelecer novos critérios para o ingresso na UFRJ em 2011, na forma que se segue: a) 50% das vagas oferecidas em cada curso serão preenchidas por candidatos selecionados pelo ENEM, através do SISU; Parecer contrário a esta proposta. Justificativa Anexo I b) 20 % dessas vagas (ou seja, 10% do número total de vagas) em cada curso serão destinados a candidatos cuja renda familiar per capita não exceda um salário mínimo; A Comissão apresenta proposta compatível Justificativa Anexo II c) as demais 50 % das vagas serão preenchidas por meio de concurso de acesso próprio; Parecer contrário a esta proposta. Justificativa no Anexo I. d) para concorrer em qualquer uma das duas modalidades, o candidato deverá estar inscrito para o ENEM 2010; Parecer favorável e inclusive já foi aprovado o Edital 33/2010, com esta orientação,na sessão do CEG de 23/06. e) não será cobrada taxa de inscrição pela UFRJ em qualquer uma das modalidades. Parecer favorável a não cobrança de taxas. COMISSÃO DE ACESSO DO CEG (CA/CEG) E GRUPO DE TRABALHO DO CEG/DAE ASSISTENCIA ESTUDANTIL (GTAE/CEG) Página 1

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ANALISE DA PROPOSTA DA REITORIA DA UFRJ PARA ACESSO AOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 2011

PROPOSTA DA REITORIA ANALISE DA COMISSÃO DE ACESSO DO CEG

OBSERVAÇÕES

(I) Estabelecer novos critérios para o ingresso na UFRJ em 2011, na forma que se segue: a) 50% das vagas oferecidas em cada curso serão preenchidas por candidatos selecionados pelo ENEM, através do SISU;

Parecer contrário a esta proposta. Justificativa Anexo I

b) 20 % dessas vagas (ou seja, 10% do número total de vagas) em cada curso serão destinados a candidatos cuja renda familiar per capita não exceda um salário mínimo;

A Comissão apresenta proposta compatível

Justificativa Anexo II

c) as demais 50 % das vagas serão preenchidas por meio de concurso de acesso próprio;

Parecer contrário a esta proposta. Justificativa no Anexo I.

d) para concorrer em qualquer uma das duas modalidades, o candidato deverá estar inscrito para o ENEM 2010;

Parecer favorável e inclusive já foi aprovado o Edital 33/2010, com esta orientação,na sessão do CEG de 23/06.

e) não será cobrada taxa de inscrição pela UFRJ em qualquer uma das modalidades.

Parecer favorável a não cobrança de taxas.

(II) Ampliar as políticas de apoio ao estudante, mediante as seguintes ações:

ANALISE DO GT ASSISTENCIA ESTUDANTIL DO CEG

Proposta do GT AE/CEG de criação da Superintendência Geral de Assistência Estudantil vinculada a PR1 com responsabilidade de formulação, acompanhamento e coordenação da política de AE – graduação na UFRJ

a) oferecer 1.000 novas bolsas, na modalidade acesso e permanência, para estudantes que ingressem na UFRJ nesse ano, selecionados pelo critério de renda familiar per capita, sendo 600 a partir do primeiro semestre e as restantes 400, a partir do segundo semestre;

Com esta proposta estará sendo apresentando um processo de distribuição da bolsa já no processo de ingresso o que demandará alteração da Resolução, que define percentual para calouros/veteranos.

Estudos do GT apontam uma média de 1.000 solicitações/ano por Auxilio ao Estudante, sendo cerca de 250 pedidos para Beneficio Moradia (inclui vaga Alojamento e Bolsa Manutenção) e 750 Bolsas Auxílio.Com relação ao Beneficio Moradia são atendidos cerca de 70 alunos com um déficit anual de 180 vagas; Com

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A quantidade apresentada poderá atender a demanda inicial.

relação a Bolsa Auxilio são atendidos anualmente cerca de 350 estudantes, restando um déficit atual de 400 alunos, destes pedidos cerca de 80 são de alunos do Campus Macaé ( este numero tende a crescer pelo aumento de vagas no novo campus nos últimos 2 anos). Portanto, o GT AE/CEG orienta a necessidade de ser instituída, para atender a atual demanda reprimida, a oferta de pelo menos mais 500 bolsas anuais.

b) disponibilizar meios de transporte gratuitos, através da distribuição de 1.000 bilhetes únicos eletrônicos em 2011, para estudantes que ingressem na UFRJ nesse ano, selecionados por critérios de renda familiar per capita e distância do local de moradia, sendo 600 a partir do primeiro semestre e os restantes 400 a partir do segundo semestre;

Esta proposta já vem sendo discutida no âmbito do GT AE/CEG que estuda as demandas necessárias para os atuais estudantes matriculados na UFRJ. Propomos que a mesma possa também atender quem atualmente necessita.

A necessidade não se restringe a área Metropolitana, é necessário estabelecer convênios com as Prefeituras vizinhas (Petrópolis, São Gonçalo e Baixada Fluminense – Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados e Duque de Caxias) possibilitando o transporte intermunicipal que poderá reduzir a demanda por Beneficio Moradia.

c) ampliar o acesso a rede wire-less na UFRJ de modo a permitir que vários ambientes possam ser utilizados como área de acesso;

Parecer favorável e urgente – ação do executivo da UFRJ.

d) disponibilizar 1.000 netbooks para os estudantes que ingressarem em 2011, selecionados pelo critério de renda familiar per capita.

1) Parecer favorável devendo ser feito estudo para atender a atual demanda de estudantes carentes da UFRJ – ação do executivo da UFRJ. 2) Parecer contrario, devendo buscar garantir a extensão dos LIGs garantindo oportunidade a todos em esfera publica;

Duas posições surgiram, não houve consenso neste ponto.

(III) Constituir mecanismos de apoio acadêmico aos ANALISE DO GT ASSISTENCIA O GT AE/CEG está concluindo o seu relatório de Ações

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estudantes que ingressarem na UFRJ em 2011, através de: ESTUDANTIL DO CEG que será encaminhado ao CEG para discussão e deliberação, ainda este mês de julho.

a) criação de uma Coordenadoria das COA’s (Comissões de Orientação Acadêmica) na PR1, visando o fortalecimento desse sistema e o apoio às Unidades Acadêmicas;

Esta proposta já vem sendo discutida no GT AE/CEG que propõe no âmbito dos Centros este acompanhamento em conjunto com as COAA’s já existentes dos Cursos, essas comissões seriam ligadas a Superintencia de AE/PR1

b) atribuição a esta Coordenadoria de papel ativo no acompanhamento dos estudantes que ingressarem na UFRJ em 2011 pelos critérios diferenciados aqui estabelecidos;

Vide item acima.

c) criação de programas de bolsas de graduação (monitoria), de pós-graduação (tutoria) e para docentes orientadores dos estudantes envolvidos nesse processo de apoio acadêmico, programas esses a serem detalhados pelas PR1, PR2 e PR5, ouvidos os colegiados CEG e CEPG;

A Monitoria e Tutoria já existem o que se propõe é um aumento das bolsas. Salientamos que estes Programas estão vinculados ao aproveitamento acadêmico do aluno e não às condições socioeconômicas, mas concordamos de que sua ampliação favorece e estimula o aluno oriundo do SISU a buscar este caminho para aumentar seu apoio por parte da UFRJ;

Discordamos do pagamento ao docente orientador uma vez que a orientação acadêmica já faz parte da carga horária docente e de suas atribuições como docente; A UFRJ deverá criar nos critérios de Avaliação Institucional e Docente pontuação/créditos que favoreçam a progressão funcional destes docentes.

d) oferta de disciplinas de apoio para os cursos com alto índice de reprovação de modo a garantir a permanência dos alunos;

Em discussão, inclusive com analise de viabilização

Este problema está concentrado no CT e CCMN onde a retenção por reprovação é mais identificada. Grupo de Trabalho composto por profissionais do CT/CCMN e membros do CEG poderiam construir uma proposta para atendimento deste item.

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e) oferta de disciplinas introdutórias (Português, Inglês, Cultura Brasileira, Computação matemática entre outros) para estudantes que vieram a ingressar na UFRJ em 2011;

Em discussão, inclusive com analise de viabilização

A proposta de criação de disciplinas avulsas – não pertencentes a nenhum curso ou a todos – esbarra na estrutura departamental vigente onde disciplinas/docentes estão vinculadas a curso/departamento. Parecer favorável e construção de resolução especifica do CEG que normatize a criação destas disciplinas.

f) integralização dessas atividades, como créditos curriculares de extensão, dentro do limite de 10% previstos pelo Conselho Nacional de Educação nas diretrizes curriculares, para os alunos de graduação e de pós-graduação envolvidos.

Em discussão, inclusive com analise de viabilização

Vários Cursos já estão fazendo as reformas curriculares e incluindo Atividades Extra-curriculares e complementares.

PROPOSTAS MAIS AMPLAS E GERAIS ANALISE COMISSÃO DE ACESSO/CEG(IV) Desenvolver ações junto às secretarias estadual e municipais de Educação do Rio de Janeiro, com vistas a ampliar o envolvimento da UFRJ com os níveis fundamental e médio de ensino no Estado.

Esta proposta está sendo discutida no âmbito da Comissão de Acesso do CEG tendo sido organizado o I Colóquio Escola e Universidade em conjunto com a Decania do CFCH , no dia 17/06. Este movimento busca construir um canal da UFRJ com as instituições publicas e privadas de educação básica no estado.

(V) Dar início a uma ampla ofensiva política junto ao MEC, em conjunto com a ANDIFES, com vistas a garantir recursos para as universidades federais, além dos previstos no decreto que instituiu o REUNI, de

Parecer favorável – proposta de objeto indutivo e de caráter permanente para as IFES.

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modo a consolidar e ampliar as expansões realizadas.(VI) Envidar esforços junto ao MEC para que a UFRJ possa participar na elaboração e na aplicação do ENEM já no ano de 2010.

Parecer favorável e a Comissão de Acesso, através do movimento aberto pelo I Colóquio, deseja interferir nas Diretrizes de Programa do ENEM.

(VII) Elaborar proposta, a ser levada às demais Instituições Federais de Ensino Superior, para permitir que, a partir de 2011, a prova nacional de acesso seja organizada e realizada por essas próprias instituições, com o apoio logístico do MEC.

Parecer favorável e de vital importância, pois o processo de acesso deve ser de controle e decisão das universidades e induzidas e apoiados por governos.

Comissão de Acesso/CEGAna Maria de Almeida Ribeiro - Técnico-administrativo - PresidenteCelina Maria de Souza Costa – CFCHAnita de Sá e Benevides B. Delmas – CLAAntonio José B. de Oliveira – CCJEMaria Antonieta P.G. Couto – CTManuel Fernandes - CCMN Maria Isabel Sampaio dos Santos – CCS

Grupo de Trabalho de Assistência Estudantil/CEGRoselia Pinheiro Magalhães – DAE/PR-1 - PresidenteAna Maria de Almeida Ribeiro - Técnico-administrativo Antonio José B. de Oliveira – CCJE

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Maria Isabel Sampaio dos Santos – CCSSimone Cazarim de Menezez – DAE/PR1Wanderson Magalhães – Repres. Estudantil

ANEXO I – Justificativa: Modelo UFRJ

A Comissão de Acesso do CEG, ex-Comissão de Vestibular, é a instancia no CEG que analisa a cada ano a evolução do modelo adotado pela UFRJ. Nesta Comissão se iniciam os debates e as propostas de alterações no modelo que vem se aperfeiçoando ao longo destes mais de 20 anos de sucesso e reconhecimento não só dentro da UFRJ, mas principalmente, por profissionais e estudantes da educação básica. Neste período mudanças que envolvem os critérios de aprovação, o numero de dias de provas, o perfil dos Grupos , o debate sobre Cotas, a introdução da Filosofia, o número de vagas, todos esses assuntos foram sempre previamente discutidos nesta Comissão e levados ao Plenário do Conselho de Ensino de Graduação para deliberação e aprovação do Edital do Concurso de cada ano.

Em 2009, a comissão já preparava um estudo sobre o uso do ENEM para debate junto às unidades, quando o MEC apresentou a proposta do Novo ENEM. A Comissão elaborou então uma proposta que foi apresentada no Fórum de Decanos e Diretores, no CSCE, e em vários conselhos de centro aos quais foi convidada. A proposta de uso do Novo ENEM foi aprovada por unanimidade no CEG e o Edital por ampla maioria do conselho.

A proposta aprovada de uso do Novo ENEM como primeira etapa eliminatória e convocação de 4 vezes o numero de vagas para a realização da segunda etapa – provas discursivas de Redação/Língua Portuguesa e Literatura Brasileira/ 3 provas especificas do grupo – se apresentou como uma excelente opção. O principal objetivo desta mudança no modelo objetivava trazer a publico o real gargalo de ingresso na UFRJ: a alta concentração de candidatos em poucos cursos, o que camufla a real disputa por uma vaga na UFRJ . Nossa realidade destoa com cursos com relação de 36 candidatos disputando uma vaga à cursos com menos de um candidato por vaga. O CEG julgou que uma relação de 4 candidatos por uma vaga era a relação ideal para distribuição dos candidatos. Como as provas são realizados por Grupos, que se apresentam por área de conhecimento (1 – saúde/ 2 – exatas/ 3 – espacial/ 4 – gestão / 5 – humanas-artes-letras), os não classificados dos cursos mais disputados, com melhores notas, podem concorrer as vagas dos cursos menos procurados do próprio Grupo. A comissão continua julgando este como um correto processo de seleção. Os problemas decorrentes do adiamento das provas do ENEM que ocasionou mudanças na entrega dos resultados e, com isso, forçou-nos a aplicar as provas a todos os inscritos,

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provavelmente não voltará a ocorrer e poderemos ter ao final de dezembro a nota dos candidatos no ENEM2010 e convocá-los a para realização de nossas provas.

Além da proposta do novo ENEM, o MEC apresentou o Sistema de Seleção Unificada (SISU) que classifica os candidatos exclusivamente com a nota do ENEM e posterior ao resultado da prova. A experiência realizada no ano de 2009 foi suficiente para apresentarmos nossas sérias restrições ao uso deste critério para o regular o preenchimento de nossas vagas. Vamos enumerá-los:1) Autonomia Universitária – a primeira e fundamental questão é a prerrogativa da UFRJ em selecionar seus alunos. A entrega das vagas ao MEC para

classificar, por meio de uma prova a qual a UFRJ não tem nenhum controle e definição é abrir mão de um preceito fundamental de uma universidade. Tememos que em nome da economia de recursos e unificação de critérios estejamos em breve aguardando também que o governo selecione nossos docentes e técnico-administrativos. A existência de um Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) organizado pelo MEC está mais do que correto pelo seu papel de avaliação nacional do ensino médio. Não pode, entretanto, um mesmo instrumento de avaliação ser ao mesmo tempo para avaliar ensino médio, validar o supletivo e classificar para o ensino superior onde não se trata de continuidade de escolaridade, mas a escolha de um futuro profissional e de competências determinadas;

2) Escolha do Curso – a UFRJ ao adotar a mais de 20 anos um modelo em que organiza seus cursos de graduação por Grupos de Áreas de Conhecimento fez a opção de estimular a busca de habilidades e competências direcionadas a estas áreas. O modelo do SISU transforma a escolha do curso de graduação numa “loteria” em que jovens simulam, em função das notas atribuídas no ENEM, a escolha do curso que deseja seguir. Este caminho é contra producente e vai de encontro ao nosso modelo de seleção;

3) Regionalização – a criação de Universidades no Brasil desde as criadas na década de 70, como as atuais pelo Governo Lula, apresentam em suas justificativas de criação a necessidade de expansão para a garantia de que mais jovens nas regiões onde estas estão sendo criadas possam ter acesso ao ensino superior. Uma universidade federal sempre deve estar aberta a receber alunos de qualquer cidade brasileira mesmo sendo criada para atender alguma demanda regional. Mas o que assistimos com o SISU, pela facilidade do uso da internet, é que candidatos de estados da federação com mais investimento no Ensino Médio e com maior poder aquisitivo terão facilidades em conquistar uma vaga de curso de alta competitividade. O MEC apenas informou que a mobilidade (alunos de outros estados ingressos pelo SISU) foi de apenas 13%, infelizmente não apresentou este dado por curso, o que teria confirmado as informações recebidas de altíssima ocupação das vagas dos cursos de Medicina por candidatos oriundos do Estado de São Paulo, de norte a sul do país. As consequencias deste episódio serão analisadas daqui a uns cinco anos quando se verificarem a redução de profissionais médicos da própria região. Era uma situação esperada uma vez que o Estado de São Paulo sozinho é responsável por 20% dos jovens no país que concluem o Ensino Médio.

4) ENEM e sua fragilidade – como Exame Nacional de Ensino Médio, o ENEM, cumpre o seu papel, e para tal o nível de segurança de sua realização a sua execução pode ser uma questão secundária. Mas, uma vez que se transforma em instrumento para ter acesso a uma vaga numa universidade

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federal neste país, a segurança é algo de vital importância. Infelizmente, o que verificamos na aplicação da prova do ENEM, os procedimentos adotados, não nos dá a segurança desejada. Lembramos ainda que por ser utilizada a Teoria de Resposta ao Item (TRI) as questões passam por um processo de testagem anterior, onde alunos universitários e do ensino médio fazem as mesmas questões antes de serem aplicadas no dia da prova. Sabemos que o mercado da fraude é de acesso a quem tem recursos financeiros.

5) O Modelo UFRJ – o uso do SISU, apenas a prova do ENEM, significa abdicar de uma avaliação discursiva por um modelo de prova objetiva (múltipla escolha). O temor dos profissionais de educação do estado do Rio de Janeiro, que viram com orgulho o fim da industria dos “cursinhos pré-vestibular” após a adoção do Modelo Discursivo da UFRJ, seguido pelas demais universidades publicas do estado mesmo em segunda etapa, seria um grande retrocesso no ensino do estado. Em que pese que as Escolas Estaduais de Ensino Médio ainda estão distantes de um processo de ensino voltado a formação completa, as mudanças nas políticas educacionais (obrigatoriedade do Ensino dos 4 as 17 anos, a retirada da DRU na educação, o Piso Salarial do Magistério, a criação do FUNDEB, o fundo do Pré-Sal) apontam para uma revolução na Educação na próxima década. O Modelo da UFRJ fortalece a participação ativa do profissional docente em sala de aula e estimula a criatividade e formação cidadã nos jovens. Abdicar deste modelo é entregar o ensino médio e nossos jovens à indústria de marcar cruzinhas.

Neste sentido a Comissão de Acesso é de parecer contrário a disponibilizar 50% das vagas para preenchimento através do SISU .

ANEXO II – Justificativa: Ação Afirmativa

A Comissão discutiu a proposta de destinar 10% do total de vagas a candidatos cuja renda familiar per capita não exceda um salário mínimo. Em que pese toda a discussão acumulada pelo Conselho de Ensino de Graduação ao longo deste período, onde o investimento no Ensino Médio público é de fundamental importância para que a verdadeira democratização do acesso a universidade possa se concretizar, não podemos ser insensíveis às pressões por medidas paliativas e de aceleramento, ao possibilitar o ingresso de forma diferenciada dos que, por questões socioeconômicas não conseguem o ingresso na universidade publica nos cursos de maior competitividade.

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Neste sentido a Comissão é de parecer favorável a disponibilizar 10% das vagas de cada curso a políticas de Ação Afirmativa com critério de renda per capita de 1 salário mínimo, selecionados exclusivamente pela nota do ENEM e portanto, sejam disponibilizadas pelo sistema SISU. Na Comissão de Acesso também surgiu a proposta que a esta questão da renda some-se a realização da Educação básica na rede publica de ensino.

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Tal posição se reveste única exclusivamente como política de Ação Afirmativa em que para este jovem será exigido o mínimo – um bom aproveitamento no ENEM o que nas condições socioeconômicas apresentadas e pela disputa por uma vaga na UFRJ poderá trazer os alunos mais esforçados e interessados em concluir um curso superior na UFRJ. Neste sentido as propostas de Assistência Estudantil serão de enorme importância e a Comissão de Acesso do CEG apóia a analise do Relatório do GT Assistência Estudantil que segue em anexo.

Com o objetivo de tornar nosso concurso mais ágil e após analise do processo de classificação a Comissão de Acesso propõe ainda algumas mudanças no processo de inscrição do candidato:

a) Inscrição em apenas um curso/habilitação, agrupando como sub-opções as alternativas existentes quanto a Turno, habilitações – como já praticado na Engenharia; As Unidades que oferecem mais de um curso devem manifestar como desejam esse agrupamento ;

b) As vagas não ocupadas na classificação e reclassificações serão disponibilizadas no Edital de Vagas Remanescentes para alunos não classificados do mesmo Grupo – já vem sendo praticado e facilita o processo de ocupação de vagas com candidatos com maiores notas;

c) Manutenção do Modelo aprovado em 2010 com a convocação para realização das provas de um número um pouco maior – 5 vezes o numero de vagas;

d) Realização das provas em dois domingos (avaliação negativa da aplicação em dois dias seguintes) nos dias 9 e 16 de janeiro de 2010;e) Definição em conjunto com as demais IES públicas do rio de Janeiro do calendário de matricula para o ano de 2011.

Comissão de Acesso/CEGAna Maria de Almeida Ribeiro - Técnico-administrativo - PresidenteCelina Maria de Souza Costa – CFCHAnita de Sá e Benevides B. Delmas – CLAAntonio José B. de Oliveira – CCJEMaria Antonieta P.G. Couto – CTManuel Fernandes - CCMN Maria Isabel Sampaio dos Santos – CCS

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