anÁlise da inserÇÃo dos produtores de mel no modo de produÇÃo orgÂnico na regiÃo do vale do...

238
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA MESTRADO EM ECONOMIA RURAL ADSON BEZERRA SECUNDINO ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE.

Upload: thiago-oliv

Post on 06-Aug-2015

109 views

Category:

Documents


41 download

DESCRIPTION

O principal objetivo deste trabalho foi estudar os fatores de inserção dos apicultores no modo de produção orgânico nos municípios produtores de mel no Baixo Jaguaribe.

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁDEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA

MESTRADO EM ECONOMIA RURAL

ADSON BEZERRA SECUNDINO

ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE.

FORTALEZA-CE2012

Page 2: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

ADSON BEZERRA SECUNDINO

ANÀLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO

ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia Rural, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Economia. Área de concentração: Agronegócio.

Orientador: Prof. PhD Ruben Dario Mayorga.

FORTALEZA - CE 2012

Page 3: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

ADSON BEZERRA SECUNDINO

ANÀLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO

ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia Rural, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Economia Rural. Área de concentração em agronegócio.

Data da Aprovação: ______ / ______ / ______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________Prof. PhD Ruben Dario Mayorga (Orientador)

_________________________________________________Prof.Dr. Ahmad Saeed Khan

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________________Prof.Dr. Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima

Universidade Federal do Ceará (UFC)

Page 4: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

A Deus.A minha Mãe, Neila.

Page 5: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me deu a vida, inteligência, sabedoria e determinação em busca

de meus objetivos.

A FUNCAP, pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de auxílio.

Aos professores participantes da Banca examinadora Patrícia Verônica e Ahmad

Saeed.

Em especial ao meu amigo do mestrado Germano Silva Maia e toda a sua família,

pelo apoio na pesquisa de campo.

Ao meu amigo de Tabuleiro do Norte, Engenheiro Agrônomo, Antonio Jean carlys

Maia pelo apoio a pesquisa de campo.

Ao meu amigo de Morada Nova, Técnico da Ematerce, Kaliol Jesfrey Gomes de

Souza Raulino por ter me auxiliado na pesquisa de campo.

A minha mãe Neila Bezerra Secundino que com muito amor, dedicação, carinho e

paciência ensinou-me a não temer desafios e a superar obstáculos com humildade.

Ao meu Professor e orientador, Prof. Ruben Dario Mayorga, pelos ensinamentos que

me transmitiu com responsabilidade, companheirismo e amizade, pontos marcantes e dignos

de minha admiração.

Aos meus professores da FEAACS, Roberto Tatiwa, Ivan Castelar e Almir Betencourt

que sempre souberam ser compreensivos, e pela capacidade que, com simplicidade souberam

orientar-me, ajudando-me a alcançar este importante degrau de minha vida.

Aos meus amigos da Pró-Reitoria de Planejamento (PRPL), em especial a Waleska

Bruno por ter me ajudado nas correções da dissertação.

A todos os meus amigos da turma de mestrado, Patrícia Braga, Ana Cristina,

Daniel Sancho, Germano Silva, Diego Holanda, Joseph David, Luciana Girão, Ana Vladia,

Juliana Ribeiro, Manoel Pedro e Ana Cristina pelas reflexões, críticas e sugestões recebidas.

Page 6: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- PRODUÇÃO DE MEL NO BRASIL NO PERÍODO DE 1980 - 2010.................................24

FIGURA 2 - VINTE PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE MEL NO BRASIL - 2009...............26

FIGURA 3 - EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DE MEL DO BRASIL NO PERÍODO DE 2000 - 2010.32

FIGURA 4 - DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE MEL BRASILEIRO – 2010.....................................33

FIGURA 5 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MEL EM LIMOEIRO DO NORTE NO PERÍODO DE 2000

- 2010........................................................................................................................................45

FIGURA 6 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MEL EM MORADA NOVA NO PERÍODO DE 2000 -

2009...........................................................................................................................................47

FIGURA 7 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MEL EM ALTO SANTO NO PERÍODO DE 2000 - 2010

...................................................................................................................................................49

FIGURA 8 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MEL EM RUSSAS NO PERÍODO DE 2000 - 2009......50

FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MEL EM TABULEIRO DO NORTE NO PERÍODO DE

2000 – 2009...............................................................................................................................52

FIGURA 10 - FREQUÊNCIA TOTAL DA IDADE DOS APICULTORES ENTREVISTADOS DA PEA -

CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE - 2011............................................................................................75

FIGURA 11- FREQUÊNCIA TOTAL DA CONDIÇÃO DO ESTADO CIVIL DOS APICULTORES

ENTREVISTADOS - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.................................................................75

FIGURA 12 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO À

POSSE DA PROPRIEDADE ONDE PRODUZEM MEL - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011................78

FIGURA 13 - FREQUÊNCIA TOTAL DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

LOCAL DA RESIDÊNCIA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.......................................................79

FIGURA 14 - FREQUÊNCIA TOTAL DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

PRINCIPAL TIPO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.................80

FIGURA 15 - FREQUÊNCIA TOTAL DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

DESTINO DOS ESGOTOS – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011......................................................82

FIGURA 16 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO À

CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE APÍCOLA NA RENDA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011..........84

FIGURA 17 - FREQUÊNCIA TOTAL DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO À

ASSISTÊNCIA DE PROGRAMAS SOCIAIS......................................................................................85

FIGURA 18 - FREQUÊNCIA TOTAL DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

ASSOCIATIVISMO - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011................................................................87

Page 7: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

FIGURA 19 - FREQUÊNCIA ABSOLUTA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

ACESSO Á ASSISTÊNCIA TÉCNICA...............................................................................................88

FIGURA 20 - FREQUÊNCIA ABSOLUTA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

GRAU DE IMPORTÂNCIA DADO A ATIVIDADE APÍCOLA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011......89

FIGURA 21 - FREQUÊNCIA ABSOLUTA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

ACESSO A FINANCIAMENTO - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011................................................91

FIGURA 22 - FREQUÊNCIA ABSOLUTA DOS APICULTORES COM RELAÇÃO AOS ANOS DE

EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE APÍCOLA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011..............................92

FIGURA 23 - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO PREDOMINANTE NO VALE DO JAGUARIBE –

2011...........................................................................................................................................98

FIGURA 24 - ANÁLISE QUÍMICA DO MEL NO ENTREPOSTO DE TABULEIRO DO NORTE.............99

FIGURA 25 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO AO ÍNDICE ÁREA DE CONSERVAÇÃO NA PROPRIEDADE - CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.....................................................................................................................101

FIGURA 26 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO AO ÍNDICE CONSERVAÇÃO DAS COLMEIAS..............................................................102

FIGURA 27 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO AO ÍNDICE ORIGEM DAS ABELHAS...........................................................................103

FIGURA 28 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO AO ÍNDICE LOCALIZAÇÃO DOS APIÁRIOS.................................................................105

FIGURA 29 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO À ALIMENTAÇÃO DAS ABELHAS- CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011........................106

FIGURA 30 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

MANEJO DAS COLMÉIAS - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011...................................................107

FIGURA 31 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

PROCESSAMENTO DO MEL - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011................................................108

FIGURA 32 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS COM

RELAÇÃO AOS PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011..................110

FIGURA 33 - FREQUÊNCIA TOTAL PADRONIZADA DO ÍNDICE GERAL DE ADEQUAÇÃO AS

NORMAS ORGÂNICAS – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.......................................................113

FIGURA 34 - GRUPOS DOS APICULTORES CLASSIFICADOS EM ORGÂNICOS E NÃO ORGÂNICOS DE

ACORDO COM O IGA – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.......................................................114

Page 8: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- PRODUÇÃO E VALOR DA PRODUÇÃO POR REGIÕES DO BRASIL - 2009...................25

TABELA 2 - PARTICIPAÇÃO DO VALE DO JAGUARIBE NA PRODUÇÃO DE MEL DO CEARÁ, 2009.

...................................................................................................................................................27

TABELA 3 - PÓLOS DE PRODUÇÃO DE MEL NO CEARÁ, 2009....................................................29

TABELA 4 - NÚMERO DE EMPRESAS EXPORTADORAS DE MEL, 2010........................................33

TABELA 5 - EXPORTAÇÕES CEARENSES 2009, 2010 (VALORES EM U$$ FOB)........................34

TABELA 6 - ASPÉCTOS CLIMÁTICOS DO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE..........................44

TABELA 7 - COMPONENTES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE..................44

TABELA 8 - ASPECTOS CLIMÁTICOS DO MUNICÍPIO DE MORADA NOVA..................................45

TABELA 9 - COMPONENTES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE MORADA NOVA..........................46

TABELA 10 - ASPÉCTOS CLIMÁTICOS DO MUNICÍPIO DE ALTO SANTO.....................................47

TABELA 11 - COMPONENTES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE ALTO SANTO............................47

TABELA 12 - ASPECTOS CLIMÁTICOS DO MUNICÍPIO DE RUSSAS..............................................49

TABELA 13 - COMPONENTES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE RUSSAS.....................................49

TABELA 14 - ASPECTOS CLIMÁTICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO DO NORTE......................50

TABELA 15 - COMPONENTES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO DO NORTE.............50

TABELA 16 - NÚMERO DE APICULTORES POR MUNICÍPIO, PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO

PROCESSO DE AMOSTRAGEM E O TAMANHO DA AMOSTRA.......................................................53

TABELA 17 - VARIÁVEIS QUE IDENTIFICAM O GRAU DE CONSERVAÇÃO DAS UNIDADES

PRODUTIVAS..............................................................................................................................55

TABELA 18 - VARIÁVEIS QUE IDENTIFICAM O GRAU DE CONSERVAÇÃO DAS COLMÉIAS.........55

TABELA 19 - ORIGEM DAS ABELHAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO DO MEL...............................56

TABELA 20 - LOCALIZAÇÃO DOS APIÁRIOS QUE FAZEM PARTE DA PRODUÇÃO ORGÂNICA......57

TABELA 21 - ALIMENTAÇÃO FORNECIDA ÀS ABELHAS.............................................................58

TABELA 22 - PROCEDIMENTOS DE MANEJO SANITÁRIO IDEAL PARA A PRODUÇÃO ORGÂNICA.

...................................................................................................................................................59

TABELA 23 - CONDIÇÕES IDEAIS DE TRABALHO, PRODUTO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DO

MEL............................................................................................................................................60

TABELA 24 - COMPROMISSO DOS PRODUTORES E DOS ÓRGÃOS FISCALIZADORES...................61

Page 9: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

TABELA 25 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO À

IDADE - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.................................................................................73

TABELA 26 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

ABAIXO COM RELAÇÃO AO ESTADO CIVIL - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.........................75

TABELA 27 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

GRAU DE INSTRUÇÃO - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.........................................................76

TABELA 28 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS MUNICÍPIOS COM RELAÇÃO À CONDIÇÃO DE POSSE

ONDE O APICULTOR PRODUZ O MEL - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011...................................77

TABELA 29 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS MUNICÍPIOS COM RELAÇÃO AO LOCAL DE

RESIDÊNCIA DOS APICULTORES - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011..........................................79

TABELA 30 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO AO PRINCIPAL SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.......................................................................................................................80

TABELA 31 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AOS

RENDIMENTOS NO PERÍODO SECO E CHUVOSO - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011...................82

TABELA 32 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO À ASSISTÊNCIA DE PROGRAMAS SOCIAIS...........................................................84

TABELA 33 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

ASSOCIATIVISMO.......................................................................................................................85

TABELA 34 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS DOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO AO ACESSO A ASSISTÊNCIA TÉCNICA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.........86

TABELA 35 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS COM RELAÇÃO AO

GRAU DE IMPORTÂNCIA DADO A ATIVIDADE APÍCOLA..............................................................88

TABELA 36 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO AO ACESSO A FINANCIAMENTO – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.................89

TABELA 37 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO AOS ANOS DE EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE APÍCOLA – CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.......................................................................................................................91

TABELA 38 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO À MÉDIA DE PRODUÇÃO DO PRODUTOR APÍCOLA - CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.......................................................................................................................91

TABELA 39 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES NOS MUNICÍPIOS COM RELAÇÃO AO

ACESSO A INFORMAÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO..................................................92

Page 10: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

TABELA 40 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS EM

RELAÇÃO À ORIGEM DA INFORMAÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO – CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.......................................................................................................................92

TABELA 41 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS MUNICÍPIOS

COM RELAÇÃO ÀS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE PRODUÇÃO - CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.......................................................................................................................94

TABELA 42 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES ENTREVISTADOS NOS SEUS

MUNICÍPIOS COM RELAÇÃO AO PRINCIPAL COMPRADOR - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.. .95

TABELA 43 - RESULTADO DOS ÍNDICES RELATIVOS AO CUMPRIMENTO DAS NORMAS

ORGÂNICAS – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011......................................................................110

TABELA 44 - FREQUÊNCIA RELATIVA E TOTAL DOS ÍNDICES DE ADEQUAÇÃO AS NORMAS

ORGÂNICAS PARA OS MUNICÍPIOS E MELHOR DESEMPENHO DOS ÍNDICES – CEARÁ, BAIXO

JAGUARIBE/2011.....................................................................................................................110

TABELA 45 - FREQUÊNCIA RELATIVA PADRONIZADA DOS MUNICÍPIOS DO ÍNDICE GERAL DE

ADEQUAÇÃO AS NORMAS ORGÂNICAS – CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.............................111

TABELA 46 - FREQUÊNCIA RELATIVA DOS APICULTORES NOS MUNICÍPIOS CLASSIFICADOS EM

ORGÂNICOS E NÃO-ORGÂNICOS DE ACORDO COM O IGA - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011.

.................................................................................................................................................113

TABELA 47 - TESTE ESTATÍSTICO DE KRUSKAL WALLIS PARA VERIFICAR A DIFERENÇA DO

IGA PARA OS MUNICÍPIOS - CEARÁ, BAIXO JAGUARIBE/2011................................................113

TABELA 48 - RESULTADO DO TESTE KMO E DE ESFERICIDADE.............................................114

TABELA 49 - RESULTADO DO TESTE KMO E DE ESFERICIDADE.............................................115

TABELA 50 - RESULTADO DO TESTE KMO E ESFERICIDADE EXCLUÍDAS AS VARIÁVEIS COM

MENORES CORRELAÇÕES.........................................................................................................115

TABELA 51 - VALORES DAS COMUNALIDADES EXTRAÍDAS A PARTIR DO MÉTODO DOS

COMPONENTES PRINCIPAIS......................................................................................................116

TABELA 52 - VARIÂNCIA TOTAL EXPLICADA PELO CONJUNTO DE VARIÁVEIS ESCOLHIDAS...116

TABELA 53 - MATRIZ DE ROTAÇÃO DOS FATORES DOS QUATRO FATORES EXTRAÍDOS DA

ANÁLISE FATORIAL..................................................................................................................117

TABELA 54 - TESTES DE HIPÓTESE NULA DE MATRIZES DE COVARIÂNCIA BOX’M...............121

TABELA 55 - VALORES DO TESTE DE WILKS’ LAMBDA..........................................................121

TABELA 56 - RESULTADO DO EINGEVALUE E DA VARIÂNCIA EXPLICADA.............................122

TABELA 57 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO............................................................122

Page 11: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

TABELA 58 - VARIÁVEIS INCLUÍDAS NA FUNÇÃO DISCRIMINANTE, ATRAVÉS DA ESTATÍSTICA

WILKS’ LAMBDA.....................................................................................................................123

TABELA 59 - COEFICIENTES NÃO PADRONIZADOS DA FUNÇÃO DISCRIMINANTE....................123

TABELA 60 - VARIÁVEIS DISCRIMINANTES CANÔNICAS ORDENADAS POR TAMANHO ABSOLUTO

DE CORRELAÇÃO......................................................................................................................124

TABELA 61 - FUNÇÃO DOS GRUPOS CENTROIDES....................................................................125

TABELA 62 - PREVISÃO DOS DADOS DA AMOSTRA ATRAVÉS DA FUNÇÃO CANÔNICA

ENCONTRADA..........................................................................................................................126

APÊNDICE B: TABELA 1 - MATRIZ DE CORRELAÇÃO ANÁLISE FATORIAL.............................144

APÊNDICE B: TABELA 2 - ANÁLISE FATORIAL MATRIZ DE ANTI-IMAGEM............................145

APÊNDICE B: TABELA 3 - ANÁLISE FATORIAL MATRIZ DE CORRELAÇÃO, SEM OS ÍNDICES:

CONSERVAÇÃO DAS COLMEIAS, ORIGEM DAS ABELHAS E ALIMENTAÇÃO DAS ABELHAS.......146

APÊNDICE B: TABELA 4 - ANÁLISE FATORIAL MATRIZ ANTI-IMAGEM, SEM OS ÍNDICES:

CONSERVAÇÃO DAS COLMÉIAS, ORIGEM DAS ABELHAS E ALIMENTAÇÃO DAS ABELHAS.......147

APÊNDICE C: TABELA 1 - ANÁLISE DISCRIMINANTE: DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS...............148

APÊNDICE C: TABELA 2 - MATRIZ DE COVARIÂNCIA E DE CORRELAÇÃO PARA TODOS OS

GRUPOS....................................................................................................................................149

APÊNDICE D: TABELA 1 - CUSTOS RELACIONADOS À IMPLANTAÇÃO DO APIÁRIO E DA CASA

DO MEL....................................................................................................................................150

ANEXO A: TABELA 1 - PAUTA DE EXPORTAÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DO MUNICÍPIO DE

LIMOEIRO DO NORTE...............................................................................................................155

ANEXO A:TABELA 2 - RELAÇÃO DAS CASAS DE MEL DO CEARÁ QUE POSSUEM E NÃO

POSSUEM O SIF - 2011............................................................................................................156

ANEXO D: TABELA 1 -DEFENSIVOS ORGÂNICOS UTILIZADOS PELOS PRODUTORES APÍCOLAS................................................................................................................162

Page 12: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................18

1.1 HIPÓTESE........................................................................................................................20

1.2 OBJETIVO GERAL........................................................................................................21

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................21

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................22

2.1 ECONOMIA E MEIO AMBIENTE.........................................................................................22

2.2 PRODUÇÃO DE MEL NO BRASIL.......................................................................................24

2.3 MERCADO INTERNACIONAL DO MEL BRASILEIRO...........................................................31

2.3.1 PRINCIPAIS IMPORTADORES DO MEL.............................................................................31

2.3.2 PRINCIPAIS EXPORTADORES...........................................................................................33

2.3.3 EXIGÊNCIAS DO MERCADO INTERNACIONAL................................................................35

2.4 PRODUÇÃO ORGÂNICA, MEL ORGÂNICO E O CEARÁ.......................................................38

2.5 A LEGISLAÇÃO DOS PRODUTOS ORGÂNICOS...................................................................40

3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................43

3.1 ÁREA GEOGRÁFICA DE ESTUDO.......................................................................................43

MUNICÍPIO: LIMOEIRO DO NORTE..................................................................................43 MUNICÍPIO: MORADA NOVA..........................................................................................45 MUNICÍPIO: ALTO SANTO...............................................................................................47 MUNICÍPIO: RUSSAS.......................................................................................................49 MUNICÍPIO: TABULEIRO DO NORTE...............................................................................50

Page 13: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

3.2 FONTE DOS DADOS..........................................................................................................52

3.3 COLETA DE DADOS............................................................................................................52

3.4 AMOSTRAGEM....................................................................................................................53

3.5 MÉTODOS DE ANÁLISE......................................................................................................54

3.6 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................55

3.6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS APICULTORES NA APICULTURA ORGÂNICA............................55

3.6.2 INFLUÊNCIAS DAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS NO NÍVEL DE ADEQUAÇÃO

AS CONDIÇÕES ORGÂNICAS.....................................................................................................64

3.6.3 MODELO DE ANÁLISE FATORIAL..................................................................................64

3.6.4 VARIÁVEIS INCLUÍDAS NO MODELO DE ANÁLISE FATORIAL.......................................66

3.6.5 KMO E TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT’S......................................................67

3.6.6 MATRIZ DE ANTI-IMAGEM.............................................................................................68

3.6.7 EXTRAÇÃO DOS FATORES INICIAIS...............................................................................69

3.6.8 ESCOLHA DOS FATORES COMUNS E SUA INTERPRETAÇÃO...........................................69

3.6.9 ROTAÇÃO DOS FATORES.................................................................................................70

3.6.10 MODELO DE ANÁLISE DISCRIMINANTE......................................................................70

3.6.11TESTE BOX’S M.............................................................................................................72

3.6.12 TESTE DE LAMBDA DE WILKS.....................................................................................72

3.6.13 O TESTE DE EIGENVALUE............................................................................................73

3.6.14 O TESTE DO QUI-QUADRADO......................................................................................73

4 RESULTADOS....................................................................................................................74

4.1 CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS............................................................................74

4.1.1 IDADE DOS APICULTORES..............................................................................................74

4.1.2 ESTADO CIVIL...............................................................................................................75

4.1.3 GRAU DE ESCOLARIDADE DO APICULTOR...................................................................76

4.1.4 CONDIÇÃO DE POSSE DA PROPRIEDADE RURAL..........................................................77

Page 14: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

4.1.5 LOCAL DA RESIDÊNCIA DO APICULTOR.......................................................................78

4.1.6 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DAS PROPRIEDADES RURAIS.....................80

4.1.7 DESTINO DOS ESGOTOS DAS PROPRIEDADES APÍCOLAS..............................................81

4.1.8 SITUAÇÃO DE RENDA DOS PRODUTORES RURAIS APÍCOLAS.......................................83

4.1.9 ASSISTÊNCIA COM PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO..............................................84

4.1.10 PARTICIPAÇÃO EM SISTEMAS COOPERATIVOS............................................................86

4.1.11 TREINAMENTO DE MANEJO PARA COLHEITA DO MEL.................................................87

4.1.12 GRAU DE IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE APÍCOLA......................................................88

4.1.13. FINANCIAMENTO PARA A ATIVIDADE.........................................................................90

4.1.14 ANOS QUE OS PRODUTORES RURAIS EXPLORAM A ATIVIDADE APÍCOLA..................92

4.1.15 MÉDIA DE PRODUÇÃO POR PRODUTOR APÍCOLA NO ANO DE 2011...........................93

4.1.16 PRODUTORES APÍCOLAS QUE RECEBERAM ORIENTAÇÃO SOBRE O MODO DE

PRODUÇÃO ORGÂNICO.............................................................................................................93

4.1.17 QUAL A FONTE DE INFORMAÇÃO DO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO....................94

4.1.18 PRINCIPAIS DIFICULDADES CONSIDERADAS PELOS APICULTORES NA PRODUÇÃO DE

MEL 95

4.1.19 PRINCIPAIS COMPRADORES DAS REGIÕES PESQUISADAS...........................................97

4.1.20 PRINCIPAIS RESULTADOS DAS CONDIÇÕES SOCIAIS DOS PRODUTORES DE MEL.......99

4.2 NÍVEIS DE ADEQUAÇÃO AS NORMAS ORGÂNICAS........................................................100

4.2.1 ÍNDICE RELATIVO À ÁREA DE CONSERVAÇÃO NA PROPRIEDADE..............................100

4.2.2 ÍNDICE RELATIVO À CONSERVAÇÃO DAS COLMEIAS..................................................101

4.2.3. ÍNDICE RELATIVO À ORIGEM DAS ABELHAS..............................................................102

4.2.4 ÍNDICE RELATIVO À LOCALIZAÇÃO DOS APIÁRIOS.....................................................104

4.2.5 ÍNDICE RELATIVO À ALIMENTAÇÃO DAS ABELHAS....................................................105

4.2.6 ÍNDICE RELATIVO AO MANEJO SANITÁRIO DAS COLMEIAS........................................107

4.2.7 ÍNDICE RELATIVO AO PROCESSAMENTO DO MEL........................................................108

Page 15: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

4.2.8 ÍNDICE RELATIVO À CERTIFICAÇÃO DO MEL E FISCALIZAÇÃO..................................109

4.3 ÍNDICE GERAL DE ADEQUAÇÃO AS NORMAS ORGÂNICAS.............................................111

4.4 RESULTADOS DA ANÁLISE FATORIAL............................................................................116

4.4.1 TESTE KMO E DE ESFERICIDADE DE BARTLETT........................................................116

4.4.2 MATRIZ ANTI-IMAGEM.................................................................................................117

4.4.3 EXTRAÇÃO DOS FATORES............................................................................................117

4.4.4 ESCOLHA DOS FATORES COMUNS................................................................................118

4.4.5 RESULTADO DA ROTAÇÃO DOS FATORES....................................................................119

4.4.6 INTERPRETAÇÃO DOS FATORES...................................................................................119

4.4.7 CONSIDERAÇÃO SOBRE OS FATORES...........................................................................121

4.5 ANÁLISE DISCRIMINANTE................................................................................................122

4.5.1 TESTE BOX’S M............................................................................................................123

4.5.2 TESTE LAMBDA DE WILKS..........................................................................................123

4.5.3 TESTE DE EIGENVALUE................................................................................................124

4.5.4 TESTE DO QUI-QUADRADO..........................................................................................124

4.5.5 FUNÇÃO DISCRIMINANTE.............................................................................................125

5 CONCLUSÕES.......................................................................................................................129

APÊNDICES..........................................................................................................................139

ANEXOS................................................................................................................................155

Page 16: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

RESUMO

Embora a produção de mel orgânico seja uma das principais alavancas para impulsionar o

crescimento da atividade apícola cearense, os apicultores da região produtora mais importante

do Ceará ainda sofrem com inadequados conhecimentos das técnicas exigidas pelo ministério

da agricultura e pecuária para a atividade orgânica e também com a falta de indicadores que

permitam medir o grau de preparação e adequação da apicultura em relação à atividade

orgânica. O principal objetivo deste trabalho foi estudar os fatores de inserção dos apicultores

no modo de produção orgânico nos municípios produtores de mel no Baixo Jaguaribe. Para

verificar a adequação dos produtores ao cultivo orgânico foi utilizada a legislação dos

produtos orgânicos criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

As relações entre as variáveis socioeconômicas e os índices da apicultura orgânica foram

feitas através de uma análise fatorial e para identificar quais as variáveis que contribuem para

que os apicultores sejam inseridos no grupo dos produtores orgânicos foi feita uma análise

discriminante. Os resultados apontaram que em média os apicultores empregam 56% das

recomendações necessárias para um modo de produção orgânico, o índice localização dos

apiários foi o que mais contribuiu e as que menos contribuíram para a formação do índice de

adequação geral (IGA) foi origem das abelhas e os processos de certificação. Na análise

fatorial foram extraídos quatro fatores, chamados de capitalização, adequação da propriedade,

tamanho da propriedade e capital humano. Os resultados da análise discriminante apontaram

que o fato da “apicultura ser a principal atividade do produtor rural” e “anos de estudo” são as

principais variáveis discriminantes entre os grupos dos produtores orgânicos e não orgânicos.

Dessa forma, conclui-se que apesar de existir fatores naturais favoráveis à apicultura orgânica

no estado do Ceará grande parte dos apicultores ainda não está preparada para o cultivo do

mel orgânico.

Palavras-chave: apicultura, produção orgânica, análise fatorial, análise discriminante e estado

do Ceará.

Page 17: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

ABSTRACT

Although production of organic honey is one of the main levers to boost the growth of Ceara

beekeeping, beekeepers in the main producing region of the state still suffer from inadequate

knowledge of the techniques required by the ministry of agriculture and livestock for organic

activity and also with lack of indicators to measure the degree of preparedness and fitness of

beekeeping in relation to organic activity. The main objective of this study was the inclusion

of factors of production so beekeepers in organic honey producers in the counties in the

Lower Jaguaribe. To verify the adequacy of producers to organic farming legislation was used

organic products created by the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (MAPA). The

relationship between socioeconomic variables and indices of organic beekeeping were made

through a factor analysis and to identify which variables contribute to the beekeepers are

inserted in the group of organic farmers was made a discriminant analysis. The results showed

that on average beekeepers employ 56% of recommendations for a way to organic production,

the index was the siting of the apiaries that contributed the most and least contributed to the

formation of the overall suitability index (IGA) was the origin of bees and certification

processes. In the factor analysis extracted four factors called capitalization, adequacy of

property, size of property and human capital. The results of discriminant analysis indicated

that the fact of "Beekeeping is the main activity of the farmer" and "years of study" are the

main discriminating variables between the groups of organic and non organic producers.

Thus, it is concluded that although there natural factors favorable to organic beekeeping in the

state of Ceará most beekeepers is not yet prepared for the cultivation of organic honey.

Keywords: beekeeping, organic production, factor analysis, discriminant analys and state of Ceará.

Page 18: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

18

1 INTRODUÇÃO

O Nordeste Brasileiro, inserido no semiárido oferece favoráveis condições de clima e

vegetação para a produção de mel de abelha. As floradas no referido bioma, além de serem

apreciadas pelas abelhas permitem a produção de um tipo de mel preferido pelos

consumidores devido o seu sabor e aroma diferenciados (SILVA, 2011).

Apesar das vantagens naturais a apicultura nordestina só passou a ganhar destaque a

partir do ano de 2001 e 2002, momento em que os mercados da China e Argentina sofreram

forte embargo internacional em virtude de problemas fitossanitários. A partir desse momento,

o Nordeste passou a ser inserido no mercado internacional do mel.

Segundo dados da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará ADECE (2010),

no ano de 2009, o Ceará alcançou o primeiro lugar no ranking nordestino em exportação de

mel, sendo o 3º maior exportador do Brasil, o 12º produto mais importante da pauta

exportadora do estado, com 135 municípios produtores e uma mão de obra estimada em 5 mil

pessoas.

Conforme os dados do IBGE (2009), a mesorregião mais representativa na produção

de mel do Ceará é o Vale do Jaguaribe, correspondendo a 50% da produção total de mel do

estado, sendo composta por vinte e um municípios. Desses municípios, os mais importantes

são os do Baixo Jaguaribe, composto pelos municípios de Limoeiro do Norte que responde

sozinho por 12% da produção estadual, seguido de Tabuleiro do Norte (9%), Morada Nova

(8%), Alto Santo (7%) e Russas com uma participação de (1,7%).

Embora a produção de mel venha crescendo e tenha a vantagem de ser considerada

orgânica, ela enfrenta sérios problemas e desafios, tais como: inadequado conhecimento de

alguns produtores das técnicas de manejo para obter mel orgânico, problemas com o mercado

interno, falta de apoio e vigilância desta atividade pelo setor público, problemas financeiros,

organizacionais e falta de indicadores que permitam medir o grau de preparação e adequação

da apicultura em relação à atividade orgânica, segundo as normas vigentes.

A estrutura da produção de produtos agropecuários orgânicos deve estar assentada

considerando outros princípios além do não uso de agrotóxicos, como a segurança alimentar

dos consumidores, boas condições de trabalho tanto dos camponeses envolvidos na produção,

quanto dos animais utilizados nessa produção, e o cumprimento das normas e exigências de

qualidade vigentes desde a produção até chegar ao consumidor final.

Page 19: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

19

A apicultura é uma atividade agropecuária que, em função de sua própria natureza,

está intimamente relacionada com o equilíbrio entre meio ambiente, homem e economia. Esta

atividade está fundamentada em um tripé de sustentabilidade envolvendo os fatores social,

econômico e ambiental.

A maioria dos estudos em apicultura são de caráter tecnológico voltados

principalmente para a melhoria da produção e produtividade, através principalmente, das

pesquisas realizadas nas universidades. Porém, não se conhecem pesquisas em profundidade

no que tange à organização e a condução da atividade apícola orgânica, segundo a legislação

em vigor.

Este trabalho pretende ampliar o estudo da teoria econômica que considera as novas

tendências e preferências dos consumidores de produção sustentável. Assim, será realizado

um estudo sobre o perfil dos produtores de mel do Baixo Jaguaribe que no geral são

considerados produtores orgânicos, quais são as condições atuais da produção orgânica que

são atendidas por esses produtores e os fatores de inserção neste modo de produção.

Além disso, entender as relações entre as variáveis econômicas e de procedimento que

caracterizam a produção orgânica dos apicultores cearenses do Vale do Jaguaribe e também

conhecer os fatores sociais e econômicos, que contribuem na inserção dos apicultores no

modo de produção orgânico podem servir de base na busca de um melhor desempenho da

apicultura no estado do Ceará, seguindo as normas estabelecidas que regulem essa atividade.

Estudos dessa natureza são importantes porque, o mel cearense só poderá ser

considerado genuinamente orgânico quando cumprir as exigências estabelecidas pelo MAPA

(Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) em relação às etapas requeridas nos

processos de produção orgânica. Desta forma, o mel orgânico terá acesso facilitado ao

mercado externo e poderá expandir com segurança a produção de mel, atividade que vêm

possibilitando a criação de emprego e renda na agricultura familiar no Estado do Ceará, como

já mencionado.

Page 20: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

20

1.1 Hipótese

Apesar das condições naturais que favorecerem a apicultura orgânica no Vale

do Jaguaribe, grande parte dos apicultores ainda não estão preparados e,

portanto não atuam de forma a serem inseridos no modo de produção

orgânico que atenda as exigências da legislação brasileira.

Page 21: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

21

1.2 Objetivo geral

Identificar os fatores de inserção dos apicultores no modo de produção orgânico na

região do Baixo Jaguaribe.

1.2.1 Objetivos específicos

a) Apresentar um diagnóstico das condições de produção da atividade apícola na região

do Vale do Jaguaribe.

b) Descrever o perfil socioeconômico dos apicultores da região do Vale do Jaguaribe-

Ceará.

c) Verificar como a situação socioeconômica está relacionada com as adequações ao

modo de produção orgânica.

d) Analisar como as características socioeconômicas dos apicultores influenciam em sua

inserção na produção orgânica de mel.

Page 22: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

22

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Economia e meio ambiente.

Segundo Lins (2010), o período da segunda revolução industrial, entre 1850 a 1870,

foi caracterizado pelo forte desenvolvimento da indústria química, elétrica, de petróleo, aço e

das invenções tecnológicas das telecomunicações observaram-se mudanças significativas

tanto no âmbito social como ambiental. Todo esse novo ambiente trouxe melhorias e

facilidades sociais, mas junto a ele externalidades negativas principalmente o da poluição

indiscriminada do planeta.

A partir do final do século XX cresce a preocupação dos impactos dos processos

produtivos que foram desenvolvidos sobre o meio ambiente. O conceito de desenvolvimento

sustentável passou a ser difundido e pauta de importantes reuniões das decisões econômicas,

sobre sua premissa máxima de satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer

a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. As

organizações de proteção ao meio ambiente passaram a ter um compromisso forte de proteção

aos sistemas ecológicos.

A economia como ciência também passou a ter um papel fundamental no tocante às

mudanças nos rumos das grandes catástrofes ambientais as quais nós estamos pré-destinados.

Em Lins (2010), a autora atenta para o fato da contribuição da microeconomia como

instrumento de mudança nas atitudes dos agentes econômicos em relação à melhoria das

atitudes do homem com o meio ambiente. Pois, este ramo da pesquisa econômica trata do

comportamento dos agentes individuais, famílias, empresas e governo no panorama

econômico. Investiga principalmente as escolhas feitas por esses agentes e as interações que

ocorrem entre eles na hora de negociar bens e serviços.

Em relação às principais mudanças já verificadas no meio econômico, de acordo com

os especialistas, em relação à preocupação com o meio ambiente verifica-se que basicamente

o comportamento do consumidor está mudando. Cada vez mais as famílias vêm dando

prioridade ao consumo de produtos de materiais recicláveis, a serviços de empresas que

adotam uma postura de desenvolvimento sustentável e priorizando alimentos cultivados sem o

uso de agrotóxicos.

Page 23: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

23

Em relação ao uso de agrotóxicos estes são atualmente os maiores responsáveis por

poluir mananciais de água, pela a ploriferação do câncer e pelos processos de desertificação

em grandes regiões.

O fator ambiental é de grande relevância no meio rural, uma vez que a maioria das

atividades agropecuárias apresenta um alto nível de degradação, pois os exploradores não

levam em consideração o bioma ao qual estão inseridas essas atividades e das formas de

manejo que são realizadas ao longo do tempo. Os agricultores que transformam os seus meios

de produção adequados ao meio ambiente passam a perceber que não possuem pleno domínio

sobre a natureza, e sim que fazem parte de um sistema complexo, dinâmico e interdependente

de elementos que constituem um agro ecossistema1 em sua propriedade.

Na atualidade os processos produtivos sustentáveis que garantem a qualidade do meio

ambiente e das pessoas passaram a ser exigência de mercado, as empresas que adotam

medidas sustentáveis ganham espaço em competitividade, diferenciação do produto e maiores

retornos, pois passam a atender novas demandas que surgem preocupadas com o meio

ambiente e uma melhor saúde ao longo do tempo. As regiões que potencializam as atividades

de preservação dos seus ambientes naturais e comercializam produtos orgânicos passam a

desenvolver a localidade, pois ganha em saúde, educação, respeito ao meio ambiente,

melhorias na renda, notoriedade e melhores fatias de mercado.

No campo das ciências é importante a ampliação de trabalhos que estudem a relação

entre os diversos agentes econômicos e o meio ambiente, dando notoriedade e entendimento

das novas alternativas de preservação e consumo de alimentos mais saudáveis. No caso das

ciências econômicas essa matéria é de fundamental importância, pois a economia é uma

ciência que trata da escassez dos recursos produtivos (terra, capital e trabalho) e da sua

melhor alocação, e pode contribuir neste momento de preocupação com os fatores poluentes

da terra dando maior ênfase à alocação dos recursos de forma sustentável.

1 Segundo Conway (1987), o agro ecossistema visa à produção de alimentos, fibra ou outros produtos

agrícolas onde se leva em consideração a interação do modo de produção com os fenômenos bióticos e abióticos

existentes no meio ambiente.

Page 24: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

24

Também se concentra na área da ciência econômica decisões relacionadas à produção

(quais bens, quando, quanto, como e para quem produzir) que agora também devem ter como

base uma consciência sobre os problemas ambientais. Dessa forma, atendendo as novas

preferências dos consumidores preocupados com valores ambientais. Na próxima seção será

realizada uma explanação sobre a produção apícola no Brasil, na região nordeste e no Ceará.

2.2 Produção de mel no Brasil

O mel é o principal produto da atividade apícola, sendo de mais fácil exploração e

comercialização em relação à própolis, pólen e cera, que são outros produtos derivados desta

atividade. Além de o mel ser utilizado como fonte de alimento, ele tem também propriedades

terapêuticas específicas que são aproveitadas em outros segmentos e atividades comerciais

como, as indústrias de cosméticos e farmacêuticos, resultando em demanda de mel nos

mercados nacional e internacional.

A produção de mel teve uma tendência crescente nas últimas três décadas no Brasil.

No ano de 1980, produziu-se um total de 6.202.119 Kg, chegando a um volume de produção

no ano de 2009 de 38.764.231 Kg, tendo um crescimento de mais de uma tonelada por ano

conforme mostra a Figura1.

Segundo os dados analisados, a produção de mel saltou de 38 toneladas para 50.000

toneladas somente no ano de 2010 e dessa forma o Brasil chegou a 11º colocação no ranking

dos produtores mundiais de mel.

Figura 1- Produção de mel no Brasil no período de 1980 - 2010

19801982

19841986

19881990

19921994

19961998

20002002

20042006

20082010

0

10000000

20000000

30000000

40000000

50000000

60000000

Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal (2011).

Page 25: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

25

Em relação ao valor da produção, o estado de São Paulo ficou com 32,71% dos

rendimentos totais, o Ceará com 16,36% e o estado de Santa Catarina com 14,31% (MDIC,

2010). Segundo a Tabela 1, em relação às outras regiões do país, o Nordeste apresentou o

segundo melhor desempenho de produção e valor da atividade apícola, conforme a última

pesquisa realizada pelo IBGE em 2009.

Tabela 1- Produção e valor da produção por regiões do Brasil - 2009.

REGIÕES Quantidade (t) % Valor (R$ 1000) %NORDESTE 14.964 38,6 64.266 29,09NORTE 821 2,11 7.109 3,21SUL 16.501 42,56 88.487 40,05SUDESTE 5.395 13,91 49.712 22,5

CENTRO-OESTE 1.084 2,79 11.343 5,13

Total 38.765 100% 220.917 100%Fonte: IBGE, Elaboração Própria (2010).

As regiões que mais produzem mel no país atualmente se concentram no Sul, Sudeste

e Nordeste. O estado de São Paulo foi o maior produtor do ano de 2010, com um total de

33,46% da produção nacional, seguido do Ceará 15,46% e do estado de Santa Catarina com

15,37% (MDIC, 2010).

Dentre as regiões brasileiras com grande potencial apícola destaca-se a região

Nordeste, por possuir floradas características das espécies vegetais do bioma caatinga (jitirana

branca, vassourinha de botão, marmeleiro, cipó-uva dentre outros) que são bastante

apreciadas pelas abelhas. O néctar coletado leva à produção de um mel com sabores e aromas

peculiares que são apreciados pelo mercado internacional e que fazem com que os apicultores

tenham uma colheita de um mel diversificado e de qualidade com bons níveis produtivos.

Cerca de 40% de todo mel brasileiro é produzido na região Nordeste merecendo destaque os

estados do Piauí e Ceará, como primeiro e segundo lugares respectivamente em produção e

exportação nordestina de mel (IBGE, 2009).

Através da Figura 2 e Tabela 2, percebe-se a importância do estado Cearense na

produção de mel, dos vinte municípios com maiores produções no país, o estado possui sete

destes, com destaque para o município de Limoeiro do Norte, 1º lugar no Ranking de 2009,

com uma produção de 600 toneladas, tendo como destaque principal do Ceará a região do

Vale do Jaguaribe.

Page 26: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

26

Figura 2 - Vinte principais municípios produtores de mel no Brasil - 2009

Limoeir

o do Norte

-Ce

Ararip

ina-PE

Apodi-RN

Içara

-SC

Bom Retiro

-SC

Picos-P

I

Tabulei

ro do N

orte-C

E

Santan

a do Car

iri-C

E

Mora

da Nova

-CE

Alto Sa

nto-C

E

Santan

a do Li

vram

ento

-CE

Itamar

andiba-M

G

Botuca

tu-SP

Itainópolis

-PI

Santa

Luzia

do Paruá-M

A

Cambar

á do Su

l-RS

Pruden

tópolis

-PR

Pio IX-P

I

Monbaç

a-CE

Ibimiri

n-PE

0

100

200

300

400

500

600

700

Mil

Tone

lada

s

Fonte: IBGE, Elaboração Própria (2009).

O benefício social da apicultura no Ceará está inserido dentro das perspectivas da

agricultura familiar. Com poucos recursos financeiros pode-se mobilizar uma comunidade

para o desenvolvimento da atividade apícola (SEBRAE, 2009). Uma vez que a produção do

mel se fixa nesta comunidade rural, diminui o êxodo rural para os grandes centros em função

da geração de empregos no campo.

A categoria de mesorregião foi criada pelo o IBGE como sendo uma subdivisão dos

estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com

similaridades econômicas e sociais. A microrregião conforme a Constituição brasileira de

1988, é um agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a organização, o

planejamento e a execução de funções públicas. Os municípios da Tabela 2 em destaque

apresentam a maior participação na produção de mel do estado, todos estes municípios estão

concentrados na região do Baixo Jaguaribe.

Page 27: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

27

Tabela 2 - Participação do Vale do Jaguaribe na produção de mel do Ceará, 2009.    Participação    

  Quant. T Estadual Messoregional Microregional Messoregião MicroregiãoAlto Santo 350 7,39% 14,71% 17,49% Jaguaribe Baixo jaguaribeAracati 87,07 1,83% 3,65% 33,80% Jaguaribe Lit. de AracatiFortim 12,395 0,26% 0,52% 4,81% Jaguaribe Lit. de AracatiIbicuitinga 18,7 0,39% 0,78% 0,93% Jaguaribe Baixo jaguaribeIcapuí 154,04 3,25% 6,47% 59,80% Jaguaribe Lit. de Aracati Iracema 55 1,16% 2,31% 61,11% Jaguaribe Serra do PereiroItaiçaba 4,05 0,08% 0,17% 1,57% Jaguaribe Lit. de Aracati Jaguaretama 9,548 0,20% 0,40% 31,49% Jaguaribe Médio jaguaribeJaguaribara 9,6 0,20% 0,40% 31,66% Jaguaribe Médio jaguaribe Jaguaribe 11,169 0,23% 0,46% 36,84% Jaguaribe Médio jaguaribe Jaguaruana 10,328 0,21% 0,43% 0,51% Jaguaribe Baixo jaguaribeLimoeiro do Norte 600 12,67% 25,22% 29,98% Jaguaribe Baixo jaguaribeMorada Nova 380 8,02% 15,97% 18,98% Jaguaribe Baixo jaguaribePalhano 32,34 0,68% 1,35% 1,61% Jaguaribe Baixo jaguaribePereiro - - - - Jaguaribe Serra do PereiroPotiretama 35 0,73% 1,47% 38,88% Jaguaribe Serra do PereiroQuixeré 60 1,26% 2,52% 2,99% Jaguaribe Baixo jaguaribeRussas 79,76 1,68% 3,35% 3,98% Jaguaribe Baixo jaguaribeSão João do Jaguaribe 50 1,05% 2,10% 2,49% Jaguaribe Baixo jaguaribeTabuleiro do Norte 420 8,87% 17,65% 20,98% Jaguaribe Baixo jaguaribe

Fonte: IBGE, (2009).

O estudo realizado pela ADECE (2010), chamado de Apicultura e Meliponicultura faz

uma excelente cronologia da atividade no estado. Segundo esse estudo, em 1970, houve a

introdução da abelha africanizada no Nordeste Brasileiro, no entanto os apicultores tinham

grandes dificuldades de manejá-las. Na década de 80, surge a percepção dos apicultores que

as abelhas africanizadas produziam mais que as européias. Nesta mesma década foi inserida a

disciplina de apicultura no curso de Agronomia da UFC que começou a contribuir com a

atividade.

Nos anos 90, a atividade ganha um forte apoio de linhas de financiamentos pelos

bancos, é lançado o primeiro grande projeto, com o intuito de organizar a cadeia produtiva,

chamado de Projeto Rainha com o apoio do Governo do Estado e com as parcerias do Banco

do Nordeste e o SEBRAE. No ano de 2001, o mel cearense entra firme no comércio

internacional, principalmente pelo embargo fitossanitário dos dois maiores produtores

mundiais o Argentino e o Chinês.

Page 28: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

28

Em 2002, é criado a FECAP- Federação Cearense de Apicultura. Em 2003, o mel

cearense chega a um valor histórico nas exportações, atingindo uma média de preços do Kg

do produto de 2,36 dólares, neste mesmo ano é criado o segundo maior Projeto de

desenvolvimento da atividade chamado de APIS- Apicultura Integrada e Sustentável, com

adesão de outros parceiros e com a coordenação do SEBRAE. Em 2005, o mercado interno

começa a dar os primeiros passos através da venda do mel pela Conab (Companhia Nacional

de Abastecimento) as escolas dos municípios da rede pública cearense. No ano de 2007, a

atividade sofre seu primeiro grande abalo, o mel foi embargado pela Europa.

No ano de 2009 o Ceará atingiu os seus melhores resultados na atividade chegando a

ser o 2º estado do país no ranking das exportações de mel, ocupando o lugar que era

anteriormente do Rio grande do Sul. Atualmente o Ceará é o primeiro no ranking nordestino

em exportação de mel, sendo o 3º maior exportador do Brasil, com 135 municípios

produtores, com uma mão de obra de cinco mil pessoas envolvidas com a atividade, sendo o

mel o 12º produto mais importante da pauta exportadora do estado (ADECE, 2010).

Os benefícios econômicos, da atividade apícola, principalmente no Ceará podem ser

explicados sob uma perspectiva cronológica de desenvolvimento da cadeia produtiva dos

pequenos produtores rurais. A atividade apícola desenvolvida por comunidades era tida,

inicialmente, como uma atividade secundária, no entanto hoje é considerada por muitos

produtores a sua principal fonte de renda.

Sabe-se que o agricultor familiar do semi-árido nordestino cearense tem como

atividades básicas os plantios de subsistência de arroz, milho, feijão e mandioca, bem como a

pecuária constituída pela criação de ovinos caprinos e aves.

Na agricultura e pecuária de subsistência se produz o mínimo, o essencial para a

sobrevivência da família, sendo o fator determinante a condição climática apresentada, por

exemplo, no bioma caatinga (baixos índices pluviométricos ao longo do ano) o que agrava

essa condição de produção mínima. Diante deste cenário, a apicultura se apresenta como uma

nova fonte econômica, em que os apicultores mudam da atividade de subsistência para a

comercial, pois grande parte do que é produzido na apicultura é destinado a comercialização.

Atualmente as pesquisas sobre o desenvolvimento da apicultura podem ser encontradas em

diversas instituições, principalmente SEBRAE, EMATERCE, UFC, ETENE etc...

Page 29: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

29

Segundo documento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste

(ETENE), nos últimos anos foi criado um grande número de associações e cooperativas para

produzir e comercializar o mel. No estado do Ceará existe uma forte presença das associações

e das cooperativas produtoras. Segundo a ADECE, no ano de 2009 chegou-se ao número de

77 associações divididas segundo a Tabela 3.

Tabela 3 - Pólos de produção de mel no Ceará, 2009Polo Municípios Associações Produção Kg %Litoral Oeste 15 9 42.017,00 1,32%Sobral/Ibiapaba 21 10 88.177,00 2,76%Inhamuns 10 9 154.311,00 4,83%Metropolitano 11 4 262.485,00 8,22%Baturité 4 5 130.988,00 4,10%Lit. Leste/Jaguaribe 20 10 1.102.232,00 34,50%Serão Central 17 17 344.514,00 10,78%Cariri/Centro Sul 37 13 1.070.051,00 33,49%Total 135 77 3.194.775,00 100%

Fonte: ADECE- Câmara Setorial do Mel (2009)

Muitas das associações produtoras de mel no Ceará surgiram mesmo em lugares onde

a preferência era pela produção individual, pois as vantagens de estar associado trazem

grandes benefícios, pois uma vez associado ou cooperado o produtor passa a receber apoio de

diversas instituições tais como: Emater, SEBRAE, Senar, universidades, organizações não

governamentais, entre outros. Outra vantagem identificada em está associado se refere à

facilidade de acesso ao financiamento da atividade e empréstimos recebidos principalmente

do BNB e de recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar -

PRONAF.

No estudo diagnóstico da apicultura cearense realizada pelo SEBRAE em 2011, foi

realizada uma análise, com os principais especialistas da atividade, para saber quais os fatores

mais importantes atuais que podem ser usados como estratégias para aumentar a

competitividade da cadeia produtiva apícola do estado do Ceará. Dentre essas medidas foram

escolhidas as ações no ambiente competitivo, de Marketing, ambiente tecnológico e

institucional.

Os resultados apontam que para o ambiente competitivo deve ser realizada a

Implantação de um plano Estadual de desenvolvimento da cadeia produtiva da apicultura com

participação efetiva das instituições envolvidas com a atividade no estado do Ceará, na área

do marketing foi considerada a criação de programas de valorização de mel e outros produtos

apícolas.

Page 30: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

30

No ambiente tecnológico, foi considerada como melhor alternativa a ser realizado o

aprimoramento das linhas de crédito para a apicultura e no ambiente institucional foi

considerado como melhor ação a ser praticada a destinação de parte dos recursos do fundo de

meio ambiente da SEMACE de receitas de multas para um programa de reflorestamento com

espécies de plantas apícolas.

Pode-se encontrar também uma vasta literatura quanto ao desempenho dos municípios

cearense em relação à produção do mel. Entre eles um importante trabalho é o de Matos

(2005) em seu estudo, A Apicultura no Estado do Ceará: competitividade, nível tecnológico e

seus fatores condicionantes, produção, e exportação de mel natural, estudou a atividade

apícola em seus aspectos tecnológicos, socioeconômicos e de competitividade nos municípios

de Santana do Cariri, Crato, Pacajus, Chorozinho, Limoeiro do Norte, Alto Santo e Mombaça

no estado do Ceará.

Utilizou dados secundários para verificar o mercado internacional de mel, o nacional e

o regional, e dados primários para realizar uma análise socioeconômica, tecnológica e

competitiva das regiões em estudo. Um modelo Probit foi utilizado para verificar a influência

das variáveis socioeconômicas dos apicultores sobre a probabilidade de adoção de

tecnologias.

Os resultados obtidos foram que em média os apicultores entrevistados na pesquisa

empregavam 60,13% das tecnologias recomendadas para a atividade apícola e os resultados

do modelo Probit foram que a tecnologia da colheita foi a que mais contribuiu para a

composição do índice de tecnologia geral, enquanto a menor contribuição coube à tecnologia

da gestão.

Nogueira (2009) avaliou o desempenho das associações apícolas beneficiadas pelo

PRONAF (Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar) no Município de Itatira-CE.

Para isso, utilizou o Índice de Exclusão Social-IES2 para medir o grau de pobreza das

associações e fez uma avaliação da produção dos associados e verificou se os recursos do

Pronaf contribuíam para aumentar a produção dos apicultores da região.

2 O Índice de Exclusão Social - IES - foi criado em 2002 a partir de dados do censo demográfico de 2000, com os objetivos de possibilitar o reconhecimento do grau de desigualdade social existente nas diferentes regiões do país e de apoiar a implementação de políticas voltadas à inclusão social. Foram desenvolvidos dois IES, com grupos de variáveis diferenciados por Pochmann e Amorim (2007) e por Lemos (2003).

Page 31: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

31

O índice de exclusão social (IES) da associação apícola da região foi no valor de

60,67%, enquanto o IES do município foi no valor de 74,10%, o que significa que os

associados apícolas tinham melhores condições de acesso à água tratada, à rede pública de

saneamento básico, à coleta sistemática de lixo, à renda e à educação, usufruindo de uma

melhor qualidade de vida e bem-estar social. Também através de sua análise mostrou que o

padrão de vida dos assentados apícolas melhorou em relação à obtenção de bens de consumo

duráveis sendo reflexo da atividade apícola. Porém a qualidade de vida ainda encontrava-se

baixa em relação à educação, saúde e lazer dos produtores familiares.

Em relatório atual da EMATERCE realizado por Araújo e Porto (2011) realizaram um

diagnóstico da atividade apícola na região Caririense. Dividida em três regiões base:

Território do Cariri, Cariri Leste e Cariri Oeste, mostrando principalmente as oportunidades e

desafios da região em relação à atividade apícola.

Após apresentar o cenário econômico atual da atividade apícola e as principais linhas

de pesquisa dessa atividade o próximo tópico apresentará a situação do Brasil no mercado

internacional de mel.

2.3 Mercado internacional do mel brasileiro.

A apicultura brasileira como atividade exportadora é recente, uma vez que ingressou

no mercado externo somente na última década. Até então, o mel brasileiro era comercializado

no mercado interno principalmente na região sul. O Brasil passou a se destacar dos seus

concorrentes internacionais por apresentar uma grande biodiversidade de flora nativa, clima

favorável, rusticidade das abelhas e enorme disponibilidade de mão de obra e tecnologia

acessível (SEBRAE, 2006).

2.3.1 Principais importadores do mel.

Em relação ao desempenho das exportações, o mercado externo de mel apresentou um

crescimento nos últimos 10 anos, apresentando anos de alta e baixa do mercado. Atualmente o

país Estados Unidos é o principal destino das exportações do mel brasileiro, no ano de 2010,

com um total de US$ 3.941.588, respondendo por (71,3%) da receita total das exportações e

pagou o melhor preço de US$ 3,35 pelo o kg do produto (MDIC, 2010), vide Figura 3 e 4.

Page 32: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

32

Figura 3 - Evolução das exportações de mel do Brasil no período de 2000 - 2010

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20100

5000000

10000000

15000000

20000000

25000000

30000000

Kg

Fonte: ABEMEL/MDIC (2010).

A Alemanha é o segundo país, com uma receita no valor de US$ 877.493, o

equivalente a 16% das exportações brasileiras, ao preço de US$ 3,33/kg. O Reino Unido

absorveu 4,1% (US$ 229.007) das exportações brasileiras de mel, pagando US$ 3,04/kg.

Outros países importadores de mel do Brasil com uma menor expressão são os seguintes

países: Canadá, Bélgica, Áustria, Japão, Hong Kong, Taiwan e Peru (REZENDE, 2011).

Os Estados Unidos passou a ser o principal destino das exportações de mel brasileiro,

principalmente após o embargo que o país sofreu no ano de 2006, devido ao não cumprimento

de medidas sanitárias estabelecida pela União Europeia.

Figura 4 - Destino das exportações de mel Brasileiro – 2010

71%

16%

4%9%

Estados UnidosAlemanhaReino UnidoOutros

Fonte: SEBRAE - Portal de Notícias, UAGRO (2010).

Page 33: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

33

Percebe-se que o mercado de mel para o Brasil é bastante amplo, pois existem

atualmente 10 países que importam o mel brasileiro. Outro horizonte que pode ser ampliado é

o do mercado interno que ainda é reduzido, devido principalmente ao fato de o produto mel

não estar inserido na cesta de consumo do brasileiro como alimento diário. As principais

exportadoras de mel brasileiro são apresentadas na Tabela 4.

2.3.2 Principais exportadores.

Algumas características das empresas que exportam mel no Brasil são mostradas na

Tabela 4:

Tabela 4 - Número de empresas exportadoras de mel, 2010.

NÚMERO DE EMPRESAS

FAIXA DE VALOR

NÚMERO DE EMPRESAS POR ESTADO

PARTICIPAÇÃO NAS EXPORTAÇÕES

(%)

6 Acima de 2 milhões de dólares

03 SP, 01 SC, 01 CE e 01 PI 60%

7 Entre 1 e 2 milhões de dólares

02 RS, 02 PR, 01 CE, 01 SC e 01RN 25%

32Até 1 milhão de dólares

10 SP, 05 CE, 05 MG, 03 PI 02 SC, 02 RN, 02 RJ, 01 PR, 01 ES e 01 MS

15%

45     100%

Fonte: DEPLA/SECEX/MDIC (2010)

Segundo a Tabela 4, atualmente são 45 empresas que exportam mel no Brasil, seis

dessas empresas dominam 60% do mercado exportador. No entanto, a maioria das empresas

exportadoras é de pequeno porte, com um valor abaixo de um milhão de dólares no mercado,

perfazendo um total de trinta e duas empresas, com uma fatia significante do mercado

exportador no valor de 15%.

O Ceará possui diversas vantagens que podem contribuir para o crescimento das

exportações, principalmente de produtos agropecuários. Possui uma localização geográfica

privilegiada e o menor período de tempo de viagem de todo o país para o Continente Europeu,

Estados Unidos e África, dois portos internacionais (Mucuripe e o Pecém), sua produção

agropecuária ocorre durante todo o ano, pois o estado tem três mil horas de sol por ano e

ausência de fenômenos como granizo e geadas.

Page 34: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

34

As exportações no estado do Ceará cresceram 17% no ano de 2010, em relação ao ano

anterior. O produto mel está inserido na pauta dos produtos mais importantes destinados a

exportação, sendo o 12º produto no ranking tendo uma participação no total das exportações

de 0,77% no ano de 2010 (Veja a Tabela 5).

Tabela 5 - Exportações cearenses 2009, 2010 (Valores em U$$ FOB)

 Posição Setores Export. 2009Variação2009/2008 (%)

Export. 2010Particip.2010 (%)

Variação2010/2009 (%)

1 Calçados 298.253.179,00 -14,04% 403.466.381,00 31,78% 35,28%

2 Castanha de Caju 187.028.687,00 27,82% 182.015.701,00 14,34% -2,68%

3 Couros 118.887.010,00 -36,50% 163.865.883,00 12,91% 37,83%

4 Fruticultura (1) 105.250.378,00 -20,01% 99.162.867,00 7,81% -5,78%

5 Têxteis 60.372.099,00 -42,30% 70.676.802,00 5,57% 17,07%

6 Lagosta 36.262.337,00 -2,48% 60.195.313,00 4,74% 66,00%

7 Ceras vegetais 26.274.466,00 -34,57% 43.629.881,00 3,44% 66,05%

8 Sucos de Frutas 20.853.564,00 51,95% 29.598.539,00 2,33% 41,94%

9 Rochas Ornamentais 9.820.937,00 -45,88% 14.719.049,00 1,16% 49,87%

10Máq. e equip. eletrônicos 19.528.944,00 189,71% 14.286.687,00 1,13% -26,84%

11Máq. e equip. mecânicos 11.762.747,00 -45,53% 11.602.406,00 0,91% -1,36%

12 Mel natural 14.371.747,00 23,91% 9.721.535,00 0,77% -32,36%

13 Confecções 8.038.176,00 -22,26% 8.319.945,00 0,66% 3,51%

14 Flores/Plantas 4.029.271,00 -11,76% 3.290.644,00 0,26% -18,33%

15 Móveis 2.936.336,00 -68,83% 1.760.810,00 0,14% -40,03%

16 Camarão 3.161.404,00 -21,23% 82.543,00 0,01% -97,39%

Demais setores 153.336.751,00 -15,15% 153.103.565,00 12,06% -0,15%

Total   1.080.168.033,00 -15,28% 1.269.498.551,00 100% 17,53%

Fonte: Secex/MDIC(2010).

Um dos problemas que atualmente enfrentam os exportadores são as questões

aduaneiras, geralmente pagam um valor de aproximadamente R$ 90.000 para embarcar um

lote do seu produto, considerado muito elevado, e ainda passam por um processo burocrático

que prejudicam e atrasam os negócios, ou seja, eles apontam principalmente aqui a falta de

credibilidade para a exportação do mel, um produto que é de extrema importância na pauta de

exportação brasileira. Na próxima seção serão explanadas as principais exigências feitas pelo

mercado externo com relação à exportação do produto mel.

Page 35: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

35

2.3.3 Exigências do mercado internacional

Como discutido acima, o mercado interno de mel brasileiro ainda é pouco

desenvolvido sendo mais expressivo o mercado externo, pois o brasileiro ainda não tem o

produto mel como um alimento regular da sua cesta de consumo, sendo grande parte do que é

produzido no Brasil destinado ao comércio exterior.

Dos fundamentos da teoria do comércio internacional sabe se que o comércio interno

sofre poucas restrições, pois a maioria das constituições dos países não cria barreiras ao

comércio interno.

De forma oposta ocorrem as relações de um país com os outros, pois o que

percebemos é que este tipo de relação está sujeita a uma série de restrições. As barreiras ao

comércio internacional são criadas principalmente como medidas de proteção as relações

comercias internas, proteção aos recursos naturais, meio-ambiente, a garantia do emprego da

mão-de-obra interna, ao capital nacional e a saúde da população. As principais barreiras

impostas por um país ao comercio exterior são as tarifas alfandegárias, cotas de importação,

subsídios e as chamadas barreiras fitossanitárias.

Segundo Crespam (2009), no mercado mundial do mel a imposição de barreiras foi

crucial em diversos episódios da atividade nos últimos 15 anos. No caso do comércio externo

do mel brasileiro a imposição de barreiras teve dois momentos distintos o primeiro que

possibilitou a entrada do Brasil no comércio internacional e o segundo em que as barreiras

foram impostas ao país.

Como discutido no tópico produção de mel no Brasil, no ano de 2002, o mel brasileiro

e principalmente o cearense entrou firme no mercado internacional principalmente pelo

embargo que os grandes dois exportadores da época, Argentina e China, sofreram devido às

barreiras fitossanitárias. Os europeus suspenderam as exportações desses países sob a

alegação de contaminação do produto por resíduos de um antibiótico tóxico ao consumo

humano.

A partir desse momento ocorrem mudanças no cenário mundial entre eles o

acirramento da concorrência por importação de mel de qualidade. Neste momento o Brasil

aproveita a oportunidade e passa a ser inserido de forma significativa no mercado

internacional aproveitando a elevação dos preços naquele momento.

Page 36: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

36

Em um segundo período, ocorreu o veto da União Europeia a entrada do mel de

procedência brasileiro que perdurou do ano de 2006 até o ano de 2008. A justificativa

utilizada para o veto foi que o governo brasileiro não cumpriu o acordo feito com o bloco de

realizar um controle rígido para detectar substâncias inadequadas no produto.

Este veto foi fundamentado em dois relatórios apresentados pelo Serviço Alimentar e

Veterinário (FVO) elaborados no ano de 2003 e 2005. Os especialistas brasileiros

acreditaram que a motivação para o veto não poderia ter outra justificativa, uma vez que já

vinham alertando há muito tempo sobre a falta de fiscalização, legislação específica e padrões

de qualidades que deveriam ser tomadas ou caso contrário as exportações seriam suspendidas.

Após o veto o rumo das exportações de mel brasileiro mudou para os Estados Unidos

que atualmente é o principal importador do mel brasileiro tendo uma desvantagem para os

produtores, pois os americanos compram o mel mais barato do país, após o veto ocorreu

mudanças significativas no setor como diminuição de investimentos e redução da produção

nacional.

Depois do fato ocorrido, foram tomadas atitudes em relação à cadeia produtiva do mel

brasileiro com o intuito de recuperar o mercado perdido, através da mudança de

comportamento dos produtores tentando adequá-los as exigências sanitárias internacionais.

Entre as principais medidas foi criada a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e de

outros produtos Apícolas, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA), no início de 2006.

No ano de 2007, foi formada uma Comissão de Estudos Especiais Técnicos (CEET),

cuja intenção foi à criação de norma técnicas para a cadeia apícola. A partir de 29 de

Setembro de 2007, a produção orgânica no Brasil passou a ter critérios para o seu

funcionamento, desde a produção na propriedade rural até o seu ponto de venda. No caso da

apicultura, a legislação dos produtos orgânicos na Instrução Normativa nº 64, de 18 de

Dezembro do ano 2008, passou a estabelecer critérios para a produção apícola orgânica

respeitando os critérios estabelecidos pelos países importadores do produto brasileiro.

Ainda segundo os autores citados acima, a partir de março de 2008 o Programa

Alimentos Seguros (PAS) e o SEBRAE, iniciou o repasse de informações para os apicultores

nos principais entrepostos e casas de mel do Brasil transmitindo informações principalmente

de boas práticas sanitárias e da rastreabilidade das colméias. O comércio com a Europa no ano

de 2008 foi restabelecido, sendo os três primeiros estados a retomarem as negociações com a

Europa Piauí, São Paulo e Santa Catarina.

Page 37: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

37

Em entrevista com o produtor Lima (2011) do Município de Limoeiro do Norte, sobre

a situação atual da importação do mel brasileiro, ele afirma que: “que atualmente quase a

totalidade da produção é exportada para os Estados Unidos, pois a Europa atualmente ainda

está impondo barreiras, principalmente em relação ao HMF (Nível de Fermentação do Mel)

no valor de 10% um nível considerado muito baixo para a maioria dos produtores”, segundo a

entrevista com o citado produtor essa fermentação não traz malefícios à saúde do consumidor

e nem compromete a qualidade do mel, no entanto a Europa está impondo este tipo de barreira

com a verdadeira intenção de obter um preço mais baixo pelo produto.

O entrevistado também falou sobre as vantagens de exportar para os Estados Unidos,

principalmente em relação à questão tempo, pois o produto chega aos Estados Unidos no

prazo de até cinco dias e para Europa esse prazo se estende para 30 até 40 dias.

A revista Inovação em Pauta (2011) avalia a crise do embargo Europeu ao mel

brasileiro de forma positiva, pois acredita que os apicultores a partir desse momento passaram

a se preocupar com processos de certificações, como o SIF e com o mel orgânico, acreditando

que esse seja um dos maiores motivos de sucesso das exportações do nordeste nos últimos

tempos.

Atualmente para que os apicultores consigam o certificado de orgânico primeiro

necessitam obter o SIF (Serviço de Inspeção Federal). O SIF é um sistema de controle criado

pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil para verificar a qualidade

na produção de alimentos de origem animal. Atualmente, são sujeitos à fiscalização prevista

em Lei os animais destinados à matança, o pescado, o leite, ovos, o mel, a cera da abelha e

seus derivados.

Este tipo de certificação existe há 94 anos no Brasil, atualmente com 4 mil

estabelecimentos credenciados, possibilitando os produtores a receber o selo de garantia nas

embalagens de seus produtos, atestando que estes estão em conformidade com a legislação

cumprindo normas sanitárias e tecnológicas.

O produtor que consegue o SIF passa a ter credibilidade para exportar o seu produto,

atualmente os produtos de origem animal com o selo SIF no Brasil são exportados para mais

de 180 países. De acordo com (SEBRAE, 2011), no trabalho diagnóstico da apicultura

cearense, atualmente acredita-se que no estado do Ceará existam 300 casas de mel, 113 casas

de mel (Unidades de Extração do Mel) são acompanhadas pelo SEBRAE, dessas unidades

produtivas apenas 32 apresentam o selo SIF.

Page 38: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

38

O Selo de garantia SIF é o primeiro passo para o produtor apícola ser inserido no

mercado internacional do mel, o passo seguinte como diferenciação do seu produto, conquista

de demanda e obtenção de maiores garantias do produto ser isento de qualquer substância

química é obtido através da certificação orgânica.

As vantagens vão além das econômicas identificadas acima. Conforme Reis (2003),

um produto certificado em orgânico fornece ao consumidor a certeza de estar adquirindo um

produto isento de qualquer tipo de contaminação química, fornece também aos consumidores

a certeza de um produto que causa os menores impactos negativos ao meio ambiente.

Na esfera da produção uma maior eficiência da atividade ao contrário do que muitos

pensam, pois além de permitir o agricultor diferenciar seus produtos e, possivelmente, a

obtenção de melhor remuneração para a sua produção, existe uma vantagem direta para o

produtor, uma vez que ele acaba se tornando mais eficiente tecnicamente, uma vez que a

produção orgânica exige um melhor planejamento, controle e documentação. No próximo

tópico será discutido o mercado orgânico no Ceará e suas perspectivas na atividade apícola.

2.4 Produção Orgânica, mel orgânico e o Ceará

Sobre a produção orgânica e sua situação no estado do Ceará:

A agricultura orgânica é uma atividade que visa promover a preservação do meio ambiente, respeitando a biodiversidade e as atividades biológicas do solo. No Ceará a agricultura orgânica tem uma área plantada de 13.820 ha, espalhados por todos os municípios, sendo a maior concentração de área plantada de orgânico a microrregião da Ibiapaba (OLIVEIRA et al., 2008).

No entanto a produção de mel na região da Ibiapaba ainda é baixa representando

apenas 1,6% da produção de mel estadual (IBGE, 2009). Além da produção agrícola orgânica,

o estado mantém uma área de mata nativa muita extensa propiciando além da produção

agrícola orgânica, também uma pecuária orgânica, segundo o autor citado acima.

Atualmente as vendas de produtos orgânicos se concentram nos mercados da América

do Norte e Europa, no entanto a produção se espalha por diversos países, com majoritária e

crescente participação dos países em desenvolvimento nas exportações como o Brasil.

Segundo Panitchpakdi (2009) os mercados para tais produtos cresceram em ritmo superior a

15% ao ano nas duas últimas décadas.

Page 39: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

39

Segundo ainda Panitchpakdi (2009) estima-se que, em 2006, as vendas de produtos

orgânicos certificados somaram mais de 30 bilhões de euros (US$ 38 bilhões, em valores de

hoje), o que representou alta de 20% em relação a 2005, quando foi realizada a última

pesquisa sobre a atividade orgânica no Brasil pelo IBGE, e espera-se que cheguem a 52

bilhões de euros (US$ 65 bilhões) neste ano de 2012.

De acordo com o Estudo do (SEBRAE-PA, 2004), a apicultura tradicional do Brasil

geralmente é realizada em áreas com grandes aplicações de agrotóxicos. O que diferencia o

nordeste e o Ceará das demais regiões do país é sua extensa área de mata nativa e o fato da

produção apícola ser explorada nestas áreas, no entanto apenas este fato não garante que o

mel seja classificado como orgânico.

Atualmente, o Ceará produz dois tipos de mel: o chamado mel convencional realizado

pelos produtores sem nenhum tipo de certificação e sem o SIF e o orgânico, porém estima-se

que mais de 80% dos produtores estejam produzindo o mel convencional e apenas 20% dos

produtores o mel orgânico dentro das exigências da legislação.

A grande diferença entre estas qualidades de mel no Ceará está principalmente no

tratamento dado à produção. O modo de produção orgânico é mais laborioso, devendo ser

respeitadas algumas características de produção específica e formas de manejo definido por

regras do MAPA.

Os apicultores cearenses se interessam cada vez mais pelo modo de produção

orgânico, uma vez que a entrada do mel brasileiro no mercado internacional resultou

mudanças em toda a cadeia produtiva apícola, merecendo destaque, principalmente, a busca

por qualidade ligada à segurança alimentar. Dessa forma, o mel orgânico é um produto

promissor que pode garantir aos apicultores uma maior competitividade e melhores preços.

Para que a produção de mel seja considerada orgânica devem-se verificar as seguintes

técnicas de manejo em um apiário orgânico (SEBRAE- PA, 2004):

a) Se a vegetação é nativa, ecológica ou tradicional;

b) As caixas são de madeira nativa sem tratamento químico e se são pintadas com cal

e corante natural apenas na parte externa.

c) A cera é própria ou de apiário ecológico.

d) A alimentação das abelhas deve ser ecológica e natural.

e) A água deve ser da área de um raio de 1,5 Km quilômetros do apiário e não deve

está contaminada com produtos tóxicos às abelhas, aos animais e ao homem.

Page 40: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

40

f) O processamento, embalagem e comercialização não devem ser realizados no local

de produção e com equipamentos utilizados para produtos normais, de preferência

as embalagens devem ser recicláveis e de origem ecológica ou de vidro, o mel

deve ser aquecido até 37,5º centígrados em qualquer fase do processamento e não

pode ser filtrado sob pressão maior do que a atmosférica,

g) Em relação à sanidade das colméias, deve-se ter um controle de pragas e doenças

através de produtos biológicos ou permitidos pela legislação como o ácido

fórmico, ácido acético, ácido láctico, ácido cítrico, entre outros.

2.5 A legislação dos Produtos Orgânicos

A partir do dia 29 de Dezembro de 2007, a agricultura orgânica no Brasil passou a ter

regras para o seu funcionamento, esses novos critérios regulamentam desde a propriedade

rural até o ponto de venda. Estas normas foram expressas no Decreto nº 6323 publicado no

Diário Oficial da União na data acima citada.

A regulamentação da agricultura orgânica define normas técnicas para os sistemas

orgânicos de produção. As regras foram elaboradas por técnicos e especialistas dos setores

públicos e privados que atuam nos setores, foram utilizados também regulamentos já

existentes nos Estados Unidos, União Europeia e Japão com o objetivo de facilitar as relações

comerciais com o exterior, segundo parecer do coordenador de Agro ecologia do Ministério

da Agricultura, Pecuárias e Abastecimento (MAPA), Rogério Pereira Dias.

A legislação define o produtor orgânico como: toda pessoa, física ou jurídica,

responsável pela geração de produto orgânico, seja ele “in natura” ou processado, obtido em

sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e

não prejudicial ao ecossistema local. Sobre a cadeia de produção orgânica a legislação afirma

que ela envolve agentes que atuam nos diferentes níveis do processo de produção,

processamento, transporte, armazenagem, comercialização ou consumo de produtos

orgânicos.

Segundo a Legislação um sistema orgânico de produção agropecuário é todo aquele

que se adotam técnicas específicas mediante a otimização do uso dos recursos naturais e

socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais tendo

por objetivo à sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais,

a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível,

métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos.

Page 41: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

41

Ainda de acordo com a legislação um sistema orgânico deve eliminar o uso de

organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo

de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do

meio ambiente.

A Legislação de Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA, 2008) na Instrução Normativa nº 64, de 18 de Dezembro do ano 2008, trata dos

Regulamentos Técnicos de produção das seguintes atividades orgânicas: de bovinos,

bubalinos, ovinos, caprinos, eqüinos, suínos, aves, coelhos e abelhas.

O título I trata dos requisitos gerais que os sistemas orgânicos de produção devem

atender. Estes requisitos são compostos por aspectos ambientais, sociais e econômicos. Nos

capítulos II e III, estabelece que as unidades de produção orgânica devam possuir registro de

todas as operações e um plano de manejo orgânico. No capítulo IV, refere-se ao período de

conservação que deve ser estabelecido na propriedade orgânica, para que as unidades de

produção estejam aptas a produzir em conformidade com os regulamentos estabelecidos

visando garantir um sistema de manejo orgânico.

O capítulo V, conforme o Artigo 13º estabelece que seja permitida a conservação

parcial da unidade produtiva ou produção paralela de produtos orgânicos e não orgânicos,

desde que sejam atendidas certas condições específicas. Por exemplo, na criação de animais

orgânicos e não orgânicos, em uma mesma unidade de produção, devendo ser autorizadas

pelos órgãos competentes, deve existir uma distância entre as áreas de manejo demarcadas e

especificadas, os equipamentos de pulverização utilizados em um desses sistemas não devem

ser utilizados no outro, os insumos devem ser armazenados separadamente etc...

O Título II estabelece quais são os princípios básicos de tratamento que devem ser

utilizados na produção de animais orgânicos, são eles: princípio de bem-estar dos animais em

todas as fases do processo produtivo, higiene e saúde em todo o processo criatório, adoção de

técnicas sanitárias preventivas, oferta de alimento saudável, nutritiva e de qualidade; oferta de

água de qualidade isenta de agentes químicos e biológicos, utilização de instalações higiênicas

e destino de forma ambiental e adequada dos resíduos da produção.

No Capítulo III, ao qual é de interesse deste estudo, são estabelecidas as normas dos

sistemas produtivos e das práticas de manejo orgânico apícola, que devem ser adotadas pelos

produtores para que a atividade seja considerada orgânica, sendo essas normas aplicáveis à

apicultura fixa, migratória e a qualquer pessoa física ou jurídica responsável por produtos

apícolas.

Page 42: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

42

As seções do Capítulo III são indicadores que definem os princípios básicos e as

medidas que devem ser adotadas para que os apicultores estejam inseridos no modo de

produção orgânico. As instruções do regulamento técnico estão divididas nas seções que

tratam da conservação, origem das abelhas, localização dos apiários, alimentação, manejo da

colmeia e medidas sanitárias. A conservação para um produtor apícola orgânico deve ser

aplicada tanto para as unidades de produção (as áreas de coleta de matéria apícola pelas

abelhas) como para as colmeias trazidas de sistemas de produção não orgânicos.

Sobre a origem das abelhas as escolhas das raças a serem trabalhadas devem levar em

consideração a adequação às condições locais, sua vitalidade e resistência às doenças e a

captura de enxames é permitida desde que estes passem por um período de conversão. As

localizações dos apiários orgânicos devem estar instaladas em áreas de mata nativa ou em

áreas de reflorestamento e devem estar distantes a 5 km de centros urbanos, autoestradas,

zonas industriais, aterros e incineradores de lixo e unidades de produção não agrícolas. Os

apicultores deverão apresentar aos órgãos competentes os locais de implantação das colmeias.

A alimentação deve ser realizada com água de boa qualidade, ao término de cada

estação de produção deverão ser deixados reservas de mel suficiente para a sobrevivência dos

enxames, a alimentação artificial é permitida em períodos de condições adversas climáticas

devendo ser utilizados mel, açucares e plantas produzidas organicamente.

O manejo sanitário, em caso de sintomas de doença deve ser dado preferência aos

tratamentos homeopáticos e fitoterápicos, será obrigatório o registro de toda terapêutica

utilizada, se for realizado tratamento com substâncias químicas sintéticas os produtos não

poderão ser comercializados como orgânico.

No manejo das colmeias é proibido colher mel de favos que contem ovos ou larvas de

abelhas, destruição das abelhas nos favos como método de colheita do mel e não é permitida a

mutilação dos animais, é permitida a substituição da abelha rainha, só é permitida a supressão

dos machos como meio de contenção da infestação pelo ácaro Varroa Jacobsoni, é proibido o

uso de repelentes químicos durante as operações de extração de mel, não é permitido o uso de

materiais de revestimento com efeitos tóxicos na confecção e proteção das caixas tais como

telha de amianto e outros materiais com efeito tóxico e na produção de fumaça necessária para

o manejo das abelhas deverão ser utilizados materiais naturais e madeira sem tratamento

químico e é proibido o uso de querosene e gasolina para viabilizar a queima do material.

Page 43: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

43

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área Geográfica de Estudo

A área geográfica de estudo compreendeu os municípios de Limoeiro do Norte,

Tabuleiro do Norte, Morada Nova, Alto Santo e Russas. Segundo dados do IBGE, estes

municípios apresentam o maior nível de participação na produção de mel acima de 38% do

total da produção do estado no Ceará. Os municípios estão concentrados na messoregião 3 do

Vale do Jaguaribe que atualmente é responsável por 50% da produção do estado do Ceará

(IBGE, 2011), fazendo parte da microrregião4 do Baixo Jaguaribe. Os municípios escolhidos

juntos apresentaram uma participação relevante da produção do estado no valor de 38,63% da

produção total (IBGE,2009).

Município: Limoeiro do Norte

Segundo dados do IBGE, o município de Limoeiro do Norte, foi fundado no ano de

1868 pela Lei n.º 1.255. Seu nome é proveniente da grande quantidade dessa árvore na região.

Localiza-se na Mesorregião Jaguaribe, e na Microrregião do Baixo Jaguaribe. Sua população

estimada no ano de 2009 pelo IBGE era de 56.098 habitantes. Possui uma área de 751,53 km²,

com os seguintes limites:

Ao Norte: Quixeré e Russas;

Ao Sul: Tabuleiro do Norte;

A Leste: Estado do Rio Grande do Norte e Quixeré;

A Oeste: Morada Nova e São João do Jaguaribe.

Nas Tabelas 6 e 7 podem ser observadas os aspectos climáticos e componentes ambientais do município de Limoeiro do Norte.

3 A categoria de mesorregião foi criada pelo o IBGE como sendo uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais4 A microrregião conforme a Constituição brasileira de 1988, é um agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas.

Page 44: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

44

Tabela 6 - Aspéctos climáticos do município de Limoeiro do Norte.Clima Pluviosidade (mm) Temperatura Média

(ºC)Período Chuvoso

Tropical Quente Semi-árido

720,5 26º a 28º janeiro a abril

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Tabela 7 - Componentes ambientais do Município de Limoeiro do Norte

Relevo Solos VegetaçãoBacia

Hidrográfica

Depressões Sertanejas

Solos Aluviais, Cambissolo, Solos

Litólicos, Planossolo

Solódico, Podzólico Vermelho-Amarelo

e Vertissolo

Caatinga Arbustiva Densa,Floresta

Caducifólia Espinhosa,

Floresta Mista Dicotillo-Palmácea

Banabuiú, Médio Jaguaribe,

Baixo Jaguaribe

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Produção de mel no Limoeiro do Norte nos últimos anos, segundo a Figura 5:

Figura 5 - Evolução da Produção de Mel em Limoeiro do Norte no período de 2000 - 2010

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

Kg

Fonte: Elaboração Própria, IBGE (2010).

Município: Morada Nova

Page 45: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

45

O município de Morada Nova foi fundado no ano de 1876 pela lei n.º 1.719, deixando

de ser um distrito do município de Russas. Seu nome é proveniente da denominação da

fazenda que deu origem ao município. Morada Nova localiza-se na porção centro-leste do

estado do Ceará e faz divisa com os seguintes municípios:

Ao Norte: Russas, Beberibe, Cascavel e Ocara;

Ao Sul: Jaguaretama, Jaguaribara, Alto Santo e São João do Jaguaribe;

A Leste: São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte, Limoeiro do Norte e

Russas;

A Oeste: Ocara, Ibaretama, Quixadá, Ibicuitinga e Banabuiú.

Morada Nova apresenta uma área geográfica de 2.779,23 Km2 com uma população em

torno de 61.751 habitantes (IBGE, 2007) e densidade demográfica 23,13 hab./ Km2 segundo

dados do censo demográfico realizado no ano 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). Com relação as caracterização ambiental do municipio de Morada Nova

podemos destacar os dados apresentados nas tabelas.

A seguir são apresentados aspectos climáticos e componentes ambientais do município de Morada Nova, veja Tabelas 8 e 9.

Tabela 8 - Aspectos climáticos do município de Morada Nova

Clima Pluviosidade (mm)Temperatura

Média (ºC) Período Chuvoso

Tropical Quente Semi-árido

742,5 26º a 28º fevereiro a abril

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006)

Tabela 9 - Componentes ambientais do Município de Morada Nova

Relevo Solos VegetaçãoBacia

Hidrográfica

Page 46: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

46

Maciços Residuais e

Depressões Sertanejas

Bruno não Cálcico, Solos Litólicos e

Podzólico Vermelho-Amarelo

Caatinga Arbustiva Aberta, Floresta

Caducifólia Espinhosa e

FlorestaSubcadicifólia

Tropical Pluvial

Banabuiú, Baixo Jaguaribe e

Metropolitana

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006)

Produção de mel em Morada Nova nos últimos anos, segundo a Figura 6.

Figura 6 - Evolução da Produção de Mel em Morada Nova no período de 2000 - 2009

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

400000

Kg

Fonte: Elaboração Própria, IBGE (2010)

Município: Alto Santo

O município de Alto Santo foi fundado no ano de 1957 pela Lei nº 3.814, deixando de

ser um distrito do município de Limoeiro do Norte. Seu nome é proveniente do nome

simplificado de Alto Santo da Viúva, lugar que pertencia à viúva do cel. Teodésio Pereira .

Alto Santo localiza-se na porção leste do estado do Ceará e faz divisa com os seguintes

municípios:

Ao Norte: Tabuleiro do Norte e São João do Jaguaribe;

Ao Sul: Jaguaribara, Iracema e Potiretama;

A Leste: Estado do Rio Grande do Norte;

Page 47: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

47

A Oeste: Morada Nova, Jaguaretama e Jaguaribara.

Alto Santo apresenta uma área geográfica de 1.338,74 Km2 com uma população em

torno de 19.154 habitantes (IBGE, 2007) e densidade demográfica 11,69 hab./ Km2 segundo

dados do censo demográfico realizado no ano 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

As Tabelas 10 e 11 mostram os aspectos climáticos e os componentes ambientais do

município de Alto Santo.

Tabela 10 - Aspéctos climáticos do município de Alto Santo

Clima Pluviosidade (mm)Temperatura

Média (ºC) Período Chuvoso

Tropical Quente Semi-árido

834,8 26º a 28º Fevereiro a abril

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Tabela 11 - Componentes ambientais do Município de Alto Santo

Relevo Solos VegetaçãoBacia

Hidrográfica

Chapada do Apodi, Planície Fluvial

Depressões Sertanejas

Solos Aluviais, Bruno não Cálcico, Cambissolo, Solos

Litólicos, Podzólico Vermelho-Amarelo

e Vertissolos

Caatinga Arbustiva Aberta,

Caatinga Arbustiva Densa, Floresta

Caducifólia Espinhosa e

FlorestaMista Dicotillo-

Palmácea

Médio Jaguaribe,

Baixo Jaguaribe

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Produção de mel em Alto Santo nos últimos anos, segundo a Figura 7.

Page 48: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

48

Figura 7 - Evolução da Produção de mel em Alto Santo no período de 2000 - 2010

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

400000

Kg

Fonte: Elaboração Própria, IBGE.

Município: Russas

O município de Russas foi fundado no ano de 1766. Seu nome é proveniente de uma

fazenda que criava égua e cavalos. Russas localiza-se na porção nordeste do estado do Ceará e

faz divisa com os seguintes municípios:

Ao Norte: Palhano, Beberibe e Morada Nova;

Ao Sul: Morada Nova, Limoeiro do Norte e Quixeré;

A Leste: Quixeré, Palhano e Jaguaruana;

A Oeste: Morada Nova.

Russas apresenta uma área geográfica de 1.588,10 Km2 com uma população em torno

de 63.975 habitantes (IBGE, 2007) e densidade demográfica 35,66 hab./ Km2 segundo dados

do censo demográfico realizado no ano 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). Com relação às caracterizações ambientais do municipio de Russas,

podemos destacar os dados apresentados nas Tabelas 12 e 13:

Aspéctos climáticos e componentes ambientais do município de Russas são mostrados

nas Tabelas 12 e 13.

Page 49: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

49

Tabela 12 - Aspectos climáticos do município de Russas

Clima Pluviosidade (mm)Temperatura

Média (ºC) Período Chuvoso

Tropical Quente Semi-árido

857,7 26º a 28º Janeiro a abril

Fonte: FUNCEME/IPECE

Tabela 13 - Componentes ambientais do Município de RussasRelevo Solos Vegetação Bacia Hidrográfica

Depressão Sertaneja e Planície Fluvial

Solos Aluvias, Areias Quartzosas

Distróficas, Cambissolo,

Solos Litólicos, Planossolo Solódico,

Podzólico Vermelho-Amarelo

e Vertissolo

Caatinga Arbustiva Aberta,

Caatinga Arbustiva Densa,

Complexo Vegetacional da

ZonaLitorânea e Floresta

Mista Dicotillo-Palmácea

Baixo Jaguaribe,

Metropolitana

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006)

Produção de mel em Russas nos últimos anos, segundo a Figura 8.

Figura 8 - Evolução da Produção de Mel em Russas no período de 2000 - 2009

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

Kg

Fonte: Elaboração Própria, IBGE (2010).

Município: Tabuleiro do Norte.

Page 50: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

50

O município de Tabuleiro do Norte foi fundado no ano de 1957 pela lei 3.815,

deixando de ser um distrito do município de Limoeiro do Norte. Seu nome é proveniente da

elevação arenosa e plana, tabuleiro, em que se encontra a cidade. Tabuleiro do Norte

localiza-se na porção leste do estado do Ceará e faz divisa com os seguintes municípios:

Ao Norte: Limoeiro do Norte e Morada Nova

Ao Sul: Alto Santo

A Leste: Estado do Rio Grande do Norte (Serra do Apodi)

A Oeste: São João do Jaguaribe e Alto Santo

A população do Município de Tabuleiro do Norte é estimada em 29.576 habitantes.

Sua área é estimada em 861,84 Km², segundo dados do censo demográfico realizado no ano

2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As Tabelas 14 e 15 apresentam as condições climáticas e os componentes ambientais

do município de Tabuleiro do Norte.

Tabela 14 - Aspectos climáticos do município de Tabuleiro do Norte

Clima Pluviosidade (mm)Temperatura

Média (ºC) Período Chuvoso

Tropical Quente Semi-árido

794,8 26º a 28º fevereiro a abril

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Tabela 15 - Componentes Ambientais do Município de Tabuleiro do Norte.Relevo Solos Vegetação Bacia Hidrográfica

Chapada do Apodi, Planícies Aluviais e

Depressões Sertanejas

Solos Aluviais, Cambissolo, Solos

Litólicos, Podzólico Vermelho-Amarelo e

Vertissolo

Floresta Caducifólia Espinhosa,

Caatinga Arbustiva Densa,

Caatinga Arbustiva Aberta e

Floresta Mista Dicotillo-Palmácea

Banabuiú, Médio Jaguaribe,

Baixo Jaguaribe

Fonte: FUNCEME/IPECE (2006).

Produção de mel em Tabuleiro do Norte nos últimos anos, segundo a Figura 9.

Page 51: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

51

Figura 9 - Evolução da produção de mel em Tabuleiro do Norte no período de 2000 – 2009

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

350,000

400,000

450,000

500,000

Kg

Fonte: Elaboração Própria, IBGE (2010).

3.2 Fonte dos dados

Dados Primários

Parte da pesquisa foi realizada com dados primários coletados com a aplicação de

questionário estruturado nos municípios Tabuleiro do Norte, Limoeiro do Norte, Morada

Nova, Russas e Alto Santo escolhidos para a análise, que possibilitou conhecer a adequação

as normas de produção orgânica estabelecidas pelo MAPA e as condições sociais e

econômicas dos apicultores.

Dados Secundários

Para uma análise da atividade de mel foram utilizados dados de publicações do BNB

(Banco do Nordeste do Brasil), IBGE (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do

Ceará), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ADECE (Agência de

Desenvolvimento do Estado do Ceará), SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas), EMATERCE (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará),

SECEX (Secretaria de Controle Externo), UFC (Universidade Federal do Ceará), entre outras

literaturas possíveis. Além disso, foram consultados artigos, dissertações, teses e outros

documentos disponibilizados na internet.

3.3 Coleta de dados

Page 52: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

52

A coleta de dados dessa pesquisa dividiu-se nas seguintes etapas: documentação

indireta, através da pesquisa bibliográfica e documental, pesquisa de documentação direta, por

meio de entrevista sistemática (Quando planejada e estruturada), e observação direta

extensiva (utilizada em pesquisa de campo) através da formulação de questionário.

Os questionários foram aplicados para uma amostra de apicultores de cada município

escolhido, com base no último censo realizado pelo IBGE no ano de 2006, em que cada

estabelecimento correspondeu a um apicultor.

A legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Atividade

Apícola forneceram subsídios importantes para a estruturação do questionário relativo à

geração das variáveis, que foram utilizadas para entender a agricultura familiar e

principalmente a realidade dos produtores de mel que foram considerados em orgânicos e não

orgânicos.

3.4 Amostragem

Neste trabalho foi adotada uma amostra aleatória estratificada, sendo variáveis de

estratificação os municípios. O procedimento da especificação do número de elementos de

cada município foi feita através da amostragem estratificada proporcional, pois os estratos da

população apresentam tamanho diferenciado.

O tamanho da amostra foi extraído a partir do cálculo proposto por Fonseca e Martins

(1996), para amostras de populações de tamanho conhecido:

n= Z2 . p . q . Nd2 . ( N−1 )+Z2 . p .q

(1)

n= tamanho da amostra?

Z = O valor do nível de significância adotado será de 5%, portanto o valor de Z será igual a 1,96.

p = 0,5

q = 1 – p = 0,5

N = 739 apicultores

e = 5%.

O tamanho da amostra, foi obtido através da Equação 1, foi no valor de 252

apicultores, o que representa um total de 34% do tamanho da população. No entanto, de

(2)

Page 53: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

53

acordo com Pires (2004) quando o tamanho da amostra representa uma proporção igual ou

superior a 5%, do total de elementos da população, deve-se utilizar a Equação 2, para o

cálculo definitivo da amostra.

n=n0 x (1+n0 )/ N

n0 = tamanho da amostra definido na Equação um, descrita acima.

Realizado o procedimento proposto acima, obteve-se um total de 90 apicultores que

foram divididos entre os cinco municípios pesquisados, conforme a proporção de apicultores

por município. De acordo com a Tabela 16, podemos identificar a população e a amostra a ser

pesquisada em cada município:

Tabela 16 - Número de apicultores por município, participação dos municípios no processo de amostragem e o tamanho da amostra.

Municípios Nº de apicultores Percentual AmostraLimoeiro do Norte 50 7% 7Tabuleiro do Norte 241 32% 29Morada Nova 204 27% 24Russas 47 7% 7Alto Santo 197 27% 23Total 739 100% 90

Fonte: Elaboração Própria (2011).

3.5 Métodos de Análise

Segundo Lakatos (2002) os métodos de abordagens científicos tratam das formas de

raciocínio e de argumentação utilizados para realizar uma pesquisa científica. Conforme o

autor, os métodos de abordagem são compostos pelos métodos indutivo, dedutivo, hipotético

dedutivo e o dialético. Nesta pesquisa será utilizado o método indutivo, pois este método tem

por objetivo gerar conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas

quais se basearam. Por meio do método escolhido se tentará buscar as causas do fenômeno

através da observação de uma determinada amostra, sendo essa amostra um número

significativo de casos, com o intuito de fazer generalizações válidas a partir da amostra.

Métodos de procedimento

(2)

Page 54: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

54

Conforme Pedro (1987) os métodos de procedimento tratam das etapas mais concretas

da investigação científica, são métodos escolhidos para se investigar um determinado

fenômeno. São constituídos por diversos métodos: o histórico, o observacional, o

comparativo, o experimental, estatístico entre outros.

Em discussão, o autor afirma que o estudo da sociedade geralmente possibilita a

utilização de vários métodos de procedimento concomitantes. Entre eles foram utilizados na

presente pesquisa:

1. Método Comparativo – o método comparativo foi utilizado para comparar os

municípios quanto à adequação orgânica dos produtores de mel.

2. Método Estatístico - permitiu reduzir fenômenos sociais a termos quantitativos,

esse método também possibilitou verificar as relações entre os fenômenos e

também generalizações sobre a natureza, ocorrência ou significado. Nesta pesquisa

foi utilizado principalmente para saber o grau de adequação dos apicultores ás

normas orgânico, tendo como modelo ideal o apicultor que segue todas as normas

da legislação do MAPA. Como métodos estatísticos foram adotados ferramentas

de estatística descritiva e análise multivariada de dados.

A seguir são descritos as técnicas de análise dos dados adotados no estudo. Optou-se

por apresentá-los, segundo os objetivos a eles relacionados.

3.6 Técnicas de análise dos dados

3.6.1 Caracterização dos apicultores na apicultura orgânica.

Para o cálculo do nível de adequação foram consideradas as instruções do regulamento

técnico, da Legislação de Orgânicos do Ministério da Agricultura; Pecuária e Abastecimento

(MAPA) na Instrução Normativa nº 64, que estão divididas nas dimensões que tratam da

conservação, origem das abelhas, localização dos apiários, alimentação, manejo da colméia e

medidas sanitárias. Com a intenção de calcular os índices de adequação, foram atribuídos

pesos: sendo o valor 1 um nível ideal, e 0 uma situação inaceitável de produção orgânica.

Veja nas Tabelas 17 a 24.

Page 55: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

55

Tabela 17 - Variáveis que identificam o grau de conservação das unidades produtivas.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(A) Conservação da propriedade.

X1−¿Área de conservação na propriedade.

O apicultor deve manter uma área de conservação da mata nativa em sua propriedade onde as abelhas possam colher néctar e pólen sem risco de contaminação.

Mantém

Não mantém

1

0

X2−¿Distância da produção em relação às áreas de risco.

Uma produção orgânica deve estar longe de áreas urbanas, estradas, depósitos de lixo e plantações que contenham agrotóxico no raio de 5 km.

Está Longe

Não está longe

1

0

X3−¿Condições da cultura paralela.

A cultura paralela, por exemplo, feijão, milho entre outras cultivadas na propriedade junto à produção apícola não devem utilizar agrotóxicos e outras substâncias que possam contaminar a produção de mel.

Não

utilizaUtiliza

1

0

Fonte: Elaboração própria (2011)

Tabela 18 - Variáveis que identificam o grau de conservação das colmeias.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(B) Conservação da das colméias.

X 4−¿Qualidade da Cera utilizada para a produção dos favos.

Para que o mel seja considerado orgânico a cera deve ser proveniente de sistemas orgânicos ou das colmeias orgânicas do apicultor.

Proveniente

Não proveniente

1

0

X5−¿Qualidade da água.

A água da propriedade e dos reservatórios deve ser tratada para que não ocorra o risco de contaminação do produto mel e nem das abelhas.

TratadaNão tratada

10

X6−¿Tratamento diferenciado dos produtos orgânicos

O apicultor deve separar os produtos orgânicos, deve utilizar equipamentos próprios para esse tipo de produção.

Tratamento diferenciadoNão diferenciado

10

Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 56: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

56

Tabela 19 - Origem das abelhas utilizadas na produção do mel.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(C) Origem das abelhas

X7−¿Enxames provenientes de unidades de produção orgânica.

Os apiários devem ser constituídos, preferencialmente, por enxames provenientes de unidades de produção orgânica.

Proveniente

Não proveniente

1

0

X 8−¿Enxames capturados

Os enxames capturados devem passar por um período de conversão para o manejo orgânico por um período de no mínimo 120 dias.

Faz a conversão

Não faz a conversão

1

0X 9−¿Verificação de doenças

É permitida a colheita de abelhas, desde que seja verificada a ausência de doenças.

Faz a verificação

Não faz a verificação

1

0X10−¿Aquisição de enxames convencionais

Para fins de reposição poderão ser adquiridos até 10% de enxames convencionais por ano.

10% ao anoMais de

10% ao ano

1

0Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 57: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

57

Tabela 20 - Localização dos apiários que fazem parte da produção orgânica.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(D) Localização dos Apiários

X11−¿Área de localização dos apiários

Os apiários orgânicos devem estar instalados em unidades de produção orgânica como em áreas nativas e áreas de reflorestamento.

Está localizado

Não está localizado

1

0X12−¿Registro de localização dos apiários

Os apicultores devem apresentar aos órgãos fiscalizadores a comprovação dos locais de instalação dos apiários.

Mantém o registro

Não tem o registro

1

0

X13−¿Monitoração da atividade

Os apiários devem estar instalados em locais que viabilizem aos operadores o monitoramento de todas as atividades que possam afetar as colméias.

Viabiliza o monitoramentoNão viabiliza o monitoramento

1

0

X14−¿Disponibilidade de néctar e pólen

Os apiários devem estar instalados em uma área onde possa ter um raio de 3 km de néctar e pólen e essas áreas devem ser constituídas de culturas em manejo orgânico, vegetação nativa ou espontânea

Disponibilidade e área apropriada

Não disponibilidade e área é inadequada

1

0

Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 58: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

58

Tabela 21 - Alimentação fornecida às abelhas.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(E) Alimentação das Abelhas

X15−¿Condições da água

Deve existir água de boa qualidade nas proximidades dos apiários.

Qualidade

Má qualidade

1

0

X16−¿Reserva de mel para as abelhas

Deverão ser deixadas reservas de mel suficiente para a sobrevivência dos enxames até o início de uma nova estação de produção.

Deixa reservas

Não deixa reservas

1

0

X17−¿Alimentação artificial

No caso de deficiência de alimentação natural poderá ser disponibilizada alimentação artificial devendo ser utilizados mel, açucares e plantas produzidas organicamente.

Orgânica

Não orgânica

1

0

X18−¿Registro da alimentação artificial

O apicultor deve registrar o período da alimentação artificial, a quantidade do produto e os enxames alimentados.

Registra

Não registra

1

0

Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 59: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

59

Tabela 22 - Procedimentos de manejo sanitário ideal para a produção orgânica.

Indicador Justificativa CategoriaEscor

e

(F) Manejo Sanitário

X19−¿Tratamento de doenças

É preferível o tratamento de doenças com produtos fitoterápicos e homeopáticos.

Tratamento Ideal

Tratamento Inadequado

1

0

X20−¿Registro dos tratamentos

É obrigatório o registro de todo o tratamento em livro específico contendo a data de aplicação, período do tratamento, identificação da colméia e produto utilizado.

Registra

Não registra

1

0

X21−¿Casos de proibição da colheita do mel

È proibida à colheita de mel a partir de favos que contenham ovos ou larvas de abelha, destruição das abelhas como método de colheita, assim como não é permitida a mutilação dos animais.

Colhe

Não colhe

1

0

X22−¿Substituição da abelha rainha

É permitida a substituição de abelha rainha com supressão da antiga.

Faz a substituição

Não faz a substituição

1

0

X23−¿Prática de supressão

Só é permitida a supressão de machos e em caso da doença transmitida pelo ácaro Varroa Jacbsone.

Não faze a supressão

Faz supressão

1

0

X24−¿Proibição do uso de material químico

É proibido o uso de qualquer repelente químico na hora da extração do mel, assim como é proibido o uso de qualquer material tóxico na produção das caixas e material de revestimento e na produção de fumaça deve ser utilizado materiais naturais ou madeira sem tratamento.

Não usa material químico

Usa material químico

1

0

Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 60: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

60

Tabela 23 - Condições ideais de trabalho, produto, armazenagem e transporte do mel.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(G) Processamento do mel.

X25−¿Armazenamento adequado

O mel orgânico não deve ser misturado a produtos não orgânicos, devem ser protegidos do calor, da umidade e embalagem adequada.

Toma os devidos cuidados

Não toma os devidos cuidados

1

0

X26−¿Transporte do produto mel

O transporte deve ser regularizado pelo Ministério da agricultura e pecuária.

É regularizado

Não é regularizado

1

0

X27−¿Rótulo do produto

As embalagens de mel orgânico devem conter as especificações corretas e visíveis ao consumidor, ao varejista e ao atacadista.

Especificações corretas

Especificações incorretas

1

0

X28−¿Condições da unidade de extração do mel

A casa de extração deve seguir parâmetros sanitários, tais como ambientes separados como banheiro, unidade de recepção das melgueiras, ambiente de manipulação do mel, princípios de higiene como toca, luvas e botas e os equipamentos de aço Inox.

Condições Ideais

Condições Inadequadas

1

0

X29−¿Condições ideais de trabalho

Acesso dos trabalhadores aos serviços básicos banheiros, pias e produtos de limpeza, ambiente de trabalho com segurança, uso de indumentária para colher o mel, botas, luvas ordem e limpeza do local de trabalho.

Condições Ideais

Condições Inadequadas

1

0

X30−¿Capacitação dos trabalhadores

Os trabalhadores devem receber capacitação para trabalhar com a produção de mel.

Capacitados

Não capacitados

1

0Fonte: Elaboração própria (2011).

Page 61: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

61

Tabela 24 - Compromisso dos produtores e dos órgãos fiscalizadores.Dimensão Indicador Justificativa Categoria Escore

(H) Processo de certificação.

X31−¿Cadastro

Para que possam comercializar diretamente ao consumidor, sem certificação, os agricultores familiares deverão estar vinculados a uma organização com controle social cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou em outro órgão fiscalizador federal, estadual ou distrital conveniado.

Cadastrado

Não cadastrado

1

0

X32−¿Certificação

A certificação do produto em orgânico por alguma instituição só é possível e válida por algum órgão se o mesmo for credenciado pelo MAPA.

É valida

Não é valida

1

0

X33−¿Fiscalização

As ações de inspeção e fiscalização devem ocorrer em caráter permanente e deve se constituir como atividade de rotina.

Inspecionado

Não inspecionado

1

0Fonte: Elaboração própria (2011).

Esses pesos foram utilizados no cálculo dos índices de adaptação da cultura orgânica

as exigências do MAPA. Para que isso fosse possível, utilizou-se a metodologia sugerida por

Miranda (2001), que foi utilizada para verificar o nível tecnológico da atividade apícola

realizado por Matos (2005).

Índice do Apicultor relativo a uma determinada adequação orgânica n ( Anj) :

Anj=∑i= y

m ai

wn

(3)

Tal que

wn=max∑i= j

m

ai , 0≤ Anj ≤1

Onde:

(4)

Page 62: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

62

n = n-ésima adaptação (n = 1, ...v);

w = número total do conjunto de adequações de cada dimensão;

j = j-ésimo apicultor (j = 1, ..., z);

z = número de apicultores;

ai = valor atribuído à variável xi da adaptação n;

i = é o elemento de indexação das variáveis que compõem a adequação n, (i = y,...,m);

ai

wn = peso de cada variável xi na composição do índice de adequação n.

O índice de adequação orgânica médio dos apicultores em relação ao conjunto das

adequações n ( IAn ) é o resultado do somatório dos Anj de uma adaptação específica dividida

pelo número de apicultores, conforme a equação abaixo

IAn=1Z∑j=1

z

∑i= y

m ai

wn

= 1Z∑j=1

z

Anj(5)

Os apicultores foram divididos em níveis com base nos intervalos de valores de

variação dos índices:

− Padrão A: 0,8 < IA ≤1;

− Padrão B: 0,5 < IA ≤ 0,8 e

− Padrão C: 0 ≤ IA≤ 0,5;

onde o IA é o valor do índice de adequação de cada apicultor.

O padrão de adequação “A” classificou os apicultores que utilizam mais de 80%

das recomendações da legislação de orgânico. O padrão “B” foi atribuído aos apicultores que

empregam entre 50% e 80% das recomendações estabelecidas. E o padrão “C” foi conferido

aos apicultores que usaram menos de 50% das recomendações orgânicas.

Page 63: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

63

Para a identificação do perfil socioeconômico dos apicultores, foram feitas análises

tabulares e descritivas. As seguintes variáveis foram consideradas: idade dos apicultores,

estado civil, grau de instrução, condição da posse rural, local da residência, condição de

moradia, principal sistema de abastecimento de água, principal destino dos esgotos, renda,

assistência de programas sociais, associativismo, treinamento em manejo apícola, grau de

importância da atividade apícola, acesso a financiamento, anos que explora a atividade

apícola, média de produção, acesso à assistência técnica, orientação sobre produção orgânica,

principais fontes de informação da produção orgânica, principais dificuldades da produção do

mel e principais compradores.

3.6.2 Influências das características socioeconômicas no nível de adequação as condições orgânicas.

A relação entre o nível de adequação a atividade orgânica e as características

socioeconômicas foi calculada através de um modelo de Análise Fatorial e o modelo

Discriminante possibilitou conhecer as variáveis de inserção dos produtores no modo de

produção orgânico. Para o modelo Discriminante, o Índice Geral de Adequação- IGA de

cada produtor foi a variável dependente que recebeu valores dicotômicos 0 e 1. Indivíduos

com IGA maiores que o índice geral de adequação orgânico médio IA3 j, neste trabalho no

valor de 0,56, foi atribuído o valor 1 e para valores menores foi atribuído o valor 0. Dessa

forma, produtores com o valor 1 foram considerados orgânicos e com o valor 0 de

produtores não-orgânicos.

3.6.3 Modelo de Análise Fatorial

Segundo Fávero (2009) a Análise Fatorial, ou análise fator comum, é uma técnica

multivariada da interdependência que busca sintetizar as relações observadas entre um

conjunto de variáveis inter-relacionadas, buscando identificar fatores comuns. A ideia

básica reside na premissa de que é possível representar um conjunto de variáveis originais

observadas por meio de um número reduzido de fatores intrínsecos.

Page 64: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

64

Ainda segundo o autor na análise do fator comum, as variáveis são agrupadas em

função de suas correlações5. Isso significa que as variáveis que compõem determinado fator

devem ser altamente correlacionadas entre si e fracamente correlacionadas com as

variáveis que entram na composição de outro fator qualquer.

A análise fatorial consiste em quatro etapas básicas:

A análise da matriz de correlação e adequação da utilização da AF.

Extração dos fatores iniciais e determinação do número de fatores.

Rotação dos fatores.

Interpretação dos fatores.

A extração dos fatores corresponde à segunda parte da análise fatorial o método

consiste na possibilidade de redução dos dados, elaborando um novo conjunto de variáveis

sobre a base de inter-relação demonstrada nos dados (MAYORGA, 1999). Esta abordagem

que usa fatores definidos é chamada de análise dos componentes principais.

O modelo compacto pode ser expresso da seguinte maneira:

X j=a j 1 F1+a j 2 F2+…+a jm Fm+d jU j(6)

Onde j = 1, 2,... , n

Tal que, F1, F2, ... , Fm são fatores comuns das j variáveis em estudo, a ji são os

coeficientes de saturação do fator sobre a variável, ou seja, cada a ji representa as

proporções da variância de X j, que é explicada pelos fatores comuns Fm, U j é o fator único

associado à variável X j.

Na análise fatorial os coeficientes que relacionam as variáveis observáveis aos

fatores comuns são denominados coeficientes de saturação a jm, e tem papel similar aos do

coeficiente de regressão na análise de regressão linear múltipla.

A soma dos coeficientes de saturação ao quadrado, a j 12 +a j 2

2 +…+a jm2

, para cada

variável, considerando todos os fatores comuns, é conhecida como “comunalidade” da

variável é interpretada de forma semelhante ao coeficiente de determinação (R²) na análise

de regressão.

5 O coeficiente de correlação de Pearson ρX ,Y entre duas variáveis aleatórias X e Y com valores esperados

μX e μY e desvios padrões σ X e σ Y é definida como:

ρ ( X , Y )= cov ( X ,Y )σ X σ Y

=E ( ( X−μX ) (Y −μY ) )

σ X σY

Page 65: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

65

Comunalidade é a variância total de uma variável, considerando a combinação de

todos os fatores.A soma dos quadrados dos coeficientes de saturação com respeito a um

mesmo fator, a112 +a21

2 +…+a j 12 , constitui-se no “eigenvalue”, que dividido pelo número de

variáveis, fornece o percentual de explicação desse fator ao problema estudado.

3.6.4 Variáveis incluídas no modelo de análise Fatorial

Em um primeiro momento todo o conjunto das variáveis socioeconômicas e de

adequação a produção orgânica foram testadas no modelo de análise fatorial, no entanto

somente o conjunto das variáveis descritas abaixo gerou uma matriz não identidade no

valor de 0, 034, de acordo com o pressuposto básico do modelo de análise fatorial de que a

matriz de correlação não seja identidade:

Y j1=¿Associado, variável que considera o fato do j-ésimo apicultor estar inserido

em algum sistema cooperativo.

Y j 2=¿ Financiamento, variável que considera o fato do j-ésimo apicultor em

determinado município ter recebido no início da exploração da atividade, ou em algum

momento da exploração, financiamento voltado para o crescimento da atividade apícola.

Y j3=¿ Anos de atividade, considera o período em que o j-ésimo apicultor em

determinado município está exercendo à atividade apícola.

Y j 4=¿ Quantidade produzida, considera o volume produzido pelo j-ésimo

apicultor em determinado município no ano de 2011.

Y j5=¿ Anos de estudo, período em que o j-ésimo apicultor, em determinado

município, frequentou a escola.

Y j 6=¿ Renda anual, média de rendimentos mensais no ano de 2011, que o j-ésimo

apicultor auferiu em determinado município no ano de 2011.

Y j7=¿ Hectares da propriedade, representa o tamanho da propriedade em que o j-

ésimo apicultor em determinado município, pratica a atividade apícola.

Y j 8=¿ Orientação para o cultivo orgânico, refere-se ao acesso do j-ésimo

apicultor a informações de cultivo orgânico em determinado município no ano de 2011.

Y j 9=¿ Índice Conservação da propriedade, índice que mede o potencial de

preservação da propriedade rural do j-ésimo apicultor em determinado município

necessário para se manter um cultivo apícola orgânico.

Page 66: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

66

Y j10=¿ Índice Localização dos apiários, índice que mede o grau das atitudes

tomadas pelo j-ésimo apicultor em determinado município para que os apiários estejam em

locais comprovadamente adequados ao cultivo orgânico.

Y j11=¿ Índice conservação das colméias, índice que mede o grau das medidas

tomadas pelo j-ésimo apicultor em determinado município, para que as colmeias estejam

adequadas ao cultivo orgânico.

Y j12=¿ Índice Origem das abelhas, índice que mede o grau das atitudes tomadas

pelo j-ésimo apicultor em determinado município para que os enxames adquiridos pelos

apicultores estejam adequados ao cultivo orgânico.

Y j13=¿ Índice Manejo sanitário, índice que mede o grau das atitudes tomadas pelo

j-ésimo apicultor em determinado município, para que estejam adequadas as medidas

sanitárias necessária ao cultivo orgânico.

Y j14=¿ Índice processamento do mel, índice que mede o grau das medidas

tomadas pelo j-ésimo apicultor em determinado município, para que o processamento do

mel esteja adaptado ao cultivo orgânico.

Y j15=¿ Índice Processo de Certificação, índice que mede o grau das medidas

tomadas pelo j-ésimo apicultor em determinado município, para que esteja incluído em

processos de certificação orgânicos.

3.6.5 KMO e Teste de Esfericidade de Bartlett’s

O teste KMO e de Esfericidade são utilizados para verificar o quanto o modelo está

adequado ao uso da análise fatorial, o teste serve para avaliar a possibilidade de que a

matriz das correlações pode ser do tipo identidade com determinante igual a um. Caso isso

ocorra, significa que as inter-relações entre as variáveis são iguais a zero e, neste caso a

análise fatorial não é indicado como melhor método de análise, pois a relação das variáveis

é explicada pelos fatores específicos U i, em vez dos fatores comuns F1, F2, ... , Fm .

A estatística do teste de Kayser-Meyer-Olkin (KMO) compara as correlações

simples das variáveis com as correlações parciais. A estatística é expressa da seguinte

maneira:

Page 67: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

67

KMO=∑i ≠ j

∑ rij2

∑i≠ j

∑ rij

2+∑

i≠ j∑ aij

2(7)

Em que:

rij=¿ Coeficiente de correlação entre as variáveis.

a ij=¿ Coeficiente de correlação parcial6.

Valores próximos de zero indicam que a análise fatorial não é adequada como

método de análise, pois as correlações entre as variáveis são fracas. No entanto, um valor

próximo a um, indica que o uso da análise fatorial é adequado à análise em estudo, pois

existe uma forte relação entre as variáveis.

Outro teste realizado foi o teste de esfericidade de Bartlett's que é baseado na

distribuição estatística de “chi quadradro” e testa a hipótese nula H 0 de que a matriz de

correlação é uma matriz identidade (cuja diagonal é um e todas as outras as outras são

iguais à zero), isto é, que não há correlação entre as variáveis. Logo abaixo, encontra-se a

representação da estatística do teste de Bartlett’s:

X2=−(N−2−2 p+56 ) log|R|(8)

Onde:

X2= Valor do teste de Bartlett’s;

N= tamanho da amostra.

P= número de variáveis.

R= valor da matriz de correlação.

3.6.6 Matriz de Anti-imagem

A análise da matriz Anti-imagem permite a visualização dos valores negativos das

correlações parciais, essa matriz é decisiva na escolha das variáveis que serão eliminadas

do modelo, caso determinada variável não se encontre no domínio aceitável de correlação

com as demais variáveis ela será excluída do modelo de análise fatorial. Os valores da

6 Segundo MORROCO (2003), a correlação parcial entre duas variáveis é a correlação que predomina depois de ser eliminada a influência de outras variáveis na correlação. Portanto, podemos definir correlação parcial entre x1e x2, retirando o efeito de x3 da seguinte forma:

r x1 x2/ x3=

(r x1 x2−r x1 x3

r x2 x3)

√(1−rx1 x2

2 ) (1−r x2 x3

2 )

Page 68: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

68

matriz anti-imagem são calculados da seguinte forma:

MSA=∑i ≠ j

rij2

∑i≠ j

rij2 +∑

i≠ j

a ij2(9)

A diagonal principal da matriz anti-imagem fornece os valores de MSA, no caso do

SPSS esses valores são indicados com a letra (a) subscritos, quanto maiores os valores,

melhor será a utilização da variável no modelo fatorial. Os valores inferiores a 0,50 são

considerados muito baixo para a análise e nesse caso é aconselhável retirá-las, pois estas

variáveis diminuem o poder de explicação da análise fatorial.

3.6.7 Extração dos Fatores Iniciais

Segundo Fávero (2009) há basicamente dois métodos principais que são utilizados

para a obtenção de fatores: a Análise dos Componentes Principais (ACP) e Análise dos

Fatores Comuns (AFC).

ACP considera a variância total dos dados, ao contrário da AFC, cujos fatores são

estimados com base em variância comum. Como esta pesquisa teve a intenção de

identificar um número mínimo de fatores que venha a explicar a parcela máxima de

variância existente nas variáveis originais que compõe as variáveis socioeconômicas e da

produção orgânica apícola, o método utilizado foi à análise dos componentes principais. A

obtenção dos fatores é realizada através da modelagem matricial que se encontra no Anexo

B, na página 160.

A soma dos coeficientes de saturação ao quadrado ou peso fatorial,

∑ λ jm2 = λ j1

2 +λ j 22 +…+λ jm

2 , para cada variável, considerando todos os fatores comuns, é

conhecida como “comunalidade”. De acordo com Moroco (2003), esta pode ser

considerada o coeficiente de determinação múltipla (R²) entre a variável i e todas as demais

variáveis, ou o valor máximo da sua correlação com qualquer outra variável.

3.6.8 Escolha dos fatores comuns e sua interpretação

A princípio o modelo estima m = p fatores, ou seja, igual o números de variáveis

escolhidas no modelo, no caso desse estudo 15 variáveis. A decisão dos fatores principais é

Page 69: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

69

realizada através da regra do valor próprio superior a 1.

A escolha dos fatores principais ocorre através do eingevalue que representa a soma

dos quadrados dos coeficientes de saturação com respeito a um mesmo fator dividido pelo

número de variáveis, tal que o Eingevalue valor de f 1 é igual a (∑ λ112 +λ21

2 +…+λP12 ¿.

x1=μ1+λ11 f 1+λ12 f 2+…+ λ1 m f m+η1

x2=μ2+λ21 f 1+λ22 f 2+…+λ2 m f m+η2(10)

x p=μp+λ p 1 f 1+ λp 2 f 2+…+ λpm f m+ηp

3.6.9 Rotação dos fatores

É possível obter múltiplas matrizes Λ dos pesos fatorias que gera a matriz de

correlação Π , como está descrito no anexo B, na equação 23. Dessa forma, gera-se o

problema de interpretação dos fatores comuns. Para que uma solução interpretável dos

fatores seja possível, deve-se multiplicar a matriz ΛΛ ' por uma matriz ortogonal. (e.g. T tal

que TT’ = I), tal que:

z=Λ TT ' Λ'+Ψ (11)

De tal forma que, o modelo fatorial pode ser reescrito da seguinte forma:

z=( Λ T ) ( T ' f )+η(12)

Esta modificação acima se designa por rotação dos fatores, ou seja, a matriz Λ é

“transladada” sendo multiplicada por uma matriz ortogonal T até que seja encontrada uma

solução interpretável. De acordo com este estudo, foi aplicado um processo de rotação de

fatores chamado de critério Varimax, que minimiza o número de variáveis que cada

agrupamento terá.

3.6.10 Modelo de Análise Discriminante

Conforme Fávero (2009), a análise discriminante chamada de (AD) é uma técnica

multivariada utilizada quando a variável dependente é categórica, ou seja, qualitativa (não

métrica) e a maior parte das variáveis independentes são quantitativas (métricas), podendo

Page 70: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

70

em alguns casos a ocorrência de variáveis categóricas.

O objetivo principal da análise discriminante é gerar funções discriminantes, ou

seja, combinações lineares das variáveis que ampliam a discriminação dos grupos descritos

pelas categorias de determinada variável dependente. A análise discriminante assemelha-se

á análise de regressão múltipla, a sua função pode ser escrita de acordo com a equação

linear:

Zn=α+ β1 X1+β2 X2+…+βn Xn(13)

De tal forma que:

Z=¿ Variável dependente (categórica);

α=¿ Intercepto;

X i = variáveis explicativas;

β i = coeficiente discriminante para cada variável explicativa.

No estudo em questão será verificada a relação entre a variável dependente

categórica, o fato de o apicultor ser um produtor orgânico ou não-orgânico, conforme o

resultado apresentado acima do IGA, com as variáveis independentes anos associados,

hectares da propriedade, número de contratados, anos de atividade, quantidade produzida,

anos de escolaridade, idade do apicultor, o fato da apicultura ser atividade principal do

produtor, propriedade da terra, acesso a financiamento, n° de trabalhadores familiares,

orientação sobre o cultivo orgânico, acesso ao abastecimento de água tratada e acesso ao

esgoto tratado.

Sobre os objetivos principais da análise discriminante serão o de identificar quais

são as variáveis que melhor discriminam os dois grupos, utilizar estas variáveis para

elaborar uma função discriminante que represente as diferenças entre os dois grupos e

ordenar o grau de importância das variáveis e fazer uso das funções discriminantes para o

desenvolvimento de classificação de futuras observações nos grupos.

Por tanto, de forma resumida a análise discriminante permite o conhecimento das

variáveis que mais se destacam na discriminação dos grupos. De acordo com Fávero

(2009), para que esse objetivo seja alcançado às estatísticas a serem analisadas são o teste

Page 71: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

71

Box’M, lambda de Wilks, o eingevalue, o Qui-quadrado e a correlação canônica, que são

apresentados em seguida.

3.6.11Teste Box’s M

A estatística Box’M testa a hipótese nula de igualdade entre as matrizes de

covariância através do nível de significância obtido. Caso essa premissa seja quebrada fica

inviável o uso da análise discriminante, pois existe o indício da quebra do pressuposto de

normalidade multivariada, o que pode ocasionar um viés na escolha das variáveis que vão

compor a função discriminante. A estatística do teste Box’s M é representada da seguinte

forma:

M={{(n−g ) log|S|−∑i=1

g

(ni−1 ) log|Si|se|S|>0

SYSMIS se|S|<0

(14)

Onde;

n = tamanho da amostra total

g = número de casos com não singular covariância

ni = número de casos na célula i.

Si = matriz de covariância agrupada.

3.6.12 Teste de Lambda de Wilks

O teste de Lambda de Wilks, varia entre os valores 0 e 1, e permite avaliar a

existência de diferença de médias entre os grupos para cada variável. Valores próximo de 1

indicam ausência de não diferença entre os grupos de uma determinada variável. A

representação estatística é dada por:

Λ=S Qdg

SQT(15)

Onde:

S Qdg= representa a soma dos erros (dentro dos grupos);

SQT = a soma dos quadrados total.

Page 72: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

72

3.6.13 O Teste de Eigenvalue

O eigenvalue representa o percentual de variância explicado em termos de diferença

entre os grupos, quanto mais longe do valor 1 estiver o eigenvalue, maior será a variação entre

os grupos explicadas pela função discriminante. Podemos expressar a estatística do

eigenvalor da função discriminante da seguinte forma:

eigenvalue=S Qeg

S Qdg

(16)

Em que:

S Qeg=¿ Soma dos quadrados entre os grupos;

S Qdg = soma dos quadrados dentro dos grupos.

3.6.14 O Teste do Qui-quadrado.

Para saber se a função discriminante é estatisticamente significante, ou seja, se a

função representa a maior diferença entre os grupos é necessário o cálculo da estatística,

que possui distribuição Qui-quadrado, que é representada da seguinte forma:

χ2=−[n−( p+g )

2−1] . ln ( Λ k )(17)

Em que:

Λ k = lambda de Wilks;

n = tamanho da amostra;

p = número de variáveis;

g = número de grupos.

A análise descritiva das variáveis sócioeconômicas, dos índices da apicultura orgânica

criados de acordo com a legislação dos produtos orgânicos, os fatores da análise fatorial e as

variáveis da função discriminante serão apresentados no próximo capítulo de resultados.

Page 73: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

73

4 RESULTADOS

Este capítulo está dividido em seções para apresentar de forma organizada os

resultados da pesquisa. Os tópicos foram divididos em três partes básicas: em primeiro lugar

foi feita a análise descritiva das variáveis socioeconômica, em seguida dos índices criados

para verificar o grau de adequação da apicultura orgânica dos apicultores em seus respectivos

municípios, em terceiro lugar apresenta-se os resultados dos modelos de análise fatorial e

discriminante.

4.1 Características socioeconômicas

4.1.1 Idade dos Apicultores

Sobre o resultado da pesquisa em relação à idade dos produtores, a Tabela 25

mostra que 86,82%, dos apicultores encontram-se na faixa etária produtiva. O município de

Limoeiro do Norte se destaca por ter a totalidade dos produtores pesquisados na faixa etária

produtiva, sendo esse o município mais dinâmico da região, onde é escoada a maior parte

da produção para o exterior. No entanto, os municípios de Morada Nova e Alto Santo se

destacam por ter apicultores com menos de 21 anos, cerca de 12,68 % dos produtores na

faixa etária entre 10 a 21 anos. Segundo Matos (2005), produtores mais jovens são mais

flexíveis às mudanças, dessa maneira podendo se adequar as novas exigências de mercado

que tende para a produção de alimentos mais saudáveis como o orgânico. Onde se

encontram os produtores mais antigos é em Russas com o total de 25 % dos produtores

desse município.

Tabela 25 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação à idade - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.Municípios De 10 à 21 De 21 à 60 De 61 à 80 TotalTabuleiro do Norte 0,00 % 89,65 % 10,35 % 100 %Morada Nova 8,33 % 87,49 % 4,17 % 100 %Alto Santo 4,35 % 82,60 % 13,04 % 100 %Russas 0,00 % 75,00 % 25,00 % 100 %Limoeiro do Norte 0,00 % 100 % 0,00 % 100 %Total 3,30 % 86,82 % 9,89 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 74: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

74

Ainda sobre a idade dos produtores podemos visualizar através do gráfico abaixo

como se distribui a idade dos produtores através da (PEA) dessa atividade:

Figura 10 - Frequência total da idade dos apicultores entrevistados da PEA - Ceará, Baixo Jaguaribe - 2011.

(21 - 30) anos (31 - 40) anos (41 - 50) anos (51 - 60) anos

9,89 %

24,18 %

31,87 %

20,88 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A maior concentração da idade dos produtores da PEA está no intervalo entre 41 a

50 anos, e entre 31 a 40 anos representando 56% dos apicultores na faixa de idade

produtiva. Como foi mencionado acima produtores com maior idade estão mais

acostumados com as técnicas de produção mais antiga, dessa forma sendo mais difícil deles

se adequarem as novas formas de produção. Em seguida, é apresentada a situação relativa

ao estado civil dos produtores apícolas nos municípios pesquisados.

4.1.2 Estado Civil

Conforme a Figura 11 se verifica que 90,11 % dos produtores da amostra são

casados, e apenas 9,89% dos produtores pesquisados são solteiros.

Figura 11- Frequência Total da condição do estado civil dos apicultores entrevistados - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Solteiros Casados

9,89 %

90,11 %

Page 75: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

75

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Isto é visto de forma positiva para a atividade, pois o fato da maioria dos produtores

serem casados contribui para fixá-lo no meio rural buscando melhores alternativas de renda

e desenvolvimento das atividades rurais. Segundo Matos (2005), muito dos jovens e

indivíduos solteiros sempre buscam melhores alternativas de renda no meio urbano. Onde

se encontra o maior percentual de casados, como mostra a tabela abaixo, é o município de

Tabuleiro do Norte com 96,55% de seus produtores e o município onde se encontra o maior

número de produtores solteiros é o município de Limoeiro do Norte com 28,57% de seus

produtores. (Veja a Tabela 26)

Tabela 26 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios abaixo com relação ao estado civil - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.Municípios Solteiro Casado TotalTabuleiro do Norte 3,45 % 96,55 % 100 %Morada Nova 8,33 % 91,67 % 100 %Alto Santo 13,04 % 86,96 % 100 %Russas 12,50 % 87,50 % 100 %Limoeiro do Norte 28,57 % 71,43 % 100 %Total 9,89 % 90,11 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.3 Grau de escolaridade do Apicultor

No requisito escolaridade dos apicultores da região do Vale do Jaguaribe a amostra

apresentou maior concentração dos indivíduos entre o grau sem instrução e alfabetizados

representando 67% do total dos entrevistados, sendo que os indivíduos sem nenhum grau

de instrução representam 30,77 % do total, dessa forma a maior concentração dos

produtores está em um grau de educação mínimo. Segundo Silva (2011), quanto maior o

nível educacional dos produtores maiores são as chances dos produtores absorverem novas

inovações tecnológicas e mudanças de hábitos de cultivos, como o cultivo orgânico, uma

maneira de produzir alimentos mais saudáveis e de preservação do ambiente rural.

Vale ressaltar, como foi constatado na tabela abaixo, que existe a maior ocorrência

de indivíduos mais instruídos no município de Morada Nova no valor de 8,34 % do total

concentrados entre o nível superior e pós-graduação. Os produtores que apresentam um

grau de instrução maior relatam que a educação formal no meio rural brasileiro ainda não é

voltada para a melhoria do uso da terra.

Page 76: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

76

Mas, apesar disso admitem que um nível maior de educação formal facilita o

processo de aprendizagem e na absorção de melhores técnicas como a de cultivo orgânico.

Os municípios que apresentaram o maior número de apicultores sem educação formal foi

Tabuleiro do Norte e Alto Santo cada um com 35% dos apicultores sem instrução

educacional.

Tabela 27 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação ao grau de instrução - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Analfabeto AlfabetizadoPrimeiro

GrauSegundo

GrauNível

superiorPós-

graduação Total

Tabuleiro do Norte 34,48 % 37,93 % 17,24 % 10,34 % 0,0 % 0,0 % 100 %

Morada Nova 33,33 % 37,50 % 8,33 % 12,50 % 4,17 % 4,17 % 100 %

Alto Santo 34,78 % 39,13 % 13,04 % 13,04 % 0,0 % 0,0 % 100 %

Russas 25,00 % 12,50 % 25,00 % 37,50 % 0,0 % 0,0 % 100 %

Limoeiro do Norte 0,0 % 42,86 % 14,29 % 42,86 % 0,0 % 0,0 % 100 %

Total 30,77 % 36,26 % 14,29 % 16,48 % 1,10 % 1,10 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Na seção seguinte apresentam-se os resultados relativos à condição de posse da

propriedade rural onde os produtores costumam produzir o mel.

4.1.4 Condição de posse da propriedade rural

Em relação à condição de posse da propriedade rural, através da Figura 12,

constata-se que 84,62 % dos produtores apícolas são donos das áreas de cultivo do mel e

15% estabelecem outras formas de contratos citados no gráfico abaixo. O fato da maioria

dos apicultores serem proprietários das áreas produtivas apícolas reflete uma situação

favorável, pois os apicultores não necessitam pagar renda pela posse da terra e são

responsáveis pelas principais mudanças significativas da propriedade.

Page 77: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

77

Figura 12 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação à posse da propriedade onde produzem mel - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Proprietário Arrendatário Parceiro Meeiro Aluguel

84,62 %

4,40 %6,59 %

2,20 % 2,20 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Todos os municípios, conforme a Tabela abaixo, apresentam um percentual elevado

de posse das áreas produtivas de mel acima de 70%. Os municípios onde mais se constatou

formas diferenciadas de contrato de posse da terra foram os municípios de Tabuleiro do

Norte, com 17% dos produtores prevalecendo à forma de contrato de Meeiro, e Morada

Nova com 25% dos apicultores prevalecendo à forma de contrato de arrendatário da terra.

Tabela 28 - Frequência relativa dos municípios com relação à condição de posse onde o apicultor produz o mel - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Proprietário Arrendatário Parceiro Meeiro Aluguel TotalTabuleiro do Norte 82,76 % 3,45 % 3,45 % 6,90 % 3,45 % 100 %Morada Nova 75,00 % 12,50 % 8,33 % 0,00 % 4,17 % 100 %Alto Santo 86,96 % 0,00 % 13,04 % 0,00 % 0,00 % 100 %Russas 100 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 100 %Limoeiro do Norte 100 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 100 %Total 84,62 % 4,40 % 6,59 % 2,20 % 2,20 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.5 Local da residência do apicultor

Conforme a pesquisa, 88% dos entrevistados residem nas regiões rurais, distantes

em uma média de 22 km da sede dos respectivos municípios. Existem vantagens e

desvantagens nesse fato.

Page 78: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

78

As vantagens é que os produtores estão longe de focos de contaminação do produto

mel de áreas urbanas o que contribui para a adequação ao modo de produção orgânica, e

como apicultura é considerada perigosa devido à agressividade das abelhas é uma das

exigências da legislação do MAPA, sendo exigido manter uma distância de no mínimo 5

km de áreas urbanas.

Por outro lado, o fato de está longe da sede do município traz dificuldades de escoar

a produção, muito desses produtores residem em lugares de difícil acesso e de estradas

precárias, o que encarece os custos de transporte, este é um dos motivos pelo qual muitos

deles acabam se tornando dependente dos atravessadores que ficam responsáveis pelo

transporte e escoamento da produção.

Figura 13 - Frequência Total dos apicultores entrevistados com relação ao local da residência - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

12%

88%

Sede do Município Povoados

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os municípios onde existe maior incidência de apicultores que moram próximo à sede

do município é Tabuleiro do Norte no total de 17,24 % dos apicultores e Morada Nova no

total de 25% dos apicultores. Conforme se constatou na pesquisa, geralmente esses

apicultores exercem atividades profissionais nas cidades sendo a atividade apícola de

importância secundária ou eles passam a entregar as funções da área produtiva apícola a

encarregados. A frequência relativa dos municípios em relação ao local de residência dos

apicultores é mostrada na Tabela 29.

Page 79: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

79

Tabela 29 - Frequência relativa dos municípios com relação ao local de residência dos apicultores - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Sede do município Povoado TotalTabuleiro do Norte 17,24 % 82,76 % 100 %Morada Nova 25,00 % 75,00 % 100 %Alto Santo 0,00% 100 % 100 %Russas 0,00 % 100 % 100 %Limoeiro do Norte 0,00 % 100 % 100 %Total 12,09 % 87,91 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.6 Sistemas de abastecimento de água das propriedades rurais.

Dos entrevistados 61,54% apresentam como principal fonte de abastecimento de

água o tipo encanada de adutoras da região do Vale do Jaguaribe. A desvantagem desse

sistema segundo os entrevistados é que a qualidade da água não é boa, pois ela é na maioria

das vezes salobra sendo imprópria para o consumo humano. A vantagem segundo os

apicultores, dessa água é o fácil acesso e ela acaba servindo principalmente para a

utilização na agricultura e para o consumo animal. De acordo com a Figura 14, pode-se

observar a distribuição total dos sistemas de abastecimento para o conjunto de toda a

amostra.

Figura 14 - Frequência total dos apicultores entrevistados com relação ao principal tipo de abastecimento de água - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011

Água encanada Cisterna Chafariz Açude e barragem Caminhão Pipa

61,54 %

16,48 % 16,48 %

1,10 %4,40 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 80: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

80

Observa-se, na Tabela 30, que onde existe o menor percentual de apicultores

atendido por rede pública de água é o município de Tabuleiro do Norte no valor de 17,24 %

dos produtores sendo forte a presença de Chafariz comunitário fazendo uso desse sistema

48,28% dos produtores do município e onde se percebe um maior atendimento pelo sistema

de abastecimento público é no município de Limoeiro do Norte no valor de 85,17 % do

total dos produtores desse município entrevistados.

Tabela 30 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao principal sistema de abastecimento de água - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios

Água encanada da rede pública

Cisterna na casa

Chafariz comunitário

Açude, barragem, cacimba,

rio, barreira

Caminhão Pipa Total

Tabuleiro do Norte 17,24 % 31,03 % 48,28 % 0,0 % 3,45 100 %Morada Nova 75,00 % 20,83 % 0,0 % 0,0 % 4,17 100 %Alto Santo 95,65 % 4,35 % 0,0 % 0,0 % 0,0 % 100 %Russas 62,50 % 0,0 % 12,50 % 0,0 % 25,00 100 %

Limoeiro do Norte 85,71 % 0,0 % 0,0 % 14,29 0,0 % 100 %

Total 61,54 % 16,48 % 16,48 % 1,10 4,40 100 %Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.7 Destino dos esgotos das propriedades apícolas

Em seguida a Figura 15 apresenta os resultados em relação ao destino dos esgotos dos

produtores de mel para o conjunto de toda amostra.

Figura 15 - Frequência Total dos apicultores entrevistados com relação ao destino dos esgotos

– Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

2%

87%

11%

Rede Coletora Fossa de alvenaria Meio Ambiente

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 81: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

81

A situação mais precária encontra-se no município de Tabuleiro do Norte e também

em Morada Nova onde 31,03% dos produtores de Tabuleiro e 5% dos produtores de

Morada Nova, despejam os esgotos no meio ambiente, próximo as suas residências

podendo ser foco de contaminação de doenças, também sendo constante, as queimadas para

se desfazer dos lixos de resíduo sólido.

Os 100% dos entrevistados dos municípios de Alto Santo, Russas e Limoeiro do

Norte utilizam o sistema de Fossa revestida de alvenaria, mas este meio também não é o

mais adequado, uma vez que esse tipo de sistema pode contaminar os mananciais de água

subterrâneo, sendo a forma mais correta às redes coletoras de esgoto, onde a situação se

torna ainda mais precária é no município de Tabuleiro do Norte e Morada Nova onde 35,17

% dos entrevistados não fazem nenhum tipo de tratamento aos seus dejetos podendo ser

foco de contaminação das pessoas e da atividade. Pode-se observar esta situação citada na

Tabela 31 que trata da frequência relativa dos municípios em relação ao destino dos

esgotos dos apicultores entrevistados.

Tabela 31 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados em seus municípios com relação ao destino dos esgotos - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

MunicípiosRede coletora de

esgotoFossa revestida

de alvenaria Meio

ambiente TotalTabuleiro do Norte 6,90 % 62,07 % 31,03 % 100 %Morada Nova 0,0 % 95,83 % 4,17 % 100 %Alto Santo 0,0 % 100 % 0,0 % 100 %Russas 0,0 % 100 % 0,0 % 100 %Limoeiro do Norte 0,0 % 100 % 0,0 % 100 %Total 2,20 % 86,81 % 10,99 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.8 Situação de renda dos produtores rurais apícolas

Sobre as condições de renda dos produtores apícolas constatou-se uma média de

rendimento no período seco, que perdura de setembro até janeiro, no total de R$ 688,64 e

uma média de rendimentos no período que se colhe o mel de R$ 1.729,29 para o total dos

apicultores entrevistados, um aumento de renda em média de 151,12%, que perdura nos

meses de junho, julho e agosto. Dessa forma, pode se observar a importância da atividade

para o acréscimo de renda dos produtores no meio rural.

Page 82: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

82

Onde se observa um maior aumento de renda, de acordo com a Tabela32, é no

município de Russas chegando a um acréscimo de renda de até 160,42 % no período da

colheita do mel.

Verifica-se que onde ocorre o menor aumento percentual da renda é no município

de Limoeiro do Norte, no entanto, pode ser observado que em todos os municípios o

aumento é de mais de 100% da renda. De acordo com a Tabela 32, que apresenta a

Frequência total dos municípios em relação à renda.

Tabela 32 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação aos rendimentos no período seco e chuvoso - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios

Média de rendimento no período seco

Média de rendimento no

período chuvoso %Tabuleiro 856,38 2168,17 153,18Morada Nova 588,75 1434,58 143,67Alto Santo 629,13 1618,70 157,29Russas 827,50 2155,00 160,42Lim. Do Norte 541,43 1270,00 134,56Média Total 688,64 1729,29 151,12Desvio Padrão 571,95 1191,27 108,28Valor mínimo 80,00 180,00 125,00Valor máximo 3500,00 6000,00 71,43Percentil      25% 300,00 850,0050% 540,00 1400,0075% 1000,00 2500,00100% 3500,00 6000,00  

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A razão entre os limites de renda tanto no período seco quanto de colheita do mel

são bastante alto demonstrando que existe uma grande disparidade entre os produtores

apícolas, temos apicultores que ganham uma média de R$ 180,00 com a produção de mel

até o limite de R$ 6.000,00, sendo que os 25% dos produtores mais ricos conseguem uma

maior variação de ganhos no limite de R$ 3.500,00 a R$ 6.000,00 por mês de produção. A

Figura 16, apresenta o percentual de aumento de renda para cada município no período em

que os apicultores estão produzindo mel.

Page 83: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

83

Figura 16 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação à contribuição da atividade apícola na renda - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte Morada Nova Alto Santo Russas Lim. Do Norte

153,18 %

143,67 %

157,29 %160,42 %

134,56 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.9 Assistência com programas sociais do governo

A assistência com programas do governo é importante para o produtor rural de

baixa renda tanto como uma garantia de renda extra, que ajuda os produtores em período de

estiagem e como uma forma de manter seus filhos na escola. Conforme a Figura 17, 68%

dos produtores apícolas é atendido por programas sociais do governo como bolsa escola e

bolsa família.

Figura 17 - Frequência total dos apicultores entrevistados com relação à assistência de programas sociais.

32%

68%

Não recebe Recebe

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 84: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

84

O município de Morada Nova apresenta o maior número de apicultores assistido,

75% dos entrevistados, com programas sociais do governo. Em todos os municípios

pesquisados o número de apicultores que recebem benefícios sociais do governo é maior do

que aqueles que não recebem, com uma média de rendimento no valor de R$ 98,09 por

produtor. A frequência relativa dos municípios com relação à assistência de programas

sociais é observada na Tabela 33.

Tabela 33 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação à assistência de programas sociais.

Municípios Não recebe RecebeMédia de rendimento

por famíliaTabuleiro do Norte 34,48 % 65,52 % 98,89Morada Nova 25,00 % 75,00 % 117,11Alto Santo 34,78 % 65,22 % 109,07Russas 37,50 % 62,50 % 91,60Limoeiro do Norte 28,57 % 71,43 % 73,80Total 31,87 % 68,13 % 98,09

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os apicultores reclamam principalmente pelo fato de não existir um seguro da safra do

mel, assim como ocorre nas outras atividades agrícola e pecuária pelo fato da estiagem, uma

vez que os produtores apícolas também estão condicionados ao fator clima.

4.1.10 Participação em sistemas cooperativos

De acordo com Matos (2005), o cooperativismo é importante porque contribui para

a percepção dos produtores de melhorias na atividade, como a da necessidade de utilização

de novas tecnologias ou tecnologias mais modernas. Incrementando a ideia da autora, entre

essas melhorias acredita-se que também possam ser difundidas entre os grupos de

produtores associados mudanças para modos de produção mais adequados ao ambiente

rural, entre eles o modo de produção orgânico. Outra vantagem considera é o fato de que os

produtores unidos também têm maiores chances de acesso a programas de

desenvolvimento rural, e ao crédito resultando em melhorias no modo de produção e

consequentemente aumento da produtividade e da qualidade do seu produto. Verifica-se

que no BNB existe um fundo de crédito para associações no valor máximo de 2 milhões de

reais e para cooperativas de 5 milhões.

Page 85: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

85

Através da pesquisa de campo foi verificado que o tipo de cooperativismo mais

comum são as associações tendo como principal papel além da difusão de conhecimento da

atividade, os apicultores organizados passam a dividir as principais despesas com as

unidades de extração de mel (Casa do mel), principalmente para a sua construção, compra

de equipamentos, divisão da energia e do trabalho na hora da colheita do mel. No geral

verifica-se, através da Figura 18, que o percentual de produtores apícolas associados é

maior do que os não associados, no valor de 57% dos entrevistados participam de

associações.

Figura 18 - Frequência total dos apicultores entrevistados com relação ao associativismo - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

43%

57%

Não associados Associados

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Onde se encontra o maior número de apicultores associados é no município de

Tabuleiro do Norte, participando de associações 79,31% dos pesquisados com uma média de

sete anos associado, onde se verifica o menor número de produtores associados é no

município de Alto Santo com 34,78% dos apicultores, um número abaixo em relação aos

outros municípios, de acordo com a Tabela 34, que apresenta a frequência relativa dos

apicultores com relação ao associativismo.

Tabela 34 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação ao associativismo.

Municípios Não associados AssociadosMédia de anos

associadoTabuleiro do Norte 20,69 % 79,31 % 7Morada Nova 54,17 % 45,83 % 3Alto Santo 65,22 % 34,78 % 8Russas 25,00 % 75,00 % 6Limoeiro do Norte 42,86 % 57,14 % 9Total 42,86 % 57,14 % 6

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 86: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

86

4.1.11 Treinamento de manejo para colheita do mel

Segundo Matos (2003) a importância da assistência técnica é o fato dela contribuir

com o desenvolvimento rural uma vez que os serviços de treinamento e capacitação têm a

função de identificar, estudar e apresentar soluções para problemas que dificultam o

processo produtivo. Na Figura 19, constatou-se que 75% dos entrevistados receberam

treinamento de manejo e colheita do mel. Destacam-se como maiores difusores de

treinamento no meio rural, de acordo com os entrevistados, as instituições SEBRAE e

EMATERCE.

Figura 19 - Frequência absoluta dos apicultores entrevistados com relação ao acesso á assistência técnica.

25%

75%

Não recebeu Recebeu

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Conforma a Tabela 35, o município que apresentou o maior número de apicultores

treinados para a produção do mel foi Limoeiro do Norte com 85,71% dos produtores, o

município com menor percentual de apicultores capacitados é o de Alto Santo com um

percentual de 65,22% do total da amostra do município.

Tabela 35 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados dos municípios com relação ao acesso a assistência técnica - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Não recebeu Recebeu TotalTabuleiro do Norte 17,24 % 82,76 % 100 %Morada Nova 33,33 % 66,67 % 100 %Alto Santo 34,78 % 65,22 % 100 %Russas 12,50 % 87,50 % 100 %Limoeiro do Norte 14,29 % 85,71 % 100 %Total 25,27 % 74,73 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 87: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

87

Todos os municípios pesquisados apresentaram um número de apicultores capacitados

acima de 60%. Destaca-se na região do Vale do Jaguaribe, o trabalho do Dr. Odério,

proprietário da empresa Altamira e mestre na área de apicultura, que treina e capacita grande

parte dos apicultores nestes municípios.

4.1.12 Grau de importância da atividade apícola.

Percebe-se que o produtor tem um maior conhecimento da atividade em que a

considera como principal em relação às demais, pois ele acaba demandando um maior

tempo e investimento na atividade principal, sendo sinônimo de maior dedicação e

desenvolvimento da atividade escolhida.

Conforme o resultado da Figura 20 mostra que 57% dos apicultores responderam

que a apicultura é sua atividade principal, pois a atividade lhe proporciona melhor renda e

melhores condições de trabalho, sendo que 26% afirmou que a atividade apícola era

secundária tendo como a atividade principal a agrícola e 17% dos entrevistados apontam

que sua atividade principal é a agrícola seguida pela pecuária, principalmente a bovina

sendo a apicultura terciária em relação às demais.

Figura 20 - Frequência absoluta dos apicultores entrevistados com relação ao grau de importância dado a atividade apícola - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

57%26%

16%Principal Secundária Terciária

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os apicultores que consideram a apicultura sua principal atividade explicam que as

demais atividades agrícolas e pecuárias são dispendiosas em relação à apicultura, por

exemplo, na pecuária é necessário a compra de ração, vacinas, sais, contratar veterinário

isso de forma constante, fora o fato de o pecuarista acompanhar os animais diariamente,

levar para beber água, levar para o pasto e a noite juntar todo o rebanho para protegê-lo.

Page 88: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

88

Na atividade agrícola também existem grande dispêndios como fazer a limpeza da

área, preparar o solo, comprar sementes, agrotóxico e está vigilante para não sofrer ataques

de pragas e animais. Fazendo um comparativo, os entrevistados afirmam que na apicultura

os gastos são menores e o rendimento é maior, pois os equipamentos da atividade são mais

baratos, as abelhas são resistentes a doenças, elas cuidam da sua segurança devida sua

agressividade, o trabalho não exige muitas horas do dia e o produto tem uma durabilidade

de até dois anos, em relação ao período de conservação dos outros produtos derivados da

pecuária e da agricultura. A frequência relativa dos municípios em relação ao grau de

importância da atividade apícola é apresentada na Tabela 36.

Tabela 36 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação ao grau de importância dado a atividade apícola.

Municípios Principal Secundária Terciária TotalTabuleiro do Norte 55,17 % 31,03 % 13,79 % 100 %Morada Nova 37,50 % 25,00 % 37,50 % 100 %Alto Santo 78,26 % 21,74 % 0,0 % 100 %Russas 62,50 % 12,50 % 25,00 % 100 %Limoeiro do Norte 57,14 % 42,86 % 0,0 % 100 %Total 57,14 % 26,37 % 16,48 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

O município que considera a atividade apícola como sua principal fonte de renda é o

município de Alto Santo com 78,26 % dos apicultores, o município de Morada Nova é o

município que mais utiliza atividade como complemento de renda, apenas 37,5% dos

apicultores tem a atividade apícola como sua principal fonte de renda.

4.1.13 Financiamento para a atividade

Um dos fatores mais importante para impulsionar a atividade econômica da

produção de mel é o acesso ao financiamento, pois apesar de ser uma atividade que

comprovadamente tem menores custos rurais, ela ainda está acima da capacidade de renda

dos produtores que em sua maioria são advindos da agricultura familiar. Os apicultores

geralmente necessitam de financiamento para a compra das colmeias, construção da casa

do mel e compra de equipamentos. A frequência total dos apicultores nos municípios que

tem acesso a financiamento é mostrada na Figura 21.

Page 89: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

89

Figura 21 - Frequência absoluta dos apicultores entrevistados com relação ao acesso a financiamento - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

56%

44%

Não recebeu Recebeu

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Conforme se verifica na Figura 21, a maioria dos apicultores entrevistados 56%

deles ainda não tem acesso a financiamento o que pode está impedindo o crescimento da

atividade na região pesquisada. Verificando a Tabela 37, percebe-se que apenas em dois

municípios, o número de produtores que receberam financiamento é maior do que aqueles

que não receberam entre eles o município de Russas 62,50% dos apicultores e Limoeiro

com 57,14% dos apicultores com acesso ao crédito. Os custos relacionados à implantação

do apiário e da casa do mel de acordo com as normas do MAPA podem ser vista no

apêndice D, Tabela 1 na página 151.

Tabela 37 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao acesso a financiamento – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Não recebeu Recebeu TotalTabuleiro do Norte 51,72 % 48,28 % 100 %Morada Nova 58,33 % 41,67 % 100 %Alto Santo 69,57 % 30,43 % 100 %Russas 37,50 % 62,50 % 100 %Limoeiro do Norte 42,86 % 57,14 % 100 %Total 56,04 % 43,96 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os apicultores geralmente necessitam de financiamento para a compra das colmeias,

construção da casa do mel e compra de equipamentos. O especialista do BNB em entrevista

com os apicultores afirmou que o principal motivo para a restrição do crédito no meio rural é

atualmente a inadimplência de muitos produtores, a falta de realização de bons projetos e a

baixa capacitação dos profissionais rurais.

Page 90: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

90

4.1.14 Anos que os produtores rurais exploram a atividade apícola

Existe uma predominância de anos de experiência da atividade entre 6 a 10 anos de

exploração apícola na região do Vale do Jaguaribe, de acordo com a Figura 22. Este pode

ser visto como um resultado positivo, pois existe uma relação direta entre o tempo e o nível

de conhecimento da atividade. O tempo de experiência na atividade pode ser responsável

pela melhor forma de organização da atividade, uma vez que o aprendizado pode ocorrer

pela observação dos êxitos e fracassos da atividade.

Figura 22 - Frequência absoluta dos apicultores com relação aos anos de exploração da atividade apícola - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

(1 - 5) Anos (6 - 10) Anos (11 - 15) Anos (16 - 20) Anos (21 - 25) Anos

31,87 %

52,75 %

12,09 %

2,20 %1,10 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Analisando a Tabela 38, que mostra a frequência relativa dos apicultores nos

municípios com relação aos anos de exploração da atividade percebe-se que o município

que apresenta os produtores mais antigos é o município de Russas, pois 25% dos

apicultores do município estão na faixa de exploração da atividade entre 16 a 25 anos de

atividade e onde se encontra o maior número de apicultores com menor experiência é o

município de Morada Nova com 50% dos apicultores entre a faixa de 1 a 5 anos. Os

apicultores de Limoeiro do Norte também se mostram bastantes experientes na atividade

42,86% dos entrevistados estão na faixa entre 11 a 15 anos de exploração da atividade

apícola.

Page 91: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

91

Tabela 38 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação aos anos de exploração da atividade apícola – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios 1 - 5 anos 6 - 10 anos 11 - 15 anos 16 - 20 anos 21 - 25 anos Total

Tabuleiro do Norte 24,14 % 75,86 % 0,00 % 0,00 % 0,00 % 100 %

Morada Nova 50,00 % 45,83 % 0,00 % 4,17 % 0,00 % 100 %

Alto Santo 34,78 % 39,13 % 26,09 % 0,00 % 0,00 % 100 %

Russas 12,50 % 37,50 % 25,00 % 12,50 % 12,50 % 100 %

Limoeiro do Norte 14,29 % 42,86 % 42,86 % 0,00 % 0,00 % 100 %

Total 31,87 % 52,75 % 12,09 % 2,20 % 1,10 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.15 Média de produção por produtor apícola no ano de 2011

Conforme mostram os resultados da Tabela 39, os produtores dos cinco municípios

produziram no ano de 2011 uma média de 1.534,79 Kg de mel. Com um mínimo por

produtor de 50 kg e um máximo de até 20.000 kg. Os 75% dos entrevistados produziram

um limite de até 1.500 kg, ocorrendo uma variação maior entre os 25% mais ricos da

atividade entre 1.500kg e 20.0000 Kg. Com destaque para o município de Russas que

conseguiu neste ano uma média de produção de 2.434,38 Kg por produtor.

Tabela 39 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação à média de produção do produtor apícola - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios

Média de produção

(Kg) Estatística Valores em

(Kg) Percentil Valores em

(Kg)Tabuleiro do Norte 1.882,76 Média 1.534,79 25% 250,00Morada Nova 1.635,21 Desvio padrão 2.730,43 50% 750,00Alto Santo 635,87 Mínimo 50,00 75% 1500,00Russas 2.434,38 Máximo 20.000,00 100% 20000,00

Limoeiro do Norte 1.085,71

Média Total 1534,79    Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.1.16 Produtores apícolas que receberam orientação sobre o modo de produção orgânico

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 40, 56,04% dos produtores

apícolas já tiveram acesso a informações sobre o modo de produção orgânico e 43,96% não

tiveram informações sobre esse modo de produção, segundo os pesquisados os maiores

difusores desse tipo de informação é o SEBRAE e os técnicos agrícolas da EMATERCE.

Page 92: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

92

Tabela 40 - Frequência relativa dos apicultores nos municípios com relação ao acesso a informação do modo de produção orgânico.

Municípios Não recebeu Recebeu TotalTabuleiro do Norte 34,48 % 65,52 % 100 %Morada Nova 54,17 % 45,83 % 100 %Alto Santo 47,83 % 52,17 % 100 %Russas 50,00 % 50,00 % 100 %

Limoeiro do Norte 28,57 % 71,43 % 100 %

Total 43,96 % 56,04 % 100 %Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Em relação aos municípios aquele que tem maior acesso a informações da produção

orgânica é o município de Limoeiro do Norte com 71,43% dos produtores acostumados a

receber esse tipo de informação, seguido do município de Tabuleiro do Norte com 65,52%

dos apicultores e Alto Santo com 52,17 %, o município com menos acesso as instruções de

produção orgânica é o município de Morada Nova.

4.1.17 Qual a fonte de informação do modo de produção orgânico

Perguntados sobre por qual meio eles tem acesso à informação sobre o cultivo

orgânico, 45,05 % deles responderam que os técnicos agrícolas são os maiores difusores

dessa informação, a segunda maior fonte é a televisão, nota-se que há a presença muito

forte dos Canais Rurais nos municípios pesquisados, através da Tabela 41 também pode se

verificar que poucos apicultores têm acesso a legislação estabelecida pelo Ministério sobre

apicultura orgânica, apenas 3,3% do total dos produtores, e apenas em dois municípios

Morada Nova e Tabuleiro do Norte os produtores já tiveram acesso à legislação.

Tabela 41 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios em relação à origem da informação do modo de produção orgânico – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Nenhuma RevistaTécnico Agrícola Televisão Legislação Total

Tabuleiro do Norte 34,48 % 0,00 % 51,72 % 6,90 % 6,90 % 100 %

Morada Nova 54,17 % 8,33 % 29,17 % 4,17 % 4,17 % 100 %

Alto Santo 47,83 % 4,35 % 43,48 % 4,35 % 0,00 % 100 %

Russas 50,00 % 0,00 % 50,00 % 0,00 % 0,00 % 100 %

Limoeiro do Norte 28,57 % 0,00 % 71,43 % 0,00 % 0,00 % 100 %

Total 43,96 % 3,30 % 45,05 % 4,40 % 3,30 % 100 %Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 93: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

93

Os técnicos agrícolas afirmam que atualmente existem alguns programas rurais do

estado que incentivam o agricultor a produzir de forma orgânica, por exemplo, os projetos

Mandalas, a própria a apicultura e os Quintais produtivos são difusores desse tipo de

informação de cultivo orgânico. A Tabela 1, no anexo C, mostra os principais inseticidas

orgânicos atualmente utilizados pelos produtores que são acompanhados pelos técnicos

agrícolas.

Os técnicos agrícolas são responsáveis principalmente pela parte burocrática da

implementação de programas no meio rural, por exemplo, realizam o cadastro dos

produtores no seguro safra, programas como de distribuição de sementes e o repasse de

melhorias de técnicas produtivas no meio rural. Uma das principais dificuldades que os

técnicos apontam é o de conquistar o produtor rural, principalmente pelo o seu modo de ser

“muito fechado culturalmente” para que a implementação de mudanças importantes tenham

êxitos.

Atualmente os técnicos estão insatisfeitos com seu regime de trabalho, geralmente

são estagiários em um período de três anos, afirmam que nos dois primeiros anos estão

construindo uma relação de aproximação com os produtores rural sendo o último ano o de

melhores resultados. Neste último ano, os produtores rurais passam confiar nos técnicos, no

entanto eles são dispensados. Outro problema relatado é que a experiência adquirida pelos

técnicos não é aproveitada quando terminado o estágio sendo dispensados e toda a relação

entre produtor e técnico e a experiência adquiridas são perdidas tendo que ser novamente

construída, ou seja, o trabalho tem que recomeçar do zero novamente.

4.1.18 Principais dificuldades consideradas pelos apicultores na produção de mel

De acordo com os resultados encontrados na Tabela 42, assim como nas demais

atividades do meio rural a principal dificuldade da produção apícola é o clima 47,25% dos

produtores rurais afirmaram que em períodos de clima desfavorável a produção é afetada,

em segundo lugar o baixo preço pago ao produto mel com 28,57% dos entrevistados

apontando como sua principal dificuldade, média de 3,00 R$ pelo Kg, e em terceira

colocação com 12,09% os apicultores responderam que sua principal dificuldade é com

problemas estruturais como transporte inadequado e má qualidade das Casas de mel.

Os três municípios que apontaram com maior frequência o clima como principal

fator adverso a produção foi Morada Nova, Alto Santo e Russas, o município que acha o

valor baixo pago ao mel é o município de Tabuleiro do Norte e a presença de problemas

estruturais o município de Limoeiro do Norte, como pode ser observado na Tabela 42.

Page 94: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

94

Tabela 42 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação às principais dificuldades de produção - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

MunicípiosCustos altos

Falta de assistência

técnicaPreços baixos Clima Estrutura Total

Tabuleiro do Norte 13,79 % 3,45 % 65,52 % 17,24 % 0,00 % 100 %Morada Nova 8,33 % 4,17 % 20,83 % 62,50 % 4,17 % 100 %Alto Santo 8,70 % 4,35 % 8,70 % 60,87 % 17,39 % 100 %Russas 0,00 % 0,00 % 0,00 % 62,50 % 37,50 % 100 %

Limoeiro do Norte 0,00 % 0,00 % 0,00 % 57,14 % 42,86 % 100 %

Total 8,79 % 3,30 % 28,57 % 47,25 % 12,09 % 100 %Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os apicultores consideraram como o melhor ano da safra do mel, entre 2006 e 2011,

apenas o ano de 2009. Segundo a FUNCEME, o porque deste ano ter sido o melhor para os

produtores, não só da atividade apícola mais também das outras atividades rurais, a

explicação foi a seguinte: o estado do Ceará tem três períodos de chuva: a pré-estação

chuvosa (dezembro-janeiro), a estação chuvosa (fevereiro-maio) e a pós-estação chuvosa

(junho e julho), o que ocorreu no ano de 2009 foi o fato das chuvas da pós-estação se

prolongar e chover acima da média. Ainda de acordo com a FUNCEME (2009): “Desde 1985

quando foi registrada média de 69 mm de chuva no estado não havia um mês de julho tão

chuvoso, ou seja, nos últimos 24 anos não tinha chovido tanto no referido mês como neste

ano. Em julho de 2009, até o dia 24, choveu 56 mm no Estado, índice 152,4% superior à

média do mês, que é de 22,2mm”.

Este fato contribui para que os apicultores prolongassem a safra do mel até o mês de

agosto com potencial altíssimo no referido ano, pois em média em anos considerados

normais a safra acontece no final de Maio até o mês de Julho quando chove com uma

menor intensidade. Outro fato relatado pelos apicultores é que as chuvas desse ano não

ocorreram de forma continua, ou seja, chovia uma semana forte e outra não, dessa forma

em semana de menor intensidade da chuva dava tempo às plantas florescerem e as abelhas

coletarem néctar para a produção do mel.

4.1.19 Principais compradores das regiões pesquisadas

A pesquisa apontou como principal comprador direto dos apicultores os

atravessadores com 59,34% dos pesquisados respondendo que o atravessador é seu

principal comprador, em segundo lugar ficou a categoria sem preferência com o percentual

de 18,68%, os apicultores vendem para quem chegar primeiro ou oferece maior quantia e

em terceiro a categoria empresas com o valor percentual de 17,58 %. (Veja a Tabela 43).

Page 95: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

95

Onde existe o maior predomínio da venda realizada diretamente ao atravessador é

no município de Alto Santo com 82,61% dos produtores e menor no município de Russas

com apenas 12,50% dos produtores vendendo aos atravessadores. Onde tem a maior

presença das empresas é no município de Tabuleiro do Norte com 31,03% dos apicultores e

Limoeiro do Norte com 28,57% dos apicultores, percebe-se uma baixa presença da venda

realizada através das associações, apenas um percentual baixo, de 3,45% dos produtores no

município de Tabuleiro do Norte, e a programas do governo no município de Morada Nova

com apenas 12,5% dos produtores.

Tabela 43 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos seus municípios com relação ao principal comprador - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

MunicípiosEmpresa

s Atravessadores Associações

Sem Preferênci

a

Programas do

governo TotalTabuleiro do Norte 31,03 % 48,28 % 3,45 % 17,24 % 0,00 % 100 %Morada Nova 8,33 % 70,83 % 0,00 % 8,33 % 12,50 % 100 %Alto Santo 13,04 % 82,61 % 0,00 % 4,35 % 0,00 % 100 %Russas 0,00 % 12,50 % 0,00 % 87,5% 0,00 % 100 %Limoeiro do Norte 28,57 % 42,86 % 0,00 % 28,57 % 0,00 % 100 %Total 17,58 % 59,34 % 1,10 % 18,68 % 3,30 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

O mel é classificado em quatro categorias: convencional; orgânico; cores mais claras e

o mel escuro. A estrutura de comercialização predominante pode ser identificada como mostra

a Figura 23 a seguir:

Page 96: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

96

Fonte: Elaboração Própria (2011).

COLHEITA - Apicultores

MEL – In natura

REVENDA - Atravessador Local

MEL – In natura

BENFICIAMENTO -Empresa Beneficiadora

ME

L -

Cla

ro

ME

L -

Org

ânic

o

ME

L -

Con

venc

iona

l

ME

L -

Esc

uro

ANÁLISE QUÍMICA

MERCADO EUROPEU BRASIL E ESTADOS UNIDOS

Figura 23 - Estrutura de comercialização predominante no Vale do Jaguaribe – 2011.

Page 97: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

97

Sobre a comercialização do mel de acordo com a Figura 23, os apicultores não fazem

diferença de produção em orgânica e convencional, vendem o mel in natura de preferência em

baldes de 25 Kg, grande parte desses produtores repassa o seu mel para o atravessador da

localidade este por sua vez reúne o mel dos diferentes produtores em containers de 300 kg, e o

atravessador repassa o mel para o entreposto do município. No entreposto eles fazem a análise

química desses containers e distribuem o mel nas quatro categorias citadas acima vendendo

este mel para o Brasil e para o exterior.

Figura 24 - Análise química do Mel no entreposto de Tabuleiro do Norte

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os dados da pesquisa apontaram que atualmente existe uma média de duas pessoas

trabalhando com a atividade apícola nas propriedades rurais, geralmente pai e filho, no

período da colheita chega-se a contratar mais dois trabalhadores por propriedade, portanto

ocorre um aumento de 100% da mão de obra empregada no meio rural, a média do valor da

diária pago a esses trabalhadores é no valor de R$ 20,00. Sobre o grau de importância da

atividade apícola para os produtores rurais 57,14% deles responderam que a atividade

apícola é a sua principal fonte de renda e trabalho.

4.1.20 Principais resultados das condições sociais dos produtores de mel

Sobre as condições sociais desses produtores apícolas a pesquisa constatou que a

maioria dos apicultores tem um baixo nível de escolaridade, perfazendo um total de

67,03% dos produtores entrevistados entre alfabetizados e sem nenhum grau de instrução,

verifica-se que esses apicultores têm grandes dificuldades de fazer registros, qualquer tipo

de avaliação de suas produções e de assimilar mudanças importantes para melhorias da

atividade apícola.

Page 98: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

98

Sobre o abastecimento de água, 61,54% dos produtores tem como principal fonte de

água a encanada da rede pública através das adutoras, no entanto reclamam da precariedade

dessa água para o consumo humano. Notou-se também que 21,98% dos produtores tem

acesso somente a sistemas mais precários de abastecimento entre eles chafariz comunitário,

açude, barragem, cacimba, rio e caminhão pipa. Os destinos dos esgotos dessas

propriedades rurais são de preferência fossa revestida de alvenaria, 86,81% dos produtores

utilizam esse sistema e para os resíduos sólidos utilizam a queima do material o que é

prejudicial ao meio ambiente.

Sobre os rendimentos dos apicultores entrevistados conseguem uma média de renda

nos períodos mais secos do ano um valor médio de R$ 688,64 e nos períodos mais férteis

do ano uma média de 1.729,29 um aumento de renda em torno de 151,12%, este acréscimo

eles atribuem principalmente a atividade apícola. No entanto, apesar dessa média parecer

ser boa essa distribuição não é uniforme, 50% dos apicultores conseguem aumentar sua

renda em apenas 60%.

4.2 Níveis de Adequação as Normas Orgânicas

A partir desta seção serão apresentados os resultados de adequação dos apicultores

entrevistados em relação ao comprimento as normas orgânicas estabelecidas pelo MAPA, de

acordo com a metodologia apontada no capítulo 3 estabelecido acima. Serão apresentados os

resultados individuais para cada índice de adequação e em seguida para o conjunto de todos

os índices.

4.2.1 Índice relativo à área de conservação na propriedade.

Conforme a legislação orgânica os apiários devem estar em áreas de mata nativas ou

em áreas de reflorestamento, para que estas áreas se mantenham conservadas é necessário que

o produtor apícola mantenha uma área de mata nativa em sua propriedade, manter certa

distância de áreas de riscos e de focos de contaminação e caso mantenha uma cultura paralela

na propriedade que a cultive principalmente sem o uso de agrotóxico.

De acordo com as indicações descritas acima foi criado o índice de conservação da

propriedade, de acordo com os resultados encontrados 36,30% dos produtores apícolas se

enquadram em um padrão A de conservação da propriedade, cumprindo mais de 80% das

exigências para este requisito.(Veja a Figura 25)

Page 99: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

99

Conforme os resultados 35,20% mantiveram um padrão B, cumprindo entre 80% e

50% das exigências recomendadas e 28,60% se enquadram em um padrão C cumprindo

menos de 50% das exigências de conservação da propriedade.

Figura 25 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao índice Área de conservação na propriedade - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

44.80%

25.00%

39.10%

12.50%

57.10%

36.30%

31.00%

41.70%

17.40%

75.00%

42.90%

35.20%

24.10%

33.30%

43.50%

12.50%

0.00%

28.60%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Entre os municípios pesquisados, o que apresentou melhores resultados foi o

município de Limoeiro do Norte com 57,10 % dos produtores se enquadrando no padrão A e

nenhum deles no padrão C.

Logo em seguida, apresentou melhores resultados Tabuleiro do Norte apresentando o

segundo melhor resultado com 44,80% dos apicultores no Padrão A, Alto Santo com o

terceiro maior desempenho com 39,10% dos pesquisados no padrão A e depois Morada Nova

com 25% dos apicultores enquadrados no padrão A. De acordo com a pesquisa o município

que teve o menor desempenho foi o município de Russas com 12,5 % dos produtores

considerados num padrão A de conservação da propriedade.

4.2.2 Índice relativo à conservação das colmeias.

De acordo com a legislação, para que o sistema de produção seja considerado orgânico

deve ocorrer um cuidado em relação à qualidade das colmeias tanto da cera, a qualidade do

material utilizado para confeccioná-las e a garantia de água de boa qualidade próxima das

colmeias. Neste estudo se considerou como uma cera de boa qualidade aquela que é

proveniente do próprio sistema do produtor.

Page 100: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

100

Sobre a qualidade do material utilizado na confecção das colmeias é necessário o uso

de material que não seja tóxico e a depreciação das colmeias, um fato que se constata no

estudo é que muitos produtores pesquisados estão usando colmeias com mais de dez anos de

uso. A Figura 26 apresenta os resultados relativo à frequência dos apicultores com relação ao

índice de conservação das colmeias.

Figura 26 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao índice conservação das colmeias.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

20.70%

8.30%

39.10%

0.00%

28.60%

20.90%

17.20%

62.50%

43.50%

75.00%

42.90%

42.90%

62.10%

29.20%

17.40%

25.00%

28.60%

36.30%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Para esta adequação, a amostra total se apresentou com 20,90% dos apicultores

inseridos no padrão A, sendo a maioria enquadrada no padrão B com a participação de

42,90% dos produtores entrevistados nesta categoria e 36,30% dos apicultores classificados

no padrão C.

Entre os municípios o que apresentou o melhor resultado foi o município de Alto

Santo com 39,10% dos apicultores enquadrados no padrão A, em segundo lugar apresentou-se

o município de Limoeiro do Norte, com 28,60% dos produtores classificados no padrão A, e

em terceiro colocado ficou o município de Russas com 75 % dos apicultores no padrão B

entre eles o município de Tabuleiro ficou com o pior resultado, pois 62,10% dos apicultores

se enquadram no padrão C, de acordo com o gráfico acima.

4.2.3. Índice relativo à origem das abelhas.

A legislação estabelece que a escolha das raças a serem trabalhadas em sistema de

produção orgânico depende da capacidade das abelhas em se adaptarem às condições locais,

sua vitalidade e sua resistência a doenças.

Page 101: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

101

A abelha predominante no interior do estado do Ceará é a Africanizada, um híbrido

entre a Europeia e a africana, que se adaptaram muito bem as condições climáticas e

geográficas da região nordeste apresentando uma forte resistência a doenças.

Para a formação do índice foi considerado as seguintes variáveis se o produtor

adquiriu as suas colmeias de unidades de produção orgânica, se os enxames capturados

passaram por período de conversão de 120 dias, se os apicultores fizeram verificação de

doenças e se eles adquirem enxames convencionais na magnitude de mais de 10% do total de

suas colmeias por ano, ou seja, enxames que ele não sabe a procedência.

Figura 27 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao índice origem das abelhas.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

27.60%

29.20%

13.00%

12.50%

28.60%

23.10%

72.40%

70.80%

87.00%

87.50%

71.40%

76.90%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Segundo os dados apurados na Figura 27, os produtores em relação à origem das

abelhas se concentram nos padrões B com 23,10% dos produtores pesquisados e 76,90% dos

apicultores do total da amostra classificados no padrão C, isso ocorre principalmente como já

foi falado acima, principalmente pelo fato dos produtores cearenses não adquirirem colmeias

de sistemas de produção orgânicos e não seguir as normas de conversão para os enxames

capturados.

Os municípios que apresentaram os melhores resultados foi o Município de Morada

Nova com 29,20% dos produtores no padrão B e Limoeiro do Norte com 28,60% dos

apicultores inseridos no padrão B. O município com menor desempenho nesta variável foi o

município de Russas com 87,50% dos produtores inseridos no padrão C.

Sobre a origem das abelhas a instrução normativa nº 64 da legislação de produtos

orgânicos estabelece que os enxames devam ser de preferência adquiridos de unidades de

produção orgânicas.

Page 102: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

102

Nos municípios pesquisados foi verificado que cuidados relativo a origem dos

enxames não é uma prática comum entre os produtores, sendo a captura7 a principal forma de

aquisição dos enxames. Para que o enxame capturado passe a ser considerado orgânico deve

seguir normas de conversão8 durante um período de 120 dias, o que não é uma prática comum

entre os produtores no Ceará.

4.2.4 Índice relativo à localização dos apiários

As normas da legislação orgânica estabelecem que os apiários devam estar instalados

em áreas de Mata nativas ou em áreas de reflorestamento, os apicultores devem apresentar

registros de localização dos apiários, e os apiários devem estar instalados em locais onde os

operadores tenham a capacidade de monitorar todas as atividades que possam afetar as

colmeias.

De acordo com a construção do índice foi verificada as seguintes condições se os

apicultores mantêm os apiários em área de mata nativa, se tem registro da localização dos

seus apiários, se o local onde os apiários se encontram permite a monitoração frequente das

colmeias e a disponibilidade de néctar e pólen da região onde se encontram os apiários. Os

resultados relativo ao índice Localização dos apiários encontram-se na Figura 28.

7 O sistema de capturas de enxames consiste na técnica de se colocar uma colmeia vazia em um lugar adequado com sombra, próximo a uma fonte de água e contendo cera para atrair enxame de abelhas do meio ambiente.

8 Conversão para sistemas orgânicos consiste no período, de mudança de técnicas tradicionais de manejo e cultivos das plantas e animais não orgânicos para o cultivo orgânico, necessário para que os produtos extraídos sejam considerados de cultivo orgânico.

Page 103: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

103

Figura 28 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação ao índice localização dos apiários.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

27.60%

8.30%

21.70%

25.00%

42.90%

22.00%

58.60%

91.70%

65.20%

75.00%

57.10%

70.30%

13.80%

0.00%

13.00%

0.00%

0.00%

7.70%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

De acordo com os resultados encontrados no total da amostra 70,30% dos apicultores

cumprem entre 80% e 50% das normas estabelecidas para a localização dos apiários. O

município que apresentou o melhor resultado foi o município de Limoeiro do Norte com

42,90% dos apicultores inseridos no padrão A e 57,10% dos produtores inseridos no padrão

B. O município de Tabuleiro do Norte foi o que mais apresentou apicultores no padrão C, ou

seja, esses apicultores cumprem com menos de 50% das exigências das normas exigidas para

localização dos seus apiários, no entanto um valor considerado baixo 13% dos apicultores.

4.2.5 Índice relativo à alimentação das abelhas.

A legislação atenta para o fato da qualidade da água nas proximidades dos apiários, ao

término de cada estação de produção deve ser deixada reservas de mel suficiente para a

sobrevivência dos enxames, no caso de alimentação artificial devem ser utilizados mel,

açucares e plantas produzidas organicamente e os apiários que utilizam alimentação artificial

deve ter o registro da quantidade e as datas em que foi realizada a alimentação artificial e os

enxames alimentados, o índice alimentação das abelhas utilizado nesta pesquisa considera as

exigências citadas acima

O resultado da pesquisa aponta que 91,20% dos apicultores estão enquadrados no

padrão B, ou seja, esses apicultores estão cumprindo um total de 80% á 50% das normas

estabelecidas, sendo Tabuleiro do Norte o único município enquadrado no padrão A com

3,40% dos apicultores.

Page 104: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

104

Como se verificou na pesquisa alguns apicultores do município de Tabuleiro do Norte

utilizam um sistema próprio de tratamento de água e fazem registro da alimentação das

abelhas e utilizam produtos orgânicos para alimentação. (Vide Figura 29)

Figura 29 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação à alimentação das abelhas- Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

3.40%

1.10%

89.70%

83.30%

100.00%

100.00%

85.70%

91.20%

6.90%

16.70%

14.30%

7.70%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A maioria dos apicultores não estão inseridos no padrão A, principalmente por

utilizarem água para as colmeias de reservatórios naturais tais como açudes, poços e cisternas,

no entanto não tratam estas fontes para abastecer as colmeias. Outro aspecto relevante é que

grande parte deles não alimentam as suas abelhas, o que contribui para o fato de grande parte

dos apicultores estarem classificados no padrão B.

A maior parte dos apicultores contam com a florada do caju para alimentação das

abelhas que ocorre principalmente no período mais seco do ano, entre setembro e dezembro e

eles nunca retiram o mel da caixa ninho para não perder os enxames.

Aqueles que fazem a alimentação geralmente utilizam produtos inadequados tais como

o açúcar, milho, soja e rapadura produtos industrializados e quase a totalidade deles não

fazem registros dos períodos e do tipo de alimentação artificial utilizado, o que contribuiu

para que alguns municípios apresentassem apicultores no padrão c.

Page 105: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

105

4.2.6 Índice relativo ao manejo sanitário das colmeias.

Em relação ao manejo das colmeias a legislação aponta que em tratamento de doenças,

neste trabalho foi incluindo também o tratamento de pragas, é proibida o uso de substâncias

sintéticos sendo preferíveis tratamentos fitoterápicos e homeopáticos, sendo necessário o

registro de todos os tratamentos (período e quantidade).

Também não é permitida a colheita de mel a partir de favos que contenham ovos ou

larvas, é proibida a pratica de supressão das abelhas ou mutilação tais como o corte das asas,

não é permitido deslocar as colméias sem a devida permissão, é proibido o uso de repelentes

químicos durante a operação de extração do mel e para a produção da fumaça só é permitido o

uso de materiais naturais ou madeira sem tratamento químico.

Para a formação do índice foram utilizados os seguintes componentes se o apicultor

faz o tratamento com substâncias químicas ou venenos, se ele realiza o registro dos

tratamentos, se ele colhe mel de favos que contenham ovos ou larvas, se pratica substituição

da abelha rainha, se morrem muitas abelhas na hora da colheita e se faz uso de material

químico amianto ou fumaça tóxica. (Veja a Figura 30)

Figura 30 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação ao manejo das colméias - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

27.60%

29.20%

26.10%

50.00%

71.40%

33.00%

55.20%

66.70%

65.20%

50.00%

28.60%

58.20%

17.20%

4.20%

8.70%

8.80%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Da amostra total 33% dos apicultores se enquadram no padrão A de qualidade em

relação ao manejo adequado das colmeias em um sistema de produção orgânico, a maioria dos

apicultores se enquadra no padrão B, 58,20% do total dos entrevistados.

Page 106: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

106

De todos os municípios o que apresentou o melhor resultado foi o de Limoeiro do

Norte com 71,40% dos apicultores no padrão A, em segundo lugar encontra-se o município de

Russas com 50% dos apicultores inseridos no padrão de qualidade A, e na terceira posição

está o município de Morada Nova com 29,20% dos apicultores no padrão A, o pior

desempenho neste índice foi o município de Tabuleiro do Norte com 17,20% dos apicultores

no padrão C.

4.2.7 Índice relativo ao processamento do mel.

Para o cálculo desse índice foi utilizado como base à instrução Normativa Nº 18, que

no capítulo III trata do processamento dos produtos apícolas, do transporte e armazenamento

dos produtos orgânicos. Foram consideradas como variáveis importantes para a construção do

índice a forma de armazenamento adequado (na casa do mel ou em lugar apropriado), o tipo

de transporte utilizado (proteção das melgueiras contra poeira e o sol), rótulo do produto

(baldes com características da produção e identificação de origem), condição das unidades de

extração do mel (sanitárias, estruturais e de equipamentos), condições ideais de trabalho

(Luvas, indumentárias, botas, tocas, higiene) e capacitação sanitária dos apicultores. (Vide

Figura 31)

Figura 31 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados com relação ao processamento do mel - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

37.90%

20.80%

39.10%

35.50%

71.40%

40.70%

51.70%

37.50%

34.80%

52.00%

14.30%

36.30%

10.30%

41.70%

26.10%

12.50%

14.30%

23.10%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 107: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

107

Neste índice temos um total de 40,70% dos apicultores pesquisados classificados no

padrão A, cumprindo entre 100% e 80% das exigências. Percebe-se uma participação no

padrão B de 36,30% dos apicultores nessa categoria e uma forte presença do padrão C com

um total de 23,10% dos apicultores, ou seja, os apicultores do padrão c cumprem menos de

50% das normas estabelecidas. Este fato ocorre principalmente pela melhoria das unidades de

extração do mel, no entanto o fato de 60 % dos apicultores encontrarem-se nos padrões B e C

ainda é a falta de costume dos apicultores com padrões sanitários.

O município de Limoeiro do Norte é o que apresentou melhores resultados em relação

ao processamento do Mel, com 70,41% dos apicultores enquadrados no padrão A, isso pode

ser explicado principalmente pelo fato da maior parte do mel que é exportado no estado do

Ceará sair deste município sendo grandes as exigências sanitárias dos importadores,

principalmente Estados Unidos e Europa, outro fator que contribui é o fato do município ter a

maior beneficiadora de mel do estado, a indústria de beneficiamento Altamira, que segue

rigorosamente padrões sanitários e o fato dos apicultores do município receber treinamento do

Doutor em apicultura Odério.

Em segundo lugar encontra-se o município de Tabuleiro do Norte, com 37,90% dos

apicultores cumprindo mais de 80% das exigências sendo enquadrados no padrão A, neste

município destacam se os trabalhos da associação ATAMEL, que dá assistência a uma grande

parte dos apicultores do município. Entre os municípios o que apresentou o menor

desempenho foi o município de Morada Nova com 41,70% dos apicultores no padrão C.

4.2.8 Índice relativo à certificação do mel e fiscalização

Desde 29 de dezembro de 2007, a agricultura orgânica no Brasil passou a ter critérios

para o funcionamento de todo o seu sistema de produção, desde a propriedade rural ao ponto

de venda. A legislação, que regulamenta a Lei nº 10.831/2003, inclui a produção,

armazenamento, rotulagem, transporte, certificação, comercialização e fiscalização dos

produtos.

O decreto criou o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica que é

atualmente composto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),

pelos  órgãos de fiscalização dos estados e as certificadoras. Nessa cadeia, é de

responsabilidade do ministério credenciar, acompanhar e fiscalizar todos os organismos.

Page 108: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

108

De acordo com o Art. 28, da legislação de produtos orgânicos, para que os produtores

familiares possam comercializar diretamente os seus produtos considerados orgânicos,

deverão estar vinculados a uma organização com controle social cadastrada no Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por uma certificadora ou em outro órgão fiscalizador

federal, estadual ou distrital conveniado ao MAPA.

Conforme foi descrito acima o índice certificação e fiscalização tenta descrever a

relação entre o produtor e os órgãos responsáveis por regulamentar e fiscalizar a produção

orgânica sendo consideradas as seguintes variáveis: cadastro (município, Estado ou órgão

federal), Certificação do mel em orgânico e fiscalização. (Veja a Figura 32)

Figura 32 - Frequência relativa dos apicultores entrevistados nos municípios com relação aos processos de certificação - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Tabuleiro do Norte

Morada Nova

Alto Santo

Russas

Limoeiro do Norte

Total

20.70%

14.30%

7.70%

3.40%

33.30%

8.70%

14.30%

13.20%

75.90%

66.70%

91.30%

100.00%

71.40%

79.10%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os resultados apontam que 79,10% dos entrevistados estão classificados na categoria

C, ou seja, cumpre menos de 50% das exigências. De acordo com a amostra total, apenas

28,6% dos apicultores possuem cadastro, 7,7% são certificados e 41,8% recebem a

fiscalização do Ministério. Do total dos municípios pesquisados apenas os municípios de

Limoeiro de Norte e Tabuleiro do Norte estão inseridos nos padrões A e assim mesmo com

uma pequena parcela de seus apicultores de 14,30% no Município e Tabuleiro do Norte com

20,70% dos entrevistados. O município que apresentou os piores resultados em relação à

certificação e fiscalização foi Russas com 100% dos apicultores no padrão C, neste município

os apicultores não possuem cadastro, não existem produtores certificado, sendo que apenas

50% desses apicultores recebem fiscalização de vez em quando.

Page 109: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

109

4.3 Índice Geral de adequação as normas orgânicas.

Do total dos índices pesquisados acima o que apresentou o melhor resultado médio foi

o índice relativo à localização dos apiários com valor médio de 0,73, como mostra a Tabela

44, indicando que os apicultores utilizam mais de 70% das recomendações para uma produção

orgânica neste item. Afirmando a hipótese de que são as condições naturais as que mais

contribuem para uma produção orgânica de mel no Vale do Jaguaribe. Geralmente, como se

constatou na pesquisa estes locais é ambiente de mata nativa, e pela característica da

vegetação de fácil monitoração e com um grande potencial de néctar e pólen para as abelhas.

De acordo com a Tabela 44, os demais itens como conservação das propriedades,

conservação das colmeias, alimentação das abelhas, manejo sanitário e processamento do mel

apresentam uma média de 0,60, ou seja, indicando que os apicultores do Vale do Jaguaribe

utilizam uma média de 60% das recomendações de adequação as normas orgânicas nestes

itens. Os índices que apresentaram o menor desempenho foram origem das abelhas no valor

de 0,24 e processos de certificação 0,24 colmeias, ou seja, atendendo menos de 30% das

exigências necessárias para um processo produtivo orgânico nestes itens.

A situação da origem das abelhas se explica pelo fato da maioria dos apicultores

adquirirem enxames através da captura e não praticarem os métodos de conversão dessas

colmeias para o cultivo orgânico. No entanto, segundo a legislação o ideal para um cultivo

orgânico é que os apicultores adquiram enxames de outros apiários comprovados pelo

ministério como orgânico, ou que os enxames capturados passem por um período de

conversão de 120 dias sobre o manejo orgânico, a maioria dos apicultores não sabem dessa

condição.

Sobre os processos de Certificação os produtores afirmam que a certificação do

produto mel contribui para melhorar o preço, aumentar as vendas locais e principalmente

como fator determinante para se chegar à exportação da mercadoria, no entanto, os produtores

enfrentam um longo processo burocrático e falta de capital financeiro para se adequar a

infraestrutura necessária, sendo o processo de certificação ainda inacessível ao produtor

familiar, que representa grande parte dos apicultores no estado do Ceará. Os resultados dos

índices individuais estão logo abaixo descritos na Tabela 44.

Page 110: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

110

Tabela 44 - Resultado dos índices relativos ao cumprimento das normas orgânicas – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Código Resultado dos índices IAMG*(IA) Conservação da propriedade 0,68(IB) Conservação das colméias 0,60(IC) Origem das abelhas 0,24(ID) Localização dos apiários 0,73(IE) Alimentação das abelhas 0,65(IF) Manejo sanitário 0,67(IG) Processamento do mel 0,64(IH) Processo de Certificação 0,24

Fonte: Dados da Pesquisa (2011).

Onde:

IAMG* Índice de adequação médio geral dos apicultores em relação á uma determinada adequação (n) sendo este o resultado do somatório dos Anj de uma adequação específica dividida pelo número de apicultores total da amostra.

Sobre o desempenho conjunto dos municípios em relação ao índice de adequação as

normas orgânicas, em média os produtores apícolas empregam 56% das adequações

recomendadas para uma produção orgânica. Dos municípios o que apresentou a melhor

combinação de resultados foi o município de Limoeiro do Norte com um índice Geral de

adequação médio (IGA) no valor de 0,61, ou seja, cumprindo com 61% das recomendações

exigidas para um cultivo orgânico. Sendo a adequação da localização dos apiários (ID), a que

mais contribuiu para a formação do Índice de Adequação Geral, tendo como índice que menos

contribuiu para a formação do índice geral a adequação (IGA) Processo de certificação no

valor de 24% das recomendações absorvidas necessárias. (Vide Tabela 45)

Tabela 45 - Frequência relativa e total dos índices de adequação as normas orgânicas para os municípios e melhor desempenho dos índices – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios IA IB IC ID IE IF IG IH IGA***Tab. Do Norte (IAM*) 0,72 0,46 0,30 0,71 0,59 0,65 0,51 0,30 0,53Morada Nova (IAM*) 0,61 0,6 0,26 0,67 0,54 0,66 0,49 0,31 0,52Alto Santo (IAM*) 0,64 0,72 0,26 0,68 0,65 0,64 0,63 0,14 0,55Russas (IAM*) 0,67 0,58 0,16 0,81 0,75 0,69 0,79 0,17 0,58Lim. Do Norte (IAM*) 0,75 0,62 0,23 0,80 0,72 0,73 0,77 0,28 0,61Total (IAMG**) 0,68 0,60 0,24 0,73 0,65 0,67 0,64 0,24 0,56Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Onde:

IAM* Índice de adequação médio por município dos apicultores em relação á uma determinada adequação (n) sendo este o resultado do somatório dos Anj de uma adequação específica dividida pelo número de apicultores de cada município.

Page 111: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

111

IAMG** Índice de adequação médio geral dos apicultores em relação á uma determinada adequação (n) sendo este o resultado do somatório dos Anj de uma adequação específica dividida pelo número de apicultores total da amostra.

IGA*** Índice Geral de adequação do apicultor j, é calculado através da média aritmética simples dos Anj, englobando todas as adequações para cada município.

Logo através da Figura 33 podemos verificar o comportamento do índice Geral de

adequação orgânico referente ao conjunto de todas as adequações de forma padronizada:

Figura 33 - Frequência Total padronizada do índice geral de adequação as normas orgânicas – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

4%

56%

40%

Padrão A Padrão B Padrão C

Fonte: Dados da Pesquisa (2011).

Em 2011, os apicultores da amostra total referente ao conjunto das exigências para

uma produção orgânica, estão classificados em um padrão B, ou seja, a maior parte dos

apicultores utiliza entre 50% e 80% das técnicas necessárias para um modo de produção

orgânico. A Tabela 46 mostra a frequência relativa padronizada dos municípios do índice

geral de adequação as normas orgânicas.

Tabela 46 - Frequência relativa padronizada dos municípios do índice geral de adequação as normas orgânicas – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Padrão A Padrão B Padrão C TotalTabuleiro do Norte 10,34 % 31,03 % 58,62 % 100 %Morada Nova 0,00 % 58,33 % 41,67 % 100 %Alto Santo 0,00 % 69,57 % 30,43 % 100 %Russas 0,00 % 87,50 % 12,50 % 100 %Limoeiro do Norte 14,29 % 71,43 % 14,29 % 100 %Total 4,40 % 56,04 % 39,56 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 112: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

112

Observando o resultado na Tabela 46 do IGA, os municípios que se encontram no

padrão A, ou seja, cumprindo mais de 80% das exigências de um modo de produção orgânico,

apenas os municípios de Tabuleiro do Norte com 10,34% dos seus apicultores e Limoeiro do

Norte com 14,29% dos produtores.

Com a intenção de separar dois grupos de produtores, os considerados mais

adequados ao cultivo orgânico e dos menos adequados, para uma Análise fatorial e

Discriminante foi utilizado a Média Geral dos IGAs no valor de 56%. Indivíduos com IGA

maiores que o índice geral de adequação orgânico, ou seja, maiores que 0,56, foram

atribuídos o valor um, significando que esses apicultores mantêm um modo de produção

orgânico mais adequado às regras da Legislação e para valores menores que 0,56 foi

atribuídos o valor zero, identificando esses produtores como menos adequados a um modo

de produção orgânico segundo a legislação. Conforme a Figura 34;

Figura 34 - Grupos dos apicultores classificados em orgânicos e não orgânicos de acordo com o IGA – Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Cultivo não orgânico47%

Cultivo orgânico53%

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

De acordo com o índice geral de adequação, foi classificado como produtores

orgânicos 53% do total da amostra de produtores pesquisado, ou seja, o número de

apicultores com capacidade para um modo de produção orgânico é maior do que aqueles

que não estão preparados para essa forma de cultivo, 47% dos apicultores cumprem menos

de 56% das exigências necessárias para um modo de produção orgânico. A distribuição

desses apicultores entre os municípios pode ser vista, através da Tabela 47:

Page 113: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

113

Tabela 47 - Frequência relativa dos apicultores nos municípios classificados em orgânicos e não-orgânicos de acordo com o IGA - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Municípios Cultivo não orgânico Cultivo orgânico TotalTabuleiro do Norte 65,52 % 34,48 % 100 %Morada Nova 54,17 % 45,83 % 100 %Alto Santo 34,78 % 65,22 % 100 %Russas 25,00 % 75,00 % 100 %Limoeiro do Norte 14,29 % 85,71 % 100 %Total 47,25 % 52,75 % 100 %

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Conforme o resultado da Tabela 47, o município que apresenta a maior quantidade

de apicultores classificados como de cultivo orgânico é Limoeiro do Norte, com 85,71 %

do total dos apicultores pesquisados no município, isso pode ter como a causa principal o

fato desse município ser o maior exportador do produto no estado do Ceará, tendo que

cumprir normas rigorosas, principalmente sanitárias, estabelecido pelos países

importadores.

O município que contem o menor número de apicultores considerados de cultivo

orgânico é o município de Tabuleiro do Norte com 34,8% dos produtores, apesar disso esse

município como visto na Tabela 47, ele e Limoeiro do Norte, são os únicos que apresentam

apicultores no Padrão A, ou seja, cumprindo com mais de 80% dos requisitos necessários

para um cultivo orgânico, isso ocorre principalmente pelo trabalho que a associação de

apicultores ATAMEL vem desenvolvendo no município de Tabuleiro do Norte e em

Limoeiro pelo fato de ser o município que exporta o mel no estado do Ceará.

Para saber se existe a diferenciação do (IGA) para os municípios, para tal foi

realizado o teste de KrusKal Wallis, que se adéqua as condições da variável (IGA). (Vide

Tabela 48)

Tabela 48 - Teste estatístico de Kruskal Wallis para verificar a diferença do IGA para os municípios - Ceará, Baixo Jaguaribe/2011.

Índice Geral de adequação as normas orgânicas (IGA)Chi-Square 9,11df 4,00P- Valor 0,06Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Perante o p-valor apresentado no quadro acima (0,06) maior do que o nível de

significância escolhido de 5%, não pode ser rejeitado a hipótese nula de que os índices de

adequação as normas orgânicas (IGA) sejam diferentes para os municípios.

Page 114: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

114

4.4 Resultados da Análise fatorial

4.4.1 teste KMO e de Esfericidade de Bartlett.

O KMO para o conjunto das variáveis descritas acima foi no valor de 0,658,

indicando um grau de correlação considerado regular entre as variáveis. De acordo com a

Tabela 49.

Tabela 49 - Resultado do teste KMO e de esfericidade.Kayser-Meyer-Olkin (Medida de adequação da amostra)

0,658Bartlett’s (Teste de esfericidade) Aprox. Chi-Square 283,745

df 120Significância 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

No caso em estudo o teste de Kaiser, indicou que AF consegue descrever de forma

satisfatória as variações dos dados originais, o teste mostrou um alto poder de explicação

entre os fatores e as variáveis (0,658).

Em relação ao teste de Bartlett’s, a significância encontrada de (0,00), sendo menor

do que o nível de significância de (0,05) rejeita-se a hipótese nula, indicando que existe

correlação entre as variáveis, o que permite confirmar a possibilidade de adequação do

método de análise fatorial para o tratamento dos dados em estudo.

A Matriz de correlação, no apêndice B, Tabela 1, demonstrou um razoável índice de

correlação entre o conjunto das 16 variáveis escolhidas, diversos indicadores apresentam

índices de correlação acima de 0,40. A parte inferior da matriz de correlação apresenta a

tabela de significância da matriz de correlação, o ideal para uma boa Análise Fatorial é que

esses valores estejam próximos de zero, situação que se verifica na matriz de significância

do estudo.

4.4.2 Matriz anti-imagem

Segundo o critério de exclusão das variáveis, através da estatística MSA, as

variáveis excluídas da análise estão na tabela abaixo, com os respectivos valores de

correlação entre elas e o conjunto das demais variáveis; veja a Tabela 50.

Page 115: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

115

Tabela 50 - Resultado do teste KMO e de esfericidade.

Variáveis Excluídas do Modelo Valor da correlaçãoConservação das colmeias 0,436Origem das abelhas 0,413Alimentação das abelhas 0,436

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

O resultado da matriz anti-imagem pode ser vista no apêndice B - Tabela 2: Análise

Fatorial Matriz de Anti-imagem. Retiradas as três variáveis descritas acima, e realizado um

novo teste de KMO e Esfericidade de Bartlett’s chegou-se ao valor do KMO em (0,730), o

que amplia o poder de explicação da análise fatorial.

Tabela 51 - Resultado do Teste KMO e Esfericidade excluídas as variáveis com menores correlações.

Kayser-Meyer-Olkin (Medida de adequação da amostra) 0,730

Bartlett's (Teste de esfericidade) Aprox. Chi-Square 205,543

df 78Significância 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A nova matriz de correlações sem as três variáveis excluídas do modelo pode ser

vista no apêndice B, Tabela 3 – Análise Fatorial Matriz de Correlação, sem os índices:

Conservação das colmeias, origem das abelhas e alimentação das abelhas.

4.4.3 Extração dos fatores

Os resultados da comunalidade apontam que a maioria das variáveis existe um grau

de satisfação de relação entre uma variável e as demais acima de 50%, ou seja, alterações

no conjunto das variáveis provocam mudanças significativas nos resultados das variáveis,

de acordo com os resultados da Tabela 52.

Page 116: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

116

Tabela 52 - Valores das comunalidades extraídas a partir do método dos componentes principais.

Variáveis Inicial ComunalidadesAssociado 1 0,578Financiamento 1 0,561Anos de atividade 1 0,495Quantidade produzida 1 0,595Anos de estudo 1 0,517Renda Anual 1 0,579Orientação cultivo orgânico 1 0,426Conservação da propriedade 1 0,579Localização dos apiários 1 0,637Manejo sanitário 1 0,642Processamento do mel 1 0,411Processo de Ceriticação 1 0,695Hectares da propriedade 1 0,581

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.4.4 Escolha dos fatores comuns.

De acordo com a Tabela 53 de variância total, foram extraídos quatro fatores do

modelo de análise fatorial, apesar de existirem fatores com um grau razoável de relação

como mostrou a Tabela 5 de comunalidade, o modelo com quatro fatores extraídos

consegue explicar 56,11% da variância dos dados originais o que é considerado bom.

Tabela 53 - Variância total explicada pelo conjunto de variáveis escolhidas

Autovalores Iniciais Somas de extração de Cargas Somas de rotação de Cargas

Componentes Total

% variância

% cumulativa Total

% variância

% cumulativa Total

% variância

% cumulativa

1 3,208 24,677 24,677 3,208 24,677 24,677 2,343 18,022 18,0222 1,696 13,050 37,727 1,696 13,050 37,727 2,074 15,950 33,9733 1,311 10,086 47,813 1,311 10,086 47,813 1,547 11,903 45,8764 1,080 8,304 56,117 1,080 8,304 56,117 1,331 10,241 56,1175 0,933 7,179 63,296            6 0,854 6,571 69,867            7 0,804 6,185 76,052            8 0,631 4,854 80,906            9 0,595 4,576 85,481            10 0,545 4,189 89,670            11 0,502 3,861 93,531            12 0,463 3,558 97,090            

13 0,378 2,910 100,000            

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 117: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

117

4.4.5 Resultado da rotação dos fatores

A matriz gerada após o processo de rotação permitiu uma classificação mais precisa

dos indicadores em cada um dos fatores, de acordo com suas correlações. De acordo com as

transformações realizadas na matriz dos pesos fatoriais, a fim de se obter uma matriz de

correlação interpretável a matriz de rotação dos fatores obtida foi a seguinte:

Tabela 54 - Matriz de rotação dos fatores dos quatro fatores extraídos da análise fatorial.

Rotação dos fatoresComponentes

1 2 3 4Associado 0,693 -0,124 -0,227 0,174Financiamento 0,582 -0,092 -0,177 -0,426Anos de atividade 0,372 -0,164 -0,515 0,255Quantidade produzida 0,657 -0,135 0,371 -0,089Anos de escolaridade 0,472 -0,016 0,034 0,541Renda total 0,581 -0,457 -0,135 0,119Orient.cultivo orgânico 0,631 0,002 -0,073 -0,151Conservação da propriedade 0,191 0,646 -0,353 -0,035Localização dos apiários 0,356 0,652 -0,174 0,235Manejo sanitário 0,012 0,516 0,483 0,378Processamento do mel 0,553 0,25 0,195 -0,069Ceriticação 0,522 0,351 0,275 -0,473Hectares da propriedade 0,346 -0,353 0,547 0,19

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

4.4.6 Interpretação dos fatores

Na análise fatorial foram utilizadas as variáveis socioeconômicas, das características

da propriedade de produção e os índices relativos às normas orgânicas, com o intuito de

atribuir pesos a cada indicador, avaliar todos os indicadores de forma conjunta, encontrar

fatores, que através do estudo das correlações entre as variáveis identifica aquelas que

explicam grande parte da variação que ocorrem nas demais.

O método utilizado para a extração dos fatores foi à análise dos componentes

principais, pois a intenção foi identificar o número mínimo de variáveis que explique a

maior parcela de variância existente nas variáveis originais. A Análise Fatorial criou

agrupamentos de variáveis com base em sua estrutura de relacionamento. O número de

fatores foi escolhido pelo critério chamado de Kaiser (variância explicada no mínimo de

1,0), foi escolhido o método de rotação ortogonal- chamado de Varimax, pois a intenção

foi a de facilitar ao máximo o entendimento dos relacionamentos subjacentes entre as

diversas variáveis.

Page 118: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

118

Inicialmente foi utilizado um conjunto de 16 variáveis. As variáveis

socioeconômicas escolhidas foram, se o apicultor é associado, renda total recebida e anos

de estudo. A relativa às características da propriedade: hectares da propriedade,

financiamento e orientação de cultivo orgânico.

Em relação à atividade apícola, conservação da propriedade, Conservação das

colmeias, Origem das abelhas, Localização dos apiários, Alimentação das abelhas, Manejo

sanitário, Processamento do mel, Certificação, Quantidade produzida em 2011, Anos que

exerce a atividade apícola.

Outro teste realizado foi o teste de esfericidade de Bartlett's é baseado na

distribuição estatística de “chi quadradro” e testa a hipótese (nula H0) de que a matriz de

correlação é uma matriz identidade (cuja diagonal é 1,0 e todas as outras as outras iguais a

zero), isto é, que não há correlação entre as variáveis. No caso em questão, sig. 0,000 < 0,

001 rejeitou-se a hipótese nula, indicando que existe correlação entre as variáveis, o que

permitiu confirmar a possibilidade e adequação do método de análise fatorial para o

tratamento dos dados em estudo.

Para aumentar o poder de explicação dos fatores foi necessário retirar algumas

variáveis da análise, a escolha das variáveis que ficaram de fora da análise foi realizada

através da matriz de anti-imagem de acordo como foi explicado na metodologia. As

variáveis retiradas do modelo de análise fatorial foram conservação das colmeias, origem

das abelhas e alimentação das abelhas, pois não apresentaram boas correlações com as

demais variáveis.

Retiradas às três variáveis descritas acima, e feita uma nova análise chegou-se ao

valor do KMO em 0, 730, dessa maneira aumentando o poder de explicação da análise

fatorial. De acordo com a Tabela 53 de variância total, foram extraídos 4 fatores do

modelo de análise fatorial, o modelo através dos 4 fatores extraídos consegue explicar

56,11% da variância dos dados originais o que é considerado bom.

A matriz gerada após o processo de rotação permitiu uma classificação mais precisa

dos indicadores em cada um dos fatores, de acordo com suas correlações. Assim podemos

concluir que os quatro fatores incluem as seguintes variáveis:

O Fator 1 é composto por: o fato do apicultor ser Associado, receber financiamento,

Anos que explora a atividade, Quantidade produzida, Renda anual, Orientação de cultivo

orgânico, Processamento do mel e Certificação.

Page 119: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

119

O Fator 2 é composto por: conservação da propriedade, Localização dos apiários e

Manejo sanitário.

O Fator 3 é composto por: Hectares da propriedade.

O Fator 4 é composto por: Anos de estudo.

Depois de identificada a estrutura dos fatores, é necessária verificar a interpretação dos

componentes de cada fator. No modelo gerado neste trabalho foi possível classificar o

primeiro fator como sendo de “capitalização e desempenho”, o segundo fator pode ser

interpretado como “adequação da propriedade rural ao cultivo orgânico”, o terceiro como

“Tamanho da propriedade do apicultor” e o quarto chamado de “Capital humano”.

4.4.7 Consideração sobre os fatores

Fator 1: Capitalização e desempenho.

O fator 1 foi responsável por 24,67% da variação explicada, este fator mostra que

existe uma forte relação entre as variáveis que possibilitam uma capitalização maior dos

produtores como o fato de está associado, de receber financiamento e tempo de exploração

da atividade, com variáveis de desempenho como quantidade produzida, renda anual,

melhorias no processamento do mel e a possibilidade de Certificação do produto em

orgânico,como explicado nos resultados o processo de certificação é considerado custoso

para os produtores familiares.

Fator 2: Adequação da propriedade rural a atividade orgânica.

O fator 2 foi responsável por 13,05% da variância explicada. Esse fator é

representado pelos indicadores área de conservação na propriedade rural, que por sua vez

possibilita os produtores maiores chances de encontrar melhores áreas de Localização para

seus apiários e que por sua vez estimula as práticas de Manejo Sanitário.

Page 120: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

120

Fator 3: Tamanho da propriedade

O fator “tamanho da propriedade” é responsável por 10,8% da variância explicada.

Esse fator é representado pelo seguinte indicador. Os apicultores com propriedades com

maior número de hectares têm maiores chances de se adequarem a um modo de produção

orgânico, pois tem o controle de uma área maior tendo a possibilidade de ter um pasto

apícola maior, de manter distância de propriedades que utilizam agrotóxicos e a

possibilidade de escolha de melhores locais para manter o seu apiário, acesso a

financiamento e a possibilidade de adquirir maiores retornos econômicos.

Fator 4: Capital Humano

O fator 4 foi responsável por 8,30% da variância explicada. Segundo Matos (2003),

a educação formal é um fator favorável quanto à facilidade de aprendizagem dos

indivíduos e acaba contribuindo para o desenvolvimento da atividade apícola, pois

indivíduos com maior grau de instrução têm maior facilidade para absorver novas

tecnologias e melhores modos de produção como no caso o cultivo orgânico.

4.5 Análise discriminante

A Análise Discriminante teve como principal objetivo encontrar uma função

matemática para discriminar ou segregar elementos entre os grupos pré-estabelecidos, dos

produtores com as melhores adequações ao cultivo orgânico e do grupo com menores

adequações ao cultivo orgânico, assim identificou as principais características de cada

grupo. Nesta parte, verificou-se a relação entre o nível de adequação ás normas do cultivo

orgânico e às características socioeconômicas dos apicultores. A variável dependente do

modelo assumiu valor igual a um quando o índice de adequação orgânico do apicultor foi

maior do que o Índice Geral médio de adequação às normas orgânicas (0,56) e zero quando

ele foi menor.

A análise descritiva que apresentam as médias das variáveis de acordo com os

grupos está na Tabela 1, no Apêndice C. Podemos observar em uma análise prévia que não

existem diferenças grandes entre as médias das variáveis, e desvio padrão entre os dois

grupos. Em seguida são apresentados os resultados principais das estatísticas que validam o

uso do modelo de análise discriminante.

Page 121: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

121

4.5.1 Teste Box’s M

Neste caso, o teste não indica a violação da hipótese nula, portanto a premissa de

igualdade entre as matrizes de covariância é mantida, pois utilizando um nível de

significância de 5%, o resultado do teste é maior do que o nível de significância de (0,05).

De acordo com a Tabela 55.

Tabela 55 - Testes de hipótese nula de matrizes de covariância Box’M.

Box's M 7,765Approx. 2,524df1 3df2 3376649,929Sig. 0,056

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

4.5.2 Teste Lambda de Wilks

De acordo com os resultados da Tabela 56, os valores do teste de Lambda de Wilks

em geral estão próximos do valor um indicando a possibilidade de não existir uma

diferença significativa entre os dois grupos pesquisados, ou seja, diferença das variáveis

sócio-econômicas dos produtores orgânicos para os não orgânicos.

Tabela 56 - Valores do teste de Wilks’ Lambda.

VariáveisWilks'

LambdaF df1 df2 Sig.

Anos associados 0,994 0,516 1,000 88,000 0,474Hectares da propriedade 0,997 0,286 1,000 88,000 0,594Contratados 0,986 1,288 1,000 88,000 0,260Anos de atividade 0,985 1,340 1,000 88,000 0,250Quantidade Produzida 0,952 4,427 1,000 88,000 0,038Anos de escolaridade 0,909 8,813 1,000 88,000 0,004Idade 0,988 1,087 1,000 88,000 0,300Apic. Ativ. Principal 0,953 4,296 1,000 88,000 0,041Posse da terra 1,000 0,002 1,000 88,000 0,968Financiamento 0,964 3,252 1,000 88,000 0,075Trabalhadores Familiares 1,000 0,009 1,000 88,000 0,924Orient. Cultivo orgânico 0,962 3,450 1,000 88,000 0,067Abast. Água tratada 0,999 0,093 1,000 88,000 0,762Esgoto tratado 0,991 0,793 1,000 88,000 0,376

Fonte: Dados da Pesquisa (2011).

Page 122: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

122

No referido teste de Wiks’ Lambda se identificou as possíveis variáveis que irão

compor a função discriminante, as quais foram escolhidas considerando-se os níveis de

significância dentro do intervalo de confiança preestabelecido de 95%. São elas:

Quantidade produzida, anos de escolaridade e o fato da Apicultura ser atividade principal

do produtor rural.

4.5.3 Teste de Eigenvalue

No caso em estudo, percebe-se através da Tabela 57 que o eigenvalor está longe de

1, no caso em estudo (0,174) mostrando que o percentual de variância explicado em termo

de diferença entre os grupos é significante.

Tabela 57 - Resultado do Eingevalue e da variância explicada.

Funcão Eigenvalue % da variância % acumuladoCorrelação Canônica

1,000 0,174 100 100 0,385Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Analogamente aos conceitos estudados na Regressão Multipla, como existe a presença

apenas de dois grupo dos produtores orgânicos e não orgânicos, a coluna da correlação

canônica, na Tabela 57, passa a representar o coeficiente de determinação R², no caso em

questão o valor do R² é igual a 0,385.

4.5.4 Teste do Qui-quadrado

O teste qui-quadrado testou o poder de explicação da função discriminante, através da

hipótese nula de que as médias do grupo nesta função são idênticas. Pode-se verificar através

da Sig. da função (0,001), que a hipótese nula é rejeitada, ou seja, podendo-se concluir que a

funçao discriminante é altamente significativa confirmando a hipótese da função ser um

instrumento para separar as observações nos dois grupos escolhidos.

Tabela 58 - Resultado do teste Qui-quadrado.Teste da Funcão Wilks' Lambda Chi-square df Sig.

1,000 0,851 13,991 2,000 0,001Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 123: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

123

4.5.5 Função discriminante

Como foi abordado na metodologia, os valores do teste de Lambda Wilks estão

próximos de (1) o que indica baixa diferenças significativas entre os dois grupos

pesquisados. A análise identificou como possíveis variáveis discriminantes “anos de

estudo”, “quantidade produzida” e “fato da apicultura ser a principal atividade do

produtor”, pois os p-valores das variáveis indicam que as médias entre estas variáveis são

as mais distintas ao nível de significância de 5%.

Utilizou-se como método de escolha das variáveis o processo stepwise gerado pelo

programa SPSS, que utiliza como método de escolha das variáveis para formar a função

discriminante a combinação de variáveis que resultam em um menor valor da estatística

Wilks’ Lambda.

De acordo com a Tabela 59, as variáveis escolhidas foram “anos de estudo” e o fato

da “apicultura ser a principal atividade do produtor rural”, as quais foram selecionadas

considerando-se os níveis de significância que alcançaram dentro do intervalo de confiança

prestabelecido de (95%).

Tabela 59 - Variáveis incluídas na função discriminante, através da estatística Wilks’ Lambda.

Variáveis Wilks' Lambda Estatística F

Estatística df1 df2 df3 Estatística df1 df2 Sig.Anos de estudo 0,909 1,000 1,000 88,000 8,813 1,000 88,000 0,004

Apic.Ativ.Principal 0,851 2,000 1,000 88,000 7,589 2,000 87,000 0,001Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A Tabela 60 gerada pelo output do spss apresenta os coeficientes não padronizados da

função discriminante para cada variável escolhidas e para o intercepto da equação

discriminantes:

Tabela 60 - Coeficientes não padronizados da função discriminante

Função CoeficientesAnos de estudo 0,199Apic.Ativ.Principal 1,35Constante -1,56

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 124: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

124

Por meio da tabela acima, é possível escrever a função discriminante da seguinte

forma:

Z1=−1,560+0,199 Anos deestudo+1,350 Apic . Ativ . Principal (18)

A análise desses coeficientes sugere que os produtores apícolas que têm um maior

grau de educação formal e considera a atividade apícola como sua principal fonte de renda e

trabalho serão classificados no grupo dos produtores mais adequados ao modo de produção

orgânico. Os coeficientes padronizados das funções discriminante são obtidos pela

multiplicação dos coeficientes não padronizados pelas respectivas raízes das covariância para

cada variável. Como foi realizado, abaixo:

W 1=0,199.√18,561=0,857(19)

W 2=1,350.√0,239=0,659(20)

Esses coeficientes, que também são chamados de pesos discriminantes, são utilizados

para avaliar a importância relativa de cada variável explicativa para a função discriminante.

Como observado nas funções acima, o fato da apicultura ser a atividade principal do

produtore rural tem um peso discriminante menor do que anos de estudo.

A seguir na Tabela 61 é apresentada a matriz estrutural, essa tabela auxilia na

interpretação da contribuição que cada variável forneceu para a função discriminante, uma

vez que apresenta as correlações entre as variáveis explicativas e a função discriminante.

Tabela 61 - Variáveis discriminantes canônicas ordenadas por tamanho absoluto de correlação.

Variáveis CorrelaçõesAnos de Estudo* 0,758Apicultura Atividade Principal* 0,529Idade -0,299Anos de atividade 0,233Orientação cultivo orgânico 0,213Contratados 0,175Esgoto tratado 0,160Trabalhadores Familiares 0,155Financiamento 0,146Anos associados 0,140Quantidade produzida 0,134Abastecimento de água tratada 0,132Posse da terra -0,116Hectares da propriedade -0,038

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 125: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

125

As variáveis com asterisco são as mais relevantes para a determinação da função

discriminante, uma vez que oferecem maiores correlações com a função canônica. Assim, a

função discriminante tem maior correlação com as variáveis “anos de estudo” e o “fato da

apicultura ser a atividade principal do produtor rural”.

A partir dos coeficientes não padronizados das funções discriminantes, foi possível

definir a posição de cada um dos centroides dos grupos em um mapa territorial. Estas

coordenadas encontram-se a seguir, na Tabela 62.

Tabela 62 - Função dos grupos centroides.

IGABINARIO

Função

1Não orgânico -0,442Orgânico 0,386

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

O ponto de corte foi calculado a partir dos centroides e do tamanho dos grupos da

amostra de teste, ele servirá para a classificação dos casos pela função discriminante, de

acordo com os resultados abaixo:

Pontode corte=N2 C2+N1 C1

N1+N2

=48 (0,386 )+42(−0,442)

48+42=−0,0004 (21)

Assim, o caso em que o valor calculado pela função discriminante canônica for maior

que o ponto de corte (-0,0004), o apicultor será considerado do grupo de produtores adequado

ao modo de produção orgânico e se o valor for menor que (-0,0004) o produtor será

considerado no grupo dos produtores menos adequados ao modo de produção orgânica.

A partir da fixação do ponto de corte, o programa faz a validação da função em

relação aos casos da amostra tanto a de desenvolvimento como de teste. O resultado é

apresentado na Tabela 63.

Page 126: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

126

Tabela 63 - Previsão dos dados da amostra através da função canônica encontrada.

IGA BINÁRIO Previsão dos membros dos

Grupos TotalNão orgânico Orgânico

Originais Não orgânico 26 17 43Orgânico 13 35 48

% Não orgânico 60,47 39,53 100  Orgânico 27,08 72,92 100

Dados cruzadosNão orgânico 19 24 43Orgânico 13 35 48

% Não orgânico 44,19 55,81 100    Orgânico 27,08 72,92 100

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Onde:

a. 70,0% dos casos originais agrupados foram corretamente classificados.b. 59,3% das cruzadas validados casos agrupados corretamente classificados.

Ao analisar a Tabela 63, verifica-se que 70% dos casos da amostra de

desenvolvimento foram corretamente classificados, sendo que os casos do grupo de

classificação dos produtores orgânicos tiveram 100% de acerto.

Page 127: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

127

5 CONCLUSÕES

Neste capítulo da dissertação são apresentadas as principais conclusões, após a

análise dos resultados da pesquisa de acordo com os objetivos da pesquisa. Foram

entrevistados um total de 91 apicultores, nos municípios de Tabuleiro do Norte, Morada

Nova, Alto Santo, Russas e Limoeiro do Norte sendo esses os municípios com maiores

índices de produção de mel no estado do Ceará, localizados no Baixo Jaguaribe,

perfazendo um total de 33 localidades produtoras de mel visitadas.

Sobre as condições de produção os apicultores das regiões pesquisadas produzem

mel principalmente nos meses de Maio, Junho e Julho, no final do período chuvoso,

quando a mata nativa do sertão está florada devido às chuvas desse período. As retiradas de

mel ocorrem de 4 a 5 vezes em todo o período referido, em uma média de 15 em 15 dias. A

grande parte dos apicultores depende de outras atividades rurais, como a agricultura e a

pecuária, pois no período de seca a colheita do mel não é possível, o mel que é produzido

neste período é deixado de preferência para a sobrevivência dos enxames.

Como mostrou o resultado desta pesquisa, a produção de mel é condicionada

principalmente ao clima, se chover muito as abelhas não saem para colher o mel e a

floração é prejudicada ocorrendo o fenômeno chamado pelo os apicultores como “Lava

flor” em que as abelhas não encontram néctar e se chover pouco a floração não é suficiente

para garantir uma boa safra de mel. De acordo com os resultados da pesquisa, 47,25 % dos

apicultores consideraram como principal fator de dificuldade para a produção do mel o

clima.

Apesar de a atividade apícola ser considerada uma atividade de baixos custos de

produção, o investimento inicial na atividade é considerado elevado pelos produtores, para

se construir uma estrutura razoável de um apiário e com as mínimas garantias de qualidade

sanitária, muitos apicultores estimam que é necessário um capital em média de no mínimo

de R$ 15.000 para começar o negócio.

De acordo com os resultados desta pesquisa, o número de apicultores entrevistados

que recebeu algum tipo de financiamento é pequeno, no valor de 44% do total dos

entrevistados tiveram acesso a algum tipo de financiamento, o que pode está impedindo o

crescimento da atividade na região pesquisada.

Page 128: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

128

A maior parte dos apicultores não recebe um acompanhamento técnico e acabam

construindo instalações, principalmente as casas de mel, fora dos padrões de qualidade e

apresentando muitos problemas sanitários e estruturais o que acaba desfavorecendo o modo

de produção orgânico. Veja o quadro de Figuras 1, no apêndice D. Como mostram as

figuras, esta casa de mel visitada apresenta problemas estruturais como o banheiro

separado das instalações de beneficiamento, estrutura precária, a água utilizada nas

instalações de má qualidade, equipamentos inadequados e ferrugem. Em contraste com esta

situação foi visitada uma casa de mel que está buscando a certificação orgânica, e foi

projetada dentro dos critérios do Mapa e financiada pelo banco, veja o quadro de Figuras 2,

no apêndice D.

Neste exemplo, a casa de mel possui uma estrutura adequada, com estacionamento,

ar condicionado, área de isolamento, lava pés, áreas bem divididas, com depósito de

produtos de limpeza, depósito de tambores, banheiro, refeitório para os trabalhadores,

ambientes constantemente limpos e equipamentos de extração do mel todo em aço inox,

esta casa de mel está avaliada em R$ 150.000, 00, este tipo de estrutura é fato isolado na

produção de mel na região do Vale do Jaguaribe.

Apesar das abelhas africanizadas típicas da região semiárida do nordeste ser

considerada resistente a doenças em relação às outras raças, elas não estão livres de ataques

de insetos e animais. Entre esses ataques os principais relatados pelos apicultores na

pesquisa de campo foram às traças, as formigas, cobras, sapos e macacos, veja o quadro de

Figuras 3, no apêndice D.

De acordo com os resultados, 75% dos apicultores entrevistados não utilizam

nenhum tipo de defensivo químico para eliminar as pragas, sendo a preferência pela

vigilância constante e limpeza das colmeias como método de evitar ataques e o uso de

armadilhas para controlar insetos como as formigas e realizar uma boa amarração das

colmeias para evitar ataques de animais maiores, esses tipos de tratamentos acabam

contribuindo para a forma de cultivo orgânico.

Outra dica importante deixada pelos produtores, para evitar ataques é necessário ter

uma cera de boa qualidade, pois dificulta a ação dos predadores e diminui o risco de perda

de enxames, também essa cera de boa qualidade contribui para melhorar a qualidade do

produto mel. Os produtores afirmaram que o ideal é realizar a troca da cera de dois em dois

anos. O que se constatou é que muitos produtores trabalham com a cera de má qualidade.

Page 129: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

129

Sobre o associativismo dos apicultores foi constatado que a forma mais importante

de cooperativismo são as associações de mel. Estas existem para serem divididos entre os

produtores os custos com as unidades de extração de mel (Casa do mel), principalmente

para a construção, compra de equipamentos, divisão de energia, formação de grupos de

trabalho na hora de colher o mel e a troca de experiência entre os apicultores.

De acordo com os dados da pesquisa, 57% dos produtores fazem parte de

associações, um número ainda considerado baixo. Apesar desses apicultores de estarem

associados notou-se a preferência da venda do mel de forma individualizada, pois afirmam

que quando vendem o mel pelas associações acabam pagando varias taxas o que acaba

diminuindo os lucros, por exemplo, taxa de transporte, taxa para manter a associação e da

venda do produto, reclamam da demora dos pagamentos pela associação e a

impossibilidade de negociar melhores preços quando vendem conjuntamente o mel.

Os apicultores mostraram também ter a preferência da venda do mel aos

atravessadores, 59,34% do total dos pesquisados afirmam que o seu principal comprador é

o atravessador. Perguntados sobre as vantagens, eles apontam que o atravessador não faz

exigências nem da qualidade do mel e nem de medidas sanitárias para processar o mel, o

que também acaba prejudicando a adequação ao modo de produção orgânica. As vantagens

de transação com os atravessadores segundo os apicultores é que eles pagam mais rápido,

de preferência na hora da venda do produto e muitas vezes se responsabilizam pelo

transporte do mel.

Além disso, muitos apicultores relatam que o atravessador acaba ajudando quando o

apicultor precisa de um dinheiro adiantado, eles também disponibilizam trabalhadores se

necessário e equipamentos, dessa forma o atravessador acaba garantindo a venda do mel

exclusiva para si de muitos apicultores.

Sobre as empresas beneficiadoras de mel elas compram a maior parte do seu mel

dos próprios atravessadores, dos produtores entrevistados elas adquirem mel de apenas

18% dos produtores, estes produtores dos quais as empresas adquirem o mel verificou-se

que eles têm melhores instalações e produzem maiores quantidades. Perguntados sobre o

posicionamento das empresas, os apicultores acreditam que esta pratica ocorre

principalmente pela facilidade que as empresas encontram de comercializar com os

atravessadores e uma redução de custos para empresas, uma vez que elas não precisam está

negociando de forma individual com os apicultores o que acabaria aumentando os seus

custos.

Page 130: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

130

Em visita a uma empresa de beneficiamento foi verificado que o mel é classificado

em quatro categorias: convencional, o orgânico, cores mais claras e o mel escuro. A forma

de diferenciar o mel orgânico do mel convencional é feito preferencialmente através de

testes químicos.

Sobre a descrição das condições sociais desses produtores apícolas a pesquisa

constatou que a maioria dos apicultores tem um baixo nível de escolaridade, perfazendo um

total de 67,03% dos produtores entrevistados entre alfabetizados e sem nenhum grau de

instrução, verifica-se que esses apicultores têm grandes dificuldades de fazer registros,

qualquer tipo de avaliação de suas produções e de assimilar mudanças importantes para

melhorias da atividade apícola.

Sobre o abastecimento de água, 61,54% dos produtores tem como principal fonte de

água a encanada da rede pública através das adutoras, no entanto reclamam da precariedade

dessa água para o consumo humano. Notou-se também que 21,98% dos produtores tem

acesso somente a sistemas mais precários de abastecimento entre eles chafariz comunitário,

açude, barragem, cacimba, rio e caminhão pipa. Os destinos dos esgotos dessas

propriedades rurais são de preferência fossa revestida de alvenaria, 86,81% dos produtores

utilizam esse sistema e para os resíduos sólidos utilizam a queima do material o que é

prejudicial ao meio ambiente.

Sobre os rendimentos dos apicultores entrevistados, eles conseguem uma média de

renda nos períodos mais secos do ano um valor médio de R$ 688,64 e nos períodos mais

férteis do ano uma média de 1.729,29 um aumento de renda em torno de 151,12%, este

acréscimo eles atribuem principalmente a atividade apícola. No entanto, apesar dessa

média parecer ser boa essa distribuição não é uniforme, 50% dos apicultores conseguem

aumentar sua renda em apenas 60%.

Sobre o nível de inserção dos produtores no modo de produção orgânica, foram

criados os índices para verificar como está sendo atendidas as normas do modo de

produção orgânico estabelecida pelo Ministério, dos oito índices gerados sobre as normas

exigidas pelo ministério, apenas um apresentou melhores resultados foi o índice

Localização dos apiários, na escala de 0 a 1 esse índice apresentou o valor de 0,73.

Page 131: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

131

Os apicultores cumprem com mais de 70% das exigências necessárias para se

manter um local ideal dos apiários com fácil monitoração, área de mata nativa e distante

ideal de áreas de contaminação, no caso as condições naturais do ambiente contribuem para

o nível elevado deste índice..

De acordo com a pesquisa os índices que apresentaram menores valores foi Origem

das abelhas e Processo de certificação, ambas com valor de 0,24, ou seja, os produtores

cumprem menos de 30% dos requisitos necessárias para se ter processos ideais de origem

das abelhas e de certificação do produto. Sobre a origem das abelhas acredita-se que o

índice apresentou um valor baixo principalmente pelo fato da principal forma de se adquirir

enxames na região é através da captura e sobre os baixos níveis de certificação orgânica, os

produtores acreditam que apesar de receberem um preço maior pelo produto orgânico

consideram o nível de burocracia elevado, gastos para a certificação altos, principalmente

pelo fato das certificadoras serem privadas, sendo algo ainda fora do alcance dos

produtores familiares.

No conjunto dos índices, obteve-se uma média de adequação as normas orgânicas

IGMA9, na escala de 0 a 1, o valor de 0,56, ou seja, no conjunto dos índices os apicultores

cumprem uma média de 56% de todas as exigências necessárias para um cultivo apícola

orgânico.

Os apicultores também foram classificados de forma padronizada, o padrão A,

representa os produtores que utilizam mais de 80% das normas orgânicas estabelecida pelo

ministério, representando apenas 4% do total da amostra, sendo destaque do padrão A,

apicultores do município de Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte.

O padrão B que representa os apicultores que cumprem entre 80% e 50% das

normas, foi o mais representativo com 56% dos produtores apícolas sendo classificados

neste padrão, com destaque nesta categoria para o município de Russas e no padrão C é

formado pelos apicultores que cumprem com menos de 50% das normas estabelecidas

sendo classificado nesta categoria 40% dos produtores entrevistados, tendo o maior número

de apicultores nesta situação o município de Tabuleiro do Norte.

Sobre a superioridade do município Limoeiro do Norte, em relação ao melhor

desempenho no conjunto dos índices, ocorreu principalmente pelo fato de grande parte dos

9 Índice Geral Médio de Adequação em relação ao conjunto das adequações (n) sendo este o resultado do somatório dos oito índices dividido pelo número de apicultores total da amostra.

Page 132: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

132

apicultores desse município ter recebido apoio em treinamento, destaca-se aqui o trabalho

do Dr. Odério, grande número de projetos apícolas financiado pelo BNB e ser o único a

exportador direto do produto mel, através da beneficiadora Altamira, na região do Vale do

Jaguaribe. Nesta situação, os apicultores desse município têm melhor estímulo tanto

estrutural, de conhecimento de medidas sanitárias e do cultivo orgânico. Veja a Tabela 1,

no Anexo A sobre as exportações de mel na pauta de exportação do município, o mel é o

segundo produto mais importante na pauta de exportação de Limoeiro do Norte.

Para verificar como as variáveis socioeconômicas estão relacionadas com as

adequações do modo de produção orgânica foi realizado uma análise fatorial. De acordo

com os níveis das correlações das variáveis socioeconômicas com os índices da apicultura

orgânica foram encontrados quatro fatores na análise fatorial o primeiro chamado de

“capitalização e desempenho”, o segundo fator “adequação da propriedade rural ao cultivo

orgânico”, o terceiro como “Tamanho da propriedade do apicultor” e o quarto de “Capital

humano”.

Para analisar como as características socioeconômicas dos apicultores influenciam

na inserção na produção orgânica foi realizada uma análise discriminante. Os resultados da

análise discriminante apontam que as variáveis “anos de estudo do apicultor” e o “fato da

apicultura ser a atividade principal do produtor” contribuem significativamente para que o

produtor apícola seja incluído no grupo dos produtores mais adequados ao modo de

produção orgânica.

Analizando os coeficientes da equação estimada, pode-se verificar que a variável

“anos de estudo” contribui para que o produtor apícola tenha maiores possibilidades de ser

incluídos no grupo dos produtores orgânicos, ou seja, um ano de estudo aumenta as chances

de inclusão do apicultor, através do peso discriminante em 0,857, no grupo dos produtores

orgânicos. Observando a variável dummy, “Apic. Ativ. Principal” indica que se o produtor

estiver a atividade apícola como sua principal fonte de renda e trabalho as possibilidades do

apicultor obter reações favoráveis a apicultura orgânica aumentam em 0,659.

Percebe-se que a variável que mais contribui para o indivíduo ser classificado como

produtor orgânico é os anos de estudo do produtor, e em um segundo momento o fato da

apicultura ser a sua principal fonte de trabalho e renda.

Verificou-se que a partir do momento que atividade apícola se torna atividade

principal para um produtor rural, ele passa a desistir principalmente da atividade pecuária,

Page 133: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

133

pois prefere preservar o pasto nativo para manter a floração nativa para as abelhas e passam a

tomar maiores cuidados com o plantio principalmente em relação ao uso de agrotóxicos.

Perguntados sobre a importância da produção orgânica para os apicultores eles

afirmam que é de extrema importância, pois parte do que é produzido serve para o

consumo próprio, portanto alimentos orgânicos são mais saudáveis para a nossa família e

alimentos com selo de certificação orgânico tem maior valor de mercado.

Portanto, esperam melhorias desse tipo de prática e maior apoio por parte dos

órgãos públicos, acreditam que a consciência do produtor está mudando em relação à

produção orgânica, mas afirmam que este tipo de produção é uma questão que necessita

ainda de muito tempo para acontecer de forma concreta no meio rural cearense.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 134: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

134

ARAÚJO, C. A.; PORTO, F.A.C. Diagnóstico regional em apicultura. Fortaleza: Ematerce, Fev. 2011, 26 p.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Lei n° 10.831, de 29 de Dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.prefiraorganicos.com.br/agrorganica/legislacaonacional.aspx> Acesso em: 12 jun. 2011.

BRASIL. MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Instrução Normativa n° 19. Disponível em: <http://www.prefiraorganicos.com.br/agrorganica/legislacaonacional.aspx> Acesso em: 13 jun. 2011.

BRASIL.MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Instrução Normativa n° 50. Disponível em: <http://www.prefiraorganicos.com.br/agrorganica/legislacaonacional.aspx> Acesso em: 15 jun. 2011.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa N° 64, de 18 de Dezembro de 2008. Disponível em: <http://www.prefiraorganicos.com.br/agrorganica/legislacaonacional.aspx> Acesso em: 8 junho 2011.

BRASIL.MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Sistema Aliceweb/Balança Comercial. Disponível em:< www.mdic.gov.br>. Acesso em: 1 jun. 2011.

BRASIL.SEBRAE. Portal de Notícias: Informações de Mercado sobre Mel e Derivados da Colméia. Série Mercado, Fev. 2006. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Brasília. Disponível em: <www.portal.sebrae.com.br>. Acesso em 23 Abr. 2011.

BRASIL.SEBRAE-PA, Cadeia produtiva apícola paranaense: dinâmica competitividade e oportunidades de investimento. Curitiba, Instituto ETHOS, Agosto de 2004.

BRITO, M. A. Qualidade de vida e satisfação dos associados à Cooperativa Agroindustrial de Brejo Santo LTDA- COOPABS, no Estado do Ceará. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2002.

CEARÁ. ADECE, Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará. Apicultura e Meliponicultura do Ceará. Fortaleza, Governo do Estado do Ceará, 2010.

CRESPAM, C.C.; SCHERER, F. L. Nem tudo são flores na produção e exportação de mel: barreiras técnicas em foco. Rio Grande do Sul, 19 mai 2009. Disponível em: <http://www.ifbae.com.br/congresso5/pdf/B0063.pdf >. Acesso em: 10 jan 2012.

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo, 1987.

CONWAY, G. R. The properties of agroecosystems: In:______. Agricultural Systems. v. 24. ed. Elservier, 1987. p. 97-117.

Page 135: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

135

FÁVERO, L.P.; BELFIORE, P.; SILVA, F.L.; CHAN, B.L. Análise de dados: Modelagem multiviariada para para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 646 p., 2009.

HOFFMANN, R. Estatística para economistas. 3.ed. São Paulo, Pioneira, 1998.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal. Disponível em:< www.ibge.gov.br>. Acesso em: 23 abr. 2011.

RANGEL, R. Inovação em pauta: A volta por cima. Mel brasileiro conquista o mercado externo. v. 10, p. 57-61, Nov./Dez. e Jan de 2010.

IPECE, Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal. Disponível em: < www.ipece.ce.gov.br >. Acesso em: 9 jun. de 2011.

IPECE, Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Ceará em Mapas. Disponível em: < www.ipece.ce.gov.br >. Acesso em: 1 jun. de 2011.

LAKATOS, M. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo, 1991.

LIMA, A.O.N, Os desafios da exportação do mel cearense. Fortaleza, out. 2011. Entrevista concedida a Adson Bezerra Secundino, em pesquisa de campo.

OLIVEIRA, A.F.S. et al. A sustentabilidade da agricultura orgânica familiar dos produtores associados à APOI (Associação dos Produtores orgânicos da IBIAPABA-CE). In: XLVI CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 2008, Acre. Disponível em: <http://ageconsearch.umn.edu/handle/109802>. Acesso em: 14 jan de 2012.

LINS, D.N. Microeconomia e sustentabilidade. São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.slideshare.net/daianelins/microeconomia-e-sustentabilidade> . Acesso em: 12 jan de 2012.

MATOS, V. D. Apicultura no Estado do Ceará – competitividade, nível tecnológico e seus fatores condicionantes, produção e exportação de mel natural. 2005. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2005.

MAYORGA, R.D. Análise hierárquica dos níveis de qualidade de vida dos municípios do semi-árido cearense com maiores evidências de degradação ambiental. In: BARRADAS, M. N. Desenvolvimento sustentável: em busca da operacionalização. Fortaleza: Programa Editorial da Casa José de Alencar, 1999,p.109-140.

MOROCO, J. Análise estatística, com utilização do SPSS. Lisboa: Silabo, 2003. 300 p.

MIRANDA, E. A. de A. Inovações tecnológicas na aviticultura do sub-médio São Francisco. 2001. 191f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

Page 136: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

136

SANTOS NETO, A.; TIMBÓ, E. C. Estudo sobre o mercado potencial para mel orgânico nas Regiões Sul e Sudeste e no Distrito Federal, Fortaleza, Multi Expressão Consultoria, 2009.

NOGUEIRA, T. N. Desempenho das associações Apicultoras Beneficiadas pelo programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar. 2009.70 p. Monografia (Graduação em Economia) – Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009.

PANITCHPAKDI, S. Agricultura orgânica para produzir mais e melhor. Disponível em: <http://www.portalagricultura.com.br/Paginas/Artigos/visDetalhes.aspx?ch_top=115>.Acesso em: 11 jun. 2011.

PIRES, I. J. B. A pesquisa sob o enfoque da estatística. Fortaleza: BNB, 2006.166p.

REIS, V.D.A. Mel orgânico: oportunidades e desafios para a apicultura no Pantanal Mato Grosso. dez 2003. Disponível em: <http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/DOC59.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2012.

REZENDE, R. Mel brasileiro alcança preço recorde e tem saldo positivo na exportação, Fev. 2011, Disponível em: <http://agropecuariadepequenoporte.wordpress.com> Acesso em: 11 jul. 2011.

SANTOS, V.; CANDELORO, R. J. Trabalhos acadêmicos: uma orientação para a Pesquisa e Normas Técnicas, 1 ed, Porto Alegre, AGE, 2006.

SILVA, E. N. A apicultura no Estado do Ceará: Análise da Produção e Comercialização Apícola dos Municípios de Tabuleiro do Norte e Limoeiro do Norte. 2011. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) – Centro de Ciências Agrária, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.

Page 137: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

137

APÊNDICES

Page 138: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

138

APÊNDICE A - FORMULÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASDEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA

Coordenadores da Pesquisa: Prof. Ruben Dario Mayorga e Adson B. Secundino

Variáveis socioeconômicas

A. IDENTIFICAÇÃO DO APICULTOR/PRODUTOR1. Nome do entrevistado _________________________________2. Data da entrevista:____/____/____3. Município_______________km_________Ramal___________ Vilarejo______________

B. CONDIÇÕES SOCIAIS DO APICULTOR

4. Idade:____________anos.

5. Estado Civil do apicultor?_________________________

6. Grau de Instrução do apicultor?_____________________

7. Condição da residência: ( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Outro tipo.

8. Onde o apicultor mora? ( ) Sede do município ( ) Povoado ( ) Outro especificar _________________

9. No domicílio em que reside o apicultor qual o sistema de abastecimento de água?

1. Água encanada da rede pública ( )2. Cisterna na casa ( )3. Chafariz comunitário ( )4. Açude, barragem, cacimba, rio, barreira ( )5. Caminhão Pipa ( )

10. Destinos dos esgotos do domicílio em que mora?

1. Rede coletora de esgoto ( )2. Fossa revestida de alvenaria ( )3. Fossa rudimentar ( )4. Outra forma ( )

Page 139: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

139

11. Renda Familiar Mensal (média) do apicultor?_______________________

11.1. Qual a contribuição da atividade apícola na renda familiar?_________________________

12. É beneficiário de algum programa social do governo federal ou estadual? ( ) SIM ( ) NÃO12.1. Qual o programa?_______________________12.2. Quanto recebe?_________________________

13. Quem administra a atividade produtiva? 1. Produtor ( ) 2. Administrador Contratado ( )

14. O apicultor é associado a alguma cooperativa ou associação? ( ) SIM ( ) NÃO14.1. Qual (is) _____________________________________________14.2 Quantos anos?_________________________________________

15. Condição de posse da unidade produtiva onde o apicultor cultiva o mel?( ) Proprietário ( ) Parceiro ( ) Outra.( ) Arrendatário ( ) Meeiro

16.1 Quantos hectares a propriedade possui?_______________________

16.2 Quantas pessoas trabalham em sua propriedade?___________________ 16.3 Quantas pessoas estão envolvidas diretamente com a apicultura?_____

17. O apicultor recebeu algum treinamento para produzir o mel? ( ) SIM ( ) NÃO17.1. Qual Instituição cedeu o curso?_______________________

18. Quais são as principais atividades produtivas que o apicultor explora? Preencher da mais importante para a menos importante.1.__________________________________2.__________________________________3.__________________________________

19. Como o apicultor financia as suas três principais atividades produtivas?

20. Em relação à atividade apícola?

20.1. Há quantos anos explora a atividade?____________

20.2 Sua produção anual em média?__________________

20.3. Número atual de colméias?_____________________

20.4 O apicultor cultiva mel diferenciado em convencional e orgânico? ( ) SIM ( ) NÃO.

1. Orgânico ( )

2. Convencional ( )

Page 140: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

140

20.5. Quais são os três principais compradores?

____________________________

____________________________

____________________________

20.6. Qual o preço que se consegue pelo mel orgânico o kg na região?_______________

20.7. Florada predominante?________________________

B. INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO DA PRODUÇÂO ORGÂNICA.

21.O apicultor se considera um produtor orgânico de mel? ( ) SIM ou ( ) NÃO

22. Têm acesso a algum material didático que explique o que seja a produção orgânica? ( ) SIM ( ) NÃO. Se sim através de que material?

1. Revista ( ) 3. Técnico agrícola ( ) 5. Legislação do MAPA ( )2. Internet ( ) 4. Televisão ( ) 6. Informações de Técnicos ( )

21.Qual o principal fator que dificulta a produção do mel orgânico?

1. ( ) Os custos são elevados 3. ( ) Pouco conhecimento da atividade.

2. ( ) Dificuldades Técnicas 4. ( ) Dificuldade de venda do produto.

22. Qual o principal fator que dificulta a comercialização do mel orgânico?

1. ( ) O comprador não oferece um preço melhor.

2. ( ) Comprovar a qualidade do mel.

C. CONDIÇÕES ORGÂNICAS QUE O APICULTOR ATENDA NA LEGISLAÇÃO NORMATIVA Nº 64 DA ATIVIDADE APÍCOLA ORGÂNICA.

1. Sobre o grau de conservação das unidades produtivas.

X1- O apicultor entrevistado mantém uma área de conservação da mata nativa em sua propriedade? 1. Mantém ( ) 0. Não mantém ( )

X2- A produção do apicultor está longe de áreas urbanas, estradas, depósitos de lixo e plantações que contenham agrotóxico no raio de 5 km?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X3- Sobre a cultura paralela cultivada junto à produção de como é manejada essa produção?1. Não Utiliza defensivos ( ) 0.Utiliza defensivos ( )

X 4-. O apicultor (utiliza ou compra) cera de terceiros, ou utiliza cera das próprias colméias do

Page 141: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

141

apicultor?1. Utiliza das próprias colméias ( ) 0. Utiliza cera de outros sistemas ( )

X5 – Qual a fonte de água que as abelhas utilizam para beber, da propriedade e dos reservatórios? É tratada para que não ocorra o risco de contaminação do produto mel e nem das abelhas?1.Tratada ( ) 0. Não é tratada ( )

X6– O apicultor utiliza uma unidade de extração de mel para extrair o seu mel das melgueiras?1. ( ) SIM 0.NÃO ( ) ( ) Realiza a separação de todos os produtos sobre as condições de produção orgânica e não orgânica.( ) Utiliza equipamentos próprios para a produção orgânica.

X7– O Apicultor compra enxames para a produção de mel?0.SIM ( ) 1. NÃO ( )

X 8 – O Apicultor captura enxames?por período de conversão de 120 dias?1. SIM ( ) 2. NÃO ( )X 8.1- Os enxames passam por período de conversão de 120 dias?1. ( ) SIM 0. ( ) NÃO, Quantos dias?_______

X 9 - Os enxames passam por uma verificação para constatar a ausência de doenças periódicamente?1. SIM ( ) 0. NÃO ( ), Quantos dias?_______

X10- O produtor faz a verificação de doenças dos enxames capturados?1. SIM ( ) 0. NÃO ( ), Quantos dias?_______

X11 – Adquire mais de 10% de enxames convencionais e através de captura?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )( ) Compra ( ) Captura ( ) Divisão de enxames

2. Da localização dos Apiários.

X12 – Os apiários orgânicos estão instalados em unidades de produção orgânica como em áreas nativas e áreas de reflorestamento? 1.SIM ( ) 0. NÃO ( )

X13- Os apicultores realizam o registro dos locais de instalação dos apiários?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X14– Os apiários estão instalados em locais onde os operadores possam monitorar todas as atividades que possam afetar as colméias, e faz revisão com freqüência?1. SIM ( ) 0. NÃO ( ), Qual a frequência?________

3.Alimentação fornecida às abelhas consideradas orgânicas.

X15– Existe disponibilidade de água de boa qualidade nas proximidades do apiário?1. SIM ( ) 0. NÃO ( ), Qual é a fonte?_________

Page 142: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

142

X16 – Ao término de cada produção é deixado mel suficiente para a sobrevivência dos enxames até o início de uma nova estação de produção?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )( ) Melgueira( ) Na caixa ninho

X17 – Faz alimentação artificial das abelhas? (mel, açucares e plantas produzidas organicamente)?0. SIM ( ) 1. NÃO ( )Quais alimentos?______________,_________________,_______________

X18 - Registra o tipo de alimentação artificial, a quantidade, as datas, e as colméias alimentadas?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

4.Manejo sanitário ideal para a produção orgânica.

X19– Quais doenças, insetos e pragas são constatadas com freqüência nas colméias que atacam as abelhas e os favos?___________________,____________________,___________________

1. Faz limpeza e mudança dos locais das colméias ( )0. Substâncias químicas. ( ) Que tipo?________________________________

X20 - O apicultor registra o tipo de tratamento, período, substância e as colméias tratadas?1. Realiza os registros ( ) 0. Nenhum registro ( )

X21- Realiza o registro de todo o tratamento em livro específico contendo a data de aplicação, período do tratamento, identificação da colméia e produto utilizado.1. Realiza os registros ( ) 0. Nenhum registro ( ) X22 – Faz a verificação antes da colheita de mel de favos que contenham ovos ou larvas e não colhe mel nessa situação?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X23 - Realiza a substituição de abelha rainha?0. SIM ( ) 1. NÃO ( )

X24– Faz a divisão de colméias e deixa ela produzir a própria abelha rainha?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X25 – O apicultor usa compostos químicos na hora da extração do mel, usa material tóxico na produção das caixas e material de revestimento e na produção de fumaça utiliza materiais tóxicos? 0. SIM ( ) 1. NÃO ( )Para fazer fumaça utiliza qual substância?_________________________

5. Condições ideais de trabalho, produto, armazenagem e transporte do mel orgânico.

X26 – O mel não deve ser misturado a produtos não orgânicos, devem ser protegidos do calor, da umidade e embalagem adequada na casa de mel ou na extração em casa?

Page 143: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

143

1. Toma os devidos cuidados ( ) 0. Não toma os devidos cuidados ( )

X27 – O transporte está regularizado pelo Ministério da agricultura e pecuária?

0. Não protege as melgueiras ( )1. Protege as melgueiras com lona ( )

X28 – As embalagens de mel contêm as especificações corretas e visíveis do mel do apicultor?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X29 – A casa de extração segue parâmetros sanitários, tais como ambientes separados como banheiro, unidade de recepção das melgueiras, ambiente de manipulação do mel, princípios de higiene como toca, luvas e botas e os equipamentos de aço Inox?1.SIM ( ) 0. NÃO ( )Caso seja não, qual é o problema?( ) Problemas de estrutura( ) Falta de higiene do local( ) Equipamentos inadequados

X30 – O acesso dos trabalhadores aos serviços básicos banheiros, pias e produtos de limpeza, ambiente de trabalho com segurança, uso de indumentária para colher o mel, botas, luvas ordem e limpeza do local de trabalho são mantidos?1.SIM ( ) 0. NÃO ( )Caso seja não, qual é o problema?( ) Os trabalhadores não tem princípios de higiene.( ) Não usam indumentárias.( ) Limpeza do local de trabalho.( ) Não usam botas, luvas e toca. X31- Os trabalhadores receberam capacitação para trabalhar com a produção de mel? 1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

6. Compromisso dos produtores e dos orgãos fiscalizadores.

X32 - O apicultor é cadastrado pelo MAPA como produtor orgânico, caso realize a venda direta do mel?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )

X33- Se caso o produtor tiver seu produto certificado, a instituição certificadora é credenciada ao MAPA?1. SIM ( ) 0. NÃO ( )Qual é a certificadora?__________________________

X34 – As ações de inspeção e fiscalização ocorrem em caráter permanente?1.SIM ( ) 0. NÃO ( )Caso a resposta seja Sim, com que frequência?______________

Page 144: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

145

Apêndice B: Tabela 1 - Matriz de Correlação Análise Fatorial

Matriz de correlação a

1,000 ,364 ,247 ,300 ,355 ,442 ,352 ,083 -,051 -,093 ,248 -,079 -,080 ,188 ,220 ,178

,364 1,000 ,143 ,317 ,157 ,254 ,383 ,043 -,018 ,153 ,098 -,033 -,122 ,203 ,275 ,031

,247 ,143 1,000 ,139 ,100 ,282 ,237 ,095 ,053 ,001 ,104 ,172 -,113 ,143 -,053 ,027

,300 ,317 ,139 1,000 ,172 ,363 ,280 ,001 ,159 ,123 ,137 -,071 ,044 ,307 ,337 ,412

,355 ,157 ,100 ,172 1,000 ,252 ,205 ,002 ,109 -,021 ,159 ,006 ,097 ,239 ,087 ,122

,442 ,254 ,282 ,363 ,252 1,000 ,231 -,021 ,224 -,058 -,053 -,047 -,187 ,200 ,104 ,235

,352 ,383 ,237 ,280 ,205 ,231 1,000 ,059 ,021 ,002 ,170 -,032 ,007 ,269 ,285 ,153

,083 ,043 ,095 ,001 ,002 -,021 ,059 1,000 ,081 ,221 ,417 ,322 ,077 ,116 ,219 -,148

-,051 -,018 ,053 ,159 ,109 ,224 ,021 ,081 1,000 -,061 -,024 ,082 -,042 ,453 ,205 -,096

-,093 ,153 ,001 ,123 -,021 -,058 ,002 ,221 -,061 1,000 ,122 -,026 ,225 ,128 ,106 ,034

,248 ,098 ,104 ,137 ,159 -,053 ,170 ,417 -,024 ,122 1,000 ,145 ,207 ,193 ,197 -,040

-,079 -,033 ,172 -,071 ,006 -,047 -,032 ,322 ,082 -,026 ,145 1,000 ,075 ,296 ,068 -,208

-,080 -,122 -,113 ,044 ,097 -,187 ,007 ,077 -,042 ,225 ,207 ,075 1,000 ,134 ,100 ,032

,188 ,203 ,143 ,307 ,239 ,200 ,269 ,116 ,453 ,128 ,193 ,296 ,134 1,000 ,381 ,078

,220 ,275 -,053 ,337 ,087 ,104 ,285 ,219 ,205 ,106 ,197 ,068 ,100 ,381 1,000 ,097

,178 ,031 ,027 ,412 ,122 ,235 ,153 -,148 -,096 ,034 -,040 -,208 ,032 ,078 ,097 1,000

,000 ,009 ,002 ,000 ,000 ,000 ,217 ,317 ,190 ,009 ,229 ,225 ,037 ,018 ,046

,000 ,088 ,001 ,068 ,008 ,000 ,344 ,432 ,074 ,177 ,378 ,124 ,027 ,004 ,386

,009 ,088 ,095 ,173 ,003 ,012 ,185 ,308 ,496 ,162 ,052 ,143 ,088 ,309 ,398

,002 ,001 ,095 ,051 ,000 ,004 ,497 ,066 ,123 ,097 ,251 ,338 ,002 ,001 ,000

,000 ,068 ,173 ,051 ,008 ,026 ,492 ,152 ,420 ,067 ,478 ,180 ,011 ,206 ,125

,000 ,008 ,003 ,000 ,008 ,014 ,423 ,017 ,292 ,309 ,329 ,038 ,029 ,164 ,012

,000 ,000 ,012 ,004 ,026 ,014 ,288 ,423 ,491 ,054 ,383 ,475 ,005 ,003 ,074

,217 ,344 ,185 ,497 ,492 ,423 ,288 ,223 ,018 ,000 ,001 ,234 ,136 ,018 ,081

,317 ,432 ,308 ,066 ,152 ,017 ,423 ,223 ,282 ,412 ,221 ,346 ,000 ,026 ,182

,190 ,074 ,496 ,123 ,420 ,292 ,491 ,018 ,282 ,124 ,404 ,016 ,113 ,159 ,375

,009 ,177 ,162 ,097 ,067 ,309 ,054 ,000 ,412 ,124 ,085 ,025 ,034 ,031 ,353

,229 ,378 ,052 ,251 ,478 ,329 ,383 ,001 ,221 ,404 ,085 ,241 ,002 ,261 ,024

,225 ,124 ,143 ,338 ,180 ,038 ,475 ,234 ,346 ,016 ,025 ,241 ,103 ,174 ,383

,037 ,027 ,088 ,002 ,011 ,029 ,005 ,136 ,000 ,113 ,034 ,002 ,103 ,000 ,230

,018 ,004 ,309 ,001 ,206 ,164 ,003 ,018 ,026 ,159 ,031 ,261 ,174 ,000 ,179

,046 ,386 ,398 ,000 ,125 ,012 ,074 ,081 ,182 ,375 ,353 ,024 ,383 ,230 ,179

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

RendaTotal

Orient.cultivoorgânico

Conservaçao dapropriedade

Conservaçao dascolméias

Origemdasabelhas

Localização dosapiários

Alimentação dasabelhas

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

RendaTotal

Orient.cultivoorgânico

Conservaçao dapropriedade

Conservaçao dascolméias

Origemdasabelhas

Localização dosapiários

Alimentação dasabelhas

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Correlação

Significância

Associado FinanciamentoAnos deatividade

Quant.produzida

Anos deescolaridade

RendaTotal

Orient.cultivo

orgânico

Conservaçãoda

propriedadeConservaçãodas colméias

Origemdas

abelhasLocalizaçãodos apiários

Alimentaçãodas abelhas

Manejosanitário

Processamentodo mel Certificação

Hectares dapropriedade

Determinant = ,034a.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

144

Page 145: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

146

Apêndice B: Tabela 2- Análise Fatorial Matriz de Anti-imagemMatriz de anti-imagem

,557 -,105 -,078 -,021 -,152 -,187 -,046 -,046 ,134 ,131 -,119 ,096 ,031 -,049 -,064 -,008

-,105 ,678 ,003 -,112 -,022 -,040 -,162 ,032 ,079 -,140 ,020 ,009 ,129 -,034 -,089 ,125

-,078 ,003 ,799 -,034 ,025 -,111 -,135 -,016 -,014 -,040 -,038 -,137 ,073 -,014 ,145 ,015

-,021 -,112 -,034 ,608 ,017 -,107 -,018 ,045 -,069 -,057 -,069 ,019 -,038 -,035 -,115 -,237

-,152 -,022 ,025 ,017 ,803 -,067 -,040 ,040 -,052 ,016 -,061 -,006 -,102 -,065 ,058 -,036

-,187 -,040 -,111 -,107 -,067 ,615 -,013 -,014 -,139 -,002 ,110 -,008 ,089 ,010 ,044 -,083

-,046 -,162 -,135 -,018 -,040 -,013 ,712 -,015 ,057 ,073 -,033 ,072 -,028 -,086 -,098 -,038

-,046 ,032 -,016 ,045 ,040 -,014 -,015 ,667 -,080 -,183 -,244 -,207 ,034 ,086 -,116 ,040

,134 ,079 -,014 -,069 -,052 -,139 ,057 -,080 ,636 ,110 ,053 ,107 ,051 -,262 -,067 ,147

,131 -,140 -,040 -,057 ,016 -,002 ,073 -,183 ,110 ,790 ,005 ,134 -,160 -,109 ,004 -,007

-,119 ,020 -,038 -,069 -,061 ,110 -,033 -,244 ,053 ,005 ,694 ,010 -,112 -,055 -,009 ,050

,096 ,009 -,137 ,019 -,006 -,008 ,072 -,207 ,107 ,134 ,010 ,706 -,035 -,217 ,002 ,112

,031 ,129 ,073 -,038 -,102 ,089 -,028 ,034 ,051 -,160 -,112 -,035 ,816 -,060 -,040 -,012

-,049 -,034 -,014 -,035 -,065 ,010 -,086 ,086 -,262 -,109 -,055 -,217 -,060 ,529 -,115 -,056

-,064 -,089 ,145 -,115 ,058 ,044 -,098 -,116 -,067 ,004 -,009 ,002 -,040 -,115 ,688 -,015

-,008 ,125 ,015 -,237 -,036 -,083 -,038 ,040 ,147 -,007 ,050 ,112 -,012 -,056 -,015 ,719

,711a -,172 -,116 -,036 -,228 -,319 -,073 -,075 ,225 ,197 -,191 ,153 ,046 -,091 -,104 -,012

-,172 ,720a ,004 -,175 -,030 -,062 -,233 ,047 ,120 -,191 ,029 ,012 ,174 -,057 -,130 ,179

-,116 ,004 ,677a -,049 ,031 -,158 -,179 -,022 -,020 -,051 -,051 -,182 ,091 -,022 ,195 ,020

-,036 -,175 -,049 ,768a ,024 -,175 -,028 ,071 -,111 -,082 -,106 ,028 -,053 -,062 -,178 -,359

-,228 -,030 ,031 ,024 ,785a -,096 -,053 ,055 -,072 ,020 -,082 -,008 -,126 -,099 ,078 -,047

-,319 -,062 -,158 -,175 -,096 ,734a -,020 -,021 -,222 -,003 ,169 -,012 ,125 ,018 ,067 -,125

-,073 -,233 -,179 -,028 -,053 -,020 ,808a -,022 ,085 ,097 -,047 ,102 -,037 -,141 -,141 -,054

-,075 ,047 -,022 ,071 ,055 -,021 -,022 ,544a

-,123 -,252 -,359 -,302 ,047 ,145 -,171 ,058

,225 ,120 -,020 -,111 -,072 -,222 ,085 -,123 ,436a

,155 ,079 ,159 ,071 -,452 -,101 ,217

,197 -,191 -,051 -,082 ,020 -,003 ,097 -,252 ,155 ,413a ,006 ,179 -,199 -,168 ,006 -,009

-,191 ,029 -,051 -,106 -,082 ,169 -,047 -,359 ,079 ,006 ,653a

,015 -,148 -,091 -,013 ,071

,153 ,012 -,182 ,028 -,008 -,012 ,102 -,302 ,159 ,179 ,015 ,463a

-,045 -,356 ,003 ,157

,046 ,174 ,091 -,053 -,126 ,125 -,037 ,047 ,071 -,199 -,148 -,045 ,576a -,091 -,053 -,016

-,091 -,057 -,022 -,062 -,099 ,018 -,141 ,145 -,452 -,168 -,091 -,356 -,091 ,646a -,190 -,090

-,104 -,130 ,195 -,178 ,078 ,067 -,141 -,171 -,101 ,006 -,013 ,003 -,053 -,190 ,758a -,022

-,012 ,179 ,020 -,359 -,047 -,125 -,054 ,058 ,217 -,009 ,071 ,157 -,016 -,090 -,022 ,590a

Associado

Financiamento

Anosde atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

RendaTotal

Orient. cultivo orgânico

Conservação dapropriedade

Conservaçao dascolméias

Origem das abelhas

Localização dosapiários

Alimentação dasabelhas

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Associado

Financiamento

Anosde atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

RendaTotal

Orient. cultivo orgânico

Conservação dapropriedade

Conservaçao dascolméias

Origem das abelhas

Localização dosapiários

Alimentação dasabelhas

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Covariânciaanti-imagem

Correlaçãoanti-imagem

Associado FinanciamentoAnos deatividade

Quant.produzida

Anos deescolaridade RendaTotal

Orient.cultivo

orgânico

Conservaçãoda

propriedadeConservaçãodas colméias

Origemdas

abelhasLocalizaçãodos apiários

Alimentaçãodas abelhas

Manejosanitário

Processamentodo mel Certificação

Hectares dapropriedade

Medida de adequação da amostra (MSA)a.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

145

Page 146: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

147

Apêndice B: Tabela 3 - Análise Fatorial Matriz de Correlação, sem os índices: Conservação das colmeias, origem das abelhas e alimentação das abelhas.

Matriz de correlaçãoa

1,000 ,364 ,247 ,300 ,355 ,442 ,352 ,083 ,248 -,080 ,188 ,220 ,178

,364 1,000 ,143 ,317 ,157 ,254 ,383 ,043 ,098 -,122 ,203 ,275 ,031

,247 ,143 1,000 ,139 ,100 ,282 ,237 ,095 ,104 -,113 ,143 -,053 ,027

,300 ,317 ,139 1,000 ,172 ,363 ,280 ,001 ,137 ,044 ,307 ,337 ,412

,355 ,157 ,100 ,172 1,000 ,252 ,205 ,002 ,159 ,097 ,239 ,087 ,122

,442 ,254 ,282 ,363 ,252 1,000 ,231 -,021 -,053 -,187 ,200 ,104 ,235

,352 ,383 ,237 ,280 ,205 ,231 1,000 ,059 ,170 ,007 ,269 ,285 ,153

,083 ,043 ,095 ,001 ,002 -,021 ,059 1,000 ,417 ,077 ,116 ,219 -,148

,248 ,098 ,104 ,137 ,159 -,053 ,170 ,417 1,000 ,207 ,193 ,197 -,040

-,080 -,122 -,113 ,044 ,097 -,187 ,007 ,077 ,207 1,000 ,134 ,100 ,032

,188 ,203 ,143 ,307 ,239 ,200 ,269 ,116 ,193 ,134 1,000 ,381 ,078

,220 ,275 -,053 ,337 ,087 ,104 ,285 ,219 ,197 ,100 ,381 1,000 ,097

,178 ,031 ,027 ,412 ,122 ,235 ,153 -,148 -,040 ,032 ,078 ,097 1,000

,000 ,009 ,002 ,000 ,000 ,000 ,217 ,009 ,225 ,037 ,018 ,046

,000 ,088 ,001 ,068 ,008 ,000 ,344 ,177 ,124 ,027 ,004 ,386

,009 ,088 ,095 ,173 ,003 ,012 ,185 ,162 ,143 ,088 ,309 ,398

,002 ,001 ,095 ,051 ,000 ,004 ,497 ,097 ,338 ,002 ,001 ,000

,000 ,068 ,173 ,051 ,008 ,026 ,492 ,067 ,180 ,011 ,206 ,125

,000 ,008 ,003 ,000 ,008 ,014 ,423 ,309 ,038 ,029 ,164 ,012

,000 ,000 ,012 ,004 ,026 ,014 ,288 ,054 ,475 ,005 ,003 ,074

,217 ,344 ,185 ,497 ,492 ,423 ,288 ,000 ,234 ,136 ,018 ,081

,009 ,177 ,162 ,097 ,067 ,309 ,054 ,000 ,025 ,034 ,031 ,353

,225 ,124 ,143 ,338 ,180 ,038 ,475 ,234 ,025 ,103 ,174 ,383

,037 ,027 ,088 ,002 ,011 ,029 ,005 ,136 ,034 ,103 ,000 ,230

,018 ,004 ,309 ,001 ,206 ,164 ,003 ,018 ,031 ,174 ,000 ,179

,046 ,386 ,398 ,000 ,125 ,012 ,074 ,081 ,353 ,383 ,230 ,179

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

Renda Total

Orient. cultivo orgânico

Conservaçao dapropriedade

Localização dosapiários

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

Renda Total

Orient. cultivo orgânico

Conservaçao dapropriedade

Localização dosapiários

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Correlação

Significância

Associado FinanciamentoAnos deatividade

Quant.produzida

Anos deescolaridade

RendaTotal

Orient.cultivo

orgânico

Conservaçãoda

propriedadeLocalizaçãodos apiários

Manejosanitário

Processamentodo mel Certificação

Hectares dapropriedade

Determinante = 0,089a.

Fonte: Dados da Pesquisa (2011).

146

Page 147: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

148

Apêndice B: Tabela4 - Análise Fatorial Matriz anti-imagem, sem os índices: Conservação das colméias, origem das abelhas e alimentação das abelhas.

Matriz anti-imagem

,610 -,119 -,066 -,004 -,160 -,186 -,080 ,012 -,143 ,052 ,045 -,059 -,049

-,119 ,721 ,001 -,124 -,011 -,021 -,172 ,015 ,013 ,100 -,014 -,083 ,111

-,066 ,001 ,826 -,033 ,026 -,120 -,127 -,070 -,038 ,068 -,080 ,153 ,038

-,004 -,124 -,033 ,620 ,013 -,131 -,012 ,042 -,065 -,044 -,083 -,126 -,250

-,160 -,011 ,026 ,013 ,808 -,084 -,038 ,045 -,058 -,098 -,119 ,053 -,024

-,186 -,021 -,120 -,131 -,084 ,648 -,004 -,028 ,129 ,117 -,063 ,030 -,058

-,080 -,172 -,127 -,012 -,038 -,004 ,727 ,023 -,038 -,019 -,064 -,098 -,062

,012 ,015 -,070 ,042 ,045 -,028 ,023 ,770 -,277 -,001 -,003 -,138 ,093

-,143 ,013 -,038 -,065 -,058 ,129 -,038 -,277 ,699 -,124 -,047 -,003 ,040

,052 ,100 ,068 -,044 -,098 ,117 -,019 -,001 -,124 ,860 -,084 -,033 -,032

,045 -,014 -,080 -,083 -,119 -,063 -,064 -,003 -,047 -,084 ,745 -,198 ,038

-,059 -,083 ,153 -,126 ,053 ,030 -,098 -,138 -,003 -,033 -,198 ,696 -,001

-,049 ,111 ,038 -,250 -,024 -,058 -,062 ,093 ,040 -,032 ,038 -,001 ,771

,776a -,179 -,093 -,006 -,227 -,297 -,120 ,017 -,219 ,072 ,066 -,090 -,072

-,179 ,781a ,001 -,185 -,015 -,031 -,237 ,021 ,018 ,128 -,019 -,118 ,149

-,093 ,001 ,691a -,045 ,031 -,165 -,164 -,088 -,050 ,081 -,101 ,201 ,047

-,006 -,185 -,045 ,752a ,019 -,206 -,017 ,061 -,099 -,060 -,123 -,192 -,361

-,227 -,015 ,031 ,019 ,771a -,116 -,050 ,057 -,077 -,118 -,154 ,071 -,031

-,297 -,031 -,165 -,206 -,116 ,744a -,006 -,040 ,192 ,156 -,091 ,045 -,082

-,120 -,237 -,164 -,017 -,050 -,006 ,837a ,031 -,054 -,024 -,087 -,137 -,082

,017 ,021 -,088 ,061 ,057 -,040 ,031 ,575a

-,377 -,001 -,004 -,188 ,120

-,219 ,018 -,050 -,099 -,077 ,192 -,054 -,377 ,616a

-,160 -,065 -,005 ,055

,072 ,128 ,081 -,060 -,118 ,156 -,024 -,001 -,160 ,588a -,105 -,042 -,040

,066 -,019 -,101 -,123 -,154 -,091 -,087 -,004 -,065 -,105 ,781a -,274 ,050

-,090 -,118 ,201 -,192 ,071 ,045 -,137 -,188 -,005 -,042 -,274 ,713a -,001

-,072 ,149 ,047 -,361 -,031 -,082 -,082 ,120 ,055 -,040 ,050 -,001 ,632a

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

Renda Total

Orient. cultivo orgânico

Conservação dapropriedade

Localização dosapiários

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

Associado

Financiamento

Anos de atividade

Quant. produzida

Anos de escolaridade

Renda Total

Orient. cultivo orgânico

Conservação dapropriedade

Localização dosapiários

Manejo sanitário

Processamento do mel

Certificação

Hectares dapropriedade

CovariânciaAnti-imagem

CorrelaçãoAnti-imagem

Associado FinanciamentoAnos deatividade

Quant.produzida

Anos deescolaridade

RendaTotal

Orient.cultivo

orgânico

Conservaçãoda

propriedade

Localizaçãodos

apiáriosManejo

sanitárioProcessamento

do mel CertificaçãoHectares dapropriedade

Medida de adequação da amostra (MSA)a.

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

147

Page 148: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

148

Apêndice C: Tabela 1 - Análise Discriminante: descrição das Variáveis

Estatística dos grupos

3,4762 4,65512 42 42,000

35,6667 61,61749 42 42,000

4,0952 2,37681 42 42,000

6,8571 3,84816 42 42,000

789,5238 843,17042 42 42,000

2,5476 3,41591 42 42,000

46,3333 12,98529 42 42,000

,4524 ,50376 42 42,000

,8571 ,35417 42 42,000

,3333 ,47712 42 42,000

2,0000 ,91064 42 42,000

,4524 ,50376 42 42,000

,9524 ,21554 42 42,000

,8571 ,35417 42 42,000

4,2917 5,92850 48 48,000

30,5000 24,62916 48 48,000

4,7292 2,85642 48 48,000

7,8333 4,11191 48 48,000

1877,8125 3255,83354 48 48,000

5,2500 4,95726 48 48,000

43,6042 11,84068 48 48,000

,6667 ,47639 48 48,000

,8542 ,35667 48 48,000

,5208 ,50485 48 48,000

2,0208 1,12021 48 48,000

,6458 ,48332 48 48,000

,9375 ,24462 48 48,000

,9167 ,27931 48 48,000

3,9111 5,35828 90 90,000

32,9111 45,56429 90 90,000

4,4333 2,64809 90 90,000

7,3778 3,99881 90 90,000

1369,9444 2494,71255 90 90,000

3,9889 4,49343 90 90,000

44,8778 12,39321 90 90,000

,5667 ,49831 90 90,000

,8556 ,35351 90 90,000

,4333 ,49831 90 90,000

2,0111 1,02216 90 90,000

,5556 ,49969 90 90,000

,9444 ,23034 90 90,000

,8889 ,31603 90 90,000

Anos associados

Hectares da propriedade

Nº de Contratados

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

Idade

Apic. Ativ. Principal doprodutor

Posse da terra

Financiamento

Nº de TrabalhadoresFamiliares

Orient. cultivo orgânico

Abast.agua tratada

Esgoto tratado

Anos associados

Hectares da propriedade

Nº de Contratados

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

Idade

Apic. Ativ. Principal doprodutor

Posse da terra

Financiamento

Nº de TrabalhadoresFamiliares

Orient. cultivo orgânico

Abast.agua tratada

Esgoto tratado

Anos associados

Hectares da propriedade

Nº de Contratados

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

Idade

Apic. Ativ. Principal doprodutor

Posse da terra

Financiamento

Nº de TrabalhadoresFamiliares

Orient. cultivo orgânico

Abast.agua tratada

Esgoto tratado

IGA BINÁRIOProdutoresNãoorgânicos

ProdutoresOrgânicos

Total

MédiaDesviopadrão

Nãoponderado Ponderado

Nº Validado

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Page 149: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

150

Apêndice C: Tabela 2 - Matriz de Covariância e de Correlação para todos os grupos.

Agrupados Dentro de Grupos de Matrizesa

28,868 51,269 3,715 5,514 6388,922 3,733 9,044 ,007 ,033 ,432 ,508 ,817 ,123 ,046

51,269 2092,902 10,464 5,330 24875,521 20,178 6,195 -4,269 -4,426 -1,157 1,301 3,066 ,316 1,648

3,715 10,464 6,990 1,777 2939,187 2,023 2,404 ,044 -,106 ,471 ,571 ,370 -,030 -,233

5,514 5,330 1,777 15,930 1192,439 1,128 10,157 ,523 ,125 ,241 ,604 ,430 -,020 ,108

6388,922 24875,521 2939,187 1192,439 5992836,770 921,389 4062,728 107,546 28,203 320,584 263,945 282,976 25,824 49,982

3,733 20,178 2,023 1,128 921,389 18,561 -15,692 -,323 -,159 ,205 ,929 ,316 -,070 ,071

9,044 6,195 2,404 10,157 4062,728 -15,692 153,441 -,428 ,389 -,111 -1,552 -,183 ,005 -,041

,007 -4,269 ,044 ,523 107,546 -,323 -,428 ,239 -,007 ,023 -,019 ,031 ,033 ,027

,033 -4,426 -,106 ,125 28,203 -,159 ,389 -,007 ,126 ,007 -,044 -,020 -,008 ,006

,432 -1,157 ,471 ,241 320,584 ,205 -,111 ,023 ,007 ,242 ,062 ,085 ,014 -,022

,508 1,301 ,571 ,604 263,945 ,929 -1,552 -,019 -,044 ,062 1,057 ,038 -,022 ,046

,817 3,066 ,370 ,430 282,976 ,316 -,183 ,031 -,020 ,085 ,038 ,243 ,010 ,015

,123 ,316 -,030 -,020 25,824 -,070 ,005 ,033 -,008 ,014 -,022 ,010 ,054 -,006

,046 1,648 -,233 ,108 49,982 ,071 -,041 ,027 ,006 -,022 ,046 ,015 -,006 ,100

1,000 ,209 ,262 ,257 ,486 ,161 ,136 ,003 ,017 ,163 ,092 ,309 ,099 ,027

,209 1,000 ,087 ,029 ,222 ,102 ,011 -,191 -,272 -,051 ,028 ,136 ,030 ,114

,262 ,087 1,000 ,168 ,454 ,178 ,073 ,034 -,113 ,362 ,210 ,284 -,049 -,279

,257 ,029 ,168 1,000 ,122 ,066 ,205 ,268 ,088 ,122 ,147 ,219 -,022 ,085

,486 ,222 ,454 ,122 1,000 ,087 ,134 ,090 ,032 ,266 ,105 ,234 ,046 ,065

,161 ,102 ,178 ,066 ,087 1,000 -,294 -,153 -,104 ,097 ,210 ,149 -,070 ,052

,136 ,011 ,073 ,205 ,134 -,294 1,000 -,071 ,088 -,018 -,122 -,030 ,002 -,010

,003 -,191 ,034 ,268 ,090 -,153 -,071 1,000 -,040 ,094 -,038 ,129 ,291 ,175

,017 -,272 -,113 ,088 ,032 -,104 ,088 -,040 1,000 ,042 -,120 -,114 -,100 ,057

,163 -,051 ,362 ,122 ,266 ,097 -,018 ,094 ,042 1,000 ,123 ,352 ,123 -,140

,092 ,028 ,210 ,147 ,105 ,210 -,122 -,038 -,120 ,123 1,000 ,075 -,093 ,143

,309 ,136 ,284 ,219 ,234 ,149 -,030 ,129 -,114 ,352 ,075 1,000 ,084 ,095

,099 ,030 -,049 -,022 ,046 -,070 ,002 ,291 -,100 ,123 -,093 ,084 1,000 -,083

,027 ,114 -,279 ,085 ,065 ,052 -,010 ,175 ,057 -,140 ,143 ,095 -,083 1,000

Anos associados

Hectares da propriedade

Contratados

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

Idade

Apic.Ativ.Principal doprodutor

Posse da terra

Financiamento

Nº de Trabalhadoresfamiliares

Orient. cultivo orgânico

Abast.aguatratada

Esgoto tratado

Anos associados

Hectares da propriedade

Contratados

Anos de atividade

Quant.produzida

Anos de escolaridade

Idade

Apic.Ativ.Principal doprodutor

Posse da terra

Financiamento

Nº de Trabalhadoresfamiliares

Orient. cultivo orgânico

Abast.aguatratada

Esgoto tratado

Covariância

Correlação

Anosassociados

Hectares dapropriedade Contratados

Anos deatividade

Quant.produzida

Anos deescolaridade Idade

Apic.Ativ.Principal

Posse daterra Financiamento

Trabalhadoresfamiliares

Orient.cultivo

orgânicoAbastecimentoágua tratada

Esgototratado

A matriz de covariância tem 88 graus de liberdade.a.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

149

Page 150: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

150

Apêndice D: Tabela 1- Custos relacionados à implantação do apiário e da casa do mel.Apiário 30 colméias

Produção- 25 kg / Colméia

Investimento Total

Custos de Implantação do Apiário Custos de Implantação da Casa do Mel

Equipamentos Qtde. UnidadeValor uni.

(R$)Valor

total (R$) Máquinas e equipamentos Qtde. Unidade

Valor uni. (R$)

Valor total (R$)

Colméia completa Langstroth 30 Unid 135 4050 Bandeja galvanizada (colheita) 2 Unid 10 20Cavaletes de sustentação 30 Unid 10 300 Garfo desoperculador 2 Unid 15 30Indumentária de proteção 2 Unid 100 200 Mesa desoperculadora em aço 1 Unid 900 900Fumigador grande 2 Unid 85 170 Centrifuga de 32/48 quadros (aço inox) 1 Unid 2344 2344Vassoura de crinas 2 Unid 12 24 Peneira para balde 2 Unid 60 120Formão p/ apicultor 2 Unid 12 24 Balde inox p/ captação de mel 2 Unid 120 240Carretilha p/ incrustação 2 Unid 20 40 Peneira inox para mel (decantador) 1 Unid 170 170Luvas p/ apicultor 2 Par 15 30 Decantador Inox c/ 2 torneiras (400L) 1 Unid 1275 1275Botas p/ apicultor (Branca) 2 Par 35 70 Suporte de ferro para decantador 1 Unid 120 120Tela excluídora de rainhas 30 Unid 15 450 Estrados de plástico (pallets) 8 Unid 95 760Cera alveolada 30 Kg 30 900

Alimentador 30 Unid 4 120 Construção da Casa de Mel 70 m2 250 17500Carro de mão 1 Unid 100 100Balde plástico de 25kg p/ estocagem 30 Unid 10 300Outros  Limpeza do terreno 3 Diária 15 45Fixação das colméias 1 Diária 15 15Transporte enxames e colméias 1 Diária 150 150

Total do Investimento de apiário 6988 Total do Investimento na Casa de Mel 23479

Total do Investimento inicial da atividade apícola 30467

Fonte: SEBRAE (2011).

150

Page 151: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Apêndice D: Quadro de Figuras 1: Casa de mel em condições precárias.

Page 152: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Apêndice D: Quadro de Figuras 2- Casa de mel em condições ideais para apicultura orgânica.

152

Page 153: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Apêndice D: Quadro de Figuras 3: Pragas e insetos. Colméia atacada por Traça

Ataque por formigas

Ataque por macaco

153

Page 154: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

ANEXOS

Page 155: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Anexo A: Tabela 1 - Pauta de Exportação dos principais produtos do Município de Limoeiro do Norte.

US$ F. O.B. Part % Kg Líquido

US$ F. O.B.

Part %

Kg Líquido 2011/2010

TOTAL 11.910.022 100 24.291.072 11.217.028 100 26.433.581 6,18

1 BANANAS FRESCAS OU SECAS 9.788.132 82,18 22.146.081 10.280.584 91,65 23.496.129 -4,79

2 MEL NATURAL 1.671.744 14,04 540.960 172.369 1,54 57.680 869,86

3 CRE 252.930 2,12 1.260.000 324.953 2,9 2.030.000 -22,16

4 MELOES FRESCOS 112.589 0,95 197.976 140.822 1,26 239.152 -20,05

5 MOTOR ELETR.CORR.ALTERN.TRIF.750W<P<=75KW,ROTOR ANEIS 43.376 0,36 2.867 0 0 0 0

6 CAL VIVA 27.306 0,23 126.000 27.025 0,24 126.500 1,04

7 MAMOES (PAPAIAS) FRESCOS 12.289 0,1 14.308 0 0 0 0

8 MELANCIAS FRESCAS 1.650 0,01 2.880 240.498 2,14 465.040 -99,31

9 BONES DE ALGODAO 4 0 0 0 0 0 0

10 CANETAS ESFEROGRAFICAS 2 0 0 0 0 0 0

11 OUTROS TRATORES 0 0 0 30.777 0,27 19.080 0

Fonte: SECEX (2011).

155

Page 156: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Anexo A:Tabela 2 - Relação das Casas de Mel do Ceará que possuem e não possuem o SIF - 2011.

Estado Cidade Comunidade Possui SIF

CE Aquiraz Loteamento Eusébio – FLOEMA SIMCE Araripe Centec NÃOCE Assaré Centec NÃOCE Barbalha Centec NÃOCE Beberibe Forquilha NÃOCE Beberibe Samburão NÃOCE Beberibe Lagoa do Arroz NÃOCE Beberibe Baixa dos Lucas NÃOCE Camocim Tapuio/Cacimbão NÃOCE Campos Sales Centec NÃOCE Caririaçu Sede NÃOCE Carnaubal Bairro São Vicente NÃOCE Cascavel Fazenda Boa Esperança SIMCE Crateús Providência Vila de Queimadas NÃOCE Crateús Distrito de Carnaubal NÃOCE Crateús Fazenda Carrapateiras NÃOCE Crateús Comunidade de Santana NÃOCE Crateús Assentamento São Gonçalo NÃOCE Crateús Associação de Queimadas NÃOCE Crato Assentamento 10 de Abril NÃOCE Crato Sítio Malhada NÃOCE Crato Sítio Jenipapo NÃOCE Crato Sítio Guaribas – EGON SIMCE Crato Avnida Pe Cícero, 3281 - CEARAPI SIMCE Crato Dom Francisco – API-MEL SIMCE Croatá Sitio São Roque NÃOCE Distrito de Jordão Ass. Com. Dos Moradores do Sítio de São Francisco NÃOCE Distrito de Taperuaba Ass. Com. Sitio Serrinha. NÃOCE Horizonte Coqueiro – Coop. dos Apicultores da Região do Semi-Árido SIMCE Horizonte Queimadas SIMCE Ibicuitinga   SIMCE Icapui Fazenda Grande Retiro – CASCAJU SIMCE Itapipoca Fazenda São Pedro – FRUTMAR SIMCE Jaguaruana Fazenda Védica Maharish – ANNA PURMA SIMCE Jardim Centec NÃOCE Limoeiro do Norte Sapé NÃOCE Limoeiro do Norte Croatá SIMCE Limoeiro do Norte Carão NÃOCE Limoeiro do Norte Bairro José Simões SIMCE Limoeiro do Norte Sitio milagres NÃOCE Limoeiro do Norte Bairo José Simões NÃOCE Limoeiro do Norte Viuvinha NÃOCE Limoeiro do Norte Cnafistula – ALTAMIRA SIMCE Limoeiro do Norte Sítio Croatá - GPO SOLIDÁRIO DOS APIC. DO CROATÁ SIMCE Limoeiro do Norte Pitombeira - Apiario Flor do Vale SIMCE Massapê Contendas NÃOCE Mauriti Distrito Palestina NÃOCE Mauriti São Sebastião NÃO

Fonte: SEBRAE (2011).

156

Page 157: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

(Continuação) : Tabela 2– Relação das Casas de Mel do Ceará que possuem e não possuem o SIF - 2011.

Estado Cidade Comunidade Possui SIF

CE Monsenhor Tabosa Assentamento Xique Xique NÃOCE Monsenhor Tabosa Fazenda Para Sempre NÃOCE Monsenhor Tabosa Localidade Volta do Rio NÃOCE Morada Nova Associação São João Batista do Aruarú NÃOCE Morada Nova Associação dos Moradores de Patos NÃOCE Morada Nova Associação dos Moradores de Barra das Flores NÃOCE Morada Nova Associção do Assentamento de Banhos NÃOCE Morada Nova Comunidade de São João do Aruarú NÃOCE Morada Nova Associação dos Moradores de Gangorra NÃOCE Morada Nova Associação do Assentamento de Jucá Grosso NÃOCE Morada Nova Associação dos Apicultores de Terra Nova e Adjacências NÃOCE Morada Nova Associação do Assentamento Angico NÃOCE Morada Nova Comunidade de Santo Antônio NÃOCE Morada Nova Associção do Assentamento Bom Jesus NÃOCE Morada Nova Comunidade de Quixeló NÃOCE Morada Nova Associação dos Moradores de Barra do Feijão NÃOCE Morada Nova Associação dos Amigos do Sítio Cumbe NÃOCE Morada Nova Associação dos Produtores de Lagoa doTapuiu NÃOCE Morada Nova Comunidade Lagoa do Tapuiu NÃOCE Morada Nova Comunidade de Poço da Serra NÃOCE Morada Nova Comunidade de Poço da Serra NÃOCE Morada Nova Comunidade de Juazeiro NÃOCE Morada Nova Comunidade de Aliança NÃOCE Morada Nova Comunidade de Roldão NÃOCE Morada Nova Comunidade de Trincheiras NÃOCE Morada Nova Associação dos Moradores de Lagoa do Mateus NÃOCE Morada Nova Associação dos Apicultores de Dourado NÃOCE Morada Nova Comunidade de Manoel Lopes NÃOCE Morada Nova Comunidade de Linha Base de Baixo NÃOCE Morada Nova Associação dos Agricultores de Neblina NÃOCE Morada Nova APIMN - Associação dos Apicultores de Morada Nova NÃOCE Novo Oriente Agropecuarista NÃOCE Ocara Sede NÃOCE Pacajus Distrito Pascoal Flora Pascal SIMCE Parambu Assoc. dos Apicultores NÃOCE Poranga Secretaria de Agricultura NÃOCE Russas Tourão SIMCE Russas Lagoa dos Cavalos SIMCE Russas Lagoa do Frade SIMCE Russas Fazenda Lagoa de Souza - SÁVIO GURGEL NOGUEIRA SIMCE Salgado Dos

Machados Ass. Com. José Machado PortelaNÃO

?CE Salitre Centec NÃOCE Santana do Cariri Distrito Dom Leme – CEARAPI SIMCE Santana do Cariri Sítio dos Praxedes – REALEIRA SIMCE Santana do Cariri Dom Leme SIMCE Santana do Cariri Dom Leme SIMCE Sobral Bairro Cidao - Melnor Sobral Apicultura SIMCE Tabuleiro do Norte Sitio Curral Velho SIM

157

Page 158: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Fonte: SEBRAE (2011).(Continuação) : Tabela 2 – Relação das Casas de Mel do Ceará que possuem e não possuem o SIF - 2011.

Estado Cidade Comunidade Possui SIF

CE Tabuleiro do Norte Assentamento Barra NÃOCE Tabuleiro do Norte Sitio Sabiá NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Caraúbas SIMCE Tabuleiro do Norte Sto. Ant. dos Alves NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Pç. Barrento NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Lagoinha NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Sc. do Barro NÃOCE Tabuleiro do Norte Lagoa do Peixe NÃOCE Tabuleiro do Norte Ranch. N. Senhora NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio São Gerardo NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Genipapeiro NÃOCE Tabuleiro do Norte Sítio Cordeiro NÃO

CE Tabuleiro do Norte Associação Tabuleirense de Apicultura SIMCE Tauá Marroás  ?CE Tauá Fazeda Monte Alegre - Morroas – Apiário Sta Rita SIMCE Viçosa do Ceará Sitio Tope SIMCE Viçosa do Ceará Sitio Tope – Aroindustrial Viçosa SIM

       

Fonte: SEBRAE (2011).

158

Page 159: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Anexo B – Modelo Matricial para a Análise Fatorial

De acordo com Maroco (2003), a forma matricial da análise fatorial pode ser

deduzida da seguinte forma:

z=Λ f +η(22)

Onde:

z=[ z1

z2

z p] é o vetor das p variáveis padronizadas.

f =[ f 1

f 2

f n] é o vetor dos fatores comuns;

η=[ η1

η2

ηp] é o vetor dos fatores específicos;

e

Λ=[ λ11 ⋯ λ1 m

⋮ ⋱ ⋮λ p 1 ⋯ λ pm

] é a matriz dos pesos fatoriais.

Os fatores comuns, específicos e os pesos fatoriais das variáveis, f n ,η pe λpm, são

determinados de acordo com as correlações entre as variáveis, de tal forma que para a

obtenção da correlação matricial é necessário o seguinte cálculo:

Π=E ( z z ' )=E [ ( Λ f +η )( Λ f +η)' ]=¿

= E [ ( Λ f +η )( Λ ' f +η')]=¿

¿ E ( Λ f f ' Λ ' )+ E (η η' )=(23)

¿ Λ Λ' E (f f ' )+ E (η η' )=¿

¿ Λ Λ' V (f )+V (η )=¿

Π=Λ Λ'+Ψ

159

Page 160: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Neste caso, é necessário encontrar os valores de Λ e Ψ , onde Ψ =V ( η ) e

conseqüentemente encontrar os fatores f n ,η pe λpm. O Método das Componentes Principais

consiste em estimar os valores da matriz ΛΛ ' que possibilita encontrar os pesos fatoriais,

da seguinte forma ( Π−Ψ ). O resultado da matriz ΛΛ ', em sua diagonal principal é o

quadrado dos pesos fatoriais, ou seja, ( λ112 , λ22

2 , λ332 , …, λ pm

2 ).

Anexo B – Modelo Matricial para Análise Discriminante.

(FAVERO, 2010) apresenta a função matricial de análise discriminante da seguinte

forma:

ξ=X ' γ (24)

De tal forma que:

X ' = é a transposta da matriz com p variáveis.

γ = corresponde ao vetor de pesos fatoriais.

A obtenção da função discriminante ocorre quando encontramos o vector γ , e

conseqüentemente os pesos discriminantes das variáveis independentes. Para que isso seja

posível é necessário a seguinte transformação:

ξ ' ξ= ( X ' γ ) ' ( X ' γ )=(25)

¿ γ ' X X ' γ

De tal forma que, X X '=T é a matriz da soma dos quadrados e produto cruzados

totais da matriz X com p variáveis. Portanto,

ξ ' ξ=γ ' Tγ (26)

Fazendo T = B+W obtém-se o seguinte resultado:

ξ ' ξ=γ ' (B+W ) γ=(27)

¿ γ ' Bγ+γ ' Wγ

160

Page 161: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

151

Assim,

γ ' Bγ = a soma dos quadrados entre os grupos.

γ ' Wγ=¿ a soma dos quadrados dentro dos grupos.

Encontrar a função discriminante resume-se a encontrar γ da seguinte forma:

λ= γ ' Bγγ ' Wγ

(28)

De tal maneira que o valor de λ ,seja máximo, ou seja, a diferença de variância dos

grupos seja a maior.

161

Page 162: ANÁLISE DA INSERÇÃO DOS PRODUTORES DE MEL NO MODO DE PRODUÇÃO ORGÂNICO NA REGIÃO DO VALE DO JAGUARIBE-CE

163

Anexo D: Tabela 1– Os mais importantes defensivos orgânicos utilizado pelos produtores apícolas.

NOME DA RECEITA COMO FAZER PERÍODO DE DESCANÇO

COMO MISTURAR PRODUTO/ÁGUA

PRAGAS QUE CONTROLA

INTERVALO DE APLICAÇÕES

Urina de vacaColeta a urina da vaca leitera em

recipiente limpo e seco 3 dias Meio copo de urina para 20 litros de água

Lagarta, pulgões e outras 7 em 7 dias

Defensivo do angico 1 Kg de folhas e vargem de angico e mistura em 10 litros de água

7 dias 1 litro do produto para 8 litros de água

Lagarta, pulgões, formigas e outras

7 em 7 dias

Nim250 gramas de folhas e ramos

finos bem picados e mistura em 20 litros de água

2 dias Neste caso côa e faz a aplicação

Inibe a propagação de

todos os insetos5 em 5 dias

Manipueira 2 litros de manipueiro por olho de formigueiro

- - Formigueiro 5 em 5 dias

Pimenta malagueta1 punhado de pimenta espremido

e misturado em 1 litro de água 1 dia1 litro do produto para 19

litros de águaLagarta do

cartucho do milho5 em 5 dias

Alho 5 dentes de alho machucado em

1 litro de água 12 dias1 litro do produto para 10

litros de água Pulgões 5 em 5 dias

Urtiga100 g de folhas frescas de urtigas machucadas e misturadas em 1

litro de água3 dias 1 litro do produto para 10

litros de águaPugões 5 em 5 dias

Cinza de MadeiraMistura 1kg de cinza com 1 kg de

cal e 100 litros de água 1 diaNeste caso côa e faz a

aplicaçãolagarta, pulgões e

fungos 5 em 5 dias

162