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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 4702 ANÁLISE DA ESTRUTURA VEGETAL A PARTIR DA REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA COM O USO DE PIRÂMIDES DE VEGETAÇÃO DIOGO LAERCIO GONÇALVES 1 LIRIANE GONÇALVES BARBOSA 2 MESSIAS MODESTO DOS PASSOS 3 Resumo: O artigo tem como objetivo discutir o uso cartográfico de pirâmides, como instrumento de análise e representação da estrutura vertical da vegetação e enfaticamente sua construção gráfica sem a pretensão de discutir/divulgar resultados de pesquisas. Para isso, o texto fará uso de duas pirâmides elaboradas com informações de levantamentos fitossociológicos (lotes) realizados em localidades distintas: o primeiro na Várzea do rio Paranapanema, no município de Rosana, no Estado de São Paulo; o segundo na Floresta Nacional de Palmares no município de Altos, no Estado do Piauí, ambos são resultados de pesquisas de Mestrado em andamento que estão sendo realizadas pelos autores. As pirâmides foram elaboradas no editor de textos do Word e com o desenvolver das pesquisas, no aplicativo Corel DRAW. Palavras-chave: Levantamento Fitossociológico, Pirâmide de Vegetação, Estrutura Vegetal. Abstract: The paper aims to discuss the use of cartographic pyramids as an analytical tool and representation of vertical vegetation structure and emphatically its graphic construction, with no claim to discuss / disseminate research findings.For this, the text will use of two pyramids with elaborate information of Phytosociological surveys (lots) held in different locations:the first in the Paranapanema River flooddrain in the municipality of Rosana, in São Paulo; the second in the Floresta Nacional dos Palmares in Altos de county in the state of Piauí, both are Master's research findings on progress being made by the authors. The pyramids have been prepared in Word text editor and, then, with the development of the research, in Corel DRAW application. Key-words: Phytosociological surveys; Pyramid vegetation; Vegetable structure. 1 Introdução O uso de pirâmides gráficas para representar cartograficamente a estrutura vertical da vegetação tem sido uma constante em alguns estudos da Geografia, cujo objeto de análise é a vegetação, e se presta a evidenciar sua estrutura e dinâmica interna, através da avaliação de parâmetros fitossociológicos. Esta técnica só é possível acompanhada de levantamentos feitos a partir de trabalho de campo. Essa orientação metodológica de estudo da vegetação, aliada à 1 Acadêmico do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected] 3 Docente do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected]

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO

DE 9 A 12 DE OUTUBRO

4702

ANÁLISE DA ESTRUTURA VEGETAL A PARTIR DA REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA COM O USO DE PIRÂMIDES DE VEGETAÇÃO

DIOGO LAERCIO GONÇALVES1 LIRIANE GONÇALVES BARBOSA2

MESSIAS MODESTO DOS PASSOS3

Resumo: O artigo tem como objetivo discutir o uso cartográfico de pirâmides, como instrumento de análise e representação da estrutura vertical da vegetação e enfaticamente sua construção gráfica sem a pretensão de discutir/divulgar resultados de pesquisas. Para isso, o texto fará uso de duas pirâmides elaboradas com informações de levantamentos fitossociológicos (lotes) realizados em localidades distintas: o primeiro na Várzea do rio Paranapanema, no município de Rosana, no Estado de São Paulo; o segundo na Floresta Nacional de Palmares no município de Altos, no Estado do Piauí, ambos são resultados de pesquisas de Mestrado em andamento que estão sendo realizadas pelos autores. As pirâmides foram elaboradas no editor de textos do Word e com o desenvolver das pesquisas, no aplicativo Corel DRAW.

Palavras-chave: Levantamento Fitossociológico, Pirâmide de Vegetação, Estrutura Vegetal.

Abstract: The paper aims to discuss the use of cartographic pyramids as an analytical tool and representation of vertical vegetation structure and emphatically its graphic construction, with no claim to discuss / disseminate research findings.For this, the text will use of two pyramids with elaborate information of Phytosociological surveys (lots) held in different locations:the first in the Paranapanema River flooddrain in the municipality of Rosana, in São Paulo; the second in the Floresta Nacional dos Palmares in Altos de county in the state of Piauí, both are Master's research findings on progress being made by the authors. The pyramids have been prepared in Word text editor and, then, with the development of the research, in Corel DRAW application. Key-words: Phytosociological surveys; Pyramid vegetation; Vegetable structure.

1 – Introdução

O uso de pirâmides gráficas para representar cartograficamente a estrutura

vertical da vegetação tem sido uma constante em alguns estudos da Geografia, cujo

objeto de análise é a vegetação, e se presta a evidenciar sua estrutura e dinâmica

interna, através da avaliação de parâmetros fitossociológicos.

Esta técnica só é possível acompanhada de levantamentos feitos a partir de

trabalho de campo. Essa orientação metodológica de estudo da vegetação, aliada à

1 Acadêmico do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade

Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade

Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected] 3 Docente do programa de pós-graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia -Universidade

Estadual Paulista, Presidente Prudente- SP. E-mail: [email protected]

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utilização de técnicas de sensoriamento remoto tem gerado um leque cada vez

maior de formas de representação cartográfica da vegetação que permitem a

interpretação/avaliação precisa do comportamento da cobertura vegetal de um lugar.

Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo discutir o uso

cartográfico de pirâmides, como instrumento de análise e representação da estrutura

vertical da vegetação e enfaticamente sua construção gráfica. Para demonstrar as

potencialidades do uso desta representação, o texto faz uso de duas pirâmides

elaboradas com dados de levantamentos fitossociológicos (lotes) realizados em

localidades fitogeográficas distintas: o primeiro no domínio da Mata Atlântica, na

Várzea do rio Paranapanema, no município de Rosana, Estado de São Paulo; o

segundo em um sistema de transição fitoclimático, na Floresta Nacional de

Palmares, localizada no município de Altos, no Estado do Piauí.

Os levantamentos são resultados de pesquisas de Mestrado em andamento,

que estão sendo realizadas pelos autores e têm como finalidade coletar as

informações necessárias para elaboração de pirâmides e análise da estrutura

vertical da vegetação. Ambas as pesquisas têm feito uso dos levantamentos

fitossociológicos e das pirâmides de vegetação para interpretação e análise

fitossociológica da cobertura vegetal das respectivas áreas indicadas.

2 – Desenvolvimento

2.1 Estudo e representação cartográfica da vegetação

O estudo da vegetação é um dos principais pilares da pesquisa ambiental

dada sua importância para a qualidade do ambiente e o equilíbrio do sistema

natural. A vegetação atua no processo de regulação dos fluxos do ciclo

biogeoquímico e do balanço energético (entradas e saídas de matéria, energia e

informação), através da relação de troca com demais elementos do sistema e da

interação com a radiação eletromagnética.

Ao mesmo tempo, é importante indicador de qualidade ambiental e matéria-

prima e base de sustentação do sistema econômico e social vigente, exercendo

funções de purificação do ar, arborização e distribuição de oxigênio. É ainda

utilizada na produção de alimentos, de madeira, de medicamentos, celulose,

produtos cosméticos, etc. Para Oliveira e Machado (2004) toda e qualquer atividade

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econômica do homem tem como base a exploração de algum bem natural e a

vegetação é um deles.

De acordo com Lacoste e Salanon (1973), a vegetação serve como um

sensor que adverte sobre as mudanças em determinado ecossistema permitindo a

partir da sua fisionomia e composição florística, o reconhecimento de áreas cujo

caracteres de povoamento e condições ecológicas são praticamente homogêneas.

Seu estudo diagnóstico e prognóstico (classificação, caracterização, avaliação,

zoneamento e monitoramento) requer o uso/aplicação de metodologias e técnicas

de pesquisa e representação que permitam estudá-la de modo sistemático.

A fisionomia, o comportamento temporal e espacial, as características

biofísicas e padrões, a composição florística e fenológica, a fisiologia e morfologia

das plantas, a abundância e frequência de espécies e a sociabilidade são alguns

parâmetros vegetais estudados com frequência. Esses parâmetros são resultantes

das inter-relações ambientais entre os elementos do sistema natural, e a partir deles

é possível extrair informações do clima, relevo, solo, hidrografia e do grau de

interferência antrópica na cobertura vegetal de um lugar.

Por exemplo, a composição florística de uma comunidade vegetal está

geralmente associada às características climáticas, aos solos e aos sistemas

hidrográficos regionais. As espécies de plantas se especificam, de um lugar para

outro, conforme esses condicionantes ambientais. A vegetação do semiárido é um

reflexo do sistema climático que atua na região e tem, assim como o regime

pluviométrico local, como principal característica a estacionalidade.

As pesquisas atuais sejam na área da Biogeografia e/ou áreas afins, têm se

apoiado em técnicas e tecnologias modernas com a finalidade de quantificar e

avaliar parâmetros biofísicos e fitossociológicos da vegetação, de modo que seja

possível sua representação cartográfica e avaliação horizontal e vertical, nas

escalas temporal e espacial.

Nesse sentindo, é possível destacar ao menos duas orientações

metodológicas, as quais têm norteado os estudos sobre vegetação na atualidade,

especialmente em pesquisas da Geografia e Geociências: as técnicas de

sensoriamento remoto e geoprocessamento e os levantamentos fitossociológicos.

Ambas as metodologias de estudo, se realizam fortemente apoiadas na pesquisa

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empírica, enfaticamente os levantamentos fitossociológicos, os quais dependem

exclusivamente do trabalho de campo para se concretizar.

O imageamento da superfície terrestre, por sensores orbitais de satélites

(Sensoriamento Remoto) permite a aquisição e exploração de dados “qualitativos e

quantitativos” (PONZONI et. al., 2012) da vegetação, e ao mesmo tempo, a

sistematização dos mesmos, através de técnicas de processamento de imagens e

sua representação em elementos cartográficos - mapas temáticos e as cartas de

índices de vegetação.

Segundo Ponzoni et.al.(2012), as informações extraídas de imagens orbitais

torna possível o mapeamento de dados qualitativos da vegetação, como as classes

e padrões fisionômicos e espaciais, as modificações temporais e espaciais, a

evolução temporal da cobertura e as interferências antrópicas, e ao mesmo tempo, a

quantificação de parâmetros geofísicos e biofísicos, como o índice de área foliar, a

biomassa, e a “morfologia - densidade da cobertura, distribuição horizontal e vertical

de folhas e o ângulo de inserção foliar” (MOREIRA, 2012).

Wagner (2013) avaliou a relação entre a variabilidade climática interanual e a

dinâmica espacial e temporal de áreas de campos na região do Pampa no Estado

do Rio Grande do Sul e no Uruguai, utilizando dados quantitativos de imagens de

séries temporais de índices de vegetação. A autora concluiu que a variável climática

é fator condicionante da dinâmica da vegetação de campo no Pampa.

Já Chaves et.al. (2013) realizaram estudo diagnóstico da cobertura vegetal e

degradação da vegetação de caatinga em uma bacia hidrográfica na região do Cariri

no Estado da Paraíba usando índices espectrais para discriminar os tipos de

vegetação e de uso da terra na área da bacia, fazendo uso, enfaticamente de dados

qualitativos como padrões fisionômicos e espaciais, interferências antrópicas e

modificações temporais e espaciais.

Por outro lado, os levantamentos fitossociológicos permitem avaliar

parâmetros qualitativos como a variabilidade de espécies, dinâmica interna,

estrutura estratigráfica, sociabilidade, a abundância/dominância de espécies e

estratos e, frequência e densidade e representá-los através de pirâmides gráficas e

fichas de campo, correspondendo estes a estrutura vertical da vegetação, algo que

ainda não é possível analisar somente com o uso do sensoriamento remoto.

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Costa (2011) realizou estudo com a orientação metodológica dos

levantamentos fitossociológicos no Parque Municipal de Goiabal no município de

Ituiutaba em Minas Gerais. O autor utilizou a proposta de estudo da vegetação de

Bertrand (1966) para diagnosticar a composição florística e estrutura dos estratos da

vegetação do parque.

De modo geral, utilizando uma ou outra metodologia, o estudo e

representação da vegetação são fundamentais para compreensão da dinâmica da

paisagem, que deve ser entendida também a partir da evolução histórica das

formações vegetais, onde ambas devem ser analisadas e estudadas

concomitantemente para que assim durante o processo de organização do espaço

obtenha-se o máximo de rendimento e o mínimo de exploração, da paisagem e

vegetação atual (PIROLI; PASSOS; MELO, 2007).

2.2. Técnicas de Construção de Pirâmides de Vegetação

Conforme já enfatizado anteriormente, esse texto traz como enfoque principal

a discussão sobre a importância da utilização de pirâmides cartográficas como forma

de representação da vegetação, e enfaticamente sua construção gráfica. As

pirâmides são uma forma de representação cartográfica da vegetação que permitem

a análise vertical da sua estrutura interna através da amostragem de parâmetros

fitossociológicos como abundância/dominância e sociabilidade.

Para a análise da estrutura vegetal através de pirâmides, leva-se em

consideração o número de estratos e o modo de agrupamento das plantas, com o

intuito de representa-las cartograficamente. Essa forma de representação

cartográfica dos estratos vegetais é um modelo de pirâmide de vegetação proposto

por Bertrand(1966) que tem como princípio, sua proposta teórica-metodológica, o

sistema GTP (Geossistema-Território-Paisagem) (PASSOS,2003). Bertrand defende

o GTP como modelo tridimensional de estudo do meio ambiente tendo como

elemento indicador de paisagem, a vegetação.

É preciso enfatizar, no entanto, que a representação cartográfica da

vegetação por meio de pirâmides só é possível acompanhada de levantamento

fitossociológico que, por sua vez, sua realização deve ser precedida e auxiliada por

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técnicas do sensoriamento remoto. Tais técnicas auxiliam na identificação de áreas

a serem amostradas e facilitam o planejamento prévio dos campos da pesquisa.

Sendo assim, a primeira etapa de uma pesquisa sobre vegetação, cuja

principal orientação metodológica é os levantamentos fitossociológicos, é a análise

da cobertura vegetal da área a ser estudada por meio de imagens de satélite com a

finalidade de planejar o campo e a escolha dos locais onde serão delimitados os

lotes da amostragem.

Para a realização dos levantamentos é preciso ter um conhecimento prévio

sobre o local estudado. A avaliação da vegetação é feita em uma primeira etapa a

partir de imagens de satélite georreferenciadas, e em seguida por meio da

confirmação das informações a campo. O procedimento consiste na obtenção das

coordenadas de cada local com ou sem vegetação e da conferência no campo para

avaliação da qualidade da informação obtida da imagem.

Na etapa seguinte, a partir das informações prévias estabelecidas pelas

imagens de satélite, são escolhidas áreas core, para que sejam realizados os

levantamentos fitossociológicos. Neste contexto, aplica-se a metodologia detalhada

por Bertrand (1966), escolhendo um terreno ou setor (lote), delimitados num raio de

10 metros, que melhor represente a formação vegetal da área de estudo. Quatro

critérios devem ser tomados para efeito de escolha dos lotes: o relevo topo,

vertente, planície e/ou fundo de vale – o solo, a própria característica da vegetação,

principalmente as descontinuidades fisionômicas e a interferência antrópica. Esses

são os fatores que frequentemente mais contribuem para as descontinuidades da

vegetação em nível local.

A etapa seguinte à escolha dos lotes é a realização dos levantamentos em si,

que deve ser acompanhada por um guia de campo (mateiro) com profundo

conhecimento popular sobre as espécies de vegetação. Na verificação em campo é

observada a situação dos fragmentos florestais, levando-se em consideração

espécies presentes e a variedade, seu estágio sucessional, o acesso de animais, a

existência de plantações próximas, a presença de erosões dentre outros aspectos,

que influenciam no desenvolvimento dos estratos vegetais presentes naquele lote.

Com a ajuda do guia, as espécies são identificadas dentro da área do lote e

anotadas na ficha biogeográfica (figuras 2 e 3) que depois servirá de base para a

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Fonte: Braun- Blanquet,1979 apud Passos,2003

formulação das pirâmides de vegetação. Os parâmetros fitossociológicos utilizados

para nos levantamentos, são Abundância/Dominância e a Sociabilidade. Os dois

primeiros indicam a equivalência do grau de superfície coberta pelas plantas,

enquanto o último indica o grau de agrupamento das plantas (PASSOS, 2003). Para

estes parâmetros utilizam-se duas tabelas que indicam o percentual de Abundância/

Dominância e o grau de Sociabilidade das plantas e dos estratos, estabelecidos por

Braun-Branquet (1979).

Figura 1: Quadros de parâmetros fitossociológicos

Servem de ilustração dois levantamentos fitossociológicos. O primeiro, feito

na Várzea do rio Paranapanema, no município de Rosana, no Estado de São Paulo4,

que está localizado em uma importante área de preservação, tendo em vista a sua

localização geográfica, próximo a confluência dos rios Paranapanema e Paraná,

ficha de campo da figura 2. O segundo é o levantamento fitossociológico feito na

Floresta Nacional de Palmares, no município de Altos no Estado do Piauí.5 A área da

Floresta, integra uma importante faixa de transição entre os domínios

fitogeográficos dos Cerrados, da Caatinga e da Amazônia, com rica variedade de

fauna e flora (figura 3).

4 Pesquisa: “USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS NO BAIXO CURSO DO RIO PARANAPANEMA: conflitos

e potencialidades da aplicação do Código Florestal.” que está sendo desenvolvida pelo mestrando Diogo Laercio

Gonçalves, sob orientação do Prof. Dr. Messias Modesto dos Passos.

5 Pesquisa: “ANÁLISE DE SISTEMAS EM BIOGEOGRAFIA: ESTUDO DIAGNÓSTICO DA E

PROGNÓSTICO DA COBERTURA VEGETAL DA FLORESTA NACIONAL DE PALMARES, ALTOS,

PIAUÍ-BRASIL”, que está sendo desenvolvida pela mestranda Liriane Gonçalves Barbosa, sob orientação do

Prof. Dr. Messias Modesto dos Passos.

Percentual de Abundância/ Dominância

Cobrindo entre 75% à 100%.

4 Cobrindo entre 50% à 75%.

3 Cobrindo entre 25% à 50%.

2 Cobrindo entre 10% à 25%.

1 Planta abundante porém com valor de

cobertura baixo não superando a 10 %.

+ Alguns raros exemplares.

Percentual de Sociabilidade

5 População contínua; manchas densas.

4 Crescimento em pequenas colônias;

manchas densas pouco extensas.

3 Crescimento em grupos

2 Agrupados em 2 ou 3

1 Indivíduos isolados

+ Planta rara ou isolada

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Figura 2 e 3: Fichas de Campo 1 e 2

FICHA BIOGEOGRÁFICA

Lote nº 1

Formação: Floresta Estacional Semidecidual Aluvial

Domínio Bioclimático: Mata Atlântica do Interior

Unidade Morfoestrtural: Bacia Sedimentar do Paraná

Sítio: Várzea do Paranapanema Série de Vegetação: Tropical

Município: Rosana Coordenadas Geográficas:

Latitude: 22º37’ 52.11’’ S Longitude: 53º5’ 41.90’’ W

Estado: São Paulo Data do levantamento: 29/10/2014

Espécies vegetais por

Estratos: Nº de

Indivíduos Altitude(m)

Aprox.:

Espécies: Estratos

A/D S A/D - Dinâmica

Arbóreo:

Sapopema (Sloanea monosperma) 1 30 2 1

= 3 = Equilíbrio

Jatobá (Hymenaea sp) 1 30 2 1

Açoita Cavalo (Luehea divaricata) 1 35 2 1

Angico (Anadenanthera Colubrina) 1 20 2 1

Farinha-Seca (Albizia niopoides) 1 25 2 1

Arborescente:

Marinheiro (Licania kunthiana) 1 8 2 1 = 2 = Equilíbrio Palmeira Licuri (Syagrus coronata) 1 8 2 1

Arbustivo:

Carrapateiro (Ricinus Communis) 6 5 2 2 = 1 = Equilíbrio

Subarbustivo:

Rubiácia (Rubiaceae) 1 3 1 1

<= 1 => Progressão

Limãozinho (Rheedia gardnerina) 1 3 1 1

X (Não identificada) 17 2 2 4

Herbáceo-rasteiro:

Samambaia (Nephrolepis polypodium) 15 - de 1 metro 1 4 = 1 =

Equilíbrio

Húmus/Serrapilheira: Ocorrência significativa (10 cm) com muitas folhas em decomposição

Altitude: 237 metros Declividade: 5% Exposição: NE/SW

Clima: Tropical (outono – março/chuvoso e seco) Precipitação: 1.300 mm (média anual)

Microclima: Úmido

Rocha- Mãe: Depósitos Cenozoicos Aluviais

Erosão: Inexistente

Ação Antrópica: Baixa ação antrópica no lote em si, no entanto, o entorno (ranchos, pousadas e estrada de acesso) bastante impactado

Dinâmica do Conjunto: No subconjunto o lote apresenta dinâmica estável

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FICHA BIOGEOGRÁFICA

Lote nº 6

Formação: Floresta Estacional Semidecidual Domínio Bioclimático: Sistema de Transição Fitoclimático

Unidade Morfoestrtural: Bacia Sedimentar do Parnaíba

Sítio: Floresta Nacional de Palmares Série de Vegetação: Tropical

Município: Altos Coordenadas Geográficas:

Latitude: 05º 03’ 25.15’’ S Longitude: 42º 35’ 33.6’’ W

Estado: Piauí Data do levantamento: 27/05/2014

Espécies vegetais por Estratos:

Nº de Indivíduos Altitude(m)

Aprox.:

Espécies: Estratos

A/D S A/D - Dinâmica

Arbóreo: Pouteria furcata (Tuturubá/Goiaba Leiteira) 1 12 1 2

= 4/5 = Equilíbrio

Cenostigma Macrophyllum (Caneleiro) 11 15 3 3

Cenostigma Macrophyllum (Caneleiro) 5 10 3 3

Anadenanthera Colubrina (Angico Branco) 2 15 1 1

Thiloa Glaucocarpa (Sipaúba) 1 12 + 1

Luehea Cymulosa (Mutamba Preta) 1 15 + 1

Cedrela Odorata (Cedro) 1 17 + 1

Bactris Vulgaris (Tucum) 2 15 1 1

Ziziphus Cinnamomum (Jacarandá) 1 17 1 2

Eschweilera alvimii (Sapucarana) 9 10 2 2

Cecropia Pachystachya Trécul (Embaúba) 1 15 + 1

Attalea Speciosa (Coco Babaçu) 5 15 4 3

Ouratea Racemiformais (Peito de Moça) 2 12 + 2

Tabebuia Ochracea (Ipê Amarelo) 1 17 + 1

Arborescente:

Dictyoloma Vandellianum (Pau de Urubú) 13 7 1 4

= 3/4 = Equilíbrio

Swartzia Oblata (Grão de Bode) 1 7 + 1

Attalea Speciosa (Coco Babaçu) 20 7 4 3

Eschweilera Alvimii (Sapucarana) 5 6 2 2

Duguetia Marcagraviana (Cundurú) 4 7 2 2

Ziziphus Cinnamomum (Jacarandá) 3 8 1 2

Cenostigma Macrophyllum (Caneleiro) 7 7 3 3

Arbustivo:

Duguetia Marcagraviana (Cundurú) 5 5 2 2

Subarbustivo:

Dalbergia Gracilis (Cipó de Escada) 15 - 2 2

3/3 <= => Progressão

Ziziphus Cinnamomum (Jacarandá) 1 1 1 2

Eschweilera alvimii (Sapucarana) 2 3 2 2

Bactris Vulgaris (Tucum) 3 2,5 1 1

Duguetia Marcagraviana (Cundurú) 16 3 2 2

Attalea Speciosa (Coco Babaçu) 4 3 4 3

Syagrus Oleracea (Pari;Guariroba) 3 4 1 1

Randia Armata (Espinho de Judeu) 5 3 1 2

Dolichandra Ungis-Cati (Unha de Gato) 1 - + 1

Herbáceo-rasteiro:

Bromelia Karatas (Croatá/Croá) 1 0,7 + 4 +/+ => <= Regressão Pouteria Furcata (Tuturubá/Goiaba Leiteira) 1 0,7 1 2

Húmus/Serrapilheira: Raízes finas e folhagem e galhos secos, principalmente palha de babaçu, em decomposição

Altitude: 162 metros Declividade: 1,7% (12 cm) Exposição: NE

Clima: Tropical (verão/outono chuvoso e inverno e primavera seco) Precipitação: 1.300 mm (média anual)

Microclima: subúmido

Rocha- Mãe: Arenito (Grupo Balsas; Formação Pedra de Fogo; alternância de arenitos, silexistos e folhelhos

Solo: Siltito arenoso

Ação Antrópica: Quase nenhuma ação antrópica no lote em si, apenas circulação de pessoas na trilha.

Dinâmica do Conjunto: No subconjunto o lote apresenta dinâmica estável, com vegetação preservada.

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO

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Para a construção das pirâmides até o estágio atual das pesquisas, aqui

mencionadas, foi possível fazer uso tanto do recurso digital, o aplicativo de desenho

Corel Draw e o editor de textos Word, como também do modo mais convencional e

manual, fazendo uso do desenho à mão em folha de papel milimetrado.

Devem ser consideradas para elaboração das pirâmides as indicações de

Passos (2003), que recomenda as indicações numéricas para cada parâmetro e a

proporcionalidade matemática de cada estrato de acordo com os percentuais e os

graus dos parâmetros fitossociológicos atribuídos na ficha em campo.

Assim, a elaboração da pirâmide se dá em três etapas: a construção da

base, onde são inseridas a representação do perfil vertical da estrutura geológica do

terreno, do solo (espessura) e de sua cobertura orgânica e a declividade do terreno.

A partir de um segmento de reta horizontal traçado de 10 cm, elabora-se a base

seguindo ou a estrutura estratigráfica da formação geológica do terreno ou a cor a

ela atribuída na planilha de cores da Geologia, sobreposta pelas camadas do solo e

cobertura orgânica.

A segunda etapa é a elaboração dos estratos. Sobre a base, no centro,

ergue-se uma linha na vertical também com 10 cm, o eixo que servirá de

sustentação para composição dos estratos. Considera-se na construção da

pirâmide a ordem normal de superposição dos estratos (arbóreo, arborescente,

arbustivo, subarbustivo e herbáceo) o tamanho e a espessura são dados devido às

condições de Abundância/Dominância de cada estrato e no topo, indica-se a posição

da exposição solar.

A última etapa é inserção das informações do lote e a legenda da pirâmide.

Na pirâmide elaborada no aplicativo do Corel Draw, além dessas informações há o

acréscimo da localização geográfica do lote representada em um mapa de

localização.

As pirâmides aqui apresentadas (figuras 4 e 5) foram elaboradas no aplicativo

Corel Draw e Editor Word, respectivamente. A pirâmide da figura 4 foi feita no Corel,

após ter sido desenhada em papel milimetrado e digitalizada no computador para

servir de base para o projeto modelo de todas as demais pirâmides de ambas as

pesquisas. Ela apresenta maior riqueza de informações e detalhes, permitindo fácil

interpretação dos dados apresentados pelo leitor.

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Figura 5 - Pirâmide de Vegetação do Lote Nº 6 da Floresta Nacional de Palmares (Altos –PI) feita no software de edição de textos Word. Elaboração: Liriane Gonçalves Barbosa

Figura 4- Pirâmide de Vegetação do Lote Nº 1 na Várzea do Paranapanema (Rosana-SP) feita no software Corel Draw. Elaboração: Diogo Laércio Gonçalves

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3 - Considerações Finais:

Os estudos fitossociológicos, nos dão um embasamento teórico-metodológico

muito importante para a interpretação do estágio atual dos estratos vegetais que

compõem uma determinada área vegetada. Concomitantemente, permite avaliar a

evolução, o equilíbrio e a regressão dessas camadas e qual o grau de interação dos

estratos entre si. Este tipo de estudo, também permite ao geógrafo transitar entre

determinados temas de outras disciplinas, tais como a biologia e a botânica e sua

interdisciplinaridade para com a geografia, mais especificamente a biogeografia.

As pirâmides de vegetação fazem parte do “arranjo final” deste tipo de estudo,

sistematizando os dados do trabalho de campo anotados na ficha biogeográfica,

criando um modelo cartográfico, de análise e interpretação sobre a composição dos

estratos de uma determinada área estudada. Cabe aqui neste artigo, discutir as

potencialidades da construção do modelo cartográfico da estrutura vertical da

vegetação, a partir do uso das pirâmides de vegetação notadamente construídas

após os trabalhos de campo com o preenchimento das fichas biogeográficas.

Este tipo de representação cartográfica significa um avanço importante para o

entendimento do público no geral, tendo em vista a facilidade de se interpretar a

composição dos estratos e sua dinâmica com os elementos naturais em geral (solo

exposição solar, declividade, geologia e ação antrópica). Neste sentido, pretende-se

avançar nos estudos fitossociológicos, para aperfeiçoar este tipo de técnica

cartográfica, visando o aperfeiçoamento da construção das pirâmides de vegetação.

4- Referências Bibliográficas

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PIROLI, E. L.; PASSOS, M.M. dos. e MELO, C.R. de- O estudo da mata ciliar

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como indicadora da sustentabilidade na Raia Divisória São Paulo-Paraná-Mato Grosso do Sul.- Boletim de Geografia 25(1):95-111, 2007. PONZONI, F. J. ; SHIMABUKURO, Yosio Edemir ; Kuplich, T. M. . Sensoriamento Remoto da Vegetação. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. v. 1. 176p. WAGNER, Ana Paula Luz. Dinâmica temporal de índices de vegetação no Pampa do Rio Grande do Sul e Uruguai e suas relações com os elementos meteorológicos regionais. (Tese Doutorado Programa de Pós Graduação em Sensoriamento Remoto).Porto Alegre: UFGS, 2013.