anÁlise comparativa dos planos diretores de...

117
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM 1 Belo Horizonte Dezembro/2013 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PLANOS DIRETORES DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO DAS VELHAS E DO RIO PARÁ COM OS PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS DOS CINCO MUNICÍPIOS COM CONDIÇÃO CRÍTICA DE QUALIDADE DE ÁGUA DESTAS BACIAS

Upload: phungdan

Post on 21-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

1

Belo Horizonte Dezembro/2013

ANÁLISE COMPARATIVA DOS PLANOS DIRETORES DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO DAS VELHAS E DO RIO PARÁ COM OS PLANOS DIRETORES

MUNICIPAIS DOS CINCO MUNICÍPIOS COM CONDIÇÃO CRÍTICA DE QUALIDADE DE ÁGUA DESTAS BACIAS

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

2

Governo do Estado de Minas Gerais

Governador Antônio Augusto Anastasia

Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos do Estado de Minas Gerais – SISEMA

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD

Secretário Adriano Magalhães Chaves Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

Diretoria Geral Marilia Carvalho de Melo

Vice-Diretor Geral Fábio Carvalho Corrêa

Chefe de Gabinete Maria Auxiliadora Nemésio Cotta

Diretoria de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês De Bacia – DGAC Diretoria Renata Maria de Araújo

Gerência de Integração com as Políticas Municipais – GIPOM Rodrigo Antônio Di Lorenzo Mundim

Coordenação:

Rodrigo Antonio Di Lorenzo Mundim

Elaboração

Hugo Philippe de Jesus Cunha

Simone Aparecida de Faria

Apoio Técnico

Nádia Antônia Pinheiro dos Santos

José Jorge Pereira

João Paulo de Souza Willi (Estagiário)

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

3

Sumário 2. OBJETIVO .................................................................................................................................. 8

2.1. Objetivos Específicos: ......................................................................................................... 9

3. CONCEITOS .............................................................................................................................. 10

3.1. Planos Diretores de Recursos Hídricos ............................................................................. 10

3.2. Plano Diretor Municipal ................................................................................................... 10

4. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 11

4.1. Estudo da Condição Critica de Qualidade de Água .......................................................... 12

4.2. Análise Comparativa dos Planos Diretores de Recursos Hídricos e dos Planos Municipais

................................................................................................................................................. 13

5. ESTUDO 1 – BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS VELHAS ....................................................... 14

5.1. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas ................. 14

5.1.1. Características da Bacia ............................................................................................. 14

5.1.2. Plano de Ação ............................................................................................................ 16

5.2. Município de Sabará ......................................................................................................... 19

5.2.1. Contextualização de Sabará ...................................................................................... 19

5.2.2. Plano Diretor Municipal de Sabará ........................................................................... 20

5.3. Município de Santa Luzia ................................................................................................. 25

5.3.1. Contextualização de Santa Luzia ............................................................................... 25

5.3.2. Plano Diretor Municipal de Santa Luzia .................................................................... 28

5.4. Município de Sete Lagoas ................................................................................................. 32

5.4.1. Caracterização de Sete Lagoas .................................................................................. 32

5.4.2. Plano Diretor Municipal de Sete Lagoas ................................................................... 35

5.5. Município de Belo Horizonte ............................................................................................ 41

5.5.1. Contextualização de Belo Horizonte ......................................................................... 41

5.5.2. Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte .............................................................. 45

5.6. Caeté ................................................................................................................................ 48

5.6.1. Contextualização de Caeté ........................................................................................ 48

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

4

5.6.2 Plano Diretor Municipal de Caeté .............................................................................. 51

5.7. Análise Comparativa entre o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do

Rio das Velhas e os Planos Diretores Municipais dos cinco Municípios com Condições mais

Críticas de Qualidade de Água ................................................................................................ 57

6. ESTUDO 2 – BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ .................................................................. 69

6.1. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Pará ........................... 69

6.1.1. Caracterização da Bacia............................................................................................. 69

6.1.2. Plano de Ação ............................................................................................................ 71

6.2. Município de Itaúna ......................................................................................................... 73

6.2.1. Caracterização do Município de Itaúna .................................................................... 73

6.2.2. Plano Diretor Municipal de Itaúna ............................................................................ 75

6.3. Município de Pará de Minas ............................................................................................. 78

6.3.1. Contextualização do Município de Pará de Minas .................................................... 78

6.3.2. Plano Diretor Municipal de Pará de Minas ............................................................... 82

6.4. Nova Serrana .................................................................................................................... 84

6.4.1. Caracterização do Município de Nova Serrana ......................................................... 84

6.4.2. Plano Diretor Municipal de Nova Serrana ................................................................. 86

6.5. Passa Tempo..................................................................................................................... 92

6.5.1. Contextualização do Município de Passa Tempo ...................................................... 92

6.5.2. Plano Diretor Municipal de Passa Tempo ................................................................. 95

6.6. São Gonçalo do Pará ........................................................................................................ 95

6.6.1. Caracterização do Município de São Gonçalo do Pará ............................................. 95

6.6.2. Plano Diretor Municipal de São Gonçalo do Pará ..................................................... 97

6.7. ANÁLISE COMPARATIVA DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HIDRICOS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ COM OS PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS ........................... 100

7 – Considerações Finais ........................................................................................................... 111

8. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 113

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

5

1. INTRODUÇÃO

A água doce é um recurso natural, de valor limitado e que tem a sua origem no ciclo

hidrológico. O seu valor deve-se as condições de uso, a qualidade e a quantidade

existente em cada localidade. No Brasil a água tem ganhado um status de importância

cada vez mais elevado, devido às condições de piora da qualidade e de escassez. Isso

tem ocorrido em função do mau uso, desperdícios e contaminação das águas das

nascentes e rios.

Segundo Rebouças1 (2006) as causas do mau uso, desperdícios e escassez de água

devem-se ao crescimento desordenado dos centros urbanos, da indústria que

apresenta uma demanda crescente por água e descumpre as condições de

lançamentos e da agricultura que pouco se modernizou nos seus processos de

produção.

Com isso a gestão dos recursos hídricos teve de se atualizar. No Brasil, o Código das

Águas, de 1934, sofreu ajustes por normas complementares e prevaleceu até a década

de 1990, quando o país a promulgou a Lei federal2 nº 9433, de 29 de janeiro de 1997,

que regulamentou a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Essa norma é avaliada como inovadora, por promover a gestão dos recursos hídricos

de forma descentralizada e institucionalizar os instrumentos de gestão.

O Estado de Minas Gerais, sofrendo os mesmo efeitos do resto do Brasil e seguindo a

vanguarda nacional buscou, nesta ocasião, adequar a sua Política Estadual de Recursos

1 REBOUÇAS. Aldo da C: Água doce no mundo e no Brasil. Rebouças. Aldo. Braga. Benedito. Tundisi. José.

Águas Doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3º Edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2006. 2 BRASIL. Lei 9.433, de 29 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição federal, e altera o art. 1º da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

6

Hídricos, estabelecida pela Lei Estadual3 nº 11504, de 20 de Junho de 1997, atualizada

pela publicação da Lei Estadual4 13.199, de 29 de janeiro de 1999. Essa Lei possui

características similares à nacional e tem como principal objeto a formalização dos

instrumentos de gestão e suas competências. Ainda, propõe a gestão compartilhada

do uso integrado dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Seu Art. 9º instituiu

nove instrumentos de gestão de recursos hídricos, a saber:

I - o Plano Estadual de Recursos Hídricos;

II - os Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas;

III - o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos;

IV - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo seus usos

preponderantes;

V - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;

VI - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

VII - a compensação a municípios pela explotação e restrição de uso de recursos

hídricos;

VIII - o rateio de custos das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou

coletivo;

IX - as penalidades.

Entretanto, a Política Estadual de Recursos Hídricos por si só é insuficiente, pois ela

define diretrizes para a gestão dos recursos hídricos. A gestão propriamente dita

ocorre entre a atuação integrada dos instrumentos.

3 MINAS GERAIS. Lei 11.504, de 20 de junho de 1997. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos

Hídricos e dá outras providências. 4 MINAS GERAIS. Lei 13.199, de 29 de janeiro de 1999. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos

Hídricos e dá outras providências.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

7

Dentre os noves instrumentos de gestão, o Plano Diretor de Recursos Hídricos de

Bacias Hidrográficas é um dos instrumentos mais importante da gestão de recursos

hídricos, pois exerce a função de planejar o uso da água, contribuindo para a

manutenção e aumento de sua disponibilidade hídrica, bem como proporcionar a

conservação ou melhoria da qualidade dos corpos hídricos de uma bacia. Para que se

cumpram os objetivos esperados, são realizados estudos de diagnóstico e prognóstico,

e propostas diretrizes, programas e metas, conforme prevê a Resolução do Conselho

Nacional de Recursos Hídricos no 1455, de 12 de dezembro de 2012.

A relevância do Plano Diretor de Recursos Hídricos para a gestão das águas é

incontestável, entretanto, a sua efetivação se dá através das articulações com os

demais instrumentos de gestão das águas e com as políticas setoriais e territoriais.

Santos6 (2011) argumenta que “o planejamento de bacia deve ser realizado de forma

integrada com as outras Políticas setoriais e territoriais” como os Planos Diretores

Municipais. Assim, o alinhamento do Plano Diretor de Bacias com as Políticas

Municipais tornam necessário para que ações sejam mais eficazes contribuindo, assim,

para a melhoria da qualidade ambiental das bacias.

O Plano Diretor do Município é o instrumento básico de planejamento territorial que

tem como objetivo orientar políticas municipais, muitas vezes voltados para temas

como a habitação, o saneamento e a preservação do meio ambiente. Segundo SEDRU7

(2009), a elaboração do Plano Diretor Municipal deve ser conduzida através de estudos

apurados, com a construção de diagnósticos (situação atual) e prognósticos (cenários

futuros) e a definição de programas ou diretrizes e que abordem temas como: a

5 Disponível em <http://www.cnrh.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14>

6 SANTOS, Robson Rodrigues. Atendimento às atividades da componente 1 do Plano Diretor de

Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas. 87f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental – UFOP. Ouro Preto, 2010. 7 - SEDRU – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana de Minas Gerais.

Cartilha – Plano Diretor Participativo – Instrumento de Cidadania

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

8

melhoria da qualidade de vida, a mobilidade urbana, o saneamento básico e a

manutenção ou preservação das questões ambientais.

Pautado na avaliação de simetria entre os instrumentos de planejamento de bacia e

municipal e na busca pela otimização dos resultados da boa gestão territorial e das

águas é que se buscou desenvolver este estudo. Tem-se que a interlocução entre os

instrumentos proporcionará um alinhamento das políticas de recursos hídricos e

urbanas, que juntas, possibilitam a melhoria de qualidade e de disponibilidade dos

corpos hídricos.

Assim, este estudo vem oferecer uma avaliação comparativa entre o alinhamento do

Plano Diretor de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas com os Planos Diretores

Municipais.

Esse estudo pautou-se em projeto piloto que escolheu as bacias hidrográficas do Rio

das Velhas e do Rio Pará e os cinco municípios com condição critica de qualidade de

água de cada Bacia. Na Bacia do rio das Velhas foram analisados os municípios de Belo

Horizonte, Caeté, Sabará, Santa Luzia e Sete Lagoas e na Bacia do rio Pará foram

analisados os municípios de Itauna, Nova Serrana, Pará de Minas, Passa Tempo e São

Gonçalo do Pará.

2. OBJETIVO

Identificar e analisar as interfaces existentes entre as diretrizes dos Planos Diretores

Municipais e os programas dos Planos Diretores de Recursos Hídricos das bacias do rio

das Velhas e do rio Pará buscando otimizar a gestão do recursos hídricos.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

9

2.1. Objetivos Específicos:

• Comparar os programas dos Planos Diretores de Recursos Hídricos das Bacias

Hidrográficas dos rios das Velhas e do Pará com às diretrizes dos Planos Diretores

dos cinco municipais, de cada bacia, com condições críticas de qualidade da água.

• Avaliar a influência da articulação entre os instrumentos de gestão municipais e da

gestão das bacias para a promoção da melhoria da qualidade e disponibilidade

hídricas dos corpos hídricos.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

10

3. CONCEITOS

3.1. Planos Diretores de Recursos Hídricos

O Plano Diretor de Recursos Hídricos de Bacia Hidrográfica é um instrumento da

Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e possui a função estratégica de

planejamento e de gerenciamento dos usos dos recursos hídricos. Ele é elaborado em

consonância aos aspectos legais e técnicos, visando compatibilizar os usos integrados

de águas superficiais e subterrâneas e a garantir a disponibilidade hídrica e a

qualidade, de modo a promover o uso racional e sustentável dos recursos hídricos e do

meio ambiente.

3.2. Plano Diretor Municipal

O Plano Diretor Municipal é o conjunto de regras orientadoras aprovadas pela

sociedade para disciplinar à organização territorial de um município, seja no território

urbano ou no rural. Desta forma Cassilhas & Cassilhas8 (2009) destaca que “o Plano

Diretor Municipal tem como função organizar o crescimento municipal, de modo

planejado e orientado para o futuro. Ele engloba tanto as áreas urbanas como rurais,

estabelecendo diretrizes a serem seguidas por cada uma das partes do município”.

O Plano Diretor Municipal tem função planejar os municípios e estabelecer estratégias

de desenvolvimento temporais, de curto, médio e longo prazo, de modo a atender o

interesse da sociedade.

8 Cassilha, Gilda Amaral. Cassilha, Simone Amaral. Planejamento Urbano e Meio Ambiente. Editora

IESDE Brasil S.A. Curitiba, 2009.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

11

4. METODOLOGIA

Esse trabalho foi desenvolvido em duas etapas: na primeira foram realizados estudos

para identificar dos cinco municípios em condições críticas de qualidade de água,

tanto na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, quanto na Bacia Hidrográfica do Rio

Pará. Já na segunda etapa realizou-se a análise da inter-relação entre os Planos

Diretores Municipais dos municípios com os conteúdos programáticos dos Planos

Diretores de Recursos Hídricos das respectivas bacias hidrográficas estudadas. Os

procedimentos metodológicos a seguir irão detalhar tais etapas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

12

4.1. Estudo da Condição Critica de Qualidade de Água

Nos trabalhos Relatórios de Identificação de municípios com condição crítica para a

qualidade de água nas bacias dos rios das Velhas9 e do Pará10 foram realizados, por

meio de levantamentos das desconformidades dos corpos de águas, a identificação

dos cinco municípios em condições críticas de qualidade de água dessas Bacias.

A Bacia do Rio Paraopeba havia sido inicialmente pactuada como indicador, por

abranger, assim como a Bacia do Rio das Velhas, a Região Metropolitana de Belo

Horizonte – RMBH. Naquele momento, o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraopeba estava em fase de conclusão, ainda pendente de

adequações e complementações técnicas. Entretanto, não houve tempo hábil para ser

aprovado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica. Assim, optou-se pela substituição dessa

bacia pela do Rio Pará.

A substituição da análise para a Bacia do rio Pará justifica-se por sua importância na

região, por compreender parte dos municípios inseridos na RMBH e, ainda, possuir os

instrumentos Plano Diretor de Recursos Hídricos e cobrança pelo uso da água, sendo

essa última está em fase de implementação, com previsão para ser iniciada na Bacia

em outubro de 2014.

Na identificação dos municípios que apresentam condições críticas para a qualidade

das águas na bacia do rio das Velhas, foram avaliados os parâmetros de qualidade:

coliformes termotolerantes, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total, oxigênio

dissolvido e nitrogênio amoniacal, em 72 (setenta e duas) das 82 estações de

monitoramento da qualidade da água existentes na bacia. Esses foram escolhidos por

serem os mais representativos para determinar a contaminação por esgotos

9 IGAM. Relatório de Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia

do rio das Velhas. DPMA/GEMOH/AGUASUPERF. Belo Horizonte, 08 de Julho de 2013; 10

IGAM. Nota Técnica DMPA/GEMOH/AGUASUPERF. Nº 016/2013. Identificação de municípios com

condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio Pará. Belo Horizonte, 08/11/13.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

13

domésticos. Nessa análise foram selecionados os seguintes municípios: Belo Horizonte,

Sabará, Santa Luzia, Caeté e Sete Lagoas.

Para a Bacia Hidrográfica do rio Pará foram considerados os mesmos parâmetros

definidos anteriormente, sendo avaliadas 26 (vinte e seis) das 29 (vinte e nove)

estações de monitoramento da qualidade da água da bacia. Os municípios indicados

foram: Itaúna, Pará de Minas, Passa Tempo, São Gonçalo do Pará e Nova Serrana.

4.2. Análise Comparativa dos Planos Diretores de Recursos Hídricos e dos Planos Municipais

A segunda etapa consistiu na análise comparativa entre os conteúdos dos Planos

Diretores dos Municípios e Planos Diretores de recursos hídricos, por compreender

que esses foram elaborados em concordância com a Política Estadual de Recursos

Hídricos, tendo programas e ações específicos para a realidade da bacia. Desta forma,

agrega-se valor a análise podendo propor um alinhamento entre os dois planos, uma

vez que se pactuam ações para manutenção ou melhorias das condições de qualidade

e da disponibilidade hídrica em nível municipal e o outro estadual.

Foram analisados aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos, por bacia e município, e

considerou ainda, quando existente, os planos de saneamento ambiental. Avaliaram-

se também os programas existentes nos respectivos Planos Diretores de Recursos

Hídricos e Planos Municipais.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

14

5. ESTUDO 1 – BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DAS VELHAS

5.1. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas

5.1.1. Características da Bacia

A bacia hidrográfica do rio das velhas localiza-se na região central do Estado de Minas

Gerais e corresponde a Unidade de Planejamento de Gestão de Recursos Hídricos

UPGRH SF5, e que segundo Camargos11 (2004), possui uma área de 29173 Km2,

composta por 51 municípios e com um população de 4,8 milhões de habitantes. A

bacia é subdividida em três territórios (Alto, Médio e Baixo), dos quais os municípios

que compõem este estudo contemplam a porção média.

Nos aspectos físicos, segundo Camargos (2004), o clima é sazonal, com períodos de

secas de variam de 3 a 5 meses, divide-se em três categorias, conforme a sua

localização espacial (Alto Velhas – clima quente de inverno seco; Médio Velhas –

temperado de inverno seco; e Baixo Velhas – tropical de verão úmido). A geologia da

bacia é determinada por rochas predominantes da era do arqueano e proterozóica,

condição válida para o Quadrilátero Ferrífero. Dos recursos minerais encontrados na

bacia são ferro, manganês, ouro, alumínio, urânio, mercúrio, chumbo, zinco, cobre,

calcário, mármore, dolomito, quartzo, diamante, filito, caulim, argila, etc. Nos aspectos

pedológicos destacam-se os latossolos vermelho-escuro, vermelho-amarelo,

cambissolos, litossolos, areias quartzosas e aluviais. O sistema dos aquíferos presentes

na bacia do rio das Velhas são os granulares, fraturados (ou fissurados) e carstico e

carstico-fissurado.

A vegetação nativa e as matas ciliares foram quase toda suprimida, devido as atividade

agropecuária, queimadas, desmatamentos, e mineração. As matas ciliares são

11 Camargos, Luiza de Marillac Moreira. Plano Diretor de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio

das Velhas: resumo executivo. 228p. Belo Horizonte, Dezembro de 2004

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

15

encontradas em pequenos faixas da Bacia (Camargos, 2004). Observa-se pelo Plano

Diretor de Recursos Hídricos da bacia uma grande quantidade Unidades de

conservação, no qual se acredita ser uma tentativa para reduzir o atual estado de

degradação da vegetação e como consequência proporcionar uma manutenção da

qualidade ambiental, dentre elas, ampliar ou manter a disponibilidade e qualidade das

águas.

A bacia do rio das Velhas é determinada por usos múltiplos dos recursos hídricos, a

destacar o abastecimento de água, diluição de efluentes, industrial, mineral e

irrigação, e menos recorrente, atividade de geração de energia, turismo e lazer e

preservação das comunidades aquáticas.

A bacia do rio das Velhas destaca-se pelos diversos problemas existentes tendo como

dos principais fatores os processos de mineração, da atividade agropecuária e da

urbanização. No Quadrilátero Ferrífero a atividade de mineração é uma das principais

causas de poluição, no qual se encontram registros de contaminação dos cursos de

água por cobre, manganês e níquel, além dos sólidos em suspensão. A região

metropolitana de Belo Horizonte é outro agente causador de poluição. Ela é

responsável por uma grande quantidade de efluentes domésticos, industriais e de

resíduos sólidos. A urbanização é o principal fator de pressão (Camargo, 2004).

Numa análise mais específica do saneamento ambiental na bacia do rio das Velhas, é

apontado como um dos principais problemas, segundo o Plano Diretor da Bacia do rio

das Velhas (2004). Atribui-se ao fato de que os principais municípios que compõem a

cidade metropolitana lançam seus efluentes domésticos e industriais em nos corpos de

água que desaguaram no rio das velhas. O abastecimento de água não contempla

necessariamente um problema, já que 92% dos municípios são atendidos por rede de

distribuição de água. Entretanto, de acordo com PDRH Velhas (2004), a coleta de

esgoto contempla apenas 53% das sedes municipais, as estações de tratamento de

esgoto estão presentes apenas nos municípios da região metropolitana (nível

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

16

secundário) e a forma de deposição de resíduos sólidos, poucos municípios dispõem

de aterros controlados.

Com relação ao comparativo entre demanda versus disponibilidade, apresentada pelo

PDRH Velhas (2004), e baseado numa vazão outorgável máxima equivalente a 30% da

Q7,10 verificou-se que os limites foram ultrapassados.

Outro critério também analisado pelo PDRH Velhas refere à disponibilidade hídrica

qualitativa, em dados produzidos pelo IGAM, no período 1997 a 2003, indicou um

Índice de Qualidade de Água – IQA, variando de muito ruim a médio, excetuando ao

alto da bacia, que algumas vezes registrou IQA bom. Este relatório determinava que as

condições de qualidade do corpo hídrico da bacia estavam relacionado ao lançamento

de esgotos domésticos e a falta de tratamento destes efluentes. Apenas o trecho a

jusante do Córrego de São Bartolomeu apresentou índice de qualidade bom, mas se

deve ao córrego que não recebe poluente e que sua maior vazão é originária do

Parque Nacional da Serra do Cipó, o que lhe garante a melhoria da qualidade.

5.1.2. Plano de Ação

O plano de ação é planejamento propriamente dito para uma bacia hidrográfica e ele

se dá pela definição de diretrizes para implementação dos instrumentos de gestão de

recursos hídricos e por proposição de programas que permitam a revitalização,

recuperação ou conservação hidroambiental da Bacia. No caso do PDRH Velhas as

diretrizes foram definidas conforme a legislação da época e que defini explicitamente

as condições para os instrumentos de gestão. Os programas foram divididos em seis

componentes, que se definem por: arranjos institucionais, programas de saneamento

ambiental, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, educação ambiental e

sanitária, ações especiais para conservação hidroambiental e o sexto componente que

se vincula as ações para o alcance da Meta 2010.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

17

Para cada componente foi estabelecido um conjunto de atividades, conforme Camargo

descreve a seguir (p.202):

Componente 1 - Implementação do Sistema Estadual de Gerenciamento de

Recursos Hídricos - SEGRH e regularização de usos e usuários

Atividade 1.1 - Fortalecimento do CBH VELHAS;

Atividade 1.2 - Implantação da Agência de Bacia;

Atividade 1.3 - Cadastramento dos usuários, conforme proposta apresentada no

Plano;

Atividade 1.4 - Regularização dos usos por meio da outorga e da cobrança pelo

uso dos recursos hídricos;

Atividade 1.5 - Fiscalização e monitoramento integrado dos usuários;

Atividade 1.6 - Implementação do Sistema de Informações.

Componente 2 - Saneamento ambiental

Atividade 2.1 - Universalização do abastecimento de água na bacia;

Atividade 2.2 - Ampliação da rede coletora de esgotos na bacia;

Atividade 2.3 - Serviços de implantação de Estações de Tratamento de Esgotos;

Atividade 2.4 - Melhoria da coleta e disposição adequada dos resíduos sólidos.

Componente 3 - Recuperação ambiental

Atividade 3.1 - Controle da erosão e do assoreamento;

Atividade 3.2 - Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes);

Atividade 3.3 - Recuperação ambiental de áreas afetadas pelas atividades de

mineração.

Adoção de medidas de desassoreamento.

Componente 4 - Ações não estruturais

Atividade 4.1 - Educação sanitária e ambiental;

Atividade 4.2 - Desenvolvimento de estudos (águas subterrâneas, mitigação de

inundações);

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

18

Atividade 4.3 - Incentivo e fomento ao ecoturismo;

Atividade 4.4 - Plano de Controle e Adequação do Setor Industrial;

Atividade 4.5 - Plano de Controle e Adequação do Setor Mineral;

Atividade 4.6 - Plano de Controle e Adequação do Setor Agrícola.

Componente 5 - Ações Especiais

Atividade 5.1 - Implementação de ações para a conservação hidroambiental da

sub-bacia do rio Cipó;

Atividade 5.2 - Implementação de ações para a preservação da APA Cachoeira

das Andorinhas (18.700 ha);

Atividade 5.3 - Implementação do Sistema de Alerta Hidrometeorológico contra

cheias.

Componente 6 - Ações específicas para o alcance da Meta 2010

Atividade 6.1 - Realização de estudos sobre a navegabilidade do trecho "Sabará-

Jaguara Velha", no Distrito de Mocambeiro;

Atividade 6.2 - Implantação de interceptores, em Belo Horizonte e Contagem,

com tratamento de fundo de vale, compreendido como conservação ou

renaturalização de leitos;

Atividade 6.3 - Implantação de unidades de desinfecção nas ETE ARRUDAS e

ONÇA;

Atividade 6.4 - Implantação de Estações de Tratamento de Esgotos em nível

secundário, com polimento, nos Municípios, Nova Lima, Raposos, Rio Acima,

Sabará e Santa Luzia;

Atividade 6.5 - Implantação de tratamento de esgotos adicional na ETE-ONÇA

(com polimento);

Atividade 6.4 - Programa Caça Esgotos;

Atividade 6.5 - Programa DRENURBS;

Atividade 6.6 - Implementação do Plano Municipal de Saneamento;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

19

Atividade 6.7 - Implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos de Bela

Fama;

Atividade 6.8 - Implementação da rede de monitoramento dirigida.

5.2. Município de Sabará

5.2.1. Contextualização de Sabará

O município de Sabará se localiza no Alto da Bacia do Rio das Velhas e tem sua sede

cortada pelo rio principal (rio das Velhas). O município pertence à região

metropolitana de Belo Horizonte e faz limites com os municípios de Taquaraçu de

Minas, Caeté, Raposos, Nova Lima, Santa Luzia e Belo Horizonte.

De acordo com a Prefeitura de Sabará12, o município possui as seguintes características

físicas: o relevo é determinado por paisagem montanhosa com fortes rupturas de

declive e vales encaixados e que tem na sua estrutura geológica a predominância de

itabiritos, calcários, dolomítitos e filitos. O clima é tropical de altitude com verões

quentes. Chuvas predominando nos meses de Outubro a Abril, com totais

pluviométricos variando em torno de 1.500 mm anuais. A temperatura média anual é

de cerca de 21º c. A média das máximas fica em torno de 27ºc e a das mínimas de

16ºc. A média da umidade relativa do ar é de 72,2%. A vegetação predominante é o

cerrado.

Segundo o Censo do IBGE13 (2010), Sabará possuiu uma população total de 126.269

habitantes, sendo, predominantemente, urbana já que no município 123.084

12 Prefeitura Municipal de Sabará, (http://www.sabara.org.br/port/borba.asp, consultado em

11.11.2013). 13 Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de

2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

20

habitantes vivem em área urbana. Ainda segundo o IBGE, a densidade demográfica de

417,87 hab/km e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM é de 0,731.

A rede de educação escolar de Sabará é composta por ensino fundamental, médio,

técnico (SESI/SENAI-MG) e superior, ministrados na Faculdade de Sabará e no Instituto

Federal de Minas Gerais.

O serviço de abastecimento de água é feito pela COPASA e apresenta um índice de

atendimento total de 97,5%. O esgotamento sanitário também feito pela COPASA

apresenta o percentual de coleta é de 92% e de tratamento de esgoto na ETE é de

63,12. A destinação final dos resíduos sólidos urbanos é realizada em aterro sanitário14

regularizado (FEAM, 2012). Sabará possui 06 pontos de monitoramento de Qualidade

das Águas Superficiais15 na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas em 2012 passou para

(IGAM, 2013)

5.2.2. Plano Diretor Municipal de Sabará

O Plano Diretor Municipal de Sabará esta dividido em 5 (cinco) títulos, que são: I –

conceituação, finalidade, abrangência e objetivos; II – das Políticas Publicas; III – do

Plano Urbanístico Ambiental; IV – da Gestão Democrática e; V – das disposições finais.

A primeira parte é importante por destacar abrangência do instrumento, considerando

que este faz referências específicas à área urbana e rural. O segundo e o terceiro

Títulos são dos mais importantes por regulamentar à gestão do município. O quarto

Título aborda o processo para construção e discussão com a sociedade e os módulos

para atualização do Plano Diretor Municipal. Por ultimo, o Titulo V, que apresenta o

prazo que inicio de vigência do Plano e outras informações de menor valor para a

implementação do instrumento.

14 FEAM - Classificação e Panorama da destinação de resíduos sólidos em Minas Gerais 2012, consultado em 24/11/2013. 15 IGAM. Op.cit 06.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

21

Desta forma, destacam-se os seguintes pontos do Plano Diretor Municipal de Sabará16:

Art. 6º - São diretrizes para a Política Urbana:

I - planejar o desenvolvimento urbano da Cidade, a distribuição espacial da população e as

atividades econômicas do Município de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento

urbano e seus efeitos negativos sobre o Meio Ambiente;

IV - proporcionar a regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de

baixa renda, mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do

solo, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

Art. 7º - São diretrizes para a Política Rural:

II - promover o desenvolvimento, elaborando planos a partir dos diagnósticos do Zoneamento

Ecológico Econômico, para o desenvolvimento social, econômico e ambiental das áreas rurais.

III - implantar parques naturais em áreas de vocação identificadas pelo Zoneamento Ecológico

Econômico, protegendo e preservando os ecossistemas;

IV - preservar a cobertura vegetal de proteção das encostas, nascentes e cursos d’água;

VIII - estimular o desenvolvimento de projetos agroflorestais;

III - implementar o direito à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao

transporte, serviços públicos, trabalho e lazer;

IV - proporcionar a regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de

baixa renda, mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do

solo, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

Art. 16 - São diretrizes para o Turismo visando o Desenvolvimento Humano e a Qualidade de Vida:

XVI - buscar novas alternativas na oferta turística, valorizando o ambiente ecológico e a cultura

imaterial no Município;

Art. 17 - São diretrizes para a Educação:

VI - intensificar atividades escolares interdisciplinares que insiram a realidade do Município,

através de programas de educação para o trânsito, sanitária, ambiental, cultural e patrimonial,

em parceria com Secretarias afins;

Art. 29 - São diretrizes para o Meio Ambiente:

16

SABARÁ. Prefeitura Municipal. Lei Complementar nº 12, de 08 de Janeiro de 2008. Dispõe sobre o

Plano Diretor Municipal de Sabará e dá outras providencias.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

22

V - promover o controle, mitigação e/ou compensação de impactos ambientais decorrentes das

atividades modificadoras do meio ambiente;

IX - articular junto à Secretaria Municipal de Defesa Social e a Secretaria do Meio Ambiente o

apoio da Guarda Municipal na fiscalização do patrimônio ambiental;

X - desenvolver parcerias públicas e privadas para viabilizar projetos e ações de Gestão

Ambiental;

XI - elaborar projetos e ações no sentido de promover a educação e a conscientização ambiental

de forma descentralizada;

XII - promover a arborização das vias e espaços públicos e o tratamento paisagístico e urbanístico

das áreas remanescentes dos fundos de vale já urbanizados;

XIII - estimular a criação e apoiar as ações dos subcomitês da bacia do Rio das Velhas em Sabará;

XIV - integrar as ações de recuperação do Rio das Velhas no Município com o Plano Diretor desta

bacia;

XV - apoiar as ações da Agenda 21 – Sabará;

XVI - estimular a expansão e criação de áreas de preservação ambiental a partir do Zoneamento

Ecológico Econômico, observando a Deliberação Normativa COPAM, para unidades de

conservação;

XVIII – estabelecer, em até 18 meses, diretrizes para o plano de manejo para as Unidades de

Conservação do Município;

XIX – elaborar plano de recuperação e manutenção das APP´s de matas ciliares, identificadas a

partir do Zoneamento Ecológico Econômico em até 36 meses, considerando:

a) - identificação do uso das águas subterrâneas e promover o cadastramento dos usuários;

b) - disponibilidade e monitoramento hídrico dos cursos d’água para o atendimento ao

consumo humano;

XX - estabelecer o Zoneamento Ambiental, definindo as diretrizes de uso e ocupação do solo,

controle da poluição e manutenção de percentagens de áreas verdes por habitantes atual e

recomendado por órgãos nacionais e internacionais;

Art. 34 - São diretrizes para as Macrozonas Urbanas :

III - universalizar o acesso ao saneamento básico;

Art. 54 - São diretrizes para as Zonas de Preservação Ambiental:

I - identificar novas áreas de preservação ambiental de acordo com o Zoneamento Ecológico

Econômico.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

23

IV - manter e recuperar os recursos naturais existentes;

V - estimular a conscientização ambiental e a responsabilidade individual e coletiva quanto à

proteção das Zonas de preservação ambiental;

VI - divulgar a existência destas Zonas de preservação para a população;

VII - desenvolver programas e preparar as Zonas de Preservação Ambiental para visitação pública

organizados pelo órgão ambiental da Prefeitura.

Art. 58 - São diretrizes gerais para as Zonas Industriais:

I - condicionar a instalação de empreendimentos a licenciamento ambiental realizado pela

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, embasada na Lei de Licenciamento e Controle Ambiental

a ser criada, e, quando couber, a Licenciamento Estadual conforme o potencial de emissão de

poluentes e grau de utilização de recursos naturais;

Art. 63 - São diretrizes para as Zonas de Produção Agropecuária:

I - promover o desenvolvimento sustentável conforme potencialidades estabelecidas pelo

Zoneamento Ecológico Econômico;

II - estimular a compatibilidade das atividades com as características da área;

III - promover políticas e atividades relacionadas à conservação de condições ambientais

específicas e o desfrute da paisagem, viabilizando também o seu aproveitamento econômico e

favorecendo o bem-estar e a qualidade de vida;

IV - valorizar o espaço de proteção ambiental como base para sustentabilidade dos

assentamentos humanos e desenvolvimento de atividades agropecuárias, assegurando a

proteção dos recursos naturais;

VI - preservar as características físicas e bióticas e respectivos processos naturais, criando

condições ecológicas, fomentando o desenvolvimento dos Corredores Ecológicos.

Art. 65 - São diretrizes para as Zonas Sob a Influência da Mineração:

IV - fiscalizar regularmente os empreendimentos de extração mineral, verificando se os mesmos

encontram-se devidamente licenciados e regularizados perante o Município quanto ao alvará e

ao recolhimento dos impostos e contribuições devidas.

Art. 67 - As atividades minerais em funcionamento deverão apresentar, quando solicitado, Plano

de Recuperação Ambiental da área minerada.

Art. 133 - O Sistema de Licenciamento e Controle Ambiental Municipal obedecerá às seguintes

diretrizes:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

24

III - identificar todas as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e estabelecer

procedimentos e normas para sua implantação ou regularização, além da integração com os

níveis estadual e federal;

IV - implementar e manter em funcionamento a fiscalização ambiental no Município;

V - firmar convênio com o sistema estadual de meio ambiente para o licenciamento em âmbito

municipal.

Art. 144 - São diretrizes mínimas para o Plano de recursos hídricos:

I - a instituição e o aprimoramento da gestão integrada dos recursos hídricos no Município,

contribuindo na formulação, implementação e gerenciamento de políticas e ações demandadas

no âmbito do Sistema de Gestão da Bacia do Rio das Velhas;

II - a articulação da gestão da demanda e da oferta de água, particularmente daquela destinada

ao abastecimento da população, por meio da adoção de instrumentos para a sustentação

econômica da sua produção nos mananciais;

III - o desestímulo do desperdício e a redução das perdas físicas da água tratada e o incentivo à

melhoria contínua do respeito aos padrões de consumo;

IV - a difusão de políticas de conservação do uso da água;

V - a criação de projetos de educação ambiental continuados para permitir o controle social das

condições gerais de produção de água, ampliando o envolvimento da população na proteção das

áreas produtoras de água.

Art. 145 - O Plano de Drenagem Urbana, a ser estabelecido através de decreto municipal,

devendo conter diagnóstico e projeto de um sistema de drenagem exeqüível, técnica e

economicamente eficiente, maximizando os benefícios e minimizando os custos, considerando

sempre a micro e a macrodrenagem, para o atendimento ao disposto nesta Lei.

Art. 146 - O Plano de Resíduos Sólidos do Município, a ser estabelecido através de decreto

municipal, constitui parte integrante do sistema de gestão ambiental, baseado nos princípios da

não geração e da minimização da geração de resíduos, reduzindo riscos ao meio ambiente e

assegurando o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a legislação vigente,

para o atendimento ao disposto nesta Lei.

Diante das diretrizes apresentadas para o Plano Diretor Municipal de Sabará nota-se

que o instrumento buscou incorporar em seu texto as questões mais relevantes para o

planejamento urbano. As diretrizes ambientais foram bem apresentadas, no qual

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

25

buscou conciliar as situações do município e adequá-lo a programas definidos pelo

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas, como por exemplo: “Art.

29, Inciso XIII - estimular a criação e apoiar as ações dos subcomitês da bacia do Rio

das Velhas em Sabará”.

Das diretrizes para o saneamento básico, verificou-se que a norma contém

proposições simples, baseando-se em características gerais, conforme determinações

estabelecidas pelo Ministério das Cidades. Sabará possui Plano Municipal de

Saneamento que conforme identificado na página do Comitê de Bacia Hidrográfica do

Rio das Velhas17, foi concluído em julho de 2013.

5.3. Município de Santa Luzia

5.3.1. Contextualização de Santa Luzia

O município de Santa Luzia18 é o mais antigo de Minas Gerais, são mais de três séculos

de história. Originou-se em 18 de março de 1692 com os aventureiros que buscavam

riqueza e acabaram descobrindo a região durante o ciclo do ouro. Mais de 150 anos

depois, em 1856, o povoado foi emancipado e desmembrado de Sabará e a partir de

1924, passou a se chamar Santa Luzia (PREFEIRUTA DE SANTA LUZIA, 2013).

Santa Luzia localiza-se no estado de Minas Gerais e pertence à região metropolitana de

Belo Horizonte. O município subdivide-se em 04 (quatro) partes, Parte Alta, Parte

Baixa, Distrito de São Benedito e Zona Rural e segundo o IBGE (2010), Santa Luzia

possui uma área de 235.33 Km² (Figura1) e uma densidade demográfica de 862.37

hab/km².

17 CBH Rio das Velhas. Plano Municipal de Saneamento de Sabará, consulta no site

http://www.cbhvelhas.org.br/index.php/pmsb-sabara.html, em 28/11/2013 18 - Prefeitura de Santa Luzia. Disponível em: www.santaluzia.mg.gov.br/prefeituraAcesso em: 11 novembro 2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

26

Figura 5.1: Localização do município de Santa Luzia

O município (figura 5.1) limita-se ao norte com Jaboticatubas, Lagoa Santa e Taquaraçu

de Minas, ao sul com Sabará e Belo Horizonte, a leste com Vespasiano e Lagoa Santa e

ao oeste com Belo Horizonte e Sabará.

Quanto aos aspectos físicos, o município de Santa Luzia está inserido no clima

subtropical de altitude, subsequente, semiúmido, com estação seca com duração entre

quatro e cinco meses ao ano e apresenta temperaturas amenas durante todo o ano,

verão chuvoso e inverno seco. Possui em sua geologia compostos do Grupo Bambuí,

caracterizado pelo relevo mais novo e é formado por rochas carbonáticas como o

calcário, um tipo de rocha sedimentar. Segundo Silva19 et.AL (2011) a vegetação é

19 - SILVA, Daniele Tomich; FICHE, Lorena Rodrigues; RABELO, Maíra Antunis; LOTT, Marcelo Galvão;

MAGALHÃES, Marco Túlio Ferreira. Diagnóstico Ambiental do Município de Santa Luzia. JUNHO 2011.

Trabalho Acadêmico (Projeto Integrado) Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Universidade FUMEC,

Belo Horizonte, 2011

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

27

característica de dois biomas, onde predominam as características principais do

Cerrado e Mata Atlântica.

O município de Santa Luzia, segundo Censo IBGE (2010), possui uma população de

aproximadamente 202.942 habitantes. Desse contingente, 202.378 pessoas ocupavam

a zona urbana e 564 ocupavam a zona rural, apresentando uma taxa de urbanização

de 99,72%, o que caracteriza uma região com estágio de urbanização bastante

elevado.

Segundo IBGE (2010), o município possui um total de 121 escolas de Ensino

Fundamental/ Médio e Pré Escolar, sendo 35 estaduais, 40 municipais e 46 privados. A

rede de ensino superior de Santa Luzia conta com a FACSAL – Faculdade da Cidade de

Santa Luzia, que oferece os cursos de Ciências Contábeis, Turismo, Administração,

Letras, Pedagogia, Sistemas de Informação e Comunicação.

Santa Luzia é atualmente um dos pólos industriais do Estado de Minas Gerais com alto

índice de desenvolvimento. A economia do município se baseia nas atividades de

indústria com destaque nas indústrias extrativas minerais e de transformação, dentre

outras. Silva ET al. (2011) identificou quatro distritos industriais no município de Santa

Luzia, que são: Distrito Industrial Simão da Cunha, Distrito Industrial da Avenida das

Indústrias, Distrito Industrial da Rodovia MG-145 (Atual Avenida Oswaldo Ferreira),

Distrito Industrial de Carreira Comprida.

O sistema de abastecimento de água e de coleta e o tratamento de esgotos também

são realizados pela COPASA. Santa Luzia possui quatro Estações de Tratamento de

Esgoto (ETE): ETE’s Cristina e APAC, nas quais o tipo de tratamento realizado é o

secundário, e ETE’s Bom Destino Norte e Bom Destino Sul, que realizam o tratamento

primário. Segundo o Relatório do IGAM20 (2013) sobre a Bacia do rio das Velhas, o

20

IGAM. Relatório de Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na

bacia do rio das Velhas. DPMA/GEMOH/AGUASUPERF. Belo Horizonte, 08 de Julho de 2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

28

percentual de coleta de esgotos é de 77,4% e o de tratamento de esgoto é de 66,0%

segundo.

Ainda segundo Relatório do IGAM (2013) sobre a Bacia do rio das Velhas, os resíduos

sólidos urbanos são dispostos em aterro controlado. São recolhidos aproximadamente

80t/dia de resíduos domiciliar, comercial e público e 500 kg/dia de resíduos de serviço

de saúde, os quais são dispostos em vala separada, porem sem identificação. O

depósito não possui sistema drenagem pluvial. Há drenos de gases, porem alguns sem

funcionamento. Há drenos de chorume e lagoa para posterior captação e envio para a

ETE. O curso d’água está aproximadamente a 100 m da disposição

Sob o uso e ocupação do solo, Carvalho21 (2012) destaca que a pastagem e o solo

exposto são as coberturas de maior relevância no município, com 23,91% e 18,74%,

respectivamente. A grande quantidade de Pastagem é justificada pelas grandes áreas

rurais na região nordeste da área de estudo (zonas Barreiro do Amaral, Santa Helena e

Casa Branca). As atividades agropastoris nas imediações do rio das Velhas também são

muito comuns. A vegetação ciliar antes existente foi substituída por grandes áreas de

pasto para criação de gado.

5.3.2. Plano Diretor Municipal de Santa Luzia

O Plano Diretor Municipal de Santa Luzia foi estabelecido através lei municipal e

apresenta-se organizado em 6 (seis) Títulos. O primeiro Título faz referência aos

princípios da lei, o segundo define os objetivos estratégicos e diretrizes gerais da

política urbana, o terceiro Título apresenta as diretrizes organizacionais para município

e envolve procedimentos como parcelamento do solo e zoneamento. O quarto Título

desenvolve a definição dos instrumentos da política urbana, estabelecendo critérios

21

CARVALHO, Ricardo Adalberto. Modelagem Ambiental para o Mapeamento das Áreas Susceptíveis às

Enchentes no Complexo Urbano do município de Santa Luzia-MG. 42f. Pós-Graduação em Gestão

Ambiental e Geoprocessamento – UniBH. Belo Horizonte, 2012.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

29

para as construções. O quinto Título apresenta a estrutura para de construção do

instrumento, a partir da gestão participativa. O sexto Título apresenta as disposições

finais e transitórias da Lei.

O Plano Diretor Municipal de Santa Luzia22 definiu as seguintes diretrizes que

interagem com a gestão ambiental e de recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas:

Art. 7º - Os objetivos estratégicos para a promoção do desenvolvimento urbano:

IV – consolidação de Santa Luzia como pólo turístico de importância regional, mediante o

estabelecimento de condições para o desenvolvimento de:

c) equipamentos e eventos tradicionais de projeção regional como forma de fomentar o turismo

de lazer, cultural, religioso, ecológico, esportivo, católico, evangélico e de outras denominações

religiosas;

VII – melhoria das condições ambientais da área urbanizada através de:

a) Criação do sistema municipal de saneamento integrado, entendido como gestor das ações que

visem a alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental e de qualidade da vida, por meio do

abastecimento de água potável, esgotamento e tratamento sanitário, manejo dos resíduos

sólidos, drenagem de águas pluviais e controle de vetores de doenças transmissíveis, promovendo

a disciplina sanitária do uso e da ocupação do solo;

d) desocupação das áreas verdes e fundos de vale e implantação de parques lineares;

f) recuperação de áreas degradadas e o rígido controle da expansão urbana;

g) definição e controle da ocupação das áreas de risco geológico potencial.

X – estruturação de um sistema de Planejamento e Gestão urbana democrático através de:

c) sistema municipal de informações;

d) sistema de monitoramento do Plano Diretor

XI – implementação do planejamento local integrado ao planejamento metropolitano e

articulação na gestão das seguintes funções publicas de interesse comum.

a) gestão das bacia hidrográfica do rio das Velhas;

c) recursos hídricos;

d) despoluição dos cursos d`água;

22

- Santa Luzia. Prefeitura Municipal. Lei nº 2.699, de 10 de outubro de 2006. Institui o Plano Diretor do

Município de Santa Luzia.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

30

j) gestão do saneamento básico.

XII – implementação integrada do Plano Diretor mediante a:

b) elaboração dos planos setoriais de forma integrada que promovam ações conjuntas;

Art. ’10 – São diretrizes da política saúde:

VIII – promover política de educação sanitária, conscientizando e estimulando a participação da

população nas ações de saúde

Art. 34 – Considera-se saneamento como um conjunto de ações entendidas fundamentalmente

como de saúde pública e proteção ao meio ambiente, compreendendo:

I - o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegura à higiene adequada e o

conforto e com qualidade compatível com os padrões de potabilidade;

II – a coleta, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos;

III – a drenagem urbana das águas pluviais

Art. 35 – São diretrizes da política de saneamento

I - articular, em nível metropolitano, o planejamento das ações de saneamento e dos programas

urbanísticos de interesse comum, de forma a assegurar a preservação dos mananciais, a

produção de água tratada, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários, a drenagem

urbana, o controle de vetores e a adequada coleta e disposição final dos resíduos sólidos;

IV – criar condições urbanísticas para que a recuperação e a preservação dos fundos de vale

sejam executadas, preferencialmente, mediante a criação de parques lineares adequadamente

urbanizados, que permitam a implantação dos interceptores de esgotos sanitários;

V- implantar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de tratamento de

fundos de vale, mediante a implantação de áreas verdes e de lazer;

XI – assegurar a participação efetiva da sociedade na formulação das políticas, no planejamento

e controle de serviços de saneamento e a promoção de educação ambiental e sanitária, com

ênfase na participação social.

§ 2º A política de saneamento do Município será regulamentada em lei específica, que terá por

finalidade assegurar a proteção da saúde da população e do meio ambiente, bem como

institucionalizar a gestão, disciplinar o planejamento e a execução das ações, obras e serviços de

saneamento no município.

Art. 36 – São diretrizes relativas ao abastecimento de água:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

31

I - assegurar o abastecimento de água, com qualidade compatível com os padrões de

potabilidade e em quantidade suficiente para garantia das condições de saúde e conforto nos

parcelamentos devidamente aprovados;

Art. 37 – São diretrizes relativas ao esgotamento sanitário:

I - assegurar a coleta, interceptação, tratamento e disposição ambientalmente adequada dos

esgotos sanitários para os parcelamentos devidamente aprovados;

III – promover o controle da poluição hídrica de indústria e prestadores de serviços, visando o

enquadramento do efluente a padrões de lançamento previamente estabelecidos

Art. 38 – São diretrizes relativas à drenagem urbana:

I - promover a adoção de alternativas de tratamento de fundos de vale com a mínima intervenção

no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade, esgotamento sanitários, limpeza

urbana e resolução das questões de risco geológico e de inundação;

IV – elaborar diagnóstico da drenagem urbana no município, enfocando os aspectos relacionados

à prevenção e controle de inundações, às condições de risco à saúde , ao risco geológico e

expansão do sistema viário.

Art. 39 – São diretrizes relativas à coleta e destinação final de resíduos sólidos:

I- Promover a coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos;

Art. 56 – São diretrizes relativas ao meio ambiente

II – delimitar faixas “nona edificantes” de proteção aos corpos hídricos, para manutenção e

recuperação das matas ciliares;

VIII – promover a estabilização de encostas e as erosões de margens de rios e córregos;

Art. 58 – São diretrizes para a ocupação de área de risco potencial

V – criação de programas que visem a estabelecer parcerias com a sociedade civil, no intuito de

recuperar áreas degradadas, por meio de replantio e outras medidas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

32

5.4. Município de Sete Lagoas

Figura 5.2 - Localização do município de Sete Lagoas

5.4.1. Caracterização de Sete Lagoas

O município situa-se na Mesorregião do Centro Leste Mineiro e na Microrregião

Calcários de Sete Lagoas. Limita-se ao norte pelos Municípios de Jequitibá e Araçaí; ao

sul pelos de Esmeraldas e Capim Branco, a oeste, pelos de Inhaúma, Paraopeba e

Caetanópolis e a leste, pelos de Prudente de Morais e Funilândia. O município é

cortado por uma Serra que funciona como divisor das bacias dos rios das Velhas e

Paraopeba (Figura 5.4.2).

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

33

De acordo com o IBGE23 Cidades (2013), Sete Lagoas possui uma população de 214152

habitantes, uma área de unidade territorial de 537639 Km2 e uma densidade

demográfica de 398,32 hab/km².

A região que o município de Sete Lagoas está caracterizado como clima tropical

chuvoso, temperatura média superior a 18°C e estiagem no inverno. O clima tropical

de altitude prevalece, com verões quentes e de igual maneira chuvosos e nos invernos

secos.

Do ponto de vista geológico, o IBGE Cidades (2013), aponta que Sete Lagoas encontra-

se numa região de rochas metassedimentares do Grupo Bambuí, constituída de

calcários cinzentos intercalados por mármore acinzentado caracterizando a Formação

Sete Lagoas e ardósias sobrepostas ao calcário caracterizando a Formação Santa

Helena (IBGE, 2010). Por está localizada na depressão São Franciscana, Sete Lagoas

apresenta relevo constituído por colinas suaves, côncavo-convexas e altimetria média

entre 700 e 800 m. Na Serra de Santa Helena, noroeste da cidade, encontra-se o ponto

de maior altitude e ao extremo-norte situam-se as cotas mais baixas do município.

A vegetação típica é o cerrado, porém este se encontra bastante degradado ou

substituído por pastagem e plantações. A reserva florestal que existe a oeste da Serra

de Santa Helena marca a presença da Floresta Tropical, bastante restrita no Município.

Segundo o Censo IBGE (2010), o município de Sete Lagoas conta com um total de 117

escolas de Ensino Fundamental/ Médio e Pré Escolar, sendo 27 estaduais, 43

municipais e 47 privados. Conta também com a Escola Técnica Profissionalizante de

nível médio e Pós Médio, SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. O ensino superior é promovido

23

IBGE 2013. Cidades/Sete Lagoas. Site: http://cidades.ibge.gov.br/search=minas-gerais|sete-lagoas ,

consultado em 18/11/2013,

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

34

pelo Centro Universitário Monsenhor Messias, Faculdade Cenecista, Faculdade

Promove, Faculdade Gerais e Faculdade Online UNIPAR, UNOPAC e AVANCE.

O sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário do município de Sete

Lagoas é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE24 Sete

Lagoas, que segundo eles, o sistema de abastecimento de água de Sete Lagoas

contempla 99,9% da população. Toda a água que abastece a cidade tem características

bem específicas e diferentes da maioria das cidades, pois é de captação subterrânea

feita através de poços profundos (aproximadamente 150 m de profundidade). As

águas subterrâneas de acordo com o SAAE Sete Lagoas (op.cit), são consideradas

tradicionalmente como um dos recursos de maior pureza dispensando tratamentos

mais elaborados, já que passam por um rigoroso processo de purificação executado

pelo próprio subsolo.

A coleta e o tratamento de esgotos também são prestados pelo SAAE Sete Lagoas que

segundo a mesma (op.cit), possui cinco Estações de Tratamento de Esgoto (ETE): ETE’s

Tamanduá, Monte Carlo, Cidade de Deus, Barreiro e Iporanga II, nas quais o tipo de

tratamento realizado é o RAFA (Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente) e são

constituídos basicamente por três compartimentos: desarenador, decanto digestor e

filtro anaeróbio.

Os resíduos sólidos urbanos são dispostos em um aterro sanitário. Segundo a

Secretaria de Meio Ambiente de Sete Lagoas25, são recolhidos aproximadamente

140t/dia de resíduos domiciliar, comercial e público. Os resíduos de construção civil

são utilizados para recobrimento e reforço das vias internas do empreendimento. O

sistema de drenagem pluvial é constituído por canaletas de concreto nas bermas,

24 SAAE Sete Lagoas - http://saaesetelagoas.com.br/, consultada 18/11/2013. 25 Sete Lagoas. Prefeitura Municipal. Secretaria de Meio Ambiente de Sete Lagoas. Site –

HTTP://www.setelagoas.mg.gov.br, consultado em 18/11/2013

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

35

escada dissipadora de energia e valas escavadas para o desvio das águas de chuva da

massa de lixo aterrado. O aterro não possui área de compostagem.

5.4.2. Plano Diretor Municipal de Sete Lagoas

O Plano Diretor do Município de Sete Lagoas foi aprovado por Lei Complementar e

buscou atender os termos do Capitulo III da Lei 10257, de 10 de Julho de 2001, do

Estatuto da Cidade.

A Lei Complementar26 nº 109, de 09 de outubro de 2006 foi organizada sob 6 (seis)

títulos, no qual o primeiro aborda sobre as disposições preliminares, o segundo traz os

princípios e objetivos, o terceiro estabelece as diretrizes do Plano, o quarto título

define a ordem territorial, o quinto título apresenta os módulos de participação da

sociedade na elaboração do instrumento e o sexto título apresenta as disposições

finais.

Apesar de este instrumento estabelecer os objetivos gerais e objetivos estratégicos,

notou-se que eles não apresentam interação com a gestão de recursos hídricos e com

o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas.

No Plano Diretor Municipal de Sete Lagoas estão definidas as seguintes diretrizes:

Art. 7º A gestão integrada das diversas políticas setoriais observará as seguintes diretrizes:

I - articular os vários conselhos e políticas municipais, com vistas à efetivação de processos de

planejamento participativo, gestão, monitoramento e avaliação de ações setoriais, estabelecendo

canais de comunicação e divulgação das ações intersetoriais e tendo como referência as diretrizes

estabelecidas no Plano Diretor;

26

Sete Lagoas, Prefeitura Municipal. Lei Complementar nº 109, de 09 de outubro de 2006. Promove a

revisão do Plano Diretor do Município de Sete Lagoas, aprovado pela Lei Complementar 06 de 23 de

Setembro de 1991, nos termos do Capitulo III da Lei 10.257, de 10 de Julho de 2001 – Estatuto da

Cidade.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

36

Art. 27 A Política Municipal de Turismo tem como objetivos:

IV - a promoção de atividades voltadas para o fortalecimento do ecoturismo, a partir da

valorização e proteção do rico patrimônio ambiental do município.

Art. 28 Para a consecução dos objetivos previstos no artigo anterior, a Política Municipal de

Turismo observará as seguintes diretrizes:

II - integrar as políticas de turismo às demais políticas municipais, particularmente na área de

cultura, meio ambiente e planejamento;

III - identificar as áreas não consolidadas e atrativas para o turismo, que serão objeto de

investimentos em infraestrutura, controle do uso e ocupação do solo e incentivos à preservação

de suas características singulares;

Art. 32 São objetivos gerais da política ambiental municipal:

IV - o controle da poluição da água, do ar e a contaminação do solo e do subsolo, definindo metas

de redução da poluição, respeitadas as normas federais e estaduais vigentes para lançamento de

efluentes;

V - o incentivo aos investimentos e decisões que busquem a recuperação do ambiente degradado,

natural e construído, em especial, nos locais onde haja ameaça à segurança da população;

X - a participação conjunta dos órgãos competentes na prevenção e controle do desflorestamento

e dos incêndios florestais;

XI - o controle do uso e a ocupação do solo em áreas consideradas de preservação permanente,

situadas às margens de cursos d`água e de lagoas, áreas de mananciais, áreas de alta declividade

e cabeceiras de drenagem;

XII - a garantia da necessária permeabilidade do solo e a proteção das áreas de recarga de

aqüífero subterrâneo, visando sua preservação como principal manancial de abastecimento de

água da cidade, inclusive buscando alternativas de pavimentação com maior índice de

permeabilidade;

Art. 33 São diretrizes da política municipal de meio ambiente:

I - recuperar, reabilitar e preservar lagoas, rios, córregos e áreas adjacentes, com especial

atenção para a despoluição das lagoas;

II - apoiar e participar das ações relacionadas ao manejo integrado das bacias hidrográficas

situadas no território municipal e na região;

V - elaborar e implementar Programa Municipal de Unidades de Conservação e Gestão de Áreas

Verdes, voltado para a criação de parques e áreas de proteção ambiental, além da manutenção

de áreas verdes localizadas em áreas já urbanizadas e em novos loteamentos;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

37

VI - elaborar e implementar o zoneamento ambiental das APAs da Serra de Santa Helena, Paiol,

Lagoa Grande, inclusive com instalação e fortalecimento de seus Conselhos Gestores;

VII - formular um Plano de Manutenção e Utilização de áreas verdes, lagoas e praças já existentes

e garantir a criação de novas áreas públicas no território municipal, que atendam as demandas

de interesse coletivo, para preservar e conservar seus recursos ambientais e contribuir para a

qualidade de vida da população;

VIII - implantar parques lineares nas áreas marginais aos cursos d`água e na área conhecida como

Grotão, buscando criar corredores verdes, conforme Anexo II, devendo as áreas ocupadas com

edificações, serem consideradas áreas de uso não conforme e rigorosamente fiscalizadas para

evitar seu adensamento;

IX - apoiar a atuação dos órgãos federais e estaduais na delimitação, fiscalização e controle da

ocupação de áreas de preservação permanente e de proteção ambiental, definidas na legislação

florestal, em especial aquelas destinadas à proteção de topos de morro, áreas de alta declividade,

matas ciliares e áreas ambientalmente sensíveis;

X - definir normas e mecanismos de incentivo para a arborização urbana e o reflorestamento das

áreas públicas e privadas, priorizando o uso de espécies nativas e a adequada poda das árvores;

XI - promover ações permanentes de educação ambiental, entendida como uma política pública

voltada para saúde, proteção ambiental e cidadania.

Art. 37 O objetivo principal do Plano Diretor de Abastecimento de Água é indicar alternativas para

ampliação e melhoria dos serviços prestados à população, mantendo sempre num alto padrão de

qualidade e de atendimento, sem, no entanto, comprometer os usos futuros dos recursos hídricos

superficiais e subterrâneos explorados.

Parágrafo Único - O plano de ampliação da rede de distribuição de água, a ser elaborado em

conjunto com a Concessionária, terá como critério básico o atendimento das demandas da

população, levando em conta a densidade de ocupação, o crescimento urbano e o atendimento

das atividades socioeconômicas, garantindo a todos o acesso ao serviço.

Art. 38 São diretrizes da política municipal de abastecimento de água:

I - melhorar o sistema de abastecimento de água e desenvolver ações voltadas para sua

manutenção e qualidade, além do manejo adequado dos recursos hídricos superficiais e

subterrâneos;

III - mapear e proteger as áreas de recarga aqüífera do município;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

38

IV - elaborar e executar um plano de gestão e monitoramento da qualidade das águas superficiais

e subterrâneas dos mananciais subterrâneos, vislumbrando e avaliando, também, as alternativas

de uso dos mananciais superficiais;

V - fomentar pesquisas referente à vazão e capacidade dos aqüíferos subterrâneos,

simultaneamente ao desenvolvimento dos planos específicos, com avaliação do sistema de

abastecimento de água, da qualidade da água disponível para consumo e da delimitação e

proteção das áreas de recarga;

VII - elaborar e executar programas educativos para utilização racional dos recursos hídricos e a

redução da poluição hídrica;

X - realizar melhorias técnicas e operacionais no sistema de abastecimento de água de Sete

Lagoas, desde a captação até o consumo final, visando com isso, aperfeiçoar a prestação dos

serviços, reduzindo perdas e custos;

XII - avaliar a necessidade de implantação de tecnologias de tratamento mais complexas, além da

desinfecção já realizada, visando sempre à garantia de distribuição de água dentro dos padrões

de qualidade exigidos pela legislação, como ação básica de saúde;

XIII - regularizar no IGAM a situação legal dos poços de captação de água para abastecimento

público mediante a obtenção de outorga, e exigir que a iniciativa privada adote também as

medidas necessárias nesse sentido;

Art. 39 O serviço público de esgotamento sanitário deverá assegurar à população o acesso a um

sistema de coleta e tratamento adequado dos esgotos e águas servidas, objetivando minimizar os

altos índices de doenças de veiculação hídrica, evitando situações de insalubridade e danos ao

meio ambiente particularmente quanto ao controle da poluição das águas.

Art. 40 São diretrizes da política municipal de esgotamento sanitário:

I - universalizar o atendimento à demanda pelos serviços de esgotamento sanitário nas áreas

urbanas e rurais de Sete Lagoas, adequando o sistema à legislação pertinente e realizando o

tratamento dos efluentes;

VI - criar programa de controle e tratamento especial de efluentes de empreendimentos

potencialmente geradores de cargas poluidoras.

Art. 44 São diretrizes da política drenagem urbana:

I - investir na renaturalização e melhorias das calhas fluviais e na recuperação dos sistemas de

macro e micro-drenagem

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

39

II - implantar medidas de prevenção de inundações, incluindo controle de erosão, especialmente

em movimentos de terra, controle de transporte e deposição de entulho e lixo, combate ao

desmatamento, assentamentos clandestinos e outros tipos de ocupações nas áreas com interesse

para drenagem;

III - definir mecanismos de fomento para usos do solo compatíveis com áreas de interesse para

drenagem, como parques lineares, área de recreação e lazer, hortas comunitárias e manutenção

da vegetação nativa;

IV - ampliar e regularizar o sistema existente particularmente na área de inundação dos cursos

d`água, para evitar o assoreamento das lagoas e cursos d`água, e o seu transbordamento nos

períodos de chuvas críticas;

V - monitoramento e controle permanente das variáveis climáticas, com a instalação e

manutenção de estação meteorológica, com especial atenção para o regime de chuvas.

Art. 45 A política de Gestão de Resíduos Sólidos tem como objetivos:

III - preservar os recursos naturais.

Art. 46 O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos (PGRSU)

contemplará:

I - o diagnóstico e proposições com avaliação técnica, econômica e organizacional dos roteiros e

procedimentos para os serviços de varrição, capina, poda, coleta e destinação final do lixo

domiciliar, comercial, de saúde;

II - o manejo adequado de resíduos orgânicos provenientes de feiras, sacolões e da coleta seletiva;

gestão de resíduos especiais dos serviços de saúde, industriais, entulho, pneus, bagulhos

volumosos e outros;

Art. 47 São diretrizes da política municipal de resíduos sólidos:

I - implantar programas destinados à realização de coleta seletiva e incentivo à reciclagem de

resíduos sólidos urbanos, apoiando técnica e financeiramente a criação de cooperativas,

associações e empresas dedicadas a essa atividade;

II - implementar gestão eficiente e eficaz do sistema de limpeza urbana, garantindo a prestação

dos serviços essenciais à totalidade da população, o tratamento e a disposição final

ambientalmente adequada dos resíduos remanescentes;

III - sensibilizar a população para minimizar a quantidade de resíduos sólidos gerados por meio da

redução, da reutilização, da reciclagem e da mudança de padrões de consumo;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

40

IV - estimular o uso, reuso e reciclagem de resíduos, em especial, os resíduos inertes da

construção civil;

Art. 57 São ações prioritárias para implementação das diretrizes de desenvolvimento urbano

municipal;

IX – Programa de saneamento dos córregos e recuperação dos seus vales;

XIII - proteção das áreas de recarga de aqüífero;

XV - promover, viabilizar, incentivar toda e qualquer ação no sentido de proteger as áreas de

recarga no Município.

Art. 102 O Executivo manterá atualizado, permanentemente, o Sistema de Informações

Municipais - SIM, contendo os dados sociais, culturais, econômicos, financeiros, patrimoniais,

administrativos, físico-territoriais, inclusive cartográficos, ambientais, imobiliários e outros de

relevante interesse para o município, progressivamente georreferenciados em meio digital.

Art. 104 São diretrizes para o desenvolvimento institucional do sistema municipal de

desenvolvimento urbano:

IV - garantir a transparência e o acesso de todos os cidadãos aos processos, documentos e

informações públicos

Na página da prefeitura de Sete Lagoas27, consta a informação de que a elaboração do

Plano de Saneamento do município será realizada em 14 (quatroze) meses, tendo sido

o projeto lançado em 17 de setembro de 2013. Ainda, de acordo com a página, o Plano

tem como objetivo universalizar o saneamento, promover a qualidade de vida e o

desenvolvimento sustentável das cidades, além de apontar meios de conservação e

preservação dos recursos hídricos.

27

Sete Lagoas. Prefeitura Municipal. Consultado na pagina

http://www.setelagoas.com.br/noticias/cidade/22217-plano-municipal-de-saneamento-basico-e-

lancado-em-sete-lagoas-com-14-meses-para-ser-concretizado, em 04/12/13

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

41

5.5. Município de Belo Horizonte

5.5.1. Contextualização de Belo Horizonte

Figura 5.3: Localização do município de Belo Horizonte

A cidade Belo Horizonte foi planejada para ser a capital de Minas Gerais e foi fundada

em 12 de dezembro de 1897. Ela possui uma área aproximadamente 331,401 km²

(figura 5.3), e que segundo o IBGE (2010), atualmente, possui uma população

aproximada de 2.375.151 habitantes e densidade demográfica de 7.177 hab/km². O

municipio não dispõe de área rural, fazendo com toda população habite área urbana.

Nos aspectos físicos, o município de Belo Horizonte está inserido na grande unidade

geológica conhecida como cráton do São Francisco. Segundo a Prefeitura Municipal de

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

42

Belo Horizonte- PBH28, o municipio integra a unidade geomorfológica denominada

Depressão de Belo Horizonte. Seu relevo é tipificado por espigões, colinas de topo

plano a arqueado e encostas policonvexas de declividades variadas, nos flancos dessas

feições e nas transições.

A cidade é banhada por ribeirões e vários córregos, que muitos casos, encontram-se

canalizados. A capital é dividida por duas sub-bacias, bacia do Ribeirão Arrudas e bacia

do Ribeirão da Onça, suas nascentes e cabeceiras estão localizadas no Município de

Contagem ambas afluentes do Rio das Velhas.

Nos aspectos vegetacionais, ainda segundo a PBH (op.cit), o municipio é determinado

por campo sujo e associações florestais. A maior parte da vegetação primitiva foi

destruída em função do crescimento de Belo Horizonte.

Segundo o Portal da PBH29, o clima da cidade está classificado como tropical com

regime sazonal de chuvas; com estações úmida (chuvosa), no periodo de novembro à

março, precipitação média mensal é de 276mm e seca, no periodo de abril a outubro

(novembro a março), precipitação média de 42mm. A temperatura média anual em

torno de 21,1°C, com pequena variação de estações.

O saneamento básico de Belo Horizonte é promovido pela COPASA, nos quesitos do

abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, por sua

vez, é realizada pela própria Prefeitura de Belo Horizonte e a disposição dos resíduos é

realizada em aterro particular.

O abastecimento de Belo Horizonte faz parte do Sistema Integrado de abastecimento

de água e abrange toda a região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o

28

: Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Plano Diretor de Belo Horizonte: Lei de uso e ocupação do solo: estudos básicos, 1995. 29

Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Estatísticas e Indicadores. Síntese de Indicadores de Belo Horizonte. Site: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade/estatisticaseindicadores, consultado em 26/11/13

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

43

Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte30 - PMSBH, o sistema de

abastecimento de água é composto por oito sistemas produtores que trabalham

integrados entre si (Sistema Integrado), além de alguns poços artesianos e outros

pequenos sistemas produtores independentes. Estes sistemas produtores, segundo

informações da Copasa, garantem o abastecimento do Município e da região

metropolitana por, no mínimo, mais vinte anos. A capacidade de produção para a

Região Metropolitana é de 15.653 L/s, sendo que 7.631 L/s se destinam a Belo

Horizonte.

O sistema de esgotamento sanitário existente no município de Belo Horizonte é

constituído por ligações prediais, redes coletoras, interceptores, estações elevatórias e

estações de tratamento. Segundo dados atualizado fornecido pela Fundação Estadual

de Meio Ambiente, Belo Horizonte trata 79,04% do total da população urbana.

Comparado esta realidade do à realidade nacional, a situação é satisfatória.

Apesar desta situação em relação ao cenário nacional, Belo Horizonte também tem

seus problemas e um deles, segundo PMSBH (op.cit), é a carências de infra-estrutura

de saneamento em Belo Horizonte que corresponde ao atendimento por

interceptação de esgotos sanitários. No município há ausência ou a descontinuidade

do sistema de interceptação e grande parte dos córregos do município, canalizados ou

não, encontram-se poluídos por lançamentos de efluentes de origem industrial e,

principalmente, domiciliar. Existe um grande número de ligações clandestinas e

lançamentos de esgoto na rede de drenagem natural ou construída, tanto efetuadas

pela população quanto pela própria Copasa, apesar de ser adotado oficialmente o

sistema separador absoluto. De acordo com os resultados da atualização 2010 do PMS,

aproximadamente 18,30% dos esgotos gerados no município de Belo Horizonte não

estão interceptados, originando lançamentos diretos nos cursos d’água por cerca de

30

Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 2012/2015. Volume I e II. Janeiro de 2013. Consultado no site: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/, em 26/11/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

44

438.000 habitantes. Além disso, aproximadamente 8,20% dos esgotos interceptados

não chegam até a estação de tratamento, levando a lançamentos nos cursos d’água

por cerca de 197.000 habitantes.

O PMSBH retratou trambém o sistema de tratamento de esgoto em Belo Horizonte,

sendo que este conta com 03 (três) Estações de Tratamento de Esgotos e 01 (uma)

Estação de Tratamento de Águas Fluviais, localizadas conforme Figura 2.1, sendo elas:

• Estação de Tratamento de Esgotos da Bacia do Ribeirão Arrudas

• Estação de Tratamento de Esgotos da Bacia do Ribeirão da Onça

• Estação de Tratamento de Esgotos Pilar e Olhos d’Água

• Estação de Tratamento de Águas Fluviais dos Córregos Ressaca e Sarandi – ETAF

A ETE Arrudas foi a primeira estação de Belo Horizonte e opera em nível secundário,

principalmente, na remoção da carga de poluição por matéria orgânica. A segunda foi

a Estação de Tratamento das Águas dos Córregos Ressaca e Sarandi, na entrada da

Lagoa da Pampulha, que opera nos períodos de estiagem e trata as águas fluviais dos

córregos. Ela tem o papel de melhorar a qualidade da água da represa. A terceira

Estação de Tratamento de Esgotos planejada para BH foi a ETE Onça e planejada para

operar em nível secundário. Por fim, a última e de menor porte, a ETE Pilar/Olhos

d’Água, no Barreiro, e vem contribuindo para a despoluição da porção a montante da

Bacia do Córrego Bonsucesso.

As ações da limpeza urbana são de responsabilidade da Secretaria Municipal de

Serviços Urbanos – SMSU, sendo executadas, em parte pela Superintendência de

Limpeza Urbana – SLU e, em parte, pelas nove Secretarias de Administração Regional

Municipal – Sarmu, por meio de suas respectivas Gerências Regionais de Limpeza

Urbana – Gerlu.

A coleta domiciliar é o serviço de limpeza urbana que compreende as atividades

regulares de coleta e transporte para o aterro sanitário, dos resíduos sólidos

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

45

domiciliares com características e volumes estabelecidos na legislação municipal

vigente e a disposição final dos resíduos sólidos compatíveis foi transferida para o

aterro sanitário da CTR/Macaúbas.

O serviço regular de limpeza em vias e outros logradouros públicos compreende

varrição manual e mecanizada, limpeza de bocas de lobo manual e mecanizada, bem

como pintura e limpeza de postes e passeios e remoção de resíduos de pontos críticos

em passeios, executadas segundo planejamento técnico da SLU. E o índice da

cobertura de atendimento dos serviços regulares de limpeza de vias manteve-se na

ordem de 95% da extensão das vias urbanas pavimentadas de Belo Horizonte.

5.5.2. Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte

O Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte, atualmente, é regulamentado por duas

leis municipais, a primeira estabelecida pela Lei Municipal nº 7165, de 27 de agosto de

1996 e Lei Municipal nº 8.137, de 21 de Dezembro de 2000 e que alterou alguns

artigos da lei anterior.

Este estudo prepondera sobre a Lei Municipal mais antiga, pois a mais recente altera

apenas alguns artigos da anterior. A Lei Municipal 7165/1996 esta definida sob 7

títulos, sendo o Titulo I – abordando os princípios; Titulo II – diretrizes para o

desenvolvimento urbano; Titulo III – Organização Territorial; Titulo IV - Instrumentos

de Política Urbana; Titulo V – áreas de diretrizes especiais; Titulo VI – Gestão Urbana,

que envolve o processo de participação popular e; Titulo VII – Disposição finais.

No Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte foi destacado, segundo análise, as

seguintes diretrizes que se interpõem ao Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia

do rio das Velhas:

Art. 9º - São diretrizes da política de desenvolvimento econômico:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

46

III - o incentivo e o desenvolvimento das atividades de turismo, integrando o Município às cidades

históricas, às do circuito das águas, às do circuito espeleológico e às ligadas ao turismo ecológico;

Art. 22 – São diretrizes relativas ao meio ambiente:

III – delimitar áreas para a preservação de ecossistemas;

IV – delimitar faixas non aedificandae de proteção às margens d’água e às nascentes, para

manutenção e recuperação das matas ciliares;

VI – promover a recuperação e a preservação dos lagos, das represas e das lagoas municipais;

VIII – controlar as ações de decapeamento do solo e os movimentos de terra, de forma a evitar o

assoreamento de represas, córregos, barragens e lagoas;

XIII – promover a estabilização de encostas que apresentem riscos de deslizamento;

XIV – recuperar e manter as áreas verdes, criando novos parques e praças;

XIX – exigir das empresas mineradoras a recuperação das áreas degradadas;

XXI – elaborar legislação sobre o uso das águas subterrâneas, estabelecendo medidas de controle

e fiscalização;

XXII – preservar as áreas do Município que integram a APA-Sul;

XXIII – priorizar a educação ambiental pelos meios de comunicação, mediante a implementação

de projetos e atividades nos locais de ensino, trabalho, moradia e lazer;

XXIV – gerenciar e tratar os resíduos sólidos gerados pelo Município, promovendo, inclusive,

campanhas educativas e políticas públicas que visem a contribuir com o reaproveitamento, a

redução, a reutilização e a reciclagem destes resíduos;

XXV – exigir a recuperação das áreas degradadas e garantir a indenização decorrente de danos

causados ao meio ambiente;

XXVI – criar um sistema de informações relativas ao meio ambiente;

XXXII – criar mecanismos de incentivos que favoreçam parcerias com a iniciativa privada, no

tocante à implantação e manutenção de áreas verdes;

Art. 22-A – Considera-se saneamento como um conjunto de ações entendidas fundamentalmente

como de saúde pública e proteção ao meio ambiente, compreendendo:

I – o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o

conforto e com qualidade compatível com os padrões de potabilidade;

II – a coleta, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos;

III – a drenagem urbana das águas pluviais;

IV – o controle de vetores transmissores e reservatórios de doenças.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

47

Art. 23 – São diretrizes gerais da política de saneamento:

I – articular, em nível metropolitano, o planejamento das ações de saneamento e dos programas

urbanísticos de interesse comum, de forma a assegurar a preservação dos mananciais, a

produção de água tratada, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários, a drenagem

urbana, o controle de vetores e a adequada coleta e disposição final dos resíduos sólidos;

IV – criar condições urbanísticas para que a recuperação e a preservação dos fundos de vale

sejam executadas, preferencialmente, mediante a criação de parques lineares adequadamente

urbanizados, que permitam a implantação dos interceptores de esgoto sanitário;

V – implantar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de tratamento de

fundos de vale, mediante a implantação de áreas verdes e de lazer;

XI – buscar a permanente melhoria da qualidade e a máxima produtividade na prestação dos

serviços de saneamento, considerando as especificidades locais e as demandas da população;

Art. 24 – São diretrizes relativas ao esgotamento sanitário:

II- assegurar a toda a população a coleta, interceptação, tratamento e disposição

ambientalmente adequada dos esgotos sanitários;

III – definir as áreas e ações prioritárias a serem contempladas no planejamento dos serviços,

considerando o perfil epidemiológico;

IV – promover o controle da poluição industrial, visando o enquadramento do efluente a padrões

de lançamento previamente estabelecidos.

Art. 25 – São diretrizes relativas ao abastecimento de água:

I – assegurar o abastecimento de água a toda a população, com qualidade compatível com os

padrões de potabilidade e em quantidade suficiente para a garantia de suas condições de saúde e

conforto;

Art. 26 – São diretrizes relativas à limpeza urbana:

I – promover a articulação do Município com a região metropolitana no tocante a coleta,

transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos;

Art. 27 – São diretrizes relativas à drenagem urbana:

I – promover a adoção de alternativas de tratamento de fundos de vale com a mínima

intervenção no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade, esgotamento sanitário,

limpeza urbana e resolução das questões de risco geológico e de inundações;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

48

II – elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem, que deverá contar com mecanismos

de atualização contínua e permanente;

IV – implantar sistema de esgotamento pluvial com dimensões compatíveis com as áreas de

contribuição nas avenidas sanitárias, nos fundos de vales urbanos e nas vias que apresentam

enchentes nos períodos de chuvas, implantando, quando tecnicamente necessário, estações de

bombeamento;

VII – implantar tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes de tratamentos de

fundos de vale, privilegiando as soluções de parques;

VIII - elaborar diagnóstico da drenagem urbana no Município, enfocando os aspectos

relacionados à prevenção e controle de inundações, às condições de risco à saúde, ao risco

geológico e à expansão do sistema viário;

X – implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condições

reais de funcionamento do sistema de macro-drenagem.

5.6. Caeté

5.6.1. Contextualização de Caeté

O Município de Caeté pertence à Região Metropolitana de Belo Horizonte, à distância

de 56 km da capital. Segundo o IBGE Cidades (2013) Caeté possui uma população de

40750 habitantes, uma área territorial de 542.541 Km² e densidade demográfica 75,11

hab/Km2. A população predominante é urbana, representada por 87% da população

total, segundo dados censitários do IBGE (2010). O município possui dois povoados, o

de Posses e de Água Limpa.

O Município está inserido na bacia do Rio São Francisco, mais precisamente na sub-

bacia do Rio das Velhas, região do Alto são Francisco. Dentre as drenagens

importantes do município encontram-se o córrego do Gaia, afluente da margem

esquerda do Ribeirão Caeté (ou Sabará), que deságua diretamente no Rio das Velhas e

os ribeirões Vermelho, Ribeiro Bonito, Caeté (ou Sabará), do Herdeiro. No Município é

composto por algumas bacias lacustres, como as lagoas do Herdeiro, Tecelão e dos

Tubarões.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

49

Segundo Prefeitura de Caeté 31 (2008), o clima é Tropical de Altitude. Apresenta duas

estações do ano bem definidas, verão moderadamente quente, úmido e inverno seco,

ligeiramente frio. O índice pluviométrico é de aproximadamente 1.650mm. Este clima

assemelha-se ao tropical típico, todavia, apresenta médias anuais de temperatura mais

baixas, de aproximadamente 22°C.

A caracterização feita pela Prefeitura de Caeté (2008) classifica o relevo como tipo

“Mares de Morros”. A região localiza-se nas regiões serranas do Estado de Minas

Gerais. O município destaca-se por se encontrar inserido no Maciço do Espinhaço,

onde se localizam a Serra da Piedade e do Caraça. O Pico da Piedade está a 1.746

metros em relação ao nível do mar. Outra importante feição morfológica contínua

desta Serra é o Pico do Descoberto, com 1.374 metros. O Município insere-se no

Quadrilátero Ferrífero que ocupa a região leste-sudeste de Belo Horizonte e encontra-

se inserido, do ponto de vista geotectônico, na porção meridional do Cráton São

Francisco.

Quanto à caracterização da vegetação, a cidade de Caeté está localizada numa região

de transição entre os biomas do Cerrado, Floresta Atlântica e Vegetação de Altitude.

Nos limites territoriais do Município encontra as formações vegetais: Campos limpos,

Campos Rupestres na Serra da Piedade, Cerrado Ralo, Cerrado típico, Floresta

Estacional Semidecídua.

Segundo a Prefeitura, os resíduos sólidos que há alguns anos eram depositados a céu

aberto, sendo, atualmente, enviados para o Centro de Distribuição de Resíduos de

Macaúbas - CDR Macaúbas, em Sabará. A coleta seletiva é realizada em 2 avenidas

principais e em 8 bairros da cidade, com planos de expansão em 2014.

31 Caeté. Prefeitura Municipal. Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento. Consultado no site:

http://www.turismocaete.com.br/index_interna.php?pagina=conteudo/dados_fisico_geografia, em 12/11/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

50

A Prefeitura cedeu um espaço para que a Associação dos Gestores Ambientais de

Caeté - AGEA possa receber a coleta seletiva, realizar a triagem e vender o material

para empresas de Belo Horizonte, revertendo os recursos para os catadores

associados. Em 2011 foram coletados 43 toneladas de resíduos, 62,30 em 2012 e com

certeza bem mais em 2013.

A água de Caeté é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE

que realiza 99% do tratamento convencional. Já no distrito o tratamento é

simplificado, isto é, só faz a desinfecção da água que é captada em poço profundo.

Segundo SAAE Caeté32 (2013), o município captou recursos do Programa de Aceleração

do Crescimento - PAC, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e

do Parnaíba - CODEVASF por meio da T&T Engenharia Ltda. reiniciou as obras de duas

estações de tratamento de esgoto (ETEs) da cidade, que melhorará muito a qualidade

das águas do Córrego Caeté, que recebe dela toda carga de esgotos. A previsão é que

uma tratará 135 litros/segundo e a outra 10 litros/segundo.

Ainda, de acordo com o SAAE Caeté (2013), atualmente o município possui uma ETE

com capacidade de tratar 10 litros/segundo, atingindo apenas 8% do volume gerado e

quando as outras duas entrarem em operação este índice atingirá 95% do esgoto

tratado em Caeté. Segundo dados obtidos junto a Secretaria de Saúde de Caeté, a

Prefeitura obteve recursos do Ministério das Cidades para implantar e tratar o esgoto

nos distritos de Antonio Santos, Morro Vermelho, Benedia e Rancho Novo, o que

ampliará a capacidade do município em tratar seus esgotos.

Segundo informações obtidas diretamente na Secretaria de Saúde de Caeté33, o

Município possui 10 Equipes Estratégicas de Saúde da Família, distribuídas em 15

Unidades de Saúde, sendo 8 Equipes de Saúde da Família urbana e 2 Equipes de Saúde

32

SAAE Caeté. Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Caeté. Site: http://www.saaecaete.com.br/, em

12/11/2013 33 Contato direto com a Secretaria Municipal de Saúde por email: saú[email protected]

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

51

da Família rural. Existe ainda o Hospital da Santa Casa de Caeté. As Equipes de Saúde

da Família atendem aproximadamente 3.000 consultas médicas ao mês, e a Santa Casa

de Caeté 1.200. A taxa de mortalidade infantil ajuda a definir a qualidade de vida da

população. Em Caeté, essa taxa é de 29,66 mortes para cada 1.000 nascidos vivos,

Também a qualidade da água é importante para a determinação desses índices.

Doenças causadas por contaminação da água, como as enteroinfecções, são tomadas

como medida do nível de desenvolvimento social e de proteção ambiental. No caso

desta sub-bacia, 2,57% das internações que ocorrem são por enteroinfecções.

A Educação34 de Caeté atende uma média de 3.500 alunos, com doze escolas do 1º e

2º períodos até o 5º ano, um Centro de Educação Infantil que atende crianças de 0 a 6

anos (creche), uma Escola de Ensino Especial e duas Unidades Sócio-Educativas (escola

de tempo integral).

O Município possui também uma escola estadual de 2º grau, que atende alunos do 6º

ao 9º ano. Já a Fundação Educacional de Caeté é mantenedora do Centro de Formação

Profissional com cursos técnicos.

O Centro de Formação Superior ministra cursos de Administração em Gestão de

Recursos Humanos, Processos Gerenciais, Ciências Contábeis, Letras e pós-graduação

principalmente na área de educação, com 300 alunos matriculados em 2013.

5.6.2 Plano Diretor Municipal de Caeté

O Plano Diretor Municipal de Caeté foi homologado pela Lei Municipal nº 2496,

aprovada em 2007, pela Câmara Municipal de Caeté. O instrumento foi organizado sob

5 (cinco) Títulos e seus conteúdos são abordados sob a forma de diretrizes, objetivos e

ações estratégicas.

34

Contato feito por telefone 36514387 e texto obtido por email. educaçã[email protected]

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

52

Como critério de análise deste trabalho foram avaliadas as interações entre as

diretrizes e ações estratégicas do Plano Diretor Municipal, em relação ao Plano Diretor

da Bacia do Rio das Velhas. Assim, destacam-se os seguintes pontos:

Art. 8°- São diretrizes para a política rural:

IV - preservar a cobertura vegetal de proteção das encostas, nascentes e cursos d’água;

Art. 15 – São diretrizes para a exploração mineral, de acordo com o Zoneamento Ecológico

Econômico:

I – demarcar as zonas de exploração mineral considerando as diretrizes deste Plano Diretor;

II - identificar as potencialidades e fragilidades, como forma de subsidiar o licenciamento

ambiental para essa atividade;

III - promover o desenvolvimento econômico e social do Município.

Art. 19 - São diretrizes gerais para a agropecuária:

I – elaborar o Zoneamento Econômico Ecológico, com ênfase para as atividades agrícolas;

II – viabilizar projetos agrícolas junto ao Governo Estadual e Federal;

III - fomentar a agricultura urbana, principalmente através de hortas e lavouras comunitárias;

IV - criar o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS.

Art. 22 - São ações estratégicas no campo do trabalho, emprego e renda:

IV - fomentar o ecoturismo e o turismo cultural;

Art. 28 - São ações estratégicas da política municipal de saúde:

VI - ações específicas de saneamento básico em conjunto com SAAE e Secretaria Municipal de

Obras;

Art. 49 - São diretrizes da política ambiental do Município:

III - controlar o uso e a ocupação de fundos de vale, áreas sujeitas à inundação, mananciais, áreas

de alta declividade e cabeceiras de drenagem;

V - orientar o controle do manejo do solo nas atividades agrícolas;

IX - promover projetos de educação ambiental continuados;

Art. 54 - São diretrizes para os recursos hídricos:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

53

I - instituir gestão integrada dos recursos hídricos no Município, contribuindo na formulação,

implementação e gerenciamento de políticas e ações demandadas no âmbito do Sistema de

Gestão da Bacia do Rio das Velhas;

III - desestimular o desperdício e reduzir das perdas físicas da água tratada e o incentivo à

alteração de padrões de consumo;

IV - difundir políticas de conservação do uso da água;

V - criar projetos de educação ambiental continuados para permitir o controle social das

condições gerais de produção de água, ampliando o envolvimento da população na proteção das

áreas produtoras de água.

Art. 55 - São ações estratégicas para os recursos hídricos:

I - participar ativamente nos órgãos colegiados de gestão de recursos hídricos;

II - implementar instrumento de Avaliação Ambiental Estratégica para fins de avaliação,

monitoramento e revisão de políticas de produção de água;

Art. 57 - São diretrizes do saneamento básico aquelas contidas no Plano Diretor do Serviço

Autônomo de Água e Esgoto – SAAE:

II – promoção da construção da estação de tratamento de água em locais onde não seja possível

a perfuração de poços artesianos;

III – reestruturação da rede de distribuição de água de acordo com a demanda do Município;

IV - readequação da ETE principal de Roças Novas;

V - readequação periódica dos reservatórios de água do Município;

Art. 60 - São diretrizes para a política de resíduos sólidos:

I -controlar e fiscalizar processos de geração de resíduos sólidos, incentivando a busca de

alternativas ambientalmente adequadas;

II - garantir o direito de toda a população à eqüidade na prestação dos serviços regulares de

coleta de lixo;

III - promover a sustentabilidade ambiental, social e econômica na gestão dos resíduos sólidos;

IV - estimular a segregação integral de resíduos sólidos na fonte geradora e a gestão

diferenciada;

VII - incentivar a eliminação da disposição inadequada de resíduos sólidos no Município;

VIII – responsabilizar o setor empresarial pelos resíduos produzidos em seus empreendimentos;

IX - estimular o uso, reutilização e reciclagem de resíduos, em especial o reaproveitamento de

resíduos inertes da construção civil;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

54

Art. 61 - São ações estratégicas para a política dos resíduos sólidos:

I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos, tendo este à obrigatoriedade de

atender as diretrizes e objetivos contidos na política de resíduos sólidos do Município de Caeté;

Art. 80 - São diretrizes para as Áreas de Preservação Ambiental:

V - estimular a conscientização ambiental e a responsabilidade individual e coletiva quanto à

proteção das áreas de preservação ambiental;

VII - desenvolver programas e preparar as Áreas de Preservação Ambiental para visitação pública.

Art. 82 - São diretrizes gerais para as Áreas de Industrialização:

I - condicionar a instalação de empreendimentos a licenciamento ambiental;

II - estimular a implantação de indústrias que utilizem a mão-de-obra local;

III - estudar alternativas de incentivo para empresas que atendam as vocações identificadas pelo

Zoneamento Ecológico Econômico;

IV - definir e regulamentar os parâmetros e critérios referentes ao impacto ambiental para as

indústrias na Lei de Uso e Ocupação do Solo e na Legislação Ambiental;

V - orientar os empreendedores sobre as fragilidades ambientais apontadas no Zoneamento

Ecológico Econômico.

Parágrafo Único: Até a criação da Lei de Licenciamento e Controle Ambiental, os

empreendimentos a serem instalados estarão condicionados a licença ambiental nos moldes da

legislação em vigor.

Art. 83 - São diretrizes para as áreas de industrialização dentro do perímetro urbano:

I - permitir apenas indústrias que não causem impactos nocivos ao meio ambiente urbano, acima

do permitido pela Legislação Ambiental;

II - fixar o horário de funcionamento das indústrias, conforme a necessidade e natureza do

empreendimento.

Art. 86 - São diretrizes para as Áreas de Produção Agropecuária:

II - estimular a permanência de atividades compatíveis com as características desta Área;

III - promover políticas e atividades relacionadas à conservação de condições ambientais

específicas e o desfrute da paisagem, do bem-estar e da qualidade de vida;

IV - valorizar o espaço de proteção ambiental como base para sustentabilidade dos

assentamentos humanos e desenvolvimento de atividades agropecuárias, assegurando a

proteção dos recursos naturais;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

55

VII - preservar as características físicas e bióticas e respectivos processos naturais, criando

condições ecológicas;

VIII - fomentar o desenvolvimento dos Corredores Ecológicos.

Art. 87 - São diretrizes para as Áreas de Extração Mineral:

I - identificar áreas passíveis de exploração mineral no Município, de acordo com o Zoneamento

Ecológico Econômico e pesquisa de direitos de lavra existentes;

II - implantar sistemas de compensação ambiental para empreendimentos de extração mineral;

IV - fiscalizar regularmente os empreendimentos de extração mineral.

Art. 91 - São diretrizes para as Áreas de Proteção Ambiental:

II - compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos

naturais existentes;

Art. 144 - São diretrizes para o plano de gerenciamento dos recursos hídricos:

I – aprimorar a gestão integrada das sub-bacias hídricas no Município;

II - desestimular o desperdício e as perdas físicas da água tratada;

VII - manter as áreas verdes permeáveis ao longo dos fundos de vales do Município;

Art. 149 - O plano de gerenciamento de resíduos sólidos integra o sistema de gestão ambiental e

deve ter base nos princípios da não geração ou a minimização da geração de resíduos, reduzindo

riscos ao meio ambiente.

Art. 150 – O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos contemplará os aspectos referentes à

minimização na geração, segregação, acondicionamento, identificação, coleta e transporte

interno, armazenamento temporário, tratamento interno, armazenamento externo, coleta e

transporte externo, tratamento externo e disposição final.

Art. 151- O manejo dos resíduos municipais obedecerá aos critérios técnicos que conduzam à

minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente, considerando:

I - tratamento dos conjuntos, processos e procedimentos que alteram as características físicas,

físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos.

II - sistema de destinação final, processos e procedimentos que visam à destinação

ambientalmente adequada dos resíduos em consonância com as exigências ambientais.

Art. 152 - A disposição final dos resíduos será realizada de acordo com as características e

classificação, podendo ser objeto de tratamento ou disposição em aterro sanitário.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

56

Art. 153 - O plano de gerenciamento de resíduos sólidos do Município especificará medidas

alternativas para o controle e minimização de danos causados ao meio ambiente e ao patrimônio

quando da ocorrência de situações anormais envolvendo quaisquer das etapas do gerenciamento

do resíduo, inclusive:

I - logística para a movimentação dos resíduos;

III - a identificação dos resíduos gerados e o gerador.

Art. 154 - No plano de gerenciamento de resíduos sólidos do Município constará:

I - Programa de redução na fonte geradora, incluindo a:

a) relação das metas para a redução da geração, bem como os resíduos destinados à reutilização

e à reciclagem, especificando classificação e quantidade;

b) especificação da destinação dos resíduos passíveis de reutilização ou reciclagem, fornecendo

nome da empresa, endereço, telefone/fax e dados do responsável técnico;

c) descrição dos procedimentos de manejo utilizados na segregação dos resíduos, na origem,

coleta interna, armazenamento, transporte utilizado interna e externamente, reutilização e

reciclagem, caso haja e sua destinação final.

II - Forma de acondicionamento;

III - Coleta e transporte interno de resíduos, incluindo:

IV - Estocagem temporária, descrevendo a área de armazenamento temporário de resíduos,

obedecendo às seguintes medidas de segurança e proteção ambiental;

V - Pré-tratamento.

Art. 155 - O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos será atualizado sempre que ocorram

modificações operacionais, que resultem na ocorrência de novos resíduos ou na eliminação

destes, e terá parâmetros de avaliação visando ao seu aperfeiçoamento contínuo.

Art. 164 – O Plano de Esgotamento e Tratamento de Esgoto estabelecerá os critérios técnicos

para escoamento e tratamento dos esgotos produzidos na área urbana do Município.

Art. 165 – O Plano de Esgotamento e Tratamento de Esgoto obedecerá as seguintes diretrizes:

I – dimensionamento das redes coletoras, redes interceptoras e emissários para escoamento dos

esgotos;

II - pré-dimensionamento para implantação das estações de tratamento da totalidade dos

esgotos produzidos na área urbana.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

57

O Plano Diretor Municipal de Caeté trouxe em seu texto uma abordagem que

caracteriza e justifica a importância do município apresentar e construir o seu Plano

Municipal de Saneamento. Há entre suas diferentes diretrizes e campos de ação

destaque à importância do saneamento e da necessidade de constituí-lo, seja para

atender, por exemplo, as questões da saúde ou de desenvolvimento social. Esta

questão se mostrou tão presente, que após consulta na internet, página eletrônica do

Comitê de Bacia Hidrográfica do rio das Velhas – CBH Rio das Velhas35 verificou-se que

o Plano de Saneamento Municipal foi elaborado e concluído em 2012, com recursos e

termo de referência estabelecido pela Agência de Bacia Peixe Vivo.

5.7. Análise Comparativa entre o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia

Hidrográfica do Rio das Velhas e os Planos Diretores Municipais dos cinco

Municípios com Condições mais Críticas de Qualidade de Água

O cenário de interação entre Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica

do rio das Velhas e os Planos Diretores Municipais encontra definido pela Tabela 01.

Como se percebe, muitas diretrizes dos Planos Diretores Municipais mostraram-se

alinhadas aos programas do PDRH Velhas.

Para desenvolver o estudo de interação entre os programas do PDRH da Bacia do rio

das Velhas e os Planos Diretores Municipais dos cinco municípios, traçou-se uma linha

de tempo da origem de cada instrumento (Gráfico 01). Como resultado teve que o

Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte é mais antigo que o Plano Diretor de

Recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas, trazendo-nos referencia de que o

primeiro serviu de base para a proposição dos programas para gestão da Bacia do Rio

35

Plano Diretor de Saneamento do Município de Caeté, informações obtidas pelo site

http://www.cbhvelhas.org.br/index.php/plano-de-saneamento-de-caete em 03/12/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

58

das Velhas. Fortalece esta análise a quantidade de diretrizes do PDM Belo Horizonte

alinhados aos programas do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das

Velhas.

Gráfico 5.1 – Linha do Tempo: PDRH Pará versus PDM

PDRH Velhas 2004

PDM Belo Horizonte 2000

PDM Santa Luzia 2006

PDM Sete Lagoas 2006

PDM Caeté 2007

PDM Sabará 2008

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

59

Tabela 5.1 - Articulação do Programas do Plano Diretor da Bacia do Rio das Velhas com os Planos Diretores Municipais

Diretrizes Programas Diretrizes Diretrizes Programas Diretrizes Programas Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia X X X X

Cadastramento de usuários X X

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários X X X

Implementação do Sistema de Informações X X

Universalização do Abastecimento de água na bacia X X X X X X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia X X X X X

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto X X X X X

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos X X X X X

Controle de Erosão e do assoreamento X X X

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X X X X X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração X X

Adoção de medidas de desassoreamentos X X

Educação sanitária e ambiental X X X X

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes) X X X

Incentivo e fomento do ecoturismo X x X X

Plano de Controle e adequação do setor Industrial X X X X

Plano de controle e adequação do setor mineral X X

Plano de controle e adequação do setor agricola X

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA X X X

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias X X

Realização de estudos de navegabilidade do trecho

Implementação de interceptores com tratam de fundo de vale,

compreendido como conservação ou renaturalização de leitosX X X X X

Implantação de unidades de desinfecção na ETE E

Implantação de ETE, nivel secundário E

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento X X X E

Implementação de Unidade de tratamento de residuos X X X E

X

X

X

X

Programas

Plano Diretor de CaetéPlano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Velhas

Plano Diretor de Sta Luzia Plano Diretor de SabaráPlano Diretor de Belo Horizonte Plano Diretor de Ste Lagoas

Legenda: X – Ocorrência no Plano Diretor Municipal / E – Excluído do Plano Diretor Municipal

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

60

Percebe-se que os programas relacionados às áreas urbana e rural do Plano de Bacia

se fizeram presente em diretrizes nos Planos Diretores Municipais.

As diretrizes ligadas ao saneamento básico (abastecimento público, esgotos sanitários,

tratamento de efluentes domésticos e rede de drenagem pluvial) constaram de um

modo geral em todos os municípios, sendo mais destacados em Belo Horizonte e Sete

Lagoas. Sabará abordou apenas a universalização do abastecimento público.

Outro programa do PDRH Velhas em que todos os municípios fizeram referência

através de diretrizes foi a “implementação de interceptores com tratam de fundo de

vale, compreendido como conservação ou renaturalização de leitos”.

Por outro lado, alguns dos programas do PDRH Velhas não tiveram diretrizes definidas

por seus Planos Diretores Municipais. Tem-se estas ocorrências sido ocasionadas por

programas específicos a determinadas localidades. Exemplo desta ocorrência é o

programa para “implementação de ações para a conservação hidroambiental da sub-

bacia Cipó”. Nenhum dos municípios analisados está inserido nesta sub-bacia.

Com relação à quantidade de programas do Plano Diretor da Bacia do rio das Velhas

contemplados sob a forma de diretrizes nos Planos Diretores Municipais, nota-se

(gráfico 02), que os municípios grandes (Belo Horizonte e Sete Lagoas), possuem mais

de 50% das diretrizes alinhadas ao Plano Diretor da Bacia. Os municípios menores

tiveram suas diretrizes contemplando quantidade próximo ou pouco maior que um

terço dos programas do PDRH do Rio das Velhas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

61

Gráfico 5.2 – Quantidade de Programas contemplados por Diretrizes dos PDM

Na avaliação dos Planos Diretores Municipais, considerando os critérios de Diretrizes e

de Programas/ações estratégicas, quando relacionadas aos programas do Plano

Diretor de Recursos Hídricos, observou pela Tabela 5.1 que apenas dois municípios

contemplaram esses dois aspectos. No entanto, poucas foram às diretrizes que

tiveram programas/ações definidos para implementação.

Com relação ao percentual de Programas do PDRH Velhas atendidas pelas diretrizes

dos Planos Diretores Municipais dos cinco municípios analisados tem-se o resultado

representado pelo Gráfico 5.2.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

62

Gráfico 5.3 – Ocorrência de Programas do PDRH Velhas por Municípios

0% 20% 40% 60% 80% 100%

REGULARIZAÇÃO DOS USOS POR OUTORGA E COBRANÇA PELO USOS DAS ÁGUAS

IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES PARA CONSERV. HIDROAMBIENTAL DA SUBBACIA CIPÓ

REALIZAÇÃO ESTUDOS DE NAVEGABILIDADE DO TRECHO

IMPLANTAÇÃO DE UNID. DE DESINFECÇÃO NA ETE

IMPLANTAÇÃO DE ETE NIVEL SECUNDÁRIO

PROGRAMA CAÇA ESGOTO

RECUP. AMBIENTAL AREAS AFETADAS PELA MINERAÇÃO

PLANO CONTROLE E ADEQUAÇÃO DO SETOR AGRICOLA

CADASTRAMENTO DE USUÁRIOS

MPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES

ADOÇÃO MEDIDAS DE DESASSOREAMENTOS

DESENV. ESTUDOS (AGUAS SUBTERRANEAS, MITIGAÇÃO ENCHENTES)

PLANO CONTROLE E ADEQUAÇÃO SETOR MINERAL

IMPLEM. DO SISTEMA ALERTA HIDROMETEOROLÓGICO PARA CHEIAS

IMPLEM. PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO

IMPLEM. DE UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESIDUOS

FORTALECIMENTO CBH VELHAS E IMPLANT. AGENCIA DE BACIA

FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DOS USOS E USUÁRIOS

CONTROLE DE EROSÃO E DO ASSOREAMENTO

INCENTIVO E FOMENTO DO ECOTURISMO

IMPLEMET. DE AÇÕES DE PRESERVAÇÃO DE APA

AMPLIAÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO NA BACIA

SERVIÇO IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO

MELHORIA DA COLETA E DISPOSIÇÃO ADEQUADA DOS RESIDUOS SÓLIDOS

EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

PLANO DE CONTROLE E ADEQUAÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL

UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

REFLORESTAMENTO EM ÁREAS DEGRADADAS (TOPO, CILIAR E NASCENTES)

IMPL. INTERCEPT. E TRAT. FUNDO DE VALE PARA CONSERV E RENATURAL. DE LEITOS

Percentual de Ocorrências Programas PDRH Velhas por Municípios

Conforme os 29 programas estabelecidos pelo PDRH Velhas, três são abordados nos

cinco municípios analisados, sob forma de diretrizes. São eles: a universalização pelo

abastecimento publico de água, à recuperação de leitos de cursos de água, que tanto

se aplica a questão de saneamento (drenagem urbana) e o reflorestamento de matas

ciliares, topos de morros e de nascentes.

Cinco programas do Plano de Bacia compõem 80% dos municípios, sendo eles: Plano

de Controle e adequação industrial; educação sanitária e ambiental; e os três ligados à

política de saneamento básico (melhoria da coleta de esgoto, implementação de

estação de tratamento de esgoto e ampliação e melhoria da coleta e tratamento dos

resíduos sólidos).

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

63

Notou-se ainda que 60% dos Planos Diretores Municipais analisados continham

diretrizes alinhadas aos programas do PDRH Velhas, composto por cinco programas do

Plano de Bacia, sendo dois relacionados à recuperação ambiental (implementação de

ações para preservação de Área de Proteção Ambiental – APA e controle de erosão e

do assoreamento), dois de arranjo institucional (fortalecimento CBH Velhas e

implantação de agência de bacia e incentivo e fomento ao ecoturismo) e um de

controle, composto por fiscalização e monitoramento dos usos e usuários.

Oito programas do PDRH Velhas são abordados apenas por 40% dos municípios

analisados. Os programas caracterizados nesta análise são: cadastramento de usuários,

implementação de Sistema de Informações para gestão ambiental e de recursos

hídricos, adoção de medidas de desassoreamentos; desenvolvimento de estudos de

águas subterrâneas ou mitigação de enchentes; plano de controle e adequação do

setor mineral; implementação de sistemas de alerta meteorológico para cheias;

implementação de Plano Municipal de saneamento; e implementação de unidades de

tratamento de resíduos sólidos. Nota-se que alguns desses programas condizem com

características específicas dos municípios o que perfaz a justificativa para não conter

na maioria Planos Diretores Municipais. Por outro lado, entendemos como essenciais a

ferramenta de planejamento municipal estabelecer diretrizes para programas de

saneamento básico e por motivos desconhecidos, constam em apenas dois Planos

Diretores Municipais.

As diretrizes alinhadas à recuperação ambiental de áreas afetadas pela mineração e a

de plano de controle e adequação do setor agrícola mostrou-se presente em apenas

um dos municípios (distintos).

Na análise específica por municípios, a Tabela (5.2) retrata o arranjo das diretrizes do

PDM de Sabará com os programas do Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia do

rio das Velhas. Um aspecto positivo nesse PDM é a forma como se articular e insere o

município na perspectiva de participar do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio das

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

64

Velhas. Aspecto preocupante foi a ausência de diretrizes alinhada ao esgotamento

sanitário. A única relação composta pelo instrumento municipal na questão do

saneamento básico foi a universalização do abastecimento de água. No Plano Diretor

Municipal de Sabará não foram estabelecidos de programas/ações estratégicas para

nenhuma das diretrizes.

Tabela 5.2: Articulação entre o PDRH Velhas e PDM Sabará

Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia X

Cadastramento de usuários X

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários X

Implementação do Sistema de Informações

Universalização do Abastecimento de água na bacia X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos

Controle de Erosão e do assoreamento

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração

Adoção de medidas de desassoreamentos

Educação sanitária e ambiental

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes) X

Incentivo e fomento do ecoturismo X

Plano de Controle e adequação do setor Industrial X

Plano de controle e adequação do setor mineral X

Plano de controle e adequação do setor agricola

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias

Realização de estudos de navegabilidade do trecho

Implementação de interceptores com tratam de fundo de vale, compreendido

como conservação ou renaturalização de leitosX

Implantação de unidades de desinfecção na ETE

Implantação de ETE, nivel secundário

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento

Implementação de Unidade de tratamento de residuos

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das VelhasPlano Diretor de Sabará

A situação do município de Santa Luzia esta representada pela tabela (5.3). Nela, a

interação do PDRH Velhas com Plano Diretor Municipal esta destacada por ações

voltadas ao Saneamento Básico e a recuperação de áreas degradadas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

65

Tabela 5.3: Articulação entre o PDRH Velhas e PDM Santa Luzia

Plano Diretor de Santa Luzia

Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia

Cadastramento de usuários

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários

Implementação do Sistema de Informações

Universalização do Abastecimento de água na bacia X X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia X X

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto X X

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos X X

Controle de Erosão e do assoreamento X

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração X

Adoção de medidas de desassoreamentos

Educação sanitária e ambiental X

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes)

Incentivo e fomento do ecoturismo

Plano de Controle e adequação do setor Industrial X

Plano de controle e adequação do setor mineral

Plano de controle e adequação do setor agricola

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias X

Realização de estudos de navegabilidade do trechoImplementação de interceptores com tratam de fundo de vale, compreendido

como conservação ou renaturalização de leitosX

Implantação de unidades de desinfecção na ETE

Implantação de ETE, nivel secundário

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento X

Implementação de Unidade de tratamento de residuos X

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Velhas

Na Tabela (5.4) são apresentadas as interações entre o Plano Diretor Municipal de Sete

Lagoas e o Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia do rio das Velhas. Daí tem-se

que o Plano Diretor Municipal de Sete Lagoas apresenta uma quantidade significativa

de diretrizes alinhadas aos programas do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia

do rio das Velhas, privilegiando aspectos como o saneamento básico e a recuperação

ambiental (recuperação de matas e nascentes). Nenhuma das diretrizes analisadas

apresentou compatibilidade com programas específicos ou que promovesse a

implementação de Planos, como a implementação de Plano de Municipal de

Saneamento.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

66

Tabela 5.4: Articulação entre o PDRH Velhas e PDM Sete Lagoas

Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia X

Cadastramento de usuários

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários X

Implementação do Sistema de Informações X

Universalização do Abastecimento de água na bacia X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia X

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto X

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos X

Controle de Erosão e do assoreamento X

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração

Adoção de medidas de desassoreamentos X

Educação sanitária e ambiental X

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes) X

Incentivo e fomento do ecoturismo X

Plano de Controle e adequação do setor Industrial

Plano de controle e adequação do setor mineral

Plano de controle e adequação do setor agricola

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA X

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias

Realização de estudos de navegabilidade do trechoImplementação de interceptores com tratam de fundo de vale, compreendido

como conservação ou renaturalização de leitosX

Implantação de unidades de desinfecção na ETE

Implantação de ETE, nivel secundário

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento

Implementação de Unidade de tratamento de residuos

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das VelhasPlano Diretor de Sete Lagoas

O Plano Diretor Municipal de Belo Horizonte mostrou-se organizado sob duas

legislações, a Lei Municipal nº 7165/96 e pela atualização definida pela Lei Municipal

nº 8137/00. A considerar os dois instrumentos e as alterações proporcionadas pela

segunda, tem-se uma perda de abordagem de alguns programas definidos pelo Plano

Diretor de Recursos Hídricos da bacia do rio das Velhas, conforme disposto pela tabela

(5.5). Apesar disso, o PDM Belo Horizonte foi o que apresentou maior interação com o

PDRH Velhas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

67

A abordagem dada pelas diretrizes do PDM Belo Horizonte referentes ao Saneamento

Básico perdeu conteúdo após a atualização da Lei de regulamentação. O documento

transferiu a competência de regulamentar e definir diretrizes de Saneamento ao Plano

Municipal de Saneamento. O Plano Diretor de Saneamento foi aprovado em dezembro

de 2008.

Tabela 5.5: Articulação entre o PDRH Velhas e PDM Belo Horizonte

Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia

Cadastramento de usuários X

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários X

Implementação do Sistema de Informações X

Universalização do Abastecimento de água na bacia X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia X

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto X

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos X

Controle de Erosão e do assoreamento X

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração X

Adoção de medidas de desassoreamentos X

Educação sanitária e ambiental X

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes) X

Incentivo e fomento do ecoturismo x

Plano de Controle e adequação do setor Industrial X

Plano de controle e adequação do setor mineral

Plano de controle e adequação do setor agricola

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA X

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias X

Realização de estudos de navegabilidade do trechoImplementação de interceptores com tratam de fundo de vale, compreendido

como conservação ou renaturalização de leitosX

Implantação de unidades de desinfecção na ETE E

Implantação de ETE, nivel secundário E

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento E

Implementação de Unidade de tratamento de residuos E

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das VelhasPlano Diretor de Belo Horizonte

Legenda: X – Presente nos programas; E – Excluído após atualização

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

68

No Plano Diretor Municipal de Caeté foram encontrados os arranjos com o Plano

Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio das Velhas, conforme a planilha (5.6).

Destacam-se as seguintes ocorrências:

- Diretrizes e programas para fortalecimento do Comitê de Bacia Hidrográfica;

- Diretrizes e programas voltados para o saneamento básico;

- Diretrizes que indicam a necessidade Planos de controle para o setor mineral,

industrial e agrícola;

Tabela 5.6: Articulação entre o PDRH Velhas e PDM Caeté

Diretrizes Programas

Fortalecimento do CBH Velhas e Implantação da Agência de Bacia X X

Cadastramento de usuários

Regularização dos usos por meio de outorga e cobrança pelo usos das águas

Fiscalização e monitoramento dos usos e usuários

Implementação do Sistema de Informações

Universalização do Abastecimento de água na bacia X X

Ampliação da rede coletora de esgoto na Bacia X X

Serviço de implantação de estações de tratamento de esgoto X X

Melhoria da coleta e disposição adequada dos residuos sólidos X X

Controle de Erosão e do assoreamento

Reflorestamento em áreas degradadas (topo, ciliar e nascentes) X

Recuperação ambiental areas afetadas pelas atividades de mineração

Adoção de medidas de desassoreamentos

Educação sanitária e ambiental X

Desenvolvimento de estudos (aguas subterraneas, mitigações enchentes)

Incentivo e fomento do ecoturismo X

Plano de Controle e adequação do setor Industrial X

Plano de controle e adequação do setor mineral X

Plano de controle e adequação do setor agricola X

Implementação de ações para a conservação hidroambiental da subbacia Cipó

Implementação de ações para preservação da APA X

Implementação do sistema de alerta hidrometeorológico para cheias

Realização de estudos de navegabilidade do trecho

Implementação de interceptores com tratam de fundo de vale,

compreendido como conservação ou renaturalização de leitosX

Implantação de unidades de desinfecção na ETE

Implantação de ETE, nivel secundário

Programa caça esgoto

Implementação Plano Municipal de Saneamento X X

Implementação de Unidade de tratamento de residuos X X

Plano Mun. CaetéPlano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Velhas

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

69

6. ESTUDO 2 – BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ

6.1. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

A caracterização da Bacia Hidrográfica baseou-se em referências bibliográficas

disponíveis no IGAM e a identificação dos programas de gestão Bacia Hidrográfica do

Rio Pará – PDRH Pará foram realizadas segundo propostas obtidas do Plano Diretor de

Recursos Hídricos da Bacia do Pará36.

6.1.1. Caracterização da Bacia

A Bacia Hidrográfica do Rio Pará faz parte do alto Rio São Francisco, situado na porção

central e no sudoeste do Estado de Minas Gerais, e pertence à Unidade de

Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos do rio Pará – UPGRH SF2. A área da

UPGRH SF2 corresponde a aproximadamente 12.300Km2 e contempla 35 municípios.

As principais cidades da Bacia são Divinópolis, Itauna, Pará de Minas, Nova Serrana e

Bom Despacho. A maioria dos municípios da Bacia Hidrográfica do rio Pará possui uma

população inferior a 10 mil habitantes, segundo resultados do PDRH Pará.

O clima predominante da bacia é temperado chuvoso e a tipologia climática

caracteriza-se por inverno seco e verão chuvoso, com variações de temperatura não

muito significativas.

A vegetação da bacia é composta por campos, cerrados, florestas de floresta

estacional (semidecidual – nativa) e veredas. Apesar da variedade de vegetação,

atualmente, a área representa apenas 20% do uso do solo, já que a maior parte do

território encontra-se alterada por urbanização ou pelo cultivo de silvicultura. A

36

Associação de Usuários da Bacia Hidrográfica do rio Pará / Companhia de Desenvolvimento do Vale do

São Francisco e Parnaíba – CODEVASF; Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio

Pará. TESE – Tecnologia em Sistemas Espaciais Ltda. Curitiba. Novembro de 2008.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

70

silvicultura com o plantio de eucalipto tem alterado bastante a vegetação natural da

bacia (Associação de Usuários do Pará / CODEVASF, 2008; IEF, 2008).

A bacia do rio Pará está situada na transição entre grandes domínios morfoestruturais

do interior com escarpas e maciços modelados em rochas do complexo cristalino do

Planalto Sul de Minas e relevos modelados em rochas sedimentares da Depressão do

São Francisco. Também de acordo com o PDRH Pará (2008), os sistemas de aqüíferos

da bacia são classificados tecnicamente em 4 (quatro) tipos distintos, considerando a

forma de percolação e acumulação da água no seu interior; sendo eles: Sistema

Aqüífero; Sistema Aqüífero Cárstico; Sistema Aqüífero Cárstico–Fissurado e Sistema

Aqüífero Fraturado .

O relevo é determinado pelo aspecto geológico, depressão sanfranciscana, no qual

condiciona as características de planaltos dissecados. Há ainda extensas áreas

aplainadas e dissecadas sobre as rochas do grupo Bambuí. O alto da bacia, localizado

no sul, o relevo é definido por vales encaixados e colinas com vertentes ravinadas37.

De acordo com IGAM38 (2008), as principais atividades econômicas desenvolvidas na

bacia são determinadas pelo parque industrial, pela mineração, pela agricultura e pela

pecuária. Mundim39 (2011) destacou as atividades da indústria e da agricultura são

diversificadas na bacia do Pará. O Parque Industrial abrange os ramos: metalúrgico,

têxtil, confecção, curtume e alimentício. Agricultura tem como principais atividades:

horticultura, avicultura, suinocultura e silvicultura.

37

FEAM. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Enquadramento dos cursos d`água: Bacia do Rio Pará.

Fase 1 – Objetivos de Qualidade. Belo Horizonte. Dezembro, 1998. 38

IGAM. Projeto Água de Minas: Qualidade das águas superficiais no Estado de Minas Gerais – Estudo

das metas de qualidade da Bacia Hidrográfica do rio Pará 2008 - Diagnóstico Estratégico da Bacia Hidrográfica e Cenários de Desenvolvimento – Estudo Técnico. Belo Horizonte, MG. Dezembro de 2008. 39

MUNDIM. Rodrigo Antonio Di Lorenzo. Fatores Intervenientes no processo de enquadramento: o caso

da bacia hidrográfica do rio Verde. 92f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental – UFOP. Ouro Preto, 2011.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

71

Para o IGAM (2008), os principais usos dos recursos hídricos na bacia do rio Pará são

caracterizados por: abastecimento doméstico e industrial, geração de energia elétrica

e irrigação, e os maiores poluentes são os lançamentos de esgotos domésticos e

industriais, defensivos agrícolas e a pecuária. O PDRH Pará (2008) chama a atenção

para outros problemas, como a falta de proteção das nascentes, a atividade mineraria,

ao assoreamento e a erosão.

6.1.2. Plano de Ação

Os Programas para revitalização, recuperação e conservação hidroambiental da Bacia

Hidrográfica do Rio Pará congregam medidas que tratam de temas próximos e

reciprocamente influentes e são os seguintes:

I - PLANO DE DESENVOLVIMENTO:

Programa 1: Consolidação da Gestão de Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio

Pará;

Programa 2: Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 3: Revitalização, Recuperação e Conservação Hidroambiental da Bacia

Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 4: Sustentabilidade Econômico-Social da Bacia Hidrográfica do Rio Pará.

II - PLANO DE AÇÕES DE APOIO - INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Programa 5: Gestão da Informação da Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 6: Controle dos Usos e Usuários da Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 7: Enquadramento dos cursos d'água da Bacia Hidrográfica do Rio Pará nas

classes estabelecidas no Plano Diretor;

Programa 8: Criação de Áreas Sujeitas a Restrição de Uso, com vistas à Proteção dos

Recursos Hídricos e de Ecossistemas Aquáticos na Bacia Hidrográfica do Rio Pará.

III - PLANO DE AÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

72

Programa 9: Fiscalização e Monitoramento Integrado dos Usos e Usuários da Bacia

Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 10: Criação e Aplicação de Indicadores de Desempenho e Sócio-Econômicos;

IV - PLANO DE AÇÕES EMERGENCIAIS

Programa 11: Saneamento Ambiental Emergencial na Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 12: Controle Emergencial do Uso dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica

do Rio Pará.

IV - PLANO DE USO INTEGRADO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Programa 13: Conservação do solo e água na Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

Programa 14: Gestão da Informação existente no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio

Pará.

V – PLANO DE DESENVOLVIMENTO

O Plano de Desenvolvimento da Bacia Hidrográfica do Rio Pará baseia-se nas seguintes

diretrizes:

1) Fortalecimento da Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Pará de maneira a integrar as

gestões municipais, estaduais e federais que possuam atribuições no território da

Bacia, com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará;

2) Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, através do envolvimento

efetivo das prefeituras municipais;

3) Revitalização, recuperação e conservação hidroambiental da Bacia Hidrográfica do

Rio Pará;

4) Desenvolvimento sócio-econômico e sustentabilidade, através de ações que possam

extrapolar limites administrativos municipais e hidromorfológicos dentro da Bacia

Hidrográfica do Rio Pará.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

73

6.2. Município de Itaúna

6.2.1. Caracterização do Município de Itaúna

Itaúna localiza-se na parte central do Estado de Minas Gerais e tem como principal

caixa de drenagem no município o rio João, do qual é afluente da sub-bacia do rio

Pará. O município limita-se geograficamente por Igaratinga, Pará de Minas, Itatiaiuçu;

Mateus Leme e Carmo do Cajuru.

A população de Itaúna é de aproximada 85.463 habitantes, segundo página eletrônica

da Prefeitura de Itaúna40, e apresenta um estágio de urbanização bastante elevado,

próximo a 94%. A tabela (6.1) apresenta a distribuição da população no Município de

Itauna, na área urbana ou rural, bem como seus percentuais de ocupação. O Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) de Itaúna é de 0,758, situando-a como um município

de médio desenvolvimento humano41.

Tabela 6.1: População residente em Itaúna

Município População 2010 Porcentagem

Itaúna Rural 5.012 5.864526

Urbana 80.451 94.13547

Total 85.463 100

Fonte: Prefeitura de Itaúna, 2013.

Segundo o IBGE (2012), o município possui um total de 72 escolas de Ensino

Fundamental/ Médio e Pré Escolar, e uma instituição de ensino superior. A rede de

40

Itauna. Prefeitura Municipal. http://www.itauna.mg.gov.br/site/resources/anexos/, consultado em

05/12/13 41

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – Fundação João Pinheiro – PNUD

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

74

saúde do município de Itaúna é composta por 48 estabelecimentos, dos quais 26 (vinte

e seis) são Municipais e 22 (vinte e dois) são Privados42.

O Clima é o Cwa - Tropical de Altitude com verões quentes, Temperatura Média Anual

de 21,8 ºC, Temperatura Mínima Anual de 13,2 ºC e Temperatura Máxima Anual de

32,2 ºC e Índice Médio Pluviométrico Anual de 1.419 mm, conforme dados da ALMG43.

Nos aspectos geológicos, estudos do IGA44 indicam que o município de Itaúna está

assentado sobre rochas pré-cambrianas intensamente dobradas, falhadas e cortadas

por zonas de cisalhamento em várias direções. As litologias dominantes são gnaisses,

migmatitos e granitos do embasamento cristalino e, secundariamente, xistos, filitos e

quartzitos, todas de idade Arqueana. Assim, dados as características geológicas, o

relevo apresenta formas planas em 20%; ondulado em 40% e Montanhoso em 40% do

território de Itaúna. Existem formações de escarpas, maciços e morros. As montanhas

são rochosas, intensamente dobradas, provocando a formação de colinas côncavo-

convexa e cristas esparsas, com altitudes de 860 a 1.200 m.

Ainda, de acordo com o IGA, os solos de Itaúna são formado de podzólico e latossolo

vermelho - amarelo. A região é composta por terrenos argilosos, de moderada

resistência à erosão, de profundidade variável, com baixa a moderada fertilidade

natural, favorecendo o maior aproveitamento na pecuária.

Conforme caracterização vegetal disponível na página da Prefeitura de Itaúna45, são

encontradas as seguintes espécies no município: floresta estacional semi-decidual

42 Fonte: IBGE-Cidades, Acessado em 27/11/2013 43

Fonte:

http://www.almg.gov.br/consulte/info_sobre_minas/index.html?aba=js_tabMunicipios&sltMuni=339 ,

Acessado em 26/11/2013 44 Fonte: IGA - Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais/Prefeitura de Itaúna 45 Fonte: http://www.itauna.mg.gov.br/site/resources/anexos/%7BAACDE3CA-DCA4-43EC-E017-

E8BDDCCCEE1B%7D.pdf

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

75

Montana, floresta estacional Montana, floresta estacional semi- decidual aluvial e

espécies do cerrado.

As questões do saneamento básico do município são estabelecidas pela prefeitura

municipal. Eles dispõem da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços46 (SIES),

que é responsável pela formulação e implantação das políticas de obras, saneamento

básico e serviços do município, do SAAE47, responsável pelo sistema de abastecimento

de água e de esgotamento sanitário e a parte de resíduos sólidos é realizado pela

COOPERT – Cooperativa de Reciclagem e Trabalho entidade cadastrada pela Prefeitura

de Itauna. A cooperativa é responsável tanto pelo aterro sanitário quanto pela coleta

seletiva do lixo municipal.

6.2.2. Plano Diretor Municipal de Itaúna

O Plano Diretor Municipal foi instituído por Lei Complementar nº 05, de 31 de outubro

de 2007, que esta dividido em sete títulos, tendo o primeiro abordado as disposições

gerais e o últimos, as disposições finais. Apresenta interação com os programas do

Plano Diretor de Bacia, os seguintes artigos do Plano Diretor Municipal:

Art. 4°. São diretrizes da política de desenvolvimento econômico:

II. integração do Município a programas estaduais e federais de incentivo à implantação de

atividades econômicas;

XI. fortalecimento do turismo como atividade econômica do Município, por meio de:

a) levantamento dos potenciais de turismo rural, ecológico e de negócios;

b) treinamento de profissionais do setor;

c) criação de banco de dados com informações sobre empreendimentos de turismo rural e

ecológico existentes, de forma integrada com outros municípios;

Art. 5°. São diretrizes da política ambiental:

46 Fonte: http://www.itauna.mg.gov.br/site/secretarias/infraestrutura-e-servicos 47

Fonte: http://www.saaeitauna.com.br/mat_vis.aspx?cd=6497

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

76

I. promoção do desenvolvimento sustentável, conciliando a exploração dos recursos naturais com

a preservação ambiental, por meio de:

a) recuperação dos cursos d’água em leito natural;

b) introdução da educação ambiental no currículo da rede de ensino municipal;

c) sensibilização dos proprietários rurais para a implantação de programas de controle ambiental;

d) implantação de programas de controle de erosões e de reflorestamento de topos de morros e

de matas ciliares;

II. regularização das atividades extrativas no Município, por meio do licenciamento, da

fiscalização e da recuperação das áreas degradadas;

III. criação da Área de Preservação Ambiental – APA das Barragens do Benfica e Dr. Augusto

Gonçalves, conhecida como Angu Seco, e do respectivo zoneamento econômico ecológico,

abrangendo a porção da bacia de contribuição daqueles mananciais;

IV. articulação com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará e com o Município de Itatiaiuçu

para a criação da APA da Barragem do Benfica e Dr. Augusto Gonçalves, conhecida como Angu

Seco, na porção da bacia de contribuição destes mananciais naquele município;

V. formulação de projetos de lazer na orla da Barragem do Benfica, de modo a garantir o acesso

público ao reservatório;

VI. implantação de parques municipais nas várzeas inundáveis do perímetro urbano do Rio São

João, Córrego dos Capotos e Ribeirão da Várzea, conhecido como Ribeirão Joanica;

VII. desenvolvimento de programa de recuperação das bacias hidrográficas do Município,

integrantes da Bacia do Rio São João;

Art. 9°. São diretrizes da política de abastecimento de água:

I. ampliação do sistema de abastecimento de água, de forma a assegurar sua oferta às demandas

futuras, por meio de:

a) viabilização de recursos para melhoria e ampliação do sistema;

b) busca de alternativas ao sistema atual de captação;

c) expansão da Estação de Tratamento de Água – ETA existente;

d) ampliação das redes e da capacidade de reserva nas localidades rurais;

II. substituição da rede tronco da área central;

III. implantação de melhorias na captação de água na Barragem Dr. Augusto Gonçalves,

conhecida como Angu Seco;

IV. substituição paulatina das adutoras de amianto por adutoras de PVC.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

77

Art. 10. São diretrizes da política de esgotamento sanitário:

I. promoção de melhorias nas redes coletoras da área central;

II. tratamento dos esgotos do bairro João Paulo II;

III. tratamento dos esgotos através da estação (ETE) a ser construída no Distrito Industrial;

IV. promoção de melhorias nos sistemas de esgotamento sanitários da área rural;

V. ocupação preferencial das bacias hidrográficas atendidas por infra-estrutura de saneamento.

Art. 11. São diretrizes da política de drenagem urbana:

I. implementação de alternativas à canalização dos córregos, de forma a preservar os fundos de

vale e manter os níveis do lençol freático;

II. utilização de medidas de redução dos picos de cheia e conservação de energia;

III. ampliação do sistema de drenagem pluvial nas áreas sujeitas ao adensamento e a novas

ocupações urbanas, por meio da adoção do sistema separador absoluto.

Art. 12. São diretrizes da política de coleta e disposição de resíduos sólidos:

I. criação de programa municipal de manutenção de logradouros públicos;

II. implantação de programas públicos e em parceria com o setor privado, para o processamento

e a reciclagem do lixo industrial, material inerte da construção civil e outros resíduos nocivos ao

meio ambiente;

III. instalação de coletores de lixo de diferentes capacidades volumétricas para a manutenção da

limpeza urbana;

IV. coibição da disposição inadequada dos resíduos;

V. promoção de campanhas de limpeza urbana e de educação sanitária;

VI. fortalecimento do controle ambiental e da fiscalização da disposição de resíduos sólidos;

VII. implementação de programa para garantir coleta de lixo periódica domiciliar na área rural,

priorizando a coleta seletiva.

Art. 18. A macrozona urbana compreende as áreas urbanizadas e a de expansão urbana do

Município, diferenciadas segundo as demandas de adequação dos usos à segurança, ao conforto

da população e à proteção histórica, ambiental e paisagística.

Art. 19. Compõem a macrozona urbana as seguintes zonas:

VI. Zonas de Proteção Ambiental – ZPAs, constituídas por áreas urbanas com características

naturais que indicam necessidade de proteção, visando à sustentabilidade ambiental da cidade e

à segurança da população, subdividas em:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

78

3. Zonas de Proteção Ambiental 3 – ZPA-3, constituídas por áreas cujo atual estado de

degradação ambiental indica a necessidade de sua recuperação por meio da adoção das

seguintes medidas:

a) controle dos processos erosivos;

b) recuperação da cobertura vegetal; e

c) implantação de equipamentos de usos coletivos e uso habitacional;

Art. 71. O Sistema de Informações Municipal conserva e mantêm atualizados dados, informações

e indicadores sociais, culturais, econômicos, financeiros, patrimoniais, ambientais,

administrativos, físico-territoriais, cartográficos, imobiliários e outros de relevante interesse para

o Município.

§ 1°. O Sistema de Informações Municipal tem como objetivos:

I. subsidiar o planejamento, o monitoramento, a implementação e a avaliação da política urbana;

II. promover a simplificação, a economicidade, a eficácia, a clareza e a precisão das informações;

III. democratizar e disponibilizar as informações municipais, em especial as relativas ao processo

de implementação, controle e avaliação do Plano Diretor.

§ 2°. O Sistema de Informações Municipal é coordenado pelo Departamento de Planejamento

Territorial do Município.

§ 3°. O “Espaço Físico do Plano Diretor” é o setor destinado à divulgação dos dados constantes do

Sistema de Informações Municipal.

6.3. Município de Pará de Minas

6.3.1. Contextualização do Município de Pará de Minas

O município de Pará de Minas encontra-se na parte central de Minas Gerais, pertence

à Bacia Hidrográfica do rio Pará e deve seu nome ao maior rio do município - o Rio

Pará. Seu território fica situado próximo as principais rodovias da região, sendo duas

Rodovias Federais BR-262 e BR-352 e também pelas Rodovias Estaduais: MG-431 e

MG-060. Distante da capital mineira em apenas 70 Km, o município faz fronteiras com:

Onça de Pitangui, São José da Varginha, Esmeralda, Florestal, Mateus Leme, Itaúna,

Igaratinga e Conceição do Pará.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

79

De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Pará de Minas48 - PM Pará de Minas

(2006), o município faz parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocupa uma

área total de 551,2 km², apresenta a densidade demográfica é de 152,77 hab/km². A

população, conforme com IBGE49 2013, é de 84.215 em 2010, tendo a maior parte da

população ocupando a área urbana. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em

2010 é de 0,725.

A geologia é marcada por um conjunto diversificado de rochas, de domínios antigos e

recentes, no qual determina os litótipos predominantes: gnaisses, granitos-gnaisses,

biotita-gnaisses e granodioritos associados (PM Pará de Minas, 2006). A

geomorfologia, assim como os tipos de rocha também é determinada por colinas e

planícies abertas e estreitas. As formas das planícies também são influenciadas pelos

cursos de água.

Os principais tipos de solos encontrados em Pará de Minas são: Cambissolos,

Latossolos e Podzólicos. Suas características naturais são determinadas solos pobres

em nutrientes, sendo a maioria deles ácidos, com escassos teores de cálcio, magnésio,

potássio e fósforo, além de alta saturação de alumínio (PM de Pará de Minas, 2006).

As formações vegetais do município são determinadas por áreas de transição entre o

Cerrado e Mata Atlântica e, que de acordo com o Banco de Dados da Prefeitura de

Pará de Minas, a área de transição apresenta ocorrências de domínio serrano, de

floresta estacional semidecidual, que é caracterizada por exibir formas mais retilíneas

e porte arbóreo e por árvores de porte reduzido, que raramente ultrapassam 8 (oito)

metros de altura, exibindo formas retorcidas, com troncos revestidos de casca bem

48 Pará de Minas. Prefeitura Municipal. Banco de dados Integrados BDI – Pará de Minas. Administração Municipal 2001 – 2008. Secretaria Municipal de Planejamento, desenvolvimento Econômico e Urbano, Pará de Minas. 2006. Acessado em www.parademinas.mg.gov.br, em 25.11.2013 49

- IBGE Cidades, 2013. http://cidades.ibge.gov.br/minas-gerais|para-de-minas|infograficos:-dados-gerais-do-municipio, acessado em 25.11.2013

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

80

espessa, e de folhas predominantemente largas e cobertas de pêlos. (PM de Pará de

Minas, 2006).

O clima é controlado pelas massas de ar continental (Equatorial e Tropical) e Atlântica

(Polar e Tropical), no qual caracteriza o clima da região em duas estações distintas:

inverno seco e verão chuvoso. Nos meses compreendidos entre outubro e março,

registram-se as maiores médias de temperatura, com médias máximas superiores a

22º C.

As questões de saneamento do município de Pará de Minas possuem características

distintas dentre seus principais instrumentos. Segundo o diagnóstico que originou o

Plano Municipal de Saneamento de Pará de Minas – PSM Pará de Minas50 (2010), o

abastecimento de água tratada por rede de distribuição abrange 98% da Sede e na

maioria dos distritos apresenta um percentual de 100%. A coleta de esgoto e o

tratamento de esgoto apresenta situação inversa à distribuição de água tratada. Na

Sede do município a coleta de esgoto abrange 94% do território, porém os efluentes

domésticos são lançados diretamente nos corpos de água. Os distritos não dispõem de

coleta e nem tão pouco de tratamento, sendo que os lançamentos de efluentes são

direto nos corpos de água. No município apenas os lançamento de efluentes

industriais são exceção, pois os mesmos são regulados pelos processos de

licenciamentos e que, normalmente, são exigidos a implantação de sistemas de

tratamentos de efluentes. O município não dispõe ampla de redes de drenagem e nos

trechos disponíveis são compartilhadas pela coleta de efluentes domésticos.

A coleta de resíduos sólidos é suficiente e adequada. Pará de Minas dispõe de rede de

coleta domiciliar, realizada pela própria prefeitura e a deposição é realizada em aterro

sanitário controlado. O município também dispõe de coleta seletiva, mas esta abrange

apenas 6% da população (PSM Pará de Minas, 2010).

50

Pará de Minas. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento de Pará de Minas: 2009 – 2013. Abril de 2010. Consultado no site: www.parademinas.mg.gov.br/legislações. em 25/11/13.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

81

Com relação à economia, o IBGE Cidade51 (2013) põe Pará de Minas em 1º lugar na

produção de frangos em Minas Gerais, 2º na produção de suínos e a 4º nos

hortifrutigranjeiros. Além disso, as atividades predominantes no município são os

serviços, indústria e agropecuária.

A educação, segundo o IBGE, é formada por 24 escolas pré-escolares, 39 de nível

fundamental e 13 de nível médio, além da Faculdade de Pará de Minas – FAPAM que

oferece dez cursos, dentre eles Administração e Direito com mais de 1.400 alunos

matriculados em 2012. Existem 25 unidades de saúde estadual, 25 municipais e o

Hospital Nossa Senhora da Conceição, que atende 10 municípios com seus respectivos

gestores de saúde que compõem o Colegiado de Saúde da Microrregião de Pará de

Minas.

51 IBGE Cidade. Obtidos pelo site:

http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=314710&search=minas-gerais|para-de-minas|infograficos:-dados-gerais-do-municipio em 25/11/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

82

6.3.2. Plano Diretor Municipal de Pará de Minas

Este Plano Diretor Municipal foi aprovado através de Lei Complementar nº 4658, em

29 de setembro de 2006, e teve seu conteúdo organizado sob sete títulos, dos quais o

primeiro aborda sobre os princípios e o último define as disposições finais. O restante

é objeto de análise desta etapa, onde se busca a interação das diretrizes propostas

pelo Plano Municipal em relação ao Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do rio Pará.

Sob este aspectos são destacados os seguintes itens da norma:

Art. 8º São diretrizes das Políticas de Desenvolvimento Econômico no Município de Pará de Minas:

I – Criar, implantar e manter projetos e programas que aumentem o grau de atratividade de

investimento no Município, auxiliando, facilitando e desburocratizando as iniciativas de

instalação de atividades produtivas em todos os setores da economia, sejam elas da

agropecuária, da indústria, do comércio ou dos serviços.

Art. 16 – São diretrizes das Políticas do Meio Ambiente no Município de Pará de Minas:

IV – Promover a constante educação e informação sobre a questão ambiental no município,

eliminando o paradigma equivocado de que o progresso e o desenvolvimento são conflitantes

com a sadia utilização dos recursos naturais.

Art. 17 – São diretrizes das Políticas relativas às áreas verdes e áreas de preservação permanente

no Município de Pará de Minas:

I – Garantir que a partir da promulgação desta Lei, todas as áreas de preservação permanente

sejam mantidas como faixa “non aedificanti” e de recuperação e proteção ambiental, conforme

definidas e delimitadas:

a) Água corrente e dormentes, mínimo de 30 metros contados em reta perpendicular ao seu

limite externo máximo ao longo de todo o curso ou extensão.

b) Nascentes, minas e áreas de merejamento de água, círculo circunscrito de raio mínimo de

50 metros;

c) Topo de morros e montanhas, o 3º terço da área contado a partir da base de inclinação;

d) Fundo de vale, grotas, caminhos naturais da água, mínimo de 5 metros de cada lado a

partir de sua linha central ou a totalidade da área em declive acentuado.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

83

§2º - A administração pública municipal poderá intervir nas exigências descritas nos incisos

anteriores, quando o uso ou ocupação da área for de relevante interesse público, conforme

legislação específica.

II – Implantar no prazo máximo de um ano o Parque Florestal da Serra do Cristo, em convênio

com o Estado, garantindo proteção total do seu perímetro e infraestrutura adequada para o uso

do público em atividades de esporte, lazer, contemplação e estudo;

III – Priorizar a recuperação de áreas degradadas, viabilizando a sua utilização posterior como

áreas verdes, através da recomposição de vegetação, aterramento e plantio, contenção de

erosões e proteção do perímetro;

VI – Controlar as ações de decapeamento do solo e os movimentos de terra no Município de Pará

de Minas, como forma de evitar erosões, arrastes e assoreamentos em represas, açudes,

córregos, barragens, lagoas e outros mananciais e reservatórios de água, ficando o proprietário

do imóvel urbano ou rural interessado em executar estes movimentos obrigado à prévia

autorização do Poder Público Municipal e Órgãos Ambientais competentes (...);

Art. 18 – São diretrizes das Políticas de Saneamento do Município de Pará de Minas:

I – Articular e integrar inteiramente o planejamento das ações de saneamento no município de

Pará de Minas, buscando além da oferta destes serviços a toda população, a garantia da solução

dos problemas de drenagem urbana e do esgotamento sanitários das bacias;

II – garantir a oferta continua e segura dos serviços de abastecimento de água, esgotamento

sanitário, drenagem urbana, limpeza pública e coleta de lixo em todas as áreas do município,

distribuindo a infraestrutura de forma proporcional aos contingentes populacionais e atividades

socioeconômicas do distrito Sede da cidade, demais distritos , povoados e zona rural.

III – Garantir num prazo Maximo de 02 dois anos, a partir da vigência desta Lei, a completa

captação e tratamento do esgoto sanitário do distrito Sede da cidade, eliminando definitivamente

a possibilidade de seu lançamento na bacia dos cursos de água que correm em área urbana;

IV Assegurar que nenhum empreendimento , de qualquer natureza, seja aprovado ou executado

no Município sem a garantia expressa dos órgãos públicos e concessionárias de serviços, sobre a

viabilidade do atendimento completo da infraestrutura de:

a) Abastecimento de água;

b) Esgotamento sanitários;

c) Drenagem pluvial

d) Limpeza pública e coleta de lixo;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

84

V – Rever os convênios e contratos com as concessionárias dos serviços urbanos de saneamento,

garantindo a continuidade dos serviços, a qualidade, preço adequados e justos e sua extensão

gradativa e planejada a todos os distritos, Povoados, e zona rural do Município.;

VI – Consolidar o serviço de limpeza urbana de forma a atender a toda a população, garantindo a

coleta e a destinação adequada dos dejetos, através de:

a) Implantação do aterro sanitário no prazo máximo de um ano a partir da lei.

b) Ampliação das atividades de coleta, triagem e processamento dos resíduos recicláveis,

visando:

1 – Ampliar instalações e atuação da Associação de Catadores;

2 – Cadastrar e monitorar os catadores autônomos e as empresas de reciclagem

3 – Projetar e implantar sistema de reciclagem (coleta seletiva) em 100% da área urbana até o

final de 2007 e 100% dos distritos e povoados;

VII – Implantar sistema de destinação adequada dos resíduos de construção civil até o final de

2008;

IX – Implantar sistema de coleta permanente do lixo urbano, através de instalação de lixeiras

coletoras em toda a cidade, distribuídas por setores e proporcionais ao adensamento

populacional, áreas de maior aglomeração , festividades, pontos de ônibus, (...);

Como se percebe pela Legislação de Pará de Minas, principais temas ligados à gestão municipal

possui interlocução com o Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica do rio Pará,

porém com contextualização genérica, sem oferecer programas ou objetivos para a sua

implantação. Entretanto, no caso de Pará de Minas, o município possui o Plano Diretor de

Saneamento, no qual esta muito bem escrito e descreve as ações necessárias para sua

implementação.

6.4. Nova Serrana

6.4.1. Caracterização do Município de Nova Serrana

Nova Serrana está localizada no Centro Oeste de Minas Gerais, na Bacia Hidrográfica

do Rio Pará e apresenta como municípios limítrofes: Araujos, Conceição do Pará,

Divinópolis, Leandro Ferreira, Perdigão e São Gonçalo do Pará. A área do município é

de 282 km² e Densidade Demográfica em 2010 de 261,00 hab./km². A população,

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

85

conforme dados do IBGE Cidades52, em 2010, era de 73.719 habitantes e apresenta

uma estimativa para 2013 de 84.550 habitantes. Nova Serrana é a cidade que mais

cresceu no Estado nas últimas décadas, devido sua economia que é voltada para a

produção de calçados, no qual resulta num Índice de Desenvolvimento Humano, no

valor de 0,715. Este valor comparado ao Estado de Minas Gerais mostra-se elevado.

A produção de calçados em Nova Serrana tem este valor constituído desde o século

XIX, quando o antigo arraial se tornou num tradicional polo produtor de artefatos de

couro, que garantia a subsistência de muitos de seus moradores (Silva53, 2007).

Atualmente, o município é um dos principais polos produtores calçadista do Brasil,

chegando ao status terceira maior cidade produtora do País, com cerca de 1.000

fábricas de calçados ativas. O fato de ser um importante produtor de calçado no pais,

tem permitido ser precursor na região de outra atividade, o turismo voltado para

negócios.

O SENAC54 descreve as seguintes características biofísicas de Nova Serrana. O relevo

distribui-se sobre forma ondulados por 40%, montanhoso por 40% e plano em 20% do

território. A maior altitude é de 910 m no Morro do Chapéu. A hidrografia é

determinada pelo ribeirão Fartura, que tem suas nascentes dentro do município e o rio

Pará que percorre o território. A vegetação predominante é o cerrado, mas também

registra a presença de mata atlântica, através de floresta semidecidual.

52 IBGE Cidade. Obtido pelo site: http://www.cidade-brasil.com.br/municipio-nova-serrana.html#demografia.

Acessado dia 27.11.2013 53

SILVA REGINALDO. Dissertação. O impacto do desenvolvimento industrial nas relações culturais em Nova Serrana. Curso de Mestrado da Fundação Educacional de Divinópolis. 2007. 54

SENAC. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Consulta em 27/11/13 no site: http://descubraminas.com.br/Turismo/DestinoPagina.aspx?cod_destino=854&cod_pg.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

86

Em portal ODM55 criado pela FIEP/SESI/SENAI/IEL que dispôs dados do Plano Diretor

de Nova Serrana, foi destacada a informações de que no Município não existem

loteamentos irregulares, assim como favelas, mocambos, palafitas ou assemelhados.

Neste mesmo documento consta que a proporção de moradores, em 2010, com

acesso ao direito de propriedade (própria ou alugada) atingem 96,0%.

Segundo site da ALMG, o abastecimento de água e o esgotamento sanitário de Nova

Serrana são realizados pela COPASA. O Portal ODM destaca em seu Relatório que

93,7% dos moradores tinham acesso à rede de água geral com canalização em pelo

menos um cômodo e 93,8% possuíam formas de esgotamento sanitário consideradas

adequadas. Consta ainda que 99,7% dos moradores urbanos contavam com o serviço

de coleta de resíduos e 88,7% tinham energia elétrica distribuída pela CEMIG.

6.4.2. Plano Diretor Municipal de Nova Serrana

O Plano Diretor Municipal de Nova Serrana foi elaborado através da Lei Complementar

1930, aprovada 2007, anterior ao Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia

Hidrográfica do rio Pará. Esta norma encontra-se estabelecida sob nove títulos, sendo

o primeiro documentado pelos princípios fundamentais para a gestão municipal e os

dois últimos delimitados pela gestão participativa que aborda sobre o processo de

elaboração e ultimo que estabelece as disposições finais.

Do segundo ao sétimo título é que se descrevem as diretrizes de gestão,

procedimentos e objetivos para o planejamento municipal e que irá compor o

destaque deste item, a partir da sua interação com o PDRH da Bacia do rio Pará, que se

faz a saber:

55

FIEP/SESI/SENAI/IEL. Portal ODM – Acompanhamento Municipal dos Objetivos de desenvolvimento do Milênio. Relatório Dinâmico de Indicadores Municipais. Consultado em 25/11/2013, a partir do site: www.portalodm.com.br/relatorios/PDF/gera_PDF.php?cidade=21880

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

87

Art. 5º - Para dar consecução às diretrizes do planejamento físico-territorial do Município,

deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

I. elaboração de uma base cartográfica unificada, que permita o monitoramento efetivo da

expansão urbana, utilizando-se dos seguintes instrumentos:

V. aplicação rigorosa dos parâmetros da legislação ambiental estadual e federal, de forma a inibir

a ocupação indevida das áreas de preservação permanente e demais espaços passíveis de

restrição para uso e urbanização, em especial as faixas lindeiras aos cursos d´água.

Art.13 - A Zona de Preservação Ambiental (ZPA) incorpora as áreas “non aedificandi”, definidas de

acordo com os parâmetros ambientais vigentes, além de outros terrenos, onde exista interesse na

manutenção das características naturais originais do espaço ou riscos para a segurança pública,

como nas faixas lindeiras aos cursos d´água urbanos.

Art. 14 - São objetivos na Zona de Proteção Ambiental:

I. proteger os ecossistemas e recursos naturais, em especial os hídricos e a cobertura vegetal,

promovendo a recuperação daqueles que se encontram degradados;

Art. 63 - são diretrizes para políticas relativas ao meio ambiente:

I. preservar ecossistemas naturais e a diversidade biológica do Município;

II. proteger áreas mananciais e de interesse ao equilíbrio ambiental;

III. estimular a educação ambiental;

IV. identificar fontes poluidoras e estabelecer parâmetros para melhoria da qualidade de vida

urbana;

VI. definir áreas de preservação e proteção ambiental;

VII. compatibilizar crescimento urbano, uso do solo e áreas verdes;

IX. reestruturar o sistema de coleta de resíduos sólidos, conforme definido no art. 74 desta Lei;

X. recuperar as áreas “non aedificandi” e os cursos d' água, principalmente os Ribeirões da

Fartura, Pachola e Pavão;

Art. 64 - Para concretização das diretrizes para as políticas relativas ao meio ambiente deverão

ser adotados os seguintes procedimentos:

II. recomposição da mata ciliar nas áreas próximas aos Rios Lambari e Pará;

VI. criação do órgão municipal ambiental específico, destinado ao monitoramento, fiscalização e

controle ambiental, conforme previsto no artigo 139, inciso III, alínea c, desta Lei;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

88

VII. fiscalização e controle das fontes poluidoras e da degradação do meio ambiente, a partir

Zoneamento Ambiental previsto nos arts. 65 e 66 desta Lei;

VIII. cadastramento de técnicos e empresas habilitados para elaboração de estudos e

implantação de projetos ambientais e monitoramento de fontes poluidoras;

IX. promoção da educação ambiental, mediante políticas articuladas ao sistema educacional,

especialmente com vistas à redução dos índices de desmatamento e recomposição da cobertura

vegetal, principalmente nas margens dos córregos e morros;

X. estabelecimento de controle público sobre os parques, reservas ambientais e demais unidades

de conservação existentes ou criadas, de forma a garantir sua adequada manutenção e

preservação, com cuidados especiais para as reservas naturais situadas na ZPA prevista no artigo

13 desta Lei;

XII. implantação de sistema ágil de licenciamento integrado de atividades econômicas,

contemplando critérios urbanísticos ambientais, com vistas ao desenvolvimento sustentável do

Município;

XVI. inclusão, no projeto de arborização, previsto no inciso XV deste artigo, de recomposição da

vegetação nativa nas áreas próximas às nascentes e aos cursos d' água;

XIX. definição de taxa de permeabilidade do solo para fins de escoamento das águas pluviais e

melhoria do microclima local, conforme definido no art. 85, inciso II, desta Lei;

XX. criação do cinturão verde ao longo da Zona Industrial, prevista no art. 23 desta Lei;

Art. 66 - O Executivo Municipal realizará no prazo máximo de 2 (dois) anos, contados da data de

publicação desta Lei, os estudos necessários à definição do Zoneamento Ambiental do Município,

que deverão conter, no mínimo:

II. mapeamento das áreas de risco, especialmente as áreas de alta declividade, sujeitas à

inundação e aos processos erosivos;

III. cadastro e mapeamento das fontes poluidoras;

Art. 71 - A política de saneamento ambiental integrado tem como objetivo manter o meio

ambiente equilibrado, alcançando níveis crescentes de salubridade, por meio da gestão

ambiental, do abastecimento de água potável, da coleta e tratamento do esgoto sanitário, da

drenagem das águas pluviais e do manejo dos resíduos sólidos, promovendo a sustentabilidade

ambiental do uso e ocupação do solo.

Art. 72 - São diretrizes relativas à política de saneamento ambiental integrado:

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

89

I. elaboração de Plano Diretor de Saneamento Básico, em prazo máximo de 2 (dois) anos,

contados da data da vigência desta Lei, baseado em diagnóstico preliminar adequado da

realidade e contemplando integralmente todas as dimensões da questão, no Município,

estabelecendo metas e prazos de referência para sua implantação;

IV. compatibilizar o desenvolvimento econômico, o crescimento urbano e o uso do solo com as

áreas de interesse ambiental paisagístico, observando os limites da sustentabilidade ambiental,

social e econômica do Município e do território sob sua área de influência;

V. assegurar à população o acesso a um sistema de coleta e tratamento adequado dos esgotos e

águas servidas, objetivando minimizar os índices de doenças de veiculação hídrica ou

relacionadas ao saneamento;

VI. adoção de soluções adequadas para a coleta e gestão de resíduos sólidos, objetivando a coleta

seletiva, reciclagem e redução da geração de lixo;

VII. estabelecer um Sistema de Gestão de Drenagem urbana das águas pluviais, objetivando o

equilíbrio sistêmico de absorção, retenção e escoamento das águas pluviais, de modo a evitar

inundações e a formação de voçorocas.

Art. 73 - Para concretização das diretrizes relacionadas à política de saneamento ambiental

integrado, deverão ser adotados os seguintes procedimentos, relativos ao esgotamento sanitário:

I. atendimento aos parâmetros e recomendações constantes do Plano Diretor de Saneamento

Básico previsto nesta Lei;

II. instalação dos interceptores em todos os cursos d'água no perímetro urbano e implantação de

estação de tratamento de esgotos;

III. elaboração de estudos sobre a eficiência da coleta dos esgotos;

IV. localização e eliminação de pontos onde a rede de drenagem pluvial esteja interligada às

redes de esgotos;

Art. 74 - Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental

integrado, deverá ser adotado um Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,

envolvendo:

I. atendimento aos parâmetros e recomendações constantes do Plano Diretor de Saneamento

Básico previsto nesta Lei;

II. revisão do sistema de varrição das vias públicas, com vistas a ampliar as áreas atendidas;

III. implementação de estudos de viabilidade de instalação de usinas de compostagem de resíduos

sólidos;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

90

IV. implementação da infraestrutura do aterro sanitário com capacidade física suficiente para um

período mínimo de 15 (quinze) anos;

V. regularização, nos termos da legislação ambiental vigente, dos depósitos clandestinos de

resíduos sólidos, designados popularmente como “bota-foras”, no perímetro urbano.

VI. revisão do sistema de coleta de resíduos sólidos domiciliares, promovendo a otimização e a

diminuição dos custos operacionais empregados e promovendo o reaproveitamento e reciclagem,

vinculada à organização associativa de catadores de materiais recicláveis, visando sua

comercialização.

Parágrafo único - O Poder Executivo Municipal deverá criar normas específicas com a finalidade

organizar e controlar os postos de coleta de resíduos sólidos recicláveis, existentes no Município,

de forma a assegurar boas condições sanitárias para a atividade e evitar transtornos aos

moradores.

Art. 75 - Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental

integrado, deverão ser adotados os seguintes procedimentos relativos ao abastecimento de água

tratada:

I. atendimento aos parâmetros e recomendações constantes do Plano Diretor de Saneamento

Básico previsto nesta Lei;

II. estudo de soluções específicas para as diversas demandas de abastecimento de água,

garantindo a regularidade;

III. revisão do sistema de abastecimento e tratamento de água em todos os bairros em que o

fornecimento for deficiente.

Art. 76 - A bacia hidrográfica do Rio Pará, localizada a montante da captação de água para

abastecimento público, deverá ser especialmente protegida, observando-se as seguintes

restrições mínimas:

I. Não serão permitidos usos que possam assorear os cursos d’água, especialmente a extração de

areia e outros que impliquem em grandes movimentos de terra;

II. Não será permitido uso do solo para atividades industriais potencialmente poluidoras, em

especial aquelas que produzam resíduos contaminantes;

III. Não será permitido o armazenamento de substâncias tóxicas em quantidade que coloque em

risco o abastecimento de água e a saúde da população do Município.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

91

Art. 78 - Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental

integrado, deverão ser adotados os seguintes procedimentos relativos ao sistema de drenagem

urbana:

I. atendimento aos parâmetros e recomendações constantes do Plano Diretor de Saneamento

Básico previsto nesta Lei;

II. criação da taxa de permeabilidade do solo na Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, conforme

previsto nesta Lei;

III. elaboração de um plano para implantação do sistema de drenagem urbana, com o objetivo de

disciplinar o escoamento pluvial, em especial, nos bairros São Geraldo, Dom Bosco, Centro,

Prolongamento do Bairro Frei Paulo, São Marcos, Jéferson Batista de Freitas, Gumercinda

Martins, Marisa e Maria José do Amaral;

IV. realização de estudos que visem à restrição de ocupação das áreas inundáveis externas às

áreas de preservação permanente, localizadas principalmente nos bairros São Geraldo, Bairro

Industrial, José Silva de Almeida, Santa Luzia e Santana, delimitadas no Mapa 4 - anexo 2,

integrante desta lei.

Art. 88 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 2(dois) anos após a

aprovação desta Lei, o projeto de Lei Ambiental contendo, no mínimo, as seguintes disposições:

III. definição de referências técnicas relativas aos níveis aceitáveis de poluição, em todas as suas

formas;

Art. 89 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 2 (dois) anos após a

aprovação desta Lei, o Projeto de Lei referente à criação do Código Sanitário do Município,

contendo, no mínimo, as seguintes disposições:

I. incorporação de normas e parâmetros sanitários, já vigentes na legislação estadual e federal,

ou já normatizados, como referência para a legislação municipal;

II. reorganização da vigilância sanitária e epidemiológica, dentro dos padrões da ANVISA -

Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, com capacidade para monitorar, atualizar, sempre que

necessário, e fiscalizar os dispositivos da lei aprovada.

Art. 94 – A implementação das políticas de desenvolvimento econômico no Município devem se

orientar pelos seguintes objetivos:

II. fortalecer a economia local com vistas à diversificação econômica;

III. incentivar a articulação da economia local à regional, à nacional e à internacional;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

92

V. atrair novos setores produtivos para o Município, em consonância com as tendências de

desenvolvimento regional;

Art. 95 - Para consecução de seus objetivos, as políticas de desenvolvimento econômico de Nova

Serrana deverão adotar as seguintes medidas:

X. incentivo ao turismo de negócios, orientando a adequada expansão de equipamentos,

instalações, serviços e atividades de apoio ao turismo;

XIII. incentivo aos empreendimentos econômicos, nas atividades de tratamento de dejetos,

reciclagem de resíduos e combate à poluição e reaproveitamento de materiais;

XVII. desenvolvimento de programas de fomento à agricultura familiar, incentivando o

associativismo e a adoção de tecnologias e práticas sustentáveis.

No Plano Diretor Municipal de Nova Serrana, os conteúdos são definidos por diretrizes,

objetivos e procedimentos para implementação. O texto destacou as temáticas de

saneamento ambiental e de recuperação ambiental. As abordagens, em regra, foram

realizadas por diretrizes. Apenas a parte de saneamento contém os três conteúdos. O

município teve o seu Plano Diretor de Saneamento, aprovado pela Lei nº 2064/2010,

porém o texto apenas declara que o Plano de Saneamento está instituído. Nova

Serrana também dispõe de Plano de Desenvolvimento sendo ele voltado para o

desenvolvimento do setor produtivo de calçados.

6.5. Passa Tempo

6.5.1. Contextualização do Município de Passa Tempo

Passa Tempo é um município localizado na sub-bacia hidrográfica do rio Pará e no

Centro-oeste de Minas Gerais. Segundo o IBGE Cidades56, o município apresentava, em

2010, uma população de aproximadamente 8.199 habitantes. Desse contingente,

6.387 pessoas ocupavam a zona urbana e 1.812 ocupavam a zona rural, apresentando

uma taxa de urbanização 77,9%. Possui uma área 430 Km2 e densidade demográfica é

de 19,10 hab/km². A via de acesso ao município se dá pela Rodovia MG 270 e o

56

Fonte: IBGE-Cidades, acessado em 09/12/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

93

município se encontra a 129 km de Belo Horizonte. Possui os seguintes municípios

como limites: Piracema; Carmópolis de Minas; Oliveira; Resende Costa e Desterro de

Entre Rios. Passatempo foi fundado em 30 de Agosto de 1911 após se emancipar de

Oliveira.

Passatempo, segundo site da Assembleia Legislativa57, tem como característica de

relevo plano em 30%, ondulado em 30% e montanhoso em 40% do território. O ponto

mais alto é o Morro do Ferro com 1335m de altitude. O Rio Pará e o Ribeirão Passa

Tempo como seus principais cursos d’água. A característica geológica garante os

recursos minerais, determinados pela presença de Ferro e rochas ornamentais

(granitos). O município tem como principal domínio de vegetação a Mata Atlântica.58.

Segundo IBGE (2012)59, o município possui um total de 9 escolas de Ensino

Fundamental/ Médio e Pré Escolar, sendo 3 de ensino pré-escolar, 5 de ensino

fundamental e 1 de ensino médio.

A Secretaria Municipal de Saúde é responsável pelas ações do Sistema Único de Saúde

no município de Passa Tempo. Ela gerencia os programas e projetos, bem como a

execução das atividades de saúde pública no município.

O município apresenta o índice desenvolvimento humano – IDH considerado médio,

com resultado de 0,687 obtido em 2010, pela qualidade de vida60 que obteve uma taxa

57

Assembleia de Minas Gerais. Portal da ALMG. Municípios de Minas Gerais. Neste site são disponibilizadas informações sobre a divisão do Estado em macro e microrregiões; contatos das associações de municípios e de instituições governamentais. A ultima atualização no portal da ALMG: Junho de 2010. Consultado no site: http://www.almg.gov.br/consulte/info_sobre_minas/ em 16/12/2013. 58

Disponível em http://www.mg.gov.br/governomg/portal/c/governomg/conheca-minas/geografia/5668-clima-vegetacao-e-relevo/27208-vegetacao/5146/5044 59

Disponível em

http://cidades.ibge.gov.br/painel/educacao.php?lang=&codmun=314770&search=minas-gerais|passa-

tempo|infograficos:-escolas-docentes-e-matriculas-por-nivel , acessado em 10/12/2013. 60

Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/consulta, acessado em 10/12/2013, acessado em 10/12/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

94

de crescimento de 15,66%, seguida por Educação (com crescimento de 0,203%), e por

Longevidade e Renda.

A economia do município, conforme IBGE Cidade (2012), tem como principal atividade

o setor de serviços, seguido pelo setor industrial e, pelo setor agropecuário.

Gráfico 6.1 – Distribuição do Setor Econômico de Passa Tempo

Fonte: IBGE, 2012

Segundo o IBGE Cidade, o abastecimento de água atende a 75,11% da população e a

ALMG informa que a COPASA é a responsável pelo tratamento e distribuição de água

aos domicílios de Passa Tempo. Quanto ao serviço de esgotamento sanitário, o serviço

é realizado pela Prefeitura61, que apresenta um percentual de coleta de esgoto de

22,5%, porém, o esgoto é despejado totalmente in natura (sem tratamento prévio) nos

corpos d’água62. De acordo com o FEAM, o município de Passa Tempo não conta com

um Plano Municipal de Saneamento.

O Município apresenta um Sistema de Tratamento de Resíduos que atende 100% da

população63, sendo o material destinado a uma usina de triagem e compostagem.

61

Fonte: FEAM, http://www.feam.br/images/stories/minastrataesgoto/sumrio%20executivo%20bhrpa%20final.pdf, acessado em 12/12/2013 62

Fonte: FEAM 63

Fonte: GERUB/FEAM

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

95

6.5.2. Plano Diretor Municipal de Passa Tempo

Após consulta ao site da Câmara Municipal de Passa Tempo e estabelecer contato com

órgãos da Prefeitura Municipal de Passa Tempo (Câmara Municipal, Gabinete da

Prefeitura e Secretaria Municipal de Educação), verificou-se que o município não

possui Plano Diretor Municipal.

6.6. São Gonçalo do Pará

6.6.1. Caracterização do Município de São Gonçalo do Pará

O Município se localiza na Bacia Hidrográfica do Rio Pará, no Centro Oeste de Minas

Gerais e faz limites com os municípios Conceição do Pará, Igaratinga, Carmo do Cajuru,

Divinópolis e Nova Serrana. De acordo com o IBGE Cidades64 (2012), o município ocupa

uma área de 266 km², com uma população de 10.398, densidade demográfica é de

39,13 habitantes por km² e apresenta o resultado de 0,744 no Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH).

As seguintes características físicas e biológicas do município foram apresentas pela

pagina oficial de Prefeitura65 de São Gonçalo do Pará. O clima definido para o

município é o tropical de altitude, temperado, sem invernos prolongados e sem verões

longos, com uma temperatura média anual de 22ºC. O relevo é semi-montanhoso,

apresenta 30% da topografia plana, 60% de ondulada e 10% montanhosa. O índice

pluviométrico anual é de 1.500mm.

64

IBGE Cidades. Informações obtidas no site do IBGE, referente aos dados gerais do município, pelo site http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=316180&search=minas-gerais|sao-

goncalo-do-para|infograficos:-dados-gerais-do-municipio em 03/12/2013. 65 Prefeitura de São Gonçalo do Pará. História. Perfil da Cidade. Características Geográficas.

Informações obtidas pelo pagina oficial da Prefeitura Municipal de S. Gonçalo do Pará:

http://www.saogoncalodopara.mg.gov.br/index.asp?c=padrao&modulo=conteudo&url=27 , em

03/12/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

96

A vegetação típica é de cerrado, coberto por vegetação rasteira. As florestas da região,

a maioria, foram devastadas para uso de lenha pela indústria e para consumo

doméstico. O solo é de formação quaternária, com predominância vulcânica

superficial, no qual oferece uma conotação fértil.

Ainda pelo site da Prefeitura, o município é banhado pelos rios Pará e São João. Ambos

fazem parte da Bacia do Rio São Francisco. No perímetro urbano há duas lagoas, a

Lagoa da Bagagem e Lagoa da Biquinha. O Córrego da Biquinha deságua no Córrego do

Pinto, que por sua vez deságua no Rio Pará.

O sistema de abastecimento de água da cidade é operado pela COPASA desde 1983. A

água é captada no Ribeirão dos Morais e tratada em uma Estação de Tratamento do

tipo convencional. O manancial da COPASA é formado por uma bacia hidrográfica cuja

extensão é de 109 km² (Site: Prefeitura de São Gonçalo do Pará, 03/12/13). No

Município 3.968 unidades recebem água, sendo 1.480m³ de água tratada de forma

convencional, 50m³ sem tratamento, 171m³ com simples desinfecção (cloração e

outros).

A Gestão Municipal do Saneamento Básico conta com serviço de manejo de resíduos

sólidos e a Prefeitura é a única executora.

De acordo com IBGE Cidade (op.cit), na área da Saúde, São Gonçalo do Pará possui oito

estabelecimentos de saúde municipais, uma Unidade de Pronto Atendimento, porém

não possui hospital. Na área da educação são 7 escolas municipais, sendo um Centro

de Educação Infantil (creche, 1º e 2º períodos); quatro em zona rural do 1º ao 5º

períodos e outras duas de 1º ao 5º períodos, totalizando atendimento a 1.183 alunos.

São duas Escolas estaduais, sendo uma Escola de Jovens e Adultos – CESEC, com cursos

técnicos, alfabetização de adultos com uma média de 459 alunos e, por último, uma

escola de ensino fundamental (do 6º ao 9º períodos) e ensino médio, onde ministram

também o curso de Magistério, num total de 1.123 alunos.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

97

O SENAI está presente na sede do Município com 75 alunos e a Prefeitura trabalha em

parceria com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego –

PRONATEC, com 90 alunos matriculados em cursos de aperfeiçoamento.

6.6.2. Plano Diretor Municipal de São Gonçalo do Pará

O Plano Diretor do Município de São Gonçalo do Pará foi aprovado através de Lei

Municipal nº 1445, em 2010. O documento é composto por 10 títulos. O primeiro

define as disposições preliminares; o segundo, o ordenamento do território; o terceiro,

os instrumentos da política municipal, o quarto contempla as políticas municipais, o

quinto estabelece a infraestrutura, dos serviços urbanos e dos equipamentos públicos

municipais, o sexto título realizou a elaboração, revisão ou revogação da legislação

urbanística; o título sete aborda as políticas de desenvolvimento econômico e social; o

oitavo retrata o processo de construção do Plano; o nono regulamenta as políticas de

integração regional e o ultimo título estabelece as disposições finais e transitórias para

o instrumento.

O Plano Diretor do Município de São Gonçalo do Pará apresenta as seguintes diretrizes

que se articulam com o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Pará, a

saber:

Art. 59. As políticas relativas ao meio ambiente têm como diretriz possibilitar a conservação dos

recursos naturais e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental.

Art. 60. Para concretização à diretriz para as políticas relativas ao meio ambiente deverão ser

adotados os seguintes procedimentos:

III – criação de parcerias com órgãos ambientais competentes, setor industrial e sociedade civil

para disseminação de projeto de recomposição da mata ciliar em todos os corpos hídricos do

Município, incluindo as nascentes, delimitando as faixas “non aedificandi”;

IV – Controle sobre os movimentos de terra e botas-fora, a fim de evitar o assoreamento dos

corpos hídricos e o desencadeamento de processos erosivos bem como estimular a recomposição

das áreas comprometidas em virtude da supressão da cobertura vegetal;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

98

V – instituição de programa de educação ambiental formal e não formal;

VII – adoção de programas de assistência técnica de modo a orientar a população rural quanto

implantação de fossas sépticas e ao posicionamento das fossas no sentido de evitar a

contaminação dos recursos hídricos;

VIII – viabilização, através de cooperação com outras instituições ou de forma direta pelo poder

público executivo municipal, o acesso de produtor rural às técnicas de manejo ambientalmente

sustentáveis, minimizando os impactos ambientais das atividades agropastoris;

Art. 66 - A política de saneamento ambiental integrado tem como objetivo manter o meio

ambiente equilibrado, alcançando níveis crescentes de salubridade, por meio da gestão

ambiental, do abastecimento de águas potável, da coleta e tratamento do esgoto sanitário, da

drenagem das águas pluviais e do manejo dos resíduos sólidos, promovendo a sustentabilidade

ambiental do uso e ocupação do solo.

Art. 67 São diretrizes relativas à política de saneamento ambiental integrado:

I – garantir o funcionamento do sistema de microdrenagem, possibilitar a infiltração de águas

pluviais;

II – conservar a qualidade do solo e das águas superficiais;

III – minimizar os impactos decorrentes do carreamento do solo

IV – garantir a melhora da saúde coletiva e a conservação e/ou a preservação do meio ambiente;

e

V – garantir as condições de saúde prevista na Lei Federal de Saneamento.

Art. 68. Para concretização das diretrizes relacionadas à política de saneamento ambiental

integrado, deverão ser adotados os seguintes instrumentos:

I – mapeamento e cadastro das rede de coleta, contemplando informações como, sentido de

fluxo, diâmetro, profundidade de rede, poços de visitas, estações elevatórias e os pontos de

lançamentos;

II – eliminação dos pontos de redes presentes em terrenos particulares;

III – elaboração de Plano Diretor de Esgotos;

IV – implementação de medidas de fiscalização para garantia do sistema separador absoluto;

VI – implantação de interceptores junto aos cursos d`água;

VII – definição e implantação do sistema de tratamento de esgoto, bem como definição da área

destinada ao tratamento sugerido;

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

99

VIII – elaboração de projetos, mediante estudo prévio, para a implantação de coletores,

interceptores e tratamento na comunidade rural de Quilombo do Gaia;

XI – revisão do sistema de coleta do resíduo séptico com a utilização de veículo adequado; e

XII – obrigatoriedade de criação de sistema de tratamento de esgoto próprio e de

responsabilidade das indústrias que gerem resíduos líquidos causadores de danos ambientais.

Art. 69. Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental integrado

relativa ao manejo dos resíduos sólidos deverão ser adotados os seguintes instrumentos:

I – elaboração de propostas e implementação de programas ambientais, que levem a população a

repensar e reduzir a geração de lixo na fonte;

II – elaboração de projeto de coleta, que contemple a análise sobre o volume de freqüência, de

forma a minimizar o descarte em locais inadequados;

III – estabelecimento da proibição da disposição dos resíduos da construção civil em voçorocas,

nascentes e cursos de água;

IV – designação de área licenciada destinada à deposição de resíduos popularmente chamados

“bota-foras”;

V – controle dos resíduos sólidos industriais com a destinação ambientalmente adequada,

adotando mecanismos de responsabilização para as indústrias geradoras de poluentes que não

cumprirem a destinação correta;

VI – criação de rotina de coleta de lixo nas comunidades rurais do Município; e

VII – implementação de serviço de manutenção e limpeza de córregos, canais e galerias pluviais,

observando a legislação ambiental em vigor.

Art. 70. Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental integrado,

deverão ser adotados os seguintes procedimentos relativos ao abastecimento de água tratada:

I – instalação de redes com dimensões adequadas junto ao Distrito Industrial e aos bairros, na

medida em que forem sendo ocupados;

II – substituição das redes e conexões em ferro fundido e em cimento amianto localizado na

região central e nos trechos de bairros (...);

III – mapeamento e cadastramento das rede de adução e distribuição de água potável, bem como

das informações das unidades de tratamento e reservação do sistema de abastecimento público

das comunidades rurais;

IV – criação de autarquias para gestão da água nas comunidades rurais; e

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

100

Art. 71 – Para concretização das diretrizes relativas à política de saneamento ambiental

integrado, deverão ser adotados os seguintes procedimentos relativos ao sistema de drenagem

urbana:

I – delimitação e implementação das áreas de preservação permanente ao longo dos cursos de

água urbanos e rurais, com faixas de 30 (trinta) metros de cada margem;

II – elaboração de estudos para a implantação de parques lineares ao longo de APPs: Áreas de

Preservação Permanente;

III – implementação de rotina de serviços de fiscalização e notificação para obrigar os

proprietários a manterem os lotes vagos limpos; e

IV – estabelecimento de multas aos proprietários de lotes baldios sujos.

Art. 82. O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 18 meses após a entrada em

vigor deste Plano Diretor, o projeto de Lei referente à criação do Código Sanitário do Município

que deverá obedecer aos princípios e diretrizes estabelecidos neste Plano Diretor e na Lei

Orgânica do Município, visando dentre outros instrumentos:

I – incorporação das normas e parâmetros sanitários já vigentes na legislação estadual e federal,

ou já normatizado, como referência para a legislação municipal; e

II – reorganização da vigilância sanitária e epidemiológica, dentro dos padrões da ANVISA –

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com capacidade para monitorar, atualizar sempre que

necessário, e fiscalizar os dispositivos da lei aprovadas.

6.7. ANÁLISE COMPARATIVA DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HIDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ COM OS PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS

O cenário de interação entre Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica

do rio das Pará e os Planos Diretores Municipais encontra-se definido pela tabela (6.2).

Nota-se que os municípios apresentam diretrizes alinhadas aos programas de gestão

da bacia definido pelo PDRH Pará, a exceção de Passa Tempo, do qual não possui Plano

Diretor Municipal. Outro critério analisado, que diferente da Bacia do rio das Velhas,

foi a proposição de objetivos para as diretrizes. Conforme resultados, foram propostos

diretrizes e objetivos nos PDMs apenas para os municípios de Nova Serrana e São

Gonçalo do Pará.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

101

Na análise da linha do tempo, representada pelo gráfico 6.2, percebeu-se que dos

quatro instrumentos de gestão municipal, apenas o Município de São Gonçalo do Pará

teve o seu Plano Diretor Municipal aprovado posterior ao PDRH Pará (2008), porém

isso não representou um maior arranjo entre as diretrizes do Plano de gestão

municipal e os programas do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio Pará.

Gráfico 6.2 – Linha do Tempo: PDRH Pará versus PDM

PDRH Pará 2008

PDM Para de Minas 2006

PDM Itauna 2007

PDM Nova Serrana 2007

PDM São Gonçalo do Pará 2010

PDM Passa Tempo -

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

102

Tabela 6.2. - Articulação dos Programas do Plano Diretor da Bacia do Rio do Pará com os Planos Diretores Municipais

Diretrizes Objetivos Diretrizes Objetivos Diretrizes Objetivos Diretrizes Objetivos Diretrizes Objetivos

x

x

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido x x x x x x

x x x x x x

x x x x x x

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias x x x

x x x

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

x

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas x

x x x x

Proj. acomp. Do Atingimento de Metas para racionaliz. Usos agua

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

x x x

x x x x

x x x x

x x x x

x

x

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit x

x

x x x

x x x

x x x

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento x x x

x

Plano de conservação do solo - controle erosão e assoreamento x x x x

x

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Construção de barragens de acum. De água, desvio de aguas (cacimbas e

Aprimoramento do Sist de Informação

PDM Nova Serrana PDM São G. do Pará

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Revegetação em áreas de matas ciliares

Ampliação de rede agrometeorológica

Ampliação de rede pluviométrica

Ampliançã de rede fluviométrica

Ampliação de rede de qualidade

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Projeto de Educação Ambiental

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Criação de Unidades de Conservação

Recuperação de APP, reflorest e reveget de areas degradadas (topo de

Cercamento de nascentes e revegetação

Fortalecimento do CBH do Pará

Criação de convenios de cooperação técnica

Universalização da coleta de esgoto

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto

Estudos específicos de projeções socioeconomicas

Desenvolvimento de Plano Turistico

PDRH DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ PDM Pará de Minas PDM Itauna PDM Passa Tempo

PROGRAMAS

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

103

As diretrizes mais comuns aos PDMs e que se alinham ao PDRH da Bacia do rio Pará,

estão determinados pela política de saneamento ambiental e de recuperação

ambiental. Isso permite dizer que as diretrizes municipais atendem aos programas do

Plano de gestão da Bacia nos aspectos urbanos e rurais.

As diretrizes alinhadas aos programas de saneamento básico, como o abastecimento

público, esgotos sanitários, tratamento de efluentes domésticos e rede de drenagem

pluvial, ou aos Programas de Planos Emergenciais, como Plano Integrado de Resíduos

Sólidos, Plano Integrado de saneamento urbano e rural ou Plano Integrado de

Drenagem, tiveram uma boa difusão de abordagem pelos Municípios.

Um programa destacado pelo Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio Pará e

que se mostrou presente dentre as diretrizes nos quatro municípios foi à necessidade

de se estabelecer medidas ou plano de controle de erosão e assoreamento.

A tabela 6.2 ainda demonstra que 11 (onze) programas do PDRH da Bacia do Rio Pará

não foram citados por nenhum dos quatro Planos Diretores Municipais. Para estas

ocorrências percebeu-se que os programas referem-se a atividades específicas de

Estado, como por exemplo: ampliação de rede hidrológica, ampliação de rede

pluviométrica, ampliação de rede fluviométrica, etc. O entendimento destas atividades

serem tratadas como função específica de Estado, não implica em impedimentos para

que os municípios proponham diretrizes voltadas para este fim, inclusive, entendemos

que tal medida reforçaria e ampliaria a gestão compartilhada entre os diferentes entes

do Estado.

Na análise do grau de inter-relação dos programas do Plano Diretor de Recursos

Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Pará com os Planos Diretores Municipais nota-se

que 69% dos programas foram contemplados pelas diretrizes dos Planos Municipais,

conforme gráfico 6.3. O município de Nova Serrana é o que apresentou o maior

número de diretrizes alinhadas aos programas do Plano de Bacia. Pará de Minas é o

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

104

município que apresentou menor percentual interlocução entre os instrumentos, com

descarte de Passa Tempo, que não possui Plano Diretor Municipal.

Gráfico 6.3 – Percentual de diretrizes alinhadas aos Programas dos PDRH Pará

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Total de Diretrizes

PDM N.Serrana

PDM Itauna PDM Pará de Minas

PDM Passa Tempo

Outra avaliação interessante são os programas que tiveram maior recorrência de

diretrizes pelos Planos Diretores Municipais e os ausentes, como se observa no gráfico

6.4.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

105

Gráfico 6.4 – Ocorrência de Programas do PDRH Pará por Municípios

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Cercamento de nascentes e revegetação

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto

Plano de conservação do solo - controle erosão e …

Projeto de Educação Ambiental

Recuperação de APP e revegetaçao (topo de morros e …

Revegetação em áreas de matas ciliares

Universalização da coleta de esgoto

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido

Criação de Unidades de Conservação

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias

Estudos específicos de projeções socioeconomicas

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Fortalecimento do CBH do Pará

Ampliação de rede de qualidade

Aprimoramento do Sist de Informação

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas

Criação de convenios de cooperação técnica

Desenvolvimento de Plano Turistico

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Ampliação de rede agrometeorológica

Ampliação de rede pluviométrica

Ampliançã de rede fluviométrica

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

Construção de barragens de acum. De água, desvio de …

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Proj. acomp. de Metas para racionaliz. Usos agua

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Série1

Como destacado anteriormente, observa-se que os programas de recuperação

ambiental, tanto na área urbana, como saneamento básico, quanto na área rural,

como a recuperação de áreas de proteção permanente, as diretrizes dos planos

diretores municipais tem se preocupado em atender a demanda do Plano Diretor de

Recursos Hídricos da Bacia do Rio Pará. Nesta análise encontramos 8 programas

atendidos pelas diretrizes, com ocorrência nos quatros municípios que possuem Planos

Diretores Municipais.

Dado a classificação, o segundo grupo com diretrizes alinhadas ao Plano Diretor de

Recursos Hídricos são determinados por dois programas: Elaboração de Planos de

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

106

Revitalização, Recuperação e Conservação Hidroambiental e a Criação de Unidades de

Conservação, que se mostraram presente em três dos cinco municípios analisados.

Cinco programas (ações) alinhados ao componente plano emergencial mostraram-se

como preocupação de dois dos cinco municípios analisados. Percebe-se também pelo

gráfico que 11 (onze) programas não foram citados por nenhum dos cinco municípios,

a partir de suas diretrizes. Por fim, 10 (dez) programas foram citados, na forma de

diretrizes, por pelo menos um dos Planos Diretores Municipais.

Na análise específica por municípios, o primeiro arranjo avaliado foi do município de

Nova Serrana, representado pela tabela (6.3). Nela se observa as diretrizes do Plano

Diretor Municipal alinharam-se a 53% dos programas do Plano Diretor de Recursos

Hídricos da Bacia do rio Pará.

A maior parte das diretrizes está voltada para o saneamento básico e para a

recuperação ambiental. Destacam-se as diretrizes voltas para a universalização da

coleta de esgoto, da coleta de resíduos sólidos e de recuperação de vegetação de

topos de morros, matas ciliares e de nascentes de água. O Plano Diretor de Nova

Serrana estabeleceu objetivos de implementação para a área de saneamento básico.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

107

Tabela 6.3 – Comparativa do PDRH Pará com o PDM de Nova Serrana

Diretrizes Objetivos

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido x x

x x

x x

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias x

x

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas x

x

Proj. acomp. Do Atingimento de Metas para racionaliz. Usos agua

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

x

x

x

x

x

x

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit x

x

x

x

x

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento x

Plano de conservação do solo - controle erosão e assoreamento x

Desenvolvimento de Plano Turistico

PDRH DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ

PROGRAMAS

Fortalecimento do CBH do Pará

Criação de convenios de cooperação técnica

Universalização da coleta de esgoto

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto

Estudos específicos de projeções socioeconomicas

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Projeto de Educação Ambiental

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Criação de Unidades de Conservação

Recuperação de APP, reflorest e reveget de areas degradadas (topo de

Cercamento de nascentes e revegetação

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Construção de barragens de acum. De água, desvio de aguas (cacimbas e

Aprimoramento do Sist de Informação

PDM Nova Serrana

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Revegetação em áreas de matas ciliares

Ampliação de rede agrometeorológica

Ampliação de rede pluviométrica

Ampliançã de rede fluviométrica

Ampliação de rede de qualidade

O Plano Diretor Municipal de Para de Minas enquadrou as suas diretrizes em 31% dos

programas do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do rio Pará. A tabela 6.4

demonstra que o Plano Diretor Municipal de Pará de Minas não estabeleceu objetivos

para nenhuma das diretrizes. O saneamento básico e a recuperação ambiental foram

os principais pontos abordados pelo Plano Diretor Municipal.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

108

Tabela 6.4 - Comparativa do PDRH Pará com o PDM de Pará de Minas

PDRH DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ PDM Pará de Minas

PROGRAMAS Diretrizes Objetivos

Fortalecimento do CBH do Pará

Criação de convenios de cooperação técnica

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido x

Universalização da coleta de esgoto x

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto x

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias x

Estudos específicos de projeções socioeconomicas x

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

Desenvolvimento de Plano Turistico

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Projeto de Educação Ambiental x

Proj. acomp. Do Atingimento de Metas para racionaliz. Usos agua

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Criação de Unidades de Conservação x

Recuperação de APP, reflorest e reveget de areas degradadas (topo x

Cercamento de nascentes e revegetação x

Revegetação em áreas de matas ciliares x

Ampliação de rede agrometeorológica

Ampliação de rede pluviométrica

Ampliançã de rede fluviométrica

Ampliação de rede de qualidade

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Plano de conservação do solo - controle erosão e assoreamento x

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Construção de barragens de acum. De água, desvio de aguas

Aprimoramento do Sist de Informação

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

109

Itaúna apresentou propostas de diretrizes alinhadas ao Plano Diretor de Recursos

Hídricos em 39% das possibilidades. Assim como os anteriores, a maior parte dos

programas está voltada para o saneamento e a recuperação ambiental (recuperação

de áreas degradadas). Este Plano Diretor Municipal definiu diretrizes que o distingue

dos demais, conforme descreve a tabela 6.5. Nota-se a proposta de diretrizes que

reforça a importância do Município em participar do Comitê de Bacia Hidrográfica do

rio Pará, a importância de se estabelecer convênios de cooperação técnica e do

município possui o sistema de informações que agregue dados, inclusive, de recursos

hídricos para promover a melhor gestão de seu território.

Tabela 6.5 - Comparativa do PDRH Pará com o PDM de Itaúna

Diretrizes Objetivos

x

x

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido x

x

x

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias

x

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

x

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas

x

Proj. acomp. Do Atingimento de Metas para racionaliz. Usos agua

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

x

x

x

x

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento

Plano de conservação do solo - controle erosão e assoreamento x

x

Construção de barragens de acum. De água, desvio de aguas

Aprimoramento do Sist de Informação

PDM Itauna

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Ampliançã de rede fluviométrica

Ampliação de rede de qualidade

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Criação de Unidades de Conservação

Recuperação de APP, reflorest e reveget de areas degradadas (topo

Cercamento de nascentes e revegetação

Revegetação em áreas de matas ciliares

Ampliação de rede agrometeorológica

PDRH DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ

PROGRAMAS

Fortalecimento do CBH do Pará

Criação de convenios de cooperação técnica

Universalização da coleta de esgoto

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto

Estudos específicos de projeções socioeconomicas

Desenvolvimento de Plano Turistico

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Projeto de Educação Ambiental

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Ampliação de rede pluviométrica

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

110

O Plano Diretor Municipal de São Gonçalo do Pará é o de data mais recente dentre os

instrumentos de gestão analisados. As diretrizes se mostraram alinhadas à 36% dos

programas definidos pelo Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Pará, de

acordo com a tabela 6.6. Este Plano Diretor Municipal se distingue dos demais, pois

propõe objetivos para todas diretrizes voltadas ao saneamento básico. Outro aspecto

interessante a destacar, foram os Planos Emergenciais estabelecidos pelo Plano

Diretor da Bacia do rio Pará e que o instrumento de gestão municipal de São Gonçalo

do Pará propõe diretrizes e objetivos. Exemplos dos Planos Emergenciais:

- Plano Integrado de gestão de resíduos sólidos

- Plano Integrado de saneamento urbano e rural;

- Plano Integrado de drenagem (águas pluviais)

Tabela 6.6 - Comparativa do PDRH Pará com o PDM de São Gonçalo do Pará

Diretrizes Objetivos

Universalização da Coleta e destinação do Residuo Sólido x x

x x

x x

Elab. Plano Revit, recup, e Conservação hidroambiental bacias x

Capacitação de Pref. Municipais para projetos de Rec Hid

Complem e revisao do Cadastro de Usuários e de outorgas

x

Proj. acomp. Do Atingimento de Metas para racionaliz. Usos agua

Complem. e aprimoramento desenvolv. estudos hidrológicos

x

x

x

Estabelecimento de indicadores de desemp de fiscal e monit

x x

x x

x x

Plano de manejo dos recursos hídricos ao abastecimento x x

x

Plano de conservação do solo - controle erosão e assoreamento x

Aprimoramento do Sist de Informação

PDM São G. do Pará

Plano Integrado de drenagem (aguas pluviais)

Plano de manejo dos recursos hídricos a irrigação

Plano de manejo dos recursos hidricos ao uso rural

Manejo integrado de sub-bacias e microbacias

Construção de barragens de acum. De água, desvio de aguas

Ampliação de rede de qualidade

Implantação do sistema de alerta a enchentes

Estabelecimento de indicadores socioeconomicos

Plano Integrado de gestão de residuos solidos

Plano Integrado de saneamento urbano e rural

Cercamento de nascentes e revegetação

Revegetação em áreas de matas ciliares

Ampliação de rede agrometeorológica

Ampliação de rede pluviométrica

Ampliançã de rede fluviométrica

PDRH DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARÁ

PROGRAMAS

Fortalecimento do CBH do Pará

Criação de convenios de cooperação técnica

Universalização da coleta de esgoto

Construção de Estação de Tratamento de Esgoto

Estudos específicos de projeções socioeconomicas

Desenvolvimento de Plano Turistico

Transf. Do enquadram. Em Delib. Normativa

Projeto de Educação Ambiental

Levantamento da capacidade de autodepuração dos rios

Criação de Unidades de Conservação

Recuperação de APP, reflorest e reveget de areas degradadas

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

111

7 – Considerações Finais

Os resultados encontrados foram de que a qualidade das águas nestes municípios

críticos não se deve a ausência de instrumentos gestores territoriais ou de recursos

hídrico, sendo que ambos os instrumentos (PDRH e PDM) estabelecem programas ou

diretrizes para promoção da manutenção ou melhora da qualidade das águas.

Nos Planos Municipais destacaram as diretrizes que privilegiam ações, sobretudo, no

saneamento básico e na recuperação ambiental (revegetação de matas ciliares,

nascentes e topos de morros), se mostram alinhadas aos programas dos Planos

Diretores de Recursos Hídricos.

Percebeu-se que alguns programas dos Planos Diretores de Recursos Hídricos não

tiveram diretrizes observadas nos Planos Diretores Municipais, a destacar a rede de

monitoramento e controle de qualidade das águas (licenciamento ou enquadramentos

de corpos de água), ampliação de redes pluvio e fluviométricas, estudos hidrológicos e

de disponibilidades hídricas, capacitação de municípios, etc. Este fato deve-se as

competências das atividades, estabelecidas para o Estado e/ou a União.

Um aspecto positivo, apesar de incipiente, foi à proposição de diretrizes pelos Planos

Diretores Municipais para fortalecimentos dos Comitês de Bacias Hidrográficas. Esta

diretriz esteve presente nos Planos Diretores Municipais de Caeté, Sabará e Sete

Lagoas, na Bacia do rio das Velhas, e no Município de Itaúna, na Bacia Hidrográfica do

Rio Pará.

A partir das considerações apresentadas, conclui-se que a importância dos

instrumentos de gestão (municipal e de bacia) é a articulação firmada entre eles. Para

que isso ocorra, devem os Planos nos seus processos de atualização consultar os

quesitos que favorecem a promoção da melhoria ou manutenção da qualidade e da

disponibilidade hídrica de suas bacias.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

112

Além disso, esta temática reforça a necessidade, como já abordada por alguns

municípios, da aproximação dos Comitês de Bacias Hidrográficas com as prefeituras

Municipais, para que seja consolidado o entrelaço da gestão de recursos hídricos com

as políticas públicas municipais. Tem-se que esta ação promoverá e facilitará a gestão

integrada dos recursos hídricos e dos territórios (bacia e Município), tornando-a mais

participativa e descentralizada.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

113

8. Referências Bibliográficas

Assembléia de Minas Gerais. Portal da ALMG. Municípios de Minas Gerais. Neste site são disponibilizadas informações sobre a divisão do Estado em macro e microrregiões; contatos das associações de municípios e de instituições governamentais. A ultima atualização no portal da ALMG: Junho de 2010. Consultado no site: http://www.almg.gov.br/consulte/info_sobre_minas/ em 16/12/2013.

Associação de Usuários da Bacia Hidrográfica do rio Pará / Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba – CODEVASF; Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Pará. TESE – Tecnologia em Sistemas Espaciais Ltda. Curitiba. Novembro de 2008.

Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Plano Diretor de Belo Horizonte: Lei de uso e ocupação do solo: estudos básicos, 1995.

Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Estatísticas e Indicadores. Síntese de Indicadores de Belo Horizonte. Site: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade/estatisticaseindicadores, consultado em 26/11/13

Belo Horizonte. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 2012/2015. Volume I e II. Janeiro de 2013. Consultado no site: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/, em 26/11/2013

BRASIL. Lei 9.433, de 29 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição federal, e altera o art. 1º da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Camargos, Luiza de Marillac Moreira. Plano Diretor de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio das Velhas: resumo executivo. 228p. Belo Horizonte, Dezembro de 2004

CARVALHO, Ricardo Adalberto. Modelagem Ambiental para o Mapeamento das Áreas Susceptíveis às Enchentes no Complexo Urbano do município de Santa Luzia-MG. 42f. Pós-Graduação em Gestão Ambiental e Geoprocessamento – UniBH. Belo Horizonte, 2012.

CASSILHA, Gilda Amaral. Cassilha, Simone Amaral. Planejamento Urbano e Meio Ambiente. Editora IESDE Brasil S.A. Curitiba, 2009.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

114

Caeté. Prefeitura Municipal. Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento. Consultado no site: http://www.turismocaete.com.br/index_interna.php?pagina=conteudo/dados_fisico_geografia, em 12/11/2013.

CBH Rio das Velhas. Plano Municipal de Saneamento de Sabará, consulta no site http://www.cbhvelhas.org.br/index.php/pmsb-sabara.html, em 28/11/2013

_____. Plano Diretor de Saneamento do Município de Caeté, informações obtidas pelo site http://www.cbhvelhas.org.br/index.php/plano-de-saneamento-de-caete em 03/12/2013

FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente. Classificação e Panorama da destinação de resíduos sólidos em Minas Gerais 2012, consultado em 24/11/2013.

______. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Enquadramento dos cursos d`água: Bacia do Rio Pará. Fase 1 – Objetivos de Qualidade. Belo Horizonte. Dezembro, 1998.

______, Fundação Estadual do Meio Ambiente, consultado no site: http://www.feam.br/images/stories/minastrataesgoto/sumrio%20executivo%20bhrpa%20final.pdf, acessado em 12/12/2013

FIEP/SESI/SENAI/IEL. Portal ODM – Acompanhamento Municipal dos Objetivos de desenvolvimento do Milênio. Relatório Dinâmico de Indicadores Municipais. Consultado em 25/11/2013, a partir do site: www.portalodm.com.br/relatorios/PDF/gera_PDF.php?cidade=21880

GOVERNO DE MINAS – Portal de Comunicação. Consultado no site: http://www.mg.gov.br/governomg/portal/c/governomg/conheca-minas/geografia/5668-clima-vegetacao-e-relevo/27208-vegetacao/5146/5044

IBGE. Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.

IBGE Cidades 2013. Cidades/Sete Lagoas. Site: http://cidades.ibge.gov.br/search=minas-gerais|sete-lagoas , consultado em 18/11/2013

______, 2013. Cidades/Pará de Minas. Site: http://cidades.ibge.gov.br/minas-gerais|para-de-minas|infograficos:-dados-gerais-do-municipio, acessado em 25.11.2013

______, 2013. Cidades/Nova Serrana. Site: Obtido pelo site: http://www.cidade-brasil.com.br/municipio-nova-serrana.html#demografia. Acessado dia 27.11.2013

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

115

______, 2013. Cidades/Passa Tempo. Informações obtidas no site do IBGE, referente aos dados gerais do município, pelo site: http://cidades.ibge.gov.br/painel/educacao.php?lang=&codmun=314770&search=minas-gerais|passa-tempo|infograficos:-escolas-docentes-e-matriculas-por-nivel, acessado em 10/12/2013.

______. 2013. Cidades/São Gonçalo do Pará. Informações obtidas no site do IBGE, referente aos dados gerais do município, pelo site http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=316180&search=minas-gerais|sao-goncalo-do-para|infograficos:-dados-gerais-do-municipio em 03/12/2013.

IGAM. Relatório de Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio das Velhas. DPMA/GEMOH/AGUASUPERF. Belo Horizonte, 08 de Julho de 2013;

______. Nota Técnica DMPA/GEMOH/AGUASUPERF. Nº 016/2013. Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio Pará. Belo Horizonte, 08/11/13.

______. Relatório de Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio do Paraopeba. DPMA/GEMOH/AGUASUPERF. Belo Horizonte, 08 de Julho de 2013.

______. Projeto Água de Minas: Qualidade das águas superficiais no Estado de Minas Gerais – Estudo das metas de qualidade da Bacia Hidrográfica do rio Pará 2008 - Diagnóstico Estratégico da Bacia Hidrográfica e Cenários de Desenvolvimento – Estudo Técnico. Belo Horizonte, MG. Dezembro de 2008.

ITAÚNA. Prefeitura Municipal. Consultado no site da Prefeitura Municipal: http://www.itauna.mg.gov.br/site/resources/anexos/ , consultado em 05/12/13

ITAÚNA. Prefeitura Municipal. Consultado no site da Prefeitura Municipal: http://www.itauna.mg.gov.br/site/resources/anexos/%7BAACDE3CA-DCA4-43EC-E017-E8BDDCCCEE1B%7D.pdf

MINAS GERAIS. Lei 11.504, de 20 de junho de 1997. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências.

______. Lei 13.199, de 29 de janeiro de 1999. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências.

MUNDIM. Rodrigo Antonio Di Lorenzo. Fatores Intervenientes no processo de enquadramento: o caso da bacia hidrográfica do rio Verde. 92f. Dissertação (Mestrado

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

116

em Engenharia Ambiental). Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental – UFOP. Ouro Preto, 2011.

PARÁ DE MINAS. Prefeitura Municipal. Banco de dados Integrados BDI – Pará de Minas. Administração Municipal 2001 – 2008. Secretaria Municipal de Planejamento, desenvolvimento Econômico e Urbano, Pará de Minas. 2006. Acessado em www.parademinas.mg.gov.br, em 25.11.2013

______. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento de Pará de Minas: 2009 – 2013. Abril de 2010. Consultado no site: www.parademinas.mg.gov.br/legislações. em 25/11/13

REBOUÇAS. Aldo da C: Água doce no mundo e no Brasil. Rebouças. Aldo. Braga. Benedito. Tundisi. José. Águas Doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 3º Edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

SAAE Caeté. Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Caeté. Site: http://www.saaecaete.com.br/, em 12/11/2013

SAAE Itaúna. Fonte: http://www.saaeitauna.com.br/mat_vis.aspx?cd=6497

SAAE Sete Lagoas - http://saaesetelagoas.com.br/, consultada 18/11/2013

SABARÁ. Prefeitura Municipal. Consultado no site: http://www.sabara.org.br/port/borba.asp, consultado em 11.11.2013.

_______. Prefeitura Municipal. Lei Complementar nº 12, de 08 de Janeiro de 2008. Dispõe sobre o Plano Diretor Municipal de Sabará e dá outras providencias.

SANTA LUZIA.. Prefeitura Municipal. Lei nº 2.699, de 10 de outubro de 2006. Institui o Plano Diretor do Município de Santa Luzia

______. Prefeitura Municipal. Consultado no site:: www.santaluzia.mg.gov.br/prefeituraAcesso em: 11 novembro 2013.

SANTOS, Robson Rodrigues. Atendimento às atividades da componente 1 do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas. 87f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental – UFOP. Ouro Preto, 2010.

SÃO GONÇALO DO PARÁ. Prefeitura Municipal. História. Perfil da Cidade. Características Geográficas. Informações obtidas pelo pagina oficial da Prefeitura Municipal de S. Gonçalo do Pará: http://www.saogoncalodopara.mg.gov.br/index.asp?c=padrao&modulo=conteudo&url=27 , em 03/12/2013.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM

117

SEDRU – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana de Minas Gerais. Cartilha – Plano Diretor Participativo – Instrumento de Cidadania

SENAC.- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Disponível no site: http://descubraminas.com.br/Turismo/DestinoPagina.aspx?cod_destino=854&cod_pg , em 27/11/13

SETE LAGOAS. Prefeitura Municipal. Secretaria de Meio Ambiente de Sete Lagoas. Site – HTTP://www.setelagoas.mg.gov.br, consultado em 18/11/2013

______, Prefeitura Municipal. Lei Complementar nº 109, de 09 de outubro de 2006. Promove a revisão do Plano Diretor do Município de Sete Lagoas, aprovado pela Lei Complementar 06 de 23 de Setembro de 1991, nos termos do Capitulo III da Lei 10.257, de 10 de Julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

______. Prefeitura Municipal. Consultado na pagina http://www.setelagoas.com.br/noticias/cidade/22217-plano-municipal-de-saneamento-basico-e-lancado-em-sete-lagoas-com-14-meses-para-ser-concretizado, em 04/12/13

SILVA, Daniele Tomich; FICHE, Lorena Rodrigues; RABELO, Maíra Antunis; LOTT, Marcelo Galvão; MAGALHÃES, Marco Túlio Ferreira. Diagnóstico Ambiental do Município de Santa Luzia. JUNHO 2011. Trabalho Acadêmico (Projeto Integrado) Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Universidade FUMEC, Belo Horizonte, 2011

SILVA. Reginaldo. Dissertação. O impacto do desenvolvimento industrial nas relações culturais em Nova Serrana. Curso de Mestrado da Fundação Educacional de Divinópolis. 2007.